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JOSÉ CLAUDIO PROVENZANO INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO GENÉTICO DO RECEPTOR FcγRIIIB NO RESULTADO DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO ENDODÔNTICO 2008 2008 Av: Alfredo Baltazar da Silveira 580 – cobertura Recreio de Bandeirantes CEP: 22790-710 Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

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JOSÉ CLAUDIO PROVENZANO

INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO GENÉTICO DO RECEPTOR FcγRIIIB NO RESULTADO DO TRATAMENTO

ENDODÔNTICOENDODÔNTICO

20082008

Av: Alfredo Baltazar da Silveira 580 – coberturaRecreio de Bandeirantes CEP: 22790-710

Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

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JOSÉ CLAUDIO PROVENZANO

INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO GENÉTICO DO RECEPTOR FcγRIIIB NO RESULTADO DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Estácio de Sá como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Odontologia (Endodontia).

ORIENTADORES Profa Dra . Isabela das Neves Rôças Siqueira

Prof. Dr. José Freitas Siqueira Júnior

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ RIO DE JANEIRO

2008

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, in

memoriam, Giuseppe e Carmela que me deram

amor, carinho e vários ensinamentos; mesmo pela

breve passagem que tiveram na Terra. Acredito

que os valores éticos e morais conseguiram me

transmitir, a saudade é imensa e espero que

continuem olhando por mim.

Dedico também aos meus avós paternos:

Maria, in memoriam, que foi mais que uma avó, foi

uma verdadeira mãe e ao meu avô Matteo, que

também tem sido mais que um avô, tem sido um

grande pai e sem ele hoje provavelmente não teria

chegado até aqui.

Sou eternamente grato e dedico este

trabalho a vocês.

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AGRADECIMENTOS Primeiramente as pessoas que mais me ajudaram nesta jornada, os

professores José Freitas Siqueira Júnior e Isabela das Neves Rôças Siqueira,

pessoas que eu admiro desde a época de graduação, pela enorme contribuição

que dão à Endodontia e pela grande dedicação e amor que têm a profissão e

fizeram despertar em mim este sentimento. Serei sempre grato a vocês por todo

apoio, incentivo e até mesmo as cobranças. Obrigado por tudo.

Ao meu irmão, José Paulo, por todo apoio, incentivo e por estar sempre

presente, seja qual for o momento.

À Thaís, minha futura esposa, pelo enorme apoio nos momentos mais

difíceis, sei que posso sempre contar com você.

À minha futura sogra e secretária do consultório, Naslê, por sua amizade e

carinho que sempre teve por mim.

Ao amigo Adonai, in memoriam, mesmo pelo pouco tempo de convívio foi

uma das pessoas que mais me ajudaram nessa vida, sempre me incentivando e

apoiando em todos os momentos.

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Ao meu grande amigo Andre G. Dreyfuss Miranda, que com suas palavras

e ensinamentos de vida faz a vida parecer tão fácil. Suas palavras de incentivo me

ajudaram muito até aqui.

A todos os professores, que de alguma forma, contribuíram para minha

formação tanto social como profissional, desde a época escolar até o mestrado.

À Profa Simone Soares Marques Paiva, pela enorme contribuição a este

trabalho, auxiliando na seleção e chamadas de pacientes, permitindo ainda que

pudesse utilizar as instalações do HCA. É muito difícil encontrar pessoas altruístas

nos dias de hoje, muito obrigado e nunca esquecerei desta enorme ajuda.

Aos Prof. Wantuil Rodrigues Araújo Filho e Sheila Leite Pinto, por

permitirem minha presença na OCEX e ABO-RJ, respectivamente, para seleção e

coleta de amostras para realização deste trabalho.

Ao Prof. Fábio Ramoa Pires, por permitir minha presença no ambulatório de

Estomatologia quando estava na graduação contribuindo muito para o

conhecimento que tenho hoje sobre a Patologia Oral. Pelos inúmeros

ensinamentos mesmo fora do horário de aula, pelo fornecimento de casos para

montagem de aulas, muito obrigado.

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Aos professores e amigos, Julio Cezar Machado de Oliveira e Flávio Alves,

pela nossa amizade e incentivo, além de inúmeros artigos e livros fornecidos para

o desenvolvimento desta dissertação.

Ao técnico de laboratório Marlei, pela paciência em ensinar os métodos e

pelo suporte para obtenção dos resultados.

À ex. secretária do mestrado, Sueli, e a atual Maria Angélica, por todo

empenho, alegria e presteza com a profissão.

Aos amigos e colegas do mestrado, em especial: Frederico Daibert,

Osvaldo Seabra, Oswaldo Fonseca, Fernando César Almeida Sampaio e

Francisco Medeiros Batista Damasceno, pessoas as quais tive grande afinidade e

a sorte de conhecer, agradeço pela prazerosa convivência, além dos

conhecimentos de Endodontia trocados neste período, sei que poderei contar com

vocês quando precisar.

Agradecimento especial ao Dr. Hélio Pereira Lopes por todos os seus

ensinamentos no mestrado e por tornar a Endodontia clínica mais simples,

facilitando assim o trabalho de todos os endodontistas.

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EPÍGRAFES

__________________________________________________________________

"Obstáculos são aquelas coisas assustadoras que você vê quando desvia seus olhos de sua meta." Henry Ford "Nenhuma grande descoberta foi feita jamais sem um palpite ousado.” Isaac Newton "Muitos dos fracassos da vida ocorrem com as pessoas que não reconheceram o quão próximas elas estavam do sucesso quando desistiram." Thomas A. Edison

“A ignorância afirma ou nega veementemente, a ciência duvida.."

Voltaire

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ÍNDICE __________________________________________________________________ RESUMO --------------------------------------------------------------------------------------------- ix

ABSTRACT ------------------------------------------------------------------------------------------ x

LISTA DE TABELAS ------------------------------------------------------------------------------xii

INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------01.

PROPOSIÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------24.

MATERIAIS E MÉTODOS ----------------------------------------------------------------------25.

RESULTADOS ------------------------------------------------------------------------------------29.

DISCUSSÃO ---------------------------------------------------------------------------------------34.

CONCLUSÃO -------------------------------------------------------------------------------------43.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------------44.

ANEXOS --------------------------------------------------------------------------------------------63.

ANEXO 1- Aprovação do comitê de ética em pesquisa ---------------------------------64.

ANEXO 2- Ficha de acompanhamento ------------------------------------------------------65.

ANEXO 3- Casos prospectivos acompanhados-------------------------------------------66.

ANEXO 4- Casos retrospectivos acompanhados ----------------------------------------75.

ANEXO 5- Artigo ---------------------------------------------------------------------------------79.

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RESUMO __________________________________________________________________

Este estudo analisou a influência do polimorfismo genético de um receptor

específico para neutrófilos, denominado FcγRIIIb, no resultado do tratamento

endodôntico. Critérios clínicos e radiográficos foram utilizados para estabelecer

sucesso ou fracasso do tratamento de 62 pacientes. DNA foi obtido através de

amostras de saliva dos pacientes, e submetido à análise por PCR multiplex

usando primers específicos para detecção dos genótipos NA1 e NA2. Ainda foi

analisada a influência de condições sistêmicas, tabagismo, sexo, idade, e etnia

dos pacientes no resultado do tratamento endodôntico. Após 4 casos terem sido

descartados pela não detecção do gene FcγRIIIB após 4 sucessivas reações de

PCR, foram encontradas as seguintes freqüências: 77,6% dos pacientes

apresentaram o genótipo NA2/NA2, 13,8% NA1/NA2 e 8,6% NA1/NA1. Dos casos

de fracasso, 78,6% apresentaram o genótipo NA2/NA2 e nos casos de sucesso

resultado similar foi obtido com 77,3% dos pacientes apresentando o genótipo

NA2/NA2. Não houve diferença estatística significante em relação à resposta do

tratamento. Não foi encontrada influência do sexo, da etnia, da idade e da

hipertensão no prognóstico, porém pacientes diabéticos e fumantes foram mais

associados com o fracasso do tratamento. Em conclusão, o polimorfismo do gene

FcγRIIIB não teve influência no resultado do tratamento endodôntico.

Palavras-chave: Polimorfismo genético, receptor FcγRIIIb, tratamento

endodôntico.

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ABSTRACT

__________________________________________________________________ The present study analysed the influence of the genetic polymorphism of

neutrophil FcγRIIIB receptor on endodontic treatment outcome. Sixty-two cases

were selected and clinical and radiographic criteria were used to establish

treatment success or failure. DNA was extracted from saliva samples and

submitted to multiplex PCR using specific primers to detect FcγRIIIB-NA1 and NA2

genotype. The influence of systemic conditions, smoking, gender, age and ethnicity

on endodontic treatment outcome was also evaluated. Four cases were discarded

because the FcγRIIIB gene was not detected. Genotype frequencies were as

follows: 77.6% cases presented NA2/NA2 genotype, 13.8% were NA1/NA2

genotype and 8.6% were NA1/NA1 genotype. In failure cases, 78.6% presented

the NA2/NA2 genotype. Similar results were achieved in the success group with

77.3% of the patients showing the same genotype. No significant relationship was

found between the polymorphism of FcγRIIIB genotype and the endodontic

treatment outcome. Gender, ethnicity, age and hypertension had no apparent

influence on prognosis. However, diabetics and smokers were more associated

with treatment failure. In conclusion, polymorphism of FcγRIIIB receptor gene had

no influence on the outcome of the endodontic treatment.

Key words: genetic polymorphism, FcγRIIIb receptor, endodontic treatment.

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LISTA DE TABELAS __________________________________________________________________

Tabela 1- Relação dos genótipos do FcγRIIIB e o resultado do tratamento

endodôntico -----------------------------------------------------------------------------------------30

Tabela 2- Relação entre diabetes e o resultado do tratamento endodôntico ------31

Tabela 3- Relação entre hipertensão e o resultado do tratamento endodôntico---31

Tabela 4- Relação entre tabagismo e o resultado do tratamento endodôntico-----31

Tabela 5- Relação entre gênero e o resultado do tratamento endodôntico --------32

Tabela 6- Relação entre etnia e o resultado do tratamento endodôntico -----------32

Tabela 7- Relação entre a idade e o resultado do tratamento endodôntico --------33

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1- INTRODUÇÃO

As lesões de origem endodôntica podem ter início após traumatismos

dentários e/ou durante procedimentos operatórios como, por exemplo, durante

preparo cavitário, onde microorganismos poderiam ser introduzidos na polpa

dental após exposição da mesma à cavidade oral (KIRKEVANG & HØRSTED-

BINDSLEV, 2002). Porém, cumpre dizer que a principal causa das patologias

pulpares e perirradiculares é a doença cárie (HAAPASALO et al., 2003), que

primeiramente destrói o esmalte dental através de ácidos produzidos por bactérias

e, se não for tratada, atinge a dentina para posteriormente alcançar a polpa. É

certo que, uma vez exposta pela cárie, a polpa dental estabelecerá um quadro de

inflamação irreversível e caso não ocorra intervenção do profissional, nesse

momento, evoluirá para necrose pulpar; com conseqüente colonização microbiana

do canal radicular. Subseqüentemente, os tecidos perirradiculares serão afetados,

levando ao desenvolvimento de alterações inflamatórias (KAKEHASHI et al., 1965;

SUNDQVIST, 1976; MOLLER et al., 1981).

Os principais objetivos do tratamento endodôntico são: remover a polpa

patologicamente afetada; limpar, modelar e promover a desinfecção em casos de

canais contaminados; e obturar tridimensionalmente o sistema de canais

radiculares na intenção de prevenir uma reinfecção (TORABINEJAD et al., 2005).

Em virtude da etiologia infecciosa das lesões perirradiculares de origem

endodôntica, tem se estabelecido que a Endodontia é a especialidade envolvida

com a prevenção e o controle da infecção pulpar e perirradicular. (ORSTAVIK,

1998; BERGENHOLTZ & SPANGBERG, 2004; FRIEDMAN, 2004).

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Oportuno torna-se dizer que a meta do endodontista, ou do clínico que

realiza o tratamento endodôntico, é obter sucesso nos seus casos, mas nem

sempre isso ocorre. Aliás, o índice de sucesso em canais já obturados tem se

mostrado baixo em diversos estudos epidemiológicos com diferentes grupos de

população e localização geográfica, variando entre 35% a 60% (ERIKSEN et al.,

1995; WEIGER et al., 1997; SAUNDERS & SAUNDERS., 1998; DE MOOR et al.,

2000; KIRKEVANG et al., 2001; DUGAS et al., 2003; SEGURA-EGEA et al., 2004;

SIQUEIRA et al., 2005).

1.1 – Sucesso e fracasso em Endodontia

A definição de sucesso em Endodontia é um tema que gera algumas

discussões. SELTZER (1988) definiu o sucesso da terapia endodôntica quando o

dente tratado está em função e retido na cavidade oral, devendo ser esta a meta

do tratamento. Entretanto, este tipo de avaliação não leva em consideração

critérios radiográficos como, por exemplo, a presença de lesões perirradiculares e

reabsorções dentárias. A presença de uma lesão perirradicular surgida após o

tratamento ou que tenha permanecido após um período de acompanhamento

sugere que a eliminação da infecção não foi adequada, deixando o dente

susceptível a agudizações e sintomatologia, sendo então esse tipo de definição

não unânime entre os demais autores da atualidade (GUTMANN, 1999;

FRIEDMAN, 2004; LOPES & SIQUEIRA, 2004; TORABINEJAD et al., 2005). A

definição mais adequada de sucesso da terapia endodôntica é aquela que leva em

consideração critérios clínicos e radiográficos (GUTMANN, 1992; FRIEDMAN,

2004; TORABINEJAD et al.,2005). GUTMANN (1999) listou alguns desses

critérios que devem ser analisados para definir o sucesso do tratamento

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endodôntico, dentre eles: a) ausência de sintomatologia; b) ausência de

mobilidade; c) sem sinais de infecção ou edema; d) lâmina dura normal em

relação aos dentes adjacentes; e) eliminação de uma rarefação perirradicular

anterior ao tratamento; f) o dente deve estar funcional na arcada.

A obtenção de um resultado favorável na terapia endodôntica depende de

alguns fatores como: eliminação de microrganismos do interior do canal radicular,

selamento contra percolação de fluidos dos tecidos perirradiculares para o interior

do canal radicular que poderiam servir de substrato para microrganismos

remanescentes e estabelecimento de um bloqueio de qualquer comunicação entre

a cavidade oral até os tecidos perirradiculares, realizando uma obturação de alta

qualidade seguida de uma restauração coronária definitiva (KIRKEVANG &

HØRSTED-BINDSLEV, 2002).

A taxa de sucesso do tratamento endodôntico também varia de acordo com

a qualificação do cirurgião-dentista, sendo que para especialistas índices de até

95% de sucesso em casos de necropulpectomia podem ser alcançados, já o

tratamento realizado por clínico geral pode atingir taxa de sucesso entre de 65% e

75%, nestes mesmos casos (ERIKSEN, 1991).

O fracasso da terapia endodôntica pode ser atribuído, em grande parte, às

deficiências técnicas, como no preparo químico-mecânico, onde não houve êxito

na limpeza, desinfecção e modelagem. Todavia, há casos em que os canais

radiculares apresentam-se aparentemente bem tratados e mesmo assim o

sucesso não é obtido. Nessas situações, evidências científicas relacionam esses

casos a fatores microbianos e em algumas vezes são relatados o envolvimento de

fatores não-microbianos (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

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Alguns clínicos acreditam que o fracasso da terapia endodôntica está

relacionado a alguns acidentes que acontecem durante os procedimentos

operatórios, tais como a sobreobturação, as fraturas de instrumentos e as

perfurações, porém nestes casos, o que ocorre é uma obstrução do tratamento,

impedindo que o sistema de canais radiculares seja limpo, desinfetado e

modelado adequadamente, não sendo o acidente per se a causa direta do

fracasso endodôntico (LIN et al., 2005). A causa direta do fracasso do tratamento

nos acidentes citados acima é a permanência da infecção (LIN et al.,2005;

SIQUEIRA, 2001). Portanto, o aspecto chave do tratamento endodôntico é a

eliminação e prevenção do processo infeccioso (NAIR et al., 1990a; GUTMANN,

1992).

STOLL et al. (2005) listaram alguns fatores que aumentam

significantemente a taxa de sucesso do tratamento endodôntico. Estes autores

acharam influência significativa no resultado do tratamento endodôntico quando

não havia presença de lesões perirradiculares no diagnóstico inicial, quando o

canal radicular estava obturado no limite adequado, a obturação estava bem

condensada e homogênea e também quando os dentes estavam assintomáticos

durante o tratamento.

SUNDQVIST & FIGDOR (2003) atribuem a presença de lesões

perirradiculares pós-tratamento a três fatores concorrentes: a) microrganismos

capazes de resistir ao tratamento antimicrobiano e sobreviver após a obturação; b)

a localização da infecção, já que microrganismos estabelecidos no terço apical

têm livre acesso a nutrientes através de percolação apical e, devido à proximidade

com os tecidos perirradiculares, têm o potencial para causar inflamação nestes

tecidos; c) fatores inerentes ao hospedeiro, deficiências na capacidade do

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sistema imunológico do hospedeiro em combater a infecção poder resultar na

persistência da lesão. Este terceiro fator tem sido menos estudado até o momento.

1.2- Causas para o fracasso do tratamento endodôntico

Ao longo da história da Endodontia, diversos fatores têm sido relatados

como causa do fracasso endodôntico. Abaixo segue uma descrição dos fatores

mais comuns.

1.2.1 – Fatores microbianos: infecção intra-radicular

Os fatores microbianos são a principal causa do fracasso do tratamento

endodôntico (NAIR, 2004), devido à permanência de uma infecção que não foi

debelada adequadamente do sistema de canais radiculares, inclusive nos casos

em que os canais parecem estar bem obturados radiograficamente (LOPES &

SIQUEIRA, 2004). A probabilidade de se obter um resultado favorável do

tratamento endodôntico aumenta consideravelmente quando o processo

infeccioso é erradicado do sistema de canais radiculares antes da obturação

(SIQUEIRA, 2001). Quando microrganismos persistem no momento da obturação,

aumentam as chances de não haver êxito no tratamento (SJÖGREN et al.,1997;

FABRICIUS et al.,2006). Vale ressaltar que a qualidade da obturação parece não

interferir significantemente no sucesso do tratamento, mas sim a presença de

microrganismos remanescentes após o preparo químico-mecânico, como

demonstrado recentemente em um estudo realizado por FABRICIUS et al.(2006).

Em um modelo experimental utilizando macacos, estes autores observaram que

quando no momento da obturação havia presença de bactérias, em 79% dos

casos não ocorreu a reparação dos tecidos perirradiculares após dois a dois anos

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e meio de acompanhamento. Em um outro estudo com modelo experimental

utilizando cães (SABETI et al.,2006), avaliou-se a reparação perirradicular após

instrumentação com obturação e instrumentação sem obturação do sistema de

canais radiculares, onde não foi encontrada diferença estatística entre os dois

grupos. Os autores concluíram que, para se obter sucesso no tratamento

endodôntico, é necessário que haja a eliminação de microrganismos do sistema

de canais radiculares, resposta do hospedeiro eficiente e selamento coronário do

canal adequadamente tratado, prevenindo futuramente uma recontaminação

microbiana.

A maioria das espécies bacterianas envolvidas nos casos de fracasso do

tratamento endodôntico são gram-positivas e facultativas. Espécies dos gêneros

Enterococcus, Lactobacillus e Actinomyces são comumente encontradas em

infecções endodônticas persistentes devido à capacidade de resistirem aos

procedimentos intracanais, sendo seus fatores de virulência e mecanismos

adaptativos os motivos que justificam tal ocorrência (CHAVEZ DE PAZ, 2004).

SIQUEIRA & RÔÇAS (2005) identificaram através da técnica da Reação em

Cadeia da Polimerase (PCR) um método molecular mais específico e sensível que

os métodos de cultura, uma diversidade de espécies microbianas em caso de

fracasso da terapia endodôntica, sendo a espécie Enterococcus faecalis a mais

prevalente, chegando a 77% dos casos de canais tratados associados à lesão

perirradicular. Outras espécies encontradas com freqüência neste estudo foram:

Pseudoramibacter alactolyticus e Propionibacterium propionicum. Uma espécie de

fungo, Candida albicans, também foi encontrada em 9% dos casos. Outros

estudos utilizando método de cultura também têm detectado a espécie E. faecalis

em casos de fracasso do tratamento endodôntico, variando a sua prevalência de

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29% até 64% dos casos (MOLLER, 1966; MOLANDER et al., 1998; SUNDQVIST

et al., 1998; HANCOCK et al., 2001; PECIULIENE et al., 2001).

A capacidade da espécie E. faecalis de resistir aos procedimentos intra-

canais e sobreviver após a obturação pode ser explicada pelos inúmeros fatores

de virulência que este microrganismo possui, dentre eles: substância de

agregação, protegendo contra ação de neutrófilos polimorfonucleares e

macrófagos, alterando assim a resposta imunológica do hospedeiro; e proteína de

superfície esp, responsável pela capacidade desta espécie em formar biofilme

(PORTENIER et al., 2003). Além destes fatores, esta espécie é capaz de produzir

enzimas líticas ocasionando danos aos tecidos, de resistir e sobreviver em pH

alcalino, de se multiplicar em temperaturas variando de 10ºC até 45ºC e de

sobreviver em temperaturas de 60º C por até 30 minutos (PORTENIER et al.,

2003; TENDOLKAR et al., 2003; RÔÇAS et al.,2004; STUART, 2006).

Ocasionalmente, a espécie C. albicans pode ser encontrada nos casos de

fracasso do tratamento endodôntico e essa relação se deve à capacidade de

resistir aos medicamentos intracanais utilizados; também de colonizar a dentina e

túbulos dentinários (NAIR et al.,1990a; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2004). Este fungo se

adapta a diversas condições ambientais; produz enzimas líticas como aspartil

proteinase, colagenases e hialuronidases; tem a capacidade de formar biofilme,

tornando-se mais resistente aos medicamentos utilizados e é capaz de evadir os

mecanismos de defesa do hospedeiro, devido à produção de proteinases que

degradam fatores do sistema complemento e imunoglobulinas como os isotipos

IgG e IgA (SIQUEIRA, 2004).

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1.2.2- Fatores microbianos: infecção extra-radicular

A região perirradicular não é um local onde microrganismos encontram um

ambiente favorável para se estabelecer. Pelo contrário, quando há a formação de

lesão inflamatória crônica que represente uma resposta imune local (STASHENKO

et al.,1998), a região fica repleta de células de defesas como: neutrófilos,

macrófagos, linfócitos B, linfócitos T e plasmócitos associados também a

elementos de reparação tecidual como fibroblastos (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

Tem sido demonstrado que alguns microrganismos presentes no canal radicular

podem migrar para lesões perirradiculares em dentes assintomáticos e

estabelecer um processo de infecção extra-radicular (SUNDE et al., 2000; SUNDE

et al., 2002).

Um fator relevante para o desenvolvimento e permanência de uma lesão

perirradicular é a capacidade de formar biofilmes por parte das espécies

envolvidas neste tipo de infecção, ou seja, ocorre a formação de uma comunidade

séssil microbiana aderida a um substrato orgânico ou inorgânico, que fica

embebida em uma matriz extracelular produzida pelas células da comunidade. A

conseqüência disto é o aumento da resistência à resposta imune do hospedeiro,

bem como às estratégias antimicrobianas comumente utilizadas (LOPES &

SIQUEIRA, 2004).

Algumas espécies bacterianas do gênero Actinomyces, principalmente A.

israelii, A. viscosus, A. meyeri, A. naeslundii e também espécies do gênero

Propionibacterium, como P. acnes e P. propionicum, são comumente relacionadas

à infecção extra-radicular (SUNDE et al.,2002). Estas espécies têm a capacidade

de desenvolver mecanismos para evadir os meios de defesa do hospedeiro e

sobreviver nos tecidos perirradiculares inflamados, perpetuando lesões

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inflamatórias mesmo quando os canais radiculares parecem estar tratados

adequadamente, podendo assim ser responsáveis pelo fracasso endodôntico

(LOPES & SIQUEIRA, 2004; NAIR, 2004; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2005; NAIR,

2006). Particularmente, a espécie A. israelii tem sido encontrada com freqüência

em casos de lesões pós-tratamento devido à capacidade desta espécie de se

estabelecer nos tecidos perirradiculares e sobreviver em lacunas de reabsorção

no cemento ou em debris de dentina contaminada extruída inadvertidamente

durante o preparo químico-mecânico (PITT FORD, 1982; NAIR, 1987; TRONSTAD

et al., 1987; SIQUEIRA & LOPES, 2001).

Outra espécie algumas vezes encontrada em lesões perirradiculares

persistentes é a Pseudomonas aeruginosa. Esta bactéria possui diversos fatores

capazes de suprimir a defesa imunológica do hospedeiro, como a presença de

uma camada externa de polissacarídeo, composta por uma substância mucóide

formada por cadeias repetidas de açúcar. Esta camada permite que haja uma

proteção contra a fagocitose, além de ser impermeável a certos antibióticos e

reduzir a susceptibilidade à opsonização por anticorpos (SUNDE et al., 2002).

Outro fator relevante para permanência de uma lesão perirradicular é a

presença de grânulos de enxofre produzidos por Actinomyces. Em um recente

estudo, tais grânulos foram encontrados em 25% das lesões perirradiculares

refratárias (SUNDE et al., 2002). A presença desses grânulos também permite a

sobrevivência de bactérias anaeróbias estritas por criar um ambiente adequado

com potencial redox baixo (SUNDE et al., 2002).

Devido à presença de um biofilme extra-radicular, a única opção terapêutica

nestes casos é a modalidade cirúrgica. Uma vez removida cirurgicamente, a lesão

deve ser encaminhada para um laboratório para a confirmação do diagnóstico pelo

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exame histopatológico. Por isso, modalidades de tratamento não cruentas devem

ser tentadas primeiramente (LOPES & SIQUEIRA, 2004; NAIR, 2006).

1.2.3- Fatores não-microbianos

Tem sido relatado que fatores não-microbianos podem levar ao insucesso

da terapia endodôntica em alguns casos devido ao desenvolvimento de uma

reação de corpo-estranho, a qual pode manter uma lesão perirradicular por muitos

anos (NAIR et al., 1990b).

Um destes fatores é a presença de cristais de colesterol no interior de uma

lesão. O colesterol está presente em grande quantidade na membrana das células

animais. Os cristais de colesterol presentes em uma lesão perirradicular são

oriundos da desintegração de eritrócitos e outras células plasmáticas, linfócitos e

de lipídios circulantes (NAIR, 2006). Estes cristais são densamente cercados por

numerosas células de defesa, principalmente macrófagos e células gigantes,

formando uma área de reação tecidual bem delimitada. Porém, essas células não

são capazes de eliminar os cristais, perpetuando assim uma lesão perirradicular

(NAIR et al., 1990b). Devido à incapacidade da eliminação destes cristais por

macrófagos e células gigantes, aumenta a expressão e liberação da citocina IL-1α,

que é um dos principais mediadores na indução do processo inflamatório

perirradicular bem como na ação pró-reabsortiva óssea (ABBAS et al., 2000;

SJÖGREN et al., 2002).

Outro fator não-microbiano que tem sido sugerido como causa do fracasso

endodôntico é a presença do epitélio cístico, principalmente em casos de cistos

verdadeiros onde não há uma comunicação direta do canal radicular com a loja

cística (LOPES & SIQUEIRA, 2004). Este tipo de lesão também pode ser

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encontrada na literatura com a denominação de periodontite apical cística (NAIR,

2006). Os autores que defendem este fator como causa do fracasso endodôntico,

acreditam que os cistos verdadeiros são auto-suficientes, ou seja, não dependem

da presença ou ausência da infecção intra-radicular para se manter (NAIR et al.,

1996).

Após ter sido tentado um retratamento adequado prévio mas onde não

houve a reparação esperada, alguns clínicos por acharem que estes cistos não

regridem, consideram a opção da cirurgia perirradicular como sendo a ideal para

estes casos (NAIR, 2003). A literatura endodôntica sugere que a maioria dos

cistos perirradiculares regride após tratamento não-cirúrgico criterioso, ficando

entre 85% até 90% as taxas de sucesso (SJOGREN et al., 1990; NAIR, 2003).

Alguns corpos-estranhos de origem exógena têm sido relatados como

causa do fracasso endodôntico (NAIR, 2004). Materiais exógenos podem alcançar

os tecidos perirradiculares durante o tratamento endodôntico (NAIR, 1990b).

Também partículas de alimentos, em casos que o dente fica exposto à cavidade

oral, podem chegar aos tecidos perirradiculares e induzir uma reação de corpo-

estranho (NAIR et al, 1990b; NAIR, 2004).

A celulose, principalmente contida nos cones de papel absorventes, tem

sido relatada como causa na formação de granulomas e na indução de uma

reação de corpo-estranho nos tecidos perirradiculares (NAIR, 2004). A justificativa

dos autores é baseada no fato de a celulose não ser degradada pelas células de

defesa, podendo permanecer nos tecidos perirradiculares por longos períodos

O material que pode ser encontrado nos tecidos perirradiculares é a guta-

percha, pois é o mais utilizado nas técnicas de obturação e quando extruído tem

sido associado ao atraso na reparação de lesões perirradiculares (NAIR et al.,

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1990b). Experimentalmente, tem sido relatado que os cones de guta-percha nos

tecidos são bem encapsulados, porém partículas deste material podem induzir

intensa e localizada reação local, com presença de macrófagos e células gigantes

(SJOGREN et al.,1995).

1.2.4 – Localização anatômica

O terço apical de um canal radicular, também denominado de zona crítica

apical, influencia o sucesso ou fracasso da terapia endodôntica, já que está

relacionado intimamente ao limite apical de trabalho (ALVES et al., 2005). As

inúmeras ramificações e variações anatômicas dessa região (DE DEUS, 1975)

abrigam microrganismos e restos de tecidos pulpares que podem ficar fora do

alcance dos instrumentos endodônticos durante o preparo químico-mecânico.

Além disso, a sua íntima relação com os tecidos perirradiculares pode favorecer a

percolação de fluidos inflamatórios teciduais dos tecidos perirradiculares para

dentro do canal radicular e também a saída de microrganismos e seus fatores de

virulência do canal radicular para a região perirradicular (SUNDQVIST & FIGDOR,

2003). Estes fatores justificam o fato de que os maiores índices de sucesso têm

sido relacionados aos casos em que a obturação alcança o limite de 0 a 2mm

aquém do ápice radiográfico, ou seja, quando há indícios de adequada limpeza e

desinfecção do terço apical (BENATTI et al.,1985; SJÖGREN et al.,1990).

1.2.5 – Fatores relacionados ao hospedeiro

Embora fatores microbianos e não-microbianos exógenos tenham sido

sobejamente avaliados como fatores influenciadores do reparo perirradicular,

pouco se tem estudado sobre o papel do hospedeiro no sucesso ou fracasso da

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terapia endodôntica. O sistema imunológico alterado por fatores genéticos do

hospedeiro pode interferir na resposta dos pacientes ao tratamento, sendo este

fator potencialmente tão importante quanto os outros anteriormente citados no que

se refere ao prognóstico do tratamento endodôntico. Sabe-se que o

desenvolvimento de uma lesão perirradicular, bem como sua permanência, é

conseqüência de uma relação entre microrganismos presentes nos canais

radiculares e a resposta imunológica do hospedeiro (NAIR, 1997; SUNDQVIST &

FIGDOR, 2003). Alguns exemplos de situações em que o paciente pode

apresentar debilidade na resposta imunológica são: fatores hormonais, infecção

pelo vírus da imunodeficiência humana, deficiências nutricionais graves e diabetes

mellitus (SIQUEIRA, 2002). Nesses casos ocorre o envolvimento de alguns

elementos que irão interferir significativamente nos seguintes mecanismos de

defesa do hospedeiro: a) elementos celulares: ação de polimorfonucleares,

macrófagos, fibroblastos, osteoblastos (NAIR, 2004); b) mediadores inflamatórios:

como as interleucinas IL-1, IL-6 e IL-8 e o fator de necrose tumoral (TNF), além de

outros mediadores. Vale enfatizar que o papel da IL-1 tem grande importância na

estimulação do processo de reabsorção e a forma IL1-β é predominante em

lesões perirradiculares de humanos (ATAOGLU, 2002); c) anticorpos: sintetizados

e secretados após a ativação de células B, possuem importantes funções na

resposta imune humoral, como a neutralização de vírus e bactérias; opsonização,

facilitando a fagocitose de microrganismos por células fagocíticas; e também a

ativação do sistema complemento, podendo ter como resultado final a formação

de um complexo de ataque à membrana com conseqüente lise do microrganismo

(SIQUEIRA & DANTAS, 2000).

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Como fator relacionado ao hospedeiro, o diabetes mellitus tem sido objeto

de alguns estudos em relação à sua influência no desenvolvimento e prognóstico

das lesões perirradiculares. No continente americano, estima-se que 64 milhões

de pessoas apresentarão diabetes mellitus em 2025 (SARTORELLI & FRANCO,

2003). Atualmente, no Brasil, a estimativa é que a prevalência de pessoas

afetadas por essa doença esteja em torno de 7,7% da população (SARTORELLI &

FRANCO, 2003). Pacientes diabéticos são propensos a infecções oportunistas,

têm reduzida capacidade de resposta dos leucócitos, diminuição da ação dos

polimorfonucleares contra microrganismos e falha em proferir resposta humoral e

celular do sistema imune (BENDER & BENDER, 2003), dificultando assim a

redução ou reparo de uma lesão perirradicular mesmo após tratamento

endodôntico adequado (BRITO et al., 2003). Cumpre salientar que em pacientes

diabéticos e também em modelos experimentais, o diâmetro das lesões

perirradiculares é usualmente maior quando comparado com pacientes em

condições de saúde normal, devido aos distúrbios vasculares e imunológicos que

são desencadeados nestes casos (KOHSAKA et al., 1996 ;BENDER & BENDER,

2003; ARMADA-DIAS et al., 2006).

Sabe-se que, apesar de algumas diferenças, as lesões de origem

periodontal possuem algumas semelhanças com as lesões de origem

endodôntica, como por exemplo, o tipo de microbiota envolvida no

desenvolvimento dessas lesões e a resposta imune local (CAPLAN, 2004;

CAPLAN et al., 2006). Recentemente, tem sido estudado na área de Periodontia a

influência de alterações genéticas do hospedeiro no prognóstico do tratamento

periodontal e na susceptibilidade ao desenvolvimento de lesões periodontais - tais

alterações são denominadas de polimorfismo genético (KINANE & HART, 2003;

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TAKASHIBA & NARUISHI, 2006). Outros tipos de alterações genéticas que podem

causar repercussões na cavidade oral já foram relatadas na literatura, como a

síndrome de Papillon-Lefèvre, doença autossômica recessiva onde ocorre a

mutação do gene da catepsina C, levando a um defeito na função dos neutrófilos e

tendo como conseqüência um avanço do quadro de periodontite levando à perda

precoce de dentes decíduos e permanentes e de forma muito acelerada, uma vez

que o paciente não apresenta sistema de defesa imunológica eficiente (KINANE &

HART, 2003; NEVILLE et al., 2004, LINDHE, 2005).

1.2.5.1- A influência do polimorfismo genético na resposta do hospedeiro

Os seres humanos possuem 23 pares de cromossomos, sendo 22 pares de

cromossomos autossômicos e um par de cromossomos sexuais. Os cromossomos

são filamentos formados por moléculas compactas de DNA que contém os genes

(GRIFFITHS et al., 2002). Estima-se que o genoma humano contém em torno de

50.000 genes estruturais por conjunto haplóide, ou três bilhões de pares de bases

(MOORE & PERSAUD, 2000). O metabolismo celular é controlado pelos ácidos

nucléicos e esse controle segue um fluxo de informações genéticas do DNA ao

RNA e, finalmente, à formação de uma proteína (enzima). Caso ocorra algum erro

durante esse processo, as proteínas (enzimas) serão alteradas, provocando

mudanças no ciclo de vida de uma célula (DE LIMA, 1996). No início da década de

50 do século passado, dois bioquímicos, James Dewey Watson e Francis Harry

Crick, definiram estruturalmente a molécula de DNA descrevendo a forma de

dupla hélice (CONNOR & FERGUSON-SMITH, 1993). Cada nucleotídeo é

composto por um grupamento fosfato, um açúcar (desoxirribose) e uma das quatro

bases nitrogenadas: adenina, guanina, citosina ou timina. Cada um dos quatro

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nucleotídeos é designado pela primeira letra da base que contém: A, C, G ou T

(GRIFFITHS et al., 2002). Na molécula de DNA, os nucleotídeos são conectados

uns aos outros nas posições 3´ e 5´, desta forma é dito que cada cadeia possui

uma polaridade, uma ponta tendo um grupamento fosfato 5´ e a outra tendo um

grupamento 3´OH. As ligações entre os grupos de fosfato e açúcar são chamadas

de ligações fosfodiéster. Já as duas cadeias de nucleotídeos são mantidas por

pontes de hidrogênio, que são ligações mais fracas, permitindo dessa forma a

replicação semiconservativa do DNA (BROWN,1999; GRIFFITHS et al., 2002).

As ligações por pontes de hidrogênio nas moléculas de DNA são muito

específicas devido ao ajuste “chave e fechadura”, sendo que cada adenina irá se

ligar somente com uma timina e cada citosina somente com uma guanina. Para

que um tipo celular produza uma proteína específica é necessário que ocorra a

transcrição da informação codificada no DNA do gene por uma molécula de ácido

ribonucléico ou RNA (GRIFFITHS et al., 2002). O RNA, ácido ribonucléico,

participa ativamente da síntese de proteínas funcionando como um verdadeiro elo

molecular entre o código do DNA e a seqüência de aminoácidos. O ácido

ribonucléico é composto por nucleotídeos só que em vez do açúcar ser a

desoxirribose, como no DNA, é uma ribose e, em vez da timina, o RNA possui

uma uracila que durante o processo de transcrição fará ligação com uma adenina

da fita de DNA (BROWN, 1999, GRIFFITHS et al., 2002). Existem três tipos de

RNA, com diferentes funções são eles: RNA ribossômico ou RNAr, tem como

função a montagem e composição dos ribossomos; RNA mensageiro ou RNAm,

sua função está relacionada na determinação da seqüência dos aminoácidos na

proteína e o RNA transportador ou RNAt, que faz o transporte dos aminoácidos

aos ribossomos (DE LIMA, 1996).

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A principal função biológica de um gene é codificar informações para que

ocorra a formação de uma proteína, sendo cada gene responsável por codificar

uma proteína específica ou uma parte dela (GRIFFITHS et al., 2002; LINDHE,

2005). Antes de ocorrer a síntese de proteínas é necessário que ocorra a

transcrição do RNA, que é realizada a partir de um filamento de DNA, esse

processo depende da participação de uma enzima denominada RNA polimerase,

que irá se ligar em uma região promotora do DNA abrindo a dupla hélice e

movimentando-se na fita molde no sentido 3` para 5` até a região de terminação.

Após inserir cada nucleotídeo, a enzima RNA polimerase revisa a molécula de

RNA recém sintetizada e a dupla hélice de DNA retorna a forma helicoidal. A fita

de RNA será formada no sentido 5`- 3`, chegando na região de terminação a

enzima se separa da fita molde de DNA liberando a molécula de RNA recém

produzida (GRIFITHS et al., 2002). A síntese de proteínas ocorre no citoplasma

em organelas denominadas de ribossomos, a seqüência de nucleotídeos de uma

molécula de RNAm é “lida” no sentido 5` para a 3` em grupos de três

nucleotídeos, estes grupos são chamados de códons, o RNAt conduz o

aminoácido até o ribossomo e interpreta a informação genética do RNAm,

dispondo cada aminoácido na posição determinada pelo códon (BROWN, 1999;

GRIFFITHS et al.,2002; LINDHE, 2005). Um gene consiste em duas partes

distintas, uma região codificadora e uma região promotora. Dentro da região

codificadora existem áreas de DNA não-codificador, que são chamados de íntrons,

já as verdadeiras áreas codificadoras, dentro da região codificadora, são

chamadas de éxons (LINDHE, 2005).

A influência do polimorfismo genético do paciente no desenvolvimento das

doenças periodontais é umas das linhas de pesquisa mais estudadas atualmente

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em Periodontia. Polimorfismo pode ser definido como a forma variante ou

alternativa de um gene que ocupa um local específico em um cromossomo,

denominado geneticamente de locus, e esta forma variante recebe a denominação

de alelo (LOOS et al., 2005). Então, quando diferentes alelos de um determinado

gene coexistem na população humana, tal evento é denominado de polimorfismo

genético (LINDHE, 2005). O polimorfismo faz parte das doenças genéticas

complexas, onde essas alterações genéticas por si só não são suficientes para

causar alterações significantes no paciente (HART et al., 2000). Os fatores do

meio como por exemplo, a presença de infecção microbiana, fumo e condições

nutricionais, são de grande importância no processo da doença e na expressão

fenotípica da mesma (HART et al., 2000; KINANE & HART, 2003). Esse distúrbio

genético ocorre em mais de 1% da população, sendo considerada mais prevalente

quando comparada com outros tipos de alterações genéticas (KINANE & HART,

2003). Desta forma, convencionou-se que um locus é considerado polimórfico

quando o variante normal, alelo-N, ocorre em uma freqüência < 99% na população

e se um locus for bialélico, o alelo mais raro, é designado alelo-R e ocorre em uma

freqüência maior que 1% na população (HART et al., 2000; KINANE & HART,

2003; LOOS et al., 2005). Todos os organismos, ao longo de sua existência,

sofrem mutações em função de se adaptar ao ambiente em que vive, os

polimorfismos genéticos surgiram por estas mutações espontâneas (SCHORK et

al., 2000).

O tipo mais comum de polimorfismo é o que envolve um único nucleotídeo,

chamado de polimorfismo de nucleotídeo único ou polimorfismo de transição, onde

ocorre a substituição de um nucleotídeo por outro, ocorrendo a troca de um único

par de base, podendo ainda assim afetar a expressão de proteínas, a estrutura e a

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função de um gene (TAKASHIBA & NARUISHI, 2006). Por exemplo, se o

polimorfismo de nucleotídeo único ocorrer dentro da região codificadora do gene,

pode resultar na substituição de um aminoácido, alterando a síntese de uma

proteína e podendo alterar a função celular (SCHORK et al., 2000). Isto pode

exercer importante papel na regulação imune ou no metabolismo, como nas

alterações que ocorrem em citocinas e seus receptores (IL-1, IL-2, IL-6, IL-8, TNF-

α), receptor celular de superfície como o FcγR e em enzimas, como as

metaloproteinases de matriz (TAKASHIBA & NARUISHI, 2006; YOSHIE et al.,

2007). Se a função das proteínas for afetada em um processo biológico, como a

resposta inflamatória para um agente microbiano específico, polimorfismos de

alguns genes podem aumentar ou diminuir o risco do paciente na expressão

fenotípica da doença (KINANE & HART, 2003).

Outros tipos de polimorfismos, porém menos freqüentes, resultam na

inserção ou exclusão de um único par de nucleotídeos, podendo desencadear os

mesmos efeitos dos que os descritos para os polimorfismos de transição

(SCHORK et al., 2000).

O polimorfismo do receptor para a região Fc da imunoglobulina G, ou FcγR,

tem demonstrado correlação positiva com casos de periodontite crônica,

periodontite agressiva e em periodontite crônica recorrente (KINANE & HART,

2003; TAKASHIBA & NARUISHI, 2006; YOSHIE et al., 2007).

Os receptores de superfície celular para a região Fc da imunoglobulina G

são classificados como receptores específicos dos leucócitos. Esses receptores

possuem uma única cadeia de polipeptídeos que se liga a porção Fc das IgG

(ABBAS et al. ,2000). Os genes responsáveis pelo FcγR são encontrados no braço

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longo (q) do cromossomo 1 e codificam as diferentes classes de receptores Fcγ.

Nas células leucocitárias humanas existem três classes principais de FcγR, que

são FcγRI (CD 64), FcγRII (CD 32) e FcγRIII (CD 16) e abrangem oito genes que

são FcγRIA, IB, IC; FcγRIIA, IIB, IIC; FcγRIIIA, IIIB (ABBAS et al., 2000; SUGITA et

al., 1999; YOSHIE et al., 2007).

Os receptores Fcγ possuem grande papel na resposta imune humoral e

celular. São expressos principalmente na superfície de células natural killer,

macrófagos, neutrófilos, linfócitos T e células B (ABBAS et al., 2000; TAKASHIBA

& NARUISHI, 2006). A interação da porção Fc das imunoglobulinas G com o seu

receptor nas células citadas desempenha importantes funções biológicas como a

fagocitose, endocitose, citotoxicidade mediada por células e dependente de

anticorpo (ADCC), liberação de mediadores inflamatórios e melhora na

apresentação de antígenos, desempenhando uma função de extrema importância

na defesa do hospedeiro contra agressões microbianas (ABBAS et al., 2000;

TAKASHIBA & NARUISHI, 2006, YOSHIE et al., 2007). Os receptores FcyRI

(CD64) são receptores de alta afinidade, expressos principalmente em monócitos

e macrófagos. Já os receptores FcγRII (CD32) e FcγRIII (CD16) são classificados

como receptores de baixa afinidade (ABBAS et al., 2000).

Dentre os receptores da IgG, o FcγRIIA é o que se encontra mais

amplamente distribuído nas células (LINDHE, 2005), sendo expresso em todos os

granulócitos, células apresentadoras de antígeno, plaquetas, células endoteliais e

na maioria dos linfócitos (VAN DER POL & VAN DER WINKEL, 1998; VAN DER

BERG et al., 2001). O polimorfismo de transição ou polimorfismo de nucleotídeo

único, onde ocorre a troca de uma guanina para uma adenina no nucleotídeo de

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posição +392 do gene FcγRIIA, resulta na substituição de uma histidina (H) por

uma arginina (R) na posição 131 do aminoácido da molécula do receptor. Como

conseqüência biológica, pacientes homozigóticos para o alelo do FcγRIIAH131, ou

seja o alelo normal com produção de histidina, conseguem a ligação de forma

eficaz dos receptores a complexos de IgG2, já indivíduos homozigóticos para o

alelo FcγRIIAR131, alelo raro, têm uma interação deficiente com os mesmos

complexos de IgG2 (VAN DEN BERG et al., 2001; LINDHE, 2005; YOSHIE et al.,

2007).

O FcγRIIIb é o receptor mais abundante expresso em neutrófilos (YOSHIE,

2007). Este receptor é expresso em alta densidade constando de 100.000 até

300.000 cópias por células (HAAS et al., 1995). As duas formas alélicas ou os

polimorfismos bialélicos deste receptor são denominados NA1 e NA2

(KOBAYASHI et al., 1997). O polimorfismo é causado pela substituição de quatro

aminoácidos na região ligante Fc resultando em diferenças na glicosilação (LOOS

et al., 2003; LINDHE, 2005). O alelo NA2 é considerado o alelo raro ou variante,

alelo-R, e quando presente, diminui a capacidade de ligação das células de defesa

a IgG1 e IgG3, diminuindo a fagocitose de complexos imunes, quando comparado

com o alelo normal ou alelo-N, sendo neste caso denominado de NA1 (VAN DER

POL & VAN DER WINKEL, 1998; WOLF et al., 2006).

Os receptores Fcγ desempenham importante papel na patogênese da

doença periodontal. Microrganismos e antígenos bacterianos, quando

opsonizados por IgG, podem ser fagocitados via ligação do anticorpo a receptores

Fcγ expressos na superfície de neutrófilos (LOOS et al., 2005). WILSON &

KALMAR (1996) relataram que devido aos altos níveis séricos de IgG2 em

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pacientes com periodontite agressiva e quando presente o alelo-R do receptor

FcγRIIA, estes pacientes podem ser mais suscetíveis à periodontite devido a

diminuição da fagocitose da espécie Actinobacillus actinomycetemcomitans

quando opsonizada por IgG2. Outros estudos têm demonstrado correlação

positiva entre o polimorfismo genético do FcγRIIA com o risco de desenvolver

periodontite crônica (LOOS et al., 2003; YAMAMOTO et al., 2004) e com o risco

de desenvolver periodontite agressiva (LOOS et al., 2003). CHUNG et al. (2003)

avaliaram o genótipo de 30 pacientes com periodontite agressiva e 74 pacientes

saudáveis. Esses autores encontraram mais frequentemente o FcγRIIA-R131

(alelo variante) no grupo com periodontite agressiva.

O FcγRIIIb é um tipo de receptor neutrófilo-específico e desempenha uma

função importante na patogênese da doença periodontal, uma vez que é

responsável pela ligação com as imunoglobulinas IgG1 e IgG3 responsáveis pela

opsonização de patógenos no sulco gengival (YOSHIE et al., 2007). O alelo-R do

receptor FcγRIIIB, ou a forma NA2, tem sido associado à periodontite agressiva

em pacientes japoneses (KOBAYASHI et al., 2000a) e foi encontrado também em

pacientes adultos com doença periodontal recorrente (KOBAYASHI et al., 1997).

Também tem sido demonstrado que a forma FcγRIIIB-NA1 se liga de forma mais

eficiente a IgG opsonizando a espécie bacteriana Porphyromonas gingivalis do

que a forma FcγRIIIB-NA2. Como conseqüência disto, a carga bacteriana no sulco

gengival é elevada, aumentando o risco do paciente em desenvolver doença

periodontal (KOBAYASHI et al., 2000b).

Diante do exposto torna-se importante à avaliação destes receptores e sua

relação com o resultado do tratamento endodôntico, uma vez que em Periodontia

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os mesmos têm sido considerados como fatores de risco para o desenvolvimento

e manutenção da doença periodontal. Além do mais, outros estudos têm

demonstrado que as freqüências de genótipos distintos podem diferir entre um

grupo saudável ou afetado.

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2- PROPOSIÇÃO

O objetivo deste estudo foi analisar, através da utilização de método

molecular, a influência do polimorfismo genético de um receptor específico para

imunoglobulina G, FcγRIIIB, no sucesso e fracasso do tratamento endodôntico,

além de outros fatores relacionados ao hospedeiro, como: diabetes, hipertensão,

tabagismo, etnia e sexo. Para isto, foram realizados exames clínico e radiográfico

nos pacientes que foram submetidos ao tratamento endodôntico há pelo menos

um ano.

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3- MATERIAIS E MÉTODOS

3.1- Seleção de pacientes e caracterização do sucesso ou fracasso

Os pacientes envolvidos neste estudo foram atendidos por alunos de

especialização ou por especialistas nas Clínicas de Endodontia das seguintes

instituições: Faculdade de Odontologia da Universidade Estácio de Sá – RJ,

Associação Brasileira de Odontologia - RJ, Associação Brasileira de Odontologia –

JF, Hospital Central da Aeronáutica - RJ e Odontoclínica Central do Exército – RJ.

Os pacientes apresentavam canais radiculares dentários tratados há pelo menos

um ano antes da coleta da amostra. Foram avaliados 45 pacientes para os casos

prospectivos e 17 pacientes para os casos retrospectivos. Os últimos foram

incluídos com a finalidade de aumentar o número de casos de fracasso,

permitindo análise estatística mais robusta. Como critério para inclusão das

amostras, o paciente deveria apresentar pelo menos um dente com tratamento

endodôntico adequado (obturação homogênea e atingindo o limite de 0 a 2 mm

aquém do ápice) detectado por radiografia panorâmica ou periapical completa; se

o paciente apresentou mais de um dente bem tratado endodonticamente, os

mesmos deveriam apresentar condições perirradiculares similares. Para os casos

prospectivos, os dentes necessariamente deveriam ter como diagnóstico inicial a

necrose pulpar com ou sem lesão perirradicular. Casos que não obedeceram a

estes critérios foram descartados.

Foram feitas tomadas radiográficas periapicais (Filmes Kodak®) com o

auxílio de posicionadores radiográficos (JON®) e essas radiografias dos elementos

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dentais previamente tratados foram avaliadas por dois examinadores devidamente

calibrados.

Nos casos prospectivos, somente foram considerados como sucesso os

casos em que houve regressão e reparo das lesões perirradiculares quando

comparadas ao exame radiográfico inicial à época do tratamento. Nos casos

retrospectivos, a ausência de lesão radiograficamente detectável foi um dos

critérios para categorizar como sucesso, e também ausência de reabsorção

radicular em ambos os grupos.

Foram considerados como fracasso os casos em que o diâmetro inicial das

lesões perirradiculares permaneceram do mesmo tamanho ou maior, para os

casos prospectivos, ou a presença de lesão nos casos retrospectivos. Além disso,

foi realizado exame clínico para verificar outros indícios de fracasso (presença de

dor, edema ou fístula associados ao elemento dentário). Foram catalogados e

avaliados: a idade do paciente, sexo, etnia, elemento envolvido, condição

sistêmica, hábitos, data do tratamento (prospectivo) e da prosservação, além da

caracterização de sucesso ou fracasso (Anexo 2). O protocolo de pesquisa foi

aprovado junto ao comitê de ética Universidade Estácio de Sá (Anexo 1).

3.2- Coleta de amostras e extração do DNA

As amostras para análise do perfil genotípico foram coletadas de acordo

com o método preconizado por LAINE et al. (2000). Cada paciente realizou um

bochecho com 10 ml de solução salina estéril a 0,9% por 60 segundos, a qual foi

então coletada em coletores universais esterilizados e devidamente identificados.

Estes recipientes foram mantidos em temperatura equivalente a -20º C até a

realização de centrifugação das células epiteliais orais a 300 x g por 10 minutos. O

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pellet foi novamente lavado em solução salina a 0,9%, ressuspenso em 100 µl de

hidróxido de sódio (NaOH) a 50 mM e fervido por 10 minutos. As amostras de

saliva foram neutralizadas com 14 µl de tampão Tris a 1 M (pH 7,5) e

centrifugadas em 14.000 x g por 3 minutos. Os sobrenadantes foram coletados e

armazenados a -20º C até a análise posterior.

3.3- Análise do polimorfismo genético dos receptores FcγRIIIB

3.3.1- Polymerase Chain Reaction (PCR) para o FcγRIIIB

Um primer específico para o alelo NA1 (5`- CAG TGG TTT CAC AAT GTG

AA-3`) e outro específico para o alelo NA2 (5`- CAA TGG TAC AGC GTG CTT-3`)

foram utilizados em conjunto com o primer reverso (5`- ATG GAC TTC TAG CTG

CAC-3`), o qual não discrimina os dois alótipos. Uma vez que os produtos de PCR

para NA1 e NA2 apresentam fragmentos de 141 bp e 219 bp, respectivamente,

ambos alelos foram detectados na mesma reação de PCR multiplex.

A mistura da reação (volume 50 µl) foi realizada com 10 µl de DNA

genômico, 5 µl de tampão de PCR 10 X, 2 mM de MgCl2, 0,2 mM de cada

desoxirribonucleosídeo trifosfatado, 25 pmol dos primers NA1 e NA2, 50 pmol do

primer reverso e 1.3 U de Tth DNA polymerase.

O perfil de temperatura do PCR foi: desnaturação inicial por três minutos a

94ºC, seguido por 35 ciclos de 94ºC por um minuto, 57ºC por dois minutos e 72ºC

por 1 minuto, com um passo final de extensão a 72ºC por dez minutos.

O genótipo foi confirmado por reações em duplicata. Amostras negativas

foram avaliadas em 4 sucessivas reações de PCR.

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3.3.2- Análise dos produtos

Após a realização da eletroforese em gel de agarose a 1,5%, o gel foi

corado em brometo de etídio e os produtos da amplificação visualizados em

transiluminador de luz ultravioleta. A presença de um amplicon de 141bp foi

indicativo de homozigose para NA1; um produto de 219bp indicou homozigose

para NA2 e a ocorrência dos dois amplicons simultaneamente indicou

heterozigose NA1/NA2.

3.4- Influência das condições sistêmicas, tabagismo, sexo, idade e etnia.

Foi analisada também a associação do diabetes mellitus, hipertensão

arterial, tabagismo, sexo, idade e etnia com o resultado do tratamento

endodôntico. Foram separados da seguinte forma: diabéticos e não-diabéticos;

fumantes e não-fumantes; sexo masculino e feminino; a etnia foi classificada em

brancos e afro-brasileiros; e a idade foi classificada em 3 grupos: até 20 anos, de

21 até 40 anos e mais de 40 anos. Estes dados foram obtidos através do

questionário realizado com os pacientes no dia da consulta de acompanhamento.

3.5- Análise estatística

Para os resultados obtidos em relação ao polimorfismo genético, foram

realizados testes do qui-quadrado e exato de Fisher. Risco relativo e Odds ratio

também foram calculados. Para análise da influência das condições sistêmicas,

hábitos, sexo, idade e etnia dos pacientes, foi realizado o teste exato de Fisher. O

nível de significância foi estabelecido em 5% (p < 0,05).

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4-RESULTADOS __________________________________________________________________

No total foram avaliados 62 pacientes (todos os casos encontram-se nos

anexos 3 e 4). Analisando o polimorfismo do gene FcγRIIIB, foi encontrada a

seguinte freqüência de genótipos: NA2/NA2 = 45/58 casos (77,6%), NA1/NA2 =

8/58 casos (13,8%) e NA1/NA1 = 5/58 casos (8,6%). Em 4 casos não foi

detectado o gene FcγRIIIB (2 casos de fracasso e 2 casos de sucesso) mesmo

após 4 sucessivas reações de PCR. Dos 58 casos onde foi detectado o gene

FcγRIIIB, 14 casos foram categorizados como fracasso do tratamento endodôntico

e 44 casos como sucesso. Dos casos de fracasso, 11 pacientes (78,6%) eram

homozigotos para NA2, 3 pacientes (21,4%) eram heterozigotos NA1/NA2, e em

nenhum caso de fracasso foi detectado pacientes homozigotos para NA1. Dos 44

casos de sucesso do tratamento, 34 pacientes (77,3%) apresentaram o genótipo

NA2/NA2, 5 pacientes (11,4%) apresentaram o genótipo NA1/NA2 e outros 5

pacientes (11,4%) apresentaram o genótipo NA1/NA1 (Tabela 1). Ao analisar

estatisticamente a influência do polimorfismo de FcγRIIIB no resultado do

tratamento, não foi encontrada diferença significante entre os genótipos (valores

de P para os diferentes testes: qui-quadrado = 0.8; teste exato de Fisher = 1; risco

relativo = 1; e odds ratio = 0.9).

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Tabela 1- Relação dos genótipos do FcγRIIIB e o resultado do tratamento

endodôntico

Genótipo Sucesso Fracasso

NA1 / NA1

5 0

NA1/ NA2

5 3

NA2/ NA2

34 11

Na análise da influência das condições sistêmicas do paciente e de seus

hábitos em relação ao resultado do tratamento endodôntico, foram encontrados os

seguintes resultados. Dos 62 pacientes analisados, 16 (25,8%) casos

apresentaram fracasso do tratamento endodôntico; 4 pacientes eram diabéticos,

sendo 3 (75%) casos de fracasso e 1 (25%) caso de sucesso (ver Tabela 2), tendo

diferença estatística significante para essa doença (p=0.05). Ainda analisando as

condições sistêmicas do paciente, foram encontrados 9 casos de hipertensão,

sendo 8 (88,9%) casos de sucesso e 1 (11,1%) caso de fracasso (ver Tabela 3),

não havendo correlação (p=0.4). Ao analisar os hábitos dos pacientes, foram

encontrados 10 casos de pacientes fumantes, sendo 4 casos de sucesso e 6

casos de fracasso (ver Tabela 4); esses resultados foram altamente significantes

(p=0.01). Em relação ao sexo, 25 (40,3%) pacientes eram do sexo masculino, e

em 7 (28%) desses casos houve fracasso do tratamento endodôntico, 37 (59,7%)

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pacientes eram do sexo feminino e em 9 (24,3%) casos ocorreu fracasso do

tratamento (ver Tabela 5), não havendo diferença estatisticamente significante

(p=1). Com relação à etnia, 47 (75,8%) pacientes eram brancos (caucasianos),

tendo 11 (23,4%) casos de fracasso neste grupo e 15 (24,2%) pacientes eram

afro-brasileiros, com 5 (33,3%) casos de fracasso (ver Tabela 6), não havendo

diferença estatística significante entre os grupos (p=1).

Tabela 2- Relação entre diabetes e o resultado do tratamento endodôntico

Condição sistêmica Sucesso Fracasso

Diabéticos 1 3

Não-diabéticos 45 13

Tabela 3- Relação entre hipertensão e o resultado do tratamento endodôntico

Condição sistêmica Sucesso Fracasso

Hipertensos 8 1

Sem hipertensão 38 15

Tabela 4- Relação entre tabagismo e o resultado do tratamento endodôntico.

Hábitos Sucesso Fracasso

Fumantes 4 6

Não-fumantes 42 10

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Tabela 5- Relação entre gênero e o resultado do tratamento endodôntico

Sexo Sucesso Fracasso

Masculino 18 7

Feminino 28 9

Tabela 6- Relação entre etnia e o resultado do tratamento endodôntico

Etnia Sucesso Fracasso

Brancos 36 11

Afro-brasileiros 10 5

Por fim, foi analisada a influência da idade dos pacientes. As idades dos 62

pacientes variaram de 10 até 77 anos, sendo que a média do grupo estudado ficou

em 42 anos. Foram acompanhados 6 pacientes do grupo até 20 anos - todos

tiveram sucesso no tratamento; 21 pacientes do grupo de 21 até 40 anos, com 6

(28,6%) casos de fracasso; e 35 pacientes no grupo com mais de 40 anos, tendo

10 (28,6%) casos de fracasso (Tabela 7). Não houve diferença estatística entre os

grupos: até 20 x 21 até 40 anos (p=0,3); até 20 x mais de 40 anos (p=0,3); e 21

até 40 anos x mais de 40 anos (p=1). A média de idade dos pacientes com casos

de sucesso foi de 41,5 anos, enquanto que nos casos de fracasso foi 43,4 anos.

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Tabela 7- Relação entre idade e o resultado do tratamento endodôntico

Idade Sucesso Fracasso

Até 20 anos 6 0

21 até 40 anos 15 6

Mais de 40 anos 25 10

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5- DISCUSSÃO __________________________________________________________________

O presente estudo avaliou, entre outros fatores, a influência do polimorfismo

genético do receptor FcγRIIIB, no resultado do tratamento endodôntico, vale

ressaltar a importância deste receptor nos inúmeros processos imunológicos,

desempenhando importante função na resposta imune humoral e celular, com

importantes funções biológicas como a fagocitose (ABBAS et al., 2000;

TAKASHIBA & NARUISHI, 2006). Os FcγR são glicoproteínas de membrana e

existem 3 classes principais identificadas: FcγRI (CD64), FcγRII (CD32) e FcγRIII

(CD16), além do receptor neonatal para IgG (FcRn) (DAERON, 1997; GESSNER

et al., 1998). O FcγRIII (CD 16) é codificado por 2 genes distintos FcγRIIIA e o

FcγRIIIB que resultam nos seguintes produtos FcγRIIIa e o FcγRIIIb,

respectivamente (SELVARAJ et al., 1988). O gene do FcγRIIIB, apresenta um

polimorfismo que acarreta a ocorrência de dois genótipos: NA1 (neutrophil antigen

1) e o NA2 (neutrophil antigen 2) que diferem entre si pelo maior número de sítios

de glicosilação em NA2 (SALMON et al., 1990). Um novo alo-antígeno foi

identificado no FcγRIIIb, chamado de SH, e é devido a uma mutação no gene

FcγRIIIBNA2 de um única base (C – A) na posição 266, que resulta na substituição

de uma alanina por um ácido aspártico (BUX et al., 1997). Porém, esta última

variante do FcγRIIIB-NA2 não foi alvo deste estudo pois não há relatos da

influência deste polimorfismo em doenças periodontais, que foi o parâmetro

utilizado para realização deste estudo, devido às similaridades com as lesões

endodônticas, uma vez que não há, até o presente momento, estudos sobre a

influência dos polimorfismos genéticos no resultado do tratamento endodôntico.

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O FcγRIIIb juntamente com os receptores FcγRIIIa e o CR3 (receptor para o

complemento tipo 3) em cooperação são importantes para a ativação celular dos

neutrófilos e para fagocitose (ZHOU & BROWN, 1994). Este receptor é expresso

somente em neutrófilos. O polimorfismo e a deficiência do FcγRIIIb tem sido

relacionado à suscetibilidade a algumas outras doenças, sistêmicas e

odontológicas, como: neutropenia neonatal (HUIZINGA et al.,1990), lupus

eritematoso sistêmico (KISSEL et al., 2000), malária cerebral (OMI et al., 2002) e

doença periodontal (FU et al.,2002; LOOS et al., 2003; YAMAMOTO et al., 2004).

Os genótipos NA1 e NA2 diferem entre si pela substituição de 5

nucleotídeos resultando 4 aminoácidos diferentes entre eles (MATSUO et al.,

2001), acarretando em funções diferentes. Os indivíduos que possuem o genótipo

FcγRIIIB-NA2 não são tão eficientes em fagocitar eritrócitos sensibilizados com

IgG1 e IgG3 e também bactérias opsonizadas com IgG1, quando comparado com

indivíduos com genótipo FcγRIIIB-NA1. Levando-se em consideração a fagocitose

de IgG2, não há diferenças entre estes dois genótipos (SALMON et al., 1990).

Relacionado a isto, é importante saber que a subclasse de imunoglobulina G mais

encontrada em lesões perirradiculares de origem endodôntica é a IgG1, em cerca

de 55% dos casos (TAKAHASHI et al., 1998).

Clinicamente tem sido relatado uma associação altamente significativa

entre o genótipo combinado de FcγRIIIB-NA2/NA2 e FcγRIIA-R/R131 e infecções

meningocócicas (FINGEN et al., 1993) e também malária cerebral (OMI et al.,

2002), embora esta mesma associação não ter demonstrado diferença significante

quando avaliado o risco de crianças serem suscetíveis a infecções recorrentes

(OZTURK et al., 2006).

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Dos 62 pacientes analisados inicialmente, em 4 deles não foi detectado o

gene FcγRIIIB, este dado pode ser explicado biologicamente pelo fato de que

alguns indivíduos apresentam deficiência deste gene, não expressando qualquer

dos alelos, do receptor FcγRIIIb (DE HAAS et al., 1995). Nos resultados deste

estudo, o genótipo mais encontrado nos 58 pacientes em que o gene foi

detectado, foi o NA2/NA2 em 77% dos casos. Outros estudos chegaram a

resultados similares (KISSEL et al., 2000; COSTA et al.,2004; VAN DEN BERG et

al., 2001). Em um estudo avaliando os genótipos do FcγRIIIB a forma NA2/NA2

também foi a mais encontrada em afro-descendentes que constituem parte

significativa da população brasileira. Porém, em chineses, a forma NA1/NA1 foi a

mais encontrada (KISSEL et al., 2000). Na população portuguesa, a forma

NA2/NA2 também foi a forma mais encontrada (COSTA et al.,2004), assim como

em grupos das populações da Etiópia e Noruega (VAN DEN BERG et al., 2001). É

importante salientar que existe uma variação da freqüência e distribuição dos

diferentes genótipos em grupos étnicos distintos (LEHRNBECHER et al., 1999).

No presente trabalho não houve diferença estatística significante no resultado do

tratamento endodôntico e a presença dos genótipos do gene FcγRIIIB. Contudo,

em nenhum dos casos de fracasso foi encontrado o genótipo NA1 / NA1, que

quando expresso se liga com maior eficiência à IgG1 e IgG3.

Sobre a metodologia empregada para obtenção de DNA através da saliva,

tem sido demonstrado que este método é uma excelente opção para detecção do

polimorfismo do gene FcγRIIIB e de outros polimorfismos também (VAN SCHIE &

WILSON, 1997; LAINE et al., 2000), além de ser mais prático e menos invasivo,

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embora ainda alguns pesquisadores utilizem amostras de sangue dos pacientes

para tal análise (VAN DEN BERG et al., 2001).

Tem sido amplamente demonstrado ao longo dos anos que as lesões

perirradiculares crônicas de origem endodôntica, granuloma ou cisto, são doenças

infecciosas (KAKEHASHI et al., 1965; SUNDQVIST, 1976; MOLLER et al., 1981;

SIQUEIRA & RÔÇAS, 2005). Sendo assim o tratamento deve ser direcionado para

eliminação ou redução do número de microrganismos para que o reparo e o

sucesso do tratamento endodôntico seja obtido (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2005).

A principal causa para que o tratamento endodôntico fracasse, mesmo

quando bem efetuado, está relacionado à permanência de uma infecção intra-

radicular persistente evitando que a reparação dos tecidos perirradiculares seja

obtida (SJOGREN et al., 1990; SIQUEIRA, 2001). Por outro lado, há uma outra

linha de pesquisa que relacione os fracassos a fatores não-microbianos, como a

presença de corpo estranho nos tecidos perirradiculares, de cristais de colesterol e

de cistos verdadeiros (NAIR, 2003; NAIR, 2004). Porém, são poucos os estudos

relacionados a estes fatores e como já demonstrado, não é o principal fator

etiológico do fracasso endodôntico (MOLANDER et al., 1998; SUNDQVIST et al.,

1998; NAIR, 2004).

Consta na literatura inúmeros fatores secundários para que ocorra fracasso

do tratamento endodôntico como: fratura de instrumentos, perfurações,

sobreobturações, entre outros, porém nenhuma dessas importantes complicações

técnicas, per se, são capazes de levar ao fracasso do tratamento a menos que

microrganismos estejam presentes e se estabeleçam no sistema de canais

radiculares (SPANGBERG & HAAPASALO, 2002; LIN et al., 2005).

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Fica evidente que a eliminação da infecção do sistema de canais

radiculares aumenta a taxa de sucesso do tratamento endodôntico (SPANGBERG

& HAAPASALO, 2002). Para que haja um resultado favorável no tratamento de

processos infecciosos é necessário que ocorra um equilíbrio entre a resposta do

hospedeiro e a ação dos microrganismos, este equilíbrio será determinante para

manutenção ou não de uma doença infecciosa (UZEDA, 2002). Contudo em

Endodontia há poucos estudos relacionados ao fator hospedeiro e suas respostas

imunológicas frente ao agente agressor. Há poucos trabalhos com pacientes

portadores do diabetes mellitus, como o trabalho de FOUAD & BURLESON

(2003); estes autores encontraram menor índice de sucesso do tratamento

endodôntico em pacientes diabéticos que tinham dentes necrosados associados

com lesões perirradiculares no pré-operatório. Resultado similar, em relação ao

índice de sucesso em diabéticos, foi obtido neste estudo, onde diabetes foi

significantemente associado ao fracasso do tratamento (p=0,05). Cumpre contudo

ressaltar que o número de pacientes diabéticos no presente trabalho foi

demasiadamente baixo. Outros estudos, em Odontologia, relacionam maior

prevalência, severidade e progressão da doença periodontal, além da perda do

elemento dentário em pacientes diabéticos (EMRICH et al., 1991; NOVAK et

al.,2008). A suscetibilidade dos pacientes diabéticos pode ser explicada por

deficiências metabólicas e imunológicas como: deficiência na função de

neutrófillos, metabolismo de colágeno alterado, alteração na permeabilidade

vascular, comprometimento do potencial de reparação, além de maior prevalência

de patógenos virulentos (ARMADA-DIAS et al., 2006).

Analisando outros fatores, os resultados deste trabalho também revelaram

uma relação estatisticamente significante (p=0,01) entre pacientes fumantes e o

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fracasso do tratamento endodôntico. Resultados similares, em relação ao

resultado do tratamento, foram encontrados em um outro estudo realizado na

Universidade de Minnesota, EUA, onde pacientes fumantes tiveram maiores

índices de fracasso do tratamento endodôntico quando comparado com pacientes

não-fumantes (DOYLE et al., 2007). Em um outro estudo realizado na Dinamarca,

foi encontrada uma relação entre pacientes fumantes e a presença de lesões

perirradiculares em dentes necrosados (KIRKEVANG & WNZEL, 2003). Esta

relação entre pacientes fumantes e risco de não responder adequadamente ao

tratamento já foi identificada em pacientes com problemas periodontais - em uma

revisão sistemática, pacientes fumantes tiveram menor redução da profundidade

de bolsa quando comparado com pacientes que não fumavam (LABRIOLA et al.,

2005). Em um estudo longitudinal, pacientes fumantes também revelaram ter pior

resultado em tratamento cirúrgico periodontal, tendo bolsas significantemente mais

profundas, quando comparado com pacientes não-fumantes (PREBER &

BERGSTRÖN, 1990; BÖSTROM et al., 1998). Sabe-se que o tabaco, a nicotina e

as inúmeras substâncias tóxicas contidas no cigarro afetam negativamente a

resposta imunológica e vascular do fumante. Pacientes fumantes têm a ação dos

fibroblastos, células importantes no reparo e remodelação, alterada (DUNCAN &

PITT FORD, 2006). Inúmeras conseqüências a nível microvascular podem ocorrer

em pacientes fumantes crônicos, como: disfunção das células endoteliais, redução

do número de neutrófilios devido à quimiotaxia reduzida, espessamento das

paredes das arteríolas, vasocontricção e redução da perfusão tecidual (LEHR,

2000). Consequentemente, é esperada menor resposta imunológica específica

com a diminuição da produção de imunoglobulinas (JOHNSON et al., 1990), uma

vez que a resposta imune inata está afetada; sendo assim, pode ocorrer distúrbios

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nas funções básicas do neutrófilo, como comprometimento da migração e

fagocitose. Os macrófagos também apresentam diminuição na sua função imune

(DUNCAN & PITT FORD, 2006). Os níveis de citocinas também estão diminuídos

em pacientes fumantes bem como de outras moléculas de defesa (KINANE &

RADVAR, 1997).

Não houve diferença significante no resultado do tratamento endodôntico

quando analisada a idade dos pacientes, que foram divididos em 3 grupos: até 20

anos, de 21 até 40 anos e mais de 40 anos. Não há evidência científica até o

momento que ateste a idade como um fator que possa influenciar o sucesso do

tratamento endodôntico, como provado em outros estudos (BARBAKOW et al.,

1980; SWARTZ et al., 1983, DAMMASCHKE et al., 2003). O que poderia sugerir a

idade como fator de risco seriam as diferenças biológicas e anatômicas dos

tecidos dentinários entre os pacientes jovens e idosos. Porém, tais diferenças

parecem não influenciar significantemente quando o tratamento endodôntico é

bem executado (WALDRON, 1997). Com o passar da idade, é observado um

progressivo declínio da imunidade, principalmente a partir da terceira década de

vida, ficando imperceptível até a sexta década e tornando-se mais evidente nos

períodos mais avançados (BRASILEIRO, 1998). A principal limitação é referente à

resposta imune celular, com deficiência no número e função dos linfócitos T

(TOKUDA & SMITH, 1976; MAKINODAN, 1976). A diminuição da função e dos

números de linfócitos T pode levar também à redução dos níveis de

imunoglobulina G, que são sintetizadas pelas células B após ativação, na maioria

das vezes, pelo linfócito T helper 2 (TOKUDA & SMITH, 1976). Há também uma

redução de células dendríticas nos centros germinativos. Pelo exposto há uma

tendência à imunossupressão em pacientes com idade mais avançada quando

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comparados com pacientes mais jovens (HADDY, 1988). Desta forma, pacientes

idosos são mais suscetíveis a infecções, têm dificuldade de resposta ao

tratamento e maior propensão ao aparecimento de doenças auto-imune e doenças

inflamatórias crônicas (FÜLÖP et al., 2007). Porém, no resultado deste estudo,

não houve correlação positiva entre pacientes idosos e dificuldade na resposta do

tratamento endodôntico.

Quando avaliada a influência da etnia, não houve diferença estatística

significante entre brancos (caucasianos) e afro-brasileiros em relação aos

resultados do tratamento (p=1); em 47 pacientes caucasianos, 11 tratamentos

fracassaram e em 15 pacientes afro-brasileiros, 5 tratamentos fracassaram. Não

há publicações na literatura endodôntica relacionando a etnia com o resultado do

tratamento. Alguns autores, devido à dificuldade de se estabelecer etnias no Brasil

pela grande miscigenação existente, preferem não separar por grupos étnicos,

mas por área geográfica (PARRA et al., 2003). Também não houve relação entre

os pacientes hipertensos e o prognóstico desfavorável do tratamento ao contrário

de um estudo retrospectivo com norte-americanos em que houve diminuição

significativa da manutenção dos elementos dentários tratados endodonticamente

nos pacientes com hipertensão arterial, sendo que o tratamento não foi realizado

por endodontistas mas sim por clínicos gerais (MINDIOLA et al., 2006).

Recentemente, um estudo tentou relacionar o risco de desenvolvimento de doença

coronariana crônica com a presença de lesões perirradiculares de origem

endodôntica (CAPLAN et al., 2006). Porém, devido a limitações como: tempo de

acompanhamento, número de pacientes e informações sobre as condições

cardiovasculares dos pacientes no baseline, esta relação não foi objeto deste

trabalho.

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No início da década de 1980, um estudo encontrou menor taxa de sucesso

do tratamento endodôntico em pacientes do sexo masculino (SWARTZ et al.,

1983), sugerindo que este gênero seja mais suscetível ao fracasso; MINDIOLA et

al.(2006) também encontraram resultado do tratamento mais favorável no sexo

feminino do que no masculino. Os resultados aqui obtidos não corroboram estes

estudos. Outros estudos recentes revelaram também que o gênero do paciente

não influenciou no resultado do tratamento endodôntico (DAMMASCHKE et al.,

2003; FIELD et al., 2004). Neste estudo, não houve diferença estatística

significante entre o sexo masculino e feminino em relação ao sucesso ou fracasso

da terapia endodôntica (p=1). Dos 25 pacientes do sexo masculino, 7 tratamentos

fracassaram e das 37 pacientes do sexo feminino, 9 fracassaram, não havendo,

portando, influência no prognóstico do tratamento.

Os resultados do presente estudo não mostraram relação significante entre

polimorfismo genético do gene FcγRIIIB e o resultado do tratamento endodôntico,

indo de encontro com uma publicação atual (LOOS et al., 2008) em que se discute

o real papel dos polimorfismos genéticos e a doença periodontal, indicando que

até hoje, não há fortes evidências de que os polimorfismos genéticos exerçam

papel chave na suscetibilidade e severidade da doença periodontal. São

necessários mais estudos sobre esta relação, principalmente em Endodontia.

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6- CONCLUSÃO __________________________________________________________________

Pela metodologia adotada e resultados encontrados neste estudo, é

possível concluir que:

- O genótipo de FcγRIIIB mais encontrado nos pacientes envolvidos neste

estudo foi o NA2 / NA2.

- Não houve associação entre o polimorfismo genético do gene FcγRIIIB e

outros fatores, como: idade, sexo, hipertensão arterial e etnia e o resultado do

tratamento endodôntico

- Pacientes diabéticos e também os fumantes tenderam a ser associados

ao fracasso do tratamento endodôntico.

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8-ANEXOS

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ANEXO 1 ________________________________________________________________________ APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

Projeto - CAAE - 0018.0.308.000-08

Título do Projeto de Pesquisa IDENTIFICAÇÃO DE FATORES RELACIONADOS AO SUCESSO DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO

Situação Data Inicial no CEP

Data Final no CEP

Data Inicial na CONEP

Data Final na CONEP

Aprovado no CEP 18/03/2008 07:50:58

16/04/2008 11:05:41

Descrição Data Documento Nº do Doc Origem 2 - Recebimento de Protocolo pelo CEP (Check-List)

18/03/2008 07:50:58

Folha de Rosto

0018.0.308.000-08 CEP

1 - Envio da Folha de Rosto pela Internet

10/03/2008 14:49:57

Folha de Rosto FR180529 Pesquisador

3 - Protocolo Aprovado no CEP 16/04/2008 11:05:41

Folha de Rosto 0029 CEP

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ANEXO 2 _______________________________________________________________________ FICHA DE ACOMPANHAMENTO

Nome e Matrícula: Idade: Telefones: Sexo: Raça (Etnia): Hábitos: Doenças Sistêmicas: Endereço:

Caso Clínico Elemento Dentário:

Diagnóstico: Lesão Perirradicular: ( ) presente ( ) ausente Tamanho:__________ Sintomático ( ) Assintomático ( ) obs: Presença de Tumefação ou Fístula: Data de início do tratamento Endodôntico: Data do final do tratamento Endodôntico: Técnica de Instrumentação: Técnica de Obturação: Medicação Intracanal: Preparo Apical: Limite Apical da Obturação: ( ) 0 a 1 mm, homogênea ( ) 0 a 1 mm, insatisfatória

( ) subobturação ( ) sobreobturação Sensibilidade Pós-Instrumentação:

Prosservação Data: Sensibilidade à percussão ou à palpação: ( ) presente ( ) ausente Mobilidade: Presença de Tumefação ou Fístula: Restauração Coronária: ( ) presente ( ) ausente ( ) boa ( ) ruim

( ) definitiva ( ) temporária

Lesão Perirradicular: ( ) presente ( ) ausente Tamanho:__________

Reabsorção radicular ( ) Presente ( ) ausente

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ANEXO 3 ________________________________________________________________________ CASOS PROSPECTIVOS ACOMPANHADOS

RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS –RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 1P Idade: 65 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 31 Sessões: 2 Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Sim Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

Caso: 2P Idade: 48 Sexo: Feminino Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 15 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 3P Idade: 14 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 12 / 14 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: 12 – Boa / 14 – ausente

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 4P Idade: 12 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 22 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: além Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 5P Idade: 50 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 12 Sessões: 2 Lesão após: Regredindo Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA1/NA2 Sucesso

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RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS –RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 6P Idade: 49 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Hipertireoidismo Hábitos: Não

Dente: 12Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 7P Idade: 34 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 45 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Ruim provisória

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 8P Idade: 57 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Hipertensão Hábitos: Não

Dente: 34 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 9P Idade: 36 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 27 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 10P Idade: 48 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 12 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Ausente

NA2/NA2 Sucesso

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RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS –RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 11PIdade: 11 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 46 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Ruim definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 12P Idade: 52 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Hipertensão Hábitos: Não

Dente: 14 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA1/NA2 Sucesso

Caso: 13P Idade: 54 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Hipertensão Hábitos: Não

Dente: 11 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Ausente

NA1/NA1 Sucesso

Caso: 14P Idade: 30 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Fumante

Dente: 22 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 15P Idade: 48 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Hipertensão Hábitos: Fumante

Dente: 44 Sessões: 2 Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

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RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS –RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 16P Idade: 58 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 35 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 17P Idade: 25 Sexo: Feminino Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 11 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa provisória

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 18P Idade: 14 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 11 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Ausente

NA1/NA1 Sucesso

Caso: 19P Idade: 45 Sexo: Masculino Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 12 / 26 Sessões: 1 Lesão após: Regredindo Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: 12 – Satisfatória / 26 - aquém Restauração: Boa provisória

NA1/NA1 Sucesso

Caso: 20P Idade: 41 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Onicofagia

Dente: 15 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa provisória

NA1/NA1 Sucesso

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RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS –RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 21P Idade: 10 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 36 Sessões: 1 Lesão após: Regredindo Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Ausente

NA1/NA1 Sucesso

Caso: 22P Idade: 32 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Onicofagia

Dente: 14 / 15 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: 14 - Boa provisória / 15 – Ausente

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 23P Idade: 35 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Bruxismo

Dente: 35 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Ausente

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 24P Idade: 41 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Onicofagia

Dente: 24 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa provisória

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 25P Idade: 18 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Fumante

Dente: 45 Sessões: 1 Lesão após: Regredindo Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Ausente

NA2/NA2 Sucesso

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RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS –RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 26PIdade: 22 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Diabetes Hábitos: Bruxismo

Dente: 36Sessões: 2 Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Sim Obturação: Satisfatória Restauração: Boa provisória

Não detectado Fracasso

Caso: 27P Idade: 61 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Hipertensão Hábitos: Não

Dente: 14 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 28P Idade: 22 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Bruxismo

Dente: 46 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração:Boa definitiva

NA1/NA2 Sucesso

Caso: 29P Idade: 22 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 37 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Ruim provisória

Não detectado Sucesso

Caso: 30P Idade: 46 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Fumante

Dente: 16 Sessões: 2 Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

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RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS –RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 31PIdade: 66 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Hipertensão Hábitos: Não

Dente: 41Sessões: 2 Lesão após: Regredindo Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 32P Idade: 23 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 21 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 33P Idade: 43 Sexo: Masculino Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 46 Sessões: 1 Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração:Boa definitiva

NA1/NA2 Fracasso

Caso: 34P Idade: 56 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 45 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Ausente

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 35P Idade: 65 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Hipertensão/ Diabetes Hábitos: Não

Dente: 14 Sessões: 1 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

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RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS –RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 36PIdade: 77 Sexo: Masculino Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 26Sessões: 1 Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA1/NA2 Fracasso

Caso: 37P Idade: 40 Sexo: Feminino Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 41 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA1/NA2 Sucesso

Caso: 38P Idade: 62 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 44 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração:Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 39P Idade: 44 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Fumante

Dente: 43 / 44 Sessões: 1 Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: 43-aquém/ 44-além Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

Caso: 40P Idade: 65 Sexo: Feminino Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 37 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

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RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS –RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 41P Idade: 76 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 45 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 42P Idade: 73 Sexo: Masculino Etnia: Branca Doenças: Câncer de próstata Hábitos: Não

Dente: 34 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 43P Idade: 68 Sexo: Masculino Etnia: Afro-brasileira Doenças: Hipertensão Hábitos: Não

Dente: 32 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração:Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 44P Idade: 31 Sexo: Masculino Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 34 Sessões: 2 Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

Não detectado Fracasso

Caso: 45P Idade: 27 Sexo: Feminino Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Dente: 14 Sessões: 2 Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA1/NA2 Sucesso

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ANEXO 4

CASOS RETROSPECTIVOS ACOMPANHADOS RADIOGRAFIA

PROSSERVAÇÃO DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS –

RADIOGRÁFICOS GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 1R Idade: 27 Sexo: Feminino Dente: 26 Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

Caso: 2R Idade: 24 Dente: 22 Sexo: Feminino Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 3R Idade: 30 Sexo: Masculino Dente: 25 e 15 Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Fumante

Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 4R Idade: 25 Sexo: Masculino Dente 13 Etnia: Branca Doenças: Febre reumática Hábitos: Não

Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: aquém Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 5R Idade: 52 Sexo: Feminino Dente: 36 Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Mesiais – aquém/ Distal - além Restauração: Boa definitiva

Não detectado

Sucesso

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76

RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS – RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 6R Idade: 25 Sexo: Feminino Dente 11 Etnia: Afro-brasileira Doenças: Colesterol Alto Hábitos: Não

Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 7R Idade: 45 Sexo: Feminino Dente:13 Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

Caso: 8R Idade: 61 Sexo: Feminino Dente: 11 Etnia: Branca Doenças: Hipertensão/ Hipertireoidismo Hábitos: Não

Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 9R Idade: 47 Sexo: Feminino Dentes:11 e 21 Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 10R Idade: 32 Sexo: Feminino Dente: 11 Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Lesão após: Não Dor: Sim Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

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77

RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS – RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 11R Idade: 53 Sexo: Feminino Dentes 37 e 38 Etnia: Branca Doenças: Diabetes Hábitos: Fumante

Lesão após: Sim Dor: Sim Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

Caso: 12R Idade: 50 Sexo: Feminino Dente 22 Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Fumante

Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Sim Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

Caso: 13R Idade: 30 Sexo: Masculino Dente: 36 Etnia: Afro-brasileira Doenças: Não Hábitos: Não

Lesão após: SimDor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

Caso: 14R Idade: 48 Sexo: Feminino Dente:47 Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

Caso: 15R Idade: 69 Sexo: Masculino Dente:14 Etnia: Afro-brasileiro Doenças: Doença de Paget Hábitos: Não

Lesão após: Não Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Sucesso

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78

RADIOGRAFIA PROSSERVAÇÃO

DADOS GERAIS DADOS CLÍNICOS – RADIOGRÁFICOS

GENÓTIPO RESULTADO

Caso: 16R Idade: 31 Sexo: Feminino Dente:36 Etnia: Branca Doenças: Não Hábitos: Não

Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA2/NA2 Fracasso

Caso: 17R Idade: 50 Sexo: Feminino Dente: 23 e 25 Etnia: Branca Doenças: Diabetes Hábitos: Fumante

Lesão após: Sim Dor: Não Mobilidade: Não Fístula: Não Obturação: Satisfatória Restauração: Boa definitiva

NA1/NA2 Fracasso

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79

ANEXO 5 __________________________________________________________________

Clinical outcome of the endodontic treatment of teeth with apical

periodontitis using an antimicrobial protocol

José F. Siqueira Jr, DDS, MSc, PhD 1

Isabela N. Rôças, DDS, MSc, PhD 1

Fernanda N. S. J. Riche, DDS, MSc 1

José C. Provenzano, DDS, MSc 1

1 Department of Endodontics, Faculty of Dentistry, Estácio de Sá University, Rio de

Janeiro, RJ, Brazil.

Author’s address:

José F. Siqueira Jr, DDS, MSc, PhD

Faculty of Dentistry, Estácio de Sá University

Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580/cobertura, Recreio

Rio de Janeiro, RJ

Brazil 22790-701

e-mail: [email protected]; [email protected]

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80

ABSTRACT

Objective This study investigated the long-term (1-4 year) outcome of the

endodontic treatment of teeth with apical periodontitis lesions performed by

undergraduate students using a defined antimicrobial protocol.

Study design Treatment protocol included a crown-down instrumentation

technique, apical enlargement to predetermined sizes and apical level, irrigation

with 2.5% sodium hypochlorite, and intracanal medication with calcium

hydroxide/camphorated paramonochlorophenol (CPMC) paste. The first 100 teeth

from patients who returned for follow-up were examined. The outcome was

assessed based on radiographic and clinical criteria as healed (success), healing

(uncertain) or not healed (failure).

Results Overall results showed that 76% of the teeth healed, 19% were healing

and 5% did not heal. Most healed cases (75%) or failed cases (80%) were already

evident at 2 years. Seven cases took 4 years to heal completely.

Conclusions The low failure rate observed in this study reinforces the importance

of using an evidence-based antimicrobial strategy during endodontic treatment of

teeth with apical periodontitis.

Short title: Outcome of the endodontic treatment

Key words: Endodontic treatment; apical periodontitis; follow-up.

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INTRODUCTION

The utmost goal of endodontic treatment is to prevent or heal apical periodontitis 1.

Therefore, treatment must be deemed as successful when there is both clinical and

radiographic normalcy. Presence of emerged or persistent apical periodontitis

lesion in the follow-up radiograph and/or occurrence of clinical signs or symptoms

of the disease must be regarded as indicative of unsuccessful outcome.

University-based studies investigating the outcome of the endodontic

treatment performed in controlled clinical environments have demonstrated

success rates around 90-95% 2-4. However, epidemiological studies performed in

different countries have demonstrated that the prevalence of apical periodontitis

lesion in root-canal-treated teeth may actually range from 35%-60% 5-10. If these

cases are considered as treatment failures, the picture becomes considerably

alarming as it reflects the outcome of the treatment performed by general

clinicians. Poor quality of treatment has been one of the most important factors

correlated to the poor outcome observed in these cross-sectional studies 8,11.

Therefore, an effective treatment protocol should also be ideally straightforward,

affordable and not technically demanding so as to improve the outcome of

endodontic treatment in the general population.

The success rate of teeth with apical periodontitis is significantly lower

(nearly 10-15%) when compared to teeth without the disease 2,4,12-14. Additionally,

teeth with culture-negative canals at the time of filling have significantly more

chances to heal than teeth exhibiting positive root canal culture 15,16. These

findings point to the importance of infection control in the attainment of a favorable

outcome of the treatment of teeth with apical periodontitis. Based on the urgent

need for evidence-based treatment protocols in endodontics, this study intended to

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investigate the long-term (1-4 year) clinical outcome of the endodontic treatment of

teeth associated with apical periodontitis using a standardized antimicrobial

protocol.

MATERIAL AND METHODS

The material analyzed in this study comprised 307 teeth with necrotic pulps

associated with apical periodontitis lesions treated at the Department of

Endodontics, Estácio de Sá University, between 1998 and 2004. Treatment

providers were 3rd- and 4th-year dental students supervised by faculty. Teeth were

screened preoperatively by faculty to exclude complicated cases. Retreatment

cases were not included in this investigation. Teeth with periodontal pockets

deeper than 4 mm were also excluded from the study.

The protocol for treatment of teeth with apical periodontitis at the Estácio de

Sá University Department of Endodontics at the time of this study involved the

following basic steps:

a) Removal of plaque, caries and defective restorations, access to the pulp

chamber and rubber dam isolation, followed by 2.5% sodium

hypochlorite (NaOCl) disinfection of the operative field;

b) Canal negotiation and establishment of patency with #10-20 stainless-

steel K-files;

c) Crown-down instrumentation technique using the alternated rotary

motions (ARM) technique 17 with Gates-Glidden burs in the coronal two-

thirds, stainless-steel K-files (straight roots) or hand NiTi files (Nitiflex,

Maillefer, Ballaigues, Switzerland) (curved roots) in the apical 1/3 to a

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83

predetermined size (usually #35-40 for small and/or curved roots, #40-45

for medium roots, and #55-60 for large roots);

d) Abundant and frequent irrigation with 2.5% NaOCl (usually 1-2 ml after

each file size and 5 ml at the end of preparation). However, the total

volume of irrigants was not recorded;

e) Maintenance of the apical foramen patent with a #10-20 K-file;

f) After complete chemomechanical preparation, smear layer was removed

using 17% EDTA for 3 minutes and then 2.5% NaOCl irrigation;

g) Interappointment dressing with a paste of calcium hydroxide in

camphorated paramonochlorophenol (CPMC) and glycerin, placed in the

canal with a lentulo spiral and left therein for about 7 days;

h) Filling with gutta-percha and Sealer 26 (Dentsply, Petrópolis, RJ, Brazil),

an epoxic resin sealer containing calcium hydroxide, by the lateral

compaction technique;

i) Temporary restoration with 3-5 mm glass ionomer cement until the

permanent restoration was placed;

Patients were invited by phone calls for 6-12-month follow-up exams and

offered financial support for transportation. If the individual patient could not be

directly contacted, a message was left on an answering machine or with the person

who answered the call. Patient nonparticipation was most frequently due to an

inability to be contacted. This occurred because of the following: patient had

moved or was not interested to participate, phone number was not in service,

wrong phone number, or a message was left but never returned. Any tooth

extracted before recall because of reasons not related to the endodontic outcome

was excluded from the study. Therefore, the first 100 teeth from 93 patients (62

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84

female, 31 male) that presented for follow-up appointments participated in this

outcome study. Patients’ age ranged from 12 to 74 years (mean and median, 40

years).

The long-term outcome of the treatment of teeth with apical periodontitis

was determined on the basis of radiographic and clinical evaluations. Immediate

postoperative and follow-up radiographs of each tooth were taken using film

holders and treatment outcome was assessed using a modification 18-20 of the

Strindberg’s criteria 2. Accordingly, each case was categorized as follows:

a) Healed or success: Contour and width of the periodontal ligament space

(PDL) were normal or PDL contour was widened mainly around excess

filling. Appearance of surrounding bone was normal;

b) Healing or uncertain: Periradicular radiolucency was clearly decreasing

in size, but additional follow-up was not available;

c) Not healed or failure: Periradicular radiolucency was unchanged or

increased in size.

In teeth with more than one root, the least favorable outcome was

registered. Two experienced endodontists who had not been involved in the

treatment or follow-up appointments analyzed independently the radiographs under

magnification. Percent agreement between the two observers was 96% (kappa

coefficient=0.7). When disagreement occurred, a third observer was consulted and

a joint discussion was conducted until consensus was achieved. Observers were

calibrated against a set of 50 reference teeth.

In addition to the radiographic examination, presence of any clinical signs or

symptoms associated with the teeth was recorded at the recall appointment. Cases

showing pain, swelling or sinus tract were scored as not healed.

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85

Coronal restorations were categorized as follows:

a) Adequate: Any permanent restoration that appeared intact

radiographically;

b) Inadequate: Any permanent restoration with detectable radiographic signs

of overhangs, open margins or recurrent caries, or presence of temporary coronal

restoration;

c) Missing: no coronal restoration, permanent or temporary, was present.

Influence of the preoperative size of apical periodontitis and presence and

quality of coronal restorations on treatment outcome was examined by the Fisher’s

exact test with significance level set at 5% (p<0.05). The size of the apical

periodontitis lesion was determined by calculating the mean value between the

largest horizontal and vertical dimensions. Lesions > 5 mm in diameter were

considered as large.

RESULTS

This study included the first 100 out of 307 teeth (33%) that were subjected to

initial endodontic treatment because of necrotic pulps and apical periodontitis.

Table 1 displays the treatment outcome of these teeth using a standardized

antimicrobial protocol. Most of the apical periodontitis lesions from patients who

returned for follow-up examination healed completely (76%) or were healing (19%).

Therefore, a favorable outcome was observed in 95% of the cases. Patients

exhibited no clinical signs and symptoms that were different from the radiographic

picture, i.e., when pain, swelling or sinus tract was present, they were associated

with lesions that not healed. Only one tooth was extracted for reasons related to

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86

the outcome. Twenty months after treatment, this tooth was extracted because of

persistent disease, and thereby was included in the study as not healed (failure).

The follow-up period ranged from 1 to 4 years, with most cases examined

after the maximum of 1 (44%) or 2 years (34%) (Table 2). Healing and not healed

cases were re-evaluated for as long as the patient accepted to return. Of the 76

teeth that were categorized as healed in this study, 57 (75%) were already

completely healed at 2 years of evaluation. Seven cases took 4 years to heal

completely. Most failure cases were already evident at the 1-year evaluation period

(3 out of 5 cases) (Table 2).

Thirty-three teeth treated in this study presented lesions > 5 mm in size. Of

these, 63.6% healed as compared to 82.1% of the teeth with lesions < 5 mm

(Table 3). The number of failed cases was also higher for teeth with large lesions –

9% of the teeth did not heal as opposed to 3% of the teeth with small lesions

(Table 3). However, these differences were significant neither when healing cases

were out of the analysis (p=0.15) nor even in the best-case scenario, with healing

cases being included as success (p=0.3).

In this study, 45 teeth were found to have adequate coronal restorations, 44

had inadequate or temporary restorations and 11 had missing restorations.

Although the number of healed cases was higher in teeth with adequate definitive

restorations, groups were statistically indistinguishable (p>0.05) (Table 4).

As a consequence of exclusion of teeth with complex external anatomy,

including severe root curvatures, only 18 molars were included in the study. Of

these, 13 were classified as healed, 4 as healing and only 1 had persistent

disease.

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87

DISCUSSION

Studies on the long-term outcome of the endodontic treatment have the main

purpose of determining the influence of treatment procedures and protocols in the

healing rate of periradicular tissues. Because persistent apical periodontitis is a

disease of infectious etiology 21, the optimal outcome of the endodontic treatment

relies on maximum elimination of bacterial populations from infected root canals.

The protocol used in this study is based on several strategies directed to

maximizing bacterial removal from the canal. They include large apical

preparations 22,23, irrigation with NaOCl 24,25, and interappointment medication with

calcium hydroxide/CPMC paste 17. An additional advantage of the protocol used is

that it seems highly affordable for most clinicians and it is straightforward and not

technically demanding, as it provided satisfactory results in inexperienced hands.

The treatment protocol used in the present study has been taught for about

12 years and has been previously subjected to investigations of the incidence of

postoperative pain 26 and antimicrobial effectiveness 17. After utilization of this

protocol during initial treatment of teeth with necrotic pulps and apical periodontitis

by undergraduate students, mild pain occurred in 10% of the cases, moderate pain

in 3% and severe pain (flare-up) in 3% 26. Eighty-four percent of the treated teeth

were asymptomatic after application of this treatment protocol. When antimicrobial

effectiveness of the whole protocol was tested in a clinical trial with a specialist as

treatment provider 17, 54.5% of the cases yielded positive cultures after

chemomechanical preparation but this number further decreased to 9% after one

week of interappointment dressing with calcium hydroxide/CPMC paste.

The low failure (not healed) rate (5%) observed in this study is consistent

with the high incidence of negative cultures promoted by the antimicrobial protocol

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88

used (91%)17. Theoretically, as cases with negative cultures can result in about 6%

failure 15, the protocol used here is then expected to fail in about 15% of the cases.

The low failure rate highlights the importance of using protocols that predictably

reduce the infection to levels undetected by culture and that consequently offer an

optimal outcome.

Healed rate of 76% was observed in this study for teeth with apical

periodontitis using strict radiographic and clinical evaluation criteria. The rate of

healed cases for initial treatment of teeth with apical periodontitis is comparable to

other studies using standardized or non-standardized protocols 18,20,27-30. The

incidence of cases categorized as healing was also within the 10-20% range

reported in the literature 31. Had healing cases been considered as successful, the

success rate would have jumped to 95%. It is fair to assume that most lesions

decreasing in size during the follow-up exams will eventually show complete

healing provided enough time is given to them. For instance, 7 teeth took 4 years

to heal completely. Longer follow-up periods would have been required to evaluate

those cases with lesions decreasing in size, but patients were no longer available

or declined to cooperate. Nonetheless, it is also reasonable to realize that a few

healing cases can turn into failure as some lesions that initially decrease in size

stabilize and do not further evolve to complete heal, even after long periods of

observation. This occurs because lesion size is related to the level of infection in

the canal 32,33. If the latter is reduced but not eliminated or significantly reduced, the

former can also reduce but not heal completely. It is generally accepted that

lesions that decrease in size (healing) but do not completely heal after 4-5 years

are considered as unsuccessful outcome 31.

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89

Based on this discussion, it becomes clear that recall time can influence

analysis of the outcome. Short recall times can result in lesions interpreted as

incompletely healed. A minimum follow-up of 1 year is required for reliable

outcome assessment 31. In fact, 1 year has been suggested as an adequate follow-

up period 29, even though some lesions can take 4-5 years or even longer to heal

completely 2,3,29,34. For instance, a study reported that near 6% of the lesions

healed only 20-27 years after treatment 34. It is worth pointing out that, although

apical periodontitis may emerge in teeth with no previous disease or it can re-

emerge in teeth that previously healed, there are more successes than failures at

longer recall times 2,34,35.

In the present study, 39.5% of the healed cases were already classified as

success at the 1-year evaluation period and additional 35.5% healed by the second

year. This is in clear agreement with other studies that demonstrated that the

majority of teeth are healed at 2 years 36,37. Similarly, most not healed cases (80%)

were already evident at the follow-up period of 1-2 year. Thus, it appears that the

follow-up period of 2 years is adequate for the identification of most healed and not

healed cases.

A positive relationship has been observed between the size of apical

periodontitis lesion and bacterial density and diversity in the infected canal, i.e., the

larger the lesion the more complex the associated microbiota 32,33. Therefore,

treatment outcome might be expected to be influenced by lesion size. While teeth

with small lesions have indeed been demonstrated to have a better prognosis in

some studies 2,14,28,38, others found no statistically significant differences between

small and large lesions 4,20,30. In the present study, although the difference in

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90

healed rate between teeth with small and large lesions was near 20%, the

difference was not statistically significant.

Although subgroups were composed of a small sample size, presence and

quality of coronal restorations had no significant influence on the outcome. It has

been demonstrated that coronal leakage only significantly influenced the treatment

outcome when the root canal filling was inadequate in length and/or homogeneity 8.

This is in agreement with the present findings, where all root canal fillings were of

good quality and coronal restorations had no impact on the outcome.

In conclusion, the protocol surveyed in this study resulted in a high

incidence of favorable outcome (healed plus healing cases). Effective evidence-

based protocols are required and should be pursued to enhance the outcome of

the endodontic treatment in the general population.

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91

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Table 1. Outcome of the endodontic treatment using an antimicrobial protocol

Outcome Treatment (n=100)

Healed 76 (76%)

Healing 19 (19%)

Not healed 5 (5%)

Table 2. Outcome of the endodontic treatment in relation to the final follow-up

period

Outcome

Overall

Follow-up period

1 year 2 years 3 years 4 years

Total 100 44 34 15 7

Healed 76 30 27 12 7

Healing 19 11 6 2 0

Not healed 5 3 1 1 0

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Table 3. Outcome of the endodontic treatment in relation to the size of apical

periodontitis lesion

Outcome

Lesion size (mm)

< 5 mm > 5 mm

Total 67 33

Healed 55 (82.1%) 21 (63.6%)

Healing 10 (14.9%) 9 (27.3%)

Not healed 2 (3%) 3 (9.1%)

Table 4. Outcome of the endodontic treatment in relation to the quality of coronal

restoration

Outcome

Coronal restoration

Adequate (n=45)

Inadequate (n=44)

Missing (n=11)

Total 45 44 11

Healed 38 (84.4%) 30 (68.2%) 8 (72.7%)

Healing 3 (6.7%) 14 (31.8%) 2 (18.2%)

Not healed 4 (8.9%) 0 (0%) 1 (9.1%)