estudos e projetos para consecuÇÃo do plano … · desenvolvimento urbano e turismo victor...
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ESTUDOS E PROJETOS PARA CONSECUÇÃO DO PLANO
MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE ARRAIAL DO CABO - RJ
PRODUTO 7
Prognósticos:
Abastecimento de Água Potável
Esgotamento Sanitário
Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas
JULHO/2.013
(Primeira Revisão)
II
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDEDOR
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Sérgio Cabral Filho Governador Luís Fernando Pezão Vice-Governador SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE (SEA) Carlos Minc Secretário Luiz Firmino Martins Pereira Subsecretário Executivo INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE (INEA) Marilene Ramos Presidente Denise Marçal Rambaldi Vice-Presidente DIRETORIA DE GESTÃO DAS ÁGUAS E DO TERRITÓRIO (DIGAT) Rosa Maria Formiga Johnsson Diretora DIRETORIA DE INFORMAÇÃO E MONITORAMENTO AMBIENTAL (DIMAM) Carlos Alberto Fonteles de Souza Diretor DIRETORIA DE BIODIVERSIDADE E ÁREAS PROTEGIDAS (DIBAP) André Ilha Diretor DIRETORIA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL (DILAM) Ana Cristina Henney Diretora DIRETORIA DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL (DIRAM) Luiz Manoel de Figueiredo Jordão Diretor DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS (DIAFI)
III
José Marcos Soares Reis Diretor SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL LAGOS - SÃO JOÃO (SUPLAJ) Túlio Vagner dos Santos Vicente Superintendente
GERENCIADOR DO CONTRATO
Rosa Maria Formiga Johnsson Diretora de Gestão das Águas e do Território / INEA Victor Zveibil Superintendente de Políticas de Saneamento / SEA Lorena Costa Procópio Engenheira Sanitarista Cláudia Nakamura Engenheira Ambiental
IV
EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO LOCAL DOS
TRABALHOS
PREFEITURA MUNICIPAL DE ARRAIAL DO CABO
Av. da Liberdade, s/n.º - Centro - CEP: 28.930-000 - Arraial do Cabo (RJ)
Tel.: (22) 2622-1650
Gestão 2.013 / 2.016
Wanderson Cardoso de Brito Prefeito Municipal
Gontran de Carvalho Ferreira Secretaria Municipal do Ambiente
Everaldo da Cunha Dias
Secretaria Municipal do Ambiente
Marlon Oliveira de Souza
Secretaria Municipal do Ambiente
Adiel Almeida dos Santos Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo
Carlos Alberto de Lima
Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo
Maristela Barros Pessoa Secretaria Municipal de Educação
Fabrício Vargas
Secretaria Municipal de Educação
Wanderson Antônio Vicente Jardim Fundação Municipal de Meio Ambiente,
Pesquisa, Ciência e Tecnologia
Roosevelt Monteiro da Silva
Fundação Municipal de Meio Ambiente, Pesquisa, Ciência e Tecnologia
Cláudio César Andrade Bertollo
ESAC - Empresa de Saneamento de Arraial do Cabo
João Fernando de Mello Corrêa
ESAC - Empresa de Saneamento de Arraial do Cabo
Monick Rocha Gonçalves
ECATUR - Empresa Cabista de Desenvolvimento Urbano e Turismo
Victor Pimentel Canela
ECATUR - Empresa Cabista de Desenvolvimento Urbano e Turismo
Cláudio Eleno Vieira dos Santos
Secretaria Municipal de Saúde
Alberto Favilla Gonçalves
Secretaria Municipal de Saúde
Adhemar César Ferreira Thomaz Secretaria Municipal de Serviços Públicos
William César da Luz Silva
Secretaria Municipal de Serviços Públicos
Gestão 2.009 / 2.012
Wanderson Cardoso de Brito Prefeito Municipal
Magali Dutra Secretaria do Ambiente
Everaldo da Cunha Dias Secretaria do Ambiente
Marlon Oliveira de Souza Secretaria do Ambiente
V
João Fernando de Mello Corrêa ESAC - Empresa de Saneamento de Arraial do
Cabo
Écio Lopes de Aguiar ESAC - Empresa de Saneamento de Arraial do
Cabo
Joel Agostinho Santiago Júnior Secretaria de Saúde
Marcela Souza M Mota de Mello Secretaria de Educação
Silas Dias Pereira Secretaria de Serviços Públicos
Renata Manhães Galliaço Secretaria de Obras
Carlos Alberto de Lima Secretaria de Obras
Ailson Teixeira de Mello Secretaria de Saúde
VI
EXECUTOR DOS TRABALHOS DE CONSULTORIA
SERENCO SERVIÇOS DE ENGENHARIA CONSULTIVA Ltda CNPJ: 75.091.074/0001-80 - CREA (PR): 5571
Av. Sete de Setembro, n.º 3.566, Centro CEP 80.250-210 - Curitiba (PR)
Tel.: (41) 3233-9519 Website: www.serenco.com.br ● E-mail: [email protected]
Nicolau Leopoldo Obladen Engenheiro Civil e Sanitarista
Jefferson Renato Teixeira Ribeiro Engenheiro Civil
Paulo Roberto Wielewski Engenheiro Civil
Djesser Zechner Sergio Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Caroline Surian Ribeiro Engenheira Civil
Bruno Passos de Abreu Tecnólogo em Construção Civil
Marcos Moisés Weigert Engenheiro Civil
Gustavo José Sartori Passos Engenheiro Civil
Tássio Barbosa da Silva Engenheiro Civil
Kelly Ronsani de Barros Engenheira de Alimentos
Luiz Guilherme Grein Vieira Engenheiro Ambiental
Mariana Schaedler Engenheira Ambiental
Nilva Alves Ribeiro Economista
Tiago José Alexandre Advogado
Mauro Brustolin Iplinski Publicitário
Dante Mohamed Correa Publicitário
Bruno Lissa Tiepolo Publicitário
Cláudio Luiz Geromel Barreto Engenheiro Químico
Quésia Oliveira Geógrafa
VII
SUMÁRIO
GLOSSÁRIO ........................................................................................ XV
APRESENTAÇÃO ............................................................................... XVI
1. INTRODUÇÃO – CONTEXTO REGIONAL ................................. 17
2. PREVISÕES POPULACIONAIS ADOTADAS ............................. 19
3. CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS ................................................. 24
3.1 SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES .................................................... 29
4. ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO . 31
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 31
4.2 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................. 34
4.2.1 Objetivos Gerais.......................................................................................... 35
4.2.2 Metas de atendimento ................................................................................. 35
4.2.2.1 Terceiro Termo Aditivo ao Contrato de concessão da Prolagos ...... 35
4.2.2.2 PLANSAB ................................................................................................... 37
4.2.3 Demandas ................................................................................................... 40
4.2.4 Disponibilidade hídrica ................................................................................ 51
4.2.5 Cenários ...................................................................................................... 53
4.2.5.1 Sistematização das informações ...................................................... 53
4.2.5.2 Ações necessárias ........................................................................... 55
4.2.5.2.1. Sistema produtor .......................................................................... 55
4.2.5.2.2. Adução de água tratada ....................................................................... 59
4.2.6 Cronograma de execução dos investimentos previstos .............................. 71
4.2.7 Priorização dos investimentos previstos ..................................................... 80
4.2.8 Região concedida não atendida por sistema coletivo ................................. 81
4.2.9 Propostas adicionais ................................................................................... 84
4.2.9.1 Qualidade do manancial (Represa de Juturnaíba) ...................................... 84
4.2.9.2 Melhorias na Represa de Juturnaíba .......................................................... 85
4.3 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ................................................. 86
4.3.1 Objetivos gerais .......................................................................................... 86
4.3.2 Metas de atendimento ................................................................................. 87
VIII
4.3.2.1 ESAC ............................................................................................... 87
4.3.2.2 Metas de atendimento - PLANSAB ............................................................. 87
4.3.3 Cenários ...................................................................................................... 90
4.3.3.1 Sistematização das informações ...................................................... 91
4.3.3.2 Cenário 1 .......................................................................................... 92
4.3.3.3 Propostas adicionais ...................................................................... 114
4.3.3.3.1. Aspectos operacionais ................................................................ 114
4.3.3.3.2. Novos empreendimentos ............................................................ 114
4.5 Educação ambiental ..................................................................................... 118
5. DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS .....119
5.1 Introdução ..................................................................................................... 119
5.2 Sistematização das informações .................................................................. 120
5.2.1 Hidrologia .................................................................................................. 125
5.2.2 Microdrenagem ......................................................................................... 125
5.2.3 Macrodrenagem ........................................................................................ 126
5.2.4 Defesa Civil ............................................................................................... 126
5.2.5 Gestão do Sistema.................................................................................... 126
5.3 Cenários MILOGRANA, J (2009) .................................................................. 128
5.4 Cenários PLANSAB ...................................................................................... 130
5.5 Cenário Proposto .......................................................................................... 133
5.6 Metas, programas e ações ........................................................................... 134
5.6.1 Metas qualitativas ..................................................................................... 134
5.6.2 Metas quantitativas ................................................................................... 136
5.7 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA O SISTEMA DE DRENAGEM E
MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS........................................................... 165
6. ANÁLISE INSTITUCIONAL ........................................................168
6.2.1 Estrutura Organizacional Proposta ........................................................... 179
6.2.2 Modificações, Adaptações ou Complementações ao Arranjo Institucional
Proposto .................................................................................................................. 191
6.3.1 Arranjo institucional na Região dos Lagos ................................................ 192
6.3.2 Fiscalização e Regulação dos Serviços de Saneamento Básico .............. 196
6.3.3 Inter-relação Poder Concedente/Prestadores de Serviços/Regulador ...... 199
IX
6.3.4 Análise Jurídica ......................................................................................... 202
6.3.5 Propostas para Instalação de Arranjo Institucional para a Gestão do
Saneamento Básico na Região dos Lagos/RJ ........................................................ 215
7. ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ......................................219
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................224
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema Geral da Metodologia para a Elaboração dos Cenários ....................... 25
Figura 2 – Proposta de locação do novo sistema produtor................................................... 57
Figura 3 – População atendida – Cenário 1 ....................................................................... 110
Figura 4 – Comparativo receitas x investimentos ............................................................... 117
Figura 5 – Pontuação por programas ................................................................................. 127
Figura 6 – Integração das Alternativas ............................................................................... 128
Figura 7 – Cenários – Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas ............................ 134
Figura 8 – Mapa de Alerta ................................................................................................. 137
Figura 9 – Modelo Institucional do Saneamento Básico de Arraial do Cabo ...................... 170
Figura 9 - Arranjos Institucionais ........................................................................................ 177
Figura 10 - Diagrama Institucional Municipal ..................................................................... 178
Figura 11 - Diagrama Institucional Intermunicipal .............................................................. 179
Figura 12 - Esquema do tripé de elementos fundamentais do PMSB ................................ 180
Figura 13 - UGPLAN .......................................................................................................... 183
Figura 14 - Estrutura proposta para a UGPLAN ................................................................. 188
Figura 15 - Modelo Institucional para a Gestão do PMSB .................................................. 191
Figura 16 - Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ) ............................... 193
Figura 17 - Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ) .......................................... 194
Figura 18 - Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de
Janeiro (AGENERSA) ........................................................................................................ 195
Figura 19 - Fluxograma - Governo do Estado do Rio de Janeiro, Municípios, Agência
Reguladora, Consórcio Intermunicipal, Comitê da Bacia e Concessionárias ..................... 196
Figura 20 - Localização do Município ................................................................................. 217
Figura 21 - Modelagem Proposta ....................................................................................... 218
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - População Residente Adotada (Método de Ajustamento Linear) ........................ 20
Tabela 2 - Participação % da pop. urbana de cada distrito em relação a pop. urbana total
projetada. ............................................................................................................................. 21
Tabela 3 - Participação pop. urbana de cada distrito ........................................................... 22
Tabela 4 - População de Temporada ................................................................................... 23
Tabela 5 – Receita prevista pela cobrança referente ao sistema de esgoto de Arraial se
estivesse inserido na concessão da Prolagos ...................................................................... 33
Tabela 6 - Metas de Níveis de Atendimento (3.º Aditivo Contratual) .................................... 36
Tabela 7 - Níveis de Atendimento (2012) ............................................................................ 36
Tabela 8 – Metas para o saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %) ............ 38
Tabela 9 – Metas para principais serviços de saneamento básico nas unidades da federação
(em %) ................................................................................................................................. 39
Tabela 10 – Metas para gestão dos serviços de saneamento nas macrorregiões e no País
(em %) ................................................................................................................................. 40
Tabela 11 – Projeção de população para cálculo de demandas de Arraial do Cabo ............ 41
Tabela 12 – Projeção de população para cálculo de demandas dos Municípios da área de
Concessão da Prolagos ....................................................................................................... 42
Tabela 13 – Projeção de população de projeto de Arraial do Cabo ...................................... 43
Tabela 14 – Projeção de população de projeto dos Municípios da área de Concessão da
Prolagos .............................................................................................................................. 44
Tabela 15 – Consumo per capita e índice de perdas ........................................................... 45
Tabela 16 – Consumo per capita de Arraial do Cabo ........................................................... 46
Tabela 17 – Consumo per capita - resumo .......................................................................... 46
Tabela 18 – Demandas do sistema de água para Arraial do Cabo ...................................... 48
Tabela 19 – Demandas do sistema de água para a área de concessão da Prolagos .......... 49
Tabela 20 – Reservação necessária em Arraial do Cabo .................................................... 50
Tabela 21 – Reservação necessária na área de concessão da Prolagos ............................ 51
Tabela 22 – Demandas do sistema de água para a área de concessão da CAJ .................. 52
Tabela 23 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades ............................................... 54
Tabela 24 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão ..................................... 54
Tabela 25 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças ........................................... 55
Tabela 26 – Cronograma de implantação dos reservatórios ................................................ 65
XII
Tabela 27 – Cronograma de investimentos previstos (3º Termo Aditivo) ............................. 72
Tabela 28 – Cronograma de investimentos estimados para a área de concessão (PMSB) . 73
Tabela 29 – Comparativo de investimentos da área de concessão – PMSB x 3º Termo
Aditivo .................................................................................................................................. 74
Tabela 30 – Comparativo de investimentos da área de concessão – PMSB x 3º Termo
Aditivo .................................................................................................................................. 75
Tabela 31 – Cronograma de investimentos – sistema produtor ........................................... 76
Tabela 32 – Cronograma de investimentos – adução de água tratada ................................ 76
Tabela 33 – Cronograma de investimentos – reservação de água tratada ........................... 77
Tabela 34 – Cronograma de investimentos – redes de distribuição ..................................... 78
Tabela 35 – Cronograma de investimentos – resumo .......................................................... 79
Tabela 36 – investimentos estimados para a área concedida não atendida por sistemas
coletivos............................................................................................................................... 82
Tabela 37 – Metas para o saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %) .......... 88
Tabela 38 – Metas para principais serviços de saneamento básico nas unidades da
federação (em %) ................................................................................................................ 89
Tabela 39 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades ............................................... 91
Tabela 40 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão. .................................... 91
Tabela 41 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças ........................................... 92
Tabela 42 – Resumo geral de investimentos ....................................................................... 96
Tabela 43 – Porcentagem de atendimento por bacia ........................................................... 97
Tabela 44 – Demandas para o sistema de esgoto (redes separadoras) .............................. 99
Tabela 45 – Cenário 1 – cronograma (2.014 a 2.020) ........................................................ 102
Tabela 46 - Cenário 1 – cronograma (2.021 a 2.027)......................................................... 103
Tabela 47 - Cenário 1 – cronograma (2.028 a 2.033)......................................................... 104
Tabela 48 – Investimentos necessários – redes coletoras, ligações domiciliares, estações
elevatórias e linhas de recalque ......................................................................................... 108
Tabela 49 – Investimentos necessários – ETE .................................................................. 108
Tabela 50 – Investimentos necessários – Projetos ............................................................ 109
Tabela 51 – Investimentos necessários – Resumo ............................................................ 109
Tabela 52 – Investimentos previstos – Cenário 1 ............................................................... 111
Tabela 53 – Investimentos previstos para a área sem previsão de atendimento por sistemas
coletivos............................................................................................................................. 112
Tabela 54 – Comparativo receitas x investimentos ............................................................ 116
XIII
Tabela 55 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades ............................................. 121
Tabela 56 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão. .................................. 123
Tabela 57 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças. ........................................ 124
Tabela 58 – Ameaças programa 1 - Hidrologia .................................................................. 125
Tabela 59 – Ameaças programa 2 - Microdrenagem ......................................................... 125
Tabela 60 – Ameaças programa 3 - Macrodrenagem ........................................................ 126
Tabela 61 – Ameaças programa 4 – Defesa Civil .............................................................. 126
Tabela 62 – Ameaças programa 5 – Gestão do Sistema ................................................... 126
Tabela 63 - Necessidade de investimentos em drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas entre o ano base de 2011 e os anos 2015, 2020 e 2030. ..................................... 132
Tabela 64 - Necessidade de investimentos totais em drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas para o País........................................................................................................... 132
Tabela 65 – Metas para gestão dos serviços de saneamento básico na Região Sudeste do
País (em %). ...................................................................................................................... 133
Tabela 66 - Programa 1 - Hidrologia .................................................................................. 155
Tabela 67 - Programa 2 – Microdrenagem ......................................................................... 155
Tabela 68 - Programa 3 – Macrodrenagem ....................................................................... 155
Tabela 69 - Programa 4 – Defesa Civil .............................................................................. 155
Tabela 70 - Programa 5 – Gestão do Sistema ................................................................... 156
Tabela 71 – Cronograma financeiro (Programa 1) ............................................................. 156
Tabela 72 - Cronograma financeiro (Programa 2) .............................................................. 157
Tabela 73 - Cronograma financeiro (Programa 3) .............................................................. 157
Tabela 74 - Cronograma financeiro (Programa 4) .............................................................. 158
Tabela 75 - Cronograma financeiro (Programa 5) .............................................................. 158
Tabela 76 - Resumo do cronograma .................................................................................. 159
Tabela 77 - Investimentos por programa............................................................................ 159
Tabela 78 - Fontes de recurso (Programa 1) ..................................................................... 160
Tabela 79 - Fontes de recurso (Programa 2) ..................................................................... 160
Tabela 80 - Fontes de recurso (Programa 3) ..................................................................... 160
Tabela 81 - Fontes de recurso (Programa 4) ..................................................................... 160
Tabela 82 - Fontes de recurso (Programa 5) ..................................................................... 160
Tabela 83 - Fontes de recursos (valor total) ....................................................................... 161
Tabela 84 - Memorial de cálculo (Programa 1) .................................................................. 161
Tabela 85 - Memorial de cálculo (Programa 2) .................................................................. 162
XIV
Tabela 86 - Memorial de cálculo (Programa 3) .................................................................. 164
Tabela 87 - Memorial de cálculo (Programa 4) .................................................................. 164
Tabela 88 - Memorial de cálculo (Programa 5) .................................................................. 165
Tabela 98 - Modelos Institucionais para a Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços
de Saneamento Básico ...................................................................................................... 198
Tabela 129 - Estrutura Financeira ...................................................................................... 220
Tabela 130 - Investimentos previstos pela Prolagos .......................................................... 220
Tabela 131 - Repasse de recursos financeiros do Governo do Estado através do ICMS
Verde (2012) ...................................................................................................................... 221
Tabela 132 - Recursos necessários por serviço ................................................................. 222
Tabela 133 - Capacidade de investimento em 20 anos ...................................................... 222
Tabela 134 - Comparativo entre capacidade de investimento e recursos necessários ....... 223
XV
GLOSSÁRIO
ANA - Agência Nacional de Águas
APA - Áreas de Proteção Ambiental
AGENERSA - Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de
Janeiro
CDP - Condicionantes/Deficiências/Potencialidades
COBRADE - Codificação Brasileira de Desastres
CILSJ - Consórcio Intermunicipal Lagos de São João
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
CBHLSJ - Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos de São João
DNOS - Departamento Nacional de Obras de Saneamento
EEE - Estação Elevatória de Esgoto
ETE - Estação de Tratamento de Esgoto
FGV - Fundação Getúlio Vargas
GESAN - Grupo Executivo de Saneamento e Drenagem Urbana
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMELS - Ministério Italiano do Meio Ambiente e da Tutela do Território e do Mar
INEA - Instituto Estadual do Ambiente
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
MRA - Macrorregião Ambiental
PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico
PLANCON - Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil
RH - Região Hidrográfica
SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
TTS - Tomada de Tempo Seco
PLANSAB - Plano Nacional de Saneamento Básico
XVI
APRESENTAÇÃO
O presente relatório COMPREENDE o PRODUTO 7 (Prognósticos) dos Estudos e
Projetos para Consecução do Plano de Saneamento Básico do Município de Arraial
do Cabo, localizado no estado do Rio de Janeiro, ABRANGENDO os Serviços de
Abastecimento de Água Potável, de Esgotamento Sanitário e de Drenagem e
Manejo das Águas Pluviais Urbanas.
Este foi elaborado conforme previsto no Edital e Anexos da Tomada de Preços TP
n.º 11/2011 do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e ao CONTRATO n.º 48/2012
firmado no dia 24 de Julho de 2012 entre o INEA e a empresa SERENCO.
17
1. INTRODUÇÃO – CONTEXTO REGIONAL
A assinatura dos contratos firmados entre o Governo do Estado do Rio de
Janeiro, os Municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio,
Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia com a empresa Prolagos, em 1998, e
dos Municípios de Araruama, Saquarema e Silva Jardim, com a
Concessionária Águas de Juturnaiba – CAJ, constituiu-se em marco referencial
da despoluição da Lagoa de Araruama em continuidade aos trabalhos até
então desenvolvidos. A Região em questão, tem sua economia dependendo
substancialmente do turismo, revelando a necessidade de investimentos
contínuos na preservação de lagoas e praias dos entornos urbanos, em busca
de sua preservação ambiental. Ambos, Prolagos, e CAJ implementaram o
abastecimento de água e passaram a adotar como tecnologia para o
esgotamento sanitário, o sistema de tomada em tempo seco, conhecida por
sistema unitário. A utilização do sistema municipal de drenagem pluvial como
rede coletora de esgotos sanitários, a construção de cordões interceptores,
estações elevatórias e estações de tratamento, ao longo do tempo, reduziram
drasticamente a poluição de lagoas e praias, retomando-se gradativamente o
ciclo econômico de desenvolvimento turístico da Região dos Lagos. A presença
do Comitê de Bacias Hidrográficas das Lagoas de Araruama, Saquarema e dos
Rios São João, Una e Ostras, criado pela Lei Estadual Nº3. 239/1999, trouxe
novo reforço à Região, na preservação dos recursos hídricos. Na sequência,
criou-se o Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das Bacias
Hidrográficas da Região dos Lagos, Rio São João e Zonas Costeiras,
consolidando-se ainda mais o reforço institucional na Região.
Ampliam-se os serviços de saneamento básico, tais como limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais. Implanta-se
pela iniciativa privada, o Aterro Sanitário DOIS ARCOS, em São Pedro da
Aldeia, passando a receber os resíduos sólidos urbanos de Arraial do Cabo,
Cabo Frio, Armação dos Búzios, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e
18
recentemente Silva Jardim e Casimiro de Abreu ou ainda, Araruama e
Saquarema no futuro.
Ampliam-se as áreas inundáveis pelas águas pluviais em todos os municípios,
tendo em vista o aumento da impermeabilização e o crescimento das áreas
urbanas dentro das bacias hidrográficas.
A lei da Política Nacional de Saneamento Básico de 2007, e a que institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, determinam para todo o País,
programas e metas a serem cumpridas por todos os municípios brasileiros,
dentro de cenários futuros para um horizonte de 20 (vinte) anos. Novas regras
são detalhadas e indicadores e metas são definidos em busca da
universalização do saneamento básico para toda a população brasileira.
Os tempos são outros, as regras são novas e a gestão do saneamento básico
praticado até o momento carece de uma ampla reflexão em busca de novo
modelo institucional, preparando o caminho por onde os municípios deverão
trilhar nos próximos 20 (vinte) anos. A consolidação de uma nova gestão
integrada deverá ocorrer nos próximos anos mediante um forte apoio técnico e
uma sólida base financeira, supervisionados por equipes bem preparadas para
os novos cenários que se estabelecem.
O Produto ora apresentado descreve os prognósticos dos sistemas de
abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem e manejo de águas
pluviais urbanas, ajustados aos cenários propostos, suas metas, programas e
ações. As propostas para o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos, são apresentadas em separado, no PRODUTO 8, de acordo com o
Termo de Referência do INEA.
Ao final, descreve-se a análise do atual modelo institucional, as suas
características jurídicas e a Proposta inicial de Criação de um Consórcio
Público para a Gestão do Saneamento Básico na Região dos Lagos/RJ.
19
Espera-se com a realização dos 2ºSeminários obter valiosas contribuições para
a consolidação dos prognósticos do PMSB, momento importante da construção
dos Planos, consolidando-se os elementos da próxima etapa dos trabalhos, a
versão preliminar do Plano.
2. PREVISÕES POPULACIONAIS ADOTADAS
Na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, e Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, o Produto 6 (Estudo Populacional e
Arranjos Institucionais) apresentou as projeções de crescimento da população
para os próximos 20 anos, tendo em vista os últimos Censos do IBGE, e
informações sobre a população flutuante dos municípios da região.
Análises matemáticas
De acordo com o Censo IBGE, 2010, Arraial do Cabo possuía naquele ano as
seguintes características:
População total = 27.715 habitantes.
Área da Unidade Territorial = 160,286 km2.
Densidade Demográfica = 172,91 hab/km2.
População Urbana = 27.715 habitantes.
Vários métodos para o crescimento populacional urbano (Distrito de Monte Alto
e Figueira) foram estudados.
Aritmético;
Geométrico;
Planilha Excel da Microsoft:
o Ajustamento Linear;
o Curva de Potência;
o Equação Exponencial;
20
o Equação Logarítmica, e,
o Equação Polinomial.
Logo, as populações residentes adotadas foram obtidas pelo Ajustamento
Linear, conforme tabela a seguir.
Tabela 1 - População Residente Adotada (Método de Ajustamento Linear)
ANO Taxa de
crescimento (%)
População Residente
(habitantes) ANO
Taxa de crescimento
(%)
População Residente
(habitantes)
-1 2.012 1,45% 28.591 10 2.023 1,25% 33.077
0 2.013 1,43% 28.999 11 2.024 1,23% 33.485
1 2.014 1,41% 29.407 12 2.025 1,22% 33.893
2 2.015 1,39% 29.815 13 2.026 1,20% 34.300
3 2.016 1,37% 30.222 14 2.027 1,19% 34.708
4 2.017 1,35% 30.630 15 2.028 1,18% 35.116
5 2.018 1,33% 31.038 16 2.029 1,16% 35.524
6 2.019 1,31% 31.446 17 2.030 1,15% 35.932
7 2.020 1,30% 31.854 18 2.031 1,13% 36.339
8 2.021 1,28% 32.261 19 2.032 1,12% 36.747
9 2.022 1,26% 32.669 20 2.033 1,11% 37.155 Fonte: SERENCO, 2013
A partir dos dados do Censo do IBGE 2.010 e 2.000 e da projeção populacional
realizada para o município e Arraial do Cabo, efetuamos a segregação da
população urbana em cada um dos distritos (Monte Alto e Figueira).
Para a realização dessa segregação levamos em consideração a importância
relativa da população urbana de cada distrito, em relação à população urbana
total do município. O resultado obtido está apresentado nas Tabelas a seguir.
21
Tabela 2 - Participação % da pop. urbana de cada distrito em relação a pop. urbana total projetada.
Fonte: SERENCO, 2013
SEDEMONTE
ALTOFIGUEIRA TOTAL
-1 2.012 76,27% 9,17% 14,56% 100,00%
0 2.013 76,04% 9,26% 14,70% 100,00%
1 2.014 75,79% 9,35% 14,85% 100,00%
2 2.015 75,23% 9,57% 15,20% 100,00%
3 2.016 74,63% 9,80% 15,57% 100,00%
4 2.017 74,03% 10,04% 15,93% 100,00%
5 2.018 73,44% 10,26% 16,29% 100,00%
6 2.019 72,86% 10,49% 16,65% 100,00%
7 2.020 72,29% 10,71% 17,00% 100,00%
8 2.021 71,74% 10,92% 17,34% 100,00%
9 2.022 71,19% 11,13% 17,68% 100,00%
10 2.023 70,66% 11,34% 18,00% 100,00%
11 2.024 70,14% 11,54% 18,32% 100,00%
12 2.025 69,65% 11,73% 18,62% 100,00%
13 2.026 69,18% 11,91% 18,91% 100,00%
14 2.027 68,72% 12,09% 19,19% 100,00%
15 2.028 68,28% 12,26% 19,46% 100,00%
16 2.029 67,87% 12,42% 19,71% 100,00%
17 2.030 67,48% 12,57% 19,95% 100,00%
18 2.031 66,73% 12,86% 20,41% 100,00%
19 2.032 66,22% 13,05% 20,73% 100,00%
20 2.033 65,71% 13,25% 21,04% 100,00%
ANO
PERCENTUAL DA POPULAÇÃO POR DISTRITO (%)
22
Tabela 3 - Participação pop. urbana de cada distrito
Fonte: SERENCO, 2013
A projeção da população flutuante foi efetuada considerando-se vários fatores,
entre eles os domicílios de uso ocasional, a capacidade dos hotéis e pousadas
instalados, hóspedes em domicílios particulares permanentes, entre outros.
Para maiores informações vide produto 6.
A seguir apresenta-se a tabela que resulta na população total de temporada, ou
seja, a soma das populações: fixa (residente) e flutuante total.
SEDEMONTE
ALTOFIGUEIRA TOTAL
-1 2.012 21.806 2.622 4.163 28.591
0 2.013 22.050 2.685 4.263 28.999
1 2.014 22.288 2.751 4.368 29.407
2 2.015 22.428 2.854 4.532 29.815
3 2.016 22.555 2.963 4.704 30.222
4 2.017 22.676 3.074 4.881 30.630
5 2.018 22.796 3.185 5.057 31.038
6 2.019 22.911 3.298 5.237 31.446
7 2.020 23.028 3.411 5.416 31.854
8 2.021 23.143 3.524 5.595 32.261
9 2.022 23.256 3.638 5.776 32.669
10 2.023 23.372 3.750 5.955 33.077
11 2.024 23.488 3.863 6.134 33.485
12 2.025 23.607 3.975 6.311 33.893
13 2.026 23.727 4.086 6.487 34.300
14 2.027 23.851 4.195 6.661 34.708
15 2.028 23.978 4.304 6.834 35.116
16 2.029 24.110 4.411 7.003 35.524
17 2.030 24.246 4.516 7.170 35.932
18 2.031 24.249 4.672 7.418 36.339
19 2.032 24.333 4.797 7.617 36.747
20 2.033 24.413 4.924 7.818 37.155
ANO
POPULAÇÃO POR DISTRITO (hab.)
23
Tabela 4 - População de Temporada
ANO POPULAÇÃO RESIDENTE
POPULAÇÃO FLUTUANTE
TOTAL ANO POPULAÇÃO RESIDENTE
POPULAÇÃO FLUTUANTE
TOTAL
-1 2.012 28.591 45.373 73.964 10 2.023 33.077 60.299 93.376
0 2.013 28.999 46.612 75.611 11 2.024 33.485 61.792 95.277
1 2.014 29.407 47.873 77.280 12 2.025 33.893 63.309 97.202
2 2.015 29.815 49.159 78.974 13 2.026 34.300 64.849 99.149
3 2.016 30.222 50.462 80.684 14 2.027 34.708 66.416 101.124
4 2.017 30.630 51.796 82.426 15 2.028 35.116 68.052 103.168
5 2.018 31.038 53.195 84.233 16 2.029 35.524 69.660 105.184
6 2.019 31.446 54.573 86.019 17 2.030 35.932 71.289 107.221
7 2.020 31.854 55.977 87.831 18 2.031 36.339 72.939 109.278
8 2.021 32.261 57.399 89.660 19 2.032 36.747 74.613 111.360
9 2.022 32.669 58.848 91.517 20 2.033 37.155 76.304 113.459 Fonte: SERENCO, 2013
24
3. CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
A construção de cenários futuros é uma ferramenta importante para o
planejamento e a tomada de decisões futuras apropriadas, ou seja, o
estabelecimento de prognósticos. É importante ressaltar que a construção de
cenários permite a integração das ações que atendam as questões financeiras,
ecológicas, sociais e tecnológicas, estabelecendo a percepção da evolução do
presente para o futuro.
A geração dos cenários permite antever um futuro incerto e como este futuro
pode ser influenciado pelas decisões propostas no presente. Por isso, os
cenários não são previsões, mas sim imagens alternativas do futuro que foram
subsidiadas por um diagnóstico, conhecimento técnico, e demandas da
comunidade expressas no processo construtivo do planejamento.
A técnica de planejamento baseada na construção de cenários é pouco
conhecida no Brasil. Dos diversos planos municipais de Saneamento Básico
consultados, poucos deles abordam, mesmo que superficialmente, o tema.
Entretanto, o documento intitulado “Metodologia e Técnicas de Construção de
Cenários Globais e Regionais” elaborado por Sérgio C. Buarque, em 2003,
para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, órgão vinculado ao
Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, fornece uma base teórica e
fundamentos metodológicos práticos muito importantes, sendo utilizados como
referência na construção de cenários futuros.
De acordo com a metodologia de Buarque (2003), estes cenários são
interpretados da seguinte maneira:
Um cenário previsível, com os diversos atores setoriais agindo
isoladamente e sem a implantação e/ou interferência do PMSB, e,
Um cenário normativo, com o PMSB agindo como instrumento
indutor de ações planejadas e integradas entre si.
25
A técnica de cenários baseia-se na prospecção e na projeção de ocorrências
imprevisíveis e, tem como princípios básicos a intuição e o livre pensamento.
Portanto, não é recomendável estabelecer uma metodologia rígida, com
tabelas, gráficos e fórmulas que limitem a intuição e a divagação por mais
absurda que possa parecer. Não existe uma única forma de delinear cenários
devido às peculiaridades de cada atividade ou região.
Entretanto, é necessário que se estabeleça um roteiro (não obrigatório) que
evite a dispersão de ideias e conduza ao objetivo pretendido. A figura a seguir
apresenta, de forma sucinta, a metodologia adotada.
Figura 1 - Esquema Geral da Metodologia para a Elaboração dos Cenários
Fonte: SERENCO, 2013
Neste contexto poderíamos resumir os seguintes cenários: (i) Desejado – O
Município alcançará, no futuro (indefinido e utópico), a plena gestão dos
sistemas; (ii) Previsível – crescimento urbano mais controlado do que hoje, e
(iii) Normativo – crescimento urbano ordenado com a plena gestão dos
sistemas.
26
Propõe-se o seguinte roteiro, num processo de aproximações sucessivas:
a) elaboração do primeiro esboço do cenário desejado (ideias, desejos, e
utopias);
b) listagem exaustiva e aleatória das ameaças, oportunidades e
incertezas;
c) análise da consistência, aglutinando semelhantes, identificando as
mais críticas;
d) formulação de esboço do cenário previsível (tendência) resultado das
ameaças e incertezas;
e) aponte de prioridades e objetivos que conduziram ao cenário normativo
(possível e planejado);
f) seleção de objetivos e ações prioritárias, e,
g) reinício do processo quantas vezes forem necessárias.
A formulação de cenários consiste no exercício do livre pensamento, portanto,
é necessário que não se perca o foco do principal objetivo contratual, que é a
elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. O excesso de
preciosismo ou a abertura de um leque imenso de alternativas e participações
poderá conduzir a um estudo ficcional, sem aplicação prática, que consumirá
um tempo de formulação, discussão, e aprovação, muito maior do que o
requerido para elaborar o próprio PMSB, que é o objeto do presente contrato.
A construção de cenários dentro do Plano Municipal de Saneamento Básico
será a mais objetiva possível, limitada a sua capacidade de intervenção, de
forma a se tornar um instrumento eficaz de prevenção e remoção de
obstáculos e, principalmente, no estabelecimento de prioridades.
O processo inicia (em cada etapa) com uma relação aleatória de ideias,
desejos, ameaças, oportunidades e incertezas, as quais vão sendo
gradativamente organizadas, aglutinadas, excluídas e priorizadas – processo
indutivo. Também poderá seguir o caminho inverso, partindo da síntese do
27
futuro desejado, o qual vai sendo gradativamente detalhado – processo
dedutivo.
Do documento elaborado por Sérgio C. Buarque para o IPEA, em 2003, outro
trecho explica com muita clareza a questão:
“... as metodologias de construção de cenários podem ser
diferenciadas em dois grandes conjuntos distintos segundo o
tratamento analítico:(a) Indutivo - os cenários emergem do particular
para o geral e, se estruturam pelo agrupamento das hipóteses,
formando blocos consistentes que expressam determinados
futuros..., surgindo por si mesmos como resultado da organização
dos eventos, sem uma definição apriorística do desenho do futuro;
(b) Dedutivo -... saindo do geral e indo para o particular, por meio de
uma descrição do estado futuro que traduza a natureza básica da
realidade.”
Após o esboço do cenário desejado tem início a etapa mais importante, que
consiste na identificação das ameaças e incertezas que poderão dificultar ou
até impedir o alcance deste futuro desejado. Ainda segundo BUARQUE, 2003:
“A essência do trabalho de construção de cenários concentra-
se, portanto, em dois grandes momentos fundamentais: a
identificação das incertezas críticas e a formulação das
hipóteses.”
Não basta elaborar uma lista detalhada de ameaças, é preciso compará-la com
a lista de oportunidades (regulação existente, ações e projetos em andamento,
recursos disponíveis ou contratados, alternativas já aprovadas pela população,
etc.). Deste confronto surgirá uma lista depurada de ameaças ou incertezas
aglutinando as semelhantes, eliminando as sem plausibilidade ou sem
relevância. O passo seguinte define as mais críticas e relevantes, o que é feito
através de matrizes ou tabelas, e a adoção de graus de avaliação. Sugerem-se
três graus de relevância: A – alta, M – média e, B – baixa.
28
Isto posto, conforme já mencionado, o momento mais importante na definição
de cenários é a identificação das ameaças críticas de maior relevância e de
maior incerteza extraídas do diagnóstico, PRODUTO 4.
A identificação de oportunidades é importante para que na próxima etapa seja
possível quantificar e qualificar as ameaças. Definem-se as ameaças críticas
mais relevantes e mais incertas e consequentemente as ações prioritárias.
Embora a teoria de elaboração de cenários não recomende a utilização de
tabelas e gráficos pré-definidos para não limitar a criatividade e a intuição, o
modelo matemático será aplicado para a ponderação das ameaças críticas
relativas à Construção dos Cenários do Plano Municipal de Saneamento
Básico do Município. As notas adotadas para a relevância e para a incerteza
são as seguintes: 05 para Alta, 03 para Média e 01 para Baixa. A prioridade (P)
é definida pela multiplicação de relevância (R) e incerteza (I), (P=RxI).
Em vista do exposto, qual o caminho ou tipo de cenário a adotar? Indutivo ou
dedutivo é uma decisão da equipe técnica de especialistas da Consultora
SERENCO, já que isto irá se configurar somente após a realização das
consultas públicas programadas ao longo da construção do PMSB.
A teoria de montagem de cenários tem demonstrado que o caminho adotado
não se identifica a priori sem as consultas públicas. Quando um caminho não
traz os resultados desejados, tenta-se outro. É preciso entender que Cenários
são um exercício livre de pensamento a ser ajustado a cada passo. É
importante salientar que a Consultora propõe uma tecnologia de construção de
cenários para alcançar os resultados desejados, e cabe a ela, portanto, total
responsabilidade no caminho adotado. A função da Contratante INEA será o de
analisar e debater os resultados alcançados com os participantes das consultas
públicas.
29
Desta forma, a identificação do caminho a ser adotado somente se dará
quando da conclusão dos trabalhos relativos a Construção dos Cenários para o
PMSB do Município, os quais serão submetidos à análise por parte do grupo
local de técnicos responsáveis pelo acompanhamento dos trabalhos e pelo
INEA.
3.1 SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
A Sistemática CDP aplicada normalmente na elaboração dos Planos
Municipais de Saneamento Básico apresenta basicamente um método de
ordenação criteriosa e operacional dos problemas e fatos, resultantes de
pesquisas e levantamentos, proporcionando apresentação compreensível e
compatível com a situação atual da cidade, ou seja, do Diagnóstico.
A classificação dos elementos segundo Condicionantes/Deficiências/
Potencialidades, (CDP) atribui aos mesmos uma função dentro do processo de
desenvolvimento da cidade. Isto significa que as tendências desse
desenvolvimento podem ser percebidas com maior facilidade.
De acordo com esta classificação é possível estruturar a situação dos
Municípios, conforme segue:
Condicionantes: Elementos existentes no ambiente urbano, planos e decisões
existentes, com consequências futuras no saneamento básico ou no
desenvolvimento do Município, e que pelas suas características e implicações
devem ser levados em conta no planejamento de tomadas de decisões.
Deficiências: São elementos ou situações de caráter negativo que significam
estrangulamentos na qualidade de vida das pessoas e dificultam o
desenvolvimento do Município.
30
Potencialidades: São aspectos positivos existentes no Município que devem
ser explorados e/ou otimizados, resultando em melhoria da qualidade de vida
da população.
As deficiências e as potencialidades podem ter as seguintes características:
técnicas, naturais, culturais, legais, financeiras, sociais, administrativas e
econômicas.
A utilização da sistemática CDP possibilita classificar todos os aspectos
levantados nas leituras técnicas e comunitárias (diagnóstico) nestas três
categorias, visando a montagem dos cenários, identificando as ações
prioritárias e as tomadas de decisões.
A aplicação do CDP abre o caminho para aplicação da metodologia proposta
para construção dos Cenários Futuros para Araruama.
A sequência do trabalho obedece a metodologia descrita e proposta para a
construção dos cenários futuros, de acordo com os parâmetros a seguir
identificados:
I - Ameaças e oportunidades do atual modelo de gestão:
- primeiro são elencadas todas as ameaças e oportunidades do
atual modelo de gestão;
II - A identificação das ameaças críticas através de matriz numérica;
- segunda etapa consiste em identificar as prioridades, através do
produto das Relevâncias e Incertezas de cada Ameaça,
anteriormente elencadas. Sendo os índices de relevância e
incerteza os seguintes:
III - A convergência das ameaças críticas, e,
IV - A hierarquização dos principais temas.
PRIORIDADE = RELEVÂNCIA X INCERTEZA Alta = 05 Média = 03 Baixa = 01
31
Na última etapa é realizada a hierarquização por ordem decrescente, do grupo
que mais pontuou, para o que menos pontuou.
4. ABASTECIMENTO DE ÁGUA e ESGOTAMENTO SANITÁRIO
4.1 INTRODUÇÃO
Como forma de nortear as propostas para os sistemas de abastecimento de
água e esgotamento sanitário, será utilizada como base a Lei 11.445 de 5 de
janeiro de 2.007.
Através dos princípios fundamentais contidos na legislação, percebe-se a
necessidade legal dos sistemas atingirem a totalidade da população, sabendo-
se que, para isso, deve-se prever um espaço de tempo (metas graduais) e que
nem todos receberão os serviços da mesma forma, mas todos devem ser
atendidos de forma adequada.
Quanto ao sistema de abastecimento de água, o PLANSAB (Plano Nacional de
Saneamento Básico) trata como atendimento adequado o fornecimento de
água potável por rede de distribuição, com ou sem canalização interna, ou por
poço, nascente ou cisterna, com canalização interna, em qualquer caso sem
intermitência prolongada ou racionamentos, mostrando as diferentes formas de
atendimento à população. Para o sistema de esgoto a atendimento adequado
se dá por coleta seguida de tratamento ou o uso de fossa séptica, também de
acordo com o PLANSAB.
Um exemplo para estes sistemas de que nem toda a população receberá o
serviço da mesma forma é que, em alguns pontos, ocorrerão sistemas coletivos
(onde há maior adensamento populacional) enquanto que em outros as
soluções deverão ser individuais.
32
Quanto à forma de coleta dos sistemas coletivos de esgotamento sanitário, a
tendência e a vontade de todos os envolvidos (Poder Concedente, população e
Concessionárias), é que seja através de redes separadoras absolutas.
Mas para que isso se torne realidade, deve-se prever, ou ao menos elencar
alternativas de recursos para a sua execução.
Segundo a Lei 11.445 (2007, artigo 29) “Os serviços públicos de saneamento
básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que
possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços;”
Pelo texto da Lei, este sistema tem sua sustentabilidade econômico-financeira
assegurada, preferencialmente pela forma de cobrança dos serviços, isto é,
basicamente o sistema deve ser equilibrado entre o que se arrecada e o que se
gasta com sua operação e os investimentos necessários à ampliação
progressiva para se chegar à universalização.
No caso em questão do Município de Arraial do Cabo, o serviço de esgoto vem
sendo prestado pela Prefeitura Municipal através da ESAC e não há cobrança
aos usuários por este serviço.
Portanto, levando-se em conta a Lei 11.445 quanto ao equilíbrio econômico
financeiro do sistema de esgoto, o adequado seria a cobrança dos usuários por
este sistema a fim de custear os investimentos necessários.
Quanto ao sistema de abastecimento de água, o Município está inserido em
uma concessão juntamente com outros 4 Municípios (Cabo Frio, Armação dos
Búzios, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia). Inicialmente, o sistema de
esgoto de Arraial do Cabo estaria inserido também nesta concessão (conforme
descrito no produto 4).
33
No atual fluxo de caixa da concessão da Prolagos (parte integrante do Terceiro
Termo Aditivo ao Contrato de Concessão), existem as receitas previstas para o
sistema de esgoto de Arraial do Cabo, caso este estivesse inserido na
Concessão e, portanto, sujeito à mesma estrutura tarifária da Prolagos,
conforme Tabela 5.
Tabela 5 – Receita prevista pela cobrança referente ao sistema de esgoto de Arraial se
estivesse inserido na concessão da Prolagos
Ano Receita de tarifa
de esgoto de Arraial (R$ x 1.000)
2014 2.954
2015 3.069
2016 3.188
2017 3.313
2018 3.443
2019 3.580
2020 3.722
2021 3.871
2022 4.252
2023 4.410
2024 4.515
2025 4.621
2026 4.731
2027 4.842
2028 4.957
2029 5.074
2030 5.194
2031 5.317
2032 5.442
2033 5.571
2034 5.703
2035 5.837
2036 5.975
2037 6.117
2038 6.261
2039 6.409
2040 6.561
2041 6.716
Fonte: 3.º Termo Aditivo - Prolagos, 2011
Não existe cadastro técnico do sistema de esgoto implantado, mas pelas
informações prestadas pelos responsáveis, 100% da população do Distrito
34
Sede é atendida pelo sistema de esgoto, sendo que 60% através de redes
separadoras e o restante através de sistema unitário.
A Prefeitura vem buscando recursos para a ampliação do atendimento da
população do Distrito Sede através de redes separadoras e também para a
reforma da ETE, sendo estas prioridades dos responsáveis pelo sistema.
Além disso, vem sendo executados mais de 12 km de redes coletoras no
Distrito de Monte Alto, juntamente com estações elevatórias e estação de
tratamento, iniciando, desta forma, o atendimento deste distrito quanto a este
sistema.
O sistema de abastecimento de água, que está concedido à iniciativa privada,
tem suas metas e cronograma de investimentos detalhados no contrato de
concessão e seus posteriores termos aditivos. Como visto no produto 4,
existem problemas no abastecimento, com a realização de manobras para
atendimento da população, prática esta que deverá ser abandonada através de
investimentos no sistema.
4.2 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
O estudo sobre este sistema será iniciado através das demandas,
especificamente para Arraial do Cabo, mas também para a área da concessão
como um todo.
Os Municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, São Pedro
da Aldeia e Iguaba Grande são abastecidos pela Represa de Juturnaíba. Além
disso, a Represa de Juturnaíba também é o manancial de abastecimento de
outros 3 Municípios da região (Araruama, Saquarema e Silva Jardim), que são
abastecidos por outra concessionária, mas que se utilizam do mesmo
manancial. Portanto, as demandas destes outros 3 Municípios também
35
interessam a todos os outros quanto à disponibilidade hídrica deste manancial,
já que não se vislumbram outras fontes de abastecimento na região.
Não existe área rural no Município. Somente a porcentagem da população não
atendida pela Concessionária deverá ser atendida com soluções individuais
para o saneamento, conforme definição de solução adequada do PLANSAB.
4.2.1 Objetivos Gerais
I. Ampliação da produção e transporte de água tratada;
II. Promover a expansão da rede de abastecimento de água em
consonância com o programa de universalização dos serviços;
III. Ampliação da reservação de água tratada;
IV. Qualidade de atendimento ao usuário, com respeito a prazos
estabelecidos;
V. Qualidade dos produtos (atendimento ao padrão de potabilidade da
água distribuída definido pela Portaria 2.914 do Ministério da Saúde);
VI. Continuidade e regularidade;
VII. Hidrometração, com manutenção de, no mínimo, 98% do total de
ligações dotadas com hidrômetro em condições de leitura;
VIII. Controle de perdas de forma a atender a meta estabelecida na
Segunda Revisão Quinquenal, conforme descrito no Produto 4;
IX. Metas de cobertura dos serviços, atendendo ao disposto no Terceiro
Termo Aditivo ao Contrato de Concessão;
4.2.2 Metas de atendimento
4.2.2.1 Terceiro Termo Aditivo ao Contrato de concessão da Prolagos
Quanto à porcentagem de atendimento da população com o sistema de
abastecimento de água, as metas vigentes da concessão são as constantes no
3.º Termo Aditivo, conforme Tabela 6.
36
Tabela 6 - Metas de Níveis de Atendimento (3.º Aditivo Contratual)
ANO Água
3 (2.001) 80%
8 (2.006) 83%
13 (2.011) 90%
20 (2.018) 94%
25 (2.023) 98%
43 (2.041) 98%
Fonte: 3.º Termo Aditivo - Prolagos, 2011
As metas existentes dizem respeito à área de concessão como um todo.
Comparando-se a quantidade de economias residenciais existentes no ano de
2.012 informada pela Prolagos e o número de domicílios totais estimados
também para o ano de 2.012 (projeção feita pela Serenco no produto 6), pode-
se calcular o nível de atendimento atual com o sistema de abastecimento de
água do Município de Arraial do Cabo e também da área de concessão.
Tabela 7 - Níveis de Atendimento (2012)
Município Economias residenciais
(2012)
Projeção de domicílios
totais (2012)
% atendimento
Cabo Frio (Sede) 59.665 80.872 73,78%
Cabo Frio (Tamoios) 3.747 27.856 13,45%
Armação dos Búzios 14.060 18.793 74,82%
Arraial do Cabo 8.949 20.285 44,12%
Iguaba Grande 11.704 18.236 64,18%
São Pedro da Aldeia 30.988 44.802 69,17%
Total da Concessão 129.113 210.844 61,24%
Fonte: Serenco, 2013
Desta forma conclui-se que o nível de atendimento atual está abaixo do
estipulado contratualmente, nível este que deverá ser atendido com as ações
propostas no presente PMSB.
Pelas obrigações legais vigentes, o atendimento de 98% da população urbana
dos Municípios participantes da concessão aconteceria somente no ano 2.023.
Deve-se ressaltar que a obrigação é que o atendimento seja feito a 98% da
37
população urbana total dos 5 Municípios participantes da concessão, não
havendo a necessidade do índice de atendimento seja o mesmo para todos os
Municípios.
Para o presente estudo de demandas foi proposta uma antecipação destas
metas, fazendo com que o índice de atendimento de 98% da população urbana
seja atingido já no ano 2.015.
Esta antecipação trará ganhos óbvios para a população, que será atendida
anteriormente ao previsto, mas os ganhos vão muito além do atendimento. Isto
porque, já que a tarifa de água atual contempla também uma parcela para
remunerar o sistema de esgoto, quando se amplia o atendimento com
abastecimento de água, esta parcela referente ao sistema de esgoto se
mantém, melhorando o resultado do atual fluxo de caixa de concessão e
fazendo com que exista a possibilidade de maiores investimentos.
Este ganho terá que ser estudado e calculado nas próximas revisões
quinquenais, realizadas pela Agenersa, assim como o destino destes recursos.
Deve-se levar em conta também que a Concessionária terá que antecipar
investimentos não previstos em seu atual plano de negócios.
4.2.2.2 PLANSAB
De acordo com a proposta do PLANSAB (Plano Nacional de Saneamento
Básico), o atendimento adequado quanto ao sistema de abastecimento de
água é através de rede de distribuição (com ou sem canalização interna) ou por
poço, nascente ou cisterna (com canalização interna). A opção por poço será
proposta para as regiões não atendidas pela concessão (2%). No documento
referido foram definidas metas de atendimento para as diversas regiões do
País, conforme a seguir.
38
Tabela 8 – Metas para o saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %)
Para o Sudeste consta um valor de 98% de atendimento, para o ano de 2.015,
dos domicílios urbanos e rurais abastecidos por rede de distribuição e por poço
ou nascente. Este valor sobe para 99% em 2.020 e 100% em 2.030.
O documento também previu metas para os Estados individualmente.
39
Tabela 9 – Metas para principais serviços de saneamento básico nas unidades da
federação (em %)
Fonte: PLANSAB, 2013
Olhando novamente para o indicador A1, os números para o Estado do Rio de
Janeiro são: 97% de atendimento para o ano de 2.015, 100% em 2.020 e 100%
em 2.030.
A premissa utilizada para o cálculo do índice de atendimento da população da
área de concessão será apenas aquela atendida com rede de distribuição.
Quanto à gestão dos serviços, também existem algumas metas a serem
seguidas, conforme Tabela 10.
40
Tabela 10 – Metas para gestão dos serviços de saneamento nas macrorregiões e no País
(em %)
4.2.3 Demandas
A base para o estudo de demandas é a projeção populacional, que foi tema do
produto 6 deste Plano. A partir da população estimada foram utilizadas
algumas premissas para o cálculo das demandas do sistema de abastecimento
de água:
Simultaneidade de 70% da população flutuante;
Consumo per capita e perdas = conforme estudo da FGV para a 2ª
revisão quinquenal da Prolagos;
Coeficiente K1 = 1,2 (valor adotado usualmente para o Brasil) - relativo
aos dias de maior consumo, em geral em função das condições
climáticas (dias quentes do ano);
Coeficiente K2 = 1,5 (valor adotado usualmente para o Brasil) - relativo
às horas de maior consumo dentro do dia, dado pela coincidência de
uso intenso da água (banho e cozinha).
Reservação de água tratada necessária = 1/3 do consumo diário (dia de
maior consumo);
41
A população projetada, conforme as premissas listadas anteriormente, com
horizonte de planejamento de 20 anos, resultaram nas tabelas a seguir.
Tabela 11 – Projeção de população para cálculo de demandas de Arraial do Cabo
POPULAÇÃO
ANO RESIDENTE FLUTUANTE TOTAL %
OCUPAÇÃO FLUTUANTE
MÁXIMA TOTAL
-1 2.012 28.591 45.373 73.964 70 31.761 60.352
0 2.013 28.999 46.612 75.611 70 32.628 61.627
1 2.014 29.407 47.873 77.280 70 33.511 62.918
2 2.015 29.815 49.159 78.974 70 34.411 64.226
3 2.016 30.222 50.462 80.684 70 35.324 65.546
4 2.017 30.630 51.796 82.426 70 36.257 66.887
5 2.018 31.038 53.195 84.233 70 37.236 68.274
6 2.019 31.446 54.573 86.019 70 38.201 69.647
7 2.020 31.854 55.977 87.831 70 39.184 71.038
8 2.021 32.261 57.399 89.660 70 40.179 72.440
9 2.022 32.669 58.848 91.517 70 41.194 73.863
10 2.023 33.077 60.299 93.376 70 42.210 75.287
11 2.024 33.485 61.792 95.277 70 43.254 76.739
12 2.025 33.893 63.309 97.202 70 44.316 78.209
13 2.026 34.300 64.849 99.149 70 45.395 79.695
14 2.027 34.708 66.416 101.124 70 46.491 81.199
15 2.028 35.116 68.052 103.168 70 47.637 82.753
16 2.029 35.524 69.660 105.184 70 48.762 84.286
17 2.030 35.932 71.289 107.221 70 49.902 85.834
18 2.031 36.339 72.939 109.278 70 51.058 87.397
19 2.032 36.747 74.613 111.360 70 52.229 88.976
20 2.033 37.155 76.304 113.459 70 53.413 90.568
Fonte: SERENCO, 2013
42
Tabela 12 – Projeção de população para cálculo de demandas dos Municípios da área de
Concessão da Prolagos
POPULAÇÃO
ANO RESIDENTE FLUTUANTE TOTAL %
OCUPAÇÃO FLUTUANTE
MÁXIMA TOTAL
-1 2.012 365.362 404.808 770.170 70 283.365 648.727
0 2.013 373.580 414.300 787.880 70 290.010 663.590
1 2.014 381.798 423.827 805.625 70 296.679 678.477
2 2.015 390.018 433.396 823.413 70 303.377 693.395
3 2.016 398.233 442.979 841.212 70 310.085 708.319
4 2.017 406.452 452.600 859.053 70 316.820 723.273
5 2.018 414.669 463.427 878.096 70 324.399 739.068
6 2.019 422.889 473.107 895.996 70 331.175 754.064
7 2.020 431.107 482.801 913.908 70 337.961 769.068
8 2.021 439.322 492.502 931.824 70 344.751 784.073
9 2.022 447.541 502.209 949.750 70 351.546 799.087
10 2.023 455.759 513.174 968.933 70 359.222 814.981
11 2.024 463.976 522.894 986.870 70 366.026 830.002
12 2.025 472.196 532.608 1.004.805 70 372.826 845.022
13 2.026 480.412 542.304 1.022.715 70 379.613 860.024
14 2.027 488.631 551.986 1.040.617 70 386.390 875.021
15 2.028 496.848 563.102 1.059.950 70 394.171 891.019
16 2.029 505.067 572.749 1.077.816 70 400.924 905.992
17 2.030 513.285 582.370 1.095.655 70 407.659 920.944
18 2.031 521.501 591.881 1.113.382 70 414.317 935.817
19 2.032 529.719 601.348 1.131.067 70 420.943 950.663
20 2.033 537.937 612.625 1.150.561 70 428.837 966.774
Fonte: SERENCO, 2013
Antes ainda do cálculo das demandas, utilizou-se o conceito de população
equivalente, isto porque toda a projeção populacional serve de base para o
cálculo do consumo doméstico ou residencial. Para conhecer a parcela de
consumo não residencial consideramos a representatividade do numero de
economias residenciais no total de economias do sistema (aproximadamente
94% para Arraial do Cabo, conforme dados do produto 4). A partir dessa
constatação, projetou-se a população equivalente a partir das economias totais
resultando na população de projeto.
43
Tabela 13 – Projeção de população de projeto de Arraial do Cabo
POPULAÇÃO
ANO RESIDENTE FLUTUANTE TOTAL %
OCUPAÇÃO FLUTUANTE
MÁXIMA TOTAL EQUIVALENTE
-1 2.012 28.591 45.373 73.964 70 31.761 60.352 64.041
0 2.013 28.999 46.612 75.611 70 32.628 61.627 65.394
1 2.014 29.407 47.873 77.280 70 33.511 62.918 66.764
2 2.015 29.815 49.159 78.974 70 34.411 64.226 68.152
3 2.016 30.222 50.462 80.684 70 35.324 65.546 69.553
4 2.017 30.630 51.796 82.426 70 36.257 66.887 70.976
5 2.018 31.038 53.195 84.233 70 37.236 68.274 72.448
6 2.019 31.446 54.573 86.019 70 38.201 69.647 73.905
7 2.020 31.854 55.977 87.831 70 39.184 71.038 75.381
8 2.021 32.261 57.399 89.660 70 40.179 72.440 76.868
9 2.022 32.669 58.848 91.517 70 41.194 73.863 78.378
10 2.023 33.077 60.299 93.376 70 42.210 75.287 79.889
11 2.024 33.485 61.792 95.277 70 43.254 76.739 81.430
12 2.025 33.893 63.309 97.202 70 44.316 78.209 82.990
13 2.026 34.300 64.849 99.149 70 45.395 79.695 84.567
14 2.027 34.708 66.416 101.124 70 46.491 81.199 86.163
15 2.028 35.116 68.052 103.168 70 47.637 82.753 87.812
16 2.029 35.524 69.660 105.184 70 48.762 84.286 89.439
17 2.030 35.932 71.289 107.221 70 49.902 85.834 91.081
18 2.031 36.339 72.939 109.278 70 51.058 87.397 92.740
19 2.032 36.747 74.613 111.360 70 52.229 88.976 94.415
20 2.033 37.155 76.304 113.459 70 53.413 90.568 96.105
Fonte: SERENCO, 2013
44
Tabela 14 – Projeção de população de projeto dos Municípios da área de Concessão da
Prolagos
POPULAÇÃO
ANO RESIDENTE FLUTUANTE TOTAL %
OCUPAÇÃO FLUTUANTE
MÁXIMA TOTAL EQUIVALENTE
-1 2.012 365.362 404.808 770.170 70 283.365 648.727 683.255
0 2.013 373.580 414.300 787.880 70 290.010 663.590 698.947
1 2.014 381.798 423.827 805.625 70 296.679 678.477 714.663
2 2.015 390.018 433.396 823.413 70 303.377 693.395 730.410
3 2.016 398.233 442.979 841.212 70 310.085 708.319 746.167
4 2.017 406.452 452.600 859.053 70 316.820 723.273 761.953
5 2.018 414.669 463.427 878.096 70 324.399 739.068 778.621
6 2.019 422.889 473.107 895.996 70 331.175 754.064 794.452
7 2.020 431.107 482.801 913.908 70 337.961 769.068 810.292
8 2.021 439.322 492.502 931.824 70 344.751 784.073 826.132
9 2.022 447.541 502.209 949.750 70 351.546 799.087 841.983
10 2.023 455.759 513.174 968.933 70 359.222 814.981 858.755
11 2.024 463.976 522.894 986.870 70 366.026 830.002 874.614
12 2.025 472.196 532.608 1.004.805 70 372.826 845.022 890.472
13 2.026 480.412 542.304 1.022.715 70 379.613 860.024 906.312
14 2.027 488.631 551.986 1.040.617 70 386.390 875.021 922.147
15 2.028 496.848 563.102 1.059.950 70 394.171 891.019 939.031
16 2.029 505.067 572.749 1.077.816 70 400.924 905.992 954.843
17 2.030 513.285 582.370 1.095.655 70 407.659 920.944 970.634
18 2.031 521.501 591.881 1.113.382 70 414.317 935.817 986.340
19 2.032 529.719 601.348 1.131.067 70 420.943 950.663 1.002.018
20 2.033 537.937 612.625 1.150.561 70 428.837 966.774 1.019.021
Fonte: SERENCO, 2013
A seguir apresentam-se os valores considerados, para o cálculo de demandas,
das metas de atendimento, consumo per capta e do índice de perdas, extraídas
da segunda revisão quinquenal do Contrato de Concessão.
45
Tabela 15 – Consumo per capita e índice de perdas
PER CAPITA PERDAS PER CAPITA
ANO ÁGUA
(l / hab.dia) %
COM PERDAS (l / hab.dia)
-1 2.012 117 38 188
0 2.013 120 36 187
1 2.014 122 35 187
2 2.015 123 34 186
3 2.016 125 33 186
4 2.017 126 32 185
5 2.018 127 31 184
6 2.019 128 30 183
7 2.020 129 29 182
8 2.021 131 28 182
9 2.022 132 27 181
10 2.023 133 26 180
11 2.024 134 25 178
12 2.025 134 25 178
13 2.026 134 25 178
14 2.027 134 25 178
15 2.028 134 25 178
16 2.029 134 25 178
17 2.030 134 25 178
18 2.031 134 25 178
19 2.032 134 25 178
20 2.033 134 25 178
Fonte: 2.ª Revisão Quinquenal - Prolagos, 2010
Fazendo referência ao produto 4, o índice de perdas informado pela
Concessionária está em torno de 33%, índice abaixo do determinado como
meta.
Quanto ao consumo per capita, foi feito um estudo específico para cada
Município e também para a área de concessão como um todo com o seguinte
método: a partir das informações disponibilizadas pela Concessionária dos
consumos medidos mensais e do número de economias ativas, foi possível
produzir as tabelas a seguir. As economias residenciais foram estimadas, já
que esta informação não existia nos arquivos recebidos, através da correlação
entre o número de economias residenciais em relação ao total de economias,
por Município, em alguns meses conhecidos.
46
Tabela 16 – Consumo per capita de Arraial do Cabo
Mês Consumo medido
(m3)
Economias ativas
Economias residenciais
Cons. Medido /
economia (m3/eco.mes)
Habitantes / domicílio
Per capta (l.Hab/dia)
Ano 2.010 (média) 78.985 7.959 7.473 10,58 3,45 101,03
Ano 2011 (média) 79.743 8.119 7.623 10,46 3,45 99,86
Ano 2012 (média) 98.752 8.677 8.147 12,18 3,45 116,12
Tabela 17 – Consumo per capita - resumo
Município
Per capta (l.Hab/dia)
Ano 2.010 (média)
Ano 2.011 (média)
Ano 2.012 (média)
Arraial do Cabo 101,03 99,86 116,12
Armação dos Búzios 139,49 144,87 151,48
Cabo Frio (Sede) 98,76 95,34 96,95
Cabo Frio (Tamoios) 46,97 48,83 57,89
Iguaba Grande 73,90 73,31 79,55
São Pedro da Aldeia 93,75 92,25 94,69
Geral da Concessão 97,77 96,54 100,62
Segunda Revisão Quinquenal 114,00 115,00 117,00
Os pontos críticos do sistema de abastecimento de água, pela atual situação
levantada no diagnóstico, e por este sistema ser interligado a todos os
Municípios pertencentes à concessão, são a produção e o transporte de água
tratada, sendo gerais a todos os Municípios.
Por este motivo, o consumo per capita geral da concessão é o número correto
a ser utilizado para os cálculos de demandas. Na Tabela 17 nota-se que os
valores calculados mostram-se invariavelmente menores do que os utilizados
no documento da Segunda Revisão Quinquenal, com exceção de Armação dos
Búzios.
Este fato pode ser explicado pela demanda reprimida, já que o abastecimento é
feito por manobras.
47
Por estes motivos, será utilizado o valor contido na Segunda Revisão
Quinquenal, por este ser um número de maior consumo per capita e apresentar
maior margem de segurança. Para os projetos de distribuição de cada
Município, deverão ser utilizados os valores de consumo per capita municipais,
o que não será objeto do presente PMSB.
A partir de todas estas considerações, seguem os valores calculados de
demandas para Arraial do Cabo e para toda a área de concessão da Prolagos.
48
Tabela 18 – Demandas do sistema de água para Arraial do Cabo
POPULAÇÃO
PER CAPITA
DEMANDA L/S
ANO EQUIVALENTE %
ATENDIMENTO ATENDIDA
COM PERDAS
MÉDIA DIA >
CONSUMO HORA >
CONSUMO
-1 2.012 64.041 90 57.637 188 126 151 227
0 2.013 65.394 90 58.855 187 128 153 230
1 2.014 66.764 90 60.088 187 131 157 235
2 2.015 68.152 98 66.789 186 144 173 259
3 2.016 69.553 98 68.162 186 147 177 265
4 2.017 70.976 98 69.557 185 149 179 269
5 2.018 72.448 98 70.999 184 151 181 272
6 2.019 73.905 98 72.427 183 153 184 276
7 2.020 75.381 98 73.874 182 155 186 280
8 2.021 76.868 98 75.331 182 159 190 286
9 2.022 78.378 98 76.810 181 161 193 289
10 2.023 79.889 98 78.291 180 163 195 293
11 2.024 81.430 98 79.802 178 165 198 297
12 2.025 82.990 98 81.331 178 168 202 303
13 2.026 84.567 98 82.875 178 171 206 308
14 2.027 86.163 98 84.440 178 175 210 314
15 2.028 87.812 98 86.055 178 178 214 320
16 2.029 89.439 98 87.650 178 181 218 326
17 2.030 91.081 98 89.259 178 185 221 332
18 2.031 92.740 98 90.885 178 188 226 338
19 2.032 94.415 98 92.527 178 191 230 344
20 2.033 96.105 98 94.183 178 195 234 351
Fonte: SERENCO, 2013
49
Tabela 19 – Demandas do sistema de água para a área de concessão da Prolagos
POPULAÇÃO
PER CAPITA
DEMANDA ÁGUA L/S
ANO EQUIVALENTE %
ATENDIMENTO ATENDIDA
COM PERDAS
MÉDIA DIA >
CONSUMO HORA >
CONSUMO
-1 2.012 683.255 90 614.930 188 1.343 1.612 2.418
0 2.013 698.947 90 629.052 187 1.365 1.638 2.457
1 2.014 714.663 90 643.196 187 1.397 1.677 2.515
2 2.015 730.410 98 715.802 186 1.544 1.853 2.779
3 2.016 746.167 98 731.243 186 1.579 1.895 2.842
4 2.017 761.953 98 746.713 185 1.601 1.922 2.883
5 2.018 778.621 98 763.049 184 1.626 1.951 2.926
6 2.019 794.452 98 778.563 183 1.648 1.977 2.966
7 2.020 810.292 98 794.086 182 1.670 2.004 3.006
8 2.021 826.132 98 809.610 182 1.705 2.046 3.069
9 2.022 841.983 98 825.144 181 1.727 2.072 3.108
10 2.023 858.755 98 841.580 180 1.751 2.101 3.151
11 2.024 874.614 98 857.122 178 1.772 2.127 3.190
12 2.025 890.472 98 872.663 178 1.805 2.165 3.248
13 2.026 906.312 98 888.186 178 1.837 2.204 3.306
14 2.027 922.147 98 903.704 178 1.869 2.243 3.364
15 2.028 939.031 98 920.250 178 1.903 2.284 3.425
16 2.029 954.843 98 935.746 178 1.935 2.322 3.483
17 2.030 970.634 98 951.221 178 1.967 2.360 3.541
18 2.031 986.340 98 966.614 178 1.999 2.399 3.598
19 2.032 1.002.018 98 981.977 178 2.031 2.437 3.655
20 2.033 1.019.021 98 998.640 178 2.065 2.478 3.717 Fonte: SERENCO, 2013
50
Quanto à reservação, utilizando-se da premissa de reservar 1/3 do consumo
diário (dia de maior consumo), chega-se ao seguinte quadro de capacidade de
reservatórios necessária.
Tabela 20 – Reservação necessária em Arraial do Cabo
DEMANDA L/S RESERVAÇÃO (M3)
ANO MÉDIA DIA >
CONSUMO HORA >
CONSUMO NECESSÁRIA
-1 2.012 126 151 227 4.351
0 2.013 128 153 230 4.414
1 2.014 131 157 235 4.511
2 2.015 144 173 259 4.979
3 2.016 147 177 265 5.087
4 2.017 149 179 269 5.155
5 2.018 151 181 272 5.227
6 2.019 153 184 276 5.298
7 2.020 155 186 280 5.369
8 2.021 159 190 286 5.482
9 2.022 161 193 289 5.556
10 2.023 163 195 293 5.628
11 2.024 165 198 297 5.703
12 2.025 168 202 303 5.812
13 2.026 171 206 308 5.923
14 2.027 175 210 314 6.035
15 2.028 178 214 320 6.150
16 2.029 181 218 326 6.264
17 2.030 185 221 332 6.379
18 2.031 188 226 338 6.495
19 2.032 191 230 344 6.613
20 2.033 195 234 351 6.731
Fonte: SERENCO, 2013
51
Tabela 21 – Reservação necessária na área de concessão da Prolagos
DEMANDA ÁGUA L/S
RESERVAÇÃO (M3)
ANO MÉDIA DIA >
CONSUMO HORA >
CONSUMO NECESSÁRIA
-1 2.012 1.343 1.612 2.418 46.417
0 2.013 1.365 1.638 2.457 47.179
1 2.014 1.397 1.677 2.515 48.289
2 2.015 1.544 1.853 2.779 53.360
3 2.016 1.579 1.895 2.842 54.570
4 2.017 1.601 1.922 2.883 55.345
5 2.018 1.626 1.951 2.926 56.178
6 2.019 1.648 1.977 2.966 56.946
7 2.020 1.670 2.004 3.006 57.711
8 2.021 1.705 2.046 3.069 58.922
9 2.022 1.727 2.072 3.108 59.682
10 2.023 1.751 2.101 3.151 60.503
11 2.024 1.772 2.127 3.190 61.256
12 2.025 1.805 2.165 3.248 62.366
13 2.026 1.837 2.204 3.306 63.476
14 2.027 1.869 2.243 3.364 64.585
15 2.028 1.903 2.284 3.425 65.767
16 2.029 1.935 2.322 3.483 66.875
17 2.030 1.967 2.360 3.541 67.981
18 2.031 1.999 2.399 3.598 69.081
19 2.032 2.031 2.437 3.655 70.179
20 2.033 2.065 2.478 3.717 71.370 Fonte: SERENCO, 2013
4.2.4 Disponibilidade hídrica
Para que possamos comparar a necessidade da população que se abastece da
Represa de Juturnaíba e a sua capacidade em fornecer água, devemos ainda
somar às demandas anteriormente calculadas para toda a área de concessão
da Prolagos, também os Municípios que fazem parte da concessão da
Concessionária Águas de Juturnaíba, a saber: Araruama, Saquarema e Silva
Jardim.
Como o Plano Municipal de Saneamento Básico também está sendo feito para
estes 3 Municípios, foram feitas as projeções populacionais conforme o mesmo
padrão mostrado anteriormente e os resultados de demandas para esta outra
área seguem na tabela a seguir.
52
Tabela 22 – Demandas do sistema de água para a área de concessão da CAJ
DEMANDA L/S
ANO MÉDIA DIA >
CONSUMO HORA >
CONSUMO
-1 2.012 797 956 1.434
0 2.013 819 983 1.474
1 2.014 835 1.002 1.503
2 2.015 856 1.028 1.542
3 2.016 866 1.039 1.558
4 2.017 887 1.065 1.597
5 2.018 947 1.136 1.704
6 2.019 963 1.156 1.733
7 2.020 966 1.159 1.739
8 2.021 962 1.155 1.732
9 2.022 958 1.150 1.725
10 2.023 1.012 1.214 1.822
11 2.024 1.035 1.242 1.864
12 2.025 1.059 1.270 1.906
13 2.026 1.082 1.299 1.948
14 2.027 1.106 1.327 1.991
15 2.028 1.131 1.357 2.035
16 2.029 1.155 1.386 2.079
17 2.030 1.179 1.415 2.122
18 2.031 1.204 1.444 2.167
19 2.032 1.228 1.474 2.211
20 2.033 1.253 1.504 2.256
Fonte: SERENCO, 2013
Deve-se levar em conta alguns distritos de Silva Jardim que não estão na área
de influência da concessão da CAJ, que têm uma demanda somada de 14 l/s.
Somando-se estas demandas, chega-se a uma necessidade de retirada de
3.996 m³ no ano 2.033.
De acordo com o estudo disponibilizado pelo Consórcio Intermunicipal Lagos
São João, desenvolvido por Hora et al. (2008) e Noronha (2009), e que foi
transcrito no produto 4, existe a disponibilidade de retirada de, levando-se em
conta os outros usos dos mananciais (tais como a atividade agrícola, pecuária
e vazão mínima a jusante), 2.000 l/s adicionais considerando as atuais
retiradas autorizadas de 150 l/s (CEDAE – Rio Bacaxá), 1.100 l/s (CAJ) e 1.200
l/s (Prolagos).
53
Portanto, para as concessionárias CAJ e Prolagos, existe a disponibilidade de
retirada de 4.300 l/s, considerando que não haverá aumento da necessidade
de uso da CEDAE para o Município de Rio Bonito.
Concluímos que, pelo estudo realizado, existe capacidade no manancial
(Represa de Juturnaíba) para atendimento da população das áreas de
concessão da Prolagos e da CAJ, mas que esta está quase no limite.
Desta forma, este manancial não poderá servir de fonte para outras regiões do
Estado, a não ser que novos estudos comprovem o contrário.
4.2.5 Cenários
Como o contrato de concessão em vigor já preconiza o atendimento de 98% da
população da área de concessão com o abastecimento de água e propõe-se a
antecipação desta meta para o ano de 2.015, os cenários desejado, previsível
e normativo são os mesmos. A seguir serão listadas as ações necessárias para
se atingir este cenário.
A área correspondente aos 2% da população que não será atendida pela
Concessão deverá ser atendida por soluções individuais, conforme preconiza o
PLANSAB como atendimento adequado. Nos documentos da Concessão esta
área não está demarcada, mas para efeito de estimativas, esta demarcação foi
feita, com base na população do Censo 2.010, levando-se em conta a área
menos adensada do Município.
4.2.5.1 Sistematização das informações
A tabela a seguir apresenta a aplicação do método CDP.
54
Tabela 23 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades
Setor C D P Fator
Abaste
cim
ento
de á
gu
a
Existência de contrato de concessão em vigor
Distância entre o manancial de água bruta e os centros consumidores
Padrão de potabilidade - Portaria 2.914 do MS
Elevada sazonalidade da população
Elevado valor da tarifa cobrada
Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
Defasagem entre os investimentos previstos e os necessários
Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura
Distribuição feita através de manobras
Incapacidade da atual estrutura de produção de água tratada para atendimento da demanda atual e futura
Incapacidade da atual estrutura de transporte de água tratada para atendimento da demanda atual e futura
Capacidade de reservação de água tratada insuficiente
Qualidade da água bruta
Necessidade de intervenções na Represa de Juturnaíba
Falta de grupos geradores de energia elétrica nas principais unidades
Existência de agência reguladora definida
Investimentos feitos pela concessão no sistema
Existência do Consórcio Intermunicipal Lagos São João
Existência do Comitê de Bacia
Tabela 24 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão
Item Ameaças Oportunidades
I Defasagem entre os investimentos previstos e os necessários
Possibilidade de aporte de recursos Municipais, Estaduais e Federais
II Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura
Lei 11.445/2007 e Decreto 7.217/2010
III Distribuição feita através de manobras PMSB prevendo aumento de produção e transporte de água tratada
IV Incapacidade da atual estrutura de produção de água tratada para atendimento da demanda atual e futura
Disponibilidade hídrica
V Incapacidade da atual estrutura de transporte de água tratada para atendimento da demanda atual e futura
PMSB prevendo aumento de produção e transporte de água tratada
VI Capacidade de reservação de água tratada insuficiente
Necessidade de reservação de 1/3 do consumo diário
VII Qualidade da água bruta Padrão de potabilidade do MS (Portaria 2.914) e existência do Comitê de Bacia
VIII Necessidade de intervenções na Represa de Juturnaíba
Existência do CILSJ e Comitê de Bacia
IX Falta de grupos geradores de energia elétrica nas principais unidades
Lei 11.445/2007 e Decreto 7.217/2010 prevendo continuidade e regularidade
55
Tabela 25 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças
Item Ameaças Relevância
(1) Incerteza
(2) Prioridade
(3)
I Defasagem entre os investimentos previstos e os necessários
5 5 25
II Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura 3 3 9
III Distribuição feita através de manobras 5 5 25
IV Incapacidade da atual estrutura de produção de água tratada para atendimento da demanda atual e futura
5 3 15
V Incapacidade da atual estrutura de transporte de água tratada para atendimento da demanda atual e futura
5 5 25
VI Capacidade de reservação de água tratada insuficiente 3 5 15
VII Qualidade da água bruta 5 5 25
VIII Necessidade de intervenções na Represa de Juturnaíba 5 5 25
IX Falta de grupos geradores de energia elétrica nas principais unidades
5 5 25
4.2.5.2 Ações necessárias
4.2.5.2.1. Sistema produtor
Considerando que a capacidade atual instalada da ETA Prolagos é de 1.200 l/s
e, em todo o sistema, existe apenas mais uma unidade de tratamento (ETA
Tamoios) com capacidade de 42 l/s, chega-se a conclusão que o sistema como
um todo está defasado em relação às demandas da população estimada para
2.013.
Se considerarmos que deve haver capacidade instalada para atendimento ao
dia de maior consumo, para final de plano (2.033) o sistema como um todo
deverá ser expandido em cerca de 1.250 l/s.
Esta ampliação deverá ser escalonada em dois módulos, sendo o primeiro com
capacidade de 1.000 l/s a ser implantado de forma imediata (ano 2.014) e o
segundo com capacidade de 250 l/s a ser implantado no ano 2.026.
56
Devido à configuração física do sistema existente, aliado ao forte
desenvolvimento do distrito de Tamoios no município de Cabo Frio, propõe-se
que o novo sistema produtor a ser implantado deve ser locado de forma a
captar água bruta no Rio São João à jusante da represa de Juturnaíba,
conforme Figura 2.
Com esta configuração e com as demandas calculadas para final de plano, o
sistema atual (produtor e adução existentes) ficaria responsável pelo
atendimento dos Municípios de Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Arraial do
Cabo e parte do distrito sede de Cabo Frio, enquanto que o novo sistema
produtor seria responsável pelo abastecimento do Distrito Tamoios, Armação
dos Búzios e parte do distrito sede de Cabo Frio.
Esta proposta avaliou a redução da extensão e consequentemente dos custos
de implantação de novas adutoras e substituição da grande maioria dos
equipamentos de bombeamento para a adução até os centros de consumo, já
que o atual sistema está próximo de sua capacidade limite.
A locação desta nova unidade de tratamento dependerá de estudos detalhados
e que já estão em andamento, para se determinar o local mais próximo
possível dos centros consumidores, mas que não seja inviabilizado pela língua
salina que penetra o Rio São João.
Para efeito de estimativas de investimento, foi escolhido um local, em relação à
influência da língua salina, que pode ser considerado conservador.
57
Figura 2 – Proposta de locação do novo sistema produtor
Fonte: Google Earth, 2013
Quanto aos custos desta nova unidade, eles foram estimados em R$ 40.000,00
(base janeiro/2013) para cada l/s de capacidade instalada, ou seja, será
necessário um investimento de R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões) no ano
2.014 e mais R$ 10.000.000,00 (dez milhões) no ano 2.026.
O valor de R$ 40.000,00 por l/s para investimentos em ETAs foi uma estimativa
da Serenco levando-se em conta projetos próprios elaborados possuindo
similaridade de características, tais como: nova unidade em local sem
nenhuma infra-estrutura e unidade com capacidade superior a 500 l/s.
58
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
PROGRAMA 1 Sistema Produtor
OBJETIVO 1.1 Implantação da nova ETA São João
FUNDAMENTAÇÃO A capacidade instalada atual, levando-se em consideração as demandas calculadas, é insuficiente para atendimento da população prevista para o ano 2.013 e, consequentemente, insuficiente também para atendimento da população prevista para final de plano.
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Atendimento da população
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Implantação de 1.000 l/s Ampliação da capacidade em 250 l/s
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES DE
RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
1.1.1 Implantação da ETA São João com
capacidade de tratamento de 1.000 l/s 40.000.000,00
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
1.1.2 Ampliação da ETA São João em 250 l/s 10.000.000,00 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
59
4.2.5.2.2. Adução de água tratada
Apesar do Município de Arraial do Cabo continuar a ser abastecido pelo atual
sistema, mesmo com a instalação do novo sistema produtor, por se tratar de
uma concessão única aos 5 Municípios, seguem os investimentos previstos em
adução para o novo sistema produtor.
Para que a água tratada nesta nova ETA chegue aos centros consumidores,
deverão ser executadas novas linhas adutoras para este transporte.
Para efeito de estimativas de investimentos, foi considerado um percurso
utilizando-se de caminhos visíveis por imagens de satélite. Não serão
consideradas nos custos estimados possíveis necessidades de
desapropriações.
O percurso considerado tem início na ETA, que chamaremos previamente de
ETA São João, faz o abastecimento primeiramente do Distrito de Tamoios,
após segue até a estação de manobras do vinhateiro, tendo uma derivação em
seu percurso para o atendimento de Armação dos Búzios (interligando com o
EEAT Praia Rasa).
A extensão total de adutoras considerada é de 54 km, dividida nos seguintes
trechos:
1º trecho: diâmetro de 900 mm e extensão de 19 km.
Corresponde ao trecho entre a ETA e o abastecimento do Distrito
Tamoios. Valor de investimento estimado = R$ 25.650.000,00 (a
um custo de R$ 1.350/m – base janeiro/2013);
2º trecho: diâmetro de 800 mm e extensão de 12 km.
Corresponde ao trecho entre o abastecimento do Distrito de
Tamoios e a derivação para a alimentação da EEAT Praia Rasa.
60
Valor de investimento estimado = R$ 14.400.000,00 (a um custo
de R$ 1.200/m – base janeiro/2013);
3º trecho: diâmetro de 400 mm e extensão de 3 km. Corresponde
ao trecho entre a derivação anteriormente citada e a EEAT Praia
Rasa. Valor de investimento estimado = R$ 1.350.000,00 (a um
custo de R$ 450/m – base janeiro/2013);
4º trecho: diâmetro de 700 mm e extensão de 20 km.
Corresponde ao trecho entre a derivação anteriormente citada e a
estação de manobras do vinhateiro. Valor de investimento
estimado = R$ 21.000.000,00 (a um custo de R$ 1.050/m – base
janeiro/2013);
Os valores utilizados para investimentos em adutoras foram estimativas da
Serenco levando-se em conta projetos próprios elaborados possuindo
similaridade de características, tais como: locais próximos ao litoral com
necessidade de escoramento e rebaixamento de lençol freático.
Acredita-se que o atual sistema de manobras para atendimento da população
deve-se ao fato da atual quantidade de água produzida e transportada, isto é, o
sistema atual é incapaz de captar, tratar e transportar quantidade de água
suficiente para suprir a demanda, não sendo um problema na rede de
distribuição de cada Município.
De qualquer forma serão previstos investimentos em anéis de distribuição
juntamente com as redes de distribuição para favorecer o transporte de água
tratada.
Com esta nova configuração do sistema produtor de água, espera-se que o
atual sistema não necessite de grandes intervenções na adução de água
tratada, mas sim somente investimentos pontuais em regiões localizadas
devido ao crescimento ao longo do tempo.
61
Quanto ao caso específico de Arraial do Cabo, após o Booster Guarani existe
uma adutora de 300 mm que é responsável pelo abastecimento do Município.
Pelas demandas calculadas, será necessária a execução de mais uma adutora
também de 300 mm no ano 2.015, com extensão aproximada de 2 km. Se
considerarmos um custo de execução de R$ 360,00 / m, o custo estimado
desta obra será de R$ 720.000,00.
62
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
PROGRAMA 2 Adução de água tratada
OBJETIVO 2.1 Implantação de transporte de água tratada da nova ETA São João até os centros consumidores
FUNDAMENTAÇÃO Deverá ser instalada adutora de água tratada para o transporte da água desde a nova ETA até os centros consumidores
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Vazão de produção da ETA
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Trechos 1, 2, 3 e 4
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES DE
RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
2.1.1 Trecho 1 (DN 900 mm, extensão de 19 km) 25.650.000,00 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
2.1.2 Trecho 2 (DN 800 mm, extensão de 12 km) 14.400.000,00 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
2.1.3 Trecho 3 (DN 400 mm, extensão de 3 km) 1.350.000,00 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
2.1.4 Trecho 4 (DN 700 mm, extensão de 20 km) 21.000.000,00 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
63
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
PROGRAMA 2 Adução de água tratada
OBJETIVO 2.2 Ampliação do transporte de água tratada para Arraial do Cabo
FUNDAMENTAÇÃO Deverá ser instalada nova adutora de água tratada para o transporte da água até Arraial do Cabo
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Vazão de produção da ETA
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Trecho único
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$)
POSSÍVEIS FONTES DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
2.2.1 Trecho Único (DN 300 mm, extensão de 2
km) 720.000,00
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
64
4.2.5.2.3. Reservatórios
O Município necessitará um volume de reservação de 6.731 m³ no ano 2.033.
No próprio Município existem atualmente 3.050 m³ de reservação, conforme
mostrado no produto 4. Além destes reservatórios, que estão em território do
Município, existem outros que fazem parte do sistema e que têm uma
abrangência geral a todos os Municípios que fazem parte da concessão, que
são os seguintes: Reservatório da ETA, Morro da Crista e Vinhateiro,
totalizando uma capacidade de 12.600 m³ de reservação.
Para efeito de cálculo do déficit quanto a este quesito de cada Município,
consideraremos que estes reservatórios “gerais” fazem parte de todos os 5
Municípios, proporcionalmente à população estimada para final de plano.
A população de Arraial do Cabo para o ano 2.033 representa 9% da população
total da área de concessão. Desta forma, consideraremos que 1.134 m³ fazem
parte de Arraial do Cabo, para efeito de cálculo.
A Tabela 26 a seguir apresenta o cronograma de implantação proposto dos
reservatórios no Município.
65
Tabela 26 – Cronograma de implantação dos reservatórios
RESERVAÇÃO (M3)
ANO NECESSÁRIA EXISTENTE A
AMPLIAR BALANÇO
-1 2.012 4.351 4.184 -167
0 2.013 4.414 4.184 -230
1 2.014 4.511 4.184 1.300 -327
2 2.015 4.979 5.484 505
3 2.016 5.087 5.484 397
4 2.017 5.155 5.484 329
5 2.018 5.227 5.484 257
6 2.019 5.298 5.484 186
7 2.020 5.369 5.484 115
8 2.021 5.482 5.484 1.000 2
9 2.022 5.556 6.484 928
10 2.023 5.628 6.484 856
11 2.024 5.703 6.484 781
12 2.025 5.812 6.484 672
13 2.026 5.923 6.484 561
14 2.027 6.035 6.484 449
15 2.028 6.150 6.484 334
16 2.029 6.264 6.484 220
17 2.030 6.379 6.484 105
18 2.031 6.495 6.484 300 -11
19 2.032 6.613 6.784 171
20 2.033 6.731 6.784 53
Fonte: SERENCO, 2013
No presente trabalho serão feitos os cálculos das necessidades e, através do
cronograma, os anos que deverão ser feitos os investimentos, mas os números
são gerais para todo o Município. Os locais em que deverão ser executados
estes reservatórios deverão ser escolhidos através de projeto específico.
Será utilizado como premissa o valor, para execução dos reservatórios, de R$
600,00 / m³ (base janeiro/2013). Desta forma, o investimento será de R$
780.000,00 no ano 2.014, R$ 600.000 no ano 2.021 e R$ 180.000,00 no ano
2.031.
O valor utilizado para investimentos em reservatórios foram estimativas da
Serenco levando-se em conta projetos próprios elaborados possuindo
66
similaridade de características, tais como: reservatório apoiado em concreto
armado com necessidade de fundação profunda.
67
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
PROGRAMA 3 Reservação de água tratada
OBJETIVO 3.3 Ampliação da capacidade de reservação de água tratada de Arraial do Cabo
FUNDAMENTAÇÃO A capacidade atual de reservação de água tratada não atende à premissa de 1/3 do consumo diário
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) 1/3 do consumo diário
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Implantação de 1.300 m³ Implantação de 1.000 m³ Implantação de 300 m³
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$)
POSSÍVEIS FONTES DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
3.3.1 Implantação de 1.300 m³ de reservação 780.000,00 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
3.3.2 Implantação de 1.000 m³ de reservação 600.000,00 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
3.3.3 Implantação de 300 m³ de reservação 180.000,00 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
68
4.2.5.2.4. Rede de distribuição
Através do cadastro disponibilizado pela Prolagos foi elaborado um mapa
(conforme diagnóstico), na ocasião da elaboração do diagnóstico, com as ruas
que possuem residências mas que ainda não possuem rede de distribuição de
água.
De acordo com este mapa, existem 161 km de ruas sem rede de distribuição
no Município. No ano de 2.013 a Prolagos vem executando obras no Distrito de
Monte Alto (28.137 m) e Figueira (41.855 m) que ainda não constam no
cadastro que foi utilizado como base para este levantamento.
Subtraindo-se estes valores, chegamos a um déficit de aproximadamente 91
km de rede de distribuição que deverão ser executadas no Município.
Utilizaremos como premissa o valor, para execução das redes de distribuição
(DN 50 mm), de R$ 80,00 / m. Desta forma o valor previsto é de R$
7.280.000,00. Como existe a previsão de antecipação das metas de
atendimento, este valor deverá ser investido no ano 2.015.
Será considerada ainda uma porcentagem de 20% em relação ao total da
metragem de rede a ser executada como forma de prever alguns anéis de
distribuição (foi considerado DN 150 mm para estes anéis). Portanto serão 18
km de anéis a um custo unitário R$ 180,00/m, totalizando um investimento de
R$ 3.240.000,00.
Os valores utilizados para investimentos em redes e anéis de distribuição foram
estimativas da Serenco levando-se em conta projetos próprios elaborados
possuindo similaridade de características, tais como: locais próximos ao litoral
com necessidade de escoramento e rebaixamento de lençol freático.
69
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
PROGRAMA 4 Redes de distribuição
OBJETIVO 4.5 Execução de redes de distribuição para aumento do atendimento da população de Arraial do Cabo
FUNDAMENTAÇÃO Existem ruas com imóveis instalados ou previsão de instalação, mas que ainda não possuem rede de distribuição de água.
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) (População atendida / população da área de concessão) / 100
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Execução de 91 km
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES DE
RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
4.5.1 Execução de 91 km de redes de distribuição 7.280.000,00 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
70
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
PROGRAMA 4 Redes de distribuição
OBJETIVO 4.6 Execução de aneis de distribuição de forma a garantir o atendimento de Arraial do Cabo com o aumento de vazão
esperado
FUNDAMENTAÇÃO Com o aumento da produção e transporte de água tratada, deverão ser feitas adequações na distribuição do Município
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Atendimento da população
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Execução de 18 km
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES
DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
4.6.1 Execução de 18 km de aneis de distribuição 3.240.000,00 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
71
4.2.6 Cronograma de execução dos investimentos previstos
Como mostrado anteriormente, o contrato de concessão da Prolagos é regido
por um fluxo de caixa e uma taxa interna de retorno (TIR). Este fluxo foi gerado
a partir de um cronograma de investimentos vigente, que é o seguinte.
72
Tabela 27 – Cronograma de investimentos previstos (3º Termo Aditivo)
ITEM OBRAS 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
1 ÁGUA 12.229.260 6.268.772 19.910.938 26.503.407 3.528.568 4.789.481 3.580.652
ETA 0 0 8.014.005 10.978.095 0 0 0
1.1 Ampliação do sist. água - captação e tratamento 8.014.005 10.108.095
1.2 Sistema de tratamento de lodo 870.000
ADUTORAS 6.296.834 2.067.617 10.350.208 15.525.312 0 0 0
1.3 Ampliação sistema adutor 6.296.834 2.067.617 10.350.208 15.525.312
REDE DE DISTRIBUIÇÃO 4.402.878 3.274.156 1.546.725 0 2.389.686 2.491.851 2.421.903
1.4 ÁGUA BÚZIOS
1.4.1 Expansão distribuição de água 1.987.040 993.520
1.5 ÁGUA ARRAIAL DO CABO
1.5.1 Expansão distribuição de água 129.014 129.014 408.546 408.546 408.546 408.546
ÁGUA CABO FRIO
1.6.1 Expansão distribuição de água - 1º distrito 1.090.929 1.090.929 1.070.870 991.403 1.090.929 1.090.929
1.6.2 Expansão distribuição de água - 2º distrito 993.384 993.384 922.428 922.428 922.428
ÁGUA IGUABA GRANDE
1.7.1 Expansão distribuição de água 81.826 67.309 67.309 67.309 69.948
ÁGUA SÃO PEDRO DA ALDEIA
1.8.1 Expansão distribuição de água 120.685
1.9 RESERVATÓRIOS 1.529.548 926.999 1.138.882 2.297.630 1.158.749
Fonte: SERENCO, 2013
73
Além do ano 2.019 não há previsão de investimentos adicionais no sistema de
abastecimento de água, a não ser uma verba que foi destinada para o
crescimento vegetativo.
De acordo com os documentos da concessão, estes são todos os
investimentos necessários para o atendimento das metas vigentes.
Pelos cálculos de demandas mostrados anteriormente nota-se que os
investimentos previstos não serão suficientes para o atendimento das metas
propostas no Terceiro Termo Aditivo.
Para efeito de comparação, a tabela a seguir mostra todos os investimentos no
sistema de abastecimento de água previstos para atendimento das demandas
calculadas em toda a área de concessão.
Tabela 28 – Cronograma de investimentos estimados para a área de concessão (PMSB)
Ano Sistema produtor Adução Reservatório Rede de distribuição
PMSB PMSB PMSB PMSB
1 2.014 40.000.000,00 62.400.000,00 19.080.000,00
2 2.015 720.000,00 600.000,00 111.055.924,00
3 2.016
4 2.017
5 2.018
6 2.019
7 2.020 1.560.000,00
8 2.021 3.660.000,00
9 2.022 540.000,00
10 2.023
11 2.024
12 2.025
13 2.026 10.000.000,00
14 2.027 1.020.000,00
15 2.028 1.200.000,00
16 2.029
17 2.030
18 2.031 180.000,00
19 2.032
20 2.033
Total 50.000.000,00 63.120.000,00 27.840.000,00 111.055.924,00
Total inv. PMSB 252.015.924,00
Fonte: SERENCO, 2013
74
Se forem atualizados os valores contidos no cronograma de investimentos do
Terceiro Termo Aditivo para o ano de 2.013 pelo INCC (pois eles estão com
data base de dezembro de 2.008) e os comparando-se com os investimentos
previstos no PMSB, encontram-se as seguintes tabelas.
Tabela 29 – Comparativo de investimentos da área de concessão – PMSB x 3º Termo
Aditivo
Ano Sistema produtor Adução
PMSB 3º TA Déficit PMSB 3º TA Déficit
8.098.373,81 8.098.373,81
1 2.014 40.000.000,00 -40.000.000,00 62.400.000,00 2.659.167,35 -59.740.832,65
2 2.015 10.306.831,69 10.306.831,69 720.000,00 13.311.428,15 12.591.428,15
3 2.016 14.118.955,18 14.118.955,18 19.967.142,23 19.967.142,23
4 2.017 0,00 0,00
5 2.018 0,00 0,00
6 2.019 0,00 0,00
7 2.020 0,00 0,00
8 2.021 0,00 0,00
9 2.022 0,00 0,00
10 2.023 0,00 0,00
11 2.024 0,00 0,00
12 2.025 0,00 0,00
13 2.026 10.000.000,00 -10.000.000,00 0,00
14 2.027 0,00 0,00
15 2.028 0,00 0,00
16 2.029 0,00 0,00
17 2.030 0,00 0,00
18 2.031 0,00 0,00
19 2.032 0,00 0,00
20 2.033 0,00 0,00
Total 50.000.000,00 24.425.786,86 -25.574.213,14 63.120.000,00 44.036.111,54 -19.083.888,46
Total inv. PMSB 252.015.924,00
Total Inv. Prolagos 98.786.917,72
Total Déficit -153.229.006,28
Fonte: SERENCO, 2013
75
Tabela 30 – Comparativo de investimentos da área de concessão – PMSB x 3º Termo
Aditivo
Ano Reservatório Rede de distribuição
PMSB 3º TA Déficit PMSB 3º TA Déficit
1.967.155,47 1.967.155,47 5.662.552,30 5.662.552,30
1 2.014 19.080.000,00 1.192.215,71 -17.887.784,29 4.210.900,14 4.210.900,14
2 2.015 600.000,00 -600.000,00 111.055.924,00 1.989.246,85 -109.066.677,15
3 2.016 0,00 0,00
4 2.017 1.464.718,96 1.464.718,96 3.073.381,09 3.073.381,09
5 2.018 2.954.987,64 2.954.987,64 3.204.775,74 3.204.775,74
6 2.019 1.490.269,96 1.490.269,96 3.114.815,45 3.114.815,45
7 2.020 1.560.000,00 -1.560.000,00 0,00
8 2.021 3.660.000,00 -3.660.000,00 0,00
9 2.022 540.000,00 -540.000,00 0,00
10 2.023 0,00 0,00
11 2.024 0,00 0,00
12 2.025 0,00 0,00
13 2.026 0,00 0,00
14 2.027 1.020.000,00 -1.020.000,00 0,00
15 2.028 1.200.000,00 -1.200.000,00 0,00
16 2.029 0,00 0,00
17 2.030 0,00 0,00
18 2.031 180.000,00 -180.000,00 0,00
19 2.032 0,00 0,00
20 2.033 0,00 0,00
Total 27.840.000,00 9.069.347,74 -18.770.652,26 111.055.924,00 21.255.671,58 -89.800.252,42
Fonte: SERENCO, 2013
Verificou-se que há um déficit de mais de R$ 150.000.000,00 (cento e
cinquenta milhões) entre os investimentos necessários e os previstos pelo 3º
Termo Aditivo.
76
Tabela 31 – Cronograma de investimentos – sistema produtor
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DA ÁREA DE CONCESSÃO DA PROLAGOS
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Sistema produtor Implantação da ETA São João 1.1.1 40.000.000,00
Ampliação da ETA São João 1.1.2 10.000.000,00
Total de investimentos necessários 40.000.000,00 0,00 10.000.000,00 0,00
Tabela 32 – Cronograma de investimentos – adução de água tratada
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DA ÁREA DE CONCESSÃO DA PROLAGOS
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Adução de água tratada
Implantação de transporte de água tratada da ETA São João
2.1.1 25.650.000,00
2.1.2 14.400.000,00
2.1.3 1.350.000,00
2.1.4 21.000.000,00
Ampliação da adução para Arraial do Cabo 2.2.1 720.000,00
Total de investimentos necessários 63.120.000,00 0,00 0,00 0,00
77
Tabela 33 – Cronograma de investimentos – reservação de água tratada
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DA ÁREA DE CONCESSÃO DA PROLAGOS
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Reservação de água tratada
Ampliação da capacidade de reservação de água tratada de Cabo Frio
3.1.1 7.800.000,00
3.1.2 2.460.000,00
3.1.3 3.600.000,00
3.1.4 600.000,00
3.1.5 600.000,00
Ampliação da capacidade de reservação de água tratada de Armação dos Búzios
3.2.1 600.000,00
3.2.2 600.000,00
3.2.3 600.000,00
Ampliação da capacidade de reservação de água tratada de Arraial do Cabo
3.3.1 780.000,00
3.3.2 600.000,00
3.3.3 180.000,00
Ampliação da capacidade de reservação de água tratada de Iguaba Grande
3.4.1 2.100.000,00
3.4.2 540.000,00
Ampliação da capacidade de reservação de água tratada de São Pedro da Aldeia
3.5.1 4.800.000,00
3.5.2 960.000,00
3.5.3 1.020.000,00
Total de investimentos necessários 19.680.000,00 5.760.000,00 2.220.000,00 180.000,00
78
Tabela 34 – Cronograma de investimentos – redes de distribuição
MUNICÍPIO DE ARRIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DA ÁREA DE CONCESSÃO DA PROLAGOS
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Redes de distribuição
Execução de redes de distribuição de Cabo Frio 4.1.1 1.600.000,00
4.1.2 37.479.120,00
Execução de aneis de distribuição de Cabo Frio 4.2.1 720.000,00
4.2.2 16.865.604,00
Execução de redes de distribuição de Armação dos Búzios 4.3.1 5.600.000,00
Execução de aneis de distribuição de Armação dos Búzios 4.4.1 2.520.000,00
Execução de redes de distribuição de Arraial do Cabo 4.5.1 7.280.000,00
Execução de aneis de distribuição de Arraial do Cabo 4.6.1 3.240.000,00
Execução de redes de distribuição de Iguaba Grande 4.7.1 7.552.000,00
Execução de aneis de distribuição de Iguaba Grande 4.8.1 3.398.400,00
Execução de redes de distribuição de São Pedro da Aldeia 4.9.1 17.104.000,00
Execução de aneis de distribuição de São Pedro da Aldeia 4.10.1 7.696.800,00
Total de investimentos necessários 111.055.924,00 0,00 0,00 0,00
79
Tabela 35 – Cronograma de investimentos – resumo
MUNICÍPIO DE ARRIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DA ÁREA DE CONCESSÃO DA PROLAGOS
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Sistema produtor 40.000.000,00 0,00 10.000.000,00 0,00
Adução de água tratada 63.120.000,00 0,00 0,00 0,00
Reservação de água tratada 19.680.000,00 5.760.000,00 2.220.000,00 180.000,00
Redes de distribuição 111.055.924,00 0,00 0,00 0,00
Total de investimentos necessários 233.855.924,00 5.760.000,00 12.220.000,00 180.000,00
A soma dos investimentos, conforme mostrado nas tabelas 36 e 37, corresponde a R$ 252.015.924,00. Existe a previsão que a
Concessionária invista R$ 98.786.917,72 em valores atualizados.
O restante dos investimentos necessários, que totalizam R$ 153.229.006,28, deverá ser suportado por recursos municipais,
estaduais ou federais, levando-se em consideração que a tarifa consiga suportar apenas o aumento das despesas operacionais
devido ao aumento do atendimento da população.
80
4.2.7 Priorização dos investimentos previstos
Por se tratar de um sistema integrado, os diversos investimentos elencados
anteriormente são dependentes entre si. Por exemplo, o transporte de água
tratada depende diretamente da quantidade de água produzida pela ETA e vice
versa.
Desta forma, segue a ordem de priorização dos investimentos, seguindo da
mais prioritária para a menos prioritária:
1. Sistema produtor e adução de água tratada: estes objetivos
devem ser feitos conjuntamente e prioritariamente, já que há
déficit na atual configuração do sistema;
2. Redes de distribuição;
3. Reservação de água tratada.
Apesar da priorização aqui colocada, o ideal é o atendimento do cronograma
proposto anteriormente, já que, por este cronograma, todas as unidades do
sistema receberão investimentos simultaneamente conforme a necessidade.
81
4.2.8 Região concedida não atendida por sistema coletivo
Para a região concedida sem previsão de atendimento pela Prolagos (2% da
população) deverá haver atendimento através de soluções individuais.
Para a estimativa de investimentos desta parcela da população foram utilizadas
as seguintes premissas:
Devido à falta de informações sobre as atuais condições de
atendimento, foi considerado que todos os domicílios desta área
necessitarão de investimentos para serem atendidos;
Foi utilizada a taxa de 3,45 habitantes por domicílio;
Valor de investimento retirado do item nº 84130 (abertura poço para
cisterna terreno compacto com DN 1,0 com profundidade de 5 a 10 m)
da Tabela SINAPI (serviços) para o Estado do Rio de Janeiro (ref:
junho/2.013);
82
Tabela 36 – investimentos estimados para a área concedida não atendida por sistemas
coletivos
POPULAÇÃO NÃO ATENDIDA COM SISTEMAS COLETIVOS
ANO ÁREA
URBANA (hab.)
DOMICÍLIOS (ud)
INCREMENTO DE DOMICÍLIOS (ud)
INVESTIMENTO ESTIMADO (R$)
1 2.014 588 170 170 128.282,00
2 2.015 596 172 2 1.509,20
3 2.016 604 175 3 2.263,80
4 2.017 613 177 2 1.509,20
5 2.018 621 179 2 1.509,20
6 2.019 629 182 3 2.263,80
7 2.020 637 184 2 1.509,20
8 2.021 645 187 3 2.263,80
9 2.022 653 189 2 1.509,20
10 2.023 662 191 2 1.509,20
11 2.024 670 194 3 2.263,80
12 2.025 678 196 2 1.509,20
13 2.026 686 198 2 1.509,20
14 2.027 694 201 3 2.263,80
15 2.028 702 203 2 1.509,20
16 2.029 710 205 2 1.509,20
17 2.030 719 208 3 2.263,80
18 2.031 727 210 2 1.509,20
19 2.032 735 213 3 2.263,80
20 2.033 743 215 2 1.509,20
Total 162.239,00
83
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
PROGRAMA 5 Sistema Produtor
OBJETIVO 5.1 Implantação de soluções individuais
FUNDAMENTAÇÃO Para o atendimento da população não atendida por sistema coletivo (2%), deverão ser previstas soluções individuais
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Atendimento da população
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Implantação de soluções individuais
Implantação de soluções individuais
Implantação de soluções individuais
Implantação de soluções individuais
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$)
POSSÍVEIS FONTES DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
5.1.1 Implantação de soluções individuais 132.055,00 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
5.1.2 Implantação de soluções individuais 10.564,40 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
5.1.3 Implantação de soluções individuais 10.564,40 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
5.1.4 Implantação de soluções individuais 9.055,20 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
84
4.2.9 Propostas adicionais
Além das propostas detalhadas anteriormente de investimentos na
infraestrutura do sistema de abastecimento de água, algumas propostas
adicionais devem ser consideradas.
4.2.9.1 Qualidade do manancial (Represa de Juturnaíba)
Quanto à qualidade do manancial (Represa de Juturnaíba), que no produto 4
foram elencados problemas devido à sua deterioração, algumas ações já vem
sendo tomadas para diminuir a poluição que existe à montante da Represa,
entre elas o encerramento dos lixões de Rio Bonito e Silva Jardim (Goiabal).
No entanto, além destes lixões terem sido encerrados, é necessário que seja
feito o seu monitoramento e remediação. Estas propostas deverão ser
elencadas na elaboração dos seus respectivos Planos Municipais de
Saneamento Básico.
Outra medida importante para a diminuição da poluição à montante da Represa
é a execução do sistema de esgotamento sanitário no Município de Silva
Jardim, incluindo aí seus distritos, Araruama (Morro Grande) e também do
Município de Rio Bonito. Assim como dito anteriormente, para o Município de
Silva Jardim e Araruama, estas propostas serão feitas.
Quanto a este assunto, o Comitê de Bacia deve reservar 70% do valor líquido
que recebe para aplicação em ações de coleta e tratamento de efluentes
urbanos, valor que totalizou R$ 924.589,31 no ano de 2.011. Propõe-se que
estes valores sejam gastos com a implantação dos sistemas de esgoto nas
localidades à montante da Represa de Juturnaíba (Silva Jardim e seus distritos
e Morro Grande em Araruama).
85
Outra medida que deve ser tomada é a recomposição da mata ciliar da
Represa e dos rios que a formam.
4.2.9.2 Melhorias na Represa de Juturnaíba
Segundo relatório da empresa Prolagos, devem ser tomadas as seguintes
medidas:
Desassoreamento das proximidades do sangradouro;
Reconstrução de parte do canal de restituição da margem direita;
Reconstrução de parte do canal de restituição da margem esquerda;
4.2.9.3 Aspectos operacionais
Em relação à operação do sistema de abastecimento de água, devido
principalmente às grandes distâncias entre o manancial e os centros
consumidores, toda a água distribuída depende de diversos bombeamentos
para o seu transporte.
Estes bombeamentos, se não estiverem em funcionamento, não há
abastecimento de água para a população. Por causa desta grande importância,
propõe-se que sejam instalados grupos geradores capazes de suportar o
funcionamento dos conjuntos moto-bomba em potência máxima na principais
unidades de bombeamento (ETA, Carijojó e Sergeira), a fim de que, mesmo
que haja problemas no fornecimento de energia elétrica, o abastecimento para
a população não sofra intermitências.
Este fato (falta de fornecimento de energia elétrica) se agrava quando ocorre
em épocas de maior consumo (população sazonal), fazendo com que seja
necessário um tempo ainda maior para o pleno restabelecimento do
abastecimento de água.
86
4.2.9.4 Novos empreendimentos
Para os novos condomínios horizontais e loteamentos, o proprietário deve ser
o responsável pelo projeto e execução da rede de abastecimento de água.
Deverá haver um procedimento entre o setor responsável pela aprovação da
Prefeitura e a Concessionária para que seja estudada a possibilidade de
atendimento, as obras necessárias a este atendimento e para que o projeto
elaborado pelo empreendedor seja aprovado pela Concessionária.
4.3 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Este sistema é operado pela Prefeitura Municipal através da ESAC. Para o
sistema de esgotamento sanitário, a partir do diagnóstico levantado
anteriormente, serão feitas algumas considerações, estudos e propostas.
4.3.1 Objetivos gerais
I. Promover a expansão da rede de esgoto em consonância com o
programa de universalização dos serviços;
II. Eliminar as ligações de águas pluviais em redes coletoras de esgotos
sanitários, quando houver redes separadoras;
III. Eliminar as ligações de esgotos sanitários nas redes de drenagem de
águas pluviais, quando houver redes separadoras;
IV. Elaborar Decreto que obriga a implantação de sistemas individuais
de tratamento de esgoto em áreas desprovidas de sistema coletivo
de coleta e tratamento;
V. Implantação de programa/serviço de apoio à instalação e
manutenção de sistemas individuais de tratamento de esgoto.
VI. Qualidade de atendimento ao usuário, com respeito a prazos
estabelecidos;
87
VII. Qualidade dos produtos (atendimento aos padrões de lançamento –
Resolução CONAMA 357/05, Resolução CONAMA 430/11 e DZ 215-
R4);
VIII. Continuidade e regularidade;
IX. Metas de cobertura dos serviços, conforme cenários apresentados no
presente PMSB;
4.3.2 Metas de atendimento
4.3.2.1 ESAC
Não existem metas de atendimento à população estabelecidas pela ESAC,
tampouco planejamento de ampliação de atendimento com este serviço.
4.3.2.2 Metas de atendimento - PLANSAB
De acordo com a proposta do Plansab (Plano Nacional de Saneamento
Básico), o atendimento adequado quanto ao sistema de esgotamento sanitário
é através de coleta de esgotos seguida de tratamento ou através do uso de
fossa séptica, que será proposta para as regiões menos adensadas.
No documento referido foram definidas metas de atendimento para as diversas
regiões do País, conforme a seguir.
88
Tabela 37 – Metas para o saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %)
Encontramos para o Sudeste, um valor de 89% de atendimento, para o ano de
2.015, dos domicílios urbanos e rurais servidos por rede coletora ou fossa
séptica. Este valor sobe para 91% em 2.020 e 95% em 2.030.
O documento também previu metas para os Estados individualmente.
89
Tabela 38 – Metas para principais serviços de saneamento básico nas unidades da
federação (em %)
Olhando novamente para o indicador E1, os números para o Estado do Rio de
Janeiro são um pouco menores do que para a região Sudeste como um todo:
86% de atendimento para o ano de 2.015, 89% em 2.020 e 95% em 2.030.
O atendimento atual com fossa séptica é de difícil mensuração, até porque não
se consegue, atualmente, obter números confiáveis de sua existência, e não
somente isto, mas também informações quanto ao seu correto
dimensionamento e manutenção.
90
Utilizaremos como premissa para atendimento da população apenas aquela
atendida pelo sistema unitário ou separador.
4.3.2.3 Atendimento atual
Não foram disponibilizadas informações de forma a possibilitar o cálculo do
atendimento atual com o sistema de esgotamento sanitário. Pelas poucas
informações prestadas, 100% do Distrito Sede é atendido com este sistema,
sendo 60% deste Distrito atendido com sistema separador e o restante, 40%,
com o sistema unitário.
4.3.3 Cenários
Devido à condição atual deste sistema, conforme informações prestadas, onde
existe atendimento de 100% da população do Distrito Sede, que concentra a
maior parte da população do Município, conforme pode ser visto no produto 6,
e que 60% deste Distrito possui atendimento através do sistema separador, o
cenário desejado de atendimento da quase totalidade da população com o
sistema separador torna-se plausível devido à atual condição.
Desta forma, assim como para o sistema de abastecimento de água, será
proposto apenas 1 cenário para o sistema de esgotamento sanitário, sendo o
cenário previsível e desejado ao mesmo tempo.
Neste cenário, 98% da população urbana será atendida com redes
separadoras dentro do período do PMSB (20 anos).
91
4.3.3.1 Sistematização das informações
A tabela a seguir apresenta a aplicação do método CDP.
Tabela 39 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades
Setor C D P Fator
Existência de sistema de esgoto através de tomada em tempo seco
Padrão de lançamento de efluentes (Conama 357/05, Conama 430/11 e DZ 215-R4)
Corpo receptor Lagoa de Araruama
Elevada sazonalidade da população
Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
Inexistência de investimentos previstos
Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura
Inexistência de projetos de rede separadora
Inexistência de cobrança dos usuários através de tarifas
Inexistência de cadastro técnico do sistema existente
Necessidade de adequações internas dos imóveis para ligação na rede separadora
Falta de grupos geradores de energia elétrica nas estações elevatórias e ETE
Existência de sistema de esgotamento sanitário em operação
Existência do Consórcio Intermunicipal Lagos São João
Existência do Comitê de Bacia
Monitoramento da qualidade das águas dos corpos receptores
Busca de recursos para investimentos pela Prefeitura Municipal
Tabela 40 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão. Item Ameaças Oportunidades
I Inexistência de investimentos previstos Possibilidade de aporte de recursos Municipais, Estaduais e Federais
II Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura
Lei 11.445/2007 e Decreto 7.217/2010
III Inexistência de projetos de rede separadora PMSB prevendo recursos para a elaboração
IV Inexistência de cobrança dos usuários através de tarifas
Lei 11.445/2007 e Decreto 7.217/2010
V Inexistência de cadastro técnico do sistema existente
Possibilidade de aporte de recursos Municipais, Estaduais e Federais
VI Necessidade de adequações internas dos Imóveis para ligação na rede separadora
Lei 11.445/2007
VII Falta de grupos geradores nas estações elevatórias e ETE
Lei 11.445/2007 e Decreto 7217/2010 prevendo continuidade e regularidade
92
Tabela 41 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças
Item Ameaças Relevância
(1) Incerteza
(2) Prioridade
(3)
I Inexistência de investimentos previstos 5 5 25
II Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura 3 3 9
III Inexistência de projetos de rede separadora 5 5 25
IV Inexistência de cobrança dos usuários através de tarifas
5 5 25
V Inexistência de cadastro técnico do sistema existente
5 5 25
VI Necessidade de adequações internas dos imóveis para ligação na rede separadora
5 3 15
VII Falta de grupos geradores nas estações elevatórias e ETE
5 5 25
4.3.3.2 Cenário 1
Será utilizada como premissa, para este cenário, que o sistema unitário
existente no Distrito Sede será gradativamente substituído por redes
separadoras.
Primeiramente, a população do Distrito Sede será contemplada e, após, os
outros 3 Distritos serão atendidos, com prioridade para as bacias com maior
contingente populacional.
Foram feitas estimativas, que estão nas tabelas a seguir, de valores de
investimentos para o atendimento de 98% da população da área de concessão
com coleta e tratamento através de redes separadoras. Para isso, o Município
foi dividido em bacias conforme a topografia (estas bacias são grandes
divisões, tendo que ser ainda subdivididas em sub-bacias no momento da
elaboração dos projetos específicos).
Cada uma das bacias possui suas peculiaridades e, por este motivo, algumas
delas serão mais custosas para a execução das obras por causa da distância a
locais de bota-fora, existência de mais pavimento, etc.
93
Os valores de investimentos foram estimados de acordo com projetos e
execuções de obras em locais similares (litoral com alto nível do lençol
freático), estão com data base de janeiro de 2013 e com porcentagem de BDI =
25%. Foram utilizadas algumas premissas, que serão descritas a seguir.
Para as redes coletoras, foram medidas todas as ruas existentes através de
fotos por satélite datadas de 2.010. Foras medidas todas as ruas, inclusive as
que ainda não possuem ou que possuem pequena quantidade de imóveis, a
fim de se estimar a necessidade futura.
Para as ligações domiciliares, foi utilizado o valor de domicílios particulares
permanentes obtido pelo Censo 2.010 do IBGE atualizado para o ano de 2.013.
Desta forma obteve-se o valor necessário para o atendimento do número atual
de imóveis, não somente os que hoje são abastecidos com água pela Prolagos
e, portanto, contidas em seu sistema comercial, mas sim todos os imóveis. Foi
ainda utilizado valor contido na tabela EMOP (Empresa de Obras Públicas do
Estado do Rio de Janeiro) para esta finalidade.
Para a estimativa dos investimentos necessários para a execução das
estações elevatórias de esgoto foram utilizadas as seguintes premissas:
Utilização de bombas submersíveis e localizadas nos logradouros, sem
necessidade de terreno próprio;
Instalação de grupo gerador;
Divididas em três tipos: pequeno porte, médio porte e grande porte;
As de pequeno porte são compostas por poço de sucção e caixa de
areia, em estruturas independentes;
As de médio médio e grande porte são compostas por poço de sucção,
caixa de areia e gradeamento, em estruturas independentes;
Profundidade média;
Diâmetro externo do poço de sucção;
Diâmetro externo da caixa de areia;
Diâmetro externo do gradeamento;
94
DMT até o bota-fora;
DMT do canteiro central até o local da obra.
Execução de uma estação elevatória a cada 10.000 metros de rede
coletora;
50% do total de estações elevatórias são de pequeno porte, por bacia;
30% do total de estações elevatórias são de médio porte, por bacia;
20% do total de estações elevatórias são de grande porte, por bacia;
Com a utilização de todas estas premissas e dos valores contidos nas tabelas
EMOP e SCO Rio (formada a partir de pesquisa de preços da Fundação
Getúlio Vargas), chegou-se aos seguintes valores por unidade de estação
elevatória:
Pequeno porte = R$ 173.531,28;
Médio porte = R$ 338.424,93;
Grande porte = R$ 589.708,36.
Para a estimativa dos investimentos necessários para a execução das linhas
de recalque foram utilizadas as seguintes premissas:
Execução de 500 m de linhas de recalque para cada estação elevatória
prevista;
Valor por metro igual a 80% do valor por metro da rede coletora.
Quanto às unidades de tratamento, existe uma ETE atualmente no Município
(ETE Arraial), que possui capacidade atual de tratamento de aproximadamente
100 l/s e dispõe de tratamento a nível secundário através de lodos ativados.
Em tópico posterior deste documento, serão feitas estimativas de investimentos
para todos os componentes do sistema de esgoto e, nesta ocasião, serão feitos
os cálculos para os investimentos necessários em ETE’s.
95
O atual corpo receptor da ETE Arraial é a Lagoa de Araruama e, por este
motivo, propõe-se uma adequação da atual ETE para que esta venha a ter
remoção de nitrogênio e fósforo.
Se considerarmos como base os custos de implantação publicados no livro
intitulado “introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos”, de
autoria de Marcos Von Sperling e publicado pelo Departamento de Engenharia
Sanitária e Ambiental da UFMG, um tratamento por lodos ativados
convencional tem seu custo máximo de implantação de R$ 160,00/hab (ano
base 2.009).
Já para implantar um tratamento por lodos ativados convencional com remoção
biológica de Nitrogênio e Fósforo o custo de implantação máximo é de R$
190,00/hab. (ano base 2.009). Desta forma, o custo para que a atual ETE
passe a ter remoção de nutrientes será considerado de R$ 30,00/hab.,
enquanto que para suas ampliações, se necessário, será de R$ 190,00/hab.
Atualizando-se estes valores para janeiro de 2.013 pelo INCC, encontra-se R$
38,48 para adequação da ETE ao tratamento terciário e R$ 243,72 para as
ampliações.
Considerando-se que a vazão de 100 l/s atenda a uma população de 46.000
habitantes (coleta através de redes separadoras), o valor necessário para que
esta ETE possua tratamento terciário é estimado em R$ 1.770.080,00.
O objetivo do presente trabalho é estimar valores de investimentos, valores
estes que serão aferidos na ocasião da execução dos projetos executivos.
96
Tabela 42 – Resumo geral de investimentos
BACIA
REDE COLETORA LIGAÇÕES DOMICILIARES ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS LINHAS DE RECALQUE
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
QUANT. VALOR
TOTAL COM BDI (R$)
VALOR POR
UNIDADE (R$)
PEQ. PORTE
(un)
MÉDIO PORTE
(un)
GRANDE PORTE
(un)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
1 8.792 4.571.840,00 520,00 457 409.933,57 897,01 1 1 0 511.956,21 1.000 416.000,00 416,00
3 5.398 2.806.960,00 520,00 1.346 1.207.375,46 897,01 0 0 0 0,00 0 0,00 416,00
4 29.662 15.424.240,00 520,00 5.470 4.906.644,70 897,01 3 0 0 520.593,84 1.500 624.000,00 416,00
5 235 122.200,00 520,00 33 29.601,33 897,01 1 0 0 173.531,28 500 208.000,00 416,00
7 2.102 1.093.040,00 520,00 72 64.584,72 897,01 1 0 0 173.531,28 500 208.000,00 416,00
8 758 394.160,00 520,00 21 18.837,21 897,01 1 0 0 173.531,28 500 208.000,00 416,00
9 3.984 1.593.600,00 400,00 87 78.039,87 897,01 1 0 0 173.531,28 500 160.000,00 320,00
11 15.515 6.206.000,00 400,00 1.232 1.105.116,32 897,01 0 0 0 0,00 0 0,00 320,00
12-F 731 292.400,00 400,00 82 73.554,82 897,01 1 0 0 173.531,28 500 160.000,00 320,00
12-MA 3.394 1.357.600,00 400,00 1.003 899.701,03 897,01 0 0 0 0,00 0 0,00 320,00
13-F 12.490 4.996.000,00 400,00 1.556 1.395.747,56 897,01 2 0 0 347.062,56 1.000 320.000,00 320,00
13-MA 3.173 1.269.200,00 400,00 58 52.026,58 897,01 1 0 0 173.531,28 500 160.000,00 320,00
14-F 32.999 13.199.600,00 400,00 2.239 2.008.405,39 897,01 2 1 0 685.487,49 1.500 480.000,00 320,00
SN-1 (LP) 2.579 1.031.600,00 400,00 167 149.800,67 897,01 1 0 0 173.531,28 500 160.000,00 320,00
SN-3 (PS) 5.517 2.206.800,00 400,00 470 421.594,70 897,01 1 0 0 173.531,28 500 160.000,00 320,00
SN-4 (ER) 26.447 10.578.800,00 400,00 1.323 1.186.744,23 897,01 2 1 0 685.487,49 1.500 480.000,00 320,00
TOTAL 153.77
6 67.144.040,00
15.616 14.007.708,16
18 3 0 4.138.837,83 10.500 3.744.000,00
TOTAL GERAL 89.034.585,99
Fonte: SERENCO, 2013
97
Na Tabela anterior vemos que serão necessários mais de R$ 89.000.000,00
(oitenta e nove milhões) para a execução das ligações domiciliares, redes
coletoras, estações elevatórias e linhas de recalque, devendo-se ainda somar a
estes valores os custos com projetos e para reforma e ampliação da ETE
existente, caso seja necessário.
Ainda devemos levar em conta que o item ligações domiciliares contempla
apenas a parte que compete ao sistema público, isto é, até a divisa do lote do
imóvel. Ainda existirão custos para adequações da parte interna de cada
imóvel, o que consideramos como contra partida dos moradores, que deverão
arcar com estes custos.
Para o atendimento através das redes separadoras, serão utilizados os dados
da tabela a seguir para a estimativa da porcentagem da população atendida
por bacia.
Tabela 43 – Porcentagem de atendimento por bacia
BACIA ATENDIMENTO
1 1,00%
3 3,42%
4 15,18%
5 0,16%
7 0,35%
8 0,10%
9 0,42%
11-MA 5,89%
12-F 0,36%
12-MA 4,80%
13-F 7,39%
13-MA 0,28%
14-F 10,08%
SN-1 (LP) 0,81%
SN-3 (PS) 1,93%
SN-4 (ER) 5,83%
TOTAL 58,00%
Fonte: SERENCO, 2013
98
O Município possui, atualmente, cerca de 40% de sua população total atendida
com redes separadoras (60% da população do Distrito Sede).
Para este cenário, será utilizado um avanço de 5% ao ano no atendimento dos
domicílios com rede separadora.
Deve-se ressaltar que este índice de atendimento diz respeito somente ao
atendimento com rede separadora, não sendo o atendimento total da
população com o sistema de esgotamento sanitário, pois parte é e continuará
sendo atendida com o sistema unitário, que será gradativamente substituído
pelo sistema separador absoluto.
Com o nível de atendimento proposto, a demanda do sistema de esgoto será a
seguinte.
99
Tabela 44 – Demandas para o sistema de esgoto (redes separadoras)
POPULAÇÃO REDE DEMANDA ESGOTO L/S
ANO EQUIVALENTE %
ATEND. ATENDIDA EXT. (m)
VAZÃO DE INFILTRAÇÃO
MÉDIA MÉDIA +
INF.
-1 2.012 64.041
0 2.013 65.394 40% 26.158 53.000 10,60
1 2.014 66.764 45% 30.044 61.475 12,29 52,21 64,51
2 2.015 68.152 50% 34.076 69.950 13,99 58,80 72,79
3 2.016 69.553 55% 38.254 78.425 15,68 66,08 81,77
4 2.017 70.976 60% 42.586 85.361 17,07 73,06 90,14
5 2.018 72.448 65% 47.091 106.931 21,39 80,25 101,64
6 2.019 73.905 70% 51.734 121.930 24,39 87,59 111,98
7 2.020 75.381 75% 56.536 136.930 27,39 95,11 122,50
8 2.021 76.868 80% 61.495 145.257 29,05 103,60 132,65
9 2.022 78.378 85% 66.621 162.644 32,53 111,54 144,07
10 2.023 79.889 90% 71.900 181.039 36,21 119,65 155,86
11 2.024 81.430 95% 77.359 192.513 38,50 127,98 166,48
12 2.025 82.990 98% 81.331 206.776 41,36 134,55 175,90
13 2.026 84.567 98% 82.875 206.776 41,36 137,10 178,46
14 2.027 86.163 98% 84.440 206.776 41,36 139,69 181,05
15 2.028 87.812 98% 86.055 206.776 41,36 142,36 183,72
16 2.029 89.439 98% 87.650 206.776 41,36 145,00 186,36
17 2.030 91.081 98% 89.259 206.776 41,36 147,66 189,02
18 2.031 92.740 98% 90.885 206.776 41,36 150,35 191,71
19 2.032 94.415 98% 92.527 206.776 41,36 153,07 194,42
20 2.033 96.105 98% 94.183 206.776 41,36 155,81 197,16
Fonte: SERENCO, 2013
Para o cálculo das demandas foram utilizadas as seguintes premissas:
Simultaneidade de 70% da população flutuante;
Consumo per capita e perdas = conforme estudo da FGV para a 2ª
revisão quinquenal da Prolagos;
Vazão de infiltração = 0,2 l / s.km;
Coeficiente de retorno = 0,8.
Quanto à ETE, a capacidade atual de 100 l/s corresponde ao atendimento, de
acordo com as premissas utilizadas, de uma população de 46.000 habitantes,
se considerarmos que toda esta população possui coleta através de redes
separadoras.
100
Como o sistema unitário deverá continuar operando, sendo substituído
gradativamente pelo sistema separador, será considerado primeiramente um
investimento de adequação da atual ETE para que ela passe a ter remoção de
nutrientes e, no ano 2.017 ampliá-la a fim de atender às projeções para final de
plano.
Deverão existir, em todas as unidades de tratamento, grupos geradores a fim
de garantir o funcionamento mesmo sem o fornecimento de energia elétrica.
Também deverão existir unidades de tratamento em Monte Alto (já existe uma
ETE em implantação para 9.000 habitantes), Figueira e Pernambuca.
Quanto à priorização dos investimentos, foi analisada a possibilidade de utilizar
uma metodologia que permita hierarquizar as áreas de intervenção prioritária,
buscando assim uma solução gradual das carências dos serviços. A
metodologia analisada foi adaptada da Lei Nacional de Saneamento Básico
apresentada pelo Ministério das Cidades, do Livro I – Instrumentos das
políticas e da gestão dos serviços públicos de Saneamento Básico.
Esta metodologia possibilita uma avaliação comparativa das diversas
realidades da situação de salubridade ambiental dentro dos Municípios. Porém,
para que esta avaliação seja realizada, estes dados precisam existir por
distritos, ou bacias, ou unidades de planejamento municipais, incluindo dados
epidemiológicos, dados estes não disponíveis para o Município de Arraial do
Cabo.
Com as informações disponibilizadas atualmente seria possível apenas realizar
uma hierarquização entre os Municípios da Região, o que não se justifica. Fica
como recomendação deste Plano que o Município comece a gerar dados por
distritos , ou bacias, ou unidades de planejamento municipais, para que na
revisão do PMSB esta metodologia seja aplicada com propriedade.
101
A ordem de prioridade adotada para atendimento da população com redes
separadoras levou em conta a densidade populacional, ou seja, as bacias com
maior população serão atendidas prioritariamente, de forma a otimizar os
investimentos, fazendo com que a maior população possível seja atendida com
o mesmo valor de investimento. Desta forma, o cronograma de execução de
cada bacia é o seguinte.
102
Tabela 45 – Cenário 1 – cronograma (2.014 a 2.020)
BACIA ATENDIMENTO 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
1 1,00%
3 3,42%
4 15,18%
5 0,16%
7 0,35%
8 0,10%
9 0,42%
11-MA 5,89%
12-F 0,36%
12-MA 4,80%
13-F 7,39%
13-MA 0,28%
14-F 10,08%
SN-1 (LP) 0,81%
SN-3 (PS) 1,93%
SN-4 (ER) 5,83%
INV. REDE COLETORA, LIGAÇÕES, EEE E LR (R$)
6.135.851,01 6.135.851,01 6.135.851,01 5.075.093,24 14.277.585,11 7.442.496,76 7.442.496,76
INV. PROJETO (R$) 184.075,53 184.075,53 184.075,53 152.252,80 428.327,55 223.274,90 223.274,90
INV. ETE (R$) 1.770.080,00 0,00 0,00 6.580.440,00 2.193.480,00 0,00 0,00
INV. TOTAL (R$) 8.090.006,54 6.319.926,54 6.319.926,54 11.807.786,03 16.899.392,67 7.665.771,67 7.665.771,67
Fonte: SERENCO, 2013
103
Tabela 46 - Cenário 1 – cronograma (2.021 a 2.027)
BACIA ATENDIMENTO 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
1 1,00%
3 3,42%
4 15,18%
5 0,16%
7 0,35%
8 0,10%
9 0,42%
11-MA 5,89%
12-F 0,36%
12-MA 4,80%
13-F 7,39%
13-MA 0,28%
14-F 10,08%
SN-1 (LP) 0,81%
SN-3 (PS) 1,93%
SN-4 (ER) 5,83%
INV. REDE COLETORA, LIGAÇÕES, EEE E LR (R$)
4.705.873,41 8.818.452,57 8.902.554,63 5.626.511,22 8.335.969,24 0,00 0,00
INV. PROJETO (R$) 141.176,20 264.553,58 267.076,64 168.795,34 250.079,08 0,00 0,00
INV. ETE (R$) 0,00 2.193.480,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INV. TOTAL (R$) 4.847.049,62 11.276.486,14 9.169.631,27 5.795.306,56 8.586.048,32 0,00 0,00
Fonte: SERENCO, 2013
104
Tabela 47 - Cenário 1 – cronograma (2.028 a 2.033)
BACIA ATENDIMENTO 2028 2029 2030 2031 2032 2033
1 1,00%
3 3,42%
4 15,18%
5 0,16%
7 0,35%
8 0,10%
9 0,42%
11-MA 5,89%
12-F 0,36%
12-MA 4,80%
13-F 7,39%
13-MA 0,28%
14-F 10,08%
SN-1 (LP) 0,81%
SN-3 (PS) 1,93%
SN-4 (ER) 5,83%
INV. REDE COLETORA, LIGAÇÕES, EEE E LR (R$)
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INV. PROJETO (R$) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INV. ETE (R$) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INV. TOTAL (R$) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fonte: SERENCO, 2013
Os valores demonstrados como investimentos totais são os que deverão ser suportados, anualmente, por recursos municipais,
estaduais, federais ou pela implantação de cobrança dos usuários do sistema.
105
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PROGRAMA 1 Rede coletora, ligações domiciliares, estações elevatórias e linhas de recalque
OBJETIVO 1.1 Implantação de unidades de coleta e transporte de esgoto
FUNDAMENTAÇÃO Para aumento do atendimento da população com redes separadoras, estas unidades deverão ser implantadas
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) (População atendida / população da área de concessão) / 100
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Parte da Bacia 4 Parte das Bacias 4 e SN4 e Bacias 1, 3,
5, 7, 8, 9, 14-F e 13-F Parte da Bacia SN4 e Bacias 11-MA, 12-F, 12-MA,
13-MA, SN1 e SN3
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$)
POSSÍVEIS FONTES DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
1.1.1 Execução de parte da Bacia 4 18.407.553,03 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
1.1.2 Execução de parte das Bacias 4 e SN4 e execução
das Bacias 1, 3, 5, 7, 8, 9, 14-F e 13-F 47.761.997,86
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
1.1.3 Execução de parte da Bacia SN4 e execução das Bacias 11-MA, 12-F, 12-MA, 13-MA, SN1 e SN3
22.865.035,10 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
106
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PROGRAMA 2 Estação de tratamento de esgoto
OBJETIVO 2.1 Ampliação da ETE existente e implantação de novas ETEs
FUNDAMENTAÇÃO Com o aumento da população atendida será necessária a ampliação da ETE Arraial e a implantação de novas ETEs
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Vazão de tratamento
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Adequação da ETE Arraial Ampliação da ETE Arraial e implantação de ETEs
em Figueira e Pernambuca
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES DE
RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
2.1.1 Adequação da ETE Arraial para remoção de nutrientes
(tratamento terciário) 1.770.080,00
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
2.1.2 Ampliação da ETE Arraial para atendimento de uma
população adicional de 27.000 hab. 6.580.440,00
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
2.1.3 Implantação de nova ETE para Figueira 2.193.480,00 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
2.1.4 Implantação de nova ETE para Pernambuca 2.193.480,00 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
107
MUNICÍPIO DE ARRRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PROGRAMA 3 Projeto do sistema de esgotamento sanitário (redes separadoras)
OBJETIVO 3.1 Elaboração de projetos executivos das unidades do sistrema a serem implantadas
FUNDAMENTAÇÃO Para a execução das obras previstas neste cenário, é necessária a existência de projetos executivos
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Bacias atendidas
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Projetos dos itens 1.1.1 e 2.1.1 e cadastro do sistema existente
Projetos dos itens 1.1.2, 2.1.2, 2.1.3 e 2.1.4 Projetos do item 1.1.3
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$)
POSSÍVEIS FONTES DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
3.1.1 Elaboração de projetos para unidades dos itens
1.1.1 e 2.1.1, incluindo cadastro do sistema existente
1.052.226,59 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
3.1.2 Elaboração de projetos para unidades dos itens
1.1.2, 2.1.2, 2.1.3 e 2.1.4 1.432.859,94
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
3.1.3 Elaboração de projetos para o item 1.1.3 685.951,05 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
108
Tabela 48 – Investimentos necessários – redes coletoras, ligações domiciliares, estações elevatórias e linhas de recalque
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Rede coletora, ligações
domiciliares, EEE e linhas de recalque
Implantação de unidades de coleta e transporte de esgoto
1.1.1 18.407.553,03
1.1.2 47.761.997,86
1.1.3 22.865.035,10
Total de investimentos necessários 18.407.553,03 47.761.997,86 22.865.035,10 0,00
Tabela 49 – Investimentos necessários – ETE
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
ETE Ampliação da ETE Arraial e implantação de
novas ETEs
2.1.1 1.770.080,00
2.1.2 6.580.440,00
2.1.3 2.193.480,00
2.1.4 2.193.480,00
Total de investimentos necessários 1.770.080,00 10.967.400,00 0,00 0,00
109
Tabela 50 – Investimentos necessários – Projetos
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Projetos Elaboração de projetos executivos
3.1.1 1.052.226,59
3.1.2 1.432.859,94
3.1.3 685.951,05
Total de investimentos necessários 1.052.226,59 1.432.859,94 685.951,05 0,00
Tabela 51 – Investimentos necessários – Resumo
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Rede coletora, ligações domiciliares, EEE e linhas de recalque 18.407.553,03 47.761.997,86 22.865.035,10 0,00
ETE 1.770.080,00 10.967.400,00 0,00 0,00
Projetos 1.052.226,59 1.432.859,94 685.951,05 0,00
Total de investimentos necessários 21.229.859,62 60.162.257,80 23.550.986,15 0,00
111
Tabela 52 – Investimentos previstos – Cenário 1
Ano Investimentos totais
Cenário 1
2014 8.590.006,54
2015 6.319.926,54
2016 6.319.926,54
2017 11.807.786,03
2018 16.899.392,67
2019 7.665.771,67
2020 7.665.771,67
2021 4.847.049,62
2022 11.276.486,14
2023 9.169.631,27
2024 5.795.306,56
2025 8.586.048,32
2026 0,00
2027 0,00
2028 0,00
2029 0,00
2030 0,00
2031 0,00
2032 0,00
2033 0,00
Total 104.943.103,57
Fonte: SERENCO, 2013
Para a região concedida mas sem previsão de atendimento com sistemas
coletivos deverá haver atendimento através de soluções individuais.
Para a estimativa de investimentos desta parcela da população foram utilizadas
as seguintes premissas:
Devido à falta de informações sobre as atuais condições de
atendimento, foi considerado que todos os domicílios desta área
necessitarão de investimentos para serem atendidos;
Foi utilizada a taxa de 3,45 habitantes por domicílio;
Valor de investimento retirado dos itens nº 74197/001 e 74198/002 da
Tabela SINAPI (serviços) para o Estado do Rio de Janeiro (ref:
junho/2.013) correspondentes à execução de fossa séptica e
sumidouro;
112
Tabela 53 – Investimentos previstos para a área sem previsão de atendimento por
sistemas coletivos
POPULAÇÃO NÃO ATENDIDA COM SISTEMAS COLETIVOS
ANO ÁREA
URBANA (hab.)
DOMICÍLIOS (ud)
INCREMENTO DE DOMICÍLIOS (ud)
INVESTIMENTO ESTIMADO (R$)
1 2.014 588 170 170 544.069,70
2 2.015 596 172 2 6.400,82
3 2.016 604 175 3 9.601,23
4 2.017 613 177 2 6.400,82
5 2.018 621 179 2 6.400,82
6 2.019 629 182 3 9.601,23
7 2.020 637 184 2 6.400,82
8 2.021 645 187 3 9.601,23
9 2.022 653 189 2 6.400,82
10 2.023 662 191 2 6.400,82
11 2.024 670 194 3 9.601,23
12 2.025 678 196 2 6.400,82
13 2.026 686 198 2 6.400,82
14 2.027 694 201 3 9.601,23
15 2.028 702 203 2 6.400,82
16 2.029 710 205 2 6.400,82
17 2.030 719 208 3 9.601,23
18 2.031 727 210 2 6.400,82
19 2.032 735 213 3 9.601,23
20 2.033 743 215 2 6.400,82
Total 688.088,15
113
MUNICÍPIO DE ARRIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PROGRAMA 4 Tratamento
OBJETIVO 4.1 Implantação de soluções individuais
FUNDAMENTAÇÃO Para o atendimento da população não atendida por sistema coletivo (2%) deverão ser previstas soluções individuais.
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Atendimento da população
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Implantação de soluções individuais
Implantação de soluções individuais Implantação de soluções individuais Implantação de soluções individuais
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$)
POSSÍVEIS FONTES DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
4.1.1 Implantação de soluções individuais 560.071,75 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
4.1.2 Implantação de soluções individuais 44.805,74 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
4.1.3 Implantação de soluções individuais 44.805,74 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
4.1.4 Implantação de soluções individuais 38.404,92 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
114
4.3.3.3 Propostas adicionais
4.3.3.3.1. Aspectos operacionais
Quanto ao aspecto operacional do sistema de esgotamento sanitário, é
necessário que se garanta seu pleno funcionamento mesmo com falta de
fornecimento de energia elétrica, evitando a contaminação do meio ambiente
com a sua parada temporária. Desta forma propõe-se que sejam instalados
grupos geradores em todas as estações elevatórias e também nas unidades de
tratamento.
4.3.3.3.2. Novos empreendimentos
Para os novos condomínios horizontais e loteamentos, o proprietário deve ser o
responsável pelo projeto e execução da rede de esgotamento sanitário. Deverá
haver um procedimento entre o setor responsável pela aprovação da Prefeitura
e a Concessionária para que seja estudada a possibilidade de atendimento, as
obras necessárias a este atendimento e para que o projeto elaborado pelo
empreendedor seja aprovado pela Concessionária.
Caso não haja possibilidade de interligação com o sistema existente, o
empreendimento deverá contar com unidade de tratamento própria, aprovada
pelo órgão ambiental e, caso não haja, corpo receptor próximo, o esgoto
tratado poderá ser lançado na galeria de água pluvial.
4.4 Tarifas
Como visto anteriormente, o sistema de abastecimento de água é concedido à
iniciativa privada, sendo este sistema remunerado através de cobrança
tarifária. Devido aos investimentos necessários mostrados para o sistema de
água, fez-se um estudo sobre a atual tarifa cobrada pela Concessionária a fim
115
de se estimar qual parcela de investimentos pode ser suportado via cobrança
tarifária, estudo este que está detalhado no produto 7.
Através de comparações feitas entre as tarifas atuais da Prolagos e as tarifas
também atuais da CEDAE, da SABESP e também valores disponibilizados pelo
SNIS (sistema nacional de informações sobre saneamento) de tarifas médias
praticadas pelos prestadores de serviços em todo o Brasil, chegou-se à
conclusão que a atual tarifa da Prolagos está no limite superior, sendo mais
elevada do que a grande maioria dos prestadores no Brasil.
Isto não quer dizer que o valor cobrado é abusivo ou injusto, já que os valores
são calculados e estabelecidos conforme regras contratuais e aprovados pela
Agência Reguladora e Poder Concedente. Quer dizer apenas que, no caso dos
Municípios atendidos pela Prolagos, a situação local encontrada anteriormente
à concessão dos serviços à iniciativa privada fez com que fosse preciso um
valor maior de tarifa para cobrir os gastos com investimentos e operação dos
sistemas.
A partir destas informações, conclui-se que aumentos tarifários devem ser
evitados e que os valores necessários para a execução das obras de água não
previstas no atual contrato (Plano de investimentos constante no Terceiro
Termo Aditivo) devem ser financiadas por outras fontes que não a arrecadação
através da cobrança de tarifas dos usuários.
Quanto às despesas operacionais, poderá haver um aumento, pois os volumes
tratados e transportados aumentarão. Desta forma sugere-se que este
aumento das despesas seja coberto via cobrança tarifária.
Quanto ao sistema de esgoto, não é cobrada, atualmente, tarifa dos usuários,
cobrança esta deverá começar a ser feita.
Para simular as receitas do sistema de esgoto se as tarifas fossem cobradas
dos usuários, foi considerado o fluxo de caixa da Concessão da Prolagos onde
116
existe detalhada a receita esperada para o sistema de esgoto de Arraial do
Cabo (data base dezembro/2008), conforme Tabela 5. Se estes valores forem
atualizados pelo INCC (índice nacional de custo da construção) e comparados
com os investimentos estimados, chega-se à Tabela 54.
Tabela 54 – Comparativo receitas x investimentos
Ano Investimentos totais Receitas (tarifa
Prolagos) Cenário 1
2014 8.590.006,54 3.799.146,72
2015 6.319.926,54 3.947.048,50
2016 6.319.926,54 4.100.094,70
2017 11.807.786,03 4.260.857,51
2018 16.899.392,67 4.428.050,83
2019 7.665.771,67 4.604.246,87
2020 7.665.771,67 4.786.873,42
2021 4.847.049,62 4.978.502,69
2022 11.276.486,14 5.468.507,73
2023 9.169.631,27 5.671.711,93
2024 5.795.306,56 5.806.752,69
2025 8.586.048,32 5.943.079,55
2026 0,00 6.084.550,82
2027 0,00 6.227.308,20
2028 0,00 6.375.209,98
2029 0,00 6.525.683,97
2030 0,00 6.680.016,27
2031 0,00 6.838.206,87
2032 0,00 6.998.969,68
2033 0,00 7.164.876,90
Total 104.943.103,57 110.689.695,84
Fonte: SERENCO, 2013
117
Figura 4 – Comparativo receitas x investimentos
Fonte: SERENCO, 2013
Os valores encontrados estão muito próximos, mas deve-se considerar que há
um desencaixe no início do período, onde os investimentos são maiores do que
as receitas, e levar também em conta que estes valores não consideram as
despesas operacionais.
Com isso percebe-se que não há sustentabilidade mesmo se for aplicada a
tarifa da Prolagos, mas se isso for feito, a necessidade de aportes públicos
reduz significativamente.
Portanto, considerando a possibilidade de aporte de recursos do Estado para
realização de obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário de
Arraial do Cabo, mediante a garantia, por parte do município, da capacidade de
gestão dos sistemas, e que a operação atual da ETE existente é inadequada,
uma alternativa para a melhoria da gestão e para viabilizar os investimentos
necessários é a de conceder os serviços de esgotamento sanitário à
Concessionária Prolagos.
118
4.5 Educação ambiental
É de suma importância que, além dos investimentos para a implantação dos
sistemas de água e esgoto, tenha uma educação ambiental constante da
população usuária destes sistemas.
Pensando nisso, existe uma obrigatoriedade da Agenersa que a Prolagos
realize um plano de educação ambiental em conjunto com o Comitê de Bacia,
que é apresentado para aprovação da Agenersa.
Os programas em andamento foram listados no diagnóstico.
119
5. DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
5.1 Introdução
A proposta Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), editada em 2011 pelo
Governo Federal, no capítulo correspondente a avaliação política-institucional,
detalha alguns aspectos particulares da gestão e prestação de serviços de
drenagem e manejo de águas pluviais urbanas:
“Dos quatro componentes do setor de saneamento, os serviços de
drenagem e manejo de águas pluviais urbanas são os que apresentam
maior carência de políticas e organização institucional. A urbanização
acelerada e caótica, com a falta de disciplinamento do uso e ocupação
do solo, inclusive das áreas de inundação natural dos rios urbanos, e,
ainda, a falta de investimentos em drenagem das águas pluviais,
resultou no aumento das inundações nos centros urbanos de maneira
dramática. Também o uso do sistema de drenagem para esgotamento
sanitário doméstico e industrial, a não existência de medidas
preventivas nas áreas sujeitas à inundação e a predominância de uma
concepção obsoleta nos projetos de drenagem tem contribuído para a
ampliação dessa problemática. O financiamento das ações é dificultado
pela ausência de taxas ou de formas de arrecadação de recursos
específicos para o setor.”
“No conjunto do País, dados da PNSB 2008 indicam que 70,5% dos
municípios possuíam serviços de drenagem urbana, sendo que esse
índice era maior nas Regiões Sul e Sudeste. A existência de um
sistema de drenagem é fortemente associada ao porte da cidade.
Todos os 66 municípios brasileiros com mais de 300.000 habitantes, no
ano 2000, independentemente da região em que se encontram,
dispunham de um sistema de drenagem urbana, enquanto que, para
municípios com até 20 mil habitantes, o índice de municípios com
sistema de drenagem se encontrava abaixo da média nacional. Em
2008, 99,6% dos municípios tinham seus sistemas de drenagem
administrados diretamente pelas prefeituras, sendo
120
predominantemente vinculados às secretarias de obras e serviços
públicos. Apenas 22,5% dos municípios do País declararam possuir
plano diretor de drenagem urbana.”
5.2 Sistematização das informações
A tabela a seguir apresenta a aplicação do método CDP.
121
Tabela 55 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades
Setor C D P Fator
Falta de mapeamento atualizado de áreas de risco de alagamentos e deslizamentos com a participação das Associações de Bairros
Inexistência de indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade do atual sistema de drenagem
Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
Impermeabilização elevada dos solos urbanos pela pavimentação de vias, calçadas, telhados, pisos e pátios
Falta de um arranjo institucional especifico para a gestão de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas
Inexistência de regulamento com procedimentos para projeto, construção, operação e manutenção do sistema de drenagem
Desmatamentos e ocupação desordenada de encostas e aterramento de brejais e lagoas ocorridos na Zona Urbana e Distritos de Monte Alto e Figueira
Baixo índice pluviométrico da região
Existência de Plano Diretor
Inexistência de cadastro georreferenciado de redes pluviais
Existência de Grupo de Trabalho – Mudanças climáticas, junto ao Comitê de Bacias – CBHLSJ
Existência do Consórcio Intermunicipal Lagos São João
Existência de diferentes programas de apoio estabelecidos pela SEA/INEA
Inexistência de Plano de Contingências de Proteção e Defesa Civil – PLANCON
Existência de Plano da Bacia Hidrográfica da Região dos Lagos e do Rio São João
Monitoramento da qualidade das águas dos corpos receptores de águas pluviais mais esgotos sanitários tratados
Existência do sistema de tomada em tempo seco, operado pela ESAC, utilizando a rede de drenagem de águas pluviais para coleta dos esgotos sanitários
Mau dimensionamento das redes de micro e macrodrenagem, projetadas em épocas passadas, sem considerar a atual expansão da malha urbana e aumento das áreas impermeáveis
122
Setor C D P Fator
Dre
na
ge
m e
Ma
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jo d
e Á
gua
s
Plu
via
is U
rban
as
Necessidade de busca de nova solução para drenagem de águas pluviais e coleta de esgotos sanitários através de sistema separativo
Existência de comporta para controle de nível de descarga de águas pluviais e esgotos sanitários, operado pela Prefeitura Municipal de Arraial do Cabo
Inexistência de redes de drenagem nos Distritos de Figueira e Monte Alto
Inexistência de Plano Diretor de Drenagem, definindo áreas de intervenção prioritária e prazos de execução
Existência de áreas de amortecimento de cheias (Lagoa da Prainha)
Assinatura de Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério Italiano do Meio Ambiente e da Tutela do Território e do Mar e o INEA/DIMFIS, tendo em vista a otimização da gestão de risco de desastres naturais.
123
Tabela 56 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão.
Item Ameaças Oportunidades
I Falta de mapeamento atualizado de áreas de risco de alagamentos e deslizamentos
Apoio da Defesa Civil Estadual e local. Verbas disponíveis no PAC Prevenção
II
Inexistência de indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade do atual sistema de drenagem
Existência de diferentes programas de apoio estabelecidos pela SEA/INEA. Monitoramento pela INEA, da qualidade das águas dos corpos receptores de águas pluviais mais esgotos sanitários tratados pela ESAC.
III
Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
Existência de Plano Diretor Municipal de Desenvolvimento Sustentável
IV
Impermeabilização elevada dos solos urbanos pela pavimentação de vias, calçadas, telhados, pisos e pátios
Baixo índice pluviométrico da Região.
V
Falta de um arranjo institucional especifico para a gestão de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas
Existência de Consórcio Intermunicipal Lagos São João. PLANSAB exige definição institucional para gestão da drenagem e manejo de águas pluviais
VI
Inexistência de regulamento com procedimentos para projeto, construção, operação e manutenção do sistema de drenagem
Existência de Grupo de Trabalho – Mudanças Climáticas junto ao Comitê de Bacias – CBHLSJ. Existência de Plano de Bacia Hidrográfica da Região dos Lagos e do Rio São João.
VII
Desmatamentos e ocupação desordenada de encostas e aterramento de brejais e lagoas ocorridos na Zona Urbana e Distritos de Monte Alto e Figueira
Existência de Plano Diretor Municipal de Desenvolvimento Sustentável
VIII
Inexistência de cadastro georreferenciado de redes pluviais
Utilização da rede de drenagem para coleta de esgoto sanitário, podendo haver uma cooperação com a ESAC para o cadastro da rede
IX
Inexistência de Plano de Contingências de Proteção e Defesa Civil – PLANCON
Defesa Civil em fase de estruturação subordinada à Secretaria Municipal de Ordem Pública. Assinatura de Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério Italiano do Meio Ambiente e da Tutela do Território e do Mar e o INEA/DIMFIS, tendo em vista a otimização da gestão de risco de desastres naturais.
X Existência do sistema de tomada em tempo seco, operado pela Empresa ESAC, utilizando a rede de drenagem de
Necessidade de busca de nova solução para drenagem de águas pluviais e coleta de esgotos sanitários através de sistema
124
Item Ameaças Oportunidades
águas pluviais para coleta dos esgotos sanitários
separativo. Barramentos nos corpos hídricos através de cordão interceptor, estações elevatórias e de tratamento de esgotos.
XI
Mau dimensionamento das redes de micro e macrodrenagem, projetadas em épocas passadas, sem considerar a atual expansão da malha urbana e aumento das áreas impermeáveis
Recomposição continua de pavimentos afundados após precipitações pluviométricas significativas.
XII
Inexistência de redes de drenagem nos Distritos de Figueira e Monte Alto
Novos loteamentos e condomínios construídos e em projeto na região. Início das obras de rede separativa de esgoto sanitário nos distritos de Monte Alto e Figueira
XIII
Inexistência de Plano Diretor de Drenagem, definindo áreas de intervenção prioritária e prazos de execução
--------------------------
Tabela 57 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças. Item Ameaças Relevância
(1) Incerteza
(2) Prioridade
(3)
I Falta de mapeamento atualizado de áreas de risco de alagamentos e deslizamentos
5 5 25
II Inexistência de indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade do atual sistema de drenagem
3 3 09
III Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
5 3 15
IV Impermeabilização elevada dos solos urbanos pela pavimentação de vias, calçadas, telhados, pisos e pátios
5 5 25
V Falta de um arranjo institucional especifico para a gestão de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas
5 5 25
VI
Inexistência de regulamento com procedimentos para projeto, construção, operação e manutenção do sistema de drenagem
5 3 15
VII
Desmatamentos e ocupação desordenada de encostas e aterramento de brejais e lagoas ocorridos na Zona Urbana e Distritos de Monte Alto e Figueira
5 3 15
VIII Inexistência de cadastro georreferenciado de redes pluviais
5 5 25
IX Inexistência de Plano de Contingências de Proteção e Defesa Civil – PLANCON
5 5 25
X
Existência do sistema de tomada em tempo seco, operado pela Empresa ESAC, utilizando a rede de drenagem de águas pluviais para coleta dos esgotos sanitários
5 3 15
125
Item Ameaças Relevância (1)
Incerteza (2)
Prioridade (3)
XI
Mau dimensionamento das redes de micro e macrodrenagem, projetadas em épocas passadas, sem considerar a atual expansão da malha urbana e aumento das áreas impermeáveis
3 3 09
XII Inexistência de redes de drenagem nos Distritos de Figueira e Monte Alto
5 3 15
XIII Inexistência de Plano Diretor de Drenagem, definindo áreas de intervenção prioritária e prazos de execução
5 5 25
Convergências das Ameaças Críticas
Após a definição dos valores de prioridades, as ameaças foram agrupadas em
quatro itens: Hidrologia, Microdrenagem, Macrodrenagem, Defesa Civil e
Gestão do Sistema.
A seguir estão apresentadas ameaças agrupadas, e ordenadas de acordo com
as que receberam maior pontuação, consideradas de maior prioridade para
busca de ações:
5.2.1 Hidrologia
Tabela 58 – Ameaças programa 1 - Hidrologia
Item Ameaça Prioridade
VI Inexistência de regulamento com procedimentos para projeto, construção, operação e manutenção do sistema de drenagem
15
15
5.2.2 Microdrenagem
Tabela 59 – Ameaças programa 2 - Microdrenagem
Item Ameaça Prioridade
IV Impermeabilização elevada dos solos urbanos pela pavimentação de vias, calçadas, telhados, pisos e pátios
25
VIII Inexistência de cadastro georreferenciado de redes pluviais 25
X Existência do sistema de tomada em tempo seco, operado pela Empresa ESAC, utilizando a rede de drenagem de águas pluviais para coleta dos esgotos sanitários
15
XII Inexistência de redes de drenagem nos Distritos de Figueira e Monte Alto
15
XI Mau dimensionamento das redes de micro e macrodrenagem, projetadas em épocas passadas, sem considerar a atual
09
126
expansão da malha urbana e aumento das áreas impermeáveis
89
5.2.3 Macrodrenagem
Tabela 60 – Ameaças programa 3 - Macrodrenagem
Item Ameaça Prioridade
XIII Inexistência de Plano Diretor de Drenagem, definindo áreas de intervenção prioritária e prazos de execução
25
25
5.2.4 Defesa Civil
Tabela 61 – Ameaças programa 4 – Defesa Civil
Item Ameaça Prioridade
I Falta de mapeamento atualizado de áreas de risco de alagamentos e deslizamentos
25
IX Inexistência de Plano de Contingências de Proteção e Defesa Civil – PLANCON
25
50
5.2.5 Gestão do Sistema
Tabela 62 – Ameaças programa 5 – Gestão do Sistema
Item Ameaça Prioridade
V Falta de um arranjo institucional especifico para a gestão de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas
25
VII Desmatamentos e ocupação desordenada de encostas e aterramento de brejais e lagoas ocorridos na Zona Urbana e Distritos de Monte Alto e Figueira
15
III Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
15
II Inexistência de indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade do atual sistema de drenagem
09
64
Pela pontuação das ameaças é possível observar que a Microdrenagem
apresenta o maior número de pontos, seguida pela Gestão do Sistema, Defesa
Civil, Macrodrenagem e por último, pela Hidrologia.
O modelo aplicado poderia conduzir a situações diferenciadas, priorizando as
outras ameaças. Combinando-se entre si as convergências pontuadas nos
cinco setores selecionados é possível estabelecer a seguinte estrutura básica
alternativa.
128
Sendo possível a seguinte integração.
Figura 6 – Integração das Alternativas
Fonte: SERENCO, 2013
Por esta imagem, é possível verificar que a pontuação da Gestão do Sistema
acrescida de Defesa Civil alcançou 114 pontos e a pontuação de
Microdrenagem, Macrodrengem e Hidrologia alcançou 129 pontos. Esses
números sugerem a montagem dos cenários a partir da Gestão do Sistema e
Defesa Civil e então Hidrologia, Microdrenagem e Macrodrenagem.
Para melhor entendimento metodológico e para o detalhamento dos
prognósticos pesquisados optou-se pela seguinte sequência:
Hidrologia;
Microdrenagem;
Macrodrenagem;
Gestão do Sistema, e,
Defesa Civil.
5.3 Cenários MILOGRANA, J (2009)
A tese de doutorado MILOGRANA.J, Sistemática de Auxílio à Decisão para a
Seleção de Alternativas de Controle de Inundações Urbanas, UNB, 2009,
Brasília/DF, apresenta contribuições bastante interessantes para a construção
de cenários, as quais destacam-se a seguir:
129
a) Inundações lentas ou fluviais, em regiões planas;
b) Inundações rápidas ou por chuvas torrenciais;
c) Inundações por escoamento urbano, em pequenas bacias até 10km2;
d) Inundações pelas torrentes, em áreas com declividades acima de 6%;
e) Submersões marinhas;
f) Inundações estuarinas;
g) Inundações por remanso da rede de drenagem pluvial, e,
h) Inundações por elevação do nível do Lençol Freático.
Dessas, as mais representativas para a Região dos Lagos, são: a), b), c), d) e
g).
Outra contribuição refere-se a elaboração de mapa com curvas de cheias (cota
vermelha) com definição de inundação x prejuízo para diferentes categorias de
propriedades, com publicação de Manuais Blue, Red e Yellow, recomendados
pelo MOFHRC – Middlesex Polytechnic Fload Hazard Research Center, do
Reino Unido, para definição de danos causados pelas inundações.
Ainda, são relacionadas algumas medidas mitigadoras a serem levadas em
consideração, tais como:
a) Poços de infiltração;
b) Valas, valetas e planos de infiltração;
c) Trincheiras de infiltração e detenção;
d) Pavimentos permeáveis com estrutura de detenção e infiltração;
e) Telhados armazenadores;
f) Bacias de retenção ou detenção de cheias:
i. A céu aberto (parques urbanos);
ii. Áreas úmidas;
iii. Bacias subterrâneas.
g) Diques, e,
h) Canais de desvio.
130
Finalmente, sugere que o aumento na eficiência do escoamento poderá se dar
através de:
a) Dragagem (limpeza) de tubulações, galerias, canais e leitos de rios;
b) Substituições dos revestimentos de canais, e,
c) Retificação de canais.
Recomenda também, que os projetos deverão obedecer os critérios
hidrológicos determinados para a Região, bem como a vulnerabilidade
(susceptibilidade e valor) das áreas sujeitas às inundações.
A partir dessas principais considerações propõem a construção de quatro
cenários.
A. Sem medidas de controle de inundações, ou seja, desocupação das
áreas alagadas com relocações;
B. Controle de cheias através de barramentos;
C. Construção de diques de contenção, com adequação de pontes e faixas
de domínio com canais paralelos, e,
D. Sistema de Previsão e Alerta pela instalação de sensores de
precipitação de nível, datalogger, transmissor e software de
comunicação.
5.4 Cenários PLANSAB
O Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB, orientou-se pela
realização de cinco Seminários Regionais, um em cada Região do País,
apoiado em diversos eventos, os quais possibilitaram a construção de três
cenários plausíveis (hipóteses) para a Política de Saneamento Básico no
Brasil, apoiados em:
Política macroeconômica;
Papel do Estado/Marco Regulatório/Relação Interfederativa;
Gestão, Gerenciamento, Estabilidade e Continuidade de Políticas
Públicas, Participação e Controle Social;
131
Investimentos no setor, e,
Matriz Tecnológica/Disponibilidade de Recursos Hídricos.
Dos três cenários construídos o Cenário 1 foi eleito como o de preferência para
a Política de Saneamento Básico no País.
Para a consolidação do cenário normativo proposto, foram elencados 23
indicadores (07 para o abastecimento de águas, 06 para o esgotamento
sanitário, 05 para os resíduos sólidos, 04 para a gestão e o planejamento, e, 01
para a drenagem e o manejo das águas pluviais urbanas), sendo estabelecidas
metas para cada indicador nas diferentes macrorregiões do País, para os anos
2015, 2020 e 2030.
Ainda para drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, quatro
componentes básicos foram considerados:
A implantação de sistemas de drenagem nas áreas de expansão
urbana;
A reposição desses ao longo do horizonte de simulação;
A reposição dos sistemas de drenagem clássicos (macrodrenagem)
existentes nos municípios, ao longo do período, tendo por foco a
redução do risco de inundação, e,
Adequação dos sistemas de drenagem em áreas urbanizadas que
sofrem com inundações.
Não se incluem os custos relacionados a desapropriação ou aquisição de
terrenos, nem as obras de microdrenagem. Os custos para a expansão e
reposição dos sistemas de drenagem foram estimados para a Região Sudeste,
conforme segue:
132
Tabela 63 - Necessidade de investimentos em drenagem e manejo de águas pluviais urbanas entre o ano base de 2011 e os anos 2015, 2020 e 2030.
Natureza dos Investimentos 2011 a 2015
2011 a 2020
2011 a 2030
Expansão 2.832 5.520 8.568
Reposição 1.535 3.023 6.083
Total (x) 4.367 8.543 14.651 (x)
em milhões de reais. Fonte: PLANSAB, 2011.
Ainda o PLANSAB, 2011, detalha que em média 36% dos investimentos em
expansão correspondem à implantação de sistemas em áreas de expansão
urbana e 64% correspondem aos custos associados aos danos nas áreas já
urbanizadas. Em reposição, em média, no País, 63% correspondem à
reposição do patrimônio atualmente existente e 37% à reposição dos sistemas
que serão implantados em áreas de expansão urbana. Logo, em termos de
necessidades de investimentos totais em medidas estruturais e estruturantes
para atendimento das metas estabelecidas foram estimados os valores
detalhados na tabela a seguir em milhões de reais, para todo o País.
Tabela 64 - Necessidade de investimentos totais em drenagem e manejo de águas pluviais urbanas para o País.
Medidas 2015 2020 2030
Estruturais 6.480 12.768 21.817
Estruturantes 10.694 21.099 33.317
Totais 17.173 33.867 55.134 Fonte: PLANSAB, 2011.
Como metas estipuladas para a Região Sudeste, em termos de drenagem e
manejo de águas pluviais urbanas, o indicador recomendado foi o D1 - % de
municípios com inundações e/ou alagamentos ocorridos na área urbana, nos
últimos cinco anos, correspondendo a 51% em 2008, e previsto em 15%, para
2030.
Em termos de gestão dos serviços de saneamento básico, na qual se inclui a
drenagem e o manejo das águas pluviais urbanas, o PLANSAB, 2011, define
as seguintes metas para a Região Sudeste:
133
Tabela 65 – Metas para gestão dos serviços de saneamento básico na Região Sudeste do País (em %).
INDICADOR ANO (%)
G1.(%)de municípios com órgão de planejamento para as ações e serviços de saneamento básico
2015 40
2020 60
2030 80
G2. (%) de municípios com Plano de Saneamento Básico ou Ambiental
2015 60
2020 80
2030 100
G3.(%)de municípios com serviços públicos de saneamento básico fiscalizados e regulados
2015 40
2020 60
2030 80
G4.(%) de municípios com instância de controle social das ações e serviços de saneamento básico (Conselho de Saneamento ou outro)
2015 60
2020 80
2030 100 Fonte: PLANSAB, 2011.
5.5 Cenário Proposto
Em função do exposto e das ameaças críticas detectadas para o Município de
Arraial do Cabo, sugere-se como Cenário Principal, a redução das inundações
e/ou alagamentos nas áreas urbanas do Município (Sede e Distritos de Monte
Alto e Figueira) através de metas, programas e ações a seguir detalhadas.
Serão levadas em consideração recomendações de desocupação de áreas
alagadas com relocações, execução de barramentos para regularização de
vazões e retenção de cheias, incentivo às ações mitigadoras, instalação de
Sistema de Previsão e Alerta, bem como a instituição de órgão de
planejamento e execução de serviços e obras programadas, a elaboração de
Plano Diretor de Drenagem e finalmente a consolidação do Controle Social
pela atuação efetiva do Conselho Municipal de Meio Ambiente/Saneamento
Básico.
A figura a seguir resume o anteriormente exposto.
134
Figura 7 – Cenários – Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas
Fonte: SERENCO, 2013
5.6 Metas, programas e ações
Detalham-se a seguir, as principais metas a serem observadas quando da
implementação do PMSB.
5.6.1 Metas qualitativas
Destacam-se as seguintes:
1. Criar em seus cidadãos uma consciência de preservação dos recursos
hídricos e naturais, através de campanhas, cursos curriculares na Rede
Municipal de Ensino e em eventos específicos;
2. Coibir o lançamento de águas servidas e esgotos sanitários, com ou
sem tratamento, na rede de galerias de águas pluviais, que deverão ter
o destino adequado em rede apropriada;
3. Promover a preservação e recuperação de nascentes;
4. Promover a conservação da rede hidrológica, inclusive com a
revegetação de mata ciliar e a renaturalização de canalizações;
135
5. Promover o controle de erosão em terraplenagens e em terrenos
desprovidos de vegetação;
6. Promover o controle de assoreamento dos corpos d’água;
7. Coibir a deposição de materiais ao longo dos corpos d’água, em
especial os resíduos da construção civil, resíduos orgânicos e o lixo
doméstico.
8. Estabelecer plano de uso e ocupação das bacias hidrográficas, em
especial quanto à proteção das áreas de fundos de vale, dos corpos
d’água e de áreas de recarga de aquíferos;
9. Inserir os parâmetros necessários à manutenção da permeabilidade do
solo e ao sistema de retenção de águas das chuvas na política de uso e
ocupação do solo;
10. Promover obras de manutenção de infraestrutura, como a limpeza e o
desassoreamento dos rios, córregos e canais, o redimensionamento de
obras de micro drenagem, a recuperação estrutural de obras de
infraestrutura;
11. Executar obras de ampliação de infraestrutura como a construção de
galerias, pontes e travessias e a proteção das margens dos rios,
córregos e canais;
12. Promover e incentivar a implantação de vegetação ao longo dos corpos
d’água, nas nascentes, nas cabeceiras e nas áreas de recarga de
aquíferos;
13. Promover e incentivar programa para conservação do solo e combate à
erosão, no meio rural e no meio urbano.
Deverá ainda ser desenvolvido um programa de prevenção de alerta contra
eventos críticos de chuvas intensas para proporcionar agilidade na mobilização
de ações emergenciais nos eventos de enchentes, minimizando a possibilidade
de maiores prejuízos materiais e risco a perda de vidas e risco a saúde pública.
Devem também ser definidos parâmetros de impermeabilização de terrenos e
as necessidades de implantação de medidas estruturais com obras de micro e
136
macro drenagem, a recuperação da rede hidrológica de uma maneira mais
ampla, indo desde a recuperação de nascentes, matas ciliares e até a
renaturalização de córregos, bem como as medidas não estruturais para o
controle de impermeabilização do solo e ainda os programas de educação
ambiental.
Sempre que houver novos empreendimentos (loteamentos: condomínios e
outros) deverão ser exigidos projetos de drenagem com previsão de
escoamento superficial, rede subterrânea e bacias de controle de vazão.
5.6.2 Metas quantitativas
Para o alcance das metas estabelecidas no PMSB, está prevista e elaboração
de Estudos, Projetos e Ações que ofereçam subsídios para nortear a
implantação das metas programadas, destacando-se:
Estudo Hidrológico e Hidrodinâmico das Bacias Hidrográficas do
Município com seus hidrogramas de cheias, definição dos escoamentos,
estudo de chuvas intensas, entre outros.
Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana, a partir do cadastro
da rede existente, detalhando-se em planta e perfil a micro e
macrodrenagem, possibilitando propor e projetar as intervenções
necessárias, desconectando-se o esgotamento sanitário da rede de
águas pluviais, com identificação e análise do processo de ocupação e
uso do solo urbano. Definição de áreas sujeitas e restrições de uso e
intervenções de prevenção e controle de inundações.
Elaboração de mapas de risco de inundações/deslizamentos associados
a diferentes tempos de recorrência com definição dos coeficientes de
impermeabilização, com definição do zoneamento das áreas inundáveis.
Implantação de Sistema de Prevenção e Alerta com a finalidade de
antecipar a ocorrência de inundações avisando a população e tomando
as medidas necessárias para redução dos danos resultantes da
inundação.
137
Estruturação da Defesa Civil, tendo em vista três fases distintas:
prevenção através de atividades para minimizar as inundações quando
as mesmas ocorrerem; alerta, durante a fase de ocorrência
estabelecendo os níveis de acompanhamento, alerta e emergência e a
mitigação, após o evento ter ocorrido, tendo em vista diminuir os
prejuízos, conforme figura a seguir, mapa de alerta.
Figura 8 – Mapa de Alerta
Fonte: SERENCO, 2013
Gestão do Sistema através de estrutura institucional locada na Prefeitura
Municipal para definição de ações de integração das diferentes
estruturas atualmente disponíveis voltadas à drenagem e manejo das
138
águas pluviais urbanas, com criação de banco de dados único e arquivo
do sistema já implementado ou projetado.
Estabelecimento de um programa bem definido para erradicação de
ligações clandestinas de esgotos sanitários, de conformidade com a
substituição do sistema de tomada em tempo seco por um sistema
separador absoluto.
Estabelecimento de ações para proteção e revitalização dos corpos
d’água, cujo objetivo seja o de melhorar as condições de vida da
população através do envolvimento da comunidade.
Na sequência, apresentam-se as propostas detalhadas, dentro dos 05 (cinco)
Programas sugeridos anteriormente, em formato de fichas com os objetivos,
fundamentação, método de monitoramento, metas, projetos, ações,
investimentos e possíveis fontes de financiamento.
139
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Resumidamente, apresentam-se a seguir os programas, projetos e ações
propostas:
Tabela 66 - Programa 1 - Hidrologia
1.1 Elaboração de estudo de chuvas intensas para o município, definindo
indicadores de referência para os projetos de drenagem
1.2 Elaboração de manual para obras de drenagem
Tabela 67 - Programa 2 – Microdrenagem
2.1 Elaboração do cadastro georreferenciado da rede de microdrenagem do
município
2.2 Incentivo ao aproveitamento das águas de chuva
2.3 Criação de dispositivos legais para regulamentar a pavimentação no
município
2.4 Obras de reposição da microdrenagem já existente
2.5 Obras de rede de microdrenagem para áreas de expansão urbanas
Tabela 68 - Programa 3 – Macrodrenagem
3.1 Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana
3.2 Obras de recuperação e manutenção dos canais e galerias de
macrodrenagem
Tabela 69 - Programa 4 – Defesa Civil
4.1 Atualização do cadastro de áreas de risco de alagamento
4.2 Capacitação de voluntários para a Defesa Civil
4.3 Elaboração do PLANCON
4.4 Instalação do sistema de controle e alerta de cheias
156
Tabela 70 - Programa 5 – Gestão do Sistema
5.1 Criação da Secretaria Municipal de Saneamento Básico
5.2 Criação de mecanismos legais para obras de drenagem em novas
ocupações urbanas
5.3 Criação do Sistema Municipal de Informações de Saneamento Básico
5.6.3 Cronograma físico-financeiro
A partir dos programas, projetos e ações propostos, foi possível estabelecer um
cronograma físico-financeiro para os investimentos na área de drenagem e
manejo de águas pluviais urbanas, divididas em imediato, curto, médio e longo
prazos.
A seguir estão apresentados detalhadamente os custos projetados por
programas:
Tabela 71 – Cronograma financeiro (Programa 1)
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
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total
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soma 80.000,00R$ -R$ -R$ -R$
total
soma 200.000,00R$ -R$ 40.000,00R$ 40.000,00R$
total
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1.2 Elaboração de manual
para obras de drenagem
200.000,00R$
1.1 Elaboração de estudo de
chuvas intensas para o
município, definindo
indicadores de referência
80.000,00R$
TOTAL DE INVESTIMENTOS
NECESSÁRIOS
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD.PRAZOS
158
Tabela 74 - Cronograma financeiro (Programa 4)
Tabela 75 - Cronograma financeiro (Programa 5)
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
4.1.1 20.000,00R$ 20.000,00R$ 30.000,00R$ 40.000,00R$
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total
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soma 10.000,00R$ 15.000,00R$ 20.000,00R$ 30.000,00R$
total
4.3.1 40.000,00R$ - - -
4.3.2 - 15.000,00R$ 15.000,00R$ 15.000,00R$
soma 40.000,00R$ 15.000,00R$ 15.000,00R$ 15.000,00R$
total
4.4.1 - - - -
4.4.2 - 50.000,00R$ 50.000,00R$ 50.000,00R$
soma -R$ 50.000,00R$ 50.000,00R$ 50.000,00R$
total
soma 70.000,00R$ 100.000,00R$ 115.000,00R$ 135.000,00R$
total
4. D
efes
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150.000,00R$
TOTAL DE INVESTIMENTOS
NECESSÁRIOS
4.1 Atualização do cadastro
de áreas de risco de
alagamento
4.4 Instalação do sistema de
controle e alerta de cheias
420.000,00R$
110.000,00R$
4.2 Elaboração de um Plano
de Conscientização
Ambiental 75.000,00R$
4.3 Elaboração do PLANCON
85.000,00R$
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD.PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
5.1.1 5.000,00R$ - - -
5.1.2 - - - -
soma 5.000,00R$ -R$ -R$ -R$
total
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5.2.2 20.000,00R$ 40.000,00R$ 60.000,00R$ 80.000,00R$
soma 30.000,00R$ 40.000,00R$ 60.000,00R$ 80.000,00R$
total
5.3.1 48.000,00R$ - - -
5.3.2 - 25.000,00R$ 25.000,00R$ 25.000,00R$
soma 48.000,00R$ 25.000,00R$ 25.000,00R$ 25.000,00R$
total
soma 83.000,00R$ 65.000,00R$ 85.000,00R$ 105.000,00R$
total
MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD.PRAZOS
TOTAL DE INVESTIMENTOS
NECESSÁRIOS 338.000,00R$
5. G
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5.1 Criação da Secretaria
Municipal de Saneamento
Básico5.000,00R$
5.2 Criação de mecanismos
legais para obras de
drenagem em novas
ocupações urbanas 210.000,00R$
5.3 Criação do Sistema
Municipal de Informações de
Saneamento Básico123.000,00R$
159
Tabela 76 - Resumo do cronograma
Nota-se, pela tabela anterior, que os investimentos para a drenagem e manejo
de águas pluviais urbanas estão diluídos entre os 20 anos do Plano,
considerando imediato, curto, médio e longo prazos.
Na tabela a seguir, pode-se observar que os investimentos estão concentrados
principalmente nos programas de micro e macrodrenagem, pois envolvem
custos de execução de grandes obras de interferência urbana. O valor médio
anual foi feito pela divisão do custo total pelos 20 anos.
Tabela 77 - Investimentos por programa
INVESTIMENTOS POR PROGRAMA
PROGRAMA TOTAL DE INVESTIMENTOS VALOR MÉDIO ANUAL
1. Hidrologia R$ 280.000,00 R$ 14.000,00
2. Microdrenagem R$ 14.800.000,00 R$ 740.000,00
3. Macrodrenagem R$ 14.540.000,00 R$ 727.000,00
4. Defesa Civil R$ 420.000,00 R$ 21.000,00
5. Gestão do Sistema R$ 338.000,00 R$ 16.900,00
TOTAL R$ 30.378.000,00 R$ 1.518.900,00
Foi possível também, estimar valores de investimentos por fontes de recursos,
sendo elas Prefeitura Municipal, INEA, Consórcio Intermunicipal Lagos São
João e Ministério das Cidades.
As tabelas a seguir demonstram, por programas, quais as possíveis fontes de
recursos:
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
1. Hidrologia 200.000,00R$ -R$ 40.000,00R$ 40.000,00R$
2. Microdrenagem 610.000,00R$ 4.730.000,00R$ 4.730.000,00R$ 4.730.000,00R$
3. Macrodrenagem 2.500.000,00R$ 4.200.000,00R$ 4.270.000,00R$ 3.570.000,00R$
4. Defesa Civil 70.000,00R$ 100.000,00R$ 115.000,00R$ 135.000,00R$
5. Gestão do Sistema 83.000,00R$ 65.000,00R$ 85.000,00R$ 105.000,00R$
Soma 3.463.000,00R$ 9.095.000,00R$ 9.240.000,00R$ 8.580.000,00R$
TOTAL
PRAZOSPROGRAMA
QUADRO-RESUMO DO CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
30.378.000,00R$
160
Tabela 78 - Fontes de recurso (Programa 1)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Programa 1. Hidrologia Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal - -
INEA - -
CILSJ R$ 280.000,00 R$ 14.000,00
Ministério das Cidades - -
TOTAL R$ 280.000,00 R$ 14.000,00
Tabela 79 - Fontes de recurso (Programa 2)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Programa 2. Microdrenagem Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal R$ 1.000.000,00 R$ 50.000,00
INEA - -
CILSJ - -
Ministério das Cidades R$ 13.800.000,00 R$ 690.000,00
TOTAL R$ 14.800.000,00 R$ 740.000,00
Tabela 80 - Fontes de recurso (Programa 3)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Programa 3. Macrodrenagem Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal R$ 12.040.000,00 R$ 602.000,00
INEA R$ 400.000,00 R$ 20.000,00
CILSJ - -
Ministério das Cidades R$ 2.100.000,00 R$ 105.000,00
TOTAL R$ 14.540.000,00 R$ 727.000,00
Tabela 81 - Fontes de recurso (Programa 4)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Programa 4. Defesa Civil Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal R$ 420.000,00 R$ 21.000,00
INEA - -
CILSJ - -
Ministério das Cidades - -
TOTAL R$ 420.000,00 R$ 21.000,00
Tabela 82 - Fontes de recurso (Programa 5)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Programa 5. Gestão do Sistema
Valor total (20 anos) Valor médio anual
161
Prefeitura Municipal R$ 338.000,00 R$ 16.900,00
INEA - -
CILSJ - -
Ministério das Cidades - -
TOTAL R$ 338.000,00 R$ 16.900,00
Portanto, pode-se concluir que os investimentos necessários para os próximos
20 anos na área de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas no
município de Arraial do Cabo, estarão concentrados no orçamento da
Prefeitura Municipal, e recursos provenientes de programas do Ministério das
Cidades, tabela a seguir.
Tabela 83 - Fontes de recursos (valor total)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Despesa total Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal R$ 13.798.000,00 R$ 689.900,00
INEA R$ 400.000,00 R$ 20.000,00
CILSJ R$ 280.000,00 R$ 14.000,00
Ministério das Cidades R$ 15.900.000,00 R$ 795.000,00
TOTAL R$ 30.378.000,00 R$ 1.518.900,00
5.6.4 Memorial de cálculo A seguir, são apresentadas as tabelas com o memorial de cálculo para se obter
os valores de investimentos, detalhados.
Apresenta-se ao final, o mapa com os principais pontos de alagamentos, áreas
de risco de deslizamento, pontos de deságue da macrodrenagem da região
urbana, delimitação das bacias de microdrenagem, hidrologia e manchas
urbanas da Sede do Município de Arraial do Cabo.
Tabela 84 - Memorial de cálculo (Programa 1)
PROGRAMA 1 - HIDROLOGIA OBJETIVO 1.1 Elaboração de estudo de chuvas intensas para o município
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
1.1.1 Elaboração de estudo de Contratação de consultoria especializada para análise dos dados
162
chuvas intensas pluviométricos existentes e elaboração do Estudo de Chuvas Intensas. 800 horas de trabalho a R$ 150,00/hora = R$120.000,00
1.1.2 Revisão do Estudo de Chuvas
Intensas
Contratação de consultoria especializada para atualização dos dados existentes e revisão do Estudo de Chuvas Intensas. 265 horas
de trabalho a R$ 150,00 a hora = R$ 40.000,00
OBJETIVO 1.2 Elaboração de manual para obras de drenagem
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
1.2.1 Elaboração de manual para
obras de drenagem
Contratação de consultoria especializada para elaboração do Manual para Obras de Drenagem.
500 horas de trabalho a R$ 160,00/hora = R$ 80.000,00
Tabela 85 - Memorial de cálculo (Programa 2)
PROGRAMA 2 - MICRODRENAGEM OBJETIVO 2.1 Elaboração do cadastro georreferenciado da rede de microdrenagem do município
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
2.1.1 Levantamento em campo
Contratação de empresa para realizar o levantamento em campo, com georrefereciamento da rede, poços de visita, caixas de ligação
e outros componentes. Valor estimado = R$ 8,00/metro linear x 50.000 m = R$ 400.000,00
2.1.2 Criação do cadastro com os
dados levantados em campo
Contratação de empresa especializada para reunir os dados levantados e criar o cadastro georreferenciado.
Valor estimado = 465 horas de trabalho a R$ 150,00/hora = R$ 70.000,00
2.1.3 Atualização do cadastro Atualização do cadastro feita por técnicos da Prefeitura. Valores
estimados.
OBJETIVO 2.2 Incentivo ao aproveitamento das águas de chuva
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
2.2.1
Elaborar projeto de lei incentivando a captação e
aproveitamento de águas de chuva em novas construções
Valor estimado = R$ 25.000,00
2.2.2
Implantar sistemas de captação de águas de chuva
nos prédios públicos da administração municipal
Valor estimado = R$ 20.000,00/prédio
OBJETIVO 2.3 Criação de dispositivos legais para regulamentar a pavimentação no município
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
2.3.1
Elaborar projeto de lei regulamentando a
pavimentação do município, com incentivo às tecnologias
Valor estimado = R$ 40.000,00
163
PROGRAMA 2 - MICRODRENAGEM de pavimento permeável
OBJETIVO 2.4 Obras de reposição da microdrenagem já existente
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
2.4.1 Elaborar projetos para obras
de reposição
Contratação de empresa de engenharia para elaboração de projetos para obras de reposição.
Valor estimado = 500 horas de trabalho a R$ 150,00/hora = R$ 75.000,00
2.4.2 Executar as obras projetadas Valores estimados em R$ 1.150,00/m, com 800m de obras previstas
por ano, totalizando R$ 920.000,00/ano
OBJETIVO 2.5 Obras de rede de microdrenagem para áreas de expansão urbanas
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
2.5.1 Elaborar projetos para obras
de drenagem em áreas de expansão urbana Custos a cargo dos empreendedores que irão projetar os novos
loteamentos.
2.5.2 Executar as obras projetadas
164
Tabela 86 - Memorial de cálculo (Programa 3)
PROGRAMA 3 - MACRODRENAGEM OBJETIVO 3.1 Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
3.1.1 Elaborar o Plano Diretor de
Drenagem Urbana Contratação de empresa de engenharia especializada. Valor
estimado = R$ 400.000,00
3.1.2 Revisar o Plano Contratação de empresa de engenharia para revisão periódica do
plano. Valor estimado = R$ 70.000,00 por revisão
OBJETIVO 3.2 Obras de recuperação e manutenção dos canais e galerias de macrodrenagem
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
3.2.1 Executar obras de
recuperação dos canais e galerias de macrodrenagem Valores estimados, a serem confirmados com a elaboração do
Plano Diretor de Drenagem
3.2.2 Manutenção dos canais e
galerias de macrodrenagem
Tabela 87 - Memorial de cálculo (Programa 4)
PROGRAMA 4 - DEFESA CIVIL OBJETIVO 4.1 Atualização do cadastro de áreas de risco de alagamento
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
4.1.1 Atualizar o cadastro de áreas
de risco Valor estimado referente a atualização do cadastro por
funcionários da Prefeitura Municipal.
OBJETIVO 4.2 Capacitação de voluntários para a Defesa Civil
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
4.2.1 Cadastrar e capacitar 40
voluntários, moradores das áreas de risco
Valores estimados para capacitação de voluntários por funcionários da Prefeitura
OBJETIVO 4.3 Elaboração do PLANCON
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
4.3.1 Elaborar o PLANCON
Valor referente a gastos de transporte, e outros custos para elaboração do Plano pela equipe da Defesa Civil Municipal.
Valor estimado = R$ 40.000,00
4.3.2 Atualização do Plano Valor referente a gastos diversos pela Defesa Civil Municipal para
atualização do Plano. Valor estimado = R$ 15.000,00 por atualização
OBJETIVO 4.4 Instalação do sistema de controle e alerta de cheias
165
PROGRAMA 4 - DEFESA CIVIL
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
4.4.1 Instalar o sistema de controle
e alerta de cheias Custo de instalação por conta do INEA, através de parceria já
firmada com o IMELS
4.4.2 Apoio local à manutenção do
sistema Custo estimado em R$ 10.000,00/ano para manutenção local do
sistema
Tabela 88 - Memorial de cálculo (Programa 5)
PROGRAMA 5 - GESTÃO DO SISTEMA OBJETIVO 5.1 Criação da Secretaria Municipal de Saneamento Básico
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
5.1.1 Encaminhar à Câmara
Municipal minuta de Lei para criação da SMSB
Valor estimado = R$ 5.000,00
5.1.2 Implantar a SMSB e criar a
UGPLAN
Os valores para a SMSB e UGPLAN deverão ser definidos quando da criação das mesmas, após a definição das responsabilidades e
atribuições
OBJETIVO 5.2 Criação de mecanismos legais para obras de drenagem em novas ocupações urbanas
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
5.2.1 Elaborar projeto de lei Valor estimado = R$ 10.000,00
5.2.2
Incentivar a implantação de medidas de
mitigação/retenção de águas de chuva
Valores estimados
OBJETIVO 5.3 Criação do Sistema Municipal de Informações de Saneamento Básico
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
5.3.1 Criar o Sistema Municipal de Informações de Saneamento
Básico
Contratação de empresa especializada para criação do SMISB. Valor estimado 320 horas a R$ 150,00/hora = R$ 48.000,00
5.3.2 Atualizar o SMISB Valor estimado para atualização = R$ 25.000,00 a cada 5 anos
5.7 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA O SISTEMA DE
DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
De extrema importância para o sucesso das metas, programas, projetos e
ações propostas pelo PMSB, complementam os prognósticos anteriormente
166
descritos, a análise econômico-financeira do setor drenagem e manejo de
águas pluviais. A análise executada, busca elencar os elementos necessários
para o conhecimento da sustentabilidade do sistema já implantado e a ser
implementado ao longo dos próximos 20 anos.
5.7.1 Situação Atual
De acordo com o diagnóstico do setor, Produto 4, foi possível observar que o
Município não conta com recursos orçamentários específicos para a Drenagem
e o Manejo de Águas Pluviais Urbanas. Os recursos utilizados para reparos
nas redes, galerias e canais, são oriundos do orçamento da Secretaria
Municipal de Obras, os quais encontram-se diluídos em diferentes rubricas
orçamentárias. Para o execução de novas obras, os recursos para drenagem,
na maior parte das vezes, vêm agregados aos recursos de pavimentação.
Obras de drenagem de maior envergadura, normalmente são financiadas com
recursos externos específicos. A microdrenagem em loteamentos novos (áreas
de expansão) é executada pelo empreendedor.
5.7.2 Proposições
O Art. 29 do Capitulo VI – DOS ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS, da Lei
Nº 11.445/2007 determina:
“Os serviços públicos de saneamento básico terão a
sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que
possível mediante remuneração pela cobrança dos serviços:”
“III – de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos,
inclusive taxas, em conformidade com o regime de prestação do
serviços ou de suas atividades”.
“Art. 36. A cobrança pela prestação do serviços público de drenagem
e manejo de águas pluviais urbanas deve levar em conta, em cada
lote urbano, os percentuais de impermeabilização e a existência de
167
dispositivos de amortecimento ou de retenção de água da chuva,
bem como poderá considerar:
I – o nível de renda da população da área elencada;
II – as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser
neles edificadas.”
Sugere-se como principal proposição, a implantação da taxa de drenagem
conforme anteriormente estabelecido na Lei da Política Nacional de
Saneamento Básico e seu Decreto Regulamentador Nº7.217/2010.
Algumas cidades já vem adotando a cobrança da taxa de drenagem, como São
Bernardo do Campo/SP, Colatina/ES, Gaspar/SC, entre outras.
O princípio de cobrança da taxa de drenagem se apoia na fórmula:
Q = c. i . A, onde Q, é a vazão em m3/s, i, é a intensidade da
precipitação pluviométrica (mm/seg); c, o coeficiente de
impermeabilização da área; A, a área da bacia contribuinte (m2 ou
ha).
Calcula-se em função da intensidade de precipitação pluviométrica média, para
a Região, o volume de chuva precipitada durante um ano sobre a área limitada
pelo perímetro urbano. Deduz-se normalmente 50% da área considerada como
precipitada sobre áreas públicas, sistema viário, praças, parques, entre outras
e o restante da vazão sobre os 50% da área urbanizada, determinando-se a
vazão por m2 ou hectare.
Estima-se o valor dos investimentos anuais em drenagem e manejo das águas
pluviais urbanas.
(1) Ampliação da microdrenagem;
(2) Reposição da micro e macrodrenagem a cargo da Prefeitura Municipal;
(3) Execução da macrodrenagem, e,
(4) Operação e manutenção do sistema.
168
O custo anual determinado dividido por 50% da vazão precipitada determina a
taxa unitária de drenagem: R$ / m2 (ha) por ano. Dividindo-se por 12 meses,
obtém-se a taxa de drenagem mensal.
Multiplicando-se a área do lote pela taxa mensal de drenagem, obtém-se a taxa
bruta de drenagem. Esta taxa será reduzida, em função do coeficiente de
impermeabilização (c). Quanto maior for o valor de (c) próximo a 1,0 (100% de
impermeabilização do lote) maior será o valor da taxa de drenagem a ser paga
pelo proprietário do imóvel. Quanto menor for o valor de (c)próximo a 0,0 (0%
de impermeabilização do lote) menor será o valor da taxa de drenagem a ser
paga pelo proprietário do imóvel. O valor da taxa de drenagem poderá ser
agregado à conta de abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de
resíduos sólidos, ou ainda à conta de consumo de energia elétrica.
6. ANÁLISE INSTITUCIONAL
Apresenta-se a seguir, um primeiro ensaio sobre os modelos institucionais
existentes e os possíveis arranjos a serem implementados na Região dos
Lagos São João, Estado do Rio de Janeiro, tendo em vista a Gestão dos
Sistemas de Saneamento Básico, referenciados na Lei n.º 11.445/2.007, a qual
institui a Política Nacional de Saneamento Básico no País, e regulamentada
pelo Decreto n.º 7.217/2.010.
A referida Lei e seu Decreto Regulamentador detalham o inter-relacionamento
entre o Poder Concedente, no caso os Municípios da Região dos Lagos São
João, os Prestadores de Serviços e o Ente Regulador. As combinações e
acordos possíveis entre as três partes envolvidas formatará os arranjos
institucionais a serem apresentados e debatidos em consultas públicas e
implementadas, caso aprovadas, em audiências públicas quando da conclusão
169
dos Planos Municipais de Saneamento Básico dos Municípios de Armação dos
Búzios, Araruama, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da
Aldeia, Saquarema e Silva Jardim.
6.1 Situação Atual
Os serviços de Saneamento Básico prestados no Município referem-se a:
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário são operados em
regime de concessão pela Prolagos, destacando-se que os esgotos
sanitários, em sua grande maioria são coletados pelo sistema de
drenagem urbana da Prefeitura Municipal de Arraial do Cabo, pelo
chamado “tomada em tempo seco”. Os serviços prestados são
fiscalizados pelo Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das
Bacias da Região dos Lagos, do Rio São João e Zonas Costeiras
(Consórcio Intermunicipal Lagos – São João/CILSJ) e regulados pela
Agencia Estadual Reguladora de Energia e Saneamento – AGENERSA.
Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos são administradas pela
Secretaria Municipal de Serviços Públicos, a qual terceiriza os serviços
de coleta, transporte e disposição final dos resíduos
domésticos/comerciais/de serviços de saúde/limpeza pública. Não sofre
fiscalização da Consórcio e nem Regulação por parte da AGENERSA.
Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas, são administradas pela
Secretaria Municipal de Obras. A Defesa Civil também opera em
parceria direta com a Secretaria Municipal de Obras.
170
Figura 9 – Modelo Institucional do Saneamento Básico de Arraial do Cabo
Fonte: SERENCO, 2013
6.2 Modelos Institucionais para Prestação dos Serviços de Saneamento Básico
A história do saneamento básico em nosso país registra diferentes momentos
relacionados aos modelos institucionais utilizados na prestação dos serviços de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública e manejo de
resíduos sólidos urbanos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
171
Historicamente, de forma resumida, os modelos institucionais utilizados partem
dos antigos Departamentos/Serviços de Água e Esgotos e dos Departamentos
/Serviços/ Superintendências de Limpeza Urbana e/ou de Lixo.
O Ministério da Saúde, através da Fundação Serviços de Saúde Pública,
inicialmente Serviços de Saúde Pública, (1.942), do Ministério da Saúde, hoje
FUNASA, investiu nos Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAE’s) e
também nos Serviços Autônomos Municipais de Água e Esgotos (SAMAE’s)
implantando os modelos na década de 1950, difundindo-os pelo país a fora,
atualmente em mais de mil cidades. DAE’s/SAAE’s e SAMAE’s, constituíram-se
nos modelos institucionais municipais escolhidos por vários Munícipios,
buscando a implantação/ampliação dos sistemas de abastecimento de água,
cujos índices de atendimento em termos de quantidade e qualidade eram muito
baixos.
A partir daí, segundo NIEBUHR, 2.009, o arcabouço legal brasileiro
disponibiliza à Administração Municipal, enquanto titular dos serviços públicos
de saneamento básico, uma série de modelos para sua gestão. A prestação de
serviços passa a ser gerenciada pelo setor público, pelo setor privado, ou por
ambos. Essa prestação é eminentemente pública quando: (a) o próprio titular
da atividade, o município, executa os serviços através da administração direta,
ou de autarquia, ou empresa municipal, através de empresas públicas
estaduais, as Companhias de Saneamento, por intermédio de contratos e/ou
convênios, e ainda através de empresas regionais, cujo modelo reúne um
conjunto de municípios interligados pela figura dos consórcios.
A terceirização dos serviços com empresas privadas, principalmente na gestão
dos resíduos sólidos urbanos acontece, e ainda, se materializa e se diversifica
através de Concessões Privadas Plenas ou de Parcerias Público-Privadas.
Paralelamente a esse panorama de modelos institucionais, cresce nos dias
atuais, a prestação indireta dos serviços de saneamento básico, por empresas
privadas, tendo em vista que elas realizam o aporte de capital necessário para
172
a expansão das atividades. As leis n.º 8.987/92, 9.074/95 e 11.445/07
viabilizam juridicamente a prestação exclusiva por empresas privadas através
de concessão/subconcessão autorizadas pelo poder concedente - o município.
A concessão outorga ao particular, o exercício da prestação dos serviços de
saneamento básico, retendo, para si, o município, a titularidade dos mesmos. O
concessionário encarrega-se, com recursos próprios ou captados em seu
nome, em ampliar e melhorar a prestação dos serviços contratados.
O contrato prevê metas e padrões de desempenho, obrigando-se a
concessionária/subconcessionária a manter os serviços públicos delegados de
forma adequada aos termos do contrato, atendendo as metas quantitativas
(número de usuários atendidos-universalização dos serviços), bem como as
qualitativas (padrões e normas vigentes, aferidos por indicadores setoriais do
saneamento básico).
A combinação de fatores melhor técnica e menor taxa/tarifa define a autorga
dos serviços licitados pela Administração Municipal. A Associação Brasileira de
Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto – ABCON,
contabiliza mais de 200 contratos de concessão no território nacional. Ainda
segundo NIEBUHR, 2009, no período 2.000/2.005 os investimentos médios,
por habitante, registraram:
Concessionárias/subconcessionárias----------------------------R$ 39,08
Empresas públicas estaduais--------------------------------------R$ 21,55
Empresas públicas municipais ------------------------------------R$ 10,21
O outro modelo de gestão referenciado anteriormente é o sistema misto, ou
público-privado disciplinado pela Lei N°11.079/2004, ou seja, as parcerias
público-privadas, onde o Estado/Município participa, integral ou parcialmente,
da remuneração da concessionária/ subconcessionária. Ainda, em concessões
patrocinadas, a administração pública paga ao concessionário/
subconcessionário a contraprestação pecuniária ao lado das tarifas/taxas
173
cobradas dos usuários dos serviços públicos, de modo a complementar a
remuneração do particular.
Já nas concessões/subconcessões administrativas, a Administração Pública
remunera integralmente a parceria privada. Este modelo se aplica para
atividades que não comportam cobrança direta de taxas/tarifas dos usuários,
seja pela impossibilidade de se identificar uma relação contratual entre o
tomador e o prestador do serviço, ou pelos interesses sociais envolvidos na
questão.
A participação privada nos serviços de água e esgoto teve início em 1.995 com
o primeiro contrato de concessão assinado no município de Limeira, interior de
São Paulo. Desde então tem crescido gradativamente. Em 2.004 com a
promulgação da Lei 11.079/04 que regulamentou as Parcerias Público-
Privadas e mais recentemente em 2.007, com a promulgação da Lei
11.445/2.007 que estabeleceu as diretrizes nacionais para o saneamento
básico, regulamentada pelo Decreto 7.217 de 21.06.2010, a participação
privada foi fortalecida, baseada em regras claras e segurança jurídica para os
investidores.
Em 2.010 eram 214 contratos, entre eles concessões plenas, parciais,
BOT´s(1) e PPP´s(2) em 229 municípios, 13 estados brasileiros, atingindo
direta ou indiretamente o atendimento de 16,30 milhões de habitantes,
correspondendo a 11,3% da população urbana. Estavam previstos
investimentos de R$ 8,04 bilhões nesses contratos. A projeção para 2017, 10
anos após a promulgação da Lei é atender 30% do mercado nacional.
Enfim, a consolidação do saneamento básico impulsionada por toda a
legislação vigente possibilita a escolha de modelos de gestão distintos.
(1) Build, Operate and Transfer (2) Parceria Público - Privada.
A opção menos onerosa para os municípios é a concessão comum (privada e
plena), dado que nela todos os investimentos são realizados pela empresa
174
privada, que presta o serviço por conta e risco, sem necessidade de aporte
público. Já na parceria público-privada, quer na modalidade concessão
patrocinada, quer na modalidade concessão administrativa, há, ao menos, a
possibilidade de os municípios remunerarem diretamente a empresa privada,
além da tarifa já cobrada dos munícipes. Para que a retomada do serviço
traduza ganho em eficiência é imperativo que os municípios cotejem as
alternativas disponíveis, considerando suas especificidades locais e regionais.
Resumidamente tem-se:
Modelos Institucionais para a prestação dos Serviços de Saneamento Básico
(i)
- Administração direta pela Municipalidade (Centralizada) por órgãos e servidores públicos – Secretaria, Divisão, Serviço ou Departamento.
(ii)
- Administração direta descentralizada (outorga) por pessoa com personalidade jurídica distinta do Município:
(iia) - Autarquia Municipal
(iib) - Empresa de Economia Mista
(iic) - Empresa Pública
(iid) - Fundação
(iii) Administração indireta (delegação) através de licitação:
(iiia) - Empresas Privadas – Terceirização por Autorização, Permissão ou Concessão.
(iiib) - Por Concessão Privada Plena
(iiic)
- Por Parceria Público – Privada (PPP) em forma de Concessão Patrocinada ou Administrativa.
(iv)
- Gestão Associada através de Consórcio Público Intermunicipal ou Convênio de Cooperação, mediante contrato de programa, e
(iva) - Companhia Estadual de Saneamento.
Fonte: SERENCO, 2.013.
Segundo VARGAS, 2.004, mais importante do que a existência de posições
favoráveis ao aumento da participação privada na prestações dos serviços de
saneamento, é a baixa capacidade de investimento na expansão deste setor
demonstrada pela União, favorecendo o crescimento das concessões ao setor
privado. É possível observar que o Governo Federal, Estadual e Municipal
apresentam baixa capacidade de investimento no setor saneamento básico.
Neste contexto, parece improvável que o setor público possa garantir sozinho,
os recursos necessários para universalizar o atendimento da população urbana
com serviços adequados de abastecimento de água, esgotamento sanitário,
limpeza pública e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas
175
pluviais urbanas, tendo em vista os déficits de cobertura acumulados e as
estimativas de investimentos para superá-los.
O que explica a fraca participação de concessionárias privadas, sejam de
capital nacional ou estrangeiro, na prestação de serviços neste setor, não é
tanto a resistência política organizada das corporações envolvidas e seus
aliados na sociedade civil, mas principalmente alguns obstáculos jurídico-legais
presentes no seu ordenamento institucional.
As considerações sobre a organização administrativa e institucional do
saneamento na atual conjuntura política e econômica indicam que o
envolvimento privado na prestação dos serviços de água e esgotos tende a
continuar crescendo em nosso país.
Começando pelas oportunidades, a possibilidade de atrair capital privado para
investir na melhoria e ampliação da infraestrutura, numa época de recursos
públicos escassos e comprometidos com o pagamento de dívidas, é sem
dúvida a principal vantagem potencial da concessão dos serviços para
companhias privadas nacionais ou estrangeiras. Para assegurar que este
objetivo seja cumprido satisfatoriamente, no entanto, é preciso contar com um
aparato regulatório consistente, envolvendo contratos de concessão
equilibrados, nos quais os direitos e obrigações do poder concedente e da
concessionária sejam plenamente assegurados, nos moldes do que prevê a Lei
de Concessões, além de entidades reguladoras dotadas de qualificação técnica
e de autonomia decisória e financeira para fiscalizar o seu cumprimento.
Além do investimento, outra vantagem de uma ampliação da participação
privada na prestação dos serviços de saneamento bastante citada na literatura
diz respeito ao aumento da eficiência global do setor que seria incentivada pelo
aumento da competição entre operadores públicos e privados.
Neste caso, uma participação de companhias privadas transnacionais no
contexto brasileiro, ainda que minoritária diante das enormes disparidades
176
sociais e regionais do país, é vista como vantajosa por incentivar a busca de
maior eficiência e competitividade por parte das CESBs, além de possibilitar
transferência de tecnologia avançada para o setor.
Assim, concluindo, segundo VARGAS, 2004, nada impede a priori que
operadores privados possam atuar de forma articulada com as prefeituras e
entidades comunitárias em intervenções urbanas integradas, visando atender
populações desfavoráveis em áreas de sub-habitação.
Resumidamente, apresentam-se as figuras a seguir, as quais detalham as
alternativas possíveis, ou seja, os cenários para o arranjo institucional proposto
para o Município de Araruama, e consequentemente, para a Região dos Lagos
São João.
179
Figura 12 - Diagrama Institucional Intermunicipal
Fonte: SERENCO, 2.013.
6.2.1 Estrutura Organizacional Proposta
A definição das diretrizes de ação, projetos e intervenções prioritárias no
horizonte de planejamento já consiste em grande avanço. Entretanto, tais
definições poderão se tornar inócuas, caso não venham acopladas a um
mecanismo institucional e operativo robusto e eficiente de operacionalização
das mesmas. Tal mecanismo tem que ser capaz de garantir o fortalecimento e
estruturação do arranjo institucional específico para viabilização dos Planos
180
Municipais, adequação normativa e regularização legal dos sistemas,
estruturação, desenvolvimento e aplicação de ferramentas operacionais e de
planejamento.
Dentro desta lógica, o PMSB está sendo concebido como um tripé composto
de elementos fundamentais: estruturais, normativo e gestão. Tal configuração é
mostrada na Figura a seguir.
Figura 13 - Esquema do tripé de elementos fundamentais do PMSB
Fonte: SERENCO, 2.013.
Para responder aos desafios e para alcançar o sucesso do PMSB, o presente
documento preliminar propõe, além do conjunto de programas estruturais nas
áreas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos
sólidos urbanos e manejo de drenagem urbana, a implantação de um programa
estruturante na área de gestão. Nessa perspectiva, o programa proposto
procura sistematizar as articulações entre a operação, ampliação e
modernização da infraestrutura setorial e a gestão integrada sob o ponto de
vista político-institucional, técnico e financeiro do Plano. Dentro da lógica atual
do planejamento público em qualquer setor, tais objetivos não deverão estar
dissociados da busca, em nível macro, da sustentabilidade ambiental e da
melhoria de qualidade de vida da população.
Os desafios de implementar um Plano da magnitude do PMSB mediante uma
perspectiva integrada não são triviais e requerem uma base institucional e legal
181
consistente e inovadora, em termos de sua instrumentalização e da forma
como atua o poder público. Neste sentido, o setor de saneamento básico no
âmbito das Prefeituras Municipais da Região dos Lagos reúne algumas
vantagens relativas, em decorrência da existência do Consórcio Intermunicipal
Lagos São João (CILSJ), do Comitê da Bacia Hidrográfica da Região dos
Lagos São João com Quatro Subcomitês: Rio São João, Lagoa de Araruama,
Lagoa de Saquarema e Rio Una e recentemente o Consórcio Público
Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos da Região dos Lagos - com
arcabouços técnicos, administrativos, financeiros e jurídicos próprios. Apesar
da existência das estruturas citadas já representarem um grande avanço em
termos institucionais é necessário atentar para o fato de que apesar de bem
estruturadas, contam com grande demanda de serviços, sendo que o acúmulo
das atribuições atuais somadas àquelas que serão decorrentes da
implementação dos Planos, poderá, ao invés de trazer melhorias ao setor,
resultar na geração de ineficiências.
Assim sendo, um dos principais aspectos a serem incorporados no Plano, no
bojo do Programa de Gestão a ser proposto, é a reestruturação e ampliação da
capacidade funcional das Estruturas Regionais existentes, por meio da
estruturação de um arranjo institucional que contemple em cada Município uma
Unidade de Gestão do Plano – UGPLAN. A criação desta Unidade, de forma
centralizada (regional) e descentralizada (nos Municípios) e adequada junto às
atuais atribuições distribuídas em várias Secretarias Municipais, permitirá às
Prefeituras criarem condições estruturais de governabilidade e de governança,
ambas essas condições contemplando um modelo institucional que se
vislumbra com potencial elevado focando-se a modelagem proposta no
fortalecimento das Secretarias Municipais de Meio Ambiente em cada
Município.
A unidade UGPLAN/Regional, deverá ser criada em um dos atuais Consórcios
anteriormente citados, desde que adaptados e/ou ajustados para absorverem a
gestão do Saneamento Básico como um todo, ou ainda, através de novo
182
modelo a ser estudado, apresentado, debatido e aprovado em Assembleia de
seus membros constituintes.
Outra opção possível é a constituição e formalização da Microrregião dos
Lagos, instituída pela Lei Complementar n.º 87/1.997, complementada pelas
Leis Complementares n.º 89/1.998, 97/2.001 e 10/2.002. Isto é, estabelecer
condições institucionais com vistas à organização, do planejamento e à
execução de funções públicas e aos serviços de interesse comum que
atendam a mais de um município, assim como os que, restrito ao território de
um deles, sejam de algum modo dependentes, concorrentes, confluentes ou
integrados de funções públicas, bem como os serviços supra municipais,
notadamente:
Planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social da
Microrregião dos Lagos, compreendendo a definição de sua política
de desenvolvimento e fixação das respectivas diretrizes
estratégicas e de programas, atividades, obras e projetos;
Saneamento básico;
Aproveitamento, proteção e utilização racional e integrada dos
recursos hídricos, e,
Cartografia e informações básicas para o planejamento
microrregional, entre outros elementos, detalhados na referida Lei
Complementar.
A Figura 14 apresenta o modelo em questão.
183
Figura 14 - UGPLAN
Fonte: SERENCO, 2.013.
Pelo exposto, as principais diretrizes que regem a estruturação do Programa de
Gestão são:
Ênfase no estabelecimento de mecanismos de gestão (aspectos
legais, institucionais, de planejamento e da base de informações),
apoiado em estudos e projetos consistentes sob o ponto de vista
técnico;
Proposição de arranjo institucional, a fim de promover o
fortalecimento institucional das Estruturas Municipais e Regionais
Existentes;
Organização, monitoramento e avaliação da operação e
manutenção dos sistemas existentes, de modo a evitar a perda de
patrimônio público e o desempenho inadequado das infraestruturas
já instaladas;
Ampliação progressiva das infraestruturas, de modo a otimizar os
recursos disponíveis e evitar dispersões, conferindo prioridade às
obras para o atendimento de demandas mais urgentes e para a
viabilização dos benefícios esperados pelos Planos;
184
Estruturação de um sistema de informações capaz de ordenar o
fluxo, acesso e disponibilização das informações inerentes aos
setores e aos Planos, que se configure não apenas como banco de
dados, mas como sistema de apoio à decisão, e,
Atenção com os encargos relativos ao gerenciamento da
implementação do Programa de Gestão, para o qual dever-se-á
contar com o apoio de consultores especializados e estruturar um
conjunto de indicadores de acompanhamento da execução que
explicitem avanços nas obras físicas, nas metas de qualidade dos
serviços e ambiental e nos objetivos de natureza institucional, além
de contemplar aspectos relevantes de comunicação social e de
educação sanitária e ambiental, nesta e em fases de extensão
futura do Plano.
O Programa de Gestão do PMSB tem por objetivo principal criar condições
gerenciais para a consecução das metas estabelecidas no conjunto de
programas estruturais, a implementação de um sistema integrado de
informações e a constante avaliação dos resultados com vistas à eficiência e à
sustentabilidade dos sistemas e serviços integrantes do setor de saneamento
básico nos Municípios da Região dos Lagos.
Para a consecução do objetivo geral do Programa, em decorrência das
diretrizes expostas anteriormente, destacam-se os seguintes objetivos
específicos:
regularizar os serviços de saneamento;
adequar o arcabouço legal vigente, quando necessário;
criar em cada Município uma estrutura institucional especifica para o
Saneamento Básico, fortalecendo as ações do Poder Concedente –
as Prefeituras locais;
implementar o cadastro dos sistemas.
implantar rede integrada de monitoramento e avaliação;
185
implantar sistema integrado de informações.
A lógica empregada para o estabelecimento e ordenamento das metas deste
Programa de Gestão são o gerenciamento, regularização e operacionalização
voltada à efetivação do PMSB.
A efetividade deste programa de Gestão estará associada aos respectivos
Programas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública
e manejo de resíduos sólidos urbanos, e drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas, tendo como substrato fundamental a abordagem dos aspectos
normativos intervenientes. Para tanto, torna-se essencial criar em cada
Município uma estrutura institucional especifica para aumentar a eficiência e
eficácia dos Serviços de Saneamento, conferindo-lhe condições de atuação
respaldada pelo devido aparato em termos de recursos humanos, tecnológicos,
operacionais e financeiros.
Assim sendo, este programa deve estar voltado ao Planejamento Institucional
Estratégico e a reestruturação organizacional da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente, incluindo o estudo de funções, gestão das pessoas (plano de cargos
e salários e funções gratificadas) e programas de capacitação e treinamento,
além de reforço institucional em termos de instalações e equipamentos
básicos.
O desenvolvimento de Regularização tem como substrato fundamental a
abordagem dos aspectos legais intervenientes. Para tanto, torna-se essencial
averiguar a legalidade jurídica dos sistemas implantados, especialmente em
termos de licenciamento ambiental e atendimento à legislação de recursos
hídricos, dentre outras, de modo a garantir o funcionamento dos mesmos em
consonância com a lei, reduzindo a fragilidade existente frente a ações
judiciais, multas e embargos.
Em adição, na gestão do PMSB será necessário acrescentar preocupações
relativas à operacionalização e à sistemática de monitoramento e avaliação dos
186
resultados pretendidos, por meio de indicadores relativos à execução física e
financeira, às metas previstas e aos objetivos de cunho institucional.
Para tanto, a Operacionalização demanda o desenvolvimento de ferramentas
de apoio ao planejamento e decisão. Partindo de uma visão abrangente e
estratégica na perspectiva da gestão integrada de todo o mosaico de obras,
projetos e sistemas que compõem os PMSB, este componente contempla:
o desenvolvimento e implantação de um sistema integrado capaz de
congregar informações técnicas, operacionais, financeiras e gerenciais
de todos os sistemas que integram o PMSB;
a elaboração de cadastro dos sistemas de cada setor;
implantação de uma rede de monitoramento e avaliação, e,
elaboração de planos de contingência para o enfrentamento de
situações de calamidades, especialmente inundações e alagamentos.
Além deste conjunto de ações, torna-se relevante, na interlocução junto aos
atores e setores sociais diversos, o desenvolvimento de ações de comunicação
social. Tendo em vista ainda que o saneamento básico não deve ser visto
apenas como infraestrutura, mas como elemento de saúde pública, torna-se
fundamental transcender as proposições e a atuação do PMSB à questão do
controle social. Desta forma é fundamental o desenvolvimento e
implementação permanente de ações de informação ao usuário, por meio de
um Sistema de Informações de Saneamento Básico da Região dos Lagos.
Para a efetiva implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico com
a ampla variedade de ações é necessário que seja montada uma estrutura
organizacional que, ao mesmo tempo: (i) possua legitimidade institucional, no
bojo da organização da administração pública municipal; (ii) tenha condições
de agilidade e eficiência necessárias à implantação de Planos desta natureza.
Neste sentido, este documento tem por objetivo apresentar uma primeira
proposta para a modelagem do arranjo institucional para a execução do PMSB,
delineado fundamentalmente a partir da reestruturação da Secretaria Municipal
187
de Meio Ambiente em cada Município da Região e as suas respectivas
integrações.
A estrutura proposta é composta de dois elementos principais, uma instância
participativa e de controle social, representada por um Conselho Deliberativo e
uma instância executiva e operacional representada por uma Unidade de
Gerenciamento do Plano – UGPLAN, a ser criada ou adaptada no âmbito
municipal e regional das estruturas já existentes.
Sugere-se portanto, a implantação em cada Município de uma Unidade de
Gerenciamento do Plano – UGPLAN/PMSB. Serão as unidades de
planejamento e execução dos PMSB’s, criadas no âmbito das Prefeituras
Municipais, subordinadas às Secretarias de Meio Ambiente existentes. Esta
nova concepção integrada, demandará uma estrutura de pessoal e de
equipamentos adicional, a fim de não sobrecarregar as estruturas hoje
existentes, o que poderá tornar toda a proposta ineficiente, prejudicando,
inclusive, as tarefas já hoje desenvolvidas.
Assim sendo, apresenta-se um primeiro esboço da estrutura necessária à
UGPLAN, cabendo, posteriormente, a definição em conjunto com a Secretaria
de Meio Ambiente, da necessidade de adequação em função das atuais
estruturas existentes.
A Unidade de Gerenciamento do PMSB - UGPLAN será responsável pelo
gerenciamento, coordenação e execução dos estudos, planos, e projetos
integrantes do plano, bem como do monitoramento e avaliação dos mesmos.
A estrutura proposta para a UGPLAN, responsável pelo gerenciamento e
operacionalização do PMSB é composta das seguintes Unidades,
apresentadas no organograma a seguir:
188
Figura 15 - Estrutura proposta para a UGPLAN
Fonte: SERENCO, 2.013.
A UGPLAN tem por objetivo geral executar as atividades de gerenciamento e a
coordenação da implementação das ações do PMSB, devendo, no âmbito de
suas competências, desempenhar as seguintes funções:
o realizar, com apoio de auditorias independentes, a supervisão
física das ações em execução;
o preparar, em conjunto, as Diretrizes para Elaboração do Plano
Operativo Anual – POA com vistas a aprovação prévia pelo
Conselho Municipal de Meio Ambiente;
o coordenar e supervisionar a execução dos estudos, projetos e
obras integrantes do PMSB;
o realizar o acompanhamento e gestão administrativa e financeira
das ações integrantes do PMSB aprovadas no respectivo POA;
o realizar o acompanhamento físico-financeiro das atividades
integrantes do PMSB;
o solicitar a mobilização de recursos e preparar propostas
orçamentárias para os exercícios financeiros anuais, e,
o manter documentação técnica, jurídica e financeira em sistema de
informação automatizado, com vistas a permitir maior
transparência na atuação pública.
189
Tendo em vista o complexo arcabouço legal referente aos temas recursos
hídricos, saneamento, resíduos sólidos e meio ambiente, tanto no nível federal,
quanto estadual e municipal, e, tendo em vista que os sistemas integrantes do
PMSB podem ter sido implantados em momentos distintos sem muitas vezes
se adequar à legislação vigente à época ou superveniente, torna-se necessário
avaliar o conjunto dos sistemas à luz da legislação atual, de modo a permitir o
planejamento para regularização dos mesmos.
A regularização dos sistemas poderá passar pela adequação ao arcabouço
hoje existente ou pela proposição da institucionalização de novos instrumentos
e diplomas legais, em nível Municipal, de modo a conferir condições para a
efetiva gestão dos elementos constituintes do Saneamento Básico no âmbito
dos Municípios da Região dos Lagos.
Para tanto, deverá ser elaborado estudo visando a implementação de ato
normativo para a fiscalização do setor de saneamento básico no Município, de
forma a disciplinar ou organizar este serviço público. O estudo deve considerar
as características, padrões de qualidade, impacto socioambiental, direitos e
obrigações dos usuários e dos responsáveis por sua oferta ou prestação e
fixação e revisão do valor de taxas e tarifas e outros preços públicos. Em
função da natureza e complexidade, o estudo deve contemplar a elaboração de
normas de regulamentação especifica para cada setor de saneamento,
devendo ser editadas por legislação.
No âmbito da gestão associada, os municípios da Região dos Lagos, titulares
dos serviços de saneamento básico, devem referendar os Contratos de
Programa com as concessionárias de Abastecimento de Água e Esgoto, sendo
esses Contratos subordinados aos Planos Municipais de Saneamento Básico,
e, finalmente, deverá ocorrer a revisão periódica dos planos de Abastecimento
de Água, Esgotamento Sanitário, Limpeza Pública e Manejo de Resíduos
Sólidos, e Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas, em prazo não
superior a 4(quatro) anos, anteriormente à elaboração dos Planos Plurianuais.
190
A revisão dos planos de saneamento básico deverá efetivar-se, de forma a
garantir a ampla participação da comunidade, dos movimentos e das entidades
da sociedade civil.
Esta proposta remete à elaboração e implantação de Sistema de Informações
de Saneamento Básico no Município. Este Sistema deverá assegurar aos
usuários de serviços públicos de saneamento básico, no mínimo, o
conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que pode estar
sujeito; o acesso as informações sobre os serviços prestados; ao manual de
prestação dos serviços e de atendimento ao usuário, elaborado pelo prestador
e aprovado pela respectiva entidade de regulação e ao relatório periódico sobre
a qualidade da prestação dos serviços. Deverá conter de forma sistematizada
os dados relativos às condições da prestação dos serviços públicos de
saneamento básico; disponibilizar estatísticas, indicadores e outras
informações relevantes para a caracterização da demanda e da oferta de
serviços públicos de saneamento básico; permitir e facilitar o monitoramento e
avaliação da eficiência e da eficácia da prestação dos serviços de saneamento
básico e permitir e facilitar a avaliação dos resultados e dos impactos do
PMSB. Estas informações deverão ser públicas e acessíveis a todos,
independentemente da demonstração de interesse, devendo ser publicadas por
meio da internet.
Deverá também, ser implementado o cadastro municipal georeferrenciado
integrado para o setor de saneamento básico. Este cadastro será alimentado
pelos responsáveis de cada serviço, sendo coordenado pela Secretaria
Municipal de Meio Ambiente, permitindo a avaliação periódica do PMSB. Logo,
na sequência, apresenta-se o modelo inicial de debate sobre a proposta de
modelo (arranjo) institucional para a gestão dos PMSB’s da Região dos Lagos.
191
Figura 16 - Modelo Institucional para a Gestão do PMSB Fonte: SERENCO, 2.013.
6.2.2 Modificações, Adaptações ou Complementações ao
Arranjo Institucional Proposto
Na sequência da construção do PMSB serão inseridas as complementações ao
Arranjo Institucional Proposto, superadas a consulta e a audiência pública.
Porém, as modificações, adaptações e complementações que vierem a ser
propostas após a condução do mesmo, deverão obedecer os trâmites
institucionais, legais e jurídico-administrativos, correspondentes à cada
instância especifica.
192
6.3 Análise Institucional Regional
6.3.1 Arranjo institucional na Região dos Lagos
Tendo como referência o complexo quadro estrutural que hoje caracteriza a
estruturação e operacionalização dos serviços públicos de saneamento básico
dos municípios da Região dos Lagos, compreendendo os serviços de
abastecimento de água, de esgotamento sanitário, drenagem e manejo de
águas pluviais urbanas e de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
urbanos nos municípios da Região dos Lagos, por serem serviços públicos que
possuem natureza essencial, buscou-se formular a proposição de ferramentas
organizacionais e de planejamento capazes de aparelhar os Municípios da
Região para o efetivo enfrentamento destas questões, gestão efetiva do PMSB
e construção dos alicerces para um cenário futuro de sustentabilidade
ambiental e do Setor Saneamento Básico.
Os Planos Municipais de Saneamento Básico dos Municípios da Região dos
Lagos estão sendo concebidos e construídos no sentido de se tornarem o
marco lógico e executivo do efetivo planejamento para o Setor, estabelecendo
as diretrizes, programas e ações prioritárias no horizonte de 20 anos,
envolvendo os quatro eixos
Isto posto, os fluxogramas a seguir, detalham os arranjos institucionais
existentes sobre os quais deverão ser lançados os novos cenários para a
gestão do saneamento básico da Região dos Lagos São João.
Detalham-se a seguir as instituições envolvidas na Região:
Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João.
194
Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das Bacias da Região
dos Lagos, do Rio São João e Zona Costeira (CILSJ)
Figura 18 - Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ)
Fonte: SERENCO, 2.013.
Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio
de Janeiro (AGENERSA)
195
Figura 19 - Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de
Janeiro (AGENERSA) Fonte: SERENCO, 2.013.
Governo do Estado do Rio de Janeiro, Municípios, Agência Reguladora,
Consórcios Intermunicipais, Comitê da Bacia e Concessionárias
196
Figura 20 - Fluxograma - Governo do Estado do Rio de Janeiro, Municípios, Agência
Reguladora, Consórcio Intermunicipal, Comitê da Bacia e Concessionárias Fonte: SERENCO, 2.013.
6.3.2 Fiscalização e Regulação dos Serviços de
Saneamento Básico
Outro aspecto do modelo institucional para gestão dos serviços de saneamento
básico, de fundamental importância, refere-se à regulação, fiscalização e
controle dos serviços prestados. São condições para a regulação:
197
Existência de plano de saneamento básico;
Existência de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-
financeira da prestação universal e integral dos serviços;
A existência de normas de regulação que prevejam os meios para o
cumprimento das diretrizes estabelecidas na Lei n.º 11.445/2.007 e seu
Decreto n.º 7.217/2.010, incluindo a designação da entidade de
regulação e fiscalização;
A realização prévia de audiência e de consultas públicas sobre o edital
de licitação, no caso de concessão, e sobre a minuta do contrato;
Indicação dos respectivos prazos e metas a serem atendidas;
Definição de metas progressivas e graduais de expansão dos serviços,
de qualidade, de eficiência de uso dos recursos naturais;
Diferença das condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-
financeiro dos serviços incluindo: o sistema de cobrança, a composição
de taxas e tarifas e a sistemática de reajustes e de revisões, e a política
de subsídios, e,
Definição dos mecanismos de controle social e as hipóteses de
intervenção e de retomada dos serviços.
Destaca-se ainda que no caso em que mais de um prestador execute atividade
interdependente com outra, a relação entre eles deverá ser regulada por
contrato e haverá entidade única encarregada das funções de regulação,
fiscalização e controle. O conteúdo mínimo desse contrato, similares às do
contrato de concessão, além das garantias de pagamento recíproco, que inclui
a obrigação de destacar nas contas dos usuários os valores devidos a cada
prestador, e a impossibilidade de alteração e rescisão administrativa unilateral.
O exercício da função de regulação deverá atender aos seguintes
princípios:
Independência decisória, incluindo autonomia administrativa,
orçamentária e financeira;
Transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões;
198
Edição de normas relativas às dimensões técnicas, econômicas e
sociais de prestação dos serviços tais como:
o Padrões e indicadores de qualidade;
o Requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;
o Medição, faturamento, cobrança e monitoramento dos custos, e,
o Aplicação das regras relativas a estrutura, reajuste e revisão de
taxas e tarifas e de auditoria e certificação dos investimentos.
Segundo a publicação Valor Econômico, de 22/08/2.012, a regulação dos
serviços de saneamento alcançou 2.296 municípios em junho de 2.012,
crescimento de 19% em relação ao número daqueles que possuíam regras
definidas para o segmento em 2.011. Apesar do avanço, a normatização
chegou a apenas 41,3% dos municípios do país, conforme dados divulgados
pela Associação Brasileira de Agências de Regulação (ABAR).
A Lei 11.445/2.007 estabelece que todos os serviços de saneamento básico
(abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e
drenagem de águas pluviais) devem ser regulados, sob pena de terem seus
contratos invalidados, de não serem autorizados a praticar reajustes ou
revisões tarifárias e, até mesmo, de não terem acesso a recursos da União,
uma vez que os planos municipais de saneamento básico devem ter sua
execução acompanhada por agências reguladoras.
A mesma fonte revela que, os municípios também têm tido dificuldade de
avançar na implementação de planos de saneamento básico, requisito
obrigatório para o acesso aos recursos da União a partir de janeiro de 2.014.
Dos 2.296 municípios com regulação, somente 26% dispõem de planos de
saneamento.
Tabela 89 - Modelos Institucionais para a Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços de Saneamento Básico
(i) Abrangência Estadual------------------------------------------------- 23 (x)
(ii) Abrangência Distrital ------------------------------------------------- 01
(iii) Abrangência Municipal ----------------------------------------------- 19
(iv) Abrangência Intermunicipal------------------------------------------ 01
199
(v) Consórcios--------------------------------------------------------------- 03
TOTAL 47 (xx) AGENERSA – Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro – Águas de Juturnaíba (Araruama, Silva Jardim e Saquarema) e Prolagos (Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia).
6.3.3 Inter-relação Poder Concedente/Prestadores de
Serviços/Regulador
No estudo comparativo entre Limeira (SP), Niterói (RJ) e a Prolagos (RJ),
VARGAS, 2.004, tece algumas considerações sobre o modelo de concessão
na escala microrregional, que julga-se de grande importância para o
estabelecimento dos debates que irão advir quando das consultas e audiências
públicas a serem realizadas na Região dos Lagos, orientando a busca de
propostas de arranjos institucionais para a gestão do saneamento básico na
Região.
Segundo VARGAS, 2.004, a concessão envolvendo a companhia Prolagos
apresenta diversos aspectos originais e relevantes para o tema da
privatização/regulação do setor de saneamento, a começar pelas
características da então concessionária: tratava-se de empresa controlada
100% pelo grupo Águas de Portugal, que se caracterizava como um
conglomerado de “empresas privadas de capital público” controlado pelo
Estado português. Por outro lado, era uma das únicas concessões multi-
municipais do país na qual o poder concedente foi compartilhado entre os cinco
municípios envolvidos (Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio,
Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia) e o Estado do Rio de Janeiro, revelando
que o conflito sobre a titularidade dos serviços de saneamento em áreas
urbanas interdependentes (regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões) pode ser equacionado através de soluções negociadas e
cooperação intergovernamental. Enfim, a concessão é regulada e fiscalizada
por uma agência reguladora estadual multi-setorial, a ASEP, hoje a
AGENERSA, dotada de um elevado grau de autonomia financeira e decisória,
200
além de independência em relação aos poderes concedentes e às
concessionárias.
A concessão da Prolagos e da Águas de Juturnaíba – CAJ, faz parte de um
processo mais amplo de privatização do saneamento na Região dos Lagos,
que envolveu oito municípios previamente atendidos pela concessionária
estadual do Rio de Janeiro, a CEDAE, através de um sistema integrado de
abastecimento de água, tendo a represa de Juturnaíba como manancial único.
É uma região turística cuja população residente totalizava pouco mais de 400
mil habitantes em 2.000, de acordo com o censo do IBGE, mas cuja demanda
de água quase triplicava no verão dado o elevado afluxo de turistas e de
pessoas domiciliadas em outros municípios que aí possuem residências
secundárias.
Diante de vários fatores administrativos operacionais e financeiros da então
operadora CEDAE, os oito municípios, juntamente com o Estado, firmaram em
meados de 1.996 um convênio para preparar a concessão dos serviços de
saneamento à iniciativa privada, com apoio da própria CEDAE. Conforme o
convênio, posteriormente reforçado pela criação da microrregião dos Lagos,
coube ao Estado preparar o edital e conduzir o processo licitatório, com
participação assegurada aos municípios em todas as etapas. A região foi
dividida em duas áreas de concessão: a área 1, que viria a ser atendida pela
Prolagos, abrangendo os cinco municípios mencionados, cuja população
atingia quase 250 mil habitantes em 2.000; e a área 2, envolvendo os
municípios de Araruama, Saquarema e Silva Jardim, com pouco mais de 150
mil habitantes no mesmo período, cujos serviços foram concedidos em 1.998,
Aguas de Juturnaíba(CAJ).
Através de contrato firmado em abril de 1.998 entre a Prolagos, o governo
estadual e os municípios envolvidos, a empresa assumiu a concessão dos
serviços de produção e distribuição de água, coleta e tratamento de esgotos da
área urbana de Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da
Aldeia e Arraial do Cabo (somente água) por um período de 25 anos. Tratando-
201
se de uma concessão onerosa precedida de obras públicas, o principal critério
para selecionar o vencedor da licitação foi o da maior oferta a ser paga pelo
direito de exploração dos serviços (outorga). O valor da outorga atingiu o
montante de 34,3 milhões de reais.
O edital de licitação previu um conjunto abrangente de obras e serviços a
serem realizados pela nova concessionária ao longo da concessão,
especialmente nos primeiros anos. Os detalhes foram detalhados no
PRODUTO 4.
No que tange à sustentabilidade ambiental, em que pese a falta de informações
mais detalhadas sobre esta dimensão antes e depois da privatização, é
evidente que a necessidade de investimentos pesados em tratamento de
esgotos representou um dos principais motivos considerados para a
concessão. Na Região dos Lagos, cuja economia depende substancialmente
do turismo, a necessidade de investir na despoluição de lagoas e praias dizia
respeito não apenas à recuperação de sua qualidade ambiental, mas também à
maximização das oportunidades de desenvolvimento socioeconômico local e
regional.
Finalmente, no que diz respeito à dimensão político-institucional, que envolve a
regulação pública e o controle social sobre os aspectos mais amplos da
prestação dos serviços, trata-se, sem dúvida, do aspecto mais problemático do
conjunto das concessões analisadas.
No caso da Prolagos e CAJ, como a regulação é exercida por uma agência
estatal multi-setorial, dotada de autonomia financeira e administrativa criada
especificamente para este fim, cujo quadro de pessoal vem sendo ampliado e
qualificado através de atividades de treinamento adequadas, os riscos de
captura do regulador pelo regulado parecem afastados. Aliás, a agência vem
demonstrando sua independência em diversas deliberações sobre tarifas ou
ajustes contratuais em todos os setores que regula. Encontra-se em fase de
202
implantação a regulação dos sistemas de limpeza pública e manejo de
resíduos sólidos, e futuramente da drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas.
Observa-se a ausência de qualquer instância formalizada de caráter consultivo
ou fiscalizatório que envolva a participação de usuários ou entidades
autônomas da sociedade civil. Trata-se do reconhecimento da necessidade de
se criar instâncias de controle social mais amplo sobre os serviços, que sejam
autônomas em relação ao Estado e envolvam a participação dos usuários, cuja
função não se confunda com as atividades reguladoras propriamente ditas,
sendo exercida igualmente sobre a prestação dos serviços, o financiamento e a
própria regulação do setor.
Sugere-se a necessidade de se manter um quadro institucional e regulatório ao
mesmo tempo abrangente e flexível para a prestação dos serviços de
saneamento, que não feche as portas à iniciativa privada, nem tampouco a
coloque como eixo principal da política nacional de saneamento. Há que se
reconhecer, que a participação da gestão privada no âmbito da política
nacional de saneamento, embora crescente, deverá ser sempre minoritária,
dadas as desigualdades estruturais de distribuição de renda entre os grupos
sociais, os Estados e os Municípios do país. Não se pode deixar de observar
que a Prolagos, e a CAJ, onde a iniciativa privada vem desempenhando um
papel globalmente positivo, estão concentrados na região sudeste, a mais rica
do país.
6.3.4 Análise Jurídica
O modelo jurídico a ser adotado deve contemplar todos os municípios que
fazem parte da Região dos Lagos/RJ, em especial, aqueles consagrados no
contrato INEA/SERENCO, assegurando a efetiva execução do plano de
saneamento com a precaução em manter ininterrupta, a prestação dos serviços
de distribuição de água potável e coleta, transporte, tratamento e disposição
203
dos efluentes de esgotos sanitários atualmente prestados pelas
concessionárias Águas de Juturnaíba S/A e Prolagos.
O Estado do Rio de Janeiro participa diretamente dos contratos de concessão
de prestação dos serviços públicos mencionados, seja através da colaboração
direta de suas secretarias, seja através do repasse da outorga de subsídios.
O Estado detém convênio administrativo com os municípios desta região e
compartilha a função de poder concedente dos serviços de saneamento básico
delegados para as concessionárias citadas.
Em dezembro de 1.999, instalou-se na Região, o Consórcio Intermunicipal para
Gestão Ambiental das Bacias da Região dos Lagos, Rio São João e Zona
Costeira, formado pelos municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios,
Araruama, Cabo Frio, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Iguaba
Grande, Rio Bonito, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim
(Consórcio Intermunicipal Lagos São João - CILSJ).
A área de atuação do Consórcio abrange a parcela do território dos Municípios
que o compõem, situada nas bacias hidrográficas da Região dos Lagos, dos
Rios Una, São João e Zona Costeira adjacente, podendo atuar como entidade
delegatória de Comitês de Bacias em outras Regiões Hidrográficas do Estado
do Rio de Janeiro.
O Consórcio representa o conjunto de associados que o integram em assuntos
de interesse comum e de caráter ambiental, perante quaisquer entidades de
direito público e privado, nacionais ou internacionais. Tem por objetivo planejar,
adotar e executar planos, programas e projetos destinados a promover e
acelerar o desenvolvimento sustentável e a conservação ambiental, além de
outras ações previstas em seu Estatuto.
Desde sua instalação, em 1.999, o Consórcio Lagos São João, desempenhou
um importante papel nas ações relacionadas à política pública e ao meio
204
ambiente, com foco na preservação ambiental das bacias hidrográficas e na
recuperação das lagoas e praias da Região.
O Consórcio conta com uma equipe altamente qualificada, com grande
capacidade de gerenciamento e desde sua fundação participa de atividades
como a criação do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João, em 2004, e
do Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos da Região dos
Lagos, em 2.011, entre outros projetos e iniciativas ambientais, que são de
suma importância para a Região.
O Consórcio foi constituído sob a forma jurídica de Associação Civil, sem fins
lucrativos e regido pelas disposições do Código Civil Brasileiro, pela legislação
pertinente e pelo seu Estatuto, desempenhando seu papel como principal ator
de agregação dos municípios membros, na busca por melhores soluções para
a gestão ambiental da Região.
Dentro das diversas conquistas do Consórcio, ressalta-se a opção pelo sistema
conhecido como “Tomada em Tempo Seco” para coleta de esgoto sanitário em
conjunto com as águas pluviais, para os oito municípios objeto deste Plano.
Esta inovação garantiu em um curto prazo, a recuperação da Lagoa de
Araruama e de algumas praias, principais atrativos da região que caracteriza-
se como polo turístico do Estado do Rio de Janeiro e do País.
Isto posto, a partir da Lei Federal 11.107/05 (que regulamenta a criação de
consórcios públicos), iniciaram-se debates a respeito do modelo adotado na
Região dos Lagos, pois o Consórcio Intermunicipal Lagos São João não foi
criado especificamente para a gestão do saneamento básico, mas sim, para
um objetivo maior e que envolve toda a gestão ambiental da Região.
Desta forma, resta saber, como reunir todos esses entes da Federação e
atingir o objetivo de assegurar a execução coletiva das diretrizes previstas nos
planos de saneamento, garantindo o desenvolvimento das cidades, a
continuidade da prestação dos serviços públicos de água e esgoto, sem,
205
contudo, ferir os contratos e compromissos até então assumidos pelos diversos
municípios que compõe o Consórcio, e, ainda, permitir a participação do
Estado do Rio de Janeiro, peça extremamente importante para o
desenvolvimento conjunto e ordenado da Microrregião em questão.
O Estado do Rio de Janeiro já participa dos contratos de concessão dos
serviços de água e esgoto, firmando-os juntamente com municípios e
concessionárias, utilizando-se de sua agência reguladora, AGENERSA, para
normatizar e fiscalizar a prestação destes serviços.
Recentemente, uma nova decisão veio nortear a região metropolitana do Rio
de Janeiro e a Região dos Lagos. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu,
quando do julgamento da ADI 1842 ingressada pelo Partido Democrático
Trabalhista – PDT, que a gestão dos serviços de saneamento deve ser
compartilhada entre Estados e Municípios em regiões metropolitanas e
microrregiões. O objetivo da decisão é impedir a transferência da legitimidade,
do âmbito municipal para o âmbito estadual, das competências administrativas
e normativas próprias dos municípios, que dizem respeito aos serviços de
saneamento básico consolidando o Poder Concedente (Município (s) e Estado)
nessas Regiões de interesse comum.
A ideia é assegurar a participação decisória dos municípios proporcionalmente
ao seu peso específico do ponto de vista político, econômico, social e
orçamentário, sem, contudo, excluir a participação estatal, de suma importância
para os interesses regionais como um todo.
Nesta decisão, não se descarta a participação das entidades civis, uma vez
que os Ministros da Suprema Corte entendem correto delegar a execução das
funções públicas de interesse comum a uma autarquia territorial
intergovernamental e plurifuncional, desde que a lei complementar instituidora
da entidade regional lhe confira personalidade jurídica própria, bem como, o
poder concedente quanto aos serviços de interesse comum. O STF procurou
206
evitar, com esta decisão, que a má prestação do serviço em uma cidade não
prejudique as demais, havendo, portanto, decisões conjuntas quando dos
interesses comuns.
A decisão do STF é recente e o município que esteja nesta situação irá
precisar de tempo para se adequar a nova realidade. Analisando a situação
dos envolvidos, pode-se concluir que a gestão compartilhada é uma forma
compatível e eficaz de solucionar o problema da Região. Para tanto é preciso
estabelecer um arranjo institucional entre os municípios e o Estado do Rio de
Janeiro, tendo em vista a responsabilidade compartilhada na gestão, na
sustentabilidade e na universalização do saneamento básico da Região dos
Lagos.
Com o advento da Lei n. 11.107/05, criou-se uma nova figura, que embora seja
instituída por intermédio de um procedimento que culmina com a celebração de
um instrumento contratual, tem identidade diversa da desse instrumento. Não
se trata de um contrato destinado a regulamentar relação jurídica entre dois
sujeitos de direitos que se mantêm autônomos enquanto partes signatárias do
contrato. Trata-se de um instrumento contratual que objetiva criar nova pessoa
jurídica, um sujeito de direitos e deveres, por intermédio da cooperação entre
os contratantes (consorciados).
Entretanto, há duas espécies distintas de consórcios no Direito brasileiro. A
primeira é um tipo de relação jurídica entre entes federativos de mesma
espécie objetivando atender a interesses comuns e a segunda modalidade de
pessoa jurídica criada por intermédio da associação de entes federativos que
objetivam prestar serviços públicos de modo conjunto. Vale lembrar, que
anteriormente à edição da Lei n. 11.107/05, os consórcios públicos não tinham
personalidade jurídica própria. Diferenciavam-se dos convênios em virtude dos
sujeitos participantes do ajuste.
Atualmente é seguro dizer que, após a edição da Lei Nº 11.107/05, os
consórcios não mais se confundem com os convênios.
207
Pode-se conceituar os consórcios públicos como pessoas jurídicas com
personalidade de Direito Público ou Privado, formadas exclusivamente por
entes federativos, criadas por lei ou por intermédio de autorização legislativa
dos entes federados, que desejam associar-se, para, sem objetivar lucros,
atender a serviços públicos de interesse comum dos consorciados.
Desta forma, repita-se, somente podem participar dos consórcios públicos os
entes federados. É o que se extrai do disposto no art. 241 da Constituição
Federal e do caput do art. 1º da Lei n. 11.107/05. Isso significa dizer que
somente podem ser sujeitos de um consórcio público a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios.
Não podem participar do consórcio, portanto, entidades privadas ou da
administração indireta. Há também restrições expressas e implícitas na lei
quanto à formação dos consórcios pelos entes federativos.
O objeto dos consórcios é a prestação de serviços públicos de modo
associado. Os objetivos devem ser de interesse comum. O consórcio público
deverá ter sempre por objeto principal a prestação de um serviço público em
sentido estrito. Não se podem realizar por intermédio de consórcio simples
aquisições de bens ou a realização de obras.
Tampouco se pode delegar o poder de polícia, atos políticos ou atividades
inerentes aos poderes Legislativo e Judiciário.
A razão para essas afirmações consiste na redação do art. 241 da Constituição
Federal que admite apenas a gestão associada de serviços públicos.
Somente pode o consórcio adquirir bens, realizar obras ou exercer atividades
de polícia administrativa quando estas atividades forem instrumentais à
prestação dos serviços.
208
São vantagens da cooperação: 1) racionalização do uso dos recursos
existentes, destinados ao planejamento, programação e execução de objetivos
de interesses comuns; 2) a criação de vínculos ou o fortalecimento dos
vínculos preexistentes, com a formação ou consolidação de uma identidade
regional; 3) a instrumentalização da promoção do desenvolvimento local,
regional e nacional; 4) a conjugação de esforços para atender as necessidades
da população, as quais não poderiam ser atendidas de outro modo diante de
um quadro de escassez de recursos, e etc...
Os consórcios públicos possuem competência para a prática de todos os atos
que visem atender a sua finalidade de acordo com os termos do protocolo de
intenções e das leis que os ratificaram.
Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá firmar
convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios,
contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e
órgãos do governo, promover desapropriações e instituir servidões nos termos
de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social,
realizada pelo Poder Público, ser contratado pela administração direta ou
indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação.
Os consórcios públicos, segundo o § 2º do artigo 2º da Lei 11.107/05, poderão
emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas
e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de
uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante autorização
específica, pelo ente da Federação consorciado. Já o parágrafo 3º do art. 2º da
Lei n.º 11.107/05 confere, ainda, aos consórcios públicos, competência para
outorgar concessão, permissão ou autorização de obras e serviços públicos.
Para isso, no entanto, exige-se prévia autorização no contrato de consórcio
público, que deverá indicar de forma precisa o objeto da concessão, permissão
ou autorização e as condições que estas deverão atender além do respeito às
normas gerais em vigor.
209
A contratação de pessoal poderá ser realizada de três maneiras: através de
cessão de servidores feita ao consórcio pelos entes consorciados (§ 4º do
artigo 4º da Lei 11.107/05); por processo de contratação a ser celebrado pelo
próprio consórcio por intermédio de concurso público e por fim, pela nomeação
para cargos em comissão.
É necessário ressaltar que cargos e empregos públicos somente podem ser
criados por lei. Os consórcios não fogem a essa regra. Esse requisito é
satisfeito mediante a previsão no protocolo de intenções dos cargos a serem
criados e posterior edição da lei ratificadora de cada um dos entes federados.
A Lei n.º 11.107/05 não prevê expressamente a existência de cargos em
comissão. É possível, contudo, a criação de tais cargos eis que expressamente
previstos na Constituição Federal. A peculiaridade existente em relação a
esses cargos consiste na forma de provimento dos mesmos. No protocolo de
intenção deverá constar a quem compete indicar as pessoas que deverão
exercer os cargos comissionados.
O estatuto poderá dispor sobre o exercício do poder disciplinar e regulamentar,
as atribuições administrativas, hierarquia, avaliação de eficiência, lotação,
jornada de trabalho e denominação dos cargos, em relação aos empregados
do consórcio público. Tudo deve constar previamente no protocolo de
intenções, o qual deve ser subscrito por todos os pretendentes, devendo conter
aquelas cláusulas previstas no artigo 4º da Lei 11.107/05 e no artigo 5º do
Decreto n.º 6.017/07, em especial, previsão de que o consórcio público é
associação pública e que a instância máxima do consórcio público é a
assembleia geral.
Lembrando que o protocolo de intenções nada mais é que um contrato
preliminar, que deverá ser ratificado pelos entes da Federação interessados,
convertendo-se ao final em contrato de consórcio público. O protocolo de
intenções deverá definir o número de votos que cada ente da Federação
210
consorciado possui na assembleia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada
ente consorciado.
O protocolo de intenções deverá ser publicado resumidamente, desde que a
publicação indique o local e o sítio da rede mundial de computadores em que
se poderá obter seu texto integral. O consórcio público deverá ser organizado
por estatutos cujas disposições, sob pena de nulidade, deverão atender a todas
as cláusulas do seu contrato constitutivo, devendo ser aprovado pela
assembleia geral. Com a formação do novo consórcio público, será constituída
uma nova personalidade jurídica, que fará a gestão compartilhada dos serviços
públicos de água e esgoto, colocando em prática o plano de saneamento
básico ora formulado.
Este novo modelo de gestão, uma vez autorizado por lei, assume a posição de
poder concedente, podendo dar continuidade aos contratos vigentes, com suas
necessárias adaptações ou então optar pela extinção e uma nova concessão, o
que talvez não seria a melhor opção. Desta forma, tanto a concessionária
Águas de Juturnaíba, quanto a Prolagos, poderão manter-se na operação dos
sistemas, também em forma de consórcio de empresas ou isoladamente. O
cumprimento do prazo contratual é de suma importância para todas as partes,
em razão da continuidade da prestação dos serviços, da segurança jurídica e
economicidade.
Para tanto, haverá necessidade de algumas adaptações, justamente para que
as concessionárias se mantenham na prestação dos serviços de água e
esgoto, evitando a extinção da concessão e a consequente indenização
prevista em lei.
Deve-se levar em conta o prazo elastecido destes contratos de concessão e
seus respectivos termos aditivos, que além de fixarem novo prazo para o
término da concessão, também preveem novas obrigações, investimentos e
principalmente metas a serem cumpridas no transcorrer deste período, as
211
quais são importantíssimas para o poder concedente, sendo que muitas destas
metas já foram alcançadas ou estão em andamento.
Assim, é importante observar, caso seja optado pela formação de um consórcio
público, a melhor forma de dar continuidade a prestação dos serviços e como
as concessionárias irão operar a partir de então. É importante frisar que não há
impedimento que duas prestadoras de serviços operem simultaneamente em
regiões distintas, contudo, o plano de saneamento deverá ser cumprido,
independentemente de quem esteja operando o sistema. É possível a divisão
de áreas entre as duas concessionárias que atualmente estão
responsabilizadas pela prestação dos serviços, desde que, o plano de
saneamento seja respeitado e colocado em prática.
A participação do Estado do Rio de Janeiro no consórcio público é de
fundamental importância para o controle do desenvolvimento ordenado e
simultâneo dos municípios que comporão o consórcio, podendo a AGENERSA,
continuar como a agência reguladora responsável pela fiscalização e regulação
da prestação do serviços ou ainda, ser criada nova Agencia Reguladora
Intermunicipal.
A estrutura organizacional do consórcio público exige a existência de uma
assembleia geral que será integrada pelos diferentes entes federativos
consorciados. Não há obrigatoriedade de que os consorciados tenham
participação igualitária na assembleia. Admite-se que o número de votos de
cada ente seja diverso em virtude do que dispõe o §2º do art. 4º da Lei n.º
11.107/05.
Compete à assembleia eleger o representante legal do consórcio público que
deverá ser obrigatoriamente o chefe do Poder Executivo de algum dos entes
federados.
As condições de administração e atuação do consórcio deverão constar no
protocolo de intenções prévio ou ser objeto de aprovação por lei específica de
212
cada um dos entes consorciados. Além da assembleia geral, o consórcio
normalmente terá outros órgãos. A criação desses órgãos e a competência de
cada um deles devem estar previstos no protocolo de intenções. A assembleia
geral deverá elaborar um estatuto que discipline a organização e o
funcionamento de cada um dos órgãos integrantes do consórcio. Vale frisar
que é possível a participação de representantes da sociedade civil ou de
representantes dos entes consorciados nos órgãos colegiados do consórcio.
Vale ressaltar que há possibilidade expressa em lei para o ingresso de novos
consorciados. Ela consiste na hipótese prevista no § 1º do art. 5º da Lei
11.107/05, que permite a constituição do consórcio sem a assinatura de todos
os entes subscritores do protocolo de intenções.
Acrescenta-se ao exposto, um resumo do Parecer n.º 010/2.012/MPMA –
ASJUR/SEA, Processo n.º E-07/000.636/2.012, relativamente ao Projeto de
Lei, sem número, de 2.012, o qual autoriza a outorga de subsidio pelo Estado
na concessão pública dos serviços de água, de coleta e tratamento de esgotos
de Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia, e
distribuição de água potável para o Município de Arraial do Cabo, visando a
transposição dos efluentes das estações de tratamento de esgotos de Iguaba
Grande e São Pedro da Aldeia da Lagoa de Araruama para o Rio Uma, firmado
em 26/12/2.012, pelo Procurador do Estado Raul Teixeira, Assessor Chefe da
ASJUR/SEA.
Da transferência de Recursos Públicos para a Concessionária dos
Serviços de Saneamento Básico da Região dos Lagos.
Dos serviços de Saneamento da Região dos Lagos: Desafios e
Superações da Gestão – Parecer/RT/ASJUR/SEAN/n.º, Processo n.º E-
07/000-009/2.012: não há como negar que existe certa margem de
insegurança na relação travada entre o Estado do Rio de Janeiro e os
Municípios dessa Região, pois, calçados em um mero convênio
administrativo, compartilham a função de Poder Concedente dos
213
Serviços de Saneamento Básico delegados para as concessionárias
Águas de Juturnaíba S/A e Prolagos S/A.
Isto posto, é o Parecer:
“a) por razões de segurança jurídica é recomendável a
constituição de consórcio público, na forma de associação
pública, nos termos da Lei n.º 11.107, de 6 de abril de 2.005, a
ser formado pelo Estado do Rio de Janeiro e pelos Municípios
de Araruama, Saquarema e Silva Jardim, devendo o referido
consórcio, por sucessão contratual, figurar no polo ativo da
concessão, como poder concedente, que tem no polo passivo a
concessionária ÁGUAS DE JUTURNAÍBA S/A.
b) mediante contrato de rateio a ser celebrado entre o Estado do Rio
de Janeiro e o Consórcio Público a ser constituído, poderão ser
repassados os recursos do FECAM para contratação das obras de
esgotamento sanitário em Praia Seca.
c) o Protocolo de Intenções, a ser subscrito por todos os entes
consorciados deverá prever expressamente a autorização para a
gestão associada de serviços públicos de saneamento básico, nos
termos do artigo 4º, inciso XI, alíneas “a”, “b” e “c”, da Lei n.º
11.107/05” (g. n.).
Outrossim, é forçoso concluir, no lastro do PARECER/RT/ASJUR/ SEA/n.º
002/2.012, que o Estado do Rio de Janeiro junto com os Municípios de Arraial
do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da
Aldeia devem evoluir para a via do consorciamento, a fim de promover a
transferência da função de Poder Concedente para este consórcio público, que,
assim, promoverá, de per si, a gestão associada dos serviços de saneamento
básico concedidos para a concessionária PROLAGOS S.A; o que, certamente,
conferirá segurança jurídica e institucional para o setor.
Afora isso, é recomendável que o Estado do Rio de Janeiro juntamente com os
Municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande
e São Pedro da Aldeia busquem a contratação de consórcio público, que
214
assuma, de per si, o papel de Poder Concedente com vista à conferir
segurança jurídica e institucional para a gestão associada dos serviços de
saneamento básico concedidos para a concessionária PRÓLAGOS S.A..
Conclusão:
“Aprovo, em seus termos, o Parecer n.º 010/2.012/MPMA-ASJUR/SEA que
opinou pela legalidade do Projeto de Lei, sem número de 2.012, que constitui
medida geral de outorga de subsídio indireto para a concessionária,
PROLAGOS S.A., a ser concedido pelo Poder Concedente, do qual o Estado
faz parte, para assegurar a modicidade de tarifa com a realização do
reequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão, desde que (i) haja
a comprovação que a prestação dos serviços de saneamento básico da região
– que é essencial por excelência – é economicamente inviável e, ainda, (ii)
sejam cumpridos os requisitos legais constantes nos incs. I até IV, do art. 11,
da Lei Estadual n.º 2.831/1.997.
O Parecer n.º 010/2.012/MPMA-ASJUR/SEA opina, ainda, com lastro no
PARECER/RT/ASJUR/SEA/n.º 002/2.012 exarado em sede do Processo n.º E-
07/000.009/2.012 (fls. 45/85), que o Estado do Rio de Janeiro juntamente com
os Municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba
Grande e São Pedro da Aldeia devem buscar a contratação de consórcio
público, que assume, de per si, o papel de Poder Concedente com vista a
conferir segurança jurídica e institucional para a gestão associada dos serviços
de saneamento básico concedidos para a concessionária PRÓLAGOS S.A.”
Raul Teixeira, 26/12/2.012.
215
6.3.5 Propostas para Instalação de Arranjo Institucional
para a Gestão do Saneamento Básico na Região dos
Lagos/RJ
Assim, os municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio,
Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Saquarema, Araruama e Silva Jardim
podem formar um novo Consórcio, desta vez Público, e posteriormente agregar
mais municípios que tenham interesse de participar, ou reformular os
Consórcios existentes.
Como esses municípios, juntamente com o Estado do Rio de Janeiro, tem
concessão de serviço público em andamento, a continuidade da prestação dos
serviços deve ser observada, mantendo-se as duas concessionárias, cujos
contratos ainda estão vigentes.
Para tanto, deverá haver a adequação, através de termo aditivo, de seus
contratos, com previsão destas adequações no protocolo de intenções, como
também eventualmente, a divisão mais conveniente das áreas de atuação de
ambas as concessionárias.
As propostas ora detalhadas buscam orientar as intervenções e a gestão do
saneamento básico instituído para Lei n.º 11.445/2.007, nos municípios da
Região dos Lagos/RJ, estimulando as parte interessadas em buscar uma
solução integrada e consorciada aos problemas e conflitos inerentes ao
saneamento básico. Fazem parte do contexto, a Lei n.º 12.305/2.010 (Política
Nacional de Resíduos Sólidos), a Lei n.º 9.705/1.999 (Educação Ambiental) e a
Lei n.º 11.107/2.007 dos Consórcios Públicos.
Tanto pelas ações nacionais quanto pelas ações do Governo do Estado do Rio
de Janeiro, a gestão regionalizada é vista como uma forma eficiente de se
garantir a viabilidade da gestão do saneamento básico, e, portanto, o Plano
Municipal de Saneamento Básico do Município de Araruama, aqui em
216
construção, é uma ferramenta importante do planejamento constante. Como os
laços de união entre os Municípios da Região dos Lagos, representados pelo
atual arranjo institucional, bem como pelas estruturas operacionais
compartilhadas tais como captação, potabilização, adução e reservação de
água, esgotamento sanitário, e aterramento de resíduos sólidos, sobram
poucas proposições institucionais, destacando-se a necessidade de se
estabelecer um arranjo institucional para a gestão do saneamento básico na
Região dos Lagos (RJ), e caracterizando-se como um acordo entre os
municípios de Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio,
Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim e o Estado do
Rio de Janeiro com o objetivo de alcançar metas comuns previamente
estabelecidas afim de viabilizar a implantação dos programas, ações e projetos
detalhados e propostos no presente PMSB.
A viabilidade de recursos, sejam técnicos ou financeiros dos municípios
integrantes, serão reunidos sob a forma de um Consórcio Público, a ser gerido
pela Lei Federal n.º 11.107/2.005, Lei dos Consórcios Públicos e seu Decreto
Regulamentador n.º 6.017/2.007.
A área abrangida pela Consórcio Público é representada pela Figura 21.
217
Figura 21 - Localização do Município
Fonte: SERENCO, 2.013.
Os Municípios integrantes da região foram detalhados nos PRODUTOS 3 –
Caracterização, 4 e 5 – Diagnósticos, e 6 – Estudo Populacional.
A reunião do Governo do Estado do Rio de Janeiro e as Prefeituras da Região
dos Lagos, cada qual com seu Conselho Municipal de Meio Ambiente e suas
respectivas Secretarias Municipais de Meio Ambiente, devidamente
estruturadas, cada qual com sua Unidade de Gerenciamento do PMSB –
UGPLAN serão responsáveis pela Gestão do Saneamento Básico apoiando-se
na estrutura de um Consórcio Intermunicipal Público, a ser eventualmente
instituído na Região, ou ainda, pela adequação dos Consórcios existentes,
mediante o auxílio da implantação do Conselho Deliberativo da Microrregião
dos Lagos, Lei Complementar n.º 87/1.997.
A proposta também se apoia no ponto central discutido na Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 1842 do STF para questionar normas que tratam da
região metropolitana do Rio de Janeiro e da microrregião dos Lagos e
disciplinam a administração de serviços públicos.
218
A Figura 22 detalha as propostas possíveis de serem apresentadas e debatidas
nas consultas e audiências públicas a serem efetivadas na sequência dos
trabalhos, e futuramente debatidas em assembleia dos Poderes Concedentes.
(X) UGPLAN – Unidades de Gestão dos PMSB’s
Figura 22 - Modelagem Proposta Fonte: SERENCO, 2.013.
219
7. ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
O atual arranjo institucional para a prestação dos serviços de saneamento
básico na Região dos Lagos, obedece aos modelos anteriormente detalhados.
Esses modelos demonstraram as interligações do Poder Concedente (Estado
do Rio de Janeiro e Municípios) aos Prestadores de Serviços (Concessionárias
Prolagos e CAJ), aos Consórcios existentes, ao Comitê de Bacias, às
empresas terceirizadas (LIMPATECH, SELLIX, MEGA ENGENHARIA, DOIS
ARCOS, entre muitas outras) e à Agência Reguladora (AGENERSA).
Essas interligações deverão se fortalecer ainda mais, após a conclusão, a
aprovação e a implementação do PMSB e do PGIRS, concentrando-se na
busca e geração de recursos financeiros para custear a execução dos serviços
para a universalização dos mesmos.
O modelo econômico-financeiro se apoia nos seguintes elementos:
Recursos 1 – Dotações orçamentárias municipais;
Recursos 2 – Cobrança de taxas/tarifas em busca da sustentabilidade
da prestação dos serviços programados;
Recursos 3 – Recursos para investimento em obras, equipamentos,
serviços, provenientes de fontes estaduais (FECAM), federais (Caixa,
Econômica Federal, BNDES, PAC, FUNASA, MINCIDADES, e MMA) e
internacionais (BID, BIRD e bancos de fomento), e,
Recursos 4 – Repasse estadual do ICMS Verde.
Assim, a Tabela 90, apresenta resumidamente a operacionalidade da Estrutura
Financeira de Arraial do Cabo
220
Tabela 90 - Estrutura Financeira
Recursos Abastecimento de Água Esgotamento Sanitário
Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas
Limpeza Urbana e Manejo de Resíduo Sólidos
1 Sim (esgoto) Sim (todos) Sim (maior parte)
2 Prolagos (água) Não Não
3 FECAM (SEA, INEA) FECAM (SEA, INEA) FECAM (SEA, INEA) e FUNASA
4 Sim (ao Município) Não Sim (ao Município) Fonte: SERENCO, 2.013.
As dotações orçamentárias municipais, especificamente na rubrica dos
investimentos, representam em Arraial do Cabo, para 2.013, um montante de
R$ 26.345.834,71, ou seja, 18,7% do orçamento municipal. É possível observar
que este investimento, ou parte dele, poderá vir a se constituir em forte
ingresso financeiro anual no setor saneamento básico, se assim for a decisão
dos poderes públicos municipais constituídos.
Destaca-se ainda, que no caso de implantação da taxa de resíduos sólidos, o
tesouro municipal ficará desonerado anualmente de cerca de R$ 2 milhões,
podendo esse montante ser acrescido na rubrica municipal dos investimentos
(R$ 26 milhões), isto é, disponibilizando aproximadamente R$ 28 milhões para
o setor saneamento básico.
Para os recursos provenientes da Concessionária Prolagos (3ºTA), estão
previstos investimentos, conforme Tabela 91.
Tabela 91 - Investimentos previstos pela Prolagos
Investimentos previstos
Abastecimento de Água Sede (até 2.019) R$ 2.150.240,00
Abastecimento de Água Monte Alto e Figueira R$ 4.294.671,00
TOTAL R$ 6.444.911,00
Fonte: SERENCO, 2.013.
Os valores repassados pelo Governo do Estado (através do ICMS Verde)
incorporados aos recursos orçamentários municipais estão apresentados na
Tabela 92.
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Tabela 92 - Repasse de recursos financeiros do Governo do Estado através do ICMS Verde (2012)
ICMS Verde (2012)
IRTE R$ 1.033.164,00
IRDC R$ 0,00
IRRV R$ 0,00
IRMA R$ 0,00
TOTAL R$ 1.033.164,00
Fonte: INEA, 2.013.
Observa-se ainda que:
O Município não investe recursos orçamentários em abastecimento de
água;
Como o sistema de esgotamento sanitário é realizado pela ESAC, o custo
é proveniente do orçamento municipal, sem cobrança de taxa;
O Município assume todas as despesas com drenagem e manejo de
águas pluviais urbanas;
O Município assume a maior parte das despesas com Limpeza Urbana e
Manejo de Resíduos Sólidos;
Não são cobradas taxas de drenagem e resíduos sólidos;
A Prolagos arrecada as taxas/tarifas do abastecimento de água e para
sustentabilidade dos sistemas e para remuneração dos serviços
prestados, investindo ainda, os recursos programados pelo Termo
Aditivo em vigor;
O FECAM (SEA, INEA) investe em obras, equipamentos e serviços nos
quatro sistemas, através de repasses de recursos à Prefeitura Municipal;
A FUNASA destinou verbas para o sistema de manejo de resíduos
sólidos, e,
O Município recebe recursos, do ICMS Verde (Esgotamento sanitário e
resíduos sólidos) e os incorpora ao Orçamento Municipal.
222
Resume-se na Tabela 93, os investimentos necessários para os próximos 20
(vinte) anos para atendimento aos programas elencados nas proposições
anteriormente detalhados.
Tabela 93 - Recursos necessários por serviço
SERVIÇOS VALOR TOTAL
Abastecimento de água¹ R$ 22.681.433,16
Esgotamento sanitário R$ 101.635.623,57
Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas R$ 30.378.000,00
Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos R$ 14.436.548,75
TOTAL R$ 169.131.605,48
¹ 9% de R$ 252.015.924,00
Fonte: SERENCO, 2.013.
Conclui-se portanto, que a capacidade de investimento em saneamento básico
por parte do Município de Arraial do Cabo (orçamento municipal), Estado do
Rio de Janeiro (ICMS Verde), e da Concessionária Prolagos (investimentos
previstos no 3.º TA) poderá estimativamente atingir o seguinte montante:
Tabela 94 - Capacidade de investimento em 20 anos
CAPACIDADE DE INVESTIMENTO
Dotações orçamentárias (50% do total de
investimentos previstos = R$ 13.000.000,00 x 20 anos) R$ 260.000.000,00
Disponibilização de recursos orçamentários próprios
pelo recebimento da Taxa de Lixo = R$ 2.000.000,00 x
20 anos
R$ 40.000.000,00
Concessionária Prolagos R$ 6.444.911,00
Arrecadação de ICMS Verde x 20 anos R$ 21.000.000,00
TOTAL R$ 327.444.911,00
Fonte: SERENCO, 2.013.
Comparativamente, obtém-se a diferença entre a capacidade de investimento
analisada e o total de recursos necessários para as quatro vertentes do
saneamento básico, para os próximos vinte anos (Tabela 95).
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Tabela 95 - Comparativo entre capacidade de investimento e recursos necessários
Capacidade de Investimento x Recursos necessários
Receita prevista R$ 327.444.911,00
Recursos necessários R$ 169.131.605,48
Superávit R$ 158.313.305,52
Fonte: SERENCO, 2.013.
O Superávit apurado demonstra que há recursos suficientes para que nos
próximos 20 anos as metas deste Plano sejam atingidas no município de
Arraial do Cabo, sem que haja necessidade de recursos externos.
224
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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