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Investimentos CNI

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Page 1: Investimentos CNI
Page 2: Investimentos CNI
Page 3: Investimentos CNI

04

18

10

21

16Aumentar investimentos:Meta estratégica para o Brasil

As condições desfavoráveis

Um balanço desfavorável

Os números e as posições do Brasil

As condições favoráveis

Sumário

Page 4: Investimentos CNI

Meta estratégica para o Brasil

AumentArinveStimentoS:

Page 5: Investimentos CNI

País emergente de alto potencial, o Brasil re-úne amplo conjunto

de condições para subir no ranking das maiores econo-mias do mundo, aspirando ser reconhecido como po-tência e abrindo espaços para atuação como prota-gonista relevante. Não lhe faltam bons fundamentos para esses propósitos: di-mensão territorial, abun-dância de capital natural, diversidade de fontes para

AuMentAr investiMentos 05

produção de energia, ca-deias de produção compe-titivas em termos mundiais, base demográfica e dimen-sões do mercado interno. Mas há uma falha estraté-gica que exige correção: o aumento substancial na re-lação entre investimentos e PIB, para que o país possa pelo menos acompanhar o ritmo médio com que tem crescido o conjunto dos de-mais países emergentes.

Page 6: Investimentos CNI

Nos últimos vinte anos, mudou a configuração da economia mundial quanto às expressões dos países avançados e emer-gentes. Foram bem distintos os desempenhos dos 25 maiores países de cada um desses dois grupos. Os emergentes cresce-ram expressivamente mais, am-pliando de 18,3% para 37,8% sua participação no conjunto dos 50 maiores países (figura 1), segundo a magnitude de seus PIBs: no período 1991-2010, esse grupo cresceu, em

termos nominais acumulados por qüinqüênios, 285,3%, ou 7,4%, ao ano, enquanto o grupo dos países avançados cresceu 87,5%, ou 3,4% ao ano (figura 2). Esses números não são atribuí-veis apenas à notável expansão e ao peso da economia chinesa. De forma geral, as taxas nomi-nais de crescimento econômi-co são, em praticamente todos os países do grupo emergente, superiores às dos países avança-dos (tabelas 1 e 2).

expressão crescente alcançada pelos países emergentes:

1991-95 1996-00

2001-05 2006-10

18,28% 21,80%

23,43% 37,56%

81,72% 78,20%

76,57% 62,44%

AuMentAr investiMentos06

25 maiores emergentes

25 maiores avançados

figurA 1

Page 7: Investimentos CNI

Crescimento econômico dos 25 países avançados e dos 25 maiores emergentes, 1991 - 2010

AuMentAr investiMentos 07

A expressão crescente dos pa-íses emergentes é associável à variável-chave do processo de crescimento econômico: a relação entre os investimen-tos produtivos e o PIB. Em médias ponderadas, nos últi-mos vinte anos, essa relação atingiu 28,3% nos emergentes, enquanto nos avançados esse indicador foi de 20,9%. Mais ainda: nos países avançados mostrou discreta tendência de queda; nos emergentes, de alta, atingindo 30,7% no últi-mo qüinqüênio (tabelas 3, 4 e 5). As diferenças e tendências observadas na relação inves-

timentos/PIB entre os países avançados e emergentes po-dem ser apontadas como a causa fundamental da reconfi-guração do cenário econômi-co mundial nos dois últimos decênios. A magnitude dos investimentos, especialmen-te quando estes se expandem em relação a outros indica-dores macroeconômicos, é o fundamento de maior impor-tância para a promoção de crescimento econômico acele-rado e para todo um conjun-to sustentável de mudanças que conduzem ao desenvol-vimento sócio-econômico. A

relevância dos investimentos produtivos nos processos de aceleração do crescimento de-corre de seus efeitos multiplica-dores sobre os níveis do empre-go, da produção, da renda e da capacidade efetiva de dispêndio das nações. Não há outra variá-vel de importância equivalente. Quando fases de crescimento acelerado são atribuíveis a ou-tras variáveis, corre-se o risco de que sejam efêmeras e que acabarão por exigir duras me-didas corretivas.

US$Trilhões

200,0

150,0

100,0

50,0

0,01991-95 96-2000 2001-05 2006-10

105,2

122,3

148,0

197,33,37%ao ano

US$Trilhões

80,0

60,0

40,0

20,0

0,01991-95 96-2000 2001-05 2006-10

19,2

26,7

34,6

74,17,37%ao ano

Avançados emergentes

figurA 2

Page 8: Investimentos CNI

AuMentAr investiMentos08

PiB de 25 países avançados, 1991-2010

1991-95

pAíses

1996-2000 2001-05 2006-10 2006-10/91-95

Múltiplos noMinAis de

expAnsãovAlores AcuMulAdos, por qüinqüênios,

eM us$ trilhões correntes

Estados Unidos 33.502 44.269 56.577 70.607 2,11

Japão 21.674 21.798 21.401 24.112 1,11

Alemanha 10.563 10.842 11.906 16.561 1,57

França 6.854 7.266 5.817 12.973 1,89

Reino Unido 5.359 7.020 9.435 12.369 2,31

Itália 5.675 5.975 7.362 10.463 1,84

Espanha 2.803 2.999 4.361 7.159 2,55

Canadá 2.896 3.254 4.442 7.112 2,46

Austrália 1.700 2.053 2.746 5.022 2,95

Coréia do Sul 1.993 2.458 3.291 4.772 2,39

Holanda 1.740 2.007 2.630 3.919 2,25

Suíça 1.322 1.360 1.594 2.343 1,77

Bélgica 1.190 1.268 1.536 2.304 1,94

Suécia 1.194 1.290 1.526 2.207 1,85

Taiwan 1.164 1.487 1.610 1.978 1,70

Noruega 640 797 1.149 1.964 3,07

Áustria 995 1.057 1.242 1.871 1,88

Grécia 550 669 947 1.558 2,83

Dinamarca 763 863 1.049 1.547 2,03

Finlândia 556 634 810 1.204 2,17

Irlanda 276 437 774 1.174 4,25

Portugal 503 603 791 1.149 2,28

Hong Kong 593 835 833 1.047 1,77

Israel 375 559 616 925 2,47

Singapura 318 459 512 918 2,89

TOTAIS 105.196 122.257 147.959 197.258 1,88

tABelA 1

Page 9: Investimentos CNI

AuMentAr investiMentos 09

Indicando que a reconfigu-ração do cenário econômico mundial não é um movimen-to efêmero, no grupo dos 25 maiores emergentes foram raros os que não registraram altas e crescentes taxas de in-vestimento em relação ao PIB, nas duas últimas décadas: em média ponderada e em ter-mos nominais, o crescimento anual dos investimentos dos emergentes nesse período foi de 11,47% ao ano, expressiva-mente superior aos 3,08% dos 25 maiores países avançados.

Comparando-se os números de 2010 com os de 1991, as mudanças per capita foram também distintas entre os dois grupos. Nos países emergen-tes, mesmo com crescimento demográfico bem superior ao dos avançados, os investimen-tos per capita aumentaram comparativamente bem mais. Nos avançados, cresceram 5,26% ao ano em termos no-minais. Já nos emergentes, a expansão foi de 10,06%. Essa diferença refletiu-se na evo-lução do PIB per capita: em

1991, a média dos 25 emer-gentes era de US$ 911 anu-ais, 24 vezes inferior aos US$ 21.467 da média dos 25 avan-çados. Em 2010, a média do PIB per capita dos emergentes foi de US$ 4.266 anuais, redu-zindo de 24 para 10 vezes a distância em relação aos US$ 41.191 anuais dos países avan-çados (Tabela 6 e Figura 3).

População, PiB e investimento – 25 países avançados e 25 emergentes

figurA 3

AvançadospopulAção

0,67%

emergentes 1,20%

0 3 5 7 9 1121 4 6 8 10 12

investiMento per capita

Avançados 2,39%

emergentes 10,06%

piB per capita

Avançados 3,49%

emergentes 8,46%

indicadores variações anuais (%) 2010/1991

Page 10: Investimentos CNI

AuMentAr investiMentos10

os números e as posições do Brasil

Em todos esses levantamentos comparativos, os números do Brasil são superiores às médias ponderadas dos países avan-çados, mas inferiores às dos emergentes, tanto na expan-são dos investimentos, quanto conseqüentemente na do PIB. No último qüinqüênio, com-parado com o de 1991-1995, o valor acumulado do PIB mul-tiplicou-se por 1,88 nos paí-ses avançados; nos emergen-tes, por 3,85; o Brasil ficou no meio do caminho, com 2,88. Estes diferentes indicadores de crescimento econômico são basicamente decorrentes dos investimentos produtivos rea-lizados, que se multiplicaram por 1,70 nos países avançados, por 4,47 nos emergentes e por 3,12 no Brasil (tabelas 1 e 2).

Estes números refletem o comportamento dos inves-timentos em relação ao PIB. Como já apontamos em tópi-co anterior, eles têm sido bem mais expressivos no bloco emergente, comparativamen-te aos países do bloco avança-do. Mas não é o que tem histo-ricamente ocorrido no Brasil. Aqui, este relevante indicador ficou, na média ponderada dos últimos vinte anos, bem abaixo do padrão dos emer-gentes. O que, porém, foge à regra é a comparação com países avançados: também em relação a estes, em todos os qüinqüênios dos últimos vin-

te anos, os números do Brasil foram inferiores (figura 4). A comparação que revela mais cruamente a posição do Brasil entre os 50 países listados é exatamente a importante re-lação investimentos/PIB. Não há nenhum país emergente, que, nas médias qüinqüenais ponderadas dos últimos vinte anos, ficou abaixo do Brasil. E, mesmo entre os avançados – que, por razões associáveis à sua maturidade econômica, têm menor propensão a inves-tir – apenas um ficou abaixo do Brasil.

Em síntese, entre as 50 maiores economias do mundo, o Brasil é a 49ª, em um dos indicadores estratégicos mais importantes que definem a marcha para a emergência econômica, a pros-peridade e a ascensão à posição de potência mundial (tabela 5).

Page 11: Investimentos CNI

AuMentAr investiMentos 11

PiB de 25 países emergentes, 1991-2010

1991-95

pAíses

1996-2000 2001-05 2006-10 2006-10/91-95

Múltiplos noMinAis de

expAnsãovAlores AcuMulAdos, por qüinqüênios,

eM us$ trilhões correntes

China 2.798 5.110 8.608 21.596 7,72

Brasil 2.717 3.768 3.164 7.818 2,88

Rússia 860 1.523 2.437 6.637 7,72

Índia 1.558 2.167 3.101 3.125 3,93

México 2.084 2.581 3.724 5.004 2,40

Turquia 1.060 1.284 1.606 3.265 3,08

Indonésia 887 915 1.134 2.553 2,88

Polônia 502 825 1.162 2.196 4,37

Arábia Saudita 677 819 1.153 2.039 3,01

Irã 456 516 715 1.517 3,33

Argentina 1.170 1.433 837 1.485 1,27

África do Sul 668 693 865 1.464 2,19

Emirados Árabes 277 407 666 1.367 4,94

Venezuela 309 463 556 1.336 4,32

Tailândia 640 690 723 1.309 2,05

Colômbia 411 537 556 1.123 2,73

Malásia 344 451 567 997 2,90

Nigéria 125 196 371 904 7,23

Chile 255 386 424 846 3,32

Romênia 140 186 321 823 5,88

Egito 247 417 433 807 3,27

Filipinas 292 387 413 778 2,66

Paquistão 315 375 436 771 2,45

Argélia 231 247 368 722 3,13

Peru 204 277 321 606 2,97

TOTAIS 19.227 26.653 34.662 74.089 3,85

tABelA 2

Page 12: Investimentos CNI

AuMentAr investiMentos12

Comportamento dos investimentos em relação ao PiB (%)

figurA 3

Esta realidade não é atribuível a um fator isolado, qualquer que seja a posição do país no ranking dos investimentos produtivos em relação ao PIB – tanto os do topo, como a Chi-na, quanto os da base, como Brasil. Buscando as causas que, presumivelmente, impac-tam este indicador, considera-mos cinco fatores relevantes:

1. Posicionamento e movimentos institucionais.2. Condições sócio-econômicas.3. Condições estruturais da economia.4. Potenciais e ações para inserção global. 5. Condições conjunturais.

Cada um desses cinco fatores pode ser aberto em um conjun-to de variáveis. As raízes históri-cas, a evolução e a configuração atual das variáveis agrupadas em cada um deles podem atuar em direções antagônicas, esti-mulando ou inibindo os inves-timentos produtivos.

Para a análise do caso brasilei-ro listamos um amplo elenco de variáveis, agrupadas segun-do esses fatores e abertas em dois conjuntos: as favoráveis e as desfavoráveis aos investi-mentos produtivos (quadro 1).

1991-95 96-2000 2001-05 2006-10

22,1 21,9 20,6 20,1

30

20

10

0

25 países avançados

17,0 17,2 16,618,4

1991-95 96-2000 2001-05 2006-10

30

20

10

0

Brasil

26,525,4

28,3

1991-95 96-2000 2001-05 2006-10

30

20

10

0

25 países emergentes30,7

Page 13: Investimentos CNI

AuMentAr investiMentos 13

investimentos de 25 países avançados, 1991-2010

1991-95

pAíses

1996-2000 2001-05 2006-10 2006-10/91-95

Múltiplos noMinAis de

expAnsãovAlores AcuMulAdos, por qüinqüênios,

eM us$ trilhões correntes

Estados Unidos 5.979 8.905 10.965 15.521 2,59

Japão 6.420 5.834 5.018 5.345 0,83

Alemanha 2.408 2.321 2.087 2.933 1,82

França 1.314 1.356 1.726 2.692 2,05

Itália 1.151 1.181 1.529 2.172 1,89

Reino Unido 894 1.240 1.609 2.013 2,25

Espanha 626 711 1.216 1.979 3,16

Canadá 534 651 908 1.601 3,99

Austrália 404 514 723 1.423 3,52

Coréia do Sul 742 791 975 1.386 1,87

Holanda 374 448 514 769 2,06

Bélgica 240 269 314 499 2,08

Suíça 318 310 342 485 1,53

Noruega 133 182 225 429 3,22

Taiwan 308 374 342 426 1,38

Áustria 245 261 283 419 1,71

Suécia 209 223 266 415 1,99

Dinamarca 138 176 213 313 2,27

Grécia 108 139 211 291 2,69

Finlândia 104 124 164 251 2,41

Portugal 127 164 195 247 1,94

Irlanda 46 99 189 246 4,35

Hong Kong 177 245 187 227 1,28

Singapura 108 153 110 227 2,10

Israel 87 126 113 164 1,88

TOTAIS 23.192 26.796 30.425 39.470 1,70

tABelA 3

Page 14: Investimentos CNI

AuMentAr investiMentos14

investimentos de 25 países emergentes, 1991-2010

1991-95

pAíses

1996-2000 2001-05 2006-10 2006-10/91-95

Múltiplos noMinAis de

expAnsãovAlores AcuMulAdos, por qüinqüênios,

eM us$ trilhões correntes

China 1.144 1.903 3.493 9.890 8,64

Índia 367 528 879 2.240 6,11

Brasil 463 649 526 1.445 3,12

Rússia 240 308 490 1.435 5,98

México 553 693 884 1.298 2,35

Indonésia 347 284 272 739 2,13

Turquia 246 273 296 655 2,66

Irã 168 173 248 505 3,01

Polônia 87 198 226 487 5,58

Arábia Saudita 144 161 220 471 3,28

Argentina 212 278 138 351 1,66

Tailândia 262 203 192 342 1,30

Venezuela 58 118 124 337 5,82

África do Sul 97 111 148 307 3,15

Emirados Árabes 69 98 136 293 4,24

Argélia 65 64 114 287 4,43

Colômbia 97 106 103 253 2,61

Romênia 38 37 73 233 6,15

Nigéria 28 41 92 220 7,94

Chile 64 97 91 204 3,16

Malásia 137 149 129 194 1,41

Egito 49 82 77 161 3,28

Paquistão 61 65 76 153 2,55

Peru 29 62 59 142 4,90

Filipinas 66 85 69 118 1,78

TOTAIS 5.092 6.766 9.156 22.765 4,47

tABelA 4

Page 15: Investimentos CNI

AuMentAr investiMentos 15

Page 16: Investimentos CNI

AuMentAr investiMentos16

As condições favoráveis

Entre as condições institucio-nais que favorecem os investi-mentos produtivos no Brasil, duas saltam à vista: a impor-tância geopolítica do país e as dimensões da sua economia. Associa-se a estas condições o sistema político aberto, de configuração democrática, es-tabelecido desde o final do pri-meiro quadriênio dos anos 80 e que se presume consolidado. Atuam também positivamen-te a gestão macroeconômica – pela sua previsibilidade e pela baixa probabilidade de choques heterodoxos – e a Lei de Responsabilidade Fis-cal –pelo seu objetivo de frear os gastos públicos de custeio e para ampliação dos dispên-dios em formação de capital. Destaca-se ainda, na mesma direção, o propósito gover-namental de aceleração do crescimento econômico, por induzir a compromissos do poder público com políticas que promovam a capacidade de investimento de todos os agentes econômicos, inclusive a do próprio governo. A essas condições institucio-nais favoráveis somam-se as sócio-econômicas. Entre as de maior relevância destaca--se a emergência de nova classe empresarial, menos atrelada à busca por políticas protecionistas e mais atenta à definição de estratégias com-petitivas. São visíveis, nas re-giões mais dinâmicas do país,

o surgimento e a rápida con-solidação de novas empresas, com propósitos de expansão estrategicamente orientados e com olhos voltados para alcançar e manter receitas operacionais bilionárias. São empresas abertas a processos de consolidação e a mudanças societárias, como as decorren-tes do ingresso de fundos de private equity em sua estru-tura de controle, geralmente com vistas à futura abertura de capital. Essa nova dinâmica empresarial é estimulada pela mobilidade sócio-econômica ascendente, que tem se ob-servado nos últimos quinze anos, pela conjunção de dois processos históricos e de alto impacto: o fim de longo pro-cesso inflacionário, e a adoção de massivas políticas públicas includentes, focadas na redu-ção da pobreza absoluta.

A simultaneidade desses dois movimentos sócio-econômi-cos está levando à consolida-ção de um amplo mercado interno de massa, que se soma a outras condições estrutu-rais da economia, estimulan-do os investimentos produ-tivos. Entre estas condições, destacam-se a diversidade e a abundância do capital natural do país, a conjugação de auto--suficiência em petróleo com alto potencial de geração de energia por fontes renováveis (biomassa, eólica e solar), a ocorrência de cadeias produ-

tivas com inequívocas vanta-gens competitivas globais e o amplo leque de oportunidades para negócios de grande por-te. Em obras de infra-estru-tura e em indústrias de base estão em desenvolvimento 1.200 projetos, dispersos em todas as regiões do país – um número que, seguramente, não se encontra com facilida-de em outros países.

Este bom conjunto de estímu-los aos investimentos é com-plementado pelos potenciais e pelas ações para inserção glo-bal do país. Pelos seus ativos institucionais e estruturais, o Brasil se destaca por alta atra-tividade entre os emergentes, tanto junto a fundos de pri-vate equity em procura por negócios no país, quanto a fundos estrangeiros que apor-tam recursos em IPOs, quanto ainda a grupos corporativos de atuação global que insta-lam ou ampliam suas opera-ções no país por investimen-tos diretos. A atração exercida pelo país é confirmada por duas evidências, relacionadas aos movimentos de capital e à dinâmica do mundo corpo-rativo: 1. três quartos dos re-cursos captados por mais de 100 empresas nacionais que abriram o capital no último qüinqüênio são de fundos in-ternacionais; e 2. das 7.350 fu-sões e aquisições que ocorre-ram no país nos últimos vinte anos (1991-2010), o capital es-

Page 17: Investimentos CNI

AuMentAr investiMentos 17

trangeiro participou de 3.810, 51,8% do total das transações.

Estas condições estruturais são complementadas por boa situação conjuntural e por um dos traços marcantes do com-portamento econômico na-cional: a rapidez em encontrar caminhos para superar adver-sidades momentâneas. A mais recente confirmação desse atributo cultural foi a recu-peração dos efeitos-contágio da crise econômica mundial de 2008-09. O indicador sín-tese da situação conjuntural favorável é o baixo índice de capacidade ociosa, em prati-

camente todos os setores pro-dutivos e a variação positiva do PIB, embora moderada em relação aos potenciais do país. Outro indicador sintomático é a sustentação de mercado de crédito aberto, com ope-rações bancárias de curto e médio prazo em escalas cres-centes, interrompidas apenas por poucas semanas durante a crise financeira do final de 2008. Outra evidência do âni-mo conjuntural é o índice de confiança dos consumidores: quedas pronunciadas nesse índice não se observam cos-tumeiramente. Quando ele regride, cai menos que outros

indicadores e, ainda assim, apenas diante de cenários de riscos visíveis e altos.

Por fim, acrescem-se a estas condições favoráveis a reputa-ção internacional do país, a de-manda mundial crescente por produtos básicos da pauta de exportação e a ampla dispersão das correntes de comércio ex-terior. Em síntese, é bom o po-sicionamento do Brasil entre os grandes emergentes, quanto ao conjunto de todos os pontos positivos descritos.

População, PiB e investimentos total e per capita: 25 países avançados e 25 emergentes

AnuAlAcuMulAdA

vAriAções (%)2010-199120102010indicAdores

Avançados 875 994 13,60 0,67

Emergentes 3.381 4.306 27,36 1,28

Avançados 18.784 40.944 117,97 4,19

Emergentes 3.079 18.638 496,56 9,86

Avançados 4.262 7.590 78,09 3,08

Emergentes 757 5.960 687,32 11,47

Avançados 21.467 41.191 91,88 3,49

Emergentes 911 4.266 368,28 8,46

Avançados 4.871 7.636 56,76 5,26

Emergentes 224 1.384 517,86 10,06

População (Milhões de habitantes)

PIB (Bilhões de US$ correntes)

Investimentos (Bilhões de US$ correntes)

PIB Per capita (US$ correntes)

Investimento Per capita (US$ correntes)

tABelA 6

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As condições desfavoráveis

Diante destes pontos, parece estranho que o Brasil apre-sente, em série histórica de vinte anos, a mais baixa taxa de investimentos produtivos em relação ao PIB entre os 25 maiores emergentes e que apenas um dos 25 maiores avançados esteja em posição pior. Mas esta posição, que não é circunstancial, é expli-cável por um amplo conjunto de razões inter-relacionadas, preponderantemente institu-cionais e estruturais. Assim como as favoráveis, estão tam-bém listadas segundo os cinco fatores que selecionamos.

Entre as vinte e seis causas pro-váveis relacionadas aos baixos investimentos produtivos em relação ao PIB no Brasil, oito são de ordem institucional. A primeira é a inapetência para cinco reformas há décadas apontadas como indispensá-veis para a modernização, a competitividade mundial e sustentação de altas taxas de crescimento, pois todas po-deriam promover substancial elevação da taxa de investi-mentos: 1. a trabalhista-previ-denciária, com foco em flexi-bilização; 2. a tributária, com focos em carga e a tolerância zero com sonegação; 3. a ad-ministrativa, com focos na re-dução substancial do aparato burocrático e na promoção de boas práticas de governança em todas as esferas federati-vas; 4. a judiciária, com foco na remoção dos institutos que

favorecem a lentidão proces-sual e a impunidade; e 5. a política, com foco em repre-sentatividade menos onerosa e mais eficaz. Às dificuldades para a promoção dessas refor-mas, somam-se outras causas institucionais que sufocam os investimentos: o provimento deficiente de serviços públi-cos, a superposição e a inde-finição de competências entre as esferas federativas, as con-dições de acesso à justiça, a insegurança judiciária, a len-tidão para abertura de empre-sas decorrente de exigências burocráticas e as resistências e dificuldades para que as par-cerias público-privadas des-lanchem. Todas elas têm algo a ver com a instabilidade do ambiente regulatório, com a inflexibilidade e com a moro-sidade da política ambiental, provavelmente as duas causas de maior peso na lentidão para o efetivo destravamento de grandes projetos nos setores de base e de infra-estrutura.

No âmbito sócio-econômico, contrapõem-se aos fatores po-sitivos que convergem para a consolidação do mercado in-terno de massa um conjunto de condições que não contri-buem para o ânimo dos que empreendem e investem. Entre as deficiências listadas, a mais importante é a qualidade do sistema educacional e a con-seqüente oferta insuficiente de pessoal qualificado para ativi-dades produtivas competitivas.

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Às condições sócio-econômi-cas adversas acrescentam-se outras, também de configura-ção estrutural. As que listamos são amplamente conhecidas e analisadas, em suas causas e conseqüências: gargalos em infra-estrutura, ônus sistêmi-cos, baixa oferta de crédito de longo prazo, carga tributária – que supera a média pon-derada dos 50 maiores países avançados e emergentes – e, destacadamente, o alto peso dos dispêndios de custeio nos orçamentos do setor público, que comprimem a capacidade de investimento em todas as esferas do governo. Quanto a este último ponto, é inevitável a comparação entre os esfor-ços de investimento do setor privado e os do setor público. Este, operando um sistema tributário complexo, excessi-vo, indireto e em cascata, re-duz em 40% a renda nacional disponível do setor privado, mas investe apenas 1,6% do

PIB. Já o setor privado, com 60% de renda disponível, in-veste 16,8%. Esta discrepante propensão ao investimento nos setores público e privado é uma das condições que têm maior peso na baixa posição do Brasil na relação investi-mento/PIB e, conseqüente-mente, em outros indicadores como os de competitividade, não consistentes com a posição de 8ª economia do mundo. Quanto aos potenciais para maior inserção global do país, as contrapartidas negativas são o déficit crônico na balan-ça de serviços, a dependên-cia de movimentos de capi-tal para equilibrar o balanço de pagamentos e acumular reservas cambiais e a baixa competitividade com países emergentes de baixos custos estruturais, tanto no mercado interno quanto nas correntes globais de comércio de que o Brasil participa, especialmen-

te as de bens de consumo e de capital com altos coeficientes de tecnologia embarcada.

Por fim, do ponto de vista da conjuntura econômica, jogam contra os fluxos de investi-mentos no país a apreciação cambial, as tensões inflacio-nárias de demanda e de custos que exigem medidas conten-cionistas, os riscos de “bolhas de crédito” – decorrentes do amplo acesso a financiamen-tos do consumo pelas classes sócio-econômicas emergentes – e, em conseqüência, a volati-lidade do crescimento, produ-zindo trajetórias econômicas que se aproximam das histo-ricamente caracterizadas por stop and go.

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um balanço desfavorável

Não seria fácil fazer um balan-ço geral das condições favorá-veis e desfavoráveis e concluir sobre seus efeitos diretos e in-diretos na baixa relação entre os investimentos produtivos e o PIB no Brasil. Mas os nú-meros dos últimos vinte anos praticamente dispensam esse trabalho. O balanço não é po-sitivo: inquestionavelmente, o país está muito mal colocado nesta relação.

Pela importância estratégica desta relação, especialmente diante de objetivos de acelera-ção do crescimento econômico interno e de fortalecimento do país em termos globais, já não se podem mais desconsiderar as condições, de raízes histó-ricas profundas, que inibem os investimentos produtivos no Brasil. Não há dúvida de que as de maior peso são institucio-nais e estruturais, configura-ção que as caracterizam como de maior complexidade. Por isso mesmo exigem um bem fundamentado planejamento estratégico e firmeza na execu-ção de diretrizes para sua ate-nuação ou remoção.

Não se pode dizer que as con-dições adversas apontadas es-tejam sendo desconsideradas. Há sinais de preocupação do governo com o estímulo aos in-vestimentos, confirmados por ações já anunciadas que visam remover condições adversas que desfavorecem as dimen-sões e o ritmo da formação de

capital produtivo no país. Uma delas é a desoneração tributá-ria dos investimentos. Outra é a disposição em conciliar a política ambiental com as exi-gências inadiáveis de remoção de gargalos infra-estruturais. Mas há um grande elenco de outras condições, que pela sua relevância, não podem mais esperar por esforços de mu-danças de alto impacto, fun-damentadas em razões de alto interesse nacional. Destacamos três inter-relacionadas: as cinco grandes reformas institucio-nais, a abertura de espaços para dispêndios de capital nos orça-mentos públicos e a viabilização de parcerias público-privadas.

A despeito da reconheci-da complexidade destas três condições cruciais, é possível construir, a partir delas, um novo ciclo virtuoso na his-tória econômica do país, que compatibilize soluções ins-titucionais e estruturais que puxem fortemente para cima a relação investimentos/PIB no Brasil. Caso contrário, esta relação estratégica continua-rá refém de ciclo vicioso, de aparência crônica, que se esta-beleceu no país e que trava o seu crescimento – uma con-seqüência perversa, não com-patível com as aspirações de o conduzir, consistentemente, à posição de potência mundial.

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investimentos em relação ao PiB, em 25 países avançados e 25 emergentes, 1991-2010

1991-95

pAíses AvAnçAdos

1996-2000 2001-05 2006-10 1991/2010

MédiAs qüinqüenAis ponderAdAs, eM %

Coréia do Sul 37,4 31,6 29,6 29,0 31,1

Singapura 34,0 33,2 21,7 24,5 27,1

Austrália 23,7 25,1 25,9 28,3 26,6

Espanha 22,3 23,7 27,6 27,7 26,2

Japão 29,8 26,8 23,5 22,3 25,4

Hong Kong 29,4 29,3 22,5 21,7 25,3

Portugal 25,2 27,2 25,0 21,5 24,1

Áustria 24,6 24,7 22,8 22,4 23,4

Taiwan 26,4 25,1 21,1 21,5 23,2

Suíça 24,1 22,8 21,5 20,8 22,0

Irlanda 16,8 22,4 24,0 20,5 21,8

Noruega 20,7 22,9 19,4 21,8 21,3

Bélgica 20,2 21,3 20,4 21,6 21,0

Canadá 18,4 20,0 20,3 22,5 20,9

Itália 20,2 19,8 20,8 20,8 20,5

Holanda 21,5 22,3 19,7 19,6 20,4

Finlândia 18,6 19,6 20,2 20,8 20,1

Grécia 19,7 20,8 22,4 18,7 20,1

Dinamarca 18,0 20,5 20,3 20,3 19,9

Israel 23,2 22,6 18,3 17,9 19,8

França 19,2 18,7 19,6 20,7 19,7

Alemanha 22,8 21,4 17,6 17,7 19,6

Estados Unidos 17,8 20,1 19,3 17,8 18,7

Suécia 17,4 17,3 17,5 18,7 17,9

Reino Unido 16,7 17,6 17,1 16,1 16,8

Média Ponderada 22,1 21,9 20,6 20,1 20,9

tABelA 5

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tABelA 5 - continuAção

1991-95

pAíses eMergentes

1996-2000 2001-05 2006-10 1991/2010

MédiAs qüinqüenAis ponderAdAs, eM %

China 40,4 37,4 40,1 45,2 43,1

Irã 35,4 33,4 34,7 33,2 34,1

Argélia 28,1 26,0 30,5 39,4 33,8

Índia 23,4 24,4 27,6 36,4 31,0

Indonésia 39,2 29,1 23,7 28,3 29,9

Tailândia 41,0 27,9 26,2 26,2 29,8

Romênia 27,5 19,9 22,6 28,1 26,0

Malásia 39,4 32,1 23,0 19,4 25,8

México 26,0 27,1 23,7 25,9 25,6

Chile 25,0 25,0 21,5 23,9 23,9

Nigéria 23,6 21,4 25,2 24,3 23,9

Venezuela 18,7 25,1 21,7 25,5 23,9

Emirados Árabes 24,9 24,3 20,7 21,4 22,0

Rússia 31,5 19,4 20,3 21,5 21,6

Colômbia 22,7 19,4 18,3 22,6 21,3

Polônia 17,2 23,9 19,5 22,1 21,3

Arábia Saudita 21,2 19,7 19,2 23,0 21,2

Peru 20,2 22,4 18,3 23,1 20,7

Turquia 23,1 21,3 17,9 20,0 20,4

Argentina 17,9 19,4 16,0 23,6 19,9

Egito 19,9 19,6 17,7 20,0 19,4

Paquistão 19,5 17,4 17,2 20,4 18,9

Filipinas 22,5 21,8 17,0 15,1 18,1

África do Sul 14,5 16,0 16,7 21,0 18,0

Brasil 16,8 17,0 16,7 18,3 17,7

Média Ponderada 26,5 25,4 26,4 30,7 28,3

AuMentAr investiMentos 23

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os investimentos no Brasil: registro das condições favoráveis e desfavoráveis (i)

fAtores considerAdos fAvoráveis desfAvoráveis

• Importânciageopolíticaegeoconômica do país.• Sistemapolíticoaberto,democrático.• Gestãomacroeconômica:baixa probabilidade de choques heterodoxos.• LeideResponsabilidadeFiscal:focoem frear dispêndios de custeio.• Propósitogovernamentaldeaceleração do crescimento.

• Novaclasseempresarialemergente: - Menos atrelada a políticas protecionistas e mais atenta ao desenvolvimento de diferenciais competitivos. - Aberta a processos de consolidação – fusões e aquisições. - Atenta às oportunidades de mudanças societárias: ingresso de fundos de private equity e abertura de capital. - Propósitos expansionistas: olhos voltados para alcançar e manter receitas operacionais bilionárias.• Reduçãodosíndicesdeconcentração da renda e da riqueza: - Superação, há quinze anos, de longo período de alta e crônica inflação. - Políticas públicas includentes. - Acesso a base da pirâmide sócio- econômica aos mercados básicos. - Expressão econômica crescente da classe C.• Consolidaçãoeexpansãodemercado interno de massa.

• Dificuldadesparapromoçãodereformas institucionais: trabalhista-previdenciária, tributária, administrativa, judiciária e política.• Provimentodeficientedeserviçospúblicos, particularmente educação e segurança.• Superposiçãoeindefiniçãode competências entre as esferas federativas.• Acessoàjustiçaeinsegurançajudiciária: complexidade e lentidão processual.• Burocraciaelentidãoparaaberturade novas empresas.• ResistênciasedificuldadesparaPPPs– Parcerias Público Privadas.• Ambienteregulatórioinstável.• Inflexibilidadeemorosidadedapolítica ambiental.

• Níveisaindaaltosdepobrezaabsoluta: 15,5% da população com renda mensal abaixo de US$ 1/dia.• Qualidadedosistemaeducacional: baixas posições em rankings mundiais.• Recursoshumanos:ofertainsuficiente de pessoal qualificado, em todos os níveis funcionais.• Segurançapessoalepatrimonial: garantias insatisfatórias.• Programasassistencialistase previdenciários: afetam disposição para o trabalho produtivo.

quAdro 1

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posicionamento e movimentosinstitucionais

condições sócio- econômicas

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quAdro 1 - continuAção

AuMentAr investiMentos 23

fAtores considerAdos fAvoráveis desfAvoráveis

• Diversidadeeabundânciadecapitalnatural.• Dimensõesdaeconomia:8ªdomundo, 2ª das Américas.• Auto-suficiênciaempetróleoealto potencial de fontes renováveis de energia.• Cadeiasprodutivascominequívocas vantagens competitivas globais.• Amplolequedeoportunidadespara negócios de grande porte – 1.200 projetos em desenvolvimento: - Infra-estrutura (energia, telecomunicações, transportes em todos os modais e saneamento básico). - Indústria de base: mineração, óleo e gás, petroquímica, siderurgia e celulose.• Mercadofinanceirosólido,sofisticado, bem regulamentado e com avançada tecnologia operacional.

• Bomposicionamentoentreosgrandes emergentes.• Reputaçãointernacional: - Visibilidade em alta. - Sede de jogos de repercussão mundial. - PresençamarcantenoG-20. - Apoio a propósitos de maior representatividade.• Demandamundialcrescentede produtos básicos, originários da diversidade e abundância do capital natural do país.• Dispersãodascorrentesdocomércio exterior: por países, empresas e produtos.• Altaatratividadeparainvestimentos estrangeiros: - Fundos de private equity e em busca por negócios no país. - IPOs de empresas nacionais bem aceitos mundialmente. - Altos e firmes fluxos de investimentos estrangeiros diretos.

• Recuperaçãodosefeitos-contágioda crise econômica mundial de 2008-09.• PIBemexpansão,emboramoderada em relação aos potenciais do país.• Baixoíndicedecapacidadeociosa,em praticamente todos os setores.• Mercadodecréditoaberto:operações bancárias de curto-médio prazos em escalas crescentes.• Consumidoresávidoseconfiantes.

• Gargaloseminfra-estrutura,especialmente em todos os modais de transporte.• Ônussistêmicos:custoBrasil: - Transportes, energia, encargos sociais e spread bancário.• Ofertadecréditodelongoprazo: - Baixa, em relação ao PIB. - Custos comparativos em termos mundiais.• Cargatributária: - Excessiva, em comparação com países emergentes. - Preponderância de impostos indiretos. - Impostos em cascata. - Oneração dos investimentos.• Dispêndiospúblicos:altopesodo orçamento de custeio, comprimindo capacidade de investimento.• DispêndiosepessoaldedicadoaP&D.• Posicionamentonosfatoresde competitividade mundial.

• Déficitcrônicodacontadeserviços, superior ao superávit comercial: déficit em transações correntes.• Dependênciadeingressosdecapital para equilibrar o balanço de pagamentos.• Concorrênciadepaísesemergentes com baixos custos estruturais, tanto no mercado interno quanto nas correntes globais de comércio.

• Apreciaçãocambial:nacontra-mãoda maior parte dos emergentes.• Tensõesinflacionárias: - De demanda, puxada por crédito (oneroso) ao consumidor. - De custos, movida a tributos e a reajustes reais da massa salarial.• Volatilidadedocrescimento:trajetória típica stop and go.

condições estruturais da economia

potenciais e ações para inserção global

condições conjunturais

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Robson Braga de Andrade é presidente da Confederação Nacional da Indústria.

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