jogos e ensino de história - o centralizador
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Artigo que problematiza o uso de jogos no ensino de História, apresentando e disponibilizando o jogo "O Centralizador" de forma completa.TRANSCRIPT
ENSINO DE HISTÓRIA E JOGOS DE TABULEIRO:
“O CENTRALIZADOR”
Marcello Paniz Giacomoni
A compreensão de processos históricos complexos, que envolvam acontecimentos
diversos (seja temporalmente, seja espacialmente), é um dos grandes desafios do ensino de
História na escola básica. Um conteúdo específico é o nascimento do Estado Moderno, com a
centralização do poder real ao final da Idade Média. Para que os alunos do Ensino
Fundamental compreendam tal processo, com ênfase nos casos francês, inglês, espanhol e
português, construiu-se um jogo de tabuleiro onde serão revisados e compreendidos
simultaneamente diferentes acontecimentos que envolvem a centralização do poder real.
A estratégia de utilização dos jogos em sala de aula é bastante expressiva em várias áreas
do conhecimento, especialmente nos anos iniciais, na matemática e nas ciências. No campo da
História, apesar de variadas experiências existentes1, a prática é pouco presente no cotidiano
dos professores. Podemos categorizar esses jogos em três categorias básicas: expressividade
(aqueles que se baseiam em performances interpretativas, como julgamentos simulados,
teatros, etc.), digitais (sejam jogos de videogame, sejam de computador, criados com fim
pedagógico ou jogos comerciais adaptados pelo professor) ou de tabuleiro (jogos que
possuem superfícies físicas de atuação, com as mais variadas dinâmicas).
Existem variadas justificativas para o uso dos jogos no ensino de História, desde uma
Licenciado e Mestre em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor do Colégio
Israelita Brasileiro e da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul. Email: [email protected] 1 Cito, como exemplos, o jogo “1808”, construído pela prefeitura do Rio de Janeiro, e desenvolve a narrativa da
fuga da família real portuguesa para o Brasil
(http://www.multirio.rj.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12&Itemid=113), e o “Dominó
Kaingáng”, criado pelo Laboratório de História Indígena da Universidade de Santa Catarina para apresentar
elementos da cultura material das populações indígenas (http://labhin.ufsc.br/jogos/ ).
2
salutar “quebra da normalidade”, inserindo um recurso que foge à habitual aula expositiva ou
atividades em livros didáticas (que, obviamente, tem grande importância) e pauta-se
grandemente na ludicidade, no ato de brincar.
Jogos desenvolvem desde uma gama de habilidades e competências (como capacidade de
trabalhar em grupo ou tomar decisões) até práticas propriamente conteudistas, como a fixação
de conceitos ou a revisão de determinadas temáticas. Aponto, ademais, uma justificativa que,
a meu ver, é central: o jogo possui a capacidade de “transportar” o jogador para outra
realidade, criando uma vivência a partir de um mundo de regras específico.
Um jogo, de qualquer natureza, não possui sentido sem a existência de regras. Como nos
ensina Huizinga (1998: 14), embora o jogo parta de uma perspectiva “não séria”, o ato de
jogar reveste-se de absoluta seriedade. No jogo existe beleza, harmonia, ritmo, fascínio,
tensão, alegria e divertimento, mas há também ordem e regras estabelecidas, que devem ser
seguidas por todos. Uma vez quebradas as regras, destrói-se a ilusão do jogo.
Partimos da premissa de que as regras de um determinado jogo podem estabelecer o
contexto histórico a ser vivenciado, impondo possibilidades e limites àquele que joga, tal qual
um indivíduo daquele tempo determinado. Essa construção cria um espaço de vivência, no
sentido lato da palavra. Jogos possuem a capacidade de nos transportar para realidades
diversas às nossas com facilidade, construindo representações que proporcionam uma
apropriação ativa da realidade, a partir de uma ambientação construída pelas regras do jogo.
Essas regras, somadas às dinâmicas de ação, de relação entre os jogadores, e mesmo a
qualidade gráfica dos jogos são centrais nessa criação de um ambiente de vivência.
O jogo “O Centralizador” nasce então da dificuldade na construção de uma narrativa para
o conteúdo da centralização do poder pelos reis ao final da Idade Média. Algumas avaliações
parciais aplicadas aos alunos de uma sétima série do ensino fundamental, sobre o processo de
centralização do poder, evidenciaram uma grande dificuldade em correlacionar uma narrativa
que minimamente associasse os fatos históricos estudados. O foco principal das guerras e
casamentos como forma de aumento do poder dos reis apareceu nessas avaliações, mas
poucos alunos conseguiram relacionar a Inquisição espanhola ou a Carta Magna nessas
3
narrativas. Não se trata evidentemente de centrar a reflexão nesses fatos, mas sim de oferecer
a possibilidade de estudo de uma realidade complexa, onde diferentes acontecimentos são
apresentados de forma sistêmica ou simultânea, evidenciado diversas interrelações entre os
mais variados processos. Perceber a complexidade de determinadas realidades do passado
pode auxiliar a compreender a própria realidade dos alunos como permeada de
acontecimentos significantes.
O jogo possui como superfície de ação um tabuleiro de uma paisagem genérica europeia,
ao final da Idade Média, divida entre feudos (da Nobreza, da Igreja e do Rei), aldeias e
burgos, onde a narrativa do jogo se desenvolve. Os alunos são divididos entre os cinco grupos
sociais protagonistas desse processo: Rei, Senhores Feudais, Igreja, Burgueses e
Servos/Camponeses. Outro aluno joga como o mestre do jogo, lendo as cartas-acontecimento,
que contém uma descrição do processo em questão, questões a serem respondidas pelos
alunos e uma dinâmica de dados. A dinâmica central do jogo se baseia nas cartas-
acontecimento.
É importante apontar que todo jogo se baseia em determinadas dinâmicas, dentro de um
variado campo de possibilidades que dizem respeito ao tempo (por rodadas ou turnos, por
sequencia livre ou pela ação do professor) e ao funcionamento do jogo: tabuleiro com dados,
cartas, questões propostas pelo professor, ações dos alunos, dominó; com níveis de
complexidade que vão de simples sequências de “avança-recua” (como o clássico “Jogo da
Vida”) até outras mais intrincadas que pressuponham produção de recursos, relações e
combinações de cartas, etc.
Dentro dessas dinâmicas, existem ainda duas opções para a vivência do aluno: ou ele é
“transportado” para o tempo histórico, representando-se como um personagem ou grupo
social (como um Senhor Feudal, ou como um grupo social no processo da centralização), ou
reflete sobre o conhecimento histórico, respondendo questões ou articulando conceitos.
Ademais, o ato de jogar possui como uma de suas características a ausência de riscos; não
temendo as consequências, os alunos são estimulados à experimentação. Tanto os erros como
os acertos desse processo podem ser retomados e debatidos pelo professor.
4
Cada carta-acontecimento n’ “O Centralizador” relata um acontecimento ou processo
europeu que influi na centralização do poder real, como a “aliança rei-burguesia”, “Carta
Magna” ou as “revoltas camponesas”. As cartas possuem uma sequencia de movimentos:
primeiramente o aluno que atua como mestre do jogo retira uma das cartas do monte, e em
seguida retira uma carta resposta correspondente à mesma.
Após a leitura do título do acontecimento e do local onde ocorre (por exemplo, toma-se a
aliança do rei com a burguesia e as revoltas camponesas como processos que abrangem
variadas regiões da Europa; já acontecimentos como a Carta Magna ou a Inquisição
Espanhola são restritos à Inglaterra e Espanha, por exemplo) para todos os alunos que estão
jogando, o mestre anuncia os grupos sociais envolvidos, e a forma de relacionamento entre
eles. Por exemplo, na Carta-acontecimento “Aliança entre o rei e a burguesia”, estão
envolvidos o rei e a burguesia, e a relação é de aliança; já na carta Common Law, estão
envolvidos o rei e os senhores feudais, e a relação é de enfrentamento.
Após esse anúncio, o mestre faz uma pergunta para cada grupo envolvido, dentro dos
conteúdos desenvolvidos nas aulas anteriores. Após o registro dos acertos ou erros, abre-se
uma dinâmica de dados. Por exemplo, na carta “Usura”, o mestre fará uma pergunta para o
aluno que representa a Igreja e outra pergunta para o aluno que representa a Burguesia.
Suponhamos que a Igreja acerte e a burguesia erre, a dinâmica será: 1, 2, 3 e 4 nos dados,
ganha a Igreja; 5 e 6, ganha a burguesia. Caso a Igreja e a burguesia acertem ou errem as
questões, a dinâmica será: 1, 2, 3 nos dados, ganha a Igreja; 4, 5 e 6, ganha a burguesia. Por
fim, caso a Igreja erre a questão e a burguesia acerte a dinâmica será: 1 e 2 nos dados, ganha a
Igreja; 3, 4, 5 e 6, ganha a burguesia.2
O grupo que vencer nos dados tem direito a colocar no tabuleiro peças que representem
ganhos de poder. Por exemplo, o rei coloca exércitos de mercenários e tribunais reais; os
senhores feudais inserem castelos e conselhos de nobres; os burgueses inserem muralhas nas
cidades e bancos; a Igreja coloca tribunais da Inquisição e universidades; os camponeses
2 No anexo II, que contém o jogo completo, encontram-se todas as cartas produzidas até o momento. Deixo claro
que se trata de um jogo “aberto”, onde novas cartas podem ser produzidas, conforme as ênfases dadas pelo
professor no tratamento dessa temática.
5
inserem aldeias livres e feiras. As peças inseridas não estabelecem interações entre si, e não
abrem dinâmicas de jogo que vão para além das cartas acontecimento. Todavia são
importantes porque representam a modificação do espaço, após as sucessivas ações dos
grupos sociais3.
É considerado vencedor o grupo que possuir mais presença no tabuleiro, e ao final do
jogo eles devem responder à seguinte questão: o rei conseguiu centralizar o poder? Refletindo
com base nos resultados do jogo, os alunos conseguem relacionar os interesses dos diferentes
grupos sociais, compreendendo simultaneamente quais ações/instituições são necessárias para
a centralização política.
A sorte possui um lugar importante na dinâmica, abrindo o espaço do acaso, do
inesperado, da incerteza de prever seus resultados, assim como a própria história. N’ “O
Centralizador” o rei pode centralizar o poder, possuindo algumas peças no tabuleiro
(especialmente o exército de mercenários, a casa fiscal e o tribunal real), ou não. A
problematização que se baseia nesse acaso pode provocar uma reflexão bastante profícua.
Cabe, nesse momento, uma problematização sobre o conhecimento fundado nessa prática.
Como nos ensina Paulo Knauss (2005), alinhado aos modelos perspectivistas e processualistas
do conhecimento científico moderno, a conhecimento histórico “não se define como dado,
mas como construção intelectual” (2005: 286). Para esse autor, as lógicas de construção do
conhecimento histórico podem ser relacionadas a quatro grandes premissas do conhecimento
científico moderno: explicações dedutivas; explicações probabilísticas; explicações funcionais
ou teleológicas e explicações genéticas.
3 A qualidade visual do jogo não deve ser relegada a segundo plano. Na medida em que desejamos “transportar”
nossos alunos para outra realidade histórica, a ambientação criada pelos elementos gráficos é muito importante.
Tabuleiro, peças e cartas devem ser produzidos de forma que construam uma ambientação do momento histórico
desenvolvido, mobilizando imagens, fontes e qualidade na montagem das peças.
6
As explicações de ordem dedutiva são recorrentes em análises formais de sociedades, que
possuem como objetivo formar modelos gerais que articulem os níveis econômico, político,
social, cultural, etc. Os ideais-tipos formados operam como conceitos que permitem o
enquadramento de diferentes individualidades históricas. Interpretações materialistas sobre
sociedades da antiguidade são bons exemplos dessa lógica. Enquadramentos das sociedades
antigas em critérios de política, economia, sociedade, cultura, arquitetura, etc., o que permite
as aproximações e distanciamentos entre essas diferentes realidades históricas. Essa mesma
linha de interpretações forma imagens ditas “generalistas” sobre determinados períodos ou
sociedades, como a Europa medieval vinculada ao Feudalismo, servidão e Cristianismo, ou a
Europa Moderna ao Absolutismo, Mercantilismo e Iluminismo.
Já o modelo probabilístico instaura a história como um campo de possibilidades de ação
para os diferentes agentes sociais. Não apenas uma história pautada em subjetividades, mas
também permeada por jogos de escalas onde podemos compreender as histórias do imaginário
e a micro-história. Menocchio (GINZBURG, 1987) pode ser entendido como personagem
emblemático dessa perspectiva, onde podemos também pensar em estudos sobre as trajetórias
de escravos brasileiros dentro das estruturas do sistema escravista. Nos livros didáticos, é
comum essas narrativas se encontrarem em boxes ou outras seções a parte, o que evidencia
uma dificuldade em relacionar algumas lógicas científicas. Podemos também estender essa
lógica para grupos sociais, refletindo sobre suas possibilidades de ação em determinamos
espaços e tempos.
As explicações funcionais, por sua vez, remetem à escatologia cristã, pautada em um
continuum temporal que teria fim no retorno de Cristo à terra, no juízo final. Essa mesma
lógica teleológica, de que o tempo e a história caminham de forma determinada para um fim
específico, pautou as noções de tempo da ciência, em especial nas perspectivas evolucionistas,
e do marxismo. Categorias como a “luta de classes”, para o marxismo, ou “inconsciente
coletivo”, na história das mentalidades são grandes modelos de pensamento nessa perspectiva.
Processos históricos como a Revolução Francesa e a Revolução Russa são geralmente
narrados nessa lógica, onde os sucessivos embates entre os grupos antagonistas possuem uma
7
explicação funcional.
Sobre as explicações de caráter genético, Knauss (2005: 287-288) aponta que se baseiam
na “descrição da sequencia de evolução de um objeto ou sistema originário a partir da
transformação de outro anterior”. Avançando nessa explicação, o autor nos ensina que existem
duas formas de compreender essas explicações: por uma sequencia de causas e efeitos (como
o fim do Império Romano ocidental, com as invasões bárbaras), ou por um processo de
visualizar na descrição dos processos sociais estruturas de maior complexidade. Essa
perspectiva remete aos estudos de Jorn Rüsen, sobre as narrativas de caráter genético. Para
esse pensador, existe uma essência no sentido da história: a mudança, pautada não em
processos de evolução funcional, mas sim dentro de um processo de desenvolvimento
dinâmico (RUSËN In: SCHIMIDT, 2011: 69).
Por fim, Knauss (2005: 290) aponta uma grande potencialidade do saber histórico na
escola: enquanto variadas correntes historiográficas pautam-se em modelos científicos
fechados, o ensino de história tem a possibilidade de transitar em fazer uso da diversidade de
modelos disponíveis. É possível dizer, nesse sentido, que o jogo joga com essas modalidades
científicas. Ao mesmo tempo em que o jogo parte de categorias dedutivas de construção do
conhecimento, no limite entre os grandes processos do “feudalismo” e do “estado moderno”, a
lógica probabilística apresenta-se no acaso, na incerteza da agência histórica, mesmo que
materializada diretamente pelo aluno que joga. A transformação também é chave para a
compreensão desse jogo, não em um sentido evolutivo funcional, mas aberto a um
desenvolvimento dinâmico. Na relação entre os grupos sociais envolvidos; o rei pode
centralizar o poder, mas também os senhores feudais podem manter sua autonomia; os
burgueses podem garantir avanços para suas atividades comerciais e financeiras, ou não; os
servos podem tornar-se camponeses livres... ou não. As transformações são a lógica do jogo, e
no jogar com elas reside sua grande riqueza.
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Bibliografia citada:
FERMIANO, Maria A. Belintane. O Jogo como um instrumento de trabalho no ensino de
História? In: História Hoje. ANPUH. vol. 3. n 07, julho 2005. Disponível em:
http:www.anpuh.uepg.br/históriahoje/voI3n7/maria.htm
HUIZINGA, Johan. Homo ludens – o jogo como elemento de cultura. São Paulo:
Perspectiva, 1998.
ANDRADE, Débora El-Jaick. O lúdico e o sério: experiências com jogos no ensino de
história. In: História & Ensino. Londrina, v.13, p.91-106, set. 2007.
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as idéias de um moleiro
perseguido pela inquisição. São Paulo, Companhia das Letras, 1987.
KNAUSS, Paulo. O desafio da Ciência: modelos científicos no Ensino de história. In: Cad.
Cedes, Campinas, vol. 25, n. 67, p. 279-295, set./dez. 2005. Disponível em:
http://www.cedes.unicamp.br
SCHIMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão de Resende. (orgs.)
Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Ed. UFPR, 2011.
9
ANEXO I – Imagens da aplicação do jogo “O Centralizador”
Local: Colégio Israelita Brasileiro
Data: 22-23/04/2013
Turmas: 7ªs series
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11
ANEXO II – Jogo “O Centralizador” completo4
Regras
“O Centralizador” é um jogo de tabuleiro desenvolvido para apresentar, de forma dinâmica, os
principais acontecimentos e processos que levaram à centralização do poder nas mãos do rei, ao final
da Idade Média, com a consequente formação dos Estados Modernos. Cada aluno representará um
grupo social envolvido no processo, respondendo questões e percebendo como o mesmo atuava
naquele contexto.
Regras básicas:
Nº de jogadores: mínimo 6; máximo 8
Ao início do jogo, é escolhido o “Mestre”, que conduzirá a leitura das cartas do jogo. Em seguida,
são sorteadas as cartas-jogadores, que identificarão qual grupo social representará cada aluno (Rei;
Igreja; Burgueses (2x); Senhores Feudais (2x); Servos/camponeses (2x)).
Dinâmica do jogo:
Em cada rodada o mestre retira uma carta-acontecimento, lendo-a na ordem. Ao mesmo tempo,
retira a respectiva carta-resposta, mas sem mostrá-la aos demais colegas.
Após a leitura são anunciados os grupos sociais envolvidos no acontecimento, cujas relações podem
ser de confronto (X), aliança (∞) e transformação ().
O mestre faz as perguntas, na ordem, que devem ser respondidas em até 15 segundos. Respostas
incompletas são consideradas erradas. O mestre deve informar a resposta correta e registrar erro ou
acerto. Eventuais dúvidas podem ser resolvidas com o professor.
Após todas as dúvidas respondidas, o mestre deve informar a dinâmica dos dados (relacionada com
os erros e acertos das perguntas). Conforme o resultado, o mestre lerá o texto do grupo social vencedor
e oferecerá a peça conquistada pelo grupo, que a colocará no tabuleiro (no local indicado pela carta ou
livremente, quando for o caso).
Ao final do jogo, quando todas as cartas tiverem sido retiradas, será considerado vencedor o grupo
social com mais presença no tabuleiro, e os alunos deverão responder a seguinte questão:
“o rei conseguiu centralizar o poder?”
4 Constam nesse anexo, a partir dessa página, as regras do jogo, o tabuleiro, as cartas dos grupos sociais e as
cartas-acontecimento, Nesse material anexo não constarão as peças do tabuleiro. Como as mesmas foram
produzidas a mão, utilizando porcelana fria (ou massa de biscuit), seria pouco possível disponibilizar as mesmas.
Nas imagens aparecem essas peças, que podem servir como modelo.
12
Tabuleiro:5
5 O arquivo original, em formato 80x80cm, pode ser baixado no link http://pt.scribd.com/doc/165290136/Mapa-
O-Centralizador.
13
Cartas dos Grupos Sociais:
Servos /
Camponeses
Burgueses
Senhores
Feudais
14
Rei
Igreja
15
* Aliança Rei-Burguesia – Europa *
Devido a fortes interesses mútuos, durante o processo de
centralização do poder real houve uma forte aproximação entre o
Rei e a Burguesia, que estabeleceram alianças em diversas
regiões da Europa.
Grupos envolvidos:
Burguesia ∞ Rei
Questões:
Burguesia:
Quais eram os interesses da burguesia na centralização do poder
do rei?
Rei:
Para qual uso o rei desejava os burgueses, no seu processo de
centralização do poder?
Aliança Rei-Burguesia Perguntas / respostas:
Burguesia:
Que ele reconstruísse as estradas,
padronizasse a moeda, e os pesos e medidas,
e combatesse os desmandos dos senhores
feudais.
Rei:
Para que atuassem como funcionários do rei,
cobrando impostos, exercendo a justiça real e
fiscalizando o comércio.
(duas funções = considerar correto)
Dinâmica:
Acerto Burguesia / Erro Rei
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Burguesia / Acerto Rei
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Burguesia:
Parece que o rei cumpriu a sua promessa, e
mandou consertar parte das estradas, o que
irá facilitar o comércio...
Insira uma ponte na estrada
Rei:
O uso de burgueses como funcionários deu
ao rei muita autonomia em relação aos
Senhores Feudais, em especial na cobrança
de impostos...
Insira uma casa fiscal do Rei
16
Common law - Inglaterra
Em 1066 a Inglaterra é invadida por um exército comandado por
Guilherme, o conquistador, duque da Normandia (e descendente
dos vikings que atacaram a Europa no século IX). Esse novo
monarca centralizou o poder, obrigando todos os senhores e
homens livres a prestarem o juramento de vassalagem para ele.
Um de seus descendentes, Henrique II (1054-1189), fortaleceu
esse poder adotando um conjunto de leis válido para toda a
Inglaterra, a Common Law.
Grupos envolvidos:
Rei x Senhores Feudais
Questões:
Rei:
Qual a diferença entre o juramento de vassalagem imposto por
Guilherme, o conquistador, em relação ao que havia
anteriormente?
Senhores feudais:
A Common Law permitiu ao rei impor sua justiça por todo o
reino. Anteriormente, quais grupos sociais exerciam o direito de
julgar?
Common law Perguntas / respostas:
Rei:
No juramento existente anteriormente havia
uma rede, onde os vassalos do rei tinham
vassalos, que por sua vez tinham outros
vassalos, e assim por diante. Guilherme
eliminou essa rede, obrigando todos os
homens livres a prestarem homenagem a ele.
Senhores Feudais:
Senhores Feudais e Igreja.
Dinâmica:
Acerto Rei / Erro Srs. Feudais
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Rei / Acerto Srs. Feudais
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Rei:
O rei conseguiu impor a autoridade da sua
justiça. Agora, os desmandos dos Senhores
Feudais não serão tão frequentes...
Coloque um tribunal real em um
feudo
Senhores Feudais:
Apesar de ter conseguido impor a Common
Law para toda a Inglaterra, o rei segue
necessitando de um exército formado pelos
seus vassalos. Isso ainda nos permite
influenciar o rei...
Insira um exército senhorial
17
Concordata de Bolonha - França
A Concordata de Bolonha, assinada em 1516 pelo rei francês
Francisco I e o Papa Leão X, permitiu que o rei nomeasse os
bispos franceses, colocando nesses cargos homens fiéis aos
interesses do rei.
Grupos envolvidos:
Rei x Igreja
Questões:
Rei:
Qual o interesse do rei em nomear os bispos e demais cargos
eclesiásticos?
Igreja:
Na concepção medieval de vida após a morte, quais seriam os
destino de um bom cristão e de um mau cristão,
respectivamente?
Concordata de Bolonha Perguntas / respostas:
Rei:
Possibilidade de utilizar esses nomeados
como funcionários diretos do rei, além de
influenciar as decisões da Igreja.
Igreja:
Salvação e danação.
Dinâmica:
Acerto Rei / Erro Igreja
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Rei / Acerto Igreja
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates:
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Rei:
A possibilidade de nomear as autoridades
eclesiásticas possibilita utilizar toda a Igreja
para ajudar a governar o reino.
Insira um escritório real em uma
catedral
Igreja:
As tentativas do rei francês em controlar a
Igreja não se concretizaram. Ela segue
influenciando as vidas das pessoas, sendo
presente nos locais mais inóspitos da
Europa...
Insira uma Igreja ao lado de uma
aldeia
18
Crescimento das Cidades I - Europa
Durante os séculos XI e XIII, devido a uma série de inovações
tecnológicas no campo, a produção de alimentos aumentou. Os
excedentes propiciaram que muitas pessoas passaram a viver nas
cidades, dedicando-se ao artesanato e ao comércio. Com o
crescimento das cidades, em muitos locais os seus habitantes
(chamados de burgueses) passaram a reivindicar a liberdade em
relação aos Senhores Feudais, que dominavam as terras onde se
encontrava a cidade...
Grupos envolvidos:
Senhores Feudais X Burgueses
Questões:
Senhores feudais:
Quais eram as duas formas pelas quais os Burgueses conseguiam
a liberdade de suas cidades?
Burgueses:
Qual a serventia das muralhas nas cidades medievais?
Crescimento das Cidades I Perguntas / respostas:
Senhores Feudais:
Comprando a liberdade, através das Cartas
de Franquia, ou guerreando com os Senhores
Feudais.
Burgueses:
Proteção, delimitação entre a cidade e o
campo e propaganda.
Dinâmica:
Acerto Srs. Feudais / Erro Burgueses
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Srs. Feudais / Acerto Burgueses
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Burgueses:
O senhor Feudal não aceitou a proposta de
uma Carta de Franquia. Tivemos de formar
uma milícia urbana e ganhar nossa liberdade
lutando. Para evitar represálias, vamos
fortificar nossa cidade...
Coloque uma muralha em uma cidade
Senhores Feudais:
Os burgueses ofereceram um bom preço pela
liberdade da cidade. Os recursos propiciaram
a construção de um castelo muito fortificado.
Insira um castelo senhorial
19
Crescimento das Cidades II - Europa
Durante os séculos XI e XIII, devido a uma série de inovações
tecnológicas no campo, a produção de alimentos aumentou. Os
excedentes propiciaram que muitas pessoas passaram a viver nas
cidades, dedicando-se ao artesanato e ao comércio. Com o
crescimento das cidades, muitos servos fugiram dos feudos,
passando a habitar as cidades em busca de melhores condições
de vida. Esses habitantes das cidades ficaram conhecidos como
burgueses...
Grupos envolvidos:
Servos/camponeses Burgueses
Questões:
Servos/camponeses:
De onde vem o termo “Burguês”?
Burgueses:
Com o passar dos séculos, qual passou a ser o significado da
palavra “burguesia”?
Crescimento das Cidades II Perguntas / respostas:
Servos/camponeses:
De “Burg”, palavra alemã que significava
cidade fortificada.
Burgueses:
Passou a representar as camadas mais ricas
da sociedade que habitavam as cidades
(grandes mercadores e artesãos).
Dinâmica:
Acerto Servos/camponeses / Erro Burgueses
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Servos/camponeses / Acerto Burgueses
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Servos/camponeses :
As possibilidades de fugas para as cidades
fizeram com que muitos Senhores Feudais
liberalizassem as relações de servidão,
transformando os servos em camponeses.
Transforme uma Aldeia de Servos em
uma Aldeia de Camponeses.
Burgueses:
O crescimento das cidades estava
intimamente ligado ao comércio. Para
facilitar a circulação de mercadorias, vamos
qualificar o nosso porto...
Insira um guindaste no porto.
20
Crise do Século XIV - Europa
Durante o século XIV, uma série de flagelos atingiu a Europa. O
esgotamento dos solos e secas provocaram a diminuição da
produção, ocasionando fome generalizada. Para completar o
quadro, a Peste Negra ceifou aproximadamente 1/3 da população
europeia. As perdas sofridas pelos Senhores Feudais os colocou
em conflito direto com servos e camponeses...
Grupos envolvidos:
Senhores Feudais X Servos/camponeses
Questões:
Senhores Feudais:
Quais foram as duas opções utilizadas pelos Senhores Feudais
para diminuir seus prejuízos durante o século XIV?
Servos/camponeses:
Sobre as revoltas camponesas do século XIV, qual eram as
principais reivindicações dos servos?
Crise do Século XIV Perguntas / respostas:
Senhores Feudais:
Guerras e aumento da exploração dos servos.
Servos/camponeses:
Fim das obrigações servis (presos à terra,
banalidades, trabalhos no campo do senhor,
entrega de partes da produção),
Dinâmica:
Acerto Senhores Feudais / Erro Servos
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Senhores Feudais / Acerto Servos
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Servos/camponeses:
As revoltas surtiram efeito, e muitos dos
servos se libertaram dessa condição,
tornando-se camponeses livres.
Insira uma aldeia livre
Senhores Feudais:
As revoltas foram facilmente sufocadas, o
que gerou a volta das obrigações servis para
muitos camponeses.
Insira um castelo senhorial
21
* Cultura Medieval – Europa *
A cultura medieval, durante o período Feudal (séculos IX-XIII),
foi grandemente moldada pelo cristianismo. A Igreja, instituição
mais poderosa durante esse período, possuía grande poder
material e espiritual sobre a sociedade. Mesmo assim, houve
espaço para o nascimento de uma cultura estranha ao universo
cristão, chamada de profana.
Grupos envolvidos:
Igreja
X
Rei + Srs. Feudais + Burgueses
Questões:
Igreja:
A Igreja possuía muitos mecanismos de controle sobre a
sociedade, que podemos chamar de “poder espiritual”. Cite ao
menos duas dessas formas de poder.
Rei + Srs. Feudais + Burgueses:
1. Quais eram os dois principais gêneros da cultura
profana?
2. Sobre quais assuntos tratavam cada um desses gêneros?
Cultura Medieval Perguntas / respostas:
Igreja:
Excomunhão, confissão, conhecimento
(monges copistas), cruzadas (convocadas
pela Igreja)
Rei + Srs. Feudais + Burgueses:
1. Épica e Trovadoresca.
2. Épica: feitos heroicos dos cavaleiros,
bravura em batalha, fidelidade dos
suseranos e vassalos. (dois assuntos
corretos, considerar acerto).
Trovadoresca: amor, virtudes das
damas medievais, dedicação,
fidelidade e culto às mulheres. (dois
assuntos corretos, considerar acerto).
Dinâmica:
Acerto Igreja / 2 Erros Todos
1, 2, 3 ,4, 5 x 6
Acerto Igreja / 1 Acerto/ 1 erro Todos
1, 2, 3, 4 x 5 ,6
Erro Igreja / 1 Acerto/ 1 erro Todos
1, 2, 3 x 4, 5 ,6
Erro Igreja / 2 Acertos Todos
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Igreja:
A religiosidade Medieval segue presente nas
universidades, onde a principal disciplina era
a Teologia (estudo de Deus)
Insira uma universidade controlada
pela Igreja.
Rei + Srs. Feudais + Burgueses:
Uma das tendências do mundo moderno é a
existência de conhecimentos que não são tem
relação com a religião. Esse conhecimento,
como o direito romano e a retórica, serão
importantes para o Rei, que necessitará de
funcionários para administrar seu reino.
Insira uma universidade livre
22
Inquisição – Espanha
O Tribunal do Santo Ofício, ou Inquisição, foi criado em 1184
para julgar e condenar desvios do dos dogmas da Igreja Católica.
Ao unirem os reinos de Castela e Aragão (formando a Espanha),
Fernando e Isabel se aliaram à Igreja Católica, e utilizaram
sistematicamente a Inquisição como forma de aumentar seu
poder, eliminando as oposições à centralização real.
Grupos envolvidos:
Rei ∞ Igreja
Questões:
Rei:
Quais foram os principais grupos perseguidos pela inquisição
espanhola?
Igreja:
O que significa dizer que a Igreja possuía grande poder matéria
durante a Idade Média?
Inquisição Perguntas / respostas:
Rei:
Judeus, islâmicos, cristãos novos e
opositores à centralização do rei.
(dois grupos corretos, considerar acerto)
Igreja:
Que a mesma possuía uma grande
quantidade de terras.
Dinâmica:
Acerto Igreja / 2 Erros Rei
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Igreja / Acerto Rei
1, 2 x 3. 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Rei:
A Inquisição foi altamente eficiente em
eliminar os opositores à centralização real.
Transforme um feudo em uma
fortaleza real
Igreja:
Apesar de não ter autorização do papa para
ser utilizada abertamente pelos reis, a
inquisição espanhola reforçou o poder da
própria Igreja.
Insira um tribunal do santo Ofício
23
Joana d’Arc – França
Em diversos momentos, existiu uma aproximação entre as
classes pobres e o Rei, visto como o protetor dessas populações.
Joana d’Arc (1412-1431) foi uma jovem camponesa que se dizia
enviada por Deus para salvar a França. Recebida pelo rei, e
participando de algumas batalhas na guerra, ela auxiliou a
motivar o exército francês, em um momento em que os mesmo
estava em desvantagem.
Grupos envolvidos:
Servos/camponeses ∞ Rei
Questões:
Servos/camponeses:
Qual grupo social oprimia diretamente os servos e os
camponeses?
Rei:
Apesar de utilizar camponeses como soldados quando
necessário, os reis preferiam, em geral, soldados mercenários.
Por que essa preferência?
Joana d’Arc Perguntas / respostas:
Servos/camponeses:
Senhores Feudais.
Rei:
Pois havia o temor que, armando os
camponeses, uma revolta desses seria muito
perigosa. Além disso, se fossem enviados
para combater outras revoltas, corria-se o
risco deles se unirem aos revoltosos.
Dinâmica:
Acerto Servos/camponeses / Erro Rei
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Servos/camponeses / Acerto Rei
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Servos/camponeses:
A melhora de vida de muitos servos esteve
ligada diretamente a uma maior produção de
alimentos. Para trocar esse excedente por
outros produtos, é importante um lugar
específico...
Insira uma feira, onde os camponeses
possam comercializar os seus
excedentes.
Rei:
O apoio dos camponeses foi muito
importante na expansão e consolidação do
poder do rei.
Insira duas bandeiras reais em
Aldeias
24
Magna Carta - Inglaterra
Em 1215, um grupo de nobres (chamados de “barões”) atacou as
tropas do rei João Sem-Terra, obrigando-o a aceitar suas
exigências em um documento chamado de Carta Magna. Essas
garantias limitavam o poder do rei, que não podia aumentar
impostos e criar leis sem a aprovação de um conselho composto
por nobres.
Grupos envolvidos:
Rei x Senhores Feudais
Questões:
Rei:
O chamado Absolutismo se pressupunha que o rei era limitado
por quais poderes?
Senhores feudais:
Esse mesmo Absolutismo se caracterizou pela extrema
centralização do poder, eliminando qual relação importante no
feudalismo?
Magna Carta Perguntas / respostas:
Rei:
Nenhum.
Senhores feudais:
Suserania e Vassalagem.
Dinâmica:
Acerto Rei / Erro Srs. Feudais
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Rei / Acerto Srs. Feudais
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Rei:
Ficou claro que a presença real deve ser cada
vez mais forte, minando os poderes locais...
Coloque um tribunal real em um
feudo
Senhores Feudais:
O rei deu mostras que pretende nos
enfraquecer cada vez mais. Vamos instalar
um conselho para fiscalizar e limitar suas
ações...
Insira o Conselho dos Nobres
25
Reconquista - Espanha
Após Maomé unificar as tribos árabes, houve uma rápida
expansão da nova religião islâmica pelo Oriente Médio e norte
da África. Em 711, tropas islâmicas iniciam uma rápida
campanha na Espanha, dominada então pelos Visigodos cristãos.
Apenas um pequeno grupo de cristãos resiste nas montanhas do
norte da península ibérica, na região das Astúrias. Desse ponto
partiram ações que, nos séculos seguintes, ficaram conhecidas
como a Reconquista, destinadas a recuperar as terras perdidas
para os muçulmanos e expulsá-los da península. À medida que
os islâmicos eram expulsos, diversos reinos cristãos expandiam
seus territórios.
Conforme o processo da Reconquista de desenvolvia, dois
grandes reinos são presentes na península: Castela e Aragão. Em
1469, Fernando (rei de Aragão) casa-se com Isabel (herdeira de
Castela), unindo as duas coroas no que viria a se tornar a
Espanha. A aliança dos reinos cristãos com a Igreja sempre foi
presente...
Grupos envolvidos:
Rei ∞ Igreja
Questões:
Rei:
Na consolidação do Estado Moderno, quais poderes o rei vai
retirar da Igreja e dos Senhores Feudais?
Igreja:
Por que os cristãos chamavam o processo de expulsão dos
muçulmanos de “Reconquista”?
Reconquista - Espanha Perguntas / respostas:
Rei:
Cobrar impostos, possuir exércitos, criar leis
e exercer a justiça, delimitar fronteiras.
(três respostas = considerar correto)
Igreja:
Antes da invasão muçulmana, a península
ibérica era dominada pelos visigodos
cristãos. Dessa forma, os cristãos sempre
consideraram esse território como seu, a
ponto de julgarem natural “reconquistá-lo”.
Dinâmica:
Acerto Rei / Erro Igreja
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Rei / Acerto Igreja
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Rei:
O processo de Reconquista durou cerca de
700 anos. Nesse lento avanço, a construção
de fortalezas de apoio foi essencial...
Insira uma fortaleza real
Igreja:
A aliança com a Igreja sempre auxiliou os
reis, mas também garantiu que as autoridades
eclesiásticas influenciassem nas decisões
reais.
Insira uma Igreja ao lado do Feudo
Real
26
Reconquista - Portugal
Ao final do século XI, o rei Afonso VI de Leão e Castela doou
ao nobre francês Henrique de Borgonha o Condado
Portucalense, um feudo situado a oeste da península. A doação
tinha como objetivo o auxílio desse nobre ao processo de
Reconquista da península. Anos mais tarde, em 1142, Afonso
Henrique declarou-se rei e proclamou a independência do
Condado. Durante 240 anos, a dinastia de Borgonha expandiu o
reino para o sul, expulsando os muçulmanos, vivendo em
constantes conflitos com o reino de Castela.
Grupos envolvidos:
Sr. Feudais Rei
Questões:
Sr. Feudais:
A doação do Condado Portucalense se baseou em uma das
relações mais importantes do feudalismo. Qual é essa relação?
Rei:
As relações de suserania e vassalagem pressupõem trocas de
obrigações entre o suserano e o vassalo. Quais eram essas
obrigações?
Reconquista – Portugal Perguntas / respostas:
Sr. Feudais:
Suserania e Vassalagem
Rei:
Suserano: doar terras
Vassalo: ajuda militar
Dinâmica:
Acerto Rei / Erro Srs. Feudais
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Rei / Acerto Srs. Feudais
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Sr. Feudais:
A doação do feudo tinha como objetivo
sustentar o vassalo, para que esse pudesse
prestar a ajuda militar. Em alguns casos esse
feudo podia ser uma simples ponte, onde o
Sr. Feudal cobraria um pedágio para garantir
sua renda.
Insira uma Ponte senhorial
Rei:
A guerra permanente contra os islâmicos
tornou necessária a existência de um exército
comandado diretamente pelo rei.
Insira um exército real
27
* Revoltas Camponesas – Europa *
Durante a crise do século XIV, muitos servos e camponeses
perderam a vida pela fome, guerras e peste. Isso ocasionou uma
diminuição na produção de alimentos, com grandes perdas aos
Senhores Feudais. Para remediar esses prejuízos, os Senhores
Feudais procuraram aumentar as guerras e a exploração tentando
reviver as obrigações servis para camponeses e servos.
Como reação a essa exploração e às guerras, diversas revoltas de
camponeses explodiram na europa (1323, em Flandres; 1358, as
Jacqueries; 1381, na Inglaterra). O temor da revolta popular
levou à união dos grupos da elite...
Grupos envolvidos:
Servos/camponeses
X
Rei + Srs. Feudais + Burgueses + Igreja
Questões:
Servos/camponeses:
Qual a principal característica dos servos?
Rei + Srs. Feudais + Burgueses + Igreja:
1. Qual o nome da taxa que devia ser paga pelos servos
para utilizar o moinho e o arado do Senhor Feudal?
2. Como as revoltas camponesas incentivaram a
centralização do poder do rei?
Revoltas Camponesas Perguntas / respostas:
Servos/camponeses:
Os indivíduos eram presos à terra, segundo
um contrato.
Rei + Srs. Feudais + Burgueses + Igreja:
1. Banalidades.
2. O temor das revoltas fez com que
muitos senhores feudais procurassem
auxílio no Rei, autorizando-o a cobrar
mais impostos, afim de contratar
exércitos de mercenários para conter
as revoltas.
Dinâmica:
Acerto Servos/camponeses / 2 Erros Todos
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Acerto Servos/camponeses / 1 Acerto/ 1 erro
Todos
1, 2, 3 x 4, 5 ,6
Erro Servos/camponeses / 1 Acerto/ 1 erro
Todos
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Erro Servos/camponeses / 2 Acertos Todos
1 x 2, 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2 x 3, 4, 5, 6
Ganhos:
Servos/camponeses:
A servidão agoniza por toda a Europa, e suas
cruéis obrigações não existem mais em
diversas regiões...
Insira duas aldeias de camponeses
Rei + Srs. Feudais + Burgueses + Igreja:
Para conter as revoltas populares, os diversos
grupos da elite uniram esforços em torno do
Rei, autorizando-o a cobrar mais impostos
para manter um exército de mercenários.
Mesmo com a derrota dos revoltosos, ficou
claro que a servidão está agonizando.
Insira um exército mercenário e uma
aldeia livre.
28
Usura - Europa
Durante a Idade Média, Usura era o ato de emprestar dinheiro
cobrando juros pelo mesmo. A Igreja condenava os cristãos que
praticavam a usura, argumentando que um bom cristão não
podia explorar outro cristão, além de que não era considerado
justo um lucro obtido sem trabalho.
Muitos dos burgueses, por se dedicarem ao comércio e às trocas
financeiras, eram considerados pecadores, e não desejavam ser
perseguidos e difamados pelas autoridades religiosas...
Grupos envolvidos:
Burgueses X Igreja
Questões:
Burgueses:
Como se chamavam os Burgueses que se dedicavam às trocas de
moedas?
Igreja:
Qual a principal disciplina ensinada nas universidades
medievais?
Usura Perguntas / respostas:
Burgueses:
Cambistas.
Igreja:
Teologia.
Dinâmica:
Acerto Igreja / Erro Burgueses
1, 2, 3 ,4 x 5, 6
Erro Igreja / Acerto Burgueses
1, 2 x 3, 4, 5 ,6
Empates
1, 2, 3 x 4, 5, 6
Ganhos:
Burgueses:
O crescimento do comércio, envolvendo
cada vez mais regiões da Europa, criou a
necessidade de organizar as trocas de
diferentes moedas, para facilitar o comércio.
Insira um banco em um burgo.
Igreja:
Esses burgueses estão cometendo uma série
de desvios das determinações da Igreja.
Devemos estar mais próximos deles...
Insira uma igreja dentro de um burgo.