georg lukács - narrar ou descrever

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  • 5/16/2018 Georg Luk cs - Narrar ou descrever

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    que .~csf1Ciavaos grandes e era passado por alto pelos anocs 'o du unidade entre 0 valor estctico permancnte da obra d;. arte e 0 processo hist6rico do qual a obra de arte - exata-.mente na SUl l pcrCei~iio,no sell valor cstctico - nao pode serscparada."

    (1945)

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    t r C l c / u r c i o de L EA ND RO K ON DE R.

    G :, c o ~ KAt::'~ ~ L : ( J A . o ( U ~

    2Narrur ou Descrever?CO ll lr ib ui ri io p ar a uma d is tl ls si io s 6b re o naturalismo e 0 jorma!ismo

    "Ser radical signiflcn tomar as coisas pelaraiz. Mas para 0 bomem a raiz 6 0 homemmesmo". KARL M ARX

    E NTREMOS, dcsde logo, in m ed ias res.Em dois famosos romances moderncs, Nand de lola e AnaKarenina de Tolstoi, encontra-se a descri~ao de uma corridade cavalos. Como se desincumbem do empreendimento os doisescritores?A descri~iio da cornda c um esplendido exemplo do virtuo-sismo liter tirio de lola. Tudo que pode acontecer numa corrida,em geral, vern descrito com exatidio, com plasticidade e sensi-bilidade. A descri~io de Zola 6 uma pequena monograf la sabreIImoderna corrida de trote, que vern acompanbada em tadasas suns rases, dcsde a prepara~o dos cavalos ate a passagempeJa linha de chegada, com a mesma insistencia. A tribunados espectadores aparece com toda a pompa e todo 0 coloridode uma cxibi~ao de moda parislensc sob 0 Segundo Imperlo,Tambem 0 que aconteee na pista vern reprcscntado com exatidiioem todos os aspectos: a corrida termina por uma grande surprasa

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    e Zola nilo sc limita a dcscrever esta suprCSll,mas desmascaralambcmu complicndatrama que a causou.No entanto, esta descri~ao, com todo 0 seu virtuosismo,. niio passu de uma digfessao dentro do conjunto do romance.Os aeontccimentosdu corrlda 550 apenas debilmcnte Jigndosnocntrecho e poderiam facilmentc ser suprlmldos, de vez que 0ponto de conexao consisteapenas no fato de que urn dos muitos.amantes'pnssngc:irosde Nann so arruinou em conseqUcnciadodesfecboda trama.Uma outra conexfioentre n corrida e 0 lema central 6alnda mais debil, tanto assim que nao se pode sequer dizer: que seja urn elementodo entreehc, embora - por isso mesmo/. - seja ainda mals sintomaticapara 0 estudo do metndo de. composi~iioutilizadopor lola: 0 envalovencedor, que oeasiona1I surpr!sa, chama-setambemNana. E lola nio deixa de subli-nhar elaramente csta coiocidencilltcnue e casualj a vit6ria dohom6nimo da mundana Nana 6 urn sfmbolo do triuDlo destn_C>.J]o mundo e no t leml-monde parisiense.-, A corrida de cavalos de An a Ka re lJ i" a e 0 ponto crucialde urn grande drama, A queda de Wronski representa umnrevirnvoltana vida de Ana. Pouco antes da corrlda, Ana ficasabendo que esta gravida e, depois de uma dolorosa hesita~ao,decidecomunicar n sua gravidez a Wronski, A emo~iiosusei-tadnpela queda deWronskiprovoen a conversedecisivade Anacom Knrenin,seu marido. Tadas as rcln~oesentre os principaispersonagensdo romanceentram numa fase dccididamentenova,ap6s a corrida. Esta, por conseguinte, nao 6 um "quadro" esim uma serle de cenas altamente dramdticas, que assinala umaprofunda mudanea no conjunto do entrecho,As finalidades.completamente diversas a que atendem ascenas dos dois romances se refletem em tada a exposi~iio.Em lola, a corrida 6 deserita do ponto de vista do espectador;em Tolstoi, 6 narrada do ponto de vista do participante.o relato da corrida de Wronski constitui 0 verdadeiroobjetivo visado por Tolstoi, que sublinha a importilncia denenhum modo cpis6dica ou casual do evento na vida do seuambiciosooficial, :este se prejudicou na sua carreira militar emvirtude de uma serie de clreunstanelas e, em primeiro lugar,em virtude da sua Jiga~ao com Ana, A vit6ria na corrlda,diante de tada aCarte e -d a socledade aristocratica, esta entre

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    as poucabsPta0sSi~~~~~ep\:pea:~~~!:Z~\:d:::S : ~ t i : a~~~ri~~~restam a er s. ~. rtante e vern contadosportanto, s~omomen!os ' 1 : ::~:~~\~":~Ski0 vcrtice de tada~~ad:::~:'~ic~S~~ ~ua vida deco: epl:~~tge:::n::~~~:r~~~~da corrida sendo apenas acena 0, 'trase 0 f;to de que 0 seu rival 0 ultrapassa. . "'.' , . , I e de ser exaurlda a anu lSC

    Com lsso, entretanto, esta ong Tolstoi nio descreve umada concentra~iio6pica,desta cena, nos E esta 6 a muo de"coisa": narra acontetmento:h~=rad~ duas vazes,de maneira que 0 andamento.dos at~s v:s de ser descrito por imagens, .Nagenulnamente eplca, ao In;' onski que parlicipava da eorrlda,primcira narra~tio em que ~0 e~por com precisao e compe-era a figura central, era preclssencial~aprepara~iio da c?rridatcncia, tudo aqu,lloque era es Na segunda, porem, as flgurase no seu pr6prlo transcurso. . .' maser Ana e Karenm - . f tprmclpalSpassa ". de Tolstoi se mamfesta no a 0A excepcional arte rP1ca 0 primeiro que siga imediata-de que ete nuo fa~a com que ~da mas comece a narrar todomente 0 segundoJel~ d~nc~r~e;olu~ao de suas rela~oescom('I din precedenle e lr~mda eorrlda afinal 0 apice do nOvoAna, para fazer do re a 0, um d~ma pSico16gico:Ana s6dia , A corrida tom~-se, asslm~lhose nada va da corrida pro.acompanha Wronski co: os tros Karenin observa exclusiva-priamente dita e nem _os ~:te 0'que se passa com Wronski.mente Ana e suas rea~oes re .ara a explosiiodeA tensio desta cena, quase scm palavr:~~fess~ n Karenin suasAna, quando, ao vo}tar para casa, .relac;oescomWronski. id "modernos"o leitor ou 0 escritor {orma~? no.e~:oe:te'~~os diante depoderia objetar, neste ponto: o.dmltando~ arlistlca nao sera 0dois mctodos dif~rentcs de rePtFs:n:portantcs vi~enciasinter-pr6prio fato de vlDculara CO~l,aals ue tornarn a corrlda umbumanas dos personagens pnncip . - i ara que ecloda a catns-clemento acidental, uma merd ?~as~~o~era 0 carater ccmpleto,trofe do drama? E, ~o codntd n " :'0 de lola aquilo que da 0ncabado e monograflco, a escnc;~ .exato

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    J l\ en t o~ a c id c rt la i s, t u do c -abstrato e morto, Nenhum escritorp od e rep re sen to r a lg a v iv o se e vit a c om p lc tam cn te o s e le me nto sa cld en ta is zm a s, p ar o u tr e la do , p re cis a s up er ar n a re pr cs en ta ~ 50n c a su a l id a de nu a e c ru a, e le va nd o- a n o p la no d o n cc essid ad e.E sera qu e e 0 carale r com plete de u m a de s c ri~ i io ob je t iv aque lo rna n lg um n c oisa artlstlcamente "necessaria"? Ou nioseni, antes, a rela rriio n ec essa ria d os p erso na ge ns c om a s c oisa se com os acon teelm entos - nos qu ais se reaU za 0 des tinodeles, e a trav& .dos qu ais ales a tu am e se debatem?J;i a I ig a~ a o.:e ntr e a am bi c;a o d e W r on sk i e a sua partici- pa~iio na c o rr id a m a n if es ta um a n ec es si da d e n rt fs ti ca b er n d iv er sad a q ue p od eria ser o ferec id a p ela d esc ric ;iio " co mp le ta " d e Z ola .o assistifl bu participar de um a corrida de cavalos pode ser,o bje ti vam en te ., a pe na s u m e pi s6 dio . T ol sto i r el ac io no u 0 mais-in tim am en te p ossfve l ta l e pis6 dio c om u m d ra ma d e im po rtA nc iavital. De e er ie ' modo , a c or rld a c somente uma o c asH io p a raf nz er e cl od ir 0 conCli lo; p ore m es ta o ca sii io , e stn nd o J ig ad a unmb ic ;ao soc ia l de W ronski - qu e 6 u m im p or ta nl e c om p on en te. da trag ed ia em desenvolvim cn to - nada tem de casu al.A literatu ra ac um ula exem plos no s q uais a pa reee d e form a

    ainda m ais clara ' a con traste en tre os dois m etodos, no qu econcerne it n ec es si da d e o u c a su a li da d e da r epr e sen tac fl o de seu sobjetos. _V e jam o s. a d es cr iC ;i iod o t ea tr o q u e s e e nc o nt ra neste mesmorom ance de Zo ln e c omp ar emc -l a a s da s I lf ls oes Pe rd idas deBa lz a c. Bx te rl o rme n te , hIi sem elbancas. A estre la com qu e seinicia 0 rom anc e d e Z ola d ecide a carreira d e N an A. Em B alzac ,. n estr6 ia de term ina um a prolunda m udanea na carreira deLu cien de Rubem pre, sua pnssagem de poeta desconbec ido ajo malista in escru pu lo so e c oro ado de exito .Tambem 0 r ec in to d o t ca tr o e d escrito p or lo la d e m aneiracu idadosa e com pleta. P rim eiro , visto da plat6 ia: tudo qu ea co ntec e n as c ad eirn s, n os c orre do res, n o p alc o, 0 a sp ec to a ss u-m id o pel a cen a, tad as as coisas d escritas co m im pressio na nlebabiJid ad e lite r8ria. D ep ois, a obsessa o zo liana pe lo ea ra tercom ple to e m anog rM ico passa ad ian te e um ou tro cap itu lo dos eu r om a nc e e llt a d ed ic ad o a descri~ ao d o teatro v isto d o p alc o;com nio m enor v ig or, siio desc rito s as m udanc;as de cenarlo ,os vestua rlos, e tc . e 0 qu e se p assa d ura nte a s rep resen ta c;o ese o s in tervalo s. P or fim , p ara co mp leter 0 q ua dro , u m te re eiro

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    cap itu lo c ou tem a pro Cicienle e zelosa descric;ao d e u rn en salogernl,Sste cara ter c om pleto d e in ve nta rio n fio exlste e m B al za c.o teatro e a r cp rc sc nt a~ iio , p ar a 8 le , c on st it ue m s om c nte 0 am -biente em qu e se d cse nv olve m {n tim os d ra ma s h um an os: aDSCCDS ii oe Lu c ie n , 0 p ro sseg uim en to d a carrelra artistica d eCoral ie , 0 aparecimento d a p aixao entre Lu cien C C ora lic , berncom o dos fu tu ros confJito s de Lu cien com seus v elh os am ig osdo circu lo de D'Arthez e com seu atu al pro tetor, Lousteau .Tambem do in itio da su a ving an~ con tra M adam e de Barg e-to n, e tc .

    M as 0 qu e e qu e vem represen t ado em tOdas estas lutas ,em to do s estes con flito s d lreta ou ind iretam ente co nexo s ao tea-tro? A sorte do teatro no cap italism o: a u niversal e com plexndependencia do tea tro em rela~ ao . ao c apita l e em rela!jiio aojo rn alism o d ep cn de nte d o c ap ita l; a s rela ~O es en tre 0 teatro e nl il cr at ur a, e nt re 0 jornnl ismo e ~ l iteratura; 0 c a~a te r c ap it n li st ada r eh ic ;a o e n tr e a vida das otrrzes e n prostitul!j iio aberta oudis farcada.Tais problem as socia is tam bcm suo afJo rados par Zola.M a s sa o d esc rito s apenas co mo fato s soclals, c om o r es ul ta d os ,como caput mortuum da j ;i tu a~ao . 0 d ireto r do teatro, em Z ola ,rep ete in ce ssa ntem en te: erN io d ig a tea tro , d ig a b ord er ', B alza c,e n tr et an t o, r ep r es en t a 0 m odo pelo qu al 0 teatro se p rostitu i n ocapl tal l smo. 0d ra ma da s fig ura s p rin cipais ~ , ao m esm o tem po ,o dram a das institu i~ oes no qu adro das qu ais e las se m ovem , 0dram a das co isas com as qua is e las convivem , 0 dram a do am -blente, em que elas trnvnm as suns lu tas e dos objetos qu e ser ..v em d e m ed ia ~ lio A s s ua s r el a! io es r ec fp ro eD s.

    S ste 6 u m caso extrem o, e c laro . Os objetos do m undo quecircu nd a o s hom ens n lio sao sem pre e n ec essla riam en te tiD U g~ -do s a s experiencias hum anas com o neste caso. Podem ser ins-trum en tos da ativ idade e do destino dos hom ens e podem ser_ com o .aqu l se passa com Balzac - pontos cruc iais das expe-r ie nc ia s v iv id ns p eJ os b om e ns e m s un s r ela ~ 6e s s oc la is ' d ec is iv as .M as podem ser, tam bem , m eros eenarlos da atividade e do des-t in o d el es .

    Persistir6 0 eontraste por n6s ind icado m esm o onde setrata som ente, na rea lidade, da represen ta~ iio de um cenario?47

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    ,

    No cap itu lo introdu t6 rio do seu rom ance Old Mortality,Walte r S e ou d e sc re ve u m a e xib i~ ao m ilita r, a sso cia da a fes te jo spopulares , organizada na Esc6cia depo is da restuu ra~ io dosS tu art e da ten tativa de renovar as Jnstitu i~ oes feu dais. A pro-m ~ao tom por obje tivo passar em revista o s fie is e p ro vo ca r osdescon ten tes, a fim de , q ue se desm ascarcm . Na obra de S co tt,c ia se reaJiza na vespera da jnsu rre i~ ao dos pu ritanos oprim l-dos, A 'g rande arte !S pica d e S co tt fixa neste cendrlo todos osco ntrastes q ue es tio p resto s a c xp lo dir n um a lu ta san grem a. Ac omemo ra ca o m i li ta r rev ela , e m c en as g r ot es ea s, 0 envelhec i -,m en to sem esp eran ca d as reJa ~o es C eu da is e a su rd a resls ten clad a p op ula~ iio co ntra a ten ta tiva d e ren ova -Ia s. A c om peli~ ao d e'" tiro ao a lvo qu e se s e gue a rev ista d as tro pa s m o stra a c o nt ra d l-c ;lio ins ta lada no se iodc am bos as partidos adversArios: s6 ose lem en tos m oderados de u m e do outre tom am parte no d iver-tim en to p op ula r. N a hcsp ed aria , a ssistim os a b ru ta lid ad e d asoldadesca do . rei e , no m esm o tem po, ali sc revel a em tada ns u a t et ri ca grandeza a fig u ra de Bu rley , qu e depa is v ira a se tlim dos e a b e c e s da revo lta pu ritana . Em sum a: W alter S co tt,c on t ando 0 q ue se p asso u n es ta c elebra ~a o m ilita t e descreven-do 0 cem irio em qu e e la se rea lizou , desenvo lve tadas as ten -dencins e tod os o s p erso na gen s p rin cip ais d e u m g ra nd e d ram ahls t6r ico, colccando-se, de g olpe , bern no m eio da a~ iio .A d esc ri~ iio a gr{ co la e p rem ia ~a o do s a grleu lto re s emMadame Bo va ry e um n dns m ais e ele bra da s o bra s-p rlm as daarte d esc ritiv a d o m o de rn o re atis mo . F la ub ert d es ere ve , a qu l,efetlvamente, s6 0 "ee nd rlo", u ma ve z qu e tada a e xp os i~ iioI1io passa de u m a o ca sii io para enquadrar a cena d ce is iv a d oa mo r e ntre R odo lfo e Em n B ovary . 0c en arlo 6 c as ua l, u rn ver-dadeiro cenado , no scn tido litera l da palavra . E esta casuall-d ad e vem claramente sub l inhada pete p r6 p ri o F la u be rt .

    Un indo t; contrapondo os d i sc u r so s o f ie ia i s a f ragmentosd o c ol6 qu io a mo ro so , F lau bert in stitu i u m p aralelo iro nica en-tr e a ba nalida de p ubJic a e a b an a li da d e p ri va d a da v id a p eq ue -no-burguesa, E ta l contraste i fOnico e d es en vo lv id o c om e xt re -m a co eren eia e g ran de a rte .F ic a, to da vla , n io re so lv id o 0 co ntraste p elo q ual es te c e-n urio c asu al, es te p re tex to c asu al p ara a d escri~ ao d e u ma c en ade am or, se to rna , ao m esm o tem po, no m undo de MadameBovary , u m a co ntec im en to im po rtan te, cu ja m in uc io sa d escri-

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    ~50c e xi gld a p el os f in s a lm e ja do s PO t Flau bert, lsto 6 , pe lacomplc ta r ep rc se nta ~ ao d o a m bie nte . A iro nia d o contraste nlioesgota 0 s ig n if ic a do d n d es cr i~ a o . 0 "cendrlo" pos su i uma s ig-n i(ic llC ;u o a uto no m a, e nq ua nto elem en to d estin ad o a c om pleta ro am bic nte . A qu i, p orem , o s p erso nag ens sao u nica men te esp ec -tad ore s - e por isso se tom am , para 0 l ei to r , e leme n to s cons-tiu nlvo s, hom og 8neo s e eq uiav len tes , d os a co ntec im en to s d es-crito s por Flaubert, re levan tes apenas do ponto de vista da re -c on stitu i~ iio d o a mb ie nte . T em am -se m an ch as eolorldas d en tro .de urn quadro, q ue 5 6 u ltra pa ss am o s Iim ite s estatleos da moldu-ra na m edida em qu e se e le va a iro nic o s lmbolo d a essc nc ia d oC ilis te fsm o. T al q ua dro a ssu me u ma im po rtd nc ia q ue n uo dima-na do fn tim o valo r hu mano dos acon tec im entos narrados e naotem rela ~ao p ra tica men te a lg om a c om o s a co ntec im en to s, sen -d o a re ln!;ao o btid a, ao inves dlsso, por m eio .d a estiliza~iioformal .o conteudo s imb6l ico e realiza do em F1a ubert a tra ves d airo nia e p ossu i u m n olliv el m yel a rtfstic o, aleaneado c om m eio s_ pelo m enos em parte - genu lnam ente artisticos. M as, qu an-d o, c om o o co rre em lola , 0 sfm bo lo d eve ad qu irir p ar si m esm ouma m onum enta lidade soc ial, qu ando te rn a fu n~ iio de im -prim ir a um epis6d io qu e em si 6 ins ignwcante 0 se lo de u rng ra nd e s ig n if ic ad o s oc ia l, e nt fio s e a ba nd on a 0 cam po da verda-delra arte. A m et4fo ra ap arece in cbad a de rea lid ade . U m tracea cld en ta l, u m a semelhanca de su perfIc ie, u m es tado de Anim o,um e nc on tro c asu al passam n cons ti tu ir a e x pr e ss ii o ime di a tnd e v as ta s r el a~ o es s o ci al s, Em qu alqu er rom ance de lo la sepo de en co ntra r g ran de ~ ua ntid ad e d e exem plo s d isso ,' L em bre-m o -n os a pe nn s do para1e lo entre Nann e a m osca d ou ra da , p a-ralelo com qu e se p re te hd ia s im b o li za r 0 f at al i nfl ux o d aq u elnsabre a P aris de an tes de 1870. lo la mesmo e q uem dec la ra ex-p ressam en te a su a in ten !;io : U Na m in ba obra, im pera a h ip er-tro fia d o p articu lar realis ta . D o tra mp olim da o bs~ r.:a ~iio pre-,elsa parte-se para se a lc an ~ ar a s e str t~ la s. A um UDICO mover ., b 1 .,de asas, a verdade se e leva a s lm 0 0 Em W alte r S co tt, B alzac ou Tolsto i, v inbam os de conhe-cer acon tecim en tos qu e eram im portan tes por s i m esm os , m aseram tam bem im portan tes para as rela~ oes in te r-bu m an as dosp er so na ge ns q u e o ,.p ro ta g on iz av a! ll e i mp or ta n~ e s p ara a .s ig ni fi -c a~ u o so cia l d o v aria do d es en vo lvlm en to a ssu m id o p ela V id a h u-

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    .'. .- .'m an a d e ta is p erso na ge ns , C on stitu fa mo s 0 pu blico de certo sncontecimentos nos qu ais os pcrsonagens d o ro man ce to mav amparte atlva, Vlvlamos esses acontecimentos .Em F ln ub er t e em Zola , os m esm os personag ens sao es-pcctadores m nis ou menos i nt er cs sa do s n os a co nt cc lm en to s -e com isso os a con te c ime nt os s e t ra n sl ormam , nos olhos dos lei-tores, em um quadro, ou m elhor, em u ma serie de q ua dr os , :a s-scs qu ad ros , n6s os observamos.II

    o contraste entre 0 p ar tic lp ar e 0 observer nlio e casual ,p ol s d cr lv a d a p osi~ ao d e p rin cip lo assumlda p elo e sc rito r, e mface da vida , em face dos g randcs problem as da sociedade, enu o do m ere cm preg o de u m diverse metodo de representar de -t erm in ado con te ii do ou p arte d e c on teu do ,E s ta c o ns ta tn ~ a o c n ec es sa ria a tim d e c olo ca rm os co nc re -tamente 0 nosso problem a. Tal com o oeorre nos dem ais cam -,. pos da vida , na litera tu ra nuo nos deparam os com "[enom enosp uro s". B ng elsre co rd a q ue 0 "pu ro" feu dalism o s6 existiu na('o ns litu i~ iio d e e fe m er o r ein o d e J er us ale m . N o e nta nto , e evi-d cn te q ue 0 f cu da lis m o c on stitu i u m a r ea lid ad e h il6 ric a e p od e,U )g ic :lm en lc , se r o bjcto d e u m a in dn ga~ iio . O ra , 6 c erto q ue n iloe xis te q u alq u er e sc rito r q u e r en un cl e c om p le ta m en tc a d es cr ev er ,E tam bem serla pou co U cito eflrm ar qu e os g randes represen-tantes do 'V nlism o posterior a 1848, Flau bert e Zola, tenham

    I:. rcnu ncindo de todo a narrar. 0 qu e nos im porta silo os princ i-p io s d a e str utu ra d a c :o m po si~ iio e n lio 0 fantasm a de u rn "nar-rar" ou "descrever' que constitu am um "fenam eno pu ro". 0q u e n os h np or ta e saber com o e por qu e a descri~ iio - qu e ori-g in alm en te e ra u rn en tre o s m u ito s m eio s e mp reg ad os n a cria ~a oartlstlea (e , par cerro , um m eio subaltem o) - chegou a setornar 0 p rin cip io f un dam en ta l d a c om p os i~ fio . P ol s, d es te m o -do , 0 ca rate r e a fu m iio d a d es cri~ io n a c om po si~ iio eS pic ac he-g nram a sofrer u ma m udan~ a radica l.I n B alzac su bJinhava, na su a eritlca 3 C artuxa d e P arm ade S tendhal, a im portancia da descri~ o com o m eio de com po-si~ io essencin lm ente m oderno. 0 rom ance do S ecu lo XVIII(Le S ag e, V olta ire , e tc .) m al conhecla a descri~ iio , qu e nalecxerc la u ma fu n~ ao m inim a, m ais do qu e secu ndarla , A situ a-50 . .

    ~ ao m uda sorncnte com 0 romantlsmo, B al za c s a1 ie nta q u e atcndencia Iiterdrla representada por ele (e da qu al e le consi-dera Wa ll er S co tt 0 fundador) assinala ma io r i mpo rt li nc ia ad es cr i~ iio . M a s, q u an do B alz ac , a ce ntu an do 0 e on tr as te c on i naridez dos Sceulos XVII e XVIII, se declara seg uidor de u rnm etodo m oderno, e te a llnha tada u ma serie de m em entos esti-J is ti co s q u e c on si de ra earacterlstieos d e tal o rie nta ~a o. A des-cri~iio c , entao, no pensam ento de B alzac, u m m om ento entreout ros; ao lado dela, vem particu larm ente su blinhada a novaimport f lnc ia a ss um id a p el o c lemente dramtitico.o novo estilo brota da necessidade de config urar de m odoadequado as novas form as que se apresentam na vida social.A r el a~ ii o e nt re 0 in div id uo e a c la sse to rn ara -s e m ais c om ple xndo que nos S6cu los X VII e XVIII. 0 n mb ie nte, 0 a sp ec to e x-terior, os M bitos do individu o, podiam (por exemplo, em LeS ag e) ser m ulto sumarlamente indicados e , no entanto , a des-pelto dessa sim plic idade, podiam constitu ir u ma clarn e com -p leta c ara cte riz a~ ao s ocial. A in div id ualiza ~io era a lc an ea daq uase q ue exclu slvam ente pel a pr6pria a~ ao, pelo m odo seg un-do 0 qua l OS p ers on ag en s rea gla m : ativ am cn te n os a co nte cl-mentes.Balzac ve claram ente qu e esle m etodo nao lhe pode m aisb as ta r. R as tig na c, p or e xem pl o, e u rn aventu reiro de tipo com -pletam ente diversos do de Oil B ias . A descri~ ao exata da pen-sao V au qu er, com su a su jelra, seu s adores, seu s a llm entos, su acriadagem, c a bs olu ta m en te n ec es sa ria p ar a to rn ar r ea lm e nte d et od o c omp re e ns lv e l 0 tip o p artic ula r d e a ve ntu re iro q ue e Ras-lig nnc . Da m esm a form a, a casa de Orandet, 0 a pa rta m en to d eG obsek, e te ., precisnm ser descritos em scu s porm enores paraq ue estes com pletem a representa~ ao dos tipos diversos de u sn-rario , s ocia l e in div id ual m en te , q ue e ram eles .

    Ainda que prcscindamos do fato de que a reconstltu icso .do am biente nao se detenha, em Balzac , na pu rn descri~ ao , evenha qu asc sem pre tradu zida em a~ oes (basta evocarm os 0v elh o O ran de t, c on se rtan do a es ca da a po drec ld a), v erifica mo squ e a descri~ ao , nele, nu o e jam ais senao u rna am pla base parao n ov o, d ec is iv e e le m en to : 0 e le me nto dra man co , O s p ers on a-g en s d e B alz ac , tio e xtrao rd ln sriam en te m u Itifo rm es e e om ple -xos, n ilo se poderlam m over com efeitos dram aticos tao con-v in ce ntes se o s fu nd am en to s v itais d os se us c ara ete res n ilo fas -5 1

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    . .sem tiio larg an ien 1e exp os to s. Em Flau bert c em Z ola a descrl-~ iio . te m u m a fu n~ ao a bso lu ta men te d iv crsa .

    B al za c, S le nd hh l, D ic ke ns , T ol sto i r ep rc se ntam a socieda-de burguesa q ue se eS la c on so lid an do a lro ve s de g ra v es c ri se srepresentam as complexes leis q ue presidem a f orm a~ i io d e la 'o s m u ltlp lo s e 1 0r1 1:1 0so $a min ho s q ue c od uze m d o v elh a so cie~d ad e e m d ec o~ p os 19 iio i t n ova q ue esto . surgindo. ales mesmosvivcrn ~ esse p ro ~esso de form a~ ao em su as crises, p artic ip a-ra m attvamente de le , se bern qu e em form a s d iv e rs a s. Goethe ,S tendha l e To lsto i tom aram parte em g uerras qu e serv iram de. p~ r te ir as . a t ai s t ra n sf orm a~ ~ e 's ., B a lz ac p ~ rt ic ip o u d a s e sp ec u la -~oes f~ bn s d o n as cen te capitalismo ' fran ces e fo i v itim a delas,fo lsto l ac om pa nho u as etap as m ais im po rtan tes d essc revo lu -e ionam ento na qu aJidade de proprietario de te rras ou co labo-ra nd o e rn v ad as o rg an iz a~ o es s oc ia is (r ec en se am e nto c om is sa ocontra a c ar es u a, etc) , A este respcito, e les sa o, tam b6m n n su aconduta d e v id a, o s c on tin ua do rc s d os esc rito re s artistas e sawb !o s d o Renascimento e do llum inism o: sao ho~ ens qu e parti-e ipam a~ lvam ente e de varlos m odes das g randes lu tas sociaisd a e po .c n e .q ue se to~ am escritores a tra ve s d as experlenelas deurn" Vida fica e m ultlform e. Nao sao ainda "especialistas" nosentldo da divisfio capitalista do trabalho. '

    FJaubcr l e Zola iniciaram suas atividades dep ois d a bata-lha d e ju nho , n um a soc ied ad e bu rg uesa ja. c ri st al iz ad a e c o ns ti -tu ld a, N ao p artlc ip ara m m als a tiv am en tc d a vid a d estn so cic da -de ; n ao q ueria m p articipa r m esm o, N essa recu sa se m anifestan tr ag 6 dia d e um a lmp or ta nt e gern~iio de artistas dn 6poca detmns i~ao . j6 qu e a recu sa e devid a, sobretu do , a u ma a titu de d eopo si ~ ao, i st o I S , expr imc 0 Odio, 0 horro r e 0 desprezo qu e elestem pelo r eg ime po lf ti c o e soc ia l do seu tem po . Os hom ens queu ce ltaram a evo lU l 'i io soc ial desta epoca tornaram-se e sh ~ re is ementlrosos a p ol og is ta s d o c n pi ta Ji sm o . Flau bert e Zola sao de-m asia do g ran de s e sin ce ro s p ara seg uir es le camlnho, Por lssocom o so lu~ fio para a trag ica con trad i~ fio do es tado em que s ;achavam, s6 puderam e sc olh er a s oti dii o t or na ndo -s e ob se rv a-do r e s e er iUcos da soeledade bu rg uesa , 'C om isso, en tre ta nto , to rn aram -se a o m esm o tem po esc rl-teres p ro fi ss io na is , e sc ri to re s n o s en ti do d a d iv is iio c ap it al is tad o trabalho. :stc 6 0 memento em que 0 liv ro se transfo rm ouc :o mp letam cn tc em m erc ndo ria e 0 escrito r em ven dcd or d a re-52

    fcrida mcrcadorla, a nao ser q ua nd o, p ar aeaso, 0 c serito r d is-punha de u m a ren da, Em B alz ac , encontravamos ainda a te tdcag randeza dn ncu mu la~ ao prim itiva no cam po da cu ltu ra, G oe-the ou Tolsto i podem ain 'da, no que se refere ao' fen8meno deq ue c sta mo s fa la nd o, a ssu mlr a n titu de senborin l dos qu e naovivem somente d a li te ra tu ra . F la ub cr t e u rn asceta voluntarlo eZola, c on st ra ng ld o p el a ne c cs s id ad e ma t er ia l , e jn um eseritorp ro fissio na l n o sc ntid o d a d iv is fio c ap ita llsta d o tra ba lho .Os novos estilo s, os novas m odos de represen ta r a reall-dade nao su rg em jam ais de uma d ia l6 tiea im an cn te d as fo rm asartlstlcas, a inda qu e se I lguem sem pre as form as e s en ti do s d opassado , Todo navo es tilo su rge com o u ma necessldade hist6 -r ic o- so ci al d a v id a e e u rn p ro du to n ec es sa ria da e vo lu ~ ao s o-c ia l. M a s 0 rec on bec im en to d o c ara te r n eees sa rlo d a fo rm a~ aod os estilo s a rtfstic os n ao im pliea , d e m od o a lg um , qu e a sses es-tilos t en ham t od os 0 m esm o valor e cstejam todos num m esm oplano . A necessldade pode ser, tam bem , a neccssidnde do ar-t l s t icamentc Ialso, dis forme e rulm,A alternativa part ic ipar ou obse rvar c o rr es po n de , c n ta o , ad u ns p os i~ o es s o ci almen te n e ce s sd r ia s , a ss um id a s p el os eserlto-

    res em dois sucessivos perfodos d o c a pi ta li sm o . A al temativanarrar ou descrever c orrcspo nd e a os d ois m cto dos fu nd am en -tais de representac jo p r6 pr io s d es te s d ois perfodos.P ara distin gu ir n ltid am en te entre o s d o is m eto dos , p od e-m o s c on trn po r u rn tcstem unho de G oethe a u rn de Z ola , am bosrcferentes u s re la~ es entre observa~ o e crin~ ao artis tica . D izG o eth e: " Jam als c on te m ple l a n at ur ez a c om ,o bje ti vo s p oe tl co s,Os desenbos de paisagens , p rim elro - e a m inha ativ idade co-m o natu ralista, depo is - m e tam levado a observar con tinuae m in u ci os am e nte o s o bje to s n atu ra is e ,p ou co a p o uc o , a p re nd ia conhecer bern a na tu reza, m esm o em seus m in im os detalhes,de m odo qu e , se - com o pac ta - tenho necessidade de algo-ma co isa, d isponho dela ao a lcance da m ao , e nao m e 6 facitp ec ar c on tra a ve rd ad e",Tam Mm Zola se exprim e m uito c la ram ente s6bre 0 m odocom o se aproxim a de um objcto para atender a s u a s f in a li d ad e sc om o e sc ri to r: "Urn ro ma nc ista n atu ra Us ta q uer esc rev er u m ro -mance s6bre 0 m un do d o teatro . te p arte d essa ide ia g era l semdispor de um "nleo l at o, s equer de um a f;gura. S u a p ri me ir ap reocu pa~ io ser~ a de tom ar apontam en tos s8bre tu de

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    q ue p ossa v ir a sab er ac erca dc sle m u ndo q ue preten de de sc re-ver . C on be ec u d ete rm ln ad o a to r, n ss is tiu a d ete rm in ad a re pre -se nto ~a o, e tc . D ep ols , fa ln ra ' c o m o s q ue d is pu se re m d e m a io re sIn ro rm u ~o es a resp eh o do ass un to , co lec io nara frases , a ned o-Iu s, fln grn nte s. M a s is so n ao b as ta . L era , ta m b er n, o s d oc um e n-l o s e s e rl to s , Por l im , v is ita ro o s l ug ar cs in dic ad os , e p as sa ra umd ia q ua/ qu er em u rn teatro para conheee-lo em seu s porm eno -IC S. Perm anecera alg um as noiles no cam arim de lim a atr iz ep r o cu r a ra l d cn t it lc a r- s e 0 m nis p oss lv el co m 0 a m bie nte . E ,q ua nd o a d oc um c ntn ciio e stiv er c om p le te , 0 seu rom ance se.. fara por s i m esm o. 0 rom anc ista devc sc lim itar a ordena r osfa tos de m odo 16g ico ... 0 i nt er es se n ao se co ncen tra m ais n a.. o r/g illa lic [u de d a tra ma ; a ssim , q ua nta m ais es ta c banal e ge-l Ie r ica , tamo m als tlp Jca se toma" (o s g rifo s sao m eu s, GL).E sta mo s d inn te de do is cs tilo s rad ica lm en tc d ive rsos , dec uas m an eiras d ivc rsns d e e nc arar a rea lidad e ,III

    Compreende r a n ec es sl da de s oc ia l d e u rn d ad o e stil o e a1gob cm d iC er en te d e Iornecer u m a av alia~ ao este tlc a d os efeito sa rtl stic os d cs se e stl lo , E m e stc tic a n io p re va le ce 0 p ri nc ip io d eq u e " tu d o c om p re en dc r c tu do p erd oa r" . S 6 0 s o ci o lo g i smo vu l -g a r, q u e s e c ir cu n sc rc ve a p ro cu ra d o c ham ad o " eq u iv al en te 50-c ia l" d os e sc rito re s in div id ua lm e nte c on sid era do s e e stilo s s in -g ulares , c re q ne o s prob lem as fiq uem reso lvld os e eIim ina do sc om a in dic a~ iio d a g en es e d ele s. !!s te m e to do (c uja c xp lic a~ iionao cabe aq ui) sig nllica na prdtlc a u ma tenta tiva de redu zirtodo 0 d escn volv im ento artis tico d a h um anid ad e ao niv el d abu rg uc sia decadem e: H om ero , S hakespeare aparecem com o"p rodu to s" eq uivalente s a Joyce e John dos Passes . A tarefad n e rl tl ca l il er ar ia f ic a a d st rl ta Q d es co be rta d o " eq u iv al en te s o-c ia l" de H om ero ou Joyce. M arx colocou 0 p ro blem a d e m odobem diverso . D epois de ter ana lisado a g enese da epopc in ho -m erica , e le acrescen tou : "A u ificu td ad e, e ntre tan to n ao c on -s is te e m c om p rc en de r q ue it arte e a eS picnG reg a ~ teja m lig a-d as a certas fo rm as de d esen vo lv im ento so cia l. A d iC icu tdn deco nsis te e m q ue elas con tin uu m a su sc ltar e m n 6s u m prazer es-tC lic o c v ale m , s ob c crto s a sp ec to s, c om o n orm a s e m o de lo s ln l-gunlavcis".

    S4

    . Tal ind ica~ o de M arx, natu ra lm en te , se re tere tam bem acns~ s em q ue '! e ste tie a p re cls a p ro nu nc i~ r u m a a pr ec ia ~io n e-g a ttva , N os dOIS c ases , a va lora~ o este tica nio pode ser m e-d in ieam en te sepa rad a da de du ~o his t6 rica . Q ue o s p oe ma s h o-m e ric os s eja m m a is v er da de ir am c nte p oc in as epicos e nao 0 se -jam tan to os de C am oes,. M ilto n e V olta ire , e um a qu estio nom e sm o te m po h is t6 ric o- sd cia l c e ste tic a. N ao e xis te lim a " m ae s-tr ia " s ep ar ad a e in de pe n4 en te d e c on di~ oe s h is t6 ric as , so cia is epessoais q ue sejam adversas a u ma rica , viv ida e am pla repro-d u!;a o d a re alid ad e o bje tiv a., A iR cle m cn cin s oc ia l d os p re ss u-p as ta s e c on di~ O es e xte rio re s d a e ria !;a o a rtf stic a e xe rc e n ec es -sarlam ente u m a ~ io d eC orm ado ra so bre as p r6 pdas C orm as es-s en cia is d a re pre se nta ~a o. ls so v ale ta mb em p ara 0 ca so de quee s tamo s t ra t an d o .F la ub er t e sc re ve u u m n a uto cr ftic a e xtre m am e nte in str utl-va , refere nte ao se u ro man ce A E duc ara o S en tim en ta l, na qu alse I e ; "')e (0 romance ) e ex cess lv am ente v erd ode iro e , d oponto de vis ta e ste tlco , padece de u m eero de. perspectiva , 0plano e ra be rn pens ado, m as te rm inou po r desaparecer, T6daobra de arte deve ter um vertice , um eum e; deve Iormar um apirum ide, ou u rn C acho d e lu z qu e ca ia sob re u m ponto da es-Iern, Nn vida nio hIi n ad a d isso . A arte; c on tu d o, n io e a na -tu reza . N ao im po rta : acredito qu e n ing ucrn lo i m ais long e emm ateria de sinceridade". .E sta co nfissio , co mo to dllS a s d ec la raeo es de F Jau bert d litc ste m un ho d e u m a bs olu te re sp cito p ela v erd ad e. F la ub ert' e a-raete riza com exalid io a com posi~ iio do seu rom ance e estac erto e m s ub lin ha r a n ec es sid ad e a rtistic a d os p on to s e ulm la an -tes . M as tcni rw o ao d izer q u e noseu rom ance ba "excessivav cr da de "? S er a e xa to q ue o s " po nto s c ulm in an te s" e xis te m a pe -nas on arte? " "

    N io e e xa to , n atu ra lm e nte . E ss a c on fis sii o f la ub er tia na ,ta o in te gr alm e nte s in ce ra , n io n os In te re ss a s om e nte c om o a uto -critica re la tlv a a o seu ro ma nce , m as sob retu do p orq ue e la no sreve la n su a errene a c on cep ~ao d n realid ad e, d a essen cia o bje-tiv a d a so cied ad e, da re la ~o entre arte e na tu reza . S ua eo nce p-~ iio , s e gu nd o a q ua l o s " po nto s e ulm in nn te s" e xis te m n pe Dn s D narte e vern , po rtan to , er iados pelo nrtis ta (q ue pode decid ircrh l-lo s ou n io , n seu b el p raz er), e u m p uro e sim ples p rec on -ce lto su bje tivo . T rata-se d e u m a co nce p~ iio q ue IS u m p rec on -

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    e cH o r es u lta nte d e um a oo bs cr va ~ iio e xt er io r e s u pe rf ic ia l d as m a -n ife sta ~o es d u v id a b urg u es a, d as to em a s d e v id a c ar ac te dstic asda soc iedade bu rg uc sa , u ma observa~ iio q ue faz abstra~ o dasfar~ as m otrizes d o de sen vo lv im en to so cia l c d a a ~io q ue e stasco ntlnu am en te ex ereem , inc lu siv e so bre a su pee fic ie d a v ida .C on side rad u d esse m ed o ab stra to , a v ida ap arece co mo u rn rioqu e co rre sem pre de m aneira ig un l, com o u ma lisa C mon6 tonasu perffc ie scm articu 'a~ oes . Em bora , de tan to em tanto , essam o no to nia se ja in tc rro m pid a p or b ru ta is c atc is tro fe s " lm p ro vl-sadas",N a reaIidade - e , natu rahnen te , tam bcm na real idade ca -p ita lls ta - as c atas tro fes f'im pro visad as" sao p rep arad as p oru rn lon go pro cesso . E las n lio se ach am e m d gid o c on tra ste co mo pac ifico andam en to da su pe rffc ie , e sao a conseqU encia deu m a e vo lu ~io c om plex a e d esig ual. ~ esta cv olu ~io q ue articu lao bje tiv am e nte a s up crff cle a pa re nte m en te lis a d aq u ela e sf er a aq u e s e r eC e re F la u be rt. D e f ato , 0 a r ti st a d e v e Ilumlnar o s p on to se sse nc ia is d e ta is arU cu la~ oes , m as F lau be rt in co rre n um p re-conceito qu ando cre q u e e las - a s articu la~ oes - nao ex is teml nd e pe n de n teme nt e d o a rt is ta .

    A s articu la!;oe s n asce m pa r o bra d as le is q ue d eterm ina mo d esen vo lvim ento hist6 rico d a so cied ad e, em de co rren cla daa ~io d as f ar c;a s m o triz es d o d es cn vo lv im e nto s oc ia l. N a r ea li-d a de o b je ti va , d e sa p ar ec e 0 ( al so , s u bje tiv o e n bs tr ato e on tr as -tc e ntre 0 "norm al" e 0 "anormal", M arx enxerg a m esm o nac r i~ e c c ~n l>mi c a0 ~ en l> m cn o "m a is n orm a l" d n c co no m in c ap i-ta lis ta : A au tonom ta qu e assum e - u m em relnc ;ao a o ou tro -m om en tos estr itam en te conexos e com plem en tare s , a c rise ad es tr 6i v io lc nta m en te . P or is so , a e rls e re ve la a u nid ad e d os m o -m e nto s q u e e sta va m rc clp ro ca m en te J so la do s" .Ja a c icnda bu rg uesa da m etade do S ecu lo X IX , investid ade u ma (u nc;io apo log etica , enxerg a a reaJidade de m ane irab asta nte d iv ersa . A crise th e ap arece e m fo rm a de flca t~ tro fe"in terrompendo IIsubi tamentc" 0 nndam en to "norm al" da eco~n oniia . D o m esm o m od o, tada r ev ol uc ;a o th e a pa re ce c om o a lg oc at as tr 6f tc o e anormal,N os su as op in i6c s su bje tivas e nos scu s p rop6sito s com oesc rito res , FJau bert e Z ola nao sao de m odo a lg um defen soresdo capila tism o. M as sao m hos da epoca em qu e v ive ram e , porisso , a co ncep ~iio q ue ele s tin ham do . Mu n d o s of re c on sta nte -56

    men te 0 in r lu xo das id6 ias do tem po . Isso 6 va lido p rinc ipa l-m en te p ara Z ola , cu ja o bra se ressen tiu de cis iv am en te d os p re -e on ce ito s d a s oc io lo g in b u rg u es a. E ss a e a rn zio pela qua l emZ oln a v id a se de sen vo lv e q uase scm sa ltos e a rtic uln c;o es , p o-d en do -s e m e sm o c on sid er d- la , d a s ua p er sp ec tiv e, s oc ia hn en teno rm al: todos o s a tos dos hom ens apa rccem com o produ tosn orm a ls d o m e io s oc ia l. H a, p ore m , o utr as ar c;a s em a ~iio , b a s-ta nte d iv er sa s e h ete ro ge ne as , c om o a h er ed ita rie da de , q u e a tu asab re os pcnsam en to s e o s sen tlm en to s dos hom ens, com o ne-c es si da de f ata lis ta , p ro vo ca nd o c ata str of es q u e in te rr om p em 0O uxo n orm al d a v id a. B asta pe nsa r na em briag uez h ered itar iad e E tie nn e L an tie r, e m Germinal, q ue p ro vo ca v ar ia s e xp lo so esc ca tas tro tes b ru sca s q ue n ao tem rela~ iio o rg anic a alg um a c omo cara ter de Etienne; Z ola nao q uer m esm o cstabelecer ta l re-la~ ao . 0 m esm o acon tece em L'Argen,. c om a c ata str ofe p ro vo -cada pelo filho de S acca rd , Em tada pa rte , a a~ ao no rm al e ho-m o ge ne a d o a m ble ntc f ic a c on tra po sta , s em n ex o a lg u m , l\s brus -c as c ata str of es d ete rm in ad as p elo f ato r h ~re dita rio .~ eviden te q ue nao nos deC ron tam os, aqu i, com u m refle-xo exato e p ro fu ndo da realid ade ob jetiva , e s im com um a ba-n al d eC or m ac ;iio da s s ua s le is , d cv id a a o in flu xo d e p re co nc ei-to s a po lo ge tle os e xe rc id o s ob re a c on ce p~ iio d o m u nd o a do ta dap el os e sc rito re s d es se p er fo do . 0 v erd ad eir o c on he cim e nto d asfo~ as m otrize s do p rocesso socia l e 0 reflexo e x at o, p ro fu n d oe sc m p re co nc cito s d a a~ ao d eate p ro cesso so bre a v ida h um a-nn, assu mem a fo rm a de u rn m ovim ento : u rn m ovim en to qu ercp re se nta c e sc larece a u nld ad e o rg iin ica q ue Iig a a n orm all-dade a exce~ao .

    A v erd ad e d o p ro ce ss o s oc ia l c tam bem n ve rd ad e d os d es-tin es in divid uais . Em q ue co isa , en tre tanto , e d e q ue m odo , to r-n a-se v is(v el ta l ve rd ad e? };: c laro , nao som en te p ara a c ien ciae para a polhic a fu ndada sab re bases c ien tU icas , m as tam bempara 0 co nh ec im en to p ratlco d o h om em n a su n v ida co tid ian a,q u e essa verdade do v ida s6 se pede m an iC esta r na praxis, nocon ju nto dos ato s e n~ 6es do homem, A s p nla vr as d os h om e ns ,s eu s p en sa m en to s e s en tim e nto s p u ra m en te s ub je ti vo s, r ev el am -s c v cr da de iro s o u n uo v erd ad elr os , s ln ce ro s o n in sln ce ro s, g ra n-d es o u Jim itad os, q uan do so trad uz em n a p r~ tica , ls to 6 , q ua nd oo s a to s e a s (o r~ as d os h om e ns c on firm a m -n os o u d es m en le m -n osna p ro va d a realid ad e. S oa praxis h um an a p od e ex prim ir co n-

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    eretamente 1 1 cs~ ncia do ' hom em . 0 qu e 6 C or~ a?0 qu e 6 born?P erg un tas co ma esto s o btam re spo sta s u nicam ente n a praxis.. a tra ve s d a praxis, apenas, que os hom ens adqu irem in-teresse u ns para os ou tros e se to rnam dig nos de ' se r tom adosc om o o bje to d a rc pre se nta ~o lite ra rla . A p ro va q ue c on firm atra~ os im portea tes do cara ter do hom em ou evidencia 0 se uIracasso n ilo p od ~ en co ntrar o utra ex pre ssao se nilo a d os a tos,

    . a das n~ Oes, a da praxis. A poesla p rim ltiva - qu er se tra te det ab u la s, b a la d as O U le nd as , q ue r s c tra te d e fo rm as e sp on tA ne as,. so ld as m ais tard e d os re lates an ed 6tieo s - p arte se mpre d o fa tofu n dam en ta l d a im p or tA nc ia d a praxis; e la s em p re re pr es en to u.0 s u ce ss o o u 0 f ra ca ss o d as in te n~O es hum an as n a p ro va d a e xp e-rie nc ia e d is sa d ec or re u a s ua p ro fu n da s ig n ific a~ a o. A in da h oj e,o d es pe ito d os s eu s p re ssu po sto s fre qU en te me nte fa nta stic os ,i ng a nu o s e i no c ei bi vc js p a ra 0 b om cm m o de rn o, e ss a p oe sia c on -tin ua v iv a, p or c olo ca r n o c en tro d o re pre se nta lta o e xa ta me ntecste fato fu nda men tal d o v id a hu man a.o in te resse qu e tern a reun iio de varias a~ oes nu ma con-c atc na ~io o rg an ic a ta m be m e d ev id o ru nd am en ta lm en te a o fa tod e q ue , n as m a i_ sd iv ers as e v arie ga da s a ve ntu ra s, s e e xp Oe c on -t lnuamente 0 m esm o traba lho tip ico de u rn carate r hum ano .Tan to em U lisses com o em G il B Ias, essa e 0 rB zio hum an a epoetica do hnperectvel vlco a lcaneado por um a su cessiio dea v en tu ra s, E 0 f at or d e ci si vo 6 n a tu ra lm e n te 0 h om em ,.o re ve -l ar- se d os tr ac es e ss en ci ais d o v id a h uma na : 0 q ue n os in te re ss a6 ver com o U lisses ou G il B las, M oll F landers ou D. Quixotere ag em d ia nte d os g ra nd es a co nte cim e nto s desuas v id as , c om oenfren tam os perlgos, com o su peram os obstacu los, e com o ostr ae os q u e to rn am in te re ss an te s e s ig nif ic ativ as a ss ua s p ers on a-lld ad es s e d cs en vo lv em s em p re m ais a mp la e p ro fu nd am en te naariio.Se n ao rev elam trac es h um an os essen cia ls , se n ao ex pri-m em as T ela~ oe s o rg in ica s en tre o s ho men s e o s aco ntecim en-to s, a s re la 4fo es e ntre o s h om en s e 0 m u nd o e xte rio r, a s c ols as ,a s f6 r4 fa s na tu ra is e a s in stitu i4fO ess oc ia is , a te m es mo a s a ve n-tu ra s m a is e xtr ae rd in arl as to rn am - se v az ia s e d es titu fd as d e c on -(eudo. n ne ccss4rio n io esq uece r q ue , n a realida de , ta da a~ io- a inda qu e n ilo rcvele traces hu manos tfp icos e essene lais -c on te ni s em p re n ela 0 e sq ue ma a bs tra to (c on qu an to d efo rm o -.do e apagado) da praxis hum ana com o u rn todo. E is por que58

    e xp os i~ 6e s e sq ue md tle as d e a 4fo es d e a ve ntu ra s n as q ua is a pa -re cem ap en as som bra s hu man as po dem , n ito o bsta nte. su scitar- de m odo trnnsit6 rio - ce rto in teresse: eo . caso dos rom an-ces d e c av al aria o u, em n osso s d las, d os ro ma nc es p olicia is . Aefic!c ia de stes ro ma nces po e a nu u ma da s rn rzes m ais p rofu n-d as do in teresse d o h om em p ela Iiteratu ra , qu e e 0 i n te r es s e p e l ariq ue za e v arie da de d e c are s, v aria bilid ad e e m u Itip lic id od e d en sp ec to s d o c 7.p eri!n cia h um an a. S e a lite ra tu ra a rlfs tl ca d e u m ac po ca n ao c on se gu e e nc on tra r a c on ex io e xis te nte e ntre a praxise a riqu eza de d ese nv olv im en to d a v id a fn tim a d as fig uras dp i-cas do tem po, 0 in te re ss e, d o p ub lic o s e re fu gia e m s uc ed An eo sa bs tra to s e e sq uem atic os d a l ite ra tu ra .:este e precisamente i0 caso da litera tu ra da seg unda m e-tad e do S ccu Io X IX . A l ite ra tu ra b as ea da n a o bs erv a4 fQ oe d es -c ri 4f li o e lim in a s emp re , em r ne d id n c rc sc e nt e, 0 i n tc r cf tmb i o en -tre a praxis e a vida in tc rio r. Ta lvcz nunca tenha havido u macpoca na qu al, com o ocorre na nossa, ao lado dn g rande litera-tu ra o fic ia l, p ulu la ss e ta nta lite ra tu rn d e a ve ntu ra s v azia e s im -

    p lista . E n ao n os ilu da mos p ensa nd o q ue tal literatu ra seja lid asom ente por "g en te incu lta" e que as elites s e a te nh am lgran-d e lite ra tu ra m o de m a: c om u me nte , d a-s e 0 c on tra rio . N o m aisdas vezes, os m odcrnos c l4ssicos sio lidos em parte por sensodo dever e, em parte, pelo in te resse no que concem e ao con-te nd o q ue re fle te (s e b ern q ue d e m od o e nfra qu ec id o e a te nu ad o)o s pro ble mas d o te mp o. P ara distra~ ao , en treta nto , p ara d iv er-s ao , d ev ora m-s e o s ro m an ce s p olic ia is .Q uan do trab alh av a em M a da me B ov ary , F la ub er t l am e n-tou em vM ias o casio es qu e d o se u Iiv ro estive sse a use nte 0 ele-m e nt o d iv ertim e nto . L am e nto s s em e lh an te s a eh am - se e rn m u ito s

    d os escrito res m od ern os n ota veis: c les co nstatam qu e os g ran -des rom ances do passado u niam a represen ta~ io de s6res hu -m a no s ri co s d e s ig n ific ad o ls t CD s oe s e d iv e rt im e n to s, a o p .a ss oqu e na arte m odem a en tram em cena a m onotonla e 0 aborreel-m ento . Esta situ a~ o paradoxal nao e de m odo a lgum 0 efeitod e u ma fa lta d e d otes litera rio s n os esc rito res d a n ossa 6 po ca,'q ue p ro du ziu u rn n um ero c on sld era ve l d e e sc rito rc s d ota do s d pi nc omum t al cn to . A m on oto nia e 0 t6 dio d ec orr em d os p ad ro es .d a c ria ~a o a r~ (s tlc n e d a c on ce p~ iio d o m u nd o n do ta da p elo s e s-eritores.59

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    Zo la" c ondena com o "antinatu ra l" o em preg o de elem en -tos excep cicn als por S tend hal e B alzac. : Ie diz, por exem plo ,sabre 0 m odo com o e tratado 0 am or em 0 Vermelho eo Ne-. 8ro, 0 seguin te ' : "Assim, so abandona a verdade cotld iana, a.: v er da de contra a' q ual n os chocamos, 0 0 pslcologo Stendhalpassa ao terrene do extraordindrio, ta l c om o 0 narrador Alexan-d re D um as . Do pon to d e vista d a e xa tid ao , d a v era eld ad e, J ulie nm e c au sa ta nta su rp r& sa q ua nta d 'A rta gn an ",: No seu ensaio sab re a ativ idadc literaria dos Goncou rt,:Pau l B ou rg et fo rm ula m uito c laram cnte 0 novo princIpio decomposi~i io : "0 d rama 6 ac;ao , com o indica a etim olog ia , e nac ; ao nao e mals u ma boa expressao d o s c os tume s. 0 que e s ig-n if ic ativ o em u rn homem nn o e a qu ilo q ue cl e fa z em um mo-m ento de crlse ag uda e epaixonada, e sim os seu s habitos cotl-'. d iano s, os q uais n ao den otam u ma crlse , m as u rn estado",. A qu i, e som en te aqu i, e qu e se to rna in te iram ente com -p re en sfv cl a a cim a c ita da a uto critic a fla ub crtia na q uan ta a o s eume to d o d e c omp o sic ;a o. Flauber t conCunde n v ida em g eral coma v id a c otid ia na d o b u rg u es m e dl o, : s te p r ec o n ce it o p o ss u i, semdlivid a, su ns p r6prias rafzes so cia is , porem n ao d eix a por Isso

    de ser u rn p reconceito , nao dcixa de deformar subjet ivamenteo r ef le xo literdrlo da realidade, im p ed in do -o d e ser tao am ploe tio ju sta com o poderia , Flaubert lu ta du ran te tO da a su a vidap ara ro mper 0 cerco m ag ico do s p reconceltos assu midos da ne-c es sid ad e so cia l. M a s c le n ao luta contra o s p r ec o n ce it os mes-m as e. com o os con sid era co mo fatos o bjetiv os ao s q uais nadase pode opor, a su a luta C t r6gica e va. le a em preende inces-santemente e do m odo m ais apaixonado contra 0 tedlo a bal-A 'xeza e a repugnancia dos tem as bu rg u eses com que se ocupaa su a aten~ ao de escrito r. A cada vez qu e trabalha em um ro-mance burgues, ju ra qu e nao voltara m ais a se ocupar de m a-te ria ta o v ii. T od av ia , s6 e nc on tr a sa id a n a Iuga e m u rn e xo tis m o

    d e f an ta sia ; 0 cam inho qu e ]eva 3 descoberta da verdadeirain tim a poesla da vid a lhe e b arrado p elo s seu s p reconceltcs.A intim a poesia da vida c a poesla dos hom ens que lu -tam , a poesla das re la~ ocs in ter-hu manas, das experidncias eac ;ves reais d os h orn en s. S em essa in tim a po esla n lio pod e h a-ver epopeia au tentica , nao pede ser c labo rada nenhu ma com -p osj~ ao epiea apt a a despertar in teresses h um ano s, a Iortalecs-lo s e avivll-Io s. A epopcla - e . natu ra l m ente , tam bem u arte60

    do rom ance - conslste no dcscobrlm ento dos traces atu ais es i gn if i ca t ivo s da praxis soc ia l. 0 hom em quer vcr na epopeia ac lara im ag em dn su a praxis soc ia l. A n rte do po cta cpico resid eprcclsamente n a ju sta dis tr ib ui~ iio do s peso s, na aeentuac ;uonproprindn do essencia l. A su a llC ;fioe tanto m als g eral e em -p olg an tc q ua nta m ais c ste e lem en to e ss en cia l - 0 homem e asu a praxis soc ia l - aparece, nao na form a de um rebu scadop ro du to a rtif ic ia l vlrtuoslstlco, mas com o algo que nasceu ecresccu naturalmente, que r dizer, com o algo que n lio c invcn-tado e sim , ap enas, dcscober to,Po r isso 0 r om a ne is ta e d ra m atu rg o alemao O tto L u dw ig(cu ja obra, de resto , c bastan te p roblem atlca), em seu s cstu -dos sabre W alter Sco tt e D ickens, cheg a a esta ju stfss lm a coo-c lu sllo : " .. as personag en s parecem ser a coisa p rinc ipal e 0m o vim en to d os a cc nte clm en to s se rv e a pe na s p ar a in tro du zir o spersonag ens com o tais em u rn jog o natu ra lm cnte atraente; naoocorre, pols, que cles cste jam em cena apenas p ara a ju da r aman te r 0 movimen to . 0 fato 6 qu e 0 a u to r t or na i nt er es sa n teaq uila q ue prec is a sec tornad o, en qu anto 0 q u e e in te re ss an tep or si m esm o fica entreg ue r u ; SUBS pr6 prias for~ as . O s per-s on ag e ns c on stitu em s em p re 0princ ipal. E , na realidad e, u rnacon tec lm en to - por m aravilho so que seja - n50 nos in te-ressard a to ng a prazo tan to com o as hom en s 80S q ua is n os a fe i-l ;o am o s c om a c on viv en eia ".A e xte ns ao d a d es crie ao , s ua p as sa ge m a m ~ lo do d om ln an -te da com posi~ o epica . e fen6m eno qu e oco rre nu m period aem que se perde, por m otivo s socia ls, a sensib ilid ade pam osmomen t os e s se n ci ai s da e st ru tu r a e pi ca . A deseric;fio 6 u rn su-c ed lln eo lite rd rlo d estin ad o a e ne ob rir a c nre nc ia d e slg nif ica -~ ao 6 pic a.

    A inda aqu i, en tre tanto , com o se dd scm pre na g enese den ov as f orm as id eo J6 gic as . p re va le ce 0 p rin cf pio d a a c;a o e r ea -~i io . 0 p re do m in io d a d esc ri~ 50 n tio ~ a pe na s ef elto , m as ta m-bern se torna cau sa: cau sa de u rn afastam ento ainda m aio r daJ itc rn tu m e m re la ~u o a o s ig nific ad o c pic o. A tira nla d a p ro sa d oc ap lta lism o s ab re a Intlma pocsla da experiencia hum ann , acru cldade da vida soela l, 0 rebalxam ento do m vel de hu man l-dade sao fatos objetivos q ue acom pan bam 0 desenvolvimentod o c ap ita lis m o e d cs se d es en vo lv im e nto d ec or re n ec es sa ria m en -te 0 m etodo descritivo . U m a vez constitu ldo cste m etodo , e

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    u p lic ad o p or escdtores no tavcis (a seu m odo , coerentes) , e ler ep erc ute , d e r ic oc he te , s ab re a r elle xo lite nirio d a re a1 id ad e.o nivel poetico da vida socia l decai - e a litera tu ra su blinha ea umen ta e st a, d ec ad e nc ia .I V

    \ A narra~ iio dis ting ue e o rdena. A dcscri~ iio nlveJa todas. a s coisas .G oetbe exig e do poesia epicn q ue ela tra tc todos as aeon-te cim e nto s c om o d eC in itiv am e nte ja tr an sc or rid os , e m o po si~ iioa c on te mp om n cid ad e d a .a ~io d ra md tlc a, C om Is so , G oe th e d e-fin e d e m an eir a ju sta 11 ' di fe r en ~ a e n tr e 0 e stilo e pic o e 0 estilodram atico . 0 d ram a se situ a a p rio ri em u rn m yel d e abstra~ iiobastante m ais e levado do qu e a epopeia . 0 dram a tern sem preo seu cen tro em u rn confU to , e tu do que nao se re lira d ire ta ouin dir eta m en te a e ste c on fl ito ap ar ec e c om o a bs ol uta m en te d es lo -eado , su perfIu o e fastid ioso . A riq ueza de u m d ram ntu rg o com oS hakespeare . derlv a de u m a rica e diversif icad a concep ~5.o d op r 6p r io c o nf ii to . M a s , na ten denc ia p ara a ex clu siio d e tod os o sparticu lares qu e n io se refiram ao conflito , a verdade 6 quenio ba lifer~ n~ a su bstan tia l a lg um a entre S hakespeare e osgregos .A localiza~ iio da a~ ao epica no passado, pedida por G oe-th e, c om p or ta a s ele l;iio d o q ue c e ss en e la l n es te c op io so o c ea noque c a v ida e a represcn ta l;ao do essencia l de m aneira a su sel-tar a ilu sao de qu e a v ida tOda este ja representada na su a ex -tc ns uo in te gra l. 0 c rite rio q ue d ec id e s e u rn p or me no r e ou naoC pertln ente , 6 o u n ao e e ss en cl al , p re cis a s er , p or c on se g uin te ,m ais "larg o" na epica do q ue no d ram a; ta l c riterio p rec isa re-c on he ce r c om o e ss cn cia is ta m bem c on ex oe s to rtu o sa s in dir eta s.D entro desta con cep~ ao rna is am pla e ex tensa d o essencla l to-d avia , a se le~ ao d eve ser tao rig oro sa q uan to a d o dram a: aq uiloq ue nao co ncem e a subst f lnc ia e u rn e sto rv o, u rn o bs td cu lo n aom enos g rave aq ui do qu e 0 e n o d ra m a.S om ente n o fin al e que a tortu osidade dos cam inhos dav id a se s il]lp Jific a. 8 6 a praxis hu mana pode ind icar qu ais te-nb am sido , no con ju nto d as d isp osi~ oes d e u rn cara ter h um an e,a s q u al id ad es im p or ta nte s c d cc is iv as . S 6 0 con ta to com a pra-xis, 56 a com plex a concatenacao das paixoes e das varladas, 61

    ~. ,a~ 6cs d os b om ens p ode m ostrar q uais tcnb am sid o as co isas , asinstitu i~ es, e tc ., q ue influ fram de m odo d eterm inan te sobre osd estin os h um an os, m ostra ndo q uan do e com o se exereeu ta l in-fJu eneia . De tu do isso s6 se pode ter um a visao de con jun toqu ando se eheg a ao final. :a a pr6pcia vida q ue tern reaJizad oa sele~ o dos m em ento s e sseneia is do hom em no m undo, qu ersu bjetiva , q uer ob jetivam en te . 0 eseritor epico q ue narra u m aexpericneia hum ana em u rn acon tec im ento , ou desenvo lve anarra lrao de u m a serie de aco nteeim en tos do t ado s d e sig nH ica-!rao bu m an a, e 0 f az r etr os pe ctl va m en te , a do ta nd o a p er sp ec ti-va alean!rada no final d ale s, to rn a c lara e com preensfvel p arao le itor a se le~ o do essencia l q ue ja fo i operada pela vida m es-m a. 0 observador q u e, po r f6r!ra das eo lsas , 6 , ao contr3rio ,con tem po rineo da a~ o, p rec isa perder-se no in trin cado dosp ar tic ul ar es , e ta ls p ar tic uJ ar es a pa re ce m c om o c qu iv al en te s, p oisa v ida n io os hierarqu izou atraves da praxis. 0 carater "pas-sado" da cpop6ia , portan to , 6 u m m eio de com posi~ io fu nda-m en ta l, p re sc rito p ela p r6 pc ia re alid ad e a o tra ba lh o d e a rtic ula -!ra o e o rd en am en to d a m ate ria .: e v erd ade q ue 0 le ito r, n o le r, d ese on he ce 0 fin al. A oss eu s o lh os, n a le ltu ra ,: o fe re ce -se u m a q ua ntid ad e d e p orm en o-r es e p ar tic ula rid ad es c uja sig nific a~ ao e im p or ta nc ia n em se m -p re ele pode avaliar, desde log o. S io elem ento s qu e lhe su sei-ta m p re ss en tim e nto s q u e 0 cu rse u lter io r da narrn~ ao poderAc on firm a r o u d is sip ar. M a s 0 leltor e g u ia do p elo a uto r a tra ve sda v ariedn de e m u ItipJic idad e de aspecto s d o entrech o, e 0 au -to r, n a s ua o nls cle nc la , c on he ce 0 s ig n if ic ad o e sp ec ia l d e c ad ap ar tie ula rid ad e, p or m e no r q ue se ja , s ua Jig a~ io ~ s olu ~ ao d ef i-n itiva , su a co nex io co m 0 d es en vo lv im e nto c on cl us iv o d os c a-r ac te re s, e s 6 th e in te re ss am a s p artic ula rid ad es q ue p od em se r-vir para a reaJiza~ ao da tram a e para 0 d es do br nm e nto d a a ~ iion o sentid o d e su as co nclu so es finais . A o nisc i8ncia do au tor ddseg uran ca ao le ito r e p erm ite q ue este se insta le fam iU arm en teno m undo da poesia . M esm o nao sabendo antec ipadam en te 0q u e a co n te ce ra , 0 l eito r p o d e p re ss en tir c om s uf ic ie nte a cu ld ad eo eam in ho p ara 0 q ua l te nd em o s a co nte cim e nto s e m d ee orre n-c ia da 1 6g icn in tern a e d a n ecessidn de in terior ex isten te n o de-s e nvo lv imcn t o d o s personagens, D e fa to , 0 le ito r n io sabe tu doa resp eito d a a~ ao , seu and am en to , a respeito da evo lu ~iio a ser

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    :.ofriu? p_clospcrsonagcns; em gcral, contudo, sabc mais do queos proprros persona gens., .No ,~rso. ~a naFra~ao. c na medidu em que os seus mo-mentes eSSCnC131S vuo sendo rcvelados, 6 verdade que as par-ticulnridadcs assumem uma nova luz. Quando Tolstoi, por exem-plo, nft novela Depoi: do Bdl/e, fain do pai da mulher amadopelo protagonlsta principal da bist6ria e atribul ao velho urn

    comovente cspfrito de abncga~iio pela filha, 0 leitor sente 0 Ias-cinio da narrn~fio scm captar-lhe loda a signilica~iio. S6 depois, da narra~ao do castigo militar, em que 0 mesmo pai amorosoaparece invcstido das fun~oes de carrasco impicdoso, e que a,(ensuo sc desvenda completamentc. A grandcza da arte epica de. ..: ''rolsloi conslste preclsnmente no fato de que cle sabe manter u.. nnidudc na (ensuo c nita 1111.om que 0 velho oncint aparceadesde logo como u m - mero "produto" bestial do tzarismo, mos-trando, no contrario, de que modo 0 tzarismo "bestlallzcu" urnhomembom, abnegado, capaz de altrulsmo cm sun vida privadn,. de que modo cste homem chegou a se fazer 0 executor passive(e ate zcloso) de ae;ocs bestlals , Torna-se clare que todos osmatizes e todas as nuances do baile s6 podiam ser selecionadas cdescritas a partir do ponto de vista alcaneado com a cena da puni-~iio. 0 obscrvador "contcmporaneo", que nao narrasse 0 baileretrospcctlvamentc, R partir daquele ponto de vista alcaneadopor urn cvento ulterior, terla visto e descrito nccessarlamentepartlcularidadcs bern diversas, mais supcrficiais e menos essen-c i . .

    /" .... .0. costume de~so afastnr dos acontcclmentos, que permite('xpn.nur lima solee;aodos elementos essenciais ja operada pelaflraxl.' humana, pede ser encontrado nos autenticos narradoresute mesmo nos casos em que eles adotam a forma da narrae;aona primeira pessoa, isto c , quando fazem supor que 0 narradorseja um personagem da pr6pria obra. E:ste e erntamente 0 casoda novela tolstoiana ora recordada. Se tomarmos, inclusive, 0caso de urn romance narrado em forma de diario - como 0Werther de Goethe - poderemos, ainda, observer que os epi-s6dios singulares sio colhidos no passado e enfocados de umac:er!a (conqunntopequenn) distfincia, a qual propJcia a neees-~iina scleC;aodos elementos cssenciais na influencia dos aconte-eimentos c dos seres humanos sobre 0 proprio Werther.64

    , S6 assim as liguras do romance adquircm contornos cla-ros c detlnldos, sem todavia perderem a capacidade de se trans-formar. S6 assim a traosCormac;iiodos personagens se realizasempre de manelra a faze-los alcanc;ar urn enriqucclmento hu-mano, de modo a fazer com que seus contornos encerrem umavida mais intensa. A preocupa~ao central dn Jeitura de um [0- "mance ISaquela que nos leva a uma espera impaciente da evo-111~0 dos personagens com que nos familiarizamos, a uma es-pera do exito ou do fracasso deles. por isso que na grande arte epica 0 lim ate pode serantecipado desde 0 principio. Basta pensar nos cx6rdios dospoemas homerlcos que resumem com brevidade 0 conteudoe a conclusao da narra~ao .Como se explica, entjlo, que a tensao continue n relnar?A tensao nao consiste, scm duvidu, na curiosidndc cstcticn dever como 0 pocta so dcslncumblra du tarefa prefixada. Con-slste, isso sim, naquela curiosidade bern humana de saber quciniciativas devera tomar Ulisses e que obst6culos dcvcra alndasuperar para chegar a uma meta que ja conhecemos , Tambem nanovela de Tolstoi hi pouco referida, 0 leiter sabe com antece-dencia que 0 arnor do narrador nao 0 levara ao casamento. Atensiio nao reside. pols, no desejo de saber 0 que accntecera afl-nal com este amor, e sim no desejo de saber como ehegou a soformar aquCIe cspfrito de ir6nica e madura superiorldade qUI!j e ' i se fez notar como caracterfstlco do personagem que na;ra osacontecimentos. A tensio pr6pria da obra de arte verdadeira-mente epica concerne seinpre - por conseguinte - n destinoshumanos. ,

    A descric;iio torna presentes tadas as coisas. Contam-se,narram-se acontecimentos transcorridos; mas s6 se descreveaquilo que se ve, e a "presence" espacial contere nos homensc ~s coisas tambem uma "presenea" temporal. Tal presence,contudo, ISuma presence equivocada, niio e a presence imediatnda B(faO,que ISpr6pria do drama. A grande narrativa modem achegou ao ponto de tecer 0 elemento dramdtico na forma doromance precisamente atraves da transforma~ao de todos osacontccimentos em acontecimentos do pnssado. A presence oca-sionada pela dcscri(fao do observador, ao contrarlo, 6 0 pr6-prio nntfpoda do elemento dramatico. Deserevem-se situa~esestaticas, im6veis, descrevem-se estados de alma dos hemens ou65

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    e sta do s d e f alo d as c ois as , D esc rc vc m -s e e sta do s d e e sp frito o un a tu r ez as mo r ta s.D es ta fo rm a a r cp rc sc nta ca o d eg en cra e m e sb oc os e s e p er-de 0 p rinefp io natu ra l da sc le~ ao epiea . U m dado estado dean imo e , em si mesmo - se n ao e sta l igado a s a ~o es essenclaisde u m hom em -, lao im portante ou irre levan tc como qua lque rout ro . E e ss a e q u iv a le nc ia a in d a c mai s nltida quando se tratad e o bje to s. E m um a n a.rr a~ ao I S 16 g i c o que se fa le npenas d a q u e -Ic s a sp e ct os d e u ma eo fsa que sao im po rtan tcs pa ra a s fu n~ oesqu e a eo isa assu me n~ ato hu mano concreto em q ue fig ura . To -das as colsus apresentam COl si mcsmas uma infin idadc de qua -lldudes, S e 0 c sc ri to r q u e 5C limita Ii dcscrcver aqui lo que vaio b se rv an d o t em a a mb ic ;a o d e r ep ro du zir d e moco completo aprcsencn o b je ti va d a colsa, dois camlnhos lhe estho ao alcancc: 'J) ou ren un cia de tod o a q ualq ue r p rin elp lo sele tiv o e se d edi-. en no trabalho de S is ifo de cxp rim ii em palav ras u rn m im eroi nC i n it o de quaUd ad e s; 2) o u , e n ta o, . J a p rc fe rc nc ia n o s a sp e ct osma is e sp o nt dn e ame n tc a d ap t a d o s it f1 es crl~ ao , p cr em m a is s u-perflclais da coisa . ;. ;

    De qualquer modo, 0 Into de S4.~'pcr( ic r a l i~"C;ao(pr6priada narracso) en tre as co isa s e a fU I'~ ao ~ ue elas a ss um e m e mconc re t es ncon te c imcn tc s humanos i l il p tl c il no perdu d e s ig n if i4e : I C , a o n r t i s l ic u das coisas. As coisas ! i ; l l J l , . f t I C I l 1 adqulrir um s i g -n if ie n d o qua n d o, ncssas e o nd i~Oc s, v ~ i n J ig b d as a l im a i d6 ia abs-tra tn q ue 0 autor c o n si d er a c s se n c i~ a sU D p rop ria visao dom undo . C om isso , nao se pode d iz~ r qu ~, it co isa assu m a u m averdndciru s igni r icm;i io pueticu, u in da q u~ lie im.iginc cstar aco nferir- lhe tu l s ig nifica~ iio . p ois o q ue i)corre .; q ue a coisasc tcni tronsfo rm ado em slm bolo . :; .~Da l d e c or rc c l ar amcnt e ' IUC (IS:11robfcmas c ~Ic tic os d o n a-l U r al ismo d c vam , p o r n ec e ss id a dc , g ~ t "u ro ~ mc to d os f orma li st as .M a s a p erd a d a s ig nific a~ iio In tim a n as . C OiS lS ,e p or c on -seg uln te do o rd enam en to e d a sc lce;u o c ~ica , n iil) se lim ita aon iv ela m en to in difc rc nc ia do e n em ~ tr tllJ~ (o rm a~ ao d o r efle xoda vid a cm na tu re za m orta . A rcp tcsch {b~ 50 e carac tcriza~ iod os h om e ns e o bjc to s d e a co rd o e Om '1 1e xp cr ie nc h s cn siv el im e -dinta e u ma opera~ ao q ue possu i a su a .,ropria 16g ica e u m m 04d o seu , esp ecffico , d e d istr ibu ir o s ftc ent6 s e ret.lees . Ela eo n-seg ue m esm o alg um a eo isa d e pio r q ue 0 I ne ro n iv e lame nt o, i st o~ , c on se gu e u m a o rd en n~ ao h ie ra rq nic a ~ s n VC SS lS .T al c on se -

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    . .

    qUe n ti a e st a i mpJ lc it D n o me to d o d e sc ri tl vo , p a is p a ra p ro v oc a4 1 abasta 0f ato d e deserever c om a m es m a in sis le nc ia o s e le m en to simpo rt an te s e o s e leme nt os i ne ss en c ia is . q u e permite uma i nv ec sa od e s en tid o e a passag em do segu ndo ao prim eiro plano . Emm u itos escrito res , essa carac te rfs tica vem u nid a a u m a form aapagada, q u e d il ui ta da s ig n if ic a~ iio h um an a.Em u rn ensaio c he io d e Ieroz ir on ia , F rie dr ic h H e bb el a na -lis a u rn r ep re se nta nle tf pic o d es sa d es cr i~ ao p ar e sb oe os : A da l.b ert S tif te r, q ue s e to rn ou , g ra ea s a p u bJ ie id a de I el ta p o r N ie tz s-ch e, u m c lass ico d a rea~ io alem ii. H eb bel m ostra co mo em S tif-ter se dilu em c desnpareccm os grandes p rob lemas da human i -d ad e, c om a s p artic ula rid ad es " am o ro sa me ntc " d elin ea da s se -puJtando 0 essencia l: "A ssim com o a folhag em pareee m uitom a is im p on en tc s e 0 p in to r descu ida da 'rvo re , ass im com o aarv ore ap arece m ais q uan do se su prim e 0 b os qu e, a qu l e xp lo deurn r c go zi jo g e r al : artistes cu jas fo n.as m al c heg am p ara captara v ida m lu da d a natu reza , e q ue ev itam po r in stin to m etas m aisam bic iosas , pa ssam a ser lo uv ado s e exaltad os , sa o po sto s a l6acima d e o utro s q ue n ao d es cre ve m a d an~ d os m osq uito s u R i .camente pelo fa lo de que cia n io sc ja v isivel no lado da dan~d os p la ne ta s. A g or a, e om eca a ' f 10 re se er p or to da p ar te 0 inci-den ta l e 0 aeessdrio : a lam a das bo tas qu c Napo leio u savano m om ento du su a derro ta IS descr lta co m 0 :mcsn ,-o treme-bondo cscnipulo com que so descreve 0 conr li to . .a b at ld o s 6 br eo vu lto do herel, .. Em su ma, 6 a v ar gu la q u e \l Cs liu tD sa ca 0,do alto do seu e omp la c en te o rg u lh o, c o n ce d e um~ so r r i' o a pro-p os i~ u o - s cm a q ua l, e ntre tn nto , c ia (v irg u l.. ) /n ao e xis lirill" .H e bb el d is ee rn e a qu l, a g ud em e nte , 0 outro, p e ri B o f u nd a m e nta l q u e e imanente a descrir;io: 0 p er ig o d e q u c.~a s p ar tl -c ularid ad es se torncm au to no ma s. C om a pcrda, d a * rd ad eir na rte d e c on ta r, a s p ar tic u la rid ad es d eix am d e s er ~p or tf td o.r as d em o m en to s c on cre to s d a a ~iio , o s p or me no re s a d4 uir erA u in s ig -n ificado q ue nao depende m ais da a~ iio au do q ~stind des he-m en s q ue ag em . C om isso , perde-se lada e q ualq uer IJka~ iio ar-t is ti ca c om 0 c on ju n to d n c om p os i~ io . A f al sa o on te fh pd ra ne i-d ad e, q u e e p ro p ri a d a d e sc ri r; ii o s o ma n if es ta , a ~ sim , lhD ;d es in -te g ra ~ io d a c om p os i~ iio e m mom en to s d es lig ad os ' e a tl t6 do m os .N ie tz sc he , q ue o bs er va va c om a lh o a rg u to o s s in to m as ~d d d ec a-deocia na arte e na v ida , pO e a nu este p roces(o . tn 'b sttando-lhe as co nscq U en cias es lilfs ticas ate em u m a u nfcn flase . Dlz

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    ..~I.:: "A paJavra torna-se sobcrana c salta fora da r:ase; a frase~ili c.J~ss~us I!mitesc obscurecc ~ sentido tin pagill8, a paginnadquire vida us cxpensas do conjunto - 0 0 conjunto nfio cmais ~m conjunto, Estu imagcm, cntrctanto, vale apenas pamus cstilos dccadentes. A vivacidade, a vibrat;50 e a cxuberiinciad,lI vida se refuglam em cstruturas mcnores, no passe quo 0 resto:Ilea pobre tic vida, 0 conjunto ja nao c mais vivo, c urn con-junto composto, artificial, um artefato".. A autonoml dos, pormenores tern cfcltos bastantc diver-.s~s!se, bem que igua,lmentc delctdrios, sabre a rcpr.;senta~ao davrvencia dos aconteennentos pclos homens. Os escritores se es-r(lr~~lmpor descrcver do modo mnis complete, mals plastico c.mms ~itores~o p~s~ivel, ~s. particularidades da vida, logrundocxccpc~onal r~rrel~~o arnsttca no seu trabalho. Mas a descrit;aolias coisas nudu mars tcm u vcr com os aconteclmcntos da evo-IUl;aO dos pcrsonagcns. E nao so as coisas sao descritas indc-pendentemcntc . d n s e:

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    l iurio para lig ur estes q uad ros , o bjc tivam cn tc acabad os em slmesmos .A essa Inlsa objctividndc correspondc uma subjet ividadcigualmcnte falsa. Do pon to de vis ta da eonexso epica ,n ao h a p ar q ue c rig ir e m p rln clp io b as ic o d a c om p os i~ io :1 s im-ples suecssdo do s acontccimentos de u ma vida , na o hci par qu ee on s tr u ir 0 romance c om b as e e m um a s ub je tiv id ad e is ol ad a, Uri-camcnte concebida, a de um personagem cntrcguc apenas a simesmo, A sucessao de impressees subjet ivas c U io p ou co s ufi-elentc p ara fo rn ec er a conexao epica com o a sueessso de com -plexos d e c oi sa s f et ic hi 1. ad as (ainda qu e sc rente t ransformertais coisas em s imb o lo s) .Em am bos o s ' cases , terem os sem pre q uadro s q ue se colo -cam u ns no lade dos ou tros , m as qu e sc mantem isolados, doponto s de vis ta artls tico , ta l com o os qu adro s de u rn m useu .Ouando os hom cns nlio so ncham e m r cl :u ;o cs miituas, cont ra-d it6rias , u ns com os o utro s, q uan do os h om en s nao sao subme-t idos il prova da efetiva a ~iio , tu do n a c om po si~ aC ) ep ic a fic anbundonado n o a rb it ri o c ao a ca so , N cn huma psieologia, po rm a ls re fin ad a q ue s eja , e n en hu m a so ~io lo gja , p or m ais p re te n-so cs de p seu do ciencia q ue ap resente~ p od em institu ir d entrod':ssc caos u m a a utc ntic a c on l;x iio c pita . ..o n iv el ame nto d et erm ln ad o p el o ~ e to Jo descririvo f az c omqu e nos rom ances tudo assu ma um tar4U t epis6dico . M uito s.cscritores m odern os o lh am com su perlor d~ sprczo p ara os m e-to do s n ntiq ua do s e c om p lic ad os c om d s q uilis o s v clh os ro m an -c is ta s d es en vo lv ia m o s s eu s c nr ed os c ( ins t6u fam e ttre as seu sp e rs on n ge n s 1 ig n ~Oesi nt rl nc ad u s e cO ll tr ad i{ 6 ri as , d a s q u a is r e-s u lt av a a c ompo si ~ ii o e p ic a. S in cl ai r L ew is c omp a ra , a p ro p 6s it o,o m etodo de com posi~ io de Dickensje o )le Dos P35.S 0S :"01 II~ :lo doc la ss ic o, o h s im , e ra a rm a dd ' d e jn an eir a u rn b oc ad oc an sa ti va ! P o r u ,m a mn J (a dn d n c oi nc id cn c it i; 0 s en l- or J on es ti-nh:l d e v ia jar exatam ente na m esm a ~ i1ig cncia q ue 0 senhorS m ith , c isso para q ue ch cg assc a o corjer afg um a co isa de do lo -roso ou de divertido . Em Manhattan ;TralfS!er, o s p er so n ag e nsn un ea se enco ntram o u, q uand o 0 f a> "eD1, e n eo n tr o a co n te cedo m odo m ais natu ra l do m u ndo". ,;o "m odo m ais natu ra l do m un~ o" e ; a qu i, p r ec is amen teaqu ele pelo 0 qu al o s hom ens nao estabeleccm r c la ~ i je s e n tr eNc! . o u s6 cstab elecem rela~ oes d o tlpo ru gaz su perfic ia l, q ue70

    a pa re ce m d e im p ro vis o e d e im p ro vis o d es ap ar ec em . 0 destinep es so al d os h om e ns p er de 0 in te re ss e, p or n io chegarmos a co -n he ca -Io s re alm e nte ; o s h om en s n io p artic ip am a tiv am e nte d oa ~ iio , a pe na s p as se la m , a g ita do s p or p en sa m en to s d iv er so s s ob reo fu nd o o bje tiv o d as d es cri~ ije s q ue c oD stitu em 0 romuce .Is so tu d o e , s cm d uv id a, m u ito "n atu ra l" . Porem a ques-tiio e a de se saber 0 qu e e q u e r es ul ta d is so p ar a a a rte d a nar-ra~io , considerada em su as C inalidad es . D os P asso s po ssu i u rnta len to in com u m c S inc la ir Lew is c u rn e sc rito r n ota ve l, P orisso m esm o, assu me g rande in teresse a afirm a~ iio de Lewis ap ro p 6s it o d o s p ers on ag en s d e D ic ke ns e d os p ers on ag en s d e D osPassos: le g certo q ue D os Passos jam ais criou c jam ais conse-g uira criar personag ens du radou ro s com o P ickw ick , O liver,M icaw ber, N ancy , D avid e su a tia, N ic h ol as , Sm i ke e pelo me-n os u n s o u tr os q u ar en ta ".Estn e u m a c on fiss ao p ree io sa, q ue re ve la e xtr ao rd in ur ins lnceridadc , E, s e S in cl air L ew is te m r az iio (c, com tada a eer-teza , a le n tern), q ual c aflnal 0 v alor arU stico d o "m odo m aisnatu ra l do m undo" de l igar o s p e rs o na g e n s?

    VE a v id a p ro fu nd a d as c ois as ? A p oe sl a d as c ois as ? A ver-d ad e p oe tic a d ess as d esc ri~ oe s? O bje ~O es s em elh an te s a e sta sp od em im pr ess io na r o s a dm ira do re s d o m e to do n ,.tu ra U sta .~ Para re sponder a elas , a inda um a vez nos repdrtarejnos ao sp ro bl em a s C u nd am e nta is d a a rte eplea, 0 qu e 6 qde tom a poe-ficas IS co lsas na p oesln ep ica? S erli exato q ue & a d es cr i~ i iot ~ .c n ic amen te p e rf e lt a, d c se n vol v ld a c om 0 mAx imo v J rt u o si smo ,de todos o s po rm enores do teatro , do m ercado, da balsa e deo u tr os a m bie nte s, q u e C o rn ec e a p oe sia p ec u lia r a s c o is as ? P e r-t ni tam - no s q u e d u vi demo s. 0 palco e a orq uestra , os cam arins

    e o s b as tid or es s lio , e m s l m e sm o s, o bje to s in nn im J ld os ,. ,s em in -teresse e sem poesla , C on tinu am a sa-Io ninda q \landQ se en-chem de seres hu manos e s6 com os aconteelm en tos nns q uaiss e r ea ll zam a s e x pe ri en c ia s d a e v ol u ~ ii o d e st es h omen s e . qu e a le sad qu irem a capacidad e d e pro vo car em o 6s em o~ oes po eticas .o tea tro e a b alsa d e valares sao p onto s n odais n o c rommen tod as m a is d iv er sa s 8 sp ir a~ O es h um an as : s lio c en ar itl s, c af op os d eb al al ha n os q u ais s e m a nif es ta m a s e on tr ad ltd ria s' r el ag lie s m 6 -tu as q ue v in cu lam o s destino s bu m an os u ns aos eu tro s, 86 na71 .

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    medida em qu e Io rn ece m ~ \ in dis pc ns av cl m cd ia ~u o c on cr ctapara a ma nif cs ta ~ ii o l ie r cl ut ;o cs inter-humnnas concretas IS qu eo tea tro e a bOlsa adqu ircm valor poetico , tornam-se poet icos.De fa to , n ao existe na litcratura uma "poesia das coisas" Inde-penden te dos acontccimentos c cxperiencias da v ida hu m ana .Is so , c on tu do , n ao b as ta . E m ais do que du vidoso qu e a tiio

    propalada "plenitude" da descricdo, a verdade dos pormeno-res, seja capaz de dar ao m enos u ma jd6ia geral eficaz do obje-10 descrito . Ou alquer coisa qu e tenha um a fu n~ ao efe tiva ,na:,,,50 de u rn hom em (e dcsdc qu e tal a~ ao nos dcsperte um 10 -teresse poerico) s6 se torna p oe tic am e nte s ig nif ic ativ a p or f 6r lf ado seu ncxo com a a~ ao narrada de m odo apropriado. Bastalembrar 0 cfcito altamentc poeuco do s utensfl ios sa lvados don au frag io e m Robinson Crusoe.o contnirlo sc infcre de qualquer das descd"aes de Zola,Tom cm os, por excm plo , u rn qu adro de Nand, fixando 0 que sepassu nos bastidorcs: "U m lcU ia e~ tava ' sendo balxado , P repa-rava-se 0 cem lrio do tercciro ato, ft t cn~ erna do Etna. A lg unshom cns colocavam m astros nos erlt:aixe~ , ou tros iam bu sear!!fOSSUS cordas pam nm arni-las naif m asiros , An fundo, paraproduzir a cham a que dcvcria brofar dn' Io rja de Vu lcano , u rntccnico colocava u m lam pad :irio V rovidb de 31(,bos verm eJhose accnd ia-os . Era um a conru sao , u ma nparcncia de atropelo, naq ua l, c ntrc ta nto , os m cn orc s m ov irrfen tos ic stav am ca lc ulad os, ~ ,110 m eio d a ba ra fu nda , 0 p on to , plic a d6 sen to rp,!ce r a s p ern as ,p as sc nv a " p as se s c urto s" , i ~A que po de serv lr sem elh antd des~ ric;fio? Q uem nao co-nhl"l'~'u Il'all'u nan podcni, com h:ts~ind:1 jurlllar umn j u t E ; : , I!X:'-1 :1 dn ccna . E aqu cle qu e conhcce ra tc c.'h ic a d e e nc en a~ ao te a-tral 1 . ' 1 1 1 n a o di z nnda de no \'o , D o ,;nn to U c v is ta p oCt ic o , a des-cric;au C ab so l u tnmcn tc superf lun , ~ ~A a spi ra lf ft o it m axim a "verdade" a~ jctiva im plica em u matcndenciu bastun tc perigosu pam 0 )oma.hcc . NU l) C prec is e e n-lender de cava los para rev iver 0 dram a U a corrida de W ronsk i.A s dc sc rice es d os n atu ralis ta s, e ntrc ta J1 tq , as pira .n , n a te rm ino -Iu d:, ,I\o ll 's . a u ma scmprc maior , J ' r t ' c ' I , " t 1 f 1 Iccnka, co m :1 utili-":t~au u :, l inguagcm tccn ica :'propriada a9 cam po de qu e se tra-ta, Asslm, a ofic in a o u 0 atelier silo descr l tos, 0 ma ls p os sl ve l,tu m 0 vocabu hirio do opera rio rrie ta l!ttg ico c Jo p lm or, Dalresulta limn l it er ut u r n p am U e sp cc in lis tn , o u limn I ite ra tu ra p ar a

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    , aqu eles que se ag radam dessa cansa tiva aqu isic;uo lite rllr ia deconheclmentos te cn ie os , d es se enxerto na literatura de expres-se es p ro ven ie ntes de u m ja rg ao es pe ein liza do .Os Goncou rt exprim iram tal tendencla da m aneira m aisp recisa e paradoxal q u an do e se re ve ram : "A t daq u el es p ro d ut osartlsticos cuja beleZll s6 existe para os artistas . . Esta e um a

    dn s m aiores b es te iras q ue ja cbeg aram a ser d itas . Quem a disseCoi d'Alembert", C om batendo a pro fu nda verdade enunc iadapelo g rande ilum in is ta , e is qu e os corifeu s do natu ra lism o ade-r em l rr e s tr it amen te l\ teo rla da arte pela arte,As co isas s6 tern v ida poetlea enqu an to re lacionadas comacon tec im entos de destines hum anos. Per lsso , 0 verdadeironarrador eS pico n io as descreve e sim con ta a ru n~ io que elasassum cm nas v idas hum anas, T rata-se de um canone funda-men ta l da poesia, ja c la ra me nte rec onh ecido p or L ess in g: "C on-sidero qu e Hom ero nada pinta que nio se jam alfoes em desen-volvimento, e todos os corpos, tM as as co isns sing ulares qu e e lepinta s6 sao fixadas pel a parlic ipa~ ao qu e tcm nessas a~ 6es".Lessing prova ta l assertlva de m odo convlncentc, adu zind~ u mcxem plo hom erico tao sig nifica tivo qu e ju lg am os convem entetranscrever todo 0 trecho do se u Laocoon.T rata-se da representa~ ao do cetro de. A gam enon . e do ~ -tro de Aqu iles : " ... se devem os ter um a Im ag en' m ais p reetsad cs lc cc tro en tiin , 0 qu e e que faz H om ero? P in th , acsso, 81emdas ineru st~ a~ oes de ou ro , a m adeira , as partes e~ cu lpidas? F a -l o-in , s e a de se ri~ iio d ev ess e se rv ir p ara fins h eru ld ie os, p ara q ueu rn d in no fu tu ro um outro c etro p ud esse ser fC,lto A base dom esm o lllodC lo (ai es t a u c ritlc a a me cip ad a u n " ,p rc c is ii o" p re -con iznda pc los Goncou rt e par lola - G .L.): No e,ncan to , es-tou segu ro de qu e m ultos poetas m odernos teriam fC llo ta l des-cri lfao hcraldlcn, na ing enu a convie~ ao de terem ipintndo 0 ce -tro de m odo a perm itir qu e u rn pintor pudcsse. lm ita r ta l p!n-tu ra. Qu e im porta, porem , n H om ero 0 nu o eq ulv nler n u rn pm -tor, 0 ncar nbaixo dcste na p in tu ra? Ao inves de u ~a~ produ -.;50 da im ag cm do eetro , Hom ero nos cO .n tn ~ hlst6m d~ le.Primciro, fu i trabnlhadc po r V ulca no; d epO ls, b r,lh ou h as maosd e Ju piter , ve io a sim bo liza r a d ig nid adc fu ne io na ! d e M ~ rcu rio,veio a ser a bastdo de com ando do g uerreiro P elope, .feIO, a se ro bordao pastoral do padfico Atreu . (.,.) Tam bem q llnndoAqu iles ju ra pelo seu ce tro qu e se ving aru do desl'rezo . com

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    .'.

    que mfll:';I~ll11do p ur A gm nc nu fI, Homero nos conta a hislori&1t .Icstc outru cetro, Nus 0 vcmos vcrdejar n o m on k, ser separadodo t ro n eo , d c so lh n d o, p o li do , a d ap ta d o e POSIO 10 service dosju f zc s d o povo como sinal da dignidade divina de cargo . ( . .. )A Ho~ ro nfio im porta~ tanto . dar um a d ;sc!iljao dos daisc etro s d e d ife rc ntes m ate ria s e d iv er sa s a par en cia s q ua nto d aru m a im ag em s en siv ei d a d iv ers id ad e d e poderes q ue ta is c etro ss imbolizavam. U rn er a trab alh o d e VuIeano, 0 o utr o f or a talhn-do por m ao desconh ecida nas rnon tanhas; u rn e :~ a .a n ti g a p rC?-priedadc de um a c as a n ob rc , 0 o u tr o c sta va dest lnado a pn-mei ra m ao qu e 0 cmpu n ha ss c; u r n brand ido por m ao sobrepostau muitas ilhas c d om in an do to da A rg os , 0 ou tro lcvado por u rng re go e nt re muitos , u rn grego obrigado a observancla d as le iscomo todos 05 o utro s. E ss a e ra , na realidadc, II d is ta n ci a e n tr eAgamenon e Aq uil es , u m a d is U in cia q u e 0 pr6prio Aqui les , co mtada a su a ceg a ira , nao podia deixar de recon hecer".Tem os al um a cxposid lo prec isa daqu ito q u e na poesiac pic a lo rn a a s co is as v erd ad eira men te " iv as e p oe tlc as, E, sepensamos no s exemplos ameriormenle t l r~dos b obras de W al-le r S co tt D nlz ac T ols to i, devemos ~ on sttlta r q ue 6 ste s a uto r escserever;m mu td ti s mu t and i s, com H ase 10 mesmo p ri nc ip io d e" Hom ero q ~ e L es sin g a na lis pu : (E ' lI izenfos mUMI;s ""!_Iandis, '. porqu e j6 in dic am o s q u e a m a ie r c o{ np le x.l da de d as r el a~ oe s. s o-. d ais lm plic a n aap Iie a~ iio d e n ov os .In eio s' p ara a n o.v .a po esla ),Bern diversns tornam-se as c ol ia s o l,d e predomina 0 meS -todo d cs cr lt iv oc o nd e a poesle se c c imp roTn e te em uma vi com-Jlcli~50. c om a s a rte s fig ura tiv as . A plic nd o a representacllo dohomcm, 0 me t od a d c sc r it iv o s6 podc I rW1~fo rmar0 homem emn:lturC7.Rmona. ':.S o a p ln tu ra p re pr la m en te d ita ':ia a ll l~ ntic a p in tu ra , ~ ss ui

    , os m eio s para Iazer com qu e as :rm oddhdades co rpora ls do:." . hom cm se tornem expressocs im cdla t3S r d as q ualid ades m aisi. p ro fu nd us d o sell can ite r , E nfio ~ ~crta~en!e . po r a~ o qu e,na m csm a cpoca em qu e as te nd en tl as r nc to fl o- tl es cn hv as d onatura l i smo rebaixam os homens naliterdtura ao nfvel de ele-mentos tic natureza morta, u p intu rh venita pcrden do a capa-c idadc de a lca nc ar cs tu m csm a in te hsa c}tp re ss ao se ns tv el q uelh c c p ro pr ia . O s re trato s d e C cz an ~e , c dm para dc s a ~Ieni tudcp sic ol og ic a d os r ct ra to s d e T iz ia no Oil de Rembrandt, s ao p ur asn atu rc za s m orta s, e xata me ntc c om o b co rrc c om o s p ers on ag en s

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    d os G oncou rt ou de Zein q uan do co nfro nta do s c om o s d e B alz ace Tolstoi.A esssncla corp6rea do hom em tam b6m s6 adqu lre vila-lid ad e p oe tlc a n a re la ~io co m o utro s h om e ns , n a in Ou en cia q ueexerce s ab re e le s. L es sin g c om p re en de u de mane ir a j g u almen tecorreta cste fa to e analisou -o com exatidao q uando falou dom od o p elo q ual H om ero rep res en ta a b el ez a d e H e le na . a maisum ponto onde podem os ve r com o os chissico s do reaU sm osa ti s fazem p lenamen t e A s e xig en cia s d a g en uf na e po pe la , T ol sto lc ara cte riz a a beleza de Ana Karenina exc1u sivam ente peloinRuxo que ela exerce na a~ io e atraves das tragedlas q ue elaprecipita na v id a d os o utr os p er so na ge ns e na v id a d a p r6 priaAna .A descri~ o nio proporeiona, pois, a verdadeira poesiad as c ois as , l im ita nd o- se II transform ar as hom cns em seresestaticos, e lem en lo s d e n atu re zas m ort as A s q ua lid ad es h um n-nas passam a existir u mas ao lado .das ou tras e vem descrltasnesta c om p ar tim e nta lid ad e, a o jn ve s d e s e realizarem n os a eo n-

    tec imentos e d e m a nif cs ta re m a ss im a unklade v iv a d n p er so na -lid ad e n as d iv ersa s p osi~ 6es p or e la a ss umld a s, b em ~omo na ss ua s a ~ es c on tr ad it6 ria s. A f als a v as tid ao d os ih or iib Dte s d om u nd o e xte m o corresponde, n o me to do d es er it iv d, urri' estreita-m en to es qu em 4tie o n as c ara cteriz a~ oe s h um an as. q homemapareec com o u m "prod uto " acabado de com pd 'nent4~ socia lse n atu ra is d e v arias e sp 6c ie s. A profu nda verdbde tocia l doe ntrcc ru za me nlO n o h om em d e determlnantes soclais ~m qua -l id adc s p s i co - f is i ca s acaba sem prc por se perd er. (T airih e Zeluadm iram a rcprcscnta~l io da s p aix Oc s e r6 tic as n o H u lS t balza-q u ea no , m a s s 6 e nx er ga m n ela a d cs cr i~ iio m 6 dlc o~ p ato f~ g ic a d euma monomania , N il o l ev am a bs olu ta m en le e m conta i elac;iio- fixada com p ro fu nd ld ad e - entre 0 erotismo d e " .u lo t e 0se u curriculum d e g en eral n ap ole6 nic o, e mb ora B alz !tc te nh apo sto em relevo ta l re ta~ iio q uando contrap6s d e ro t'l smb d eHulo t ao d e C r ev el , t ip ic o representante d a m on ar~ u ia a e julho,A descri~iio b as ea da n a o bs erv nc lio (ItI hoc c~for~sa~entcs up er fic ia l. E ntr e o s e sc rito re s n atu ra lis ta s, Z oln " c , ~ r eerto ,aq uele q ue trabalhou com m aior escrapu io e procu ro~ estu daros seu s tem as com a m aior seriedade. No cn tant~ , m ~it~ dasc xp er ic nc ia s v iv id as p el a s s eu s p er so na ge ns s .5 .~f nl s~ s ~ s up er -fieia is p ree lsa me nte n os se us p on t os csscncrau. lmll tbmo-nos

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  • 5/16/2018 Georg Luk cs - Narrar ou descrever

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    a u m exem plo , ind icado por Lafarg ue: lo la exp lica it embr iaguezdo m ineiro Coupeau pela Ialta de traba lho , ao passo qu e Lafar-g u e m ostra qu e este habito de em briag ar-se ~ e a lg um as ca te-g orias de trabalhadorcs !ra l1ccs~ s, c~ tre as q ua is ~ c acha . adosm iac iros , tcm a su a orig em nao so no desem prego e su n DOIa to de qu e ta is traha lhadorcs tcnham traba lho em periodosirregulnres c d cv um a gu ar du r d ur an te os intcrvulos em b otc q ui ns .L:lfn rg ue m ostra ig ua lm cn tc qu e lola fixa su pcrfic la lm en te emL'Arge"t 0 contraste entre Gunderm ann e Saccard, entre .0ju da(sm o e 0 cris tian ism o; a lu ta qu e Zo la procu ra rep rod~ zlr(scm 0 c o ns e g u ir c omp le tame n te ) c , na rea lidade , a do cap lta-lismo do velho co m 0 cap italism o do novo estilo , () dos bancosd e d ep 6s ito .o me to da d es cr it iv o e inum ano . Qu e elc se m an ifcs te natransformaciio do hornem e m n atu rez a mortu, como se viu ,~ lO l' lim sin lu nm artis tlco de H II in um an id ad c. A ln um an id ad el-e ' rc ve la p le na mc nte no s in tcn tos id eolo gic o-e stetic os d os p ~in -c ip ais r ep re sc nta nte s d es sa o rie ntn ~a Cf . A I.ilh a d e Z ela _, a ss im ,rcp rodu z, na b log ra lia de scu pai, d s eg din te d ee la ra e;a ~ d Ss tc;1 respcito de Germinal: "Accito a - \l cr tn l~ a o d e Lnmaltrc -,IllIUI epope:;! ' pessimlsta d o an ;m "l clue ' , . 1 no homem - co mn condicso d e s er d efin ido c om c xa tillio 0 concelto de an;mal","Nli vossu opin iiio (csc rev ia Zo lu ao SClIt cr~ tico) C 0 cerebroque raz 0 hom em , ao passo que ttl lI Cl'C U ltO q ue o ~ ? ,u tro s6 rg an s ta mb em d es em pc nh am D1SS0 flm rt !u n~ ~o cssenc ia l .

    S ab em os q ue a ln sis te nciu z Olia rla 1 1 0 : , qu e se re le re ao ele-m cn to an lm alesco constitu l u m profesto to nlra 'a b es lialid ad~du cnp ita lism o, eu jas le is e tc nilo c ite );:, n ~ om prccndcr. N n su ac bru , c on tu do , e lite p ro tes to lrra cio nal I c e ' a a u rna (ixa~ ao doc 1e m en to in um a no , ii u trlb uic lio d e UM c ar ate r p er rn an en telUI nnlmalcsco. :o m etodo da obscrvacao c dcsf.ri~ iiJ su rg e com 0 intentolie to rnu r cien tifica 'n lhcra tu ra, trm isro t~ ando-a nu ma cienclana tu ral ap licada , cm um u soc io lo4ia. Porem os m om entossocia ls reg ls trados pe la obscrva~ uo :;e represen tados pe la des-c ri.;a o S ao ta o p ob rc s, d eb cis e c sq u cilu ilic c:\s , q u e p od cm s em p re ,com r:lp idc1. c com fac llldade , Iazcr to ld qu e se descam be parao extrem e oposto no do objetiv ism o; li m s u bjc tl vi sm o i n~ e gr al . ste s ub jc tiv ls m o C 0 da hcrcditancdddc , qu e as d iversas

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    tendenelas na tu ra lis tas c fo rm alis tas do perfodo im perialis lado cap itaJism o vern u tiJizando em apanag io dos Cu ndadores don at ur al is m o ,VI

    Toda cstru tu ra poc tica 6 pro fu ndam ente determ lnada ,exatamente nos crite rio s de com posi~ ao qu e a insp iram , porum dado m odo de conceber 0 m undo . Tom emos um exem plosim pliss im o . No cen tro da m aio r parte dos seu s rom ances(como ocorre em Waverley, Old Mortality, e tc .), W alte r S co ttco loca um personag em m ediocre, qu e n io tem um a posi~ iodefinida ern face das g randes lu tas po lltlcas descritas pe lo au to r.Qu e conseg u e ele com isso? 0 her6 i indeciso se acha en tre osd ois ca mp os c ons titu Cd os : em Waverley, entre 0 ~ ov ern o in gJe se a revo lta escoccsa a favor dos S tu art; em Olt/ Mortality,en tre a revo lue ;ao pu ritana e os partidarios da rcs tau ra~ io dosS tu art. De tal m aneira que os ehefes da s fa c~ oes ad ve rs 4d aspodem cn trar a lternatlvam ente em con ta to com 0 protagonistae com as viciss itu des dn vida deste , sendo en tao rcpresen tadosnao s6 em seu nspec to h is t6 rico e soc ia l m as tl\m 1X tn em seuaspeeto hum ano , S e W alter S cott tivesse co to~ ado 'ho cen troci a nnrrncflo um de scus personagens s oc ia lm c nl c m !lis im p or -tan tes , te r-lhe-la s ido im possfve l in stilu ir en tre S ib e ctseu anta-,:!on is tn re lac ;oes hu manas 8D ropriadas para a '(:riR~ Ro de u mentrecho , 0 rom ance teria fleado m era dcscri~ iip de "um a