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fichamento do artigo "em defesa da sociedade", de anthony giddens.TRANSCRIPT
GIDDENS, Anthony. Em defesa da sociologia. In. Em defesa da sociologia. Ensaios,
interpretações e tréplicas. São Paulo: Editora UNESP, 2001.
A sociologia “tende a subverter: ela questiona as premissas que desenvolvemos sobre
nós mesmos, como indivíduos, e acerca dos contextos sociais mais amplos nos quais
vivemos. Mantém uma ligação direta com o radicalismo político” (p. 11-2).
No entanto, Max Weber, um dos pais criadores da ciência, tinha certa inclinação para a
direita. Vilfredo Pareto e Robert Michel flertaram com fascismo italiano. Émile
Durkheim, R. K. Merton, Talcott Parsons, Erving Goffman e Ralf Dahrendorf eram
liberais.
No entanto, no último decênio do século XX, a sociologia, explica Horowitz, “vem se
tornando a morada dos descontentes, um ponto de encontro de grupos com assuntos
específicos em pauta, que vão desde defensores dos direitos dos homossexuais até
simpatizantes da teologia da libertação (apud Giddens, p. 13).
Segundo Giddens, “a sociologia é uma disciplina generalizante que se preocupa,
sobretudo, com a modernidade – com o caráter e a dinâmica das sociedades modernas
ou industrializadas [...] Entre todas as ciências sociais, a sociologia estabelece uma
relação mais direta com as questões que dizem respeito à nossa vida cotidiana – o
desenvolvimento do urbanismo moderno, crime e punição, gênero, família, religião e
poder social e econômico” (p. 14).
“O fato é que a pesquisa social não está, tampouco pode se permitir estar, dissociada do
mundo social que descreve. Na atualidade, a pesquisa social constitui parte tão
integrante de nossa consciência que passamos a considerá-la natural. Todos nós
dependemos dessa pesquisa para identificar o que efetivamente consideramos senso
comum – ‘o que todo mundo sabe’”, explica Giddens. (p. 15).
“Não só os trabalhos de pesquisa empírica, mas também a teorização e os conceitos
sociológicos podem vir a integrar de tal forma nosso repertório de informações da vida
cotidiana que acabam por parecer ‘apenas senso comum’” (p. 15).
Ler alguma coisa de Irving Louis Horowitz, William Julius Wilson, Niklas Luhmann,
Ulrich Beck, John Goldthorpe, Steven Lukes, Stuart Hall, Michèle Barrett, Ray Pahl,
Janet Wolff e Michael Mann.
Conforme Wilson, os sociólogos devem se dedicar “a pesquisas de importância imediata
para as questões relacionadas com a política pública e participem de forma incisiva nos
amplos debates que seus trabalhos possam suscitar [...] Os trabalhos sociológicos são
pertinentes, não apenas por se prestarem a formulações para tipos específicos de
questões referentes à política, mas também por apreender as prováveis consequências de
quaisquer políticas que possam ser implementadas” (apud Giddens, p. 16-7).
Segundo a tese de Wilson, “os sociólogos devem concentrar a atenção nas implicações
práticas, bem como nas que afetam o processo de elaboração de políticas, das mudanças
que atualmente vêm transformando a vida social” (apud Giddens, p. 19). Soma-se a
isso, as pesquisa de vulto mais macro.
GIDDENS, Anthony. O que é sociologia? In. Sociologia.
Giddens expõe quais são os principais questionamentos da sociologia: “como se
desenvolveu este mundo? Porque são as nossas condições de vida tão diferentes das dos
nossos pais e avós? Que rumo tomarão no futuro os processos de mudança?” (p. 2).
“A sociologia é o estudo da vida social humana, grupos e sociedades”, explica Giddens.
“É uma tarefa fascinante e constrangedora, na medida em que o tema de estudo é o
nosso próprio comportamento enquanto seres sociais [...] A sociologia abrange estudos
que vão da “análise de encontros casuais entre indivíduos que se cruzam na rua até à
investigação de processos sociais globais” (p. 2).
Segundo Giddens, “a maior parte de nós vê o mundo em termos das características das
nossas próprias vidas, com as quais estamos familiarizados. A sociologia mostra que é
necessário adoptar uma perspectiva mais abrangente do mundo como somos e das
razões pelas quais agimos. Ensina-nos que o que consideramos natural, inevitável, bom
ou verdadeiro pode não o ser, e que o tomamos como ‘dado’ nas nossas vidas é
fortemente influenciado por forças históricas e sociais” (p. 2).