fotographos_n07
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Explore selvas e contemple exóticos animais que cruzaramos olhares de Araquém Alcântara e Bento Viana.
Tema Prático
12 Natureza
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Equipamentos
Kodak
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Fuji
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pÁG.60
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Galeria - Imagens que inspiramMostre suas fotografias nas páginas da Fotógraphos.
Entrevista - Thales Trigoo ex-professor e fundador da primeira faculdade defotografia do País fala sobre a grade e a importância do curso.
Portfólio - Orlando AzevedoConheça as fotos do português que fotografou o coração do Brasil.
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Expedição - Norte da índiaEspie as imagens e leia como o fotógrafo Fábio Elias alcançou osonho de chegar à índia. Ou, pelo menos, à região norte dela.
Ensaio - MúsicaWashington Possato canta as notas para cair naestrada e na graça da indústria fonográfica.
Artigo - "A gente pegamos na internet" (sic)Roberto Comodo fala sobre os direitos do fotógrafo que vêas imagens do seu site serem publicadas sem autorização.
Por Dentro da Luz - SalvadorViaje pelos maiores cartões-postais da capitale descubra o que essa cidade baiana tem.
Notícias - Mundo fotográficoo que acontece nas empresas, concursos,livros, exposições e serviços.
Cartas - A opinião dos leitoresMensagens recebidas pela redação da Fotógraphos.
Artigo - A fotografia como profissãoArmando Vernaglia Jr. traça o perfil do mercado de trabalho.
FOTÓGRAPHOS
Ameaçados de extinção
Dir. Editorial: Rodrigo Torres Costa
rod rig [email protected]
Expediente
Jornalista Resp.: Heitor Augusto
REDAÇÃO
Fotographos
Dir. Administrativo: Eduardo Aniceto Portella
ed ua [email protected]
,E impossível ver
as fotografiasde Araquém
Alcântara e Bento
Viana que ilustram
a matéria de capadesta edição enão se emocionar.
FOTO DA CAPA
Araquém Alcântara
São maravilhosos
registros da natureza, uma verdadeira celebração às belezas
da fauna e da flora do Brasil e do mundo que, com muito
orgulho, a Fotógraphos traz para você, leitor. Mas é importante fazer algo para proteger
a vida em nosso planeta, caso contrário, estamos todos fadados à extinção.
E, por falar em extinção, mais uma empresa de grande porte deixou o mercado
fotográfico, a Konica Minolta. Assim como todo o planeta, o mercado fotográfico
está em constante transformação e a esperança é de que seja sempre para melhor. Sem
dúvida, os mais preparados vão sobreviver à seleção
"natural" imposta pela revolução digital. Afinal, a
fotografia, assim como a vida, deve continuar.
Até O próximo encontro e boas fotografias!
Rodrigo Torres [email protected]
Colaboraram nesta edição:
Araquém Alcântara, Armando Vernaglia Jr.,
Eduardo Oliveira, Fábio Elias,
José Roberto Comodo, Roy Somech,
Silvana de Carvalho e Sandra Mastrogiacomo
PRODUÇÃO
Direçâo de Arte: Rodrigo Torres Costa
Projeto Gráfico: Art&Cia Propaganda e Mkt
Redação: Eduardo Oliveira
Revisão: Renata Consoli
Araquém Alcãntara
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FOTÓGRAPHOS • 04
sal outdoor fincado na
Ja Avenida, New York (EUA), foi
registrado com a compacta Sony
P92. A movimentação era típicade uma tarde de setembro, verão
norte-americano.
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TUDO EM
THAlES TRIGO
Fotágraphos - Como nasceu o projetoda Faculdade de Fotografia?
Thales Trigo - A idéiade conceber o curso partiuda diretoria do Senac, essencialmente do diretor
regional Luiz Francisco de AssisSalgado. Ele me
perguntou que eu achava, já que eu trabalhavadesde 1991 na estruturação dos cursos básicos
da instituição. Alguns colegas da área e eu sempre pensamos nessa possibilidade. Mas achava
que seria muito complicado como, de fato, foi.Por volta de 1995, começamos efetivamente
a avaliar essa possibilidade e iniciamos uma
grande pesquisa.
Fotágraphos - Por que essa divisão?
Trigo -Achávamos que seria importante dar
mos a possibilidade para o aluno optar entreum curso de formação mais técnica ou umcurso mais humanista.
Fotágraphos - Qual foi o passo seguinte?
Trigo - Quando as ementas foram concluídas,
o projeto foi para o Ministério da Educação
e Cultura (MEC). Mas, antes disso, o Kossoy
havia saído do projeto e eu passei a trabalhar
com o Marcos Lepiscopo, pedagogo, que
teve atuação das mais importantes, pois era a
pessoa que fazia as coisas acontecerem. Oucra
profissional que teve forte empenho foi a ilde
Carvalho. Ela nos ajudou a colocar tudo parafuncionar, com uma visão muito sensara .
Tínhamos também o apoio do Juan Pablo
Garulo Rico, gerente do Senac, que nos deutoral autonomia na realização do trabalho .
Fotágraphos - Como foi essa pesquisa?
Trigo - Convidamos 25 profissionais envolvi
dos com a fotografia, em diversas áreas, como
o Boris Kossoy, a Rosely Nakagawa, o CarlosMoreira, fotógrafos, jornalistas, que deram
depoimentos sobre que achavam do projeto.
Todos foram unânimes em concluir queestávamos maduros o suficiente para ter uma
Faculdade de Fotografia. Depois, entregamos
um longo relatório para a diretoria do Senac.
Em alguns meses, ela sinalizou favoravelmente.
Nessa oportunidade, fui contrarado para fazer
o projeto e concluí que precisava fazer uma
parceria com alguém com formação mais
humanista, porque minha formação é física.
Foi aí que convidamos o Boris Kossoy, um
importante estudioso e pesquisador, e passamos meses elaborando o curso, detalhando as
disciplinas e a carga horária. Foi nessa etapa
também que surgiu a idéia de dividir o cursoem duas habilitações: Arte e Cultura e Foto
grafia Aplicada.
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Thales Trigo
por Silvana de Carvalho
.- .
FOTÓGRAPHOS • 10
Fotógraphos - De posse do projeto, oMEC demorou a dar a autorização?
Trigo - Sim, ficou lá um tem pão, foi naquele
período em que o presidente Iramar Franco
fechou o Conselho Superior de Educação
porque havia uma série de problemas, cor
rupção ... Queríamos funcionar, mas havia
os impedimentos legais. Para o curso existir,a autorização do MEC é fator primordial. É
um processo demorado e só foi concluído em
1999, quando realizamos o primeiro vestibular.
Depois, em 2002, o curso foi reconhecido pelo
MEC, quando a primeira turma se formou.
Fotógraphos - Como foi a procura nesse vestibular?
Trigo - A procura foi de 3,9 alunos para uma
vaga. Historicamente, a procura nesses últimosanos tem sido de 3,5 a quatro alunos para uma
vaga, com exceção deste ano, quando tivemosuma redução no número de concorrentes,
que foi de 1,7 aluno para uma vaga, situação
favoreci da pela economia brasileira, sentida
pelas universidades em geral.
Fotógraphos - Como o mercado reagiu ao nascimento do curso?
Trigo - Muita gente comemorou, o mercado
de alunos se agitou, mas há sempre alguns
que têm implicância com a coisa, pois a
faculdade forma gente que vai competir com
quem, às vezes, não tem boa formação. Nossa
grade curricular é excelente, eu mesmo, posso
afirmar que gostaria de ter sido aluno da
faculdade, minha vida como fotógrafo teria
sido mais produtiva.
Fotógraphos - O curso foi sofrendo
mudanças ao longo dos anos?
Trigo - Estruturalmente, as disciplinas foram
modificadas no último ano, porque o Senacse transformou em Centro Universitário.
Três novas disciplinas foram introduzidas:Metodologia Científica, Sociologia e Filosofia.
Elas fazem parte de todos os cursos do Senac e
passaram a constar no curso de fotografia.
Fotógraphos - O curso teve mudançasem virtude da fotografia digital?
Trigo - De certa maneira nos adaptamos, sim.
Temos uma disciplina chamada Materiais e
Processos, dada em três semestres. Eu, que
sempre acreditei no digital e trabalho com essa
tecnologia desde 1996, ministro essa discipli
na. O fato é que, quando percebi e convenci
os colegas de que era inevitável, essa disciplina
foi sendo adaptada.
Fotógraphos - Qual o perfil do estudante da Faculdade de Fotografia?
Trigo - Os alunos estão cada ve:zmais jovens.
Na primeira turma que tivemos, na parte da
manhã, havia muito aluno de 20 e poucos anos,
gente que já havia tentando outra faculdade
ou que já havia feito outra faculdade. A noite,
tínhamos alunos mais velhos, fotógrafos, pessoas
que trabalhavam e queriam uma formação.
O que acontece é que agora, tanto de manhã
quanto à noite, eles estão cada vez mais jovens.
Vejo isso como uma coisa importantem, pois
denota o fato de que a profissão começa a existir.
É mais aceitável hoje, para um jovem de 17
anos, entrar em uma faculdade de fotografia. As
famílias começam a entender que isso pode ser
uma profissão. Há, claro, aqueles mais velhos
que atuam na área e buscam pela formação, maseles são em menor número.
Fotógraphos - O aspecto artístico é explorado em sala?
Trigo - O aspecto artístico é sempre estimulado durante o curso. Arte e Cultura tem como
objetivo formar profissionais para trabalhar
com projetos pessoais, edição de fotografia,
curado ria, preservação de acervos, não é só
arte. É arte e toda essa cultura. Tem gente
que vai trabalhar em galerias, museus, edição.
Já a opção por Fotografia Aplicada é voltada
ao fotojornalismo, fotografia de arquitetura,
publicidade, social. Uma coisa é certa: desde
o começo, o curso traz uma carga de fotografia
prática considerável. Não dá para fazer foto
grafia de cabeça, tem de fotografar.
Fotógraphos - Há necessidade de algumconhecimento prévio para ingressar?
Trigo - Não, o aluno entra e começa do zero.
Acho que a escola tem de ser assim mesmo.
Claro, é desejável que a pessoa tenha, ao me
nos, pensado sobre fotografia.
Fotógraphos - Há retorno daqueles queestão formados?
Trigo - Sim, posso dizer com segurança que,
praticamente, todos os alunos estão trabalhan
do com fotografia ou fazendo estágio, eventos,sendo assistentes, atuando em curado ria.
Fotógraphos - A que você credita o fatode não haver outros cursos superiores de
fotografia no Brasil?
Trigo - Um curso de fotografia exige muita
estrutura e não é qualquer instituição que
pode arcar com isso. Agora, talvez seja um
pouco mais fácil porque os laboratórios estão
FOTÓGRAPHOS • 11
THALES TRIGO
acabando e a fotografia vai ficar digital. Mesmoassim, há necessidade de um bom investimento
em equipamentos digitais e computadores.
Fotógraphos - Qual a estrutura?
Trigo - O Senac tem laboratórios de com
putação, usados para tratamento de imagens.
Além disso, há quatro estúdios muiro bem
montados, com equipamentos de iluminação
e câmeras. Os equipamentos fotográficos
convencionais são completos. Na parte digital,
temos desde máquinas pequenas até as mais
novas e temos, também, um back digital daSinar. Poucas escolas têm isso. Quando somos
visitados por estrangeiros, eles ficam surpresos.
Outro motivo que me orgulha muito é a biblioteca. Ela fica cada vez melhor! Tivemos um
belo reforço quando ganhamos o material da
biblioteca da Casa da Fotografia Fuji.
Fotógraphos - Há alguma diferença feita pelo mercado entre contratar alguémcom ou sem diploma?
Trigo - Não. A diferença entre um e outro fotó
grafo vem da qualidade do porúólio. Fotógrafo
é contratado por porúólio. Na fotografia, nunca
se exigiu diploma e sou contra a exigir.
Fotógraphos - Qual, então, a principal
vantagem de cursar a faculdade?
Trigo - Não dá nem para comparar a formação
de alguém que cursou a faculdade e alguém que
fez outrOS cursos de forografia. Só a carga horária mostra isso: a faculdade tem 3.600 horas
de curso. Além disso, há a vida universitária,
que muda muito a gente. Outra vantagem
de fazer a faculdade é que, dessa forma, a
profissão é reconhecida, e o fotógrafo pode
ter uma empresa que é ele mesmo, chamadauniprofissional, de um dono só. Acho que isso
faz uma enorme diferença.
Fotógraphos - Falando em empresa,como a faculdade prepara o aluno para omercado de trabalho?
Trigo - Temos duas disciplinas que formam os
alunos para os negócios: Direito e Legislação e
Administração e Marketing.
Fotógraphos - Como você avaliaa expe
riência de ter participado desse projeto desde o embrião e a forma como ele evoluiu?
Trigo - Aprendi muito e acho que a faculdade
tem cumprido o seu papel. Não sou dessas
pessoas que acham o aurodidatismo legal. Éimportante, sim, ter acesso a uma boa escola
e a bons professores. •
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NATUREZA
um bom fotômetro emburido na câmera e
um foco automático rápido e preciso.
Para quem deseja fotografar a natureza
bem de perto, registrando os ricos detalhes
que, muitas vezes, se escondem a olho nu,
é imprescindível o uso de algum desses
itens: objeriva macro, tubo de extensão, te
leconversor ou filtros close-up (leia matéria
especial sobre macrofotografia, publicada
na 3a edição da Fot6graphos).
Quando visitar lugares ermos, planeje
muito bem a expedição para não ficar sem
filme, cartão de memória ou pilhas.
Para fótos de natureza, o ideal é utilizar SLR
- de filme ou digital- que seja, de preferência, resistente
à água e à poeira. Por segurança, alguns fótógrafós optam,
também, por levar uma câmera totalmente mecânica para
uso em condições extremas de temperatura e umidade, em
que equipamentos eletrônicos podem apresentar jàlhas.
Para percorrer grandes distâncias com toda a "tralha"
(câmeras, tripé, objetivas, acessórios) de modo confórtável, nada
melhor do que uma boa mochila à prova d'água. Além de
permitir que suas mãos fiquem livres, ajuda a proteger seu equi
pamento dos insetos, da água e de outros elementos indesejáveis.
Um fótógrafó de natureza deve estar sempre bem preparado;
por isso, alguns acessórios não devem jàltar na bagagem: filtros para objetivas
(polarizador e graduado, principalmente), lanterna, kit de limpeza da lente,
canivete, baterias extras, filmes ou cartões de memória sobressalentes, troca de
roupa para emergência, kit de primeiros socorros e, claro, um bom repelente.
Qual eq I a ?o que não pode faltar na bagagem em uma expedição.
Um dos principais companheiros dos fótógrafós de natureza. Deve
ser leve e resistente (os melhores costumam ser de fibra de carbono) e oferecer
boa mobilidade. Um bom tripé (ou também um monopé) pode evitar fótos
tremidas, principalmente quando se utiliza teleobjetivas em situações de
pouca luz, que exigem velocidades de disparo mais lentas.
FOTÓGRAPHOS • 14
As mais indicadas são as grande-
angulares, para tomadas mais abertas (normalmente
utilizadas em fótos de paisagem), e as teleobjetivas, para
fótos de animais e motivos mais distantes (ou quando se
pretende isolar alguma parte da cena). Para situações de
luz crítica, como em matas fechadas, recomenda-se o uso de objetivas mais luminosas
que, embora mais caras, costumam apresentar melhor qualidade óptica.
Embora seja possível registrar os
principais remas da narureza com prati
camente qualquer equipamento, para nãoficar limitado, o ideal é fazer uso de uma
câmera SLR e de um kit de objetivas que
inclua, pelo menos, uma grande-angular
(28 mm ou menos) e uma teleobjetiva de
longo alcance (200 mm ou mais).
Em siruações em que o tempo pode
significar o sucesso ou o fracasso de umafoto, ou até o menor ou o maior risco de
morte do fotógrafo, uma zoam pode ser
bastante útil. Outros grandes aliados são
A atitudeo verdadeiro fotógrafo de natureza
Uma pequena coisa quefaz uma grande diferença.
o fotógrafo de natureza deve ter cons
ciência de que, para superar as inúmeras
advetsidades que podem surgir no dia-a-dia,
suas atitudes devem ser ao mesmo tempo de
determinação e de tesignação.
Como não possuímos domínio sobteos elementos e os fenômenos naturais, ter
paciência é requisito básico para evoluir
nessa fascinante modalidade da fotografia.
Muitas das belas fotos de natureza quevemos em livros e revistas são, na vetdade,
o resultado de muita pesquisa, dedicação
e, literalmente, transpiração por parte dos
fotógrafos que as produziram.
Estar sempre muito atento é funda
mental, pois, num piscar de olhos, a ilumi
nação de uma cena pode mudar drastica
mente ou um animal raro pode escapar "da
mira". Para capturar o momento mágico, é
preciso muita persistência e disposição. De
acordo com Araquém, "em alguns casos,
é preciso retomar a um lugar várias vezes
para conseguir um bom resultado".
Nada melhor do que se inspirar no
exemplo de Araquém Alcântara para
entender que significa ser fotógrafo de
natureza e quais as implicações para
quem decide se aprofundar no assunto.
Embora dependa do objetivo e do
nível de comprometimento de cada um,
para desenvolver um trabalho sério, "é
preciso ter a astúcia do caçador, a paci
ência do pescador e a contemplação de
um monge zen. Tem de mergulhar com
tudo, sem ver se dentro da piscina existe
água. Pular obstinadamente", define
Araquém, com a autoridade de quem
produz belíssimos registros do Brasil hámais de 35 anos.
Além disso, o fotógrafo de natureza
tem de assumir o papel, muito importante, de tentar melhorar o mundo
com suas imagens. Para Araquém, ele
"tem de ter ideologia definida, tem
de ser humanista e acreditar na força
transformadora da sua linguagem".
Afinal, a fotografia é um importante
instrumento de divulgação das belezas
FOTÓGRAPHOS • 15
naturais e também
dos atos impensadosdo ser humano.
Foi baseado nessa
ideologia que o fotó
grafo lançou, recente
mente, o livro Amazônia, um protestocontra o descaso das autoridades e da
apatia das pessoas diante do problema de
devastação que a região vem sofrendo já
há algum tempo.
em ação. Para
ele, 'ofotógrafo de natureza deve estar sempre
fazendo história, antropologia, ecologia e, prin
cipalmente, mostrando a vida de seu país':
Fotografando a vida e os costumes dos bichos.
Vida animal
A natureza é uma fonte inesgotável
de assuntos fotográficos. Paisagens, seres
humanos, animais, água, insetos, flores
e plantas, enfim, são muitos os temas a
explorar e que podem exigir técnicas e
equipamentos apropriados.
A fotografia de bichos é, sem dúvida,
uma das mais difíceis, principalmente
quando se trata de fotografar em matas fe
chadas e com pouca luz. Nesses casos, uma
objetiva luminosa, um tripé e também uma
regulagem ISO mais elevada podem ajudara evitar fotos tremidas. Mesmo assim, em
algumas situações, pode ser necessário
prender a respiração e tentar manter a
câmera imóvel enquanto o registro é feito,
torcendo para que o bicho também não
faça movimentos bruscos.
Pesquisar e estudar sobre os animais e
seu hábitat ajuda a reduzir riscos e pode
significar o sucesso da expedição. Muitos
felinos, por exemplo, preferem dormir
durante o dia e andar pelas matas durante
a noite. A companhia de um mateiro (in
divíduo que, por sua grande vivêneia em
matas cerradas, trabalha como guia para
outras pessoas) ou então de um biólogo
que conheça os costumes do animal a ser
fotografado também pode ser de grandeutilidade nessas horas.
Muitas vezes, o fotógrafo fica cara a
cara com animais selvagens extremamente
perigosos. Em alguns desses casos, quando
o risco é realmente muito grande, não dá
para dispensar a presença de um atirador
que garanta a integridade do "caçador de
imagens". Para Araquém, acostumado
a situações de perigo na mata, esses mo
mentos exigem uma atitude de sabedoria
e paciência: "A principal
técnica de aproximação
de fotografia de naturezaé não olhar nos olhos dos
animais. É preciso também checar o vento. O
cheiro do ser humano é
muito estranho e desagra
dável para os bichos; portanto, ir contra o vento é
favorável", explica.
Mas os perigos natu
rais não afugentam esses
destemidos "caçadores":"Dentro da mata, nuncasenti medo. Ando à noite
com tranqüilidade. Eusinto medo na cidade.
Tenho mais medo do
'bicho-homem''', avalia o
fotógrafo Bento Viana.
FOTÓGRAPHOS • 17
..•. As zebras e os antílopes africanos
que aparecem no fUndo da foto pisam a maior
cratera vulcânica do mundo. A região tem o
atípico nome de Ngorongoro e está localizada na
África Oriental. O registro foi feito sobre um jipe
em movimento, pois as terras são consideradas
sagradas. O único povo que tem permissão para
pisá-Ias são os Mansais. Câmera Nikon N90
com objetiva de 300 mm e abertura f/5. 6.
Roy .5.. www.NYvisual.com
o 'lIbicho-homem"A relação do ser humano com o seu hábitat.
Talvez pelas suas atitudes destrutivas em relação ao meio
ambiente, o homem não nos venha à mente quando falamos em
fotografia de natureza. "Existe uma corrente que diz que o homem
é uma coisa e a natureza é outra. Mas, para mim, o homem é um
fio dessa teia de interações, embora, muitas vezes, minha paisagemnão mostre nenhum elemento humano", esclaresce Bento Viana.
A relação do homem com o seu meio, como ele vive, seus
anseios, as festas, enfim, tudo isso faz parte desse abrangente ramo
da fotografia e, Araquém vai ainda mais longe: "O fotógrafo de
natureza é um poeta, um humanista, um viajante", resume.
Dando asas à fotografiaPássaros e insetos são ótimos motivos para registrar.
E
8~?z
~.,;
Como o Brasil é um dos países mais
ricos em população de aves e possui algu
mas espécies endêmicas (que não existem
em outros países), temos uma enorme
diversidade de "modelos" à disposição.
Embora fotografar pássaros e insetos
voadores possa ser uma atividade extre
mamente compensadora, não se trata
de uma tarefa tão simples, como pode
parecer à primeira vista.Por conta das características desafiado
ras do assunto - os "modelos" estão, no r-
malmente, localizados a longadistância e movimentando-se
com rapidez e agilidade -, énecessário utilizar récnicas
especiais de posicionamento e
de fotografia, além de dispor
de equipamento específico
para tal finalidade, como foco
automático e teleobjetivas
luminosas de longo alcance(200 mm ou mais).
Fotografar pássaros e in
setos requer, do fotógrafo, uma boa dose
de reflexo e de paciência. Para congelar osmovimentos, a velocidade do obturador
deve ser a mais alta possível. Portanto, procure utilizar ISO mais elevado e maiores
aberturas de diafragma.
Para não espantar seus "modelos",
alguns fotógrafos utilizam camuflagemnatural ou então uma blind, barraca
camuflada, com vários buracos para po
sicionamento da objetiva. Nesses casos, o
disfarce pode garantir o tiro certo.
FOTÓGRAPHOS • 19
.•. O gafanhoto foi capturado no pulo,com as asas abertas diante das lentes do
fotógrafo. Considerado por muitos agricultores
como uma praga, estefoi encontrado no meio
da caatinga baiana, no Raso da Catarina.
Câmera Nikon F5, teleobjetiva de 200 mm(j/4. O) efilme Provia ISO 100.
NATUREZA
FOTÓGRAPHOS • 20
NATUREZA
Terra, IIplaneta água"Um grande desafio para os fotógrafos de natureza.
Como % da área do planeta é coberta
POt água, é impossível falar de fotografia
de natureza e passat batido POt esse
assunto. Apesar de que em muitas fotos
de paisagem a água seja uma mera coad
juvante, em tantas outras ela passa a ser o
motivo principal.
Seja próximo a um rio, a um lago ou
ao mar, o ângulo do qual você registra a
cena pode causar uma gtande mudança nas
cores e na textura da água. Para eliminar
reflexos indesejados, além de alterar o seu
posicionamento, o fotógrafo de natureza
pode fazer uso de um filtro polarizador que,
dependendo das condições, reduz ou até
elimina esse problema. Incluindo a água em
suas fotos, é preciso tomar cuidado ao fazer
o cálculo de exposição, fotometrando em
áreas mais confiáveis (uma mata próxima,
por exemplo). Nesses casos, uma câmera
com medição pontual (spor) pode ser de
grande utilidade.
Paisagens com água em movimento
também têm grande charme e são um
atrativo extra para os fotógrafos, pois
possibilitam uma infinidade de efeitos,
dependendo das regulagens de velocidade
~ Golfinho vermell]o do Atlântico,
fotografada em !lhabela (SP). Araquém utilizou
uma câmera Nikon F5 e objetiva 80-400 mm,
conseguindo um foco pe1fiito no bico do mamíftro.
do obturador. Quanto menor a velocidade,
mais borrado fica o movimento da água.
E não pára por aÍ. Além de ser um
bom motivo fotográfico por si só, a água
(neste caso, o mar) possui flora e fauna
muito ricas - plantas e peixes coloridos,
golfinhos, tubarões, tartarugas, baleias e
por aí vai. O mundo subaquático é tão ou
mais rico em possibilidades fotográficas
quanto o mundo terrestre.
Por tudo isso, mergulhar nas profun
dezas desse ramo da fotografia representa
uma experiência Ímpar para os seus pra
ticantes. É ver para crer.
..•. Filhote de tracajá, tartaruga de
água doce encontrada sob algumas folhagens.
A cena com sombras fortes exigiu que o
fotógrafo deitasse no chão e cLicassea 1/15s,
com o diafragma em j/2.8. O registrofoi
jeito em Juntá (Acre) com uma Nikon F5,
objetiva macro 105 mm efilme Provia 100.
\!_ l~.i',
"Busco lugares que ainda não sentiram o peso do dedo do ser humano" (Bento Via na)
FOTÓGRAPHOS • 21
o horizonte ou os elementos principais
nesses terços da imagem, pode ser um
ponto de partida, mas está longe de ser o
segredo do sucesso. Para que o fotógrafo
desenvolva uma linguagem pessoal na
fotografia de natureza, é importante não
ficar preso à regras.
Nessa busca, não basta deparar com
uma paisagem paradisíaca. O ato de con
templação é fundamental para encher a
mala com belas imagens.
Para quem deseja obter mais do que
registros banais de paisagens, "é preciso
, digno de um safiíri, não
fica na Africa. É um pedaço do cerrado do Rio
Grande do Norte, na cidade de São Rafael. A
vegetaçãofti enquadrada com uma objetiva
de 20 mm (jl2.8) e câmera Leica R6.
proporcionar não é tarefa fácil, mas algumas
dicas podem ajudar bastante.
A regra dos terços, que consiste em divi
dir a cena em três partes iguais e posicionar
F ogr ndo paisEscape do lugar-comum em suas composições.
Dentro do assunto "natureza", as pai
sagens são, provavelmente, o objeto mais
explorado pelos fotógrafos. Entretanto, ex
plorar todo o potencial que esse tema pode
FOTÓGRAPHOS • 22
NATUREZA
No
Photoshop, dique Crtl+L para acessar o
comando "levelr': Se houver espaços entre as
pontas do histograma e as margens do grdfico,
alguns ajustes são necessdrios.
ma.5ia.oQ~@
Clique
Ctrl+ U para acessar o menu "Hue/Saturation"
do Photoshop. Arraste o triângulo do meio para
à direita, até conseguir o efeito pretendido,
tomando cuidado para não exagerar. Quando
estiver pronto, dique em "OK':
Aumente o contraste
da imagem, eliminando os espaços existentes
entre as pontas do histograma e as margens do
grdfico. Basta dicar e arrastar os triângulos
indicados na figura acima.
Efeito Velvia digitalDê mais vida às suas fotos digitaiscom programas de computador.
Câmeras digitais
costumam gerar ima
gens mais "achatadas" ecom cores menos vIvas
do que aquelas obtidas
com filme. Aprendacomo resolver esse
problema utilizando o
Adobe Photoshop.
Reduzira
exposição da fOto toma as cores mais ricas.
Para fizer isso, dique e arraste o triângulo
central do histograma para a esquerda, mas
tome cuidado para não exagerar na dose e
depois aplique os ajustes, dicando em "OK".
o--~
.:r..~ ••• ~rz;-
castigar os olhos diariamente. Fotografia
é sentimento, é percepção. A técnica deve
estar a seviço da inspiração", sentencia
Araquém Alcântara.
Embora seja possível fazer belas fotos
de paisagem ao meio-dia, são nas primeiras
horas da manhã ou no fim de tarde que a
luz ganha cores especiais, tons mais quentes e contraste mais acentuado, conferindomaior drama ticidade ao resultado final.
Em determinadas situações, alguns fil
tros podem ser grandes aliados, mesmo que
o cuidado para não cometer exageros na sua
urilização seja também muito importante.Para deixar as cores mais saturadas e vivas
ou, ainda, para destacar as nuvens brancas
do céu azul, utiliza-se o filtro polarizador.Em casos de excesso de contraste na cena
- como a acentuada diferença de lumino
sidade entre o céu e o primeiro plano, por
exemplo -, pode-se utilizar um filtro de
densidade neutra graduado.
Partindo para o lado artístico da foto
grafia de paisagem - o da composição -,
além de se ater apenas "ao todo", fazendo
enquadramentos mais fechados (de deta
lhes), pode-se conseguir ótimos resultados
(veja foto abaixo).
Para obter uma boa profundidade de
cam po e garan tir o foco em toda a cena,
é preciso fechar o diafragma ao máximo(f/U ou f/16), mas muitas fotos interes
santes de paisagem também podem ser
feitas com grandes aberturas, causando
desfoque proposital em áreas da imagem(foco seletivo).
Regras à parte, o importante é conci
liar técnica e arte em registros que sejam
capazes de causar emoção nas pessoas.
, a poucas
horas de Cusco (Peru). A brisa suave e a
luz do crepúsculo na Cordilheira dos Andes
renderam ao fOtógrafO uma bela composição
da plantação de trigo. Câmera N90, lente
300 mm (4.0) e filme Velvia 50.
FOTÓGRAPHOS • 23
NATUREZA
A respi ação da vidaRegistrar as belezas nÇlturais é apenas o começo.
.•. O panmng do cavaleiro encourado,
um sertanejo do Raso da Catarina (RN), foi
fotografado com ajuste de 1/15s (obturador)
efl8 (diafragma). Registrofeito com uma
câmera Nikon F5 e objetiva 80-200 mm.
A ac nha,formadapela
correntede água, fica próxima à Chapada
da Diamantina, mas é uma área de diflcil
acesso. A mágica esconde-sea um dia
de caminhada pela mata, uma noite na
encostado rio e mais algumas horaspela
manhã. A imagem da próxima página foi
clicada com uma Nikon F5, objetiva 17mm, tripé efiltro polarizador.
Como é possível notar, a natureza
é um assunto muito rico e pode render
muitas edições da Fotógraphos. Trata-se
de um tema que inclui vários subassuntos
da prática e da técnica fotográfica. Alguns
deles (paisagens, macrofotografia) já fo
ram abordados com maior profundidade
em edições anteriores e outros (fotografia
subaquática, de pássaros e borboletas)
estarão futuramente em nossas páginas.
O mais importante, talvez, é entender
que registrar a natureza pode significar
muito mais do que produzir belas fotos
de paisagens ou animais. As imagens
desta matéria, produzidas por fotógrafos
extremamente ralentosos e persistentes
em sua busca, deixam claro que fotografar a natureza é celebrar os encantos das
florestas, os encontros das águas e o vôo
dos pássaros. É ficar cara a cara com um
animal selvagem e saber que o risco e o
esforço valem a pena, e o seu trabalho vai
FOTÓGRAPHOS • 24
ser visto pelas pessoas, causando emoção e,
mais ainda, comoção em muitas delas.
A fotografia de natureza pode, e deve,
sensibilizar a sociedade na esperança de
que a relação dos homens com o meio am
biente seja repensada. "A força do homem
sobre a natureza é muito forte. Quero
mostrar que é possível ter uma mudança
de atitude e preservar as riquezas do planeta. Afinal, se continuar assim, o homem
vai entrar na lista das espécies ameaçadas de
extinção", resume Bento Viana. •
ORLANOO AZEVEDO
Orlando Azevedo
Um olhar lusitano
sobre o Brasil.
por Silvana de Carvalho
O uando o fotógrafo Orlando Azevedoera cnança, com apenas quatro anos,
ele já tinha o hábito de viajar pelas
imagens que circulavam dentro de sua
casa, em Açores, Portugal, publicadas pelo
principal veículo de informação cultuado
pelo avô e, mais tarde, pelo pai: a revista
National Geographic.
As horas de deleite passadas na biblio
teca com a coleção que arrebatou seu olhar,
certamente, inspiraram e modelaram a car
reira que, hoje, soma 26 anos de dedicação
profissional à imagem. "A fotografia me
escolheu", diz, relembrando a precocidade
de seu relacionamento com o que viria a ser
sua profissão. "Com 13 anos, já fotografavae, aos 14, tinha laboratório."
A experiência acumulada como fotó
grafo e curado r - ele foi diretor de Artes
Visuais da Fundação Cultural de Curitiba,
na década de 90, sendo responsável pelacurado ria de três Bienais Internacionais
de Fotografia - não faz diminuir o entusiasmo e o exercício do autoconhecimento
que acompanham seus diques. "Fotografo
o outro para me decifrar e descobrir", diz
Azevedo que, ainda neste mês, comemora
o fim das viagens da Expedição Coração do
Paraná, mais um projeto que o colocou
T O amanhecer no Rio Preguiças pertence
ao ensaio Expedição Coração do Brasil.Foto capturada com uma Hasselblad, objetiva
155 mm efilme cromo VS da Kodak.
em contato direto com a luz das cidades
e personagens brasileiros peculiarmente
esculpidos pelo seu olhar.
Com a equipe formada pelo jornalis
ta Jeferson Jess, pelo cinegrafista e diretor
de imagem André Slomp de Azevedo e
pelo produtor Marco Aurélio Jacob, ele
percorreu mais de 100 municípios do in
terior do Paraná, registrando, em mais de
10 mil imagens, os patrimônios humanoe natural encontrados durante os cinco
"E preciso transgredir. É
preciso rasgar o casulo e
alçar o pólen do vôo da
liberdade. É preciso que o
silêncio da imagem seja o
grito que guardamos."
FDTÓGRAPHOS • 26
003A3ZItOONltl~O
LZ•SOHdlt~8910~
ORLANOO AZEVEDO
s ca e e exos
na interpretação de mito do
fotógrafo. O trombone de varaanimava a Festa do Divino, em
Pirenóopolis (Goiás). Registro
jeito com uma câmera LeicaR6 e lente de 60 mm.
o C O n a aré, em Belém do
Pará, rendeu ao fotógrafo o retrato de uma
clara devoção religiosa. Os homens da .foto
se apertam e se aprisionam entre si mesmos
para segurar um pedaço da corda e seguir a
longa procissão com um elo de fé às mãos.
meses de escrada. "Esses dois temas me
fascinam e instigam. São duas constantes
em minha carreira", explica.
A escolha do roteiro não ocorreu por
acaso. O Estado paranaense recebeu Aze
vedo e sua família ao chegarem ao Brasil,
em 1963, quando seu pai veio a serviço da
Organização das Nações Unidas (ONU).
"Vim com passaporte diplomático, maso destino foi mais forte. Embora meu
sangue seja lusitano, posso afirmar queminha alma é definitivamente brasileira",
diz, hoje, após 42 anos de vida no país.Azevedo retomou ao Brasil, em
definitivo, em 1968, quando abandonou
Portugal como deserto r durante a guerranas colônias africanas. Considera-se um
privilegiado por viver em um "País tão
concraditório e surteal, tão desigual e tão
genial", que ele teve o privilégio de co
nhecer em detalhes ao realizar a Expedição
Coração do Brasil, entre 1999 e 2002.
Foram 70 mil quilômetros percorridos em todo o terri tório nacional e mais
de 50 mil imagens realizadas (algumas delas
ilustram este ensaio). A viagem, a bordo
de um jipe e na companhia do jornalista
Fabiano Camargo, resultou na publicação
de crês livros que integram uma coleção luxuosa, dividida em três volumes - homem,
terra e mito - e na realização de exposições
no Brasil e no Exterior. "Este projeto será
sempre interminável, tantas são as artérias a
percorrer. São muitos os roteiros de emoção
que habitam meu palco de questionamen
tos. Pulsa em mim a chama da inquietude,
que talvez seja minha maior virtude. Meu
FOTÓGRAPHOS • 28
lema sempre foi o que carrego escrito natraseira de meu Land Rover 110: "Bom
to be wild, bom to be free" (nasci para ser
selvagem, nasci para ser livre).
Viajar é precisoPlanejar uma expedição como as
realizadas por Orlando Azevedo exige
dedicação absoluta. "É um campo de
concentração que exige muita luta para
não padecer. É necessário dar a cara parabater e não se abater. Fazer valer a verdade.
Paguei e pago o preço para ver. Sempre
enfrentei os desafios com determinação e
garra. Não basta sonhar e querer, o impor
tante é realizar e alcançar, fazer da insegu
rança um desafio a vencer", ensina.
A perseverança implica a concreti
zação de algo com significado maior paraAzevedo, o sentido de sua existência, comu
nhão daquilo que ele sente, vê e documenta."Não fará o menor sentido se, em minha
vida, não deixar minha marca e contribui
ção, minha identidade e inscrição."
Além da determinação, ele não abre
mão dos equipamentos mecânicos que
usam película. Azevedo utiliza câmeras
Leica, principalmente os modelos M6, R6
e R8. "São máquinas que têm um pacto
comigo. A qualidade e a resolução óptica
delas são incomparáveis", comenta. Para as
imagens de médio formato, ele opta pela
Hasselblad, principalmente, ao fazer re
tratos. "Há entre mim e minhas máquinas
uma cumplicidade de verdadeiro tesão. Elas
são uma extensão do que penso e pretendo,são minhas armas e bandeiras."
São muitos os equipamentos que o
acompanha, já que não concebe a idéia
de estar em lugares distantes e "faltar exa
tamente aquela lente para aquela foto".Bolsas, mochilas, colete e até uma barraca
especial para fotografar animais constamem seu checklist, assim como as lentes (as
mais usadas são a 60 macro da Leica R e a
35 da M, já a Hassselblad costuma recebera lente de 150 mm com anéis), filtros,cromos e muitos filmes em P&B.
Segundo Azevedo, o corte, a luz, o
ângulo e o relicário cultural de cada fotó
grafo são os fatores de terminantes para a
opção entre fazer uma fotografia colorida
FOTÓGRAPHOS • 29
ORLANDO AZEVEDO
ou P&B. "A imagem sempre será subjeti
va. O que define a escolha é exatamente
essa transição metafísica da compreensão
da estética e de sua intetpretação. Quan
do você consegue abstrair o banal de seu
ritual e rasgar os cristais numa verdadeira
conspiração, nasce a obra, que deve ser
perturbadora e reveladora."
ORLANOO AZEVEDO
Para ele, a foto P&B rem o grande
fascínio do irreal e surreal. ''A carga épica
do P&B e o silêncio de sua eloqüência são
monumentos de momentos de imponência. Difícil é tornar irreal a cor e extrair
dela a abstração. Geralmente, forografomuiro mais o ser humano em P&B e
alterno paisagem e a viagem visual douniverso invisível entre cor e P&B."
Que dizer da aplicação da forografia
digital? De acordo com o fotógrafo, em
bora os avanços da tecnologia estejam aí
para serem usados, ele sempre preferirá os
equipamentos mecânicos. Sua experiência
com o digital se limita ao uso de uma
câmera "ultrapassada", segundo ele, que
gera imagens para os sites das expedições,
verdadeiros diários de bordo. "O digital
ainda tem várias limitações nos resultados
para artes-finais. É, no entanro, uma ver
dadeira revolução. Nunca vi tanta gentecom câmera na mão."
Operário da imagemEstudante de Direiro, Orlando Aze
vedo começou a trabalhar como repórterem Lisboa, aos 18 anos. A faculdade foi
finalizada em Curitiba, cidade que viu
nascer a banda de rock A Chave, em que
ele compôs e tocou bateria durante 10
anos (de 1960 a 1970). Foi a partir dos
anos 80 que passou a se dedicar integral
mente à forografia profissional, com a
mulher, a fotógrafa Vilma Slomp.
O estúdio Phorographica, em Curi
tiba, é templo de realização profissional
do casal. Ele é constituído de uma galeria,com 120 m2, laboratórios cor e P&B,
arquivo etc. "É muito, muito trabalho de
verdadeiros operários da imagem", afirma
o fotógrafo, que também alimenta o site
www.photographica.com.br. que traz in
formações de trabalhos do casal, abrindo
acesso também aos sites das expedições.
Toda a estrutura obtida pelo casal
é fruro de muiro empenho e seriedade,
Bienais e o Museu da FotografiaAs Bienais Internacionais de Foro
grafia realizadas em Curitiba foram o
grande marco dos encontros brasileiros
de forografia. Alguns dos mais destacados
nomes da forografia nacional e internacio
nal integraram os eventos que tinham acurado ria de Orlando Azevedo.
Mais do que apresentar exposições
que foram visitadas por aproximada-
mente 500 mil pessoas nas três ediçõesrealizadas, o evento tinha como meta a
aquisição de obras de autores nacionais
e de coleções, a edição de livros e de
catálogos e o estímulo à forografia com
a realização do Prêmio Máximo.
Através das bienais, a FundaçãoCultural de Curiciba conscituiu um re
presentativo acervo forográfico, que deu
origem ao Museu da Fotografia. Dentre os
nomes que doaram imagens, constam os
de Sebastião Salgado, Miguel Rio Branco,
Mario Cravo Nero e Cláudia Andujar.
Segundo Azevedo, hoje, os encon
tros nacionais de fotografia buscam,acima de tudo, o sucesso comercial e
repetem a mesmice de sempre. "Não
houve renovação."
"É necessário dar a cara para bater e não se abater. Fazer valer a verdade."
FOTÓGRAPHOS • 30
ORLANOO AZEVEDO
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0'-" ';1 ' ••.~~,.,~~ ••••~.,~!.-.~,~,~-".~~..~::'=.. ~,.... .';~~". "~" ... ~"
, I~.,: <~ - .....••.~ li- ... ... .', .
caracrerístlcas que Azevedo começou a
mosrrar no início da carreira, quando
aruou como forojornalisra. Algum rempo
depois, ele enveredou para o campo profis
sional da forografia publicirária. ''Arendi a
grandes conras que me permiriram monrar,
com a Vilma, uma eficienre e comperenre
esrrurura de arendimenro", explica.
Os rrabalhos paralelos, enrreranro,nunca foram deixados de lado como forma
de praricar a sua verdadeira forografia. Hoje,com rrabalhos em acervos inrernacionais e
sere livros publicados, Azevedo parricipa de
projeros comerciais que permirem urilizar
sua inrerpreração pessoal. "É preciso rrans
gredir. É preciso rasgar o casulo e alçar o
pólen do vôo da liberdade. Épreciso que o
silêncio da imagem seja o griro que guarda
mos. Enquanro river energia e saúde física
e inrelecrual, quero produzir e dividir com
o próximo minha experiência e vivência. O
pulsar do Brasil bare em minha alma como
uma convocação consranre a novos desafios
e caminhos", conclui o forógrafo, auror de
imagens que inspiram aqueles que, como
ele, nurrem o respeiro e a devoção necessá
rios à exisrência da forografia. •
FOTÓGRAPHOS • 31
Expeoição fotográfica ao
Norte oa
NORTE DA íNDIA
; ..•..•
1101aViaje com as fotos e conheçaj nos Detalhesj como foi fotografar
a cultura De uma civilização com mais De4 mil anos.
texto e fotos õe Fabio Elias
a A gel Itodos os momentos merecem um cEick,
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EQUIPAMENTOSFOTOGRÁFICOS
A LUZ QUE VEM DA,.MUSICA
Assista de camarote às imagens de um fotógrafo que já fez turnê por
diversos estilos musicais e fique por dentro dos bastidores da
fotografia de música no Brasil.
texto de Eduardo Oliveira • fotos de Washigton Possato
.. ,- ,- .
Caindo na estrada
1il.!Iií1i.!Ill"riJj'"m!m. 'I
MÚSICA
Fotos: Washington Possato
FOTÓGRAPHOS • 43
da mão. "O fotógrafo tem a obrigação dedominá-Ia mesmo no escuro. Saber exatamente onde tocar. Se ela for uma exten
são do corpo, é só ficar atento ao espetáculo. E aí, amigo, é pura arte", declara.
A tralha óptica passa por diversas distâncias focais, mas todas com um pontoem comum: são lentes claras de grandes aberturas. O fotógrafo utiliza uma80-200 mm, uma 28-70 mm e outra
grande-angular 17-35 mm. Todas comdiafragma de abertura máxima em fl2.8.
A teleobjetiva fica com a responsabilidade de captar os detalhes do rosto, asmãos, o movimento dos cabelos. Para as
fotos gerais, o fotógrafo gosta de colocar em ação a 17-35 mm ou mesmo a28-70 mm. "Não adianta pegar a galerae deixar o artista lá embaixo. Tem queenquadrar um meio-termo, onde tudoapareça, em que você consiga contar ahistória." Washington prossegue: "Showé isso. Você tem que contar a história queo artista está passando naquela turnê. É
.•. O ensaio-surpresa do Iwí""o Nalldo
Reis qUlISe pegou todos de I'tilíil.( curtas. ,\I'L' o
teste de som t' ilulrllllaçiio. c,lIum har dp 1'0110
Alegrc. OCOI'lr'l1COIl1UIII/1tIlIllIn.'t< ,lg",dál'eI
pal't/ as form. Lente Alkon 28- -r) IJ1rrl' 2. >I
CtÍlIICIll Fltji 5'2 regulada em ['iO 1(10. h1'OJI<
fixada em I/60s de ohturadur e tlbertu.1J ti,
ditrjinglllP Igual tl fh.O.
"Tem que correr atrás das fotos. Nãoimporta o que acontece atrás da grade.O fotógrafo não pode ficar parado."
InstrumentosPossato usa e abusa de três
câmeras S2 da Fuji. Uma delas está sempre guardada na
reserva para socorrê-Io emalgum imprevisto. Mais
importante do que tero equipamento, é
manter a máquinasempre na palma
Nessa hora, o jeitoé sair da frente mes
mo, até porque atrástem gente e, dependendo do show, mui
ta gente solidária enetvosa. Nunca se sabe
os perigos que cadashow guarda. Engana-sequem pensa que o fotógrafo de música leva avida na flauta. A área é
um campo minado. Aeducação de alguns fanáticos acaba na quinta latinha de cerveja.Possato já foi vítima deincontáveis objetos voadores não identificados. E não pense que essa foi a únicavez que apanhou de mulher. No show
da Banda Eva, também no Rio, ao se
aproximar da grade, uma garota iniciou uma seqüência de golpes nassuas costas. O assistente quis sabero motivo da agressão. A justificati
va da moça: "Ele viu o rapaz me empurrando e não fez nada". E, se tivesse
feito, daria para evitar o tumulto?O importante é não desanimar.
"Tem que correr atrás das fotos. Nãoimporta o que acontece atrás da grade. O fotógrafo não pode ficar pa-
rado. Tem que, literalmente, correr atrás das imagens. Vou atrás
do palco, cruzo a grade da pista,escolho um ângulo mais elevado para
pegar uma imagem geral. Não paro umminuto", diz Washington.
do covardemente com uma bofetada no
meio das costas. Instintivamente, Wa
shington vira-se, pronto para revidar,quando se deparou com a figura de
uma simpática velhinha em pelede loba. Sem prumo, sol
tou a pergunta: "Queé isso? A senhora está
maluca?" A respos-ta foi um revide:
"Eu paguei paraver o show e
você fica para-do na minhafrente!"
"Olhar a minha foto xerocada e impressa no papel maisbarato do mercado é horrível. Dá uma dor no coração." Próximos álbuns
..I..
.- .~..... ..-
• •••
••
Entrando em turnê•
ml~Ilffil'ril'~'1IDl113 ' ,
"A GENTE PEGAMOS NA INTERNET"
/I A gente pegamos na internet" (sic)
Parem as máquinas! Suas fotos podem estar sendo roubadas.por José Roberto Comodo Filho
C aros leitores, o texto para esta ediçãojá estava pronto quando um dos casos mais insólitos aconteceu com um
cliente do escritório. Não vou entrar em de
talhes, pois este não é um espaço para contar
histórias, mas sim para ajudar os fotógrafos
a compreender seus direitos.
Em linhas gerais, um fotógrafo des
cobriu que um jornal diário - um dos
maiores da região Norte/Nordeste - havia utilizado cinco fotos de sua autoria
para ilustrar a capa do seu caderno de
turismo - além de 118 da página inicial
do primeiro caderno. Após escrever todos
os processos, resolvi ligar para o jornal eescutar a explicação deles para o uso in
devido das imagens. Minha ligação foi
diretamente transferida para a diretora de
redação que, muito cordial, após ouvir a
minha reclamação afirmou, calmamente:
''A gente pegamos da internet" (sic) e se
guiu explicando que o banco de imagens
do jornal era formado daquele modo,
porque os fotógrafos contratados não
conseguiam fazer nada com qualidade.Antes disso, há uma semana, escutei
do diretor-presidente de uma das mais
renomadas editoras de São Paulo - que
utilizou indevidamente um artigo escrito
por uma jornalista minha cliente, para
lançar uma coletânea de textos enogas
tronômicos - o seguinte: "Mas foi só um
textinho de duas páginas, num livro com
mais de 50 textos e 120 páginas. Eu achei
que sua cliente iria ficar honrada ao ver o
texto incluído na coletânea." Ou seja, omercado - salvo honrosas exceções - não
está preocupado em respeitar o espíritocriativo e os direitos autorais.
Depende de cada autor - seja ele fotó
grafo, seja escritor, pintor, programador,
compositor, músico - fazer valer os seus
direitos. Acredito que, um dia, os fotó
grafos e autores, em geral, vão perceber a
importância de criar o mesmo corporati
vismo que já existe entre os responsáveis
pelas infrações aos Direitos Autorais.
O fato é que esses dois absurdos me fizeram mudar o texto anteriormente escrito
e optar pela abordagem de alguns temas
que parecem ainda não estar muito bem
elucidados para os fotógrafos e para aqueles
que utilizam a fotografia no dia-a-dia:1. Todas, absolutamente todas, as fo
tografias são protegidas pela Lei de Direi
tos Autorais. Isso significa que qualquer
pessoa que tenha uma fotografia de suaautoria utilizada sem a sua autorização
tem direito a receber indenização.
2. Somente o autor da fotografia - ou
quem possua poderes para representá-I o
- pode negociar os direitos patrimoniaissobre a sua obra. Os direitos morais são
inalienáveis, irrenunciáveis e não cadu
cam Jamais.3. A transmissão dos direitos patrimo
niais pode ocorrer através de contrato
de cessão (que pode ser total ou parcial,
com ou sem exclusividade, mas é sempre
definitiva) ou de licença (que pode ser
total ou parcial, com ou sem exclusividade, mas é sempre por prazo limitado).
Embora a lei admita a possibilidade decontratos verbais, aconselho todos os
fotógrafos a tratar sempre por escrito a
comercialização de suas obras.4. O dano moral ao direito do autor
acontece sempre que a fotografia: a) for
publicada sem o respectivo crédito ousinal característico (em breve, vou escre
ver sobre esta questão face à "praxe" do
mercado publicitário); b) sofrer qualquer
tipo de manipulação ou tratamento digital sem autorização expressa do autor.
5. Somente podemos falar em co-au
toria na fotografia, quando o resultado
final for o produto do trabalho intelectual
de mais de uma pessoa. Ou seja, quem
apenas faz um tratamento digital para
tornar a imagem capturada pelo fotógra
fo mais correta do ponto de vista estético
(ajuste de brilho, nitidez, saturação e en
quadramento - além da "limpeza" e interpolação) não é considerado co-autor. Mas
quem, a partir de uma fotografia, realiza
manipulação que altera substancialmente
as características da imagem, a pedido ou
com a autorização do fotógrafo, passa a
FOTÓGRAPHOS • 45
dividir com este os direitos autorais sobre
o produto final da manipulação.
6. Quem adquire uma cópia original
de uma fotografia não adquire direitos
patrimoniais sobre a obra. Ou seja, não
pode reproduzir ou utilizá-Ia para qual
quer finalidade que não seja expres
samente autorizada pelo autor.7. O autor tem o direito, irrenunciá
vel e inalienável, de receber, no mínimo,
5% sobre o aumento do preço eventualmente verificável em cada revenda de
sua obra de arte, sendo original, quehouver alienado.
8. Os direitos patrimoniais do autor
perduram por 70 anos contados de 10 de
janeiro do ano subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória
da lei civil. Após esse período, a fotografia passa a pertencer ao domínio público,
o que não desobriga, quem a utilizar, dainclusão do crédito autoral.
Muito mais poderia ser escrito, mas
acredito que estas linhas apresentam os
principais pontos a serem observados pe
los fotógrafos. Espero que este texto con
tribua para a conscientização, dos fotó
grafos e das pessoas que utilizam imagens
direta ou indiretamente no seu negócio,
do quanto é importante o respeito aosdireitos do autor.
PS: se alguém souber o motivo pelo
qual as agências de publicidade costu
mam incluir, no rodapé dos anúncios que
criam, o seu próprio nome, mas sem qual
quer referência ao nome do fotógrafo res
ponsável pela imagem utilizada, por favor,
me escreva explicando. •
José Roberto Comodo Filho é advogado for
mado pela USP hd 15 anos, sócio do escritório
Comodo & Comodo Advogados Associados e
especialista em questões relacionadas a Direito
do Autor e Contratos. Também éfotógrafo ama
dor hd 10 anos e sócio da Riguardare - Scuola
di Fotografia. Pode ser encontrado através doe-mail: [email protected].
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Cultura baiana
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A capoeira também respira bons aresnessa paragem. Os meneios desse misto dedança e luta podem ser fotografados emtoda a capital baiana. No início, quandoainda gingava com passos desengonçados em Angola, a atividade chamava-se"n'golo" (dança da zebra), etimologia queexplica os efeitos obtidos em determinadasfotos. Na Bahia, onde desembarcou na
pele calejada dos escravos, a dança logoincorporou a luta como treinamento deautodefesa contra a exploração. Daí o tempero mexido ao ritmo do berimbau e dascoreografias aparentemente impossíveis.
boa dose de paciência para conseguir oinstante certo do dique.
Na música, o som mais forte provémda cultura popular soteropolitana emritmo marcantemente afro. Em qualqueresquina, ouve-se o resquício de algumbatuque. Esse legado ganhou corpo nadécada de 80, na batida vigorosa de umentão pouco expressivobloco carnavalescochamado Olodum.
O movimento musical cresceu com
a mensagem política de valorização aonegro. E não poderia ser diferente. OOlodum surgiu em uma rua marginalizada, mas fez tanto barulho na regênciado percussionista Neguinho do Sambaque conseguiu a revitalização de todauma ladeira abandonada. Hoje, o blocose confunde com o Pelourinho e inspirao surgimento de outros grupos, comdestaque para as Meninas de Didá e osFilhos de Gandhy.
A riqueza cultural brota de
qualquer pontoda Bahia, tema a
ser explorado sobos mais diversosolhares. A esco
lha do enfoqueé subjetiva, masexistem alguns
ângulos que podem ser salientados eservir como ponto de partida para umensaio mais específico.
Um deles é a fusão de cores, raçase crenças em uma única região. Amiscigenação, por exemplo, propiciaum leque de assuntos inesgotáveis aofotógrafo. A cultura de Salvador podeser narrada tanto nos planos infinitoscomo nos pequenos detalhes. O desafioestá na busca de algo novo, com ênfaseno excêntrico. A dica, no caso, é uma
FOTÓGRAPHOS • 49
Lagoa do Abaeté
Por Dentro da Luz SALVADOR
O ParquedoAbaeté é destino
certo quando aidéia é combinar
fotografia commuita água decoco e uma PaIsagemvoluptuosa em uma tarde
em Itapuã.Tarde só
para fazer referência à música famosa navoz de Toquinho, pois a imensa lagoa,contornada por dunas de areia branca emtodos os cantos, anima qualquer fotógrafoa acordar cedo ou acampar no local até oanoitecer, esperando uma imagem queilustre a letra da canção.
A Lagoa do Abaeté faz parte de umaárea de 12 mil m2 de proteção ambiental.
Mas possui um setor urbanizado, queserve de endereço para um interessantecentro cultural. Há apresentações musicais por todos os lados, promovidaspela Casa da Música da Bahia. Aindana vizinhança, na Casa das Lavadeiras, aatenção se volta para tanques enormes emulheres trabalhando em peças de roupade todos os tamanhos e cores. Como suas
companheiras de profissão ancestrais, aslavadeiras utilizam métodos naturais.
Não despejam nada químico na lagoa.Ali é mão na roupa, roupa na pedra e aspeças para quarar.
A região funciona como um terreiropara diversos cultos afro-baianos. Oferendas são lançadas na lagoa como presente aOxum - orixá e senhora soberana da águadoce na religião do candomblé, simbolizaa fertilidade e a maternidade.
PraiasA orla marítima soteropolitana tem
encostas para todos os gostos e fotógrafos;mas, se faltar ânimo para levantar cedo eregistrar o nascer-do-sol de alguma praiabrasileira, a sessãode fotos tem de, obrigatoriamente, começar nas tardes de Itapuã.
Itapuã é a mais famosa das praias deSalvador. Já foi cantada na poesia de Vinícius de Morais e ainda é paquerada porturistas de todos os lugares do mundo. Aárea mais visitada é a costa próxima ao
farol. Além de predominar o tom esverdeado na água, existem piscinas naturaiscompostas de pedras que dão às fotosreflexos interessantes.
No outro extremo da cidade, a geografia recortada da Praia da Ribeira é umconvite quase que irrecusável à prática fotográiica. Avistam-se centenas de embarcações na orla sul da cidade. Dali, passa-sepelas Praias da Penha, Bogori, próxima àIgreja Senhor do Bonfim e Mont Serrar.O forte tem uma composição suave emostra-se como a mais bela construçãomilitar do país. Sob um céu de nuvensmais carregadas, o prédio revela-se com
um clima misterioso nas fotos P
Passando pelas longas faixasda Boa Viagem e fazendo a eupraias de ondas pacíficas do Farolra, as imagens encontram a cristalinàde Ondina. É ali, à beira-mar, que oselétricos se despedem do carnaval.
Uma praia à frente, o beach soccer C
o vôlei de praia tomam conta da areiade Amaralina. Dali em diante, a
está para ótimas praias e uma enxde fotos. A relação começa: Jardim dosNamorados, Jardim de Alah, Praia dosArtistas, Corsário, Patamares, Piará, Placa
for, Stella Maris, Flamengo. Até terminarna areia da Praia de Aleluia, nos confinsde São Salvador.
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Por Dentro da Luz
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~ A fusão de luzes e sombras
do pôr-do-sol do Farol da Barra foi
registrada com uma exposição de
30 segundos no filme ElOO VS, daKodak. Câmera Canon EOS 5 e
lente 11-40 mm trabalhando com a
abertura f/22.
Farol da BarraA Fortaleza de Santo Antônio é o
principal ponto turístico de Salvador.Conhecida e reconhecida mundialmen
te como Farol da Barra, a construçãodesponta entre o Forte Santa Maria e oMorro do Cristo como o mais fotografadocartão-postal soteropolitano.
No interior do farol, é possível visitaro Museu Náutico e ter contato com uma
vista panorâmica da cidade. O privilegiado campo de visão dá idéias, ilumina einstiga a criatividade do fotógrafo. Lá decima, tem-se contato com a orla marítima
de praias como Porto, Barra e Ondina,que podem ser clicadas de ponta a ponta,a partir do terraço. Vale a pena aguardaro famoso pôr-do-sol.
Para os mais aventureiros, a expediçãofotográfica sugere ourros rumos. As imediações do Farol da Barra escondem 13embarcações submersas.
O navio mais famoso dessa tropa éo Cavo Artemidi. A embarcação de 170metros afundou em 1980, a poucos quilômetros do Porto da Barra, e mantém suaestrutura em excelente estado.
O cargueiro grego embarcou no Es-
FOTÓGRAPHOS • 54
pírito Santo e aportou em Salvador parareabastecimento. Ao iniciar a saída da
baía, colidiu e foi arrastado até o Bancode Santo Antônio. Permaneceu encalha
do por algumas semanas, mas todos osesforços para salvá-Io foram inúteis e aembarcação naufragou. Hoje, o Artemiditem uma função estranha: serve de casapara pequenos peixes e de restaurantepara os maIOres.
A água quente e crisralina garante boasfotos até 20 ou 30 metros. Dá para explorar todo o navio em companhia de exóticos peixes e muros de algas marinhas.
A idéia não é cair na água atrás deAdântida, ou algum tesouro pirata. Atéporque a Marinha brasileira fiscaliza olocal e seria praticamente impossível explicar para a Receira Federal que aquelemontante de equipamentos fotográficostop de linha veio do fundo do mar.
Salvador tem suas surpresas, mas nãodesse tipo. O jeito é ir fundo atrás deuma boa imagem, perseguir os segredose mistérios escondidos nos arrecifes, mas
sem nunca se esquecer de respeirar a natureza do local.
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MUNOO FOTOGRÁFICO
Acontece
Passeios fotográficos
Os passeios organizados pela FotoClube Bandeirantes passaram a ser pagos,a partir deste ano, pois agora elescontamcom assessoriarurística. Todos os passeiosestão sujeitos a confirmação.
Confira a programação para o período de março ajunho. Atenção: as datas eos locais podem sofrer alteração.• Informações: Rua Augusta, 1.108- São Paulo (SP) - tel.(lI) 3214-4234ou wwwjõtocLub.art.br
Photoshop Conference 2006, em SP
A Adobe vai mosttat, entte os dias
27 e 29 de março, no ITM Expo, aLighrroom, uma nova ferramenta deedição fotográfica digital no PhotoshopConference 2006, em São Paulo.
Os participantes do congresso, alémdas palestras com profissionais comoCHcio Barroso, receberão apostila e CDcom todo o conteúdo do PhotOshopConference e certificado de participação.• Preços de 405 a 766 reais.• Informações: (lI) 4022-8534. As inscrições podem ser feitas através do sitewww.photoshopconjerence.com.br.
Congresso de fotografia
Fique de olho no 3° Congresso Pauüsta de FotO & Imagem, que acontecerános dias 18, 19 e 20 de abril, no Novotel
]araguá São Paulo Conventions.• Informações:0800-702-9007 oucongressojõ[email protected].
Expedições fotográficas
O fotógrafo Zé Paivaestáoferecendoduas expedições fotOgráficasno outonode 2006, indicadas tantO para amadorescomo para profissionais. As expedições,denominadas Urubici e Praia Grande,acontecem nos meses de abril e maio.
• Informações (Adrenailha): tel. (48)3269-1414, fax (48) 3269-2090, celular (48) 9121-2165 ou pelo [email protected].
,NOTICIA
DO MUNDO FOTOGRÁFICO
por Sandra Mastrogiacomo
Mundo digital
Canon lança 30DA Canon apresenta a sua mais nova
câmera digital SRL, a EOS 30D, sucessora da EOS 20D.
A câmera tem 8.2 megapixels, LCDde 2,5 polegadas e zoom óptico e digital de 10x. O obturador eletromagnético garante até 100.000 disparas, comvelocidade de 30 a 1/8.000s e o modo
de dispara contínuo permite até cincofotos por segundo.
O Senso r DIGIC II permanece omesmo de sua antecessora. O preçomédio é de 1.400 dólares.-Photokina 2006
A Riguardare Scuola di Fotografia,a revista Fotógraphos e o mestre Clício Barrosomontaram um inesquecívelpacotede viagempara aqueles fotógrafos- amadores ou profissionais- que desejamvisitara Photokina,maior feira de fotografia do mundo (www.
photokina-cologne.com) .
Aproveitandoa baixado dólar e do euro,já está sendo comercializado um pacotede viagem com saída em 22 de setembro eretorno em 5 de outubro. A viagem incluipassagempor Lisboa e algumas cidades medievais,visitaao eventodurante trêsdiase, ao
FOTÓGRAPHOS • 56
Mundo digital
SLR digitalda Samsung
A Samsung entra no mercado de câmeras digitais SLR e anuncia a GX-lS,com 6 megapixels.
A câmera tem zoom óptico, CCD de23,5 x 15,7 mm, LCD de 2,5 polegadas,ISO 3200 e foco em 11 pontos. A velocidade do obturador é de 30 a 1/4.000s,
e o tempo de recarga do flash é de apenas3 segundos. As lentes são fabricadas pelaSchneider Kreusznach.
A GX-l S deve estar disponível para omercado no segundo semestre de 2006.O preço ainda não foi divulgado.-.> 4' .. ',c--=- ~';" ~. -"I:1 ..•• ,•• ".. • ,,#
final, uma jornada fotográficaem Paris.Também estão incluídos no pacote: bi
lhete aéreo,caféda manhã e ingressopara trêsdias da Photokina. Além do workshop Photoshop CS2, Fluxo Digital e Gerenciamentode Cor, com Clício Barroso.
A Fotógraphos publicará, em sua ediçãode novembro, uma matéria especialcom fotos dos participantesda viagem.• Preços:2.650 euros (apto. duplo) e 3.550euros (apto. simples),em até 4 vezes,• Informações: (11) 3105-7792 ou pelo e[email protected]
Mundo digital
MUNOO FOTOGRÁFICO
Duas lentes na nova digital da KodakA Kodak acaba de
lançar no Brasil a câ
mera digital Easyshare
V570. O destaque é
para as suas duas lentes
Schneider Kreuznach C-Variogon, que
permitem fotografar em ângulos varia
dos, sem distorção da imagem.
A câmera possui LCD scteen de 2,5
polegadas e memória interna de 32 MB.
O zoom óptico da V570 vai de
Premiação
grande-angular 23 a 39 mm, em umadas lentes, e de 39 a 117 mm, com a
segunda lente, permitindo uma apro
ximação de até 5 vezes.
• Preço sugerido: R$ 2.099.
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Senad abre inscrição para concurso
O IV Concurso Nacional de Fotografia
da Secretaria Nacional Anridrogas (Senad) vai
premiar os melhores trabalhos que retratem a
reflexão e a prevenção ao consumo de drogas.
Há duas categorias: amador e profissional.Cada autor poderá inscreverum único trabalho
inédito, no formato 18 x 24 em, em papel
fotográfico fosco.As fotos devem ser enviadas até o dia 20
de abril na sede da própria secreraria.O Senad fica na Praça dos Três Poderes,
Palácio do Planalto, Anexo lI, Ala B, Sala207,
CEP 70150-900 - Brasília - DE
• Informações: www.obid.senad.gov.br.
Resultado do 49º World Press PhotoA foto do canadense Finbarr O'Reilly,
da Reuters, foi considerada a melhor de
2005 pelo júri do 49° World Press Photo.
A imagem, que mostra a mão de uma
criança nigeriana nos lábios de sua mãe,
foi registrada na cidade de Tahoua, Nigé
ria, no primeiro dia de agosto de 2005.• Confira o resultado no site oficial:
www.worldpressphoto.com.
I:..
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. -';'~' '': .~:.
't~C.i'~.F,;••..t .f,.l-" ..' I')
,
Concurso Pierre Verger dá prêmio de R$25 mil
A Fundação Cultural do Esrado da Bahia
esrá promovendo o Concurso Nacional de Fo
tografia Pierre Verger. O objerivo é incentivar
e valorizar a fotografia.O rema do concurso é a identidade cul
tural brasileira. Neste tema entram retratos,
lugares, costumes, mitos e ofícios. Cadacandidato deve inscrever de 20 a 25 fotos, e
o prêmio chega a R$ 25 mil.As inscrições devem ser feiras até o dia 28
de abril de 2006.
• Informações: www.fimceb.ba.gov.br.
Mundo digital
Macro da SigmaA Sigma anun
ciou uma nova ob
jetiva, 70-200 mm
(fl2.8), exclusiva para
SLRs digitais.Na nova versão,
a objetiva ganhou
a tecnologia da linha DG e o siste
ma HSM (motor
hipersônico), que torna o foco mais ágil
e silencioso. A montagem das lentes foi
projetada para os enquadramentos em
dose-up, com foco mínimo a 100 cm,em todas as distâncias focais.
A Sigma apresentou também a 30 mm(fll.4) HSM e a 18-50 mm, da linha DC,
além das 105 mm e 150 mm (f/2.8) HSM
e a 50-500 mm (f/4-6.3), da família DG.
Os produtos ainda não estão disponíveis no Brasil.
Exposição
Rastros do TsunamiApós dois meses de exploração
fotográfica na Índia e no Sri Lanka,
o fotógrafo Fábio Elias desembarcou
no Rio de Janeiro com inúmeras
imagens na bagagem.
O resultado da passagem de Fá
bio pelo Sri Lanka será exposto na
Escola de Artes Visuais a partir do
fim de março. O trabalho mostra o
dia-a-dia de uma cidade que ainda
se recupera do choque, após um anode Tsunami.
• Informações: (21) 2494-5250.
FOTÓGRAPHOS • 57
latã Cannabrava com novo workshop
O fotógrafo Iatã Cannabrava ministra o
curso Desenvolvimento de Projeto Pessoal
e Cultural, que abordará a produção de
um projero cultural da sua idealização até oresultado final. O curso começa no dia 23 de
março, durará 3 meses e acontecerá todas as
quintas-feiras, das 20 às 22h30. São 20 vagas.
O valor é de 250 reais por mês.• Informações: (lI) 3816-1290 ou
Curso de Photoshop CS2, em SC
Rodolfo Pajuaba abre a sala de aula do
curso Photoshop para Fotógrafos, em Florianópolis, Santa Catarina.
O curso abordará temas como a organiza
ção do fluxo de trabalho, inttodução ao geren
ciamento de cor, ajustes básicos e avançados,
tratamento de arquivos, entre outros.A carga horária é de 14 horas e o curso
acontecerá nos dias 10 e 2 de abril, sábado e
domingo, das 9 às 17h.• Informações: (48) 3234-1390 ou
MUNDO FOTOGRÁFICO
Edição limitada da HasselbladKonica desiste do setor de fotografia
A Konica Minolra, alegando incapacidadefinanceira de comperir com a concorrência nadigiralização dos equipamemos forográficos,resolveuencerrar suas arividades nesse seror.
A divisão de câmeras digirais reflex foivendida para a Sony. A produção de filmesforográficos acomecerá aré março de 2007.As mudanças na parre adminisrrariva acomecem com a saída do amal presideme, FumioOwai, e a demissão de mais de 10% de seus
empregados em rodo o mundo.Segundo a direroria da empresa, a saída
do mercado forográfico não significa o fim damarca, que cominuará produzindo componemes ópricos, elerrônicos e forocopiadoras.
Comemorando o cemenário da
marca Hasselblad em todo o mun
do, a empresa colocou no mercado
uma câmera digital para colecionadores: a 503CWD.
A máquina possui
edição limitada a 500
peças. Seu design foitodo construído sob as
linhas da Hasselblad
503 (maior sucesso da
marca) e traz um senso r de 36,7 x 36,7
mm, capaz de capturar uma ima
I gem com 16 megapixels.
I O kit que acompanha o corpo
é composto de uma leme CarlZeiss Planar de 80 mm
(2.8), alavanca de comrole
do foco e a parte traseira
(back) digi tal do CFY.
Para adquirir uma Hasselblad 503 na sua versão come
morativa, além de sorte, é necessário gastar
algo em torno de 14 mil dólares.
FujiFilm com novas câmeras digitais
Celulares
Celulares Cyber-shot
com 5.1 megapixels e zoom digital de5.2x. Ambos os modelos têm LCD de 1,8
polegada e zoom óptico de 3x (equivalente a 38-114 mm).
Nesses modelos, o destaque é para
o SuperCCD HR de 5" gera
ção, ames só encomrado nas
câmeras profissionais da mar
ca. Os preços giram em tor
no de 899 reais para a A400 e
999 reais para a A500.
O K790i é o primeiro ce
lular da Sony com a marca Cy
ber-shot. Imegrado com uma
câmera digital de 3.2 megapi
xels, possui recursos comuns,
até emão presemes apenas em
câmeras digitais compactas.
O aparelho estará disponível mundial
meme no segundo trimestre de 2006.
• Preço sugerido: 1.999 reais.
Mundo digital
A FujiFilm apresemou, recememen
te, modelos de câmeras digitais na sua
linha Finepix: VI0, A400 e A500.
A VI0 tem 5.1 megapixels, LCD de 3
polegadas, lemes Fujinon (zoom equivalente a 38-130 mm) e memória imerna de 16 MB. O
preço médio é de R$ 1.799.O modelo A400 tem
4.1 megapixels e zoom digi
tal de 3.6x. Já a A500 vem
Digital ultrafinaA nova câmera digi
tal Mirage Slim tem 5
megapixels, LCD
de 1,7 polegada,
zoom digital de4x e modo macro
a partir de 40 cm. A Slim tem apenas 2,4
cm de largura e coma com memória imer
na de 16 MB (expansível até 1 GB).• Preço médio: 699 reais.
Wolfenson na Copa da Alemanha
O forógrafo Bob Wolfenson, a conviredo jornal Folha de S.Paulo, vai forografar osjogos da Copa do Mundo, na Alemanha. Oforógrafo foi convidado especialmeme pararealizar ensaios mais livres, diferemememe
da equipe usual do jornal.
Portal Terra lança Jornalismo Cidadão
O Porral Terra (www.terra.com.br).de
carona no ForoRepórrer, do Grupo Esrado,lança o projero Jornalismo Cidadão, no qualos leirores podem enviar imagens feiras comcâmeras digirais e celulares. Assim como noEstadJio, as imagens devem rerrarar flagranresno coricliano da cidade. Os usuários rambém
podem enviar vídeos, áucliose depoimentos.
Objetiva de 270"
O forógrafo SCO((Aichner usou de criarividade ao urilizar duas câmeras com lemes olho
de-peixe para forografar, simulraneameme, ascomperições de surfe, sua especialidade. O resulrado?A coberrura da imagem em um ângulode 270°. Confira em www.scottaichner.com.
Kyocera reduz produção de câmeras
Aringida pela onda de câmeras digitais,a Kyocera Yashica resolveu reduzir em 70%a produção de suas câmeras analógicas. Em2002, a empresa chegou a produzir 1 milhãode equipamemos analógicos. Já em 2005, fechou a produção com 300 mil câmeras. Apesardessa redução, a empresa disse que não sairároralmeme do mercado forográfico analógico.
• •CUCK DA FOTOGRAFIA NA INTERNET •
FOTÓGRAPHOS • 58
MUNOO FOTOGRÁFICO
PMA 2006Exposições
Empresas lançam produtos na PMA 2006Empresas como a Fuji, Kodak, Pana
sonic e Olympus, mesmo dianre da crise
do mercado fotográfico, apresenraram no
vos produtos na Phoro Marketing Association (PMA), ocorrida enrre os dias 26
de fevereiro e 10 de março, em Orlando,Plórida (EUA).
A Fuji lançou três produros voltados
exclusivamenre para o mercado de foro
grafia analógica: um papel forográfico edois filmes cromos (o Provia 400X Pro
fessional, indicado para moda e rerraros,
e o FujiChrome T64 Professional - pró
prio para a luz de tungsrênio -, indicado
para arquiretura, inreriores e situações
com pouca luz).
Na área digiral, a Fuji mosrrou as câmeras: A400, A500 e V10.
A Kodak veio com câmeras digitais,
papéis fotográficos e tecnologia para
quiosques duranre a feira.
Na parte de câmeras digitais, foram lan
çados os modelos V630 (6.1 megapixels),
C643 (6.1 megapixels), C533 (5 megapi-
xels) e Z612 (6 megapixels).
A Olympus apostou emnove modelos novos, com
destaque para a Evolt E-330,
primeira reBex digital do mer
cado que permite visualizar a imagem no
monitor LCD antes da captura, o que só
era possível em modelos compactos.
A Panasonic apresenrou sua primeira
SLR digita!, a DMC-Ll. Com design no
estilo Leica, esse modelo possui dial deconrrole da velocidade do obturador na
parte superior do corpo e anel de ajuste
da abertura do diafragma junto à objeti
va. Simultaneamenre, a Leica apresentoua D Vario-Elmarit 14-50 mm (f/2.8-3.5),
uma objetiva desenvolvida especificamen
te para o uso em câmeras digitais, compatível com a DMC-Ll.
No total, foram mais de 90 lançamen
tos, enrre máquinas digitais compactas e
profissionais, sofrwares de tratamento de
imagens, impressoras, projetores, lentes eacessórios diversos.
A História de Um Olho, por Ivan Cardoso
Nessa exposição, o cineasta e fotógrafo IvanCardoso apresenta 15 imagens em P&B, feitasduranre gravaçõesde filmes dirigidos por JúlioBresSane,na década de 70.
Até 29 de março, no Espaço CulturalVisual Arrs, no Shopping Downtown, Barrada Tijuca (RJ).• Informações: (21) 2494-5250.
Orlando Azevedo expõe em São Paulo
A Leica Gallery de São Paulo apresenta, atéo dia 31 de março, a exposição Sudarium, dofotógrafo curiribano Orlando Azevedo.
A mosrra uaz 30 fotografias em P&B, realizadas desde os anos 80 aré 2004, em paísescomo França, Portugal e Brasil.
De segunda a sexra, das 12 às 18h; aosdomingos, das 12 às 16h30.• Endereço: Rua da Mata, 70 - Iraim Bibi- São Paulo - SP.
Erótica - O Sentido da Arte na Fotografia
A mostra que reúne diversos trabalhos dearte, inclusive fotografia, e rem como rema oerotismo fica no Centro do Rio de Janeiro aréo dia 30 de abril.
• Informações: (21) 3808-2020.
livro
Impressoras fotográficas da Samsung
Livro retrata principais cidades do mundo
Exposição traz os refugiados para SP
A forógrafa brasileira Marie Ange Bordasapresenta, na exposição Mulrimídia, 22 imagens que retratam a angústia dos refugiadosimpossibilitados de voltar à sua rerra naral. Asfotografias foram feitas na África do Sul, naFrança e no Quênia.• Informações: (l1) 3107-0498 / 3258-2122.
Guapos Cubanos no MIS de São Paulo
A exposição Guapos Cubanos, do fotógrafoManuk Poladian,aconteceaté o dia 9 de abrilno
Museu da Imagem e do Som de São Paulo.A mosua reúne 90 imagens sobre o cotidia
no do povo cubano.• Informações: (l1) 3062-9197.
Seres da Noite, na Consigo
O forógrafo André Srefano apresenta aexposição Seresda Noire. A mostra está aberraà visiraçãoaré 10 de abril, no Salãoda FotografiaConsigo, na Rua Conselheiro Crispiniano, 105- 10 andar - Centro de São Paulo - SP.
• Informações: (11) 3214-2660.
Exposição em Paraty
A galeria Zoom, de Paraty (RJ), vaipromovet de 7 de abril a 21 de maio, uma exposiçãocom 30 imagens de Walter Firmo, além de umworkshop com o fotógrafo.• Wormaçóes: [email protected].
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~""~ .. ["
;- ~,; ~~.~.. "t!, ~ ;
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Editado pela Fotográfica, Comunica
ção e Editora Ltda., o livro possui 189 pá
ginas e traz 177 imagens. Preço: 50 reais.
A Samsung passou a comercializar, em sua linha de
impressoras fotográficas coloridas, as impressoras com
pactas SPP-2040 e SPP-2020, que podem ser direta
menre conectadas às câmeras fotográficas.
• Preços: SPP-2040, R$1.499; SPP-2020, R$1.l99.
Impressão
o livro Sudarium, de Orlando Aze
vedo, traz fotografias em P&B que esta
belecem uma ligação enrre a arte de fo
tografar, a poesia e a música nas viagens
feitas pelo fotógrafo, enrre 1980 e 2004,no Brasil e no exterior.
Apaixonado pela profissão, OrlandoAzevedo resume a sua obra: "Gosto da fo
tografia perturbadora e transgressora, mas
estou fora dessa fotografia transviada que,cada Vf:Z mais, me diz menos."
FOTÓGRAPHOS • 59
KOOAK P880
PARA FOTOGRAFAREQUIPAMENTOS E SERViÇOS FOTOGRÁFICOS.
Algumas funções (flash, ISO, modo de
exposição, white balance) podem ser acionadas diretamente através de botões locali
zados próximo ao monitor de visualização,
que possui bom tamanho (2,5 polegadas)
e resolução de 237 mil pixels.
Para os iniciantes do mundo digital,a Kodak acertou em cheio ao adicionar
instruções on-line no monitor conformeos comandos vão sendo selecionados. E,
como a P880 possui opção para menu
em língua portuguesa, a operação fica
ainda mais fácil, mesmo para quem nunca
utilizou uma câmera digital.
Os controles fotográficos (abertura,
velocidade e modos automáticos de expo
sição) são de fácil manuseio, assim como
o zoom 5.8x de ágil operação - por ser
manual e não eletrônico -, o que confere
maior rapidez e precisão na hora de fazer
o enquadramento. O fotômetro da câmera
funcionou corretamente em praticamente
todas as fotos, mesmo em situações críticas,
como na contraluz, por exemplo.
O foco pode ser utilizado tanto nomodo automático como no manual (neste
caso, através de um anel na objetiva, loca
lizado excessivamente próximo ao corpo
da câmera, o que dificulta a sua utilização,
principalmente para quem possui mãos
grandes). O foco, aliás, representou um
dos principais pontos fracos desse modelo
em nossa análise: em condições de pouca
luz ou com a objetiva na posição tele (140
mm), ele se apresentou lento e falhou em al
guns momentos. O modo macro é um tanto
complexo e não muito eficiente (a aproxi
mação máxima é de 5 cm, de acordo com
o manual da câmera). O disparo também se
mostrou lento em algumas oportunidades,
talvez por conta do foco que ainda estava
"caçando" o melhor ponto.
Com design bastante atraente, a P880 se destaca pelaobjetiva Schneider 24-140 mm incorporada ao corpo.
RECURSOS
Equipada com uma objetivaSchneider-Kreuznach 24-140
mm (equivalente em formato 35mm) e com senso r CCO de 1/1,8
polegada, a P880 é capaz de pro
duzir imagens com boa reprodução
de cores e resolução. Uma grande
vantagem da P880 é gerar arquivos mais
"limpos" e com ótima nitidez, uma vez
que há pouco processamento na imagem
capturada pelo sensor.
Nos testes realizados pela Fotógraphos,
as fotos apresentaram alta definição em
todas as posições da objetiva, desde 24
mm até 140 mm. Sem dúvida, o conjunto
qualidade óptica e senso r é um dos prin
cipais destaques desse modelo.
Outro item que chama a atenção
na P880 é a facilidade de operação.Os menus são bastante intuitivos e
um joystick - localizado na partetraseira da câmera e ao alcance do
dedo polegar - facilita bastante a
navegação pelos comandos.
Recentemente, a Kodak lançou duas
câmeras da sua linha EasyShare,
focadas principalmente no merca
do de fotógrafos amadores avançados e
profissionais: a P850 e a P880.
Embora os dois modelos possuam
preços similares e algumas características
em comum, a P880 se destaca pela objetiva
grande-angular de 24 mm incorporada ao
corpo - incomum em câmeras desse nicho
- e pela elevada qualidade das imagens.
Esses lançamentos, mais especificamente o do modelo analisado nesta
coluna, marcam a entrada da Kodak no
mercado prosumer em grande
estilo. Vejamos o porquê:
Kodak
Conheça a prosumerde 8 megapixelsque está recheada comrecursos sofisticados.
P880
FOTÓGRAPHOS • 60
A P880 saiu-se muito bem tanto em
fotos produzidas em estúdio como em fotos
externas. Na foto acima, exposição de
1/500s efl8, ISO 100.
Quanto à construção, o corpo daP880 é feito de plástico resistente epossui um design bastan te atraente.À primeira vista, pode ser facilmenteconfundida com uma SLR digital maiscompacta. Apesar de a lente não serintercambiável e isso significar umacerta limitação no quesito expansibilidade. Essa caracterítica apresenta umagrande vantagem: o sensor não ficaexposto à poeira e não exige limpezasesporádicas, um inconveniente queatinge as DSLRs.
A presença de contato PC para sinctonismo e também de sapata de flash TTL- além do flash embutido - faz da P880
uma ótima opção para quem precisa deum equipamento versátil, capaz de produzir boas imagens tanto em ambientesexternos como em estúdio.
A bateria, que vem com o carregador,apresenta boa duração. Ela suporta aproximadamente 320 fotos e leva cerca de 3
horas para ser recarregada por completo.
CONCLUSÃO
A P880 surpreendeu positivamenteno teste realizado pela Fotógraphos. Aqualidade das imagens proporcionadapelo conjunto óptico e sensor é, semdúvida, uma das principais vantagensdesse modelo.
Fotografar com a P880 é fácil e bastante intuitivo, o que deve agradar bastanteaos novatos do mundo digital. Mas essasfacilidades não significam que ela nãoseja indicada para fotógrafos avançados- amadores ou profissionais. Muito pelocontrário: a P880 está recheada de recut
sos sofisticados, como possibilidade decaptura em formato RAW',histograma edados de exposição, ajustes automáticose manuais de foco e exposição, função"brilho e sombrà' (que mostra as áreas sube superexpostas nas fotos), entre outros.
A verdade é que a Kodak "acertou amão" no desenvolvimento desse produto,que chega ao mercado brasileiro com umpreço bastante competitivo, principalmente pelas qualidades que oferece: R$2.999 (preço sugerido pelo fabricante).Trata-se de mais uma boa opção disponível para o consumidor.
A qualidade óptica é um
dos destaques da P880, que
gera imagens com exceLente
definição e ótima reprodução
de cores.Ao Lado,foto feitaem ISO 50, com abertura
fl8. No detaLhe, os ruídos
são imperceptíveis graças à
quaLidade do sensor.
FOTÓGRAPHOS • 61
KOOAK psso
Ficha Técnica - Kodak P880
• Sensor: CCD. 1/1 ,8 polegada.
• Resolução efetiva: 8 megapixels.
• Tamanho das imagens (em pixels):
3.2q4 x 2.448 (8 MP); 3.264 x 2.176(7.1 MP); 2.560 x 1.920 (5 MP); 2.048 x1.536 (3.1 MP); 1.024 x 768 (0.8 MP).
• Armazenamento: RAW, TIFF e JPEG.
• White Balance: automático, luz do
dia, tungstênio, fluorescente, nublado,sombra, pôr-do-sol. customizado e
modo de compensação.
• Sensibilidade: ISO 50-400 e 800-1.600
(disponível apenas em 0.8 MP).
• Monitor lCD: 2,5 polegadas,
115 mil pixels.
• Obturador: velocidades de disparo de1/2s a 1/4.000s (automático) ou 16s a1/4.000s + bulb (manual).
• Zoom óptico: 5.8x, equivalente a24-140 mm.
• Zoom digital: 2x
• Abertura (máx.): f/2.8-4.1 até f/8.
• Foco: AF normal, contínuo, movimento,
paisagem, macro e manual.
• Modos de exposição: 18 programas.
Dentre eles automático (P), prioridadesde velocídade e abertura (5) e (A) e manual (M).
• Modos de cor: colorido (alta, baixa e nor
mal), sépia e P&B. Possui, também, três
ajustes para nitidez e contraste.
• Memória: Secure Digital (SD) e Mu~i MediaCard(MMC).
• Memória interna: 32 MB.
• Saída: USB 2.0.
• Bateria: Lithium-Ion recarregáveí (carrega
dor incluso) e battery pack opcional.
• Medidas: 116 (C) x 97 (A) x 91 (U mm.
• Peso: 515 g (com a bateria).
• Preço médio: R$ 2.999 (sugerido
pelo fabricante)
Equipamentos FUJI S9500
FLASH
A presença de contato PC para cabode sincronismo faz da 59500 uma excelen
te opção para quem trabalha com flashesde estúdio ou externos.
O sincronismo do flash é surpreen
dente, atingindo velocidade de obturadorde até 1/ 1.000s. Essa característica é
muito útil para fotos em que se pretende
utilizar a técnica de flash de preenchimen
to (fill-flash), trabalhando com maiores
Photoshop não resolvam. Aliás, esses ajus
tes são necessários em praticamente todas
as imagens geradas pelas câmeras digitais
disponíveis no mercado.
O modelo testado oferece a opção para
captura em arquivos formato TIFF, JPEGe RAW, embora não venha com o software
necessário para fazer a conversão deste
último padrão para TIFF ou JPEG. Isso
significa que, para aproveitar os benefícios
de trabalhar com arquivos RAW, o usuário
deverá fazer uso de um programa como
o Camera RAW, plug-in para Photoshop,
capaz de fazer a conversão.
No que diz respeito aos controles
fotográficos, a 59500 é fácil de mane
jar e oferece, ainda, a possibilidade de
ajustes manuais de exposição, de foco
e até de zoom, ideal para quem deseja
imprimir um estilo mais criativo às fotos.
A navegação dos comandos via menu,
entretanto, apresentou-se um pouco
complicada, problema que poderia seramenizado caso houvesse a alternativa de
navegação em língua portuguesa (obs.:as câmeras comercializadas oficialmente
pela Fuji no Brasil vêm acompanhadasde manual traduzido).
Na prática, a 59500 apresentou rápido
tempo de captura, aspecto positivo para
quem procura uma câmera para fotografar
temas de ação, como esportes, ou para
fotojornalismo, por exemplo. Os ajustes
automáticos de exposição e de foco mostraram-se bastante eficientes, mesmo em
situações de pouca luz.O monitor de visualização, com
tamanho de 1,8 polegada, é articulado e
pode ser ajustado ao gosto do usuário (só
não gira para a frente), uma facilidade
a mais para composições com ângulosdiferenciados de tomada. O visor é ele
trônico (235 mil pixels) e oferece 100%de cobertura.
Com design atraentee semelhante ao de uma
5LR, a 59500 possui
flrmato anatômico. Ozoom manual - e não
eletrônico, como nosmodelos anteriores da
linha -, torna a tarefa de
enquadramento muito
mais fileil e rápida.
RECURSOS
Com resolução de 9.1 megapixels, a
59500 apresenta um grande número de de
talhes nas imagens, para uma compacta.
Utilizando um pequeno, mas eficiente
senso r CCD de 1/1,6 polegada,
ela garante bons resultados mesmo
com regulagens 150 mais elevadas,
graças a um redutor de ruídos incor
porado à câmera.
A objetiva, uma Fujinon 6,2--66,7
mm (equivalente a 28-300 mm no
formato 35 mm) é de alta qualidade
e compõe um bom conjunto com o
sensor, embora, em alguns casos deluz crítica (como em áreas de contraste
excessivo, por exemplo), seja perceptí
vel a presença de pequenas aberrações
cromáticas, com pixels "amagentados"
- problema também conhecido como
purple jringing.
Nas fotos produzidas pela Fotógraphos
para o reste, o registro das cores mostrou-seexcelente, com os tons tendendo levemen
te para o azul em algumas imagens.
Nada que ajustes corriqueiros no
Apoiada no sucesso comercial dafamília Finepix "5", que nasceu
com a 56900, de 3 megapixels, e
cresceu com os lançamentos de modelos
sempre muito bem aceitos, como o 57000
e o 55200, a Fuji lançou, há alguns meses,a 59500 (também comercializada como
59000z em alguns lugares).Pelas suas características, a 59500 é
considerada uma câmera prosumer, ou
seja, um equipamento compacto com
recursos avançados, encontrados normal
mente em câmeras 5LR digitais.
A ótima resolução de imagem ofereci
da e a objetiva zoom de longo alcance são
apenas algumas das qualidades que essa
câmera possui, como veremos a seguir.
Fuji
89500De olho no mercado
profissional, a Fujiaumentou a família
Finepix. Saiba mais.
FOTÓGRAPHOS • 62
A Riguardare - Scuola di Fotografia e
a revista Fotógraphos prepararam um
workshop exclusivo, em Campos do
Jordão, para o feriado de 1° de maio.
Aproveitando o início do outono e as atra
ções da cidade, será montado o workshop
de Fotografia Editorial para os alunos
aprenderem a desenvolver, com formato
editorial, trabalhos fotográficos que abor
dem os mais variados temas: problemas
sociais, natureza, arquitetura, trabalhado
res da cidade, personalidades, bastidores
das cozinhas, hotéis e muito mais,
Fotographos<Jt>Rfmc1lJ:~"'~;{;';ó'%{~it(~
• Zoom óptico: 10.7x, equivalente a 28-300 mm.
• Obturador: velocidades de disparo de30s a 1/4.000s.
• Monitor LCD: 1,8 polegada, 118 mil pixels.
• Self-timer: de 2 a 10 segundos.
• White Balance: auto, fine, sombra, luz
fluorescente (luz do dia), luz fluorescente
("quente"), luz fluorescente ("frio"), luzincandescente, custom (calibrado customi
zado, com iluminação ambiente ou flash).
• Armazenamento: CCD-RAW, JPEG,
EXIF 2.2, DCF e DPOF.
• Sensibilidade: ISO automático e manual
em 80,100,200,400,800 e 1600
• Tamanho das imagens: 3.488 x 2.616;3.696 x 2.464 (3:2); 2.592 x 1.944; 2.948
x 1.536; 1.600 x 1.200; 1.280 x 960; 640x 480.
• Sensor: SuperCCD, 1/16 polegada.
• Resolução efetiva: 9.1 megapixels.
Ficha Técn ica - Fuji 59500
o contato PC é um importante recurso
presente na Finepix 59500. Foto da
modelo Gisele Paína, usando três cabeças
de flash de estúdio de 400 watts.
aberturas de diafragma ou em condiçõesde luz muito intensa.
Além do contato PC, a 59500 possuisapata que possibilita o uso de flashesde outras marcas (a Fuji não fabricaflashes dedicados). Uma proteção contrasobrecarga de tensão elétrica garante autilização também de modelos de flashes mais antigos, uma boa vantagem.De acordo com o manual da câmera, o
flash embutido possui alcance de até 5,6metros, com a objetiva na posição 28 mm.Apesar da potência limitada, ele podeservir como "quebra-galho" em algumassituações emergenciais.
CONCLUSÃOA 59500 provou ser um modelo ama
durecido de um projeto já consagrado dafamília Finepix, a linha 5.
Embora o custo (R$ 4.399 - forneci
do pelo fabricante) possa ser consideradoum pouco elevado para a realidade demuitos consumidores brasileiros, trata-sede uma câmera com ótimos recursos e
pode atender perfeitamente tanto amadores avançados como os profissionaisque não dispõem de muito capital paracomprar uma D5LR, por exemplo.
Pela qualidade e pelos recursos oferecidos, a 59500 é, sem dúvida, uma forteconcorrente nesse nicho de mercado. _
• Zoom digital: 2x.
• Abertura (máx.): f/28-4.9.
• Foco: AF normal, contínuo e manual.
• Modos de exposição: auto, manual,
programado, prioridades de velocidade,
modos programados e bracketing.
• Modos de cor: padrão, cromo e P&B.
Possibilita ajuste do contraste, da nitidez
e da saturação.
• Memória: compact flash (I e 11) e xDPicture Cardo
• Número-guia (flash): 5,6 m (18,3 ft) e 6 m.
• Memória interna: não possui.
• Saída: USB 2.0.
• Bateria: 4 pilhas pequenas M.
• Medidas: 128 x 93 x 129 mm.
• Peso: 745 g (com a bateria).
• Preço médio: R$ 4.399.
FOTÓGRAPHOS • 63
• D, saida dia 28 de abril (sexla-feira) e
retorno em 1° de maio (segunda-feira).
24 horas (18 horas em
Campos do Jordão e 6 horas na Riguardare).
700 reais por pessoa, com o workshop;
450 reais por pessoa, sem o workshop.
em até 4 parcelas.
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da manhã pré-encontro para orientações gerais
pás-encontro para avaliação e edição do ma
terial folográfico ampliação 20 x 30 cm das 12
melhores folos para formação de porlfálio certi
ficado de participação.
A Fotógraphos, em sua edição
de julho de 2006, publicará uma matéria especial
sobre Campos do Jordão, em que será ulilizado o
material produzido no workshop.
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FOTÓGRAPHOS • 64
CARTASDOS LEITORES
DOS LEITORES
Agradecemos a cada um de vocês pelo carinho e
atenção que temos recebido. Continuem participando,
enviando suas mensagens por carta ou e-mail.
Envie sua mensagem para o e-mail: cartJJsOfotograplJos.com.broupelocorreio:Av.Brigadeiro Faria Lima, 1.768, cj. 7B, Jardim Paulistano, CEP 01451-909, São Paulo ISPl.
DEPOIS DE RETOR
NAR das férias, fui àbanca e lá encontrei a 6'
edição! É sempre grandea satisfação de encontrar mais uma edição daFotógraphos na banca econstatar que, apesardos sacrifícios e dasdificuldades de manter
uma revista especializada, a Fotógraphos estáganhando, a cada edição, mais credibilidadee leitores. Continuem nessa linha e tudo queposso desejar para vocês neste 2006 é muitasorte, prosperidade e sucesso, consolidandodefinitivamente essa revista com a qual jásimpatizo tanto.Leandro Chaves - Campinas (SP)Editor: Para nós, da Fot6graphos, também é
sempre um grande prazer colocar mais uma edi
ção nas bancas, apesar das dificuldades que você
mesmo mencionou. O apoio que temos de nossos
leitores é realmente algo que nos impressiona a
cada dia e que tem sido fUndamental para nossa
consolidação no mercado. Agradeço sua mensa
gem e desejo a você e a todos os leitores um 2006
com muita paz, sucesso e, claro, muitas jàtos!
ERRATA Ao contrário
do que foi publicadona matéria sobre o Rio
de Janeiro, a foto aolado não foi produzidapor Nelson Ricciardi,e sim pelo fotógrafoFlavio Veloso.
SOU LEITOR da Fotógraphos desde aprimeira edição e parabenizo-os pelasreportagens excepcionais e dicas superlegais sobre como tirar o máximo proveito da arte da fotografia. Mas, ao ler amatéria Por Dentro da Luz (6' edição),notei uma pequena "escorregadela" sobreo baile que ocorreu no palacete da Ilha
QUERO PARABENIZÁ-LOS e agradecê-Iospela qualidade, conteúdo nas entrevistas, nasreportagens e a seriedade com a qual tratamos diversos assuntos. Confesso que, comoprofissional da fotografia, sentia falta de ummaterial desse nível, que me fizesse reler várias vezes e desejar a próxima edição. Tenhoaprendido muito e espero que, em breve, vocês consigam se estruturar para nos oferecera possibilidade de fazer uma assinatura paranosso estúdio. Grande abraço.Warlem Soares - Vit6ria (ES)
Editor: Estamos nos estruturando para oftrecer
o serviço de assinaturas em breve, pois, ftliz
mente, temos recebido muitos pedidos de nossos
leitores. Agradeço seu apoio e interesse.
GOSTO MUITO da revista Fotógraphos egostaria que ela fosse mensal. Sugiro que coloquem na capa os meses a que se refere cadaedição, assim fica mais fácil para quem, comoeu, coleciona saber em um futuro próximo(ou talvez nem tanto) quando aqueles produtos que aparecem na revista foram lançados.Gostaria, também, de saber se a revista chegaa todos os Estados brasileiros.
Giancarlo Portella (por e-mail)
Fiscal. De fato, o dito baile aconteceu
no dia 9 de novembro, só que foi noano de 1889. D. Pedro 11, aliás, era um
apaixonado por fotografia deixando,inclusive, seu acervo para a BibliotecaNacional. Um abraço e parabéns pelosucesso da Fotógraphos.Rui Cruz Pacheco (por e-mail)Editor: Rui, realmente o ano correto é
1889, e não 1989 como jài publicado. Por
um número, quase mudamos a história do
País. Jd imaginou um encontro entre D.
Pedro JJ e Fernando Collor de Mello, presidente eleito em 1989? Se realmente acon
tecesse, não seria apenas o muro de Berlim
que cairia naquele ano, não é? Agradeço
sua colaboração e seu apoio.
Editor: A partir da presente edição (7"), esta
mos colocando os meses de circulação na capa,
para resolver essa questão de exemplares anterio
res que ainda se encontram à venda. Quanto àdistribuição, a Fotógraphos é, sim, distribuída
em todos os Estados do Brasil. Abraços.
QUERIA ESCLARECER uma dúvida: há al
guma possibilidade de, a médio ou longo prazo, o filme 35 mm (negativo ou positivo) deixar de ser fabricado para dar lugar definitivoà foto digital? Se houver, para mim será o fim,pois não consigo me render à fotografia digital. Seria ótimo se os filmes pudessem continuar no mercado. Nada como bater "aquela"foto e ficar na expectativa da revelação paraver o resultado, além, é claro, de poder exercer a técnica e a arte da fotografia sem ter deficar confiando na tecnologia digital que játraz quase tudo pré-programado.Luzimar de Oliveira Pinto (por e-mail)Editor: Embora alguns jàbricantes defilmes jàto
grdficos tenham deixado o mercado (leia-se Agfa
e Konica Minolta), acredito que a película ainda
tenha longa vida. Como também adoro jàtogra
jàr com filme, também fico na torcida para que
ele sobreviva por muitos anos.
QUERO AGRADE
CER pelo brinde epela publicação deuma das minhas
imagens na seçãoGaleria! Recebi vá
rios e-mails.muita
gente comentando ...Grande divulgaçãodo meu trabalho!
Gilberto Junior- Rio Claro (SP)Editor: J!. um prazer poder retribuir um pouco
desse carinho que recebemos de vocês, leitores.
Estimular a jàtografia para nós é, além de um
imenso prazer, uma das missóes a que nos pro
pomos! Que o seu exemplo seja seguido pelos
outros leitores, afinal, a Galeria estd aí paraisso mesmo! Abraços.
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A FOTOGRAFIA COMO PROFISSÃO
A fotografia como profissãopor Armando Vernaglia Jr., texto e foto
Tenho recebido algumas sugestõesde temas para esta coluna. Dentre
esses pedidos, muitos querem queeu escreva sobre como é ser fotógrafo,como é viver disso, o mercado, a facili
dade ou a dificuldade de conseguir trabalhar com fotografia.Acho que é um bomtema e resolvi atender
aos pedidos. Alémdisso, ele tem uma
grande relação com omeu tema preferido,que é o "Tá estressado, vá fotografar".
Imagino que muitos fotógrafosque elege
ram a fotografia comohobby tenham o sonho,ou mesmo o objetivo,de tornar a paixão em
ganha-pão. Isso é natural, afinal queremosganhar dinheiro e fazer o que gostamos.
É difícil dizer se viver da fotografia é
algo bom ou ruim, seria muito simplista.Se você pergunta isso para mim num diaem que um cliente atrasou o pagamento,que a gráfica destruiu as cores de uma fotoimportante ou naquele dia em que o cliente mais chato ligou para reclamar do valordo orçamento e eu ainda tinha mais umas
três reuniões pela frente, aí, meu amigo,diria que viver disso é um inferno.
Por outro lado, há aqueles dias em
que o orçamento é aprovado, a gráficafaz um trabalho belíssimo, o gerente dobanco liga dando boas notícias e eu tenho fotos lindas e interessantes para se
rem feitas ao longo do dia. Nesse caso, sóposso dizer que ser fotógrafo é padecerno paraíso.
Esses dias e situações se alternam,
formam marés e chegam como as ondas,variadas e inconstantes. E, no fim de
tudo, podemos ter uma média positiva
ou negativa. Mas, seja qual for o saldo,ainda sobra um orgulho difícil de explicar,
que está no fato de trabalhar com aquiloque escolhi, de fazer o que gosto, e issosempre pesa na hora de fechar a conta.
Posso falar também do mercado. Da
maneira como vemos nos noticiários, a
palavra mercado parece-nos representar um monstro verde, devorador de
dinheiro e de pessoas; mas, na verdade,o mercado é tudo o que temos à nossavolta. São pessoas casando e precisandode uma bela recordação desse momentoúnico. Jovens modelos querendo mostrar a cara no mundo da moda. Gran
des, médias, pequenas e microempresas
precisando de fotos de seus produtos eserviços. Uma natureza esplendorosaprecisando ser mostrada ao mercado deturismo. Shows, festas e eventos precisam ser registrados em fotos, sem nos esquecer dos fatos diários retratados pelos
fotojornalistas, os batizados, as festas dequinze anos, as documentações botânicas, enfim, o mercado é quase infinito emuito bom.
Entretanto, o tal mercado é bom e
gentil com quem quer tabalhar duro,muitas horas por dia; com aquele que
FOTÓGRAPHOS • 66
estuda sempre, sem nunca parar, com
dedicação, e que nunca desiste de seussonhos e objetivos. O mesmo mercado
pode ser um pouco rude para quem nãoé tão insistente e dedicado. Isso é assim
em todas as profissões, não seria diferen
te com a fotografia.Não existe um ca
minho cerro para entrar no mercado, sãomuitas áreas com de
talhes específicos emcada uma, porém existe o caminho errado,
que é o caminho dodespreparo, da preguiça, do improviso in
conseqüente, da faltade ética com clientes
e com seus colegas deprofissão. Agora, tendo ética, estudo, dedi
cação, conhecimento,
equipamentos adequados e muita forçade vontade, o caminho cerro aparecerácom naturalidade.
Outro dia, vivi isso tudo de forma
mais presente, quando meu assistenteconseguiu um bom emprego num grande laboratório fotográfico, após um anotrabalhando comigo, contratei dois no
vos assistentes, dois novos profissionaischeios de sonhos e objetivos, entrando nomercado. Nessas horas, vejo que, além detrilhar o meu caminho, estou ajudando
alguns jovens profissionais a trilhar osseus e, assim, o mercado vai seguindo.
É por essas e outras que, parafrasean
do um adesivo que vejo em alguns carros, posso dizer com orgulho: "Sou felizpor ser fotógrafo". •
Armando Vernaglia Ir. éfotógrafo publicitário
e profissor de fotografia na escola Riguardare,
em São Paulo. Seu trabalho pode ser visto em
seu site: www.spimagens.com.br.
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