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CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde LAÍS CAMPOS DE OLIVEIRA APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS Londrina 2014

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CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde

LAÍS CAMPOS DE OLIVEIRA

APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS

Londrina 2014

Londrina

2014

CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde

LAÍS CAMPOS DE OLIVEIRA

APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS

Londrina

2014

APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS

Relatório Técnico apresentado ao Centro de

Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade

Norte do Paraná, Unidade Piza, como requisito

parcial à obtenção do título de Mestre Profissional

em Exercício Físico na Promoção da Saúde.

Orientador: Profª. Drª. Deise Aparecida de Almeida

Pires Oliveira.

LAÍS CAMPOS DE OLIVEIRA

APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS

Relatório Técnico apresentado ao Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Unidade Piza, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde, conferido e aprovado pela Banca Examinadora:

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

Profª. Deise A. de Almeida Pires Oliveira

Universidade Norte do Paraná

___________________________________

Prof. Rubens Alexandre da Silva Júnior

Universidade Norte do Paraná

____________________________________

Prof. Fábio Antônio Néia Martini

Universidade Estadual do Norte do Paraná

____________________________________

Prof. Dartagnan Pinto Guedes

Coordenador do Mestrado Profissional

Londrina,10 de Julho de 2014.

OLIVEIRA, Laís Campos. Aplicação do método Pilates em idosos. 83 folhas. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde. Universidade Norte do Paraná, Londrina. 2014.

RESUMO O processo de envelhecimento possui características tipicamente relacionadas a declínios de diversas ordens. Quanto aos aspectos físicos, algumas capacidades requeridas para a realização de atividades do cotidiano, como equilíbrio postural, força muscular e flexibilidade podem ser afetadas. Para atenuar a perda progressiva destas capacidades, a prática de exercícios físicos tem sido recomendada. Uma das possibilidades de exercício para idosos é o método Pilates. Essa técnica tem se mostrado um meio eficaz para reverter declínios relacionados a perda de equilíbrio, da força e da flexibilidade em idosos. Todavia, a literatura carece de livros que possam auxiliar profissionais das áreas da saúde que trabalhem com o método. Além disso, tendo em vista a grande variação de exercícios que a técnica oferece, existe a necessidade de abordar aqueles mais específicos para idosos iniciantes no método. Desta forma, o objetivo do presente relatório técnico, é apresentar uma proposta, de elaboração de um livro, que contemple tópicos sobre a aplicação de Pilates em idosos. O desenvolvimento do livro consta dos seguintes itens: introdução; referencial teórico; avaliação física e funcional em idosos; local e equipamentos para a prática do Pilates; controle da intensidade de esforço nos exercícios de Pilates; protocolo de exercícios de Pilates para idosos; principais resultados de intervenções com o método Pilates em idosos. Na introdução são apresentadas considerações iniciais, de forma a instigar a curiosidade do leitor. Na sequência, o referêncial teórico apresentará, com base na literatura científica atual, características físicas relacionadas ao processo de envelhecimento, a importância do exercício físico, como também, o método Pilates, como uma possibilidade de exercício nesta fase da vida. No tópico relacionado a avaliação física e funcional em idosos, são apresentados testes validados e tradicionalmente usados na literatura. O item seguinte, diz respeito ao local e equipamentos para a prática do Pilates; neste, o livro apresenta as características quanto ao tamanho da sala e os principais equipamentos. Sobre o controle da intensidade de esforço nos exercícios de Pilates, uma proposta de percepção de esforço será enfatizada, além de uma ficha para controle da progressão da carga. Quanto ao protocolo de exercícios de Pilates para idosos, o livro apresenta uma sequência de 20 exercícios de nível básico, envolvendo alongamentos e fortalecimentos para os principais grupos musculares, com a descrição detalhada de cada movimento, ilustrações da execução e do grupo muscular envolvido. Por fim, na abordagem referente aos resuldados de intervenções com Pilates em idosos, foi realizada uma pesquisa em bases de dados, quanto à ensaios clínicos randomizados. A proposta de livro apresentada pelo presente relatório técnico, possibilitará aplicação prática direta, aos profissionais da área do exercício físico relacionado à promoção da saúde, uma vez que contemplará variáveis referentes a um protocolo de exercícios para uma parcela da população, em que os profissionais estão cada vez mais atentos aos cuidados, porém, carecem de literatura específica para este fim. Palavras-chave: Exercício. Idoso. Saúde. Funcionalidade. Pilates.

OLIVEIRA, Laís Campos de Oliveira. Application of the Pilates method in elderly. 83 sheets. Technical Report. Professional Master´s in Exercise in Health Promotion. Research Center on Health Sciences. Northern Parana University, Londrina. 2014.

ABSTRACT The aging process has characteristics typically related to declines of various orders. As to the physical aspects, some capabilities required to perform daily activities such as postural balance, muscle strength and flexibility may be affected. To mitigate the progressive loss of these capacities, physical exercise has been recommended. One possible exercise for seniors is the Pilates method. This technique has been shown to be an effective means to reverse declines related to loss of balance, strength and flexibility in the elderly. However, the literature lacks books that can assist health professionals in working with the method. Moreover, in view of the wide variation of exercises that the technique offers, there is a need to address those more specific to older beginners in the method. Thus, the objective of this technical report is to present a proposal to compile a book that covers topics about the application of Pilates in the elderly. The development of the book consists of the following items: introduction; theoretical framework; physical and functional assessment in elderly; Local and equipment for the practice of Pilates; control of exercise intensity in Pilates exercises; protocol Pilates exercises for seniors; main results of interventions with the Pilates method in the elderly. Initial considerations in the introduction, are presented in order to instigate the curiosity of the reader. Following the theoretical reference shall, based on the current scientific literature, physical characteristics related to the aging process, the importance of exercise as well, the Pilates method of exercise as a possibility at this stage of life. Validated tests are presented and traditionally used in the literature related topic physical and functional assessment in the elderly. The next item relates to the place and equipment for the practice of Pilates; this, the book presents the characteristics as the size of the room and the main equipment. On the control of exercise intensity in Pilates exercises, a proposal of perceived exertion will be emphasized, as well as a plug for controlling the progression of the load. The protocol of Pilates exercises for seniors, the book presents a series of 20 exercises basic level, involving stretching and invigoration for the major muscle groups, with a detailed description of each motion graphics implementation and involved muscle group. Finally, the approach regarding the results interventions with Pilates in the elderly, a survey was conducted in databases, as the randomized clinical trials. The book proposal presented in this technical report, enable direct practical application, the professionals of the exercise related health promotion area, since it will include variables related to an exercise protocol for a portion of the population, in which professionals are increasingly attentive care, but lack specific literature for this purpose. Keywords: Exercise. Elderly. Health. Functionality. Pilates.

SUMARIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

2. REVISÃO DE LITERATURA - CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................ 9

2.1. ENVELHECIMENTO................................................................................................... 9

2.1.1. Benefícios do Exercício Físico para Idosos ..................................................... 11

2.2. O MÉTODO PILATES .............................................................................................. 13

2.2.1. Pilates para Idosos .......................................................................................... 16

3. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 18

3.1. COMPOSIÇÃO DO LIVRO ......................................................................................... 18

3.1.1. Referencial Teórico do Livro ............................................................................ 20

3.1.2. Avaliação Física e Funcional em Idosos ......................................................... 20

3.1.3. Local e Equipamentos para Prática do Pilates ................................................ 21

3.1.4. Controle da Intensidade de Esforço nos Exercícios de Pilates ....................... 22

3.1.5. Protocolo de Exercícios de Pilates para Idosos .............................................. 23

3.1.6. Principais Resultados de Intervenções com o método Pilates em idosos ....... 24

3.2. APLICAÇÃO NA ÁREA DO EXERCÍCIO FÍSICO RELACIONADO Á PROMOÇÃO DA SAÚDE ..... 25

4. CONCLUSÃO E ESBOÇO DO LIVRO ................................................................. 27

REFERÊNCIAS DO RELATÓRIO TÉCNICO ...................................................... ..105

APÊNDICE A – Trabalho Apresentado em Evento Científico .................................110

APÊNDICE B – Primeiro Artigo Científico ...............................................................111

ANEXO A – Certificado de Apresentação de Trabalho em Evento Científico .........118

ANEXO B – Capítulo de Livro .................................................................................119

ANEXO C – Segundo Artigo Científico ...................................................................136

ANEXO D – Termo de Autorização de uso de Imagem ..........................................158

ANEXO E – Aprovação Ética do Estudo .................................................................159

7

1. INTRODUÇÃO

O número de pessoas idosas, com o passar do tempo, cresce no

Brasil e no mundo. Especificamente no Brasil (onde se considera idoso, pessoas de

60 anos e mais), atualmente mais de 12,6% da população estão nesta fase da vida,

com uma projeção de aumento para 26,7% no ano de 20601; isso ocorre, devido a

vários fatores, como por exemplo, a baixa taxa de fecundidade e pelo aumento da

expectativa de vida. Deste modo, as áreas da saúde estão mais atentas aos

cuidados com os idosos, buscando um envelhecimento saudável e independente2,3.

O envelhecimento é um processo biológico que influencia as

mudanças corporais, tanto físicas como psicológicas, devido ao declínio das funções

fisiológicas que ocorrem de forma diferente em cada pessoa. Para atenuar estes

fatores, o exercício físico atua aumentando a expectativa de vida e diminuindo as

condições incapacitantes e as doenças crônicas; auxiliando os idosos a manterem

suas atividades diárias, melhorando o equilíbrio postural, a força muscular e a

flexibilidade, podendo ainda refletir na qualidade de vida3.

Tendo em vista as possibilidades de prática de exercícios físicos

para idosos, alguns são pouco investigados, como é o caso do método Pilates.

Levando em consideração, a especificidade da técnica, que apresenta uma grande

diversidade de exercícios; torna-se fundamental a escolha destes, de forma a

considerar fatores como, o equilíbrio postural, o desenvolvimento da força muscular

e da flexibilidade, tipicamente prejudicados com os declínios físicos do

envelhecimento. A técnica Pilates tem sido usada visando o fortalecimento de todos

os grupos musculares do corpo, o aumento da flexibilidade, a melhora da

coordenação motora, da postura e do equilíbrio, tendo como foco principal o

fortalecimento da musculatura estabilizadora da coluna3,4.

Uma vez que a técnica possui muitas possibilidades de exercícios,

torna-se fundamental selecionar, aqueles mais adequados a cada praticante, de

acordo com o seu condicionamento físico e/ou suas limitações funcionais, o que

diminui as chances de ocorrer algum tipo de lesão5. No entanto, pouco se sabe

sobre a aplicação desta técnica em idosos6 e sobre a seleção de exercícios mais

adequados para essa população, que possam influenciar na melhora da força, do

equilíbrio e da flexibilidade, assim como, a forma com que estas variáveis refletem

na qualidade de vida.

8

Levando-se em consideração estas variáveis, o objetivo do presente

relatório técnico, é apresentar como ocorreu o desenvolvimento de um livro, no qual

consta uma proposta de intervenção com o método Pilates em idosos, de forma a

auxiliar os profissionais da área do exercício físico para a promoção da saúde, como

aqueles formados em Educação Física e Fisioterapia, que atuam com esta técnica

na população idosa.

Este relatório segue a seguinte sequência: contextualização quanto

ao processo de envelhecimento, benefícios do exercício físico para idosos e o

método Pilates como possibilidade de exercício; posteriormente na seção

desenvolvimento é delineada a confecção do livro. Este por sua vez consta de

informações, sobre alterações que normalmente ocorrem durante o processo de

envelhecimento e como o exercício físico pode contribuir para atenuar tais

inferências. Na sequência é apresentado o método Pilates e como esta técnica,

pode ser uma possibilidade de exercício físico nesta fase da vida. São abordados

em seguida os equipamentos para a prática do Pilates, assim como uma sugestão

para controle da intensidade do esforço e registro do treinamento. Um protocolo de

exercícios é sugerido, visando principalmente desenvolver as capacidades físicas

equilíbrio postural, força muscular e flexibilidade de idosos. Por fim, é descrito as

evidências científicas de intervenções que utilizaram o método Pilates em pessoas

idosas.

Tendo em vista a carência de materiais que auxiliem profissionais

que trabalham com o método Pilates, o livro apresentado contribuirá com a literatura

sobre a temática, uma vez que os exercícios constantes na referida produção

técnica, orientará os profissionais passo a passo quanto à forma correta de

execução dos movimentos.

9

2. REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1. ENVELHECIMENTO

O envelhecimento é um processo natural que ocorre no organismo

dos seres vivos, sendo definido como uma perda progressiva da função biológica

após o organismo ter atingido a sua competência máxima de reprodução. Esse

processo ocorre de forma diferente em cada pessoa, dependendo de fatores

biológicos (intrínsecos), assim como, de fatores ambientais (extrínsecos). De

maneira geral, atualmente a população mundial apresenta uma maior expectativa de

vida, sendo que no passado, poucas pessoas passavam pela experiência de

chegarem à fase idosa1,4,7.

O número de pessoas idosas vem crescendo no Brasil e no mundo,

devido a vários fatores, como a baixa taxa de fecundidade, melhora das condições

de saúde, vacinas, campanhas antitabagistas, cura de doenças, dentre outras.

Mesmo com a diminuição da taxa de mortalidade, o envelhecimento leva ao acúmulo

de incapacidades e doenças, que limitam algumas funções normais do corpo. Nessa

fase é comum ocorrer algumas doenças crônicas degenerativas, como as artrites,

sarcopenia, diminuição na densidade mineral óssea e como consequência a perda

de capacidades funcionais, como o equilíbrio7,8.

Essas disfunções caminham de forma contrária a longevidade,

sendo esta apresentada como uma característica multifatorial, influenciada por

fatores biológicos, ambientais e psicossociais. Para melhorar a funcionalidade e

buscar uma vida longeva, é fundamental considerar muitas vezes os efeitos

prejudiciais da vida sedentária, que algumas pessoas idosas apresentam. Com isso,

as áreas relacionadas à saúde, estão mais atentas aos cuidados com os idosos,

buscando um envelhecimento com mais qualidade de vida, possibilitando que estas

pessoas realizem de forma independente suas atividades do cotidiano6-8.

Dentre as capacidades físicas que podem prejudicar a realização

destas atividades, está o equilíbrio postural. O equilíbrio postural é uma das

capacidades físicas básicas, mais importantes para o indivíduo conseguir realizar os

movimentos diários de forma independente, como permanecer de pé, andar, correr e

pular. É considerado uma capacidade complexa, baseado na interação do processo

sensório-motor dinâmico, que envolve a recepção e integração de estímulos

10

sensoriais, o planejamento e a execução de movimentos, para assim, controlar a

base de sustentação sobre os membros inferiores9,10.

Além do equilíbrio, a força muscular se mostra como um fator

determinante para a realização de tarefas do cotidiano. Esta é definida como a

capacidade máxima que um indivíduo possui para vencer uma resistência, como por

exemplo, ao levantar um peso. O fortalecimento muscular auxilia o músculo a

aumentar o nível de força, para distintos tipos de ações, que visam responder com

eficácia às diferentes tarefas motoras impostas ao sujeito no dia a dia. Assim, a

disfunção dessa capacidade, por parte do indivíduo, dificulta a realização de

respostas motoras eficazes, podendo colocar a pessoa em risco de quedas11.

O Colégio Americano de Medicina do Esporte recomenda que idosos

realizem pelo menos dois dias da semana de exercícios resistidos, entre 8 a 10

exercícios que trabalhem os grandes grupos musculares, realizando de uma a três

séries de 8 a 12 repetições, em uma escala moderada de esforço. Contribuindo

dessa forma, para a promoção da saúde e maior independencia12.

Outra capacidade importante, relacionada a uma maior

independência das atividades de vida diária, de idosos, é a flexibilidade. Entendida

como a capacidade do corpo em realizar movimentos, com apropriada amplitude;

quando se trabalhada essa capacidade física, é possível, aumentar a qualidade e a

quantidade de movimentos corporais, favorecendo dessa forma, o alinhamento

postural, diminuindo os riscos de lesões e aumentando a mobilidade corporal

durante as atividades diárias13.

Os exercícios que promovem o aumento da flexibilidade são

eficazes para melhorar os diferentes aspectos da marcha. Desta forma, podem ser

utilizados como um meio eficaz para melhorar algumas mudanças fisiológicas,

relacionadas à idade, que possam estar prejudicando a realização das atividades

diárias14.

A junção destes aspectos (equilíbrio, força e flexibilidade) pode

influenciar a qualidade de vida do idoso. Esta é definida como a percepção do

indivíduo de sua posição na vida, no sistema de valor em que vivem na relação aos

seus objetivos, no contexto cultural, nas suas expectativas, padrões e

preocupações15.

É um conceito que aborda de forma extensiva, variáveis como:

saúde, estado psicológico, nível de independência, relações sociais, crenças,

11

relações pessoais e recursos no ambiente. Entre os vários aspectos que determinam

a qualidade de vida, um item importante é a independência, pois esta é considerada

um sinal de bom funcionamento na vida cotidiana, sem o auxílio de outras pessoas,

e pode ser associada, com a manutenção de um nível adequado de aptidão física15.

Uma forma de obter saúde e independência é através da prática de

exercícios físicos, o que possibilita o aumento da expectativa de vida, tendo em vista

que diminui as condições incapacitantes e as doenças crônico-degenerativas. Sendo

capaz de auxiliar os idosos a manterem suas atividades da vida diária, melhorando o

equilíbrio postural, a resistência muscular e óssea, além da flexibilidade. Estes

fatores consequentemente podem influenciar na melhora da qualidade de vida6-16.

2.1.1. Benefícios do Exercício Físico para Idosos

O exercício físico é benéfico em todas as idades e para a população

idosa, pode atuar de forma a amenizar declínios típicos do processo de

envelhecimento. Como a velhice traz diminuição funcional às pessoas, a prática de

exercício físico, principalmente os quais possibilitem o trabalho de resistência

muscular, tem sido utilizada como uma alternativa na melhora, ou preservação da

massa muscular e dos níveis de força17-19.

Os diferentes tipos de exercícios físicos, como os que possibilitam o

trabalho de sobrecarga, ou aqueles que trabalham a aptidão cardiorrespiratória, são

importantes para os vários sistemas, tanto o musculoesquelético, quanto o

cardiovascular, os quais dispõem de efeitos positivos, podendo atuar de forma

preventiva, ou ainda servindo como um importante coadjuvante, no tratamento

medicamentoso19.

Os exercícios físicos auxiliam no tratamento de osteoartrites,

osteoporose, obesidade, entre outros, reduzindo a gordura corporal, fortalecendo os

ossos, aumentando a força e a resistência muscular, além da flexibilidade,

diminuindo as incapacidades18-21.

Para a melhora do equilíbrio, diferentes formas de exercícios físicos

vêm sendo investigadas em idosos. Um estudo realizado por Lee e Cho22 com 24

mulheres idosas, verificou que atividades realizadas normalmente para

condicionamento aeróbio, como a bicicleta ergométrica e a esteira, são capazes de

possibilitar melhora na marcha e no equilíbrio dinâmico em idosas saudáveis,

12

quando realizados durante 20 minutos, três vezes por semana, durante oito

semanas.

Exercícios específicos, desenvolvidos para proporcionar efeitos

positivos no equilíbrio de idosos, também estão sendo investigados. Shin e An23

identificaram que um protocolo de exercícios para treinamento de equilíbrio,

realizados por 45 minutos, duas vezes por semana, com 20 mulheres idosas,

durante seis semanas, possibilitou a melhora do equilíbrio e consequentemente a

diminuição do risco de quedas.

A melhora do equilíbrio postural de idosos tem sido relacionada

ainda, com o treinamento de fortalecimento muscular. Lee e Park24 observaram

melhora significativa da força muscular e do equilíbrio em 30 idosos que realizaram

treinamento tradicional, com o uso de pesos, por 12 semanas, visando o

fortalecimento muscular de membros inferiores.

Zhuang et al25 verificaram os efeitos do treinamento combinado de

exercícios de força e de equilíbrio, realizados três vezes na semana, por 60 minutos,

durante 12 semanas, em 28 idosos de ambos os sexos, o que promoveu a melhora

do condicionamento físico e a prevenção de quedas nessa população.

Han et al13 examinaram os efeitos agudo, após cinco minutos de

exercícios de alongamento estático da musculatura flexora plantar de 25 idosos de

ambos os sexos, antes de uma caminhada de 10 metros, e verificaram que em

relação ao equilíbrio e a marcha não houve resultados negativos após o curto

período de tempo de alongamento.

Hariprasad et al26 analisaram os efeitos da intervenção com yoga

sobre a qualidade de vida e a qualidade do sono em 62 idosos de ambos os sexos,

residentes em lares de idosos. Os exercícios eram realizados diariamente, por 60

minutos, durante seis meses e como resultados, os voluntários apresentaram efeitos

benéficos sobre a saúde física, psicológica, relações sociais e meio ambiente

relacionados à qualidade de vida, além da melhora significativa na pontuação total

em relação à qualidade do sono.

Uma prática de exercício físico, que recentemente vem sendo

investigada por seus benefícios, em diversas populações, é o método Pilates21,27;

esses exercícios podem ser realizados em equipamentos, próprios para a prática do

método, ou no solo, com o uso de acessórios, como bola e faixas elásticas, atuando

na melhora do equilíbrio, da força muscular e da flexibilidade5. Esta técnica,

13

realizada de forma sistemática, pode ser uma opção para o desenvolvimento das

capacidades citadas, contribuindo para a manutenção ou melhora da autonomia

funcional de idosos.

2.2. O MÉTODO PILATES

Joseph Hubertus Pilates nasceu na Alemanha em 1883. Durante

toda a sua infância, apresentou saúde frágil, sofrendo com doenças como febre

reumática, raquitismo, asma e bronquite. Pilates encontrou na prática de exercícios

físicos, uma forma para melhorar sua condição de saúde. Praticou esqui, mergulho,

ginástica e boxe. Quando adulto chegou a ser boxeador profissional e artista de

circo, além de instrutor de defesa pessoal, da polícia civil inglesa. Foi um autodidata,

que se aprofundou nos conhecimentos de medicina tradicional chinesa, anatomia e

fisiologia humana, além de princípios da yoga, das artes marciais e dos movimentos

dos animais28.

Durante o período da Primeira Guerra Mundial, vivendo na

Inglaterra, Pilates foi considerado estrangeiro inimigo, sendo levado para um campo

de concentração com outros alemães. Atuando como enfermeiro no local, ajudava

na recuperação dos feridos em guerra. Ao retirar as molas das camas hospitalares e

adaptá-las de forma a criar resistência, possibilitou a realização de exercícios de

fortalecimento muscular aos feridos, antes mesmo deles poderem se levantar do

leito. Esta foi à base que Pilates utilizou para criar os equipamentos, que até hoje

são utilizados para a prática do seu método, que usa a resistência de molas para a

realização dos exercícios28.

Com o fim da guerra, Pilates retornou para a Alemanha onde treinou

a força policial da cidade de Hamburgo. Em 1926 emigrou para os Estados Unidos e

fundou com sua esposa, um local para a prática do método de treinamento físico

que havia criado. Neste local, treinou principalmente atletas da dança, até a sua

morte em 1967. Pilates nominou a técnica de Contrologia. O nome fazia referência, a

necessidade de um controle harmonioso, entre corpo e mente, para a realização dos

exercícios29.

Pilates escreveu apenas duas obras, a primeira em 193430 e a

segunda em 194531, que posteriormente foram republicadas em um único volume32.

Nestas o autor preocupou-se principalmente, com as condições relacionadas a uma

14

boa postura e a importância do equilíbrio entre corpo e mente (controle consciente

dos movimentos do corpo). Escritos em uma época, em que havia poucos

conhecimentos científicos, Pilates amparou-se nos estudos sobre anatomia e

fisiologia, assim como nas suas observações dos movimentos dos animais. Utilizou

ainda, do conhecimento popular e citou os filósofos gregos, para teorizar sobre a

harmonia entre corpo e mente.

Muitos dos conceitos trabalhados no método Pilates foram

transmitidos somente posteriormente, pelos primeiros praticantes que tiveram

contato direto com Joseph Pilates. Os seis princípios básicos, que são a base para a

prática do método, é um exemplo disso. De acordo com Gallagher e Kryzanowska29,

os seis princípios são: concentração, controle, centro, fluidez, precisão e respiração.

Os autores descrevem que a concentração, refere-se ao movimento

consciente durante a realização dos exercícios, de forma a prestar atenção, em cada

passo do movimento realizado, solicitando a combinação correta de músculos. Para

o princípio denominado controle, faz-se necessário que os movimentos sejam

realizados de forma ritmada, sem trancos ou solavancos. Com relação ao centro,

denominado muitas vezes de power house (casa de força), refere-se ao

fortalecimento e ativação constante, dos músculos localizados no centro do corpo,

como os abdominais, a região lombar, pélvica e glútea, responsáveis por sustentar

de forma adequada o tronco na realização dos exercícios. Já o princípio da fluidez,

diz respeito à realização do movimento de forma suave e uniforme, realizado a partir

do centro para a extremidade do corpo. A precisão refere-se principalmente, a

realização de uma amplitude adequada do movimento, sem que haja

compensações, evitando lesões. O último princípio, a respiração, é enfatizado como

forma de auxiliar na coordenação dos movimentos executados, contração dos

músculos do centro e na concentração.

Estes princípios devem ser respeitados em todos os exercícios, que

podem ser realizados tanto no solo, como também usando equipamentos. A prática

no solo é executada usando-se apenas um colchonete. Nesta modalidade o peso

corporal do próprio praticante oferece a resistência na realização dos movimentos.

Já para a prática com o uso dos equipamentos, a maioria dos exercícios depende da

resistência de molas, com diferentes intensidades. Os equipamentos usados para a

prática são: Reformer Universal, Cadillac, as Cadeiras, os Barris, Wall Unit,

15

Guillotine, Ped-o-pull e acessórios, como o Magic Circle e halteres. Os exercícios

são subdivididos em níveis de habilidades, que vão do básico ao avançado28.

Atualmente novos conceitos, advindos de outras modalidades de

exercícios físicos, foram incorporados ao método, que recebeu o nome de seu

criador. Com isso, tornou-se comum o uso de outros acessórios para a prática do

Pilates, como bola Suíça, Bosu, faixa elástica e tornozeleira.

Os programas de Pilates vêm sendo ministrados por profissionais da

Fisioterapia (conforme a resolução de número 386/2011, do Conselho Federal de

Fisioterapia e Terapia Ocupacional) e da Educação Física (conforme a resolução de

201/2010, do Conselho Federal de Educação Física), em programas de reabilitação

e condicionamento físico respectivamente. Pessoas de todas as idades e níveis de

condicionamento físico podem praticar os exercícios, que são adaptados às

condições do executante. Recentemente cresceu o número de praticantes do

método, o que tem fomentado mais pesquisas sobre a eficácia deste nas diversas

condições patológicas, como também, no condicionamento físico de pessoas de

diversas faixas etárias33.

O Pilates é um método que trabalha com exercícios de

fortalecimento e alongamento muscular, para todos os músculos do corpo de forma

global, dando maior especificidade à musculatura relacionada à estabilização lombo-

pélvica5. O conceito inicial misturava elementos de ginástica, artes marciais, yoga e

dança, focando o relacionamento entre corpo e mente. Mais recentemente, novos

elementos foram incorporados ao método e agora, tem sido direcionado tanto para o

condicionamento físico, como para programas de reabilitação19-27.

A técnica pretende melhorar a flexibilidade geral do corpo e buscar a

saúde através do fortalecimento muscular, principalmente do "centro de força"

(abdominais, diafragma, assoalho pélvico, quadrado lombar e paravertebrais) que

são os músculos estabilizadores da coluna. Assim pode-se obter a melhora da

postura, aumento da força muscular e flexibilidade, diminuindo problemas

musculoesqueléticos, dentre outros27,34.

Segundo Bertolla34 o trabalho com este método também visa

movimentar o corpo de forma consciente, tendo como base seis princípios:

concentração, respiração, controle, centralização, fluidez e precisão. Ao trabalhar

todos os conceitos do método, torna-se diferencial a prática dos exercícios, tendo

16

em vista que proporciona o trabalho com exercícios musculares de baixo impacto,

fortalecimento global, contração isotônica e isométrica e alongamento dinâmico.

O sistema básico inclui um programa de exercícios que fortalece a

musculatura abdominal e paravertebral, bem como os de flexibilidade da coluna,

além de exercícios para os diversos segmentos corporais, como os membros

inferiores e superiores27-35.

Particularmente em idosos, que apresentam declínios fisiológicos

típicos do envelhecimento, os estudos com a técnica, direcionados para esta

população, tem investigado principalmente, como o método pode atenuar déficits

relacionados às variáveis da autonomia funcional, como equilíbrio postural, força e

flexibilidade, assim como, a forma com que estas variáveis, podem refletir na

qualidade de vida.

2.2.1. Pilates para Idosos

O processo de envelhecimento envolve uma série de alterações

degenerativas e podem levar a perdas consideráveis de autonomia pessoal e na

qualidade de vida para os idosos. Segundo Rodrigues et al36 as limitações funcionais

afetam a capacidade de cada indivíduo, para realizar suas atividades e apresentam

desafios diretos para o bem-estar e para a qualidade de vida.

Para atenuar esses problemas, a prática de exercícios físicos é

fundamental e o método Pilates torna-se uma opção relevante, podendo melhorar a

consciência corporal e a coordenação motora37. Uma vez que usa exercícios que

fortalecem a musculatura central do corpo (músculos estabilizadores da coluna),

com poucas repetições de movimentos, proporciona menor risco de lesões, podendo

ser uma técnica que auxilia na prevenção e tratamento de distúrbios geriátricos36-39.

Appell et al39 tinham por objetivo identificar os efeitos do Pilates no

equilíbrio postural de 19 idosos. Para isto, formou dois grupos de voluntários, um de

treinamento com Pilates, que realizou principalmente exercícios estabilizadores do

tronco e da cintura pélvica, e um grupo controle, que continuou a realizar suas

atividades rotineiras (exercícios de flexibilidade, fortalecimento e aeróbico). Ambos

os grupos, realizaram as atividades duas vezes na semana, por 60 minutos, ao

longo de 10 semanas. Os autores verificaram melhora significativa sobre o equilíbrio

estático e dinâmico, apenas no grupo que realizou os exercícios de Pilates.

17

Bird e Caiu37 avaliaram os efeitos positivos a longo prazo dos

exercícios do método Pilates, em relação ao equilíbrio e a força muscular em idosos.

Participaram 30 idosos da comunidade, com mais de 69 anos. O estudo teve

duração de cinco semanas. Foram realizadas avaliações iniciais, pós-intervenção

(quinta semana) e após 12 meses do início do estudo, possibilitando identificar

diferenças significativas sobre as variáveis observadas, após a quinta semana de

intervenção. Ao final da pesquisa (após 12 meses), as melhoras observadas foram

mantidas em todos os participantes, sendo observado um aumento maior dos

benefícios, nos participantes que continuaram o treinamento de Pilates ao longo do

ano.

Irez et al38 analisou a melhora do equilíbrio dinâmico, da flexibilidade,

do tempo de reação e da força muscular em mulheres idosas, através do

treinamento com o método Pilates. Participaram da pesquisa, 60 idosas saudáveis e

sedentárias, que foram subdivididas em grupo experimental e controle. O grupo

experimental realizou Pilates, três vezes na semana, por 12 semanas, as sessões

eram de 60 minutos e o grupo controle não realizou nenhuma atividade física. Os

resultados mostraram que houve melhora significativa em relação ao equilíbrio

dinâmico, a flexibilidade, o tempo de reação, a força muscular, diminuindo assim, as

quedas das mulheres idosas que realizaram Pilates.

Rodrigues et al36 avaliou os efeitos do método Pilates sobre a

autonomia pessoal, equilíbrio e qualidade de vida de mulheres idosas saudáveis.

Foram selecionadas 27 voluntárias as quais realizavam exercícios, duas vezes por

semana, durante oito semanas (grupo experimental). O grupo controle era formado

por 25 voluntárias que não realizaram nenhuma atividade. Os resultados

demonstraram que houve diferenças significativas pós-teste no grupo de Pilates, em

relação a todas as variáveis pesquisadas.

18

3. DESENVOLVIMENTO

Nesta seção do relatório, consta a produção técnica, em que são

descritas informações de formatação do material e os itens que compõe o livro, com

explicações detalhadas sobre a importância de cada tópico e sub-tópicos que

integraram o documento final.

3.1. COMPOSIÇÃO DO LIVRO

O livro seguirá as normas de publicação da editora Phorte, que se

encontra disponível no site www.phorte.com.br: título (mais cinco sugestões de

títulos para o mercado); autores; filiação científica dos autores; prefaciais; texto

(introdução e capítulos) e pós-texto.

No mesmo, constam os seguintes tópicos:

1. Introdução: Nesse item são expostos dados em relação ao

número crescente de idosos no Brasil e no mundo, como as

áreas ligadas à saúde estão envolvidas em tratamentos e

prevenções, para que os idosos tenham um envelhecimento mais

saudável e independente. Sendo a prática regular de exercícios

físicos importante para a manutenção da saúde e consequente

melhoria da qualidade de vida. Por existirem diversas opções de

exercícios físicos, uma opção para tal, é o uso dos exercícios do

método Pilates para essa população. O principal objetivo deste

tópico no livro é instigar a curiosidade do leitor, para que o

mesmo se motive a adentrar nos demais tópicos;

2. Envelhecimento: Este tópico explica o processo do

envelhecimento, como os fatores genéticos e ambientais que

influenciam no curso da vida e os declínios tipicamente

encontrados em idosos;

3. Exercício físico para idosos: Leva em consideração a importância

da prática de exercícios físicos, para os vários sistemas do corpo

em processo de envelhecimento, principalmente quanto aos

aspectos físicos;

19

4. Método Pilates e os benefícios para idosos: Apresenta os

princípios para a realização dessa técnica. Logo em seguida é

descrito sobre as capacidades físicas mais afetadas em idosos e

como o método Pilates pode contribuir com o desenvolvimento

dessas capacidades;

5. Avaliação física e funcional em idosos: Neste tópico são

apresentadas possibilidades de avaliações específicas para

idosos, quanto aos domínios: equilíbrio postural, força e

resistência muscular e flexibilidade;

6. Local e equipamentos para a prática do Pilates: Neste item

comenta-se sobre o espaço físico necessário para a prática do

Pilates; os equipamentos utilizados e informa ainda, sobre a

composição, utilização e benefícios de cada aparelho;

7. Controle da intensidade de esforço nos exercícios de Pilates: É

apresentada uma tabela de percepção de esforço, como

sugestão para que os profissionais possam progredir os

exercícios com idosos. Também é apresentada uma sugestão de

ficha para registro do treinamento de Pilates;

8. Protocolo de exercícios de Pilates para idosos: Levando em

consideração as capacidades físicas mais comprometidas nos

idosos, é exposto um protocolo constando de 20 exercícios de

Pilates para idosos iniciantes do método. Este protocolo consta

das seguintes subdivisões – a) exercícios de alongamentos

iniciais; b) fortalecimentos de membros inferiores; c)

fortalecimento da musculatura abdominal e paravertebral; d)

fortalecimento de membros superiores; e) alongamentos finais.

São expostos separadamente cada item, e todos apresentam

imagens de uma idosa executando o movimento inicial do

exercício e outra imagem em relação à execução do mesmo. Em

cada exercício selecionado é apresentado: nome original do

exercício, equipamento utilizado, descrição do exercício, grupo

muscular alvo, posição inicial, respiração inicial, execução,

respiração final, movimento final e sugestão;

20

9. Principais resultados de intervenções com o método Pilates em

idosos: Nesse item são apresentadas evidências científicas,

quanto à prática do método Pilates em idosos. Para isso, uma

tabela com cinco estudos (ensaios clínicos randomizados),

demonstra os métodos e os principais resultados encontrados em

cada trabalho;

10. Considerações Finais: São expostas considerações sobre a

importância dos tópicos abordados e a necessidade de mais

estudos sobre a temática;

11. Referências: Apresenta as referências bibliográficas utilizadas

durante todo o texto do livro.

As principais seções do livro são a seguir descritas, com as

justificativas referentes à sua importância, para a composição da produção técnica e

a forma com que foram elaboradas.

3.1.1. Referencial Teórico do Livro

Para seleção do referencial teórico do livro, optou-se principalmente

por artigos científicos publicados nos últimos cinco anos, em revistas científicas

indexadas. São incluídos ainda livros cujos autores são referência quanto ao método

Pilates. Optou-se como sequência para o material, o tema envelhecimento, seguido

dos subtemas exercício físico para idosos e método Pilates: os benefícios para

idosos.

O intuito desta seção no livro é suscitar no leitor a importância da

prática do exercício físico, mais especificamente o método Pilates, para atenuar os

declínios comumente relacionados ao envelhecimento.

3.1.2. Avaliação Física e Funcional em Idosos

É explicitado no livro, que antes de iniciar qualquer intervenção, o

profissional deverá realizar uma anamnese completa do indivíduo, de forma a

recordar o estado clínico do mesmo. A anamnese deve conter principalmente,

questões referentes à existência de doenças diagnosticadas, realizações de

21

cirurgias, problemas visuais, usam de medicamentos, presença de labirintite,

limitações funcionais para a realização de algum movimento, uso de próteses e

presença de dor em alguma região do corpo.

A avaliação física e funcional é explicitada na forma de tabela, na

qual constam os testes relacionados a capacidades físicas de idosos, como força

muscular, equilíbrio postural e flexibilidade. Todos os testes são incluídos nas

referências do livro, para busca por parte do leitor.

3.1.3. Local e Equipamentos para a Prática do Pilates

No livro consta que o local de aplicação dos exercícios do método

Pilates, deve ser bem iluminado e arejado, com temperatura controlada e espaço

físico que possibilite a alocação dos equipamentos, assim como, espaço para o

trânsito dos praticantes e do profissional. Recomenda-se uma sala com no mínimo

30 m2, com solo forrado com material confortável e térmico, como o Etileno Acetato

de Vinila (Ethylene Vinyl Acetate - EVA).

Para a realização dos exercícios é indicado o uso de roupas que não

restrinjam a amplitude de movimento. Desta forma, o uso de camisetas de algodão

ou poliéster e o uso de shorts ou calça de lycra ou elastano são os mais indicados.

Na prática do método Pilates não existe a necessidade do uso de calçado ou alguma

proteção especial para os pés. A prática pode ser feita descalça ou com uso de

meias contendo solado antiderrapante.

Quanto aos equipamentos, os mesmos foram originalmente

desenvolvidos por Joseph Pilates, que criou nove aparelhos para a prática do seu

método, que são: Cadillac Trapézio, Reformer Universal, Cadeira Combo, Ladder

Barrel, Wall Unit, Meia Lua, Step Barrel, Guilhotina e Ped-o-Pull28. O presente livro

se reportou a todos os equipamentos, apresentando uma descrição e imagem de

cada aparelho. Porém, na sugestão de protocolo de exercícios de Pilates para

idosos (próximo subtítulo a ser apresentado) aparecem apenas os quatro

equipamentos mais utilizados (presentes na maioria dos locais que oferecem a

técnica e também na maior parte das pesquisas com o método), que são: Cadillac

Trapézio, Reformer Universal, Cadeira Combo e Ladder Barrel36. Na sequência é

apresentada uma breve descrição destes quatro aparelhos, justificando a escolha de

cada um para a prática de Pilates por pessoas idosas.

22

O Cadillac Trapézio possibilita fácil acesso para pessoas idosas,

uma vez que o mesmo encontra-se a 60 cm do solo, facilitando o posicionamento do

praticante no assento. Tendo em vista, as diversas possibilidades de

posicionamentos das molas de resistências, torna-se possível facilmente modificar a

intensidade de esforço conforme o nível da praticante. Os exercícios neste

equipamento, no que diz respeito a pessoas idosas, podem ser executados

principalmente em decúbito dorsal.

Assim como o Cadillac Trapézio, a Cadeira Combo encontra-se a 60

cm do solo, facilitando dessa forma o acesso de idosos ao equipamento. Este

aparelho fornece a possibilidade de execução de exercícios em vários planos, mas

principalmente, quanto ao fortalecimento de membros inferiores, no plano sentado,

que são executados em um grau de dificuldade condizente com a maior parte dos

indivíduos com mais de 60 anos. A resistência oferecida pelas quatro molas e os 16

encaixes, em que as mesmas podem ser acopladas, possibilitam combinações para

atender as diferentes intensidades de esforço, apresentadas pelos praticantes.

O equipamento Reformer Universal, por ser caracterizado por um

deslizamento de uma prancha de madeira posicionada sobre roldanas, possibilita a

realização de exercícios em diversas combinações. Para idosos, as melhores

posições são com o executante posicionado em pé fora do aparelho, ou sobre o

equipamento, na posição deitada (em decúbito dorsal e lateral) e sentado, em

exercícios de alongamento e/ou fortalecimento. A resistência de esforço é oferecida

por cinco molas que dificultam o deslizamento da prancha de madeira.

Diferente dos outros aparelhos citados, o Ladder Barrel não possui a

resistência de molas. Deste modo, para pessoas idosas, o equipamento pode ser

utilizado principalmente para realização de exercícios de alongamento corporal,

como para o quadríceps, isquiostibiais, glúteo, oblíquo do abdome, além de grupos

musculares da cadeia anterior do tronco, como reto do abdome e peitoral.

3.1.4. Controle da Intensidade de Esforço nos Exercícios de Pilates

Para a realização dos exercícios de Pilates em pessoas idosas, é

sugerido na produção técnica posições básicas, que podem ser executadas de

maneira a não prejudicar o sistema musculoesquelético do executante. Além disso,

23

o protocolo de exercícios contempla alongamentos e fortalecimentos para os

principais grupos musculares.

Optou-se no livro por respeitar a forma com que o Pilates é

tradicionalmente trabalhado, com uma série para cada exercício e no máximo 10

repetições. Em relação à frequência, o ideal é a participação em no mínimo duas

sessões semanais, em dias não consecutivos, em sessões de 60 minutos de

duração (como vem sendo demonstrado por estudos, que fazem parte do último

tópico do livro, que está relacionado a evidências científicas)36,38,40-42.

Sobre o controle de intensidade da carga de trabalho, a mesma é

sugerida, de forma a respeitar a individualidade de cada praticante, que pode ser

relatada pela percepção de esforço43. Uma forma de controlar a progressão dessa

variável é através do registro em uma ficha individual de treinamento, que também é

sugerida no livro. Em que toda vez que o profissional modificar a intensidade do

esforço, a nova carga deve ser imediatamente anotada.

3.1.5. Protocolo de Exercícios de Pilates para Idosos

O livro evidencia que o método Pilates deve ser aplicado por

profissionais capacitados, com formação direcionada a prescrição do exercício

físico, como aqueles formados em Educação Física e Fisioterapia. Uma vez que os

conhecimentos sobre a técnica atualmente são pouco abordados durante a

formação (graduação) das duas áreas, recomenda-se aos profissionais, a realização

de um curso específico que contemple a base para a aplicação do método Pilates.

Para o livro, respeitou-se uma sequência de exercícios que

envolvem alongamentos iniciais, fortalecimento de membros inferiores,

fortalecimento da musculatura abdominal e paravertebral, fortalecimento de

membros superiores e alongamentos finais, como tem sido trabalhado na prática e

na pesquisa clínica40-42.

Em cada exercício é descrito o nome original em língua inglesa, o

equipamento utilizado, a descrição do exercício, o grupo muscular alvo, a posição

inicial, respiração inicial, execução, respiração final, movimento final e sugestões.

Além destas informações inclui para cada exercício, três imagens, referentes à

posição inicial no equipamento, execução e quanto ao grupo muscular alvo.

24

A sequência é escolhida na expectativa de ofertar ao leitor um passo

a passo de cada exercício, de uma forma didática e sequencial, com ilustrações que

reportem a execução correta de cada movimento, como também o grupo muscular,

possibilitando a melhor escolha para cada caso.

3.1.6. Principais Resultados de Intervenções com o Método Pilates em Idosos

Nesta seção, o livro apresenta evidências científicas quanto à prática

do método Pilates em idosos. Para esta etapa, foi realizada uma busca referente aos

últimos cinco anos (entre 2009 e 2014), em periódicos indexados nas seguintes

bases de dados eletrônicas: SPORTDiscus, PubMed (MEDLINE) e LILACS. O termo

de busca utilizado nas bases foi “pilates”. O mesmo foi usado separadamente e em

conjunto com os seguintes descritores: idoso, envelhecimento, exercício, força,

sarcopenia, equilíbrio e flexibilidade, assim como os seus termos equivalentes em

língua inglesa. Duplicatas entre as buscas foram removidas.

Para ser incluído o artigo precisava: 1) ter sido publicado em uma

revista com revisão por pares; 2) ter utilizado como forma de exercício físico o

método Pilates; 3) possuir no protocolo de avaliação ao menos uma medida

relacionada à autonomia funcional, como força ou resistência muscular, flexibilidade,

agilidade, equilíbrio postural ou aptidão cardiorrespiratória; 4) atender a requisitos

mínimos de um estudo experimental verdadeiro (randomização com formação de

grupo controle); 5) atender a requisitos mínimos relativos às informações sobre o

desenvolvimento do estudo (como a frequência com que ocorriam as intervenções e

a duração da mesma).

Para seleção foi levado em consideração primeiramente o título.

Quando este apresentava potencial inclusão, os resumos eram lidos. Ao ser

observado um artigo em potencial, a leitura na íntegra dos artigos foram realizadas.

A avaliação dos artigos foi feita por dois avaliadores independentes. Na sequência

estes se reuniram para averiguar se existiam divergências quanto aos textos

selecionados, de modo que estas foram sanadas por consenso. Em casos em que a

divergência permanecia, um terceiro avaliador foi requisitado.

Atenderam aos critérios de inclusão cinco estudos36,38, 40-42. Optou-se

no livro pela descrição dos estudos na forma de tabela, contendo os autores,

número de sujeitos (voluntários), sexo, quantos grupos continham o estudo, a idade

25

média dos participantes, a frequência e tempo de cada sessão, o protocolo de

avaliação e o desempenho funcional (comparação pré e pós-intervenção). Todos os

resultados são descritos no livro de maneira didática, para facilitar o entendimento

por parte do leitor.

3.2. APLICAÇÃO NA ÁREA DO EXERCÍCIO FÍSICO RELACIONADO À PROMOÇÃO DA SAÚDE

Sobre a aplicação da produção técnica (livro) na área do exercício

físico relacionado à promoção da saúde, destaca-se o fato, de existirem escassos

materiais referentes à aplicação do exercício Pilates. Quando a área é

especificamente relacionada ao envelhecimento, a situação é ainda mais crítica.

Atualmente os cursos de graduação das áreas do exercício físico

relacionado à promoção da saúde, normalmente não possuem uma disciplina

específica que aborde sobre a aplicação do método Pilates. A temática

envelhecimento, nem sempre é estudada de forma complexa nestes cursos. Desta

forma, a proposta de produção técnica apresentada pelo presente relatório, vem a

contribuir com a lacuna atualmente existente na literatura, sobre a aplicação do

método Pilates em idosos.

Uma vez que todo material foi confeccionado tomando-se como

base, as pesquisas científicas existentes sobre a temática, o profissional ao usufruir

do livro, encontrará informações atuais e confiáveis sobre o tema em questão,

podendo compreender de forma pontual e organizada, como a técnica pode

possibilitar o desenvolvimento de capacidades físicas imprescindíveis para a pessoa

idosa.

Apesar de não ser o foco principal da produção técnica em questão,

um tópico específico sobre avaliação física e funcional do idoso é abordado,

contemplando testes que podem ser aplicados em indivíduos que se encontram na

terceira idade, envolvendo principalmente as variáveis referentes ao equilíbrio

postural, à força/resistência muscular e flexibilidade.

São abordadas no livro ainda, questões elementares como tamanho

ideal mínimo, para uma sala de Pilates, tipo mais adequado de piso e os principais

equipamentos que um local deve apresentar, de forma a fornecer uma prática

segura do método para pessoas idosas.

26

Outro fator relevante, diz respeito à forma com que o Pilates é

ministrado. O controle da carga costumeiramente é realizado por meio de

percepções do próprio profissional, levando em consideração possíveis

compensações articulares por parte do executante3,5,27.

É apresentada no livro, uma proposta de percepção de esforço43,

que possibilitará uma evolução mais concisa da carga, para idosos que praticarem

Pilates. Da mesma forma, o registro do treinamento contribui com a evolução das

intervenções, quanto às capacidades físicas, relacionadas ao desenvolvimento do

equilíbrio postural, da força muscular e da flexibilidade.

Outra contribuição relevante do livro é à explicação detalhada

quanto à execução do movimento, uma vez que os materiais disponíveis atualmente

no mercado editorial, normalmente não fornecem informações minuciosas sobre a

maneira com que os exercícios devem ser executados, como a forma correta da

respiração, posicionamento do praticante antes, durante e ao final do movimento,

além das ilustrações que favorecem o entendimento sobre este posicionamento e os

principais grupos musculares envolvidos no exercício.

Uma tabela contendo os principais ensaios clínicos randomizados e

controlados foi incluída36,38,40-42, de forma a possibilitar ao leitor, acesso a

informações quanto a prática com base em evidências. Desta forma, espera-se que

o presente material auxilie de maneira didática e prática, profissionais que atuam

com o método Pilates, para que estes possam atender a demanda crescente de

idosos na prática deste exercício físico, quanto à promoção da saúde.

27

4. CONCLUSÃO E ESBOÇO DO LIVRO

Esse livro poderá auxiliar os profissionais da área do exercício físico

na promoção da saúde, como aqueles graduados em Educação Física e

Fisioterapia, tendo como intuito a melhora na qualidade dos serviços, quanto à

intervenção dos exercícios físicos referentes à técnica de Pilates. O mesmo sugere

exercícios, que possam promover força, equilíbrio e flexibilidade a terceira idade e

os detalha passo a passo. Assim, poderá haver uma chance maior de sucesso na

intervenção, quando o foco estiver direcionado para estas variáveis, tão importantes

para uma maior independência e uma melhor qualidade de vida dos idosos.

A limitação desse trabalho foi em relação ao número de exercícios

selecionados, que contempla apenas uma sugestão de exercícios básicos, uma vez

que após um determinado período de tempo (que varia de acordo com a resposta de

cada praticante), os exercícios poderão evoluir. Outro fator é que em uma sessão de

Pilates, podem ser realizados mais de 20 exercícios, dependendo do nível em que

se encontra o praticante.

Sugere-se em trabalhos futuros a realização de um protocolo com

maior número de exercícios, que contemple a passagem de níveis de execução,

como por exemplo, dos exercícios básicos para os intermediários, de forma a

possibilitar aos profissionais que atuam com o método, uma sequência de

progressão para idosos praticantes da técnica.

A seguir é apresentado o livro, de acordo com as normas de

submissão da editora Phorte.

28

Título:

APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS

Sugestões de títulos:

MÉTODO PILATES PARA IDOSOS

MÉTODO PILATES EM EQUIPAMENTOS PARA IDOSOS

APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM EQUIPAMENTOS

PARA IDOSOS

MÉTODO PILATES - ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E

INDEPENDENTE

MÉTODO PILATES PARA SAÚDE DE IDOSOS

Laís Campos de Oliveira

Graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP),

Jacarezinho, Paraná (2009). Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica pela

Universidade Gama Filho (UGF), Rio de Janeiro (2012). Mestre em Exercício Físico na

Promoção da Saúde – Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Atualmente atua como

docente do curso de graduação em Fisioterapia na Universidade Estadual do Norte do Paraná

(UENP).

Deise Aparecida de Almeida Pires-Oliveira

Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário Claretiano, Batatais, São Paulo (1989).

Especialista em Gerontologia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU, 1997). Mestre

em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB, 2001). Doutora em Engenharia

Biomédica pela Universidade Vale do Paraíba (UNIVAP, 2008). Atualmente atua como

docente nas graduações de Fisioterapia e Educação Física da Universidade Norte do Paraná

(UNOPAR) e nos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências da Reabilitação

(Mestrado associado UEL/UNOPAR) e Mestrado Profissional em Exercício Físico na

Promoção da Saúde (UNOPAR).

29

Dedicatória:

Esse livro é dedicado aos profissionais da área da saúde, que atuam com o método Pilates e

que assim como nós, se dedicam, buscando proporcionar mais saúde e independência aos

idosos; e sabem, que acima de tudo, a prática de exercício físico para tal finalidade é

fundamental. Conhecendo os benefícios dos exercícios de Pilates, a seleção dos exercícios,

mais indicados para idosos, tendo como objetivo, manutenção ou melhora da força, equilíbrio

e flexibilidade (capacidades físicas prejudicadas no processo de envelhecimento) torna-se

fundamental para propiciar benefícios físicos e emocionais á essa população. Dessa forma,

esperamos que essa obra colabore com a melhora da assistência á saúde de nossos idosos.

Agradecimentos:

Agradeço a Deus por essa dádiva. Ao meu querido marido, que tanto colaborou para a

construção dessa obra, seu amor me fortalece. A minha orientadora Deise, que acreditou e se

dedicou comigo nesse livro. A toda minha família, pelas orações; e a minha colaboradora

amiga Roseli.

Laís C. Oliveira

Obrigada Senhor, por nos proporcionar esta Obra e principalmente a Laís que diante de sua

eficiência e dedicação pode almejar vôos mais altos, com a publicação deste livro. Obrigada a

todas as pessoas que puderam sonhar conosco e ver a concretização deste sonho!

Deise A. A. Pires-Oliveira

Epígrafe:

“É preciso chegar ativo à terceira idade, não lamentar o envelhecimento, mas encará-lo como

uma celebração da sabedoria” - Alexandre Kalache.

Prefácio:

Prefaciar esta obra é motivo de muito orgulho. Acompanhei o desenvolvimento do

material, desde o início, quando surgiu, por parte das autoras, a ideia de elaborar um manual,

que pudesse auxiliar profissionais ligados à prescrição do exercício físico, que trabalhassem

com o método Pilates.

O trabalho ganhou uma proporção maior do que inicialmente era esperado; e

contemplou aspectos elementares para o profissional que atua ou pretende atuar com o

30

método Pilates em indivíduos idosos. Este livro descreve as possibilidades de execução dos

exercícios (no solo ou com equipamentos), a necessidade de se respeitar os seis princípios

básicos, além de abordar o método como uma possibilidade de exercício físico na terceira

idade. As autoras especificaram algumas limitações que tipicamente acometem indivíduos

idosos, argumentando como o Pilates é capaz de contribuir, para que tais eventos sejam

revertidos, ou atenuados.

Mesmo não sendo o objetivo primário da obra, testes físicos e funcionais de fácil

aplicação e baixo custo são apresentados. Outro aspecto relevante, diz respeito a uma proposta

de controle da intensidade do esforço durante a realização dos exercícios, com registro que

visa o acompanhamento/evolução do treinamento. Fato este de suma importância, uma vez

que na prática profissional, normalmente este controle não é realizado.

Os equipamentos utilizados para a prática do método, desenvolvidos pelo criador da

técnica, Joseph Hubertus Pilates são apresentados. Em seguida, as autoras sugerem um

protocolo de exercícios para idosos iniciantes no método, com explicações detalhadas sobre a

execução correta de cada movimento, como posicionamento do idoso no equipamento,

respiração e grupo muscular envolvido, além de sugestões, que contemplam possibilidades de

adaptação do movimento.

Não obstante, as autoras dedicaram uma sessão para descrever evidências científicas

sobre a temática, em que são apresentados estudos com o método Pilates na população idosa,

de forma a demonstrar a real capacidade da técnica, nesta fase da vida.

Todos estes aspectos abordados pela obra são reflexos das vivências profissionais das

autoras, que vem se dedicando nos últimos anos, aos estudos relacionados ao método Pilates,

ou na compreensão do exercício físico para a promoção da saúde de pessoas idosas.

A experiência em Pilates, adquirida pela autora Laís C. Oliveira durante a atuação

prática com o método e ministrando cursos de certificação profissional, fica nesta obra

evidenciada. De outro lado, a experiência científica e acadêmica da autora Deise A. A. Pires-

Oliveira, possibilitou o rigor metodológico exigido para a confecção deste material. Esta

combinação, aliada a uma escrita técnica e sucinta, garantem a obra, contribuição ímpar para

as áreas do conhecimento relacionadas a prescrição do exercício físico em idosos.

Prof. Ms. Raphael Gonçalves de Oliveira

Graduado e Mestre em Educação Física. Doutorando em Ciências da Reabilitação. Professor

do curso de Educação Física da UENP. Ministra cursos de certificação em Pilates. Autor de

vários artigos científicos sobre o método Pilates.

31

SUMÁRIO

Introdução ....................................................................................................................................

1. Envelhecimento .......................................................................................................................

1.1. Exercício físico para idosos ..................................................................................................

1.2. Método Pilates: os benefícios para idosos ............................................................................

2. Avaliação Física e Funcional em Idosos .................................................................................

3. Local e Equipamentos para a Prática do Pilates ......................................................................

4. Controle da Intensidade de Esforço nos Exercícios de Pilates ................................................

5. Protocolo de Exercícios de Pilates para Idosos .......................................................................

5.1. Exercícios de Alongamentos Iniciais ...................................................................................

5.2. Exercícios de Fortalecimento de Membros Inferiores (MMII) ............................................

5.3. Exercícios de Fortalecimento da Musculatura Flexora e Extensora do Tronco ...................

5.4. Exercícios de Fortalecimento de Membros Superiores (MMSS) .........................................

5.5. Exercícios de Alongamentos Finais .....................................................................................

6. Principais Resultados de Intervenções com o Método Pilates em Idosas ...............................

Considerações Finais ...................................................................................................................

Referências ..................................................................................................................................

32

INTRODUÇÃO

Atualmente um processo que chama a atenção, em diversas áreas do conhecimento é o

envelhecimento da população. Este fenômeno vem ocorrendo no mundo todo, o que tem

levado ao aumento do número de idosos. No Brasil, enquanto a proporção de crianças vem

diminuindo, a de pessoas com mais de 65 anos passou de 5,1% em 1991 a 5,8% em 2000,

chegando a 7,2% em 20101. Um indivíduo é considerado idoso (ou pertencente à terceira

idade) nos países em desenvolvimento (como é o caso do Brasil), após os 60 anos de idade,

sendo que em países desenvolvidos a faixa etária de referência é os 65 anos2.

O número de idosos tende a crescer ainda mais, principalmente devido à baixa taxa de

fecundidade, como também, pelo aumento da expectativa de vida1. Todavia, mesmo com a

diminuição da taxa de mortalidade, o envelhecimento tipicamente leva ao acúmulo de

incapacidades e doenças, que limitam algumas funções normais do corpo. Nessa fase é

comum ocorrer algumas doenças crônico-degenerativas, como as artrites, sarcopenia e

diminuição na densidade mineral óssea3.

Para atenuar os fatores de declínio das funções fisiológicas, de forma a possibilitar

melhor saúde e independência para pessoas idosas, os exercícios físicos podem ser uma opção

importante, contribuindo com o aumento da expectativa de vida, além da diminuição de

condições incapacitantes e das doenças crônicas. A prática de exercícios físicos poderá

proporcionar aos idosos, manterem suas atividades diárias com autonomia, uma vez que é

capaz de contribuir com diversos fatores, como a melhora da força muscular (Figura 1), do

equilíbrio e da flexibilidade.

Figura 1. Exercício de fortalecimento muscular com a

utilização da bola suíça. Fonte: Própria.

33

Neste período da vida, preservar a saúde e atenuar o déficit dessas capacidades (força,

equilíbrio e flexibilidade), torna-se importante para que o idoso possa realizar com

independência as atividades do seu cotidiano, contribuindo com sua qualidade de vida4.

Várias são as possibilidades de prática de exercícios físicos para idosos, no entanto,

algumas são pouco investigadas, como é o caso do método Pilates. Nesta técnica, busca-se o

fortalecimento muscular e o alongamento de todos os segmentos corporais, visando aumento

da força muscular e da flexibilidade, melhora da coordenação motora, postura e equilíbrio,

tendo como foco principal, o fortalecimento da musculatura estabilizadora da coluna5,6.

Os exercícios de Pilates podem ser realizados em duas modalidades, no solo,

conhecido como Mat Pilates (Figura 2), ou com o uso de equipamentos, denominado Studio

Pilates (Figura 3).

Na primeira modalidade, apenas o peso corporal do próprio praticante, oferece a

resistência nos movimentos, ou o uso de acessórios, como a bola suíça e/ou faixas elásticas,

por exemplo, (Figura 4). Na segunda modalidade, são utilizados equipamentos específicos

para a realização dos exercícios, os quais, na sua maioria, utilizam de molas de progressão de

carga, que atuam como uma resistência, ou como auxílio no movimento (Figura 5).

Figura 2. Espaço para a prática de

Pilates solo (Mat Pilates).

Fonte: Própria.

Figura 3. Espaço para a prática de

Pilates em equipamentos (Studio

Pilates). Fonte: Própria.

34

Tendo em vista que o método Pilates possui muitas possibilidades de exercícios, é

possível selecionar os mais adequados a cada participante, de acordo com o seu

condicionamento físico e suas limitações funcionais, o que diminui as chances de ocorrer

algum tipo de lesão7. No entanto, pouco se sabe sobre a aplicação desta técnica em idosos8.

Deste modo, existe uma necessidade de subsídio para a prática profissional, quanto a

aplicação do método Pilates em pessoas idosas, de forma a orientar sobre possibilidades de

exercícios, para indivíduos nesta faixa etária, que sejam iniciantes no método.

Visando contribuir com o preenchimento desta lacuna, o presente livro realizará no

primeiro capítulo, uma breve descrição sobre o processo de envelhecimento e como o

exercício físico, será capaz de auxiliar nesta fase da vida; descrevendo ainda, de que forma o

Pilates poderá contribuir, para atenuar declínios físicos e funcionais, como força e resistência

muscular, equilíbrio postural e flexibilidade.

No segundo capítulo serão apresentados alguns testes físicos e funcionais, como

sugestão para avaliar as capacidades físicas citadas. A seguir, no capítulo três, serão descritas

questões, sobre o local para aplicação do método e os principais equipamentos utilizados para

a sua prática. No quarto capítulo, será apresentada uma sugestão quanto ao controle da

intensidade da carga de trabalho, além de uma tabela para registro do treinamento. O quinto

capítulo ilustrará uma proposta de exercícios, na qual serão contemplados, aqueles visando

alongamento e fortalecimento muscular, para os principais segmentos corporais (membros

inferiores e superiores, flexores e extensores do tronco).

Figura 5. Exercício de fortalecimento dos

membros inferiores no aparelho Reformer

Universal. Fonte: Própria.

Figura 4. Exercício de fortalecimento

com o peso do próprio corpo, utilizando

um acessório (Magic Circle). Fonte:

35

Por fim, no sexto capítulo, será apresentada ao leitor, uma tabela contendo a revisão de

artigos atuais, que observaram a influência do método Pilates em grupos de idosos, e os

principais resultados encontrados em cada estudo.

36

1. ENVELHECIMENTO

O envelhecimento é um processo natural que ocorre no organismo dos seres vivos, e é

definido como uma perda progressiva da função biológica, após o organismo ter atingido a

sua competência máxima de reprodução. Esse processo ocorre de forma diferente em cada

pessoa, porém, de maneira geral, a população mundial apresenta uma maior expectativa de

vida, quando no passado era privilégio de poucos a experiência de chegarem à fase idosa4,9.

Com isso, as áreas relacionadas à saúde, estão mais atentas aos cuidados com os

idosos, buscando um envelhecimento com melhor qualidade de vida, que atue na saúde física

e emocional, possibilitando que estas pessoas, realizem de forma independente suas atividades

do cotidiano10.

Uma forma de obter saúde e independência, é através da prática de exercícios físicos,

o que possibilita o aumento da expectativa de vida, tendo em vista que ocorre a diminuição

das condições incapacitantes e das doenças crônico-degenerativas. O exercício é capaz de

contribuir para que os idosos possam manter suas atividades da vida diária de forma

independente, uma vez que possibilita a melhora da mobilidade articular, da resistência

muscular e óssea, além do equilíbrio postural. Estes fatores consequentemente evitam a

incidência de quedas, podendo dessa forma, influenciar na melhora da qualidade de vida3,9

(Figura 6).

Figura 6. Capacidades físicas e condições impactantes sobre a qualidade de

vida proporcionada pela prática do exercício físico.

37

1.1. EXERCÍCIO FÍSICO PARA IDOSOS

A prática regular de exercício físico pode ser benéfica em todas as idades. Para a

população idosa, pode atuar de forma a amenizar, os declínios relacionados a vários aspectos,

como os de ordem física. Uma vez que a velhice traz diminuição funcional às pessoas, a

prática de exercício físico, principalmente os quais possibilitem o trabalho de resistência

muscular, tem sido utilizado como uma alternativa na melhora, ou preservação da massa

muscular e dos níveis de força11-13.

Os exercícios físicos são importantes para vários sistemas, tanto para o

musculoesquelético, quanto para o cardiovascular, os quais dispõem de efeitos positivos,

podendo atuar de forma preventiva, ou ainda servindo como um importante coadjuvante no

tratamento medicamentoso. Exercícios físicos auxiliam no tratamento de osteoartrites,

osteoporose, obesidade, entre outros, reduzindo a gordura corporal, fortalecendo os ossos,

aumentando a força e a resistência muscular, consequentemente auxilia na diminuição das

incapacidades12-15.

Realizar exercícios com regularidade, pode trazer benefícios tanto para os aspectos

físicos, quanto emocionais. Uma prática, que recentemente vem sendo investigada por seus

benefícios, em diversas populações, é o método Pilates15,16; esses exercícios, quando

realizados de forma sistemática, pode ser uma opção para o desenvolvimento de capacidades

físicas, como força/resistência muscular e flexibilidade, contribuindo com a melhora do

equilíbrio postural e da autonomia funcional em idosos.

1.2. MÉTODO PILATES: OS BENEFÍCIOS PARA IDOSOS

O método Pilates surgiu inicialmente com o nome de contrologia (controle

harmonioso, entre corpo e mente) durante o período da Primeira Guerra Mundial, idealizado

pelo alemão Joseph Hubertus Pilates (Figura 7), que se utilizava da técnica para reabilitar

soldados de guerra17,18.

38

Joseph Pilates durante a execução de todos os exercícios teve como foco, a ativação

constante dos músculos localizados na região central do corpo (estabilizadores da coluna).

Estes músculos formam um conjunto que tem a função de estabilizar e manter a postura.

Fazem parte desse grupo, os músculos: oblíquos (interno e externo), o transverso do abdômen,

os multífidos, o reto abdominal, os glúteos, o quadrado lombar e os músculos do assoalho

pélvico (Figura 8).

Figura 7. Joseph Hubertus Pilates em 1937, com 57 anos. (1880 - 1967).

Fonte: Gallagher; Kryzanowska, 2000, p.8.

39

Figura 8. Músculos estabilizadores da coluna.

Para fortalecer, alongar e relaxar o corpo, Joseph Pilates criou e/ou adaptou aparelhos

(Reformer Universal, Cadillac Trapézio, as Cadeiras, os Barris, Wall Unit, Guillotine e o Ped-

o-pull) e acessórios (como o Magic Circle e halteres) para a prática de seu método17.

Atualmente, outros acessórios, foram incorporados a técnica, como a bola suíça, faixas

elásticas, meia bola (BOSU), rolo e tornozeleiras (Figura 9).

Figura 9. Acessórios para prática de Pilates. Fonte: Própria.

A técnica enfatiza a necessidade de seguir seis princípios básicos: concentração,

controle, centralização, fluidez, respiração e precisão18. Estes princípios devem ser

respeitados durante a execução de todos os movimentos (Figura 10).

40

Figura 10. Os seis princípios básicos para a prática do método Pilates.

Os programas de Pilates vêm sendo ministrados por profissionais da Fisioterapia e da

Educação Física, em programas de reabilitação e condicionamento físico respectivamente.

Pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento físico podem praticar os exercícios,

que são adaptados as condições do executante. Recentemente cresceu o número de praticantes

do método, o que tem fomentado mais pesquisas sobre a eficácia deste, nas diversas

condições patológicas, como também, no condicionamento físico de pessoas de diversas

faixas etárias19. Particularmente em idosos, que apresentam declínios fisiológicos típicos do

envelhecimento, a técnica tem sido investigada, principalmente como forma de atenuar

41

déficits relacionados à força muscular, equilíbrio postural e flexibilidade, assim como, o

reflexo destas variáveis sobre a qualidade de vida.

O método Pilates pode ser uma opção de exercício físico na terceira idade, pois, atua

com o fortalecimento muscular, através do trabalho resistido e com os exercícios de

alongamento dinâmico (Figura 11), sendo essas duas capacidades consideradas as principais

características do método. A técnica proporciona uma maior percepção dos movimentos,

contribuindo com o equilíbrio corporal, aliviando os níveis de estresse, possibilitando a

melhora da qualidade de vida8.

Tradicionalmente, o Pilates oferece um atendimento personalizado, o que para os

idosos é de importância ímpar, devido à maior atenção que pode ser dispensada neste tipo de

atendimento (Figura 12). Os exercícios são selecionados de acordo com as possíveis

limitações, nível de condicionado e objetivos relatados. Sendo possível adequar o programa

de treinamento, sempre que necessário, atendendo cada idoso de forma individual20.

Figura 11. Exercício de alongamento na Cadeira

(equipamento do método Pilates). Fonte: Própria.

42

O trabalho de resistência, possibilitado pelas molas no Pilates (Figura 13), pode

melhorar a condição funcional do idoso, contribuindo para que ele realize os esforços da vida

diária com mais segurança, disposição e facilidade, evitando as quedas. As quedas podem

gerar graves consequências físicas e psicológicas; e com isso, o medo de cair novamente. Para

os idosos, as quedas representam a principal causa de morte acidental, podendo ser evitado

através da prática de exercícios de resistência muscular, como por exemplo, o método

Pilates21.

Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte, a prática regular de

treinamento de força ou resistido, pode oferecer melhorias na aptidão física e na saúde de

indivíduos idosos, bem como auxiliar na prevenção ou no tratamento de doenças crônicas não

Figura 12. Exercício de alongamento e relaxamento com as orientações do

instrutor (atendimento personalizado). Fonte: Própria.

Figura 13. Exercício de fortalecimento no aparelho

Reformer. Fonte: Própria.

43

transmissíveis, tais como: hipertensão arterial sistêmica, diabete mellitus, obesidade,

osteoporose, dentre outas. Para um envelhecimento saudável e independente, é necessária a

prática de exercícios resistidos, de forma progressiva e que trabalhem grandes grupos

musculares, sendo executados pelo menos dois dias na semana, com intensidade moderada22.

Tendo em vista as recomendações citadas, o método Pilates por trabalhar o fortalecimento

muscular dos principais grupos musculares, pode ser uma opção de prática de exercício físico

sistematizado.

Além do fortalecimento, que possibilita o aumento da força muscular, outra variável

em que o Pilates tem demonstrado efeitos, é o equilíbrio postural (Figura 14). Dentre as

diversas alterações, que ocorrem no processo de envelhecimento, os distúrbios relacionados

ao equilíbrio são os mais alarmantes, tendo em vista que ocasionam um alto índice de quedas

e estas, são consideradas a principal causa de morte acidental em pessoas com 60 anos ou

mais. As quedas podem ocorrer por disfunções no sistema visual, auditivo, nervoso ou

musculoesquelético e podem ainda, ser relacionadas com mais de uma disfunção dos sistemas

corporais. Quanto mais fatores de risco, maiores as chances de queda. Fatores relacionados ao

meio ambiente, também podem influenciar, como por exemplo, a iluminação do local, o tipo

de calçado, entre outros23.

Como consequência, as quedas podem levar à perda da autonomia e independência,

para a realização de atividades básicas da vida diária e com isso, a sensação de incapacidade e

Figura 14. Exercício de equilíbrio na bola

suíça. Fonte: Própria.

44

de fragilidade, que aumentam o medo de cair novamente, gerando um ciclo desfavorável à

saúde24.

Uma das opções para a melhora do equilíbrio está relacionada à prática de exercícios

sistematizados, tendo em vista que estes agregam à utilização de informações proprioceptivas

(vestibulares e visuais) mais efetivas, favorecendo a utilização das respostas motoras mais

eficazes, pois, a prática melhora a capacidade de processamento neural dos idosos24.

Os exercícios de Pilates possibilitam o treino de equilíbrio, melhorando a habilidade

das articulações do corpo, de forma a retornarem ao seu estágio inicial, em um tempo mais

rápido, após a realização de um movimento que provoca instabilidade. Pode melhorar ainda a

autonomia pessoal e a confiança, a marcha e a disposição para a realização das tarefas diárias.

Consequentemente, estes fatores, refletem na melhora da qualidade de vida25.

Outra variável, em que o método Pilates oferece resultados em pessoas idosas é a

flexibilidade. Exercícios de alongamento, normalmente são realizados no início e no final das

sessões (Figura 15). Além disso, outros exercícios que a pesar da prioridade ser o

fortalecimento, acabam por exigir concomitantemente o alongamento dos tecidos envolvidos.

Diferentemente do alongamento estático, em que a posição é sustentada por um

período de tempo, no método Pilates o alongamento é realizado de forma dinâmica, através de

repetições, como nos exercícios de fortalecimento. No entanto a literatura não tem investigado

as diferenças entre as duas formas de alongamento.

Um estudo realizado com 60 idosas, apontou que 12 semanas de intervenção com

Pilates, realizadas três vezes por semana, é capaz de promover melhora significativa da

Figura 15. Exercício de alongamento no aparelho Ladder

Barrel. Fonte: Própria.

45

flexibilidade, contribuindo com fatores importantes relacionados à autonomia funcional e

independência para a realização de atividades do cotidiano26.

Exercícios de Pilates tem possibilitado o desenvolvimento de um agregado de

variáveis importantes (força, equilíbrio e flexibilidade), que refletem na saúde e qualidade de

vida de idosos, fazendo com que melhorem a execução de tarefas simples, como as atividades

básicas e instrumentais da vida diária25.

46

2. AVALIAÇÃO FÍSICA E FUNCIONAL EM IDOSOS

Antes de iniciar qualquer intervenção, o profissional deverá realizar uma anamnese

completa do indivíduo, de forma a recordar o estado clínico do mesmo. Essa anamnese deve

conter principalmente, questões referentes à existência de doenças diagnosticadas, realização

de cirurgias, problemas visuais, uso de medicamentos, presença de labirintite, limitação

funcional para a realização de algum movimento, uso de próteses e presença de dor em

alguma região do corpo.

É recomendado também, que o profissional verifique se o idoso necessita de um

exame clínico mais específico, antes de se engajar na prática de um exercício físico. Um dos

instrumentos mais utilizados para este fim é o Questionário de Prontidão para Atividade

Física (PAR-Q)27. Este instrumento possui sete questões sobre possíveis sintomas ou doenças

pré-existentes, com possibilidade de resposta afirmativa ou negativa. Em caso de resposta

afirmativa para uma ou mais perguntas, o profissional deverá indicar ao avaliado que procure

um médico, antes de iniciar o programa de condicionamento físico.

Após estes procedimentos, uma avaliação física e funcional poderá contribuir com o

direcionamento da prescrição dos exercícios. A mesma deve ser realizada periodicamente (a

cada três meses, por exemplo), como forma de acompanhamento, da evolução do cliente. Não

é objetivo deste livro, descrever de maneira detalhada, aspectos relacionados à avaliação

física e funcional de idosos. No entanto, as tabelas 1 e 2 trazem alguns testes funcionais

relacionados a avaliação de componentes referentes ao equilíbrio postural, força/resistência

muscular e flexibilidade de idosos. Cada teste é referenciado com seus respectivos autores,

para que o leitor possa localizar na seção de referências bibliográficas a publicação original,

que descreve o protocolo de execução do teste. Foram escolhidos testes que não requerem

equipamentos de alto custo.

47

Tabela 1. Avaliações físicas e funcionais utilizadas com idosos

Testes Autores Descrição Variável Analisada

Equipamento necessário

Sentar e levantar da cadeira 5 vezes.

Guralnik et al28

Força e Resistência Muscular

Força de membros inferiores.

Cadeira com aproximadamente 40 cm de altura e cronômetro.

Sentar e levantar de uma cadeira em 30 segundos.

Rikli e Jones29

Força e Resistência Muscular

Resistência de membros inferiores.

Cadeira com aproximadamente 40 cm de altura e cronômetro.

Flexões de cotovelo em 30 segundos com haltere de 2,5 Kg.

Rikli e Jones29

Força e Resistência Muscular

Resistência de membros superiores.

Cronômetro e halter de 2,5 kg.

Colocar um peso de 5Kg sobre a mesa.

Tiedemann et al30

Força e Resistência Muscular

Força de membros superiores, inferiores e tronco.

Halter de 5 kg e uma mesa.

Timed Up and Go.

Podsiadlo e Richardson31

Equilíbrio Postural e Agilidade

Equilíbrio e mobilidade funcional.

Cadeira com aproximadamente 40 cm de altura, cone e cronômetro.

Teste de equilíbrio de BERG.

Berg e Norman32

Equilíbrio Postural e Agilidade

Equilíbrio estático e dinâmico.

Banco (aprox. 20 cm de altura), caneta, régua, cronômetro, cadeira com descanso de braço, cadeira sem descanso de braço.

Levantar-se da cadeira e locomover-se.

Osness et al33 Equilíbrio Postural e Agilidade

Equilíbrio dinâmico e agilidade.

Cadeira (aprox. 40 cm de altura), cronômetro e dois cones.

Caminhada de 10 metros.

Spilã et al34 Equilíbrio Postural e Agilidade

Equilíbrio dinâmico e agilidade

Dois cones e um cronômetro.

48

Tabela 1. Continuação

Testes Autores Descrição Variável Analisada

Equipamento necessário

Teste de equilíbrio estático unipodal

Greene35 Equilíbrio Postural e Agilidade

Equilíbrio estático.

Marcação na parede a aproximadamente 2 metros de distância e cronômetro.

Sentar e alcançar

Wells e Dillon36

Flexibilidade Flexibilidade da cadeia posterior.

Banco de Wells.

Teste com Flexímetro

Achour Júnior37

Flexibilidade Teste de flexibilidade para as principais articulações.

Flexímetro.

49

3. LOCAL E EQUIPAMENTOS PARA A PRÁTICA DO PILATES

O local de aplicação dos exercícios do método Pilates, deve ser bem iluminado e

arejado, com temperatura controlada e espaço físico que possibilite a alocação dos

equipamentos, assim como, espaço para o trânsito dos praticantes e do profissional.

Recomenda-se uma sala com no mínimo 30 m2, com solo forrado com material confortável e

térmico, como o Etileno Acetato de Vinila (Ethylene Vinyl Acetate - EVA).

A sala deve possuir um banco, para que o idoso possa sentar para retirar ou colocar

seu calçado, além de um armário ou nichos, que sirvam de suporte para os pertences pessoais.

Sugere-se aos profissionais, consultar a Vigilância Sanitária Local, para que todas as normas

quanto a vestiários e banheiros, inclusive adaptados para pessoas deficientes, possam ser

respeitadas.

Quanto aos equipamentos, os mesmos foram originalmente desenvolvidos por Joseph

Pilates, que criou nove aparelhos para a prática do seu método, que são: Cadillac Trapézio,

Reformer Universal, Cadeira, Ladder Barrel, Wall Unit, Mini Barrel (Meia Lua), Spine

Corrector (Step Barrel), Guilhotina e Ped-o-Pull. O presente livro, irá se reportar na

sequência, a todos os equipamentos, apresentando uma descrição e imagem de cada aparelho.

Porém, na sugestão de protocolo de exercícios de Pilates para idosos (quinto capítulo do

livro), aparecerão apenas os quatro equipamentos mais utilizados (presentes na maioria dos

locais que oferecem a técnica e também, na maior parte das pesquisas com o método), que

são: Cadillac Trapézio, Reformer Universal, Cadeira e Ladder Barrel.

Cadillac Trapézio: Possui dois pares de molas longas, sendo um de intensidade forte

(vermelha) e outro fraco (azul), como também, dois pares de molas curtas, também de

intensidade forte (verde) e fraco (amarela), além de duas molas curtas extra forte, para

utilização da alça do trapézio; apresenta ainda uma barra torre, que pode ser ajustada em

diferentes alturas e um trapézio móvel, que desliza nas barras horizontais. Acessórios como

uma barra de madeira, alças de mãos e pés, podem ser acoplados às molas. O banco do

equipamento possui aproximadamente 60 cm de altura, favorecendo o posicionamento para

exercícios sentados, ou deitados em decúbito dorsal, ventral e lateral (Figura 16).

50

Figura 16. Equipamento Cadillac Trapézio. Fonte: Própria.

Reformer Universal: Constituído por cinco molas, as quais são duas fortes (verdes), duas

médias (azuis) e uma fraca (amarela), que alteram a resistência do carrinho (prancha de

madeira que desliza sobre roldanas). Cordas que se acoplam em alças de mãos ou pés,

possibilitam exercícios de fortalecimento. Possui ainda uma barra horizontal, que pode ser

usada para apoio de mãos e pés (Figura 17).

Figura 17. Equipamento Reformer Universal. Fonte: Própria.

51

Cadeira: Também conhecida como Cadeira Combo, possui quatro molas extra forte, que são

presas aos pedais e podem ser usadas juntas ou separadas, em várias alturas, dependendo do

objetivo do exercício. Também conta com duas barras laterais utilizadas para apoio das mãos.

Os pedais são transpassados por uma barra, podendo desta forma serem usados de maneira

independente, quando a barra é retirada (Figura 18).

Figura 18. Equipamento Cadeira. Fonte: Própria.

Ladder Barrel: Possui um espaldar com três barras fixas e uma barra móvel. É utilizado

principalmente para a execução de exercícios abdominais, alongamentos e mobilização da

coluna vertebral, com o peso do próprio corpo, uma vez que não faz uso de molas (Figura 19).

Figura 19. Equipamento Ladder Barrel. Fonte: Própria.

52

Wall Unit: Possui dois pares de molas longas, sendo um de intensidade forte (vermelha) e

outro fraco (azul), como também, dois pares de molas curtas, também de intensidade forte

(verde) e fraco (amarela). Acessórios como uma barra de madeira, alças de mãos e pés,

podem ser acoplados às molas. O Wall Unit permite a execução de uma grande parte dos

exercícios, que podem ser realizados no Cadillac, porém, o banco deste equipamento fica

mais próximo ao solo (aproximadamente 20 cm), favorecendo a subida para execução de

exercícios na posição em pé (Figura 20).

Figura 20. Equipamento Wall Unit. Fonte: Própria.

Spine Corrector: Esse aparelho também é conhecido como Step Barrel. É utilizado

principalmente para trabalhos que envolvem o movimento do tronco (relacionados à postura e

fortalecimento dos músculos estabilizadores da coluna). É um equipamento pequeno, que não

utiliza molas e sua forma assemelha-se muito a de um apito. O Step Barrel é por vezes

utilizado, em associação com o trabalho de solo (Mat Pilates), podendo substituir

parcialmente alguns exercícios realizados no Ladder Barrel (Figura 21).

Figura 21. Equipamento Spine Corrector. Fonte: Própria.

53

Mini Barrel: É também conhecido como Meia Lua ou Arc Barrel. Este equipamento não faz

uso de molas, sendo utilizado principalmente, para trabalho postural e fortalecimento dos

músculos estabilizadores da coluna. Diferentemente do Step Barrel, a Meia Lua contém

somente uma curva como estrutura física, o que para algumas pessoas é essencial,

dependendo do grau de retificação ou da pouca mobilidade da coluna vertebral (Figura 22).

Figura 22. Equipamento Mini Barrel. Fonte: Própria.

Ped-o-Pull: Este equipamento apresenta uma base de madeira, uma torre em formato de “T”,

duas argolas para a fixação das molas e um par de alças de mão. Os movimentos realizados

neste aparelho podem auxiliar na melhora da postura e do equilíbrio, uma vez que fica sob

responsabilidade do executante, estabilizar o equipamento. Dificilmente o Ped-o-Pull é

encontrado nos estabelecimentos que ministram sessões de Pilates, tendo em vista que poucas

empresas fabricam o mesmo (Figura 23).

Figura 23. Equipamento Ped-o-Pull. Fonte: Própria.

54

Guilhotina: É um equipamento, que assim como o Ped-o-Pull, também é difícil de ser

encontrado, por ser comercializado por poucas empresas. Apresenta molas, além de alças de

mão e de pé, para a realização de exercícios de tronco, membros inferiores e superiores.

(Figura 24).

Figura 24. Equipamento Guilhotina. Fonte: Própria.

55

4. CONTROLE DA INTENSIDADE DE ESFORÇO NOS

EXERCÍCIOS DE PILATES

O controle da intensidade do esforço, durante as sessões de Pilates tipicamente são

realizados de maneira muito subjetiva, como pela percepção do profissional, quando da

execução de movimentos compensatórios por parte do praticante. Este livro mostrará uma

proposta para determinação do nível de esforço, conforme descrições verbais através do uso

da escala de Borg CR1038: carga leve (Borg ≤ 2), carga moderada (Borg > 2 - <5), carga

pesada (Borg ≥ 5 - <7) e próximo da carga máxima (Borg ≥ 7) (Tabela 3).

Tabela 3. Escala da percepção de esforço proposta por Borg

0 Nenhum

0,5 Muito, muito leve (Apenas perceptível)

1 Muito leve

2 Leve (Ligeiro)

3 Moderado

4 Pouco intenso

5 Intenso (Pesado)

6

7 Muito intenso

8

9

10 Muito, muito intenso (Quase máximo)

• Máximo

*Adaptada de Borg38.

Em se tratando de pessoas idosas, iniciante no método Pilates, recomenda-se que o

nível de esforço, durante as sessões seja moderado (Borg entre 3 e 4). Todas as vezes que o

praticante relatar que a carga esteja leve, o profissional ao alterar a intensidade do exercício,

deverá imediatamente anotar a nova carga utilizada, em uma ficha individual, utilizada para

registro do treinamento (Tabela 4). A modificação da carga nos equipamentos de Pilates pode

ocorrer de quatro formas: alterando o posicionamento da mola no equipamento; substituindo a

56

mola por outra com maior resistência; modificando o posicionamento do executante no

equipamento; ou adaptando a execução do movimento.

Tabela 4. Sugestão de Ficha individual para registro do treinamento de Pilates

Nome:

Idade: Peso: Altura: IMC:

Data de Início: Frequência Semanal:

Exercícios Série Repetições Carga

Observações:

57

5. PROTOCOLO DE EXERCÍCIOS DE PILATES PARA IDOSOS

Será apresentada neste capítulo, uma sequência de exercícios, como sugestão para

aplicação em idosos iniciantes no método Pilates. O profissional deverá orientar o idoso, que

para a realização dos exercícios, é indicado o uso de roupas que não restrinjam a amplitude de

movimento. No Pilates não existe a necessidade do uso de calçado, ou alguma proteção

especial para os pés. A prática pode ser feita descalça, ou com uso de meias contendo solado

antiderrapante.

Os seis princípios do método devem ser cobrados durante todos os movimentos. Como

sugestão, poderá ser realizada uma série de dez repetições para todos os exercícios. Em

relação à frequência, o ideal é a participação em no mínimo duas sessões semanais, em dias

não consecutivos, com cada sessão durando aproximadamente 60 minutos.

Para a aplicação do método Pilates, os profissionais deverão ter formação em áreas

relacionadas à prescrição do exercício físico, como aqueles graduados em Educação Física e

Fisioterapia. Uma vez que os conhecimentos sobre a técnica, atualmente são poucos

abordados durante os cursos de formação (graduação) das duas áreas, é recomendado aos

profissionais, à realização de um curso específico, que contemple a base para a aplicação do

método Pilates.

Os exercícios a seguir, respeitarão a seguinte sequência: alongamentos iniciais,

fortalecimento de membros inferiores, fortalecimento da musculatura flexora e extensora do

tronco, fortalecimento de membros superiores e alongamentos finais. Em cada exercício será

descrito o nome original em língua inglesa, o equipamento utilizado, a descrição do exercício,

o grupo muscular alvo, a posição inicial, respiração inicial, execução, respiração final,

movimento final e sugestão. Além destas informações, cada exercício possui três imagens,

referentes à posição inicial do idoso no equipamento, execução do movimento e uma

ilustração indicando o principal grupo muscular solicitado. Foram utilizados os equipamentos

mais comuns para a prática do método: Cadillac Trapézio, Reformer Universal, Cadeira e

Ladder Barrel.

58

5.1. EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTOS INICIAIS

1- Spine Stretch:

Equipamento: Cadillac Trapézio.

Descrição: Exercício de alongamento da cadeia posterior.

Grupo muscular alvo: Posteriores da coxa.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com as mãos

segurando a “barra torre” do aparelho. Os joelhos deverão permanecer

estendidos durante todo o movimento e os pés deverão ficar apoiados

nas barras laterais do equipamento. A coluna ficará ereta, os ombros

posteriorizados e as escápulas aduzidas.

59

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna, se preparando para a execução do exercício e durante a expiração, realizará uma

flexão do tronco.

Execução: Durante a flexão do tronco, deverá mobilizar a coluna, desde a região cervical até a

região lombar, em sua amplitude máxima de movimento, projetando a barra torre para frente.

Respiração final: O idoso deverá inspirar pelo nariz, no momento da amplitude máxima de

flexão do tronco e durante a expiração realizará o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno à posição inicial, deverá mobilizar a coluna, desde a

região lombar até a cervical, finalizando o exercício com a coluna ereta, sem tencionar a

região do trapézio.

Sugestão: Caso haja encurtamento da cadeia posterior, uma caixa mini (acessório do Pilates)

poderá ser utilizada em cima do Cadillac, na qual o idoso permanecerá durante todo o

movimento sentado sobre a mesma, favorecendo o alinhamento da coluna.

60

2- Mermaid:

Equipamento: Cadillac Trapézio.

Descrição: Exercício de alongamento da cadeia lateral do tronco.

Grupo muscular alvo: Oblíquos.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com os joelhos

flexionados a 90 graus e os membros inferiores, a partir do joelho, para

fora do aparelho. Uma das mãos deverá segurar a “barra torre” do

equipamento, mantendo o cotovelo em extensão. A coluna deverá ficar

ereta, os ombros posteriorizados e as escápulas aduzidas. O membro

superior contralateral ficará sem apoio, na altura do outro braço, que

segura a barra.

61

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará uma latero-flexão do tronco.

Execução: Durante a mobilização da coluna, em direção a sua amplitude máxima, deverá

direcionar o movimento para o lado da “barra torre”, mantendo o alinhamento da região

cervical, seguindo o prolongamento de toda coluna vertebral.

Respiração final: No momento da amplitude máxima de latero-flexão do tronco, o idoso irá

inspirar pelo nariz e durante a expiração, deverá realizar o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, a coluna será mobilizada, com o

exercício sendo finalizado, assim que a coluna adquire a posição ereta, com os braços

estendidos na altura dos ombros.

Sugestão: Orientar para que durante todo o movimento de flexão-lateral, a região glútea fique

em contato direto com o banco do Cadillac, para um maior aproveitamento do alongamento

da cadeia lateral do tronco.

62

3- Stretching Knee:

Equipamento: Cadillac Trapézio.

Descrição: Exercício de alongamento da cadeia posterior do tronco.

Grupo muscular alvo: Eretores da coluna.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer ajoelhado, com o tronco

elevado, segurando com as mãos a “barra torre” do aparelho,

mantendo os membros superiores com extensão de cotovelo. A

coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados e as escápulas

aduzidas.

63

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, deverá realizar uma flexão do tronco, projetando a barra torre

do equipamento para frente.

Execução: Durante a flexão do tronco, irá mobilizar a coluna desde a cervical até a lombar,

mantendo a coluna ereta na posição de “mesa”, permanecendo com as mãos na “barra torre” e

os cotovelos estendidos durante todo o movimento.

Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima de alongamento da

cadeia posterior, inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizar o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, irá mobilizar a coluna, desde a lombar

até a cervical, finalizando o exercício com a coluna ereta e os cotovelos sempre estendidos,

com as mãos segurando a “barra torre”.

Sugestão: Para deixar o exercício mais confortável e para maior proteção articular, poderá ser

colocado travesseiros/almofadas na região dos joelhos. Na posição final, para melhor

alinhamento da coluna, o idoso poderá ser orientado, para que os braços sejam estendidos na

altura das orelhas.

64

5.2. EXERCÍCIOS DE FORTALECIMENTO DOS MEMBROS INFERIORES

(MMII)

4- Footwork Double Leg Pumps Toes:

Equipamento: Cadeira.

Descrição: Exercício de fortalecimento dos extensores do joelho.

Grupo muscular alvo: Quadríceps.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com os joelhos

flexionados e os pés apoiados no pedal da cadeira. As mãos deverão

segurar as “barras laterais” do aparelho, mantendo os membros

superiores em semi-flexão de cotovelo. A coluna deverá ficar ereta,

os ombros posteriorizados e as escápulas aduzidas.

65

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará a extensão dos joelhos.

Execução: O movimento de extensão, deverá ocorrer, até que os pedais toquem a base da

cadeira. A coluna deverá ser mantida ereta, os glúteos apoiados no banco e as mãos apoiadas

nas “barras laterais” do equipamento.

Respiração final: No momento da amplitude máxima permitida pelo movimento, o idoso

deverá inspirar pelo nariz e durante a expiração, deverá realizar o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial irá flexionar os joelhos até a posição

inicial, finalizando o exercício com a coluna ereta e as mãos apoiadas nas “barras laterais” da

cadeira.

Sugestão: Orientar o executante a manter, durante todo o movimento de extensão dos joelhos,

a região glútea em contato direto com o banco da Cadeira. Caso haja desconforto na região

dos pés, poderá ser colocado, travesseiros/almofadas nos pedais para maior proteção.

66

5- Pumping One Leg:

Equipamento: Cadeira.

Descrição: Exercício de fortalecimento dos extensores do joelho.

Grupo muscular alvo: Quadríceps.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com o joelho

flexionado e o pé apoiado no pedal da cadeira; o membro inferior

contralateral permanecerá em extensão, sem apoio. As mãos deverão

segurar as “barras laterais” do aparelho, mantendo os membros

superiores em semi-flexão de cotovelo. A coluna deverá ficar ereta,

os ombros posteriorizados e as escápulas aduzidas.

67

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará a extensão do joelho (membro inferior que apoia-se

no pedal).

Execução: A extensão do joelho do membro inferior que apoia-se no pedal, deverá ocorrer até

que os pedais toquem a base da cadeira. O membro inferior contralateral permanecerá em

extensão, sem apoio, durante todo o movimento. A coluna deverá ficar sempre ereta, os

glúteos apoiados no banco e as mãos apoiadas nas “barras laterais” do equipamento.

Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima permitida pelo

movimento, inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizar o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno à posição inicial, o joelho será fletido. A posição do

tronco, cabeça e mãos, permaneceram inalteradas durante o movimento. Posteriormente o

mesmo movimento deve ser realizado com o membro inferior contralateral.

Sugestão: Orientar o executante a manter, durante todo o movimento de extensão dos joelhos,

a região glútea em contato direto com o banco da Cadeira e o membro contralateral suspenso.

Caso haja desconforto na região dos pés, poderá ser colocado, travesseiros/almofadas nos

pedais para maior proteção.

68

6- Pump One Leg Front:

Equipamento: Cadeira.

Descrição: Exercício de fortalecimento dos extensores do joelho.

Grupo muscular alvo: Quadríceps.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em pé, na frente da

Cadeira, com um dos membros inferiores em 90 graus de flexão do

joelho e o pé, apoiado no pedal do equipamento. O outro membro

inferior deverá ficar em extensão, apoiado no solo. Os membros

superiores ficarão em extensão de cotovelo, na altura dos ombros e

sem apoio; a coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados e as

escápulas aduzidas.

69

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, deverá realizar a extensão do joelho, do membro inferior que

apoia-se no pedal.

Execução: A extensão do joelho deverá ocorrer até que o pedal toque a base da cadeira. O

idoso deverá manter a coluna ereta e o membro inferior contralateral ficará estendido, durante

todo movimento, em contato com o solo. Os membros superiores ficarão com os cotovelos em

extensão, na altura dos ombros e sem apoio.

Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima de extensão do joelho,

permitida pelo exercício, inspirar pelo nariz e durante a expiração, retornar à posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno à posição inicial, irá flexionar novamente o joelho, até

um ângulo de aproximadamente 90 graus, finalizando o exercício com a coluna e os membros

superiores mantidos sempre na mesma posição.

Sugestão: Orientar o executante a manter os membros superiores a aproximadamente 90° de

flexão do ombro, sem apoio. Caso haja desconforto na região dos pés, poderá ser colocado,

travesseiros/almofadas nos pedais, para maior proteção.

70

7- Achilles Stretch:

Equipamento: Cadeira.

Descrição: Exercício de fortalecimento dos flexores do tornozelo.

Grupo muscular alvo: Tríceps Sural.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em pé, em frente à

Cadeira, com um dos membros inferiores em extensão e apoiado no

solo; o membro inferior contralateral, ficará com o joelho em flexão

(apoiado do banco do aparelho) e o antepé apoiado no pedal da

Cadeira. Os membros superiores deverão estar em extensão de

cotovelo e com as mãos, apoiadas no banco do aparelho. A coluna

deverá ficar ligeiramente inclinada, os ombros posteriorizados e as

escápulas aduzidas.

71

Respiração inicial: O idoso Deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura

estabilizadora da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de plantiflexão do

tornozelo.

Execução: Durante o movimento de plantiflexão, o idoso irá manter a postura inicial,

permitindo apenas o movimento da articulação do tornozelo até a sua amplitude máxima.

Respiração final: No momento da amplitude máxima de plantiflexão do tornozelo, o idoso

deverá inspirar pelo nariz e durante a expiração, retornará a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno à posição inicial, irá ocorrer o movimento de dorsiflexão

do tornozelo, finalizando o exercício com o restante do corpo, na mesma postura do início do

exercício.

Sugestão: Orientar o executante, que caso haja desconforto na região dos pés, ou joelho,

poderá ser colocado, travesseiros/almofadas sob os mesmos, para maior proteção.

72

8- Leg Series Supine Lowers:

Equipamento: Cadillac Trapézio.

Descrição: Exercício de fortalecimento dos extensores do quadril e

flexores do joelho.

Grupo muscular alvo: Glúteos e posteriores da coxa.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com os

braços estendidos ao lado do corpo, a coluna ereta, os ombros

posteriorizados e as escápulas aduzidas. Os joelhos deverão

permanecer estendidos durante todo o movimento e o quadril, deverá

ficar inicialmente em um ângulo de aproximadamente 90 graus de

flexão. As alças de pé estarão encaixadas no mediopé.

73

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, deverá realizar o movimento de extensão do quadril.

Execução: Durante a extensão do quadril, irá aproximar os membros inferiores do banco do

equipamento, consequentemente, a mola que está acoplada ao Cadillac será estendida. Os

joelhos devem permanecer em extensão e as pernas unidas.

Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima de extensão do quadril,

inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno até a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, irá manter os membros inferiores com

os joelhos sempre em extensão, retornando a angulação do quadril até aproximadamente 90

graus.

Sugestão: Para executantes com encurtamento da cadeia posterior ou dor na região lombar,

poderá ser diminuída a amplitude de movimento, durante a posição inicial e final do

exercício, respectivamente.

74

9- Leg Series Supine Circles:

Equipamento: Cadillac Trapézio.

Descrição: Exercício de fortalecimento dos extensores do quadril e

flexores do joelho.

Grupo muscular alvo: Glúteos e posteriores da coxa.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com os

braços estendidos ao longo do corpo, a coluna ereta, os ombros

posteriorizados e as escápulas aduzidas. Os joelhos deverão

permanecer estendidos durante todo o movimento e o quadril deverá

ficar em um ângulo aproximado de 90 graus. As alças de pé ficarão

posicionadas na região do mediopé.

75

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de extensão do quadril.

Execução: Durante o movimento de extensão do quadril, ao mesmo tempo é realizado

também, os movimentos de abdução, seguido de uma adução dos membros inferiores

(semicírculos com os membros inferiores). A primeira fase do movimento encerra-se com os

membros inferiores unidos e próximos ao banco do Cadillac, sem que ocorra flexão do joelho.

Respiração final: O idoso no momento da amplitude máxima de extensão do quadril, irá

inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno à posição inicial o idoso deverá realizar uma flexão do

quadril, ao mesmo tempo que realiza uma abdução e adução dos membros inferiores, com os

joelhos estendidos (semicírculo com os membros inferiores). Os joelhos deverão permanecer

em extensão e o quadril realizará uma flexão até um ângulo de aproximadamente 90 graus, na

finalização do movimento.

Sugestão: Para executantes com encurtamento da cadeia posterior ou dor na região lombar,

poderá ser orientado a diminuir a amplitude de movimento, durante a posição inicial e final do

exercício, respectivamente.

76

5.3. EXERCÍCIOS DE FORTALECIMENTO DA MUSCULATURA FLEXORA E EXTENSORA DO TRONCO

10- Sit Up:

Equipamento: Cadillac Trapézio.

Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura flexora do

tronco.

Grupo muscular alvo: Reto do Abdômen e oblíquos.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com a

cabeça apoiada sobre uma caixa grande (acessório do Pilates) e as

mãos apoiadas na “barra torre” do aparelho, com os cotovelos

estendidos. A coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados, as

escápulas aduzidas, os joelhos deverão permanecer flexionados e os

pés apoiados no banco do Cadillac.

77

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de flexão do tronco.

Execução: Durante a flexão do tronco, irá mobilizar toda a coluna, desde a cervical até a

lombar, mantendo o apoio das mãos na “barra torre”, buscando ficar com apoio na região do

sacro.

Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima do movimento de flexão

do tronco, inspirar pelo nariz e durante a expiração, retornará à posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, o idoso irá mobilizar a coluna,

encaixando cada vértebra por vez no aparelho, começando pelo encaixe das vértebras

lombares e finalizando com as vértebras cervicais.

Sugestão: Para executantes com fraqueza na região abdominal, poderão ser colocadas molas

de intensidade forte, afixadas na barra superior do aparelho e na “barra torre” do Cadillac. Em

casos de dor na coluna lombar, poderá ser colocado um travesseiro nesta região.

78

11- Sit Up One Leg:

Equipamento: Cadillac Trapézio.

Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura flexora do

tronco.

Grupo muscular alvo: Reto do Abdômen e oblíquos.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com a

cabeça apoiada sobre uma caixa grande (acessório do Pilates), as

mãos apoiadas na “barra torre” do aparelho e os cotovelos estendidos.

A coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados, as escápulas

aduzidas, os joelhos deverão permanecer flexionados e os pés

apoiados no banco do Cadillac.

79

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de flexão do tronco, com elevação de

uma das pernas.

Execução: O idoso deverá mobilizar a coluna desde a cervical até a lombar, mantendo o apoio

das mãos na “barra torre” e os cotovelos estendidos, buscando ficar com apoio na região do

sacro. Ao mesmo tempo que realiza a flexão do tronco, o joelho de um dos membros

inferiores é estendido, ficando sem apoio. No final da flexão do tronco, a coluna deverá ficar

ereta e os membros superiores próximos à altura das orelhas.

Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima do movimento de flexão

do tronco, inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizar o retorno a posição inicial em

decúbito dorsal.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, o idoso irá mobilizar a coluna, das

vertebras lombares às cervicais, até que a cabeça apoie no aparelho. Ao mesmo tempo em que

retorna o tronco, o membro inferior que encontrava-se com o joelho estendido será fletido, até

que o pé toque o banco.

Sugestão: Para executantes com fraqueza na região abdominal, poderão ser colocadas molas

de intensidade forte, afixadas na barra superior do aparelho e na “barra torre”, para auxiliarem

no movimento. Em casos de dor lombar, poderá ser colocado um travesseiro nesta região,

visando proteger e diminuir a pressão sobre a mesma.

80

12- The Hundred:

Equipamento: Cadillac Trapézio.

Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura flexora do tronco.

Grupo muscular alvo: Reto do Abdômen e oblíquos.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com

os braços estendidos e as mãos apoiadas nas alças, que estarão

acopladas nas molas, e estas, diretamente nas barras laterais do

Cadillac. A coluna deverá estar ereta, os ombros posteriorizados, as

escápulas aduzidas; o quadril e os joelhos deverão permanecer

flexionados em um ângulo de aproximadamente 90 graus.

81

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de flexão do tronco, extensão do

quadril e joelhos.

Execução: Durante a flexão de tronco, o idoso deverá buscar desencostar as escápulas do

banco, mantendo o apoio das mãos nas alças do aparelho e os cotovelos estendidos (o ombro

realizará extensão até que fique próximo ao banco do equipamento); ficará em parte com

apoio da coluna torácica e com total apoio da coluna lombar. Ao mesmo tempo em que ocorre

a flexão do tronco e extensão do ombro, os membros inferiores realizarão uma extensão de

joelho e quadril, de forma que estes fiquem a aproximadamente 45 graus, em relação ao banco

do Cadillac.

Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima do movimento de flexão

do tronco, inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, o idoso irá apoiar as escápulas e a

cabeça no banco, flexionando ao mesmo tempo os joelhos e o quadril até um ângulo

aproximado de 90 graus. O ombro será flexionado até a posição inicial.

Sugestão: Para idosos com fraqueza na região abdominal, o exercício poderá ser executado

sem a utilização das molas, ou seja, apenas com o peso do próprio corpo. Em casos de dor

lombar, poderá ser colocado um travesseiro nesta região, para proteger e diminuir a pressão

sobre a mesma.

82

13- Trunk Up:

Equipamento: Cadillac Trapézio

Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura flexora do tronco.

Grupo muscular alvo: Reto do Abdômen e oblíquos.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com os

cotovelos estendidos e as mãos apoiadas na barra de madeira do

equipamento, que estará acoplada nas molas e estas, diretamente nas

barras laterais do Cadillac. A coluna deverá estar ereta, os ombros

posteriorizados e as escápulas aduzidas. Os joelhos deverão

permanecer flexionados e os pés apoiados no banco do aparelho.

83

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de flexão do tronco.

Execução: Durante o movimento de flexão do tronco, o idoso deverá desencostar a cabeça e

as escápulas do banco, mantendo o apoio das mãos na barra do aparelho, ficando em parte,

com apoio da coluna torácica e com total apoio da região lombar. Os membros inferiores

permanecerão em flexão de joelhos, com os pés apoiados no banco do aparelho. Os cotovelos

permanecerão estendidos o tempo todo. Ao mesmo tempo que o tronco realiza a flexão, os

ombros executam uma extensão, de forma que a barra se aproxime do quadril.

Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima de flexão do tronco,

inspirar pelo nariz e durante a expiração realizará o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial irá apoiar as escápulas e a cabeça no

aparelho, mantendo os joelhos flexionados e pés apoiados no banco do Cadillac. Os ombros

realizarão uma flexão até a posição inicial.

Sugestão: Para executantes com fraqueza na região abdominal, poderão ser colocadas molas

de intensidade fraca (azuis). E em casos de dor lombar, poderá ser colocado um travesseiro

nesta região da coluna, para proteger e diminuir a pressão sobre a mesma.

84

14- Body Extension:

Equipamento: Cadillac Trapézio

Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura extensora do

tronco.

Grupo muscular alvo: Eretores da coluna.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito ventral, com

os cotovelos flexionados no banco e as mãos apoiadas na “barra torre”

do equipamento. A coluna deverá ficar ereta, os ombros

posteriorizados e as escápulas aduzidas. Os membros inferiores

deverão permanecer estendidos e a ponta dos pés apoiados no banco do

Cadillac.

85

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de extensão do tronco.

Execução: Durante a extensão de tronco irá desencostar a cabeça e a região peitoral do banco,

mantendo o apoio das mãos na “barra torre” do aparelho, estendendo os cotovelos e deixando

os braços próximos à altura das orelhas. Os membros inferiores não se movimentarão.

Respiração inicial: O idoso deverá no momento da extensão máxima do tronco, inspirar pelo

nariz e durante a expiração, retornará a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, irá flexionar os cotovelos abaixando o

tronco, até que a região peitoral e posteriormente o rosto encoste no equipamento.

Sugestão: Para executantes com fraqueza na região paravertebral, poderá ser colocado molas

de intensidade forte, afixadas na barra superior do aparelho e na “barra torre”, para auxiliarem

na realização do movimento.

86

5.4. EXERCÍCIOS DE FORTALECIMENTO DOS MEMBROS SUPERIORES (MMSS)

15- Arms Pulling:

Equipamento: Reformer Universal.

Descrição: Exercício de fortalecimento dos adutores das escápulas.

Grupo muscular alvo: Rombóides, grande dorsal e trapézio.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com os joelhos

flexionados em cima da prancha de madeira do Reformer (posição de

“índio”). Os membros superiores ficarão com os cotovelos em

extensão, próximos à altura dos ombros, as mãos deverão ficar com

as palmas para baixo, segurando a alça do aparelho. A coluna deverá

ficar ereta, os ombros posteriorizados e as escápulas aduzidas.

87

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará uma flexão dos cotovelos.

Execução: A adução das escápulas será realizada até que os cotovelos formem um ângulo de

aproximadamente 90 graus, mantendo-se as mãos e os cotovelos elevados, próximo à altura

dos ombros.

Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima do movimento, inspirar

pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição final irá estender os cotovelos novamente,

finalizando o exercício com a coluna ereta e os membros superiores próximos à altura dos

ombros.

Sugestão: Para executantes com encurtamento da cadeia posterior, ou dos músculos adutores

dos membros inferiores, poderá ser colocada uma caixa pequena (acessório do Pilates), em

cima do Reformer, para que o executante sente sobre ela, favorecendo assim, o alinhamento

da coluna.

88

16- Arms Bíceps:

Equipamento: Reformer Universal

Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura flexora do cotovelo e do ombro.

Grupo muscular alvo: Bíceps Braquial e deltóide.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com os joelhos

flexionados em cima da prancha de madeira do Reformer (posição de

“índio”). Os braços deverão ficar em extensão, próximos à altura dos

ombros, com as palmas da mão voltadas para cima, segurando a alça

do aparelho. A coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados e

as escápulas aduzidas.

89

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará uma flexão do cotovelo.

Execução: Durante a flexão de cotovelo, o idoso irá manter os membros superiores altos

(próximos à altura dos ombros), enquanto aproxima as mãos da cabeça, buscando não

movimentar os cotovelos durante o exercício.

Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima de flexão do cotovelo,

inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, irá realizar uma extensão dos cotovelos,

finalizando o exercício com a coluna ereta e os braços estendidos na altura dos ombros.

Sugestão: Para executantes com encurtamento da cadeia posterior, ou dos músculos adutores

dos membros inferiores, poderá ser colocado uma caixa pequena (acessório do Pilates), em

cima do Reformer, para que o executante sente sobre ela, favorecendo assim, o alinhamento

da coluna.

90

17- Arms Triceps:

Equipamento: Reformer Universal.

Descrição: Exercício de fortalecimento dos músculos extensores do cotovelo.

Grupo muscular alvo: Tríceps Braquial.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal sobre

o banco do Reformer, com os joelhos e o quadril flexionados a 90

graus. Os braços ficarão paralelos ao corpo, com os cotovelos em

flexão (90 graus) e apoiados sobre o equipamento. As mãos deverão

segurar a alça do aparelho, a coluna deverá ficar ereta, os ombros

posteriorizados, as escápulas aduzidas.

91

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará uma extensão dos cotovelos.

Execução: Durante a extensão dos cotovelos, deverá levar as mãos próximas à altura dos

quadris, mantendo estes em 90 graus de flexão, assim como a articulação do joelho.

Respiração final: O idoso, no momento da amplitude máxima de extensão do cotovelo, deverá

inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial irá realizar uma flexão dos cotovelos,

finalizando o exercício com a coluna sempre ereta e os cotovelos em aproximadamente 90

graus, não alterando o posicionamento de quadril e joelhos em nenhum momento.

Sugestão: Caso o executante sinta desconforto na região lombar, poderá ser orientado a

aproximar os joelhos do tronco, aumentando o apoio desta região, possibilitando a diminuição

do incomodo.

92

5.5. EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTOS FINAIS

18- Front Splits:

Equipamento: Reformer Universal.

Descrição: Exercício de alongamento dos flexores do quadril.

Grupo muscular alvo: Iliopsoas.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em pé ao lado do

aparelho, com o joelho apoiado sobre a prancha de madeira, e o pé

apoiado no encosto de ombro; o membro inferior contralateral ficará

com apoio no solo, em extensão de joelho. Os braços deverão ficar

com os cotovelos em extensão, com as mãos apoiadas na barra do

equipamento. A coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados

e as escápulas aduzidas.

93

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará a extensão máxima do quadril, do membro inferior

que está sobre o aparelho.

Execução: Durante a extensão do quadril, o idoso irá realizar com o membro inferior

contralateral, uma flexão do joelho, ao mesmo tempo em que ocorre o deslizamento da

prancha de madeira. Os cotovelos permanecerão em extensão, com apoio das mãos na barra

do equipamento. A coluna ficará sempre ereta.

Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima de extensão do quadril,

inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial irá flexionar novamente o quadril da

perna que está sobre o equipamento. O joelho do membro contralateral (cujo pé está apoiado

no chão) será estendido.

Sugestão: Para maior proteção da articulação do joelho, do membro que fica sobre o aparelho,

poderá ser colocado um travesseiro/almofada, entre o banco do equipamento e o joelho do

executante.

94

19- Stretching the Chain Posterior:

Equipamento: Reformer Universal.

Descrição: Exercício de alongamento da cadeia posterior.

Grupo muscular alvo: Posteriores da coxa.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em pé na frente do

aparelho, com os joelhos em extensão e os pés apoiados no solo. Os

braços ficarão em extensão e as mãos, deverão apoiar a prancha de

madeira do equipamento. A coluna deverá ficar em flexão, os ombros

posteriorizados e as escápulas aduzidas.

95

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, realizará a flexão máxima do tronco.

Execução: Durante a flexão do tronco irá empurrar a prancha móvel do aparelho com as

mãos, mantendo os membros superiores com os cotovelos estendidos, assim como, os

membros inferiores com os joelhos em extensão. A região do quadril deverá permanecer

imóvel durante todo movimento.

Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima de flexão do tronco,

inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial irá finalizar o exercício com a coluna

ainda flexionada, porém, sem que haja tensão da musculatura posterior da coxa, mantendo os

cotovelos e joelhos em extensão.

Sugestão: Para um melhor alongamento da cadeia posterior, o executante poderá ser orientado

a posicionar as orelhas entre os braços, durante a fase final do exercício, o que auxiliaria o

alongamento também da coluna cervical e consequentemente, um alongamento mais intenso

de toda cadeia posterior.

96

20- Stretch Back and Forward:

Equipamento: Ladder Barrel.

Descrição: Exercício de alongamento da cadeia anterior e posterior.

Grupo muscular alvo: Flexores do tronco, peitoral e posteriores da

coxa.

Posição inicial: O idoso deverá permanecer em pé, apoiando a região

dos glúteos no estofado do equipamento, os joelhos deverão estar em

extensão e os pés apoiados no solo. Os braços deverão ficar em

extensão, na altura dos ombros aproximadamente, com as mãos

segurando o bastão de madeira do aparelho. A coluna deverá ficar

ereta, os ombros posteriorizados e as escápulas aduzidas.

97

Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora

da coluna e durante a expiração, irá realizar uma mobilização da coluna em extensão.

Execução: Durante a mobilização da coluna em extensão, o executante irá apoiar

primeiramente a região lombar no equipamento, finalizando com o apoio da região cervical,

alongando a musculatura da cadeia anterior do corpo. Durante a mobilização, os membros

inferiores realizarão uma semi-flexão de joelhos, para melhor apoio da coluna no

equipamento. O idoso deverá no momento de maior amplitude, inspirar e durante a expiração,

retornar a posição inicial, mobilizando a coluna desde a cervical até a lombar.

No segundo movimento, deverá inspirar e na expiração, mobilizar a coluna desde a cervical

até a lombar, realizando o movimento de flexão da coluna, tentando aproximar o bastão do

solo. Os joelhos deverão ficar em extensão nessa segunda fase do exercício.

98

Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima

de flexão do tronco, inspirar pelo nariz e durante a expiração,

realizará o retorno a posição inicial.

Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, o executante irá

estender a coluna novamente, mobilizando desde a lombar até a

cervical, finalizando o exercício com a coluna ereta, mantendo os

braços sempre estendidos, até que a mão se aproxime da altura dos

ombros.

Sugestão: Para maior segurança do executante, o equipamento

Ladder Barrel poderá ser apoiado em uma parede, para que este, não

se movimente durante a execução do exercício.

99

6. PRINCIPAIS RESULTADOS DE INTERVENÇÕES COM O MÉTODO PILATES EM IDOSOS

Na sequência (tabelas 5 e 6) serão apresentados estudos recentes, de forma a ilustrar

algumas evidências sobre a aplicação do método Pilates na população idosa. A sequência está

organizada com a apresentação dos autores, características dos sujeitos, frequência e tempo de

prática, avaliações que foram realizadas e os resultados significativos encontrados pelos

autores.

Tabela 5. Resumos de ensaios clínicos que utilizaram o Pilates na população idosa

Autores n° de sujeitos; sexo; idade;

grupo

Frequência e tempo

Protocolo de Avaliação

Conclusões

Rodrigues et al.26

52 mulheres; média de 66 anos; Grupo 1 - Pilates em equipamentos e bola. Grupo 2 - não realizou nenhuma atividade.

Intervenção de 60 minutos, 2x por semana, durante 8 semanas.

Caminhada de 10m; sentar e levantar da cadeira 5x; levantar da cadeira e circundar um cone; levantar da posição de decúbito ventral; vestir e tirar uma camiseta; teste de Tinetti.

Os resultados foram significativos apenas no grupo que realizou Pilates, para os testes de: caminhada de 10 metros, Levantar da posição de decúbito ventral e no teste de Tinetti.

Fourie et al.39

50 mulheres; média de 65 anos; Grupo 1 - Pilates solo. Grupo 2 - não realizou nenhuma atividade.

Intervenção de 60 minutos, 3x por semana, durante 8 semanas.

Flexões de cotovelo em 30 seg. com halter (2,5Kg); sentar e levantar de uma cadeira em 30 seg.; sentar e levantar de uma cadeira até a fadiga.

Os resultados foram significativos em todos os testes apenas no grupo que realizou Pilates.

100

Tabela 5. Continuação

Autores n° de sujeitos; sexo; idade;

grupo

Frequência e tempo

Protocolo de Avaliação

Conclusões

Gildenhuys et al.40

50 mulheres; média de 65 anos; Grupo 1 - Pilates solo. Grupo 2 - não realizou nenhuma atividade.

Intervenção de 60 minutos, 3x por semana, durante 8 semanas.

Sentar e levantar da cadeira 5x; levantar da cadeira e circundar o cone; levantar-se da posição sentada; colocar um peso de 5Kg sobre a mesa; caminhada de 6 min.

No grupo Pilates não houve resultados para: caminhada de 6 min.; No grupo controle houve resultado para: levantar da cadeira e circundar um cone; colocar um peso de 5Kg sobre a mesa.

Irez et al.27 60 mulheres; média de 75 anos; Grupo 1 - Pilates solo. Grupo 2 - não realizou nenhuma atividade.

Intervenção de 60 minutos, 3x por semana, durante 12 semanas.

Equilíbrio dinâmico na plataforma de medição; sentar e alcançar; tempo de reação; força em flexão, adução e abdução do quadril; nº de quedas.

Os resultados foram significativos em todos os testes apenas no grupo que realizou Pilates.

Plachy, Kovách e Bognár41

42 mulheres; média de 75 anos; Grupo 1 - Pilates solo. Grupo 2 - Pilates solo e hidroginástica. Grupo 3 - não realizou nenhuma atividade.

Intervenção de 60 minutos, 3x na semana, durante 24 semanas.

Caminhada de 6 min.; sentar e levantar de uma cadeira em 30 seg.; amplitude de movimento em flexão do ombro, quadril, coluna lombar, tóraco-lombar e lateral do tronco

Os resultados foram significativos em todos os testes para os grupos intervenções 1 e 2.

101

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse livro poderá auxiliar os profissionais da área do exercício físico, como aqueles

graduados em Educação Física e Fisioterapia, tendo como intuito a melhora na qualidade dos

serviços, quanto à intervenção com o método Pilates na população idosa. O mesmo estabelece

referencial teórico sólido, baseado em pesquisas recentes com o método, envolvendo questões

relativas ao envelhecimento e como o Pilates pode contribuir com variáveis referentes aos

aspectos físicos e funcionais de idosos.

O controle da intensidade da carga foi neste material estabelecido, uma vez que é

fundamental para que aja maior chance de sucesso nas intervenções, além de possibilitar

resultados em menor tempo, diminuindo ainda o risco de lesões. Os exercícios sugeridos são

capazes de promover força, equilíbrio e flexibilidade a terceira idade e estão detalhados passo

a passo. Os mesmos foram selecionados com base em pesquisas com o método e na

experiência prática de uma das autoras, tanto com relação a intervenções clínicas, quanto

ministrando cursos do método Pilates.

Espera-se que novos estudos possam surgir, de forma a contribuir com a literatura

referente ao método Pilates, que atualmente ainda é escassa. Especificamente em relação a

técnica, direcionada a população idosa, a situação é ainda mais crítica. Uma vez que o

envelhecimento populacional é uma realidade, sugere-se a realização de outros estudos, que

possam contribuir com a temática apresentada no presente livro.

102

REFERÊNCIAS

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105

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110

APÊNDICE A – Trabalho Apresentado em Evento Científico

ANÁLISE DA FORÇA ISOCINÉTICA DE IDOSAS APÓS 12 SEMANAS DE INTERVENÇÃO DO MÉTODO PILATES Laís Campos de OLIVEIRA, Deise Aparecida de Almeida PIRES-OLIVEIRA Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, Londrina, Paraná, Brasil. [email protected] Introdução: Idosos apresentam declínios típicos devido ao processo natural de envelhecimento, como por exemplo, diminuição da força muscular. Uma das formas para atenuar este problema, é a prática regular de exercícios físicos. O método Pilates é uma possibilidade de exercício, que necessita ser melhor investigada, principalmente para algumas variáveis, como na força muscular de membros inferiores. Objetivos: Verificar a força isocinética dos extensores e flexores do joelho, em idosas saudáveis submetidas a 12 semanas de treinamento de Pilates. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa experimental, com 32 idosas, subdivididas aleatoriamente em grupo experimental (GE, 63,6±1,02 anos) e controle (GC, 64,2±0,80 anos). As avaliações ocorreram pré e pós-intervenção. Um dinamômetro isocinético (Biodex System 4.0) foi utilizado na velocidade de 60 graus por segundo (60°/s), para o membro inferior dominante, nos movimentos de extensão e flexão do joelho (concêntrico/concêntrico), considerando-se o pico de torque (Nm). Para as intervenções no GE foram selecionados 20 exercícios de Pilates em equipamentos, envolvendo os principais segmentos corporais, todos com uma série de 10 repetições. O GC realizou 20 exercícios de alongamento estático, para os principais grupos musculares do corpo, em três séries de 20 segundos. Ambos os grupos realizaram 12 semanas de intervenção, duas vezes por semana, com 60 minutos de duração cada sessão. Para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro Wilk, seguido da análise de variância para medidas repetidas (ANOVA two way) (p<0,05). Resultados: Os grupos não apresentaram diferenças significativas pré-intervenção (intergrupos). Em todos os testes realizados houve diferença significativa para o GE, pré e pós-intervenção (intragrupos). Na comparação pós-intervenção (intergrupos), o GE apresentou valores estatisticamente superiores, quando comparado ao GC. A tabela 1 ilustra os resultados: Tabela 1. Pico de torque (Nm), para o movimento de extensão e flexão do joelho em 60°/s, do membro inferior dominante. GE (n=16) GC (n=16) p - intergrupos

Extensão do joelho Pré-intervenção 80,51±16,56 81,89±18,19 0,7828 Pós-intervenção 101,16±14,11 81,96±19,60 <0,0001 p – intragrupos <0,0001 0,9687 Flexão do joelho Pré-intervenção 37,49±10,24 38,66±8,21 0,7099 Pós-intervenção 52,2±9,51 36,92±10,74 <0,0001 p – intragrupos <0,0001 0,5855

Conclusões: O método Pílates possibilitou a melhora da força isocinética de idosas saudáveis, submetidas a 12 semanas de treinamento. Palavras-chave: idoso, exercício, força muscular.

Oliveira LC, Oliveira DAAP. Análise da força isocinética de idosas após 12 semanas de

intervenção do método Pilates. V Congresso de Ciência do Desporto e IV Seminário

Internacional de Ciência do Desporto. Campinas, Brasil: Universidade Estadual de

Campinas, Faculdade de Educação Física. 2014.

111

APÊNDICE B – Primeiro Artigo Científico

112

113

114

115

116

117

118

ANEXO A – Certificado de Apresentação de Trabalho em Evento Científico

119

ANEXO B - Capítulo de Livro.

Previsão de publicação em 2015 no livro: “Exercício Físico na

Promoção da Saúde”, organizado por Denilson C. Teixeira e Márcia R. A. Lourenço.

Pilates e Autonomia Funcional de Idosos

Introdução

O crescimento da população idosa é um fenômeno que vem ocorrendo no

mundo todo. No Brasil, enquanto a proporção de crianças vem diminuindo, a de

pessoas com mais de 65 anos passou de 5,1% em 1991, para 5,8% em 2000,

chegando a 7,2% em 2010. Dentre estes, 67,7% apresentaram prevalência de pelo

menos uma deficiência, contra 7,5% em crianças de zero a 14 anos, ou 24,9% da

população entre 15 a 64 anos1.

Este aumento na população idosa, somado a fragilidade que estas pessoas

podem apresentar, faz crescer a preocupação por parte dos profissionais da área da

saúde, em investigar condições que possam favorecer um envelhecimento

saudável2-4.

Para que isto ocorra, vários aspectos devem ser observados, como os de

domínio físico, cognitivo e afetivo5,6. Mesmo sabendo que estes aspectos estão

relacionados, no presente texto, iremos nos ater ao domínio físico, mais

especificamente sobre as capacidades físicas: força e resistência muscular,

equilíbrio postural, flexibilidade, agilidade e aptidão cardiorrespiratória; discutindo a

influência destas, na autonomia funcional do idoso. Quando comprometidas, estas

variáveis podem influenciar significativamente no desenvolvimento das atividades do

cotidiano, refletindo negativamente na qualidade de vida7.

Uma forma para atenuar os declínios físicos próprios do envelhecimento, é a

participação regular em programas de exercício físico, principalmente quando este é

aplicado de forma sistematizada. Programas de treinamento físico são capazes de

proporcionar melhoras, em capacidades físicas imprescindíveis, para o

desenvolvimento ou manutenção da autonomia funcional de idosos8, porém,

algumas modalidades de exercício, são ainda pouco conhecidas quanto aos seus

potenciais efeitos.

120

O método Pilates, é uma forma de exercício físico, que atualmente passou a

ser mais investigado. A técnica não é nova (foi criada no período da Primeira Guerra

Mundial), todavia, apenas recentemente começou a ser mais conhecida e praticada

mundialmente, tanto em programas de condicionamento físico, como para

reabilitação9. Deste modo, o presente texto, terá como objetivo, realizar uma

discussão, acerca do conhecimento até aqui apresentado pela literatura, sobre o

método Pilates para pessoas idosas, com foco em variáveis de domínio físico,

relacionadas à autonomia funcional.

Para tal, dividiremos este capítulo na seguinte sequência: a) delineamento da

forma, com que os manuscritos foram selecionados, para compor este texto; b)

apresentação do método Pilates, com uma breve explanação sobre o seu

surgimento e desenvolvimento, assim como, das principais características que

envolvem a sua prática; c) discussão sobre os componentes de domínio físico,

referentes à autonomia funcional de idosos, amparados por pesquisas que se

utilizaram do Pilates, como forma de exercício físico.

Seleção dos Manuscritos

Livros sobre a temática encontrados em bibliotecas de Instituições de Ensino

Superior, foram utilizados na descrição da história e desenvolvimento do método

Pilates, assim como, artigos científicos disponibilizados na base de dados PubMed

(MEDLINE). Para discutir sobre a autonomia funcional de idosos, foram pesquisados

artigos nas seguintes bases de dados: SPORTDiscus, PubMed (MEDLINE) e

LILACS. Não houve filtro na pesquisa relacionado às datas das publicações. Foi

utilizada nas buscas a palavra-chave “pilates”, associada aos seguintes descritores

em língua inglesa (e seus equivalentes em língua portuguesa): elderly, aging, aged,

seniors, exercise, strength, sarcopenia, balance, flexibility, functional autonomy,

personal autonomy, activities of daily living.

Para serem incluídos nesta revisão os artigos precisavam: 1) terem sido

publicados em uma revista com revisão por pares; 2) ter utilizado como forma de

exercício físico o método Pilates; 3) possuir no protocolo de avaliação ao menos

uma medida relacionada à autonomia funcional, como força ou resistência muscular,

flexibilidade, agilidade, equilíbrio postural ou aptidão cardiorrespiratória; 4) atender a

requisitos mínimos de um estudo experimental verdadeiro (randomização com

formação de grupo controle); 5) atender a requisitos mínimos relativos às

121

informações sobre o desenvolvimento do estudo (como a frequência com que

ocorriam as intervenções e a duração da mesma).

História e desenvolvimento do método Pilates

Joseph Hubertus Pilates nasceu na Alemanha em 1883. Durante toda a sua

infância, apresentou saúde frágil, sofrendo com doenças como febre reumática,

raquitismo, asma e bronquite. Pilates encontrou na prática de exercícios físicos, uma

forma para melhorar sua condição de saúde. Praticou esqui, mergulho, ginástica e

boxe. Quando adulto chegou a ser boxeador profissional e artista de circo, além de

instrutor de defesa pessoal, da polícia civil inglesa. Foi um autodidata, que se

aprofundou nos conhecimentos de medicina tradicional chinesa, anatomia e

fisiologia humana, além de princípios da yoga, das artes marciais e dos movimentos

dos animais10.

Durante o período da Primeira Guerra Mundial, vivendo na Inglaterra, Pilates

foi considerado estrangeiro inimigo, sendo levado para um campo de concentração

com outros alemães. Atuando como enfermeiro no local, ajudava na recuperação

dos feridos em guerra. Ao retirar as molas das camas hospitalares e adaptá-las de

forma a criar resistência, possibilitou a realização de exercícios de fortalecimento

muscular aos feridos, antes mesmo deles poderem se levantar do leito. Esta foi à

base que Pilates utilizou para criar os equipamentos, que até hoje são utilizados

para a prática do seu método, que usa a resistência de molas para a realização dos

exercícios10.

Com o fim da guerra, Pilates retornou para a Alemanha onde treinou a força

policial da cidade de Hamburgo. Em 1926 emigrou para os Estados Unidos e fundou

com sua esposa, um local para a prática do método de treinamento físico que havia

criado. Neste local, treinou principalmente atletas da dança, até a sua morte em

1967. Pilates nominou a técnica de Contrologia. O nome fazia referência, a

necessidade de um controle harmonioso, entre corpo e mente, para a realização dos

exercícios11.

Pilates escreveu apenas duas obras, a primeira em 193412 e a segunda em

194513, que posteriormente foram republicadas em um único volume14. Nestas o

autor preocupou-se principalmente, com as condições relacionadas a uma boa

postura e a importância do equilíbrio entre corpo e mente (controle consciente dos

movimentos do corpo). Escritos em uma época, em que havia poucos

122

conhecimentos científicos, Pilates amparou-se nos estudos sobre anatomia e

fisiologia, assim como nas suas observações dos movimentos dos animais. Utilizou

ainda, do conhecimento popular e citou os filósofos gregos, para teorizar sobre a

harmonia entre corpo e mente.

Muitos dos conceitos trabalhados no método Pilates foram transmitidos

somente posteriormente, pelos primeiros praticantes que tiveram contato direto com

Joseph Pilates. Os seis princípios básicos, que são a base para a prática do método,

é um exemplo disso. De acordo com Gallagher e Kryzanowska11, os seis princípios

são: concentração, controle, centro, fluidez, precisão e respiração.

Os autores descrevem que a concentração, refere-se ao movimento

consciente durante a realização dos exercícios, de forma a prestar atenção, em cada

passo do movimento realizado, solicitando a combinação correta de músculos. Para

o princípio denominado controle, faz-se necessário que os movimentos sejam

realizados de forma ritmada, sem trancos ou solavancos. Com relação ao centro,

denominado muitas vezes de power house (casa de força), refere-se ao

fortalecimento e ativação constante, dos músculos localizados no centro do corpo,

como os abdominais, a região lombar, pélvica e glútea, responsáveis por sustentar

de forma adequada o tronco na realização dos exercícios. Já o princípio da fluidez,

diz respeito à realização do movimento de forma suave e uniforme, realizado a partir

do centro para a extremidade do corpo. A precisão refere-se principalmente, a

realização de uma amplitude adequada do movimento, sem que haja

compensações, evitando lesões. O último princípio, a respiração, é enfatizado como

forma de auxiliar na coordenação dos movimentos executados, contração dos

músculos do centro e na concentração.

Estes princípios devem ser respeitados em todos os exercícios, que podem

ser realizados tanto no solo, como também usando equipamentos. A prática no solo

é executada usando-se apenas um colchonete. Nesta modalidade o peso corporal

do próprio praticante oferece a resistência na realização dos movimentos. Já para a

prática com o uso dos equipamentos, a maioria dos exercícios depende da

resistência de molas, com diferentes intensidades. Os equipamentos usados para a

prática são: Reformer Universal, Cadillac, as Cadeiras, os Barris, Wall Unit,

Guillotine, Ped-o-pull e acessórios, como o Magic Circle e halteres. Os exercícios

são subdivididos em níveis de habilidades, que vão do básico ao avançado10.

123

Atualmente novos conceitos, advindos de outras modalidades de exercícios

físicos, foram incorporados ao método, que recebeu o nome de seu criador. Com

isso, tornou-se comum o uso de outros acessórios para a prática do Pilates, como

bola Suíça, Bosu, faixa elástica e tornozeleira.

Os programas de Pilates vêm sendo ministrados por profissionais da

fisioterapia e da Educação Física, em programas de reabilitação e condicionamento

físico respectivamente. Pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento

físico podem praticar os exercícios, que são adaptados às condições do executante.

Recentemente cresceu o número de praticantes do método, o que tem fomentado

mais pesquisas sobre a eficácia deste nas diversas condições patológicas, como

também, no condicionamento físico de pessoas de diversas faixas etárias9.

Particularmente em idosos, que apresentam declínios fisiológicos típicos do

envelhecimento, a técnica tem sido investigada, principalmente como forma de

atenuar déficits relacionados às variáveis da autonomia funcional.

Pilates na autonomia funcional de idosos

Para este tópico, os textos apresentados pelas bases de dados foram

analisados primeiramente quanto ao título e resumo. Posteriormente, para aqueles

que necessitaram de maior avaliação, o texto foi lido na íntegra. Após a leitura dos

trabalhos, seis foram incluídos nesta revisão, uma vez que faziam referência aos

domínios que nos interessavam (variáveis relacionadas à autonomia funcional de

idosos) e utilizaram o método experimental do tipo verdadeiro (Figura 1).

124

Figura 1: Fluxograma da revisão de literatura

Dentre os estudos selecionados, dois15,16 fizeram uso de um protocolo

desenvolvido especialmente para análise da autonomia funcional do idoso. Outra

pesquisa verificou a força e a resistência muscular17. O restante fez uso de um

conjunto de testes, selecionados para averiguar domínios relacionados à autonomia

funcional. Um estudo associou testes de força muscular, agilidade e aptidão

cardiorrespiratória18. Irez et al.19 verificaram equilíbrio postural, flexibilidade, tempo

de reação, força e incidência de quedas. Outra pesquisa observou a amplitude de

movimento de vários seguimentos, aptidão cardiorrespiratória e resistência

muscular20. As tabelas 1 e 2 mostram os detalhes de cada estudo.

Estudos que necessitaram maior avaliação

(n=11)

Estratégia de Busca:

SPORTDiscus: 77

PubMed (MEDLINE): 28

LILACS: 30

Total: (n=135)

Estudos com potencial inclusão

(n=130)

Estudos excluídos:

Duplicados (n=5)

Estudos incluídos na revisão

(n=6)

Estudos excluídos:

Leitura do Resumo (n=119)

Estudos excluídos:

Leitura do texto (n=5)

125

Tabela 1. Estudos (n = 6) que analisaram componentes da autonomia funcional em idosas submetidas à intervenção com Pilates. n° do estudo; Autor

n° de voluntárias; grupo; média de idade e desvio padrão

Tipo de treino; duração; frequência; tempo da sessão

Protocolo de Avaliação relacionado à autonomia funcional

Resultados pré e pós-intervenção

1; Rodrigues et al.15

52; INT(27), CON(25); 60-78 (66±4)

Pilates em equipamentos e bola; 8 semanas; 2x/sem.; 60 minutos.

C10m; LPS; LCLC; LPDV; VTC.

Significativo para o grupo intervenção nos testes de: C10m (p<0,001); LPS (p=0,006); LCLC (p<0,01); LPDV (p<0,001); VTC (p<0,009).

2; Rodrigues et al.16

52; INT(27), CON(25); 60-78 (66±4)

Pilates em equipamentos e bola; 8 semanas; 2x/sem.; 60 minutos.

C10m; LPS; LCLC; LPDV; VTC; TT.

Significativo para o grupo intervenção nos testes de: C10m (p<0,001); LPDV (INT: p<0,001); VTC (INT: p<0,056); TT (INT: p=0,009).

3; Fourie et al.17

50; INT(25), CON(25); >60 (65,72±4,89)

Pilates solo; 8 semanas; 3x/sem.; 60 minutos.

FCH; SL30s; SL. Significativo para o grupo intervenção nos testes de: FCH (p<0,000); SL30s (p<0,000); SL (p<0,000). E significativo para o grupo controle nos testes de: FCH (p=0,028); SL30s (p=0,031).

4; Gildenhuys et al.18

50; INT(25), CON(25); >60 (65,72±4,89)

Pilates solo; 8 semanas; 3x/sem.; 60 minutos.

LPS; LPS1; LCLC; P5; C6min

Significativo para o grupo intervenção nos testes de: LPS (p<0,000); LPS1 (p=0,000); LCLC (p<0,000); P5 (p<0,000). E significativo para o grupo controle nos testes de: LCLC (p<0,000); P5 (p<0,000).

126

Tabela 2. Continuação. Autor n° de

voluntárias; grupo; média de idade e desvio padrão

Tipo de treino; duração; frequência; tempo da sessão

Protocolo de Avaliação relacionado à autonomia funcional

Resultados pré e pós-intervenção

5; Irez et al.19

60; INT(30), CON(30); >65 (75,4±6,2)

Pilates solo (4 sem.), Pilates com faixas elásticas (4 sem.) e Pilates na bola (4 sem.); 12 semanas; 3x/sem.; 60 minutos.

PM; SA; TR; FF; FAD; FAB; NQ.

Significativo para o grupo intervenção nos testes de: PM (p<0,05); SA (p<0,05); TR (p<0,05); FF (p<0,05); FAD (p<0,05); FAB (p<0,05); NQ (p<0,05).

6; Plachy, Kovách e Bognár20

42; INT1(15), INT2(15), CON(12); >65 (75,4±6,2)

Pilates solo (INT1), Pilates solo e Hidroginástica (INT2); 24 semanas; 3x/sem.; 60 minutos.

C6min; SL30s; OD; Q; CL; TL; LTD.

Significativo para o grupo intervenção 1 e 2 nos testes de: C6min (p<0,05); SL30s (p<0,05); OD (p<0,05); Q (p<0,05); CL (p<0,05); TL (p<0,05); LTD (p<0,05).

C10m: caminhada de 10 metros, LPS: sentar e levantar da cadeira 5 vezes, LCLC: levantar da cadeira e circundar um cone; LPDV: levantar da posição de

decúbito ventral, VTC: vestir e tirar uma camiseta, TT: teste de Tinetti (equilíbrio estático), GGT: teste Gleichgewichtstest (equilíbrio estático e dinâmico),

FCH: Flexões de cotovelo em 30 segundos com haltere de 2,5Kg, SL30s: sentar e levantar de uma cadeira em 30 segundos, SL: sentar e levantar de uma

cadeira até a fadiga, LPS1: levantar-se da posição sentada 1 vez, P5: colocar um peso de 5Kg sobre a mesa, C6min: caminhada de 6 minutos, PM: equilíbrio

dinâmico na plataforma de medição, SA: sentar e alcançar, TR: tempo de reação, FF: força em flexão do quadril, FAD: força em adução do quadril, FAB:

força em abdução do quadril, ND: número de quedas, OD: amplitude de movimento em flexão do ombro direito, Q: amplitude de movimento em flexão do

quadril, CL: amplitude de movimento em flexão da coluna lombar, TL: amplitude de movimento em flexão da coluna tóraco-lombar, LTD: amplitude de

movimento em flexão lateral do tronco direito, p<0,05: diferença significativa na comparação pré e pós-intervenção.

127

Os estudos realizados por Rodrigues et al.15 e Rodrigues et al.16 (estudos

número 1 e 2 respectivamente) verificaram a autonomia funcional de 52 idosas

submetidas aos exercícios de Pilates em equipamentos e com o uso de uma bola

Suíça, durante oito semanas, duas vezes por semana. Em ambos os trabalhos, as

idosas foram randomizadas em grupo Pilates e controle. Todas foram submetidas a

uma bateria de testes funcionais (caminhada de 10m, levantar-se da posição

sentada, levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa, levantar-se da posição de

decúbito ventral e vestir e tirar uma camiseta), pré e pós-intervenção. Em um dos

estudos16 também foi realizado um teste de equilíbrio estático (Tinetti). Ao contrário

do grupo controle, o grupo intervenção apresentou uma melhora significativa para a

maioria dos testes aplicados. Os autores concluíram que a prática de Pilates pode

contribuir significativamente para a autonomia funcional de mulheres idosas.

A bateria de testes em questão foi validada para a população idosa21,22 como

uma alternativa para mensurar a autonomia funcional, uma vez que os testes exigem

velocidade, força e agilidade em tarefas próximas das executadas no cotidiano.

Estes testes compõem o protocolo denominado “Grupo de Desenvolvimento Latino-

Americano para a Maturidade” (GDLAM). Como o Pilates se propõe a não

segmentar os grupos musculares na realização dos exercícios, mas sim trabalhar de

forma global9, o protocolo em questão pode ser uma alternativa importante, na

verificação dos efeitos de diferentes protocolos de intervenção do método, sobre a

autonomia funcional de idosos.

Ambos os estudos fizeram uso de uma bola Suíça, além de equipamentos

para a realização dos exercícios, o que possibilita um melhor ajuste de carga, uma

vez que as molas, usadas nestes equipamentos possuem diferentes intensidades de

resistência. Uma pesquisa que se utilizou apenas de exercícios executados no solo,

também identificou melhoras significativas para a maioria dos componentes do

GDLAM23, contribuindo para a melhora da autonomia funcional das idosas avaliadas.

Por se tratar de exercícios que foram realizados apenas com a resistência do próprio

corpo, torna-se uma alternativa importante nos casos em que equipamentos, não

estão disponíveis.

No estudo de Fourie et al.17 (estudo número 3) o objetivo foi identificar os

efeitos do método Pilates sobre a força e a resistência muscular de mulheres idosas.

Cinquenta idosas foram distribuídas aleatoriamente em grupo experimental e

128

controle. O primeiro grupo participou de sessões de Pilates solo, durante oito

semanas, três vezes por semana, enquanto o grupo controle não participou de

nenhuma intervenção. Foram mensuradas pré e pós-intervenção, força muscular de

membros superiores (flexões de cotovelo em 30 segundos com haltere de 2,5Kg),

força muscular de membros inferiores (sentar e levantar de uma cadeira em 30

segundos) e resistência muscular de membros inferiores (sentar e levantar de uma

cadeira até a fadiga). Os resultados demonstraram melhora significativa para força

muscular de membros superiores e inferiores em ambos os grupos e para

resistência de membros inferiores no grupo intervenção. Os autores concluíram que

oito semanas de Pilates é capaz de produzir força e resistência muscular em

mulheres idosas.

Este estudo utilizou testes de força tanto para membros superiores, quanto

para membros inferiores, além de um teste de resistência para os membros

inferiores. Para os dois primeiros testes, houve também melhora significativa no

grupo controle, o que mostra a necessidade, de interpretarmos com cautela os

resultados. Talvez possa ter havido viés durante o procedimento de avaliação,

mesmo os autores declarando que o avaliador foi cegado. Um acompanhamento do

grupo controle, de forma a verificar se nenhuma prática de exercício físico estava

sendo realizada, pode não ter sido realizada. Uma questão que também não pode

ser desconsiderada é o fato de terem sido realizados apenas testes de força e

resistência muscular. Variáveis como, velocidade de deslocamento, equilíbrio

postural, agilidade ou amplitude de movimento articular, por exemplo, são elementos

importantes para a autonomia funcional7. Isso limita extrapolações quanto aos

potenciais efeitos do protocolo aplicado, sobre a temática deste texto.

Ainda não existe consenso na literatura sobre o quanto exercícios de Pilates

podem ser eficazes, na melhora da força e resistência muscular de pessoas

saudáveis. Uma revisão de literatura encontrou evidência moderada para aumento

desta capacidade física em praticantes saudáveis de Pilates24. Melo et al.25

identificaram variáveis importantes a serem consideradas na prescrição dos

exercícios de força e resistência muscular na prática de Pilates, como o

posicionamento das molas que proporcionam resistência, os diferentes torques de

resistência que estas ocasionam (variando de acordo com a cor das molas), assim

129

como, as mudanças no torque de resistência, de acordo com a amplitude de

movimento realizada.

Gildenhuys et al.18 (estudo número 4) verificaram os efeitos do treinamento de

Pilates na agilidade, mobilidade funcional e aptidão cardiorrespiratória de mulheres

idosas. Para isso, 50 voluntárias foram aleatoriamente separadas em grupo

experimental e controle. Enquanto o grupo controle não realizou qualquer

intervenção, o grupo experimental participou de 24 sessões de exercícios

progressivos de Pilates realizados no solo, durante oito semanas. Os autores

identificaram que o grupo experimental melhorou significativamente a agilidade e a

mobilidade funcional mensurados por uma bateria de testes (levantar-se da posição

sentada cinco vezes, levantar-se da posição sentada uma vez, levantar-se da

cadeira e locomover-se, colocar um peso de 5kg sobre a mesa e caminhada de seis

minutos). Houve melhora significativa para todas as variáveis no grupo intervenção,

com exceção para a aptidão cardiorrespiratória. No grupo controle houve melhora

significativa nos testes: levantar da cadeira e locomover-se; e colocar um peso de

5Kg sobre a mesa. Os autores concluíram que o protocolo foi capaz de beneficiar a

mobilidade funcional e agilidade de idosos, porém, formas adicionais de exercício

devem ser utilizadas como complemento do Pilates para melhora da aptidão

cardiovascular.

Assim como no estudo anterior, os resultados devem ser interpretados com

cautela, uma vez que o grupo controle apresentou melhora significativa para duas

variáveis, deixando dúvidas quanto ao risco de viés na pesquisa, ou a melhora ter

ocorrido ao acaso. A bateria de testes escolhida contempla variáveis físicas

importantes para a autonomia funcional do idoso, como força de membros inferiores

e superiores, agilidade e aptidão cardiorrespiratória.

Diferentemente do estudo anterior17, além das variáveis força e resistência

muscular, houve uma preocupação em mensurar também as variáveis agilidade e

aptidão cardiorrespiratória. Outros estudos15,23 também identificaram melhora

significativa para força, resistência muscular e agilidade de idosos submetidos aos

exercícios de Pilates, tanto na prática de solo, como com o uso de equipamentos.

Quanto a aptidão cardiorrespiratória, Gildenhuys et al.18 não encontraram resultados

significativos. Uma vez que os exercícios de Pilates foram projetados para a melhora

de variáveis relacionadas à flexibilidade, equilíbrio, agilidade, força e resistência

130

muscular26 alterações na aptidão cardiorrespiratória podem não ocorrer em

praticantes da técnica.

Em um estudo realizado por Irez et al.19 (estudo número 5) 60 idosas foram

aleatoriamente subdivididas em grupo controle, que continuou com suas atividades

diárias habituais e grupo Pilates, que foi submetido a 12 semanas de treinamento,

três vezes por semana. Durante as quatro primeiras semanas os exercícios foram

realizados no solo. Nas quatro semanas seguintes, os exercícios foram executados

com a resistência de faixa elástica e nas últimas quatro semanas, o treinamento foi

realizado com bola Suíça. As avaliações consistiram em testes de equilíbrio

dinâmico em uma plataforma de medição, flexibilidade mensurada pelo teste de

sentar e alcançar, tempo de reação (pressionar um botão) com estímulo luminoso e

sonoro, além de testes subjetivos de força muscular em flexão, adução e abdução

do quadril. O registro do número de quedas também foi realizado. Os autores

identificaram melhora significativa para todos os testes apenas no grupo intervenção,

assim como na redução do número de quedas. Os mesmos concluíram que os

exercícios Pilates é eficaz na melhora do equilíbrio dinâmico, flexibilidade, tempo de

reação e força muscular de idosas, contribuindo para a diminuição do risco de

quedas.

Este estudo optou por uma bateria de testes importantes para identificar

variáveis relacionadas ao equilíbrio de idosos, o que reflete diretamente no índice de

quedas. Outras pesquisas têm observado um potencial efeito dos exercícios de

Pilates no equilíbrio postural de idosos, acarretando na diminuição do risco de

quedas27-29.

Appell et al.27 verificaram que idosos submetidos a duas sessões semanais de

Pilates, durante 10 semanas, apresentaram melhoras significativas no equilíbrio,

quando comparados a idosos submetidos a atividades físicas recreativas. O estudo

“cross-over” de Bird, Hill e Fell28 também identificou melhora significativa em um

grupo de idosos praticantes de Pilates, após seis semanas de intervenção, com duas

sessões semanais, apesar de não ter identificado esta mesma melhora na segunda

etapa da pesquisa. Newell, Shead e Sloane29 observaram que apenas uma sessão

semanal de Pilates, por oito semanas já foi suficiente para a melhora do equilíbrio

postural de idosos, com consequente redução do risco de quedas.

131

No estudo de Plachy, Kovách e Bognár20 (estudo número 6) o objetivo foi

verificar os efeitos de seis meses de intervenção com Pilates na autonomia funcional

de mulheres idosas. Quarenta e duas voluntárias foram aleatoriamente distribuídas

em três grupos: o primeiro realizou Pilates três vezes por semana; o segundo duas

sessões de hidroginástica e uma de Pilates; e o terceiro grupo não recebeu

intervenção. Avaliações pré e pós-intervenção foram realizadas para as seguintes

amplitudes de movimento em flexão: ombro direito, quadril, coluna lombar, coluna

tóraco-lombar e lateral do tronco direito. Caminhada de seis minutos para avaliar a

aptidão cardiorrespiratória e teste de sentar e levantar de uma cadeira em 30

segundos, para verificar a resistência muscular de membros inferiores. Foram

encontradas melhoras significativas em todos os testes nos grupos que receberam

intervenção. Os autores concluíram que um programa de seis meses de exercícios

de Pilates ou combinado entre Pilates e hidroginástica são capazes de beneficiar a

autonomia funcional de idosas.

Assim como no estudo anterior, que verificou a flexibilidade da cadeia

posterior, os autores encontraram melhora significativa para a amplitude de

movimento em vários segmentos. Uma das principais características dos exercícios

de Pilates é o aumento da flexibilidade26, que demonstrou em um estudo de revisão

com pessoas saudáveis, uma forte evidência para melhora24.

A resistência muscular de membros inferiores também apresentou uma

diferença significativa, corroborando com os dados do estudo discutido

anteriormente17. Todavia, nos chama a atenção, a melhora apresentada pelo grupo

que participou das intervenções com Pilates, quanto à aptidão cardiorrespiratória,

uma vez que esta forma de exercício físico, não possui como característica o

trabalho cardiovascular, divergindo do estudo discutido anteriormente18.

Para a melhora da aptidão cardiorrespiratória, exercícios de condicionamento

aeróbio sozinhos30, ou associados ao treinamento de resistência31, podem

apresentar efeito significativo em idosos. Estudos tem demonstrado ainda, que o

treino de resistência isolado, também pode propiciar mudanças na condição

cardiorrespiratória de idosos32,33. Deste modo, outros estudos precisam ser

realizados, de forma a demonstrar os efeitos do método Pilates, na condição

cardiorrespiratória de idosos.

132

Considerações Finais

O método Pilates é uma forma de exercício físico originária da Primeira

Guerra Mundial, que vem ganhando adeptos no mundo todo, atendendo praticantes

de diversas faixas etárias, inclusive idosos. Os estudos que observaram os efeitos

da técnica, na melhora da autonomia funcional de idosos utilizaram de diferentes

tipos de avaliação e protocolos de intervenção. Pilates tanto aplicado no solo, como

também, com o uso de equipamentos específicos, parece possuir um bom potencial

para a melhora da autonomia funcional do idoso, principalmente em capacidades

físicas como força e resistência muscular, equilíbrio, flexibilidade e agilidade. Porém,

mais estudos precisam ser realizados para demonstrar os efeitos do método, sobre a

aptidão cardiorrespiratória de pessoas idosas.

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Tendons J. 2011;29;1(2):61-6.

27. Appell IPC, Pérez VR, Nascimento MM, Coriolano HJA. The Pilates Method to

Improve Body Balance in the Elderly. Arch Exerc Health Dis. 2012;3(3):188-93.

28. Bird ML, Hill KD, Fell JW. A randomized controlled study investigating static and

dynamic balance in older adults after training with Pilates. Arch Phys Med Rehabil.

2012;93(1):43-9.

29. Newell D, Shead V, Sloane L. Changes in gait and balance parameters in elderly

subjects attending an 8-week supervised Pilates programme. J Bodyw Mov Ther.

2012;16(4):549-54.

30. Nascimento RJ, Santos ML, Ramires JB, Barbosa RVB; Oliveira AJJV, Borges

GF. Aptidão cardiorrespiratória em idosas participantes de um centro de convivência

na Cidade de Coari, Estado do Amazonas, Brasil. Rev Pan-Amaz Saúde.

2011;2(2):19-26.

31. Locks RR, Ribas DIR, Wachholz PA, Gomes ARS. Efeitos do treinamento

aeróbio e resistido nas respostas cardiovasculares de idosos ativos. Fisioter Mov.

2012;25(3):541-50.

32. Buzzachera CF, Elsangedy HM, Krinski K, Colombo H, Campos W, Silva SG.

Efeitos do treinamento de força com pesos livres sobre os componentes da aptidão

funcional em mulheres idosas. Rev Educ Fis. 2008;19(2):195-203.

33. Silva NL, Farinatti PTV. Influência do exercício contra-resistência sobre o

consumo de oxigênio e a frequência cardíaca de idosas. Motri. 2012;8(2):659-66.

136

ANEXO C – Segundo Artigo Científico

Nome do periódico: Journal of Aging and Physical Activity (ISSN: 1063-8652)

AVALIAÇÃO ISOCINÉTICA DOS EXTENSORES E FLEXORES DO JOELHO EM

IDOSAS SUBMETIDAS AO MÉTODO PILATES: UM ENSAIO CLÍNICO

RANDOMIZADO E CONTROLADO

Resumo

Contexto: Com o aumento da população idosa, cresce a preocupação em

considerar fatores, que possam contribuir com um envelhecimento saudável. A força

muscular dos membros inferiores possibilita uma maior independência em pessoas

idosas.

Objetivo: Verificar os efeitos do método Pilates na força muscular isocinética dos

extensores e flexores do joelho em mulheres idosas saudáveis.

Método: Trinta e duas idosas foram subdivididas aleatoriamente em dois grupos.

Grupo Experimental (GE, n=16, 63,62±1,02 anos) e Grupo Controle (GC, n=16,

64,21±0,80). Avaliação isocinética dos extensores e flexores do joelho foi realizada a

60°/s e 180°/s, pré e pós-intervenção, considerando-se o pico de torque (N.m) e o

trabalho total (J). O GE participou de sessões de Pilates e o GC participou de

sessões alongamento estático, duas vezes por semana, durante 12 semanas. Para

verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro Wilk, seguido da

análise de variância para medidas repetidas (ANOVA two way) (p<0,05).

Resultados: A comparação intergrupos não demonstrou diferença significativa pré-

intervenção. Na comparação intragrupos foi possível identificar diferença

estatisticamente significativa apenas para o GE, em todos os testes realizados,

comparando-se os momentos pré e pós-intervenção. Para o momento pós-

intervenção (intergrupos) todos os testes realizados mostraram diferença

significativa a favor do GE, com exceção do movimento de flexão do joelho esquerdo

a 180°/s no J (p=0,1391).

Conclusão: A força muscular isocinética dos extensores e flexores do joelho de

mulheres idosas melhorou significativamente após 12 semanas de intervenção com

Pilates.

Palavras-chave: idoso; exercício; força muscular.

137

Introdução

O número de idosos tem aumentado consideravelmente no mundo1,2, tendo

como expectativa de vida ao nascer, uma média de crescimento de

aproximadamente três anos a cada década3. No Brasil estima-se que por volta do

ano de 2025, a população idosa será de aproximadamente 30 milhões4,5.

Esse crescimento faz com que aumente a preocupação dos profissionais da

área da saúde, em contribuir para uma velhice saudável e independente, de forma a

preservar ou melhorar a autonomia funcional destas pessoas, para que assim,

possam envelhecer com qualidade de vida6-8.

Um processo que ocorre nesta fase da vida e pode comprometer um

envelhecimento saudável é a sarcopenia, que leva a perda de força muscular, o que

pode contribuir com a ocorrência de fatores como: osteoporose, quedas, fraturas e

limitações funcionais9-12.

Exercícios físicos, que possibilitem o trabalho de resistência muscular, têm

sido utilizados como um meio eficaz na melhora ou preservação da massa muscular

e dos níveis de força13-16. Algumas formas de exercícios proporcionam a melhora da

força e da resistência muscular, sendo capazes de garantir com que os idosos

preservem e melhorem a autonomia funcional, de forma a executarem de forma

independente suas atividades de vida diária17,18.

Uma prática de exercício físico, que recentemente vem sendo investigada em

diversas populações, é o método Pilates19-23; esses exercícios podem ser realizados

em equipamentos, próprios para a prática deste método, ou no solo, com o uso de

acessórios, como bola e faixas elásticas22. Esta técnica, realizada de forma

sistemática, pode ser uma opção para o desenvolvimento da força e da resistência

muscular, contribuindo para a manutenção ou melhora da autonomia funcional de

idosos19,23-25.

Tradicionalmente, em cada sessão de Pilates, são realizados exercícios de

alongamento e fortalecimento muscular, para os principais segmentos corporais

(membros inferiores e superiores, flexores e extensores do tronco). No entanto, as

pesquisas com o método, têm focado principalmente nos efeitos sobre a

flexibilidade, fortalecimento dos músculos responsáveis pela estabilização da coluna,

postura e respiração21. Existindo desta forma, uma carência de estudos, que tenham

verificado os efeitos desta técnica, na força muscular dos membros inferiores; sendo

138

que o aumento da força de extensores e flexores do joelho é importante para a

melhora do equilíbrio e a diminuição do risco de quedas, favorecendo uma maior

independência durante as atividades de vida diária de idosos17,18.

Uma vez que o Pilates possibilita o treinamento de resistência, de todos os

principais grupos musculares do corpo, a hipótese é que a técnica possa contribuir,

com o aumento da força de músculos importantes localizados nos membros

inferiores, como os extensores e flexores do joelho. Sabendo da importância do

fortalecimento destes, para a população idosa, o objetivo deste estudo, foi analisar

os efeitos de um protocolo de exercícios do método Pilates, realizados em

equipamentos, sobre a força muscular isocinética dos músculos extensores e

flexores do joelho, em mulheres idosas saudáveis.

Métodos

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

envolvendo seres humanos da Universidade Norte do Paraná (Brasil), sob o

protocolo 513.001 e caracteriza-se como um ensaio clínico randomizado e

controlado, com idosas residentes na comunidade da cidade de Jacarezinho, estado

do Paraná, no Brasil. O tamanho da amostra foi determinado utilizando-se como

base de cálculo, o pico de torque isocinético apresentado por estudo anterior26.

Levando-se em consideração um erro de 20% e valor de α em 0,05, portanto,

identificou-se a necessidade de 16 participantes em cada grupo.

Os critérios de inclusão foram: a) idade > que 60 anos; b) sexo feminino; c)

capacidade para realizar atividades da vida diária sem auxílio (AVDs e AIVDs); d)

índice de massa corporal (IMC) dentro dos parâmetros normais para a faixa etária

(entre 22 e 27 Kg/m2)27; e) apresentação de atestado médico indicando aptidão para

a prática de exercícios físicos; f) não estarem praticando nenhum tipo de exercício

físico nos últimos seis meses; g) concordarem em não praticar outro tipo de

exercício físico durante a pesquisa.

Os critérios de exclusão foram: a) déficit cognitivo <19 de acordo com o Mini

Exame do Estado Mental (MEEM)28; b) limitações funcionais para deambular ou o

uso de dispositivos de apoio (bengala, andador e muletas); c) resposta afirmativa em

qualquer pergunta, de um questionário para identificar comorbidades relacionadas a

139

problemas visuais graves, osteoartrose de joelhos ou de quadril, cirurgias

ortopédicas de quadril, joelhos ou tornozelos.

Das idosas que atenderam aos critérios de inclusão/exclusão, 32 foram

incluídas na pesquisa. Todas foram devidamente informadas sobre os objetivos e

metodologia do estudo e posteriormente assinaram termo de consentimento livre e

esclarecido.

Logo após a seleção inicial, as voluntárias foram submetidas à avaliação da

força muscular isocinética dos músculos extensores e flexores do joelho, a 60 e 180

graus por segundo (60°/s e 180°/s). Posteriormente, o processo de randomização

ocorreu por meio de uma tabela de números aleatórios, gerados por computador,

que distribuiu as voluntárias em dois grupos (experimental e controle), com 16

integrantes cada. O grupo experimental (GE) realizou exercícios de Pilates,

enquanto o grupo controle (GC) realizou exercícios de alongamento estático. Em

ambos os grupos foram escolhidos 20 exercícios contemplando os principais

segmentos corporais (membros inferiores, superiores, flexores e extensores do

tronco), em sessões de 60 minutos, duas vezes por semana, durante 12 semanas;

foi respeitado no mínimo dois dias de intervalo entre as sessões. Após as

intervenções, as idosas foram reavaliadas pelo mesmo avaliador que já havia

realizado a avaliação pré-intervenção. A figura 1 ilustra a sequência dos eventos.

140

Figura 1. Diagrama demonstrando o desenvolvimento do estudo.

Avaliação isocinética dos extensores e flexores do joelho

O teste de força muscular, dos extensores e flexores do joelho foi realizado,

com o dinamômetro isocinético Biodex System 4.0 (Biodex Medical Systems, Shirley,

NY, EUA), antes e após o período de intervenção.

Antecedendo ao teste, o aparelho foi calibrado seguindo as normas do

fabricante. O aquecimento foi realizado em uma bicicleta ergométrica vertical, com

carga leve (25 watts) e velocidade confortável (40 rotações por minuto), durante

cinco minutos. Na sequência, o avaliador explicou detalhadamente os

Randomização

(n=16) (n=16)

Atendimento aos critérios de inclusão/exclusão

(n=32)

Semana 0

Avaliação isocinética dos extensores e flexores do joelho a 60°/s e 180°/s.

Semana 12

Avaliação isocinética dos extensores e flexores do joelho a 60°/s e 180°/s.

(n=16) (n=16)

Grupo Experimental

• 20 exercícios do

método Pilates.

• Sessões de 60 minutos,

duas vezes por

semana, durante 12

semanas.

Grupo Controle

• 20 exercícios de

alongamento estático.

• Sessões de 60

minutos, duas vezes

por semana, durante

12 semanas.

141

procedimentos do teste e posicionou as voluntárias no assento do equipamento,

com o ângulo da cadeira a 120 graus de flexão.

O eixo de rotação do braço do dinamômetro foi alinhado com o epicôndilo

lateral do fêmur do membro inferior direito (MID), relatado por todas como de

preferência. O local da aplicação da força foi posicionado, aproximadamente, dois

centímetros do maléolo medial. Foram fixados cintos no tronco, pelve e coxa, a fim

de evitar movimentos compensatórios29. Após uma breve familiarização com o

equipamento e com a amplitude de movimento realizada durante o teste, a

voluntária realizou a extensão e a flexão do joelho (concêntrico/concêntrico) na

velocidade de 60°/s, partindo de uma posição em que a articulação do joelho se

encontrava em 90 graus de flexão. Foram realizadas três séries de cinco repetições,

com 30 segundos de descanso entre as séries30. Em seguida o teste foi realizado

seguindo o mesmo protocolo, na velocidade de 180°/s. O mesmo procedimento foi

posteriormente repetido no membro inferior esquerdo (MIE). As variáveis

consideradas para o estudo foram o pico de torque (PT) e o trabalho total (TT),

expressos em newtons por metro (N.m) e joules (J) respectivamente.

As voluntárias foram instruídas a realizar a máxima força de contração

voluntária dos extensores do joelho, seguido imediatamente pela contração máxima

dos flexores do joelho de forma contínua. Durante o teste foram usadas palavras de

incentivo, como “mais força” e “mais forte”.

Protocolo de Intervenção rever comentário abaixo 21, este comentário esta

indo e voltando e você não o retirou

Grupo Experimental

As intervenções realizadas pelo GE constaram de 24 sessões de Pilates

realizadas duas vezes por semana, durante 12 semanas. Cada intervenção teve

duração de 60 minutos. As duas primeiras sessões foram utilizadas para

familiarização das voluntárias com o Pilates, explicação e execução correta de cada

movimento, assim como, para maior entendimento dos princípios do método.

Os equipamentos utilizados para a realização dos exercícios foram: Cadeira

Combo, Cadillac Trapézio, Reformer Universal e Ladder Barrel, todos da linha de

equipamentos do Instituto São Paulo (Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São

142

Paulo, Brasil), registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA,

Brasil).

Foram selecionados para a presente pesquisa, 20 exercícios de

fortalecimento e alongamento para os principais segmentos corporais (membros

inferiores, superiores, flexores e extensores do tronco). A sequência de realização

dos exercícios, os equipamentos utilizados e o nome tradicional de cada exercício do

método Pilates, foram respectivamente: alongamentos iniciais no Cadillac Trapézio

(Spine Stretch, Mermaid, Stretching Knee), fortalecimento dos membros inferiores na

Cadeira Combo (Footwork Double Leg Pumps Toes, Pumping One Leg, Pump One

Leg Front, Achilles Stretch) e no Cadillac Trapézio (Leg Series Supine Lowers, Leg

Series Supine Circles), fortalecimento dos músculos flexores e extensores do tronco

no Cadillac Trapézio (Sit Up, Sit Up One Leg, The Hundred, Trunk Up, Body

Extension), fortalecimento dos membros superiores no Reformer Universal (Arms

Pulling, Arms Biceps, Arms Triceps), alongamentos finais no Reformer Universal

(Front Splits, Stretching the Chain Posterior) e no Ladder Barrel (Stretch Back and

Forward).

Todos os exercícios foram realizados em uma série de dez repetições. A

intensidade das molas foi alterada, conforme a evolução da força das voluntárias

durante cada exercício, mantendo-se o número de repetições e série. Para

determinar o nível de esforço e consequentemente à evolução das cargas, foram

utilizadas descrições verbais de acordo com a escala de Borg CR1031: carga leve

(Borg ≤ 2), carga moderada (Borg > 2 - <5), carga pesada (Borg ≥ 5 - <7) e próximo

da carga máxima (Borg ≥ 7). O nível de esforço mantido durante as sessões foi

moderado (Borg entre 3 e 4). Todas as vezes que a intensidade do exercício foi

alterada, a nova carga utilizada era imediatamente anotada em uma ficha individual,

utilizada para registro do treinamento.

Os exercícios foram selecionados na tentativa de melhorar a força muscular

dos principais segmentos corporais, porém, foi dada maior ênfase nos membros

inferiores. As voluntárias foram orientadas sobre os princípios do método (Centro,

Controle, Concentração, Fluidez, Precisão e Respiração) que precisavam ser

respeitados na execução de cada exercício32.

As intervenções foram ministradas por uma profissional com certificação em

Pilates e experiência com o método.

143

Grupo Controle

Este grupo, durante as 12 semanas de intervenção, não realizou exercícios

de fortalecimento muscular, apenas exercícios de alongamento estático, em 24

sessões com duração de 60 minutos, realizadas duas vezes por semana. Vinte

exercícios foram realizados para as seguintes regiões do corpo: cervical e membros

superiores (trapézio superior, escalenos, esternocleidomastoideos, flexores e

extensores de punho e dedos, deltóide, tríceps e peitoral), alongamentos de cadeia

lateral e de membros inferiores (oblíquos, quadrado lombar, isquiotibiais, adutores,

glúteos, abdutores e tríceps sural).

Os exercícios foram realizados de forma ativa, com três séries, mantidos por

30 segundos cada, tendo um minuto de descanso entre as séries. As voluntárias

permaneceram sentadas em colchonetes de Etileno Acetato de Vinila (Ethylene Vinyl

Acetate - EVA), deitadas em decúbito dorsal ou em pé, dependendo do exercício de

alongamento que foi executado.

Todas as intervenções foram ministradas por um profissional capacitado.

Análise Estatística

Foi realizada análise descritiva dos dados, expressas na forma de média e

desvio padrão. Para verificar se existiam diferenças entre os grupos, quanto às

características físicas iniciais (idade, peso, altura e IMC), no momento pré-

intervenção, foi utilizado o teste U Mann Whitney. A verificação da normalidade dos

dados ocorreu por meio do teste Shapiro Wilk. Como não foi rejeitada hipótese de

distribuição normal, aplicou-se análise de variância para medidas repetidas (ANOVA

two way), seguido do teste post hoc de Tukey, para verificar as comparações intra e

intergrupos, nos diferentes momentos do estudo. O intervalo de confiança admitido

em todos os testes foi de 95% (p<0,05). Os dados foram tratados no programa

SPSS 20.0 (SPSS Corp., Chicago, IL, EUA).

Resultados

As características físicas iniciais das voluntárias não apresentaram diferença

estatisticamente significativa. A idade variou entre 60 e 65 anos, o peso corporal

144

entre 54,2 e 69 Kg, a altura entre 155 e 174 cm e o IMC entre 22,6 e 26,8 Kg/m2

(tabela 1).

Tabela1. Média, desvio padrão e valor alfa (p) das características físicas iniciais (momento pré-

intervenção) no grupo experimental e controle.

Momento pré GE (n=16) GC (n=16) p

Idade (anos) 63,62±1,02 64,21±0,80 0,1240

Peso (Kg) 64,56±2,06 64,71±2,58 0,8516

Altura (cm) 161,93±4,56 160,71±4,93 0,7552

IMC (Kg/m2) 24,71±1,36 25,08±1,26 0,4669

Legenda: IMC – índice de massa corporal.

Quanto à força isocinética dos extensores do joelho a 60°/s e 180°/s (tabela

2), no momento pré-intervenção, os grupos não apresentaram diferenças

estatisticamente significativas (intergrupos). Na comparação intragrupos (momentos

pré e pós-intervenção), o grupo experimental apresentou melhora significativa para

todas as variáveis (N.m – MID – 60°/s = 25,65%; N.m – MIE – 60°/s = 17,37%; J –

MID – 60°/s = 22,21%; J – MIE – 60°/s = 20,31%; N.m – MID – 180°/s = 48,4%; N.m

– MIE – 180°/s = 42,96%; J – MID – 180°/s = 13,67%; J – MIE – 180°/s = 15,5%), ao

contrário do grupo controle. Para o momento pós-intervenção (intergrupos) houve

diferença significativa em todas as variáveis a favor do grupo experimental.

145

Tabela 2. Pico de torque (Nm.) e trabalho total (J) para o movimento de extensão do joelho, em 60°/s

e 180°/s, do membro inferior direito e esquerdo.

GE

(n=16)

GC

(n=16)

p

Intergrupos

N.m - MID - 60°/s

Pré-Intervenção 80,51±16,56 81,89±18,19 0,7828

Pós-Intervenção 101,16±14,11 81,96±19,60 <0,0001**

p - intragrupos <0,0001* 0,9687

N.m - MIE - 60°/s

Pré-Intervenção 82,97±17,10 82,71±18,32 0,9514

Pós-Intervenção 97,38±17,99 84,85±22,21 0,0157**

p - intragrupos 0,0060* 0,6655

J - MID - 60°/s

Pré-Intervenção 384,58±88,37 384,8±78,08 0,9935

Pós-Intervenção 470,01±48,78 385,18±92,09 0,0026**

p - intragrupos 0,0025* 0,9875

J - MIE - 60°/s

Pré-Intervenção 392,87±101,65 390,22±70,29 0,9248

Pós-Intervenção 472,68±122,25 382,35±88,37 0,0023**

p - intragrupos 0,0064* 0,7788

N.m - MID - 180°/s

Pré-Intervenção 53,1±9,05 53,86±10,46 0,7811

Pós-Intervenção 78,8±7,38 53,16±11,85 <0,0001**

p - intragrupos <0,0001* 0,7864

N.m - MIE - 180°/s

Pré-Intervenção 54,91±8,75 55,04±11,19 0,9629

Pós-Intervenção 78,5±6,26 53,42±13,09 <0,0001**

p - intragrupos <0,0001* 0,5402

J - MID - 180°/s

Pré-Intervenção 275,84±65,21 276,07±54,91 0,9893

Pós-Intervenção 313,56±37,66 271,54±54,85 0,0128**

p - intragrupos 0,0247* 0,7789

J - MIE - 180°/s

Pré-Intervenção 286,37±57,74 287,03±58,31 0,9639

Pós-Intervenção 330,75±44,85 281,25±45,21 0,0013**

p - intragrupos 0,0036* 0,6894

Legenda: MID – membro inferior direito; MIE – membro inferior esquerdo; 60°/s – velocidade angular a 60 graus

por segundo; 180°/s – velocidade angular a 180 graus por segundo; * diferença significativa (p<0,05) intragrupos

comparada com momento pré-intervenção; ** diferença significativa (p<0,05) intergrupos no momento pós-

intervenção.

146

A avaliação isocinética da musculatura flexora do joelho (tabela 3), não

apresentou diferença estatística no momento pré-intervenção na comparação

intergrupos, em ambas as velocidades testadas (60°/s e 180°/s). Para a comparação

pré e pós-intervenção intragrupos, somente o grupo experimental apresentou

melhora significativa da força muscular em todos os testes realizados (N.m – MID –

60°/s = 39,24%; N.m – MIE – 60°/s = 45,96%; J – MID – 60°/s = 37%; J – MIE –

60°/s = 31,95%; N.m – MID – 180°/s = 52,43%; N.m – MIE – 180°/s = 64,69%; J –

MID – 180°/s = 33,05%; J – MIE – 180°/s = 27,12%). Na comparação pós-

intervenção (intergrupos), não houve diferença significativa a favor do grupo

experimental apenas para uma variável (J – MIE – 180°/s).

147

Tabela 3. Pico de torque (N.m) e trabalho total (J) para o movimento de flexão do joelho, em 60°/s e

180°/s, do membro inferior direito e esquerdo.

GE

(n=16)

GC

(n=16)

p

Intergrupos

N.m - MID - 60°/s

Pré-Intervenção 37,49±10,24 38,66±8,21 0,7099

Pós-Intervenção 52,2±9,51 36,92±10,74 <0,0001**

p - intragrupos <0,0001* 0,5855

N.m - MIE - 60°/s

Pré-Intervenção 41,01±9,86 40,93±11,15 0,9806

Pós-Intervenção 59,86±8,68 41,85±14,30 <0,0001**

p - intragrupos <0,0001* 0,8096

J - MID - 60°/s

Pré-Intervenção 198,9±49,84 189,32±38,47 0,5546

Pós-Intervenção 272,49±50,12 191,23±51,77 <0,0001**

p - intragrupos <0,0001* 0,9053

J - MIE - 60°/s

Pré-Intervenção 208,13±53,94 208,02±40,72 0,9949

Pós-Intervenção 274,63±40,35 211,02±58,20 <0,0001**

p - intragrupos <0,0001* 0,8561

N.m - MID - 180°/s

Pré-Intervenção 29,85±7,16 30,32±5,98 0,8237

Pós-Intervenção 45,50±5,71 30,94±6,67 <0,0001**

p - intragrupos <0,0001* 0,7731

N.m - MIE - 180°/s

Pré-Intervenção 32,48±4,90 31,62±6,80 0,9629

Pós-Intervenção 53,49±4,73 32,82±9,14 <0,0001**

p - intragrupos <0,0001* 0,5812

J - MID - 180°/s

Pré-Intervenção 139,96±50,25 140,86±36,98 0,9519

Pós-Intervenção 186,21±57,14 142,19±32,00 0,0045**

p - intragrupos 0,0030* 0,9240

J - MIE - 180°/s

Pré-Intervenção 150,97±49,32 153,56±38,16 0,8595

Pós-Intervenção 191,91±39,05 170,03±51,46 0,1391

p - intragrupos 0,0072* 0,2622

Legenda: MID – membro inferior direito; MIE – membro inferior esquerdo; 60°/s – velocidade angular a 60 graus

por segundo; 180°/s – velocidade angular a 180 graus por segundo; * diferença significativa (p<0,05) intragrupos

comparada com momento pré-intervenção; ** diferença significativa (p<0,05) intergrupos no momento pós-

intervenção.

148

Discussão

O método Pilates vem sendo cada vez mais escolhido, como forma de

exercício físico pela população, o que reforça a necessidade de ser melhor

investigado32. As pesquisas com a técnica têm focado principalmente, nas seguintes

variáveis: flexibilidade, força muscular dos estabilizadores da coluna vertebral,

melhora da postura e do equilíbrio21,23,24. O método preconiza o desenvolvimento

global e harmonioso dos principais segmentos corporais32, no entanto, pouco se tem

pesquisado, sobre os efeitos do Pilates, na força muscular dos membros inferiores.

Para a realização de tarefas do cotidiano, o fortalecimento dos membros

inferiores se torna fundamental, principalmente em idosos, contribuindo com o

equilíbrio postural e diminuição da incidência de quedas17,18. A perda de massa

muscular, associada ao processo de envelhecimento (sarcopenia) é a principal

responsável, pela diminuição da força muscular em idosos9-12, de forma que

exercícios físicos, de fortalecimento muscular são os principais aliados na atenuação

deste processo13,15,16.

Vários estudos14-16,33 têm verificado os efeitos do exercício físico na melhora

da força dos membros inferiores na população idosa, quando submetida

principalmente ao treinamento de resistência muscular tradicional, com o uso de

pesos, ou mesmo ao treinamento funcional, no qual exige-se um conjunto de fatores,

como força muscular, flexibilidade, equilíbrio postural, aptidão cardiorrespiratória,

dentre outras.

A presente pesquisa buscou verificar os efeitos do método Pilates, sobre a

força muscular dos extensores e flexores do joelho, em idosas saudáveis, dessa

forma, foi possível constatar nos resultados do presente estudo, que para todas as

variáveis houve melhora significativa (p<0,05), da força isocinética dos extensores e

flexores do joelho para o GE, comparando-se as avaliações pré e pós-intervenção

(intragupos), o que não ocorreu com o GC. Esta melhora apresentada pelo primeiro

grupo (GE) pode ser explicada, por uma maior capacidade de produção de torque,

durante o movimento articular do joelho, que ocorreu em todos os movimentos

analisados (extensão e flexão a 60°/s e 180°/s). As alterações verificadas podem ser

justificadas, pelos exercícios de Pilates (principalmente aqueles voltados para o

fortalecimento dos membros inferiores), selecionados para o protocolo do presente

estudo (Footwork Double Leg Pumps Toes, Pumping One Leg, Pump One Leg Front,

149

Achilles Stretch – realizados no equipamento Cadeira Combo – Leg Series Supine

Lowers, Leg Series Supine Circles – realizados no equipamento Cadillac Trapézio).

Uma vez que a técnica possibilita uma grande variedade de exercícios, o

profissional, durante as sessões de Pilates, deve dar especial atenção, para as

prioridades apresentadas por cada praticante, principalmente no que diz respeito à

escolha dos exercícios.

Outro fator importante, que deve ser destacado, é a preocupação com a

evolução da carga. Em programas cujo objetivo, é verificar os efeitos do treinamento

sobre a melhora da força muscular, controlar a intensidade do esforço, se torna

fundamental34,35. Pesquisas19,22,23 que utilizam o método Pilates como forma de

exercício, tipicamente deixa a critério do profissional que ministra a técnica, a

percepção subjetiva para a evolução da carga, como pela verificação de possíveis

compensações (erro na execução do movimento), por parte do executante. Para o

presente estudo, foram realizadas anotações em uma ficha individual de

treinamento, que orientou a evolução da carga, através de descrições verbais,

conforme a proposta de Borg CR1031, o que possibilitou um controle mais rigoroso

desta variável. Isso também pode ter contribuído, com a melhora significativa da

força muscular, dos extensores e flexores do joelho, das idosas pertencentes ao GE.

Na presente pesquisa, a evolução da carga, ocorreu pela mudança do

posicionamento da mola no equipamento, ou na impossibilidade disso, através da

troca da mola, por outra com maior resistência. Melo et al.36 demonstraram que o

torque de resistência proporcionado pelas molas durante os movimentos, pode variar

dependendo destes dois fatores (posicionamento destas no equipamento ou nível de

resistência oferecido pelas mesmas). O torque de resistência se altera ainda,

durante a execução do movimento, conforme a mola se alonga, oferecendo

diferentes tensões ao longo do mesmo movimento. Fatores que devem ser

considerados, na prescrição e evolução dos protocolos de intervenção de Pilates,

com o uso de equipamentos.

Estudos37-39 que avaliaram a força isocinética dos extensores e/ou flexores do

joelho, em idosos saudáveis, submetidos a alguma forma de exercício físico, na

maioria dos trabalhos, foi verificado ou comparado os efeitos do treinamento

resistido, tradicionalmente realizado com o uso de pesos; demonstrando a

150

efetividade desta forma de exercício, para a melhora da força dos músculos

envolvidos na tarefa de extensão e flexão do joelho.

No estudo de Carvalho et al.37 foi comparado o treinamento combinado

envolvendo exercícios de força, flexibilidade, equilíbrio e treinamento aeróbio, com a

mesma forma de treino, associada a exercícios resistidos, duas vezes na semana,

durante 24 semanas. Somente o grupo que realizou as duas formas de treino

alcançou melhora significativa dos extensores e flexores do joelho (60°/s e 180°/s),

para a maioria das variáveis avaliadas.

Romero-Arenas et al.38 compararam um treinamento em circuito de alta

resistência, com treinamento tradicional de força, realizados duas vezes por semana,

durante 12 semanas. Os dois tipos de treinamento possibilitaram melhora

significativa na força isocinética dos extensores e flexores do joelho (90°/s e 270°/s).

De acordo com Van Roie et al.39 tanto o treinamento com pesos de baixa

resistência, quanto o de alta resistência, podem possibilitar melhora significativa da

força isocinética dos extensores do joelho a 180°/s (para a velocidade de 60°/s não

houve diferença significativa), após 12 semanas de treinamento, realizados três

vezes por semana.

Estes estudos37-39 mostraram a importância do treino de resistência muscular,

principalmente dos que fazem uso do treinamento tradicional de força, com o uso de

pesos, sobre a força muscular dos extensores e flexores do joelho em indivíduos

idosos. Para o presente estudo foi testada uma forma de treinamento de resistência

muscular, não tradicional (método Pilates), que faz uso da resistência de molas, para

a maioria dos exercícios executados em equipamentos. Dos vinte exercícios que

integraram o protocolo de intervenção para o GE, 70% foram destinados para o

fortalecimento muscular e destes, 42,86% especificamente para os membros

inferiores. Esta prioridade possibilitou um aumento médio de 33,59%, para o PT e

17,92%, no TT da musculatura extensora do joelho (p<0,05). Quanto aos flexores do

joelho, o aumento foi ainda maior, com uma média de 50,58% no PT e 32,28% para

o TT, demonstrando que o treinamento de Pilates, pode ser uma alternativa, como

treino resistido para idosos, visando aumento da força muscular da região avaliada.

Os trabalhos de Carvalho et al.37 e Van Roie et al.39 que também fizeram uso

das velocidades angulares de 60°/s e 180°/s, encontraram uma média relacionada

151

aos aumentos percentuais, pré e pós-intervenção (nos grupos experimentais) para o

PT, inferiores aos encontrados nesta pesquisa.

Poucos estudos investigaram a força isocinética dos extensores e flexores do

joelho, em programas de exercícios que não fizeram uso do treinamento tradicional

de força, utilizando pesos, ou derivados desta forma de treinamento. Na pesquisa de

Misic et al.26, foi verificada a força isocinética de idosos (60°/s e 120°/s) submetidos

a 10 meses de intervenção com exercícios de resistência cardiovascular,

comparados com outro grupo, que realizou treino de flexibilidade, força e equilíbrio.

Os autores identificaram melhora significativa para o PT dos extensores e flexores

do joelho em ambos os grupos. Em outra pesquisa desenvolvida por Carlson, Koch e

Lawrence33 foi avaliada a força isocinética de idosos submetidos a oito semanas de

treinamento, desenvolvido especificamente com o intuito de melhorar a força

muscular global, flexibilidade e equilíbrio, denominado Flo-Dynamics Movement

System© (FDMS), derivado do Tai Chi. Os resultados demonstraram aumento

significativo da força, dos extensores e flexores do joelho (direito e esquerdo) a

60º/s, assim como dos flexores do joelho esquerdo, a 180°/s.

Nos resultados da presente pesquisa, quanto ao valor do PT, em nenhuma

variável da velocidade angular de 60°/s, ocorreu uma diferença maior que 10%,

quando comparada com os resultados destes estudos26,33. Para o movimento de

extensão e flexão do joelho, respectivamente, a porcentagem média de aumento foi

de 26% e 51% para o primeiro estudo26; e 16,6% e 42,45 para o segundo33,

enquanto as idosas da presente pesquisa apresentaram 21,48% e 42,6%. Somente

a pesquisa de Carlson, Koch e Lawrence33 testou o PT em 180°/s. Os autores

encontraram uma média de 3,58% para o movimento de extensão do joelho e

19,84% na flexão, enquanto o presente estudo obteve respectivamente, 45,68% e

58,56%, ou seja, uma diferença percentual de aproximadamente 40%, para as duas

variáveis, a favor deste estudo.

Outras pesquisas, que se utilizem de formas alternativas de exercício físico

com idosos precisam ser realizadas, contribuindo com a discussão sobre

possibilidades de fortalecimento para a musculatura extensora e flexora do joelho.

No caso do Pilates, especial atenção precisa ser dada, na escolha dos exercícios e a

fatores que podem influenciar na carga de trabalho. Neste estudo foi avaliada

especificamente a melhora da força muscular dos extensores e flexores do joelho,

152

contudo, o protocolo de intervenção constava de exercícios para os principais

segmentos corporais, como tradicionalmente é trabalhado na prática clínica. Isso

indica, que os exercícios de Pilates, podem contribuir significativamente, com a

melhora da força dos grupos musculares, envolvidos no movimento de extensão e

flexão do joelho, em mulheres idosas saudáveis. O que ocorreu, mesmo mantendo-

se um protocolo tradicional, em que exercícios de alongamento e fortalecimento,

para os principais segmentos corporais são considerados. Uma vez que idosos

apresentam características como sarcopenia e consequentemente diminuição da

força muscular9-12, os exercícios de Pilates podem ser uma alternativa, para atenuar

estes efeitos.

Conclusão

Pilates em equipamentos é capaz de melhorar a força muscular isocinética,

da musculatura extensora e flexora do joelho, de mulheres idosas saudáveis,

quando submetidas a 12 semanas de intervenção, podendo ser considerado na

prescrição de exercícios para tal finalidade, dentro da população pesquisada.

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158

ANEXO D – Termo de Autorização de uso de Imagem

159

ANEXO E – Aprovação Ética do Estudo

160