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Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina Departamento de Saúde Comunitária Saúde Comunitária – ABS4 2015.1 TÍTULO EM CAIXA ALTA (CORPO 14, CENTRALIZADO E EM NEGRITO, NÃO EXCEDENDO 10 PALAVRAS). Carrel Lima Xavier Gabriel Silva Lima Liandra Rayanne de Sousa Barbosa Lucas Anderson Oliveira Guimarães Maurício Yukio Ogawa Rayanne Viera Cristina Yan Mendonça Magalhães Introdução: A relação da medicina com o espiritual, o sagrado, vem das mais antigas sociedades. Os "primeiros médicos", por assim dizer, confundem-se com as figuras dos sacerdotes e xamãs, numa época em que as doenças eram tratadas como situações místicas. Esse modelo, mesmo com o desenvolvimento científico, manteve-se forte até o século XX, quando os avanços na área da microbiologia e saúde causou uma nova leitura das causas das

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Universidade Federal do CearFaculdade de MedicinaDepartamento de Sade ComunitriaSade Comunitria ABS4 2015.1

TTULO EM CAIXA ALTA (CORPO 14, CENTRALIZADO E EM NEGRITO, NO EXCEDENDO 10 PALAVRAS).

Carrel Lima XavierGabriel Silva LimaLiandra Rayanne de Sousa BarbosaLucas Anderson Oliveira GuimaresMaurcio Yukio OgawaRayanne Viera CristinaYan Mendona Magalhes

Introduo:A relao da medicina com o espiritual, o sagrado, vem das mais antigas sociedades. Os "primeiros mdicos", por assim dizer, confundem-se com as figuras dos sacerdotes e xams, numa poca em que as doenas eram tratadas como situaes msticas. Esse modelo, mesmo com o desenvolvimento cientfico, manteve-se forte at o sculo XX, quando os avanos na rea da microbiologia e sade causou uma nova leitura das causas das doenas. notvel a influncia do desenvolvimento cientfico no distanciamento entre espiritualidade e medicina, o sucesso da teraputica bioqumica, aliada a uma nova viso sobre a doena como sendo um desequilbrio bioqumico, marginalizou a viso "mgica" sobre as doenas e a prpria cura. A Espiritualidade , antes de tudo, uma das esferas de constituio da personalidade individual. Influencia o psiquismo, a cultura, a vida das pessoas, seja pela sua presena, seja pela sua ausncia. Sendo o indivduo o enfoque da Medicina, nada mais condizente que tudo aquilo ligado a sua constituio seja estudado por ela. Assim, todos os fatores ligados sade (cultura, psiquismo, sociedade...) devem ser considerados no tratamento de uma pessoa.Nessa perspectiva, emerge a necessidade de distino do conceito de Espiritualidade e de Religio. Deve-se ressaltar que eles no necessariamente se entrelaam, visto que pessoas espiritualizadas podem no ser religiosas, e o contrrio tambm vlido.A espiritualidade se refere a uma questo de natureza pessoal para a compreenso de respostas a questes fundamentais da vida, podendo (ou no) levar ou resultar do desenvolvimento de rituais religiosos. (Moreira-Almeida et al, 2006). Logo, percebemos que a espiritualidade trata-se de um universo bem complexo, definido como uma propenso humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangvel (entidade superior, sem necessariamente ter um embasamento religioso).A religio uma das dimenses da Espiritualidade, consistindo em um sistema organizado de crenas, dogmas, estruturas morais, prticas, rituais e smbolos destinados a facilitar a proximidade do indivduo com o sagrado ou o transcendente. (Koenig, McCullouhh & Larson, 2001). Em suma, trata-se de uma doutrina seguida por uma comunidade, que utiliza esse corpo de ideias como distino para as demais comunidades. Vrias pesquisas j demonstram a Espiritualidade como aspecto importante no tratamento e recuperao de doenas. Koenig et al. (1997) j demonstraram que pacientes com uma Espiritualidade mais desenvolvida apresentavam menores propores de respostas inflamatrias, sendo esse um fator protetor contra o desenvolvimento de doenas, por exemplo, as cardiovasculares, a depresso e o Alzheimer. Anos depois, em 2004, Lutgendorf et al. evidenciariam, numa pesquisa de 12 anos de seguimento, a reduo da mortalidade e da produo de fatores inflamatrios em adultos idosos, com prticas religiosas regulares de no mnimo uma vez por semana. Um dos momentos em que a Espiritualidade apresenta grande significado no ps-diagnstico de cncer, o qual causa um grande impacto na vida de seus portadores e de familiares (Carvalho, 2002). Para conseguir lidar com a notcia, as pessoas adotam diferentes estratgias que as possibilitam enfrentar a situao. E isso inclui em diversas vezes a utilizao da religiosidade e espiritualidade como subterfugio para acalmar as mentes atormentadas com a grave notcia.Nesse contexto, as estratgias de enfrentamento tm como foco no problema em si ou nas emoes causadas por ele. O enfrentamento baseado no problema constitui-se de estratgias mais ativas, relacionadas ao tratamento. J o enfrentamento baseado nas emoes tem como principal estratgia a interveno nos diversos distrbios emocionais causados pelo problema. Ento a religiosidade e a espiritualidade so boas estratgias para um enfrentamento de situaes bastante difceis e que demandem uma resilincia bem mais elevada. A religiosidade e espiritualidade so aliadas muito importantes para pessoas que se encontram em quadros de enfermidades bastante graves (Fleck, Borges, Bolognesi & Rocha, 2003), principalmente se a doena causar vrios impactos que sejam significativos na qualidade de vida ou que impossibilitem a realizao de tarefas dirias simples. A associao entre Religiosidade e a reduo da mortalidade tem vrios mecanismos efetores. Esses mecanismos foram vistos como meios indiretos atravs dos quais a Espiritualidade traria melhorias na qualidade de vida do indivduo. Tais resultados foram associados a mudanas de comportamento de risco, por parte dos pacientes com prticas religiosas: esses pacientes interromperam o tabagismo, aumentaram as prticas esportivas, aumentaram o suporte social e mantiveram seu estado matrimonial.Outros exemplos disso so os trabalhos de Moreira-Almeida et al. (2006) que mostraram a relao positiva entre bem-estar psicolgico (satisfao com a vida, afetividade, menor pensamentos suicidas e depressivos) e envolvimento religioso, concluindo que a religiosidade est ligada a melhor controle da ansiedade/estresse e adoo de hbitos de vida saudveis, o que explicaria, de outro modo, a j citada, menor tendncia a doenas cardiovasculares dos pacientes religiosos.Pode-se concluir, portanto, que a introduo da Espiritualidade nas prticas de promoo e recuperao da Sade indispensvel. Destaca-se a a necessidade de se estudar ainda melhor essa integrao, para que se possa ter maiores subsdios para efetiv-la na prtica. Deve-se entender o doente em toda sua totalidade, e compreender de forma correta a maneira como cada um lida com sua doena, entendendo a relao da espiritualidade/religiosidade com um ganho substancial na qualidade de vida. necessrio que o estudante entenda que para muitas pessoas o cuidado religioso e espiritual parte importante da vida diria e, por conta disso, dos assuntos relacionados sade. Entender isso remete ainda a um conceito bsico em formao mdica, a empatia, caracterstica imprescindvel para uma boa prtica mdica. Mdicos precisam ter compaixo e empatia no cuidado com o paciente. importante "compreender a dimenso espiritual do paciente, se h qualquer relao com o processo de adoecer do mesmo, assim como se o paciente se utiliza de sua crena como instrumento de esperana para a terapia." (Puchalski, 2001).Existem, segundo Ross, trs componentes na espiritualidade que so muito frequentes na prtica mdica: necessidade de encontrar razo e preenchimento na vida, necessidade de esperana/vontade de viver e necessidade de ter f em si mesmo, nos outros e em Deus (Roos, 1995). So necessidades essenciais, que se no correspondidas, podem causar desespero e depresso.Outrossim, em relao a outros temas da rea de Sade, ainda existe pequeno volume de conhecimento produzido no que tange espiritualidade e cura. O Brasil possui potencial de tornar-se referncia nesse campo, em virtude da dimenso, diversidade e tolerncia religiosa suficiente para esse papel. Tudo isso demonstra a necessidade da abordagem do tema na formao mdica, e refora nosso papel na construo desse conhecimento.Como foi mostrado, o campo para pesquisa e aprofundamento sobre a espiritualidade e sua relao com o processo sade-doena e a cura bastante vasto, alm de ser ainda um estudo emergente e de grande importncia para a prtica mdica. A reintroduo ao modelo de ser humano por completo, um conjunto de corpo e esprito, bastante desejvel no contexto atual. A insero desse estudo na rea mdica torna-se ento imprescindvel, para poder ser utilizada em favor do doente, e quem sabe dar uma resposta definitiva as questes angustiantes da existncia humana.Objetivo:Metodologia:Resultados Esperados:Referncias:MOREIRA-ALMEIDA, Alexander; LOTUFO NETO, Francisco; KOENIG, Harold G. Religiousness and mental health: a review.Rev. Bras. Psiquiatr., So Paulo , v. 28,n. 3,p. 242-250,Sept. 2006. Koenig, Harold G. et alii. Medicine and Religion. The New England Journal of Medicine 2000 nov ; 343: 1339-1392.Koenig, H. (2001). Handbook of religion and health: A century of research reviewed. Oxford: University Press.Koenig, H.G.; Meador, K.; Parkerson, G. - Religion Index for Psychiatric Research: a 5-item Measure for Use in Health Outcome Studies. Am J Psychiatry 154: 885-886, 1997.Lutgendorf, S.K.; Russel, D.; Ullrich, P.; Harris, T.B.; Wallace, R. - Religious participation, interleukin-6, and mortality in older adults. Health Psychology 23(25):465-475, 2004.Carvalho, M. M. (2002). Psico-oncologia: histria, caractersticas e desafios. Psicologia. USP, 13, 151-166.Fleck, M., Borges, Z., Bolognesi, G. & Rocha, N. S. (2003). Desenvolvimento do WHOQOL, mdulo espiritualidade, religiosidade e crenas pessoais.Revista de Sade Pblica, 37(4), 446-455.Puchalski CM. The role of spirituality in health care.Proceedings (Baylor University Medical Center). 2001;14(4):352-357.ROSS, L. The Spiritual Dimension: its Importance to Patients' Health, Well-being and Quality of Life and its Implications for Nursing Practice. International Journal of Nurse Studies, v.32, p.457-468, 1995.