jornal da mediunidade leepp · contato do mundo espiritual superior com a terra. também, de nossa...

4
Impresso Especial 7317034806/2006-DR/MG LEEPP CORREIOS LEEPP LIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO” JORNAL DA MEDIUNIDADE UBERABA-MG INFORMATIVO ABRIL/MAIO/JUNHO ANO 2011 N.º 27 E D I T O R I A L Lançamentos COMUNICADO Comunicamos que, a fim de diminuir gastos com impressão e postagem, o "Jornal da Mediunidade" terá a sua tiragem reduzida, passando a ser enviado aos interessados através da Internet. Solicitamos aos que desejam continuar a recebê-lo que se cadastrem no e-mail: [email protected] A FALTA QUE CHICO FAZ Óbvio que Chico não poderia, encarnado, ter se demorado entre nós mais tempo do que o fez – 92 anos, 1 mês e 28 dias! Embora, nos seus últimos 5 anos sobre a Terra, prosseguir no corpo lhe fosse extremamente penoso, a verdade é que os Espíritos fizeram de tudo para mantê-lo por aqui pelo maior transcurso de tempo possível. Explica-se, no entanto, a sua longevidade e a sua abençoada luta para continuar na condição de Avançada Sentinela do Evangelho, nas bênçãos da Doutrina Espírita: é que, enquanto no corpo físico, com todas as suas limitações de saúde, a sua presença moral inibia a ação personalista dos que, gradativamente, foram se revelando tais quais são no Movimento Espírita. Certa vez, inclusive, Chico chegou a confidenciar a um amigo que, por incrível pareça, recebia vibrações por parte de adeptos do Espiritismo que desejavam a sua desencarnação – achavam que ele estava vivendo demais e sendo um obstáculo às suas ambições! Claro que os exemplos de vida por ele a nós deixados são inapagáveis marcas de luz sinalizando o caminho a quantos queiram trilhá-lo, em sua trajetória, com coerência e fidelidade aos Princípios abraçados. As obras de sua lavra psicográfica, em complemento à Codificação, constituem sublime legado de natureza doutrinária, sem precedentes na história da Mediunidade. A verdade, porém, é que Chico Xavier encarnado está fazendo muita falta para a multidão das pessoas sofridas que o procuravam em Uberaba e – cá entre nós – principalmente, para o Movimento, que, sem ele, ficou à mercê dos que, de maneira até aventureira, lhe disputam a liderança. Com a sua desencarnação, ocorrida há quase 9 anos (30 de junho de 2002), fechou-se aquele límpido “canal” de permanente contato do Mundo Espiritual Superior com a Terra. Também, de nossa parte, não hesitamos em dizer que, infelizmente, passamos a sofrer de irremediável orfandade... Cremos que uma doutrina tão jovem, quanto o Espiritismo, não pode prescindir de vultos do quilate moral de Chico Xavier, sob pena de a ela suceder o que sucedeu ao Cristianismo, que, quando se viu sem os seus verdadeiros pontos de referência espiritual, perdeu o rumo. — Baccelli, no livro “A Trajetória de um Médium”, basicamente, de que você trata? — Discorro sobre as minhas experiências na Doutrina, desde quando, dos 16 para os 17 de idade, me tornei espírita e passei a frequentar, aqui, em Uberaba, a Mocidade da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, onde, com muita alegria, estou há 42 anos. Com 10 anos de idade, no entanto, eu já trabalhava nas tarefas assistenciais da Casa, pois, trabalhando no armazém da, então, sua Presidente, D. Celeste, semanalmente, eu ia ao Mercado Municipal recolher verduras e legumes para a confecção da sopa fraterna que era distribuída aos domingos. Durante a semana, batendo de porta em porta, saía pelas ruas de Uberaba angariando sócios contribuintes para as atividades do “Bittencourt”. — Hoje, dia 3 de maio, o seu livro está sendo lançado nesta Casa... Como você se sente prestigiado por tantos amigos que aqui estão? — Imensamente feliz e com o sentimento do dever parcialmente cumprido. Porém ainda falta muito... Tudo que almejo é, um dia, poder dizer como Paulo, em sua Segunda Epístola a Timóteo, cap. 4, v. 7: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. Depois da Doutrina, a minha maior riqueza, dentro dela própria, são os meus amigos. — O seu livro trata de questões polêmicas? — Depende do que seja “polêmico” para as pessoas. Para mim, é um livro- verdade! Felizmente, eu não tenho essa preocupação de agradar e de fazer política no Movimento. Sou um espírita independente. Creio que não podemos mais ser omissos, qual no passado quantos de nós já fomos, quando nos responsabilizamos pelos desvios do Cristianismo. — Como você vê o Movimento Espírita na atualidade? — Com preocupação. Para mim, o verdadeiro Movimento Espírita, que é feito pelos centros, vai muito bem. Não obstante, o Movimento formalizado preocupa – justamente pela questão da política de bastidores. Tem gente muito bem intencionada dentro dele, mas, por enquanto, é “voto vencido”... Creio que precisávamos de um pouco mais de coragem para rompermos com as conveniências. Sob o pretexto de caridade, não podemos concordar com certos equívocos. — Baccelli, e Chico na sua vida?... — É tudo. Ele sempre me apoiava em tudo – me dizia muita coisa sobre o Movimento e as suas pretensas lideranças. Tenho comigo muita coisa guardada que, no momento oportuno, pretendo divulgar. Chico me ensinou a amar a Doutrina, que é guiada pelo Espírito da Verdade! Não concordava, em hipótese alguma, com o profissionalismo religioso e o elitismo, que, infelizmente, grassam em nosso meio e, por assim dizer, estão se institucionalizando. — Você não se preocupa com as críticas ao seu trabalho? — Absolutamente! Não perco uma só noite de sono por conta disto! A Doutrina é livre, eu sou livre! Quem quiser ser meu amigo assim, ótimo; quem não o quiser, paciência. Jamais tive a pretensão de agradar a todos. Vivo com a minha consciência e desencarnarei com ela. Sei que ainda erro muito, mas me esforço para não errar de maneira premeditada, como muita gente erra. — As suas considerações finais... — Rogo a Jesus que me auxilie a não partirmos desta vida com a culpa da omissão e, sobretudo, que, por misericórdia, não me deixe comprometer a Causa que nos é tão cara. Que Ele, nosso Divino Mestre, nos preserve de nós mesmos! Chico dizia o seguinte: “Se eu tiver que me desviar dos meus compromissos na mediunidade, traindo a confiança dos Bons Espíritos, peço a eles que me joguem debaixo das rodas de um carro...”. E N T R E V I S T A BACCELLI – 40 ANOS DE MEDIUNIDADE A FALTA QUE CHICO FAZ EDITORA TEL: (17) 3426-8590 Votuporanga-SP [email protected] DIDIER [email protected] EDITORA VINHA DE LUZ TELEFAX: (31) 2531-3200 (31) 3517-1573 CHICO XAVIER O MÉDIUM DOS PÉS DESCALÇOS

Upload: nguyenque

Post on 12-Oct-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · contato do Mundo Espiritual Superior com a Terra. Também, de nossa parte, não hesitamos em dizer que, infelizmente, passamos a sofrer

ImpressoEspecial

7317034806/2006-DR/MG

LEEPP

CORREIOS

LEEPPLIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO”

JORNAL DA MEDIUNIDADE

UBERABA-MG – INFORMATIVO ABRIL/MAIO/JUNHO – ANO 2011 – N.º 27

E D I T O R I A L

Lançamentos

COMUNICADOComunicamos que, a fim de diminuir gastos com impressão e postagem, o "Jornal da Mediunidade" terá a sua tiragem reduzida, passando a ser

enviado aos interessados através da Internet. Solicitamos aos que desejam continuar a recebê-lo que se cadastrem no

e-mail: [email protected]

A FALTA QUE CHICO FAZ Óbvio que Chico não poderia,

encarnado, ter se demorado entre nós mais tempo do que o fez – 92 anos, 1 mês e 28 dias! Embora, nos seus últimos 5 anos sobre a Terra, prosseguir no corpo lhe fosse extremamente penoso, a verdade é que os Espíritos fizeram de tudo para mantê-lo por aqui pelo maior transcurso de tempo possível.

Explica-se, no entanto, a sua longevidade e a sua abençoada luta para continuar na condição de Avançada Sentinela do Evangelho, nas bênçãos da Doutrina Espírita: é que, enquanto no corpo físico, com todas as suas limitações de saúde, a sua presença moral inibia a ação p e r s o n a l i s t a d o s q u e , gradativamente, foram se revelando tais quais são no Movimento Espírita.

Certa vez, inclusive, Chico chegou a confidenciar a um amigo que, por incrível pareça, recebia vibrações por parte de adeptos do Espiritismo que desejavam a sua desencarnação – achavam que ele estava vivendo demais e sendo um obstáculo às suas ambições!

Claro que os exemplos de vida por ele a nós deixados são inapagáveis marcas de luz sinalizando o caminho a quantos queiram trilhá-lo, em sua trajetória,

com coerência e fidelidade aos Princípios abraçados.

A s o b r a s d e s u a l a v r a psicográfica, em complemento à Codificação, constituem sublime legado de natureza doutrinária, sem precedentes na h is tór ia da Mediunidade.

A verdade, porém, é que Chico Xavier encarnado está fazendo muita falta para a multidão das pessoas sofridas que o procuravam em Uberaba e – cá entre nós – principalmente, para o Movimento, que, sem ele, ficou à mercê dos que, de maneira até aventureira, lhe disputam a liderança.

Com a sua desencarnação, ocorrida há quase 9 anos (30 de junho de 2002), fechou-se aquele límpido “canal” de permanente contato do Mundo Espiritual Superior com a Terra. Também, de nossa parte, não hesitamos em dizer que, infelizmente, passamos a sofrer de irremediável orfandade...

Cremos que uma doutrina tão jovem, quanto o Espiritismo, não pode prescindir de vultos do quilate moral de Chico Xavier, sob pena de a ela suceder o que sucedeu ao Cristianismo, que, quando se viu sem os seus verdadeiros pontos de referência espiritual, perdeu o rumo.

— Baccelli, no livro “A Trajetória de um Médium”, basicamente, de que você trata?— Discorro sobre as minhas experiências na Doutrina, desde quando, dos 16 para os 17 de idade, me tornei espírita e passei a frequentar, aqui, em Uberaba, a Mocidade da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, onde, com muita alegria, estou há 42 anos. Com 10 anos de idade, no entanto, eu já trabalhava nas tarefas assistenciais da Casa, pois, trabalhando no armazém da, então, sua Presidente, D. Celeste, semanalmente, eu ia ao Mercado Municipal recolher verduras e legumes para a confecção da sopa fraterna que era distribuída aos domingos. Durante a semana, batendo de porta em porta, saía pelas ruas de Uberaba angariando sócios contribuintes para as atividades do “Bittencourt”.

— Hoje, dia 3 de maio, o seu livro está sendo lançado nesta Casa... Como você se sente prestigiado por tantos amigos que aqui estão? — Imensamente feliz e com o sentimento do dever parcialmente cumprido. Porém ainda falta muito... Tudo que almejo é, um dia, poder dizer como Paulo, em sua Segunda Epístola a Timóteo, cap. 4, v. 7: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. Depois da Doutrina, a minha maior riqueza, dentro dela própria, são os meus amigos.

— O seu livro trata de questões polêmicas? — Depende do que seja “polêmico” para as pessoas. Para mim, é um livro-verdade! Felizmente, eu não tenho essa preocupação de agradar e de fazer política no Movimento. Sou um espírita independente. Creio que não podemos mais ser omissos, qual no passado quantos de nós já fomos, quando nos responsabilizamos pelos desvios do Cristianismo.

— Como você vê o Movimento Espírita na atualidade? — Com preocupação. Para mim, o verdadeiro Movimento Espírita, que é feito pelos centros, vai muito bem. Não obstante, o Movimento formalizado preocupa – justamente pela questão da política de bastidores. Tem gente muito bem intencionada dentro dele, mas, por enquanto, é “voto vencido”... Creio que precisávamos de um pouco mais de coragem para rompermos com as conveniências. Sob o pretexto de caridade, não podemos concordar com certos equívocos.

— Baccelli, e Chico na sua vida?... — É tudo. Ele sempre me apoiava em tudo – me dizia muita coisa sobre o Movimento e as suas pretensas lideranças. Tenho comigo muita coisa guardada que, no momento oportuno, pretendo divulgar. Chico me ensinou a amar a Doutrina, que é guiada pelo Espírito da Verdade! Não concordava, em hipótese alguma, com o profissionalismo religioso e o elitismo, que, infelizmente, grassam em nosso meio e, por assim dizer, estão se institucionalizando.

— Você não se preocupa com as críticas ao seu trabalho? — Absolutamente! Não perco uma só noite de sono por conta disto! A Doutrina é livre, eu sou livre! Quem quiser ser meu amigo assim, ótimo; quem não o quiser, paciência. Jamais tive a pretensão de agradar a todos. Vivo com a minha consciência e desencarnarei com ela. Sei que ainda erro muito, mas me esforço para não errar de maneira premeditada, como muita gente erra.

— As suas considerações finais... — Rogo a Jesus que me auxilie a não partirmos desta vida com a culpa da omissão e, sobretudo, que, por misericórdia, não me deixe comprometer a Causa que nos é tão cara. Que Ele, nosso Divino Mestre, nos preserve de nós mesmos! Chico dizia o seguinte: “Se eu tiver que me desviar dos meus compromissos na mediunidade, traindo a confiança dos Bons Espíritos, peço a eles que me joguem debaixo das rodas de um carro...”.

E N T R E V I S T A

BACCELLI – 40 ANOS DE MEDIUNIDADE A FALTA QUE CHICO FAZ

EDITORA

TEL: (17) 3426-8590

[email protected]

DIDIER

[email protected]

EDITORAVINHA DE LUZ

TELEFAX:

(31) 2531-3200

(31) 3517-1573

CHICO XAVIERO MÉDIUM DOS PÉS DESCALÇOS

Page 2: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · contato do Mundo Espiritual Superior com a Terra. Também, de nossa parte, não hesitamos em dizer que, infelizmente, passamos a sofrer

Página 2 ABRIL/MAIO/JUNHOJORNAL DA MEDIUNIDADE

Maria Cristina Baracat

Márcia Queiroz Silva Baccelli

DEUS

Marcos R. Naitzk - Itatiba, SP

cura a dorHeráclito, filósofo grego,

contemplava o rio e via que tudo era rio...

Ele observou que não é possível entrar duas vezes, pois, segunda vez as águas serão outras: o primeiro rio não mais existirá...

Assim é a Vida, assim também o tempo, que flui sem parar.

É justamente neste mesmo tempo que passamos, perplexos, ante os dias que se vão resolutos.

O t e m p o e s v a i - s e paulatinamente, registrando as alegrias e as dores de tanta gente!

O tempo é apenas um fio... Nesse fio vão fluindo todas as experiências de amor por que passamos.

Um abraço de amigo, um bocejo de alegria, um sorriso de contemplação.

Tudo é vida a embalar a gente, no sossego do tempo que se esplendora.

Mas o tempo passa...As estações sucedem-se...E, depois do inverno, a

primavera volta...Mas indagamos: Onde está

Deus?

Este é um dos sintomas mais inquietantes.

Quando estamos felizes, não sentimos nenhuma necessidade Dele... e nos voltamos para Ele com gratidão e louvor, envolvendo-O de braços abertos. Porém, quando estivermos em desespero, quando tudo parece ter sido em vão, o que encontraremos?

Encontraremos o silêncio...Se a dor for muito grande, ela

pode nos afastar de a outras pessoas. Até de Deus!

S e i s s o a c o n t e c e r , provavelmente nos sentiremos mais sozinhos e amedrontados.

Mas a coisa mais importante que Deus nos concedeu para que o sofrimento nos faça crescer, em vez de nos derrotar, é a Sua presença.

Quando es t i ve rmos em aflições, voltemo-nos para Ele e peçamos sua Força.

Ele prometeu estar presente para nos sustentar em momentos de necessidade.

É assim que, por Ele, Deus nos cura a dor!

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Araras, SP: IDE, 2008, p. 41-42), explica-se sobre mundos superiores e inferiores, entre os quais há inumeráveis escalões.

Refiro-me ao tema para voltar ao tempo de criança e convido o leitor a refletir um pouco sobre o planeta Terra, sobre o qual temos a seguinte passagem: Em nosso mundo, temos a necessidade do mal para sentir o bem, da noite para admirar a luz, da doença para apreciar a saúde; nos mundos superiores, estes contrastes não são necessários; a eterna luz, a eterna beleza e a eterna serenidade da alma proporcionam uma eterna alegria, que não são perturbadas nem pelas angústias da vida material, nem pelo contato dos maus, que ali não têm acesso.

Na casa de minha avó materna, ouvia tudo ou quase tudo do que acontecia quando era criança. Até hoje, quando visito minhas tias, os mesmos móveis estão lá – provas vivas daquilo que presenciei. Até o sofá na copa, onde minha avó conversava com os filhos já casados que iam visitá-la, continua no mesmo lugar.

L e m b r o - m e t a m b é m d e l a conversando com meu tio-avô. Sentados à mesa, enquanto almoçavam, eu contava as pimentas que eles retiravam do vidro e amassavam com o garfo no prato. Meus olhos ardiam, só em pensar!

Esse antepassado sempre chegava com balas, chocolates, e eu corria com as mãos estendidas, para recebê-las. Depois pedia: “Cante aquela música”. Então, ele começava: “Havia uma barata na careca do vovô; foi assim que ela me viu, bateu asas e voou. Seu Joaquim, quirim-quim/ da perna tor-tá-rá-tá/ dançando só-só-ró-só/ com a Marico-tá-rá-tá!”

Mas a história não era só esta. Década de 1970, Ditadura Militar, meu tio, que era médico, trabalhava na Medicina Legal. Minha avó ouvia os desabafos de todos os filhos. Durante a visita, confidenciava: “Meu colega negou-se a dar um laudo sobre a morte de um estudante e foi demitido”.

Aos domingos, dias de visitas do tio mais novo com a esposa e filhos. Minha tia também trabalhava na Medicina Legal. Era o seu dia de confidência:

MEMÓRIA DE MENINA“Minha sogra, um estudante, um jovem aparentando uns 19 anos... Cheguei pra trabalhar mais cedo. Silêncio total. Nenhum colega de trabalho me preveniu. Entrei pelo corredor e fui surpreendida por um homem de negro, que saiu não sei de onde e sacou uma metralhadora para mim. Imagine o susto! Os pais do garoto vieram do Rio. Mostraram o retrato dele. Era um rapaz lindo, olhos claros. Não deixaram os pais verem o menino. Horrível!... O garoto tinha o rosto todo marcado de queimaduras de pontas de cigarro...”

Passados alguns dias, numa manhã aparentemente tranquila, minha avó me chamou: “Sente-se aqui”. Eu, obediente, sentei-me ao seu lado. Então, ela começou: “Se um dia, um velhinho, com ar de bonzinho, vier, conversar com você e oferecer balas, não aceite! E, se ele perguntar... ‘Seu pai é da ARENA ou do MDB?’ Responda que o seu pai é da ARENA (partido do Governo na época)”.

Minha imaginação de criança avistava um velhinho de negro, chapéu e bengala, sentado num banquinho, me fazendo perguntas sugeridas pela avó.

O tempo passou rápido. Seis horas da tarde, trânsito agitado, e, já com os meus 14 para 15 anos, atravessei a Afonso Pena, em frente ao Parque Municipal em Belo Horizonte, ouvindo as manifestações estudantis: Abaixo a Ditadura!

Curioso quando esses fatos retornaram à minha memória, depois de adulta, e meditei ao me recordar da “vidinha” de criança: um mundo, de acordo com a passagem de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de expiações e de provas. Como todos nós, em meu “mundinho”, desde a infância, sempre vivenciei a eterna luta entre o mal e o bem. Se, por um lado, me divertia com as brincadeiras, também não deixava de viver o lado triste, melancólico das pessoas que me rodeavam.

Meu tio-avô faleceu primeiro. Minha avó viveu muito. Chegou quase aos 100! H o j e , t o d a s e s s a s v o z e s m e acompanham, me visitam, quando eu escrevo, por exemplo este artigo. Estão vivas, ou melhor, todos estão lá, presentes em minha memória do tempo de menina.

DE “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” 928. Pela natureza especial das aptidões naturais, Deus indica,

evidentemente, a nossa vocação neste mundo. Muitos males não provêm do fato de não seguirmos essa vocação?

— Isso é verdade, e muitas vezes são os pais que, por orgulho ou avareza, fazem os filhos se desviarem do caminho traçado pela natureza, comprometendo-lhes com isso a felicidade. Mas serão responsabilizados.

DE “O LIVRO DOS MÉDIUNS” “O médium vidente julga ver pelos olhos, como aqueles que têm a dupla vista;

mas, na realidade, é a alma que vê, e é esta a razão pela qual eles veem tanto com os olhos abertos como com eles fechados...” (Cap. XIV – “Os Médiuns”).

DE “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” “Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má vontade para

convosco, vos deem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais.” (Cap. XXIV – “Não ponhais a candeia debaixo do alqueire”)

DE “O CÉU E O INFERNO” “— Pode o espírito evocado recusar-se a vir ao chamado que lhe é feito? — Perfeitamente; onde estaria o seu livre arbítrio sem isso? Credes que todos

os seres do Universo estejam às vossas ordens? (...)” (Cap. X – “Intervenção dos Demônios”)

DE “A GÊNESE” “Porém, ao mesmo tempo em que os maus partem do mundo que habitavam

são substituídos por espíritos melhores, vindos talvez da erraticidade desse mesmo mundo ou de um mundo menos adiantado que deixaram por merecimento, e para os quais sua nova residência é uma recompensa.” (Cap. XI – “Gênese Espiritual”)

DR. INÁCIOFAVORÁVEL AO ABORTO?!

[email protected]

No dia 17 de fevereiro passado, foi veiculado pela TV Mundi, o programa Simples Expressão, apresentado pelo irmão de ideal Alamar Régis e teve como tema Pinga-Fogo com Carlos Antônio Baccelli. O programa foi muito esclarecedor e enriqueceu nosso conhecimento pelos questionamentos e explicações apresentadas. Disponível no You Tube:http: //www.youtube.com/watch?v=Tw54eqiTuoy

Logo no início, uma questão apresentada me chamou a atenção, quando o consulente questiona o entrevistado se “Dr. Inácio Ferreira não é mais favorável ao aborto, conforme afirma no livro ‘Fala, Dr. Inácio!’”.

Embora o assunto tenha sido muito bem explicado pelo Carlos Baccelli, li e reli o livro mencionado e dei atenção redobrada ao trecho em que é tratado o assunto do aborto. O que é claro nesse livro é que ele transfere a decisão aos genitores, principalmente à mãe, mas em casos específicos como estupro e anencéfalo. É importante frisar que ele deixa claro ser contra o aborto indiscriminado.

Acredito ter havido entendimento equivocado, pois deixarmos as pessoas livres para decidirem o que elas querem fazer não significa sermos favoráveis com aquilo que elas estão fazendo.

“O Livro dos Espíritos” é claro nesta questão, e o aborto somente é permitido quando a vida da mãe está em perigo e sempre é considerado um crime, quando se transgride a lei de Deus. Ora, quantas vezes no dia transgredimos essa lei das

mais diversas formas?O Dr. Inácio nos chama a atenção

para termos cuidado quanto às nossas intransigências para com o próximo! Ele nos alerta para não julgarmos. Jesus, que é o exemplo máximo a ser seguido, em nada nos condena, assim como a Doutrina Espírita; nós, achando conhecer toda a verdade, é que saímos julgando e condenando a todos!

Estudando o capítulo 6 do livro “Cartas do Dr. Inácio aos Espíritas”, veremos claramente a posição contrária dele quanto ao aborto, mesmo em caso de estupro, mas ressalta que a decisão deve ser da genitora e não nossa, que nada temos a ver com a situação. Temos de esclarecer e orientar quanto aos prós e contra de cada situação, e é isso que a Doutrina Espírita faz. Como espírita, não me vejo impedido de fazer qualquer coisa, seja o que for, mas sei que terei que assumir as consequências.

Se analisarmos outro livro, “Chico Xavier Responde”, veremos nosso querido depoente tratando o mesmo assunto de igual maneira. Então Chico Xavier também é a favor do aborto? Claro que não! Apenas está nos deixando livres para escolhermos o nosso caminho.

T e m o s q u e r e f l e t i r n o posicionamento do Dr. Inácio, para não colocarmos um fardo pesado demais nos ombros alheios. É nosso dever orientar, esclarecer e deixarmos cada um decidir o seu caminho. Se é certo ou errado, acredito que caberá somente a Deus, um

Page 3: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · contato do Mundo Espiritual Superior com a Terra. Também, de nossa parte, não hesitamos em dizer que, infelizmente, passamos a sofrer

ABRIL/MAIO/JUNHO Página 3 JORNAL DA MEDIUNIDADE

As pessoas com pouco ou nenhum conhecimento da Doutrina Espírita veem o médium como um ser extraordinário, que se destaca exponencialmente do homem comum. Entendem que ele tem respostas para todas as perguntas e soluções para todos os problemas. Mas a realidade do cotidiano nos mostra que não é bem assim. O médium, como qualquer ser humano, tem suas limitações e dificuldades.

Kardec, de maneira justa, define o médium como uma pessoa, que sente num grau qualquer a influência dos espíritos. Neste sentido, todos nós somos médiuns. Entretanto, para dar maior clareza ao conceito, o Codificador esclarece que médium, na acepção do termo, é aquele cuja faculdade m e d i ú n i c a é o s t e n s i v a , b e m caracter izada e que pode ser comprovada. (O Livro dos Médiuns, cap. XIV)

Chico Xavier (1910-2002) é um exemplo de médium que se notabilizou pela autenticidade das comunicações que recebia dos espíritos e pela sua identificação com os valores expressos no Evangelho de Jesus. O discípulo de Emmanuel, durante toda sua trajetória na Terra, foi um exemplo de trabalho, disciplina e de obediência aos Espíritos Superiores. Médiuns existem na atualidade que são dignos de apreço e reconhecimento, pelo trabalho que desenvolvem em prol dos que sofrem a dor física e a dor moral. São eles que dão sustentabilidade ao Espiritismo, como Doutrina que educa e conforta.

A grande questão que se apresenta, quando surge um médium influente, são as pessoas que o procuram. Elas, em geral, querem soluções imediatas e precisas para seus problemas. Tudo deve vir pronto, como se nada tivessem que fazer. O médium não pode falhar.

Geraldo Ribeiro da Silva

Médium é gente!(Grupo Espírita “Batuíra”, SP)

Para elas, ele é um ser “divino”. Não compreendem que ele precisa estudar, para progredir intelectualmente; que trabalha para seu sustento pessoal e o de sua família; que adoece e, muitas vezes, carrega consigo doenças crônicas de difícil tratamento; que tem muitas preocupações; que necessita dormir, descansar, porém nem sempre isso lhe é plenamente possível; que precisa alimentar-se nas horas certas, mas, por vezes, este direito lhe é negado.

Para essas mesmas pessoas, o médium tem que estar disponível e conectado 24 horas com o Plano Espiritual Superior. Quando as coisas não dão certo, se decepcionam, reclamam e lamentam o tempo perdido. Em outras palavras, frustram-se. Depois da frustração, surge a crítica impiedosa, anunciando que o médium não é bom. Esquecem que ele é gente – gente como nós, que precisa trabalhar, pois não pode fazer da mediunidade um balcão de negócio. Jesus, que para ele é referência, já disse: Dai de graça o que de graça recebestes.

O médium também tem seus momentos de perturbações, de dificuldades e de provas; é falível, como t o d o s n ó s , s e r e s c o m u n s . A comunicação com os espíritos exige sintonia, harmonia e equilíbrio de todos os envolvidos no processo: médium, ambiente de trabalho e espírito comunicante. Se o médium é uma pessoa virtuosa, devemos entender que ele não possui todas as virtudes. Só Jesus foi e continua sendo o exemplo maior de perfeição que passou pela Terra. O médium, como todos nós, luta com muito esforço para abolir de si comportamentos viciosos e más tendências. É um trabalho austero, árduo e que exige muita vigilância e atenção. Daí o título do presente artigo: o médium é, antes de tudo, gente!

Infelizmente, temos tido notícias acerca do Movimento Espírita de desunião e desarmonia entre os seus seguidores e pretensos líderes.

É muita gente preocupada em desenvolver o potencial mediúnico, deixando de lado as tarefas em torno do Bem.

Todos querem pegar caneta ou lápis e p s i c o g r a f a r a s m e n s a g e n s d a Espiritualidade Amiga, no entanto são poucos os que se dispõem a pegar uma vassoura ou um espanador para limparem a Casa que frequentam.

Muitos pleiteiam participar das reuniões mediúnicas no trabalho de incorporação ou na conversação fraterna com os espíritos, todavia apenas alguns se p r o p õ e m d e s e n v o l v e r , q u i ç á , semanalmente, a lguma at iv idade voluntária de caráter desinteressado.

E o pior é que são justamente esses os que não fazem praticamente nada em torno do Ideal que julgam abraçar e buscam minar as forças daqueles quantos, imperfeitamente, tentam algo fazer.

Críticas e mais críticas, maledicência, preocupação excessiva com a vida alheia afloram dentro dos arraiais espiritistas...

Dentro deste assunto, recordamos o que Jesus nos disse, no Evangelho de Mateus, VII: 3-5: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão e não vês a trave em teu olho? Ou como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te de teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita! Tira primeira a trave de teu olho e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão”.

Temos o Mestre e necessitamos frisar que a Doutrina Espírita é, sim, um bálsamo

ESPIRITISMO E ESPÍRITASThiago Silva Baccelli

de luz; entretanto nós, espíritas, somos seres humanos comuns que erramos e acertamos como quaisquer outros.

Cada um faz o que pode dentro do respectivo raio de ação onde se encontra, aproveitando o tempo da melhor maneira possível!

Agora, chegamos a achar graça da cobrança que existe de certos espíritas – aludindo de maneira vil a uma suposta perfectibilidade – em relação a outros; afinal, o conhecimento que adquirimos já não seria suficiente para fazermo-nos preocupar com as próprias mazelas?!

Chico Xavier disse certa vez: “Se Allan Kardec tivesse escrito que ‘fora do Espiritismo não há salvação’, eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus, ele escreveu ‘Fora da Caridade”, ou seja, fora do Amor não há salvação’”.

E a c a d a d i a q u e p a s s a compreendemos melhor o que o nosso estimado irmão quis nos dizer...

O Amor é realmente o facho resplandecente que nos faz crescer e compreender o próximo e não a julgá-lo de forma ignominiosa.

É preciso que haja mais união e fraternidade em nossas fileiras, para que a Doutrina Espírita, na figura de Consolador Prometido, possa realmente beneficiar mais pessoas!

Ou será que estamos preocupados em sermos os únicos beneficiados?!

A todos fica aqui o registro de nossas palavras para objeto de reflexão do Movimento do qual supomos também fazer parte!

e-mail: [email protected]: http://thiagosilvabaccelli.zip.net/

“Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho...”

(Mateus, 1:23)

A função do Espiritismo também é elucidar ensinamentos evangélicos d i s t o r c i d o s p o r i n t e r p r e t a ç õ e s equivocadas, como a heresia docetista, combatida que foi por Ignácio de Antioquia, que legislou os princípios da Eclésia Cristã. Como se a circularidade fosse inevitável na História, tão logo Kardec codificou a Doutrina dos Imortais, Roustaing produziu nova versão do docetismo, que a Federação Espírita Brasileira difunde, criando confusão. No entanto erros dogmáticos antigos e contemporâneos não devem servir para alimentar outros ainda maiores, como o dos que querem reduzir o Espiritismo a mera doutrina humanista, postulando que a infinitude e a eternidade possam ser tratadas nos limites da racionalidade dos homens e mulheres.

Pseudossábios desqualificam a religiosidade da Doutrina Consoladora, não poupando, inclusive, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, obra em que Allan Kardec não deixou a menor dúvida sobre o assunto, que também emerge em “O Livro dos Espíritos”, “O Céu e o Inferno” e “A Gênese”, igualmente tratado em “O Livro dos Médiuns”. O laicismo espírita faz constantes desva lor izações do Evange lho , preconizando o Espiritismo sem a liderança de Jesus. Triste inversão: quem não consegue compreender lições evangélicas, acusá-las de “místicas” e

À LUZ DA CIÊNCIA Antonio Baracat

“— Mas... além do principado humano, para lá das fronteiras sensoriais que guardam ciosamente a alma encarnada, amparando-a com limitada visão e benéfico esquecimento, começa vasto império espiritual, vizinho dos homens. Aí se agitam milhões de espíritos imperfeitos que partilham, com as criaturas terrenas, as condições de habitabilidade da Crosta do Mundo. Seres humanos, situados noutra faixa vibratória, apoiam-se na mente encarnada, através de falanges incontáveis, tão semiconscientes na responsabilidade e tão incompletas na virtude quanto os próprios homens.

A matéria, congregando milhões de vidas embrionárias, é também a condensação da energia, atendendo aos imperativos do ‘eu’ que lhe preside a destinação.

Do hidrogênio às mais complexas unidades atômicas, é o poder do espírito eterno a alavanca diretora de prótons, nêutrons e elétrons, na estrada infinita da vida. Demora-se a inteligência corporificada no círculo humano em transitória região, adaptada às suas exigências de progresso e aperfeiçoamento, dentro da qual o protoplasma lhe faculta instrumentos de trabalho, crescimento e expansão. Entretanto nesse mesmo espaço alonga-se a matéria noutros estados, e, nesses outros estados, a mente desencarnada, em viagem para o conhecimento e para a virtude, radica-se na esfera física, buscando dominá-la e absorvê-la, estabelecendo gigantesca luta de pensamento que ao homem comum não é dado calcular.”

VIRGEM MARIA SANTÍSSIMA“contrárias à razão”! A ignorância se expõe à crítica de si mesma...

Uma das passagens mais combatidas é a que informa que a maternalíssima Maria de Nazaré engravidou para a gestação de Jesus sem relação sexual. Conhecendo hoje diversas técnicas de inseminação artificial, será que ainda pode haver dúvida de que o embrião que recebeu o excelso espírito do Divino Mestre foi formado pela união de óvulo de sua mãe com o espermatozoide transportado de altíssimas altitudes, como o descreve em detalhes Fernando Miramez de Olivídeo (espírito), na psicografia de João Nunes Maia (médium)?!

De outro lado, Charles Darwin não conseguiu esclarecer em sua Teoria da Evolução das Espécies o que a explicação de Miramez permite entender: a própria evolução das espécies, de todos os reinos, é consequência da intervenção dos espíritos, que atuam sobre os respectivos mecanismos genéticos. A transição das espécies não se dá ao acaso dos fatores ambientais, como alardeiam materialistas e seus acólitos laicos, mas pela intervenção consciente e planejada dos servidores do Criador, inclusive dos maus, com suas bactérias e vírus produzidos em laboratórios sombrios, que em tudo concorrem para a pluralidade das relações entre espírito e matéria. Assim, tanto quanto a evolução das espécies se esclarece pela intervenção dos cientistas, tecnólogos e técnicos siderais, admita-se, sem ressalvas, a virgindade de Maria Santíssima na concepção do Cristo de Deus.

TRECHO DA PRELEÇÃO DO MINISTRO FLÁCUS, NO CAP. I DO

LIVRO “LIBERTAÇÃO”, DE ANDRÉ LUIZ

Page 4: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · contato do Mundo Espiritual Superior com a Terra. Também, de nossa parte, não hesitamos em dizer que, infelizmente, passamos a sofrer

Página 4 ABRIL/MAIO/JUNHOJORNAL DA MEDIUNIDADE

Conselho Editorial: LEEPPJornalista Responsável: Juvan de Souza NetoRegistro: SC 01359JPRevisão gramatical: Ana Rita Jorge ZaidanDiretores: Edson de Sousa Marquez / Mário Alexandre AbudProjeto gráfico e Impressão:

Editora Vitória Ltda.E-mail: [email protected]ço p/ correspondência:

Av. Elias Cruvinel, 1202 - B. Boa Vista -38070-100 - Uberaba-MG

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EXPEDIENTE

Imagine os olhos afundados nas órbitas numa face disforme, vestindo uma pele cinzenta, como um personagem de filme de terror em preto e branco, lá dos anos 1950. Cérebro transformado em pasta, como a própria vida misturada pela droga a outros espectros vagantes no lixo das ruas da cidade. Ruas que parecem caminhos para lugar nenhum, escondidas em meio a cortiços. Imagine feridas infectadas e ainda a b e r t a s , s o b r e v i v e n t e s maltrapilhos. Imagine gente virando bicho como no romance kafkiano, que de ficção não tem nada.

Imagine um ente querido, deitado no seu colo, expressando a dor de milhões de almas de um purgatório real, aprisionado num quadro que mais expressa – se isso é possível – o sentimento retratado em “O Grito”, do norueguês Edvard Munch, que pintou esse turbilhão de tormento, angústia e desespero em cores fortes, há pouco mais de um século. Munch não conhecia o crack que queima vidas de famílias inteiras. Nem o terror do cheiro adocicado que brota de um cachimbo nojento, mergulhando o nada e a angústia nas entranhas de quem, algum dia, já foi normal. A destruição das veias, o apodrecer dos pulmões. A transformação do

No aniversário de Chico, Que se celebra outra vez, Peço ao Senhor que o proteja Por todo o bem que nos fez.

Que receba, onde estiver, Nosso carinho comum E as flores de nosso afeto Pelos cem anos mais um...

Prosseguimos na tarefa, Vencendo a saudade atroz, Por saber que ele prossegue Trabalhando junto a nós.

Se, ontem, médium do Cristo, Na Terra, em labor fecundo, Hoje, é médium dos homens, Junto ao Cristo, noutro mundo...

Que Deus o cubra de bênçãos Entre as rosas e os jasmins, Lírios e amores-perfeitos Que roubei de mil jardins!...

INÁCIO FERREIRA

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado, dia 2 de abril de 2011, em Uberaba - MG).

A CURADatena revela como Chico Xavier

salvou seu filho do crackcorpo em esqueleto. A mente vazia, perigosamente equilibrada num acorde de circo de pavores.

S ó d e r e v o l v e r e s s a s lembranças, me sinto derreter como gelatina, escorrer feito a parafina de vela acesa, chacoalhar meu estômago, como se o vômito brotasse para, então, espirrar minha alma. Alma! No outro extremo da vida, mas ainda nesta mesma existência, essa alma quase nas trevas, que já se debatia às portas do Inferno, teve um encontro de luz! Fugida da metrópole, foi encontrar nas bandas das Minas Gerais um desses homens que parecem brotar em meio à violência e à maldade dessa nossa espécie, que vagueia incerta pela história e que desceu das árvores para talvez rumar, decidida, à extinção pela soberba perante Deus.

Esse homem franzino, uma figurinha aparentemente frágil, humildemente encolhido num paletó que dançava largo no corpo doente. Um corpo que, juro, há muito parecia já não estar mais aqui. Mistura de Gandhi, que respondia a insultos físicos e psicológicos com amor e não-violência, e Madre Teresa de Calcutá, que, sob o manto simples e surrado, abrigava galáxias inteiras de miseráveis.

Foi num almoço que o dono da

alma desesperada tocou a mão desse ve rdade i ro r a i o de esperança, espetacularmente aprisionado numa massa pequena, como um buraco-negro engolindo energia infinita que brota do Criador. Um ser tão doce, que curou milhares e que confortou outros tantos, sendo mensageiro divino. Desencarnados em garranchos letrados, escorregados em papel como psicografados sopros de vida para quem continuava aqui... E, quando um tocou o outro, pareciam um só. Mesmo cansado, o homem pequenino de repente virou um Atlas a sustentar nas costas a dor do mundo, sugando em segundos os medos causados durante tantos anos no outro pela droga que, acreditem, nunca mais usou, depois daquele aperto de mãos sem palavras. Foi como se um pesado casaco de pele fosse retirado num escaldante verão: um sabor refrescante de mergulho gelado na cachoeira da salvação.

Foi no almoço do Vicente com Chico Xavier, poucos meses antes da passagem do mestre para o plano definitivo (onde, acredito, sempre esteve), que aconteceu a cura definitiva do meu adorado filho.

Fonte: Diário de São Paulo.Quinta feira, 3 de março de 2011.h t tp : / /www.d i a r i osp . com.b r / _ con teudo /2011 /01 /23212-datena+revela+como+chico+xavier+salvou+seu+filho+do+crack.html

Querido Dr. Inácio,Rogo ao Cristo para que, assim como a Fênix,

Sob as Cinzas do Tempo, possamos no nosso dia-a-dia renascer melhor.

Que tenhamos a coragem de olharmos Do Outro Lado do Espelho e nos enxergarmos como realmente somos, sem máscaras, sem cremes, sem justificativas. Não para nos acomodarmos ou justificarmo-nos, mas, sim, para que, através do nosso esforço, possamos encontrar aqui e Na Próxima Dimensão um mundo melhor.

Afinal, Infinitas Moradas há na casa do Pai; e como alcançarmos cada uma, sem antes subirmos degrau por degrau a nossa Escada de Jacó?

Fala, Dr. Inácio, fala! Não se cale! Continue falando, para que, através do seu estímulo, nos fortaleçamos na fé, no trabalho, na luta, tudo Por Amor ao Ideal.

Estamos longe da Fundação Emmanuel mas perto de seus ensinamentos. Ensinamentos que nos permitem mantermos à distância correta No Limiar do Abismo.

Ah! Os ensinamentos... esses “bálsamos

preventivos”, que nos aliviam em todo processo de Obsessão e Cura...

Cartas do Dr. Inácio aos Espíritas, precisamos sempre, e muitas hem?!

Abençoada se ja a reencarnação ! A Reencarnação no Mundo Espiritual ou aqui, tanto faz; mas que seja sempre abençoada... Para isso, nos inspiremos sempre no Cristo, lembrando o seu ensinamento: Amai-vos e Instruí-vos; caso contrário, nunca alcançaremos a Terra Prometida.

Por nós e com o Cristo, devemos continuar sempre trabalhando e estudando. Estudando “Nosso Lar”, Kardec, Chico, Emmanuel, André Luiz...

Estudando e trabalhando, sempre manteremos nossa Saúde Mental à Luz do Evangelho, assim, jamais criaremos ilusões sobre Espíritos e Deuses.

Afinal, A Vida Viaja na Luz e, para não ficarmos fora dessa viagem, corramos para sermos os Trabalhadores da Última Hora!

Com muito carinho!Wantuil Novaes (Tuca)

LUZ DE ABRIL (Homenagem a Chico Xavier)

Lançamento

Temos preços especiais para

CLUBE DO LIVRO

TEL/FAX: (34) 3322-4873

www.leepp.com.br - [email protected]