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FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL - UNIBRASIL
DENIS WILLIAN BARBOSA
BALANCANDOAREDE.COM: PROFISSIONALIZANDO O FUTEBOL AMADOR
CURITIBA
2012
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DENIS WILLIAN BARBOSA
BALANCANDOAREDE.COM: PROFISSIONALIZANDO O FUTEBOL AMADOR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo, da Escola de Comunicação Social das Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil
Orientador: Prof. Msc. Rodolfo Stancki
CURITIBA 2012
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente e principalmente a Deus, por todos os dias da minha
existência e por encher o meu caminho de desafios aos quais me dá forças para
superá-los.
A minha família, presente nos momentos de necessidade e por terem me
encorajado a acreditar e buscar meus sonhos.
Aos professores que me aturaram durante esses quatro anos de curso.
Ao meu orientador, prof. Rodolfo, que com muita paciência e dedicação soube
me mostrar sempre uma saída para a conclusão deste trabalho.
Aos amigos, com quem aprendi muito ao longo desses 26 anos de vida. Valeu
galera!
Agradeço em especial aos meus pastores, Marcelo e Isamare, Ademir e
Simone, que sempre estiveram comigo nas horas difíceis e souberam entender as
minhas faltas aos cultos durante a execução desse projeto.
E um agradecimento mais do que especial ao grande mestre prof. Victor
Folquening (in memoriam), que foi uma das primeiras pessoas a acreditar no meu
potencial quando entrei no curso.
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RESUMO
Este projeto visa criar um modelo de jornalismo integrado entre internet e impresso para a versão online do jornal Balançando a Rede, explorando diferentes recursos de multimídia, de modo a recuperar a credibilidade do veículo e torná-lo referência na cobertura jornalística do futebol amador de Curitiba e Região Metropolitana. No projeto está contida uma amostra de como é feita a cobertura do futebol amador praticado em Curitiba e Região Metropolitana e a história do único veículo diretamente voltado à cobertura desta categoria do esporte que movimenta centenas de pessoas durante os finais de semana. Com a popularização da internet o veículo partiu para uma nova plataforma de trabalho, mas como a tendência do meio online vem se modernizando durante os anos, o site deste meio de comunicação ficou desatualizado e não acompanhou a evolução da chamada Web 2.0. Por esse motivo o projeto proposto é uma reestruturação na forma de publicação de conteúdo com base nas novas tendências: convergência, interatividade, colaboração. Além disso, uma nova linha editorial conhecida como web first foi utilizada. O intuito é a criação de um produto que contemple essas características.
Palavras-chave: Jornalismo Esportivo, Futebol Amador, Jornalismo Online, Web 2.0
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ....................................................................................... 9
2.1 FUTEBOL NO BRASIL ....................................................................................... 9
2.1.1 A primeira partida......................................................................................... 9
2.1.2 Primeiros Clubes........................................................................................ 10
2.1.3 Primeiros campeonatos ............................................................................. 10
2.2 QUANDO O FUTEBOL CHEGOU À CURITIBA? .............................................. 10
2.2.1 Primeiros chutes ........................................................................................ 11
2.2.2 Primeiro campeonato ................................................................................. 12
2.3 FUTEBOL AMADOR ........................................................................................ 12
2.3.1 Prática do amadorismo .............................................................................. 13
2.3.2 Amador só no nome ................................................................................... 14
2.4 JORNALISMO ESPORTIVO: A IMPRENSA NO FUTEBOL ............................. 15
2.5 JORNALISMO ESPORTIVO NA INTERNET .................................................... 16
2.6 A IMPRENSA NO FUTEBOL AMADOR: A VISÃO DE QUEM TRABALHA
NESSE MEIO ......................................................................................................... 18
2.7 VEÍCULO ESPECIALIZADO: HISTÓRIA DO JORNAL BALANÇANDO A REDE
............................................................................................................................... 20
2.7.1“Balançando a Rede” online ....................................................................... 22
3 PROBLEMA ........................................................................................................... 24
4 OBJETIVOS ........................................................................................................... 25
4.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 25
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 25
5 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 26
6 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 30
6.1 JORNALISMO ESPECIALIZADO ..................................................................... 30
6.2 JORNALISMO DE PROXIMIDADE .................................................................. 31
6.3 INTERNET E O JORNALISMO ......................................................................... 32
6.4 ERA DA WEB 2.0 ............................................................................................. 34
6.4.1 Conceito de Web 2.0 ................................................................................. 34
6.4.2 Jornalismo convergente: a internet como ferramenta de comunicação ..... 35
6.4.3 Jornalismo colaborativo e interatividade .................................................... 36
6.5 MCLUHAN NA ERA DA INTERNET ................................................................. 38
6.5.1 O meio é a mensagem ............................................................................... 38
6.5.2 Classificação do meio: Internet é um meio quente ou frio? ....................... 39
6
6.6 WEBWRITING: COMO ESCREVER PARA INTERNET ................................... 40
6.6.1 A linguagem jornalística ............................................................................. 41
6.6.1.1 Objetividade ............................................................................................ 43
6.6.1.2 Visibilidade .............................................................................................. 44
6.6.1.3 Navegabilidade ....................................................................................... 45
6.7 ENCONTRABILIDADE: A OTIMIZAÇÃO SEO ................................................. 46
6.7.1 Como funciona a otimização do site .......................................................... 47
6.8 WEB FIRST ...................................................................................................... 48
6.8.1 Instantaneidade ......................................................................................... 49
7 METODOLOGIA .................................................................................................... 51
7.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO ............................................................... 51
7.2 PESQUISA DE OPINIÃO ................................................................................. 52
7.3 METODOLOGIA DO PRODUTO ...................................................................... 52
7.4 CRONOGRAMA ............................................................................................... 54
8 DELINEAMENTO DO PRODUTO ......................................................................... 55
8.1 O QUE É O PRODUTO .................................................................................... 55
8.2 ESCOLHA DO NOME DO PRODUTO .............................................................. 56
8.3 PÚBLICO ALVO ............................................................................................... 56
8.4 VIABILIDADE DO PRODUTO .......................................................................... 56
8.5 CONTEÚDO ..................................................................................................... 57
8.6 RODAPÉ .......................................................................................................... 57
8.7 PUBLICIDADE ................................................................................................. 58
8.8 REDES SOCIAIS .............................................................................................. 58
8.8.1 Twitter ........................................................................................................ 58
8.8.2Facebook .................................................................................................... 59
8.8.3 Flickr .......................................................................................................... 60
8.9 NOVO LAYOUT DO SITE ................................................................................. 61
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 62
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65
ANEXOS ................................................................................................................... 69
7
1 INTRODUÇÃO
Trazido para o Brasil em 1894, o futebol tornou-se rapidamente o principal
esporte do país, sendo praticado por milhões de pessoas até hoje, tanto em
competições (profissionais e amadoras) quanto somente por lazer.
Sobre o futebol amador praticado atualmente é possível dizer que este
mescla fragmentos do futebol profissional com o amadorismo puro, uma vez que tem
um nível elevado de organização, chegando inclusive, muitas vezes, a fazer frente
ao futebol profissional. Em Curitiba, por exemplo, os campeonatos, que são
realizados desde 1917, dois anos após o primeiro campeonato profissional, são
organizados oficialmente pela Federação Paranaense de Futebol (FPF).
Porém, mesmo com toda a organização e popularidade que o futebol amador
possuí, a categoria ainda não conquistou um lugar expressivo na grande mídia,
apesar de possuir um pequeno espaço em dois grandes jornais impressos
paranaenses – Gazeta do Povo e Tribuna do Paraná. A televisão não realiza
transmissões dos jogos (apenas alguns comentários no programa Espaço Esportivo
da TV Transamérica) e no rádio, as informações ainda são muito limitadas, com
transmissão apenas da Rádio Mais AM 1120, através da Equipe Rolando a Bola,
que mantém, também, uma página na internet voltada à cobertura dos jogos. No
meio impresso, além dos já citados, um veículo destaca-se em especial, o Jornal
Balançando a Rede, que há 14 anos destina suas edições para a cobertura do
amador.
Como a área de comunicação teve um significativo desenvolvimento
tecnológico, à chamada convergência para a mídia digital, a internet se tornou um
dos principais meios de difusão de conteúdo jornalístico. Com isso, o jornal
Balançando a Rede passou a disponibilizar conteúdo também na web, de forma a
aproximar o leitor utilizando este novo canal. Para esse propósito, a construção do
site foi bem elaborada, mas, como internet é um ambiente que está em constante
processo construção, cuja principal característica é a inovação, o site ficou
desatualizado, sendo inclusive motivo de piada por possuir um layout colorido, o que
acarreta a perda de credibilidade e, como consequência, o desinteresse dos leitores,
tornando-o um produto “amador.”.
8
Diante desse quadro, o propósito deste projeto tende a reformular o site
balancandoarede.com, de forma a atender as necessidades do leitor e amantes do
futebol amador, proporcionando uma cobertura profissional.
Com isso, o produto, intitulado Balancandoarede.com: profissionalizando o
futebol amador, utilizando diferentes ferramentas disponíveis no ambiente digital,
propiciará novas experiências ao usuário, desde a apresentação (layout) do site
como um todo - pois, segundo Rodrigues (2001) o visitante espera se seduzido ao
entrar no site - até a forma de publicar, compartilhar e organizar as informações,
uma vez que, a mensagem transmitida por um meio não é somente o “texto”, mas
sim todo o contexto no qual está englobada.
9
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Ao se falar de jornalismo esportivo não há como não fazer a ligação com o
futebol. Conforme Paulo Vinicius Coelho (2004) ambos caminharam juntos.Fato é
que o jornalismo esportivo ganhou força e expressão a partir da década de 1930
quando iniciou a profissionalização do futebol e com isso os diários passaram a
dedicar um espaço maior às competições esportivas. Por isso, para se chegar ao
objetivo desse projeto será necessário abordar a história do futebol no Brasil, o
amadorismo e profissionalização, e sua relação com o jornalismo.
2.1 FUTEBOL NO BRASIL
Muitos falam, mas poucos sabem sobre a origem do futebol no Brasil. Mas
uma coisa certa é que o paulistano Charles Miller quando retornou ao Brasil em
1894, depois de 11 anos na Inglaterra,trouxe um objeto de forma esférica, o qual os
ingleses chamavam de Ball. Miller passou a difundir o “novo esporte” pelo país
afora, tornando-o paixão nacional. (KLEIN, 2001)
2.1.1 A primeira partida
No Brasil a primeira partida de futebol que se tem notícia foi realizada em 14
de abril de 1895. As equipes envolvidas na disputa eram formadas pelos
funcionários das empresas inglesas que atuavam na capital paulista, a São Paulo
Railway e Companhia de Gás. (KLEIN, 2001)
10
2.1.2 Primeiros Clubes
Antes do inicio do século XX, o Brasil já estava apaixonado pelo esporte
bretão e rapidamente agremiações começaram a ser criadas nas principais cidades
do país. Clubes tradicionais como Flamengo (Rio de Janeiro) e Vitória (Bahia) foram
surgindo, porém, ainda sem ter o futebol como principal atividade. Oficialmente o
clube mais antigo do Brasil, voltado para a prática do futebol, é o Sport Club Rio
Grande, da cidade gaúcha Rio Grande, o clube foi fundado em 19 de Julho de 1900.
(KLEIN, 2001)
2.1.3 Primeiros campeonatos
Sete anos após a partida que deu inicio ao futebol no Brasil, o primeiro
campeonato oficial foi criado - o Campeonato Paulista - com cinco equipes
formadas por estudantes e frequentadores dos clubes da época: São Paulo Athletic,
C. A. Paulistano, A. A. Mackenzie College, S. C. Germânia e S. C. Internacional
(MACHADO E CHRESTENZEN, 2005). No ano seguinte, em 1903, teve inicio o
Carioca e assim os estaduais foram sendo criados pelo país.
2.2 QUANDO O FUTEBOL CHEGOU À CURITIBA?
Estudar a prática do futebol em Curitiba é conviver com uma escassez de
estudos bibliográficos que contemplem o tema de maneira satisfatória. Entretanto,
uma obra chama a atenção por contar os 100 anos de história do esporte no Paraná,
tanto no amador quanto no profissional. No livro Futebol do Paraná, 100 anos de
história de Heriberto Ivan Machado e Levi Mulford Chrestenzen (2005) é retratada
toda a trajetória do esporte em terras paranaenses.
11
2.2.1 Primeiros chutes
Após ser introduzido no Brasil, o futebol passou a ser propriedade no país e
disseminou-se rumo ao interior. Em Curitiba, o esporte foi apresentado após uma
visita do médico Victor Ferreira do Amaral ao Rio de Janeiro, em maio de 1903,
onde conheceu a bola de futebol em uma vitrine na Rua do Ouvidor. Curioso,
comprou o instrumento essencial do esporte mais um manual de instruções e os
trouxe na bagagem para apresentá-lo aos curitibanos que praticavam esportes no
Ginásio Paranaense. (MACHADO E CHRESTENZEN, 2005).
Assim como em São Paulo, o esporte agradou os novos praticantes, que
passaram a formar times em diferentes partes da cidade. O primeiro deles chamou-
se Internacional e foi formado na Praça Osório. Composto por Buclin, Sidney,
Cerqueira, Macedo, Costard e Arouca, entre outros jogadores, o time tinha até uma
camisa – com largas listras vermelhas ao centro −, confeccionada em uma loja da
Rua Comendador Araújo, como contam Machado e Chrestenzen (2005):
Num terreno em frente ao Hospício, na Rua Marechal Floriano, os garotos treinavam sob as ordens de Buclin, que conhecia as regras do novo jogo. No grande espaço existente da Praça Carlos Gomes, o “grupo” comandado pela (mais tarde) engenheiro Lineu Ferreira do Amaral – o “dono da bola” – fazia as suas peladas (MACHADO E CHRESTENZEN, 2005, p. 10).
O primeiro campo improvisado da capital surgiu não muito longe dali. No Alto
da Glória, na região que hoje abriga o Colégio Estadual do Paraná, os fundos da
casa da Família Leão serviram para abrigar partidas comandadas por Agostinho
Ermelino de Leão Júnior e que também contavam com Agílio Leão e Ivo Leão, que
depois foi artilheiro do primeiro Campeonato Oficial de futebol realizado no Paraná.
Outra família que também abrigou o futebol em suas primeiras aparições em Curitiba
foi a Veiga que, no terreno da Cervejaria Brasileira, viu um grupo de jovens alemães
disputarem peladas. Esse mesmo grupo foi responsável por iniciar a formação do
primeiro clube profissional da cidade, o Coritiba Foot Ball Club, criado em 12 de
outubro de 1909 (MACHADO E CHRESTENZEN, 2005).
12
2.2.2 Primeiro campeonato
As dificuldades ultrapassavam o improviso dos campos e chegavam à
dificuldade de locomoção, provocada pela insuficiência de meios de transporte na
época. Em meio a isto, existia também a dificuldade de relacionamento entre as
diversas nacionalidades de imigrantes que montaram suas bases no estado no início
do século XX (CAPRARO, 2002).
A dificuldade aumentava porque não existia ainda uma liga que organizasse a prática e, desta forma, as disputas eram de caráter amistoso ou pequenos “torneios de um dia”. Outro obstáculo era o pequeno número de times na cidade. Nessa época existiam apenas três equipes o Coritiba Football Club – fundado em 1909, o Paraná Sport Club – fundado nos finais de 1910 e o Internacional Football Club – fundado em maio de 1912 (...) (CAPRARO, 2002, p. 45).
Assim, na tentativa de desenvolver o futebol em Curitiba, o primeiro passo
dos proprietários de clubes da época foi tentar a criação de uma liga. O principal
objetivo era ter um grupo de times que estivessem dispostos a organizar
campeonatos. O Internacional FC reuniu representantes de Paraná, Coritiba,
América, Sulamérica, Ivahy, Brasil e Paranaguá, mas, neste primeiro momento, a
ideia acabou não concretizada. A Liga Paranaense de Foot-Ball só foi criada no ano
seguinte: “Em 11 de fevereiro de 2014, com a presença de 150 delegados, foi criada
a Liga Paranaense de Foot-Ball, incumbida de realizar o primeiro campeonato em
nosso Estado” (MACHADO E CHRESTENZEN, 2005, p. 17).
2.3 FUTEBOL AMADOR
A primeira aparição do amadorismo no futebol se deu tão logo o esporte
desembarcou no país. A facilidade de prática, combinada à convidativa execução
coletiva de um esporte, acabou por conquistar também os praticantes populares.
13
Toda prática esportiva no país, seja ela profissional ou não, é regulada pela
Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998 – conhecida como Lei Pelé. Em seu primeiro
capítulo ela define o esporte e suas diferentes regulamentações:
Art. 1.º: O desporto brasileiro abrange práticas formais e não formais e obedece às normas gerais desta Lei, inspirado nos fundamentos constitucionais do Estado Democrático de Direito: I - A prática desportiva formal é regulada por normas nacionais e internacionais e pelas regras de prática desportiva de cada modalidade, aceitas pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto. II - A prática desportiva não formal é caracterizada pela liberdade lúdica de seus praticantes.
Reconhecido junto à lei pelas suas funções educacionais, praticado
essencialmente nas escolas, sem a pretensão de competição; voluntárias – com
objetivo de integração social e promoção da saúde −; e de rendimento, com objetivo
de lograr resultados, o esporte tem suas finalidades assim classificadas pelo texto
do Capítulo III:
Parágrafo único. O desporto de rendimento pode ser organizado e praticado: I - de modo profissional, caracterizado pela remuneração pactuada em contrato formal de trabalho entre o atleta e a entidade de prática desportiva; II - de modo não-profissional, identificado pela liberdade de prática e pela inexistência de contrato de trabalho, sendo permitido o recebimento de incentivos materiais e de patrocínio.
2.3.1 Prática do amadorismo
Por definição, o futebol amador é praticado sem compromisso com o
profissionalismo e os atletas disputam apenas pelo prazer de jogar. Os amigos que
até então se juntavam apenas para bater bola nas horas vagas passaram a
representar os bairros, dando corpo ao elo entre o esporte e as comunidades.
Conforme diz José Guilherme Cantor Magnani em seu livro Festa no pedaço: cultura
popular e lazer na cidade, os torneios foram primordiais para a construção dessa
14
identidade do torcedor com o futebol amador “pois diferentemente dos jogos
disputados apenas por times locais, envolvem a participação de times de outros
bairros.” (MAGNANI, 2003, p. 122).
Em Pedagogia do futebol, João Batista Freire (2003) defende que o motivo de
o futebol ter se difundido tão rapidamente nos grandes centros urbanos foi
justamente a existência de uma quantidade significativa de campos dispostos a
receber os pequenos aprendizes da bola.
Dos campinhos de pelada saíam os Didis, os Garrinchas, os Gersons, os Romários. E o Brasil é tão grande que ainda revela, a cada ano, uma pilha de craques, geralmente para abastecer o mercado japonês ou mercados europeus. As escolinhas de futebol foram criadas somente quando pessoas dos grandes centros urbanos, constatando a escassez de espaços para jogar bola, perceberam que podiam reinventá-los (FREIRE, 2003, p. 2).
Das escolas e clubes de elite esporte foi facilmente difundido e, quase sem
dificuldades, agradou. A prática dá início à criação de clubes amadores, como é o
caso do Bangu, do Rio de Janeiro, formado em 1904. Da mesma maneira,
aproximação dos praticantes com as comunidades foi primordial para a criação de
times ligados aos bairros como, por exemplo, o Corinthians Paulista, fundado em
1910. (FREIRE, 2003).
2.3.2 Amador só no nome
Antes de sofrer uma alteração em 2000 (Redação dada pela Lei nº 9.981), a
Lei Pelé vetava quaisquer auxílios financeiros ou materiais ao praticamente do
esporte amador. Desde então, o praticante de esporte não-profissional não é mais
impedido de receber incentivos materiais ou financeiros provenientes do
investimento de um patrocinador. O amador é caracterizado apenas pela ausência
de um contrato de trabalho, a divisória que o separa do futebol profissional.
15
O futebol era oficialmente reconhecido como uma atividade esportiva para amadores. Do ponto de vista jurídico isso era uma farsa. Era esconder uma realidade e a falta de ética profissional por trás da formalidade da lei e de suas imperfeições. Era este o quadro do futebol brasileiro até o início dos anos 30. Um semiprofissionalismo de mão única. (CALDAS, 1994, p. 44)
Com isso, fica claro que, mesmo quando se considera o esporte amador nos
dias de hoje, a sua forma essencial já faz parte do passado e os motivosvão além do
atleta conquistar resultados e um excelente desempenho, chegando então ao
interesse, simples e puro, de o jogador de futebol ser remunerado pela atividade que
executa.
2.4 JORNALISMO ESPORTIVO: A IMPRENSA NO FUTEBOL
“Futebol não pega, tenho certeza; estrangeiros não entram facilmente na terra do espinho”.
Graciliano Ramos
Quando o autor de Vidas Secas fez a afirmação acima ele certamente não
imaginava que o esporte bretão1 conquistaria as terras tupiniquins. Nos primórdios
da cobertura esportiva no país ninguém acreditava que o futebol estamparia
manchetes, nem mesmo o remo, que era o esporte mais tradicional na época.
Houve certa resistência por parte da imprensa, como aponta Paulo Vinícius Coelho
(2004):
Como poderia uma vitória nas raias – ou nos campos, nos ginásios, nas quadras – valer mais do que uma importante decisão sobre a vida política do país? Não, não poderia, mesmo que movesse multidões às ruas em busca de emoções que a vida cotidiana não oferecia. (COELHO, 2004, p. 7)
1A expressão “esporte bretão” faz referência à região de origem do futebol: a Grã-Bretanha.
16
Para Coelho (2004), com a popularização do futebol no Brasil, a cobertura da
imprensa também passou a andar lado a lado com o esporte. Já na década de 1910
o jornal Fanfulla dedicava algumas páginas para divulgação esportiva. Em sua
maioria, eram relatos dos times do futebol amador italiano. Ainda não era o que
conhecemos hoje por jornalismo esportivo, eram apenas relatos e informações
esportivas. Contudo, essas páginas do Fanfulla eram de grande relevância para a
história não só do jornalismo esportivo, mas para o futebol em si.
O esporte na imprensa conviveu muito tempo com uma série de preconceitos,
pois nas primeiras décadas do século XX se tinha em mente que apenas pessoas de
menor poder aquisitivo seriam leitoras de notícias vinculadas ao esporte. Foi a partir
da década de 1930, com a instauração do profissionalismo no futebol,que os
cadernos esportivos ganharam mais difusão, e os periódicos passaram a dedicar
maior espaço para as matérias esportivas. Porém, ainda não havia publicações de
manchetes na capa dos diários (COELHO, 2004).
Surgiu então o Jornal dos Sports, o primeiro periódico voltado exclusivamente
aos esportes do país. Com as conquistas das Copas de 1958, 1962 e 1970 pela
Seleção Brasileira ocorreu o boom no jornalismo esportivo em escala nacional. Nos
rádios as transmissões eram mais completas, como as que ouvimos hoje, com
narradores, comentaristas e repórteres que se revezavam nos estádios. O jornal
impresso já dedicava respeitável espaço para cobertura esportiva. Mas ainda “não
existia o que se pode chamar hoje jornalismo esportivo”, segundo Paulo Vinicius
Coelho (2004, p. 7)
Com isso pode-se afirmar que o jornalismo esportivo foi evoluindo à medida
que os esportes, e mais especificamente o futebol, ganhavam mais seguidores e
aficionados pelo Brasil. Essa visão sintetiza como o jornalismo esportivo se tornou
de grande importância no cenário brasileiro ao longo dos anos.
2.5 JORNALISMO ESPORTIVO NA INTERNET
Já havia alguns anos que a internet tomara conta dos Estados Unidos e
Europa quando chegou ao Brasil. Mas foi a partir da metade da década de 1990 a
internet se “popularizou” no país. O grande sinal de que a internet se tornaria um
17
fenômeno foi quando, em 1994, os grupos Abril e Folha se uniram para criar o
UOL.E “se dois grupos tão grandes estavam interessados no boom da internet, algo
muito sério estava por vir”. (COELHO, 2004, p.58)
Porém foi só em 1999 que a internet virou um fenômeno capaz de tirar alguns
dos melhores jornalistas esportivos das redações dos impressos para levá-los para o
meio online.
Jose Eduardo Carvalho trabalhava no Jornal da Tarde havia dezoito anos quando recebeu o convite para dirigir o site da PSN, a empresa de TV a cabo criada para atingir o mercado de toda a América Latina. [...] Jose Eduardo deixou o Jornal da Tarde, no qual ocupava o cargo de editor de esportes. Junto com ele, levou alguns outros bons profissionais da área, como o repórter Paulo Guilherme, que participara em 1998 da cobertura da Copa do Mundo da França pelo Estado de S. Pauloe da cobertura do Mundial dos Estados Unidos pelo Jornal da Tarde em 1994. (COELHO, 2004, p. 59)
Ainda conforme Coelho (2004) junto com a PSN, vários outros sites tomaram
conta do mercado dos esportes levando consigo grandes nomes do jornalismo
esportivo, muitos deles seduzidos por propostas milionárias.
Só que a festa dos sites acabou no inicio de 2001, pois investidores e
anunciantes perderam o interesse no novo meio, o que provocou uma catástrofe nas
redações dos veículos ligados à internet. No entanto, a estabilidade apareceu no
ano seguinte, muito decorrente do pentacampeonato mundial conquistado pela
Seleção Brasileira. (COELHO, 2004).
O advento da internet para o modelo que conhecemos hoje, com uma
diversidade de páginas e assuntos,fez com que o jornalismo esportivo passasse por
uma grande e importante mudança, que é a maneira como o conteúdo está
chegando ao consumidor. Os profissionais do esporte encontraram na web uma
grande possibilidade de veicular informações com uma rapidez encontrada até então
somente na comunicação radiofônica, mas agora com um diferencial: a possibilidade
de acrescer imagens e textos.
Evoluindo juntamente com a Internet, o jornalismo esportivo ganhou forma e
está cada vez mais profissional. Hoje, o espaço virtual possui muitos cronistas e
colunistas especializados em esportes e alguns sites se destacam na cobertura
18
esportiva no meio online, como o ESPN2 e o Globo Esporte3. Ambos têm o futebol
como carro-chefe, mas eles mantém páginas com dedicação exclusiva a outros
esportes.(FONSECA, 2003)
Fato é que, atualmente, a web cumpre o papel de protagonista, como uma
das principais fontes de informação, não só no mundo dos esportes, mas também ao
público em geral, além de possibilitar novas formas de interação e uma experiência
completa ao usuário.
2.6 A IMPRENSA NO FUTEBOL AMADOR: A VISÃO DE QUEM TRABALHA
NESSE MEIO
Desde que foi trazido para o Brasil, o futebol pouco teve de amador. Assim
também era na cobertura do esporte, já que os veículos apenas faziam pequenas
notas. Com o auge da popularização e profissionalização do futebol a mídia passou
a deixar o amadorismo em segundo plano.
Sobre esta questão, o também radialista, José Domingos4 comenta que a
cobertura do futebol amador nunca teve uma profundidade maior. Este é o
panorama do futebol amador ao longo dos anos, e a maioria dos veículos que fazem
cobertura esportiva tem apenas quadros e informativos que citam os resultados do
futebol amador e que, quando acontecem os jogos decisivos, alguns que não se
dedicam a cobertura do amador estão presentes. “Não têm aquela cobertura que
deveria ter. Nós temos vários clubes em bairros e que se houvesse a cobertura
certamente o pessoal lá, daquela região, daria uma atenção maior” (DOMINGOS,
2012).
Ele afirma ainda que, se os meios de comunicação valorizassem e
divulgassem o futebol amador com certeza teriam retorno do público. Leônidas
Dias5, que comanda o programa “A Voz do Amadorismo” na Rádio Cultura AM, no
entanto, acredita que “a grande imprensa não cobre o futebol amador pela falta de
2ESPN – http://www.espn.com, ESPN Brasil – http://www.espn.com.br
3Globo Esporte – http://www.globoesporte.com
4Entrevista concedida ao autor em 30 de Março de 2012.
5Entrevista concedida ao autor em 30 de Março de 2012.
19
retorno financeiro”, mas confirma que “se houvesse uma cobertura maior, com a
divulgação dos clássicos e da participação dos principais jogadores nos jogos o
público seria maior”. (DIAS, 2012)
O narrador da Rádio Mais, única rádio que faz transmissões dos
campeonatos de futebol amador em Curitiba, Marco Aurélio Chicora6, garante que
várias pessoas acompanham as transmissões dos jogos e os programas específicos
do futebol amador. “Não é um público imenso, pois concorre com o futebol
profissional, mas existe público no amador, e é mais nos bairros. Há torcedores que
preferem informações dos clubes amadores a informações sobre os profissionais”
(CHICORA, 2012).
Segundo o jornalista Dirceu Maschio7 mesmo com a grande expressão que
existe no futebol amador em Curitiba e Região, um lugar expressivo na grande mídia
ainda não foi conquistado. Apesar de possuir espaço nos dois maiores jornais da
capital paranaense – Gazeta do Povo e Tribuna do Paraná – as informações ainda
são muito limitadas.
É perceptível o baixo interesse dos grandes canais de comunicação nos
campeonatos do futebol amador. Para comprovar a definição basta
comparecer aos campos de futebol dos clubes que participam da
Suburbana, o principal campeonato de futebol em Curitiba e região.
(MASCHIO, 2012)
Apenas veículos de menores aportes financeiros destinam-se a produzir
conteúdo, casos da Rádio Mais AM 1120 que transmite sempre um ou dois jogos
simultaneamente por rodada. Este mesmo grupo também produz conteúdos sobre
as partidas no portal futebolamador.pr.com.br (Anexo I), além do Jornal Balançando
a Rede.
6Entrevista concedida ao autor em 1 de Abril de 2012.
7Entrevista concedida ao autor em 29 de Março de 2012.
20
2.7 VEÍCULO ESPECIALIZADO: HISTÓRIA DO JORNAL BALANÇANDO A REDE
Foi pensando nesse público em potencial que no dia 5 de maio de 1998, o
jornalista Dirceu Maschio criou o jornal Bola na Rede. Em um primeiro momento, o
semanário visava promover apenas o futebol do município de Colombo/PR, na
região metropolitana de Curitiba. Depois de alguns números lançados, problemas no
registro da marca fizeram com que o nome do veículo fosse alterado para
Balançando a Rede (Anexo III). Mais tarde, com a evolução do jornal, este deixou de
ser apenas colombense para então voltar-se para o a cobertura do futebol amador
em Curitiba e de outras cidades próximas. (MASCHIO, 2012).
Figura 1 - Primeira edição impressa do veículo, quando ainda adotava o nome de Bola na Rede.
Ainda segundo Maschio (2012), para essa nova etapa de veiculação do jornal
foi montado uma sociedade com o jornalista Elias Gil Glaucio, que passou a cuidar
dos contatos publicitários e também a fazer a parte de edição do jornal. Atualmente
o veículo conta com uma equipe de colaboradores freelances: Richard Benvenutti,
Denis Barbosa, Nahayana Fiore, Allan Scheid, Altair Bento e Gabriel Maschio.
21
Porém, o Balançando a rede deixou de ser semanário passando a ser então
quinzenal. Conforme Maschio (2012), o que acarretou essa mudança foi
principalmente o custo de manutenção do jornal, equipe e distribuição. Mas, mesmo
com essa dificuldade, o veículo não perdeu seu prestígio. Em algumas ocasiões,
chegaram a ser impressas mais edições em um mesmo mês, geralmente em épocas
de finais de campeonatos.
Ao passar de uma década, o impresso se tornou uma das maiores
referências8 em futebol amador na metrópole, pois ganhou popularidade não só com
os praticantes do esporte, mas também com o público presente nos estádios.
Conforme análise comparativa com outros jornais impressos de Curitiba e
Região, O Balançando a Rede é o único veículo impresso da capital paranaense a
trabalhar com conteúdo exclusivamente relacionado ao futebol amador.
Figura 2 - Versão atual, em formato standard.
8Outra bastante conhecidas são: a coluna de Levi Mulford no jornal Tribuna do Paraná e o site
FutebolAmadorPR.com.br que é administrado pela Equipe Rolando a Bola, também responsável pela transmissão ao vivo de algumas partidas, pela Rádio Mais AM 1120.
22
2.7.1“Balançando a Rede” online
Com a popularidade do impresso Balançando a Rede e a grande facilidade de
disseminação de conteúdo jornalístico através da internet surgiu a necessidade de o
veículo partir para uma nova plataforma de trabalho. Em um primeiro momento o
domínio foi registrado como balancandoarede.com.br, ainda com o nome de
Balançando a Rede On-line, desenvolvido e administrado pelo jornalista Osmar
Rebolo Junior, com o intuito de ser uma extensão do periódico.
Figura 3 - Primeiro site do jornal, sitebalancandoaredeonline.com.br
Entretanto, com a desvinculação de Osmar Junior do jornal, o site ficou
desativado por alguns meses e voltou a ser utilizado em Abril de 2011, mas com um
novo domínio: www.balancandoarede.com. Nesta nova versão, o conteúdo passou a
ser atualizado diariamente e, além do futebol amador, o site também passou a
disponibilizar conteúdo sobre futebol feminino que, apesar de equipes de renome
23
nacional, como por exemplo Santos9 e Vasco, participarem de competições, ainda é
considerado como amador. E também o futebol profissional, mas com destaque
menor do que o futebol amador.
Figura 1 - Página inicial do site balancandoarede.com antes deste projeto.
9O Santos FC teve sua equipe de futebol feminino desativada no inicio de 2012, mas ainda é, no Brasil, o maior
detentor de títulos na categoria.
24
3 PROBLEMA
Conforme já descrito, apenas os veículos de menor aporte financeiro destinam-
se a produzir conteúdo voltado principalmente ao futebol amador. A construção do
site do Jornal Balançando a Rede foi bem elaborada pensando nesse propósito –
levar a informação do amador até o público diariamente. Porém, na visão dos
funcionários e leitores, segundo levantamento feito pelo autor desta pesquisa entre
Janeiro e Março de 2012, o site é visto como “um circo”, com um abuso de cores
causando uma poluição visual e o desinteresse de muitos leitores, fazendo com que
o veículo perca credibilidade, que é um dos principais fundamentos do jornalismo.
Utilizando as novas tendências da WEB 2.0, como fazer para que o site
www.balancandoarede.com ganhe mais credibilidade e visibilidade no meio
jornalístico, aumente o número de leitores e se torne referência na cobertura do
futebol amador?
25
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Criar um modelo de jornalismo integrado entre internet e impresso para a
versão online do jornal Balançando a Rede, explorando diferentes recursos de
multimídia, de modo a recuperar a credibilidade do veículo e torná-lo referência na
cobertura jornalística do futebol amador de Curitiba e Região Metropolitana.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Deixar o site mais acessível e atraente para os usuários sintonizando-o com
os conceitos de Web 2.0.
Reformular a identidade visual do site, para aproximar o futebol amador do
leitor.
Fazer interação com as redes sociais utilizando o conceito multiplataforma.
Dar mais visibilidade e divulgação para o Balançando a Rede, além de
mostrar o cenário do futebol amador em Curitiba e Região Metropolitana.
26
5 JUSTIFICATIVA
O futebol amador praticado em Curitiba e Região Metropolitana, devido a sua
tradição, é considerado um dos mais expressivos do Brasil, com um histórico de
revelações que reúne diversos atletas consagrados no cenário nacional, além de
conseguir um grande envolvimento de moradores próximos aos estádios, criando
uma aproximação e identidade entre os clubes e a comunidade. (SIMON, 2010).
O objeto proposto, “balancandoarede.com”, foi escolhido devido à
popularidade alcançada ao longo de 13 anos, com 7.000 (sete mil) exemplares em
cada edição. Além disso, existe uma carência de veículos que abordem e façam
ligação entre público leitor e o esporte, com uma maior precisão nas informações.
Um breve levantamento no Google10 mostra que nas duas primeiras páginas,
apenas dois veículos cobrem a área: o site FutebolAmadorPr e o Balançando a
Rede. Recentemente entrou no ar um blog voltado ao futebol amador de Curitiba,
mas seu conteúdo é uma replica das postagens dos outros veículos.
Stuart Hall (1997) diz que a identidade é construída a partir da interação entre
o eu e a sociedade. Se a identidade é formada tendo como base a interação, nesse
caso, o “eu” seria o Balançando a Rede e o público, a “sociedade”.
Podemos dizer que, em atenção ao fato de o surgimento do veículo ser em
um momento em que a sociedade carecia de um meio informativo que desse melhor
foco a um esporte “popular”, o jornal em questão tem um princípio espiritual de
unidade com a sociedade. Portanto, torna-se fundamental para a construção da
identidade entre o individuo e o futebol amador.
Nesse ponto deve-se permitir um pensamento ligado ao fato de que o
surgimento do Balançado a Rede foi algo que aconteceu muito por conta da
proximidade do esporte com a sociedade e sua necessidade de divulgação, tanto
que as primeiras edições do veículo foram direcionadas apenas à cidade de origem
do jornal, Colombo, e depois se expandindo para a Região Metropolitana de
Curitiba.
10
Procurando pelo tema “futebol amador em curitiba” no buscador Google, as primeiras referências são Gazeta do Povo, Tribuna do Paraná, Futebol Amador Pr e Balançando a Rede. Dentre as quais somente o Futebol Amador Pr e Balançando a Rede dedicam a cobertura somente do futebol amador.
27
Conforme afirma Nelson Traquina (2005), a questão “proximidade” é avaliada
por ser de interesse cultural, regional ou geográfico, político entre outros. Partindo
dessa linha de raciocínio, a proximidade do veículo faz com que se crie uma
identidade com a sociedade.
O caso no qual este projeto foi desenvolvido é um bom exemplo: um veículo
de comunicação de cunho esportivo, em termos, regionalizado - por ter proximidade
com o bairro no qual estão os times, de forma geográfica e cultural - torna-se
relevante à sociedade, uma vez que o público do futebol amador está presente, mas
as opções para divulgação de desta categoria do esporte que movimenta milhares11
de pessoas nos finais de semana de Curitiba e Região são poucas.
Porém, pode se considerar que também não é simples definir proximidade.
Segundo Mário Luiz Fernandes (2005), é na notícia “puramente local" que os jornais
fora das grandes cidades constroem suas tiragens. Portanto, a estratégia utilizada
pelo Balançando a Rede, ao se aproximar da sociedade, é semelhante à de um
jornal de bairro – com o diferencial de ser voltado para o esporte.
Paulo Vinicius Coelho, ao comentar sobre a inovação e criatividade no
formato do jornalismo esportivo aponta uma questão relevante: “A única maneira de
mostrar que o esporte é viável, é mostrar que o jornalismo esportivo não é feito
apenas por esporte” (COELHO, 2004, p. 115). Ao fazer uma análise da cobertura do
futebol em Curitiba é possível notar a diferença entre o profissional e o amador.
O espaço que os veículos de comunicação reservam é um tanto quanto limitado. Porém o mesmo público que acompanha o futebol profissional e tem seu clube de coração, também é o mesmo público que se interessa em saber sobre o time do seu bairro, como anda o campeonato amador, etc. (CHICORA, 2012).
No caso do Jornal Balançando a Rede, pelo fato da periodicidade do
impresso ser quinzenal e devido aos custos com gráfica e logística o veículo passou
a explorar uma nova plataforma de trabalho, disponibilizando o conteúdo via web.
Mas, com as constantes mudanças que ocorrem na internet, há a necessidade de
11
Conforme estimativa de público durante a Suburbana 2011 e Campeonato Colombense, que são os dois maiores de Curitiba e Região Metropolitana, com cerca de 30 clubes, cada, separados em duas divisões (séries A e B). Em média 150 pessoas estavam presentes, por partida, durante as competições.
28
umproduto mais atraente e moderno para o leitor, além de uma maior interação
entre os envolvidos nos processos.
Dessa maneira – necessidade de ampliar e facilitar o alcance do leitor,
explorando uma nova plataforma de trabalho, para que haja assim uma interação
entre as partes - o presente projeto tem o intuito de reestruturar o site
“balancandoarede.com” de maneira potencializar as formas de publicação,
compartilhamento e organização, além de ampliar os espaços para a interação dos
usuários, tornando o site mais dinâmico e com isso aumentar o número de leitores.
Para tanto, serão considerados temas como “O meio é a mensagem”- tese
central de Marshall McLuhan (1964) – pois é um dos conceitos mais difundidos, uma
vez que, observa que toda tecnologia cria gradualmente um ambiente humano
totalmente novo.O autor também fala das relações entre um meio e o sentido
explorado pela extensão, neste caso a internet, e que o meio deve ser pensado
como um conjunto de expressões que podem ser decodificadas por uma linguagem
midiática, ao ser apropriada por um usuário, ou seja, a mensagem transmitida por
um meio não é somente o “texto”, mas sim todo o contexto em que está englobada.
Olga Pombo (1994) defende que o meio, muitas vezes pensado como um
mero veículo de transmissão da mensagem é na realidade um elemento
determinante da comunicação.Como é o caso de um site, uma vez que, com a
popularização, está sendo usada cada vez mais como fonte de informação e as
pessoas estão em contato direto com outros indivíduos de diferentes localidades e
em outras faixas etárias.
Pensando no site do Balançando a Rede como o elemento determinante,
assim citado por Olga Pombo (1994), conceitos de Webwriting e Web 2.0 também
serão abordados para a verificação dos pontos principais durante a criação de
conteúdo na web, uma vez que são de fundamental importância para este projeto.
Segundo Fernando César de Carvalho Alves (2004), escrever para a web é uma arte
e com isso é preciso pensar em vários fatores como, por exemplo, vídeos e áudio; e
reunir o maior número possível de assuntos relacionados à reportagem,além de
organizar essa informações de maneira a auxiliar o leitor com o objetivo de “fidelizá-
lo”.
Tendo em vista os objetivos descritos, chega-se ao ponto de partida deste
projeto a fim de fazer com que o veículo se torne referência na cobertura jornalística
do futebol amador, pois, segundo Ferrari (2004), na internet, o jornalismo não pode
29
ser definido apenas como o trabalho de produzir ou colocar reportagens em um site,
por esse motivo foi escolhido o nome do projeto como “balancandoarede.com:
Profissionalizando o futebol amador”. O futebol pode ser amador, mas a cobertura
será profissional.
30
6 REFERENCIAL TEÓRICO
Como já citado anteriormente, neste capítulo serão abordados temas como “O
meio é a mensagem”- tese central de Marshall McLuhan (1964) - será o ponto-chave
deste projeto, para o entendimento de como a internet está relacionada diretamente
com a disseminação de conteúdo, ou seja, com o jornalismo. Também serão
abordados a relação entre internet e o jornalismo, os conceitos de Web 2.0,
Webwriting e otimização SEO para a verificação dos pontos principais durante a
criação de conteúdo na web.
6.1 JORNALISMO ESPECIALIZADO
Para Antônio Lopez Alcoba (2005) o jornalista esportivo não é somente um
aficionado por esportes, mas sim um estudioso da área que está obrigado a dominar
todos os pontos e variáveis de um determinado esporte, não só regras e técnicas,
mas também a linguagem utilizada em cada modalidade.
O fato de o futebol ser um esporte que possui grande número de seguidores e
entendedores do assunto aumenta a responsabilidade do jornalista estar munido de
conhecimento. Como exemplo, o profissional que cobre futebol precisa conhecer
certas expressões como a chamada “luvas”, que é a quantia que um jogador recebe
por assinar um contrato com um clube.
Mário Erbolato (1981) afirma que o papel do profissional não é apenas
pesquisar e escrever, mas sim ter o domínio sobre o assunto que se está
escrevendo. Isso faz com que o público crie a sensação de que o repórter está
falando diretamente com ele, fazendo com que este tenha o desejo de ler uma
produção direcionada.·.
31
6.2 JORNALISMO DE PROXIMIDADE
Muitos pesquisadores colocam o fator proximidade como um dos principais
critérios de noticiabilidade levando em conta duas dimensões: temática e geográfica.
Miguel Rodrigo Alsina (2009) define a proximidade temática como a necessidade
que grupos têm de trocar informações em temas diversos e expectativas em comum
que envolvem efeitos de identificação afetiva. Quanto à geográfica, essa diz respeito
à proximidade que está inserida de modo direto na convivência entre os indivíduos,
gerando um grau de interação ainda maior. São as notícias da rua, do bairro, e da
cidade compartilhadas com vizinhos, amigos, parentes e etc.
Conforme Cecília Peruzzo (2005) para se ter um jornalismo de proximidade
de qualidade é preciso levar em consideração algumas características de vínculos
com o lugar e com a informação transmitida.
Mario Rodrigues Filho, jornalista que fomentou o surgimento do jornalismo
esportivo como gênero no Brasil e que hoje nomeia o maior palco do futebol
brasileiro, o Estádio do Maracanã, deixou de utilizar em seus textos qualquer
formalismo de expressões inaugurando assim um novo modo de noticiar os eventos
esportivos. Segundo Fátima Antunes (2004), Mario Filho utilizava em seus textos
uma linguagem até então falada somente nas ruas e arquibancadas de futebol e que
aos poucos caiu na cultura popular. Ainda segundo a autora, Mario Filho conseguiu
aproximar o torcedor do jogador e do clube, criando assim uma identificação e maior
proximidade entre as partes.
Para Nelson Traquina (2005), os jornalistas têm como parte de sua
responsabilidade dar sentido às notícias demonstrando de que forma um
determinado acontecimento tem um significado relevante para as pessoas em
função de sua proximidade.
Miguel Alsina (2009) apresenta um exemplo que está diretamente relacionado
à questão proximidade/relevância no jornalismo esportivo: “Qualquer jornalista sabe
que, quando o time local de futebol ganha, vendem-se mais jornais”. (ALSINA, 2009,
p.158). Segundo o autor, para essa forma de jornalismo, a proximidade/relevância
pode apresentar peso diferente se comparado a outros gêneros jornalísticos. Um
jogo de futebol pode ter extrema importância no mundo dos esportes, mas não ter o
32
mesmo interesse para o público que lê o jornal local, pois a relevância do fato em
função de sua proximidade será muito pequena. Por outro lado, o resultado de uma
partida de um time local pouco expressivo, muito dificilmente terá grande
significância para o esporte mundial, mas para o leitor daquela cidade, daquele
bairro onde está situado o time, possui um enorme valor de notícia.
Para Cecilia Peruzzo (2005), a proximidade ainda pressupõe outro valor: o
reforço da identidade, que reflete um campo comum de significados para uma
determinada sociedade. Neste cenário, a função de jornalista deve ir além do
“apenas publicar notícias”. Isto é, o profissional deve estar antenado e deixar de lado
a posição de observador e passar a ser um participante do fato. Além disso, surge
então a possibilidade do aparecimento do público-autor, que passa a ser visto não
mais como um simples consumidor, mas sim como um agente que interage de forma
direta na construção da notícia.
6.3 INTERNET E O JORNALISMO
“A internet chegou para ficar” diz Pollyana Ferrari, em Jornalismo Digital
(2004, p.21). Ainda, segundo ela, os elementos que compõe o conteúdo online vão
além dos tradicionalmente utilizados na cobertura impressa. Até mesmo o texto
deixou de ser definitivo. “Comentários sobre determinada matéria pode trazer novas
informações ou um novo ponto de vista, tornando-se, assim, parte da cobertura
jornalística”. (FERRARI, 2004).
O grande desenvolvimento do jornalismo na internet12, no Brasil, ocorreu no
final da década de 1990, período em que a internet “explodiu” e com isso as práticas
jornalísticas tiveram que passar por uma readaptação dentro do ambiente das
redações. No início, ainda sob desconfiança dos jornalistas, os veículos
vagarosamente foram entrando na web. “Era preciso experimentar, testar o retorno e
ver se realmente o sistema digital funcionava” (PRADO, 2010, p. 31). Com isso, a
produção jornalística foi se moldando gradativamente conforme a internet era
12
A partir desse desenvolvimento surge então o conceito de web 1.0, a primeira geração da Internet comercial, na
qual os sites que faziam parte desta geração não possuíam recursos interativos.
33
introduzida nas redações e, em 1999, Carlos Chaparro já acreditava que
dependeríamos cada vez mais desse novo jornalismo.
Chegará o tempo em que o jornalismo online, por capacidade própria de
argumentar ou porque os discursos institucionais da controvérsia
democrática o farão, há de dar, além da notícia, a interpretação que a
explica. Enquanto esse tempo não chega, e se o jornalismo da imprensa
diária não mudar, agravar-se-á o vazio paralisante, dramático, na
capacidade social de compreender os acontecimentos da atualidade.
(CHAPARRO, 1999)
Hoje, com a velocidade de disseminação que a internet possui e a influência
desta nos meios de comunicação de massa,é fácil deduzir que a internet se
transformou numa “superestrada” da informação. Para se ter uma ideia, de acordo
com a pesquisa divulgada em 29 de agosto pelo IBOBE Nielsen Online, a internet no
Brasil registrou um crescimento de 7,2% no segundo trimestre de 2012, totalizando
83,4 milhões de brasileiros com acesso à rede, em comparação ao mesmo período
de 2011, quando 77,8 milhões de brasileiros tinham conexão à rede.13
Pela forma de tratamento dos dados e pelas diversas maneiras que
possibilitam manter maior proximidade com o usuário, a internet se tornou um dos
principais meios de difusão de conteúdo jornalístico, já que a participação do leitor
pode ser muito mais ampla e ter repercussões sociais importantes que potencializam
processos de trabalho coletivo, de produção e circulação de informações (PRIMO,
2006).
Qualquer que seja sua denominação, jornalismo digital, jornalismo online ou
webjornalismo, a atividade marcou presença na rede. Jornais e revistas migraram
para o novo meio de produção e distribuição das notícias. (PINHO, 2003).
Em um contexto mais amplo, como a sociedade tem no jornalismo um
instrumento vital para a necessidade de informação e como as tecnologias de
comunicação passam por significativas transformações, a internet passou a
representar um grande campo para o jornalismo. Sempre lembrando que a internet é
um ambiente que está em constante processo de construção, cuja principal
característica é a inovação.
13
Pesquisa pode ser encontrada no site do IBOPE Nielsen Online (http://br.nielsennetpanel.com)
34
6.4 ERA DA WEB 2.0
Com o leitor tornando-se um usuário mais exigente, capaz de interagir e se
comunicar através da internet, utilizando os mais diferentes tipos de dispositivos de
comunicação, Póvoa (2006) afirma que os sites deixaram de ter uma característica
estática para se tornarem poderosos aplicativos com funcionalidades sofisticadas e
uma interação mais eficiente e flexível, entrando assim na era da Web 2.014.
6.4.1 Conceito de Web 2.0
A expressão Web 2.0 popularizada pela empresa O’Reilly Media e desdobrou
em uma série de conferencias e livros, que teve inicio em 2004. Mas segundo
Marcello Póvoa (2006), “como toda forma de classificação histórica, não se pode
dizer, cronologicamente, quando termina ou começa este período”.
O termo Web 2.0 refere-se a segunda geração de serviços online e é
caracterizada por potencializar as formas de publicação, compartilhamento e
organização de informações. Além de ampliar os espaços para interação entre os
participantes do processo. A Web 2.0 não é apenas referida a uma combinação de
técnicas informáticas, mas também a um determinado período tecnológico, a um
conjunto de novas estratégias e a processos de comunicação mediados pelo
computador. (PRIMO, 2006).
Conforme Póvoa (2006), “a observação destes padrões na rede pode ser
saudável do momento em que colabora com a organização de ideias e conceitos em
uma indústria nova e particularmente complexa por sofrer agressivas mutações”.
Como demonstra Brito (2011), essas mutações são para melhorar a experiência do
usuário e aumentar as possibilidades de interação.
Talvez a mais importante função do termo Web 2.0 seja sinalizaro início de
uma nova fase da web, uma vez que esta se encontra em constante mudança,
possibilitando assim maior flexibilidade no conteúdo e uma maior interação do
14
O termo 2.0 é o trocadilho com o tipo de notação em informática que indica a versão de um software
35
usuário. Diego Brito inicia seu livro dizendo que se pudesse resumir a o que é Web
2.0 seria apenas em uma frase: “uma internet para usuários.” (BRITO, 2011, p. 1)
6.4.2 Jornalismo convergente: a internet como ferramenta de comunicação
A comunicação passou por uma grande alteração nos últimos anos e as
novas tecnologias representaram um novo sentido para os veículos de
comunicação, que não precisam mais estar somente em um único meio. Com a
possibilidade de ter o conteúdo jornalístico inserido no meio digital, a informação
pode circular de forma intensa por diferentes sistemas midiáticos.
Em Cultura da Convergência, Henry Jenkins (2008) analisa o fluxo de
conteúdo existente em múltiplos suportes midiáticos, considerando as mudanças
percebidas pelo público em diversas formas de experiências de entretenimento. O
autor fundamenta-se em três conceitos com relação à convergência: convergência
dos meios de comunicação, cultura participativa e inteligência coletiva. Onde a
convergência se dá por um processo cultural e não tecnológico. A cultura
participativa é caracterizada pelo comportamento do receptor e, por fim, a
inteligência coletiva refere-se à forma como o receptor consome a informação e em
um processo conjunto acaba tornando-se também um transmissor.
Com o aparecimento de novas ferramentas de comunicação houve uma
transformação no modo de produzir, de transmitir e de consumir a informação. Com
isso, a internet, utilizada como ferramenta, estabelece novas formas de
comunicação, não levando em conta as distâncias físicas. André Deak (2007) diz
que a internet possibilitou uma nova forma de narrativa jornalística:
A internet trouxe novas possibilidades para a narrativa jornalística até então impensáveis: a fusão de vídeo, áudio, texto e gráficos estáticos e animados. Não se trata da somatória dessas linguagens, antigas e super-exploradas, mas de uma nova narrativa que se utiliza de todas as outras, acrescida da participação interativa do leitor. Leitor esse que não pode mais ser chamado apenas de leitor ou telespectador porque é participante, capaz inclusive de definir a narrativa que mais lhe agrade. (DEAK, 2007)
36
Como a internet é um dos locais mais procurados para se encontrar
informações e pelo motivo de a rede poder abrigar grandes quantidades de
conteúdo, em diferentes formatos e a qualquer tempo e espaço, para Jenkins
(2008), a convergência não ocorreu apenas no meio tecnológico. Mas em um
processo de compreensão do leitor que, por meio da interatividade, deixou de ser
apenas receptor da notícia e passou a fazer parte da criação do conteúdo. Essa
interação é feita com opiniões e, muitas vezes, sugestões de pauta para os veículos
de comunicação.
Este é um ponto importante para o Balançando a Rede, pois deixará de
apenas passar ao leitor o conteúdo “estático”, pois, partindo através desta nova
têndencia, a interatividade, tanto o site do veículo quanto o seu impresso, com uma
linguagem própria, criarão assim uma identidade com o leitor, que desperte o
interesse deste em um jornalismo mais dinâmico e participativo.
6.4.3 Jornalismo colaborativo e interatividade
Uma câmera fotográfica, uma filmadora ou um celular com câmera. Hoje, na
chamada era das mídias digitais, qualquer pessoa que sabe utilizar essas
ferramentas pode se transformar em colaborador de um grande veículo de
comunicação.
Muitos têm o pensamento de que jornalismo colaborativo surgiu juntamente
com a internet. Contudo, essa prática já se dava por meio de telefonemas, cartas,
visitas às redações dos jornais ou emissoras de rádio e televisão por pessoas que
tinham participação como informante ou comentarista de reportagens. “A existência
de leigos colaborando com jornalistas na produção de notícias não é um fenômeno
necessariamente novo no campo da comunicação social”. (ZANOTTI, 2010, p.30).
O pesquisador Juliano Spyer já sustentava, em 2008, a afirmação de que
jornalismo colaborativo não era novidade no meio online:
As soluções implementadas hoje do chamado jornalismo participativo, colaborativo ou cidadão pelos principais portais de notícia brasileiros têm de novo só o nome, porque geralmente funcionam da mesma forma como as antigas seções de cartas do leitor. (SPYER, 2008).
37
Porém Carlos Alberto Zanotti (2010), diz que foi na nova era da informação
que o jornalismo colaborativo ganhou vida e expressividade. Além disso, há de se
considerar que a internet rompeu o processo de que “um fazia para todos”, até então
visto no jornalismo tradicional. Hoje, as novas tecnologias permitem a relação “todos
para todos”.
Conforme Fonseca e Lindemann (2007), a ideia de colaboração é justamente
oportunizar que mais vozes tenham vez na produção da notícia, valorizando assim a
característica da rede, que é a possibilidade de interação entre os usuários:
Afinal, enquanto o jornal (através de cartas), o rádio (através de ligações telefônicas) e a leitura digital (através da navegação por diferentes sites), para citar alguns exemplos, permitem uma interação superficial, a prática do webjornalismo participativo constitui uma interação que vai além, possibilitando aos destinatários colaborarem com a produção dos conteúdos. ( FONSECA E LINDEMANN, 2007).
A partir disso, pode-se definir que, por meio da internet, as pessoas
tornaram-se participantes diretas na construção conteúdo jornalístico e não mais
como apenas fontes, mas como “formadores da notícia”.
No entanto, a ideia de jornalismo colaborativo com conteúdo exclusivamente
feito pelos usuários, sem a interferência de mediadores, ainda é pequena no Brasil.
Os canais de jornalismo colaborativo que existem no país são
pertencentes aos grandes grupos de mídia, o que subordina o conteúdo à política da
empresa, sendo publicado apenas o que é de interesse editorial, criando uma falsa
interação entre usuários. Isso explica o sucesso de canais como Twitter e Facebook,
em que o usuário tem o assunto nas mãos e pode opinar, fazer correções e
contribuir mais para a criação do conteúdo. Resumindo: ele faz o que quer.
Em contrapartida Brambilla (2006) defende que há a necessidade da
existência de um mediador, no caso um profissional do jornalismo, para que nos
assuntos debatidos pelo público se tenha credibilidade. Para a autora, a edição é
necessária, porém não deve anular a participação do público na construção do
conteúdo. “O trabalho de edição consiste na checagem de dados, na reescrita da
manchete e na adequação do texto a uma linguagem jornalística”. (BRAMBILLA,
2006, p.101).
38
O jornalismo colaborativo tornou-se uma tendência nos últimos anos e abriu
discussões sobre os rumos do jornalismo. Contudo, os profissionais da notícia não
deixarão de produzir conteúdo, mas farão com que estes sejam mais especializados,
aprofundados e críticos.
Como pode ser observado, a nova era da web proporcionou uma melhor
configuração e dinâmica para os processos de interação, porém não há uma
inovação tecnológica, e sim apenas a reutilização de tecnologias habituais, mas com
uma nova perspectiva.
6.5 MCLUHAN NA ERA DA INTERNET
6.5.1 O meio é a mensagem
Numa sociedade como a nossa, altamente tecnológica e que avança cada
vez mais para um grau extremo de interdependência digital, McLuhan avalia o
processo comunicativo de um ponto de vista em que para efeitos práticos, bem
como operacionais, a partir de sua uma tese central: o meio é a mensagem. Neste
contexto, o meio, pelo qual a informação é passada, não só influencia a recepção,
mas acaba se tornando o próprio conteúdo.
O efeito de um meio se torna mais forte e intenso justamente porque o seu conteúdo é um outro meio, como o conteúdo de um filme é o romance, uma peça de teatro ou uma ópera. [...] O conteúdo da escrita ou da imprensa é a fala. Mas o leitor permanece quase que inteiramente inconsciente, seja em relação à palavra impressa, seja em relação à palavra falada. (MCLUHAN, 1964, P.22)
Isto significa que as consequências sociais e pessoais de qualquer meio
constituem o resultado de um novo estalão, que é introduzido em nossas vidas por
uma nova tecnologia que venha a ser uma extensão de nós mesmos (MCLUHAN,
1964). Ou seja, qualquer nova invenção na comunicação é fundamental, ao
considerar como extensão de uma faculdade humana. O livro é uma extensão do
olho, a roda uma extensão do pé, a roupa uma extensão da pele, etc.
39
Segundo Gomes (1997), quando McLuhan afirma que o meio é a mensagem
está dizendo que, na era eletrônica, um novo ambiente foi criado, cujo conteúdo é o
antigo ambiente, da era industrial. “O ambiente é imperceptível, pois o que
percebemos é o conteúdo.” (GOMES, 1997, p. 118). Ou seja, o ambiente velho foi
reprocessado pelo novo. Por exemplo, a televisão (novo) reprocessou o cinema
(velho), assim como a internet está reprocessando ambos.
Por outras palavras, segundo Olga Pombo (1994), para McLuhan, o meio, o
canal, a tecnologia em que a comunicação se estabelece, não apenas constitui a
forma comunicativa, mas determina o próprio conteúdo da comunicação.
Segundo André Lemos e Paulo Cunha (2003) o ciberespaço15 – internet –
pode ser considerado como indexador de variados tipos de meios, sendo que cada
vez mais, estes meios estão inseridos numa situação de interdependência entre si.
Nenhum meio pode existir por si só, o que reforça o pensamento de McLuhan em
que o “conteúdo” de qualquer meio ou veículo é sempre um outro meio ou veículo.
6.5.2 Classificação do meio: Internet é um meio quente ou frio?
McLuhan também classifica os meios como quentes ou frios.
Resumidamente, os quentes correspondem àqueles que prolongam o sentido
humano em alta definição, nos dando uma informação completa. Já os meios frios
correspondem aos que, por transmitirem uma quantidade menor de informação,
permitem uma interação maior do indivíduo, como por exemplo, o telefone.
(MCLUHAN, 1964).
Partindo da classificação mcluhiana quanto aos meios quentes e frios, ao
analisar a dimensão de tempo e espaço que a internet ocupa na era da pós-
modernidade, como se referem Lemos e Cunha (2003), é possível perceber que o
ciberespaço avança além do conceito de um novo meio de comunicação, agrupando
em um conjunto todos os, ou alguns, meios até então utilizados distintamente. Se
15
Segundo David R. Koepsell, o termo “ciberespaço” (“cyberspace”) tem sua origem atribuída ao novelista Willian Gibson, quando utilizou o termo em sua obra “Neuromancer” para se referir ao que ele caracteriza como a “alucinação consensual” experimentada por usuários quando se conectavam a uma rede mundial de computadores. Ou seja, o termo é utilizado para fazer referência à Internet.
40
por um lado a internet pode ser um meio quente, por nos fornecer a informação mais
completa, com várias referências, fontes e formatos (vídeo, áudio, texto, gráficos),
por outro lado também pode ser um meio frio, pois nos dá espaço para
complementar as informações através dos comentários nas páginas dos sites, blogs
e canais de vídeo.
A Internet proporciona a extensão de várias capacidades humanas. Não
apenas podemos ver o que nossos olhos não veem, mas podemos interagir,
construindo assim nosso próprio raciocínio não linear em cima da informação.
6.6 WEBWRITING: COMO ESCREVER PARA INTERNET
Segundo Bruno Rodrigues (2001), webwriting é o conjunto de técnicas que
auxiliam na produção e distribuição de conteúdo informativo em ambientes digitais.
Porém não deve ser entendido como jornalismo online, que por sua vez é um ramo
do webwriting dedicado à produção de informação noticiosa. Em webwriting, a
preocupação é como um todo, seja ela ícone, foto, vídeo, som e, é claro, texto.
(RODRIGUES, 2001)
Fernando Cesar de Carvalho Alves (2004) diz, em seu artigo “Escrever para
web é uma arte”, que na internet o jornalista encontra um desafio maior no dia a dia
das redações de rádio, jornais e televisões, pois ele tem e uma única mídia a
congregação de todas as outras. Alves ainda comenta que para o profissional da
comunicação é necessário um constante processo de atualização, e que no
webjornalismo esta preocupação deve ser maior. Completando o dizer de Fernando
Alves, segundo Ferrari (2004), o “conteúdo” tornou-se a palavra da moda nos
tempos da proliferação de sites, pois é em busca de conteúdo que as pessoas
acessam a maioria deles.
Com isso, o jornalismo online não pode ser definido apenas como o trabalho
de produzir ou colocar reportagens na internet. É preciso pensar em vários fatores
como, por exemplo, vídeos e áudio; e reunir o maior número possível de assuntos
relacionados à reportagem, caracterizando assim, o verdadeiro webwriting.
(FERRARI, 2004).
41
Porém não se deve entender webwriter como webdesigner, pois, apesar de
ambos terem de trabalhar juntos, conforme cita Diego Brito (2011), o trabalho de um
webdesigner é diferente do de um webwriter. O designer é o profissional
responsável pelo desenvolvimento estético e funcional de um site e o webwriter,
como já visto, é o responsável pelo método de escrita para a internet, como a
posição de textos e seus complementos (fotos, links, etc.).
6.6.1 A linguagem jornalística
Segundo Nilson Lage (1999), existe um grau de parentesco entre palavras
que ligam o conceito de linguagem e língua. Linguagem é um subsistema de uso da
língua, ou seja, é um conjunto de itens presentes no dicionário e um conjunto de
regras de determinado idioma para o emprego de um sujeito que as utiliza em
determinada ação. Por dois motivos, o conceito de linguagem citado não serve para
a análise da linguagem jornalística. O primeiro é porque as leis principais e gerais da
linguagem jornalística são comuns em todos os idiomas, pelo fato de o jornalismo
ser uma prática social sem fronteiras. O segundo motivo é o fato de a linguagem
jornalística mobilizar vários outros símbolos além da comunicação linguística. Seria
necessário um conceito mais amplo, assim como explica o autor:
Precisamos de um conceito de linguagem mais amplo, que não se refira
apenas a uma língua, mas à grande variedade delas; e que se relacione
com disciplina mais abrangente do que a linguística, capaz de abarcar a
totalidade dos sistemas simbólicos. Esta disciplina foi chamada de
Semiologia por Ferdinand de Saussure, no início do século XX (LAGE,
2001, p. 36).
A linguagem jornalística supera o texto em que as matérias e notícias estão
escritas, portanto é preciso analisar a estrutura como um todo.
Um site jornalístico pode apresentar diversos formatos e as informações que
o leitor busca são um bem simbólico, distribuídos em vários níveis: no projeto
gráfico, que é uma forma de identidade do veículo e faz com que este seja
42
reconhecido pelos consumidores a partir dele; nos sistemas analógicos, que são as
fotografias, vídeos, entre outros, que fixam e completam os momentos; e, por último,
no sistema linguístico, que são os títulos, textos, legendas e tudo que significa o
componente digital da comunicação. Outros fatores também influenciam na
construção desse bem simbólico, como as fontes (tipo de letras) usadas, o uso de
cores diferentes, fotos, ilustrações e a maneira como as matérias e notícias são
apresentadas. Nelson Traquina (2005) sustenta esse pensamento quando diz que o
jornalismo é uma prática discursiva que segue certos traços que criam como
principal característica a qualidade de ser compreensível, o que é o ponto-chave
para atrair o público. “O discurso jornalístico é um discurso que deve provocar
desejo, o desejo de ser lido/ouvido/visto.” (TRAQUINA, 2005, p.46).
Para Jorge Pedro Souza (2003), a questão da qualidade do jornalismo online
põe-se também sob outro prisma: o do aproveitamento das potencialidades da
internet e a da adaptação da linguagem jornalística às características deste novo
meio, ou seja, a convergência mediática num único suporte, no qual a rapidez da
internet fez com que os jornais adotassem uma contextualização na notícia.
No jornalismo online, as informações são produzidas em escala industrial e
para o consumo praticamente imediato. Isso faz com que as variáveis linguísticas
sejam reduzidas.
O texto jornalístico procura conter informação conceitual, o que significa usos linguísticos pobres de valores referenciais, como frases feitas da linguagem cartorária. Sua descrição não pode se limitar ao fornecimento de fórmulas rígidas, porque elas não dão conta davariedade de situações encontradas no mundo objetivo e tendem a envelhecer rapidamente. (LAGE, 2001, p. 36).
Contudo, a busca de uma linguagem própria para este novo meio ainda vem
sendo explorada e, com isso, a disseminação da internet abre portas para a criação
de um jornalismo online mais criativo e dinâmico. E para que este jornalismo seja de
qualidade compreensível e que desperte no leitor o desejo de ser visto, conforme
afirma Bruno Rodrigues (2001), existem três princípios básicos, ou como cita, três
mandamentos a serem seguidos. São conceitos simples e práticos: Objetividade,
Visibilidade e Navegabilidade.
43
6.6.1.1 Objetividade
Dos três mandamentos do webwriting, a objetividade – ir direto ao assunto - é
o mais fácil de ser aprendido. Mas é o mais difícil de ser colocado em prática.
Ir ao assunto, fornecer a informação sem rodeios – isso é objetividade. Por um lado, esse é um conceito que, em webwriting envolve uma questão polêmica e conservadora, mas, por outro lado, utiliza alguns recursos extremamente inovadores para solucionar problemas. (RODRIGUES, 2001)
A Polêmica parte da seguinte premissa: o internauta que visita um website
deseja textos enxutos. É absolutamente falsa a ideia de que a internet foi feita para
textos curtos. Objetividade não é sinônimo de informação controlada. (RODRIGUES,
2001)
Diego Brito (2011, p.79) descreve que “a internet é um meio urgente” e que
por esse motivo a objetividade deve estar evidente, o não significa que o texto
conteúdo precisa ser chato, mas claro e direto. Brito ainda ressalva que um site deve
ser “rápido no gatilho”, possuindo assim mais chances de o usuário se interessar por
ele e continuar a navegação.
Por outras palavras Pollyana Ferrari (2004) diz que achar que o mais
importante é oferecer ao leitor as ultimas notícias o mais rápido possível é um
grande equivoco do meio, pois o usuário pouco se importa com quem lançou a
notícia primeiro. Ele busca na realidade a riqueza na informação.
Em contra partida Bruno Rodrigues (2001) ressalta que devemos esquecer as
diferenças entre digital e impresso e lembrarmos que estamos em um novo meio
onde a razão pela qual ele existe é a possibilidade de incluir informações. Não existe
uma receita pronta para textos na internet.
44
6.6.1.2 Visibilidade
A visibilidade é um trabalho de artesão, mas a missão de deixar as principais
informações de um site visíveis está inteiramente nas mãos do webwriter. Existem
recursos tecnológicos que caem como uma luva na construção editorial de uma
página na internet, como botões e menus pull-down16, mas a maestria está mesmo
em saber usá-los com parcimônia. (RODRIGUES, 2001)
Quando se trata de visibilidade, a melhor maneira de demonstrar a
importância da organização de um site é imaginando-o como a vitrine de uma loja,
onde o visitante é seduzido ao ser apresentado a um determinado produto, que o
leva a entrar na loja.
O visitante espera ser seduzido a conhecer o site, assim como o consumidor em um shopping center deseja ser atraído por uma boa vitrine. E uma loja deve ter uma vitrine bem montada, para que o cliente identifique o produto que chamou a atenção e visualize rapidamente o preço, tudo isso envolto em um ambiente que o faça desviar do seu caminho e entrar na loja para - de preferência – comprar. (RODRIGUES, 2001)
A ideia de que o conteúdo é um produto a ser comercializado, e o usuário, um
cliente a ser conquistado é uma tarefa que exige mais cuidado e atenção. Uma
página carregada é um convite para que o internauta saia e não volte mais.
(RODRIGUES, 2001).
Segundo Luli Radfahrer (2008) o design de um site segue os mesmos
princípios de uma revista: todas as seções são estudadas cuidadosamente e se
prepara um Projeto Gráfico, indicando os lugares que os elementos ocuparão em
cada página.
Brito (2011) diz que construir um site exige raciocínio e é preciso distinguir o
que realmente é prioritário e que estimule o visitante continuar sua navegação pela
página.
1616
Também conhecido como drop-down, é um elemento de interação com o usuário similar a uma lista. As informações ficam “escondidas” para economizar espaço na tela e só são ativadas quando o usuário faz a escolha de um “item nesta lista”.
45
6.6.1.3 Navegabilidade
“A coisa mais importante é descobrir as três razões principais porque usuários vão ao seu site e deixar essas coisas rápidas e fáceis de serem feitas”.
Jakob Nielsen17
A visibilidade de um site é fundamental, mas é o texto que leva o internauta a
navegar por um website. Deve-se fazer com que o usuário possa chegar rápido à
informação que deseja. A linguagem deve ser simples e clara e é ai que se inicia a
tarefa árdua de ser persuasivo.
Um bloco de informações interconectadas consegue moldar e permitir que o
internauta avance sua leitura do modo que quiser, através do hipertexto18, sem ser
obrigado a seguir uma ordem linear, ou seja, o internauta tem a possibilidade de
montar seu próprio caminho. (FERRARI, 2004).
Segundo Fernando César de Carvalho Alves (2004) o elemento principal de
um hipertexto é a possibilitar a ação do internauta na conexão com informações
referenciais que permitirão uma rápida e intuitiva associação a outros textos e ideias,
para assim conseguir encadear as informações de forma clara, de acordo com as
necessidades.
Conforme explica Bruno Rodrigues (2001), o hipertexto bem utilizado é o
principal responsável pela Navegabilidade de um site. Mas se utilizado em excesso
torna-se um verdadeiro labirinto, no qual o visitante irá se perder e talvez não volte.
“Primeiramente deve-se capturar a atenção do visitante e só depois lhe
oferecer as opções”, (RODRIGUES, 2001, p.28). Isso faz com que o leitor assuma o
controle das ações trocando o texto por vídeos, fotos, diálogos, etc., como se
estivesse em uma biblioteca digital.
17
Jakob Nielsen, Dinamarquês, cientista da computação com Ph.D. em Interação Homem x Máquina. 18
Conjunto de informações cujo acesso se dá através de referência especifica, denominada link
46
6.7 ENCONTRABILIDADE: A OTIMIZAÇÃO SEO
Um ponto fundamental para um site na era da Web 2.0 é com ele é visto
pelos buscadores.
A otimização de um site é a estratégia que tem por objetivo potencializar e
melhorar o posicionamento da página nos resultados naturais (orgânicos19) nos sites
de busca. O termo SEO (do inglês Search Engine Optmization, traduzido no Brasil
como “otimização para mecanismos de busca”). Essa estratégia, atualmente,
tornou-se muito comum, dada a importância que os mecanismos de busca
alcançaram. (BRITO, 2011).
Figura 5 - Processo de funcionamento do SEO
19
Resultados orgânicos são aqueles que não são pagos, ou seja, são baseados na relevância do conteúdo de
um site e em sua popularidade para cada palavra-chave pesquisada. Outro modelo são os links
patrocinados, ou seja, os que são pagos, mas nesse caso não se enquadram no resultado orgânico
47
6.7.1 Como funciona a otimização do site
O processo de otimização pode ser dividido em duas maneiras, on-page, que
é dentro do próprio site, e off-page, é quando um outro site utiliza um link que aponta
para o seu site. (BRITO, 2011).
Para se fazer uma otimização on-page de um site, alguns pontos devem ser
levados em consideração tanto pelo webwriter quanto pelo responsável pela
construção do código fonte do site, como explica Diego Brito:
On-page - Títulos relevantes:possuir títulos que remetam ao conteúdo da página - Meta tags adequadas: são alguns códigos que permitem aos buscadores entenderem melhor o tipo de conteúdo. - Código semântico: é aquele que utilizado corretamente as tags e melhores práticas indicadas pelos padrões web primando pelo recurso correto na associação com o conteúdo. - Conteúdo textual: é um dos fatores mais importantes do SEO, pois o Web Crawler
20 é profundamente orientado pela busca de conteúdo relevante com
a palavra-chave digitada pelo usuário no momento da busca. Off-page - Links externos: são uma das principais formas de valorização do conteúdo na internet. Links em outros site que apontem diretamente para um determinado site são ótimos avalistas para o conteúdo. - Sitemap: é um arquivo criado para explicar aos mecanismos de busca a estrutura hierarquica de um site, identificando assim todas as páginas do site, aumentando as chances de aparecer melhor posicionado na busca orgânica. (BRITO, 2011, p. 146-149).
A otimização de um site pode ser realizada através de alguns métodos: o
White Hat, que é a forma correta de se fazer SEO pois não prejudica a imagem do
site; o Black Hat, que consiste em forma “suja” de otimizar a busca utilizando
técnicas como massificar a utilização de palavras-chave com finalidade de melhorar
a relevância do conteúdo, ou também colocar textos geralmente na mesma cor de
fundo da página, que por sua vez não é visto pelo usuário, mas os buscadores
conseguem ler, em outras palavras, tentar ser mais esperto que o buscador; e por
último, o Gray Hat, que é uma linha tênue entre os dois métodos anteriores e
20
Web Crawler é o nome dado ao “robô” que percorre a web em busca de conteúdo. Navega sozinho na internet e é responsável pela varredura, indexação e publicação de conteúdo nos buscadores.
48
consiste em uma forma de acelerar a velocidade do site para ser mais bem
posicionado nas buscas. (BRITO, 2011)
Brito ainda deixa uma recomendação importante para quem busca investir em
SEO. Segundo ele, deve-se prestar muita atenção de como o método será
utilizado,pois pode implicar em punição para o site, como o banimento do resultado
na busca orgânica.
6.8 WEB FIRST
Com a internet inserida no cotidiano das pessoas, não restam dúvidas de que
os veículos de comunicação souberam aproveitar a evolução tecnológica. Contudo,
o jornalismo online não derrubou o convencional, mas o modificou, obrigando-o a
passar por uma adaptação. Jornais tiveram que agir rapidamente para acompanhar
este processo e não cair no esquecimento. Houve a necessidade de encarar a nova
concorrência – as redes sociais - e, acima de tudo, recuperar a audiência que
ameaçava ir embora.
José Pedro Souza (2003) diz que os jornais migraram para a internet,
disponibilizando cópias das versões impressas, com o objetivo de alargar a
audiência, aumentar o prestígio e ampliar o alcance geográfico. Por vezes, as cópias
eram do dia anterior, pois havia o receio de que versões atualizadas pudessem
afastar os leitores das edições em papel. Porém, conforme o autor, os jornais
constataram que era preciso fabricar um produto específico para a internet.
Assim, numa segunda fase, os jornais começaram a incluir conteúdos e serviços exclusivamente online e a inserirem hiperligações para o aprofundamento da informação noutras páginas e sites e para acesso a registros sonoros e audiovisuais. Posteriormente, começaram a fazer a atualização permanente do noticiário. (SOUZA, 2003)
Isso nos conduz, de forma geral, a algumas das características que hoje
ostentam o jornalismo online, no qual os veículos de comunicação, principalmente
os impressos, viram um meio de disponibilizar conteúdo exclusivo com uma maior
49
velocidade de transmissão e recepção, atualizando assim a concepção de “furo
jornalístico”, ou de ser o primeiro a levar a informação até o leitor.
Atualmente, esse modelo de transmitir a informação é conhecido por web
first, ou seja, a notícia tem prioridade de publicação na internet. Porém, por se tratar
de um conceito novo e ainda em estudos, não há publicações referentes ao tema.
Para tanto, será abordado o conceito de instantaneidade que, em outras palavras, é
a publicação do conteúdo em tempo real, e se assimila ao conceito de web first.
6.8.1 Instantaneidade
Uma das mais importantes características do jornalismo online refere-se a
uma ausência de intervalo de tempo entre o fato e sua transmissão e recepção pelo
público. Segundo Marcos Palácios (2003), essa prática é propiciada pelas novas
tecnologias que aceleram o processo de produção e com isso, podemos concluir
que, na transmissão do conteúdo, o jornalismo online ganhou uma nova dinâmica,
antes vista somente no rádio. Uma vez que a velocidade em repassar a informação
aumentou, o imediatismo se torna essencial para se conquistar o receptor.
Muito embora exista nas outras mídias, nas quais só ocorre em cada entrada
ao vivo e a última narrativa não se caracteriza mais como informação instantânea,
no meio online ela assume outra dimensão. O material fica disponível, acumulando-
se e podendo ser atualizado a cada novo fato, o que possibilita um melhor
acompanhamento do assunto, conforme Palácios (2003):
A rapidez de acesso, combinada com a facilidade de produção e de disponibilização propiciadas pela digitalização da informação e pelas tecnologias telemáticas, permitem uma extrema agilidade de atualização do material nos jornais da web. Isso possibilita o acompanhamento contínuo em torno do desenvolvimento dos assuntos jornalísticos de maior interesse. (PALACIOS, 2003, p.20).
Esse acompanhamento contínuo dos assuntos é a grande vantagem da
internet sob as outras mídias, uma vez que ela não é linear. Além disso, há um
50
maior aprofundamento sobre o fato por não haver limites para novas informações. A
notícia se desenvolve como se tivesse uma dinâmica própria.
Nessa concepção, a internet acelerou o ritmo do mundo ao oferecer a
oportunidade de apresentar, de forma variada, toda a riqueza das informações. Fato
é que, os leitores dão mais importância a essa riqueza nas informações, do que aos
“furos jornalísticos”, conforme Pollyana Ferrari (2004):
Os leitores raramente percebem quem foi o primeiro a dar a notícia – e, na verdade, nem se importam com isso. Uma noticia superficial, incompleta e descontextualizada causa péssima impressão. É sempre melhor colocá-la no ar com qualidade, ainda que dez minutos depois dos concorrentes. (FERRARI, 2004, p. 49)
A questão da qualidade do jornalismo online põe-se também sob o prisma do
aproveitamento das potencialidades da Internet: uma maior agilidade e flexibilidade
se comparada aos outros meios, pois ao ingressar no site, o leitor tem rapidamente
acesso ao conteúdo que mais lhe interessa com informações inseridas de forma
contínua.
51
7 METODOLOGIA
Para a elaboração deste projeto foi necessário estabelecer dois métodos de
pesquisa para garantir o alcance e produção dos objetivos já citados. Primeiramente
foi utilizada a pesquisa exploratória, através de um levantamento bibliográfico, como
forma de fazer um histórico sobre o futebol, incluindo o amador, e a imprensa
esportiva. Utilizando o método qualitativo, foi feito uma pesquisa de opinião, com
pessoas que interagem diretamente com o futebol amador, a fim de auxiliar no
entendimento de como os veículos de comunicação tratam o futebol amador.
7.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
O passo inicial consistiu em buscar uma biografia capaz de sustentar o tema
proposto. Segundo Lakatos e Marconi (1996), o levantamento bibliográfico trata-se
da pesquisa de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo
pesquisado em livros, enciclopédias, revistas, jornais, boletins, teses e dissertações,
a fim de colocar o pesquisador em contato direto com o material que já foi escrito
sobre o assunto.
Foram feitas consultas a livros que exploram o jornalismo esportivo, o
jornalismo digital, o futebol amador, a internet, a web 2.0 e a criação de sites para
subsidiar a elaboração do projeto de reformulação do site “balancandoarede.com”
como objetivo final do trabalho.
Autores como Machado e Chrestenzen (2005), Coelho (2004) e Capraro
(2002) foram apresentados na Delimitação do Tema por serem autores que
contribuem no âmbito de evidenciar aspectos históricos do futebol e sua importância
para a comunidade.
Neste sentido, a Fundamentação Teórica discutiu e baseou-se na tese central
exposta por McLuhan (1964) - “O meio é a mensagem” – pois este conceito possui
uma forte relação dentro do mundo da internet. Para sustentar essa ideia Gomes
(1995), Lemos e Cunha (2003), e Olga (1994) foram os principais autores estudados
e citados neste campo.
52
Dentro deste aspecto, o trabalho procurou também estabelecer a relação
entre a internet e o jornalismo, utilizando autores como Chaparro (1999), Pinho
(2003) e Prado (2010). Para conceituar a criação de conteúdo na web, os pontos
fundamentais na elaboração de um site e como a internet faz interação entre as
partes envolvidas no processo de criação do conteúdo, utilizando o conceito de Web
2.0, além de autores já citados, foram apresentados autores relacionados à criação
de conteúdo para a internet como Rodrigues (2001), Póvoa (2006), Primo (2006) e
Alves (2004). Brito (2011) foi o autor que chamou atenção ao falar em otimização
SEO, que consiste no método de como um site é encontrado na web.
7.2 PESQUISA DE OPINIÃO
Na Delimitação do Tema utilizamos um levantamento feito com pessoas
envolvidas no futebol amador. Para tal processo metodológico, foram realizadas
entrevistas – não gravadas - com jogadores, técnicos e jornalistas que cobre a área.
O método utilizado foi a Pesquisa de Opinião, com o objetivo de verificar como eles
observam a cobertura da mídia na categoria e como ela é feita, para então auxiliar a
elaboração do projeto.
A opção por esse tipo de pesquisa deu-se ao fato de que a mesma consiste
em procurar saber atitudes, pontos de vista e preferências que as pessoas têm a
respeito de algum assunto. Para Lakatos e Marconi (1996), a pesquisa visa
identificar a opinião, constatar as falhas, descrever condutas e reconhecer
interesses e outros comportamentos de uma comunidade.
7.3 METODOLOGIA DO PRODUTO
Posteriormente, através dos conceitos descritos neste projeto foi dado início a
fase de criação de um novo layout para o site. Nesta fase do planejamento inclui-se
o briefing e o escopo do projeto, que em outras palavras são o próprio delineamento
53
do produto. Conforme Brito (2011), briefing e escopo são o conjunto de informações
relevantes para determinar como se dará o projeto.
Com isso, a etapa seguinte foi delicada e determinante para o sucesso do
projeto. Segundo Diego Brito (2011), para que um site tenha sucesso é preciso
refletir sobre o objetivo desejado e quais as melhores formas de alcançá-lo, traçando
uma boa estratégia para colocar o projeto em prática.
Em um primeiro momento, como já descrito, foi realizada a reformulação do
site “balancandoarede.com” visando deixá-lo mais atraente para os usuários, de
forma a criar um canal de interação entre os envolvidos no processo de construção
do conteúdo, bem como aumentar a credibilidade e a visibilidade do veículo a fim de
criar uma identidade com o leitor.
Para tanto, foi necessário o contato com um profissional em webdesign,
também chamando de arquiteto da informação, que foi o responsável pela
construção da nova interface. Conforme explica Brito (2011, p. 51), “sem arquitetura
da informação um site é concebido apenas do ponto de vista de “achismos”. [...]
Portanto, sem umarquiteto ou profissional com essa competência, o site não atinge
todo seu potencial.” Rodrigues (2001, p. 31) completa dizendo que “o webdesigner é
o melhor amigo do webwriter, e vice-versa”.
Feita a reestruturação do veículo, foi realizada uma análise comparativa,pré e
pós-reforma utilizando o método quantitativo que, segundo Gil (1991), consiste na
tradução em números acerca das informações coletadas, para então chegar à
conclusão final deste projeto.
54
7.4 CRONOGRAMA
ATIVIDADES FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV
Levantamento bibliográfico
x X x x x x Entrevistas x X x
Metodologia e Execução
x X x x x x X x x Entrega do
Projeto x
Elaboração do layout
x x Reformulação
do site x x X x x
Análise de opinião pós
reforma
x x
Análise de aumento de
visualizações
x x
Redação do texto final
x X x Revisão do
Texto x
Finalização x x Protocolo x
Apresentação do Produto
x
55
8 DELINEAMENTO DO PRODUTO
8.1 O QUE É O PRODUTO
O produto propõe um novo modelo editorial para a versão online do jornal
impresso “Balançando a Rede” transforma-o "centro captador de notícias", com um
acesso rápido às informações com um tom de modernidade alinhado com as
tendências da internet na era da Web 2.0, de maneira a potencializar as formas de
publicação, compartilhamento e organização, além de ampliar os espaços para a
interação dos usuários.
Entrando nessa era da interação, o leitor não terá somente a função de
receptor da informação, neste produto ele fará parte da obra como um todo. Suas
opiniões e questionamentos darão continuidade ao processo de criação do
conteúdo. Além disso, será contemplado pelo impresso, em sua periodicidade
quinzenal. Ou seja, o conteúdo das duas plataformas estarão integrados fazendo
com que o Balançando a Rede fique mais dinâmico e com isso aumente o número
de leitores e a credibilidade do veículo.
Conforme Brito (2011), para se ter um site de sucesso, deve-se analisar no
mínimo três outros que mais lhe atraem. Tendo por base essa teoria, o modelo
escolhido foi o do ESPN.com.br, não só pelo design mas por sua credibilidade. Pois
quando se fala em site esportivo, o ESPN é um dos primeiros a aparecer na mente
das pessoas.
Uma coisa, porém, não muda: o compromisso do balançando a rede em
trazer a informação com enfoque único, o olhar diferenciado, o que o tornará
referência na cobertura do futebol amador.
56
8.2 ESCOLHA DO NOME DO PRODUTO
O produto foi intitulado como “Balancandoarede.com: profissionalizando o
futebol amador” com o intuito de unir o amadorismo da categoria com os conceitos
profissionais do jornalismo.
8.3 PÚBLICO ALVO
Como público alvo foi identificado os já leitores do Jornal Balançando a Rede,
pessoas ligadas direta ou indiretamente ao futebol amador e todo e qualquer usuário
da internet que venha a se interessar pelo esporte.
8.4 VIABILIDADE DO PRODUTO
O produto torna-se viável por conta de alguns elementos-chave: estar na
internet e por abrir espaço para publicidade, que é de onde virão os investimentos
para a viabilização do projeto.
Outro ponto que facilita a viabilização é o fato de o jornal já contar com o
apoio de profissional em webdesign que será o responsável pela construção da nova
interface. Conforme explica Brito (2011), sem um profissional da área, o site é
concebido apenas a partir de “achismos”.
Foi pensado também na possibilidade de fazer uma versão mobile do site,
porém seu custo se torna inviável neste primeiro momento. Mas a ideia poderá ser
utilizada em um futuro breve.
57
8.5 CONTEÚDO
O conteúdo do site será todo o material já postado, com espaços para novas
informações que complementem as notícias.
Parte dos textos será mais enxuta, mas com qualidade, de maneira a resumir
os acontecimentos, o que fará com que o leitor não perca tempo e paciência, e com
isso ele irá se identificar com o veículo, uma vez que, jornal com notícias rápidas e
fáceis se torna mais prático e dinâmico, e permite uma maior pluralidade de
conteúdo.
Outra parte será mais analítica, um dos pilares do projeto novo, que priorizará
a contextualização e a interpretação da matéria. Pois, afinal de contas, apesar de
ser um espaço de dinamismo, a internet também possibilita a produção de
conteúdos mais densos e longos por não ter limite de espaço.
O conteúdo diferenciado reforça a identidade e proximidade entre as
plataformas do veículo e o leitor. Não importa se no papel ou online, as reportagens
têmos princípios editoriais que deram ao impresso do Balançando a Rede o prestígio
em toda Curitiba e Região Metropolitana.
8.6 RODAPÉ
Antigamente o rodapé de um site era apenas para conter informações como
desenvolvedor, endereço da empresa e créditos. Hoje em dia, o rodapé tem tanta
importância quanto o topo do site. Muitas páginas apostam neste campo, há pouco
explorado, para colocar informações adicionais, menus etc., de forma a “fisgar” o
leitor para que este se mantenha conectado na página. Por isso para o projeto, o
rodapé será utilizado como forma de colocar os resultados dos jogos, próximas
partidas, classificação e também links de parceiros.
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8.7 PUBLICIDADE
Como forma de sustentar o site, serão destinados espaços pré-estabelecidos
para publicidade. Esses espaços serão entre os campos do site. Um no topo da
página; um entre a área do conteúdo e a galeria; e dois logo abaixo da barra lateral.
8.8 REDES SOCIAIS
Uma das prioridades da marca Balançando a Rede serão as redes sociais.
Um editor, o jornalista Richard Benvenutti, cuidará de ampliar a presença do site do
jornal no Twitter (no perfil @balancando_rede) no Facebook
(www.facebook.com/pages/Jornal-Balançando-a-Rede/198573096885384?fref=ts) e
em outras redes como o Flickr (http://www.flickr.com/photos/89301108@N07) - que
atualmente atraem quase 90% dos internautas ativos do Brasil, segundo pesquisa
do IBOPE Nielsen Online.
8.8.1 Twitter
O Twitter foi escolhido por ser uma plataforma que, ao lado do Facebook,
melhor exemplicifica a interatividade, a qual é possível quando alguémresponde ao
conteúdo publicado. Optamos por nele compartilhar o título e o link de
redirecionamento para o conteúdo inserido no site etambém retweetar informações,
acerca de conteúdos relacionados ao futebol, não somente ao amador, mas também
às outras categorias do esporte.
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Figura 6 - Twitter do Balançando a Rede
8.8.2Facebook
Por ser uma plataforma de grande vizualização na internet e pela praticidade
em alcançar o público, na página do Balançando a Rede no Facebook serão
utilizadas todas as ferramentas disponibilizadas nessa plataforma. Nela é inserida o
título da publicação no site e o link com redirecionamento para o conteúdo. As foto
não publicadas no site ficarão disponibilizadas na pagina do Facebook, cada qual de
acordo com a competição e jogos. Com auxilio da plataforma Youtube vídeos
também serão disponibilizados. Contemplando assim a característica da
interatividade com os leitores.
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Figura 7 - Imagem do perfil do Balançando a Rede no Facebook
8.8.3 Flickr
Esta plataforma iniciou-se durante este projeto. Por ser um mecanismo de
disponibilização de fotos mais usados na internet e por sua praticidade de
publicação e acesso do usuário. O Flickr servirá para o Balançando a Rede como
uma espécie de banco de imagens.
Figura 8 - Flickr será usado como banco de imagens
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8.9 NOVO LAYOUT DO SITE
Figura 9- A nova "cara" do Balançando a Rede.
62
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando se pensa em futebol, logo vêm à mente grandes clubes, jogadores
famosos e torcidas organizadas. Assim, é quando também se pensa em jornalismo
esportivo, a primeira coisa que é assimilada é o futebol, grandes competições e
veículos de prestígio.
No passado, amigos que até então se juntavam apenas para bater bola nas
horas vagas passaram a representar os bairros, dando corpo ao elo entre o esporte
e as comunidades. Conforme Magnani (2003), esse elo construiu uma identidade
entre o torcedor e o futebol amador.
Agora, como unir o futebol amador e uma cobertura jornalística de
qualidade? Paradoxalmente em Curitiba e Região Metropolitana, onde o futebol
amador é tido como o mais expressivo do país, a cobertura do esporte é
subvalorizada. Como dito anteriormente, apenas veículos de menor aporte financeiro
dedicam-se a produzir conteúdo sobre o tema. E foi nesse foco que o jornal
Balançando a Rede foi criado.
Entretanto, com o passar do tempo e com as modernizações que a
era tecnológica proporcionou, foi necessário criar um modelo de jornalismo integrado
entre a versão online do veículo e seu impresso para torná-lo referência na
cobertura do futebol amador. Paulo Vinicius Coelho (2004), como foi visto ao longo
deste projeto, disse que a única maneira para que isso se torne viável é mostrando
que o jornalismo esportivo não é feito apenas por esporte. Para tanto, durante a
elaboração e concretização deste projeto foram levadas em consideração pontos
importantes como a tese central de Marshall McLuhan (1964), “O meio é a
mensagem”, pois possui uma forte relação com o mundo da internet - principal ponto
que abordamos – no qual o conteúdo deve ser pensado como um conjunto de
expressões que serão apropriadas por um usuário, ou seja, a mensagem transmitida
por um meio não é somente o “texto”, mas sim todo o contexto em que está
englobada.
Com isso, os conceitos de webwriting e web first foram determinantes para o
sucesso desse projeto, pois proporcionaram uma melhor configuração e dinâmica
para os processos de transmissão de conteúdo jornalístico do Balançando a Rede.
Muito embora não seja possível alcançar grandes resultados, de forma imediata,
63
visto que “o principal concorrente” do Balançando a Rede ainda arrasta seguidores
fiéis por estar a mais tempo no mercado.
Porém, em uma breve análise, desde que foram modificadas a maneira de
produzir o conteúdo e a maneirade potencializar sua divulgação, utilizando as
plataformas Twitter e Facebook, notou-se um aumento de acessos no
site balancandoarede.com. Em contra partida, o aumento de acessos só não atingiu
o resultado esperado devido a alguns problemas de parte técnica.
Figura 10- Comparativo entre o mês de Outubro de 2012 com Outubro de 2010. Nota-se que após o veículo
passar a interagir com as redes sociais teve um aumento de visualizações.
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Contudo, como a ideia central do projeto é embasada num meio que está em
frequente processo de transformação, um de nossos objetivos foi conhecer
em caráter experimental as potencialidades do conceito web first, no qual consiste
em quem as notícias têm prioridade de publicação na internet, e também as
plataformas midiáticas em que o veículo foi inserido. E, devido a
esse caráter experimental, optamos por não fazer pesquisas de recepção, visto que
os resultados são esperados a médio e longo prazo.
Também foi estudado a possibilidade de construir uma versão mobile do site.
Porém, devido ao custo, essa opção foi descartada nesse primeiro momento, mas
poderá a vir se concretizar em um futuro breve de acordo com a necessidade do
veículo.
Concluímos também que levar a informação para o público é mergulhar na
própria história dos bairros, dos clubes e a rivalidade que mantêm entre si, dos
moradores e suas tradições. Falar sobre o futebol amador é fazer vir à tona os
primeiros passos do esporte aliado ao profissionalismo da cobertura jornalística.
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ANEXOS
Figura 11- Site Futebol Amador Pr, principal concorrente do Balançando a Rede
Figura 2 - Nova Logomarca sugerida para a versão impressa.