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UFRN Residência Médica 2016 Leia estas instruções: 1 Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso. 2 Este Caderno contém 50 questões, sendo 25 de Cirurgia Geral e 25 de Clínica Médica. 3 Se o Caderno estiver incompleto ou contiver imperfeição gráfica que impeça a leitura, solicite imediatamente ao Fiscal que o substitua. 4 Cada questão apresenta quatro opções de resposta, das quais apenas uma é correta. 5 Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque nenhuma folha. 6 Os rascunhos e as marcações feitas neste Caderno não serão considerados para efeito de avaliação. 7 Você dispõe de, no máximo, quatro horas para responder as questões e preencher a Folha de Respostas. 8 O preenchimento da Folha de Respostas é de sua inteira responsabilidade. 9 Ao retirar-se definitivamente da sala, devolva ao fiscal a Folha de Respostas. 10 Retirando-se antes de decorrerem três horas do início da prova, devolva também este Caderno; caso contrário poderá levá-lo. Assinatura do Candidato : ______________________________________________________

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UFRN Residência Médica 2016

Leia estas instruções:

1 Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em

seguida, assine no espaço reservado para isso.

2 Este Caderno contém 50 questões, sendo 25 de Cirurgia Geral e 25 de Clínica

Médica.

3 Se o Caderno estiver incompleto ou contiver imperfeição gráfica que impeça a

leitura, solicite imediatamente ao Fiscal que o substitua.

4 Cada questão apresenta quatro opções de resposta, das quais apenas uma é

correta.

5 Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque

nenhuma folha.

6 Os rascunhos e as marcações feitas neste Caderno não serão considerados para

efeito de avaliação.

7 Você dispõe de, no máximo, quatro horas para responder as questões e preencher a

Folha de Respostas.

8 O preenchimento da Folha de Respostas é de sua inteira responsabilidade.

9 Ao retirar-se definitivamente da sala, devolva ao fiscal a Folha de Respostas.

10 Retirando-se antes de decorrerem três horas do início da prova, devolva também

este Caderno; caso contrário poderá levá-lo.

Assinatura do Candidato : ______________________________________________________

UFRN Residência Médica 2016 Medicina Intensiva 1

Ci ru rg ia Ge ra l e C l ín ica Méd ica 01 a 50

01. Ao final de uma cirurgia abdominal aberta, por laparotomia, o instrumentador comunica que a

contagem de compressas cirúrgicas está discrepante, com falta de uma unidade. Em relação

à retenção de compressas na cavidade peritoneal , após a cirurgia, é correto afirmar:

A) O cirurgião deve realizar uma exploração metódica da cavidade antes do fechamento da ferida.

B) Trata-se de uma situação extremamente rara, estimada em 1:100.000 cirurgias.

C) Trata-se de episódio associado a sequelas mínimas e, portanto, não deve preocupar a equipe.

D) A contagem do número de compressas, é um método que impede, a retenção de compressas na cavidade e está isenta de erros.

02. Considere as seguintes afirmações em relação ao tratamento cirúrgico da doença do refluxo

gastroesofágico (DRGE):

I A presença de hérnia hiatal é condição essencial para indicação cirúrgica.

II A recidiva precoce dos sintomas após suspensão do tratamento clínico é um fator de

mau prognóstico para cirurgia.

III A realização de válvula parcial está relacionada com maior incidência de disfagia

precoce.

IV A reoperação deve ser considerada em pacientes que apresentam pirose ou disfagia

após a cirurgia.

Das afirmações

A) apenas II está correta.

B) estão corretas II e IV.

C) apenas IV está correta.

D) estão corretas I e III.

03. O pneumotórax espontâneo deve ser rapidamente identificado e adequadamente tratado, pois

pode levar a morte. Sobre o diagnóstico e tratamento do pneumotórax espontâneo, é correto

afirmar:

A) O paciente mergulhador profissional deve ser tratado cirurgicamente no primeiro episódio de pneumotórax.

B) O reconhecimento do pneumotórax é facilitado pela realização de radiografia de tórax em inspiração.

C) O sintoma mais comum do pneumotórax espontâneo é a dispneia.

D) O paciente com pneumotórax recorrente por doença bolhosa deve ser submetido, necessariamente, à toracotomia aberta.

04. A anestesia local infiltrativa é muito utilizada em procedimentos cirúrgicos de grande porte.

Em relação às reações adversas da anestesia local infiltrava, é correto afirmar:

A) A reação vasovagal é rara e o tratamento é a posição de Trendelemburg.

B) As reações anafiláticas são raras e o tratamento é oxigênio, anti-histamínico e corticoide.

C) A metahemoglobinemia ocorre mais comumente com a Lidocaína e caracteriza-se clinicamente por cianose.

D) As crises hipertensivas são causadas principalmente pela injeção intravascular de Adrenalina.

UFRN Residência Médica 2016 Medicina Intensiva 2

05. A pancreatite aguda biliar é uma grave complicação da colelitíase. O parâmetro que representa

um critério prognóstico de Ranson modificado na admissão para pancreatite biliar é

A) idade >55 anos.

B) leucócitos > 18.000/mm3.

C) glicose >200mg/d.l

D) LDH > 20U/L.

06. A rabdomiólise é uma grave complicação que pode ocorrer após cirurgias de grande porte.

Em relação à rabdomiólise após cirurgia bariátrica, é correto afirmar:

A) A operação prolongada, o sexo masculino, a hipotensão e a miosite prévia são fatores de risco.

B) A musculatura mais acometida é a região da panturrilha.

C) A CPK sobe comumente a níveis acima de 15.000 U/l, de forma aguda.

D) As alterações laboratoriais encontradas são hipercalemia, hipocalcemia e hipofosfatemia.

07. Um paciente de 20 anos é submetido à cirurgia percutânea de cálculos renais do lado

esquerdo. No final do procedimento, ao realizar uma pielografia pela sonda de nefrostomia,

percebe-se contrastação do colón descendente. Além de se colocar um cateter duplo J, é

necessário

A) realizar uma colostomia.

B) realizar o reparo primário.

C) realizar enema com contraste iônico mantendo a sonda de nefrostomia.

D) reposicionar a sonda de nefrostomia para dentro do colón.

O caso a seguir serve de referência para as questões 08 e 09

Um jovem é atropelado por carro de passeio. Dá entrada no Pronto Socorro com escoriações

no abdome e membros inferiores. Relata dor ao exame da bacia e apresenta bexigoma

palpável. A próstata apresenta-se normal e há sangue no meato uretral. A radiografia de

bacia revela fratura de ramo superior e inferior direitos.

08. É provável que o paciente tenha lesão de:

A) bexiga. C) uretra membranosa.

B) ureter direito. D) uretra bulbar.

09. O exame indicado para esse paciente é

A) urografia excretora.

B) tomografia computadorizada.

C) uretrografia injetora.

D) cistografia.

10. Um paciente renal crônico é submetido à ressecção endoscópica da próstata e apresenta

sangramento prolongado pela sonda vesical. O tempo de sangramento está alargado, mas o

tempo de protrombina, o tempo de tromboplastina parcial, o fibrinogênio e a contagem de

plaquetas estão normais. O tratamento deve ser realizado com

A) plasma fresco congelado. C) transfusão de plaquetas.

B) vitamina K. D) Desmopressina.

UFRN Residência Médica 2016 Medicina Intensiva 3

11. Um paciente é submetido à cirurgia de aneurisma de aorta abdominal e permanece na UTI,

entubado e sob ventilação mecânica. No sétimo dia de pós-operatório, desenvolve uma

pneumonia associada à ventilação. A ação que pode evitar esse tipo de complicação é:

A) manter elevação do tronco entre 30 – 45o enquanto o paciente permanecer no leito.

B) usar antibioticoterapia profilática adequada.

C) realizar entubação nasotraqueal em lugar da orotraqueal.

D) utilizar inibidores de bomba de prótons de rotina.

12. Um paciente é submetido à esplenectomia e ocorre sangramento intra-operatório, com

choque hipovolêmico. O paciente é transferido para a UTI, é diagnosticada insuficiência renal

aguda e realizada hemodiálise. Recebe alta após 15 dias, com boa recuperação. Ele

apresentou uma complicação classificada como Clavien-Dindo

A) III B) I C) IV D) II

13. Paciente do sexo masculino, 60 anos, é admitido no Pronto Socorro com história de dor em

abdome superior de forte intensidade e vômitos há cerca de 48h. É hipertenso, passou por

apendicectomia laparoscópica há 02 anos e faz ingesta de álcool excessiva nos fins de

semana. Ao exame, encontra-se desidratado, taquicárdico (120 bpm), PA 85 X 65 mmHg e

levemente taquipneico. O abdome é doloroso e tenso difusamente. Após internação e

reposição volêmica adequada com cristaloide, o paciente encontrava-se normotenso e com

FC de 85 bpm. Foi realizada TC (tomografia computadorizada) de abdome trifásica, que

mostrou as seguintes alterações: pâncreas com heterogenicidade difusa e ausência de realce

do parênquima na cauda, além de moderada coleção fluida peri-pancreática sem gás no

interior. Seguem os exames admissionais:

Gasometria arterial = pH: 7,30, Bic: 18 meq/l, PCO2: 35 mmHg, PO2: 65 mmHg, BE: -5,

leucócitos totais = 19.000 sem desvio à esquerda, bilirrubinas = Total: 0,9 mg/dl (Direta: 0,4 e

Indireta: 0,5), amilase = 1100 U/L, PCR = 250 mg/dl, ureia = 45 mg/dl, creatinina = 1,2 mg/dl,

AST = 320 mg/dl

Diante desse caso, considere as seguintes afirmativas:

I A reposição hidroeletrolítica com cristaloides é parte crucial no manejo da pancreatite, para evitar o comprometimento da microcirculação pancreática e a consequente evolução para necrose.

II

Deve ser realizada uma punção aspirativa com agulha fina guiada por TC para cultura e iniciado antibiótico, caso a cultura seja positiva (cerca de 70-80% das culturas de tecidos pancreáticos e peri-pancreáticos infectados são positivas para germes gram-negativos).

III A alimentação oral está contraindicada e a nutrição pode ser feita via enteral com sonda posicionada após o ângulo de Treitz, pois essa opção apresenta menos complicações e é mais barata do que a nutrição parenteral.

IV Durante a internação, o paciente deve ser operado caso ocorra necrose infectada ou deve ser submetido à colecistectomia laparoscópica, quando tiver ocorrido diminuição dos níveis de amilase e melhora dos sintomas.

Das afirmativas, estão corretas

A) II e III

B) II e IV

C) I e IV

D) I e III

UFRN Residência Médica 2016 Medicina Intensiva 4

14. Paciente do sexo feminino, 45 anos, vítima de acidente automobilístico, chega ao hospital em

choque grau 3 e, prontamente, é levada ao centro cirúrgico. Ela era passageira e o motorista

foi resgatado sem vida. Após abertura da cavidade abdominal, é verificado um trauma

hepático grau 4 e o anestesista logo avisa que a paciente está com hipotermia severa e que a

gasimetria veio com um pH de 7,15. Além disso, percebe-se sinais de coagulopatia.

A conduta indicada para essa paciente é realizar

A) rápida sutura das lesões com catgut cromado, inventário do restante da cavidade, estabilização hemodinâmica 1 e second look após 24-48h.

B) tamponamento peri-hepático com compressas e dispositivo plástico interposto entre o fígado e as compressas, fechamento apenas da pele, correção dos distúrbios em UTI e reoperação após 24-48h.

C) aquecimento da paciente com mantas térmicas, infusão de fluidos aquecidos e concentrado de hemáceas, reposição de bicarbonato e complexo protrombiníco, concomitante à hepatectomia não regrada das maiores lesões.

D) hepatectomia regrada das maiores lesões, utilizando manobra de Pringle intermitente e prolongada, uma vez que a hipotermia tem efeito protetor sobre o fígado e permite períodos de oclusão de até 60 minutos seguidos por períodos de reperfusão de 5 minutos.

15. Idosa de 70 anos, portadora de obesidade leve, é admitida na emergência do hospital com

história de dor abdominal intermitente há três anos, particularmente aos esforços físicos. Há

poucos dias, a dor tornou-se mais frequente e algumas vezes vem associada a náuseas. Ao

exame físico, bom estado geral, sinais vitais sem alterações. Nota-se ao exame de abdome:

aumento de tecido adiposo da parede abdominal, flácido, presença de hiperestesia na

palpação ao nível do terço médio-inferior de músculo reto abdominal direito, associada ao

Sinal de Carnett positivo e Sinal de Blumberg negativo.

Tendo como base esse caso clínico, considere as seguintes afirmativas:

I A dor é originada de uma doença na parede abdominal.

II A paciente deve ser internada imediatamente e submetida a tratamento cirúrgico de

emergência.

III O diagnóstico mais provável é uma apendicite aguda em fase inicial.

IV O diagnóstico mais provável é uma Hérnia de Spiegel.

Em relação ao caso exposto, estão corretas as afirmativas

A) III e IV. B) II e III. C) I e II. D) I e IV.

16. Homem adulto de 30 anos, sobrepeso, com queixa de pirose, no mínimo duas vezes por

semana, há 03 meses, associada, esporadicamente, à regurgitação após alimentação mais

copiosa, a qual piora quando ingere frituras. Nega disfagia, odinofagia, sinais de hemorragia

digestiva e qualquer tratamento prévio com medicações tipo inibidor de bomba de prótons.

Tendo como base esse caso clínico, considere as seguintes afirmativas:

I É possível realizar teste terapêutico com omeprazol para confirmar a suspeita clínica

de doença do refluxo gastroesofágico.

II Deve-se orientar o paciente a evitar deitar-se nas duas horas posteriores às

refeições e reduzir o peso corporal.

III Deve-se indicar imediatamente uma fundoplicatura à Nissen e hiatoplastia.

IV É fundamental solicitar uma manometria esofágica para dar o diagnóstico de doença

do refluxo gastroesofágico.

Em relação ao caso exposto, estão corretas as afirmativas

A) III e IV. C) I e IV.

B) II e III. D) I e II.

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17. Mulher, 35 anos, com sobrepeso, pressão arterial 140x80 mmHg, procura um Pronto Socorro

com queixa de dor em andar superior de abdome há 8 horas, associada a náuseas e vômitos.

Solicitados exames complementares de sangue, evidenciou-se: 14.000 leucócitos/mm3 (sem

desvio para esquerda), amilase de 945 U/l (valor referência até 125 U/l), creatinina sérica 2,0

(valor de referência até 1,2 mg/dl), gasometria arterial com PaO2/FiO2 = 450.

Sobre esse caso clínico, é correto afirmar:

A) O diagnóstico é pancreatite aguda podendo ser classificada, nesse momento, como moderada ou grave.

B) O diagnóstico definitivo é pancreatite aguda moderada, independente da evolução da insuficiência renal nas próximas 48 horas.

C) O diagnóstico definitivo é pancreatite aguda grave, independente da evolução da insuficiência renal nas próximas 48 horas.

D) O diagnóstico é pancreatite aguda podendo ser classificada, nesse momento, como leve e associada com uma insuficiência renal aguda.

18. O fígado é o local mais comum para as metástases do câncer colorretal. Com relação ao

tratamento quimioterápico das metástases hepáticas colorretais, é correto afirmar:

A) Os nódulos metastáticos no fígado são esterilizados, tornando a cirurgia desnecessária em mais da metade dos casos em que a quimioterapia é utilizada.

B) Os esquemas nos quais o 5FU (5-fluoracil) é associado à cisplatina é o mais indicado para a neoadjuvância.

C) A obstrução sinusoidal que pode ser complicada por fibrose é um conhecido efeito adverso do uso da oxaliplatina.

D) A hepatectomia, quando indicada, deve ser realizada nas primeiras duas semanas da última sessão de quimioterapia com o objetivo de evitar o crescimento dos nódulos no pré-operatório.

19. As queimaduras são causas comuns de atendimentos em pronto-socorro. Sobre o

atendimento inicial de pacientes queimados, é correto afirmar:

A) Os pacientes com mais de 10% de superfície corporal queimada devem ser encaminhados para unidades ou centros de tratamento de queimaduras.

B) Os pacientes que se apresentam com taquipneia devem imediatamente ser submetidos à entubação orotraqueal para manutenção da permeabilidade da via aérea.

C) O acesso venoso central em crianças e idosos é a via de escolha para administração de fluidos.

D) A cateterização vesical de demora deve ser evitada em pacientes conscientes, independente da extensão de superfície corporal queimada.

20. A realização de procedimentos cirúrgicos em caráter ambulatorial constitui importante meio

de reduzir custos no tratamento de um grande número de patologias e também de ampliar o

alcance dos tratamentos a um maior número de pacientes. No entanto, para garantir a

segurança, alguns critérios de seleção devem ser aplicados para pacientes candidatos a essa

modalidade. Assim, a realização de procedimentos cirúrgicos ambulatoriais pode ser

contraindicada em caso de

A) necessidade de imobilização no pós-operatório.

B) classificação do pacientes ASA II.

C) procedimentos sob anestesia geral.

D) procedimentos com duração superior à uma hora.

UFRN Residência Médica 2016 Medicina Intensiva 6

21. Várias dificuldades podem ser encontradas com a realização do pneumoperitônio nas

cirurgias videolaparoscópicas. Estratégias de segurança têm sido estudadas. A respeito da

realização do pneumoperitônio, é correto afirmar:

A) A realização do pneumoperitônio é claramente mais segura quando se utiliza a agulha de Veress se comparada com a chamada técnica aberta.

B) A técnica que apresenta maior acurácia para identificar o correto posicionamento da extremidade distal da agulha de Veress na cavidade peritoneal é a injeção de 10ml de solução salina e aspiração sem sangue ou conteúdo intestinal, seguido por um fluxo livre de CO2.

C) As alterações hemodinâmicas usuais causadas pelo pneumoperitônio são a diminuição do retorno venoso, a queda da pressão arterial média, a queda da frequência cardíaca e a queda da resistência vascular sistêmica e pulmonar.

D) As técnicas para aumentar o débito cardíaco durante a realização do pneumoperitônio são utilizar meias pneumáticas de compressão intermitente e baixas pressões de pneumoperitônio, evitar uma pré-carga de volume antes do início do procedimento elevar a cabeceira da mesa cirúrgica ou colocar na posição de Trendelenburg reversa.

22. A terapia nutricional é essencial para o sucesso do tratamento cirúrgico. Sobre a terapia

nutricional em pacientes críticos previamente hígidos, é correto afirmar:

A) Os pacientes com grave instabilidade hemodinâmica, em uso de doses altas de catecolaminas, devem receber a nutrição enteral precocemente para garantir o trofismo das vilosidades e menos perda da permeabilidade intestinal, diminuindo assim, a translocação bacteriana.

B) O uso de marcadores laboratoriais do estado nutricional, incluindo a albumina e a pré-albumina associados à antropometria, deve ser recomendado, por estar embasado em fortes evidências científicas, como principais avaliadores do estado nutricional nesse grupo de pacientes.

C) Os pacientes que não são capazes de manter a ingestão calórica apropriada devem iniciar a nutrição parenteral total (NPT) precocemente, desde o primeiro dia, como via nutricional prioritária, em função da diminuição de mortalidade associada a essa conduta nesse grupo de pacientes.

D) A presença de sons intestinais, assim como a evidência de passagem de flatos ou fezes, não são parâmetros essenciais para iniciar a nutrição enteral nesse grupo de pacientes.

23. A endarterectomia de carótida é um procedimento cirúrgico que consiste na remoção da placa

de aterosclerose que está bloqueando a artéria, restaurando assim o fluxo sanguíneo: É

candidato a endarterectomia o paciente que tem:

A) 68 anos, com doppler de carótida com estenose maior que 80% à esquerda e quadro de perda de força no membro superior direito.

B) 62 anos, com doppler de carótida com estenose de 65% e vai ser submetido a angioplastia coronariana.

C) 72 anos, com passado de irradiação cervical por câncer e estenose maior que 80% ao doppler.

D) 83 anos, com estenose de 75% à esquerda e diminuição de força gradativa nos membros inferiores.

24. Para se distender a cavidade peritoneal, durante o procedimento videolaparoscópico, deve-se

preferir um gás difusível e inócuo aos tecidos corporais. Considera-se a melhor opção, para

insuflação na cavidade peritoneal:

A) Gás carbônico.

B) Oxigênio.

C) Ar.

D) Óxido Nitroso.

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25. Em relação ao uso da videolaparoscopia considere as situações abaixo:

I Apendicite aguda associada a peritonite;

II Trauma abdominal associado a choque;

III Prenhez ectópica rota com instabilidade hemodinâmica;

IV Ferimento por arma branca.

A videolaparoscopia constitui uma abordagem válida nas situações:

A) I e II.

B) II e III.

C) I e IV.

D) III e IV.

26. Considere o eletrocardiograma a seguir.

Esse eletrocardiograma será provavelmente encontrado no caso de um paciente cujas

características são:

A) Homem de 65 anos, com dor retroesternal de forte intensidade, com irradiação para dorso e assimetria de pulso em membros superiores e radiografia de tórax mostrando alargamento de mediastino.

B) Mulher de 68 anos, com hipertensão resistente, relação aldosterona plasmática/atividade de renina acima de 30 e aldosterona bem aumentada e sem supressão com teste de sobrecarga salina após introdução de espironolactona de 25 mg.

C) Homem de 73 anos, com sopro abdominal e hipertensão resistente, ultrassonografia com doppler de artéria renal sugerindo estenose de artérias renais hemodinamicamente significativa, após introdução de Enalapril, há 2 semanas.

D) Mulher de 55 anos, em pós operatório de cirurgia de joelho, evoluindo com dor torácica ventilatório dependente de forte intensidade, associada à dispneia e hipoxemia.

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27. Mulher de 50 anos notou aparecimento de nodulação cervical há 06 meses, e uma USG de

tireoide confirmou nódulo hipoecoico de 2,5 cm no lobo direito, cujo resultado da PAAF foi

classificada como Bethesda V. A paciente foi submetida à tireoidectomia total, e o anátomo-

patológico revelou carcinoma papilífero da tireoide clássico de 2,4 cm, unicêntrico, com

invasão microscópica extratireoidiana e com metástases linfonodais (classificada como risco

intermediário de recorrência), tendo sido também submetida a radioiodoterapia 100 mCi há

04 meses. Ela vem em uso de levotiroxina (LT4) 100 mcg/dia, cerca de 1 hora antes do café

da manhã, sem queixas. O exame clínico revela: EGB, eupneica, ACV – RCR em 2T, sem

sopros FC = 92 bpm; PA = 120x75; AP – normal; sem edema de MMII; sem tremores de

extremidades ou linfonodos palpáveis. Exames realizados 4 meses após início da levotiroxina

revelaram: TSH = 2,3 (VR = 0,4-4,0) e T4 livre = 1,0 (VR = 0,7-1,8). Em relação à reposição

de hormônios tireoidianos para essa paciente, a conduta recomendada é:

A) aumentar a dose de LT4 e reavaliar em 3 meses.

B) manter a conduta atual e reavaliar em 3 meses.

C) reduzir o tempo entre o uso de LT4 e o café e reavaliar em 3 meses.

D) modificar o horário de LT4 para depois do café e reavaliar em 3 meses.

28. Mulher de 67 anos, hipertensa, dislipidêmica e diabética, em uso de Hidroclorotiazida,

Atenolol, Atorvastatina, Metformina e Glibenclamida, chega ao pronto-socorro com quadro de

dor epigástrica associada a náuseas, vômitos e sudorese, com início há 40 minutos. Ao

exame físico: PA 160x96 mmHg, FC 60 bpm, auscultas cardíaca e pulmonar sem alterações.

Hemograma, função renal, eletrólitos e coagulograma não apresentam alterações

significativas e a Troponina I foi negativa na primeira coleta. O resultado do

eletrocardiograma está reproduzido na imagem a seguir:

Foram administrados AAS 200 mg macerado e nitrato sublingual, com melhora da dor. Em

relação a esse caso, o tratamento medicamentoso mais adequado nesse momento é:

A) Clopidogrel 300 mg, Fondaparinux 2,5 mg 1x dia, suspender Metformina.

B) Clopidogrel 75 mg, Enoxaparina 1mg/Kg SC de 12/12h, suspender metformima e glibenclamida.

C) Ticagrelor 180 mg, Fondaparinux 2,5 mg 1x ao dia, suspender metformina e glibenclamida.

D) Ticagrelor 90 mg, Enoxaparina 1 mg /Kg SC 12/12h, suspender Metformina.

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29. A síndrome de abstinência alcoólica é uma das alterações observadas em portadores de transtorno por uso de substâncias que podem ameaçar a vida, o que a coloca entre as emergências psiquiátricas que devem ser manejadas em ambiente de pronto -socorro clínico. Nos pacientes que apresentam essa alteração, é comum observarmos taquicardia, aumento da pressão arterial e sudorese, associados a tremores, inquietação, insônia, náuseas e vômitos, evoluindo, nos casos mais graves, para quadros alucinatórios e até convulsivos (delirium tremens). A conduta mais apropriada para o controle da abstinência alcoó lica é

A) administrar benzodiazepínicos de meia vida longa.

B) administrar antipsicóticos de segunda geração.

C) administrar antidepressivos inibidores seletivos.

D) descartar qualquer abordagem farmacológica. 30. A peritonite bacteriana espontânea (PBE) é uma das infecções mais frequentes no paciente

cirrótico, estando associada à alta taxa de morbimortalidade. Acerca dessa patologia, analise as seguintes afirmativas.

I A infecção geralmente é polimicrobiana.

II A maioria dos pacientes apresenta-se oligossintomática.

III Leucocitose, hiperbilirrubinemia, hipoproteinemia e cultura do líquido ascítico positiva para bactérias e (ou) fungos são achados essenciais para o diagnóstico .

IV Cirróticos com ou sem ascite que apresentam hemorragia digestiva podem desenvolver PBE.

V Profilaxia com Norfloxacina por tempo prolongado previne a recorrência da PBE, aumenta a sobrevida e reduz o número de internações hospitalares do cirrótico.

Em relação à PBE, estão corretas apenas as afirmativas

A) I e II.

B) II e V.

C) III e IV.

D) IV e V.

31. A trombose venosa profunda (TVP) é uma doença bastante prevalente em determinados quadros de imobilização prolongada ou em situações de aumento da viscosidade sanguínea. Apesar de ser comum, é uma doença de fácil prevenção com medicações de uso oral. Em relação à prevenção e ao tratamento da trombose venosa profunda (TVP), é correto afirmar:

A) No pós-operatório de artroplastia de quadril, a Rivaroxabana deverá ser administrada na dose de 10 mg/dia até a segunda semana após a cirurgia.

B) A anticoagulação oral poderá ser feita com 30 mg/dia de Rivaroxabana nos primeiros 21 dias e, em seguida, continuada com 20mg/dia nos casos confirmados de TVP.

C) Em gestantes com alto risco de TVP, a Varfarina é indicada a partir do segundo semestre da gestação, até o periparto, mantendo RNI entre 2,0 e 3,0.

D) Em pacientes com quadro demencial avançado, acamados por síndrome de imobilidade, é recomendado o uso da Varfarina, por Gastrostomia ou via oral, para prevenir TVP, mantendo RNI entre 1,5 e 2,5.

32. Uma mulher de 84 anos, internada há nove dias para tratar uma pneumonia com ceftriaxona e levofloxacina, passa a evoluir com febre, hipotensão, leucocitose, piora da f unção renal e diarreia liquida com vários episódios ao dia. A pesquisa para a toxina do clostridium difficile é positiva. O tratamento de primeira linha para essa paciente é

A) Clindamicina 600 mg endovenosa de 6/6 horas.

B) Metronidazol 500 mg endovenoso de 8/8 horas.

C) Metronidazol 500 mg via enteral de 8/8 horas.

D) Vancomicina 500 mg via enteral de 6/6 horas.

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33. Um homem de 89 anos, portador de demência por doença de Alzheimer há três anos (estágio leve), é levado ao médico por estar evoluindo com desorientação temporal e espacial total, confusão mental, agitação que se alterna com sonolência diurna e insônia notu rna há quatro dias, além de recusar líquidos e alimentos sólidos. A família refere urina mais concentrada e de odor mais intenso, mas nega febre. O paciente sofreu uma queda da própria altura há quatro semanas, caindo sentado ao chão, sem perder a consciência. Faz uso de Donepezila 10 mg/dia, Losartan 50 mg/dia e Ácido Acetilsalicílico 81 mg/dia. Um dia antes da consulta, realizou exames laboratoriais que mostravam leucometria e sumário de urina normais com PCR 10 mg/dl (normal até 8 mg/dl). Ao exame físico, apresentava-se eupneico, com pulmões limpos, abdome inocente, ritmo cardíaco regular, FC 84 bpm e PA 120x70 mmHg. A melhor abordagem para esse paciente é

A) fazer tomografia de crânio para descartar hematoma subdural crônico.

B) colher urocultura e iniciar ciprofloxacina empírica.

C) iniciar haloperidol em gotas à noite e aumentar hidratação via oral.

D) fazer ultrassonografia do abdome para descartar pielonefrite ou cistite silenciosa.

34. Paciente de 32 anos, sexo masculino, é admitido no pronto-socorro por febre não aferida e

dores no corpo. Refere que as dores são predominantemente em membros inferiores e

iniciaram progressivamente há 05 dias, acompanhadas de astenia. A febre e as dores não

têm regularidade quanto ao horário de ocorrência e não cedem com analgésicos comuns. Ao

exame físico, havia palidez 2+/4+, traube ocupado, hematomas em várias partes do corpo e

algumas petéquias. Frequência cardíaca 100bmp, tensão arterial 110/70 mmHg, frequência

respiratória 22 rpm, temperatura 38oC.

Hemograma revelava:

Hemoglobina 8,0 g/dL VCM 90 fL

Leucócitos 1.200 /mm3 Neutrófilos 300 /mm

3 Linfócitos 800 /mm

3

Plaquetas 53.000 /mm3

A principal hipótese diagnóstica e a conduta para esse paciente são:

A) Dengue hemorrágica. Deve-se realizar hidratação vigorosa, não havendo necessidade de administração de antibiótico.

B) Anemia aplástica. Deve-se tratar neutropenia febril e evitar transfusões.

C) Sepse grave com CIVD. Deve-se iniciar tratamento recomendado pelo Sepsis survival.

D) Leucemia aguda. Deve-se solicitar TP, TTPa, fibrinogênio, iniciar antibiótico e solicitar urgentemente parecer do hematologista.

35. Paciente com anemia falciforme é admitido no Pronto-socorro com dores articulares severas

e febre. Ao exame, está com face de dor, hipocorado 2+/4+ e ictérico 2+/4+. Outros dados do

exame revelam-se normais. O hemograma realizado em contador automático ev idencia:

Hemoglobina 6,0 g/dL VCM 100 fL

Leucócitos 40.000 /mm3 Neutrófilos 8.000 /mm3 Linfócitos 25.000 /mm3

Plaquetas 550.000 /mm3

Em relação a esse quadro clínico, é correto afirmar:

A) O VCM elevado está mais provavelmente relacionado à deficiência de vitamina B12.

B) A leucocitose apresentada direciona para alguma infecção viral.

C) A leucocitose apresentada está mais provavelmente relacionada à contagem inadequada de eritroblastos.

D) O quadro é sugestivo de leucemia aguda.

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36. Um paciente de 63 anos de idade é internado na enfermaria da Cardiologia para investigação

de febre persistente há 36 dias. Tem como antecedente mórbido uma insuficiência renal

crônica em estágio 5, sendo submetido regularmente a hemodiálise. Por dificuldade de

obtenção de fístula arteriovenosa e dificuldade de punção de veia central para implante do

cateter de hemodiálise, foi inserido um cateter de longa permanência (permicath) em veia

jugular, há 6 meses. Há relato de ótimo fluxo de sangue durante as sessões. Foram colhid os

dois pares de hemocultura em veia periférica cujo resultado foi positivo para Candida. O

ecocardiograma evidenciou vegetação de 1,6 cm em valva tricúspide. A abordagem desse

paciente, durante a internação, deve incluir:

A) manutenção do cateter de hemodiálise, antifúngico endovenoso para tratamento de endocardite infecciosa e cirurgia cardíaca apenas se apresentar instabilidade hemodinâmica, persistência da febre e evidência de embolização.

B) retirada do cateter de hemodiálise, antifúngico endovenoso para tratamento de endocardite infecciosa e cirurgia cardíaca de troca valvar eletiva.

C) manutenção do cateter de hemodiálise, antifúngico endovenoso para tratamento de endocardite infecciosa e cirurgia cardíaca de troca valvar eletiva.

D) retirada do cateter de hemodiálise, antifúngico endovenoso para tratamento de endocardite infecciosa e cirurgia cardíaca de troca valvar de urgência.

37. Uma adolescente, 17 anos, antes de ser transferida ao HUOL, deu entrada no pronto -socorro

com quadro, iniciado há 03 dias, de dor em região precordial, com piora durante a inspiração. A revisão do prontuário revelou consultas no serviço de Reumatologia, nas quais há relato de fotossensibilidade, rash malar e artrite de mãos, tratada, à época, com corticoide em dose baixa e cloroquina. O estado geral da paciente durante a admissão hospitalar era grave, com fácies dolorosa, anasarca, descorada (2+/4+) e taquipneica. A paciente apresentava murmúrios vesiculares reduzidos nas bases de ambos hemitórax; frequência respirat ória de 26 ipm; ausência de turgência jugular; bulhas normofonéticas em dois tempos e atrito pericárdico; frequência cardíaca de 118 bpm; pressão arterial de 180x124 mmHg; abdome com discreta hepatomegalia, sem outras massas e descompressão brusca negativa ; edemas de face, de parede abdominal e de membros inferiores; artrite de interfalangianas proximais e de punhos, sem deformidades articulares. Os resultados dos exames apresentados demonstravam: FAN positivo (1:1280); anti -DNAds positivo (1:320); complementos (C3 e C4) baixos; creatinina sérica = 8.7 mg/dL; ureia plasmática = 380 mg/dL. Sumário de urina: densidade = 1010; proteínas 3+; hemácias mais de 50 por campo e leucócitos 35 por campo; cilindros granulosos.

A melhor conduta para o caso em questão é:

A) hemodiálise em caráter de urgência após implante do cateter, com ou sem uso de heparina durante a sessão de hemodiálise (o uso será determinado por acidente de punção, ou não, durante implante do cateter); descartar processos infecciosos, iniciar pulsoterapia e programar biópsia renal futura.

B) imediata biópsia renal, prévia pulsoterapia, uma vez que poderia determinar a agudização ou cronificação da função renal, evitando uso desnecessário de imunossupressores; implante de cateter de hemodiálise guiado por ultrassonografia e posterior hemodiálise, sem uso de heparina.

C) implante de cateter de hemodiálise em veia femoral; hemodiálise por curto período, com uso de heparina fracionada em dose baixa (30-50 UI/kg/sessão), seguida de pulsoterapia com corticosteroide endovenoso e ciclofosfamida e posterior programação de biópsia renal.

D) implante de cateter de hemodiálise; hemodiálise em caráter de urgência, necessariamente sem uso de heparina; programar pulsoterapia com corticosteroide e associar imunossupressor, descartar vigência de quadro infeccioso; manter o paciente interna do e, após alguns dias de evolução, programar biópsia renal.

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38. Um paciente de 26 anos de idade encontra-se internado na enfermaria da Nefrologia do HUOL devido a síndrome nefrótica. O paciente não apresenta antecedentes mórbidos conhecidos, nega uso de medicações, mas refere comportamento promíscuo: tem múltiplas parceiras em situação de risco e, constantemente, não faz uso de preservativo. O paciente apresentou pesquisas de autoanticorpos negativas, glicemias normais e complementos normais. A opção que melhor relaciona a investigação sorológica para infecções crônicas e o padrão glomerular encontrado na histopatologia renal para esse caso clínico é

A) anti-HCV positivo e nefropatia membranosa.

B) sorologias negativas e GESF.

C) Hbsag positivo e doença de lesões mínimas.

D) VDRL positivo e glomerulonefrite membranoproliferativa.

39. Paciente do sexo masculino, 67 anos, deu entrada no serviço de emergência com queixas de náuseas, vômitos, astenia e inapetência. Há 3 dias, iniciou tratamento quimioterá pico para carcinoma neuroendócrino pouco diferenciado com múltiplas metástases em fígado e pulmões. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, hipocorado e com diminuição do turgor e elasticidade cutâneos. Apresentou diurese de 300mL nas últi mas 24 horas. Os exames laboratoriais apresentavam os seguintes resultados: hemoglobina 10,2 g/dL; hematócrito 29,7%; leucócitos 10.500/mm³; plaquetas 130.000/mm³; ureia 169 mg/dL (valor de referência 20-40 mg/dL); creatinina 2,3 mg/dL (valor de referência 0,5-1,2 mg/dL); fósforo 5,6mg/dL (valor de referência 2,5 – 4,5 mg/dL); ácido úrico 14,5mg/dL (valor de referência 2,5-7,0 mg/dL). A melhor abordagem terapêutica nesse caso é

A) colchicina e sevelamer.

B) diurético de alça e gluconato de cálcio.

C) transfusão de hemácias e bicarbonato de sódio.

D) hidratação venosa e rasburicase.

40. Mulher de 62 anos, diabética e portadora de DPOC, em tratamento quimioterápico para

neoplasia de mama com último ciclo há 9 dias, deu entrada no serviço de emergência c om

história de inapetência, prostração e piora do estado geral há 2 dias. Na admissão,

apresentava-se desidratada e com temperatura axilar de 38,9 °C. Ao exame físico,

evidenciaram-se eritema intenso e lesões ulcerativas com áreas de sangramento em lábios ,

língua e mucosa jugal, causando dor e dificuldade para deglutir. O hemograma apresentava os

seguintes resultados: hemoglobina 10,5 g/dL, hematócrito 30,9%, leucócitos 500/ mm³,

plaquetas: 100.000/ mm³. A conduta adequada do médico plantonista nesse caso é

A) iniciar tratamento com Aciclovir oral e fator estimulante de colônias de granulócitos.

B) iniciar antibioticoterapia empírica com cobertura antipseudomonas e Vancomicina.

C) iniciar tratamento ambulatorial com Ciprofloxacino, Amoxicilina-clavulanato e laserterapia oral.

D) iniciar tratamento com Ganciclovir e bochechos com bicarbonato de sódio e Nistatina.

41. O TEV/TEP é uma condição clínica muito comum e que pode ser fatal. Em relação à TEV/TEP

aguda, considere as seguintes afirmativas:

I O uso de Heparina de baixo peso molecular (HBPM) estaria indicado, nos casos de TEP sem alterações hemodinâmicas.

II O uso de trombolíticos estaria indicado para tratamento do TEP agudo grave, com alterações hemodinâmicas.

III Novos anticoagulantes orais, tais como a Rivoraxabana e a Dabigratana, podem ser usados no tratamento sequencial do TEP agudo, substituindo a warfarina.

IV Apenas trombolíticos, seguidos de Warfarina, seriam úteis no tratamento do TEP agudo.

Das afirmativas, estão corretas:

A) I, III, IV. C) II, III, IV.

B) I, II, III. D) I, II e IV.

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42. Paciente de 28 anos, asmático desde criança, é atendido com crise aguda de asma e

apresenta intensa dispneia, com roncos e sibilos e agitação leve. Seu pico de fluxo está em

50% do previsto e a gasometria arterial revela hipoxemia moderada e alcalose resp iratória.

Havia sido medicado com 3 inalações sequencias com B2 agonista e Ipratróprio, sem

melhora. Nesse contexto, considere as seguintes afirmativas:

I A alcalose respiratória se deve à hiperventilação respiratória.

II A hipoxemia deve ser corrigida com uso de oxigenoterapia.

III O paciente deve receber sedativos para agitação.

IV A corticoterapia estaria indicada.

Em relação a esse paciente, estão corretas as afirmativas:

A) I, III e IV.

B) I, II e III.

C) II, III e IV.

D) I, II e IV.

43. Paciente do sexo feminino, sem comorbidades conhecidas, apresenta, há 3 meses, cefaleia progressiva e crise convulsiva associadas a hemiparesia direita no dia da internação. Realizou angio-CT de crânio que evidenciou trombose venosa cerebral difusa com hemorragia frontal esquerda. Foi instituída terapêutica com heparina de baixo peso molecular, porém, com 1 semana, a paciente evoluiu com dor e edema em membro superior direito. O doppler venoso mostrou trombose venosa extensa e hoje a paciente apresenta quadro de dispneia súbita e dor torácica anterior, angio CT de torax com falha de enchimento em leito arterial pulmonar bilateral e ecocardiograma com função ventricular direita preservada. No caso, o adequado tratamento nesse momento é

A) Heparina não fracionada 80 UI /Kg em bolus e manutenção 18 UI/Kg/H.

B) Alteplase 100 mg EV em 02 horas.

C) Varfarina 5 mg oral.

D) implante de filtro veia cava inferior.

44. Mulher de 46 anos, no 12º P.O. de gastroplastia, é admitida na unidade de terapia intensiva por melena e enterorragia associada a insuficiência respiratória tipo II, sendo iniciada ventilação não invasiva (VNI) por máscara facial. Uma endoscopia digestiva alta evidenciou laceração de sutura gastroduodenal com presença de fístula digestiva bloqueada. No momento, apresenta-se estável hemodinamicamente. No manejo dessa paciente, deve -se

A) trocar máscara facial por máscara laríngea e manter ventilação mecânica protetora.

B) manter VNI com parâmetros de baixa frequência respiratória e alto volume corre nte.

C) proceder intubação orotraqueal e iniciar ventilação mecânica invasiva.

D) trocar máscara facial por máscara venturi com reservatório para ofertar oxigênio a 100%.

45. Homem de 56 anos, hipertenso, no pós-operatório imediato de cirurgia de revascularização

do miocárdio, com função ventricular esquerda preservada no pré -operatório, evoluiu com

acidose metabólica e elevação progressiva do lactato arterial. Os drenos torác icos

apresentam débito habitual e diurese mantida em 1,5 ml/kg/hora e a radiografia de tórax

apresenta infiltrado perihilar e relação PAO2/FIO2 de 230. No momento, o paciente inicia

despertar da sedação e mantém estabilidade hemodinâmica sem uso de drogas vasoativas. A

abordagem clínica correta para esse paciente é

A) proceder expansão volêmica com coloide.

B) iniciar Milrinone 0,3 MCG/ kg / min para otimizar transporte de oxigênio tissular.

C) progredir desmame da ventilação mecânica e extubar.

D) iniciar Azul de Metileno para reverter a acidose, pela inibição da enzima guanilil sintase.

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46. Homem de 68 anos, hipertenso, procura atendimento com quadro de palpitações e dor torácica em queimação há 8 horas. O ECG mostra taquiarritmia (ver foto), sem reversão após a administração de Adenosina 6 mg e 12 mg. Então, inicia -se Amiodarona 1 mg/min em infusão contínua, porém, mantêm-se frequência cardíaca de 130 BPM e o desconforto torácico.

A melhor conduta para esse caso é

A) proceder desfibrilação com 150 Joules bifásica.

B) administrar Metoprolol 5 mg endovenoso.

C) proceder cardioversão elétrica sincronizada com 200 Joules monofásico.

D) administrar Verapamil 5 mg endovenoso. 47. Uma jovem de 22 anos chega à UPA com febre alta e calafrios há 48 horas, associada à

disúria. Relata histórico de dois episódios de cistite no último ano, para os quais tomou Norfloxacino. Nega queixas respiratórias ou gastrintestinais. Ao exame clínico, mostra -se toxemiada, desidratada, PA=90X60mmHg, FC=110bpm, FR=28inc/min, temperatura axilar=39

oC. Decide-se, então, interná-la. O diagnóstico mais provável e a conduta

antimicrobiana mais adequada para essa paciente são, respectivamente:

A) 3ª cistite em um ano; iniciar Ciprofloxacino IV 400mg de 12 em 12h por 7 dias, seguido por dose única dia, por 3 mese,s para evitar recidiva.

B) sepse de foco urinário; iniciar uma Cefalosporina de 3ª geração intravenosa após coleta de hemocultura e urocultura.

C) 3ª ITU com uso prévio de antimicrobianos; aguardar os resultados das culturas de sangue e urina para orientar o antibiótico adequado.

D) pielonefrite com sepse; iniciar Ciprofloxacino IV 400mg de 12 em 12 horas e passar para VO após o 7º dia, para completar 14 dias de tratamento.

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48. Homem de 38 anos, casado, trabalhador da construção civil, vai à UBS com queixas de furunculose há dois meses. Em casa, os dois filhos menores também têm problemas de pele. O paciente nega doenças de base e admite uso social de bebida alcoólica. O Anti -HIV resultou não reagente. Com base nesses dados, a opção que representa a recomendação mais adequada para o caso é

A) Linezolida 600mg VO 1xdia, porque cobre cepas sensíveis e resistentes de S. aureus.

B) Penicilina benzatina 1.200.000 UI, por ser de baixo custo e em dose única.

C) Cefalexina 500mg VO 6/6h, pois cobre S. aureus, agente provável da infecção em questão.

D) Cefalotina 1g VO 12/12h, por ser uma cefalosporina de 1ª geração com bom espectro para Gram positivos.

49. A tuberculose é a principal infecção associada ao HIV/AIDS no Brasil. Com base nesse dado, o Ministério da Saúde recomenda que seja realizada investigação para tuberculose latente em todos os pacientes infectados pelo HIV. Das opções a seguir, aquela que melhor representa as recomendações do Ministério da Saúde no Brasil quanto à investigação e o tratamento da tuberculose latente nesses pacientes é:

A) solicitar prova tuberculínica (PPD) e baciloscopia de escarro; indicar tratamento com Rifampicina se PPD maior ou igual a 5mm e baciloscopia de escarro negativa.

B) solicitar prova tuberculínica (PPD) e radiografia de tórax; indicar tratamento com Rifampicina se PPD maior ou igual a 10mm e radiografia de tórax normal.

C) solicitar prova tuberculínica (PPD) e baciloscopia de escarro; indicar tratamento com Isoniazida se PPD maior ou igual a 10mm e baciloscopia de escarro negativa.

D) solicitar prova tuberculínica (PPD) e radiografia de tórax; indicar tratamento com Isoniazida se PPD maior ou igual a 5mm e radiografia de tórax normal.

50. Mulher, 24 anos, com obesidade, inicia quadro de cefaleia progressiva há 30 dias. A cefaleia

é continua, de moderada intensidade, com vômitos frequentes. Nas últimas duas semanas,

cursa com perda visual progressiva. Ao exame clínico, apresenta paresia de VI nervo bilateral

e papiledema. A Ressonância Magnética de Crânio é normal. Uma punção lombar revelou

liquor de aspecto normal, mas com pressão inicial de 83 cm H 20. A conduta correta para essa

paciente é

A) iniciar Acetazolamida e Topiramato.

B) realizar pulsoterapia com Solumedrol e fenestração do nervo óptico.

C) realizar implante de derivação ventrículo peritoneal e anticoagulação.

D) iniciar Acetazolamida e implante de derivação lombo-peritoneal.