indagacoes a obra de wolfgang iser

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  • 8/12/2019 Indagacoes a Obra de Wolfgang Iser

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    Teoria da recepo: reao a

    uma circunstncia histrica

    Wolfgang Iser

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    O que tinha apenas uma relevncia secundria naperspectiva da recepo adquire importncia crucialno tocante ao efeito esttico e s reaes potenciaisque este efeito capaz de suscitar nos leitores. Daa necessidade de se analisar o efeito esttico como

    relao dialtica entre texto e leitor, uma interaoque ocorre entre ambos.

    A imaginao do leitor acionada para dar vida aoque texto apresenta

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    O critrio da conciliao de opostos, sempre vinculado

    ao valor esttico da obra, levou questo de como asfaculdades humanas eram estimuladas e afetadas pelotexto literrio durante o processo de leitura

    Os critrios de interpretao invalidados permitiram a

    formulao de questes que as antigas respostas nopodiam conceber

    A busca da inteno autoral foi substituda pelo exame

    do impacto que um texto literrio era capaz de exercernum receptor potencial

    A relao tridica entre autor, texto e leitor se tornou

    objeto de estudo

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    O reader-response criticism constituiu uma tentativa deamenizar a ampla e justificada insatisfao com o que

    vinha sendo ensinado nos departamentos de literatura

    Em lugar da mensagem e do sentido, a recepo daliteratura e o seu efeito sobre o leitor se tornaram asprincipais questes. No se tratava mais de determinaro que o texto significava, mas o que incitava nosreceptores

    Se se admitir que algo sucede ao leitor, o textoconsistir num tipo de evento que ocorre quando essetexto processado no ato da leitura

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    No texto, haveria portanto uma inusitada

    reunio de elementos, normas e valoressociais, combinados de um modo semqualquer correspondente na realidade

    extratextual, uma vez que os textos literriosromperiam a estrutura e a semntica doscampos de referncia a que remetem, ao

    importar elementos destes ltimos

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    Na literatura, apresenta-se um mundo do

    como se, cujo faz-de-conta no suscetvel de invalidao quandomostrado como tal. Isso se relaciona ao

    fato de que a literatura enquanto meio constituda do fictcio e do imaginrio

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    Ao admitir que o texto precisa ser processado peloleitor no ato da leitura, o intervalo entre texto e

    leitor adquire importncia crucial. A consequenteinterao entre ambos no processo de leituratransforma o texto num correlato noemtico namente do leitor

    O prprio texto pontuado por lacunas e hiatosque tm de sert negociados no ato da leitura

    Tal negociao estreita o espao entre texto e leitore o texto transposto para a conscincia do leitor

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    O significado do texto resulta de uma

    retomada ou apropriao daquela experinciaque o texto desencadeou e que o leitorassimila e controla segundo suas prprias

    disposies

    O leitor explicita o que no est expresso, e

    nisto parece residir uma caractersticaimportante do texto literrio

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    O leitor se encarrega de preencher o que falta.

    Contudo, a existncia dessas lacunas no requer ummero preenchimento de faltas, tratando-se antes deuma necessidade de fornecer conexes. A ausncia decertas relaes estimula a atividade ideacional do leitor.Lacunas so encontradas no repertrio formado portodos aqueles elementos das realidades extratextuais

    que so trazidos para o texto, perdendo com isso asconexes que possuam no campo referencial de ondeforam importados

    A sequncia de ideias que se forma na mente do leitorcom base na estruturao prefigurada pelo texto, isto ,nas suas operaes estruturantes previamentedeterminadas, a maneira pela qual o texto

    traduzido na imaginao do leitor

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    As negaes constituem um tipo de lacuna, visto serem

    tambm indeterminadas, ao menos at certo ponto

    A negao desloca o leitor para uma posio intermediriaentre o que foi cancelado e o que precisa ser suprido comomotivao para tal cancelamento. O leitor instigado aassumir nova posio em relao ao que foi negado

    O que revelado aparece como um sinal do que permaneceencoberto

    A literatura traz para o mundo algo que no estava l antes.Esse algo precisa revelar-se para ser compreendido

    A negatividade a estrutura subjacente invalidao darealidade manifesta. o componente no formulado do texto

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    O texto permite diferentes opes, as

    tendncias prprias do leitor, diferentesinsights. E como no h um sentido especficodo texto, essa aparente deficincia , na

    verdade, a matriz produtiva que torna o textosignificativo, que lhe permite fazer sentido emdiversos contextos histricos

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    Se ao menos eu no tivesse de

    manifestar-me: a esttica danegatividade de Wolfgang Iser

    Gabriele Schwab

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    O modelo iseriano privilegiava a transferncia e a negociao

    culturais em lugar da determinao individual

    O conceito iseriano de leitor implcito enfatizava a dimensocomunicativa inerente aos prprios textos

    Considera que os textos j trazem neles mesmos o modelosegundo o qual tentam moldar o contatoculturalcomo o leitor.

    A categoria de leitor implcito no se refere a um leitor individual,emprico ou ideal, do texto literrio, mas as estratgias decomunicao desse aos seus dispositivos de orientao,dispositivos esses que exercem certo controle ao solicitar ouprivilegiar determinadas respostas

    O leitor implcito consiste numa instncia textual que opera detrs maneiras: confirmando padres de comunicao habituaisnuma dada cultura, interferindo nesses padres presumivelmenteinternalizados pelos leitores, ou rompendo com eles e

    desestruturando-os

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    A transferncia do texto para o leitor frequentementevista como algo que apenas o texto realiza

    O modelo iseriano insiste em permanecer num altonvel de abstrao e incorporao de elementos dediversas origens, nvel no qual o modelocoerentemente no se envolve em discusses deordem histrica, cultural ou psicolgica

    o ato da leitura transcende as determinaes culturaise histricas do leitor, por mostrar-lhe modos de vida deoutra forma inacessveis, tambm implica que a escritae a leitura geram um conhecimento literrio que

    distinto de outros modos de conhecimento

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    Debate

    A noo de vazio bastante neutra, ao passo que oconceito de inconsciente se encontra por demaissobrecarregado

    O lugar vazio um significante medida que

    convida a uma encenao ou a um preenchimento

    Quanto mais desejamos criar um espao silencioso,

    mais uma multido de vozes o povoaro

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    O desejo de resgatar a inteno autoral conduziu aincontveis investigaes da psicologia do autor, cujos

    resultados, na melhor das hipteses apenas podem serespeculativos. Para desvelar a intencionalidade de umtexto, a melhor forma de faz-lo no consiste no estudo davida, sonhos e crenas do autor, mas na intencionalidade

    expressa no prprio texto, atravs da seleo de sistemasextratextuais. Concentrando-se na seleo, o leitor poderastear a atitude do autor no processo de leitura, o qual

    importante porque permite que se apreenda a intervenodo autor no mundo ao qual ele reage. Nesse sentido, oautor um elemento indispensvel ao reader-responsecriticism