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Expediente

ComitêdeInformaçãoeInformáticaemSaúde(CIINFO)

MárciaAmaral(PresidentedoCIINFOeSecretária‐Executiva)

AntônioAlves(SecretárioEspecialdeSaúdeIndígena)

CarlosGadelha(SecretáriodeCiência,TecnologiaeInsumosEstratégicos)

DirceuBarbano(PresidentedaAgênciaNacionaldeVigilânciaSanitária)

GilsondeCarvalhoQueiroz(PresidentedaFundaçãoNacionaldeSaúde)

HelvécioMagalhães(SecretáriodeAtençãoàSaúde)

JarbasBarbosa(SecretáriodeVigilânciaemSaúde)

MaurícioCeschin(PresidentedaAgênciaNacionaldeSaúdeSuplementar)

MozartSales(SecretáriodeGestãodoTrabalhoedaEducaçãoemSaúde)

OdoricoMonteiro(SecretáriodeGestãoEstratégicaeParticipativa)

PauloGadelha(PresidentedaFundaçãoOswaldoCruz)

RômuloMacielFilho(PresidentedaEmpresaBrasileiradeHemoderivadoseBiotecnologia)

SubcomitêdeGovernançadaInformaçãodoCIINFO

AlessandraPessoa(Anvisa)CelesteRodrigues(SAS)CésarDantas(Sesai)ÉlvioJoséPiccinini(Funasa)EmanuelPorangaba(Hemobrás)JuanJoséEscalante(SVS)

MariaAliceFortunato(SGTES)MarizéliaMoreira(ANS)MaurícioGuernelli(SGEP)PaulaXavier(Fiocruz)PauloSellera(Demas/SE)RicardoGamarski(SCTIE)

GrupodeTrabalhodeRevisãodaPNIIS

AlcindoFerlaAlessandraPessoaAugustoBandarraAugustoGadelhaBeatrizLeãoDácioRabelloEdivarMarquesGilbertoReisGiliateCardosoHaroldoLopesJacintadeFátimaSennaJulioDiMaioLincolnMouraLuizFacchiniMárciaAmaral

MarizéliaMoreiraMaurícioGuernelliMoacyrPercheNathaliaDerengowskiNazaréBretasNiloBretasNortonSanchesPaulaXavierPaulodeTarsoOliveiraPauloSelleraRachelAiresRicardoMachadoRobsonPitangaRuthLéaLuchettiSibeleFerreira

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EquipedeElaboração,RevisãoeFormatação

AdlaMarquesAfonsoReisAnaLuizadePaulaLeiteBeatrizLeãoJacintadeFátimaSenna

NathaliaDerengowskiNazaréBretasPaulodeTarsoOliveiraPauloSelleraRuthLéaLuchetti

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Sumário

SIGLASEABREVIATURAS..........................................................................................................................................7

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................9

1.PRINCÍPIOS.............................................................................................................................................................11

1.1PrincípiosdaPNIIS.......................................................................................................................................................11

2.DIRETRIZES............................................................................................................................................................12

2.1e‐Gov...................................................................................................................................................................................12

2.2e‐Saúde...............................................................................................................................................................................12

2.3GestãodaPNIIS..............................................................................................................................................................13

2.4FormaçãodepessoalparaoSUS.............................................................................................................................14

3.USOSDaINFORMAÇÃO.......................................................................................................................................15

3.1Usuários.............................................................................................................................................................................16

3.2Profissionaisdesaúde.................................................................................................................................................16

3.3Vigilânciaàsaúde..........................................................................................................................................................16

3.4Atençãoàsaúde..............................................................................................................................................................17

3.5Gestão.................................................................................................................................................................................17

4.SUSTENTABILIDADEEGOVERNANÇADAPOLÍTICA.................................................................................19

4.1ResponsabilidadeInstitucionalpelaGestãodaPNIIS....................................................................................20

4.1.1GestãoFederal(MinistériodaSaúde).................................................................................................................20

4.1.2GestãoEstadual(SecretariasEstaduaisdeSaúde).......................................................................................21

4.1.3GestãoMunicipal(SecretariasMunicipaisdeSaúde)..................................................................................21

4.2Financiamento................................................................................................................................................................22

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5.RECOMENDAÇÕESEPERSPECTIVAS.............................................................................................................23

6.GLOSSÁRIO.............................................................................................................................................................26

REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................................................32

APÊNDICE1:ANTECEDENTES..............................................................................................................................36

1.1OprocessodeconstruçãodaPNIIS2004............................................................................................................36

1.2OprocessodeconstruçãodaPNIIS2012............................................................................................................36

APÊNDICE2:CONTEXTOACADÊMICOEINTERNACIONALDAPNIIS......................................................39

2.1Revisãosistemáticadaliteratura............................................................................................................................39

2.2e‐Saúde:ousodasTICsemsaúde..........................................................................................................................39

2.3Governançaeme‐Saúde..............................................................................................................................................42

2.4Retornodeinvestimentoeme‐Saúde...................................................................................................................43

2.5ExperiênciasInternacionais......................................................................................................................................44

2.5.1IniciativasInternacionaisdee‐Saúde..................................................................................................................44

2.6Trocadeinformaçãoemsaúde................................................................................................................................46

2.7Padrõesparae‐Saúde..................................................................................................................................................47

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SiglaseAbreviaturas

ANS–AgênciaNacionaldeSaúdeSuplementar

ANVISA–AgênciaNacionaldeVigilânciaSanitária

CIINFO–ComitêdeInformaçãoeInformáticaemSaúde

CIT–ComissãoIntergestoresTripartite

CNES–CadastroNacionaldeEstabelecimentosdeSaúde

COAP–ContratoOrganizativodeAçãoPúblicadaSaúde

Datasus–DepartamentodeInformáticadoSUS

Demas–DepartamentodeMonitoramentoeAvaliaçãodoSUS

e‐Gov–GovernoEletrônico

Fiocruz–FundaçãoOswaldoCruz

Funasa–FundaçãoNacionaldeSaúde

Hemobrás–EmpresaBrasileiradeHemoderivadoseBiotecnologia

IBGE–InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística

IDSUS–ÍndicedeDesempenhodoSUS

IHE–HealthInformationExchange

MDS–MinistériodoDesenvolvimentoSocialeCombateaFome

MP–MinistériodoPlanejamento

MS–MinistériodaSaúde

OMS–OrganizaçãoMundialdaSaúde

PMS–PracticeManagementSystem

PNIIS–PolíticaNacionaldeInformaçãoeInformáticaemSaúde

PNS–PlanoNacionaldeSaúde

RES–RegistroEletrônicodeSaúde

Sage–SaladeApoioàGestãoEstratégica

SAS–SecretariadeAtençãoàSaúde

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SCTIE–SecretariadeCiência,TecnologiaeInsumosEstratégicos

SE–SecretariaExecutiva

SESAI–SecretariaEspecialdeSaúdeIndígena

SGEP–SecretariadeGestãoEstratégicaeParticipativa

SGTES–SecretariadeGestãodoTrabalhoedaEducaçãoemSaúde

SIA–SistemadeInformaçãoAmbulatorial

SIH–SistemadeInformaçãoHospitalar

SIM–SistemadeInformaçãosobreMortalidade

SINAN–SistemadeInformaçãodeAgravosdeNotificação

SINASC–SistemadeInformaçãosobreNascidosVivos

SI‐PNI–SistemadeInformaçãodoProgramaNacionaldeImunização

SLTI–SecretariadeLogísticaeTecnologiadaInformação

SNIS–SistemaNacionaldeInformaçãoemSaúde

SUS–SistemaÚnicodeSaúde

SVS–SecretariadeVigilânciaemSaúde

TI–TecnologiadaInformação

TIC–TecnologiasdaInformaçãoeComunicação

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Introdução

A falta de padronização dos procedimentos de obtenção e tratamento dos dados em saúde; a

heterogeneidadedesuaperiodicidade;adificuldadedeconectividadedosserviçosdesaúdeàinternet

bandalarga;ainsuficiênciadeestratégiasdefinanciamentonocampodainformaçãoeinformáticaem

saúde;adeficiênciarelativadequalificaçãoprofissionalnessetemaeaimportânciadealinhamentodo

Brasilàsaçõeseestratégiasinternacionaisnocampodastecnologiasdainformaçãoecomunicaçãoem

saúdedescrevemumcontextoquelevouoExecutivoFederalaformularumapolíticacapazdesuprir

estaslacunasoperacionaisdagestãodoSistemaÚnicodeSaúde(SUS).

A informação e a tecnologia da informação em saúde têm como esfera de intervenção tanto a

consciênciasubjetivadocidadãoeoexercíciodocontrolesocial,quantooatendimentoàscomplexas

estratégiasdedecisãodogestorpúblicodesaúde,dedesenvolvimentotecnocientíficoedearticulação

dasaúdecomasdemaispolíticassociaiseeconômicasdopaís.

Atentoatodasessasnecessidadeseconsiderandoquegrandepartedaatividadedaáreadasaúdeestá

noprocessamentodainformaçãoequeagovernançadainformaçãopassouaocuparlugarestratégico

no fortalecimento das relações interfederativas e no relacionamento governo‐cidadão, em 2011, o

MinistériodaSaúde(MS)redefiniuoComitêdeInformaçãoeInformáticaemSaúde(CIINFO)(BRASIL,

2011b),incluindodentresuascompetênciasarevisão,promoçãoefortalecimentodaPolíticaNacional

de Informação e Informática em Saúde (PNIIS) (BRASIL, 2004), cujo texto em comento apresenta

princípiosediretrizesnorteadoresdeumaorganizaçãoinstitucionaletemcomobase:amelhoriado

acessoedaqualidadenoSUS;atransparênciaesegurançadasinformações;osuportedainformação

para tomada de decisão por parte do gestor e profissional de saúde; e, por fim, o desenvolvimento

institucional do SUS com ganhos de eficiência na gestão de pessoas, aquisição de insumos,

monitoramento e avaliação das ações, logística, pagamento e transferência de recursos e outros

processos‐meio.

Cabe destacar ainda que o alcance da interoperabilidade dos sistemas de informação em saúde é

condiçãocentralnestaPolítica,tendoemvistaquesóapartirdeleserápossívelampararumprocesso

decisóriocoerentecomasreaisnecessidadesdapopulação(HOVENGA,2008).

Nestesentido,autilizaçãodesistemasinteroperáveisederecursosdecompartilhamentonacionalde

dadoscomooRegistroEletrônicodeSaúde(RES)eoCartãoNacionaldeSaúde,bemcomoousode

algumasferramentasdecomunicaçãocomooTelessaúde,oPortalSaúdecomMaisTransparênciaea

SaladeApoioàGestãoEstratégica(SAGE)doMinistériodaSaúdesãoestratégiasparaaelaboraçãoe

efetivaçãodepolíticaspúblicascondizentescomaconcretizaçãodosprincípiosconstitucionaiselegais

emsaúde.

A efetivação da PNIIS visa ainda a umamelhor governança no uso da informação em saúde e dos

recursosdeinformática, integrando‐seaoconceitodeGovernoEletrônico.Ademais,aPNIIS,alémde

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contribuir para um avanço na qualidade dos serviços de saúde, também potencializa o alcance de

benefíciosà coletividadenoque se refereao controle social e àdemocratizaçãoda informaçãoeda

comunicaçãoemsaúde.

Nessa seara, também se observa queumadefiniçãode competências dentroda gestão tripartite do

SUS, um plano de financiamento, o estabelecimento de uma infraestrutura de conectividade e a

definição de padrões para representar e compartilhar a informação em saúde são quesitos

imprescindíveis que permitem ganhos de eficiência, qualidade e fidedignidade das informações

registradas,bemcomooferecemsustentabilidadeaestaPolítica.

Nessecontexto,verifica‐sequecomousoadequadodatecnologiadainformaçãoépossívelmelhorara

saúde de um país, sendo este debate uma constante na literatura e experiências internacionais

revisadas(SHEKELLE,2009),conformediscutidonosapêndicesdestedocumento.

Assim, o uso do vocábulo “e‐Saúde”, ao longo deste documento, espelha a adoção de padrões de

informática em saúde para o implemento de diretrizes propostas pelas políticas de informação em

saúde.Casosde sucesso,bemcomorelatosdedificuldades, constituem insumos importantesparaa

reduçãoderiscosnaconduçãodeprojetosnacionais.

A nova PNIIS deve, portanto, buscar um processo de trabalho em saúde com foco no usuário e no

Registro Eletrônico de Saúde (RES), possibilitando, assim, uma visão multiprofissional, multi‐

institucional e precursora da continuidade da assistência à saúde. A produção, a utilização e a

sistematização das informações em saúde devem ser realizadas com finalidades de gestão, de

vigilânciaedeatençãoàsaúde,nointuitodebeneficiarusuários,profissionais,gestores,prestadores

deserviçosdesaúde,instituiçõesdeensinoepesquisaeasociedadecivilorganizada.

Comdestaque,aPNIISdevecontribuirparaoacessointegraleoportunodapopulaçãoàsaçõeseaos

serviçosdesaúde,contribuindo,assim,paraamelhoriadascondiçõesdesaúde,paraareduçãodas

iniquidadeseparaapromoçãodaqualidadedevida1.

Este documento foi construído tendo com base na PNIIS de 2004 e a revisão de documentos

relevantes,taiscomooPlanoNacionaldeSaúde2011‐16[ref1],aPolíticadee‐GOV,aPolíticaNacional

deCiência,TecnologiaeInovaçãoemSaúde,asériededocumentosdoObservatóriodee‐Saúde[1a

6], da Health Metrics Network da OMS e da recente resolução do Executive Board da OMS sobre

PadrõeseInteroperablidade[8],bemcomodocumentosdacomunidadeeuropeiasobree‐Saude[7].

Esta Política será objeto de análise e aprovação pelas instâncias diretivas do MS e pela Comissão

Intergestores Tripartite (CIT). Espera‐se, assim, chegar ao final de 2013 com um documento

representativo e legítimo que ampare a institucionalização e normatização da informação e da

informáticanoâmbitodosistemadesaúdebrasileiro.

1PlanoNacionaldeSaúde–PNS,2011

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1.Princípios

Como meio de alicerçar a estrutura desta PNIIS, bem como garantir a sua existência e a sua

aplicabilidade,forampactuadososseguintesprincípios:

1.1PrincípiosdaPNIIS

1. Ainformaçãoemsaúdedestina‐seàaçãodeatençãoàsaúde,devendosuagestãoserintegrada

ecapazdegerarconhecimentos;

2. Apromoçãodademocratizaçãodasinformaçõesemsaúdeéumdeverdasinstânciasgestoras

do SUS, em suas três esferas de governo, como um dos alicerces da cidadania e da justiça

cognitiva.

3. Ainformaçãoemsaúdeéelementoestruturantenapromoçãodaequidadeeabrangetodoo

universodapopulaçãobrasileiraedoconjuntodeaçõeseserviçosdoSistemaÚnicodeSaúde;

4. Oacesso gratuito à informação em saúde é umdireitode todo indivíduo, cabendo aoPoder

Públicodispor,nostermosdalei,sobresuagestãoeregulamentação;

5. Preservaçãoàsnecessidadesdecompartilhamentonacionaleinternacionaldeinformaçãoem

saúdeerespeitoàsespecificidadesregionaiselocais;

6. Ainformaçãoemsaúdedevetersuaautenticidadeeintegridadepreservadas.

7. Informaçãodesaúdepessoalétodaaquelaatinenteàgestão,àvigilânciaeàatençãoàsaúde

individualmente identificadaou identificável, garantidaao indivíduoa suaconfidencialidade,

sigiloeprivacidadededados;

8. Ainformaçãodesaúdequeidentificaapessoa,geradaemqualquereventodeatençãoàsaúde,

édeinteressedoindivíduo,eseuusosomentepodeserautorizadopeloindivíduoouporseu

responsávellegal,salvodisposiçãolegal;e

9. Todoindivíduotemodireitodeacessoirrestritoàinformaçãosobresuasaúdepessoal.

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2.Diretrizes

Comoelementosdirecionadores,estaPolíticapossuivertentesquecaracterizamoseuplanodeação,

estando estas diretrizes alocadas conforme características inerentes aos seguintes temas: Governo

Eletrônico(e‐Gov),e‐Saúde,queincluioRegistroEletrônicoemSaúde(RES)eoSistemaNacionalde

InformaçãoemSaúde(SNIS),gestãodaPNIISeformaçãodepessoaleminformaçãoeinformáticaem

saúde.

2.1e‐Gov

1. ImplementarestaPolíticaconformeasdiretrizesdogovernoeletrônicobrasileiro;

2. Promoveroincentivoeaarticulaçãodacapacidadedeproduçãodesoftwarepelosetorpúblico

eprivadoafimdefomentaropotencialdegeraçãodeempregoedeexportação;

3. Promover a articulação entre os Ministérios da Saúde, da Ciência e Tecnologia e das

Comunicações com vistas à implantação da infraestrutura necessária à área de informação e

informáticaemsaúde;

4. Fomentar o desenvolvimento demetodologias e ferramentas científicas e tecnológicas para a

gestão,qualificaçãoeusodasinformaçõesemsaúde;e

5. Qualificarosprocessosdetrabalhoemsaúde,considerandoasatividadesdegestãodosistema

desaúdeedegestãodocuidado.

2.2e‐Saúde

1. Fortalecer a área de informação e informática em saúde, apoiando sua organização,

desenvolvimentoeintegraçãoàatençãoàsaúdenastrêsesferasdegoverno;

2. Estabelecer e manter atualizado um repositório nacional de software em saúde que inclua

componentes e aplicações de acesso público e irrestrito que estejam em conformidade com

padrõeseprotocolosdefuncionalidadeeinteroperabilidadeesegurança;

3. Promoveraproduçãoedisseminaçãodedadoseinformaçãoemsaúdedeformaaatendertanto

às necessidades de usuários, de profissionais, de gestores, de prestadores de serviços e do

controlesocial,quantoàsnecessidadesdeintercâmbiocominstituiçõesdeensinoepesquisa;

4. Promoverestratégiasemecanismosparaqualificaraproduçãodainformaçãoemsaúde;

5. Criar mecanismos de articulação institucional com vistas à integração dos sistemas de

informaçãoemsaúde;

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6. Estabelecerumpadrãoparae‐SaúdequepermitaaconstruçãodoRegistroEletrônicodeSaúde

(RES) do cidadão por meio da identificação unívoca de usuários, profissionais e

estabelecimentosde saúde,padrõeseprotocolosde interoperabilidadeeletrônicae/oudigital

entreosequipamentos/sistemas;

7. Estabelecer a infraestrutura de telecomunicação adequada para a implantação do Registro

EletrônicodeSaúde(RES)doCidadão;

8. Estimularousodetelecomunicaçãonaatençãoàsaúde,educaçãoàdistância,sistemasdeapoio

à decisão, protocolos clínicos e programáticos e acesso eletrônico à literatura especializada,

visandoampliaropotencialderesolubilidadejuntoaosprocessosligadosàatençãoasaúde;

9. Estimular o usodepesquisas amostrais e inquéritos periódicos, para os casos emquenão se

justifique a coleta universal e contínua de dados, a fim de otimizar os custos e o trabalho

rotineiro;

10. Divulgarasdiversasaçõescientífico‐tecnológicasdeproduçãodeinformaçãoligadasàatençãoà

saúde, utilizando diferentes veículos de comunicação, em suas mais variadas formas e

tecnologias;e

11. Implementar a estratégia nacional de e‐Saúde, com a organização do Sistema Nacional de

Informação em Saúde (SNIS), para orientar o conjunto de esforços e investimentos em

informaçãoeinformáticaemsaúde.

2.3GestãodaPNIIS

1. Incentivaraqualificaçãodosprocessosde trabalhoemsaúde,considerando‐osatividadesde

gestãodosistemadesaúdeedegestãodocuidado;

2. Implementarsoluçõesdetecnologiadeinformaçãoecomunicaçãoquepossibilitemamelhoria

naorganizaçãodoprocessodetrabalhoemsaúde;

3. Estabelecermecanismosquefavoreçamacriaçãoeamanutençãodequadrodeprofissionais

deinformaçãoeinformáticaemsaúde;

4. Incentivar por meio de certificação digital e/ou sistemas biométricos a implementação de

mecanismosdesegurançadeacessoaossistemas,dadoseinformaçõesdesaúdequegarantam

asuaautenticidadeeintegridade;

5. Dotar a área de saúde de instrumentos legais, normativos e organizacionais, relacionados à

questãodasegurançaedaconfidencialidadedainformação;

6. Definirlinhasdefinanciamento,investimentoecusteioparaodesenvolvimentodeprojetosde

tecnologiadainformaçãoemsaúde,emarticulaçãocomagênciasfinanciadoras;

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7. Implementar ações emecanismosde regulaçãoparao complexoprodutivode tecnologiada

informaçãoemsaúde;e

8. Adotar ações referentes à implementação desta PNIIS no Contrato Organizativo de Ação

PúblicadaSaúde(COAP),afimdefortaleceraarticulaçãointerfederativanoâmbitodoSUS.

2.4FormaçãodepessoalparaoSUS

1. Promoveraformação,aqualificaçãoeaeducaçãopermanentedostrabalhadoresedosgestores

desaúdeparausodainformaçãoeinformáticaemsaúde;

2. Promover a articulação entreosMinistériosda Saúde, daCiência eTecnologia edaEducação

comvistasà inclusãodeconteúdosrelacionadosàáreade informaçãoe informáticaemsaúde

noscursosdegraduaçãoepós‐graduação;e

3. Incentivarodesenvolvimentodeprogramasespecíficosnaformaçãoemeducaçãopermanente

na área de saúde, a fim de ampliar e qualificar a produção e utilização da informação e

informáticaemsaúde.

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3.UsosdaInformação

Há um consenso sobre a importância central da informação para avaliar o sucesso das políticas de

saúde.Esteconsensosemanifestanãoapenasnaliteraturaespecializada(NOVAES,1996;TRAD,1998;

VIANNA,1998;HARTZ,1999;MEDINA;AQUINO,2002;SENNA,2002;CONILL,2002),mastambémem

relatórios e recomendações de Conferências de Saúde, oficinas de trabalho do SUS e eventos de

sociedades científicas. Informações epidemiológicas, financeiras, orçamentárias, legais, normativas,

socioeconômicas,demográficase sobre recursos físicosehumanos,oriundasdedadosdequalidade

sãocapazesderevelararealidadedeserviçoseaçõesdesaúdeeasituaçãodesaúdedapopulação,

evidenciandovantagenseproblemasdeprioridadeseinvestimentosdefinidos.

Ademandapor informações em saúdevemaumentandoosdesafios inerentes à suautilizaçãopara

subsidiar a tomadadedecisões.Destaca‐se aqui anecessidadedeque as avaliaçõesdoprocessode

trabalho em saúde além de permitir correções de trajetória, tenham um papel fundamental na

capacitação de recursos humanos e na democratização do conhecimento (BROOK, 1996; VILLALBI,

2003).Usuários,profissionaisegestores,mastambémprestadoresdeserviçosdesaúde,instituições

deensinoepesquisaeasociedadecivilorganizadasãoparceirosestratégicosnaproduçãoeutilização

dasinformaçõesemsaúde.

Emsintoniacomesteconsenso,oestabelecimentodeumapolíticanacionaldeinformaçãoemsaúde,

capaz de subsidiar os processos de produção e difusão do conhecimento, gestão, organização da

atençãoàsaúdeecontrolesocial,tornou‐seumobjetivosetorialdoMinistériodaSaúde.Esteobjetivo

terásuaviabilidadeincrementadacomadesconcentraçãogeográfica,aampliaçãoeofortalecimento

dasbasescientífico‐tecnológicasdeprodutoseprocessosdetrabalhoemsaúde.

Cominadasdemodocriativoeinovador,atecnologiadainformaçãoeaintegraçãodosistemade

informações em saúde constituirão uma poderosa ferramenta na promoção da equidade na

atenção integral à saúde, efetivando e qualificando a atenção básica como principal porta de

entradadocidadãonoSUSeintegrando‐acomosdemaisníveisdeatenção.Nomesmosentido,

os processos de gestão e vigilância à saúde também exigem a tomada de decisões de alta

responsabilidadeerelevânciasocial.

A valorização de características sociodemográficas, tais como idade, gênero, raça ou etnia,

escolaridade, ocupação e classe social podem subsidiar os esforços de redução das

desigualdadesemsaúdeedeampliaçãodoacessodapopulaçãoaaçõeseserviçosdequalidade,

oportunos e humanizados. A aplicação destas características deverá prever a valorização do

trabalho humano e a qualificação dos processos de trabalho em saúde, estimulando a

participaçãodostrabalhadoresdesaúdedoSUSnagestãodosserviços,naeducaçãocontinuada

enademocracianasrelaçõesdetrabalho.

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Partindo‐se da Constituição de 1988, para a qual saúde é um direito de cidadania e um dever do

Estado,edosprincípiosdaLeinº8.080,de1990, taiscomouniversalidadedeacesso, integralidade,

igualdadeeequidadedaatençãoàsaúde(BRASIL,1990),asistematizaçãodasinformaçõesemsaúde

deveserrealizadacomafinalidadedegestão,devigilânciaedeatençãoàsaúde.

Combasenesteentendimento,pode‐sedelinearqueasinformaçõesemsaúdesãoinsumospotenciais

parausuárioseprofissionaisdoSUS,bemcomotambémservemparasubsidiarprocessosnocampo

degestão,vigilânciaeatençãoàsaúde.

3.1Usuários

Diante dos problemas de saúde identificados em uma determinada coletividade, os sistemas de

informação em saúde buscam contribuir para que o poder público e os gestores impulsionem a

disponibilidadedeacessoàinformaçãoaosusuáriosdeformaeficienteeadequadaderrubando,assim,

eventuaisbarreirasencontradas.

Destemodo,os recursosde informáticadevem facilitaroacessoaosserviçosdesaúde,agilizandoe

humanizandooagendamentoeoacolhimentodasdemandasdesaúdeepromovendoautilizaçãode

informaçõesemsaúdeporiniciativadousuário,superando‐se,assim,otradicionalusodainformação

apenasparafinalidadesadministrativas(MAGALHÃESJR,2011).

3.2Profissionaisdesaúde

Apoiar a prática profissional, facilitando e organizando os registros rotineiros, oportunizando a

realização de consultas e relatórios sobre as informações produzidas, facilitando o agendamento, a

referência e a contrarreferência de usuários estão entre os usos potenciais mais importantes da

informação e a informática em saúde. Recursos como, por exemplo, registro eletrônico de saúde,

protocolos clínicos e programáticos, alertas, notificações, sistemas de apoio à decisão e consulta

assistidaàdistância(Telessaúde)aprimoramotrabalhodosprofissionaisdesaúde,beneficiando,em

consequência,oatendimentoaosusuáriosdoSUS.

3.3Vigilânciaàsaúde

Nocampodavigilânciaàsaúde,ousodainformaçãopodeserdestacadonasseguintesações:

Analisar diagnosticar e realizar monitoramento epidemiológico nos diversos territórios;

incluindofatoresderrisco,doençasemortes;

Controlar e evitar a ocorrência de doenças, promover a saúde em escala coletiva (nos

domicílios;meiourbano;meioambiente;localdetrabalho;lugaresdeproduçãoecirculaçãode

alimentos, bens e serviços afetos à saúde; etc.) e responder à saúde enquanto direito de

cidadania;

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Contribuir na identificação dos riscos, agravos e/ou dos determinantes e condicionantes

sociaisdoprocessosaúde‐doença;

Contribuir na eliminação/diminuição dos riscos, controle de agravos e ou alteração dos

determinantes/condicionantessociaisdoprocessosaúde‐doença;

Planejar,monitorareavaliarasaçõesdepromoçãoeproteçãoàsaúdeeprevençãodeariscose

agravos;e

Aprimoraraqualidadedasbasesdedadosepidemiológicas.

3.4Atençãoàsaúde

No campo da atenção à saúde, a informação produzida com o objetivo de identificar problemas

individuais e coletivos do quadro sanitário de uma população espelha‐se como uma ferramenta na

efetividadedosprincípiosediretrizesdoSUS.Assim,seguemalgumasaçõespredefinidascombaseem

indicadoresprovenientesdedadosinformacionaisemsaúde:

Subsidiarasaçõesclínicasdediagnóstico,tratamentoderecuperaçãodasaúdedosindivíduos;

Contribuirparaaconstruçãodenovosconhecimentosclínicos;

Responder às necessidades e demandas individuais de saúde tomada enquanto bem

inalienávelàvidaeumdireitodecidadania;

Contribuir para o desenvolvimento de relações mais humanizadas entre trabalhadores e

usuários;

Contribuirparaaconstruçãodeumenfoqueglobaldavidaedaindividualidade,paraalémdo

recortebiológico;

Contribuirparaodesenvolvimentodotrabalhoemequipemultiprofissional;

Subsidiar a construção de linhas de cuidado a saúde individual que garantam às pessoas a

produção,articuladaemtodososníveisdaatençãointegral,segundosuasnecessidades;e

Contribuirparaosganhosdeautonomiadoindivíduonoseumododevida.

3.5Gestão

A informação dinamiza a gestão, ao facilitar o acompanhamento financeiro e administrativo das

políticaspúblicasemsaúde.Nãoobstante,ousoda informaçãotambémsetorna imprescindívelnas

seguintesações:

Analisar situações de saúde no que tange às dimensões dos determinantes e condições de

saúdedapopulação,assimcomodaestruturadosistemadeserviçosdesaúde;

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Diagnosticarasnecessidadesedemandasporserviçosdesaúde;

Planejar a produção que garanta o acesso universal aos serviços e ações de saúde e que

respondapelaintegralidadedocuidado;

Monitorar a execução do plano de saúde, assim como implementar políticas e projetos

específicos;

Avaliar a politica de saúde e o desempenhodo SistemaÚnicode Saúdeno cumprimentode

seusprincípiosediretrizes,nosmunicípios,regiõesdesaúde,unidadesfederadasenopaís;

Avaliar a qualidadedas ações e os serviçosproduzidospelos estabelecimentos e equipesde

saúde;

ContribuirparaasaçõesdeRegulação,Controle,AvaliaçãoeAuditoria;

ContribuirparaaçõesdeControleInternoeExterno;

Municiarosgestorescominformaçõesestratégicasparaatomadadedecisõesestruturantesda

políticadesaúde,assimcomoparaasemergenciais;e

MuniciarcominformaçõesestratégicasaçõesdeParticipação,ControleSocialeOuvidoriado

SUS.

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4.SustentabilidadeeGovernançadaPolítica

EstaPolíticaNacionaldeInformaçãoeInformáticaemSaúde(PNIIS)temcomoreferênciaoconceito

de Governo Eletrônico, o qual se subentende como um vetor privilegiado para promoção de

mecanismosde governança, tantonoque se refere ao incrementoda capacidade cívica ede capital

social,quantonoquetangeàpromoçãododesenvolvimentoeconômico,àeficiênciagovernamentale

àtransparênciaentregovernoesociedadecivil(RUEDIGER,2003).

Ao encontro deste moderno entendimento governamental, a Política Nacional de Informação e

Informática emSaúde tem comoumade suas intenções qualificar em termosde interação a gestão

estratégica das informações no âmbito do Ministério da Saúde e entidades vinculadas, estados e

municípioseosdecisoresdepolíticaspúblicasnaáreadasaúde.

Este objetivo justifica‐se pelo fato de as informações em saúde ainda não disporem de uma

interoperabilidade capaz de permitir a visualização de uma base única de dados suficiente para a

transparênciadasaçõesgovernamentaiseaprevisibilidadenaformulaçãodeaçõesdegoverno.

A governança de TI está diretamente relacionada àsmetodologias e indicadores que permitem aos

gestoresestabelecerobjetivos,monitorarosresultadoseverificar,deformaconcreta,omodoeareal

possibilidadedeatingimentodasmetasestabelecidas.

Portudoisso,agovernançadainformaçãoedastecnologiasaelaaplicadaspassouadesempenharum

papelvitalparaalongevidadeesustentabilidadedaspolíticaspúblicasnaáreadasaúde,umavezque

o conhecimento exato das decisões que devem ser tomadas e monitoradas são condições

imprescindíveisparaasustentabilidadedoscontratosemTI.

AindacomfoconagovernançaeoperacionalizaçãodaPNIIS,tem‐secomoprimordialarealizaçãode

açõesmultissetoriaisintegradas,pormeiodeiniciativasqueultrapassemoâmbitodasaúde.Ademais,

umamploprocessodedivulgaçãodeconceitos,propósitos,diretrizesedoplanooperacionaldaPNIIS,

por meio de diversos tipos de mídias, certamente facilitará a comunicação entre os gestores, os

profissionais de saúde e a população, dando suporte à tomada de decisões e reforçando os

compromissosmoral,éticoefuncionaldoSUS.

AbasefundamentaldagovernançaedasustentabilidadedaPolítica,oraemfoco,ancora‐senoefetivo

cumprimento da responsabilidade institucional pelas três esferas de governo, o que inclui um

financiamento adequado. Tais fatores configuram‐se como imprescindíveis para a perenidade e

concretizaçãodosprincípiosediretrizesoraestabelecidosnaPNIIS.

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4.1ResponsabilidadeInstitucionalpelaGestãodaPNIIS

A Informação e Informática em Saúde espelha um campo estratégico de gestão política, sendo

atualmente uma prioridade intergovernamental, na medida em que o SUS vem se aperfeiçoando e

requerendoinstrumentosdegestãocadavezmaiscomplexos.

Astrêsesferasdegoverno,emarticulaçãocomseusgestoresdaáreadeinformaçãoeinformáticaem

saúde, deverão congregar e coordenar esforços institucionais, bem como definir fontes de

financiamentonosentidodeconcretizaraimplementaçãodestaPolíticanoSUS.

Visando operacionalizar as ações de informação e informática no SUS, compete conjuntamente, à

Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) e à Secretaria‐Executiva (SE), articular, no

âmbitodoMinistériodaSaúdeejuntoaosdemaisórgãoseentidadesgovernamentais,aelaboraçãode

instrumentoscomorientaçõesespecíficasquesefizeremnecessáriasàimplementaçãodaPNIIS.

Certos de que a ampliação do uso da informação no cotidiano do processo decisório da saúde

favorecerá o controle social, a gestão e os processos de trabalho em saúde, faz‐se necessária uma

estritaresponsabilizaçãoinstitucionalnagestãofederal,estadualemunicipal,sendonecessário,para

tanto,adotarasseguintesmedidas:

4.1.1GestãoFederal(MinistériodaSaúde)

IncluirnoPlanoNacionaldeSaúdeaçõesemetasparaaimplementaçãodaPNIIS;

Apoiar a implementação da PNIIS nos Estados, Distrito Federal e Municípios por meio do

ContratoOrganizativodeAçãoPúblicadaSaúde(COAP);

Incentivarodesenvolvimentodasaçõesdeeducaçãopermanentecomfoconasespecificidades

deinformaçãoeinformáticaemsaúde,destinadasaostrabalhadoresdesaúde;

PrestarapoioecooperaçãotécnicanodesenvolvimentodeaçõesdestaPolítica;

Articular com órgãos governamentais e não governamentais a inclusão de metas e

prioridades referentes às ações de informação e informática em saúde, fortalecendo a

intersetorialidade;

Fortalecer parcerias com organismos nacionais, internacionais, governamentais e não

governamentaisesociedadecivilorganizadaparaofortalecimentodasaçõesdeinformaçãoe

informáticaemsaúde;

Estabelecer metodologias de monitoramento e avaliação desta Política de forma articulada

comosEstadoseMunicípios;

Desenvolversoluçõesdeinformáticadealtarelevânciaparaatenderdemandasinformacionais

do SUS que sejam estratégicas por sua função estruturante para a gestão, o processo de

trabalhoeaqualificaçãodaatençãoàsaúde;

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Promover e coordenar ações para o desenvolvimento de alta competência e excelência

profissional em áreas da informação e tecnologia da informação em saúde nas instâncias

públicas;e

Apoiar processos para adoção no SUS de certificação digital emitida pela Infraestrutura de

ChavesPúblicas(ICP‐Brasil).

4.1.2GestãoEstadual(SecretariasEstaduaisdeSaúde)

Promover a implementação das ações de informação e informática no âmbito estadual em

consonânciacomaPNIIS;

IncluiraçõesemetasemconsonânciacomaPNIISnosplanosestaduaisdesaúde;

ApoiaraimplementaçãodaPNIISpormeiodoContratoOrganizativodeAçãoPúblicadaSaúde

(COAP);

Desenvolver e apoiar ações de educação permanente para os trabalhadores de saúde com

foconasespecificidadesdeinformaçãoeinformática,destinadasaostrabalhadoresdesaúde;

Prestarapoioecooperaçãotécnicaaosmunicípios;

Viabilizar parcerias no setor público e privado para fortalecer as ações de informação e

informáticaemsaúde;

Estabelecer metodologias de monitoramento e avaliação das ações de informações e

informáticadestaPolíticadeformaarticuladacomosmunicípios;e

Coordenaraçõesquepromovamodesenvolvimentodas instânciaspúblicasde informaçãoe

tecnologiadainformaçãoemsaúdenoSUS.

4.1.3GestãoMunicipal(SecretariasMunicipaisdeSaúde)

Implementar as ações de informação e informática em saúde em consonância com a PNIIS,

conformeprevistonosistemadeplanejamentodoSUS;

ApoiaraimplementaçãodaPNIISpormeiodoContratoOrganizativodeAçãoPúblicadaSaúde

(COAP);

Viabilizar parcerias no setor público e privado com o objetivo de fortalecer as ações de

informaçãoeinformáticaemsaúde;

Desenvolver ações de educação permanente, com foco nas especificidades de informação e

informáticaemsaúde,destinadasaostrabalhadoresdesaúde;

Estabelecer metodologias de monitoramento e avaliação das ações de informação e

informáticadestaPolíticanoâmbitolocal;e

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Promover e coordenar ações para o desenvolvimento de alta competência e excelência

profissional em áreas da informação e tecnologia da informação em saúde nas instâncias

públicas.

4.2Financiamento

Umplanode investimentos financiadoe coordenadopelas trêsesferasdegovernodeveviabilizara

implantaçãodospilaresdaPNIIS:ainfraestruturadeTI, incluindoaconectividade;agovernançaea

gestão de pessoas na área de informação e informática em saúde; os padrões para garantir a

interoperabilidade e as terminologias e o desenvolvimento do arcabouço legal para garantir a

privacidadeeconfidencialidadedosdadosidentificadosemsaúde.

A implantação da PNIIS deve observar a realidade local, respeitando conceitos, incentivando

experiências bem‐sucedidas para estabelecer uma extensa rede de cooperação visando inserir as

diretrizesdaPolíticanocotidianodasaçõesinstitucionaisdoSUS.

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5.RecomendaçõesePerspectivas

As prerrogativas legais hoje vigentes no setor da saúde determinam a descentralização e a

participaçãopopularcomodiretrizesdeatuaçãopolítico‐administrativaquedevemseracatadaspelas

trêsesferasdegoverno.Nestesentido,aprópriaLeiOrgânicadaSaúde(Leinº8.080/90)prevêcomo

competência e atribuição comum à União, Estados e Municípios, a organização e coordenação do

sistemadeinformaçãoemsaúde(SNIS)2.

Dessa forma,paraoatendimentodosprincípiosqueregemoSUSeocumprimentodosdispositivos

legais,adefiniçãodeumaPolíticaNacionaldeInformaçãoeInformáticaemSaúde(PNIIS)deâmbito

nacional deve ter sua concepção discutida de modo tripartite, com os correspondentes

desdobramentos compatíveisnoplanoestadual emunicipal, cabendoa cadauma responsabilidade

peladefinição, estruturaçãoe execuçãodeaçõesnecessáriasaodesempenhodasatribuiçõesde sua

responsabilidade,observandoacompatibilizaçãocomossistemasnacionais.

Demodogeral,estaPNIISdevevoltar‐separaoacessoequalidadedainformaçãoemsaúde,estandoem

sintoniacomasnecessidadesdecorrentesdaheterogeneidadeedesigualdadedasregiõesemunicípios

brasileiros.Apolíticatambémdeveincorporarnovaserelevantescontribuiçõesdacomunidade,sejam

oriundas do controle social, associações de classe, sindicatos, instituições de ensino e pesquisa ou de

instânciasdegoverno,resultandoemumSNISquereflitaasnecessidadesdopaís.

Nessecontexto,comoobjetivodequalificaroacessoaosserviçosdesaúde,oMinistériodaSaúdevem

pactuando com Estados e Municípios a utilização do Mapa da Saúde, instrumento de

georreferenciamento que oferece uma descrição geográfica da distribuição de recursos humanos,

gestão de pessoas e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada,

considerando‐seacapacidade instaladaexistente,os investimentoseodesempenhoaferidoapartir

dosindicadoresdesaúdedosistema,conformeexplicitadonoArt.2º,incisoV,doDecretonº7.508/11

(BRASIL,2011a).

O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP) é um instrumento político inovador na

integração das ações e serviços de saúde dos entes federativos. O COAP representa um acordo de

colaboração entre União, Estados e Municípios com a finalidade de garantir a integralidade da

assistência aos usuários, sendo, portanto meio adequado para a implementação dos princípios e

diretrizesdestaPNIISnasdiversasregiõesdesaúdedopaís.

Também com vistas à diminuição das desigualdades emelhoria do acesso à saúde, oMinistério da

Saúde desenvolveu o Índice deDesempenho do SUS (IDSUS) um indicador síntese que realiza uma

aferiçãocontextualizadadodesempenhodoSUSquantoaoacesso(potencialouobtido)eàefetividade

daAtençãoBásica,dasAtençõesAmbulatorialeHospitalaredasUrgênciaseEmergências.Apartirda 2Oart.47,daLeinº8.080/90traz:OMinistériodaSaúde,emarticulaçãocomosníveisestaduaisemunicipaisdoSistemaÚnicodeSaúde(SUS)organizará,noprazode02(dois)anos,umsistemanacionalde informaçõesemsaúde, integradoemtodooterritórionacional,abrangendoquestõesepidemiológicasedeprestaçãodeserviços(BRASIL,1990).

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análiseedocruzamentodeumasériedeindicadoressimplesecompostos,oIDSUSavaliaasunidades

integrantesdoSUScombasenosdadosdosSistemasNacionaisde InformaçãodeSaúde, fornecidos

pelosgestoresdoSUS,alémdedadosdeoutrosSistemasdeInformaçõesNacionais3,estando,assim,

interligadoaospreceitosdestaPNIIS.

Tudoissocertificaaideiadequeatecnologiadainformaçãoeaintegraçãodossistemasdeinformação

em saúde devem contribuir para aperfeiçoar e consolidar a gestão descentralizada do SUS,

fortalecendoocomandoúnicodosistemaemcadaesferadegoverno,aprimorandoadescentralização

progressiva dos recursos e contribuindo para a orientação das ações de saúde segundo as

necessidadesedemandaslocais.Informáticaeinformaçãosãorecursosbasilaresparaoplanejamento

e a avaliação de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, sendo capaz de reduzir a

morbimortalidadedecorrentedasdoenças e agravosprevalentes, levando emconta asdiversidades

locaiseregionais,bemcomoosgruposousegmentospopulacionaismaisexpostos.

Assim,ainformaçãoestratégicaemsaúdecontribuiparaasegurança,eficáciaequalidadedeprodutos,

insumos(medicamentos,imunobiológicosehemoderivados),serviçoseambientesdeinteresseparaa

saúdepúblicaeapromoçãodasaúde,sendotambémutilizadanocombateaadulteraçõesdeprodutos,

concorrênciasdesleaisedisfunçõestécnicas,alémdeapoiarmedidasvoltadasàpreservaçãodomeio

ambiente,àmelhoriadaqualidadedoambientedetrabalhoeàprevençãoetratamentodedoençase

agravosrelacionadosaotrabalho.

A operacionalização da PNIIS também depende de um amplo processo de divulgação de seus

conceitos,propósitos,princípiosediretrizespormeiodosdiversostiposdemídia,tendoemvistaque

acomunicaçãoentreosgestores,osprofissionaisdesaúdeeapopulação,aotempoemquefacilitaa

tomadadedecisões,tambémreforçaoscompromissoséticos,políticosefuncionaisestabelecidospelo

SistemaÚnicodeSaúde.

Assim,paraconsolidaroSUScomopromotoreexecutordeumapolíticapúblicadesaúdefortalecida,é

essencialproporcionaraosusuáriosauniversalizaçãodeacessoaosistemapormeiodeprocessosde

comunicaçãooupolíticasespecíficasdeinformação,diminuindo,destemodo,asbarreirasdeacesso.

Damesmaforma,afacilidadedeacessoeoapoioàproduçãodeconhecimentocientífico,àcapacitação

eàeducaçãopermanente,aoensinoàdistância, àeducaçãoemsaúdepelapopulação,àavaliaçãoe

desempenhodeprofissionais, equipese serviços, juntamentecomaanálisedasituaçãodesaúdeda

população,devemserpriorizadasporestaPNIIS como formadeapoioàspráticasprofissionaisnos

serviçosdesaúde.

Asdecisõesrelacionadascomainteroperabilidadedesistemasdeinformaçãoemsaúdeprecisamser

planejadas,discutidaseembasadasafimdereduzircustoseerrosemlargaescalaOusoarticuladoda

3 As fonte de dados dos indicadores do IDSUS são: CadastroNacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES); Sistema deInformação Ambulatorial (SIA); Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN); Sistema de Informação doPrograma Nacional de Imunização (SI‐PNI); Sistema de Informação Hospitalar (SIH); Sistema de Informação sobreMortalidade(SIM);SistemadeInformaçãosobreNascidoVivo(SINASC);InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística(IBGE);eMinistériodoDesenvolvimentoSocialeCombateaFome(MDS).

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informáticaedasinformaçõesemsaúdetambémseráútilparaadefiniçãodeumapolíticanacionalde

investimentosemsaúdequepriorize linhasestratégicas, contribuindoparaaampliaçãoeagilização

doacesso,promovendoaqualidadedosserviçosdoSUS.

Nesse sentido, um plano de investimentos em informática e em gestão de pessoas, financiado e

coordenado pelas três esferas de governo, deve viabilizar os fundamentos de conectividade,

padronizaçãoecompartilhamentodeinformaçõesdaPNIIS.

Este processo deve estar em sintonia com a realidade local, respeitando conceitos, incentivando

experiênciasbemsucedidaseinserindoosprincípiosediretrizesdestaPNIISnocotidianodasações

institucionaisdoSUS.

Porfim,opactoentreUnião,EstadoseMunicípiossobreleva‐secomoessencialparaoestabelecimento

dasresponsabilidadesinstitucionaisdegestãoefinanciamentodestaPNIIS.

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6.Glossário

AtençãoàSaúde,fem.Açõesqueenvolvemocuidadocomasaúdedoserhumano,incluindoações

deproteção, prevenção, recuperação e tratamentodedoenças edepromoçãoda saúde.

Notas:i)EnglobaaatuaçãodoSistemaÚnicodeSaúde(SUS)emtodososníveisdeatenção

do SUS e em todos os níveis de governo. ii) Na assistência, as ações são dirigidas aos

indivíduosouàcoletividadeeprestadasnoâmbitoambulatorialouhospitalar,bemcomo

em outros espaços, incluindo o domiciliar. iii) As intervenções ambientais incluem as

relações e as condições sanitárias nos ambientes da vida e do trabalho, bem como a

educaçãoambiental.VerIntegralidade;Intersetorialidade.

AtençãoBásica à Saúde, fem. Sin. Atenção Primária em Saúde. Conjunto de ações de saúde, no

âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a

prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da

saúde.Notas: i)Édesenvolvidapormeiodoexercíciodepráticasgerenciaise sanitárias

democráticaseparticipativas,sobaformadetrabalhoemequipe,dirigidasapopulações

de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária,

considerandoadinamicidadeexistenteno território emquevivemessaspopulações. ii)

Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os

problemasde saúdedemaior frequência e relevância em seu território. iii) É o contato

preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. iv) Orienta‐se pelos princípios da

universalidade, acessibilidade, coordenação do cuidado, vínculo e continuidade,

integralidade,responsabilização,humanização,equidadeeparticipaçãosocial.

AtençãoIntegralàSaúde,fem.VerIntegralidade.

Cartão Nacional de Saúde, masc. Sistema de identificação comum, integrando usuários,

profissionais e estabelecimentos de saúde. Considerado do ponto de vista da atenção à

saúde, sua adoção promove a identidade entre usuários e profissional com o Sistema

ÚnicodeSaúde(SUS).VistopeloângulodaGestão,aprimoraoprocessodeintegraçãodos

sistemasdeinformaçãoemSaúdeeviabilizaoregistroeletrônicodedadoseinformações,

facilitandooprocessodegestão(planejamento,acompanhamentoeavaliaçãodasações).

CertificaçãoDigital, fem. Compõe um arquivo eletrônico que identifica, com segurança, pessoas

(físicas ou jurídicas), fazendo uso de criptografia, tecnologia que assegura o sigilo e a

autenticidade de informações. Além disso, garantem confiabilidade, privacidade,

integridadeeinviolabilidadeemmensagenseemdiversostiposdetransaçõesrealizadas

via Internet,comvalidade jurídicaparaserutilizadocomoassinaturadeprópriopunho,

comprovandoqueseuproprietárioconcordacomodocumentoassinado.

COAP,masc.‐ContratoOrganizativodeAçãoPúblicadaSaúde.

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ContratoOrganizativodeAçãoPúblicadaSaúde,masc.Sin.COAP. Instrumento, estabelecido

pelo Decreto Federal nº 7.508, de 28 de junho de 2011, por meio do qual os entes

signatários assumem, conjuntamente, o compromisso de organizar de maneira

compartilhada as ações e os serviços de saúde na Região de Saúde, respeitadas as

autonomias federativas e com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à

saúdeparaconformaroSistemaÚnicodeSaúde(SUS)comfoconocidadão.

Controle Social, masc. Práticas de participação e fiscalização da população nos processos

deliberativos relacionados à formulação de políticas de saúde e de gestão do Sistema

ÚnicodeSaúde (SUS).Nota: noSUS,hámecanismos institucionalizadosque garantema

participaçãoeocontrolesocial,comoosconselhosdesaúdeeasconferênciasdesaúde.

VerParticipaçãosocial.

e‐Gov,masc.‐GovernoEletrônico.

e‐Saúde,masc. Também conhecido por seu equivalente em inglês e‐Health. Segundo aHealthcare

InformationandManagementSystemsSociety (HIMSS), trata‐sedequalqueraplicaçãode

Internet, utilizada em conjunto com outras tecnologias de informação, focada na

melhorariadoacesso,daeficiência,daefetividadeedaqualidadedosprocessosclínicose

assistenciais necessários a toda a Cadeia de Atendimento à Saúde. O objetivo único é

provermelhorescondiçõesdetratamentoaospacientesemelhorescondiçõesdecusteio

ao Sistema de Saúde. O conceito de e‐Saúde engloba desde a entrega de informações

clínicasaosparceirosdacadeiadeatendimento,passandopelas facilidadesde interação

entretodososseusmembros,chegandoadisponibilizaçãodessamesmainformaçãonos

maisdifíceiseremotoslugares.

Equidade,fem.Conceitoqueconsideraasdesigualdadessociaiscomoinjustaseevitáveis,implicando

naadoçãodeaçõesgovernamentaisparaatenderàsdiferentesnecessidadesdapopulação.

Notas:i)Aequidadeemsaúdecriaoportunidadesiguaisparaquetodostenhamacessoà

saúde,oqueestáintimamenterelacionadocomosdeterminantessociais.ii)Naatençãoà

saúde, o conceito envolve duas dimensões importantes: a equidade horizontal –

tratamento igual aos indivíduos que se encontram em situação igual de saúde – e a

equidade vertical – tratamento apropriadamente desigual aos indivíduos em situações

distintas de saúde. iii) Para promover a equidade, é preciso que existam ambientes

favoráveis e acesso à informação, a experiências, a habilidades e a oportunidades que

permitamfazerescolhasporumavidamaissaudável.

Georreferenciamento,masc.Tornarcoordenadasconhecidasnumdadosistemadereferência.Este

processo inicia‐secomaobtençãodascoordenadasdepontosda imagemoudomapaa

seremgeorreferenciados,conhecidoscomopontosdecontrole.Ospontosdecontrolesão

locaisqueoferecemuma feição físicaperfeitamente identificável, tais como intersecções

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de estradas e de rios, represas, pistas de aeroportos, edifícios proeminentes, topos de

montanha,entreoutros.

GestãodoCuidado,fem.Provimentooudisponibilizaçãodastecnologiasdesaúde,deacordocomas

necessidadessingularesdecadapessoa,emdiferentesmomentosdesuavida,visandoseu

bem‐estar, segurança e autonomia para seguir com uma vida produtiva e feliz. Notas:

Realiza‐se em múltiplas dimensões (individual, familiar, profissional, organizacional,

sistêmicaesocietária),que,imanentesentresi,apresentamespecificidadesquepodemser

conhecidasparafinsdereflexão,pesquisaeintervenção.(CECÍLIO,2011).

Governança,fem.Conjuntodedirecionamentosqueestabelecempadrõeseprincípiosquepriorizam

oinvestimentoeogerenciamentocomfoconaexecução.

Governançada Informação, fem. Disciplina interativa para a estruturação, descrição e governo

dos artefatos de informação, independe das fronteiras tecnológicas e organizacionais

estabelecidas pela visão de negócio. Conjunto de direcionadores, processos, normas,

políticasetecnologiasnecessáriasparagerenciaremanterainformaçãocomoumrecurso

valiosodaorganização.

Governança de Tecnologia da Informação, fem. Sistema pelo qual o uso atual e futuro das

TecnologiasdaInformaçãoédirecionado(orientado)econtrolado.(ISO38500).Envolve

avaliaçãoeodirecionamentodousodeTIparaapoiaraorganizaçãoeomonitoramento

deseuusoparaalcançarosobjetivos.IncluiaestratégiaeapolíticaparaautilizaçãodeTI

dentrodeumaorganização.(ISO38500).

GovernoEletrônico,masc.Sin.e‐Gov.Umadasprincipaisformasdemodernizaçãodoestado.Está

fortementeapoiadonousodasnovas tecnologiasparaaprestaçãode serviçospúblicos,

mudando a maneira com que o governo interage com os cidadãos, empresas e outros

governos. O conceito não se restringe a simples automação dos processos e

disponibilização de serviços públicos por meio de serviços on‐line na Internet

(ABRAMSON;MEANS,2001),massimnatransformaçãodamaneiracomqueogoverno,

atravésdaTIC,atingeosseusobjetivosparaocumprimentodopapeldoestado.Notas:O

governo eletrônico engloba, principalmente, três tipos de transações, que ocorrem não

apenaspormeiodaInternet,mastambémpormeiodetelefoniamóvel, televisãodigital,

call centers e outros tipos de aplicações ligadas aos computadores, a saber: i) G2G

(Government to Government) relação intra ou inter‐governos (Gestão interna: Sistemas

Internos ‐ Intranet); ii) G2B (Government to Business) transações entre governos e

fornecedores(integraçãocomacadeiadevalor:SistemasEstruturadores‐Extranet); iii)

G2C(GovernmenttoCitizen)relaçõesentregovernosecidadãos(interaçãocomcidadão:

Portaldeatendimento‐Internet)(FERNANDES,2000).

Integralidade,fem.PrincípiofundamentaldoSistemaÚnicodeSaúdequeabrangetrêsdimensões:a

abordagem integral do ser humano, visto em suas inseparáveis dimensões

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biopsicossociais; a ampliação da percepção dos profissionais e serviços de saúde na

relação com os usuários para o acolhimento de suas histórias, condições de vida e

necessidadesemsaúde; eomododeorganizar a atençãoà saúdede formaa ampliaro

acesso a todos os níveis de complexidade abrangendo ações de assistência, promoção,

proteção e recuperação da saúde.Notas: i) Essa formade organizar o sistemade saúde

extrapolaoâmbitodosserviçosdesaúde,comvistaàformulaçãodepolíticasdestinadasà

produção da saúde tomada em seu sentido mais amplo. ii) A integralidade é um dos

princípios constitucionais do SUSque garante ao cidadãoo direitode acesso a todas as

esferasdeatençãoemsaúde.

Interoperabilidade, fem. Habilidade de transferir e utilizar informações de maneira uniforme e

eficienteentreváriasorganizaçõesesistemasde informação.Notas:Sãoverificadosdois

níveis principais de interoperabilidade de informações: i) Interoperabilidade funcional:

interação de dois ou mais sistemas (equipamentos, sistemas de informação, bases de

dados) para trocar informações de acordo com um conjunto de regras definidas; e ii)

Interoperabilidade semântica: capacidade de sistemas compartilharem informações

compreendidasatravésdadefiniçãodeconceitosdedomínio.

Intersetorialidade, fem. Modo de gestão desenvolvido por meio de processo sistemático de

articulação,planejamentoecooperaçãoentreosdistintossetoresdasociedadeeentreas

diversas políticas públicas para intervir nos determinantes sociais. Notas: i) A

intersetorialidade tem como princípios a corresponsabilidade, a cogestão e a

coparticipação entre os diversos setores e políticas em prol de um projeto comum. ii)

Prática social construída para enfrentar os limites da cultura organizacional, marcada

historicamenteporações isoladase setorializadasnaqualos serviços,produtose ações

são ofertados separadamente. Constitui‐se em estratégia, articulada entre saberes e

práticas, que busca a convergência entre recursos humanos, financeiros, políticos e

organizacionais.iii)Implicanoestabelecimentoderelaçõesdepoderhorizontais,exigindo

processosdepactuaçãoparaenfrentamentodeconflitoseproblemas.

ParticipaçãoSocial, fem. Processo no qual interagem os vários segmentos sociais na elaboração,

execução e fiscalização de políticas públicas. Notas: i) Possibilita o exercício do

protagonismo,poislevaosindivíduosatornarem‐sesujeitosconscientesdesuasaçõese

potencialidadeseautoresdesuasprópriashistórias. ii)Osdiferentesatoresintervêmna

identificação de necessidades e problemas comuns e se unem para desenhar e propor

soluções e ações, fortalecendo a relação entre comunidade e gestão nas três esferas de

governo.iii)Ofortalecimentodaparticipaçãosocialnagestãodaspolíticasdesaúdeéuma

importante estratégia para possibilitar avanços na universalização e na equidade do

acessoàsaúde.VerControlesocial.

Planejamento em saúde, masc. Processo sistemático que permite reconhecer projetos e

estabelecer alianças, aumentar a capacidade de análise e seleção dos meios e recursos

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necessáriosparaatingirobjetivosdesejados,assimcomodefiniraaplicaçãomaiseficaze

eficientedessesrecursosemsituaçãoconcreta.Éareflexãoqueprecedeepresideaação.

Notas: i) No setor da saúde, o planejamento é o instrumento que permite melhorar o

desempenho, otimizar a produção e elevar a eficácia e eficiência dos sistemas no

desenvolvimentodasfunçõesdeproteção,promoção,recuperaçãoereabilitaçãodasaúde.

ii) Para o planejamento, é importante identificar os problemas e as prioridades de

intervenção; formularmetas, objetivos e cursos de ação para solucionar os problemas;

determinar os responsáveis pela execução das ações; monitorar, avaliar e analisar a

efetividadedessasaçõesouplanosafimdeatingironívelótimoderelacionamentoentre

oplanoeosistema.

PlanoNacionaldeSaúde,masc. Sin. PNS. Instrumento que, a partir de uma análise situacional,

apresenta as intenções e os resultados a serem buscados, pela gestão federal no setor

Saúde,noperíododequatroanos,osquaisdevemserexpressosemobjetivos,diretrizese

metas. O Plano Nacional de Saúde, aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde, é

instrumento fundamental para a gestão do SUS. A sua elaboração, implementação,

monitoramento,avaliaçãoeatualizaçãoperiódicaconstituematribuiçãocomumdas três

esferas de gestão do Sistema, as quais devem, a partir do Plano, formular a respectiva

propostaorçamentária.

PlanoPlurianual,masc.Sin.PPA.Planoqueestabelece,emnívelregional,asdiretrizes,osobjetivos

e as metas da administração pública para as despesas de capital e para as despesas

relativas aos programas de duração continuada.Notas: a iniciativa do PPA é do Poder

Executivoeaperiodicidadedesseplanoéquadrienal.

PNS,masc.‐PlanoNacionaldeSaúde.

PPA,masc.‐PlanoPlurianual.

PromoçãodaSaúde,fem.Estratégiadeproduçãodesaúdeque,articuladaàsdemaisestratégiase

políticasdoSistemaÚnicodeSaúde,contribuiparaaconstruçãodeaçõestransversaisque

possibilitematenderàsnecessidadessociaisemsaúde.Notas: i)Apromoçãodasaúdeé

umadasprioridadesdoPactopelaVidaparaaconstruçãodeumaabordagemintegraldo

processo saúde‐doença e tem como foco o enfrentamento dos problemas de saúde

baseado no reconhecimento dos determinantes sociais da saúde na sua produção. ii) A

promoção da saúde deve dialogar com as diversas áreas do setor sanitário, com outros

setoresdogovernoecomasociedade,paraquesejampartícipesnocuidadocomavida,

compondo redes de compromisso e corresponsabilidade. Ver Equidade; Integralidade;

Intersetorialidade;Participaçãosocial.

RegistroEletrônicodeSaúde,masc. Sin.RES. Repositório de informações processáveis sobre o

cuidadoemsaúdedoindivíduo,armazenadasetransmitidasdeformaseguraeacessível

pormúltiplosusuáriosautorizados.

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RES,masc.‐RegistroEletrônicodeSaúde.

Sage,fem.‐SaladeApoioàGestãoEstratégica.

SaladeApoioàGestãoEstratégica, fem.Sin.Sage. Instrumentodeproduçãoedisseminaçãode

dados e informações, que podem contribuir para a redução das incertezas do processo

decisório no nível estratégico da gestão em saúde. Possibilita projeções e inferências

setoriais, além de contribuir para a transparência das ações desenvolvidas na área da

saúde.Nota:Disponíveldositewww.saude.gov.br/sage.

SistemasBiométricos,masc. pl. Sistemas que buscam extrair o padrão mais distintivo de uma

pessoa, características biológicas, armazená‐lo para depois comparar como novas

amostrasedeterminaraidentidadedecadaamostradentrodeumapopulação.Processo

pelo qual decisões são tomadas sobre os investimentos em TI, o que envolve: como as

decisões são tomadas, quem toma as decisões, quem é responsabilizado e como os

resultados sãomedidos emonitorados. (TCU). Conjuntode estruturasorganizacionais e

processosqueenvolvemaaltadireção,gerentesdeTIegerentesdenegócionatomadade

decisões sobreousodeTI,na coordenaçãodas açõesdecorrentesde taisdecisõeseno

monitoramento de seus resultados, com o objetivo de promover o alinhamento entre

estratégiaseoperaçõesdasáreasdeTIedenegócios.(TCU/STI).

Sustentabilidade, fem. Conjunto de iniciativas com objetivo de garantir a continuidade, a

manutenção e a durabilidade de processos, ações, projetos e políticas que resultem na

melhoria da qualidade de vida a médio e longo prazos. Notas: i) As iniciativas para

obtençãodasustentabilidadeenvolvemaspectospolíticos,econômicos,sociais,culturaise

ambientais. ii)Parapromoversustentabilidade,énecessáriooenvolvimentodeatorese

instituições dos vários setores da sociedade para enfrentar os desafios complexos da

contemporaneidade.

Telessaúde,fem.Usodetecnologiasdeinformaçãoecomunicaçãoparaprestarserviçosdesaúdea

distância, passar conhecimentos e informações, quebrando as barreiras geográficas,

temporais,sociaiseculturais.Englobaossistemasdeinternetoudee‐saúde,etambémas

aplicaçõesbaseadasemvídeo.

Transversalidade, fem. Característica da Promoção da Saúde que lhe confere capacidade de

produçãoearticulaçãodediferentessaberesepráticas,perpassandoosdiversossetores

da saúde, como a atenção e a gestão, além de outros setores governamentais, não

governamentaiseasociedade.VerIntersetorialidade.

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Apêndice1:Antecedentes

1.1OprocessodeconstruçãodaPNIIS2004

A implementação de políticas públicas tendentes a fortalecer a saúde brasileira segue a lógica de

atenderàsnecessidadesespecíficasdeseutempodeelaboração.AconstruçãodaPNIIS2004seguiu

esta premissa ao tentar suprir as demandas de avaliação de informação em saúde, ante a

complexidadeequantidadededadosprovenientesdeMunicípios,EstadosedaprópriaUnião(BRASIL,

2004).

Instrumentos legais como a Lei nº 8.080/90, também conhecida como Lei Orgânica da Saúde, que

conferiu ao Ministério da Saúde a atribuição específica para organizar o Sistema Nacional de

InformaçãoemSaúde(SNIS)(BRASIL,1990),possuirelevâncianoquetangeaosdirecionamentosda

PNIIS em 2004, não obstante a integração insuficiente de projetos e programas de informação e

informáticaemsaúdeentre1990eoiníciodosanos2000.

Em 2003, a preocupação em se estabelecer condições para a organização do Sistema Nacional de

Informação em Saúde (SNIS), levou o Ministério da Saúde a assumir tal atribuição legal como um

objetivo setorial de seu planejamento estratégico, iniciando, por intermédio do Departamento de

Informática do SUS (DATASUS) a formulação da PNIIS. Neste cenário, as deliberações da 12ª

ConferênciaNacionaldeSaúdeinfluenciaramaconstruçãodaPNIISem2004.

Assim,oprocessodeelaboraçãododocumento‐basedapolíticaem2004buscourefletiradiversidade

deexperiênciasepontosdevista,ascontribuiçõescientíficasdastrêsesferasdegoverno,dasociedade

organizada e de instâncias de controle social do SUS. Também nesse processo, foi elaborada uma

revisão sistemática da bibliografia sobre estratégias, diretrizes e experiências de países que

enfrentaram(eaindaenfrentam)odesafiodeconstruirpolíticasnacionaisde informaçãoemsaúde

(BRASIL,2004).

Considera‐sequeosresultadosdaPNIISde2004nãochegaramaalcançarumaefetividadeeeficácia

real,oquepodeseratribuídoanãoregulamentaçãodeseuconteúdo.Todavia,asdiretrizesconstantes

dodocumentode2004,mesmosemteremsidoinstitucionalizadas,inspiraramaçõeseaproduçãode

normasnoâmbitodoSUSedoMS,sendo tambémabasesobreaqualsedesenvolveoprocessode

construçãodaPNIIS2012.

1.2OprocessodeconstruçãodaPNIIS2012

Atento aomodelo gerencial de planejamento estratégico para a gestão 2011‐2015, oMinistério da

Saúdedefiniu16objetivosestratégicosorientadoresdesuasações.

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A implementação desta PNIIS inclui‐se noObjetivo Estratégico 09, que assimdispõe: “Implementar

novomodelodegestãoeinstrumentosderelaçãofederativa,comcentralidadenagarantiadoacesso,

gestãoparticipativacomfocoemresultados,participaçãosocialefinanciamentoestável”.

Nestecenárioorganizacional,verifica‐sea importânciadeseestabelecerumaPNIISque forneçaaos

gestoreseàssuasequipesinformaçõesediretrizesparaatomadadedecisãoeplanejamentodeações

no campo da informação e informática em saúde, além de ampliar o acesso e a qualidade da

informaçãoemsaúdenoqueserefereaocidadão.

Noquetangeaocenárionormativo,dentreasiniciativasinternasaoMinistériodaSaúde,destaca‐sea

publicação da Portaria nº 2.072, de 31 de agosto de 2011, que redefine o Comitê de Informação e

InformáticaemSaúde(CIINFO),atribuindoaesteacompetênciadenormatizar,dirigirefiscalizaras

atividades relativasaos sistemasde informaçãoe informáticaemsaúdenoâmbitodoMinistérioda

SaúdeedoSistemaÚnicodeSaúde(SUS).ComocompetênciasdoCIINFO,destacam‐seascolocadasno

art.7ºdamencionadaPortaria:apromoçãodascondiçõesnecessáriasparaaimplementaçãodoSNIS

eofortalecimentodaPNIIS(BRASIL,2011b).

HajavistaoCIINFOpossuirrepresentantesdetodasassecretariasdoMSeentidadesvinculadaseser

umainstânciadedecisãocolegiada,emsintoniacomaComissãoIntergestoresTripartite(CIT)noque

serefereàsatividadesrelativasaousodainformaçãoemsaúde,aPNIIS,pormeiodesteComitê,que

tambémespelhaagovernançadescentralizadada informação,passaavislumbrarapossibilidadede

emitir orientações, normas e padrões de interoperabilidadede informações, bem comopromover a

racionalizaçãododesenvolvimentoedousodosrecursosdeTecnologiadaInformação.

APortarianº2.073/2011,aoregulamentarousodepadrõesdeinteroperabilidadeeinformaçãoem

saúde para sistemas de informação em saúde no âmbito do SUS , nas esferas Municipal, Distrital,

EstadualeFederal,eparaossistemasprivadosedosetordesaúdesuplementar,tambémrepresenta

umavançonocamponormativodaavaliaçãoedisponibilizaçãoda informaçãoestratégicaemsaúde

(BRASIL,2011c).

Porfim,integrandoocenárioexternoaoambienteinternodoMinistériodaSaúde,esteórgãopublicou

aPortarianº1.583,de19dejulhode2012,queregulamentaaexecuçãodaLeideAcessoàInformação

dentrodesuaatuaçãofederativa(BRASIL,2012).

IgualmenteimportantenacontextualizaçãodestaPNIIS,oPlanoNacionaldeSaúde(PNS)2012‐2015e

oPlanoPlurianual2012‐2015demonstramoempenhodaesfera federal, juntamentecomEstadose

Municípios, na integração das tecnologias da informação ao conceito de Governo Eletrônico. O PNS

2012‐2015 segue nesse sentido ao possuir como uma de suas diretrizes a “qualificação de

instrumentos de execuçãodireta, comgeraçãode ganhosdeprodutividade e eficiência para o SUS”

(BRASIL, 2011d), e como uma de suas metas a implantação e implementação do Portal da

TransparênciadoMS4.

4Disponívelemwww.saude.gov.br

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Deformacomplementar,oPlanoPlurianual2012‐2015temcomoumadesuasdiretrizesapromoção

da pesquisa e do desenvolvimento, bem como a inovação em Tecnologias da Informação e

Comunicação(TIC)eMicroeletrônica,oque,certamentesoma‐seaocaráterestratégicodagestãoda

informação,elementoimpulsionadordestaPNIIS.

Também é importante destacar que entre as diretrizes da 14ª Conferência Nacional de Saúde, a

diretriz12estabeleceaconstruçãodeumapolíticade informaçãoecomunicaçãoqueassegureuma

gestão participativa e eficaz ao SUS. Dentre as ações previstas está o aprimoramento, integração e

qualificaçãodosváriossistemasdoSUS.

Na mesma direção, informe realizado na Comissão Intergestores Tripartite de novembro de 2011

explicitaadisposiçãodoMSdeconduziraatualização/revisãodaPNIISdurante2012.

Por todo exposto, percebe‐se um quadro rico em iniciativas externas ao Ministério da Saúde

propulsorasdaconcretizaçãodosprincípiosediretrizesdestaPNIIS.

No que se refere à legislação para além do campo da saúde, identificam‐se alguns instrumentos

normativosimportantesqueimpactamapresentePolítica,taiscomoaInstruçãoNormativa/SLTI/MP

nº4,de12denovembrode2010,queaoreconheceroascendenteusodastecnologiasdainformaçãoe

comunicaçãonaesferadaadministraçãopública,disciplinaoprocessodecontrataçãodeSoluçõesde

Tecnologia da Informação pelos órgãos integrantes do Sistema de Administração dos Recursos de

InformaçãoeInformáticanoPoderExecutivoFederal(BRASIL,2010).

Aregulamentaçãododireitoconstitucionalaoacessoàinformaçãopública5,pormeiodaLeinº12.527,

de2011,tambémconfereummarcolegalparaestaPNIIS,poisevidenciaanecessidadedeosistemade

saúde brasileiro possuir uma base de dados passível de ser disponibilizada ao acesso público.

Ademais,estaLeitambémrefletepositivamentenatemáticadainformaçãopessoaldesaúdeaodefinir

otratamentoquedeveseroferecidoàsinformaçõesdecunhopessoal6.

5 Ao regulamentar o Art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal "Todos têm direito a receber dos órgãos públicosinformaçõesdeseuinteresseparticular,oudeinteressecoletivoougeral,queserãoprestadosnoprazodalei,sobpenaderesponsabilidade,ressalvadasaquelassujosigiloseja imprescindívelàsegurançadasociedadeeEstado",oBrasil,alémdegarantiraocidadãooexercíciodoseudireitodeacessoàinformação,cumpre,também,ocompromissoassumidopelopaísanteàcomunidadeinternacionalemváriostratadoseconvenções.

6OArt.31,daLeinº12.527/11,determina:Otratamentodasinformaçõespessoaisdeveserfeitodeformatransparenteecomrespeitoàintimidade,vidaprivada,honraeimagemdaspessoas,bemcomàsliberdadesegarantiasindividuais.

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Apêndice2:ContextoAcadêmicoeInternacionaldaPNIIS

2.1Revisãosistemáticadaliteratura

Em relação à revisão sistemática da literatura empreendida em 2004, foi possível observar que as

referênciasagoraconsolidadasconfirmamoquadrodevantagensebarreirasaosusosdetecnologias

dainformaçãoecomunicaçãoentãoidentificadas(BRASIL,2004).

Assim,nãoobstanteaexpansãoesofisticaçãode iniciativasnaárea,asdificuldadesnaefetivaçãode

padrões, a mudança na cultura de profissionais em termos de exposição de condutas clínicas e

escassez de recursos (financeiros e humanos) permanecem sendo apontados como os principais

limitadores à plena efetivaçãodopotencial dos usos deTIC na saúde. Por outro lado, a reduçãode

custoseaidentificaçãounívocadopacientemantêm‐secomoosbenefíciosrecorrentementereferidos

pelosautores.

Écertoqueentre2004e2012aproduçãoacadêmicacorrelataaPolíticasdeInformaçãoeInformática

em Saúde teve importantes avanços, tanto no que tange ao aprofundamento dos temas chave

referenciadosnaPNIIS‐2004–RegistroEletrônicodeSaúde,Telessaúdeeprotocolosclínicos–quanto

àintegraçãoentretaistemaseoscondicionantesestruturaisparaosucessodasiniciativas,comoéo

caso de políticas nacionais de acesso à informação e o uso intensivo de indicadores para

monitoramentodeaçõesestratégicasparaagestão.

A sofisticação das aplicações aliada à relativa redução de custos de acesso às tecnologias digitais

aprofundaram transformações no conjunto das práticas sociais (CASTELLS, 2007) com impactos

evidentesnocomportamentodosdiversosatoresdosistemadesaúde(LUPIANEZ,2009).

Tais impactos se apresentam em diferentes gradações entre países e classes sociais, tendendo a

aprofundardesigualdadespré‐existenteseexigindopolíticaspúblicasespecialmentedesenhadaspara

auniversalizaçãodoacesso.

Hádeseobservar,noentanto,algumasdiferenças fundamentaisentreoconstrutoteóricoanalisado

em2004eoproduzidoaolongodosúltimosoitoanos.Talvezamaisrelevantedelassejaaintrodução

doconceitodee‐Saúde7.

2.2e‐Saúde:ousodasTICsemsaúde

Oconceitodee‐Saúdepressupõetratamentoholísticodoconjuntodasaplicaçõesde informáticaem

saúde(STROETMANN,2011),tantonoqueserefereainteraçõesautomatizadasentreprofissionaise

gestoresdosetor,quantodasdessescomempresas,organizaçõesnãogovernamentaisecidadãos8.

7Dotermoeminglêse‐Health.

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Oconceitodee‐SaúdefoiintroduzidopelaOrganizaçãoMundialdaSaúde(OMS),em2005,pormeio

daresoluçãoWHA58.28,quediz:“e‐Saúdeéousodastecnologiasdeinformaçãoecomunicaçãoparaa

saúde.Exemplosincluemassistênciaapaciente,pesquisa,educaçãoecapacitaçãodaforçadetrabalho

emsaúdeemonitoraçãoeavaliaçãoemsaúde9”.

Aresoluçãocitadadefinee‐Saúdeeurgeospaísesmembrosa:

1. Estabelecerumaestratégiadelongoprazoparadesenvolvereimplementarserviçosdee‐Saúde

emdiferentesáreasdasaúde,incluindoaadministraçãoemsaúde,comodesenhodorespectivo

arcabouçolegaledainfraestruturaquepossibiliteosurgimentodeparceriaspúblico‐privadas;

2. Desenvolver a infraestrutura de TICs voltadas à saúde para que os seus benefícios estejam

disponíveis universalmente com equidade. Trabalhar com as entidades de informação e

telecomunicaçãoparareduzircustosetornarae‐Saúdeumsucesso;

3. Promover maior colaboração com o setor privado e com as organizações de TICs sem fins

lucrativos para estabelecer os serviços de e‐Saúde e buscar o seu apoio para este

desenvolvimento;

4. Oferecer serviços de e‐Saúde adequados às necessidades das comunidades, incluindo asmais

carentesevulneráveis;

5. Mobilizar a colaboraçãomultissetorial para determinar com base em evidências as normas e

padrõesdee‐Saúde,avaliarasatividadesdee‐Saúdeecompartilharoconhecimentodemodelos

custo efetivos de forma a garantir a qualidade, segurança, padrões éticos e respeito aos

princípiosdaconfidencialidade,privacidadeeequidadedainformação;

6. Estabelecer centros e rede nacionais de excelência para as melhores práticas de e‐Saúde,

coordenaçãopolítica,suportetécnicoparaassistênciaasaúde,melhoradosserviços,informação

aocidadão,capacitaçãoevigilância;e

7. Considerar estabelecer e implementar sistemas de informação eletrônicos nacionais para a

saúde pública paramelhorar pela informação a capacidade de vigilância e resposta rápida às

emergênciasdesaúdepública.

Parailustraradiversidadeerelevânciadepublicaçõessobreotema,valedestacaraquiorelatórioda

fundaçãoinglesaHealthFoundation,de2009,queapresentarevisãosistemáticadaliteratura10.

Deumtotalde4.683artigosresultantesdabuscanaliteratura,183foramselecionados,nasdiversas

áreas de aplicações das TICs em saúde: apoio à decisão (22/183); RES e prescrição eletrônica

8Oque apresenta estreita similaridade coma concepçãode governo eletrônico e alinha‐se aos princípios e diretrizes dapresenteversãodaPolíticaNacionaldeInformáticaeInformaçãoemSaúde.

9Disponívelem:www.who.int/topics/ehealth/en/

10 As referências para tal revisão foram basicamente: PubMed (2004–2007), CINHAL (2003–2007) e Periodic Abstracts(2005–2007).Emboraofocodorelatóriosejae‐Health,conceito,queseráapresentadonotópicoaseguir,entendequesuasconclusõessejamrepresentativasdaproduçãonaárea.

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(43/183); sistemas de informação para ambulatórios e clínicas (64/183), sistemas de informação

hospitalar (71/183), estudos randomizados (46/183); ensaios clínicos controlados (7/183); análise

préepós‐implantação(35/183);estudosmulticêntricos(27/183).

Asprincipaisconclusõesdestetrabalhoforam:

OnúmerodepublicaçõesqueevidenciaosbenefíciosdousodaTIemSaúdetemaumentado,

inclusivecompublicaçõesapartirdeempresasfornecedorasdesistemas;

Aumentononúmerodepublicaçõessobresistemasvoltadosespecificamenteparaopaciente;

PublicaçõesqueevidenciamoretornodoinvestimentoemTIemsaúdeaindasãoescassas;

O entendimento da complexidade no gerenciamento de projetos de TImelhorou,mas ainda

existeumlongocaminhoapercorrer;

AsprincipaisbarreirasparaaimplantaçãodeprojetosdeTIemsaúdesão:financiamento,falta

de evidências do retorno do investimento, infraestrutura inadequada especialmente para

pequenas clínicas, falta de cultura no uso do computador, e, finalmente, a questão da

confidencialidadeeprivacidade;e

Vários artigos demonstram os benefícios de sistemas de RES interoperáveis, tais como o

SistemadaRededeHospitaisdosVeteranosdeGuerranosEstadosUnidos.

De 2005 para cá, a própriaOMS temdedicado tempo e esforço para a área de e‐Saúde com várias

publicaçõesrelevantes,destacando‐seasériedoObservatórioGlobaldee‐Saúde:

Série1–Atlas:perfisdee‐saúdedospaíses(WORLDHEALTHORGANIZATION,2010a);

Série 2 – Telemedicina: oportunidades de desenvolvimento em países membros (WORLD

HEALTHORGANIZATION,2010b);

Série3 –m‐Saúde: novos horizontes para a saúde através das tecnologiasmóveis (WORLD

HEALTHORGANIZATION,2011a);

Série4 – Segurança na internet: desafios e avanços nos paísesmembros (WORLDHEALTH

ORGANIZATION,2011b);e

Série5–Arcabouçoslegaisparae‐saúde(WORLDHEALTHORGANIZATION,2012).

Destaca‐seainda,dentreaspublicaçõesdaOMSnaáreadee‐Saúde11,arecenteiniciativadeprodução

de manual que serve de orientação aos países para construírem as suas políticas nacionais de e‐

Saúde12.

11 No sítio da Organização Mundial de Saúde (OMS), a página de e‐Saúde oferece referências atualizadas de projetos epublicaçõesnaárea(http://www.who.int/ehealth/en/).

12Nationale‐Healthstrategytoolkit,disponívelem:http://www.itu.int/pub/D‐STR‐E_HEALTH.05‐2012.

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2.3Governançaeme‐Saúde

Importante destacar a expressiva evolução dos papéis de gestores e cidadãos no ciclo de vida de

sistemasdeinformáticaeinformaçãoemsaúdeobservadanoperíodo.

Porumlado,gestorescrescentementetensionadospormelhoriasnogastopúblicoenaqualidadedos

serviços vêm demandando aplicações que ofereçam suporte mais eficiente ao planejamento e

monitoramentoderesultadosdapolíticaeaoapoioàdecisão,naformadeferramentas“leves”capazes

decorrelacionarmúltiplosindicadores13.

Por outro, com a expansão do uso social da internet, cidadãos passam a, cada vez mais, usar os

recursosdeTICparabuscarparticipaçãonaformulaçãodaspolíticas,exercerseusdireitosdecontrole

social, cobrar transparência14 acerca da alocação de gastos no setor e informar‐se sobre a própria

saúde(LUPIANEZ,2009)15.

Note‐sequeestudosespecíficossobreregistroseletrônicosdesaúde,Telessaúdeeprotocolosclínicos,

temasqueorganizaramaconsolidaçãoteóricarealizadaem2004(BRASIL,2004)nãoperderamfôlego

noperíodo.

Aocontrário:sendoessaslinhasorientadorasdeprojetosnosetor,vêmsendoobjetodeinvestigação

frequente,incluindo‐seaíestudoscomparadosquecontribuemparaamelhoriadascondiçõesdeêxito

deiniciativasnacionais(JHA,2008).

Sem prejuízo das especificidades de estudos focados em protocolos clínicos e Telessaúde, há de se

observarumatendêncianaliteraturaemtratartaistemascomocomponentesdoRegistroEletrônico

deSaúde(RES),aquiconceituadocombaseemtrabalhodeReis(2012).

“(…) toda e qualquer formade registro emmeio eletrônico dos dados que têmsuaorigemnoseventosdoprocessosaúde‐doença‐cuidadonoâmbitoindividualou coletivo. Incorpora as três dimensões de aplicações das TIC citadasanteriormente (automação, informação e comunicação). Abrange o ProntuárioEletrônico do Paciente, a emissão de laudos e resultados de examescomplementares e extratos de dados com diferentes finalidades com, porexemplo, aqueles que permitem a continuidade do cuidado entre profissionaisou serviços (guias de encaminhamento, sumários de alta etc.), imagens quedocumentamaspectosrelacionadosaoscontatosdosindivíduoscomosserviçosde saúde etc. O RES é usado para colher, transmitir, receber, armazenar,disponibilizar, disseminar e relacionar dados multimídia dos eventos doprocesso saúde‐doença‐cuidado. E é neste contexto – de uma solução nacionalparaoRES–queseencontramosprincipaisdesafiosdeefetivarae‐Saúde”.

13EstasituaçãopodeserilustradapelalinhadeaplicaçõesrecémlançadapeloMinistériodaSaúdesobadenominaçãogeraldeSaladeApoioàGestãoEstratégica(Sage).

14EmboraaliteraturapesquisadanãotratedosefeitosdaLeideAcessoàInformaçãonasaplicaçõesdeTICemsaúde,postosuavigênciaserbastanterecente,seentendequeotemadevaserobjetodeinvestigaçãorelevantenospróximosanos.

15 É esse o contexto que vem conferindo caráter cada vez mais estratégico à gestão de TIC, a ponto de justificar odesenvolvimentodelinhasdepesquisarelacionadasà“GovernançadeTI”,etemimpulsionadoareorganizaçãoinstitucionaldosetornoGovernoBrasileiro,comopodeserilustradopelacriaçãodoCIINFOnoMinistériodaSaúde.(RODRIGUES,2010).

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2.4Retornodeinvestimentoeme‐Saúde

A questão do retorno de investimento em TI em saúde é complexa e ainda pouco frequente na

literatura, tendo em vista que os processos‐fim em saúde precisam ser avaliados. Apesar da

dificuldade, existem algumas áreas com evidências claras de impacto positivo tais como prescrição

eletrônica,prevençãoemsaúde,alertasemgeral.

Na área de prescrições eletrônicas o maior benefício é evitar as reações adversas entre os

medicamentos(US$200mil/anonocenárioestadunidense),oquelevaaumadiminuiçãodotempode

internação, com redução dramática de custos de cerca deUS$ 1 bilhão/ano (RANDCORPORATION,

2005).

UmdosartigosmaisrelevantesnaanálisedoretornodeinvestimentosnaáreadeTIemsaúdefoioe‐

Health isWorth it: The economic benefits of implemented e‐Health solutions at ten European sites,

comissionado,pelaAssembleiadaComunidadeEuropeiaem2006(STROETMANN,2006).

Oestudoanalisa,apartirdamesmametodologia,dezdiferentesprojetosdee‐SaúdenaComunidade

Europeia,alémdeexaminaroretornodoinvestimento.Oobjetivomaiorfoiodeavaliarosimpactos

econômicos, quantitativos e qualitativos de projetos na área de e‐Saúde. Entre outros achados de

grande relevância, o estudo revela que o retorno do investimento emprojetos de e‐Saúde ocorre a

partirdoquartoouquintoanodoiníciodoprojeto.Ográficoabaixoilustraesteresultado.

Fonte:(STROETMANN,2006).

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Estalinhadepesquisatrazimportantefundamentoparaanecessidadedetratamentocontinuadode

projetosdee‐Saúde,independentementedemudançasdegoverno.Afinal,seosprazosparaobtenção

de resultados financeiros tendem a superar o tempo de gestão, é crucial perseverar nas iniciativas

para que os benefícios sejam atingidos, não se esperando retorno a curto prazo de projetos dessa

natureza. Assim, os projetos em e‐Saúde devem ser tratados damesma forma que o tema “Saúde”:

comoumaquestãodeEstado,enãodeGovernos.

2.5ExperiênciasInternacionais

A definição de políticas integradas para a área de informação e informática em saúde vem se

difundindomundialmente,sendorelevante,paraarevitalizaçãodestaPNIIS,observarasexperiências

depaísescomsistemaspúblicosdesaúde.

Assim, em análise preliminar, foi verificado que o cenário internacional, voltado para a Política de

InformáticaeInformaçãoemSaúde,estáinterligadocomaimplementaçãodoRegistroEletrônicode

Saúde(RES),cujafinalidadeépromoveraqualidade,asegurançaeaeficiênciadoSistemadeSaúde,

comclarosbenefíciosquantoaoacessoa informações,reduzindocustosecolaborandonasdecisões

clínicas,namedidaemquecontribuemparaareduçãodostestesclínicos.

PaísescomoInglaterra,CanadáeAustráliajáapresentampropostasdeimplementaçãodeumapolítica

nacional de informação e informática em saúde consolidadas a partir de processos participativos.

(CANADAHEALTHINFOWAY,2010).

2.5.1IniciativasInternacionaisdee‐Saúde

Aexperiênciacanadensedecomoorganizar, implementar,patrocinareavaliarumapolíticanacional

dee‐SaúdebaseadanaconstruçãodeRESparatodocidadãocanadenseéumdosmelhoresexemplos

bemsucedidosdeimplementaçãodeumapolíticanacionaldee‐Saúde.

Em2001,ogovernocanadensecriouumaorganizaçãosemfinslucrativos,independentedogoverno

(CanadaHealthInfoway)comoobjetivodeacelerarodesenvolvimentoeadoçãodeRESnopaís.

Nos últimos 10 anos, O governo canadense alocou C$ 500milhões, que estão sendo aplicados nas

seguintes áreas: registros nacionais de identificação de profissionais e estabelecimentos de saúde;

imagens médicas; sistemas de informação sobre medicamentos; laboratórios clínicos;

interoperabilidadedeRES;Telessaúde;VigilânciaeSaúdePública;InovaçãoeAdoção;“Infoestrutura”

(terminologias, privacidade e confidencialidade e arquitetura de sistemas de informação); e acesso

pelopacienteàassistênciacomqualidade.

AconformidadeaospadrõeséessencialparaaaprovaçãodosprojetosnaInfoway,ouseja,somenteos

projetosqueaderemaospadrõesnacionaisdee‐Saúderecebemapoiofinanceiro.

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AComunidadeEuropeiahámaisdedezanosteminvestidopesadamenteeme‐Saúde,oqueresultou

em várias experiências relevantes e em uso em países da região, com destaque para projetos que

resolverambemaquestãodainteroperabilidade,comoéocasodoCartãoEuropeudeSaúde16.

OrecenterelatórioEuropeancountriesontheirjourneytowardsnationale‐Healthinfrastructures(Final

Europeanprogressreport)(STROETMANN,2011)analisaasiniciativasnacionaisdee‐Saúdeempaíses

membrosdaUniãoEuropeiaeconcluique:

Todos os países europeus possuem uma estratégia para a construção de um Registro

Eletrônico em Saúde ou de um Sumário Clínico acompanhado ou não de estratégias de

PrescriçãoEletrônica;

AÁreadeTelessaúdeestápresenteaindaquealgumasvezesapenasemprojetospiloto;

Houveumsignificativoaumentonas iniciativasdeestabelecimentodepadrõesearcabouços

comunsparafinsdeinteroperabilidade;e

Aquestão legal e regulatória é complexa e tem sido alvo de discussão ampla em14 dos 22

paísesqueparticiparamdaanálise.

Quantoàsrecomendações,oreferidorelatórioeuropeudestaca:

Estimularaçõesmultissetoriaiseintegradas;

Investiredesenvolveraáreadepadrões;

Realizarestudosdeavaliaçãoeimpactodasaçõesdee‐Saúde;

Promoveraanonimizaçãodainformaçãoemsaúdeparaosprocessosdemonitoriaeavaliação;

Estimular e ampliar o treinamento e capacitação na área de informática em saúde

considerando os diferentes níveis de competências (usuários, desenvolvedores e

pesquisadores);

Desenvolverasestruturasdegovernançadosprojetosdee‐Saúde;

Envolverosetorprivado;

Considerar no financiamento das ações de e‐Saúde os fundos multissetoriais voltados a

questõesdeinfraestruturaeestratégicasparaospaíses;e

Promoverocontrolesocial,estimularacriaçãoderedessociais.

NoInternationalJournalofmedicalinformaticsfoiapresentadoumestudosobreousodatecnologiada

informação emsetepaísesdesenvolvidos.Oartigo traz algumas conclusões importantesparanossa

política,poisrealizaumestudosobredesenvolvimentodaáreadetecnologiadainformaçãoentreos

16EuropeanHealthInsuranceCard(EHIC).Disponívelem:http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=559.

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anosde2000e2006(JHA,2008).ArespeitodoRegistroEletrônicodeSaúde,oartigotrazasseguintes

considerações:

O Canadá, em 2006, tinha registro eletrônico utilizado por aproximadamente 23% dos

médicos, sendo que destes 11% faziam prescrição de medicamentos por meio do RES.

Verificou‐se que o uso do RES aumentou a partir de incentivos financeiros por parte do

governo;

JánoReinoUnido,ousodoRESchegaa97%dosmédicos.Esteresultadoprovémdevários

fatores: computadores gratuitos, disponibilidade de software a baixo custo, investimento

diretodogoverno,etc;

NaHolanda,em2005,oRESerautilizadoporpraticamente100%osclínicosgerais;e

AustráliaeNovaZelândia tambémapresentamumusobastanteexpressivodoRES.NaNova

Zelândia,99%dosmédicosusamumSistemaPráticodeGestão(PracticeManagementSystem

–PMS)para funções administrativas comcaracterísticasde suporteparaatividades clínicas.

NaAustrália,asprescriçõesmédicaseletrônicaschegama90%.

2.6Trocadeinformaçãoemsaúde

O compartilhamento de dados clínicos por meio da interoperabilidade entre os sistemas de

informação é hoje uma das principais prioridades no desenho de uma política de e‐Saúde. Neste

cenário,mais de 80%dos hospitais estadunidenses ouparticipamouplanejam investir na troca de

informaçõesemsaúde.

Destaca‐se, neste cenário, a organização sem fins lucrativos Health Information Exchange (IHE)17,

responsávelpelacriaçãodemanuaisdeimplementaçãodediferentescenáriosdeinteroperabilidade

como, por exemplo, integração com laboratórios clínicos com imagens médicas, troca de sumário

clínico,entreoutros.SegundorecentepesquisapublicadapeloIHE,dos340hospitaisparticipantesda

pesquisa,32%dizemqueestãoenvolvidoscomoIHEe47%dizemquepretendemparticipar18.

Aestratégiacanadense,denominadaInfoviadaSaúde(CanadaHealthInfoway),seconfiguracomoum

esforço nacional para fornecer visão e estratégia para a adoção do RES nacionalmente. Um dos

objetivosdoInfowayfoiaimplementaçãodeumRESinteroperávelpara50%dapopulaçãoaté2010,

compadrõesdeprivacidadeesegurançadesenvolvidos,capazesdepromoveratrocadeinformação

deumaamplagamadedadosclínicos,incluindodadoslaboratoriais,farmacêuticosehospitalares.

No Reino Unido, o National Programme for IT prioriza o compartilhamento de dados clínicos e a

transmissão automática de prescrições farmacêuticas. Em 2007, aproximadamente 14%da atenção

17Trocadeinformaçõesemsaúde.

18http://saudeweb.com.br/25982/pesquisa‐mostra‐que‐80‐dos‐hospitais‐favorecem‐troca‐de‐informacoes‐em‐saude/

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primáriaestavahabilitadaparacriaretransmitirinformaçõescujoobjetivoeraatransmissãodetodos

osdadosdoRESentreosclínicosgerais.

NaHolanda,a trocade informaçõeséoobjetivo centraldogovernoparaobtera interoperabilidade

das informaçõesemsaúde.O foco inicial foiacriaçãodeumprogramadenominadoNationalSwitch

Point, destinado a ajudar os profissionais a trocarem informações de listas de medicamentos e

sumáriosclínicos.

A Alemanha possui dois programas que merecem destaque: o D2D, um padrão de informações de

faturamento e dados dos pacientes e o Vita X, que oferece um RES e um suporte de troca de

profissional para profissional. Contudo, o programa de saúde alemão mais promissor é o cartão

eletrônicodesegurosaúde,queforacriadocomapenasosdadosadministrativos,mascomprevisão

deconterohistóricomédicodospacientes.

Finalmente,dentreasexperiênciasinternacionaisquemerecemdestaquenoqueserefereàtrocade

dados,aAustráliapossuiaNationale‐healthtransitionauthority,políticacujoempenhoespelha‐sena

implementaçãodepadrõesdetrocadeinformaçõesmédicas.

2.7Padrõesparae‐Saúde

A revisão de literatura sobre Políticas de e‐Saúde reforça a importância da adoção de padrões de

informática em saúde para implementar as diretrizes propostas pelas políticas de informação em

saúde.AOMSreconhecetambémestefatoeincitaospaísesaorganizaremassuaspolíticasdee‐Saúde

combaseemmétodos,padrõeseboaspráticas.

Dentretodasasorganizaçõesdepadronizaçãoexistentes,aISO‐InternationalStandardsOrganization‐

éamaisconhecida.Trata‐sedeorganizaçãointernacionalsemfinslucrativoscujarepresentatividade

éamplamentereconhecidaporgovernos,fornecedoreseconsumidores.

AABNTéumaassociaçãosemfinslucrativos,partedosistemametrológicobrasileiroereconhecidade

fato,pelasociedadecivilepelogoverno,comoumimportanteorganismodepadronização.

AISOe,porextensão,aAssociaçãoBrasileiradeNormasTécnicas‐ABNTutilizamumconjuntoformal

e muito bem estabelecido de processos para a construção de normas que melhor representem as

necessidadesdeprodutoreseconsumidoresdosprodutosaosquaisasnormassereferem.

Paraequilibraregarantiraisençãodosprocessosdenormatização,osistemaISOinclui,ainda,afigura

do“neutro”,aquelequenãoéprodutorouconsumidordosprodutos,masquepossuiconhecimento

sobreosprocessosdeprodução.Assim,osneutrossãotipicamenteauniversidade,governoecentros

depesquisa.

NaáreadosSistemasdeInformaçãoemSaúde,aISOiniciousuapresençaem1996comacriaçãodo

ComitêTécnico215(ISOTC215‐HealthInformatics).

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Oescopodeatuaçãodocomitê ISOTC215éoestudodaadoçãodenormasepadrõesnasáreasde

InformaçãoemSaúdeedeTecnologiadaInformaçãoeComunicação(TIC)emSaúdedeformaaobter

compatibilidade e interoperabilidade entre sistemas independentes e fragmentados. Tambémbusca

assegurar compatibilidade de dados para comparações estatísticas, reduzir o retrabalho e evitar

redundâncias.

OdomíniodasTICsemsaúde,dentreoutrosassuntos,inclui:

Atençãoàsaúde;

Prevençãodedoençasepromoçãodebem‐estar;

Saúdepúblicaevigilânciaepidemiológica;e

Pesquisaclínicarelacionadaaosserviçosdesaúde.

AparticipaçãodoBrasilnoTC215teveinícioemfevereirode2007comomembroobservador,sendo

queemjulhodomesmoanoobteveostatusdemembro“P”,ouparticipante,ouseja,comobrigaçãode

votaremtodasasnormas.

OsmétodosusadospelosistemaISObuscamgarantir,entreoutrosatributos,que:a)asnormassejam

desenvolvidas a partir do conhecimento de reconhecidos especialistas; b) que a participação seja

aberta a todos, sem exceção, c) que se busque o consenso entre os participantes do processo de

normatização; e d) que a participação de membros neutros, consumidores e produtores seja

equilibradaparaqueanormaresultantesejarepresentativadacomunidadequevisaservir.

No cenário internacional, o TC 215 vem conquistando espaço, tanto pela qualidade das normas

publicadas e pelo perfil dos profissionais que lideram e participam do processo de normatização,

quantopelaprópriaimagemdeisençãoequalidadeassociadasàISO.

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