linda goodnight - um pequeno segredo

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8/16/2019 Linda Goodnight - Um Pequeno Segredo http://slidepdf.com/reader/full/linda-goodnight-um-pequeno-segredo 1/79 Copyright © 2002 by Linda Goodnight Originalmente publicado em 2002 pela Silhouette Books, diviso da !arle"uin #nterprises Limited$ %&tulo original' (or her Child) %radu*o' +eda oriya Copyright para a l&ngua portuguesa' 200- #.+%O/ 1O C3L%3/L L%.$ .igitali4a*o' 15ia /eviso' lessandra aciel 6 7ro8eto /evisoras 9 /esumo' Um pequeno segredo… Um grande problema! Solteira e com um :ilho para criar, ;ara %aylor tinha em mos uma delicada "uesto para resolver$ Seu pai perdera a :a4enda da :am&lia no 8ogo, obrigando<a a en:rentar o novo propriet=rio para reivindicar o "ue, por direito, pertencia a seu :ilho$ O problema era "ue o propriet=rio era %y urdock, "ue muito tempo antes dei>ara a cidade para se dedicar aos rodeios, e dei>ara tamb5m, sem saber, ;ara esperando um beb?$ ;ara en:rentaria "uem "uer "ue :osse, por seu :ilho$ as) casar<se com %y@A 7ois :oi esta a condi*o "ue ele imps para "ue o menino :osse seu herdeiro$ conviv?ncia com %y tornaria praticamente imposs&vel resistir ao charme estonteante do campeo dos rodeiosA  utor' Linda Goodnight reconhece "ue 5 uma romntica incorrig&vel e acredita nos valores tradicionais da

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Copyright © 2002 by Linda Goodnight

Originalmente publicado em 2002 pela Silhouette Books, diviso da !arle"uin #nterprises Limited$

%&tulo original' (or her Child)

%radu*o' +eda oriya

Copyright para a l&ngua portuguesa' 200-#.+%O/ 1O C3L%3/L L%.$

.igitali4a*o' 15ia

/eviso' lessandra aciel 6 7ro8eto /evisoras 9

/esumo'

Um pequeno segredo… Um grande problema! 

Solteira e com um :ilho para criar, ;ara %aylor tinha em mos uma delicada "uesto para resolver$ Seupai perdera a :a4enda da :am&lia no 8ogo, obrigando<a a en:rentar o novo propriet=rio para reivindicar o

"ue, por direito, pertencia a seu :ilho$ O problema era "ue o propriet=rio era %y urdock, "ue muitotempo antes dei>ara a cidade para se dedicar aos rodeios, e dei>ara tamb5m, sem saber, ;araesperando um beb?$

;ara en:rentaria "uem "uer "ue :osse, por seu :ilho$ as) casar<se com %y@A 7ois :oi esta a condi*o"ue ele imps para "ue o menino :osse seu herdeiro$ conviv?ncia com %y tornaria praticamenteimposs&vel resistir ao charme estonteante do campeo dos rodeiosA

 utor'

Linda Goodnight reconhece "ue 5 uma romntica incorrig&vel e acredita nos valores tradicionais da

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:am&lia e do lar$ #screvendo livros, divulga sua cren*a em "ue, com :5 e perseveran*a, o amor podedurar para sempre e os :inais :eli4es so realmente poss&veis$ 1atural de Oklahoma, Linda mora nocampo com o marido, Gene, e ugsy, uma ador=vel terrier. Somando os :ilhos de ambos, t?m seis, 8=adultos$ 7ro:essora do ensino :undamental, Linda tamb5m 5 en:ermeira$ Duando tem tempo, adora ler,assistir a 8ogos de :utebol americano e a rodeios, sempre com um esto"ue de chocolateA %amb5mgosta de :a4er longas caminhadas nas :lorestas prE>imas$ s leitoras podem escrever paragnightFmbo$net$

Um Pequeno Segredo…

Linda Goodnight

Capítulo I

O pai aprontara novamente$

;ara .ean %aylor :reou o carro vermelho sob a placa en:erru8ada "ue con:irmava estar de volta ao lar,

a :a4enda %ilted %$.uas ve4es por ano, todos os anos, no dia em "ue se casara e no dia em "ue a esposa morrera, 7ete%aylor bebia demais e apostava a :a4enda$ (eli4mente, todos em Bootlick, no %e>as, sabiam "ue ohomem :icava :ora de si "uando misturava =lcool e 8ogo$ ssim "ue 7ete recuperava a sobriedade obastante para raciocinar direito, o novo propriet=rio lhe revendia a :a4enda por alguns dElares oumeia dH4ia de cerve8as$

as, desta ve4, ele perdera a :a4enda para o homem "ue ;ara mais despre4ava no mundo$ O paiperdera %ilted % para no outro seno %y urdock) e o pati:e no "ueria devolv?<la$

O carro ainda balan*ava "uando ;ara saltou e seguiu em dire*o I ampla sede da :a4enda$ 3mpouco de sua raiva diminuiu ao ver o pai de p5 I porta dos :undos com um largo sorriso no rosto$

J h, pai) J #la o abra*ou e sentiu o cheiro :amiliar de :umo no bolso da camisa$ J .iga "ueentendi errado ao tele:one$ .iga "ue no perdeu a :a4enda para %y urdock$

7ete enri8eceu o ma>ilar$

J #le a ganhou de :orma 8usta$

J %y urdock no sabe o signi:icado dessa palavra$ J esmo apEs seis anos, a"uele nome lheprovocava id5ias irracionais$ 7odia "uase ver os olhos castanho<escuros desdenhando dela$ J 1oposso acreditar "ue desistiu da nossa :a4enda sem lutar$

J 1o sabia mais o "ue :a4er$ #le tem a escritura, assinada, tudo dentro da legalidade$ J 7eteme>eu<se in"uieto$ J s coisas mudaram um pouco por a"ui, ;ara .ean$ Saberia se morasse maisperto$

O pai :icou magoado "uando a :ilha dei>ou a :a4enda semanas apEs a morte da me, v&tima decncer$ 1o entendera na 5poca e ainda no entendia$ ;ara o abandonara "uando mais precisavamum do outro, mas isso nunca mais aconteceria$ "uelas terras estavam em seu sangue, e estavadeterminada a assegurar a :a4enda para seu :ilho$

 o pensar em Lane, de cinco anos, sentiu uma premoni*o$ #stava prestes a :icar :rente a :rente comseu tormento e, embora no soubesse, %y urdock tinha o poder de destru&<la$

.eu um tapinha nas costas do pai e enri8eceu<se$ #ntrou em casa, ansiosa para rever o lar, apoiou<seno balco "ue dividia a co4inha e a sala de 8antar, :echou os olhos e inalou o per:ume de pinho dosprodutos de limpe4a$

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7inho@ briu os olhos$ 3m momento$ !avia algo errado$ # os aromas :amiliares de couro velho esabo@

Cautelosa, analisou o ambiente$ mesa redonda no estava mais l=, nem as cadeiras de espaldar alto$ 1o lugar, havia um con8unto de 8antar de carvalho, novo, com acabamento em verni4 brilhante ecadeiras acolchoadas$

J 7aiA

J %entei alertar$ J #le tocou<lhe o bra*o$

J Onde esto nossos mEveis@

J #u os levei para o trailer.

— 7or "ue est= morando no trailer do capata4@ 1o me diga "ue a"uele hipEcrita do %y urdock oe>pulsou$ h, vou mat=<lo com minhas prEprias mosA ou "uebrar os dois 8oelhos dele para "uenunca mais possa montar em touros$ #)

J ai 8ogar chocolate "uente em mim, como nos tempos da escola@

;ara congelou$ esmo de costas para a porta, reconheceu a :ala arrastada "ue a atormentava nossonhos$ Grave e se>y, com um to"ue de divertimento oculto, o som "ue lhe causava arrepios$ Cerrou

os punhos e os dentes antes de se voltar para encarar seu pesadelo$7ete ergueu a mo, cauteloso$

J Contenha<se, ;ara$ udar para o trailer :oi escolha minha$ #ste rapa4 pode ser um 8ogador dep"uer astuto, mas ele no colocaria um velho na rua, no sereno$

J 1o h= sereno a"ui J replicou ;ara$ J # este rapaz é um homem de trinta anos "ue roubou anossa :a4endaA

J Ora, ;ara, no :i4 nem vinte e nove ainda J protestou %y$ J 1o me :a*a velho antes do tempo$

#la no estava preparada para o turbilho de emo*Kes "ue lhe varreu cada c5lula do corpo ao v?<lo$L= estava ele, arrogante como sempre, o ombro largo apoiado no batente da porta$ /uguinhas dee>presso adornavam o l=bio in:erior "ue sempre achara particularmente sensual$ preciou a bocamaravilhosa por um instante, lutando contra a lembran*a dos bei8os maravilhoso de "ue %y era capa4$

/aiosA vida :ora camarada com o moreno %y$ bele4a m=scula "ue a cativara na adolesc?ncia sEaumentara com a maturidade$ #le se mantinha em :orma, sempre o peo de touros con:iante$ #ningu5m :icava to bem "uanto %y urdock em cal*a 8eans velha e chap5u preto$

#ra mesmo um caubEi bonito, e ;ara dese8ou arrancar das Erbitas a"ueles olhos "ue se divertiam asua custa$

J #nto) J .eu uma :ungadela para regulari4ar a respira*o$ J ovelha negra voltou$

J #u poderia di4er o mesmo de voc?$

  resposta suave sE :e4 aumentar a raiva de ;ara$ Como %y ousava manter<se calmo e indi:erente,

"uando ela estava pronta para atacar@J #u perten*o a este lugar$ #sta 5 a minha casa$

#le desdenhou$ .esencostou<se do batente com e>presso irnica, com toda a seguran*a de "uemera o novo Hnico propriet=rio da %ilted %$ Com um :loreio, digno de um campeo de rodeios, tirou ochap5u e o pendurou no suporte preso I porta$ unto ao balco, acomodou<se numa ban"ueta, comose :osse o dono do lugar$

/aiosA #le era mesmo o dono agora$

;ara recuou al5m do balco$ #stava muito irritada$ %y urdock 8= lhe roubara demais$ 1o levaria sua

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:a4enda tamb5m$

  tenso no ambiente, emanada principalmente por ;ara, era mais densa do "ue tempestade de areiana pradaria$

J oc? 5 um ladro e um trapaceiro, urdockA

%y pousou a mo :orte na co>a igualmente musculosa e sorriu torto$

J Bem, ol=, ;ara$ M muito bom rev?<la tamb5m$

1um n&vel subconsciente, ela sabia "ue %y escondia as verdadeiras emo*Kes por tr=s de uma atitudearrogante, mas ela 8= no se importava com os sentimentos dele$ #la no dei>aria por menos$

J oc? se aproveitou do meu pai$

J #le no :e4 nada disso J interveio 7ete, de seu lugar ao balco$ J mo de cartas "ue ele tinhaera mesmo melhor do "ue a minha$

;ara ouviu um 4unido e manchas cin4a dan*aram diante dos olhos$ Como se estivesse prestes adesmaiar$ Ou a ponto de cometer um crime) um assassinato$ "uesto era "uem matar primeiro,7ete ou o canalha do %y urdock@

J 7ai, por :avor, se no vai se impor a esse biltre, dei>e "ue eu :a*o isso$;ara lamentou as palavras assim "ue as pronunciou$ O pai enrubesceu$ #la o constrangera, :eriraa"uele bendito orgulho dele$ ntes "ue pudesse se desculpar, 7ete levantou<se$

J ou para o trailer. Duando se controlar, encontre<me l=$ Sally est= preparando o 8antar$

#le saiu batendo a porta$ ;ara piscou, con:usa$ Duem era Sally@

J Duer um ca:5@

;ara voltou<se$ %y lhe o:erecia uma caneca, o sobrolho interrogativo$

J SE no comprei a"uela outra marca) ainda$

#la :icou bo"uiaberta$ #le se lembrava de sua marca :avorita de pipoca@

Com a estranha declara*o do pai e a ami4ade indese8=vel de %y, ;ara se sentia to dese"uilibrada"uanto um b?bado em um barco a remo sob um :uraco$ %y misturou uma colher de a*Hcar antes depousar a caneca no balco$

Contente por poder :a4er algo al5m de :it=<lo, ;ara sorveu o l&"uido "uente, raciocinando:reneticamente$

1o era assim "ue plane8ara o reencontro$ %y no deveria estar diante dela, observando<acalmamente por sobre uma caneca decorada com motivos de rodeio$ 1o deveria recordar como elapre:eria o ca:5, nem o tipo de pipoca$ .everia con:irmar ser o canalha "ue a abandonara em prantosna estrada de cascalho de acesso I (a4enda %ilted %, para correr atr=s de :ama e :ortuna nos rodeios$%ratava<se do vil sedutor mentiroso "ue lhe prometera um :uturo e ento partira dei>ando atr=s de sium rastro de poeira$

  lembran*a da"uela manh ainda era to viva "uanto o sabor do ca:5 "ue bebericava$ Concentrou<se, recuperando a dor e a raiva, para no :ra"ue8ar$

#stavam na cabine da caminhonete velha dele, protegidos do vento :orte de 8unho$ #le a abra*avaalisando seus cabelos loiros compridos em torno do rosto banhado de l=grimas$

J #u tenho de ir, ;ara J e>plicara ele$ J Os metidos da cidade sE esto esperando "ue euescorregue, "ue mostre o sangue urdock$ M a minha chance de provar a todos "ue esto errados e:a4er algo de mim mesmo$ 7reciso ser mais do "ue um empregado do seu pai$

J as um dia a %ilted % ser= minha, e sua tamb5m, portanto J argumentava ;ara, as l=grimas

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rolando soltas$ J oc? no ser= mais empregado de ningu5m$

%y lhe acariciava o rosto$

J 3m dia) J Bei8ou<a, os olhos estranhamente brilhantes$ J as 8= estou pronto para as provas demontaria em touro$ Se tiver sorte, poderei :icar de4 anos nesse negEcio$ .epois, voc? e eu teremos oresto de nossas vidas 8untos$ J :agou<lhe o "uei>o com o polegar de pele =spera$ J Duando minhacarreira nos rodeios acabar e eu tiver algum dinheiro, trans:ormaremos a %ilted % na melhor :a4endado leste do %e>as$

J Se me ama de verdade, vai :icar$

J ;ara, eu te amo$ J vo4 dele saiu rouca e grave de emo*o$ J M por isso "ue tenho de ir$ 7or :avor, entenda$

Surdo a seus apelos, ele dera a partida na caminhonete e sa&ra de sua vida$ nte o ultimato) ou ela,ou os rodeios, %y escolhera os rodeios, onde poderia e>ercitar livremente o legado de mulherengo deseu pai$

  agonia da lembran*a era :orte o bastante para tra4er<lhe de volta o 8u&4o$ 1o seria nunca maisenganada por outro homem$ uito menos por a"ueleA

J #sta 5 a :a4enda da minha :am&lia e eu a "uero de volta$J 7or "u?@ J %y estreitou o olhar avaliando sua e>presso transtornada$ J Se se importa com estelugar, por "ue se mudou para Oklahoma City e dei>ou seu pai cuidando de tudo so4inho@

;ara conteve o &mpeto de revidar$ Como ele ousava "uestionar sua lealdade I"uela :a4enda@ %y noimaginava "uantas noites ela chorara at5 dormir em seu minHsculo apartamento na cidade,atormentada pelo barulho do trnsito e das sirenes das viaturas policiais$ #le no imaginava asaudade "ue sentira de casa, da :alta "ue lhe :i4era o con:orto do lar e da :am&lia$ Como precisaradesesperadamente dele$

J %ive motivos para ir embora$ J #la segurava a caneca com tanta :or*a "ue temeu "uebr=<la$

J M$ Ouvi di4er "ue se casou$ J %y pousou a bebida dele no balco, o olhar bai>o$ J # "ue se

divorciou$ 7ete at5 me mostrou uma :otogra:ia do seu :ilho$#mbora nada indicasse "ue ele descon:iasse de algo, ;ara sentiu o sangue gelar$ #ngoliu em secoduas ve4es antes de se arriscar a :alar$

J inha vida pessoal no 5 da sua conta$

J Costumava ser$ J #le passou o dedo na borda da caneca$

J +sso :oi h= muito tempo, %y$ J ntes de voc? escolher o lombo de um touro I mulher "ue 8urouamar$ ntes de dar Is tietes de rodeios o amor "ue prometera guardar sE para ela$ ntes "ue eutivesse um :ilho seu so4inha$

;ara lembrou<se de si mesma aos de4enove anos, I pia do banheiro, esperando o teste de gravide4revelava a verdade$ Lembrou<se do cheiro de ovos :ritos ao primeiro en8o matinal, dos p5s inchados,

da dor nas costas "ue ningu5m se o:erecia para massagear$ # lembrou<se das vinte horas de trabalhode parto sem ningu5m para lhe dar apoio e para comemorar a chegada de seu :ilho$ ;ara .ean %aylor nunca mais seria to vulner=vel$

J Lamento, mas no estou interessada em relembrar o passado$

J # se eu estiver@ J %y sorriu, mas o olhar era s5rio, atento$ J .ei>amos muitos assuntospendentes entre nEs$

Se no estivesse to triste, ;ara acharia engra*ada a escolha de palavras de %y$ Oh, tinham assuntospendentes, sim, mas no os "ue ele imaginava$ 7rovavelmente, ele ansiava por outra sesso delu>Hria na cocheira) literalmente) mas ;ara aprendera a li*o$ .uas ve4es$ 7rimeiro com %y, depois

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com osh /iddley, o homem "ue :ora seu marido sE pelo tempo su:iciente para proteger seu :ilho deespecula*Kes e evitar "ue 7ete se decepcionasse com a Hnica :ilha$

;ara enganara a si mesma tanto "uanto a osh, acreditando "ue era o amor a uni<los, e no odesespero$ osh logo descobriu a verdade, ao mesmo tempo "ue ela descobria "ue desposara umhomem "ue tendia I viol?ncia "uando bebia demais$ 7ensando bem, decepcionar 7ete teria sido mais:=cil do "ue viver com osh, mas, apEs so:rer tanto para proteger seu segredo, no iria magoar o pai

agora$7ete era anti"uado$ 1unca mais andaria de cabe*a erguida se a cidade toda soubesse "ue seuorgulho e alegria, sua :ilha per:eita, tornara<se me solteira$ osh :ora um cap&tulo triste em sua vida,mas o caubEi bonito al5m da"uele balco :i4era algo muito pior$ #le despeda*ara seu cora*o$

;ara permitiu "ue o ca:5 :orte e doce lhe envolvesse a l&ngua e a"uecesse seus l=bios repentinamente:rios$ lgumas mulheres escolhiam homens errados repetidamente, e ;ara .ean %aylor :a4ia partedesse grupo$ So:rera duas decep*Kes antes de perceber isso, mas bastava$

;ara sorveu outro gole de ca:5$

J amos dei>ar claro, urdock$ 1o h= nada pendente entre nEs$

7ara en:ati4ar, pousou a caneca com :or*a no balco$ 3m pouco do ca:5 transbordou$ .esceu da

ban"ueta, contornou o balco e :oi para a co4inha$ %y estava na :rente do suporte de papel<toalha$ Obrilho em seu olhar indicava "ue no pretendia abrir caminho$

J Se tivesse alguma educa*o, daria passagem ou me passaria o papel<toalha$

#le sorriu, cru4ou os bra*os e se recostou no balco$ .esa:iava<a a se apro>imar, a provar "ue nohavia nada pendente entre ambos$

Ntimo$ #la mostraria ao caubEi insuport=vel o "uanto era imune a ele$

 rmada com a trai*o dele e seis anos de pesar, avan*ou pelo lado es"uerdo dele, sem se es"uivar ao contato$ #le se me>eu um pouco, alinhando seus corpos$ # ela se viu com o nari4 diante do tEra>do homem "ue mais odiava no mundo$ # ele cheirava bem) Sentiu o cora*o disparar$ #ra o mesmoaroma de madeira "ue permanecera impregnado em sua pele, em suas roupas e em sua memEria at5

muito tempo depois de ele ter partido$;ara cerrou os dentes contra a onda de sensa*Kes "ue amea*avam a:lorar$

J .?<me a bendita toalha, urdock$

J .?<me a toalha$ .?<me a :a4enda J desdenhou ele, a boca to prE>ima "ue ela sentia seu h=lito"uente$ J rainha dese8a mais alguma coisa@

%y era to :orte, "uente, m=sculo e) to :amiliar, mesmo apEs tanto tempo$ 7or um breve instante,sentiu<se novamente atra&da por a"uele charme poderoso$

#le passou a mos em suas costas, carinhoso$ sensa*o era de manteiga se derretendo sobre milhoverde :umegante$ ;ara 8= ia pousar o rosto na"uele peito largo "uando ele a pu>ou para tr=s pelorabo<de<cavalo$ risada grave a atingiu como um a*oite$

;ara recuou :uriosa$ Como ele ousava brincar com ela@ # por "ue ela reagira da"uela :orma@

Sem se importar com o ca:5 derramado, contornou o balco$ Se %y achava "ue conseguiria sedu4i<la e:a4?<la es"uecer como a abandonara, estava muito enganado$ 1o passado, poderia ter se dobrado,mas agora tinha de considerar o :ilho$

J 1ada mudou, urdock J rea:irmou, o:egante e com vo4 tensa$ J inda 5 o mole"ue ego&sta "uesempre :oi, certo de conseguir tudo na base do charme$ 7ois tenho novidades para voc?, caubEi$ 7odemontar no seu cavalo e voltar para o lugar de onde veio$ penas dei>e a escritura da %ilted % na mesa"uando partir$

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#le adotou uma pose descontra&da, a e>presso enigm=tica, embora ;ara descon:iasse "ue ele noestava to indi:erente "uanto parecia$

J Lamento desapont=<la, "uerida, mas este velho caubEi a"ui no vai a lugar algum$

J #nto, vamos I 8usti*a$

J 1o tem base nenhuma para isso$ :a4enda estava no nome do seu pai$

J eu pai ia dei>ar a :a4enda para o meu :ilho$

J %alve4$ as, se esperava ter a :a4enda para o menino, deveria t?<lo tra4ido para c= ao nascer$ 3mgaroto criado na cidade no saberia condu4ir uma :a4enda$

J #u vou ensinar a ele$

J Como@ ostrando<lhe reprises de velhos seriados@ .ei>ando<o brincar nos pneis de pl=stico dosupermercado@

J Lane 8= sabe cavalgar to bem "uanto eu na idade dele$ J Sempre "ue punha o :ilho na sela deum cavalo, ;ara sentia um aperto no cora*o, ressentida com o :ato de o prEprio pai do menino lhe ter roubado a oportunidade de crescer no campo$

%y apro>imou<se$J # "uanto ao pai dele@ %alve4 tenha planos para o garoto$

;ara estremeceu com a id5ia, o segredo amea*ando escoicear como um garanho selvagem$

J Lane no tem contato com sua imita*o de pai desde o dia em "ue ele partiu$ osh no temnenhuma autoridade sobre a vida de Lane$ 1unca teve, nem nunca ter=$

%y assobiou$

J 7arece "ue :oi um divErcio amargo$

J %o amargo "ue nem eu, nem Lane carregamos o sobrenome do pai dele$ Lane 5 meu e sE meu$J O momento lhe parecia to apropriado "uanto "ual"uer outro para o esclarecimento$ J Somosambos %aylor$ # os %aylor sempre :oram propriet=rios desta :a4enda$ Sendo assim, no desistireien"uanto voc? no a devolver$

J 1esse caso, "uerida) J retrucou %y com :ala arrastada, o brilho do divertimento novamente emseus olhos$ J #spero "ue tenha tra4ido a escova de dentes, por"ue ser= uma estadia longa$

Capítulo II

7or h=bito, %y 8ogou o resto de ca:5 na pia, lavou a caneca e a dei>ou no balco para secar$ (e4 omesmo com a caneca de ;ara$ #m de4 anos morando numa casa sobre rodas, aprendera "ueningu5m apareceria para e>ecutar as tare:as cotidianas$ .esarrumou, tem de arrumar$

desarruma*o "ue dei>ara anos atr=s o trou>era de volta a Bootlick e I (a4enda %ilted %$ SE "ueaumentou o caos ao chegar$

1ingu5m se surpreendeu mais do "ue ele ante a escritura da :a4enda na "ual passara os verKes naadolesc?ncia e en"uanto cursava a universidade$ oltara na esperan*a de comprar uma :a4enda, masno imaginava "ue seria a %ilted %$ Cnscio da :ra"ue4a de 7ete %yler por 8ogo, pretendera devolver a:a4enda assim "ue o homem :icasse sEbrio$ (oi "uando 7ete lhe contou a verdade$ :a4endaa:undava em um po*o de d&vidas e, se %y no assumisse a propriedade, o banco a con:iscaria$ 3m :imcomo esse seria devastador para um homem orgulhoso como 7ete$ Contar a %y 8= :ora di:&cil$ as7ete :icaria ainda mais arrasado se o condado todo soubesse "ue :racassara$ # morreria se a :ilhasoubesse$

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 pEs tr?s dias de discusso e de an=lise dos livros cont=beis, %y viu<se obrigado a concordar com7ete$ (eli4mente, guardara um bom dinheiro vencendo nos rodeios e conseguiria renegociar asd&vidas, colocando a :a4enda de volta nos trilhos$ 7ete sE lhe pedira tr?s coisas' "ue pudesse :icar como capata4, "ue o acordo permanecesse em segredo e, a mais di:&cil, "ue en:rentasse a revolta de;ara sem lhe contar a verdade$

;ara$ (itou seus olhos verdes en:urecidos$ %inham se amado um dia, "uando eram 8ovens demais e

tolos demais para :a4er boas escolhas, e %y achava lament=vel "ue no pudessem mais ser amigos$1a verdade, sentira mais do "ue um res"u&cio de ami4ade "uando ela se apoiara nele, e>alandoa"uele per:ume de manh primaveril$ ;ara lhe ati*ara uma brasa "ue imaginara estar apagada haviamuito, e tivera de lutar contra a vontade de abra*=<la e se e>plicar$

 poiou o cotovelo no balco e contemplou a pia met=lica$ #ra horr&vel se :a4er passar por ladro decavalos, mas devia lealdade ao homem "ue lhe ensinara como administrar uma :a4enda e,principalmente, como ser um homem de verdade$ 7ara salvar o orgulho de 7ete, engoliria o seuprEprio e dei>aria "ue ;ara pensasse o pior dele$ eneou a cabe*a, irnico consigo mesmo$ #la deviaestar odiando<o$

 s boas pessoas de Bootlick tamb5m no :icariam surpresas ao saber "ue ele no devolveria a %ilted%, como todos os outros camaradas para "uem 7ete %yler 8= a perdera$ Sempre esperaram o pior dele,

tamb5m$ +maginava a maledic?ncia "uando ele partira para o circuito de rodeios$+gual4inho ao pai imprest=vel, comparariam, provavelmente$ 1o :undo, %y tinha a incmodapreocupa*o de "ue estariam certos$

.urante anos, nunca permanecera em um lugar tempo bastante para ver a mudan*a das esta*Kes doano$ # se 8= no pudesse se estabelecer@ # se o car=ter errante herdado do pai :osse :orte demaispara suplantar@ 3ma coisa era certa, assumir a %ilted % o :or*aria a encontrar a verdade sobre simesmo, de uma ve4 por todas$

Com um suspiro, pegou toalhas de papel para limpar a pia no instante em "ue ;ara e>ibia o bumbumem cal*a 8eans apertad&ssima diante da 8anela da co4inha$ .e punhos cerrados, ela seguia para otrailer do capata4 como um touro en:urecido de t?nis brancos sobre a relva alta, o rabo<de<cavalo loirobalan*ando sob o bon5 rosa<cho"ue$

!ipnoti4ado pela bela viso, %y inclinou<se para a :rente e riu, apesar dos pensamentos sombrios$C5us, a"uela mulher soltava :a&scasA

;ara subiu os degraus e entrou no trailer, pronta para a batalha em nome da honra da :am&lia$ Duantadetermina*oA Se ao menos soubesse a verdade) as ela e o velho 7ete sempre guardaramdistncia "uanto aos sentimentos, se bem se lembrava$ Cada um acreditava "ue o outro esperavaper:ei*o, e era e>tremamente di:&cil viver satis:a4endo tamanha e>ig?ncia$

%y imaginou como pai e :ilha reagiriam se ele aparecesse l= de repente e os obrigasse a ouvir averdade$ as no podia agir assim, claro$ Comprometera<se com 7ete %yler$

J Olhe para istoA J ralhou ;ara, diante do velho trailer. A pintura cor<de<vinho desbotara,trans:ormando<se em um violeta manchado$ O :riso estava amassado$ porta da :rente pendurava<seinst=vel$ t5 as :lores 8unto aos degraus precisam de poda$ # pensar "ue o pai trocara sua linda casade :a4enda por a"uele trailer caindo aos peda*os$ Se 8= no estivesse :uriosa, somente a"uilo adei>aria irada$

Bem, o trailer teria de servir para ambos$ t5 descobrir uma :orma de tomar de volta a :a4endada"uele man&aco arrogante, no tinha escolha seno :icar :ora da sede$ Duem sabia as loucuras de"ue urdock era capa4@ 7or mais "ue lhe repugnasse a pro>imidade da"uele ca:a8este, se :osseembora, Lane nunca teria o "ue era seu de direito$ # %y urdock lhe roubaria mais uma parte de suavida$ #la e o pai :icariam bem no trailer at5 a "uesto se resolver e urdock dei>ar a casa$ esmo

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na"uela situa*o, tinha de trabalhar r=pido$ #mbora Lane estivesse em boas mos com sua colega deapartamento arietta, no "ueria :icar longe do :ilho mais do "ue alguns dias$ # tra4?<lo para a:a4enda, para perto de urdock, estava :ora de "uesto$

;ara subiu os degraus de madeira e tentou abrir a porta de prote*o$ #stava emperrada$ %entounovamente, com mais :or*a desta ve4, e a porta cedeu de uma ve4, :a4endo<a recuar nos degraus$ .ealgum modo, agarrou<se I ma*aneta e conseguiu retornar I pe"uena varanda$

Com um suspiro cansado, abriu a porta interna e :oi recepcionada pelo aroma :ermentado de pocaseiro$ Sally, :osse "uem :osse, crescera um pouco aos olhos de ;ara$

.entro do pe"ueno trailer, a velha poltrona do pai ocupava o espa*o sob a 8anela oeste, e ele aocupava$ ;ara sorriu$ 7ete %yler parecia contente como um gato num parapeito ensolarado$

J Bem, ve8o "ue se controlou o bastante para vir almo*ar$ J #le dobrou os 8oelhos e guardou o pu:edebai>o da poltrona$ J 3m homem no gosta de ser criticado diante dos outros$

 "uele orgulho insuport=vel$ ;ara meneou a cabe*a, a culpa maior do "ue sua necessidade de estar certa$

J .esculpe<me, pai$ %y urdock me dei>a doida$

J Sempre pde dei>=<la mais doida ou mais :eli4 do "ue "ual"uer outro homem$J +sso :oi h= muito tempo$

J 3h<huh$ J 7ete passou a mo na barba por :a4er$ J ais um motivo para voc?s dois se acertaremagora$ 7rincipalmente por"ue ele 5 o novo patro por a"ui$ J #rgueu a mo$ J 1o comece$ 1o voudar calote numa d&vida de 8ogo, voc? sabe$

J 1o entendo, pai$ Como pode dei>ar uma vida de trabalho =rduo e lembran*as acabarem assim,sem lutar@

J 1o vou discutir isso com voc?, :ilha$ gora, vamos parar por a"ui$

;ara e>pressou desgosto$

J (i"ue calma e venha conhecer Sally J convidou 7ete$

3ma mulher de rosto meigo e cabelos grisalhos passou da co4inha I sala$ Sally estava levementeenrubescida, por5m ;ara no percebeu sua ansiedade em conhecer a :ilha de 7ete$

 s duas se cumprimentaram$

J #spero "ue o po se8a para o almo*o$ #stou salivando desde "ue abri a porta$

Sally sorriu ao elogio$

J 7ara di4er a verdade, o almo*o est= pronto$ enha se sentar$

  mesa, o casal mais velho trocou um olhar$ ;ara observou o semblante do pai$ O "ue estavaacontecendo ali@

7ete escolheu a"uele instante para pigarrear$J ;ara, "uerida, h= algo "ue eu e Sally "ueremos "ue saiba$

;ara sentiu um aperto no peito$ (itou o casal por cima da borda do copo de ch= gelado$

J 1Es dois) Sally e eu) estamos nos :a4endo companhia$

(a4endo companhia@ "uilo signi:icava o "ue ela achava "ue signi:icava@

 ntes "ue ;ara "uestionasse, 7ete se levantou, contornou a mesa e pousou as mos nos ombros deSally$ Os dedos pareciam velhos e retorcidos contra a estampa :lorida da blusa de algodo$

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J Sally estava morando a"ui no trailer e co4inhando para mim$ Com %y assumindo a sede e tudo,bem)

Sally e 7ete agora viviam 8untos$

#n"uanto ela criava o :ilho longe da :a4enda, aguardando o momento de voltar para casa de ve4, ovelho 7ete %yler se apai>onara$ 7or um lado, estava magoada por Sally ter tomado o lugar de suame$ 7or outro, estava contente por ver o pai :eli4$

esmo assim, descobrir "ue o pai tinha uma amante era um cho"ue$ 7ior, agora no tinha como sehospedar no trailer, agora "ue 7ete tinha uma amiga$

Outra meia hora se passou at5 o t5rmino do almo*o, e ;ara encontrou uma desculpa aceit=vel paradei>ar o trailer. Gra*as a %y e a seu pai, tinha muito em "ue pensar$ # o Hnico lugar "ue lhe restara erao est=bulo$

3m longo corredor cortava o est=bulo ao meio, entre as duas :ileiras de baias$ 1o inverno, podia<se:ech=<lo, mas na"uele dia o ar primaveril re:rescante circulava livremente, carregado do cheiro doscavalos e do :eno$ ;ara absorveu o aroma como se :osse de rosas$ 3m e"Pino esticou o pesco*o para:ora da terceira baia e relinchou em sauda*o$

J %a::y) J ;ara passou a mo no :ocinho aveludado$ Mgua especialista na prova dos tr?s tambores,

%a::y :ora sua amiga :iel na adolesc?ncia$

;ara ergueu a tranca e entrou na baia, buscando automaticamente a escova pendurada na parede$Com movimentos lentos e :irmes, escovou o animal, acalmando<se com a tare:a ritmada$

J #st= com :ios embara*ados a"ui J comentou, passando a escova na crina$ J # eu tamb5m$

+n:eli4mente, o problema da 5gua era mais :=cil de remediar do "ue o seu$ 1o podia partir en"uantono resolvesse a "uesto da posse da :a4enda, mas tamb5m no tinha onde :icar$

O trailer no era op*o, sobrando apenas a casa, o est=bulo ou o banco traseiro do carro, nadaconvidativos$ Chegara com a certe4a de "ue encontraria seu antigo "uarto aguardando<a, comosempre$

#ra um tormento imaginar "ue poderia nunca mais se deitar em sua cama de in:ncia e observar asestrelas cadentes no vasto c5u te>ano, nem ver as brumas da manh se erguerem sobre o lago$ Lanemerecia conhecer a"ueles pra4eres tamb5m$

Sentiu um arrepio ao pensar no :ilho$ .esde o nascimento de Lane, 8= passara por muitas situa*Kesdesagrad=veis e no recuaria diante da mais importante$

(e4 pausa mantendo a mo sobre o pesco*o a"uecido da 5gua$

J #sta 5 a minha casa, e a heran*a de Lane$ 1ingu5m vai tir=<la de nEs, muito menos um caubEi "uepode partir novamente para os rodeios) ou atr=s de uma mulher) a "ual"uer momento$

Se %y esperava "ue ela voltasse humilhada para Oklahoma City, iria se decepcionar$ 1em "ue tivessede implorar, roubar ou mentir, asseguraria o :uturo de seu :ilho$ esmo "ue isso implicasse morar como inimigo$

 rrepiava<se I simples id5ia de dormir sob o mesmo teto com %y urdock$ /ea*o "ue no entendia$%emia o "ue ele poderia :a4er se descobrisse "ue Lane era seu :ilho@ #sse tinha de ser o motivo$ 1ocon:iava nem um pouco nele$ # com certe4a no permitiria "ue a vontade de %y prevalecesse$1ovamente, no$

;ara inspirou o ar saturado do aroma de :eno, riu de leve e abra*ou o pesco*o da velha 5gua$ %y "uese preparasse$ #stava para receber uma hEspede inesperada$

J amos, %a::y, dar uma volta e ver se urdock est= cuidando bem da minha propriedade$

7endurou a escova, tomou os arreios e abriu a portinhola$ oltou<se ao som de botas sobre palha

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"uando passava ao corredor$

J O "ue pensa "ue est= :a4endo@ J O caubEi desagrad=vel apro>imou<se dela$

;ara empinou o nari4$

J ou dar uma volta$

J 1o, no vai$

+gnorando<o, ;ara pu>ou a 5gua pelas r5deas$ %y a segurou pelo bra*o com tanta :or*a "ue ela tevede parar, e :itou os dedos enterrados em sua carne$

J %ire as mos de cima de mimA

%entou se desvencilhar$ %y no a soltou$ #m ve4 disso, empurrou<a de volta I baia 8unto com a 5gua$1o cub&culo, ;ara viu<se presa entre dois corpos :amiliares, um "uente e receptivo, o outro, duro ein:le>&vel$

J as 5 um troglodita mesmoA J provocou ;ara, ainda mais 4angada com a eletricidade "ue surgiaentre ambos$ J /ouba velhinhos e empurra mulheres com a metade do seu tamanho$+mpressionante)

%y a:rou>ou um pouco a mo$ .evia saber$ %alve4 no se lembrasse tanto do temperamento de ;ara"uanto deveria$ #la se desvencilhou, cerrou os punhos e passou a golpe=<lo no tEra>, aliviando seisanos de dor e raiva$

J Seu miser=vel, mentiroso, trapaceiro, ladro) J s acusa*Kes prolongaram<se por um minutointeiro$ ;ara o sovou de todos os lados poss&veis$ Qingou seus parentes, despre4ou seu intelecto e at5o relacionou a :ormas in:eriores de vida, e sE ento percebeu "ue %y no tentava aplac=<la$ /ela>ado,mantinha<a segura contra a 5gua, :ran4indo o cenho somente "uando um bo:eto passou pertodemais de seu rosto$

J ;ara) J chamou, calmo demais "uando ela diminuiu o ritmo para recuperar o :lego$

#la lhe deu mais um soco no ombro$

J # se acha "ue pode vir a"ui e me impedir de cavalgar na minha prEpria 5gua)

J ;ara J chamou %y novamente, "uase divertido$

.esta ve4, ela se deteve o tempo su:iciente para notar o sorriso torto no rosto bonito$

J O "u?@

J %a::y so:reu um corte atr=s do 8oelho es"uerdo$ O veterin=rio veio ho8e cedo e lhe deu uns pontos,mas ela ainda no pode sair$

J Oh) J ;ara estava sem 8eito$

/aios$ 7or "ue %y sempre levava a melhor@ #la acabara de dar um shoR, "uando ele sE "ueriaproteger a 5gua$

Sabia "ue devia pedir desculpas$ %entava engolir o orgulho e encontrar as palavras "uando %a::y secansou de :icar parada no mesmo lugar e deslocou<se mais para o :undo da baia$ Subitamente semapoio e pressionada pelo corpo m=sculo, ;ara caiu deitada no :eno, com %y por cima$

Os olhos castanhos dele brilhavam a poucos cent&metros de distncia$ ;ara sentiu a car&cia do h=lito"uente de %y no rosto en"uanto estavam l= deitados, o:egantes de surpresa$

#le perdera o chap5u na "ueda, e os cabelos Hmidos se lhe colavam I testa$ ;ara sentiu o cora*odescompassado$ %y continuava to lindo "uanto em seus sonhos, a atorment=<la desde "ue o virapela Hltima ve4$ 7ior, continuava terrivelmente semelhante I"uele "ue contemplava todas as manhs$Lane parecia<se com o pai$ Como "ue hipnoti4ada, ergueu a mo para a:astar a"ueles cabelos

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errantes da testa$ o ser tocado, %y dei>ou de sorrir e procurou seu olhar$

J ;ara@ J sussurrou, parecendo to inseguro "uanto ela$

#la sabia "ue devia se me>er, levantar<se e sair do est=bulo e da :a4enda o mais r=pido poss&vel$ asno conseguia mover um mHsculo se"uer$ #stava en:eiti*ada por a"uele rosto moreno, pelasruguinhas no canto dos olhos e pelas linhas de e>presso adornando o sorriso$

#nto, %y bei8ou<a, e sentiu<se arrastada de volta no tempo, para uma lembran*a to saborosa "uantoalgodo<doce$ #ra loucura$ #stupide4$ 1o o dese8ava em absoluto$ as seu corpo no se es"uecerada m=gica "ue brotara entre ambos, anos antes$

%y era maravilhosamente :amiliar, mas di:erente ao mesmo tempo$ ;ara e>perimentava uma centenade emo*Kes con:litantes$ #le parecia certo e, ao mesmo tempo, totalmente errado para ela$ mara<odemais e depois o odiara na mesma propor*o$

O :eno, o cavalo, o homem, tudo evocava lembran*as da Hltima noite "ue passaram 8untos$.esesperada, acreditara tolamente "ue, se o amasse bem o bastante, ele no a dei>aria$ as elepartira mesmo assim$ #n"uanto o :ilho crescia em seu ventre, %y 8= estava bem longe dali, nos bra*osde outra mulher$

;ara recuperou o :oco$

O "ue estava :a4endo@ oltara para recuperar a :a4enda, no para se dei>ar sedu4ir por %y urdock$= no aprendera a li*o@

#mbora sentisse dor no cora*o e o corpo reagisse de pra4er, ;ara lembrou<se do pre*o terr&vel "uepagara pela :alsidade de %y$

#le percebeu a mudan*a, pois cessou o bei8o e manteve o rosto 8unto a seu pesco*o$ Sentindo opulsar err=tico dele sob a palma da mos, ;ara o a:astou, "uerendo distanciar<se, antes "ue atenta*o :osse :orte demais$

=rios segundos se passaram antes "ue ele rolasse para o lado e colocasse o bra*o sobre os olhos,ainda o:egante$ ;ara permaneceu deitada no :eno, os sentidos e os pensamentos :ren5ticos$

#nrubescida, ;ara sentou<se e espanou a palha das roupas$ %y :e4 o mesmo$ #la "ueria sair dalicorrendo$

J ;ara, espere$

#la se deteve ante a vo4 rouca$

#mbora temerosa do "ue ele pudesse di4er, esperou$ #le come*ou a remover a palha de seuscabelos, e ela estremeceu involuntariamente$ 7ermitir "ue ele a tocasse no era uma boa id5ia$ Comum movimento brusco, es"uivou<se e levantou<se, ansiosa para sair dali$ %a::y voltou a cabe*acastanha e a cutucou no ombro$

%y permaneceu onde estava, apoiado num cotovelo, :itando<a$

J 7ediria desculpas, mas no me arrependo$

#la es:regou os l=bios intumescidos com as costas da mo$ O gosto da boca c=lida de %y nodesaparecia$

J Claro "ue no$ oc? acha "ue tudo o "ue :a4 5 8usti:ic=vel$

Sem dHvida, o miser=vel presun*oso acreditava "ue alguns bei8os e uma boa rolada no :eno asuavi4ariam, e ela voltaria para a cidade e o dei>aria com a :a4enda$ as estava enganado$ 1o sedei>aria ludibriar por alguns bei8os e doces mentiras novamente$

J 7retende me sedu4ir e convencer a no brigar pelo direito de meu :ilho@

J 1unca me ocorreu isso$ J #le :itou os seios "ue se elevavam a cada inspira*o dela$ J

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7rincipalmente por"ue nunca tive de sedu4ir voc? antes$

;ara :icou tensa e cerrou os punhos$ verdade das palavras era mais humilhante$

J Seu ego&sta)

%y ergueu a mo num gesto de pa4 e meneou a cabe*a, triste$

J .esculpe<me$ (oi "uem "uerer$ J 7egou o chap5u e o bateu contra o 8oelho$ J #ncare os :atos,;ara$ esmo "ue a :a4enda :osse sua, no poderia administr=<la de Oklahoma City$

J #u plane8ava voltar para casa$

J Duando a propriedade estivesse em ru&nas@ = deu uma volta por a&@ Sabe "uanto trabalho precisaser :eito@

;ara no sabia, mas no daria o bra*o a torcer$

J #u dou conta do recado J a:irmou, teimosa$

J .esculpe<me por discordar, srta$ %aylor, mas no pode administrar uma :a4enda nos :ins desemana$ .e "ual"uer :orma, nunca se importou com este lugar$ Com certe4a, no podia esperar parase livrar dele$

J = lhe disse$ #u tive meus motivos$J #u sei$ J %y colocou o chap5u na cabe*a, os olhos castanhos cintilantes$ J osh /iddley, no 5@O pE "ue dei>ei na estrada ainda no tinha assentado "uando come*ou com ele$ %antas promessasde devo*o in:inita$ mim e I :a4enda$

;ara estava chocada por ele saber o nome de seu e><marido$ as achou bom$ Due %y urdockpensasse o pior dela, pois assim seu segredo estaria a salvo$ #ra evidente "ue ele nem descon:iavade "ue osh no era o pai de Lane$

J oc? tamb5m "uebrou algumas promessas, caubEi$ 1o "ue isso importe agora$ J #la apontou<lhe o dedo$ J Duero esclarecer uns pontos$ ou :icar$ 1a minha prEpria casa, no meu prEprio "uarto,e no vou embora en"uanto voc? no me devolver a escritura desta :a4enda$

Capítulo III

%y parou diante do curral, cru4ou os bra*os sobre a cerca, apoiou o p5 na viga in:erior e contemplou a:a4enda na escurido$ %r?s sapos iniciaram a cantoria do acasalamento, competindo com osga:anhotos, e em algum lugar uma 5gua relinchou chamando o :ilhote$ lua crescente derramava sualu4 sobre as constru*Kes, animais e ve&culos, mas tudo parecia sombrio$ O c5u parecia uma cortina develudo negro bordado com diamantes$

Olhou para a casa e viu a lu4 da co4inha se acender$ ;ara, sem dHvida$ Seu estmago roncou,lembrando<o de "ue no 8antara ainda, e 8= estava na hora de se recolher$ as, "uando ;ara sa&ra

:uriosa do est=bulo, achara melhor dei>=<la se acalmar um pouco$1o pretendera bei8=<la, mas no podia voltar no tempo$ 1em "ueria, para di4er a verdade$ lgo lheacontecera ao sentir as macias curvas :emininas sob seu corpo$ .ese8o, imaginava$ Dual"uer caubEicom um pingo de testosterona dese8aria uma mulher como ;ara$ as houvera algo mais$ lgo "ueno conseguia identi:icar$ (ran4iu o cenho tentando de:inir a emo*o indescrit&vel "ue ;ara lhecausava$ 1ostalgia$ Saudade$ #le e ;ara tinham uma histEria, I parte o distanciamento entre ambosagora) um distanciamento to grande "ue precisariam via8ar de avio para venc?<lo$

3ma porta bateu, e uma vo4 masculina se propagou no ar noturno$ 7ete %aylor$ as no era poss&veldiscernir as palavras$

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SE "uando ouviu passos, percebeu "ue 7ete se apro>imava$ +luminado apenas pelo luar, o velho:a4endeiro parecia um espectro a mancar uma perna$

J # o 8oelho de novo@ J indagou %y, atencioso$

7ete dispensou a pergunta$

J h, voc? sabe como 5)

Sim, %y sabia$ Sabia "ue ser pisoteado e lan*ado da sela para longe durante anos a :io cobrava seupre*o$ idade sE :a4ia a dor aumentar$

J ;ara .ean o e>pulsou da sua prEpria casa@ J indagou 7ete, dei>ando claro "ue no estavapreocupado com as dores$ %y apreciou o cavalo "ue passeava dentro do curral$

J #la est= muito 4angada com tudo isso$

J #u disse "ue ela :icaria$ J 7ete tirou uma latinha de :umo do bolso, pegou uma pitada e guardou<aatr=s do l=bio in:erior$

%y bai>ou o p5 e voltou<se para encarar o velho amigo$

J O "ue aconteceu com ela, 7ete@ M a mesma, mas, ao mesmo tempo, no 5, se entende o "ue

"uero di4er$J #ntendo, sim$ .e:ensiva$ s ve4es, acho "ue :oi por causa da morte to prematura da me$ #moutras, acho "ue :oi por sua causa$

J 7or minha causa@ J %y surpreendeu<se$ J 1o :oi comigo "ue ela se casou$ J #ra engra*adocomo o :ato ainda o perturbava$

J (oi com osh J resmungou 7ete$

%y estreitou o olhar na escurido, tentando ler a e>presso do homem$

J 1o gostava dele@

J 1unca o conheci muito bem, mas sempre senti algo errado entre os dois$ 1unca achei "ue ;araseria :eli4 com ele$

%y ponderou$ Se no amava osh, por "ue ;ara o desposara@ 7or "ue tivera um :ilho com ele@ resposta Ebvia magoava mais do "ue gostaria de admitir$ 1o era a primeira ve4 "ue imaginava se;ara se casara e engravidara logo depois de ele partir para os rodeios$

J cha "ue ela vai :icar@ J %y olhou para a casa$ lu4 da co4inha permanecia acesa, e via<se asilhueta de ;ara diante da 8anela$ #streitou o olhar para :ocali4ar$ J # lutar pela :a4enda, "uero di4er@

J 1o$ J 7ete apoiou o cotovelo na cerca, aliviando o peso do 8oelho ruim$ J #la adora o :ilho$ 1oagPenta :icar mais "ue um dia ou dois longe dele$

J 7or "ue no o trou>e desta ve4@

J O garoto est= no 8ardim<de<in:ncia$ as ;ara no gosta de dei>=<lo por muito tempo, nem com a

colega de apartamento$ ai embora logo, pode apostar$%y a:agou o :ocinho do cavalo "ue se apro>imara do outro lado da cerca$ 7or sobre a cabe*a doanimal, lan*ou um olhar ao velho amigo$ Os dedos de 7ete, um dia to h=beis com a corda,mostravam<se curvos e tortos 8unto aos nEs$ Seus cabelos, antes castanho<escuros, agora brilhavamcomo neve ao luar$ Com algum pesar, %y percebeu "ue o mentor envelhecia$ #ra compreens&vel "uedese8asse outra pessoa se responsabili4ando pela %ilted %$

+maginou se ;ara, em suas visitas apressadas, notara$ 1o$ Caso contr=rio, 8= teria proporcionado aopai a"uilo "ue ele mais "ueria$ 1o percebia "ue o velho caubEi sentia :alta de uma :am&lia@ 3ma:am&lia permanente, no uma :ilha e um neto "ue apareciam sE de ve4 em "uando$

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J Gostaria "ue ela morasse mais perto, no 5, 7ete@

J dmito "ue sim$ J O :umo surgiu entre os l=bios en"uanto ele :alava$ J != muito tempo, ;ara meprometeu um neto$ cha "ue me decepcionou ao nascer, sendo menina$ 1em imagina "ue eu notrocaria um :io dos cabelos dela por uma casa cheia de garotos, mas, agora "ue me deu um neto,vivem os dois em Oklahoma, en"uanto eu continuo a"ui no %e>as$ eninos precisam da in:lu?ncia deum homem, sabe)

J # esse /iddley@ #le no passa tempo com o garoto@

J 1o$ J 7ete meneou a cabe*a$ J 1o sei o "ue aconteceu entre osh e ;ara, mas a verdade 5"ue ela :icou muito amarga com rela*o a ele$ 1o o "uer nem perto do menino$

J = perguntou o "ue aconteceu@

J chei "ue, se ela "uisesse "ue eu soubesse, contaria$

%y a:agou o cavalo en"uanto pensava nas revela*Kes de 7ete$ Concordava em "ue meninosprecisavam de in:lu?ncia masculina$ 7ete desempenhara tal papel em sua prEpria vida, um paisubstituto nos conturbados anos de adolesc?ncia$ Sem ele, poderia ter :icado ainda mais parecidocom o verdadeiro pai$

Sam urdock enganara a esposa por muito tempo$ Duando %y tinha tre4e anos, partira para um rodeioem Odessa na companhia da amiga mais recente e nunca mais dera not&cia$ #m Bootlick, esperava<se"ue %y seguisse o mesmo caminho, valendo<se da boa apar?ncia e do charme natural$

J O sangue dir= J costumavam comentar, at5 para o prEprio %y ouvir$

Cnscia de "ue o :ilho precisava da in:lu?ncia de um homem de verdade, sua me pedira a 7ete%aylor "ue o empregasse na %ilted %, onde %y aprendera a concentrar sua energia de adolescentecavalgando e cuidando dos animais$

 pai>onara<se pela :ilha de 7ete tamb5m, tomara sua inoc?ncia e ento a abandonara$ %amanhadeslealdade, tanto com 7ete "uanto com ;ara, ainda o assombrava, aumentando seu temor de "ue osangue urdock em suas veias acabaria :alando mais alto$

Sim, %y devia ao velho 7ete mais do "ue um lugar para morar e um emprego de capata4$  semente de uma id5ia come*ou a se :ormar)

7ete "ueria a :ilha e o neto a seu lado$ ;ara "ueria a :a4enda para o :ilho$ # ele "ueria descobrir seera homem su:iciente para se estabelecer$ %alve4 houvesse uma maneira de atender a todas essasnecessidades$

J 7ete, e se pens=ssemos num 8eito de voc? e ;ara terem o "ue "uerem@ # talve4 eu tamb5m@

O velho :ran4iu o cenho$

J 1o est= pensando em contar a ela sobre as d&vidas da :a4enda, est=@ (i4emos um acordo)

J 1o, nada disso$ Gostaria de apostar para ver o "uanto ;ara dese8a esta :a4enda para o :ilho$

J O "ue tem em mente@J 3ma proposta "ue a :or*ar= a tra4er Lane para morar a"ui$

J Oh, ;ara .ean no gosta de ser :or*ada a nada$ ai dei>=<la 4angada, posso adiantar$

%y riu, de repente, ansioso pelo prE>imo encontro com a nervosa ;ara$

J ou correr o risco$

J #nto, boa sorte, rapa4$ #la ainda est= bem a4eda com toda esta histEria$ J 7ete riu e bateu nacerca de :erro$ O cavalo recuou ao som met=lico, indo para o :undo do curral$ J Bem, vou para casa$J 7ete apertou o ombro de %y$ J Sally :e4 torta de cere8a e acho "ue mais uma por*o antes de

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dormir no vai me matar$ enha comer uma :atia$

J doraria, mas :ica para outra ve4, 7ete$ Obrigado, mesmo assim$

7ete desapareceu na escurido e %y retomou sua posi*o 8unto I cerca, agora contemplando o c5umuito escuro$ Locali4ou a 3rsa aior e ento se concentrou na estrela 7olar, mergulhando emlembran*as$

Observar as estrelas era seu passatempo :avorito com ;ara$ #ntre outras coisas$ Sorriu$ #ram 8ovenstolos, apai>onados e lamentavelmente romnticos$ Lembrava<se de :icar deitado na manta 8unto aoriacho apEs :a4erem amor$ poucos metros dali, os cavalos vagavam pela :orra*o de trevos, e ocoa>ar dos sapos nunca parecera to romntico$ O luar iluminava o rosto de ;ara, cu8os olhos verdescintilavam en"uanto ela sonhava em vo4 alta, plane8ando o :uturo$

J e8a, 5 a nossa estrela J anunciava ela, apontando para o c5u$

J (a*a um dese8o$

J oc? 8= sabe o "ue eu dese8o$ J #la rolou para 8unto dele, as palavras uma car&cia$ J Duero "uenos casemos e tenhamos um :ilhinho com os seus olhos castanhos e pele morena$

#le a bei8ava na ponta do nari4$

J # vamos cham=<lo de Lane$J Como nosso caubEi :avorito, Lane (rost$

# ela assim :i4era$ Bati4ara o :ilho com o nome "ue haviam escolhido anos antes, sob as estrelas e alua e>atamente como estavam agora$ 7or isso mesmo, a trai*o :eria como uma centena de :orcados$

O :ato de ;ara ter<se casado logo apEs sua partida magoava mais do "ue tudo$ 1a 5poca,convencera<se de "ue ela agira 4angada, vulner=vel, talve4 dese8ando puni<lo pelo abandono$ as ter um :ilho do camarada e bati4=<lo com o nome "ue haviam escolhido 8untos) o saber disso, dentrodele morrera$ ;ara lhe pertencia, e no podia ter tido um :ilho com outro homem$

 preciou a ia L=ctea, e uma estrela cadente cru4ou o c5u, o:erecendo seu Hltimo espet=culo$ iu arocha se e>tinguir e ento es"uadrinhou o c5u at5 encontrar novamente a estrela deles$ # :e4 um

pedido$

Capítulo IV

;ara aninhou<se mais no travesseiro e sorriu, saboreando o re:rescante aroma matinal "ue invadia o"uarto pela 8anela entreaberta$ O ar estava :rio, a cama, "uente, e a manh, per:umada e alegradapelo canto dos p=ssaros$ 1o se lembrava de "uando dormira to bem, um :eito e tanto, considerandoa adrenalina "ue circulara em suas veias no dia anterior$

+maginara "ue :icaria acordada parte da noite, pensando em %y urdock, no bei8o "ue ele lhe dera, emsua prEpria rea*o I intimidade, na capacidade da"uele homem de dei>=<la :uriosa e delirante aomesmo tempo$ #m ve4 disso, apEs uma caneca de chocolate "uente, abandonara<se na cama :amiliar e dormira sonoramente, sonhando com passagens maravilhosas e :eli4es de sua vida "ue pairavamnos limites da consci?ncia, :ora do alcance$

Boce8ando e espregui*ando<se, ;ara sentou<se e contemplou carinhosa o "uarto "ue de:inia a garota"ue :ora um dia$

7ermanecia na parede um velho pster de Luke 7erry como Lane (rost no :ilme Oito Segundos, asbordas amareladas e encurvadas$ o lado, uma :lmula da universidade em "ue estudara um anoantes da morte da me$ bai>o, :itas cassete, uma miscelnea de artistas da mHsica ountr  8=es"uecidos, empilhadas na cmoda$ unto delas, uma pe"uena :otogra:ia sua, montada em %a::y,

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cercada pela me, pelo pai e por %y, na :inal nacional de rodeios categoria 8uvenil, todos orgulhosospor ela ter vencido a prova dos tr?s tambores$ #ram as lembran*as Is "uais se agarrara na"uelesprimeiros dias horr&veis e solit=rios em Oklahoma City$

O "uarto de sua in:ncia era como um cobertor de seguran*a$

Gostaria de :icar ali, entre as paredes a4ul<claro desbotadas, escondida dos problemas "ue aaguardavam al5m da porta$ as no podia$ O :uturo de Lane estava em 8ogo, e sE isso a motivava aentrar debai>o do chuveiro$

7ouco depois, ao vestir cal*a 8eans e camiseta branca com os di4eres' %oda garota precisa de umcaubEi) algu5m tem de limpar o est=bulo, ;ara revia suas op*Kes$ rgumentar com %y e 7ete :orainHtil$ O Hnico recurso sensato estava a "uin4e "uilmetros ao sul na cidade de Bootlick$ O advogadoames Culpepper no era to astuto "uanto os colegas da cidade grande, mas atendia Isnecessidades da regio desde "ue ;ara se lembrava$ 7elo menos, ele lhe diria se havia uma :ormalegal de recuperar a %ilted %$

 o ouvir a porta de tela, %y soube "ue ;ara acordara$ #stava na ca*amba da caminhonete segurandouma corda guia en"uanto um dos empregados a8ustava a placa no local ade"uado$

%y carregava a"uela placa na caminhonete desde sua primeira grande vitEria no circuito de rodeios,

uma lembran*a concreta de "ue um dia criaria ra&4es e se estabeleceria$ o ver ;ara caminhando determinada em sua dire*o, chamou o a8udante$

J %emos problemas$

att acobs era um 8ovem caubEi magro "ue trabalhava esporadicamente na %ilted % havia anos$ Comum sorriso torto, ele olhou para a escada montada sobre a ca*amba da caminhonete$

J #u esperava 8= estar longe antes "ue ela aparecesse$

%y riu$

J Covarde$

J 7ode acreditar$ ulheres pe"uenas com olhos de :ogo so mais assustadoras do "ue um pasto

cheio de touros$ Olhe para ela$%y olhava, sim$ 1a verdade, no conseguia tirar os olhos dela$ # sentia a mesma e>cita*o de "uandomontava em touros$ ;ara apro>imava<se pela estradinha de acesso gingando os bra*os com os pulsoscerrados, o rabinho<de<cavalo balan*ando$ Sabia o "ue %y estava :a4endo, o "ue a dei>ava :uriosa$Com alguma ansiedade, ele amarrou a corda na ca*amba e preparou<se para o segundo assalto$

att desceu da escada, de olho na mulher "ue se apro>imava$

J #ssa briga 5 sua, meu caro$ ou para o celeiro$ Se ainda estiver vivo "uando ela acabar, chame eeu volto para a8udar$

J # se ela me matar@

J #nto, ela me chama e eu atiro sua carca*a numa cova rasa$

att pulou ao lado da caminhonete, deu mais uma olhada em ;ara e apressou<se para o celeiro$ %ysorriu com a :uga e ento se voltou para en:rentar a mulher "ue vinha a passos largos$

Observou<a$ inda delicada, ;ara apresentava mais curvas do "ue ele se lembrava, sem barriga, os"uadris preenchendo a cal*a 8eans com per:ei*o$ /elutante, reconheceu "ue ela ainda era a mulher mais dese8=vel "ue 8= conhecera$ esmo apEs tanto tempo, ;ara provocava todo tipo de emo*Kesestranhas em seu &ntimo$

#la parou atr=s da caminhonete e lan*ou<lhe um olhar :urioso, as ma*s do rosto coradas$ %y reprimiua vontade repentina de rir, sabendo "ue ela o mataria por isso$

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J O "ue pensa "ue est= :a4endo@ J rosnou ela, o:egante, os seios subindo e descendo de :ormatentadora$

#le tentou no olhar, mas, c5us, ela era se>y$ .uas ve4es mais se>y do "ue se lembrava$

1a camiseta, a :igura de uma garota montada em sela$ respira*o de ;ara :a4ia a garota subir edescer, criando todo tipo de :antasias na mente de %y$ #le tentou controlar os pensamentos errantesantes "ue ela notasse e o agredisse$

J "uela placa velha tinha de sair, ;ara$ J #le empurrou o chap5u para tr=s com o polegar e a olhoude cima$ J 1em era leg&vel$

J (a4er uma placa nova 5 uma coisa) J #la o :itou com olhar cortante, atentando em seguida Inova placa pendente das vigas do portal de madeira na entrada da %ilted %$ J as voc? no vaimudar o nome desta :a4endaA

J = mudei$ J #le espanou a cal*a 8eans e se a8oelhou na ca*amba para seus olhos :icarem nomesmo n&vel$ ;ara estava to :uriosa "ue as pupilas haviam desaparecido, sobrando apenas o rancor verde$ C5us, adorava "uando ela :icava assim$ ,?<+a na"uele estado lembrava<o de como ela viviatudo de :orma passional, despertando nele a vontade totalmente irracional de bei8ar a"uela bocaatrevida$

J 1ovo propriet=rio$ 1ovo nome$

#la bateu na lataria da caminhonete$ O som met=lico reverberou na manh calma$ 3m homem mais:raco teria se assustado$ verdade era "ue %y tamb5m teria levado um susto, se no tivesse previstoa a*o$

J O "ue tem contra o nome antigo@ J rosnou ;ara$

J 1ada$ as 5 hora de mudar$ Como eu disse, novo propriet=rio, novo nome$

J eu pai concordou com isso@

J #u sou o novo patro agora, ;ara$ M melhor se acostumar com a id5ia$

#la :ervia ao apontar para a nova placa$

J Star $ Due tipo de nome 5 esse@

%y ergueu o olhar, orgulhoso da enorme estrela prateada "ue compusera com um largo em a4ul$

J de urdock$

J Oh, entendi$ J ;ara e>pressou o dissabor e levou as mos aos "uadris$ J M sua :orma de lembrar ao mundo "ue %y urdock 5 um campeo dos rodeios, com :ivelas de prata su:icientes para lotar umrebo"ue$ 1o podia esperar para voltar e garantir "ue todos soubessem "ue grande sucesso voc? setornou, no 5@

#le 8urara "ue no permitiria "ue ela o perturbasse, mas as palavras cru5is magoaram$ 7retendia lhecontar a verdade, mas pensou melhor, en"uanto seu bom humor se dissipava$ Se ;ara "ueria pensar o pior dele, "ue pensasse$ +sso no mudaria o real signi:icado do novo nome, nem o :ato de "ue elecontrolava a %ilted % agora$ Se "ueria a"uela :a4enda, ela teria de se con:ormar com sua :orma depensar$

.eu de ombros$

J Sabe o "ue di4em) isso 5 para "uem pode)

J 1o continuar= como propriet=rio, se eu puder evitar$ #stou a caminho de Bootlick agora mesmopara conversar com um advogado$

J O velho Culpepper@ J %y rela>ou um pouco, escondendo a m=goa num sorriso pregui*oso$ J Ora,;ara, ele no pode a8udar voc?$ .evia poupar seu tempo e a gasolina$

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J 1o tente me :a4er mudar de id5ia, urdock$ O Hnico recurso "ue me resta para parar essainsanidade 5 atrav5s da 8usti*aA

J !umm$ 7osso pensar em outra :orma$ J penas para e:eito, ou talve4 por"ue as :antasias "ue oassolavam no desapareciam, %y ergueu um dedo e acariciou o belo rosto enrubescido de ;ara$ J #uesperava conversar com voc? sobre isso ainda ho8e$ 7or "ue no vamos a Bootlick a cavalo maistarde, para conversarmos saboreando :rango :rito e um peda*o da torta ta de coco de Berta /enick@

;ara no estava mais nervosa, estava :ora de si) e a:astou a mo dele$ garota na estampa dacamiseta passou a cavalgar mais r=pido$

J 1o ban"ue o sedutor comigo, urdock$ Conhe*o todos os seus tru"ues, e no vo :uncionar$+ndependente do "ue diga ou :a*a, vou consultar ames Culpepper$

J Como "uiser$ Se precisa :alar com um advogado, ele 5 o homem, 8= "ue providenciou todos osdocumentos para mim e 7ete$

J Como@ J #la arregalou os olhos surpresa$ J = trataram da papelada@

J O "ue esperava@ Due :ur=ssemos nossos mindinhos e :i45ssemos um pacto de sangue@ Claro "ue:ormali4amos tudo$

;ara e>pressou incredulidade e impot?ncia$ .e repente, %y sentiu pena dela, e e>perimentou umaperto no estmago$ Se no precisasse encurral=<la, teria revelado tudo na hora$ #m ve4 disso, cerrouos dentes e se levantou$ 7odia lidar com a :Hria de ;ara) at5 se divertir com isso) mas v?<lavulner=vel o dei>ava arrasado$ 1o con:iando em si mesmo, subiu na escada pegou o alicate no bolsotraseiro e passou a prender a nova placa$ Duando ousou olhar por sobre o ombro, ;ara 8= se a:astara$

;ara empurrou a porta dos :undos abrindo<a com mais :or*a do "ue o necess=rio$

J Ntimo$ aravilha$ O "ue vou :a4er agora@ Se a escritura :oi passada legalmente e os documentos 8= :oram enviados ao cartErio nada menos "ue assassinato e lesKes corporais podero mudar o :ato$J 7ois considerava as duas op*Kes tentadoras na"uele instante$ 7or "ue) por "ue dei>ava %yurdock perturb=<la da"uela :orma@

O tele:one antigo de parede tocou alto$

J l$ J atendeu, meio rude$ O:egante e impaciente, apoiou uma n=dega na ban"ueta 8unto aobalco$

J ;ara, 5 voc?@ J vo4 :amiliar na outra ponta da linha parecia con:usa$

J arietta@ Oi$ J #la respirou :undo e tentou se acalmar$ 1o adiantava descontar na colega deapartamento, "uando %y urdock era o alvo de sua ira$ islumbrou<o pendurado na"uela placa novapelos) p5s$ J O "ue :oi@

J =s not&cias$

Como se 8= no tivesse problemas su:icientesA

;ara agarrou o tele:one$ arietta, sua sEcia, amiga e colega de apartamento, era mestre em di4er ascoisas pela metade$

J Lane est= bem@

J Bem) :oi por isso "ue tele:onei$

;ara sentiu um arrepio de pnico$ arietta era uma das poucas pessoas na terra a "uem con:iava o:ilho$

J O "ue aconteceu@ #le se machucou@ #st= doente@ (ale logo, arietta$ O "ue aconteceu com meu:ilho@ J ;ara imaginou hospitais e ambulncias$

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J Calma, ;ara$ #le pegou catapora$

J Oh, noA

J #u disse catapora, no peste bubnica$ as no pode ir para a escola, e no tenho com "uemdei>=<lo$ Com voc? :ora, no posso me a:astar da lo8a, de modo "ue ter= de voltar$

  vida de repente pareceu mais complicada$ Seu :ilho era a pessoa mais importante do mundo, e

precisava dela' as, se voltasse para Oklahoma City na"uele momento, Lane nunca teria o "ue lhepertencia de direito$

J O "ue vou :a4er, arietta@ J lamentou ;ara, pressionando a mo na testa$ J Se eu partir agora,urdock pode pensar em dividir a :a4enda em lotes e trans:orm=<la num acampamento para trailers.#le 8= mudou o nome da propriedade e colocou meu pai morando numa lata velha no "uintal$

Due importava "ue 7ete estivesse to :eli4 "uanto um garanho num haras@ urdock no podia t?<lodesalo8ado de sua prEpria casa$

J Se 5 realmente to grave, 5 melhor voc? permanecer por a& at5 a situa*o se de:inir$ #u levo Lane$

;ara sentiu o cora*o estacar$

J 1o posso tra4er meu :ilho para c= agoraA J apavorou<se$ 1o "ueria Lane no mesmo #stado em

"ue %y urdock se encontrava$J #nto, volte para casa e es"ue*a essa :a4enda$ 1o sei o "ue :aria sem voc?, de "ual"uer :orma$.esde "ue se tornou minha sEcia e gerente de negEcios na lo8a, nossas vendas aumentaram:abulosamente$

;ara imaginou a amiga ruiva andando de um lado a outro en"uanto lhe e>plicava a situa*o$ Semparar "uieta um instante, arietta estava sempre dobrando pe*as de roupas, plane8ando uma novavitrine e preparando o 8antar, en"uanto analisava a vida de ;ara, tudo ao mesmo tempo$

J Construiu uma vida decente a"ui, ;ara$ 7or "ue desistir disso "uando os riscos so to [email protected] I"uele peo sErdido "ue pode :icar com a :a4enda$ olte para Oklahoma City, onde voc? e Lane

 8amais vo deparar com ele novamente$

J 1o$ #sta :a4enda pertence a Lane$ Due tipo de me eu seria se permitisse "ue ele a perdesse@arietta suspirou desanimada$

J 1o pode ter as duas coisas$ Se recuperar a :a4enda, Lane um dia ter= de morar a&, de "ual"uer :orma$ #ssa 5 a id5ia, no 5@ #nto, se 5 isso o "ue realmente "uer, v= em :rente, garota$ %er= detomar uma deciso, mais cedo ou mais tarde, ento, por "ue no acaba logo com isso@

;ara sentiu uma pontada de medo$ #ra o "ue "ueria, o "ue sempre sonhara, mas)

J # se algu5m descobrir@

J 7elo "ue me disse, Lane no se parece nada com o pai$ J #>ceto pelos olhos) # o nari4, e aboca$ ais o 8eito de inclinar a cabe*a antes de rir$ .etalhes "ue nunca percebera, at5 %y voltar I suavida$

J #nto, ningu5m vai descon:iar de nada$ O prEprio av de Lane no notou, ento, por "ue seriadi:erente com urdock@ Com a catapora, ainda por cima, nem "o# ser= capa4 de reconhec?<lo$

;ara contemplou a co4inha :amiliar, o som da linha tele:nica 4unindo em seu ouvido$ esmo com amob&lia escassa de %y preenchendo o interior, a casa da :a4enda era seu lar, como nenhum outro lugar 

 8amais seria$ .ava<lhe a sensa*o de pertencer, de seguran*a, "ue tamb5m "ueria para o :ilho$ %odacrian*a merecia :ortes ra&4es :amiliares$

Conseguiria evitar "ue 7ete e %y descobrissem a verdade sobre Lane en"uanto lutava para recuperar a :a4enda@ id5ia a assustava mais do "ue "ueria admitir) entretanto, o "ue mais poderia :a4er@

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arietta :a4ia tudo parecer to simples, e talve4 tivesse ra4o$ 1ingu5m descon:iava de "ue Lane era:ilho de outro "ue no seu e><marido$ s pessoas geralmente viam o "ue esperavam ver, e elasesperavam ver o :ilho de osh /iddley, no de %y urdock$ .esde "ue ela mantivesse a charada,ningu5m nunca saberia$

J ;ara) J arietta interrompeu seus pensamentos$ J != outra coisa "ue preciso contar$

J = tive surpresas demais para um dia, mas diga logo$ 7or :avor$

J osh apareceu na lo8a :a4endo as amea*as costumeiras$

;ara sentiu o cora*o se apertar de medo$

J O "ue ele disse@

J O mesmo de sempre$ Due o mundo dos rodeios 5 pe"ueno$ Due mais cedo ou mais tarde vai peg=<la so4inha e voc? vai dese8ar t?<lo tratado melhor$ "uele tipo de bobagem$

J #le ainda "uer me castigar por eu ter partido$

#mbora no se vissem havia "uase tr?s anos, o e><marido aparecia sempre para aborrec?<la$ 3m:an:arro de rodeios, via8ava seguindo o circuito, ganhando apenas o su:iciente para continuar no 8ogo,nunca chegando Is :inais$ 7erder era sua desculpa :avorita para beber$ #le no a "ueria, ou a Lane,

mas tinha alguma necessidade perversa de atorment=<los$ Somente ao assinar um termo em "ue secomprometia a nunca pedir penso para o :ilho, conseguiu "ue ele abrisse mo de todos os direitossobre Lane$

%er osh /iddley de volta a Oklahoma City era pior do "ue ter o :ilho na mesma cidade "ue %y$

;ara respirou :undo$

J 7or :avor, comece a arrumar os pertences de Lane$ #stou a caminho$

%y passou a manga no rosto para retirar o pE "ue o carro de ;ara levantara ao passar pelacaminhonete e a nova placa$

#la nem o olhara$J onde ela vai com tanta pressa@ J indagou att, do alto da escada$

%y sentiu um aperto no cora*o ao v?<la se a:astar em seu automEvel compacto$

J 7rovavelmente, voltando para Oklahoma City$

J #la no :icou muito, no 5@

%y dis:ar*ou a decep*o en"uanto reunia as :erramentas espalhadas na ca*amba da caminhonete$#stragara tudo$ Se ;ara estava mesmo indo embora, ele acabara com a Hnica chance "ue tinha paracancelar suas velhas d&vidas e "uebrar a praga de Sam urdock$

Sem perceber, chutou um rolo de arame :arpado$

Capítulo V

;ara :oi a Oklahoma City e voltou no mesmo dia$ Sentia o pesco*o dolorido, a t?mpora late8ante$ =escurecera na %ilted %$ #nto, recordou "ue no se tratava mais da %ilted %, mas da Star , gra*as aoego&smo de urdock$

J 1o por muito tempo J murmurou, adentrando a garagem ao lado da casa$

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Lane dormia no banco traseiro do carro, e:eito da combina*o de rem5dios receitados pelo pediatra$;ara olhou por sobre o ombro e suspirou cansada$ O corpinho de seu pobre :ilho parecia uma pi44a decogumelos$ #le :icaria assim por alguns dias$

Sem se importar em trancar o automEvel, carregou o menino adormecido pelo gramado at5 a casa$#mbora o p=tio estivesse escuro, caminhava sem di:iculdade no terreno to :amiliar$ Grilos trinavam,um coelho pulou de seu esconderi8o e entrou no canteiro de :lores tomado pelo mato$

 o chegar I escada dos :undos, para sua surpresa, a lu4 da varanda se acendeu$

%y surgiu I porta, o rosto esculpido iluminado pela lmpada amarelada$ 7or algum motivo tolo "ue elano conseguia imaginar, ele parecia aliviado$ Duando :alou, :oi em tom suave e receptivo, como se:osse a coisa mais natural do mundo v?<la chegar I noite$ lgo dentro dela se mani:estou$

J O "ue tem a&@

+nstantaneamente, ela :icou alerta$ 1o esperara dei>ar urdock se apro>imar tanto de seu :ilho) do:ilho dele) e sentiu medo$ pertou a crian*a adormecida contra o peito$

J M um menino doente$

%y abriu a porta de tela e estendeu os bra*os$

J #le parece pesado$ .ei>e "ue eu carrego$J 1oA J e>clamou ;ara, e o menino se me>eu, resmungando em seu sono$ #la se controlou ante ae>presso atnita de %y$ J Duero di4er) ele pode se assustar se acordar e vir um rosto estranho$

J Oh, claro$ J %y recuou, voltando para o corredor$ J #m "ue "uarto vai dei>=<lo@

;ara suspirou de al&vio$ Duanto antes colocasse Lane a salvo na cama, melhor, embora noimaginasse como manteria o :ilho longe de %y nos dias seguintes$

J 1o meu, claro$ 7osso cuidar dele melhor assim$

Seguiu %y pelo corredor, mas logo lamentou a atitude, por"ue seus pensamentos traidoresconcentravam<se no corpo esguio do caubEi "ue caminhava a sua :rente$ #le vestia uma camisa preta"ue lhe destacava os ombros largos e os "uadris estreitos, uma viso tentadora, mesmo odiando<o$ Oaroma de sabonete do banho rec5m<tomado provocava seus sentidos$ /aios, por "ue ele tinhasempre de cheirar to bem@ 7odia se parecer mais com seu cora*o cruel)

 n:itrio per:eito, %y abriu a porta do "uarto dela, entrou e pu>ou a colcha sobre a cama$ Se ela noestivesse to cansada, o odiaria um pouco mais por bancar o an:itrio na casa dela$ #m ve4 disso,instalou a crian*a de pi8ama entre os len*Eis$

J O "ue 5 "ue ele tem@ J %y :itou a crian*a, a vo4 suave$

J Catapora$

%y :icou tenso e recuou$

J Catapora@

J Sim$ J #la percebeu a cautela$ O homem :icara p=lido$ J lgum problema@

J Oh, no) J %y :oi I porta e pegou na ma*aneta, atento I crian*a adormecida$ J 1enhumproblema$

J #nto, por "ue est= agindo de :orma estranha@

J 1o sei se 8= tive catapora$

J 1o sabe@ J ;ara levou a mo I boca, mas no conseguiu reter a risada$

Com o som, a crian*a se me>eu, choramingando em seu sono$ Os adultos olharam para o en:ermo e

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sa&ram do "uarto$ inda sorrindo, ;ara dei>ou a lu4 acesa para o caso de Lane acordar em suaaus?ncia$

J Oh, essa 5 boa J comentou ela, "uando chegaram I sala$ J O caubEi premiado com medo deuma doen*a in:antilA

1ada lhe daria mais pra4er do "ue ver %y urdock coberto de pHstulas$

#le no pareceu se perturbar com a ironia$J s crian*as no tomam vacina contra isso, ho8e em dia@

J O m5dico disse "ue no so cem por cento e:ica4es$ #le 8= viu v=rios casos nas Hltimas semanas$J ;ara massageou o pesco*o dolorido e acendeu a lu4 da co4inha, mais do "ue contente com odescon:orto de urdock$ +mpedia<a de pensar no cheiro gostoso dele$ J ou :a4er um chocolate"uente$ Duer tamb5m@

.evia morder a l&ngua por o:erecer$ 1o sabia por "ue o :i4era$ %alve4 por"ue a co4inha :osse toaconchegante e :amiliar, e por"ue :icar ali, dese8ando %y, lhe lembrasse tempos mais :eli4es$

%y assentiu, indi:erente$

J %alve4 eu deva ligar para minha me pela manh, para ter certe4a$

#le ainda se preocupava com a catapora$ Com a mo na porta do arm=rio, ;ara olhou por sobre oombro e riu ante a e>presso tensa de %y$ #le sorriu e deu de ombros, pondo de lado o assunto$7egou as canecas acima da cabe*a dela$

;ara voltou<se para evitar o contato, mas, tarde demais, :icou presa entre o balco e o corpo de %y$#le encostou o "uadril em seu abdome, o contato despertando algo dentro dela$ Hnica escapatEriaseria pular na pia da co4inha$ #nto, permaneceu onde estava, sentindo a carne :ormigar em cadaponto$ 7or "ue ele simplesmente no se a:astava@

J 7ensei "ue tivesse ido de ve4$ J O corpo dele vibrava com as palavras murmuradas$

J Bem "ue voc? gostaria)

#le :e4 pausa$

J 1a verdade, no$

#ra a Hltima coisa "ue ela esperava ouvir$ # tamb5m a Hltima coisa "ue "ueria ouvir, considerando ocalor dos mHsculos peitorais to prE>imos de seu rosto$ al podia respirar$ 7or "ue ele no sea:astava@

J 1o se8a gentil, urdock$ 1ada do "ue diga ou :a*a mudar= o "ue sinto por voc?$ J %entava ser impertinente, mas a vo4 a tra&a, soando mais como um pedido$

J #u digo o mesmo$

O "ue ele "ueria di4er com a"uilo@ Due a odiava tamb5m@

#le ergueu a cabe*a$ Os olhos brilhavam de emo*o, certo, mas nada relacionado a Edio$

;ara engoliu em seco, o cora*o disparado$ .espre4ava a"uele homem$ 7or "ue ele no en:iavaa"uilo na"uela cabe*a dura@ # por "ue no recuava sE um pouco@ O cheiro de banho tomado e ocalor m=sculo despertavam sensa*Kes "ue :icavam melhor inertes$ #ngoliu em seco$

%y mantinha os bra*os nas laterais, prendendo<a$ 7ousou as canecas no balco e se apro>imou aindamais$ #la "ueria se es"uivar, mas seu corpo no se me>ia$ %y acariciou<lhe os bra*os, e elaestremeceu, prague8ando contra a prEpria :ra"ue4a$ Como podia :icar ali parada, permitindo "ue ele atocasse) dese8ando "ue ele a tocasse) apEs todo o so:rimento "ue ele lhe causara@

J ;ara) J sussurrou ele$ O olhar era como :ogo contra sua resist?ncia en"uanto ele lhe

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massageava os nEs de tenso nos ombros$ J "ui@

J !umm) J #le :ora direto ao ponto "ue mais a incomodava$ Bem, o Hnico lugar "ue ela permitiria"ue ele massageasse, de "ual"uer :orma$ .evia a:astar<se dele, mas as mos :ortes eram toe:icientes, e :a4ia tanto tempo "ue ningu5m a massageava nos pontos de tenso)

osh sE se interessava pelas prEprias dores, pelos prEprios dese8os$ #ra engra*ado como estehomem, "ue nunca :ora seu marido, respondia instintivamente Is suas necessidades veladas,tocando<a de uma :orma totalmente di:erente da de osh$

(echou os olhos e dei>ou pender a cabe*a, entregando<se I sensa*o deliciosa dos dedos "uentes elaboriosos$ casa estava em sil?ncio, e>ceto pelo som grave da geladeira e um to"ue ocasional dorelEgio digital no :orno el5trico$ %udo era to maravilhosamente :amiliar, da co4inha ao homem$

as ;ara no poderia ignorar as sensa*Kes perturbadoras por muito mais tempo$ %y mantinha seuscorpos to unidos "ue ela ouvia os batimentos err=ticos do cora*o, sentia a :irme4a da musculatura"ue lhe permitia permanecer no lombo de um animal irre"uieto de meia tonelada$ O h=lito "uenteagitava seus cabelos, evidenciando "ue ele a olhava, "ue a observava$

;ara :icou tensa, e no tinha nada a ver com a dor nos ombros, mas tudo com %y urdock$ #stavaso4inha havia tanto tempo "ue, por um segundo, imaginou como seria perdoar, es"uecer e aceitar os

sentimentos "ue ressurgiam entre ambos$as, antes "ue tomasse alguma atitude idiota, um grito de medo ecoou pela casa, tra4endo<lhe algum

 8u&4o$

J ameA ameA

#ra o impulso de "ue ;ara precisava$ %r?mula, escapou de %y e disparou pelo corredor ao encontro domotivo pelo "ual no podia perdoar e es"uecer$

%y permaneceu I porta, observando ;ara aninhar o :ilho :ebril 8unto ao peito e e>ecutar todos osgestos maternais, avaliando sua temperatura com a mo sobre a testa, embalando<o, murmurandopalavras de con:orto$ #la a:astou os cabelos loiros da testinha molhada de suor e deu<lhe um bei8ocarinhoso$

%y e>perimentou uma estranha sensa*o no estmago, algo "ue no sabia denominar$ #ntendia odese8o "ue o tomara na co4inha$ .ese8ar uma mulher bonita como ;ara era :=cil, e com certe4a nose es"uecera de como podiam se entender$ as a"uela sensa*o) a percep*o repentina de comoera certo ver ;ara e o garotinho na"uela casa atingiu<o como o coice de um touro bravo$

Culpa$ %inha de ser$ "uela :a4enda pertencia muito mais a eles$

Bendito 7ete por coloc=<lo na"uela situa*oA

J #stou "uente, mame J choramingou o garotinho loiro, com o rosto em :orma de cora*o, igual aoda me$

J #u sei, "uerido J consolou ;ara e olhou para o relEgio$ J ame vai pegar o seu rem5dio e umatoalha Hmida para en>ug=<lo$ +sso deve a8udar$

#la o :e4 se deitar novamente sobre o travesseiro e a:astou os cabelos do rosto$

J #st= com :ome@

Lane meneou a cabe*a, passando a l&ngua nos l=bios rachados$

J Com sede$

J #st= bem$ O "ue vai "uerer@ 3m suco@

%y entrou no "uarto$

J %em leite e suco na geladeira$

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;ara voltou<se, surpresa$ parentemente, no percebera "ue ele a seguira$ #nrubesceu de leve aoencar=<lo$

J /e:rigerante, mame J choramingou a crian*a, chamando a aten*o$ Olhou para %y e ento, devolta I me$

J Lamento$ J %y ergueu as mos$ J 1o tem re:rigerante$ J /ealmente lamentava$

J #u trou>e re:rigerantes e outros mantimentos comigo, mas ainda esto no carro$ J ;ara acariciouo rosto do :ilho e come*ou a se levantar da beirada da cama$

%y adiantou<se$

J Cuide de Lane, eu pego as compras$

%y rapidamente :oi ao carro, com a imagem de ;ara e o :ilho impressa nos pensamentos$ #la era umaboa me, como ele sabia "ue seria$ #stava preparado para a"uilo, mas no para o "ue sentira ao v?<la cuidando do :ilho$ Sabia "ue ainda gostava dela, "ue por isso concordara com a"uele plano malucode 7ete, mas no previra a sensa*o ao v?<la cuidar do :ilho) uma crian*a "ue deveria ter sido dele$1em sabia como a dese8ava desesperadamente, mesmo com o :ilho de outro homem nos bra*os$#stava magoado com o "ue ela :i4era, mas ainda a dese8ava$

 briu a porta do carro e bateu a cabe*a na carroceria bai>a$J utomEveis de passeio) J Caminhonetes eram muito melhores$

%y massageou a cabe*a e congelou$ O per:ume de ;ara ainda impregnava o interior do ve&culo$ Sentiuos 8oelhos :racos e se sentou no banco de passageiro$

J h, ;ara, ;ara) J O "ue ela lhe provocava@ .ois dias em sua companhia arredia, com sua:ragrncia :eminina invadindo a casa, e se comportava como um adolescente movido a hormnios$

(itou o banco traseiro, de onde um animal de pelHcia bem usado o encarava com seu Hnico olho$ Omenino$ 1o esperara a"uela onda de ternura, a"uela necessidade de dar<lhe prote*o$ 7obrecriaturinha, abandonado pelo prEprio pai$ Sabia como a"uilo magoava, e o :ilho de ;ara, o neto de7ete, merecia mais$

#sticou<se e pegou o pacote da mercearia$ !avia tamb5m uma mochila com estampa de personagensde desenho animado$ 7rendeu tudo sob o bra*o, passando o cachorro a4ul de pelHcia para a molivre$ (echou a porta do automEvel com o "uadril e atravessou o p=tio mal iluminado$

Se desse a :a4enda a ;ara, ela o colocaria para :ora e ainda o atropelaria com seu carrinho compacto$3m caubEi morto no podia se redimir ou manter promessas$ as, se no lhe desse o "ue ela "ueria,;ara podia simplesmente voltar para Oklahoma e 8amais retornar$ # isso tamb5m no daria certo$ .e

 8eito nenhum$

 gora "ue vira a dedica*o dela para com Lane, sabia o "ue a manteria ali$ Conhecendo ;ara .ean,tinha de :or*ar um pouco, mas, se 8ogasse direito, todos poderiam ter o "ue "ueriam$ Sorriu de leve,pensando no con:ronto iminente$ vida era mesmo um 8ogo) e no momento dispunha de uma Etimamo de cartas$

7u>ou a porta de tela com o p5, entrou e amorteceu o retorno da porta com as costas$

1a co4inha, desempacotou as compras, notando "ue a maioria dos itens era especi:icamente para ogaroto doente$ 1o "ue se surpreendesse$ o abrir o re:rigerante e despe8=<lo num copo, percebeu asduas canecas limpas "ue colocara no balco antes$ ntes de ;ara roubar<lhe o 8u&4o$ Colocou =guanos copos, levou<os ao microondas e ento pegou a mistura para chocolate "uente no arm=rio$7rovavelmente, :icariam acordados por algum tempo$

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Capítulo VI

;ara suspirou cansada e girou o pesco*o dolorido de um lado a outro en"uanto andava pelo corredor rumo ao banheiro$ spirina$ 7recisava de uma aspirina$

J Lane est= dormindo@

;ara piscou surpresa e sentiu o cora*o disparar$ %y estava nas sombras, no outro e>tremo do

corredor, com uma caneca na mo$ O cheiro de chocolate "uente tomava conta do ar$J 7ensei "ue tivesse ido dormir$

J 1o$ J #le a chamou com o "uei>o$ J enha se sentar e tomar o chocolate "uente$ 7arececansada$

  id5ia de tomar um chocolate "uente no meio da noite com %y urdock era to tentadora "uantorepulsiva, mas ;ara estava cansada demais para analisar o con:lito$

J ou pegar uma aspirina$

%y olhou para o bolso da camisa$

J %enho algumas a"ui$ amos$

Sem esperar por resposta, ele entrou na sala pela porta da :rente$ 7or tudo o "ue era sagrado, ;arano sabia por "ue o acompanhava$ Com certe4a, no parecia ser uma boa id5ia, mas tendo %yprevisto sua necessidade de aspirina, :icara curiosa$ O "ue ele estava plane8ando@

7ela porta de prote*o aberta, a lmpada da sala lan*ava um :acho retangular amarelado na varanda,eliminando a necessidade de mais lu4$ %y sentou<se no degrau, dei>ando espa*o para ;ara$ pEs umlongo momento de hesita*o, no "ual mediu mentalmente a distncia entre seus corpos, ;aracapitulou$ .a"uele lugar perto da 8anela, poderia ouvir :acilmente se Lane a chamasse$

#ncostou os 8oelhos no "uei>o, pegou a caneca de chocolate "uente e sorveu o l&"uido recon:ortante$

J Obrigada$ #ra e>atamente disso "ue eu precisava$

J 7ercebe "ue 5 a primeira coisa gentil "ue me di4 desde "ue chegou a"ui@

#la notou o tom divertido$

J 7re:ere "ue eu grite e 8ogue o chocolate em cima de voc?@

J 1o seria a primeira ve4$

#la permitiu<se uma risada cansada$

J # as aspirinas "ue prometeu@

#le tocou na mo dela sE o bastante para capturar seu olhar$ O "ue ;ara viu dei>ou<a con:usa,ansiosa) e algo mais perturbador$ %y avaliou seu semblante, :ormulando perguntas veladas "ue elano "ueria responder$

;ara desviou o olhar, recolheu a mo e engoliu os comprimidos com um gole de chocolate$

O ar morno pulsava com o coa>ar de tr?s sapos$ %y moveu<se, apoiou a bota no degrau abai>o eestendeu a outra perna$

J Lembra<se de "ue costum=vamos nos sentar 8untos em noites como esta e conversar@ Se haviaalgo "ue :a4&amos bem era conversar$

J Sim$ J outra coisa em "ue eram bons pairou no sil?ncio$ J #u me lembro$ J 7recisava deter a"uelas lembran*as tolas antes "ue a:lorassem$ J as 5 verdade o "ue di4em, %y$ 1o se podevoltar no tempo$

#le girou a caneca entre as mos$

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J +magina por "ue no@

;ara no respondeu$ Como e>plicar "ue certas atitudes :eriam tanto "ue no havia chance deretorno@ oltar sE signi:icava outra oportunidade de cometer erros insuport=veis$ %y esticou o bra*osegurando a caneca$

J aga<lumes$

J #stou vendo$ J ;ara rela>ou um pouco e bai>ou as pernas um degrau para observar os insetosluminosos em sua dan*a de acasalamento$ :im de aliviar a dor no pesco*o, pu>ou o el=stico do rabo<de<cavalo e inclinou<se para a :rente, massageando os mHsculos tensos$ Lembrou<se da massagemde %y na co4inha, de como a sensa*o :ora boa$

Duando ergueu a cabe*a e bai>ou as mos, os cabelos cascatearam pelos ombros, chamando aaten*o de %y$

#le a achou incrivelmente se>y, sentada ali com os cabelos soltos e as p=lpebras "uase se :echandode sono$ inda usava a camiseta com a garota na sela "ue ati*ara suas :antasias pela manh, emboraa garota agora se movesse a um ritmo mais lento$ a*o era "uase erEtica$ %entou dispersar a id5iacom um gole de chocolate, sem sucesso$

Conversaram sobre assuntos corri"ueiros, sobre a lo8a de ;ara, sobre a participa*o de %y nas :inais

nacionais de rodeios e sobre o 8oelho ruim de 7ete$

J Como est= sua me@ J indagou ;ara, as lembran*as to doces "uanto o chocolate$

J Bem$ J Surgiram ruguinhas ao redor dos olhos de %y$ J inda :a4endo todos os cabelos loirostingidos de Bootlick$

J !olly ainda vende carros no %e>as@

J #la 5 dona da revenda agora$ (oi l= "ue comprei minha caminhonete$

J posto "ue ela nem lhe deu um desconto$ J ;ara :alava com a:eto, lembrando<se da irm maisnova dele, com os mesmos cabelos pretos e determinada a :a4er algo de sua vida$

%y riu$

J .eu um descontinho, por"ue tomei conta das meninas en"uanto ela e .arrin escapuliam para Lasegas$

%y urdock de bab=$ ;ara no conseguia imaginar$ Claro, nunca imaginara "ue voltaria a se sentar com ele nos degraus da"uela varanda, conversando civili4adamente$ 7ousou a caneca no piso deconcreto, des:e4 os la*os dos t?nis, removeu<os e estendeu as pernas$

J 7apai disse "ue olene se casou de novo$

%y cutucou a grama com a ponta da bota$

J = teve tr?s maridos lament=veis, e continua se casando com camaradas "ue a tratam mal$ #st=gr=vida de novo tamb5m$

;ara meneou a cabe*a, igualmente triste por olene, a irm mais velha dele, ter :eito tantas escolhasruins$

J M engra*ado como algumas mulheres parecem cometer os mesmo erros repetidamente$ J #laes:regou os p5s na grama vi*osa, murmurando "uase consigo mesma' J 1unca serei to estHpidanovamente$

J 1o acredita em segunda chance@

J 1o$ J ;ara no ousava di4er "ue osh :ora sua segunda chance$ .ois relacionamentos:racassados, acreditar duas ve4es em promessas va4ias :oram su:icientes para ela entender "ue nopodia con:iar no prEprio 8ulgamento em "uestKes do cora*o$ 7u>ou o p5 de volta ao piso de concreto$

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!avia grama nos dedos$ J %enho um :ilho para criar$ #le 5 a minha vida$ 1o preciso, nem "uero,mais ningu5m$

esmo a seus ouvidos, a deciso soava =spera e amarga$ %y voltou<se para ela, s5rio$

J Se8a l= o "ue osh /iddley tenha :eito, deve ter sido ruim$ O "ue aconteceu entre voc?s@

#la apro>imou os 8oelhos novamente e abra*ou as pernas$

J O "ue aconteceu :oi culpa minha, na verdade$ Cometi o erro de con:iar nele$

7or "ue revelava tal :ato era um enigma, mas, :osse "ual :osse o motivo, a doen*a de Lane, seuprEprio cansa*o ou a presen*a de um homem "ue um dia a entendera melhor do "ue ningu5m,precisava conversar$ 7ara variar, a companhia de um homem, ainda "ue %y urdock, proporcionava otipo de con:orto de "ue ela precisava$ Due importava@ 3m deles logo partiria, como antes$

J inda sente, algo por ele, no@

Oh, sim, ;ara ainda tinha sentimentos por osh /iddley$ =goa$ edo$ Culpa$

J Certas coisas nunca desaparecem, %y, no importa o "uanto dese8emos "ue sim$

J as est= divorciada h= muito tempo$

J 1a verdade, no$ #mbora no este8amos 8untos desde "uando Lane usava :raldas, sE consegui 8untar o dinheiro para o divErcio h= um ano$ J # osh no parara de amea*=<la nesse tempo todo,"uerendo dinheiro, "uerendo a ela$

%y estava completamente estendido na varanda e nos degraus de acesso, en"uanto ;ara secomprimia num abra*o em si mesma$ #le lhe tomou o p5, pu>ando gentilmente at5 ela ceder$

J ssunto ruim$ .esculpe<me$

J %udo bem$ J as ela estendeu o corpo e se levantou, es"uivando<se ao contato acolhedor etentador$ tivava as de:esas sempre "ue :alava do e><marido, recordando amargamente o motivo parano se apai>onar novamente$ J M melhor eu ir ver Lane$ Obrigada pelo chocolate$

%y permaneceu na varanda com os vaga<lumes dan*ando na escurido, mas ;ara sentiu seu olhar 

intenso en"uanto entrava na sala e tomava o corredor$ o apro>imar<se do "uarto, uma perguntacontinuava sem resposta$ O "ue e>atamente %y urdock estava tramando@

;ara pu>ou o rabo<de<cavalo pela abertura do bon5 rosa<cho"ue e olhou<se no espelho$ Considerandoa noite agitada com Lane, era um espanto estar de p5$ .urante as poucas horas em "ue ele dormira,:itara o teto, pensando em urdock$ #le estava sendo gentil demais, e no con:iava nem um pouconele$ o alvorecer, "uando o c5u a leste 8= :icava rosado e o galo cantava, entendeu por "ue eleestava sendo to agrad=vel$ 1o pela crian*a en:erma$ 1em por ter tomado a :a4enda de sua :am&lia$1em mesmo por"ue a abandonara seis anos antes$ Oh, no$ urdock, a alma impiedosa, preparava<se para des:erir o golpe :inal$ #le lhe preparara chocolate "uente, retirara as compras do carro e usaraa"uele charme de mo*o do interior para distra&<la$ giria assim at5 ela desistir e voltar para Oklahoma$

3ma Hltima olhada no :ilho adormecido ao sair do "uarto era do "ue precisava para se :ortalecer contra "ual"uer armadilha "ue urdock preparasse para ela na"uele dia$

J #sta :a4enda 5 sua, por direito de nascimento, Lane J sussurrou$ J # vou recuper=<la para voc?,nem "ue tenha de dan*ar com o canalha$

  meio caminho da co4inha, o aroma de toicinho de:umado :rito lhe chegou Is narinas$ %alve4dan*asse com o canalha antes do "ue esperava$ urdock ainda estava na casa$ # co4inhando$ Sentiuo cora*o acelerar$ #le no tinha trabalho a :a4er na :a4enda@

#mpertigou<se e entrou na co4inha, passando pelo caubEi diante do :ogo$ (oi direto I ca:eteira$ uito

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provavelmente, ele considerava a conversa na noite anterior uma vitEria, mas :ora apenas uma tr5gua,indu4ida pela e>austo$ 1a"uela manh, ;ara %aylor voltara a ser ela mesma$ # estava decididamentemal<humorada$

J Bom dia, srta$ ;ara$ J %y sorriu en"uanto virava as tiras de toicinhos de:umado na :rigideira$

/aios$ L= estava ele, to irresist&vel "uanto o ca:5 da manh, descal*o, os cabelos castanho<escurosHmidos curvando<se nas orelhas, a camisa de cambraia a4ul aberta, e>pondo o abdome bron4eado,en"uanto ela se sentia to acabada "uanto uma panela velha$

J #spero "ue a gordura "ueime a sua barriga$

%y bateu nos mHsculos abdominais bem de:inidos$

J oc? bei8aria a regio in8uriada para eu me sentir melhor$

+nvoluntariamente, ;ara imaginou<se passando a l&ngua na"uela pele morena$

J = sonhando, caubEi$ J .esviou o olhar, pegou uma caneca do arm=rio e serviu<se de ca:5"uente$

J 1o pode me culpar por tentar$

J .ei>e<me em pa4, urdock$ Duase no dormi$  revela*o, %y largou o gar:o e avaliou<a, percebendo olhos avermelhados e a palide4$

J Como est= o menino@

  preocupa*o era "uase to encantadora "uanto o corpo dele$

J 1o momento, est= dormindo$ as agitou<se a noite toda$

J #u sei$ J #le :oi pegar um prato no arm=rio e o :orrou com toalha de papel$ J #u ouvi$

;ara despe8ou duas colheres de a*Hcar no ca:5 e misturou$

J 1o me diga "ue :icou acordado a noite inteira preocupado com a catapora@

J !um@ J #le :ran4iu o cenho en"uanto colocava a :ritura no prato$ J Oh, sim$ = tele:onei paraminha me$

J #@

J 1o tive$

;ara deteve a caneca a meio caminho dos l=bios$

J M a melhor not&cia "ue tive em tr?s diasA J :este8ou$ %y :ingiu se magoar$ #nto, animou<se$

J e8a desta :orma$ Se eu :icar doente, voc? ter= de cuidar de mim$

J Se voc? :icar doente, dei>arei "ue morra$

J Catapora no 5 :atal$

J Due pena$#le come*ou a retirar ovos caipira da geladeira$

J Como gosta dos ovos@

J 1o estou com :ome$ J Hltima coisa "ue ela "ueria era passar uma re:ei*o inteira sentada Imesa com a"uele cr=pula$

  noite anterior :ora con:ort=vel demais, e ela ainda estava con:usa$ %y :ora gentil com ela no dia em"ue partira tamb5m, o "ue sE provava como ela no sabia 8ulgar o car=ter das pessoas$

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J e>idos$ J #le "uebrava os ovos na borda de uma tigela como se ela no tivesse :alado nada$ JCom pimenta$ # :arei mais para Lane$ 3m garoto doente precisa de um lauto ca:5 da manh$

J 7ara Lane, um grande ca:5 da manh 5 a"uele com re:rigerante de morango$ !o8e, duvido de "ueele "ueira "ual"uer coisa$

Batendo os ovos, %y ergueu o olhar e apontou<lhe o gar:o melado$

J #sta manh, ele ter= ovos e toicinho$;ara suspirou, rendendo<se$ Due ele descobrisse so4inho "ue ningu5m podia :or*ar um garoto decinco anos doente a comer$

J .evo :a4er torradas@

#le indicou o :orno com um movimento de "uei>o$

J #stou assando biscoitos$

J Duando aprendeu a :a4er biscoitos@ J #la lan*ou<lhe um olhar incr5dulo$

J Dual"uer um pode :a4er isso J respondeu %y, com um sorriso$ J bra a embalagem, distribua asrodelas na :rma e) "oil$, biscoitosA

Se no estivesse to determinada a odi=<lo, ;ara teria devolvido o sorriso$ as sabia "ual era o plano$urdock e>alava charme por todos os poros na"uela manh$ Ora, se no tomasse cuidado, ele aperseguiria ao redor da mesa :a4endo elogios e e>ibindo a"ueles peitorais bron4eados at5 elasucumbir) 1o "ueria pensar na"uilo$ /e:or*ando a determina*o, :oi I geladeira pegar o suco delaran8a$

%y despe8ava "uei8o na :rigideira com ovos$

J ssiste ao programa de culin=ria de Hlia Child, 5@

#le olhou por sobre o ombro$

J Duem@

.esta ve4, ela riu$

J 1ada$

;ara ps a mesa$ %y levou a travessa com o toicinho de:umado :rito e a outra, com uma montanhaamarelada de ovos me>idos$ #n"uanto procuravam seus lugares I mesa, seus corpos se ro*aram$;ara sentiu uma onda sensual e sentou<se apressada para escapar da e>cita*o$ Simplesmente, tinhade se livrar da"uele homemA

Com determina*o renovada, serviu<se de mais comida do "ue consumira desde) bem, desde o diaanterior, "uando Sally preparara o almo*o$

J #nto, "uando vai embora@ J indagou, com :alsa meiguice, assim "ue recuperou a vo4$

%y despe8ou uma boa "uantidade de molho picante no prato com ovos$

J #stava para lhe :a4er a mesma pergunta$J (=cil$ J #rguendo de leve um ombro, ;ara tentou demonstrar uma con:ian*a "ue no sentia$ JDuando trans:erir a escritura de volta a meu pai$

#le pousou o :rasco de molho na mesa e sorriu$

J #nto, diria "ue temos um empate me>icano$

#le no :acilitaria nada$ (i4eram a re:ei*o em sil?ncio, ;ara procurando uma :orma de romper oimpasse$

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J != algo "ue eu possa :a4er para "ue mude de id5ia@ J Lamentou instantaneamente a escolha depalavras$

J amos ver) J e>presso dele era maliciosa$ J Ganhei a :a4enda num 8ogo de p"uer$ %alve4)J #stalou os dedos$ J = seiA J preciou<a devagar, de cima a bai>o$ J 7od&amos 8ogar stripp"uer$ O vencedor leva tudo$

Com um bocado de biscoito entalado na garganta, ;ara teve de engolir duas ve4es para :or*a<lo adescer$ %y urdock vestido 8= era tentador$ rrepiava<se at5 a ponta dos p5s com a id5ia de ver seucorpo atl5tico e bron4eado totalmente nu$ lembran*a de seus corpos ardentes, suados e saciadosretornou$ .ispersou a imagem$ Se>o nunca :ora problema entre eles$

J #st= sonhando novamente, caubEi$

J Bem, nesse caso) J %y a:astou o prato$ J %enho outra proposta para voc?$ J :astou a cadeira,apoiou o p5 no 8oelho oposto$ .e repente, parecia s5rio demais$ ;ara podia lidar com um urdockse>y e ardiloso, mas in"uietava<se com ele s5rio$

J Se tem a ver com tirarmos a roupa, dispenso$

#le ergueu a mo como uma placa de trnsito$

J Ou*a<me$ %alve4 at5 goste da id5ia$ J #mbora sorrisse provocante, havia uma intensidade, umaenergia "ue ela no compreendia$

;ara tinha a sensa*o de "ue estava para descobrir o "ue ele estava tramando$ Suspirando incr5dula,voltou a cabe*a e preparou<se para o combate$ 1ada do "ue %y urdock propusesse a abalarianovamente$

J # se eu disser "ue estou disposto a tornar o seu :ilho meu herdeiro@

;ara reteve o :lego, apavorada com a possibilidade de %y saber sobre Lane$ #rgueu o copo de sucoe tomou um bom gole, es:or*ando<se para manter o rosto impass&vel e a mo :irme$

J O "ue voc? disse@

J ndei pensando muito nessa situa*o toda$ Lane 5 neto de 7ete, e de"eria herdar esta :a4enda$

J #nto, assine os pap5is$

J #spere um pouco$ inda no acabei$ J %y estava rela>ado, mas a e>presso era atenta$ J %ragaLane para viver a"ui permanentemente$ Duero ver se ele leva 8eito para tocar a :a4enda$

J #le sE tem cinco anos$

J O sangue dir=$

;ara sentiu outra onda de pavor$

J O "ue isso signi:ica@ J s palavras sa&ram agudas e inseguras$

J #le pu>ou a voc? ou ao pai@ Se :or um %aylor de verdade, vai se adaptar I :a4enda como umpatinho na =gua$ #stou ansioso em dar essa chance a ele$

 "uilo era loucura$ 7or "ue %y se"uer consideraria tal id5ia maluca@ menos "ue) mas no, no eraposs&vel "ue soubesse da verdade sobre Lane$ brira mo de muita coisa para proteger seu segredo$

J #u tenho uma lo8a$

J enda$

J # como vou sustentar meu :ilho@

J #ssa 5 a outra parte da proposta$

%y inclinou a cadeira, e"uilibrando<a nas pernas posteriores$ !avia uma emo*o perturbadora no olhar,

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algo "ue ;ara no conseguia de:inir, a intui*o e cautela acionadas$

%y voltou com a cadeira na posi*o normal e apoiou os bra*os na mesa$ 7ara variar, no havia sinalde divertimento no semblante$ ;ara estava mais assustada do "ue nunca com a aparente sinceridade$%y tomou<lhe a mo$

J Duero "ue se8a minha sEcia, ;ara, como sempre plane8amos$ Duero "ue se case comigo$

Se ele tivesse pedido "ue ela des:ilasse desnuda no Duatro de ulho, no teria :icado mais chocada$.ei>ou cair o biscoito no prato, de repente :raca$

J Caiu de cabe*a demais nos rodeios, meu caro$ J vo4 tr?mula tra&a as palavras atrevidas$#s:regou a mo onde o to"ue dele ainda "ueimava, o calor do dese8o insatis:eito torturando<lhe aalma$ uito tempo antes, ele a abandonara e, por mais tentadora "ue :osse a proposta, no seria totola novamente$

%y abriu e :echou as mos sobre a mesa$

J Sem dHvida, tem ra4o, mas mesmo assim 5 o "ue "uero :a4er$ 3m menino no deve crescer sempai, assim, se ele levar 8eito para a vida de caubEi, eu o adotarei e o tornarei meu herdeiro$

J 1o entendo$ J ;ara sentia a prEpria pulsa*o nos ouvidos$

J Duer a :a4enda ou no@#la sentiu um aperto no estmago$ O "ue ele estava plane8ando@

J 7or "ue :aria tal coisa@ oc? nem conhece Lane$

J %alve4 eu lhe deva$

J %alve4@ !aA oc? me deve muito, urdock$

J %em ra4o$ .evo$ J #le a apreciou insolente, e>citando<a$ J (icaria mais do "ue contente emcome*ar a pagar, "uando voc? "uiser$

J +sso 5 loucura$ J #la pulou da cadeira e come*ou a8untar os pratos e gar:os$ #le "ueria se casar com ela e adotar seu :ilho@ Se no :osse to triste, teria rido$ 3m homem podia adotar o prEprio :ilho@

1o passado, costumava :antasiar sobre a"uela cena, sE "ue havia um clima de amor e no de dever$#ra recon:ortante comprovar "ue %y tinha alguma consci?ncia, mas no havia mais amor entre eles e,com certe4a, nenhuma con:ian*a$

#mpurrou os pratos no balco e passou para o lado da co4inha$ %y permaneceu na cadeira, olhando<a, a e>presso to sincera "ue a dei>ava abalada$

J # a Hnica solu*o, ;ara$ ou manter a :a4enda, re:orm=<la, prosperar com ela, e voc? estar=assegurando o :uturo de Lane$ Seno, ela ser= sE minha, e voc? e Lane estaro por conta prEpria$

J %em de haver mais do "ue isso$ J #la raciocinava :reneticamente$

J uito bem$ dmito "ue passou pela minha cabe*a "ue ningu5m acredita "ue um urdock possa seestabelecer$ 7retendo provar "ue esto todos errados$

;ara se agarrou ao balco com mos tr?mulas$ %y "ueria despos=<la e tornar Lane seu herdeiro por alguma necessidade neurEtica de redimir o nome dos urdock@

J # se voc? mudar de id5ia e no :icar@

%y 8= :re"Pentara tantas camas, ela no conseguia imagin=<lo ali por muito tempo$

#le deu de ombros$

J #u lhe darei o divErcio, mas a :a4enda 5 de Lane, nenhuma condi*o atrelada a isso$

 lgo na"uele racioc&nio no estava certo, mas ela no conseguia perceber o "u?$ .esde o momento

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em "ue voltara para a :a4enda, no conseguia pensar racionalmente, e a situa*o agravara suaincapacidade$ %y urdock a manipulava, com certe4a$ O canalha sabia "ue ela estava encurralada,sem recurso legal, sem chance de lutar contra ele e ganhar$ ssim, ele mostrara<lhe a alternativa,certo de "ue ela nunca concordaria com um negEcio to ultra8ante$ %y esperava "ue ela recusasse,"ue voltasse sorrateiramente para a cidade com seu :ilho doente, en"uanto ele enri"ueceria em cimado "ue era dela de direito, de consci?ncia limpa$ #le poderia di4er a todo o mundo "ue tentara agir corretamente, mas ela recusara$

Due serpenteA ;ara en>ugou as mos na cal*a e endireitou<se$ Due cobra criadaA %y apostava em suarecusa$ Bem, ela tamb5m 8= 8ogara e apostara na vida$ .esta ve4, no aceitaria o ble:e$

 pro>imou<se do balco, encai>ou as mos aos "uadris e ergueu o "uei>o$

J urdock$ J #ngoliu o nE na garganta$ J #sta 5 a :a4enda da minha :am&lia$ Se :or preciso mecasar com a :orma mais in:erior de vida do planeta para mant?<la, 5 o "ue :arei$ caba de arran8ar umaesposa$

Capítulo VII

;ara contornou o canto do celeiro e ouviu conversando bai>inho, mais o som de :eno corpos semovendo no outro lado da parede$

J amos, meu bem) +sso mesmo$ #u sei "ue "uer)

;ara sentiu a boca seca e sua imagina*o decolou$ = era p5ssimo v?<lo des:ilando o corpo atl5ticodia e noite sem camisa pela casa, apro>imando<se dela de propEsito$ t5 seus sonhos andavampovoados de cenas de atos de amor :ren5ticos, seguidos do horror da partida dele na caminhonetevermelha$ #, ainda por cima, tinha de :icar ali, ouvindo<o sedu4ir alguma mulher no celeiro$

.ias antes, %y lhe propusera um casamento de conveni?ncia$ Como era a Hnica maneira de garantir olar da :am&lia %aylor, concordara em despos=<lo, assim "ue Lane estivesse melhor da catapora$ t5estavam conseguindo trabalhar 8untos sem se matarem$ as at5 um casamento de conveni?ncia

merecia uma certa dose de respeito$ 1o permitiria "ue urdock continuasse tendo aventurasamorosas bem na sua caraA

 briu a porta e entrou, preparada para ver corpos nus cor rendo atr=s das vestes$ as o "ue viu :oi %yagachado diante de um be4erro novo, ensinando<o a tomar leite da mamadeira com palavras deencora8amento$

Sentindo<se rid&cula, ;ara suspirou de al&vio, mas as imagens sensuais no desapareceram$ %inha ocorpo e>citado e irritava<se com a sensa*o$ 1o aprendera da :orma mais di:&cil "ue o dese8oirrespons=vel levava a conse"P?ncias s5rias@

J %emos outro be4erro sem me$ J %y :ran4ia o cenho, preocupado$ Olhou por sobre o ombro, alheioaos pensamentos dela$ J Com este, so "uatro "ue temos de alimentar manualmente$ #stamosperdendo muitas matri4es$

J Sabe por "u?@ J Com es:or*o, ;ara concentrou<se na situa*o problem=tica, embora sedu4idapelo abdome "ue %y dei>ava entrever sob a camiseta branca$

.esde a chegada, descobrira "ue havia muitos problemas na :a4enda$ O programa de reprodu*o dogado estava sem controle, cercas e ane>os precisavam de reparo, o est=bulo re"ueria manuten*o enenhuma das crias da primavera :ora devidamente tratada$

J lgumas dessas vacas so velhas demais para procriar$ 7recisamos separ=<las, pegar os be4erros,catalog=<los, marc=<los, medic=<los$ So atividades "ue deviam ter sido :eitas na primavera$ J#n"uanto :alava, %y segurava a mamadeira gigante e acariciava o be4erro com a mo livre$ .e patas

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a:astadas para manter<se em p5, o :ilhote sugava ritmadamente, a :Ermula va4ando um pouco peloscantos da boca$

J (arei "ual"uer coisa para a8udar$

J %em certe4a@ J %y :itou<a$

#la assentiu, irritada por ele perguntar tal coisa$

J #sta 5 a minha :a4enda$ (arei o "ue :or preciso para "ue prospere$

J Bem, nesse caso) J #le reparou em sua cal*a 8eans limpa, na blusa branca e nas botas novas$J 7egue a p=$ amos tirar o esterco do celeiro ho8e$

#n"uanto %y ria da rea*o de ;ara, o be4erro Er:o deu uma sugada :orte na mamadeira e entoempurrou %y na altura do peito$ O chap5u dele caiu numa pilha :resca de esterco$

;ara deu uma gargalhada$ dorava a"uele be4erro$

!oras depois, suada e coberta de :eno e su8eira, ;ara lan*ou a Hltima p= de esterco no carrinho demo$

J (ormamos uma Etima e"uipe, no acha@ J %y apoiou a p= no :undo da baia$

!onestamente, ;ara tinha de admitir "ue sim$ 7ete e Sally cuidavam de Lane$ cada hora, passavaem casa para ver se estava tudo bem, mas mesmo assim conseguia a8udar %y nas inHmeras tare:asna :a4enda$ parte da manh transcorrera surpreendentemente bem$ %y :a4ia grace8os direto e,apesar da descon:ian*a, ela ria e :a4ia gra*a tamb5m$

%y apro>imou<se e retirou uma palha de seu ombro$ Considerando os sonhos da noite anterior e ospensamentos irracionais da"uela manh, ;ara sentiu o corpo se a"uecer$

J oc?, uh) J #le apontou para a blusa, onde uma taturana verde raste8ava sobre o seio$ J .ei>e"ue eu tiro$

Com a mo em luva de couro, arrebatou a taturana, ro*ando de leve no seio de ;ara$

#la grasniu, deu um pulo para tr=s e bateu no peito at5 a criatura voar para o outro lado da baia$

J #u teria sido muito mais gentil$ J %y ergueu o sobrolho repetidamente$ J uito mais$

J Due atencioso, urdock J respondeu ;ara, sarc=stica$

J Sabia "ue :icaria impressionada$ J #le se achegou e espanou a su8eira de seu traseiro$Simplesmente, no podia evitar$ .ei>=<la maluca, de uma maneira provocativa, era to divertido$+nclinou<se "uando ela agarrou a p= e agitou<a contra ele, rindo$ (ormavam mesmo uma Etima e"uipee :a4iam progressos$

J %ire as mos de mim, urdockA J #la agitou de novo a p= contra ele$ 3m pouco de esterco pingou$

J O "u?, nada de rolar na palha@ 1enhuma amostra antes do casamento@ J C5us, como estavatentado$

/indo da e>presso rebelde, %y pegou o carrinho de mo e levou<o para :ora$ ;ara seguiu<o com asp=s$

J 7arece "ue algu5m est= chegando$ J 3ma nuvem de pE marcava o caminho de uma caminhonetedos correios sob o porto de entrada da Star $ %y :icou s5rio ao perceber o "ue estava paraacontecer$ J amos ver o "ue 5$

J eu pai pode receber$

J 1o$ amos l=$

Con:usa, ;ara encostou as p=s na parede do celeiro$

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J O "ue est= acontecendo, urdock@

J 1o :i"ue to de:ensiva$ enha ver, sim@ J Sentindo algo entre e>cita*o e temor, %y agarrou<lhe amo e pu>ou<a em dire*o ao ve&culo "ue se apro>imava$ 7ensou "ue ;ara se desvencilharia, mas,para seu al&vio, ela o acompanhou at5 em casa$

 o receberem a cai>a e assinarem o protocolo, ;ara leu o endere*o do remetente$

J M da minha lo8a$J bra$ J %y de repente se sentia mais nervoso do "ue "uando entrara pela primeira ve4 na arena$

J 1o$ bra voc?$ J 7ara seu desnimo, ;ara passou<lhe a cai>a, a e>presso ansiosa$ J %enho asensa*o de "ue sabe o "ue 5$

Gentilmente, ele a condu4iu I varanda e pousou a cai>a no colo dela$

J bra$ 7or :avor$

#le guardou as luvas no bolso traseiro, apoiou<se num 8oelho e esperou$

  curiosidade venceu$ ;ara desembrulhou a cai>a e ergueu a tampa$ %y sentiu o cora*o bater descompassado$

#la a:astou o papel de seda, prendeu a respira*o e :itou<o com olhos arregalados, p=lida$ Sentia umnE na garganta, e uma de4ena de emo*Kes surgiu no semblante en"uanto estendia o vestido de noivade renda$

J oc? :e4 isso@ J vo4 dela saiu tr?mula, e %y imaginou por "u?$

J Gosta@ J #le normalmente no :icava to ansioso, e estava assustado com a prEpria rea*o$

%r?mula, ;ara devolveu o vestido I cai>a$

J ande de volta$

#le sentiu o cora*o :alhar$

J amos nos casar, ;ara J lembrou, gentil$ J Duero "ue use um belo vestido$

J 7or "ue est= :a4endo isso@ J Os olhos dela brilhavam$ C5us, ia chorar@

%y estava desnorteado$ Sabia "ue ela protestaria, como sempre, mas no imaginava "ue :icariaassustada$ +ncapa4 de se conter, ele a acariciou e a:astou as mechas de cabelo rebeldes do rosto$

J M o nosso casamento, "uerida$ Duero "ue se8a especial para nEs dois$

;ara es"uivou<se ao to"ue, impass&vel$

J O "ue est= tentando :a4er, %y@ 1o 5 um casamento de verdade$ M um negEcio$ oc? no me ama,e eu com certe4a no o amo$

#la dei>ou a varanda e correu para o celeiro, dei>ando %y so4inho com o vestido de tecido todelicado "uanto a pele dela$ #le massageou a nuca e :itou o c5u$ # achava "ue estavam :a4endo

progresso)Se ela no gostara do vestido, odiaria o casamento$

J +sso 5 loucura, urdockA J ;ara bateu o p5 no degrau com a bota branca de amarrar "ue eleencomendara com o vestido$

%y recostou<se no poste da varanda, rela>ado$ #stava maravilhoso em paletE de smoking, camisabranca e cal*a 8eans preta, um tra8e to inade"uado a um casamento de conveni?ncia "uanto oelegante modelo rendado "ue ela usava$

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J oc? pediu ou no "ue eu plane8asse o casamento@

J 1o desse 8eito$ J ;ara sentiu pnico$ J 7ensei "ue ser&amos sE eu, voc? e o 8ui4 de pa4 numcartErio$

Contra o dese8o dela, %y convidara metade da popula*o da cidade para uma cerimnia ao estilo doOeste, completo com :esta$ 1um arroubo, ele providenciara a comemora*o "ue os dois haviamplane8ado 8untos numa noite de vero, um s5culo antes$

7ara piorar tudo, arietta, "ue ;ara considerava uma aliada, tornou<se traidora assim "ue chegara deOklahoma City$

J 3se o vestido, ;ara$ J arietta e>ibia a cria*o magn&:ica, tentando<a$ J Due mal pode haver@

J %y o comprou$ 1o "uero "ue ele pense "ue mudei de id5ia$

J Sobre o "u?@

J #le$ J ;ara agitou os bra*os como uma v&tima de a:ogamento$ J %udo istoA #stou certa de "ue eletem uma carta escondida na manga, mas no descobri ainda o "ue pode ser)

J = pensou "ue talve4 o caubEi se8a sincero@ miga, no ouviu a vo4 dele "uando tele:onou paraencomendar o vestido e, pelo 8eito como olha para voc?, acho "ue o homem est= apai>onado$

;ara desdenhou sonoramente$

J Hnica pessoa "ue ele ama 5 a si mesmo$

J cho "ue ele mudou, ;ara$ l5m disso, seu caubEi 5 mais "uente do "ue a super:&cie do sol$ J/indo, a sEcia se abanou$ J "uele rosto e a"uele corpo :ariam uma garota se es"uecer de muitacoisa)

J 1unca vou me es"uecer do so:rimento "ue ele me imps$ #u no o amo$ 1unca o amarei$ J Oamor sE tornava as pessoas vulner=veis$

J Ntimo, ento, mas eu escolhi este vestido por"ue sabia "ue voc? ia ador=<lo, e voc? vai vesti<lonem "ue eu tenha de obrigarA

 ssim, l= estava ;ara, usando um vestido de noiva "ue achava lindo, prestes a desposar o homem"ue um dia amara mais do "ue recomendava a prud?ncia, imaginando se terminaria a"uele dia comsuas decisKes inabaladas$ id5ia de estar com %y, todos os dias, come*ava a perturb=<la$7ermanecera so4inha por muito tempo e ter um caubEi se>y dando<lhe tanta aten*o sE a dei>avaansiosa por algo "ue pre:eria ignorar$

J 7lane8amos este casamento h= anos, ;ara$ J %y desencostou<se do poste e :oi veri:icar asamarras da sela uma Hltima ve4$ J 7ensei "ue :icaria contente$

J Con:usa, urdock, no contente$ (i4emos muitos planos 8untos, aos "uais voc? deu as costas,devo acrescentar$ 7or "ue escolheu honrar este@

 pEs um pu>o :irme na cinta da sela, ele olhou por sobre o ombro e sorriu torto$

J Sou um tolo sentimental, acho$J %olo 5 a palavra<chave$

%y ergueu<se, espanou as mos e as entrela*ou, o:erecendo apoio para ela montar$

J 1o posso :a4er isso$ 1o desse 8eito$ J ;ara voltou<se e caminhou pela varanda para a porta dos:undos, a barra de renda em pontas :ar:alhando ao redor das botas$ J = l= e diga a todos "ue ocasamento est= cancelado$

J ai abrir mo da :a4enda@ # constranger seu pai diante de todos os amigos@

;ara estacou e voltou<se$ Chantagem$ #le usava de chantagem$ O pai praticamente sapateara no

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telhado, com 8oelho ruim e tudo, "uando lhe contaram a novidade$ 7ete :icara to :eli4 "ue ela notivera coragem de revelar "ue era tudo uma :arsa$ #le descobriria, mais cedo ou mais tarde$ as, se odecepcionasse na"uele momento, diante dos amigos, ele nunca superaria a vergonha$ # Laneperderia sua heran*a$

%inha de manter a distncia$ 7recisava) por Lane$

Con:ormada, ;ara encaminhou<se ao cavalo "ue a aguardava$ %y permaneceu ali, observando<a coma"ueles olhos castanho<escuros en"uanto ela cru4ava o gramado$ Captava cada movimento do corpo$# ;ara perturbava<se com o escrut&nio$ %y tinha a incr&vel habilidade de acarici=<la com o olhar e :a4?<la se sentir a mulher mais se>y do mundo$ C5us, misericErdia$ 1o podia se entregar I"uelainsanidade$

Duando ela se apro>imou, em ve4 de a8ud=<la a montar, ele a ergueu nos bra*os e :itou<a comsinceridade bastante para convencer um 8Hri de do4e homens "ue nunca contaria uma mentira se"uer$

;ara estremeceu com a"uela pro>imidade$ pEs duas semanas convivendo com ele dia e noite,lembrando<a de tudo o "ue no tinha na vida, tornava<se mais e mais di:&cil manter uma distnciaemocional$ # como uma mulher podia permanecer :ria no dia de seu casamento@

J oc? est= linda, ;ara$ J vo4 dele soou inesperadamente suave e rouca, as mos aconchegantes

atrav5s do tecido :ino$#la se sentia bonita com a saia longa rodada de renda elaborada creme, mais o corpete bordado e abarra rendada$

Sentiu um arrepio na espinha e a boca seca$ tnita com a sinceridade na vo4 e o calor do olhar dele,umedeceu os l=bios$ %y interpretou como um convite$ Lentamente, apro>imou<a e inclinou o rosto$ testa dela colidiu com a aba do chap5u preto$ ;ara nem percebeu, inebriada pelo aroma da =gua<de<colnia dele, com o calor Hmido do h=lito, com a curva :irme dos l=bios 8unto aos seus$

O bei8o durou uns poucos segundos, apenas um ro*ar suave de pele contra pele$ as o dese8o "ue ocontato despertou durou muito mais$ balada com a gentile4a, ;ara recostou a cabe*a no tEra>m=sculo e suspirou$

#le :a4ia a"uilo havia dias, suprimia sua resist?ncia com provoca*Kes, com gentile4as e com olharesardentes$ #mbora ela despre4asse o vestido de noiva, recusando<se a toc=<lo at5 arietta chegar, elecontinuara agindo como o noivo amoroso$

ais tarde, ela teria de renovar seu sistema de:ensivo$ as no na"uele momento$ 1a"uele momento,ia se casar$ (arsa ou no, uma pe"uena parte dela "ueria :ingir "ue era verdade$ SE desta ve4, :aria o

 8ogo dele$

%y passou a mo em seus cabelos e a a:agou nos ombros nus$ #la estremeceu com a e>cita*o "ue oto"ue provocou$

J Os convidados esto esperando J observou ele$

Com medo de se trair na vo4, ela assentiu$ #stava assustada com as emo*Kes$ 3m dia, :ora comomashmello% nas mos da"uele homem, sucumbindo ante poucas palavras de sedu*o e car&cias, esimplesmente no podia se arriscar a repetir o erro$

%y a segurou pela cintura e ergueu<a :acilmente at5 a sela$ antendo o olhar sedutor, passou a mopor sua co>a sensualmente en"uanto lhe posicionava o p5 no estribo$ ;ara engoliu em seco e tomouas r5deas$

%a::y, tamb5m adornada, me>eu<se com o peso, meneou a cabe*a cheia de :itas e avan*ou$

 travessaram o pasto aberto, o ar estalando de aromas e sons na"uele :inal de primavera$ Borboletassobrevoavam as :lores silvestres, cu8as :ragrncias desprendiam<se a cada passo dos cavalos$ Ocen=rio era per:eito, id&lico$ Como algo to errado podia parecer to certo@

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#nvoltos no clima sensual, cavalgaram em sil?ncio na dire*o do riacho ladeado de =rvores$ ;arasabia para onde iam$ Olhou para o homem a seu lado e ento para a multido "ue se reunia sob oarco natural de =rvores I beira da =gua$ %y se lembrava de "ue a"uele lugar um dia lhes signi:icaraalgo@

Claro "ue sim$ %inha de se lembrar$

;ara endireitou o corpo na sela e a:astou a"ueles pensamentos$ Conhecendo %y urdock, sabia "ueele escolhera a"uele lugar em particular com o Hnico propEsito de es:regar sal numa :erida antiga,numa esp5cie de tortura psicolEgica$ li, ele tomara sua inoc?ncia e roubara seu cora*o$

J Gosta da tran*a@

;ara voltou o rosto, con:usa$ (itou %y por v=rios segundos antes de entender$ crina da 5gua estavatran*ada com :lores brancas delicadas e :itas a4uis$

#nto, %y tivera todo a"uele trabalho$

J #st= linda J opinou, sincera, a onda de pra4er retornando$ Como permanecer imune, se elecontinuava bancando o amante sol&cito@

J L= est= o seu pai$

 pro>imando<se com seu cavalo :avorito, 7ete era a imagem da :elicidade$J #sto prontos@ J #le manobrou o animal para :icar ao lado de ;ara$

O nervosismo dela voltara com toda a :or*a$

J %o pronta "uanto 8amais estarei$

O pai :icou con:uso$

J 1o precisa :icar nervosa$ oc?s dois deviam ter :eito isso h= muito tempo$

#la sE esperava "ue o pai nunca descobrisse o "uanto chegara perto da verdade$

Lado a lado, com ;ara no centro, cavalgaram em dire*o aos convidados$

;ara sentia a tenso aumentar$ 1o esperava "ue :osse to assustador$ %alve4 devesse ter procuradooutra solu*o$ # se %y descobrisse a verdade sobre Lane@ # se 7ete descobrisse o

acordo e deserdasse ambos para sempre@ # se %y esperasse mais da"uele casamento do "ue elaestava disposta a dar@

Se no estivesse sendo pressionada por %y e 7ete, desistiria$ as, antes "ue pudesse encontrar umaescapatEria, l= estava, diante de um :ardo de :eno, com %y de um lado e o pai do outro$

J oc? est= linda, mame$

O sussurro in:antil do :ilho era um bom lembrete do motivo da"uilo tudo$ Segurando :irme umacai>inha de alian*as, Lane sorriu<lhe, o rostinho meigo ainda com as marcas da catapora$ ;ara sentiuum aperto no cora*o e soube "ue :aria "ual"uer coisa para assegurar o :uturo do :ilho$

J oc? tamb5m est= lindo, caubEi J sussurrou ela, inclinando<se para um bei8o r=pido antes de voltar a aten*o ao pastor no outro lado do :ardo de :eno$ %inha nas mos o livro de capa branca "ue a melhe dera no 1atal "uando tinha do4e anos$ Ora, onde %y conseguira a"uilo@

;ara sentiu uma onda de puro terror$ 7ronta@ Como podia estar pronta@ #stava prestes a pular naboca de um vulco$

arietta passou<lhe um bu"u? de :lores do campo$ #nto, :itando o noivo, ergueu o sobrolhoper:eitamente ma"uiado e sorriu$

;ara procurou rela>ar um pouco e :itou rapidamente a congrega*o$ 7essoas da comunidade "ue

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conhecia desde sempre lhe sorriam, visivelmente encantadas com os acontecimentos$ Olhou para opai, de p5 I es"uerda, empertigado e orgulhoso no terno ao estilo do Oeste, levemente enrubescidode pra4er$ 7or Hltimo, olhou para o :ilho$ Lane merecia conhecer a"uelas pessoas, crescer em meio avi4inhos "ue conviveram com seus ancestrais$ migos "ue o a8udariam nos tempos di:&ceis e "uecomemorariam com ele nos tempos bons$ Lane pertencia I"uele lugar, assim como ela$ Se erapreciso se casar com %y urdock para "ue a"uilo acontecesse, "ue assim :osse$

Correndo o olhar sobre os convidados, viu a irm de %y, olene, com "uatro crian*as in"uietas$7arecia cansada e de4 anos mais velha$ O Hltimo marido no estava I vista$ 7obre olene$ #ra oe>emplo per:eito do destino de uma mulher "ue amava o tipo errado de homem$ ;ara estavadeterminada a no permitir "ue isso lhe acontecesse$ 7odia se casar com %y, mas 8amais lheentregaria seu cora*o$

/espirando :undo, ;ara assentiu, indicando estar pronta, e a cerimnia come*ou$ O pastor surpreendeu<a com sua elo"P?ncia ao :alar sobre o poder espiritual do amor entre um homem e umamulher$ #ra a Hltima coisa "ue "ueria ou esperava ouvir, mas, en"uanto a vo4 do pastor reverberava, omundo todo pareceu entrar em e"uil&brio$

3ma brisa suave movimentou as =guas do riacho, en"uanto um casal de p=ssaros brincava entre as=rvores$ o :undo, o som da =gua da :onte natural cascateando entre as rochas$

;ara lutou contra a impresso surreal "ue pairava sobre o casamento$ cerimnia era linda, per:eita,e>atamente como dese8ara um dia, e a percep*o causava<lhe uma triste4a insuport=vel$ #rainteligente demais para acreditar em contos de :ada$

J oc?, ;ara, aceita este homem, %yler, como seu leg&timo marido@ 7ara amar, honrar e respeitar at5"ue a morte os separe@

3m tremor surgiu em sua alma e alastrou<se at5 os 8oelhos$ O "ue estava :a4endo@ Como podiamentir "uanto a algo to sagrado e esperar "ue tudo :icasse bem@

Olhou para o pai e ento para o :ilho, os rostos iluminados de :elicidade, e controlou a histeria$ %inhade continuar$ 7or eles$

%y devia ter notado a hesita*o, pois escolheu esse momento para envolv?<la com o bra*o :orte$

+nclinou<se para ela, deu uma piscadela e sorriu de leve$ Surgiu uma :enda na armadura da noiva$J ceito J respondeu ;ara, surpresa com o tom "ue parecia de noiva apai>onada$

#nto, :oi a ve4 de %y$ #le a :itou nos olhos en"uanto :a4ia os votos$ Se no soubesse "ue era tudouma :arsa, teria acreditado em cada palavra$ ;ara teve de se controlar para no se lan*ar no lindosonho$

J s alian*as J pediu o pastor$

Outra surpresa a aguardava$ +ncentivado pelo av, Lane apresentou uma cai>inha de veludo a4ul comduas alian*as de ouro, mais uma guarnecida de diamantes em :orma de estrela$ 7or "ue %y se dera atanto trabalho e gasto para um casamento de mentirinha@

1a"uele momento, ;ara no estava em condi*Kes de analisar$ Seguiu o e>emplo de %y, tomou a modele e colocou a alian*a$ o perceber "ue ele tamb5m estava nervoso, "uase demonstrou toda suaperturba*o$

#la sentiu o cora*o disparar com as palavras seguintes do pastor$

J #u, agora, os declaro marido e mulher$

arido e mulher$ s palavras ecoaram em seu cora*o$ #stava casada$ Com %y urdock$ #ngoliu emseco para aplacar a sensa*o de arrependimento, e :itou a mo masculina 8unto a dela$ 1o instanteseguinte, %y abra*ou<a, e ela se es"ueceu de tudo en"uanto ele a bei8ava$ Duando ele se a:astou,divertido com a e>presso dela, o resto da congrega*o vibrou$ 7elo menos cin"Penta chap5us de

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caubEi voaram na abertura da comemora*o "ue tomou conta das ad8ac?ncias da nascente do riacho$

#m uma roda de convidados, %y ouvia coment=rios sobre as preocupa*Kes normais dos :a4endeirosacerca da estiagem e "ueda no pre*o da arroba$ Sorridente, replicava nas horas certas, embora seuspensamentos estivessem na esposa, "ue circulava pela barraca montada ao ar livre, bancando aan:itri graciosa com as pessoas "ue conhecia desde sempre$

Conseguira levar ;ara ao altar, mas agora imaginava para onde iriam$ ;ara visivelmente ainda seressentia, apEs tanto tempo$

%y lembrou<se do momento antes da cerimnia "uando lhe disse "ue estava linda$ SE por um breveinstante, a antiga ;ara voltara$ #nto, ela se recompusera e erguera uma parede de reservanovamente, algo "ue :a4ia sempre "ue ele se apro>imava demais$

Olhou para o garotinho "ue brincava 8unto de 7ete$ L= estava outra "uesto a e>igir cautela$ Sempre"ue visitara, durante a catapora, Lane o observara calado$ Duando a me chegava, ele se iluminavacomo um alvorecer e :icava to engra*adinho "uanto um cachorrinho$

J Belo casamento$ J ess artin, o padrinho de %y e antigo companheiro de viagens no circuito derodeios, deu<lhe um tapa no ombro$ Segurava um apetitoso prato de churrasco$

J uito romntico, se "uer saber J comentou Sally, 8untando<se ao grupo de amigos$

J Duem acreditaria "ue o :ilho de Sam urdock daria um marido J comentou uma senhora idosa,conhecida de 7ete e Sally$ J Ora, eu me lembro de como Sam sumia apEs cada)

J ildred J interrompeu Sally$ J #ste rapa4 no 5 Sam$

7or um momento nervoso, %y :itou<a e lutou contra a terr&vel no*o de "ue ela pudesse estar certa$ #se ele no conseguisse ser :iel@ # se acordasse um dia e sumisse, como seu pai :i4era@

 nsioso, procurou por ;ara$ o v?<la, um pouco da tenso desapareceu$ 7odia seguir em :rente$ 7aradi4er a verdade, "ueria$ 7or ;ara$ 1enhuma velha :o:oca iria estragar seu casamento$

;ara inclinou a cabe*a e riu$ tnito com a curva do pesco*o e o brilho dos brincos, %y dispensou ocoment=rio da mulher$ grinalda de :lores "ue arietta arrumara nos cabelos loiros de ;ara

deslocara<se um pouco$ #le sentiu uma pontada de e>cita*o$ ;ara era sua esposa$ 7elo menos por en"uanto$

Sem tirar os olhos dela, colocou sobre a mesa a ta*a de champanhe e :oi a seu encontro$ :estaacabava$ #stava pronto para levar a esposa para casa$

J #u levo Lane para o motel comigo esta noite J o:ereceu<se arietta$

Com a desculpa de reabastecer os pratos, as duas amigas conseguiram se distanciar o bastante dosconvidados para uma conversa em particular$

;ara tateou a alian*a, "ue parecia estranha na mo$

J 7ara "u?@

J oc? acaba de se casar com um dos homens mais estonteantes "ue 8= vi$ J arietta deu um tapano ombro de ;ara$ J M a sua noite de nHpcias, mulher$

J #u no vou dormir com ele J avisou ;ara, lan*ando um olhar de soslaio ao caubEi magn&:ico "ueandava em meio aos convidados$ Sentiu o cora*o se acelerar$ J M sE um acordo comercial$

arietta ergueu o sobrolho$

J Bem, "uerida, pelos olhares "ue seu marido lhe lan*ou durante a :esta, acho "ue negEcios so aHltima coisa na cabe*a dele$

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;ara percebera os olhares, mas tamb5m se lembrava da garota de de4enove anos "ue :ora, so4inhanuma cidade estranha com o resultado da pai>o de %y urdock crescendo em seu ventre$ 7odiasentir dese8o por ele, mas seu corpo 8= a tra&ra antes$ %y era capa4 de dormir com ela na"uela noite eir embora pela manh$

J ais um motivo para Lane :icar a"ui comigo, onde 5 seu lugar$ J .ei>ou o prato na mesa maisprE>ima e es"uadrinhou a multido$ O menino corria para 8unto do av, e ;ara sentiu al&vio ao v?<lo

pu>ando a cal*a de 7ete$ (ormavam uma dupla enternecedora, o velho :a4endeiro e o menino decinco anos em ternos id?nticos ao estilo do Oeste, do paletE preto I :ivela de prata brilhante$

J cho "ue no ser= to :=cil "uanto imagina J alertou arietta, retomando o assunto$ J # se eledescobrir "ue Lane 5 :ilho dele@

J #le no vai descobrir$

J # osh@ Se ele descobrir "ue se casou novamente, vai causar encrenca$ oc? sabe disso$

;ara prendeu a respira*o involuntariamente$ 1o pensara em osh$ #le era cruel o bastante paratornar sua vida mais miser=vel do "ue 8= :i4era$ (eli4mente, no soubera do casamento$ t5 Lane ser o propriet=rio legal da :a4enda, teria de tomar cuidado para "ue o e><marido no descobrisse$

J SE me importo com meu :ilho e com o "ue lhe 5 de direito$ 1o se preocupe$ oc? distrai osh$ #u

posso lidar com urdock$

J #nto, prepare<se, por"ue a& vem ele$ J arietta sorriu largo para %y$ J Lindo casamento, meucaro$

J Obrigado$ J #le sorriu cort?s e ento concentrou<se em ;ara$ J 7ronta para irmos@

J 7ara onde@

J 7ara casa$

;ara estava e>austa e mais do "ue pronta para se a:astar de todos a"ueles amigos bem<intencionados$ (ingir ser uma noiva :eli4 cansava, e seria muito mais :=cil lidar com %y em particular$ais importante, assim "ue estivessem em casa, acabariam com a :arsa$

J ou pegar Lane e poderemos ir$ J ;ara deu<lhe as costas, mas %y estendeu a mo e a deteve$J 7ete vai :icar com ele$

J 1o, no vai$ J ;ara controlou a vontade de gritar$

J Claro "ue vai$ cabo de :alar com eles, e o menino est= todo e>citado com a perspectiva de dormir na casa do av$

J oc? no tinha o direito de :a4er issoA J censurou ;ara$

J (oi id5ia de 7ete$

J 7ois "uero Lane em casa comigo$

J 1o estrague a diverso deles, ;ara$ M importante para o seu pai$

aravilha$ #le usava o pai e o :ilho contra ela$ #le no "ueria estragar era seu prEprio divertimento$7ois tinha novidades para ele$ Com ou sem Lane na casa, no haveria nenhuma trapa*a$

(a4er se>o podia ser tentador, mas o lembrete da Hltima ve4 8untos sempre a manteria no controle$Suspirou em rendi*o$

J amos, ento$

J ess est= tra4endo o cavalo$

J Onde est= %a::y@ J ;ara olhou ao redor, procurando a 5gua, mas sE viu o grande garanho de %y$

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J ess vai lev=<la de volta ao est=bulo$

#la ergueu as mos$

J # como eu vou para casa@

J 1o Cochise$ J #le assentiu na dire*o do garanho$ J Comigo$

J 1o$ +sso 5 rid&culo$ J as surgiu uma saudade trai*oeira com a id5ia de aninhar<se 8unto de %ynuma cavalgada de volta para casa$ = se perturbava com o leve per:ume dele, com a viso docontraste da pele morena e da camisa branca, com a vo4 grave$

J # simbElico$ J #le sorriu, charmoso$ J Chegamos como dois e partiremos como um$

Sombras do passado$ Como ele se lembrava dos planos in:antis "ue :i4eram olhando as estrelas,havia tanto tempo@

J #u no vou$ J #la meneou a cabe*a e recuou$

J (arei um escndalo$ J Os olhos castanho<escuros dele brilhavam maliciosos en"uanto seapro>imava devagar, como um coiote cercando a presa$

%emerosa e irritada, ;ara se enri8eceu, a renda do vestido provocando a pele sens&vel das pernas$

J oc? no se atreveria$J amos ver$

#le se atreveria, raios$ %y adorava ser o centro das aten*Kes$

 doraria coloc=<la na sela e partir rindo e agitando o chap5u, satis:eito em lev=<la contrariada e aosberros$

Suspirando e>ageradamente, ela desistiu e dirigiu<se ao cavalo$ #ra melhor acabar logo com a"uilo$%entou se es"uivar, mas %y segurou<lhe o bra*o$ #la sentiu um arrepio de ansiedade$

J %emos de dar aos convidados o shoR esperado$

#la estremeceu com a id5ia$

%y abra*ou<a dramaticamente, inclinou o rosto e apro>imou a boca$ ;ara preparou<se para o bei8oarrasador$

J %as"ue<lhe um bom bei8o, %yA

%inham pHblico) uma horda de caubEis risonhos$

%y apro>imou os l=bios at5 "ue o h=lito "uente de champanhe se misturasse ao dela$ ;ara sentiu ocora*o :alhar uma batida$

%inha certe4a de "ue ia se vapori4ar com a e>pectativa "uando %y ro*ou o nari4 no dela, num bei8oes"uimE$

J 7ensou "ue eu ia bei8=<la novamente, no 5@ J espica*ou, os olhos relu4entes de divertimento$

/isadas ribombaram ao redor$ pesar de sua determina*o em no cair no charme dele, ;ara "uis rir tamb5m$ /evirou os olhos$

J Oh, vamos, riaA ai lhe :a4er bem$

J #u te odeio J murmurou ela, mas o sorriso a traiu$ Como se nunca tivesse ouvido nada toengra*ado, %y lan*ou a cabe*a para tr=s e riu$ Soltando<a, encai>ou a bota no estribo e montou emCochise$ .epois, inclinou<se, agarrou<a pelos bra*os e a instalou :acilmente atr=s de si na sela$

#le tocou no chap5u, despedindo<se de todos$

J Obrigado pela presen*aA gente se v? "uando emergirmos em busca de ar)

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;ara reteve o :lego, enrubesceu bastante e escondeu o rosto nas costas do marido$ 7artiram agalope entre brados e risos, e uma coisa :icou clara' todos os convidados acreditavam "ue a"uele :oraum casamento de verdade$ 7or alguns segundos, ela tamb5m "uis acreditar$

Capítulo VIIIJ %em champanhe gelada no "uarto$ J %y tirou a gravata e o paletE$ .e bra*os cru4ados, de:ensiva,;ara permaneceu na sala, vivendo o momento "ue mais temera desde "ue concordara com a"uelaloucura$ %y urdock, moreno e tentador, :itando<a como se ela :osse um po4inho de canela, adesabotoar a camisa branca$

J 7re:ere tomar um banho de espuma primeiro@ J #le ergueu o sobrolho, provocativo$ J untos@

.urante todo o tra8eto do local da :esta at5 a casa, ;ara se agarrara Is costas :ortes de %y$ 1a hora desaltar, 8= ansiava por se atirar nos bra*os dele e tornar a"uele casamento verdadeiro$ arietta tinhara4o$ 1o seria nada :=cil$

3medeceu os l=bios$

J 1o$J 7osso es:regar suas costas J o:ereceu<se ele, apro>imando<se com um sorriso malicioso$

;ara recuou sem dei>ar de :itar o tEra> nu e bron4eado$ %y continuava avan*ando$

#la ergueu a mo para det?<lo$ %y no se intimidou e chegaram I parede$

J (oi um belo dia, %y J dis:ar*ou ela$

J ai ser uma noite ainda melhor$ J #le a acariciava com o h=lito "uente$ J Gostei dessa renda,mas passei o dia sonhando em ver voc? sem ela$

;ara a:astou a mo masculina$

J 1o$

J O "ue :oi@ J #le a tocou na pele sens&vel atr=s da orelha, acariciando de leve$ ;ara precisou sees:or*ar para no sucumbir ao dese8o$ J #st= com medo de gostar@

;ara :echou os olhos e estremeceu$ #stava com medo, sim, de cair no encanto e so:rer todas asconse"P?ncias novamente$

J 1o 5 o "ue eu "uero$

J O "ue voc? "uer, ;ara@ J #le a :itou$ J .iga<me$ J Bei8ou<a novamente, insinuante$ J O "uevoc? "uiser$ #u sou seu homem$

%y distorcia suas palavras intencionalmente, usando<as para sedu4i<la$ # estava dando certoA

J 1o :oi o "ue eu "uis di4er$

J %em certe4a@ J #le ro*ou os l=bios em seu pesco*o e bei8ou a =rea pulsante$

;ara combateu a sensa*o$ Se no :i4esse algo r=pido, seria tarde demais$

J 1o sabe aceitar no como resposta@

J SE se :or a s5rio$

%r?mula, ela colocou as mos contra o tEra> despido$

J .ormir com voc? no :a4ia parte do trato$ #le recuou, a e>presso incerta$ J 1o me lembro de ter concordado com isso$

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J as concordou$

%y :ran4iu o cenho e pressionou um dedo na t?mpora$

J cho "ue me lembraria de algo to importante$

J oc? tende a se es"uecer de coisas importantes$

%y recuou, e ;ara "uase teve certe4a de ver m=goa nos olhos dele antes "ue assumisse umae>presso descontra&da$ .ando de ombros, :e4 pose de caubEi charmoso$

J Bem, "uerida) se est= certa sobre isso) J resignou<se, e>agerando no sota"ue te>ano$ pontou<lhe um dedo, e ;ara sentiu a e>cita*o surgir$ J Duer saber@ oc? :a4 a pipoca e eu vou pegar o 8ogode monopElio$

J oc? o "u?@ J ;ara piscou, con:usa$

J Duando :oi "ue 8ogou monopElio pela Hltima ve4@ J #le riu, voltou<se e proporcionou<lhe outra boaviso da pele morena$ ;ara controlou<se para no salivar$ J #u, uh) J Levou as mos :rias ao rostoe respirou :undo$

7odia :a4er a"uilo$ 7odia sentar<se I mesa da co4inha com %y urdock e 8ogar uma partida demonopElio$ Se ao menos conseguisse "ue ele abotoasse a camisa)

%y estava a ponto de ter um ata"ue card&aco$ Se continuasse ali, sob o sol de 8ulho, :itando as co>asde ;ara, cairia morto, ou lhe arrancaria o short e aplacaria seu dese8o de macho$

 lheia aos pensamentos dele, ;ara indicou o alto do celeiro$

J espas$

Gemendo, %y subiu na escada e descontou as :rustra*Kes no pobre prego$ Com tanto trabalho a :a4er,devia estar cansado demais para sentir dese8o pela prEpria esposa, mas no conseguia rela>ar desde"ue ela o recusara, na noite de nHpcias$

J ssim "ue prendermos essa placa, poderemos pintar, no 5@ J O tecido de algodo da blusa

esticou<se sobre os seios "uando ela se voltou$J M J resmungou ele$ atitude de ;ara mudara de vamos matar %y para vamos ser amigos, masestava bem longe do :inal :eli4 "ue ele imaginara$

#la riu da e>presso amuada$

J cordou com o p5 es"uerdo@

J #st= "uente demais para arrumar o telhado de metal do celeiro$ J #le deu outra martelada$

J (oi id5ia sua J observou ela$ J 7rimeiro o celeiro, para podemos trabalhar com os be4erros, eento as cercas$

J #u sei$ J #le :or*ou um sorriso$ J .esculpe<me$

%y ergueu uma placa en:erru8ada e 8ogou<a no cho$ 3ma nuvem de vespas escapou pelos vos datreli*a$ 7rague8ou e agitou as mos en"uanto descia a escada$ 7erdeu o Hltimo degrau e caiu nasu8eira acumulada$

;ara gritou e desceu tamb5m, mas no a tempo de ver "ue ele estava no cho$ Caiu em cima dele,provocando<o com seu cheiro de sol e madressilva$ #ra a posi*o ideal para o "ue %y tinha em mente,e>ceto pelas vespas$

#le a protegeu com o prEprio corpo e condu4iu rapidamente para o outro lado do celeiro$

J cho "ue salvou minha vida$ J ;ara estava o:egante e sorria$

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J #m algumas culturas, isso signi:ica "ue me deve) o "ue era mesmo@ Oh, sim, acho "ue melembro$ O seu corpo agora me pertence, at5 "ue reali4e algum :eito e>traordin=rio "ue a libere dod5bito$ J van*ou na dire*o dela, sorrindo$ J t5 posso sugerir "ue :eito poderia ser)

;ara agarrou uma mangueira 8unto a uma torneira e segurou<a como uma arma$

J :aste<se, caubEiA 7osso arrancar o seu olho$

J Covarde$ J #le riu, mas deteve<se en"uanto ela abria a torneira para tomar um gole de =gua$J #i, dei>e um pouco para mim$ J %y se apro>imou da torneira e esperou ela se distrair para abri<lacompletamente$ =gua transbordou dos l=bios dela$

J Seu) J amea*ou ela, com bom humor$ #nto, voltou a mangueira para ele, derrubando<lhe ochap5u no cho su8o do celeiro$

#le se apro>imou amea*ador$

J 1ingu5m :a4 isso com o meu chap5u, mulher$

J Oh, sim@ J #la varreu o chap5u com a mangueira at5 ele :icar bem misturado I su8eira$ J Due talagora@

(ingindo :Hria, %y avan*ou contra ela como um touro e :oi recha*ado a 8atos de =gua$ #nto, eleconseguiu tomar a mangueira e a ensopou$ blusa de ;ara colou<se aos seios, e %y mal se lembravapor "ue estavam brigando$

#le bai>ou a mangueira e molhou<lhes os p5s$

J #st= me dei>ando maluco, sabia@ J #mpurrou<a contra a parede do celeiro e tomou<lhe o rosto$;ara arregalou os olhos "uando parou de rir, mas no o repeliu$ #le pressionou o corpo molhadocontra o dela$ J i isto num :ilme uma ve4$

;ara sobressaltou<se ao sentir a l&ngua dele no "uei>o molhado, mas conteve<se$ nsiava por car&ciashavia dias, e sE se entregaria a"uela Hnica ve4)

%y trilhou o caminho de uma gota de =gua at5 o canto dos l=bios dela e se deteve, esperando algumsinal$ gora, pensou ela$ &ei'e(me, agora.

.e repente, todo o dese8o se esvaiu com uma dor intensa$ .eu um grito e a:astou<se, batendo naperna :reneticamente$ 3ma vespa sobrevoava sua co>a$

J Levei picadaA

J Oh, meu bem) J %y a8oelhou<se e tocou na pele sens&vel$ Bei8ou a =rea a:etada, e ela "uase sees"ueceu da :erroada$ J #st= come*ando a inchar$ J Bei8ou<a mais uma ve4 na co>a, e ;araestremeceu, con:usa$ J M melhor colocarmos gelo nisso$

#le a ergueu nos bra*os e carregou para casa, preocupado$ ;ara enterrou o rosto no peito m=sculopara esconder o dese8o "ue ainda a assolava$ Sabia "ue ele a "ueria$ %amb5m o dese8ava, mas nohavia amor, e pai>o apenas no era o bastante$

;ara :ritava peda*os de :rango, o prato :avorito de %y, "uando a porta dos :undos se :echou$ 3ma:igura suada e su8a surgiu na co4inha$

J #u o conhe*o@ J provocou ;ara diante do rosto su8o, da camisa suada e da cal*a 8eans imunda$

Sem responder, %y :oi I pia, abai>ou<se e abriu a torneira sobre a cabe*a$ rrepiou<se com a mudan*ade temperatura repentina$

%y trabalhava de sol a sol e, embora Sally e 7ete tomassem conta de Lane para ;ara poder a8ud=<lo, amaior parcela de trabalho :icava mesmo para ele$

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#la passou<lhe uma toalha$

J #st= se es:or*ando demais$ 7or "ue no dei>a parte do servi*o para o inverno@

J 1o posso$ J #le meneou a cabe*a, lan*ando algumas gotas de =gua nela$ .espiu a camisa epassou a toalha no torso brilhante$ J M preciso mane8ar os be4erros logo$ %erei de contratar a8uda$

J %emos dinheiro para isso@ J #la :alara no plural, como se :ossem marido e mulher trabalhando

para construir uma vida 8untos$%y tamb5m notou$ # riu$

J M bom sermos sEcios, no@

;ara admitia "ue sim e sentia<se como uma mulher se a:ogando, assustada com seu destino, mascansada de lutar contra a mar5 da saudade$ companhou com o olhar uma gota descendo pelo tEra>musculoso at5 o umbigo, e engoliu em seco$ oltou<se para o :ogo e desviando a aten*o, sabendo"ue no devia se arriscar$

O alicate escorregou da mo enluvada de %y e o arame :arpado se deslocou, envolvendo<o como umsonho ruim$ Com uma praga, chutou o metal rebelde, aliviado por descontar suas :rustra*Kes, cnsciode "ue a"uela no era a Hnica con:uso em "ue se metera ultimamente$

;ara amea*ava destru&<lo$ 1o sabia por "uanto tempo suportaria bancar o bom rapa4 "ue no seincomodava nem um pouco com a atitude distante dela$ .ias tentando provar "ue no era como o pai,procurando ganhar<lhe a con:ian*a cobravam seu pre*o$ .evia ser idiota por no captar a mensagem$;ara ganhava tempo at5 Lane se tornar seu herdeiro legal$

Duando isso acontecesse, ela o dispensaria to r=pido "ue ele passaria mal$

!avia energia se>ual entre eles, mas ;ara se recusava a se entregar$ Seria por causa de osh/iddley@ #la esperava ainda voltar para o e><marido@ #ra um tormento a possibilidade de "ue elanunca permitisse intimidade entre ambos$

%alve4 tivesse sido loucura acreditar "ue conseguiria se casar e se estabelecer$ temporada derodeios estava no auge$ %alve4 devesse partir na caminhonete e es"uecer a id5ia estHpida de criar 

ra&4es$J # o "ue isso provaria, urdock@ Due :ilho de pei>e pei>inho 5@

1o, raios$ Se podia :icar oito segundos no lombo de um touro, podia muito bem manter "ual"uer outro compromisso "ue :i4esse$ +ncluindo casamento$

7rague8ando mais uma ve4, retomou a tare:a de cercar os pastos$ 3ma caminhonete apro>imou<se eparou$ #m meio I nuvem de poeira, 7ete e Lane saltaram pela porta do motorista$ #ram mesmo umpar, o velho e o menino$

J Ol=, rapa4A J 7ete, com os polegares enganchados nos passadores da cal*a velha, mancava emsua dire*o$ J Brigando com o arame@

J O problema no 5 o arame$

J 1ada errado entre voc? e ;ara, no 5@ J %y no respondeu e 7ete :ran4iu o cenho$ J 1o mediga "ue a lua<de<mel 8= acabou$

J 1o, no posso di4er isso$ J Como algo "ue nem come*ara podia acabar@

J Ntimo$ Ntimo$ J 7ete e>pressou al&vio e apoiou um cotovelo no ve&culo$ J ai :icar trabalhandoa"ui a manh toda@

J %alve4$ 7or "u?@

J h, Sally anda me amolando por causa do 8oelho$ #u no sirvo para nada en"uanto no tratar dissoe estamos "uerendo ir ao m5dico$ ;ara no voltou ainda para cuidar de Lane$

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%y deu uma Hltima torcida no arame com o alicate, prendendo<o ao mouro, e levantou<se$

J Onde ela :oi@

J (icou sem tinta$ #u me o:ereci para tra4er mais apEs a consulta com o m5dico, mas sabe como ela5$ /esolveu pintar o celeiro e no p=ra en"uanto no acabar$ cho "ue volta logo$

%y avaliou a e>presso s5ria do menino$ 8ulgar pela e>presso rebelde nos olhos castanhos, %y

sabia "ue o garoto no gostava muito de :icar sob seus cuidados$ 7or mais "ue tentasse, Lanemantinha<se to arredio "uanto a me$

J .ei>e o garoto a"ui$ #u tomo conta dele$

Lane se encolheu e agarrou<se I perna do av$ C5us, parecia "uerer chorar$

J Duero ir com voc?, vov$

J Ora, por "ue est= agindo desse 8eito, Lane@ %y no vai machucar voc?$ J 7ete inclinou<se paradesvencilhar as mo4inhas$ J oc? 8= 5 grandinho, e vou lhe tra4er a"uele ioi vermelho "ue anda"uerendo$

Lane entusiasmou<se e soltou a perna do av$

J #st= bem$J Crian*as so almas simples$ 3m pouco de suborno sempre :unciona J comentou 7ete$

 ssim "ue o av partiu com a caminhonete, o humor do menino voltou a a4edar$ %y avaliou o garotinhoemburrado$ O "ue era preciso para con"uistar a"uela crian*a@

J Senhor@

J Sua me me chama de %y$ J #le prendeu uma ponta do arame com a bota$

Lane :oi at5 a cerca e :itou o pasto$

J ou ser caubEi "uando crescer$

J Gosta da"ui@

J %enho de gostar, para recuperar a :a4enda$

%y descal*ou as luvas e estendeu<as$

J %odo caubEi precisa saber como consertar uma cerca$ Lane :itou as luvas e ento %y$ !aviaindeciso no rostinho$ J 7od&amos :a4er uma surpresa ao seu av$

Lane aceitou as luvas$ %y passou uma ponta do arame ao garoto$

J Caminhe at5 o mouro com isto$

Lane :e4 como instru&do, esticando o :io de metal$

J Senhor@

J Sim@J Onde esto os cavalos@

J 7or a&, em algum lugar$ J %y acenou vagamente na dire*o da pastagem$

J 3m caubEi deve ter um cavalo, no 5@ oc? tem um cavalo bonito$ ame tem %a::y$

J Sim$ J %y :itou o garotinho de botas e chap5u novos$ O garoto sE :alava de cavalos$ onde "ueriachegar com a"uilo@

.e repente, %y percebeu$ Lane "ueria seu prEprio cavalo$ Sorriu$ %alve4 o velho 7ete estivesse certo"uanto a crian*as e suborno$

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J ameA ameA

Com o cinto de seguran*a estendido ao m=>imo, Lane pendurava<se atrav5s da 8anela dacaminhonete, gritando bem alto$

;ara, dolorida com o movimento repetitivo da pintura, deteve<se e sombreou os olhos para ver melhor 

a caminhonete prata e a4ul de %y$ carreta de transporte de cavalos estava a rebo"ue$J enha, mame, r=pidoA enha verA

;ara colocou o pincel na lata de tinta e :oi de encontro ao :ilho, limpando as mos no caminho$

J 7apai disse "ue voc?s dois estavam consertando a cerca)

%y desceu da caminhonete e a8udou Lane a descer$

J %&nhamos assuntos mais importantes, no t&nhamos, parceiro@

;ara viu<se diante de um par de sorrisos id?nticos$ Duanto tempo levaria at5 algu5m comentar asemelhan*a@

Lane agarrou<lhe a mo e pu>ou<a na dire*o do rebo"ue, e>citado$

J enha ver, mameA #le 5 uma bele4a$ (oi o "ue %y disse$

;ara dei>ou as preocupa*Kes de lado ante o entusiasmo do :ilho$

J O "ue voc? :e4, urdock@

#le lhe agarrou a outra mo e repetiu o pedido de Lane, a ansiedade to evidente "uanto a da crian*a$

J enha ver$

;ara sabia "ue no devia permitir "ue ele a tocasse, mas, apesar do risco, no se desvencilhou$Ouviu<se um relincho$ #ra um animal de rabo branco e p?los dourados$

J M um panamilo, mame$ 1o 5 lindo@

J 1o 5 mesmo@ J #la sorriu com a pronHncia errada de palomino$J M, sim$ %y disse "ue 5 to gentil "uanto um cachorro e 5 todo meu$

J #le disse isso, 5@ J ;ara :itou %y, "ue parecia to satis:eito "uanto a crian*a$

J oc? no se importa, no 5@ J indagou ele$

J 1ada me satis:aria mais$

J 1ada@ J provocou ele$

#la conhecia a"uele olhar, e estava :icando cada dia mais di:&cil resistir I"uele sorriso$

J %y, no comece)

J 7or "ue no@ J #le sorriu malicioso$ J oc? 5 minha esposa$J 1a verdade, no$ J Seria arrependimento ou cautela@ %y apro>imou<se, e ;ara :icou alerta$

J 1o tem de ser assim$

#la engoliu em seco$

J Sim, tem$

%y suavi4ou o tom$ 7assou o dedo no "uei>o dela$

J .?<me um bom motivo$

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;ara sentiu um arrepio na nuca$ 7odia dar uma dH4ia de bons motivos, mas o principal deles estavabem ali, alheio ao estranhamento entre os dois adultos$ :astou<se ainda sentindo a e>cita*o doto"ue de %y e passou a acariciar o cavalo para dis:ar*ar a perturba*o$

 parentemente, a estima de Lane pelo novo homem em sua vida crescera de :orma signi:icativa$ Ogaroto olhava para %y como se ele :osse um herEi$

J %ire<o da&, %yA J Lane no parava de pular$ J Duero cavalgarA

%y hesitou$

J 1o sei, amigo)

;ara a8oelhou<se diante do :ilho e segurou<lhe o "uei>o$

J Lane, "uerido, no podemos cavalgar nele ho8e$

J 7or "ue no@ #le 5 meu, %y disse "ue sim$ #u "uero cavalgar$

J #le precisa de um dia ou dois para se acostumar I nova casa$ 7rovavelmente, est= um pouconervoso agora$

J Oh$

J #i, amigo$ J %y a8oelhou<se ao lado de ;ara, encostando seus ombros$ #la se a:astou, ele a :itouconhecedor e piscou$ #nto, voltou a aten*o a Lane$ J Due tal uma volta em Cochise@

Lane entusiasmou<se$

J 7osso@

J Sua me pode selar %a::y e vir 8unto$ Certo, ;ara@

J 1o sei)

J 7or :avor, mame, por :avorA J Lane come*ou a pular de novo, ansioso I perspectiva de cavalgar com os dois adultos$

J amos, ;ara$ Due mal h=@

J O celeiro no vai se pintar so4inho$

J inda estar= a"ui amanh$

J 7or :avor, mame, por :avor)

J Oh, est= bem J ela concedeu, suspirando$

O sol estava "uente e soprava uma brisa suave sobre o trio a cavalo pelo pasto$ 1a :rente da sela,Lane segurava orgulhosamente as r5deas$ %y o segurava pela co>a e cintura, pronto para agir, caso:osse necess=rio$ Cochise, geralmente um cavalo arisco, cavalgava tran"Pilo ao lado de %a::y$

J #st= bem "uente J observou %y$ J Duerem parar no riacho para descansar um pouco@

J 1o$ J O Hltimo lugar "ue ;ara "ueria ver era o riacho, e ele sabia muito bem disso$

J Due medoA J provocou %y, rindo por sobre o chap5u branco de Lane$

J Se voc? "uer ir ao riacho, tudo bem para mim$

%y, o trai*oeiro, condu4iu<os ao local :avorito, na nascente, desmontou e procurou a prainhasombreada$

J doro este lugar$ oc? no, ;ara@

antendo<se a:astada dos dois, ela :itou a =gua "ue cascateava entre as rochas$

J Costum=vamos cair na =gua peladinhos num dia "uente como este J comentou %y com Lane$

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J oc? e mame :a4iam isso@ J Lane arregalou os olhos de curiosidade$

J %yA J protestou ;ara$ J 1o 8untos, "uerido$ # h= muito, muito tempo, "uando 5ramos bemcrian*as$

#la desa:iou o canalha a contradi4?<la$

J Crian*as como eu@

#ra di:&cil para ela mentir ao :ilho$

J Bem) sim$ uito crian*as$

J 7osso nadar peladinho@ J Lane :itou a =gua :resca do riacho$

J 1oA

J h, por "ue no, ;ara@ #st= "uente e estamos a"ui para tomar conta$ .ei>e<o sE de cue"uinha$

J (i"ue :ora disso, urdock$ = :e4 muito at5 a"ui$

J 7or :avor, mame$ J Lane 8= segurava as botinhas$

J 1adar pelado 5 uma boa tradi*o na m5rica$ J %y apontou um galho na dire*o dela$ J %odas as

rianinhas deviam :a4er isso$#la lan*ou um olhar, indicando "ue se lembrava de duas crian*as bem grandes se re:rescando do sole de outras :ontes de calor$ ;ara ergueu as mos e rendeu<se$ Lane 8= estava sE de cueca, indo parao riacho$

J (i"ue perto da margem J avisou ;ara, num Hltimo es:or*o para manter a autoridade$ J #ssaspedras so escorregadias$

;ara e %y permaneceram na margem$ #le estendido, apoiado num cotovelo$ ;ara, longe dele,abra*ando as pernas e de olho no :ilho$

J (e4 um bom trabalho, ;ara$ #le 5 muito esperto$

J Obrigada$

J 1o deve ter sido :=cil$ .epois do divErcio, "uero di4er$

J .emos um 8eito$

J #u teria a8udado, sabe, mesmo ele sendo :ilho de outro homem$ #u lhe devia isso$

#la :icou tensa$

J SE o "ue me deve 5 esta :a4enda$

J O velho advogado Culpepper deu entrada no processo de ado*o na semana passada$ = assineios pap5is "ue tornaro Lane meu herdeiro assim "ue a ado*o se concreti4e$

J oc? nunca dei>a de me surpreender, urdock$

J Sou surpreendente mesmo$J odesto tamb5m$

#le a cutucou na perna com um ramo de capim comprido e sorriu$ 1o malicioso, mas meigo$

J 7od&amos :a4er dar certo, se nos dispus5ssemos$ #la no :ingiu no entender o signi:icado$

J cho "ue no$

J O "ue a trans:ormou, ;ara@ O "ue a levou a erguer essa barreira ao redor de si e de Lane, "ueningu5m pode transpor@ (oi o casamento@ (ui eu@

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J %y, no$ J ;ara a:astou o ramo de capim$ #le se sentou perto dela) perto demais$

J 7od&amos :a4er dar certo, ;ara J insistiu$ J Sabe por "ue "uis me casar com voc?@ J indagou,surpreendendo<a$

J %enho de admitir "ue isso me con:undiu$ oc? podia ter tornado Lane seu herdeiro sem se casar$

J #u no me casei para tornar o :ilho de outra pessoa meu herdeiro$

#la :icou tensa, a declara*o lembrando o abismo entre ambos$

J (oi id5ia sua$

J 1o :i"ue 4angada$ #sta :a4enda devia pertencer a Lane$ 1o tenho problemas "uanto a isso$ SEestou lhe di4endo "ue esse no :oi o motivo por ter me casado com voc?$ # a :a4enda tamb5m no :oio motivo de ter me casado com voc?$ J pro>imou o rosto do pesco*o dela e sussurrou$ J )o# 5 omotivo de ter me casado$

%y estava tentando lhe di4er "ue a amava@ Due se arrependia de ter ido embora@ Due "ueria reparar o mal "ue lhe :i4era@ O ieberg "ue se instalara no cora*o de ;ara come*ou a se derreter$ #la "ueriaacreditar$

1a"uele instante, reconheceu o "ue negava desde o come*o$ inda o amava$ +diota "ue era, amava o

caubEi errante, %y urdock$;ara sentiu triste4a$ Con:iara nele e ele a decepcionara$ 7odia acreditar em %y novamente@ #raposs&vel voltar no tempo@ #stava com tanto medo$

%y :itou<lhe a boca$ +a bei8=<la, e ela "ueria "ue ele :i4esse isso$

J ;ara@ J #le parecia inseguro, preocupado$ #staria to assustado "uanto ela@

#le a bei8ou$ Suavemente, hesitante como nunca :i4era antes$ /endendo<se, ela o enla*ou ao pesco*oe correspondeu ao bei8o$

.epois, ;ara a:astou<se, con:usa, assolada por uma mir&ade de emo*Kes$ %y ainda iria "uer?<la sesoubesse a verdade sobre Lane@ Ou se sentiria tra&do e voltaria atr=s na promessa de dar a :a4endaao menino@ 7or mais "ue dese8asse revelar, no estava pronta para con:iar<lhe seu maior segredo$

J cho "ue no 5 uma boa id5ia, urdock$ J ;ara sabia "ue o magoara$ J .esculpe<me$

J Ora, sem ressentimentos$ J #le riu descontra&do$ J Bem, Is ve4es, eu me empolgo, mas nada"ue no supere em poucos minutos$

#le escondia a dor com uma atitude arrogante, mas ;ara sabia e lamentava no poder a8ud=<lo$

J %y) J #la levou a mo ao rosto dele num gesto de pa4$ o toc=<lo, seus pensamentos :oramdesviados$ J urdock, voc? est= "uente$

J M o "ue as mo*as di4em$

J 1o, estou :alando s5rio$ J #la colocou a mo espalmada em sua testa$ J cho "ue est= com:ebre$

J #u me sinto estranho$

J Como assim@

J 1o sei$ inha pele est= :ormigando$ J #le :itou o campo de trevos$ J cha "ue so :ormigas@

;ara levou a mo I boca para aba:ar a risada$

J .esabotoe a camisa$

J ssim 5 "ue se :alaA J #le abriu a camisa num movimento :luido$ J amos nadar peladostamb5m@

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J 1o$ #stou vendo se voc? pegou catapora$ Come*a no tronco$

J 1oA J #le se a:astou abotoando a camisa$

J 7are de ser crian*a$ Se pegou catapora, pegou$

J as voc? vai se divertir tanto, se :or o caso J gemeu ele$

J Sim, vou$ J #la a:astou<lhe as mos$ J gora, dei>e<me dar uma olhada$

7ara decep*o de ;ara, as costas dele estavam lisas como carvalho polido$

J iu@ 1ada$

;ara suspirou e se abandonou na relva$ %y mantinha uma rid&cula e>presso de m=goa$

J Catapora no me dei>aria) sabe, est5ril@

#la no respondeu$ %y estremeceu I brisa suave$ ;ara levou a mo novamente I testa dele$.e:initivamente, estava :ebril$

  :ebre devia tornar a pele sens&vel$

J ;ara$ Chega$ J #le a:astou<lhe a mo$

J Oh, urdock, voc? 5 to duro$J Claro "ue sou$ as isso no 5 importante agora$ Lane 5$ J ;ara :icou s5ria e voltou<se para ver o:ilho no riacho$ J #le est= se distanciando$ M melhor det?<lo$

Lane estava cem metros a 8usante, onde o riacho se apro:undava$

J Lane, volte para c=A

J h, mame) J Lane deu mais alguns passos, ignorando a ordem da me$

J olte a"ui agora, mocinhoA

Contrariado, o garoto obedeceu e voltou<se$ /evoltado, chutava pedras e =gua$

1o meio do caminho, ele se dese"uilibrou e escorregou, caindo de rosto na =gua$

J LaneA J ;ara se levantou e correu para a margem$ J #le no est= se levantandoA

%y 8= a ultrapassava$ 7ulou na =gua e sE parou "uando alcan*ou o menino$ irou<o para cima comcuidado$

!avia sangue na boca e no nari4$ %y levou<o no colo e entregou<o a ;ara$

 ssustado e chorando, Lane estremeceu nos bra*os da me$

J .e onde vem todo esse sangue@ J ;ara se considerava calma, mas lutava para no entrar empnico$ J Duebrou o nari4@ 7erdeu os dentes@ O "ue :oi@

%y pegou a camisa "ue despira e limpou o rosto do menino$

J 1o ve8o nada por :ora$ bra a boca, amigo$ .ei>e<me dar uma olhada$Obediente, Lane abriu a boca e as :ileiras de dentes estavam intactas$

J #le mordeu a l&ngua$

J SE@ SE a l&ngua@ J ;ara estremeceu de al&vio$

J Sim$ 3m pouco de gelo vai dar um 8eito nisso$ J %y estendeu os bra*os$ J .ei>e<me lev=<lo antes"ue voc? desmaie$

J Geralmente, no :ico to preocupada$ J (oi assustador$

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;ara agradeceu por ele no ironi4ar sua rea*o$ #nto, lembrou<se da :ebre dele$

J oc? no devia se res:riar)

J #st= bem "uente$ 7egue as roupas dele e vamos para casa$

J oc? arruinou sua camisa) J +ndicou a pe*a "ue se encharcava de sangue na boca de Lane$

J 1o tem importncia$ J %y carregou o menino para a sela do cavalo$ J Consegue cavalgar,amigo@

J Shim$

J ssim 5 "ue se :ala$ oc? 5 um caubEi cora8oso, sabia@ ;ara recolheu a camiseta e a cal*a 8eansdo :ilho e montou em %a::y$

%y mantinha o garoto num abra*o protetor$

;ara sentiu um aperto no cora*o ao v?<los$ %y urdock, apesar de todos os de:eitos, seria um paimaravilhoso para seu :ilho$

Capítulo IX

J %re4e J resmungou %y$

J Como@ J ;ara parou de lustrar a antiga cmoda de mogno e olhou por sobre o ombro$ Sorriu como "ue viu$ Largado na cama, o grande campeo contava cuidadosamente tre4e moedas$ unto dele,Lane, de pernas cru4adas, e>ibia e>presso triun:ante no rostinho$

J #sse camaradinha ganhou tre4e das minhas moedas con"uistadas com muito suor$ J %y bateu naco>a, :alsamente desolado$ J %re4e$ .eve ser m= sorte$ 7osso pegar outro res:riado$

So:rendo de uma gripe :raca de vero, vestia apenas um short estampado com chi:res de touro$/oupa "ue o dei>ava irresist&vel, segundo ele$

Com ou sem gripe, o corpo desnudo elevava a temperatura de ;ara$ Cuidar do homem durante aen:ermidade testara sua :or*a de vontade ao limite$ Duando protestou por causa dos tra8es sum=rios,%y ergueu o sobrolho repetidamente, lembrando<a de "ue estavam, a:inal, casados, e "ue ela erabem<vinda para 8untar<se a ele na cama enorme sempre "ue "uisesse$ Hnica coisa "ue a mantinhas) e longe da"uela cama) era ca*oar, rebater cada insinua*o$

J Se est= mesmo sem sorte, vai ganhar uma bolha bem no) J #la ergueu o sobrolho, dei>ando "ueele completasse a sugesto com a prEpria imagina*o$

J Ora, ;ara .ean, estou chocado$ J #le riu, contrariando a a:irma*o$

#la lhe atirou uma toalha$

J #u ia di4er nari4$

J # arruinar esse meu belo rosto@ J %y lan*ou um olhar de :also medo para Lane$ J Sua me 5cruel, sabia@

J #la cuidou muito bem de mim "uando tive catapola J Lane mantinha a mo de cartas en"uantoempilhava suas moedinhas e no prestava muita aten*o na conversa dos adultos$ Claramente 8=decidira "ue %y era um herEi digno de sua aten*o$ J Duer brincar de novo@

Suspirando e>ageradamente, %y assentiu$

J 7or "ue no@ 1o podemos brincar l= :ora$ en:ermeira Catraca no vai permitir$

J manh$ J ;ara aplicou mais uma camada de Eleo de peroba na cmoda e lustrou$ J 1o

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"ueremos "ue desmaie nesse calor apEs uma doen*a t*o séria.

%y riu, o sorriso brilhante contra a pele morena$ proveitara<se ao m=>imo da :ebre, dei>ando ;aramim=<lo$ O tempo todo, mirando<a com seu olhar sugestivo, abrindo buracos na parede protetora "ueela constru&ra com tanto cuidado$

J 1o se preocupe, %y$ ai melhorar logo$ J Lane, aben*oado :osse, acampara no "uarto de %y e sees:or*ava para distrair seu novo amigo$

J #le est+ melhor J insistiu ;ara$ J Dual"uer um to rela>ado 8= devia estar "uase bom$ Seestivesse realmente doente, :icaria deitado como um morto$

Lane riu$ %y gemeu$

J =$ #la 5 m=, eu lhe digo$

Lane riu de novo$

J Sim, mas eu a amo$ oc? no@

%y :itou<a por sobre a mo de cartas e deu uma piscadela$

J Claro "ue sim, amigo$

;ara sentiu uma onda de :elicidade invadir<lhe o corpo$ .esde o dia no riacho, de onde %y trou>eraLane para casa alheio ao prEprio estado :ebril, no dei>ava de pensar nele$ %y colocara o bem<estar do menino acima do prEprio e ento pagara caro por isso, so:rendo mais com a gripe do "ue deveria$# o trabalho na :a4enda mostrava sua dedica*o e>clusiva ao novo lar$ urdock parecia realmentedeterminado a se estabelecer e dei>ar os rodeios para tr=s$

%y mudara realmente@ #le :alava a s5rio ao insistir em "ue podiam :a4er dar certo@ Seria realmenteposs&vel eliminar a m=goa e a raiva "ue nutria havia tanto@ mava<o, mas podia con:iar nele@ 7odiacon:iar em si mesma para decidir@

;ara "ueria muito con:iar$ as no podia se es"uecer de "ue um dia dera tudo I"uele homem, sEpara ver<se so4inha e gr=vida, en"uanto ele 8= se engra*ava com Shannon Sullivan$

as ele n*o sabia sobre o beb#, observou uma vo4 interior$ %udo teria sido di:erente se tivesse lhecontado@

  pergunta no tinha resposta$ mbos :i4eram o "ue :i4eram e no havia volta$

Com o pano e o :rasco de Eleo de peroba debai>o do bra*o, ;ara pegou os len*Eis usados do p5 dacama e dirigiu<se I porta$ %ivera uma dose e>cessiva do corpo nu para uma manh$

J oc?s dois, :a*am companhia um ao outro$ Duero :a4er a :a>ina en"uanto esto longe de mim$

%y ergueu a cabe*a, dei>ando um pouco a an=lise de suas cartas coloridas$

J 1o precisa se incomodar em limpar o escritErio$ #u mesmo :a*o isso$ #st= muito bagun*ado l=,no se preocupe$

 lgo no tom e na :orma como evitou seu olhar :e4 ;ara deter<se$ #la o :itou interrogativa por um

segundo antes de se voltar$ O "ue urdock estava escondendo@

%y dei>ou "ue Lane ganhasse mais duas ve4es antes de decidir "ue no "ueria mais se :ingir dedoente$ pEs a crise de cala:rios tr?s dias antes, 8= se sentia melhor, mas gostara da aten*o de ;ara,do to"ue das mos em sua pele, de como ela olhava para ele, do per:ume doce, de v?<la andando deshort$ C5us, se no estivesse com :ebre, teria :icado por causa dela$ #la o dei>ava louco de dese8o, eele no podia suportar mais nem um minuto$ 3m camarada ligado ao trabalho e>terno no podia :icar na cama para sempre) a menos "ue tivesse companhia, claro$ Lan*ou um olhar triste a Lane$ Omenino no era e>atamente a companhia "ue tinha em mente$

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J migo, o "ue voc? acha de irmos at5 o celeiro e ver como o seu pnei est=@A J convidou %y, emtom de conspira*o$

Lane parecia hesitante, mas guardou as cartas na cai>a e desceu da cama$

J ame pode :icar brava$

J 7or isso, seremos bem silenciosos$ J %y :oi ao closet, pegou uma cal*a 8eans e uma camisa e as

dei>ou na cama$ = come*ara a se vestir "uando ;ara surgiu I porta$J O "ue est= :a4endo@

J Opa, descobertosA J #le lan*ou um olhar de soslaio a Lane e ento voltou a aten*o a ;ara$ #laestava engra*ada, enrubescida e de olhos brilhantes, como se tivesse :ebre$ O tom brincalhodesapareceu completamente$

J #st= :icando doente tamb5m@

J #stou doente, sim$ Cansada de ser enganada$ J #la mostrou uma pilha de envelopes "ue tra4ia Iscostas, as mos tr?mulas$ J O "ue 5 isto@

#la no estava doente$ #stava :uriosa$ %y largou a camisa "ue segurava$

J #u lhe disse para :icar longe do escritErio$J O "ue eu no sei no me magoa@ M isso o "ue acha@

J So apenas algumas contas, ;ara$ J Contas "ue ele pretendia pagar "uando adoeceu$ Contas"ue ele no esperava e para as "uais no havia proviso$

J #u veri:i"uei os livros$ J ;ara cerrava os dentes, "uase perdendo o controle$ J #sta :a4enda est=to mal :inanceiramente "ue podemos perd?<la$

%y levou a mo ao rosto e suspirou, cansado$ Como se sa:ar sem "uebrar a promessa :eita a 7ete@

J Ou*a, ;ara, estou cuidando disso, est= bem@ 1o h= com o "ue se preocupar$

Com o temperamento dela, %y devia saber "ue ;ara no se conteria por muito tempo$ #la e>plodiucomo uma bomba atmica$

J 1o me preocupar@ M a vida do meu :ilhoA 1o vou :icar parada vendo voc? destruir tudo o "uemeu pai construiu$

%y come*ava a se cansar do papel de vilo$ #rgueu a vo4$

J .ei>e isso comigo, ;ara$

J 1o dei>o, no$ J #la cerrou os punhos e entrou no "uarto$ J eu pobre pai cr5dulo$ #le seimporta com voc?$ Como pde :a4er isso com ele@

 mbos gritavam I"uela altura$

J #u me importo mais com o seu pai do "ue voc? imagina$

J #le passou a vida inteira construindo este lugar$ J %r?mula, ela se postou diante dele$ J er a:a4enda se a:undar num mar de d&vidas vai mat=<lo$

 ntes "ue pudesse se deter, %y rebateu em alto e bom tom'

J So d&vidas dele$

;ara recuou, a raiva se aplacando$

J eu pai nunca contrairia tantas d&vidas J murmurou, incr5dula$

J #ncare os :atos, ;ara$ 1ingu5m 5 per:eito$ oc? comete erros, ele comete erros$ /aios, eu cometierrosA Se no estivesse to determinada a manter esse orgulho dos %aylor intacto, veria "ue seu pai

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no tinha mais como manter a :a4enda$ #le perdeu o controle da situa*o$ 7recisava de a8uda$

J # est= tentando me di4er "ue voc? :oi essa a8uda@ Due assumiu a :a4enda por causa de seu bomcora*o@

J SimA J %y agarrou<lhe os ombros, "uerendo "ue ela visse a verdade$ Duerendo "ue ela parasse depensar o pior dele$ 1o era como o pai$ ;ara no en>ergava a"uilo@

Os dois adultos estavam to tomados pelas :ortes emo*Kes "ue se es"ueceram do garotinho 8unto Icama$ as, "uando %y levou as mos a ;ara, Lane reagiu com bra*os e pernas$

J .ei>e minha me em pa4A J gritou ele, chutando e esmurrando com toda a :or*a de seus cincoanos$ J 1o bata nelaA 1o bata nelaA

Os adultos congelaram$ ;ara empalideceu e a8oelhou<se ao lado da crian*a agitada$

J 7are, Lane$ 7are 8=A %y no vai me bater$

J +sso mesmo, mocinho$ J %y es"ueceu<se completamente da raiva ao ver o medo da crian*a$ bra*ou o menino$ J 3m caubEi no bate na mulher$ #le cuida dela$

J eu pai batia nela)

;ara prendeu a respira*o$ %y :itou<a e viu a verdade$3ma ve4, levara coice de um touro$ pata resvalara em seu "uei>o en"uanto aterrissava na arena$ Oar lhe :ugira dos pulmKes$ #s:or*ava<se, mas no conseguia respirar$ Sentia<se da mesma :ormana"uele instante$

#stavam ali a8oelhados, calados e atnitos, o horror da declara*o do menino pulsando entre eles$ %ysentiu uma combina*o de raiva, dor e culpa$ %inha de saber o "ue acontecera) e por "ue elapermitira$ as no com o menino ouvindo, assustado$

%y e"uilibrou a crian*a tr?mula no 8oelho$

J Lane$ J #rgueu o "uei>o da crian*a, "ue o avaliava com seus grandes olhos castanhos$ J Suame e eu precisamos conversar sobre alguns assuntos$ 7or "ue no vai l= no vov um pouco@

Lane parecia hesitar$J 1o vo mais gritar@

J %em a minha palavra de honra de caubEi$ J %y alisou os cabelos loiros$ J 1o vamos mais gritar$

J 1o vai bater nela, vai@

%y gemeu e bei8ou o menino na testa$ pergunta era como uma :acada$

J 7rometo "ue nunca vou bater na sua me$

  crian*a se acalmou$

;ara entrou em a*o$

J uito bem, "uerido$ %y nunca, 8amais machucaria nenhum de nEs$ J 7=lida e tr?mula, abra*ou ebei8ou o :ilho no mesmo lugar "ue %y bei8ara antes$ J .iga ao vov "ue estamos conversando e "ueiremos peg=<lo mais tarde$

;ara pegou o tele:one ao lado da cama e ligou para 7ete, avisando "ue Lane estava a caminho$.esligou, mas permaneceu onde estava, :itando a parede branca te>turi4ada$

#ngolindo em seco, %y a tocou no bra*o e :e4 se voltar gentilmente, como sE ele sabia :a4er$

J Seu marido batia em voc?@

;ara arregalou os olhos, as l=grimas amea*ando brotar$

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J Lane era to pe"ueno) 7ensei "ue :osse novo demais para se lembrar$ J s l=grimas rolarampelo rosto$ J #u no "ueria "ue ele se lembrasse$

J Oh, ;ara$ #u lamento$ Lamento tanto) J +ncapa4 de conter a onda de emo*Kes, %y abra*ou<acom :or*a$ Sentia culpa e remorso$ J Se eu no tivesse sido to idiota) Se no a tivesse dei>adoso4inha)

 s l=grimas lhe umedeceram a pele, e sentiu "ue o cora*o ia e>plodir$ Hnica mulher "ue 8= amaraso:rera nas mos de um ca:a8este por sua causa$ Como podia viver sabendo "ue :alharacompletamente com ela@ 1o admirava ela ter medo do amor$ #le :ora to ego&sta e pouco con:i=vel"uanto o pai$

J oc? o amava@ 7or isso suportou@

J 1o$ 1o$ J ;ara meneou a cabe*a$ J 1unca o amei$ 1unca$

J #nto, por "u?@

J Lane J con:essou ela, so:rida$ J #u me casei com ele por causa de Lane$

  declara*o con:irmava o medo de %y) de "ue ela 8= estava gr=vida ao se casar com osh /iddley$ verdade machucava tanto "uanto ele imaginava$ o ver<se so4inha, ;ara buscara con:orto no primeiro

homem "ue o:erecera$J #u nunca a dei>aria para um homem como ele$ J %y tomou<lhe o rosto e en>ugou as l=grimas combei8os$ J 7or "ue no esperou por mim@

#la empalideceu e tentou se desvencilhar, mas %y a segurou pelos ombros$

J 7or "u?@ J indagou ele$

J Shannon Sullivan J revelou ;ara$

J Shannon Sullivan@ J #le piscou, con:uso$ J O "ue ela tem a ver com voc? e eu@

J O "ue voc?s dois :i4eram) J ;ara mordiscou o l=bio e ergueu o "uei>o$ %inha o nari4 vermelho eos olhos Hmidos, mas o orgulho dos %aylor se impunha$ J enos de um m?s apEs sua partida,deparei com ela$ Shannon no podia esperar para me contar sobre a sua moradia) J s l=grimasaumentaram$

%y :ran4iu o cenho$ %inha a vaga lembran*a de dan*ar com a loira chamativa "ue :re"Pentava todos oslugares :avoritos do pessoal de rodeio e acompanhava "ual"uer caubEi "ue a convidasse$

J 1unca houve nada entre mim e Shannon$

;ara meneou a cabe*a, incr5dula$ ais l=grimas brotaram$ #mbora ela as en>ugasse com as costasdas mos, continuavam rolando$

J #la andava atr=s de voc? "uando est=vamos na escola, odiando<me por me ver no caminho$Duando voc? partiu, ela se adiantou$ #la mesma me disse$

;ara tentou se desvencilhar, mas %y a prendia$ 7recisava :a4?<la entender$ (itou<a com toda a

sinceridade$J #la mentiu, ;ara$ Shannon era uma coelhinha de rodeio, mas nunca se :irmou com nenhum caubEi$

J #la "ueria voc?$

J #u estava construindo uma carreira nos rodeios, no buscando mulheres$ 7or "ue no acreditanisso@ J %y cerrou os dentes$ J 1o sou como o meu pai$ 1unca tra& voc? com Shannon Sullivan$1uncaA

;ara :icou tensa$ e>presso era de horror e arrependimento$

J Duer di4er) #u no tinha de me casar com osh@

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%y sentiu o resto do cora*o se des:a4er$ #la so:rera tanto$

J h, meu bem) Como posso compens=<la@ J Com ternura, bei8ou<a no rosto, nos olhos$ J .ei>e<me compens=<la$

%y "ueria curar as m=goas do Hnico modo "ue sabia$ Bei8ou<a desesperadamente$ /endendo<se, ;araapertou o corpo contra o dele, e %y perdeu o controle "ue guardava para manter<se gentil$ Cada c5lulade seu corpo clamava por a"uela mulher "ue era seu cora*o e sua alma$ Sentia o cora*o disparado$

 s semanas de conten*o cobravam seu pre*o$

;ara acariciou<lhe as costas e o tEra> desnudos com suas mos sedosas, at5 ele acreditar "uederreteria$ #ntre gemidos, condu4iu<a at5 a cama$

J 1unca dei>ei de dese8=<la J sussurrou$ J voc? e mais ningu5m$

%y esperara tanto por a"uele momento, em "ue ;ara o aceitaria de volta$ #la se deitou na cama$ %ya:astou<se e :itou o semblante enrubescido$ .ese8ava<a na"uele momento) ;ara tinha de entender)ele nunca teria :icado longe en"uanto outro homem a magoava$

J #u teria voltado se soubesse sobre o beb?$

  mudan*a em ;ara :oi instantnea$ #la congelou$ #mbora seus cora*Kes batessem muito prE>imos,

ela no respondia mais aos bei8os$ ;ara respirava entrecortadamente, os olhos arregalados devido aoutra emo*o "ue no a pai>o$ #la o empurrou e interrompeu o contato entre seus corpos$

J ;ara@ J O "ue ele :i4era de errado@ O "ue dissera@ asculhou a memEria, mas no encontrounada$ #stava to contente por t?<la nos bra*os novamente "ue no imaginava por "ue ela seaborrecera$ %entou se apro>imar de novo, mas ela se a:astou$

J #u no devia ter :eito a"uilo$ J #la ergueu o "uei>o$ %y se compadecia com as l=grimas "ueamea*avam verter$

 ntes "ue ele protestasse, ela saiu do "uarto, dei>ando apenas seu aroma impresso no corpo dele$ tnito, ele ouviu a porta dos :undos se :echar$

O "ue estava acontecendo@ 1um minuto, ela respondia como uma mulher apai>onada, a seguir, :ugia

dele$ Seus bei8os eram to repulsivos@ (ora bruto demais@%y deu um tapa na testa "uando percebeu$ #la acabara de con:essar como /iddley tomara seu amor eento abusara dela$ # o "ue ele :i4era em resposta@ garrara<a como um man&aco se>ualnecessitado$

J #st= :icando louco, urdock J resmungou, meneando a cabe*a$ J mulher precisa de ternura eromantismo, mas voc? sE pensa em pular em cima dela$

Chutou o p5 da cama$ Sentiu dor no p5 e saltitou, contente com a puni*o$ .ecepcionara ;ara$ .enovo$ 7or mais "ue tentasse, os genes de seu pai continuavam se mani:estando a todo instante$

Capítulo X

J #st= ocupada@

;ara prendeu a respira*o e voltou<se com a escova de cabelos na mo$

J %y) 1o ouvi voc? entrar$

#le acabara de tomar banho, tinha os cabelos Hmidos e brilhantes$ esmo apEs um longo dia detrabalho na :a4enda cheia de problemas, ele ainda conseguia parecer irresist&vel$

;ara sentiu o rosto "ueimar$ #vitava<o desde o :iasco no dia anterior, e ali estava ele, em seu "uarto$

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1o sabia o "ue di4er, como e>plicar seu estranho comportamento$ 1um minuto, estava entregue aele, praticamente implorando seu amor) no minuto seguinte, torturava<se com a percep*o de "ueele nunca a tra&ra$ #la o tra&ra$ Se ele descobrisse, "uem sabia o "ue poderia :a4er@ %alve4 tomasse a:a4enda da :am&lia e, com o processo de ado*o em andamento, talve4 at5 seu :ilho$ Sem dHvida,:icaria arrasado, e o dese8o e a ternura "ue em seus olhos castanhos se trans:ormariam em Edio$

%y :itou a cama pronta para dormir, a camisola preparada sobre a colcha$

J #st= cansada@

SE de olhar a camisola, come*ou a imaginar cenas erEticas$ ;ara controlou a culpa e o nervosismo e:or*ou<se a responder$

J 1a verdade, no$ J irou<se e pegou uma presilha verde$ %r?mula, dei>ou a pe*a cair e decidiumanter os cabelos soltos$

J Lane vai :icar com meu pai esta noite, por isso nem :i4 o 8antar$ as, se estiver com :ome, possopreparar algo$

J %enho uma surpresa$ J #le estendeu a mo$ J enha ver$

J cho "ue no 5 uma boa id5ia$

J h, vamos, ;ara$ 1o podemos apreciar a companhia um do outro@ er at5 onde isso nos leva@1o vou :or*ar nada$ 7rometo$

#la desviou o olhar "uando ele, sem "uerer, acentuou sua culpa$

J Conhe*o todos os seus tru"ues, urdock$

#le ergueu<lhe o "uei>o com um dedo, o olhar malicioso$ J %alve4 eu tenha aprendido alguns novos$ pesar de tudo, ela sorriu$

J 1o tenho dHvida$

J #nto, vamos$ rris"ue<se$ e8a o "ue estou tramando$ J #le sorriu, provocante e s5rio ao mesmotempo$ J Due mal pode haver@

Due mal podia haver@ situa*o no podia piorar ainda mais$J M) voc? est= misterioso esta noite$ J ;ara cal*ou sand=lias e acompanhou<o at5 o celeiro$ .oiscavalos selados os aguardavam$ J amos a algum lugar@

J amos$

J as no vai me contar para onde@

J 1o$ J #le o:ereceu um len*o vermelho$ J Duero "ue use isto$

J 3m len*o@

J 3ma venda para os olhos$

;ara sentiu um arrepio de pra4er e a:astou<se$

J Duer vendar meus olhos@ #st= sonhando de novo, urdock$

J ssustada@

J 1oA

J #nto)

J %alve4$ O "ue est= tramando@ J id5ia de cavalgar vendada com %y era e>citante e assustadoraao mesmo tempo$

#le estendeu o len*o$

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J SE h= um meio de descobrir$

;ara sabia "ue seria uma imprud?ncia, dado o terr&vel segredo entre eles, mas no resistiu I tenta*ode ver aonde a"uilo os levaria$ Sentiu cada nervo vibrar "uando ele a :e4 se voltar para "ue lhevendasse os olhos$ #rguendo a cabeleira, bei8ou<lhe a nuca e riu "uando ela estremeceu e encolheu<se$ %y a instalou na sela com :acilidade$

#la a8eitou o vestido, dei>ando as pernas mais e>postas do "ue deveria$ Sobressaltou<se "uando elepassou a mo, da co>a at5 o torno4elo$ O to"ue a manteve a"uecida por muito tempo$

Com tran"Pilidade, Cochise e %a::y transportaram seus condutores atrav5s do riacho largo$ pEs outrodia "uente, o ambiente re:rescara um pouco I noite$ Grilos e sapos entoavam seu coral$ 1as matas,um p=ssaro gor8eou e, ao longe, um coiote chamou sua parceira$

.esprovida da viso, ;ara sorvia os aromas e ouvia os sons da noite de vero com mais intensidade$

J != uma :lora*o a"ui J comentou %y, a vo4 rouca arrepiando<a$

J adressilvas$ Cheiram bem$ J Sua prEpria vo4 soava rouca$

 s batidas suaves e ritmadas dos cascos no capim, a respira*o aba:ada dos e"Pinos, o rangido dosarreios de couro) %y no a tocara novamente, mas ela o sentia ali a seu lado$ eletricidade entre

eles era tang&vel$Bem antes de chegarem ao destino, ;ara sentiu o cheiro da =gua, sentiu o :rescor na pele$ Os cavalospararam, %y a pousou no solo e abra*ou<a ainda com a venda nos olhos$ %omou<lhe o rosto e a :e4:icar de :rente para ele$ #mbora a ra4o clamasse para "ue acabassem com a"uela bobagem, ocora*o no obedecia$ %y bei8ou<a com e>trema ternura, e ;ara "uis es"uecer toda a dor entre eles eentregar<se I emo*o$

#la sentiu o cora*o estacar "uando ele a tomou nos bra*os$

J %y@

J Shh) J #le respirava 8unto a seu rosto$

#la levou os bra*os ao pesco*o dele e ouviu o som da =gua, o coa>ar dos sapos, pisando o terreno

irregular$%y a soltou, e ela esperou mais uma ve4$ #ra loucura$ #ra irracional, mas nunca sentira nada toe>citante$

#le levou as mos ao nE da venda e sussurrou em seu ouvido'

J 7ronta@

#la estremeceu de pra4er e assentiu$

J as :i"ue de olhos :echados$

Com o cora*o disparado e um aperto no estmago de tanta ansiedade, ela obedeceu, curiosademais para :a4er "ual"uer outra coisa$ O "ue a"uele caubEi maluco estava aprontando@

#le retirou a venda e se a:astou$ ;ara prestava aten*o aos sons, curiosa, e>citada$

Ouviu<se um rangido, e ento ela sentiu um leve cheiro de :uma*a, "ue desapareceu rapidamente$ 3mto"ue de rosas pairava no ar$

J 1o se assuste e no olhe J instruiu %y, o tom misterioso e sedutor$

!ouve um leve estouro, e ;ara sentiu<se grata pelo alerta$ Seguiu<se um som :luido, um :ar:alhar eento) sil?ncio$

J uito bem J murmurou ele, de algum lugar diante dela$ J bra os olhos$

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;ara sentiu o cora*o disparar com a viso$ 1o sabia o "ue esperar, um potrinho novo talve4, mascom certe4a no a"uilo$ #le a levara I clareira 8unto Is margens do riacho, onde as =rvores :ormavamum semic&rculo, isolando o local do resto do mundo$ 3ma colcha de retalhos, coberta de p5talas derosas, estendia<se sobre o campo de trevos, com um balde de prata com champanhe no centro$ olado, um cesto de pi"ueni"ue com dois pratos de cristal sobre a tampa$ !avia ainda dois candelabrosaltos com velas brancas$

%y a8oelhou<se diante dos candelabros com uma tulipa de champanhe em cada mo, e>tremamentese>y$ Os cabelos pretos e Hmidos re:letiam a lu4 das velas$ Os olhos castanhos brilhavam maliciosos$  camisa estava totalmente aberta, e>pondo o abdome musculoso e o tEra> :orte "ue ;ara adorava$#le ergueu levemente o sobrolho e estendeu<lhe uma ta*a$

J unte<se a mim, Sra$ urdock$

Sra$ urdock$ #le nunca a chamara da"uele 8eito, e ela sentiu um arrepio ao som$ O "ue ele estava:a4endo@ O "ue signi:icava a"uilo tudo@

%r?mula, emocionada, apro>imou<se e a8oelhou<se sobre as p5talas de rosa diante dele$ doce:ragrncia se soltou, envolvendo<os com sua per:ei*o$ ;ara aceitou a ta*a e sorveu um goleen"uanto observava o marido por sobre a borda do cristal$

J Gostou@ J #le parecia ansioso$J 7or "u?@ 1o entendo$

J 7or"ue eu "uero$ 7ara me redimir de toda a dor$

#nto, era isso$ #le se achava em :alta para com ela$ inda se sentiria assim, se ela lhe contassetudo@ 3m pouco da e>cita*o se esvaiu$

J Duero es"uecer o passado, urdock$

J Consegue@

J Sim J mentiu ela$ #ra "uase verdade$ 7odia se es"uecer de osh, da viol?ncia so:rida$ 7odia at5se es"uecer de como %y a magoara "uando partira$ as nunca poderia se es"uecer do segredo "ue

havia entre eles$J bra$

#le lhe o:ereceu um morango coberto de chocolate$

J 1o$ J #la meneou a cabe*a, mas %y no desistiria$ Segurou a :ruta doce contra os l=bios at5 elaceder$

;ara estava so4inha havia tanto tempo) cada dia, encontrava em %y algo mais para amar$ Ousarialevar adiante os sentimentos Hnicos "ue havia entre eles@

J 1o trou>e :rango I passarinho@ J indagou, olhando a cesta$

J 1o$ SE coisas se>ies) orangos, vinho$ J #le ergueu o sobrolho e revirou o cesto$ J %em at5chantilly a"ui$

;ara arrebatou a lata da mo dele$

J +sso pode ser perigoso$

#le sorriu e linhas de e>presso surgiram ao redor dos l=bios$

J %enho algumas id5ias$

#la sempre se espantava com o lado brincalho de %y$

J posto "ue tem$

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J Duer tentar@ J #le inclinou<se na dire*o dela, as palavras suaves, o olhar cheio de esperan*a esaudade$

  pergunta pairou na noite de vero, em tom de brincadeira e, ao mesmo tempo, s5ria$ ;ara engoliuem seco$

J 1o 5 uma boa id5ia$

J #st= com medo@J terrori4ada$

 nte a admisso, %y abra*ou<a e bei8ou<a$ 1o um bei8o selvagem e passional, mas terno e intenso$

J 1o estou tentando :a4er nenhuma declara*o a"ui, "uerida$ 1o consegue ouvir o meu cora*o@J #le levou a mo dela ao peito$ J #stou morrendo por dentro por causa do "ue o seu marido lhe:e4$ .ei>e<me mostrar como um homem de verdade ama$

 Amor.  palavra pegou<a de surpresa$ %entou pensar, recordar todos os motivos para no estar ali com%y urdock$ as nada lhe ocorreu$ .e algum modo, seu c5rebro se :echou e o cora*o tomou contade tudo$

Bem mais tarde, apEs um banho no riacho e com o sabor do chantilly ainda nos l=bios e corpos, %y e

;ara permaneciam abra*ados sobre a colcha$ .urante o ato do amor, %y :ora tudo de "ue ela selembrava$ .ivertido, passional e incrivelmente carinhoso$ %o carinhoso "ue ela chorara de alegria$

%y se me>eu e aninhou<se 8unto ao ombro delicado, a :ala arrastada e o tom satis:eito$

J #st= dormindo@

#la acariciou<lhe o bra*o, sentindo a pele morena$

J M voc? "ue sempre dorme$

Sem di4er nada %y passou a l&ngua no pesco*o delicado, e>citando<a$

J #nto, por "ue est= acordado@

J 7or "ue "uero estar consciente "uando :inalmente a tiver onde "uero$

J = no estou@ J #la sentiu uma onda de :elicidade e>trema$

J Onde devia ter estado sempre$ "ui, comigo, como minha mulher$

J #nto, estava :alando s5rio@

J Sobre o "u?@

J Due nunca parou de pensar em mim$

J 1o, eu sE disse a"uilo para levar voc? para a cama$

J %yA J ;ara desvencilhou<se e sentou<se$ O luar iluminou seu corpo nu$

%y pu>ou<a de volta, s5rio$

J #u estava :alando muito a s5rio$ Duero "ue se8amos uma :am&lia$ #u, voc? e Lane$ 3ma :am&lia deverdade$ J pontou para o c5u ao norte$ J #st= vendo a"uela estrela ali@

J estrela 7olar$ J ;ara estremeceu "uando ele lhe acariciou a pele macia$

J nossa estrela, lembra<se@ J s palavras reverberavam no tEra> de %y$

J (i4emos um milho de dese8os para a"uela estrela$

%y mudou de posi*o, e voltou a cabe*a para :it=<la$

J Sabia "ue bati4ei a :a4enda de Star por causa dessas lembran*as@

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;ara surpreendeu<se$

J 7ensei)

%y abra*ou<a$

J 7ensou "ue eu era o caubEi mais presun*oso "ue 8= ganhou uma :ivela de ouro$

J M, acho "ue sim$

J oc? tinha o direito$ J #le suspirou, um som triste, estranho$ J Gostaria de nunca ter dei>adovoc?$ Ou de "ue tivesse vindo comigo$ .urante toda a vida, lutei para no ser como meu pai, masabandonei voc?, e>atamente como ele :e4 conosco$

J 1o 5ramos casados$ Seu pai era$ +sso :a4 muita di:eren*a$

#le lhe tomou o rosto, ao "ue se ergueram os cabelos Hmidos dela "ue cascateavam sobre seu tEra>$

J Se :ssemos, a"uele psicopata no a teria machucado e Lane seria meu :ilho, no de osh /iddley$Se 5 consolo para voc?, digo "ue so:ri muito por isso$ Saber "ue voc? teve um :ilho de outro homemme arrasou$

 s emo*Kes ricocheteavam dentro dela$ Cometia mais um erro no contando a %y sobre seu prEprio

:ilho$-onte(lhe, gritou uma vo4 interior$ -onte(lhe agora. as o medo era maior, e manteve o sil?ncio$Come*avam a encontrar o caminho de volta um para o outro, e temia perder %y novamente$ #leacreditava "ue Lane era :ilho de osh$ Se descobrisse a verdade, a veria como algo bem pior "uementirosa) ele a veria como a mulher "ue o manteve a:astado de seu prEprio :ilho$ # ela sabia comoera di:&cil recuperar a con:ian*a$

J osh /iddley est= :ora da minha vida para sempre$ amos dei>ar assim$

J #le me preocupa, ;ara$ lgo me di4 "ue, mais cedo ou mais tarde, /iddley vai causar con:uso$ J%y passou o dedo por seu rosto delicado$

#le no podia estar to preocupado "uanto ela$

J Os pap5is da ado*o 8= :oram assinados e homologados J observou ;ara, sentindo um aperto noestmago$ J Lane ser= seu :ilho e herdeiro legal$ osh no pode :a4er nada a respeito$

J Sei como me sentiria se tivesse um :ilho e a me tentasse me manter longe dele$

;ara sentiu o cora*o disparar$

J Como@ Como se sentiria@

J #nganado$ (urioso$ 3m homem tem tanto direito a sua carne e sangue "uanto a mulher$

#ra e>atamente o "ue ela temia$ esmo o doce sedativo do amor no aplacava a verdade$ %y aodiaria se descobrisse "ue Lane era seu :ilho de verdade$ #la os mantivera separados por cinco anos$

  verdade pairava no ar como os res"u&cios da :uma*a das velas, aguardando para ser revelada$ ;ara

sentia o peso do logro$ %y precisava saber$ erecia saber$ as ela temia demais o risco de perd?<lo,se admitisse a verdade$

J #le 5 um Etimo garoto$ J Duando ele se soergueu sobre ela, com a lua e as estrelas servindo de:undo, o per:ume das rosas desprendeu<se com o movimento$ J Gostaria de ensinar a ele sobre osrodeios$

;ara no achava ser poss&vel amar %y urdock mais do "ue ela 8= amava$

J Se ele "uiser participar de rodeios, deve aprender com o melhor$

J Obrigado$ J %y a bei8ou sorridente$ J != mais uma coisa "ue "uero pedir$

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J Sobre Lane@ J #la sentiu o pulso se acelerar$ Sempre seria da"uele 8eito@ Sempre teria medo"uando :alassem do :ilho@

J 1o, no sobre Lane$ Sobre os rodeios$

J Sim@

J Duero participar da prova em (ort Torth no :inal do m?s$

;ara sentiu um pnico desproporcional para a situa*o$

J 1o$ .e 8eito nenhum$

J O pr?mio 5 incr&vel, ;ara$ O bastante para comprar a"uele touro de "ue precisamos e ainda:icarmos com troco$

J as e se algo acontecer@ J #la se sentou e o encarou$ O luar se re:letia nos olhos castanho<escuros, evidenciando a ansiedade pelo outro amor na vida dele$ Sentiu um nE na garganta de medo$J # se voc? se machucar@

%y acariciou<lhe o "uei>o, num to"ue suave, recon:ortante$

J Ora, "uerida, sou o melhor caubEi dessa modalidade$

J esmos grandes caubEis se machucam$ s ve4es, morrem$J 1ada vai acontecer$ #u prometo$ J #le sorriu ao melhor estilo caubEi e abra*ou<a$ J gora, deite<se e me dei>e acabar com esse chantilly)

;ara a:astou<lhe as mos$

J oc? preparou tudo, no 5@ %udo isso) o pi"ueni"ue, o romance) conseguiu o "ue "ueria, comoantes, e agora vai me dei>ar) .e novo$

J 1oA J #le a abra*ou com :or*a$ J #u gosto de voc?, ;ara$ 1o sabia "ue :icaria to preocupadapor causa de um pe"ueno rodeio$

J 1a Hltima ve4 "ue partiu para um rodeio, no o vi por seis anos$ Consegue entender@

J .esta ve4, no$ 1o vou dei>ar voc? para tr=s$ oc? e Lane iro a (ort Torth comigo$;ara sentia as batidas :ortes do cora*o dele$

J #stou com medo, %y$ %alve4 no :a*a sentido para voc?, mas tenho a sensa*o de "ue algo terr&velvai acontecer nesse rodeio$

J # eu tenho a sensa*o de "ue vou ganhar, "uerida$ Sei o "ue estou :a4endo$ Sou bom nisso, e opr?mio em dinheiro 5 :enomenal$ CaubEis de cinco #stados estaro l=$

-aubis de ino /stados. O mundo dos rodeios era pe"ueno, e osh /iddley era caubEi$ ;ara sentiua tenso aumentar$

#rgueu os bra*os e agarrou<se a ele de :orma inusitada para a mulher independente "ue se tornara$

J 1o posso perder voc? outra ve4)J Duerida, precisamos desse dinheiro para nEs, para o nosso :uturo$ J #le a:astou seus cabelos,ergueu<lhe o rosto e bei8ou na testa$ J 7are de se preocupar$ 1o vai acontecer nada$

%y era caubEi de montaria em touro, um dos melhores$ Se estava determinado a ganhar a"uelepr?mio, ;ara tinha de dei>=<lo ir$ as a preocupa*o irracional no a abandonava$ lgo terr&vel iaacontecer na"uele rodeio, tinha certe4a$

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Capítulo XI

3ma multido prE>ima I capacidade m=>ima reunia<se em torno do CoRboy Coliseum em (ort Torth,comprando camisetas com logotipos relacionados aos rodeios, salgadinhos e pret4els gigantes$ =riasmo*as usando cal*a 8eans vermelha agarrada e blusa decotada distribu&am os programas no saguo$;ara comprou um, o segundo em vinte e "uatro horas$ Lane, muito e>citado, derramara re:rigerantesobre o outro na noite anterior, "uando %y participara das eliminatErias da prova de montaria em

touros$J 7osso comprar algodo<doce, mame@ J indagou Lane, de bai>o do chap5u de caubEi$

J as ento voc? vai "uerer re:rigerante$ J #la prendeu o programa debai>o do bra*o e sorriuperspica4 para %y, "ue os acompanhava$ J # depois do re:rigerante vai "uerer ir ao banheironovamente$

J h, ;ara, o "ue 5 um rodeio sem algodo<doce e re:rigerante@ J %y parou diante de uma dasinHmeras barra"uinhas, comprou a guloseima e a entregou a Lane com algumas moedas$

J Obrigado, %y$ J Lane olhou para a me, solene$ J 7rometo "ue no vou ao banheiro durante aprova de montaria em touros$ #st= bem@

J oc?s dois) J eneando a cabe*a, ;ara ergueu as mos, rendendo<se$ J 1o tenho chance,

tenho@

J 1o$ J %y piscou para o garotinho sorridente$

J 1o J imitou Lane, es:or*ando<se para acompanhar o passo de %y$ crescentava um gingadopresun*oso, imitando o andar de seu herEi$ J ai montar na"uele touro esta noite, %y@

J ou tentar, amigo$

J oc? 5 o melhor peo de montaria em touros, no era@

J 1o 5@ J corrigiu ;ara, atenta I conversa$ %y era um pai maravilhoso$ %omara Lane sob seuscuidados como se sempre tivessem estado 8untos, e o menino respondia com amor$ ;ara sentia<seculpada por ter permitido "ue seu medo e inseguran*a os mantivessem a:astados por tanto tempo$

estido para a apresenta*o, %y urdock estava espl?ndido, e muitas mulheres se voltaram para v?<locaminhar no saguo a caminho dos bastidores$ .e preto e prata, ele brilhava como uma estrela noc5u$ %y usava a :ivela de campeo e um nHmero nas costas, con:irmando "ue era competidor$ as;ara se emocionava mesmo era com a perneira de couro$ O logotipo da Star sob cada 8oelho eracomo uma declara*o de amor toda ve4 "ue montava num touro$ #la re4ava para "ue ele nunca searrependesse da"uela devo*o$

J O intervalo 8= vai acabar$ J %y deteve<se na rampa e indicou com o "uei>o$ J M melhor voc?s doisvoltarem a seus lugares$

%y estava to rela>ado e con:iante "uanto ;ara 8amais vira$ #le rira e brincara o dia todo, revivendo aboa prova da noite anterior e prometendo um 8antar caprichado apEs a vitEria na"uela noite$ 1oparecia temer o "ue poderia acontecer na arena$

J Duanto tempo :alta para a sua ve4, %y@ J Lane abocanhou uma por*o do algodo<doce a4ul$ 3m:iapo grudou no nari4$ #le o removeu e levou I boca$

J 1o :alta muito agora$ J %y a8eitou o chap5u de Lane e deu<lhe um tapinha nas costas$ J ibre eagite o chap5u$ ou olhar para voc? logo depois da prova$

;ara sentiu uma onda de adrenalina invadir<lhe o corpo$ Controlara o nervosismo durante a semanatoda$ #mbora as eliminatErias tivessem transcorrido sem problemas, no conseguia se livrar daimpresso de "ue algo aconteceria$

J %y) J come*ou, ainda tentando controlar o tremor$ CaubEis eram muito supersticiosos$ 1o

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"ueria perturb=<lo, mas ele tinha de saber "ue ela o amava antes de entrar na arena$ #ngoliu em secoe :or*ou<se a sorrir$ J Boa sorte l=$ J %ocou<o no rosto$ J #u te amo$

#le reagiu atnito$

J ma@

J ais do "ue 8amais saber=$

%y arrebatou<a e bei8ou com ardor$

J #nto, pare de se preocupar, mulher$ ai dar tudo certo$ J #le es:regou o nari4 no dela e riu$ JOito segundos para a granaA

Oito segundos$ 1o :ilme Oito Segundos, o caubEi morria$

;ara aninhou o rosto no pesco*o dele e sorveu o aroma "ue era sE seu$ esposa de um peo derodeios tinha de ser :orte$

J cabe com eles, caubEi J sussurrou$ %emerosa, observou<o subir a rampa "ue levava aosbastidores antes de tomar a mo de Lane e seguir para as ar"uibancadas$

#la o amavaA %y sentia uma alegria pro:unda no peito$ Logo, todos saberiam "ue ele era homem obastante para se estabelecer$ #le e ;ara :ariam a"uele casamento dar certo$ %inha certe4a disso,assim como tinha certe4a de "ue sairia vitorioso na"uela noite$

Caminhando con:iante rumo aos bastidores, lembrou<se da declara*o dela e ento sentiu "uechutara algo$ Olhou para o cho$ 3m copo de papel rolava pelo piso, e bateu na parede$ 3m pouco desua con:ian*a se esvaiu$ 3m copo de papel) 7or "ue tivera de chutar um copo de papel@ 1o "ue:osse supersticioso, mas, para um caubEi, chutar um copo de papel antes de uma prova era pior do"ue ver um gato preto cru4ando seu caminho$ au press=gio$

%eve vontade de procurar ;ara para um Hltimo bei8o de sorte$ Olhou para a rampa e viu "ue aindatinha muito tempo$ (itou o copo de papel novamente e deu meia<volta, disposto a encontrar ;ara edi4er "ue estava tudo bem$

#n"uanto procuravam seus lugares na ar"uibancada, ;ara sorriu para Lane, "ue a acompanhava :eli4$  tagarelice do :ilho a8udava<a a parar de pensar na prova de %y$

J ame, preciso ir ao banheiro$

J LaneA oc? prometeu esperar at5 a prova acabar$

#le saltitou, derrubando o gelo do copo va4io$

J 1o d= para esperar$ 7reciso ir$

Suspirando, ;ara pegou o copo, 8ogou<o no cesto de li>o e levou Lane ao toalete mais prE>imo$#sperava :ora, segurando os restos de algodo<doce e a programa*o da noite "uando um homem

saiu do toalete$

Seu pior pesadelo virara realidade$ osh /iddley a viu imediatamente e :oi em sua dire*o$

J Ora, ve8am "uem encontreiA

7elo ba:o, ela sabia "ue ele bebera$ Se Lane no estivesse no toalete, teria disparado como umcavalo de corrida$ #m ve4 disso, cerrou os dentes e encarou o e><marido$

J .ei>e<me em pa4, osh$

J #u disse "ue a pegaria mais cedo ou mais tarde$ J #le a agarrou$ J 7or "ue no vem ao trailer 

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comigo@

;ara estremeceu e desvencilhou<se, dese8ando "ue Lane se apressasse$

J 1o ban"ue a arrogante comigo$ J osh pressionou<a contra o bebedouro, insinuando<se$

J Solte<me antes "ue eu comece a gritar e cada caubEi por a"ui caia em cima de voc?A

J Sempre arredia, no@ as eu sei como aplacar esse orgulho) J osh :or*ou um bei8o$

;ara encolheu<se e lutou contra ele$ 1o suportaria se Lane visse a cena$ #le :icaria muito assustado$%emia vomitar "uando osh a soltou de repente e se viu arremessado contra a parede$

J O "ue pensa "ue est= :a4endo com minha esposa@

 o contornar a entrada e ver ;ara sendo assediada por um caubEi atrevido, %y perdera a cabe*a$ garrara o estranho pelo colarinho e lhe aplicara um bom soco no nari4$

J Sua esposa@A J O b?bado arregalou os olhos, incr5dulo, e riu$ J /aios, camarada) no 5 mesmouma coincid?ncia@ #la 5 minha esposa tamb5m$

%y olhou para ;ara$ #la estava tr?mula$ "uele canalha devia ser o e><marido$

J #nto, voc? 5 /iddley J concluiu, desgostoso$ O "ue ;ara vira na"uele camarada@

J +sso mesmo$ Due tal@ J provocou osh, com :ala arrastada de b?bado$

J Gosta de bater em mulheres$ amos ver se 5 to valente com um homem$

;ara adiantou<se$

J %y, no$ #le no vale isso$ amos, por :avor$ J 7u>ou<lhe o bra*o$ J #ntre no toalete e ve8a o "ueaconteceu com Lane$ #le est= demorando muito$

%y lan*ou<lhe um olhar, mas no se me>eu$

J #le lhe deve desculpas e, a menos "ue pe*a, vou dei>=<lo banguela$

J M ela "uem me deve desculpas J rebateu osh, desvencilhando<se um pouco$ J 7oucos homensassumiriam o :ilho de outro, como eu$

%y congelou, o cora*o pareceu estacar$

J .o "ue est= :alando@

J O garoto$ Lane$ #la no "ueria "ue ningu5m soubesse "ue tinha um bastardinho, por isso, eu oassumi$ .ei>ei "ue todo o mundo pensasse "ue ele era meu$

1a arena, a plat5ia bradou, mas %y ouviu um som ainda mais alto nos ouvidos$

J #le no 5 seu :ilho@

J (oi o "ue ela lhe contou@ J /iddley riu, saboreando a dor alheia$ J Bem, a& vai uma not&cia paravoc?, camarada$ 1o sei "uem aprontou com ela, mas no :ui eu$

.evagar, %y dei>ou pender as mos, chocado com a revela*o$ Lane era :ilho de outro@ as de"uem@ 1o se passara muito tempo entre sua partida e o casamento dela com /iddley)

%y sentiu um arrepio de medo$ /ecordou os tra*os de Lane, seus olhos castanho<escuros$ Como osseus$

J Oh, c5us) J percep*o :oi como um soco$ Como no percebera antes@ Os olhos, o andar, ainclina*o da cabe*a$ = vira a"uilo tudo no prEprio espelho$ Lane era seu :ilho, no de /iddley$ Laneera sua carne e sangue, e ;ara os mantivera a:astados$

%y tentou se controlar, mas a dor e a :Hria eram grandes demais$ 7recisava agredir algu5m) e/iddley estava I mo$ osh chamara Lane de bastardo$ Bastava para ser morto$ #sperou dois

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segundos, estreitou o olhar) e :e4 algo estHpido$ /iddley desabou como um pr5dio implodido$

Lane saiu do toalete na"uele instante$

J ame, derrubei uma moeda no vaso)

;ara rapidamente protegeu a crian*a para "ue no visse a cena lament=vel$ s pessoas 8untaram<separa assistir I briga, e>pressando espanto$

3m caubEi magro e alto apro>imou<se e segurou %y$

J #i, urdock, voc? 5 o prE>imoA J Olhou para %y e para o homem no cho$ J O "ue est=acontecendo a"ui@

%y desvencilhou<se$

J #starei l= num minuto, eb$

J #sse maluco "uebrou o meu "uei>o J reclamava /iddley, com o l=bio sangrando$

J Conhe*o este camarada h= muito tempo, senhor, e nunca o vi 4angado J a:irmou eb, cerrando ospunhos$ J Se o provocou, 5 melhor se retirar antes "ue todos nEs entremos na briga$

/iddley levantou<se e dirigiu<se I sa&da, mas %y no lhe deu aten*o$ #stava concentrado em ;ara$

#la estava p=lida$ #le tentou ver a situa*o sob a perspectiva dela, mas no conseguiu$J ais tarde J avisou ele, e apontou<lhe um dedo$ J oc? tem muitas e>plica*Kes a dar$

oltando<se, %y a:astou<se e :oi para a rampa$

Lane era seu :ilhoA #, por causa de ;ara, perdera cinco anos da vida do menino$ #la o :or*ara a :a4er algo "ue 8urara 8amais :a4er) abandonar o prEprio :ilho, como seu pai o abandonara$ Como ela podiater :eito isso com ele@ (ora sua :orma de puni<lo@ # por "ue no lhe contara a verdade apEs ocasamento@ Sabendo como ele era louco por Lane) C5us, ela tivera muitas oportunidades paracontar$ #le at5 admitira "ue dese8ava "ue o garoto :osse realmente seu$ esmo assim, ela mantiverao segredo$

3m touro da ra*a Brahma vermelho com chi:res de "uarenta e cinco cent&metros dava trabalho aos

peKes da organi4a*o$ %y esperou "ue o animal se acalmasse um pouco na baia, a8eitou<se no lomboe encai>ou a :ita de couro na mo, apertando<a com :irme4a$

J 1a baia sete, um e>celente peo do %e>as "ue no vemos h= algum tempoA J anunciou o mestre<de<cerimnias pelo alto<:alante$ J %y urdockA #le :e4 uma boa apresenta*o ontem I noite,marcando oitenta e dois$ #sta noite, vai montar /oRdy, um touro "ue sE :oi utili4ado uma ve4 esteano)

Os coment=rios continuaram, mas %y manteve<se alheio, concentrado$ 7recisava se concentrar somente no desa:io, para no morrer, mas sE pensava na decep*o "ue so:rera$

J Duando estiver pronto, caubEiA J avisou algu5m a seu lado$

Cego de concentra*o, com o cora*o disparado por inHmeros motivos, %y pressionou as co>as ao

redor do animal, assentiu, e o porto se abriu$

;ara agarrou<se ao banco na ar"uibancada e re4ou como nunca :i4era antes$ 3m touro :urioso saltouda baia sete, girando, pulando numa dan*a terr&vel$

#la sentia a culpa e o medo se assomando$ Se algo acontecesse a %y durante a"uela prova, seria arespons=vel$

%y permanecia na posi*o, pressionando o animal com as co>as$ 7oucos caubEis resistiam "uando oanimal mudava de dire*o$ %y cambaleou para o lado, "uase caindo sob as patas do animal

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en:urecido$

3sando a mo livre, e"uilibrou<se e voltou a se aprumar$ Como se perdesse o 8u&4o, enterrou asesporas nas laterais do touro$ O animal respondeu com outra virada abrupta$ .esta ve4, %y manteve oe"uil&brio, o corpo balan*ando ao ritmo do oponente$

  campainha tocou e a multido bradou, satis:eita$

J 3ma prova :enomenal de %y urdockA J anunciou o mestre<de<cerimnias$;ara :echou os olhos e estremeceu com o e>cesso de adrenalina$ %y estava bem$

J ame, %y no consegue sairA

#la se levantou, tentando manter a sanidade$ %y estava preso, o pior "ue podia acontecer com umcaubEi$ 1ormalmente, "uando o caubEi desmontava, a :ita "ue o prendia ao animal se soltava$ .estave4, por5m, o arreio se enroscara na mo de %y, en"uanto o resto de seu corpo pendia na lateral doanimal$

O touro continuava pulando, tentando acertar o ap?ndice com os chi:res$ %y pendia como uma bonecade pano, I merc? do animal, en"uanto os palha*os entravam em a*o$ Se ele se soltasse, poderiaacabar debai>o das patas do animalA

;ara "uis descer e brigar com o animal com as prEprias mos, mas deteve<se ao ouvir Lane$J ame, %y vai se machucar) #le vai se machucarA

;ara tinha de manter o controle, por Lane$ 7egou o :ilho no colo en"uanto assistia ao drama "ueacontecia na arena$

3m palha*o distra&a o animal bravamente en"uanto outro tentava soltar a :ita "ue prendia %y$

(inalmente, a :ita cedeu e %y :oi atirado ao cho) e l= permaneceu imEvel$ Os peKes da organi4a*oconseguiram tirar o touro de cena$

J 7or "ue ele no se levanta, mame@ J Lane estava to assustado "uanto ela$

J #le vai se levantar$ #le vai$ J ;ara :e4 uma prece mentalmente$

Os peKes se apro>imaram$ %y se me>eu e tentou se levantar$ .ois peKes o pu>aram pelos bra*os e ocolocaram de p5$ #le parecia con:uso, com sangue escorrendo da boca e do nari4$ lgu5m lhe passouo chap5u en"uanto a pontua*o era anunciada pelos alto<:alantes$

J & est= o vencedor, senhoras e senhoresA Oitenta e oito pontos para uma bela prova de um peoduro, %y urdockA

%y livrou<se da"ueles "ue o a8udavam$ Com o ombro torto, ergueu o chap5u e acenou para a multidoem del&rio$ .evagar, voltou<se para o ponto em "ue se encontravam Lane e ;ara$ (itou a mulher por uma eternidade antes de contemplar o :ilho$ #nto, colocou o chap5u na cabe*a e dei>ou a arena$

Capítulo XII

%y sabia "ue a viagem de volta para casa seria miser=vel, e por mais de um motivo$ O ombro do&a,mas o cora*o, mais ainda$ ;ara instalou<se r&gida no banco de passageiro, o :ilho entre ambos$ Seu:ilho$ Se no estivesse to atnito e magoado com as mentiras de ;ara, teria pulado de alegria$

J 1o dev&amos passar no hospital para ver esse ombro@ J indagou ;ara$

 pesar da ilumina*o de:iciente no estacionamento, era evidente sua palide4$ 1o "ueria brigar$ SEno "ueria conversar com ela, ainda$ 1o na :rente do :ilho$ raiva "ue sentia era grande demais etemia :a4er algo "ue viesse a lamentar$

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3sando a mo es"uerda, engatou a primeira marcha e saiu devagar do estacionamento$ ;arasuspirou ante a :ila de carros "ue dei>avam o est=dio$

Gentilmente, Lane pousou a mo no bra*o de %y$

J Duer "ue eu es:regue para voc?@ J o:ereceu<se, o olhar cheio de compai>o$

Duantas ve4es perdera a"uele tipo de carinho por"ue ;ara optara por guardar segredo@

J #st= tudo bem, amigo J tran"Pili4ou %y$ J O m5dico deu um 8eito l= nos bastidores$ SE est=dolorido$ J .eu uma piscadela para convencer$ 1o adiantava nada preocupar o garoto$

esmo assim, Lane se apertou contra o b&ceps de %y$ #ra o :ilho con:ortando o pai$ Duantas ve4es omenino precisara de seu con:orto, sem "ue ele estivesse l= para lhe prover@

J oc? venceu@

%y riu$ .e algum modo, vencer no parecia mais to importante "uanto horas antes$

J 7rimeiro nessa rodada, segundo na m5dia$

Lane se me>eu no banco, apesar do cinto de seguran*a, para poder lhe massagear o ombro com asduas mos$

J # isso 5 bom@J 1o 5 um mau pagamento$ J O su:iciente para reali4ar os planos "ue ele e ;ara haviam :eito,embora agora no estivesse mais com vontade de :a4er nada$

J .= para comprar uma sela nova para mim@

J LaneA J ralhou ;ara, de seu canto na caminhonete$ J 1o pe*a para as pessoas lhe compraremcoisas$

%y :icou tenso$ #le no era uma outra pessoa "ual"uer$ #ra o pai do menino$ esmo agora, com averdade descoberta, ela o mantinha a:astado$

J 7ode me pedir "ual"uer coisa, amigo J declarou, com dentes cerrados$ J Dual"uer coisa, a"ual"uer hora$

7ercebeu "ue ;ara cru4ara os bra*os$ Due :icasse irritada$ #la mesma era a culpada e teria de viver com a"uilo$

Lane olhou para a me$ Como ela no protestou mais, continuou'

J 3ma sela com a Star :icaria legal no meu panimillo$

%y sorriu triste$ Lane se es:or*ava para :alar como caubEi$ 1o teria de imitar, se seu pai sempretivesse estado no seu lugar$

J ou pensar nisso, Lane$

  crian*a suspirou, parecendo satis:eita com a resposta$ Com as pernas curtas, suas botas :icavam Ivista$

J (i"uei com medo "uando voc? estava preso$ 1o me importava se vencesse ou no, sE no "ueria"ue voc? morresse)

%y gostaria "ue o menino no tivesse visto$ (ora uma cena impressionante para uma crian*a de cincoanos$ Colocou o bra*o ao redor do ombro de Lane, apesar da dor$

J (i"uei com medo tamb5m J admitiu$ .aria pelo menos sua honestidade ao menino$ #ra mais do"ue ;ara :i4era$

J (icou@

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J %ouros so animais perigosos$ Dual"uer homem "ue diga "ue no tem medo est= mentindo$

J ame tamb5m :icou com medo$ #la come*ou a chorar)

%y desviou o olhar da estrada rapidamente para :itar ;ara$ #la parecia to desamparada "uanto umbe4erro Er:o$ Lutou contra a vontade de lhe di4er "ue estava tudo bem, "ue entendia$ 7or"ue noentendia$

J )o# chorou@ J indagou ao :ilho de rostinho devoto$ J ov disse "ue meninos no choram$J Seu av 5 esperto em muitas coisas$ J 7ensando mais na crian*a do "ue na estrada, %ydesacelerou "uando a via se a:unilou$ J as est= errado nisso$

J 1o vai achar "ue sou maricas se eu chorar "uando me machucar ou algo assim@

J Chorar no o torna maricas, :ilho$ J palavra saiu naturalmente, como se sempre a tivesse usado$J s ve4es, meninos precisam chorar$ %alve4 :a*am isso "uando no h= ningu5m olhando, mas, seso espertos, desaba:am e se sentem melhor$

J oc? chorou "uando o touro :icou pulando de um lado para o outro@

J 1o$ 1essa hora, no$ #stava ocupado demais tentando me soltar$

J as doeu, no :oi@J Sim$ J #le olhou para ;ara$ J .oeu muito$

%y no podia contar I crian*a "ue muitas coisas do&am muito mais do "ue :icar preso a um tourobravo$

J oc? 8= chorou@

J lgumas ve4es$ J Com certe4a, tinha vontade de chorar na"uele momento e, se no mudassemde assunto, acabaria em l=grimas mesmo$ Ligou o r=dio numa esta*o de mHsica ountr e permitiu"ue as melodias tristes aliviassem sua dor$

;ara permaneceu I porta do "uarto, sentindo o nE no estmago$ So:ria com a m=goa e a dHvida de%y$ .urante todo o tra8eto desde (ort Torth, ele no lhe dirigira a palavra$ 7arecia "uerer matar algu5m$ :orma como descal*ara as botas, devagar e meticulosamente, e largara o chap5u na camaera sugestiva$ #stava arrasado) e :urioso$

#le tirou do bolso as moedas e o envelope com o che"ue "ue recebera pela vitEria, dei>ando tudo nacmoda$ ;ara sentiu um aperto ainda maior no cora*o "uando ele tirou uma pena a4ul do outro bolsoe 8untou<a ao envelope$ Lane lhe dera a pena a4ul para dar sorte na prova$

(inalmente, ele suspirou, girou o ombro machucado e voltou<se para encar=<la$ Convidou<a a entrar e:echou a porta do "uarto$ Lane 8= :ora dormir, e a hora da verdade chegara$

J Duando ia me contar@

J #u "ueria lhe contar$ J #la estendeu a mo, "ueria conectar seus cora*Kes, para "ue ele sentisse

seu arrependimento$

%y :itou<a por um instante e ento recuou, dei>ando a mo dela no va4io$

J Se "ueria tanto me contar, por "ue no o :e4@ 7or "ue a :arsa@ #u at5 lhe disse o "uanto "ueria"ue Lane :osse meu :ilho, e mesmo assim voc? continuou com a mentira$

J #u nunca menti$

J Cinco anos, ;ara$ Sou pai h= cinco anos e voc? nem se incomodou em me contar$

#la sentiu as pernas :racas e sentou<se na cama$ s l=grimas amea*avam brotar$

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J #u estava com muito medo)

J .e "u?@ .e mim@

J 1o$ Sim$ J ;ara no tinha medo de alguma viol?ncia da parte dele, mas temia o "ue ele podia:a4er com seu cora*o$ J oc? precisa compreender, %y$ oc? tinha me dei>ado$ %odos di4iam "ueestava com Shannon Sullivan)

J # voc? acreditou$ chou "ue eu era cEpia do meu pai$J oc? tinha me dei>ado$ chei "ue no me "ueria mais$

%y caminhou at5 a 8anela e apoiou<se na es"uadria$

J #u tele:onei$ 7or "ue no me contou@

J 7or"ue pensei "ue eram tele:onemas de culpa$ %ele:onemas para se assegurar de "ue eu estavabem, para no se sentir respons=vel por despeda*ar meu cora*o$

J +sso 5 bobagem e voc? sabe disso$

J 1o sabia na 5poca$ SE sabia "ue voc? tinha me abandonado$ %inha perdido minha me seismeses antes, estava gr=vida, con:usa e assustada$ J #la se levantou e se apro>imou dele$ J %emia

"ue meu pai morresse de desgosto, se soubesse do meu erro$J oc? nunca deu cr5dito su:iciente a seu pai$ O "ue acha "ue ele :aria@ Due a deserdaria@

J Conhece o orgulho de meu pai$ #le no conseguiria andar de cabe*a erguida pelo condado com aspessoas comentando sobre sua :ilha$ #le me colocava num pedestal e "ueria "ue todos acreditassemnisso tamb5m$ 1o podia mago=<lo assim$

J uitas mo*as t?m beb?s sem marido$

J 1o as da :am&lia %aylor$

%y suspirou cansado$

J oc? e esse orgulho %aylor insuport=vel$ 1o estava com medo de decepcionar seu pai$ #stavapreocupada consigo mesma, em manter a imagem de per:ei*o "ue 7ete tinha de voc?$ rainha dorodeio, a primeira aluna da classe, a garota "ue nunca causava desgosto aos pais$ %enho uma not&ciapara voc?, ;ara$ #sse orgulho custou<lhe mais do "ue lhe deu em troca$

;ara sentiu um aperto no cora*o$ %y estaria certo@ Seria to ego&sta@

J 7ense nisso, ;ara$ Se tivesse me contado a verdade desde o come*o, eu teria voltado correndopara casa$ 7ara voc? e para meu :ilho) e voc? nunca teria passado por osh /iddley$ #sta :a4endanunca cairia em decad?ncia por"ue 7ete estava deprimido demais para se importar$ #) voc? noperderia o seu segundo marido$

;ara sentiu o cho se abrir$

J %y, por :avor) J Se :osse preciso, imploraria$ #stendeu a mo$

%y recuou$J Con:ian*a 5 tudo, ;ara$ Sem isso, um casamento 5 uma casca va4ia$ %udo o "ue temos :oiconstru&do sobre mentiras$ # no "uero isso$ 1o posso viver desse 8eito$

J Lane 5 a Hnica coisa "ue escondi de voc?, %y$ %udo o mais 5 verdadeiro e real$

J Como posso saber o "ue 5 verdade e o "ue no 5@

J #u te amo$ Com certe4a, acredita nisso$

J ma@ ma tanto "ue me dei>ou abrir processo de ado*o do meu prEprio :ilho@ #ssa no 5 minhaid5ia de amor$

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J 7odemos superar isso$ 7or :avor, %y$ #u nunca "uis "ue isso acontecesse)

J 1em eu, mas voc? tomou a deciso sem mim$ O "ue "uer agora@ :a4enda@ Ou Lane@

;ara cambaleou, atnita com o ultimato$ %y a "ueria longe, no importava o pre*o$ #le a odiava, e elasE podia culpar a si mesma$

J oc? sabe a resposta$ Lane e eu partiremos pela manh$

%y sentiu uma dor imensa no cora*o$

J C5us, isso dEi$ mo meu :ilho, preciso ser o pai dele$ # ele precisa de mim$

;ara sentiu a esperan*a rebrotar$

J 1unca mais esconderei nada de voc?, eu 8uro$

J Gostaria de acreditar nisso$ J #le a :itou intensamente$ J Gostaria de acreditar, mas no posso$

#stava acabado$ #la matara "ual"uer esperan*a de amor entre os dois$ Controlou a histeria "ueamea*ava domin=<la$ 1o, partiria com o orgulho intacto$ 7assou a mo no rosto coberto de l=grimase vestiu o orgulho como uma capa protetora$ Com toda a :or*a "ue conseguiu reunir, ainda o:ereceuum galho de oliva$

J oc? e Lane merecem se conhecer$ #u o trarei para visit=<lo sempre "ue puder$J Certo$

Com um sorriso amargo, %y urdock girou a ma*aneta e saiu da vida de ;ara pela segunda ve4$ #para sempre$

Capítulo XIII

%y sentou<se na varanda dos :undos e :itou a noite escura, sentindo<se mais solit=rio do "ue nunca$%udo ao redor lhe servia de lembrete do "ue perdera$ ;ara partira$ Seu :ilho partira$ Os "uatro dias

pareciam uma eternidade$ O celeiro vermelho rec5m<pintado, as :lores cor de violeta "ue ela plantaraao redor do alpendre) c5us, at5 o aroma de ma* no banheiro evocava o nome de ;ara$ Com umsuspiro, levou as mos ao rosto e imaginou como sua vida entrara pelo ralo$

J entiras J murmurou para o degrau de madeira entre os 8oelhos$ J 1ada al5m de mentiras$

;ara mentira na "uesto de maior importncia na vida de um homem$

Com o ru&do de passos na grama, ergueu o rosto e viu 7ete se apro>imando$

J chei "ue estaria a"ui sentado$ casa est= bem va4ia$

J Sim$ 3ma casa grande como essa 5 :eita para uma :am&lia$ J 7ete recostou<se no poste davaranda$ J ;ara arruinou tudo$ J #ra engra*ado di4er a"uilo a 7ete, mas entre ambos sempre :oraassim$ #le :alava$ 7ete ouvia$ J oc? descobriu sobre o garoto, acho$

%y surpreendeu<se$

J != "uanto tempo sabe disso@

J 1o sabia direito$ penas descon:iava$ Conhe*o a minha ;ara .ean$ #la no sairia por a&, tendo:ilho com outro homem, sentindo o "ue sentia por voc?$ pEs algum tempo, tudo se encai>ou$ #nto,"uando vi voc? com o garoto) /aios, est= na cara "ue Lane 5 seu :ilho$

J 7or "ue no disse nada@

J +maginei "ue ;ara tivesse seus motivos para guardar o segredo, e sabia "ue voc? teria um ata"ue

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"uando descobrisse$ 1o posso di4er "ue o culpo, mas esperava "ue voc?s dois se acertassem)

.e repente, muitas coisas come*aram a :a4er sentido$ :a4enda decadente, precisando da a8uda de%y$ 7ete "ueria "ue ;ara voltasse, mas era orgulhoso demais para pedir$ Conhecia a histEria da :ilhacom %y, descon:iava da verdade sobre Lane e gostaria "ue os dois se acertassem$

J Sabia muito bem "ue ;ara no :icaria parada me vendo assumir a :a4enda$ oc? armou tudo isso,no :oi@

7ete sorriu$

J as parece "ue no deu certo, no 5@

J (oi um desastre$

J 1ada "ue no possa ser remediado$

J #la mentiu para mim, 7ete$ anteve o meu :ilho longe de mim$

J 1o estou 8usti:icando o "ue ela :e4, mas sempre h= dois lados da histEria$ pEs voc? partir, noacha "ue ela :icou assustada@

J #u teria voltado$ #la no sabia disso@

J %alve4 tenha acreditado nos boatos de "ue voc? era como seu pai e "ue ela nunca o verianovamente$

J #u no sou como meu paiA

J #u sabia disso$ as, "uando a"uela garota Sullivan chegou contando lorotas, voc? :oi alvo doscoment=rios de novo$

J 1unca tive nada com Shannon$ #u 8uro$

J Ora, rapa4, eu sabia disso tamb5m$ cha "ue iria "uer?<lo como genro se no pensasse assim@ Oproblema era "ue ;ara .ean acreditou$ L= estava ela, gr=vida de um :ilho seu, e voc? longe$ me:alecera$ # ela no "ueria me desapontar de 8eito nenhum$

%y lembrou<se do dia em "ue partira$ ;ara chorava e ele se a:astou, levantando poeira$ #mbora aamasse, era 8ovem e ego&sta, achando "ue o mundo) e a mulher) podiam parar e esperar por ele$as certas coisas no podiam esperar$

J Duero lhe di4er uma coisa, :ilho$ vida 5 curta, um vapor$ Cada minuto "ue gasta se aborrecendocom as pessoas "ue ama 5 um minuto "ue lamentar= "uando estiver tudo bem$

  :or*a das palavras do homem atingiu %y como um touro bravio$ 7or seis anos, ;ara no tivera motivopara acreditar "ue ele a amava o bastante para se importar com o :ilho$ Seis longos anosdesperdi*ados "ue eram tanto culpa dele "uanto dela$ esmo apEs voltar para a :a4enda, ele no lhedera nada al5m de um casamento de conveni?ncia, ocultando a"uela parte dele "ue poderia partir a"ual"uer momento$

1a"uele instante, %y compreendeu "ue "ueria :icar, mas sE se ;ara estivesse a seu lado$ .urante

toda a vida adulta, tentara no ser como seu pai$ Duisera estar ali para os :ilhos, para lhes dar amor ea estabilidade "ue nunca tivera$ as, na"uele momento, seu :ilho) e a mulher "ue amava) estavamem Oklahoma$ # ele estava ali no %e>as, remoendo<se en"uanto a vida passava$ #, desta ve4, asepara*o era culpa sua$

%y levantou<se e re4ou para no ter 8ogado :ora sua Hltima chance de :elicidade$ .eu um abra*o em7ete$

J cha "ue ela vai me aceitar de volta@

J 3m homem esperto iria l= descobrir$

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;ara no conseguia dormir$ %oda ve4 "ue :echava os olhos, o rosto de %y, e>pressando m=goa eincredulidade, surgia para assombr=<la$ O orgulho era um :rio con:orto "uando o cora*o e o corpoclamavam pelo amor de sua vida$

Cansada com os pensamentos "ue no a dei>avam, independente do "uanto estivesse cansada,a:astou o len*ol$ %omando o cuidado de no acordar arietta ou Lane, pegou um re:rigerante e umpacote de salgadinho e :oi para a cal*ada diante do apartamento$ O concreto estava "uente sob osp5s descal*os$ #ra tarde, mas mesmo na =rea residencial da cidade, no havia tran"Pilidade$ Carrospassavam, havia mHsica alta, risadas saturavam o ar "uente$ Sirenes tocavam ao longe$ Carretasimensas passavam pela estrada interestadual ali prE>ima$

Suspirou, tomou um gole do re:rigerante, sentindo :alta da :a4enda e dos entes amados mais do "uenunca$ Sentia tanta saudade "ue chegava a ser doloroso$ iver com a"uele va4io no peito seria di:&cil$

J .esculpe<me, urdock J sussurrou para a noite$ J Gostaria de ter sido honesta desde o come*o$Gostaria)

.ese8os$ 7or um momento, acreditou na"uela magia$

 bra*ou as pernas e olhou para o c5u, "uerendo e>trair alguma magia das estrelas$ .ecepcionada,

percebeu "ue as lu4es da cidade toldavam a viso da abEbada celeste$

 t5 as estrelas a abandonaram$

3m carro adentrou o estacionamento diante do comple>o habitacional$ ;ara encolheu<se, esperandoos :arEis se apagarem$ 1o se apagaram$

J O idiota no sabe "ue as pessoas esto tentando dormir@ J Levantou<se com o pacote desalgadinhos e o re:rigerante$ o tocar na ma*aneta da porta, percebeu "ue os :arEis do automEvel seapagaram e se voltou para olhar$ 3m caubEi com um andar muito :amiliar passou I cal*ada$

J ;ara@

%y$

 tnita, ela no se me>ia$ O "ue ele :a4ia ali@ Levara os pap5is do divErcio para ela assinar@ 7ior,teria pedido a guarda do :ilho@ #stremeceu, dei>ando o re:rigerante e os salgadinhos no cho$

J inda est= acordada$ #st= tudo bem@

J %udo Etimo$ J Due estupide4 di4er a"uilo, "uando estava se sentindo a Hltima das criaturas$

J 7odemos conversar@

#le a tocou no bra*o, e ela sentiu o velho dese8o :amiliar$ #stava a ponto de se a8oelhar e implorar,mas sabia "ue %y no a perdoaria 8amais$ #s"uivou<se$

J .irigiu toda essa distncia no meio da noite para conversar@

J M importante$

J #st= bem$ J #la indicou o banco de concreto$ J Sente<se$

#le ignorou o convite, tirou um papel do bolso e o estendeu$

J %rou>e isto$

J O "ue 5@

J escritura da Star $

J escritura@ 7or "u?@ J #la se lembrou do ultimato dele) a 0azenda ou Lane. #ncarou<o :ero4como uma tigresa$ J oc? no pode :icar com Lane$

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J 1o$ escritura est= assinada e registrada$ oc? sE tem de lev=<la ao cartErio de imEveis deBootlick e con:irmar "ue voc? e Lane so os propriet=rios da %ilted %$

J O "ue aconteceu com a Star @

J M sua$ Chame<a como "uiser$ J %y tirou o chap5u e suspirou$ J "uela :a4enda no signi:ica nadapara mim$

J 1ada@;ara sentiu o cora*o se despeda*ar$ Se a :a4enda no signi:icava nada) ela tamb5m nosigni:icava$

J #ntendo$

J cho "ue no$ J #le se apro>imou e a tocou no "uei>o, :a4endo<a encar=<lo$ J Sabe o "uanto eutinha medo de ser como meu pai, de no ser capa4 de me estabelecer, de nunca ter um lar e uma:am&lia@ #nto, voc? e o nosso :ilho me :i4eram acreditar "ue eu era capa4 de assumir umapropriedade decadente e salv=<la, motivaram<me a querer isso.

;ara estava con:usa$

J 1o entendo$ oc? acaba de di4er "ue a :a4enda no signi:ica nada)

J 1o signi:ica$ 1o desse 8eito$ 1o agora$ (i"uei arrasado ao saber sobre Lane$ SE conseguiapensar nos anos "ue :i"uei sem o amor do meu :ilho$ Senti<me tra&do$ as, "uando a raiva passou,tive de reconhecer "ue era mais parecido com meu pai do "ue imaginava$ #u devia ter ouvido "uandotentou me e>plicar por "ue guardou segredo$ .evia ter entendido como voc? estava assustada emagoada$ (alhei, no uma, mas duas ve4es$ 7or isso, a :a4enda no signi:ica nada) por"ue voc? eLane no esto l=$

;ara sentiu um :io de esperan*a$

J 1o, %y$ (ui eu "ue :alhei ao acreditar "ue voc? era como Sam urdock$ 1o 5 verdade$ e8a comoassumiu a :a4enda e a8udou o meu pai$ # como passou a amar Lane mesmo sem saber "ue ele eraseu :ilho$ Seu pai nunca :aria nada disso$ Se no :osse to ego&sta, eu teria visto isso logo$ oc? 5 um

bom homem e um pai maravilhoso$ Lane sente muito a sua :alta$%y achegou<se$

J # a me dele@

;ara dei>ou de lado todo o :also orgulho$

J #rrei ao dei>ar "ue meu medo os mantivesse separados$ Cometi muitos erros, %y, mas am=<lo e ser amada por voc? nunca :oi um deles$ (aria tudo novamente, sE "ue, desta ve4, seria mulher o bastantepara no dei>ar "ue nada nos separasse$

%y abra*ou<a com :or*a$

J #st= :alando a s5rio@ %entaria de novo@ oc? nos daria outra chance de sermos uma :am&lia@

J Sim$ Oh, sim) J s l=grimas dela brotaram$ J Se me perdoar) 1unca "uis magoar voc?$ 1uncamais mentirei$ Lamento tanto)

%y aba:ou suas palavras com um bei8o$ cariciou<lhe as costas, os bra*os, o rosto$

J #u te amo, "uerida J sussurrou contra os cabelos loiros$ J Sempre amei$ Sempre amarei$

J %amb5m te amo$ J ;ara o abra*ou na cintura, tonta de tanta eu:oria$ J Oh, como dese8ei isto,%y) .ese8ei de todo o cora*o ter mais uma chance de me redimir de toda a m=goa "ue lhe causei$as, esta noite, "uando procurei nossa estrela, no a encontrei$ # temi "ue nosso amor tivessedesaparecido com ela$

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%y pousou<a delicadamente e ento lhe deu um bei8ou sonoro$

J h, ;ara, "uerida, h= um ano, eu era um caubEi miser=vel$ Duem diria "ue um 8oguinho de p"uer me traria tanta :elicidade@

#la suspirou e pousou a cabe*a no ombro :orte do marido$

J (oi um ano e tanto, no :oi@

J O melhor da minha vida$ J Sempre "ue pensava no "ue con"uistaram 8untos, %y "uase e>plodiade orgulho$ Com a habilidade de ;ara nos negEcios e os contatos dele, 8= haviam trans:ormado a Star  num haras :ornecedor de rodeios$ :a4enda prosperava, as cercas estavam consertadas, osane>os pintados e re:ormados$ s ra&4es da :am&lia :ortaleciam<se em solo te>ano$ # ele devia tudoI"uela mulher cora8osa$

;ara sorriu$

J #stou to grata por voc? ter tido o bom senso de roubar a minha :a4enda, obrigando<me a voltar para casa, onde era o meu lugarA

J 1o pude imaginar outro modo de recuperar a minha mulher$

;ara vendera sua parte na lo8a de roupas, aplicando o dinheiro na Star $ %amb5m dera a %y :or*a e

con:ian*a para banir de ve4 a m= imagem do pai e se estabelecer de ve4$ # agora ainda lhe davaoutro presente$

#le tomou nas mos o rosto amado$

J #spero "ue se8a uma garotinha de boca atrevida e olhos verdes como os da mame$

J #u tamb5m J respondeu ela, beliscando o nari4 dele$ J Com voc? e Lane por a"ui, :ico emdesvantagem$

Lane no coube em si de :elicidade ao descobrir "ue %y era seu pai de verdade, tornando<se umverdadeiro ap?ndice e aliado$ Bastava a combina*o de sorrisos id?nticos para ;ara concordar com o"ue "uer "ue os dois "uisessem$

.esde o dia em "ue voltaram de Oklahoma City, com Lane adormecido e :eli4 entre ambos, ;ara:i4era tudo a seu alcance para ser a esposa "ue um homem como %y merecia$ # agradecia Is estrelaspor :inalmente entender "ue o amor e a verdade eram muito mais preciosos do "ue orgulho eapar?ncia$

J #u dese8ava isso h= muito tempo J con:essou$

%y sorriu$

J (icar numa baia escura com um caubEi maluco@

J 1o, bobinho$ J #la o golpeou no tEra>$ J Ser :eli4 assim$ iver com voc?$ %er outro beb? seu$

  e>presso de %y suavi4ou<se$

J 7ensei num nome para ela$

J =@

;ara acompanhou o olhar de %y para o c5u ao norte$ Sentiu um aperto no peito e adivinhou o "ue eleia di4er$

J Star J murmurou ele, os olhos castanhos cintilantes de amor$ J Star urdock$

J Sim J sussurrou ela, contra sua boca$ J 7ara nos lembrarmos de "ue Is ve4es os dese8os setornam realidade$

 o luar, protegidos pelo amor, com os cora*Kes batendo em un&ssono, ;ara e %y selaram seu

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compromisso eterno com um bei8o$ Grilos proporcionavam :undo musical$ O ar impregnava<se com oper:ume das :lores silvestres$ #, no c5u, uma estrela cadente acrescentou sua prEpria b?n*oespecial$

F I M