instituto federal de santa catarina aliny anselmo · 2. epilepsia ou síndrome generalizada...

71
INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO DETECÇÃO AUTOMÁTICA DE CRISES EPILÉTICAS EM SINAIS DE ELETROENCEFALOGRAMA São José 2015

Upload: others

Post on 07-Oct-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA

ALINY ANSELMO

DETECÇÃO AUTOMÁTICA DE CRISES EPILÉTICAS EM SINAIS

DE ELETROENCEFALOGRAMA

São José

2015

Page 2: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

ALINY ANSELMO

DETECÇÃO AUTOMÁTICA DE CRISES EPILÉTICAS EM SINAIS

DE ELETROENCEFALOGRAMA

Monografia apresentada à coordenação do curso Superior de

Tecnologia em Sistema de Telecomunicações do Instituto

Federal de Santa Catarina para obtenção do diploma de

Tecnólogo em Sistemas de Telecomunicações.

Orientador: Elen Macedo Lobato Merlin, Dr. Eng.

São José

2015

Page 3: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

ALINY ANSELMO

DETECÇÃO AUTOMÁTICA DE CRISES EPILÉTICAS EM SINAIS

DE ELETROENCEFALOGRAMA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à

obtenção do grau de Tecnólogo em Sistemas de

Telecomunicações e aprovado em sua forma final pelo curso de

Graduação de Sistemas de Telecomunicações do Instituto

Federal de Santa Catarina.

São José, 20 de agosto de 2015.

________________________________________

Profª. Elen Macedo Lobato Merlin, Dr. Eng.

Orientadora

________________________________________

Prof. Diego da Silva Medeiros, Me.

________________________________________

Ana Paula Rosa Negri

Tecnóloga em Sistema de Telecomunicações

Page 4: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

Aliny: As pessoas mais importantes da minha vida:

minha família.

Page 5: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida e a minha família, obrigada por estarem sempre ao meu lado.

Gostaria de agradecer a todos os professores do IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina,

por toda contribuição na minha formação, em especial a minha orientadora professora Elen Macedo

Lobato Merlin.

Por fim, agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para realização

deste trabalho.

Page 6: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

"Quando passamos a ser sábios? Quando colocamos em dúvida o que já sabemos e passamos a

reaprender". (MICHELE E PAULO SILVEIRA, 2011).

Page 7: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

RESUMO

Este trabalho apresenta um algoritmo para detecção automática de crises epiléticas em sinais de

eletroencefalograma. O algoritmo tem como etapa inicial realizar uma filtragem dos sinais de EEG,

utilizando funções Wavelet das famílias Coiflet, Daubechies e Symmlet. Após essa etapa de pré-

processamento, os sinais são submetidos a segunda etapa onde são encaminhados a entrada de uma

rede neural tipo perceptron multi camada, MLP (Multi Layer Perceptron) para sua detecção, a rede

classifica os sinais como presença ou não da crise. Na etapa final, a partir dos sinais já classificados

são gerados indicadores de desempenho: sensibilidade, especificidade, eficiência e área abaixo da

curva ROC (AUC). Os resultados obtidos apresentaram um grau de acerto satisfatório.

Palavras chave: Epilepsia, Eletroencefalograma, Funções Wavelet e Rede Neural Artificial.

Page 8: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

ABSTRACT

This work presents an algorithm for automatic detection of epileptic seizures on

electroencephalogram signals. The algorithm has as initial filter stage of the EEG signals using

wavelet Coiflet families of functions, Daubechies and Symmlet. After this stage of pre-processing,

the signals are subjected to the second stage where the signals are sent to input a neural network

perceptron multi layer MLP for its detection, the network classifies signs as presence or absence the

crisis. In the final stage, from the signals already qualified are generated performance indicators:

sensitivity, specificity, efficiency and area under the ROC curve (AUC). The results showed a

satisfactory degree of accuracy.

Keywords: Epilepsy, EEG, Wavelet Function and Artificial Neural Network.

Page 9: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Estrutura de um neurônio .................................................................................................. 19

Figura 2 - Locação de 21 eletrodos segundo o Sistema Internacional 10-20.. .................................. 20

Figura 3 - (a) Método bipolar para ligar os eletrodos no escalpo; (b) Método unipolar ou referencial

de eletrodo comum; (c) Sistema de Referência Média Comum ........................................................ 21

Figura 4 - Os principais sinais cerebrais: Ondas alfa, beta, teta e delta ............................................. 22

Figura 5 - Fase Ictal do sinal EEG ou crise epileptiforme. ................................................................ 24

Figura 6 - Atividade base e paroxismo epileptiforme. ....................................................................... 25

Figura 7 - Plano tempo-frequência correspondente a Transformada Wavelet. .................................. 27

Figura 8 - Decomposição sub-banda mediante o diagrama da árvore. .............................................. 28

Figura 10 - Neurônio Artificial ou Perceptron. .................................................................................. 30

Figura 11 – A) logística ou sigmoide; B) tangente hiperbólica; C) gaussiana; D) linear .................. 32

Figura 12 – Rede MLP de multi-camadas ......................................................................................... 33

Figura 14 - Diagrama de blocos do projeto ........................................................................................ 38

Figura 15 - Crise 01 exemplo de seleção ........................................................................................... 43

Figura 16 - Crise 20 exemplo de seleção ........................................................................................... 44

Figura 17 - Crise 62 exemplo de seleção ........................................................................................... 45

Figura 18 - Família Wavelet Coiflet („Coif1‟ até „Coif5‟) ................................................................ 46

Figura 19 - Família Wavelet Daubechies („Daubechies2‟ até „Daubechies6‟). ................................. 46

Figura 20 - Família Wavelet Symlet („Symlet2‟ até „Symlet6‟). ....................................................... 47

Figura 21 - Decomposição sub-banda proposta. ................................................................................ 48

Figura 22 - Crise 20 exemplo de decomposição. ............................................................................... 49

Figura 23 - Crise 20 no 1º nível de decomposição............................................................................. 49

Figura 24 - Crise 20 no 2º nível de decomposição............................................................................. 50

Figura 25 - Crise 20 no 3º nível de decomposição............................................................................. 50

Figura 26 - Crise 20 no 4º nível de decomposição............................................................................. 51

Figura 27 - Crise 20 no 5º nível de decomposição............................................................................. 51

Figura 28 - Crise 20 no 6º nível de decomposição............................................................................. 52

Page 10: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

Figura 29 - Crise Epilética Original e Aproximação – Reconstrução com todas as faixas. .............. 52

Figura 30 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61. .................... 53

Figura 31 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61 e A62. ......... 54

Figura 32 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61, A62 e A52. 54

Figura 33 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61, A62, A52 e

A42. .................................................................................................................................................... 55

Figura 34 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61, A62, A52,

A42 e A32. ......................................................................................................................................... 56

Figura 35 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61, A62, A52,

A42, A32 e A12. ................................................................................................................................ 57

Figura 36 - Treinamento da Rede Backpropagation. ......................................................................... 59

Figura 37 - Sensibilidade e Especificidade do sistema. ..................................................................... 61

Figura 38 - Eficiência do sistema. ...................................................................................................... 62

Figura 39: Curva ROC função Coiflet4. ............................................................................................ 63

Page 11: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem completa de classificação de epilepsias (ILAE, 1989) ..................................... 17

Tabela 2 - Informações de cada caso referente a sexo e idade .......................................................... 39

Tabela 3 - Arquivos com crise a serem usados no projeto ................................................................. 40

Tabela 4 - Resultados obtidos para cada função Wavelet Coiflet ...................................................... 60

Tabela 5 - Resultados obtidos para cada função Wavelet Symlet ...................................................... 60

Tabela 6 - Resultados obtidos para cada função Wavelet Daubechie ................................................ 61

Tabela 7 - Comparação do sinal puro com a Coiflet 4 ...................................................................... 63

Page 12: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14

1.1 Objetivos .................................................................................................................... 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 16

2.1 Epilepsia ..................................................................................................................... 16

2.1.1Classificação de crises e epilepsias .................................................................... 16

2.2 Sinais de EEG (Eletroencefalograma) ........................................................................ 19

2.3 Sistema internacional 10-20 ....................................................................................... 20

2.3.1Montagens bipolar, referencial e de referência média ....................................... 21

2.3.2Sinais cerebrais ................................................................................................... 22

2.3.3Artefatos presentes no sinal de EEG .................................................................. 23

2.4 Crises epileptiformes .................................................................................................. 24

2.5 Transformada Wavelet ................................................................................................ 25

2.5.1Decomposição sub-banda (Transformada Wavelet Rápida) .............................. 27

2.6 Redes Neurais Artificiais ............................................................................................ 30

2.6.1Neurônio Artificial Perceptron .......................................................................... 31

2.6.2Perceptron multicamada (MLP) ........................................................................ 33

2.6.3Treinamento da Rede .......................................................................................... 34

2.6.4Teste da Rede ..................................................................................................... 36

2.7 Indicadores de desempenho ........................................................................................ 36

2.8 Curva ROC ................................................................................................................. 37

3 METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO............................................................... 39

Page 13: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

13

3.1 Diagrama em blocos do projeto .................................................................................. 39

3.1.1Banco de dados ................................................................................................... 39

3.1.1.1Seleção das Crises ............................................................................... 41

3.1.2Funções Wavelets ............................................................................................... 46

3.1.2.1Decomposição sub-banda .................................................................... 48

3.1.3Rede Neural Artificial ........................................................................................ 58

3.1.3.1Parâmetros da rede ............................................................................... 58

3.1.3.2Treinamento da rede ............................................................................ 59

4 RESULTADOS ................................................................................................................ 61

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 65

6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 66

Page 14: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

14

1. INTRODUÇÃO

O principal órgão do sistema nervoso, o cérebro, é formado por estruturas complexas que

são responsáveis pelo controle das atividades corporais. Como qualquer outro órgão do corpo

humano, ele pode ser afetado com alguma anomalia ou doença, como é o caso da epilepsia.

A epilepsia não é caracterizada como uma doença singular, e sim como um grupo de

doenças que tem em comum crises epiléticas, as quais são causadas por descargas elétricas

excessivas e transitórias das células nervosas, decorrentes de correntes elétricas resultantes da

movimentação iônica através da membrana celular (GUERREIRO, 2000).

Atualmente a epilepsia ainda é cercada de preconceitos, o que algumas vezes afeta a vida

social do paciente e de sua família. Por esse e por outros motivos, o diagnóstico da epilepsia possui

um papel importante para o convívio do paciente na sociedade, pois, a partir dele pode-se iniciar um

tratamento que irá melhorar a sua qualidade de vida deixando-o sem crises e sem efeitos colaterais

das drogas, sempre que possível.

A forma mais comum do diagnóstico é o EEG (eletroencefalograma), o qual trata-se de um

exame muito informativo. Com ele é possível obter -se o diagnóstico, além disso, ele auxilia na

classificação, fornece elementos das crises epiléticas e monitora algumas formas de epilepsia

(GUERREIRO, 2000).

Um fator impactante para obtenção do diagnóstico, está relacionado à demora para análise,

isso se deve a grande quantidade de informações extraídas e pelos fato dos sinais se comportarem

de forma variada ao longo do exame.

Com base neste problema, alguns trabalhos e pesquisas têm sido desenvolvidos com o

objetivo de dar agilidade a este processo. Técnicas de processamento de sinais baseadas nas

Wavelets são as mais utilizadas (BOOS,2011), (SCOLARO,2009), pois, elas se moldam a

frequência do sinal, diferentemente da transformada de Fourier que não permite essa adequação.

Outras técnicas também utilizadas são as relacionadas a Redes Neurais Artificiais, onde a partir de

sinais de entrada a rede é capaz de reconhecer padrões para os quais ela foi treinada.

1.1 Objetivos

Page 15: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

15

O objetivo geral deste trabalho é testar o uso de transformada Wavelet e Redes Neurais no

reconhecimento de crises em sinais de EEG. A partir deste contexto geral busca-se desenvolver os

seguintes objetivos específicos:

Definir uma metodologia de testes para o sistema desenvolvido;

Indicar a melhor função Wavelet para ressaltar crises epilépticas em sinais de EEG

Avaliar o desempenho.do sistema desenvolvido.

Page 16: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta uma breve revisão teórica dos assuntos relacionados ao

desenvolvimento deste trabalho, de modo a oferecer uma melhor compreensão do tema.

2.1 Epilepsia

A epilepsia é definida como uma condição médica que envolve crises recorrentes devido às

descargas excessivas dos neurônios cerebrais. Uma crise é um evento que ocorre quando uma forte

onda de atividade elétrica causa uma descarga anormal e excessiva de um conjunto de neurônios,

resultando em uma variedade de sinais clínicos que são acompanhados no eletroencefalograma.

Esta desordem neurológica é muito comum afetando mais de 50 milhões de pessoas, sendo que o

25% delas não pode ser controlada apesar do tratamento (TATUM IV, KAPLAN e JALLON, 2009;

LEE, 2010).

2.1.1 Classificação de crises e epilepsias

Os sistemas de classificação fornecem uma linguagem comum para os neurofisiologistas,

simplificando assim, a pesquisa e a epidemiologia. A International League Against Epilepsy

(ILAE), Liga Internacional Contra Epilepsia, propôs vários sistemas de classificação, os quais

possuem uma abordagem baseada na diferença entre epilepsia parcial e generalizada (TATUM IV,

KAPLAN e JALLON, 2009). A Tabela 1 apresenta a listagem completa de classificação de

epilepsias, bem com a localização a qual a epilepsia está relacionada.

Page 17: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

17

Tabela 1 - Listagem completa de classificação de epilepsias (ILAE, 1989)

1. Epilepsia ou síndrome relacionada à localização (focal)

Idiopáticas

- Epilepsia benigna infantil com espícula centro-temporal.

- Epilepsia infantil com paroxismos occipitais.

- Epilepsia leitura primária.

Sintomáticas

- Epilepsia crônica progressiva parcial continua infantil.

- Síndromes caracterizadas por crises de precipitação

específica.

- Epilepsia do lobo temporal.

- Epilepsia do lobo frontal.

- Epilepsia do lobo parietal.

- Epilepsia do lobo occipital.

Criptogênicas As epilepsias criptogênicas presumem ser sintomáticas e sua

etiologia é ainda desconhecida

2. Epilepsia ou síndrome generalizada

Idiopáticas

- Convulsões neonatais familiares benignas.

- Convulsões neonatais benignas.

- Epilepsia mioclônica benigna infantil.

- Epilepsia de ausência infantil.

- Epilepsia de ausência juvenil.

- Epilepsia mioclônica juvenil.

Page 18: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

18

- Epilepsia com crises tônico-clônicas no despertar.

- Outras epilepsias idiopáticas generalizadas não definidas.

Criptogênicas

- Síndrome de West.

- Síndrome de Lennox-Gastaut.

- Epilepsia com crises mioclônicas astáticas.

- Epilepsia com ausências mioclônicas.

Sintomáticas

- Encefalopatia mioclônica precoce.

- Encefalopatia mioclônica infantil precoce.

- Outras epilepsias sintomáticas não definidas.

3. Epilepsia ou síndrome indeterminado (focal ou generalizada)

Características de

epilepsia focal e

generalizada

- Crises neonatais.

- Epilepsia infantil mioclônica grave.

- Epilepsia com espículas-onda continua durante as ondas

lentas do sono.

- Síndrome de Landau-Kleffner.

- Outras epilepsias não definidas.

4. Síndromes especiais

Crises

relacionadas à

situação

- Convulsões febris.

- Crises isoladas ou status epiléptico isolado.

- Crises que ocorrem apenas quando existe um evento

metabólico agudo ou tóxico.

Page 19: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

19

2.2 Sinais de EEG (Eletroencefalograma)

O cientista inglês Richard Caton realizou em 1875 o primeiro registro da atividade cerebral

na forma de sinais elétricos, através de um galvanômetro e a inserção de dois eletrodos no escalpo

de uma pessoa. Porém, foi em 1929 que o alemão Hans Berger introduziu o termo

eletroencefalograma para descrevê-la, e analisou as diferenças do sinal durante a vigília e o sono

(SANEI e CHAMBERS, 2007; WEBSTER, 1998).

O sinal de eletroencefalograma (EEG) é uma medição das correntes que fluem durante as

excitações sinápticas das dendrites de vários neurônios. Quando os neurônios são ativados, são

produzidas correntes sinápticas através das dendrites Figura 1. A corrente no cérebro é bombeada

pelos íons positivos de Sódio (Na+), Potássio (K+), Cálcio (Ca++), e o íon negativo do cloro (Cl-).

Esta movimentação de íons é equivalente a um fluxo de corrente, a qual é a responsável pela

atividade gravada externamente (SANEI e CHAMBERS, 2007).

Figura 1 - Estrutura de um neurônio (Sanei e Chambers, 2007)

O sinal de EEG pode ser gravado de forma invasiva, quando os eletrodos são introduzidos

no interior do tecido cerebral, e não invasiva, quando os eletrodos são posicionados na superfície do

couro cabeludo (BOOS, 2011), sendo este último o mais usado para um diagnóstico inicial. Neste

método os eletrodos recebem uma substância eletrolítica condutora que facilita que o potencial

presente no córtex que passe pelas camadas de tecido e seja captado pelo eletrodo(WESTER, 1998).

Page 20: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

20

2.3 Sistema internacional 10-20

A International Federation of Societies for Electroencephalography and Clinical

Neurophysiology recomenda o uso do sistema 10-20 na colocação de eletrodos observado na Figura

2. Este sistema utiliza pontos anatômicos específicos, segundo o qual os eletrodos são alocados a 10

ou 20% de distância entre dois pontos. A nomenclatura dos eletrodos é da seguinte forma: números

ímpares à esquerda e pares à direita. Cada eletrodo recebe uma letra de acordo com a sua locação

anatômica: Frontopolar (Fp), Frontal (F), Parietal (P), Temporal (T), Central (C) e Occipital (O).

Onde o potencial resultante é tomado com uma determinada montagem (SANEI e CHAMBERS,

2007; MONTENEGRO et al, 2001).

Figura 2 - Locação de 21 eletrodos segundo o Sistema Internacional 10-20. (SANEI e CHAMBERS, 2007);

(MONTENEGRO et al, 2001).

Page 21: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

21

2.3.1 Montagens bipolar, referencial e de referência média

Existem basicamente três montagens ou formas de estabelecer a relação entre eletrodos e

canais. O método bipolar, referencial e de referência média. No método bipolar, cada canal é

captado a partir de dois eletrodos, Figura 3. Pode-se observar que o canal é a diferença dos

eletrodos e e assim respectivamente. No método referencial ou unipolar, todos os canais são

medidos em relação a um único eletrodo de referência , o qual deve estar em uma região que

possua pouca probabilidade de ocorrência de atividade cerebral. Finalmente, na montagem de

referência média usa-se como referência o potencial médio de todos os eletrodos (EEG

Technology, 1974).

Figura 3 - (a) Método bipolar para ligar os eletrodos no escalpo; (b) Método unipolar ou referencial de eletrodo

comum; (c) Sistema de Referência Média Comum.(EEG Technology, 1974)

Page 22: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

22

2.3.2 Sinais cerebrais

Muitos distúrbios cerebrais são diagnosticados pela inspeção visual dos sinais de EEG, onde

os especialistas analisam os registros familiarizados com os sinais cerebrais do paciente. Existem

principalmente quatro tipos de ondas cerebrais que se diferenciam nas faixas de frequência que

representam. Estas são as ondas alfa ( ), beta ( ), teta ( ), e delta ( ), observadas na Figura 4.

As ondas alfa ( ), que se encontram na faixa de 8Hz até 13Hz, são sinais comuns em

pacientes normais, facilmente observável nas áreas occipitais com o paciente acordado e relaxado

com os olhos fechados (SANEI e CHAMBERS, 2007; NIEDERMEYER e SILVA, 2004).

Figura 4 - Os principais sinais cerebrais: Ondas alfa, beta, teta e delta. (Sanei e Chambers, 2007)

Page 23: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

23

As ondas beta ( ) são sinais típicos de pacientes adultos normais no estado de vigília.

Aparece de forma predominante nas regiões frontal e parietal. As ondas beta são subdivididas em

Beta I de 13 até 17Hz, presente durante uma forte ativação do Sistema Nervoso Central, e Beta II,

de 18 até 22Hz, a qual diminui durante essa forte ativação (SANEI e CHAMBERS, 2007;

NIEDERMEYER e SILVA, 2004).

As ondas teta ( ) caracterizam-se pela faixa de frequência de 4Hz até 8 Hz, ocorrendo nas

regiões parietal e temporal. Geralmente ocorrem na infância e adultos jovens (SANEI e

CHAMBERS, 2007; NIEDERMEYER e SILVA, 2004).

Finalmente, as ondas delta ( ) são caracterizadas pela faixa de frequência de 0,5Hz a 4Hz,

as quais apresentam amplitudes de até 300µV e uma duração aproximada de 0,33 segundos. O sinal

delta ocorre principalmente em crianças (recém-nascidos) no estado de sono profundo (SANEI e

CHAMBERS, 2007; NIEDERMEYER e SILVA, 2004).

2.3.3 Artefatos presentes no sinal de EEG

Os artefatos são outras formas de atividade elétrica que podem aparecer no sinal de

eletroencefalograma. A presença de artefatos pode simular o surgimento de falsas espículas ou de

ondas agudas (que caracterizam uma crise epiléptica), convertendo-se em um sério problema na

detecção de epilepsia (MONTENEGRO et. al, 2001). Algumas possíveis fontes de artefatos são:

Equipamento de EEG: Os artefatos podem ser gerados do mau funcionamento do sistema de

aquisição ou monitoramento do equipamento de EEG (falhas). Estas falhas podem ser devido ao

suprimento da energia do equipamento, ruídos em chaves, nos amplificadores e calibradores.

Interferências elétricas externas: Podem ser de tipo eletrostático ou eletromagnético. O tipo

de interferência elétrica mais comum é a de 60Hz (frequência de oscilação da rede elétrica). As

interferências elétricas devem ser estudadas para que possam ser filtradas, blindadas ou isoladas do

sistema.

Eletrodos: A impedância do eletrodo deve ser a mínima possível, a qual ao mesmo tempo

depende da qualidade dos eletrodos e do material condutor (relacionada a aspectos construtivos).

Page 24: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

24

Paciente: Os artefatos extra cerebrais gerados a partir da atividade elétrica muscular do

paciente, como por exemplo, a movimentação dos olhos, dos membros do corpo, ou até atividade

cardíaca. Por este motivo, o paciente deve estar completamente relaxado durante o exame clínico

(COOPER, OSSELTON e SHAW, 1974).

2.4 Crises epileptiformes

O monitoramento da atividade cerebral através do eletroencefalograma (EEG) é uma

ferramenta importante no diagnóstico de epilepsia. As gravações de EEG dos pacientes que sofrem

de epilepsia mostram duas categorias de atividade anormal: Inter-Ictal, que são os sinais anormais

gravados entre as crises epileptiformes; e Ictal, é a atividade gravada durante a crise epiléptica,

conforme se observa na Figura 5.

Figura 5 - Fase Ictal do sinal EEG ou crise epileptiforme. (Tzallas et. al., 2012)

As ondas epileptiformes são ondas diferentes da atividade de base, pois, possuem um

aspecto pontiagudo e de modo geral com maior amplitude. Possuem ainda, componentes positivos e

negativos e normalmente precedem uma onda mais lenta. A atividade base por sua vez, é o sinal

EEG sem a presença de crise, para mais informações consultar (Negri, 2014). A Figura 6 apresenta

os dois sinais.

Page 25: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

25

Figura 6 - Atividade base e paroxismo epileptiforme. (Negri,2014)

2.5 Transformada Wavelet

Uma das principais características dos sinais fisiológicos é a grande variação dos seus

parâmetros estatísticos (tal como a média e variância) no domínio do tempo e da frequência. O

complexo espícula-onda, onda com duração de 20 a 70 ms (Negri,2014), observado no

eletroencefalograma durante as crises epilépticas é um claro exemplo que demonstra esta variação.

Nestes casos, as clássicas ferramentas como a transformada de Fourier, não são apropriadas para a

análise dinâmica, porque pressupõe um sinal estacionário. Uma Wavelet é uma função , a

qual possui média zero segundo a equação 1 (SHOEB e CLIFFORD, 2006; MALLAT, 1999):

( ) (1)

Esta função Wavelet é dilatada e trasladada pelos parâmetros e respectivamente,

observado na equação 2 (MALLAT, 1999).

( )

√ (

)

(2)

Page 26: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

26

A Transformada Wavelet Contínua (CWT) é uma generalização da transformada de Fourier

que permite a análise de sinais não estacionários a múltiplas escalas. A CWT usa a análise de

janelas para extrair informação do sinal, sendo que esta janela é uma função Wavelet, a qual é

dilatada e trasladada. A dilatação da Wavelet acrescenta a sensitividade da CWT para eventos de

longa duração e sua contração, para eventos de curta duração (SHOEB e CLIFFORD, 2006). A

CWT é dada pela equação 3, sendo ( ) o sinal a ser analisado.

( ) ∫ ( ) ( ) (3)

Quando a função Wavelet é contraída ( ) oferece uma alta resolução temporal e é muito

apropriada para determinar a localização dos eventos de curta duração, tais como as espículas e

transientes. Quando a função Wavelet é dilatada ( ) oferece uma alta resolução espectral, a

qual é apropriada para determinar, por exemplo, eventos de longa duração ou oscilações de base

(SHOEB e CLIFFORD, 2006). Na Figura 7 mostra-se o plano tempo-escala da CWT, quando a

escala é maior, a resolução temporal aumenta e quando ela é menor, a resolução espectral aumenta.

Page 27: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

27

Figura 7 - Plano tempo-frequência correspondente a Transformada Wavelet. (Adaptado de Shoeb e Clifford, 2006)

Na Transformada Wavelet Discreta (DWT) os parâmetros e tomam apenas valores

discretos. No caso das escalas , são escolhidas as potências inteiras de uma escala fixa ,

tendo-se , onde o valor de é relacionado à largura da função Wavelet (DAUBECHIES,

1992).

( )

(

( ))

(4)

2.5.1 Decomposição sub-banda (Transformada Wavelet Rápida)

Na Figura 8 pode-se observar o diagrama de árvore da decomposição sub-banda. Nesta

estrutura os bancos de filtros partem o sinal de entrada ( ) através de um canal passa-baixas

usando o filtro ( ) e um canal passa-alta usando o filtro ( ). O canal passa-baixas divide o

sinal resultante recursivamente vezes usando os mesmos filtros (SHOEB e CLIFFORD, 2006).

Page 28: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

28

Figura 8 - Decomposição sub-banda mediante o diagrama da árvore. (Adaptado de Shoeb e Clifford, 2006)

Seja ( ) com , a função escala correspondente à função Wavelet que se deseja

aplicar ao sinal ( ) com .

Os passos para implementação do algoritmo da FWT podem ser sumarizados como segue:

1. Computar os filtros de reconstrução (passa baixas), (passa altas) e de decomposição

HD (passa baixas) e GD (passa altas) a partir de :

o Normalizar :

( )

(

( ))

(5)

o Calcular os filtros em quadratura de reconstrução:

(6)

( ) ( ) ( ) (7)

o Calcular os filtros em quadratura de decomposição:

( ) ( ) (8)

( ) ( ) (9)

Page 29: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

29

2. Para cada nível de decomposição , repete-se os passos de 3 a 6.

3. Faz-se a convolução do sinal com o filtro de decomposição passa-baixa HD:

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( )

(10)

4. Computa-se o vetor de coeficientes de aproximação fazendo a decimação (subamostragem

por fator de 2) de FirH:

( ) ( ) ( ) ⁄ (11)

5. Faz-se a convolução do sinal ( ) com o filtro de decomposição passa altas GD.

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( )

(12)

6. Computa-se o vetor de coeficientes de detalhe fazendo a decimação (subamostragem por

fator de 2) de FirG:

( ) ( ) ( ) ⁄ (13)

Este conjunto de passos obtidos de Scolaro (2009) obtém os coeficientes Wavelet de

aproximação e detalhe para obter a decomposição da Figura 8.

Page 30: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

30

2.6 Redes Neurais Artificiais

Uma das principais características de uma rede neural artificial (RNA) é sua capacidade de

aprendizado. Uma RNA resolve problemas onde não se tem os modelos matemáticos do sistema,

sendo capaz de aprender comportamentos complexos. O desenvolvimento da RNA é inspirado no

funcionamento do cérebro humano, o qual é capaz de aprender baseado na experiência, capacidade

de generalizar, etc. Suas principais aplicações são: reconhecimento de padrões, filtragem de sinais,

interfaces homem-máquina, segmentação, compressão e fusão de dados (LIVINGSTONE, 2008;

HILERA e MARTINEZ, 2000).

2.6.1 Neurônio Artificial Perceptron

O neurônio artificial é um modelo matemático que recebe uma quantidade de entradas e produz

uma única saída. Este modelo é composto por três elementos básicos: um conjunto de sinapses, um

somador e uma função de ativação (HAYKIN, 2001; BEGG, LAI e PALANASWAMI, 2008). Na

Figura 99 mostra-se a representação do neurônio artificial.

Figura 9 - Neurônio Artificial ou Perceptron. (Lobato 2014)

A equação que expressa o modelo matemático do perceptrom é dada pela Equação 14:

Page 31: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

31

(∑

)

(14)

Onde são as entradas do neurônio , o é o peso, ou seja, é a importância de cada

uma das entradas do neurônio (ou força da sinapse). As entradas são multiplicadas pelos pesos, é

a função de ativação, que por fim resultam na saída do neurônio artificial em função da

ponderação já efetuada. (DA SILVA, I.N., SPATTI D., e FLAUZINO, R. ,2010).

A função de ativação é expressa pelo . As principais delas são: logística ou sigmoide,

tangente hiperbólica, gaussiana e linear. A função de logística ou sigmoide é expressa pela Equação

15 , a qual assume valores de saída entre zero e um. A constante mede o grau de inclinação da

função frente ao ponto de inflexão.

( )

(15)

A função tangente hiperbólica, por sua vez, permite que sua saída possua valores entre -1 e 1

e é representada pela Equação 16.

( )

(16)

A saída da função gaussiana assume valores iguais para as entradas que se localizam a

mesma distância da média. Onde representa a média e o desvio padrão. A Equação 17 expressa

a função gaussiana.

( ) ( )

(17)

Page 32: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

32

Por fim, a função linear possui saída igual a sua entrada e é definida pela Equação 18.

( )

(18)

Figura 10 – A) logística ou sigmoide; B) tangente hiperbólica; C) gaussiana; D) linear. (Lobato 2014)

2.6.2 Perceptron multicamada (MLP)

Um Perceptron ou neurônio artificial simples pode realizar tarefas simples de classificação,

como, quando são dados linearmente separáveis, ou seja, são dados que podem ser separados em

grupos. Porém, quando o sistema não é linear, o algoritmo de aprendizado não consegue convergir

causando problemas nas aplicações futuras. Quando esses neurônios são ligados em uma rede,

conseguem-se formar limites de separação mais complexos (BEGG, LAI e PALANASWAMI,

2008).

Page 33: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

33

Esta arquitetura é chamada Perceptron multicamada (MLP: Multi-Layer Perceptron), é uma

das mais populares no campo das redes neurais artificiais. Comumente é treinada utilizando o

algoritmo de back-propagation. Uma arquitetura MLP, ver Figura 11, é formada por uma camada

de entradas ligadas a uma camada de unidades intermediárias ou ocultas, as quais se ligam a uma

camada de saída. O número de camadas ocultas determina a complexidade da superfície de limites,

por exemplo, uma camada não é capaz de produzir planos linearmente separáveis que poderiam ser

feitos usando mais camadas ocultas (BEGG, LAI e PALANASWAMI, 2008).

Figura 11 – Rede MLP de multi-camadas. (Lobato, 2014)

A maioria das variáveis usadas para projetar uma rede neural pode ser calculada apenas de

forma empírica: número de camadas ocultas, nós por camada, topologia de interconexão de nós, e a

quantidade de dados para o treinamento (BEGG, LAI e PALANASWAMI, 2008)

2.6.3 Treinamento da Rede

Page 34: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

34

O processo de treinamento é uma etapa importante dentro das RNA, pois, é a partir dele que

a rede entende o que ela precisa detectar. Esse processo de aprendizagem da rede ocorre a partir da

apresentação de amostras (padrões), que exprimem o comportamento do sistema. Desta forma, após

rede ter aprendido a relação entre as entradas e saídas, ela é capaz de generalizar soluções (DA

SILVA, I.N., SPATTI D., e FLAUZINO, R. ,2010).

O algoritmo de treinamento da rede MLP back-propagation, é dividido em duas etapas, a

primeira conhecida como forward, ou seja, propagação adiante. Nessa fase, são dispostos sinais na

entrada da rede e propagados até produzirem as saídas. Na próxima etapa, a backward, ou seja,

propagação reversa, as saídas são comparadas com as saídas desejadas, a fim de se calcular os erros,

que serão utilizados para ajustar todos os pesos da rede neural. (DA SILVA, I.N., SPATTI D., e

FLAUZINO, R. ,2010; LOBATO,2014).

O processo de ajuste de pesos da rede é baseado no cálculo do erro médio quadrático da

camada de saída ( ), o qual é definido pela Equação 19, onde representa o número de neurônios

da camada de saída.

∑( )

(19)

Em seguida é calculado o gradiente do erro médio quadrático para cada uma das camadas da

rede, as quais serão ajustadas. Esse cálculo é expresso pela Equação 20.

(20)

Segundo (Lobato,2014), se a camada for interna o ajuste da camada a ser ajustada, é obtido a

partir da regra da cadeia. Em seguida é calculada a variação dos pesos, conforme Equação 21, onde

representa a taxa de aprendizagem.

( )

(21)

Page 35: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

35

Por fim, a Equação 22 expressa o ajuste do vetor de pesos para todas as camadas da rede.

(DA SILVA, I.N., SPATTI D., e FLAUZINO, R. ,2010; LOBATO,2014).

( ) ( ) ( ) (22)

2.6.4 Teste da Rede

Diferentemente do processo de treinamento, o qual é dividido em duas etapas distintas,

forward (propagação a diante) e backforward (propagação reversa), na etapa de teste tem-se

somente a etapa de forward, pois, nenhum tipo de ajuste na parte interna da rede é realizado nesse

etapa. Basicamente, ela é processada para gerar as saídas da rede. (DA SILVA, I.N., SPATTI D., e

FLAUZINO, R. ,2010)

2.7 Indicadores de desempenho

Para avaliar o desempenho de sistemas classificadores podem-se usar indicadores.

A sensibilidade expressa o índice dos sinais com crise corretamente indicados pelo

classificador, os quais são avaliados pela Equação 23 (WEBSTER,2010). Onde representa os

verdadeiros positivos, enquanto o representa os falsos negativos.

(23)

Page 36: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

36

A especificidade expressa o índice dos sinais sem crise corretamente indicados pelo

classificador, os quais são avaliados pela Equação 24 (WEBSTER,2010). Onde

representa os verdadeiros negativos, enquanto o representa os falsos positivos.

A eficiência expressa o percentual dos resultados corretamente identificados pelo

teste, a qual é avaliada pela Equação 25 (WEBSTER,2010).

(24)

(25)

2.8 Curva ROC

A curva ROC ( Receiver Operating Characteristics) é um gráfico que apresenta a relação

entre a sensibilidade e especificidade, e é utilizada para selecionar classificadores com base no seu

desempenho (SCOLARO,2009). De modo geral, quanto mais próxima do canto superior esquerdo

estiver a curva, melhor é o desempenho do classificador, ou seja, isso ocorre porque quanto mais

alta a curva, maior a sensibilidade, e quanto mais à esquerda a curva maior a especificidade (eixo =

1 - especificidade) (LOBATO, 2014).

Page 37: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

37

Figura 13: Curva ROC. (Lobato,2014)

A AUC (Area Under the Curve), área abaixo da curva, é uma outra forma de medida com

base na curva ROC, ou seja, quanto maior a área abaixo da curva, melhor é o desempenho do

sistema. A AUC é definida pela Equação 26.

∫ ( )

(26)

Page 38: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

38

3 METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO

Este capítulo apresenta a metodologia adotada e as etapas de desenvolvimento do trabalho

proposto

3.1 Diagrama em blocos do projeto

Para atingir os objetivos que foram propostos no primeiro capítulo, considera-se necessário

realizar os seguintes passos descritos no diagrama apresentado na Figura 12.

Figura 12 - Diagrama de blocos do projeto. (Autor 2015)

3.1.1 Banco de dados

Para realizar os testes desta proposta foi usado o banco CHB-MIT Scalp EEG Database

(disponível no site: http://www.physionet.org), o qual foi coletado no Hospital Infantil de Boston

(CHB em inglês) e analisado pela equipe de pesquisadores do Instituto Tecnológico de

Page 39: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

39

Massachusetts (MIT em inglês). Este banco possui gravações de pacientes pediátricos com

epilepsia. Estas gravações de EEG foram agrupadas em 23 casos que foram coletados de 22

pacientes (5 homens entre 3 e 22 anos de idade e 17 mulheres entre 1.5 e 19 anos). Contém uma

listagem de 664 arquivos com gravações sem crises e 129 arquivos com gravações com crises,

totalizando 198 crises epiléticas.

Cada um dos casos do banco contém entre 9 e 42 arquivos no formato .edf de um paciente.

Na maioria dos casos, os arquivos .edf contém exatamente 1 hora de sinais EEG digitalizados,

embora os que pertencem ao chb10 são de 2 horas e os casos chb4, chb6, chb7, chb9 e chb23 são de

4 horas.

Todos os sinais são amostrados a 256Hz com 16 bits de resolução. Foi usado o sistema

internacional 10-20 para as gravações.

O arquivo Records contém a listagem dos 664 arquivos .edf incluídos nesta coleção e a lista

Record with Seizure (gravar com apreensão) contém os 129 deste arquivos que contém uma ou mais

crises. O começo e o fim de cada crise é marcada no arquivo de marcações Seizure, que acompanha

cada um dos arquivos listados em Record with Seizure. Adicionalmente, os arquivos nomeados

chbnnsummary contém informação sobre a montagem usada para cada gravação e o tempo

decorrido desde o começo de cada arquivo .edf . A Tabela 2 apresenta informações referentes ao

sexo e idade de cada caso contido no banco.

Tabela 2 - Informações de cada caso referente a sexo e idade

Caso Sexo Idade

chb01 F 11

chb02 M 11

chb03 F 14

chb04 M 22

chb05 F 7

chb06 F 1.5

chb07 F 14.5

chb08 M 3.5

chb09 F 10

chb10 M 3

chb11 F 12

chb12 F 2

Page 40: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

40

chb13 F 3

chb14 F 9

chb15 M 16

chb16 F 7

chb17 F 12

chb18 F 18

chb19 F 19

chb20 F 6

chb21 F 13

chb22 F 9

chb23 F 6

Fonte: http://www.physionet.org.. Acesso em setembro de 2014.

Importante ressaltar que para a leitura de arquivo EDF (European Data Format) fez-se

necessário a utilização de um código obtido do site

(https://github.com/AlphaTrainer/alpha_bci_experiment/blob/master/edfread/edfread.m), tendo a

função resultante edfread. No Anexo I mostra-se a listagem completa das crises epilépticas que

foram encontradas nesta base de dados.

3.1.1.1 Seleção das Crises

O processo de seleção foi realizado visualmente, ou seja, abriu-se cada um dos 198 arquivos

com crise e escolheram-se aqueles com maior intensidade. No entanto, existiam muitos registros

corruptos nesses 198 arquivos, os quais que não possuíam valor algum.

Essa seleção resultou na escolha de 90 arquivos, os quais são exibidos na Tabela 3. As 90

crises selecionadas, fazem parte do grupo com crises, porém, foram usados mais 90 sinais sem

crises, para compor o grupo sem crises. Sendo assim, para este trabalho usou-se 180 sinais, 90 com

crises e 90 sem crises.

Tabela 3 - Arquivos com crise a serem usados no projeto

Page 41: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

41

ID Pasta do Paciente Arquivo Começo Fim Duração (seg.) Canal

01

Chb01

03 2996 3036 40 09

02 04 1467 1494 27 14

03 16 1015 1066 51 13

04 Chb02

16 130 212 82 21

05 16 2972 3053 81 09

06

Chb03

01 362 414 52 03

07 02 731 796 65 03

08 03 432 501 69 03

09 04 2162 2214 52 03

10 34 1982 2029 47 10

11 35 2592 2656 64 10

12 36 1725 1778 53 10

13

Chb04

05 7804 7853 49 10

14 08 6446 6557 111 04

15 28 1679 1781 102 01

16 28 3782 3898 116 01

17

Chb05

06 417 532 115 23

18 13 1086 1196 110 01

19 16 2317 2413 96 01

20 17 2451 2571 120 23

21 22 2348 2465 117 23

22

Chb06

01 1724 1738 14 02

23 01 7461 7476 15 02

24 01 13525 13540 15 02

25 04 6211 6231 20 02

26 09 12500 12516 16 02

27 10 10833 10845 12 02

28 13 506 519 13 02

29 24 9387 9403 16 02

30

Chb07

12 4920 5006 86 01

31 13 3285 3381 96 01

32 19 13688 13831 143 01

33

Chb09

06 12231 12295 64 01

34 08 2951 3030 79 01

35 08 9196 9267 71 01

36 19 5299 5361 62 01

37

Chb10

12 6313 6348 35 19

38 20 6888 6958 70 23

39 27 2382 2447 65 23

40 30 3021 3079 58 19

41 31 3801 3877 76 23

42 89 1383 1437 54 19

43 Chb13 19 2077 2121 44 02

Page 42: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

42

44 21 934 1004 70 02

45 55 458 478 20 02

46 62 1626 1691 65 02

47 06 1911 1925 14 02

48 Chb15 62 751 859 108 03

49

Chb16

10 2290 2299 9 15

50 11 1120 1129 9 15

51 14 1854 1868 14 16

52 16 1214 1220 6 15

53 17 227 236 9 15

54 17 1694 1700 6 17

55 17 2162 2170 8 17

56 17 3290 3298 8 17

57 18 627 635 8 17

58 18 1909 1916 7 17

59

Chb17

03 2282 2372 90 17

60 04 3025 3140 115 17

61 63 3136 3224 88 17

62

Chb18

29 3477 3527 50 20

63 31 2087 2155 68 20

64 32 1908 1963 55 20

65 35 2196 2264 68 20

66 36 463 509 46 20

67

Chb19

28 299 377 78 16

68 29 2964 3041 77 16

69 30 3159 3240 81 16

70

Chb20

12 94 123 29 19

71 13 1440 1470 30 19

72 13 2498 2537 39 19

73 14 1971 2009 38 02

74 15 390 425 35 02

75 15 1689 1738 49 02

76 16 2226 2261 35 19

77 68 1393 1432 39 02

78

Chb22

20 3367 3425 58 03

79 25 3139 3213 74 03

80 38 1263 1335 72 03

81

Chb23

06 3962 4075 113 03

82 08 325 345 20 03

83 08 5104 5151 47 03

84 09 2589 2660 71 03

85 09 6885 6947 62 03

86 09 8505 8532 27 03

87 09 9580 9664 84 03

Page 43: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

43

88

Chb24

03 231 260 29 07

89 17 3515 3581 66 05

90 21 2804 2872 68 06

Fonte: Adaptado http://www.physionet.org. Acesso em setembro de 2014.

Mostram-se alguns exemplos de crises epiléticas na Figura 13, Figura 14 e Figura 15. Onde as

linhas pontilhadas em vermelho representam a crise epilética. Podem-se observar crises com uma

maior ou menor amplitude, comportamento e/ou durações.

Figura 13 - Crise 01 exemplo de seleção. (http://www.physionet.org. Acesso em setembro de 2014)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100-1

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1x 10

4Sinal EEG com a crise epiléptica centralizada na tela (Crise 01)

Tempo, s

Tensão,

uV

Page 44: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

44

Figura 14 - Crise 20 exemplo de seleção (http://www.physionet.org. Acesso em setembro de 2014)

0 50 100 150 200 250 300-1

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1x 10

4Sinal EEG com a crise epiléptica centralizada na tela (Crise 20)

Tempo, s

Tensão,

uV

Page 45: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

45

Figura 15 - Crise 62 exemplo de seleção (http://www.physionet.org. Acesso em setembro de 2014)

3.1.2 Funções Wavelets

Foi considerada a quantidade de amostras (os coeficientes Wavelet que possui cada função

Wavelet) dividida entre a frequência de amostragem que será usada ao longo do trabalho (256 Hz,

segundo a base de dados da Physionet). O eixo de amplitude das funções Wavelet ficaram definidas

em Volts para não afetar a magnitude do EEG em uV.

0 20 40 60 80 100 120-1

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1x 10

4Sinal EEG com a crise epiléptica centralizada na tela (Crise 62)

Tempo, s

Tensão,

uV

Page 46: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

46

Figura 16 - Família Wavelet Coiflet („Coif1‟ até „Coif5‟).(Autor, 2015)

Figura 17 - Família Wavelet Daubechies (‘Daubechies2’ até ‘Daubechies6’). (Autor, 2015)

Page 47: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

47

Figura 18 - Família Wavelet Symlet (‘Symlet2’ até ‘Symlet6’). (Autor 2015)

3.1.2.1 Decomposição sub-banda

Após da captura do trecho de crise dentro do sinal, decompôs-se o sinal em seis bandas de

frequência, foram utilizados 6 níveis de decomposição com o objetivo de maximizar a resolução

espectral. Dado que a frequência de amostragem do banco de dados é de 256Hz, usou-se 6 níveis de

decomposição sub-banda, conforme expresso na Figura 19.

Page 48: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

48

Figura 19 - Decomposição sub-banda proposta.(Autor 2015)

Mostra-se a Crise 20 como exemplo na decomposição sub-banda, a qual possui uma forte

amplitude de tensão, como pode ser observado nas Figuras 22 a 28.

Page 49: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

49

Figura 20 - Crise 20 exemplo de decomposição. (Autor 2015)

Figura 21 - Crise 20 no 1º nível de decomposição. (Autor 2015)

Page 50: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

50

Figura 22 - Crise 20 no 2º nível de decomposição. (Autor 2015)

Figura 23 - Crise 20 no 3º nível de decomposição. (Autor 2015)

Page 51: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

51

Figura 24 - Crise 20 no 4º nível de decomposição. (Autor 2015)

Figura 25 - Crise 20 no 5º nível de decomposição. (Autor 2015)

Page 52: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

52

Figura 26 - Crise 20 no 6º nível de decomposição. (Autor 2015)

Na Figura 27 mostra-se a reconstrução do sinal mediante a transformada Wavelet. Para o

primeiro caso, o sinal foi reconstruído usando todas as faixas de frequência.

Figura 27 - Crise Epilética Original e Aproximação – Reconstrução com todas as faixas. (Autor 2015)

Page 53: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

53

Devido ao fato da crise epiléptica encontrar-se em um conjunto de faixas de frequência

específica, considerou-se apagar as faixas que não constituem informação relevante. Na Figura 28

apagou-se a faixa de aproximação A61. Comprovou-se que essa faixa não é relevante.

Figura 28 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61. (Autor 2015)

Foram realizados mais testes apagando outras faixas, conforme observado nas

Figuras 31 a 35.

Page 54: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

54

Figura 29 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61 e A62. (Autor 2015)

Figura 30 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61, A62 e A52. (Autor 2015)

Page 55: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

55

Figura 31 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61, A62, A52 e A42. (Autor

2015)

Até esta etapa, foi possível apagar as faixas A61, A62, A52 e A42. Porém, apagando-se

mais faixas, o sinal sofre com perdas de informação. No exemplo tenta-se apagar a faixa A32,

porém, essa faixa contém informação muito relevante e não deveria ser apagada.

Page 56: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

56

Figura 32 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61, A62, A52, A42 e A32.

(Autor 2015)

Ainda, se apagarmos a faixa A12, não muda o comportamento do sinal.

Page 57: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

57

Figura 33 - Crise Epilética Original e Aproximação - Reconstrução sem a faixa A61, A62, A52, A42, A32 e

A12. (Autor 2015)

Sendo assim, conclui-se que as faixas dominantes da crise epiléptica são A32 e A22, que

representam as frequências [16-64Hz].

Cabe ressaltar, que a importância de utilizar-se a decomposição sub-banda e reconstrução

está em analisar as faixas de frequência, apagando-se as que não são necessárias. Por este motivo,

rejeitam-se muitos comportamentos de sinal que não se parecem com a crise epiléptica,

acrescentando assim, a confiabilidade do classificador de padrões a ser usado.

3.1.3 Rede Neural Artificial

3.1.3.1 Parâmetros da Rede

Para o desenvolvimento da rede neural foram definidos os seguintes parâmetros :

Número de camadas ocultas: Uma

Número de neurônios da camada oculta: 20 neurônios

Camada de saída: Uma

Função de ativação para camada oculta e camada de saída: Sigmoide

Valores para pesos iniciais: Valores aleatórios pequenos

Valor do erro desejado: 0,00000000001

Limiar de ativação: 0.001

Taxa de aprendizagem: 0,5

Número de épocas: 10000

Page 58: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

58

Percentual do conjunto de amostra para etapa de treinamento e etapa de teste: 70% e 30%

respectivamente.

Após de determinar os parâmetros a serem usados, projetou-se uma rede neural de tipo MPL

com algoritmo de treinamento backpropagation para identificar as crises epilépticas do banco de

sinais. Foram realizados testes para determinar qual a melhor função de ativação para esta aplicação

(identificação de crises epilépticas) e qual a quantidade de neurônios requeridos pela estrutura

usada. Os demais parâmetros definidos foram baseados em literatura e valores já utilizados por

outros autores.

3.1.3.2 Treinamento da Rede

A rede neural usada tem a primeira e a segunda camada de tipo sigmoide com 20 neurônios

na camada intermediária e uma única saída. A rede é treinada em até 10.000 épocas. A cada vez que

se apresenta para rede o conjunto de amostra, tem-se uma época. Na Figura 34 mostra-se a curva de

treinamento da rede para a Coiflet 4. Pode ser observado que à medida que mais informações são

disponibilizadas à rede, o erro médio quadrático é reduzido.

Page 59: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

59

Figura 34 - Treinamento da Rede Backpropagation. (Autor 2015)

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 1000010

-5

10-4

10-3

10-2

10-1

100

Treinamento da Rede (Backpropagation)

Épocas

Err

o M

édio

Quadrá

tico

Page 60: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

60

4 RESULTADOS

Essa etapa apresenta os resultados obtidos através das simulações de todas as funções

Wavelets avaliadas. Os resultados estão expressos considerando a sensibilidade, a especificidade, a

eficiência e a curva ROC de cada função analisada já em forma de valores. No entanto, aquela que

possui melhor desempenho foi expressa também em gráficos. A Tabela 4 mostra os valores obtidos

para as funções Coiflets:

Tabela 4 - Resultados obtidos para cada função Wavelet Coiflet

Indicadores Coif 1 Coif 2 Coif 3 Coif 4 Coif 5

Sensibilidade 0,8462 0,8462 0,8462 0,9615 0,8462

Especificidade 0,9643 0,8929 0,8929 0,9286 0,9286

Eficiência 0,9074 0,8704 0,8704 0,9444 0,8889

Valor AUC 0,9258 0,9038 0,9354 0,9574 0,9327

Fonte: Autor 2015.

A Tabela 5 mostra os valores obtidos para as funções Symlets:

Tabela 5 - Resultados obtidos para cada função Wavelet Symlet

Indicadores Sym 2 Sym 3 Sym 4 Sym 5 Sym 6

Sensibilidade 0,9231 0,7692 0,9231 0,9231 0,8077

Especificidade 0,8571 0,9286 0,8571 0,9286 0,9286

Eficiência 0,8889 0,8519 0,8889 0,9259 0,8704

Valor AUC 0,9327 0,9011 0,9478 0,9327 0,9258

Fonte: Autor 2015.

Page 61: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

61

A Tabela 6 mostra os valores obtidos para as funções Daubechie:

Tabela 6 - Resultados obtidos para cada função Wavelet Daubechie

Indicadores Daub 2 Daub 3 Daub 4 Daub 5 Daub 6

Sensibilidade 0,9231 0,7692 0,9615 0,9615 0,9231

Especificidade 0,8571 0,9286 0,8571 0,8929 0,8929

Eficiência 0,8889 0,8519 0,9074 0,9259 0,9074

Valor AUC 0,9327 0,9011 0,9382 0,9574 0,9382

Fonte: Autor 2015.

Mostra-se na Figura 35 a sensibilidade e especificidade do sistema da Coiflet 4.

Figura 35 - Sensibilidade e Especificidade do sistema. (Autor 2015)

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1Sensibilidade e Especificidade do Sistema

Limiar

Perc

enta

gem

Sensibilidade

Especificidade

Page 62: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

62

Mostra-se a eficiência do sistema da Coiflet 4. Para obter os valores fixos (nominais) da

sensibilidade e especificidade, mediu-se o limiar no qual foi atingida a máxima eficiência, Figura

36. Assim, com base nos resultados, conclui-se que a Coiflet 4 foi a função mais apropriada para a

identificação de crises epilépticas usando decomposição Wavelet, tal como foi demonstrado neste

trabalho.

Figura 36 - Eficiência do sistema. (Autor 2015)

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1Eficiencia do Sistema

Limiar

Perc

enta

gem

Page 63: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

63

Figura 37: Curva ROC função Coiflet4. (Autor 2015)

Para ressaltar a importância da etapa de decomposição e reconstrução do sinal nesse

trabalho, decidiu-se comparar os resultados obtidos usando a etapa de decomposição e reconstrução

com os resultados sem essa etapa, ou seja, com o sinal puro diretamente na rede neural.

Como é possível observar abaixo, a eficiência do sistema é mais relevante com o a execução

desse processo.

Tabela 7 - Comparação do sinal puro com a Coiflet 4

Indicadores Sinal Puro Coif 4

Sensibilidade 0,8077 0,9615

Especificidade 0,9643 0,9286

Eficiência 0,8889 0,9444

Valor AUC 0,9382 0,9574

Fonte: Autor 2015.

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1Curva ROC

1 - Especificidade (%)

Sensib

ilidade (

%)

Page 64: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

64

5 CONCLUSÃO

Na área médica um aspecto tão importante quanto o tratamento é o diagnóstico. No entanto

alguns diagnósticos consomem mais tempo que outros, o que pode resultar em uma demora para o

início do tratamento, como é o caso da epilepsia por exemplo. A partir do exame do EEG, o

profissional da saúde pode levar alguns dias para analisar as diversas telas de sinais até que se

tenha, por fim, um resultado. Assim, com o intuito de alcançar mais agilidade ao processo de

análise, este trabalho propôs uma metodologia automática para detecção de crises epiléticas a partir

da análise dos sinais de eletroencefalografia.

Este trabalho apresentou uma proposta de metodologia para testar a detecção automática de

crises epiléticas nos sinais de EEG. Para essa metodologia foram implementadas as etapas de

decomposição e reconstrução do sinal, com o objetivo de realizar um pré processamento do sinal.

Em seguida, foi implementada a etapa da rede neural artificial, com o intuito de realizar a detecção

das crises, a partir dos sinais submetidos à rede. Assim, foram realizadas simulações com as funções

Wavelets escolhidas, utilizando o sistema desenvolvido. A partir destas simulações gerou-se

indicadores de desempenho, e definiu-se a função Wavelet mais apropriada para detecção da crise.

Pelo fato, deste trabalho ter usado um banco de sinais bem limitado, um aspecto que pode

ser abordado futuramente diz respeito à utilização de uma população de sinais de EEG em maior

quantidade e diversidade.

Além, deste aspecto, o estudo apresentado neste trabalho impulsiona novas oportunidades de

pesquisas como algumas sugestões de trabalhos futuros expressas abaixo:

Propor uma parceria com um centro médico para fornecimento dos dados e testes em

ambientes reais;

Explorar metodologias de pré-processamento mediante filtragem adaptativa de ruído e

artefatos nas telas de EEG com o intuito de reduzir a quantidade de detecções incorretas de crises

(falsos positivos) do sistema proposto;

Fazer a escolha de quatro ou mais canais de EEG ligados à crise epiléptica e treinar uma

rede neural para cada canal, e depois integrar todas saídas dentro de um sistema experto;

Page 65: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

65

6 REFERÊNCIAS

ARNÁEZ, E. Enfoque práctico de Control Moderno. Cap12: Redes Neuronales para la

Identificación de Sistemas, Lima: UPC, 2005.

BOOS, Christine. Avaliação de descritores morfológicos de eventos epileptiformes utilizando

análise de componentes principais. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Instituto de

Engenharia Biomédica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.

COOPER, R.; OSSELTON, J. W.; SHAW, J. C. EEG Technology. 2nd

ed. London: Butterworth,

1974.

DS SILVA, I.N., Spatti D., e Flauzino, R. Redes neurais artificiais para engenharia e ciências

aplicadas: curso prático, Artliber Editora Ltda, São Paulo, SP, 2010.

ILAE, Comission on Classification and Terminology of the International League Against Epilepsy,

“Proposal for revised classification of epilepsies and epileptic syndromes”, Epilepsia, vol. 30, pp.

389-399, 1989.

GOLDBERGER, A.L., Amaral, L.A.N., Glass, L., Hausdorff, J.M., Ivanov, P.C., Mark, R.G.,

Mietus,J.E., Moody, G.B., Peng, C.-K., Stanley, H.E., 2000. PhysioBank, PhysioToolkit, and

PhysioNet Components of a New Research Resource for Complex Physiologic Signals.

Circulation 101, e215–e220.

LEE, G. Neurophysiology of epilepsy and epilepsy surgery. New York, NY: Oxford University

Press, 2010.

LOBATO, Wilmer. Detecção automática de epileptiformes em sinais de EEG com

escalogramas como entrada de redes neurais artificiais . Dissertação (Mestrado em Engenharia

Elétrica) – Instituto de Engenharia Biomédica, Universidade Federal de Santa Catarina,

Florianópolis, 2014.

KESTENBAUM, Bryan. Epidemiology and Biostatistics: An Intro-duction to clinical research.

New York, NY: Springer, 2009.

Page 66: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

66

MASSAD, E, Menezes RX, Silveira PSP, Ortega NRS. Métodos Quantitativos em Medicina,

Manole; 2004.

MEDRONHO RA, Carvalho DM, Bloch KV, Luiz RR, Werneck GL. Epidemiologia, São Paulo,

Atheneu; 2004.

MONTENEGRO, M. A. et. al. EEG na prática clínica. São Paulo: Lemos Editorial, 2001.

NEGRI, Ana. Detecção de crises epiléticas baseada em sinais de eletroencefalograma

utilizando a transformada Wavelet. .Trabalho de Conclusão de Curso – Sistemas de

Telecomunicações, Instituto Federal de Santa Catarina, São José, 2014.

NIEDERMEYER, E.; SILVA, F. L. Electroencephalography: Basic principles, clinical

applications, and related fields. Lippincott Williams e Wilkins, 2004.

SCOLARO, Geovani. Classificação de eventos epileptiformes em sinais de eletroencefalograma

utilizando classificador neural. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Instituto de

Engenharia Biomédica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.

SANEI, S.; CHAMBERS, J. A. EEG Signal Processing. Centre of Digital Signal Processing,

Cardiff University, John Wiley & Sons Ltd, UK, 2007.

TATUM IV, W.; KAPLAN, P.; JALLON, P. Epilepsy A to Z: A concise encyclopedia. New

York, NY: Demos Medical Publishing, 2009.

TZALLAS, A. et. al. Automated Epileptic Seizure Detection Methods: A Review Study. In:

STEVANOVIC, D. Epilepsy – Histological, Electroencephalographic and Psychological

Aspects. Rijeka: InTech, 2012, Cap.4.

WEBSTER, J. Medical Instrumentation: Application and Design. 4th

. ed. Hoboken, NJ: John

Wiley & Sons, 2010.

WEBSTER, John. Medical Instrumentation: Application and Design. 4th. ed. Hoboken, NJ:

John Wiley & Sons, 2010.

Page 67: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

67

ANEXO 01: LISTAGEM DAS TELAS DE CRISE (CHM - MIT)

ID Pasta do Paciente

(Caso)

Arquivo Começo (seg.) Fim (seg.) Duração

(seg.)

01

Chb01

03 2996 3036 40

02 04 1467 1494 27

03 15 1732 1772 40

04 16 1015 1066 51

05 18 1720 1810 90

06 21 327 420 93

07 26 1862 1963 101

08

Chb02

16 130 212 82

09 16 2972 3053 81

10 19 3369 3378 9

11

Chb03

01 362 414 52

12 02 731 796 65

13 03 432 501 69

14 04 2162 2214 52

15 34 1982 2029 47

16 35 2592 2656 64

17 36 1725 1778 53

18

Chb04

05 7804 7853 49

19 08 6446 6557 111

20 28 1679 1781 102

21 28 3782 3898 116

22

Chb05

06 417 532 115

23 13 1086 1196 110

24 16 2317 2413 96

25 17 2451 2571 120

26 22 2348 2465 117

27

Chb06

01 1724 1738 14

28 01 7461 7476 15

29 01 13525 13540 15

30 04 327 347 20

31 04 6211 6231 20

32 09 12500 12516 16

33 10 10833 10845 12

34 13 506 519 13

35 18 7799 7811 12

36 24 9387 9403 16

37

Chb07

12 4920 5006 86

38 13 3285 3381 96

39 19 13688 13831 143

Page 68: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

68

40

Chb08

02 2670 2841 171

41 05 2856 3046 190

42 11 2988 3122 134

43 13 2417 2577 160

44 21 2083 2347 264

45

Chb09

06 12231 12295 64

46 08 2951 3030 79

47 08 9196 9267 71

48 19 5299 5361 62

49

Chb10

12 6313 6348 35

50 20 6888 6958 70

51 27 2382 2447 65

52 30 3021 3079 58

53 31 3801 3877 76

54 38 4618 4707 89

55 89 1383 1437 54

56

Chb11

82 298 320 22

57 92 2695 2727 32

58 99 1454 2206 752

59

Chb12

06 1665 1726 61

60 06 3415 3447 32

61 08 1426 1439 13

62 08 1591 1614 23

63 08 1957 1977 20

64 08 2798 2824 26

65 09 3082 3114 32

66 09 3503 3535 32

67 10 593 625 32

68 10 811 856 45

69 11 1085 1122 37

70 23 253 333 80

71 23 425 522 97

72 23 630 670 40

73 27 916 951 35

74 27 1097 1124 27

75 27 1728 1753 25

76 27 1921 1963 42

77 27 2388 2440 52

78 27 2621 2669 48

79 28 181 215 34

80 29 107 146 39

81 29 554 592 38

82 29 1163 1199 36

83 29 1401 1447 46

Page 69: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

69

84 29 1884 1921 37

85 29 3557 3584 27

86 33 2185 2206 21

87 33 2427 2450 23

88 36 653 680 27

89 38 1548 1573 25

90 38 2798 2821 23

91 38 2966 3009 43

92 38 3146 3201 55

93 38 3364 3410 46

94 42 699 750 51

95 42 945 973 28

96 42 1170 1199 29

97 42 1676 1701 25

98 42 2213 2236 23

99

Chb13

19 2077 2121 44

100 21 934 1004 70

101 40 142 173 31

102 40 530 594 64

103 55 458 478 20

104 55 2436 2454 18

105 58 2474 2491 17

106 59 3339 3401 62

107 60 638 660 22

108 62 851 916 65

109 62 1626 1691 65

110 62 2664 2721 57

111

Chb14

03 1986 2000 14

112 04 1372 1392 20

113 04 2817 2839 22

114 06 1911 1925 14

115 11 1838 1879 41

116 17 3239 3259 20

117 18 1039 1061 22

118 27 2833 2849 16

119

Chb15

06 272 397 125

120 10 1082 1113 31

121 15 1591 1748 157

122 17 1925 1960 35

123 20 607 662 55

124 22 760 965 205

125 28 876 1066 190

126 31 1751 1871 120

127 40 834 894 60

Page 70: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

70

128 40 2378 2497 119

129 40 3362 3425 63

130 46 3322 3429 107

131 49 1108 1248 140

132 52 778 849 71

133 54 263 318 55

134 54 843 1020 177

135 54 1524 1595 71

136 54 2179 2250 71

137 54 3428 3460 32

138 62 751 859 108

139

Chb16

10 2290 2299 9

140 11 1120 1129 9

141 14 1854 1868 14

142 16 1214 1220 6

143 17 227 236 9

144 17 1694 1700 6

145 17 2162 2170 8

146 17 3290 3298 8

147 18 627 635 8

148 18 1909 1916 7

149

Chb17

03 2282 2372 90

150 04 3025 3140 115

151 63 3136 3224 88

152

Chb18

29 3477 3527 50

153 30 541 571 30

154 31 2087 2155 68

155 32 1908 1963 55

156 35 2196 2264 68

157 36 463 509 46

158

Chb19

28 299 377 78

159 29 2964 3041 77

160 30 3159 3240 81

161

Chb20

12 94 123 29

162 13 1440 1470 30

163 13 2498 2537 39

164 14 1971 2009 38

165 15 390 425 35

166 15 1689 1738 49

167 16 2226 2261 35

168 68 1393 1432 39

169

Chb21

19 1288 1344 56

170 20 2627 2677 50

171 21 2003 2084 81

Page 71: INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ALINY ANSELMO · 2. Epilepsia ou síndrome generalizada Idiopáticas - Convulsões neonatais familiares benignas. - Convulsões neonatais benignas

71

172 22 2553 2565 12

173

Chb22

20 3367 3425 58

174 25 3139 3213 74

175 38 1263 1335 72

176

Chb23

06 3962 4075 113

177 08 325 345 20

178 08 5104 5151 47

179 09 2589 2660 71

180 09 6885 6947 62

181 09 8505 8532 27

182 09 9580 9664 84

183

Chb24

01 480 505 25

184 01 2451 2476 25

185 03 231 260 29

186 03 2883 2908 25

187 04 1088 1120 32

188 04 1411 1438 27

189 04 1745 1764 19

190 06 1229 1253 24

191 07 38 60 22

192 09 1745 1764 19

193 11 3527 3597 70

194 13 3288 3304 16

195 14 1939 1966 27

196 15 3552 3569 17

197 17 3515 3581 66

198 21 2804 2872 68