histórico da ee conceitos básicos e legislação vigente
TRANSCRIPT
ENTEJ
Formação das
professoras
especializadas
Concepções dos
estudantes que
frequentam o AEE
Identidade das
professora
especializadas
O AEE nas SRM na
concepção dos
professores da Sala Comum
Concepções de infância
das professoras
especializadas
O trabalho docente pelas
vozes das professoras
especializadas
AS PESQUISASO Trabalho
Docentes no AEE pelas vozes de professoras especializadas
• Conhecer o trabalho docente do Atendimento Educacional
Especializado na Rede Municipal de Ensino de
Joinville, pelas vozes das professoras que atuam neste
serviço. • 34 professoras que atuam nas
SRMO AEE nas SRM na concepção
dos professores da SalaComum
• Investigar o Atendimento Educacional Especializado nas
Salas de Recursos Multifuncionais na concepção
das professoras da Sala Comum
• 144 professoras que atuam do 1º ao 5º ano
Percursos das Pesquisas1
• Autorização da Secretaria de Educação
2• Submissão do projeto de pesquisa
ao Comitê de ética
3• Aplicação dos instrumentos pilotos
de pesquisa 4
• Aplicação dos instrumentos de pesquisa (questionários e entrevista com profissional do Núcleo de EE) - TCLE
5• Tessitura dos dados
Perfil das participantes da pesquisa
Trabalho Colaborati
vo
O que as professora
s entendem
como a função do AEE/SRM
Aspectos a serem abordados
PERFIL DAS PROFESSORAS ESPECIALIZADAS• São mulheres;• Professoras concursadas;• 40 horas como professora do AEE e/ou apoio;• Professoras experientes – 71% está na Rede Municipal
há mais de 6 anos;• Tempo de serviço no AEE:
47% das professoras, apontam que é o primeiro ano no AEE;
88% atuam no AEE há 3 anos ou menosDe acordo com Huberman (2000) seria uma fase marcada pelos contatos iniciais com a função, caracterizada pela sobrevivência e descoberta, em que são explorados os contornos da profissão.
PERFIL DAS PROFESSORAS DA SALA COMUM• 95% do gênero feminino;
• Idade entre 30 a 49 anos;• Dividem-se entre iniciantes e veteranas;• 22% trabalham de 6 a 10 anos e 22% trabalham a mais
de 21 anos na rede municipal de Joinville ;• 93% lecionam as disicplinas do 1º ao 5º ano;• Mais de 50% das professoras lecionam no 2º e 3º ano;
Por trás da ruidosa conquista de alguns avanços e dos não menos ruidosos anúncios de resultados de políticas públicas, de outro ponto de escuta se pode ouvir o eloquente silêncio de problemas históricos da alfabetização no Brasil, cuja persistência está diretamente relacionada com a dificuldade em detectá-los e, portanto, em formulá-los, discuti-los e compreendê-los (MORTATTI2013, p.9).
FORMAÇAO DAS PROFESSORAS ESPECIALIZADAS
• 100% das professoras possui curso superior;• 94% das professoras possuem curso de especialização;
11 possuem especialização em AEE (há mais de 3 anos no AEE);
1 em Educação Especial;• Formação específica para o AEE:
19 indicam possuir formação específica;15 indicam NÃO possuir formação específica;13 sentem necessidade de formação para atuar no AEE.“a que estamos recebendo não supre as
necessidades” . (P10)
FORMAÇAO DAS PROFESSORAS DA SALA COMUM
• 70% formação em Pedagogia;• 10% formação em: Arte, Educação Física, Geografia e
Ciência Biológica);• 20% não responderam;• 80% possuem especialização;• 71% afirmaram que tiveram disciplinas relacionadas a
Educação Especial na sua formação;Mais capacitação para professores de sala sobre Educação Especial. E mais
capacitação também para professores da SRM para se aprimorar mais ainda
(P51).
O TRABALHO DAS PROFESSORAS ESPECIALIZADAS
• A parceria entre AEE e sala comum, parte em 56% dos casos das professoras especializadas;
• Apenas em 10% dos casos, os professores da sala comum buscam a parceria com o AEE;
• 26% da parceria surge quando os professores da sala comum solicitam ajuda;
• Em 44% dos casos a parceria acontece quando a professora do AEE percebe necessidade;
Pelas vozes das professoras especializadas, notam-se tais dificuldades:
“As professoras da sala comum, alegam não ter formação para
trabalhar com pessoas deficientes”. (P30)
“Mesmo eu tentando esta parceria, os professores [da sala comum]
ainda não estão abertos para isso”. (P7);
“[...] os professores não sabem trabalhar com esse aluno em sala de aula. Então, como vamos complementar um trabalho
de sala de aula, se, em muitos casos, ele não é realizado? (RITA, PROFESSORA DE SALA MULTIFUNCIONAL, POLO DO
AEE)”. (p.144)
Pelas vozes das professoras especializadas, notam-se tais dificuldades:
“Creio que um dos maiores desafios é conseguir a parceria necessária
entre a escola, família e os demais profissionais que atendem os
alunos. A inclusão ainda tem resistência dentro das escolas por parte
de alguns profissionais. Alguns pais não são comprometidos com a
aprendizagem dos alunos com deficiência”. (P12);
O TRABALHO DAS PROFESSORAS ESPECIALIZADAS
NA VOZ DAS PROFESSORAS DA SALA COMUM
• A penas 8% das professoras da Sala Comum destacaram a troca/parceria como motivo para manter contato com o professor da SRM;
• É a necessidade que faz com que o professor da Sala Comum busque alternativas para trabalhar com o aluno com deficiência na sala;
• Desta forma, o trabalho do professor da SRM, não atinge seu objetivo, pois os recursos e adaptações ficam restritos ao atendimento;
• O prejudicado é o estudante com deficiência, que acaba por não ter suas necessidades atendidas;
Pelas vozes das professoras da Sala Comum, notam-se tais dificuldades:
Não vejo muito resultado. Não espero nada, tenho que fazer a minha parte, ensinar e desse trabalho que tenho que ver
resultado (P40).
Esperava muito mais pouco acontece, falta mais contato professor/professor (P47).
Ajuda a melhorar o desenvolvimento da criança, porém, no dia a dia, nós professores precisamos de uma pessoa para auxiliar a criança dentro da sala de aula. O atendimento no contra turno, não traz
o resultado necessário para aprendizagem efetiva (P56).
Pelas vozes das professoras da Sala Comum, também notam-se
possibilidades: O contato com a especialista é muito significativo para ambas as partes. Pois o sucesso do aluno é o nosso objetivo, então quanto mais informações que podemos ter em relação do trabalho feito pela especialista enquanto professora da sala facilita o diagnóstico e andamento do processo ensino-aprendizagem. Para dar informação referente à dificuldade momentânea e os encaminhamentos e para receber informações do trabalho que vem sendo feito pela especialista e o progresso do aluno (P131).
Como as professoras especializadas entendem sua função no AEE
“Auxílio e ajuda para os alunos poderem ou terem recursos diferentes
ou maneiras diferentes de compreender ou ver determinados assuntos.”
(P1);
“Como uma professora que contribui para eliminar as barreiras dos
alunos com deficiência e que com as atividades diferenciadas auxilio na
melhor aprendizagem daqueles alunos com muitas dificuldades”. (P7);
Como as professoras especializadas entendem sua função no AEE
Estas informações nos permitem fazer duas proposições:
• Primeiro que tais falas dão indícios de um trabalho isolado das
professoras e;
• Segundo, que a centralidade no estudante, evoca o entendimento de
que algo precisa ser “reparado”, corrigido no estudante.
Como as professoras especializadas entendem sua função no AEE
A função de professor do AEE, concebida como um trabalho isolado, pode levar ao entendimento dos demais envolvidos no processo de escolarização, de que a responsabilização pela aprendizagem do estudante é apenas da SRM, já que não há esta articulação com os demais profissionais da escola. O trabalho assim entendido e praticado admite que este, não necessariamente precise acontecer no contexto escolar, já que não há as conexões com a sala de aula comum.
Como as professoras especializadas entendem sua função no AEE
De acordo com Arroyo (2011, p.150) apesar de os professores buscarem escolhas para lidar com as
situações concretas de seu ofício, o trabalho isolado os tornam enfraquecidos “na estrutura de trabalho, na
divisão de tempos e de espaços”.
O que as professoras da Sala Comum sabem da função do AEE na
SRM• Tem conhecimento do público alvo da
Educação Especial;
Sei que é trabalho realizado de forma complementar, extraclasse, com alunos que possuem alguma
deficiência, transtorno no desenvolvimento, acredito que possa ser realizado com alunos com altas habilidades e
superdotadas (P12).
O que as professoras da Sala Comum sabem da função do AEE na
SRM• Algumas funções específicas -
Recursos/AdaptaçõesÉ uma sala onde são usados muitos recursos
adaptados as dificuldades motoras, visuais e de aprendizagem. Onde se faz um trabalho de
excelente qualidade e diversificado, individualizado, centrado na dificuldade
momentânea apresentada pelo educador e que pode melhorar, facilitar e até mesmo direcionar de
outra maneira mais significativa para o bom andamento e a aprendizagem do meu aluno (P
131).
O que as professoras da Sala Comum esperam da função do
AEE na SRMEsperam que este elimine as dificuldade/necessidades dos alunos:
Levar o aluno a superar e avançar em suas dificuldades, desenvolvendo atividades dentro de suas limitações, no
entanto, propondo desafios para que participem tranquilamente das aulas junto da turma que está inserido
(P23).
Espero que o trabalho desenvolvido favoreça o meu aluno em seu processo de aprendizagem e de vida diária. Bem como me
sirva de auxílio para que eu possa atender bem o aluno em sala da forma com que ele precisa, pois as dúvidas e
questionamentos são muitos (P90).
Conjugar as tensões e desafios presentes nas escolas de educação básica na formação inicial e
continuada de professores é um dos caminhos que temos para colocar esses profissionais diante de um processo de reflexão sobre o significado que temos dado para a Escola quando pensamos na escolarização dos alunos com deficiência, pois, quase sempre, essa instituição, nesse caso, é
pensada como espaço de socialização e não como de produção de conhecimento (JESUS, 2010, p.
235).
A complexidade com a qual o trabalho docente tem se revestido, sobretudo quando exercido com estudantes com diferenças significativas no processo de escolarização, endossa a necessidade de embasá-lo em práticas colaborativas, “de integrar na cultura docente um conjunto de modos colectivos de produção e de regulação do trabalho”. (NÓVOA, 2009, p.42)
Nessa perspectiva, o trabalho colaborativo e/ou culturas/práticas de colaboração (NÓVOA, 2009; JESUS, 2010; ARROYO, 2011) ao levar em conta os saberes-fazeres dos docentes, fortalece “os professores no que eles e elas têm de mais seu [...] do que sabem e controlam, suas práticas, seus produtos e seu trabalho”, configurando-se como um suporte ao seu ofício e à sua formação. (ARROYO, 2011, p.150)
Para isso, precisam de espaço-tempo para desenvolver um trabalho colaborativo, há que se ter na escola espaços para diálogo, troca de experiências, para que o trabalho das professoras especializadas não se tornem isolado e com menos contribuições do que se houvesse um trabalho que abrangesse SRM e Sala Comum.
O campo educacional se movimenta de acordo com as propostas que são
realizadas em práticas cotidianas, se positivas seguirá por caminhos que
podem, não garantir o sucesso imediato, mas sinaliza resultados positivos, o que
incentiva a comunidade escolar a continuar acreditando nos possíveis
(ZUQUI, 2013, p.112).
Obrigada!