o percurso editorial de obras da poesia infantil ... · que resgata o encantatório das antigas...

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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 4363 O PERCURSO EDITORIAL DE OBRAS DA POESIA INFANTIL BRASILEIRA: ATUALIZAÇÕES GRÁFICAS PRODUZEM NOVOS LEITORES? Raquel Cristina Baêta Barbosa 1 Isabel Cristina Alves da Silva Frade 2 Introdução O presente artigo apresenta alguns avanços, análises, coletas de fontes e construções de dados do projeto de doutorado “O processo de produção de cânones: um estudo contrastivo do percurso editorial de obras da poesia infantil brasileira nas décadas de 1960 a 1980”. Tem como objetivo apresentar e analisar as versões de duas obras da poesia infantil brasileira Ou isto ou aquilo de Cecília Meireles e A Arca de Noé de Vinicius de Moraes que foram editadas no século XX, entre as décadas de 1960 e 1980, e, até hoje, circulam no mercado editorial e literário em diferentes editoras e versões. Levando em consideração o tempo de circulação das obras pretende-se compreender o porquê de sua longa permanência, o que permite a leitura por diferentes leitores. As diferentes versões foram publicadas em distintos contextos históricos e sociais e apresentaram diferenças na materialidade, no número de páginas, no formato e, também na relação entre texto escrito e texto imagético. Quais seriam as possíveis estratégias das editoras para atingir o público previsto ao longo dos anos? Por que uma obra não envelhece e permanece sendo escolhida por leitores de distintas gerações? A partir dessas indagações, busca-se levantar elementos que são importantes para a manutenção das obras no circuito literário, e também o que as transformam em cânones. O artigo apresentará os autores e sua produção para crianças, as edições das obras e uma breve análise comparativa de aspectos materiais envolvendo as edições do texto poético, assim como alguns modos de reconhecimento da obra. Estes aspectos visam evidenciar algumas das estratégias das editoras para manter as obras circulando para mais de uma geração de leitores. 1 Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Doutoranda em Educação na Universidade Federal de Minas Gerais. Professora de Ensino Fundamental da Prefeitura de Belo Horizonte, Minas Gerais. E- Mail: [email protected] 2 Pós doutora em Educação. Professora Adjunta do Departamento de Método e técnicas da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. E-Mail: [email protected]

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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 4363

O PERCURSO EDITORIAL DE OBRAS DA POESIA INFANTIL BRASILEIRA: ATUALIZAÇÕES GRÁFICAS PRODUZEM NOVOS LEITORES?

Raquel Cristina Baêta Barbosa1

Isabel Cristina Alves da Silva Frade2

Introdução

O presente artigo apresenta alguns avanços, análises, coletas de fontes e construções de

dados do projeto de doutorado “O processo de produção de cânones: um estudo contrastivo

do percurso editorial de obras da poesia infantil brasileira nas décadas de 1960 a 1980”. Tem

como objetivo apresentar e analisar as versões de duas obras da poesia infantil brasileira Ou

isto ou aquilo de Cecília Meireles e A Arca de Noé de Vinicius de Moraes que foram editadas

no século XX, entre as décadas de 1960 e 1980, e, até hoje, circulam no mercado editorial e

literário em diferentes editoras e versões.

Levando em consideração o tempo de circulação das obras pretende-se compreender o

porquê de sua longa permanência, o que permite a leitura por diferentes leitores. As

diferentes versões foram publicadas em distintos contextos históricos e sociais e

apresentaram diferenças na materialidade, no número de páginas, no formato e, também na

relação entre texto escrito e texto imagético. Quais seriam as possíveis estratégias das

editoras para atingir o público previsto ao longo dos anos? Por que uma obra não envelhece e

permanece sendo escolhida por leitores de distintas gerações?

A partir dessas indagações, busca-se levantar elementos que são importantes para a

manutenção das obras no circuito literário, e também o que as transformam em cânones. O

artigo apresentará os autores e sua produção para crianças, as edições das obras e uma breve

análise comparativa de aspectos materiais envolvendo as edições do texto poético, assim

como alguns modos de reconhecimento da obra. Estes aspectos visam evidenciar algumas das

estratégias das editoras para manter as obras circulando para mais de uma geração de

leitores.

1Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Doutoranda em Educação na Universidade Federal de Minas Gerais. Professora de Ensino Fundamental da Prefeitura de Belo Horizonte, Minas Gerais. E-Mail: [email protected]

2 Pós doutora em Educação. Professora Adjunta do Departamento de Método e técnicas da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. E-Mail: [email protected]

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As fontes utilizadas para a pesquisa foram as edições das próprias obras. Para a obra

Ou isto ou aquilo foram consideradas 7 edições diferentes (1964,1968,1978, 1987,1990, 2002,

2012). A obra A arca de Noé foram analisadas em 4 edições (1970, s/d, 1991, 2004).

Ou Isto Ou Aquilo e a Arca de Nóe no Contexto Literário

“Ou isto ou aquilo”, de Cecília Meireles e “A Arca de Noé”, de Vinícius de Morais, são

obras inseridas nas produções de poesias infantis brasileiras do século XX que foram

consideradas como precursoras de uma nova proposta de produção para o público

pretendido. Neste sentido, as obras apresentavam qualidade estética semelhante àquelas

produzidas para adultos e, atendiam às características e demandas do público infantil,

mesmo focando na arte da literatura. Afastaram-se do propósito moralizante que

acompanhou as produções brasileiras de poesia infantil do início do século XX e que

buscavam apresentar conteúdos escolares, temáticas, valores, normas de comportamento

para o sujeito social em formação. O distanciamento do propósito moralizante, ou seja, de

transmitir um ensinamento ou valores sociais, bem como a preocupação em produzir poesias

com qualidade textual e estética, garantiram a essas obras uma qualidade poética que foi

evidenciada por diferentes âmbitos sociais.

A nova poesia infantil descobre a palavra como um jogo, uma brincadeira com a fala, com a pura sonoridade (ritmo, cadência, onomatopéias, aliterações, refrões, paralelismos, trava-línguas, etc.). Numa linha de criação que resgata o encantatório das antigas cantigas de ninar, cantigas de roda, parlendas lenga-lengas ... presentes no folclore do mundo todo. (COELHO, 2000, p.243)

Essas obras destacam-se não somente pela nova proposta que pensava no leitor

pretendido a partir da temática e também na apresentação de elementos do gênero poético

como humor, sonoridade e surpresa, mas também por terem sido editadas mesmo no

contexto desfavorável de produção. De acordo com Cunha (2012) diferente dos gêneros

literários narrativos voltados para a infância, que tiveram um aumento marcante no século

XX, o boom da poesia infantil aconteceu no século XXI. E, nesse contexto poucas foram as

obras publicadas no século anterior. No entanto, o número reduzido de produções não era

diretamente proporcional à qualidade. As obras publicadas no século passado serviram e

ainda servem de referência para muitos autores e poetas contemporâneos que baseiam suas

produções poéticas na cultura popular, no folclore com uma diversidade de proposta poética

na tradição literária.

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[...] é impossível pensar a poesia brasileira do século XXI sem tratar da poesia do século anterior, uma vez que muitos dos poetas infantis importantes e ainda ativos iniciam sua produção nas ultimas décadas do século XX ou mesmo, quando despontam no novo milênio, estão ainda muito influenciados por temas e formas do século passado, em um movimento que é muito mais de continuidade do que de ruptura. Isso para não dizer que, por sua excepcional qualidade, a poesia de algumas desses escritores do século XX seja ainda aquela que mais circula no XXI, em edições continuamente renovadas, que, do ponto de vista da materialidade do livro, procuram se ajustar aos gostos dos novos tempos. (AGUIAR, CECCANTINI, 2012, p.13)

Foi com a produção da poetisa mineira Henriqueta Lisboa (1901-1985), com sua obra

voltada para a poesia infantil O menino poeta(1943), que a produção poética para as crianças

começa a introduzir traços do Modernismo, com uma proposta lúdica, que resgata o folclore,

a cultura popular e memórias da infância. Nos anos seguintes, de acordo com Aguiar e

Ceccantini (2012), Cecilia Meireles e Vinicius de Moraes consolidam essa nova proposta e,

dessa forma, a poesia infantil começou a romper com:

[...] os esquemas tradicionais e sua linguagem lógica, torna-se lúdica, irreverente e fragmentada...Em lugar de manipular conceitos (como antes) a poesia explorava as virtualidades da matéria verbal: a sonoridade e o ritmo das palavras soltas. (COELHO, 2000, p.237)

Para pesquisadores como Bordini (1986), Coelho (2000), Camargo (2001), Lajolo e

Zilberman (1984), Aguiar e Ceccantini (2012), as produções do século XXI tomam como base

e referência essas poucas produções do século XX apontadas como as precursoras de uma

nova proposta poética. Dentre elas, destacamos algumas produções que ainda estão presentes

no mercado editorial distintas apenas pelas novas roupagens:

QUADRO 1

POETAS BRASILEIROS QUE PRODUZIRAM OBRAS DE POESIA INFANTIL NO SÉCULO XX

AUTOR OBRA ANO DE PUBLICAÇÃO

Henriqueta Lisboa O Menino Poeta 1943

Cecília Meireles Ou isto ou aquilo 1964

Vinícius de Moraes A Arca de Noé 1970

Mario Quintana Pé de pilão 1968

Sérgio Capparelli Boi da cara Preta 1983

José Paulo Paes É isso ali 1984

Fonte: dados coletados pelo(s) autor(es), mar. 2017.

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As produções do século XX serviram como base para as inúmeras produções do século

XXI. Foram e ainda são referência para este campo de produção. E, ainda hoje, convivem, em

diferentes versões, com muitas outras obras de poesia infantil. Essas obras ainda são

reconhecidas por suas qualidades textuais e materiais e por serem renovadas continuamente

a partir de publicações de novas edições, adaptando a materialidade às novas demandas dos

novos leitores, respeitando as necessidades dessa fase de desenvolvimento humano.

É por esta presença duradoura no mercado editorial brasileiro que a pesquisa busca

compreender quais seriam as características que fazem dessas obras serem consideradas

cânones da poesia infantil brasileira. São os escritores? As ilustrações? As temáticas

abordadas? A organização do texto escrito? A publicação sua em diferentes versões por

distintas editoras? Por se constituírem na primeira obra para a poesia infantil do autor? Por

serem os autores, escritores de poesia para adultos? Por reunirem, em uma mesma obra,

poesias que já haviam sido publicadas em antologias? Pela sua presença nas escolas?

Os Autores

Cecília Meireles e Vinicius de Moraes com suas obras “Ou isto ou aquilo (1964)” e “A

Arca de Noé (1970)” são considerados por Aguiar e Ceccantini (2012) como aqueles que

consolidaram a nova proposta poética da poesia infantil, baseada nas contribuições do

Modernismo.

Cecília Meireles (1901-1964) destaca-se no campo da literatura brasileira por suas

contribuições em obras, e, também em estudos literários e educacionais. Sua trajetória

profissional pode ser considerada dupla já que, ao mesmo tempo em que se dedicou à

educação através do exercício do magistério, estudos e criação da primeira Biblioteca Infantil

Nacional, também se dedicou à arte ao contribuir com obras de poesia e também em prosa.

Manifestava grande preocupação na formação das crianças e, por isso, produziu livros

escolares (A festa das letras – 1973, Rute e Alberto Resolveram Ser Turistas – 1974,

Pequena História de uma Grande Vida – 1945). Além de produções com temáticas variadas

na educação, a poetisa e educadora também produziu o livro Problemas da Literatura

Infantil – 1951, que reuniu palestras proferidas por ela.

A sua inserção na produção da poesia voltada para a criança iniciou-se apenas em

1964 com a publicação de Ou isto ou aquilo. As suas principais produções voltadas para a

Literatura Infantil são:

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QUADRO 2 PRINCIPAIS PRODUÇÕES DE CECÍLIA MEIRELES

VOLTADAS PARA LITERATURA INFANTIL

OBRA ESTILO ANO DE PUBLICAÇÃO

Ou isto ou aquilo Poemas 1964

Olhinhos de gato Poético biográfica 1980

Giroflê, Giroflá Crônicas poéticas 1956

Janela Mágica Crônicas poéticas 1967

Fonte: dados coletados pelo(s) autor(es), mar. 2017.

Vinicius de Moraes (1913-1980) apresentou uma trajetória diferenciada de Cecília

Meireles. Não adentrou no campo educacional de forma direta, mas seu percurso é

predominantemente marcado pela arte. Formado em direito, diplomata, destacou-se como

poeta na linha religiosidade neo-simbolista e pertenceu ao movimento musical Bossa Nova.

Sua produção voltada para a infância é reunida em uma única obra: A Arca de Noé (1970).

As Obras

4.1 Ou isto ou aquilo

Ou isto ou aquilo foi publicada pela primeira vez em 1964 e reuniu inicialmente 20

poemas com temáticas instigantes sobre a forma de ver o mundo. Posteriormente, a partir da

segunda versão, editada por outra editora, a obra foi acrescida de mais 37 poemas. Ainda faz-

se necessário realizar uma investigação mais minuciosa para compreender a origem dos

novos trinta e sete poemas, para verificar se eles já tinham sido publicados em outras obras

da autora, ou se foram feitos para compor esta nova versão. É uma obra considerada indicada

tanto para os pequenos leitores quanto para os grandes.

Grande poeta que tocou a insondáveis raízes do ser, Cecília Meireles conseguiu o que raros, entre os grandes poetas, conseguiram (ou conseguem): manter a pureza do olhar da criança e a capacidade sempre renovada de se encontrar com coisas simples do mundo. Daí a graça e o fascínio imediato de seus poemas para crianças, que têm o poder de agradar igualmente à gente miúda e aos adultos. (COELHO, 2006, p.159)

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A sua primeira edição foi feita pela editora Giroflê3, em 1964 e teve como ilustradora

Maria Bonomi4. É a única versão da obra que foi publicada ainda quando a autora estava

viva. As demais foram lançadas após seu falecimento.

Figura 1 – Primeira edição de Ou isto ou aquilo. 1964, Cecília Meireles, Editora Giroflé, Maria Bonomi, Xilogravura

Ao longo dos cinquenta e seis anos que circula no mercado editorial brasileiro

distintas foram as editoras que produziram uma nova roupagem para a obra e a publicaram

em suas coleções. Atualmente, há sete versões da obra publicadas por cinco editoras. No

entanto, é importante destacar que uma editora publicou três distintas versões da obra em

diferentes períodos. Uma mesma editora edita uma mesma obra em diferentes formatos com

intenções diferenciadas. A obra foi inserida em coleções distintas? Foi direcionada para

programas de leituras? Buscou-se delimitar o público infantil pretendido?

3 A editora Giroflê foi fundada em 1961 por Sidônio Muralha, português, que veio para o Brasil e produziu relevantes obras para a Literatura Infantil, como a Televisão da Bicharada(1962), obra que reúne poemas voltados para o público infantil.

4 Maria Bonomi nasceu na Itália e veio para o Brasil. É artista plástica, cenógrafa, figurinista. Produziu as ilustrações da primeira edição de Ou isto ou aquilo a convite da Editora Giroflé que a inseriu no projeto de produções para a Educação Infantil. No mesmo ano também ilustrou a obra Sindicato dos Burros, de Fernando Correia da Silva.

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QUADRO 3 VERSÕES DE DIFERENTES EDITORAS

DA OBRA OU ISTO OU AQUILO

EDITORA ANO DE PUBLICAÇÃO ILUSTRADOR(A)

Giroflé 1964 Maria Bonomi

Melhoramentos - MEC 1968 Rosa Frisoni

Civilização Brasileira 1978 Eleonora Affonso

Editora Nova Fronteira 1987 Fernanda Correa Dias

Editora Nova Fronteira 1990 Beatriz Berman

Editora Nova Fronteira 2002 Thaís Linhares

Editora Global 2012 Odilon Moraes

Fonte: dados coletados pelo(s) autor(es), mar. 2017.

Há diferenças nos formatos, nos tipos de papéis, na relação entre texto verbal e texto

imagético, nos paratextos, nos tamanhos de letras e organização dos poemas nas páginas.

Além disso, mesmo que todas as versões sejam inseridas na Literatura Infantil, mais

especificamente na Poesia Infantil, para cada versão há um recorte etário. Assim, algumas

versões são destinadas para as crianças da Educação Infantil, outras para as crianças que já

estão no Ensino Fundamental. E, além disso, é inegável reconhecer a forte relação entre

algumas das editoras, escola e literatura infantil.

Nesse sentido é possível afirmar que a obra Ou isto ou aquilo circulou em diferentes

roupagens ao longo dos anos e atingiu diferentes leitores, ou diferentes gerações de leitores.

As reformulações materiais, textuais e imagéticas são estratégias das editoras que focam em

adequar a proposta do autor às demandas e características do público e mercado leitor.

Dos exemplares já coletados, foram encontradas alguns exemplares de cada versão:

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QUADRO 4 VERSÕES COLETADAS DA OBRA OU ISTO OU AQUILO

EDITORA CAPA ANO DE PUBLICAÇÃO Edição ILUSTRADOR(A)

Giroflé

1964

Maria Bonomi

Melhoramentos - MEC

1972

Rosa Frisoni

Civilização Brasileira

1980

Eleonora Affonso

Editora Nova Fronteira

1968

Fernanda Correa Dias

Editora Nova Fronteira

1990

16ª

Beatriz Berman

Editora Nova Fronteira

2002

Thaís Linhares

Editora Global

2012

Odilon Moraes

Fonte: dados coletados in loco pelo(s) autor(es), mar. 2017.

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Há uma diversidade de editoras, bem como de estilos e escolhas para apresentar o

mesmo texto poético em materialidades distintas.

4.2 A Arca de Noé

A Arca de Noé foi produzida por Vinicius de Moraes. Os poemas contemplados nesta

obra fora escritos antes de 1970. O autor, de acordo com informações coletadas5, escreveu os

poemas inicialmente para seus filhos. Posteriormente os poemas foram reunidos e se

transformaram na obra e também musicados e transformados em um conjunto de canções

voltadas para o público infantil.

Desde 1960, os poemas infantis de Vinicius de Moraes circulam em antologias, mas só em 1970 eles são reunidos no livro A arca de Noé, provavelmente o mais conhecido livro de poesia infantil, no Brasil, na segunda metade do século XX. Sua popularidade decorre do jogo sonoro, da perspectiva infantil assumida pela voz poética, do humor, do aproveitamento de recursos da poesia oral como a quadra, a redondilha e a rima nos versos pares, do tratamento de temas de animais, ao agrado da criança. Outra razão para sua popularidade é o fato de os poemas terem sido musicados por importantes compositores brasileiros, como Tom Jobim, e gravados em dois discos lançados em 1982. (AGUIAR e CECCANTINI, 2012, p. 18)

A Arca de Noé é uma das obras mais populares de Vinicius de Moraes e isto pode ser

justificado pelo fato de a obra circular em diferentes versões e materialidades e também por

ter se transformado em discos musicais. Esse fatores podem ter contribuído para a sua

divulgação e apreciação por diferentes gerações de leitores.

No mercado editorial há distintas versões da obra, que também foram publicadas por

diferentes editoras. Conforme já foi observado, a circulação de parte da obra em outras

materialidades é também um fator positivo para a sua continuidade no mercado editorial e

literário.

A primeira versão foi publicada pela Editora Sabiá6, em 1970 com ilustrações de Marie

Louise Nery7.

5 Informações coletadas no site do autor: http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/livros/arca-de-noe acessado em 04/04/17

6 Editora Sabiá teve sua origem por uma cooperativa de autores (Fernando Sabino, Rubem Braga e Walter Acosta) que fundaram a Editora do autor em 1960. Foi através do rompimento entre esses autores que Fernando Sabino e Rubem Braga fundam a Editora Sabiá em 1966 que é findada em 1972 , com sua venda para a Livraria José Olympio Editora.

7 Marie Louise Nery é uma figurinista, cenografista, ilustradora, artista plástica que tem seu trabalho reconhecido e destacado.

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Figura 2 – Primeira edição de A Arca de Noé. 1970, Vinicius de Moraes, Editora Sabiá, Marie Louise Nery

Assim como Ou isto ou aquilo, A Arca de Noé tem um percurso longo no circuito do

livro, levando em consideração o mercado editorial brasileiro. Assim, já são quarenta e sete

anos de circulação em diferentes roupagens. A obra produzida por um poeta de “rara

sensibilidade e lirismo sensual, (...) mostra em sua poesia para crianças a sua face

lúdica/ingênua e o gesto descompromissado e brincalhão.”(COELHO, 2006, p.837). A obra

permanece conquistando diferentes gerações de leitores, dentre outros fatores, por sua

temática e organização poética Das coletas já foram encontradas as seguintes versões:

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QUADRO 5 VERSÕES COLETADAS DA OBRA A ARCA DE NÓE

EDITORA CAPA ANO DE PUBLICAÇÃO Edição ILUSTRADOR(A)

Sabiá

1970

Maria Louise Nery

Circulo do Livro

Não há indicação

Ana Lúcia Cardoso

Companhia das Letrinhas

1991

Laura Beatriz

Companhia das Letrinhas

2004

Nelson Cruz

Fonte: dados coletados in loco pelo(s) autor(es), mar. 2017.

A última versão, publicada pela Companhia das Letrinhas é uma publicação

comemorativa dos 100 anos de Vinicius de Moraes, caso ele estivesse vivo.

Sobre Inserções/Exclusões de Poemas: A Faceta do Texto

As análises de obras literárias, dentro do contexto da História Cultural, não se

resumem apenas ao texto, ou seja, leva-se em consideração a materialidade, os paratextos, os

textos imagéticos e outros documentos referentes às obras (material de divulgação, crítica

literária, resenha, divulgação, dentre outros) que também fazem parte da análise.

A construção dos diferentes significados de uma obra, de acordo com Chartier (1997),

acontece na triangulação leitor-livro-leitura, ou seja, na relação entre a proposta do trabalho

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apresentada na obra e a recepção desse trabalho pelos leitores, dentro de um determinado

contexto histórico-social. E, dessa forma, a compreensão de uma obra depende das relações

estabelecidas entre os diferentes públicos. Da forma que receberão a materialidade da obra e

dos motivos apresentados nela. Assim, diferentes “roupagens” podem produzir novas obras

em diferentes contextos sociais.

A obra literária é, então, a união do texto e de todos os elementos gráficos e materiais

que a transformam em um livro. É muito mais que um texto produzido por um autor. Todos

os outros que a compõem são levados em consideração. Genette (2009) reforça essa ideia

quando afirma que a organização da obra em uma dada materialidade é uma possibilidade de

apresentá-la ao leitor e, ao mesmo tempo convidá-lo à leitura.

O formato do livro, as cores, o tamanho das letras, as capas, os textos de quarta capa,

a paginação, os títulos, os nomes de autores e ilustradores, prefácios, posfácios, são

elementos que acompanham o texto de uma obra. Eles podem interferir de forma positiva ou

negativa na apropriação da leitura e são denominados como paratextos – “[...] que precedem

e acompanham uma obra propriamente dita. Marca-se bem [...] a pluralidade de destinações

do texto.” (CHARTIER, 2009, p. 41).

Os textos poéticos produzidos tanto por Cecília Meireles, quanto por Vinicius de

Moraes sofreram significativas alterações à medida que foram inseridos em diferentes

contextos de produção. Dessa forma, a editora inseriu o texto poético em uma coleção, ou

ramo editorial, que apresentava dada proposta gráfica e material, e, além disso, contratou um

dado ilustrador para construir o texto imagético. As duas obras foram inseridas em diferentes

editoras que contaram com o trabalho de diferentes ilustradores. Dessa forma, não foram

somente mudanças materiais e paratextuais,mas também mudanças na relação entre texto

escrito e texto imagético.

Todas estas questões não serão objeto de análise neste texto, mas se formos

considerar apenas uma dessas dimensões, a oferta textual de poemas, a análise de mais de

uma edição das mesmas obras, mostra que elas realmente não são as mesmas. Na obra “Ou

isto ou aquilo” houve grande variação, inclusive, do texto poético. Inicialmente, na primeira

versão, a obra apresentava 20 poemas. Posteriormente, foram acrescidos mais 37. Já na obra

“A Arca de Noé” houve retirada de 12 poemas na segunda versão coletada. Atualmente, na

obra de Cecília Meireles há 56 poemas e, na obra de Vinicius de Moraes há 32 poemas.

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TABELA 1 TÍTULOS DOS POEMAS PRESENTES

EM “Ou isto ou aquilo” e “A Arca de Nóe”

Ou isto ou aquilo

Editora Global

2012

A Arca de Noé

Companhia das Letrinhas

2004

-Colar de Coralina

- Pescaria

- Moda da menina trombuda

- O cavalinho branco

- Jogo de bola

- Tanta tinta

- Bolhas

- Leilão de jardim

- Rio na sombra

- Os carneirinhos

- A bailarina

- O mosquito escreve

- A lua é do Raul

- Sonhos da Menina

- O Menino Azul

- As meninas

- Rômulo Rema

-As duas Velhinhas

- O último andar

- Canção de Dulce

- A língua do nhem

-Cantiga da Babá

- A avó do menino

- O vestido de Laura

- Enchente

-Roda na rua

-O eco

- Rola a chuva

- O menino do FF e RR

- Uma palmada bem dada

- O tempo do temporal

- A flor amarela

- Canção da flor da pimenta

- Na sacada da casa

- O violão e o vilão

- Procissão de pelúcia

- Sonho de Olga

- Os pescadores e as suas filhas

- Jardim da Igreja

- Uma flor quebrada

- O sonho e a fronha

- A folha na festa

- O chão e o pão

- A égua e a água

- Passarinho no sapé

- A pombinha da mata

- Cantiga para adormecer Lúlu

- Lua depois da chuva

- Pregão do vendedor de lima

-Figurinhas

- A chácara do Chico Bolacha

-Canção

- O lagarto medroso

- Para ir à Lua

-O Santo no monte

- Ou isto ou aquilo

-A arca de Noé

- São Francisco

- Natal

- O filho que eu quero ter

- Menininha

- O girassol

- O relógio

- A porta

- O ar (o vento)

- Os bichinhos e o homem

-O pingüim

-O elefantinho

- O leão

- O pato

-A cachorrinha

- A galinha-d’angola

-O peru

- O gato

- As borboletas

- O marimbondo

-As abelhas

- A foca

- O mosquito

- A pulga

- A corujinha

- O pintinho

- O porquinho

- A formiga

- O peixe-espada

- A morte de meu carneirinho

- A morte do pintainho

Fonte: dados coletados pelo(s) autor(es), abr. 2017 Análise das últimas versões das duas obras.

Apenas pela análise dos títulos dos poemas, pode-se dizer que, abaixo do mesmo

título, as obras de cada autor são praticamente outras. Esta questão deve ser melhor

investigada, pois pode se tratar de uma estratégia editorial manter a identificação com o

autor e título, ao mesmo tempo em que se apresentam novidades na edição. Nesse sentido,

devem ser buscadas explicações nos paratextos sobre as obras ou mesmo em questões

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contratuais da editora com autores ou suas famílias, algo bem difícil de ser acessado. Resta

supor se o comprador da obra avalia essa dimensão para adquirir ou ler um exemplar.

No caso dos poemas de Vinícius, a edição sem indicação de ano parece agrupar os

poemas por sua natureza temática, no caso o universo dos animais, que remete à Arca de

Noé, mas a edição de 2004 é mais abrangente, misturando temas e apresentando o poema-

tema do livro. Os poemas não se repetem. Nos poemas de Cecília Meireles publicados em

cada uma das duas edições analisadas, 1964 e 2012, há uma grande diferenciação do número

de poemas.

Considerando a grande diversidade de oferta textual parece, então, que o título das

duas obras remete mais uma ideia de coleção ou à marca de cada autor do que em sua

identidade própria.

Considerações Sobre Premiações e Inserção das Obras em Programas

Todas as análises que envolvem a compreensão dos elementos que compõem um livro

fazem parte do processo de construção do texto, edição da obra e circulação até chegar ao

leitor. Esse circuito por onde passa a obra é denominado por Darnton (1990) por circuito das

comunicações.

Com a intenção de ressaltar o processo pelo qual os livros são produzidos, editados,

publicados e disseminados em uma dada sociedade, Darnton (1990) propõe este circuito de

análise.

Para conseguir uma certa distância dessa correria interdisciplinar e enxergar o objeto como um todo, talvez caiba propor um modelo geral para analisar como os livros surgem e se difundem entre a sociedade. Evidentemente, as condições variaram tanto de lugar para lugar e de época para época, desde a invenção do tipo móvel, que seria tolo esperar que todas as biografias dos livros se encaixassem num mesmo modelo. (DARNTON, 1990, p.112)

O circuito passa pelas relações entre autor, editor, impressor, distribuidor, vendedor e

leitor. No meio das relações existem outras relações implícitas que se fazem importantes para

que todo o circuito se conclua e a obra chegue até o seu destino final que é o leitor:

Nesse circuito proposto por Darnton (1990), podemos observar que existem atores

principais e atores secundários, que interferem nos caminhos que o livro percorre

socialmente, até chegar aos leitores. Iniciamos o percurso na figura do autor que produz um

texto e o apresenta ao editor que dará forma a essa primeira parte do livro, ao inseri-lo em

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uma materialidade. O texto produzido pelo autor se torna um livro após várias interferências

de outros atores do processo de produção da obra. O livro é o conjunto de textos, paratextos,

ilustrações, projetos gráficos e materialidade da obra. Após o trabalho do editor e de outros

atores em organizar e montar a obra, o livro se dirige para o processo de impressão. Nesse

processo, não só os impressores, compositores e encarregados de depósito são necessários,

mas também os fornecedores de papel, tinta. O tipo de papel, a qualidade do material a ser

impresso, o tamanho da letra, a organização gráfica, interferem no resultado final e na forma

que o livro circulará socialmente. Quando o livro é impresso, ele passa pela ação dos

distribuidores que os conduzirão para os livreiros - estes farão com que o livro chegue ao

leitor. O leitor terá acesso a uma obra através da compra, do empréstimo em clubes ou

bibliotecas. Todas as partes do circuito recebem influências significativas do contexto social e

econômico. Dessa forma, as sanções políticas e legais, bem como as influências intelectuais e

da publicidade fazem parte de algum ponto do circuito e interferem tanto na produção

quanto na circulação de uma obra.

No meio do complexo circuito apontado por Darnton(1990), selecionamos apenas

alguns dos elementos do contexto de influência, acesso e compra. Especificamente em

relação às duas obras em análise, ao longo de seus circuitos, em suas diferentes edições,

constatamos que houve reconhecimento social da qualidade das produções e, em função

disso, a sua inserção em programas nacionais de incentivo à leitura. Por outro lado, o

próprio reconhecimento e permanência de uma obra se vale de sua divulgação e temos então,

uma via de mão dupla. Tanto a divulgação das obras analisadas em prêmios, como o da

Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, uma instituição ligada ao mundo literário,

como sua aprovação em varias edições de um mesmo programa, como o Programa Nacional

Biblioteca da Escola, empreendido pelo Ministério da Educação e que possibilita sua compra

em grande escala e uso escolar, podem explicar sua permanência. As tabela a seguir, mostra

estas relações.

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TABELA 2 Prêmios e programas de incentivo à leitura

A Arca de Noé Ou isto ou aquilo

FNLIJ – Projeto

Ciranda de Livros –

1982

Projeto Meu Livro, Meu

companheiro

PNBE (1998, 1999, 2003 e 2012)

Pareceres FNLIJ (3ª

edição)

PNBE (1999, 2005,

2008, e 2010)

Fonte: dados coletados pelo(s) autor(es), out. 2014.

E, nesse sentido, a permanência de uma obra ou seu apagamento, no contexto de

produção, edição e circulação recebe interferências diretas de todos os agentes envolvidos

neste processo.

Considerações Finais

Considerando o papel que as obras literárias analisadas cumpriram e cumprem na

formação dos leitores, buscamos levantar alguns aspectos que explicariam sua circulação por

mais de cinquenta anos, no caso da obra Ou isto ou aquilo e mais de quarenta anos no caso

da obra A arca de Noé. Os dois autores, nesse sentido, escreveram com igual empenho,

respeito para adultos e crianças e, a tendência literária que assumiram no século XX

continuam sendo reforçadas em diferentes versões permanecem circulando ao lado de obras

que estão sendo lançadas.

Constatamos que o número de edições e de editoras atesta a permanência dessas

obras, mas uma comparação inicial das versões que assumiram também revela como estas

sofreram alterações significativas no conteúdo textual e nas suas apresentações materiais,

adaptando-se às questões editorias e também aos leitores. Um estudo aprofundado dos

impressos, a ser feito posteriormente, podem revelar detalhes dessas adaptações, mostrando

as características que vão assumindo em cada tempo de edição.

Diferentes materialidades produzem obras distintas, assim como diferentes

ilustrações provocam no leitor distintas produções de sentindo. Assim, analisar as versões de

uma mesma obra, possibilita visualizar novas obras oriundas de um mesmo texto poético.

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Referências

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GENETTE, Gérard. Paratextos Editoriais. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.

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Paulo: Ática, 1984.