o investimento em investigação e desenvolvimento e a
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O investimento em investigaccedilatildeo e
desenvolvimento e a performance operacional da
empresa o caso portuguecircs
por
Alberto de Oliveira Ferreira Neto
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Financcedilas
Orientada por
Miguel Augusto Gomes Sousa
Setembro 2013
i
Nota Biograacutefica do Autor
Alberto Neto nasceu em 2 de Julho de 1987 e eacute natural de Satildeo Paulo Brasil Em
Julho de 2010 concluiu a licenciatura em Gestatildeo pela Faculdade de Economia da
Universidade do Porto com meacutedia de 16 valores Em 2012 concluiu a parte curricular
do Mestrado em Financcedilas pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto com
meacutedia de 14 valores
Iniciou o seu percurso profissional em Agosto de 2010 atraveacutes de um estaacutegio na
AICEP Portugal Global tendo ingressado posteriormente na Deloitte Consultores SA
em Janeiro de 2011 empresa na qual encontra-se actualmente a exercer as suas funccedilotildees
profissionais
ii
Agradecimentos
A presente passagem serve para agradecer a todas as pessoas que contribuiacuteram
directa ou indirectamente para a realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo Em primeiro lugar
gostaria de agradecer ao meu orientador o Professor Miguel Sousa cuja importante
ajuda e total disponibilidade em todo o processo de desenvolvimento da dissertaccedilatildeo foi
fundamental para que fosse possiacutevel concretizar os objectivos pretendidos
Adicionalmente gostaria de agradecer aos meus familiares amigos
(particularmente ao Pedro Silva) e colegas de trabalho (em especial ao Rui Amaro e a
Susana Enes) pelo apoio companheirismo e forccedila transmitida sem os quais dificilmente
conseguiria levar a cabo esta tarefa
iii
Sumaacuterio
O investimento em investigaccedilatildeo e desenvolvimento assume-se como um alicerce
fulcral na capacidade de inovar por parte de muitas empresas De facto actualmente a
investigaccedilatildeo e desenvolvimento (IampD) eacute tida como um instrumento estrateacutegico
fundamental para preparar as empresas para as variaacuteveis concorrenciais criacuteticas que
definiratildeo a sua posiccedilatildeo concorrencial no meacutedio e longo prazo
A importacircncia da IampD encontra-se bem patente no crescimento que este tipo de
investimento tem registado ao longo dos anos havendo na literatura um amplo consenso
acerca do seu impacto positivo na produtividade e no valor das empresas bem como na
existecircncia de efeitos de spillover para agentes externos agraves proacuteprias empresas que
realizam as actividades de IampD Natildeo obstante em face do caraacutecter incerto dos
resultados passiacuteveis de se obter em qualquer projecto de IampD realizado (uma vez que
de outra forma natildeo poderia ser considerado como tal) eacute legiacutetimo questionar se os
resultados positivos ateacute entatildeo encontrados mantecircm-se de forma transversal para
qualquer mercado ou ciclo econoacutemico vivenciado
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional no caso das empresas a actuar em
Portugal num contexto especialmente adverso que o paiacutes atravessa designadamente ao
niacutevel do ambiente macroeconoacutemico bastante desfavoraacutevel que se instalou desde a crise
econoacutemica e financeira iniciada em 2008 com a crise americana do subprime
De referir que os resultados obtidos da anaacutelise empiacuterica conduziram agrave conclusatildeo
de que para o periacuteodo em anaacutelise as empresas com maior investimento em IampD
apresentaram uma performance operacional globalmente fraca verificando-se um
ligeiro crescimento da rendibilidade e da produtividade com decreacutescimo da eficiecircncia
Ao ajustar a performance das empresas da amostra pela performance da induacutestria
durante o mesmo periacuteodo de tempo apenas a rendibilidade apresentou um crescimento
superior (embora marginal) tendo a produtividade e particularmente a eficiecircncia
registado um desempenho inferior
iv
Abstract
The research and development (RampD) investment is a core component for many
companiesrsquo innovative capacity Indeed nowadays RampD is considered a fundamental
strategic instrument to prepare the companies to the critical competitive variables that
will define its competitive position in medium and long run
The RampD importance is clearly expressed in the growth that this type of
investment has been presenting throughout the years There is a broad agreement in the
literature about the RampD positive impact in the corporate productivity and value as
well as in the existence of spillover effects to external agents Nevertheless considering
the uncertain feature of the possible results in any RampD project conducted (otherwise it
would not be considered as one) it is legitimate to question whether the positive results
found in the literature so far are consistent in a broad way for any market or economic
cycle
In this regard this dissertation aims to study the impact of the RampD investment
in the corporate operational performance for companies installed in Portugal in a very
adverse context that the country experienced nowadays namely the significantly
unfavorable macroeconomic environment that has been installed since the economic
and financial crisis that began in 2008 with the American subprime crisis
The results led to the conclusion that in the considered period for the analysis
the corporates with higher RampD investments presented an overall poor operational
performance Indeed the profitability and productivity registered a slight increase
whilst the efficiency has fallen The industry-adjusted corporate performance has shown
that only the profitability presented a higher growth (although marginal) than the
industry while the productivity and particularly the efficiency have registered an
inferior performance comparing to the industry
v
Iacutendice de Conteuacutedos
Nota Biograacutefica do Autor i
Agradecimentos ii
Sumaacuterio iii
Abstract iv
Iacutendice de Conteuacutedos v
Iacutendice de tabelas vi
1 Introduccedilatildeo 1
2 Revisatildeo de literatura 3
21 O que eacute a IampD 3
211 Definiccedilatildeo 3
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD 4
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das empresas 8
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis 8
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas 8
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo 12
3 O impacto da IampD em Portugal 14
31 Amostra 14
32 Metodologia 15
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra 16
34 Rendibilidade 21
35 Produtividade 23
36 Eficiecircncia 25
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica 26
4 Conclusatildeo 27
5 Referecircncias bibliograacuteficas 30
Anexos 32
vi
Iacutendice de tabelas
Tabela 1 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17
Tabela 2 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19
Tabela 3 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20
Tabela 4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip21
Tabela 5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23
Tabela 6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip25
Tabela A1helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32
Tabela A2helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip33
Tabela A3helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34
Tabela A4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35
Tabela A5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36
Tabela A6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37
1
1 Introduccedilatildeo
O investimento em Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (doravante designada por
ldquoIampDrdquo) assume um caraacutecter prioritaacuterio em diversas empresas sendo frequentemente
observado o caso de vaacuterias empresas que alavancam as suas vantagens competitivas
atraveacutes deste tipo de investimento De facto na economia global e do conhecimento dos
dias de hoje a criaccedilatildeo de factores de inovaccedilatildeo que permitam agraves empresas
incrementarem o seu niacutevel de competitividade no mercado encontra-se em muitos
casos directamente relacionada com a disponibilidade que as mesmas apresentam para
a afectaccedilatildeo de recursos agrave IampD
Com efeito alguns dos resultados directos que este tipo de investimento pode
apresentar consistem no desenvolvimento ou melhoria significativa de produtos ou
processos produtivos nas empresas os quais em uacuteltima instacircncia podem repercutir-se
na sua performance operacional (nas diversas variaacuteveis que a compotildeem como os niacuteveis
de produtividade de rentabilidade ou de eficiecircncia)
Natildeo obstante sendo a investigaccedilatildeo e desenvolvimento pela sua proacutepria
natureza uma actividade na qual a incerteza encontra-se sempre presente o retorno do
investimento realizado assume-se como uma variaacutevel de difiacutecil previsatildeo natildeo sendo
negligenciaacuteveis os casos em que o investimento efectuado natildeo se traduz em qualquer
benefiacutecio para a empresa que o efectua
Neste acircmbito o caso portuguecircs assume um apreciaacutevel interesse do ponto de vista
do estudo empiacuterico acerca do impacto da IampD na performance operacional das
empresas aiacute instaladas por diferenciadas razotildees
i As empresas a actuar em territoacuterio nacional tecircm vindo desde o iniacutecio do seacuteculo
XXI a aumentar significativamente o investimento em IampD sendo que o paiacutes
tem mesmo colocado algumas das suas maiores e mais importantes empresas
entre os liacutederes de IampD a niacutevel internacional Com efeito de acordo com o
relatoacuterio ldquoThe 2012 EU Industrial RampD Investment Scoreboardrdquo divulgado pela
Comissatildeo Europeia Portugal possui 6 empresas entre 1000 empresas europeias
que mais investem em IampD a niacutevel mundial sendo de destacar a Portugal
Telecom que ocupou a 97ordf posiccedilatildeo no ranking tendo atingido o 6ordm lugar a niacutevel
2
mundial entre as empresas de telecomunicaccedilotildees que mais investem em
investigaccedilatildeo e desenvolvimento em percentagem de receitas
ii A economia portuguesa tem sido fortemente fustigada nos uacuteltimos anos (a partir
do iniacutecio da crise econoacutemica e financeira que teve origem na crise do subprime
nos Estados Unidos da Ameacuterica em 2008) havendo um clima de grande
pessimismo no mundo empresarial o qual tende naturalmente a repercutir-se
numa retracccedilatildeo dos investimentos (quer em capital tangiacutevel quer em capital
intangiacutevel)
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional para o caso de um conjunto de
empresas a actuar num paiacutes que se encontra num contexto macroeconoacutemico altamente
negativo e habitualmente caracterizado como detentor de um tecido empresarial fraacutegil
com debilidades estruturais e pouco competitivo
A presente dissertaccedilatildeo encontra-se organizada da seguinte forma o capiacutetulo 2
apresenta uma breve revisatildeo de literatura acadeacutemica sobre a IampD tendo como objectivo
a sua definiccedilatildeo caracterizaccedilatildeo apresentaccedilatildeo da literatura a niacutevel do impacto na
performance e desenvolvimento das empresas e evoluccedilatildeo do investimento em IampD no
contexto nacional e internacional No capiacutetulo 3 satildeo apresentados os resultados do
trabalho empiacuterico realizado Assim eacute realizada a caracterizaccedilatildeo da amostra seguindo-se
a apresentaccedilatildeo da metodologia adoptada bem como as principais conclusotildees
relativamente aos indicadores de (i) rendibilidade (ii) produtividade e (iii) eficiecircncia
Por fim as conclusotildees finais seratildeo expostas no capiacutetulo 4
3
2 Revisatildeo de literatura
21 O que eacute a IampD
211 Definiccedilatildeo
Segundo o Manual de Frascati1 a IampD assume-se como ldquohelliptodo o trabalho
criativo realizado de forma sistemaacutetica com o objectivo de aumentar o conhecimento
incluindo o conhecimento do homem cultura e sociedade bem como o uso desse
conhecimento para inventar novas aplicaccedilotildeesrdquo compreendendo trecircs actividades
distintas (de acordo com a sua natureza e fase de desenvolvimento) investigaccedilatildeo baacutesica
investigaccedilatildeo aplicada e desenvolvimento experimental
Considerando que a definiccedilatildeo e mensuraccedilatildeo da IampD nem sempre se assume
como uma actividade de faacutecil alcance o Manual de Frascati visa a definiccedilatildeo de um
quadro conceptual que assegure a comparabilidade e delimitaccedilatildeo clara dos conceitos
associados agrave IampD a niacutevel internacional
Adicionalmente o Manual de Frascati diferencia alguns conceitos que natildeo
devem ser confundidos com a IampD apesar das suas similaridades nomeadamente a
inovaccedilatildeo e as actividades de engenharia recorrentes Deste modo o Manual de Frascati
distingue as actividades de IampD das restantes actividades no seguinte paraacutegrafo ldquo a
presenccedila de um apreciaacutevel elemento de novidade e a resoluccedilatildeo de incertezas cientiacuteficas
ou tecnoloacutegicas ie quando a soluccedilatildeo para o problema natildeo eacute discernida por algueacutem
familiarizado com o conhecimento e teacutecnicas baacutesicas na aacuterea em que este se integrardquo
Assim considera-se IampD se a resoluccedilatildeo de um problema natildeo se revela evidente a
qualquer individuo que esteja ao corrente do conjunto de conhecimentos e teacutecnicas
baacutesicas utilizadas habitualmente na aacuterea em questatildeo
1 O Manual de Frascati representa a principal referecircncia existente ao niacutevel da definiccedilatildeo dos principais
conceitos de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (IampD) da autoria da OCDE (Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) cuja primeira versatildeo foi publicada em Junho de 1963 a
qual foi sendo alvo de sucessivas melhorias e do lanccedilamento de novas versotildees sendo a 6ordf versatildeo (de
2002) considerada um dos principais documentos de referecircncia no que concerne agrave definiccedilatildeo de IampD (uma
evoluccedilatildeo face a anteriores versotildees nas quais o Manual compreendia essencialmente estatiacutesticas sobre o
tema)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
i
Nota Biograacutefica do Autor
Alberto Neto nasceu em 2 de Julho de 1987 e eacute natural de Satildeo Paulo Brasil Em
Julho de 2010 concluiu a licenciatura em Gestatildeo pela Faculdade de Economia da
Universidade do Porto com meacutedia de 16 valores Em 2012 concluiu a parte curricular
do Mestrado em Financcedilas pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto com
meacutedia de 14 valores
Iniciou o seu percurso profissional em Agosto de 2010 atraveacutes de um estaacutegio na
AICEP Portugal Global tendo ingressado posteriormente na Deloitte Consultores SA
em Janeiro de 2011 empresa na qual encontra-se actualmente a exercer as suas funccedilotildees
profissionais
ii
Agradecimentos
A presente passagem serve para agradecer a todas as pessoas que contribuiacuteram
directa ou indirectamente para a realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo Em primeiro lugar
gostaria de agradecer ao meu orientador o Professor Miguel Sousa cuja importante
ajuda e total disponibilidade em todo o processo de desenvolvimento da dissertaccedilatildeo foi
fundamental para que fosse possiacutevel concretizar os objectivos pretendidos
Adicionalmente gostaria de agradecer aos meus familiares amigos
(particularmente ao Pedro Silva) e colegas de trabalho (em especial ao Rui Amaro e a
Susana Enes) pelo apoio companheirismo e forccedila transmitida sem os quais dificilmente
conseguiria levar a cabo esta tarefa
iii
Sumaacuterio
O investimento em investigaccedilatildeo e desenvolvimento assume-se como um alicerce
fulcral na capacidade de inovar por parte de muitas empresas De facto actualmente a
investigaccedilatildeo e desenvolvimento (IampD) eacute tida como um instrumento estrateacutegico
fundamental para preparar as empresas para as variaacuteveis concorrenciais criacuteticas que
definiratildeo a sua posiccedilatildeo concorrencial no meacutedio e longo prazo
A importacircncia da IampD encontra-se bem patente no crescimento que este tipo de
investimento tem registado ao longo dos anos havendo na literatura um amplo consenso
acerca do seu impacto positivo na produtividade e no valor das empresas bem como na
existecircncia de efeitos de spillover para agentes externos agraves proacuteprias empresas que
realizam as actividades de IampD Natildeo obstante em face do caraacutecter incerto dos
resultados passiacuteveis de se obter em qualquer projecto de IampD realizado (uma vez que
de outra forma natildeo poderia ser considerado como tal) eacute legiacutetimo questionar se os
resultados positivos ateacute entatildeo encontrados mantecircm-se de forma transversal para
qualquer mercado ou ciclo econoacutemico vivenciado
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional no caso das empresas a actuar em
Portugal num contexto especialmente adverso que o paiacutes atravessa designadamente ao
niacutevel do ambiente macroeconoacutemico bastante desfavoraacutevel que se instalou desde a crise
econoacutemica e financeira iniciada em 2008 com a crise americana do subprime
De referir que os resultados obtidos da anaacutelise empiacuterica conduziram agrave conclusatildeo
de que para o periacuteodo em anaacutelise as empresas com maior investimento em IampD
apresentaram uma performance operacional globalmente fraca verificando-se um
ligeiro crescimento da rendibilidade e da produtividade com decreacutescimo da eficiecircncia
Ao ajustar a performance das empresas da amostra pela performance da induacutestria
durante o mesmo periacuteodo de tempo apenas a rendibilidade apresentou um crescimento
superior (embora marginal) tendo a produtividade e particularmente a eficiecircncia
registado um desempenho inferior
iv
Abstract
The research and development (RampD) investment is a core component for many
companiesrsquo innovative capacity Indeed nowadays RampD is considered a fundamental
strategic instrument to prepare the companies to the critical competitive variables that
will define its competitive position in medium and long run
The RampD importance is clearly expressed in the growth that this type of
investment has been presenting throughout the years There is a broad agreement in the
literature about the RampD positive impact in the corporate productivity and value as
well as in the existence of spillover effects to external agents Nevertheless considering
the uncertain feature of the possible results in any RampD project conducted (otherwise it
would not be considered as one) it is legitimate to question whether the positive results
found in the literature so far are consistent in a broad way for any market or economic
cycle
In this regard this dissertation aims to study the impact of the RampD investment
in the corporate operational performance for companies installed in Portugal in a very
adverse context that the country experienced nowadays namely the significantly
unfavorable macroeconomic environment that has been installed since the economic
and financial crisis that began in 2008 with the American subprime crisis
The results led to the conclusion that in the considered period for the analysis
the corporates with higher RampD investments presented an overall poor operational
performance Indeed the profitability and productivity registered a slight increase
whilst the efficiency has fallen The industry-adjusted corporate performance has shown
that only the profitability presented a higher growth (although marginal) than the
industry while the productivity and particularly the efficiency have registered an
inferior performance comparing to the industry
v
Iacutendice de Conteuacutedos
Nota Biograacutefica do Autor i
Agradecimentos ii
Sumaacuterio iii
Abstract iv
Iacutendice de Conteuacutedos v
Iacutendice de tabelas vi
1 Introduccedilatildeo 1
2 Revisatildeo de literatura 3
21 O que eacute a IampD 3
211 Definiccedilatildeo 3
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD 4
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das empresas 8
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis 8
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas 8
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo 12
3 O impacto da IampD em Portugal 14
31 Amostra 14
32 Metodologia 15
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra 16
34 Rendibilidade 21
35 Produtividade 23
36 Eficiecircncia 25
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica 26
4 Conclusatildeo 27
5 Referecircncias bibliograacuteficas 30
Anexos 32
vi
Iacutendice de tabelas
Tabela 1 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17
Tabela 2 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19
Tabela 3 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20
Tabela 4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip21
Tabela 5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23
Tabela 6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip25
Tabela A1helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32
Tabela A2helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip33
Tabela A3helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34
Tabela A4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35
Tabela A5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36
Tabela A6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37
1
1 Introduccedilatildeo
O investimento em Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (doravante designada por
ldquoIampDrdquo) assume um caraacutecter prioritaacuterio em diversas empresas sendo frequentemente
observado o caso de vaacuterias empresas que alavancam as suas vantagens competitivas
atraveacutes deste tipo de investimento De facto na economia global e do conhecimento dos
dias de hoje a criaccedilatildeo de factores de inovaccedilatildeo que permitam agraves empresas
incrementarem o seu niacutevel de competitividade no mercado encontra-se em muitos
casos directamente relacionada com a disponibilidade que as mesmas apresentam para
a afectaccedilatildeo de recursos agrave IampD
Com efeito alguns dos resultados directos que este tipo de investimento pode
apresentar consistem no desenvolvimento ou melhoria significativa de produtos ou
processos produtivos nas empresas os quais em uacuteltima instacircncia podem repercutir-se
na sua performance operacional (nas diversas variaacuteveis que a compotildeem como os niacuteveis
de produtividade de rentabilidade ou de eficiecircncia)
Natildeo obstante sendo a investigaccedilatildeo e desenvolvimento pela sua proacutepria
natureza uma actividade na qual a incerteza encontra-se sempre presente o retorno do
investimento realizado assume-se como uma variaacutevel de difiacutecil previsatildeo natildeo sendo
negligenciaacuteveis os casos em que o investimento efectuado natildeo se traduz em qualquer
benefiacutecio para a empresa que o efectua
Neste acircmbito o caso portuguecircs assume um apreciaacutevel interesse do ponto de vista
do estudo empiacuterico acerca do impacto da IampD na performance operacional das
empresas aiacute instaladas por diferenciadas razotildees
i As empresas a actuar em territoacuterio nacional tecircm vindo desde o iniacutecio do seacuteculo
XXI a aumentar significativamente o investimento em IampD sendo que o paiacutes
tem mesmo colocado algumas das suas maiores e mais importantes empresas
entre os liacutederes de IampD a niacutevel internacional Com efeito de acordo com o
relatoacuterio ldquoThe 2012 EU Industrial RampD Investment Scoreboardrdquo divulgado pela
Comissatildeo Europeia Portugal possui 6 empresas entre 1000 empresas europeias
que mais investem em IampD a niacutevel mundial sendo de destacar a Portugal
Telecom que ocupou a 97ordf posiccedilatildeo no ranking tendo atingido o 6ordm lugar a niacutevel
2
mundial entre as empresas de telecomunicaccedilotildees que mais investem em
investigaccedilatildeo e desenvolvimento em percentagem de receitas
ii A economia portuguesa tem sido fortemente fustigada nos uacuteltimos anos (a partir
do iniacutecio da crise econoacutemica e financeira que teve origem na crise do subprime
nos Estados Unidos da Ameacuterica em 2008) havendo um clima de grande
pessimismo no mundo empresarial o qual tende naturalmente a repercutir-se
numa retracccedilatildeo dos investimentos (quer em capital tangiacutevel quer em capital
intangiacutevel)
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional para o caso de um conjunto de
empresas a actuar num paiacutes que se encontra num contexto macroeconoacutemico altamente
negativo e habitualmente caracterizado como detentor de um tecido empresarial fraacutegil
com debilidades estruturais e pouco competitivo
A presente dissertaccedilatildeo encontra-se organizada da seguinte forma o capiacutetulo 2
apresenta uma breve revisatildeo de literatura acadeacutemica sobre a IampD tendo como objectivo
a sua definiccedilatildeo caracterizaccedilatildeo apresentaccedilatildeo da literatura a niacutevel do impacto na
performance e desenvolvimento das empresas e evoluccedilatildeo do investimento em IampD no
contexto nacional e internacional No capiacutetulo 3 satildeo apresentados os resultados do
trabalho empiacuterico realizado Assim eacute realizada a caracterizaccedilatildeo da amostra seguindo-se
a apresentaccedilatildeo da metodologia adoptada bem como as principais conclusotildees
relativamente aos indicadores de (i) rendibilidade (ii) produtividade e (iii) eficiecircncia
Por fim as conclusotildees finais seratildeo expostas no capiacutetulo 4
3
2 Revisatildeo de literatura
21 O que eacute a IampD
211 Definiccedilatildeo
Segundo o Manual de Frascati1 a IampD assume-se como ldquohelliptodo o trabalho
criativo realizado de forma sistemaacutetica com o objectivo de aumentar o conhecimento
incluindo o conhecimento do homem cultura e sociedade bem como o uso desse
conhecimento para inventar novas aplicaccedilotildeesrdquo compreendendo trecircs actividades
distintas (de acordo com a sua natureza e fase de desenvolvimento) investigaccedilatildeo baacutesica
investigaccedilatildeo aplicada e desenvolvimento experimental
Considerando que a definiccedilatildeo e mensuraccedilatildeo da IampD nem sempre se assume
como uma actividade de faacutecil alcance o Manual de Frascati visa a definiccedilatildeo de um
quadro conceptual que assegure a comparabilidade e delimitaccedilatildeo clara dos conceitos
associados agrave IampD a niacutevel internacional
Adicionalmente o Manual de Frascati diferencia alguns conceitos que natildeo
devem ser confundidos com a IampD apesar das suas similaridades nomeadamente a
inovaccedilatildeo e as actividades de engenharia recorrentes Deste modo o Manual de Frascati
distingue as actividades de IampD das restantes actividades no seguinte paraacutegrafo ldquo a
presenccedila de um apreciaacutevel elemento de novidade e a resoluccedilatildeo de incertezas cientiacuteficas
ou tecnoloacutegicas ie quando a soluccedilatildeo para o problema natildeo eacute discernida por algueacutem
familiarizado com o conhecimento e teacutecnicas baacutesicas na aacuterea em que este se integrardquo
Assim considera-se IampD se a resoluccedilatildeo de um problema natildeo se revela evidente a
qualquer individuo que esteja ao corrente do conjunto de conhecimentos e teacutecnicas
baacutesicas utilizadas habitualmente na aacuterea em questatildeo
1 O Manual de Frascati representa a principal referecircncia existente ao niacutevel da definiccedilatildeo dos principais
conceitos de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (IampD) da autoria da OCDE (Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) cuja primeira versatildeo foi publicada em Junho de 1963 a
qual foi sendo alvo de sucessivas melhorias e do lanccedilamento de novas versotildees sendo a 6ordf versatildeo (de
2002) considerada um dos principais documentos de referecircncia no que concerne agrave definiccedilatildeo de IampD (uma
evoluccedilatildeo face a anteriores versotildees nas quais o Manual compreendia essencialmente estatiacutesticas sobre o
tema)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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Outra documentaccedilatildeo
Manual Frascati Proposed Standard Pratice for Surveys on Research and Experimental
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
ii
Agradecimentos
A presente passagem serve para agradecer a todas as pessoas que contribuiacuteram
directa ou indirectamente para a realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo Em primeiro lugar
gostaria de agradecer ao meu orientador o Professor Miguel Sousa cuja importante
ajuda e total disponibilidade em todo o processo de desenvolvimento da dissertaccedilatildeo foi
fundamental para que fosse possiacutevel concretizar os objectivos pretendidos
Adicionalmente gostaria de agradecer aos meus familiares amigos
(particularmente ao Pedro Silva) e colegas de trabalho (em especial ao Rui Amaro e a
Susana Enes) pelo apoio companheirismo e forccedila transmitida sem os quais dificilmente
conseguiria levar a cabo esta tarefa
iii
Sumaacuterio
O investimento em investigaccedilatildeo e desenvolvimento assume-se como um alicerce
fulcral na capacidade de inovar por parte de muitas empresas De facto actualmente a
investigaccedilatildeo e desenvolvimento (IampD) eacute tida como um instrumento estrateacutegico
fundamental para preparar as empresas para as variaacuteveis concorrenciais criacuteticas que
definiratildeo a sua posiccedilatildeo concorrencial no meacutedio e longo prazo
A importacircncia da IampD encontra-se bem patente no crescimento que este tipo de
investimento tem registado ao longo dos anos havendo na literatura um amplo consenso
acerca do seu impacto positivo na produtividade e no valor das empresas bem como na
existecircncia de efeitos de spillover para agentes externos agraves proacuteprias empresas que
realizam as actividades de IampD Natildeo obstante em face do caraacutecter incerto dos
resultados passiacuteveis de se obter em qualquer projecto de IampD realizado (uma vez que
de outra forma natildeo poderia ser considerado como tal) eacute legiacutetimo questionar se os
resultados positivos ateacute entatildeo encontrados mantecircm-se de forma transversal para
qualquer mercado ou ciclo econoacutemico vivenciado
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional no caso das empresas a actuar em
Portugal num contexto especialmente adverso que o paiacutes atravessa designadamente ao
niacutevel do ambiente macroeconoacutemico bastante desfavoraacutevel que se instalou desde a crise
econoacutemica e financeira iniciada em 2008 com a crise americana do subprime
De referir que os resultados obtidos da anaacutelise empiacuterica conduziram agrave conclusatildeo
de que para o periacuteodo em anaacutelise as empresas com maior investimento em IampD
apresentaram uma performance operacional globalmente fraca verificando-se um
ligeiro crescimento da rendibilidade e da produtividade com decreacutescimo da eficiecircncia
Ao ajustar a performance das empresas da amostra pela performance da induacutestria
durante o mesmo periacuteodo de tempo apenas a rendibilidade apresentou um crescimento
superior (embora marginal) tendo a produtividade e particularmente a eficiecircncia
registado um desempenho inferior
iv
Abstract
The research and development (RampD) investment is a core component for many
companiesrsquo innovative capacity Indeed nowadays RampD is considered a fundamental
strategic instrument to prepare the companies to the critical competitive variables that
will define its competitive position in medium and long run
The RampD importance is clearly expressed in the growth that this type of
investment has been presenting throughout the years There is a broad agreement in the
literature about the RampD positive impact in the corporate productivity and value as
well as in the existence of spillover effects to external agents Nevertheless considering
the uncertain feature of the possible results in any RampD project conducted (otherwise it
would not be considered as one) it is legitimate to question whether the positive results
found in the literature so far are consistent in a broad way for any market or economic
cycle
In this regard this dissertation aims to study the impact of the RampD investment
in the corporate operational performance for companies installed in Portugal in a very
adverse context that the country experienced nowadays namely the significantly
unfavorable macroeconomic environment that has been installed since the economic
and financial crisis that began in 2008 with the American subprime crisis
The results led to the conclusion that in the considered period for the analysis
the corporates with higher RampD investments presented an overall poor operational
performance Indeed the profitability and productivity registered a slight increase
whilst the efficiency has fallen The industry-adjusted corporate performance has shown
that only the profitability presented a higher growth (although marginal) than the
industry while the productivity and particularly the efficiency have registered an
inferior performance comparing to the industry
v
Iacutendice de Conteuacutedos
Nota Biograacutefica do Autor i
Agradecimentos ii
Sumaacuterio iii
Abstract iv
Iacutendice de Conteuacutedos v
Iacutendice de tabelas vi
1 Introduccedilatildeo 1
2 Revisatildeo de literatura 3
21 O que eacute a IampD 3
211 Definiccedilatildeo 3
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD 4
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das empresas 8
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis 8
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas 8
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo 12
3 O impacto da IampD em Portugal 14
31 Amostra 14
32 Metodologia 15
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra 16
34 Rendibilidade 21
35 Produtividade 23
36 Eficiecircncia 25
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica 26
4 Conclusatildeo 27
5 Referecircncias bibliograacuteficas 30
Anexos 32
vi
Iacutendice de tabelas
Tabela 1 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17
Tabela 2 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19
Tabela 3 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20
Tabela 4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip21
Tabela 5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23
Tabela 6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip25
Tabela A1helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32
Tabela A2helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip33
Tabela A3helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34
Tabela A4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35
Tabela A5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36
Tabela A6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37
1
1 Introduccedilatildeo
O investimento em Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (doravante designada por
ldquoIampDrdquo) assume um caraacutecter prioritaacuterio em diversas empresas sendo frequentemente
observado o caso de vaacuterias empresas que alavancam as suas vantagens competitivas
atraveacutes deste tipo de investimento De facto na economia global e do conhecimento dos
dias de hoje a criaccedilatildeo de factores de inovaccedilatildeo que permitam agraves empresas
incrementarem o seu niacutevel de competitividade no mercado encontra-se em muitos
casos directamente relacionada com a disponibilidade que as mesmas apresentam para
a afectaccedilatildeo de recursos agrave IampD
Com efeito alguns dos resultados directos que este tipo de investimento pode
apresentar consistem no desenvolvimento ou melhoria significativa de produtos ou
processos produtivos nas empresas os quais em uacuteltima instacircncia podem repercutir-se
na sua performance operacional (nas diversas variaacuteveis que a compotildeem como os niacuteveis
de produtividade de rentabilidade ou de eficiecircncia)
Natildeo obstante sendo a investigaccedilatildeo e desenvolvimento pela sua proacutepria
natureza uma actividade na qual a incerteza encontra-se sempre presente o retorno do
investimento realizado assume-se como uma variaacutevel de difiacutecil previsatildeo natildeo sendo
negligenciaacuteveis os casos em que o investimento efectuado natildeo se traduz em qualquer
benefiacutecio para a empresa que o efectua
Neste acircmbito o caso portuguecircs assume um apreciaacutevel interesse do ponto de vista
do estudo empiacuterico acerca do impacto da IampD na performance operacional das
empresas aiacute instaladas por diferenciadas razotildees
i As empresas a actuar em territoacuterio nacional tecircm vindo desde o iniacutecio do seacuteculo
XXI a aumentar significativamente o investimento em IampD sendo que o paiacutes
tem mesmo colocado algumas das suas maiores e mais importantes empresas
entre os liacutederes de IampD a niacutevel internacional Com efeito de acordo com o
relatoacuterio ldquoThe 2012 EU Industrial RampD Investment Scoreboardrdquo divulgado pela
Comissatildeo Europeia Portugal possui 6 empresas entre 1000 empresas europeias
que mais investem em IampD a niacutevel mundial sendo de destacar a Portugal
Telecom que ocupou a 97ordf posiccedilatildeo no ranking tendo atingido o 6ordm lugar a niacutevel
2
mundial entre as empresas de telecomunicaccedilotildees que mais investem em
investigaccedilatildeo e desenvolvimento em percentagem de receitas
ii A economia portuguesa tem sido fortemente fustigada nos uacuteltimos anos (a partir
do iniacutecio da crise econoacutemica e financeira que teve origem na crise do subprime
nos Estados Unidos da Ameacuterica em 2008) havendo um clima de grande
pessimismo no mundo empresarial o qual tende naturalmente a repercutir-se
numa retracccedilatildeo dos investimentos (quer em capital tangiacutevel quer em capital
intangiacutevel)
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional para o caso de um conjunto de
empresas a actuar num paiacutes que se encontra num contexto macroeconoacutemico altamente
negativo e habitualmente caracterizado como detentor de um tecido empresarial fraacutegil
com debilidades estruturais e pouco competitivo
A presente dissertaccedilatildeo encontra-se organizada da seguinte forma o capiacutetulo 2
apresenta uma breve revisatildeo de literatura acadeacutemica sobre a IampD tendo como objectivo
a sua definiccedilatildeo caracterizaccedilatildeo apresentaccedilatildeo da literatura a niacutevel do impacto na
performance e desenvolvimento das empresas e evoluccedilatildeo do investimento em IampD no
contexto nacional e internacional No capiacutetulo 3 satildeo apresentados os resultados do
trabalho empiacuterico realizado Assim eacute realizada a caracterizaccedilatildeo da amostra seguindo-se
a apresentaccedilatildeo da metodologia adoptada bem como as principais conclusotildees
relativamente aos indicadores de (i) rendibilidade (ii) produtividade e (iii) eficiecircncia
Por fim as conclusotildees finais seratildeo expostas no capiacutetulo 4
3
2 Revisatildeo de literatura
21 O que eacute a IampD
211 Definiccedilatildeo
Segundo o Manual de Frascati1 a IampD assume-se como ldquohelliptodo o trabalho
criativo realizado de forma sistemaacutetica com o objectivo de aumentar o conhecimento
incluindo o conhecimento do homem cultura e sociedade bem como o uso desse
conhecimento para inventar novas aplicaccedilotildeesrdquo compreendendo trecircs actividades
distintas (de acordo com a sua natureza e fase de desenvolvimento) investigaccedilatildeo baacutesica
investigaccedilatildeo aplicada e desenvolvimento experimental
Considerando que a definiccedilatildeo e mensuraccedilatildeo da IampD nem sempre se assume
como uma actividade de faacutecil alcance o Manual de Frascati visa a definiccedilatildeo de um
quadro conceptual que assegure a comparabilidade e delimitaccedilatildeo clara dos conceitos
associados agrave IampD a niacutevel internacional
Adicionalmente o Manual de Frascati diferencia alguns conceitos que natildeo
devem ser confundidos com a IampD apesar das suas similaridades nomeadamente a
inovaccedilatildeo e as actividades de engenharia recorrentes Deste modo o Manual de Frascati
distingue as actividades de IampD das restantes actividades no seguinte paraacutegrafo ldquo a
presenccedila de um apreciaacutevel elemento de novidade e a resoluccedilatildeo de incertezas cientiacuteficas
ou tecnoloacutegicas ie quando a soluccedilatildeo para o problema natildeo eacute discernida por algueacutem
familiarizado com o conhecimento e teacutecnicas baacutesicas na aacuterea em que este se integrardquo
Assim considera-se IampD se a resoluccedilatildeo de um problema natildeo se revela evidente a
qualquer individuo que esteja ao corrente do conjunto de conhecimentos e teacutecnicas
baacutesicas utilizadas habitualmente na aacuterea em questatildeo
1 O Manual de Frascati representa a principal referecircncia existente ao niacutevel da definiccedilatildeo dos principais
conceitos de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (IampD) da autoria da OCDE (Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) cuja primeira versatildeo foi publicada em Junho de 1963 a
qual foi sendo alvo de sucessivas melhorias e do lanccedilamento de novas versotildees sendo a 6ordf versatildeo (de
2002) considerada um dos principais documentos de referecircncia no que concerne agrave definiccedilatildeo de IampD (uma
evoluccedilatildeo face a anteriores versotildees nas quais o Manual compreendia essencialmente estatiacutesticas sobre o
tema)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
iii
Sumaacuterio
O investimento em investigaccedilatildeo e desenvolvimento assume-se como um alicerce
fulcral na capacidade de inovar por parte de muitas empresas De facto actualmente a
investigaccedilatildeo e desenvolvimento (IampD) eacute tida como um instrumento estrateacutegico
fundamental para preparar as empresas para as variaacuteveis concorrenciais criacuteticas que
definiratildeo a sua posiccedilatildeo concorrencial no meacutedio e longo prazo
A importacircncia da IampD encontra-se bem patente no crescimento que este tipo de
investimento tem registado ao longo dos anos havendo na literatura um amplo consenso
acerca do seu impacto positivo na produtividade e no valor das empresas bem como na
existecircncia de efeitos de spillover para agentes externos agraves proacuteprias empresas que
realizam as actividades de IampD Natildeo obstante em face do caraacutecter incerto dos
resultados passiacuteveis de se obter em qualquer projecto de IampD realizado (uma vez que
de outra forma natildeo poderia ser considerado como tal) eacute legiacutetimo questionar se os
resultados positivos ateacute entatildeo encontrados mantecircm-se de forma transversal para
qualquer mercado ou ciclo econoacutemico vivenciado
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional no caso das empresas a actuar em
Portugal num contexto especialmente adverso que o paiacutes atravessa designadamente ao
niacutevel do ambiente macroeconoacutemico bastante desfavoraacutevel que se instalou desde a crise
econoacutemica e financeira iniciada em 2008 com a crise americana do subprime
De referir que os resultados obtidos da anaacutelise empiacuterica conduziram agrave conclusatildeo
de que para o periacuteodo em anaacutelise as empresas com maior investimento em IampD
apresentaram uma performance operacional globalmente fraca verificando-se um
ligeiro crescimento da rendibilidade e da produtividade com decreacutescimo da eficiecircncia
Ao ajustar a performance das empresas da amostra pela performance da induacutestria
durante o mesmo periacuteodo de tempo apenas a rendibilidade apresentou um crescimento
superior (embora marginal) tendo a produtividade e particularmente a eficiecircncia
registado um desempenho inferior
iv
Abstract
The research and development (RampD) investment is a core component for many
companiesrsquo innovative capacity Indeed nowadays RampD is considered a fundamental
strategic instrument to prepare the companies to the critical competitive variables that
will define its competitive position in medium and long run
The RampD importance is clearly expressed in the growth that this type of
investment has been presenting throughout the years There is a broad agreement in the
literature about the RampD positive impact in the corporate productivity and value as
well as in the existence of spillover effects to external agents Nevertheless considering
the uncertain feature of the possible results in any RampD project conducted (otherwise it
would not be considered as one) it is legitimate to question whether the positive results
found in the literature so far are consistent in a broad way for any market or economic
cycle
In this regard this dissertation aims to study the impact of the RampD investment
in the corporate operational performance for companies installed in Portugal in a very
adverse context that the country experienced nowadays namely the significantly
unfavorable macroeconomic environment that has been installed since the economic
and financial crisis that began in 2008 with the American subprime crisis
The results led to the conclusion that in the considered period for the analysis
the corporates with higher RampD investments presented an overall poor operational
performance Indeed the profitability and productivity registered a slight increase
whilst the efficiency has fallen The industry-adjusted corporate performance has shown
that only the profitability presented a higher growth (although marginal) than the
industry while the productivity and particularly the efficiency have registered an
inferior performance comparing to the industry
v
Iacutendice de Conteuacutedos
Nota Biograacutefica do Autor i
Agradecimentos ii
Sumaacuterio iii
Abstract iv
Iacutendice de Conteuacutedos v
Iacutendice de tabelas vi
1 Introduccedilatildeo 1
2 Revisatildeo de literatura 3
21 O que eacute a IampD 3
211 Definiccedilatildeo 3
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD 4
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das empresas 8
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis 8
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas 8
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo 12
3 O impacto da IampD em Portugal 14
31 Amostra 14
32 Metodologia 15
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra 16
34 Rendibilidade 21
35 Produtividade 23
36 Eficiecircncia 25
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica 26
4 Conclusatildeo 27
5 Referecircncias bibliograacuteficas 30
Anexos 32
vi
Iacutendice de tabelas
Tabela 1 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17
Tabela 2 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19
Tabela 3 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20
Tabela 4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip21
Tabela 5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23
Tabela 6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip25
Tabela A1helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32
Tabela A2helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip33
Tabela A3helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34
Tabela A4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35
Tabela A5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36
Tabela A6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37
1
1 Introduccedilatildeo
O investimento em Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (doravante designada por
ldquoIampDrdquo) assume um caraacutecter prioritaacuterio em diversas empresas sendo frequentemente
observado o caso de vaacuterias empresas que alavancam as suas vantagens competitivas
atraveacutes deste tipo de investimento De facto na economia global e do conhecimento dos
dias de hoje a criaccedilatildeo de factores de inovaccedilatildeo que permitam agraves empresas
incrementarem o seu niacutevel de competitividade no mercado encontra-se em muitos
casos directamente relacionada com a disponibilidade que as mesmas apresentam para
a afectaccedilatildeo de recursos agrave IampD
Com efeito alguns dos resultados directos que este tipo de investimento pode
apresentar consistem no desenvolvimento ou melhoria significativa de produtos ou
processos produtivos nas empresas os quais em uacuteltima instacircncia podem repercutir-se
na sua performance operacional (nas diversas variaacuteveis que a compotildeem como os niacuteveis
de produtividade de rentabilidade ou de eficiecircncia)
Natildeo obstante sendo a investigaccedilatildeo e desenvolvimento pela sua proacutepria
natureza uma actividade na qual a incerteza encontra-se sempre presente o retorno do
investimento realizado assume-se como uma variaacutevel de difiacutecil previsatildeo natildeo sendo
negligenciaacuteveis os casos em que o investimento efectuado natildeo se traduz em qualquer
benefiacutecio para a empresa que o efectua
Neste acircmbito o caso portuguecircs assume um apreciaacutevel interesse do ponto de vista
do estudo empiacuterico acerca do impacto da IampD na performance operacional das
empresas aiacute instaladas por diferenciadas razotildees
i As empresas a actuar em territoacuterio nacional tecircm vindo desde o iniacutecio do seacuteculo
XXI a aumentar significativamente o investimento em IampD sendo que o paiacutes
tem mesmo colocado algumas das suas maiores e mais importantes empresas
entre os liacutederes de IampD a niacutevel internacional Com efeito de acordo com o
relatoacuterio ldquoThe 2012 EU Industrial RampD Investment Scoreboardrdquo divulgado pela
Comissatildeo Europeia Portugal possui 6 empresas entre 1000 empresas europeias
que mais investem em IampD a niacutevel mundial sendo de destacar a Portugal
Telecom que ocupou a 97ordf posiccedilatildeo no ranking tendo atingido o 6ordm lugar a niacutevel
2
mundial entre as empresas de telecomunicaccedilotildees que mais investem em
investigaccedilatildeo e desenvolvimento em percentagem de receitas
ii A economia portuguesa tem sido fortemente fustigada nos uacuteltimos anos (a partir
do iniacutecio da crise econoacutemica e financeira que teve origem na crise do subprime
nos Estados Unidos da Ameacuterica em 2008) havendo um clima de grande
pessimismo no mundo empresarial o qual tende naturalmente a repercutir-se
numa retracccedilatildeo dos investimentos (quer em capital tangiacutevel quer em capital
intangiacutevel)
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional para o caso de um conjunto de
empresas a actuar num paiacutes que se encontra num contexto macroeconoacutemico altamente
negativo e habitualmente caracterizado como detentor de um tecido empresarial fraacutegil
com debilidades estruturais e pouco competitivo
A presente dissertaccedilatildeo encontra-se organizada da seguinte forma o capiacutetulo 2
apresenta uma breve revisatildeo de literatura acadeacutemica sobre a IampD tendo como objectivo
a sua definiccedilatildeo caracterizaccedilatildeo apresentaccedilatildeo da literatura a niacutevel do impacto na
performance e desenvolvimento das empresas e evoluccedilatildeo do investimento em IampD no
contexto nacional e internacional No capiacutetulo 3 satildeo apresentados os resultados do
trabalho empiacuterico realizado Assim eacute realizada a caracterizaccedilatildeo da amostra seguindo-se
a apresentaccedilatildeo da metodologia adoptada bem como as principais conclusotildees
relativamente aos indicadores de (i) rendibilidade (ii) produtividade e (iii) eficiecircncia
Por fim as conclusotildees finais seratildeo expostas no capiacutetulo 4
3
2 Revisatildeo de literatura
21 O que eacute a IampD
211 Definiccedilatildeo
Segundo o Manual de Frascati1 a IampD assume-se como ldquohelliptodo o trabalho
criativo realizado de forma sistemaacutetica com o objectivo de aumentar o conhecimento
incluindo o conhecimento do homem cultura e sociedade bem como o uso desse
conhecimento para inventar novas aplicaccedilotildeesrdquo compreendendo trecircs actividades
distintas (de acordo com a sua natureza e fase de desenvolvimento) investigaccedilatildeo baacutesica
investigaccedilatildeo aplicada e desenvolvimento experimental
Considerando que a definiccedilatildeo e mensuraccedilatildeo da IampD nem sempre se assume
como uma actividade de faacutecil alcance o Manual de Frascati visa a definiccedilatildeo de um
quadro conceptual que assegure a comparabilidade e delimitaccedilatildeo clara dos conceitos
associados agrave IampD a niacutevel internacional
Adicionalmente o Manual de Frascati diferencia alguns conceitos que natildeo
devem ser confundidos com a IampD apesar das suas similaridades nomeadamente a
inovaccedilatildeo e as actividades de engenharia recorrentes Deste modo o Manual de Frascati
distingue as actividades de IampD das restantes actividades no seguinte paraacutegrafo ldquo a
presenccedila de um apreciaacutevel elemento de novidade e a resoluccedilatildeo de incertezas cientiacuteficas
ou tecnoloacutegicas ie quando a soluccedilatildeo para o problema natildeo eacute discernida por algueacutem
familiarizado com o conhecimento e teacutecnicas baacutesicas na aacuterea em que este se integrardquo
Assim considera-se IampD se a resoluccedilatildeo de um problema natildeo se revela evidente a
qualquer individuo que esteja ao corrente do conjunto de conhecimentos e teacutecnicas
baacutesicas utilizadas habitualmente na aacuterea em questatildeo
1 O Manual de Frascati representa a principal referecircncia existente ao niacutevel da definiccedilatildeo dos principais
conceitos de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (IampD) da autoria da OCDE (Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) cuja primeira versatildeo foi publicada em Junho de 1963 a
qual foi sendo alvo de sucessivas melhorias e do lanccedilamento de novas versotildees sendo a 6ordf versatildeo (de
2002) considerada um dos principais documentos de referecircncia no que concerne agrave definiccedilatildeo de IampD (uma
evoluccedilatildeo face a anteriores versotildees nas quais o Manual compreendia essencialmente estatiacutesticas sobre o
tema)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
iv
Abstract
The research and development (RampD) investment is a core component for many
companiesrsquo innovative capacity Indeed nowadays RampD is considered a fundamental
strategic instrument to prepare the companies to the critical competitive variables that
will define its competitive position in medium and long run
The RampD importance is clearly expressed in the growth that this type of
investment has been presenting throughout the years There is a broad agreement in the
literature about the RampD positive impact in the corporate productivity and value as
well as in the existence of spillover effects to external agents Nevertheless considering
the uncertain feature of the possible results in any RampD project conducted (otherwise it
would not be considered as one) it is legitimate to question whether the positive results
found in the literature so far are consistent in a broad way for any market or economic
cycle
In this regard this dissertation aims to study the impact of the RampD investment
in the corporate operational performance for companies installed in Portugal in a very
adverse context that the country experienced nowadays namely the significantly
unfavorable macroeconomic environment that has been installed since the economic
and financial crisis that began in 2008 with the American subprime crisis
The results led to the conclusion that in the considered period for the analysis
the corporates with higher RampD investments presented an overall poor operational
performance Indeed the profitability and productivity registered a slight increase
whilst the efficiency has fallen The industry-adjusted corporate performance has shown
that only the profitability presented a higher growth (although marginal) than the
industry while the productivity and particularly the efficiency have registered an
inferior performance comparing to the industry
v
Iacutendice de Conteuacutedos
Nota Biograacutefica do Autor i
Agradecimentos ii
Sumaacuterio iii
Abstract iv
Iacutendice de Conteuacutedos v
Iacutendice de tabelas vi
1 Introduccedilatildeo 1
2 Revisatildeo de literatura 3
21 O que eacute a IampD 3
211 Definiccedilatildeo 3
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD 4
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das empresas 8
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis 8
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas 8
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo 12
3 O impacto da IampD em Portugal 14
31 Amostra 14
32 Metodologia 15
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra 16
34 Rendibilidade 21
35 Produtividade 23
36 Eficiecircncia 25
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica 26
4 Conclusatildeo 27
5 Referecircncias bibliograacuteficas 30
Anexos 32
vi
Iacutendice de tabelas
Tabela 1 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17
Tabela 2 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19
Tabela 3 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20
Tabela 4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip21
Tabela 5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23
Tabela 6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip25
Tabela A1helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32
Tabela A2helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip33
Tabela A3helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34
Tabela A4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35
Tabela A5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36
Tabela A6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37
1
1 Introduccedilatildeo
O investimento em Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (doravante designada por
ldquoIampDrdquo) assume um caraacutecter prioritaacuterio em diversas empresas sendo frequentemente
observado o caso de vaacuterias empresas que alavancam as suas vantagens competitivas
atraveacutes deste tipo de investimento De facto na economia global e do conhecimento dos
dias de hoje a criaccedilatildeo de factores de inovaccedilatildeo que permitam agraves empresas
incrementarem o seu niacutevel de competitividade no mercado encontra-se em muitos
casos directamente relacionada com a disponibilidade que as mesmas apresentam para
a afectaccedilatildeo de recursos agrave IampD
Com efeito alguns dos resultados directos que este tipo de investimento pode
apresentar consistem no desenvolvimento ou melhoria significativa de produtos ou
processos produtivos nas empresas os quais em uacuteltima instacircncia podem repercutir-se
na sua performance operacional (nas diversas variaacuteveis que a compotildeem como os niacuteveis
de produtividade de rentabilidade ou de eficiecircncia)
Natildeo obstante sendo a investigaccedilatildeo e desenvolvimento pela sua proacutepria
natureza uma actividade na qual a incerteza encontra-se sempre presente o retorno do
investimento realizado assume-se como uma variaacutevel de difiacutecil previsatildeo natildeo sendo
negligenciaacuteveis os casos em que o investimento efectuado natildeo se traduz em qualquer
benefiacutecio para a empresa que o efectua
Neste acircmbito o caso portuguecircs assume um apreciaacutevel interesse do ponto de vista
do estudo empiacuterico acerca do impacto da IampD na performance operacional das
empresas aiacute instaladas por diferenciadas razotildees
i As empresas a actuar em territoacuterio nacional tecircm vindo desde o iniacutecio do seacuteculo
XXI a aumentar significativamente o investimento em IampD sendo que o paiacutes
tem mesmo colocado algumas das suas maiores e mais importantes empresas
entre os liacutederes de IampD a niacutevel internacional Com efeito de acordo com o
relatoacuterio ldquoThe 2012 EU Industrial RampD Investment Scoreboardrdquo divulgado pela
Comissatildeo Europeia Portugal possui 6 empresas entre 1000 empresas europeias
que mais investem em IampD a niacutevel mundial sendo de destacar a Portugal
Telecom que ocupou a 97ordf posiccedilatildeo no ranking tendo atingido o 6ordm lugar a niacutevel
2
mundial entre as empresas de telecomunicaccedilotildees que mais investem em
investigaccedilatildeo e desenvolvimento em percentagem de receitas
ii A economia portuguesa tem sido fortemente fustigada nos uacuteltimos anos (a partir
do iniacutecio da crise econoacutemica e financeira que teve origem na crise do subprime
nos Estados Unidos da Ameacuterica em 2008) havendo um clima de grande
pessimismo no mundo empresarial o qual tende naturalmente a repercutir-se
numa retracccedilatildeo dos investimentos (quer em capital tangiacutevel quer em capital
intangiacutevel)
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional para o caso de um conjunto de
empresas a actuar num paiacutes que se encontra num contexto macroeconoacutemico altamente
negativo e habitualmente caracterizado como detentor de um tecido empresarial fraacutegil
com debilidades estruturais e pouco competitivo
A presente dissertaccedilatildeo encontra-se organizada da seguinte forma o capiacutetulo 2
apresenta uma breve revisatildeo de literatura acadeacutemica sobre a IampD tendo como objectivo
a sua definiccedilatildeo caracterizaccedilatildeo apresentaccedilatildeo da literatura a niacutevel do impacto na
performance e desenvolvimento das empresas e evoluccedilatildeo do investimento em IampD no
contexto nacional e internacional No capiacutetulo 3 satildeo apresentados os resultados do
trabalho empiacuterico realizado Assim eacute realizada a caracterizaccedilatildeo da amostra seguindo-se
a apresentaccedilatildeo da metodologia adoptada bem como as principais conclusotildees
relativamente aos indicadores de (i) rendibilidade (ii) produtividade e (iii) eficiecircncia
Por fim as conclusotildees finais seratildeo expostas no capiacutetulo 4
3
2 Revisatildeo de literatura
21 O que eacute a IampD
211 Definiccedilatildeo
Segundo o Manual de Frascati1 a IampD assume-se como ldquohelliptodo o trabalho
criativo realizado de forma sistemaacutetica com o objectivo de aumentar o conhecimento
incluindo o conhecimento do homem cultura e sociedade bem como o uso desse
conhecimento para inventar novas aplicaccedilotildeesrdquo compreendendo trecircs actividades
distintas (de acordo com a sua natureza e fase de desenvolvimento) investigaccedilatildeo baacutesica
investigaccedilatildeo aplicada e desenvolvimento experimental
Considerando que a definiccedilatildeo e mensuraccedilatildeo da IampD nem sempre se assume
como uma actividade de faacutecil alcance o Manual de Frascati visa a definiccedilatildeo de um
quadro conceptual que assegure a comparabilidade e delimitaccedilatildeo clara dos conceitos
associados agrave IampD a niacutevel internacional
Adicionalmente o Manual de Frascati diferencia alguns conceitos que natildeo
devem ser confundidos com a IampD apesar das suas similaridades nomeadamente a
inovaccedilatildeo e as actividades de engenharia recorrentes Deste modo o Manual de Frascati
distingue as actividades de IampD das restantes actividades no seguinte paraacutegrafo ldquo a
presenccedila de um apreciaacutevel elemento de novidade e a resoluccedilatildeo de incertezas cientiacuteficas
ou tecnoloacutegicas ie quando a soluccedilatildeo para o problema natildeo eacute discernida por algueacutem
familiarizado com o conhecimento e teacutecnicas baacutesicas na aacuterea em que este se integrardquo
Assim considera-se IampD se a resoluccedilatildeo de um problema natildeo se revela evidente a
qualquer individuo que esteja ao corrente do conjunto de conhecimentos e teacutecnicas
baacutesicas utilizadas habitualmente na aacuterea em questatildeo
1 O Manual de Frascati representa a principal referecircncia existente ao niacutevel da definiccedilatildeo dos principais
conceitos de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (IampD) da autoria da OCDE (Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) cuja primeira versatildeo foi publicada em Junho de 1963 a
qual foi sendo alvo de sucessivas melhorias e do lanccedilamento de novas versotildees sendo a 6ordf versatildeo (de
2002) considerada um dos principais documentos de referecircncia no que concerne agrave definiccedilatildeo de IampD (uma
evoluccedilatildeo face a anteriores versotildees nas quais o Manual compreendia essencialmente estatiacutesticas sobre o
tema)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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httpwwwpofcqrenpt
wwwsifideadipt
httpwwwdgeecmecpt
Outra documentaccedilatildeo
Manual Frascati Proposed Standard Pratice for Surveys on Research and Experimental
Development OCDE 6 td 2002
32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
v
Iacutendice de Conteuacutedos
Nota Biograacutefica do Autor i
Agradecimentos ii
Sumaacuterio iii
Abstract iv
Iacutendice de Conteuacutedos v
Iacutendice de tabelas vi
1 Introduccedilatildeo 1
2 Revisatildeo de literatura 3
21 O que eacute a IampD 3
211 Definiccedilatildeo 3
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD 4
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das empresas 8
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis 8
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas 8
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo 12
3 O impacto da IampD em Portugal 14
31 Amostra 14
32 Metodologia 15
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra 16
34 Rendibilidade 21
35 Produtividade 23
36 Eficiecircncia 25
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica 26
4 Conclusatildeo 27
5 Referecircncias bibliograacuteficas 30
Anexos 32
vi
Iacutendice de tabelas
Tabela 1 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17
Tabela 2 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19
Tabela 3 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20
Tabela 4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip21
Tabela 5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23
Tabela 6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip25
Tabela A1helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32
Tabela A2helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip33
Tabela A3helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34
Tabela A4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35
Tabela A5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36
Tabela A6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37
1
1 Introduccedilatildeo
O investimento em Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (doravante designada por
ldquoIampDrdquo) assume um caraacutecter prioritaacuterio em diversas empresas sendo frequentemente
observado o caso de vaacuterias empresas que alavancam as suas vantagens competitivas
atraveacutes deste tipo de investimento De facto na economia global e do conhecimento dos
dias de hoje a criaccedilatildeo de factores de inovaccedilatildeo que permitam agraves empresas
incrementarem o seu niacutevel de competitividade no mercado encontra-se em muitos
casos directamente relacionada com a disponibilidade que as mesmas apresentam para
a afectaccedilatildeo de recursos agrave IampD
Com efeito alguns dos resultados directos que este tipo de investimento pode
apresentar consistem no desenvolvimento ou melhoria significativa de produtos ou
processos produtivos nas empresas os quais em uacuteltima instacircncia podem repercutir-se
na sua performance operacional (nas diversas variaacuteveis que a compotildeem como os niacuteveis
de produtividade de rentabilidade ou de eficiecircncia)
Natildeo obstante sendo a investigaccedilatildeo e desenvolvimento pela sua proacutepria
natureza uma actividade na qual a incerteza encontra-se sempre presente o retorno do
investimento realizado assume-se como uma variaacutevel de difiacutecil previsatildeo natildeo sendo
negligenciaacuteveis os casos em que o investimento efectuado natildeo se traduz em qualquer
benefiacutecio para a empresa que o efectua
Neste acircmbito o caso portuguecircs assume um apreciaacutevel interesse do ponto de vista
do estudo empiacuterico acerca do impacto da IampD na performance operacional das
empresas aiacute instaladas por diferenciadas razotildees
i As empresas a actuar em territoacuterio nacional tecircm vindo desde o iniacutecio do seacuteculo
XXI a aumentar significativamente o investimento em IampD sendo que o paiacutes
tem mesmo colocado algumas das suas maiores e mais importantes empresas
entre os liacutederes de IampD a niacutevel internacional Com efeito de acordo com o
relatoacuterio ldquoThe 2012 EU Industrial RampD Investment Scoreboardrdquo divulgado pela
Comissatildeo Europeia Portugal possui 6 empresas entre 1000 empresas europeias
que mais investem em IampD a niacutevel mundial sendo de destacar a Portugal
Telecom que ocupou a 97ordf posiccedilatildeo no ranking tendo atingido o 6ordm lugar a niacutevel
2
mundial entre as empresas de telecomunicaccedilotildees que mais investem em
investigaccedilatildeo e desenvolvimento em percentagem de receitas
ii A economia portuguesa tem sido fortemente fustigada nos uacuteltimos anos (a partir
do iniacutecio da crise econoacutemica e financeira que teve origem na crise do subprime
nos Estados Unidos da Ameacuterica em 2008) havendo um clima de grande
pessimismo no mundo empresarial o qual tende naturalmente a repercutir-se
numa retracccedilatildeo dos investimentos (quer em capital tangiacutevel quer em capital
intangiacutevel)
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional para o caso de um conjunto de
empresas a actuar num paiacutes que se encontra num contexto macroeconoacutemico altamente
negativo e habitualmente caracterizado como detentor de um tecido empresarial fraacutegil
com debilidades estruturais e pouco competitivo
A presente dissertaccedilatildeo encontra-se organizada da seguinte forma o capiacutetulo 2
apresenta uma breve revisatildeo de literatura acadeacutemica sobre a IampD tendo como objectivo
a sua definiccedilatildeo caracterizaccedilatildeo apresentaccedilatildeo da literatura a niacutevel do impacto na
performance e desenvolvimento das empresas e evoluccedilatildeo do investimento em IampD no
contexto nacional e internacional No capiacutetulo 3 satildeo apresentados os resultados do
trabalho empiacuterico realizado Assim eacute realizada a caracterizaccedilatildeo da amostra seguindo-se
a apresentaccedilatildeo da metodologia adoptada bem como as principais conclusotildees
relativamente aos indicadores de (i) rendibilidade (ii) produtividade e (iii) eficiecircncia
Por fim as conclusotildees finais seratildeo expostas no capiacutetulo 4
3
2 Revisatildeo de literatura
21 O que eacute a IampD
211 Definiccedilatildeo
Segundo o Manual de Frascati1 a IampD assume-se como ldquohelliptodo o trabalho
criativo realizado de forma sistemaacutetica com o objectivo de aumentar o conhecimento
incluindo o conhecimento do homem cultura e sociedade bem como o uso desse
conhecimento para inventar novas aplicaccedilotildeesrdquo compreendendo trecircs actividades
distintas (de acordo com a sua natureza e fase de desenvolvimento) investigaccedilatildeo baacutesica
investigaccedilatildeo aplicada e desenvolvimento experimental
Considerando que a definiccedilatildeo e mensuraccedilatildeo da IampD nem sempre se assume
como uma actividade de faacutecil alcance o Manual de Frascati visa a definiccedilatildeo de um
quadro conceptual que assegure a comparabilidade e delimitaccedilatildeo clara dos conceitos
associados agrave IampD a niacutevel internacional
Adicionalmente o Manual de Frascati diferencia alguns conceitos que natildeo
devem ser confundidos com a IampD apesar das suas similaridades nomeadamente a
inovaccedilatildeo e as actividades de engenharia recorrentes Deste modo o Manual de Frascati
distingue as actividades de IampD das restantes actividades no seguinte paraacutegrafo ldquo a
presenccedila de um apreciaacutevel elemento de novidade e a resoluccedilatildeo de incertezas cientiacuteficas
ou tecnoloacutegicas ie quando a soluccedilatildeo para o problema natildeo eacute discernida por algueacutem
familiarizado com o conhecimento e teacutecnicas baacutesicas na aacuterea em que este se integrardquo
Assim considera-se IampD se a resoluccedilatildeo de um problema natildeo se revela evidente a
qualquer individuo que esteja ao corrente do conjunto de conhecimentos e teacutecnicas
baacutesicas utilizadas habitualmente na aacuterea em questatildeo
1 O Manual de Frascati representa a principal referecircncia existente ao niacutevel da definiccedilatildeo dos principais
conceitos de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (IampD) da autoria da OCDE (Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) cuja primeira versatildeo foi publicada em Junho de 1963 a
qual foi sendo alvo de sucessivas melhorias e do lanccedilamento de novas versotildees sendo a 6ordf versatildeo (de
2002) considerada um dos principais documentos de referecircncia no que concerne agrave definiccedilatildeo de IampD (uma
evoluccedilatildeo face a anteriores versotildees nas quais o Manual compreendia essencialmente estatiacutesticas sobre o
tema)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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Outra documentaccedilatildeo
Manual Frascati Proposed Standard Pratice for Surveys on Research and Experimental
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
vi
Iacutendice de tabelas
Tabela 1 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17
Tabela 2 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19
Tabela 3 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20
Tabela 4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip21
Tabela 5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23
Tabela 6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip25
Tabela A1helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32
Tabela A2helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip33
Tabela A3helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34
Tabela A4helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35
Tabela A5helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36
Tabela A6helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37
1
1 Introduccedilatildeo
O investimento em Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (doravante designada por
ldquoIampDrdquo) assume um caraacutecter prioritaacuterio em diversas empresas sendo frequentemente
observado o caso de vaacuterias empresas que alavancam as suas vantagens competitivas
atraveacutes deste tipo de investimento De facto na economia global e do conhecimento dos
dias de hoje a criaccedilatildeo de factores de inovaccedilatildeo que permitam agraves empresas
incrementarem o seu niacutevel de competitividade no mercado encontra-se em muitos
casos directamente relacionada com a disponibilidade que as mesmas apresentam para
a afectaccedilatildeo de recursos agrave IampD
Com efeito alguns dos resultados directos que este tipo de investimento pode
apresentar consistem no desenvolvimento ou melhoria significativa de produtos ou
processos produtivos nas empresas os quais em uacuteltima instacircncia podem repercutir-se
na sua performance operacional (nas diversas variaacuteveis que a compotildeem como os niacuteveis
de produtividade de rentabilidade ou de eficiecircncia)
Natildeo obstante sendo a investigaccedilatildeo e desenvolvimento pela sua proacutepria
natureza uma actividade na qual a incerteza encontra-se sempre presente o retorno do
investimento realizado assume-se como uma variaacutevel de difiacutecil previsatildeo natildeo sendo
negligenciaacuteveis os casos em que o investimento efectuado natildeo se traduz em qualquer
benefiacutecio para a empresa que o efectua
Neste acircmbito o caso portuguecircs assume um apreciaacutevel interesse do ponto de vista
do estudo empiacuterico acerca do impacto da IampD na performance operacional das
empresas aiacute instaladas por diferenciadas razotildees
i As empresas a actuar em territoacuterio nacional tecircm vindo desde o iniacutecio do seacuteculo
XXI a aumentar significativamente o investimento em IampD sendo que o paiacutes
tem mesmo colocado algumas das suas maiores e mais importantes empresas
entre os liacutederes de IampD a niacutevel internacional Com efeito de acordo com o
relatoacuterio ldquoThe 2012 EU Industrial RampD Investment Scoreboardrdquo divulgado pela
Comissatildeo Europeia Portugal possui 6 empresas entre 1000 empresas europeias
que mais investem em IampD a niacutevel mundial sendo de destacar a Portugal
Telecom que ocupou a 97ordf posiccedilatildeo no ranking tendo atingido o 6ordm lugar a niacutevel
2
mundial entre as empresas de telecomunicaccedilotildees que mais investem em
investigaccedilatildeo e desenvolvimento em percentagem de receitas
ii A economia portuguesa tem sido fortemente fustigada nos uacuteltimos anos (a partir
do iniacutecio da crise econoacutemica e financeira que teve origem na crise do subprime
nos Estados Unidos da Ameacuterica em 2008) havendo um clima de grande
pessimismo no mundo empresarial o qual tende naturalmente a repercutir-se
numa retracccedilatildeo dos investimentos (quer em capital tangiacutevel quer em capital
intangiacutevel)
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional para o caso de um conjunto de
empresas a actuar num paiacutes que se encontra num contexto macroeconoacutemico altamente
negativo e habitualmente caracterizado como detentor de um tecido empresarial fraacutegil
com debilidades estruturais e pouco competitivo
A presente dissertaccedilatildeo encontra-se organizada da seguinte forma o capiacutetulo 2
apresenta uma breve revisatildeo de literatura acadeacutemica sobre a IampD tendo como objectivo
a sua definiccedilatildeo caracterizaccedilatildeo apresentaccedilatildeo da literatura a niacutevel do impacto na
performance e desenvolvimento das empresas e evoluccedilatildeo do investimento em IampD no
contexto nacional e internacional No capiacutetulo 3 satildeo apresentados os resultados do
trabalho empiacuterico realizado Assim eacute realizada a caracterizaccedilatildeo da amostra seguindo-se
a apresentaccedilatildeo da metodologia adoptada bem como as principais conclusotildees
relativamente aos indicadores de (i) rendibilidade (ii) produtividade e (iii) eficiecircncia
Por fim as conclusotildees finais seratildeo expostas no capiacutetulo 4
3
2 Revisatildeo de literatura
21 O que eacute a IampD
211 Definiccedilatildeo
Segundo o Manual de Frascati1 a IampD assume-se como ldquohelliptodo o trabalho
criativo realizado de forma sistemaacutetica com o objectivo de aumentar o conhecimento
incluindo o conhecimento do homem cultura e sociedade bem como o uso desse
conhecimento para inventar novas aplicaccedilotildeesrdquo compreendendo trecircs actividades
distintas (de acordo com a sua natureza e fase de desenvolvimento) investigaccedilatildeo baacutesica
investigaccedilatildeo aplicada e desenvolvimento experimental
Considerando que a definiccedilatildeo e mensuraccedilatildeo da IampD nem sempre se assume
como uma actividade de faacutecil alcance o Manual de Frascati visa a definiccedilatildeo de um
quadro conceptual que assegure a comparabilidade e delimitaccedilatildeo clara dos conceitos
associados agrave IampD a niacutevel internacional
Adicionalmente o Manual de Frascati diferencia alguns conceitos que natildeo
devem ser confundidos com a IampD apesar das suas similaridades nomeadamente a
inovaccedilatildeo e as actividades de engenharia recorrentes Deste modo o Manual de Frascati
distingue as actividades de IampD das restantes actividades no seguinte paraacutegrafo ldquo a
presenccedila de um apreciaacutevel elemento de novidade e a resoluccedilatildeo de incertezas cientiacuteficas
ou tecnoloacutegicas ie quando a soluccedilatildeo para o problema natildeo eacute discernida por algueacutem
familiarizado com o conhecimento e teacutecnicas baacutesicas na aacuterea em que este se integrardquo
Assim considera-se IampD se a resoluccedilatildeo de um problema natildeo se revela evidente a
qualquer individuo que esteja ao corrente do conjunto de conhecimentos e teacutecnicas
baacutesicas utilizadas habitualmente na aacuterea em questatildeo
1 O Manual de Frascati representa a principal referecircncia existente ao niacutevel da definiccedilatildeo dos principais
conceitos de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (IampD) da autoria da OCDE (Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) cuja primeira versatildeo foi publicada em Junho de 1963 a
qual foi sendo alvo de sucessivas melhorias e do lanccedilamento de novas versotildees sendo a 6ordf versatildeo (de
2002) considerada um dos principais documentos de referecircncia no que concerne agrave definiccedilatildeo de IampD (uma
evoluccedilatildeo face a anteriores versotildees nas quais o Manual compreendia essencialmente estatiacutesticas sobre o
tema)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
1
1 Introduccedilatildeo
O investimento em Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (doravante designada por
ldquoIampDrdquo) assume um caraacutecter prioritaacuterio em diversas empresas sendo frequentemente
observado o caso de vaacuterias empresas que alavancam as suas vantagens competitivas
atraveacutes deste tipo de investimento De facto na economia global e do conhecimento dos
dias de hoje a criaccedilatildeo de factores de inovaccedilatildeo que permitam agraves empresas
incrementarem o seu niacutevel de competitividade no mercado encontra-se em muitos
casos directamente relacionada com a disponibilidade que as mesmas apresentam para
a afectaccedilatildeo de recursos agrave IampD
Com efeito alguns dos resultados directos que este tipo de investimento pode
apresentar consistem no desenvolvimento ou melhoria significativa de produtos ou
processos produtivos nas empresas os quais em uacuteltima instacircncia podem repercutir-se
na sua performance operacional (nas diversas variaacuteveis que a compotildeem como os niacuteveis
de produtividade de rentabilidade ou de eficiecircncia)
Natildeo obstante sendo a investigaccedilatildeo e desenvolvimento pela sua proacutepria
natureza uma actividade na qual a incerteza encontra-se sempre presente o retorno do
investimento realizado assume-se como uma variaacutevel de difiacutecil previsatildeo natildeo sendo
negligenciaacuteveis os casos em que o investimento efectuado natildeo se traduz em qualquer
benefiacutecio para a empresa que o efectua
Neste acircmbito o caso portuguecircs assume um apreciaacutevel interesse do ponto de vista
do estudo empiacuterico acerca do impacto da IampD na performance operacional das
empresas aiacute instaladas por diferenciadas razotildees
i As empresas a actuar em territoacuterio nacional tecircm vindo desde o iniacutecio do seacuteculo
XXI a aumentar significativamente o investimento em IampD sendo que o paiacutes
tem mesmo colocado algumas das suas maiores e mais importantes empresas
entre os liacutederes de IampD a niacutevel internacional Com efeito de acordo com o
relatoacuterio ldquoThe 2012 EU Industrial RampD Investment Scoreboardrdquo divulgado pela
Comissatildeo Europeia Portugal possui 6 empresas entre 1000 empresas europeias
que mais investem em IampD a niacutevel mundial sendo de destacar a Portugal
Telecom que ocupou a 97ordf posiccedilatildeo no ranking tendo atingido o 6ordm lugar a niacutevel
2
mundial entre as empresas de telecomunicaccedilotildees que mais investem em
investigaccedilatildeo e desenvolvimento em percentagem de receitas
ii A economia portuguesa tem sido fortemente fustigada nos uacuteltimos anos (a partir
do iniacutecio da crise econoacutemica e financeira que teve origem na crise do subprime
nos Estados Unidos da Ameacuterica em 2008) havendo um clima de grande
pessimismo no mundo empresarial o qual tende naturalmente a repercutir-se
numa retracccedilatildeo dos investimentos (quer em capital tangiacutevel quer em capital
intangiacutevel)
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional para o caso de um conjunto de
empresas a actuar num paiacutes que se encontra num contexto macroeconoacutemico altamente
negativo e habitualmente caracterizado como detentor de um tecido empresarial fraacutegil
com debilidades estruturais e pouco competitivo
A presente dissertaccedilatildeo encontra-se organizada da seguinte forma o capiacutetulo 2
apresenta uma breve revisatildeo de literatura acadeacutemica sobre a IampD tendo como objectivo
a sua definiccedilatildeo caracterizaccedilatildeo apresentaccedilatildeo da literatura a niacutevel do impacto na
performance e desenvolvimento das empresas e evoluccedilatildeo do investimento em IampD no
contexto nacional e internacional No capiacutetulo 3 satildeo apresentados os resultados do
trabalho empiacuterico realizado Assim eacute realizada a caracterizaccedilatildeo da amostra seguindo-se
a apresentaccedilatildeo da metodologia adoptada bem como as principais conclusotildees
relativamente aos indicadores de (i) rendibilidade (ii) produtividade e (iii) eficiecircncia
Por fim as conclusotildees finais seratildeo expostas no capiacutetulo 4
3
2 Revisatildeo de literatura
21 O que eacute a IampD
211 Definiccedilatildeo
Segundo o Manual de Frascati1 a IampD assume-se como ldquohelliptodo o trabalho
criativo realizado de forma sistemaacutetica com o objectivo de aumentar o conhecimento
incluindo o conhecimento do homem cultura e sociedade bem como o uso desse
conhecimento para inventar novas aplicaccedilotildeesrdquo compreendendo trecircs actividades
distintas (de acordo com a sua natureza e fase de desenvolvimento) investigaccedilatildeo baacutesica
investigaccedilatildeo aplicada e desenvolvimento experimental
Considerando que a definiccedilatildeo e mensuraccedilatildeo da IampD nem sempre se assume
como uma actividade de faacutecil alcance o Manual de Frascati visa a definiccedilatildeo de um
quadro conceptual que assegure a comparabilidade e delimitaccedilatildeo clara dos conceitos
associados agrave IampD a niacutevel internacional
Adicionalmente o Manual de Frascati diferencia alguns conceitos que natildeo
devem ser confundidos com a IampD apesar das suas similaridades nomeadamente a
inovaccedilatildeo e as actividades de engenharia recorrentes Deste modo o Manual de Frascati
distingue as actividades de IampD das restantes actividades no seguinte paraacutegrafo ldquo a
presenccedila de um apreciaacutevel elemento de novidade e a resoluccedilatildeo de incertezas cientiacuteficas
ou tecnoloacutegicas ie quando a soluccedilatildeo para o problema natildeo eacute discernida por algueacutem
familiarizado com o conhecimento e teacutecnicas baacutesicas na aacuterea em que este se integrardquo
Assim considera-se IampD se a resoluccedilatildeo de um problema natildeo se revela evidente a
qualquer individuo que esteja ao corrente do conjunto de conhecimentos e teacutecnicas
baacutesicas utilizadas habitualmente na aacuterea em questatildeo
1 O Manual de Frascati representa a principal referecircncia existente ao niacutevel da definiccedilatildeo dos principais
conceitos de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (IampD) da autoria da OCDE (Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) cuja primeira versatildeo foi publicada em Junho de 1963 a
qual foi sendo alvo de sucessivas melhorias e do lanccedilamento de novas versotildees sendo a 6ordf versatildeo (de
2002) considerada um dos principais documentos de referecircncia no que concerne agrave definiccedilatildeo de IampD (uma
evoluccedilatildeo face a anteriores versotildees nas quais o Manual compreendia essencialmente estatiacutesticas sobre o
tema)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
2
mundial entre as empresas de telecomunicaccedilotildees que mais investem em
investigaccedilatildeo e desenvolvimento em percentagem de receitas
ii A economia portuguesa tem sido fortemente fustigada nos uacuteltimos anos (a partir
do iniacutecio da crise econoacutemica e financeira que teve origem na crise do subprime
nos Estados Unidos da Ameacuterica em 2008) havendo um clima de grande
pessimismo no mundo empresarial o qual tende naturalmente a repercutir-se
numa retracccedilatildeo dos investimentos (quer em capital tangiacutevel quer em capital
intangiacutevel)
Neste contexto a presente dissertaccedilatildeo propotildee-se a estudar o impacto do
investimento em IampD na performance operacional para o caso de um conjunto de
empresas a actuar num paiacutes que se encontra num contexto macroeconoacutemico altamente
negativo e habitualmente caracterizado como detentor de um tecido empresarial fraacutegil
com debilidades estruturais e pouco competitivo
A presente dissertaccedilatildeo encontra-se organizada da seguinte forma o capiacutetulo 2
apresenta uma breve revisatildeo de literatura acadeacutemica sobre a IampD tendo como objectivo
a sua definiccedilatildeo caracterizaccedilatildeo apresentaccedilatildeo da literatura a niacutevel do impacto na
performance e desenvolvimento das empresas e evoluccedilatildeo do investimento em IampD no
contexto nacional e internacional No capiacutetulo 3 satildeo apresentados os resultados do
trabalho empiacuterico realizado Assim eacute realizada a caracterizaccedilatildeo da amostra seguindo-se
a apresentaccedilatildeo da metodologia adoptada bem como as principais conclusotildees
relativamente aos indicadores de (i) rendibilidade (ii) produtividade e (iii) eficiecircncia
Por fim as conclusotildees finais seratildeo expostas no capiacutetulo 4
3
2 Revisatildeo de literatura
21 O que eacute a IampD
211 Definiccedilatildeo
Segundo o Manual de Frascati1 a IampD assume-se como ldquohelliptodo o trabalho
criativo realizado de forma sistemaacutetica com o objectivo de aumentar o conhecimento
incluindo o conhecimento do homem cultura e sociedade bem como o uso desse
conhecimento para inventar novas aplicaccedilotildeesrdquo compreendendo trecircs actividades
distintas (de acordo com a sua natureza e fase de desenvolvimento) investigaccedilatildeo baacutesica
investigaccedilatildeo aplicada e desenvolvimento experimental
Considerando que a definiccedilatildeo e mensuraccedilatildeo da IampD nem sempre se assume
como uma actividade de faacutecil alcance o Manual de Frascati visa a definiccedilatildeo de um
quadro conceptual que assegure a comparabilidade e delimitaccedilatildeo clara dos conceitos
associados agrave IampD a niacutevel internacional
Adicionalmente o Manual de Frascati diferencia alguns conceitos que natildeo
devem ser confundidos com a IampD apesar das suas similaridades nomeadamente a
inovaccedilatildeo e as actividades de engenharia recorrentes Deste modo o Manual de Frascati
distingue as actividades de IampD das restantes actividades no seguinte paraacutegrafo ldquo a
presenccedila de um apreciaacutevel elemento de novidade e a resoluccedilatildeo de incertezas cientiacuteficas
ou tecnoloacutegicas ie quando a soluccedilatildeo para o problema natildeo eacute discernida por algueacutem
familiarizado com o conhecimento e teacutecnicas baacutesicas na aacuterea em que este se integrardquo
Assim considera-se IampD se a resoluccedilatildeo de um problema natildeo se revela evidente a
qualquer individuo que esteja ao corrente do conjunto de conhecimentos e teacutecnicas
baacutesicas utilizadas habitualmente na aacuterea em questatildeo
1 O Manual de Frascati representa a principal referecircncia existente ao niacutevel da definiccedilatildeo dos principais
conceitos de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (IampD) da autoria da OCDE (Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) cuja primeira versatildeo foi publicada em Junho de 1963 a
qual foi sendo alvo de sucessivas melhorias e do lanccedilamento de novas versotildees sendo a 6ordf versatildeo (de
2002) considerada um dos principais documentos de referecircncia no que concerne agrave definiccedilatildeo de IampD (uma
evoluccedilatildeo face a anteriores versotildees nas quais o Manual compreendia essencialmente estatiacutesticas sobre o
tema)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
3
2 Revisatildeo de literatura
21 O que eacute a IampD
211 Definiccedilatildeo
Segundo o Manual de Frascati1 a IampD assume-se como ldquohelliptodo o trabalho
criativo realizado de forma sistemaacutetica com o objectivo de aumentar o conhecimento
incluindo o conhecimento do homem cultura e sociedade bem como o uso desse
conhecimento para inventar novas aplicaccedilotildeesrdquo compreendendo trecircs actividades
distintas (de acordo com a sua natureza e fase de desenvolvimento) investigaccedilatildeo baacutesica
investigaccedilatildeo aplicada e desenvolvimento experimental
Considerando que a definiccedilatildeo e mensuraccedilatildeo da IampD nem sempre se assume
como uma actividade de faacutecil alcance o Manual de Frascati visa a definiccedilatildeo de um
quadro conceptual que assegure a comparabilidade e delimitaccedilatildeo clara dos conceitos
associados agrave IampD a niacutevel internacional
Adicionalmente o Manual de Frascati diferencia alguns conceitos que natildeo
devem ser confundidos com a IampD apesar das suas similaridades nomeadamente a
inovaccedilatildeo e as actividades de engenharia recorrentes Deste modo o Manual de Frascati
distingue as actividades de IampD das restantes actividades no seguinte paraacutegrafo ldquo a
presenccedila de um apreciaacutevel elemento de novidade e a resoluccedilatildeo de incertezas cientiacuteficas
ou tecnoloacutegicas ie quando a soluccedilatildeo para o problema natildeo eacute discernida por algueacutem
familiarizado com o conhecimento e teacutecnicas baacutesicas na aacuterea em que este se integrardquo
Assim considera-se IampD se a resoluccedilatildeo de um problema natildeo se revela evidente a
qualquer individuo que esteja ao corrente do conjunto de conhecimentos e teacutecnicas
baacutesicas utilizadas habitualmente na aacuterea em questatildeo
1 O Manual de Frascati representa a principal referecircncia existente ao niacutevel da definiccedilatildeo dos principais
conceitos de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento (IampD) da autoria da OCDE (Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) cuja primeira versatildeo foi publicada em Junho de 1963 a
qual foi sendo alvo de sucessivas melhorias e do lanccedilamento de novas versotildees sendo a 6ordf versatildeo (de
2002) considerada um dos principais documentos de referecircncia no que concerne agrave definiccedilatildeo de IampD (uma
evoluccedilatildeo face a anteriores versotildees nas quais o Manual compreendia essencialmente estatiacutesticas sobre o
tema)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
4
212 Principais tendecircncias ao niacutevel das despesas de IampD
As despesas de IampD tecircm assumido um crescimento notaacutevel em diversos paiacuteses
apresentando uma importacircncia relativa cada vez maior no que respeita ao seu peso face
ao PIB do paiacutes Com efeito de acordo com os dados da OCDE2 a maioria dos paiacuteses
que integram esta organizaccedilatildeo viram o peso das despesas totais de IampD aumentarem ao
longo da deacutecada de 2000 face agrave riqueza gerada no paiacutes Os dados apresentados obtidos
na base de dados ldquoMain Science and Technology Indicatorsrdquo da OCDE satildeo ilustrativos
da relevacircncia crescente da IampD na sociedade contemporacircnea
No caso de Portugal eacute possiacutevel constatar uma forte evoluccedilatildeo neste indicador
verificando-se que o peso da IampD no PIB do paiacutes mais do que duplicou entre 2000 e
2011 Refira-se que este crescimento foi efectuado de forma oscilada tendo alcanccedilado
um pico em 2009 ano em que as despesas de IampD representaram um total de 164 do
PIB portuguecircs Natildeo obstante e de acordo com o relatoacuterio ldquoOECD SCIENCE
TECHNOLOGY AND INDUSTRY OUTLOOK 2012rdquo da OCDE em 2010 verificou-se
um decreacutescimo da importacircncia relativa da IampD passando a representar 159 factor
que eacute justificado por este organismo com a reduccedilatildeo deste tipo de investimento em
resultado dos efeitos da crise econoacutemica vivenciada no paiacutes Refira-se no entanto que a
importacircncia relativa da IampD em Portugal encontra-se abaixo da meacutedia dos paiacuteses da
OCDE e da Uniatildeo Europeia (a 27 paiacuteses) Por outro lado a OCDE sublinha que de
acordo com os dados apresentados nos uacuteltimos anos o sistema de inovaccedilatildeo nacional
evoluiu significativamente natildeo obstante as deficiecircncias estruturais da economia
portuguesa (empresas com baixa produtividade e serviccedilos natildeo transaccionaacuteveis)3
No que respeita agraves despesas de IampD do sector empresarial a importacircncia relativa
das mesmas nas despesas de IampD totais (efectuadas por todos os distintos sectores
Empresas Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior) varia
nos distintos paiacuteses da OCDE Natildeo obstante eacute possiacutevel verificar que na maior parte dos
paiacuteses este tipo de despesas de IampD representa mais de 50 das despesas totais de IampD
levadas a cabo constatando-se assim a significativa representatividade da IampD realizada
2 GERD ndash ldquoGross Domestic Expenditures on RampDrdquo as quais abrangem os seguintes sectores Empresas
Governo Instituiccedilotildees privadas sem fins lucrativos e Ensino Superior 3 Para mais informaccedilatildeo a evoluccedilatildeo das despesas de IampD entre 2001 e 2011 em percentagem do PIB por
paiacutes estaacute disponiacutevel na tabela A1 no Anexo
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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Outra documentaccedilatildeo
Manual Frascati Proposed Standard Pratice for Surveys on Research and Experimental
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
5
para aplicaccedilatildeo no mercado atraveacutes de novos ou melhorados produtos ou processos
produtivos Refira-se no entanto que a evoluccedilatildeo do peso relativo do sector empresarial
nas despesas de IampD totais assume uma acentuada heterogeneidade no conjunto dos
paiacuteses em questatildeo aumentando nalguns casos e diminuindo noutros
No caso de Portugal eacute possiacutevel verificar uma apreciaacutevel evoluccedilatildeo entre 2000 e
2011 no peso da IampD levada a cabo pelas empresas passando a representar cerca de
46 da IampD realizada em Portugal neste uacuteltimo ano (apenas representava
aproximadamente 28 em 2000) Com efeito o sector empresarial deteacutem actualmente
um papel na capacidade de inovaccedilatildeo do paiacutes Refira-se que existem diferentes
mecanismos de apoio agrave IampD no quadro nacional os quais incentivam o aumento destas
actividades designadamente atraveacutes de auxiacutelios estatais via creacutedito fiscal (atraveacutes do
regime de incentivos SIFIDE ndash ldquoSistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Empresarialrdquo) e de auxiacutelios comunitaacuterios via subsiacutedios financeiros
(atraveacutes do regime de incentivos SI IampDT ndash Sistema de Incentivos agrave Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento Tecnoloacutegico) Refira-se no entanto que o maior niacutevel de
representatividade do sector empresarial nas despesas totais de IampD ocorreu no ano de
2007 (mais de 51 das despesas totais) tendo decrescido ligeiramente desde entatildeo
possivelmente em funccedilatildeo do maior desinvestimento em IampD por parte das empresas do
que dos outros sectores4
Por outro lado eacute possiacutevel constatar que a maior parte dos paiacuteses apresenta uma
evoluccedilatildeo positiva no peso das despesas de IampD levadas a cabo pelas empresas
comparativamente ao respectivo PIB5 De facto pode-se concluir que a importacircncia das
despesas de IampD face agrave riqueza gerada tem vindo a aumentar no conjunto de paiacuteses da
OCDE sendo o sector empresarial um importante driver deste crescimento Em
Portugal as despesas de IampD realizadas pelas empresas representavam apenas 020 do
PIB portuguecircs em 2000 Ao longo da deacutecada de 2000 verificou-se um aumento do peso
relativo deste indicador tendo alcanccedilado um maacuteximo de 075 em 2008 e
representando 069 em 2011 Por outro lado a evoluccedilatildeo das despesas de IampD no
4 Para mais informaccedilatildeo a tabela A2 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 da percentagem das despesas de
IampD empresarial realizadas no total das despesas de IampD do paiacutes estaacute disponiacutevel em Anexo 5 Para mais informaccedilatildeo a tabela A3 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas totais de IampD
empresarial em percentagem do PIB estaacute disponiacutevel em Anexo
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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httpwwwpofcqrenpt
wwwsifideadipt
httpwwwdgeecmecpt
Outra documentaccedilatildeo
Manual Frascati Proposed Standard Pratice for Surveys on Research and Experimental
Development OCDE 6 td 2002
32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
6
sector empresarial no caso de Portugal verificou fortes aumentos (de dois diacutegitos) nos
periacuteodos 2000-2001 e 2004-20086 Conforme referido derivado da crise econoacutemica que
tem vindo a afectar o crescimento do paiacutes verifica-se nos uacuteltimos anos um
desinvestimento em IampD por parte das empresas tendo sido registado uma quebra de
quase 8 em 2011
No que respeita aos quadros empresariais afectos agrave actividades de IampD o
pessoal afecto agrave IampD (em Equivalente a Tempo Integral - ldquoETIrdquo ou ldquoFull-time
Equivalentrdquo ie o tempo total efectivo dedicado pelos indiviacuteduos a actividades de IampD
de forma integral ou parcial) permitem uma vez maios verificar a tendecircncia de
crescimento na alocaccedilatildeo de recursos agrave IampD Com efeito verifica-se na generalidade dos
paiacuteses da OCDE um aumento significativo dos recursos afectos agrave IampD No caso de
Portugal passou-se de um cenaacuterio de 3567 pessoas (medido em ETI) para 14114 entre
2000 e 2011 quase quadruplicando os recursos afectos agrave IampD empresarial7
Por fim no que respeita agraves despesas de IampD empresarial por induacutestria eacute possiacutevel
constatar que para o uacuteltimo ano para o qual dispotildee-se de informaccedilatildeo (2010) a despesa
em IampD atingiu cerca de 1266 milhotildees de euros representando um decreacutescimo de
342 face agrave 2009 Comparativamente a 2008 a despesa em IampD diminuiu 222
valores que permitem observar uma reduccedilatildeo deste tipo de despesa no sector empresarial
agrave medida que os efeitos da crise econoacutemica foram se agravando (em 2009 a despesa em
IampD ainda aumentou face a 2008 no entanto presume-se que tal tenha ocorrido num
cenaacuterio em que os severos impactos da crise ainda natildeo se haviam manifestado com a
intensidade observada nos anos seguintes) O sector primaacuterio (agricultura pescas
florestas e pecuaacuteria) apresenta uma importacircncia relativa bastante reduzida (cerca de
013 das despesas de IampD totais) cenaacuterio igualmente aplicaacutevel para as induacutestrias
extractivas (cerca de 023) Por sua vez a induacutestria transformadora assume uma forte
preponderacircncia no panorama da IampD nacional representando cerca de 13 do total do
investimento efectuado Neste acircmbito assume particular importacircncia as induacutestrias de
produtos quiacutemicos e farmacecircuticos que contabilizam cerca de 855 do total das
6 Para mais informaccedilatildeo a tabela A4 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das taxas de crescimento anuais
das despesas de IampD empresarial estaacute disponiacutevel em anexo 7 Para mais informaccedilatildeo a tabela A5 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 dos recursos humanos afectos agrave
IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time Equivalentrdquo) por paiacutes estaacutes disponiacutevel em anexo
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
7
despesas de IampD no paiacutes bem como as induacutestrias de maquinarias e equipamentos
instrumentos e equipamentos de transporte as quais representam cerca de 1031 das
despesas de IampD em territoacuterio nacional Por outro lado em menor destaque encontram-
se as induacutestrias de electricidade gaacutes e fornecimento de aacutegua e de construccedilatildeo as quais
apresentam um peso relativo de 416 e 169 respectivamente Por fim constituindo
o principal sector a niacutevel nacional no que respeita aos investimentos em IampD realizados
os serviccedilos representam cerca de 60 dos gastos totais com destaque para as
telecomunicaccedilotildees (1359) intermediaccedilatildeo financeira (994) e serviccedilos de
computaccedilatildeo (1161)8
8 Para mais informaccedilatildeo a tabela A6 com a evoluccedilatildeo entre 2001 e 2011 das despesas de IampD por
induacutestria em Portugal estaacute disponiacutevel em Anexo
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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Outra documentaccedilatildeo
Manual Frascati Proposed Standard Pratice for Surveys on Research and Experimental
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
8
22 A importacircncia da IampD para a performance e desenvolvimento das
empresas
221 A importacircncia crescente dos activos intangiacuteveis
Os activos intangiacuteveis tecircm vindo a aumentar a sua importacircncia no sucesso das
empresas e na criaccedilatildeo de valor tendo a este propoacutesito Baglieri Chiesa Grando e
Manzini (2011) referido que vaacuterias correntes da literatura tecircm estudado o papel dos
activos intangiacuteveis ao niacutevel da estrateacutegia gestatildeo e organizaccedilatildeo da empresa
designadamente a teoria ldquocompetence-basedrdquo a teoria ldquoresouce-based competitionrdquo e
ainda a teoria evolucionaacuteria
Por outro lado atendendo a que encontramo-nos a viver actualmente na era da
denominada ldquoeconomia da informaccedilatildeordquo no contexto da qual as induacutestrias relacionadas
com os serviccedilos e a tecnologia tecircm vindo a ganhar cada vez maior importacircncia verifica-
se uma propensatildeo cada vez mais elevada para a dependecircncia em recursos intangiacuteveis
cujo verdadeiro valor eacute mais dificilmente captaacutevel atraveacutes de meacutetricas financeiras
tradicionais
De facto vaacuterias empresas consideram que a sua vantagem competitiva no longo
prazo deriva dos recursos alocados agrave actividades de investigaccedilatildeo e desenvolvimento
Com efeito segundo Bremser e Barsky (2004) os gestores encontram-se atentos agrave
importacircncia estrateacutegica ocupada pela IampD no quadro concorrencial sendo mesmo o
factor mais criacutetico a niacutevel do sucesso de empresas cuja estrateacutegia baseia-se
principalmente na constante inovaccedilatildeo A este propoacutesito citando Blake (1999) estes
autores referem que de acordo com uma votaccedilatildeo realizada num estudo de 1999 230
membros representantes de distintas empresas no Instituto de Investigaccedilatildeo Industrial
dos Estados Unidos da Ameacuterica consideraram que a capacidade de ldquogerir a IampD em prol
do crescimento da empresardquo configurava o maior problema que os mesmos enfrentavam
enquanto liacutederes tecnoloacutegicos
222 O contributo da IampD na melhoria da performance das empresas
Hall e Hayashi (1989) defendem que embora o capital fiacutesico de uma empresa
possa ser o mais importante gerador de cash-flows e lucros para os accionistas existem
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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Outra documentaccedilatildeo
Manual Frascati Proposed Standard Pratice for Surveys on Research and Experimental
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
9
outras formas de capital capazes de gerar importantes retornos podendo mesmo
constituir as mais importantes no longo prazo Trata-se pois do caso do capital detido
em IampD o qual se traduz em distintas vertentes - know-how acumulado periacutecia teacutecnica
ou patentes - capital este que se encontra incorporado na esfera da empresa e dos
respectivos colaboradores
Com efeito estes autores referem que desde o periacuteodo poacutes-Segunda Guerra
tem-se verificado que o investimento realizado por parte da induacutestria neste tipo de
capital tem vindo a tornar-se numa larga e crescente fatia do investimento total
realizado Neste acircmbito a literatura tem apresentado diversos estudos a denotar o
contributo substancial dos investimentos em IampD (1) no crescimento da produtividade
numa variedade de induacutestrias bem como (2) a niacutevel da geraccedilatildeo de fluxos tecnoloacutegicos
entre distintas induacutestrias
Ao niacutevel da relaccedilatildeo investimentos em IampD e crescimento da produtividade
Nadiri (1979) sintetiza um conjunto variado de resultados de estudos anteriores
realizados por outros autores que demonstram evidecircncia empiacuterica no suporte desta
corrente como por exemplo
i) Mansfield (1965) que conclui que o aumento dos investimentos em IampD
apresenta uma relaccedilatildeo positiva com o crescimento da taxa de produtividade no
contexto empresarial
ii) Leonard (1971) que derivou semelhantes conclusotildees ie atraveacutes da anaacutelise da
relaccedilatildeo entre crescimento de produtividade e intensidade de investimento em
IampD (tendo este autor utilizado para tal a seguinte definiccedilatildeo o raacutecio de ldquoIampD
vendasrdquo e a relaccedilatildeo de ldquonuacutemero de cientistas e engenheiros afectos agrave actividades
de IampD financiadas pela empresa por cada 1000 colaboradores da empresaldquo) o
autor concluiu que crescimento da produtividade pode ser explicado pela
intensidade na investigaccedilatildeo horas trabalhadas totais e niacutevel de especializaccedilatildeo
dos colaboradores (medido pelo nuacutemero meacutedio de anos completos de
escolaridade)
iii) Terleckyj (1974) que conclui que o investimento privado em IampD apresentava
um forte efeito directo no crescimento da produtividade dos factores produtivos
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
10
iv) Griliches (1973) que tendo por base uma amostra alargada de 883 empresas
com avultados investimentos em IampD observou que a contribuiccedilatildeo da IampD para
o crescimento da produtividade diferia consideravelmente entre as induacutestrias
efeito explicado segundo o autor pelas variaccedilotildees no raacutecio ldquoproduccedilatildeo stock de
capital de IampDrdquo entre as induacutestrias
Por fim Nadiri (1979) no acircmbito do seu estudo realizado tambeacutem conclui
acerca da relaccedilatildeo positiva entre investimento em IampD e crescimento de produtividade
uma vez que este encontra evidecircncias de reduccedilatildeo das taxas de crescimento de
produtividade (no contexto da induacutestria transformadora norte-americana) explicadas
pela reduccedilatildeo no ritmo de crescimento dos investimentos em IampD
Outro relevante estudo em defesa da IampD como um vector essencial para a
criaccedilatildeo de valor nas empresas consiste no estudo realizado por Warusawitharana
(2011) o qual alia a IampD agrave inovaccedilatildeo e aos investimentos em capital fiacutesico como
condiccedilotildees essenciais para a concretizaccedilatildeo do respectivo incremento de valor Com
efeito o autor encontra evidecircncia de que as empresas investem em IampD tendo como
objectivo incrementar a probabilidade de gerar inovaccedilotildees bem-sucedidas Neste acircmbito
e para que seja possiacutevel materializar estas inovaccedilotildees as empresas necessitam de
efectuar investimentos em capital fiacutesico De acordo com o autor a introduccedilatildeo de
inovaccedilotildees bem-sucedidas reflecte-se directamente em crescimento da rentabilidade e do
valor das empresas Com efeito o autor conclui que no contexto das empresas
analisadas na sua amostra observou-se um elevado aumento na rentabilidade apoacutes a
introduccedilatildeo de inovaccedilotildees bem-sucedidas (quantificado em meacutedia em cerca de 38)
verificando-se ainda que estes ganhos possuiacuteam um caraacutecter marcadamente permanente
na esfera da empresa Estes resultados foram igualmente confirmados na anaacutelise de um
subgrupo da amostra um conjunto de induacutestrias altamente intensivas em IampD o que
aponta para uma maior robustez e validade das conclusotildees retiradas
Outro resultado bastante interessante e que posiciona-se na linha de defesa da
significativa importacircncia da IampD para a performance das empresas consiste na relaccedilatildeo
positiva encontrada entre a IampD e a variabilidade de ganhos futuros A este propoacutesito
refira-se o estudo de Pandit et al (2011) no qual os autores encontram evidecircncia acerca
de uma relaccedilatildeo positiva entre a performance operacional futura e a qualidade do
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
11
conjunto de patentes detidas por uma empresa sendo esta relaccedilatildeo mais forte para as
empresas mais produtivas e inovadoras Neste acircmbito concluiu-se que a volatilidade da
performance operacional futura eacute negativamente relacionada com a qualidade das
patentes e esta relaccedilatildeo eacute mais forte para as empresas com maiores despesas de IampD e
maior portfoacutelio de patentes De um modo geral as empresas com investimentos em IampD
que satildeo mais produtivas exibem maior e menos volaacutetil performance operacional futura
Natildeo obstante eacute igualmente importante realccedilar que o impacto da IampD natildeo se
limita unicamente agrave esfera da empresa que a realiza havendo um efeito de
transmissatildeodisseminaccedilatildeo por todo um conjunto de agentes De facto no que respeita agrave
geraccedilatildeo de efeitos de spillover entre induacutestrias verifica-se na literatura a existecircncia de
alguns estudos que denotam a geraccedilatildeo de crescimento de produtividade em
determinadas induacutestrias em virtude da realizaccedilatildeo de investimentos em IampD noutras
induacutestrias Neste acircmbito a literatura examina os spillovers gerados entre induacutestrias
paiacuteses e regiotildees atraveacutes do conhecimento obtido com actividades de IampD analisando-
se o efeito da IampD promovida por outros agentes na produtividade de determinada
empresa
Como realccedila Nadiri (1979) esta ligaccedilatildeo eacute facilmente visiacutevel no caso dos bens
provenientes de determinadas induacutestrias como por exemplo os computadores (cujo
desenvolvimento obriga frequentemente a realizaccedilatildeo de fortes investimentos em IampD)
os quais ao serem aplicados em induacutestrias que tradicionalmente natildeo levam a cabo
actividades de IampD significativas por si mesmas podem despoletar elevados
crescimentos de produtividade na sua actividade Do mesmo modo o autor tambeacutem
refere que quanto maior a ligaccedilatildeoproximidade entre as induacutestrias maior a velocidade e
magnitude dos efeitos indirectos observados Na revisatildeo bibliograacutefica efectuada no seu
paper Nadiri (1979) refere alguns importantes estudos realizados por outros autores
que contribuiacuteram para a demonstraccedilatildeo do efeito de spillover gerado pela realizaccedilatildeo de
actividades de IampD por determinados agentes designadamente
i) O jaacute referido estudo de Terleckyj (1974) no qual tendo por base 33 induacutestrias
transformadoras e natildeo transformadoras (para o periacuteodo 1948-1966) foi estimada
a contribuiccedilatildeo da IampD incorporada em bens adquiridos (de empresas de outras
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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httpwwwpofcqrenpt
wwwsifideadipt
httpwwwdgeecmecpt
Outra documentaccedilatildeo
Manual Frascati Proposed Standard Pratice for Surveys on Research and Experimental
Development OCDE 6 td 2002
32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
12
induacutestrias) tendo constatado um forte efeito indirecto de spillover inter-
induacutestrias a niacutevel do crescimento da produtividade
ii) Evans (1976) que estudou o contributo das despesas de IampD da NASA para o
crescimento da produtividade agregada nos Estados Unidos da Ameacuterica tendo
identificado um efeito significativo deste tipo de despesas atraveacutes da transmissatildeo
de avanccedilos teacutecnicos inter-induacutestrias
No entanto embora os diversos resultados referidos pareccedilam apontar no mesmo
sentido (ie da forte e crescente importacircncia da IampD na produtividade quer da empresa
que a realiza quer de outros agentes externos) a literatura natildeo eacute unacircnime encontrando-
se tambeacutem evidecircncias contraacuterias ie a apontar no sentido de uma suposta perda de
importacircncia da IampD no fomento da produtividade das empresas De facto de acordo
com o estudo de Maisse e Bronwyn (1996) no acircmbito do qual foram analisados dois
grupos de empresas (um de empresas francesas e outro de empresas norte-americanas)
cada qual com cerca de 1000 empresas concluiu-se que o contributo das despesas de
IampD no crescimento da produtividade ou das vendas apresentou uma diminuiccedilatildeo na
deacutecada de 1980 face agrave deacutecada anterior para ambos os paiacuteses Embora estes resultados
natildeo invalidem a influecircncia da IampD na produtividade das empresas os mesmos
contribuem certamente para o debate acerca do grau de eficaacutecia (ou a sua evoluccedilatildeo)
deste tipo de investimento sobre a respectiva produtividade
223 O desafio na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
O investimento em IampD acarreta incerteza substancial sobre os resultados do
proacuteprio investimento o que complica a tarefa de obter estimativas fiaacuteveis sobre o
impacto desse investimento no valor das empresas Neste acircmbito destaca-se o estudo de
Palmon e Yezegel (2012) pela apresentaccedilatildeo de uma perspectiva bastante ampla acerca
das principais dificuldades enfrentadas na captaccedilatildeo do valor da IampD e da inovaccedilatildeo
numa empresa em face da natureza intangiacutevel subjacente agraves mesmas No contexto da
revisatildeo bibliograacutefica levada a cabo no referido estudo os autores referem estudos
anteriores realizados por outros autores os quais apresentam argumentos acerca da
dificuldade na avaliaccedilatildeo desta classe de activos como por exemplo
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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Outra documentaccedilatildeo
Manual Frascati Proposed Standard Pratice for Surveys on Research and Experimental
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
13
i) Kothari et al (2002) que demonstram que os investimentos em IampD geram
benefiacutecios futuros que satildeo trecircs vezes mais incertos do que os gerados pelos
investimentos em capital fiacutesico
ii) Aboody e Lev (2000) que argumentam que os investimentos em IampD
introduzem maior assimetria de informaccedilatildeo do que outros tipos de
investimentos apontando como razotildees o caraacutecter idiossincraacuteticosingular que
cada projecto de IampD apresenta para a empresa o facto de os investimentos em
IampD natildeo serem transaccionados em mercados organizados nos quais os
investidores conseguem obter informaccedilatildeo do respectivo valor e produtividade
gerado e ainda devido ao facto de no caso dos Estados Unidos da Ameacuterica os
princiacutepios contabiliacutesticos geralmente aceites requererem que os investimentos
em IampD sejam imediatamente levados a custos e natildeo exijam a divulgaccedilatildeo do
valor ou produtividade gerada deste tipo de investimentos nos relatoacuterios
financeiros emitidos pelas empresas
iii)Amir e Lev (1996) Xu et al (2007) e Lev e Zarowin (1999) denotam as lacunas
nos modelos actuais de reporte de informaccedilatildeo designadamente mais
pronunciadas nas empresas intensivas em IampD
iv) Adicionalmente Boone e Raman (2001) que basearam a sua anaacutelise na
componente de selecccedilatildeo adversa do ldquobid-ask spreadrdquo concluem que a
informaccedilatildeo assimeacutetrica eacute positivamente associada ao investimento em IampD
v) Por fim Barth e Kasznik (1999) concluiacuteram que os investimentos em IampD satildeo
positivamente relacionados com recompras de acccedilotildees o que sugere uma maior
assimetria de informaccedilatildeo para empresas intensivas em IampD
No entanto importa tambeacutem realccedilar que haacute evidecircncia de que os investimentos
em IampD satildeo efectivamente incorporados no valor de uma empresa A este niacutevel como eacute
referido por Hall e Hayashi (1989) a literatura apresenta evidecircncia no sentido de que o
niacutevel de capital de IampD detido pelas empresas configura uma importante componente
do valor de mercado das empresas verificando-se ainda um maior valor bolsista para as
empresas consideradas altamente inovadoras
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
14
3 O impacto da IampD em Portugal
Nesta secccedilatildeo eacute apresentado o trabalho empiacuterico bem como as principais
conclusotildees alcanccediladas relativamente ao impacto ao niacutevel da performance operacional da
IampD empresarial em Portugal
31 Amostra
Com o objectivo de obter uma amostra de empresas que permita identificar o
impacto do investimento em IampD na respectiva performance operacional recorreu-se agrave
base de dados SABI bem como as informaccedilotildees divulgadas pela Direcccedilatildeo-Geral de
Estatiacutesticas da Educaccedilatildeo e Ciecircncia (DGEEC) do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Ciecircncia
(MEC) no acircmbito do Inqueacuterito ao Potencial Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Nacional
(ldquoIPCTNrdquo)
Com efeito em primeiro lugar recorreu-se ao IPCTN o qual constitui a fonte de
informaccedilatildeo estatiacutestica oficial relativa a actividades de IampD em Portugal Trata-se de
uma operaccedilatildeo de acircmbito censitaacuterio em conformidade com os criteacuterios definidos a niacutevel
internacional pelo Eurostat e em articulaccedilatildeo com a OCDE tendo como referecircncia o
Manual de Frascati A lista principal do IPCTN no que respeita ao IampD a niacutevel
empresarial consiste na lista com as 100 empresas com maiores despesas em
actividades de IampD Neste contexto foi possiacutevel identificar nos inqueacuteritos de 2008 e
2009 um conjunto alargado de empresas (cerca de 115 empresas com informaccedilatildeo
reportada a niacutevel das despesas de IampD em 2008 e em 2009) sendo as empresas
presentes neste inqueacuterito as que apresentaram maiores despesas em IampD no respectivo
ano
De seguida recorreu-se agrave base de dados SABI disponibilizada pela Bureau van
Dijk de forma a obter as informaccedilotildees contabiliacutesticas de cada empresa bem como
informaccedilotildees ao niacutevel do sector de actividade A este niacutevel para cada empresa da
amostra procurou-se obter informaccedilatildeo para o periacuteodo entre 2008 e 20119 sendo que
foram excluiacutedas todas as empresas para as quais natildeo foi possiacutevel obter dados relativos a
9 Refira-se que no periacuteodo de elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo a SABI apenas dispunha de dados ateacute
ao ano de 2011
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
15
todos os anos do horizonte temporal em questatildeo Neste sentido a amostra passou a
constituir-se por 59 empresas
32 Metodologia
De forma a perceber o impacto que o investimento em IampD apresenta ao niacutevel
da performance operacional da empresa foram utilizados com proxy dessa performance
tal como em outros estudos10
trecircs indicadores a saber (i) Margem EBITDA11
como
medida de rendibilidade (ii) Rendibilidade do activo12
como medida de produtividade
e (iii) Rotaccedilatildeo do activo13
como medida de eficiecircncia Importa realccedilar que estes
indicadores encontram-se relacionados entre si uma vez que a Rendibilidade do activo
corresponde ao produto entre a Margem EBITDA e a Rotaccedilatildeo do activo Neste
contexto a anaacutelise da Margem EBITDA e da Rotaccedilatildeo do activo permite concluir se uma
eventual variaccedilatildeo positiva na Rendibilidade do activo (produtividade) pode ser atribuiacuteda
agrave capacidade da empresa manter ou melhorar a sua margem (rendibilidade) ou se adveacutem
de uma melhor utilizaccedilatildeo dos seus activos (eficiecircncia)
Refira-se que todas as variaacuteveis utilizadas satildeo apresentadas antes de juros e
impostos o que permite expurgar dos resultados da nossa anaacutelise outros efeitos que natildeo
resultem exclusivamente da actividade operacional das empresas de que satildeo exemplos
os benefiacutecios fiscais a que as empresas podem usufruir com a realizaccedilatildeo de actividades
de IampD no acircmbito do Sistema de Incentivos Fiscais agrave Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Empresarial o qual vigora em Portugal desde 1998
Neste contexto o impacto da IampD na performance operacional da empresa seraacute
aferido com base na evoluccedilatildeo daqueles indicadores entre 2009 e 2010 e entre 2009 e
201114
(para uma anaacutelise de valores acumulados ie de um horizonte temporal mais
alargado a qual eacute importante em face dos efeitos da IampD que possam ocorrer natildeo
apenas no curto prazo como em frequentes casos assim o ocorre) sendo a evoluccedilatildeo da
performance operacional calculada entatildeo com base na seguinte foacutermula
10
Vide Kaplan (1989) Jain e Kini (1994) Guo et al (2011) Mendes (2011) e Alves (2012) 11
EBITDA Volume de Negoacutecios (EBITDA ndash ldquoEarnings Before Interests Taxes Depreciation and
Amortizationrdquo) 12
EBITDA Total do Activo 13
Volume de Negoacutecios Total do Activo 14
Foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 poreacutem os
resultados obtidos demonstraram-se bastante similares
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
16
Foacutermula 1 Yit+j
ndash Yit
onde y representa o indicador i a empresa t o ano de 2009 e j assume o valor de 1 para
a variaccedilatildeo 2009-2010 e o valor 2 para a variaccedilatildeo 2009-2011
Por outro lado tendo em vista evitar que os resultados apresentados sejam
dominados por valores extremos (outliers) analisaremos as mediadas das variaccedilotildees em
detrimento da anaacutelise das meacutedias seguindo a norma verificada nos estudos jaacute citados
Os resultados relativos agrave anaacutelise da performance operacional seratildeo
posteriormente ajustados pelos mesmos indicadores relativos ao sector (considerando a
CAE Rev 3 de cada empresa) conforme os dados obtidos atraveacutes da base de dados da
Central de Balanccedilos do Banco de Portugal Os valores ajustados foram obtidos atraveacutes
da subtracccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos indicadores para cada empresa pelo valor meacutedio15
da
evoluccedilatildeo desses mesmos indicadores calculados para o sector onde a empresa actua
durante o mesmo periacuteodo
Por fim foi realizado o teste Wilcoxon a fim de testar se a mediana calculada
para cada um dos indicadores eacute significativamente diferente de zero
33 Informaccedilatildeo Siacutentese da Amostra
A Tabela 1 apresenta a distribuiccedilatildeo por sector das 59 empresas que compotildeem a
amostra indicando como a mesma eacute distribuiacuteda em termos relativos para os diferentes
sectores Refira-se que a caracterizaccedilatildeo por sector das empresas participadas eacute feita com
base no NACE Ver 2 (Nomenclatura Estatiacutestica das Actividades Econoacutemicas na
Comunidade Europeia) o qual eacute equivalente ao CAE Rev 3 (Classificaccedilatildeo Portuguesa
de Actividades Econoacutemicas)
Como eacute possiacutevel constatar as empresas da amostra dispersam-se entre diferentes
sectores havendo uma maior concentraccedilatildeo de empresas das induacutestrias transformadoras
e das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute igualmente
apresentado na Tabela 1 o peso relativo da IampD (medido em funccedilatildeo do activo) para os
15
Nesta anaacutelise seria mais aconselhaacutevel o uso da mediana em detrimento do valor meacutedio Natildeo obstante
tal natildeo se demonstrou exequiacutevel pela indisponibilidade destes dados pelo que a anaacutelise da variaccedilatildeo
ajustada pela variaccedilatildeo verificada no sector deve ser feita de forma prudente
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
17
anos de 2008 e 2009 respeitante agrave meacutedia de cada sector Eacute pois visiacutevel numa anaacutelise
temporal que o peso relativo da IampD manteacutem-se quase constante na generalidade
daqueles sectores sendo de realccedilar no entanto o aumento de 11 pp (pontos
percentuais) no caso das actividades de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Por outro lado eacute
igualmente este sector o que apresenta maior representatividade dos investimentos em
IampD comparativamente ao valor dos activos das empresas que o compotildeem
Tal resultado eacute compreensiacutevel agrave luz do facto de que trata-se de um sector em que
a fronteira tecnoloacutegica eacute sistematicamente rompida com a introduccedilatildeo de novas
tecnologias disruptivas as quais envolvem fortes investimentos em IampD Realccedila-se a
tiacutetulo de exemplo o caso da Portugal Telecom a qual integra o sector em questatildeo
tratando-se da empresa que mais investe em IampD no paiacutes sendo igualmente uma das
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel mundial tal como anteriormente
referido Refira-se no entanto e numa anaacutelise agregada que o peso da IampD em
qualquer um destes sectores pode ser considerado relativamente marginal face agrave
dimensatildeo das empresas que os compotildeem (de facto em nenhum caso eacute por exemplo
ultrapassado a barreira de 1 de investimento em IampD face ao respectivo activo)
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das empresas da amostra por sector
Sector Nuacutemero de
empresas Percentagem
Peso IampD no
Activo 2008
(meacutedia sector)
Peso IampD no
Activo 2009
(meacutedia sector)
Actividades administrativas e
dos serviccedilos de apoio 1 169 010 013
Actividades de consultoria
cientiacuteficas teacutecnicas e
similares
6 1017 027 030
Actividades de informaccedilatildeo e
de comunicaccedilatildeo 11 1864 068 077
Comeacutercio por grosso e a
retalho reparaccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis e motociclos
7 1186 003 003
Construccedilatildeo 2 339 003 003
Electricidade gaacutes vapor
aacutegua quente e fria e ar frio 2 339 016 010
Induacutestrias extractivas 1 169 006 007
Induacutestrias transformadoras 26 4407 036 037
Transportes e armazenagem 3 508 006 005
Total 59 10000 - -
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
18
As caracteriacutesticas das empresas da amostra satildeo apresentadas na Tabela 2 Nesta
tabela eacute possiacutevel observar o peso da IampD (em termos relativos e absolutos) nas
empresas da amostra Tendo em atenccedilatildeo o valor do investimento meacutedio em IampD nos
anos de 2008 e 2009 verifica-se que entre as empresas da amostra apresentam um
valor mediano (meacutedio) igual a 18 milhotildees de euros (73 milhotildees de euros) observando-
se ainda que a empresa que mais despendeu em IampD (com base na meacutedia entre 2008 e
2009) investiu um total de 174 milhotildees de euros por ano Estes valores elevados satildeo
contudo compreensiacuteveis e esperados sendo as empresas da amostra parte do grupo das
empresas que mais investem em IampD em Portugal De facto em termos relativos
verifica-se que o peso da IampD no activo daquelas empresas eacute bastante superior aos
valores sectoriais observados na tabela anterior (mediana de 297 e meacutedia de 982
da IampD sobre o activo tendo em conta a meacutedia destas variaacuteveis entre 2008 e 2009) o
que eacute novamente comprovado ao verificar-se os valores deste raacutecio ajustados agrave
induacutestria Esta anaacutelise permite pois concluir que o investimento em IampD levado a cabo
por estas empresas eacute significativamente superior natildeo apenas em termos absolutos mas
tambeacutem quando considerada a dimensatildeo das empresas (utilizando-se o activo como
proxy da respectiva dimensatildeo)
Ao analisarmos as variaacuteveis EBITDA volume de negoacutecios e activo verifica-se
que a mediana e a meacutedia das empresas da amostra (em 2008) registam valores bastante
significativos (e muitos superiores em termos meacutedios ao verificado no conjunto da
totalidade das empresas portuguesas) o que leva-nos agrave conclusatildeo de que satildeo as grandes
empresas que mais investem em IampD quer em termos absolutos quer relativos
(conforme jaacute referido) facto que pode ser interpretado como uma consequecircncia natural
da sua maior capacidade financeira para a afectaccedilatildeo de recursos neste tipo de
investimento
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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httpwwwpofcqrenpt
wwwsifideadipt
httpwwwdgeecmecpt
Outra documentaccedilatildeo
Manual Frascati Proposed Standard Pratice for Surveys on Research and Experimental
Development OCDE 6 td 2002
32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
19
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo de empresas da amostra
Variaacutevel Mediana Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Desvio-
Padratildeo Obs
IampD (meacutedia 2008-09) 18 73 02 1742 239 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
(percentagem) 297 982 001 14700 2245 59
IampDActivo (meacutedia 2008-09)
ajustado agrave induacutestria 261 948 -022 14672 2245 59
EBITDA (2008) 58 596 -766 25023 3259 59
EBITDA (2008) - total sectores - 01 - - - -
Volume de Negoacutecios (2008) 640 2660 09 67209 8818 59
Volume de Negoacutecios (2008) -
total sectores - 12 - - - -
Activo (2008) 782 5822 13 137144 20199 59
Activo (2008) - total sectores - 22 - - - -
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente Valores em milhotildees de euros
Por outro lado de forma a avaliar o impacto da IampD na performance operacional
das empresas para o contexto em questatildeo importa ter em conta o ponto de partida das
empresas que compotildeem a amostra no que respeita agrave performance operacional
demonstrada quer em termos absolutos quer em termos comparativos com a induacutestria
Neste sentido ao observar os indicadores de performance operacional das
empresas da amostra constata-se que no que respeita agrave rendibilidade estas encontram-
se em linha com a rendibilidade auferida em meacutedia nas respectivas induacutestrias com
uma rendibilidade ligeiramente inferior (mediana de 1147 menos 017 face agrave
comparaccedilatildeo agraves induacutestrias) Por outro lado tendo em conta o indicador de produtividade
verifica-se que as empresas da amostra encontram-se acima do observado na restante
induacutestria (mediana de 909 mais 303 ajustando-se agrave induacutestria) resultado
estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Por fim atento ao
indicador de eficiecircncia observa-se novamente que as empresas da amostra apresentam
uma performance acima (neste caso em larga escala) agrave restante induacutestria (mediana de
7964 mais 2033 do que a induacutestria) resultado tambeacutem estatisticamente
significativo para um niacutevel de significacircncia de 1 Eacute assim possiacutevel constatar que em
2008 as empresas da amostra apresentavam uma performance operacional mais
favoraacutevel (excepto no caso da rendibilidade ainda que a diferenccedila seja marginal)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)
20
quando comparadas com as restantes empresas das distintas induacutestrias que as integram
residindo no factor eficiecircncia o principal driver para o superior niacutevel de produtividade
observado
Tabela 3 Performance operacional das empresas da amostra em 2008
Ano 2008
Rendibilidade Produtividade Eficiecircncia
EBITDAVolume de
Negoacutecios EBITDAActivo
Volume de
NegoacuteciosActivo
Mediana 1147 909 7964
Observaccedilotildees 59 59 59
Mediana (ajustado agrave
induacutestria) -017 303 2033
Observaccedilotildees 59 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
21
34 Rendibilidade
De acordo com a Tabela 4 verifica-se que a rendibilidade medida pela margem
EBITDA (EBITDAVolume de Negoacutecios) apresenta uma evoluccedilatildeo positiva quer entre
2009 e 2010 quer no horizonte temporal mais espaccedilado (entre 2009 e 2011)16
De facto
a margem EBITDA aumentou 062 pontos percentuais (entre 2009 e 2010) e 091
pontos percentuais (entre 2009 e 2011) ambos os valores estatisticamente significativos
para um niacutevel de significacircncia de 10 Ao compararmos com as respectivas induacutestrias
observa-se no entanto um decreacutescimo da margem EBITDA entre 2009 e 2010 (menos
185 pontos percentuais) o qual eacute no entanto compensado se tivermos em conta o ano
seguinte visto que o crescimento da rendibilidade entre 2009 e 2011 eacute superior em 119
pontos percentuais ao ter-se em conta o ajustamento agrave induacutestria No entanto estas
variaccedilotildees natildeo satildeo estatisticamente significativas
Tabela 4 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de rendibilidade nas empresas da amostra
EBITDAVolume de Negoacutecios Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo mediana (em pp) 062 091
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -185 119
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Os resultados obtidos sugerem embora com a necessaacuteria prudecircncia que o iniacutecio
da crise econoacutemica (entre 2008 e 2010) teve um impacto nas empresas que mais
investiram em IampD natildeo lhes permitindo obter os benefiacutecios normalmente obtidos Neste
caso a IampD natildeo deixou de ser uma despesa para as empresas (natildeo se excluindo no
entanto a possibilidade das empresas ainda poderem vir a obter benefiacutecios no longo
prazo) sendo que as empresas que apresentavam maior parcela deste tipo de
16
Conforme referido foi igualmente efectuada a anaacutelise para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008
e 2011 registando-se neste caso uma melhoria ligeiramente mais acentuada na evoluccedilatildeo da margem
EBITDA
22
investimentos viram a sua rendibilidade penalizada no curto prazo Natildeo obstante a
variaccedilatildeo positiva (mesmo que ajustada agrave induacutestria natildeo seja estatisticamente
significativa) entre 2009 e 2011 poderaacute indiciar o facto de os investimentos em IampD
realizados nos anos anteriores poderem gerar maiores benefiacutecios a partir do uacuteltimo ano
da anaacutelise elevando o niacutevel de rendibilidade das empresas Estes resultados distanciam-
se significativamente dos apresentados por Warusawitharana (2011) que reporta
elevados crescimentos de rentabilidade nas empresas que efectuam IampD e traduzem este
investimento em inovaccedilotildees bem-sucedidas (crescimentos quantificados em meacutedia em
cerca de 38)
23
35 Produtividade
A Tabela 5 apresenta a evoluccedilatildeo da rendibilidade do activo (EBITDAActivo)
sendo este indicador utilizado como proxy da produtividade procurando-se com a sua
anaacutelise identificar a capacidade dos activos da empresa em gerar cash-flows A sua
atenta anaacutelise permite observar o crescimento da produtividade nas empresas da amostra
(083 pontos percentuais entre 2009 e 2010 e 088 pontos percentuais entre 2009 e 2011
o que indica um crescimento muito comedido entre 2010 e 2011)17
Tendo em conta o
crescimento ajustado agrave induacutestria observa-se que em ambos os periacuteodos temporais de
anaacutelise as empresas da amostra crescem a niacuteveis inferiores face agraves restantes empresas
do sector em que se inserem De facto entre 2009 e 2010 o crescimento da
produtividade na induacutestria cifrou-se nos 301 pontos percentuais acima das empresas da
amostra (este resultado eacute estatisticamente significativo para um niacutevel de significacircncia de
1) No que respeita ao periacuteodo de anaacutelise 2009 a 2011 o crescimento da
produtividade das empresas da amostra esteve em 087 pontos percentuais abaixo do
crescimento da induacutestria apresentando um crescimento de produtividade menos
divergente face agrave induacutestria (este resultado no entanto natildeo eacute estatisticamente
significativo)
Tabela 5 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de produtividade nas empresas da amostra
EBITDAActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 083 088
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -301 -087
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
Tendo em conta estes resultados eacute possiacutevel concluir que as empresas com forte
investimentos em IampD no contexto portuguecircs e na conjuntura actual ainda que
17
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 registaram-se tambeacutem diferenccedilas residuais na
evoluccedilatildeo da produtividade
24
registem aumentos de produtividade entre 2009 e 2011 (embora ligeiros) perderam
competitividade face agraves restantes empresas dos sectores em que se inserem (em especial
entre 2009 e 2010) No entanto a reduccedilatildeo da divergecircncia no crescimento da
produtividade entre 2010 e 2011 (em comparaccedilatildeo a apenas 2009 e 2010) explicada
essencialmente pelo menor ritmo de crescimento da induacutestria (dado o crescimento muito
comedido entre 2010 e 2011 das empresas da amostra) sugere que os investimentos em
IampD realizados nos anos anteriores possam ter contribuiacutedo para sustentar os niacuteveis de
produtividade a partir uacuteltimo ano da anaacutelise Por outro lado tendo em conta o resultado
positivo verificado na rendibilidade neste periacuteodo (acima do alcanccedilado numa anaacutelise agrave
induacutestria no periacuteodo global de anaacutelise - 2009 a 2011) espera-se que este decreacutescimo de
competitividade em termos comparativos e principalmente sentido entre 2009 e 2010
seja explicado pelo indicador de performance operacional seguinte a ser objecto de
anaacutelise a eficiecircncia
Os resultados apresentados diferem substancialmente dos obtidos nos distintos
estudos que avaliaram o crescimento da produtividade com a realizaccedilatildeo de
investimentos em IampD como Nadiri (1979) e os estudos por este citados no seu estudo
25
36 Eficiecircncia
A anaacutelise da Tabela 6 permite verificar a evoluccedilatildeo da rotaccedilatildeo do activo (Volume
de NegoacuteciosActivo) A sua anaacutelise leva-nos a concluir que o niacutevel de eficiecircncia das
empresas em anaacutelise praticamente estagnou entre 2009 e 2010 (ligeiro aumento de 009
pontos percentuais) tendo decrescido no periacuteodo temporal mais alargado (2009 a 2011)
(reduccedilatildeo de 080 pontos percentuais)18
No que respeita agrave comparaccedilatildeo a induacutestria
observa-se uma significativa diferenccedila desfavoraacutevel para as empresas da amostra tendo
as mesmas registado uma evoluccedilatildeo na eficiecircncia muito aqueacutem das restantes empresas
Com efeito este efeito sentiu-se principalmente entre 2009 e 2010 periacuteodo no qual a
eficiecircncia das restantes empresas enquadradas nos diferentes sectores evoluiu muito
favoravelmente (mais 2357 pontos percentuais)19
sendo que entre 2009 e 2011 ainda
que a diferenccedila na variaccedilatildeo da eficiecircncia tenha continuado a agravar-se esta efectuou-se
a um ritmo bastante menos acelerado (mais 2403 pontos percentuais entre os dois
anos) Refira-se que os valores obtidos para a variaccedilatildeo na mediana ajustados agrave induacutestria
satildeo estatisticamente significativos para um niacutevel de significacircncia de 1 Por outro lado
tal como esperado eacute na eficiecircncia que reside o principal driver de perda de
produtividade das empresas da amostra em termos comparativos com a restante
induacutestria
Tabela 6 Alteraccedilotildees nas variaacuteveis de eficiecircncia nas empresas da amostra
Volume de NegoacuteciosActivo Variaccedilatildeo 2009-10 Variaccedilatildeo 2009-11
Variaccedilatildeo na mediana (em pp) 009 -080
Observaccedilotildees 59 59
Variaccedilatildeo ajustada agrave induacutestria (em pp) -2357 -2403
Observaccedilotildees 59 59
estatisticamente diferente de zero para um niacutevel de significacircncia de 10 5 e 1
respectivamente
18
Para os periacuteodos entre 2008 e 2010 e entre 2008 e 2011 a queda em termos da evoluccedilatildeo da eficiecircncia
foi ainda mais acentuada 19
A acentuada divergecircncia no crescimento da eficiecircncia entre as empresas da amostra e das empresas dos
sectores em que as mesmas se integram deve-se fundamentalmente (i) ao crescimento no volume de
negoacutecios muito acima na induacutestria em comparaccedilatildeo com a amostra e (ii) ao crescimento do activo nas
empresas da amostra e o decreacutescimo em semelhantes proporccedilotildees do activo na induacutestria
26
37 Conclusatildeo do capiacutetulo da investigaccedilatildeo empiacuterica
Como foi possiacutevel observar ao longo do presente capiacutetulo as empresas utilizadas
na amostra (recolhidas com base no IPCTN inqueacuterito estatiacutestico que apresenta as
empresas com maior investimento em IampD a niacutevel internacional) apresentavam as
seguintes caracteriacutesticas
Satildeo empresas de grande dimensatildeo (vide valores de EBITDA volume de
negoacutecios e activo apresentados na Tabela 2)
No ano de 2008 (iniacutecio da crise econoacutemica) apresentavam indicadores de
performance operacional similares ou superiores em comparaccedilatildeo agrave induacutestria
niacutevel bastante aproximado no caso da rendibilidade niacutevel superior no caso da
produtividade e niacutevel bastante superior no caso da eficiecircncia (vide tabela 3)
Apresentam um crescimento de rendibilidade entre 2009 e 2011 mesmo quando
ajustado agrave induacutestria ainda que de forma natildeo acentuada (ressalva-se que entre
2009 e 2010 a rendibilidade da induacutestria cresceu acima das empresas da
amostra) (vide tabela 4)
Apresentam um crescimento residual da produtividade entre 2009 e 2011
cenaacuterio que eacute no entanto alterado quando ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010
e entre 2009 e 2011 visto que a produtividade da induacutestria cresceu acima das
empresas da amostra) (vide tabela 5)
Apresentam um crescimento quase negligenciaacutevel de eficiecircncia entre 2009 e
2010 e decrescimento no periacuteodo global de anaacutelise (2009 a 2011) sendo a
comparaccedilatildeo com as restantes empresas da induacutestria bastante desfavoraacutevel (em
ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20 pontos
percentuais face agraves empresas da amostra) (vide tabela 6)
27
4 Conclusatildeo
A investigaccedilatildeo e desenvolvimento tem ocupado um papel central na agenda do
mundo empresarial sendo afectado a estas actividades milhares de milhotildees de euros
todos os anos para a realizaccedilatildeo de novos projectos Conforme verificado a literatura
disponibiliza um conjunto variado de estudos nos quais satildeo enumerados os diversos
benefiacutecios econoacutemicos (tanto a niacutevel do valor gerado como a niacutevel do impulso agrave
melhoria da performance) usufruiacutedos a partir dos resultados obtidos da IampD quer na
empresa que a realiza quer noutros agentes externos que indirectamente dela
beneficiam
Neste contexto pretendeu-se estudar o impacto da IampD na performance
operacional das empresas a actuar em Portugal tendo como periacuteodo de anaacutelise o
contexto recente da economia nacional o qual eacute caracterizado por uma acentuada
adversidade do ambiente macroeconoacutemico Natildeo obstante atendendo ao esforccedilo
verificado nos uacuteltimos anos por parte das empresas portuguesas na aposta na IampD o
qual tem-se reflectido num forte crescimento a niacutevel nacional nas despesas de IampD
desde o iniacutecio da deacutecada anterior representa especial interesse observar se os recursos
afectos agrave este tipo de investimento consubstanciavam uma forma de mitigar os efeitos
da crise atraveacutes da introduccedilatildeo de novas inovaccedilotildees que permitissem o lanccedilamento de
novos ou melhorados produtos ou processos capazes de alavancar a performance
operacional destas empresas ou se os investimentos em questatildeo pendiam mais para o
lado dos custos numa anaacutelise de custo-benefiacutecio dirimindo a sua capacidade
competitiva nos mercados
Deste modo recorreu-se agrave uma amostra composta por 59 das empresas que mais
investem em IampD a niacutevel nacional tendo sido caracterizadas em funccedilatildeo da sua
dimensatildeo esforccedilo absoluto e relativo em investimentos em IampD e bem assim a sua
performance operacional no periacuteodo de iniacutecio da crise econoacutemica originada com a crise
do subprime nos Estados Unidos da Ameacuterica
Como foi possiacutevel observar no que respeita agrave rendibilidade esta manteve-se
acima das restantes empresas das correspondentes induacutestrias que integram as empresas
da amostra ainda de forma pouco pronunciada
28
Menos positivo foi o saldo referente agrave produtividade tendo-se observado um
crescimento de produtividade entre 2009 e 2011 o qual entanto que muda de figura
quando este indicador eacute ajustado agrave induacutestria (entre 2009 e 2010 e entre 2009 e 2011 a
produtividade da induacutestria cresceu acima das empresas da amostra)
Por fim no que respeita agrave eficiecircncia adicionalmente a esta ter apresentado um
crescimento quase negligenciaacutevel entre 2009 e 2010 e um decrescimento no periacuteodo
global de anaacutelise (2009 a 2011) para as empresas da amostra a comparaccedilatildeo com as
restantes empresas da induacutestria releva uma forte discrepacircncia no desempenho deste
indicador (em ambos os periacuteodos de anaacutelise a eficiecircncia induacutestria cresceu acima dos 20
pontos percentuais face agraves empresas da amostra)
Assim de acordo com o conjunto de resultados obtidos na anaacutelise empiacuterica
efectuada eacute possiacutevel constatar que no global a evoluccedilatildeo da performance operacional
das empresas com fortes investimentos em IampD no periacuteodo analisado situou-se abaixo
da performance verificada nas restantes empresas que compotildeem os sectores nos quais as
mesmas se inserem Neste contexto eacute plausiacutevel concluir-se que o investimento em IampD
realizado natildeo permitiu construir as vantagens competitivas necessaacuterias e materializar os
benefiacutecios que seriam esperados a niacutevel da performance das empresas configurando
eventualmente uma relaccedilatildeo desfavoraacutevel numa loacutegica de custo-benefiacutecio pelo menos
no curto prazo e porventura justificado pelo actual contexto da economia portuguesa
Por fim a tiacutetulo de sugestatildeo de aacutereas de investigaccedilatildeo futura indicam-se as
seguintes possibilidades
O estudo do grau de eficaacutecia da atribuiccedilatildeo de incentivos financeiros e fiscais agrave
investigaccedilatildeo e desenvolvimento quer no impacto a niacutevel do aumento das
despesas de IampD quer no impacto que este efeito combinado produz na
performance operacional da empresa
O estudo da anaacutelise custo-benefiacutecio entre a melhoria da competitividade das
empresas com a atribuiccedilatildeo de incentivos agrave IampD e a perda de receita fiscal por
forma a avaliar a razoabilidade da existecircncia deste tipo de incentivos
De igual forma atendendo a que a presente dissertaccedilatildeo apresenta um horizonte
temporal de anaacutelise relativamente restrito em face da escassez de dados fiaacuteveis e
29
publicamente disponiacuteveis sobre as despesas anuais de IampD por empresa uma
vez que o IPCTN apenas iniciou a divulgaccedilatildeo destes dados a partir de 2008 e a
SABI apenas ainda dispotildee de informaccedilatildeo contabiliacutestica ateacute ao ano de 2011
apresenta particular interesse a realizaccedilatildeo de um estudo com o alargamento do
periacuteodo de anaacutelise de forma a poder inferir com evidecircncias mais extensas acerca
do impacto da IampD na performance operacional num periacuteodo mais alargado
30
5 Referecircncias bibliograacuteficas
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wwwsifideadipt
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Outra documentaccedilatildeo
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32
Anexos
Tabela A1 Despesas de IampD em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 147 165 173 201 226 220
Austria 193 205 212 224 224 246 244 251 267 271 279 275
Belgium 197 207 194 187 186 183 186 189 197 203 200 204
Canada 191 209 204 204 207 204 200 196 192 194 185 174
Chile 031 037 041 042
Czech Republic 117 116 115 120 120 135 149 148 141 147 156 185
Denmark 239 251 258 248 246 248 258 285 316 307 309
Estonia 060 070 072 077 085 093 113 108 128 143 163 241
Finland 335 332 336 344 345 348 348 347 370 394 390 378
France 215 220 224 218 216 211 211 208 212 227 224 224
Germany 247 247 250 254 250 251 254 253 269 282 280 288
Greece 059 057 056 060 059 060
Hungary 081 093 100 094 088 094 101 098 100 117 117 121
Iceland 267 295 295 282 277 299 268 265 311
Ireland 111 109 110 116 123 125 125 129 146 170 171 170
Israel 429 458 457 429 429 443 451 486 477 449 434 438
Italy 104 108 112 110 109 109 113 117 121 126 126 125
Japan 300 307 312 314 313 331 341 346 347 336 325 339
Korea 230 247 240 249 268 279 301 321 336 356 374 403
Luxembourg 165 165 163 156 166 158 166 172 148 143
Mexico 034 036 040 040 040 041 038 037 041 044 046 043
Netherlands 194 193 188 192 193 190 188 181 177 182 185
New Zealand 112 117 114 118 131 130
Norway 159 166 171 157 151 148 159 158 176 168 166
Poland 064 062 056 054 056 057 056 057 060 067 074 076
Portugal 073 077 073 071 074 078 099 117 150 164 159 149
Slovak Republic 065 063 057 057 051 051 049 046 047 048 063 068
Slovenia 138 149 147 127 139 144 156 145 166 185 209 247
Spain 091 092 099 105 106 112 120 127 135 139 139 133
Sweden 413 380 358 356 368 340 370 360 339 337
Switzerland 247 282 287
Turkey 048 054 053 048 052 059 058 072 073 085 084 086
United Kingdom 182 179 180 175 169 172 174 177 178 184 180 177
United States 271 272 262 261 255 259 265 272 286 291 283 277
GERD as a percentage of GDP
33
Tabela A2 Percentagem das despesas de IampD empresarial realizadas no total das
despesas de IampD
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 4783 5253 5434 5804 6110 5800
Austria 6684 6775 6978 7041 7056 6932 6809 6809 6809
Belgium 7229 7297 7042 6968 6906 6801 6928 6954 6826 6626 6624 6713
Canada 6030 6167 5755 5708 5677 5581 5666 5580 5413 5249 5031 5128
Chile 3473 4042 3332 3869
Czech Republic 5996 6018 6108 6099 6243 6317 6507 6193 6189 6001 6204 6034
Denmark 6858 6902 6910 6804 6825 6694 6987 6990 6978 6818 6757
Estonia 2251 3362 3068 3388 3896 4508 4444 4715 4320 4469 5016 6317
Finland 7091 7110 6987 7049 7012 7083 7130 7230 7425 7142 6963 7046
France 6251 6319 6325 6262 6310 6212 6308 6298 6273 6169 6316 6344
Germany 7033 6987 6924 6973 6979 6934 7000 6999 6925 6756 6709 6733
Greece 3266 3206 3107 3098 3004 2859
Hungary 4432 4009 3547 3673 4112 4318 4828 5033 5257 5724 5981 6242
Iceland 5636 5887 5720 5176 5151 5320 5456 5456 5287
Ireland 7162 7008 6883 6751 6575 6552 6615 6592 6473 6830 6869 6898
Israel 7680 7729 7605 7444 7574 7771 7808 8071 7963 7958 7921 8025
Italy 5007 4908 4833 4725 4781 5036 4878 5186 5356 5330 5391 5416
Japan 7096 7367 7444 7498 7519 7645 7716 7789 7846 7576 7651 7696
Korea 7405 7618 7489 7609 7672 7685 7726 7624 7537 7426 7480 7653
Luxembourg 9261 8910 8778 8644 8607 8367 7789 7589 6761 6848
Mexico 2975 3029 3408 3459 4266 4695 4886 4754 3844 4107 3842 3901
Netherlands 5511 5444 5194 5251 5355 5290 5386 5313 5011 4708 4791
New Zealand 3700 4078 4163 4271 4152 4545
Norway 5973 5743 5732 5451 5350 5343 5254 5317 5157 5124 5207
Poland 3609 3583 2034 2742 2868 3175 3154 3036 3093 2850 2663 3013
Portugal 2780 3181 3248 3315 3603 3847 4640 5124 5010 4743 4607 4590
Slovak Republic 6581 6733 6433 5520 4919 4985 4306 3955 4288 4105 4209 3718
Slovenia 5632 5778 5968 6392 6698 5883 6023 5983 6456 6461 6781 7386
Spain 5366 5237 5458 5410 5438 5379 5550 5587 5492 5190 5145 5214
Sweden 7747 7435 7354 7274 7468 7267 7405 7038 6875 6929
Switzerland 7391 7374 7350
Turkey 3344 3374 2870 2323 2418 3383 3703 4126 4423 4000 4255 4319
United Kingdom 6496 6550 6485 6371 6256 6139 6165 6253 6199 6041 6095 6147
United States 7458 7261 6997 6928 6937 6939 7010 7084 7155 6971 6827 6835
Percentage of GERD performed by the Business Enterprise sector
34
Tabela A3 Despesas de IampD empresarial em percentagem do PIB
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 070 082 087 090 094 105 117 128 138 130 127
Austria 142 152 172 172 177 185 184 190 187
Belgium 142 151 136 131 128 124 129 132 134 134 133 137
Canada 115 129 117 116 117 114 114 110 104 102 093 089
Chile 011 015 014 016
Czech Republic 070 070 070 073 075 086 097 092 087 088 097 112
Denmark 164 173 178 169 168 166 180 199 221 209 209
Estonia 014 024 022 026 033 042 050 051 055 064 082 152
Finland 237 236 235 242 242 246 248 251 275 281 272 266
France 134 139 142 136 136 131 133 131 133 140 141 142
Germany 174 173 173 177 175 174 178 177 186 191 188 194
Greece 015 019 018 018 017 019 018 017
Hungary 036 037 036 034 036 041 049 049 053 067 070 075
Iceland 150 174 169 146 143 159 146 144 164
Ireland 080 077 076 078 081 082 083 085 094 116 117 117
Israel 330 354 347 319 325 344 352 392 380 358 344 351
Italy 052 053 054 052 052 055 055 061 065 067 068 068
Japan 213 227 232 236 236 253 263 270 272 254 249 261
Korea 170 188 180 189 206 215 232 245 253 264 280 309
Luxembourg 153 147 143 135 143 132 129 131 100 098
Mexico 010 011 014 014 017 019 019 018 016 018 018 017
Netherlands 107 105 098 101 103 101 101 096 089 085 089
New Zealand 041 048 047 050 055 059
Norway 095 095 098 086 081 079 084 084 091 086 086
Poland 023 022 011 015 016 018 018 017 019 019 020 023
Portugal 020 025 024 024 027 030 046 060 075 078 073 069
Slovak Republic 043 043 037 032 025 025 021 018 020 020 027 025
Slovenia 078 086 087 081 093 085 094 087 107 119 142 183
Spain 049 048 054 057 058 060 067 071 074 072 072 070
Sweden 320 283 263 259 275 247 274 253 233 234
Switzerland 182 208 211
Turkey 016 018 015 011 013 020 021 030 032 034 036 037
United Kingdom 118 117 117 112 106 105 107 111 110 111 110 109
United States 202 197 183 181 177 180 186 193 204 203 193 189
BERD as a percentage of GDP
35
Tabela A4 Taxas de crescimento anual das despesas de IampD empresarial (preccedilos
constantes em percentagem)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 1495 898 864 755 1470 1547 1387 945 -395 058
Austria 855 509 1595 377 679 615 -412 503 123
Belgium 641 707 -844 -340 127 -118 625 517 299 -278 133 511
Canada 1448 1382 -608 074 414 -004 260 -143 -460 -462 -569 -157
Chile 4519 2666
Czech Republic 541 261 313 799 704 2214 2116 022 -227 -302 1202 1759
Denmark 989 623 320 -282 159 227 963 444 -362 097
Estonia -917 8488 -057 2752 3616 3722 3153 931 414 -051 3143 10221
Finland 1559 166 148 525 391 477 507 668 981 -637 -027 083
France 211 280 -282 -196 091 149 185 271 267
Germany 660 092 027 180 -019 013 613 291 624 -287 270 638
Greece -1085 3512 -016 507 -166 952 035 107
Hungary 3528 848 -051 071 986 1726 2373 211 756 1807 574 980
Iceland 4645 2004 -272 -1147 640 1668 -246 -027 628
Ireland 204 117 426 796 715 721 661 856 866 1617 036 125
Israel 4354 708 -185 -668 681 1098 829 1791 097 -493 097 684
Italy 767 378 265 -409 206 579 276 1249 494 -142 293 -020
Japan 345 672 269 335 230 876 575 475 -015 -1166 244 414
Korea 1930 1524 241 798 1385 836 1397 587 474 1240 1440
Luxembourg 133 172 -093 1133 -161 -302 -283 -2104 -097
Mexico 782 760 2543 239 1732 040 -139 -1040 798 417 -180
Netherlands 043 057 -714 349 479 -048 418 -155 -622 -699 537
New Zealand 1191 299 582 360 480
Norway 933 -150 386 -586 250 540 758 633 -248 -238 516
Poland -1495 -280 -4831 3532 1367 1663 345 486 1413 454 579 2303
Portugal 3498 2382 -248 -179 1548 1265 5508 3348 2613 030 -401 -779
Slovak Republic 539 352 -992 -973 -1643 663 -982 -407 1802 -726 4021 -223
Slovenia 838 1432 513 -455 2017 -579 1749 -134 287 2049
Spain 1429 198 865 523 805 1480 1007 -636 -120 -240
Sweden 1272 -373 -308 1083 -729 1016 -1213 -186 398
Switzerland 237 427 353
Turkey -387 680 -1169 -2173 2213 7296 1483 4525 830 079 1533 1252
United Kingdom 116 177 -077 -259 261 445 690 -130 -299 007 055
United States 749 -121 -557 140 094 509 609 566 562 -370 -251 -040
BERD - Compound annual growth rate (constant prices)
36
Tabela A5 Recursos humanos afectos agrave IampD empresarial (em FTE ndash ldquoFull-Time
Equivalentrdquo)
Country 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Australia 28391 32209 35939 37430 40458 43687 46462 50896 53886 57888 56532
Austria 26728 29143 32780 34126 36989 40296 38303 40037 40977
Belgium 33493 35490 31686 31375 30741 31613 32750 34011 32905 32969 31151 31668
Canada 104707 115723 118461 127230 138213 142025 151726 167690 172740 153740 136200
Chile 4489 5217 2945 3465
Czech Republic 11527 12040 12658 13711 14829 21782 23713 25217 26069 25884 26998 29509
Denmark 23725 25849 28481 27230 28040 28359 29238 31168 41041 37366 37055 37242
Estonia 417 626 702 763 1083 1398 1631 1689 1845 1924 1955 2121
Finland 29384 30090 30321 31861 32612 32109 32993 31940 33111 32237 30559 31180
France 177688 185468 191217 193256 200512 194991 207875 215891 220016 225891 230735
Germany 312490 307257 302600 298072 298549 304502 312145 321853 332909 332491 337211 345000
Greece 9764 11171 11607 11608 11665 11402 11562
Hungary 6471 6779 7196 7180 6704 7393 9279 10342 11373 13189 14999 17220
Iceland 1333 1183 1352 1530 1621 1417 1481 1577
Ireland 8724 9126 9204 9280 9650 10338 10647 10956 11755 11959 12194 14120
Israel 41144 41123 40228 38862 39267 43049 46530 53085 51620 50674 53200
Italy 63998 65271 70228 67958 67519 70725 80082 93760 106643 109768 112212 116726
Japan 581721 561735 555772 580628 587414 609808 619184 620004 625264 616965 614772 602252
Korea 87113 117018 120717 128441 132523 153400 171643 184607 208428 212349 230221 254280
Luxembourg 3337 3500 3655 3662 3549 3671 3516 3318 3388 3388
Mexico 12071 18608 35043 42331 31791 34376
Netherlands 47509 48366 47034 44485 50028 48588 52841 49246 48019 42336 54139
New Zealand 4200 6400 6100 8100 8300 8800
Norway 14459 14184 15615 15668 15399 16031 16941 18491 18166 17821 18111
Poland 18586 17277 8500 11378 12978 13966 14166 15032 12809 13693 18424 19530
Portugal 3567 3875 4999 6124 6129 6133 9459 12784 14510 13922 14036 14114
Slovak Republic 5172 4756 4470 3651 3473 3524 3144 2699 2743 2625 3230 3251
Slovenia 4110 4250 4499 3668 3855 4347 4807 5299 6205 6785 7056 9622
Spain 47055 46465 56337 65032 71123 75345 82870 87543 95207 93699 92221 89841
Sweden 49433 48113 47123 56106 57641 53558 58782 54285 54797 54769
Switzerland 36190 33085 39832
Turkey 6032 5607 5918 7837 8836 14992 18029 24261 27462 31476 37522 45408
United Kingdom 145499 154047 158161 156361 149685 145401 149473 157323 152173 151494 154870 158321
United States
Total Business Enterprise RampD personnel (FTE)
37
Tabela A6 Despesas de IampD por induacutestria em Portugal
Country
Currency
Industry 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Weight (2010)
CTOTAL TOTAL BUSINESS ENTERPRISE 257553936 330310732 334174410 338038087 400026473 462014858 736402426 1010789995 1295098957 1311069593 1266296067 10000
C01T05 AGRICULTURE HUNTING FORESTRY AND
FISHING815997 744522 866775 989028 895560 802092 672563 543035 1940389 1733027 1609217 013
C10T14 MINING AND QUARRYING 134872 119726 468730 817734 778149 738565 770663 802760 4863074 3102250 2921443 023
C15T37 TOTAL MANUFACTURING 128884873 159732610 155345235 150957859 181907704 212857549 278057493 343257437 447642841 431902045 423433818 3344
C15T16 Food products beverages and tobacco 3829814 5180243 5415625 5651006 6551983 7452959 17271392 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C15 Food products and beverages 27089824 24421829 33096719 47972490 379
C16 Tobacco products 0 0 0 0 000
C17T19 Textiles textile products leather and footwear 6003634 6555507 8899370 11243232 11090496 10937760 13770142 16602524 19994818 21543426 20457042 162
C17 Textiles 4704330 5487599 6920907 8354214 7662792 6971370 8929186 10887002 13553592 12681146 14387043 114
C18 Wearing apparel dressing and dying of fur 274711 210240 1182979 2155718 2653357 3150996 3632118 4113239 4205646 4883359 2305372 018
C19 Leather leather products and footwear 1024593 857668 795484 733300 774347 815394 1208838 1602282 2235580 3978922 3764626 030
C20T22 Wood paper printing publishing 10213785 12252837 9479235 6705634 7523344 8341055 12248692 16156329 29751418 22071283 25406767 201
C20 Wood and products of wood and cork 4710139 3024777 3371365 3717952 3691145 3664339 7648979 11633619 10435124 8462896 6516429 051
C21T22 Pulp paper paper products printing and publishing 5503646 9228060 6107871 2987682 3832199 4676716 4599713 4522710 19316294 13608387 18890338 149
C21 Pulp paper and paper products 5102131 8869594 5867953 2866313 2719428 2572543 3277502 3982461 7513396 2985685 7983716 063
C22 Printing and publishing 401515 358466 239917 121369 1112771 2104173 1322211 540249 11802897 10622701 10906622 086
C23T25 Chemical rubber plastics and fuel products 25130697 30604526 39442828 48281130 57232316 66183503 80092155 94000806 135840046 125681223 134534024 1062
C23 Coke refined petroleum products and nuclear fuel -
C24 Chemicals and chemical products 19166721 22974233 29251608 35528983 45050686 54572388 66121279 77670170 106847767 90588787 108300573 855
C24X Chemicals excluding pharmaceuticals 8931644 10564408 12458539 14352670 12658925 10965180 13463660 15962141 17188964 21920080 30395297 240
C2423 Pharmaceuticals 10235077 12409825 16793069 21176313 32391761 43607208 52657618 61708029 89658803 68668708 77905276 615
C25 Rubber and plastics products -
C26 Other non-metallic mineral products 1571530 2068504 4449249 6829994 6632644 6435294 17035845 27636395 23781822 23740456 22368414 177
C27 Basic metals 1140985 1484622 1330370 1176117 1417306 1658495 4903083 8147672 14396785 12147285 12275713 097
C271T31 Iron and steel 863790 1097107 4195712 7294317 12774643 10801385 11337997 090
C272T32 Non-ferrous metals 553516 561388 707372 853355 1622142 1345900 935716 007
C28 Fabricated metal products except machinery and
equipment3536053 3431380 2544369 1657358 2199505 2741651 8844620 14947590 21765634 22305742 19680615 155
C29T35 Machinery and equipment instruments and transport
equipment76683055 97283255 82511514 67739773 87773228 107806682 118431503 129056324 168659196 162226728 130547833 1031
C29 Machinery and equipment nec 12877109 14048588 14961625 15874661 15482438 15090215 21790647 28491079 30540100 32409274 30439368 240
C30 Office accounting and computing machinery 3064860 782492 1040386 1298279 1498195 1698110 1769016 1839923 1995273 2532751 1499407 012
C31 Electrical machinery and apparatus nec 12567724 14462132 10543989 6625847 4537942 2450037 7454923 12459808 22393175 18602810 15209023 120
C32 Radio television and communication equipment 19003357 20020366 25777428 31534490 54341865 77149240 54430680 31712121 47493889 36862110 29860008 236
C321 Electronic valves and tubes and other electronic
components12288527 14468501 19812736 25156971 17775346 10393720 14000666 17607611 30981107 22015050 19260112 152
C32X Television radio and communication equipment nec 6714830 5551865 5964692 6377519 36566519 66755520 40430015 14104510 16512781 14847060 10599896 084
C33 Medical precision and optical instruments 4263589 3666552 4363115 5059677 3673068 2286458 3476668 4666878 5814370 7535591 8988999 071
C34 Motor vehicles trailers and semi-trailers 22480170 41181493 23814863 6448232 7407962 8367691 27047616 45727541 55901298 58562653 39802666 314
C35 Other transport equipment 2426245 3121632 2010110 898587 831759 764931 2461953 4158974 4521092 5721539 4748362 037
C351 Building and repairing of ships and boats 444505 650913 489905 328897 377240 425583 2144547 3863511 3933285 3450955 2441457 019
C353 Aircraft and spacecraft -
C352A9 Railroad equipment and transport equipment nec -
C36T37 Manufacturing nec and recycling 775319 871735 1272675 1673615 1486883 1300150 5460062 9619973 9031293 9089183 10190920 080
C36 Furniture manufacturing nec 697140 742895 1179109 1615323 1393925 1172526 4869696 8566865 7515442 7700665 9137308 072
C361 Furniture 690299 417973 3300144 6182314 5991009 6337640 5688081 045
C369 Manufacturing nec 703626 754553 1569552 2384551 1524433 1363025 3449227 027
C37 Recycling 78179 128840 93566 58292 92958 127624 590366 1053108 1515850 1388518 1053612 008
C40T41 ELECTRICITY GAS AND WATER SUPPLY 4492707 5596865 4169819 2742773 1713592 684412 20059662 39434912 78034638 68808885 52697971 416
C45 CONSTRUCTION 1280736 1436414 2590515 3744617 23621676 43498735 31138014 18777294 22188819 24095411 21342150 169
C50T99 TOTAL SERVICES 121835444 162680595 170733336 178786077 191109791 203433505 405704029 607974554 740429196 781427975 764291467 6036
C50T52 Wholesale and retail trade repairs 7851675 8910526 13274437 17638348 19633788 21629227 21137407 20645587 28552201 30283889 88041447 695
C55 Hotels and restaurants 5542 0 0 0 0 0 0 0 0 0 -
C60T64 Transport storage and communications 17223261 31687287 21232278 10777268 15013768 19250268 78976847 138703425 174890161 236005886 202317611 1598
C642 Telecommunications 4632741 9026454 13420166 56463584 99507003 134960715 204838710 172038623 1359
C65T67 Financial intermediation 33239289 43357799 42389313 41420827 35079608 28738390 98080882 167423373 186282253 135361141 125886494 994
C70T74 Real estate renting and business activities 61361694 76615214 90334388 104053562 114647259 125240956 194615089 263989222 336165973 360931490 327470038 2586
C72 Computer and related activities 21290669 26045729 27451880 28858032 27188197 25518362 66667653 107816944 140266193 146134523 146991148 1161
C722 Software consultancy and supply 16931409 21108231 20519543 19930855 21081866 22232877 60418714 98604551 120011309 126227311 39766975 314
C72X Other computer services nec 4359260 4937498 6932338 8927177 6106331 3285485 6248939 9212393 20254884 19907212 107224173 847
C73 Research and development 8011313 8629209 12010223 15391237 16301797 17212356 18346672 19480989 21810339 24715376 28733223 227
C74 Other business activities 32059712 41940277 50705727 59471177 70815707 82160238 109342231 136524224 173728921 189585970 151079679 1193
C75T99 Community social and personal services 2153983 2109768 3502920 4896072 6735368 8574664 12893805 17212947 14538608 18845570 20575879 162
PORTUGAL - Main activity (RampD expenditures in Industry (ISIC Rev 3))
National currency (Euro for Euro Area)