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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ROSILEI FIGUEREDO BARBOSA MODELOS DE TRANSPORTES PÚBLICOS PARA MELHORIA NA MOBILIDADE EM VOLTA REDONDA Volta Redonda/RJ 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ROSILEI FIGUEREDO BARBOSA

MODELOS DE TRANSPORTES PÚBLICOS PARA MELHORIA NA MOBILIDADE EM VOLTA REDONDA

Volta Redonda/RJ 2013

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ROSILEI FIGUEREDO BARBOSA

MODELOS DE TRANSPORTES PÚBLICOS PARA MELHORIA NA MOBILIDADE EM VOLTA REDONDA

Trabalho de Conclusão do Curso apresentada

ao Curso de Graduação em Administração do

Instituto de Ciências Humanas e Sociais da

Universidade Federal Fluminense, como

requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Msc. WELLINGTON

NASCIMENTO SILVA

Volta Redonda/RJ 2013

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TERMO DE APROVAÇÃO

ROSILEI FIGUEREDO BARBOSA

MODELOS DE TRANSPORTES PÚBLICOS PARA MELHORIA NA MOBILIDADE EM VOLTA REDONDA

Monografia aprovada pela Banca Examinadora do Curso de Administração da

Universidade Federal Fluminense – UFF

Volta Redonda, ...... de ..............de .............

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________ Prof. M.Sc. Wellington Nascimento – Orientador

Universidade Federal Fluminense

___________________________________________________________________ Prof. M.Sc. Reinaldo Ramos Silva Universidade Federal Fluminense

___________________________________________________________________ Prof. M.Sc. José Claudio Damaso Universidade Federal Fluminense

4

E sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Romanos 8:28-29

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele eu não conseguiria chegar até aqui.

Por muitas vezes pensei em parar, mas Ele me disse: “Esforça-te, e tem bom

ânimo”. A minha família pelo carinho, paciência e acima de tudo por estarem

sempre comigo em todos os momentos. Aos professores que ao decorrer do curso

contribuíram para o meu crescimento acadêmico. Ao meu estimado orientador,

professor Wellington, pelas palavras de incentivo, perseverança e pelo

conhecimento transmitido. Aos amigos que sempre me apoiaram nesta caminhada!

6

RESUMO

O objetivo desta pesquisa é comparar modelos de transporte público consolidados com o sistema de transporte de Volta Redonda para fins de melhoria deste sistema. A problemática em questão é saber como melhorar a mobilidade urbana na cidade de Volta Redonda e conseqüentemente, promover a qualidade de vida das pessoas. Como técnicas investigativas foram utilizadas a revisão bibliográfica e documental para identificar modelos de transporte público bem sucedido, as tecnologias desenvolvidas pelas cidades objeto da pesquisa, os conceitos de transporte, tecnologias do sistema de transporte, as formas de aplicação e as propostas de melhoria de transporte em andamento na cidade de Volta Redonda foi efetuada. Como método de análise e comparação do modelo de transporte público objeto de estudo e suas tecnologias ao apresentado na cidade de Volta Redonda foi utilizado o método comparativo. O estudo sobre os modelos de transportes públicos consolidados permitiu concluir que é possível melhorar a mobilidade em Volta Redonda.

Palavras-chave: Transporte público. Tecnologias de Transportes Públicos. Mobilidade Urbana.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1꞉ Ônibus biarticulado..................................................................................... 21 Figura 2: Sistema Rede Integrada de Transporte ..................................................... 23

Figura 3: Sistema Trinário de Vias de Curitiba .......................................................... 24 Figura 4: Estação Tubo de Curitiba ........................................................................... 24 Figura 5: Linhas Expresso Ligeirão ........................................................................... 25 Figura 6: Ônibus bi articulado - linha Expresso ......................................................... 26 Figura 7: Ônibus tipo padron ou articulados – linha Interbairros ............................... 26

Figura 8: Ônibus comum - linha Alimentadora .......................................................... 26 Figura 9: Ônibus tipo padron ou articulados – linha Troncal ..................................... 27 Figura 10: Ônibus Comum ........................................................................................ 31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resumo Operacional - Transporte Urbano ................................................ 22

Tabela 2: Capacidade de transporte dos Veículos em Curitiba................................. 25

Tabela 3: Indicadores do sistema Metrobús – Cidade do México ............................. 29

Tabela 4: Comparativo entre cidades de Curitiba e Volta Redonda .......................... 34

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 12

2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 12

2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 12

2.3 Suposição ........................................................................................................ 12

3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 14

3.1 Transporte Público, Mobilidade Urbana e Acessibilidade ................................ 14

3.2 Desenvolvimento Social, Exclusão Social e Políticas Públicas ........................ 16

3.3 Tecnologias em Transporte .............................................................................. 18

3.4 Integração em Transportes .............................................................................. 19

3.5 Planejamento Estratégico e Estatuto da Cidade .............................................. 20

3.6 Sistema de Transporte de Curitiba ................................................................... 21

3.6.1 Transmilênio – Bogotá (Colômbia) ............................................................ 30

3.6.2 Metrobús – Cidade do México (México) .................................................... 31

3.7 Londres ............................................................................................................ 32

3.8 Volta Redonda ................................................................................................. 33

4. MÉTODOS DE PESQUISA ................................................................................... 36

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................ 37

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 40

7. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 41

10

1. INTRODUÇÃO

A administração visa dar soluções a problemas ou necessidades das pessoas

e das empresas. Os déficits de mobilidade urbana são um problema da sociedade

contemporânea a ser resolvido, de modo que a gestão do transporte público

necessita de pesquisas e propostas para melhorar os deslocamentos das pessoas,

reduzir congestionamentos e aumentar a acessibilidade.

O transporte e a mobilidade urbana são direitos dos indivíduos, sem qual fica

limitada a possibilidade de desenvolvimento social dos mesmos. As pessoas

precisam percorrer grandes distâncias para os percursos de ida-volta para o

trabalho, lazer, educação, saúde etc. Caso não tenham a sua disposição o

transporte de qualidade, terão frustradas suas necessidades.

Nos grandes centros urbanos, os indivíduos deslocam-se por distâncias

consideráveis para suas atividades todos os dias, utilizando diversos meios como

transportes públicos, automóveis, bicicletas e à pé em menores distâncias. No

decorrer dos anos, com o aumento das pessoas vivendo nas cidades, a mobilidade

urbana foi afetada, devido aos problemas de congestionamentos em vias, perda de

tempo, estresse, atrasos, acidentes e demorados deslocamento.

Segundo Silva et al (2005), a mobilidade urbana promove a redução da

exclusão social, visto que o transporte, a acessibilidade e a mobilidade são fatores

que influenciam positivamente nos níveis de emprego e renda, permitindo aos mais

pobres terem acesso às oportunidades de trabalho e aos serviços sociais.

A maior facilidade dos indivíduos em adquirir o automóvel particular aliada à

má qualidade dos serviços de transportes amplia o caos nas cidades. Por décadas

foi priorizado o uso do veículo particular ao invés dos transportes público e

sustentável. O crescimento do tráfego urbano, a degradação do meio ambiente e o

estresse originado pelo trânsito são notórios.

Formas já consolidada para melhoria do sistema de transportes são:

integração física, tarifária e operacional. Castor (2000) afirma que “as características

econômicas do setor de transporte, que deve buscar a operação de sua rede de

serviços de forma integrada, o tornam um alvo natural para a intervenção

governamental, seja através da propriedade e operação direta, como no passado

recente, seja por meio da regulação da atividade privada no setor”.

11

Para intervir de forma adequada, a Administração Pública deve produzir um

planejamento estratégico para alcançar seus objetivos, dentre os quais sobressai o

atendimento das necessidades da sociedade e de seus direitos básicos, onde se

inclui a mobilidade urbana. O planejamento toma forma de planos previstos no

estatuto da cidade – lei 10.257/2001 – o qual estabelece as diretrizes gerais da

política urbana. Em seu artigo 4º estabelece como instrumento desta política o

planejamento municipal que apresenta o plano Diretor como uma fase deste

planejamento.

Volta Redonda assim como as demais cidades, apresenta problemas

relacionados ao transporte público. Trata-se de uma importante cidade da região Sul

Fluminense - Estado do Rio de Janeiro - com 257.803 habitantes (IBGE, 2010). O

número excessivo de automóveis, congestionamentos e inexpressivo transporte

sustentável são visíveis. De acordo com o Departamento de Trânsito – DETRAN RJ

(2010) foram licenciados, em 2010, 71.468 automóveis, o que representa cerca de

um automóvel para cada 3,6 pessoas enquanto 10 anos atrás era 5,13.

Nos centros urbanos a mobilidade desejada é caótica e o transporte

sustentável é deixado de lado. Pedestres e ciclistas são postos à margem da

infraestrutura para locomoção. O transporte público não é priorizado. A mobilidade

urbana tem sido o grande desafio das cidades contemporâneas e demanda debate

na busca de soluções para os problemas de transporte. A cidade de Volta Redonda

deve enfrentar este problema para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Como melhorar a mobilidade urbana na cidade de Volta Redonda e,

consequentemente, promover a qualidade de vida das pessoas?

12

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar os modelos bem sucedidos de transportes públicos, comparando

com o sistema atual da cidade de Volta Redonda. Com isso pretende-se verificar o

que pode ser feito para melhorar a mobilidade urbana nesta cidade.

2.2 Objetivos Específicos

- Identificar modelos de transporte público bem sucedido.

- Verificar as tecnologias desenvolvidas pelas cidades objeto da pesquisa.

- Comparar as tecnologias modelo ao apresentado na cidade de Volta Redonda.

- Verificar as propostas de melhoria de transporte em andamento na cidade de Volta

Redonda

2.3 Suposição

O Benchmarking para a Administração é uma forma de melhorar o processo

das empresas. No âmbito público também por ser aplicado este conceito. Assim, a

Administração Pública pode recorrer a experiências de sucesso de outras gestões

ou cidades para melhorar a mobilidade urbana. Assim, supõe-se que uma forma de

melhorar a mobilidade urbana em Volta Redonda é verificar o que de melhor já foi

implementado em outras cidades, de modo que a comparação com modelo de

transporte público já consolidado pode contribuir para a melhoria no sistema de

transporte.

13

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Transporte Público, Mobilidade Urbana e Acessibilidade

Segundo Ferraz e Torres (2004), os modos de transporte urbano podem

classificados em três grandes grupos: individual, público ou de massa, e semi-

público.

O transporte privado ou individual caracteriza-se pelo fato do veículo

pertencer a um particular, possibilitando uma total flexibilidade no trajeto e nos

horários de partida e chegada. São exemplos de transporte individual os

deslocamentos a pé, de bicicleta, com carros e até montados em animais.

Os transportes coletivos ou de massa possuem itinerários pré-estabelecidos,

veículos pertencentes a uma empresa concessionária ou permissionária e ausência

de flexibilidade de horário e trajeto, e dentre eles: divisão: ônibus, bondes, pré-

metrô, trem suburbano.

No transporte semi-público o veículo é utilizado por um grupo de indivíduos e

apresentam horários e rotas adaptáveis, pertencendo a uma empresa ou de um

grupo de pessoas. Integram este conjunto os taxis, moto-taxis e ônibus fretados.

O sistema de transporte é uma combinação da estrutura e dos meios de

circulação. A estrutura de circulação é a construção realizada para a circulação

física de pessoas e mercadorias: vias públicas, calçadas, vias férreas e terminais de

passageiros e cargas. Os meios de circulação é auxílio físico de circulação

propriamente dito, feito a pé ou por meio de veículos como bicicletas, automóveis,

ônibus e trens (VASCONCELLOS, 2001).

O transporte exerce influência no processo de urbanização, uso do solo e

espaço-físico. No processo de urbanização é um serviço urbano que interfere na

produção do ambiente construído e estabelece associação com processo de

periferização, segregação sócio-espacial e “espoliação urbana”. No uso do solo, o

sistema de transporte interfere no valor da terra. O espaço físico urbano também é

afetado pelo sistema de transporte e viário enquanto serviço de infraestrutura devido

a sua ligação com o ambiente construído e dos espaços públicos da cidade

(PINHEIRO, 1993b).

A infraestrutura de transporte corresponde à base material ou econômica de

um sistema ou subsistema (Brasil, 1997), no qual fazem parte o sistema viário,

14

equipamentos de operacionalização, como semáforos e elementos de sinalização,

etc.

De acordo com a definição do Ministério das Cidades (Brasil, 2004c, p. 13) “a

mobilidade urbana é um atributo das cidades e se refere à facilidade de

deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano. Tais deslocamentos são feitos

através de veículos, vias e toda a infraestrutura (vias, calçadas, etc.). É o resultado

da interação entre os deslocamentos de pessoas e bens com a cidade”.

A mobilidade urbana é comparada à liberdade de se movimentar e às

possibilidades de acesso aos meios necessário para tal (PONTES, 2010). Segundo

Vasconcellos (2001), mobilidade é a “habilidade de movimentar-se” em decorrência

das condições físicas e econômicas.

O Sistema de Mobilidade Urbana é composto por subsistemas de

infraestrutura, dos meios de transporte e seus serviços, regulados por dispositivos

com objetivo de estabelecer a equidade no acesso das pessoas aos bens e

oportunidades oferecidas pela cidade. (Brasil, 2007).

Para Illich (1975 p. 32) apud Xavier (2012), no momento em que uma

sociedade se torna dependente do transporte motorizado para realizar seus

deslocamentos rotineiros, torna-se evidente: “a contradição entre justiça social e

energia motorizada, liberdade da pessoa e a mecanização da estrada. A

dependência em relação ao motor nega a uma coletividade precisamente aqueles

valores que se considerariam implícitos no melhoramento da circulação”.

A ocupação do solo pelo automóvel é relativamente maior que o transporte

coletivo, considerando um automóvel de 1,5 pessoa por veículo e a capacidade de

um ônibus para transporte com cerca de 75 lugares, com nível de serviço adequado,

um ônibus ocupa o espaço nas ruas de 50 carros e um usuário de automóvel

consome 4,7 vezes mais espaço público para circular do que um usuário de ônibus

(VASCONCELLOS, 1998 apud Brasil, 2007).

De acordo com o Censo Demográfico (2010) 82,35% da população brasileira

está concentrada em áreas urbanas. Esse crescimento não foi acompanhado por

investimentos em mobilidade, e segundo ANTP (2012), a situação atual da

sociedade urbana nos países em desenvolvimento, mais particularmente na América

Latina e no Brasil, demonstra um crescimento acelerado e desordenado das

metrópoles, com uma grande parte das populações pobres vivendo nas periferias,

15

excluídas das atividades econômicas e com uma baixíssima mobilidade, se

comparada com os índices dos países ricos.

Segundo o Ministério das Cidades (Brasil, 2007) a combinação dos

investimentos em infraestrutura direcionados para o transporte individual e a

subordinação da organização da rede aos interesses privados, produz um ciclo

vicioso que está conduzindo as cidades a permanecerem com problemas na

mobilidade.

A acessibilidade está relacionada com o desejo do individuo em ser

participante de alguma atividade em um determinado local, por meio de sistema de

transporte com utilização do solo, para que diversas pessoas possam executar suas

atividades (HANSEN, 1959 apud RAIA JUNIOR, 2000).

A acessibilidade é capacidade de um indivíduo realizar qualquer

movimentação ou deslocamento por seus próprios meios, com total autonomia e em

condições seguras, mesmo que para isso precise de aparelhos específicos, sendo

antes de tudo, uma medida de inclusão social (BRASIL, 2007,b).

Cardoso e Matos (2007) confirmam essa relação ao serem enfáticos na

afirmação que acessibilidade urbana é condicionada pela interação entre o uso do

solo e o transporte e se constitui como um importante indicador de exclusão social,

ao lado entre outros, da mobilidade, da habitação, da educação e da renda.

3.2. Desenvolvimento Social, Exclusão Social e Políticas Públicas

No Brasil, a criação do Ministério das Cidades e Secretaria Nacional de

Transporte e da Mobilidade Urbana, em 2003, assim como a realização da

Conferência das Cidades e a definição de uma Política Nacional de

Desenvolvimento Urbano, demonstra a preocupação do Governo Federal com o

setor de transportes urbanos e melhoria da mobilidade nos grandes centros urbanos.

De acordo com Brasil (2007), a mobilidade é um elemento fundamental para

todas as atividades urbanas, e decisões ligadas a ela podem beneficiar ou prejudicar

os indivíduos, as atividades econômicas ou regiões inteiras da cidade.

Segundo Gomide (2003) o fenômeno da desigualdade de oportunidades e da

segregação social são reafirmados pelo impedimento de acesso aos serviços de

transporte coletivo e de inadequadas condições de mobilidade urbana, pois excluem

socialmente as pessoas que moram distantes dos centros urbanos.

16

Conforme Sposati (1998), a exclusão social inclui, além da insuficiência de

renda, a discriminação social, a segregação espacial, a não-eqüidade e a negação

dos direitos sociais. A exclusão social é desse modo, uma situação de privação não

só individual, mas coletiva.

Situações de exclusão, segundo Gomide (2003), seriam evidenciadas pela

ineficiência de serviços públicos essenciais como ausência de infraestrutura,

moradias em áreas de risco de desabamento, precários serviços de atendimento à

saúde, que impedem dos cidadãos terem uma vida digna.

De acordo com a definição de Peters (1986) apud Souza (2006), política

pública é a soma das atividades dos governos, que atuam diretamente ou através de

delegação, influenciando a vida dos cidadãos.

Para Souza (2006) a política pública é o campo do conhecimento que busca,

ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou averiguar essa ação e, quando

necessário, propor alterações ou curso dessas ações.

As políticas públicas são formas de implementação de medidas que visam

suprir as demandas sociais. Políticas públicas no setor de transporte são

desenvolvidas e aplicadas a partir de um processo de planejamento estratégico. De

acordo com Kotler (2000), apud Alday (2000, p.10), planejamento estratégico é:

“uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela

Organização, visando maior grau de interação com o ambiente”.

O planejamento de transporte possui como desafio promover a viabilidade

política e a redistribuição do espaço, tendo como mudança mais profunda a

reapropriação do espaço pelos pedestres, ciclistas e passageiros de transporte

público (VASCONCELLOS, 2001). E cabe aos Municípios, conforme determina a

Constituição Federal (artigo 30, inciso V), ao papel de organizador e prestador, sob

regime de concessão ou permissão do serviço de transporte.

De acordo com Grostein (2001) a dualidade verificada nos processos

socioespaciais de construção da metrópole contemporânea manifesta-se no

reconhecimento de uma cidade “formal” onde se concentram os investimentos do

setor público e de outro lado, uma cidade “informal”, com crescimento urbano ilegal

associado à exclusão social.

Segundo a Associação Nacional dos Transportes Públicos – ANTP (1997), a

ausência de investimentos em mobilidade promove a separação entre aqueles que

17

têm acesso ao automóvel e aqueles que dependem do transporte coletivo, limitando

os direitos de deslocamento e acessibilidade da população de baixa renda.

O transporte público tem o papel de combate à pobreza urbana e de

promover a inclusão social e sendo acessível e de qualidade é possível favorecer no

aumento da renda e do tempo dos mais pobres, propiciando o acesso aos serviços

sociais básicos e às oportunidades de trabalho (GOMIDE, 2003).

3.3. Tecnologias no setor de transporte

Devido à flexibilidade, o automóvel é uma tecnologia que garante a privacidade

do individuo, visto que permite os exercícios de liberdade individual e de escolha e,

ao mesmo tempo é capaz de circular em quase todos os domínios do espaço

publico (VASCONCELLOS, 2009a).

Segundo Câmara (1998), a bicicleta é a modalidade mais rápida dentro de um

ambiente urbano congestionado, podendo ser 50% mais rápida do que o automóvel

em deslocamentos de até 8 km.

Os trens de alta velocidade (TAV) são empregados para redução do tráfego de

automóveis e aviões e apresentam como benefícios: a redução da poluição do ar;

melhor gerenciamento energético; segurança; desenvolvimento econômico;

incremento do turismo; aumento da capacidade de transporte (SOARES e CURY,

2004).

Bus Rapid Transit (BRT) é um sistema de transporte de ônibus que proporciona

mobilidade urbana rápida, confortável e com custo eficiente através da provisão de

infraestrutura com prioridade de passagem, operação rápida e freqüente. O BRT

basicamente imita as características de desempenho e conforto dos modernos

sistemas de transporte sobre trilhos, mas a uma fração do custo (BRASIL, 2008, p.

01).

O veículo leve sobre trilhos (VLT) é um sistema de transporte que apresenta

como vantagens a segurança, rapidez, conforto, suavidade nos movimentos e

flexibilidade, além de não ser poluente, pois possui tração elétrica. Suas tecnologias

são: VLT de superfície, com segregação parcial, variando desde o bonde moderno

(veículo com degraus ou piso parcialmente rebaixado) que compartilha a via com

outros modos, até o VLT chamado de tramway na França, com veículo de piso

totalmente rebaixado, com faixa reservada nas grandes avenidas e ruas, mas

18

compartilhando a via até com pedestres nos centros históricos. De acordo com seu

grau de segregação e a tecnologia adotada, pode atender uma capacidade de

transporte que varia de 15.000 a 35.000 passageiros/hora/sentido, sendo, portanto,

uma alternativa adequada para um corredor de transporte de média capacidade

(ANTP, 2008).

3.4. Integração em Transportes

Integração em transporte de passageiros é “um conjunto de ações de natureza

físico-operacional, tarifária e institucional destinadas a estruturar e racionalizar os

serviços de transporte público” (CADAVAL,1999).

A integração é uma solução para reduzir o tráfego de ônibus em corredores de

transporte coletivo e aumentar a velocidade operacional, com a implantação do

“sistema tronco-alimentado”, que consistem em linhas-tronco de alta freqüência nos

principais corredores, alimentadas por linhas coletoras em terminais situados na

periferia urbana. A expectativa é de diminuição de tempo de viagem dos usuários, o

que raramente acontece, devido à necessidade de transferência entre linhas

alimentadoras e troncais nos terminais periféricos. Entretanto, os benefícios para a

comunidade e os operadores podem ser significativos, repercutindo sobre o

desempenho do transporte público (NTU, 2008).

A integração física consiste na transferência dos passageiros de um veículo

para o outro em local adequado, exigindo pequenas distâncias de caminhada por

parte dos usuários (FERRAZ; TORRES, 2004).

A integração tarifária é um instrumento de cobrança que permite ao usuário o

pagamento de uma única tarifa para efetuar o deslocamento a locais que necessitam

de transferência de ônibus, de forma a assegurar a equidade no acesso às várias

áreas da cidade sendo criada para compensar as desigualdades de renda, visto que

a população mais pobre é a maioria que utiliza o transporte público (ANTP, 2006).

A integração operacional consiste na organização dos modos de transporte, de

forma a complementá-los e sendo bem estruturada, pode reduzir os custos do

transporte, podendo este ser transferido para o usuário e conseqüentemente

aumentar a acessibilidade (ANTP, 1999).

19

3.5. Planejamento Estratégico e Estatuto da Cidade

O planejamento estratégico é um processo administrativo para se determinar a

melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de fatores

externos – não controláveis – e atuando de forma inovadora e diferenciada, na

formulação de objetivos e seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua

consecução (OLIVEIRA, 2007).

De acordo como Lopes (1998), o planejamento estratégico das cidades é uma

forma de pensar e construir o futuro das cidades e apresenta traços de um processo

participativo.

O planejamento nos municípios é uma das funções que visa corrigir as

distorções administrativas, facilitar a gestão municipal, modificar condições

indesejáveis para a comunidade local e remover impedimentos institucionais, sendo

este essencial para o desenvolvimento da gestão e da promoção do bem estar dos

municípios (ANDRADE et al, 2005).

O Estatuto da Cidade – lei 10.257/2001 é formado por normas para execução

da política urbanas que são instrumentos de regulação do uso do solo. Entre as

diretrizes estabelecidas, estão: direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento

ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao

trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações. Como um dos

instrumentos da política urbana, o planejamento municipal é realizado através do

plano diretor.

O Plano Diretor pode ser definido como um conjunto de princípios e regras

orientadoras da ação dos agentes que constroem e utilizam o espaço urbano, no

qual deve ser explícito de forma clara qual o objetivo da política urbana, através de

amplo processo de leitura da realidade local, envolvendo os mais variados setores

da sociedade. A partir disso, é estabelecido o destino específico que se quer dar às

diferentes regiões do município, embasando os objetivos e as estratégias (BRASIL,

2002, p. 40).

3.6. Sistema de Transporte de Curitiba

Curitiba é a capital brasileira que se destaca entre as outras capitais por suas

soluções urbanas diferenciadas e pelos indicadores de qualidade de vida, sendo

20

mundialmente conhecida por seu sistema integrado de transporte de massas

(BUGS, 2012).

Em junho de 1952 circulou o último bonde na cidade de Curitiba, pois eram

vistos como obstrução nas vias públicas. A retirada dos bondes fora proposta pelo

urbanista francês Alfred Agache, que realizou o plano urbanístico para a cidade

baseado em anéis viários cortados por eixos longitudinais. Naquela época, em

Curitiba havia cerca de 150 mil habitantes e Agache propunha que o transporte por

ônibus poderia ser utilizado na cidade até que a população atingisse um milhão de

habitantes (ANTP, 2009).

A cidade cresceu desordenadamente nos 20 anos subsequentes à proposta de

Alfred Agache, até que no ano de 1964, um consorcio formado pela Sociedade

Serete de Estudos e Projetos Ltda. e Jorge Wilheim Arquitetos Associados ganhou

uma concorrência para elaboração do novo plano diretor. Deste grupo surgiu a

Assessoria de Pesquisa e Planejamento de Curitiba – APPUC, que viria a se tornar

o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba - IPPUC, em 1965, sendo

ainda hoje responsável pelo planejamento urbano da cidade (ANTP, 2009).

O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) foi criado

em 1965, a partir da constatação de que os planos urbanísticos, por melhores que

fossem não seriam colocados em prática. Ele consiste em uma autarquia municipal,

e como tal, atende interesses locais de rotina, a partir de dotações orçamentárias

públicas. Possui, além disso, autonomia para obtenção de receitas próprias, através

da prestação de serviço a terceiros e a celebração de convênios ou cooperação

técnica (BUGS, 2012).

Em 1965 foi definido o Plano Diretor de Transportes de Curitiba e implantado

pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC),

estabelecendo que as vias estruturais que serviram como eixos base para a

movimentação urbana que deu origem, mais tardiamente, ao Bus Rapid Transit.

Este sistema consiste na circulação de ônibus em canaletas exclusivas integradas a

terminais que possibilitam a transferência de rotas sem incidência de custo aos

passageiros. O BRT é tido como um sistema de transporte de baixo custo e de fácil

implantação por ser baseado em ônibus com paradas programadas e com altas

velocidades de embarque e desembarque.

Na década de 80, redefiniram-se as relações contratuais e a tutela do

transporte foi transferida para a Urbanização de Curitiba S.A. (URBS), dando a ela

21

as funções principais de cálculo de tarifa, de programação e de controle de serviços

(DENARDI et al 2010).

A Rede Integrada de Transporte (RIT) foi estabelecida ainda na década de 80,

com a implantação dos eixos leste e oeste e consolidada com a cobrança da tarifa

única, em percursos mais curtos ligando os mais distantes. Esta medida permitiu a

integração físico-tarifária entre as linhas existentes, permitindo ao usuário pode fazer

a troca de linha, dentro do espaço, mas sem efetuar um novo pagamento.

Em 1987, a Rede Integrada de Transporte de Curitiba transportava diariamente

cerca de 500 mil passageiros. No início da década de 90, já existiam 230 linhas em

todo o sistema, das quais 80 eram linhas alimentadoras que permitiam aos

utilizadores deslocar-se pelos 5 eixos que irradiavam do centro da cidade (Figura 2).

Em 1991, as Linhas Diretas, denominadas de “Ligeirinhos”, passam a suprir as

demandas pontuais na Estação Tubo, operando de forma semelhante ao metrô de

superfície. No ano de 1992 os ônibus bi-articulados (Figura 1) entraram em

operação nas linhas Expressas, com capacidade de transportar 270 passageiros, e

pagamento efetuado nas Estações Tubo de embarque e desembarque (Instituto de

Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba - IPPUC). Estes veículos têm como

características principais a sua elevada capacidade, agilidade, conforto e segurança

na operação de entrada e saída de passageiros, facilitadas pela existência das

estações “tubo” que permitem o acesso de nível, tendo como resultado a melhoria

da qualidade do serviço prestado, com um menor custo operacional.

Figura 1: Ônibus biarticulado

Fonte: URBS – URBANIZAÇÃO DE CURITIBA S/A, 2013

Segundo informações da Prefeitura de Curitiba, a cidade possui uma área de

435,3 km², composta por 51m² de área verde por habitante, altitude média de

934,6m, densidade demográfica 4.024,84 habitantes/Km² e é dividida em 75 bairros.

22

De acordo com dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em

2010 a cidade possuía cerca de 1.751.907 habitantes e uma frota de 964.433 de

automóveis, o que representa cerca de um para cada 1,82 pessoas. Apesar desta

grande frota de automóveis, a cidade de Curitiba conta com um sistema de

transporte bem estruturado conforme dados da Tabela 1.

Tabela 1: Resumo Operacional - Transporte Urbano

Frota Operante 1.360

Passageiros Transportados / dia (dia útil) 2.225.000

Linhas de ônibus 355

Terminais RIT 30

Estações Tubos 359

Estações Tubos com elevadores / rampas de acesso

305

Ônibus na frota operante - RIT 1.920

Viagens (dia útil) 21.700

Idade Média Frota 3,95

Alunos atendidos em 51 linhas de ônibus do SITES - Sistema Integrado de Transporte para o Ensino

Especial. 2.444

Fonte: URBS – Urbanização de Curitiba S/A, dez/2012.

A Rede Integrada de Transporte (RIT) permite a utilização de mais de uma

linha de ônibus com o pagamento de apenas uma tarifa, possibilitando ao usuário

construir o próprio trajeto para se deslocar por diversos bairros de Curitiba. O

processo de integração ocorre a partir de terminais de integração onde o cidadão

pode desembarcar de uma linha e embarcar em qualquer outra dentro daquele

espaço sem um novo pagamento. O transporte de Curitiba também faz a ligação

com as regiões metropolitanas, através dos Terminais de Integração Metropolitanos,

(Figura 02).

23

A cobrança da passagem é feita através do Cartão Transporte: documento

pessoal, intransferível e não é descartável. Esta tecnologia oferece modernidade,

segurança e agilidade para os usuários da RIT, significando também redução de

prazos e custos operacionais para os empresários que proporcionam o benefício do

vale-transporte. A tarifa atual para transporte é de R$1,50 e a compra de créditos é

feita na RODOFERROVIÁRIA ou pela internet.

Figura 2: Sistema Rede Integrada de Transporte

Fonte: URBS – URBANIZAÇÃO DE CURITIBA S/A, 2013

Quanto às vias de circulação, a cidade de Curitiba é formada por um Sistema

Trinário de Vias (Figura 3) – Via Central, Vias Estruturais e Corredores de

Transporte.

A Via Central consiste em uma Caneleta Central restrita para a circulação

das linhas expressas (transporte de massa) e duas vias lentas para acesso às

atividades em cidades vizinhas. A Via Exclusiva proporciona maior agilidade das

linhas expressas. As Vias Estruturais são vias paralelas à Via Central com sentido

único, que faz as ligações centro-bairro e bairro centro para circulação dos veículos

privados. Os Corredores de Transporte Coletivo são eixos estruturais que evitam o

deslocamento desnecessário dos usuários à região central de Curitiba.

24

Figura 3: Sistema Trinário de Vias de Curitiba Fonte: URBS – URBANIZAÇÃO DE CURITIBA S/A, 2013

As Estações Tubos (Figura 4) são dotadas de plataformas elevadas e os

ônibus bi-articulados possuem piso elevado e plataformas retráteis, possibilitando o

embarque/desembarque dos passageiros em nível sem espaço entre a estação e o

veículo.

Figura 4: Estação Tubo de Curitiba

Fonte: URBS – URBANIZAÇÃO DE CURITIBA S/A, 2013

A cidade de Curitiba conta com o serviço de seis tipos de linhas, sendo eles:

Expresso Ligeirão, Expresso, Linha Direta (Ligeirinho), Interbairros, Alimentador e

Troncal, além de linhas especiais: Circular Centro, Convencional, Interhospitais,

Linha Turismo e SITES - Sistema Integrado de Transporte do Ensino Especial que

possuem capacidade de transportar os números de passageiros (Tabela 1).

25

Tabela 2: Capacidade de transporte dos Veículos em Curitiba

Tipo de ônibus Capacidade

Micro 40

Micro Especial 70

Comum 85

Padron 110

Articulado – 18 metros 150

Articulado Expresso – 20 metros 170

Biarticulado – 24,5 metros 230

Biarticulado – 28 metros 250 Fonte: URBS – Urbanização de Curitiba S/A, JAN/2004

As linhas Expresso Ligeirão (Figura 5) são operadas por veículos bi

articulados de 28m, na cor azul e circulam em caneletas exclusivas, sendo o

embarque e desembarque feitos em nível em Terminais e Estações Tubo.

Proporcionam deslocamentos mais rápidos, pois apresentam números reduzidos de

paradas.

Figura 5: Linhas Expresso Ligeirão Fonte: URBS – URBANIZAÇÃO DE CURITIBA S/A, 2013

As linhas Expresso (Figura 6) são constituídas por veículos tipo bi articulados,

na cor vermelha que ligam os terminais de integração ao centro da cidade, através

das canaletas exclusivas, sendo o embarques e desembarques feitos em nível nas

estações tubo existentes no trajeto.

26

Figura 6: Ônibus bi articulado - linha Expresso Fonte: URBS – URBANIZAÇÃO DE CURITIBA S/A, 2013

As linhas Interbairros (Figura 7) são compostas por veículos tipo padron ou

articulados, na cor verde, que ligam os diversos bairros e terminais sem passar pelo

centro.

Figura 7: Ônibus tipo padron ou articulados – linha Interbairros Fonte: URBS – URBANIZAÇÃO DE CURITIBA S/A, 2013

As linhas Alimentadoras (Figura 8) são operadas por veículos tipo micro,

comum ou articulados, na cor laranja, e unem terminais de integração aos bairros da

região.

Figura 8: Ônibus comum - linha Alimentadora

Fonte: URBS – URBANIZAÇÃO DE CURITIBA S/A, 2013

27

As linhas Trocais (Figura 9), utilizam os veículos tipo padron ou articulados,

na cor amarela e fazem a ligação dos terminais de integração ao centro da cidade,

utilizando vias compartilhadas.

Figura 9: Ônibus tipo padron ou articulados – linha Troncal Fonte: URBS – URBANIZAÇÃO DE CURITIBA S/A , 2013

De forma a facilitar o acesso aos passageiros com deficiência física e/ou

dificuldades de locomoção, existem pequenos elevadores nas linhas alimentadoras,

interbairros, troncais e convencionais, assim como embarque em nível nos

expressos e ligeirinhos. Outro serviço de transporte importante é o Sistema

Integrado de Transporte do Ensino Especial (SITES), que consiste numa linha

especial de transporte aos estudantes com deficiências físicas e ou/mentais, sem

custos para os mesmos.

O sistema tem inspirado outras cidades da região a seguirem o exemplo,

como pode ser visto em Bogotá, na Colômbia, Cidade do México no México e Quito

no Equador (EMBARQ, 2013).

3.6.1 “Transmilênio” – Bogotá (Colômbia)

A capital Bogotá é a maior e mais populosa cidade da Colômbia e assim

como outras cidades do mundo, cresceu de maneira desordenada, gerando custos

econômicos e sociais elevados para seus habitantes, tais como altos níveis de

poluição ambiental, tarifas elevadas, freqüentes congestionamentos e aumento dos

tempos das viagens, desperdício de tempo produtivo do cidadão perdido nas

retenções de tráfego. (TRANSMILENIO S.A., 2006).

28

O crescimento de Bogotá foi acompanhado pelo aumento desenfreado de

empresas de transporte urbano e automóveis que faziam as rotas de transporte de

passageiros. Entre 1998 e 1999, 67 cooperativas ou associações informais

compunham uma frota de mais de 20 mil ônibus precários que transportavam 81%

da população, enquanto os outros 19% utilizavam veículos particulares, compondo

uma frota de 670.000 carros privados (TRANSMILENIO S.A., 2005).

Em 1998, buscando uma solução para a problemática do transporte público

coletivo, a prefeitura de Bogotá deu início à implantação de um sistema de alta

capacidade de ônibus (BRT – Bus Rapid Transit) inspirado nas experiências bem

sucedidas de Curitiba e Quito (FERREIRA, 2007).

No ano de 1999 foi constituída a Empresa de Transporte Del Tercer Milênio, a

TRANSMILENIO S.A., uma empresa pública de operação privada (Parceria Público-

Privada) com financiamento de infraestrutura e manutenção das vias feita pela

cidade, e fornecimento de ônibus, prestação de serviços e equipamentos de

bilhetagem eletrônica de responsabilidade do setor privado (CARMONA, 2005).

O TransMilenio foi integrado ao sistema de ciclovias, calçadões e alamedas,

de possibilitando a combinação da infra-estrutura de transporte ao planejamento

urbano de Bogotá (CARMONA, 2005, p. 209-210).

A operação do Transmilênio foi iniciada com uma frota de 112 ônibus troncais,

aumentando gradativamente à medida que se adicionava nova infra-estrutura ao

sistema. No final de 2001 a frota troncal disponível era de 422 ônibus, crescendo

para 485 ao final de 2002. Em 16 de maio de 2007 a frota estava composta por 1060

ônibus articulados. (TRANSMILENIO S.A., 2008).

O sistema de transporte funciona a partir de um esquema tronco-alimentado,

consistindo em corredores principais (troncais) com ônibus que estão destinados

exclusivamente à operação do sistema de transporte de massa com alta

capacidade, que são complementados por rotas alimentadoras operadas com ônibus

de menor capacidade (TRANSMILENIO S.A., 2005).

3.6.2 “Metrobús” – Cidade do México (México)

O projeto de transporte público Metrobús, foi iniciado na cidade do México

em 2002 e inaugurado em 2005, tendo como inspiração sistemas de Curitiba e

Bogotá e contando com o financiamento do Banco Mundial

29

Diariamente, cerca de 755 000 pessoas utilizam o sistema Metrobús, das

quais mais de 5% utilizavam o carro como meio de transporte anteriormente. O

sistema é constituído por 4 corredores próprios, possui 147 estações e apresenta

uma velocidade comercial de cerca de 19,5 km/h (QUADRO 2).

Tabela 3: Indicadores do sistema Metrobús – Cidade do México

População Número de

corredores

Procura

(passageiros por

dia)

Velocidade

média

Número de

estações

8.851.080 4 95 755.000 147

Fonte: BRTdata.org, Ago/2013

3.7. LONDRES

Londres é a capital da Inglaterra e do Reino Unido, com uma estimativa de

8,2 milhões habitantes de acordo com o Censo Demográfico de 2012, publicado pelo

Escritório Nacional de Estatísticas - ONS.

O pedágio em Londres foi instituído com objetivos de reduzir os níveis de

tráfego entre 10% e 15% na área central da cidade e de arrecadar recursos para

investir na rede de transporte, principalmente em formas não motorizada. De acordo

com Câmara e Macedo (2004) este programa fazia parte de uma estratégia global

de transporte da prefeitura que passou por extenso processo de consulta pública

com objetivos de:

- Reduzir o tráfego de veículos motorizados e congestionamentos;

- Melhorar radicalmente os serviços de ônibus urbanos;

- Melhorar a confiabilidade das viagens de automóvel; e

- Fazer com que a distribuição de carga e serviços seja mais confiável,

sustentável e eficiente.

De acordo com Transport for London (2005), com a implantação do pedágio

urbano, foram adotadas as seguintes estratégias: (a) Campanhas de

conscientização sobre viagens; (b) Ciclismo e caminhada; (c) Pedágio Urbano; (d)

Ônibus grátis para menores de 16 anos; (e) Dirija de outra maneira (Drive another

30

way) (que se subdivide em várias ações); (f) Zonas de Baixa Emissão. (CÂMARA E

MACEDO, 2004). Esses planos fazem parte de um programa de Gerenciamento da

Mobilidade de Londres.

Dessa forma, a Taxa de Congestionamento de Londres começou a se formar

efetivamente em 2000, com a eleição do prefeito Ken Livingstone. Após incessantes

estudos e duas rodadas de consultas públicas e coletas de sugestões da população,

o London Congestion Charging (LCC), finalmente, entrou em funcionamento na zona

central da cidade, em 17 de fevereiro de 2003, abrangendo uma área de

aproximadamente 21 km², sendo implantado e operado pelo Transport for London,

órgão da Prefeitura de Londres (TORRES, 2007).

O pedágio de Londres possui como forma de pagamento os pontos de venda,

máquinas de pagamento localizadas próximas a área do pedágio, pela Internet e

através mensagens em telefone celular, a qualquer momento durante o dia. Os

motoristas podem comprar os passes semanalmente, mensais e anuais com

modesto (15%) de desconto. O monitoramento consiste em rede de câmeras que

registram os números de licença das placas dos veículos com a lista dos

pagamentos efetuados. Aos proprietários de veículos que não efetuarem o

pagamento conforme exigido é cobrado uma multa no valor de £80, que pode ser

reduzida para £40 sendo paga no prazo de duas semanas, e ajustada para £ 120

caso não for paga após um mês – sendo a mesma penalidade adotada para

estacionamento em área interna de Londres. (LITMAN, 2006).

De acordo com Litman (2006), uma rede de vídeo câmeras registra os

números das placas dos veículos e as compara com a lista paga. Os proprietários de

veículos que não pagam conforme exigidos são multados.

Houve uma redução de 30% nos níveis de congestionamento desde o início

do programa e uma diminuição da ordem de 60.000 a 70.000 veículos entrando na

área de cobrança.

O pedágio em Londres possibilitou a redução do número de pessoas se

deslocando a região central, visto que a maioria das viagens para esta área é feita

por transporte público, pois os motoristas abdicaram do automóvel e passaram a

adotar outras modalidades de transporte: público, taxis, bicicleta e a pé. (CÂMARA E

MACEDO, 2004).

31

3.8. VOLTA REDONDA

A cidade está situada no Sul do Estado do Rio de Janeiro, no trecho inferior

do médio vale do Rio Paraíba do Sul, possui uma área de 182,5 km², sendo

composta por 52 bairros, cerca de 260.180 habitantes e densidade demográfica de

1.412,75 habitantes/Km². Foi criada em função da implantação da Companhia

Siderúrgica Nacional - CSN, cujo projeto original foi elaborado por Atílio Correia Lima

e seus associados, com a função inicial de pólo industrial.

Com a criação da CSN, centenas de operários de diversas regiões foram

atraídos para a cidade, que no ano de 1941 possuía cerca de três mil habitantes. No

ano de 1950, a população já era de quase 36 mil habitantes. Esse crescimento

influenciou no surgimento de habitações e comércios.

A privatização da CSN no ano de 1993 gerou grave problema econômico,

visto que houve grande número de demissões, que foi superado pelo desafio do

desenvolvimento da prestação de serviços e comercio local, através da intervenção

do poder público e apoio de lideranças da cidade.

A partir da década de 90, a cidade foi se estruturando e desenvolvendo com

diversas habilidades como pólo regional de serviços médicos, educacionais e

comerciais, e o planejamento passaram a fazer parte da política da cidade

(Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Turismo – SMDET, 2013).

De acordo com a Prefeitura Municipal, atualmente o sistema de transporte é

assistido pelas empresas: Viação Cidade do Aço, Viação Elite, Viação Pinheiral e

Viação Sul Fluminense, que atendem a 46 linhas em toda a cidade, utilizando ônibus

de modelo comum (FIGURA 10). Em Volta Redonda os tipos de ônibus são os

mesmos que operam em toda a cidade, variando em algumas vezes somente na

configuração interna desses veículos.

Figura 10: Ônibus Comum

Fonte: marcopolo.com.br/website/2011/marcopolo/pt/produtos/produto/viale, 2013

32

O aumento do número de automóveis em circulação nas áreas onde se

concentram o comércio da cidade vem provocando constantes congestionamentos e

uma demanda de estacionamentos difícil de ser atendida.

No ano de 2008 foi realizado o Plano Diretor Participativo, cujo resultado foi a

Arco da Centralidade, trata-se de uma proposta para criação do Arco da

Centralidade, com a colaboração do Consultor Jorge Wilheim.

A proposta apresentada pelo Plano Diretor Participativo (Figura 10) contempla

sugestões para melhoria na estrutura viária da cidade, entre elas: criação de um

Novo Centro no bairro Aeroclube; construções de estacionamentos pagos

subterrâneos sob as áreas dos pequenos parques e praças existentes na Vila Santa

Cecília e efetuar o acesso ao Novo Centro através da área desocupada a leste do

Aterrado, continuando entre Vila Santa Cecília, Centro Velho e Centro Novo,

formado o arco de centralidades, se estendendo para o oeste, no eixo dos bairros

Niterói e Retiro.

A integração destes pontos será realizada com o a criação de um sistema

especial de transporte público nas áreas centrais, transportando as pessoas por

pequenos trajetos, entre os diversos destinos pertencentes a esses centros

integrados, com isso o tempo de embarque e desembarque seria reduzido, de forma

similar ao que ocorre com os veículos usados em Curitiba (PR).

Figura 11: Arco de Centralidades e Transporte Público do Centro

Fonte: PORTAL DA PREFEITURA DE VOLTA REDONDA, 2013

33

4. MÉTODO DE PESQUISA

Como técnica investigativa para identificar modelos de transporte público bem

sucedido, as tecnologias desenvolvidas pelas cidades objeto da pesquisa, os

conceitos de transporte, tecnologias do sistema de transporte, as formas de

aplicação e as propostas de melhoria de transporte em andamento na cidade de

Volta Redonda foi efetuada revisão bibliográfica e documental.

De acordo com Vergara (2005, p. 48) a revisão bibliográfica “é o estudo

sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas,

jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”.

A pesquisa documental “recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem

tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios,

documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias [...]” (FONSECA, 2002, p.32).

Como método de análise e comparação do modelo de transporte público

objeto de estudo e suas tecnologias ao apresentado na cidade de Volta Redonda foi

utilizado o método comparativo e o dedutivo.

O método comparativo é utilizado na investigação de indivíduos, classes,

fenômenos ou fatos, evidenciando as diferenças e as semelhanças entre eles. (GIL,

2008).

O Método dedutivo “parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e

indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é,

em virtude unicamente de sua lógica.” (GIL, 2008, p. 9).

A coleta de dados foi efetuada em portais oficiais das cidades objetos de

estudos e instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE) e em artigos científicos

e ocorreu no período de abril a julho de 2013.

A cidade de Curitiba foi escolhida a partir da verificação efetuada na revisão

bibliográfica de que seu sistema foi utilizado como modelos em diversas cidades no

Brasil, América Latina e Europa, como exemplo, Rio de Janeiro e Bogotá (BRT). A

cidade de Londres foi escolhida por ser a que melhor apresentou um modelo de

restrição veicular, conforme a revisão bibliográfica.

De acordo com Oliveira (2007, p. 37), a pesquisa qualitativa é “um processo

de reflexão e análise da realidade através da utilização de métodos e técnicas para

compreensão detalhada do objeto de estudo em seu contexto histórico e/ou segundo

sua estruturação”.

34

Assim, diante do anteriormente exposto, a pesquisa foi bibliográfica,

documental, comparativa, exploratória, qualitativa e dedutiva.

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS

De acordo com a revisão da literatura a estrutura e meios de circulação

adequados podem contribuir para a melhoria na qualidade de vida da população,

favorecendo o acesso aos bens e serviços urbanos, conseqüentemente promovendo

a mobilidade dos indivíduos.

Tabela 4: Comparativo entre cidades de Curitiba e Volta Redonda

Informações relevantes Curitiba Volta Redonda

População (hab.) 1.751.907 260.180

Densidade Populacional (hab./Km²) 4.025 1.413

Nº de linhas 240 46

Extensão territorial (km²) 435 183

Nº de bairros 75 52

Tipos de ônibus 5 1

Nº da frota 1.360 -

Tarifa de passagem (R$) 1,50 -

Nº de viagens (dia útil) 21.700 -

Fonte: Dados da pesquisa

Da tabela 4 verifica-se que a população de Curitiba é 573% maior que a de

Volta Redonda. O número de linhas é mais proporcional que a densidade

populacional, pois Curitiba apresenta 422% a mais de linhas que Volta Redonda,

considerando a densidade da população 185% maior em Curitiba.

De acordo com as informações da tabela 4 a cidade de Curitiba apresenta

139% a mais de área territorial que Volta Redonda, todavia este número é menos

proporcional que o número de linhas, pois Curitiba apresenta 422% a mais de linhas

que Volta Redonda.

Comparando o número de bairros, a Curitiba apresenta 44% a mais de bairros

que Volta Redonda, todavia este número é menos proporcional que o número de

linhas de Curitiba, pois apresenta 422% a mais de linhas que Volta Redonda.

Da análise, constata-se que a cidade de Curitiba possui diversos modelos de

ônibus e Volta Redonda apresenta apenas o modelo de ônibus comum

35

Constata-se que a cidade de Curitiba possui uma frota de 1360 veículos e

para Volta Redonda esta informação não está disponível.

Analisando os dados, verifica-se que a tarifa de transporte em Curitiba é de

R$1,50 e para Volta Redonda esta informação não está disponível. Esta tarifa é

única para o deslocamento do indivíduo ao seu destino e em Volta Redonda a tarifa

é cobrada a cada ônibus utilizado.

De acordo com as informações da tabela 4, a idade média da frota de

veículos de Curitiba é de 3,95 e na cidade de Volta Redonda não existe este dado.

Verifica-se que a o nº de viagens efetuadas diariamente pelo transporte

urbano é de 21.700 e na cidade de Volta Redonda não existe esta informação.

Com o objetivo de constatar que o emprego de novas tecnologias pode

permitir a implementação da restrição veicular em centros urbanos, foi verificado que

em alguns países vem sendo adotadas tecnologias que facilitam o recolhimento.

Na cidade de Londres, desde fevereiro de 2003 tem sido cobrado o pedágio

urbano para conduzir automóveis em sua área central durante a semana e

possibilitou a redução do número de pessoas se deslocando a região central, visto

que a maioria das viagens para esta área é feita por transporte público, pois os

motoristas abdicaram do automóvel e passaram a adotar outras modalidades de

transporte: público, taxis, bicicleta e a pé.

Comparando com a proposta descrita no plano Diretor de Volta Redonda, a

medida sugerida não restringirá o acesso de veículos ao local de grande

concentração de trânsito, visto que a preocupação é com a disponibilidade de

estacionamentos para veículos através da construções de estacionamentos pagos

subterrâneos sob as áreas dos pequenos parques e praças existentes na Vila Santa

Cecília.

6. CONCLUSÃO

Conclui-se que o transporte público em Volta Redonda é deficitário, devida a

ausência de estrutura adequada: os transportes públicos disputam as vias de

circulação com veículos particulares e veículos pesados e a cobrança da tarifa é

feita a cada viagem. Todavia, há projetos no sentido de melhorar o sistema atual,

contidos no plano Diretor.

36

Diferentemente do que aconteceu em Curitiba, onde foi criado um eixo viário

que corta toda a cidade, o projeto do Plano Diretor de Volta Redonda não contempla

de forma geral a cidade, pois o arco da centralidade nele previsto prioriza os bairros

centrais e pode acabar por gerar exclusão social aos residente nos bairros mais

distantes.

O projeto de implantação de estacionamentos poderá estimular a circulação

dos automóveis pelos centros da cidade, diferente de Londres que adotou uma

tecnologia para restringir a circulação desses veículos, desestimulando a utilização

dos mesmos. A adoção de tecnologias de restrição veicular também pode ser um

instrumento importante para reduzir o congestionamento nas regiões centrais da

cidade.

Portanto o emprego de tecnologias no transporte público na cidade de Volta

Redonda pode promover a melhoria da mobilidade urbana, proporcionando melhor

qualidade de vida para a população.

7. LIMITAÇÕES

As informações sobre transporte em Volta Redonda não são divulgadas,

limitando a comparação com os outros sistemas de transportes. Em sites oficiais da

cidade somente são divulgados os horários de circulação dos ônibus. As empresas

de ônibus também não dispõem em seus sites, dados sobre quantidade de

passageiros transportados ao dia, tarifas, idade média das frotas e tipos de veículos

utilizados.

8. PROPOSIÇÕES PARA NOVOS ESTUDOS

Seguem algumas proposições:

- Elaborar e aplicar questionário abrangendo as informações necessárias para

maior aprofundamento sobre a situação atual da mobilidade em Volta Redonda.

- Realizar entrevistas com as empresas prestadoras de serviços de transporte

existentes em Volta Redonda.

- Elaborar a aplicar questionários aos usuários de transportes públicos com a

finalidade de obter informações sobre as expectativas e preferências.

37

- Pesquisar com mais detalhes sobre outros sistemas de transportes bem

sucedidos.

38

9. REFERÊNCIAS

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