ingrid paulliany bezerra dantas · i ingrid paulliany bezerra dantas avaliaÇÃo da poluiÇÃo em...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
AVALIAÇÃO DA POLUIÇÃO EM DUAS PRAIAS DO RIO GRANDE DO NORTE
(PRAIA DO MEIO E PIRANGI DO NORTE): RELAÇÃO COM O USO DA
PRAIA.
Ingrid Paulliany Bezerra Dantas
NATAL, RN
DEZEMBRO DE 2015
i
Ingrid Paulliany Bezerra Dantas
AVALIAÇÃO DA POLUIÇÃO EM DUAS PRAIAS DO RIO GRANDE DO NORTE
(PRAIA DO MEIO E PIRANGI DO NORTE): RELAÇÃO COM O USO DA
PRAIA.
Orientadora: Profª. Drª. Maria Christina Barbosa de Araújo
Natal, RN
2015
Monografia apresentada à Coordenação do
Curso de Ecologia da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como requisito para
obtenção do título de Bacharel em Ecologia.
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
CURSO DE ECOLOGIA
A monografia: AVALIAÇÃO DA POLUIÇÃO EM DUAS PRAIAS DO RIO GRANDE
DO NORTE (PRAIA DO MEIO E PIRANGI DO NORTE): RELAÇÃO COM O USO DA
PRAIA.
Elaborada por INGRID PAULLIANY BEZERRA DANTAS e aprovada por todos os
membros da Banca examinadora foi aceita pelo Curso de Ecologia e homologada pelos
membros da banca, como requisito para obtenção do título de:
BACHAREL EM ECOLOGIA
Natal, 07 de dezembro de 2015
BANCA EXAMINADORA
iii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por ter me capacitado em toda essa jornada de curso,
obrigada Senhor pela sua bondade infinita e amor incondicional!
Aos meus familiares, em especial minha “mãe vó” Maria Bezerra Dantas e meu tio
Cláudio Bezerra Dantas, vocês foram minha base para ter chegado até aqui.
Aos meus amigos de curso e os amigos da vida pela presença e força.
Ao meu namorado Francisco Neto, pelo apoio e incentivo nos momentos difíceis
da reta final.
À minha orientadora Christina Araújo, pelos seus ensinamentos, paciência e
dedicação.
À minha colega de laboratório, Daniela Teixeira pela ajuda nas minhas análises.
A todos aqueles que contribuíram de forma indireta, que me acompanharam em
minhas coletas e deram apoio moral. Todos vocês foram essenciais para a realização deste
trabalho de conclusão de curso.
iv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa com localização da área de estudo............................................. 4
Figura 2: Imagens do local de estudo (Praia do Meio e Pirangi do Norte).......... 5
Figura 3: Ilustração da realização da contagem dos usuários.............................. 6
Figura 4: Ilustração do transecto amostral........................................................... 7
Figura 5: Momento da coleta de água.................................................................. 8
Figura 6: Gráfico da representação do número de usuários nas duas praias....... 11
Figura 7a: Imagens dos usuários em Pirangi do Norte.......................................... 11
Figura 7b: Imagens dos usuários na praia do Meio............................................... 12
Figura 8a: Lixo em Pirangi do Norte.................................................................... 13
Figura 8b: Lixo na praia do Meio.......................................................................... 13
Figura 9: Representação do número de itens de plástico comparado com
as demais categorias de lixo para a praia de Pirangi do Norte............
14
Figura 10: Representação do número de itens de plástico comparado com as
demais categorias de lixo para a praia do Meio...................................
15
Figura 11: Gráfico representando o total de itens de lixo...................................... 15
Figura 12: Gráfico do número de resíduos de acordo com cada fonte.................. 17
Figura 13: Gráfico do número de itens de lixo em relação aos usuários de
Pirangi do Norte...................................................................................
17
Figura 14: Gráfico do número de itens de lixo em relação aos usuários
da praia do Meio.................................................................................
18
Figura 15a: Gráfico dos valores mensais da concentração de nitrato (NO3) em
mg/L (Pirangi do Norte)......................................................................
20
Figura 15b: Gráfico dos valores mensais da concentração de amônia (NH3) em
mg/L (Pirangi do Norte)......................................................................
20
v
Figura 16a: Gráfico dos valores mensais da concentração de nitrato (NO3) em
mg/L (Praia do Meio)...........................................................................
21
Figura 16b: Gráfico dos valores mensais da concentração de amônia (NH3) em
mg/L (Praia do Meio)...........................................................................
21
Figura 17:
Tubulações de lançamento de água servida nas duas
praias....................................................................................................
22
Figura 18a: Banheiros improvisados na praia do Meio.......................................... 25
Figura 18b: Banheiros construídos na Praia do Meio.............................................. 25
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Classificação das fontes (usuário, doméstica, mista e pesca).................. 7
Tabela 2. Localização geográfica dos pontos de coleta de água.............................. 8
Tabela 3. Dados de balneabilidade (Programa Água Azul)..................................... 24
vii
RESUMO
O uso intensivo e desordenado das praias promove efeitos negativos como o acúmulo e
deposição de resíduos sólidos e descarte de água servida, comprometendo a qualidade do
ambiente e a saúde dos frequentadores. A pesquisa teve por objetivo avaliar a poluição de
praias do Rio Grande do Norte por resíduos sólidos e água servida relacionando-a com o
uso da praia. Foi realizada mensalmente em um final de semana por volta das 13h (horário
de maior frequência), a contagem dos usuários presentes em um trecho de 300m,
considerando todos que estavam na areia e também na água. A amostragem dos resíduos
sólidos foi realizada também no mesmo trecho de 300 metros de extensão por 10m de
largura, na região do nível máximo de preamar (linha do deixa). Os resíduos foram
classificados de acordo com a composição e a fonte mais provável. Amostras de água
servida foram coletadas através das tubulações e da água marinha situada em frente às
saídas de esgoto para análise de nitrato e amônia, indicadores de poluição orgânica.
Durante o período amostral foi registrado um total de 2.996 pessoas para a praia de Pirangi
do Norte e 6.233 pessoas para a praia do Meio, indicando que a praia do Meio recebe mais
que o dobro de visitantes em relação à Pirangi. Foi registrado um total de 13.442 itens de
resíduos sólidos ao longo dos três meses para as duas praias. Embora os tipos de resíduos
tenham sido semelhantes entre as praias, a quantidade variou de forma bastante evidente
(3.481 itens em Pirangi e 9.961 na praia do Meio). O plástico foi a categoria de itens mais
abundante em ambas as praias, somando um total de 5.302 itens para a praia do Meio e
1.856 em Pirangi do Norte, comparado com as demais categorias. O mês de janeiro
destacou-se por apresentar maior quantidade de resíduos comparado com os meses de
novembro e fevereiro. Com relação à origem mais provável dos resíduos, os itens
relacionados aos usuários da praia foi o mais abundante, corresponderam a 83 % dos 3.794
itens para a praia do Meio e 89% dos 1.346 itens para Pirangi do Norte. Os valores de
nitrato e amônia, foram superiores aos determinados pela resolução CONAMA 357/2005
apenas para a água descartada por tubulações na areia das praias. Com relação à
balneabilidade, a praia de Pirangi foi classificada como própria em todas as datas
avaliadas; já a praia do Meio apresentou a condição de imprópria em um período de
fevereiro. Em relação ao aspecto qualidade da água, os dados indicam que aparentemente
as praias analisadas são consideradas boas na maior parte do tempo. Estudos de
variabilidade temporal e espacial da poluição em praias podem resultar em um melhor
entendimento quanto à qualidade ambiental desses locais, servindo de subsídios a ações de
gestão costeira.
Palavras-chave: ambientes costeiros; poluição ambiental; gestão costeira.
viii
ABSTRACT
The intensive and uncontrolled use of beaches promotes negative effects such as the
disposal and accumulation of solid waste and wastewater, compromising the
environmental quality and health of users. The research aimed to evaluate the pollution of
Rio Grande do Norte beaches by solid wastes and wastewater and its relation to the use of
beaches. Monthly on a weekend (around 13h), was held the count of users present on a
300m stretch, considering everyone on the sand and also in the water. Sampling of solid
waste was also carried out on a stretch of 300 meters long by 10 meters wide, at the
strandline (maximum level of high tide). The items were ranked according to the
composition and the most likely source. Water samples were collected in water outlets
served and in the sea (front of the outlets) for analysis of nitrate and ammonia. During the
sample period has registered a total of 2,996 people to the Pirangi do Norte beach and
6.233 people to the Meio beach, indicating that the Meio beach receives more than twice as
many visitors compared to Pirangi. A total of 13.442 items of solid waste over the three
months to the two beaches was recorded. Although the types of waste were similar
between the beaches, the amount ranged from quite evident (3,481 items for the Pirangi
and 9.961 for the Meio beach). Plastic was the category most abundant in both beaches, for
a total of 5.302 items for the Meio beach and 1,856 in Pirangi do Norte, compared to other
categories. January stood out due to a higher amount of waste compared to the November
and February months. Regarding the most likely origin of the waste, the items related to
the users were the most abundant, accounted for 83% (3,794 items) for the Meio beach and
89% (1,346 items) for Pirangi do Norte. The values of nitrate and ammonia were higher
than those determined by CONAMA Resolution 357/2005, only for wastewater in the
Pirangi beach. With respect to bathing, Pirangi had adequate condition in all evaluated
dates; already Meio beach had improper condition for a week in February. With regard to
water quality, the data appears to indicate that the analyzed beaches have good condition
most of the time. Studies of spatial and temporal variability of pollution on beaches can
result in a better understanding about the environmental quality of these locations, serving
subsidies coastal management actions.
Keywords: coastal environments; environmental pollution; coastal management
ix
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
2 OBJETIVO GERAL.................................................................................................. 3
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................... 3
3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................... 3
3.1 CONTAGEM DOS USUÁRIOS.................................................................... 5
3.2
3.3
3.4
AMOSTRAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS.............................................
ANÁLISE DA ÁGUA...........................................................................
BALNEABILIDADE......................................................................................
6
8
9
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 10
4.1 CONTAGEM DOS USUÁRIOS................................................................... 10
4.2
4.3
4.4
4.5
AMOSTRAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS............................................
ANÁLISE DAS FONTES............................................................................
ANÁLISE DE ÁGUA...................................................................................
ANÁLISE DA BALNEABILIDADE...........................................................
12
16
19
23
5. CONCLUSÕES........................................................................................................ 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 27
1
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, a maior parte da população mundial vive na zona costeira ou muito
próxima dela. Estima-se que por volta do ano 2020, a quantidade de pessoas vivendo nas
áreas costeiras pode chegar a ¾ da população mundial (www.nos.noaa.gov). A tendência
atual é do aumento dessa população. Quase um quarto da população brasileira (mais de 36
milhões de habitantes) se concentra em cerca de 400 municípios costeiros (SILVA et al.,
2009 apud FILET, 2001).
Segundo Cavalcanti (2000), com o desenvolvimento das atividades humanas, os mares
e oceanos, e por sua vez, os ambientes costeiros, têm suportado pressões de grande
relevância, muitas vezes superiores à capacidade de assimilação dos sistemas naturais,
exercendo ameaça no ambiente ou produzindo vários impactos negativos.
As interações entre os diversos usos dessas zonas costeiras são frequentemente
complexas, multidimensionais e conflitantes. O limitado espaço físico disponível por
pessoa, aliado à presença de ecossistemas sensíveis, e múltiplos interesses econômicos e
sociais, eleva o potencial para conflitos que podem provocar o desequilíbrio no sistema
como um todo. (ARAÚJO, 2008).
Atualmente, com o aumento da demanda recreacional e lazer, as praias sempre vêm
ganhando destaque como destino turístico mais procurado, por se tratar de ambientes
naturais que proporcionam bem estar à população tanto por questões culturais ou
socioeconômicas. O intenso uso desse ambiente pode promover efeitos negativos como o
acúmulo e deposição de resíduos sólidos e líquidos descartados de forma inadequada pelos
próprios usuários, e comprometer a qualidade da água marinha através das descargas de
esgotos domésticos e equipamentos turísticos. Kay & Alder (1999), também defende a
ideia de que o uso intensivo das praias pode promover a sua contaminação por resíduos
sólidos, gerando desvalorização ecológica, estética, social e econômica dos recursos
disponíveis.
A pressão de uso sobre as zonas costeiras e os seus efeitos sobre o equilíbrio dos
ecossistemas têm sido um assunto frequentemente abordado na literatura científica
(TAGLIANI, 2003), é, portanto, cada vez maior a tendência de se avaliar questões que
envolvem a estimativa do número de usuários da praia e sua distribuição espacial, a fim de
se calcular, tanto os serviços necessários e a infraestrutura mais adequada, como para
2
determinar a capacidade de suporte da área, de forma a prevenir danos ambientais (DE
RUYCK ET AL. 1997; SAVERIADES, 2000; DA SILVA, 2002).
São considerados usuários da praia, aqueles que usufruem de alguma forma do
ambiente. Desde o banhista, que vai tomar banho de sol/mar, encontrar-se com os amigos,
praticar esporte; os ambulantes e outros comerciantes da orla; os próprios moradores do
bairro; o poder público, a iniciativa privada e o terceiro setor. Todos esses atores
transformam a qualidade ambiental da praia. Em decorrência desse diversos usos a que o
ambiente de praia está sujeito, a pressão sobre o mesmo aumenta, contribuindo na geração
de impactos, entre eles a produção de resíduos sólidos (DIAS-FILHO, et al., 2011; SILVA
et al.,2013).
O litoral do Rio Grande do Norte possui um cenário de atividades econômicas e
concentração populacionais consideráveis, local este que vem se alterando com a
intensificação dos processos degradantes da paisagem, como a produção de lixo e
processos erosivos (CHAVES et al., 2012). Apesar da questão econômica importante, o
turismo desenfreado é um dos principais responsáveis pela degradação do ambiente e,
consequentemente, pela mudança da paisagem costeira no estado. Rodrigues (1999), diz
que é indispensável que o turismo e o ambiente sejam estudados estreitamente vinculados
para assegurar a compatibilidade entre o desenvolvimento do turismo e a proteção do meio,
em seu aspecto físico, econômico, social e cultural.
As praias do Rio Grande do Norte possuem grande potencial turístico pelas suas
belezas naturais e atratividades, são bastante visitadas nos períodos de alta estação. De
acordo com Araújo et al., (2011), as praias centrais de Natal apresentam alto nível de
utilização tanto por usuários locais como por turistas praticamente durante o ano todo e
apresenta uma elevada atividade comercial, fato que potencializa a geração de lixo.
Não somente os resíduos sólidos, mas toda a água servida que escoa diretamente na
areia da praia, pode estar comprometendo a balneabilidade da água do mar. Esses cenários
refletem diretamente na falta de gestão do poder público que tem por obrigação dispor de
uma infraestrutura básica de lixeiras e um sistema eficaz da coleta de resíduos. A
associação destes aspectos de falta de planejamento urbano, nos leva a fazer uma sucinta
reflexão da importância de se conhecer a atual situação dessa gestão.
Programas de monitoramento ambiental de praias são fundamentais não somente para
tomar medidas de conservação desse ecossistema, mas também garantir a saúde dos
frequentadores e comunidades que dependem destes recursos e auxiliar na tomada de
decisões políticas sobre o gerenciamento de praias turísticas.
3
O Programa Água Azul, realiza o monitoramento das condições de balneabilidade
de praias do Estado do Rio Grande do Norte, além de verificações periódicas de
parâmetros de qualidade de água para promover uma investigação passivo ambiental,
decorrente de outros fatores. Entre outras ações, destaca-se a avaliação da qualidade de
efluentes líquidos industriais ou sanitários que são lançados em corpos hídricos
(PROGRAMA ÁGUA AZUL, 2015).
Diante deste contexto, outras questões também são relevantes quando se pretende
avaliar as condições de qualidade ambiental de praias, entre elas, pode-se destacar: o uso
intensivo da praia compromete sua qualidade ambiental? Praias mais frequentadas são
mais poluídas? A água marinha pode ser contaminada pelos detritos lançados na areia?
Buscando responder a essas questões, o presente trabalho foi desenvolvido de forma a
avaliar a atual situação das praias estudadas e contribuir em futuras ações de gestão
costeira.
2. OBJETIVO GERAL
Avaliar a poluição de praias do Rio Grande do Norte e sua relação com o uso da praia.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Avaliar a quantidade e o tipo de lixo presente no ambiente praial emerso
(estirâncio), e pós praia, nas praias estudadas, a fim de determinar sua principal
fonte;
• Realizar a análise de parâmetros indicadores de poluição orgânica (amônia e
nitrato) na água descartada nas praias e na água marinha adjacente;
• Relacionar o grau de poluição com o uso da praia (através da estimativa do número
de usuários presentes) e dados de balneabilidade.
3. MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em duas praias turísticas do Rio Grande do Norte: Pirangi do
Norte, pertencente ao município de Parnamirim, litoral sul do estado, distando 23 km da
4
capital, e Praia do Meio, pertencente ao município de Natal, zona leste da capital do estado
(Figuras 1 e 2).
Figura 1: Localização das áreas de estudo no litoral do Rio Grande do Norte, Praia do Meio e
Pirangi do Norte. Fonte: Google Earth, 2014.
A praia do Meio localiza-se entre duas praias, ao norte a Praia do Forte, e ao sul a
Praia dos Artistas. É uma praia com uma extensão aproximada de 800m e possui em sua
maior parte linhas contínuas de recifes com formação de várias piscinas naturais. Segundo
Cunha (2005), sua morfologia consiste numa superfície plana, com cotas máximas entre 4
e 6 metros acima do nível atual do mar. Possui um ambiente praial relativamente estreito
nas marés altas. Seu sistema praial apresenta uma grande descaracterização em decorrência
do uso e ocupação desordenados, que ocorre desde a faixa do estirâncio a pós praia.
A praia de Pirangi do Norte possui cerca de 1,8 km de extensão e localiza-se no
município de Parnamirim, ao sul da capital Natal. Seu principal ponto turístico é o Maior
Cajueiro do Mundo, uma árvore que cobre uma área de aproximadamente 8.500 m² e
RNNatal
Brasil
N
3km
1,5cm
Natal
Praia de Pirangi
Oceano Atlântico
5 41’45,37” S / 35 12’ 07,49” O
5 58’00,87” S / 35 08’ 24,49” O
Praia do Meio
5 46’38,69” S35 11’31,20” O
5 57’52,43” S35 08’27,99” O
Praia do Meio Latitude: 5º46’38,69” S Longitude:35º11’31,20” O
Praia de Pirangi do Norte Latitude: 5º57’52,43” S Longitude: 35º08’27,99” O
5
produz cerca 2,5 toneladas de cajus por safra. Além disso, outro ponto turístico são os
Recifes de Corais de Pirangi, onde são realizados mergulhos que chamam muita atenção de
apreciadores desse tipo de turismo. Pirangi possui uma faixa de pós praia relativamente
larga comparando com a Praia do Meio.
Praia do Meio (Natal-RN)
Praia de Pirangi do Norte (Parnamirim-RN)
Figura 2: Imagens da praias. Fotos: Ingrid Dantas, 2015.
As amostragens ocorreram durante um período de três meses de alta estação
(novembro de 2014, janeiro e fevereiro de 2015). Já que as praias possuem dimensões
diferentes, para padronizar a extensão das áreas estudadas nas duas praias, foram
realizados um reconhecimento prévio para averiguar onde ocorre a maior concentração dos
usuários, em seguida, estabelecido um trecho de 300 metros lineares em cada local de
maior concentração.
3.1 Contagem de usuários
Foi realizada mensalmente em um final de semana (sábado e domingo) por volta
das 13h (horário de alta frequência) em todo o ambiente praial (areia e água) no trecho
preestabelecido (300m), sendo contados todos os usuários presentes, desde banhistas à
pessoas que utilizavam-se de mesas e cadeiras. A contagem foi feita através de
caminhamento utilizando-se contadores manuais por dois pesquisadores que percorriam a
6
praia lado a lado no mesmo tempo. Enquanto um contava todos os usuários presentes nas
barracas e guarda-sóis (mesas e cadeiras) o outro contava todos as pessoas da faixa de areia
próximo a linha d’água (estirâncio) e todos os que estavam dentro da água (Figura 3). Após
cada contagem foi realizado o somatório das pessoas contadas por cada pesquisador e
calculado uma média ao final.
Figura 3: Ilustração do caminhamento feito por dois pesquisadores representados pelas linhas
pontilhadas, onde foram realizadas as contagens de todos os usuários dentro do trecho (300m) para
cada praia. Fonte: Google Earth, imagem da Praia do Meio, 2014.
3.2 Amostragem dos resíduos sólidos
Foi realizada mensalmente em um final de semana (sábado e domingo) em um
transecto de 300m de extensão por 10m de largura (Figura 4) cujo centro é a "linha do
deixa" (nível máximo da preamar), região próxima à pós-praia, onde normalmente ocorre a
maior concentração de resíduos. As amostragens ocorreram durante a baixa-mar.
Todos os itens visíveis e fragmentos (>3cm) foram contados visualmente através de
caminhamento e registrados em uma planilha específica para classificação de acordo com a
composição predominante: plástico, metal, papel, madeira, vidro e orgânico. Em seguida
efetuada a identificação da fonte mais provável: usuário, doméstica, mista e pesca (Tabela
1).
7
Figura 4: Esquema do transecto amostral sobre a “linha do deixa” (pontilhado preto) para a
contagem dos resíduos (Ilustração por Francisco Neto).
Todos os itens identificáveis foram classificados com base na fonte mais provável
dentro de quatro categorias: usuário, doméstica, mista (cuja origem pode ser tanto do
usuário como doméstica) e pesca (Tabela 1).
Tabela 1: Classificação dos itens do lixo, de acordo com a fonte mais provável. Adaptado de
ARAÚJO & COSTA, 2006.
Fonte mais provável Itens
Usuário
canudos, garrafas de água, pratos, talheres, copos e palitos
plásticos, embalagens de alimentos, bronzeadores/ água
oxigenada, fraldas, sandálias, espátulas/palitos de
madeira, pontas de cigarro, latas/tampas metálicas de
bebidas, garrafas de vidro, quentinhas de alumínio, restos
de alimento.
Doméstica
potes de remédio, borracha, cotonetes, garrafas de
produtos de limpeza, frascos de shampoo/desodorante,
potes de margarina, espuma, papelão.
Mista
anéis de garrafa, tampas plásticas, preservativos,
absorventes, rolhas, sacos e folhas plásticas, brinquedos,
seringas, garrafas PET, embalagens longa vida.
Pesca
fios e fitas de nylon, redes, isopor, light stick, linhas de
pesca.
8
3.3 Análise da água
Mensalmente amostras de água foram coletadas em frascos limpos e levadas ao
laboratório para congelamento até o momento da análise. Foram coletados amostras da
água servida que escoa diretamente na areia da praia (Figura 5) denominadas de “língua
negra” quando presentes, e da água marinha, todos, em três pontos dentro do local de
estudo (300m) em cada praia (Figura 1). Para a praia de Pirangi, a denominação "A"
representa as amostras de água servida e a "B" água marinha. Na praia do Meio, não
ocorreram escoamentos de água servida no período amostral, portanto só a água marinha
foi coletada. (Tabela 2).
Tabela 2: Localização geográfica dos pontos de coleta para as duas praias estudadas. As letras
representadas em “A” são representadas pela água servida que escoava das tubulações, as
representadas em “B” da água marinha.
Local Pontos de Coleta Coordenadas
Praia de Pirangi do Norte
1A 5º 58’ 39,04” S / 35º07’ 26,97” O
1B
2A 5º58’ 33,67” S / 35º 07’ 26,97” O
2B
3A 5º 58’ 28,54” S / 35º 07’ 29,15” O
3B
Praia do Meio
1 5º 46’ 41,24” S / 35º 11’ 36,44” O
2 5º 46’ 35,39” S / 35º 11’ 37,08” O
3 5º 46’ 31,33” S/ 35º 11’ 36,84” O
Figura 5: Momento da coleta de água servida em um dos pontos da praia de Pirangi do Norte.
Foto: Ezequiel Nascimento, fevereiro 2015.
9
Os parâmetros amônia e nitrato foram analisados em laboratório por
fotocolorimetria, que consiste em um método biofísico de análise de substâncias tendo
como principal objetivo a determinação da concentração de soluções. Esse método baseia-
se na relação existente entre a absorção de radiações eletromagnéticas e a concentração da
substância analisada. Os valores resultantes foram comparados com o que determina a
Resolução do CONAMA Nº Nº357/2005 para águas salinas Classe I (destinadas à
recreação de contato primário).
Como não existe um valor padrão para nitrato e amônia pela Resolução do
CONAMA/2015 relativo à água servida, optou-se por considerar os mesmos valores
utilizados para a água marinha, já que no caso de valores acima do permitido, pode ocorrer
comprometimento da balneabilidade da praia e contaminação da areia com matéria
orgânica (fonte dos compostos nitrogenados).
3.4 Balneabilidade
Para análise da balneabilidade, foram utilizados dados obtidos no site do Programa
Água Azul (www.programaaguaazul.rn.gov.br) que classifica as praias em próprias ou
impróprias, de acordo com o número de Coliformes termotolerantes presentes na água
marinha. Os dados obtidos foram analisados segundo o que determinada a Resolução
CONAMA Nº 274/2000 a qual estabelece os limites de Coliformes para águas
consideradas próprias para uso de recreação de contato primário.
O período dos dados analisados se refere ao mesmo período amostral da pesquisa
(novembro, janeiro e fevereiro) nos mesmos dias que foram coletados a água marinha e a
água servida.
10
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Contagem de usuários
Durante o período amostral foi registrado um total de 2.996 pessoas para a praia de
Pirangi do Norte e 6.233 pessoas para a praia do Meio, indicando que a praia do Meio
recebe mais que o dobro de visitantes em relação à Pirangi (Figura 6). Esse fato já era
esperado em virtude da localização da praia do Meio, que fica no centro de Natal, sendo
portanto, uma opção mais próxima para a população da capital, muitas pessoas dos bairros
mais próximos se deslocam à pé para a praia. De acordo com Vaz (2008), a proximidade é
um fator importante em praias urbanas, podendo evitar ou reduzir o tempo de
deslocamento no percurso residência-praia. Outro fator que provavelmente pode justificar
uma maior concentração dos usuários está relacionado com as características dessa praia, a
qual é protegida por uma larga barreira de arenito (Figura 2) que permite nas marés baixas,
a formação de uma grande piscina natural, propícia ao banho de mar seguro.
Estudo realizado por Aires (2013) detectou que na praia do Meio, 70% dos usuários
são locais, ou seja, a maior parte dos frequentadores dessa praia é da própria cidade. Já
para Pirangi do Norte, o estudo de Azevedo (2014) indicou que a maioria dos usuários vem
de outros estados. Pirangi tem a seu favor dois atrativos turísticos, o cajueiro e os
parrachos (recifes) cartões postais do estado. Centenas de pessoas visitam essas atrações
mensalmente, muitas delas, após os passeios, permanecem na praia utilizando a
infraestrutura local do bar Marina Badauê, ou das barracas da praia. Como esperado, aos
domingos, a quantidade de usuários nas duas praias foi maior do que aos sábados (Figura
6).
Aos domingos há uma diferenciação no comportamento do público que frequenta
Pirangi, além das pessoas que normalmente se instalam nas barracas à beira mar, muitos
grupos chegam à praia e se instalam na areia em tendas alugadas (Figura 7a). Essas pessoas
trazem alimentos e bebidas de casa, em quantidade suficiente para passar o dia, sem
precisar consumir dos bares. Ao final do dia ocorre o descarte de uma grande quantidade
de embalagens de alimentos, descartáveis, garrafas de água e refrigerantes na areia,
contribuindo para o acúmulo de resíduos na praia. Um aspecto positivo de Pirangi é a
extensão do ambiente praial, que nas marés mais baixas permite um amplo espaço para os
usuários. Na praia do Meio, ao contrário, a faixa de praia é estreita, mesmo na maré baixa,
11
e a presença de barracas que utilizam mesas, cadeiras e guarda-sóis, torna o espaço ainda
mais reduzido para o público (Figura 7b). Mesmo assim, esse fator parece não interferir na
quantidade de pessoas que utilizam essa praia, como mostram os dados coletados.
Figura 6: Número de usuários nas duas praias em um final de semana de cada mês.
Figura 7a: Grupo de usuários instalado em tenda fazendo piquenique na praia de Pirangi do Norte.
Foto: Christina Araújo, 2014.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
Sábado Domingo Sábado Domingo Sábado Domingo
NOV JAN FEV
Nú
mero
de u
su
ári
os
Pirangi do Norte
Praia do Meio
12
Figura 7b: Usuários da praia do Meio em um domingo a tarde. Foto: Ingrid Dantas, 2015.
4.2. Amostragem dos resíduos sólidos
Foi registrado um total de 13.442 itens ao longo dos três meses para as duas praias.
Embora os tipos de resíduos tenham sido semelhantes entre as praias, a quantidade variou
de forma bastante evidente. Em Pirangi foram 3.481 itens e na praia do Meio 9.961, ou
seja, quase três vezes maior. Uma grande diversidade de tipos de resíduos se acumula
principalmente na “linha do deixa”. Silva (2012), também encontrou uma elevada
quantidade de lixo em seis meses de amostragem na praia do Meio, foram 14.517 itens em
um transecto de 300m2, sendo um final de semana para cada mês. Se na amostragem atual,
em apenas três meses se obteve quase 10 mil itens, fica evidente que de 2012 a 2015 a
quantidade de lixo encontrada na praia do Meio aumentou consideravelmente.
Do total de lixo encontrado para a praia de Pirangi do Norte, mais de 12% foram de
fragmentos e para a praia do Meio, um total de 10%. Fragmentos menores do que 3cm que
não estavam dentro da amostragem, foram também observados em abundância na praia do
13
Meio, tanto na “linha do deixa” como fora do limite amostrado. Esse fato comprova que os
resíduos sofrem intensa fragmentação, gerando dificuldade no seu recolhimento e risco
para a biota aquática.
Todavia, o impacto visual do lixo nessas praias é facilmente perceptível e tem
comprometido não somente do ponto de vista da qualidade ambiental que pode acarretar
vários problemas como riscos à saúde humana. A perda estética da praia para o turismo
pode causar perdas econômicas e prejudicar outras atividades comerciais (Figuras 8a e 8b).
Figura 8a: Acúmulo de lixo ao longo da linha do deixa na praia de Pirangi do Norte. Foto: Christina Araújo,
2015.
Figura 8b: Acúmulo de lixo ao longo da linha do deixa na praia do Meio. Fotos: Ingrid Dantas, 2015.
Em um estudo de percepção realizado por Aires (2013) na praia do Meio, 60% dos
entrevistados alegaram observar lixo com frequência na areia. Mais de 50% dos usuários
destacaram o plástico o tipo de lixo observado com mais frequência. Na mesma pesquisa, o
problema mais citado com relação à poluição da praia por lixo foi o risco de doenças para
14
os usuários. Segundo os usuários, ocorre uma deficiência da coleta de lixo em algumas
praias, como também a falta de lixeiras fixadas na areia, o que poderia diminuir, na opinião
deles, a contaminação da mesma.
Em um estudo semelhante realizado por Azevedo (2014) em Pirangi, 49%
responderam que observavam lixo na praia eventualmente. Entre 25 e 35% dos usuários
afirmaram que notavam lixo com frequência. Quase 50% disseram que viam mais plásticos
e 20% disseram que viam mais restos de alimento.
O plástico foi a categoria de itens mais abundante em ambas as praias, somando um
total de 5.302 itens para a praia do Meio e 1.856 em Pirangi do Norte, comparado com as
demais categorias (Figura 9 e 10). Com relação à maior representatividade dos plásticos, o
resultado seguiu a tendência já observada em outros trabalhos (ARAÚJO, 2003; ARAUJO
& COSTA, 2006; DIAS-FILHO et al., 2011; SANTOS, et al., 2003).
Embalagens plásticas vêm tomando lugar dos outros materiais por apresentar baixo
custo de fabricação e flexibilidade de formas. Aliado a este fato, o plástico é extremamente
durável, de difícil degradação e de fácil flutuação o que favorece a sua dispersão nos
ambientes.
Figura 9: Representação do número de itens de plástico comparado com as demais categorias de
lixo para a praia de Pirangi do Norte.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
Plásticos Metal Vidro Papel Madeira Orgânico
Pirangi
Nú
me
ro d
e it
en
s
Novembro
Janeiro
Fevereiro
15
Figura 10: Representação do número de itens de plástico comparado com as demais categorias de
lixo para a praia do Meio.
Os resíduos sólidos poluem o meio ambiente tanto em escala local, como em escala
global, pois podem viajar longas distâncias afetando o meio ambiente em curto e em longo
prazo, como também podem ficar aprisionados nos recifes, comprometendo atividades de
turismo, como mergulho, causando danos aos ambientes recifais e aos animais marinhos.
Segundo Nucci (2010), os plásticos estão entre os principais causadores da morte
de animais marinhos, tanto por estrangulamento ou ingestão, que causam sufocamento,
obstrução e/ou diminuição do volume funcional do trato digestivo, além de adsorverem
compostos químicos tóxicos. Por serem bioacumuláveis, podem levar à deficiência do
sistema imune, alterações no sistema endócrino; por serem substratos inertes, suas
substâncias possuem prolongada persistência e restrito controle ambiental.
Com relação ao período da pesquisa, na maior parte das amostragens, o mês de
janeiro destacou-se por apresentar maior quantidade de resíduos comparados com os meses
de novembro e fevereiro (Figura 11). Mesmo sendo considerado período de alta estação
para os três meses, janeiro é um mês tipicamente propício à ida às praias, principalmente
porque corresponde ao período de férias escolares, apresentando, portanto, uma maior
quantidade de usuários nas praias. Outro fator que pode explicar a quantidade enorme de
resíduos, é que, a praia do Meio é protegida por recifes contínuos que atua como uma
barreira física, dificultando os resíduos serem levados pela correnteza.
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
2400
Plásticos Metal Vidro Papel Madeira Orgânico
Praia do Meio
Novembro
Janeiro
Fevereiro
Nú
me
ro d
e it
en
s
16
Figura 11: Total de itens de lixo encontrados em um final de semana de cada mês para as duas
praias.
4.3 Análise das fontes
Sobre a origem mais provável dos resíduos, os itens relacionados aos usuários da
praia corresponderam 83% (3.794 itens) para a praia do Meio e 89% (1.346 itens) para
Pirangi do Norte. De acordo com esses resultados, fica evidente que os usuários são os
principais responsáveis pela poluição da praia, descartando inadequadamente seu lixo na
areia (Figura 12). Em um estudo que avaliou a presença de resíduos sólidos em uma praia
deserta no litoral de Pernambuco por Araújo & Costa (2007), embora a quantidade de
resíduos tenha sido bastante elevada, a contribuição de itens relacionados com usuários foi
muito pequena, indicando que a utilização da praia está relacionada com a poluição. Nesse
caso, os itens predominantes tiveram origem doméstica, provavelmente pelo descarte
inadequado em lixões próximos ao rio que desemboca na praia.
A grande quantidade de itens de lixo encontrada com origem nos usuários locais
reflete a falta de educação das pessoas, representada pelo descaso nos espaços públicos e o
desrespeito com o meio ambiente. O comportamento do ser humano sobre o descarte dos
resíduos no meio, faz pensar que é um ato mais intencional do que acidental, enquanto a
impunidade e a falta de educação ambiental prevalecerem, a importância sobre a
preservação dos ecossistemas costeiros nunca será compreendido por toda a população.
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
2400
Pirangi Praia do Meio Pirangi Praia do Meio
SÁBADO DOMINGO
Novembro
Janeiro
Fevereiro
Núm
ero d
e it
ens
17
O fato não é restrito apenas às praias analisadas. Segundo Araújo & Costa (2006),
praias urbanas ou de intenso uso turístico têm frequentemente suas areias comprometidas
por grande quantidade de resíduos, principalmente de origem plástica, deixado pelos
usuários.
Figura 12: Número de resíduos de acordo com cada fonte determinada.
Dos itens relacionados com usuários, seis se destacaram em ocorrência e
quantidade (Figuras 13 e 14); destes, cinco foram comuns às duas praias. Para a praia de
Pirangi do Norte, pontas de cigarro foram os mais abundantes, com um número de itens
semelhantes ao de canudos (Figura 13). Na praia do Meio, os canudos foram os mais
abundantes, seguidos de palitos (de sorvete, espetos, pirulitos e picolé) (Figura 14).
Figura 13: Número de itens mais frequentes relacionado com usuários da praia de Pirangi do Norte.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Usuário Doméstica Mista Pesca
Pirangi
Praia do Meio
0
50
100
150
200
250
300
Pontas de cigarro
Canudos Panfletos de papel
Palitos Latas de bebidas
BOOP
Núm
ero d
e it
ens
por
fonte
Núm
ero d
e it
ens
Pirangi do Norte
18
Figura 14: Número de itens mais frequentes relacionado com usuários da Praia do Meio.
Muitos desses resíduos possuem baixo poder de degradação no ambiente e outros
não servem para fins de reciclagem, como pontas de cigarro e BOPP metalizado
(embalagens de biscoitos, salgadinhos e sorvetes) por exemplo. Portanto não há interesse
em seu recolhimento, o que potencializa os efeitos. Embora com maior poder de
degradação do que os plásticos, as pontas de cigarro são um grande problema, seu tamanho
diminuto e coloração, facilitam sua mistura com a areia, dificultando o recolhimento pelos
garis, com consequências óbvias para o meio ambiente (UNEP, 2009).
No mundo, a maioria das praias públicas arenosas em áreas de turismo está repleta
de pontas de cigarros. Em eventos da Limpeza Costeira Internacional (ICC), realizados
entre 2002 e 2006 em praias no Mediterrâneo, 57.810 voluntários coletaram mais de 222
mil filtros de cigarros, o que corresponde a quase quatro filtros de cigarro por voluntário
(UNEP, 2009). Em uma pesquisa na costa da Espanha, as pontas de cigarros foram
também o item mais abundante, correspondendo a 46% dos objetos observados na alta
estação turística (UNEP, 2009).
Os itens mais frequentes em cada fonte podem ser usados como referência para
investigação da origem da poluição por lixo em outras praias, de forma a reduzir o tempo
gasto com identificação de todos os itens do lixo. Como Pirangi é considerada uma praia
turística, a gestão dos resíduos oriundos do uso da praia, poderia ser mais eficiente,
conhecendo-se os itens mais comuns.
0
100
200
300
400
500
600
700
Canudos Palitos Pontas de cigarro
Cocos BOOP Latas de bebidas
Núm
ero d
e it
ens
Praia do Meio
19
4.4 Análise de água
Os níveis de nitrato e amônia permitidos pela Resolução do CONAMA/2015 são de
no máximo 0,4 mg/L para águas recreacionais de contato primário (Classe 1), quando a
utilização da água para imersão acarreta risco de ingestão, a exemplo do banho de mar.
Mesmo não havendo risco de ingestão diretamente da água servida, de certa forma,
as pessoas estão em contato com ela, pois utilizam o mesmo espaço onde as águas escoam
das tubulações diretamente na areia da praia formando-se “línguas negras” e esta pode
ocorrer contaminação por matéria orgânica, que são fontes de compostos nitrogenados.
No entanto, sabe-se que compostos nitrogenados são oriundo da decomposição da
matéria orgânica. Se esses compostos estão presentes em valores elevados na água,
significa que a área onde a água é lançada pode estar recebendo descarte de matéria
orgânica de origem desconhecida, o que poderia provocar a contaminação da areia por
micro-organismos patógenos que utilizam a matéria orgânica, como fungos, por exemplo
(ARAÚJO et al., 2015).
Nos resultados (Figuras 15 e 16) as amostras designadas por "A" representam água
servida e "B" água marinha. Valores de nitrato e amônia acima do permitido foram
encontrados quase que exclusivamente na água servida descartada na praia de Pirangi do
Norte, indicando que recebem matéria orgânica.
Esperava-se que a água do mar coletada à frente de cada tubulação pudesse
apresentar valores alterados, no entanto isso não ocorreu, indicando provavelmente que há
um grande poder de diluição pelo oceano, o que elimina o efeito da poluição por nitrato e
amônia.
20
Figura 15a: Concentração de nitrato para os seis pontos de coletas de água da praia de Pirangi.
Figura 15b:Concentração de amônia para os seis pontos de coletas de água da praia de Pirangi.
0
0,4
0,8
1,2
1,6
2
2,4
2,8
3,2
3,6
4
4,4
Ponto 1A Ponto 1B Ponto 2A Ponto 2B Ponto 3A Ponto 3B
Co
nce
ntr
ação
de
NO
3 e
m m
g/L
Novembro Janeiro Fevereiro Resolução CONAMA
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
2,4
2,6
2,8
3
3,2
Ponto 1A Ponto 1B Ponto 2A Ponto 2B Ponto 3A Ponto 3B
Co
nce
ntr
ação
de
NH
3 e
m m
g/L
21
Figura 16a: Concentração de nitrato para os três pontos de coletas de água da praia do Meio.
Figura 16b: Concentração de amônia para os três pontos de coleta de água da praia do Meio.
Ao longo da praia de Pirangi podem ser observadas algumas tubulações que
provavelmente estão sendo utilizadas de forma inadequada, pelos estabelecimentos
comerciais para destinar clandestinamente seus efluentes, permitindo que sejam despejados
in natura na praia. No trecho analisado, há três dessas saídas, duas delas na área de maior
concentração de usuários (Figura 17). Nesses locais é perceptível mau cheiro e aspecto
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3
Co
nce
ntr
ação
de
NO
3 e
m m
g/L
Novembro Janeiro Fevereiro Resolução CONAMA
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3
Co
nce
ntr
ação
de
NH
3 e
m m
g/L
22
escuro da areia, formando línguas negras algumas vezes. O mau cheiro percebido nos
pontos de saída das tubulações pode indicar contaminação da água por esgotos, o que pode
afetar as condições sanitárias da praia, já que nas marés mais altas a água marinha se
comunica com a água que escoa pelas tubulações.
Os usuários conseguem observar essa situação e assim ficam receosos com relação
à qualidade da água marinha. Em um estudo de percepção ambiental com usuários da praia
de Pirangi realizado por Azevedo (2014), 16% dos respondentes avaliaram a qualidade da
água como “provavelmente contaminada por esgoto”. Mas para alguns, este fato parece
fazer parte de um cenário comum, ou falta o conhecimento sobre o risco de contaminação
que correm quando elas ficam bem próximos ou até mesmo vizinhos ao lançamento da
água servida.
Pirangi do Norte. Foto: Campos, 2015. Praia do Meio. Foto: Christina Araújo, 2014.
Figura 17: Descarte de água servida na areia da praia mostrando que Pirangi tem um fluxo mais
intenso.
Na praia do Meio nas marés baixas, formam-se piscinas nas barreiras de recifes, e
muitos usuários utilizam o local para banho. Em um domingo do mês de janeiro, foram
contados um total de 1.480 pessoas dentro do trecho de 300 metros e nenhum banheiro
público funcionando no local (os quais foram implantados somente em julho de 2015). É
provável que as pessoas utilizem a própria praia para fazer suas necessidades. Embora os
valores para nitrato e amônia tenham dado abaixo do limite do CONAMA, a utilização do
mar como banheiro, pode comprometer sua balneabilidade pela acumulação de patógenos
liberados nos excretas.
23
4.5 Análise da Balneabilidade
Balneabilidade é a qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário
(natação, mergulho, esportes aquáticos), onde a possibilidade de ingerir quantidades
apreciáveis de água é elevada. A água adequada para utilização recreativa não deve
apresentar mau cheiro, resíduos de óleos, lixo, nem micro-organismos patógenos.
O parâmetro indicador básico para a classificação das praias quanto a sua
balneabilidade em termos sanitários é a densidade de coliformes fecais. Muitas espécies de
bactérias que normalmente habitam o trato digestivo humano têm sido sugeridas como
bioindicadoras de poluição fecal recente: Escherichia coli, Streptococcus fecalis e
Clostridium perfrigens. E. Coli é, entretanto, a mais usada no mundo, inclusive no Brasil.
Ela pertence ao grupo de bactérias Coliformes. Neste grupo, existem também bactérias
não-fecais, as quais estão presentes em ambientes naturais como Enterobacteraerogenes.
Os termos “coliforme fecal” e “coliforme total” englobam todo o grupo de bactérias
coliformes e não apenas aquelas específicas para o trato digestivo de animais de sangue-
quente. E.coli ocorre exclusivamente em fezes de animais de sangue-quente. Desta
maneira, ela satisfaz o requisito de um bom indicador de poluição fecal recente. Bactérias
são bons bioindicadores desde que exista um método de rotina de detecção e quantificação
bem estabelecido. Elas têm rápida resposta a mudanças do ambiente, podem ser facilmente
amostradas e possibilitam índices de contaminação baseados na contagem de células ou
colônias (ARAÚJO, 2008).
Segundo os critérios estabelecidos pela Resolução CONAMA nº. 274/2000, as
praias são classificadas em quatro categorias diferenciadas, quais sejam, Excelente, Muito
Boa, Satisfatória e Imprópria, de acordo com as densidades de coliformes fecais ou E.
coli resultantes de análises feitas em cinco amostragens consecutivas. As categorias
Excelente, Muito Boa e Satisfatória podem ser agrupadas em única classificação
denominada Própria. Pelo critério adotado, densidades de coliformes fecais superiores a
1000 NMP/100 ml em duas ou mais amostras de um conjunto de cinco amostragens
consecutivas, em um período igual ou inferior a cinco semanas, caracterizam a
impropriedade da praia para recreação de contato primário. Sua classificação como
IMPRÓPRIA, indica um comprometimento na qualidade sanitária das águas, implicando
24
em um aumento no risco de contaminação do banhista e tornando desaconselhável a sua
utilização para o banho (ARAÚJO, 2008).
A praia de Pirangi foi classificada como própria em todas as datas avaliadas no site
(www.programaaguaazul.rn.gov.br), já a praia do Meio apresentou a condição de
imprópria em um período de fevereiro. Os dados indicam que aparentemente as condições
das praias analisadas são consideradas boas na maior parte do tempo (Tabela 3).
No entanto, em uma pesquisa de percepção sobre a qualidade da praia realizada por
Azevedo (2014), em Pirangi do Norte, 12,5% dos entrevistados avaliaram a qualidade da
água como “provavelmente contaminada por esgoto”. Essa opinião provavelmente reflete a
preocupação dos usuários em relação às condições da água servida que escoa pela areia em
direção ao mar.
Tabela 3: Dados de balneabilidade coletados através do monitoramento do Programa Água Azul,
nos dias amostrados.
Em um estudo de percepção realizado entre 2012 a 2013 por Aires (2013) em
algumas praias do nosso litoral, inclusive a praia do Meio constatou que essa praia é
frequentada principalmente por usuários de baixa renda, comparado com a praia de
Pirangi. O estudo destacou também a ausência de infraestrutura de apoio ao usuário como
banheiros públicos. Os comerciantes locais improvisam banheiros que de forma alguma
poderiam ser utilizados (Figuras 18a e 18b). Foram construídos banheiros públicos na praia
em 2014, mas até junho de 2015 ainda estavam sem funcionamento, só foram ativados em
julho do presente ano.
DataPraia do Meio
Estação NA-11
Pirangi do Norte
Estação PA-03Data
Praia do Meio
Estação NA-11
Pirangi do Norte
Estação PA-03Data
Praia do Meio
Estação NA-11
Pirangi do Norte
Estação PA-03
6/11 própria própria 8/1 própria própria 5/2 própria própria
13/11 própria própria 15/1 própria própria 12/2 imprópria própria
20/11 própria própria 23/1 própria própria 19/2 própria própria
27/11 própria própria 29/1 própria própria 26/2 própria própria
FevereiroJaneiroNovembro
25
Figura 18a: Banheiros improvisados na Praia do Meio. Fonte: AIRES (2013).
Figura 18b: Banheiros construídos na Praia do Meio. Fotos: Ingrid Dantas, 2015.
A insuficiência de banheiros públicos nas praias pode acarretar a contaminação da
água por dejetos humanos. No caso de praias com circulação mais restrita, onde se formam
piscinas naturais, podem ocorrer riscos para os banhistas, como é o caso da praia do Meio.
26
5. CONCLUSÕES
Ambas as praias apresentam uma expressiva poluição por lixo, sendo que a maior
contribuição vem dos próprios usuários. Ou seja, quanto mais pessoas, mais resíduos são
descartados inadequadamente.
Outra constatação é a presença de efluentes lançados in natura na praia de Pirangi
do Norte e também na praia do Meio, fato observado em outros dias fora do momento da
pesquisa. Esses efluentes são despejados juntamente com as águas pluviais do sistema de
drenagem, que provavelmente possui ligações clandestinas de esgotos domésticos, pois
durante a pesquisa não houve período de chuvas e das tubulações saiam grandes volumes
de efluentes.
Pode-se considerar que a quantidade de lixo encontrada nas duas praias e o
lançamento de esgotos, são bons indicadores de poluição. As praias estudadas são
fortemente frequentadas, mas não possuem infraestrutura adequada para demanda
recebida. Os banheiros públicos não funcionam, há ausência ou baixa quantidade de
lixeiras, a limpeza pública das praias é deficiente, há também falta de conscientização dos
comerciantes locais e preocupação com o ambiente coletivo por parte de todos os usuários.
A praia do Meio, por se tratar de uma praia central e mais visitada, merece uma atenção
maior do poder público, pois esses fatores deixam a desejar.
Estudos de variabilidade temporal e espacial podem resultar em um melhor
entendimento quanto à avaliação ambiental das praias e o seu grau de poluição, o controle
da poluição das praias do Rio Grande do Norte, está inteiramente ligado à gestão
ambiental, onde estes estudos servirá de subsídio para o gerenciamento da zona costeira,
desde que a população tenha uma participação efetiva para as ações de gestão em
diferentes formas de organizações.
27
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