heber odebrecht vargas. características causada por transtornos do snc ou sistêmicos ...
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Heber Odebrecht Vargas
Características Causada por transtornos do SNC ou sistêmicos Instalação aguda ou subaguda Evidências de disfunção difusa de tecido
cerebral Disfunção potencialmente reversível Manifestações clínicas variadas de paciente
em paciente e de episódio para episódio
Elevada prevalência, em especial nos idosos São gastos 6,9 bilhões de dólares/ano nos EUA Aumenta os custos hospitalares em US$
2500/paciente Taxa de mortalidade é de 22 a 76%(= IAM e
sepsis) Taxa de mortalidade no próximo ano é de 35 a
40% Apresenta dificuldades no seu reconhecimento
Inouye, 2006
Pode ser o primeiro sintoma de uma enfermidade física subjacente e deve nos conduzir a uma procura por uma explicação médica
Pacientes têm hospitalização mais prolongada, maior declínio funcional e alto risco para institucionalização
A maioria dos pacientes recupera-se completamente, com média de duração de sintomas de 10 a 12 dias
A palavra delirium vem do latim “delirare”, que significa “estar fora do lugar”.
Uma das 1ªs doenças mentais descritas na medicina
Hipocrates (460-366 a.C.) já descrevia o conjunto de sintomas que hoje poderiam ser reconhecidas como delirium.
O delirium é um síndrome neurocomportamental causada pelo comprometimento transitório da atividade cerebral, invariavelmente secundário a distúrbios sistêmicossecundário a distúrbios sistêmicos. Pode ser comparado a uma síndrome de insuficiência cerebral aguda, decorrente da quebra da homeostase cerebral e desorganização da atividade neural.
(Engel e Romano, 1959; Lipowski 1990)
Ocorre comumente em pessoas com sérias enfermidades médicas cirúrgicas e/ou neurológicas.
Devido a sua rápida evolução algumas vezes pode ser o primeiro sintoma de uma enfermidade física subjacente e deve nos conduzir a uma procura por uma explicação médica
Delirium é uma síndrome e não uma doença e é melhor compreendido com a via final comum de muitas causas potenciais
Andreasen, 2001
Observam-se alterações da consciência e da atenção, déficits cognitivos específicos (desorientação temporoespacial, comprometimento da memória, do pensamento e do juízo), alterações da sensopercepção (alucinações ou ilusões visuais, auditivas etc.), perturbações da psicomotricidade, do comportamento (apatia e agitação) e do humor. O início é geralmente agudo, variando de algumas horas até poucos dias. O curso é flutuante ao longo das 24 horas, freqüentemente acompanhado de alterações do ciclo sono–vigília. Caracteristicamente, o paciente em delirium apresenta sonolência diurna e agitação noturna
(American Psychiatric Association, 1994).
10 – 20% da população hospitalizada
10 – 40% da população hospitalizada acima dos 70 anos
Pacientes em pós-operatório mais de 50%
Pacientes em estado terminal → mais de 80%
70% dos casos de delirium não são diagnosticados
É uma variável independente de mortalidade
O delirium é um marcador de morbi-mortalidade, aumenta o tempo de internação e consequentemente o custo hospitalar. Apesar de sua prevalência é frequentemente não reconhecido gerando atraso em sua terapêutica, piorando o já comprometido estado geral do paciente
Não há uma explicação completa da fisiopatologia
Porém verifica-se que o estado de confusão agudo é decorrente de possíveis fatores ligados a uma perda da homeostase cerebral.
SANTOS, F.S.; - Mecanismos fisiopatológicos do dellirium. Rev. psiquiatr. clín., May/June 2005, vol.32, no.3, p.104-112.
Os principais neurotransmissores envolvidos na gênese do delirium são:
Acetilcolina, Serotonina, GABA, Possivelmente outros fatores
neurobiológicos como citocinas, hormônios e radicais livres.
SANTOS, F.S.; - Mecanismos fisiopatológicos do dellirium. Rev. psiquiatr. clín., May/June 2005, vol.32, no.3, p.104-112.
Fatores causais gerais Idade avançada Lesões cerebrais prévias Dependência e drogas Uso abusivo de álcool por
anos Tais fatores levam a
reserva funcional diminuída do cérebro, que fica mais limitado perante lesões, alterações funcionais e perdas neuronais
Inouye S. N Engl J Med 2006;(354:1157-1165)
IWATCHDEATH
I nfectionW ithdrawlA cute metabolicT raumaC NS pathologyH ypoxiaD eficienciesE ndocrinopathie
sA cute vascularT oxins or drugsH eavy metals
I nfection HIV; sepse; pneumonia
W ithdrawl Álcool; barbitúricos; hipnóticos-sedativos
A cute metabolic Acidose; alcalose; dist. hidroeletrolítico; insuf. Hepática; insuf. renal
T rauma TCE; AVC; pós-operatório; queimaduras severas
C NS pathology Abcesso; hemorragia; hematoma subdural; hidrocefalia; infecções; convulsões; AVC; tumores; metástases; vasculites;
meningites; encefalites; sífilis
H ypoxia Anemia; intoxicação por CO; hipotensão; insuf. cardíaca ou respiratória
D eficiencies B12; folato; tiamina; niacina
E ndocrinopathies
Mixedema; hipo/ hiperglicemia; hiperparatireoidismo; hipo/ hiperadrenocortismo
A cute vascular Encefalopatia hipertensiva; AVC; arritmias; choque
T oxins or drugs Pesticidas; solventes; drogas ilícitas; medicações
H eavy metals Chumbo; manganês; mercúrio
Síndromes Psicóticas
Causas Orgânicas
Causas Psiquiátricas
AGUDAS CRÔNICAS
•Delirium •Demências•Transtornos Mentais Orgânicos
•Esquizofrenia•T. esquizotípico•T. delirantes persistentes•T. psicóticos agudos e transitórios•T. delirante induzido•T. esquizoafetivo
Início súbito de um quadro transitório de disfunção cognitiva.
Os sinais e sintomas intermitentes, variando ao longo do dia, porém: Agravam-se durante a noite
Há um prejuízo da atenção com inabilidade de planejamento e resolução de problemas.
Quadro Clínico Rebaixamento do
nível de consciência: Alteração básica Sonolência, mudança
no estado de alerta, da atenção, dificuldades de concentração e de apercepção de si mesmo e do meio
Orientação Orientação alopsíquica preservada Desorientação temporal é a primeira, seguida
da espacial Transtorno de identificação espacial Fabulação
Sensopercepção:
A percepção é alterada: Alucinações, Ilusões,
frequentes ilusões visuais (ambientes escuros) ou alucinações visuais ou táteis.
Não possuem implicação pessoais.
Frequentes zoopsias
Tais distúrbios são mais freqüentes em pelo menos 40% dos pacientes.
Memória: Usualmente encontra-se prejudicada,
principalmente para fatos recentes. Sono-vigília:
O ciclo mostra-se alterado. Insônia (sono entrecortado e diminuído) Delírios
Idéias delirantes Tipo perseguição
Humor Ansiedade intensa,
perplexidade, irritação, terror e pavor
Ideação paranóide Labilidade afetiva
Os distúrbios emocionais, de curta duração geralmente Apatia. Raiva, Irritabilidade, Terror, Desinibição sexual, Depressão Euforia
A Loucura, de Angelo Bronzino
Atividade psicomotora, pode apresentar-se com 3 formas:
Hipoalerta/hipoativo,
Hiperalerta/hiperativo
Misto
Existe risco aumentado de demência em pacientes idosos: Que foram hospitalizados, sem historia
previa de prejuízo cognitivo e com episódios de delirium durante a internação.
Os trabalhos revelam que a prevalência de demência pós delirium varia de 24.1% a 69%.
Evolução Fase prodrômica: ansiedade, dificuldade para
concentrar-se, inquietação, medo, perplexidade, hipersensibilidade à luz e sons, dificuldade para adormecer, pesadelos
Evolução (final da tarde, início da noite): ilusões visuais e táteis, ansiedade, agitação psicomotora. Fenômenos autonômicos: sudoreses profunda, tremores grosseiros, febre
Evolução Delirium: mais intenso à noite e de
madrugada. Alguns só ficam confusos a noite Término: o quadro permanece para o doente
como uma reminiscência vaga do que ocorreu
Diagnóstico Diferencial Esquizofrenia
Surgimento mais insidioso Personalidade pré-mórbida Pouca flutuação do quadro clínico Sem transtorno sono-vigília e de nível de consciência Orientação geralmente preservada Alucinações em geral auditivas Delírios persecutórios, personalizados Não há alterações autonômicas, asterixis e mioclonias
focais Delirium: não há embotamento afetivo
Diagnóstico Diferencial Demências
Curso e instalação insidioso Alterações no nível de consciência raras Flutuação do quadro, alterações do ciclo sono-
vigília e alucinações são infreqüentes
Tratamento da causa básica
Não farmacológico: Orientação quanto aos
estímulos sonoros Orientação quanto aos
estímulos de luz Orientação quanto aos
estímulos gerais
Farmacológico: Antipsicóticos típicos Antipsicóticos Atípicos Benzodiazepínicos
Pesquisa da etiologia Hipoglicemia: dano irreversível ao SNC
Pode ocorrer sem história de DM Hipóxia ou anóxia: danos irreversíveis
Hipoperfusão: origem cardiovascular Hipóxia: Função ventilatória prejudicada
Hipertermia: dano cerebral grave Deficiência de tiamina: Síndrome de Wernicke.
Perda de memória irreversível, delirium, ataxia, transtorno do movimento dos olhos, nistagmo e fraqueza muscular Alcoolistas crônicos desnutridos, hiperemese
gravídica, desnutrição e consumpção
O tratamento na fase aguda: Suporte básico ao paciente Correção de desequilíbrios metabólicos
e eletrolíticos, Cuidados neurológicos, psiquiátricos e
relativos ao quadro clínico.
Oferecer ao paciente, circunstâncias ambientais que facilitem a reorientação desse quadro confusional
Melhor forma de prevenção: São os cuidados de uma equipe de
enfermagem bem treinada para reconhecimento do delirium e até mesmo de seus sinais prodrômicos.
Há um trabalho relatando que a consulta geriátrica prévia a cirurgias pode reduzir o risco de delirium em até 12% .
Outros estudos não evidenciaram eficácia na profilaxia com haloperidol ou acetilcolina
Fator predisponente Intervenções ExemplosAlteração da cognição -Programa de atividades
terapêuticas estimuladoras - Programa de orientação da realidade
- Estimulação de eventos atuais, lembranças, palavras cruzadas, - Calendário, horários, cartão de orientação
Interrupção do sono-vigília
- Estratégias de redução do barulho no período noturno. - Período de sono não interrompido
- Eliminação de conversas noturnas em corredores, - Reescalonamento de medicações e atividades de enfermagem (sinais vitais, testes)
Imobilização - Mobilização precoce- Redução do equipamento imobilizante
- Deambulação ou exercício ativo- Redução de cateteres vesicais, contenção física, tanques portáteis de O2 para mobilização
Medicamentos psicoativos
- Uso restrito; uso em condições bem estabelecidas - Protocolos não- farmacológicos para manuseio do sono e ansiedade
- Medicamentos anticolinérgicos, sedativo-hipnóticos, narcóticos- Uso de chás, leite morno, músicas relaxantes e massagens
Alteração visual e auditiva
-Providenciar órteses e equipamentos adaptativos- e amplificadores-Reconhecimento precoce e tratamento
- Óculos, lentes, ap. auditivos- Iluminação indireta de ambientes-estímulos visuais (TV) - - - Verificar presença de cera
Desidratação - Estimular líquidos via oral ou endovenosa-
: TAVARES, Almir. de Neuropsiquiatria . de : Guanabara Koogan: 2005.
Inouye S. N Engl J Med 2006;(354:1157-1165)
Haloperidol em doses baixas é o mais estudado e um dos mais seguros para o tratamento do delirium
Antipsicóticos de 2ª geração são efetivos no controle da agitação psicótica:
- Risperidona 0,5 a 4mg/dia - Quetiapina 25 a 100 mg/dia - Olanzapina 5 a 10 mg/dia
Sadock, 2009
SAA
DOPAMINAREFORÇO NEG
GABAANSIEDADE,CONVULSÕES
HIPERESTIMULAÇÃOGLUTAMATÉRGICA
GLUTAMATÉRGICACONFUSÃO MENTAL,
ALUCINAÇÕES, CONVULSÕESCANAIS DE CÁLCIO L ATIVIDADE ELÉTRICA
EFEITOS DOS NEUROTRANSMISSORES
NORADRENÉRGICAALT. CARDIOVASCULARES NÁUSEAS, VÔMITOS, PILOEREÇÃO, MIDRÍASE, TREMORES, TEMPERATURA
Evolução da SAA
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
AnsiedadeIrritabilidadeInsôniaTremor
FebreDesorientaçãoAlucinações
Confusão profundaTremores grosseirosAlucinações visuais atemorizantes
SAA leve SAAmoderada
DeliriumTremens
Dias de abstinência
Depend.
Abuso Intoxica.
Abstinên
DeliriumIntoxica.
Delirium Abstinên
Álcool X X X X X XAnfetamina
X X X X X
Cafeína XCocaína X X X X XCanabis X X X XAlucinógen X X X XInalantes X X X XNicotina X XOpióides X X X X XSedativos X X X X X X
Kaplan & Sadock, 2007
Monitorização do agravamento da SAA
locomoção e visitas limitadas(<estimulação)
dieta leve (confusão= jejum aspiração)
contenção nas agitações reposição vitamínica=
tiamina 300mg/dia Benzodiazepínicos em
doses > (EV ?) Laranjeira, 2000
Hidratar indiscriminadamente
Administrar glicose sem tiamina
Administrar clorpromazina
Administrar Fenil-hidantoina
Administrar Diazepan sem recursosLaranjeira, 2000
PERKEO