living design journal #3
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LIVING DESIGN JOURNAL é uma publicação do Living Design especial para NürnbergMesse. Editora-chefe Mônica Barbosa.
Editor-executivo Fran Oliveira. Repórteres Carolina Castro, Fernanda Holt, Mirela Tavares . Fotógrafa Celina Germer. Produção gráfica
On Art Design. Projeto Gráfico Nelson Graubart e Marcelo Gava. Direção de Arte e Diagramação Marcelo Gava. Revisão Luiz Volpi.
Impressão IBEP Gráfica. Redação: rua Baltazar da Veiga, 264, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, CEP 04510-000, fone 11 3045-0195.
www.livingdesign.net.br. As opiniões e os artigos contidos nesta edição não expressam, necessariamente, o pensamento dos editores.
É proibida a reprodução em qualquer meio de comunicação das fotos e matérias publicadas sem prévia autorização.
INCLUIR
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02 Editorial O futuro é agora!
04 Cozinha Acessórios práticos e funcionais para um espaço bem resolvido
06 Entrevista David Hertz - Liderada por ele, a Gastromotiva apropria-se do design como inteligência para promover cidadania e desenvolvimento social
08 Personalidades Ilustres arquitetos e designers prestigiam a feira
10 Banheiros Retangular, tecnológica, oval ou vitoriana, a banheira está, de novo, em evidência
12 Especial HomeLife Summit - Andrea Bisker, macrotendências de consumo para a casa
14 Destaque O futuro a um click
Dia 2010h Solenidade de abertura da feira10h30 Homenagem à jornalista Olga Krell13h Workshop com designer e poetisa Mana Bernardes
Dia 2113h Workshop com designer e poetisa Mana Bernardes14h Palestra com a publicitária Andrea Bisker - WGSN, Macrotendências de comportamento de consumo para casa e interesses e mudanças do morar15h10 O publicitário Washington Olivetto fala so-bre o Comportamento do Consumidor focado na Arquitetura e no Design16h20 Tendências em cozinhas e banheiros, com a publicitária Andrea Bisker - WGSN
AGENDA
EDITORIAL O FUTURO É AGORA!
Quem tem mais de 30 anos, com certeza, se divertiu assistindo às aventuras de Os Jetsons. Uma família do futuro com personagens criados pela dupla Hannah-Barbera. A série introduziu no imaginário das pessoas o que seria o futuro da humanidade: carros voadores, cidades suspen-sas, trabalho automatizado, robôs como criados e toda sorte de aparelhos eletrodomésticos para facilitar nossa vida.
Nos dias de hoje, a simpática família Jetsons ficou apenas em nossa lembrança, mas uma tecnolo-gia de nome complicado surge para simplificar nosso dia a dia na busca contínua por conforto e bem-estar: a domótica. “Pense nela como um mordomo moderno que cuida de todas as nos-sas necessidades”, diz o professor José Manuel Páez-Borrallo. Pois é, o futuro não está tão dis-tante assim. Distante também não está a fórmula encontrada pelo chef de cozinha David Hertz, à frente da Gastromotiva, projeto que tem a missão
de desenvolver o ser humano de uma forma mais completa, tendo a gastronomia como ferramen-ta fundamental. “O trabalho que eu faço é muito egoísta, porque o que eu quero mesmo é viver em um mundo mais gostoso e numa cidade mais le-gal”, afirma David.
Também de olho no futuro, a publicitária Andrea Bisker, à frente do WGSN, um dos maiores gru-pos geradores de conteúdos, falou a arquitetos e empresários o que vai acontecer daqui a dois, três anos. Segundo ela, o desejo das pessoas em transformar suas casas em verdadeiros ninhos passa por dois movimentos: idiomatic e cocunut. O primeiro valoriza as pequenas coisas, já o se-gundo tem influência na construção da casa e na maneira de vesti-la. Boa leitura!
Mônica BarbosaEditora-chefe
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Dia 2214h O arquiteto Kai-Uwe Bergmann palestra so-bre o Poder Emocional das Formas15h10 O designer Marcelo Rosenbaum apresenta o seu Conceito e Estilo de Morar15h50 Construindo o bem-estar (Módulo 1). Ar-quitetos e clientes falam sobre os projetos e a realização de sonhos. Com os arquitetos Antonio Ferreira Junior e Mario Celso Bernardes e a jorna-lista Monica Waldevogel16h20 Construindo o bem-estar (Módulo 2). Arquitetos e clientes falam sobre os projetos e a realização de sonhos. Com a arquiteta Débora Aguiar e atriz Juliana Paes17h Taissa Buescu, diretora da Casa Vogue, anali-sa a Alta Moda no Design de Interiores
COZINHA
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Para o arquiteto e designer George Nelson (1908-1986) a palavra design significava “ir além da capacidade da mente humana”, escreveu ele, em 1957, em sua obra de referência Os Problemas do Design. Nelson era um visio-nário, que recorreu à imaginação e alegou que o projeto deve ser livre para expressar-se em todos os assuntos. Integrada ou não à sala, a cozinha pode ser montada com equipamentos que facilitem nosso dia a dia. Visuais ou simplesmente cumprindo o objetivo a que foram desti-nados, esses objetos trazem beleza ao ambiente e desta-cam-se pela utilidade. Seja pelo design, seja por nos fazer pensar “por que isso não foi inventado antes?”, os novos acessórios para cozinha caracterizam-se como tendência que veio para ficar.
ACESSÓRIOS PRÁTICOS E
FUNCIONAIS PARA UM ESPAÇO BEM
RESOLVIDO
O bico corta-pingos do espremedor da Arno Collection permite servir o suco diretamente no copo. Já o filtro de inox retém a polpa da fruta com muito mais eficiência
O escorredor de aço inox da Tramontina é removívele pode ser acoplado à cuba
Balança embutida na bancada, da Franke, pesa até5 quilos e é removível
Equipamento indispensável na cozinha moderna,o triturador InSinkErator não só é conveniente e prático.Ele proporciona uma resposta ambientalmente correta para o descarte de resíduos alimentares. Totalmente seguro, não possui lâminas
Pia com ralo automático, controlado por dispositivo na bancada que dispensao uso das mãos para levantá-lo
A adega da Elettromec tem portas e puxadores reversíveis e armazena vinhos em temperaturas diferenciadas por meio do sistema de refrigeração Dual Zone. A ma-deira certificada de Faia/Bench Wood reage bem à umidade interna do aparelho
Acionada por monocomando, a torneira com base giratória da Altero
tem duas bicas e duas pressões de jato. Conforme a temperatura da
água os LEDs mudam de cor
DESENHANDO UM NOVO MUNDO
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A Gastromotiva,liderada por David Hertz,
apropria-se do design como inteligência para promover cidadania e
desenvolvimento social
Divulgação
Por que a Gastromotiva?
Em 2003, montei o café Santo Grão, na Oscar Freire (SP), mas não era esse o meu caminho. Em 2004, fui convidado para desenhar uma co-zinha na favela do Jaguaré, onde percebi que a capacitação profissional era o que mais faltava ao mercado gastronômico. Montei, então, no local, o projeto Cozinheiro Cidadão, que me levou a co-nhecer a Uridéia (Uridéia Andrade). Ela era uma das jovens que nós selecionamos e que acabou indo conosco para uma apresentação na ONU, em 2000, sobre as Metas do Milênio (resolução da ONU para o desenvolvimento de um plano de ação para se reverter o quadro de pobreza no mundo). Durante esse período e em meio a dra-mas familiares pelos quais passam as pessoas dessas comunidades, eu pude perceber a supera-ção daquela menina e a importância do Cozinhei-ro Cidadão na vida dela, e foi aí que eu pensei: essa é a minha missão. Nós voltamos, decidimos que íamos fazer algo juntos e eu fui pensar o que seria a Gastromotiva. Tinha em mente que o ob-jetivo era abrir as portas para esses jovens que têm muito potencial, mas não conseguem enxer-gar isso, ajudá-los a desenvolver seus talentos e a seguir seus próprios caminhos, trabalhando, ins-pirando outros e transformando a realidade.
E como foram sendo estabelecidas as áreas de atuação?
Uma noite, eu fui a um jantar muito sofisticado, com um buffet perfeito, mas eu não percebia as pessoas muito felizes. No dia seguinte, fui ao ani-versário da Uridéia, na favela, e todos se diver-tiam muito, mas sem o mesmo cuidado com os detalhes da festa anterior. Eu pensei: “Ela é mi-nha auxiliar, faz tudo muito bem para mim e aqui não!”. E daí saiu a ideia de montar um buffet que fosse para atender às classes A e B, eventos cor-porativos, onde iríamos incluir jovens empreen-dedores que quisessem trabalhar com gastrono-mia, aprender tudo sobre buffet durante um ano e voltar para a comunidade oferecendo a mesma qualidade de serviço. A ideia girava em torno do pensamento de que todos, da sua maneira, po-dem usufruir de bem-estar.
Por quê?
Primeiro porque os próprios moradores das comu-nidades não acreditam que podem usufruir disso, é uma questão interna de não se sentir parte da sociedade. Depois tem a questão da educação bá-sica. Ao que eles têm acesso é muito pouco: é um repertório massivo da televisão, a visão restrita do popular. Com o tempo, fomos percebendo que fo-mentávamos o negócio para a comunidade, mas em pequenas iniciativas. Eles precisavam de mais, de vivências, estágios, trabalhar em outros lugares. Como o que sabíamos fazer era a capacitação pro-fissional, passamos a oferecer esse serviço para o mercado e o de buffet paralelamente. Durante três anos fizemos vários eventos, mas o nosso modelo não gerava escala. Foi daí que decidimos focar no que fazíamos de melhor: educação. Hoje já for-mamos mais de 150 jovens, entre os quais 25% procuraram depois uma faculdade, 10% já se tor-naram sous chefs e alguns já comandam cozinhas. Antigamente o buffet pagava por essas contas, hoje há patrocinadores, como o banco J. P. Morgan e a família suíça Wise.
Como se configura a área de atuação da Gastro-motiva hoje?
A primeira área é a inclusão social e profissionali-zação, com a oferta dos cursos que, por enquanto,
ENTREVISTA
são voltados apenas para cozinha, mas queremos expandir para as atividades de salão e sommelier. A segunda é o desenvolvimento comunitário e o apoio a novos negócios, que faz parte da incuba-dora, fomentando as iniciativas nas comunida-des. E a terceira é uma rede de restaurantes que fomentam a Gastromotiva e nós os fomentamos com profissionais e uma área de responsabilida-de socioambiental.
E qual o diferencial em relação às outras institui-ções que fazem isso?
Eles não vão à essência do problema. Eles dão o conteúdo e formam profissionais, mas nós trans-formamos pessoas. O nosso foco é questioná-las: quem é você, onde você está no mundo, o que te motiva, quais são as relações que precisam ser curadas para você se desenvolver como pessoa? A gastronomia é apenas uma ferramenta para estimular esse desenvolvimento, mas poderia ser outra coisa.
E como vocês aplicam a inteligência do design no alimento para essa melhoria de vida?
Os restaurantes “compram” pessoas, eles falam eu quero mais um Carlos Henrique, eu quero mais sete Fabianas... É o capital humano que está faltando no mercado, o profissional completo, que tem consciência cidadã e socioambiental. O processo de desenvolvimento dessas pessoas, fazer aflorar o talento delas, ajudá-las a saber fa-zer e levá-las para o mercado, tudo isso nos torna multiplicadores, contribuindo para que elas pas-sem a ter um outro olhar sobre o alimento como elemento transformador.
Qual a importância de participar da Kitchen & Bath, do apoio da NürnbergMesse e qual valor vai agregar ao seu negócio?
O valores da NürnbergMesse são muito sóli-dos, assim como a excelência das feiras que ela apoia. Podemos aprender muito com a empresa e trocarmos muitas experiências. Feira lida com serviço, com formação de opinião. No fim, in-trinsecamente, temos relações muito similares,
porque estamos tentando influenciar as pessoas a se manterem conectadas, mas também olhan-do ao seu redor. Quando falamos na Kitchen & Bath, não é simplesmente falar de um segmento em ascensão, do luxo e classe AA, mas também de quem quer coisas melhores, de quem procura bem-estar.
Você foi nomeado um Young Global Leaders de 2012 pelo Fórum Econômico Mundial. O que isso significa para você?
Eu comecei a Gastromotiva com um propósito muito claro. Mesmo passando por muita difi-culdade, que não se pode nem imaginar, nunca mudamos a nossa missão. Comecei esse ideia na minha casa, com menos de 3 mil reais, ima-ginando que íamos fazer negócio nas comuni-dades. Os modelos mudaram, não existe mais o buffet, os negócios se transformaram, mas a nossa missão continua a mesma: a de promover a inclusão social pela gastronomia. Então fazer parte do Young Global Leaders é uma honra. Eles dizem que estamos ajudando a desenhar o mundo em que queremos viver e eu acho que, de fato, eu faço isso toda hora, mesmo sem nun-ca ter tido a pretensão. E ser reconhecido sem ter tido essa intenção, só porque estava ali fa-zendo meu trabalho na comunidade, me deixa ainda mais feliz. Isso mostra que fazemos algo realmente de valor para a sociedade e que pode servir de inspiração para criar novas políticas públicas, para expandir essas ações para outros lugares. Mas na verdade o trabalho que eu faço é muito egoísta, porque o que eu quero mesmo é viver em um mundo mais gostoso e numa ci-dade mais legal.
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PERSONALIDADES ILUSTRES ARQUITETOS E DESIGNERS PRESTIGIAM A FEIRAArquitetos, designers e empresários foram cli-cados pela lente da fotógrafa Celina Germer nos corredores e estandes da Kitchen & Bath Expo e na redação do Living Design. Alinhado com o novo conceito da feira, os estandes foram além dos negócios, tendências em mobiliário e tec-nologia. O espaço da designer Mana Bernardes promoveu workshop sobre como transformar ob-jetos simples em obras de arte. O trabalho da es-tilista e designer Luisa Aguiar pode ser visto nas nas roupas das recepcionistas e contribuiu para o visual e identidade do evento.
Mônica Barbosa, Laura Snitovsky e Ligia Amorim Bucky, nosso mascote mais fofinho!
Roberto Migotto, Ligia Amorim e Arthur Casas Constantino EsperLuisa Aguiar
Angelo Derenzi, Ricardo Minelli, Roberto Migotto e Helio Bork
Ana Cristina, Oscar Mikail e Giovanna Ornellas Eduardo Oliveira, Gina Elimelek e Arthur Casas
Helio Bork, William Simonato, Sandra Bork e Luiz Bick Recepcionistas na redação do Living Design
Almir Soares e Guilherme de Souza
Nelia Fay e Neto PorpinoKatia AvilezMana Bernardes
David Hertz, Mônica Barbosa e o chef Zé Maria
Com amplo espaço interno para acomodar duas pessoas, a banheira da linha Barcelona foi criada pela Victoria + Albert para Doka - Bath Works. No caso de riscos ou arranhões, basta um simples polimento para restaurar a peça
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BANHEIRO
Não importa o formato.O que realmente interes-sa é que a banheira ganhou status de obra de arte indispensável no momento de compor projetos para a sala de banho. A inspiração ora debruça-se sobre o clássico modelo vitoriano, que traz de volta a poesia e o charme do passado, ora recor-re à criatividade de designers, que por meio de técnicas modernas a transforma em peça única digna de objeto de desejo. Some-se a isso o fato de que ela voltou para marcar presença, decorar e proporcionar banhos relaxantes.
RETANGULAR, TECNOLÓGICA, OVAL
OU VITORIANA, A BANHEIRA ESTÁ, DE
NOVO, EM EVIDÊNCIA
Banheira Mandala, da linha MyPretty Jet, inspirada no clássico modelo vitoriano, foi customizada pela designer Luisa Aguiar
O minispa Oceanus Ouro, da Pretty Jet, tem acionamento inteligente, seis jatos reguláveis, assento anatômico ecromoterapia e cascata sincronizadas
De formato oval, esta banheira da Spas Versati tem superfície de acrílico de alta resistência e fácil manutenção
Com resina de poliéster que não encarde e retém a temperatura da água, a banheira da Banhomais é
desenhada no Brasil e produzida no exterior
A inteligente banheira da Heaven Spas é equipada com jatos de hidromassagem, sistema de borbulhas no assento, aquecedor elétrico para manter a temperatura da água e monitor LCD, com DVD
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ESPECIAL
Abrindo o primeiro dia do ciclo de palestras do HomeLife Summit, na Kitchen & Bath Expo, es-teve presente o portal de pesquisas WGSN que tem escritórios nas cidades de Londres, Nova York, Paris, Milão, Hong Kong, Tóquio e São Pau-lo. O WGSN foi representando por sua diretora no Brasil, a publicitária Andrea Bisker que, em uma apresentação ricamente ilustrada, trouxe as principais tendências mundiais colhidas por um time de aproximadamente 150 especialistas – entre antropólogos, sociólogos e jornalistas em mais de 50 feiras de design de interiores, arquite-tura e gifts como a “Maison & Objet”.
Essas tendências vão compor a nova casa que comporta uma nova forma de morar voltada para a sociedade e os modelos de família de hoje tão mutante com divórcios e casamentos que agre-gam novos filhos. “O que queremos na nossa casa dos sonhos é menos ostentação e um es-paço melhor aproveitado com design funcional, beleza e conforto”, diz Andrea. Entre os temas, o primeiro destacado foi a “Conexão Total” que, cada vez mais, é vista em produtos que integram tecnologia e funcionalidade. Ou seja, não quere-mos mais uma geladeira que apenas refrigere, mas que nos possibilite o acesso à internet e te-nha, até mesmo, um banco de dados com nossas receitas preferidas. É a tecnologia nos permitindo aproveitar o tempo da melhor forma possível.
MACROTENDÊNCIAS DE CONSUMO PARA A CASA
Seguiu-se então o tema sobre “Multifuncionali-dade” presente em diversos objetos e utensílios que agregam mais de uma funcionalidade como os smartphones. Como exemplo, Andrea ilus-trou a afirmação com um protótipo da Eletrolux para máquina de lavar, que lembra o formato de um cesto para roupa suja. O eletrodoméstico conta com um sensor que identifica quando está cheio e, automaticamente, começa o processo de lavagem, sem a necessidade de, ao menos, lembrarmos de apertar um botão. Outra tendên-cia mundial é a “Liquidez”, um conceito explo-rado pelo sociólogo polonês Bauman que fala das relações líquidas, vistas, por exemplo, nas curtas relações amorosas, em que não há tempo de consolidar os sentimentos. No design essa li-quidez pode ser vista no sentido da flexibilidade de espaços como no trabalho inovador da cons-trutora MaxHaus. Empresa que saiu na frente permitindo que cada um escolha como deseja a planta da sua residência. “Eles perceberam um oceano azul no meio da maré vermelha das disputas, pois sabem que a única forma de se diferenciar hoje em dia é antecipar os desejos do consumidor”, sentencia Andrea.
A “Versatilidade” também é notada, principal-mente em móveis modulares. Para a cozinha uma criação que é o máximo é o Boxetti Lunch, uma produção inteligente que alia em um só móvel
mesa, pia e refrigerador. Compacto, ele permite mais espaço para esse ambiente da casa. Outra solução é a picture table, uma tela que se trans-forma em uma pequena mesa de jantar. A sus-tentabilidade reflete-se na tendência “Zero des-perdício” item que busca menor gasto de água e energia. Em breve, em nossa casa, será comum o aparelho iSave que possibilitará um monitora-mento e controle de energia da residência pelo celular. A macrotendência “Cocooning”, que sig-nifica casulo e representa a necessidade de aco-lhimento, nos mostra que as pessoas continuam querendo ficar mais em casa. “Estamos vivendo cada vez mais em condomínios que nos lembram bunkers”, conclui Andrea. Finalizando, Andrea falou sobre o “Estilo Chic”, que expressa nos-sa vontade de que os produtos sejam objetos de desejo, como um fogão de Karim Rashid ou uma máquina da Nespresso, com acabamento que re-mete ao tecido matelassê. O belo é necessário e cada vez mais possível.
Fotos: Celina Germer
“Estamos vivendo cada vez mais em condomínios que nos lembram bunkers”Andrea Bisker
DESTAQUE
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O FUTURO EM UM CLICK
Não se trata apenas de equipamentos que ligam e desligam sozinhos ou que podem ser aciona-dos remotamente. A domótica é uma tecnologia que traduz as necessidades humanas na busca contínua por conforto e bem-estar. “Pense nela como um mordomo moderno, que cuida de to-das as nossas necessidades”, afirma o professor e especialista na área José Manuel Páez-Borrallo, vice-reitor para Relações Internacionais da Uni-versidade Politécnica de Madrid, na Espanha. E, nessa busca pela simplificação da vida diária, a domótica aprende os hábitos domésticos, anteci-pando-os ou tornando-os mais eficientes de ser executados, mesmo sem a presença de alguém em casa ou na empresa. O termo é uma junção das palavras domus, do latim (casa), e tica, do grego (automático). Na
Como a domótica está revolucionando a forma de lidar com os ambientes por meio de sistemas inteligentes de controle
prática, são sistemas que podem abrir uma por-ta ou aumentar a potência do ar-condicionado, seja por meio de programação, seja por meio de uma ação remota. Mais do que isso, como os an-tigos dedicados serviçais, eles podem identificar e manter na temperatura desejada do usuário, garantindo-lhe o conforto de chegar em casa e ter o seu ambiente preparado como deseja. Uma solução eficaz principalmente para quem passa o dia inteiro trabalhando e, à noite, quer apenas desfrutar do prazer de estar no aconchego do lar.Para Borrallo, essa realidade será mais explora-da pela geração Y, formada pelos nascidos entre 1978 e 1990 e completamente viciada em tecno-logia. “A previsão é de que entre 10 e 15 anos a casa futurista seja uma realidade para a maioria das residências brasileiras”, diz. E sob um custo ainda menor do que o de hoje. Segundo Borrallo,
para se ter uma casa inteligente atualmente, o in-vestimento é, em média, de 5% a 10% a mais do que o de uma casa tradicional. Atento às mudan-ças de costumes e às tendências de mercado, ele salienta ainda: “Esse pessoal dá tanto valor a um morar automatizado quanto a bons projetos de arquitetura e decoração”.
Para Leonardo Senna, fundador da iHouse, em-presa de automação residencial, a casa do futu-ro está cada vez mais presente e a um click de quem possa montá-la. Ele salienta que, além de conforto, esses controles inteligentes, interliga-dos uns aos outros, permitem a otimização do uso de água e energia, garantindo gastos mais racionais desses recursos e contribuindo para a sustentabilidade do planeta e do seu bolso. Tudo isso via wireless, acessado inclusive por meio de smartphones ou tablets.
A premiada banheira Smart Hydro, criação da iHouse, é um exemplo de como Senna enxerga o futuro das residências. De um celular, antes de chegar em casa, já é possível deixar a banheira preparada para um banho relaxante, com o uso dos seus sais preferidos, sem ter que esperar pelo enchimento ou perda de tempo tentando encon-trar a temperatura ideal. Este é mais um exemplo de como a tecnologia pode realmente ser útil, proporcionando mais segurança, conforto e eco-nomia e otimizando o tempo gasto com ativida-des rotineiras.
Para quem ainda duvida, vale lembrar os lança-mentos da edição da CES (Consumer Eletronic Show) deste ano, considerada a principal feira de tecnologia do mundo. Novidades como o apare-lho de TV da Samsung que responde por coman-do de voz ou gesto, devido à câmera e aos mi-crofones embutidos; ou a lavadora de roupas da
mesma marca que pode ser ativada e monitorada por um smartphone. Outra atração do evento foi o termostato da Nest, que memoriza a rotina diá-ria dos moradores do ambiente e ajusta automa-ticamente a temperatura do cômodo conforme os hábitos do usuário. Já os interruptores da Safe Plug permitem o isolamento da circulação de energia e podem ajudar a prevenir acidentes e re-duzir o risco de incêndio. São produtos e cenários que requerem cada vez mais a atenção dos ar-quitetos e designers, para que possam entender as novas necessidades humanas, transformadas pela tecnologia que está revolucionando a forma de lidar com os ambientes.
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