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MANUAL SOLUÇÕES PROJETUAIS para intervenções em CASTROS

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Manual Soluções Projetuais para Intervenções em Castros

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MANUAL SOLUÇÕES PROJETUAISpara intervenções em CASTROS

ÍNDICE

00. Prefácio 5

01. Acessos e Materiais 7

02. Passadiços e Pavimentos 13

03. Escadas e Rampas 23

04. Miradouros e Plataformas 31

05. Elementos Construídos 39

06. Mobiliário Urbano 45

07. Exemplos de Aplicação 49

08. Vegetação e Gestão 55

09. Estratégias de Divulgação 63

PREFÁCIO00.

Este manual tem como objetivo apresentar os materiais e soluções mais adequados para intervenções nos castros, mostrando ainda alguns exemplos de aplicação e adaptabilidade. Isto tudo com o objetivo de trazer mais pessoas para os castros, pontos privilegiados para a observação da pais-agem que podem servir também para espaços de estadia e recreio. O catálogo vai ainda mais longe, mostrando ainda algumas ideias para promover os castros e desta forma justificar o investimento feito neles em termos de materiais de construção e estruturas. Estes locais arqueológicos (castros) correspondem a povoados fortificados da cultura castreja, cultura indígena proto-histórica que se manifestou na Idade do Ferro, tendo origem final da Idade do Bronze (Silva, 1983). O povo castrejo ocupou o Noroeste da Península Ibérica, contando-se com cerca de 5000 estações arqueológicas inventariadas, pelo que se conclui que este território seria um intenso foco de densidade humana (Silva, 1986).

A CIM – AVE, que é a entidade a pedir este trabalho, em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, é “uma associação de municípios de direito público com fins múltiplos criada em 14 de Abril de 2009 que tem por finalidade promover a gestão de projetos intermunicipais na NUT III AVE”. É composta pelos municípios de Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Bas-to, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela.

ACESSOS E MATERIAIS

01.

1.1. ACESSOS

1 - Parque de estacionamento

2 - Centro de Interpretação

3 - Castro

Acesso por escadas

Acesso de menor in-clinaçao

1

2

3

Circulação no Castro

Caminho circundante de exploração

Acessos ao Castro a partir do Centro de Interpretação

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1.1. ACESSOS

Acesso automóvel e pedonal de declives moderados a

Acesso pedonal de declives moderados e elevados, podendo ter escadas

Acesso ciclo-pedonal de declives suaves a moderados

Exemplo de acesso ao Castro a partir do núcleo rural mais próximo

1

2

1 - Núcleo rural2 - Castro

01.

1.2 MATERIAIS

Material Inerte:Propõe-se o uso de materiais e acabamentos que permitam diferenciar os elementos da intervenção dos elementos arqueológicos. Sugere-se a madeira (não exótica), o betão e o aço com um acabamento grosseiro ou rustico, para uma melhor integração na paisagem de montes.

Estes materiais podem ser aplicados nos caminhos e passadiços, escadas e rampas, plataformas e miradouros, mobiliário urbano e outras estruturas construídas em projetos em zonas arqueológicas como os castros.

Material Vegetal:Propõe-se o uso de vegetação autóctone desta zona com forte influência atlântica, como o carvalho-alvarinho, o sobreiro e o pinheiro.

Sugere-se a sua organização em três estratos: o arbóreo (orla-mata), arbustivo (matos) e herbáceo (prado).

21main.info

wikimedia.org

01.

lughertexture.com smartsettle.com

spbotanica.pt gopixpic.com

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PASSADIÇOS E PAVIMENTOS

02.

2.1 PASSADIÇO SOBRELEVADO

Estrutura metálica de suporte de altura variável: aço galvanizado ou aço Corten

Pavimento em ripas de madeira de pinho marítimo ou nórtico, placas de aço Corten ou grelhas metálicas

sheetmetal.me architextur.eu

cadyou.com deviantart.com

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02.02.

Passadiço em módulos de betão

Passadiço em módulos com ripas de madeira Passadiço em módulos com placas de aço-corten

Módulo de betão armado com dimensões variáveis

wordpress.com

2.2 PASSADIÇO BAIXO

Trave de betão ou madeira

Pavimento em ripas de madeira de pinho marítimo ou nórtico, placa de aço Corten, grelha metálica ou laje de betão

wordpress.com publicdomainpictures.net

eweb4.com cadyou.com deviantart.com wordpress.com

Estrutura metálica

(aço Corten)

2.2 PASSADIÇO BAIXO02.

Passadiço em módulos de ripas de madeira

Passadiço em placas de aço Corten Passadiço em lajes de betão

Ripas de madeira

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2.3 PAVIMENTOS

Pavimento em laje de betão

Pavimento placas de aço Corten

decoist.com

wb-outdoor.com

2.3 PAVIMENTOS02.

Pavimento esteios de granito

Pavimento traves de madeira graphicleftovers.com

windsorstar.com

or-granitos.com

graphicleftovers.com (adaptado)Ma

nual

de So

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2.4 ADAPTABILIDADE

90º módulo curvo

90º módulo quadrangular

30º módulos curvos

2.4 ADAPTABILIDADE02.

45º módulo angular

45º módulo curvo

30º módulos curvos

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21

ESCADAS E RAMPAS

03.

sheetmetal.me

Estrutura de suporte em aço galvanizado ou aço Corten

3.1 ESCADAS

Cobertura em ripas de madeira de tamanho variável

eweb4.com wordpress.com

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Escadas em aço Corten

Escadas em lajes de betão com tamanho varável

03.Escadas com estrutura em aço e revestimento em ripas de madeira

http://commons.wikimedia.org/

sheetmetal.me

Estrutura de suporte em aço galvanizado ou aço-corten

3.2 RAMPAS

Cobertura em ripas de madeira de tamanho variável

eweb4.com wordpress.com

Trave

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Rampas em aço Corten com estrutura em aço galvanizado ou aço-corten assente em traves de madeira

Rampa em lajes de betão armado com tamanho varável

03.Rampa com estrutura em aço e revestimento em ripas de madeira assente em traves de madeira

Declive de 6%

Declive de 10 %

3.3 ADAPTABILIDADE

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03.

Declive de 6%

Declive de 35 %

Declive de 20 %

3.3 ADAPTABILIDADE

Espelho: 15cmCobertor: 34cmAltura máx. entre patamares:150cm

MIRADOUROS E PLATAFORMAS

04.

Pavimento em ripas de madeira de pinho marítimo ou nórtico, placas de aço Corten ou grelhas metálicas

Estrutura metálica de suporte em aço galvanizado ou aço Corten

sheetmetal.me architextur.eu

Massame em betão

armado com dimensões variáveis

wordpress.com

4.1 MIRADOURO SUSPENSO

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Massame em betão

armado com dimensões variáveis

Miradouro suspenso em módulos com ripas de madeira

scotlandguides.org

04.

Miradouro suspenso em módulos de aço Corten

wikimedia.org

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04.

wikimedia.org

Miradouro suspenso em módulos de betão armado

Módulo de betão armado com dimensões variáveis.

4.2 PLATAFORMAS

Plataforma em módulos com estrutura em aço Corten

Plataforma em módulos de madeira e aço Corten.

Plataforma em módulos com camada de desgaste em ripa de madeira

eweb4.com

cadyou.com

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04.

Plataforma em módulos de betão armado.

Plataforma em módulos de aço Corten.

wordpress.com

eweb4.com

ELEMENTOSCONSTRUÍDOS

05.

5.1 Corrimões

sheetmetal.me

shee

tmeta

l.me

Corrimão com varetas horizontais.

Apoio de mão em madeira de pinho marítimo ou nórtico

shee

tmeta

l.me

Cabos de aço, paralelos ao apoio de mão.

Estrutura de suporte metálico em aço galvanizado

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05.

Corrimão com varetas verticais com espaçamento 11cm.

photobucket.com photobucket.com

Inspirações

5.2 PÉRGOLAS

Estrutura e travamento em madeira

cadyou.com

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05.

Esteios em betão e travamento em madeira

Estrutura em aço Corten ou aço galvanizado

wordpress.com

eweb4.com

cadyou.com

MOBILIÁRIO URBANO

06.

Banco de encosto - betão e madeira

Banco de betão/madeira Banco em estrutura de aço corten e betão

Sinalética

6. MOBILIÁRIO URBANO

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06.

IluminaçãoPapeleira de madeira

Papeleira de betão

Bebedouro 1-betão; 2-betão+aço; 3-aço corten

1 2 3

INSPIRAÇÕES

floema.pt

aliimg.com

2.bp.blogspot.com siturbandesign.com

img.edilportale.com

EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

07.

7. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Passadiço em ripas de madeira, com alturas diferentes e plataforma.

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07.

7. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Passadiço em ripas de madeira, com alturas diferentes e plataforma.

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07.07.

Transições de pavimentos em aço Corten, madeira, escadas e lajes de betão, com uma pérgola

VEGETAÇÃO E GESTÃO

08.

8.1 ORLAOrla com espécies associadas ao carvalhal atlântico para dissimular vistas menos aprazíveis.

Subarbustos

rhs.org.uk arborix.be

Hedera helix - Hera Ruscus aculeatus - Gilbardeira Vinca difformis - Vinca

ArbustosArbutus unedo - Medronheiro Corylus avellana - Aveleira Crataegus monogyna - Pilriteiro

cargocollective.com lepetitherboriste.net chewvalleytrees.co.uk

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08.Ilex aquifolium - Azevinho Prunus lusitanica- Azereiro Viburnum tinus - Viburno

store.tcv.org.uk 2.bp.blogspot.com pepinieres-huchet.com

Árvores

wikimedia.orgamazonaws.comaphotoflora.comwikimedia.org

Acer pseudoplatanus - Zêlha Castanea sativa - Castanheiro Quercus robur - Carvalho Quercus suber - Sobreiro

GestãoCorte gradual e controlo de invasoras e exóticas: Eucalyptus globulus, Acacia dealbata e Acacia melanoxylon. Introdução de espécies autóctones de crescimento rápido com maior capacidade de competição com espécies invasoras: Populus sp., Pinus pinaster e Acer pseudoplatanus. Introdução de espécies associadas às formações vegetais do carvalhal atlântico.

8.2 MATOSFaixas de plantação/ regeneração de arbustos associados aos matos atlânticos, proteção contra incêndios e abertura visual.

Estevinhas

Giestas

Cistus psilosepalus - Sanganho

pelion-paths.grbiodiversidadvirtual.org

Cistus salvifolius - Sanganho-manso

anniesannuals.com wikimedia.org wikimedia.org

Cytisus striatus - Giesta-negralCytisus scoparius - Giesta-das--vassourasCytisus multiflorus - Giesta-branca

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08.Ulex europaeus - Tojo-arnal

wikimedia.org

Ulex minor - Tojo-molar

erick.dronnet.free.fr

TOJOS

URZESCalluna vulgaris - Torga Erica arborea - Urze-branca Erica australis - Urze-vermelha Erica carnea - Urze-do-inverno

Erica cinerea - Urze-roxa Erica scoparia - U.das-vassouras Erica umbellata - Queirówikimedia.org wikimedia.org 4.bp.blogspot.com florum.fr

luirig.altervista.org botany.cz flickr.com

Pastoreio com gado ovino e caprino para manter este estágio da sucessão natural. Controlo de exóticas/invasoras: Eucalyptus globulus, Acacia dealbata e Acacia melanoxylon. Monda de infestantes sempre que necessário.

GESTÃO

8.3 PRADO/MATOS BAIXOSVegetação baixa na área do castro (ruínas) para manter a legibilidade e expressão dos elemen-tos arqueológicos

MatosCalluna vulgaris - Torga

wikimedia.org

Erica carnea - Urze-do-inverno

florum.fr

Erica cinerea - Urze-roxa

luirig.altervista.org

Erica umbellata - Queiró

flickr.com

Ulex minor - Tojo-molar

erick.dronnet.free.fr

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08.

missouristate.edu

Dactylis glomerata - PanascoFestuca arundinacea - Festuca-alta

wikimedia.org

Festuca ovina - Festuca

4.bp.blogspot.com

Lolium multiflorum - Azevém

flickr.com

Lolium perenne - A. perene

wikimedia.org

Trifolium pratense - Trevo roxo

amazonaws.com

Trifolium repens - Trevo branco

florapittsburghensis.files.wordpress.com

wikimedia.orgamazonaws.com

Quercus robur - Carvalho Quercus suber - SobreiroPinus pinea - Pinheiro manso

criarbosques.files.wordpress.com

Árvores

Pastoreio e/ou corte mecânico: 10 em 10 dias de maio a setem-bro e mensalmente no restante período do ano. Monda de infes-tantes sempre que necessário.sempre que necessário.

GESTÃOPrado

ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO

09.

9. ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃODe forma a tornar o castro num espaço de visita habitual e que justifique o investimento nas es-truturas físicas descritas anteriormente, propõe-se as seguintes estratégias de divulgação:

SITE NA INTERNET

Propõe-se a criação de um site sobre cada castro ou o melhoramento das informações que constam no site da Rede de Castros do Noroeste, com informações como a história do local, as descobertas arqueológicas e fotografias. Poderão ainda ser visualizadas reconstituições em 3D das povoados castrejos e de objetos usados na época. Terá ainda indicações sobre como chegar ao local, assim como sobre contactos e atividades programadas para o local.

Exemplo de como seria estruturado o site sobre os castros

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09.APLICAÇÃO PARA SMARTPHONE E TABLET

Propõe-se a criação de uma aplicação para dispositivos de comunicação, que usará como base o Google Earth e indicará os castros mais próximos (assim como a distância a percorrer e a sua classificação em termos de conservação), assim como os locais de interesse mais próximos.

Sistema de Classificação dos Castros:

• Mau • Razoável • Soberbo

Exemplo de como as informações seriam apresentadas nas plataformas

SINALIZAÇÃO

Sinalização dos castros nas vias de comunicação, assim como placas informativas nas entradas dos castros, com um breve resumo da história dos castros.Nos castros, junto a diferentes locais/estruturas propõem-se pequenas placas com informações sobre o que são e para o que serviam.

9. ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO

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09.USO/ALTERNATIVAS AOS CENTROS DE INTERPRETAÇÃO

Embora muitos dos castros já tenham um centro de interpretação dedicado, verificou-se que muitos deles não estavam em a funcionar devidamente.Para os centros de interpretação já existentes propõe-se:

• Sala de educação, onde se poderá aprender técnicas de limpeza de vestígios• Sala com exposições arqueológicas• Pequeno quiosque distribuição de panfletos/mapas e venda de livros, tudo em vários idiomas.

Caso não exista nenhum centro de interpretação (e dependendo da dimensão do castro), sugere-se que a divulgação do castro se faça em quiosques locais, através de panfletos informa-tivos e livros, tudo em vários idiomas.

M: AP | 2014/15 | PQU & PGPAna Rita Basto | Bruno Félix | Cátia Chaves | Patrick Amaral | Pedro Pinto