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Caros Coordenadores Bandeirantes e Escotistas,

Durante o mês de maio de 2020, em meio a uma pandemia, a violência

policial contra negros ficou muito evidente após a morte de George Floyd nos

Estados Unidos. Uma cena que foi gravada e chocou a população mundial. Nós,

do jeronymas, assim como muitas outras pessoas e movimentos feministas e

antirracistas, sentimos a obrigação de trazer essa pauta para nossas discussões,

reflexões e estudos. Desde o início do Projeto Jeronymas, nós sempre nos

preocupamos em trazer a mulher brasileira em sua diversidade. Em busca de uma

ampla representatividade para as meninas e jovens brasileiras, sempre divulgamos

diversas mulheres com biotipos e histórias diferentes, pois acreditamos que essa

ação proporciona uma maior confiança corporal e empoderamento para que

todas as meninas possam escolher quem ou o que quiserem ser. Após o episódio

mencionado anteriormente, e diante de tanta violência, decidimos dar uma voz

ainda maior para a Mulher Preta Brasileira.

Sim, Mulher Preta Brasileira, pois a violência policial contra negros não

acontece somente nos Estados Unidos, ela está enraizada nas periferias e favelas

brasileiras. Temos muitos “Georges Floydes” por aqui. Mas temos, também,

inúmeras Marias, Janaínas, Aparecidas, Silvias, Clarices, Djamilas, Dandaras...

Muitas mulheres pretas e brasileiras que sofrem a violência policial na própria

pele ou na pele de seus filhos que são mortos em ações policiais. Muitas mulheres

pretas que enfretaram e ainda enfrentam o racismo em diversas situações do

cotidiano. O racismo faz parte da estrutura da sociedade brasileira e está

tão enraizado quanto o machismo. Precisamos combatê-lo! Precisamos ser

declaradamente antirracistas e essa foi nossa decisão.

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Diante desse cenário, esse Pacote de Atividades Feminista e Antirracista

pretende trazer reflexões importantes para crianças, adolescentes e jovens

sobre o racismo e seus desdobramentos na nossa sociedade. Queremos, ainda,

valorizar a mulher preta brasileira em sua complexidade histórica, social e

cultural.

Quanto mais pesquisamos e conversamos com pessoas e militantes

antirracista, mais ficamos maravilhadas com o poder dessas mulheres incriveis

que construíram tantas coisas.

No início da construção desse projeto, nos preocupamos em agregar mulheres

jovens e pretas para a produção desse material, desde seu planejamento,

desenvolvimento e escrita. Dar a voz para quem sofre o racismo. Dar lugar de fala.

Dar Representatividade. Esse material foi construídos por mulheres jovens pretas

e brancas após muita conversa e estudo. Uma união simbólica e importante para

mostrar que precisamos todas nos unir nessa luta feminista e antirracista.

Ao final desse diálogo inicial, gostaríamos de deixar aqui uma reflexão para

vocês: para além desse Pacote de Atividades e do Dia da Consciência Negra,

O que podemos fazer para tornar o Movimento Bandeirante e o

Movimento Escoteiro mais inclusivos e antirracistas? Quais

bandeiras devemos levantar?

Caroline FlorindoCoordenadora Educacional

&Jacqueline Oliveira

Colaboradora do Jeronymas

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Cirandameninas e meninos de 5 a 8 anos

Lobinhosmeninas e meninos de 7 a 10 anos

Objetivo: aumentar o repertório das crianças sobre a variedade de tons de pele existentes na humanidade.

Materiais: papel, lápis de cor, giz de cera, canetinha.

Preparação préviaCoordenadores de Ciranda e Chefes de Lobinhos, se possível, assistam o vídeo:

“The beauty human skin in every color” - TED Talk de Angela Dass

Orientação para a Coordenação e ChefiaSugerimos que os Coordenadores e Chefes solicitem às crianças que tragam os três desenhos prontos de uma semana para outra (Passo 1), dessa forma sobra mais tempo para reflexão e discussão. Dependendo do contexto, será interessante que as crianças façam uma exposição com os desenhos em casa (pode colar na parede da sala ou do quarto) e contar um pouco sobre a história dessas mulheres para as pessoas de suas famílias. Caso a família tenha acesso às redes sociais, solicite que as crianças fotografem seus desenhos e postem marcando o @jeronymas no Instagram.

!

“Humanae”, obra de arte da artista brasileira Angélica Dass

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DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Oriente às crianças a desenharem o busto de 3 mulheres com tons de pele diferentes (seguindo o exemplo da página 6). Elas podem escolher mulheres que conhecem e convivem (mãe, tia, prima, irmã, avó, professora, etc.) ou personalidades da mídia (famosas). Caso seja possível, as crianças podem buscar fotografias para ajudar com o desenho. As fotografias podem ser encontradas na internet, em jornais e revistas ou até mesmo no álbum de fotografia da família.

Com os desenhos prontos, peça para as crianças compartilharem/mostrarem seus desenhos. Ao analisar os desenhos junto com as elas, proporcione um momento de reflexão fazendo alguns questionamentos:

O que te fez desenhar essa mulher?

Você sabe a história de vida dela?

Será que todas as mulheres são iguais?

Será que todas as mulheres têm o mesmo tom de pele?

Atividade opcional

Círculo da Ciranda | Roca de Conselho

(Essa atividade pode ser um complemento interessante para a atividade anterior. Ela pode ser utilizada para avaliar a mudança de percepção sobre o que é considerado, de

maneira distorcida e racista, de lápis “cor de pele”.)

Peça para as crianças pegarem no seu estojo o lápis que consideram como o “cor de pele” e mostrarem para todo o grupo.

Solicite às crianças que comparem o lápis escolhido com os desenhos que eles fizeram.

Questione-os: será que esse lápis representa todas as possibilidades de cores e tons de pele?

Permita que eles argumentem e conversem sobre o assunto. Seja o mediador dessa importante discussão. Ao final da discussão, apresente a infinidade de tons de pele a partir da paleta de cores acima.

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Ramo B1meninas e meninos de 9 a 11 anos

Escoteirosmeninas e meninos de 11 a 14 anos

Objetivo: aumentar o repertório de mulheres protagonistas negras brasileiras.

Materiais: papel, lápis, lápis de cor, giz de cera, canetinha.

Preparação préviaPesquise na internet o nome de mulheres negras e brasileiras que representam o

empoderamento feminino e levantam pautas antirracistas. Isso vai ajudá-los a contribuir com o repertório dos Bandeirantes e Escoteiros e a dar exemplos para a atividade. No instagram @jeronymas é possível encontrar diversas mulheres e suas histórias.

Orientação para a Coordenação e ChefiaEssa atividade pode ser dividida em duas reuniões. Caso suas crianças tenham acesso às redes sociais, solicite que publiquem os desenhos da atividade complementar e marque o @jeronymas no Instagram.

!

Enedina Alves MarquesNasceu em 13 de janeiro de 1913 em Curitiba. Formou-se em Engenharia Civil em 1945 e é a primeira mulher engenheira do Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil.Trabalhou nas obras da Usina Capivari-Cachoeira, que foi seu maior feito como engenheira.

Carolina de JesusFoi uma escritora brasileira, conhecida por seu livro “Quarto de Despejo” publicado em 1960. Seu livro fez enorme sucesso e chegou a ser publicado em 14 idiomas.É considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na zona norte de São Paulo.

Marcelle Soares SantosÉ professora na Universidade Brandeis e pesquisadora no Fermi National Accelerator Laboratory, um dos mais importantes laboratórios de pesquisa de partículas, ambos nos Estados Unidos da América. Sua pesquisa foca nas características de ondas gravitacionais e na energia escura.

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DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Conte a história abaixo o Grupo/Tropa. Enquanto lê a história, solicite que as crianças fiquem de olhos fechados e imaginem as características físicas dessa pessoa. ATENÇÃO: De forma alguma mencione o gênero ou cor da personagem da história. Leia exatamente como está no texto.

Era uma vez um Brasil ainda Colônia de Portugal. Nessa época, muitas pessoas foram retiradas a força de suas terras para trabalhar aqui em troca de nada, apenas um lugar no chão para dormir, restos de comida e farrapos.

Dessas condições tristes de vida, a revolta foi inevitável e se formaram grupos de resistência espalhados pelo Brasil. Esses grupos se chamavam Quilombos - onde os fugitivos tentavam a liberdade e uma vida mais segura.

Dentre todos os Quilombos, um se destacou contra as condições de trabalho de seu povo, ele ficava em Palmares, Pernambuco. Lá viveu uma pessoa que foi essencial para essa luta, que sempre ajudava na rotina de plantação e produção de farinha, que dominava as técnicas da Capoeira, que era um exemplo na arte da caça, que usava as armas muito bem e liderou seu povo na defesa dos ataques portugueses.

Quando tentaram um acordo de paz em 1678, que libertaria somente o povo que foi preso no confronto e não incluía o restante que ficou da sua comunidade, não o aceitou. Em 1694, devido uma nova prisão, preferiu a morte do que viver nas condições antigas de trabalho.

”Após contar a história, desafie as crianças a desenharem a personagem citada do jeito que elas imaginaram. (Nossa hipótese é que elas irão desenhar um homem branco ou mulher branca.)

Solicite às crianças que mostrem seus desenhos para os colegas e conversem sobre as diferenças e semelhanças em cada desenho. O Coordenador ou Chefe deve mediar a discussão das crianças deixando um ar de mistério sobre a personagem.

Após todos mostrarem seus desenhos e participarem da discussão, conte a história novamente, agora falando claramente de quem se trata: Dandara.

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Dandara dos Palmares

Era uma vez um Brasil ainda Colônia de Portugal. Nessa época, muitas pessoas negras foram retiradas a força de suas terras e escravizadas para trabalhar aqui em troca de nada, apenas um lugar no chão para dormir, restos de comida e farrapos.Dessas condições tristes de vida, a revolta foi inevitável e se formaram

grupos de resistência espalhados pelo Brasil. Esses grupos se chamavam Quilombos - onde os fugitivos tentavam a liberdade e uma vida mais segura.Dentre todos os Quilombos, um se destacou contra as condições de trabalho

de seu povo, ele ficava em Palmares, Pernambuco. Lá viveu Dandara dos Palmares, uma mulher negra que foi essencial para essa luta, que sempre ajudava na rotina de plantação e produção de farinha, que dominava as

técnicas da Capoeira, que era um exemplo na arte da caça, que usava as armas muito bem e liderou seu povo na defesa dos ataques portugueses. Quando tentaram um

acordo de paz em 1678, que libertaria somente o povo que foi preso no confronto e não incluía o restante que ficou da sua comunidade, Dandara não o aceitou. Em 1694, devido uma nova prisão, Dandara preferiu a morte do que viver nas condições antigas de trabalho.

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Atividade opcional

Valorizando uma Mulher Negra Brasileira

(Essa atividade pode ser complementar a anterior. Ela possibilita a valorização de mulheres reais e a representatividade para as meninas pretas sobre empoderamento e

possibilidades).

Solicite às crianças que escolham uma mulher preta brasileira (que faça parte do seu círculo social ou da mídia) e crie uma obra de arte/retrato com essa mulher.

Peça para que as crianças pesquisem a história dessa mulher e conte para sua família e/ou para o seu grupo de bandeirantes ou escoteiros.

Proporcione uma exposição online. Para isso você pode usar o Instagram ou Facebook do seu núcleo ou grupo. Não esqueça de pedir permissão para o compartilhamento de fotografia e imagens de pessoas na internet.

FormigaGrande astro do futebol brasileiro. Começou cedo no futebol, aos 12 anos, mostrando que futebol é sim para meninas. Foi duas vezes vice-campeã olímpica e uma vez vice-campeã mundial de futebol femininoe é a única pessoa do mundo a ter participado, como atleta, de 7 Copas do Mundo (incluindo homens e mulheres).

Sueli CarneiroFilósofa, escritora, ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro e é considerada uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil.Também é fundadora e atual diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra. Criou o único programa brasileiro de orientação na área de saúde específico para mulheres negras.

Maria FelipaConhecida como a “Heroína Negra da Independência”Foi uma mulher marisqueira, pescadora e trabalhadora braçal, que teria participado da luta da Independência da Bahia. A história diz que ela teria liderado um grupo de 200 pessoas, entre mulheres negras e índios nas batalhas contra os portugueses que atacavam a Ilha de Itaparica

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Ramo B2adolescentes de 12 a 14 anos

Senioresadolescentes de 15 a 17 anos

Objetivo: aumentar o repertório musical proveniente da cultura afro brasileira protagonizada por mulheres.

Materiais: telefone celular e aplicativo do Spotify

Preparação préviaOuça a Playlist Jeronymas Antirracista no Spotify

Orientação para a Coordenação e ChefiaA atividade pode ser realizada com o grupo todo ou por equipes, dependendo do número de B2/Escoteiros que tem no Grupo/Tropa.!

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DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Faça uma enquete com os seus B2/Seniores sobre qual o artista/cantor/banda que eles mais escutam no momento. Faça uma lista com os nomes desses artistas. Para não interferir na listagem, não mencione que essa será uma atividade do Pacote de Atividades Feminista Antirracista do Jeronymas. Você pode usar uma abordagem informal, pedindo sugestões de músicas e artistas que eles gostam para criar uma playlist do Grupo/Tropa.

Questione seu Grupo/Tropa com as seguintes perguntas:

Quantos desses artistas são mulheres? (Circule as artistas.)

O quantos desses são mulheres negras? (Circule as artistas negras.)

Do que essas músicas se tratam? Qual o contexto/história que elas retratam?

Porque será que as mulheres negras não aparecem com frequência? (Nossa hipótese é que a lista irá apresentar poucas mulheres pretas com músicas empoderadoras. Caso o cenário seja oposto, aproveite para analisar as letras das músicas com seu Grupo/Tropa).

Solicite que os B2/Seniores ouçam a Playlist Jeronymas Antirracista e respondam as seguintes perguntas:

Você conhecia essas cantoras? Você conhecia essas músicas?

Qual música chamou mais atenção?

Selecione um trecho da música que te chamou mais a atenção. Você já tinha parado para pensar sobre esse ponto de vista?

Organize seus B2/Seniores para fazerem uma esquete com uma das músicas da Playlist “Jeronymas Antirrascista”. Postem a esquete no Instagram do seu Grupo/Tropa ou Núcleo/Grupo e marquem @jeronymas no Instagram.

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Guiasjovens de 15 a 21 anos

Pioneirosjovens de 18 a 21 anos

Objetivo: refletir sobre a representatividade da mulher negra brasileira em diferentes espaços.

Orientação para a Coordenação e ChefiaAjude o seu Clã a organizar uma ação significativa para ambas as partes ( jovens Bandeirantes e Escoteiros e mulheres negras da comunidade). Sugira a eles que façam uma entrevista com essas mulheres e planejem ações em conjunto.

!

Antonieta de BarrosProfessoraAtivista

Tereza de BenguelaLíder Revolucionária

Carolina de JesusEscitora

Ruth de SousaAtriz

Laudelina CamposDomésticaSindicalista

Marielle FrancoSociólogaPolítica

Maria Firmina Romancista

Maria Betriz NascimentoHistoriadora

Mãe Menininha do GantoisIalorixá

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DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Inicie a reunião com seu Clã com as seguintes perguntas a fim de proporcionar uma reflexão inicial:

Quantos colegas da sua classe são negros?

Quantos colegas do Clã são negros?

Quantos coordenadores são negros no seu Núcleo/Grupo?

Quantos desses são meninas/mulheres negras?

Quantas mulheres negras ocupam espaços de poder na política?

Peça para o Clã compartilhar mulheres negras que eles veem na mídia. Façam juntos uma lista dessas mulheres para visualizar os nomes e o que elas representam. Instigue os jovens com as seguintes perguntas: Quem são essas mulheres? O que elas representam? São atrizes? Se sim, quais papéis elas costumam fazer nas novelas e filmes? São cantoras? Qual a visibilidade de suas músicas? São empresárias? São modelos? Etc.

Solicite que os jovens entrem no Instagram do @jeronymas e pesquisem mulheres negras brasileiras que contribuíram de alguma forma para a história do nosso país. Qual a relevância dessas mulheres para a história do nosso país?

DESAFIO PARCERIAPesquisem na sua comunidade/cidade uma mulher negra autônoma, uma organização ou um movimento de mulheres negras. Entrem em contato com essa mulher/organização/movimento e marquem uma conversa. Durante essa conversa, entrevistem a mulher com a finalidade de compreender sua história, conquistas e desafios. O Clã deve propor uma ação em conjunto com o objetivo de valorizar e/ou apoiar o trabalho delas.

Sugestões: Criar e administrar um instagram/facebook para a mulher/organização, criar um evento de divulgação do trabalho, proporcionar uma palestra aberta à comunidade, etc.

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Para saber mais:

Glossário antirracista

A Apropriação Cultural: Ato de se apropriar de elementos de uma outra cultura da qual não pertence, desconsiderando os significados e tradições que o permeiam. Isto pode partir de um indivíduo ou da indústria.

Africanidade: Em sentido geral, pensar em africanidade nos remete ao sentido de reconhecimento tanto do lugar histórico, sociopolítico e lúdico-cultural, onde tudo se liga a tudo. Na prevalência da africanidade o universo é gerado na existência coletiva, prevalecendo o Ser Humano e o Espaço enquanto expressão da chamada força vital, imprescindível para evidenciar a construção de uma identidade negra postulada na construção de um mundo democrático. A africanidade reconstruída no Brasil está calcada nos valores das tradições coletivas do amplo continente africano, presente e recriada no cotidiano dos grupos negros brasileiros.

Afrodescendente: O termo afrodescendente se refere aos/às descendentes de africanos (as) na diáspora, em contextos de aproximação política e cultural, e é utilizado como correlato de negros (as) (ou, às vezes “pretos”) nos países de língua portuguesa, como o Brasil, de african american, na língua inglesa, em países como Estados Unidos (onde se usa também o termo black).

Ancestralidade: Para os povos africanos e seus descendentes, a ancestralidade ocupa um lugar especial, tendo posição de destaque no conjunto de valores de mundo. Vincula-se à categoria de memória, ao contínuo civilizatório africano que chegou aos dias atuais irradiando energia mítica e sagrada. Integrantes do mundo invisível, os ancestrais orientam e sustentam os avanços coletivos da comunidade. A ancestralidade redefine a alegria de partilhar um espaço rodeado de práticas civilizatórias e o viver de nossos antepassados, conduzindo para um processo de mudanças e enriquecimento individual e coletivo em que o sentimento e a paixão estão sintonizados com o ser e o comportamento das pessoas (SOUZA, 2003). A ancestralidade remete aos mortos veneráveis, sejam os da família extensa, da aldeia, do quilombo, da cidade, do reino ou império, e à reverência às forças cósmicas que governam o universo, a natureza.

Auto-estima: Sentimento e opinião que cada pessoa tem de si mesma. É na infância, no contato com o outro, que construímos ou não a nossa autoconfiança. As experiências do racismo e da discriminação racial determinam significativamente a autoestima dos (as) adultos (as) negras e somente a reelaboração de uma nova consciência é capaz de mudar o processo cruel de uma sociedade desigual que não os(as) estimula e nem respeita. O processo psicológico é um dos aspectos mais importante da autoestima, pois conduz as relações interpessoais. As formas como nos relacionamos com o outro em muitas situações geram falsos valores. Então o caminho para construção da autoestima está calcado em uma sociedade mais justa e igualitária, no reconhecimento e valores de cada indivíduo como um ser essencial.

B Branquitude: Refere-se à identidade racial branca, em que o sujeito branco coloca si mesmo em uma posição de poder, privilegiada e superior. A Branquitude colabora para a construção social e a reprodução de discriminação racial.

C Circularidade: Um dos percursos do pensamento complexo que busca a circularidade entre a análise (a

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disjunção) e a síntese (a religação), que ultrapassa o reducionismo e o “holismo” e reconhece a circularidade entre as partes e o todo (ARANHA, 2005). A circularidade diz respeito, igualmente, ao caráter do pensamento cíclico, mítico, muitas vezes relacionado às sociedades tradicionais em que os tempos passados, presentes e futuros se processam em círculo: elementos do passado podem voltar no presente, especialmente através da memória; anúncios do futuro podem ocorrer no aqui e agora.

Colorismo: Discriminação que ocorre a partir da cor da pele. Diferente do racismo, que pode atingir asiáticos, latinos, indígenas e outros, o colorismo ocorre seguidamente ao racismo caso a pessoa tenha a pele mais escura. Ou seja, quanto mais escura a pele da pessoa negra, mais discriminação e exclusão ela irá sofrer ou quanto mais clara a pele, mais aceita será a pessoa.

Complexidade: Contemporaneamente, o termo refere-se ao pensamento filosófico e científico que busca compreender o mudo como um todo, recusando o reducionismo das interpretações e explicações. Edgar Morin assim concebe o pensamento complexo: “É a viagem em busca de um modo de pensamento capaz de respeitar a multidimensionalidade, a riqueza, o mistério do real; e de saber que as determinações – cerebral, cultural, social, histórica – que impõem a todo o pensamento, co-determinam sempre o objecto de conhecimento” (1980, p. 14).]

Corpo: O corpo humano pode ser concebido como uma porção de espaço, com suas fronteiras, centros vitais, defesas e fraquezas. O corpo também pode ser pensado como um território. Na visão de mundo de vários povos africanos, o corpo é o primeiro território sagrado do qual somos responsáveis. Para Azoilda Trindade, “é importante ressaltar, também, que diversos povos e grupos étnicos e culturais concebem e interagem com o corpo diferentemente: uns amam o corpo do outro; uns escravizam e vampirizam o corpo do outro, usando o corpo alheio; outros destroem o próprio corpo se autonegando, se mutilando... Uns sacralizam os corpos, outros o reificam... Alguns corpos lutam pela sua visibilidade e por direitos humanos, sociais e políticos; outros reduzem e negam o corpo do outro; outros, ainda, escondem os seus próprios corpos como se deles se envergonhassem” (2002, p. 71).

Corporalidade: Corporalidade e espiritualidade compõem a estrutura que os seres humanos portam nos diversos aspectos da alma, no investimento cultural dos sentidos da vida. Corporalidade é o viver cotidiano de cada pessoa, individual e coletivo. É modulada de diferentes maneiras, segundo o espaço psíquico ou espiritual somático. Na corporalidade se expressa também a sexualidade, reinterpretada e reproduzida graças à celebração do corpo, como lugar de representação cultural e histórico, como geradora de percepções e concepções de valores. Está relacionada à existência, ao trabalho, ao lazer e ao tempo que dedicamos a cada uma dessas funções.

Cotas Raciais: Reservas percentuais de vagas para negros e indígenas.

Cultura: Conjunto de manifestações característicos de uma sociedade.

D Desigualdade Racial: Toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. (Estatuto da Igualdade Racial, Lei 12.228 de 20 de julho de 2010).

Discriminação Racial: Toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. (Estatuto da Igualdade Racial, Lei 12.228 de 20 de julho de 2010).

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Diversidade: As educadoras Gomes & Silva nos indicam que “o trato da diversidade não pode ficar a critério da boa vontade ou da implantação de cada um. Ele deve ser uma competência político-pedagógica a ser adquirida pelos profissionais da educação nos seus processos formadores, influenciando de maneira positiva a relação desses sujeitos com os outros, tanto na escola quanto na vida cotidiana” (2002, p.29-30). Nas palavras de Sodré, “A diversidade étnicocultural nos mostra que os sujeitos sociais, sendo históricos, são também, culturais. Essa constatação indica que é necessário repensar a nossa escola e os processos de formação docente, rompendo com as práticas seletivas, fragmentadas, corporativistas, sexistas e racistas ainda existentes” (2001). Nesse sentido, afirma Nilma Lino Gomes: “Assumir a diversidade cultural significa muito mais do que um elogio às diferenças. Representa não somente fazer uma reflexão mais densa sobre as particularidades dos grupos sociais, mas, também, implementar políticas públicas, alterar relações de poder, redefinir escolhas, tomar novos rumos e questionar a nossa visão de democracia” (2003).

E Epistemicídio: Desvalorização, negação ou ocultamento das contribuições do Continente Africano e da diáspora africana para o patrimônio cultural da humanidade. (Sueli Carneiro)

Estereótipo: Opinião preconcebida, difundida entre os elementos de uma coletividade; conceito muito próximo de preconceito. Sant’Ana define estereótipo como: “uma tendência à padronização, com a eliminação das qualidades individuais e das diferenças, com a ausência total do espírito crítico nas opiniões sustentadas” (2004, p.57).

Etnia: Conceito que se refere às línguas, comportamentos, cultura e características físicas compartilhadas por um determinado grupo de pessoas.

Etnocentrismo: Visão de mundo característica de quem considera o seu grupo étnico, nação ou nacionalidade socialmente mais importante do que os demais. Ato de considerar um grupo étnico inferior ao outro.

FFeminismo negro: Movimento social e segmento do feminismo que tem como protagonistas principais as mulheres negras. O objetivo é a discussão de gênero e antirracista, exigindo visibilidade e reivindicando os direitos das mulheres negras.

GGriô: Segundo o historiador africano Hampaté Bâ, há várias categorias de griots (palavra francesa, para aqueles chamados de dieli, em bambara, língua da África Ocidental): narradores orais, músicos e/ou cantores. Os griots não são os únicos tradicionalistas, mas podem tornar-se, se for a sua vocação: “É fácil ver como os griots genealogistas, especializados em histórias de famílias, geralmente dotados de memória prodigiosa, tornaram-se naturalmente, por assim dizer, os arquivistas da sociedade africana e, ocasionalmente, grandes historiadores, mas é importante lembrarmos que eles não são os únicos a possuir tal conhecimento. Os griots historiadores, a rigor, podem ser chamados de “tradicionalistas”, mas com a ressalva de que se trata de um ramo puramente histórico da tradição a qual possui muitos outros ramos” (1980, p. 206).

HHistória: A história pode ser realizada e compreendida de várias formas: escrita, oral, quantitativa, econômica, cultural, social. A concepção de história vem sendo ampliada e relativizada com a história dos grupos

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socialmente subalternos e discriminados que já foram considerados “povos sem história”. Como área do conhecimento tem teorias e métodos próprios. Profissionais desse campo têm se voltado para a história da África e da população negra na diáspora.

História da África: História das sociedades africanas, escrita e/ou narrada por africanos (as), afrodescendentes e pesquisadores/as de outros grupos étnico-raciais que apresentam a África em suas diversas conexões espaço-temporais, sem se limitar ao período do capitalismo mundial mercantilista e à escravidão moderna (séculos XVI a XIX). A história da África pode ser igualmente relacionada ao pan-africanismo, à negritude, ao movimento de descolonização e independência dos países africanos, ao racismo em escala mundial e às sociedades africanas contemporâneas

I Identidade: A noção de identidade é abordada por diversas áreas do conhecimento. Portanto, podemos tratar de vários tipos de identidade. No tocante à identidade racial ou étnica, o importante é perceber os seus processos de construção, que podem ser lentos ou rápidos e tendem a ser duradouros. É necessário estar atento aos elementos negativos, como os estereótipos e as situações de discriminação. Além disso, é necessário ater-se à vontade de reconhecimento das identidades étnicas, raciais e de gênero dos indivíduos e dos grupos. Também é preciso compreender que, no mundo contemporâneo, os indivíduos constroem e portam várias identidades (sociais, étnicas e raciais, de faixa etária, gênero e orientação sexual e outros).

Intolerância Religiosa: Ato de discriminar, isolar, agredir ou humilhar indivíduos de religiões minoritárias. Geralmente, as religiões mais atingidas estão relacionadas com fatores como etnia, cultura e nacionalidade.

Injúria Racial: Segundo o artigo n. 143 do Código Penal, injúria racial “consiste em ofender a honra de alguém com a utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem. ” Diferente do racismo, a injúria racial é quando um indivíduo ofende o outro por sua raça.

M Mito da democracia Racial: É compreendido como uma corrente ideológica que pretende negar a desigualdade racial entre brancos, negros e indígenas no Brasil como fruto do racismo, afirmando que existe entre estes três grupos raciais uma situação de igualdade de oportunidade e de tratamento, negando a discriminação racial contra os negros e indígenas no Brasil; além disso, contribui para perpetuar estereótipos, preconceitos e discriminações construídos sobre negros e indígenas.

Movimentos Negros: Movimentos sociais constituídos por pessoas negras que lutam pelos direitos, igualdade racial e visibilidade da população negra.

Multiculturalismo: Coexistência de várias culturas no mesmo espaço, no mesmo país, na mesma cidade, na mesma escola. Para Gonçalves e Silva, “embora o multiculturalismo tenha se transformado, com apoio da mídia e das redes informais, em um fenômeno globalizado, ele teve início em países nos quais a diversidade cultural é vista como um problema para a construção da unidade nacional. (...) Em suma, o multiculturalismo, desde sua origem, aparece como princípio ético que tem orientado a ação de grupos culturalmente dominados, aos quais foi negado o direito de preservar suas características culturais” (2001, p. 19-20). Ainda que da perspectiva do multiculturalismo seja apresentada uma visão relativista dos valores, Capelo pondera que “o multiculturalismo não pode abrir mão da igualdade de direito e das necessidades compensatórias, caso contrário terá contribuído para excluir, para separar, para fragmentar, permitindo que a dominação sobre a minoria seja ainda mais eficiente” (2003, p. 129).

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P População Negra: Conjunto de pessoas pretas e pardas conforme o quesito cor/raça utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou que adotam autodefinição análoga. (Estatuto da Igualdade Racial, Lei 12.228 de 20 de julho de 2010)

Preconceito Racial: Conceito ou noção elaborada sobre negros e indígenas, sem conhecimento desses grupos sociais, geralmente um sentimento hostil assumido após generalização apressada ou experiência pontual.

Q Quilombolas: São grupos étnico-raciais segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. (Decreto n. 4.887, de 20 de novembro de 2003)

R Raça: Do ponto de vista biológico, existe apenas uma raça. O conceito de raça surgiu para justificar a dominação colonial europeia e branca na África e América, sobre negros e indígenas; este conceito está atualmente ligado à discriminação racial, que pode variar de país para país, sendo que no Brasil é de marca (aparência ou fenótipo) em relação a negros, étnico (em relação a indígenas) e outros, e em outros países pode ser de origem (ascendência) inclusive para negros; (Habeas Corpus 82424 do Supremo Tribunal Federal e Oracy Nogueira).

Racismo: São práticas que partem da crença de que uma raça é superior a outra. Estas práticas podem partir de uma pessoa, instituição ou até mesmo do âmbito político.

Racismo Ambiental: Ato de desapropriar ou privar determinados grupos raciais como os indígenas, quilombolas e ribeirinhos de terem suas terras.

Racismo Institucional: É qualquer sistema de produção de desigualdade que se baseia em raça, que pode ocorrer em instituições como órgãos públicos, corporações empresariais privadas e universidades (públicas e privadas). O termo foi introduzido pelos ativistas Stokely Carmichael e Charles V. Hamilton do movimento Panteras Negras, nos EUA, na década de 1960.

S Segregação Racial: Ato de isolar, separar e impedir o acesso de um determinado grupo racial a direitos estatais, circulação em espaços públicos ou privados. Esta ação pode ser institucional, como no Apartheid (na África do Sul), ou partir de parte da população.

TTerritório/territorialidade: Para entendermos o conceito de territorialidade em África, é necessário verificarmos a complexidade do imaginário africano tradicional. Antes, é preciso entender que tradicional, nesse caso, não é igual a velho, estático e sem evolução. A territorialidade se dá através da força vital, da energia concentrada em tal espaço, sem fronteiras rígidas. A territorialidade pode ser percebida como espaço

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de práticas culturais nas quais se criam mecanismos identitários de representação a partir da memória coletiva, das suas singularidades culturais e paisagens. A territorialidade seria assim resultante de uma unidade construída, em detrimento das diferenças internas, porém evocando sempre a distinção em relação às outras territorialidades. Sodré afirma que “o território como patrimônio simbólico não dá lugar à abstração fetichista da mercadoria nem à imposição poderosa de um valor humano universal, porque aponta o tempo inteiro para a abolição ecológica da separação (sofística) entre natureza e cultura, para a simplicidade das condutas e dos estilos de vida e para a alegria concreta do tempo presente” (1988a, p. 165).

V Vagas Suplementares para Negros: Modalidade que implica em criar vagas a mais para cada curso ou no conjunto da universidade, para ingresso desses segmentos.

XXenofobia: Aversão, medo injustificado a pessoa e coisas estrangeiras; ódio ao estrangeiro. O termo xenofobia também é considerado a condição psicológica para descrever pessoas que temem ou abominam grupos tidos como estrangeiros. Historicamente, o Brasil viu com reservas a presença de alguns imigrantes internacionais. No final do período imperial, não se admitia a presença de imigrantes africanos e asiáticos. Na época do nacionalismo do Estado Novo praticou-se o racismo e a xenofobia aberta ante a diversas nacionalidades, com a justificativa de que certas nacionalidades poderiam ser mais bem “assimiladas” pela sociedade brasileira e outras não, por meio de uma legislação excludente, revestindo-se também de roupagem tipicamente autoritária das circulares e ordens secretas e acompanhada de um clima xenófobo (MILESI, BONASSI & SHIMANO, 2000, p. 57).

Referências Bibliográficas

1) Portal Câmara dos Deputados. Glossário de Acessibilidades:http:/www2.camara.gov.br/2) Afirmativas e Diversidades (SAAD) - órgão executivo da Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC)

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Pacote de Atividades Feminista e Antirrascista 2020

Idealizado porProjeto @jeronymas

Coordenadora educacionalCaroline Florindo

ColaboradorasBarbara BarbozaJacqueline OliveiraLetícia Corbari

Naynara de Souza

DiagramaçãoMarina Florindo

CoordenaçãoIzabel Sanches Marina Florindo

Coordenadoras do Projeto @jeronymas

ApoioWorld Association of Girl Guides and Girl Scouts

Movimento Bandeirante BrasilEscoteiros do Brasil

Todos os Direitos Reservados.

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