marketing em Áreas naturais o parque das dunas em foco
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Livro do autor Flavio MaiaTRANSCRIPT
MARKETING EM ÁREAS NATURAIS
O PARQUE DAS DUNAS EM FOCO
FLAVIO MAIA
MARKETING EM ÁREAS NATURAIS: O PARQUE DAS DUNAS EM FOCO
Flavio Maia
MARKETING EM ÁREAS NATURAIS: O PARQUE DAS DUNAS EM FOCO
© Flavio Maia
Ficha Técnica
Colaboração
Adriana de Araújo
Jonatas Cosme
Mayane Lopes
Programação visual e arte de capa
Tamires Batista
Todos os direitos desta edição reservados à Editora Equilíbrio Ltda. Rua Câmara Cascudo 15 - 59000-000 –
Natal, RN. Fone:.(84) 3232-4545 End. Eletrônico: editoraequilí[email protected] *Página na Internet:
www.editoraequilibrio.com.br
Maia, Flávio
Marketing em áreas naturais: O parque das dunas em
foco / Flávio Maia. – Natal: Editora
Equilíbrio, 2009.
51p.
ISBN 978-85-203-4277-0
1. Marketing em áreas Naturais. I. Título
1. Ciência da Informação. 2. Administração.
I. Título.
UNIPÊ / BC CDU - 658:004
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 7
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9
2 TURISMO E SUAS INTERFACES ................................................................. 12
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O TURISMO .................................... 12
2.2 HISTORICO E CONCEITOS DE MEIO AMBIENTE .................................... 14
2.3 A UNIÃO ENTRE TURISMO E MEIO AMBIENTE ...................................... 16
2.4 ECOTURISMO..............................................................................................17
3 MARKETING TURISTICO EM ÁREAS NATURAIS ........................................ 21
4 PARQUES: UMA VISÃO SOBRE O PARQUE ESTADUAL DUNAS DO NATAL..26
4.1 HISTÓRICO DO PARQUE DAS DUNAS .................................................... 28
4.2 LOCALIZAÇÃO E LIMITES ........................................................................ 30
4.3 IMPORTÂNCIA DO PARQUE ..................................................................... 31
4.4 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO.................................................................. 32
4.5 ESTRUTURA FÍSICA ................................................................................. 33
4.6 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................ 35
4.7 A REALIDADE DO MARKETING DO PARQUE ESTADUAL DUNAS DO
NATAL. UMA VISÃO DO VISITANTE ................................................................ 36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 47
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 49
7
APRESENTAÇÃO
A Editora Equilíbrio vem gradativamente conquistando espaço no mercado editorial
brasileiro, especializando-se em publicar obras de autores, a princípio, desconhecidos do
público, mas que tem detém bastante e importantes conhecimentos a serem compartilhados e
expostos.
Esta obra de autoria do Turismólogo Flavio Henrique Ribeiro Maia é uma excelente fonte
de pesquisa sobre um dos mais interessante e tradicional ponto turístico e de lazer de Natal, o
Parque das Dunas. O livro trata de um assunto pouco explorado em obras literárias, e que o
autor considera de suma importância para auxiliar no desenvolvimento da economia de uma
determinada região ou localidade, o marketing em áreas naturais, com enfoque no potencial
turístico do Parque das Dunas.
8
9
1 INTRODUÇÃO
O Turismo é uma atividade socioeconômica que vem ganhando espaço e desenvolvendo-
se, sendo ela uma das atividades que mais crescem nas últimas décadas. A necessidade de
lazer aparece oriunda de uma transformação de décadas marcadas por fatos como, a
Revolução industrial e Segunda guerra mundial, gerando com isso uma busca pela realização
através do lazer. Foi diante deste contexto e mediante as transformações econômicas e
sociais que surge a classe média, munida de tempo livre e poder aquisitivo, disposta a realizar
suas necessidades através de atividades turísticas.
Inúmeros estudiosos despertaram um novo olhar para este fenômeno que cresce
constantemente, abrangendo uma diversificada cadeia, que interliga vários setores, dentre
eles, econômicos, sociais, ambientais e culturais. Sendo estes manifestados através dos
produtos e serviços turísticos.
Devido a constantes desastres ecológicos e tamanha mudança sofrida em nosso planeta
fizeram com que o ser humano buscasse um equilíbrio natural e a utilização dos recursos
naturais de forma sustentável. É nesse contexto que o homem mais uma vez tenta se integrar
ao meio ambiente em busca de qualidade de vida e aos poucos vai construindo uma
conscientização ecológica.
A atividade turística é uma das formas que pode ser utilizada como um elo, juntando
mais uma vez o homem ao meio ambiente, buscando assim integrar-se de forma consciente a
este meio.
Este obra visa mostrar a importância do turismo em áreas naturais, de forma consciente
e apresentar o quanto uma área de preservação ambiental pode se tornar um atrativo tanto
para visitante como para pessoas da própria localidade. É nesse contexto que o Parque das
Dunas do Natal é apresentado como objeto de estudo, visando apresentar a necessidade de
uma estratégia de marketing para apresentar este produto de forma consciente. Pois, a
utilização de forma consciente vem gerar vários benefícios para a comunidade. A conservação
permite o uso sustentável do meio e assume um significado de salvar a natureza. Lembrando
que o Turismo utilizando-se do marketing junto a um planejamento no intuito de preservar
pode vir a usufruir das áreas naturais sem comprometê-las e assim amenizar os possíveis
impactos que venham a ser gerados.
10
Seguindo os conceitos de sustentabilidade, a atividade turística poderá ser um grande
aliado para fazer com que costumes locais de uma região sejam preservados, garantindo a
conservação das áreas naturais, objetos históricos e outros. Sendo assim, turismo, meio
ambiente e educação ambiental são elemento entrelaçados que indiscutivelmente sem essa
junção a atividade turística não poderá se desenvolver de forma correta.
O mercado precisa despertar os consumidores para discernir a importância de preservar
o meio ambiente parar as futuras gerações, através de produtos sustentáveis. O homem junto
ao meio ambiente pode utilizar-se do marketing, “marketing do esclarecimento”, capaz de
educar o consumidor, de tal forma que estes muitas vezes formadores de opiniões, venham
cada vez mais agregar valor a questão ambiental.
O segmento do turismo de meio ambiente muitas vezes é mal aproveitado, mesmo
sendo rico em atrativos naturais a questão da sua venda e promoção não são trabalhadas de
forma correta, o que é possível adotando ferramentas conjuntas como o marketing e o
planejamento.
O Parque das Dunas do Natal é um espaço propicio para atividades voltadas a
contemplação do meio ambiente como também leva um propósito significativo, educar seus
visitantes e frequentadores contribuindo assim para preservação da natureza. A problemática
partiu da curiosidade de conhecer a forma como as reservas ambientais trabalham seu o
marketing e como os visitantes são sensibilizados. Em especial o Parque Estadual Dunas do
Natal, localizado na capital do Estado do Rio Grande do Norte. Porém o trabalho visa contribuir
de forma a agregar valor nas pesquisas sobre marketing em áreas naturais.
Analisou-se a maneira como o Parque das Dunas utiliza da ferramenta de marketing para
divulgar-se como atrativo natural e também como unidade de conservção, o qual tem um
grande papel de conscientizar crianças, jovens e adultos que por lá passam em busca de
conhecimento, lazer e qualidade de vida. É nesse intuito que buscaremos descobrir as devidas
falhas no processo do marketing do local, para assim contribuir para encontrar uma melhoria,
dando condições de promover a atividade turística e o planejamento sustentável de forma
mais benefica em aréas naturais como o Parque.
11
Dentre os objetivos especificos estão:
Apresentar como é trabalhada a questão do marketing no Parque das Dunas.
Visualizar a forma como o parque é vendido para os visitantes e usuários, e
ainda mostrar que tipo de mídia é utilizado para sensibilizar seus frequentadores.
Conhecer o perfil do usuário, como também saber se o uso do parque faz
com que seus usuários são tocados pela questão ambiental que predomina no local.
O tipo da pesquisa realizado neste trabalho foi no primeiro momento de caráter
bibliográfico, que abrangeu um grau de amplitude maior que sobre o assunto abordado,
proporcionando assim uma maior interação teórico-conceitual e possibilitando o levantamento
de fatos históricos. No segundo momento, parte da pesquisa foi realizada através de uma
série de entrevistas, onde formulários foram aplicados aos visitantes e usuários do Parque das
Dunas, tendo como objetivo identificar o tipo de usuário, como também a influência do
marketing e ações utilizadas pelo parque para atingir esse público.
O público-alvo da pesquisa é formado pelos visitantes e usuários, do Parque das Dunas.
As técnicas utilizadas para compor este trabalho foram a construção e aplicação de
coleta de dados direcionados para frequentadores e visitantes, confecção de material
fotográfico, pesquisa bibliográfica realizada em livros específicos na área, como também
pesquisa em materiais disponíveis na biblioteca do parque. Dentre eles, plano de manejo e
dados de monografias lá existentes. A pesquisa foi realizada no espaço de 25 dias. No
decorrente ano de 2008. Os entrevistados estão em um total de 30 pessoas, todos através de
questionários e a pesquisa foram realizados nos dias da semana.
12
2 O TURISMO E SUAS INTERFACES
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O TURISMO
O turismo como palavra surgiu no século XIX, mas como atividade, certas formas de
turismo existem desde as mais remotas civilizações. Conforme Sessa (1978, p. 34), “a
atividade turística além de ter superado duas grandes guerras mundiais, superou também a
crise econômica de 29 e a crise energética de 1973”.
De acordo com Andrade (1995, p. 67) revela:
O turismo é um fenômeno social que antecede as viagens que os
jovens aristocratas ingleses realizavam, acompanhados de seus
competentes e ilustrados preceptores, às principais cidades europeias
dos séculos XVII e XIX.
Em complemento Trigo (1995, p. 47) diz que:
O turismo organizado surgiu como consequência do
desenvolvimento tecnológico da Revolução Industrial e da formação de
parcelas de burguesia comercial e industrial com tempo, dinheiro e
disponibilidade para viajar, em meados do século XIX.
Outros autores afirmam que o turismo organizado e lucrativo surgiu em 1841, com o
inglês Thomas Cook, que era um missionário batista, que após ver pela primeira vez um trem,
resolveu organizar e anunciar publicamente uma viagem de um dia, cobrando pelos seus
serviços, conseguindo cerca de 570 pessoas.
Para a Organização Mundial de Turismo – OMT, adotado oficialmente pelo Brasil,
compreende a definição de turismo como sendo: “as atividades que as pessoas realizam
durante viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período
inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras”.
13
É sabido que a partir desses conceitos, o turismo vem se desenvolvendo como uma área
profissional que ocorreu de maneira relativamente rápida, que evidencia a importância e a
aceitação desse serviço.
Entre os incrementos básicos da nova profissão está o surgimento da figura do guia de
turismo, serviço de transportes, alojamento, alimentação e recreação. Com isso a
profissionalização do turismo levou à criação de escolas de hotelaria e de serviços.
Aliados às novas tecnologias na área de transportes surgiram os meios de comunicação
que, com a divulgação dos atrativos turísticos via televisão, por exemplo, fizeram com que o
turismo se expandisse rapidamente, principalmente, nos países ricos, cujos habitantes se
interessaram e começaram a viajar mais e preferencialmente por via aérea.
Outro elemento que contribuiu para este incremento foi à mídia, que proporcionou
imagens que permitiram aos turistas selecionar e avaliar os lugares potenciais para visita.
Além dos avanços tecnológicos, as classes menos favorecidas passaram também a se
interessar pelo turismo e demandaram outras modalidades, como o turismo desportivo e
campings.
Instituições especializadas, em resposta a esta demanda, se desenvolveram e passaram
a prestar estes serviços. Em decorrência da percepção da divisão entre duas classes
econômicas, teve início o que se chama atualmente de segmentação do mercado turístico.
A seguir será abordado o histórico e conceitos de meio ambiente abrangendo apenas os
componentes naturais, outras refletindo a concepção mais recente, que considera o meio
ambiente um sistema no qual interagem fatores de ordem física, biológica e sócia econômica.
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2.2 HISTÓRICO E CONCEITOS DE MEIO AMBIENTE
O conceito de meio ambiente para Poutrel e Wasserman, (1977, p. 24) é: “o conjunto,
em um dado momento, dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos fatores sociais
suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, imediato ou a termo, sobre os seres vivos e
as atividades humanas".
Já para a Constituição Brasileira (1988, p. 55): “É o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida
em todas as suas formas (Lei nº 6.938, de 31.08.81 Brasil)”.
Segundo Valenti (1984, p. 145):
A palavra meio ambiente provém do francês milieu ambiance,
inicialmente utilizado por geógrafos e naturalistas, onde milieu significa
o lugar onde está ou onde se movimenta um ser vivo, e ambiance
designa o que rodeia este ser. Ambas as palavras se complementam por
definição e etimologia: meio, do latim medium, refere-se ao lugar e ao
contexto onde se encontra ou se movimenta um ser vivo; e ambiente, do
latim ambire, determina a ideia, pois quer dizer algo periférico ao sujeito
considerado, envolvendo-o.
Conforme exposto, pode-se observar que o meio ambiente está ligado não somente à
conservação dos recursos naturais que o definem num sentido restrito, mas também aos
aspectos sociais, não comparáveis aos aspectos físicos e biológicos, que impõem um
tratamento diferenciado e ampliado da questão.
Em suma o meio ambiente é o espaço onde se desenvolvem as atividades humanas e a
vida dos animais e vegetais, ou seja, é o ar, o solo, a água, as plantas e os animais, e também
o homem.
15
Já a Constituição da República Federativa do Brasil (1988, p. 187) dispõe em seu artigo
228, que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo se ao Poder Público o dever de defendê-lo e à coletividade o de
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
A partir desse artigo da Constituição, deve-se atentar para a preocupação com o meio
ambiente, pois é dele que se tira o sustento de qualquer ser humano e que oferece as
condições essenciais para sobrevivência e evolução.
É sabido que a sociedade humana não se sustenta sem água potável, ar puro, solo fértil
e sem um clima ameno e que não há economia sem um ambiente estável, e muitas pessoas,
ainda não compreenderam isso.
Mas a partir do momento em que estas desenvolvem suas atividades socioeconômicas,
destroem de forma irracional as bases da sua própria sustentação. E não percebem que
dependem de uma base ecológica para a sua vida e a de seus descendentes. Vivem como se
fossem a última geração sobre a Terra.
16
2.3 A UNIÃO ENTRE TURISMO E MEIO AMBIENTE
O sentido maior do turismo é a prestação de serviços, bem como satisfazer o desejo das
pessoas de viajar e vivenciar novas experiências nos mais diferentes locais. É nesse sentido
que o grande desafio do turismólogo é a delicada e estreita relação entre turista, turismo e
meio ambiente. Para o turismólogo ficam, então, três funções: incentivar e trabalhar o turismo,
conquistar o turista e torná-lo pleno e satisfeito em todas as suas necessidades e direitos, e
ainda trabalhar o meio ambiente de forma a preservá-lo e recuperá-lo, onde o grande desafio é
tornar o turismo um aliado e não um grande vilão nessa luta crescente e desenfreada que é a
preservação urgente do nosso meio ambiente.
O desenvolvimento sustentável do turismo é inerente ao desenvolvimento turístico, visto
que o meio ambiente é nossa matéria-prima e que devemos defender a utilização racional da
natureza como forma de preservação.
Já para Faria e Carneiro (2001, p. 70), “A relação do turismo com o meio ambiente dá-se
principalmente por meio da paisagem, transformada em produto a ser consumido”.
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2.4 ECOTURISMO
Ao se falar em ecoturismo é importante inicialmente comentar sobre a segmentação,
esta é entendida como uma forma de organizar o turismo para fins de planejamento, gestão e
mercado. Os segmentos turísticos podem ser estabelecidos a partir dos elementos de
identidade da oferta e também das características e variáveis da demanda.
Segundo o Ministério do Turismo (1994, p. 231):
A partir da oferta, a segmentação define tipos de turismo cuja
identidade pode ser conferida pela existência, em um território, de:
Atividades, práticas e tradições (agropecuária, pesca,
esporte, manifestações culturais, manifestações de fé).
Aspectos e características (geográficas, históricas,
arquitetônicas, urbanísticas, sociais).
Determinados serviços e infraestrutura (de saúde, de
educação, de eventos, de hospedagem, de lazer).
Com enfoque na demanda, a segmentação é definida pela identificação de certos grupos
de consumidores caracterizados a partir das suas especificidades em relação a alguns fatores
que determinam suas decisões, preferências e motivações, isto é, a partir das características e
das variáveis da demanda.
É nesse contexto que surge o ecoturismo, termo que foi introduzido no Brasil no final dos
anos 80, seguindo a tendência mundial de valorização do meio ambiente.
A EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo iniciou em 1985 o Projeto Turismo
Ecológico, criando dois anos depois a Comissão Técnica Nacional constituída conjuntamente
com o IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis,
primeira iniciativa direcionada a ordenar o segmento. Ainda na mesma década foram
autorizados os primeiros cursos de guia especializados, mas foi com a Rio 92 que esse tipo de
turismo ganhou visibilidade e impulsionou um mercado com tendência de franco crescimento.
18
A partir da publicação das Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo pela
EMBRATUR e Ministério do Meio Ambiente, o turismo ecológico passou a denominar-se e ter o
conceito,
Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de
forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua
conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista
através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das
populações (1994, p. 09).
Para a EMBRATUR, dentre as diversas interpretações e definições para Ecoturismo, a
conceituação estabelecida tem sido referência no país. Para melhor entendimento, são
esclarecidos alguns termos e expressões que a constituem:
Segmento da atividade turística;
Utilização sustentável do patrimônio natural e cultural;
Incentivo à conservação do patrimônio natural e cultural e busca de uma
consciência ambientalista pela interpretação do ambiente;
Promoção do bem-estar das populações.
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É preciso acentuar que o ecoturismo também se subdivide. E Pires (1996, p. 39) divide o
ecoturismo pelo critério das atividades, conforme a tabela 1.
TABELA 1 Tipos de ecoturismo e respectivas atividades
Tipos de Ecoturismo Atividades Eco turísticas
Ecoturismo Científico
Estudos e Pesquisas Científicas em Botânica,
Arqueologia, Paleontologia, Geologia, Zoologia,
Biologia, Ecologia, etc.
Ecoturismo Educativo
Observação da Vida Selvagem (fauna e flora),
Interpretação da Natureza, Orientação Geográfica,
Observação Astronômica.
Ecoturismo Lúdico e
Recreativo
Caminhadas, Acampamentos, Contemplação
da Paisagem, Banhos e Mergulhos, Jogos e
Brincadeiras, Passeios Montados, etc.
Ecoturismo de Aventura "Trekking", Montanhismo, Expedições,
Contatos com Culturas Remotas, etc.
Ecoturismo Esportivo Escalada, Canoagem, "Rafting", Bóia Cross,
Rapel, "Surf", Vôo livre, Balonismo, etc.
Ecoturismo Étnico
Contatos e integração cultural do ecoturista
com populações autóctones (primitivas/nativas)
que vivem em localidades remotas em estreita
relação com a natureza.
Ecoturismo Naturista Prática do "Nudismo" ao ar livre e junto à
natureza.
Fonte: PIRES (1996).
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Um fator relevante e pertinente com relação ao ecoturismo é a comunidade local, pois
esta é de vital importância para o processo de desenvolvimento do ecoturismo. Onde esta
deve estar integrada ao ecoturismo desde o momento do seu planejamento até o momento de
sua implementação.
Alguns deveres do ecoturista são: a adaptação do turista aos lugares visitados,
consciência ecológica, além da preocupação com os anfitriões. Dessa forma o ecoturismo é
uma das facções do turismo que mais cresce no mundo inteiro. Porém, devem existir limites a
este crescimento, pois os recursos naturais são finitos.
Utilizado como instrumento para preservação biológica e promoção do desenvolvimento
sustentável, o advento do ecoturismo deve ser aplicado de forma benéfica, visando à
conservação dos ecossistemas. Ele pode ser uma parte para se solucionar os problemas de
conservação de áreas frágeis, mas ele deve ser reconhecido somente como parte de um
grande quadro ambiental e econômico.
Somente com a ação conjunta de todos os agentes interessados no desenvolvimento
local, isto é, Governo, setor privado, organizações não governamentais (ONG’s), comunidade
local e consumidores, poderá se obter e manter um desenvolvimento sustentável, baseado na
atividade eco turística. Existe a necessidade de um planejamento adequado para o
desenvolvimento desta atividade, tanto no sentido de sua otimização e melhoria dos serviços
oferecidos, quanto no sentido da preservação do patrimônio histórico, cultural e natural e das
condições de qualidade de vida da população local.
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3 MARKETING TURISTICO EM ÁREAS NATURAIS
O marketing é um mecanismo de articulação entre a procura e a oferta, surgindo quando
as pessoas decidem satisfazer necessidades e desejos pela troca. Para que este processo
seja concretizado é necessário que haja cinco condições, sendo elas:
Haver pelo menos duas pessoas, onde cada pessoa possua alguma coisa
que possa ser de valor para outra;
Cada pessoa ser capaz de se comunicar e trocar;
Cada pessoa deve ter a liberdade aceitar e rejeitar a oferta;
Cada pessoa deve acreditar que é apropriado ou desejável negociar com
a outra.
É nesse aspecto que a troca é o conceito que define marketing.
Atualmente o marketing é uma força muito poderosa, com influência sobre as pessoas,
em todos os aspectos da vida. O mercado consiste em um conjunto de pessoas que
compartilham de uma necessidade ou desejo específico, disposto a realizar transações de
troca que satisfaçam as suas necessidades. Este também se refere a um grupo de
compradores que adquirem bens e serviços em troca de dinheiro para um grupo de
vendedores. O grupo de vendedores colhe informações dos desejos e necessidades do
mercado comprador e oferece os bens e serviços capazes de satisfazê-los mediante a
comunicação com este mercado.
De acordo com Trigueiro (2001, p.11):
O marketing pode ser entendido como o conjunto de atividades
que uma organização planeja, implanta e controla. Orientadas para
atender às necessidades de indivíduos ou grupos de indivíduos ou de
outras organizações, oferecendo-lhes produtos e serviços. Por fim,
marketing é o conjunto de atividades voltadas para facilitar o processo
de troca entre as organizações e seu público-alvo.
Um dos fatores para obter sucesso em uma atividade, seja ela turística ou não, é a
segmentação de mercado. Segmentar mercado é identificar clientes com comportamentos
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homogêneos quanto a seus gostos e preferências. Qualquer mercado pode ser fragmentado
em segmentos, nichos e, ultimamente, em indivíduos. Segmentos de mercado, segundo Kotle
(1994) apud Ansarah (1999),
São grupos distintos identificáveis dentro de um mercado; Nichos
são grupos menores que podem estar à procura de uma combinação
especial de benefícios. O autor definiu as principais bases de
segmentação para os mercados consumidores em geográfica,
demográfica, psicográfica e comportamental relacionando assim seus
desdobramentos típicos por meio de uma variável.
É nesse cenário que as principais bases de segmentação de mercado possuem variáveis,
tais como:
A variável geográfica: envolve a região, o tamanho do
município, o tamanho da cidade ou área metropolitana, a concentração
e o clima;
A variável demográfica: segmenta o mercado pela idade,
sexo tamanho da família, ciclo de vida da família, renda, ocupação,
educação, religião, raça e nacionalidade.
A variável psicográfica: considera a classe social, o estilo de
vida e a personalidade dos indivíduos.
A variável comportamental: estuda a atitude do consumidor
em relação ao produto, a taxa de uso, o estágio de aptidão, o grau de
lealdade, os benefícios e a ocasião.
Para o turismo, essa segmentação é de tamanha importância no momento de ofertar um
produto no mercado, levando em conta que quanto mais especializado em um mercado, mais
provavelmente satisfarão as necessidades do mercado consumidor. O turismo como as
demais atividades econômicas utiliza do marketing para desenvolver e valorizar seus
produtos.
O Brasil se destaca pela grande exuberância de suas distintas regiões e atrativos
naturais dos mais diversos tipos. Alguns exemplos são os inúmeros Parques e reservas
ambientais existentes em nosso país. Boa parte destes espaços, já conta com uma parte
23
administrativa responsável por gerenciar de forma sustentável estes locais, fomentando assim
este tipo de segmento. O Rio Grande do Norte se destaca no segmento voltado para sol e mar,
onde sua rica dimensão da costa marítima favorece este tipo de turismo. Concentrando de
forma significativa todas as atenções voltadas para dois destinos. Em destaque Natal, a
capital do Estado, e Tibaú do Sul onde se encontra a Praia de Pipa. Diante desta realidade
muitos outros municípios da região com potencialidades acabam deixando de ser explorados.
Muitas são as potencialidades para o Ecoturismo no Estado, destinos como a cidade de
Acari e Carnaúbas dos Dantas podem ser citados como exemplos de localidades propícias
para o desenvolvimento do Ecoturismo, porém a falta de apoio dos governantes e estrutura faz
com que esta atividade caminhe de forma lenta e carente.
É a partir daí que surge a necessidade de se implantar o marketing em conjunto a um
planejamento local para poder influenciar de forma positiva, assim como fortalecer este
segmento de mercado que não tem muito destaque no Estado.
O marketing do turismo difere fundamentalmente do marketing de
outros tipos de produtos, pois apresentam três aspectos importantes;
sendo eles, a intangibilidade do turismo – onde o controle e qualidade
de avaliação das experiências são difíceis de vislumbrar; o consumidor
necessita viajar para consumir o produto; As pessoas geralmente
consomem e participam de mais de uma atividade durante uma viagem,
sendo importante assim a cooperação das organizações ligadas ao
turismo trabalharem de forma conjunta (MAHONEY, 1988).
Consoante Trigueiro (2001, p.14):
A função do marketing turístico é algo que consiste precisamente
em identificar segmentos de mercado, promover o desenvolvimento de
produtos turísticos e fornecer aos turistas potenciais informações sobre
produtos oferecidos.
É diante deste contexto que, se torna possível especificar cada nicho turístico e assim
buscar um melhor meio de comunicação para divulgar e atrair mais consumidores para este
produto.
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O Marketing Turístico, junto ao marketing ecológico e social, surgem como um
mecanismo de atingir não só resultados econômicos, mas principalmente sociais e ambientais
baseados numa perspectiva que se iniciou na década de 1990, atribuindo ao marketing uma
visão mais holística que relaciona as áreas de proteção às comunidades locais e à indústria do
turismo, originando assim termos como Marketing Turístico Responsável.
Conforme afirma Kanni (1997, p. 181),
O marketing turístico responsável atenta para realizar um
marketing e estratégias promocionais que contribuam ao bem-estar
cultural e ambiental, buscando fortalecer os recursos naturais, culturais
e históricos através de produtos turísticos que apoiem os princípios do
ecoturismo e do Turismo Comunitário e assegurar que a divulgação do
turismo não seja apenas um artifício de venda, mas sim, instrumento
para uma sadia prática e política ambiental.
Com relação ao plano de marketing, este é um elemento indispensável para o sucesso
no intuito de vender uma localidade ou destino. Ele gira em torno de uma estratégia de
marketing que seja eficiente na utilização de recursos, flexível e adaptável.
Uma estratégia de marketing pode ser entendida como um programa geral da empresa
para selecionar um mercado – alvo específico e satisfazer a seus consumidores por meio de
um cuidadoso equilíbrio dos elementos do composto de marketing - produto, preço,
distribuição e promoção – que representam subconjuntos da estratégia geral de marketing.
O plano de marketing segue algumas etapas. A primeira etapa do plano de marketing
envolve a identificação da tendência da agência ou organização e as respectivas prioridades a
serem seguidas. Depois de definirem os mercados que possibilitarão à organização alcançar
seus objetivos determinados. Um plano típico baseado no trabalho de Lovelock e Weinberg
(1984) apresenta algumas etapas de um plano de marketing, sendo assim, a primeira etapa
consiste em envolver a identificação da agência ou organização e as respectivas a serem
seguidas. Depois se definem os mercados que possibilitarão à organização alcançar seus
objetivos determinados; o próximo passo é examinar o comportamento, as necessidades e
características do mercado, para uma vez que determinado o mercado, a organização pode
desenvolver estratégias ajustadas a cada segmento.
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Ryel e Grasse (1991, p. X) afirma que,
As duas pedras angulares para um marketing eficaz em
ecoturismo são as atrações para os turistas (o que inclui a
biodiversidade, a geografia única e a história cultural) e a infraestrutura
de turismo para dar apoio à indústria.
Sugere uma abordagem básica para realizar o marketing do
produto do ecoturismo por meio de uma identificação das
características do grupo-alvo; uma publicação apropriada; uma
elaboração cuidadosa da mensagem publicitária e o desenvolvimento
de uma listagem de mala direta.
Uma das premissas para utilizar o marketing de forma favorável, seja em qualquer
segmento ou atividade, é conhecer o público alvo e o produto ou serviço ao qual a empresa
quer ofertar. No segmento do turismo em áreas naturais este processo se repete. É necessário
estar à frente de todas as mudanças e informações que venham a incrementar este mercado.
Existe uma preocupação desde o planejamento sustentável do local, passando por uma
estruturação para receber este visitante como também um monitoramento para buscar
amenizar os impactos causados pela atividade. Junto a tudo isso o marketing desenvolve o
papel de divulgar este produto, após conhecê-lo. Lembrado que as campanhas ou artifícios
utilizados para atrair este público é outro de caráter menos comercial.
26
4 UMA VISÃO SOBRE O PARQUE ESTADUAL
DUNAS DO NATAL
A diversidade natural dos ambientes brasileiros faz do Brasil um país com grande
potencial para práticas de turismo de natureza. O potencial eco turístico brasileiro está
associado aos seus mais importantes ecossistemas, como: Floresta Amazônica, Mata
Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Floresta de Araucária, Campos do Sul, Ecossistema
costeiros e insulares.
Parte dos territórios cobertos por estes ecossistemas são protegidos por leis, na forma
de Unidade de conservação. De acordo com o IBAMA, existem dez tipos de unidades de
conservações – parques, reservas florestais, estações ecológicas, áreas naturais tombadas,
áreas de proteção ambiental (APAs), de âmbito federal, estadual, municipal ou, ainda, reservas
particulares de patrimônio natural (RPPNs).
Para ordenar e monitorar o uso e a ocupação das áreas protegidas no Brasil, o Governo
Federal, com base no projeto de lei nº 2.892 de 1992 da Constituição Federal, criou o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), constituído pelo conjunto de unidades de
conservação federais, estaduais e municipais, tendo como principais objetivos: contribuir para
a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos e proteger as espécies
ameaçadas de extinção nos âmbitos nacionais e regionais; promover o desenvolvimento
sustentável partindo dos recursos naturais; proteger os monumentos geológicos,
geomorfológicos, espeleológicos, arqueológicos, paleontológicos e culturais; proteger as
comunidades tradicionais, respeitando e valorizando sua cultura e promovendo-as social e
economicamente; promover a educação ambiental, a recreação em contato com a natureza e
o turismo ecológico.
Os Parques - estaduais, nacionais, municipais - caracterizam-se por suas áreas abertas á
visitação, são porções restritas de seu território e a visitação pode ser controlada de modo a
evitar impactos ambientais. È proibida à exploração de recursos naturais. São lugares voltados
para visitação contemplativa, pesquisas de cunho científico ou educativo, como também
práticas de lazer. Geralmente são áreas planejadas e contam com uma gestão pública ou
privada. Ressaltamos aqui a importância da participação dos visitantes, seja de forma
financeira ou não, nestes espaços para sua conservação.
27
Para o SNUC (ANO, p. 234), os Parques são:
[...] uma unidade de conservação que tem como objetivo básico a
preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e
beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o
desenvolvimento de atividades de educação e de interpretação
ambiental, de recreação em contato com a natureza e o turismo
ecológico.
A criação das Unidades de Conservação é relevante, pois é através delas que muitos
impactos são amenizados e muitas vezes contribuem para diminuir os efeitos da destruição
em ecossistemas naturais. Além de ter como objetivo primordial a conservação de beleza
natural e de bons exemplos de natureza intacta, é importante ressaltar que a visitação em
unidades de conservação, em especial nas unidades da categoria parque, é uma forma
possível de aproximação entre visitantes e os objetivos estabelecidos pelo Plano de Manejo e
pelo programa de uso público.
28
4.1 HISTÓRICO DO PARQUE DAS DUNAS
A ideia de criação de uma área de conservação nas dunas costeiras foi concebida em
1978, em decorrência de um antigo projeto, até aquela data não concretizado de se fazer uma
ligação viária entre as praias de Mãe Luiza e Ponta Negra. Tal via litorânea, entretanto, teria de
ser executada a margem de uma extensa formação dunosa, rica em vegetação nativa e,
sobretudo, carente de uma imediata ação preventiva, pela existência próxima da favela de
Mãe Luiza, com 25.000 habitantes, na época.
A continuada retirada de lenha e a ocorrência de queimadas, nos setores cuja
conservação era defendida, bom como a obtenção em larga escala de areia, componente de
dunas, por parte de firmas construtoras locais, já se constituía em justificativa para a adoção
de um posicionamento do Governo do Estado frente ao problema.
Por outro lado, em função dos estudos efetuados no local, ficou patente a fundamental
importância da área e da proteção dos sistemas geológicos e geomorfológicos das dunas,
reconhecidos como valiosos aquíferos para a cidade de Natal.
Posteriormente, com a implantação efetiva da rodovia (1979-1981) e os problemas
então surgidos, firmou-se com maior intensidade, a convicção de que a melhor opção, para
essa área crítica, seria o uso conservacionista. Essa forma de uso que já vinha sendo
preconizada por técnicos do IDEF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, que em
várias oportunidades visitaram o local, bem como por elementos destacados da administração
do Estado e da sociedade civil, foi então partilhada pelos órgãos de Planejamento do Estado.
É bem verdade que, apreciando os valores biológicos, geológicos, cênicos e as
possibilidades de lazer da área, existia já então um plano de construção de embasamentos
turísticos ao longo da Via Costeira, objeto de um planejamento paisagístico complementar a
cargo de Burle Marx. Atendendo e acatando essa sugestão, montou a SEPLAN um projeto
específico, destinado a realizar um levantamento Eco-Zoo-Botânico da área, (Projeto Parque
das Dunas – PPD).
Para tanto foi firmado um convênio com a UFRN – Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, e obtido o apoio de órgão como a SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento
do Nordeste, IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal e o Museu Nacional.
Todos esses participantes, em associação com a SEPLAN, desenvolveram um extensivo
levantamento florístico, que além de servir de base ao plano paisagístico de Burle Marx,
conduziram à formação de um herbário local e, paralelamente, permitiram a formulação de
29
diretrizes conservacionista para o manejo da área. Abrangiam indicações de plantio de
espécies indicadas e de normas para a revegetação de áreas desnudas, algumas de sabor
original. Essa atividade foi reconhecida como importante e prioritária, em face dos problemas
de desestabilização dos pendentes das dunas e de controle de deslocamento das areias sob o
efeito dos ventos.
Em consequência, é criado o Parque Estadual Dunas do Natal, como a melhor forma de
conter; através da legislação específica, a ação predatória e desordenada do homem, ao
mesmo tempo ensejando condições de serem providos todos os usos a que atende uma
Unidade de Conservação, aí compreendia a possibilidade de pesquisa científica, numa enorme
área a ser conservada.
30
4.2 LOCALIZAÇÃO E LIMITES
O Parque Estadual das Dunas de Natal – Jornalista Luiz Maria Alves, está situado na
parte oriental do Estado do Rio Grande do Norte, na Região da Grande Natal, no município do
Natal, entre as coordenadas.
Latitude: 05º48’S a 05º53’S
Longitude: 35º09’W a 35º12’W
Possui uma área de 1.172,80 hectares e está compreendido dentro do seguinte
perímetro: começa no vértice 0 (zero) da cerca de vedação das Dimas, localizado perto da
praia de Ponta Negra a às margens da Via Costeira Natal – Ponta Negra; percorre esta cerca,
no sentido horário, até seu vértice 196 (cento e noventa e seis), onde termina, perto da Praia
do Pinto e as margens da Via Costeira: daí segue margeando esta via no sentido geral norte-
sul até o vértice 0 (zero), ponto inicial desta descrição. A figura 1 mostra a extensão do Parque
através de uma imagem aérea.
Figura 1 Visão aérea do Parque Estadual Dunas do Natal.
Fonte: Arquivo IDEMA (2000)
31
4.3 A IMPORTÂNCIA DO PARQUE DAS DUNAS
O Parque das Dunas é de extrema importância para a qualidade de vida da população da
cidade de Natal, pois age de forma benéfica na recarga do lençol freático da cidade,
contribuindo para a purificação do ar. Sua flora está representada por mais de 250 espécies
nativas.
Dentre seus objetivos estão o de garantir a preservação e conservação dos ecossistemas
naturais englobados; proteger os recursos energéticos; possibilitar a realização de estudos,
pesquisas e trabalhos de interesse científico; preservar sítios de valor histórico, arqueológico e
geomorfológico; além de oferecer condições para o lazer, o ecoturismo e a realização de
atividades educativas e de conscientização ecológica.
32
4.4 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O Parque das Dunas constitui uma unidade do IDEMA - Instituto de Desenvolvimento
Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte, órgão vinculado à SEPLAN – Secretaria
de Planejamento do Estado do Rio Grande do Norte. Criado através do Decreto Estadual nº
7.237 de 22 de novembro de 1977, o Parque das Dunas é parte integrante da reserva da
biosfera da Mata Atlântica reconhecida pela UNESCO e declarada Patrimônio Ambiental da
Humanidade, sendo a primeira Unidade de Conservação Ambiental implantada no Estado do
Rio Grande do Norte. Possui 1.172,80 hectares de mata nativa, exercendo uma grande
importância para a qualidade de vida da população da cidade de Natal.
O Parque das Dunas tem por objetivos garantir a preservação e conservação dos
ecossistemas naturais englobados, proteger recursos genéticos, possibilitar a realização de
estudos, pesquisas, trabalhos de interesse científico e monitoramento, preservar sítios de
valor histórico, arqueológico e geomorfológico, oferecer condições para lazer, turismo
ecológico e realizações de atividades educativas e de conscientização ecológica.
Para tanto, o mesmo é subordinado ao IDEMA, onde é administrado por uma Assessora
técnica/ Bióloga – Mary Sorage Praxedes da Silva, que coordena desde (2007). A sua equipe é
composta por 14 funcionários, 40 estagiários, 03 coordenadores do fim de semana, 03
guardas patrimoniais e 14 funcionários de serviços terceirizados. Além dos policiais do Pelotão
Ambiental que são comandados por um capitão da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.
33
4.5 ESTRUTURA FÍSICA
O Parque oferece uma estrutura física diversificada e distribuída em vários setores, todos
na parte urbana, dentro do bosque, onde cada um tem como finalidade, atender os usuários e
visitantes, como também propagar seu trabalho de conscientização ambiental.
Centro de Visitantes: neste encontra-se a central de orientação e todas as informações
das atividades realizadas no Parque. Além de abrigar a administração, o mesmo conta com
auditório, biblioteca especializada na área de meio ambiente, sala de exposições, enfermaria e
lanchonete.
Pista de Cooper: Espaço para a prática de caminhada, ciclismo e corrida na área do
Bosque dos Namorados.
Centro de Pesquisa: equipado com laboratórios, salas de coleções, sala de reuniões com
uma pequena biblioteca de apoio para os estagiários de ciências biológicas. Laboratórios de
Botânica: Herbário (flora), Carpoteca (frutos e sementes), Xiloteca (madeira) e Laboratório de
Zoologia.
Unidade de Mostra de Vegetação Nativa das Dunas: atrativo para os amantes da
natureza o espaço dispõe de canteiros com exemplares de orquídeas, bromélias, aráceas e
cactáceas, entre outras, além do Viveiro Parque das Dunas, com produção de mudas de
árvores nativas, para plantio no Parque e doações.
Posto de Comando Ambiental: setor que abriga um Pelotão de Polícia Ambiental,
composto por 50 policiais militares destinados à proteção, fiscalização, conservação e
preservação dos recursos naturais do Parque, além da segurança para com os visitantes,
funcionários e do patrimônio existente no Bosque dos Namorados;
Oficina de Educação Ambiental e Artes: desenvolve em suas ações atividades artísticas,
lúdicas e culturais visando ampliar o conhecimento das crianças sobre o meio ambiente e a
problemática do lixo, mostrando soluções simples de reaproveitamento e reciclagem de
sucatas;
Trilhas interpretativas: Existem três trilhas no Parque das Dunas, duas delas cortam a
extensão do Parque no sentido oeste-leste, saindo do Bosque dos Namorados e chegando até
um mirante na Via Costeira, a outra trilha que é destinada à crianças e adultos sedentários,
passa por um curto trecho pela mata e retorna ao Bosque, isto é, a caminhada é feita apenas
na área do Parque. O visitante que participa das Trilhas tem a oportunidade, com a ajuda de
guias especializados e do policial ambiental, de conhecer de perto toda a grandiosidade do
34
ecossistema dunar, geologia, a fauna e a flora do Parque, além dos atributos importantes para
a nossa qualidade de vida (água, ar, clima).
O Parque também dispõe de outros espaços para realização de eventos como o
Auditório, o Anfiteatro e a Folha das Artes. Espaços estes, onde podem ser realizados palestras
ou eventos do gênero com a finalidade de expor a problemática relacionada a Educação
Ambiental.
A figura 2 mostra um dos símbolos do Bosque dos Namorados que é a estátua do casal
de namorados, encontra-se no interior do Parque na área de domínio público. Foi
confeccionada pelo escultor Etewaldo, natural de Ceará Mirim.
Figura 2 Estátua do casal de namorados
Fonte: Arquivo IDEMA (2000)
35
4.6 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O Parque das Dunas é o segundo maior Parque Urbano do Brasil (superado apenas pela
Floresta da Tijuca). Este recebe cerca de 9.000 visitantes por mês, na maioria crianças e
adolescentes de escolas que realizam atividades relacionadas à educação ambiental, além de
mais ou menos 10.850 copistas cadastrados que realizam diariamente atividades físicas
como a caminhada, ginástica, tai chi chuan e yoga - o projeto “Respire o Parque das Dunas”.
Na Oficina de Artes são realizados trabalhos voltados para educação e conscientização
ambiental, dentre eles, oficinas de garrafa pet e papel reciclado e também apresentações de
peças infantis.
Os apreciadores da natureza podem usufruir das trilhas interpretativas que são
oferecidas no Parque. São elas: Perobinha – 800 m de caminhada ida e volta, Peroba – 2.400
m de caminhada ida e volta e também a mais extensa Ubaia Doce – 4.400 m de caminhada
ida e volta. Todas acontecem dentro da mata fechada, acompanhadas por guias e polícias
ambientais. Destacando-se as duas ultimas por fazerem uma parada em um mirante na Via
Costeira
As trilhas interpretativas são realizadas de terça a domingo – pois o parque é fechado
para manutenção às segundas-feiras – são oferecidas duas no período da manhã e duas no
período da tarde.
O Parque também conta com o projeto Som da Mata, realizado aos domingos às
16h30min h, onde artistas locais se apresentam no auditório e também uma equipe voltada
para jogos e atividades de eco lazer.
36
4.7 A REALIDADE DO MARKETING DO PARQUE ESTADUAL
DUNAS DO NATAL. UMA VISÃO DO VISITANTE
Com o objetivo de analisar a questão da ferramenta do marketing em áreas naturais, o
Parque das Dunas foi foco de um levantamento através de aplicações de questionários,
tentando assim captar a opinião de usuário e visitantes frente ao marketing utilizado no
Parque, bem como o perfil socioeconômico do usuário e mostrar a forma como o Parque usa
da mídia para atingir seus visitantes. Expõem se realmente fica clara sua proposta de
conscientização quanto ao meio ambiente.
A pesquisa foi realizada no tempo de 25 dias. O território utilizado para a realização da
pesquisa foi o Bosque dos Namorados, que está localizado na Avenida Alexandrino de Alencar
s/n, no bairro do Tirol, na cidade do Natal – RN.
Foi aplicado um questionário para compor este trabalho cujas coletas de dados foram
direcionadas para frequentadores e visitantes dividido em perguntas abertas e fechadas.
Através da pesquisa constatou-se que dentre a população entrevistada sua maioria é do
Estado do Rio Grande do Norte, havendo algumas exceções para os estados do Acre, Recife,
Curitiba, Belém e Alemanha, na Europa. Ocorreu uma predominância do sexo feminino que
está representado em uma taxa percentual de 63% para 37% do sexo masculino. Levando em
consideração que o público feminino busca no Parque as atividades voltadas ao bem estar,
como a caminha, yoga e ginástica como também utiliza o espaço para acompanhar filhos e
desfrutar do clima agradável, a segurança e o contato direto com a natureza que o espaço
proporciona.
No quesito estado civil dos frequentadores e visitantes que participaram da entrevista o
maior destaque fica para 59% que são casados, 37% solteiros e 4% divorciados.
37
Quanto à faixa etária dos frequentadores e visitante entrevistados é possível perceber a
predominância de um público jovem que corresponde a 40% representado por idades entre 21
a 30 anos, 27% estão entre 31 a 40 anos; 41 á 50 anos estão em 23% e 10% acima de 50
anos como pode ser visto no gráfico abaixo.
Gráfico 1 Faixa etária dos frequentadores e visitantes do Parque das Dunas.
Fonte: Pesquisa do autor, 2008.
40%
27%
23%
10%
21 à 30
31 à 40
41 à 50
acima de 50
38
O perfil quanto ao grau de escolaridade dos entrevistados mostra que 67% são pós-
graduados, enquanto 20% possuem nível superior e 13% concluiu o ensino médio. O gráfico
abaixo representa estas informações.
Gráfico 2 Nível de escolaridade dos frequentadores
Fonte: Pesquisa do autor, 2008.
Pesquisas mostram que quanto mais elevado o grau de conhecimento mais existe uma
preocupação, interação e uma melhor utilização dos recursos naturais, bem como uma maior
atenção para com o meio ambiente.
13%
20%
67%
Ensino Médio
Superior
Pós-Graduado
39
Com base nos dados coletados sobre profissão exercida foram constatados que uma
parcela de 34% são profissionais liberais. Já 33% representam uma parcela classificados
como outros, que estão entre estudantes, aposentados, comerciantes e desempregados. 23%
são funcionários de empresas públicas, dentre eles professores, ficando uma parcela de 10%
para funcionários privados. Estas informações poderão ser observadas no gráfico abaixo.
Gráfico 3 Profissão dos entrevistados.
Fonte: O próprio autor, 2008.
A diversidade de seus visitantes, quanto as suas profissões é mostrada no gráfico 3, o
que deixa claro que a maioria dos visitantes está inseridos no mercado de trabalho.
34%
23% 10%
33%
ProfissionaisLiberais
Funcionáriospúblicos
FuncionáriosPrivados
Outros
40
A renda dos entrevistados se distribui da seguinte forma: 33% recebem de 3 a 6 salários
mínimos (sm), enquanto 30% são de 1 a 3 sm, 17 % representam de 9 a 12 sm, 10 %
responderam que 6 a 9 sm como também outros 10% recebem acima de 12 sm. O gráfico
abaixo mostra este resultado.
Gráfico 4 Renda familiar dos entrevistados
Fonte: O próprio autor, 2008.
A renda, como pode ser observada no gráfico acima, tem maior predominância entre 3 a
6 salários mínimos, considerando que o público que visita o Parque tem uma renda média
com relação à situação econômica do país.
O Parque das Dunas é um espaço que recebe vários visitantes com os mesmos
propósitos – qualidade de vida, está em contato com a natureza, educação ambiental – que
usufruem do espaço para fazer diversas atividades oferecidas, como a prática de corrida ou
caminhada, yoga, ginástica e tai chi chuar. Como também existe o grupo que busca
conhecimento dentro do parque e o grau de visitação deles são variados.
30%
33% 10%
17%
10%
1 à 3 SM
3 à 6 SM
6 à 9 SM
9 à 12 SM
acima de 12 SM
41
Sendo observado que a frequência de visitação está dividida em: 48% dos entrevistados
responderam outros que podem ser interpretado como frequentadores que estão no local de 3
á 6 vezes por semana. 21% uma vez ao mês, 17% mais de uma vez ao mês e finalizando com
14 % que frequenta de 3 a 5 vezes ao mês. Ver gráfico abaixo.
Gráfico 5 Frequência de visitação ao Parque das Dunas
Fonte: O próprio autor, 2008.
O gráfico mostra que o Parque possui um público que realmente gosta do local e é fiel, o
que fica constatado com o número de vezes, ao qual estão no local.
Uma das estratégias usadas pelo marketing é conhecer seu publico e o local onde quer
atuar para assim melhorar serviços, captar novos clientes e trazer a satisfação para os
mesmos, seja ele novo ou não. De acordo com essas premissas algumas perguntas aplicadas
tiveram como objetivo avaliar esta questão. Foi nesse intuito que foi perguntado o grau de
satisfação da estrutura física do parque aos visitantes, onde 60% acreditam que a estrutura
física é boa, já 40% considera a estrutura ótima e 0% acham ruim e péssimo.
A Maioria dos entrevistados acredita que o parque é um atrativo turístico da nossa
cidade, pois é uma área de preservação e com isso existe uma grande e rica variedade de flora
e fauna. Citam também a infraestrutura e a segurança como algo positivo para atrair o turista,
e consideram o espaço propício para o lazer em contato com a natureza, para receber o
turista.
Qualquer empresa, pública ou privada, necessita utilizar das ferramentas do marketing,
seja para apresentar a empresa, conhecer o seu público, oferecer e melhorar seu produto. Em
20%
13%
17%
50%
01 vez ao mês
3 à 5 vezes aomês
mais de 5 vezespor mês
Outros
42
um mundo globalizado que vivemos é indiscutível a necessidade deste recurso para gerar
benefícios a todos que fazem parte deste processo. A divulgação é um elemento que faz parte
do marketing, sendo assim indispensável para o sucesso de um produto, destino turístico ou
empresas. Por este motivo foi questionado o que os visitantes acham da divulgação do
Parque.
Com relação à divulgação do Parque, foi observado que para os visitantes 56% acham
que a divulgação é boa, 33% que é ruim e apenas 11% acham que é ótimo. Ver gráfico abaixo.
Gráfico 6 Opinião dos visitantes sobre a divulgação do Parque.
Fonte: O próprio autor, 2008.
Embora a grande maioria acredite que a divulgação é boa, fica constatado através de
pesquisa aberta que a grande maioria sabe de eventos ou notícias sobre o Parque através de
outras pessoas, o popular boca a boca, ou por sua visitação ao Parque. Portanto, fica evidente
que o marketing boca a boca é o método mais divulgado entre as pessoas.
A preocupação com o meio ambiente se tornou algo muito questionado neste último
século. O homem se viu na necessidade de buscar explorar do meio ambiente de forma
consciente, buscando sempre amenizar os possíveis danos causados.
11%
56%
33% Ótimo
Bom
Ruim
43
Diante deste contexto foi questionado se o Parque realizava de forma clara sua proposta
de conscientizar e sensibilizar as pessoas que passam pelo local. Deste modo, foi detectado
que 80% dos entrevistados acreditam que o Parque faz isso de forma clara enquanto 20%
discordam. O gráfico abaixo expõe o resultado.
Gráfico 7 Se o Parque mostra de forma clara sua proposta de conscientização.
Fonte: O próprio autor, 2008.
Trabalhando em cima do ponto de vista da proposta de conscientização ambiental, outro
quesito questionado foi se o fato da visitação ao Parque poderia contribuir de forma positiva
para despertar uma consciência ecológica nos frequentadores e visitantes. O resultado foi que
100% dos entrevistados acham que isso ocorre, e que a visita é uma forma de se sensibilizar
quanto ao tema.
A mídia, por fazer parte do processo de marketing foi um dos elementos a ser
questionado pelos visitantes. Nesse processo a divulgação se torna algo indispensável para
vender uma localidade e captar novos consumidores de produtos ou serviços. Os
entrevistados foram questionados sobre os possíveis canais de mídia que poderiam ajudar ao
Parque a divulgá-lo e captar novos visitantes como também mostrar seu trabalho de educação
ambiental.
95%
5%
Sim
Não
44
Percebe-se que 30% dos entrevistados apontam a TV como um instrumento favorável
para a divulgação do local e suas atividades, já 22% acham que o Parque deveria ser
apresentado a hotéis da cidade, 26% apontam para confecção de folders para ajudar no
trabalho de divulgação enquanto a parcela de 22% aposta na divulgação em revistas de
turismo locais e de domínio nacional. Veja o gráfico abaixo.
Gráfico 8 Possíveis canais de comunicação a serem explorados pelo Parque.
Fonte: O próprio autor, 2008.
Diante disso, foi observado que o Parque utiliza de forma reduzida dos vários canais de
mídia que podem contribuir para divulgação deste local, deixando assim de apresentar algo
interessante que pode atrair visitantes locais como de outras localidades.
25%
22% 29%
24%
Folderes
Apresentar oParque em Hotel
TV
Revistas deTurismo Local
45
O acesso a um destino turístico ou localidade é algo que tem que ser estruturado, pois o
turismo, não esquecendo, é um conjunto onde se entrelaça transporte, alimentação e
hospitalidade. Foi com essa preocupação que foi perguntado a questão do acesso ao Parque.
Dos entrevistados 83% acham que o acesso é bom, 13% acham ruim e 4 % péssimo. Observe
o gráfico abaixo.
Gráfico 9 Acesso físico ao Parque.
Fonte: O próprio autor, 2008.
No que diz respeito o acesso ao Parque, este é uma questão delicada, visto que apenas
três linhas de ônibus fazem o percurso que atinge este ponto. Diante das análises feitas
constatou-se que prevalece às classes alta e média como frequentadora assídua do local, pois
a grande maioria possui carro ou mora próximo ao local, lembrando que o bairro onde se
localiza o Parque é um bairro nobre na cidade de Natal. Dentro do âmbito da questão a grande
maioria acha que o local é bem localizado e não dificulta a captação de novos visitantes ou
usuários.
85%
11% 4%
Bom
Ruim
Péssimo
46
Por fim foi perguntado se os visitantes acham que o Parque utiliza de estratégias de
marketing. Foi constatado que os visitantes respondem de forma clara que estratégias de
marketing são pouco utilizadas. Dentre os entrevistados 72 % acreditam que não são
exploradas estas estratégias enquanto 28 % acreditam que sim. Portanto, observe o gráfico
10.
Gráfico 10 Opinião do Parque.
Fonte: O próprio autor, 2008.
Lembrando-se da importância das estratégias de marketing, pois elas influenciam o todo
o planejamento turístico.
28%
72%
Sim
Não
47
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As observações feitas ao longo da pesquisa nos permitiram constatar como os visitantes
veem o processo de divulgação do marketing no Parque das Dunas, desde o nosso
entendimento a cerca do turismo até o nosso olhar sobre o Parque, onde esta obra foi
realizada.
A pesquisa demonstrou que o Parque das Dunas necessita de uma maior participação
dos canais de mídia, política de divulgação do mesmo por parte dos gestores e do Estado e
estratégias de marketing. Demonstrou também que o Parque realiza de forma clara sua
proposta de conscientizar e sensibilizar as pessoas que passam pelo local.
Atualmente o marketing é uma força muito poderosa, com influência sobre todos e em
todos os aspectos da vida, por isso a necessidade dos locais onde acontece a participação do
turismo trabalhar em parceria com o marketing já que o mercado consiste em um conjunto de
pessoas que compartilham de uma necessidade ou desejo específico, disposto a realizar
transações de troca que satisfaçam as suas necessidades.
O mercado precisa despertar os consumidores para discernir a importância de preservar
parques naturais para as futuras gerações, através de produtos sustentáveis. O homem junto
ao meio ambiente pode utilizar-se do “marketing do esclarecimento” capaz de educar o
consumidor dos espaços naturais para que estes venham a ser formadores de opiniões e cada
vez mais agregar valor a questão ambiental.
Percebe-se que o segmento do turismo de meio ambiente muitas vezes é mal
aproveitado, mesmo sendo rico em atrativos naturais a questão da sua venda e promoção não
são trabalhadas de forma correta, o que é claramente possível desde que seja adotada
ferramentas conjuntas como o marketing e o planejamento. O esforço estratégico para um
contínuo crescimento deve levar em conta investimentos em infraestrutura e em qualificação
de mão-de-obra e, também, em uma melhor exploração dos recursos naturais, sempre com
foco em equilíbrio do meio-ambiente.
Este livro tenta despertar o interesse em todos que direta ou indiretamente estão
envolvidos no desenvolvimento da atividade turística e na preservação das áreas naturais
servindo como uma reflexão mais aprofundada, convidando o leitor a refletir sobre o desafio
48
contido na atual busca pela natureza como palco de novas experiências através da aplicação
do marketing turístico.
Entre tantas controvérsias relativas ao turismo, ao lazer e à natureza, tais como
preservação ou destruição, conhecimento ou consumo, exclusão ou inclusão, podemos ter
resultados positivos quando trabalharmos com planejamento e estratégias adequadas para as
áreas naturais.
49
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