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    Mieloma Múltiplo

    Rua Pamplona,518 - 5º Andar

    Jd. Paulista – São Paulo (SP) – CEP 01405-000(11) 3149-5190 – [email protected]

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    O Mieloma Múltiplo

    O mieloma múltiplo é uma do-ença que afeta a medula óssea e secaracteriza pelo aumento do plasmó-cito, um tipo de célula que produzimunoglobulina, proteína que parti-

    cipa de nosso sistema de defesa.Esta doença tem maior incidência

    em pessoas idosas, em geral, maioresde 65 anos, sendo mais rara em indi-

     víduos com menos de 35 anos (menos

    Figura 1. Processo de hematopoese, responsável pelo desenvolvimento de células sanguíneas elinfáticas funcionais a partir de células precursoras.

    Figura 1. Desenvolvimento de Células Sanguíneas e Linfócitos

    Esqueleto

    Célula-Tronco

    Célula-Tronco

    GlóbulosVermelhos Glóbulos

    Brancos

    Neutrófilos Linfócitos

    Plaquetas

    Medulaóssea

    Externo

    Pélvis

    de 1% dos casos). Grandes avanços notratamento desta enfermidade ocorre-ram desde a introdução do primeirotratamento com melfalano e predni-sona, ainda na década de 60.

    O mieloma múltiplo represen-ta 1% de todos os tipos de câncer,sendo o segundo mais comum entreos hematológicos, ficando atrás doslinfomas não-Hodgkin, em adultos.

    No momento ainda não estãocompletamente elucidados os moti-

     vos que levam o indivíduo a adquiriresta doença. Entretanto, acredita-seque exista uma combinação de fa-tores de predisposição genética eexposição ambiental, levando a umamaior suscetibilidade para o apareci-mento do mieloma.

    São informações já conhecidassobre esse assunto:

    Possíveis Causas e Fatores de Risco

    1)  Pessoas expostas à radia-ção ionizante, substâncias químicas(solventes) e herbicidas podem termaior predisposição.

    2) Profissões nas áreas da agri-cultura e indústrias de metais pesa-dos, tinta, petróleo e outras, comexposição a asbesto e a benzeno,também têm sido apontadas comofator de risco em alguns estudos.

    3) Existem raros casos de ocor-

    O mieloma múltiplo pode serclassificado de acordo com o tipode  proteína M 13  produzida, sendo

    o tipo IgG o mais comum, seguidopelo IgA e pelo de cadeias leves,quando somente uma porção do an-ticorpo é secretada. No caso do mie-

    Tipos de Mieloma Múltiplo

    loma de cadeias leves, a proteína Mé mais frequentemente encontradana urina do que no sangue. Em ra-

    ros casos, o mieloma múltiplo podeser não-secretor, ou seja, pode nãoapresentar proteína M pelos méto-dos de pesquisa convencionais.

    13 Proteína M é sinônimo da proteína monoclonal, proteína do mieloma e pico M. Todos estes termos se referem à proteína pro-duzida pela célula do mieloma.

    Mieloma Múltiplo Mieloma Múltiplo 76

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    Perfil do paciente com suspeita demieloma múltiplo

    Diagnóstico

    • Idade maior que 65 anos

    • Anemia – cansaço e fraqueza

    • Dores ósseas persistentes por mais meses

    • Lesões ósseas líticas 17    na radiografia

    • Insuficiência renal

    • Proteína aumentada no sangue ouna urina

    • Infecções de repetição

    • Hemograma, creatinina, cálcio,ácido úrico, proteínas totais e frações

    • Beta 2 Microglobulina• Eletroforese e imunofixação  de proteínas no soro e urina de 24h

    • Estudo radiológico de esqueleto  (crânio, coluna vertebral,  tórax, bacia, membros superiores

    e inferiores)

    • Aspirado e/ ou biópsia de medulaóssea em crista ilíaca posterior

    Esta lista de exames deve ser realizadapara todos pacientes

    rência familiar descritos. Portanto,não é uma recomendação de rotina apesquisa desta doença em membrosda família ou filhos de pacientes commieloma múltiplo.

    4)  Infecções virais: acredita-seque pode haver uma associação com

    os vírus HHV-8 (Herpes-8), HIV ehepatite C. Atualmente, estas asso-ciações ainda não são muito clarase, por esse motivo, ainda hoje sãoobjetos de estudo.

    O mieloma múltiplo é uma do-ença do plasmócito. Esta célula estápresente normalmente na medula ós-sea de indivíduos sadios e desempe-nha um importante papel no organis-

    mo, pois é responsável pela produçãode anticorpos (imunoglobulinas IgG,IgA, IgM, IgD, IgE).

    No mieloma múltiplo, por mo-tivo ainda não muito bem esclareci-do, estas células sofrem alterações,ficando anormais em sua função eaumentando em quantidade, o quegera a ocupação do espaço das ou-tras células que iriam originar os gló-bulos brancos, glóbulos vermelhos eplaquetas. O plasmócito anormal domieloma ainda irá produzir um anti-corpo único e anormal, denominadoproteína M , que pode ser detectadoatravés de testes laboratoriais (eletro-

     forese14 de proteínas e imunofixação15 de proteínas) no sangue e/ou urina.

    Sinais e Sintomas

    Exames iniciais para diagnosticar o mieloma múltiploNo Brasil, atualmente, alguns

    estudos demonstram que ocorredemora no diagnóstico desta doen-ça, o que faz com que os pacientescheguem aos centros de referênciacom quadro clínico avançado, játendo passado por consultas com

     vários espec ialistas.

    Por esta razão, é muito impor-tante o conhecimento dos principaissinais e sintomas da doença por parteda população e dos profissionais desaúde, para que os casos suspeitos

    14 Eletroforese é o teste laboratorial em que o soro do paciente é submetido a uma técnica de separação em campo elétrico,separando as distintas frações de proteínas. A mobilidade é determinada pelo tamanho e carga elétrica da proteína envolvida.

     A técnica permite determinar tanto a quantidade de proteína monoclonal presente, como também identificar sua composição. Éutilizada para diagnóstico e monitoração.15 Imunofixação é o método imunológico utilizado para identificar o tipo de proteína M (IgG, IgA, kappa ou lambda). É umatécnica de coloração muito sensível, que identifica exatamente os tipos de cadeias (pesada ou leve) das proteínas monoclonais.

    16 Anemia é a diminuição do número de glóbulos vermelhos e, consequentemente, da concentração da hemoglobina no sangue(abaixo de 10%, quando o normal é de 13% a 14%). Como consequência, a capacidade de transporte de oxigênio do sangue édiminuída. Quando severa, a anemia pode causar fisionomia pálida, fraqueza, fadiga e falta de fôlego após esforços.17 Lesões líticas são áreas danificadas do osso que podem ser identificadas ao raio-X, quando uma quantidade suficiente do osso,que era normal, já estiver corroída. Lesões líticas se assemelham a buracos no osso, evidenciando que ele está sendo enfraquecido.

    sejam encaminhados com maior agi-lidade para os cuidados do hematolo-gista e/ou oncologista.

    Diversos sintomas podem estarpresentes ao diagnóstico, sendo osmais comuns:

    1) Cansaço e fraqueza, devi-do à anemia16.

    2) Aumento dos níveis de cál-cio no sangue.

    3) Dores ósseas constantes nacoluna, com irradiação para as per-nas e região glútea, sem melhora

    com analgésicos.4) Fraturas ósseas espontâneas

    ou tumores ósseos (plasmocitomas).5) Mau funcionamento dos rins,

    podendo ser necessário, em algunscasos, tratamento com hemodiálise.

    6) Deficiência do sistema imu-

    nológico com infecções de repetição.

     Alguns pacientes descobremocasionalmente o mieloma ao reali-zarem exames laboratoriais de roti-na, quando identificam o aumento deproteína M no sangue ou urina.

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    Mieloma Múltiplo Mieloma Múltiplo 1110

    De acordo com os últimos con-sensos, são necessários três elemen-tos para a comprovação do diagnós-tico desta doença:

    1) Presença de proteína M.2)  Infiltração da medula óssea

    por plasmócitos identificados atra-

    Mieloma Múltiplo Sintomático

    +

    Proteína monoclonalno sangue ou urina

    Dano orgânico relacionado ao mieloma(presença de 1 ou mais)

    C – Cálcio no sangue > normal ou >10mg/lR – Insuficiência renal: creatinina 2 mg/ dlA – Anemia: hemoglobina < 10g/ dlB – Doença óssea: lesões ósseas líticas ou osteoporose

    Outros: hiperviscosidade sintomática, amiloidose, in-fecções bacterianas de repetição (> 2episódios ao ano)

    Plasmócitos monoclonais na medula 10% e/ouPlasmocitoma confirmado por biópsia

     vés de aspirado ou biópsia de medu-la óssea ou biópsia de massa tumo-ral, com laudo de plasmocitoma.

    3)  Evidências de dano aos ór-gãos afetados pelo mieloma múlti-plo: anemia, lesões líticas na radio-grafia do esqueleto, insuficiênciarenal e hipercalcemia19.

    Exemplo: eletroforese de proteínas realizada em amostra do sangue com pico monoclonal18

     Aspirado de medula óssea em crista ilíaca posteriorImagem: Clínica Mayo

    18 Monoclonal: é a população de células derivadas de uma única célula primitiva. Praticamente todas as neoplasias malignas sãoderivadas de uma única célula, cujo DNA sofreu um dano (mutação) e, portanto, são clonais. A célula mutante possui uma alteraçãoem seu DNA, que pode se manifestar pelo aparecimento de um oncogene ou do comprometimento da ação de genes supressoresde tumores. Isso a transforma em uma célula causadora de câncer, que é o acúmulo total de células que cresceram a partir de umaúnica célula mutante. O mieloma, a leucemia, o linfoma e a síndrome mielodisplásica são exemplos de neoplasias clonais, ou seja,derivados de uma única célula anormal.

    19 Hipercalcemia  é a elevação do nível sanguíneo de cálcio. É comum em pacientes com mieloma, como resultado da destruiçãoóssea, com liberação do cálcio na corrente sanguínea. É frequentemente associada à insuficiência renal, já que o cálcio em grandesquantidades na corrente sanguínea pode prejudicar os rins. Por esta razão, a hipercalcemia é geralmente tratada como emergência,usando fluidos intravenosos combinados com medicações (por exemplo, bisfosfonatos), para reduzir a destruição óssea, concomi-tante com o tratamento específico para o mieloma.

    É importante saber reconhecere diferenciar o mieloma múltiplo sin-tomático de outras gamopatias mo-

    noclonais. Três situações específicassão de importante conhecimento: agamopatia monoclonal de significa-

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    Mieloma Múltiplo Mieloma Múltiplo 1312

    Mieloma Assintomático

    Plasmocitoma Solitário Ósseo eExtramedular

    Síndrome de POEMS (rara)

    Leucemia de Células Plasmáticas

    Amiloidose Sistêmica Primária

    Macroglobulinemia deWaldenstron (MW)

    1. Proteína monoclonal séricaou urinária2. Plasmócitos monoclonais pre-sentes na medula óssea ou biopsia-dos de um tecido3. Ausência de critérios para GMSI

    Lesão única constituída de plas-

    mócitos no osso ou extramedu-lar. Pode secretar proteína M

    Presença de polineuropatia (P),organomegalia (O), endocrinopa-tia (E), proteína monoclonal (M) ealterações de pele (S).Presença de lesões ósseas osteoes-cleróticas em 95% dos pacientes einfiltração da medula < 5%

    Presença de plasmócitos circu-lantes no sangue, contabilizan-

    do 20% do total da contagemde glóbulos brancos

    Doença de depósito de fibrila.Em geral, pode afetar isola-damente, ou em associação, osseguintes órgãos: coração, rins,nervos periféricos e fígado

    Doença linfoplasmocitária damedula óssea e secreção de pro-teína IgM. Não apresenta lesõeslíticas. Pode apresentar aumento

    de fígado, baço e linfonodos

    20Radioterapia  é o tratamento com raios de alta energia para destruir as células malignas.

    Tabela 1. Diagnóstico Diferencialdas Gamopatias Monoclonais

    Nomenclatura Definição

    Gamopatia Monoclonal de Sig-nificado Indeterminado (GMSI)

    1. Presença de proteína mono-clonal IgG

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    Mieloma Múltiplo Mieloma Múltiplo 1514

    TCTH e Mieloma Múltiplo

    No mieloma múltiplo, o TCTHautólogo está indicado para pacien-tes com até 65 anos de idade e semdoenças graves concomitantes quecomprometam órgãos vitais, comocoração e pulmões. Os pacientes tam-

    bém devem ter um bom “performan-ce status” (v. Tabela 2, pág. 17).

    É importante fazer esta distinçãoinicial, já que pacientes com progra-mação para serem submetidos a umTCTH autólogo não devem recebertratamento com agentes alquilantes 23 orais (principalmente o melfalano),pois estes fármacos podem causar

    dano às células-tronco, interferindona coleta destas para o transplante.

    Os pacientes candidatos aoTCTH autólogo têm uma programa-ção sequencial em fases de tratamen-to denominadas:

    1) Fase de indução2) Fase de consolidação3) Fase de manutençãoOs pacientes não candidatos ao

    transplante têm uma programa-ção de tratamento diferente, queenvolve o uso de uma combina-ção de quimioterápicos por viaoral ou endovenosa.

    23 Agentes alquilantes são agentes quimioterápicos, tais como o melfalano (Alkeran®) e a ciclofosfamida (Genuxal®). Alquilante serefere à forma como esses agentes se ligam ao DNA das células cancerígenas e bloqueiam a divisão celular.

    Tratamento sequencial

    Indução

    Pulsos dedexametasona ou

    VAD ou

    talidomida + Dexa

    Consolidação

    melfalano em altasdoses + Transplante

    autólogo

    Candidatos ao  transplanteSIM

    Candidatos ao  transplante

    NÃO

    • Idade até 65 anos• Bom performance status (0,1,2)• Ausência de doenças cardiopulmonares

    • Idosos com mais de 65 anos• Performance status insuficiente

    (pacientes acamados, não ambulatoriais)• Doenças concomitantes

    Manutenção

    Nenhum trata-mento ou

    dexametasona outalidomida ou

    Tal +Dex

    Tabela 2. Performance Status (Classificação: OMS)

     Atividade Normal

    Sintomático masambulatorial

    Restrito ao leito porum tempo inferior a 50%

    Restrito ao leito portempo superior a 50%

    Restrito ao leito 100 %do tempo

    0

    1

    2

    3

    4

    GraduaçãoAtividade diária

    Tratamento combinado oral

    O transplante de células-tron-co hematopoéticas (TCTH) autó-logo é um procedimento clínico,isto é, não envolve qualquer pro-cedimento cirúrgico.

    O princípio deste tratamento é

    melfalano + prednisona oral (MP) ouMP + talidomida (Tal) ou

    Tal+ dexametasona (DEX) ouciclofosfamida +Tal +DEX

    Procedimento do TCTH

    colher as células-tronco do pacientecom o uso de fatores estimulantesda medula (G-CSF e/ou quimiote-rapia 24) através de uma máquina deaférese (por onde circula o sangue dopaciente e ocorre a separação). Após

    24Quimioterapia  é o uso de substâncias químicas (medicamentos) para eliminar células malignas. Embora inúmeras medicaçõestenham sido desenvolvidas com esse objetivo, a maioria atua causando danos ao DNA das células que, por causa disso, não conse-guem crescer ou sobreviver. Para uma quimioterapia bensucedida, as células malignas devem ser, pelo menos, ligeiramente maissensíveis às medicações que as células normais. Como as células da medula, do trato intestinal, da pele e dos folículos de cabelosão mais sensíveis a esses medicamentos, efeitos colaterais nesses órgãos, como feridas na boca e perda dos fios, por exemplo, sãocomuns na quimioterapia.

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    Mieloma Múltiplo Mieloma Múltiplo 1716

    Tratamento sequencial

    Quando candidato ao transplan-te, o paciente passa por uma sequên-cia de tratamentos. A primeira fase édenominada indução e tem como ob-

     jetivo tratar o mieloma, promovendoa melhora dos sintomas e reduzindo

    a carga de doença para facilitar a co-leta de células para o TCTH.

    Os esquemas de tratamentode indução mais comumente uti-lizados são: pulsos de dexameta-sona ou a combinação desta comoutras medicações como no esque-ma VAD (vincristina, adriamici-na, dexametasona) ou na associa-

    a coleta de um número adequado decélulas, normalmente em quantida-de suficiente para dois transplantes,estas são congeladas em tanques denitrogênio líquido.

     Após essa fase, o paciente é inter-nado para ser submetido à quimiote-rapia em altas doses (QAD), seguidapela infusão, após o descongelamen-to das suas células-tronco através deuma veia central.

    Em seguida, ocorrem alteraçõesrelacionadas ao efeito da QAD, sendoas mais comuns: queda das conta-gens dos glóbulos brancos, glóbulos

     vermelhos e plaquetas, necessitando,em alguns casos, de transfusões; fe-bre relacionada a infecções, devido à

    baixa de glóbulos brancos; e quebradas barreiras naturais de defesa com

    lesão das mucosas do tubo digestivo,denominada mucosite, que pode cau-sar dores de garganta e estômago,além de diarréia.

    De 10 a 14 dias após a infusão,ocorre a pega do enxerto, com recu-peração consistente das contagensde células do sangue e recuperaçãoda mucosite. O tempo de duração doprocedimento é, em média, 21 dias.

    O TCTH é uma modalida-de de tratamento segura e mui-to difundida, sendo atualmenteconsiderada primeira linha notratamento do mieloma múltiplo.Recentemente, em dados do regis-tro internacional de transplantes,o mieloma múltiplo ficou em pri-

    meiro lugar entre as doenças quetêm como tratamento o TCTH.

    ção com talidomida (Tal +Dex). Não existe uma definição clara sobrequal destes esquemas deva ser utili-zado. Entretanto, existem vantagense desvantagens para cada um deles ea escolha será feita individualmente,

    respeitando-se as características decada paciente e do local onde seráefetuado o tratamento.

     A segunda fase, denominadaconsolidação, é o transplante pro-priamente dito, e a quimioterapiautilizada é o melfalano endoveno-so em dose alta.

     A terceira fase é a manutenção,

    TCTH em pacientes com mais de 65 anos de idade

    Recidiva 25   após realização do transplante

    25 Recidiva (ou recorrência) é o retorno (recaída) da doença depois de um período de remissão pós-tratamento (con-trole da doença).

    Neste grupo de pacientes,outra estratégia de tratamento éseguida, com resultados tambémsatisfatórios e que muito se apro-ximam das respostas de tratamen-to com o TCTH.

    Desde a década de 60, estádisponível o tratamento com oesquema de quimioterapia combi-nada oral com melfalano e predni-sona (MP), tratamento este reali-

    cujos objetivos são tentar eliminar adoença residual e manter a doençaestável. Estão em andamento estu-dos para indicar o melhor tratamen-to nesta fase. As informações atuaisdemonstram que, principalmente ospacientes que tiveram resposta par-cial após o TCTH, são os que têm

    maior benefício com esta modalidade

    de tratamento. O medicamento maisutilizado nesta fase é a talidomida,podendo ser usada isoladamente ouem associação com dexametasona.

    Também nesta fase, alguns cen-tros realizam um segundo TCTH(duplo transplante sequencial), com-binações de quimioterapia (DCEP)

    ou alfa-interferon.

    zado até hoje, sendo consideradoo padrão em pacientes idosos.

    Recentemente, foram publi-cados trabalhos, demonstrandoque a combinação do esquemaMP com a talidomida ou outrascombinações semelhantes, comoa ciclofosfamida, dexametasonae talidomida, são superiores aotratamento padrão, superando oTCTH nesta faixa etária.

     Atualmente, após mais de 30anos da introdução do transplan-te na prática médica, sabe-se queo TCTH, apesar de sua eficácia,não é um procedimento curativodo mieloma múltiplo. O tempo deresposta ao transplante é variávele ainda pouco previsível, sendoparticular a cada paciente.

    Embora possam ocorrer diversas

    formas de recidiva, a mais comum équando surge apenas a elevação oureaparecimento da proteína M no san-gue e/ou urina, sem sintomas associa-dos. Nestes casos, em geral, a melhoropção é o acompanhamento ambula-torial sem necessidade de tratamento.

    Outra forma de apresentação é oreaparecimento da proteína M acom-panhado de sintomas como dores ós-

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    Mieloma Múltiplo Mieloma Múltiplo 1918

    seas, plasmocitomas, aumento do cál-cio, anemia e/ou insuficiência renal.

     Quando ocorre uma recidivasintomática é necessário reinsti-tuir o tratamento.

    Diversas opções de tratamentopodem ser aplicadas nesta fase. Entreelas, merece destaque a possibilida-de de se repetir o mesmo tratamentoinicial, incluindo um segundo TCTH.Pode ser utilizada também outracombinação de tratamento não uti-lizada previamente (por exemplo: se

     Além do tratamento específicodo mieloma múltiplo, outros trata-mentos são rotineiramente usadospara ajudar a melhorar os sintomase a qualidade de vida dos pacientescom esta doença.

    Os bisfosfonatos (clordronato,pamidronato, zoledronato) são me-dicamentos indicados para todos ospacientes com envolvimento ósseo,que comprovadamente reduzem achance de fraturas espontâneas epromovem alívio sintomático. Sãoutilizados mensalmente, mesmo

    usou VAD, agora use TAL-DEX).Recentemente, foi disponibili-

    zado no mercado brasileiro o bor-tezomibe (Velcade®), tendo suaindicação aprovada para pacien-tes que não responderam a pelomenos duas linhas de tratamentoprévias. Este novo medicamentopode ser usado isoladamente ouem combinação (bortezomibe-dexa), demonstrando bons resul-tados e constituindo uma novaesperança para o tratamento domieloma múltiplo.

    O TCTH é mais detalhado no manualTransplante de células-tronco hematopoéticas.

    Tratamento de Suporte

    após o transplante. Devem ser usa-dos com cautela em portadores deinsuficiência renal. Outra recomen-dação para pacientes em uso de bis-fosfonatos é se evitar procedimen-tos odontológicos que necessitemde cicatrização (cirurgias, extra-ções, implantes). Caso estes sejamnecessários, deve-se conversar como médico e considerar a suspensãotemporária deste remédio.

     A eritropoetina 26 é um fator decrescimento dos glóbulos verme-lhos e, em geral, é indicada para

    26 Eritropoetina é é um hormônio produzido pelos rins. Os pacientes com insuficiência renal não produzem eritropoetina osuficiente e, como consequência, apresentam anemia. Injeções de eritropoetina sintética podem ser úteis. A transfusão san-guínea é outra alternativa, especialmente, em uma emergência. A eritropoetina sintética está sendo utilizada profilaticamenteantes da quimioterapia e como terapia de suporte após a quimioterapia para evitar a anemia.

    pacientes com baixos níveis de he-moglobina associados a sintomascomo fraqueza e cansaço.

    Na tabela 3, estão sumariza-dos os principais efeitos adversos

    dos medicamentos mais utilizadosno tratamento do mieloma múl-tiplo. Entretanto, é importanteressaltar que a maior parte destesefeitos pode ser controlada.

    Dexametasona, prednisona Agitação, insônia, retenção delíquido e aumento da glicoseno sangue.

    Prisão de ventre e formiga-mentos nas mãos e pés.

    Queda de cabelo, enjôo e al-terações cardiológicas.

    Diminuição dos glóbulos ver-melhos, glóbulos brancos eplaquetas, mucosite.

    Enjôo, mucosite, diminuiçãodos glóbulos vermelhos, glóbu-los brancos e plaquetas.

    Diminuição dos glóbulos vermel-hos, glóbulos brancos e plaquetas,sangramento da bexiga.

    Diarréia ou prisão de ventre, en- jôo, formigamentos nas mãos epés, diminuição de plaquetas.

    Sonolência, prisão de ventre,formigamentos nas mãos epés, lesões de pele e trombosenas veias da perna.

    Eventos adversosMedicamento

    Talidomida

    Vincristina

    Melfalano

    Doxorrubicina

    Etoposide

    Ciclofosfamida

    Bortezomibe (Velcade®)

    Tabela 3

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    Mieloma Múltiplo 2120

    Aspectos Sociais e Emocionais Perspectivas do Tratamento

    O diagnóstico de uma doen-ça como o câncer pode provocarresposta emocional significativanos pacientes, em sua família eamigos. Negação, depressão, de-sespero e medo são reações co-

    muns que, por vezes, interferemna resposta aos esquemas médicosde tratamento.

     As dúvidas sobre a doença,o medo do desconhecido e as in-certezas sobre o futuro são temasque os pacientes devem discutirprofunda e frequentemente comsuas famílias, médicos e enfermei-ros. O estresse emocional pode

    ser agravado por dificuldades notrabalho, estudos ou na interaçãocom a família e amigos.

    Explicações abrangentes,abordando, inclusive, perspecti-

     vas de remissão e planos de tra-tamento podem trazer alívio emtermos emocionais, auxiliando opaciente a focar-se no tratamentoque tem pela frente e nas pers-

    pectivas de recuperação.

    Membros da família ou entesqueridos podem ter perguntas a res-peito da quimioterapia e de métodosalternativos de tratamento. Médicose equipe de saúde devem conversarabertamente e de forma clara com o

    paciente que assistem, esclarecendosuas dúvidas. Profissionais de saú-de como psicólogos ou psico-onco-logistas, além de compreenderema complexidade das emoções e asnecessidades especiais daqueles queconvivem com a doença, dispõem derecursos e técnicas para lidar comelas de forma eficaz.

    Cabe lembrar que também os

    profissionais de saúde por vezesapresentam respostas emocionaisimportantes diante de insucessosterapêuticos, de pacientes ou fami-liares agressivos, de toda a carga deexpectativas, ansiedades e tensõesque acompanham todas as etapasdas doenças onco-hematológicas,que vão do diagnóstico à cura ou àmorte. É importante, e natural, queestes profissionais também recebam

    apoio psicológico.

    O mieloma múltiplo é umadoença sem cura definitiva até omomento. No entanto, com a mo-derna abordagem terapêutica, épossível controlar de forma eficaza doença com um grande benefí-

    cio nos sintomas e na qualidade de vida dos pacientes.

    Neste momento, existem di- versos centros de pesquisa e de tra-tamento distribuídos pelo mundocom foco especifico nesta doença,gerando uma grande quantidadede informações e inovações. Nosúltimos 10 anos, por meio de pes-quisa e investimento da indústriafarmacêutica, assistimos à introdu-

    ção de novos medicamentos para

    A ABRALE também pode ajudar. A associação oferece atendimentos psicológico e jurídico gratuitos e promove encontros quinzenais em sua sede, entre outras ativi-

    dades, voltadas tanto para pacientes quanto para familiares.

    o tratamento específico e cuidadosde suporte que muito têm contri-buído no controle desta doença.Seguindo esta evolução, existe umotimismo e uma expectativa muitogrande da comunidade científica

    em relação à descoberta da cura domieloma múltiplo para as próximasdécadas. Enquanto aguardamosa evolução da ciência, o objetivode todos os esforços atualmentetem sido o de transformar o mie-loma em uma doença crônica (aexemplo de outras doenças, comohipertensão arterial e o diabetes),promovendo o bem-estar e a rein-tegração do paciente em sua vida

    pessoal e profissional.

    Mieloma Múltiplo

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    Glossário de Termos Médicos

     Aférese (ou Hemaférese)Processo de remoção de certos componentes do sangue de um doador, restituindo-lhe

    os componentes não necessários. Esse procedimento funciona pela circulação contínuado sangue do doador através de uma máquina que separa as células desejadas (porexemplo, células-tronco hematopoéticas), retornando os demais elementos novamenteao doador. Essa técnica permite, por exemplo, a coleta de plaquetas de um únicodoador em número suficiente para uma transfusão (em vez de seis ou oito doadoresdiferentes). Assim, o receptor das plaquetas é exposto a um número menor de doadoresou pode receber plaquetas compatíveis com o HLA de um único doador com quemtenha laços de sangue. Essa técnica também é utilizada para remover células-troncohematopoéticas da circulação, de forma que possam ser congeladas, armazenadas eutilizadas posteriormente, substituindo a coleta de células-tronco hematopoéticas damedula óssea, para um transplante.

     AnemiaDiminuição do número de glóbulos vermelhos e, consequentemente, da concentração

    da hemoglobina no sangue (abaixo de 10%, quando o normal é de 13 a 14%).Como consequência, a capacidade de transporte de oxigênio do sangue é diminuída.Quando severa, a anemia pode causar fisionomia pálida, fraqueza, fadiga e falta defôlego após esforços.

     AntibióticosMedicações que matam ou interrompem o crescimento de células. Derivados demicróbios, como bactérias ou fungos, os antibióticos são utilizados principalmentepara tratar doenças infecciosas e têm como exemplo clássico a penicilina. Emalguns casos, os antibióticos também podem ser utilizados como agentes anticâncer,como a antraciclina.

     AnticorposProteínas produzidas principalmente pelos linfócitos B (do qual são derivados os

    plasmócitos) como resposta a substâncias estranhas denominadas antígenos. Porexemplo, agentes infecciosos, como vírus ou bactérias, fazem com que os linfócitosproduzam anticorpos para defender o organismo. Em alguns casos (como o vírus dosarampo), os anticorpos têm função protetora e impedem a segunda infecção. Essesanticorpos podem ser utilizados para identificar células específicas e melhorar osmétodos de classificação das doenças onco-hematológicas (v. Imunofenotipagem).

     AntígenosQualquer parte de uma molécula capaz de ser reconhecida pelo sistemaimunológico como estranha ao organismo.

     ApoptoseMorte celular programada. Normalmente, os genes da célula determinam a duração

    de sua vida, pois esses codificam as proteínas que executam esse processo. Emalgumas células sanguíneas cancerígenas, a morte rápida da célula pode impedir o seudesenvolvimento normal, ao passo que a morte muito lenta pode levar ao acúmulo degrande número de células anormais. O termo apoptose deriva do termo grego usadopara “folhas que caem”, traçando uma analogia com a morte das folhas em árvorescaducas que são repostas por novas folhas. Assim, as células mortas são repostaspor células novas em um processo normal, cuidadosamente controlado, para que semantenha o número adequado de células em cada tecido em uma pessoa saudável.

    BaçoÓrgão do corpo que se localiza na porção superior esquerda do abdômen, bem abaixodo diafragma. Contém aglomerados de linfócitos (similarmente aos linfonodos), filtracélulas sanguíneas velhas ou gastas e é frequentemente afetado, principalmente, pelasdoenças onco-hematológicas. O aumento do baço é denominado esplenomegalia e

    a sua remoção cirúrgica, esplenectomia, deve ser realizada apenas quando foremesgotadas todas as outras opções de tratamento.

    BasófilosGlóbulos brancos que participam de certas reações alérgicas.

    Biópsia de Medula ÓsseaRemoção por agulha de uma amostra do tecido da medula óssea.

    BlastosEsse termo, quando aplicado a uma medula óssea normal, refere-se às células mais jovens da medula, identificadas por microscópio ótico. Os blastos representam,aproximadamente, 1% das células de desenvolvimento normal da medula e são, emsua maioria, mieloblastos, ou seja, células que se transformarão em neutrófilos. Em

    linfonodos normais, os blastos são geralmente linfoblastos, ou seja, células que sãoparte do desenvolvimento normal dos linfócitos. Nas leucemias agudas, as célulasblásticas leucêmicas, que têm aparência similar aos blastos normais, se acumulamem grande quantidade, chegando a corresponder a até 80% de todas as células damedula óssea.

    CateterTubo especial inserido em uma veia calibrosa na porção superior do peito. O cateteré tunelizado por debaixo da pele até o peito, para que se mantenha firmementeposicionado e possa ser utilizado para injeção de medicamentos, fluidos ouhemocomponentes, e também para a coleta de amostras sanguíneas. Com cuidados

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    adequados, os cateteres podem permanecer posicionados, se necessário, por longosperíodos de tempo (muitos meses, sendo denominados nestes casos cateteres delonga permanência). Vários tipos de cateteres (Porth-a-Cath, Hickman, Broviace outros) são utilizados em pacientes que recebem quimioterapia intensiva e/ouapoio nutricional.

    Células Brancas(v. Glóbulos Brancos)

    Células Vermelhas(v. Glóbulos Vermelhos)

    Células-Tronco Hematopoéticas(ou Células Progenitoras)Células primitivas da medula óssea, importantes para a produção de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas (v. Hematopoese). Geralmente, as células-tronco são encontradas na medula óssea, porém, algumas saem e circulam no sangue.Por meio de técnicas especiais (v. Aférese), as células-tronco do sangue podem sercoletadas, preservadas por congelamento e, posteriormente, descongeladas e utilizadas(transplante de células-tronco hematopoéticas – TCTH).

    Ciclo de TratamentoCombinação de quimioterapia utilizada em determinado período. O ciclo pode incluir amesma combinação de quimioterapia ou combinações diversas alteradas, para melhor

    resposta ao tratamento.

    CitocinasSubstâncias químicas produzidas e secretadas por algumas células e que agem sobreoutras, estimulando ou inibindo sua função. Aquelas derivadas dos linfócitos sãodenominadas linfocinas e as derivadas dos linfócitos que agem sobre outros glóbulosbrancos são denominadas interleucinas, porque interagem com dois tipos de leucócitos. Algumas citocinas podem ser fabricadas comercialmente e utilizadas no tratamento. Ofator estimulador das colônias de granulócitos (G CSF) é uma destas citocinas e tem afunção de induzir a produção de neutrófilos e encurtar o período de baixa contagemdestas células após a quimioterapia. As citocinas que estimulam o crescimento de célulassão algumas vezes denominadas fatores de crescimento.

    CitogenéticaProcesso de análise do número e possíveis alterações dos cromossomos celulares. Oprofissional que prepara, examina e interpreta o número e o formato dos cromossomosé o citogeneticista. Além das alterações nos cromossomos, os genes específicos afetadostambém podem ser identificados em alguns casos. Essas descobertas são muito úteispara o diagnóstico de tipos específicos de doenças onco-hematológicas, para determinarabordagens terapêuticas e para o acompanhamento da resposta ao tratamento.

    CitopeniaRedução na produção de células sanguíneas, devido à utilização de medicação (porexemplo, quimioterapia), ou outros fatores, levando à redução no número de célulascirculando no sangue.

    Clonal(v. Monoclonal)

    Condição Clínica (ou Status Clínico)Estado que quantifica a capacidade de desempenho de atividades diárias do paciente.Essa quantificação é importante para avaliar o estado de saúde de pacientes sobtratamento em estudos clínicos. Se um grupo apresenta uma diferença significativa emtermos de estado de desempenho, a interpretação dos resultados de seu tratamentoé influenciada. Além disso, o estado de desempenho também é importante nadeterminação da tolerância de um paciente a uma terapia intensiva. A seguinte versão

    resumida da definição do nível de atividades descreve o estado de desempenho emtermos de uma escala decrescente, começando com atividades e capacidades normais.Outras versões utilizam um percentual do normal como indicador.

    Crista IlíacaBorda do quadril, local de onde normalmente é retirada a amostra de medula ósseapara o diagnóstico de doenças nas células sanguíneas.

    CromossomosTodas as células humanas normais nucleadas contêm 46 estruturas denominadascromossomos. Os genes, segmentos específicos de DNA, são as principais estruturas queformam os cromossomos. Um cromossomo de tamanho médio possui DNA suficientepara conter 2 mil genes. Por determinarem nosso sexo, os cromossomos X e Y sãoconhecidos como cromossomos sexuais: dois cromossomos X, em mulheres, e um X e um Y, em homens. Os cromossomos podem sofrer várias alterações nas célulasdiante das doenças onco-hematológicas.Seu arranjo sistemático, dos 46 cromossomos humanos de uma célula em 23

    pares combinados (elemento materno e paterno de cada par) por comprimento(do mais longo para o mais curto) e outras características, por meio do uso defotografias, é chamado de cariótipo. Nele, os cromossomos sexuais são mostradoscomo um par em separado (XX ou XY). Qualquer dos cromossomos que nãosejam os sexuais são denominados autossômicos.Já o bandeamento de cromossomos é a marcação de cromossomos com corantesque acentuam ou enfatizam suas bandas ou regiões. As bandas definemcaracterísticas mais específicas dos cromossomos, permitindo que seus 23 paressejam distinguidos individualmente, com identificação mais precisa.

    Estado

    0

    1

    2

    3

    4

    Definição

    Atividade Normal

    Sintomas Ambulatoriais

    Na cama 50% do tempo

    100% na cama

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    CulturasNo caso de suspeita de infecção, é útil conhecer o local envolvido e o tipo de bactéria,fungo ou outros micro-organismos, de forma que antibióticos mais específicos possamser indicados para o tratamento. Para determinar o local e o agente envolvido, amostrasde fluidos corporais, como escarro, sangue, urina e esfregaços do interior do nariz eda garganta, bem como do reto, são colocadas em um meio de cultura em recipientesespeciais estéreis e incubados em temperatura de 37ºC por um ou vários dias.Essas culturas são analisadas para verificar a presença de microsseres. Caso estejampresentes, serão submetidos a testes com vários antibióticos, para que se identifique omedicamento que possui maior capacidade de matá-los. Isso é chamado de determinação

    da “sensibilidade a antibióticos” (antibiograma) de um organismo.

    Depressão da Medula ÓsseaDiminuição da produção de células sanguíneas, o que pode ocorrer apósquimioterapia ou radioterapia, quando esta envolver a radiação de grandesáreas onde se encontram ossos que contenham medula óssea.

    Desidrogenase Láctica (LDH)Enzima presente em todas as células normais e anormais. Quando o sangueé coletado e coagula, a porção fluida é denominada soro. Muitas substânciasquímicas são medidas no soro, inclusive a LDH. Um soro normal contém baixosníveis de LDH, entretanto, esse nível pode se encontrar elevado em muitasdoenças, como na hepatite e em vários tipos de câncer. A LDH encontra-segeralmente elevada no linfoma e nas leucemias linfóides.

    DiferenciaçãoProcesso pelo qual as células-tronco de uma única linhagem passam a terfunção específica no sangue. Os glóbulos vermelhos, plaquetas, neutrófilos,monócitos, eosinófilos, basófilos e linfócitos sofrem o processo de maturação apartir de um grupo de células-tronco hematopoéticas.

    DNA Ácido desox irribonuclé ico, é a carga genét ica do indiv íduo.

    EosinófilosGlóbulos brancos que participam de certas reações alérgicas e auxiliam nadefesa contra algumas infecções parasitárias.

    EritropoetinaHormônio produzido pelos rins. Os pacientes com insuficiência renal nãoproduzem eritropoetina o suficiente e, como consequência, apresentam anemia.Injeções de eritropoetina sintética podem ser úteis. A transfusão sanguínea éoutra alternativa, especialmente, em uma emergência. A eritropoetina sintéticaestá sendo utilizada profilaticamente antes da quimioterapia e como terapia desuporte após a quimioterapia para evitar a anemia.

    Estudos (ou Ensaios) ClínicosEstudos de investigação que experimentam novas terapias contra diversos tiposde câncer.

    Na Fase I de um estudo clínico, um novo agente, que já foi testado em célulase depois em animais de laboratório, é examinado em um número relativamentepequeno de indivíduos, geralmente com doença avançada e que responde mal, ounão responde, aos tratamentos existentes, para determinar dosagens, tolerância dopaciente e efeitos tóxicos agudos.Se a eficácia for evidente, a nova abordagem pode ser testada na Fase II, em que maispacientes são estudados e mais dados sobre dosagem, efeitos e toxicidade são coletados.Na Fase III de um teste, a medicação ou nova abordagem é comparada em pacientesselecionados ao acaso para receber o melhor tratamento disponível atualmente ou onovo tratamento. Com isso, um número maior de pacientes é estudado.

    O médico pode recomendar um estudo clínico para o paciente em algum momento de seutratamento. A maior parte dos estudos é patrocinada por agências oficiais de incentivo àpesquisa e por indústrias farmacêuticas. Com frequência, o mesmo ensaio é oferecido em vários centros de tratamento de câncer, de maneira que os pacientes possam participar damesma pesquisa em diferentes locais no Brasil ou em conjunto com outros países.

    FagócitosGlóbulos brancos que “comem” (ingerem) micro-organismos, como bactériasou fungos, matando-os como forma de proteger o corpo de infecções. Os doisprincipais fagócitos do sangue são os neutrófilos e os monócitos. A diminuição donúmero dessas células sanguíneas é a principal causa de suscetibilidade a infecçõesem pacientes com doenças onco-hematológicas tratados com radioterapia e/ouquimioterapia intensivas que suprimem a produção de células sanguíneas namedula óssea.

    Fatores de Crescimento(v. verbete Citocinas)

    Fator “Estimulador de Colônia”(v. verbete Citocinas)

    Fosfatase Alcalina dos Leucócitos (FAL)Enzima dos glóbulos brancos que tem sua atividade diminuída de maneiramarcante em pacientes com leucemia mielóide crônica. Tem sido pouco utilizadaem testes laboratoriais para distinguir a causa do aumento da contagem dosglóbulos brancos: se esse aumento está associado à LMC ou a outras causas.

    GamaglobulinasPorção ou fração das proteínas que se encontram no plasma. Quando as proteínas doplasma são inicialmente separadas por métodos químicos, são denominadas albuminasou globulinas. As globulinas se dividem em três grupos principais: alfa, beta ou gama. Asgamaglobulinas contêm os anticorpos do plasma, e, algumas vezes, são denominadasimunoglobulinas, porque são produzidas pelas células do sistema imunológico,principalmente linfócitos B e seus derivados (células plasmáticas). As gamaglobulinasou imunoglobulinas são elementos-chave do sistema imunológico, porque contêm osanticorpos que nos protegem das infecções. Pacientes com deficiências imunológicas,como os com linfoma ou leucemia linfóide crônica cujos linfócitos B não são capazesde produzir gamaglobulina, podem receber periodicamente injeções desta fração deproteínas, numa tentativa de reduzir o risco de infecções.

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    Os subtipos de gamaglobulina são: IgG, IgM, IgA e IgE

    Glóbulos Brancos (ou Leucócitos)Células que combatem as infecções, destruindo diretamente as bactérias e vírusno sangue, além de produzirem globulinas, que fortalecem o sistema imunológicofrente às doenças. Existem cinco tipos de glóbulos brancos: neutrófilos,eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos.

    Glóbulos Vermelhos (ou Hemácias ou Eritrócitos)Células sanguíneas que carregam hemoglobina, que, por sua vez, se liga ao

    oxigênio, transportando-o aos tecidos do corpo. Constituem cerca de 45% do volume do sangue em ind ivíduos saudáve is.

    GranulócitosGlóbulos brancos que apresentam grande número de grânulos proeminentesno corpo celular. Outras células sanguíneas apresentam menor número degrânulos, como os linfócitos, por exemplo. Os neutrófilos, eosinófilos ebasófilos são tipos de granulócitos.

    Granulocitose Aumento, ac ima do norma l, da concentração de granulócitos no sangue.

    HematócritoProporção do sangue ocupada por hemácias. Os valores normais são de 40% a 50%

    em homens, e de 35% a 47% em mulheres. Se o hematócrito está abaixo do normal, apessoa tem anemia; se estiver acima do normal, a pessoa tem eritrocitose.

    HematologistaMédico especializado no tratamento de doenças das células sanguíneas. O profissionalpode ser um clínico (que trata de adultos) ou um pediatra (que trata de crianças).

    HematopoeseProcesso de formação de células do sangue na medula óssea. As célulasmais primitivas da medula são as células-tronco, que iniciam o processo dediferenciação das células do sangue. As células-tronco se transformam em vários tipos de células maduras (cada qual com sua função especí fica noorganismo), como os glóbulos brancos ou vermelhos. O processo da maturaçãoocorre quando as células sanguíneas jovens se tran sformam posteriormente emcélulas totalmente funcionais, saindo, então, da medula óssea e penetrando nacirculação sanguínea. A hematopoese é um processo contínuo, normalmenteativo ao longo da vida. A razão para esta atividade é o fato de que a maioriadas células sanguíneas vive por períodos curtos e deve ser continuamentesubstituída. Diariamente são produzidos cerca de quinhent os bilhões de célulasdo sangue. Os glóbulos vermelhos vivem, aproximadamente, quatro meses; asplaquetas, em torno de dez dias; e a maioria dos neutrófilos, de dois a trêsdias. Essa necessidade de reposição explica a deficiência severa do número decélulas sanguíneas quando a medula óssea é lesada por tratamento citotóxicointensivo (quimioterapia ou radioterapia) ou pela substituição de suas célulassadias por células cancerosas ou outras doenças hematológicas.

    HemoglobinaPigmento das hemácias que transporta oxigênio para as células dos tecidos.Uma redução nas hemácias diminui a hemoglobina no sangue, o que causa aanemia. A diminuição da concentração de hemoglobina diminui a capacidadedo sangue de transportar oxigênio. Se for grave, essa diminuição podelimitar a capacidade de uma pessoa realizar esforço físico. Valores normaisde hemoglobina no sangue estão entre 12 e 16 gramas por decilitro (g/dl) desangue. Mulheres saudáveis possuem em média 10% menos hemoglobina nosangue do que os homens.

    Hemograma (ou Contagemde Células Sanguíneas)Exame laboratorial que requer uma pequena amostra de sangue, de onde sãomedidas e contadas as células em circulação. O termo HMG é frequentementeutilizado, referindo-se a este exame.

    Hepatomegalia Aumento de tamanho do fígado .

    HLA  Antígeno leucoci tário humano (do inglê s  Human Leukocyte Antig en). Essasproteínas se encontram na superfície da maioria das células e tecidos e fazem comque cada indivíduo tenha um tipo característico de tecido. O test e de antígenosHLA é conhecido como “tipagem do tecido”. Há quatro grupos principais deantígenos HLA: A, B, C e D. O grupo D é dividido em DR, DP e DQ. Em umteste de compatibilidade, os seis grupos de antígenos ( A, B, C, DR, DP e DQ) dodoador e do receptor são comparados. Estas proteínas na superfície das célulasatuam como antígenos quando doadas (transplantadas) a outro indivíduo, porexemplo, o receptor de células-tronco. Se os antígenos presentes nas célulasdoadoras forem idênticos (gêmeos idênticos) ou muito similares (irmãos comHLA compatível), o transplante terá maiores possibilidades de sucesso. Alémdisso, as células do corpo do receptor terão menor possibilidade de serematacadas pelas células do doador (doença do enxerto versus hospedeiro).

    ImunofenotipagemMétodo que utiliza as reações dos anticorpos com o s antígenos para determinaros tipos celulares específicos em uma amostra de células do sangue ou da

    medula óssea. Um marcador é colocado em anticorpos reativos contraantígenos específicos de uma célula. Esse marcador pode ser identificado porum equipamento laboratorial utilizado para o teste. À medida que as células,com seus arranjos de antígenos, vão reagindo contra anticorpos específicos,elas podem ser identificadas pelo marcador. Esse método auxilia a subclassificaros tipos de células que podem, por sua vez, auxiliar a decidir qual o melhortratamento a ser utilizado para determinado tipo de leucemia ou linfoma.Da mesma forma, o exame de imuno-histoquímica é realizado em tecidos comolinfonodos, com o mesmo objetivo e seguindo o mesmo método.

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    ImunofixaçãoMétodo imunológico utilizado para identificar o tipo de proteína M (IgG, IgA,kappa ou lambda). É uma técnica de coloração muito sensível, que identificaexatamente os tipos de cadeias (pesada ou leve) das proteínas monoclonais.

    Imunoglobulinas(v. Gamaglobulinas)

    Infecções OportunistasOs pacientes submetidos à quimioterapia e/ou radioterapia apresentam maiores

    riscos de infecção. “Oportunista” é o termo utilizado para infecções por bactérias, vírus, fungos ou protozoários aos quais indivíduos com um sistema imunológiconormal não são suscetíveis. Esses organismos tiram proveito da debilidadeproporcionada pela imunodeficiência, principalmente quando são verificadascontagens muito baixas de glóbulos brancos resultantes do tratamento.

    Inibidores da Tirosina QuinaseCategoria de medicamentos, entre os quais o mais notável é o mesilato deimatinibe (Glivec®), que bloqueia os efeitos da tirosina quinase mutante, verifi cados na leucemia mielóide crôni ca. Essa abordagem especí fica éconhecida como terapia molecular, já que a medicação é designada parabloquear as reações de uma proteína específica que são a causa essencial datransformação leucêmica.

    Interleucinas(v. Citocinas)

    Isótopos RadioativosMoléculas que emitem radiação. Como certos tipos de radiação podem lesarcélulas cancerígenas, médicos utilizam isótopos radioativos para tratar ocâncer de várias maneiras, inclusive aderindo o isótopo aos anticorpos que,por sua vez, também se aderem às células cancerígenas, destruindo-as devidoà radiação emitida.

    Lesões Líticas Áreas danifi cadas do osso que podem ser identifi cadas no raio-X, quando umaquantidade suficiente do osso, que era normal, já estiver corroída. Lesõeslíticas se assemelham a buracos no osso, evidenciando que ele está sendoenfraquecido.

    Leucocitose Aumento acima do normal da concentração dos leucócitos do sangue, dos granulócitos,monócitos, linfócitos e de outros leucócitos anormais, caso presentes.

    LeucopeniaDiminuição abaixo do normal do número de leucócitos (glóbulos brancos) do sangue.

    Linfocinas(v. Citocinas)

    LinfócitosGlóbulos brancos que participam do sistema imunológico. Há três tiposprincipais de linfócitos: 1) Linfócitos B, que produzem anticorpos para auxiliarcontra agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos; 2) Linfócitos T, quepossuem várias funções, inclusive a de auxiliar os linfócitos B a produziremanticorpos e atacarem células infectadas por vírus; 3) Células NK (naturalkiller), que atacam células tumorais.

    Medicações CitotóxicasMedicações anticâncer que atuam matando as células doentes ou impedindo

    sua multiplicação.

    Medula ÓsseaTecido esponjoso que ocupa a cavidade central dos ossos e desempenha papelfundamental no desenvolvimento das células sanguíneas. Após a puberdade, amedula óssea da coluna cervical, vértebras, costelas, esterno, pelve, ombros ecrânio continua ativa na produção e diferenciação de células do sangue.

    MielogramaTambém conhecido como punção aspirativa de medula óssea, é o exame quedefine o diagnóstico da doença, mostrando os tipos de células presentes namedula óssea e quais anormalidades elas apresentam.

    MitoseProcesso pelo qual uma célula única se divide em duas. Esse processo também éconhecido como divisão celular, replicação celular ou crescimento celular.

    Monócitos (ou Macrófagos)Glóbulos brancos que auxiliam no combate às infecções. Os monócitos e osneutrófilos são as duas principais células “matadoras e comedoras de micro-organismos” que encontramos no sangue. Quando os monócitos s aem do sanguee penetram no tecido, transformam-se em macrófagos, que são os monócitosem ação, e podem combater infecções nos tecidos ou exercer outras funções,como ingerir células mortas.

    MonoclonalPopulação de células derivadas de uma única célula primitiva. Praticamentetodas as neoplasias malignas são derivadas de uma única célula, cujo DNAsofreu um dano (mutação) e, portanto, são clonais. A célula mutante possuiuma alteração em seu DNA que pode se manifestar pelo aparecimento de umoncogene ou do comprometimento da ação de genes supressores de tumores.Isso a transforma em uma célula causadora de câncer, que é o acúmulo totalde células que cresceram a partir de uma única célula mutante. O mieloma, aleucemia, o linfoma e a síndrome mielodisplásica são exemplos de neoplasiasclonais, ou seja, derivados de uma única célula anormal.

    Mutação Alteração de um gene como resul tado de uma lesão no DNA de uma célula.Mutações de células germinativas ocorrem no óvulo ou no esperma e são

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    transmitidas de pai para filho. As mutações de células somáticas ocorrem emtecido específico e podem resultar no crescimento celular deste, transformando-se em um tumor. No linfoma, leucemia ou mieloma, uma célula primitiva damedula óssea ou de um linfonodo sofre mutação(ões) que leva(m) à formaçãode um tumor. Nesses casos, os tumores geralmente se encontram amplamentedisseminados quando são detectados e envolvem a medula óssea ou os gângliosem muitos locais.

    Mutação Somática Alteração de um gene nas células de um tecido específico, fazendo com que el e

    se transforme em um gene causador de câncer, ou oncogene. Essa mutação édenominada “somática” para que possa ser distinguida da mutação de célulasgerminativas, que pode ser passada de pai para filho. A maioria dos casos deleucemia, linfoma, mieloma múltiplo e síndrome mielodisplásica é provocada poruma mutação somática de uma célula primitiva da medula óssea ou linfonodo.Se a mutação for resultante de uma anormalidade cromossômica, como umatranslocação, ela pode ser detectada por exame citogenético. Frequentemente,a alteração do gene é sutil e testes mais sensíveis são necessários para que ooncogene seja identificado.

    NeutrófilosGlóbulos brancos que são as principais células fagocitárias (“comedoras” de micróbios)do sangue. Um neutrófilo pode ser polimorfonuclear ou segmentado.

    NeutropeniaDiminuição abaixo do normal do número de neutrófilos.

    OncogeneGene mutante causador do câncer. Vários subtipos de linfoma, leucemiaaguda, e praticamente todos os casos de leucemia mielóide apresentamconsistentemente um gene que sofre mutação (oncogene).O antioncogene (ou gene supressor de tumores) é o gene que atua impedindoo crescimento celular. Se uma mutação ocorrer nesse gene, o indivíduopode se tornar mais suscetível ao desenvolvimento de câncer no tecidocorrespondente.

    OncologistaMédico que faz o diagnóstico e trata os pacientes com câncer. São, normalmente,

    especializados em clínica médica, no caso de adultos, e oncopediatras, quandotratam crianças. Oncologistas radioterapeutas especializam-se no uso de radiaçãopara o tratamento do câncer. Já os cirurgiões oncologistas especializam-se no usode procedimentos cirúrgicos para tratarem o câncer. Esses médicos cooperam ecolaboram para dar ao paciente o melhor tratamento (cirurgia, radioterapia equimioterapia). Os oncologistas lidam com os tumores sólidos, ao passo quelinfoma, leucemia, mieloma e síndrome mielodisplásica são mais frequentementetratados pelos hematologistas. Há também a especialidade chamada Onco-Hematologia, que cuida dos cânceres do sangue.

    PancitopeniaDiminuição abaixo do normal do número de glóbulos vermelhos, glóbulosbrancos e plaquetas.

    PetéquiasPequenos pontos de sangramento na pele, resultantes de baixa contagemde plaquetas. Esses pequenos pontos hemorrágicos são frequentementeencontrados nas pernas, pés, tórax e braços, e desaparecem gradualmentequando a contagem de plaquetas aumenta.

    PlaquetasPequenos fragmentos de sangue (em torno de um décimo do volume dos glóbulos vermelhos) que aderem ao local onde houve lesão de um vaso sangu íneoe se agregam uns aos outros, vedando o vaso lesado e, consequentemente,interrompendo o sangramento.Punção Aspirativa de Medula Óssea(V. Mielo grama)

    PúrpuraPresença de sangramento na pele, que pode ocorrer na forma de manchaspretas e azuis de tamanhos variados (equimoses) ou pequenas manchas,chamadas petéquias, ou ambas.

    QuimioterapiaUso de substância química (medicamentos) para eliminar células malignas.Embora inúmeras medicações tenham sido desenvolvidas com esse objetivo,a maioria atua causando danos ao DNA das células que, por causa disso,não conseguem crescer ou sobreviver. Para uma quimioterapia bensucedida,as células malignas devem ser, pelo menos, ligeiramente mais sensíveis àsmedicações que as células normais. Como as células da medula óssea, dotrato intestinal, da pele e dos folículos de cabelo são mais sensíveis a essesmedicamentos, efeitos colaterais nesses órgãos, como feridas na boca e quedatemporária dos fios, por exemplo, são comuns na quimioterapia. Outro efeitohabitual é a redução na produção de células sanguíneas.

    RadioterapiaTratamento que utiliza raios de alta energia para destruir ou diminuir aação das células cancerígenas em determinada área. É realizado por meio deequipamento semelhante a uma máquina de raios-X.

    Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)Técnica para expandir quantidades de traços de DNA ou RNA, de forma queo tipo específico de um ou outro possa ser detectado. Esta técnica é útil nadetecção de baixas concentrações de células residuais de linfoma ou leucemia,em número muito pequeno para que sejam detectadas no microscópio. Énecessário que haja uma anormalidade específica de DNA ou um marcador,como um oncogene, na célula de linfoma ou leucemia, para que ela possa seridentificada por esta técnica.

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    Recidiva (ou Recorrência)Retorno (recaída) da doença depois de um período de remissão pós-  -tratamento (controle da doença).

    RemissãoDesaparecimento completo de uma doença, como resultado do tratamento. A remissão pode ser complet a (não há mais qualquer evidência da doença)ou parcial (o tratamento provoca uma melhora acentuada, porém, ainda háevidências residuais da doença).

    Resistência a Múltiplas MedicaçõesCaracterística das células que faz com que elas resistam simultaneamente aoefeito de várias classes de medicamentos. Há diversas formas de resistênciaa múltiplas medicações, determinadas pelos genes que controlam a respostacelular a substâncias químicas. O primeiro mecanismo celular identificado deresistência a múltiplas medicações relaciona-se à capacidade de bombeamentode várias medicações para o exterior da célula. Uma bomba na parede celularejeta rapidamente as medicações para fora da célula, impedindo-as de atingiruma concentração tóxica. Nas células, a resistência a medicamentos podeestar relacionada à expressão dos genes que controlam a formação de grandesquantidades da proteína, impedindo-as de exercer efeito nas células malignas.

    Resistência ao TratamentoCapacidade que uma célula tem de viver e se dividir, apesar de ter sido exposta

    a uma medicação que geralmente mata células ou inibe seu crescimento. Isso éa causa de doenças malignas refratárias, em que uma porcentagem de célulasmalignas resiste aos efeitos danosos de um ou mais medicamentos. As célulaspossuem várias maneiras de desenvolver esse tipo de resistência ( v. Resi stênc iaa Múltiplas Medicações).

    Ressonância MagnéticaTécnica que proporciona imagens detalhadas das estruturas do corpo. É diferente deuma tomografia computadorizada, pois o paciente não é exposto a raios-X. Imagenscomputadorizadas de estruturas do corpo convertem os sinais gerados nos tecidosem resposta a um campo magnético produzido pelo instrumento. Assim, o tamanhoe uma alteração de tamanho dos órgãos ou de massas tumorais, como gânglios,fígado e baço, podem ser medidos.

    Sarcoma GranulocíticoTumor local composto por mieloblastos leucêmicos e, algumas vezes, célulasmielóides relacionadas. Estes tumores ocorrem fora da medula óssea, tendosido observados na pele e em outros locais. Podem ser a primeira evidência deleucemia ou aparecer após o diagnóstico da doença.

    Sistema ImunológicoSistema responsável pela proteção contra a invasão de agentes estranhos,principalmente micro-organismos, como bactérias, vírus, fungos e outrosparasitas. Esse termo engloba as células e tecidos envolvidos no processo, comoos vários tipos de linfócitos, linfonodos e outras estruturas relevantes.

    Terapia MolecularUtilização de medicamento designado a atacar uma anormalidade específica,considerada como causa do distúrbio celular que resulta em uma doença. Atualmen te, refere -se geralmente a tratamentos em desenvolvimento paracânceres específicos ( v. Ini bidores da Tir osina Quinase).

    Tirosina QuinaseTipo de enzima que desempenha um papel-chave no funcionamento celular. Encontra-se, normalmente, presente nas células e tem sua produção direcionada pelo gene ABLnormal no cromossomo número 9. Na leucemia mielóide crônica, a alteração do DNA

    resulta em um gene mutante fusionado, (BCR-ABL) que produz uma tirosina quinaseanormal ou mutante. Essa enzima anormal provoca uma cascata de efeitos na célulaque a transformam em uma célula leucêmica.

    Tomografia ComputadorizadaTécnica utilizada para obtenção de imagens de tecidos e órgãos do corpo. Transmissõesde raios-X são convertidas em imagens detalhadas por um computador que sintetiza osdados dos raios-X. As imagens são exibidas em seção transversal de qualquer nível, dacabeça aos pés. Uma tomografia computadorizada do peito ou do abdômen permite adetecção de linfonodos, fígado ou baço aumentados e pode ser utilizada para medir otamanho destas e de outras estruturas durante e após o tratamento.

    ToxinasSubstâncias derivadas naturais que causam danos às células, podendo se aderir a

    anticorpos que se ligam às células cancerígenas, para então matá-las.

    Translocação Anormalidade cromossômica em células da medula óssea ou dos gânglios que ocorrequando uma porção de um cromossomo se solta e se prende à extremidade de outrocromossomo. Em uma translocação equilibrada, porções de dois cromossomos serompem e se prendem à extremidade solta do outro. O gene localizado no ponto deruptura é alterado. Essa é uma forma de mutação somática que pode transformar umgene em um oncogene, ou seja, em um gene causador de câncer.

    Transplante de Células-TroncoHematopoéticas (TCTH)Técnica desenvolvida para restaurar a medula óssea gravemente lesada deum paciente. A fonte do transplante costumava ser a medula óssea de umdoador saudável que apresentasse o mesmo tipo de HLA (v. HLA) do paciente,geralmente um irmão ou irmã. Entretanto, programas de doadores foram criadospara identificar doadores sem parentesco, mas com tipo de tecido compatível,abordagem que requer a triagem de milhares de indivíduos não relacionadosde etnia similar. Quando não são encontrados em bancos nacionais, a busca pordoadores é realizada em bancos internacionais. Hoje, além da medula óssea, ascélulas-tronco também são obtidas do sangue periférico e do cordão umbilical– por isso, o termo transplante de medula óssea (TMO) vem sendo substituídopor transplante de células-tronco (TCTH). O TCTH pode ser dos seguintes tipos:alogênico (o doador podendo ser aparentado ou não), singênico (o doador é umirmão gêmeo idêntico) ou autólogo (o doador é o próprio paciente).

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    AnotaçõesTransplante de Medula Óssea (TMO)( v. Transp lante de Células-Tronco Hematopoéti cas)TrombocitopeniaDiminuição abaixo do normal do número de plaquetas do sangue.

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    Organização da sociedade civil, sem finslucrativos, com atuação nacional, fundadaem 2002.

    MissãoDivulgar informações e fornecer suporte a

    pacientes com doenças onco-hematológicas– leucemia, linfoma, mieloma múltiploe mielodisplasia -, mobilizando parceirospara que o melhor tratamento estejadisponível no país.

    Nossas açõesInformação, educação, apoio ao pacientee políticas públicas são as áreas de atuaçãomais importantes e efetivas da ABRALE.Contamos com o suporte de um ComitêCientífico, composto por médicosespecialistas em onco-hematologia dosprincipais hospitais do país e de um Comitê

    Científico Multiprofissional, formadopor profissionais de enfermagem, nutrição,odontologia, psicologia, serviço social eterapia ocupacional.

    A ABRALE mantém projetos e ações voltadosa pacientes, familiares e profissionais dasaúde, por meio de incentivo e colaboraçãode seus parceiros. Entre eles, podemos citar:

      Informações sobre as doenças onco--hematológicasAtendimento gratuito pelo 0800-773-9973e por e-mail [email protected]

     Visitas a hospitais e cadastro nacional

    de pacientes e equipes de profissionaisda saúde

    ABRALE • Associação Brasileira de Linfoma e Leucemiawww.abrale.org.br

      Assistência psicológica e apoio jurídico gratuitos  Núcleos regionais nas principais cidadesbrasileiras para que nossas açõesbeneficiem um maior número de pessoas

      Empenho para evolução das políticas

    públicas, para que o melhor tratamentoseja padronizado e disponibilizado

      Eventos nacionais e internacionais, com aparticipação dos mais renomados médicosonco-hematologistas e profissionais dasaúde do país e do exterior

      Campanhas de informação econscientização para gerar melhorias nostratamentos: Doação de Medula Óssea,Doação de sangue, Dia Mundial doLinfoma, etc.

      Parcerias com organizações internacionaispara fortalecimento institucional e

    intercâmbio de experiências  Projeto Dodói: apoio a criançashospitalizadas para o entendimentoda doença

      Projeto Educação à Distância: aulasdisponíveis no site ABRALE

      Projeto Medula: incentivo à doação demedula óssea

      Projeto Selo “Investimos na Vida”:incentivo e reconhecimento às empresasparceiras da causa

      Material didático sobre as doenças, comomanuais, livros, CDs e vídeos.

      Revista ABRALE: saúde, bem-viver eresponsabilidade social em pauta.

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    Comitê Médico Científico ABRALE

    Comunicação & MarketingAgatha Hilário

    Daniela TalamoniDiólia de CarvalhoPaulo Furstenau

    CapaMarisa Kohara, paciente de mieloma múltiplo

    FotoCristina Brito & Bruno Gabrieli

    Revisão Médica Científica Geral

    Dr. Angelo MaiolinoDr. Roberto J. P. Magalhães

    Revisão FarmacológicaCinthia Scatena Gama

    CopidesqueAndréia Aredes

    Preparação de textoProf. Douglas Guerchfeld

    Criação e Projeto GráficoAldeia com Arte