instrumentaÇÃo cirÚrgica-sondas, drenos e cateteres

Upload: helio-mota

Post on 10-Jul-2015

5.259 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

INSTRUMENTAO CIRRGICA

SINALIZAO E MANEJO DE INSTRUMENTOS CIRRGICOS O bom entendimento entre os membros da equipe cirrgica de suma importncia, fazendo-se necessrio que as manobras sejam padronizados de forma a propiciar eficincia, rapidez e beleza. Ex: Um bisturi passado de forma displicente pode ser um perigo integridade fsica do cirurgio e do instrumentador.

Assim, foram convencionados sinais para pedir os instrumentos bsicos de uso mais frequente. Os instrumentos de uso menos frequente sero solicitados verbalmente, como a Mixter, Moynihan ou Clamp intestinal. De maneira geral o instrumentador tomar da mesa e entregar o instrumento ao cirurgio usando a mo correspondente quela com que ele empunhar; Ex: Quando o cirurgio pedir apina Kelly com a mo direita, o instrumentador usar a direita tambm.

BISTURI Para pedir o bisturi o cirurgio manter os dedos semifletidos e juntos, fazendo 2 ou 3 movimentos pendulares.

PINAS ANATMICAS Pede-se a pina com os trs ltimos dedos juntos e semifletidos, enquanto o indicador e o polegar repetem movimentos de aproximao e separao. A pina apanhada pela mo direita ou esquerda(dependendo da mo que com que foi solicitada pelo cirurgio), que a segura fechada pelas pontas e coloca-a entre o polegar e o indicador do cirurgio , pronta para ser usada.

TESOURAS Com os dedos indicador e mdio estendidos, fazendo movimentos repetidos de aproximao e separao e os outros fletidos, o cirurgio solicita a tesoura. O instrumentador a retira da mesa com a ponta virada contra a face palmar da mo, entregando-a j em posio de uso.

PINAS HEMOSTTICAS O cirurgio pede kelly ou hemosttica com o anular e o mnimo fletidos, enquanto o polegar, indicador e mdio so estendidos, mais ou menos paralelos. O instrumentador pega a pina com a direita, com a ponta virada contra a face palmar da mo( todos os instrumentos curvos) da mesma forma que a tesoura foi entregue.

PINAS PREENO ALLIS E BABCOCK Allis e Babcock e similares(Kocher) e similares so pedidos contra a palma da mo e o polegar e indicador em meia flexo, como se puxando o gatilho.

BACKHAUSPede-se com a mo fechada e o polegar entre o indicador e o mdio (sinal de figa).

PORTA-AGULHASPede-se com os ltimos quatro dedos juntos e semifletidos e o polegar parcialmente fletido no lado oposto, executando a mo pequenos movimentos de rotao. Neste momento a agulha e os fios certos j devem se encontrar montados e prontos para a entrega, numa atitude de antecipao que caracteriza a boa instrumentao.

Gosset Pede-se estes afastadores com o indicador e mdio de ambas as mos semifletidos e com os demais dedos completamente fletidos sobre a palma da mo, fazendo um movimento de afastar, que imita os ramos do Gosset

VLVULA DE DOYENPede-se com os dedos juntos, estiradose em ngulo de 90 sobre o resto da mo.

FARABEUFSolicitado com o dedo indicador semifletido e os demais completamente fletidos.

FIO SOLTO OU EM CARRETELPede-se com a mo estendida em supinao (palma para cima) e a ponta dos dedos fletida. Pede-se com a mo em pronao (palma para baixo) e dedos semifletidos.

COMPRESSAPedem-se cm a mo estendida em supinao e os dedos juntos.

POSICIONAMENTO CIRRGICOO posicionamento cirrgico uma arte, uma cincia e tambm um fator chave no desempenho do procedimento seguro e eficiente, por meio da aplicao de conhecimentos relacionados anatomia, fisiologia e patologia.

OBJETIVOS Oferecer exposio e acesso timo do local operatrio Manter o alinhamento corporal e as funes circulatrias e respiratrias Proporcionar acesso para a administrao de solues endovenosas, drogas, agentes anestsicos No comprometer as estruturas vasculares e a integridade da pele Trazer o mximo de conforto para o paciente.

IMPORTANTE ATENTAR PARA: Temperatura da sala se fria oferecer cobertor aquecido No deve haver contato direto do paciente com partes metlicas da mesa Uso de coxins Alopecia focal pode ocorrer em regio occipital na qual o anestesista pode virar a cabea do paciente a cada 30 minutos Mesas de operao so especialmente desenhadas para atender as exigncias peculiares e altamente especializadas da terapia cirrgica Equipamentos acessrios como estribo, suporte de perna, suporte de braos e suporte de p so desenhados para estabilizar o paciente na posio desejada e para oferecer flexibilidade no posicionamento Mudana de posio com ateno

RECURSOS DE PROTEO Colchonetes Braadeiras Travesseiros Perneiras Fixadores de braos e pernas Colcho piramidal (caixa de ovo) Protetores de calcneo Protetores crnio - faciais

Posio supina ou decbito dorsal Indicada para induo anestsica geral e acesso as cavidades maiores do corpo. O paciente fica deitado sobre o dorso, braos em posio anatmica e pernas levemente afastadas. As palmas das mos voltadas para o corpo. A posio da cabea deve manter as vrtebras cervicais, torcicas e lombares numa linha reta. Os quadris paralelos. As pernas ficam paralelas e descruzadas para prevenir traumas os nervos peroneal, tibial, atrito e comprometimento circulatrio.

Posio prona ou decbito ventral Indicada para cirurgias da regio dorsal, lombar, sacrococcgea e occipital. Obs.: necessidade de expanso pulmonar liberao das mamas no sexo feminino uso de coxins e travesseiros cabea lateralizada e braos no suporte

Posio decbito lateral ou de Sims Indicada para toracotomias e cirurgias renais. Nessa posio o paciente fica deitado sobre um dos lados, para obter seu equilbrio pela flexo da perna inferiormente colocada a extenso da superior, fixando-o transversalmente pelo quadril a mesa operatria O paciente fica deitado sobre o lado no afetado, oferecendo acesso a parte superior do trax, na regio dos rins, na seo superior do ureter. O posicionamento das extremidades e do tronco facilita a exposio desejada Essa posio tambm permite visualizar a regio dos rins, a ponte da mesa de operao levantada (Pilet) e a mesa flexionada , de modo que a reas entre a 12o costela e a crista ilaca seja elevada.

Posio de Trendelemburg Ocorre oferece melhor visualizao dos rgos plvicos durante a abertura ou cirurgia laparoscpica no abdome inferior ou pelve. Nessa posio o paciente ficar em posio dorsal com elevao da pelve e membros inferiores, por inclinao da mesa cirrgica, a cabea fica mais baixa que os ps.Pode ser utilizada tambm para melhorar a circulao no crtex cerebral e gnglio basal quando a PA cai repentinamente e aumenta o fluxo sangunea arterial para o crnio

Trendelemburg reverso ou proclive Usada freqentemente para oferecer acesso a cabea e pescoo para facilitar que a fora de gravidade desloque a vscera para adiante do diafragma e na direo dos ps. Indicada para manter as alas intestinais na parte inferior do abdome e reduzir a presso sangunea. Nessa posio o paciente estar em decbito dorsal com elevao da cabea e trax e abaixamento do MMII. Quando a modificao desta posio usada para cirurgia da tireide, o pescoo pode ser hiperestendido pela elevao dos ombros do paciente.

Posio de Litotomia ou ginecolgica Indicada para exames urinrios, endoscpicos, cirurgias ginecolgicas por via baixa e anuretais. Essa posio derivada do decbito dorsal, na qual se elevam os MMII, que ficam elevados em suportes especiais, denominados perneiras e fixados com correias

Posio de Fowler Modificada Indicada: neurocirurgias, mamoplastias e abdominoplastias. Essa a posio sentada propriamente dita, isto , em ngulo de 90. Flexiona-se a parte dos MMII para preveno de quedas. Ocorre o aumento do peso da paciente no dorso do corpo. O repouso do dorso elevado, os joelhos so flexionados, e o suporte de p mantido no lugar.

Posio Canivete (Kraske)

a posio derivada da ventral, na qual os MMII, trax e MMSS so abaixados de forma que o corpo fique fletido sobre a mesa, mantendo-se a regio a ser operada em plano mais elevado. Utilizada para cirurgias da regio proctolgicas e coluna lombar.

SONDAS, TUBOS, DRENOS E CATETERES Os drenos, cateteres ou tubos so utilizados de forma rotineira tanto no pr, no ps ou no transoperatrio. Muitas vezes esses termos ( tubo, dreno, cateter e sonda), se confundem e so tomados como sinnimos.

DRENOS materiais colocados no interior de uma ferida ou cavidade, visando permitir a sada de fluidos ou ar que esto ou podem estar ali presentes, evitando o acmulo de lquidos em espaos potenciais e removendo colees diversas. Freqentemente, sua utilizao destina-se evacuao de secrees como seromas, hematomas, secrees do trato digestivo, linfa, pus e material necrticode regies onde no seja possvel a exposio e limpeza repetidas.

CATETERES so tubos de diversos materiais e calibres inseridos no organismo, tendo como funo a infuso de lquidos, como, por exemplo, os cateteres intravenosos, ou a retirada de lquidos, como os cateteres vesicais.

AO CAPILARIDADE A sada de secrees se d atravs da superfcie externa do dreno. No h passagem de lquidos pela sua luz. GRAVITACO Utiliza-se cateteres de grosso calibre, colocados dentro da cavidade e conectados a bolsas coletoras ou borrachas de ltex. SUCCO Um dreno de polietileno, com mltiplas fenestraes , conectado, em sua extremidade externa, a um reservatrio contendo um orifcio para sada de ar. Ao se retirar o ar desse reservatrio, cria-se o vcuo, fazendo-se a aspirao ativa do contedo dentro da ferida, at que a presena do lquido no reservatrio iguale as presses, perdendo-se o vcuo. Ao se esvaziar o lquido coletado dentro do reservatrio, realiza-se nova retirada do ar e h retorno da presso negativa, cm aspirao ativa no interior da ferida.

ESTRUTURA BSICA LAMINARES O mais conhecido o dreno de Penrose, apresentedo em trs diferentes larguras:1, 2 e 3. O primeiro geralmente utilizado na drenagem de pequenas lojas, e o ltimo, quando existe previso de extravasamento de grandes quantidades de secreo.

TUBULARES a forma da maioria dos drenos e cateteres, drenando por gravitao e podendo ser de vrios materiais, como polietileno, silicone ou ltex. s vezes, podem-se combinar as vantagens dos drenos tubulares e laminares, pela insero de um dreno tubular dentro da luz de um dreno laminar. Outra modificao que se pode encontrar nos drenos laminares, a introduo de gaze na sua luz, formando o chamado dreno em cigarro. No entanto, nenhuma dessas modificaes apresentam reais vantagens com seu uso.

QUANTO AO USOINTRAVENOSOS A cateterizaco intravenosa um dos procedimentos invasivos mais comumente realizado em hospitais. Os cateteres intravenosos so, geralmente, siliconados, em vrios comprimentos e calibres. Podem ter o sistema tipo agulha por dentro, como os utilizados para puno venosa perifrica, ou agulha por fora, como aqueles utilizados para puno venosa central.

APARELHO DIGESTIVO Hoje, a utilizao da tubagem nasogstrica se restringe a casos selecionados, principalmente com o objetivo de descompresso gstrica e remoo de resduos gstricos e esofgicos no pr-operatrio de pacientes com semiobstruo ou obstruo completa desses rgos. Os tubos de borracha macia, tipo Levin, so menos irritantes, mas os tubos de polietileno mantm sua perviedade necessitando de menos cuidados.

VIAS BILIARES Os tubos de Kehr, ou tubos em T, que podem ser de materialplstico ou de borracha, so colocados nas vias biliares extra-hepticas para drenagem externa, descompresso e, s vezes, como prtese modeladora aps uma anastomose biliar.

CAVIDADE ABDOMINAL Na drenagem da cavidade abdominal podem ser utilizados drenos como o de Penrose. Malecot ou drenos tubulares de polietileno. A escolha desses drenos se faz pelo volume esperado de secreo, tempo de permanncia na cavidade, necessidade da infuso de lquidos ou drogas, risco de eroso de alas e/ou vasos. Deve-se ter em mente as vantagens e desvantagens desses tipos de drenos de acordo com a antigenicidade do material e mecanismo de ao de cada um.

DRENO DE MALECOT

DRENO DE PEZZER

DRENO DE BLACK

DRENO PORTOVAC

URINRIOS Os cateteres urinrios so de dois tipos: os de alvio (cateter uretral) e os de demora ( cateter de Foley). O primeiro tem seu uso somente indicado em casos de reteno urinria aguda, quando se prev seu uso apenas para retirada de urina acumulada. Por sua vez o cateter de Foley indicado nos casos em que hnecessidade de observao continuada do fluxo urinrio, ou quando h necessidade da permanncia dos msculos vesicais em repouso. Esse cateter de borracha macia tem em sua extremidade um balonete, que inflado para garantir sua permanncia dentro da bexiga, sendo a removido quando o balo desinsuflado.

DRENO DE TRAX Os drenos atualmente utilizados so tubulares, multiperfurados, siliconizados e semi-rgidos, com mltiplos orifcios em uma das extremidades. Seu calibre varia de 6 a 26Fr( 2 a 6 mm no dimetro interno ), para uso peditrico, e de 20 a 40Fr ( 5 a 11 mm ) para adultos.