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// anno DOMING-O, 2G DE OUTUBRO IDE 1902 N.° 67 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA Assignatasra q; Anno, 1S000 reis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. Para o Brazil, anno, gfóoo réis {moeda foriej. Avulso, no dia da publicação, 20 réis. ED ITOR — José Augusto Saloio l!EDiC(’Ú . A D IM L lílO E TVPOfllíÀPIII.V f H 16 — LARGO DA MISERICÓRDIA- M ALDEGALLEGA Publicações Annuncios— r.» publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, 20 réis. Annuncios na 4.* pagina, contracto esp:cial. Os auto* /* ;( grpphos náo se restituem quer sejam ou não publicados. I PROPR IETÁR IO — José Augusto Saloio EXPEDIENTE Accciíam-sc com grati dão quaesquer noticias que sejam «le interesse paiMico. ALDEGÂLLEGà E 0 PROGRESSO Dar áluzdapublicidade; qualquerescripto, sejaqual fôr o assumpto que n elle desejemos tratar, é sem pre trabalho arduo e espi nhoso. Porém , eu o mais hum ilde dos rabiscadores, espero que os leitores me levarão este meu mal ali nhavado escripto, não pa ra campo scientiíico, mas sim para ocampo hum ilde do amor que tenho a essa terra como os leitores te rão occasião de apreciar pela dureza das minhas palavras e pelo despreten- cioso das. minhas p 'h rases. Todos os leitores sabem que oprogresso é a gran de marcha triumphal que ocommercio, a industria, as sciencias e as artes fazem através das differentes ca madas sociaes, impuisio- nandò-as aobom , aogran deeaomaravilhoso. Com- tudo, ainda que desse fa cho lum inoso tenha irra diado sempre a luz clara e benefica da civilisação; quasi não ' se acredita, que a tres leguas ao S. E . de Lisboã; assente sobre um plano bastante fértil, don deprovémumcerto bem- estar a uma população de dez m il habitantes, exista ainda, uma terra numesta do datrazamento como a v 'illa d'Aldegallega do R i batejo. Não é esta terra patria devarões illustres,nem tem cm si monumentos históri cos que a tornem digna deser visitada: (eserá tal- vez esta a razão que a faz quasi desconhecida.) po- rém , V jpqnjtg |'Q^t|;ássterras existem , bem menos im portantes, já pela sua tp 'andeza já pela sua ferti lidade) é que, á falta dos dotes da natureza, e das maravilhas darchitectura, teem antepostoosesforços, a boa vontade e a boa orientação dos seus habi tantes, tornando-seporisso dignasdadmiração. Ora é precisamente o que não se dá coma villa dAfdegdle|;a ’^hat(|jo, que a'ém de a natureza ter sido poucopródiga nas suas bellezaspara com ella, não tem quem aleveápia^ tica do progresso. Perguntarão' os leitores: então nós havemos de dei xar a nossa vida para tra tar da vidadanossaterra? Não !a vida pessoal está emprimeiro logar, porque é d’ella que nascema ri queza, a paz e a felicidade da fam ilia; mas as horas docio, que quasi sempre são empregadas emcoisas mais ou menos luteis, (e muito em especialmente em Aldegallega que quasi sempre são empregadas na maledicencia dos con terrâneos’ essas, sim , essas deviam empregar-se na educação moral dos seus habitantes, incutindo-lhes Amor e Valor pelas cau sas publicas em proveito da sua terra. Com bastan te pezar o digo, mas infe lizmente é a expressão da verdade. Senão vejamos: Nos annos de 1900 e 1901 fizeram-se emAlde gallega do Ribatejo as fes tas ao Divino EspiritoSan to, que pelo esplendor que as revestiu, embreve tive ram o conhecimento de muita gente que de longe veiu assistir a tão pompo sos festejos, não regatian- do elogios aos seus pro motores, que assim davam tão brilhantes provas de civilisação e abriam ao mesmo tempo comchave douro uma nova epocha ao progresso da sua terra, e ao desenvolvimento do commercio interno. Mas, pouco duradoura foi essa arrojada iniciativa que ha via enchido de gloriaos fi lhos dessa terra e levan tado oprestigio davillade Aldegallega, porque, che gados ao anno de 1902, anciosos por admirarmos mais uma yez a magnifi cência desses festejos, que em todos haviamdeixado asmais gratasrecordações, recebemosamaiscruél de cepção, ao saber que taes festas não se faziam , por que os seus promotores se haviam desorientado no ca mpOvcft©ufliiA m il i ta vam dois annos antes. Então perguntaremos: O que fizeram esses a quem o dever impunha guiai- essa desorientação para bom caminho, incu tindo Amor e Valor pelas causas publicas a- bem e progresso da sua têrra? Nada! Cahiram110 mes mo lethargo em que vi viam , esquecendo as horas alegres passadas nobolicio dessas festas, esquecendo até os transportes do seu coração, trasbordando de alegria,porquedecertonão houve um só filho dessa terra, que se não sentisse feliz, grande, orgulhoso até; ao contemplar essa grande massa depovoque a todo o momento fazia chegar aos seus ouvidos a musicaharmoniosaque di lata ocoracão. * ' O commercio,essegran de baluarte que emtoda a parte representa a força, rende-se, por falta de ta- ctica e léal camaradagem dos seus representantes, e pelo fogo certeirodos pes sim istas, indifferentesáfal ta nos seus interesses pelo desapparecimento de essa multidão que durante tres dias lhes encheu as casas. Finalmente aquelles a 'quem a pósição social im punha como dever olhar com amor pelascausas pu blicas e pelo desenvolvi mento da sua terra, esses cruzamos braços, e do al to aonde a Providencia os guindou, admiram aimmo- bilidade da numerosa po pulação d’essa terra, que só por si (se não fosse o indifferentismo) teria força não para levantar simples pavilhões de kermesse, mas para levar a effeito arrojadas emprezas, que se antepuzessemaosdotes naturaes, ás maravilhas da architectura. Terminando, esperarei vêr em iqõ 3 as festas do Divino EspiritoSantofeitas com omesmobrilhantismo com que se fizeram ', fem 1900 e 1 c)o1 i, Jprfrahâo ter que dizer que em Aldégal- lega persiste a falta,d’edu cação moral d’esse bom povo, o mau emprego, das v 'ff-'- rentismo a tudo que seja progreSso d 'essa terraque é a m inha. TerrefiBas&íí» d c f l § 5 5 Está chegado o dia i.° de novembro, dia em que faz 147 annos que o povo desta villa se alvoroçou aterrorisado pelo grande abalodeterra, que parecia querer demolir tudo. O mar, agitadíssimo, entrou com impetopelaterra, gal gouasruas, e assuasaguas chegaramaté ás portas da Egreja Matriz. Um horror! Foi então que á vista de este horroroso espectácu lo o prior d’esta freguezia, rev. Manuel BarrocasFeio, como opovo cheio de an gustia, correu com fé ao Senhor Jesus daM isericór dia, trazendo-o emprocis são de penitencia que, ao chegar ao pé dacapeilade Santo Antonio, no Pateo d Agua, (havia antigamen te neste sitio, defronte da porta da capella, um pe queno cruzeiro em -memó ria deste dia) todo o povo de joelhos ante a venerá vel imagemsupplicava m i sericórdia. Consta, por tra dição, que o mar recuou. A procissão continuou até ao Recolhimento e opovo repetia as suas supplicas, voltando depois maissatis feito para a Egreja da M i sericórdia,onde deram gra ças. ao Senhor. Esta procissão ainda ho je costuma ir até ao Reco lhimento e ahi a imagem recebe das religiosas se nhoras um pequeno ramo de flores seccas que lhe é collocadonacinta, voltando depois para o Pateo dA- gua onde ha sermão e no fim do qual se entoa o Te- Deum até á egreja paro chial, sendo aqui tambem prégado um sermão. A procissão sahe na mesma ordematé á egreja da M i sericórdia, ondeacabaesta cerimonia religiosa. Uvros uteis A «Bibliotheca Popular de Legislação», com séde na rua de S . Mamede, 111 iao Largo do Caldas), aca ba de reunir numpeque no folheto a —Organisa- ção do Ensinode Pharma cia; Inspecção e Fiscalisa- ção dos Generos Alimentí cios; RegulamentodosSer viços da Prophylaxia da Tuberculose; e Commis- soes dePatronato.— Preço 120 réis. Tambemjá está editado o novo Regulamento do Ensino Primário, seguido do decreto de 24 de de zembro de 1901,,:sendo o seu custo 200 réis; éa úni ca ediçãoque contém o re ferido decreto, sendo por issoa maiscompletaeeco- nom ica. AGRICULTURA estrassue íreseo Porquemotivoa juneção do estrume fresco á terra d e te rm .i n .a ,a de.sn i t r.i fic a.çãõ, ao passo que o estrume feito produz resultados to talmente oppostos? Dois agronomos alle- mães, Kruger e Schneidé- wind, demonstraram que dando-se, sob a fórma de amido, bm alimentocarbo- nado aos microbios desni- trificadores, a acção does tesseráconsideravelmente augmentada. Pelo que se póde con cluir, queéaexistenciados alimentos carbonados que póde conter o estrume fei to, que faz communicar a este oinconvenientede re duzir os nitratos. Emver dade, oestrume fresconão contérrí o am ido, mas en cerra substancias analogas como composição, e taes como a gomma de palha. SchneidewinJ, julga, por isto, poder concluir das suas investigações sobre o assumpto, queestagomma de palha é susceptível de desempenhar papel egual ao do am ido. Pelo contra rio, a celiulose já não po derá ser por esta m ,aneira considerada. Ora asferm.ntaçõesque

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  • / / a n n o DOMING-O, 2G DE OUTUBRO IDE 1902 N.° 67

    SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA

    A s s ig n a t a s r a q ;Anno, 1S000 reis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. Para o Brazil, anno, gfóoo réis {moeda foriej.Avulso, no dia da publicação, 20 réis.

    EDITOR— José Augusto Saloio

    l ! E D i C ( ’Ú . A D I M L l í l O E TVPOf l l í ÀPI I I . V fH 16 — LARGO DA MISERICÓRDIA-M ALDEGALLEGA

    P u b l i c a ç õ e sAnnuncios— r.» publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

    20 réis. Annuncios na 4.* pagina, contracto esp:cial. O s auto* /* ; ( grpphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.I PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

    EXPEDIENTE

    A c c c i í a m - s c c o m g r a t i d ã o q u a e s q u e r n o t i c i a s q u e s e j a m «le i n t e r e s s e p a iM ic o .

    ALDEGÂLLEGÃ E 0

    PROGRESSO

    Dar á luz da publicidade; qualquer escripto, seja qual fôr o assumpto que n elle desejemos tratar, é sempre trabalho arduo e espinhoso. Porém, eu o mais humilde dos rabiscadores, espero que os leitores me levarão este meu mal alinhavado escripto, não para campo scientiíico, mas sim para o campo humilde do amor que tenho a essa terra como os leitores terão occasião de apreciar pela dureza das minhas palavras e pelo despreten- cioso das. minhas p'h rases.

    Todos os leitores sabem que o progresso é a grande marcha triumphal que ocommercio, a industria, as sciencias e as artes fazem através das differentes camadas sociaes, impuisio- nandò-as ao bom, ao grande e ao maravilhoso. Com- tudo, ainda que desse facho luminoso tenha irradiado sempre a luz clara e benefica da civilisação; quasi não' se acredita, que a tres leguas ao S. E. de Lisboã; assente sobre um plano bastante fértil, donde provém um certo bem- estar a uma população de dez mil habitantes, exista ainda, uma terra num estado datrazamento como a v'illa d'Aldegallega do Ribatejo.

    Não é esta terra patria devarões illustres, nem tem cm si monumentos históricos que a tornem digna de ser visitada: (e será tal- vez esta a razão que a faz quasi desconhecida.) po- rém, Vjpqnjtg| ' Q̂t|;áss terras existem, bem menos importantes, já pela sua tp'andeza já pela sua fertilidade) é que, á falta dos dotes da natureza, e das maravilhas darchitectura, teem anteposto os esforços,

    a boa vontade e a boa orientação dos seus habitantes, tornando-se por isso dignas dadmiração.

    Ora é precisamente o que não se dá com a villad A f d e g d l e | ; a ’ ^ h a t ( |jo ,que a'ém de a natureza ter sido pouco pródiga nas suas bellezas para com ella, não tem quem a leve á pi â tica do progresso.

    Perguntarão' os leitores: então nós havemos de deixar a nossa vida para tratar da vida da nossa terra?

    Não ! a vida pessoal está em primeiro logar, porque é d’ella que nascem a riqueza, a paz e a felicidade da familia; mas as horas docio, que quasi sempre são empregadas em coisas mais ou menos luteis, (e muito em especialmente em Aldegallega que quasi sempre são empregadas na maledicencia dos conterrâneos’ essas, sim, essas deviam empregar-se na educação moral dos seus habitantes, incutindo-lhes Amor e Valor pelas causas publicas em proveito da sua terra. Com bastante pezar o digo, mas infelizmente é a expressão da verdade.

    Senão vejamos:Nos annos de 1900 e

    1901 fizeram-se em Aldegallega do Ribatejo as festas ao Divino Espirito Santo, que pelo esplendor que as revestiu, em breve tiveram o conhecimento de muita gente que de longe veiu assistir a tão pomposos festejos, não regatian- do elogios aos seus promotores, que assim davam tão brilhantes provas de civilisação e abriam ao mesmo tempo com chave douro uma nova epocha ao progresso da sua terra, e ao desenvolvimento do commercio interno. Mas, pouco duradoura foi essa arrojada iniciativa que havia enchido de gloria os filhos dessa terra e levantado o prestigio da villa de Aldegallega, porque, chegados ao anno de 1902, anciosos por admirarmos mais uma yez a magnificência desses festejos, que em todos haviam deixado

    as mais gratas recordações, recebemos a mais cruél decepção, ao saber que taes festas não se faziam, porque os seus promotores se haviam desorientado no ca mpOvcft©ufliiA mil i ta vam dois annos antes.

    Então perguntaremos: O que fizeram esses a quem o dever impunha guiai- essa desorientação para bom caminho, incutindo Amor e Valor pelas causas publicas a - bem e progresso da sua têrra?

    Nada! Cahiram 110 mesmo lethargo em que viviam, esquecendo as horas alegres passadas no bolicio dessas festas, esquecendo até os transportes do seu coração, trasbordando de alegria, porque decerto não houve um só filho dessa terra, que se não sentisse feliz, grande, orgulhoso até; ao contemplar essa grande massa de povo que a todo o momento fazia chegar aos seus ouvidos a musica harmoniosa que dilata o coracão.* 'O commercio, esse grande baluarte que em toda a parte representa a força, rende-se, por falta de ta- ctica e léal camaradagem dos seus representantes, e pelo fogo certeiro dos pessimistas, indifferentes á falta nos seus interesses pelo desapparecimento de essa multidão que durante tres dias lhes encheu as casas.

    Finalmente aquelles a 'quem a pósição social impunha como dever olhar com amor pelas causas publicas e pelo desenvolvimento da sua terra, esses cruzam os braços, e do alto aonde a Providencia os guindou, admiram a immo- bilidade da numerosa população d’essa terra, que só por si (se não fosse o indifferentismo) teria força não para levantar simples pavilhões de kermesse, mas para levar a effeito arrojadas emprezas, que se antepuzessem aos dotes naturaes, ás maravilhas da architectura.

    Terminando, esperarei vêr em iqõ3 as festas do Divino Espirito Santo feitas com o mesmo brilhantismo

    com que se fizeram', fem 1900 e 1 c)o1i, Jprfra hâo ter que dizer que em Aldégal- lega persiste a falta,d’edu cação moral d’esse bom povo, o mau emprego, das

    v ' ff-'-rentismo a tudo que seja progreSso d'essa terra que é a minha.

    TerrefiBas&íí» d c f l § 5 5

    Está chegado o dia i.° de novembro, dia em que faz 147 annos que o povo desta villa se alvoroçou aterrorisado pelo grande abalo de terra, que parecia querer demolir tudo. O mar, agitadíssimo, entrou com impeto pela terra, galgou as ruas, e as suas aguas chegaram até ás portas da Egreja Matriz. Um horror!

    Foi então que á vista de este horroroso espectáculo o prior d’esta freguezia, rev. Manuel Barrocas Feio, como o povo cheio de angustia, correu com fé ao Senhor Jesus da Misericórdia, trazendo-o em procissão de penitencia que, ao chegar ao pé da capei la de Santo Antonio, no Pateo d Agua, (havia antigamente neste sitio, defronte da porta da capella, um pequeno cruzeiro em -memória deste dia) todo o povo de joelhos ante a venerável imagem supplicava misericórdia. Consta, por tradição, que o mar recuou. A procissão continuou até ao Recolhimento e o povo repetia as suas supplicas, voltando depois mais satisfeito para a Egreja da Misericórdia, onde deram graças. ao Senhor.

    Esta procissão ainda hoje costuma ir até ao Recolhimento e ahi a imagem recebe das religiosas senhoras um pequeno ramo de flores seccas que lhe é collocadona cinta, voltando depois para o Pateo dA- gua onde ha sermão e no fim do qual se entoa o Te- Deum até á egreja parochial, sendo aqui tambem prégado um sermão. A procissão sahe na mesma ordem até á egreja da Misericórdia, onde acaba esta cerimonia religiosa.

    U v r o s u t e i s

    A «Bibliotheca Popular de Legislação», com séde na rua de S. Mamede, 111 iao Largo do Caldas), acaba de reunir num pequeno folheto a —Organisa- ção do Ensino de Pharmacia; Inspecção e Fiscalisa- ção dos Generos Alimentícios; Regulamento dos Serviços da Prophylaxia da Tuberculose; e Commis- soes de Patronato.— Preço 120 réis.

    Tambem já está editado o novo Regulamento do Ensino Primário, seguido do decreto de 24 de dezembro de 1901,,:sendo o seu custo 200 réis; é a única edição que contém o referido decreto, sendo por isso a mais completa e eco- nomica.

    A G R I C U L T U R Ae s t r a s s u e í r e s e o

    Porque motivo a juneção do estrume fresco á terra d e te rm.i n.a ,a de.sn i t r.i fic a.çãõ, ao passo que o estrume feito produz resultados totalmente oppostos?

    Dois agronomos alle- mães, Kruger e Schneidé- wind, demonstraram que dando-se, sob a fórma de amido, bm alimento carbo- nado aos microbios desni- trificadores, a acção doestes será consideravelmente augmentada.

    Pelo que se póde concluir, que é a existencia dos alimentos carbonados que póde conter o estrume feito, que faz communicar a este o inconveniente de reduzir os nitratos. Em verdade, o estrume fresco não contérrí o amido, mas encerra substancias analogas como composição, e taes como a gomma de palha. SchneidewinJ, julga, por isto, poder concluir das suas investigações sobre o assumpto, que esta gomma de palha é susceptível de desempenhar papel egual ao do amido. Pelo contrario, a celiulose já não poderá ser por esta m,aneira considerada.

    Ora asferm.ntaçõesque

  • o O D O M Í N G O

    fazem passar o estrume iresco ao estado de estrume feito, operam, pelo menos parcialmente, a destruição da gomma de palha.

    Assim, pois, o estrume foi to, se leva como o estrume fresco, Òs microbios desnitrifkadores para c •iJo do terra, não fornece •davia a êstes microbios

    o aiim nto carbonado que lhes é necessário.• E assim é que se descobre a razão porque o estrume feito não tem, Como Wasner positivamente o affirmou, os inconvenientes do estrume fresco.

    E i H i l i o l h e a H l u » í r a d a da 'CHACOTA

    Acabamos de receber dois volumes' d’esta interessante publicação mensal illústrada, litteraria,humo- ristica, theatral e recreía- tiva, reíativos aos mezes de setembro e outubro.

    A assignatura annual d'esta publicação é de 700 réis.

    E iff iíe r n so s

    Tem passado bastante incommodado de saude o nosso bom amigo Antonio Luiz Salgado, honrado negociante e proprietário, de esta villa.

    —Tambem o nosso ex- cellente amigo Antonio dos Santos Fernandes, digno2.0 tenente da armada, tem passado incommodado de saude:

    Aos nossos amigos ap- petecemos o mais rápido, e completo restabelecimento.

    DEPOIS DO PECCADO

    Assim se intitula o novo folhètim que O Domingo vae publicar em seguida á Historia do outro mundo. E’ devido á penna de Er- nesit Daudet, um auctor dos mais consagrados em França.

    COFRE SB FBROLAS

    O CIUMECom um gesto febril, energico, nervoso,Apertava na mão a fina luva preta.N o seu olhar havia um quê de rancoroso,Ao fital-a através dos vidros da luneta.

    Ella, branda passando a mão sobre 0 teclado, Fa^ia resoar aereas melodias.Eram notas sem tom — um bello grupo alado Que voava no a^ul d'extranhas phantasias.

    0 ciume fa ia l— o monstro d'olhos verdes—■ * Fizera vacilar-lhe a lucida rayfio.O ciume fa ta l—vw todos que me lerdes Haveis de o 'ter sentido em vosso coração.

    «Com que então, fo i um baile alegre e swnptuoso? «Houve da doida valsa os brilhos seduclores?Foi bello realmente. .. O riso bom do esposo

    «Não basta para quem tem milhares d'adoradores.»Ella então fitou rí elle o seu profundo olhar,Olhar duma rainha altiva e desdenhosa.Em seguida, ao piano, trecho de Mo^art Arrancaram, febris, os dedos côr de rosa.

    Da nuvem glacial sahiu o quer que seja.Os sons duma tormenta ouviram-se distantes.0 que eu sei é que alli, no campo da peleja,Longo beijo ,sellou a pa\ dos litigantes.

    JOAQUIM DOS ANJOS.

    PENSAMENTOS

    0 principio da poesia é, eslrictamente e simplesmente, a aspiração humana para uma belle^a superior. — Baudelaire.

    — Quando um poeta quer attingir um fim moral, diminuio a sua força poética, e não é imprudente apostar que a sila obra ha de ser má.—Baudelaire.

    — Não insultaes nunca a desgr~aça; a vingança celeste está sempre prompta em seu favor.

    ANECDOTAS

    Entre maridos:— Não imaginas! a minha mulher é a economia em

    pessoa. Queres um exemplo■? Lm tinha-lhe promellido um vestido no caso de que me desse um filho . . .'-omdBrieitillô ibiu-ij onaiipl-feab «Òb oibiiiu ô òi ób

  • ern i20$000 réis. Pelo pre- çent-e são citados os credores incertos para assisti- ,Tr,m á dita arrematação.

    A ld e g a l l e g a d o Ribatejo,11 d£ outubro d e 1902.

    o ESCRIVÁO

    Uonio Augusto da Silva Çbelho.

    Yr:..WjUei' a exactidão.

    O JUIZ PRESIDENTE

    Fernandes Figueira.

    Aisr^unsTCio

    I l U t e i D l ALDEGALLEGAU1DA

    ( i ' . a P s j J í l i c a ç á o )

    Pelo Juizo de direito de esta comarca* e cartorio do escrivão que este passa, pende uma acção de justificação avulsa, em que o requerente Manuel da. Cosia Correia Branco, solteiro, maior, proprietário, residente em Vendas Novas,■ pretende para todos os effeitos habilitar-se como unico herdeiro de seu pae Jesé Ferreira Correia Branco.

    Por isso são citados por editos de 3o dias a contar da publicação do segundo annuncio no «Diario do Governo», todos osinteres- sados incertos para na segunda audiência de este juizo posterior ao dito praso, verem accusar a citação, e assignar as audiências legaes para qualquer opposição. As audiências fazem-sé em todas as segundas e quintas feiras de cada semana, pelas dez horas da manhã na sala do Tribunal deste Juizo, á rua do Caes, e sendo aquelles dias santificados, não estando comprehen- Jidos em ferias, a audiência terá logar 110 dia se

    guinte, não sendo tambem santificado ou feriado.

    Aldegallega do Ribatejo,14 de outubro de 1902.

    o ESCRIVÁO

    Jose Maria de Mendonça.Verifiquei a exactidão.

    O JUIZ 1>E DIREITO

    Fernandes Figueira.

    ANNUNCIO

    C O i l í C i DF, ALDEGALLEGA DD RIBATEJO

    ( S l * t s h l i c » ç ã o )

    No dia 16 de novembro proximo, pelas 11 horas da manhã, á porta do tribunal judicial de esta villa, nos autos de execução que a Fazenda Nacional,. como credora hypotheçaria, move contra Augusto Lu pi Tavares Castanheira e mulher, do Samouco, se hão de arrematai; em hasta publica a quem maior lanço offerecer, sobre o valor da avaliação, os prédios seguintes: uma fazendacomposta de vinha, terra de semeadura, uma casa e poço, sita no Pinhal do Concelho, freguezia d’Al- cochete, avaliada em réis qSoSooo; outra fazenda composta devinha,no mesmo sitio, avaliada em réis 35o$ooo.

    Pelo presente são citados os crédores incertos para assistirem á dita arrematação, e uzarem dos seus direitos.

    Aldegallega do Ribatejo, 20 de outubro de 1902.

    O ESCRIVÁO

    Antonio Augusto da SilvaCoelho.

    Verifiquei

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    £ j n d a sés a á s í? a s* a é o se como tal esta casa para maior garantia estabeleceu'o svstema de GANHAR POtJCO PARA VENDER MUITO e vendendo a todos pelos mesmos preços.

    Tèm esta casa alén^ de vários artigos de ve :tuario .mais as seguintes secções:De Fanqueiro, sortimento completo;De Retroseiro, bom sortido, e sempre artigos de primeira moda;De Mercador, um bello. e variado sortimento de casimiras, flanellas, cheviotes,

    picotilhos, etc., etc.Ha tambem lindos pannos para capas de senhora, e de excellentes qualidades

    por preços baratíssimosA o s « r s . A l f f a y a t e s . — Este estabelecimento tem bom sortimento de forros necessários para a sua

    • confecção taes com o: setins pretos e de cor, panninhos lisos de cor e pretos, fórros para mangas, botões, etc. § í S e a s l í o r a s M o < l Í § í a s . — Lembram os proprietários d'este estabelecimento uma visita, para

    assim se certificarem de quanto os preços são limitados.Grande coliecção de meias pretas para senhora, piugas para homem, e piuguinhas para creança que garanti

    mos ser preto firme.U n i a v l s i í a p o i s a o C O U O I E R C Í O !> I » O Y O

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    DmO>í—t—mO>lí: t

    V i i s h o sVinho tinto de pasto de i.°. litro

    » » » » » o.:i, »» branco .» » i.a^ „» verde, t in to .. . . » »» abafado, branco » »» de Çollares, tinto » garrafa » Carcavellps br.cu » »» de Palm ella.. . . >) »» do Porto, superior »» da Madeira.............. »

    V i n a g r e sVinagre t nto de i.", litro............

    » » » . 2 . a, » .................. >r branco » r.a, » :............» » » 2.:>, » ..............

    L i c o r e sLicor de ginja de i.», litro..........

    » » aniz a » » | ..........» » canella................» »: r o - s a . , . . . . . . . . . . . . . % . 1 ,» » hortelã pimenta ______

    G ranito.......... .................................Com a garrafa-mais 6o réis.

    i A g u a r d e n t e s70 rs. | Alcool 4o1! . ................... litro60 » y Aguardente de prova 3o°. »70 » 0 » ginja. ............ »

    100 » | » de bagaço 20® » i ai 5o » >1 » » 20' » 2.3x 60 « | • » » » 18o »240 » | » D ligo 20° »240 » 1 » » Lvora :8o »400 " S /r* "\500 „ | t a n n a B r a a e a

    j Parati................................ . litro| Cabo V erd e .. .................. »

    60 rs. | Cognae.. ...............garrafa5o » j, » ................... ' »80 » | Genebra........................ . »60 » s

    2 0 0 » 1 S 0 » 1 8 0 j i 180 » 1S0 »

    3 20 rs.J20 >'240 » 160 « i5o » 140 »[ 2 0 >1 140 »

    700 rs. 600 »

    1S200 » iSúOO »

    36o »

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    I1I C E R Y E J A S , GAZOZAS E P I R O L I T O S

    Posto em casa do consumidor• Cerveja de Março, duzia......... 600 rs.

    » Piicener, » ......... 840 »» da pipa, meio barril-. 900 »

    •; Gazozas, duzia.......... ................. 420 »! Pirolitos, caixa, 24 garrafas.. . 36 * »

    C a p i l é . litf.ro r é i s c o m g a r r a f a 3-flO r é i s

    E M A IS B E B ID A S D E D IF F E R E N T E S Q U A LID AD E S

    PARA REVENDERV E N D A S A D I N H E I R O

    PEDIDOS A LUCAS & C.A —r A L D E G A L L E G A

    RELOJOARIA GARANTIDADE 64

    AVELINO MARQUES CONTRAMESTRE

    Relogios de ouro. de prata. de. aço. de nickel. de plaquçt, de p-hanta- sia. americanos, suisso; de parede, maritimo;, despertadores americanos, despertadores de phantasia, despertadores com musica, suissos de ; Igibeira com corda para oito dias.

    Recommenda-se o relogio de AVELINO MARQUES CONTRAMESTRE, um bom escape d'ancora muito forte por- SSoòo réis.

    • 0 'xida;n-se caixas cTaçó com a maxima perfeição. Garantem-se todos os concertos.O proprietário d’es-ta relojoaria compra ouro e prata pelo preço mais elevado.

    1 — R U A D O P O C O - 1 ALDEGALLEGA DO RIBATEIO

    U E L O J 0 A R J A E 0 H 1 U V E S Â S 5 I AI O! .. ■ d e

    JOSÉ DA SILVA THIMOTEG & FILHO----------- —-s-ossí-s-——:-----------

    O proprietário' d’este antigo, acreditado e importante estabelecimento, participa aos seus numerosos freguezes e ao publico em geral que acaba de fornecer novamente o seu estabelecimento de todos os objectos concernentes a relojoaria e ourivesaria. O proprietário d’este estabelecimento, para augmento de propaganda vae fazer venda ambulante dos objectos do seu estabelecimento, para assim provar ao publico que em Aldegallega é elle .o unico que mais barato e melhor serve os freguezes,

    Nas officinas d’este importante estabelecimento tambem se fazem soldaduras a ouro e a prata, galvaniza-se a ouro, prata ou outro qualquer metal, oxidam-se caixas d’aço, pulem-se caixas, de relogios de sala, bandolins, violas, gutarras, etc.

    O proprietário d’este estabelecimento dá uma libra a qualquer pessoa que lhe leve algum dos trabalhos aqui ditos, que elle, por não saber, tenha de o mandar executa fóra.

    São garantidos pela longa pratica de trinta annos do seu proprietário, todos os trabalhos, assim como todos os negocios d’esta casa.

    Em casos de grande necessidade tambem se acceita qualquer trabalho para de prompto ser executado na presença do freguez.

    • 1 • : ----- ----L_i. > l ;

    B 6 e lo g io s d c a l g i b e i r a e í í e s a i a . M a g n í f i c o s reg u -la d o re s

    N este estabelecimento se compra ouro eprata

    PRAÇA SERPA PINTO'Proximo á Egreja Matriz)

    A L D E G A L L E G A DO R IB A T E JO

    AS TRES BIBLIOTHECASl i a n p r e z a d e im S í i i c a ç á b s i lS ia s ir a d a s

    ])E

    URBANO DF, CiSTI í O, ALVARO I ^ I I EI Í i O ÍIIAGASRua da Barroca, 72 — L ISB O A

    GIL VICENTE...... ^ ..

    A U T O » A . « , . 1 1 . P R . t X T O D E S t A R I A P A i l - BSA. C A I1 T A A » . » I « Ã O I I I O T K R B M -M OT4» I>12 I S Í S .

    Um elegante volume de 100 paginas com os fac- simile da edição de 1586 do Auto da Alma, e o da edição de i665 do Pranto de Maria Parda, e com o retrato da actriz ADELINA RUAS, vestida e caracteri- sada de Maria Parda. PREÇO: 300 RS.

    GILViCENTE

    Visitação—Todo-o-Mundo ̂Ningyem (da farça «Auto da Lusitania»)— O Preguiçoso (dafarça

    «Jui\ da Beira»)—A Velha enamorada (da tragicome- dia «çjriumpho do inverno»)—Scenas do Auto

    da Feira—Prece da Cananêa (do a Auto da CananêaUra bello volume de perfo de 5õ paginas, em excellente papel.

    P r e ç o : r é i s

    PAUL M4HÀLIN ..............

    0 F I L H O 1 ) 0 M O S Q U E T E I R O .O mais notável •romance historico, dos que teem sido

    publicados.Illuslrdções de Alfredo de Moraes

    Dois volumes de cerca de 400 p ginas cada?um artistica.e profusamenle illustrados. Publicação em lasciculos'semanaes de 24 paginas, com 5 gravuras. sendo úma em separado.

    -4 0 r é i s — C a d a f a s c í c u l o — 4 © r é i se tomos men;aes de 120 paginas e 25 gravuras, s^ndo 5 em s e p a r a d o .

    r é i s — C a d a T o a o - S O O r é i s

    Agente em Aldegallega — Alberto Brito Valentim-