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    234 Intoxicaao Alimentar

    lcool tambm. Sinais clnicos so incoordenao motora, desorientao, estupor,vmito e depresso respiratria. Em casos extremos, podem acontecer crisesconvulsivas, rupturas e coma. O tratamento teraputico (sintomtico e de suporte)similar quele para intoxicao por lcool e cirrgico, em casos de dilataogstrica grave e rupturas.

    978-85-7241-905

    LeiteAlguns ces e gatos adultos no tm a enzima lactase suficiente para digerir o leitee seus derivados. Isso pode resultar em diarreia. Atualmente, produtos isentos delactose esto disponveis no mercado pet.O tratamento da intoxicao consiste naretirada da fonte de lactose e, se necessrio, terapia de suporte se houver

    desidratao oriunda da diarreia.

    Louro e Noz-moscadaLouro e noz-moscada em grandes quantidades podem ser txicos tanto para hu-manos quanto para os animais. A intoxicao por estes condimentos pode provocartremores, convulses e at morte. Os princpios txicos envolvidos ainda no estototalmente esclarecidos, mas o cido ciandrico, no caso do lourocereja umdeles. Tratamento sintomtico e de suporte.

    Macadmia, Nozes e Amendoim

    So txicos para ces; macadmia e nozes podem, inclusive, induzir pancreatite. Oamendoim pode induzir reao alrgica grave. Estes alimentos, se estiveremmofados, podem estar contaminados com micotoxinas.

    De 1987 a 2001, o ASPCA/APCC recebeu 48 chamadas telefnicas sobre in-toxicao em ces pela ingesto de macadmia. Os sinais clnicos observad nessesanimais foram fraqueza, depresso, vmito, ataxia, tremor, hipertermi doresabdominais e mucosas plidas. O comeo dos sinais clnicos se deu e menos de12h, em 79% dos casos. A durao dos sinais clnicos para a maio~ de casos foiinferior a 24h. O mecanismo da sndrome ainda desconhecido, tratamento lavagem gstrica em at 2h aps a ingesto, enema, fluidoterapia outras medidas desuporte, necessrias.

    Ovo CruContm a enzima avidina, que diminui a absoro da biotina, vitamina hidsolvel (vitamina B), tambm conhecida como vitamina H, vitamina B 7vitamina Bg. E uma molcula da classe das vitaminas que funciona como cofaenzimtico e age diretamente na formao da pele e indiretamente na utiliza, doshidratos de carbono (acares e amido) e das protenas.

    O consumo constante e crnico de ovo cru pode acarretar deficincia de biotina einduzir transtornos de pele e pelos. Ademais, o consumo de ovos crus perigoso pela

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    Intoxicao Munentav BS

    possvel presena de salmonela.

    Peixe Cru

    Animais regularmente alimentados com peixe cru (por exemplo, atum, sardinha)podem desenvolver deficincia de tiamina, apresentando perda de apetite, tremores econvulses em casos mais graves. Alguns casos de intoxicao por peixe crudeteriorado foram descritos em humanos. Nesses, grandes quantidades de histaminaforam detectadas nas amostras de peixes, causando reaes alrgicas caractersticasnas pessoas que os consumiram.

    Sal

    Grandes quantidades de sal podem produzir sede e mico excessiva ou aindaintoxicao pelo on sdio, com desequilbrio eletroltico. Sinais da intoxicaoincluem vmito, diarreia, depresso, tremores, elevao da temperatura corprea,convulses e morte. No tratamento, a hemogasometria necessria para corrigir odesequilbrio eletroltico e medidas de suporte devem ser instauradas o mais rpido

    possvel.

    Uvas e Passas

    Uma reviso de registros do banco de dados da ASPCA/APCC identificou 43 cesintoxicados com uvas, passas ou ambos. Esses animais desenvolveram aumentossricos de ureia e creatinina. Os sinais clnicos observados foram vmito, diarreia,anorexia, fraqueza e letargia. Alguns animais desenvolveram necrose tubular renal.Dos 43 ces, 53% sobreviveram. O mecanismo de dano renal induzido por uvas e

    passas ainda no foi esclarecido.

    Xilitol

    um adoante natural encontrado nas fibras de muitos vegetais, incluindo milho,framboesa, ameixa, entre outros. Tambm pode ser extrado de alguns tipos de

    cogumelo. O xilitol to doce quanto a sacarose, mas cerca de 40% menos calrico. extensamente usado em gomas isentas de acar para a fabricao de doces, balas,gomas de mascar, etc. Em humanos, o xilitol no afeta os nveis de acar do sangue,mas em ces aumenta gravemente os nveis sricos de glicose. Ces podemdesenvolver ataxia e crises convulsivas em 30min aps a ingesto de xilitol, que

    podem durar vrias horas e, em alguns casos, ser fatais.parmetros mximos de ingesto diria tolervel para humanos variam no mundoentre 0,7 e 12ng/pessoa/dia. No Brasil, a concentrao de AFMi em pesquisas variade 30 a 2.920ng/L de leite. A tolerncia estabelecida pelo Ministrio da Sade de500ng/L.

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    No h tratamento especfico. A teraputica deve ser sintomtica e de suporte,se for clnica e economicamente vivel. O alimento de que se suspeita deve serretirado imediatamente.

    Patogenia e Sinais ClnicosA quantidade ingerida e o tempo de exposio so determinantes para a gravidade eo tempo de evoluo do processo. O fgado o principal rgo envolvido. Oshepatcitos sofrem de infiltrao lipdica at morte celular, por interao da mi-cotoxina ou de seus metablitos com as protenas celulares. Com a perda dasfunes hepticas instalam-se coagulopatias, ictercia e hipoproteinemia. Os sinaisclnicos so inespecficos: anorexia, depresso e hematoemese, podendo haverconvulses em ces.

    A hepatite crnica mais comum, pelo consumo frequente de baixas doses dastoxinas em alimentos. H alterao do metabolismo celular. Os sinais clnicos sosutis e h evoluo lenta do processo. Reduo de ganho de peso e produtividadeso os primeiros sinais detectveis, evoluindo para ictercia, anorexia e depresso.Ces evoluem com distrbios gastrintestinais, ascite e distrbios hemorrgicos. Halterao nos valores das enzimas hepticas (gamaglutamiltrans- ferase [GGT], FA,AST, ALT e sorbitol desidrogenase), que servem como auxlio no diagnstico.

    A carcinognese das aflatoxinas bem descrita. possvel que sua baixa inci-dncia em animais de criao decorra do curto perodo de vida dessas espcies. AAFBi teratognica, causa alteraes no desenvolvimento e diferenciao fetal porinibio da sntese proteica.

    Doses baixas de AFBi, incapazes de induzir alteraes clnicas, produzem de-ficincia no sistema complemento, queda da atividade de linfocinas, atraso na

    produo de interferon, diminuio do ndice mittico de linfcitos B com supressode resposta, diminuio de fagocitose e da mielopoiese.

    Diagnstico

    A suspeita baseia-se nos sinais clnicos. Histrico de fornecimento de rao di-ferente, s vezes com caractersticas organolpticas alteradas ou com falhas dearmazenamento, pode ser til. As leses antomo-histopatolgicas reforam asuspeita. A confirmao depende da identificao da aflatoxina no alimento suspeitoou em tecidos. A anlise qualitativa e quantitativa correta depende da amostragem eacondicionamento das amostras. Os mtodos laboratoriais incluem cromatografiasdiversas, ensaio imunoabsorvente ligado enzima (ELISA) e fluorometria.

    Tratamento

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    Profilaxia

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    Evitar o desenvolvimento do fungo no alimento a principal medida, uma vez queaps sua produo as aflatoxinas dificilmente podero ser destrudas. O controle deinsetos em gros e cereais dificulta a invaso fngica nesses produtos. Acido

    propinico tambm utilizado com tal propsito. Teor de umidade inferior a 15% fundamental durante a conservao dos alimentos. H pesquisas com compostosderivados de plantas (bifiavonoides) que se mostraram capazes de impedir a

    produo das aflatoxinas em alimentos.Pesquisa recente em amostras de raes no revelou aflatoxinas, o que pode ser

    atribudo s boas condies de manejo alimentar e de armazenamento das raesnas propriedades estudadas. O perodo de estocagem dessas raes nas propriedadesvariou de 8a 15 dias. Os depsitos de armazenamento apresentavam bom estado de

    conservao e aerao e no se evidenciou a presena de roedores.Vrios mtodos de descontaminao esto em estudo. O emprego de solventes(etanol, acetona:gua, isopropanol, entre outros) em sementes de algodo e amen-doim; uso de adsorventes (bentonita e aliminossilicatos) em solues aquosas etemperaturas entre 237 e 306C so alguns exemplos. A descontaminao no podealterar as caractersticas nutritivas e organolpticas dos alimentos nem gerarresduos txicos.

    Em aves, o uso de adsorventes na rao um mtodo frequente de tentativa decontrole dos efeitos txicos das aflatoxinas. Os adsorventes se aderem aflatoxina eimpedem sua absoro pelo trato gastrintestinal. Experimentalmente, a clinopti-lolita e a montmorilonita sdica (bentonita sdica) em concentraes entre 0,3 e0,5% da dieta so utilizadas para este fim com sucesso, mas as argilas podeminterferir com os nutrientes da dieta.

    Fumonisinas

    So produzidas por Fusarium verticilloides (moniliforme). O principal alimentoenvolvido costuma ser o milho, embora tambm ocorram em forrageiras; no Brasil

    j foram descritas em amostras de sorgo. A temperatura tima de multiplicao (5 a40C) e de produo de toxina (13 a 28C) entre 20 e 25C. Nem todas aslinhagens do fungo produzem fumonisina, portanto, a deteco do fungo nogarante a presena da micotoxina.

    J foram descritos 28 tipos de fumonisinas; os trs mais comuns so FBi, FB 2 e

    FB3. Todos resistem fervura por 30min. As fumonisinas so estruturalmentesimilares aos esfingolipdeos. O mecanismo de toxicidade consiste na inibio daceramida sintetase, enzima responsvel pela sntese de esfingolipdeos. Essainibio acarreta aumento da concentrao de esfinganina e esfingosina no soro dosanimais expostos micotoxina. A FB1 tida como causa da sndrome neu- rotxicaem equinos conhecida como leucoencefalomalcia. Tambm causa de edema

    pulmonar em sunos e carcinognese heptica em ratos. H indcios decarcinognese em humanos, associada ao consumo de gros mofados.

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    Evitar o desenvolvimento do fungo no alimento a principal medida, uma vez queaps sua produo as aflatoxinas dificilmente podero ser destrudas. O controle deinsetos em gros e cereais dificulta a invaso fngica nesses produtos. Acido

    propinico tambm utilizado com tal propsito. Teor de umidade inferior a 15% fundamental durante a conservao dos alimentos. H pesquisas com compostosderivados de plantas (biflavonoides) que se mostraram capazes de impedir a

    produo das aflatoxinas em alimentos.Pesquisa recente em amostras de raes no revelou aflatoxinas, o que pode ser

    atribudo s boas condies de manejo alimentar e de armazenamento das raesnas propriedades estudadas. O perodo de estocagem dessas raes nas propriedadesvariou de 8a 15 dias. Os depsitos de armazenamento apresentavam bom estado de

    conservao e aerao e no se evidenciou a presena de roedores.Vrios mtodos de descontaminao esto em estudo. O emprego de solventes(etanol, acetona: gua, isopropanol, entre outros) em sementes de algodo e amen-doim; uso de adsorventes (bentonita e aliminossilicatos) em solues aquosas etemperaturas entre 237 e 306C so alguns exemplos. A descontaminao no podealterar as caractersticas nutritivas e organolpticas dos alimentos nem gerarresduos txicos.

    Em aves, o uso de adsorventes na rao um mtodo frequente de tentativa decontrole dos efeitos txicos das aflatoxinas. Os adsorventes se aderem aflatoxina eimpedem sua absoro pelo trato gastrintestinal. Experimentalmente, a clinopti-lolita e a montmorilonita sdica (bentonita sdica) em concentraes entre 0,3 e0,5% da dieta so utilizadas para este fim com sucesso, mas as argilas podeminterferir com os nutrientes da dieta.

    Fumonisinas

    So produzidas por Fusarium verticilloides (moniliforme). O principal alimentoenvolvido costuma ser o milho, embora tambm ocorram em forrageiras; no Brasil

    j foram descritas em amostras de sorgo. A temperatura tima de multiplicao (5 a40C) e de produo de toxina (13 a 28C) entre 20 e 25C. Nem todas aslinhagens do fungo produzem fumonisina, portanto, a deteco do fungo nogarante a presena da micotoxina.

    J foram descritos 28 tipos de fumonisinas; os trs mais comuns so FBi, FB 2 e

    FB3. Todos resistem fervura por 30min. As fumonisinas so estruturalmentesimilares aos esfingolipdeos. O mecanismo de toxicidade consiste na inibio daceramida sintetase, enzima responsvel pela sntese de esfingolipdeos. Essainibio acarreta aumento da concentrao de esfinganina e esfingosina no soro dosanimais expostos micotoxina. A FB1 tida como causa da sndrome neu- rotxicaem equinos conhecida como leucoencefalomalcia. Tambm causa de edema

    pulmonar em sunos e carcinognese heptica em ratos. H indcios decarcinognese em humanos, associada ao consumo de gros mofados.

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    No h tratamento especfico. A teraputica deve ser sintomtica e de suporte,se for clnica e economicamente vivel. O alimento de que se suspeita deve serretirado imediatamente.

    parmetros mximos de ingesto diria tolervel para humanos variam no mundo

    entre 0,7 e 12ng/pessoa/dia. No Brasil, a concentrao de AFMi em pesquisas variade 30 a 2.920ng/L de leite. A tolerncia estabelecida pelo Ministrio da Sade de500ng/L.

    Patogenia e Sinais Clnicos

    A quantidade ingerida e o tempo de exposio so determinantes para a gravidade eo tempo de evoluo do processo. O fgado o principal rgo envolvido. Oshepatcitos sofrem de infiltrao lipdica at morte celular, por interao da mi-cotoxina ou de seus metablitos com as protenas celulares. Com a perda dasfunes hepticas instalam-se coagulopatias, ictercia e hipoproteinemia. Os sinaisclnicos so inespecficos: anorexia, depresso e hematoemese, podendo haverconvulses em ces.

    A hepatite crnica mais comum, pelo consumo frequente de baixas doses dastoxinas em alimentos. H alterao do metabolismo celular. Os sinais clnicos sosutis e h evoluo lenta do processo. Reduo de ganho de peso e produtividadeso os primeiros sinais detectveis, evoluindo para ictercia, anorexia e depresso.Ces evoluem com distrbios gastrintestinais, ascite e distrbios hemorrgicos. Halterao nos valores das enzimas hepticas (gamaglutamiltrans- ferase [GGT], FA,AST, ALT e sorbitol desidrogenase), que servem como auxlio no diagnstico.

    A carcinognese das aflatoxinas bem descrita. possvel que sua baixa inci-dncia em animais de criao decorra do curto perodo de vida dessas espcies. AAFBi teratognica, causa alteraes no desenvolvimento e diferenciao fetal porinibio da sntese proteica.

    Doses baixas de AFBi, incapazes de induzir alteraes clnicas, produzem de-ficincia no sistema complemento, queda da atividade de linfocinas, atraso naproduo de interferon, diminuio do ndice mittico de linfcitos B com supressode resposta, diminuio de fagocitose e da mielopoiese.

    Diagnstico

    A suspeita baseia-se nos sinais clnicos. Histrico de fornecimento de rao di-ferente, s vezes com caractersticas organolpticas alteradas ou com falhas dearmazenamento, pode ser til. As leses antomo-histopatolgicas reforam asuspeita. A confirmao depende da identificao da aflatoxina no alimento suspeitoou em tecidos. A anlise qualitativa e quantitativa correta depende da amostragem eacondicionamento das amostras. Os mtodos laboratoriais incluem cromatografias

    diversas, ensaio imunoabsorvente ligado enzima (ELISA) e fluorometria.

    TratamentoEvitar o desenvolvimento do fungo no alimento a principal medida, uma vez queaps sua produo as aflatoxinas dificilmente podero ser destrudas. O controle deinsetos em gros e cereais dificulta a invaso fngica nesses produtos. Acido

    propinico tambm utilizado com tal propsito. Teor de umidade inferior a 15% fundamental durante a conservao dos alimentos. H pesquisas com compostosderivados de plantas (biflavonoides) que se mostraram capazes de impedir a

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    produo das aflatoxinas em alimentos.

    Pesquisa recente em amostras de raes no revelou aflatoxinas, o que pode seratribudo s boas condies de manejo alimentar e de armazenamento das raesnas propriedades estudadas. O perodo de estocagem dessas raes nas propriedadesvariou de 8a 15 dias. Os depsitos de armazenamento apresentavam bom estado deconservao e aerao e no se evidenciou a presena de roedores.

    Vrios mtodos de descontaminao esto em estudo. O emprego de solventes(etanol, acetona:gua, isopropanol, entre outros) em sementes de algodo e amen-doim; uso de adsorventes (bentonita e aliminossilicatos) em solues aquosas etemperaturas entre 237 e 306C so alguns exemplos. A descontaminao no podealterar as caractersticas nutritivas e organolpticas dos alimentos nem gerarresduos txicos.

    Em aves, o uso de adsorventes na rao um mtodo frequente de tentativa decontrole dos efeitos txicos das aflatoxinas. Os adsorventes se aderem aflatoxina eimpedem sua absoro pelo trato gastrintestinal. Experimentalmente, a clinopti-lolita e a montmorilonita sdica (bentonita sdica) em concentraes entre 0,3 e0,5% da dieta so utilizadas para este fim com sucesso, mas as argilas podeminterferir com os nutrientes da dieta.

    Fumonisinas

    So produzidas por Fusarium verticilloides (moniliforme). O principal alimentoenvolvido costuma ser o milho, embora tambm ocorram em forrageiras; no Brasil

    j foram descritas em amostras de sorgo. A temperatura tima de multiplicao (5 a

    40C) e de produo de toxina (13 a 28C) entre 20 e 25C. Nem todas aslinhagens do fungo produzem fumonisina, portanto, a deteco do fungo nogarante a presena da micotoxina.

    J foram descritos 28 tipos de fumonisinas; os trs mais comuns so FBi, FB 2 eFB3. Todos resistem fervura por 30min. As fumonisinas so estruturalmentesimilares aos esfingolipdeos. O mecanismo de toxicidade consiste na inibio daceramida sintetase, enzima responsvel pela sntese de esfingolipdeos. Essainibio acarreta aumento da concentrao de esfinganina e esfingosina no soro dosanimais expostos micotoxina. A FB1 tida como causa da sndrome neu- rotxicaem equinos conhecida como leucoencefalomalcia. Tambm causa de edema

    pulmonar em sunos e carcinognese heptica em ratos. H indcios de

    carcinognese em humanos, associada ao consumo de gros mofados.Evitar o desenvolvimento do fungo no alimento a principal medida, uma vez queaps sua produo as aflatoxinas dificilmente podero ser destrudas. O controle deinsetos em gros e cereais dificulta a invaso fngica nesses produtos. Acido

    propinico tambm utilizado com tal propsito. Teor de umidade inferior a 15% fundamental durante a conservao dos alimentos. H pesquisas com compostosderivados de plantas (biflavonoides) que se mostraram capazes de impedir a

    produo das aflatoxinas em alimentos.Pesquisa recente em amostras de raes no revelou aflatoxinas, o que pode ser

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    atribudo s boas condies de manejo alimentar e de armazenamento das raes

    nas propriedades estudadas. O perodo de estocagem dessas raes nas propriedadesvariou de 8a 15 dias. Os depsitos de armazenamento apresentavam bom estado deconservao e aerao e no se evidenciou a presena de roedores.

    Vrios mtodos de descontaminao esto em estudo. O emprego de solventes(etanol, acetona: gua, isopropanol, entre outros) em sementes de algodo e amen-doim; uso de adsorventes (bentonita e aliminossilicatos) em solues aquosas etemperaturas entre 237 e 306C so alguns exemplos. A descontaminao no podealterar as caractersticas nutritivas e organolpticas dos alimentos nem gerarresduos txicos.

    Em aves, o uso de adsorventes na rao um mtodo frequente de tentativa decontrole dos efeitos txicos das aflatoxinas. Os adsorventes se aderem aflatoxina e

    impedem sua absoro pelo trato gastrintestinal. Experimentalmente, a clinopti-lolita e a montmorilonita sdica (bentonita sdica) em concentraes entre 0,3 e0,5% da dieta so utilizadas para este fim com sucesso, mas as argilas podeminterferir com os nutrientes da dieta.

    Fumonisinas

    So produzidas por Fusarium verticilloides (moniliforme). O principal alimentoenvolvido costuma ser o milho, embora tambm ocorram em forrageiras; no Brasil

    j foram descritas em amostras de sorgo. A temperatura tima de multiplicao (5 a40C) e de produo de toxina (13 a 28C) entre 20 e 25C. Nem todas aslinhagens do fungo produzem fumonisina, portanto, a deteco do fungo no

    garante a presena da micotoxina.J foram descritos 28 tipos de fumonisinas; os trs mais comuns so FBi, FB 2 e

    FB3. Todos resistem fervura por 30min. As fumonisinas so estruturalmentesimilares aos esfingolipdeos. O mecanismo de toxicidade consiste na inibio daceramida sintetase, enzima responsvel pela sntese de esfingolipdeos. Essainibio acarreta aumento da concentrao de esfinganina e esfingosina no soro dosanimais expostos micotoxina. A FB1 tida como causa da sndrome neu- rotxicaem equinos conhecida como leucoencefalomalcia. Tambm causa de edema

    pulmonar em sunos e carcinognese heptica em ratos. H indcios decarcinognese em humanos, associada ao consumo de gros mofados.

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    A FB1 associada a baixo desempenho, aumento do peso e hepatite txica em

    aves domsticas. Em frangos de corte ali contendo 100 a 400mg/kg de FB!foram observados diarreia, sumo de alimentos e do ganho de peso, aumento dopeso do heptica e hiperplasia hepatocelular. Estudo recente indicou quepartirde 50mg/kg para codornas de postura.

    Leucoencefalomalcia Equina

    o efeito mais estudado das fumonisinas. O consumo de 8ppm provocar aintoxicao. O curso clnico costuma ser proporcional e pode haver variaoindividual. A principal alterao o edema malcia da substncia brancacerebral. Os sinais clnicos so ataxia, cegueira e morte, que podem serobservadas horas a dias aps o alimento contaminado. O diagnstico correto

    normalmente possvel mdio de 72h, com base nas alteraes patolgicas e nadeteco rao. O diferencial entre outras enfermidades, inclusive raiva, i

    Edema Pulmonar Suno

    As fumonisinas tm grande importncia toxicolgica para os su clnicos daintoxicao aguda so representados pela sndrome do nar, com dispneia ecianose, podendo levar os sunos a bito, intoxicao crnica podem causargrandes perdas de produtividade, facilmente confundidos com os de outrasenfermidades e deficincias Os rgos mais atingidos so pulmes, fgado ecorao. H tamb:' considerveis na capacidade produtora de muco e namorfologia dos

    DiagnsticoBaseia-se na demonstrao da micotoxina no alimento suspeito, pcr ou ELISA.A identificao da presena e da quantidade do fungo com a presena ouquantidade da fumonisina.

    Preveno

    A nica medida eficaz evitar a contaminao do alimento, co teores deumidade dos gros, especialmente do milho. No h mtr Jtaminao eficazes.

    Zearalenona

    Tambm conhecida como toxina F-2, produzida pelo Fuscirium nearum),F. tricinctum, F. gibbosum e F. oxysporum. A tem produo entre 20 e25C, podendo ocorrer em temperaturas e 14C. A umidade do substrato temde estar acima de 23% (4" gros mais acometidos so milho, cevada, sorgo eaveia. Sila_A FB 1 associada a baixo desempenho, aumento do peso relativo de vsceras ehepatite txica em aves domsticas. Em frangos de corte alimentados com raocontendo 100 a 400mg/kg de FBi foram observados diarreia, diminuio do con-sumo de alimentos e do ganho de peso, aumento do peso do fgado, necroseheptica e hiperplasia hepatocelular. Estudo recente indicou que a FBi txica a

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    partir de 50mg/kg para codornas de postura.

    Leucoencefalomalcia Equina

    o efeito mais estudado das fumonisinas. O consumo de 8ppm suficiente paraprovocar a intoxicao. O curso clnico costuma ser proporcional dose ingerida epode haver variao individual. A principal alterao o edema cerebral e amalcia da substncia branca cerebral. Os sinais clnicos so ataxia, convulses,cegueira e morte, que podem ser observadas horas a dias aps o consumo dealimento contaminado. O diagnstico correto normalmente possvel em perodomdio de 72h, com base nas alteraes patolgicas e na deteco da toxina narao. O diferencial entre outras enfermidades, inclusive raiva, importante.

    Edema Pulmonar SunoAs fumonisinas tm grande importncia toxicolgica para os sunos. Os sinaisclnicos da intoxicao aguda so representados pela sndrome do edema pulmonar,com dispneia e cianose, podendo levar os sunos a bito. Os sinais da intoxicaocrnica podem causar grandes perdas de produtividade, alm de serem facilmenteconfundidos com os de outras enfermidades e deficincias nutricionais. Os rgosmais atingidos so pulmes, fgado e corao. H tambm alteraes considerveisna capacidade produtora de muco e na morfologia dos intestinos.

    Diagnstico

    Baseia-se na demonstrao da micotoxina no alimento suspeito, por cromatografia

    ou ELISA. A identificao da presena e da quantidade do fungo no tem relaocom a presena ou quantidade da fumonisina.

    Preveno

    A nica medida eficaz evitar a contaminao do alimento, controlando-se osteores de umidade dos gros, especialmente do milho. No h mtodos de descon-taminao eficazes.

    Zearalenona

    Tambm conhecida como toxina F-2, produzida peloFusarium roseum(granii-nearum), F. tricinctum, F. gibbosumeF. oxysporum.A temper; produo entre20 e 25C, podendo ocorrer em temperaturas amenas, e 14C. A umidade dosubstrato tem de estar acima de 23% (45% tima). Os gros mais acometidos somilho, cevada, sorgo e aveia. Silagens de milho e

    A FBI associada a baixo desempenho, aumento do peso relativo de vsceras ehepatite txica em aves domsticas. Em frangos de corte alimentados com raocontendo 100 a 400mg/kg de FBi foram observados diarreia, diminuio do con-sumo de alimentos e do ganho de peso, aumento do peso do fgado, necroseheptica e hiperplasia hepatocelular. Estudo recente indicou que a FB t txica a

    partir de 50mg/kg para codornas de postura.

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    Leucoencefalomalcia Equina

    o efeito mais estudado das fumonisinas. O consumo de 8ppm suficiente paraprovocar a intoxicao. O curso clnico costuma ser proporcional dose ingerida epode haver variao individual. A principal alterao o edema cerebral e amalcia da substncia branca cerebral. Os sinais clnicos so ataxia, convulses,cegueira e morte, que podem ser observadas horas a dias aps o consumo dealimento contaminado. O diagnstico correto normalmente possvel em perodomdio de 72h, com base nas alteraes patolgicas e na deteco da toxina narao. O diferencial entre outras enfermidades, inclusive raiva, importante.

    Edema Pulmonar Suno

    As fumonisinas tm grande importncia toxicolgica para os sunos. Os sinais

    clnicos da intoxicao aguda so representados pela sndrome do edema pulmonar,com dispneia e cianose, podendo levar os sunos a bito. Os sinais da intoxicaocrnica podem causar grandes perdas de produtividade, alm de serem facilmenteconfundidos com os de outras enfermidades e deficincias nutricionais. Os rgosmais atingidos so pulmes, fgado e corao. H tambm alteraes considerveisna capacidade produtora de muco e na morfologia dos intestinos.

    Diagnstico

    Baseia-se na demonstrao da micotoxina no alimento suspeito, por cromatografiaou ELISA. A identificao da presena e da quantidade do fungo no tem relaocom a presena ou quantidade da fumonisina.

    Preveno

    A nica medida eficaz evitar a contaminao do alimento, controlando-se osteores de umidade dos gros, especialmente do milho. No h mtodos de descon-taminao eficazes.

    Zearalen ona

    Tambm conhecida como toxina F-2, produzida peloFusarium roseum (graim-nearum), F. tricinctum, F. gibbosumeF. oxysporum.A temperatura tima

    produo entre 20 e 25C, podendo ocorrer em temperaturas amenas, entre 1. e14C. A umidade do substrato tem de estar acima de 23% (45% tima), gros

    mais acometidos so milho, cevada, sorgo e aveia. Silagens de milhoparmetros mximos de ingesto diria tolervel para humanos variam no mundoentre 0,7 e 12ng/pessoa/dia. No Brasil, a concentrao de AFMi em pesquisas variade 30 a 2.920ng/L de leite. A tolerncia estabelecida pelo Ministrio da Sade de500ng/L.

    Patogenia e Sinais Clnicos

    A quantidade ingerida e o tempo de exposio so determinantes para a gravidade eo tempo de evoluo do processo. O fgado o principal rgo envolvido. Oshepatcitos sofrem de infiltrao lipdica at morte celular, por interao da mi-cotoxina ou de seus metablitos com as protenas celulares. Com a perda das

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    funes hepticas instalam-se coagulopatias, ictercia e hipoproteinemia. Os sinais

    clnicos so inespecficos: anorexia, depresso e hematoemese, podendo haverconvulses em ces.A hepatite crnica mais comum, pelo consumo frequente de baixas doses das

    toxinas em alimentos. H alterao do metabolismo celular. Os sinais clnicos sosutis e h evoluo lenta do processo. Reduo de ganho de peso e produtividadeso os primeiros sinais detectveis, evoluindo para ictercia, anorexia e depresso.Ces evoluem com distrbios gastrintestinais, ascite e distrbios hemorrgicos. Halterao nos valores das enzimas hepticas (gamaglutamiltrans- ferase [GGT], FA,AST, ALT e sorbitol desidrogenase), que servem como auxlio no diagnstico.

    A carcinognese das aflatoxinas bem descrita. possvel que sua baixa inci-dncia em animais de criao decorra do curto perodo de vida dessas espcies. AAFBi teratognica, causa alteraes no desenvolvimento e diferenciao fetal porinibio da sntese proteica.

    Doses baixas de AFBI? incapazes de induzir alteraes clnicas, produzem de-ficincia no sistema complemento, queda da atividade de linfocinas, atraso na

    produo de interferon, diminuio do ndice mittico de linfcitos B com supressode resposta, diminuio de fagocitose e da mielopoiese.

    Diagnstico

    A suspeita baseia-se nos sinais clnicos. Histrico de fornecimento de rao di-ferente, s vezes com caractersticas organolpticas alteradas ou com falhas dearmazenamento, pode ser til. As leses antomo-histopatolgicas reforam asuspeita. A confirmao depende da identificao da aflatoxina no alimento suspeito

    ou em tecidos. A anlise qualitativa e quantitativa correta depende da amostragem eacondicionamento das amostras. Os mtodos laboratoriais incluem cromatografiasdiversas, ensaio imunoabsorvente ligado enzima (ELISA) e fiuorometria.

    TratamentoEvitar o desenvolvimento do fungo no alimento a principal medida, uma vez queaps sua produo as aflatoxinas dificilmente podero ser destrudas. O controle deinsetos em gros e cereais dificulta a invaso fngica nesses produtos. Acido

    propinico tambm utilizado com tal propsito. Teor de umidade inferior a 15% fundamental durante a conservao dos alimentos. H pesquisas com compostosderivados de plantas (bifiavonoides) que se mostraram capazes de impedir a

    produo das aflatoxinas em alimentos.

    Pesquisa recente em amostras de raes no revelou aflatoxinas, o que pode seratribudo s boas condies de manejo alimentar e de armazenamento das raesnas propriedades estudadas. O perodo de estocagem dessas raes nas propriedadesvariou de 8a 15 dias. Os depsitos de armazenamento apresentavam bom estado deconservao e aerao e no se evidenciou a presena de roedores.

    Vrios mtodos de descontaminao esto em estudo. O emprego de solventes(etanol, acetona:gua, isopropanol, entre outros) em sementes de algodo e amen-doim; uso de adsorventes (bentonita e aliminossilicatos) em solues aquosas etemperaturas entre 237 e 306C so alguns exemplos. A descontaminao no pode

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    alterar as caractersticas nutritivas e organolpticas dos alimentos nem gerar

    resduos txicos.Em aves, o uso de adsorventes na rao um mtodo frequente de tentativa decontrole dos efeitos txicos das aflatoxinas. Os adsorventes se aderem aflatoxina eimpedem sua absoro pelo trato gastrintestinal. Experimentalmente, a clinopti-lolita e a montmorilonita sdica (bentonita sdica) em concentraes entre 0,3 e0,5% da dieta so utilizadas para este fim com sucesso, mas as argilas podeminterferir com os nutrientes da dieta.

    Fumonisinas

    So produzidas por Fusarium verticilloides (moniliforme). O principal alimentoenvolvido costuma ser o milho, embora tambm ocorram em forrageiras; no Brasil

    j foram descritas em amostras de sorgo. A temperatura tima de multiplicao (5 a40C) e de produo de toxina (13 a 28C) entre 20 e 25C. Nem todas aslinhagens do fungo produzem fumonisina, portanto, a deteco do fungo nogarante a presena da micotoxina.

    J foram descritos 28 tipos de fumonisinas; os trs mais comuns so FBi, FB 2 eFB3. Todos resistem fervura por 30min. As fumonisinas so estruturalmentesimilares aos esfingolipdeos. O mecanismo de toxicidade consiste na inibio daceramida sintetase, enzima responsvel pela sntese de esfingolipdeos. Essainibio acarreta aumento da concentrao de esfinganina e esfingosina no soro dosanimais expostos micotoxina. A FB 1 tida como causa da sndrome neu- rotxicaem equinos conhecida como leucoencefalomalcia. Tambm causa de edema

    pulmonar em sunos e carcinognese heptica em ratos. H indcios decarcinognese em humanos, associada ao consumo de gros mofados.Evitar o desenvolvimento do fungo no alimento a principal medida, uma vez queaps sua produo as aflatoxinas dificilmente podero ser destrudas. O controle deinsetos em gros e cereais dificulta a invaso fngica nesses produtos. Acido

    propinico tambm utilizado com tal propsito. Teor de umidade inferior a 15% fundamental durante a conservao dos alimentos. H pesquisas com compostosderivados de plantas (biflavonoides) que se mostraram capazes de impedir a

    produo das aflatoxinas em alimentos.Pesquisa recente em amostras de raes no revelou aflatoxinas, o que pode ser

    atribudo s boas condies de manejo alimentar e de armazenamento das raes

    nas propriedades estudadas. O perodo de estocagem dessas raes nas propriedadesvariou de 8a 15 dias. Os depsitos de armazenamento apresentavam bom estado deconservao e aerao e no se evidenciou a presena de roedores.

    Vrios mtodos de descontaminao esto em estudo. O emprego de solventes(etanol, acetona: gua, isopropanol, entre outros) em sementes de algodo e amen-doim; uso de adsorventes (bentonita e aliminossilicatos) em solues aquosas etemperaturas entre 237 e 306C so alguns exemplos. A descontaminao no podealterar as caractersticas nutritivas e organolpticas dos alimentos nem gerarresduos txicos.

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    Em aves, o uso de adsorventes na rao um mtodo frequente de tentativa de

    controle dos efeitos txicos das aflatoxinas. Os adsorventes se aderem aflatoxina eimpedem sua absoro pelo trato gastrintestinal. Experimentalmente, a clinopti-lolita e a montmorilonita sdica (bentonita sdica) em concentraes entre 0,3 e0,5% da dieta so utilizadas para este fim com sucesso, mas as argilas podeminterferir com os nutrientes da dieta.

    Fumonisinas

    So produzidas por Fusarium verticilloides (moniliforme). O principal alimentoenvolvido costuma ser o milho, embora tambm ocorram em forrageiras; no Brasil

    j foram descritas em amostras de sorgo. A temperatura tima de multiplicao (5 a40C) e de produo de toxina (13 a 28C) entre 20 e 25C. Nem todas aslinhagens do fungo produzem fumonisina, portanto, a deteco do fungo nogarante a presena da micotoxina.

    J foram descritos 28 tipos de fumonisinas; os trs mais comuns so FBi, FB 2 eFB3. Todos resistem fervura por 30min. As fumonisinas so estruturalmentesimilares aos esfingolipdeos. O mecanismo de toxicidade consiste na inibio daceramida sintetase, enzima responsvel pela sntese de esfingolipdeos. Essainibio acarreta aumento da concentrao de esfinganina e esfingosina no soro dosanimais expostos micotoxina. A FB 1 tida como causa da sndrome neu- rotxicaem equinos conhecida como leucoencefalomalcia. Tambm causa de edema

    pulmonar em sunos e carcinognese heptica em ratos. H indcios decarcinognese em humanos, associada ao consumo de gros mofados.

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    A FB1 associada a baixo desempenho, aumento do peso e hepatite txica em

    aves domsticas. Em frangos de corte ali contendo 100 a 400mg/kg de FB!foram observados diarreia, sumo de alimentos e do ganho de peso, aumento dopeso do heptica e hiperplasia hepatocelular. Estudo recente indicou quepartirde 50mg/kg para codornas de postura.

    Leucoencefalomalcia Equina

    o efeito mais estudado das fumonisinas. O consumo de 8ppm provocar aintoxicao. O curso clnico costuma ser proporcional e pode haver variaoindividual. A principal alterao o edema malcia da substncia brancacerebral. Os sinais clnicos so ataxia, cegueira e morte, que podem serobservadas horas a dias aps o alimento contaminado. O diagnstico correto

    normalmente possvel mdio de 72h, com base nas alteraes patolgicas e nadeteco rao. O diferencial entre outras enfermidades, inclusive raiva, i

    Edema Pulmonar Suno

    As fumonisinas tm grande importncia toxicolgica para os su clnicos daintoxicao aguda so representados pela sndrome do nar, com dispneia ecianose, podendo levar os sunos a bito, intoxicao crnica podem causargrandes perdas de produtividade, facilmente confundidos com os de outrasenfermidades e deficincias Os rgos mais atingidos so pulmes, fgado ecorao. H tamb:' considerveis na capacidade produtora de muco e namorfologia dos

    DiagnsticoBaseia-se na demonstrao da micotoxina no alimento suspeito, pcr ou ELISA.A identificao da presena e da quantidade do fungo com a presena ouquantidade da fumonisina.

    Preveno

    A nica medida eficaz evitar a contaminao do alimento, co teores deumidade dos gros, especialmente do milho. No h mtr Jtaminao eficazes.

    Zearalenona

    Tambm conhecida como toxina F-2, produzida pelo Fuscirium nearum),F. tricinctum, F. gibbosum e F. oxysporum. A tem produo entre 20 e25C, podendo ocorrer em temperaturas e 14C. A umidade do substrato temde estar acima de 23% (4" gros mais acometidos so milho, cevada, sorgo eaveia. Sila_A FB 1 associada a baixo desempenho, aumento do peso relativo de vsceras ehepatite txica em aves domsticas. Em frangos de corte alimentados com raocontendo 100 a 400mg/kg de FBi foram observados diarreia, diminuio do con-sumo de alimentos e do ganho de peso, aumento do peso do fgado, necroseheptica e hiperplasia hepatocelular. Estudo recente indicou que a FBi txica a

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    partir de 50mg/kg para codornas de postura.

    Leucoencefalomalcia Equina

    o efeito mais estudado das fumonisinas. O consumo de 8ppm suficiente paraprovocar a intoxicao. O curso clnico costuma ser proporcional dose ingerida epode haver variao individual. A principal alterao o edema cerebral e amalcia da substncia branca cerebral. Os sinais clnicos so ataxia, convulses,cegueira e morte, que podem ser observadas horas a dias aps o consumo dealimento contaminado. O diagnstico correto normalmente possvel em perodomdio de 72h, com base nas alteraes patolgicas e na deteco da toxina narao. O diferencial entre outras enfermidades, inclusive raiva, importante.

    Edema Pulmonar SunoAs fumonisinas tm grande importncia toxicolgica para os sunos. Os sinaisclnicos da intoxicao aguda so representados pela sndrome do edema pulmonar,com dispneia e cianose, podendo levar os sunos a bito. Os sinais da intoxicaocrnica podem causar grandes perdas de produtividade, alm de serem facilmenteconfundidos com os de outras enfermidades e deficincias nutricionais. Os rgosmais atingidos so pulmes, fgado e corao. H tambm alteraes considerveisna capacidade produtora de muco e na morfologia dos intestinos.

    Diagnstico

    Baseia-se na demonstrao da micotoxina no alimento suspeito, por cromatografia

    ou ELISA. A identificao da presena e da quantidade do fungo no tem relaocom a presena ou quantidade da fumonisina.

    Preveno

    A nica medida eficaz evitar a contaminao do alimento, controlando-se osteores de umidade dos gros, especialmente do milho. No h mtodos de descon-taminao eficazes.

    Zearalenona

    Tambm conhecida como toxina F-2, produzida peloFusarium roseum(granii-nearum), F. tricinctum, F. gibbosumeF. oxysporum.A temper; produo entre20 e 25C, podendo ocorrer em temperaturas amenas, e 14C. A umidade dosubstrato tem de estar acima de 23% (45% tima). Os gros mais acometidos somilho, cevada, sorgo e aveia. Silagens de milho e

    A FBI associada a baixo desempenho, aumento do peso relativo de vsceras ehepatite txica em aves domsticas. Em frangos de corte alimentados com raocontendo 100 a 400mg/kg de FBi foram observados diarreia, diminuio do con-sumo de alimentos e do ganho de peso, aumento do peso do fgado, necroseheptica e hiperplasia hepatocelular. Estudo recente indicou que a FB t txica a

    partir de 50mg/kg para codornas de postura.

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    21D Toxinas Bacterianas e Fngicas

    Leucoencefalomalcia Equina o efeito mais estudado das fumonisinas. O consumo de 8ppm suficiente para

    provocar a intoxicao. O curso clnico costuma ser proporcional dose ingerida epode haver variao individual. A principal alterao o edema cerebral e amalcia da substncia branca cerebral. Os sinais clnicos so ataxia, convulses,cegueira e morte, que podem ser observadas horas a dias aps o consumo dealimento contaminado. O diagnstico correto normalmente possvel em perodomdio de 72h, com base nas alteraes patolgicas e na deteco da toxina narao. O diferencial entre outras enfermidades, inclusive raiva, importante.

    Edema Pulmonar Suno

    As fumonisinas tm grande importncia toxicolgica para os sunos. Os sinaisclnicos da intoxicao aguda so representados pela sndrome do edema pulmonar,com dispneia e cianose, podendo levar os sunos a bito. Os sinais da intoxicaocrnica podem causar grandes perdas de produtividade, alm de serem facilmenteconfundidos com os de outras enfermidades e deficincias nutricionais. Os rgosmais atingidos so pulmes, fgado e corao. H tambm alteraes considerveisna capacidade produtora de muco e na morfologia dos intestinos.

    Diagnstico

    Baseia-se na demonstrao da micotoxina no alimento suspeito, por cromatografiaou ELISA. A identificao da presena e da quantidade do fungo no tem relaocom a presena ou quantidade da fumonisina.

    Preveno

    A nica medida eficaz evitar a contaminao do alimento, controlando-se osteores de umidade dos gros, especialmente do milho. No h mtodos de descon-taminao eficazes.

    Zearalen ona

    Tambm conhecida como toxina F-2, produzida peloFusarium roseum (graim-nearum), F. tricinctum, F. gibbosumeF. oxysporum.A temperatura tima

    produo entre 20 e 25C, podendo ocorrer em temperaturas amenas, entre 1. e

    14C. A umidade do substrato tem de estar acima de 23% (45% tima), grosmais acometidos so milho, cevada, sorgo e aveia. Silagens de milho

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    rao tambm apresentam contaminao frequente. A zearalenona bastanteestvel e resiste ao calor e peletizao.

    Tem efeito estrognico, lipossolvel e facilmente absorvida aps ingesto. Seumetabolismo diferente nas diferentes espcies animais. Os sunos so a espciemais sensvel, porque biotransforma a toxina mais lentamente. Em mar- rs, lppmda toxina na dieta j produz sinais clnicos.

    Bovinos e ovinos so menos sensveis e, em geral, no h problemas reprodutivosvisveis. H excreo pelo leite de menos de 1% da dose ingerida. Aves so bas-tante resistentes.

    Sinais Clnicos

    So sinais de hiperestrogenismo, mais evidentes em marrs. H edema de vulva eglndula mamria, com atrofia de ovrio. Pode haver prolapso de vagina e nus,resultando em perdas por infeco secundria. Tambm pode ser observada reduona taxa de concepo acompanhada de repetio de cio, nascimento de leitesfracos e natimortos e, muitas vezes, surtos da sndrome dos membros abertos. Emcachaos jovens pode haver atrofia testicular, edema de prepcio e diminuio dalibido.

    Diagnstico e Preveno

    Deteco da toxina em alimentos por ELISA ou cromatografia confirma a suspeita.A preveno por secagem e controle da umidade dos gros, que no deveultrapassar 16%.

    Tricotecenos

    So um grupo grande de micotoxinas produzidas por vrias espcies de Fusarium epor outros gneros de fungos (.Myrothecium, Stachibitrys, Trichodermae Cepha-losporium).As mais importantes so o grupo A (T-2 e DAS) e B (vomitotoxina,DON e nivalenol, NIV). A T-2 mais conhecida, mas as outras trs citadas somais frequentes. Tm vrios rgos-alvo, causando leses e alteraes de carac-tersticas muito variadas, sendo as principais imunossupresso, neurotoxicidade ediminuio da absoro de nutrientes. O mecanismo de toxicidade dos tricotecenos a inibio da sntese de protenas, assim como da sntese de DNA e RNA.

    Causam efeitos gerais de intoxicao com sintomatologia variada. Anorexia,nusea e vmitos (mais frequentes em intoxicao por DON em sunos); infla-mao e necrose epitelial (interferncia em mastcitos), hemorragia e queda dehematopoiese e alteraes nervosas costumam estar presentes.

    J foram utilizados como arma qumica (chuva amarela). Naturalmente soproduzidas em cereais que ficam sem colheita a campo, expostas a baixas tem-peraturas (0 a 15C). A preveno fundamenta-se nesse conceito, evitando-secolheita tardia.

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    No h tratamento especfico. A teraputica deve ser sintomtica e de suporte,se for clnica e economicamente vivel. O alimento de que se suspeita deve serretirado imediatamente.

    parmetros mximos de ingesto diria tolervel para humanos variam no mundo

    entre 0,7 e 12ng/pessoa/dia. No Brasil, a concentrao de AFMi em pesquisas variade 30 a 2.920ng/L de leite. A tolerncia estabelecida pelo Ministrio da Sade de500ng/L.

    Patogenia e Sinais Clnicos

    A quantidade ingerida e o tempo de exposio so determinantes para a gravidade eo tempo de evoluo do processo. O fgado o principal rgo envolvido. Oshepatcitos sofrem de infiltrao lipdica at morte celular, por interao da mi-cotoxina ou de seus metablitos com as protenas celulares. Com a perda dasfunes hepticas instalam-se coagulopatias, ictercia e hipoproteinemia. Os sinaisclnicos so inespecficos: anorexia, depresso e hematoemese, podendo haverconvulses em ces.

    A hepatite crnica mais comum, pelo consumo frequente de baixas doses dastoxinas em alimentos. H alterao do metabolismo celular. Os sinais clnicos sosutis e h evoluo lenta do processo. Reduo de ganho de peso e produtividadeso os primeiros sinais detectveis, evoluindo para ictercia, anorexia e depresso.Ces evoluem com distrbios gastrintestinais, ascite e distrbios hemorrgicos. Halterao nos valores das enzimas hepticas (gamaglutamiltrans- ferase [GGT], FA,AST, ALT e sorbitol desidrogenase), que servem como auxlio no diagnstico.

    A carcinognese das aflatoxinas bem descrita. possvel que sua baixa inci-dncia em animais de criao decorra do curto perodo de vida dessas espcies. AAFBi teratognica, causa alteraes no desenvolvimento e diferenciao fetal porinibio da sntese proteica.

    Doses baixas de AFBi, incapazes de induzir alteraes clnicas, produzem de-ficincia no sistema complemento, queda da atividade de linfocinas, atraso naproduo de interferon, diminuio do ndice mittico de linfcitos B com supressode resposta, diminuio de fagocitose e da mielopoiese.

    Diagnstico

    A suspeita baseia-se nos sinais clnicos. Histrico de fornecimento de rao di-ferente, s vezes com caractersticas organolpticas alteradas ou com falhas dearmazenamento, pode ser til. As leses antomo-histopatolgicas reforam asuspeita. A confirmao depende da identificao da aflatoxina no alimento suspeitoou em tecidos. A anlise qualitativa e quantitativa correta depende da amostragem eacondicionamento das amostras. Os mtodos laboratoriais incluem cromatografias

    diversas, ensaio imunoabsorvente ligado enzima (ELISA) e fiuorometria.

    TratamentoEvitar o desenvolvimento do fungo no alimento a principal medida, uma vez queaps sua produo as aflatoxinas dificilmente podero ser destrudas. O controle deinsetos em gros e cereais dificulta a invaso fngica nesses produtos. Acido

    propinico tambm utilizado com tal propsito. Teor de umidade inferior a 15% fundamental durante a conservao dos alimentos. H pesquisas com compostosderivados de plantas (bifiavonoides) que se mostraram capazes de impedir a

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    produo das aflatoxinas em alimentos.

    Pesquisa recente em amostras de raes no revelou aflatoxinas, o que pode seratribudo s boas condies de manejo alimentar e de armazenamento das raesnas propriedades estudadas. O perodo de estocagem dessas raes nas propriedadesvariou de 8a 15 dias. Os depsitos de armazenamento apresentavam bom estado deconservao e aerao e no se evidenciou a presena de roedores.

    Vrios mtodos de descontaminao esto em estudo. O emprego de solventes(etanol, acetona:gua, isopropanol, entre outros) em sementes de algodo e amen-doim; uso de adsorventes (bentonita e aliminossilicatos) em solues aquosas etemperaturas entre 237 e 306C so alguns exemplos. A descontaminao no podealterar as caractersticas nutritivas e organolpticas dos alimentos nem gerarresduos txicos.

    Em aves, o uso de adsorventes na rao um mtodo frequente de tentativa decontrole dos efeitos txicos das aflatoxinas. Os adsorventes se aderem aflatoxina eimpedem sua absoro pelo trato gastrintestinal. Experimentalmente, a clinopti-lolita e a montmorilonita sdica (bentonita sdica) em concentraes entre 0,3 e0,5% da dieta so utilizadas para este fim com sucesso, mas as argilas podeminterferir com os nutrientes da dieta.

    Fumonisinas

    So produzidas por Fusarium verticilloides (moniliforme). O principal alimentoenvolvido costuma ser o milho, embora tambm ocorram em forrageiras; no Brasil

    j foram descritas em amostras de sorgo. A temperatura tima de multiplicao (5 a

    40C) e de produo de toxina (13 a 28C) entre 20 e 25C. Nem todas aslinhagens do fungo produzem fumonisina, portanto, a deteco do fungo nogarante a presena da micotoxina.

    J foram descritos 28 tipos de fumonisinas; os trs mais comuns so FBi, FB 2 eFB3. Todos resistem fervura por 30min. As fumonisinas so estruturalmentesimilares aos esfingolipdeos. O mecanismo de toxicidade consiste na inibio daceramida sintetase, enzima responsvel pela sntese de esfingolipdeos. Essainibio acarreta aumento da concentrao de esfinganina e esfingosina no soro dosanimais expostos micotoxina. A FB 1 tida como causa da sndrome neu- rotxicaem equinos conhecida como leucoencefalomalcia. Tambm causa de edema

    pulmonar em sunos e carcinognese heptica em ratos. H indcios de

    carcinognese em humanos, associada ao consumo de gros mofados.

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    Toxinas Bacterianas e Fngicas 209

    Evitar o desenvolvimento do fungo no alimento a principal medida, uma vez que

    aps sua produo as aflatoxinas dificilmente podero ser destrudas. O controle deinsetos em gros e cereais dificulta a invaso fngica nesses produtos. Acidopropinico tambm utilizado com tal propsito. Teor de umidade inferior a 15% fundamental durante a conservao dos alimentos. H pesquisas com compostosderivados de plantas (biflavonoides) que se mostraram capazes de impedir a

    produo das aflatoxinas em alimentos.Pesquisa recente em amostras de raes no revelou aflatoxinas, o que pode ser

    atribudo s boas condies de manejo alimentar e de armazenamento das raesnas propriedades estudadas. O perodo de estocagem dessas raes nas propriedadesvariou de 8a 15 dias. Os depsitos de armazenamento apresentavam bom estado deconservao e aerao e no se evidenciou a presena de roedores.

    Vrios mtodos de descontaminao esto em estudo. O emprego de solventes(etanol, acetona: gua, isopropanol, entre outros) em sementes de algodo e amen-doim; uso de adsorventes (bentonita e aliminossilicatos) em solues aquosas etemperaturas entre 237 e 306C so alguns exemplos. A descontaminao no podealterar as caractersticas nutritivas e organolpticas dos alimentos nem gerarresduos txicos.

    Em aves, o uso de adsorventes na rao um mtodo frequente de tentativa decontrole dos efeitos txicos das aflatoxinas. Os adsorventes se aderem aflatoxina eimpedem sua absoro pelo trato gastrintestinal. Experimentalmente, a clinopti-lolita e a montmorilonita sdica (bentonita sdica) em concentraes entre 0,3 e0,5% da dieta so utilizadas para este fim com sucesso, mas as argilas podeminterferir com os nutrientes da dieta.

    Fumonisinas

    So produzidas por Fusarium verticilloides (moniliforme). O principal alimentoenvolvido costuma ser o milho, embora tambm ocorram em forrageiras; no Brasil

    j foram descritas em amostras de sorgo. A temperatura tima de multiplicao (5 a40C) e de produo de toxina (13 a 28C) entre 20 e 25C. Nem todas aslinhagens do fungo produzem fumonisina, portanto, a deteco do fungo nogarante a presena da micotoxina.

    J foram descritos 28 tipos de fumonisinas; os trs mais comuns so FBi, FB 2 eFB3. Todos resistem fervura por 30min. As fumonisinas so estruturalmente

    similares aos esfingolipdeos. O mecanismo de toxicidade consiste na inibio daceramida sintetase, enzima responsvel pela sntese de esfingolipdeos. Essainibio acarreta aumento da concentrao de esfinganina e esfingosina no soro dosanimais expostos micotoxina. A FB 1 tida como causa da sndrome neu- rotxicaem equinos conhecida como leucoencefalomalcia. Tambm causa de edema

    pulmonar em sunos e carcinognese heptica em ratos. H indcios decarcinognese em humanos, associada ao consumo de gros mofados.A FB1 associada a baixo desempenho, aumento do peso e hepatite txica emaves domsticas. Em frangos de corte ali contendo 100 a 400mg/kg de FB!

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    210 Toxinas Bacterianas e Fngicas

    foram observados diarreia, sumo de alimentos e do ganho de peso, aumento do

    peso do heptica e hiperplasia hepatocelular. Estudo recente indicou quepartirde 50mg/kg para codornas de postura.

    Leucoencefalomalcia Equina

    o efeito mais estudado das fumonisinas. O consumo de 8ppm provocar aintoxicao. O curso clnico costuma ser proporcional e pode haver variaoindividual. A principal alterao o edema malcia da substncia brancacerebral. Os sinais clnicos so ataxia, cegueira e morte, que podem serobservadas horas a dias aps o alimento contaminado. O diagnstico corretonormalmente possvel mdio de 72h, com base nas alteraes patolgicas e nadeteco rao. O diferencial entre outras enfermidades, inclusive raiva, i

    Edema Pulmonar Suno

    As fumonisinas tm grande importncia toxicolgica para os su clnicos daintoxicao aguda so representados pela sndrome do nar, com dispneia ecianose, podendo levar os sunos a bito, intoxicao crnica podem causargrandes perdas de produtividade, facilmente confundidos com os de outrasenfermidades e deficincias Os rgos mais atingidos so pulmes, fgado ecorao. H tamb:' considerveis na capacidade produtora de muco e namorfologia dos

    Diagnstico

    Baseia-se na demonstrao da micotoxina no alimento suspeito, pcr ou ELISA.

    A identificao da presena e da quantidade do fungo com a presena ouquantidade da fumonisina.

    Preveno

    A nica medida eficaz evitar a contaminao do alimento, co teores deumidade dos gros, especialmente do milho. No h mtr Jtaminao eficazes.

    Zearalenona

    Tambm conhecida como toxina F-2, produzida pelo Fuscirium nearum),F. tricinctum, F. gibbosum e F. oxysporum. A tem produo entre 20 e25C, podendo ocorrer em temperaturas e 14C. A umidade do substrato tem

    de estar acima de 23% (4" gros mais acometidos so milho, cevada, sorgo eaveia. Sila_A FB 1 associada a baixo desempenho, aumento do peso relativo de vsceras ehepatite txica em aves domsticas. Em frangos de corte alimentados com raocontendo 100 a 400mg/kg de FBi foram observados diarreia, diminuio do con-sumo de alimentos e do ganho de peso, aumento do peso do fgado, necroseheptica e hiperplasia hepatocelular. Estudo recente indicou que a FBi txica a

    partir de 50mg/kg para codornas de postura.

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    21D Toxinas Bacterianas e Fngicas

    Leucoencefalomalcia Equina

    o efeito mais estudado das fumonisinas. O consumo de 8ppm suficiente paraprovocar a intoxicao. O curso clnico costuma ser proporcional dose ingerida epode haver variao individual. A principal alterao o edema cerebral e amalcia da substncia branca cerebral. Os sinais clnicos so ataxia, convulses,cegueira e morte, que podem ser observadas horas a dias aps o consumo dealimento contaminado. O diagnstico correto normalmente possvel em perodomdio de 72h, com base nas alteraes patolgicas e na deteco da toxina narao. O diferencial entre outras enfermidades, inclusive raiva, importante.

    Edema Pulmonar Suno

    As fumonisinas tm grande importncia toxicolgica para os sunos. Os sinais

    clnicos da intoxicao aguda so representados pela sndrome do edema pulmonar,com dispneia e cianose, podendo levar os sunos a bito. Os sinais da intoxicaocrnica podem causar grandes perdas de produtividade, alm de serem facilmenteconfundidos com os de outras enfermidades e deficincias nutricionais. Os rgosmais atingidos so pulmes, fgado e corao. H tambm alteraes considerveisna capacidade produtora de muco e na morfologia dos intestinos.

    Diagnstico

    Baseia-se na demonstrao da micotoxina no alimento suspeito, por cromatografiaou ELISA. A identificao da presena e da quantidade do fungo no tem relaocom a presena ou quantidade da fumonisina.

    Preveno

    A nica medida eficaz evitar a contaminao do alimento, controlando-se osteores de umidade dos gros, especialmente do milho. No h mtodos de descon-taminao eficazes.

    Zearalenona

    Tambm conhecida como toxina F-2, produzida peloFusarium roseum(granii-nearum), F. tricinctum, F. gibbosumeF. oxysporum.A temper; produo entre20 e 25C, podendo ocorrer em temperaturas amenas, e 14C. A umidade do

    substrato tem de estar acima de 23% (45% tima). Os gros mais acometidos somilho, cevada, sorgo e aveia. Silagens de milho eA FBI associada a baixo desempenho, aumento do peso relativo de vsceras e

    hepatite txica em aves domsticas. Em frangos de corte alimentados com raocontendo 100 a 400mg/kg de FBi foram observados diarreia, diminuio do con-sumo de alimentos e do ganho de peso, aumento do peso do fgado, necroseheptica e hiperplasia hepatocelular. Estudo recente indicou que a FB t txica a

    partir de 50mg/kg para codornas de postura.

    Leucoencefalomalcia Equina

    o efeito mais estudado das fumonisinas. O consumo de 8ppm suficiente para

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    provocar a intoxicao. O curso clnico costuma ser proporcional dose ingerida e

    pode haver variao individual. A principal alterao o edema cerebral e amalcia da substncia branca cerebral. Os sinais clnicos so ataxia, convulses,cegueira e morte, que podem ser observadas horas a dias aps o consumo dealimento contaminado. O diagnstico correto normalmente possvel em perodomdio de 72h, com base nas alteraes patolgicas e na deteco da toxina narao. O diferencial entre outras enfermidades, inclusive raiva, importante.

    Edema Pulmonar Suno

    As fumonisinas tm grande importncia toxicolgica para os sunos. Os sinaisclnicos da intoxicao aguda so representados pela sndrome do edema pulmonar,com dispneia e cianose, podendo levar os sunos a bito. Os sinais da intoxicao

    crnica podem causar grandes perdas de produtividade, alm de serem facilmenteconfundidos com os de outras enfermidades e deficincias nutricionais. Os rgosmais atingidos so pulmes, fgado e corao. H tambm alteraes considerveisna capacidade produtora de muco e na morfologia dos intestinos.

    Diagnstico

    Baseia-se na demonstrao da micotoxina no alimento suspeito, por cromatografiaou ELISA. A identificao da presena e da quantidade do fungo no tem relaocom a presena ou quantidade da fumonisina.

    Preveno

    A nica medida eficaz evitar a contaminao do alimento, controlando-se os

    teores de umidade dos gros, especialmente do milho. No h mtodos de descon-taminao eficazes.

    Zearalen ona

    Tambm conhecida como toxina F-2, produzida peloFusarium roseum (graim-nearum), F. tricinctum, F. gibbosumeF. oxysporum.A temperatura tima

    produo entre 20 e 25C, podendo ocorrer em temperaturas amenas, entre 1. e14C. A umidade do substrato tem de estar acima de 23% (45% tima), grosmais acometidos so milho, cevada, sorgo e aveia. Silagens de milhorao tambm apresentam contaminao frequente. A zearalenona bastante

    estvel e resiste ao calor e peletizao.Tem efeito estrognico, lipossolvel e facilmente absorvida aps ingesto. Seumetabolismo diferente nas diferentes espcies animais. Os sunos so a espciemais sensvel, porque biotransforma a toxina mais lentamente. Em mar- rs, lppmda toxina na dieta j produz sinais clnicos.

    Bovinos e ovinos so menos sensveis e, em geral, no h problemas reprodutivosvisveis. H excreo pelo leite de menos de 1% da dose ingerida. Aves so bas-tante resistentes.

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    Toxinas Bacterianas e Fngicas 211

    Sinais Clnicos

    So sinais de hiperestrogenismo, mais evidentes em marrs. H edema de vulva eglndula mamria, com atrofia de ovrio. Pode haver prolapso de vagina e nus,resultando em perdas por infeco secundria. Tambm pode ser observada reduona taxa de concepo acompanhada de repetio de cio, nascimento de leitesfracos e natimortos e, muitas vezes, surtos da sndrome dos membros abertos. Emcachaos jovens pode haver atrofia testicular, edema de prepcio e diminuio dalibido.

    Diagnstico e Preveno

    Deteco da toxina em alimentos por ELISA ou cromatografia confirma a suspeita.

    A preveno por secagem e controle da umidade dos gros, que no deveultrapassar 16%.

    Tricotecenos

    So um grupo grande de micotoxinas produzidas por vrias espcies de Fusarium epor outros gneros de fungos (.Myrothecium, Stachibitrys, Trichoderma e Cepha-losporium).As mais importantes so o grupo A (T-2 e DAS) e B (vomitotoxina,DON e nivalenol, NIV). A T-2 mais conhecida, mas as outras trs citadas somais frequentes. Tm vrios rgos-alvo, causando leses e alteraes de carac-tersticas muito variadas, sendo as principais imunossupresso, neurotoxicidade ediminuio da absoro de nutrientes. O mecanismo de toxicidade dos tricotecenos a inibio da sntese de protenas, assim como da sntese de DNA e RNA.

    Causam efeitos gerais de intoxicao com sintomatologia variada. Anorexia,nusea e vmitos (mais frequentes em intoxicao por DON em sunos); inflamaoe necrose epitelial (interferncia em mastcitos), hemorragia e queda dehematopoiese e alteraes nervosas costumam estar presentes.

    J foram utilizados como arma qumica (chuva amarela). Naturalmente soproduzidas em cereais que ficam sem colheita a campo, expostas a baixas tem-peraturas (0 a 15C). A preveno fundamenta-se nesse conceito, evitando-secolheita tardia.

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    212 Toxinas Bacterianas e Fngicas

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    10 Toxinas Bacterianas e Fngicas

    Ergotamina e Ergometrina

    O ergotismo causado pela ingesto dos esclercios do fungo Clciviceps purpereajunto com os alimentos. Eles contm substncias chamadas de alcalides de ergot,em variedade e quantidade diferentes. Os mais importantes so a ergotamina e aergometrina (ergonovina).

    A ao preponderante a vasoconstrio da musculatura arteriolar, com reduodo fluxo sanguneo, podendo acarretar necrose de extremidades. Em mamferos,

    pode haver inibio da prolactina, falha no desenvolvimento mamrio ao final dagestao e agalactia, levando os neonatos a bito.

    A maioria das espcies animais suscetvel. Bovinos e ovinos apresentam quadroinicial de claudicao com edema inicial em regio do boleto. Em geral, o quadroafeta os membros posteriores, mas se a quantidade ingerida for grande, todos os

    membros apresentaro alterao. Pode haver necrose de ponta da cauda e dasorelhas. Fmeas prenhes podem abortar. Em sunos h apenas reduo do ganho de

    peso e morte de leites por inanio.O diagnstico pela deteco dos esclercios em gros, feno ou pastagem e de

    sinais clnicos compatveis. A substituio imediata da alimentao fundamentalpara o controle do processo. O manejo do pasto para que o fungo no se desenvolvatambm til.

    Ocratoxina

    So conhecidos nove tipos de ocratoxinas, mas apenas a ocratoxina A (OTA) ocorre

    em condies naturais. O fungo comumente implicado na sua produo oAspergillus ochraceus (ou A. alutaceus), mas outras espcies de Aspergillus ePenicilliumtambm podem produzi-la. Os gros mais implicados so milho, cevadae trigo. H descries de contaminao em soja, caf e coco.

    A absoro se d por difuso passiva e quanto mais baixo o pH, maior a taxa deabsoro (herbvoros alimentados com concentrados, por exemplo). A OTA temefeitos txicos em vrios tecidos e sistemas (rins, fgado, sistema imunol- gico egestao) e ao nefrotxica, carcinognica e imunossupressora. Anim comintoxicao aguda costumam apresentar sinais de gastroenterite. Sinais s bagudosindicam leso renal, reduo de peso e produo.

    O diagnstico pela demonstrao da OTA em alimentos ou tecidos. Em uri eleite, deve ser pesquisada a OTAa, um metablito da toxina. A preveno base' sena inibio do crescimento do fungo nos alimentos.

    Citrina

    produzida pelos mesmos fungos e nos mesmos alimentos que podemocratoxina. Penicillium vindication o principal produtor. Tambm tem enefrotxico e hepatotxico, com os mesmos sinais clnicos da intoxicaoOTA, mas seu mecanismo de ao no est bem descrito. No h mtodos queconfirmem sua presena, o diagnstico clnico e por meio das alteraes an-

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    Toxinas Bacterianas e Fngicas 211

    tomo-histopatolgicas.

    Esporidesminas

    So metablitos do Phitomyces chartarum,que cresce em temperaturas mornas ealta umidade. Os animais se contaminam durante o pastejo, especialmente se o

    pasto for baixo. Esporidesminas causam colangite, acarretando obstruo biliar eictercia. Tambm h alterao na produo de filoeritrina, resultando em fotos

    sensibilizao.O correto manejo do pasto, fornecimento adequado de zinco e seleo gentica deanimais resistentes (ovinos) tm se mostrado eficientes para controle de sinaisclnicos.

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    Toxinas Fngicas

    As toxinas fngicas ou micotoxinas so um problema mundial por sua alta incidn-cia e nveis de ocorrncia nos alimentos para humanos e animais. So metablitosde diversos fungos que contaminam alimentos prontos ou gros durante plantao,colheita e armazenamento. As condies de colonizao dos substratos por fungosmicotoxignicos, bem como sua posterior contaminao com micotoxinas tm papelfundamental em estratgias de vigilncia e controle de alimentos. H estimativas deque um quarto do alimento produzido no mundo esteja contaminado commicotoxinas.

    Entre os principais fungos micotoxignicos esto os gneros Aspergillus spp.,Penicillium spp. e Fusarium spp. Dentro das famlias mais importantes demicotoxinas se encontram aflatoxinas, tricoticenos, ocratoxina A, fumonisinas e

    zearalenona.Condies favorveis proliferao de fungos em alimentos, plantaes e gros

    so alta temperatura, excesso de umidade, presena de insetos e mtodos ina-dequados de plantio e colheita. A quantidade e o tipo de micro-organismos nosubstrato, sua composio e a linhagem dos fungos tambm so importantes.

    O diagnstico dificultado por muitos fatores: variao na biologia dos fungos,que resulta em produo espordica dos metablitos; ocorrncia regional e sazonal;ausncia de sinais clnicos especficos, especialmente em animais de produo;distribuio irregular nos alimentos, o que gera erros de amostragem;desconhecimento tcnico dos efeitos biolgicos de muitas delas e das interaescom outras substncias presentes nos alimentos.

    No h tratamento especfico. A recomendao geral substituio dos alimentoscontaminados por dieta isenta e tratamento sintomtico e de suporte.

    Aflatoxinas

    So os metablitos produzidos por Aspergillus flavus, contaminantes comuns degros como amendoim, milho, sorgo, aveia, arroz e trigo. Rao pronta pode serfacilmente contaminada. Aflatoxinas em produtos destinados alimentao animaloriundos de vrias regies do Brasil j foram relatadas em percentuais decontaminao variveis de 13 a 33%. Levantamento realizado pela UniversidadeFederal de Santa Maria entre 1987 e 2004 mostrou 35% dos alimentos pesquisadoscontaminados. A temperatura tima entre 25 e 30C, variando de 13 a 42C.Outras espcies de Aspergillus(A.parasiticus, A. nomius)j foram descritas como

    produtoras de aflatoxinas.J foram identificadas 23 aflatoxinas (AF), a maior parte resultado do metabo-

    lismo fngico. As mais comuns em alimentos so AFB1? AFB2, AFGi e AFG2.Aflatoxicol, AFB2a, AFMi, AFMo, AFP] e AFQi so produtos de metabolizaoheptica. As molculas tm baixo peso molecular e so pouco solveis em gua.

    Aflatoxinas so mutagnicas, carcinognicas e teratognicas para seres humanos ediversas espcies animais. So hepatocarcingenos naturais poderosos. Exercemantagonismo ao metabolismo de vitaminas, protenas e aminocidos, lipdeos ecarboidratos. Agem sobre coenzimas no fgado e alteram a estrutura do DNA

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    Toxinas Bacterianas e Fngicas 207

    celular.A suscetibilidade dos animais sua ao varia de acordo com espcie, idade, sexo

    e estado nutricional. O tempo de exposio e a quantidade de toxina ingerida sofatores determinantes. Animais mais jovens e espcies que metabolizam maioresquantidades de aflatoxicol so mais sensveis. Ingeridas, so rapidamenteabsorvidas pelo trato gastrintestinal e distribudas por todo o organismo animal. Asmaiores concentraes so encontradas no fgado. A biotransforma- o da AFB1em aflatoxicol reversvel, portanto funciona como um estoque de aflatoxina.

    Em geral, aves so mais suscetveis que mamferos. A toxicidade em aves caracterizada pela diminuio srica de protena total, albumina, colesterol, glicose,cido rico, fsforo inorgnico e clcio e pelo aumento da aspartatoaminotransferase (AST) e da alanina aminotransferase (ALT). Em sunos, aflato-xicose subclnica responsvel por baixo desempenho produtivo e pelaimunossupresso que favorece o aparecimentode doenas oportunistas, causandogrande prejuzo.

    Peixes alimentados com dietas contendo 80ppb kg -1de aflatoxina sofrem doenatxica aguda, necrose heptica, edema branquial e hemorragia celular. Estudorecente descreve prejuzo no crescimento, alteraes em fgado e depsito residualem carcaa de peixes alimentados com diferentes concentraes de aflatoxinas.

    As vias de eliminao so biliar e urinria. A AFM] tambm pode ser excretadapelo leite. Vacas em lactao podem excretar entre 0,3 e 6,2% da AFBi ingerida sobesta forma, frequentemente sem apresentar alteraes clnicas. H correlao diretaentre as concentraes de AFB 1na rao e AFM] no leite. Os

    parmetros mximos de ingesto diria tolervel para humanos variam no mundoentre 0,7 e 12ng/pessoa/dia. No Brasil, a concentrao de AFMi em pesquisas variade 30 a 2.920ng/L de leite. A tolerncia estabelecida pelo Ministrio da Sade de500ng/L.

    Patogenia e Sinais Clnicos

    A quantidade ingerida e o tempo de exposio so determinantes para a gravidade eo tempo de evoluo do processo. O fgado o principal rgo envolvido. Oshepatcitos sofrem de infiltrao lipdica at morte celular, por interao da mi-cotoxina ou de seus metablitos com as protenas celulares. Com a perda dasfunes hepticas instalam-se coagulopatias, ictercia e hipoproteinemia. Os sinais

    clnicos so inespecficos: anorexia, depresso e hematoemese, podendo haverconvulses em ces.A hepatite crnica mais comum, pelo consumo frequente de baixas doses das

    toxinas em alimentos. H alterao do metabolismo celular. Os sinais clnicos sosutis e h evoluo lenta do processo. Reduo de ganho de peso e produtividadeso os primeiros sinais detectveis, evoluindo para ictercia, anorexia e depresso.Ces evoluem com distrbios gastrintestinais, ascite e distrbios hemorrgicos. Halterao nos valores das enzimas hepticas (gamaglutamiltrans- ferase [GGT], FA,AST, ALT e sorbitol desidrogenase), que servem como auxlio no diagnstico.

    A carcinognese das aflatoxinas bem descrita. possvel que sua baixa inci-dncia em animais de criao decorra do curto perodo de vida dessas espcies. A

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    208 Toxinas Bacterianas e Fngicas

    No h tratamento especfico. A teraputica deve ser sintomtica e de suporte,se for clnica e economicamente vivel. O alimento de que se suspeita deve serretirado imediatamente.

    AFBi teratognica, causa alteraes no desenvolvimento e diferenciao fetal porinibio da sntese proteica.

    Doses baixas de AFB!, incapazes de induzir alteraes clnicas, produzem de-ficincia no sistema complemento, queda da atividade de linfocinas, atraso na

    produo de interferon, diminuio do ndice mittico de linfcitos B com su-presso de resposta, diminuio de fagocitose e da mielopoiese.

    Diagnstico

    A suspeita baseia-se nos sinais clnicos. Histrico de fornecimento de rao di-ferente, s vezes com caractersticas organolpticas alteradas ou com falhas dearmazenamento, pode ser til. As leses antomo-histopatolgicas reforam a

    suspeita. A confirmao depende da identificao da aflatoxina no alimento sus-peito ou em tecidos. A anlise qualitativa e quantitativa correta depende daamostragem e acondicionamento das amostras. Os mtodos laboratoriais incluemcromatografias diversas, ensaio imunoabsorvente ligado enzima (ELISA) efluorometria.

    Tratamento