jornal nov13

4
Jornal de Campanha - Eleições PED - Novembro 2013 Presidente: Beto Almeida 399 - Chapa: 499 No dia 10 de novembro milhares de filiados ao Partido dos Trabalhadores participarão do processo de eleição democrática – PED – que renovará as direções dos diretórios nacional, estaduais e municipais. É uma boa opor- tunidade para o PT refletir sobre que rumos deverá tomar diante das conjunturas que se apresentam nos planos federal e local. Trata-se de um enorme desafio que é defender nossas gestões, atacadas sem tréguas pela direita sedenta de retornar ao poder, mas reconhecer suas limita- ções – e como superá-las - diante das crescentes demandas de parce- las majoritárias da sociedade que reivindicam uma cidadania plena. A ascensão do PT ao governo federal provocou mudan- ças importantes na sociedade bra- sileira. Graças a políticas públicas inclusivas – crescimento real do salário mínimo, redução do desem- prego, criação do bolsa família, dis- tribuição de renda, ampliação do crédito etc – conseguimos retirar da miséria milhões de pessoas. Estas parcelas da população desejam agora desfrutar de outros direitos como saúde e educação públicas de qualidade universalizadas. Isso impõe uma redistribuição de renda e a destinação de recursos do fundo público para atender aos pleitos da maioria, o que contraria interesses privados cristalizados. Em que medida as alian- ças políticas que fizemos para assegurar a chamada governabili- dade e que asseguraram a inclusão de milhões de brasileiros não se tornaram agora empecilhos para avanços mais profundos? Persis- tindo com coalizões conservadoras não nos afastaremos dos anseios populares, expressos nas manifes- O jornalista Beto Almeida, candidato à presidência do PT-DF pela Chapa “Quere- mos de volta o PT de lutas”, pediu o fortalecimento demo- cracia interna no partido e que a agremiação volte às ruas onde nasceu, crie um jornal próprio e assuma o  debate do futuro do Distrito Federal de cara a cara com o povo, sendo porta-voz de suas reivindicações mais legíti- mas e fundamentais junto ao poder público. O discurso foi no dia 1 de outubro, na Sede Nacional do PT, no Ato de Lan- çamento da Chapa que concorre às eleições diretas para o Dire- tório Regional do partido. Almeida também defen- deu que o PT-DF faça cam- panha por um Plebiscito para que a população decida sobre a reativação da Ferrovia Luziânia -Brasília em apoio ao Governo Dilma que liberou recursos para a implantação de ferrovias no Centro-Oeste. Propôs que o PT assuma bandeiras popula- res como o fortalecimento da estatal Transportes Coletivos de Brasília (TCB), hoje esva- ziada, multiplicando sua frota; a construção da TV Pública do Distrito Federal, com base na estrutura do já existente Canal E, da Secretaria de Educação; e o destravamento da reforma agrária do DF, com base na agroecologia e em aliança com o cooperativismo, a agricultura familiar, os movimentos sociais e a juventude. Segundo Beto Almeida, “para fazer jus ao título de Patri- mônio Cultural da Humanidade, Brasília e o DF devem, também, construir um transporte coletivo público humanizado, baseado em trilhos; praticar a democracia na comunicação, fundando sua TV Pública, e partilhar a terra para esta não se transforme em trágico canteiro de veneno do agronegócio e sim, um jardim da agricultura familiar, fundada na agroecologia”. “Queremos de volta o PT de lutas” Chapa - 499 Beto Almeida, presidente do PT-DF - número 399 tações de junho, que só podem ser materializados caso  haja mudanças estruturais? Sobretudo, se nas várias instâncias institucionais da região, não se fala em consulta popular, e Orçamento Participativo. Aqui no Distrito Federal vencemos as eleições em 2010 lide- rando uma ampla coligação parti- dária. Nesses três anos observa-se um esforço do nosso governo em melhorar as condições de vida e tra- balho da população investindo em diversas obras nas áreas de saúde, educação, transporte, habitação etc e também valorizando as diversas categorias profissionais que com- põem o funcionalismo do GDF. Entretanto, a despeito de tudo isso, é preocupante a enorme rejeição do governo captada nas pesquisas de opinião pública. A que se deve isso? A política de comu- nicação do governo é falha e não consegue demonstrar o que vem sendo feito? O esforço em ativar uma TV Pública de Brasília, com os alicerces já montados, deve ser uma das prioridades. As alianças partidárias locais que dão sustenta- ção ao governo são amplas demais ao ponto de agregar partidos que fazem oposição ao governo Dilma – PPS – e deputados envolvidos em esquemas de corrupção como o caixa de pandora, fragilizando assim uma das principais bandeiras do partido que é a ética? As alianças pragmáticas – em detrimento das programáticas – não levam a um “vale tudo” eleitoral que depois, no governo, impedem a concretização de propostas históricas do partido? A diversidade ideológica de parti- dos da base aliada dificulta ações unificadas e articuladas das diversas secretarias, administrações, empre- sas e demais instâncias do governo? Debate com EMIR SADER: “Os 10 anos do PT no Governo” Dia 30 de outubro, às 18:30 horas, na Sede do PT Nacional. SCS, Edifício Toufic. EDITORIAL Desafios do PT-DF Renato Araújo

Upload: moyses-correa

Post on 20-Jun-2015

476 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal nov13

Jornal de Campanha - Eleições PED - Novembro 2013

Presidente: Beto Almeida 399 - Chapa: 499

No dia 10 de novembro milhares de filiados ao Partido dos Trabalhadores participarão do processo de eleição democrática – PED – que renovará as direções dos diretórios nacional, estaduais e municipais. É uma boa opor-tunidade para o PT refletir sobre que rumos deverá tomar diante das conjunturas que se apresentam nos planos federal e local. Trata-se de um enorme desafio que é defender nossas gestões, atacadas sem tréguas pela direita sedenta de retornar ao poder, mas reconhecer suas limita-ções – e como superá-las - diante das crescentes demandas de parce-las majoritárias da sociedade que reivindicam uma cidadania plena.

A ascensão do PT ao governo federal provocou mudan-ças importantes na sociedade bra-sileira. Graças a políticas públicas inclusivas – crescimento real do salário mínimo, redução do desem-prego, criação do bolsa família, dis-tribuição de renda, ampliação do crédito etc – conseguimos retirar da miséria milhões de pessoas. Estas parcelas da população desejam agora desfrutar de outros direitos como saúde e educação públicas de qualidade universalizadas. Isso impõe uma redistribuição de renda e a destinação de recursos do fundo público para atender aos pleitos da maioria, o que contraria interesses privados cristalizados.

Em que medida as alian-ças políticas que fizemos para assegurar a chamada governabili-dade e que asseguraram a inclusão de milhões de brasileiros não se tornaram agora empecilhos para avanços mais profundos? Persis-tindo com coalizões conservadoras não nos afastaremos dos anseios populares, expressos nas manifes-

O jornalista Beto Almeida, candidato à presidência do PT-DF pela Chapa “Quere-mos de volta o PT de lutas”, pediu o fortalecimento demo-cracia interna no partido e que a agremiação volte às ruas onde nasceu, crie um jornal próprio e assuma o  debate do futuro do Distrito Federal de cara a cara com o povo, sendo porta-voz de suas reivindicações mais legíti-mas e fundamentais junto ao poder público. O discurso foi no dia 1 de outubro, na Sede Nacional do PT, no Ato de Lan-çamento da Chapa que concorre às eleições diretas para o Dire-tório Regional do partido.

Almeida também defen-deu que o PT-DF faça cam-panha por um Plebiscito para que a população decida sobre a reativação da Ferrovia Luziânia-Brasília em apoio ao Governo Dilma que liberou recursos para a implantação de ferrovias no Centro-Oeste. Propôs que o PT assuma bandeiras popula-res como o fortalecimento da estatal Transportes Coletivos

de Brasília (TCB), hoje esva-ziada, multiplicando sua frota; a construção da TV Pública do Distrito Federal, com base na estrutura do já existente Canal E, da Secretaria de Educação; e o destravamento da reforma agrária do DF, com base na agroecologia e em aliança com o cooperativismo, a agricultura familiar, os movimentos sociais e a juventude.

Segundo Beto Almeida, “para fazer jus ao título de Patri-mônio Cultural da Humanidade, Brasília e o DF devem, também, construir um transporte coletivo público humanizado, baseado em trilhos; praticar a democracia na comunicação, fundando sua TV Pública, e partilhar a terra para esta não se transforme em trágico canteiro de veneno do agronegócio e sim, um jardim da agricultura familiar, fundada na agroecologia”.

“Queremos de volta o PT de lutas” Chapa - 499 Beto Almeida, presidente do PT-DF - número 399

tações de junho, que só podem ser materializados caso  haja mudanças estruturais? Sobretudo, se nas várias instâncias institucionais da região, não se fala em consulta popular, e Orçamento Participativo.

Aqui no Distrito Federal vencemos as eleições em 2010 lide-rando uma ampla coligação parti-dária. Nesses três anos observa-se um esforço do nosso governo em melhorar as condições de vida e tra-balho da população investindo em diversas obras nas áreas de saúde, educação, transporte, habitação etc e também valorizando as diversas categorias profissionais que com-põem o funcionalismo do GDF.

Entretanto, a despeito de tudo isso, é preocupante a enorme rejeição do governo captada nas pesquisas de opinião pública. A que se deve isso? A política de comu-nicação do governo é falha e não consegue demonstrar o que vem sendo feito? O esforço em ativar uma TV Pública de Brasília, com os alicerces já montados, deve ser uma das prioridades. As alianças partidárias locais que dão sustenta-ção ao governo são amplas demais ao ponto de agregar partidos que fazem oposição ao governo Dilma – PPS – e deputados envolvidos em esquemas de corrupção como o caixa de pandora, fragilizando assim uma das principais bandeiras do partido que é a ética? As alianças pragmáticas – em detrimento das programáticas – não levam a um “vale tudo” eleitoral que depois, no governo, impedem a concretização de propostas históricas do partido? A diversidade ideológica de parti-dos da base aliada dificulta ações unificadas e articuladas das diversas secretarias, administrações, empre-sas e demais instâncias do governo?

Debate com Emir SaDEr: “Os 10 anos do PT no Governo”

Dia 30 de outubro, às 18:30 horas, na Sede do PT Nacional. SCS,

Edifício Toufic.

EDITORIAL

Desafios do PT-DF

Renato Araújo

Page 2: Jornal nov13

2PT de Lutas

PT de Lutas

Queremos de volta o PT de lutas!

PrOPOSTaSE aÇÕES

1 – EDUCAÇÃO –  Propo-mos que o PT, com o apoio do SINPRO, da UNE e de  organi-zações populares, assuma o pro-grama “ANALFABETISMO ZERO” e convoque a militân-cia para apoiá-lo. Não é admis-sível que em um país que teve Paulo Freire e Anísio Teixeira, mundialmente respeitados, não tenhamos erradicado o analfabe-tismo, com a mesma simplicidade e contundência que países como a Venezuela, Bolívia e Nicarágua fi zeram em poucos anos, com a ajuda de professores cubanos, com o método “Yo si puedo”. Esta deve ser a bandeira priori-tária do PT.

2 – O PLEBISCITO DO TREM  –  A presidenta Dilma respondeu às manifestações libe-rando 1,4 bilhão de reais para obras de mobilidade no Centro-Oeste, incluindo a interligação

ferroviária entre Luziânia, Brasília, Anápolis e Goiânia. O PT-DF deve lavantar a bandeira da Volta do Trem, convocando um Ple-biscito para que a população do DF e entorno possa se expressar e criar  uma força política capaz desta virada indispensável para um transporte humano, efi ciente e seguro, de cara para o futuro.

3 –  TV PÚBLICA DO DF –  Realizado há um ano, o Comu-nica-DF, convocado pelo Gover-nador Agnelo Queiroz, decidiu pela criação de uma TV Pública do DF e pela instalação de um Conselho Distrital de Comuni-cação. Apesar da ampla maioria que o GDF tem na CLDF, tais decisões não foram encaminha-das. Propomos que o PT levante estas duas bandeiras e viabilize a instalação de uma TV Pública do DF com base nas estruturas do Canal E da Secretaria de Edu-

cação. Com recursos 100 vezes menor que o orçamento da Secre-taria de Comunicação, os mora-dores do DF poderiam contar com uma emissora democrática e informativa, em contraponto ao jornalismo de demolição do PT feito pelas TVs comerciais, que recebem graúdas verbas do GDF.

4 –  JORNAL DO PT  –  Exis-tem dezenas de jornais comuni-tários no DF hoje. Mas, nenhum deles é do PT. No primeiro ano de governo, Agnelo Queiroz apontou por meses seguidos, acu-sado de irregularidades, jamais comprovadas. Até que se defen-deu na CPI do Cachoeira.  Ali fi cou clamarosa a ausência de um jornal do PT, diário, massivo, democrático, popular, para infor-mar a população e desmontar este jornalismo de demolição ao GDF e ao PT, partido da preferência do povo brasileiro!

Kako Gráfi ca e Editora - SIBS Qd. 3 - Cj C - Lt 23/25

Vivemos em uma democracia, porém, é inegável que alguns setores sociais e econômicos resistem à reor-ganização do sistema político-eleito-ral brasileiro, visando a perpetuação de práticas políticas que em nada benefi ciam a cidadania. O sistema político-eleitoral brasileiro foi mol-dado para atender aos interesses do poder econômico, formando uma cultura política baseada no fi siolo-gismo, na desigualdade das disputas eleitorais, em detrimento do conte-údo programático dos partidos.

É fundamental a Reforma Política para: o fi nanciamento público exclusivo das campanhas, o voto proporcional misto, a fi delidade partidária, o fi m das coligações pro-porcionais e a ampliação da partici-pação direta da população na política. Cada um destes pontos aprofunda a relação entre a população e os parti-

dos, fortalecendo um modelo político programático baseado no projeto de cada partido e não na personalização das campanhas políticas.

Dilma e Lula fi zeram a sábia proposta do plebiscito sobre a Cons-tituinte Exclusiva para a Reforma Política, e o silêncio do próprio PT foi seguido por sabotagens públi-cas como a de Cândido Vacarezza. O ataque da direita golpista, ins-trumentalizando segmentos das manifestações de junho, tem como um dos baluartes a guerra judicial e midiática, contra a “corrupção” enfo-cando o chamado “mensalão”, pro-duto da ausência de uma Reforma Política no sistema político-eleito-ral brasileiro. Os parlamentares do PT devem pressionar o Congresso a retomar este debate.

Andrezza Xavier e Danielle Veloso

A Prefeitura de São Paulo, dirigida pelo PT, assinou o pri-meiro contrato com o MST para a compra de 990 tonela-das de arroz orgânico a ser con-sumidos na merenda escolar do município. Esta parceira Prefei-tura SP e MST benefi cia ampla-mente as cooperativas de sem-terras e também as crianças pau-listanas, com alimentos saudáveis, sem agrotóxicos. Por que o PT-DF não pro-põe o mesmo em Brasí-lia, onde o GDF pode-ria aplicar, de modo exemplar, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Coorde-nado pela CONAB?

O DF possui grande estoque de terras públicas aptas à Reforma Agrária e um grande contingente de trabalhado-res sem terra, o que facilitaria a implantação de um sistema de assentamentos rurais, com base em cooperativas, produzindo diretamente para a merenda escolar. Na ausência de proje-

tos assim, grandes extensões de terras estão sendo ocupa-das pelo agronegócio, transfor-mando o DF em monocultura de soja e com grande contami-nação ambiental pelo uso inten-sivo de agrotóxicos. É urgente que o PT convoque o debate sobre nova politica distrital de abastecimento, impulsionando a reforma agrária no DF e neces-

sária aliança cidade-campo!.

Propomos, também, que

o PT-DF debata a criação de Escolas de A g r o - E -cologia, tal

como existe no Paraná a

Escola Latioame-ricana de Agro-ecolo-

gia, apoiada pela Venezuela, o MST, a UFPR e Governo para-naense, fundada numa educação libertadora sobre os problemas essenciais da agricultura, Esta seria uma maneira construtiva de estabelecer o diálogo entre o PT-DF e os movimentos sociais do campo.

Helena Iono

Constituinte exclusiva para a reforma política

Por que não uma parceira GDF e o MST?

Passados 25 anos, a Constituição já foi modifi cada 80 vezes por meio da aprovação e promulgação de 74 propostas de emenda à Constituição (PECs). 01/02/1987. Pessoas em frente ao Congresso Nacional durante a instalação da Assembleia Nacional Constituinte.

Beto em visita ao Canal E da Secretaria de Educação-DF

Gilv

aldo

Bar

bosa

/CB/

D.A

Pre

ss

sem agrotóxicos. Por que o PT-DF não pro-põe o mesmo em Brasí-

de Alimentos (PAA), Coorde-nado pela CONAB?

sária aliança cidade-campo!.

também, que

no Paraná a Escola Latioame-

ricana de Agro-ecolo-

Page 3: Jornal nov13

PT de Lutas

PT de Lutas

3Queremos de volta o PT de lutas!

A política cultural defendida pelo PT, historicamente, sempre se pautou pela descentralização, demo-cratização do acesso e transparência na distribuição dos recursos públi-cos. Internamente, o partido não tem cumprido suas próprias orientações. O PT-DF não tem sequer um jor-nal regular capaz de fazer circular as ideias sobre a formação cultural de sua militância.

O partido, que possui recursos do fundo partidário e da arrecadação de seus filiados, não potencializa seu

orçamento para tarefas simples como manter um site atualizado. Não tem uma biblioteca para emprestar livros e contribuir para a formação política de seus associados.

Esse descompromisso se reflete na ação descoordenada da militância, que se sente órfã de direção e sem espaço para se expressar. Aqueles que estão vin-culados a um gabinete parlamentar têm acesso a algum debate, mas em geral confunde-se mandato com ação partidária.

No governo, o PT-DF não faz autocrítica. A situação calamitosa dos equipamentos públicos e a falta de políticas culturais foram ampla-mente denunciadas ainda no perí-odo da transição do governo Arruda/Rosso para o de Agnelo Queiroz. O governo do PT recuperou vários espa-ços (Catetinho, Panteão da Democra-cia, Cine Brasília), moralizou o Fundo de Apoio à Cultura (FAC) com os editais anuais, realizou o calendário oficial da cidade com eficiência, mas ainda faltam muitas ações previstas

no programa de governo. O governo dinamizou o Museu da República, mas manteve-o exatamente como recebeu enquanto estrutura. A Rádio Cultura FM até hoje não possui um Conselho de Programação. O PT-DF não produziu nenhuma avaliação desse período, nem mesmo um elo-gio. A impressão que se tem é que o partido só se preocupa com a ocupa-ção dos cargos.

Por Romário Schettino, militante do PT do Plano Piloto

No mês de março de 1.993, durante o programa cultural “Na Boca do Caixa”, no SCS, com ani-mação do mímico Miquéias Paz, começamos a discutir as propostas do Betinho no Sindicato dos Ban-cários do DF. Fundamos o primeiro Comitê da Ação da Cidadania Con-tra a Fome, a Miséria e Pela Vida no Brasil, antes do lançamento nacional, numa histórica cami-nhada entre a OAB e o Congresso Nacional, em junho do mesmo ano. Nas nossas discussões com a sociedade civil, naquele Sindi-cato Cidadão, elegemos o Lixão da Estrutural, para a implantação do projeto Fortalecimento Comu-nitário. Conseguimos conhecer e compartilhar propostas rela-tivas ao processo de trabalho e organização dos/das catadores/as que lá trabalhavam, suas aspira-ções, e entender onde e como des-tinávamos o lixo do DF. E, prin-cipalmente, propor e executar um

conjunto de ações que culmina-ram no primeiro projeto de Coleta Seletiva de Lixo do DF. Envol-vemos centenas de atores dentre estes: moradores do lixão, gente de embaixadas, empresários, pes-soal de outras secretarias como a de meio ambiente. E pudemos assistir, atônitos, os primeiros choques de vaidades das fragilidades humanas abortar uma boa ideia.

Passados 4 governos, dezenas de consultorias, uma biorremediação, diversas invasões orquestradas por pessoas das bases aliadas, muita pro-paganda e poucas resoluções; penso que é dada a conjuntura política para o PT discutir e modelar, conjuntamente, as estratégias para a organização da destinação dos resíduos sólidos e o fortalecimento das pessoas e comu-nidades envolvidas no último pólo da cadeia produtiva: a do lixo com a sua intrincada teia de relacionamentos.

José Ivan Mayer de Aquino

a dívida cultural do PT-DF

resíduos sólidos e pessoas frágeis

Contradições políticas do DF O SUS, nasceu de um movimento rebelde, contra-hegemônico, para cair no colo da promiscuidade público/privada. A ideia revolucionária de esquerda, construindo-o como um sistema público, universal, integral, igualitário e gratuito, deu lugar a um sistema com porta de entrada uni-versal, obstruída no meio e privativamente afunilada em sua saída.

A lógica do mercado, a visão do Especialista, fez prosperar os grandes empresários da Doença, coadjuvados e reforçados pelos Planos de Saúde; tudo isso intensificado no governo neoliberal do PSDB.

Os governos do PT, colocaram e fortaleceram vários programas importantes, mas não conseguiram reverter a lógica, enraizada em todo o sistema. O papel da esquerda, em especial do PT, é lutar pela desprivatização do SUS. Reforçar o papel do Estado, exigir função social do setor privado e não estabelecer parcerias.

Fortalecer, implantar e democratizar a participação popular, por meio dos conselhos paritários, nos níveis nacional, estadual, municipal e distrital; conselhos gestores em todas as unidades de saúde, com serviço de orienta-ção aos usuários, humanizando o atendimento. Transformar os hospitais universitários, em centros de excelência, articulando-os com o sistema.

Os movimentos sociais devem participar nos conselhos para reforçar os SUS em detrimento dos Planos Doença, lutar para o reforço, no financiamento e na implantação de um Plano de Carreira, Cargos e Salário, dos profissionais do SUS.

O Programa Mais Médicos, precisa ser apoiado, pois resgata a lógica de "Saúde" e a descentralização, municipalização e compro-misso social dos profissionais, já defendida na terceira conferência nacional de saúde, coordenada por Wilson Fadul, ministro da saúde do presidente João Goulart.

 Carlos Saraiva e Saraiva. 

DESPriVaTiZar O SUS

É possível ser governo e, ao mesmo tempo, reivindicar mudan-ças, criticar governantes?

Precisamos de um partido que não se misture com as práticas tradicio-nais do toma lá da cá, do pragmatismo, do jeitinho, que fazem das política essa coisa que não transforma nada nas suas raízes, que acomoda fazendo de conta que muda, mexendo na superfície. O país precisa de uma reforma política, de uma reforma tributária que faça quem tem mais pagar mais e quem tem menos pagar menos, ao mesmo tempo em que o poder público não abdique de

nenhum centavo de sua receita e, atra-vés de processos de controle público, como o orçamento participativo, des-tine cada centavo segundo as necessi-dades do povo, e não de acordo com a vaidade dos governantes ou da pressão de grupos econômicos. Precisa de uma reforma agrária de verdade e de uma reforma urbana.

Estes desafios afetam a popu-laridade da presidente ou do gover-nador?

Nas últimas três décadas, o PT secundarizou a vinculação aos movimentos sociais. Há um pro-cesso de burucratização que faz este partido de transformação, aos pou-cos, entrar em acomodação, o que o coloca também como objeto das crí-ticas das ruas. O povo quer mudanças muito mais profundas e amplas, para que o Estado funcione bem e melhor e não apenas para alguns. O PT pre-cisa ser sacudido de baixo para cima.

(Extrato da entrevista de Flávia Bemfica com Olivio Dutra, publicada pelo jornal Correio do Povo, 31-08-2013)“Precisa sacudir o PT debaixo para cima”

Olivio Dutra

Page 4: Jornal nov13

4PT de Lutas

PT de Lutas

Queremos de volta o PT de lutas!

Mauro di DeusServidor Público – Núcleo do PT no Congresso Nacional

“Esse PT que aí está não é o PT que era contra tudo isso aí. Não vejo mais a pala-vra SOCIALISTA na boca dos nossos governantes. Beto Almeida presidente do PT/DF pode mudar isso que aí está para melhor. Pela volta do velho PT de lutas.”

Helena IonoMilitante do Núcleo de Comu-nicação e Cultura (PT-DF), ex-

membro do Comitê de apoio ao PT na Itália

“Participo com a esperança de que o PT dinamize a batalha de ideias, que tome consciência de que Comunicação é arma fatal de vitórias ou derrotas cruentas, que recupere o tempo perdido, que construa urgentemente sua própria mídia e não se renda na batalha pela democratização dos meios de comunicação. Apoio Beto Almeida por ser um socialista convicto, lati-no-americano e internacionalista”.

Carlos CaridadePT Plano Piloto

“Na minha mili-tância desde 1981

sempre defendi um PT de lutas. Em alguns momentos até reconheço que fui um pouco radical, mas hoje compreendo que querer de volta um PT de Lutas é resgatar a nossa origem histórica. Beto Almeida para a pre-sidência do PT-DF representa esse desejo e aponta para continuarmos a construir nossos sonhos de uma utopia possível, um Socialismo com a nossa cara”.

Laurindo Lalo Leal FilhoSociólogo, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

“Estou no PT desde a sua fundação. O crescimento do partido e a sua chegada aos centros de poder não apagaram os compromissos com a transformação do país; sonho, bandeiras e ações dos seus fundadores que seguem presentes entre muitos dos nossos militantes. Um deles, desde sempre é o companheiro Beto Almeida, candidato a presidente do PT-DF. Meu apoio a sua candidatura representa a confiança de que com ele permanecem vivos os valores e os ideais que defendemos há mais de três décadas. Sua trajetória nos movimentos sociais e políticos, nacionais e latino-americanos, é uma prova incontestável desse compromisso”.

Venicio LimaJornalista, fundador e primeiro coordenador do Núcleo de Estudos

sobre Mídia e Política da UnB

“Conheço Beto Almeida desde os tem-pos da resistência ao autoritarismo militar na Universidade de Brasília nos idos da década de 70 do século passado. Ao longo do tempo Beto tem sido um batalhador incansável pelo internacionalismo, pela comunicação pública e por uma sociedade mais justa. Beto reúne todas as condições para liderar o necessário retorno do PT-DF aos compromissos e práticas históricas que justificaram sua criação em 1980”.

Por que um PT de Lutas?

“Saber o que é correto e não o fazer

é falta de coragem”. Confúcio

Os eleitores do DF se lembram de que o Governador Agnelo, no processo de sua cam-panha eleitoral, afirmou repetidas vezes: “Meu governo cuidará das pessoas”. Essa postura reacendeu na maioria a esperança e ele teve a maioria dos votos nas prévias do PT e, obviamente, nas eleições.

Essas pessoas, crédulas, esperavam que após sua posse, ele, o Governador, imediata-mente,  fizesse algo que mudasse, claramente, e para melhor, a vida de todas. Esperavam dele, por se mostrar fraterno e amorável, a promoção de uma mudança ética na política e outra, feita com muita vontade política e mobili-zação social, principalmente no que dissesse respeito a elevar o patamar de civilidade das relações sociais no DF, com autoridade, com firmeza, ao abrigo das leis. 

Esperavam que o governo Agnelo transformasse o Distrito Federal em exemplo de civili-

dade para todo o País e que essa passasse a ser a marca do DF, de tal modo e de maneira tão forte, que todos os cidadãos brasileiros soubessem que, na sua capital, as pessoas são educadas e solidárias.

Educação nas escolas e nas cidades sempre foi marca dos governos do PT. No entanto, a pouco mais de um ano para o tér-mino do mandato Agnelo – não é possível dizer mandato do PT - absolutamente nada foi feito nesse sentido. 

O problema de algumas autoridades é que elas não sabem o que o povo passa e não transitam por onde transita o povo. Por isso, não veem necessidade de inves-tir na educação da coletividade e, menos ainda, de  mediar as rela-ções sociais, expondo os cidadãos a seus algozes no trânsito, na polui-ção sonora e ambiental, para dizer o mínimo, tornando ausente a pro-teção do Estado.

Maria Lucia de Moura Iwanow

Governar Educando

Alisson Rafael de S. Lopes Ana Carolina Santos Santana NascimentoAndrea Pamella Medrado AraújoAndreza Silva XavierAntonio Alves de Siqueira JúniorAntonio Carlos do NascimentoAntonio de Lisboa Amâncio ValeAntonio Souza dos SantosBismarck Paiva Portuguez FelipeCamila Donato dos SantosCarlos Antonio Coutrim CaridadeCarlos Cirane NascimentoCarlos Saraiva e SaraivaCaroline Nascimento Pussa da SilvaCláudia de Oliveira BullosCláudio Antunes CorreiaColtilde Paiva de SouzaDanielle dos Santos Camilo VelosoDhara Cristiane de SouzaEdson Bezerra de SouzaEdvan Alves de OliveiraElaine Amâncio RibeiroErnani Xavier de AlmeidaFellipe Mendes PereiraFrancisca Paiva de SouzaFrancisco Almir de Oliveira BarrosGeni Chagas FerreiraGuilherme de Azevedo FrançaGustavo Henrique MarinhoHelena IonoInês BettoniIranita Cassimira GarciaIsabel Portuguez Souza FelipeJoão Domingos Paiva de SouzaJoaquina Portuguez MarinhoJosé Antônio de OliveiraJosé Aristóteles FelipeJosé Carlos da Silva SantosJosé Carlos das Neves

José Ivan Mayer de AquinoJosé Vasconcelos Campos de SouzaJosibel Rocha SoaresJucimeire Barbosa da SilvaLeida dos Santos Camilo VelosoLeonardo Max Santos NascimentoLeovane GregórioLindalva Souza SantosLuciana Custódio de CastroLuis Alberto Gomes MiguelLuis Domingos dos SantosLuis Guilherme Nascimento Pussa da SilvaLuíza Rodrigues PereiraMarco Aurélio BragaMaria da Glória Bomfim YungMaria do Carmo Souza dos SantosMaria Irene Lino de CarvalhoMaria Lúcia de Moura IwanowMaria Margarida Pinto CoelhoMaria Tameme SoaresMartha Guimarães Arantes SampaioMauro di DeusMônica Lúcia Rique FernandesNeide Nascimento da SilvaNeuza Silveira da CostaPaulo Celso Maistro SpolidórioPaulo Henrique Santana NascimentoRenata MarinhoRenata Minora de Menezes SousaRicardo Gonçalves de PachecoRoberto Liao JúniorRodrigo Rodrigues Costa e LimaRosilene Corrêa LimaRosimeire Portuguez de Souza BragaSamanta Portuguez de Souza GomesSebastião Honório dos ReisTiago de Oliveira TrindadeVanessa Garcia do NascimentoWillian Mendes do Nascimento

Membros da Chapa

PRESIDENTECarlos Alberto de Almeida

Queremos de volta o PT de lutas!