humberto de campos gra os demo star da

8/18/2019 Humberto de Campos Gra Os Demo Star Da

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GRÃOS DE MOSTARDA

Humberto de Campos

IO "BELLEROPHON"

Desde a Exposição Pecuária realiada em !ieapolis# ão se $ala%aem outra coisa# os cetros criadores# seão o touro "Bellerop&o"#premiado com '()((( d*lares) Era uma belea de aimal) E comoprocriador# um %erdadeiro assombro# ão &a%edo ot+cia de outro i,ualão s* o !iesota como# mesmo# os Estados -idos)

Ecerrada a ,rade $eira# e torado o "Bellerop&o" . $aedaatal# cotiuou a romaria dos criadores) De toda a parte %i&a$aedeiros# etusiasmados com as ot+cias sobre o $ormidá%el pai demal&ada) E de tal $orma /ue o seu proprietário# o %el&o e coceituadocriador 0ames 1mit&# resol%eu meter o aimal o estábulo e cobrar decada %isitate a /uatia de dois d*lares) Era um meio de reduir o

2mero dos ioportuos e# sobretudo# de pa,ar3se do tempo cosumidocom as explicaç4es)

Certo dia# bateu . porta da $aeda um ca%al&eiro $orte# ares,al&ardos# de pulso de $erro e /uatro palmos de costa)

3 Pode3se %er o touro5 3 ida,ou de 0ames 1mit&# /ue acorreu#para ated63lo)

3 Pois ão) O preço da %isita está marcado em dois d*lares)

3 Dois d*lares5))) 3 estra&ou o %isitate# estacado)

E ap*s um istate7

3 Não8 etão# ão o %e9o))) O se&or compreede /ue eu te&o,rades resposabilidades de $am+lia# e dois d*lares me $aem $alta) 1ou"mormo" e)))

3 O se&or : "mormo"5

3 1im# se&or) 1ou "mormo"# te&o o%e mul&eres e /uareta eum $il&os# e o se&or compreede o /ue de%em ser as mi&as despesas)

3 No%e mul&eres e /uareta e um $il&os5))) 3 $e 0ames 1mit&#arre,alado os ol&os) 3 Etão o se&or %ai ,a&ar dois d*lares)

E arrastado3o pelo braço7

3 Eu /uero mostrar o se&or ao meu touro;

II

1INCERID<DE

1em pai# sem mãe# sem paretes# o Corado %oltara do ser%içomilitar sem saber# mesmo# para ode $osse) Dos ami,os da $am+lia#poucos resta%am8 e etre estes esta%a o <t=io Lui# proprietário deuma pe/uea casa de m*%eis# cu9a esposa o &a%ia abadoado o

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mudo deixado3l&e# apeas# como documeto de $idelidadematrimoial# a Erestia e a Lulu# /ue ada%am# a,ora# a primeira pelos%ite aos# a se,uda pelos deoito)

<col&ido pelo <t=io Lui# /ue l&e deu casa e empre,o# ac&ou oCorado /ue o mel&or modo de pa,ar ao %el&o a/uela d+%ida de ,ratidão

seria casar uma das meias# embora as soubesse ale,res demais# paraum &omem trabal&ador) E $oi com essa id:ia /ue# um dia# em co%ersa#tocou o assuto ao comerciate)

3 !as /ual das duas %oc6 pretede5 3 ida,ou o %el&o)

3 Eu5 < mim : idi$erete) O se&or /ue as co&ece bem# : /uepode %er /ual das duas me ser%irá)

<t=io Lui puxou a 2ltima $umaça do cac&imbo de espuma#bateu3o# desetupido3o# e $alou# com a mão a cosci6cia)

3 !eu $il&o# isso depede de %oc6) 1e %oc6 pretede mul&er /uel&e d6 $il&os# $i/ue com a mais %el&a8 se# por:m# /uer uma /ue ão l&osd6# escol&a a mais o%a)

E a um ol&ar iterro,ati%o do rapa7

3 1im# por/ue# se ela ti%esse de t63los# 9á os teria tido;

III

!E><!OR?O1E

@<NDRA 0) REN<RD< $eira de Paris &a%ia atra+do de uma pro%+cia lo,+/ua um casal

de salsic&eiros a$astados do e,*cio# o sr) e sra) Laripette) >ras$eridoo estabelecimeto# &a%iam eles se ecami&ado# idistitamete# para o,alpão cosa,rado exclusi%amete ao com:rcio de salc&ic&as) E a+# adal&es c&amou tato a ateção como uma ,rade má/uiacomplicad+ssima# cu9o $ucioameto era explicado pelo proprietário)

3 </ui tedes# se&oras e se&ores# um mecaismo%erdadeiramete mara%il&oso# /ue $a# ele s*# o trabal&o de ci/etaoperários) Basta empurrar um porco %i%o por esta porta# a porta #assim @e $e etrar um porco aut6tico pelo ori$+cio idicado# p=r amá/uia em mo%imeto))) assim))) e esperar um istate) E %63lo3eissair do outro lado# completamete tras$ormado em salsic&as# c&ouriço#presuto e mi2dos de toda a /ualidade) Os ossos são tras$ormados emadubos e a pele em carteiras para di&eiro;))) < operação estátermiada) 1e /uiserdes %os aproximar deste estrado# %ereis aparecer amercadoria auciada;

Bo/uiabertos# Laripette e a mul&er c&e,aram3se# desco$iados#para %er o prod+,io)

3 Etretato# se&ores e se&oras 3 cotiuou o propa,adista# 3ides %er coisa aida mais assombrosa) No caso de produtos obtidos ão

parecerem satis$at*rios# : preciso dar atrás com a ma/uia# parae,ordar o porco de o%o# ou corri,ir# com ele %i%o# o de$eito %eri$icado



a mercadoria) Eu co$esso# mesmo# /ue ão te&o a/ui seão umporco# e /ue : ele /ue ser%e diariamete as mi&as experi6cias) Fou#pois# recostitu+3lo# dado com a má/uia para trás))) assim)))

Iteressado o mae9o do aparel&o mara%il&oso# o sr) Laripettecur%ou3se para a $rete# a$im de acompa&ar com os ol&os# at: o 2ltimo

istate# o desaparecimeto do presuto) >ato# por:m# se cur%ou# /ue$oi apa&ado por uma e,rea,em $ormidá%el da má/uia# a /ual oarrebatou# em dois sa$a4es# $aedo3o desaparecer o tumulto%erti,ioso das rodas)

<s mãos a cabeça# os ol&os %idrados pelo terror# a sra) Laripettesoltou dois ,ritos# e ia soltar o terceiro# /uado o doo da má/uia atra/iliou7

3 Calma# mi&a se&ora# calma) Não &á peri,o e&um)?ucioado para trás como está a,ora# a má/uia $a %oltar todas ascoisas ao seu estado primiti%o e atural) Nessas codiç4es# o seu marido

ão corre e&um risco# pode $icar certa) <l:m disso# a operação estátermiada# e a se&ora %ai %63lo sair# são e sal%o# por a/uela porta# emcompa&ia do porco)

E abriu3se a porta )

E sa+ram dois porcos)

IF

O ?ILHO DO CO!END<DOR

?oi um cotetameto para o comedador ?elisberto a ot+cia# /uea esposa l&e dera# de /ue l&e ia o$erecer# em bre%e# um pe/ueo&erdeiro do seu ome# e# sobretudo# da sua $ortua)

3 A %erdade isso5 3 exclamou o %el&o capitalista# cotedo os+mpetos do coração)

E como $osse $raco dos er%os# desatou a c&orar de satis$ação#esopado de lá,rimas de $elicidade o seu al%o leço de li&a# %astocomo um leçol)

< ,eerosidade do comedador# durate os meses de expectati%a#$oi espatosa) ?raldas# camisi&as# sapati&os de lã# barreti&os deseda# tudo isso etra%a em /uatidade pela porta do palacete# em /uedoa Eedia e,orda%a cotete# esperaçada com a id:ia de ter#e$im# uma criaturi&a do seu sa,ue)

Passou3se# por:m# o /uito m6s) E o sexto) E o s:timo) Este2ltimo# passou3o o %el&o capitalista a procurar# sorridete# um omepara o pirral&o) E cocluiu7

3 1e $or &omem# c&amar3se3á Bee%euto)

3 E se $or mul&er5 3 ida,ou a esposa)

3 >erá o ome da mãe) 1erá# tamb:m# Eedia)))



<tes do oita%o m6s# o comedador madou a esposa para aEuropa) E trita dias depois# recebia o se,uite tele,rama7

"Comedador ?elisberto !aia 3 Rio) 3 Extrai $ibroma) 1audades 3Eedia")

Para o capitalista# essa ot+cia $oi um c&o/ue) E $oi $urioso#apopl:tico de rai%a# /ue respodeu imediatamete7

"!adame ?elisberto !aia 3 Paris 3 Combiação a/ui $oi dar outroome criaça) Caso isista dar ome ?ibroma rec:m3ascidosuspederei mesada 3 ?elisberto")

E respirou# com $orça) Era pai)))

F

BEBID< P<R< FIGFO

1e $oi esse o des,osto /ue matou Doa Be%ida# i,u:m sabe7o /ue : $ato# : /ue o sr) <taásio ti&a uma predileção especial pelasbebidas# a poto de passar semaas iteiras emedado ascarraspaas)

O /ue# etretato# i,u:m pode cotestar# : /ue ele adora%a amul&er) A %erdade /ue ão a obedecia# /uado ela l&e suplica%a#a,arrado3l&e as mãos7

3 Não bebas mais# <taásio; >em piedade de mim; Isto me mataráde %er,o&a;

<s pessoas /ue ou%iam isto asse,ura%am /ue Doa Be%idamorreu# mesmo# de %er,o&a8 outras ac&am# por:m# /ue $oi de umaspauladas /ue o marido l&e aplicou# ao re,ressar# alta madru,ada# maisb6bado do /ue uca)

O setimeto de %i2%o $oi# etretato# pro$ud+ssimo) -m $ato odemostra) Certa oite# etrou ele# com um ati,o compa&eiro# emuma das cer%e9arias da Bra&ma# e setou3se7

3 ue tomas5 3 per,utou o outro)

3 Nada)

3 Nada5 >u ão tomas ada5

3 Não posso# $il&o; 3 obtemperou o <taásio) 3 Eu ão possobeber8 tu ão %6s /ue eu estou de luto5

3 !as# isso : o de meos; 3 torou o outro) Há bebidas# a/ui# parapessoas de luto)

E batedo a mesa# com $orça7

3 Cer%e9a preta# para um;)))

FI



NG!ERO# ?< ?<FOR5

O <ltio Praxedes ada%a 9á pelos trita aos /uado# casado# ecom um $il&o# abadoou a sua $aeda das ">r6s Pedras"# o Estado doRio# para %ir . capital da Rep2blica submeter a esposa a uma operação)E como ão ti%esse paretes# em ami,os# em co&ecidos# $oi

&ospedar3se# com a $am+lia# em uma pesão do ?lame,o# ode l&eprometeram toda a comodidade)

Ocupado# ele mesmo# em arra9ar m:dico e casa de 1a2de# era3l&e um tormeto a/uela %ida# acima e abaixo# uma terra desco&ecida)De ma&ã# sa+a a tratar de e,*cio) Duas &oras depois# por:m# seac&a%a outra %e em casa# a saber como esta%a passado a esposa) Etão i/uieto ada%a lo,e da compa&eira# /ue a doa da pesão#pealiada# acosel&ou7

3 1r) Praxedes# por /u6 o se&or# em %e de %ir# ão tele$oa parasua mul&er5 A mais rápido# e muito mais c=modo)

3 A %erdade# 3 cocordou o &*spede# /ue uca ti&a $alado# emsua %ida# um tele$oe)

No dia se,uite# esta%a o pro%iciao o cetro da cidade# /uadose lembrou de tele$oar para casa) O aparel&o# e a utilidade de cadauma das peças# ele o co&ecia# por ter %isto outras pessoas $alado)Nuca# por:m# &a%ia $alado# ele pr*prio# de modo /ue $oi tr6mulo# /uase%ermel&o# /ue p=s o $oe o ou%ido# pedido7

3 Li,ue para mi&a mul&er8 sim5

3 N2mero# $a $a%or5Praxedes empalideceu7

3 ual 2mero# /ual ada# doa; Eu sou um &omem s:rio) Eu s*te&o uma mul&er# e essa ão tem umeração e&uma;

E e,ac&ado o $oe# com estrodo7

3 >rate s:rio8 ou%iu5

FII

O INJLK1 ><L))) -<L 1E O PIN><

@>RI1><N BERN<RD

-ma $am+lia i,lesa %ia9a%a de autom*%el# o 2ltimo estio# pela$ormosa terra de ?raça) Como atra%essa%a uma aldeia do Del$iado#parou# para almoçar)

< re,ião era $amosa# parece# pelos seus "c&ampi,os") Pelomeos era o /ue a$irma%a o "Baedeer"# e os ossos i,leses ão/uiseram passar por a/ueles lu,ares sem pro%ar a/uela preciosidadere,ioal) Os ossos %ia9ates ão sabiam# por:m# uma 2ica pala%ra de

$rac6s e ão &a%ia a aldeia um 2ico &abitate /ue soubesse i,l6s)



Como poderiam eles# pois# explicar /ue dese9a%am um prato detão deliciosos cripto,amos5

0o&# o $il&o do casal# te%e uma id:ia de ,6io7 tomou de um lápise de uma $ol&a de papel# e# tão bem /uato poss+%el# dese&ou um"c&ampi,o"# mostrado3o ao estala9adeiro)

Este ol&ou o dese&o# pesou# pesou# e ao $im de um istatebateu a testa)

3 <&; 3 $e# sorrido# como /uem acaba%a de compreeder)

<o cabo de al,us miutos %oltou))) com um ,uarda3c&u%a;

FIII

< P<RCI!MNI< DO CORONEL

Nada ecatou mais os pro%iciaos /ue %ieram ao Rio para as$estas do Ceteário# do /ue as mul&eres /ue os teta%am os ca$:s#os ciemas# as es/uias) !il&ares deles $icaram depeados aprimeira semaa# %edo3se obri,ados a torar . pro%+cia ates#mesmo# da abertura da Exposição) Em compesação# outros mostraram3se espert+ssimos e eco=micos# destacado3se# etre eles# o coroel<,osti&o No,ueira# proprietário e um pe/ueo e,e&o emPerambuco)

1olto# uma oite# a cidade# o coroel p=s3se a adar pela<%eida# ido ter ao poto dos bodes# . Rua 1ato <t=io)<di%i&ado3l&e a ori,em e o pesameto# uma $racesi&a aproximou3

se# o ol&ar petulate# o sorriso per%erso# o ,esto desa$iador)3 !eu bei&o# por /uato %oc6 dá um bei9i&o a ,ete5 3

a%eturou o %el&ote# com a cara mais sem3%er,o&a deste mudo)

3 Ci/eta mil3r:is# "mo c&eri;"

< essas %oes# o coroel meteu o ,uarda3c&u%a debaixo do braço#e cotiuou a adar# tomado pela >ree de !aio) es/uerda daE%aristo da Fei,a# so$reu outro assalto) ?e a mesma per,uta)

3 Fite mil3r:is# "mo ptit;"" 3 i$ormou a a%etureira)

Parcimoioso e a9uiado# o "ceteário" ortista ão deu resposta)P=s3se a cami&ar# de o%o# ,uarda3c&u%a em pu&o# at: /ue# a praiada Lapa# o%amete abordado# ou%iu a terceira resposta)

3 De mil3r:is# "ptit coc&o";

Ia o coroel# 9á de cami&o# re$letido essa redução de preços#obtida . proporção /ue a%aça%a# /uado se ecotrou com o seuami,o# patr+cio e compadre# o capitão >eeredo Bordallo)

3 compadre# por a/ui5

3 A %erdade# compadre;



3 <ode %ais5

<,osti&o meditou rapidamete sobre as ecoomias a $aer# ei$ormou7

3 Homem# eu mesmo ão sei)

E ap*s um istate# pesado as reduç4es 9á cose,uidas7

3 !as# pelo /ue %e9o# compadre# eu %ou a Copacabaa;

IQ

1EIO D< ?<!LI<

O Octa%iao Robledo era simples se,udo3aista de medicia/uado $oi morar a "Pesão ?abr+cio"# . rua Haddoc Lobo# em $rete#mesmo# . resid6cia do coroel Fiaa Juedes) <lto# $orte# boito#

possu+a uma "pose" de tal ordem# /ue toda a ,ete o toma%a# ão comoestudate# mas como pro$essor da ?aculdade) E $oi como tal /ue otomaram Doa Coria# esposa do coroel# e a Fictori&a# sua $il&a2ica# e tão $orte 9á# /ue parecia mais uma irmã /ue sua $il&a)

Estabelecidas as relaç4es de sacada para sacada# o Octa%iaoacabou por ir %isitar o %el&o o$icial re$ormado# e cotar3l&e os seusprop*sitos de casameto) Como i$ormação# ti&a apeas a dier /ueera estudate# de &ábitos mori,erados# adorado o lar e tedo comoideal a %ida o seio da $am+lia)

Duas semaas ap*s a admissão do rapa a resid6cia do coroel#

etra%a este em casa# /uato estacou# de repete7 a saleta# o decote,eerosamete aberto# Doa Coria susteta%a sobre os 9oel&os#materalmete# a cabeça do Octa%iao# o /ual ,oa%a esta situaçãoi$atil# de ol&os $ec&ados)

3 "1eu" pati$e;))) 3 exclamou o o$icial# a%açado cotra o ,rupo)

<brido li,eiramete um dos ol&os# o Robledo ão se assustou)

3 Perdão; 3 disse8 3 o se&or ão tem raão)

E com um sorrii&o caal&a# sem mudar de posição7

3 Eu ão disse ao coroel /ue o meu ideal era %i%er o "seio" da$am+lia5

Q

O ENJOLIDOR DE 1<BRE

O ,rade acotecimeto de Niter*i a/uela semaa# $ora aestr:ia# o teatro muicipal# de uma compa&ia de %ariedades# em /ueo russo !i,uel Boroo$$# ilusioista mudialmete cosa,rado# realia%ao mila,re de e,olir# . %ista do p2blico# um sabre de dois palmos emeio) Festido sumariamete em uma roupa de meia# para impedir

/ual/uer id:ia de tru/ue# o artista c&e,a%a ao meio do palco#apreseta%a . plat:ia uma bade9a com uma d2ia de sabres# para /ue



os espectadores escol&essem um# e# desembai&ado3o# a boca paracima# e$ia%a a lSmia# ,oela a detro)

Na/uela oite# por:m# o teatro ec&eu3se como uca) Não &a%iauma 2ica cadeira %aia) E em uma destas# lo,o a primeira $ila# esta%ao !aoeli&o 1ampaio# o "almo$adi&a" de %ite e um aos# empoado

como uma doela# carmiado como duas e er%oso como tr6s)

Coclu+do o primeiro 2mero# em /ue se &a%ia exibido umadaçaria se%il&aa ressoate de casta&olas# c&e,ou a %e de !i,uelBoroo$$# /ue# saudado por uma sal%a de palmas# começou# lo,o# o seutrabal&o)

3 1eores# 3 pediu o artista# a sua meia l+,ua de russo ascidoa <r,etia# apresetado a bade9a com as armas7 3 seores# To %oTa comer este $aca# &asta el cabo) Esco9a usteds la $aca a e,olir;

-m ca%al&eiro da se,uda $ila escol&eu um sabre de !ari&a#

,rade# de dois palmos) >irou3o da bai&a# examiou3l&e a cosist6ciada tábua da cadeira# repiicou3o a u&a# e# etre,ado3o ao artista#esperaram# todos# emocioados# o sucesso do 2mero)

Na sua cadeira# tr6mulo# pálido como um morto# !aoeli&o1ampaio torcia as mãos# er%oso) Parecia /ue ele : /ue ia e,olir osabre) !i,uel Boroo$$ tomou# por:m# a arma# p=s a mão es/uerda acitura# laçou o pescoço para trás# abriu a boca para cima# suspedeuo braço direito . altura de meio metro do rosto# e descia3o# leto# com alSmia em riste# /uado o !aoeli&o deu um pulo da sua cadeira)

3 1e&or# 3 pediu# braco de emoção# os ol&os c&eios dá,ua8 3

pelo amor de Deus;E# a$lito# s2plice# torcedo as mãos# uma a,oia7

3 E,ula a bai&a primeiro))) 1im5

QI

< 0-DI<

< col=ia israelita ão possu+a represetate mais opuleto /ueIsaac <be3<bib) <s suas $estas reuiam sempre o /ue &a%ia de seletoetre os 9udeus# sedo de otar# tamb:m a a$lu6cia de %ultosrepresetati%os da cidade# al&eios# embora# . sua seita reli,iosa)?orecedor do ,o%ero e ami,o dos pol+ticos# $aia parte da altasociedade carioca sem# cotudo# se desli,ar do seu credo e# sobretudo#dos seus compa&eiros de $:)

< reuião da/uela oite# em /ue o casal <be3<bib comemora%a oUU ai%ersário da sua costituição# era# por isso mesmo# um misto demudaismo e solidariedade reli,iosa) Os sal4es do sutuoso palacete#repletos e ilumiados# $er%il&a%am de uma sociedade ecatadora# em/ue predomia%a# etre as $i,uras $emiias# a li&a pura do tipoisraelita)

!ais $ormosa# por:m# /ue /ual/uer outra# era# sem d2%ida# Rac&elBeoliel# a 9o%em esposa de Elias Beoliel# doo de uma casa de



pe&ores . rua Lu+s de Cam4es) <lta# esbelta# ma,+$ica# traia osol&os e,ros a umidade dos 9o,os da Palestia# e essa ,racilidadesoberba das bra%ias corças do L+bao) E $oi exatamete para ela /ue# aopeetrar a $esta# o dr) Epamiodas Bor,es# o co&ecido mudao ediplomata em dispoibilidade# ecami&ou a sua esperaça deco/uistador pro$issioal)

Clara e lida# a boca sa,rado# os detes mi2dos e bracos#toma%a a $ormosa israelita o seu pe/ueio cálice de licor# 9uto ao"bu$$et"# em compa&ia de duas ami,as# /uado# uma cur%atura#riso&o e# a sua opiião# irresist+%el# Epamiodas Bor,es seaproximou)

3 !adame 3 disse# sorrido# o mo*culo cra%ado o ol&o8 3 euseria o mais $eli dos mortais se me $osse permitido matar a sedesecular do meu coração esse pe/ueio cálice em /ue F) Excia) acabade pousar a borboleta dos seus lábios di%ios;

< testa li,eiramete $raida# as u&as rosadas cra%ado# comodois rubis a um topáio# o cálice apeas tocado# Rac&el Beoliel ou%iu#calada# o ,alateio) E /uado o isolete acabou# des$raiu a testa)

3 <&; o doutor está e,aado8 mas# ão : comi,o# ão; A ali coma/uela mi&a ami,a; 3 disse# idicado outra)

E um sorriso 9o%ial# diab*lico# descocertate7

3 O doutor ão sabe /ue : Rebeca# e ão Rac&el# /ue dá de beberaos camelos5

QII< C<F<LO

@JEORJE <-RIOL

No tempo em /ue era apeas oi%o da sua esposa de &o9e# ocapitão Ludstrteo residia a cidade de Vu,sbac @ode# di ele# &áuma %el&a $ortalea ma,+$ica e costuma%a ir %isitar a sua $utura# /uemora%a tr6s ou /uatro mil&as mais lo,e# em uma po%oaçãodeomiada 0osered) uado $aia bom tempo# o %el&o pai de Elsa# amoça# l&e diia7

3 Ludstreo# meu ami,o# o dia está co%idado a ,ete a dar umpasseio ao lado de /uem se /uer bem8 ão : %erdade5 Beba comi,o umcopo de %i&o))) 1o;))) 1o;))) @. ossa sa2de; e %á; Foc6 : umexcelete rapa;

Ludstreo alu,a%a etão uma pe/uea carriola# e sa+a a passeiocom a rapari,a# cotete um# e cotete outro# por/ue# assim# sepodiam bei9ar . %otade) Certo dia# tomou ele a carrua,em# mas o doodos ca%alos explicou3l&e7

3 Eu ão posso dar &o9e o p=ei de costume) Está doete) Fouatrelar# por:m# meu ca%alo casta&o) A um aimal roceiro mas# o

resto# um bom aimal)



3 Não &á d2%ida# 3 cocordou Ludstreo8 3 desde /ue ele ade#%ai tudo bem)

E partiu# imediatamete# com a sua Elsa# pelas campias $loridas)

< certa altura# por:m# o maldito ca%alo casta&o começou a $aer

barul&o por trás) Os se&ores compreedem o /ue /uero dier8 ão5 Aum %ocábulo di$+cil de pro$erir8 uma expressão %il8 um termo de se l&etorcer o ari) Primeiro))) se,udo))) terceiro))) d:cimo))) E Ludstreocada %e mais aborrecido com esse ico%eiete# /ue# com $ra/uea#tira%a toda a poesia do passeio)

< pric+pio# pesou /ue $osse apeas por um mometo8 mas#/uato mais o ca%alo corria# mais estala%a) Parecia ter a barri,a umametral&adora)

Ludestreo ão sabia o /ue dissesse# ão ousado# mesmo# ol&ara oi%a# at: /ue te%e uma id:ia7 parar um alber,ue) Desceu# apeou

tamb:m a moça e# tomado3l&e do braço# começou# %isi%elmeteco$uso7

3 !i&a /uerida# eu estou e%er,o&ad+ssimo))) Perdoa3me todoesse ico%eiete))) esses rumores /ue tu %i&as escutado)))

Elsa torou3se %ermel&a como um ,alo)

3 Ora# para /ue %oc6 me disse isso5;))) 3 ,emeu# irritada)

E como /uem sete uma desilusão7

3 Eu pesei /ue era o ca%alo)))QIII

O PERIJO D<1 PRO?ECI<1

uado se di%ul,ou pela cidade a ot+cia de /ue <lexadre daJama assassiara a mul&er com sete pu&aladas# i,u:m atiou como moti%o da/uele crime) 1abia3se# apeas# /ue os dois &a%iam passadoa tarde $ora de casa# e /ue# a %olta# se &a%iam empe&ado umadiscussão# /ue termiou a/uela des,raça)

-m rep*rter cose,uiu# por:m# descobrir tudo) 1upersticiosos osdois# ti&am o <lexadre e a esposa# co%ecioado procurar umacartomate# para sodarem o poço misterioso do seu destio)

3 >oma7 le%a de mil r:is para a cosulta# 3 dissera o <lexadre)

E metedo# por seu turo# de mil r:is o bolso do colete# ,a&araa rua# combiado um ecotro .s seis em poto# em $rete . casa dabruxa)

&ora apraada ecotraram3se)

3 ue te disse ela5 Ida,ou o rapa# asioso)

3 Boas coisas 3 i$ormou a Rosita)



3 Disse3te /ue ias ter $il&os5

3 Disse)

3 uatos5

3 >r6s)

3 Como5

3 >r6s# 3 co$irmou a rapari,a)

O <lexadre $icou %ermel&o)

3 E como : 3 ru,iu# 3 /ue ela me disse /ue eu s* teria um5

Horas depois# da%a3se o crime)

QIF

O L<DRWO <RREPENDIDO

O dele,ado acaba%a de etrar# pedurado a be,ala# o c&ap:u eo "cac&e3e"# o cabide da repartição# /uado o "protidão" a%isouestar o xadre# . espera de iterro,at*rio# um idi%+duo preso a praça>iradetes duas &oras ap*s o $urto de um rel*,io)

3 !ada3o subir))) 3 ordeou a autoridade)

<o $im de dois miutos# etrou a sala# custodiado por doispoliciais# o autor do $urto) Era um rapa claro# de cabelo de $o,o# rostosemeado de sardas# %estido calça de casimira preta# palet* escuro#camisa sem ,ra%ata) < autoridade $ec&ou a cara# impro%isado uma$isioomia se%era# e i/uiriu7

3 ?oi o se&or /ue $urtou este rel*,io5

3 ?oi# sim# se&or# 3 cotiuou# calmo# o rapa)

3 1abe /uem : o doo5

3 Certo# certo# ão sei# ão# se&or) 1* me lembro /ue era umsu9eito de preto# /ue ia com us embrul&os a mão)

3 E ele ão deu por $alta do ob9eto5

3 Parece /ue ão) uado o ,uarda me predeu# eu esta%a 9utodo lampião# dado corda)

O dele,ado deixou passar um istate# e torou7

3 E o se&or ão está arrepedido de ter $urtado esse rel*,io5

3 Eu5 <rrepedid+ssimo; 3 co$irmou# com $orça# o ladrão)

E com ar de despreo# o beiço torcido7



3 Isso lá : rel*,io# "seu" doutor5; Em duas &oras ti%e de dar cordaele tr6s %ees;))) 1e o se&or $icar com ele %ai se arrepeder;

E ecostou3se . parede# $amiliar)

QF

O P<P<J<IO >R<DO

O maior dese9o do <lselmo Pimeta era possuir um papa,aio) >oda%e /ue partia um ami,o para o orte# a sua ecomeda era certa7

3 !ada de lá um papa,aio8 ou%iste5 Eu pa,o as despesas;

E uca i,u:m l&o &a%ia madado) -m dia# por:m# lá ia oPimeta pela rua 1ete de 1etembro# /uado %iu# em uma casa de a%es#uma ,aiola com dois "louros" /ue eram uma belea# como $i,ura e comocolorido7 um maior# todo %erde e amarelo# com ecotros %ermel&os as

asas# e outro meor# mais le%e# demostrado o porte e as peas amod:stia e a $ra,ilidade do sexo)

3 uer %eder um desses papa,aios5 3 ida,ou# etrado# do dooda casa)

3 Não# se&or8 isto : um casal7 um mac&o e uma $6mea) O mac&o: a/uele maior# mais %istoso# mais boito) !as ão são para %eder#ão) <,ora# se o se&or /uiser# eu l&e %edo a+ us o%os8 detro de/uie dias estão tirados)

<selmo Pimeta comprou /uatro o%os# a dois mil r:is cada um)

Em casa# p=s debaixo de uma ,ali&a /ue c&oca%a# e# doe dias depois#$icou escadaliado# ao %er sair dos /uatro o%os um pito e tr6spombos) Podo o c&ap:u a cabeça ,a&ou a rua) Na casa de a%esper,utou pelo papa,aio)

3 Está ali# 3 disseram3l&e# idicado3l&e a ,aiola# com o casal de"louros")

<selmo aproximou3se# procurado# com os ol&os# a a%e maior)

3 Papa,aio# 3 disse# em tom /uase co$idecial# 3 eu preciso $alarcom %oc6) uem a%isa ami,o :)))

E arre,alado a pálpebra es/uerda com o dedo# idicado a a%e$6mea7

3 <bra o ol&o com ela# &ei5;)))

QFI

O P-RJ<>IFO

@BERN<RD JERF<I1E

< !WE 3 <ida ão $e e$eito# doutor; Nuca %i uma coisa assim;

O !ADICO 3 Ne&um e$eito5



< !WE 3 <bsolutamete e&um) Eu c&e,o a pesar /ue o$armac6utico tal%e se te&a e,aado ao preparar a receita)

O !ADICO 3 1eria poss+%el5 !ostre3me o /ue $icou o $udo da,arra$a)

< !WE 3 a/ui está# doutor8 %e9a)

O !ADICO 3 Hum; Hum; Não8 ão &ou%e erro) A esta mesmo apoção laxati%a /ue eu receitei))) E a se&ora deu como eu prescre%i7dois cálices# dos ,rades5

< !WE 3 1im se&or) E os osso cálices são bastate ,rades)))1ão destes)))

O !ADICO 3 De ma&ã# em 9e9um5

< !WE 3 1im# se&or)

O !ADICO 3 E com a/uele /uarto de &ora de iter%alo5

< !WE 3 1im# se&or8 cotado a rel*,io)

O !ADICO 3 A iteressate) Iteressate e icomprees+%el;

0-LINHO 3 @derretedo3se em lá,rimasX 3 Hi; &i; &i; Eu sei)))por/ue :))) /ue ão $e))) e$eito))) Eu sei;))) &i; &i; &i;)))

O !ADICO 3 ue $oi# meu $il&o5 Di,a)))

0-LINHO 3 Eu ão /uero dier))) &i; &i; &i;)))

< !WE 3 @derretedo3se em lá,rimas Dou duas moedas para oco$re))) Di,a;

0-LINHO 3 Eu /uero mais) Eu /uero cico moedas))) Eu /uero /ueão me casti,uem))) /uado eu disser))) &i; &i; &i;

< !WE 3 Pois# bem# eu dou))) ue $oi /ue %oc6 $e5 Fomitou apoção5

0-LINHO 3 Hi; &i; &i;))) Eu ão %omitei a poção))) !as eu ão $ie$eito))) por/ue eu esta%a bricado com a ,arra$a))) &i; &i; &i;))) e

e,oli a rol&a;)))

QFII

DE1IJ-<LD<DE

Ota%iao Cabreira Roc&a ada%a pelos /uareta e cico aos/uado# $ati,ado da/uela %ida de solteiro# resol%eu motar# tamb:m# asua casa) Esta%a casado de mudaismo# da/uela exist6cia deco/uistas e sustos# e como# para o soldado dessas batal&as ele,ates#a re$orma : o lar# a sua id:ia $oi# lo,o# a/uela# de costituir $am+lia)

< experi6cia &a%ia3l&e dito /ue# em mat:ria de $idelidadematrimoial# tudo depede do esposo) E como esta%a certo de /ue



e&um esposo seria mais %i,ilate# casou3se com Lel:a Bor,es#rapari,a de %ite e dois aos# /ue ada%a# tamb:m# . procura demarido)

3 Ol&a# mi&a $il&a 3 co$essou o Cabreira# dois meses depois docasameto7 3 *s casamos em i,ualdade de codiç4es7 tu eras# 9á# uma

rapari,a experiete8 eu# com a exist6cia /ue le%ei# um &omemper$eitamete %i%ido) >emos# pois# todos os elemetos para ser $elies)

3 Isto era /uado os casamos# Ota%iao; 3 protestou a moça#$aedo3l&e uma $esto o rosto ca%ado pelo tempo) 3 Ho9e# a ossasituação : muito di$erete)

E com um bi/ui&o de a,a# um amuo ,racioso7

3 >u e,aas por a+ muito marido8 e eu5

E cocluiu# /ueixosa7

3 Eu# pobresi&a de mim; 1* e,ao um)))

QFIII

"PRO?I>E-R;"

O %el&o desembar,ador Boi$ácio da Roc&a : o /ue se podec&amar um puritao) <s modas e os costumes atuais p4e3l&e tremoresas mãos e a %o# $aedo3o a,itar o be,alão de peroba# uma$ormidá%el ameaça coleti%a)

3 1*# mesmo# c&u%a de exo$re;))) 3 exclama# ao %er# o bode#uma se&ora# ou uma se&orita# de ma,a mais curta# ou de %estidomais decotado)

E se %6 um pelitrote# um "maricas"# um "almo$adi&a"7

3 1*# mesmo# c&umbo derretido; Isto : um escSdalo;)))

Como as moedas se9am# &o9e# muito di$eretes das do seu tempo#e o desembar,ador este9a com a moralidade apurada o cadi&o da%el&ice# tudo# aos seus ol&os# costitui idec6cia# imoralidade# preseteou $utura)

-ma destas tardes ia o %el&o ma,istrado tomar o seu bode dasY,uas ?:rreas# /uado# ao etrar o re$2,io da Jaleria Crueiro#descobriu ali# em um dos bacos# uma mul&er do po%o# portu,uesa# /ueamameta%a despreocupadamete o $il&i&o) Camiseta acima doumbi,o# o pirral&i&o# /ue esta%a /uase u# su,a%a com a%ide o seiomatero# a,itado as peri&as ,orduc&as# os ol&os /uase $ec&ados#uma demostração de idi+%el cotetameto)

<o dar com os ol&os a/uele ,rupo como%ete de simplicidade# odesembar,ador $icou rubro)

3 1im# se&or; 3 exclamou) 3 ue ,eração# essa# /ue %em a+;



<,itou o be,alão de peroba# o ,esto caracter+stico da suaidi,ação# e ru,iu7

3 Desse tama&oi&o# 9á %i%e . custa das mul&eres;)))

E a$astou3se# a,itado a peroba)

QIQ

< FIOLKNCI<

>esta $raida# $isioomia austera# pala%ras medidas# o dele,adodo Distrito i/uiria# procurado a %erdade# a %+tima do delito) Roupa&umilde# meias bracas de al,odão# sapatos pretos e baratos# os ol&osbaixos# !aria Odete ão $aia seão c&orar) Para ão demorar# por:m# oi/u:rito# Doa Eu$rásia# mãe da meia# ia prestado osesclarecimetos7

3 Eu te&o uma pesão a 1a2de# "seu" doutor) Dou comida emoradia a oe &*spedes# o meio dos /uais a/uele amaldiçoado) uemme a9uda%a era# esta $il&a) Pois bem7 uma oite# a meia esta%adeitada# dormido# coitadi&a; E o des,raçado# o 0oão Isidoro# abusoudela;

3 ?oi exato# rapari,a5 3 ida,ou a autoridade)

3 ?oi# sim))) se&or; 3 soluçou a pe/uea# o leço os ol&os)

3 Foc6 esta%a deitada5

3 1im# se))) &or;)))3 Dormido5

3 1im# se))) &or;))) 3 ,emeu a meia# a$o,ada em soluços)

Letra lar,a# mer,ul&ado a pea com estrodo o titeiro# oescri%ão toma%a otas rápidas do depoimeto) E $oi /uado o dele,ado#para /ue ada $altasse# i/uiriu# aida7

3 E ode esta%a %oc6 dormido5

3 Eu5

3 1im)

E a rapari,a# exu,ado# com o $orça# os ol&os muito %ermel&os7

3 Na cama dele# sim# se&or;

QQ

0OWO# O BO! 0ORN<LI1><

@PIERRE FEBER



?rio# impass+%el e tea# 0oão era o "rep*rter"# e ada mais) < suapro$issão o &a%ia dissecado# ou mel&or# desumaiado) Não co%ersa%a#traça%a li&as)

1eu pu&o es/uerdo esta%a coberto permaetemete de otas alápis# de edereços e apotametos8 o direito era uma s:rie de siais#

/ue s* ele etedia) Ni,u:m l&e co&ecia paretes# em ami,os# poisisso l&e tomaria tempo) Em compesação# co&ecia toda a ,ete eaperta%a a mão a /uatos ecotra%a)

0oão era capa de aç4es &er*icas) Ha%ia $icado %ite e /uatro&oras . porta de um &otel# sem espirrar) Durate o cerco de Paris#deixar3se3ia morrer de $ome ao lado dos seus pombos3correio#pre$erido isso a com63los)

-ma tarde# ao etrar o 9oral# etre,aram3l&e uma carta) Pelaletra reco&eceu# lo,o# /ue era da/uela /ue l&e toma%a cota da roupae do coração# e# de s2bito# lembrou3se /ue ão aparecia em casa &á

/uatro dias) < carta diia7

"1e ão apareceres em casa esta oite# at: oe &oras# .s oe emeia estarei morta")

0oão ão pestae9ou) Esperou pacietemete a meia3oite) < essa&ora# sem /ue a %o l&e tremesse# c&amou um cole,a7

3 1am# %ai a tal rua# tal 2mero# se,udo adar# . direita) Há# lá#um caso sesacioal7 uma rapari,a boita8 e o%a# acaba de suicidar3se# por amor) Fai# e tra3me as otas# para a ot+cia)

E $icou esperado# certo de /ue o seu 9oral seria o 2ico a dar o"$uro") Para ecoomiar tempo# começou a escre%er a "cabeça" daot+cia# e a sua mão em# se/uer# tremia)

1* o dia se,uite 1am %oltou . redação# 0oão iterro,a3o#se%ero7

3 Foc6 ão $oi ode eu madei5

3 ?ui# sim)

3 E etão5 < rapari,a de /ue $alei5

3 Ecotrei3a# sim8 mas# ão se ti&a suicidado# otem# ão)

3 E &o9e5

3 Ho9e5 Pior; 3 i$ormou o compa&eiro)

E com ar $eli7

3 uado# &o9e# de ma&ã# eu e ela os le%atamos# em $alamosisso;

QQI

< DE1PEDID<



3 E /uado : /ue receberás o meu bei9o# essa boca de rosa5 3ida,ou# como%ido# ?rederico Du%al# os braços apoiados o balcão dacasa de modas# ol&ado# os ol&os# a/uela ecatadora "%edeuse" depupilas da ouro# /ue era a sua maior preocupação dos 2ltimos tempos)

< moça baixa%a os ol&os# distra+da# as mãos er%osas e claras

alisado o %estido de um mae/uim# e co$essa%a# com tristea7

3 Não pese essa coisas# ?red) No dia em /ue se desse isso#uca mais *s os %er+amos; Eu teria %er,o&a de %oc6# e uca maisl&e apareceria;

< siceridade com /ue Oeida l&e diia isso# $aia com /ue orapa# tão audacioso em outras circustScias# ão isistisse o pedido)Respeita%a a/uela purea# a i,euidade da/uele setimeto# amelacolia da/ueles ol&os)

Há o amor puro# por:m# um mometo# em /ue os a9os se

retiram para etre,ar os oi%os ao diabo) E $oi isso# exatamete# /uesucedeu certa ma&ã# /uado# por isist6cia do ?rederico# a rapari,al&e $oi bater . porta do /uarto# a pesão# com a codição# embora# de#depois# uca mais se %erem a %ida)

<o meio do dia separaram3se) Nuca mais# pela ameaça da moça#se de%iam %er) </uele bei9o de paixão ti&a de isolar# para sempre# duascriaturas# dois destios# duas %idas) E era por isso /ue# ao abrir a portapara deixar Oeida o corredor) ?rederico Du%al ti&a os ol&os %eladospela tristea mais $uda)

3 <deus# Oeida; 3 disse# /uase c&orado) 3 <deus))) para

sempre;3 <deus# ?red; 3 ,emeu a moça# os ol&os o bico do sapato)

E# um assomo de cora,em# de decisão# de eer,ia# ,a&ado aporta7

3 <t:))) de tarde# ?red))) 1im5)))

QQII

< JEOJR<?I<

?oi em um e,*cio de $erros %el&os# durate a ,uerra mudial#/ue o Proc*pio Fiaa passou de modesto %ededor da casa Portela ZJomes a &orado capitalista da ossa praça) Com a bolsa repleta deamostras de arro# de $ei9ão# de mil&o# de $ari&a# ada acima e abaixoa %eder os retal&istas# /uado um deles o icumbiu de e,ociar osma/uiismos de uma %el&a $ábrica desmatelada) O rapa ,a&ou oe,*cio /uie cotos# e ão mais saber de outro com:rcio) E# embre%e# compra%a at: a%ios %el&os# %ededo3os a estra,eiros#cose,uido reuir# com essas trasaç4es# os seus /uatro mil&ares decotos)

Rico# p=s3se o Proc*pio a %ia9ar) E era de re,resso desse passeio

atra%:s dos cotietes# /ue cota%a# o ?lumiese# a um ,rupo dese&oras# as suas impress4es de turista)



3 Fisitei Paris# Lodres# !adri))) 3 diia ele# com 6$ase# sacudidoa pera direita# o c&aruto ao cato da boca# a mão o bolso da calça) 3?ui ao Cairo# a Roma# a Berlim# a Fiea)))

E ap*s um istate7

3 Esti%e em >*/uio# em Pe/uim# em 1i,apura)))

< essas pala%ras# /ue pu&am re$lexos de admiração e de i%e9aos ol&os das moças /ue o ou%iam# mlle) Lili Peixoto aparteou#ecatada7

3 O se&or de%e co&ecer muito a Jeo,ra$ia))) Não :5

3 <&; ão# se&ora; 3 iter%eio# lo,o# superior# o ati,o caixeiro dePortela Z Jomes) 3 < Jeo,ra$ia# eu /uase ão co&eço)

E atirado para o espaço uma ba$orada do seu c&aruto c&eiroso7

3 Eu passei por lá de oite)))

QQIII

RO-B<DO E CON>EN>E

@RODOLPHE BRINJER

1e &a%ia um &omem /ue amasse a tra/ilidade# era esse o bome &orado sr) Bou,T) !as o sr) Bou,T ti&a uma mul&er# uma $il&a# um$il&o# um cac&orro e um papa,aio8 e o seu papa,aio ,rita%a# seu

cac&orro latia# seu $il&o sopra%a uma ,aita# sua $il&a toca%a %iolão e suamul&er toca%a piao) Por tudo isso# o sr) Bou,T# /ue ama%a atra/ilidade# ão %i%ia tra/ilo)

Certa oite# tudo dormia a casa do sr) Bou,T) O papa,aio esta%acalado) O cão repousa%a em sil6cio) O $il&o coc&ila%a) < $il&a so&a%a)< mul&er roca%a# mas docemete)

De repete# ou%iu3se um rumor i/uietate# o adar t:rreo) Deum pulo# o sr) Bou,T se p=s de p:# um re%*l%er a mão) Na sala de

9atar# ,ritou7

3 !ãos o ar;

Dois ladr4es esta%am ali# e puseram# lo,o# a seus p:s# todos osdespo9os /ue 9á &a%iam arrumado) ?eito isso# le%ataram as mãos)

3 ue tem esse embrul&o5 3 ida,ou o sr) Bou,T)

3 A o cac&orro# /ue *s estra,ulamos)

3 E o outro5

3 O papa,aio# a /ue torcemos o pescoço)

3 E o outro5



3 -ma ,aita e um %iolão)

3 A tudo5

3 A tudo)

3 !uito bem# 3 cocluiu o sr) Bou,T# 3 le%em tudo))) Eu dou tudoisso a %oc6s# mas com uma codição)

3 5)))

3 Le%em tamb:m o piao;

QQIF

0-1>I?IC<[WO

O sr) Jaud6cio Juimarães de Oli%eira ?il&o $ora# sempre# um

&omem itrasi,ete em e,*cios de &ora) <ti,o c&e$e eleitoral oEstado do Rio# mudara3se para esta capital# com a esposa e uma $il&ape/ueia# al:m de suportar o ostracismo) E a/ui ia %i%edo . custa dacaixa do partido# e de outros redimetos e%etuais# de ori,em mais oumeos &oesta)

Certo dia# por:m# o sr) Jaud6cio explodiu# $urioso) >i&a eleetrado da rua# /uado ecotrou a sala de %isitas# estedido o so$á#um %estido de seda braca# bordado de aul# com a eti/ueta de uma,rade casa de modas da <%eida)

3 uato custou este %estido# Lu+a5

3 Oitocetos mil r:is# 3 i$ormou a moça# c&e,ado3se# os ol&osbaixos)

3 A teu5

3 A sim# 3 co$essou a pobre# o mesmo tom)

< essa i$ormação# o ati,o c&e$e eleitoral setiu uma oda desa,ue subir3l&e ao rosto) E $oi %ermel&o# apopl:tico# /ue estru,iu#detes cerrados7

3 Etão tu tes cora,em de trair3me por causa de um %estido5)))

3 Eu ão# Jaud6cio; 3 ,emeu a i$eli# isultada)

E 9usti$icado3se7

3 Ele deu# tamb:m# o c&ap:u)))

QQF

< !-LHER "?OR>E"

uado o coroel Praxedes Jama te%e ot+cia de /ue a $il&a &a%ia

abadoado o marido para ir %i%er com um capitalista# $icou $urioso) Erao primeiro pu&ado de lama /ue tomba%a sobre a $am+lia)



3 Fou ao Rio# e mato3a; 3 exclama%a o &orado $aedeiro# a adarde um lado para outro do alpedre da $aeda# co$iado a barba%eerá%el)

Coração de mãe# doa !i/uelia tra/ilia%a3o) uem sabia sea/uilo ão seria a $elicidade da meia5 >apassem# os dois# os ou%idos#

e dessem tempo ao tempo) E o tempo $oi# realmete# ,eeroso# por/ue#ao %isitar a $il&a# meses depois# e ao ser apresetado ao o%o ,ero# ocoroel $icou tão satis$eito com o luxo# a belea# o bem3estar da suaLuii&a# /ue ão l&e tocou# se/uer# a/uela mudaça de estado)

!eses passados# %oltou# e ecotrou# 9á# outro ,ero)

3 !eu marido# 3 apresetou a moça) E para o o%o esposo#idicado o acião7

3 !eu pai)

Essa o%a modi$icação a %ida da $il&a $eriu $udo o coração do%el&o# o /ual# ao t63la s*# i/uiriu# se%ero7

3 ue : isso# etão5 ue %ida : esta /ue le%as5 >u ão eras#acaso# uma mul&er $orte5

3 1ou# papai8 sou $orte; 3 co$irmou a moça)

E abraçado o %el&o# ,arota7

3 Papai 9á %iu "$orte" /ue ão mude de ,uarição5

QQFI< YJ-<

@>HEODORE DE B<!FILLE

Nua como uma com:dia da Escola do Bom 1eso# mas# seme&uma comparação poss+%el# i$iitamete mais bela# 0acita!ar,arida# os $ul%os cabelos desatados# está deitada a sua %astaba&eira de p*r$iro %ermel&o# de bordas lar,as# /ue perteceu# di3se# .des%eturada Pop:a# e /ue seu ami,o# o code Re: de Leu$roi# l&etrouxe de Capri# ode a ecotrou etre os %i&edos) < lida rapari,abrica uma á,ua trasparete e l+mpida# 3 pois# em Paris# com muitodi&eiro# se ecotra at: á,ua pura; 3 e saboreia deliciadamete a$rescura t:pida# /ue l&e peetra por todos os poros da pele# admiradoa oda sua%e /ue a embala# e /ue a e%ol%e como um %:u)

!as tudo isto : um dado por um tomado8 pois a á,ua admira maisaida o 9o%em corpo sem mácula /ue a ela se etre,a# e : com amor/ue l&e acaricia o pescoço $lex+%el# os braços &er*icos# o colo +%eo# osseios de bot4es cor de rosa# o %etre polido e direito como o de uma%ir,em# o torso alti%o# as coxas# as peras de caçadora# os p:s de u&astrasparetes) E /uado a loura 0acita se le%ata a meio e /uerc&amar !arieta para a tirar do ba&o# a á,ua $reme como se l&eti%essem mer,ul&ado um $erro cadete# e# um marul&o de tristea e

de saudade# murmura# idistitamete# com uma %o /ue : um soluço7



C&ap:u de massa . cabeça# $ume,ado como um a%io /ue/ueimasse car%ão acioal# Patric C&urc&ill estacou a sala de 9atar#ol&ado os m*%eis $amiliares7 a mesa# as cadeiras# e# o armário$ec&ado# os licores de cico mil r:is o cálice# para exploração oportuados $re/etadores da casa)

3 1ete3se8 $a $a%or; Pediu a Juil&ermia# sol+cita)

3 Prricada# se&orra; 3 $e Patric)

3 Fem %er as meias))) 0á sei))) Pre$ere uma pe/uea# loura#o%i&a))) um "bi9ou"))) ão :5

3 N=# 3 respodeu# seco# o i,l6s8 3 mim 9á este%e pe/uea lourra8o ,ostarr)

3 uer# etão# uma rapari,a $orte# ,rade# morea5

3 N=8 mim 9á este%e raparri,a morrea8 o ,ostarr)

3 Pre$ere uma mulata# arti,o acioal5

3 !im 9á este%e mulata8 o ,ostarr)

3 -ma perta5

3 N=8 mim 9á este%e prreta8 o ,ostar)

Diate de tal exi,6cia# a Juil&ermia recol&eu a sua detadurapostiça ao co$re da boca e# com a detadura# o sorriso amá%el com /ue

recol&era o rec:m3c&e,ado)3 Nesse caso# /ue : /ue o se&or dese9a5 3 i/uiriu# a$ial# a

me,era)

3 !im /uerr rapa o%a# sTmpat&ica# boiti&a)))

3 Cac&orro;))) 3 $e# etre detes# a Juil&ermia) 3 Cac&orro;)))

E resoluta# $uriosa# os ol&os $aiscates7

3 Fou madar c&amar 9á um ,uarda ci%il;

E o i,l]es# com a mesma $leuma7

3 O&# =8 mim 9á este%e ,uarrda ci%il8 o ,ostarr)))

QQIQ

< GL>I!< PO1I[WO

Desde a %:spera os m:dicos &a%iam cosiderado desesperador oestado de mme) Car%al&o 1outello) < mol:stia do coração /ue aperse,uia desde meia# tomara proporç4es ,ra%es depois doascimeto do primeiro $il&o) O aspecto da e$erma era bom) !ostra%a

belas cores# excelete preseça de esp+rito# como se ada ti%esse) De



Na bil&eteria# <braão ida,ou7

3 uato custa uma cadeira# ca%al&eiro5

3 Fite mil r:is# em baixo# a plat:ia# 3 i$ormou# seco# obil&eteiro)

<braão pesou um istate# e isistiu7

3 Cada cadeira dá para duas pessoas5

3 Não# se&or8 cada pessoa ocupa uma cadeira)

3 E ão &á lu,ares mais baratos5

3 Há# como ão5 Nas ,alerias# lá em cima) Cada ,aleria custacico mil r:is)

<braão meditou um istate# lembrado3se /ue ão se casariaduas %ees# e /ue poderia# per$eitamete# $aer a/uela loucura#,astado de mil r:is) Comprou# assim# duas ,alerias# e# meia &oradepois# esta%a em cima# o "para+so" do teatro# aplaudido# ao lado deRa/uel# a %o poderosa do teor /ue cata%a a ">osca")

Pouco a pouco# $oi o &orado descedete dos patriarcas tomado,osto pelo drama catado) <plaudia com praer# com alma# cometusiasmo) E a sua exaltação# dobra%a3se todo para a $rete# emtermo de %irar pelo parapeito# e tombar lá em baixo# a plat:ia#espati$ado3se o c&ão)

Ol&os pre,ados a cea# Ra/uel sorria# beati$icate) E sorria#deliciada# /uado o marido# a aplaudir Ca%aradossi o $im do se,udoato# se etusiasmou tato# /ue pedeu para a $rete# escapulido da,aleria# para rebetar o crSio lá embaixo# as cadeiras) Por uma$elicidade# por:m# e,ac&ou os p:s os $risos de um camarote dese,uda ordem# $icado ali pedurado# a cabeça para baixo# o palet*cobrido o pescoço)

O rebuliço o teatro $oi eorme) Correrias# atropelos# ,ritos#pala%ras de terror) E o meio de tudo isso# s* se ou%ia a %o de Ra/uel#debruçada o parapeito7

3 <braão5))) <braão5))) Não caias# <braão;

E para aimá3lo a sal%ar3se7

3 Lá em baixo custa %ite mil r:is# <braão;

QQQI

IR!W >ERE<

@1OBRE -! CON>O DE L<?ON><INE

O Co%eto da Jraça# er,uido a/uele outeiro $lorido# ser%ia

pricipalmete para abri,ar moci&as /ue# desde criaça# &a%iammostrado %ocação para a %ida reli,iosa) Era# por isso# um 9ardim de



açuceas# um recato de purea# um i&o de cadura# em /ue ãopeetrara# 9amais# a id:ia do pecado) E $oi /uado l&e $oi bater . porta#o rosto pálido# os ol&os macerados# a/uela mara%il&osa $i,ura demul&er# co$essado . superiora a sua situação7

3 Eu $ui# madre# uma ,rade pecadora) < mi&a mocidade $oi

cosumida toda o praer e o pecado) <,ora# por:m# reco&eci o meuerro# e /uero torar# de$iiti%amete# ao cami&o da per$eição# atra%:sda peit6cia;

Como%ida por tata siceridade# a madre3superiora abriu3l&e osbraços e a porta do casarão %otado a Deus# e uca se %iu# o co%eto#o%iça# ou $reira# /ue mais se apro$udasse a oração) Dia e oite#passa%a3os irmã >erea de 9oel&os# com o rosto mer,ul&ado obre%iário8 e de tal modo /ue a superiora# edi$icada com tama&asatidade# apotou3a# um dia# como exemplo# .s meias7

3 !irai3%os a/uele espel&o# mi&as $il&as8 e%itai o mudo# e %i%ei

a meditação# como irmã >erea; Imitai3a# mi&as $il&as;

3 <&# madre# isso : imposs+%el; 3 retrucaram# lo,o# duas ou tr6so%iças) 3 N*s s* poderemos c&e,ar ./uela per$eição# depois)

E de ol&os baixos# as mãos cruadas o peito7

3 N*s s* poderemos ser o /ue ela :# madre# depois de termos sidoo /ue ela $oi)))

QQQII

O B<RB<DWO-m dos maiores or,ul&os do <t=io Fiaa de !eireles era a/uela

barba e,ra# cerrada# /ue ele traia iteira# como o dr) <breu ?ial&o# odr) Estelita Lis ou o dr) <rro9ado Lisboa) No miist:rio# ode era U^escriturário# puseram3l&e o apelido de ?rei <t=io) Ele ac&a%a# por:m#/ue a/uela moldura l&e $ica%a bem ao carão moreo# de ol&os pardos eari a/uilio# e atribu+a tudo a/uilo . m+sera i%e9a dos rapaolasimberbes)

O /ue cotraria%a o !eireles era# etretato# a solidariedade daesposa# a ,raciosa Doa !aria# com a/ueles pelitras da 1ecretaria)Não /ue a 9o%em se&ora l&o dissesse# ombado dele8 mas pelaidi$ereça com /ue o abraça%a# e# sobretudo# pela repu,Scia com/ue a$asta%a o rosto claro toda %e /ue ele se aproxima%a para bei9á3la)

!a,oado com semel&ate o9eria# resol%eu o Fiaa de !eireles$aer# um dia# uma surpresa . esposa7 $oi a um barbeiro# raspou a cara#e# le%e# o rosto $resco# tocou3se para casa# ate,oado o praer /ue iadar# a/uela tarde# . sua mul&eri&a)

<o bater . porta# a moça correu a abrir# saltado3l&e ao pescoço#com bei9os $amitos# ,ulosos# desesperados)

3 Está satis$eita# mi&a $il&i&a# por %er3me assim))) Não :5

Jemeu o rapa# como%ido de ,ratidão#



< essas pala%ras os bei9os cessaram como por ecato) Pálida#ol&os arre,alados# Doa !aria recuou dois passos)

3 <t=io# :s tu5 3 ,ritou# &orroriada)

E ol&ado3o# estupidi$icada# limpado a boca# um &orr+%el

desapotameto7

3 Eu em te reco&eci;)))

QQQIII

O D-ELO

<p*s uma discussão a <ssociação de Impresa# durate a /ual se&a%iam atirado isultos pesados# ti&am os dois 9oralistas resol%idobater3se em duelo) -m e outro eram# por:m# a%essos a essasmai$estaç4es militares# de modo /ue $oi como bois arrastados para o

matadouro# /ue se,uiam a/uela ma&ã $rioreta de maio# para oc&amado campo da &ora)

Escol&ido o local# a uita da Boa Fista# pr*ximo ao la,o ode asi$:ias desabroc&a%am# as testemu&as puseram os dois cotedores#a pistola a mão# um em $rete ao outro# a de passos de distScia7!arti&o Lopes# do lado dos bambus# e ?eliciao Jadel&a# d lado daá,ua)

C&e,ara o mometo solee) O braço estedido# escutaram#ambos# a %o de comado7

3 -m;))) Dois)))Nesse poto# ates da ordem $ial# o braço do ?eliciao caiu)

3 Protesto; 3 bradou o des,raçado# abadoado a arma edeixado a posição) 3 < situação : muito desi,ual)

E# pálido# as mãos tr6mulas# idicado o ad%ersário7

3 Ele está com muito meos medo do /ue eu;

QQQIF

O <B<>I!EN>O

Rosti&o bre9eiro coroado por uma c&ap:u pe/ueio# em /ue secasam com arte mi2sculas $lores de seda# a ,raciosa Jiette desce#ele,atemete metida o seu le%+ssimo %estido de %erão# a/uelape/uea ladeira /ue %ai dar# em baixo# a <%eida Beira3!ar) Pe/ueose al+,eros# os seus sapati&os estalam o paralelep+pedo# como a%es/ue bicassem a pedra) A oite# as estrelas bril&am as alturas# e Jietteco%ida# de passa,em# a cada traseute /ue ecotra7

3 "Fies# mo c&eri;

_ traseute ão l&e dá ateção# mas isso ão a o$ede) 1e ele#depois# %oltar# será a mesma# como seria para outro) < sua pro$issão



está abaixo das i92rias# /ue ela recebe# sempre# sem protesto) Embaixo# a praia# 9uto a um poste de parada# um ca%al&eiro espera obode)

1orriso pro%ocate a bo/ui&a a%i%ada pelo "rou,e" recete a$racesi&a co%ida7

3 "-m baiser"))) Fite mil r:is))) "Fies")))

<te essa isist6cia# o ca%al&eiro le%ata a be,ala em /ue seapoia# batedo# $orte# a pea es/uerda# at: acima do 9oel&o) -m ru+doseco# aba$ado pela casimira da calça# $a setir . rapari,a /ue a peraão tem care# em osso)

3 "-e 9ambe de bois5)))" "Fous"5 3 $e a $racesi&a# admirada)

Jiette :# por:m# ,eerosa) Jeerosa ou iteresseira8 /uem sabelá5))) E : por isso /ue# com uma ,raça toda sua# toda parisiese# $a um

,estosi&o de cabeça# o rumo da casa# lá em cima a ladeira7

3 De mil r:is))) "Fies"5

QQQF

-!< R<P<RIJ< <PRE11<D<

@C<>-LLE !ENDE1

< &oesta a%oi&a começou primeiro por dar um par debo$etadas a pe/uea desa%er,o&ada# e# depois# e/uato a rapari,a

c&ora%a a bom c&orar8 %ermel&a como uma papoula# $e3l&e estediscurso7

3 A# pois# %erdade# teres um amate5 E co$essas# ousasco$essar5 -m amate; E s* com deesseis aos; Com os ol&os baixos#o ari&o modesto# parece /ue ão /uebras um prato# e c&e,aste 9á aesse poto o deboc&e e o ciismo; uem te %isse 9ul,aria s* emboecas ou um beb6 9apo6s e# a$ial# a boeca /ue a meia ti&a acabeça : um &omem; ue %er,o&a; A para uma pessoa $u,ir# meter3sepelo c&ão a baixo; Como5 ?oi essa a educação /ue recebeste5 Não tedoa $am+lia seão bos e %irtuosos exemplos# como pudeste cometer uma$alta tão ,rade5 A preciso# pala%ra de &ora# /ue ti%esses o diabo ocorpo;

!as o /ue mais exaspera%a a a%* era ter a Luii&a cose,uidoe,aá3la# apesar da %i,ilScia /ue sobre ela ti&a exercido)

3 Por/ue# e$im# posso die3lo a$oitamete# eu ,uarda%a3te oite edia; Há tr6s aos /ue estás a mi&a compa&ia# e uca sa+ste soi&aseão duas %ees7 a primeira# &á oito dias# durate cico miutos paracomprar li&a e a,ul&as# e a se,uda ateotem# durate uma &ora#para ires a Bati,olles %er a tua tia /ue está doete) E uma &ora s* $oibastate para te ai/uilares; <s mais doidas# esperam /ue l&es $açam acorte# resistem um m6s# seis meses# mesmo um ao# mas tu# ão# tuesta%as muito apressada; <&; bre9eira; Numa &ora# tu)))

!as a rapari,a# /ue# mesmo c&orado# era boita# iterrompeu7



3 Não a%oi&a# ão8 estás e,aada8 ão $oi dessa %e)

E desatado em c&oro7

3 ?oi da primeira)))

QQQFI

O REJENER<DO

Bertoldo Cata&ede da 1il%a era c:lebre os aais damaladra,em acioal /uado se ecotrou# a/uela tarde# sob o toldoda Jaleria Crueiro# com o <taásio Couti&o# /ue co&ecera mesesates a Casa de Correção) O primeiro esta%a tão solee# tão ,ra%e# tãocorreto o seu tero de casimira marrom# /ue o outro /uase ão oco&ece)

3 ue prosperidade# ,ete; uase /ue eu ão $alo por ão saber

/uem era;

Bertoldo explicou ao ati,o compa&eiro de prisão as %ata,esda sua o%a pro$issão) >i&a3se re,eerado# es/uecedo o passado de$alcatruas# de roubos# de maroteiras) <,ora# era um &omem de bem#/ue co/uista%a &oestamete o seu pão)

3 E %oc6# ao /ue parece# tem se dado bem))) ob9etou o <taásio) 3>em boa roupa# rel*,io# correte# c&ap:u o%o# abotoadura o%a))) Está#e$im# um pelitra;

Examiou3o de o%o# e torou7

3 E esse rel*,io# ode %oc6 o ad/uiriu5

3 Este5 Na >orre de Ouro# a <%eida)

3 Por /uato5

O "re,eerado" coçou a cabeça# atrapal&ado)

3 O preço# $il&o# ão sei))) 3 co$essou) 3 &ora em /ue passei porlá# para ad/uiri3lo# ão &a%ia e&um caixeiro o balcão)

E sicero# cortado a co%ersa7

3 Eram duas e meia da madru,ada))) Esta%am todos dormido;)))

QQQFII

O HIPNO>I<DOR

uado o dr) <bdea,o Bor,es tomou aposeto# para moradia# a"Pesão Paraibaa# . rua Corr6a Dutra# o /ue mais o impressioou ão$oi o paorama /ue se descortia%a da 9aela do /uarto# domiado aba+a# em o preço mesal# /ue era de seiscetos r:is7 $oi o palmo decara# com os seis de corpo# da copeira# o 0ose$ia# mulati&a de deoito

aos# cu9a plástica# dis$arçada pelo a%etal e pelo %estido ,rosseiro# era$acilmete adi%i&ada pelo seu ol&ar de etedido) Parametada com



ele,Scia# a pe/uea seria# tal%e# a mais lida mul&er da cidade) Era#pois# com ale,rai +tima# /ue `se ele $elicita%a a si mesmo por terdescoberto a/uela p:rola# em ostra tão escodida)

Os primeiros dias passados o o%o pouso# cosumiu3os o 9o%em&omem de ci6cia em aproximar3se da rapari,a) E tato $e# tato

procurou# /ue# uma tarde# ao cruar com ela em um dos corredores dose,udo adar# pe,ou3l&e os pulsos# ameaçado3a# er%oso7

3 Ho9e# .s oe e meia# %ou &ipotiá3la) Hei de $aer com /ue%oc6# dormido# %á ter ao meu /uarto8 sabe5

</uela ameaça ão era# etretato# uma pil&:ria) Etedido em&ipotismo# era pesameto do <bdea,o atrair . sua co%a de lobo# .oite# a/uela o%el&a desco$iada) E . &ora marcada# com a pesão emsil6cio# lá esta%a ele com a ateção cocetrada# os ol&os a porta#c&amado &ipoticamete# a m+sera 0ose$ia)

<o $im de um /uarto de &ora# ou%iram3se passos mi2dos ocorredor) <bdea,o sorriu# $eli# com a %it*ria da sua ci6cia) Era a0ose$ia# com certea# /ue %i&a# soSmbula# domiada# ao seuecotro)

< porta# ecostada# abriu3se)

3 0ose$ia; 3 ,emeu o m:dico# os ol&os esbu,al&ados# os braçosestedidos# as mãos abertas# como os p:s de uma ,ali&a mortalaçada a uma lata de lixo)

< mulati&a ol&ou3o com espato)

3 ">á"doido# moço;5 3 $e# $raido a testa)

E desatado a rir# de,osa7

3 !i&a Nossa 1e&ora; Era "perciso"# a,ora# tata coisa# pra,ete %ir a/ui5)))

QQQFIII

O >G!-LO DE CIRO

No ,racioso "boudoir" de 02lia Berredo# estirada cada uma o sedi%ã# a doa da/uele i&o de amor co%ersa%a com a sua ami,a mais+tima# a ecatadora !aria Iree# /uado a/uela# a prop*sito de um"poti" malicioso# ida,ou7

3 Não co&eces a &ist*ria de Ciro5

3 O Ciro ?erades5

3 Não# $il&a8 Ciro# o rei dos persas)

E começou7

3 uado Ciro morreu# os seus s2ditos er,ueram3l&e um t2mulo#o iterior do /ual cabia apeas um %isitate) 1edo mister# por:m# /ue



o corpo do moarca ão $icasse# 9amais# soi&o# resol%eram ossacerdotes /ue# toda a %e /ue sa+sse de lá um %isitate# etrasse# lo,o#outro) E assim acoteceu# dia e oite# durate s:culos)

Ol&os iterro,ati%os# !aria Iree $ita%a a ami,a# semcompreeder bem) E ol&a%a3 aida# /uado 02lia# um sorriso# le%atou

a pota do mist:rio7

3 Pois# meia# &á mul&eres assim)))

E uma ,ar,al&ada7

3 1ai um# etra outro;

QQQIQ

1GPLIC< ING>IL

Era tradicioal a $am+lia >orres ?i,ueira o culto do mila,roso 1ão1ebastião) < a%*# a mãe# as tias de Doa Bebita &a%iam alimetado#sempre# essa de%oção) E era por isso /ue a 9o%em se&ora# ao educar asua !atildi&a# ão a deixa%a dormir sem# primeiro# ecomedar3se ao%irtuoso mártir de Narboa)

3 Ecomeda3te sempre a ele# mi&a $il&i&a# /ue ele ão teabadoará; 3 acosel&a%a)

E . oite# ates de adormecer# 9uta%a3l&e as mãoi&aspe/ueias# esiado3l&e a dier7

3 <&# meu mila,roso 1ão 1ebastião# %ide em meu socorro#,uardai o meu soo# cotra a $2ria do iimi,o;

Certo dia# por:m# $oi a !atildi&a a uma i,re9a ode &a%ia umaima,em do sato# e %oltou impressioad+ssima) oite# a &ora da rea#a mãe pro$eriu# para /ue ela repetisse7

3 <&# meu mila,roso 1ão 1ebastião# %ide em meu socorro)

3 Não# mamãe# 3 protestou a pirral&a# desuido as mãoi&as# osol&os os ol&os materos# 3 isso eu ão di,o mais# ão8 ão %ale apea)

E ate o espato da lida se&ora7

3 Ele está amarrado lá a i,re9a# mamãe8 como : /ue ele &á de%ir5

QL

O "!<N>E<-"

@!<Q FI>ERBO

O Code Barab: de !aistre era um dos apaixoados de mme)

Bloc# a $ormosa esposa do co&ecido ba/ueiro 9udeu) O code &a%ia



l&e permitido um lido "mateau" de de cotos de r:is# e procura%a omel&or meio de etre,ar3l&o sem /ue o marido suspeitasse)

Pouco a$eito a semel&ate situação# o %el&o $idal,o esta%a emdi$iculdades) ue diria Bloc ao %er a esposa com a/uela peça de%estuário /ue ele ão comprara em co&ecia5 <$ial# o code

ecotrou um meio) ?aia parte do mesmo clube /ue Bloc# e# um dia#apareceu3l&e com o "mateau")

3 >ua mul&er# Bloc# possu+a um bil&ete de ri$a# /ue saiu premiadocom este "mateau") ?ae3me o $a%or de etre,ar3l&o# sim5

3 Com muito praer# meu %el&o# 3 a/uiesceu o ba/ueiro# semmaiores explicaç4es)

No dia se,uite# ao %oltar ao clube# Bloc c&amou . parte ocode)))

3 Eu %ou pedir3te um $a%or# sabes5

3 ue :5

3 Não di,as . mi&a mul&er /ue ela tirou o "mateau")

3 5)))

3 Ela ão precisa da/uilo8 sabe5 Etão# eu)))

3 >u)))

3 Eu o o$ereci . mi&a "pe/uea"# uma i,lesi&a# /ue $icoucotet+ssima)

QLI

O L<DRWO HONE1>O

O capitão Ficete Badeira esta%a 9á o se,udo soo# /uado#pelas tr6s &oras da madru,ada# percebeu barul&o a sala de 9atar)Ou%ido alerta# setiu um estalar de ,a%eta# e outros ru+dos /ue l&edeucia%am a preseça de estra&os# o adar t:rreo da casa)

3 Lulu5 3 c&amou# sacudido bradamete a mul&er) 3 Lulu5)))

Lulu5)))

3 Hei5))) Hei5))) ue :5))) 3 $e a boa se&ora# despertado)

3 Parece /ue temos ,atuo em casa# $il&a;

Cora9oso e decidido# o %alete militar e,atil&ou a pistola# e# de p:ate p:# desceu ao adar t:rreo) E ão se ti&am passado /uatromiutos /uado Doa Lulu co&eceu# em cima# pela /ueda precipitadados m*%eis# /ue o marido &a%ia se atracado com o ladrão)

Co$irmada a sua suspeita# desceu) Cabelo al%oroçado# em

ceroula# descalço# Ficete Badeira ti&a diate de si# ecostado .



< <braão# os pu&os cotra+dos# os detes cerrados# a rai%a de/uem se setiu maietado7

3 Não sabes# etão# /ue ele me de%e duetos mil r:is5

QLIII

O C<?A

</uele pe/ueo ca$: da rua Jeeral CSmara# /uase o cato daPrimeiro de !arço# era# tal%e# o mais a$re,uesado da cidade) <cocorr6cia etre as duas e as /uarto# /uado os empre,ados do,rade com:rcio do bairro saem para tomar a sua cae/ui&a# eraeorme) <s mesas aperta%am3se umas de ecotro .s outras# etama&a era a $alta de espaço e de cadeiras# /ue o sr) 0oa/uim# doo doestabelecimeto# tomou# um dia# uma resolução iteli,ete)

3 De &o9e em diate 3 disse 3 o ca$:# a /uem o tomar de p:#

custará mais barato)

E $aedo o preço7

3 < $re,u6s setado# dois tost4es8 a $re,u6s em p:# ceto esesseta;

?oi essa casa a$re,uesad+ssima /ue o <t=io Dias $oi ter# umatarde# com a ,ar,ata ardedo de poeira e o est=ma,o em protestos#com $ome) Desempre,ado &á /uase um m6s# &a%ia de%orado# 9á# todo ope/ueo saldo /ue o patrão l&e etre,ara) O colari&o su9o# os pu&ospe,a9osos# as botias sem ,raxa# a barba de oito dias# a roupa sem

esco%a# diiam o /ue %i&a sedo a sua %ida# percorredo o com:rcio# .procura de uma colocação)

<tes de etrar o ca$:# o <t=io cosultou os recursos7 resta%a3l&e apeas um tostão# um +$imo +/uel de cem mil r:is# /ue se perdia#mi2do# o $udo imeso do bolso# e /ue ele acaricia%a de istate aistate# com ,rades sustos o coração) Certo de /ue a moeda esta%aali# e$iou pela casa# parou etre as mesas# e# perscrutado o ambiete#procurou# com os ol&os# um ",arço")

-m acorreu# sol+cito7

3 -m ca$ei&o5

3 uato custa um ca$:5 3 ida,ou# t+mido# o <t=io)

3 1etado# dois tost4es))) De p:# ceto e sesseta)

O rapa es$riou) < moeda de cem mil r:is sua%a3l&e a mão su9a#mer,ul&ada o bolso) Excitado pelo c&eiro do ca$:# o or,aismorecusa%a distaciar3se dali# os p:s pre,ados o c&ão) E $oi# etão#/uado o des,raçado te%e uma id:ia)

3 !oc*# 3 ,emeu# d63me um por um tostão)))

E /uase c&orado7



3 Eu tomo de c*coras;)))

QLIF

O RELJIO PREJ-I[O1O

< pesão da Heri/ueta possu+a $ama em todo o bairros)Destiada a rapaes do com:rcio e costureiras desempre,adas#particularia%a3se pelo relaxameto /ue ia por tudo# e /ue os &*spedesatribu+am . doa da casa# a /ual ão sa+a o dia iteiro do seu /uarto) Ecomo tudo ada%a desor,aiado# o rel*,io da sala de 9atar aderia aomo%imeto# ou . $alta de mo%imeto# parado /uado etedia edeclarado3se em ,re%e ao meor estremecimeto do soal&o)

C&amado um dia o relo9oeiro para cosertar o atre%ido# o &omemtirou3o do seu ,ac&o# a parede# e colocou3o sobre a mesa dere$eiç4es) E mal tomou essa posição# p=s3se o pre,uiçoso em ati%idade#marcado# com a maior re,ularidade# as &oras# os miutos e# at:# os

se,udos) Posto# por:m# a parede# parou de o%o# para torar atrabal&ar assim /ue o deixaram o%amete de %idro para o ar# sobre atábua da mesa)

<o %er essa teimosia do rel*,io# o copeiro da casa# o Romualdo#começou a rir# com todos os detes)

3 Não : ada# ão se&ora) Eu estou ac&ado ,raça : desserel*,io parecer tato com a patroa)

E cocluido# a detadura . mostra7

3 Ele s* /u: trabaiá deitado;QLF

<1 PE1-I1<1 DE !OI1A1

@0-LE1 !O

!ois:s tem uma lida mul&er)

A a opiião de !ois:s)

A essa# tamb:m# a opiião dos ami,os de !ois:s)

Rebeca# esposa de !ois:s# ão : or,ul&osa)

1omado tudo# Rebeca ão procura seão %er todo o mudocotete# e coteta a todo o mudo) Não sabe recusar ada ai,u:m)

-m a um# os ami,os de !ois:s apro%eitam3se dessa circustScia#e $aem a Rebeca uma corte /ue : le%ada# sempre# aos derradeiroslimites)

Certo dia Rebeca recebe em casa o teete Bi,oreau# a$amado

pelas suas co/uistas mudaas e pela sua bra%ura) < co%ersa %ai lo,o.s 2ltimas itimidades) No meio da palestra# ou%em3se passos)



3 C:us; !eu marido; 3 exclama Rebeca# /ue co&ece os seusclássicos)

Rebeca escode rapidamete o teete Bi,oreau# /ue se deixacoduir# em um armário da sala)

!ois:s aparece# e tro%e9a# exasperado7

3 >eu amate está a/ui;))) Eu sei))) Ode está ele5))) Fou matá3lo;

Rebeca# com calma# respode7

3 Não ,rites# &omem; 1e tu sabes /ue eu te&o um amate#procura3o tu mesmo)

!ois:s começa a procurar pelo /uarto) Le%ata as cortias) <breas malas e# at:# as ,a%etas# /ue ão t6m mais de trita e cicocet+metros de comprimeto) <p*s cada pes/uisa# exclama7

3 </ui ão está;

E$im# c&e,a diate do armário ,rade) <bre3o# e %6 o teeteBi,oreau em toda a sua estatura) Bi,oreau está com cara de poucosami,os) mão# bril&a3l&e a espada# disposto a tudo)

!ois:s ol&a com ateção o o$icial# e# em se,uida# $ec&ado oarmário com %iol6cia7

3 </ui# tamb:m# ão está;

QLFI< B-IN<

uado o Pulc&erio etrou para o ser%iço do dr) Bor,es Bastos#com as $uç4es de "c&a$$eur" %iu# lo,o# /ue# mais cedo# ou mais tarde#$icaria comprometido7 a !aria Lu+a# mulata escura# cria da casa# erauma %erdadeira tetação# com a/uele corpo coleate e# sobretudo# coma/uele colo atre%ido# /ue era um desa$io permaete . istiti%abrutalidade dos &omes)

!aria Lu+a sabia o %alor desses atributos# e procura%a# sempre#p=3los em desta/ue) E tato sabia# /ue# . tarde# ates do doutor %oltar

para casa# o autom*%el# desabotoa%a o corpil&o# atira%a3o para ocato# deixado /ue o busto se mai$estasse li%re# $arto# opuleto#balouçado sob a camisi&a le%e# /ue ti&a# por cima# a blusi&a decassa ordiária)

>etado por a/uele diabrete de c&ocolate# o Pulc&:rio $oi# pouco apouco# tomado certos atre%imetos) E tais $oram estes# /ue# umatarde# ao etrar a coi&a# ode o "c&a$$eur" e a !aria Lu+aco%ersa%am debruçados uma 9aela# mme) Bor,es ão se cote%e#,ritado7

3 "1eu" isolete; Po&a3se 9á da/ui para $ora; 0á;)))



ue teria sido5 ue idi,idade esta%a praticado o rapa# paraser expulso de modo tão perempt*rio5 Ni,u:m sabe) O /ue : certo#por:m# : /ue# um m6s depois# !aria Lu+a recebia uma carta# /ue diiaassim7

"!i&a /uerida) 3 Fou embarcar para o orte# como tai$eiro de um

%apor do LloTd) < %ida do "c&a$$eur" : mais redosa# mas me :imposs+%el cotiuar ela# por tua causa) Pois eu ão posso apertar abuia do carro# !aria Lu+a# sem lembrar3me de ti# dos a,rados /ue te$aia# das &oras /ue passá%amos 9utos) <deus# at: a %olta) 3Pulc&:rio")

<o receber essa carta# a ca$usa apertou3a de ecotro ao coração)E $oi ao $aer esse ,esto# /ue ela compreedeu# coitada; O /uede%eriam ser as saudades do Pulc&:rio# ao apertar# lo,e dela# a buiado autom*%el)

QLFII

< D<!< 1ARI<

Era uma $i,ura di,a e obre) Colocada um pedestal# ao ladoda/uela estátua de broe /ue recorda# a praia da Jl*ria# a aberturados portos acioais a todos os a%ios do mudo# ão se saberia dier/ual a mais au,usta# a mais se%era# a mais ma9estosa) E $oi isso#exatamete# o /ue tetou# ela# o deputado Ramos Fideira# ilustreparlameta oposicioista# cu9o %erbo descia da tribua da CSmara comoos raios de 0eo%á do alto do 1iai)

O etedimeto para um ecotro dos dois $oi rodeado do maior

si,ilo# do maior cuidado# da máxima soleidade) ?oi assim como umtratado iteracioal# para a assiatura do /ual reclamam todas asparticularidades do protocolo e as &abilidades# as mais apuradas# damais experimetada diplomacia)

Pela combiação# a %irtuosa se&ora saltaria a praia de Bota$o,o#atrás do !ourisco# .s sete da oite# &ora em /ue o ilustre deputado 9áestaria . sua espera# com um "ladaulet" de cortias descidas) E opoteiro esta%a em cima das sete &oras# beliscado# como um bico depássaro# a/uele 2mero# /uado a/uele mara%il&oso %ulto $emiio#traspirado obrea e di,idade# se aproximou do carro /ue aa,uarda%a)

C&ap:u a u&a# o ,lorioso &omem p2blico precipitou3se ao seuecotro# bei9ado3l&e a mão se,uia como um l+rio)

3 < se&ora está er%osa# a,itada))) Não está5

3 A atural8 o se&or ão ac&a5 A a primeira %e /ue cometo# ami&a %ida# uma loucura destas)))

0á o carro# o bril&ate orador elo,iou# de o%o7

3 < se&ora : de uma potualidade absoluta8 sabe5 Eram sete&oras# em poto# /uado c&e,ou)



3 <&# eu sou assim; 3 $e a dama com des%aecimeto) 3 Eu souassim;

E cruado a pera# com desembaraço7

3 O se&or sabe /ue eu uca deixei um &omem esperado muito

tempo por mim5

QLFIII

< ?OR>-N<

Embora ão $osse tão boita de rosto# <ália >&ompso possu+auma i$iidade de admiradores# a poto de ter# sempre# as $estas# ums:/uito# como o das rai&as)

3 Fi2%a com di&eiro : isso mesmo; 3 diiam as despeitadas)

E acetua%am7

3 Belea :# mesmo# coisa /ue ela ão tem;

Realmete# a co&ecida se&ora ão costitu+a uma cara $ora docomum) ?iessem# por:m# o Rio# um cocurso de plástica $emiia# ei,u:m arrebataria o pr6mio .s mãos da/uela malsiada criatura)

Da citura para baixo# pricipalmete# a sua ele,Scia erairreprees+%el) O seu adar# sem exa,ero# sem re/uebros# $aia lembraretidades de outras :pocas# tipos clássicos de $ormosura $emiia#criaturas /ue $ieram# de passa,em# a ,l*ria $u,iti%a do plaeta) E Doa

<ália sabia tato o /ue %alia# e ode esta%am os seus ecatos# /ue#/uado /ueria impressioar al,u:m# começa%a# lo,o# por dar3l&e ascostas)

Não obstate isso# a i%e9a teima%a em a$irmar7

3 A o di&eiro; </ueles rapaes todos /ue a corte9am sãoarrastados pelo di&eiro dela;

Certo dia# em uma $esta o palacete dos !edes Barros# esta%a amoça um baco de 9ardim# setada# /uado dela se aproximou# boitoe ,rosseiro# a sua estupide dourada# o ?lá%io Loureiro# curioso tipo deco/uistador sem educação# e $oi# lo,o# diedo7

3 A %erdade# doa <ália7 : certo# mesmo# /ue a se&ora tem$ortua5

3 Eu5 >e&o al,uma))) 3 explicou a %i2%a# resol%ida a di%ertir3secom a/uele ca%alo de pau)

3 E está em pr:dios# em ap*lices# em empresas comerciais))) emsuma8 em /ue está empre,ada5 3 isistiu o bruto)

3 !i&a $ortua5 3 torou a moça)

E ol&ado# de es,uel&a# para as tábuas em /ue se seta%a7



3 Está o Baco)))

QLIQ

< PRO!I11RI<

@<D<P><[WO DE P<-L PERRE>

No Leblo3Palace# o "cabaret" da moda# 0oão PolTdoro# 3 o pitor a/uem a $ortua aida ão &a%ia sorrido# mas /ue ,a&a%a lar,ametecom os seus pe/ueos /uadros ,alates# 3 ão cessa%a de $aer a corte. $amosa mudaa Etel%ia Bouret)

Etel%ia era uma rapari,a de amor# a /uem %ite aos de exerc+ciocot+uo da pro$issão ti&am dado o tato exato do e,*cio) Por isso#/uado 0oão PolTdoro l&e $alou em passarem 9utos uma tarde#estipulou# lo,o7

3 ui&etos mil r:is;

3 ui&etos mil r:is;))) 1eria com praer# 3 replicou o rapa) 3?alta3me# por:m# o mometo# uma cousa7 o di&eiro))) Eu tereicr:dito5

3 Eu simpatio com %oc6# $il&o# 3 cocordou a rapari,a) 3 Foc6assia uma promiss*ria# e está tudo arra9ado)

0oão tirou do bolso uma caeta# e# sobre a mesa em /ueco%ersa%am# escre%eu7

"< ( de o%embro de U pa,arei . %ista desta a mle) Etel%iaBouret a /uatia de /ui&etos mil r:is# %alor recebido emmercadorias")

1elou# datou# assiou# etre,ado o documeto . Etel%ia)

3 !ercadorias5))) 3 estra&ou a rapari,a)

3 ueres /ue# em %e de "em mercadorias"# eu escre%a "emesp:cie"5 < pala%ra ão tem importScia) Pesemos a &ora presete# eamemo3os;

<maram# amaram e# a ( de o%embro# .s &oras precisas#

Etel%ia Bouret batia . porta do /uarto do Rio3Hotel em /ue 0oãoPolTdoro &abita%a por esse tempo)

3 Bom dia8 eu %e&o receber a promiss*ria))) 3 disse)

O artista tomou o papel# examiou3o# e# $aedo uma cara decotrariedade7

3 A mi&a a letra# :) Eu reco&eço a d+%ida# mas ão pa,o) 1* comaudi6cia da compa&ia de 1e,uros)

E $ec&ado a porta7

3 <s mercadorias esta%am a%ariadas)))



L

O PREJ-I[O1O

Beiço pedete sobe a papada# papada pedete sobre o peitil&oda camisa ,omada# o comedador 1alustiao ti%era a $elicidade de

casar3se com uma se&ora rica# %i2%a de dois maridos# e &erdeira detr6s# a /ual# para maior comodidade# l&e &a%ia le%ado# 9á# dois $il&ospara o matrim=io) Derreado em uma cadeira de braços# uca $ieraada# a %ida) Limita%a3se a comer o /ue l&e coloca%am diate da boca#e# para %estir3se# era ecessário /ue l&e metessem os bot4es a camisa#a ,ra%ata o colari&o# e l&e e$iassem# mesmo# as botias os p:s)

Precisado de marido uicamete para l&e dar o ome# esp:cie de,uarda3c&u%a com /ue a$rota%a os temporais# Doa 0ose$ia pouco sea$li,ia com a/uele porco) -m dia# por:m# irritou3se7 ao lado da cadeiraem /ue ele passa%a o dia# um la,o de sali%a su9a%a o tapete)

3 O&# 1alustiao; 3 $e a moça) 3 Etão# isso se $a5 < escarradeiraão esta%a al+5

3 Esta%a8 mas a dois metros de distScia)

3 Por /ue ão c&amou o criado# para aproximá3la5

3 Ora))) 1* o trabal&o de ,ritar;)))

3 Pois# ol&e7 eu %ou madar colocar a+# 9uto de %oc6# umacampai&a el:trica))) Ou%iu5

No dia se,uite# aparecia# realmete# o eletricista) Colocados os$ios# os t+mpaos# e$im# proto o trabal&o# explicou ele ao comedador#/ue o ol&a%a# est2pido# com os seus ol&os de su+o7

3 uado o se&or /uiser c&amar o criado# : s* apertar a/ui)))

3 <pertar5 3 $e 1alustiao)

E as mãos ca+das# o beiço mole7

3 Não tem al,uma coisa /ue to/ue# sem dar a ,ete o trabal&o deapertar5

LI

O CEJO E O P<R<L>ICO

?oi uma i$elicidade para a $am+lia iteira# a/uele i$ort2io /ueassaltou o Praxedes# aos deoito aos de idade8 uma u%em $oi# aospoucos# l&e descedo sobre os ol&os# at: /ue o pobre rapa se %iu# a$lor da %ida completamete ce,o)

Recol&ido a uma casa de 1a2de# $oi3l&e $ácil arra9ar um ami,o) <i$elicidade : o %erdadeiro esperato da &umaidade# e $oi ela /uem#aproximou de Praxedes o <t=io de Baros# /ue erra%a pelos sal4es do

&ospital# completamete paral+tico# e apeas com o uso da l+,ua# sobreuma pe/uea cadeira de rodas)



>orados +timos# o Praxedes# com o seu bom &umor &abitual#$aia o poss+%el para distrair o compa&eiro) E um dia# prop=s7

3 1abe de uma coisa# meu %el&o5 Famos casar5

3 Com /uem5

3 Ora# com /uem5))) Com uma mul&er# está bem %isto)

3 Com uma s*))) Etão5

E ale,re# com os seus ol&os apa,ados7

3 Foc6 ol&a))) e eu abraço;

<os depois# $icaram bos# os dois) E $ieram o e,*cio)

LII

P<R< 1<LF<R !ELIL<

O ad%o,ado brasileiro 0oa/uim >aludo de !eees &a%ia seotabiliado# o Rio# pelo seus $amosos expedietes de rábula) Osrecursos de /ue laça%a mão eram de tal ordem# /ue uca perdera#praticamete# uma /uestão7 ou ,a&a%a3a le,almete# ou# se perdia#irrita%a de tal modo o ad%o,ado da outra parte# /ue este acaba%a porabadoar o pleito# para ão se medir com semel&ate ad%ersário)

?orte# musculoso# bi,ode arrepiado# &a%ia ele# ao mesmo tempo#o ad%o,ado e o capa,a) Impetuoso# ão media pala%ras8 e ode ão

c&e,a%a a co%icção# c&e,a%a o braço# de modo a ser ecessário# de %eem /uado# a iter%eção dos ,uardas do $oro para sub9u,ar a suaelo/6cia)

Eri/uecido por esse processo# resol%eu >aludo de !eees $aeruma %ia,em . Europa) Não $alado em compreededo o $rac6s# aEuropa# a sua Jeo,ra$ia# se limita%a a Portu,al) Em Lisboa# %iu# por:m#/ue a l+,ua espa&ola pouco di$eria da portu,uesa# e atra%essou a$roteira# rumo de !adri)

Por essa ocasião# a,ita%a3se o pa+s todo com a primeira campa&ados mouros cotra o dom+io espa&ol# em !arrocos) Na impresa# os"meeti,s"# o parlameto# ão se discutia outra coisa) 1opra%a ape+sula um %eto de idi,ação# /ue se deti&a# apeas# amaiadoas %elas dos ,ale4es do etusiasmo# a $roteira de Portu,al) O pr*priomoarca# %ibrado com o seu po%o# diri,iu ao parlameto uma "$ala dotroo"# em /ue diia# ao estilo protocolar7 "uerem tirar ao Fosso Reia/uilo /ue ele &erdou dos seus maiores) !elila# 9*ia da mi&a coroa#está ameaçada) Cabe3%os de$eder o patrim=io do Fosso 1oberao#podo3o a sal%o de /ual/uer surpresa dos meus iimi,os")

Essa proclamação impressioou >aludo de !eees) ?osse elead%o,ado em Espa&a# e ão tomariam ao seu au,usto moarca a "9*iada coroa")



3 O edereço dos dois)))

LIF

O REFLFER

</uela &ora da oite# a praça !auá dormia o soo pro$udo daspedras# embalada# apeas# pelo barul&o mo*too dos ,uidastes# /uearrebata%am pausadamete as ,arras de $erro# para depositar emterra# a car,a do poderoso trasatlStico) < bordo# %ultos ada%am oco%:s# acima e abaixo# a $aia das 2ltimas ordes) <s %i,iasapa,a%am3se# como os ol&os de um <r,os /ue começassem aadormecer) ?ora# o cais# passadas %i,orosas e tristes# apeas o ,uarda3ci%il# ecarre,ado da roda)

De repete# aproxima3se do portão /ue dá acesso aos a%ios# umi,l6s) <lto# louro# %ermel&o# mãos os bolsos# cac&imbo o /ueixo# tipole,+timo de maru9o britSico) O adar medido# e se,uro# deucia o

&omem /ue traia de "&isTs" o est=ma,o)

etrada# /uase# do portão# sete /ue l&e batem o braço)

3 "Do Tou spea e,lis&5"

3 "es# Tes;" 3 respode o "bee$"# %oltado3se# e %edo ao seulado# mi2do# pe/ueo# apertadi&o a sua roupa citada# um rapaolaimberbe# cari&a de moça# tipo clássico de almo$adi&a)

Espera%a /ue o seu iterlocutor cotiuasse a mesma l+,ua em/ue $iera a cosulta# /uado este explica# um le,+timo portu,u6s da

<%eida73 Etão# me %eda um re%ol%eri&o assim;

E idica%a# com as duas mãos# uma lo,e da outra# um tama&ode us %ite cet+metro)

3 O&# mim ão compreede; 3 respodeu3l&e o i,l6s# dado deadar)

3 -m re%ol%eri&o assim; 3 torou o "almo$adi&a"# perse,uido3o) 3 <ssim)))

E como o o$icial ão desse mostras de compreeder o /ue era7

3 -m re%ol%eri&o; 1abe; -m re3%ol3%er3i&o;

E# le%ado# para explicar3se mel&or# a mão direita ao bolso traseiroda calça# ode se costma traer o re%ol%er# $e# de o%o# o tama&o daarma)

3 <&# se&orr# mim o tem dessa tama&o; 3 $e o i,l6s# ol&os%i%os# como /uem parece ter compreedido)

E 9á com a mão o portão# ao ou%ido do rapa# para o ,uarda ão

ou%ir7



3 uem tem desse tama&o :))) :))) se&orr comadate)))

E tomou# $irme# o rumo da prac&a)

LF

ECONO!I<1

O ecarecimeto da %ida &a%ia torado delicada a situação dosPereira Claro) Os %estidos de Doa Beatri# /ue eram comprados as,rades casas de modas# passaram a ser $eitos em casa# pelas mãosimpecá%eis da ecatadora se&ora) Os c&ap:us# começaram a ter amesma pro%ei6cia7 a moça ad/uiria os e$eites# a $orma# o $orro# e$aia tudo etre o almoço e o 9atar# ou os ser4es at: meia3oite#e/uato o marido# $aedo3l&e compa&ia# $uma%a paci$icamete o seuci,arro# ledo os 9orais)

Essa mudaça de %ida &a%ia impressioado %i%amete a Luii&a#

lida boe/ui&a de /uatro aos# 2ico $ruto da/uele ,rade amor docasal)

3 <,ora# mi&a $il&i&a# 3 diia3l&e a mãe# 3 tudo tem de ser $eitoem casa) Os meus %estidos# os teus# as camisas de teu pai))) Não secompra mais ada $eito)))

?oi por esse tempo /ue o dr) Pereira Claro# %edo a $il&i&a tão s*#acompa&ado o serão matero# lembrou# rido# a Doa Beatri# apreseça da pe/ueita7

3 <,ora# Bibi# %amos arra9ar uma mai&o para a ossa $il&i&a#

/ue está tão soi&a))) Famos comprar um irmãoi&o para ela))) Estásou%ido5

< essas pala%ras# a pirral&a iter%eio7

3 <&# papai# ão; Não ,asta di&eiro por mi&a causa;

E passado3l&e as mãoi&as pelo rosto# muito mei,a# muitotera# muito cari&osa7

3 ?açam mesmo em casa))) 1im5

LFI

< ?ILOQEIR<

O maior cuidado de Doa !arieta Jomes era a educação da/uele$il&o) Horroria%a3a a id:ia de possuir um rebeto da sua ár%ore sem aoção completa da moral cat*lica# e $oi com essa preocupação /uetomou# ela pr*pria# . sua cota# a educação completa do pirral&o)

3 uero /ue %oc6 se tore um &omem como seu a%=8 um &omems:rio# $ormado a lei de Deus# e /ue se9a# um dia# $idal,o da 1ata 1:;

E assim ia sedo# mais ou meos) 1em co$iaça o marido# /ue

podia mai$estar i$ormaç4es pro$aas ao seu Ricardi&o# ou sa+amadame com ele pela cidade# ou pedia ao pai# o coe 1oua Fiaa# /ue



sa+sse# le%ado3o a co$er6cias# .s exposiç4es# aos lu,ares istruti%os)E $oi em uma %isita . Escola de Belas <rtes# /ue o meio# %edo o a%=parado diate de um mármore admirá%el represetado uma belea$emiia# em tama&o atural# ida,ou# %i%a7

3 Fo%=# /ue $ol&a : esta5

3 A $ol&a de parreira))) 3 i$ormou o acião# a %o tr6mula#puxado3o cari&osamete pelo braço)))

Dias depois# passea%am Doa !arieta# o $il&o# e o padre Corr6a#ami,o da $am+lia e padri&o do ,aroto# pelo 9ardim da ,rade c&ácarado Corco%ado# /uado o re%eredo estacou diate de uma %ideira# cu9as$ol&as &a%iam sido atacadas pela $iloxera) Estacou# arracou a $ol&a#examiou3a de%idamete e ia atirá3la $ora# /uado o Ricardi&oida,ou# os ol&os muito %i%os7

3 Didi&o# /ue bic&o : esse5

3 A a $iloxera# uma mol:stia das parreiras))) 3 i$ormou# paciete#o sacerdote)

3 E isso s* dá as platas de %erdade5 3 isistiu o meio# osol&os a cara do padre)

E como i,u:m respodesse# por ão ter compreedido7

3 A por/ue o %o%=# /uado %ai comi,o a/uele museu# $ica umtempo eorme# ol&ado a/uelas $ol&as /ue estão a/uelas mul&eres depedra;

LFII

< PENI>KNCI<

@>HEODORE DE B<NFILLE

?rei <doc&e# da ordem dos capuc&i&os# /ue $ora a Faes pre,arpela /uaresma# : um sato $eio como o diabo) 1eu %el&o rosto pareceter sido $eito a mac&ado em /ual/uer troco de ár%ore# e sua barba smtrato : como uma er%a rara /ue os careiros 9á ti%essem tos/uiado)Como# por:m# sabe coduir as suas o%el&as aode /uer# ora pelacar+cia de uma %o persuasi%a# ora a ,olpes de bastão# e# $ecudo emrecursos# ão : apa&ado uca de surpresa 3 as peitetes sucedem3se o seu co$essioário# a %el&a i,re9a# ode o campaário se atira%erti,iosamete para o c:u)

<caba ele de despac&ar muitas $ormosas damas e campoesas#/ue de%ol%e limpas e bracas como o li&o estedido o campo depoisde la%ado# /uado se l&e a9oel&a diate a lida Juil&ermia 0osselim#cu9o seio : le%atado por pro$udos soluços# e /ue# sob as suas redas ea sua cabeleira de ouro# c&ora como uma pe/uea !adalea) A /ue ela%iu passar atra%:s das ,iestas o $il&o do se&or# o 9o%em code Oli%ier#motado o seu belo ca%alo s+rio# e# ao %63lo tão belo# setiu a tetaçãode bei9á3lo) Por isso apeas# ela se acredita amaldiçoada sem

miseric*rdia# e# com toda a sua $orça de criaça# bate o peito#morti$icado3o)



?rei <doc&e ão ecobre a Juil&ermia a ,ra%idade do caso8toda%ia# ão /uer a morte da pecadora# e# ap*s l&e &a%er recomedadoa peit6cia de muitas oraç4es# a9uta# aida7

3 E como o seu pecado $oi /uerer bei9ar um &omem boito# ocasti,o cosistirá em dar um bei9o o &omem mais $eio e repu,ate da

par*/uia)

3 O&# padre;))) eu bei9ar %ossa re%ered+ssima5;))) 3 exclamai,euamete a rapari,a# &orroriada# e /ue se tora toda %ermel&a#como se setisse# 9á# a $ace $lorida a rude barba do capuc&i&o)

LFIII

< 1<N><

Com a/ueles ol&os doloridos e a,oiates# /ue dormiam eacorda%am de miuto em miuto a pálida alco%a da/uele rosto

moreo# Doa Casemira torara3se o culto da ,raciosa cidade ortista)Cabelo partido ao meio# e repuxado sobre o crSio como o de RositaRodri,o# toda ela era simplicidade ele,ate# si,elea teteadora# ummisto# e$im# de cadura e de pecado) Casada aos deoito# $ora3l&e omarido para o <maoas dois aos depois# ão %oltara mais) E esta%a 9ácom %ite e /uatro# /uado os &omes# /ue ão eram seu marido#começaram a rodar3l&e a casa modesta# tras$ormado3a# de re$2,ioda mis:ria# em secreto maacial de $artura)

Em bre%e# toda a ,ete em ?ortalea sabia da mudaça operada#repetiamete# a %ida da Casemira) s ol&eiras pela re2cia &a%iamsucedido as ol&eiras pela abudScia) E eram essas ol&eiras#

exatamete# /ue e,aa%am $rei !aoel da Paci$icação# superior dosCarmelitas# o /ual ão se casa%a de dier# com a piedade o coração7

3 A uma sata# a Doa Casemira8 uma %erdadeira sata;

Por tr6s aos as beatas ou%iram# sem protesto# a/uele elo,io do$rade) <t: /ue# um dia# . sua repetição# . porta do co$essioário# umaresol%eu protestar7

3 1ata# ão# $rei !aoel; Isso : at: um sacril:,io; >oda a ,etesabe /ue Casemira %i%e &o9e# ora com um# ora com outro;

?rei !aoel era# por:m# desses &omes teimosos# /ue uca sedeixam co%erter)

3 Pois# : por isso mesmo /ue eu a c&amo sata# $il&a; 3 exclamou#par ão dar as mãos . palmat*ria)

3 Di,a3me uma coisa7 a pia dá,ua3beta : sata5

3 A# sim# se&or# $rei !aoel# 3 co$irmou a de%ota)

E o $rade# %itorioso7

3 E a pia ão : um lu,ar ode todos metem o dedo5

LIQ



< JRIN<LD<

O Hildebrado Bor,es 1atos ão prima%a pela delicadea# /uerde maeiras# /uer de setimetos) Educado em um trapic&e do porto#para o /ual etrara aos deoito aos com a %assoura# e do /ual sa+raaos /uareta com a c&a%e do co$re# absor%era# como uma espo9a

&umaa# todos os modos e pala%r4es /ue $lutua%am a/uele ambietede carre,adores e maru9os) <os /uareta e dois aos# e$im# rico eli%re# resol%eu costituir $am+lia# escol&edo para complemeto amocidade sadia de Leoori&a Juedes# $il&a &oesta e lida de ummodesto ,uarda3li%ros da praça)

?eito o pedido# /ue $oi cosiderado uma $elicidade para os Juedes#começou o Bor,es 1atos a etrar a casa do $uturo so,ro como seetrasse o seu trapic&e) < pr*pria oi%a era retirada# .s %ees# decasa# idepedete de despac&o# e sem "co&ecimeto" do pai# e le%adapelo oi%o# com "$rete" pa,o# para os potos mais lo,+/uos da cidade)E $oi assim /ue# debaixo de coberta exuta# c&e,ou a car,a do oi%ado

ao porto $raco do casameto)

O dia desse acotecimeto $oi# para os Juedes# o mais $eli dosaais da $am+lia) Os paretes ec&eram a casa# as ,ali&as ec&eram os$oros# e as $lores ec&eram# com o seu per$ume e com as suas cores# omobiliário la/ueado da oi%a) s /uatro da tarde# começaram ospreparati%os idi%iduais) s cico# Leoor esta%a prota# o seu lido%estido braco# e a9usta%a . cabeça mimosa a ,rialda de $lores delara9a /uado o Bor,es 1atos apareceu# o seu $ra/ue irreprees+%el#teso como um $i,urio de al$aiataria# emoldurado a porta do /uarto)

3 ue : isso5 3 ida,ou# de s2bito# ecami&ado3se para a

rapari,a# a testa $raida) 3 Com liceça)))E# tomado da cabeça da moça a ,rialda si,ela# começou a

despo9á3la# um por um# dos bot4es de lara9eira)

Impiedoso# como /uem cata 9asmis um 9asmieiro# ia o bárbaropelado a ,rialda# a começar pelos maiores# da $rete)

3 <&# Hildebrado; <ssim# ão 3 exclamou a rapari,a# de repete#em certo mometo# os ol&os 2midos# 9utado as mãos aida semlu%as) E arracado a ,rialda# com %iol6cia# aos dedos ,rossos domiserá%el7

3 Deixa as de trás8 sim5

LQ

!ODA1>I<

Não obstate a sua ori,em# e os seus meios de $ortua# o Ra$aelBee%ides era# positi%amete# um rapa /ue ão le%a%a muito alto assuas ambiç4es) < mãe# a aristocrática Doa >erea Bee%ides#cesurou3o# por mais de uma %e7

3 As um toleirão; Etão um rapa como tu# boito# rico# educado#

%ai ol&ar para uma bur,uesa como a Lili !oteiro# /uado tes o



alcace da tua mão criaturas como a Edit& 1outello# como a Iaiá>&ompso# e outras meias de educação e de $ortua5

Essa obser%ação matera acordou o Ra$ael o dese9o de $aer umcasameto %ata9oso) E# como# dos mel&ores# pre$eria o mel&or# mo%euos ol&os# lo,o# para a 0ulieta ?aria ,ama# or,ul&os+ssima $il&a do

%iscode de ?aria Jama# /ue era# al:m de uma das maiores &erdeirasdo Rio# uma das mais $ormosas criaturas da cidade)

Resol%ido a possuir a/uele ma,+$ico pedaço de mul&er# Ra$aelapro%eitou uma ocasião em /ue a moça se ecotra%a s*# a sala dem2sica dos !oura Baima# e caiu3l&e aos p:s# a9oel&ado o tapete7

3 0ulieta# amo3te;

< essas pala%ras# /ue eram mais um ,rito# a moça er,ueu acabeça# soberba7

3 ue $a o se&or para c&e,ar ao meu coração5

<te essa resposta# /ue era um isulto# Ra$ael setiu aecessidade da %idita)

3 Eu ão /uero c&e,ar ao teu coração# 0ulieta; 3 ,emeu)

E# de 9oel&os# com os ol&os o toroelo da moça7

3 Eu ão /uero c&e,ar tão alto)))

LQI

CO1>-!E1 <!ERIC<NO1

@<LPHON1E <LL<I1

Par/ue de "Rouses poit") Noite# 9á alta) Ou%em3se ao lo,e osacordes da "fas&i,to Post")

@"fas&i,to Post" : a "Ne dace" /ue# com toda certea# $ará$uror em Paris# este i%ero) Para co&ecer a m2sica# com as de%idasistruç4es para a daça# escre%er ao meu %el&o camarada f&aleTRoTce# g# ou, street# >oroto) <s pessoas /ue /uiserem ecoomiaras despesas de correio# sempre exa,eradas# podem ir procurá3lo

pessoalmete) Nesse caso ão co%:m deixar >oroto sem dar umaol&adela .s /uedas dá,ua do Nia,ara# curioso $e=meo situado ãolo,e de lá)

?ec&emos os par6teses)

3 E Fossa Excel6cia# "miss"# ão daça esta oite5

3 Não se&or8 esta oite# ão)

3 Por /ue# "miss"5

3 Por/ue# eu %im de meia curta e ão %im de calça)



3 Pil&:ria de Fossa Excel6cia;

3 Pil&:ria# ão8 ol&e)))

E le%ata o %estido# para pro%ar /ue : %erdade)

LQII

0-R<!EN>O

Era uma obsessão a/uilo do Rodri,o !aia7 ele &a%ia de morrercedo# deixado %i2%a a sua /uerida Eleoora# a /ual# tão lida# tãoele,ate# tão 9o%em# casaria outra %e# ido tombar outros braços)

3 ue tolice# Rodri,o; 3 protesta%a a esposa# essa tarde) 3 >uestás $orte# moço# com sa2de# por /ue essa maia de $alar em morte5

Com a cabeça do marido ecostada ao tra%esseiro de plumas do

seio macio# Eleoora tra/ilia%a o compa&eiro de cico aos decasameto) ue ele ão se a$li,isse com essa id:ia de /ue ela casaria deo%o# /uado ele morresse) O seu ome# ela o ,uardaria eteramete#atra%:s da %ida)

E e/uato $ala%a# ia3l&e apertado a cabeça li,eiramete,risal&a# de ecotro ao decote c&eiroso)

3 E se casares5 3 teimou o marido)

h Não caso ão# $il&i&o8 $ica tra/ilo)

3 0ura# etão;Os lidos ol&os para o teto# ode o "abat9our" daça%a embalado

pela brisa doce do campo# a moça $e# etão# a/uele 9urameto sublime7

3 Pelas &oras /ue são# eu te 9uro# meu marido# /ue posso $icar%i2%a cico# de# %ite %ees# e ão me casarei uca;

E bei9ado3l&e os cabelos etremeados de prata# sob os /uais ospesametos# e,aados# se acomoda%am7

3 Estás satis$eito5

LQIII

<1 P-L1EIR<1

Jraciosamete morea# com us ,rades ol&os e,ros# cabeloodeado# corpo $lex+%el# e um adar de cobra o descampado# mme)Batista Belo era# sem cotestação admiss+%el# uma das $i,uras maisacetuadamete c&ics da cidade) Os seus %estidos ão eram ricos# emeram caros os seus c&ap:us8 era# por:m# tão de$iido o cu&o da suaele,Scia# /ue# as# $estas# os teatros# os passeios# era ela /uem sere%ela%a a rai&a# a domiadora# a %itoriosa# o meio de outras maisopuletamete tra9adas)



Co&ecedor da p:rola /ue possu+a# o marido %i,ia%a3a de perto#cumulado3a de mimos# 3 de colares# de bricos# e# pricipalmete# depulseiras# de /ue ela possu+a# 9á# a mais soberba %ariedade) Erampulseiras de platia# com bril&ates8 de ouro# com sa$iras8 de prata# comp:rolas $oscas8 e eram# sobretudo# de metal mais ou meos liso# em2mero de %ite ou trita# /ue tilita%am ao meor mo%imeto# dado .

lida se&ora# /uado ela passa%a a <%eida# um ,al&ardo aspecto deburra3madri&a) tarde# ao sa+rem# o dr) Belo ão deixa%a derecomedar7

3 Lulu# as pulseiras5 0á as puseste todas5

-m dia# itri,ada com essa exi,6cia ,alate o marido# madameão pode mais# e iterpelou3o7

3 <u,usto# por /ue exi,es /ue eu use tata pulseira# /uado saio5Isto 9á está# at:# se torado rid+culo)))

E isistido7

3 Por /ue :8 &ei5

3 Por /ue :5 3 ,race9ou o des,raçado# relutado)

E um acesso de cora,em7

3 A para saber# o ciema# ode : /ue %oc6 ada com a mão;

LQIF

O R<NIN<<bsalão Badeira torara3se $amoso o /uarteirão pelo seu ci2me

desordeado) Desde oi%a# Doa elia %i%era ecadeiada ./ueled:spota# como o rel*,io . correte ou como o peixe apa&ado o aol)Durate %ite e um aos de %ida em comum# uca pudera a ilustrese&ora dar uma passo $ora de casa sem ter a seu lado# como setiela/ue ,uardasse o crimioso# o espectro da/uele marido itolerá%el)

3 <bsalão# eu posso ir a/ui de$rote# em casa de mi&a tia5 3ida,a%a a pobre)

E ele# imediatamete)

3 Podes ir# sim) tarde eu %e&o te buscar# para atra%essares arua)

1e assim diia# assim $aia) Cota3se# mesmo# /ue# uma tarde#um tempo em /ue ão se possu+a criados# c&e,ara Doa elia .

9aela para $ec&á3la# /uado l&e caiu lá embaixo# o calçameto# umael de bril&ates) 1e passasse al,u:m# ela podia ped+3lo) < rua era#por:m# deserta# e# como a lida moça ão ti&a ordem do esposo para$ra/uear o portão# $icou de alcat:ia at: . oite# /uado o <bsalãoc&e,ou e $oi# com ela# at: . calçada# 9utar o ael)

<o $im de %ite e um aos de exist6cia pautada esse re,ime#Doa elia morreu) <doecer e morrer# $oi# para ela# a mesma coisa)



!orreu como os 9ustos# ou ates# como os pássaros) 1em ,radesamiades# as coroas $oram poucas# e raros os co&ecidos /ue se deramao trabal&o de acompa&ar o eterro)

&ora do saimeto $2ebre# com o caixão o carro a,aloado#toma%am os ami,os lu,ar os autom*%eis do corte9o# /uado um dos

+timos c&e,ou ao %i2%o# e ida,ou7

3 Fais ao cemit:rio# <bsalão5

3 Eu5 Por /ue ão5 3 obser%ou o %i2%o# limpado os ol&os)

E como /uem se sete isultado pela per,uta7

3 !i&a mul&er uca "saiu" s*;

E correu a tomar o c&ap:u# para acompa&ar o eterro)

LQF

CON>O !OR<L

@Rodolp&e Bri,er

Era uma %e uma pe/uea tão ,etil# tão ,etil# como ão :poss+%el explicar)

Para dar uma id:ia do /ue era ela# de%e3se dier /ue a sua mãe# aprop*sito de tudo ou sem prop*sito e&um# l&e da%a de %e em/uado um beliscão) <o cotrário# por:m# do /ue $aiam as outras

meias# esta ão ia# 9amais# /ueixar3se . pol+cia)O seu cosolo era reclamar7

3 uado eu $or ,rade# e ti%er uma $il&a# &ei de dar3l&e# tamb:m#uma porção de belisc4es;

O tempo ia# por:m# passado# e ada da meia $icar moça# paracasar3se# ter uma $il&a# e dar# esta# os belisc4es /ue a mãe l&e da%a)

-m dia# e$im# a meia setiu3se mul&er) Com a resolução decumprir a promessa $eita durate tatos aos# a moça de a,ora casou3se# por uma semaa ou duas# com o açou,ueiro do cato)

<o $im de o%e meses asceu3l&e um $il&o &omem)

Desapotada# e disposta a cumprir sua pala%ra# a rapari,a casou3se com o leiteiro# depois com o caixeiro# e aida com um "c&au$$eur" e#$ialmete# com um empre,ado do ca$:) E cada um desses l&e deu um$il&o %arão)

3 uem sabe se ão : por/ue eu sempre me te&o# casado com&omes# /ue os $il&os ascem &omes5 3 pesou)

E experimetou casar3se com a tele$oista)

Desta %e# por:m# ão l&e asceu ada)



Há# mesmo# este mudo# muita ,ete sem sorte)))

LQFI

O1 >RK1 "<LFIO1"

</uele dia# era de lição de piao) !a&ã cedo# ao le%atar3se#mlle) <liri&a tomou o seu ba&o# peteou o seu cabelo cor de mel#/ue ão cortara se,udo a moda# e .s oito &oras esta%a 9á a sala#pedalado com maestria# e/uato a mão corria# li,eira# pela detaduraal%i3e,ra do seu "PleTel" cor de casta&a)

Com seus deoito aos sadios# <liri&a Batista era uma lidamul&er em $ormação) !orea# ol&os e,ros# seios tur,idos# orel&aspe/ueias e %ermel&as como duas p:talas de uma rosa des$ol&ada pelo%eto# possu+a uma lida boca mi2da# e us deti&os de rato $eitos#parece# de prop*sito para a/uela boca)

Na/uele dia ama&ecera# etretato# um pouco idisposta) O 9atar da %:spera# a casa dos Peixoto Roc&a# ão l&e $iera bem8 tato/ue# ao c&e,ar em casa# a mãe l&e dera a tomar uma dose debicarboato# /ue a moça i,eriu# etre caretas) E era assim /ue aliesta%a# ao piao# soi&a a sala# . espera da pro$essora) < mão corria3l&e# rápida# da es/uerda para a direita do teclado com uma pro$ici6ciade mestre) E o piao ,ar,are9a%a# multiplicado as otas# /uado# acerta altura# a moça parou# le%atou3se li,eiramete o baco derod+io# $e uma cara de es$orço e de so$rimeto# e# soltado um,emido# exclamou7

3 <rre; ue al+%io;)))

Reecetou a lição# tocou as escalas mais al,umas %ees cmassombrosa a,ilidade e de o%o# parou) ?e os mesmos mo%imetos# omesmo es$orço# a mesma cara# soltou o mesmo ,emido# e# com ele# amesma exclamação7

3 ue al+%io;)))

De repete# por:m# o meio da lição# otou# pelo re$lexo o piao#um %ulto# atrás do baco)

Foltou3se de s2bito# e empalideceu7 esta%a ali# . sua $rete# o<belardo# seu oi%o# /ue# tedo etrado sorrateiramete a sala# $icaraatrás# de p:# a$im de ão iterromper o estudo)

3 !eu Deus do c:u; 3 exclamou a moça# de si# cosi,o8 3 ele teráou%ido al,uma coisa5

E procurado domiar3se# um sorriso cotra$eito ao cato da bocae cra%o7

3 Desde /uado %oc6 está a+5

3 Eu5 3 $e o rapa# bre9eiro)

E impiedoso7



3 Desde o primeiro al+%io)))

LQFII

?E!INI1!O

Há muito tempo %i&a o ?erado Reede estra&ado a/uelaamiade da sua Helo+sa com a Cláudia 1obreira# %i2%a do <lmirate1obreira# $alecido ,loriosamete de ,ripe o combate da Il&a do Boi)<ssim /ue ama&ecia# mme) Reede toma%a do $oe# pousado amesa de cabeceira# pedia li,ação para a casa da ami,a# e pu&am3se aco%ersar) O marido le%ata%a3se da cama# toma%a ba&o# e,olia oca$:# e sa+a8 e as duas $ica%am# aida# atracadas ao $io# uma permutade bei9os# de car+cias# de se,redi&os /ue era# mesmo# de acordardesco$iaças) <p*s o almoço# uma ia para a casa da outra# e# /uadose separa%am . tarde# era para# cada uma da sua casa# cotiuarem apalestra# e o%o# pelo $ami,erado tele$oe)

3 !as /ue amiade; 3 matuta%a o 9o%em ad%o,ado) 3 Pala%ra de&ora /ue uca %i coisa assim; E$im# são mul&eres)))

-ma tarde# c&e,ou ?erado Reede em casa um pouco maiscedo do /ue de costume# e per,utou pela se&ora)

3 ?oi para a casa de Doa Claudi&a# 3 i$ormou a copeira) 3 !aseu ac&o /ue elas se desecotraram# por/ue Doa Claudi&a 9á esta%aem cami&o para cá)

3 E 9á c&e,ou5

3 0á# sim# se&or) Ela está lá em cima# o /uarto)?aedo3se desetedido# ?erado Reede subiu a escada# e

simulado ão saber de ada# e%eredou pelo /uarto de dormir# ode a%i2%a do almirate se ac&a%a# o mometo# mudado de roupa)

3 <&; a se&ora5;))) $e# detedo3se o meio do aposeto)

E percorredo3l&e# com os ol&os# o corpo admirá%el# /ue a moçaprocura%a escoder# debalde# prededo etre as duas mãos# aberta# ape/uea camisa de cambraia)

3 1aia# doutor; 3 imp=s a moça# %ermel&a# %isi%elmete perturbadapela surpresa)

3 < se&ora es/uece3se))) /ue esta casa : mi&a5 3 $e o rapa#sorrido)

E em tom pil&:rico# sacudido o palet*# o colete# o colari&o paracima de uma cadeira7

3 <demais# a se&ora está de tal modo li,ada . mi&a mul&er# /ue: como se $osse ela pr*pria) <os meus ol&os# ão &á di$ereçae&uma)



E e/uato $ala%a# ia arrastado para o di%ã# docemete# aecatadora criatura# /ue se deixa%a le%ar# e%er,o&ada# mas semopor a mais li,eira resist6cia)

<o $im de dois miutos# esta%am# os dois# o mais apaixoado dosid+lios# /uado a porta do /uarto se abriu# a apareceu# muito braca# o

c&ap:u aida a cabeça# o boá a mão# o %ulto de Doa Helo+sa)

3 ue : isto5))) 3 $e# o arra/ue da surpresa)

E a%açado para a ami,a7

3 tu me tra+ste; Hei5))) >u;)))

E os pu&os cerrados# o rosto %ermel&o de c*lera# como /uemsete# de s2bito# desmoroar o seu castelo7

3 <d2ltera;))) <d2ltera;))) >raiu3me;))) E,aou3me; Lo,o com

/u65)))

E com despreo# idicado o marido7

3 Com um &omem;)))

LQFIII

O C<!PEWO

mesa do "restaurat" de luxo em /ue se &a%iam ecotrado# osdois bo6mios troca%am impress4es e co$id6cias /uado o ?erado

!ota# %ibrado um murro a mesa# protestou73 Bolas; Pelo /ue %e9o %oc6 tem tido os braços maior 2mero de

mul&eres do /ue eu;

3 E por /ue ão5 3 estra&ou o outro)

3 A /ue eu du%ido;

3 Du%idar# du%ido eu;

3 Etão %amos $aer uma coisa# 3 prop=s o mais o%o dos dois# o1oua 02ior8 %amos por esta a%eida a$ora# e# cada %e /ue um %e9a

uma criatura com /ue 9á te&a tido amores# mas amores reais# deabraços# de bei9os# de car+cias# irá cotado# alto# combiado5

3 Está combiado# cocordou o primeiro)

!ometos depois# lado a lado# braço o braço# desciam os doisestroias a ,rade art:ria ele,ate# /uado o ?erado !ota# ao passarpor uma $racei&a de bico de lacre# cotou# iiciado a s:rie7

3 -ma;

3 -ma; 3 $e# tamb:m o 1oua)



!ais um mometo e# . passa,em de uma dama ricamete%estida# o !ota bisou7

3 Duas;

3 Duas; 3 $e# por seu turo# o compa&eiro# demostrado terem

adado# at: a/ui# pelos mesmos cami&os)

es/uia# /uase# da rua 1ete# %i&am em setido cotrário#completamete distra+das# uma se&ora aida o%a# deliciosametepitada# e uma rapari,a $resca# riso&a# de us %ite aos o máximo)Eram a mul&er e a $il&a do !ota# /ue o 1oua ão co&ecia como tais# e/ue iam para o ciema) aproximação de ambas# o esposo cotou# com

9ustiça7

3 >r6s;

E o 1oua 02ior# e/uato o !ota se tora%a braco# l+%ido7

3 >r6s))) /uatro)))

LQIQ

O >E!POR<L

medida /ue se passa%am os dias# ia Doa Loureci&a $icadomais er%osa# mais a$lita# mais i/uieta) Há um ao /ue o sr) Balduioca+ra a/uela apatia# a/uele desiteresse pelos seus ecatos# e comoão se 9ul,asse de todo iapetec+%el# $ica%a a pobre se&ora a torturar3se com a/uela triste situação do marido)

O $e=meo era# etretato# um $ato atural) Com /uareta aosde idade# casara3se Doa Laureci&a com um &omem mais %el&o do/ue ela /uase %ite) Era de esperar# pois# /ue o marido 9á esti%esse/uase ,elado# /uado a esposa ão &a%ia começado# se/uer# a es$riar)

Desolada# assim# com a sua codição# amaldiçoa%a a %irtuosase&ora o seu destio# /ue l&e dera um esposo sem eer,ia# sem $orça#sem %otade# /uado# uma tarde# o c:u começou a cobrir3se de u%esescuras# auciado um temporal) < atmos$era aba$a%a# como um$oro) E Doa Laureci&a pesa%a a %ida e o mudo# /uado atempestade caiu# precedida de uma %etaia $ormidá%el) 1acudidas pelosopro do %eto# as portas e as 9aelas batiam# com %iol6cia) <s cortiaspae9a%am como %elas# ao mesmo tempo /ue os pap:is %oa%am de cimados m*%eis# arrastados o turbil&ão)

?ora# o /uital# o %eto $aia estra,os maiores) ?ol&as de ico$oram atiradas lo,e# e/uato a poeira# re%ol%ida o solo# se er,uia#rodopiado) Peças de roupa /ue esta%am o coradouro# subiram comopapa,aios de papel# e/uato a la%adeira corria para detro de casa#se,urado com as mãos a saia de c&ita aul# /ue a %etaia procura%asuspeder)

3 Nossa 1e&ora; 3 ,ritou a rapari,a# e%eredado pela coi&a)

E a,arrado as saias# com mais $orça7



3 Esta %etaia le%ata tudo;)))

< essas %oes# Doa Loureci&a# /ue esta%a o /uarto decosturas# c&e,ou . copa# ida,ado7

3 ue :# Domi,as5

3 Nada# Doa Reci&a) A a %etaia /ue está le%atado tudo# o/uital;

-m raio de esperaça cortou o c:rebro da pobre se&oraabadoada) E $oi aimada por ele# /ue ,ritou# para cima7

3 Bee5

3 ue :5 3 respodeu o marido)

E ela7

3 Fem $icar a %etaia um pou/ui&o# $il&o; >al%e te $aça bem;

LQQ

< BO< <!IJ<

@C<>-LLE !ENDE1

3 >oc; >oc;

3 uem :5

3 <bra8 $a $a%or5

3 < estas &oras5 Está doido# ca%al&eiro; 0á estou preparada paradeitar3me) <cabei de tirar o meu colete e uma das mi&as meias cor decreme# /ue 9á atirei# ali# para o di%ã)

3 Deixe3me tirar a outra;

3 Não se9a impertiete; Cotiue o seu cami&o)

3 <mo3a;

3 A3me idi$erete) >odos me amam)

3 !orrerei a teus p:s)

3 Fi%a# ou morra# pouco me importa;

3 1ou moço)

3 De%e ser i,6uo) Fá embora)

3 1ou belo)

3 Cotiue o seu cami&o8 9á l&e disse)



3 1ou rico)

3 E : tolo) Fá embora# ou eu c&amo al,u:m)

3 Eu sou amate da sua ami,a Clemetia)

3 <&; 3 $e a lida rapari,a)

E abrido a porta7

3 Por /ue ão disse lo,o5

LQQI

< F<LORI<[WO D< ?<!LI<

!ãos para trás# er%oso# colete desabotoado# a camisa aberta opescoço taurio# o %el&o 0acito# o sapateiro# ada%a de um lado para

outro# com o i$ero o coração) Nuca pesara /ue l&e acotecessesemel&ate desastre) </uela $il&a# /ue era seu ecato# o cosolo dasua %ida# deixar3se cair o i$ort2io# etre,ado a sua &ora a umidi%+duo /ue ela ão sabia# se/uer# /uem era;)))

E %i&am3l&e . ima,iação os %ite aos passados# a i$Scia dape/uea# tão mi2da# tão riso&a# tão rec&oc&uda# com a/ueles braçosmuito al%os# muito roliços# e a/uelas duas co%i&as o rosto)

1etada a %el&a cama de ,ete pobre# Doa 0auária $aia o seu"croc&et" mae9ado a a,ul&a com letidão) < idi,ação do marido ãol&e c&e,a%a . alma# /ue parecia tra/ila# serea# al&eia . tempestade

/ue abala%a o compa&eiro) O /ue sucedera# parecia3l&e atural#esperado# ie%itá%el) < Carmi&a era boita e o%a) ?oi tetada esucumbiu) ue &a%ia de o%o# isso5 E $oi pesado assim# /ue pediuao esposo7

3 1osse,a# 0acito; Depois# o rapa ão $oi i,rato7 deu3l&e umael de bril&ates /ue %ale /uase /ui&etos mil r:is;

3 ui&etos mil r:is5))) 3 $e o %el&o# com iroia) 3 ui&etosmil r:is pela &ora de uma doela;)))

< essas %oes# Doa 0auária atirou o "croc&et" para um lado7

3 Foc6 ac&a pouco5 Hei5))) Foc6 ac&a pouco5

E# de p:# as mãos as cadeiras7

3 Foc6 ão se lembra /ue s* me deu# por muito $a%or# um par desapatos# /ue ão %alia em de5

LQQII

INOCKNCI<

C&apeui&o de seda aul# %estido de crepe3da3C&ia braco#

desses /ue escorre,am pelo corpo . semel&aça de uma camisola dedormir# a/uela $i,uri&a passa%a pela <%eida# com us ares tão s:rios#



tão ,ra%es# $isioomia tão $ec&ada# /ue i$udia respeito) ue ela eraboita# toda a ,ete o %ia) Ni,u:m# por:m# se atre%ia a uma pala%ra# auma exclamação# e# mesmo# a um ol&ar mais atre%ido# com medo derepresália)

>ic3tic# tic3tic))) E lá se ia# passo mi2do# pescoci&o teso# busto

empiado# a/uele %ultoi&o ecatador) E em toro dele# ou sob seuspassos# o /ue $ica%a# ou o /ue se setia# ão era o coro da liso9a# masum per$ume de ioc6cia# de purea# de castidade)

es/uia da rua da <ssembl:ia# apareceu# por:m# o primeiroisolete)

3 !eu Deus# /ue belea; 3 exclamou o atre%ido)

< meia parou# os ol&os $uilates)

3 !alcriado; 3 ru,iu# etre detes)

E um lo,o de,ue# ates /ue ele $u,isse7

3 uem $oi /ue l&e disse /ue eu me c&amo Lu+a e moro a rua0os: dos Reis# \5

LQQIII

O PERIJO

>omás Joçal%es da Jama # o $amoso mudao de roupas tãocuidadas e maeiras tão distitas# polia as u&as tra/ilamete#

recostado a cadeira de embalo da sua ",arçoiere"# /uado acampai&a retiiu)

< ",arçoiere" de >omás da Jama era composta# apeas# de doiscompartimeto7 o ,abiete# ode &a%ia o di%ã# a cadeira de mola# umaestate de li%ros# e uma pe/uea mesa de cetro com $lores sempre$rescas8 e o "templo"# como ele deomia%a o adito em /ue se ac&a%a acama# com os m*%eis complemetares)

<o repiicar da campai&a# o rapa# /ue esta%a aida com opi9ama da oite# abriu a porta)

3 <&; :s tu5))) Etra# !aeco;

O rec:m3c&e,ado# um rapa,ão moreo# alto# de cara esca&oada#esta%a %isi%elmete preocupado) E $oi isso mesmo /ue o doo da casa%eri$icou# ao %63lo atirar para o di%ã o c&ap:u# a be,ala# e um 9oral/ue traia a mão)

3 ue &á de o%o5 3 $oi per,utado >omás da Jama# a pre%isãode /ual/uer coisa desa,radá%el)

3 Para mim ada8 para ti# tudo;

3 <ssim5 3 $e o mudao# parado o mo%imeto do polidor)

E iteressado7



3 ue &á5))) Famos))) explica3te)))

!aoel Betes# o !aeco da saudação ami,a# icliou3se para a$rete# o di%ã# ecaixou os dedos das mãos us os outros# ecomeçou7

3 1abes5 Estás perdido;

3 Eu5)))

3 >u# sim)

3 !as# die o /ue &á8 pelo amor de Deus;

3 O /ue &á# : /ue o Broxado Ramos sabe# 9á# /ue tu :s amate damul&er dele;

3 1abe5

3 1abe de tudo;

< testa $raida# mordedo o lábio i$erior er%osamete# >omásda Jama $ec&ou os ol&os# como para meditar mel&or) Esta%amer,ul&ado em sil6cio como um peixe o oceao) De repete# por:m#%oltou3se para o ami,o)

3 !aeco; 3 c&amou)

E como o outro o ol&asse7

3 >u ac&as /ue o Broxado Ramos possa me comprometer#cotado isso a al,u:m5

E a,itou o polidor com $2ria# bruido as u&as)

LQQIF

!<D<LEN<

1etado . mão direita de Deus Padre# o Naareo ol&a%a# dasalturas# a sucessão i$iita de u%es) O paorama /ue se deserola%aaos seus ol&os tristes $aia3l&e lembrar a/uele /ue %ira# uma tarde# doalto do J*l,ota# as proximidades de 0erusal:m) <peas# a/ui# são as

u%es /ue se amotoam# e/uato /ue# lá# eram o mote Jariim# omote E$raim# e o >abor# perdidos a bruma da distScia) </ueleespetáculo trasportou3o a dias lo,+/uos da sua %ida a terra) E $oicom saudade# uma tristea dolorida# /ue c&amou7

3 Padre;

C&e,ou# pressuroso# o %el&o ap*stolo# as c&a%es do Para+sotilitado as mãos)

3 Pedro# 3 pediu# 3 !aria de !adalea está a+5

3 Está# meu se&or8 está o terceiro 0ardim das Bem3a%eturadas)



3 Die3l&e /ue %e&a comi,o)

!ometos depois sur,ia# os ol&os amortecidos# um sorriso deJiocoda o cato da boca mimosa# a ati,a amate de 0esus)

3 !aria# 3 pediu 0esus# com doçura# 3 aproxima3te)

E melacolicamete# os ol&os a$o,ados a distScia7

3 -ma pro$uda tristea ec&e3me# este mometo# o coração)Parece /ue mi&alma# pre,ada uma cru# etra em a,oia))) Não sei/ue se9a# em compreedo) 1ei# apeas# /ue te&o um dese9oirresist+%el de re%i%er# por um istate# certos mometos passados aterra7 o epis*dio do poço de 0ac*# as bodas de Caá# a ressurreição da$il&a de 0airo# e# sobretudo# a/uela oite em /ue# a casa de 1imão# o?ariseu# u,iste os meus p:s com o teu bálsamo exu,ado3o# depois#a toal&a de ouro dos teus cabelos)))

E ap*s um istate7

3 !aria# /ueres tu repetir a/uele istate sublime da mi&amissão# e da tua %ida5

-m c&oro mi2do# triste# dolorido# $oi aresposta a esse pedido tãodoce)

3 <&# 1e&or# ão posso; 3 ,emeu a m+sera)

E sacudida pelos soluços7

3 Eu cortei os meus cabelos# 1e&or;E uma %o aida mais triste7

3 A moda)))

LQQF

<1 !<[W1

@Coto popular do sul da ?raça

Na/uela ma&ã# mi&a mãe ec&eu o meu cesto aul com duas

%ees doe maçãs# e disse3me7

3 Clara# mi&a $il&a# %ai . cidade# e e%ita parar pelo cami&o)

Pus meu %estido ,omado# meu xale cor3de3rosa# calcei mi&assadálias de ir . missa# tomei o cesto debaixo do braço# e parti)

<o atra%essar o bos/ue# como $iesse calor# tirei o meu xale ecotiuei a adar) < er%a era tão $resca# e tão espessa# /ue eu descaseio cesto# e setei3me o c&ão) !i&as maçãs bril&a%am tato# ec&eira%am de tal maeira# /ue eu pr*pria l&es setia o per$ume) >etadapor elas# palpei a primeira e mordi) Palpei a se,uda# e $i o mesmo)

3 !i&a mãe ão saberá de ada; 3 diia comi,o mesma)



3 Nuca mais;

3 Ele morreu# etão5

3 Não8 ão morreu# ão)

E apertado a meia de ecotro ao peito7

3 >ua mãe# $il&i&a# : di%orciada# isto :# uma se&ora separada domarido)

< pe/uea arre,alou muito os ol&os# e ão $alou mais o assuto)<os /uatore aos# %oltou a pedir esclarecimetos7

3 !amãei&a# a se&ora : separada do papai))) Não :5

3 1ou# mi&a $il&a)

3 Di,a3me# etão uma coisa7 /uato tempo a se&ora %i%eu comele5

Doa 0udit& baixou os ol&os# para poder escoder duas lá,rimas)E $oi sem poder escod63las# /ue des%edou o seu &orr+%el se,redo#rebetado em soluços7

3 Pouco tempo# mi&a $il&a)))

E caido o ombro da meia bo/uiaberta7

3 -ma oite# um trem)))

LQQFII

POR -! ?IO

Helo+sa >&ompso Jomes era uma das ecaraç4es maisecatadoras do Diabo) Pe/ueia# ,raciosa# cabelos de ouro $i+ssimo#possu+a a boca do tama&o de uma cabeça de dedo pole,ar# e essepe/ueo co$re de pel2cia %ermel&a# umas p:rolas miudi&as# roubadasde al,um colar mara%il&oso)

Caixa de um estabelecimeto comercial a Rua 1ete# torara3se opricipal atrati%o da casa) <o re,ressar do almoço# em uma pesão da

Rua 1ão 0os:# traia sempre seis# oito# /uie $re,ueses# a sua esteira#em %erdadeira perse,uição) E cada $re,u6s era# a certa# uma ,ra%ata#um par de pu&os# uma d2ia de leços# /ue a casa %edia)

Certo dia# a Helo+sa demorou mais# o almoço) <o %oltar# esta%atão %ermel&a# /ue parecia co,estioada) uado /uis abrir a "caixa"#as mãos tremiam3l&e# como se acabasse de tomar um susto) De talmodo era# e$im# a sua tras$ormação# /ue as compa&eiras# . sa+da#ida,aram o moti%o da/uele er%osismo)

3 <&# meias; 3 exclamou a rapari,a# como /uem dese9adesa$o,ar) 3 Bem se di /ue a %irtude da mul&er está# sempre# por um

$io; <,ora : /ue eu compreedo)



3 >u5

3 Eu# sim) Foc6s ão co&ecem a/uele teeti&o moreo#boiti&o# /ue %ai sempre comprar ,ra%atas a lo9a5 Pois# bem8 eu medeixei arrastar por ele# e $ui# &o9e# %isitá3lo) ?oi uma loucura) ?elimeteele : mais $raco do /ue /ual/uer uma de *s# o $io do meu colete deu

*# e ele ão p=de# de modo e&um# arrebetar;

E um estremeção brusco7

3 < mi&a %irtude este%e# &o9e# por um $io;)))

LQQFIII

O NOIFO

Em toda a rua Nossa 1e&ora de Copacabaa# da praça 1eredelopara cima# ão &a%ia oi%os /ue mais se /uisessem) tarde# ecerrado

o expediete da 1ecretaria# o Justa%o ão se deti&a a <%eida em#mesmo# para e,ulir um ca$:7 toma%a um bode e corria . casa daoi%a# ode a i&a o espera%a com a sua "toilette" $resca# para umli,eiro passeio pela praia) <o aoitecer# tora%am . casa# 9ata%am# e#braço dado# lá se iam para o ciema# ode se ecol&iam a um cato#idi$eretes .s bu$oarias de Carlitos e# aida mais# . bra%ura de >om!ix)

Cari&oso com a oi%a# o rapa ão ia ao seu ecotro sem le%ar3l&e uma pe/ueia lembraça) Ho9e# era um pacoti&o de balas8ama&ã# um li%ro# mas# sempre# al,uma coisa) E $oi com essepesameto# /ue# a/uela tarde# etrara uma co$eitaria o cami&o#

comprado um cartuc&o de balas de &ortelã# e outro de c&ocolate comcreme) C&e,ado . resid6cia da meia# o$ereceu7

3 Ol&a o /ue eu te trouxe; Hortelã)

3 Não8 eu ,osto mais do c&ocolate)

ii&a isistiu# por:m# pelo c&ocolate com creme# abriu ocartuc&o# e p=s3se a com63lo# ,ulosamete) O c&e,ar . praia# /ueixou3se7

3 1abes de uma coisa5 Eu ão estou me setido bem) Famospara casa5

Em casa# começou a %omitar# e %=mitos $oram esses /ue# duas&oras depois# esta%a morta# e%eeada# pelo c&ocolate /ue &a%iacomido)

Desolado# Justa%o tomou o cami&o da sua resid6cia# o Leme)Pálido# er%oso# ão se coti&a# adado de um lado para outro# umaa$lição desesperadora)

3 ue : isso# meu $il&o5 1osse,a; 3 pedia3l&e a mãe# 9utado asmãos) 3 Eu compreedo o teu so$rimeto))) ?oi por/ue perdeste aoi%a))) Não :5

3 Não# mi&a mãe# ão; 3 ,emia o rapa)



E um ,rito de cosci6cia# arracado do $udo da alma7

3 Ima,ie a se&ora /ue))) eu esti%e para comer o c&ocolate;)))

E te%e um arrepio# de &orror)

LQQIQ

?R<1E1 J<L<N>E1

-m dos romaces de 0oa/uim !auel de !acedo tem umpersoa,em# o comedador 1ac&o# sexa,eário# ele,ate e,alateador# /ue# ates de /ual/uer baile# escol&ia e decora%a# sempre#uma $rase para diri,ir .s se&oras) Como ão $osse# por:m# deima,iação $:rtil# procura%a uma expressão al&eia# empre,ado3a aprimeira oportuidade) Na $esta em /ue o romacista o3lo apreseta# amaia do comedador : dier a toda moça /ue l&e dá o braço7

3 Fossa Excel6cia : o sol;

E satis$a3se com isso# como o persoa,em do Eça# imitado# atela# pelo 1il%ao do "$ilm" "Não tro/ueis %ossos maridos"# /ue secoteta com dier .s mul&eres de /ue se acerca7

3 1e eu $osse o Rei# dar3l&e3ia tr6s coisas7 o Praer# a Ri/uea e o<mor)))

Dessa classe de ele,ates sem ima,iação# o mais curioso $oi#por:m# o !auel ?elismio# torado icompara%elmete c:lebre pelassuas caliadas de salão)

!auel ?elismio esta%a# em certa $esta $amiliar# ecostado a uma 9aela# /ue deita%a para o 9ardim# /uado ou%iu ao seu lado umase&ora dier# apotado o c:u# a um ca%al&eiro com /uem palestra%a7

3 Ol&e# doutor# a/uela estrela))) ue lu bril&ate8 ão ac&a5

E lo,o# em se,uida7

3 O doutor ão ,osta do bril&o das estrelas5

O moço# /ue era um ,alateador pertia# atal&ou# proto7

3 Josto# sim se&ora8 mas ,osto muito mais do bril&o dos ol&osde Fossa Excel6cia;

!auel ?elismio ac&ou boita a expressão e prepara%a3se paraempre,á3la oportuamete# /uado auciaram o 9atar) >odos seecami&aram para o salão# e ele com os demais# ocupadoautomaticamete a primeira cadeira /ue l&e idicaram)

Começa%am os co%i%as a ale,rar3se# co%ersado alto# /uado adoa da casa# /ue ser%ia# ela pr*pria# os seus co%idados# %eio ter .cadeira de ?elismio# sustetado a mão uma tra%essa de ,ali&aassada) <o %63lo com o prato %aio# a distita se&ora ida,ou# ,etil7

3 O se&or ,osta de pera de ,ali&a8 1r) ?elismio5



O rapa irradiou ale,ria# ,l*ria# $elicidade) Era a &ora da $rasepro%idecial) E sem perder tempo# %oltou3se# rápido# um ,radesorriso7

3 O&# mi&a se&ora ,osto muito))) !as ,osto mais# muito mais#da pera de Fossa Excel6cia;)))

Dois se,udos depois ?elismio esta%a a rua# ecostado a umposte# limpado com um leço o "smoi," o%o# besutado de ,ordurade ,ali&a)

LQQQ

O OR<DOR

@filliam 0acob

-m e,ro ecotra3se com outro e,ro# ami,o seu# em plea rua#

e /ueda suspeso ao %63lo de tero o%o# c&ap:u o%o# sapatos o%os#e outras demostraç4es de prosperidade)

3 u e : isso5 3 exclama) 3 >ão ele,ate5 ?ieste al,um bome,*cio# >om5

3 !as do /ue um bom e,*cio# fillia) >e&o a,ora umapro$issão)

3 -ma pro$issão5

3 1im8 sou orador;

3 Orador5 E /ue : isso de ser orador5

3 Não sabes5 3 estra&a o calu,a8 3 pois %ou explicar3te o /ue :um orador) 1e tu# ecotrado3se com um ami,o /ual/uer# l&eper,utares /uato são dois e dois# ele te respoderá# simplesmete7"dois e dois são /uatro") 1e# por:m# $ieres a mesma per,uta a umorador# o orador te dirá isso desta $orma7 "uado# o curso dossucessos &ist*ricos8 /uado# atra%:s da marc&a iiterrupta da&umaidade pelo cami&o dos tempos c&e,am a ser uma ecessidadeiiterrupta da Humaidade pelo cami&o dos tempos c&e,am a seruma ecessidade imprescid+%el o uso e a prática da umeração e oempre,o e apro%eitameto das /uatidades /ue os al,arismosexprimem e especi$icam8 3 : $orçoso# : ielud+%el# : $atal# a exi,6cia desomar o coceito matemático /ue si,i$icamos com o duplo da uidade#com a abstração aritm:tica /ue represetamos# com i,ual /uatidade&omo,6ea# e# esse caso# i,u:m poderá cotestar3os sea$irmarmos# resolutamete# decididamete# claramete# /ue um maisum são dois# e dois e dois são# i%ariá%el e eteramete# /uatro") Isto :ser orador8 compreedes5

LQQQI

PI<NO))) PI<NO)))

</uele ,rupo de se&oras c&ics possu+a# todo ele# id:iasori,ial+ssimas sobre a %ida e sobre o amor) < maior parte delas reduia#



por:m# este setimeto a um certo 2mero de sesaç4es# descedo deuma atmos$era de idealidade ao baixo c+rculo dos praeres terreos) <mais $ormosa de todas $ala%a# mesmo# assim7

3 O amor# meu caro 1r) cosel&eiro# : uma esp:cie de m2sica#li,eira ou leta# sua%e ou tumultuosa# /ue o &omem tira desse piao de

er%os# /ue : a mul&er) Homes &á# /ue são ,rades artistas#%erdadeiros mestres a arte) Outros# ão passam de pricipiates# /ueão li,am# se/uer# duas otas)

< dissertação era# como se está %edo# curiosa e iteli,ete) E $oicerta do meu ecatameto /ue a lida se&ora cotiuou7

3 Eu sei de &omes /ue são %erdadeiros Rossii diate de umamul&er) Delicados de alma e tato# eles tiram delas &armoiasembaladoras# setimetos doces# árias tão teras /ue parecemdestacadas do coro dos a9os) Outros são a,eriaos7 amam combarul&o# com tumulto# com uma rai%a soora /ue# .s %ees# rebeta o

piao;

3 E Fossa Excel6cia# /uais pre$ere5 3 ida,uei)

3 Eu5 3 atedeu a $ormosa se&ora)

3 Eu sou piao de cocerto# em /ue se tem executado tudo7C&opi# fa,er# 1ait31aes# !asseet# Ferdi# os mestres# em suma# daescola italiaa# da escola $racesa# da escola alemã) Homem educado ede setimetos $ios# meu primeiro marido tirou de mi&alma e do meucorpo uma s:rie de &armoias bradas# /ue me $aiam adormecer))) Ose,udo# $oi um a,eriao de marca) Era um rapa brasileiro de trita

e tatos aos# sa,ue de $o,o# temperameto tropical# capa de tocar a/uatro mãos tedo apeas duas)

3 E a,ora5

3 <,ora estou %i2%a) O piao está $ec&ado# . espera de outropiaista)

-m sorriso bre9eiro deu# ela# sial aos ol&os) Estes icediaram3se# e eu# /ue os %i assim# obser%ei7

3 E a,ora# /ue m2sica seria a,radá%el ao piao dos seus er%os5

3 <o meu piao5

3 1im# se&ora)

< lida criatura ão ter,i%ersou)

3 -m))) "9a3bad"; 3 respodeu)

E estremeceu toda# os ol&os semicerrados# como se l&e ti%essecorrido um cala$rio pela espi&a)

LQQQII

< LI[WO



No pe/ueo ,abiete de estudo# $orrado de %ermel&o# com,rades piceladas de ouro o alto# a lida mme) Falde a,uarda# asmãos mer,ul&adas aloura cabeleira re%olta# o seu pro$essor deportu,u6s) <lta e es,uia# : um ,racioso tipo de belea modera) Osol&os e,ros# deuciado o arti$+cio dos cabelos dourados# sãope/ueios e m*%eis) E debruçam3se# %i%os# sobre as 9aelas das

pálpebras# como para espiar# curiosos# as rosas da $ace# reo%adas cadama&ã) < boca pe/uea# torada meor pelo ,esto &abitual de /uem %aidar um bei9o# sa,ra# aida# a tita do "bato") E tudo isso estácocetrado diate do li%ro aberto# em /ue a/ueles %ite e dois aosriso&os# os seios premidos cotra a mesa# procuram absor%er# uma auma# as re,ras da boa li,ua,em) De repete# passos a sal cot+,ua)

3 <&# pro$essor; A o se&or5

E as duas mãos %oam# er%osas e bracas# como duas pombassaudosas# para se re$u,iarem o i&o de outras mãos /ue as apertam#matado saudades)

Ele,ate e esbelto# o rapa /ue acaba de etrar : um admirá%eltipo masculio) uareta aos# /uase) Rosto lo,o# esca&oado# e ol&os/ue domiam# predem# sub9u,am) >ra9a com distição# tero claro#,ra%ata cia# uma p:rola como al$iete) 1etam3se# diate um dooutro# a mesa redoda) < disc+pula $ec&a o li%ro# i/uieta) E começa alição)

3 Co9u,ue# madame# o presete do idicati%o do %erbo amar)

E ela7

3 Eu amo))) tu amas))) ele)))3 Basta; Basta; 3 iterrompe# %isi%elmete preocupado# o rapa)

E le%atado3se para ol&ar a porta7

3 No %erbo amar# madame# : ecessário# sempre# muito cuidado)))

E ol&ado# prudete# para um lado# e para outro# a %er se %emal,u:m7

3 A preciso sempre muito cuidado com a "terceira pessoa";)))

LQQQIII

O !<RIDO >!IDO

Dese9oso de mostrar ao Paulio de <breu# seu %el&o ami,o doorte# recetemete c&e,ado ao Rio de 0aeiro# os aspectos maiscuriosos da cidade# o Lobato Batista le%ou3o ao Pão de <ç2car# aoCorco%ado# . Já%ea# ao 0ardim BotSico# a Pa/uetá# aos lu,ares# emsuma# /ue l&e pareceram ori,iais ou pitorescos) ?arto de aturea# oortista pediu3l&e# a$ial# um dia7

3 Eu /ueria %isitar uma casa "c&ic"))) 1abes5

3 -ma casa de c&á5



3 Não# $il&o8 coisa mais discreta) -m desses lu,ares ale,res# em/ue a ,ete daça# bebe# pula# se di%erte) Compreedes5

3 <&; Compreedo# 3 $e o outro) 3 ueres ir uma pesão,alate# ão :5

O perambucao co$irmou a expressão e o Lobato# /ue $orasempre um &omem s:rio# ,ra%e# sisudo# começou a pesar como seriaisso)

3 <c&ei; 3 exclamou# de repete# batedo a testa) 3 Fou le%ar3te .casa da 0udit&;

Essa 0udit&# /ue o Batista Lobato co&ecia por i$ormaç4es deami,os# era uma italiaa %el&a# ,orda# oxi,eada# $amosa pelas suas$uç4es de alco%iteira) E $oi para o atro da me,era /ue o carioca le%ouo compa&eiro# subido# um atrás do outro# a escadaria coberta poruma passadeira carmesim) Em cima# Lobato baixou3se# ol&ado pelo

buraco da porta do corredor# por ode se di%isa%a a sala das i/uilias#lá detro) E,astado o ol&o a ca%idade da $ec&adura# recuou# derepete# co%idado o outro)

3 Famos descer# Paulio5

3 Por /ue5 Famos etrar))) <da;

3 Não8 ão etres;

3 !as# eu sou um &omem# $il&o; 3 obtemperou o ortista) 3 E ãosou tão pudico assim# /ue ão possa %er estas coisas;

3 !as# eu ão posso etrar; 3 isistiu o pobre Batista)

E puxadoo ami,o# escada abaixo7

3 !i&a mul&er está a+ detro# e me passaria uma descompostura#se me %isse um lu,ar destes;

LQQQIF

O1 >RK1 COL<RE1

< porta estreita e lumiosa do Para+so das 9*ias# ,uardado# o c:u#

pelas estrelas mais mi2das# ecotraram3se# pedido passa,em# tr6scolares de p:rolas) Li,adas umas .s outras pelo $io /ue as reuira omudo# as ,otas leitosas recorda%am# o seu bril&o doce# pe/ueoscarreiros de 1atia,o# i%etados pelos a9os)

3 Eu 3 $alou o primeiro# 3 perteci# a terra# . esposa de umba/ueiro) Era uma se&ora &oesta# e so$redora) Ca+ do seu pescoçode mármore# e# para ão ser pisado pelos &omes# %im escoder3me oc:u)

3 Eu# 3 suspirou o se,udo# 3 %i%i ao pescoço da mais sedutora dascriaturas) Era uma $ormosa moça casada# /ue perteceu# de corpo#

uicamete ao seu marido) >al era# por:m# a sua ,raça# a sua tetação#



C&e,ado . casa# c&amou . parte a esposa) E# cotou3l&e# semomitir uma s* particularidade da sua %ida# a a$eição /ue o predia .esposa do seu mel&or ami,o# e a ecessidade# /ue &a%ia# de /ue ela# asua Coti&a# sua mul&er# o perdoasse) Era uma $atalidade8 mas# /ue&a%ia de $aer# se era a/uele o seu destio5

?isioomia serea# com a mão o /ueixo e o coto%elo o espel&oda cama# Doa Coti&a escuta%a o marido) E /uado ele acabou aexposição do seu caso# ida,ou# sem rai%a7

3 Die3me uma coisa# Lui7 &á /uato tempo tu me e,aas com aLiloca5

3 Eu5 Há /uatro aos)

3 E ac&as /ue eu te de%o perdoar5

3 <c&o;

3 Etão# $il&o# 3 $e a moça com iroia# 3 :s tu /ue de%es perdoar amim)

3 5)))

3 Há seis aos /ue eu sou amate do Jaud6cio# marido dela;

LQQQFI

O BORD<DO

Não obstate o sortimeto do seu armari&o# o Bor,es Pedreiraão ti&a a $re,uesia a /ue o seu e,*cio $aia 9u) E a raão erasimples7 casado com uma se&ora ciumet+ssima# /ue mota%a ,uardaao balcão# as damas de Pedra Braca e%ita%am# /uato poss+%el# a suacasa# s* ido comprar lá al,uma coisa /uado# mesmo# ão &a%iarem:dio) <lta# ma,ra# ol&ar i/uisitorial# Doa !arocas costitu+a umespatal&o do belo sexo# ol&ado cada $re,uesa como uma ri%al# /ue al+ia# ão para $aer compras# mas para co/uistar3l&e atre%idamete omarido)

Fi,iado assim de perto# passado a %ida de setiela . %ista# oBor,es Pedreira de%ia ser um dos maridos mais &oestos# mais castos#mais $i:is# de Pedra Braca) E Doa !arocas esta%a /uase certa dessa%erdade# /uado etrou# um dia# a lo9a# uma pe/uea de us o%eaos# muito espe%itada# $il&a de uma das rapari,as mais boitas dacidade# e /ue pediu# lo,o# etre um cumprimeto e um sorriso7

3 1r) Pedreira# eu /ueria tr6s metros de bordado)

Com Doa !arocas a seu lado# o e,ociate p=s sobre o balcãoal,umas caixas do arti,o# para /ue a meia o escol&esse)

3 Despac&e3me# /ue mamãe está com pressa; 3 reclama# comeer,ia# a pe/uea)

3 Escol&a o bordado8 pois eu &ei de saber5



3 O se&or sabe# sim; 3 isiste a meia)

3 Eu5 3 exclama o Pedreira# a%ermel&ado3se de repete# a ol&ar#de es,uel&a# a esposa# /ue o de%ora com os ol&os) 3 Posso eu láadi%i&ar5;)))

3 Ora# ão sabe;))) 3 retruca a meia# ombeteira)

E com um risi&o de mo$a7

3 A a/uele# "seu" Pedreira# a/uele da camisa da mamãe;)))

LQQQFII

O "!<JNI?IC<>"

@<t=io ?racesco Doi

Escritor italiao do s:culo QFI

Ha%ia a ati,a Lombardia um su9eito de meia idade# /ue tomoupara esposa uma 9o%em e lida rapari,a) <p*s a cerim=ia# coduiu3aele# com todas as uç4es e electuários# . alco%a upcial)

O oi%o ão era# por:m# mais# o es,rimista /ue &a%ia sido) Pormais es$orços /ue $iesse# ão cose,uia abater o ad%ersário) <s duasespadas %aliam mais /ue o bastão) 0o,a da/ui# 9o,a dali# e ada deecotrar a carta de triu$o)

1etido a má posição em /ue se ecotra%a a/uele mometo#

com a bolsa comprida# estirada# %aia de toda moeda# te%e uma id:ia7le%atou3se o tra9e em /ue se ac&a%a# e abrido a 9aela# começou aetoar# em altas %oes# e de um $=le,o s*# as satas pala%ras do"!a,i$icat")

<o ou%ir o cato reli,ioso# a mul&er $icou toda a,itada# e aspessoas da casa# despertadas ./uela &ora# correram# a$litas# para o/uarto dos oi%os) 1upu&am /ue ele ti%esse elou/uecido# eper,utaram3l&e7

3 ue : isso# &omem5 ue /uer dier essa malu/uice5 Por /ueestá catado a esta &ora5

3 Isto %ai mal# 3 respodeu "messer" !aa @era esse o ome dosu9eito $aedo3se desetedido8 3 : /ue 9á : de madru,ada e eu# at:esta &ora# ada cose,ui)

3 E /ue /uer dier# o meio de tudo isso# o "!a,i$icat"5

3 Eu $i todo o poss+%el 3 respodeu o %el&o# 3 para cumprir o meude%er) Pedi a /uem de%ia /ue se pusesse de p:# tirado o seu c&ap:uem &omea,em . oi%a) ?oi tudo debalde8 etão# lembrado3me /ue#as o%eas# sempre se cata o "!a,i$icat" e se toca o *r,ão# todo omudo se le%ata# me %eio a id:ia de recorrer a esse rem:dio# a$im deobter o /ue aida ão cose,ui;



>oda a ,ete se p=s a rir e "messer" !aa cotiuou a catar# at:de ma&ã)))

LQQQFIII

O1 E1CRGP-LO1 DO J<-DKNCIO

O Pedro Jaud6cio# estudate de !edicia# : de um escr2pulocomo%edor) Na ?aculdade# ode cursa o ao# todos o estimam pelorespeito /ue cerca os mestres# pela ,etilea com /ue $ala aoscompa&eiros# pela ateção com /ue se re$ere aos cot+uos)

3 Esse moço parece at: $il&o do <taul$o de Pai%a; 3 obser%ou# uma%e# o pro$essor Dias de Barros)

E 9usti$icado a opiião7

3 A o ca%al&eirismo em pessoa;

O Jaud6cio era# realmete# icompará%el# as suasmai$estaç4es de respeito) O caso ocorrido a praia do ?lame,o emcerta ma&ã de %erão# dá uma id:ia do &omem e dos seus costumes)

Erolado em seus calç4es pelos 9oel&os e a sua camisa %ermel&ae braca# toma%a o $uturo m:dico o seu ba&o de mar# em um ,rupo derapaes e moças) !er,ul&a da/ui# ada dacolá# $oi o Jaud6cio seaimado# se a,itado# se etusiasmado) E esta%a etusiasmado#aimado# a,itado# /uado# em %irtude de um diur:tico tomado pelama&ã# setiu dese9os de realiar a mais elemetar das ecessidades)1e $osse um cac&orro# e esti%esse em terra $irme# teria corrido para um

poste ou uma parede# e se e/uilibrado# apeas# sobre tr6s p:s) Homem#/ue lu,ar mais co%eiete do /ue a/uele# detro dá,ua5

Pedro Jaud6cio :# por:m# escrupulos+ssimo) E de tal $orma# /ue#o mel&or da $esta# escorredo á,ua# saiu do ba&o# meteu3se oroupão de $elpa# e partiu) <%eida Beira3!ar em $ora) Em $rete ao HotelCetral ecotrou um ,uarda3ci%il)

3 !oço; 3 c&amou# aproximado3se)

E ao ou%ido do policial7

3 Ode :# por a/ui# o mict*rio5

LQQQIQ

O HO!E! DE !<-1 CO1>-!E1

< mul&er# /uado : iteli,ete# %ale por dois &omes8 /uado#por:m# : dura de cabeça# ão &á es$orço /ue l&e $aça compreeder oesp+rito de uma $rase) <l,umas &á# mesmo# em cu9o c:rebro# como oda/uele ad%ersário de Camilo# ão peetra uma id:ia em amarradauma bala de re%*l%er)

Doa 0osia Bordalo pertecia# para des,raça# mais do marido do

/ue dela pr*pria# a essa classe de criaturas desprote,idas do c:u) s%ees# em uma reuião# al,u:m emitia uma expressão espirituosa8 toda



a ,ete ria# satis$eita8 ela# etretato# esbu,al&a%a os lidos ol&oscasta&os# pousado3os# ora o rosto de um# ora o de outro# como aida,ar ode esta%a o esp+rito da pil&:ria)

Não obstate essa $alta de a,udea# Doa 0osia $aia ao maridoas ,rosserias mais surpreedetes) E a mais espatosa $oi# sem d2%ida#

a /ue l&e saiu de um 9ato# a tarde em /ue berrou# uma terr+%elameaça7

3 Ol&e# "seu" Cust*dio# o dia em /ue %oc6 me aucriar muito apaci6cia# eu ,a&o a rua e %ou l&e e,aar# ali de$rote# com o0oa/uim padeiro)

3 E,aar3me a mim# com o 0oa/uim Padeiro5 3 $e o 1r) Bordalo)

E uma ,ar,al&ada ,ostosa7

3 Eu sempre /ueria %er;))) Eu sempre /ueria %er;)))

Essa expressão do marido# tomada ao p: da letra# irritou Doa0osia) E $oi com os ol&os em $o,o# /ue ela tro%e9ou# a%açado para odes,raçado7

3 Foc65))) !as %oc6 /uer %er# pra /ue5

E um ,esto de o9o# de despreo# de repu,Scia7

3 Eu ão sabia /ue %oc6 ti&a esse mau costume)))

QC

< PER<

Os dois ,rades ol&os acesos a escuridão# berradosoturamete como um $ormidá%el aimal pr:3&ist*rico# o "ladaulet"roda com letidão pela rua solitária) !ol&ada# re$letido as lSmpadas dailumiação abudate# o as$alto estala sob os peumáticos# atiradopara um lado e outro part+culas de á,ua# uma estra&a pedraria# /uelo,o# se des$a pelo c&ão)

<o $im de meia &ora de marc&a pausada# estaca em $rete a umportão# /ue se abre de par em par# como as mad+bulas de um dra,ãomostruoso) O carro peetra o 9ardim# o portão $ec&a3se sobre ele e#em bre%e# saltam do "ladaulet"# embrul&ados# 3 ela# um luxuoso"mateau" aul e ouro# ele# a sua capa de ,ola de %eludo# 3 o mar/u6se a mar/uesa de 1ão Ra$ael)

Em cima# %ai a moça pouco a pouco se des$aedo do %estuário)<p*s o "mateau" /ue $icou em baixo# rolam para o di%ã lar,o# repletode almo$adas $esti%as# o %estido# a cita# a combiação# o "soutie3,or,e") <s 9*ias# uma a uma# %ão saido dos seus dedos# das suasorel&as# do seu colo# dos seus cabelos# como isetos /ue abadoassemuma rosa) Li%re da opressão em /ue esti%era durate &oras# umbi/ui&o de rubi espia# satis$eito# por um buraco do cri%o da camiseta deli&o))) <s mãos# libertas da lu%a# amparam# uma car+cia# os dois

pombi&os separados) E acaricia3os aida# /uado# amarrado oscord4es do seu pi9ama de seda# o mar/u6s peetra o /uarto)



< PENI>KNCI< DO P-LCHARIO

Há duas &oras# as mãos cruadas o peito# os ol&os postos oc&ão# o Pulc&:rio a,uarda%a a sua %e para aproximar3se do padreRoberto) De tr6s em tr6s miutos# uma de%ota# maeiras &umildes# arescompu,idos# a9oel&a%a3se diate do co$essioário# ode o %i,ário a

escuta%a# a $isioomia doce# o coração trasbordado bodade) <p*suma# ia outra) E cada uma /ue se a9oel&a%a# er,uia3se de rosto calmo#sereo# tra/ilo# a sua%e expressão de um desa$o,o)

C&e,ada a %e do Pulc&:rio# este ecami&ou3se# desco$iado#para o co$essioário) Era um caboclo baixo# etrocado# ol&os mi2dos#te cobreada# cabelo duro# limitado a testa pe/uea) Festia calça eblusa de riscado ,rosseiro# e esborrac&a%a o c&ão# eormes e lar,as#as duas tartaru,as dos p:s)

Retorcedo as mãos o %el&o c&ap:u de cara2ba# a9oel&ou3se em$rete ao co$essioário# beeu3se# e# . ordem do padre Roberto#

rompeu a balbuciar# atrapal&ado# as oraç4es da litur,ia) ?eito isso#pricipiou# propriamete# a co$issão)

3 <cuse3se# meu $il&o; 3 pediu# com doçura# padre Roberto)

<imado pela bodade do sacerdote# o Pulc&:rio deu i+cio .eumeração das suas culpas) -ma# pricipalmete# era assialada porele com iteresse)

3 <&# se&or padre# eu cometi um $urto# e /uero /ue o se&orpadre me d6 uma peit6cia;

3 -m $urto# $il&o5 3 $e o sacerdote# escadaliado)E ap*s um istate7

3 ue $oi /ue %oc6 $urtou5

O rosto baixo# a %o surda# o Pulc&:rio começou7

3 Eu $urtei %ite e /uatro ,ali&as do /uital de Doa Juil&ermia#se&or padre) Há tr6s oites eu %ou lá# e todas as oites tra,o de lá seis,ali&as)

3 Fite e /uatro ,ali&as5))) 3 $e o padre Roberto# estra&adoa/uela cota)

3 1im# se&or# sr) padre) Eu /ueria peit6cia para o $urto das%ite e /uatro ,ali&as de Doa Juil&ermia)

3 !as# $il&o# 3 torou padre Roberto# 3 tr6s oites# $urtado %oc6seis ,ali&as cada oite# são apeas deoito ,ali&as;

3 !as eu /uero peit6cia para as %ite e /uatro# se&or padre)

3 5)))

3 A /ue eu deixei lá marcadas outras seis# /ue %ou buscar &o9e deoite;



QCIII

?<DIJ<

Das seis ou oito mil costureiras $racesa /ue o Rio de 0aeiro&ospeda atualmete# e&uma era tão $eli os e,*cios como a/uela

rapari,uita de cabelos de ouro e ol&os casta&os# /ue atra%essa%a#sempre# . tarde# o pedaço mais mo%imetado da <%eida)

E$eti%amete# era de admirar /ue# e/uato as outrasempre,adas de "atelier" patetea%am as suas di$iculdades de %ida# s*a/uela moci&a pudesse apresetar3se de meias de seda e com %estidos/ue %aliam dois meses de ordeado# cada um)

Os sucessos de !lle) Niete &a%iam# por:m# $orçosamete# decomprometer3l&e o or,aismo8 e de tal modo /ue# seis meses ap*s asua c&e,ada ao Brasil# começa%a a ,raciosa parisiese a ema,recer#mai$estado sitomas de uma ,ra%e alteração de sa2de)

1etido3se dia a dia pior# correu Niete ao cosult*rio do Dr) <belPorto# /ue# ap*s um exame pro$udo e miucioso# l&e prescre%eu umre,ime de %ida7

3 < se&ora# 3 disse# 3 está carecedo de repouso8 : precisotrabal&ar meos8 compreede5

3 !as# doutor))) 3 a%eturou a moça)

3 Nada; Não tem isso em a/uilo) >rabal&e meos) < se&ora ãoestá assim de trabal&ar5

3 A# sim# se&or)

3 Etão5 <,ora : repousar) A descasar o corpo)

E abrido a porta# para a cliete sair7

3 Não se deite mais# durate o dia8 sabe5 Passe o dia em p:;

QCIF

O BO! BEBERRWO

@Catulle !edes

Eu 3 começou 0o& Vierbocer# bur,u6s de Lodres#%etripotete como um &oteleiro de "%aude%ille"# e ari %ermel&o comouma pasta de sa,ue8 3 eu posso dier /ue ão &á um ",etlema" a%el&a I,laterra# em o cotiete# /ue se possa or,ul&ar de me &a%er%isto tombar para baixo da mesa) O ,im# o bradT# o porter# o ale# ucatriu$aram sobre mim) uado eu l&es te&a preparado uma boa camade "bee$" com /uei9o# um rio de "&ad3ad3&al$" pode rolar por detrode mim sem o meor ico%eiete deste mudo) !i&a capacidade :icompará%el) Eu absor%o e resisto como i,u:m) 1e me $urassem abarri,a# sairiam dela bebidas para embebedar# durate um domi,o#

todos os alco*latras de Dubli) <os meus ol&os# s* &á duas pessoasdi,as de elo,io# em mat:ria de resist6cia ao álcool) A meu compadre



<aximadro Pobocer# excelete bebedor de "ale"# e "mistress" ?loreVicerbocer# mi&a mul&er# %erdadeiramete otá%el o /ue direspeito ao bradT)

<cedeu o cac&imbo# e cotou7

3 Eu os estimo; Lameto# por:m# o /ue sucedeu um dia em /ueti%eram a audácia de /uerer ri%aliar comi,o) <peas ti&am es%aiado#ele# trita duplos de cer%e9a# e ela# /uatro ,arra$as de a,uardete#ca+ram os dois para debaixo da mesa# 9utos# um os braços do outro)>oda a oite# bebedo sempre# $resco# disposto# imperturbá%el# eu ti%e odes,osto de os ou%ir soltar os suspiros mais melac*licos e ,emidos decortar a alma# de b6bados# /ue esta%am) C&e,aram mesmo a trocarbei9os e car+cias# como pessoas /ue ão t6m a cabeça o lu,ar) E o diase,uite de ma&ã 3 %erdadeiramete# eu começa%a a ter sede# 3 elesesta%am aida tão embria,ados# /ue lutei com di$iculdades eormespara co%ec63los de /ue eu ão os de%ia deixar# absolutamete# dormir

9utos a mesma cama;

E para o ",arço"7

3 !ais um# duplo;

QCF

< RON-EIR<

<s $estas mais solees /ue se realiam o iterior do Brasil são oscasametos) -ma semaa ates do ato reli,ioso ou do ato ci%il# 9á a$am+lia da oi%a trabal&a# esba$orida# os preparati%os da mesa) Porcos

rec&oc&udos ,uic&am o /uital# ao cotato da lSmia assassia# /uel&es etra pela papada) Depois# são as ,ali&as estrebuc&ado# os perusembria,ados# a as cabras# e os pombos# e as %itelas# sacri$icadosbarbaramete . $elicidade do o%o lar)

Na sala de 9atar# ,rade como a dos co%etos# as ami,as eparetas da oi%a cortam papel de seda# de cores %ariadas# para os$rascos de doce) I/uieta# desmac&ado em ordes# multiplicado3seem cuidados# a doa da casa cota os pratos# os ,ar$os# as $acas# asx+caras# as col&eres# $aedo recomedaç4es .s comadres#ecarre,adas da coi&a e da copa) E /uado al%orece o dia dodesastre# isto :# do casameto# : a aa$ama# a balb2rdia# a co$usão#at: /ue# por %olta das oe &oras# a ro/ueira do adro da matritro%e9a# ao lo,o# auciado a aproximação dos oi%os# uidos parasempre)

Criado a cidade# etre o $o$oar dos autom*%eis e o ru+dotumultuoso dos bodes# o :i&o estra&a%a a/uele excesso de $estaso casameto da sua prima 0oai&a# /ue ele $ora assistir em 1ãoCosme de Cima# em compa&ia do pai) >udo a/uilo l&e pareciapitoresco# e# ao mesmo tempo# excessi%o)

3 !as# papai# tudo isso : para o casameto da prima5 3 ida,a%a#espatado# com a curiosidade dos seus oito aos)

3 A# meu $il&o) </ui# o iterior# : assim)



<o %63lo# E%a deu um pulo# desco$iada) E mira%a3o# ateta#a,ac&ado3se# ou er,uedo3se# /uado o rec:m3c&e,ado a e%ol%eucom seus braços lo,os# apertado3a# etre ,ruidos# de ecotro aocoração)

oite# ao %oltar . ca%era# com o peito ras,ado pelos espi&os e

a barba# re%olta# c&eia de $ol&as emara&adas# <dão %i&a tão casado/ue ão %iu# se/uer# /ue as er%as do seu leito esta%am maismac&ucadas do /ue de costume) <o ol&ar# por:m# a esposa# ida,ou7

3 Ode está o %estido /ue puseste de ma&ã5

3 <&;))) 3 $e E%a# com espato)

E a cabeça baixa# como /uem# procurado uma desculpa# metepela primeira %e7

3 Deu a la,arta)))

QCFII

L<-R< PR<QEDE1

</ueles 2ltimos cico aos de %ida matrimoial &a%iam sido para0oa/uim Praxedes !oteiro uma tortura cot+ua) Certo# ada l&edemostra%a de modo se,uro# positi%o# irrecusá%el# o procedimetoicorreto da esposa8 uma %o iterior diia3l&e# por:m# a todo istate#/ue ele esta%a sedo tra+do# e,aado# ludibriado8 e# por ode ada%a 3a rua# o ciema# a repartição# 3 parecia %er em cada rosto# em cadaol&ar# em cada cumprimeto# um sorriso de mo$a um sorriso de mo$a

pelo co&ecimeto da sua des,raça) Com o surto dessa suspeitamorrera a sua ale,ria) >i&a %otade# +mpeto# dese9o de sacudir amul&er pelo braço# e per,utar3l&e a %erdade8 mas temia ser i9usto# ecala%a3se) <t: /ue# um dia# diate de seu leito mortuário# %edo3adese,aada pelos m:dicos# resol%er explodir# e tra/iliar# de uma%e# o seu pobre coração despedaçado)

3 Laura# 3 pediu# se,urado3l&e as mãos pálidas# e cobrido3as delá,rimas8 3 Laura# die3me# pelo amor de Deus7 tu uca mee,aaste5

O peito opresso# a testa coberta por um suor $rio# pre2ciose,uro da morte# a moça ol&ou3o os ol&os7

3 Não# Praxedes8 uca;

E para tra/iliá3lo7

3 Eu /uero /ue meu corpo $i/ue dado %oltas o espaço se eual,uma %e te e,aei;

E# soltado um suspiro $udo# morreu)

Passaram3se os tempos) Oito aos %i%eu aida 0oa/uim Praxedesa terra# com a alma a oscilar# a$lita# etre um arrepedimeto e uma

saudade) <t: /ue# por sua %e# ap*s um acesso do coração# abadoouo seu i%*lucro terreo e $oi bater .s portas de ouro do Para+so)



<o peetrar a masão dos bem3a%eturados# ol&ou em toro e$oi# lo,o# per,utado a 1ão Pedro7

3 !eu sato# di,a3me uma coisa7 a Laura ada por a/ui5

3 Laura5 3 $e o sato# semicerrado os ol&i&os espertos# como

para lembrar3se mel&or) 3 ue Laura5 N*s# a/ui# temos mil&ares deLauras)

3 Essa a /ue me re$iro : mi&a mul&er))) Laura Praxedes!oteiro)))

O c&a%eiro pesou um istate# como /uem procura recordar3se)E como se ão lembrasse# c&amou um a9o# /ue passa%a# as asas muito,rades e muito cSdidas)

3 Jisael;

O a9o acorreu)

3 Existe a/ui al,uma Laura Praxedes !oteiro5

3 1im# mestre# existe)

E como /uem estra&a a/uele desco&ecimeto de pessoa tãoco&ecida7

3 Não : a/uela /ue está ser%ido de %etilador5

QCFIII

< J<LINH<

< maior tristea /ue Doa Hort6cia le%aria deste mudo# seria ade morrer sem acaletar um eti&o) !ãe de uma $il&a 2ica# tratou#lo,o# de casá3la# /uado a meia ão ti&a# aida# deesseis aos) Ecomo sucede sempre a toda mãe /ue se apressa# casou3a mal# de modoa ter como ,ero o Eus:bio Duarte# "almo$adi&a" sem reputação# semdi&eiro e sem sa2de# para /uem o casameto $oi mais um ecosto do/ue# mesmo# um caso de coração)

Casada a meia# a pobre se&ora declarou# ap*s o 9atar# apreseça da $il&a e de al,us co%idados7

3 Eu te&o a+ o /uital uma ,ali&a cari9*# /ue :# mesmo# umabelea8 mas# essa# eu s* a mato o dia em /ue ti%er certea de /uemeu primeiro eta 9á está em cami&o para este mudo;

< oite de 2pcias da $il&a $oi para Doa Hort6cia o /ue :#sempre# para as mães amorosas7 um tormeto) Coração alarmado#ou%ido . escuta# ol&os escacarados a tre%a# ão dormiu um istate)!a&ãi&a# le%atou3se# e# ates# mesmo# de preparar3se para descer#$oi bater . porta do /uarto dos oi%os)

3 !ariai&a5 3 c&amou# 3 !ariai&a5



3 ue :# mamãe5 3 respodeu# de detro# estra&ado# a %o da$il&a)

E a %el&a# muito tera# muito brada# muito doce7

3 Posso matar a ,ali&a5

QCIQ

O P<FOR DE 0<CV JOLD1ON

@Hist*ria I,lesa

!iutos ap*s o derradeiro suspiro# %iu3se 0im Barret arrastadopelo peso das suas $altas# .s portas escuras do I$ero) <o %63lo#Belebu cosultou rapidamete a sua escrituração# e comuicou3l&e#coçado o %etre com os c&a%el&os7

3 O ami,o tem de escol&er etre estes dois supl+cios7 o $o,oetero ou o rio de $ees &umaas) Decida3se;

3 Pode3se %er ates de escol&er5 3 ida,ou 0im Barret# com a sua$ra/uea de i,l6s e de &omem prudete)

3 Naturalmete# 3 declarou o dem=io) j</ui ão se e,aai,u:m)

E $aedo3l&e um sial# coduiu3o . $o,ueira eorme# crepitate#em /ue os corpos daados se torciam# se erodil&a%am# como se$ossem pedaços de madeira i$lamá%el)

3 Famos %er o rio de $ees# 3 pediu o des%eturado# arrepiado3setodo ao %er# com os ol&os $ora das *rbitas# o espetáculo &orredo# /ueele 9amais ima,iara)

>rasportado . mar,em do rio de imudices# o codeado /uasedes$alece) Era &orr+%el de %er# e# mesmo# de ima,iar) Pesada# ,rossa#%a,arosa# a correte escura descia# de modo /uase impercept+%el# oseu leito de podridão) <,lomera%a3se ali# compodo3a# o produto detodos os es,otos da terra) O c&eiro e a %ista da/uele &orror causa%amáuseas# toturas# %erti,es)

0im &esita%a# com a mão o ari# a escol&a da/uele supl+ciopara toda a eteridade# /uado descobriu# $aedo es$orços iomiá%eispara coser%ar a cabeça $ora do rio# o seu ami,o 0ac Joldso# %el&ocompa&eiro de deboc&e# /ue ti&a ido prestar cotas# ates dele# .

9ustiça di%ia)

De um ,olpe de %ista# 0im examiou a situação do ati,ocamarada) O +%el do rio ati,ia# 9usto# abaixo do seu lábio i$erior# ãoobstate as tetati%as desesperadas do codeado# o setido dele%atar o rosto um pouco mais# e $icar com o /ueixo de $ora)

3 A &orr+%el este supl+cio# 3 obser%ou 0im Barret a Belebu8 3 mas#parece /ue eu pre$iro isto . $o,ueira)



< estas pala%ras# ditas em meio tom# ou%iu o ati,o estroia uma%o estra,ulada# /ue subia da correte de $ees)

3 >u %es a/ui para o rio# 0im5

O i,l6s ol&ou para baixo# reco&ecedo a %o de 0ac Joldso)

3 Fou# sim# 3 co$irmou o rec:m3c&e,ado)

Horroriado# com a podridão at: . borda do lábio i$erior# 0acJoldso er,ueu os ol&os# uma s2plica) <o seu etedimeto de ati,oestudate de $+sica# sur,iu a/uele pric+pio ciet+$ico# se,udo o /ual umcorpo s*lido mer,ul&ado um l+/uido aumeta o +%el deste) E $oi comessa id:ia &orr+%el# /ue pediu# de baixo7

3 Por Deus# 0im# desce de%a,ari&o)

E setido a imudice do rio . altura do seu lábio i$erior7

3 Não $aças oda))) 1im5

C

NEJCIO "CHIC

"Para lá e para cá# um ao lado do outro# passea%am# passadasmedidas e demoradas# o terraço dos Badeira !edes# o 9o%emmudao ?el+cio Prata e o sutuoso capitalista !oreira da Cu&a)Detro# o iterior do palacete# /ue $er%il&a%a de ca%al&eiros ese&oras# a Or/uestra Pearso ataca%a m2sicas setimetais#

arrastado a alma para o so&o e os corpos# uidos# para o meio dassalas ilumiadas) Idi$eretes ./uilo tudo# por/ue ão daça%am# osdois cotiua%am a passear# as suas casacas irreprees+%eis# $umadoc&arutos de custo# /uado o capitalista parou# de repete# diate daporta /ue da%a# atra%:s do 9ardim de i%ero# para uma das salas dedaça) ?el+cio parou tamb:m# ol&ado a mesma direção#despreocupadamete)

3 Lida $esta; Não5 3 obser%ou o mudao)

3 !uito boita; 3 co$irmou o outro)

E ap*s um mometo de sil6cio7

3 uem : a/uela pe/uea5

3 ual5

3 </uela de cabelo aloirado# /ue está da cor de rosa# daçadocom o Bordalo5 Boita moça;

3 Iteressa3te5 3 ida,ou Prata acededo outro c&aruto)

3 < mim# mesmo# ão) uem me $alou ela# per,utado /uemera# $oi o comedador Bor,es)

3 O Costa Bor,es5



3 1im8 o do Baco das Hipotecas)

?el+cio acedeu# em sil6cio# o seu c&aruto# puxou3l&e duas$umaças# e ,uardou a caixa de $*s$oros) ?eito isso bateu o ombro doami,o7

3 die3me uma coisa7 isso rede5

3 Isso# o /ue5

3 -ma paixão do Costa Bor,es)

3 Por /ue per,utas5 3 ida,ou o outro# itri,ado com a/ueleiteresse)

O rapa tirou o c&aruto da boca# ol&ou para um lado# ol&ou para ooutro# com ares misteriosos)

3 A por/ue))) 3 a%eturou)

E ate o espato do outro7

3 Eu sou o marido dela;

CI

FOC<[WO

O dr) Raul Leite# proprietário de uma das maiores casas delatic+ios do Rio de 0aeiro# asceu predestiado) O seu pr*prio ome 9áo idica%a para essa id2stria# au,urado3l&e o mais $ormoso dos$uturos)

Não se resumia# por:m# o ome# essa predestiação) uadopirral&o# o simpático idustrial ão $ala%a seão em /uei9o# em creme#em coal&ada# $abricado %a/ui&as de madeira# e/uato os outrosmeios# a sua idade# $aiam ca%alos de papelão)

Não $oram# por:m# as %a/ui&as de pau /ue deuciaram .$am+lia a/uela %ocação irremediá%el) O caso $oi di$erete# e : cotado#assim pelo dr) Estelita Lis# m:dico da Cru Fermel&a7

3 uado o Raul ti&a sete aos# aida se alimeta%a de leite

&umao# /ue l&e era miistrado por uma portu,uesa# rapari,aa%ata9ada# ,rade como a Itália ?austo) Certo dia# ti&a ele acabado demamar# e como esti%esse com pre,uiça# $icou o colo da ama# at: /ueadormeceu) <o acordar# /uis mamar de o%o# e ão p=de) O leite ãosa+a) < rapari,a ,rita%a desesperadamete# com umas dores /ue ãosabia explicar) C&amado o m:dico# /ue era o dr) Arico Coel&o# estemadou /ue a$astassem o meio# at: /ue a ama se restabelecesse)

3 E /ue : /ue ti&a a rapari,a5 3 ida,ou al,u:m da roda)

E o dr) Estelita# em se,redo7



3 Eu dambem $ede abito bara 9amar ,a9orra))) Jompra um#%re,ues;

CIII

< C-LP< DO >RE!

O 0oão Bee%ides era cot+uo da Repartição Jeral dos >el:,ra$os#/uado# cumprido o seu destio de $ucioário# uiu os seus dias dedeoito &oras aos de oito# da !aria Carlota# modesta costureiradom:stica# $il&a mais moça de um cole,a mais %el&o) E $oram residir# osdois# Carlota e Bee%ides# para as badas do !a,ue# em uma casa dec=modos ode a exist6cia l&es parecia i$eral)

<o $im de dois aos de casameto# otado /ue o empre,op2blico ão ti&a $uturo# o Bee%ides te%e uma id:ia)

3 E se *s $ossemos para !ias5 Hei# Carloti&a5

3 A %erdade# 0oão;

E um suspiro7

3 uem os dera;

< lembraça ão era# por:m# descabida) O pai de Bee%ides#$alecido &á pouco# &a%ia deixado ao $il&o um pe/ueo s+tio abaixo de!ariao Proc*pio8 e $oi para lá /ue o ex3cot+uo dos >el:,ra$os partiu#com a mul&er# a cuidar seriamete da %ida as ocupaç4es laboriosas docampo)

1eis aos depois esta%a o Praxedes# pai de !aria Carlota# aespaar mesas a repartição# /uado recebeu uma carta e !ias) Erado Bee%ides# o /ual comuica%a estar de %ia,em para o Rio# a passeio#com toda a $am+lia)

Para o so,ro# $oi um espato a prole da $il&a e do ,ero) Eram#ada mais# ada meos# /ue /uatro meios e duas meias)

<o %er a/uele reba&o de etos# o Praxedes estra&ou7

3 !as# mi&a ,ete# /ue : isso5 Ode %oc6s arra9aram tatomeio5

3 ?oi o trem# pai;

3 O trem5

3 Etão5;

E sorrido# atrapal&ado# torcedo as mãos o %el&o c&ap:u demassa7

3 O se&or sabe# ão :5))) Lá o s+tio ão tem ciema# ão temteatro# ão tem circo# ão tem distração)))

?icou mais %ermel&o7



3 < ,ete dorme cedo8 ão :) O trem apita)))

E baixado a cabeça# todo e%er,o&ado7

3 < ,ete acorda))) Não :5

CIF

O1 JK!EO1

>omás Ficete da Cu&a era um desses &omes /ue desco$iam#sempre# de si mesmos) Não obstate a sua bela $i,ura de ca%alo platio#e a/uela palide /ue tato ecata%a as mul&eres# ão acredita%a#

9amais# o prest+,io da sua pessoa) 1e uma se&ora o ol&a%a um baileou um bode# o seu cuidado cosistia em %oltar3se para trás#procurado# modesto# o al%o da/uela distição) < sua timide ãoadmitia /ue us ol&os $emiios procurassem a sua &umildade# e# muitomeos# /ue al,uma das moças do bairro o /uisesse para marido)

3 Não se9as tolo# >omai&o# 3 diia3l&e a mãe# um sorriso debodade or,ul&osa) 3 >u :s um rapa boito# $orte# ecatador# e ão &ámoça# o Rio# /ue ão te /ueira para esposo) Basta /ue estedas amão# e escol&as;

Co%ecida de /ue o rapa ão tomaria# 9amais# por si# umaresolução# procurou Doa <mScia# ela pr*pria# resol%er o casomatrimoial do $il&o# casado3o com Carmeita# $il&a mais o%a do seuirmão Jeraldo# e uma das meias mais lidas /ue as areias deCopacabaa t6m %isto estes 2ltimos tempos) E esta%am casados &á umao# /uado o >omás e%eredou# certa ma&ã# pela casa matera#

c&orado como um beerro $amito)3 !i&a mãe# eu sou um des,raçado; Eu ão te disse /ue a

Carmem me e,aa%a5)))

3 ue $oi# meu $il&o5 ue $oi5 3 atal&ou a matroa# a a$liçãoestampada os ol&os) 3 <pa&aste3a em $la,rate5

3 ão# se&ora8 mas ela te%e criaça esta oite# e te%e dois $il&osde uma %e;

3 5)))

3 -m eu sei /ue : meu8 e o outro5 O outro))) eu ão sei de /uem:)))

CF

< NOIF< DO1 REJI!EN>O1

Residido as proximidades da Fila !ilitar# a Etel%ia Ribeiroso&ara# desde meia# com uma marido /ue usasse $arda) <os/uatore aos te%e como amorado um sar,eto do batal&ão dee,e&aria# /ue a es/ueceu /uado $oi tras$erido) <os /uie#amorara um se,udo teete de artil&aria) <os /uie e meio# um

primeiro teete da ca%alaria e# pouco# depois# um capitão dacompa&ia de metral&adoras) <os deesseis# $ora rebaixada# e passara#



de o%o# a ,ostar dos teetes# represetados por um ,rupo de obuses#e por outro# da artil&aria motada) <os deessete aos de idade eraEtel%ia um %erdadeiro campo de maobras# em mat:ria de amorado)<t: um sar,eto a%iador &a%ia $eito um "raid" sobre o seu coraçãoexperiete) E era esta a sua codição /uado se apresetou#disputado3a# o teete ?ilomeo Couti&o de !edeiros) !ilitar &oesto

e $uturoso# /ue a procura%a com a mais sicera id:ia de casameto)

Coração apaixoado# o teete busca%a# &á muito tempo# umaoportuidade para aproximar3se da meia) <compa&a%a3a# se,uia3a#cerca%a3a# mas o destio ão permitia# 9amais# uma troca de pala%ras) E$oi /uado# por um acaso# se %iu# um dia# ao lado dela# o trem /ue%i&a para a cidade)

3 O&# /ue $elicidade; 3 exclamou# a %o tr6mula) 3 < se&ora pora/ui5

1orriso o cato da boca# a moci&a ol&ou3o# com ,arotice)

3 <&; A o se&or5 3 disse # como se 9á o co&ecesse &á muitosaos)

<pro%eitado a/uela etrada# o rapa tomou a o$esi%a# abrido3l&e de par em par o coração) Cotou3l&e a sua paixão# os seusprop*sitos de oi%ado# e a %etura /ue espera%a da %ida se ela# boa#pura# &oesta como era# l&e cocedesse a esperaça do seu amor)>ermiada a/uela co$issão tão sicera# tão leal# tão pro$uda# a meiaol&ou3o# de cima a baixo)

3 De /ue arma : o se&or5 3 per,utou)

3 Da ca%alaria# 3 i$ormou o teete)

3 <&# ão /uero; 3 respodeu a pe/uea# perempt*ria)

3 -sam c&ileas; 3 acrescetou)

E como a respoder ao ol&ar iterro,ati%o do rapa7

3 Ras,am muito a camisa da ,ete;

CFI

->OPI<

@>&eodore de Bam%ille

O pe/ueo %iscode de 1alar e Coralia Bredo reproduemexatamete a/uele /uadro c:lebre em /ue# de p:# e so&ador# o re?elipe II# de Espa&a# em tra9e de corte e orado com o seu c&ap:u deplumas# cotempla a amate ua# deitada sobre o seu leito de repouso)<peas# como os &ábitos e%olu+ram desde esse tempo# Corália se cobrede um le%+ssimo %:u trasparete# e o pe/ueo %iscode# e%eeadode 9apoeseria e de impressioismo# e%er,a um costume de passeioiteiramete %ioleta# o /ual# desde o c&ap:u e a ,ra%ata de seda at: as

meias e os sapatos# percorre toda a ,ama simb*lica do roxo e cata asua m2sica sileciosa com o mais per$eito dadismo)



Embora exc6trico# e si,ular# <atolio de 1alar :ecatadoramete iocete e adora Coralia com um setimetalismotomado .s escolas abolidas)

<dmira ele# como%ido e em sil6cio# as belas $ormas expostas aosseus ol&os# /uado# de repete# solta um ,rade suspiro)

3 uerida# 3 di# . sua ami,a# 3 eu /ueria# o teu pescoço# a tua$rote# os teus braços di%iais# descobrir# para bei9ar# por meor /ueele $osse# um lu,ar /ue i,u:m ti%esse bei9ado ou tocado ates demim;

<dmira ele# como%ido e em sil6cio# as belas $ormas expostas aosseus ol&os# /uado# de repete# solta um ,rade suspiro)

3 uerida# di# . sua ami,a# 3 eu /ueria# o teu pescoço# a tua$rote# os teus braços di%iais# descobrir# para bei9ar# por meor /ue le$osse# um lu,ar /ue i,u:m ti%esse bei9ado ates de mim;

< cortesã le%ata3se# espatada com a/uela pretesão) Como#por:m# $ora estudate do "uartier Lati"# e como os problemasciet+$icos ão l&e desa,rada%am# ele se decide a admitir a &ip*tese$abulosa# e respode# tra/ilamete# com uma $iloso$ia doce)

3 <$ial de cotas# 3 di 3 isso pode uito bem ser# e eu ão direi/ue ão)

E com um sorriso triste# misto de icredulidade e de $:7

3 >udo existe a Naturea)))

CFII

O "PY11<RO"

< i$ormação /ue a %i2%a Barroso Fiaa ti&a recebido de !iasera de uma o%a des,raça a $am+lia7 a Rosita# sua sobri&a# $il&a doseu irmão Ra$ael e *r$ã de pai e mãe# &a%ia sido seduida por um rapade 0ui de ?ora# o /ual# al:m de casado# era escadalosameteprote,ido pela pol+tica) <o ter ot+cia do caso# os tios# as tias# osparetes# todos# &a%iam repudiado a meia# como idi,a) -s# a/ueriam abadoada a rua# recusado3l&e o pão e o ome) Outros#alardeado ,eerosidade excessi%a# pre$eriam mat63la um asilo#ecarcerado3a a+ para o resto da %ida) E $oi /uado c&e,ou ali a cartada tia Lalá# a %i2%a do coroel Barroso Fiaa# pedido3l&e /ue l&emadassem a pe/uea# /ue ela# a/ui# se resposabiliaria pelo seudestio)

<o bei9ar a sobri&a# a lida %i2%a# codescedete como toda,ete "c&ic" da cidade# setiu# lo,o# por ela# uma ,rade terura)</ueles ,rades ol&os e,ros e co$iates# a/uele sorriso bom# em /uese ba&a%am us detes miudi&os e i,uais# a/uele rosto pálido# decriaça so$redora 3 mostraram de proto# . sua perspicácia $emiia eapurada# /ue podia $aer da/uela prima%era $lorida o cosolo &oesto doseu outoo) Nada de %iol6cias# ada de opressão) Eram mul&eres# as

duas# e podiam eteder3se per$eitamete)))



No dia se,uite ao da c&e,ada# co%ersa%am# 9á# comoco$idetes# e Rosita cota%a# i,6ua# o seu i$ort2io7

3 ?oi o Dr) Jeor,io# um rapa alto# moreo8 boito rapa# 3 diia)

E descre%ia o epis*dio7

3 Eu ti&a ido passar o dia a casa de mi&a tia Elisa# /uado# a%olta# ele começou a me acompa&ar# $alado3me /uase 9uto daorel&a))) </uilo $oi me embebedado# me atordoado) De repete#/uase eu te&o uma %erti,em8 apoiei3me o braço dele# ele c&amou umcarro# e le%ou3me para uma casa /ue era uma belea# de luxo) E $oi lá#etão# /ue ele me des,raçou)))

3 Completamete5 3 ida,ou# iteressada# a %i2%a# passado3l&e amão $ia# e al%a# pelo cabelo e,ro# odulado# luidio)

3 Completamete; 3 co$irmou Rosita# muito %ermel&a#

escodedo o rosto as mãos)

-ma oda de piedade iudou o coração compassi%o da $ormosase&ora)

3 1osse,a# mi&a $il&a# sosse,a# 3 tra/iliou3a# bodosa)

E# com um sorriso bre9eiro# apertado3l&e a cabeça de ecotro aoseio $orte7

3 O /ue passou# passou)))

CFIIIO REI J<1P<R

< cara%aa &a%ia abadoado# a %:spera# os seus camelos# a$ote de 1ilo:# e os tr6s pr+cipes marc&am# a,ora# a p:# e soi&os#rumo de Bel:m pelas terras áridas /ue %ão de 0erusal:m ao mar !orto)<s suas sadálias $aem rolar os seixos soltos pelas ecostas# e %ão# ostr]es# meditati%os7 . $rete# !elc&ior# com o ouro8 o meio# Baltaar#com o iceso8 e atrás# destacado3se da oite sem lua apeas pelaal%ura do seu mato# Jaspar# o a$ricao# portador da mirra c&eirosa)

De /ual# da/ueles presetes# mais ,ostará o pe/ueio rei rec:m3ascido5 3 pesam eles# cami&ado em sil6cio)

3 Com o ouro /ue eu le%o# 3 ima,ia Baltaar# 3 comprará ele o seupalácio e a sua coroa# %estido de t2icas sutuosas a multidão dosseus lacaios) 1erei o pre$erido do seu coração)

3 O iceso : destiado aos deuses 3 re$lete Baltaar) 3 < mi&a&omea,em $alará ao seu or,ul&o# e . sua %aidade) 1erei o primeiro asua estima)

3 < mirta : &umilde e per$umada) A com ela /ue as mul&eres setoram mais dese9adas# /uado esperam# o $im da tarde# os amates

/ue adam o campo) 1erei o co$idete de sua %ida# e c2mplice atetodo seu dese9o# 3 pesa Jaspar)



!elc&ior era claro# Baltaar era moreo) Jaspar era preto) Femdesse tempo# desse $ato# e do desa$oro dessa lembraça# o casti,o# /uepesa sobre os mole/ues# de ser%irem de alco%iteiros a %ida amorosados bracos)

CIQ

O 0OCVE

O comedador Bartolomeu Barata era# a/uele tempo# o Rio# omaior etusiasta do "tur$") Criador iteli,ete# os seus parel&eirosraramete perdiam# sedo otá%eis# as corridas do DerbT# as %it*riasdo "Pimeta"# $il&o de "Camaleão"# sobre o "Bolia I"# /ue &a%iaderrotado a :,ua "-beraba"# em 1ão Paulo# e a "Jraciosa"# em Bueos<ires)

O ,rade $ator dos triu$os obtidos pela coudelaria do comedadorBartolomeu ão esta%a# etretato# os seus ca%alos# mas# sobretudo#

o 9oceT /ue os mota%a7 o Ra$ael# rapa de mão se,ura a brida# e/ue# l:pido# á,il# riso&o# se escac&a%a em uma sela# o prado# como/uem se escac&a em uma cadeira# um salão)

Com %ite e seis aos# moreo# ol&os a,ateados# o 9oceT eraduplamete c:lebre7 pelos pr6mios /ue le%ata%a se,uidamete# todosos aos# e pela simpatia com /ue era ol&ado pelas mul&eres#pricipalmete pela 0ulita# amate do pr*prio comedador# a /ual# maleste saia# tele$oa%a lo,o para a coc&eira# c&amado o Ra$ael)

Não &á ada# por:m# mesmo em mat:ria de amores secretos# /uese ão %e&a a saber) Escodem3se dois amates o c:u# todos os dias#

por trás de uma u%em# e dias depois# toda a ,ete saberia do caso# amais remota costelação) ?oi o /ue sucedeu com a 02lia# o Ra$ael e ocomedador# /ue# ao $im de pouco tempo# era iteirado# por uma cartaa=ima# dos ecotros dos dois)

I$ormado da &ora em /ue o 9oceT# deixado a coc&eira# se iameter a casa da rapari,a# o %el&o "tur$ma" preparou3se parasurpreed63los) Escodido em um bote/uim da es/uia# %iu3o etrar#ol&ado de um lado e de outro# a de2cia do seu mau pesameto) Eão &a%ia decorrido meia &ora etre a c&e,ada do Ra$ael o palacete da0ulita# /uado Bartolomeu irrompeu pela alco%a# ido ecotrá3los#pasmados# us os braços do outro)

De um pulo# e/uato a traidora mer,ul&a%a sobre a colc&a# o 9oceT esta%a o meio do /uarto# de meias# sem ,ra%ata# o cabelodes,re&ado)

3 1im# se&or# sr) Ra$ael;))) 3 $e o comedador# balaçado acabeça)

Ol&ou3o de $rete7

3 uato o se&or tem a receber# a coc&eira5

3 1eiscetos mil r:is# 3 i$ormou Ra$ael)

O comedador tirou tr6s c:dulas de duetos# e etre,ou3l&as)



3 Proto8 a/ui estão)

Idicou3l&e a porta7

3 0á; Po&a3se $ora;

E sem li,ar uma coisa com outra7

3 Não /uero mais /ue mote em ca%alo meu;

CQ

DI1>R<[WO

No /uarto de %estir mal%a e rosa# em/ /ue os m*%eis de perobaclara pu&am uma ota riso&a em cada cato# os cristais $aisca%am#repletos de per$umes caros# deuciado a preseça# ali# de uma mul&erde luxo) E essa mul&er era <lbertia Ba,a# $lor &umaa de %ite e dois

aos# tipo aut6tico de belea modera# esbelta# $lex+%el# seiospe/ueos# oxi,eada# cu9os ol&os ,rades e e,ros o praer bistra%a/uatro %ees por dia)

Fi2%a de um ati,o diplomata sul3americao# &a%ia se uidole,almete ao e,e&eiro Jomide Ramos# ecatadora $i,ura demilioário e de estroia# cu9a mocidade se &a%ia cosumido toda emParis# como um re,ato l+mpido se cosome de passa,em pelo Deserto)Casados# a %ida era3l&es uma perp:tua $esta dos setidos# iterrompida#apeas# pelos 9atares# pelos teatros# pelos c&ás# pelos passeios# pelasexi,6cias# em suma# de uma %ida itesamete ele,ate) Pálido# alto#espi,ado# os ol&os marcados pelo mo*culo e pelas %i,+lias# Jomide

Ramos# a pera cruada# %estido para sair# espera%a# recostado ocaap:# ledo um 9oral da cidade# /ue a compa&eira desse 2ltimoreto/ue . sua ele,Scia) E <lbertia ada%a de um lado para outro oaposeto# pre,ado e repre,ado o %estido# retocado os tu$os docabelo de ouro# p:s pe/ueios# elu%ados em meias cor de care#mer,ul&ados# como a%es o i&o# as patu$as de seda rosa) Derepete# a moça parou de adar# setou3se em uma cadeira de mola# aum cato# e# c&amado a criada7

3 Lola# trae3me os meus sapatos "marro"# os o%os)

E ap*s um istate7

3 >rae3me# tamb:m# a calçadeira)

Cico miutos decorreram) < calçadeira a mão# cur%ada paradiate a cadeira# a moça começa%a a impacietar3se) O sapato ãoetra%a# irritado a doa# em cu9a $rote %ermel&a de "rou,e" e desa,ue# o suor pricipia%a a por um or%al&o t6ue# como o /ue as rosasrecebem pela ma&ã) De s2bito# <lbertia amuou3se)

3 <toico5))) 3 c&amou)

E com ,estos de criaça mimada7

3 Não etra# meu $il&o;



<bsor%ido pela leitura# Jomide Ramos ou%iu a /ueixa por alto) O 9oral a mão# ledo3o pelo /uarto# le%atou3se# o adar de soSmbulo)No toucador# tomou uma bisa,a de metal# ecami&ou3se para o catoem /ue a rapari,a se calça%a# etre,ado3l&a)

3 >oma;

E distra+do# os ol&os o 9oral7

3 >al%e etre)))

CQI

O NO>F<JO

</uelas $estas do comadate Brás de Oli%eira acaba%am sempreda/uela maeira) <s empadas# os sadic&es# os past:is# o c&ampa,e#o isT# os sor%etes# os doces# eram em tal abudScia# /ue os

co%idados# .s duas da madru,ada em diate# eram em maior 2mero .porta dos ,abietes reser%ados do /ue# mesmo# os sal4es e em torodas mesas de 9o,o) < metade deles apa&a%a# i$ali%elmete# umaidi,estão# e a outra metade um desarra9o itero para o resto da%ida) <mi,o do %el&o mari&eiro# Fitoriao 1obreira esti%era# a/uelaoite# o ,racioso palacete da <%eida <tlStica) E tatos past:ise,olira# de mistura com $atias de "$oie ,ras" e piceladas de "ca%iar"#re,adas a Cli/uot# /ue# .s tr6s da ma&ã# se escapulia pelo portão dolado# com a cartola o cocuruto# a capa o ombro es/uerdo# osuspes*rio o direito# se,urado com ambas as mãos o c*s da calça#por cima do colete amarrotado) < ,ra%ata# essa# $ora colocar3se em cimada car*tida# como se $osse o e$eite atural da ,rade art:ria)

< oite esta%a escura# e as ruas# ./uela &ora# completametedesertas) < cabeça pesada# as peras le%es# o Brás atra%essou uma ruade bodes e# sem saber mesmo para ode ia# e%eredou por umatra%essa# /ue uma 2ica lSmpada clarea%a) E ia# 9á# a meio do cami&o#/uado pulou de um %ão de porta um %ulto# le,+timo tipo de "apac&e"# obo: em cima dos ol&os# um leço ao pescoço# um re%ol%er a mãodireita)

3 <lto lá; 3 ,ritou3l&e o salteador)

Fitoriao parou# automaticamete)

3 Le%ate as mãos; 3 ordeou o badido)

3 Eu5 3 sorriu o rapa# icosciete) 3 Foc6 ão %6 /ue eu ãoposso5

E com uma risadi&a de :brio e# ao mesmo tempo# de pSde,o7

3 Eu le%ato mas com uma codição)

3 5)))

3 Foc6 me se,ura a calça;

CQII



E batedo o ombro do padre <dr:7

3 !as# tamb:m# o /ue : %erdade# : /ue ele me aida me de%e/uatore mil r:is da semaa passada)))

CQIII

I!PEDI!EN>O

Com a/uele busto mara%il&oso# /ue etusiasmara at: ocasameto o coroel Praxedes !aia# comadate do $orte de 1ão ?elix#Doa Lola era# aos trita aos# a tetação dos rapaes da ,uarição) <o%er3l&e# . 9aela# o colo de rola satis$eita# o ma9or ?erado Roc&aexclama%a# sacudido a cabeça7

3 ue busto materal;)))

E o teete ?rederico Ramos# /ue era mais ou meos poeta#

repetido os mara%il&osos decass+labos de Raimudo Correa7

< <$rodite pa,ã# /ue o pe9o a$rota#

Exposta ua do ui%erso .s %istas#

Dos seios duros a marm*rea pota#

<mametado ,eraç4es de artistas#

Não se excede)))

E ti&am raão# um e outro) O colo de Doa Lola era o or,ul&o e a,l*ria da ,uarição) Era3o# mesmo# de tal modo# /ue o teete <belardo!eees# a9udate de ordes do coroel# passa%a a almoçar e a 9atara casa do seu comadate# o /ual o deixa%a a sal a $aer as &orasda palestra . $ormosa se&ora# e/uato ele ia percorrer# uma a uma#as ,uaritas das setielas)

Certa oite# por:m# tedo de ir . cidade# a c&amado do miistro#c&e,ou o teete ao $orte um pouco tarde# ecami&ado3se# lo,o# paraa resid6cia do coroel# /ue &a%ia deixado a sede do comado) Com a$amiliaridade a /ue se &abituara# $oi# lo,o# e%eredado pela casa8 maspara estacar a saleta# os ol&os esbu,al&ados7 a sala# o di%ã#esta%am Doa Lola e o teete <%elio 1ampaio# /ue a$uda%a acabeça# $ilia# o colo soberbo da lida se&ora)

P: ate p:# retirou3se8 e mal &a%ia sa+do# rumo da sede docomado# cruou o cami&o# com o coroel# /ue ia# calmo# para casa)

3 Fai surpreed63los; 3 pesou# com um +timo setimeto de%i,aça)

E ão se e,aou) !ometos depois# esta%a o moço o$icial oescrit*rio do $orte /uado apareceu o comadate) Fi&a apopl:tico#$urioso)

3 1e&or teete !eees# diri9a3se . mi&a casa# e d6 ordem deprisão# ali# ao teete <%elio# recol&edo3o preso)



De p:# a mão o /uepe# o moço o$icial recusou3se7

3 Perdão# meu comadate8 : imposs+%el) Estou impedido# por serparete do 1r) teete <%elio)

E $irme# teso# marcial# em coti6cia# ates /ue o coroel l&e

pedisse explicaç4es7

3 O 1r) teete <%elio : meu irmão de leite;

CQIF

< E1>R<>AJI< PREFEN>IF<

O cosult*rio do 9o%em m:dico Barreto Lopes esta%a c&eio# 9á# .s/uatro da tarde) 1e&oras# moças# criaças# &omes idosos#mausea%am re%istas ou liam 9orais# matado o tempo# ates /ue otempo os matasse) E# a um cato# %isi%elmete er%oso# o coroel

Ribeiro !oura# cu9o bi,odi&o pitado# escorre,ado do ari#deucia%a# ele# um desses %el&os mudaos /ue ão sabem capitulardiate do iimi,o etero e /uerem apro%eitar# por isso# at: a 2ltima,ota# o %i&o capitoso da %ida)

<$astada a cortia /ue %ela a ,rade porta do ,abiete decosultas# o cot+uo $a um sial# e o militar atra%essa o salão# rápido#escadaloso# como uma ,raada /ue $osse estourar# $ormidá%el# os p:sdo especialista)

3 Etão# coroel# /ue : isso5 como tem passado5 3 ida,a BarretoLopes# arre,alado3l&e o l&o# para examiar3l&e a escler*tica)

3 <&; doutor;))) estou passado &orri%elmete# &o9e;))) < cabeçaestala3me))) parece /ue %ou morrer))) /ue %ou me acabar)))

E com ambas as mãos o coração7

3 E /ue dor;))) /ue dor;)))

Ol&os a,udos de /uem co&ece a aproximação das crises como ocaçador pressete a caça /ue %em lo,e# o m:dico p=s3se de p:7

3 Não se assuste# 3 pediu# 3 mas# o se&or %ai $icar de camaal,us meses)))

3 Eu# doutor5

3 1im8 o se&or# tal%e da/ui a duas &oras# tal%e 9á# %ai $icarparal+tico)

3 Paral+tico# doutor5 3 ,ritou o o$icial# &orroriado) 3 Paral+tico5

3 1im# mas será uma paralisia parcial# s* do lado es/uerdo)))

3 Do lado es/uerdo# doutor5))) O se&or disse do lado es/uerdo5 3exclamou Ribeiro !oura# uma a$lição# como um &omem /ue %ai etrar#

iesperadamete# em combate)



E a uma co$irmação do especialista7

3 Etão# doutor# com liceça))) com liceça))) O se&or tem a/uial,um lu,ar reser%ado5))) tem5)))

O m:dico idicou3l&e uma porta discreta) !ometos depois# o

o$icial reaparecia# corri,ido a roupa# o ar $eli)

3 Estou proto# doutor)

E setado3se uma cadeira# riso&o# acomodado a calça# umrisi&o caal&a sob o bi,odi&o do Carlito7

3 <,ora# posso $icar paral+tico do lado es/uerdo)))

CQF

CIG!E

@Pierre Feber

Certo# a l*,ica dos &omes : o /ue &á de mais peoso eicose/ete) uado 0oão# /ue ama%a !me) Paula# %eri$icou /ue eracorrespodido# pediu3l&e a mão# e casou3se)

E $oi3l&e lo,o# diedo7

3 !i&a /uerida# os maridos /ue amam %erdadeiramete sãociumetos) E eu te amo %erdadeiramete)

3 E eu te dei moti%o para ci2mes5

3 Não8 mas todas as %ees /ue eu examio /ue :s bela# $ico apesar /ue outros podem te ac&ar bela# como eu te ac&o)

3 Está bem# 3 disse ela)

E# para /ue o marido %i%esse tra/ilo# deixou /ue a materidade,astasse o seu corpo mara%il&oso)

3 E a,ora# aida tes ci2mes5

3 O&# sim8 os teus cabelos são lo,os# $ios# sedosos e odulados#

e outros te podem amar s* por causa deles)

3 Está bem# 3 disse ela)

E para /ue o marido ão %i%esse em sobressalto# cortou# /uaserete# os seus lidos cabelos sedosos)

3 E a,ora# aida tes ci2mes5

3 !i&a /uerida# os teus detes são admirá%eis# e# /uado sorris#: tal o mila,re da $rescura# /ue eu temo /ue outro /ueira# tamb:m#comi,o# partil&ar a del+cia do teu bei9o)

3 Está bem# disse a esposa)



3 !i&a mul&er5 3 $e o Castro Roc&a# $ec&ado a cara8 3 mi&amul&er# por e/uato# %ai bem)

E ao ou%ido do outro# co$idecial7

3 ?elimete# ela aida ão sabe de ada))) Deus me li%re /ue ela

saiba;)))

CQFII

< DFID< DE <BR<WO

Não era de &o9e# em de otem# /ue <braão E$raim# o co&ecidoproprietário da casa de pe&ores E$raim Z Irmão# utria pro$udassimpatias pela esposa do seu ami,o Isaac ?erades) < sua $ortua# assuas lábias# as suas declaraç4es pessoais e pelo tele$oe p2blico# 9amais&a%iam# o etato# adiatado um passo o cami&o da sua pretesãodesoesta)

Com as mul&eres# por:m# ão co%:m desesperar) Por trás decada a9o da ,uarda &á um dem=io de atalaia# de modo /ue# . meordistração do a9o# o dem=io toma cota do lu,ar) E a %e dasubstituição a casa de Isaac ?erades c&e,ou# a/uela tarde cariciosade maio# pouco depois do meio3dia)

Na %:spera# &a%ia a $ormosa se&ora %isto o mostruário de umac&apelaria# a <%eida# um c&ap:u# com o /ual so&ara toda a oite) Epesa%a aida ele# /uado <braão# o bi,ode retorcido e e,ro# o ariisraelita espiado para detro da boca# subiu a escada# com a itimidade/ue ti&a a casa)

< preseça da/uele pretedete ilumiou# de s2bito# o esp+rito da$ormosa 9udia) -m bei9o em <braão# se ele l&o pedisse# e teria oc&ap:u)

3 Bom dia# Ra/uel;

3 Bom dia# <braão;

3 Etão# 9á está resol%ida a sal%ar mi&alma5

3 Depede# <braão) 1e sal%ares a mi&a situação# eu sal%arei atualma)

E setado3se ao lado)

3 Ol&a# eu preciso# &o9e# de /ui&etos mil r:is) A um casour,ete) <rra9a3mos# /ue tereis o /ue /uiseres)

3 A para 9á5

3 Para 9á;

De um salto# <braão E$raim esta%a a rua tomado direção) <casa comercial mais pr*xima# ode poderia arra9ar o di&eiro# era a de

Isaac ?erades# marido de Rac&el) Etrou lá)



3 Isaac# empresta3me /ui&etos mil r:is por al,umas &oras5Pa,o3te &o9e mesmo)

Fite miutos depois# esta%a Ra/uel com os /ui&etos mil r:is# e<braão# cotete da %ida# os braços da mul&er mais $ormosa produidapelo po%o de Israel) E descia# um a um# duas &oras depois# as escadas

da casa em /ue passara um dos mometos iol%idá%eis da suaexist6cia# /uado# em baixo# os 2ltimos de,raus# deu de cara comIsaac# /ue subia)

3 >u# por a/ui# <braão5

3 A %erdade# Isaac) Fim . tua procura) !uito obri,ado# meu %el&o)

E apertado a mão do ami,o7

3 Fim pa,ar3te os /ui&etos mil r:is /ue me emprestaste)))Deixei3os com a tua mul&er)))

CQFIII

CINI1!O

O pessoal do "pic3ic" sacudia3se todo# como $rascos de rem:dio#ao compasso descompassado do "s&immT"# /uado a Carloti&a e o0oão Bei,o# iludido a %i,ilScia da mãe da rapari,a# e%eredarampelo mato# em passo de $u,iti%os) E detro de poucos miuto c&e,a%am. sombra da ma,ueira imesa# perdida o mata,al# de ode ão se %iai,u:m mas ode c&e,a%am# aida# os ui%os da or/uestra es/uetadapela cer%e9a abudate)

Há muitas semaas /ue os dois se co&eciam e# mesmo# sedese9a%am) >odas as tardes# ao deixar o miist:rio ode trabal&a%a# orapa $ica%a pela cidade at: as sete &oras8 para acompa&ar o bode# e#o bode# at: . casa# a/uela ,raciosa "%edeuse" do ,radeestabelecimeto de modas) -m dia# em co%ersa# ela l&e $alara a/uele"pic3ic# o <lto da Boa3Fista# como para dier3l&e /ue $osse tamb:m) Eali esta%am desde as oito da ma&ã# a daçar se,uidamete# aexercitar3se com o cotato iteso de dois corpos moços# com a m2sicaardete e sesual e# de meia em meia &ora# com cálices de licor ou de%i&o) Em certo mometo# os ol&os em $o,o# a $ace %ermel&a# as bocassemi3abertas um bei9o /ue a ocasião ão permitia# o moço prop=s#apertado3a mais de ecotro ao peito7

3 Famos sair da/ui5

3 Famos; 3 cocordou a "%edeuse"# um arrepio)

E um istate depois# es,ueira%am3se por a/uela picada demataria# ido ter ./uele lu,ar sel%a,em# tão prop+cio aos amoradosarrastados pelo dese9o)

Dier3se /ual# dos dois# se atirara primeiro aos braços do outro# 9utado a boca se/uiosa . outra boca /ue a espera%a# seria di$+cil) O/ue ão resta d2%ida# por:m# : /ue $oi o 0oão Bei,o /uem cur%ou

sobre o leito de $ol&as secas o busto %ir,em da amorada# e/uato ospássaros se a/uieta%am# discretos# para mel&or l&es dar a id:ia de /ue



se ac&a%am# os dois# em uma alco%a upcial) <o $im de um /uarto de&ora# pálido# as peras ise,uras# 0oão Bei,o suspedia pelas mãos ocorpo tr6mulo da amorada) <o p=r3se de p:# muito braca# os ol&osespatados# como /uem desperta de um so&o ao mesmo tempodelicioso e terr+%el# Carloti&a $itou3o# &orroriada)

3 0oão# meu $il&o# /ue $oi /ue *s $iemos5;))) 3 ,emeu)

C+ico por aturea e# em parte# por embria,ues# o rapa sorriu#caal&a7

3 -ái; >u pesas /ue eu sou pro$eta5 uem sabe lá5))) E$im)))

E podo o p: sobre um troco de ár%ore# para abotoar o sapato7

3 Eu# por mim# ac&o /ue $oi meia;

CQIQ

O !<L>-1I<NI1!O DE BI1!ICHNI>>

@!ax Fiterbo

Bismic&itt# o co&ecido e pr*spero ba/ueiro berliese# ão/ueria ter $il&os) 0udeu de boa tempera# pretedia $aer ecoomia detodos os modos# e e%ita%a# por isso# todas as possibilidades dedesced6cia)

!me) Bismic&itt era# etretato# de opiião cotrária . domarido) -m $il&o# era o seu so&o# o seu ideal# o seu pesameto) E $oi

com esse titu+to /ue# acosel&o de uma das suas ami,as mais +timas#resol%eu ir $aer uma estação as á,uas termais de Vidermo&l3Piot#sobe9amete co&ecidas pelas suas %irtudes prol+$icas)

Obtida a autoriação do marido# madame se,uiu para a/uelaestação de cura# a$im de passar %ite dias) E 9á esta%a de %ia,em#/uado um ami,o de Bismic&itt o procurou)

3 ?ieste uma aseira madado tua esposa para Viermo&l3Piot)>ua mul&er# /uado re,ressar# %ai te dar uma desced6cia# cotra a tua%otade)

3 <&; Isso# ão se dá# ão# 3 du%idou o ba/ueiro israelita)

3 !as# se tem acotecido com a mul&er dos outros;)))

3 A o meos))) Com a mi&a ão acotece) Eu sou comaditário doestabelecimeto termal)))

3 5;)))

3 E madei a$astar de lá o ba&ista;

CQQ

< BO< E1PO1<



< pe/uea sala $orrada de um %erde de $ol&as : como uma ,radecaixa de co$eitaria) </ui e ali# 3 auis# %ermel&os# amarelos# bracos#de todas as cores# 3 os bombos das almo$adas) < um cato# ecostado. parede# etre o "abat39our" e a estate de m2sicas# lo,o como uma"tablette" de c&ocolate# o di%ã em /ue !me) E$raim se recosta) <claridade r*sea do "abat39our" discretamete descido# a sua $i,ura de

rai&a >omiris destaca3se em li&as mais doces) A $ia e esbelta comouma sil&ueta e,+pcia) Descedo3l&e pelo colo# a blusa de seda /uase ão$a o es$orço de uma pre,a para saltar os dois plaaltos dos seios)<berto em F# o decote c&e,a3l&e /uase ao est=ma,o# com a $ra/ueade uma porta de casa %aia# em /ue ão &á ada /ue se roube ou se%e9a) O cabelo# cortado . altura da orel&a# : liso e e,ro# e comprime3se# sem protesto# sob o aro de ouro e pedrarias de um diadema# /ue :como uma roda de bastidor da $ada Briola9a em /ue os %a,alumes&ou%essem pousado))) < seus p:s# de 9oel&os# arrastado o tapete sorde mora,o as abas do $ra/ue cia# o %iscode de Bastos Pe&a a,itaos lábios uma s2plica er%osa# /ue s* ela ou%e)

3 0á ão : por mim# Helea# /ue eu te peço esse sacri$+cio))) >uamas# tu adoras o teu marido))) A por isso# pois# /ue eu peço))) <bre3meos teus braços))) o$erece3me a tua boca))) deixe /ue a mi&a cabeçarepouse a sua%idade mora dos teus seios)))

Duas mãos# como duas borboletas# descem# bradas# sobre acabeça do rapa# e comprimem3l&e o rosto ma,ro e moreo# atraido3odocemete) Os lábios /uetes# em /ue o "rou,e" p4e um ,osto de $ruta#esma,am3se a sua boca)

3 Fem; 3 ,eme a moça# um arrepio# 3 %em; Não : por ti))) : porele;)))

E# atraido3o aida mais# os ol&os cerrados7

3 !eu marido ,osta tato de criaças;)))

CQQI

1OL-[WO

Cur%ado sobre a mesa ode redi,ia peosamete um bil&ete .amate# o bac&arel <astácio ão ou%ia as passadas da mul&er# /ue# oadar superior# se %estia para sair) Esta%am em di%er,6cia &á dois dias)De %e em /uado a discussão estala%a# trocado3se pala%ras# /ueati,iam o al%o e ricoc&etea%am com a mesma %iol6cia)

De repete# um per$ume doce# de RoTal Be,oia# espal&a3se pelo,abiete) E e/uadrado3se a moldura da porta# abotoadoer%osamete as lu%as# a $i,ura mudaa# acetuadamete c&ic# deDoa Fi%i)

Não : alta# em baixa) Clara# ol&os e,ros# boca ras,ada# dedetes ma,+$icos# : o tipo comum da raça) Os braços $ios e bracos#descem# us# como duas &astes de l+rio# desde a co$lu6cia do corpo)Calça# o máximo# \# e os sapati&os# bicado as $lores %ermel&as dotapete aul# são como dois bei9a3$lores su,ado a mesma roseira)



De pi9ama# a cabeça cur%ada# <astácio parece mais uma trouxasobre uma cadeira do /ue um aimal %i%o) Não se mo%e) 1e seer,uesse# toda a ,ete l&e %eria a altura icomum# o ari cumprido# orosto lo,o e est2pido# os de$eitos# em suma# /ue ele# como asserpetes# dis$arça /uado se erodil&a)

?isioomia de idi,ação# as arias batedo como as asas deuma pe/uea borboleta# Doa Fi%i estaca# a dois passos do marido)

3 Proto8 %ou sair# 3 i$orma# sem delicadea)

3 Boa %ia,em# 3 respode o rapa# sem %oltar3se)

Doa Fi%i morde# er%osa# o beiço %ermel&o)

3 Preciso de duetos mil r:is# 3 adiata)

-m risi&o caal&a do marido dá3l&e um tremor de idi,ação)

3 1e %oc6 ão me der 3 explode# 3 terei de pedir a outro &omem;

< essas pala%ras <astácio %olta3se# de s2bito# a cadeira) <tempestade %ai# com certea# estalar) Fi%i ecol&e3se# como se 9áesti%esse setido a cabeça# esmi,al&ado3l&e o c&ap:u# os pu&os de$erro do marido) Eroscaram3se os dois7 ela apa%orada# ele# ideciso)

3 ueres saber de uma coisa# Etel%ia5 3 di# ao $im de umistate)

E adoçado a %o7

3 <rra9a /uatrocetos) Eu tamb:m preciso de duetos)))

CQQII

?IDELID<DE

?oi . porta da matri da Jl*ria /ue a co&eci# pelo Natal) Delo,e# da escadaria do templo# eu l&e &a%ia %isto a $i,ura ,raciosaemer,ir# pouco a pouco# da %erdura do 9ardim) Era um mara%il&oso tipode brasileira7 estatura mediaa# ol&os e,ros# morea# e uma bocapetulate# de /uem mata os bei9os o ascedouro) O colo# $orte e&armoioso# deucia%a a mul&er /ue co&eceu# 9á# os mist:rios do

amor sem o supl+cio da materidade) E tão sua%e cad6cia ti&a oadar# /ue# /uado começou a subir a escada# todo eu me embala%a#como se ou%isse# com os ou%idos da alma# o ritmo de uma ,radeor/uestra ecatada)

Detro# o templo# cose,ui examiar3l&e# mel&or# os traçosdelicados da $ormosura) O ari# era correto e $io7 a te# sem arti$+cios#era brada# e cetiosa# sem as /ueimaduras /ue as titas costumamdeixar) Possu+a lidas mãos de dedos a$ilados# as /uais %olta%am# deistate a istate# as pá,ias claras de um pe/ueo missal demadrep:rola)



sa+da# acompa&ei3a) !ul&er e&uma &a%ia deixado em mim#at: etão# uma pro$uda impressão de &oestidade) 1etia +mpetos debei9ar3l&e as mãos# de 9oel&os# como se $a diate dos orat*rios)

>omamos o mesmo bode# o das Y,uas ?:rreas) < paixão /uea/uela criatura me ispira%a era de tal ordem# /ue eu# i$ormado de /ue

ela era esposa di%orciada de um terceiro marido# me propu&a# umasemaa depois# a ser o seu /uarto esposo# embarcado para!ote%id:u# ode os casamos de acordo com as leis do pa+s)

De re,resso# eu ia para a cidade# a bode# /uado me ecotreicom o comedador Boates# /ue# se,udo soube pelas explicaç4es dami&a esposa# era %el&o ami,o da $am+lia) 1em dar3l&e ot+cias do meupasso# resol%i pedir3l&e i$ormaç4es sobre a mi&a mul&er)

3 <&; a Jerusa# ão5 Co&eço3a muito) Co&eço3a desde meia)

3 Bom coração5

3 Coração admirá%el;

3 Belo esp+rito5

3 Iteli,et+ssima;

3 Leal5

3 De uma dedicação sem ome)

3 ?iel5

3 -m modelo o ,6ero)

E com etusiasmo7

3 >ão $iel# /ue perdeu o primeiro marido# perdeu o se,udo#separou3se do terceiro e está em %:speras de arra9ar um /uarto# esempre com o mesmo amate; Os maridos passam# e o amate $ica;

E apertou3me as mãos# suado# proto para descer)

CQQIII

O DO!IN

<drelisa# era o ome dela) 1e o recebera a pia batismal dai,re9a do Pe/ueo Jrade# em ?ortalea# i,u:m poderia di63lo) Ocerto : /ue desembarcara com ele o Rio de 0aeiro# /uado a/uisaltara# em g# em compa&ia de um escriturário do 1er%iço cotraas 1ecas)

Esse $ucioário# /ue se c&ama%a Juil&erme# demostrara# desde/ue se relacioara com ela# um iteiro descaso pela sua missão o$icial)Por/ue# traedo a rapari,a para o Rio# ele se mostraradescobertamete a $a%or das "secas"# sabido# como era# /ue se trata%a

da moça mais "seca" do Ceará)



<drelisa era# e$eti%amete# ma,:rrima) De $isioomiacorret+ssima# ão se l&e ota%a o rosto a de$ici6cia das cares) Dopescoço para baixo# por:m# metia pea7 podiam3se cotar# um a um# osossos do seu peito# as %:rtebras da sua espi&a# as costelas# os ossosdos braços# das peras# do p:) >irassem3l&e o %estido# e $icaria patete#%i%o# o mais $ormoso tratado de aatomia# por%etura publicado o

cotiete)

O $ucioário Juil&erme ape,ou3se# por:m# ao es/ueleto da<drelisa# e trouxe3o) </ui# procurou para ele uma tumba# e meteu3o) <tumba era# etretato# a rua Code de La,e# com uma porta de abrir e$ec&ar# e# /uado ele deu $:# os despo9os ti&am $u,ido com umdeputado . <ssembl:ia le,islati%a de Niter*i# /ue se ecatara com osol&os da rapari,a# sem per,utar o /ue &a%ia# em mat:ria de care# dosol&os para baixo)

< surpresa do le,islador $lumiese $oi dolorosa) No dia# por:m#em /ue a te%e# estudado a aatomia da <drelisa# dis$arçou3a# e bem)

Deitou a rapari,a um caap:# madou /ue ela descobrisse o busto# e$icou a apalpar# um por um# os ossos da caixa torácica) <o $im do meio3dia# a moça protestou7

3 <$ial# /ue : /ue %oc6 está $aedo a+5

3 Eu5 3 obser%ou o deputado# sem le%atar os ol&os do "tabuleiro")

E satis$aedo3l&e a curiosidade7

3 Estou 9o,ado# $il&i&a# uma partidai&a de "domi*")))

CQQIFO PIN>OR

O salão de pitura &a%ia aberto# a/uele ao# com umacocorr6cia desusada de trabal&os de m:rito) <moedo# os >im*teos#1atia,o# ?aers# Bic&o# &a%iam cocorrido com %erdadeiras ,alerias)<o lado de aimais dom:sticos pitados para o almoço por um artista de1ão Paulo# %ia3se uma salada de al$ace de 0oão Batista da Costa#se,uida# lo,o# de uma abudate sobremesa de $rutas# preparada por<u,usto Petit para a 1ociedade Nacioal de Pomicultura)

O ,rade sucesso desse ao era# por:m# a cotribuição de PedroRo,:rio# o artista %itorioso com /ue o Rio Jrade do 1ul acaba%a debridar o Brasil) ?orte# musculoso# boito# com uma $orte cabeleirae,ra e us ol&os e,ros como os cabelos# o 9o%em pitor brasileiroespecialiara3se em pitar beb6s# de /uatro aos para baixo) < sua,aleria de criaças era um ecato# pela ,raça# pela ioc6cia# pela%erdade com /ue ele apa&a%a# um traço# uma atitude# um sorriso#toda a complexidade da alma i$atil) Despeitados com o sucesso dopro%iciao de ,6io os compa&eiros a%eturaram pil&:rias7

3 Foc6 9á %iu a !ateridade5

Ou# etão7

3 0á $oi %er a "crec&e" do Paulo Ro,:rio5



< a$lu6cia de %isitates era# etretato# cada %e maior# maisumerosa) E toda essa ,ete se ia a,lomerar# exatamete# ao lo,o domuro de /ue pediam as telas do pitor rio,radese# cu9os pirral&itos#as atitudes mais pitorescas e ori,iais# $aiam sorrir# com ,osto# aspessoas /ue as ol&a%am)

<lma de "elite"# com uma paixão acetuada pelas coisas da arte#mme) >orres !ota ão se cote%e# ao %isitar a exposição# e $oi# comtoda a ,raça da sua ele,Scia# apertar# e$usi%amete# a mão do artista)

3 1eria um praer# meu caro pro$essor# acredite 3 diia ela# todaum sorriso# sacudido er%osamete a mão a Paulo Ro,:rio8 3 seria umpraer para mim receb63lo em ossa casa))) <pareça;))) Fá tomar umc&á coosco)))

<bi,ail >orres !ota mora%a# etão# a Folutários da Pátria# ori/u+ssimo palacete /ue o comedador >orres !ota# o %el&o e opuletocapitalista das mias de exo$re de Paa,uar2# &a%ia madado

recostruir) E era ali# esse ambiete de luxo# de ,osto# e de ele,Sciare/uitada# /ue o pitor e <bi,ail $uma%am# +timos# a "ci,arrette" da$rateridade a <rte# /uado o comedador peetrou# repetiamete#o salão# a barri,a ser%ido de proa# o rosto em $o,o# os passi&osmi2dos)

3 0oão;))) 3 exclamou madame# pulado do di%ã# e corredo aabraçar o marido) 3 A este o artista de /ue te $alei))) O pro$essor PauloRo,:rio)))

E as mãos 9utas# os ol&os o teto# um etusiasmo /ue seco$udia com o 6xtase7

3 <&# 0oão;))) 3 ru,iu o capitalista# os ol&os $ora das *rbitas)

E se,urado a mul&er com o braço es/uerdo# e/uato# com odireito# apota%a ao artista a porta do salão7

3 0á por ali# "seu" pati$e;

E empurrado3o# porta a $ora7

3 uado %oc6 /uiser "$aer" meios# compre tela))) Ou%iu5

CQQF

< >I< C<1>IJ<DEIR<

O <toi&o ada%a# apeas# pelos tr6s aos# /uado# com amol:stia da mãe# a pálida Doa !ar,rida# o pai# o dr) !ar/ues Fiaaresol%eu co%idar# para tomar cota da casa e do meio# a suacu&ada !aria Carmem# /ue acaba%a de $icar %i2%a do e,e&eiroBelarmio 1ampaio# $alecido o <cre) < e$ermidade da mme) Fiaaprometia ser lo,a# seão icurá%el) E como a/uele "meá,e"precisasse de /uem o diri,isse# ada mais atural do /ue ecarre,ardessa missão a irmã da e$erma# a /ual# tamb:m# sem esse aux+lio#$icaria exposta .s maiores ecessidades) Dois aos ap*s essa o%a

or,aiação dom:stica# a doete ão &a%ia cose,uido a meor mel&orao seu estado) < paralisia /ue a atacara lo,o depois do parto# se ão



&a%ia pro,redido a partir do terceiro ao# tamb:m ada &a%ia dimiu+do)<s peras eram3l&e %erdadeiros molambos# /ue a prediam ao leito# deode raramete sa+a# os braços do marido e da irmã)

?oi por esse tempo# com cico aos de mol:stia# correspodetes. idade do pirral&o# /ue o doete so$reu a/uela emoção# maior /ue a

morte# se l&a dessem) Era um domi,o . tarde# e os criados &a%iamsa+do) Cabelo cortadi&o . i,lesa# alpercatas sem meias# cataroladobaixi&o# o meio arruma%a us tubos de madeira# procurado $ormaruma casa o tapete# 9uto . cadeira da e$erma# /uado otou /ue l&e$alta%am al,umas tábuas do bri/uedo) Iterrompedo a $aia#su,ado a calci&a curta# p: ate p:# a$im de ão despertar a mãe /uecoc&ila%a# o <toi&o er,ueu3se# e $oi ao /uarto da tia Carmem# /ueera o 2ltimo# o $udo da casa) Distra+do# com o pesameto astabui&as /ue procura%a e /ue de%iam estar ali# ode bricara pelama&ã# em bateu# pedido liceça7 empurrou a porta e $oi etrado)-m ,rito a/uela meia escuridão# $oi o acol&imeto /ue te%e7

3 !eio do "diac&o";)))

E lo,o a tia# de um pulo# a%açado sobre ele# podo3l&e em baixoa calci&a# e aplicado3l&e as áde,as# $ortes# boas# estaladas# cicopalmadas# pelo desa$oro de etrar o /uarto sem bater# primeiro# aporta) !ometos depois# c&e,a%a o <toi&o o poto de partida# acabeci&a etre os braços# sacudido pelos soluços# o rosto coberto delá,rimas7

3 <&;))) <&;))) <&;))) <&;))) <&;))) <&;))) <&;)))

3 ue $oi# meu $il&o5 ue $oi5 3 ida,ou Doa !ar,arida# bodosa#

apertado3o de ecotro ao peito)3 < ti))) tia me))) ba))) teu;))) 3 c&orami,a%a o pe/ueo#

icosolá%el) <&;))) a&;))) a&;))) E eu ac&o))) /ue el))) la))) ba))) teu)))tam))) b:m)))# o))) pa))) pai))) a&;))) a&;))) a&;)))

E sempre soluçado# a mão se,urado a calci&a7

3 uado))) eu))) e))) trei))) ele))) esta%a))) tamb:m))) com acalça))) o c&ão;))) <&;))) a&;))) a&;)))

CQQFI

?<L>< DE CO1>-!E

?rederico Pires Bolac&a# $ucioário do miist:rio da <,ricultura# :uma dessas $i,uras masculias de ecatadora i,euidade) Não &ái,u:m mais simples) Não &á coração mais puro) Não &á esp+ritomeos ei%ado pela maldade)

Existe# por:m# um Deus# /ue prote,e as criaças e os si,elos decoração) E $oi essa etidade i%is+%el# mas real# /ue tomou . sua cota o?rederico# orietado3l&e os passos# e ,uiado3o# ,eeroso# /uado eletratou de escol&er mul&er) 1*# mesmo# Deus# ou o acaso# poderia reuiruma alma como a do ?rederico a um coração iocete como o da

Carloti&a Broxado)



O casameto desses dois a9os $oi como o dos mortais comus7co%idados# $lores# presetes# e# . oite# 9atar em $am+lia) <p*s o

9atar# as daças8 e ap*s as daças# a alco%a upcial# com todas as suascose/6cias)

Não obstate a sua ioc6cia e# mesmo# por ter pertecido .

repartição de estat+stica# o ?rederico Bolac&a co&ecia per$eitamete aaritm:tica dos E%a,el&os# a parte em /ue o 1e&or mada crescer# emultiplicar) Pelo meos# o seu primeiro cuidado# ao recol&er3se com aCarloti&a# cosistiu em dispor os al,arismos# para tirar a pro%a real#o%e meses depois)

< Carloti&a : /ue ão ,ostou# ada# da operação aritm:tica)?raia e $ati,ada com as emoç4es do dia# mal o marido acabou dedispor os 2meros# er,ueu3se# com uma &orr+%el dor a cabeça# /ueparecia l&e /uerer arracar os miolos7

3 Coitada da mi&a mul&eri&a; 3 $e# amoroso# o ?rederico)

E com a/uela estupide iocete# /ue $oi# a %ida# o se,redo desua $elicidade7

3 Foc6 ão está acostumada))) Não :# $il&i&a5

CQQFII

O1 !ELE1

@Rodolp&e Bri,er

uado se sai de Cliosclat pela estrada de !otelimar# a primeiracasa /ue se ecotra . mão direita : a de <astácio Boudou$e)

<astácio Boudo$e# /ue $e uma lida $ortua em Lio# %i%e alitra/ilamete com sua mul&er# a /ual tem cerca de %ite aos meosdo /ue ele# e# $ormosa e co/uete# %ai demais a !oetlimar# ode &ámuitos teetes de ,uarição) Não se9amos# por:m# alco%iteiros)

Não obstate &a%er a casa uma criada# <astácio Boudo$e# /uetem a mão apertada# $a# ele pr*prio# as suas compras) E era para $a63las /ue esta%a# a/uele sábado a praça da localidade# com a sua cestaa mão# /uado se p=s a cotemplar# eamorado# os mel4es com /ue aLu+sa teta%a a ,ula da $re,uesia)

<astácio Boudo$e adora os mel4es) Fedo a/ueles# de aspectotetador# subiu3l&e á,ua . boca# e7

3 Estão maduros# estes mel4es5

3 -m aç2car# sr) <astácio;

3 < como %ede5

3 Isso depede do tama&o)



<astácio p=s3se a apalpar os mel4es# um a um# %irado3os#re%irado3os# um exame demorado e meticuloso) E$im# parecedecidir3se por um# lido# %erde# raiado de braco)

3 uato : este5

3 -m $raco# meu caro se&or)

<astácio rep4e o melão o lu,ar# e recomeça a escol&er)

3 E este5

3 -m $raco e ci/eta)

E <astácio a p=r o lu,ar a mercadoria# par retomar outro melão#%irá3lo# pesá3lo# sacud+3lo# at: /ue# $ialmete# deixado tudo# decide7

3 Bom# $ica para outra ocasião))) Não me ser%em# ão)))

< essas pala%ras# a Lu+sa# /ue : a pior l+,ua da re,ião# p4e asmãos as cadeiras# um ar de desa$io e de c*lera7

3 <&# os meus mel4es ão l&e ser%em# ão5 Pois# ol&e# meu carosr) Boudo$e# deixe3me dier3l&e uma coisa)

E decidida7

3 1e o se&or ti%esse apalpado e re$letido tato /uado te%e deescol&er mul&er# ão era &o9e o marido mais e,aado de !otelimar;)))

CQQFIII

O NE>INHO

?oi pelo cara%al /ue a !aria cometera a/uela irremediá%elle%iadade) O rapa era isiuate# boito# maeiroso# e ela# atordoada#acompa&ou3o por toda a parte) No dia se,uite# ao etrar o "atelier"de /ue era costureira# debalde procurou recostituir a cea# para sabero /ue ti&a $eito) -m arrepio percorria3l&e o corpo# sacudido3a) E amoci&a $ec&a%a os ol&os# at=ita# &orroriada com a sua situação)

<o $im de um m6s e pouco# pricipiaram a aparecer3l&e ussitomas es/uisitos) -ma iapet6cia irresist+%el a$asta%a3a da mesa# .

&ora das re$eiç4es) >oteiras# %erti,es# %=mitos li,eiros# %otade# uma%e por outra# de morder lim4es ou lara9as bem aedas# 3 completa%ameste /uadro de sitomas) E em setembro# /uado ão#l&e era maisposs+%el dis$arçar o seu estado# deixou a oça o empre,o# recol&edo3se. casa da mãe# co$essado3l&e o mau passo /ue dera)

!aria ão era# por:m# criatura /ue se preocupasse muito tempocom essa $utilidades) Ela ão co&ecia o %erso dos "Lus+adas" em /ue se$ala do destio a dar3se "a/uilo /ue para dar l&e dera a aturea"# maspossu+a uma oção amá%el da %ida) 1e ão $iera cousa boa# acosci6cia ão a atormeta%a muito# arracado3l&e prato docoração) E# por isso# ão compreedia a/uela exi,6cia da %el&a mãe# a

des%eturada) Doa Eleoora# ordeado3l&e /ue ão pusesse p: $orade casa ates do deselace do drama)



Esse sedetarismo re%olta%a a rapari,a) E $oi re%oltada /ue ela#um dia# se %estiu . %otade# p=s o c&ap:u# e saiu para a cidade# aescadaliar as ami,as# e os co&ecidos# com a/uela obesidadeisolete)

tarde# %oltou) E $oi uma tempestade)

3 !i&a $il&a da mi&alma# 3 ,emia a pobre mãe# desolada) 3 ue: /ue tu $oste $aer5))) >u estás maluca# mi&a $il&a5)))

3 Ora# mamãe; 3 retrucou a moça# estabaada) 3 Eu ão $i adade mais)

E as mãos os /uadris odulados# a cari&a tras$ormada umacareta7

3 Eu $ui le%ar o seu eti&o para passear)))

CQQIQ

POBRE<

?oi em um baile de sub2rbio /ue o pitor <belardo Jomes %iu#pela primeira %e# a Cleoices) Com a se,uraça de %ista peculiar aosartistas# compreedeu o /ue &a%ia de bril&o# de ,raça# e de ele,Sciaa/uela espada de care mesmo ol&ada# assim# atra%:s da bai&a edseda da/uele %estido) Estatura mediaa# corpo &armoioso# ti&a obusto $irme# o pescoço direito e# os ol&os %erdes# um mist:rio deoceao) < boca abria3se3l&e %ermel&a como um cra%o# e a cabeleiraabudate# /ue a sua co/uetaria i$atil al%oroça%a# era como um

turbil&ão de ouro $er%ete# /ue as brisas a,ita%am)Impressioado com a/uela &armoia de $ormas# com a/uela ,raça

de maeiras# com a/uela si,elea de atitudes# o pitor <belardo pediu#istou# ro,ou# para /ue ela $osse ao seu "atelier"# dar3l&e o modelo parauma obra imortal)

E ali esta%a a moça# tão pudica# tão braca# tão lida# diate doartista ,lorioso; De p:# uma toal&a passada em toro do busto# acabeleira $ul%a em desali&o ele,ate# ia $orecedo ao ,rade mestre omolde# a ima,em# para uma ,rade tela imperec+%el) O rosto# oscabelos# o pescoço# os braços modelares# &a%iam sido# 9á# apa&adospelo dese&o) O seio +%eo# /ue pulara# como um pássaro# das dobrasda $elpa# esta%a reproduido# 9á# o esboço do /uadro mara%il&oso) E iadescer a toal&a para mostrar o %etre liso# de %ir,em# /uado $icou toda%ermel&a# como um $ruto saoado de s2bito)

3 <&# pro$essor# perdoe; !as# eu sou pobre;))) 3 ,emeu)

Pousado o picel a paleta# o artista ol&ou3a# sem compreeder)E Cleoices# toda e%er,o&ada# e aida mais %ermel&a# cobrido as$aces de rosa com os dois al%os l+rios das mãos7

3 Eu ão ti&a mais á,ua oxi,eada)))

CQQQ



< C<1>< 1-<N<

3 Eu 9amais me atre%eria a co/uistar a/uela se&ora# /ue se mea$i,ura%a %irtuosa em extremo# tal a sua ,ra%idade# sua cadura# a suamod:stia o tra9ar)

3 Casada5 3 i/uiriu um dos bo6mios /ue se ac&a%am . roda damesa# o clube)

3 1im# 3 cotiuou o arrador8 3 casada com um m:dico# emi,radorusso# ex3pro$essor da -i%ersidade de Odessa) Com a %it*ria da"Causa" ele abadoou a pátria# receoso de permaecer al+# com aesposa tão $ormosa exposta aos ol&ares dos membros dos tribuaisre%olucioários# ati,os operários e mari&eiros# tão cocupiscetescomo os obres do tempo do Car)

Ela# /ue se c&ama%a 1uaa# era $il&a de us 9udeus deEateriosla%# cota%a %ite e /uatro aos e ti&a sido disc+pula do

marido a -i%ersidade) I$udia3me respeito o %el&o esla%o# meiocal%o# de lo,os bi,odes# ca+dos aos catos dos lábios# . Leie)!orá%amos parede meia e 9á me acostumara %63lo# todas as ma&ãs# ira cami&o do col:,io ode lecioa%a di%ersos idiomas# e/uato omarido $ica%a 9uto . 9aela a tirar da rabeca# em arcadas %eemetes#marc&as /ue lembra%am o ,uaiar do </uilão os pi&eirais e o ,aloparde cossacos atra%:s das estepes cobertas de e%e) Certa oite de $rioiteso eu %olta%a do teatro# rouco# /uase a poto de ão poder $alar#/uado# ao apear do autom*%el# lobri,uei lu pelas $restas das 9aelasdos meus %ii&os) 0ul,ado /ue o doutor aida esti%esse a ler o seuJo,ol# resol%i pedir3l&e uma poção /ue me ali%iasse a ,ar,atadolorida) Bati de le%e a porta /ue se abriu de masi&o# deixado

etre%er o rosto s:rio do israelita8 descocertado# s* etãocompreededo a ici%ilidade dessa %isita em &oras tão adiatadas#perdi para lo,o a sereidade e# sem mais preSmbulos# etrei a balbuciar#uma %o sumida e ca%a7

3 O marido de F) Ex) está em casa5

Ela le%ou o dedo idicador aos lábios)

3 Está dormido# 3 disse# de le%e)

E um cicio# puxado3me pela mão7

3 Pode etrar)))

CQQQI

< !-LHER DE P<-

Passeado de um lado para o outro a/uele "badoir" $orrado deaul# em /ue um tapete $elpudo pu&a# ao lado do di%ã# uma ,rademac&a dourada# o poeta <l$eu de !irada cota%a . amate# a lida<%elia ?i,ueira# ati,a !me) Prado !ota# pe/ueos se,redos daitimidade dom:stica) <peas de "combiação"# deixado %er o colo$arto os mara%il&osos braços roliços# a rapari,a ecostou3se# pre,uiçosa#

o di%ã semeado de almo$adas de seda# acompa&ado com os $2l,idosol&os de $elio os mo%imetos %a,arosos do rapa)



!ãos para trás# 9a/uetão abotoado# ol&os o c&ão# <l$eu de!irada media os passos# e arra%a7

3 !i&a mul&er : assim7 ão tem ci2mes# ão se a,a# ão seirrita comi,o) 1aio /uado /uero e %olto /uado etedo) < mi&a %idamudaa :3l&e idi$erete)

3 E ela te : $iel# sicera# dedicada5 3 ida,a a rapari,a)

3 ?idel+ssima) E apesar de sua idi$ereça pela mi&a %idaamorosa# tem3me ,rade amiade) A uma esposa modelar) -m%erdadeiro a9o)

3 E se ela soubesse /ue tu tes amates5

3 Não se importaria# estou certo) A uma sata8 9á te disse)

<%elia esaiou um sorriso malicioso# e isistiu7

3 >ua mul&er : de pau5

3 De /ue5 3 per,utou o rapa# estacado# de repete# o meio dacasa)

3 De pau 3 torou a rapari,a)

3 Por /ue5

3 Por /ue5 3 repetiu <%elia)

E sem esperar a co$irmação7

3 Eu te per,uto# $il&o# por/ue))) ão : de pau /ue se $aem as"c=modas"5

CQQQII

DIYRIO DE -! ELEJ<N>E

"] de !aio de (') 3 Elisa# mi&a amorada# cocedeu3me# &o9e#uma "pala%ri&a")

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"U de $e%ereiro de (g) 3 Elisa# mi&a oi%a# trocou comi,o#&o9e# duas "pala%ras")

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" de deembro de U\) 3 Elisa# mi&a mul&er# disse3me# &o9e#tr6s pala%r4es")

CQQQIII

O 1CIO

Com os seus ci/eta aos de &omem ocupad+ssimo# o Dr FiaaPac&eco temia# embora i9ustamete# /ue a Natália# morei&a a /uemprote,ia secretamete# ca+sse a %ida a%eturosa) Era casado# ti&a um

$il&o 9á rapaola e ão podia# e%idetemete# acompa&ar a rapari,a portoda a parte) E como a %isse irritada cotra a sua tiraia# e pre$erisseperder a metade a perder tudo# tomou ele pr*prio# a iiciati%a de umaproposta)

3 1abes# $il&a# 3 disse3l&e ele# um dia# com cuidado8 3 : preciso/ue tu ades acompa&ada por al,u:m /ue %ele por ti) Famos# pois#$aer uma coisa7 arra9a um rapa direito# o%o# /ue me substitua/uado eu ão possa adar a teu lado) Eu o sustetarei# e a ti) O /ue eu/uero : /ue tu ão caias as mãos de todo o mudo)

3 Como tu :s bom# meu amor; 3 $oi a resposta da morei&a#

e/uato l&e cobria de bei9os os ol&os# a barba ,risal&a e a cal%arespladecete) 3 Eu 9á &a%ia pesado isso# e tem# at:# a+# um rapa#muito moço aida# /ue se presta admira%elmete para essas coisas)

3 Etão $ala com ele# e le%a3o# . oite# ao 1ão 0os:) Eu %oumadar3te das cadeiras# e $ico a terceira# perto de %oc6s)

oite# esta%a o ilustre ad%o,ado o lu,ar estabelecido# /uado#com o teatro a peumbra# etraram a Natália e o meiote) 1etaram3se a mesma $ila7 o %el&o de um lado# o 9o%em do outro# e a rapari,aetre os dois)

De s2bito# clareia tudo) E ia Fiaa Pac&eco %oltar3se# /uado %iuesteder3se para ele a mão do rapaola /ue etrara com a Natália)

3 < beção# papai;

Ol&ou# e estremeceu;

Era o $il&o)

CQQQIF

0-LIE>< 0<NEL<

@Catule !edes



1ão duas &oras da oite# duma oite de prima%era clara e $resca#e 0ulieta# ecostada o peitoril da 9aela# espera o amate) 1oltos oscabelos# o pescoço estedido# o ol&ar de /uem espreita# estremece aomeor ru+do)

>i&a ou%ido# 9á# o rodar de muitos %e+culos# e# 9ul,ado /ue

para%am . porta# setia bater o coração) -m carro 2ico# piedade crueldo acaso# parou)

3 A ele8 com certea /ue : ele;

E,ao) Era o morador do terceiro adar# um &omem ,ordo# cu9oari# bril&ado a escuridão# lembra%a uma brasa)

0ulieta escutou aida# atetamete# o ru+do de passos o passeioda rua# os /uais ressoa%am o sil6cio do /uarteirão deserto e solitário)!ais duma %e 9ul,ou reco&ec63los8 mas# ou era o coc&eiro daCompa&ia /ue %ira%a a es/uia# com o seu c&ap:u de oleado braco# e

/ue# a p:# se diri,ia para casa# de c&icote a mão8 ou al,um b6bado#/ue cami&a%a ecostado . parede) a,ou3se por $im# bateu o p:# e$ec&ou com ru+do a %idraça) 0ustamete essa oite traia o coraçãoc&eio de terura8 a prima%era ti&a3l&e dado bos cosel&os# etecioa%a ec&er o amate de $elicidade) 1etia %otade de c&orar#mas as lá,rimas ão se %iam e a%ermel&a%am as pálpebras semecessidade) ?ec&ou as portas com %iol6cia)

3 Não %em5 Pois o pior : para ele# /uer %e&a# /uer ão8 9á ãoestou disposta a esperar mais;

Etra para o /uarto# des$a os carac*is# desaperta o colete# p4e o

li%ro sobre a mesa da cabeceira ao lado do castiçal# deixa cair as saias#desabotoa as botias# tira as meias# e# mudado a camisa# mete3se omeio dos leç*is da/uele leito $rio e deserto# depois de ter estu$ado otra%esseiro# $uriosamete# aos murros) <peas# por:m# se deita# ou%e obarul&o de uma c&a%e a etrar a $ec&adura# abrir3se uma porta edepois outra))) A ele; 0ulieta# /ue $i,e dormir# %oltada para a parede#dia# etão# cosi,o# sorrido7

3 A assim mesmo8 o mel&or meio de $aer c&e,ar um co%i%aretardatário :# mesmo# p=r o 9atar a mesa;

CQQQF

INCRED-LID<DE

O deputado Belarmio Juedes e o capitão3teete Correa 0or,e&a%iam descido de um bode de Bota$o,o a Jaleria Crueiro# /uado oprimeiro apotou um %ulto $emiio /ue cami&a%a diate deles# opassi&o apressado)

3 Boita pe/uea; 3 disse)

O outro cocordou7

3 A muito lida) A mesmo# uma das mul&eres mais boitas do Rio)



E/uato os dois co%ersa%am# a $i,uri&a $u,ia# a $rete#,a&ado distScia# como se compreedesse os cometários /uedesperta%a) Era um tipo mi2do de brasileiri&a ele,ate) Cabelocortado# bo/uita %ermel&a# pele de seda aturalmete colorida# %estia amoça# essa tarde# um costume de i%ero aul3mari&o# bordado de%ermel&o e %erde a bai&a da saia e da 9a/ueta $rouxa) O c&ap:u aul#

com $lores de cor dos e$eites do %estido# parecia# a sua cabecita,raciosa# mais um bri/uedo de criaça do /ue uma co/uetaria demul&er) E /uado cami&a%a# li,eira# á,il# $u,iti%a# era como se $iessemalabarismos para sustetar sobre a cabeça ,etil a/uela pe/ueiap:tala de rosa ecatada)

3 A realmete# muito lida# 3 torou Belarmio Juedes)

3 E o marido : um belo &omem)

3 ue marido# ada; 3 protestou o primeiro# %oltado3se) 3 Ela ão: casada8 : solteira# aida)

3 Ora# deixa3te disso; 3 ob9etou Correa 0or,e) 3 Eu a co&eçomuito) E mul&er do Batista car%al&o# /ue ad%o,a com o Paulo 1impso;

< discussão aimou3se) Correa 0or,e etedia /ue a dama era# 9á#esposa) Belarmio Juedes ac&a%a /ue ão7 era uma meia solteira#$il&a do comedador Lopes <ires)

3 Ol&a# $il&o 3 acabou por dier Correa 0or,e8 3 podes a$irmar o/ue /uiseres7 mas eu ão creio /ue a/uela meia 9á este9a casada) Eusou como 1ão >om:)

E parado o passeio# para aceder o ci,arro73 1ão >om: s* acreditou depois /ue p=s o dedo a c&a,a)

CQQQFI

< <PO1>< DE !<>-1<LA!

@0ules !oT

!atusal:m e 0acob %ia9a%am em estrada de $erro# e aborreciam3se)

!atusal:m co%ida 0acob7

3 Famos 9o,ar um pouco# 0aco5

3 Famos# !atusal:m)

3 Eu apa&o um a mi&a cabeça# 0acob)

!atusal:m e 0acob arracam cada um o seu aimal do courocabeludo respecti%o# p4em3os lado a lado sobre um pedaço da tábua#soltam3os ao mesmo tempo)

O de !atusal:m c&e,a primeiro) >riu$ate# ele o retoma etre osdedos# colocado3o de o%o a cabeleira)



3 Por /ue puseste o piol&o de o%o a cabeça# !atusal:m5 3ida,a 0acob)

3 >u ão %6s lo,o# 0acob# /ue eu %ou p=r $ora uma parel&eiro comoeste5

CQQQFII

< CEJ-INH<

De /uatas pessoas a ,ripe de g iutiliou# e&uma $oi tãolametá%el# em tão i$eli# como a se&orita Juiomar de <lmeidaJuimarães# $il&a mais %el&a do comedador Dio+sio Juimarães# doBaco Hispao3 Portu,u6s) Basta dier /ue a des,raçadi&a $icou ce,a#e de modo irremediá%el# o mometo# exatamete# em /ue c&e,a%a aoespledor a sua ecatadora $ormosura dos /uie aos)

Na esperaça de um rem:dio pro%idecial# esperou a

des%eturada meia durate meses# a %olta da lu aos seus ol&osadmirá%eis8 e era essa esperaça /ue esta%a# &á dias# a sala patera#mer,ul&ada a sua oite sem aurora# /uado ou%iu# de repete# umrumor sua%e# de abel&a /ue c&upa# c&uc&urreado# o cálix de uma rosadesabroc&ada) Ou%ido ateto# a des,raçadi&a compreedeu# lo,o# como seu istito de mul&er# o /ue se trata%a7 era sua irmã !ar,arida /ueesta%a . 9aela com o oi%o# e /ue celebra%a# com certea# com ele# aaurora do seu oi%ado)

<di%i&ado a $elicidade da irmã e compreededo a suades,raça# a moci&a empalideceu# com o corpo $rá,il tomado# todo ele#por um ,rade tremor) E $oi tr6mula# pálida# /ue c&amou# a$etuosa7

3 !ar,arida5

< irmã ão respodeu)

E a des%eturada# a %o $l:bil# braços estedidos7

3 >e&am pea))) de uma))) pobre))) ce,ui&a;)))

E rompeu em soluços)

CQQQFIII

< OND< E O ROCHEDO

Nuca se %ira# em Copacabaa# isist6cia como a/uela) Dema&ã# o ba&o# ou . tarde# o "$ooti,"# lá esta%a o rapa ao lado dapobre moça# torturado3a com a lembraça do seu amor semcorrespod6cia)

3 A poss+%el# <rmado# /ue eu um dia l&e /ueira bem# 3 diia3l&e ape/uea# com aborrecimeto8 3 mas ão te&a ,rade esperaça)Distra+a3se# passeie# procure es/uecer)

Ele# etretato# teima%a7



3 Não# se&ora) Eu espero) Eu te&o co$iaça) -m dia# eu sereicorrespodido)

Iam %i%edo assim# 3 ela importuada# ele importuado3a# 3/uado# uma tarde# %edo3a setada a areia# perto das odas# ele se$oi c&e,ado# at: /ue se setou ao lado da %+tima)

O mar# muito aul# esta%a admirá%el# esse dia) Harmoiosas eredodas# as %a,as %i&am delo,e# rolado# at: /ue rebeta%am deecotro .s pedras das proximidades da I,re9i&a# como se uma ,radetoal&a de redas /ue se ras,asse) O rapa ol&a%a esse espetáculo daaturea# /uado# %irado3se para a moça# lembrou# estirado o dedoa direção dos roc&edos)

3 Está %edo5 3 disse) 3 </uilo# Doa 02lia# : o s+mbolo da mi&acostScia) Eu sou a oda# e a se&ora : a pedra) E á,ua mole mepedra dura)))

E $itado3a# triste# e/uato ela cora%a7

3 >ato bate# at: /ue $ura)))

CQQQIQ

O N<><L DO L<DRWO

@Pierre Feber

<s criaças /ue uma is=ia precoce ti%esse coser%adoacordadas essa meia3oite de Natal# teriam tido uma si,ular

cocepção de Noel# se &ou%essem le%atado os ol&os para o teto dopr:dio ^ '' da rua !arboeu$) E$eti%amete# sobre o tel&ado da casa#erra%a# a essa &ora# um idi%+duo sem o tradicioal burel de li&a bracoem cesto de bri/uedos .s costas# mas# apeas# com o tra9e &abitualdos "apac&es" e um pacote de $errametas a mão)

3 Bolas; 3 exclama%a este# etre os detes) 3 uerem %er /ue &o9ei,u:m sai de casa e eu te&o de passar a oite sem comer;

< essa &ora# exatamete# o pr:dio ''# uma pobre criaturasuspira%a e ,emia# a tristea do seu destio) Era uma dama de usci/eta aos# $amosa a %ida ,alate do seu tempo# mas a /uem odecl+io do corpo &a%ia a$astado da ati%idade mudaa)

3 Bos tempos; 3 medita%a a m+sera) 3 Há %ite aos# /ue Natais#os meus; Eram o Ro,:rio# o Justa%o# o Em+lio))) E o DortT# pai))) E oDortT# $il&o))) uata c&ampa,e; uata loucura; uata ale,ria;))) E&o9e)))

1oltou um suspiro# estremeceu toda# e7

3 1erá poss+%el /ue Pai Noel se ão lembre de mim5

Nesse mometo# por:m# um ru+do surdo e cot+uo se propa,apela c&ami:# e %em aumetado# at: cocluir com um ba/ue $orte# em

baixo# o $o,ão) <ssustada# a %el&a dama pula da cama# ol&a para ac&ami:# e o seu rosto se ilumia todo# um sorriso) A /ue %6 lá detro#



de e%olta com a cia# uma $i,ura de &omem %estido de "apac&e"# todosu9o de $uli,em# mais $orte# robusto# musculoso)

3 Fem; Fem# meu amor;))) 3 exclama# puxado3o pela blusa) 3<da# %em te la%ar))) Fem cear comi,o;)))

Pai Noel# $aedo estalar# o tel&ado# o cimeto da c&ami:#/uado o salteador ele se apoia%a meditati%o# ão se &a%ia# como se%6# es/uecido dos dois)))

CQL

">ENDRE11E"

Data%a de um ao# mais ou meos# a perse,uição de /ue era%+tima a/uela ecatadora se&ora morea# esposa# a acepção le,al do%ocábulo# do ilustre ad%o,ado 1e%erio Peixoto de !a,al&ães) Operse,uidor# o capitão3teete Barros da Jama# ão a deixa%a um s*

istate) < moça mostra%a3se# por:m# irredut+%el 3 ão tato# tal%e#por si mesma# pelos seus escr2pulos de coração e de cosci6cia# mas#sobretudo# pela atitude /ue assumiria o marido se descobrisse# um dia#a sua le%iadade)

< situação de Doa Coti&a era essa# /uado o !uicipalauciou# um dia# em r:cita de uma Compa&ia ?racesa# ">edresse"#de Heri Bataille)

3 Famos# $il&i&a5 3 co%idou o Dr) 1e%erio) 3 Famos5

3 Famos; Cocordou a moça# idi$erete)

No dia se,uite ao do espetáculo# /uado a criada 9á ser%ia o ca$:#lembrou3se Doa Coti&a da sua oite da %:spera# ida,ado do maridoo /ue ac&ara da peça de Bataille)

3 Não sei# $il&a) </uilo : um tema /ue $a a ,ete meditar muito8sabes5

E preocupado7

3 Eu pesei muito a/uilo# durate a oite) < mi&a itrasi,6ciaessas coisas de &ora# : o /ue tu sabes) < dor da/uela rapari,a /ueco$essa ao compa&eiro a sua traição era# por:m# tão impressioate#tão sicera# /ue eu ac&o /ue# a situação dele# ão iria tão lo,e7perdoa%a3a# ão esperado /ue a %el&ice# a tortura# os so$rimetos# me%iessem abrir de o%o o coração;

3 >u perdoa%as# etão# a mul&er /ue# como a/uela !arta# tee,aasse5

3 Perdoa%a; 3 co$irmou o ad%o,ado)

>esta $raida# coração em co$lito com a cosci6cia# o Dr)1e%erio tomou o 2ltimo ,ole de ca$:# acedeu o ci,arro# bei9ou amul&er# e saiu) E mal &a%ia ele desaparecido o cato da rua# Doa

Coti&a tomou do $oe# pedido uma li,ação7



3 <l=; A %oc6# comadate5

E ate uma co$irmação7

3 sabe de uma coisa5 Eu estou resol%ida; O 1e%erio perdoa;

E cotet+ssima# os ol&os $aiscado)

3 Fou3me %estir))) 0á %ou;

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