jaqueline de paula mazilÃo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA JAQUELINE DE PAULA MAZILÃO MARÍLIA MENDES DO NASCIMENTO ECONOMIA DE MOVIMENTO, GASTO ENERGÉTICO E RESPOSTA CARDIOVASCULAR NA MARCHA DE INDIVÍDUOS COM AMPUTAÇÕES TRANSFEMORAIS Juiz de Fora 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

JAQUELINE DE PAULA MAZILÃO MARÍLIA MENDES DO NASCIMENTO

ECONOMIA DE MOVIMENTO, GASTO ENERGÉTICO E RESPOSTA

CARDIOVASCULAR NA MARCHA DE INDIVÍDUOS COM AMPUTAÇÕES

TRANSFEMORAIS

Juiz de Fora 2009

Jaqueline de Paula Mazilão Marília Mendes do Nascimento

ECONOMIA DE MOVIMENTO, GASTO ENERGÉTICO E RESPOSTA

CARDIOVASCULAR NA MARCHA DE INDIVÍDUOS COM AMPUTAÇÕES

TRANSFEMORAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Medicina, Departamento de Fisioterapia, da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, como pré-requisito para a obtenção do título de bacharel em Fisioterapia

. Orientador: Prof. Dr. Eduardo José Danza Vicente

Juiz de Fora

2009

Mazilão, Jaqueline de Paula

Economia de movimento, gasto energético e resposta cardio_

vascular na marcha de indivíduos com amputações transfemorais

/ Jaqueline de Paula Mazilão, Marília Mendes do Nascimento –

2009.

71f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)–

Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009.

1. Amputação - Reabilitação. 2. Locomocao humana. I.

Nascimento, Marilia Mendes do. II. Título.

CDU 616-089.873

DDEEDDIICCAATTÓÓRRIIAASS

Dedico essa monografia aos meus pais além de amigos e que me amam tanto, Fátima e José Expedito e ao meu irmão Gabriel.

Jaqueline de Paula

Dedico esse trabalho a meus pais Ediméia e José, ao meu namorado Laerth Júnior e

a minha irmã Mariza.

Marília Mendes

AAGGRRAADDEECCIIMMEENNTTOOSS

Agradeço à Deus e aos meus pais Fátima e José Expedito por tanta força,

incentivo e confiança dedicada a mim, por me ajudarem a concluir uma fase tão

importante na minha vida como um curso superior.

Ao meu querido irmão Gabriel pelo amor que sente por mim.

Agradeço a toda minha família por sempre acreditarem em mim.

Ao meu eterno amor Evane Júnior, pela compreensão, carinho, por sempre

estar do meu lado nos momentos finais desse trabalho e ajuda prestada, nunca

esquecerei.

Aos meus amigos de faculdade pelos bons momentos que passamos juntos.

Em especial à Alessandra, Alana, Aline e Lílian pelos bons exemplos e apoio.

Agradeço a minha dupla Marília que sempre me ajudou durante o curso com

incentivos e apoio.

A todos os professores do curso pela dedicação e disposição em ajudar a

crescer.

Ao professor Eduardo Danza pela competência na orientação deste trabalho.

Agradeço a professora Lílian que muito fez por esse trabalho, com sabedoria

e sempre disposta a ajudar.

Ao professor Jorge que muito contribuiu com esse trabalho, pela disposição e

paciência.

A todos que contribuíram de alguma forma na conclusão do curso, sou

eternamente grata!

Jaqueline

Para conseguir terminar essa etapa de minha vida e concluir o curso de

Fisioterapia, necessitei de ajuda de algumas pessoas e, para retribuir, agradeço a

cada uma delas, que diretamente ou indiretamente me ajudou nessa conquista.

Em primeiro lugar agradeço a meus pais que sempre lutaram por mim para

que eu conseguisse concluir meu curso e me tornasse uma profissional. A minha

irmã e meu cunhado, sempre torcendo por mim.

Agradeço ao meu grande amor, companheiro e namorado Laerth Júnior, ou

Juninho, sempre ao meu lado, torcendo e desejando o melhor para mim.

Aos amigos que fiz antes ou durante a faculdade que estiveram sempre ao

meu lado, me ajudando diretamente ou me desejando o bem. As pessoas de minha

família e próximas a mim, que rezaram e sempre torceram por meu sucesso.

A Jaqueline, minha dupla de monitorias e trabalho de conclusão de curso.

Ao professor Eduardo Danza, meu orientador, que através de seu

conhecimento e ajuda foi indispensável durante a elaboração desse trabalho e

também foi responsável por despertar em mim o desejo pela pesquisa.

Ao professor Jorge e a professora Lilian que foram mais do que uma simples

banca, mas também grandes responsáveis pela conclusão desse trabalho, com

ajudas e conhecimentos, sempre dispostos a ajudar.

Não posso deixar de agradecer aos professores e orientadores de estágio

que doaram seus conhecimentos e contribuíram para a minha formação e para o

que eu sou hoje, uma Fisioterapêuta e apaixonada por essa área.

Também agradeço aos pacientes. Sem vocês não seria o que sou hoje e

através de vocês aprendi o verdadeiro sentido de ser uma Fisioterapêuta e a amar

essa linda profissão. Agradeço em especial aos pacientes do Projeto de Reabilitação

de Amputados de Membros Inferiores, fonte de minha inspiração para esse trabalho

e paixão pela reabilitação de amputados. Em especial também agradeço aos outros

pacientes, que me mostrou que sempre temos que ter esperança e buscar um meio

para ajudar aqueles que depositam em mim a confiança como fisioterapêuta, mesmo

quando há pouca coisa a se fazer.

A todos vocês e àquele que por ventura não citei, obrigada, sou eternamente

grata a vocês!

Marília

RESUMO

Introdução: A marcha envolve o avanço regular do corpo com mínimo gasto

energético. A interrupção do ciclo normal da marcha e da conservação da energia no

movimento do tronco e membros resulta no aumento do gasto energético e da

resposta cardiovascular. Um indivíduo que consome menos oxigênio para realizar

certa atividade possui maior economia de movimento. Objetivo: Quantificar o gasto

energético, pelo volume de oxigênio consumido (VO2) e economia de movimento,

analisar a resposta cardiovascular por meio da frequência cardíaca (FC) e pressão

arterial (PA) em indivíduos com amputações transfemorais durante três velocidades

de marcha. Metodologia: Foram avaliados 10 indivíduos do sexo masculino,

adultos, com amputações traumáticas transfemorais comparados com 10 indivíduos

não amputados, ambos com média de idade de 42,2 anos. Foi selecionada uma

velocidade de marcha agradável (VMA) na esteira. Baseadas na VMA, duas outras

velocidades foram selecionadas, 20% acima e 20% abaixo. Após 10 minutos de

repouso foram aferidas FC e PA. Os indivíduos andaram por 5 minutos em cada

velocidade, 15 segundos antes do término da caminhada foram coletados o VO2,

gás carbônico produzido e faltando 10 segundos para o término da marcha, foram

aferidas FC e PA. A economia de movimento foi calculada através da conversão do

VO2 em Kcal/l e o resultado obtido foi dividido pela velocidade analisada. Para

comparação dos resultados, foi utilizado teste t-Student, análise de variância de

duas entradas seguida do teste Post Hoc de Tukey (p<0,05). Resultados: Os

indivíduos amputados apresentaram menores valores de velocidade de marcha,

maior gasto energético para cada metro percorrido, porém, em geral, não

apresentaram diferenças em relação à resposta cardiovascular em repouso e

durante as velocidades, ao serem comparados aos não amputados. Com aumento

da velocidade observou-se diferença significativa na maioria das variáveis

analisadas. Conclusão: Os indivíduos amputados apresentam maior gasto

energético e pior economia de movimento quando comparados aos indivíduos não

amputados, apesar de apresentarem uma velocidade de marcha mais lenta. Com

aumento da velocidade o amputado aumenta a resposta cardiovascular e se torna

mais econômico em relação ao consumo calórico.

Palavras Chaves: Economia de movimento. Gasto energético. Resposta

cardiovascular. Amputados. Marcha.

ABSTRACT

Introduction: The gait envolves a regular body advance with a minimal energy

expenditure. The interruption of the normal gait cicle and the energy conservation

movement in the trunk and limbs results in increased energy expenditure and

cardiovascular response. An individual that consumes less oxygen to do a certain

activity have a bigger movements economy. Objectives: Quantify the energy

expenditure by measuring the consumed oxygen volume (VO2) and the movements

economy, analyse the cardiovascular response by the heart rate (HR) and blood

preasure (BP) in individuals with transfemoral amputations using three different gait

velocities. Method: We evaluated 10 male subjects, adults with traumatic

transfemoral amputations compared with 10 normal individuals, and the mean age of

42,2 years. A confortable gait velocity (CGV) at the treadmill was selected. Two

others were selected based on the CGV, 20% above and 20% below. After 10

minutes resting HR and BP were measured. The individuals walked for 5 minutes at

each speed, 15 seconds before the end of each speed, the VO2 and volume of

carbon dioxide produced were collected and near 10 seconds to the end of the gait,

FC and BP were measured. The movements economy was calculated by the

convertion of VO2 into kcal/l and the obtained results were divided by the analysed

velocity. For comparison, we used t-Student test, analysis of variance followed by two

entries Post Hoc Tukey test (p<0.05). Results: The amputees had significantly lower

gait velocities, higher energy use for every meter traveled, however, in general, no

differences in relation to the cardiovascular response at rest and velocities, when

compared to non-amputees. With increasing speed showed significant differences in

most variables. Conclusion: The amputees have a higher energy expenditure and

poor movements economy when compared to normal individuals, despite having a

running speed slower. With increasing speed the amputee increases the

cardiovascular response and becomes more economical in relation to caloric

consumption.

Keywords: Movements economy. Energetic expenditure. cardiovascular response.

Amputees. Gait.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- A: Esteira rolante elétrica marca Ibramed® 10200 ATL. B: Máscara facial.

C: Analisador de gases marca Medgraph® VO2000, máscara facial e

um microcomputador. D: Cardiofrequencímetro da marca

Polar®...................................................................................................26

Figura 2- A: Próteses de membros inferiores utilizada em amputação transfemoral

com encaixe de contenção isquiática. B: Pé Sach®, com hálux

separado dos outros dedos..................................................................29

Figura 3- Primeiro contato do indivíduo amputado com a esteira rolante, para

adaptação e escolha da velocidade de marcha

agradável..............................................................................................29

Figura 4- A: Início do protocolo com os indivíduos permanecendo em repouso, na

postura sentada, por 10 minutos. B: Aferição da pressão arterial e

frequência cardíaca, faltando 15 segundos para o término do

repouso.................................................................................................30

Figura 5. A: Início do protocolo com um aquecimento prévio. B: Aferição da pressão

arterial, frequência cardíaca, consumo de oxigênio e produção de gás

carbônico durante as velocidades de marcha......................................30

Figura 6- Cálculo da economia de movimento.........................................................32 Figura 7- Comparação das médias das velocidades alcançadas pelos indivíduos

estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de confiança

(95%) e seu centro a média de velocidade. Os símbolos representam as

diferenças estatisticamente significativas nas comparações das médias

de velocidade entre os grupos (#) e entre indivíduos do mesmo grupo em

relação à velocidade anterior (*) e a maior com a menor velocidade ().

Amputados (A) e Não amputados (NA)....................................................35

Figura 8- Comparação das médias de frequência cardíaca alcançadas pelos

indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de

confiança (95%) e seu centro a média de frequência cardíaca. Os

símbolos representam as diferenças estatisticamente significativas nas

comparações das médias de frequência cardíaca entre os grupos (#) e

entre indivíduos do mesmo grupo em relação à velocidade anterior (*), a

maior com a menor velocidade () e a maior velocidade com o repouso

(). Amputados (A) e Não amputados (NA).............................................37

Figura 9- Comparação das médias de pressão arterial sistólica alcançadas pelos

indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de

confiança (95%) e seu centro a média de pressão arterial sistólica. Os

símbolos representam as diferenças estatisticamente significativas nas

comparações das médias de pressão arterial sistólica entre os grupos (#)

e entre indivíduos do mesmo grupo em relação à velocidade anterior (*), a

maior com a menor velocidade () e a maior velocidade com o repouso

(). Amputados (A) e Não amputados (NA)..............................................39

Figura 10- Comparação das médias de pressão arterial diastólica alcançadas pelos

indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de

confiança (95%) e seu centro a média de pressão arterial diastólica. Os

símbolos representam as diferenças estatisticamente significativas nas

comparações das médias de pressão arterial diastólica entre indivíduos do

mesmo grupo, em relação à velocidade anterior (*) e a maior velocidade

com o repouso (). Não apresentou diferenças entre os grupos, nem na

comparação da maior com a menor velocidade, entre indivíduos do

mesmo grupo. Amputados (A) e Não amputados (NA)..............................41

Figura 11- Comparação das médias de volume de oxigênio consumido pelos

indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de

confiança (95%) e seu centro a média de volume de oxigênio consumido.

Os símbolos representam as diferenças estatisticamente significativas

nas comparações das médias de volume de oxigênio consumido entre os

grupos (#). Nas comparações das médias de volume de oxigênio

consumido entre indivíduos do mesmo grupo em relação à velocidade

anterior e a maior com a menor velocidade, não obteve diferenças

estatisticamente significativas. Amputados (A) e Não amputados

(NA)..........................................................................................................43

Figura 12- Comparação das médias de economia de movimento alcançadas pelos

indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de

confiança (95%) e seu centro a média de economia de movimento. Os

símbolos representam as diferenças estatisticamente significativas nas

comparações das médias de economia de movimento entre os grupos (#)

e entre indivíduos do mesmo grupo em relação à velocidade anterior (*) e

a maior com a menor velocidade (). Amputados (A) e Não

amputados................................................................................................45

LISTA DE TABELA

Tabela 1- Equivalente do quociente respiratório em quilocalorias (Kcal) por litro de

oxigênio consumido...................................................................................31

Tabela 2- Média ± desvio padrão da velocidade de marcha agradável (VMA)–20%,

VMA e VMA+20% nos indivíduos amputados e não amputados.............35

Tabela 3- Média ± desvio padrão da frequência cardíaca (FC) em repouso, e na

velocidade de marcha agradável (VMA)–20%, VMA e VMA+20% nos

indivíduos amputados e não amputados..................................................37

Tabela 4- Média ± desvio padrão da pressão arterial sistólica (PAS) dos indivíduos

amputados e não amputados em repouso e nas velocidades

analisadas................................................................................................39

Tabela 5- Média ± desvio padrão da pressão arterial diastólica (PAD) dos indivíduos

amputados e não amputados em repouso e nas velocidades

analisadas................................................................................................41

Tabela 6- Média ± desvio padrão do volume de oxigênio consumido (VO2) pelos

indivíduos amputados e não amputados nas três velocidades

analisadas................................................................................................43

Tabela 7- Média ± desvio padrão da economia de movimento em indivíduos

amputados e não amputados, nas velocidades analisadas...................45

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A – Amputados

BP- Blood preasure

bpm – Batimentos por minuto

CAAE – Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

CAS – Centro de Atenção à Saúde

CENEPE-HU/CAS – Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão do Hospital

Universitário, Centro de Atenção à Saúde

CEP-UFJF – Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora

CGV - Confortable gait velocity

FC – Frequência cardíaca

QR – quociente respiratório

Km/h – Quilômetros por hora

Kcal – Quilocaloria

Kcal/m –– Quilocaloria por minuto percorrido

HR – Heart rate

HU/CAS – Hospital Universitário, Centro de Atenção à Saúde

L/min – Litros por minuto

mmHg – Milímetros de mercúrio

NA – Não amputados

PA – Pressão Arterial

PAD – Pressão Arterial Diastólica

PAS – Pressão Arterial Sistólica

QR – Quociente Respiratório

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora

VCO2 – Volume de Gás Carbônico produzido

VE – Volume Minuto

VMA – Velocidade de Marcha Agradável

VO2 – Volume de Oxigênio consumido

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 17

2 OBJETIVO ............................................................................................................... 23

3 MÉTODOS ............................................................................................................... 25

3.1 Materiais ............................................................................................................ 26

3.1.1 Permanentes ........................................................................................... 26

3.1.2 De Consumo............................................................................................ 27

3.2 Amostra e Procedimentos Experimentais .......................................................... 27

3.3 Cálculo da Economia de Movimento...................................................................31

3.4 Análise dos Dados............................................................................................. 32

4 RESULTADOS ......................................................................................................... 33

5 DISCUSSÃO ........................................................................................................... 46

6 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 54

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 56

ANEXOS ..................................................................................................................... 64

11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

1. INTRODUÇÃO

18

1. INTRODUÇÃO

A locomoção humana envolve o avanço regular do corpo através do espaço,

com mínimo gasto de energia (CASSILAS et al., 2001; WATERS & MULROY, 1999).

A interrupção do ciclo normal da marcha e da conservação da energia no movimento

do tronco e membros resulta em aumento do gasto de energia (GOUJON-PILLET et

al., 2008; SAUNDERS et al., 1953).

Em resposta à deficiência na marcha, o indivíduo pode se adaptar por meio

de uma marcha compensatória que reduza o gasto de energia. A eficácia e as

penalidades associadas a essa compensação dependem, acima de tudo, do grau da

deficiência e da saúde cardiovascular e musculoesquelética do indivíduo (WATERS

& MULROY, 1999). Indivíduos amputados em decorrência de doenças vasculares

(CROUSE et al., 1990; CZERNIECKI et al., 1994; HOFFMAN et al., 1997; WU et al.,

2001 apud VOLPICELLI et al., 1983) comumente possuem problemas

cardiovasculares (GITTER et al., 1997), resultando em um aumento significativo no

gasto energético durante a marcha em velocidades variadas.

Indivíduos que possuem deficiências do aparelho locomotor apresentam

maior exigência energética, levando à saturação das capacidades do metabolismo

aeróbio, o que reduz sua autonomia de deslocamento. A relação entre deficiência

motora e capacidade de adaptação aeróbia pode colocar o componente

bioenergético em primeiro lugar entre os fatores de limitação da marcha (CASSILAS

et al., 2001), como é o exemplo de indivíduos que possuem amputações.

A análise do gasto energético durante a marcha é um importante indicador da

eficiência do movimento humano, fornecendo dados que contribuem para o

direcionamento do tratamento fisioterapêutico, abordagem pré-cirúrgica, tomada da

decisão cirúrgica, seguimento pós-operatório, prescrição e adequação de próteses e

órteses, comparação pré e pós-tratamento em qualquer intervenção e orientação de

desempenho físico (DETREMBLEUR et al., 2005; ROSE et al., 2007; SAAD et al.,

1996) e também para a determinação do nível de autonomia e qualidade de vida dos

indivíduos (TRABALLESI et al., 2007).

As amputações de membros inferiores podem ocorrer principalmente devido

às insuficiências arteriais periféricas, complicações do diabetes mellitus, infecções

severas, traumas, neoplasias e deformidades congênitas, o que provoca grandes

alterações do potencial funcional e musculoesquelético dos indivíduos (GASPAR et

1. INTRODUÇÃO

19

al., 2003), e quanto maior o nível da amputação, maiores serão essa alterações

(BOCCOLINI, 2000).

Diversos são os fatores que podem influenciar a qualidade da marcha de

indivíduos amputados quando se trata do gasto energético, tais como: o nível de

amputação (CHAN et al., 2003; CZERNIECKI et al., 1994; HAGBERG et at., 2007;

HUANG et al., 1979; JAMES, 1973; NOWROZZI & SALVANELLI, 1983;

TRABALLESI et at., 2008; VAN DER WINDT et al., 1992; WATERS & MULROY,

1999; WU et al., 2001), o tipo de amputação (CZERNIECKI et al., 1994;

DETREMBLEUR et al., 2005; WATERS et al., 1989; WATERS & MULROY, 1999;

WU et al., 2001), os componentes e modelos de próteses (GRAHAM et al., 2008;

HSU et al., 2006; KAUFMAN et. al, 2008; MATTES et al., 2000; MENARD, et al.,

1992; PERRY et al., 2004; SCHMALZ et. al., 2002), o alinhamento biomecânico do

joelho e do pé na prótese (GRAHAM et al., 2008; SCHMALZ et al., 2002), a

adaptação à prótese (CZERNIECKI & GITTER, 1996; HURLEY et al., 1990; JIA et

al., 2003; LEHMANN et al., 1993; WATERS & MULROY, 1999; WINTER & SIENKO,

1988), a velocidade da marcha (JAEGERS et al., 1993; PAGLIARULO et al., 1979;

1988; WATERS et al., 1989; WATERS & MULROY, 1999), o uso de dispositivo

auxiliares na marcha, como muletas e andadores (GASPAR et al., 2003; WU et al.,

2001) e, finalmente, as características individuais dos amputados (COLBONE et al.,

1992; NIELSEN et al., 1988; PAGLIARULO et al., 1979; WATERS et al., 1989).

Existe diferença quando se compara o gasto energético entre indivíduos com

amputações transfemorais, que se referem à retirada cirúrgica parcial de um

membro entre a articulação do joelho e quadril (BARAÚNA et al., 2006; BOCCOLINI,

2001), e amputações transtibiais, entre a articulação do joelho e do tornozelo

(DETREMBLEUR et al., 2005; FISHER & GULLICKSON, 1978). Quanto maior o

nível de amputação, maior o gasto energético (DETREMBLEUR et al., 2005), o que

torna a preservação do joelho um fator determinante no prognóstico funcional dos

indivíduos (CASSILAS et al., 1995). Em relação aos tipos de amputações, as

amputações vasculares levam a um maior gasto energético do que amputações

traumáticas (DETREMBLEUR et al., 2005).

Existe considerável número de trabalhos publicados na literatura sobre gasto

de energia em indivíduos com amputações de membro inferior (GRAHAM et al.,

2008; HUANG et al., 1979; JAMES, 1973; KAUFMAN et al., 2008; MOLEN, 1973;

NOWROZZI & SALVANELLI, 1983; PAGLIARULO et al., 1979; WALTERS et al.,

1. INTRODUÇÃO

20

1976). Entretanto, é difícil a comparação direta dos resultados dos diferentes

estudos (MICHAUD et al., 2000; WATERS & MULROY, 1999), porque indivíduos

jovens com amputações traumáticas não são separados de indivíduos idosos com

amputações devido a doenças vasculares, não existe distinção entre indivíduos que

utilizam o membro superior, auxiliando ou não, durante a marcha e, finalmente,

porque não são separados indivíduos que apresentam uma prótese bem adaptada

daqueles que ainda não se adaptaram à prótese (ROSE et al., 2007; WATERS &

MULROY, 1999).

Alguns trabalhos (COLBONE et al., 1992; NIELSEN et al., 1988; WATERS et

al., 1989) têm mostrado que a marcha de indivíduos amputados provoca um gasto

de energia 25% a 30% maior do que em indivíduos sem amputação (CORCORAN &

BRENGELMANN, 1970; FISHER & GULLICKSON, 1978; GENIN et al., 2008;

ISAKOV et al., 1985; JAMES, 1973; OTIS et al., 1985). Dependendo do nível da

amputação, esse aumento do gasto pode chegar a 67% (GITTER et al., 1997).

Indivíduos com amputações transfemorais apresentaram gasto energético 45%

maior, durante a marcha, quando comparado a não amputados (BOONSTRA et al.,

1994; HOFFMAN et al., 1997).

O consumo de oxigênio (VO2) durante a marcha de amputados unilaterais

acima do joelho é aproximadamente 65% maior do que de indivíduos não

amputados, estando, os amputados com velocidade de marcha 50% menor do que

os indivíduos não amputados (GONZALES et al., 1974; TRAUGH et al., 1975). Para

os amputados por problemas vasculares unilaterais acima do joelho, o VO2 sobe

para 120% a 126%, quando comparados aos indivíduos não amputados, a uma

velocidade menor em 65% (CROUSE et al., 1990; CZERNIECKI et al., 1994;

HOFFMAN et al., 1997).

Quando a amputação é bilateral abaixo do joelho, o VO2 e a frequência

cardíaca (FC) durante a marcha aumentam em, respectivamente, 123% e 26%,

quando comparados com indivíduos não amputados (DUBOW et al., 1983). Se a

amputação bilateral for acima do joelho, o VO2 sobe para 280% (HUANG et al.,

1979).

Segundo Astrand et al. (1987) o VO2 máximo é o índice que melhor

representa, quantitativa e qualitativamente, a capacidade funcional do sistema

cardiorrespiratório durante a atividade física, sendo considerado a medida padrão-

ouro entre todos os índices.

1. INTRODUÇÃO

21

Mesquita et al. (2008) analisaram o gasto energético pelo VO2, volume de gás

carbônico produzido (VCO2), volume minuto (VE) e a resposta cardiovascular por

meio da pressão arterial (PA) e FC, em indivíduos com amputações transfemorais e

indivíduos sem amputações, em um protocolo que utilizava três velocidades distintas

de marcha em esteira rolante. Estes autores concluíram que houve maior VO2,

VCO2, VE e valores maiores da PA e FC nos indivíduos amputados, que

caminharam sempre em velocidades mais baixas. Entretanto nesse trabalho a média

de idade dos amputados foi maior que a dos indivíduos não amputados, 42,9 e 21,9

anos respectivamente, o que poderia de alguma forma ter alterado os resultados

observados.

A dificuldade no padrão de movimento não natural associada à excessiva

quantidade de trabalho requerida para andar usando próteses, frequentemente

levam o amputado a abreviar a atividade física ou recorrer à cadeira de rodas

(DUBOW et al., 1983). Esse problema se torna ainda maior quando se trata de

amputados por doenças vasculares periféricas, por apresentarem doenças cardíacas

e pouca tolerância ao trabalho (ISAKOV et al., 1985). Segundo Goujon-Piller et al.

(2008), os indivíduos amputados que apresentam restrição em suas atividades

físicas adotam uma velocidade da marcha mais lenta comparados a indivíduos que

possuem nível de atividade normal.

De acordo com Molen et al. (1972), existe um ritmo de passo mais eficiente

com relação ao gasto de energia na marcha de cada pessoa. Indivíduos sem

amputações escolhem, de forma involuntária, a melhor razão de velocidade e gasto

energético, entretanto, em amputados essa razão ainda não foi determinada

(JAEGERS et al., 1993). Alguns autores descrevem que indivíduos com amputação

parecem selecionar naturalmente uma velocidade de marcha onde a taxa do gasto

energético é similar a pessoas sem amputação (WATERS et al., 1976; WATERS e

YAKURA, 1989). Outros relatam que a velocidade de marcha agradável (VMA) em

indivíduos com amputação transfemoral demanda maior gasto energético em

comparação com indivíduos não amputados, mesmo apresentando uma velocidade

mais lenta (JAEGERS et al., 1993; OTIS et al., 1985).

A eficiência do movimento humano representa uma relação da quantidade de

energia necessária para realizar uma determinada tarefa com o trabalho real

empreendido. Assim, um indivíduo que consome menos oxigênio para realizar certa

atividade possui maior economia de movimento (MCARDLE et al., 1998). Essa

1. INTRODUÇÃO

22

variável pode ser definida como a energia utilizada em uma velocidade submáxima

de deslocamento e é determinada pela medição do VO2 e pela razão de troca

respiratória (SAUNDERS et al., 2004), referido como quociente respiratório (QR)

(MCARDLE et al., 1992). A utilização eficiente da energia disponível facilita o ótimo

desempenho durante a realização da atividade física (SAUNDERS et al., 2004).

A economia de movimento pode ser alterada por fatores fisiológicos,

biomecânicos (SAUNDERS et al., 2004) e cinemáticos (TSEH et al., 2008) como

estado nutricional, massa corporal, adaptações metabólicas musculares, tipo de

calçado (SAUNDERS et al., 2004), efeitos do terreno e da superfície onde se

deambula (MCARDLE et al., 1998) e alterações durante a marcha como o

comprimento do passo (TSEH, 2008 apud HÖGBER, 1952). Além desses fatores a

economia de movimento também pode ser influenciada pela idade cronológica

(MACHADO et al., 2002).

Mesmo com o evidente aumento do gasto energético observado em

indivíduos amputados em diferentes níveis, as análises quantitativas são escassas

na literatura (CROUSE et al., 1990). A maioria dos trabalhos foram desenvolvidos

com indivíduos que possuem próteses novas, e em países cuja saúde pública é bem

diferente da nossa, inexistindo pesquisas nacionais sobre o tema em questão. Além

disso, não foi encontrado nenhum estudo que analisou a economia de movimento

em indivíduos amputados de membros inferiores.

2. OBJETIVO

23

22.. OOBBJJEETTIIVVOO

2. OBJETIVO

24

2. OBJETIVO

O objetivo desta pesquisa é quantificar o gasto energético, pelo VO2 e a

economia de movimento e, além disso, analisar a resposta cardiovascular, por meio

da mensuração dos comportamentos da PA e da FC, em indivíduos com

amputações traumáticas transfemorais, utilizando próteses com encaixe de

contenção isquiática e pé Sach® e comparar com indivíduos não amputados durante

a marcha em três velocidades distintas. Além de analisar o efeito do aumento da

velocidade em relação às variáveis citadas entre os indivíduos do mesmo grupo.

3. MÉTODOS

25

33.. MMÉÉTTOODDOO

3. MÉTODOS

26

3. MÉTODOS

3.1. Materiais

3.1.1. Permanentes

Foram utilizados uma esteira rolante elétrica marca Ibramed® 10200 ATL,

(Figura 1A) um analisador de gases marca Medgraph® VO2000 (Figura 1C), dois

esfigmomanômetros e estetoscópios da marca BD®, cardiofrequencímetro marca

Polar® (Figura 1D), três máscaras faciais com tamanhos variados (Figuras 1B e 1C)

e um microcomputador (Figura 1C), pertencentes ao setor de Avaliação Física do

HU-CAS.

Figura 1 – A: Esteira rolante elétrica marca Ibramed® 10200 ATL. B: Máscara facial.

C: Analisador de gases marca Medgraph® VO2000, máscara facial e um microcomputador. D: Cardiofrequencímetro da marca Polar®.

B

C

A

1

D

3. MÉTODOS

27

3.1.2. De Consumo

Foram utilizados três frascos de álcool e de glutaraldeido, um pacote de

algodão e um frasco de gel.

3.2. Amostra e Procedimentos Experimentais

Participaram da pesquisa 10 indivíduos do gênero masculino, adultos, com

amputações traumáticas entre o joelho e o quadril, que utilizam próteses de

membros inferiores com contenção isquiática (Figura 2A) e pés Sach® (Figura 2B)

que deambulam sem o auxílio de dispositivos auxiliares de marcha e apresentaram

média de idade 42,2 anos, estatura 1,74 m e peso 79,4 Kg, provenientes do Centro

de Atenção a Saúde (CAS) e do Hospital Dr. João Penido. Tais indivíduos foram

comparados com 10 indivíduos do gênero masculino, adultos, não amputados que

apresentaram média de idade 42,2 anos, estatura 1,73 m e peso de 76,2 Kg,

formados por funcionários e estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora

(UFJF).

Todos os indivíduos foram submetidos à monitorização eletrocardiográfica

(Instramed - Miniscope II), utilizando todas as derivações (DI, DII, DIII, aVF, aVR,

aVL, V1, V2, V3, V4, V5, V6), estando o indivíduo em repouso e em decúbito dorsal.

Também foram realizadas a mensuração da pressão arterial pelo método

auscultatório no membro superior direito, após permanecer 10 minutos sentado em

repouso e espirometria (TEEN 100) (CHIN et al., 2005), no Setor de Fisioterapia do

HU-CAS. Esses exames receberam laudo de um Médico do Hospital Universitário

HU-CAS antes do experimento, para que se tivessem parâmetros sobre a condição

de saúde do indivíduo (Anexo1). Os participantes que estivessem fazendo uso de

medicamentos para problemas cardiovasculares, neuromusculares ou outras

patologias significantes que pudessem alterar a qualidade da marcha dos indivíduos

foram excluídos do estudo (HSU et al., 2006).

Em um primeiro contato com os participantes desta pesquisa foi realizada a

conscientização, esclarecimento da natureza e propósito desta pesquisa, seleção

dos voluntários aptos a participar do estudo e assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2).

3. MÉTODOS

28

Um dia antes do início do protocolo, os indivíduos foram familiarizados com a

esteira rolante e foi selecionada a velocidade de marcha agradável (VMA) sem

utilizar apoio de membros superiores (Figura 3). Baseadas nesta velocidade, duas

outras velocidades foram calculadas e testadas, 20% acima da VMA e 20% abaixo

da VMA (Anexo 3) (ENGSBERG et al., 1994). As velocidades foram sorteadas

quanto à ordem de caminhada para cada paciente.

O protocolo iniciou-se com os indivíduos permanecendo em repouso, na

postura sentada, por 10 minutos e faltando 15 segundos para o término do repouso

foram aferidos FC e PA (Figura 4A e 4B). Com as velocidades já estabelecidas e

sorteadas, quanto à ordem de aplicação, iniciou-se o protocolo com um aquecimento

prévio de caminhada na esteira rolante a uma velocidade de 2,0 Km/h, por dois

minutos (Figura 5A). Concluído o aquecimento, imediatamente, o indivíduo caminhou

por cinco minutos na primeira velocidade sorteada. Faltando 15 segundos para o

término da caminhada, foram mensurados o VO2 e VCO2 para os cálculos do gasto

energético e economia de movimento. Faltando 10 segundos, também foram

aferidas a FC e PA (ENGSBERG et al., 1994) (Figura 5B) e posteriormente o

indivíduo retornou à velocidade de 2,0 Km/h por dois minutos, para recuperação.

Em seguida, após o descanso de 15 minutos na postura sentada repetiu-se o

procedimento com as outras duas velocidades.

O protocolo experimental do presente estudo foi submetido à avaliação e

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de

Fora (CEP - UFJF), sob o CAAE 0010.0.180.000-07 (Anexo 4), nos termos da

resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Também foi aprovado pelo

CENEPE-HU/CAS e pelo Laboratório de Avaliação Física e Motora da Faculdade de

Educação Física e Desportos (Anexo 5).

3. MÉTODOS

29

Figura 2 – A: Próteses de membros inferiores utilizada em amputação transfemoral

com encaixe de contenção isquiática. B: Pé Sach®, com hálux separado dos outros dedos.

Figura 3 – Primeiro contato do indivíduo amputado com a esteira rolante, para

adaptação e escolha da velocidade de marcha agradável.

2

B A

2

3 3

3. MÉTODOS

30

Figura 4 – A: Início do protocolo com os indivíduos permanecendo em repouso, na

postura sentada, por 10 minutos. B: Aferição da pressão arterial e frequência cardíaca, faltando 15 segundos para o término do repouso.

4

Figura 5 – A: Início do protocolo com um aquecimento prévio. B: Aferição da

pressão arterial, frequência cardíaca, consumo de oxigênio e produção de gás carbônico durante as velocidades de marcha.

B B

B

A

4

A

5

3. MÉTODOS

31

3.3. Cálculo da Economia de Movimento

Para calcular a economia de movimento, que corresponde à quantidade de

quilocaloria necessária para percorrer um metro (Kcal/m), assim, ao apresentar

maiores valores de economia de movimento significa ser menos econômico. Para o

cálculo inicialmente, encontrou-se o valor do quociente respiratório, que representa a

quantidade de volume de dióxido de carbono produzida em relação à quantidade de

oxigênio consumido (VCO2/VO2) (McArdle et al., 1992), tal valor foi convertido em

quilocalorias por litro de oxigênio consumido (Kcal/L) (tabela 1). O resultado obtido

foi multiplicado pelo valor de VO2 e por fim dividido pela velocidade analisada, após

a conversão desta de km/h para m/min, obtendo-se assim o valor de economia de

movimento (Kcal/m) (Figura 6).

Tabela 1- Equivalente do quociente respiratório em quilocalorias (Kcal) por litro de oxigênio consumido.

QR

Não protéico Kcal por litro de

oxigênio consumido

0,70 4,68

0,71 4,69

0,72 4,70

0,73 4,71

0,74 4,72

0,75 4,73

0,76 4,75

0,77 4,76

0,78 4,77

0,79 4,78

0,80 4,80

0,81 4,81

0,82 4,82

0,83 4,83

0,84 4,85

0,85 4,86

Fonte: McArdle (1992) apud Zuntz (1901).

QR Não protéico

Kcal por litro de oxigênio

consumido

0,86 4,87

0,87 4,88

0,88 4,88

0,89 4,91

0,90 4,92

0,91 4,93

0,92 4,94

0,93 4,96

0,94 4,97

0,95 4,98

0,96 4,99

0,97 5,01

0,98 5,02

0,99 5,03

1,00 5,04

0

3. MÉTODOS

32

Figura 6- Cálculo da economia de movimento.

3.4. Análise dos Dados

A partir dos dados obtidos para comparação dos resultados entre os

indivíduos foi realizado teste t-Student e, para comparação das variáveis entre os

indivíduos do mesmo grupo, foi realizado análise de variância de duas entradas

seguida do teste Post Hoc de Tukey. Foi considerado como diferença

estatisticamente significativa p<0,05.

4. RESULTADOS

33

44.. RREESSUULLTTAADDOOSS

4. RESULTADOS

34

4. RESULTADOS

4.1. Velocidades de marcha

Na VMA–20% a média de velocidade de marcha dos indivíduos amputados foi

de 1,76 Km/h (± 0,13), variando de 1,40 a 1,90 Km/h, nos indivíduos não amputados

foi de 2,40 Km/h (± 0,22), com variação de 2,10 a 2,70 Km/h. Ao comparar os

grupos, apresentou diferença estatisticamente significativa (p <0,01) (Tabela 2)

(Figura 7).

Na VMA a média de velocidade dos indivíduos amputados foi de 2,20 Km/h (±

0,16), variando de 1,80 a 2,40 Km/h, nos indivíduos não amputados foi de 3,07 Km/h

(± 0,30), variando de 2,60 a 3,50 Km/h. Ao comparar os grupos apresentou diferença

estatisticamente significativa (p<0,01) (Tabela 2) (Figura 7).

Na VMA+20% a média foi de 2,61 Km/h (± 0,17) nos indivíduos amputados,

com variação de 2,20 a 2,90 Km/h, nos indivíduos não amputados, a média foi de

3,65 Km/h (± 0,35), variando de 3,10 a 4,20 Km/h. Da mesma forma que as duas

outras velocidades, também pode-se observar diferença estatisticamente

significativa ao comparar os grupos (p<0,01) (Tabela 2) (Figura 7).

Ao comparar as médias das velocidades alcançadas pelos indivíduos de um

mesmo grupo com as médias das velocidades anteriores, pode-se observar que na

VMA comparada com a VMA-20%, houve um aumento de 0,64 Km/h em indivíduos

amputados e de 0,67 km/h nos não amputados e, para ambos os grupos essa

diferença foi significativa (p<0,01). Em relação à VMA+20% comparada a VMA

pode-se observar um aumento de 0,41 Km/h em indivíduos amputados e de 0,58

Km/h nos não amputados, ambos com diferença estatisticamente significativa

(p<0,01). Ao comparar a velocidade alcançada na VMA+20% em relação à VMA-

20% houve um aumento de 0,85 Km/h em indivíduos amputados e de 1,25 km/h nos

não amputados, com diferença significativa (p<0,01) em ambos os grupos

analisados (Figura 7).

4. RESULTADOS

35

Tabela 2- Média ± desvio padrão da velocidade de marcha agradável (VMA)–20%,

VMA e VMA+20% nos indivíduos amputados e não amputados.

Velocidade Amputados Não amputados Valores de p

VMA-20% 1,76 ± 0,13 2,40 ± 0,22* < 0,01

VMA 2,20 ± 0,16 3,07 ± 0,30* < 0,01

VMA+20% 2,61 ± 0,17 3,65 ± 0,35* < 0,01

*Diferença estatisticamente significativa.

Figura 7- Comparação das médias das velocidades alcançadas pelos indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de confiança (95%) e seu centro a média de velocidade. Os símbolos representam as diferenças estatisticamente significativas nas comparações das médias de velocidade entre os grupos (#) e entre indivíduos do mesmo grupo em

relação à velocidade anterior (*) e, a maior com a menor velocidade (). Amputados (A) e Não amputados (NA).

#

#

#

4. RESULTADOS

36

4.2. Frequência Cardíaca

Em repouso, os indivíduos amputados apresentaram uma média de

frequência cardíaca (FC) de 92,10 bpm (± 4,72), variando de 81 a 98 bpm. Já os

indivíduos não amputados apresentaram uma média de 82,20 bpm (± 9,00), com

variação de 69 a 96 bpm. Não apresentando diferença estatisticamente significativa

entre os grupos (p=0,27) (Tabela 3) (Figura 8).

Na VMA-20% a média de FC dos indivíduos amputados foi de 113,30 bpm (±

8,61), variando de 100 a 130 bpm. Nos indivíduos não amputados, a média foi de

93,90 bpm (± 10,98), com variação de 73 a 108 bpm. Apresentando diferença

estatisticamente significativa entre os grupos (p<0,01) (Tabela 3) (Figura 8).

Na VMA a média de FC dos indivíduos amputados foi de 119,60 bpm (± 6,44),

variando de 110 a 130 bpm. Já nos indivíduos não amputados, foi de 93,70 bpm (±

9,83), com variação de 78 a 108 bpm, apresentando diferença estatisticamente

significativa entre os grupos (p<0,01) (Tabela 3) (Figura 8).

E finalmente, na VMA+20% a média da FC foi de 140,90 bpm (± 7,29) nos

indivíduos amputados, com variação de 132 a 155 bpm. Nos indivíduos não

amputados, foi de 94,80 bpm (± 13,88), variando de 70 a 117 bpm. Apresentando

diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p<0,01) (Tabela 3)(Figura 8).

Ao comparar a média de FC obtida pelos indivíduos de um mesmo grupo em

relação à velocidade anterior e ao repouso, da VMA-20% comparada ao repouso

houve um aumento de 21,2 bpm em indivíduos amputados e de 11,7 bpm nos não

amputados e, em ambos os grupos essa diferença foi estatisticamente significativa

(p<0,05). Da VMA comparada a VMA-20% houve um aumento de 6,3 bpm em

indivíduos amputados e um decréscimo de 0,2 bpm para não amputados, tais

diferenças não foram estatisticamente significante (p>0,05). Comparando a

VMA+20% com a VMA houve um aumento de 21,30 bpm em indivíduos amputados

e de 1,10 bpm nos não amputados, com uma diferença estatisticamente significativa

somente para o primeiro grupo (p<0,01). Ao comparar a VMA+20 com a VMA-20%

houve uma diferença de 27,6 bpm no grupo de amputados e de 0,90 bpm nos não

amputados, com diferença significativa apenas no primeiro grupo (p<0,01). Já ao

comparar a VMA+20% com o repouso houve uma diferença de 48,80 bpm em

indivíduos amputados e de 12,60 bpm nos não amputados, sendo uma diferença

estatisticamente significativa para ambos os grupo (p<0,01) (Figura 8).

4. RESULTADOS

37

Tabela 3- Média ± desvio padrão da frequência cardíaca (FC) em repouso, e na

velocidade de marcha agradável (VMA)–20%, VMA e VMA+20% nos indivíduos amputados e não amputados.

Variável Velocidades Amputados Não Amputados Valores de p

FC (bpm)

Repouso 92,10 ± 4,72 82,20 ± 9,00 = 0,27

VMA-20% 113,30 ± 8,61 93,90 ± 10,98* < 0,01

VMA 119,60 ± 6,44 93,70 ± 9,83* < 0,01

VMA+20% 140,90 ± 7,29 94,80 ± 13,88* < 0,01

*Diferença estatisticamente significativa.

Figura 8- Comparação das médias de frequência cardíaca alcançadas pelos

indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de confiança (95%) e seu centro a média de frequência cardíaca. Os símbolos representam as diferenças estatisticamente significativas nas comparações das médias de frequência cardíaca entre os grupos (#) e entre indivíduos do mesmo grupo, em relação à velocidade anterior (*), a

maior com a menor velocidade () e a maior velocidade com o repouso

(). Amputados (A) e Não amputados (NA).

#

# #

4. RESULTADOS

38

4.3. Pressão Arterial Sistólica

Em repouso, a média da pressão arterial sistólica (PAS) observada foi de

126,4 mmHg (± 5,31) no grupo dos indivíduos amputados, variando de 120 a 136

mmHg. Nos indivíduos não amputados foi de 121,3 mmHg (± 6,79), com valores

mínimo e máximo, respectivamente, de 110 e 132 mmHg. Não apresentando

diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p=0,76) (Tabela 4)(Figura 9).

Na VMA-20% a média da PAS foi de 134,6 mmHg (± 6,66) nos amputados,

variando de 126 a 146 mmHg e, nos indivíduos não amputados de 125,4 mmHg (±

6,66), com variação de 108 a 138 mmHg. Não apresentando diferença

estatisticamente significativa entre os grupos (p=0,12) (Tabela 4) (Figura 9).

A média na VMA foi de 138 mmHg (± 6,59) nos indivíduos amputados,

variando de 126 a 146 mmHg e, nos indivíduos não amputados de 126,6 mmHg (±

8,59), variando de 112 a 140 mmHg. Apresentando diferença estatisticamente

significativa entre os grupos (p=0,02) (Tabela 4) (Figura 9).

Na VMA+20%, a PAS apresentou uma média de 139,40 mmHg (± 7,54) no

grupo de indivíduos amputados, variando de 124 a 146 mmHg. Já no grupo de

indivíduos não amputados, a média foi de 131,10 mmHg (± 7,15), com valor mínimo

de 120 mmHg e máximo de 142 mmHg. Não apresentando diferença

estatisticamente significativa entre os grupos (p=0,21) (Tabela 4) (Figura 9).

Ao comparar as médias de PAS obtidas pelos indivíduos do mesmo grupo

com as médias das velocidades anteriores e com o repouso, pode-se observar que

na VMA-20% comparada com o repouso houve aumento de 8,2 mmHg em

indivíduos amputados e de 4,10 mmHg nos não amputados, apresentando diferença

estatisticamente significativa somente no primeiro grupo (p<0,05). Da VMA

comparada a VMA-20% houve uma diferença de 3,4 mmHg em amputados e de 1,2

mmHg nos não amputados, para ambos os grupos esse aumento não foi

estatisticamente significativo (p>0,05). Comparando a VMA+20% com a VMA houve

uma diferença de 1,4 mmHg no grupo de amputados e de 4,5 mmHg nos não

amputados, ambas diferenças não foram significativas (p>0,05). Comparando a

VMA+20% com a VMA-20% observa-se um aumento de 4,8 mmHg em amputados e

de 5,7 mmHg em não amputados, com diferença significativa somente no segundo

grupo (p=0,01). Da VMA+20% comparada ao repouso, houve uma diferença de 13,0

4. RESULTADOS

39

mmHg em indivíduos amputados e de 9,8 mmHg nos não amputados, ambas

diferenças foram estatisticamente significativa (p<0,01) (Figura 9).

Tabela 4- Média ± desvio padrão da pressão arterial sistólica (PAS) dos indivíduos

amputados e não amputados em repouso e nas velocidades analisadas.

Variável Velocidades Amputados Não Amputados Valores de p

PAS

(mmHg)

Repouso 126,40 ± 5,31 121,30 ± 6,79 = 0,76

VMA-20% 134,60 ± 6,66 125,40 ± 6,66 < 0,12

VMA 138,00 ± 6,59 126,60 ± 8,59* = 0,02

VMA+20% 139,40 ± 7,54 131,10 ± 7,15 = 0,21

* Diferença estatisticamente significativa.

Figura 9- Comparação das médias de pressão arterial sistólica alcançadas pelos indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de confiança (95%) e seu centro a média de pressão arterial sistólica. Os símbolos representam as diferenças estatisticamente significativas nas comparações das médias de pressão arterial sistólica entre os grupos (#) e entre indivíduos do mesmo grupo, em relação à velocidade anterior (*), a

maior com a menor velocidade () e a maior velocidade com o repouso

(). Amputados (A) e Não amputados (NA).

#

4. RESULTADOS

40

4.3. Pressão Arterial Diastólica

Em repouso, a média da pressão arterial diastólica (PAD) observada foi de

84,6 mmHg (± 6,86) no grupo de indivíduos amputados, variando de 70 a 90 mmHg.

Nos não amputados, a média foi de 78,7 mmHg (± 5,73), com variação de 70 a 90

mmHg. Não apresentando diferença estatisticamente significativa entre os grupos

(p=0,75) (Tabela 5) (Figura 10).

Na VMA-20% a média da PAD foi de 93,2 mmHg (± 3,79) nos amputados,

variando de 86 a 96 mmHg e, nos indivíduos não amputados de 83,2 mmHg (±

16,36), variando de 60 a 112 mmHg. Não apresentando diferença estatisticamente

significativa entre os grupos (p=0,16) (Tabela 5) (Figura 10).

A média na VMA foi de 95,8 mmHg (± 0,63) nos indivíduos amputados,

variando de 94 a 96 mmHg e, nos indivíduos não amputados de 85 mmHg (± 11,00),

variando de 70 a 102 mmHg. Não apresentando diferença estatisticamente

significativa entre os grupos (p=0,10) (Tabela 5) (Figura 10).

Na VMA+20%, a PAD apresentou uma média de 95,2 mmHg (± 2,52) no

grupo de indivíduos amputados, variando de 88 a 96 mmHg. Já no grupo de

indivíduos não amputados, a média foi de 89,3 mmHg (± 8,11), com valor mínimo de

80 mmHg e valor máximo de 104 mmHg. Não apresentando diferença significativa

entre os grupos (p=0,75) (Tabela 5) (Figura 10).

Comparando as médias de PAD nos indivíduos de um mesmo grupo, com as

médias das velocidades anteriores e com o repouso, pode-se observar que na VMA-

20% comparada ao repouso houve um aumento de 8,6 mmHg em indivíduos

amputados e de 4,5 mmHg em não amputados, apresentando diferença

estatisticamente significativa somente no primeiro grupo (p=0,01). Da VMA

comparada a VMA-20% houve uma diferença de 2,6 mmHg em amputados e de 1,8

mmHg em não amputados e, para ambos os grupos essa diferença não foi

estatisticamente significativa (p>0,05). Da VMA+20% comparada a VMA houve um

decréscimo de 0,60 mmHg em amputados e um aumento de 4,3 mmHg nos não

amputados e, para ambos os grupos essa diferença não foi significativa (p>0,05).

Comparando a VMA+20% com a VMA-20% houve um aumento de 2,0 mmHg em

amputados e 6,1 mmHg em não amputados, não apresentando diferença

significativa em ambos os grupos (p>0,05). Já na VMA+20% comparada ao repouso,

4. RESULTADOS

41

houve um aumento de 10,6 mmHg em indivíduos amputados e não amputados e tal

diferença foi significativa para ambos os grupos (p<0,01) (Figura 10).

Tabela 5- Média ± desvio padrão da pressão arterial diastólica (PAD) dos indivíduos

amputados e não amputados em repouso e nas velocidades analisadas.

Variável Velocidades Amputados Não Amputados Valores de p

PAD

(mmHg)

Repouso 84,60 ± 6,86 78,70 ± 5,73 = 0,75

VMA-20% 93,20 ± 3,79 83,20 ±16,36 = 0,16

VMA 95,80 ± 0,63 85,00 ± 11,00 = 0,10

VMA+20% 95,20 ± 2,52 89,30 ± 8,11 = 0,75

Figura 10- Comparação das médias de pressão arterial diastólica alcançadas pelos

indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de confiança (95%) e seu centro a média de pressão arterial diastólica. Os símbolos representam as diferenças estatisticamente significativas nas comparações das médias de pressão arterial diastólica entre indivíduos do mesmo grupo, em relação à velocidade anterior (*) e a maior

velocidade com o repouso (). Não apresentou diferenças entre os grupos, nem na comparação da maior com a menor velocidade entre indivíduos do mesmo grupo. Amputados (A) e Não amputados (NA).

4. RESULTADOS

42

4.5. Volume de Oxigênio Consumido

Na VMA–20% a média do VO2 nos indivíduos amputados foi de 1,63 L/min (±

0,15), variando de 1,40 a 1,90 L/min, nos indivíduos não amputados foi de 0,81

L/min (± 0,18), com variação de 0,55 a 1,18 L/min. Apresentando diferença

estatisticamente significativa entre os grupos (p<0,01) (Tabela 6) (Figura 11).

Na VMA, a média do VO2 nos indivíduos amputados, de 1,54 L/min (± 0,21),

variando de 1,16 a 1,87 L/min, nos indivíduos não amputados foi de 0,87 L/min (±

0,17), com variação de 0,59 a 1,17 L/min. Apresentando diferença estatisticamente

significativa entre os grupos (p<0,01) (Tabela 6) (Figura 11).

Na VMA + 20% a média do VO2 nos indivíduos amputados foi de 1,59 L/min

(± 0,20), a qual variou de 1,18 a 1,90 L/min. Nos indivíduos não amputados foi de

0,92 L/min (± 0,13), variando de 0,76 a 1,09 L/min. Apresentando diferença

estatisticamente significativa entre os grupos (p<0,01) (Tabela 6) (Figura 11).

Ao comparar as médias de consumo de oxigênio alcançado pelos indivíduos

de um mesmo grupo, em relação às medias encontradas nas velocidades anteriores,

pode-se observar que na VMA comparado a VMA-20% houve uma queda em média

de 0,09 L/min em indivíduos amputados e um aumento de 0,06 L/min do VO2 nos

não amputados e, para ambos os grupos esse diferença não foi estatisticamente

significativa (p>0,05). Em relação à VMA+20% comparado a VMA houve um

aumento do VO2 em média de 0,05 L/min em indivíduos amputados e não

amputados, ambos sem diferença estatisticamente significativa (p>0,05). Ao

comparar o VO2 na VMA+20% em relação à VMA-20% houve um decréscimo de

0,04 L/min nos indivíduos amputados e um aumento de 0,11 L/min nos não

amputados e, novamente tal diferença não foi significativa para ambos os grupos

(p>0,05) (Figura 11).

4. RESULTADOS

43

Tabela 6- Média ± desvio padrão do volume de oxigênio consumido (VO2) pelos

indivíduos amputados e não amputados nas três velocidades analisadas.

Variável Velocidade Amputados Não

amputados

Valores de p

VO2

(L/min)

VMA-20% 1,63 ± 0,15 0,81 ± 0,18* < 0,01

VMA 1,54 ± 0,21 0,87 ± 0,17* < 0,01

VMA+20% 1,59 ± 0,20 0,92 ± 0,13* < 0,01

*Diferença estatisticamente significativa.

Figura 11- Comparação das médias de volume de oxigênio consumido pelos

indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de confiança (95%) e seu centro a média de volume de oxigênio consumido. Os símbolos representam as diferenças estatisticamente significativas nas comparações das médias de volume de oxigênio consumido entre os grupos (#). Nas comparações das médias de volume de oxigênio consumido entre indivíduos do mesmo grupo em relação à velocidade anterior e a maior com a menor velocidade, não obteve diferenças estatisticamente significativas. Amputados (A) e Não amputados (NA).

# # #

4. RESULTADOS

44

4.6. Economia de Movimento

Na VMA–20% a média da economia de movimento nos indivíduos amputados

foi de 0,26 Kcal/m (± 0,03), variando de 0,22 a 0,31 Kcal/m, já nos indivíduos não

amputados foi de 0,10 Kcal/m (± 0,02), obteve com valores entre 0,06 a 0,14 kcal/m.

Apresentando diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p<0,01)

(Tabela 7) (Figura 12).

Na VMA, a média da economia de movimento nos indivíduos amputados foi

de 0,20 (± 0,02), variando de 0,16 a 0,23 Kcal/m, nos indivíduos não amputados foi

de 0,08 Kcal/m (± 0,01), variando de 0,06 a 0,11 kcal/m. Apresentando diferença

estatisticamente significativa entre os grupos (p<0,01) (Tabela 7) (Figura 12).

Na VMA+20%, a média da economia de movimento nos indivíduos

amputados apresentou uma média de 0,18 Kcal/m (± 0,02), que varia entre 0,14 a

0,20 Kcal/m, já nos indivíduos não amputados a média foi de 0,07 kcal/m (± 0,01),

com valores entre 0,06 a 0,10 Kcal/m. Apresentando diferença estatisticamente

significativa entre os grupos (p<0,01) (Tabela 7) (Figura 12).

Ao comparar as médias de valores de economia de movimento alcançado

pelos indivíduos de um mesmo grupo em relação às médias alcançadas nas

velocidades anteriores, pode-se observar que da VMA comparado a VMA-20%

houve uma queda em média de 0,06 Kcal//m em indivíduos amputados e 0,02

Kcal/m nos não amputados e, para ambos os grupos essa diferença foi

estatisticamente significativa (p<0,01). Em relação à VMA+20% comparado a VMA

houve uma queda em média de 0,02 Kcal/m em indivíduos amputados e de 0,01

Kcal/m não amputados, essa diferença só foi estatisticamente significativa no

primeiro grupo (p<0,01). Ao comparar a economia de movimento na VMA+20% em

relação à VMA-20% houve um decréscimo de 0,08 Kcal/m nos indivíduos

amputados e de 0,03 Kcal/m nos não amputados e, em ambos os grupos essa

diferença foi significativa (p<0,01) (Figura 12).

4. RESULTADOS

45

Tabela 7- Média ± desvio padrão da economia de movimento em indivíduos

amputados e não amputados, nas velocidades analisadas.

Variável Velocidade Amputados Não

amputados

Valores de

p

Economia de

movimento

(kcal/m)

VMA-20% 0,26 ± 0,03 0,10 ± 0,02* < 0,01

VMA 0,20 ± 0,02 0,08 ± 0,01* < 0,01

VMA+20% 0,18 ± 0,02 0,07 ± 0,01* < 0,01

*Diferença estatisticamente significativa

Figura 12- Comparação das médias de economia de movimento alcançadas pelos

indivíduos estudados, em que a barra vertical representa o intervalo de confiança

(95%) e seu centro a média de economia de movimento. Os símbolos representam

as diferenças estatisticamente significativas nas comparações das médias de

economia de movimento entre os grupos (#) e entre indivíduos do mesmo grupo em

relação à velocidade anterior (*) e a maior com a menor velocidade (). Amputados

(A) e Não amputados (NA).

#

#

#

5. DISCUSSÃO

46

5. DISCUSSÃO

5. DISCUSSÃO

47

5. DISCUSSÃO

5.1. Métodos

No presente estudo, a escolha das velocidades foi pré-determinada seguindo

o protocolo de Engsberg et al. (1994) não havendo um valor fixo para a marcha dos

indivíduos de ambos os grupos na esteira. Por levar em consideração que não existe

um ritmo de passo mais eficiente em relação ao gasto energético e cada um possui

uma velocidade, que julga ser mais agradável durante a marcha (MOLEN et al.,

1972), adotou-se esse protocolo. Além disso, indivíduos sem amputações escolhem,

de forma involuntária, a melhor razão de velocidade e gasto energético, entretanto,

em amputados essa razão ainda não foi determinada (JAEGERS et al., 1993), o que

dificulta a escolha de um valor fixo e pré-estabelecido de velocidade, principalmente

para os indivíduos do grupo amputado.

De acordo com Jaegers et al. (1993), para se determinar precisamente o

gasto energético de indivíduos amputados, deve-se utilizar um protocolo com

diferentes velocidades e com um pequeno intervalo de descanso. Além disso,

segundo Detrembleur et al. (2005), somente uma velocidade para se determinar o

gasto energético em amputados pode, às vezes, ser enganosa. Desta forma, nesse

trabalho, para se mensurar o gasto energético, a economia de movimento e a

resposta cardiovascular dos indivíduos com amputações transfemorais, foi

selecionada uma velocidade de marcha agradável (VMA) e, a partir dela, calculada

outras duas, VMA-20% e VMA+20%.

A maioria dos estudos não separa os indivíduos amputados em relação à

etiologia, ao nível de amputação, aos componentes das próteses, ao uso ou não de

dispositivos auxiliares de marcha, nem comparam indivíduos com idades pareadas

(MESQUITA et al., 2008; MICHAUD et al., 2000; WATERS & MULROY, 1999).

Nesse estudo os indivíduos analisados tiveram seus membros inferiores amputados

por traumas, pois amputados por alterações vasculares apresentam um aumento do

VO2 (CZERNIECKE et al., 1994). Além disso foram analisados amputados

transfemorais, pois dependendo do nível de amputações o gasto energético pode

ser diferente (GITTER et al., 1997). Todos os componentes que podem alterar

significativamente os resultados como o encaixe, o tipo e o pé da prótese, foram os

mesmos entre os indivíduos estudados. Nenhum indivíduo utilizou dispositivos

5. DISCUSSÃO

48

auxiliares na marcha e a média de idade dos indivíduos de ambos os grupos foi a

mesma, 42,2 anos.

5.2. Resultados

Analisando os dados encontrados no estudo, pode-se observar que indivíduos

amputados possuem uma menor VMA quando comparado a não amputados, sendo

essa velocidade 28,33% mais lenta. Resultados semelhantes foram observados por

Boonstra et al. (1993) e Hoffman et al. (1997), que observaram uma velocidade de

marcha em média 27,8% e 21% mais lenta nos indivíduos amputados,

respectivamente. Essa escolha de velocidade mais lenta pode ser justificada por um

menor comprimento do passo durante a marcha, como descrito por Goujon-Pillet et

al. (2008) que, ao estudarem a cinemática durante a marcha de indivíduos com

amputações transfemorais, observaram uma redução da velocidade associado ao

comprimento do passo. Além disso, indivíduos amputados possuem o peso da

prótese, diferente do peso de um membro íntegro que, juntamente com a perda dos

receptores articulares causa uma considerável perda de estabilidade, o que faz o

indivíduo adotar uma velocidade mais lenta como mecanismo protetor (CONHEN et

al., 2001). Robbins et al. (2001) descrevem que existe um incremento brusco nas

forças de impacto durante a locomoção que ocorre em indivíduos sem amputações,

com idade de aproximadamente 50 anos. Isso ocorre em virtude do resultado de

ajustamento postural devido à instabilidade causada por um declínio da

sensibilidade plantar táctil. Em amputados, não se observa um declínio na

sensibilidade e sim uma perda total no membro protetizado.

Outra provável causa responsável pela marcha mais lenta em indivíduos

amputados é a tentativa de reduzir o aumento do gasto energético quando

comparado com indivíduos não amputados. Pessoas com amputações transfemorais

unilaterais, em geral, reduzem a velocidade de caminhada para que o gasto de

energia por unidade de tempo seja compatível à de um não amputado (HOFFMAN et

al., 1997).

Neste estudo observa-se que a FC foi maior nos indivíduos amputados, com

média de 20,56% superior aos não amputados. Esses resultados são semelhantes

aos encontrados por Jaegers et al. (1993), que observaram uma média da FC nos

indivíduos amputados significativamente maior do que nos indivíduos não

5. DISCUSSÃO

49

amputados, tanto em repouso quanto nas 10 diversas velocidades fixas de marcha

analisadas. Hoffman et al. (1997) encontraram valores de FC mais elevados de 30 a

50 bpm em amputados transfemorais bilaterais em relação aos não amputados

durante a marcha. Resultados semelhantes foram encontrados por Crouse et al.

(1990), que compararam a resposta cardíaca através da FC de um indivíduo com

amputação transfemoral bilateral com três indivíduos não amputados. O indivíduo

amputado fez uso de dois tipos de próteses, uma curta, usada normalmente nas

fases iniciais da reabilitação para o trabalho de equilíbrio e outra longa, que

normalmente já possui a altura da prótese final. A FC foi 34,04% maior usando a

prótese curta e 12,05% usando a longa, quando comparado com os indivíduos não

amputados.

Ao comparar a FC em indivíduos de um mesmo grupo, observa-se que em

relação ao repouso e a velocidade anterior houve maior elevação da FC em

indivíduos amputados. Portanto houve uma maior resposta cardiovascular em

indivíduos amputados com uma elevação mais acentuada da FC conforme há o

aumento da velocidade, indicando um maior descondicionamento nesse grupo

(ROSE et al., 2007).

A média da PAS nos indivíduos amputados, neste estudo, foi 6,27% maior do

que nos indivíduos não amputados e só apresentou diferença significativa entre os

grupos na VMA, não apresentando em repouso e nas VMA-20% e VMA+20%. Tais

resultados diferem de Mesquita et al. (2008), que ao comparar indivíduos amputados

e não amputados em relação à PAS em repouso e em três velocidades de marcha,

observaram diferença significativa em todas as velocidades analisadas.

Ao comparar a PAS em indivíduos de um mesmo grupo, observa-se que em

relação ao repouso e a velocidade anterior houve maior elevação da PAS em

indivíduos amputados. Observa-se portanto uma maior resposta cardiovascular em

indivíduos amputados com elevação da PAS mais acentuada conforme aumenta a

velocidade.

Ao analisar os resultados da PAS observa-se que não há diferença entre os

indivíduos em repouso e na maioria das velocidades, porém com o aumento da

velocidade há maior resposta cardiovascular em amputados comparados aos não

amputados, portanto os indivíduos só se diferem durante a marcha demonstrando

um déficit na adaptação cardiovascular em amputados durante a marcha.

5. DISCUSSÃO

50

O fato das médias dos valores de FC e PAS serem maiores nos indivíduos

amputados, talvez se justifica pelo menor condicionamento físico destes, uma vez

que, o trabalho requerido para andar utilizando prótese frequentemente levam o

indivíduo a abreviar sua atividade física (DUBOW et al., 1983).

Em relação à pressão arterial diastólica (PAD), a média nos indivíduos

amputados foi 8,79% maior que nos não amputados, não apresentando diferença

significativa em repouso e nas três velocidades analisadas. Resultados semelhantes

foram encontrados por Mesquita et al., (2008), que comparam a resposta cardíaca

através da PAD de indivíduos com amputação transfemoral com indivíduos não

amputados e observaram médias de PAD maiores nos indivíduos amputados, porém

se difere do presente estudo ao apresentar diferença significativa entre os indivíduos

em repouso e na maioria das velocidades analisadas.

O consumo de oxigênio (VO2) foi maior nos indivíduos amputados, com média

de 41,31% superior aos não amputados assim o gasto energético de um amputado é

em média o dobro de um não amputado. Resultados semelhantes foram

encontrados por Hoffman et al. (1997) e Crouse et al. (1990) que observaram

respectivamente um VO2 de 55% e de 79% maior em indivíduos com amputações

quando comparados aos sem amputações durante a marcha.

James et al. (1973) estudaram o gasto energético de indivíduos com

amputações transfemorais, através do VO2, em três velocidades, 1,5, 2,7 e 3,9 km/h

e encontraram um maior gasto energético durante a velocidade de 2,7 km/h. Nesse

estudo, pode-se observar que mesmo apresentando médias das velocidades mais

baixas, 1,76, 2,20 e 2,61 Km/h, que o estudo de James et al. (1973) houve maior

gasto energético nos indivíduos amputados. Tal resultado se assemelha ao estudo

de Jaegers et al. (1993) que observou diferença significativa no VO2, em amputados

durante as 10 velocidades determinadas. Otis et al. (1985) estudaram o VO2 em

indivíduos com amputações transfemorais, em duas velocidades de marcha, na VMA

e na VMA+20%, observando diferença significativa em relação ao VO2 comparado a

não amputados, com maior consumo no primeiro grupo, o que foi semelhante ao

presente estudo.

Os indivíduos amputados apesar de apresentaram em média uma velocidade

de marcha 28,33% menor do que os não amputados apresentam um consumo de

oxigênio em média 41,31% maior do que seu grupo controle. Tal resultado pode ser

comparado com o de Gonzáles et al. (1974) e Traugh et al. (1975) em que o VO2

5. DISCUSSÃO

51

durante a marcha em indivíduos com amputação transfemoral foi, aproximadamente,

65% maior do que em indivíduos não amputados, mesmo apresentando uma

velocidade de marcha 50% menor. Hoffman et al. (1997), sugere que há uma

correlação entre a baixa velocidade alcançada com o gasto energético, de forma que

o indivíduo adota uma velocidade menor na tentativa de reduzir seu consumo

energético.

O maior VO2 observado nos indivíduos amputados pode ser justificado por

uma falta de condicionamento físico resultante de uma diminuição ou até de uma

ausência de atividades físicas (DUBOW et al., 1983 e WATERS & MULROY, 1999).

Além disso, eles possuem maiores alterações em seu padrão de marcha, em relação

aos não amputados como observado por Goujon-Pillet et al. (2008), o que por sua

vez pode levar o indivíduo a apresentar maior gasto energético.

Ao comparar o VO2 em indivíduos de um mesmo grupo, observa-se que em

relação à velocidade anterior e a maior com a menos velocidade não observou

significativa em ambos os grupos, o que mostra que o aumento da velocidade não

altera significativamente o consumo de oxigênio. Tal resultado é semelhante ao

observado por Otis et al. (1985), que ao comparar indivíduos sem amputações com

os amputados transfemorais, em duas velocidades de marcha (VMA e na

VMA+20%), não observou diferença significativa em relação ao aumento do VO2

entre as duas velocidades, em ambos os grupos.

Os indivíduos amputados apresentaram em média valores de economia de

movimento 54,28% maiores quando comparados aos não amputados. O grupo com

amputações, apesar de possuir uma marcha 26,6% menor, consomem o dobro de

calorias para cada metro percorrido, possuindo assim o dobro do gasto energético e

uma pior economia de movimento.

Acredita-se que esse maior consumo calórico esteja relacionado a uma

tendência dos indivíduos com amputações transfemorais de realizar uma marcha

compensatória devido à falta de um joelho fisiológico (DETREMBLEU et al., 2005;

GOUJON-PILLET et al., 2008). Além disso, esse nível de amputação gera um braço

de alavanca reduzido, levando o indivíduo a necessitar de uma maior força

(CARVALHO et al., 2003) e gasto calórico para realização das fases da marcha

utilizando uma prótese, o que não ocorre quando se possui os membros inferiores

íntegros. Essa diferença entre os grupos também pode estar relacionada ao peso

da prótese. Detrembleur et al. (2005) e Tesio et al. (1991) afirmam que o maior gasto

5. DISCUSSÃO

52

energético observado em amputados, pode ser justificado pela dificuldade desses

indivíduos em alcançar uma velocidade ideal que consome menos energia, uma vez

que eles possuem uma marcha mais lenta em relação a indivíduos não amputados.

Na literatura não foram encontrados estudos sobre economia de movimento que

pudessem ser confrontados com o presente estudo.

Comparando os valores de economia de movimento em um mesmo grupo, em

relação à velocidade anterior e a maior com a menor velocidade, observa-se que em

indivíduos amputados houve uma diminuição significativa dos valores de economia

de movimento, assim consumiram menos calorias por metro percorrido conforme

aumentou a velocidade analisada, tornando-se mais economicos. Isso pode ser

justificado por uma maior facilidade que o indivíduo possui ao realizar a fase de

balanço da marcha. Ao aumentar a velocidade de marcha facilita o movimento de

pêndulo e consequentemente o destravamento do joelho da prótese, exigindo, assim

menos gasto energético (DETREMBLEUR et al., 2005).

Ao analisar os valores de economia de movimento, em ambos os grupos

principalmente nos não amputados observou-se que a VMA não coincidiu com a

velocidade mais econômica.

Alguns autores discutem o gasto de energia expresso por unidade de

distância em função da velocidade em indivíduos saudáveis. Segundo Rose et al.

(2007) essa correlação forma uma curva côncava para cima. Sendo assim à medida

que há o aumento da velocidade observa-se uma queda nos valores do gasto

energético, expresso em Kcal/m, até uma velocidade aproximadamente de 3,6 Km/h.

No presente estudo pode-se observar uma correlação com o estudo anterior de

modo que ao analisar a variação dos valores de economia de movimento encontrado

nos indivíduos, com o aumento da velocidade observa-se a formação de uma curva

descendente. Como as velocidades alcançadas pelos indivíduos nesse estudo foram

abaixo de 3,6 Km/h, só pode ser comparado ao anterior na parte descendente da

curva.

Ao se correlacionar economia de movimento e o consumo de oxigênio,

observa-se que os indivíduos amputados possuem maior gasto energético na menor

velocidade com maiores valores de VO2 e maior consumo de caloria por metro

percorrido e, comparando a maior com a menor velocidade houve uma redução

significativa tanto do VO2, quando do consumo de caloria por metro. Devido a isso

5. DISCUSSÃO

53

com o aumento da velocidade analisada o indivíduo amputado diminui seu gasto

energético.

Acredita-se que o maior VO2 e valores de economia de movimento (Kcal/m)

encontrados em amputados deve-se a um maior gasto energético para a realização

das fases da marcha uma vez que ao ser submetido à amputação, principalmente a

nível transfemoral há uma retirada de parte da massa muscular da região da coxa.

Tais grupamentos musculares perdem suas inserções (BUCCOLINE, 2000), com

isso há uma diminuição de sua força e, durante a marcha haverá uma sobrecarga de

outros grupamentos musculares (GENIN et al., 2008).

No presente estudo, indivíduos com amputações apresentaram maior gasto

energético, resposta cardiovascular e pior economia de movimento durante a

marcha, comparados aos indivíduos não amputados, escolhendo VMA’s mais lentas.

Diante disso, sugere-se a elaboração de um programa de treinamento

cardiovascular incluindo exercícios de condicionamento aeróbio (GRAHAM et al.,

2008) além de uma reabilitação direcionada para melhora dos fatores extrínsecos

como adaptação à prótese, treino de marcha, treinamento muscular entre outros

(DETREMBLEUR et al., 2005).

6. CONCLUSÃO

54

66.. CCOONNCCLLUUSSÃÃOO

6. CONCLUSÃO

55

6. CONCLUSÃO

Indivíduos com amputação transfemoral unilateral traumática apresentam

maior gasto energético pelo maior consumo de oxigênio e calorias consumidas por

metro percorrido, possuindo assim pior economia de movimento e apresentaram

maior resposta cardiovascular somente na variável frequência cardíaca, apesar de

apresentarem uma velocidade de marcha mais lenta quando comparado a

indivíduos não amputados.

Comparando os indivíduos do mesmo grupo conclui-se que, com o aumento

da velocidade, houve uma elevação mais acentuada da resposta cardiovascular em

indivíduos amputados em relação à frequência cardíaca e pressão arterial sistólica,

além de uma diminuição do consumo calórico por metro percorrido tornando-os

assim mais econômicos. Em relação ao consumo de oxigênio, o aumento da

velocidade não interferiu significativamente nesses valores.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

56

77.. RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAASS

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8. ANEXOS

64

AANNEEXXOOSS

8. ANEXOS

65

ANEXOS

Anexo 1- Identificação do indivíduo e laudo médico

Dados Pessoais

Nome:____________________________________________________________________

Data de Nascimento: ___________________________________ Idade: _______________

Local de nascimento: ________________________________________________________

Endereço: _____________________________________________________ n __________

Complemento: __________________________ Bairro: _____________________________

Tel.: ____________________ Cel.:______________ Tel. para recado: _________________

Número do indivíduo: ______________ Grupo: ___________________________________

Resultado da monitorização

eletrocardiográfica:__________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Pressão arterial: ____________________________________________________________

Resultado da espirometria:

8. ANEXOS

66

Anexo 2- Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Nome do projeto: Economia de movimento, gasto energético e resposta

cardiovascular na marcha de indivíduos com amputações transfemorais

Responsável:

Prof. Dr. Eduardo José Danza Vicente

Eu, ________________________, RG N.º _____________, residente à

______________________n.º______,bairro __________________, na cidade de

______________, estado _____________, declaro ser conhecedor das condições

sob as quais me submeterei no experimento acima citado, detalhado a seguir:

A) O objetivo deste trabalho é quantificar o gasto energético, pelo volume de

oxigênio consumido (VO2), economia de movimento e a resposta cardiovascular por

meio da pressão arterial (PA) e da freqüência cardíaca (FC) em pacientes

amputados, comparados com indivíduos não amputados.

B) Inicialmente serei submetido a uma avaliação física segundo a ficha de avaliação

específica da disciplina Ortopedia, para minha inclusão ou não na amostra.

C) Se selecionado, serei inicialmente submetido a uma monitorização cardíaca,

mensuração da pressão sanguínea e espirometria, para que se tenham parâmetros

sobre a minha real condição de saúde.

D) Um dia antes do início do protocolo eu entrarei em contato com a esteira rolante

para uma adaptação, onde será selecionada a velocidade de marcha agradável

(VMA). Baseado nesta velocidade duas outras velocidades serão calculadas e

testadas: 20% acima da VMA e 20% abaixo da VMA.

E) Estou ciente que ficarei com uma via deste termo e sei que os resultados dos

testes serão disponibilizados para mim ao final do estudo.

F) Os dados obtidos neste trabalho serão mantidos em sigilo e não poderão ser

consultados por outras pessoas sem a minha autorização por escrito. No entanto,

8. ANEXOS

67

poderão ser utilizados para fins científicos, desde que resguardada a minha

privacidade.

G) Minha identidade será preservada em todas as situações que envolvam

discussão, apresentação ou publicação dos resultados da pesquisa, a menos que

haja uma manifestação da minha parte por escrito, autorizando tal procedimento.

H) Estou ciente que minha participação no presente estudo envolve risco, apesar de

exames como a monitorização eletrocardiográfica, a mensuração da pressão

sanguínea e a espirometria terem sido realizados no Setor de Fisioterapia do CAS, e

esses exames terem recebido laudo de um Médico do Hospital Universitário

comprovando minhas condições adequadas para participar do experimento. Se

durante o experimento qualquer anormalidade como aumento acentuado da pressão

sanguínea ou da freqüência cardíaca, tonturas, queda, entre outras condições que

possam colocar em risco minha saúde, a marcha será interrompida e serei

conduzido a um Médico no CAS, com todos os gastos sob responsabilidade do

coordenador do projeto.

I) Minha participação nesse estudo é estritamente voluntária. Não receberei qualquer

forma de remuneração pela minha participação no experimento, no entanto serei

incluído nos agradecimentos, quando da publicação futura desse trabalho. Os

resultados obtidos a partir dele serão propriedades exclusivas dos pesquisadores,

podendo ser divulgados de quaisquer formas, a critério dos mesmos.

J) A minha recusa em participar do procedimento não me trará qualquer prejuízo,

estando livre para abandonar o experimento a qualquer momento. Eu li e entendi

todas as informações contidas neste documento, assim como as da Resolução

196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

Juiz de Fora, _______ de _____________________ de 2009.

_______________________________

Assinatura do Voluntário (a)

Responsável:

_____________________________

Prof. Dr. Eduardo José Danza Vicente

Coordenador do Projeto

8. ANEXOS

68

ANEXO 3 - Protocolo de Aferição

Número do indivíduo: __________________________________________________

Velocidades:

VMA: _____________________

VMA mais 20%: _____________

VMA menos 20%: ____________

Primeira aferição:

Repouso

FC: ________________

PA: ________________

Segunda aferição:

Velocidade:__________

VO2: _______________

VCO2: ______________

FC: ________________

PA: ________________

Terceira aferição:

Velocidade:__________

VO2: _______________

VCO2: ______________

VE: ________________

FC: ________________

PA: ________________

8. ANEXOS

69

Quarta aferição:

Velocidade:__________

VO2: _______________

VCO2: ______________

FC: ________________

PA: ________________

8. ANEXOS

70

Anexo 4 - Protocolo CEP- UFJF

8. ANEXOS

71

Anexo 5- Declaração de Infraestrutura