lanagro manual de garantia analitica

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    Resduos e Contaminantes em Alimentos

    GARANTIAMANUAL DE

    DA QUALIDADE ANALTICA

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    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Secretaria de Defesa Agropecuria (SDA)

    BRASLIA - 2011

    GARANTIAMANUAL DE

    DA QUALIDADE ANALTICA

    MissoPromover o desenvolvimento sustentvel e acompetitividade do agronegcio em benefcioda sociedade brasileira.

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    2011 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    Todos os direitos reservados. Permitida a reproduo desde que citada a fonte.A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra do autor.

    1aedio - Ano 2011Tiragem: 1.000Elaborao, distribuio e informaes:MINISTRIO DA AGRICULTURA, PECURIA E ABASTECIMENTOSecretaria de Defesa Agropecuria (SDA)Coordenao-Geral de Apoio Laboratorial (CGAL)Esplanada dos Ministrios, Bloco D, Anexo B, sala 440CEP 70043-900 - Braslia - DFTelefones: (61) 3218-2535www.agricultura.gov.brE-mail: [email protected] de Relacionamento: 0800 704 1995

    Impresso no Brasil/Printed in Brazil

    Catalogao na FonteBiblioteca Nacional de Agricultura BINAGRI

    Brasil. Ministrio da Agricultura Pecuria e Abastecimento.Manual de garantia da qualidade analtica. / Ministrio da Agricultura Pecuria

    e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuria. Braslia : MAPA/ACS, 2011.

    227 p.

    ISBN 978-85-7991-055-5

    1. Controle de qualidade. 2. Medicamento. 3. Analise qumica I. Secretariade Defesa Agropecuria. II. Ttulo.

    AGRIS Q55, L70CDU 636.084.41

    COORDENAO EDITORIAL:

    Assessoria de Comunicao Social

    EQUIPE TCNICA DO PROJETO:

    CoordenaoAngelo de Queiroz Mauricio (CGAL/Mapa)

    Concepo e Reviso Tcnico-CientficaMarcelo Cludio Pereira (CGAL/Mapa)Welington Ferreira de Magalhes (DQ/ICEx/UFMG)

    ConsultoriaWelington Ferreira de Magalhes (DQ/ICEx/UFMG)

    Redao, Desenvolvimento e ColaboraoAngelo de Queiroz Mauricio (CGAL/Mapa)Beatriz Rauber (Lanagro/RS)

    Dario Abbud Righi (CGAL/Mapa)Edna Silvana (Lanagro/PE)Eleonora Vieira dos Santos (Lanagro/MG)Eliene Alves dos Santos (Lanagro/MG)Eugnia Azevedo Vargas (Lanagro/MG)Fabiano Aurlio da Silva Oliveira (Lanagro/MG)Fernando Antunes Lopes (Lanagro/SP)Helena Mller Queiroz (Lanagro/SP)Igor Olivares (Lanagro/SP)Josefa Abucter Lima (Lanagro/MG)Ktia Letcia Carvalho (Lanagro/MG)Lilian Costa (Lanagro/PA)Marcelo Cludio Pereira (CGAL/Mapa)Maria Aparecida Brum (Lanagro/RS)Nlio Fleury Filho (Lanagro/GO)

    Welington Ferreira de Magalhes (DQ/ICEx/UFMG)ApoioRede Nacional de Laboratrios Agropecurios

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    SUMRIO

    Apresentao ............................................................................................7

    Prefcio .....................................................................................................9

    Parte I ......................................................................................................13

    Introduo e Requisitos Gerais .........................................................13

    I.1 Objetivo ............................................................................... 13I.2 Responsabilidades ................................................................ 13I.3 Evitando Contaminao ....................................................... 13I.4 Padres de Trabalho (Analticos),

    de Referncia e MRC ............................................................ 14

    I.5 Cadeia de Custdia de Padres de Trabalho (Analticos) ........ 15I.6 Preparao, Uso e Armazenamento de Solues Padro ....... 15I.7 Reagentes e suas Solues .................................................... 16I.8 Recepo, Armazenamento e Preparao

    de Amostras ......................................................................... 16I.9 Desenvolvimento e Otimizao do Procedimento Analtico ... 17I.10 Validao de Procedimentos Analticos ................................ 19I.11 Condues do Processo de Validao ................................... 22

    Parte II .....................................................................................................25

    Parmetros e Critrios de Aceitao de Desempenho

    de um Procedimento Analtico ....................................................... 25II.1 Nveis de Interesse Analtico .................................................. 25II.2 Critrios de Desempenho Aplicveis Deteco por EM ...... 26II.3 Curvas de Calibrao, Linearidade, Sensibilidade e Faixa

    de Trabalho (FT) .................................................................... 28II.4 Seletividade e Efeito Matriz ................................................... 33II.5 Veracidade/Recuperao ...................................................... 37II.6 Preciso ................................................................................ 40II.7 Limites de Deteco (LD), Limite de Quantificao (LQ),

    Limite de Deciso (CC) e Capacidade de Deteco (CC) .... 42II.8 Incerteza de Medio Analtica (IMA) .................................... 50II.9 Estudo de Robustez, Escopo e Portabilidade ......................... 64II.10 Expresso e Interpretao dos Resultados

    de Medies ......................................................................... 67II.11 Relatrio de Validao .......................................................... 71

    Parte III ....................................................................................................73

    Estudos de Estabilidade ....................................................................73

    III.1 Estabilidade do Analito na Matrizno Processada ..................................................................... 73

    III.2 Estabilidade do Analito na Matriz Processada ....................... 74III.3 Estabilidade do Analito no Extrato ou na Soluo

    de Abertura de Amostra ....................................................... 75

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    III.4 Estabilidade das Solues Padro .......................................... 76III.5 Estabilidade dos Padres de Trabalho e dos Materiais

    de Referncia no Certificados ............................................ 76

    Parte IV ...................................................................................................79A Rotina Analtica e o Controle de Qualidade Analtica (CQA) .....79

    Parte V ....................................................................................................81

    Ampliao do Escopo do Procedimento Analtico Validado:Incluso de Nova Matriz ou Novo Analito em ProcedimentoAnaltico Validado .........................................................................81

    V.1 Procedimento de Determinao do Efeito de Matizpara a Incluso de Nova Matriz ou Novo AnalitoComparando-se Duas Curvas de Calibrao .......................... 82

    V.2 Estudo de Veracidade e Preciso para a Inclusode Nova Matriz ou Novo Analito ........................................... 84

    Parte VI ...................................................................................................85

    Aspectos Especficos da Validao de ProcedimentosAnalticos para as Diferentes Categorias de Analitos .................... 85

    VI.1 Resduos de Medicamentos Veterinrios ...............................85VI.2 Resduos de Praguicidas (Agrotxicos) ...................................89VI.3 Contaminantes Inorgnicos .................................................. 97VI.4 Micotoxinas .........................................................................112

    ANEXO I .....................................................................................................................127Clculos da Estimativa dos Parmetros da Regresso peloMtodo dos Mnimos Quadrados Ordinrios (MMQO) ............... 127

    ANEXO II ...............................................................................................131

    Qualidade do Ajuste e Verificao da Homoscedasticidadeou Heterocedasticidade da Resposta Instrumental naRegresso pelo MMQO ............................................................... 131

    ANEXO III ..............................................................................................139

    Avaliao dos Pontos Duvidosos, Aberrantes,Extremos (outliers) e Critrios de Aceitao para aLinearidade no MMQO .................................................................. 139

    ANEXO IV .............................................................................................. 141

    Avaliao da Incerteza de Previso da Concentrao doAnalito na Curva de Calibrao Clculo de Incertezade Calibrao no MMQO ................................................................141

    ANEXO V ............................................................................................... 143

    Planilhas de Clculos no Excel validado .........................................143

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    ANEXO VI ..............................................................................................145

    Clculo da Estimativa dos Parmetros da Regressopelo Mtodo dos Mnimos Quadrados Ponderados (MMQP) ......145

    ANEXO VII .............................................................................................149

    Qualidade do Ajuste e Verificao da Heterocedasticidadeda Resposta Instrumental na Regresso pelo MMQP ...................149

    ANEXO VIII ............................................................................................151

    Avaliao dos Pontos Duvidosos, Aberrantes, Extremos (outliers)e Critrios de Aceitao para a Linearidade no MMQP ...................151

    ANEXO IX ..............................................................................................153

    Avaliao da Incerteza de Previso da Concentrao doAnalito na Curva de Calibrao, Clculo de Incertezade Calibrao no MMQP .................................................................153

    ANEXO X ...............................................................................................155

    Glossrio: Definies, Vocbulos, Termos, Siglas e Abreviaes ..155

    ANEXO XI ..............................................................................................177

    Matrizes Representativas (Praguicida e Micotoxinas) ..................177

    ANEXO XII .............................................................................................179

    Planejamento Fatorial para o Estudo de Robustez .......................179

    Planejamentos Fatoriais Completos ............................................ 180Planejamentos Fatoriais Fracionrios .......................................... 190Critrios de Aceitao, Anlise dos Resultados dosPlanejamentos Fatoriais.............................................................. 195

    ANEXO XIII ............................................................................................205

    Referncias Normativas e Bibliogrficas ........................................205

    ANEXO XIV ...........................................................................................211

    Quadros Comparativos: Manual de Garantia da QualidadeAnaltica versusoutras Referncias Normativas ...........................211

    Quadros Comparativos ...................................................................212

    Abrangncia do Manual de Garantia da Qualidade Analticaem Relao aos Parmetros de Validao Preconizadospelas Principais Normas e Referncias Utilizadas ......................... 212

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    APRESENTAO

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    Apresentao

    Ao longo dos anos nos quais os laboratrios da rede do Minist-rio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa) tm conduzido seustrabalhos analticos, convivemos com diversos cenrios e perspectivas,enfrentamos vrios desaos, superamos inmeras adversidades e alcana-mos importantes vitrias.

    Contudo, nenhuma vitria foi to signicativa quanto a implanta-o dos conceitos referentes validao de mtodos de ensaio e garantiada qualidade analtica nos trabalhos do dia a dia da Rede Nacional de

    Laboratrios Agropecurios no que diz respeito rea de resduos e con -taminantes em alimentos.

    Durante muito tempo, os procedimentos de validao e da garantiada qualidade dos resultados caram dispersos, cada laboratrio possuin-do seus prprios procedimentos em face da vasta gama de guias e docu-mentos internacionais existentes.

    Com a publicao deste Manual de Garantia da Qualidade Analti-ca, o Mapa rene, em um nico documento didtico e elucidativo, a biblio-graa mais atual referente ao assunto, produzindo um guia de referncia

    de alto nvel que aponta as tendncias e vanguardas em relao ao controleanaltico de perigos qumicos.

    Este Manual tem por objetivo esclarecer e disseminar conceitos tec-nicamente consistentes, bem como instruir os laboratrios, de forma clarae didtica, sobre como realizar um estudo de validao passo a passo e im-plantar procedimentos de garantia de qualidade de resultados, de modoa permitir uma avaliao objetiva de seu prprio desempenho e de seusmtodos de ensaio.

    A implantao efetiva dos requisitos e orientaes constantes deste

    Manual no a maneira mais curta de se fazer as coisas, mas , sem dvi-da, a garantia inequvoca e inquestionvel da conabilidade, qualidade ecompetncia tcnica de qualquer laboratrio que o utilize.

    A todos os que se dedicaram, contriburam e se empenharam nosincontveis esforos de elaborao do Manual de Garantia da Qualida-de Analtica, agradecemos fortemente. Estejam certos de um trabalho

    bem feito.

    Angelo de Queiroz Mauricio

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    ANOTAES

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    PREFCIO

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    Prefcio

    O resultado de uma medio sempre usado para subsidiar algumatomada de deciso, seja ela a conformidade de um produto ou servio aalguma especicao, ao requisito de alguma norma nacional ou interna-cional ou obedincia a alguma lei. Essa tomada de deciso pode tambmconstituir o atendimento a algum contrato ou critrio interno ou externode qualidade.

    No entanto, o resultado de qualquer medio est sempre sujeitoa erros, sejam eles sistemticos ou aleatrios, os quais resultam na per-

    da de sua acurcia. Nesse sentido, necessrio que os laboratrios deensaios que realizam tais medies disponham de orientaes cientcase conceitualmente consistentes de como proceder para reduzir os errose aumentar a conabilidade dos resultados das medies, reduzindo-segradualmente os riscos da tomada de deciso. Particularmente no casodas medies analticas, so escassas as publicaes com essas orienta-es, especialmente em lngua portuguesa. Soma-se a isso o fato de queso muitas as divergncias conceituais e as desarmonias de vocabulriosentre as publicaes existentes, sendo que vrias no apresentam consis-tncia estatstica e metrolgica.

    Considerando a necessidade de se dispor de orientaes harmoni-zadas e cienticamente consistentes dentro do cenrio nacional de con-trole de resduos e contaminantes em alimentos, assim como a de atenders crescentes exigncias de qualidade dos resultados analticos de nossoscompradores internacionais de alimentos, o Ministrio da Agricultura,Pecuria e Abastecimento (Mapa), por intermdio da Secretaria de De-fesa Agropecuria (das) e da Coordenao-Geral de Apoio Laboratorial(CGAL), resolveu redigir e publicar este Manual de Garantia da Qualida-de Analtica. Ele foi elaborado em ampla consonncia com as mais recen-tes verses do Vocabulrio Internacional de Metrologia (VIM) e do Guiasobre Terminologia em Qumica Analtica do Codex Alimentarius CAC--GL72/2009, assim como com os requisitos das normas ABNT ISO/IEC17025/2005 Requisitos Gerais para a Competncia de Laboratrios de Ca-librao e Ensaio, ISO 11843-1/1997 Capability of Detection Part 1: Termsand Denitions, ISO 11843-2/2000 Capability of Detection Part 2:Methodo-logy in the Linear Calibration Case, e srie ISO 5725 Accuracy (Trueness andprecision) of method measurements and results.

    Assim, o presente Manual foi idealizado e concebido visando for-necer referncias conceituais consistentes e pormenorizadas dos critriosanalticos que devem ser observados pelos laboratrios da Rede Nacionalde Laboratrios Agropecurios que prestam servios ao Plano Nacional de

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    Controle de Resduos e Contaminantes (PNCRC) em Produtos de OrigemAnimal e Vegetal. Entretanto, esta obra no se circunscreve somente aoslaboratrios que trabalham com a determinao de resduos e contami-

    nantes em alimentos, podendo ser aplicada em diversas reas da atividadeanaltica laboratorial.

    Elaborado para ser uma ampla fonte de informaes, o Manual deGarantia da Qualidade Analtica dividido em seis partes e 14 anexos,perfazendo um total de 20 sees.

    A Parte I apresenta os cuidados gerais que devem ser observadosem relao qualidade analtica das instalaes, ao recebimento e guardadas amostras e reagentes e ao desenvolvimento, otimizao e conduo doprocesso de validao dos procedimentos analticos.

    A Parte II, juntamente com os anexos nela citados, dene e descre-ve os procedimentos de estimao dos parmetros de validao para aavaliao do desempenho de um procedimento analtico, estabelecendoos critrios mnimos de aceitao que devem ser atingidos para que umdeterminado procedimento analtico seja considerado validado.

    A Parte III trata da realizao dos estudos de estabilidade, essencialpara que se possa garantir a qualidade do resultado analtico, estimando otempo mximo que uma amostra pode aguardar anlise sob determinadascondies ou por qual perodo de tempo uma soluo reagente pode serreutilizada sem comprometer o resultado analtico.

    A Parte IV contm informaes sobre a rotina analtica e os controlesde qualidade analticos que devem ser utilizados para monitorar as corri-das analticas, permitindo que o analista possa prover evidncias segurasde que o sistema analtico est operando sobre controle estatstico de qua-lidade, dentro de faixas consideradas adequadas ao propsito de uso.

    A Parte V descreve os procedimentos que devem ser observadospara a incluso de novos analitos ou matrizes em procedimento j valida-dos para outro(s) analito(s) e matriz(es).

    A Parte VI abrange as especicidades inerentes a quatro categoriasde analitos: 1) Resduos de Medicamentos Veterinrios; 2) Resduos dePraguicida (Agrotxico); 3) Contaminantes Inorgnicos; e 4) Micotoxinas.A proposta disponibilizar informaes minuciosas sobre a determinaodesses analitos de maneira concentrada, em uma nica seo.

    Em relao aos anexos, eles foram elaborados com a nalidade decomplementar as informaes apresentadas nas sees anteriores, facili-tando o entendimento e a utilizao deste Manual. Os anexos I a IX e XIItrazem os detalhes do tratamento estatstico, incluindo planejamentos fa-toriais, necessrios para extrair de forma convel as informaes contidas

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    nos resultados das medies, e subsidiam estatisticamente as tomadas dedecises nos nveis de conana desejados. O Anexo X traz um extensoglossrio dos termos usados no manual, auxiliando na sua leitura. Demospreferncia s denies constantes no Vocabulrio Internacional de Me-trologia (VIM) ou a aquelas do Codex Alimentarius. Os anexos XI, XIII eXIV apresentam, respectivamente, a bibliograa, uma relao de matrizesrepresentativas e quadros comparativos deste Manual com outros docu-mentos e normas nacionais e internacionais, permitindo uma avaliao desuas correspondncias e respectivas abrangncias.

    Por m, entendemos que este Manual congura-se como umaferramenta til a todos que atuam na rea analtica laboratorial, bemcomo a estudantes e pesquisadores. No entanto, nenhum documento completo e perfeito, assim, crticas e sugestes de melhoria sero sem -pre bem-vindas, para que possamos promover o seu contnuo aprimo-ramento em edies futuras.

    Marcelo Cludio Pereira

    Welington Ferreira de Magalhes

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    ANOTAES

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    PARTE 1Introduo e Requisitos Gerais

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    Parte I

    Introduo e Requisitos Gerais

    I.1 Objetivo

    Este Manual foi elaborado com o objetivo de estabelecer parme-tros e critrios de aceitao aplicveis validao de mtodos analticose rotina analtica dos laboratrios pblicos e privados que pertencemou desejam pertencer Rede Nacional de Laboratrios Agropecurios,credenciados ou autorizados a realizar anlises para o Plano Nacional deControle de Resduos e Contaminantes.

    A validao dos procedimentos analticos, segundo os requerimen-tos deste Manual, visa garantir a qualidade metrolgica dos resultados ana-lticos, conferindo-lhes rastreabilidade, comparabilidade e conabilidade.

    I.2 Responsabilidades

    Os parmetros e critrios descritos neste documento devem serobservados por todos os laboratrios pertencentes Rede Nacional deLaboratrios Agropecurios, credenciados para determinao de resdu-

    os e contaminantes em produto de origem animal e vegetal.

    O laboratrio que pretenda solicitar credenciamento ou ampliaode escopo, na rea de resduos e contaminantes, tambm deve atender aosrequerimentos presentes neste Manual.

    Alteraes nos procedimentos, parmetros e critrios estabelecidospodero ser necessrios devido especicidade de determinados procedi-mentos analticos ou peculiaridade do laboratrio. Nestes casos, modica-es podero ser consideradas desde que sejam adequadamente justica-das, garantindo sua consistncia cientca e conceitual com os princpios

    deste Manual e o no comprometimento da rastreabilidade, da compara-bilidade e da conabilidade dos resultados analticos gerados.

    I.3 Evitando Contaminao

    O laboratrio e as reas ans (recepo, armazenamento de amos-tras, armazenamento de reagentes, lavagem de vidrarias e instrumentos,sala de preparo e extrao, descarte em geral) necessitam ser planejadostendo em vista diminuir ao mximo a possibilidade de contaminaes.

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    Procedimentos operacionais devem ser escritos de forma a padro-nizar todas as operaes realizadas, contemplando desde a recepo dasamostras at a emisso dos resultados. Sempre que possvel, o uxo deamostras, instrumentos, reagentes e vidrarias deve ser unidirecional.

    Reagentes e solues de altas concentraes devem ser manipula-dos em locais distintos daqueles onde so preparadas as solues de baixaconcentrao. Na impossibilidade deve ser demonstrada, por intermdiode controles, a ausncia de contaminao cruzada.

    Especial ateno deve ser dispensada ao sistema de exausto utiliza-do, de forma a minimizar os riscos de contaminao.

    O controle de insetos e roedores, no laboratrio e em suas pro-ximidades, somente poder ser efetuado se devidamente autorizado

    pelo responsvel do laboratrio e deve ser feito sob seu controle, depreferncia, sem a utilizao de substncias qumicas volteis ou alta-mente impregnantes.

    Artigos de borracha, plsticos e lubricantes so fontes frequentesde interferncia e devem ser usados com cautela. Quando necessrio, oselamento de recipientes deve ser feito com PTFE Politetrauoroetileno(teon) ou silicone.

    I.4 Padres de Trabalho (Analticos),de Referncia e MRC

    Na validao devem ser utilizados materiais/padres de refernciacerticados e homologados pela Farmacopeia Brasileira ou outras insti-tuies competentes, nacionalmente ou internacionalmente reconhecidas.

    A utilizao de material/padro de trabalho permitida, desde queo material/padro de trabalho seja devidamente rastrevel a um material/padro de referncia, que por sua vez tenha sido calibrado com um Mate-rial de Referncia Certicado (MRC).

    Os MRC, materiais/padres de referncia, padres de trabalho(analticos) e demais padres devem ser armazenados em local seco, quan-do necessrio protegido da luz, de preferncia em baixas temperaturase sempre sob condies controladas e monitoradas, visando diminuir astaxas de degradao, contaminao ou perdas por evaporao. As condi-es de armazenamento prescritas pelos fornecedores dos MRC e demaispadres devem ser estritamente observadas.

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    I.5 Cadeia de Custdia de Padres deTrabalho (Analticos)

    Os padres de trabalho (analticos) devem possuir cadeia de cust-dia, para permitir total rastreabilidade sobre seu uso, qualidade, procedn-cia e origem.

    As seguintes informaes devem constar da cadeia de custdia:

    1. Cdigo de identicao (CAS);

    2. Identicao da substncia (IUPAC, DCB/DCI, nome comum);

    3. Procedncia;

    4. Origem;

    5. Prazo de validade;

    6. Pureza;

    7. Anlises suplementares;

    8. Quantidade adquirida;

    9. Quantidade utilizada e destinao;

    10. Quantidade restante;

    11. Responsvel pelas informaes.

    I.6 Preparao, Uso e Armazenamento deSolues Padro

    O processo de preparao das solues padro deve ser devidamen-te registrado, identicando os componentes e as respectivas quantidades.As solues devem ser devidamente rotuladas e datadas, acondicionadasem recipientes adequados e hermeticamente fechados, para evitar perdas

    de solventes volteis e contaminaes, e armazenadas temperatura ade-quada, se possvel entre 10C e -18C.

    A preparao das solues padro deve ser baseada em sua massa,usando balanas com resoluo de pelo menos 0,01 mg, deve-se evitar pe-sar massas de padres inferiores a 10 mg. A massa de tara (do recipiente depesagem) nunca deve ser inferior a 0,1 g, massa (carga) mnima de calibra-o das balanas analticas, que so balanas da classe I (Portaria Inmetro

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    n 236 de 1994), pois elas no podem ser calibradas abaixo de cem vezes asua diviso de vericao.

    Recomenda-se que logo aps o seu preparo e acondicionamento emfrasco adequado, as solues padro sejam pesadas. Recomenda-se queessa pesagem seja refeita antes e aps a utilizao de qualquer volume des-sas solues. As datas e valores dessas pesagens e os nomes dos tcnicosque prepararam ou utilizaram a soluo padro devem ser anotados paracontrole (cadeia de custdia).

    Solues padro estoque (de referncia) e de trabalho armazenadasdevem ser comparadas com solues recm-preparadas, para se averiguarse h diferenas nas concentraes e, dessa forma, estabelecer o prazo devalidade de utilizao.

    O estabelecimento dos prazos de validade deve fazer parte dos pro-cedimentos de validao do mtodo analtico, caso o laboratrio opte portrabalhar com armazenamento de solues. Admite-se que a determinaodo prazo de validade seja conduzida de forma concorrente rotina analtica.

    O laboratrio, para preparo de solues padro, necessita ser clima-tizado e todas as operaes devem ser realizadas sob uma faixa de tempe-ratura previamente estabelecida.

    I.7 Reagentes e suas SoluesAs especicaes tcnicas dos reagentes analticos devem ser com-

    patveis com a nalidade de seu uso, de forma a evitar a ocorrncia decontaminaes e/ou interaes que venham interferir na qualidade dosresultados analticos.

    Os reagentes devem ser preferencialmente armazenados em suasembalagens originais, nas condies preconizadas pelo fabricante. O labo-ratrio deve manter controle efetivo sobre o estoque dos reagentes.

    I.8 Recepo, Armazenamento e Preparaode Amostras

    As amostras recebidas no laboratrio devem ser avaliadas em re-lao aos aspectos de inviolabilidade e adequabilidade do recipiente deconteno, identicao, conservao e quantidade encaminhada. Estan-do as amostras de acordo com os requisitos de recepo, elas devem ser

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    cadastradas e receber um cdigo, numrico ou alfanumrico, o qual serassociado, no mnimo, s seguintes informaes:

    1. Origem;

    2. Data de recepo;

    3. Estado de conservao;

    4. Quantidade;

    5. Tipo de amostra (especicao).

    Aps a recepo, as amostras devem ser encaminhadas para a pre-parao, antes da anlise, ou armazenadas de acordo com as suas peculia-ridades e requisitos especcos.

    I.9 Desenvolvimento e Otimizao doProcedimento Analtico

    O desenvolvimento e a otimizao de um procedimento analticono constituem sua validao e sim a precedem, como mostrado na Figu-ra 1. No entanto, quando feito pelo laboratrio, essas atividades trazemmuita expertise na execuo do procedimento analtico e muitas informa-es teis para o planejamento e conduo da validao.

    A validao de um procedimento analtico sem sua prvia otimi-zao intralaboratorial pode resultar no no atendimento aos requisitosde validao, alm de perda de tempo, trabalho e recursos do laboratrio.

    A otimizao interna do procedimento analtico inclui as calibraesdos instrumentos de medies, a vericao (qualicao) da adequaodos instrumentos de medies e das instalaes do laboratrio ao proce -dimento analtico, bem como a vericao da adequao dos reagentes edemais insumos analticos, o treinamento dos analistas etc.

    Na otimizao do procedimento analtico feito um estudo dos

    efeitos dos diversos fatores experimentais que podem afetar o resulta-do analtico, procurando-se estabelecer as condies experimentais queproduzam um resultado com acurcia adequados ao propsito de uso doresultado analtico.

    O procedimento de otimizao pode usar os planejamentos fatoriaissequenciais, a metodologia de anlise de superfcie de respostas [4,14,29,30]ou os algoritmos ou mtodos SIMPLEX [4,29,30,37]. As informaes obti-

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    das durante a otimizao do procedimento analtico constituem um estu-do prvio de sua robustez.

    Quando for necessrio desenvolver um procedimento analtico parauma combinao analito-matriz (um dado analito em uma dada matriz) deinteresse, podemos iniciar por pesquisar se existe algum procedimento jdesenvolvido para aquele analito, ou outra substncia com propriedadesqumicas semelhantes, na matriz de interesse ou em uma matriz semelhan-te. Caso exista, usamos esse procedimento sem alteraes para a anlise deum MRC, ou uma amostra de controle, ou uma matriz branca forticada,da combinao analito-matriz de nosso interesse. Avaliamos ento a vera-cidade e a preciso, i.e., a exatido ou acurcia desse procedimento. Casoa exatido do procedimento original no atenda ao propsito de uso, pro-cedemos ento a alteraes desse procedimento, visando sua adaptao

    combinao analito-matriz de nosso interesse.Durante o desenvolvimento e a otimizao de um procedimento

    analtico, especial ateno deve ser dada a algumas de suas etapas, comodiscutido a seguir:

    1. No processo de extrao, digesto ou abertura a alquota deamostra utilizada deve ser totalmente desintegrada durante.Excetuando os casos onde isso no necessrio ou inapropria-do (e.g. determinao de resduos presentes em superfcies).

    2. Durante o processo de concentrao, especial ateno deve ser

    dada etapa de evaporao do solvente, devido ao fato de quealguns analitos podem ser perdidos por arraste. A temperaturade evaporao deve ser a mais baixa possvel e um pequenovolume de solvente, com alto ponto de ebulio, deve ser utili-zado de forma a minimizar o arraste. No se recomenda o usode corrente de ar, pela possibilidade de contaminao, oxidaoe introduo de umidade no sistema.

    3. A estabilidade do analito sob o processo de extrao, no extratoe sob a temperatura do injetor automtico deve ser considera-da e demonstrada durante o desenvolvimento do mtodo. Caso

    disponvel, a estabilidade do analito poder ser demonstradapor intermdio da apresentao de trabalhos cientcos publi-cados, os quais devero ser anexados ao dossi de validao.

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    I.10 Validao de Procedimentos Analticos

    A validao um estudo experimental e documentado que objetivademonstrar que o procedimento analtico avaliado adequado nalida-de proposta, de forma a assegurar a conabilidade dos resultados obtidos.

    essencial que a validao seja realizada sobre o procedimento ana-ltico exatamente da forma que ele ser executado na rotina do laboratrio.

    O planejamento, a preparao e a execuo da validao devem se-guir protocolos de validao detalhados contemplando:

    1. Adequao ao uso pretendido: nalidade e mbito de aplicao;

    2. Responsvel tcnico do projeto;

    3. Pessoal tcnico envolvido com as respectivas responsabilidades;

    4. Identicao das unidades, equipamentos/instrumentos uti-lizados;

    5. Procedimento Operacional Padro (POP) inicial de execuo doprocedimento analtico para pr-validao;

    6. Parmetros de desempenho e critrios de aceitao;

    7. Experimentos de pr-validao e de validao propriamente dita;

    8. Caractersticas de desempenho dos equipamentos/instrumentos;9. Qualicao dos materiais (padres, reagentes, amostras e al-

    quotas, entre outros);

    10. Realizao dos experimentos da pr-validao: dados (regis-tros) e concluso;

    11. Realizao dos experimentos da validao: dados (registros)e concluso;

    12. POP nal e denitivo para a execuo do procedimento analti-co na rotina;

    13. Relatrio nal de validao.

    Em se tratando de mtodo normalizado, os parmetros crticos (ve-racidade e preciso) devem ser avaliados com o intuito de demonstrar queos procedimentos preconizados atendem aos critrios de aceitao estabe-lecidos neste Manual.

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    Caso sejam realizadas alteraes no procedimento normalizado, avalidao dever ser conduzida na extenso necessria. No mnimo, osestudos de veracidade e de preciso devero ser realizados.

    Aps o trmino dos estudos de validao, o laboratrio deve deixarIMEDIATAMENTE DISPONVEIS (o que signica produzir e deixar cpiaimpressa pronta para ser entregue ao Mapa) os seguintes documentos, osquais comporo o chamado Pacote de Validao do laboratrio:

    1. O procedimento de validao empregado pelo laboratrio nosestudos, escrito na forma de POP ou documento padronizadodo laboratrio;

    2. O respectivo relatrio de validao. Neste relatrio devem es-tar claramente descritos os parmetros de validao estudados

    e os resultados obtidos, bem como uma avaliao sobre o cum-primento dos critrios de aceitao para cada um dos parme-tros estudados. Salienta-se que o relatrio de validao no seresume apenas aos dados brutos, razo pela qual se recomendaa utilizao do modelo de relatrio de validao estabelecidopela CGAL/SDA;

    3. Todos os dados brutos referentes a cada um dos ensaios e par-metros estudados durante a validao e constantes do respec-tivo relatrio.

    Um uxograma geral, mostrando as etapas de desenvolvimento eotimizao do procedimento, sua validao, utilizao na rotina de anli-ses e controle estatstico, mostrado na Figura 1.

    Em relao validao e garantia da qualidade de procedimentosanalticos, recomendamos a leitura e consulta das referncias bibliogr-cas [34] e [57] do anexo XIII as quais, por sua relevncia e amplitude,constituem-se em contribuies notveis a esta rea do conhecimento, bemcomo as referncias [10], [15], [16], [29], [33], [34], [35], [36] e [47].

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    Figura 1 Delineamento experimental, fluxograma das etapas bsicasde desenvolvimento, validao e controle na rotina de um procedi-mento de anlise qumica

    no

    Validao doprocedimento

    analtico otimizado.

    Utilizao doprocedimento

    analtico na rotina

    sim

    Desenvolver o procedimentoanaltico

    Procedimentosobre controleestatstico

    Procedimentovalidado

    sim

    INCIO

    Durante a rotina:1. Fazer controles

    peridicos comamostras decontrole.

    2. Construir cartasde controle.

    Procurar a causa da

    falta de controleestatstico doprocedimento

    Causa dodescontroleencontrada.

    Procedimentonovamente

    sob controle.

    sim

    nono

    Parar o uso doprocedimento na

    rotina.

    *Revercritrios

    de

    validao

    Otimizar o procedimentoanaltico

    sim

    FIM

    O procedimentoanaltico no pode

    ser usado na rotina

    Ver Figura 3

    Reotimizar oprocedimento

    analtico.

    Nota: *Desde que os critrios legais de aceitao estabelecidos sejam atendidos.

    Fonte: Adaptado das refs. [15, 34, 57, 58]

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    I.11 Condues do Processo de Validao

    A validao de um procedimento analtico constitui o primeiro nvele primeira ferramenta da garantia da qualidade de um sistema de quali-dade laboratorial. Os demais nveis do sistema de qualidade e suas fer-ramentas so o controle de qualidade interno, a participao em ensaiosinterlaboratoriais colaborativos e/ou de procincia, culminando com aacreditao do procedimento analtico validado (Figura 2 [34]).

    Para minimizar a carga de trabalho do processo de validao, reco-menda-se que seja adotado um planejamento cuidadoso e estatisticamenteconsistente, que permita combinar ensaios de forma a determinar diferen-tes parmetros de validao em um mesmo experimento. A Figura 3 mostraum uxograma alternativo para a conduo do procedimento de validao.

    Os experimentos de veracidade e preciso podem ser combinadosse um MRC ou outro material de referncia ou padro adequado for utili-zado nas anlises qumicas, para o levantamento desses parmetros.

    Se o laboratrio optar por determinar a repetitividade associada acada combinao de instrumentos analticos, analistas, entre outras; o con-

    junto desses dados tambm pode ser levado em considerao na estimaoda preciso intermediria (reprodutibilidade intralaboratorial).

    Figura 2 A validao de um procedimento analtico no contexto dosistema de gesto da qualidade de um laboratrio

    CREDENCIAMENTO

    Mapa

    Ensaios interlaboratoriais

    Cartas de controle

    Controle estatstico

    Resultado analtico

    confivel, rastrevel e

    comparvel

    Incerteza demedio

    Procedimento e

    sistema analtico. Escopo. Adequao

    ao propsito de uso

    Validao

    Fonte: Adaptado das refs. [34, 59].

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    Figura 3 Conduta do procedimento de validao: delineamento ex-perimental, fluxograma alternativo das etapas de validao

    CCAS: Estudo da Linearidade, Sensibilidade:

    INCIO

    Construir a curva de calibrao CCAS: obter as leiturasreplicadas da resposta

    instrumental em cada nvel dacalibrao

    MMQOsim

    no

    sim

    Testar a qual idade do ajuste (Ver Figura 5 )Decidir por ajuste de reta ou polinmio

    noContinuar usando asCCAS na validao

    e na rotina

    Usar as CCMBF ou as CCEMBFna validao e na rotina

    3

    sim

    Comparar a curva de calibrao no

    matrizada CCAS com a curva de calibraomatrizada CCMBF ou CCEMBF

    no

    MMQP

    Efeito dematriz

    significativo

    SELETIVIDADETestar efeito de matriz

    ou a incluso denova matriz

    Calcular os parmetros da regresso:a, b, sa, sbe cov (a,b)

    CCMBF ou CCEMBFRepetir o Estudo da Linearidade,

    Sensibilidade com curvas de calibraomatrizadas a matriz ou nova matriz a incluir

    Testar aHomocedasticidade

    Ver Figura 4 eAnexo II

    Fonte: Adaptado das refs. [34, 57]

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    3

    Calcular

    CC e

    CC ou

    LD

    FIM

    Estudo da Exatido:Determinao da recuperao com MRC ou com

    fortificao de matriz

    Estudo da Preciso de Repetitividade e/ouReprodutibilidade

    Replicaes do estudo de exatido

    Calcular CCe CCou LD

    Estimar a incerteza de medioUsar o mtodo Bottom-Up ou o mtodo Top-Down

    Calcular CCe CCou LDUsar os dados da curva de calibraoconjunta de trs dias e do clculo deincerteza, ou das 20 replicaes deanlises de fortificaes no LMR ou

    no LMDR

    Estudo de RobustezUsar um planejamento fatorial dostratamentos (fatores) que afetam o

    resultado da anlise ou umaabordagem clssica de variar um fator

    de cada vez

    sim

    no

    FIM

    3

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    PARTE 2Parmetros e Critrios de

    Aceitao de Desempenho deum Procedimento Analtico

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    Parte II

    Parmetros e Critrios de Aceitao deDesempenho de um Procedimento Analtico

    II.1 Nveis de Interesse Analtico

    Os parmetros e os critrios de validao aplicveis s determina-es dos analitos (resduos ou contaminantes) devem levar em conside-rao o nvel de concentrao de interesse, ou simplesmente o nvel deinteresse limite mximo permitido ou limite mximo de resduo (L) outeor mximo de contaminante (TMC) ou limite mnimo de desempenhorequerido (LMDR), ou o limite de quanticao (LQ) ou assemelhados no qual alguma deciso ser tomada.

    Para as substncias permitidas (toleradas), devem ser levados emconsiderao os Limites Mximos Permitidos (LMR ou TMC).

    Quando no houver LMR ou TMC denidos para os analitos permi-tidos, deve ser tomado como referncia o valor arbitrado estabelecido nasnormativas publicadas pela rea competente do Mapa.

    Para os analitos banidos ou proibidos, os laboratrios devem utilizar

    como referncia o Limite Mnimo de Desempenho Requerido (LMDR)estabelecido nas normativas especcas.

    Quando no houver LMDR denido para o mtodo de quanti-cao do analito banido ou proibido, deve ser tomado como referncia ovalor arbitrado estabelecido nas normativas publicadas pela rea compe-tente do Mapa.

    Alguns requisitos para tcnicas especcas como espectrometria demassas (EM) devem ser observados durante o processo de validao deum procedimento analtico.So apresentados, a seguir, critrios de desem-

    penho aplicveis tcnica de deteco por espectrometria de massas (EM).

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    II.2 Critrios de Desempenho Aplicveis Deteco por EM

    Os mtodos de espectrometria de massas (EM) so adequados comomtodos de conrmao, quando usados aps separao cromatogrca.

    A deteco por espectrometria de massas deve ser realizada com autilizao de tcnicas de EM, tais como: registro de espectro total de massa(varrimento total); monitoramento seletivo de ons (MIS) ou tcnicas EM/EM como monitoramento de reaes mltiplas (MRM) ou ainda EM/EMcombinadas com modos adequados de ionizao.

    Quando a determinao por EM for efetuada por meio de varrimen-to total, obrigatria a presena no espectro de no mnimo quatro ons com

    intensidades relativas 10% do pico base. Pelo menos quatro ons devematender ao critrio das tolerncias mximas permitidas de intensidades re-lativas de ons, expressas em porcentagem, conforme Tabela 1.

    Quando a determinao for efetuada no modo MIS, o on moleculardeve, de preferncia, ser um dos ons diagnsticos selecionados; estes nodevem ter exclusivamente origem na mesma zona da molcula. A razosinal/rudo para cada on diagnstico deve ser maior ou igual 3:1 e as in-tensidades relativas de ons devem estar de acordo com a Tabela 1.

    Tabela 1 Tolerncias mximas permitidas para as intensidades rela-tivas de ons utilizando diversas tcnicas analticas de espectrometriade massas

    Intensidade relativa(% do pico de base)

    CG-EM (IE)CG-EM (IQ), CG-EM/EM,

    LC/EM, CL-EM/EM(relativa)

    >50% 10% 20%

    20%-50% 15% 25%

    10%-20% 20% 30%

    10% 50% 50%

    Fonte: Deciso 2002/657/CE Quadro 4 [10].

    Deve-se vericar a variabilidade das intensidades relativas dos onsno padro de calibrao e amostras forticadas.

    Sempre que os fragmentos forem medidos com outra tcnica queno a do varrimento total, deve-se usar um sistema de pontos de identi-cao (Tabela 2).

    Um mnimo de quatro pontos de identicao requerido no casode conrmao de substncias proibidas e um mnimo de trs pontos deidenticao para substncias com Limite Mximo Permitido estabelecido.

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    Tabela 2 Pontos de identificao de acordo com a tcnica de espec-trometria de massas utilizada

    Tcnica de EM

    Pontos de

    IdentificaoObtidos por onEspectrometria de massas de baixa resoluo 1,0

    on precursor (espectrometria de massa de baixa resoluo) 1,0

    Produtos de transio (espectrometria de massas de baixa resoluo) 1,5

    Espectrometria de massa de alta resoluo 2,0

    on precursor (espectrometria de massas de alta resoluo) 2,0

    Produtos de transio (espectrometria de massas alta resoluo) 2,0

    Fonte: Deciso 2002/657/CE Quadro 5 [10].

    Obs.: Cada on s pode ser contabilizado uma vez. Nos produtos de transio esto includos os produtos desegunda e de terceira gerao.

    A CG-EM com a utilizao da ionizao por impacto eletrnico considerada uma tcnica diferente daCG-EM que utiliza a ionizao qumica.

    Diferentes analitos podem ser utilizados para aumentar o nmero de pontos de identificao apenas seos derivativos resultarem de reaes com mecanismos diferentes.

    A Tabela 3 apresenta exemplos de nmero de pontos de identica-o utilizando diferentes tcnicas analticas e suas combinaes (n = 1).

    Tabela 3 Pontos de identificao utilizando diferentes tcnicas anal-ticas e suas combinaes

    Tcnica (s) Fonte de Identificao Pontos de

    IdentificaoCG-EM (IE ou IQ) N n

    CG-EM (IE + IQ) 2 (IE) + 2 (IQ) 4CG-EM (IE) + CG-EM (IQ) (2derivativos)

    2 (Derivativo A) + 2 (Derivativo B) 4

    CL-EM N n

    CG-EM/EM 1 precursor + 2 ons produtos 4

    CL-EM/EM 1 precursor + 2 ons produtos 4

    CG-EM/EM2 ons precursores, cada um comum on produto

    5

    CL-EM/EM2 ons precursores, cada um comum on produto

    5

    CL-EM/EM/EM1 precursor, 1 on produto e 2 onsprodutos de primeira gerao

    5,5

    EM de alta resoluo N 2nCG-EM e CL-EM 2 + 2 4

    CG-EM e EM de alta resoluo 2 + 1 4

    Fonte: Deciso 2002/657/CE Quadro 5 [10].Nota: n = 1.

    Detectores seletivos utilizados em CG ou CL, tais como capturade eltrons (ECD), fotomtrico de chama (FPD), de nitrognio e fsforo(NPD), arranjo de diodos (DAD) e de fluorescncia (FL) s oferecem

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    seletividade limitada. Seu uso, mesmo em combinao com colunas dediferentes polaridades, pode fornecer somente evidncia confirmat-ria limitada.

    Essas limitaes podem ser aceitveis para os resduos frequente-mente encontrados, especialmente se alguns resultados forem tambmconrmados atravs de uma tcnica de deteco mais especca. Tais limi-taes no grau de conrmao devem ser mencionadas ao se apresentar osresultados da anlise.

    A Tabela 4 apresenta exemplos de mtodos adequados para anliseconrmatria de substncias.

    Tabela 4 Exemplos de mtodos adequados para anlise confirmatriade substncias

    Tcnica (s) CritrioCG ou LC e EM Se o nmero suficiente de ons monitorado

    CL/DAD Se o espectro UV caracterstico

    CL/FL Em combinao com outras tcnicas

    TLC bidimensional (espectro-fotometria)

    Em combinao com outras tcnicas

    CG/ECD, NPD, FPDApenas se combinado com duas ou mais tcnicasde separao*

    Derivatizao Se esta no for o primeiro mtodo de escolha

    CL/Imunograma Em combinao com outras tcnicas

    CL/UV/VIS (com comprimento

    de onda nico) Em combinao com outras tcnicasFonte: Codex Alimentarius Commission Discussion Paper Methods of Analysis for Residues of VeterinaryDrugs in Foods-Cx/Rvdf 10/19/60, April 2010.

    Nota: *Outros sistemas cromatogrficos (aplicando fases estacionrias ou mveis de diferentes seletividades)ou outras tcnicas.

    II.3 Curvas de Calibrao, Linearidade,Sensibilidade e Faixa de Trabalho (FT)

    Linearidade a capacidade de o mtodo produzir resultados direta-

    mente proporcionais concentrao do analito na amostra, dentro de umintervalo especicado.

    De uma forma mais geral, a linearidade a capacidade de o proce-dimento analtico produzir curvas de calibrao que podem ser adequada-mente ajustadas pela equao de uma reta (funo am).

    A sensibilidade do procedimento analtico principalmente deter-minada pelo gradiente, a inclinao da curva de calibrao. Se a curva decalibrao uma reta, a sensibilidade constante em toda a faixa de traba-

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    lho e determinada, principalmente, pela inclinao bda reta de calibra-o. Se a curva de calibrao no retilnea, ento a sensibilidade ser adeterminada principalmente pela derivada da curva de calibrao. Nestecaso, a sensibilidade varivel com a concentrao dentro da faixa de tra-

    balho. Um dos fatores que pode reduzir o tamanho da faixa de trabalho a reduo da sensibilidade (inclinao) da curva de calibrao em algumde seus extremos (o outro fator a incerteza de medio, como ser discu-tido na posteriormente na II.7.2). Por exemplo, se a curva de calibrao um polinmio de segundo grau com concavidade para baixo, ento asensibilidade diminui com o aumento da concentrao, e pode ocorrer queacima de uma dada concentrao a inclinao da curva se torne muito pe -quena, tendendo a zero, formando por exemplo um plateau. Nesse casopode ocorrer que a faixa de trabalho v do limite de quanticao (LQ), emunidades e de concentrao do analito na amostra de ensaio (no domnio

    da amostra de ensaio) at uma dada concentrao mxima, que ainda temincerteza de medio menor que a incerteza mxima aceitvel (Imax), mascuja sensibilidade se tornou inaceitavelmente pequena.

    Tendo em vista que o objetivo principal das anlises realizadas parao PNCRC avaliar se as amostras esto ou no violadas, a curva de cali-

    brao deve ser construda de forma que o limite mximo permitido seencontre preferencialmente prximo da regio central da curva de cali-

    brao, o centroide, ou prximo do baricentro, dependendo se a curva decalibrao homoscedstica ou heterocedstica, respectivamente.

    No caso de substncias banidas, o LMDR deve estar contempladona curva de calibrao.

    II.3.1 Procedimento de Estimao e Critrios de Aceitao daCurva de Calibrao e da Linearidade

    Trs so os tipos possveis de curva de calibrao que podemser elaboradas:

    1. CCAS Curva de Calibrao do Analito em Soluo: construdaa partir dos padres de calibrao do analito puro em solvente.

    Este tipo de curva de calibrao somente poder ser utilizado secomprovada a inexistncia do efeito de matriz.

    2. CCMBF Curva de Calibrao da Matriz Branca Forticada:construda a partir da matriz branca forticada com os padresde calibrao do analito puro.

    3. CCEMBF Curva de Calibrao do Extrato da Matriz BrancaForticado: construda a partir do extrato da matriz branca for-ticado com os padres de calibrao do analito puro.

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    De uma forma geral, o planejamento de elaborao da curva analti-ca deve contemplar os seguintes critrios:

    O nmero de nveis de concentrao das solues padro de calibra-o, designado por I, deve ser no mnimo cinco, I 5.

    Cada i-simo nvel de concentrao deve ter sua soluo prepara-da independentemente no mnimo trs vezes, J 3. Isso resultar em umnmero total Nxde solues de calibrao independente igual a Nx= I J.

    Cada uma das Nxsolues de calibrao deve ser medida (injetada,apresentada) no instrumento de medio analtica um nmero L de vezes.Isso resultar em um nmero total de leituras da resposta instrumentaligual a Ny= IJL =NxL. Se L = 1 ento Nx= Ny.

    1. O nmero total de respostas instrumentais Nydeve ser igual ousuperior a 30 (Ny 30).

    2. Todas as Ny leituras instrumentais devem ser feitas aleato-riamente.

    Dessa forma, as curvas analticas devem ser obtidas a partir de, nomnimo, cinco nveis (I 5) de concentrao, preferencialmente distribudosde forma equidistante, se as respostas instrumentais forem homoscedsticas.

    Todos os i-simos nveis de concentrao da curva de calibrao de-vem ser preparados em pelo menos trs rplica (J 3). Cadaj-sima rplicada i-sima concentrao deve ser lida (injetada, inserida, apresentada, co-locada) no instrumento de medio analtica no mnimo uma vez (L 1).

    As J replicatas de cada nvel de concentrao devem ser replicatasindependentes, e no somente subalquotas de uma mesma soluo de ca-librao. Isso signica que as J solues padro de uma mesma concentra-o devem ser preparadas independentemente e injetadas no instrumentode medio analtica L vezes cada (L 1).

    As leituras (medidas instrumentais das solues padro de calibra-o) devem ser feitas em ordem aleatria, inclusive as leituras das soluespadro de calibrao de mesma concentrao, adotando-se os devidos cui-dados para evitar contaminaes cruzadas.

    Os ajustes das curvas de calibrao nodevem ser forados a passarpela origem (pelo zero).

    Se os desvios-padro de repetitividade da resposta instrumental emcada nvel de concentrao (syi) da curva de calibrao no forem estatisti-camente iguais, sugerindo heterocedasticidade, signica que os dados da

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    calibrao devem ser tratados pelo Mtodo dos Mnimos Quadrados Pon-derados (MMQP) ver Anexo VI.

    No caso de homoscedasticidade podem ser usados ambos os M-todos dos Mnimos Quadrados Ordinrios (MMQO) ver Anexo I ou oMMQP. Observao: o MMQO um caso particular do MMQP, assim nocaso de homoscedasticidade ambos os mtodos levam ao mesmo resultado.

    No entanto, como o MMQO um caso particular do MMQP, a utiliza-o deste ltimo sempre correta e recomendada, eliminando, no caso, a ne-cessidade de se fazer o teste de homoscedasticidade da curva de calibrao.

    Em ambos os casos, os parmetros da reta de calibrao o inter-cepto e a inclinao devem ser estimados, assim como suas incertezas(desvios-padro), sa e sb, respectivamente, e a covarincia, ( )

    2cov ,

    abs a b= ,

    entre eles.

    A faixa linear de trabalho deve compreender os valores de LMRou LMDR por meio da equivalncia funcional estabelecida pela curvade calibrao.

    A avaliao dos parmetros ajustados da curva de calibrao, de suaqualidade e da linearidade deve ser conduzida conforme indicado do Ane-xo I ao Anexo VI e nos uxogramas das guras 4 e 5.

    Caso seja vericado que a curva de calibrao no estatisticamente

    bem representada por uma reta (funo am), pode-se proceder ao ajusteda curva de calibrao outras funes, incluindo os polinmios de ordemsuperior a um (curva de calibrao polinomial). Deve-se evitar polinmiosde graus altos. Polinmios de at terceiro grau devem satisfazer a quasetotalidade das situaes experimentais.

    A soluo analtica geral para a regresso de polinmios de grau um(reta), grau dois (parbola) ou graus maiores pelos mtodos dos MnimosQuadrados Ordinrios (MMQO) ou Ponderados (MMQP) ou Generali-zados (MMQG) envolve clculo matricial [29,31,48,49,50,51]. Ela maiscomplexa, mas perfeitamente factvel em qualquer computador pessoal.

    Com essa soluo analtica, alm de obter os valores dos parmetros ajus-tados, tem-se tambm a matriz das varincias e covarincias dos parme-tros ajustados. Os elementos dessa matriz so usados na lei de propagaodas incertezas para se estimar a incerteza de calibrao na concentrao doanalito interpolada na curva de calibrao.

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    Figura 4 Ajuste da curva de calibrao da resposta instrumental (RI)versusa concentrao das solues padro de calibrao. Procedimen-to para a escolha da regresso pelo MMQO ou pelo MMQP. Estimaodos parmetros de ajuste suas incertezas e covarincias. Avaliao daqualidade dos dados e do modelo ajustado por inspeo visual (grfi-ca) dos resduos e tratamento de valores extremos (esprios, duvido-sos, aberrantes, outliers) Continua na Figura 5

    MMQO RI = a + b xi

    Estimao do intercepto a, dainclinao b, dos desviospadro sae sb, da covarinciacov(a,b) e do Coef. Cor. Lin.r(yi,xi).

    Inspeo Visual dosDados e dos Grficos

    (Curva de calibrao e deresduo)

    Excluso de Dados(mximo 22,2 % do nmerooriginal de dados sem excluir

    nvel de concentrao)

    Sim

    No

    Homo-cedasticidade

    (= 0,05)

    Outliers(=0,05)

    Dados da Curva deCalibrao:Resp. Inst. vs. Conc.

    Falta deajuste

    Ajuste depolinmio

    No

    Sim

    No

    2

    No

    Reduzir a faixa de calibrao oualterar condies de deteco ou oprocedimento analtico.

    Sim

    1

    1

    INCIO

    MMQP RI = aw+ b

    wx

    i

    Estimao do intercepto aw, da

    inclinao bw, dos desvios padro s

    aw

    e sbw

    , da covarincia cov(aw,b

    w) e do

    Coef. Cor. Lin. rw

    MMQO ou MMQP

    RI = a + b xi + cx i2+ Estimao de a, b, c, dasvarincias s

    a, s

    b, s

    c, das

    covarincias cov(a,b), cov(a,c),cov(b,c), e do Coef. Cor. doajuste ou Coef. deDeterminao R = r(y

    i,y

    icalc).

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    Figura 5 Avaliao da qualidade do ajuste: Teste r para a linearidadeentre x e y no caso da reta. Teste de r para a linearidade entre y e y

    calc

    no caso de ajuste polinomial

    No

    Sim

    Ajuste da curva de

    calibraoadequado

    Sim

    No

    2

    RetaCalcular

    tR= t

    r ou t

    Rw= t

    rw Calcular tr ou trw

    Reduzir a faixa de calibrao oualterarcondies de deteco ou

    o procedimento analtico

    No Sim

    1

    Fim

    tRou t

    Rw> t

    ,t

    rou t

    rw> t

    ,

    II.4 Seletividade e Efeito Matriz

    A seletividade a extenso na qual um procedimento analtico podedeterminar analito(s) particular(es) em mistura(s) ou matriz(es) sem a in-terferncia de outros componentes de comportamento semelhante. Portan-to, a capacidade do procedimento analtico de discriminar entre a subs-tncia a analisar e substncias anlogas (ismeros, metablitos, produtosde degradao, substncias endgenas, componentes da matriz, isbarose componentes que possam gerar interferncia poliatmica, entre outras).

    A vericao da seletividade do procedimento analtico deve serrealizada a partir da comparao entre os sinais (resposta instrumental)advindos do processamento da matriz, do extrato/digerido da matriz for-ticada e do analito puro em solvente.

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    Algumas tcnicas instrumentais, como espectrometria de massas aco-plada cromatograa, podem ser altamente seletivas, garantindo uma iden-ticao inequvoca do analito e nenhum ou quase nenhum efeito de matriz.

    Efeito Matriz um estudo de seletividade que objetiva averiguarpossveis interferncias causadas pelas diversas substncias que compema matriz amostral, gerando, basicamente, fenmenos de diminuio ouampliao do sinal instrumental ou resposta instrumental.

    O estudo de efeito matriz no necessita ser realizado no caso de seutilizar uma curva de calibrao CCMBF E CCEMBF.

    II.4.1 Procedimento de Determinao do Efeito Matriz

    Preparar uma curva de calibrao CCAS com no mnimo cinco n-veis Ide concentrao (I 5), usando solues padro de calibrao, nomatrizadas, de analito puro em solvente puro.

    Analisar, usando a CCAS, amostras elaboradas no mnimo em trsnveis de forticao, de tal forma que o limite permitido se encontre pre-ferencialmente na regio central dos nveis. Um mnimo Jde seis rplicas(J 6) por nvel de forticao de:

    1. Analito em solvente puro (amostra no matrizada);

    2. Analito em matriz branca ou em extrato/digerido de matrizbranca (amostra matrizada).

    Aps as anlises replicadas dessas amostras matrizadas e no matri-zadas, realizadas usando a CCAS, proceder avaliao dos resultados dasconcentraes do analito obtidas nas vrias forticaes analisadas comoindicado a seguir.

    II.4.2 Procedimentos de Avaliao e Critrios de Aceitao doEfeito Matriz

    Utilizando os dados obtidos dos experimentos, usando a CCAS, deanlise do analito em solvente e dos extratos/digeridos de matriz bran -ca forticados: aplicar o teste F(Fischer-Snedecor), de homogeneidade devarincias, para vericar se as varincias das amostras no matrizadas ematrizadas podem ser consideradas estatisticamente iguais, em cada nvelide forticao.

    Para tanto, aplicam-se os seguintes clculos para cada nvel i deconcentrao (forticao), comparando-se amostras no matrizadas comaquelas matrizadas:

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    2,1

    2,2

    ,

    i

    i

    s

    calc i sF =

    (1)

    Onde:

    e so as varincias das sextuplicatas das amostras no ma-trizadas e matrizadas, em cada nvel de concentrao, com a maiorvarincia no numerador.

    Ao mesmo tempo, obtm-se o valor crtico tabelado de Fcrit,,ni1,ni2,com n

    i,1= ni,1 1 5 graus de liberdade no numerador e ni,2= ni,2 1 5graus de liberdade no denominador. Adotar um nvel de signicncia= 0,05 (5%) ou nvel de conana 1 = 0,95 (95%).

    Se em um dado nvel de concentrao io valor de Fcalc,ifor menorque o Fcrit,,ni1,ni2, as varincias desse nvel de concentrao podem serconsideradas iguais, ou seja, a matriz no tem efeito importante sobrea preciso do mtodo nesse nvel de forticao i considerado. Nessecaso, os desvios-padro desses dois grupos de anlises podem ser agru-pados e a igualdade das mdias dos dois conjuntos de amostras podeser testada com a distribuio tde Student: comparao das mdias deconcentrao do nvel i.

    Desse modo, calculam-se:

    1. e = mdias das concentraes do analito em amostras

    com matriz (extrato/digerido de matriz branca forticado) esem matriz (analito puro em solvente puro), respectivamente,em cada nvel de concentrao (forticao).

    2. si,1 e si,2 = desvios-padro das concentraes do analito no

    i-simo nvel de fortificao.

    3. O valor da estatstica tcalc,i

    :

    (2)

    Onde:

    ( ) ( )( )

    2 2

    ,1 ,1 ,2 ,22

    ,1 ,2

    1 1

    2

    i i i i

    i i

    n s n s

    s

    n n

    +

    =

    + (3)

    ni,1e ni,2= so os nmeros de replicatas nas amostras 1 e 2 (no ma-

    trizada e matrizada ou vice-versa).

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    O valor crtico tabelado de tcrit,,n obtido, para cada nvel i, apartir da tabela da distribuio de Student para (n

    i= ni,1+ ni,2 2) graus

    de liberdade e nvel de signicncia = 0,05 (5%) ou nvel de conana

    1 = 0,95 (95%).

    Se em um dado nvel de concentrao io valor de Fcalc,ifor maiorque o Fcrit,,ni1,ni2, as varincias no podem ser consideradas estatistica-mente iguais no nvel de forticao iconsiderado. Verica-se ento o efei-to de matriz com a distribuio tde Student, usando a seguinte equao:

    (4)

    Neste caso, para a obteno do valor crtico tabelado tcrit,,n, o n-mero de graus de liberdade para cada nvel i igual a:

    (5)

    Se o valor de tcalc,icalculado pela eq. (2)ou pela eq. (4), conforme ocaso, for menor que o tcrit,,n, pode-se concluir que a matriz no afeta oensaio no i-simo nvel de forticao.

    Se o valor de tcalc,i calculado pela eq. (2)ou pela eq. (4), conforme ocaso, for maior que o tcrit,,n, pode-se concluir que a matriz tem um efeitoestatisticamente signicante sobre o resultado.

    Para aceitao da no existncia de efeito matriz, no deve haverefeito matriz em nenhum nvel de concentrao das forticaes.

    II.4.3 Procedimento Alternativo para Determinao doEfeito Matriz

    Outro procedimento, mais simples, para vericar a existncia doefeito de matriz, consiste em comparar os interceptos e as inclinaes deum par de curvas de calibrao.

    As curvas de calibrao devem ser construdas a partir de soluesde calibrao de analito puro em solvente puro (CCAS) e de solues de

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    calibrao matrizadas obtidas da forticao de extrato/digerido de ma-triz branca (CCEMBF).

    Ambas as curvas de calibrao devem contar com no mnimo cinco(I 5) nveis de concentrao, um mnimo de trs (J 3) repreparos inde-pendentes das solues de calibrao e N

    y 30.

    As comparaes estatsticas dos pares de interceptos e inclinaesso feitas como mostrado na Parte V Ampliao do Escopo do Procedi-mento Analtico Validado: Incluso de Analito ou Matriz em ProcedimentoAnaltico Validado.

    Caso os resultados desses procedimentos indiquem a presena deefeito matriz, o analito deve ser quanticado na rotina, adotando-se umadas possibilidades a seguir:

    1. Usar solues de calibrao obtidas de material de refern -cia certificado.

    2. Usar solues de calibrao obtidas da matriz branca forticadaou extrato de matriz branca forticado com o analito.

    3. Promover mudanas no procedimento analtico de forma a eli-minar o efeito de matriz, alterando, por exemplo, o pr-trata-mento da amostra ou a separao do analito ou as condies e adeteco do analito.

    4. Analisar as amostras de ensaio pelo mtodo de adio.

    II.5 Veracidade/Recuperao

    O vocabulrio internacional de metrologia dene a veracidadecomo: grau de concordncia entre a mdia de um nmero innito de va-lores medidos repetidos e um valor de referncia.

    A veracidade a concordncia entre a mdia de um nmero su-cientemente grande de resultados de um ensaio e o valor de referncia

    aceito convencionalmente como verdadeiro.

    A veracidade est inversamente relacionada ao erro sistemtico ou correo ou ao fator de correo.

    A determinao da veracidade deve ser feita por intermdio deensaios de recuperao utilizando-se material de referncia certicado MRC. Caso no haja MRC disponvel, a determinao da recuperao deveser feita por intermdio de matriz branca forticada. Na falta de uma ma-triz branca pode-se usar uma amostra de ensaio com baixa concentraodo analito.

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    No se deve confundir a recuperao com a ecincia de extraoou de digesto da amostra. A recuperao mede a tendncia total do pro-cedimento analtico e, portanto, uma expresso de sua veracidade.

    A recuperao tem por objetivo corrigir o resultado da anlise doserros sistemticos oriundos dos efeitos de extrao ou digesto e das per-das advindas de todas as etapas da marcha analtica, realizadas at a lei-tura da resposta instrumental, tais como limpeza (clean-up), diluies oupr-concentrao, derivatizaes, secagens.

    Para corrigir o resultado pela recuperao, pode-se usar o fatorde recuperao, frec, cujo inverso o fator de correo de recuperao,FC

    rec= 1/f

    rec, e , portanto, um fator multiplicativo; ou usar uma correo

    de recuperao, Crec, que uma parcela aditiva.

    O fator de recuperao frec, ou o fator de correo da recuperaoFC

    recou a correo de recuperao C

    recdeve ser inserido na funo de me-

    dio (modelo de medio) ou equao do mensurando para ns da esti-mao da incerteza de medio, mesmo se a correo de recuperao nofor efetuada.

    II.5.1 Procedimento de Determinao da Veracidade/Recuperao

    Analisar seis rplicas de Material de Referncia Certicado (MRC)ou de matriz branca, antes e aps forticao com os padres de calibra -o, em no mnimo trs nveis de concentrao (alta, mdia e baixa).

    Para as substncias permitidas, os limites de interesse estabelecidos(LMR/TMC) devem se encontrar preferencialmente na regio central dosnveis de concentrao da curva de calibrao.

    Para as substncias banidas, o LMDR deve estar prximo ao MenorNvel Calibrado (MNC).

    Quando a recuperao obtida a partir de forticaes de matriz

    branca, o fator de recuperaofrec calculado pela equao:

    (6a)

    Onde:

    cf= teor medido aps forticao da matriz branca;

    cnf = teor medido na matriz branca no forticada, i.e., antesda forticao;

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    cad= teor do analito puro adicionado matriz branca.

    Quando a recuperao obtida a partir do uso do MRC, o fator derecuperao calculado por meio da equao:

    (6b)

    Onde:

    cmed= teor medido na anlise do MRC;

    cMRC= teor declarado no certicado do MRC.

    Dependendo se o estudo de determinao da recuperao foi feito

    com Matriz branca forticada ou com MRC, a correo de recuperao Crec calculada pelas seguintes equaes, respectivamente:

    (6c)

    (6d)

    Para corrigir o resultado usando o fator de recuperao, multipli-ca-se o resultado no corrigido pelo fator de correo de recuperao,igual ao inverso do fator de recuperao. Independentemente se o fatorde recuperao foi obtido atravs de forticao ou com MRC:

    FCrec

    = 1/frec

    ou FCrec

    = 1/frec,MRC

    (6e)

    Calcular o fator recuperao mdio e/ou a correo de recuperaomdia e o coeciente de variao (CV) em cada nvel de concentrao doestudo de veracidade/recuperao.

    II.5.2 Critrios de Aceitao da Veracidade/Recuperao

    A veracidade do procedimento analtico medida pela eq. (6a)ou

    eq. (6b)deve estar compreendida dentro de intervalos especicados pornorma, legislao especca, contrato com o cliente, ou na falta desses,especicados internamente no laboratrio ao redor de 100%, de acordocom as respectivas faixas de concentraes. Excepcionalmente, valoresfora das faixas especicadas podero ser aceitos desde que devidamen-te justicados.

    A Tabela 5 apresenta os critrios de aceitao para a veracidade,aplicveis anlise de resduos e contaminantes em produtos de ori-gem animal.

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    Tabela 5 Faixas de Aceitao do Fator de Recuperao acima e abaixode 100%

    Concentrao (C) Intervalos (%)

    c 1 mg/kg -50 % a +20%1 mg/kg < c < 10 mg/kg -30 % a +10 %

    c 10 mg/kg -20 % a +10 %

    Fonte: Deciso 2002/657/CE, Quadro 2.

    II.6 Preciso

    a estimativa da disperso de resultados entre ensaios independen-tes, repetidos de uma mesma amostra, amostras semelhantes ou padres,em condies denidas.

    As trs maneiras de express-la so por meio da repetitividade, dapreciso intermediria (ou reprodutibilidade interna ou reprodutibilidadeintralaboratorial) e da reprodutibilidade. Sendo que a reprodutibilidade deum procedimento analtico somente pode ser estimada mediante a participa-o de um ensaio interlaboratorial colaborativo (EC), raramente disponvel.

    II.6.1 Repetitividade

    a preciso intracorrida, ou seja, o grau de concordncia entre os

    resultados de medies sucessivas, efetuadas sob as mesmas condies demedio (ver denies no Anexo X).

    II.6.2 Preciso Intermediria ou ReprodutibilidadeIntralaboratorial

    Tambm denominada reprodutibilidade interna, refere-se preci-so intermediria avaliada sobre a mesma amostra, amostras idnticas oupadres, utilizando o mesmo mtodo, mesmo laboratrio, mas alterandoalgumas condies, tais como: dias de anlise, analistas, equipamentos e

    condies ambientais, entre outras, se necessrio.

    II.6.3 Procedimento de Determinao da Repetitividade

    Preparar e analisar um conjunto de amostras constitudas de ma-trizes brancas forticadas ou de MRCs, no mnimo em trs nveis de con-centrao, com as substncias a analisar, de tal forma que os limites per-mitidos se encontrem preferencialmente na regio central dos nveis deconcentrao e o LMDR seja contemplado, conforme se trate de substn-cias permitidas ou banidas.

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    Para cada nvel, a anlise deve ser realizada em, pelo menos, seisrplicas independentes.

    Calcular a concentrao determinada para cada amostra replicada.

    Calcular as concentraes mdias, os desvios-padro de repetitivi-dade (s

    r) e os coecientes de variao de repetitividade (%) das amostras

    forticadas em cada nvel de concentrao.

    II.6.4 Procedimento de Determinao da Preciso Intermediriaou Reprodutibilidade Intralaboratorial

    Preparar e analisar um conjunto de amostras constitudas de ma-trizes brancas forticadas ou de MRCs, no mnimo em trs nveis de con-centrao, com as substncias a determinar, de tal forma que os limitespermitidos se encontrem preferencialmente na regio central dos nveis econcentrao e o LMDR seja contemplado, conforme se trate de substn-cias permitidas ou banidas.

    Para cada nvel de concentrao, a anlise deve ser realizada em,pelo menos, seis rplicas independentes.

    Repetir estes passos pelo menos mais duas vezes em dias diferentes,variando sempre que possvel os operadores, os instrumentos, as condi-es ambientais, lotes de reagentes e solventes, entre outros fatores expe-

    rimentais. Assim o estudo da preciso intermediria constitui-se essen-cialmente de repetidos estudos de repetitividade em diferentes condiesexperimentais dentro de um laboratrio.

    Calcular a concentrao detectada para cada amostra replicada.

    Calcular a concentrao mdia, os desvios padro de reprodutibili-dade (s

    R) e os coecientes de variao para cada nvel de concentrao das

    amostras forticadas, combinando todos os resultados de cada nvel.

    II.6.5 Critrios de Aceitao da Preciso

    Em condies de repetitividade, o coeciente de variao deve tipi-camente situar-se abaixo de dois teros dos valores apresentados na Tabe-la 6 conforme a faixa de concentrao.

    No caso de anlises repetidas de uma amostra em condies de re-produtibilidade intralaboratorial, o coeciente de variao intralaborato-rial da mdia no deve exceder aos valores da Tabela 6.

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    Tabela 6 Critrios de Aceitao da Reprodutibilidade

    Concentrao (c) Coeficiente de Variao (CV) (%)c < 1 mg/kg 35

    1 mg/kg c < 10 mg/kg 3010 mg/kg c < 100 mg/kg 20

    100 mg/kg c < 1 mg/kg 15

    1 mg/kg c

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    o ou teor que pode ser quanticada com a maior incerteza aceitvel ouIncerteza Mxima Aceitvel (Imax).

    Portanto, para se determinar o LQ preciso estabelecer primeira-mente, seja por lei ou resoluo legal de organismo normalizador nacional,por norma nacional ou internacional, por acordo contratual ou informalcom o cliente ou, na falta das alternativas anteriores, por deciso internado laboratrio, qual a Imax para cada combinao analito-matriz do es-copo analtico. Essa abordagem por critrio ou baseada nos riscos.

    Para calcular o LQ usando a Incerteza Mxima Aceitvel, proce -de-se ao clculo da incerteza da medio analtica, conforme mostradona seo 8 Incerteza de Medio Analtica,da Parte II, para concentraescada vez mais baixas do analito, a partir do nvel mais baixo calibrado,at se encontrar a concentrao que atinge a Imax.

    Esse mesmo procedimento pode ser usado para estabelecer o limitesuperior de concentrao (csup,Imax), acima do nvel mais alto calibrado, apartir do qual a Imax ultrapassada. Lembrar que a incerteza de mediosempre aumenta medida que nos distanciamos do baricentro da curvade calibrao. Dessa forma possvel estabelecer uma faixa de trabalhousando critrios estatsticos e metrolgicos. Nesse sentido, a faixa de tra-

    balho (FT) estatisticamente denida pelo intervalo de concentrao den-tro do qual a incerteza de medio inferior ou igual Incerteza MximaAceitvel (Imax):

    LQ FT csup,Imax

    Os conceitos de limite de deciso e limite mnimo detectvel da vari-vel lquida de estado foram introduzidos pela norma ISO 11843 [24,25] como objetivo de propor um mtodo para determinar o limite a partir do qualum sistema de medio pode ser declarado diferente do seu estado bsico.

    II.7.3 Limite de Deciso (CC) e Capacidade de Deteco (CC)

    So parmetros denidos na Deciso 2002/657/CE [10] que medem

    o desempenho do procedimento analtico, levando em considerao a in-certeza da medio no nvel de concentrao no qual se toma alguma deci-so, o chamado nvel de interesse.

    II.7.4 Procedimento de Determinao do CC

    De acordo com a srie de normas ISO 11843 [24,25], os clculos doCCdevem ser realizados, preferencialmente, utilizando a curva de cali-

    brao adequada para o procedimento analtico, conforme escolha feita

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    nas sees 3 Curvas de Calibrao, Linearidade, Sensibilidade e Faixa de Traba-lho e 4 Seletividade e Efeito Matriz, da Parte II.

    II.7.5 Limite de Deciso (CC) para Substncias Permitidas (= 5%)

    Usando os dados dos pontos de trs curvas de calibrao, adequa-das ao procedimento analtico com nveis de concentrao em torno daconcentrao do limite denido (ver as sees 3 Curvas de Calibrao, Li-nearidade, Sensibilidade e Faixa de Trabalhoe 4 Seletividade e Efeito Matriz, daParte II) e medidas em trs dias diferentes, calcular:

    (7)

    Onde:

    CC: o valor da concentrao do analito correspondente ao CCnas unidades de concentrao do resultado nal.

    LMR: a concentrao do LMR nas mesmas unidades de concentra-o do resultado nal.

    ucLMR: a incerteza combinada na concentrao do analito no nveldo LMR, levando em considerao a incerteza de amostragem, se dis-ponvel; a incerteza de reprodutibilidade intralaboratorial; a incertezade recuperao e a incerteza de calibrao no nvel de concentrao

    do LMR obtida da curva de calibrao conjunta de trs dias.

    Para determinar ucLMR

    procede-se da seguinte forma:

    1. Construir uma curva de calibrao conjunta de trs dias, jun-tando em uma nica curva de calibrao todos os pontos de trscurvas de calibrao obtidas em trs dias diferentes, consecuti-vos ou no.

    2. Ajustar a essa curva de calibrao conjunta de trs dias a retade calibrao pelo MMQO ou MMQP, conforme necessrio (ver

    seo 3 Curvas de Calibrao, Linearidade, Sensibilidade e Faixade Trabalho, da Parte II, e Anexo I a Anexo IV ou Anexo VI aAnexo IX).

    3. Calcular ucalib

    usando uma ou outra das equaes eq. (A.IV.1a),eq. (A.IV.1b)ou eq. (A.IV.1c)do Anexo IV no caso de ajuste peloMMQO; ou as equaes eq. (A.IX.1a), eq. (A.IX.1b) ou eq. (A.IX.1c)do Anexo IX no caso de ajuste pelo MMQP. Nessas equa-es fazer x* = xLMR e y* = ycalcLMR. ycalcLMR a resposta instru-mental calculada para xLMR na curva de calibrao conjunta de

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    trs dias. Tambm os demais parmetros dessas equaes ointercepto, a inclinao, suas incertezas ou desvios padro e acovarincia cov(a,b) so aqueles obtidos na curva de calibra-o conjunta de trs dias.

    4. Calcular ucLMR= uc(canal) usando a eq.(15)como mostradano item 8.2 Clculo da Incerteza pela Metodologia Top-Down,da Parte II.

    5. Usar na eq.(15)urepro

    = sreproLMR

    .

    Caso o laboratrio no queira utilizar os dados da curva de calibra-o conjunta, poder utilizar o CCcalculado a partir dos resultados deanlise de pelo menos 20 matrizes brancas forticadas na concentrao doLMR, por tipo de matriz analisada no escopo do procedimento validado.

    Dessa forma, CCser calculado por:

    (8)

    Onde:

    sreproLMR

    : o desvio-padro amostral das concentraes determi-nadas dessa srie de 20 anlises no nvel de concentrao doLMR, em condies de preciso intermediria ou reprodutibili -dade intralaboratorial.

    Para obter sreproLMR, podem ser usados os dados do ensaio de repro-dutibilidade interna do laboratrio. A partir desses dados pode-se obterum modelo matemtico da reprodutibilidade intralaboratorial em funoda concentrao, por meio de um ajuste pelo mtodo dos mnimos quadra-dos (linha de tendncia no Excel).

    II.7.6 Limite de Deciso (CC) para Substncias Banidas (= 1%)

    Usando os dados dos pontos de trs curvas de calibrao adequa-das ao procedimento analtico, com nveis de concentrao em torno da

    concentrao do LMDR denido (ver as sees 3 Curvas de Calibrao,Linearidade, Sensibilidade e Faixa de Trabalhoe 4 Seletividade e Efeito Matriz,da Parte II), e medidas em trs dias diferentes, calcular:

    (9)

    Onde:

    CC: o valor de concentrao do analito correspondente ao CCnas unidades nais de concentrao do resultado nal.

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    uc0: a incerteza combinada na concentrao do analito no nvel de

    concentrao zero, levando em considerao a incerteza de amostra-gem, se disponvel; a incerteza de reprodutibilidade intralaborato-

    rial; a incerteza de recuperao e a incerteza de calibrao no nvelde concentrao zero, ou seja, o desvio-padro do intercepto obtidoda curva de calibrao conjunta de trs dias.

    Para determinar uc0procede-se da seguinte forma:

    1. Construir uma curva de calibrao conjunta de trs dias, jun-tando em uma nica curva de calibrao todos os pontos de trscurvas de calibrao obtidas em trs dias diferentes, consecuti-vos ou no.

    2. Ajustar a essa curva de calibrao conjunta de trs dias a reta

    de calibrao pelo MMQO ou MMQP, conforme necessrio(ver seo 3 Curvas de Calibrao, Linearidade, Sensibilidade eFaixa de Trabalho, da Parte II, e Anexo 1 a Anexo IV ou Ane-xo VI a Anexo IX).

    3. Calcular ucalib

    = saobtendo a raiz quadrada do valor da vari-

    ncia do intercepto obtida pela eq. (A.I.11)do Anexo I, no casode ajuste pelo MMQO, ou da eq. (A.VI.13), do Anexo VI, no casode ajuste pelo MMQP.

    4. Calcular uc0= uc(canal) usando a eq.(15) como mostrada no

    item 8.2 Clculo da Incerteza pela Metodologia Top-Down, daParte II. Usar na eq.(15)urepro

    = sreproLMDR

    .

    Caso o laboratrio no queira utilizar os dados da curva de calibraoconjunta, poder utilizar o CCcalculado a partir dos resultados de anlisede pelo menos 20 matrizes brancas forticadas na concentrao do LMDRou inferior o CCesperado, por exemplo, por tipo de matriz analisada noescopo do procedimento validado. Dessa forma, CCser calculado por:

    (10)

    Onde: s

    reproLMDR: o desvio-padro amostral das concentraes do analito

    dessa srie de 20 anlises no nvel de concentrao do LMDR ou in-ferior, em condies de preciso intermediria ou reprodutibilidadeintralaboratorial.

    Para obter sreproLMDR

    , podem ser usados os dados do ensaio de repro-dutibilidade interna do laboratrio. A partir desses dados, pode-se obterum modelo matemtico da reprodutibilidade intralaboratorial em funoda concentrao, atravs de um ajuste pelo mtodo dos mnimos quadra-dos (linha de tendncia no Excel).

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    II.7.7 Procedimento de Determinao do CC

    De acordo com a srie de normas ISO 11843 [24,25], os clculos doCC devem ser realizados, preferencialmente, utilizando os procedimen-tos da curva de calibrao adequada para o procedimento analtico, con-forme escolha feita nas sees 3 Curvas de Calibrao, Linearidade, Sensibi-lidade e Faixa de Trabalho e 4 Seletividade e Efeito Matriz.

    II.7.8 Capacidade de Deteco (CC) para SubstnciasPermitidas (= 5%)

    Uma vez calculado CCpara as substncias permitidas, usando osdados dos pontos de trs curvas de calibrao adequadas ao procedimentoanaltico, com nveis de concentrao em torno da concentrao do LMRdenido (ver as sees 3 Curvas de Calibrao, Linearidade, Sensibilidade eFaixa de Trabalho e4 Seletividade e Efeito Matriz) e medidas em trs diasdiferentes, calcular:

    (11)

    Onde:

    ucLMR: a incerteza padro combinada no nvel de concentrao

    do LMR da curva de calibrao conjunta de trs dias, cujo clculo mostrado anteriormente.

    De acordo com a Figura 3, na Deciso 2002/657/CE [10], na eq. (11), deve-ria aparecer u

    cCC, a incerteza padro combinada da concentrao do analito na

    capacidade de medio. Porm, seu valor, particularmente no MMQO, muitoprximo daquele de u

    xLMRque adotamos para simplicar o procedimento.

    De forma anloga, caso o laboratrio no queira utilizar os dados dacurva de calibrao conjunta, poder utilizar o CCcalculado a partir dosresultados de anlise de pelo menos 20 matrizes brancas forticadas na

    concentrao do LMR, por tipo de matriz analisada no escopo do procedi-mento validado. Dessa forma, CCser calculado por:

    (12)

    Onde:

    sreproLMR

    : o desvio-padro amostral das concentraes do analito des-sa srie de 20 anlises no nvel de concentrao do LMR, em condi-es de preciso intermediria ou reprodutibilidade intralaboratorial.

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    De acordo com a Figura 3, na Deciso 2002/657/CE [10], as ma-trizes brancas deveriam ser forticadas no CC cujo valor em geralmuito prximo do LMR. Na eq. (12)tambm deveria aparecer s

    reproCC, o

    desvio-padro de reprodutibilidade intralaboratorial na capacidade demedio. Porm seu valor, particularmente no MMQO, muito prximodaquele de s

    reproLMRque adotamos para simplicar o procedimento.

    Para obter sreproLMR

    podem ser usados os dados do ensaio de reprodu-tibilidade interna do laboratrio. A partir desses dados pode-se obter ummodelo matemtico da reprodutibilidade intralaboratorial em funo daconcentrao, por meio de um ajuste pelo mtodo dos mnimos quadrados(linha de tendncia no Excel).

    II.7.9 Capacidade de Deteco (CC) para SubstnciasBanidas ( = 5%)

    Uma vez calculado CC para as substncias banidas, usando os da-dos dos pontos de trs curvas de calibrao adequadas ao procedimentoanaltico, com nveis de concentrao em torno da concentrao do LMDRdenido (ver as sees 3 Curvas de Calibrao, Linearidade, Sensibilidadee Faixa de Trabalho e4 Seletividade e Efeito Matriz), medidos em trs diasdiferentes, calcular:

    (13)

    Onde:

    uc0: a incerteza combinada na concentrao do analito no nvel de

    concentrao zero, levando em considerao a incerteza de amostra-gem, se disponvel, a incerteza de reprodutibilidade intralaborato-rial, a incerteza de recuperao e a incerteza de calibrao no nvelde concentrao zero, ou seja, o desvio-padro do intercepto, obtidoda curva de calibrao conjunta.

    Para determinar uc0procede-se da seguinte forma:1. Construir uma curva de calibrao conjunta de trs dias, jun-

    tando em uma nica curva de calibrao todos os pontos de trscurvas de calibrao obtidas em trs dias diferentes, consecuti-vos ou no.

    2. Ajustar a essa curva de calibrao conjunta de trs dias a retade calibrao pelo MMQO ou MMQP, conforme necessrio (verseo 3 Curvas de Calibrao, Linearidade, Sensibilidade e Faixade Trabalho, da Parte II, e Anexo I a Anexo IV ou Anexo VI aAnexo IX).

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    3. Calcular ucalib

    = saobtendo a raiz quadrada do valor da vari-

    ncia do intercepto obtida pela eq. (A.I.11)do Anexo I, no casode ajuste pelo MMQO, ou da eq. (A.VI.13), do Anexo VI, no

    caso de ajuste pelo MMQP.4. Calcular u

    c0= uc(canal) usando a eq.(15) como mostrada noitem 8.2 Clculo da Incerteza pela Metodologia Top-Down, da Par-te II. Usar na eq.(15)u

    repro= s

    reproLMDR.

    Caso o laboratrio no queira utilizar os dados da curva de calibra-o conjunta, poder utilizar o CCcalculado a partir dos resultados deanlise de pelo menos 20 matrizes brancas forticadas na concentrao doLMDR ou inferior, o CC,por exemplo, por tipo de matriz analisada noescopo do procedimento validado. Dessa forma, calcular:

    (14)

    Onde:

    sreproLMDR

    : o desvio-padro amostral das concentraes do analitodessa srie de 20 anlises no nvel de concentrao do LMDR ouinferior, em condies de preciso intermediria ou reprodutibili-dade intralaboratorial.

    De acordo com a Figura 3, na Deciso 2002/657/CE [10] as ma-trizes brancas deveriam ser forticadas no CC cujo valor em geralmuito prximo e abaixo do LMDR. Tambm, na eq. (14)deveria apare-cer s

    reproCC, o desvio-padro de reprodutibilidade intralaboratorial na

    capacidade de medio. Porm seu valor, particularmente no MMQO, muito prximo e maior que aquele de s

    reproLMDR, que adotamos para

    simplicar o procedimento.

    Para se obter sreproLMR

    , podem ser usados os dados do ensaio de repro-dutibilidade interna do laboratrio. A partir desses dados pode-se obterum modelo matemtico da reprodutibilidade intralaboratorial em funo

    da concentrao, mediante um ajuste pelo mtodo dos mnimos quadra-dos (linha de tendncia no Excel).

    II.7.10 Critrios de Aceitao do CCe CC

    CC e CC devem ser inferiores ao Limite Mnimo de DesempenhoRequerido (LMDR), no caso de substncias banidas.

    Para as substncias com LMR denidos, CC e CC so sempremaiores que o L