historia e teoria comunicacao

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História e Teorias da comunicação Centro de Pesquisa Atopos Curso de pós-graduação: Redes Digitais, Terceiro Setor e Sustentabilidade Módulo I Profª. Ms. Marcella Schneider Faria Centro de Pesquisa Atopos ECA/USP Fapcom – Faculdade Paulus de Comunicação e Tecnologia

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Page 1: Historia e teoria comunicacao

História e Teorias da comunicação

Centro de Pesquisa AtoposCurso de pós-graduação:

Redes Digitais, Terceiro Setor e SustentabilidadeMódulo I

Profª. Ms. Marcella Schneider Faria

Centro de Pesquisa Atopos ECA/USP

Fapcom – Faculdade Paulus de Comunicação e Tecnologia

Page 2: Historia e teoria comunicacao

Ementa - objetivo

A disciplina propõe um percurso histórico sobre as principais revoluções comunicativas e analisa o desenvolvimento progressivo de formulações teóricas sobre a comunicação de massa, associando-as com os avanços tecnológicos das principais mídias contemporâneas que interagem no mercado de produtos culturais.

Page 3: Historia e teoria comunicacao

Programa:

• 09/03 - Primeira parte:– Apresentação da disciplina e introdução ao

conteúdo:• As revoluções comunicativas: o papel das tecnologias

da comunicação nas transformações sociais• A Revolução da Escrita• A Revolução de Gutenberg• A sociedade industrial como cultura – metrópole,

técnica e estilo de vida moderno

Page 4: Historia e teoria comunicacao

Programa:

• 09/03 - Segunda parte:– Panorama histórico das primeiras teorias da

comunicação:• Teoria Hipodérmica• Modelo de Lasswell• Modelo de Katz e Lazarsfeld • Modelo de Shannon e Weaver• Modelo de Jackobson• Modelo semiótico-informacional de Eco e Fabbri

Page 5: Historia e teoria comunicacao

Programa:

• 10/03 – Primeira parte:– A Revolução Eletrônica e a mídia de massa: a

indústria cultural e a revolução dos costumes

• Segunda Parte:– Escola de Frankfurt

Page 6: Historia e teoria comunicacao

Programa:

• 16/03 – Primeira parte:– Escola de Toronto

• Segunda parte:– Escola de Palo Alto

Page 7: Historia e teoria comunicacao

Programa:

• 17/03 – Primeira parte:– Estudos Culturais nos EUA e Estudos de recepção

na América Latina – teoria das mediações

• Segunda parte:– Atividade de avaliação em sala de aula:

apresentação de filmes, debate seguido de comentário escrito.

Page 8: Historia e teoria comunicacao

Bibliografia básica• FELICE, M.; TORRES, J. e YANAZE, L. Redes digitais e

sustentabilidade. As interações com o meio ambiente na era da informação. São Paulo: Annablume, 2012. Coleção ATOPOS.

• MATTELART, A. História das teorias da comunicação. São Paulo: Edições Loyola, 14ª ed, 2011.

• MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Editora Cultrix. 2004.

• WOLF, M. Teorias da comunicação. Lisboa: Presença, 7ª Ed, 2002.

Page 9: Historia e teoria comunicacao

Bibliografia complementar• ADORNO, T. A indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz e Terra,

2002.• ADORNO, T. e HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de

Janeiro: Jorge Zahar, 1985.• BARBERO, J. Martin. Dos meios às mediações. Comunicação, cultura e

hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2ª ed, 2003.• BATESON. G. Mente e Natureza: a unidade necessária. Rio de Janeiro:

Francisco Alves, 1986.• BENJAMIN, W. Sobre arte, técnica, linguagem e política. Lisboa: Relógio

D’água, 1992. Coleção Antropos.• BRIGGS, A.; BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutenberg à

Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.• HALL, S. Da diáspora. Identidades e Mediações culturais. Belo horizonte:

Editora UFMG, 2003.

Page 10: Historia e teoria comunicacao

Bibliografia complementar• INNIS, H. Empire and Communications. Oxford: Clarendon

Press, 1950.• INNIS, H. The Bias of Communication. Toronto: University of

Toronto Press, 1951.• FELICE. M. Paisagens Pós-urbanas. O fim da experiência

urbana e as formas comunicativas do habitar. São Paulo: Annablume, 2009. Coleção ATOPOS.

• MCLUHAN, M. A galáxia Gutenberg: a formação do homem tipográfico. São Paulo: Editora USP, 1969.

• SERRA, P. J. Manual de teoria da comunicação. Portugal: LABCOM, 2007.

• WATZLAWICK,P.; BEAVIN, J. e JACKSON, D. Pragmática da Comunicação humana. São Paulo: Cultrix, 1993.

Page 11: Historia e teoria comunicacao

Atividade extra classe

• Leituras• Filmes

– Revolução da escrita: O nome da Rosa - Jean-Jacques Annaud /1986

– Metrópole início do século XIX: Drácula - Bram Stoker 1992 / 1927

– Revolução eletrônica: A era do rádio e A Rosa púrpura do Cairo - Woody Allen 1985 / 1983

– Indústria cultural: The Wall - Allan Parker - 1982– Mídia e percepção: Vídeodrome e EXistenZ – David

Cronenberg – 1983 /1999

Page 12: Historia e teoria comunicacao

Formas de Avaliação

• Análise dos filmes e sua relação com as teorias apresentadas

• Realização - sala de aula• Data: 17/03

Page 13: Historia e teoria comunicacao

Posicionamento / Objetivos

• Linha de análise – McLuhan: “o meio é a mensagem” ou seja, o significado social da mídia não pode ser reduzido a seu “conteúdo”.

• Mostrar a não instrumentalidade da relação entre o humano e a técnica

• Perspectiva das revoluções comunicativas como proporcionadoras de transformação social

• Crise da linearidade– Passagem do fluxo unidirecional para a perspectiva

reticular

Page 14: Historia e teoria comunicacao

• “As sociedades sempre foram influenciadas

mais pela natureza dos media, atravs dos quais éos homens comunicam, do que pelo conte do da úcomunica o”çã

(Marshall McLuhan)

Page 15: Historia e teoria comunicacao

Historicam ente foram quatro as revolu es çõcom unicativas: (Massim o Bald ini)

I. A Re volu o Q u irogr fica ou d a E scrita – a çã ápartir d o IV m il n io a.C .ê

II. A Re volu o G ute m be rgu iana – ap s a çã óinve n o d a im pre ss o – m e tad e d o s culo XV çã ã é

III. A Re volu o E l trica ou E le tr n ica – ap s a çã é ô óinve n o d o te l grafo d o r d io e d a TV – çã é ás culos X IX e XXé

IV. A Re volu o D igital – ap s a d ifus o d as çã ó ãte cnologias com unicativas e le tr n icas d igitais ôe m re d e – s culos XX e XX Ié

Page 16: Historia e teoria comunicacao

“Cada revolu o comunicativa provocou transforma es qualitativas çã çõnas formas de produ o, nas rela es sociais e nos modos de çã çõparticipa o.çãE, em todas elas, a introdu o de novos instrumentos de comunicar çãpermitiu o incremento da quantidade de informa es que passavam a çõatingir um p blico sempre mais amplo em um tempo e um custo úsempre menores.”

M. Di Felice

Page 17: Historia e teoria comunicacao

A Revolução da Escrita

O papel das tecnologias nas transformações sociaisO papel das tecnologias nas transformações sociais

Page 18: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita Da Oralidade à Es crita

ALDEIA

temporalidade cíclica – sazonal - mitológica

Page 19: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita Da Oralidade à Es crita

• Linguagem representa o que est presente “aqui e agora”á

• Sociedades orais:

– Linguagem representa simbolicamente o que n o est presente no “aqui agora”. Palavra como realidade e n o ã á ãconve oçã

– Coletivas, politestas, temporalidade cclica, sazonal, emotiva í í– Narrativas orais – armazenam, organizam, comunicam o conhecimento tradicional, teatralidade, contexto

– Tramas epis dicas – n o linearesó ã– Mitos: temporalidade extensa, ancestral, cosmog nica ô– A mem ria oral – amn sia estruturaló é

Page 20: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita Da Oralidade à Es crita

POLIS

Acrpole de Atenasó

Page 21: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita Da Oralidade à Es crita

POLIS

• “Os templos serão construídos em volta da “agorá” e toda a cidade será construída em torno dos templos, sobre as alturas, para melhor defesa e para ser mais pura.”– Platão – As Leis – A República

• Transformação do espaço em um espaço ideal, significado e realizado através de um projeto prévio

Page 22: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Escrita

A Agorá Ateniense (acima)

Anfiteatro Odeon de Herodes Atico

- Atenas

Page 23: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita

• Evolu o lgica da escrita (simplifica o)çã ó çã– Escrita Ideogrficaá

• Escrita pictogrfica, hieroglfica: um sinal ou grupo de sinais = um pensamentoá í• Escrita fonogrfica = signos que lembram o somá

– Escrita fon tica (silbica e alfab tica)é á éUma letra = um sinal/som > cria o de slabasçã íTradu o das lnguas para um s c digo visualçã í ó óSepara o entre vis o, som e significado – compartimentaliza oçã ã çã

Page 24: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita

• Escrita Sum riaé3300 a. C.

• Escrita cuneiforme

3100 a. C.

Page 25: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita

• Hierglifos egpciosó í3000 a. C.

• Escrita fenciaí1000 a. C.

Page 26: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita

• Alfabeto grego

730 a. C.

• Escrita romana

300 a. C.

Page 27: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita

• Culto da palavra escrita: C digo universal, “eterno”ó• Estrutura o linear da vida racional e da organiza o social e da çã çã

rela o com o espao.çã ç• Cidade plenamente desenvolvida

Page 28: Historia e teoria comunicacao

Suportes da Escrita:

pedra / m rmoreábronze

argila

papiro (transportvel)á(s c. VI a.C.)épergaminho (s c. III d.C.)é

Pompéia

Page 29: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita MOS TEIRO

Mosteiro de Santa Maria Alcobaca

em Portugal

Page 30: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita• Regra beneditina – horat et labora• Organiza o do tempo: o çã Livro das Horas

• Sincroniza o das tarefas, fragmenta o çã çã• C pia de livros: trabalho intelectualó

Page 31: Historia e teoria comunicacao

• Xilogravuras (primeiras impress es desde a õChina)

• Livros tabelares

Bblia latina – s culo XIIí é

Page 32: Historia e teoria comunicacao
Page 33: Historia e teoria comunicacao

Pinturas e Es crita (s éc XIII) - as iluminuras

- Quadratio

Page 34: Historia e teoria comunicacao
Page 35: Historia e teoria comunicacao

• Scriptorium

• palimpsestos

• Gr. (graecum est, non legitur)

Page 36: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita

• Simmel: fun o do olho criar sociedade, abstrair ao nvel visual as çã é írela es interpessoaisçõ

• Capelas da Idade m diaéImagens encontradas pelo olhar

Narrativas verticais, hierogrficasáLugar de difus o de poder IgrejaãMeios de comunica o e jun o de dois mundos: vis o do invisvelçã çã ã í

Page 37: Historia e teoria comunicacao

Capella degli Scrovegni pintada por Giotto em P dua, Italiaá

Page 38: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita

O Nome da Rosa – Jean Jacques Annaud (dir.)

Page 39: Historia e teoria comunicacao
Page 40: Historia e teoria comunicacao

I Revolução: Es crita

• A escrita:

Externaliza o pensamento

permite a perpetua o, a centraliza o e a extens o do poderçã çã ã proporciona a reinven o e a preserva o da verdade (universal)çã çã

• Surgimento do livro – e dos dogmas

• Livro como perpetua o da exclus oçã ã• Escassez de livros (at s c. XIV)é é

Page 41: Historia e teoria comunicacao

• Indivduo se afasta da coletividade í• Surgimento da subjetividade e do sujeito moderno

• A tecnologia-livro surge como a primeira forma de virtualiza o (P. çãLvy)é

• Comerciante de livros ultrapassa os muros feudais

I Revolução: Es crita

Page 42: Historia e teoria comunicacao

• Leitura: tempo e espao prpriosç ó• Possibilidade de interpreta o subjetiva da sociedadeçã• Atividade solitria que leva consci ncia do indivduoá à ê í

I Revolução: Es crita

Page 43: Historia e teoria comunicacao

“O leitor é um caçador que percorre terras alheias”

Michel De Certeau

Page 44: Historia e teoria comunicacao

A Revolução GutenberguianaA Revolução Gutenberguiana

O papel das tecnologias nas transformações sociaisO papel das tecnologias nas transformações sociais

Page 45: Historia e teoria comunicacao

II Revolução: Gutenberguiana

• Decad ncia feudal s c XI e XIIê é• Cruzadas (s c XI-XIII)é• Rotas de com rcioé• Moedas

• Ns de trnsito / feirasó â

• Pr-capitalismo: artes os é ãcorpora es de ofcioçõ í

• Burgos - burgueses

• Fortalecimento das monarquias

Page 46: Historia e teoria comunicacao

II Revolução: Gutenberguiana

• Transi o:çãCultura teoc ntrica, religiosa, feudalê

Para

Cultura antropoc ntrica, referenciada na Antiguidade “pag ”-clssica, ê ã áburguesa

Page 47: Historia e teoria comunicacao

II Revolução: Gutenberguiana

Gutenberg e a impress o (1450):ã• Tipografia: um aperfei oamento da tcnica de ç é

imprimir

• Caracteres alfab ticos m veisé ó• Divulga o mais rpida e maior n mero de c piasçã á ú ó• Maior circula o de conhecimento çã

Page 48: Historia e teoria comunicacao

II R evolu o: G ute nbe rgu ianaçã

Page 49: Historia e teoria comunicacao

II Revolução: Gutenberguiana

• Com a impress o muda a estrutura organizacional das cidades:ã– Letramento (protestantes: s c. XVII e XVIII)é– Empregados de escritrio, escrivos, contadores, carteirosó ã– Impressores, corretores, bibliotec riosá– Registros escritos

– Governo burocrtico e centralizadoá

Page 50: Historia e teoria comunicacao

II Revolução: Gutenberguiana

• Impress o dissemina conhecimento:ã– Pessoas comuns conhecem seus direitos

– Impressos em vulgata: fi is estudam textos religiosos sem intermedi riosé á• Surge o Homem Tipogrfico (McLuhan)á

– Homem unidimensional

– Civiliza o linear, especializada, hierarquizadaçã

Page 51: Historia e teoria comunicacao

Com a m quina que imprime, a Igreja perde o poder do controle do conhecimentoá

Page 52: Historia e teoria comunicacao

II R evolu o: G ute nbe rgu ianaçã

• Reforma (1520)

• “sacerd cio de todos os crentes”ó• Envolvimento do povo

• Causa e consequ ncia da êparticipa o da mdia impressaçã í

Page 53: Historia e teoria comunicacao

A imprensa:

• Fundiu mundos cl ssico e medieval > modernoá• Rompeu elos com o homem tribal

• Trouxe o nacionalismo (lngua), alfabetiza o, industrialismoí çã• Abriu caminho para o desenvolvimento do indivduoí• Forneceu mem ria para os textos do passadoó• Continuidade, uniformidade, repeti o: Princpios modernos (ind stria, ci ncia)çã í ú ê

Surgem juntos:

Cultura do livro

Perspectiva

telescópio

Page 54: Historia e teoria comunicacao

II R e volu o: G ute nbe rgu ianaçã

• Livro como virtualização – afastamento do aqui e agora da experiência da realidade

• Continuidade tempo-espaço da narrativa• Experiência cultural mediada (o livro como meio) • Ruptura: da experiência tribal, parental, mítica,

coletiva para aquela do ‘civilizado’, social, científico, racional, individual

Page 55: Historia e teoria comunicacao

Intelectual burguês séc XIX (e XX): tempo livre como não trabalho - leitura

Page 56: Historia e teoria comunicacao

Surgimento dos primeiros livros voltados à mulher

Page 57: Historia e teoria comunicacao

Novas tecnologias comunicativas, novas formas de perceber e organizar

o mundo

• Renascimento: s culos XV- XVIé• Gutenberg: 1450

• Lutero e a Reforma: 1517

• Perspectiva (Alberti e Bruneleschi): s c XVIé• Galileu: 1609

• Revolu o Inglesa: 1688çã• Revolu o Francesa e Iluminismo: 1789çã

Page 58: Historia e teoria comunicacao

A MetrópoleA MetrópoleFinal séc. XVIII início Final séc. XVIII início

século XIXséculo XIX

O papel das tecnologias nas transformações sociaisO papel das tecnologias nas transformações sociais

Page 59: Historia e teoria comunicacao

Metrópole (séc XIX)

Page 60: Historia e teoria comunicacao

R e volu o ind ustrialçã

• Tomada do poder pela burguesia (Absolutismo)• Modificações nas técnicas de produção• Invenção da máquina a vapor e o telégrafo -

transformações nas rel. sociais no espaço e no tempo

• Transformações na esfera produtiva:– Trabalho assalariado x trabalho artesanal– artesãos e camponeses desenraizados > operários

explorados

• Consolidação do capitalismo liberal– Submissão da organização social à burguesia

Page 61: Historia e teoria comunicacao

R e volu o Ind ustrialçã

“Sociedade Tradicional”•Estável (transformações lentas)

•Novidade: incorporada para ser aceita•Doméstica / Artesanal•Pouco numerosa•Local•Papéis atribuídos•Relações de descendência•Meio de origem

“Sociedade Industrial”•Instável •Novidade: aceita porque é novidade

•Divisão social do trabalho; fábrica / Mecânica•De massa, multidão•Global •Estratificação e mobilidade•Relações de natureza da atividade social•Meio profissional

Page 62: Historia e teoria comunicacao

R e volu o Ind ustrial - pe nsam e ntoçã

DE:

•Concepção estática do mundo / papéis sociais

•Estabilidade da terra / obra humana com base transcendente

•Autoridade divina

PARA:

•Concepção de progresso e evolução como leis da vida social

•Substituição visão transcendente do mundo para a imanente

•Autoridade e autonomia científica

Page 63: Historia e teoria comunicacao

O hom e m d a m ultid o – E . A. Poeã

• Nova situação social (em oposição comunidade)• Cenário = café• Indivíduos atomizados(separados, individualizados)• A moda representava o conteúdo de um papel social

ou uma classe, assim como os objetos• Ação social = consumo / trabalho• Os papéis escondem a verdadeira personalidade

(visão sociológica – homem=instituições)• Andar sem rumo e sem falar

Page 64: Historia e teoria comunicacao

O hom e m d a m ultid o – E . A. Poeã

• “A rua em questão é uma das principais artérias da cidade, e tinha estado apinhada de gente o dia inteiro. Mas, à medida que escurecia, a massa ia aumentando; e, quando os lampiões já estavam todos acesos, dois fluxos densos e contínuos de gente corriam diante da porta. (...) o mar de cabeças humanas me enchia, portanto, com uma emoção deliciosamente nova.”

• “Com a testa na vidraça, estava desse modo a perscrutar a massa, quando apareceu um rosto que chamou e absorveu toda a minha atenção”

• “Este velho – eu disse afinal, é o modelo e o gênio do crime profundo. Ele se nega a ficar sozinho. Ele é o homem na multidão.”

Page 65: Historia e teoria comunicacao

Expressionismo - “Trabalhadores voltando pra casa” – 1915 / Edvard Munch

Page 66: Historia e teoria comunicacao

Impressionismo - Constantin Guys 1802-1892

Page 67: Historia e teoria comunicacao

Futurismo- Humberto Boccioni - “Visões simultâneas”, 1912

Page 68: Historia e teoria comunicacao

• Sujeito que olha, que se interessa pela cidade em geral, por cada um de seus edifícios característicos: estações ferroviárias, magazines, salas de exposições, ruas escondidas

• “O modo correto de andar pela metrópole é perdendo-se”...

O Flâneur – Walte r Be njam in

Page 69: Historia e teoria comunicacao

• Estilos de vida• Vida mental (racionalidade burguesa)• Moda• Importância da cultura prevista em Weber• O peso da organização do trabalho em Marx• A necessidade da criação de códigos, como a moda

para pertencer “individualmente”

Vid a m e ntal – G . S im m e l

Page 70: Historia e teoria comunicacao

As Grandes Exposições

• De 1851 até o séc.XX• Luz elétrica – outra temporalidade• Vitrine: a mercadoria à frente• Flaneur• Invenções• “Necessidades”

Exposição de 1851 – Londres

Palácio de Cristal

Arquiteto: Joseph Paxton

Page 71: Historia e teoria comunicacao

Drácula Bram Stoker

http://www.youtube.com/watch?v=l8pZfdv3BWg&list=FLg69MCghMGaMpumQ8PXfjMQ&index=6&feature=plpp_video

http://www.youtube.com/watch?v=C51Qmu5draE&list=FLg69MCghMGaMpumQ8PXfjMQ&index=7&feature=plpp_video

Page 72: Historia e teoria comunicacao

A sociedade industrial como culturaMetrópole, técnica, meios de comunicação e estilo de vida

modernos

Page 73: Historia e teoria comunicacao

Alexis De Tocqueville – “A Democracia na América” - século XIX (previsão)

• Significado de massa• Queda das tradicionais fontes de cultura – a elite, aristocracia, corte

européia• Tensão totalitária nas sociedades democráticas, o tipo de opressão não é

despótica (impositiva, na figura do soberano)• Tiranos = tutotres (o Estado é o grande tutor que cuida da sociedade nos

mínimos detalhes)• Sistema de eleição – falsa independência• Não há violência pública na punição de quem não está de acordo com o

regime• Poder moderno democrático = normativo, adestrador porque cria

dependência ao Estado• Estado = poder tutelar = age automaticamente, pela administração

burocrática, leis e procediemtnos, tudo é organizado, o tempo livre, o trabalho

Page 74: Historia e teoria comunicacao

A sociedade de massa

• Consequência da industrialização• Consequência da revolução dos transportes e do comércio• Difusão de valores abstratos• Homem massa x humanista e culto• Contra aquilo que é singular

Page 75: Historia e teoria comunicacao

A sociedade de massa

• Consumista• Confortável • Indiferente, apática• Semi-consciente, alienada• Vínculos tradicionais desfeitos• Opiniões definidas desaparecem• Manipulável pelos media, “fraca”• Indivíduos se relacionam através dos media• Dominada “de cima”, tendência ao totalitarismo• Perde a visão da estrutura social – atomizada / fracionada

Page 76: Historia e teoria comunicacao

A Revolução Elétrica A Revolução Elétrica ou Eletrônicaou Eletrônica

O papel das tecnologias nas transformações sociaisO papel das tecnologias nas transformações sociais

Page 77: Historia e teoria comunicacao

Eletrônica

Page 78: Historia e teoria comunicacao

Surgimento dos MCM

• Fotografia - 1724(câmara escura) 1822 (primeira foto)

• Cinema – 1820 (primeiras técnicas) 1895 (primeira exibição irmãos Lumiére)

• Rádio - fim século XIV – 1893 – 1906 (primeira transmissão - EUA)

• TV – 1924(tecnologia), 1935 (Alta definição Alemanha) 1950 Brasil

Page 79: Historia e teoria comunicacao

A reprodutibilidade técnica

• Fotografia: possibilidade de se re-produzir realidades, paisagens e de multiplicar significados, presenças

• “a quantidade torna-se qualidade” • Perda da aura da obra de arte• Meio não só instrumento ou

conteúdo – experiência de um novo tipo de sociedade = sujeito social

Page 80: Historia e teoria comunicacao

• Passagem da mão para o olho: • Olho é o órgão que capta e não mais a mão como na

pintura

• Captação do olho acompanha a cadência do pensamento

• Aceleração do tempo de reprodução das imagens

Walter Benjamim: fotografia

Page 81: Historia e teoria comunicacao

Walter Benjamim: fotografia

“Com a fotografia, pela primeira vez, a mão se libertou das tarefas artísticas essenciais, no que toca à reprodução

das imagens, as quais, doravante, foram reservadas ao olho fixado sobre a objetiva. Todavia, como olho apreende mais rápido do que a mão desenha, a

reprodução das imagens pode ser feita, a partir de então, num ritmo tão acelerado que consegue acompanhar a própria cadência das palavras.”

Walter Benjamin

Page 82: Historia e teoria comunicacao

• Geral – abordagem marxista (Escola de Frankfurt), mas com algumas diferenças:– Tecnologia de comunicação pode representar um elemento que

potencializa a mudança social / revolução de classes– Tecnologia traz a dessacralização da obra de arte– Crise da aura / AUTENTICIDADE– Massa – com possibilidades de tomada de consciência devido a

interação com essas novas formas de percepção (cinema/foto)– Capitalismo cria as condições de sua própria superação– Vida metrópole: fragmentada pelos CHOQUES (traz a vivência do

momento e também leva a experiência individual/sensível)– Cinema devido a percepção tátil – distrai – e protege dos choques que

levam o homem a vivência cotidiana (em oposição a experiência – individual e consciente das ligações históricas institucionalizadas pela classe dominante)

Walter Benjamim

Page 83: Historia e teoria comunicacao

• Mudança perceptiva:• Recepção ótica (contemplativa)≠ recepção tátil (hábito)• Ampliação do momento, experiência fragmentada pela

IMAGEM• Surge a IMAGEM, independente, externa, desvinculada do

texto escrito.• Possibilidade de acessar detalhes imperceptíveis• Quebra com a relação historicamente institucionalizada

Walter Benjamim: cinema

Page 84: Historia e teoria comunicacao

• “(...) o cinema, com suas mudanças bruscas de imagens, interrompe a associação de ideias do espectador e o bombardeia com fragmentos narrativos, como uma sequencia de choque

• Choque – tem “efeito de distração”• Através da distração com base na percepção, a sensibilidade

recebe continuamente os estímulos do mundo externo e produz uma forma de seleção desses estímulos com o objetivo de proteger-se dos choques provocados pelo cinema

• Na avaliação de Benjamin, o público do cinema era capaz de se distrair sem deixar de examinar aquilo que estava diante da tela

Walter Benjamim: cinema

Page 85: Historia e teoria comunicacao

Benjamin e a revolução eletrônica

• Técnica mecânica (corpo) x técnica eletrônica (sistema nervoso central)

• Tempo fragmentado• Artificialização das narrativas• Original, autêntico, natural perdem valor• Perda da “aura” e do “aqui e agora”• A metrópole contém diferentes épocas num mesmo

espaço• A mídia expande o território da metrópole

Page 86: Historia e teoria comunicacao

• Multiplicação dos planos / dimensões• Original – tem relação com a tradição, com as formas

sociais estáveis, únicas e fechadas• O indivíduo moderno tinha o ideal de “não

contaminação” = consciência, autonomia – com a metrópole sua consciência e seu sentir são contaminados

• Mídia não respeita a privacidade• Formas de apropriação da arte não correspondem com os

objetivos da academia• Cultura de massa• Metrópole cria o objeto montado – técnicas de colagem

(Duchamp)

Benjamin e a revolução eletrônica

Page 87: Historia e teoria comunicacao

Os nossos botecos, as ruas das nossas metrópoles, os nossos escritórios, os nossos quartos decorados, as nossas estações, as nossas fábricas, pareciam nos fechar irremediavelmente. Depois chegou o cinema e com a dinamite dos décimos de segundo fez explodir este mundo parecido a uma prisão; assim nos podemos tranquilamente iniciar aventurosas viagens no meio das suas ruínas. [...] Com o primeiro plano dilatam-se o espaço, com a tomada lenta dilata-se o movimento. [...] Entende-se, assim, como a natureza que fala para a câmara seja distinta daquela que fala para o olho. (BENJAMIN, 1992, p. 104).

Page 88: Historia e teoria comunicacao

Desenvolvimento das Desenvolvimento das teorias da comunicaçãoteorias da comunicação

O papel das tecnologias nas transformações sociaisO papel das tecnologias nas transformações sociais

Page 89: Historia e teoria comunicacao

Funcionalismo

• Principais autores: Robert Merton, Paul Lazarsfeld (sociólogos), Harold Lasswell (cientista político), Kurt Lewin e Carl Hovland (psicólogos).

• Método: Positivismo (analogia com o corpo humano)

• Objeto de estudo: a mensagem na comunicação de massa.

• EUA (década de 30) – Escola de Chicago

Page 90: Historia e teoria comunicacao

Funcionalismo na sociedade

•Procura explicar aspectos da sociedade em termos de funções realizadas por indivíduos ou suas consequências para a sociedade como um todo.•Cada indivíduo exerce uma função específica na sociedade e sua má execução significa um desregramento da própria sociedade.

Page 91: Historia e teoria comunicacao

Funcionalismo na comunicação

• Meio – como instrumento e externo ao homem• Objeto de estudo - a mensagem, principalmente a

veiculada pelos meios massivos.• Teóricos – objetivavam, nos Estados Unidos, da

década de 1930, aferir o alcance dos meios de comunicação junto ao público.

• Imprensa e rádio – influência desses meios no comportamento das massas, o nível da cultura das massas e a utilização política dos meios.

Page 92: Historia e teoria comunicacao

Modelo comunicativo hipodérmico

• Período entre guerras• "cada elemento do público

é pessoal e diretamente atingido pela mensagem“

• relação direta entre mensagem e comportamento

• abordagem global aos mass media

• teoria da propaganda e sobre a propaganda

• Os efeitos são dados como certos

• Estudo sobre o emissor• Influência do Behaviorismo

Page 93: Historia e teoria comunicacao

Modelo comunicativo de Laswell

Elementos da comunicação

Campos de estudo

quem? Diz o quê?

Por qual canal?

A quem? Com qual efeito?

Mensagem Meio Receptor Efeitos Emissor

Estudos do controle

Análise de conteúdo

Análisedo meio

Análise de audiência

Análise dos efeitos

Meios de comunicação = CANAL = disseminação de mensagem mensagem = intencional e eficiente público homogêneoProcesso comunicativo = foi analisado a partir da separação de campos particulares

Page 94: Historia e teoria comunicacao

Modelo comunicativo de Lazarsfeld

• Primeira problematização sobre a linearidade do processo comunicativo

• Nega os efeitos diretos

Page 95: Historia e teoria comunicacao

Modelo comunicativo de Shannon-WeaverModelo comunicativo de Shannon-Weaver

Fonte de Informação

Mensagem

Transmissor

Sinal

Fonte de ruído

Sinal captado

Receptor

Mensagem

Destinatário

• Comunicação = transferência de informação entre 2 pólos diferentes• Objetivo: eficiência na transmissão

Page 96: Historia e teoria comunicacao

Modelo de Jackobson -1956Contexto

(função referencial)

Mensagem

(função poética)

Emissor Destinatário

(função emotiva) (função conativa)

Contato

(função fática)

Código

(função metalinguística)

• Traz a perspectiva da linguística• Agrega ao modelo de Shannon e Weaver a questão da interpretação• Destaca o papel ativo do destinatário• O código do emissor deve ser compartilhado (variedade de códigos)

Page 97: Historia e teoria comunicacao

Modelo comunicativo de Eco-FabbriModelo comunicativo de Eco-Fabbri

Emissor

Código

Sub-códigos

Mensagem emitida como significante que veicula

um certo significado

Mensagem recebida

como significante

FonteCanal

Destinatário

Mensagem recebida

como significado

Código

Sub-códigos

Page 98: Historia e teoria comunicacao

Teoria da Indústria Cultural – 1930’s

• Contexto:– Ascensão Nazismo e

Fascismo– Propaganda e

totalitarismo– Sociedade de Massa nos

EUA

Max Horkheimer e Theodor Adorno

Page 99: Historia e teoria comunicacao

Escola de Frankfurt

• Se propõe como teoria social• Objetivo: explicar, historicamente, como se dava a

organização da consciência do trabalhador industrial• Visava libertar o indivíduo da dependência e dominação

econômica / distinção de classe• Crítica a razão instrumental – burguesia• Estuda a relação entre indústria / economia / capitalismo >>

comportamento social / sociabilidade >> mídia• Questão da ideologia (construção arbitrária de consciência

de classe ou identidade de classe)

Page 100: Historia e teoria comunicacao

Teoria da Indústria Cultural – 1930’s

Função / papel social dos meios:• Os meios obedecem à reprodução do consumo• Sociedade capitalista do pós-guerra encontra nos media e nas

imagens uma forma de circulação de mercadorias e criação de valores que perpetuam o sistema capitalista

• Os meios são instrumentos que servem à dominação simbólica

INDÚSTRIA CULTURAL = SISTEMA = AUTOMATISMO = NECESSIDADES CONDUZIDAS

Page 101: Historia e teoria comunicacao

• Explicar o comportamento da sociedade de massa• O estudo da Escola Frankfurt se concentra na voz de quem

está por trás do meio de produção, única instituição a falar na mídia de massa ou mass media.

• O sistema reforça mentalidade de massa (não consciência, agir por impulso do grupo);

• Os produtos se guiam de acordo com seu valor de comercialização e não por seu conteúdo (Marx – falsa sensação de necessidade básica)

Teoria da Indústria Cultural – 1930’s

Page 102: Historia e teoria comunicacao

Sistematicidade da Indústria Cultural

• As obras de arte perdem autonomia• A cultura perde possibilidade de força crítica• Cultura de consumo = imposição do gosto e da

necessidade• Integração a partir da elite dos consumidores• Dominação do homem pelo objeto (como em Marx e

a dominação das máquinas)

Page 103: Historia e teoria comunicacao

Autonomia do produto + manutenção de hábitos de classe

• A cultura de massa não é criada de forma consciente ou dentro do próprio grupo, ela é criada fora dele, a partir de outra classe que impõe um estilo de vida / cultura à classe dominada.

• O produto agrega os hábitos / comportamento social• Em novas embalagens e a partir de significados trabalhados

pela propaganda, os produtos antigos (guardiões da diferenciação de classe) continuam sendo consumidos

• Os produtos apresentam-se como individuais, separados de qualquer contexto de dominação.

Page 104: Historia e teoria comunicacao

Porque Indústria Cultural?

• Devido a sua forma de assimilação – é industrial sua forma de atuar

• Não considerando o homem autônomo, escravizando os gostos sem a autocrítica

• Lógica interna – organização imanente (não conhecemos os processos, portanto se torna sinônimo de automatismo) semelhança com o que dizem da tecnologia digital?

• Esconde a técnica por trás de seu produto (o trabalhador não reconhece o produto como fruto de seu trabalho) >> Marx?

Page 105: Historia e teoria comunicacao

Eficácia, porque?Válvula de escape

• Vida cotidiana é intolerável > causa > necessidade de lazer > lazer é uma satisfação fugaz e também pré-determinada pelo consumo, pelo dinheiro e posição do cidadão

• Fraqueza do eu• Efeito regressivo• Satisfação falsa de que o mundo está em ordem• Efeito de anti-iluminismo

Page 106: Historia e teoria comunicacao

• A razão instrumental e a regressão à barbárie

Page 107: Historia e teoria comunicacao

- A Sociedade Capitalista e a dominação através dos mediahttp://br.youtube.com/watch?v=tkJNyQfAprY

- A alienação e a heteroconduçãohttp://br.youtube.com/watch?v=M_bvT-DGcWw&feature=related

- Fuga da realidade

Page 108: Historia e teoria comunicacao

A Escola de TorontoA Escola de Toronto

O papel das tecnologias nas transformações sociaisO papel das tecnologias nas transformações sociais

Page 109: Historia e teoria comunicacao

Escola de Toronto ou “teoria dos meios”

• Anos 30 – Canadá – Universidade de Toronto• Marshal McLuhan (A galáxia Gutenberg, 1962 e Os

meios de Comunicação como extensões do homem, de 1964)

• Harold Innis (The Bias of Communication, de 1954/ Empire and Communications, de 1950)

• Prioridade para o estudo dos meios e não para os conteúdos

• Transdisciplinaridade

Page 110: Historia e teoria comunicacao

Harold Innis

• Comunicação como atividade formadora do social

• A estrutura social se dá em função dos processos de comunicação– Registros duros que conectam o passado e o

presente – criam sociedades conservadoras – focadas em si mesmas

– Registros leves que podem ser transferidos e usados quando forem necessários geram sociedades dinâmicas

Page 111: Historia e teoria comunicacao

Registros duros

• Sociedade Egípcia– Pirâmides– Estátuas– Múmias– Hieróglifos

Page 112: Historia e teoria comunicacao

Registros leves

• Sociedades atuais:– Estradas– Telefone– Celulares– Internet

Page 113: Historia e teoria comunicacao

Um meio de comunicação tem uma importante influênciana disseminação do conhecimento através do espaço

e do tempo e torna-se necessário estudar as suas característicasem ordem a avaliar a sua influência no seu contexto

cultural. De acordo com as suas características, essemeio pode ser mais adequado à disseminação do conhecimento

através do tempo do que através do espaço, particularmentese o meio é pesado e durável e não adequado ao

transporte; ou, ao invés, à disseminação do conhecimentoatravés do espaço em vez do tempo, particularmente se omeio é leve e facilmente transportável. A ênfase relativa notempo ou no espaço implicará uma orientação significativa

da cultura no qual se encontra embebido.

Harold A. Innis, “The bias of communication”, in The Bias of Communication,Toronto, University of Toronto Press, 1999, p. 33.

Page 114: Historia e teoria comunicacao

McLuhan

• Mídia – meios de comunicação e também a tecnologia

• Meios – são extensões , traduções, laços• Galáxia Gutenberg• O conteúdo de um meio é sempre outro meio • Aldeia Global• Mudança perceptiva – sistema nervoso

central

Page 115: Historia e teoria comunicacao
Page 116: Historia e teoria comunicacao
Page 117: Historia e teoria comunicacao
Page 118: Historia e teoria comunicacao

O meio é a mensagem

• Exemplos:– Automação / electricidade / caminho-de-ferro

/avião:

• Todos eles são meios ou tecnologias que, independentemente da sua utilização – do seu “conteúdo” ou “mensagem” –, alteraram profundamente a sociedade e o indivíduo humano, de formas muitas vezes imprevisíveis para os seus criadores.

Page 119: Historia e teoria comunicacao

O meio é a mensagem

• Eletricidade = é informação pura – meio sem mensagem

• Elimina barreiras de tempo e espaço• Os meios são o motor da história• Sociedade tribal (oral-envolve todos os

sentidos)– galáxia Gutenberg (escrita privilegia o olhar)– Galáxia Marconi (eletrônica – envolve todos os sentidos – aldeia global)

Page 120: Historia e teoria comunicacao

O meio é a mensagem

• Cubismo – Apreensão total e instantânea do todo

• Cinema – todas as facetas do objeto são mostradas simultaneamente

X• Ilusão especializada da terceira dimensão• Hierarquia do olhar – perspectiva

renascentista

Page 121: Historia e teoria comunicacao
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Page 123: Historia e teoria comunicacao
Page 124: Historia e teoria comunicacao
Page 125: Historia e teoria comunicacao
Page 126: Historia e teoria comunicacao

Tecnologia mecânica x eletrônica

• Sequencial/linear – tecnologia mecânica• Facil de entender mensagem = conteúdo,

devido a importância da sequência de significados

x• Simultâneo – tecnologia eletrônica = estrutura

e configuração

Page 127: Historia e teoria comunicacao

Metáfora do mito de Narciso

• Homem se apaixona por sua imagem porque a vê externamente como “outro”.

• Outro = perspectiva do instrumento (análise de conteúdo)

• Precisamos entender os meios como extensões e assim evitar o “entorpecimento”

• Extensão = é uma amplificação– Amplificação – amputação de outros sentidos

Page 128: Historia e teoria comunicacao

Documentário

• Posicionamento para análise – conto de A. Poe

• Quatro leis da mídia:– O que a tecnologia irá aperfeiçoar?– O que ela vai tornar obsoleta? – cultura visual– O que ela vai recuperar de todas as coisas que

perdemos? – rearranjo do passado– Como ela vai se voltar contra nós, quando levada

ao seu limite externo?

Page 129: Historia e teoria comunicacao

Conclusão

• “O truque é reconhecer o padrão antes que ele se complete”

Page 130: Historia e teoria comunicacao

“Os efeitos da tecnologia n o ocorrem ãaos nveis das opini es e dos conceitos: í õeles se manifestam nas rela es entre os çõsentidos e nas estruturas da percep o, çãnum passo firme e sem qualquer

resistncia.” (McLuhan)ê

Page 131: Historia e teoria comunicacao

A Escola de Palo AltoA Escola de Palo Alto

O papel das tecnologias nas transformações sociaisO papel das tecnologias nas transformações sociais

Page 132: Historia e teoria comunicacao

Escola de Palo Alto – A nova comunicação

• Autores: 1949 – 1962– Gregory Bateson, Ray Birdwhistell, Edward Hall,

Don Jackson, Arthur Scheflen e Paul Watzlawick

• Intredisciplinar: – antropologia, psicossociologia, psiquiatria, da

própria filosofia, cibernético-sistemica

• Influência principal: Cibernética– Inovação = processos físicos são informacionais

Page 133: Historia e teoria comunicacao

Escola de Palo Alto – A nova comunicação

• Cibernética– Homens e máquinas são estruturas sistêmicas que

vivem pela interação, comunicação (mecanismo de organização), troca de informação.

• Ex: sistema homem-gato (homem obesrvando a observação do homem que observa o gato observando o homem)

• Comunicação = equivale à comportamento

Page 134: Historia e teoria comunicacao

• Comunicação = orquestra (Wiener) e não telégrafo (Shannon/Weaver)

• Sistemas (caixas negras):– funcionam por feedback e homeostasia –

portanto são ABERTOS

• Caixas negras– homem ou máquina = Não sabemos seus

componentes, regras ou mecanismo – vemos apenas a relação entre os imputs e outputs

Escola de Palo Alto – A nova comunicação

Page 135: Historia e teoria comunicacao

Características da comunicação:

• Comunicação – podemos distinguir conteúdo e relação

• Micro social• A comunicação pode ser reduzida a seus

efeitos comportamentais• O sujeito não é o fundamento do sentido

Page 136: Historia e teoria comunicacao

Escola de Palo Alto – G. Bateson

• Comunicação é um processo mais analógico que digital• Numa relação entre dois agentes não se pode falar em

simples “transferência de energia”, ocorre muito mais do que troca de informação (ex: quando chuto um cachorro, ele pode ir para longe ou pode me morder – o cão pode exibir respostas que não foram energizadas pelo meu chute, mas sim pelo seu próprio metabolismo, processamento interno de sua mente)

• Busca por uma definição ecológica da mente:– Na mente humana não existem objetos ou eventos, mas somente

percepções e regras– Essência da comunicação – redundância – encontrar padrões

Page 137: Historia e teoria comunicacao

Conceito de mente – G. Bateson

1. Uma mente é um agregado de partes ou componentes que interagem

2. A interação entre as partes da mente é acionada por diferença

3. O processo mental requer energia colateral

4. O processo mental requer cadeias de determinação circulares ou mais complexas

5. No processo mental os efeitos de diferenças devem ser encarados como transformações de eventos que o precederam

Page 138: Historia e teoria comunicacao

Estudos de Bateson

• Não há separação entre organismo e meio – ao contrário, há uma simbiose

• Homem = circuito• Meio = circuito• Interagem por meio de ideias, programas =

ecologia• Importância do contexto (estado de coisas),

mas não no sentido exclusivamente linguístico

Page 139: Historia e teoria comunicacao

Proposta para uma ecologia da mente

• Processo mental = é a interação constante• As mensagens são reunidas, traduzidas e

organizadas por tipos lógicos (padrões)• Operamos por padrões e associações• Cada mínimo momento de interação –

corresponde a um sistema

Page 140: Historia e teoria comunicacao
Page 141: Historia e teoria comunicacao

Mental Research Institute of Palo Alto

• Foco na pragmática da comunicação – INTERAÇÃO e usos da linguagem– Extensão da teoria: doença mental, e nomeadamente a

psicose e a esquizofrenia, não é senão o resultado da inadequação dos mecanismos de comunicação, que leva o indivíduo a uma espécie de “desorientação comunicativa” – pelo que as causas da doença estão tanto no indivíduo como no contexto ou sistema, nomeadamente familiar, em que ele se insere.

– Cinco principais diretrizes:

Page 142: Historia e teoria comunicacao

É impossível não se comunicar:

• Todo o comportamento é uma forma de comunicação. Como não existe forma contrária ao comportamento ("não-comportamento" ou "anticomportamento"), também não existe "não-comunicação". Então, é impossível não se comunicar.

Page 143: Historia e teoria comunicacao

Toda a comunicação tem um aspecto de conteúdo e um aspecto de relação:

• Isto significa que toda a comunicação tem, além do significado das palavras, mais informações. Essas informações são a forma do comunicador dar a entender a relação que tem com o receptor da informação.

Page 144: Historia e teoria comunicacao

A natureza de uma relação está dependente da pontuação das sequências comunicacionais entre os comunicantes:

• Tanto o emissor como o receptor da comunicação estruturam essa comunicação de forma diferente, e dessa forma interpretam o seu próprio comportamento durante a comunicação dependendo da reacção do outro.

Page 145: Historia e teoria comunicacao

Os seres humanos comunicam de forma digital e analógica:

• Para além das próprias palavras, e do que é dito (comunicação digital), a forma como é dito (a linguagem corporal, a gestão dos silêncios, as onomatopeias) também desempenham uma enorme importância - comunicação analógica.

Page 146: Historia e teoria comunicacao

As permutas comunicacionais são simétricas ou complementares, se

baseiem na igualdade ou na diferença.

Page 147: Historia e teoria comunicacao

Teoria do Double bind

• (1)Quando o indivíduo está envolvido numa relação intensa; quer dizer, uma relação na qual ele sente que é vitalmente importante discriminar, de forma correcta, que espécie de mensagem está a ser comunicada, de modo a que possa responder-lhe de forma apropriada.

• (2) E, o indivíduo é apanhado numa situação na qual a outra pessoa envolvida na relação expressa duas ordens de mensagens e uma delas nega a outra.

• (3) E, o indivíduo é incapaz de comentar as mensagens que são expressas a fim de corrigir a sua discriminação acerca de qual a ordem de mensagem a que deve responder, i.e., não consegue emitir um juízo meta-comunicativo.51

Page 148: Historia e teoria comunicacao

Estudos culturaisEstudos culturais

O papel das tecnologias nas transformações sociaisO papel das tecnologias nas transformações sociais

Page 149: Historia e teoria comunicacao

Estruturalismo

• 1906/1911 – F. Saussure • Estruturalismo: significação é dada pelos usos

da linguagem• Terry Eagleton, Raymond Willians, Richard

Hogart

Page 150: Historia e teoria comunicacao

Estudos Culturais

• Anos 50/60 – Inglaterra – Center for Contemporary Studies de Birmingham

• Fora da perspectiva americana da “communication research” (pesquisa encomendadas, financiadas)

• Relação entre os sistemas dos mass media x estruturas e instituições sociais

• Estrutura social e o contexto histórico contribuem para o entendimento dos MCM

Page 151: Historia e teoria comunicacao

Estudos culturais – S.Hall

• Análise de um processo social – atribuição de sentido, desenvolvimento de uma cultura, das práticas sociais partilhadas

• Substitui sociedade de massa x cultura de massa• Foco: compreender a cultura da época

contemporânea – entender a “cultura de massa”• Cultura não é exterior à sociedade• Situação social – define a recepção - mensagem

Page 152: Historia e teoria comunicacao

Conceito de Hegemonia• Antonio Gransci – marxista italiano• Hegemonia:

– Cultural e não só econômica– Habilidade que a classe dominante tem de impor uma

direção intelectual e moral para o resto da sociedade– Dominação é negociada: há interesses para ambos os

lados para que uma classe domine a outra– Classe dominante – constrói um sistema de alianças

formando – bloco histórico (economia, cultura e ideologia)

Page 153: Historia e teoria comunicacao

Teoria das mediaçõesTeoria das mediações

O papel das tecnologias nas transformações sociaisO papel das tecnologias nas transformações sociais

Page 154: Historia e teoria comunicacao

Jesus M. Barbero – América Latina -1987

• Influenciado:– pelos Estudos Culturais– Concepção de hegemonia de Gransci

• Negociação dos sentidos e significados• O estudo da comunicação não pode ser separado do

estudo da cultura (emissor, canal, receptor, fazem parte do mesmo espaço de interação)

• Não há cultura sem comunicação e nem comunicação sem cultura

Page 155: Historia e teoria comunicacao

• Método:– Formula questionamentos a respeito dos

processos que formam as relações– O processo de mediação que define os papéis e

significados = mestiçagem– Sob quais condições se estabelece a produção e a

recepção da mensagem?– Condições = permeadas por mediações

Jesus M. Barbero – América Latina -1987