especificacoes tecnicas_barragem

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GICN - GRUPO INDUSTRIAL CAMPOS NOVOS UHE CAMPOS NOVOS CIVIL OBRAS CIVIS – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS 8525/US-30-ET-0001-0 JUNHO/99 ELABO.: LVX VERIF.: CC APROV.: LVX FINAL. B

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Page 1: Especificacoes Tecnicas_Barragem

GICN - GRUPO INDUSTRIAL CAMPOS NOVOSUHE CAMPOS NOVOS

CIVILOBRAS CIVIS – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

8525/US-30-ET-0001-0

JUNHO/99

ELABO.:LVX

VERIF.:CC

APROV.:LVX

FINAL.B

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ÍNDICE PG.

1 - SERVIÇOS GERAIS..........................................................................................................................................................................14

1.1 - Objeto.....................................................................14

1.2 - Mobilização..............................................................14

1.3 - Canteiro de Serviço e Construção das Instalações......14

1.4 - Operação e Manutenção do Canteiro de Serviço........14

1.5 - Desmobilização e Limpeza........................................15

2 - DESVIO E CONTROLE DO RIO........................................................................................................................................15

2.1 - Objeto.....................................................................15

2.2 - Esquema de Desvio do Rio........................................16

2.3 - Construção e Manutenção das Ensecadeiras..............16

2.3.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................16

2.3.2 - Materiais de Construção das Ensecadeiras...........................................................................................................................17

2.3.3 - Ensecadeiras..........................................................................................................................................................................18

2.3.4 - Manutenção das Ensecadeiras..............................................................................................................................................18

2.3.5 - Remoção das Ensecadeiras...................................................................................................................................................19

2.4 - Responsabilidades...................................................19

2.4.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................19

2.4.2 - Cotas de Controle durante a Construção...............................................................................................................................19

2.5 - Esgotamento da Água nas Áreas de Construção.........19

2.5.1 - Generalidades....................................................................................................................................................................20

Page 3: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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2.5.3 - Instalação de Equipamentos para Esgotamento das Áreas de Construção...........................................................................................................................................................................20

2.5.4 - Métodos Adotados.................................................................................................................................................................20

2.6 - Tamponamento dos Túneis de Desvio........................21

2.7 - Fechamento dos Tubos de Sucção.............................21

3 - DESMATAMENTO, ESCAVAÇÃO E PREPARO DE FUNDAÇÃO..................................................................................21

3.1 - Objeto.....................................................................21

3.2 - Desmatamento, Destocamento e Raspagem..............21

3.3 - Alinhamentos, Declividades e Taludes.......................22

3.4 - Escavação Seletiva, Estoques e Bota-Foras...............22

3.4.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................22

3.4.2 - Pilhas de Estoque..................................................................................................................................................................23

3.4.3 - Bota-Foras..............................................................................................................................................................................23

3.5 - Escavação Comum....................................................23

3.5.1 - Escavação Comum Acima do Nível d'Água...........................................................................................................................23

3.5.2 - Escavação Comum Abaixo do Nível d'Água..........................................................................................................................23

3.6 - Critérios Gerais para Escavação em Rocha.................24

3.6.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................24

3.6.2 - Definição................................................................................................................................................................................24

3.6.3 - Carga e Distância...................................................................................................................................................................24

3.6.4 - Planos de Fogo......................................................................................................................................................................25

3.6.5 - Tolerâncias.............................................................................................................................................................................25

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3.7 - Escavação em Rocha a Céu Aberto............................26

3.7.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................26

3.7.2 - Desmonte do Miolo................................................................................................................................................................28

3.7.3 - Desmonte das Faixas Finais..................................................................................................................................................28

3.8 - Escavação Subterrânea em Rocha.............................30

3.8.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................30

3.8.2 - Equipamentos........................................................................................................................................................................30

3.8.3 - Seções de Escavação............................................................................................................................................................31

3.8.4 - Seqüência de Escavação.......................................................................................................................................................31

3.8.5 - Avanço...................................................................................................................................................................................32

3.8.6 - Explosivos..............................................................................................................................................................................33

3.8.7 - Remoção de Choco................................................................................................................................................................33

3.8.8 - Suportes e Revestimento.......................................................................................................................................................33

3.8.9 - Instrumentação.......................................................................................................................................................................34

3.8.10 - Limpeza Final.......................................................................................................................................................................34

3.8.11 - Serviços Auxiliares...............................................................................................................................................................34

3.9 - Preparo das Fundações............................................36

3.9.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................36

3.9.2 - Fundações das Ensecadeiras................................................................................................................................................36

3.9.3 - Fundação da Barragem EFC..................................................................................................................................................37

3.9.4 - Fundação das Estruturas de Concreto...................................................................................................................................38

Page 5: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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3.9.5 - Aterros Diversos.....................................................................................................................................................................38

3.10 - Tratamento e Proteção dos Taludes de Escavação. . .39

4 - BARRAGEM EFC E ATERROS DIVERSOS.....................................................................................................................39

4.1 - Objeto.....................................................................39

4.2 - Materiais de Construção...........................................39

4.2.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................39

4.2.2 - Enrocamento..........................................................................................................................................................................39

4.2.3 - Transições, Filtros e Revestimento Primário..........................................................................................................................40

4.2.4 - Solos......................................................................................................................................................................................41

4.3 - Equipamentos de Compactação.................................41

4.3.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................41

4.3.2 - Equipamentos para a Compactação de Enrocamentos e Transições............................................................................................................................................................................41

4.3.3 - Equipamentos para a Compactação dos Aterros Diversos....................................................................................................42

4.3.4 - Compactadores Manuais........................................................................................................................................................42

4.4 - Preparo das Fundações............................................42

4.5 - Construção da Barragem EFC....................................42

4.5.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................42

4.5.2 - Seqüência de Construção......................................................................................................................................................42

4.5.3 - Zoneamento da Barragem EFC.............................................................................................................................................44

4.5.4 - Lançamento............................................................................................................................................................................44

Page 6: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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4.5.5 - Rampas Provisórias...............................................................................................................................................................45

4.5.6 - Compactação.........................................................................................................................................................................45

4.5.7 - Execução do Talude de Montante e Preparo das Superfícies para Aplicação de Concreto..................................................................................................................................................45

4.5.8 - Controle de Qualidade...........................................................................................................................................................46

4.5.9 - Tolerâncias.............................................................................................................................................................................46

4.6 - Construção de Aterros Diversos................................46

4.7 - Instrumentação........................................................47

4.7.1 - Marcos de Assentamento, de Referência e Cabinas de Instrumentos.........................................................................................................................................................................47

4.7.2 - Medidores de Deslocamentos Internos e Demais Instrumentos.........................................................................................................................................................................47

5 - PERFURAÇÕES E INJEÇÕES..........................................................................................................................................48

5.1 - Objeto.....................................................................48

5.2 - Perfurações.............................................................48

5.2.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................48

5.2.2 - Equipamentos de Perfuração.................................................................................................................................................48

5.2.3 - Amostragem...........................................................................................................................................................................49

5.2.4 - Classificação e Características dos Furos.............................................................................................................................49

5.2.5 - Ensaios de Perda d'Água e de Infiltração...............................................................................................................................50

5.2.6 - Proteção, Lavagem e Obturação de Furos............................................................................................................................51

5.3 - Injeções...................................................................52

Page 7: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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5.3.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................52

5.3.2 - Equipamentos de Injeção.......................................................................................................................................................52

5.3.3 - Terminologia Utilizada nos Serviços de Injeção.....................................................................................................................53

5.3.4 - Materiais para Injeção............................................................................................................................................................54

5.3.5 - Ensaios de Injetabilidade........................................................................................................................................................55

5.3.6 - Pressões de Injeção...............................................................................................................................................................55

5.3.7 - Dosagens das Caldas............................................................................................................................................................55

5.3.8 - Injeções na Barragem EFC....................................................................................................................................................56

5.3.9 - Injeções nas Estruturas de Concreto.....................................................................................................................................57

5.3.10 - Injeções nos Túneis de Desvio.............................................................................................................................................57

5.3.11 - Injeções nos Tampões dos Túneis de Desvio......................................................................................................................58

5.3.12 - Injeções nos Túneis Forçados..............................................................................................................................................58

5.4 - Drenagem................................................................58

5.5 - Limpeza das Frentes de Serviço................................59

6 - CONCRETO........................................................................................................................................................................59

6.1 - Objeto.....................................................................59

6.2 - Generalidades..........................................................59

6.3 - Cimento Portland.....................................................60

6.3.1 - Tipos de Cimento...................................................................................................................................................................60

6.3.2 - Ensaios...................................................................................................................................................................................60

6.3.3 - Transporte..............................................................................................................................................................................61

Page 8: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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6.3.4 - Armazenagem e Movimentação.............................................................................................................................................61

6.3.5 - Temperatura do Cimento........................................................................................................................................................62

6.4 - Cinza Volante...........................................................62

6.4.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................62

6.4.2 - Transporte, Armazenagem e Movimentação.........................................................................................................................63

6.4.3 - Ensaios...................................................................................................................................................................................63

6.5 - Agregados...............................................................63

6.5.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................63

6.5.2 - Agregado Miúdo.....................................................................................................................................................................65

6.5.3 - Agregado Graúdo...................................................................................................................................................................66

6.6 - Água........................................................................68

6.7 - Aditivos...................................................................69

6.7.1 - Generalidades........................................................................................................................................................................69

6.7.2 - Tipos de Aditivo......................................................................................................................................................................69

6.7.3 - Normas, Critérios e Recomendações.....................................................................................................................................70

6.7.4 - Aceitação e Controle de Qualidade dos Lotes.......................................................................................................................70

6.7.5 - Fornecimento.........................................................................................................................................................................71

6.7.6 - Transporte..............................................................................................................................................................................71

6.7.7 - Armazenagem........................................................................................................................................................................71

6.7.8 - Condições de Dosagem.........................................................................................................................................................71

6.7.9 - Cuidados Especiais................................................................................................................................................................72

Page 9: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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6.7.10 - Controles de Campo............................................................................................................................................................72

6.8 - Estudos de Dosagem................................................72

6.8.1 - Critérios de Dosagem.............................................................................................................................................................73

6.8.2 - Estudos de Dosagem.............................................................................................................................................................74

6.8.3 - Estudos de Dosagem.............................................................................................................................................................75

6.9 - Mistura....................................................................78

6.10 - Transporte e Distribuição.......................................79

6.11 - Lançamento e Adensamento...................................80

6.11.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................80

6.11.2 - Condições Especiais de Lançamento..................................................................................................................................82

6.11.3 - Adensamento.......................................................................................................................................................................85

6.12 - Cura e Proteção......................................................85

6.12.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................85

6.12.2 - Cura por Água......................................................................................................................................................................85

6.12.3 - Cura por Produtos Químicos................................................................................................................................................86

6.12.4 - Proteção...............................................................................................................................................................................86

6.13 - Juntas no Concreto.................................................86

6.13.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................86

6.13.2 - Preparação e Limpeza das Superfícies de Concreto nas Juntas de Construção...........................................................................................................................................................87

6.13.3 - Juntas de Construção não Previstas (Juntas "Frias")..........................................................................................................87

6.13.4 - Juntas de Contração............................................................................................................................................................88

Page 10: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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6.13.5 - Juntas da Face de Concreto da Barragem EFC..................................................................................................................88

6.13.6 - Materiais a Serem Aplicados nas Juntas.............................................................................................................................89

6.14 - Acabamentos.........................................................93

6.14.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................93

6.14.2 - Acabamento em Superfícies Executadas sem Formas........................................................................................................94

6.14.3 - Acabamento em Superfícies Executadas com Formas........................................................................................................95

6.15 - Tolerâncias de Construção......................................96

6.16 - Reparos no Concreto..............................................96

6.17 - Formas..................................................................98

6.17.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................98

6.17.2 - Fixação das Formas.............................................................................................................................................................98

6.17.3 - Limpeza e Preparo das Formas...........................................................................................................................................99

6.17.4 - Remoção das Formas e Descimbramento...........................................................................................................................99

6.18 - CONCRETO PROJETADO...........................................99

6.18.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................99

6.18.2 - Materiais.............................................................................................................................................................................100

6.18.3 - Equipamento......................................................................................................................................................................100

6.18.4 - Mão-de-obra.......................................................................................................................................................................100

6.18.5 - Composição e Dosagem do Concreto................................................................................................................................100

6.18.6 - Ensaios para Controle de Qualidade..................................................................................................................................101

6.18.7 - Preparação das Superfícies...............................................................................................................................................101

Page 11: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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6.18.8 - Lançamento e Cura............................................................................................................................................................102

6.18.9 - Reparos..............................................................................................................................................................................102

6.18.10 - Furos de Alívio de Pressão..............................................................................................................................................103

6.18.11 - Furos de Drenagem.........................................................................................................................................................103

6.19 - Concreto Pré-Moldado............................................103

6.20 - Concreto Protendido...............................................104

6.20.1 - Generalidades....................................................................................................................................................................104

6.20.2 - Instalação das Armaduras e Cuidados Antes da Concretagem......................................................................................................................................................................104

6.20.3 - Concretagem......................................................................................................................................................................105

6.20.4 - Equipamento e Operações de Protensão..........................................................................................................................105

6.21 - Injeção dos Cabos de Protensão..............................105

6.21.1 - Generalidades....................................................................................................................................................................105

6.21.2 - Calda de Cimento para Injeção..........................................................................................................................................105

6.21.3 - Condições Gerais para Execução de Injeções...................................................................................................................106

6.21.4 - Estudos Prévios da Calda..................................................................................................................................................106

6.21.5 - Fabricação da Calda..........................................................................................................................................................106

6.21.6 - Execução de Injeções........................................................................................................................................................108

6.22 - Aparelhos de Apoio................................................109

7 - ARMADURAS, BARRAS DE ANCORAGEM, TIRANTES E TELAS DE AÇO SOLDADAS...................................................................................................................110

7.1 - Objeto.....................................................................110

Page 12: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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7.2 - Aço para Armaduras e Barras de Ancoragem.............110

7.2.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................110

7.2.2 - Fornecimento e Ensaios.......................................................................................................................................................110

7.2.3 - Manuseio e Estocagem........................................................................................................................................................111

7.2.4 - Preparo e Colocação da Armadura......................................................................................................................................111

7.3 - Materiais de Protensão.............................................113

7.3.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................113

7.3.2 - Fornecimento e Ensaios.......................................................................................................................................................114

7.3.3 - Manuseio, Estocagem e Proteção dos Materiais.................................................................................................................114

7.3.4 - Instalação dos Cabos, Controle de Protensão e Injeção das Bainhas...............................................................................................................................................................................115

7.4 - Barras de Ancoragem...............................................115

7.4.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................115

7.4.2 - Perfuração............................................................................................................................................................................116

7.4.3 - Preparação dos Furos..........................................................................................................................................................116

7.4.4 - Instalação das Barras de Ancoragem..................................................................................................................................116

7.5 - Tirantes...................................................................117

7.6 - Tirantes Passantes...................................................117

7.7 - Telas de Aço Soldadas..............................................118

7.7.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................118

7.7.2 - Fornecimento e Ensaios.......................................................................................................................................................118

7.7.3 - Transporte, Manuseio e Estocagem.....................................................................................................................................119

Page 13: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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7.7.4 - Colocação e Fixação............................................................................................................................................................119

7.7.5 - Espaçamento, Cobrimento e Emenda..................................................................................................................................119

7.7.6 - Dimensões...........................................................................................................................................................................119

8 - DRENAGEM, PROTEÇÃO SUPERFICIAL E PAVIMENTAÇÃO.................................................................................120

8.1 - Objeto.....................................................................120

8.2 - Drenagem e Proteção Superficial..............................120

8.2.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................120

8.2.2 - Peças Pré-Moldadas em Concreto - Tubos e Canaletas (meias-canas).....................................................................................................................................................................120

8.2.3 - Manta Filtrante de Geotêxtil.................................................................................................................................................122

8.2.4 - Plantio de Grama.................................................................................................................................................................122

8.2.5 - Gabiões................................................................125

8.3.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................125

8.3.2 - Escopo dos Serviços............................................................................................................................................................125

8.3.3 - Escavação, Carga e Transporte de Solo para Execução da Caixa do Pavimento............................................................................................................................................................126

8.3.4 - Regularização e Compactação do Subleito.........................................................................................................................126

8.3.5 - Execução das Camadas Estruturais do Pavimento.............................................................................................................126

8.3.6 - Cercas de Proteção e Defensas...........................................................................................................................................126

8.3.7 - Sinalização...........................................................................................................................................................................126

9 - FABRICAÇÃO E INSTALAÇÃO DE PEÇAS METÁLICAS EMBUTIDAS..................................................................................................................................................................126

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9.1 - Objeto.....................................................................126

9.2 - Escopo dos Serviços.................................................127

9.3 - Normas E Requisitos................................................127

9.3.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................127

9.3.2 - Materiais...............................................................................................................................................................................127

9.3.3 - Soldagem.............................................................................................................................................................................128

9.4 - Placas Embutidas, Ancoragens e Armações...............129

9.4.1 - Fabricação e Solda..............................................................................................................................................................129

9.4.2 - Instalação.............................................................................................................................................................................130

9.5 - Tubulações Embutidas..............................................131

9.5.1 - Materiais...............................................................................................................................................................................131

9.5.2 - Execução..............................................................................................................................................................................131

9.5.3 - Proteção...............................................................................................................................................................................132

9.6 - Eletrodutos E Caixas.................................................133

9.6.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................133

9.6.2 - Especificação.......................................................................................................................................................................133

9.6.3 - Instalação.............................................................................................................................................................................134

9.7 - Sistema de Aterramento...........................................136

9.7.1 - Generalidades......................................................................................................................................................................136

9.7.2 - Materiais...............................................................................................................................................................................137

9.7.3 - Instalação.............................................................................................................................................................................137

Page 15: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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10 - INSTALAÇÕES, ACABAMENTOS ARQUITETÔNICOS E URBANIZAÇÃO.............................................................................................................................................................138

10.1 - Objeto...................................................................138

10.2 - Condições Gerais....................................................138

10.3 - Estruturas de Concreto Aparente............................139

10.3.1 - Condições Gerais...............................................................................................................................................................139

10.3.2 - Formas e Escoramento......................................................................................................................................................139

10.3.3 - Armaduras..........................................................................................................................................................................140

10.3.4 - Concreto.............................................................................................................................................................................140

10.3.5 - Limpeza e Retificação........................................................................................................................................................140

10.3.6 - Polimento...........................................................................................................................................................................140

10.4 - Alvenaria...............................................................141

10.4.1 - Condições Gerais...............................................................................................................................................................141

10.4.2 - Material...............................................................................................................................................................................141

10.4.3 - Execução dos Serviços......................................................................................................................................................141

10.5 - Acabamento de Pisos.............................................143

10.5.1 - Condições Gerais...............................................................................................................................................................143

10.5.2 - Contrapiso..........................................................................................................................................................................143

10.5.3 - Cimento Desempenado......................................................................................................................................................144

10.5.4 - Cimento Liso......................................................................................................................................................................144

10.5.5 - Argamassa de Alta Resistência..........................................................................................................................................145

Page 16: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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10.5.6 - Carpete...............................................................................................................................................................................147

10.5.7 - Piso Elevado Removível.....................................................................................................................................................147

10.5.8 - Piso Cerâmico....................................................................................................................................................................149

10.6 - Acabamento de Paredes.........................................150

10.6.1 - Condições Gerais...............................................................................................................................................................150

10.6.2 - Chapisco............................................................................................................................................................................150

10.6.3 - Emboço..............................................................................................................................................................................151

10.6.4 - Reboco...............................................................................................................................................................................151

10.6.5 - Azulejo................................................................................................................................................................................152

10.6.6 - Laminado Fenólico Melamínico..........................................................................................................................................153

10.6.7 - Granilha..............................................................................................................................................................................154

10.7 - Tetos Rebocados....................................................154

10.7.1 - Materiais.............................................................................................................................................................................154

10.7.2 - Serviços..............................................................................................................................................................................155

10.8 - Esquadrias.............................................................155

10.8.1 - Condições Gerais...............................................................................................................................................................155

10.8.2 - Esquadrias de Madeira.......................................................................................................................................................156

10.8.3 - Esquadrias de Aço.............................................................................................................................................................157

10.8.4 - Portas Corta-Fogo..............................................................................................................................................................158

10.8.5 - Esquadrias de Alumínio......................................................................................................................................................158

10.9 - Divisórias...............................................................159

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10.10 - Vidros..................................................................160

10.11 - Ferragens............................................................161

10.12 - Peças Metálicas Diversas......................................162

10.12.1 - Condições Gerais.............................................................................................................................................................162

10.13 - Forro...................................................................163

10.14 - Aparelhos e Acessórios para Sanitários.................164

10.14.1 - Louça Sanitária................................................................................................................................................................164

10.14.2 - Metais Sanitários..............................................................................................................................................................165

10.14.3 - Espelhos...........................................................................................................................................................................165

10.15 - Instalações Prediais Hidrossanitárias....................165

10.15.1 - Condições Gerais.............................................................................................................................................................165

10.15.2 - Sistema de Água Fria.......................................................................................................................................................166

10.15.3 - Sistema de Esgoto Sanitário............................................................................................................................................166

10.16 - Instalações Elétricas.............................................166

10.16.1 - Condições Gerais.............................................................................................................................................................166

10.16.2 - Escopo dos Serviços........................................................................................................................................................167

11 - COBERTURA.......................................................................................................................................169

11.1.1 - Condições Gerais...............................................................................................................................................................169

11.1.2 - Calhas................................................................................................................................................................................169

11.1.3 - Clarabóia............................................................................................................................................................................169

11.2 - Impermeabilização.................................................169

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11.2.1 - Condições Gerais...............................................................................................................................................................169

11.2.2 - Detalhes de Projeto............................................................................................................................................................170

11.3 - Pintura..................................................................171

11.3.1 - Condições Gerais...............................................................................................................................................................171

11.3.2 - Sistemas de Pintura...........................................................................................................................................................172

11.4 - Urbanização...........................................................174

12 - DISPOSIÇÕES AMBIENTAIS........................................................................................................................................174

12.1 - Objeto...................................................................174

12.2 - Condições Gerais....................................................175

12.3 - Diretrizes para Controle de Degradação das Áreas Afetadas pela Obra...........................................175

12.3.1 - Implantação do Canteiro de Obras.....................................................................................................................................175

12.3.2 - Implantação das Áreas de Empréstimo e de Bota-Fora.....................................................................................................175

12.3.3 - Preparo dos Locais para as Obras.....................................................................................................................................176

12.3.4 - Controle de Erosão e de Degradação do Solo...................................................................................................................177

12.4 - Diretrizes para Recomposição das Áreas da Obra.....178

12.4.1 - Limpeza das Áreas de Trabalho.........................................................................................................................................179

12.4.2 - Reafeiçoamento do Terreno...............................................................................................................................................179

12.4.3 - Recomposição Vegetal.......................................................................................................................................................181

12.5 - Controle da Poluição e Disposição dos Resíduos Gerados na Obra...............................................183

12.5.1 - Controle da Poluição e Proteção dos Recursos Hídricos...................................................................................................183

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12.5.2 - Controle da Poluição Atmosférica......................................................................................................................................185

12.5.3 - Controle e Manejo de Resíduos Sólidos............................................................................................................................186

12.6 - Acompanhamento e Controle..................................186

12.6.1 - Esclarecimentos e Conscientização do Pessoal Envolvido com a Obra.........................................................................................................................................................................186

12.6.2 - Monitoramento...................................................................................................................................................................187

12.7 - Vigilância Sanitária................................................187

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1 - SERVIÇOS GERAIS

1.1 - Objeto

Esta Seção trata dos serviços que deverão ser executados pelo CONTRATADO, para propiciar os meios necessários à realização das obras civis, referentes à construção das estruturas que compõem a Usina Hidrelétrica Campos Novos, incluindo, sem necessariamente se limitar, as obras de desvio do rio e as obras de construção da tomada d'água, túneis forçados, casa de força, edifício de controle, vertedouro, canais, barragem, ensecadeiras, subestação e outras previstas no projeto.

1.2 - Mobilização

O CONTRATADO deverá tomar todas as providências relativas à mobilização dos equipamentos, mão-de-obra e materiais, imediatamente após a ordem de serviço, de forma a poder dar efetivo início às obras e possibilitar o cumprimento do cronograma de construção, obedecendo aos marcos estabelecidos em Contrato.

1.3 - Canteiro de Serviço e Construção das Instalações

O canteiro de serviço deverá ser construído a partir do projeto desenvolvido pelo CONTRATADO, com base no plano geral apresentado em sua Proposta, e detalhado após o ordem de serviço.

1.4 - Operação e Manutenção do Canteiro de Serviço

O CONTRATADO será responsável pela operação e manutenção do canteiro de serviço e do sistema viário correspondente.

A operação e manutenção do canteiro de serviço envolverão as edificações, instalações industriais, equipamentos fixos e outros, de forma a manter a área perfeitamente limpa e em condições de funcionamento, conforme previsto nas normas ambientais e de segurança usuais.

A manutenção do sistema viário, a cargo do CONTRATADO, envolverá, sem necessariamente se limitar, a conservação de estradas permanentes e provisórias, no que se refere a reparos no revestimento, drenagem superficial, proteção de taludes, controle de águas, desobstrução e limpeza de bueiros, retirada de entulhos e desmoronamentos, sinalização, controle de acessos e orientação do tráfego, onde necessário.

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1.5 - Desmobilização e Limpeza

No final das obras, o CONTRATADO deverá remover todas as instalações do canteiro de serviço, tais como: equipamentos, edificações temporárias, sobras de material, sucatas e entulhos de construção de qualquer espécie.

O CONTRATADO deverá, ainda, manter em estado de completa limpeza os pisos de concreto, passeios e passarelas. Todas as superfícies de estruturas permanentes deverão se apresentar absolutamente lisas e planas, sem fendas ou falhas, com arestas vivas e cantos em perfeito esquadro, bem como limpas de manchas e materiais estranhos.

O CONTRATADO deverá deixar o canteiro de serviço, inclusive estoques, pedreiras, áreas de empréstimo, bota-foras, áreas de trabalho e acessos temporários, em condições seguras e com bom aspecto, como especificado no item 3.

Imediatamente antes do término das obras, o CONTRATADO deverá concluir o tratamento e a proteção dos taludes e bermas das escavações das estruturas permanentes, de acordo com as disposições do item 3.

Os taludes de escavação e aterro, localizados em áreas de empréstimo ou em escavações que se mostrarem instáveis, deverão ser abatidos e nivelados, de modo a garantir a sua estabilidade.

As depressões no terreno, aonde houver acúmulo de água da chuva, deverão ser preenchidas ou drenadas.

Qualquer área, fora das estruturas principais, que tenha sido desmatada e cuja camada vegetal tenha sido removida durante a execução das obras, deverá ser recomposta com uma camada vegetal, de forma a permitir o plantio de grama natural, conforme indicado no item 8.2, respeitando-se as disposições ambientais.

2 - DESVIO E CONTROLE DO RIO

2.1 - Objeto

Esta Seção trata dos procedimentos gerais que deverão ser obedecidos pelo CONTRATADO, para a execução de serviços e obras necessários ao desvio e controle do rio, durante o período de construção da Usina Hidrelétrica Campos Novos.

Esses serviços e obras incluem, porém sem a elas se limitar, as seguintes atividades:

· conclusão da escavação comum para a construção dos canais de entrada e saída dos túneis de desvio e execução da escavação em rocha a céu aberto prevista para esses canais, executados com a proteção de ensecadeiras auxiliares nos canais de entrada e saída dos túneis;

· escavação subterrânea em rocha para os túneis de desvio;

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· execução da estrutura em concreto das tomadas de desvio dos túneis, englobando, também, o fornecimento, e instalação das peças fixas embutidas no concreto de primeiro estágio;

· construção, de ensecadeiras; fechamento do rio Canoas e respectivo desvio através dos túneis;

· manutenção e remoção de ensecadeiras;

· esgotamento inicial e controle da água existente na área entre as ensecadeiras principais e nas demais áreas de construção, qualquer que seja a sua origem;

· fechamento dos túneis de desvio para permitir o enchimento do reservatório, incluindo a montagem e operação das comportas das tomadas de desvio;

· plugueamento em concreto dos túneis de desvio.

A execução dos mencionados serviços e obras deverá obedecer, também, aos demais requisitos das presentes Especificações.

2.2 - Esquema de Desvio do Rio

O esquema de desvio do rio e as respectivas etapas e fases de construção encontram-se apresentados nos Desenhos de Projeto.

2.3 - Construção e Manutenção das Ensecadeiras

2.3.1 - Generalidades

Entendem-se como ensecadeiras os aterros, provisórios ou definitivos, necessários à execução a seco das escavações e à construção da barragem e demais estruturas e que tenham por finalidade a contenção de águas de qualquer origem.

Todas as ensecadeiras deverão ser executadas de acordo com o estabelecido no projeto, sendo o lançamento das mesmas efetuado segundo a melhor prática atual de construção de obras dessa natureza.

As ensecadeiras deverão permitir o ensecamento total das fundações das diversas estruturas componentes do Aproveitamento.

Basicamente, estas Especificações abrangem as seguintes ensecadeiras:

· ensecadeiras principais, necessárias à execução da barragem EFC e projetadas para a enchente com período de recorrência de 30 anos;

· ensecadeiras auxiliares, para permitir a escavação dos canais da entrada e saída dos túneis de desvio, projetada para enchentes com tempo de recorrência aproximada de 10 anos;

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· manutenção de um septo natural para proteção da casa de força contra enchentes com recorrência de até 100 anos;

· ensecadeira localizada no canal de saída dos túneis de desvio, necessária à proteção e ao acesso para a concretagem dos respectivos tampões;

· estruturas de concreto em forma de arco, ou similar, para a vedação provisória dos tubos de sucção de três unidades.

O enrocamento da ensecadeira de jusante da barragem EFC será incorporado ao maciço da barragem e, portanto, a sua execução seguirá o disposto no item 4.

Além das ensecadeiras acima mencionadas, outras, que eventualmente se fizerem necessárias, serão, também, construídas obedecendo às presentes Especificações.

2.3.2 - Materiais de Construção das Ensecadeiras

a) Enrocamentos

Todos os tipos de enrocamento, descritos no item 4, serão considerados aceitáveis, desde que aplicados de acordo com as indicações do Projeto.

A granulometria dos enrocamentos, lançados diretamente no rio, deverá ser adequada, a fim de evitar erosão excessiva devido à ação do fluxo d'água.

O CONTRATADO deverá constituir um estoque suficiente de materiais com diâmetros maiores, conforme definido nos ensaios em modelo reduzido, de modo a garantir a operação de fechamento da pré-ensecadeiras.

O material lançado acima do nível d'água deverá ser espalhado em camadas com espessura definida nos desenhos de projeto, prevendo-se que a compactação seja efetuada apenas pelo tráfego dos equipamentos de construção.

b) Transição

Na interface entre o material terroso e os enrocamentos, nas linhas apresentadas no Projeto, está prevista a colocação de transição não processada, constituída por material proveniente da escavação de rocha alterada. A classificação desse material consta do item 4 destas Especificações.

Acima do nível d'água, o material de transição deverá ser espalhado em camadas de, no máximo, 40 cm de espessura, compactadas através do tráfego dos equipamentos de construção.

c) Materiais de Vedação e Alteamento

Com exceção da ensecadeira de proteção à construção dos tampões dos túneis de desvio, para as quais poderá ser utilizado material proveniente dos estoques,

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todas as demais serão construídas com material resultante de escavações obrigatórias.

A vedação das ensecadeiras será realizada por meio de solos superficiais ou saprolíticos, lançados até o nível d'água observado por ocasião de sua execução.

Acima do nível d'água, os materiais de vedação serão espalhados em camadas com espessura de 30 cm, sendo a compactação efetuada através do tráfego dos equipamentos de construção.

Os materiais deverão ter distribuição zoneada, lançando-se, no espaldar de montante, os materiais mais finos, classificados como solos superficiais e saprolíticos e, eventualmente, próximos às transições, os materiais mais grossos, classificados como saprólitos. A transição do material mais fino para o mais grosso deverá ser gradual. A distribuição seletiva dos materiais, na praça de lançamento, deverá ser precedida de uma classificação dos mesmos nas frentes de escavação.

2.3.3 - Ensecadeiras

As ensecadeiras principais de montante e jusante, para a construção da barragem, serão constituídas de enrocamento com vedação externa em solo. A ensecadeira de jusante será incorporada à barragem e, portanto, as condições da fundação e os materiais de construção deverão estar compatíveis com o descrito no item 4.

O fechamento do rio e o seu conseqüente desvio através dos túneis será realizado através de cordões de enrocamento, pelo processo de lançamento em ponta-de-aterro. Tais cordões serão incorporados às ensecadeiras.

As seções, elevações das cristas e locação das ensecadeiras para construção da barragem bem como para os demais ensecadeiras estão indicadas nos Desenhos de Projeto.

2.3.4 - Manutenção das Ensecadeiras

A manutenção das ensecadeiras deverá ser executada periodicamente pelo CONTRATADO, no sentido de mante-las nas mesmas condições em que foram construídas, durante o prazo necessário, conforme especificado nesta Seção e de modo a garantir suas funções de estanqueidade e estabilidade.

Serão considerados como serviços de manutenção: a prevenção de infiltrações através das ensecadeiras ou de seu contato com a fundação, o reparo de qualquer dano ocorrido, a recomposição de taludes etc, devido à erosão superficial, desgaste ou qualquer outra razão. Entende-se, também, que a manutenção das ensecadeiras compreenderá a execução de aterros na crista das mesmas, quando necessário, para satisfazer as suas condições de segurança e trafegabilidade, quando for o caso, de acordo com o estabelecido nos Desenhos de Projeto.

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2.3.5 - Remoção das Ensecadeiras

As ensecadeiras auxiliares de proteção dos canais dos túneis de desvio e da casa de força deverão ser removidas, através de procedimentos executivos que impeçam a entrada de fragmentos de rocha nos túneis de desvio e no canal de fuga da casa de força.

As cotas estabelecidas para a remoção das ensecadeiras, apresentadas nos Desenhos, são indicativas, podendo ser alteradas durante a execução das obras.

O material retirado deverá ser lançado em locais propostos pelo CONTRATADO.

2.4 - Responsabilidades

2.4.1 - Generalidades

É obrigação do CONTRATADO, após o desenvolvimento do Projeto, executar todo o esquema de desvio do rio, obedecendo à seqüência de construção da barragem, conforme mostrado nos Desenhos, e respeitando os prazos estabelecidos nos Documentos de Contrato.

Para que o CONTRATADO possa realizar o planejamento de seus trabalhos, é essencial que conheça em profundidade as informações hidrológicas do rio Canoas.

A avaliação das vazões afluentes no local das obras será realizada pelo CONTRATADO através dos dados hidrométricos das estações fluviométricas do rio Canoas.

2.4.2 - Cotas de Controle durante a Construção

O CONTRATADO será responsável pela construção e manutenção das ensecadeiras até as cotas estabelecidas nos Desenhos de Projeto, respeitando os prazos apresentados em sua Proposta.

2.5 - Esgotamento da Água nas Áreas de Construção

2.5.1 - Generalidades

Os serviços abrangidos por este item referem-se a todo o fornecimento, operação e manutenção do sistema de bombeamento e de outros dispositivos necessários para realizar o esgotamento adequado e manter secas as diversas áreas de construção do Aproveitamento, podendo incluir: ensecadeiras adicionais, calhas, canais, valetas, condutos e tubos de drenagem, poços e outros.

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2.5.2 - Áreas Ensecadas

Será de responsabilidade do CONTRATADO o esgotamento adequado das áreas das obras, durante a execução dos serviços, incluindo, mas não se limitando, a:

· área de implantação da barragem EFC;

· canais de entrada e saída dos túneis de desvio;

· fundação da tomada d'água;

· fundação da casa de força e canal de fuga;

· fundação do vertedouro;

· túneis de desvio, durante a construção dos tampões;

· todas as áreas que necessitarem de esgotamento para a execução adequada dos serviços, ou como indicado nos Desenhos.

Serão de responsabilidade do CONTRATADO a construção, manutenção e posterior remoção de outras obras auxiliares, tais como: canais, valetas, drenos, condutos, corta-rios etc, necessárias para interceptar e desviar as águas superficiais das áreas de escavação, de modo a evitar erosões e conseqüentes paralisações dos trabalhos.

2.5.3 - Instalação de Equipamentos para Esgotamento das Áreas de Construção

Antes de iniciar os serviços relacionados com o esgotamento das diversas áreas de construção, o CONTRATADO deverá dar conhecimento ao CONTRATANTE do seu esquema para instalação de bombas e tubulações, contendo uma lista de bombas e indicando o nome dos fabricantes, as capacidades, a demanda prevista de energia, além dos desenhos de localização das instalações necessárias para atender ao cronograma de obras e aos requisitos destas Especificações. Tais providências deverão ser tomadas até 30 dias antes do início dos trabalhos de bombeamento, em cada frente de serviço.

2.5.4 - Métodos Adotados

O rebaixamento do nível d'água deverá ser realizado de forma a manter as fundações suficientemente secas para possibilitar a execução dos trabalhos.

A água esgotada deverá ser descarregada fora dos limites das ensecadeiras ou das escavações, de modo a não provocar refluxo ou erosão nas diversas frentes de trabalho.

As canaletas, valas e poços, construídos dentro da área das fundações de estruturas permanentes, deverão ser preenchidos com concreto da mesma qualidade que aquele utilizado nas obras permanentes e suas superfícies serão tratadas da mesma forma que as fundações.

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2.6 - Tamponamento dos Túneis de Desvio

Previamente ao início da operação dos túneis a janela de acesso, bem como a interligação entre os túneis deverão ser tamponadas conforme indicado nos documentos do projeto.

O fechamento dos túneis estará condicionado à conclusão da face de concreto da barragem EFC e à montagem das comportas do vertedouro, e da tomada d’água.

Logo após o fechamento dos túneis de desvio para o enchimento do reservatório, os túneis deverão ser tamponados com concreto, conforme indicado nos desenhos do projeto.

2.7 - Fechamento dos Tubos de Sucção

Anteriormente à remoção do septo de proteção a jusante da casa de força, o CONTRATADO deverá ter concluído o fechamento dos tubos de sucção das unidades geradoras, da seguinte forma:

· unidade 1 - mediante a instalação completa de dois conjuntos de comportas ensecadeiras metálicas.

· unidades 2 e 3 - mediante a construção de estruturas de concreto armado em forma de arco.

3 - DESMATAMENTO, ESCAVAÇÃO E PREPARO DE FUNDAÇÃO

3.1 - Objeto

Esta Seção trata dos procedimentos e diretrizes que deverão ser tomados para a execução do desmatamento, escavações e preparo das fundações, relativos às obras de desvio do rio e à construção da barragem, vertedouro, estruturas de geração e subestação, como mostrado nos Desenhos.

3.2 - Desmatamento, Destocamento e Raspagem

Esses serviços consistirão na remoção de todo o material de origem vegetal, incluindo o desmatamento e destocamento, de forma que a superfície resultante se apresente completamente livre de qualquer detrito.

Por desmatamento, entende-se a derrubada e a remoção de todas as árvores, arbustos, capoeiras e macegas existentes na área e, por destocamento, a remoção dos tocos e raízes para os locais propostos pelo CONTRATADO. Por raspagem, entende-se a remoção de toda a capa vegetal, com espessura de 30 cm a 40 cm.

As madeiras aproveitáveis, com diâmetro maior que 20 cm e comprimento superior a 3,0 m, deverão ser depositadas pelo CONTRATADO em locais apropriados, contíguos às áreas desmatadas. O restante, uma vez colocado nos locais indicados, deverá ser enterrado ou queimado de maneira adequada, sob total responsabilidade do

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CONTRATADO. Em nenhuma hipótese, será permitido o lançamento no rio, riachos ou ravinas, de galhos, troncos, raízes ou demais detritos provenientes de operações de desmatamento, destocamento e raspagem.

As áreas a serem desmatadas e destocadas serão aquelas previstas no projeto de escavações programadas ou as utilizadas para acessos, aterros, bota-foras e estocagem de materiais.

Os limites das áreas, objeto desta Seção, se estenderão até 10,0 m além das linhas de demarcação das escavações, saias de aterros, bota-foras e pilhas de estoque.

3.3 - Alinhamentos, Declividades e Taludes

Todas as escavações deverão ser realizadas até os alinhamentos, declividades e taludes mostrados nos Desenhos.

O CONTRATADO tomará todas as precauções indispensáveis, a fim de não danificar quaisquer materiais além do alinhamento da escavação.

No contorno das escavações, o CONTRATADO deverá executar, quando necessário , valas, drenos ou muretas de captação de águas superficiais, a fim de desviá-las para fora da área a ser escavada.

Todas as superfícies escavadas, que ficarem permanentemente expostas, deverão apresentar taludes estáveis e acabamento final uniforme, conforme estabelecido nos Desenhos de Projeto.

3.4 - Escavação Seletiva, Estoques e Bota-Foras

3.4.1 - Generalidades

Durante a execução dos serviços de escavação, o CONTRATADO deverá aplicar métodos que possibilitem a escavação seletiva de materiais, de modo a separá-los, de acordo com as necessidades de utilização, diretamente ou com eventual estocagem e posterior recarga.

Nas escavações em solo, está prevista a separação dos materiais de graduação grossa, dos solos silto-argilosos e de outros materiais.

Quanto às escavações em rocha, o maciço é constituído por derrames basálticos, conforme descrito nos documentos de projeto.

A fim de selecionar os melhores tipos de rocha, para a futura utilização nos enrocamentos, transições e/ou como agregados para o concreto, o CONTRATADO executará a escavação seletiva, onde necessário. A rocha destinada à produção de agregados para o concreto deverá ser sã e não sujeita à desagregação.

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A escavação seletiva deverá ser executada mediante a elaboração de planos de desmonte, que visem a adequada seleção de materiais entre as diversas litologias, de acordo com o tamanho dos blocos e o uso previsto para o material.

Todo o material aproveitável, retirado das escavações programadas, deverá ser separado por cargas no equipamento de transporte, durante as operações de escavação.

3.4.2 - Pilhas de Estoque

As cargas de material selecionado resultante das escavações serão britadas e/ou depositadas em pilhas de estoque.

O CONTRATADO deverá tomar o maior cuidado a fim de evitar a contaminação das pilhas de estoque por materiais indesejáveis. Caso seja constatada essa hipótese, será de responsabilidade do CONTRATADO a substituição do material contaminado.

3.4.3 - Bota-Foras

O material não aproveitável deverá ser depositado em bota-foras que serão formados nas áreas previstas nos Desenhos ou em locais propostos pelo CONTRATADO. Esses bota-foras deverão ser estáveis e apresentar taludes uniformes e regulares.

Certas áreas de bota-fora, indicadas nos Desenhos do Projeto Executivo, deverão ser construídas pelo CONTRATADO, obedecendo aos critérios de preparação do local e drenagem, levando em conta as linhas e cotas finais especificadas e, ainda, observando os prazos definidos nos cronogramas.

O material do bota-fora deverá ser lançado em camadas contínuas com, no máximo, 1,0 m de espessura, de maneira que a sua compactação seja obtida pelo tráfego dos equipamentos de transporte e espalhamento. Para propiciar uma drenagem adequada, as superfícies das áreas de bota-foras deverão apresentar uma declividade mínima de 2%.

3.5 - Escavação Comum

3.5.1 - Escavação Comum Acima do Nível d'Água

Essa atividade prevê a remoção de solos coluviais, residuais e saprolíticos, saprólitos, turfa, aluviões e matacões com volume menor que 1,0 m³ ou placas soltas de rocha, bem como qualquer material que possa ser removido com o emprego de lâmina de trator tipo CAT D-8 ou equivalente.

3.5.2 - Escavação Comum Abaixo do Nível d'Água

Essa atividade inclui todo o material comum (solos diversos, depósitos coluviais e aluvionares), localizado nas margens ou no leito do rio, abaixo do nível d'água, que será

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removido por métodos e equipamentos apropriados, tais como: dragas de sucção, "drag-lines", retro-escavadeiras etc.

3.6 - Critérios Gerais para Escavação em Rocha

3.6.1 - Generalidades

Terminada a escavação comum, o CONTRATADO deverá executar a limpeza grossa da superfície remanescente, antes de iniciar a escavação em rocha. Essa limpeza será executada mediante a utilização de equipamentos mecânicos leves.

3.6.2 - Definição

Esse tipo de escavação inclui todo o material que não possa ser removido por lâmina de trator tipo CAT D-8 ou equivalente, como também todos os blocos isolados e matacões cujo volume seja superior a 1,0 m³. Abrange, ainda, toda a escavação em rocha a frio, executada por meio de marteletes, rompedores, cunhas e outros dispositivos, eventualmente necessários para a escavação de locais especiais na fundação das estruturas.

3.6.3 - Carga e Distância

A escavação a fogo será executada somente até as profundidades e em quantidades e extensões que não possam comprometer a estabilidade ou provocar danos à rocha remanescente, estruturas de concreto, edificações etc.

Os critérios "carga máxima x distância segura" serão estabelecidos durante os desmontes iniciais, através do monitoramento dos mesmos, observando-se os seguintes limites para as máximas velocidades de partícula admissíveis (Vp):

LOCAL TEMPO DE CURA DO CONCRETO - t(horas ou dias)

VELOCIDADE MÁXIMA DE PARTÍCULA - Vp

(cm/s)

Rocha remanescente dos canais - 20

Rocha remanescente dos túneis de desvio

- 10

Concreto t < 48 horas48 horas t < 7 dias7dias t < 28 dias

t 28 dias

357

10

Cortinas de injeção t < 7 diast 7 dias

710

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3.6.4 - Planos de Fogo

O CONTRATADO dará conhecimento à fiscalização do plano de fogo, contendo as seguintes informações:

· local do fogo, identificação (baseada em uma codificação aprovada), data e volume do desmonte previsto);

· locação, diâmetro, profundidade, inclinação dos furos e, quando for o caso, subfuração;

· esquema de carregamento dos furos;

· esquema de ligação, iniciação, retardos, tipo de espoleta e cordel detonante, comprimento dos fios e corrente requerida;

· tipo, marca e características dos explosivos, tamanho do cartucho, quando for o caso, e quantidade de explosivo por furo;

· razão de carga do desmonte, carga máxima por espera e carga máxima do fogo;

· cálculo de resistência de circuito e amperagem de detonação das espoletas, caso seja utilizado o sistema elétrico de detonação.

Os dados acima relacionados deverão ser apresentados através de desenhos em escala, contendo planta e perfil. Outros dados adicionais poderão ser solicitados, se assim for julgado necessário.

O CONTRATADO deverá testar os esquemas de fogo propostos, antes do início dos serviços, podendo modificá-los, em função dos resultados de novos testes ou quando solicitado.

Além do plano de fogo, o CONTRATADO deverá emitir uma "Programação Diária de Fogo", a ser encaminhada para conhecimento dos serviços relacionados com o desmonte. Essa programação deverá conter, basicamente, para cada fogo, a data de detonação, local, hora, volume do desmonte e quantidade de explosivo.

O CONTRATADO deverá, também, por razões de segurança, encaminhar esses documentos a todos os setores da obra envolvidos.

3.6.5 - Tolerâncias

As escavações deverão ser executadas dentro das linhas de projeto indicadas nos Desenhos de Contrato. Não serão admitidas subescavações ("under-break"), ao longo das superfícies de contorno das estruturas em concreto e túneis de desvio, porém, na região dos canais poderão ser toleradas sub-escavações localizadas de até 20 cm.

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3.7 - Escavação em Rocha a Céu Aberto

3.7.1 - Generalidades

As escavações em rocha a céu aberto, de acordo com a localização da região escavada, em relação às superfícies finais de projeto, serão divididas em dois tipos:

· desmonte do miolo;

· desmonte das faixas finais;

· conforme apresentado no Quadro a seguir:

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TÉCNICA DE DESMONTE POSIÇÃO DA REGIÃO ESCAVADA CARACTERÍSTICAS

DESMONTE DO MIOLOMaciço rochoso, situado a mais de 10,0 m dos limites das escavações

O desmonte deverá atender aos critérios de velocidade de partícula admissível, bem como aos requisitos para a obtenção dos materiais pétreos necessários

DESMONTE DAS FAIXAS FINAIS

· Fogos de contorno Todos os taludes verticais/inclinados das estruturas em concreto

Pré-fissuramento ou pós-fissuramento

Alguns taludes verticais/inclinados dos canais Perfuração em linhaFogo cuidadoso

· Fogos controlados Bancada final de fundação das escavações para as estruturas de concreto

Altura da bancada reduzida; malha e razão de carga, controladas

Taludes verticais/inclinados dos canais, onde não estiver previsto fogo de acabamento

Malha, diâmetro dos furos e razão de carga controlados

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Considera-se como miolo a parte central da seção de escavação, afastada de até 10,0 m das superfícies finais de projeto.

As faixas finais de escavação serão constituídas pelo trecho do maciço rochoso situado entre o fogo de miolo e as superfícies limites de projeto, e terão como objetivo a obtenção de superfícies, mais intactas e regulares, através de fogos cuidadosamente controlados e pela redução dos impactos provocados pelo desmonte de miolo sobre as superfícies limites de escavação.

A espessura lateral da faixa final será igual ou superior a 4,0 m e inferior a 10,0 m.

A camada final horizontal das escavações indicadas no item 3.7.3-b deverá ser detonada e removida em operação separada, obedecendo aos requisitos especiais que visem preservar o maciço rochoso.

As camadas finais verticais ou sub-verticais, onde não estiver prevista a execução de fogos de acabamento, poderão ser detonadas e removidas conjuntamente com o desmonte do miolo.

3.7.2 - Desmonte do Miolo

Nesse tipo de escavação poderão ser utilizadas perfurações com diâmetro de até 100 mm. Esses desmontes terão características limitadas em função da proteção necessária às estruturas existentes, às estruturas em concretagem e às escavações adjacentes, e também à necessidade de produção de blocos de rocha com dimensões especificadas. Para tanto, os desmontes em referência serão divididos em regiões de esquemas de fogos típicos, visando a proteção dessas estruturas, em função do controle rigoroso das velocidades de partícula permitidas, conforme o sub-item 3.6.3.

O CONTRATADO deverá fornecer dois acelerógrafos registradores, com o objetivo de medir o nível de vibrações.

A carga máxima por espera será limitada a 250 kg e o intervalo de retardo mínimo será de 10 milisegundos. A altura máxima da bancada normal será igual a 10,0 m, podendo atingir até 15,0 m.

3.7.3 - Desmonte das Faixas Finais

Esse tipo de desmonte será dividido em fogos de contorno e fogos controlados, conforme exposto a seguir:

a) Fogos de Contorno

As faixas verticais ou sub-verticais, adjacentes ao contorno das escavações, deverão ter os esquemas de fogo cuidadosamente planejados e implantados, de forma a se obter superfícies mais regulares e intactas possíveis. Nessas faixas, o espaçamento e afastamento dos furos não deverá exceder a 1,20 m, com correspondente diminuição no diâmetro de perfuração e na razão de carga de explosivo por volume de rocha a ser detonado.

Os fogos de contorno deverão ser utilizados nos espelhos dos emboques dos túneis e nos taludes laterais das estruturas em concreto. Além disso, os fogos de

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contorno serão executados visando a obtenção de um bom acabamento das paredes de escavação, em locais determinados, como em alguns taludes verticais ou inclinados dos canais.

As técnicas de fogo de contorno, a serem utilizadas pelo CONTRATADO, são as seguintes:

· Pré-fissuramento - os furos de pré-fissuramento terão um diâmetro máximo de 64 mm, com espaçamento máximo entre furos de 1 m. Para perfurações com marteletes manuais e brocas integrais, o espaçamento máximo entre os furos de pré-fissuramento será de 50 cm.

A carga máxima permitida será de 0,35 kg/m² de superfície de pré-fissuramento, devendo ser adaptada no local ao tipo de maciço rochoso a ser escavado. Os explosivos utilizados na obra deverão ser aprovados e satisfazer às seguintes condições:

- velocidade máxima de detonação........................................... 2.600 m/s;- força máxima........................................................................... 60%.

Para evitar a quebra do bordo do talude ("back-break"), poderá ser exigida a execução de furos suplementares, entre os furos de pré-fissuramento, na parte superficial da rocha. Esses furos terão uma profundidade de cerca da metade da altura da primeira bancada, até um máximo de 4,0 m, e serão deixados sem carga, durante a detonação.

· Pós-fissuramento - como alternativa ao pré-fissuramento será empregado o método de pós-fissuramento, para o qual permanecem válidas as mesmas especificações do pré-fissuramento.

· Perfuração em linha - compreende o método de pré-fissuração executada em furos espaçados de, no máximo, 30 cm entre os centros, carregados alternadamente.

Tal método poderá ser exigido em locais de recortes, de difícil execução.

· Fogo cuidadoso - será desenvolvido através da pós-fissuração executada em furos espaçados de até 1,20 m, observando-se todos os cuidados exigidos no desmonte das faixas finais.

b) Fogos Controlados

São fogos programados para proteger a rocha remanescente, além dos limites da escavação, tanto em fundações de estruturas, como em taludes finais de escavação.

Estão previstos fogos controlados na escavação da última bancada acima da superfície de fundação, assim como nas superfícies que deverão receber concreto e em outros locais específicos. A execução desse tipo de escavação deverá obedecer aos seguintes critérios, a fim de não causar danos à rocha remanescente:

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· redução da altura da bancada final (máximo de 4,0 m), com a conseqüente redução da malha de furação, visando diminuir a concentração de explosivo por furo e a razão de carregamento;

· redução do diâmetro de perfuração ( 64 mm);

· eliminação ou redução significativa do artifício de sub-furação;

· minimização da razão de carga e da carga máxima por espera (50 kg, no máximo);

· utilização de explosivos de baixa velocidade de detonação (< 3.000 m/s) e força (< 60%);

· realização de desmontes com a frente da bancada inclinada de 1(H):3(V) ou 1(H):2(V).

Os fogos controlados deverão ser executados na fundação das estruturas em concreto e nos taludes dos canais, onde não estiverem previstos fogos de acabamento.

3.8 - Escavação Subterrânea em Rocha

3.8.1 - Generalidades

As escavações subterrâneas em rocha, conforme indicado nos Desenhos de Projeto, serão executadas, especialmente, para a construção de dois túneis de desvio e três túneis forçados, além do sistema de galerias de drenagem. Os primeiros, utilizados para possibilitar o desvio do rio durante a fase de construção da barragem EFC, serão constituídos por dois túneis na mesma elevação, dotados de estruturas de concreto armado no emboque, onde serão instaladas as comportas metálicas para o fechamento final dos túneis.

Os três túneis forçados, utilizados para a adução da água até as turbinas, foram projetados com seção circular de diâmetro interno da ordem de 6,9 m, enquanto que as galerias de drenagem terão seção mínima de 2,2 m de largura por 2,8 m de altura.

Os túneis serão instrumentados, para que possam ser verificadas as hipóteses de projeto e comprovada a eficiência dos sistemas de suporte previstos. Os instrumentos, a serem fornecidos, instalados e monitorados durante a construção pelo CONTRATADO, consistirão, em princípio, de medidores de convergência, medidores de vazão e piezômetros.

3.8.2 - Equipamentos

Para a escavação da abóbada dos túneis de desvio, deverão ser empregados equipamentos tipo jumbo podendo, eventualmente, ser aprovados, em áreas restritas, o emprego de perfuratrizes, sobre esteiras ou manuais, instaladas em plataformas pantográficas. O rebaixo da seção permitirá que a escavação seja executada com perfuratrizes de esteira tipo ROC-601, ou similar, com lança adaptada para a perfuração de furos situados no limite da escavação.

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Para os túneis forçados, poderá ser aceita a utilização de equipamentos manuais de perfuração no túnel piloto, recomendando-se, no entanto, o uso de plataformas mecanizadas, tipo "Alimak", ou perfurações rotativas, tipo "raise-boring", para os trechos verticais.

O alargamento da seção nos trechos horizontais deverão ser, obrigatoriamente, escavados com equipamento mecanizado, montado sobre plataforma móvel (tipo Jumbo).

Nas galerias de drenagem deverão ser utilizados equipamentos de menor porte, mecanizados ou manuais, com características para operarem em locais com espaço reduzido. Todas as perfurações serão efetuadas com equipamentos que utilizem circulação d'água.

3.8.3 - Seções de Escavação

Em princípio, as seções de escavação serão executadas conforme indicado nos Desenhos de Projeto. No entanto, poderão ocorrer modificações na forma ou em outro elemento da seção transversal dos túneis, caso feições imprevisíveis do maciço rochoso atravessado assim o exigirem.

No caso dos túneis de desvio, a seção transversal dos mesmos poderá ser alterada para tipo “cogumelo”, a semelhança do adotado nas obras de Segredo e Xingó, desde que a mesma apresente capacidade de descarga equivalente à seção original de projeto.

3.8.4 - Seqüência de Escavação

a) Túneis de Desvio

O CONTRATADO deverá escavar os portais cuidadosamente, a fim de evitar danos à rocha adjacente. Além disso, deverá executar os tratamentos indicados nos Desenhos de Projeto, antes de embocar os túneis.

De uma maneira geral, os túneis de desvio deverão ser escavados em duas etapas, sendo os trabalhos, inicialmente, concentrados na seção correspondente à abóbada e, posteriormente, na seção correspondente ao rebaixo. Entretanto, face às dimensões dos túneis, no trecho revestido em concreto, relativo ao emboque de montante, foi considerada a necessidade de realizar a escavação em mais de duas etapas.

A seqüência de escavação dos túneis de desvio deverá, portanto, observar as seguintes restrições:

· a defasagem, medida no sentido do eixo dos túneis, entre as frentes de escavação em um mesmo túnel ou entre túneis adjacentes, deverá ser, no mínimo, igual a 30,0 m;

· a partir dos emboques, os primeiros trinta metros de escavação da abóbada deverão ser executados com avanços curtos (iniciando-se com 1,00 m e

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aumentando-se, progressivamente, até atingir um máximo de 2,00 m) e suporte sistemático, conforme indicado nos Desenhos de Projeto;

· os túneis poderão ser escavados de jusante para montante, com exceção dos 50,0 m iniciais dos emboques de montante, incluindo o rebaixo, que serão executados, com prioridade, a fim de permitir a eventual concretagem das estruturas dos emboques.

b) Túneis Forçados

Os túneis forçados serão escavados observando-se, sempre, uma defasagem entre as frentes de trabalho adjacentes, medida no sentido do eixo dos túneis, de, no mínimo, 15,0 m.

Nos 20,0 m iniciais dos emboques, sugere-se que a escavação seja realizada em duas fases: abóbada e rebaixo, com avanços curtos. No restante dos trechos horizontais, a escavação poderá ser realizada a plena seção. No trecho vertical e nas transições, a escavação deverá ser realizada através de um túnel piloto, com posterior alargamento.

3.8.5 - Avanço

Para manter inalterada, ao máximo, a superfície da rocha remanescente, cuidados especiais deverão ser dedicados aos furos de contorno, particularmente, na abóbada, utilizando, obrigatoriamente, a técnica do fogo cuidadoso.

Conforme indicado no Quadro a seguir, a carga linear dos furos de contorno deverá ser sensivelmente reduzida, assim como o espaçamento entre os furos de contorno e o afastamento dos furos de alargamento mais próximos. Os valores especificados no referido Quadro deverão ser considerados como máximos, para a furação de contorno.

DIÂMETRO DO FURO (mm)

CARGA LINEAR (kg/m)

ESPAÇAMENTO (m)

AFASTAMENTO (m)

38 0,15 0,5 0,8

50 0,20 0,6 0,9

64 0,25 0,8 1,1

O CONTRATADO deverá tomar todos os cuidados necessários para que os furos de contorno resultem paralelos e dentro do alinhamento previsto. Além disso, poderá ser necessário perfurar furos intermediários que não serão carregados.

Para o fogo controlado de contorno, deverá ser possível identificar, na rocha remanescente, pelo menos, 80% da "meia cana" dos furos de contorno.

Especificamente nos emboques dos túneis de desvio, deverá ser executada uma perfuração de contorno com comprimento de 6,00 m e espaçamento de 0,30 m entre os furos. Tais furos serão carregados, alternadamente, e deverão ser detonados antes do desmonte do primeiro metro de túnel, funcionando como pré-fissuramento.

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Após os túneis terem sido embocados, com avanço mínimo de 30,0 m para os túneis de desvio e de 20,0 m para os túneis forçados, a profundidade máxima de perfuração permitida será de 2,4 m para equipamento leve e 4,8 m para equipamento pesado, sendo somente aceitáveis avanços reais (arrancamento) de, no mínimo, 80% da perfuração.

3.8.6 - Explosivos

Devido às diferentes funções dos furos no plano de desmonte, poderão ser utilizados até três diferentes tipos de explosivos.

Ficará a critério do CONTRATADO a escolha do tipo de explosivo, desde que sejam respeitados os seguintes limites para os furos de contorno:

· força máxima............................................................................................ 60%;

· velocidade máxima de detonação............................................................ 3.600 m/s;

· peso específico máximo........................................................................... 1,4 g/cm³.

3.8.7 - Remoção de Choco

Após o fogo e uma vez terminada a eliminação dos gases resultantes da detonação, mas antes da remoção do entulho, serão retirados, da abóbada e das partes acessíveis das paredes, todos os fragmentos ou blocos de rocha que, eventualmente, estiverem soltos. Após a remoção do entulho, mas antes do início da perfuração do próximo fogo, será eliminado o choco das partes restantes.

O CONTRATADO deverá efetuar vistorias diárias nos trechos de túneis já escavados e em fase de escavação, escorando ou removendo os eventuais fragmentos ou blocos, que possam comprometer a segurança dos trabalhos.

3.8.8 - Suportes e Revestimento

Em princípio, as abóbadas dos dois túneis de desvio receberão revestimento de concreto projetado.

Somente após a observação do comportamento geomecânico do maciço, em escavações efetuadas além do trecho dos emboques, poderão ser dispensadas, em alguns trechos, as aplicações sistemáticas do concreto projetado.

Os emboques dos túneis de desvio (avanço inicial de 30,0 m) e dos túneis forçados (20,0 m iniciais) receberão suporte sistemático, durante a escavação, conforme indicado nos Desenhos de Projeto. Além disso, durante o processo de escavação, poderão ocorrer zonas que requeiram tratamentos especiais, tais como: instalação de tirantes, barras de ancoragem, telas metálicas, ou mesmo, revestimento em concreto projetado ou concreto estrutural. Esses suportes serão aplicados, de acordo com a classe do maciço rochoso escavado, observando-se, em princípio, as seções típicas indicadas nos Desenhos de Projeto.

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Para a confirmação desses tratamentos, deverá ser realizado um mapeamento geomecânico, para o qual o CONTRATADO deverá providenciar a limpeza da superfície das paredes e teto com jatos de ar e água, além de fornecer o apoio necessário para acesso, iluminação etc. O atirantamento, o concreto projetado ou a tela metálica, quando especificados, serão executados logo após a retirada do entulho e antes do próximo fogo.

A aplicação do concreto projetado deverá ser sempre executada antes da instalação dos eventuais dutos de ventilação, tubulações de ar e água, rede de iluminação e detonação, ou seja enquanto a superfície do túnel se apresentar integralmente desobstruída.

3.8.9 - Instrumentação

A instrumentação dos túneis de desvio, prevista para ser fornecida, instalada e monitorada durante a construção pelo CONTRATADO, consistirá na utilização de vertedouros triangulares, para medição de vazões, e de pinos, para medidas de convergência.

3.8.10 - Limpeza Final

A limpeza final dos túneis consistirá na retirada de todos os materiais, até que as paredes resultem completamente limpas e o piso na linha de projeto. Serão, portanto, retirados dos túneis os restos de entulho e todos os dutos, tubulações, fios e cabos de serviço, incluindo, também, os respectivos pinos ou atacadores de sustentação.

3.8.11 - Serviços Auxiliares

Neste item estão descritos os principais serviços auxiliares necessários às escavações subterrâneas, tais como:

a) Ventilação

Deverá ser previsto um sistema de ventilação com instalações fixas ou equipamento móvel, a critério do CONTRATADO, desde que garanta uma velocidade de escoamento do ar de, no mínimo, 0,5 m/s na frente da escavação (atmosfera geral) e uma concentração de oxigênio dentro do túnel igual ou superior a 20%.

As concentrações de poeira e gases tóxicos não deverão exceder os seguintes limites, na atmosfera geral do túnel:

· poeira, próximo à cabeceira do túnel................................... 4 mg/m³;

· monóxido de carbono.......................................................... 50 ppm (0,0050%);

· dióxido de nitrogênio............................................................ 5 ppm (0,0005%);

· sulfeto de hidrogênio........................................................... 10 ppm (0,0010%);

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· metano................................................................................. 1 %;

· outros gases inflamáveis- na atmosfera geral do túnel....................................................... 20%- durante a explosão na frente de ataque.................................... 40%

O CONTRATADO deverá utilizar instrumentos e aparelhagem de teste para a determinação da concentração de poeira e de gases tóxicos e inflamáveis.

O CONTRATADO deverá utilizar, também, um aparelho portátil indicador de concentração de oxigênio, com escala de 0% a 25%, por volume, para medidas da atmosfera do túnel.

O CONTRATADO deverá paralisar os serviços nos túneis, sempre que não for garantida a ventilação mínima especificada, ou no caso dos limites permitidos de concentração de gases serem ultrapassados.

b) Iluminação

Para a instalação e manutenção da iluminação de serviço, o CONTRATADO, além da ligação direta à rede existente, fornecerá um gerador de reserva, que entrará em funcionamento nos casos de emergência.

Deverão ser instaladas luminárias de modo a atender o correspondente a um mínimo de 10 W por metro linear de túnel, com dois refletores de 400 W em cada frente de trabalho.

c) Ar Comprimido e Água Industrial

O CONTRATADO submeterá à aprovação o esquema geral das instalações de ar comprimido e de abastecimento de água para as perfuratrizes e para os concretos moldado e projetado. Não será utilizada a perfuração a seco no interior dos túneis.

d) Drenagem

Será instalado nos túneis um sistema de drenagem das águas resultantes dos serviços de escavação e de concretagem e daquelas provenientes de infiltrações através do maciço rochoso.

e) Rede Elétrica

O suprimento de energia elétrica no interior dos túneis será efetuado em baixa tensão, obtida de rede elétrica, tipo distribuição, disponível na entrada dos mesmos.

A rede de baixa tensão deverá possuir quatro condutores isolados, montados sobre armação com isoladores.

Para a segurança do pessoal de operação, e em obediência às normas, será instalado, ao longo de toda a extensão das escavações, um cabo de terra no qual serão ligadas as carcaças de todos os equipamentos elétricos, bem como os neutros dos transformadores e as blindagens de cabos de alta tensão.

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f) Rede de Detonação

Tendo em vista a segurança da obra, deverão ser tomados cuidados especiais com a rede de detonação. Esta deverá estar situada do lado oposto à rede elétrica de iluminação, com fios de boa qualidade, isentos de emendas e afastados de tubulações, de escoramentos metálicos e da própria rocha, através de isoladores.

Um esquema detalhado para cada túnel, indicando a disposição da rede e as respectivas chaves gerais e de detonação, interruptores, caixa de detonação etc, deverá ser apresentado, antes de sua execução.

A chave de facas de detonação será colocada numa caixa fechada com cadeado, cuja chave deverá estar aos cuidados do cabo de fogo ("blaster") ou do engenheiro responsável pela escavação. A rede permanecerá em curto-circuito quando fora de uso.

Poderá ser utilizado o emprego de ligações não elétricas, tipo Brinel ou similar, para garantir maior segurança dos serviços de escavações.

3.9 - Preparo das Fundações

3.9.1 - Generalidades

Toda a superfície final de fundação deverá ser protegida contra danos provocados por erosão e intemperismo ou decorrentes do tráfego de equipamentos, até que os materiais previstos no Projeto (solos, transições, enrocamentos ou concreto) sejam lançados.

Surgências de água deverão ser drenadas para fora da área de trabalho, através de valetas, drenos especiais ou poços. Quando necessário, os drenos e poços com brita, após sua utilização, serão injetados por meio de argamassa de cimento e areia.

Taludes negativos ou muito íngremes, que não permitam a colocação correta de transições, enrocamentos ou aterros, deverão ser regularizados com concreto, conforme indicado nos Desenhos de Projeto.

3.9.2 - Fundações das Ensecadeiras

A área de fundação, acima do nível normal do rio, deverá ser escavada de modo a remover os solos, pedras soltas e parte da rocha decomposta que possa afetar a vedação ou o suporte adequado para as ensecadeiras, conforme indicado nos Desenhos de Projeto. A escavação deverá ser executada de maneira a não contaminar o leito do rio.

A limpeza final da fundação consistirá na remoção de todo material coesivo ou não, de baixo suporte, eventualmente existente, utilizando métodos propostos pelo CONTRATADO.

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3.9.3 - Fundação da Barragem EFC

A fundação da barragem deverá ser escavada e limpa, conforme os critérios mencionados a seguir:

a) Região do Enrocamento Lançado sob Água

Esta fundação deverá ficar livre de todo o material solto, aluvionar ou não, que puder ser removido, conforme o sub-item 3.5.2 (escavação comum abaixo do nível d'água). O CONTRATADO deverá considerar a possível necessidade de emprego de equipamentos de ar comprimido com altas pressões. Quando indicado nos Desenhos de Projeto, poderá ser mantido parte do aluvião na fundação do enrocamento.

b) Região do Plinto e das Transições

Esta fundação deverá ser constituída por rocha sã ou pouco alterada, não excessivamente fraturada, e passível de ser injetada com caldas usuais de cimento.

Os desenhos de escavação do plinto serão elaborados com o objetivo de mostrar o tipo e a extensão dos trabalhos requeridos. Os detalhes e os alinhamentos de construção somente poderão ser fornecidos quando as condições e a geometria da superfície da rocha forem perfeitamente conhecidas. Conseqüentemente, as escavações comuns adjacentes deverão ser executadas com suficiente antecedência e prioridade, de tal forma que possam ser emitidos os desenhos de escavação em rocha, anteriormente ao lançamento de enrocamento nas zonas próximas.

Onde a escavação cruzar uma zona de materiais erodíveis ou sujeita à desagregação, depois de exposta ao tempo, esta deverá ser removida, podendo ser necessária a execução de preenchimento de concreto, conforme indicado nos Desenhos de Projeto.

Fraturas subverticais ou inclinadas, contendo materiais erodíveis e que se estendam para jusante da região do plinto, deverão ser tratadas, mediante a remoção do material decomposto junto à superfície e o preenchimento com concreto ou argamassa de regularização.

c) Região do Terço de Montante, ou conforme definido no projeto, e do Pé de Jusante

Essas regiões deverão ser escavadas até o topo da rocha alterada dura, ou seja, até o topo da rocha escavável somente a fogo.

Após a escavação, a região deverá ser submetida à limpeza grossa com o emprego de equipamentos mecânicos, sendo aceitável a permanência de materiais aluvionares ou materiais soltos, desde que confinados em depressões e sujeitos à liberação da fundação.

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d) Região Central do Enrocamento

Nas ombreiras da região central do enrocamento está prevista a escavação até o topo da rocha alterada dura, conforme indicado nos Desenhos de Projeto. Dependendo da condições encontradas no campo, a critério da CONTRATANTE, poderá ser preservado o saprólito duro na fundação. Neste caso, será exigida a utilização de equipamentos leves de terraplenagem, que não danifiquem a superfície final de escavação.

e) Zonas Alteradas

Nas zonas alteradas e em locais potencialmente erodíveis, deverão ser colocados filtros, materiais de transição e, eventualmente, concreto projetado, conforme indicado nos Desenhos de Projeto.

3.9.4 - Fundação das Estruturas de Concreto

As escavações deverão conduzir a superfícies regulares em rocha, através da utilização de esquemas de fogo controlado. Os cantos vivos e as saliências agudas, ou outras feições na fundação que possam afetar o concreto ou a aderência concreto-rocha, deverão ser suavizados ou eliminados. Da mesma forma, deverão ser utilizadas técnicas de fogo de contorno especificadas no sub-item 3.7.3.

Caso a rocha de fundação apresente a tendência de desagregação, depois de exposta ao tempo, a superfície deverá ser protegida com concreto ou argamassa de regularização.

Em locais de fundação inadequada, deverá ser removido o material de má qualidade. A liberação de cada trecho da fundação será realizada após a remoção do material solto e jateamento hidráulico que possibilite a realização do nivelamento topográfico da superfície e o mapeamento geológico da fundação.

3.9.5 - Aterros Diversos

O preparo de fundações abrangerá a área de apoio do aterro da subestação e de outros aterros necessários.

Nas operações para o preparo de fundações constarão, além do desmatamento, destocamento e raspagem (item 3.2), a remoção de materiais moles e saturados e o escalonamento do terreno nos locais onde a declividade natural for superior a 1V:5H.

A superfície final de fundação deverá ser protegida contra danos provocados por erosão e intemperismo, ou decorrentes do tráfego de equipamentos, até que os materiais previstos sejam lançados.

Surgências d'água deverão ser drenadas, por meio de tapetes drenantes de areia e drenos de brita.

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3.10 - Tratamento e Proteção dos Taludes de Escavação

Ao final da escavação de cada bancada, em função do tipo de material e da segurança requerida para as obras, serão determinados os tratamentos e proteções necessários. Esses tratamentos poderão consistir, sem se limitar a uma ou mais combinações, das seguintes providências:

· plantio de grama, conforme especificado no item 8;

· drenos sub-horizontais, conforme especificado no item 5;

· valetas de drenagem, meias-canas e tubos-dreno, conforme especificado no item 8;

· aplicação de concreto projetado ou asfalto, conforme especificado nos itens 6 ou 8, respectivamente;

· barras de ancoragem, tirantes e telas metálicas, conforme especificado no item 7;

· muretas de contenção, conforme no item 6.

4 - BARRAGEM EFC E ATERROS DIVERSOS

4.1 - Objeto

Esta Seção especifica os serviços necessários à execução da barragem EFC e aterros diversos, previstos nos Desenhos de Projeto.

4.2 - Materiais de Construção

4.2.1 - Generalidades

Os materiais a serem utilizados na construção da barragem EFC e aterros diversos serão obtidos diretamente de escavações obrigatórias, pedreiras, áreas de empréstimo ou jazidas de areia, e deverão estar isentos de matérias orgânicas e substâncias estranhas e atender os requisitos destas Especificações.

O CONTRATADO deverá programar a execução das escavações e a formação dos estoques de materiais, de modo a prever o uso desses materiais, de acordo com o cronograma de lançamento dos aterros e com os requisitos técnicos previstos nestas Especificações.

As espessuras de compactação das camadas, indicadas nos Desenhos de Projeto e nestas Especificações, referem-se aos valores máximos antes da compactação.

4.2.2 - Enrocamento

Os enrocamentos E0 e E1 deverão ser provenientes de rocha sã, que deverá apresentar as seguintes características:

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ENSAIOSNORMAS E VALORES

ESPECIFICADOS

Peso específico seco (ASTM C-127) 2,65 t/m³

Absorção (ASTM C-127) 3%

Abrasão Los Angeles, Granulometria tipo E(ASTM C-131 e C-535)

n 25%, após 1.000 revoluções

Em função do zoneamento indicado nas seções transversais, os enrocamentos serão classificados da seguinte forma:

· E0 - enrocamento são, com um mínimo de 70% de basalto denso, compactado em camadas de 40 cm;

· E1 - enrocamento são, com um mínimo de 70% de basalto denso, compactado em camadas de 80 cm;

· E2 - enrocamento são, compactado em camadas de 1,6 m;

· E3 - enrocamento são/alterado compactado em camadas de 1,6 m;

Todos os enrocamentos acima relacionados serão constituídos de materiais brutos, conforme especificado no item 3, provenientes de escavações obrigatórias ou pedreiras. Em particular, o material tipo E0 deverá ser obtido das escavações dos túneis de desvio e dos túneis forçados.

Os enrocamentos colocados nos últimos 3,0 m da face externa de jusante e na zona de oscilação do nível d'água, não deverão conter minerais desagregáveis ou expansivos, que possam modificar as características do enrocamento, a longo prazo. Os enrocamentos indicados nos Desenhos de Projeto com a letra A significam que os mesmos serão lançados abaixo do nível d'água, sem compactação.

4.2.3 - Transições, Filtros e Revestimento Primário

As transições, a serem utilizadas nos aterros, serão classificadas da seguinte forma:

· T1 - transição processada com faixa granulométrica de brita graduada, com diâmetro máximo igual a 100 mm (4"), compactada em camadas de 40 cm. A obtenção desse tipo de material exigirá a composição de materiais processados em britadores primários, secundários e terciários, inclusive areia;

· T2 - transição processada de brita e areia natural ou artificial, com diâmetro máximo de 25 mm. O material T2 possuirá uma percentagem de finos não plásticos

passando na peneira no 200 de 2% a 12%. A compactação será obtida através da utilização de processo manual ou mecânico, respectivamente, em camadas de 20 cm e 40 cm;

· T3 - transição não processada de rocha alterada dura, com diâmetro máximo inferior a 200 mm, compactada em camadas de 40 cm;

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· revestimento primário - material de características similares ao enrocamento E0 ou à transição T3, compactado em camadas de até 40 cm, com o tráfego de equipamentos.

As granulometrias destes materiais, encontram-se apresentadas nos Desenhos de Projeto.

A rocha destinada à produção das transições T1, T2, e da areia, deverá obedecer aos mesmos requisitos especificados para as britas utilizadas na produção do concreto, conforme exposto no item 6.

4.2.4 - Solos

Os materiais a serem utilizados nos aterros em solo, e ensecadeiras serão classificados como segue:

· S - solo superficial ou solo saprolítico, compactado com o tráfego de equipamentos de lançamento e espalhamento, em camadas de 30 cm.

· SL - solo superficial ou solo saprolítico, lançado abaixo do nível d'água.

· SC- solo superficial ou solo saprolítico, compactado com equipamentos de compactação em camadas de 20 cm.

4.3 - Equipamentos de Compactação

4.3.1 - Generalidades

Antes de utilizar qualquer equipamento de compactação, o CONTRATADO deverá informar as especificações dos respectivos fabricantes, incluindo dimensões, pesos, dados técnicos e cálculo da energia aplicada.

4.3.2 - Equipamentos para a Compactação de Enrocamentos e Transições

Para a compactação dos enrocamentos e transições da barragem EFC, deverão ser utilizados rolos lisos vibratórios, rebocados por tratores de esteira ou autopropelidos. Em qualquer hipótese, os rolos deverão atender as seguintes especificações:

· peso mínimo estático total........................................................................ 90 kN

· peso mínimo estático por metro de rolo.................................................... 30 kN

· peso mínimo de impacto dinâmico........................................................... 370 kN

· freqüência de vibração..................................................................... 1.000 rpm a 1.500 rpm

Os tambores deverão ser de aço e providos de acessórios, de modo a evitar o acúmulo de material na sua superfície durante a operação de compactação.

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4.3.3 - Equipamentos para a Compactação dos Aterros Diversos

Para a compactação dos solos, deverão ser utilizados, respectivamente, rolos tipo pé-de-carneiro e de impacto tipo "tamping". O rolo tipo pé-de-carneiro deverá transmitir, nos pés, tensão da ordem de 3 MPa e o rolo tipo "tamping" deverá ter 120 kN de peso estático.

4.3.4 - Compactadores Manuais

Os compactadores mecânicos manuais serão utilizados para a compactação de materiais em áreas inacessíveis a outros tipos de compactadores e em locais de instalação de instrumentação.

Esses compactadores deverão produzir densidades equivalentes àquelas obtidas com a utilização de rolos vibratórios ou do tipo pé-de-carneiro. Para o uso de compactadores manuais, a espessura da camada será limitada a 15 cm para materiais argilosos ou a 20 cm para materiais granulares, podendo, ainda, ser reduzidas, em função do grau de compactação desejado.

4.4 - Preparo das Fundações

As fundações da barragem EFC e demais aterros deverão ser limpas e preparadas, de acordo com os sub-itens aplicáveis do item 3 destas Especificações.

Imediatamente antes do lançamento do enrocamento, solo ou transições, o CONTRATADO deverá solicitar a liberação da fundação.

4.5 - Construção da Barragem EFC

4.5.1 - Generalidades

O CONTRATADO deverá instalar marcos topográficos, inclusive estaqueamento, para o controle dos greides e alinhamentos.

Cuidados especiais deverão ser tomados durante o lançamento e a compactação dos enrocamentos e transições, próximos às áreas de execução do plinto e da laje em concreto, a fim de evitar quedas de blocos, que possam causar danos pessoais e materiais. Cuidados especiais deverão, também, ser tomados, para possibilitar a drenagem provisória nessa área.

4.5.2 - Seqüência de Construção

a) Geral

A execução do desvio do rio e a construção da barragem EFC estão descritas a seguir e apresentadas, esquematicamente, nos Desenhos de Projeto.

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A seqüência de construção da barragem EFC está estritamente relacionada com as condições para o desvio do rio Canoas, conforme descrito no item 2. Dessa forma, o CONTRATADO deverá adotar todas as medidas consideradas necessárias, para atingir as datas estabelecidas para o desvio e para as diversas etapas de construção da barragem e ensecadeiras, conforme apresentado a seguir.

b) Construção da Barragem EFC antes do Desvio do Rio pelos Túneis

O CONTRATADO deverá lançar o máximo volume possível de enrocamento nas ombreiras. Deverá ser mantida uma distância mínima de 30,0 m entre o pé do aterro e o plinto.

Durante esse período, também o plinto deverá ser executado em ambas as ombreiras.

c) Seqüência Construtiva da Barragem EFC após o Desvio do Rio pelos Túneis.

Após o desvio do rio através dos túneis, deverá ser construída a barragem, obedecendo à seguinte seqüência:

· a construção do maciço de enrocamento da barragem, no leito do rio, deverá ser imediatamente iniciada pelo trecho, indicado nos Desenhos de Projeto, em que é permitido o lançamento de material submerso.

· após a conclusão do esgotamento, deverá ser iniciada a remoção do solo colúvio-aluvionar e a escavação para o plinto no leito do rio, simultaneamente com o alteamento da barragem, mantendo-se a distância livre de 30,0 m entre o pé do aterro e o plinto;

· em seguida, será concluída a construção da laje do plinto e o lançamento do enrocamento e da transição, na área de 30,0 m entre o pé do aterro e o plinto, a fim de possibilitar o início da concretagem do trecho inferior das lajes da face da barragem (arranques), que servirão de ponto de partida para as operações subseqüentes de concretagem, efetuadas com o emprego de formas deslizantes, até a crista da barragem;

· simultaneamente, a seção prioritária da barragem deverá ser alteada até a El. 522,00 m e protegida por uma transição intermediária na sua face de montante, para prevenir a eventualidade de uma cheia ultrapassar a crista da ensecadeira principal;

· a construção do espaldar de montante da barragem deverá, então, prosseguir até a El. 570,00 m, simultaneamente com a concretagem das lajes da face da barragem, em operação contínua;

· deverá, ainda, ocorrer o alteamento do maciço, por jusante, de modo a prover a continuidade do acesso à casa de força, e em tempo adequado a não prejudicar os trabalhos de construção e montagem na casa de força;

· antes do fechamento dos túneis de desvio, deverá ser executado o aterro de vedação do plinto. O fechamento dos túneis de desvio, caracterizando o início do enchimento do reservatório, deverá ser efetuado somente após a conclusão da concretagem das lajes e em condição tal que o alteamento da crista da barragem até a El. 666,00 m, incluindo o muro parapeito, se complete antes do final do enchimento do reservatório.

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4.5.3 - Zoneamento da Barragem EFC

Os enrocamentos previstos para serem aplicados na barragem serão do tipo E0, E1 , E2 e E3. A localização das zonas, com a espessura máxima da camada, e de cada tipo de enrocamento, com a respectiva faixa granulométrica, encontram-se apresentadas nos Desenhos de Projeto.

O zoneamento da barragem obedecerá à seguinte diretriz:

· a montante da face de concreto, na parte inferior da barragem - será executado um aterro de vedação;

· junto à face em concreto - será utilizado material de transição do tipo T1;

· ao longo da junta perimetral - será lançada a transição T2;

· os enrocamentos tipo E0 e E1 - serão aplicados no trecho de montante da barragem, sendo o enrocamento E0 lançado contíguo à transição T1 e, também, entre os muros parapeito. O enrocamento E1 será lançado a jusante do enrocamento E0;

· enrocamentos tipo E2 e E3 - previstos para serem utilizados no trecho a jusante do enrocamento E1. Ao longo do espaldar de jusante é previsto o lançamento, apenas, do enrocamento tipo E2;

4.5.4 - Lançamento

O enrocamento compactado e as transições da barragem deverão ser lançados, espalhados e nivelados em camadas horizontais.

As operações de descarga e espalhamento do enrocamento poderão induzir à segregação do material lançado, de modo a que os blocos maiores fiquem no fundo da camada e os menores na superfície da camada. O material, deverá ser empurrado, continuamente, na mesma camada. Não serão permitidos empilhamentos intermediários na praça e espalhamentos irregulares ou descontínuos.

O lançamento de enrocamento, abaixo do nível d'água, deverá obedecer às seguintes disposições:

· o enrocamento será do tipo E1A ou E2A, conforme indicado nos Desenhos de Projeto;

· a lâmina d'água, na ocasião do lançamento, deverá ser inferior a 10,0 m;

· acima do nível d'água, o enrocamento deverá ser compactado, conforme indicado nas presentes Especificações.

· o trecho do maciço, lançado abaixo do nível d'água, deverá ser executado de jusante para montante, de modo a minimizar a perda de finos no trecho de montante;

O lançamento da transição T1 deverá ser precedido pelo lançamento de perfil de concreto extrudado, descrito no item 4.5.7.

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O lançamento dos materiais componentes do aterro de vedação do plinto obedecerá às disposições do item 4.6.

Junto ao paramento de jusante da barragem, o enrocamento E2 deverá ser segregado, de forma a se dispor os fragmentos de maior diâmetro na face externa.

4.5.5 - Rampas Provisórias

Serão permitidas rampas provisórias no corpo da barragem, com declividade de até 15%, e plataformas de manobra niveladas nos pontos de mudança de direção do tráfego.

A construção das zonas de transição T1 e enrocamento E0 será, preferencialmente, em nível. Caso seja permitida a execução de rampas nessas zonas, as mesmas não deverão ter inclinação superior a 10%.

As rampas deverão ser executadas com os mesmos materiais e critérios de compactação da respectiva zona da barragem, sendo revestidas por enrocamento fino. Materiais segregados, adjacentes a taludes de rampa, deverão ser, posteriormente, espalhados e integrados às novas camadas compactadas.

4.5.6 - Compactação

Antes do início dos trabalhos e em qualquer momento que se julgar necessário, deverão ser executados trechos experimentais do aterro, visando ajustar o número de passadas, as condições operacionais do equipamento e quaisquer outros aspectos, de modo a verificar as deformações unitárias e as densidades previstas, para cada tipo de material. Com base nos resultados dos trechos experimentais, ao CONTRATADO poderá ser solicitada a adoção de passadas adicionais nos materiais compactados.

O enrocamento e as transições da barragem deverão ser compactados por, no mínimo, quatro passadas horizontais do rolo compactador liso vibratório de 90 kN, com exceção do enrocamento E1, que será compactado por seis passadas, do mesmo rolo, e utilização simultânea de jato d'água, através de um canhão capaz de garantir um volume d'água igual a 25% do volume de rochas a serem compactadas.

Para compactação das transições preve-se apenas a molhagem com caminhão pipa, para correção de umidade, que serão determinadas pelas condições de campo.

As camadas de filtros e transições utilizadas para tratamento de fundação, e em demais locais, deverão ser compactadas com, pelo menos, quatro passadas do rolo liso vibratório de 60 kN. Nas áreas em que seja impraticável o uso do rolo vibratório, o material será compactado por equipamento manual.

A compactação dos materiais componentes do aterro do plinto obedecerá às disposições do item 4.6.

4.5.7 - Execução do Talude de Montante e Preparo das Superfícies para Aplicação de Concreto

Visando obter uma superfície regular e protegida contra erosões e cheias, na face prevista para execução da laje em concreto, o CONTRATADO poderá realizar uma

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proteção com transição tipo T2, com adição de 75kg/m3 de cimento, executada com equipamento tipo extrusora para meio fio, conforme indicado nos Desenhos de Projeto.

4.5.8 - Controle de Qualidade

O controle de qualidade dos materiais colocados na barragem será realizado através da determinação de índices físicos e de ensaios de granulometria. As amostras representativas dos diversos tipos de rocha serão submetidas a ensaios especiais. Os poços para a retirada de amostras terão diâmetro de 0,5 m, para as transições, e de 2,0 m, para os enrocamentos. A profundidade dos poços será igual à altura da camada do respectivo material.

A freqüência dos ensaios será de, aproximadamente, uma amostragem a cada 10.000 m³ e 200.000 m³ de material compactado, respectivamente, para as transições e enrocamentos. O CONTRATADO deverá fornecer mão-de-obra para a retirada de amostras e para os ensaios "in situ", que serão executados em seu laboratório, instalado no canteiro de serviço.

Com base nos resultados desses ensaios, deverão ser efetuados pelo CONTRATADO ajustes, correções e modificações nos métodos construtivos e nos materiais, a fim de assegurar as características exigidas pelo Projeto.

4.5.9 - Tolerâncias

As tolerâncias tecnicamente aceitáveis para a construção das diversas zonas, taludes e crista do aterro da barragem, relativamente às linhas indicadas nos Desenhos de Projeto, são as seguintes:

· linhas internas..........................................................................mais ou menos 1,0 m;

· espessura de transições..........................................................mais 40 cm;

· cota da crista............................................................................mais 25 cm;

· talude de jusante......................................................................mais ou menos 25 cm;

· talude de montante, fixada em função do equipamento a ser utilizado pelo CONTRATADO para a concretagem da laje, não podendo exceder a...........................................................mais ou menos 25 cm.

As tolerâncias indicadas serão medidas horizontalmente, com exceção da indicada para a crista da barragem, que será na vertical.

4.6 - Construção de Aterros Diversos

Este item abrange os serviços necessários à construção do aterro da subestação, bem como à construção de aterros para os acessos principais, canteiros e sobre o plinto da barragem.

Os aterros da subestação e dos canteiros deverão ser, normalmente, executados com a utilização de materiais provenientes de escavações obrigatórias. Os aterros deverão ser executados conforme indicado nos Desenhos de Projeto, podendo ser dos tipos:

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· S - constituído por solos e saprólitos, lançados em camadas uniformes de 30 cm e compactados pela ação do tráfego de equipamentos de transporte e espalhamento. Nas faixas adjacentes aos taludes não protegidos por plantio de grama, deverão ser colocados materiais de granulometria mais graúda;

· SC - constituído por solos e saprólitos, compactados com grau superior ou igual a 98%, relativamente ao Ensaio Proctor Normal (NBR 7182 da ABNT). O desvio de umidade, em relação ao referido ensaio, poderá variar de menos 2% a mais 3%. A espessura das camadas, quando do espalhamento, não deverá exceder a 20 cm. Para a compactação dos solos, poderão ser utilizados rolos pé-de-carneiro, transmitindo tensões nos pés da ordem de 3 MPa. Para a compactação dos saprólitos, são recomendados os rolos "tamping", com 120 kN de peso estático;

O revestimento primário dos aterros deverá ser espalhado com motoniveladora e compactado com quatro passadas de rolo vibratório com, no mínimo, 50 kN de peso estático, ou através de quatro passadas de trator tipo CAT D-8 ou similar.

Durante a execução do aterro as praças deverão ser mantidas com declividade mínima de 2%, para facilitar a drenagem. Quando houver iminência de chuvas, as praças deverão ter sua superfície selada, mediante a passagem de rolos de pneus.

Os materiais provenientes de escavações obrigatórias poderão ter sua umidade corrigida na praça de lançamento. Entretanto, visando minimizar tais correções e evitar o excesso de umidade, as escavações deverão ser executadas prevendo-se a implantação de sistemas de drenagem superficial.

4.7 - Instrumentação

4.7.1 - Marcos de Assentamento, de Referência e Cabinas de Instrumentos

O CONTRATADO deverá construir e instalar os marcos de assentamento e de referência, bem como as cabinas de instrumentos, as escadas de acesso e os coletores de drenagem interna, de acordo com os Desenhos de Projeto.

Os marcos e as cabinas deverão ser instalados logo que as respectivas cotas tenham sido atingidas.

4.7.2 - Medidores de Deslocamentos Internos e Demais Instrumentos

O CONTRATADO será responsável pelo fornecimento e instalação de todos os equipamentos de instrumentação indicados nos Desenhos de Projeto, bem como pela leitura das instrumentações durante a construção.

O CONTRATADO deverá proteger todos os instrumentos e tubulações contra danos e deslocamentos, durante o andamento dos trabalhos. Não será permitida a passagem de qualquer equipamento sobre tubulações ou instrumentos embutidos, a menos que sobre eles haja uma camada de aterro compactado de, pelo menos, 1,00 m de espessura.

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5 - PERFURAÇÕES E INJEÇÕES

5.1 - Objeto

Esta Seção trata dos serviços de perfuração e injeção de calda de cimento, em solo ou em rocha, a serem executados pelo CONTRATADO, na região de implantação das obras.

A quantidade, os locais, a disposição e a profundidade das perfurações e injeções, efetivamente necessárias, serão determinados, em função das condições do maciço de fundação encontradas durante a execução dos serviços.

O CONTRATADO notificará à fiscalização, uma relação de todos os equipamentos de perfuração e injeção que irá utilizar nas diversas frentes de serviço, no mínimo, 60 dias antes da data prevista para a execução do serviço correspondente.

Todas as informações obtidas durante o decorrer dos trabalhos deverão ser registradas pelo CONTRATADO em boletins e entregues um dia após a conclusão da atividade a que se refere.

5.2 - Perfurações

5.2.1 - Generalidades

A execução de sondagens a percussão (SPT) ou rotativas obedecerá às "Diretrizes para Execução de Sondagens - 1990 da Associação Brasileira de Geologia de Engenharia – ABGE.

Nos registros dos elementos referentes às perfurações deverão ser, também, indicados os principais eventos observados, tais como: artesianismo, perda parcial ou total d'água de perfuração, queda brusca ou aprisionamento da composição etc.

5.2.2 - Equipamentos de Perfuração

a) Sondagens Rotativas

Sempre que houver necessidade de amostragem em rocha (recuperação de testemunhos), o CONTRATADO deverá executar sondagens rotativas até a profundidade de 80,0 m, nos diâmetros H, N e B, utilizando as sondas rotativas com avanço hidráulico, providas de todos os acessórios, tais como: barriletes duplos livres, coroas de vídia e diamante com saída frontal ou lateral e outros. Além disso, deverá estar disponível, pelo menos, um equipamento para sondagens até 150,0 m de profundidade, no diâmetro N. As hastes empregadas deverão ser compatíveis com os diâmetros dos furos, de acordo com as recomendações da DCDMA (Diamond Core Drilling & Manufacturers Association).

Os locais de instalação das sondas deverão ser previamente limpos e protegidos contra as águas pluviais. As sondas deverão estar perfeitamente niveladas e ancoradas ao terreno. Em alguns casos, será necessário o

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emprego de plataforma de pés extensíveis e em alguns furos, para pesquisas geológicas e geotécnicas, está prevista a determinação de algumas medidas de sua inclinação e rumo.

b) Sondagens a Percussão

As sondas a percussão, utilizadas nos serviços de perfuração, poderão ser de dois tipos:

· Sonda a percussão - prevista para execução de furos com 64 mm de diâmetro e até 25,0 m de profundidade, e utilizada nos ensaios de resistência à penetração (SPT) a cada metro;

· Sonda a percussão - para execução de furos com diâmetros de 100 mm a 150 mm e até 20,0 m de profundidade, provida de amostradores tipo Sondina, para amostragem de areia e cascalho.

c) Perfurações a Rotopercussão ou a Percussão com Emprego de Ar Comprimido

· Equipamentos modelos ROC 701, ROC 601, Crawlair ou similares - dotados de todos os recursos para posicionamento a qualquer orientação e previstos para execução de furos com diâmetros de 50 mm a 150 mm e profundidade de até 60,0 m. Serão, também, dotados de acessórios que permitam a remoção de detritos de perfurações, por circulação d'água. As perfurações a rotopercussão deverão ser empregadas em trabalhos a céu aberto, escavações subterrâneas ou galerias em concreto;

· Marteletes manuais com brocas integrais ou de extensão - utilizados para execução de furos de até 50 mm de diâmetro, com até 6,0 m de profundidade. Nos túneis ou galerias, esses equipamentos serão providos de sistema para circulação de água de perfuração.

5.2.3 - Amostragem

Quando for exigida a extração de amostra, através de sondagens rotativas, a recuperação dos testemunhos não deverá ser inferior a 90% por manobra. Os trechos com recuperação abaixo de 90% deverão ser reperfurados pelo CONTRATADO.

Os testemunhos serão acondicionados em caixas, com capacidade para armazenar até 4,0 m de testemunhos de diâmetro N, em fileiras paralelas de 1,0 m de comprimento. Para facilitar a identificação, deverão ser marcados, na tampa e na frente, com tinta indelével ou a fogo, a designação do nome da obra, número do furo, número da caixa, número total de caixas do furo e cota da boca do furo.

As amostras recuperadas em sondagens a percussão, com diâmetro de 100 mm ou 150 mm, deverão ser acondicionadas em sacos plásticos, com indicações do local e da profundidade da amostra.

5.2.4 - Classificação e Características dos Furos

Os furos serão classificados, quanto à sua finalidade, em:

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· furos exploratórios - executados por sondas rotativas, com recuperação de testemunhos, diâmetros H e N, ao longo das cortinas de injeção, com o fim de determinar as características do maciço rochoso e das injeções. Esses furos, posteriormente, serão injetados;

· furos de injeção - executados, geralmente, por equipamentos rotopercussivos, com diâmetros entre 50 mm e 100 mm, ou, excepcionalmente, por marteletes manuais. Os furos de injeção em solo terão diâmetros entre 75 mm e 150 mm, a critério do CONTRATADO.

· furos de verificação - executados, na maioria das vezes, por equipamentos rotopercussivos com diâmetro 75 mm, ou, eventualmente, por sondas rotativas com diâmetro N. Utilizados para comprovar a eficiência das injeções, esses furos, também, serão injetados;

· furos de drenagem - executados, geralmente, por equipamentos rotopercussivos, com diâmetro de 75 mm quando a céu aberto ou em galerias, diretamente na rocha ou através de tubulações embutidas no concreto. Os drenos situados nos trechos em solo, tais como os drenos sub-horizontais ou de alívio, serão executados, respectivamente, por equipamentos rotativos com diâmetro de 75 mm e rotopercussivos com diâmetro de 100 mm;

· furos para instalação de instrumentos - executados, geralmente, por sondas rotativas com diâmetro N, com recuperação de testemunhos e, eventualmente, por equipamentos rotopercussivos com diâmetro de 75 mm;

· furos para pesquisas geológicas e geotécnicas - executados por sondas rotativas com diâmetro H, N e B e sondas a percussão com diâmetro de 64 mm, 100 mm e 150 mm, serão, posteriormente, obturados ou injetados;

· furos obrigatórios - executados por equipamentos rotopercussivos e pertencentes à cortina de impermeabilização na fundação das estruturas, esses furos deverão ser, necessariamente, abertos, independente das características do maciço de fundação prospectado pelos furos exploratórios. Posteriormente, tais furos serão injetados;

· furos para instalação de barras de ancoragem e tirantes - executados por equipamento rotopercussivo com diâmetros de 38 mm, 50 mm, 64 mm ou 75 mm.

5.2.5 - Ensaios de Perda d'Água e de Infiltração

Os ensaios de perda d'água sob pressão serão executados em todos os furos rotativos para pesquisas geológicas e geotécnicas, nas sondagens exploratórias e de verificação, nos furos de injeção e em alguns drenos e furos para instalação de instrumentos. Esses ensaios deverão ser executados de acordo com a publicação da

ABGE "Ensaios de Perda d'Água sob Pressão - Diretrizes" (Boletim no 2, 1975).

Os furos para pesquisas geológicas e geotécnicas e instrumentação, executados por sondas rotativas, serão ensaiados, descendentemente, em cinco estágios de pressão, com duração de 10 minutos cada.

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Os furos exploratórios, executados por sondas rotativas, serão ensaiados, descendentemente, em três estágios de pressão, com duração de 10 minutos cada.

Os furos de verificação serão, geralmente, ensaiados em um único estágio.

Poderão ser, ainda, solicitados ensaios com cinco ou mais estágios de pressão.

Nos furos de injeção, os ensaios de perda d'água serão realizados após a conclusão da perfuração, em um único estágio de pressão, com duração de 10 minutos, contados a partir da estabilização da vazão.

Serão fixadas em cada caso, através das "Instruções de Campo", as pressões dos ensaios. Não sendo possível atingi-las e desde que assegurada a perfeita vedação dos obturadores, o ensaio deverá prosseguir até que sejam completados os períodos normais de leitura, com a máxima vazão da bomba. Nesses casos, poderá ser solicitada a repetição do ensaio, com a utilização de mais uma bomba d'água, em paralelo com a primeira.

O CONTRATADO deverá dispor de hidrômetros devidamente aferidos, com capacidade de 2 m³/h, 5 m³/h, 10 m³/h e 20 m³/h.

Em quaisquer desses furos, poderá ser solicitada a execução de ensaios com obturadores duplos, diminuindo o espaçamento entre os mesmos em sucessivos estágios, a fim de verificar a efetiva localização das perdas d'água.

Nos trechos com artesianismo, deverão ser efetuados os registros das pressões e vazões artesianas.

Sempre que ocorrer perda d'água em furos de injeção ou quando houver fluxo artesiano, as operações de perfuração deverão ser interrompidas. A profundidade dessas ocorrências deverá ser determinada e o trecho afetado deverá ser ensaiado, antes de serem reiniciadas as operações.

No caso de haver comunicação de água entre os furos de injeção, será efetuada uma lavagem por circulação de água e ar sob pressão, com o objetivo de remover a argila e eventuais materiais terrosos das fraturas do maciço. Essa lavagem será efetuada imediatamente antes dos ensaios de perda d'água, com o obturador já posicionado no furo, e será considerada terminada somente quando emergir água limpa dos furos vizinhos. Em nenhuma hipótese a pressão de lavagem poderá exceder à pressão máxima especificada para a injeção.

Em locais indicados serão executados ensaios de infiltração, conforme "Ensaios de Permeabilidade em Solos – Boletim 04 (junho/1996) da ABGE.

5.2.6 - Proteção, Lavagem e Obturação de Furos

Todos os furos que atravessarem as estruturas de concreto armado serão executados através de tubos-guia, com o diâmetro indicado nos Desenhos de Projeto.

Em trechos onde não houver concreto armado, os furos serão efetuados, diretamente, a partir da superfície da rocha ou do concreto. Nesses casos, antes da perfuração, serão assentados tubos-guia em furos rasos de 30 cm, efetuados na rocha ou

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concreto, com diâmetros superiores ao dos furos de injeção. Os tubos serão chumbados com argamassa e o comprimento do tubo exposto em superfície não deverá ser inferior a 20 cm.

Poderá ser exigida a instalação de tubos com rosca, em alguns furos, para permitir a instalação de tampão, dotado de dispositivo para a instalação de manômetro ou hidrômetro.

Todos os furos executados deverão ser lavados com água limpa, utilizando jatos alternados de água e ar, pelo tempo que se fizer necessário, até remover todos os resíduos de perfuração.

Os furos deverão ser protegidos por meio de tampões de borracha, madeira ou outros métodos aprovados.

O traço da argamassa de cimento e areia, utilizada no tamponamento dos furos, deverá ser de 1:3, em peso.

5.3 - Injeções

5.3.1 - Generalidades

O sistema de injeção deverá ser tal que a calda de cimento possa ser introduzida na totalidade do furo, ou em diferentes profundidades do mesmo, mediante o emprego de obturadores.

A disposição dos equipamentos de injeção deverá incluir um circuito de retorno, convenientemente concebido, para que a calda de cimento possa circular, continuamente, ao longo da tubulação, a fim de evitar a obstrução da mesma e, simultaneamente, permitir um controle acurado da pressão no furo, por menor que seja o volume de calda injetado.

A distância entre o agitador e a bomba injetora não poderá ser maior do que 10,0 m e a distância entre a bomba injetora e o furo injetado não deverá exceder a 50,0 m, a não ser que seja introduzido um agitador intermediário.

No circuito de injeção não será permitido o emprego de tubulações ou acessórios com diâmetro interno inferior a 38 mm e hastes com diâmetro interno inferior a 25 mm. As tubulações deverão ser lavadas periodicamente, com água corrente, com o fim de evitar obstruções por deposição de calda. Não será permitida a utilização de tubulações ou hastes de alumínio.

5.3.2 - Equipamentos de Injeção

Os equipamentos de injeção deverão compreender uma unidade injetora completa, para cada local onde as operações de injeção estiverem sendo realizadas. A capacidade de cada unidade injetora deverá ser de, no mínimo, 150 litros por minuto, quando operando a uma pressão de descarga de 1,5 MPa.

Cada unidade injetora deverá incluir, no mínimo:

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· uma bomba injetora do tipo avanço, com rosca de eixo helicoidal, capaz de manter uma pressão de descarga, a mais uniforme possível, e de operar a uma pressão máxima de 2,1 MPa;

· um misturador mecânico ou pneumático de alta turbulência, atendendo aos requisitos do sub-item 6.21.5, capaz de preparar a calda de cimento no estado coloidal, em quantidade suficiente para suprir a bomba injetora;

· um tanque provido de agitador mecânico, atendendo os requisitos do sub-item 6.21.5, com capacidade mínima igual a três vezes a vazão máxima da bomba durante um minuto, adequadamente graduado e equipado com peneiras de malha # 6 ASTM, de fácil remoção, sendo que os agitadores deverão estar equipados com pás que imprimam à calda velocidade não inferior a 2,0 m/s. A tubulação de saída de calda do depósito deverá estar situada, no mínimo, a 20  cm acima do fundo do agitador;

· um reservatório de água de, no mínimo, 5.000 litros, para ser utilizado no preparo da calda de cimento, ensaios e lavagem dos furos e dos equipamentos de injeção;

· um homogeneizador mecânico de solo, dotado de peneira # 4, na saída;

· um tanque para hidratação de solo;

· hidrômetros de precisão, graduados em litro e fração de litro, devidamente aferidos;

· um manômetro, adequadamente graduado, de alta precisão (1%), para aferição periódica dos demais manômetros;

· manômetros com graduações adequadas às pressões a serem aplicadas;

· válvulas, mangueiras de pressão com engate rápido, linhas de alimentação, obturadores com tubos pneumáticos ou anéis expansivos de borracha e ferramentas comuns, em quantidade e qualidade adequadas à execução dos serviços;

· uma bomba para injeção de argamassa;

· salvamanômetros.

O CONTRATADO deverá possuir, ainda, equipamentos que permitam a injeção simultânea em rocha de, pelo menos, quatro furos, com controle individual de pressão por furo.

5.3.3 - Terminologia Utilizada nos Serviços de Injeção

Os termos a seguir, sempre que empregados nesta Seção, terão o seguinte significado:

· zona - área da cortina de impermeabilização, individualizada por uma profundidade parcial pré-determinada. As profundidades previstas das cortinas e zonas, assim como o espaçamento entre os furos de injeção, estão mostrados nos Desenhos de Projeto. Não obstante, esses valores poderão ser alterados, de acordo com as condições locais encontradas durante a execução do serviço;

· estágio - trecho isolado em uma zona qualquer;

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· módulo - trecho compreendido entre furos ao longo da cortina, no qual não serão permitidas as operações de injeção simultaneamente com as operações de perfuração, lavagem e ensaio de perda d'água. Tanto quanto praticável, a cortina de injeção será subdividida em módulos, a fim de facilitar as operações do CONTRATADO;

· método de espaçamento divisional - processo pelo qual se realizam furos adicionais de injeção, à meia distância de dois furos previamente perfurados e injetados;

· injeção por estágios ascendentes - consiste em executar um furo em todo seu comprimento ou prolongar um furo a uma profundidade pré-determinada e injetá-lo, a partir do fundo, a diferentes profundidades, através do emprego de obturadores;

· injeção por estágios descendentes - consiste em executar um furo até uma profundidade determinada, injetá-lo nesse trecho e limpá-lo antes da calda atingir o grau de pega que exija a reperfuração. Em seguida, deixar a calda injetada atingir a pega, abrir o furo até uma nova profundidade, injetar o novo trecho e, assim por diante, por tantos estágios de perfuração e injeções, quantos forem necessários;

· injeção de impermeabilização - injeção efetuada para diminuir a condutividade hidráulica do maciço rochoso, por meio de uma ou mais linhas de injeção, dispostas como indicado nos Desenhos de Projeto;

· injeção de argamassa - injeção efetuada a baixa pressão e classificada como:

- de consolidação - injeção no maciço rochoso, visando o preenchimento de fraturas ou cavidades naturais ou zonas de fraturamento excessivo;

- de enchimento - injeção de vazios entre o concreto e a rocha, complementando a última camada de concreto bombeado nas estruturas de transição da tomada d'água, túneis de desvio, túneis forçados, tampões e outros.

· injeção de contato - injeção efetuada para vedar o contato entre o concreto e a rocha e o contato entre a chapa de aço e o concreto, como nos trechos blindados dos túneis forçados, caixa espiral, tubos de sucção etc;

· conexão ao circuito de injeção - conjunto de atividades necessárias para executar a injeção de um furo, quer a calda de cimento seja introduzida dentro de todo o furo, quer em zonas ou seções do furo;

5.3.4 - Materiais para Injeção

A calda para injeção em rocha será composta, basicamente, de água e cimento, podendo, entretanto, ser aprovada a adição de bentonita, cinzas volantes, pozolana, areia e/ou outros aditivos.

A calda para injeção em solo será composta, basicamente, de água, cimento e argila, podendo, também, ser utilizados outros aditivos.

O cimento deverá ser do tipo Portland comum ou Pozolânico, de acordo com as disposições constantes do sub-item 6.3.1.

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O cimento utilizado nos serviços de injeção deverá ser fornecido em sacos de papel, obedecendo às especificações técnicas de armazenagem e aceitação, definidas no sub-item 6.3.4.

A areia deverá ser natural, constituída de partículas duras, resistentes e limpas, situada dentro das faixas granulométricas, conforme estabelecido no sub-item 6.5.2.

A argila será constituída por solo natural, isento de matéria orgânica e proveniente de áreas de empréstimo.

A água utilizada nas caldas deverá obedecer às especificações do sub-item 6.6. A

temperatura da calda, no momento da injeção, não deverá exceder a 40ºC.

O CONTRATADO deverá manter na frente de trabalho uma quantidade suficiente de materiais, de modo a assegurar que os serviços de injeção não sejam interrompidos ou retardados.

Todos os furos e injeções, que venham a ser inutilizados, devido à interrupção dos serviços por parte do CONTRATADO no fornecimento de materiais, deverão ser reperfurados e reinjetados.

5.3.5 - Ensaios de Injetabilidade

O CONTRATADO deverá realizar os ensaios de injetabilidade, em áreas onde estão previstas injeções, para a adequação do esquema de furos proposto nos Desenhos de Projeto e para a definição da dosagem das caldas e das pressões de injeção.

5.3.6 - Pressões de Injeção

As pressões a serem empregadas nos serviços de injeção poderão variar de acordo com as condições encontradas nos furos. As pressões ficarão situadas na faixa entre 0,025 MPa e 2,1 MPa. Em nenhuma hipótese, a pressão e/ou a vazão de bombeamento poderão ser aumentadas, repentinamente.

Caso ocorram surgências de calda em superfície, através de fissuras do maciço, o CONTRATADO deverá calafetar essas fissuras.

5.3.7 - Dosagens das Caldas

As dosagens das caldas, tanto no início, como durante a execução dos serviços de injeção, serão função da condutividade hidráulica do meio a ser tratado e das características das caldas determinadas em laboratório.

Está previsto, no desenvolvimento dos trabalhos, o emprego de caldas com relação água/cimento, em peso, variando de 3,0 a 0,5. Com relação às caldas de argila-cimento, o traço básico será de 800 l de água, 300 kg de argila e 80 kg de cimento, por metro cúbico de calda. A calda não injetada, por qualquer motivo, dentro de duas horas após o seu preparo, deverá ser rejeitada.

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A sobra da calda de injeção de um trecho poderá ser aproveitada na injeção de outro trecho ou furo, após a realização de eventuais correções na relação água/cimento e desde que seja respeitado o tempo entre o preparo da calda e a realização da injeção, citado acima.

5.3.8 - Injeções na Barragem EFC

As injeções na barragem EFC consistirão de três linhas de furos, executados através de tubos embutidos no plinto, conforme indicado nos Desenhos de Projeto. Os furos das linhas externas destinam-se a injeções rasas de contato e consolidação, enquanto que os da linha central, a injeções profundas de impermeabilização.

As injeções serão iniciadas pelos furos exploratórios e pelas injeções de consolidação, através da abertura de quatro furos das linhas externas, dispostos nos vértices de um quadrilátero.

Durante a injeção de um dos furos, os demais deverão ser mantidos abertos, até que por eles comece a fluir calda, com a mesma consistência da injetada, ou até que seja constatada a absorção de um determinado volume de calda, quando, então, se procederá à injeção simultânea dos quatro furos, com o controle individual da pressão por furo.

Posteriormente, serão abertos os furos primários da linha central, correspondentes ao centro dos quadriláteros, até a profundidade determinada pelos furos exploratórios. Dependendo da condutividade hidráulica do maciço e da absorção da calda registrada nos furos primários, serão executados os furos secundários e terciários, conforme o critério de espaçamento divisional.

Nos trechos de descontinuidades maiores do maciço rochoso, os furos dos conjuntos serão lavados com água sob pressão, conforme indicado no sub-item 5.2.5. Em certos furos, poderá ser requerido o uso de dispersores, tais como o bicarbonato de sódio ou hidróxido de sódio, com concentração de 1%, em peso.

Todas as injeções dos trechos superiores dos furos de impermeabilização deverão ser efetuadas com o obturador posicionado acima do contato concreto-rocha, para que as mesmas possam, também, servir como injeção de contato.

Em locais considerados de baixa condutividade hidráulica, os furos do quadrilátero serão admitidos como obrigatórios e executados em, pelo menos, 6,0 m na rocha, para garantir a consolidação do trecho superior do maciço e melhorar o contato concreto-rocha.

Para realizar o controle dos serviços de injeção, será considerado, como módulo, um trecho da cortina com 24,0 m de comprimento. Enquanto não se dispuser dos resultados de ensaios com as caldas previstas para as injeções, deverão ser obedecidas as limitações abaixo indicadas:

· somente será permitida a realização de injeções simultaneamente com as atividades de perfurações ou ensaios de perda d'água em módulos que distem, pelo menos, 24,0 m entre si;

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· somente poderão ser abertos furos e efetuados ensaios ou injeções em um determinado módulo, após decorridas 24 horas da conclusão das injeções no mesmo módulo;

· as injeções simultâneas, dentro de um módulo, deverão ser executadas sempre em um mesmo estágio, sendo que as injeções posteriores, em estágios subseqüentes, somente poderão ser iniciadas 24 horas após o término do estágio anterior. Caso, nos estágios subseqüentes, a calda inicial seja igual ou mais grossa que a calda final, anteriormente injetada, este prazo poderá ser reduzido.

5.3.9 - Injeções nas Estruturas de Concreto

O tratamento de impermeabilização das fundações de estruturas de concreto consistirá na execução de uma ou duas linhas de furos de injeção localizadas, preferencialmente, no pé de montante das estruturas ou como indicado nos Desenhos de Projeto, podendo, posteriormente ao enchimento do reservatório, receber reforços através de injeções através das galerias existentes.

A profundidade dos furos primários será definida pelos furos exploratórios e, dependendo do consumo registrado nos furos primários, serão executados furos secundários e terciários, conforme o critério de espaçamento divisional.

Em locais de baixa condutividade hidráulica, os furos primários, secundários e terciários deverão ser abertos, no mínimo, 6,0 m em rocha, para possibilitar a realização de injeções de consolidação superficial no maciço rochoso e no contato concreto-rocha. Essas injeções serão executadas sempre com os obturadores posicionados imediatamente acima do contato concreto-rocha.

Deverão ser obedecidos os mesmos critérios de limitações para a realização de atividades simultâneas e os tempos de espera entre diversos trabalhos, conforme indicado no sub-item 5.3.8.

5.3.10 - Injeções nos Túneis de Desvio

Os serviços de injeção nos trechos revestidos dos túneis de desvio, conforme indicado nos Desenhos de Projeto, poderão ser iniciados 30 dias após o término da concretagem, de acordo com o procedimento descrito a seguir:

a) Injeções de Argamassa

Inicialmente, será injetada argamassa de areia, cimento e água (com traço indicativo de 0,6:1:0,6 em peso). Para cada seção do túnel, no sentido de montante para jusante, as injeções serão iniciadas pelos furos inferiores. À medida em que for sendo observado o surgimento de argamassa nos furos superiores da abóbada e nos de jusante, os furos através dos quais se processava a injeção deverão ser tamponados, passando a injeção a ser efetuada nos furos onde foi constatada a comunicação.

Os furos verticais deverão ser providos de tubos-suspiro, colocados até a rocha.

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b) Injeções de Contato

Após 24 horas do término das injeções de argamassa, poderão ser iniciadas as injeções de contato, em furos perfurados até um metro na rocha, conforme indicado nos Desenhos de Projeto. A pressão da injeção, a dosagem da calda e a seqüência dos furos a serem injetados serão fornecidos.

c) Injeções de Impermeabilização

As injeções de impermeabilização, em furos perfurados até 10,0 m em rocha, serão iniciadas após 48 horas do término das injeções de contato, conforme indicado nos Desenhos de Projeto. Após a conclusão das injeções no maciço rochoso, o contato concreto-rocha deverá ser melhorado, através de injeção com o obturador posicionado no concreto.

A pressão de injeção, a dosagem da calda e a seqüência dos furos, a serem injetados, serão fornecidos.

Após a conclusão das injeções, todos os furos deverão ser tamponados com argamassa.

5.3.11 - Injeções nos Tampões dos Túneis de Desvio

Quando a diferença entre as temperaturas do concreto do tampão e da rocha

adjacente tenha atingido um valor inferior a 4oC, valor este determinado por termômetros adequadamente dispostos, deverão ser executadas as injeções de contato, por meio de tubulações embutidas para esse fim.

A pressão da injeção, a dosagem da calda e a seqüência dos furos serão fornecidos. Salvo onde indicado em contrário, as injeções deverão ser efetuadas de modo contínuo, até o final da operação, para se evitar perturbação na calda que já estiver em início de pega.

5.3.12 - Injeções nos Túneis Forçados

Ao longo dos túneis forçados, estão previstas injeções de consolidação com extensão de 3,0 m a 5,0 m no maciço rochoso, em torno de todo o perímetro do túnel. Estão, também, previstas injeções de impermeabilização e injeções de contato entre o maciço e o revestimento em concreto, conforme indicado nos Desenhos de Projeto.

Para o trecho dos túneis com revestimento metálico, estão previstas injeções de contato entre a rocha e o concreto e entre o concreto e o revestimento metálico. Nesses casos, as pressões de injeção nunca deverão ser superiores a 0,20 MPa.

5.4 - Drenagem

Estão previstas cortinas de drenagem no vertedouro, túneis de desvio, túneis forçados e nas galerias de drenagem sobre os túneis forçados.

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Nos túneis de desvio e nos túneis forçados, as cortinas de drenagem estarão dispostas, radialmente, ao longo de todo o perímetro do túnel, sendo os drenos perfurados a partir dos túneis.

Estão previstos, ainda, furos de drenagem de 3, 6 e 25 m, com diâmetro de 75 mm, nas escavações da casa de força, para alívio do maciço rochoso.

A posição e a quantidade de drenos encontram-se indicadas nos Desenhos de Projeto. Os drenos serão executados a partir de tubulações embutidas, quando situados em estruturas de concreto.

A perfuração de qualquer dreno somente poderá ser iniciada três dias após a conclusão das injeções de todos os furos previstos a uma distância de até 30,0 m do dreno em questão. Caso os drenos venham a ser perfurados antes das injeções, o CONTRATADO deverá manter circulação d'água nos mesmos, durante a realização das injeções.

Caso ocorra infiltração de calda nos drenos, o CONTRATADO deverá, imediatamente, tamponá-los e, posteriormente, lavá-los ou reperfurá-los.

Em locais onde as condições do maciço assim o exigirem, deverão ser executados drenos com revestimento ou com preenchimento de materiais granulares.

5.5 - Limpeza das Frentes de Serviço

Durante as operações de perfuração e injeção, o CONTRATADO deverá tomar as precauções necessárias para evitar que partículas de rocha, óleo dos equipamentos, água de lavagem e calda de cimento danifiquem ou prejudiquem a aparência das estruturas permanentes.

Após a conclusão dos serviços, o CONTRATADO deverá efetuar uma limpeza geral das áreas, removendo todos os resíduos e restos de materiais que, além do mau aspecto visual, possam interferir na eficiência dos serviços subseqüentes.

6 - CONCRETO

6.1 - Objeto

Esta Seção trata das especificações de materiais e dos procedimentos a serem usados na construção das estruturas de concreto da UHE Campos Novos.

6.2 - Generalidades

Estas Especificações elegem as últimas versões das normas e especificações da ABNT, sem se limitarem a elas, como critério para definição e controle de qualidade de materiais e concretos.

O CONTRATADO deverá efetuar todos os ensaios necessários à definição, produção e controle de qualidade dos concretos e, para isso, deverá dispor, na Obra, de um laboratório suficientemente equipado para realizar esses ensaios, em conformidade

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com as normas aplicáveis da ABNT ou outras similares. De um modo geral, esses ensaios deverão compreender, sem a eles se limitar:

· granulometria de materiais;

· propriedades físicas e químicas dos materiais que comporão os concretos;

· dosagens para a determinação de traços dos diferentes tipos de concreto;

· densidades seca e úmida dos concretos;

· resistências dos concretos;

· módulo de deformação dos concretos;

· incorporação de ar.

O CONTRATADO deverá manter atualizados os resultados de todos os ensaios e emitirá notificações técnicas através de relatórios mensais.

6.3 - Cimento Portland

6.3.1 - Tipos de Cimento

Todo cimento a ser usado na obra deverá atender estas Especificações e ser adquirido em fábricas aprovadas.

Os cimentos deverão ser selecionados e ensaiados, pelo menos, 90 dias antes da emissão da ordem de compra do primeiro lote de cimento para a obra.

Em geral, os cimentos deverão ser do tipo CPIV-32 (pozolânico); em alguns casos específicos será usado o cimento CPII-Z32 ou ARI. Os cimentos deverão atender, respectivamente, às normas da ABNT - NBR 5732 e NBR 11578 e normas complementares, em casos específicos.

Os cimentos poderão ser usados com a reposição de parte de seu volume sólido por cinza volante. O teor da reposição será determinado através de ensaios, de acordo com a necessidade de cada caso.

Com exceção de alguns casos específicos, não será permitida a troca do tipo de cimento na concretagem de uma mesma estrutura.

6.3.2 - Ensaios

Certificados de ensaios de partida do cimento, incluindo a análise química total, efetuados na fábrica, em conformidade com as normas da ABNT, deverão acompanhar o fornecimento e serem notificados à fiscalização.

Amostras representativas do cimento, por partida, deverão ser coletadas no canteiro de obras e submetidas a ensaios para verificação de suas características.

Serão realizadas inspeções periódicas nas fábricas fornecedoras, a fim de verificar se o cimento está sendo fabricado de acordo com as exigências das presentes Especificações.

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Conforme citado no item 6.2, o CONTRATO realizará no canteiro ensaios rotineiros do cimento, de acordo com as normas da ABNT, como abaixo apresentado.

ENSAIOS QUÍMICOS

1. Sulfato de cálcio (CaSO4) 7. Óxido de sódio (Na2O) (*)

2. Sílica (SiO2) 8. Óxido de potássio (K2O) (*)

3. Alumina (Al2O3) 9. Cal livre

4. Óxido férrico (Fe2O3) 10. Perda ao fogo

5. Anidrido sulfúrico (SO3) 11. Resíduo insolúvel

6. Óxido de cálcio (CaO)

ENSAIOS FÍSICOS

1. Tempo de pega (início e fim) 5. Massa específica

2. Superfície específica Blaine 6. Expansibilidade em autoclave

3. Finura nas peneiras nos 200 e 325 7. Resistência à compressão aos 3, 7, 28 e 90 dias

4. Peso unitário (eventualmente) 8. Calor de hidratação

DETERMINAÇÕES

1. C3S - Silicato tricálcico 3. C3A - Aluminato tricálcico

2. C2S - Silicato dicálcico 4. C4AF - Ferroaluminato tetracálcico

*Calcular o equivalente alcalino em óxido de sódio: E.A.(%)=Na2O+0,658% K2O.

6.3.3 - Transporte

O transporte de cimento poderá ser feito a granel, em "containers" ou em sacos, sempre de modo a não alterar as suas características.

6.3.4 - Armazenagem e Movimentação

Os critérios de aceitação, armazenamento e liberação do cimento para utilização na obra serão os estabelecidos pela ABNT (MB-1 e EB-1) ou complementados por estas Especificações.

Os cimentos deverão ser armazenados em ordem cronológica e separados por tipo, marca e partida. O volume de estoque de cada tipo de aglomerante deverá ser dimensionado de forma a atender as máximas demandas previstas segundo o cronograma de obras aprovado. Deverá ser mantido um registro contínuo de temperaturas e umidades nos silos e depósitos.

No caso de estocagem em silos, deverá ser prevenida, através de vibradores, a formação de zonas de armazenagem permanente (zona morta). Periodicamente serão realizadas limpezas dos silos para a remoção de material aderido às paredes do mesmo.

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Especial atenção deverá ser dada ao "filtro de Manga" que equipa a saída de ar comprimido de abastecimento, na parte superior do silo, a fim de reduzir as perdas de material e evitar a contaminação da área.

Os compressores de carga dos silos deverão ser capazes de insuflar ar seco, para não provocar a hidratação do cimento.

A armazenagem dos cimentos, acondicionados em sacaria ou "containers", aprovados e em estoques separados por partida, deverá ser feita em local estanque e ventilado, à prova de intempéries.

As instalações deverão ser dotadas de meios que impeçam a absorção de umidade e permitam fácil acesso, inspeção, amostragem, manuseio e identificação do material estocado. O piso será de concreto alisado, de forma a evitar a umidade do solo e facilitar a limpeza.

Em condições normais de deposição, será permitida a formação de pilhas com dez sacos. Caso o cimento apresente temperaturas superiores a 35°C, na recepção, as pilhas ficarão limitadas a cinco sacos. No caso particular de condições normais e tempo de estocagem inferior a 15 dias, as pilhas não poderão ser superiores a 14 sacos.

Os cimentos que se apresentarem com traços de hidratação ou forem provenientes de sacos rasgados serão destinados, apenas, para a execução de concreto magro, contrapisos e obras auxiliares, sem importância estrutural.

6.3.5 - Temperatura do Cimento

A temperatura do cimento, na entrada das betoneiras, não deverá exceder a 60°C. Este valor poderá ser diminuído, em função de necessidades técnicas relativas à mistura, transporte, lançamento e cura do concreto, bem como para limitação de tensões e abertura de fissuras nas estruturas moldadas.

A temperatura de uso do cimento deverá estar explicitada nos planos de concretagem a serem submetidos à aprovação, com tempo hábil para providências e modificações.

O tempo de estocagem, quando de duração mais longa, poderá ser usado como elemento de adequação da temperatura do cimento.

Os critérios de temperatura estendem-se, também, às argamassas e natas de cimento.

6.4 - Cinza Volante

6.4.1 - Generalidades

Considerando a possibilidade da rocha proveniente das escavações obrigatórias, apresentarem reatividade potencial e considerando, ainda, as vantagens inerentes ao uso de cinza volante nos concretos, poderá ser utilizado este material com o cimento Portland comum, em substituição ao cimento pozolânico.

A quantidade de cinza adicionada aos concretos será fixada a partir de estudos realizados pelo CONTRATADO.

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Para efeito de dimensionamento do silo de cinza, foi estimado, em média, um peso de cinza equivalente a 20% do peso do estoque do cimento. Em concretagem específica, este valor, todavia, poderá ser superado.

6.4.2 - Transporte, Armazenagem e Movimentação

As condições de transporte, armazenagem e movimentação, exigidas para o cimento Portland, serão aplicadas, também, às cinzas volantes.

6.4.3 - Ensaios

Periodicamente e toda vez que necessário, a cinza em uso será amostrada, no local de origem e no canteiro de obras, por meio dos seguintes ensaios de caracterização, realizados para aferição de uniformidade:

ENSAIOS QUÍMICOS

1. Sílica (SiO2) 6. Óxido de sódio (Na2O) (*)

2. Alumina (Al2O3) 7. Óxido de potássio (K2O) (*)

3. Óxido férrico (Fe2O3) 8. Umidade

4. Óxido de magnésio (MgO) 9. Perda ao fogo

5. Anidrido sulfúrico (SO3)

ENSAIOS FÍSICOS

1. Peso unitário (eventualmente)

2. Massa específica

3. Superfície específica Blaine

4. Finura na peneira no 325

5. Índice de atividade polozânica aos 28 dias com argamassa de cimento

6. Índice de atividade polozânica aos 7 dias com cal

7. Resistência à compressão da argamassa aos 3, 7 e 28 dias

8. Expansão ou contração em autoclave

9. Reatividade com álcalis do cimento

10.Variação da retração por secagem de barras de argamassa

*Calcular o equivalente alcalino em óxido de sódio: E.A (%)=Na2O+0,658% K2O.

6.5 - Agregados

6.5.1 - Generalidades

Os agregados para concreto deverão obedecer às prescrições da EB-4 (ABNT) e das presentes Especificações, sem a elas se limitar. Em casos de omissão, deverá ser providenciada orientação complementar, dando preferência às normas da ASTM.

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Os agregados para concreto deverão ser produzidos a partir do processamento de rochas sãs, oriundas de escavações programadas para tal finalidade e que constem do item 3.4.

O agregado miúdo será constituído por areia natural ou areia artificial obtida da britagem do material rochoso, oriundo de escavações programadas, misturada com areia natural, para a correção de granulometria.

A areia natural deverá ser obtida em jazidas aprovadas.

O CONTRATADO poderá, a seu critério, produzir concreto utilizando apenas areia artificial, desde que as características desse concreto atendam a estas Especificações, conforme ensaios e testes a serem submetidos à aprovação.

a) Produção de Agregados

O processamento de rocha envolverá as operações de britagem, peneiramento, transporte, classificação, lavagem e tudo mais que se fizer necessário, visando a obtenção de agregados apropriados para uso em concreto, de acordo com estas Especificações.

Os agregados deverão ser estocados, manuseados e processados, de modo a evitar a mistura e a inclusão de materiais inadequados ao concreto, como óleos e graxas, bem como a segregação e a quebra excessiva, no caso de agregados graúdos.

Deverão ser feitas correções, durante a produção de agregados, de modo a atender as granulometrias especificadas e eliminar os excessos e/ou deficiências nos tamanhos individuais dos grãos. Os materiais rejeitados, em decorrência dessas correções, não aproveitáveis, tais como rochas, britas e areias, contaminadas ou contendo materiais brechosos, decompostos ou que, de qualquer forma, sejam julgados inadequados para uso em concreto, serão rejeitados e imediatamente colocados em "bota-foras".

A água a ser utilizada na lavagem dos agregados deverá atender os requisitos do item 6.6 destas Especificações.

b) Pilhas de Estoque e Controle de Umidade

O agregado deverá ser estocado em pilhas, de acordo com suas dimensões nominais e de maneira a impedir a segregação, mistura de várias dimensões e contaminação por materiais estranhos.

Dispositivos para amortecimento da queda do agregado graúdo deverão ser providenciados nas operações de empilhamento do material e durante o processamento e manuseio, de forma a evitar a segregação e a quebra excessiva do material.

As pilhas de estoque deverão ser convenientemente drenadas e o teor de umidade será freqüentemente controlado, de forma a evitar variações indesejáveis, que possam refletir negativamente na produção e na qualidade do concreto.

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Os estoques de agregados deverão ser suficientes para atender, com folga, as demandas de consumo, previstas no cronograma de obras.

No caso da areia artificial, serão necessárias, no mínimo, três pilhas de estoque. A primeira receberá a areia molhada, a segunda drenará, por um tempo mínimo de 24 horas, a água superficial e a terceira suprirá os silos da central com material em condições de uso para concreto e de forma a atender a demanda.

c) Amostragem e Ensaios

As amostras, a serem utilizadas em ensaios necessários à caracterização e controle de qualidade dos agregados, poderão ser obtidas em qualquer etapa, desde o processo de identificação para processamento até a entrada da betoneira.

Os ensaios serão realizados de acordo com os métodos da ABNT e em caso de omissão, os métodos da ASTM. Entretanto, no caso específico de alguns ensaios, como por exemplo, "reação alcalina", outros métodos poderão ser determinados.

Tanto o agregado miúdo, como o graúdo, deverão ter os resultados de seus ensaios de caracterização acompanhados estatisticamente, como forma de avaliação de suas variações nos traços dos concretos obtidos nos estudos de dosagem.

6.5.2 - Agregado Miúdo

As prescrições da EB-4 (ABNT) deverão orientar o controle de qualidade do agregado miúdo, que deverá ser composto de grãos cujos diâmetros estarão compreendidos entre 4,8 mm e 0,074 mm. De forma predominantemente cúbica ou arredondada, sem películas aderentes, duros, densos e resistentes, os agregados miúdos serão isentos de substâncias deletérias.

Os principais requisitos de qualidade do agregado miúdo constam no Quadro a seguir:

SUBSTÂNCIAS DELETÉRIAS REQUISITOS

Torrões de argila (massa) máx. 1,5%

Material pulverulento (massa)

- concreto sujeito à abrasão

- demais concretos

máx. 3%

máx. 5%

Substâncias prejudiciais (1)

- concreto sujeito à abrasão

- demais concretos

máx. 3%

máx. 5%

Materiais carbonosos (massa)

- concreto cuja aparência seja importante

- demais concretos

máx. 0,5%

máx. 1%

Matéria orgânica (2) cor mais clara que a solução

padrão (300 ppm)

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Massa específica min. 2,6 t/m³

Obs.:A soma das percentagens de todas as substâncias deletérias não deverá exceder a 5%, em massa.

(1) Entre as substâncias prejudiciais, estão incluídos xistos, álcalis, mica, grãos recobertos, partículas escamosas moles, lodo e materiais que

passarem pela peneira no 200 da ABNT.

(2) Caso o teor de matéria orgânica seja superior ao especificado, o agregado deverá ser submetido ao ensaio comparativo de resistência, de acordo com a norma NBR 7221.

(3) Quando o agregado miúdo for areia artificial, o teor de material pulverulento no agregado miúdo fica limitado em, no máximo, 20% (vinte porcento). O teor de material pulverulento no agregado total dos traços dos concretos não deverá ser superior a 10% (dez porcento) nos concretos de superfícies hidráulicas e a 12% (doze porcento) nos demais concretos.

A granulometria do agregado miúdo deverá estar situada dentro dos limites indicados no Quadro a seguir:

ABERTURA DA PENEIRA DE MALHA QUADRADA

LIMITES ADMISSÍVEIS, PERCENTAGEM RETIDA E ACUMULADA (em massa)

ASTM no ABNT (mm) Areia Natural Areia Artificial

- 9,50 0 – 0 0 - 0

4 4,80 0 - 5 0 - 10

8 2,40 0 –20 5 - 45

16 1,20 15 - 50 30 - 70

30 0,60 30 - 75 50 - 55

50 0,30 75 - 90 65 - 90

100 0,15 90 - 98 75 - 95

O módulo de finura dos agregados miúdos deverá ser mantido uniforme, no decorrer da obra, não variando de mais ou menos 0,2 para o material de uma mesma origem.

Os limites da variação de umidade, na entrada do equipamento misturador de concreto, não deverá ser superior a 0,5% do total de água no concreto, durante qualquer período de uma hora, nem maior que 2%, durante qualquer período de oito horas de operação da mesma.

6.5.3 - Agregado Graúdo

Designa-se por agregado graúdo, nestas Especificações, aquele cujos grãos apresentam dimensões maiores do que 4,8 mm e menores que 152 mm.

Page 73: Especificacoes Tecnicas_Barragem

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O agregado graúdo será obtido pelo processamento de rocha sólida, sã, densa, resistente e sem película.

Os agregados graúdos, de acordo com suas dimensões, serão selecionados segundo as seguintes graduações:

· agregado número 1......................................................... 4,9 mm < D.M. < 19 mm

· agregado número 2......................................................... 19 mm < D.M. < 38 mm

· agregado número 3......................................................... 38 mm < D.M. < 76 mm

· agregado número 4......................................................... 76 mm < D.M. < 152 mm

O uso de agregados com D.M. maior que 76 mm deverá ser avaliado em suas vantagens e desvantagens pelo Contratado

Deverão obedecer às especificações da EB-4, entre outras, e apresentar os seguintes requisitos principais:

SUBSTÂNCIAS DELETÉRIAS REQUISITOS

Torrões de argila (massa)

- concreto cuja aparência seja importante

- Concreto sujeito à abrasão

- demais concretos

Máx. 1%

Máx. 2%

Máx. 3%

Material pulverulento (massa) Máx. 0,5%

Materiais carbonosos (massa)

- concreto cuja aparência seja importante

- demais concretos

Máx. 0,5%

Máx. 1%

Massa específica (condição) min. 2,60 t/m³

Índice de forma – partículas lamelares e alongadas (massa)

3

Abrasão Los Angeles – perda ponderada (massa, 500 ciclos)

Máx. 50%

Obs.: A soma das percentagens de todas as substâncias deletérias não deverá exceder a 3% em massa.

A granulometria do agregado graúdo, na entrada das betoneiras, deverá estar dentro das faixas granulométricas apresentadas no Quadro a seguir:

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ABERTURA DA PENEIRA DE MALHA QUADRADA

LIMITES ADMISSÍVEIS, PERCENTAGEMRETIDA E ACUMULADA (em massa)

ASTM ABNT Faixas (mm)

(polegadas) (mm) 4,8 - 19 19 - 38 39 - 47 76 - 152

6 152

4 100 0 0 - 100

3 76 0 - 10 85 - 100

2 50 0 45 - 80 95 - 100

1 1/2 38 0 - 10 90 - 100

1 25 0 55 - 80 95 - 100

3/4 19 0 - 10 90 - 100

3/9 9,5 45 - 70 95 - 100

no 4 4,8 95 - 100

A granulometria dos agregados graúdos deverá ser mantida uniforme durante as operações de produção e estocagem, bem como no decorrer da obra, devendo ser efetuadas as correções no equipamento de produção ou no processo produtivo, que se fizerem necessárias.

Será obrigatória a lavagem do agregado graúdo no pé dos silos.

O agregado graúdo, de dimensões compreendidas entre 4,8 mm e 19 mm, deverá apresentar, por ocasião de seu lançamento na betoneira, um teor de umidade livre de, no máximo, 2%, determinado em relação à massa do agregado seco, e uma variação de umidade livre não superior a 0,5%, em qualquer momento de operação da mistura.

6.6 - Água

A água, para cura e limpeza do concreto e lavagem dos agregados, deverá estar isenta de impurezas nocivas à boa qualidade do concreto.

A qualidade mínima de água será a prescrita pela NBR 6118 (NB 1/78), ou seja:

· pH..................................................................................................... entre 5,8 e 8,0

· matéria orgânica (expressa em oxigênio consumido)...................... 3mg/l

· resíduo sólido................................................................................... 5.000 mg/l

· sulfato (expresso em ions SO4)....................................................... 300 mg/l

· cloreto (expresso em ions Cl)........................................................... 500 mg/l

· açúcar............................................................................................... 5 mg/l

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Será avaliado, também, o CO2 livre e, de forma complementar, serão observados os

seguintes limites de impurezas:

IMPUREZASCONCENTRAÇÃO MÁXIMA TOLERÁVEL NA ÁGUA DE

AMASSAMENTO

Carbonatos e bicarbonatos de sódio e potássio 1.000 ppm (0,1%)

Bicarbonatos de cálcio e magnésio 400 ppm (0,04%)

Sais de ferro 40.000 ppm (4%)

Iodato de sódio, fosfato de sódio, arsenato de sódio e borato de sódio 500 ppm (0,05%)

Sulfito de sódio 100 ppm (0,01%)

Ácidos inorgânicos, tais como clorídrico, sulfúrico etc 10.000 ppm (1%)

Hidrato de sódio 10.000 ppm (1%)

Partículas em suspensão 2.000 ppm (0,2%)

Águas industriais (sólidos) 4.000 ppm (0,4%)

Águas de esgoto (matéria orgânica) 20 ppm (0,002%)

Obs.: Os limites acima incluem as substâncias trazidas ao concreto pelo agregado.

6.7 - Aditivos

6.7.1 - Generalidades

A critério do CONTRATADO, poderão ser empregados aditivos, com a finalidade de alterar, reforçar ou melhorar as propriedades dos concretos fresco e endurecido, e facilitar as operações de preparo e utilização, adequando-as às condições de concretagem e ao ambiente final de exposição das estruturas.

6.7.2 - Tipos de Aditivo

Os aditivos utilizados nos concretos poderão apresentar os seguintes efeitos, de forma individual ou combinada:

· plastificantes;

· super-plastificantes;

· aceleradores de pega;

· retardadores de pega;

· impermeabilizantes;

· expansores;

· compensadores de retração;

· incorporadores de ar.

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6.7.3 - Normas, Critérios e Recomendações

As normas a serem utilizadas para aprovação e uso do produto são a EB-1763, ASTM C-260, ASTM C-494 e normas complementares.

Como critério adicional de uniformidade, deverá ser realizada a aferição de constância dos efeitos de cada aditivo sobre o concreto fresco e endurecido, em condições de laboratório, de acordo com as normas NBR 1668 e NBR 1669.

Os critérios de durabilidade serão os recomendados pela ACI-318 e NBR 6118.

6.7.4 - Aceitação e Controle de Qualidade dos Lotes

Os lotes de aditivos deverão ser amostrados e ensaiados 60 dias antes da data prevista para a sua utilização. Tais ensaios obedecerão às normas, critérios e recomendações já mencionados e serão realizados, pelo CONTRATADO, com a finalidade e prazos descritos a seguir:

a) Ensaios Preliminares

Estes ensaios visam a caracterização e comparação de diversos produtos, com a finalidade de decidir qual o mais conveniente, sob o ponto de vista técnico e econômico, para ser usado nos diversos tipos de concreto da obra. A partir dos resultados desses primeiros ensaios, serão criados os "padrões de referência" de fornecimento que englobarão os aspectos químicos e efetivos sobre o concreto fresco e endurecido.

b) Estudos de Dosagem

Serão realizados estudos de dosagem, visando determinar a quantidade de aditivo na composição dos traços e fixar o "efeito padrão" do aditivo sobre o concreto fresco e endurecido. Estudos complementares serão, também, elaborados, envolvendo as condições da mistura, temperaturas ambiente e de lançamento do concreto.

c) Controle de Qualidade

Os ensaios de avaliação para o controle de qualidade serão realizados durante toda a produção do concreto.

Mesmo que os ensaios normalizados de caracterização do produto acusem resultados compatíveis com os limites de aceitação das normas, deverá ser verificada a ação do aditivo sobre o concreto, para mesmos materiais e em condições de laboratório, de forma a observar sua uniformidade e avaliar o rendimento de desempenho (NBR 1668 e NBR 1669 da ABNT).

Caso seja constatada alteração na fabricação, deverão ser procedidos novos ensaios para a adequação do traço de concreto, de modo a manter as características originais da dosagem. Caso a mudança seja muito acentuada, com variações significativas no comportamento do aditivo, poderá ser pedida a substituição do referido aditivo por outros similares.

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d) Reavaliação de Produtos

Os aditivos que tiverem seus prazos de validade excedidos serão amostrados e ensaiados, para verificação de suas condições de uso, obedecendo aos mesmos critérios anteriores.

Caso os resultados obtidos se apresentarem ligeiramente fora dos limites aceitáveis, o produto será recusado, mas poderá ser utilizado em concretos especialmente dosados. Caso isso não seja possível, todo o lote deverá ser descartado para uso em concreto.

6.7.5 - Fornecimento

Os aditivos deverão ser fornecidos por fabricantes que assegurem continuidade, uniformidade e qualidade ao produto. O fornecimento deverá ser acompanhado de certificados oficiais, apresentando o resultado de ensaios referentes a cada lote e realizados pelo fabricante, na fonte de suprimento.

6.7.6 - Transporte

Para o transportes acondicionamento e dos aditivos, deverão ser tomados cuidados especiais, para que sejam preservadas as embalagens e características técnicas do produto.

6.7.7 - Armazenagem

Importância especial deverá ser dada às condições de armazenamento, cujo local deverá ser adequado para preservar as propriedades dos aditivos, de acordo com as especificações do fabricante.

O armazenamento deverá permitir fácil acesso e manuseio do produto, possibilitando livre circulação boas condições para o transporte.

Os aditivos deverão ser identificados, estocados e organizados, por tipo e idade, de forma a facilitar o consumo por ordem cronológica, respeitando os prazos de validade para utilização do produto.

Caso o tempo máximo de armazenagem, prescrito pelo fabricante, venha a ser excedido, o material deverá ser retirado do depósito, para realização de novos ensaios de controle de qualidade e uniformidade.

6.7.8 - Condições de Dosagem

Os aditivos deverão ser dosados, preferencialmente, em massa e/ou em volume, de forma rigorosa, através de dosadores mecânicos que garantam compatibilidade com a capacidade de produção da central ou, em alguns casos específicos, com o ritmo de concretagem planejado para a frente de trabalho.

A adição será feita de forma a garantir uma uniforme distribuição do aditivo na massa do concreto, durante o tempo especificado para a mistura (ver item 6.9).

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Para a futura utilização na central de concreto, os aditivos serão depositados em abrigo coberto, a fim de evitar a ação de intempéries ou de outros agentes que possam alterar suas características básicas.

6.7.9 - Cuidados Especiais

Os aditivos serão utilizados de modo a criar boas condições de lançamento, cura, resistência e adequação do concreto ao meio de trabalho, garantindo a durabilidade.

O uso simultâneo de diferentes tipos de aditivos, de mesmo fabricante, só será permitido caso a compatibilização seja anunciada pelo fabricante (uso consagrado) ou comprovada através de ensaios no laboratório da obra. Este último procedimento será obrigatório para aditivos de fábricas diferentes.

Não será permitido o uso de aditivos contendo cloretos em concretos destinados à estruturas de concreto armado. Em casos de necessidade de acelerar a pega do concreto, poderão ser utilizados produtos à base de trietanolamina, hidróxido de cálcio, amônia, carbonato de sódio, aluminato de sódio e silicofluoreto.

O teor de aditivo no concreto e seu comportamento deverão ser observados para os entornos de temperaturas de lançamento do concreto, a fim de que possam ser tomadas eventuais providências.

6.7.10 - Controles de Campo

Os efeitos dos aditivos sobre o concreto, a exemplo do incorporador de ar, deverão ser comprovados, a partir de amostras fornecidas pelo CONTRATADO, imediatamente após a mistura do concreto.

As amostragens representativas deverão ser obtidas, ao longo de toda a produção do concreto, com freqüência tal que permita controlar os efeitos dos aditivos, no tocante à uniformidade e à qualidade final da mistura.

Os ajustes de dosagem, na central de produção de concreto, exigirão uma maior freqüência de amostragem.

6.8 - Estudos de Dosagem

A determinação das dosagens dos concretos será de exclusiva responsabilidade do CONTRATADO, que deverá notificar à fiscalização os traços dos concretos a serem utilizados na obra.

A partir de materiais disponíveis e beneficiados ou selecionados em obediência a determinados critérios, será desenvolvido o estudo de dosagem, com o objetivo de determinar a base de dados para a escolha do tipo de concreto que apresente características pré-estabelecidas, tanto para o concreto fresco, como para o endurecido.

A finalidade do estudo é obter um concreto adequado às premissas do Projeto e que apresente grande durabilidade e trabalhabilidade, visando facilitar as operações de lançamento e adensamento.

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O concreto deverá ser dosado de forma a se obter misturas suficientemente uniformes, trabalháveis e homogêneas que, com a mínima quantidade possível de cimento, possam atender às exigências destas Especificações.

As proporções de todos os materiais que compõem o concreto serão modificadas sempre que se julgue ser necessário, a fim de manter o padrão de qualidade exigido.

Os estudos de dosagem deverão ser programados e desenvolvidos, pelo menos, 60 dias antes da data de início da produção dos concretos.

6.8.1 - Critérios de Dosagem

Os estudos de dosagem, para a determinação dos traços de concreto a serem usados, deverão atender a premissas e critérios ditados pelo Projeto e por estas Especificações, levando em conta as condições climáticas, os materiais disponíveis, os equipamentos previstos no canteiro de obras e o nível técnico do pessoal envolvido com a execução e fiscalização das obras.

Os concretos destinados às diversas partes das estruturas serão classificados de acordo com a resistência característica de projeto, a ser obtida em determinada idade, como apresentado no Quadro a seguir.

Os locais de aplicação e as respectivas classes estão indicados nos Desenhos de Projeto.

CLASSERESISTÊNCIA

CARACTERÍSTICAfck (MPa)

IDADE DE CONTROLE(dias)

A 09 90

B 15 90

C 15 28

D 18 28

E 21 90

F 24 28

G 30 28

H (*) 24 28

I 9 180

J 15 180

(*) Quando o local de aplicação desta classe for uma superfície hidráulica, sujeita a fluxo d'água em velocidade, o diâmetro máximo do agregado no concreto não deverá ser superior a 19 mm e a relação água/cimento equivalente não deverá ultrapassar a 0,45. A relação água/cimento poderá ser aumentada até 0,50, desde que hajam estudos de ensaios a abrasão do concreto que respaldem tal alteração.

Os concretos de uma mesma classe constituem famílias com características diferentes. Elas se referem, em particular, a cada estrutura e estão relacionadas com as dimensões das formas, espaçamento e densidade de armadura, condições de transporte, lançamento, adensamento, cura e acabamento de

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concreto. A estabilidade do volume produzido e o controle de eventuais fissuras deverão ser considerados como premissas a serem equacionadas durante a obra.

6.8.2 - Estudos de Dosagem

Os estudos de dosagem deverão contemplar, separadamente, os concretos massa e estrutural, contendo ou não cinzas volantes ("fly-ash") e usando incorporador de ar e/ou outros aditivos.

Os aspectos cimento, relação água/cimento, granulometria, teor de argamassa, trabalhabilidade, abatimento e aditivos, entre outros, correspondem a variáveis que serão equacionadas e otimizadas através de estudos de dosagem.

a) Condições de Ensaios

Para que haja coerência nos resultados dos ensaios, será necessário que o laboratório disponha de uma câmara úmida, cuja umidade e temperatura serão estabilizadas de acordo com a norma NBR 5738.

O ambiente onde serão realizados os estudos de dosagem também deverá ser climatizado. A umidade será a de saturação (>90%) e a temperatura de 23°C, com variação de mais ou menos 1°C.

Os materiais componentes do concreto deverão ser estabilizados à mesma temperatura ambiente. Os materiais a serem utilizados nos estudos de dosagem poderão ser preparados de modos mutuamente exclusivos, ou seja, "saturado superfície seca" ou "secos" em estufa ou ao sol.

CLASSERESISTÊNCIA

CARACTERÍSTICAfck (MPa)

IDADE DE CONTROLE(dias)

A 09 90

B 15 90

C 15 28

D 18 28

E 21 90

F 24 28

G 30 28

H (*) 24 28

I 9 180

J 15 180

(*) Quando o local de aplicação desta classe for uma superfície hidráulica, sujeita a fluxo d'água em velocidade, o diâmetro máximo do agregado no concreto não deverá ser superior a 19 mm e a relação água/cimento equivalente não deverá ultrapassar a 0,45. A relação água/cimento poderá ser aumentada até 0,50, desde que hajam estudos de ensaios a abrasão do concreto que respaldem tal alteração.

Os concretos de uma mesma classe constituem famílias com características diferentes. Elas se referem, em particular, a cada estrutura e estão relacionadas

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com as dimensões das formas, espaçamento e densidade de armadura, condições de transporte, lançamento, adensamento, cura e acabamento de concreto. A estabilidade do volume produzido e o controle de eventuais fissuras deverão ser considerados como premissas a serem equacionadas durante a obra.

6.8.3 - Estudos de Dosagem

Os estudos de dosagem deverão contemplar, separadamente, os concretos massa e estrutural, contendo ou não cinzas volantes ("fly-ash") e usando incorporador de ar e/ou outros aditivos.

Os aspectos cimento, relação água/cimento, granulometria, teor de argamassa, trabalhabilidade, abatimento e aditivos, entre outros, correspondem a variáveis que serão equacionadas e otimizadas através de estudos de dosagem.

a) Condições de Ensaios

Para que haja coerência nos resultados dos ensaios, será necessário que o laboratório disponha de uma câmara úmida, cuja umidade e temperatura serão estabilizadas de acordo com a norma NBR 5738.

O ambiente onde serão realizados os estudos de dosagem também deverá ser climatizado. A umidade será a de saturação (>90%) e a temperatura de 23°C, com variação de mais ou menos 1°C.

Os materiais componentes do concreto deverão ser estabilizados à mesma temperatura ambiente. Os materiais a serem utilizados nos estudos de dosagem poderão ser preparados de modos mutuamente exclusivos, ou seja, "saturado superfície seca" ou "secos" em estufa ou ao sol.

Em qualquer das alternativas, a quantidade de água contida nos agregados deverá ser determinada com precisão, para possibilitar o correto cálculo da quantidade da água de amassamento.

No caso de utilização de material seco, será necessário determinar a velocidade de absorção da água pelos agregados, a fim de avaliar a sua influência sobre a trabalhabilidade do concreto.

b) Cimento

Para cada tipo e/ou marca de cimento, serão realizados estudos de dosagem independentes.

c) Relação Água/Cimento

Para a determinação da base de dados, visando a escolha da relação água/cimento empregada em diversas dosagens, serão moldados corpos de prova (CP) de concreto, com relação água/cimento variável de cinco em cinco pontos percentuais (0,05), partindo de um valor igual a 0,4 até atingir 0,8.

Esse estudo será desenvolvido para idades de 3, 7, 28 e 90 dias e seus resultados apresentados sob a forma de curva de Abrams.

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d) Granulometria

As dosagens serão determinadas separadamente para cada dimensão máxima de agregado (19, 38, 76 e 152 mm). No caso de diâmetros maiores, o estudo será efetuado com concreto peneirado, sendo os valores de resistência devidamente corrigidos.

e) Teor de Argamassa

A determinação da quantidade ótima de argamassa dependerá da natureza do agregado, dimensão máxima do agregado graúdo de cada dosagem, finalidade de uso e modalidade de lançamento dos concretos, abaixo relacionados:

· concretos correntes;

· concretos para peças esbeltas;

· concretos aparentes;

· concretos bombeados;

· concretos fluídos;

· concretos para pavimentação;

· concretos submersos.

O concreto projetado terá consideração diferenciada.

As medidas de trabalhabilidade e abatimento deverão acompanhar os estudos, para cada teor de argamassa considerado. Tais medidas serão obtidas através de processo compatível com a técnica de adensamento prevista para as concretagens executadas no canteiro de obras.

Eventualmente, poderão ser adotados procedimentos complementares, ou alternativos, para a fixação do teor ótimo de argamassa, através de observações comparativas das resistências à compressão dos corpos de prova.

f) Trabalhabilidade e Abatimento

Para cada estudo de dosagem, identificado pela dimensão máxima do agregado graúdo, serão efetuadas determinações práticas de medidas de trabalhabilidade, visando apreciar, principalmente, o comportamento dos concretos contendo aditivos plastificantes e incorporador de ar.

As medidas serão efetuadas para as faixas de consumo de cimento de 150, 300 e 450 kg/m³. Essas faixas poderão variar de acordo com o uso do concreto.

Para obtenção das medidas de trabalhabilidade serão empregados concretos com e sem aditivos. Os teores de adição serão variáveis no entorno das dosagens recomendadas pelo fabricante. As medidas de abatimento deverão ser iniciadas com 1 cm e alcançar o limite do início de segregação. As medidas de incorporação de ar deverão ser efetuadas para cada intervalo de medida

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(A/C). Concomitante com as medidas de abatimento serão realizados os ensaios de trabalhabilidade, cujo processo deverá ser compatível com o procedimento de adensamento do concreto previsto para ser usado na obra.

Os ensaios de trabalhabilidade poderão ser realizados conjuntamente com os ensaios de determinação do teor de argamassa descrito na alínea "e".

g) Estudos Complementares

A partir de estudos complementares, deverão ser determinados os valores de exsudação, massa específica, retração, módulos de deformação (utilizando-se processos mecânicos e elétricos), resistências à tração e à abrasão, absorção e permeabilidade.

Os estudos deverão ser efetuados para cada dosagem e relação água/cimento. Para as grandezas variáveis com a idade do concreto, as determinações serão fixadas para cada uma das idades consideradas nos estudos.

h) Moldagem dos Corpos de Prova

No desenvolvimento dos estudos de dosagem, serão moldados três corpos de prova (CP) para cada relação água/cimento e ensaiados de acordo com a NBR 5738. Será permitida a moldagem do corpo de prova em duas camadas, adensadas com vibrador de 1" de diâmetro.

Os corpos de prova deverão ser ensaiados de acordo com a NBR 5739.

O resultado da resistência à compressão, a ser considerado no estudo, será a média das três medidas obtidas no rompimento dos três corpos de prova.

i) Determinação da Resistência Característica

A partir dos resultados dos estudos de dosagem e em atendimento das necessidades específicas de cada estrutura, como já mencionado anteriormente, será determinada a resistência à compressão de cada traço, de acordo com os procedimentos contidos na norma NBR 6118.

j) Revibração

Todos os traços de concreto deverão ser submetidos a ensaios de revibração, principalmente aqueles que apresentaram tendência de ocorrência de fissuras causadas por retração plástica, ou destinados à aplicação em peças com grande concentração de armadura e/ou com grande altura.

As amostras serão obtidas por meio de corpos de prova moldados em condições de laboratório.

Considerando o período de tempo relativo ao início de pega do cimento como 100%, a revibração aplicada às amostras de concreto será feita iniciando em 0 (zero) até atingir 140%, com intervalos de 20%. Deverão ser medidas a diminuição de volume, a exsudação e a variação da resistência do concreto.

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A duração da revibração e sua intensidade deverão ser representativas do processo a ser adotado no lançamento real. Deverá ser evitada a segregação pelo excesso de vibração.

k) Influência da Temperatura de Lançamento

Como medida auxiliar na adequação dos estudos de dosagem às condições reais de lançamento e cura do concreto, que são mutáveis com as estações do ano, serão procedidos ensaios para avaliar a influência da variação da temperatura de lançamento sobre as características do concreto, variáveis ou não ao longo do tempo de amadurecimento do mesmo.

O procedimento será baseado na aferição da evolução das características do concreto, para diferentes temperaturas de lançamento de 10°C, 20°C e 30°C, em ambiente com temperatura constante (laboratório).

Deverão ser aferidas as seguintes características dos concretos, contendo ou não aditivos:

· plastificação - intensidade e duração;

· incorporação de ar;

· início e fim de pega;

· segregação;

· exsudação;

· expansão;

· efeito sobre a resistência;

· retração;

· textura;

· massa específica.

No caso de concretos com aditivos, deverão ser efetuadas diversas dosagens de aditivos que permitirão avaliar, corretamente, para cada intervalo, o comportamento do produto sob a influência da variação de temperatura.

O conjunto de dados assim obtidos constituirão um referencial de comportamento dos concretos e aditivos.

6.9 - Mistura

Os materiais componentes do concreto deverão ser misturados, mecanicamente, até que a mistura apresente um aspecto homogêneo, com todos os componentes distribuídos uniformemente e de modo a atender a ASTM C-94 e CRD-C55.

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A quantidade de água de amassamento deverá ser determinada levando em conta o teor de umidade e a absorção dos agregados por ocasião da produção dos concretos, bem como a temperatura e a umidade relativa do ar (NBR 7212 e ACI-305)

Salvo determinação em contrário, o tempo mínimo de mistura, para cada traço de concreto, contado a partir do instante em que todos os componentes tenham sido colocados no tambor da betoneira, deverá ser determinado com base na eficiência do misturador e de acordo com a ASTM C-94.

As balanças da central de concreto deverão ser mantidas calibradas, de maneira que, quando aferidas com os pesos padrões, os erros máximos estejam limitados a 0,5%.

As massas dos materiais, quando introduzidas no misturador, deverão estar dentro dos limites de precisão indicados no Quadro a seguir:

LIMITES DE TOLERÂNCIA DAS MASSAS DOS MATERIAIS

MATERIAISLIMITES DE TOLERÂNCIA

(%)

Cimento, cinza e água 1

Agregados diâmetro 38mm 2

Agregados diâmetro 38mm 3

Aditivos 3

6.10 - Transporte e Distribuição

O transporte do concreto, desde o equipamento de mistura até os locais de lançamento, e a sua distribuição nesses locais, deverão ser realizados, no menor tempo possível, por meio de métodos que evitem a segregação, a perda de material, o excessivo aumento de temperatura, a variação acentuada no abatimento e a perda de plasticidade ou ocorrência de pega, antes da descarga e adensamento.

Durante o transporte, o concreto deverá ser adequadamente protegido contra as intempéries.

O CONTRATADO deverá providenciar, nos veículos destinados ao transporte, a identificação dos diferentes tipos de concreto e locais de aplicação, em posição bem visível.

O CONTRATADO deverá tomar as providências para que os equipamentos de transporte sejam mantidos limpos e periodicamente molhados, com o fim de evitar absorção da água de amassamento do concreto.

Quando o transporte do concreto for efetuado por meio de caçambas, estas deverão ser dotadas de dispositivos que permitam controlar a quantidade e a vazão de descarga, bem como a interrupção da descarga, sempre que for necessário. As caçambas deverão possuir um dispositivo que permita o acoplamento de um vibrador.

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Quando o transporte do concreto for realizado por meio de caminhões betoneira, estes deverão obedecer aos requisitos especificados na norma NBR 7212.

Quando forem utilizadas calhas para o transporte do concreto, estas deverão ser instaladas de modo a apresentar declividades que permitam o escorregamento do concreto, com consistência compatível com as exigências de trabalhabilidade e sem segregação.

Caso o transporte seja efetuado através de bombas (concreto bombeado), o equipamento de lançamento será testado em concretagem de obras sem importância estrutural, para realizar o ajuste da dosagem em, pelo menos, duas concretagens por traço.

6.11 - Lançamento e Adensamento

6.11.1 - Generalidades

O CONTRATADO deverá notificar à fiscalização o programa de lançamento antes do início da concretagem de cada camada.

O concreto somente poderá ser lançado após o CONTRATADO notificar à fiscalização o programa de lançamento, incluindo a definição dos traços, a conclusão da verificação topográfica e das formas, peças embutidas, armaduras e superfícies sobre as quais o concreto será lançado.

O concreto será depositado o mais próximo possível de sua posição final nas formas, de modo que o escoamento da massa não exceda a 1,5 m e a conseqüente segregação seja reduzida a um valor mínimo. Em lançamentos verticais, quando a altura de queda for superior a 1,5 m, deverão ser utilizados dispositivos do tipo "tromba" ou calha, a fim de evitar a segregação.

O concreto deverá ser espalhado rapidamente, de modo a preencher totalmente, sem segregação, os cantos e ângulos das formas e os espaços em volta das armaduras, dispositivos de vedação e outras peças embutidas.

Se, durante o lançamento, ocorrerem chuvas que possam afetar a qualidade do concreto, o CONTRATADO deverá proteger a área que estiver sendo concretada ou, então, suspender temporariamente o lançamento.

O concreto deverá ser sempre lançado antes do início da pega. É vedada, em qualquer hipótese, a adição de água ao concreto, por ocasião do lançamento.

O CONTRATADO deverá estar preparado para efetuar o lançamento de concreto, com alteração nos traços, utilizando, inclusive, agregados com diferentes dimensões máximas, na mesma camada de concretagem.

Ao lançar o concreto através de armaduras, o CONTRATADO deverá tomar os cuidados necessários, de modo a evitar a segregação do agregado graúdo.

a) Altura das Camadas de Concretagem e Intervalo entre Lançamentos

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A altura máxima permitida para cada camada de concretagem deverá ser a indicada nos Desenhos de Projeto. O lançamento deverá ser executado em subcamadas, com espessura inferior a 50 cm.

A espessura das camadas de concretagem e o intervalo de tempo entre duas camadas obedecerão, basicamente, às seguintes condições:

· o intervalo de tempo entre a deposição de duas camadas sucessivas não deverá ser menor que 72 horas, exceto nas paredes e pilares com espessuras inferiores a 3,0 m, onde o tempo mínimo será de 48 horas;

· no concreto de segundo estágio das guias das comportas, esse tempo não deverá ser menor que 6 horas;

· nos concretos lançados sobre a rocha de fundação e sobre camada de concreto com idade superior a 21 dias, a altura do lance inicial de concretagem não deverá ser superior a 1,25 m.

Essas condições básicas poderão sofrer algumas adaptações, de acordo com os resultados dos estudos térmicos definitivos, a serem executados a partir dos concretos obtidos com as dosagens finais.

O lançamento deverá ser efetuado em operação contínua, tanto quanto praticável, até que seja concluída a camada ou o bloco.

O topo das camadas de concretagem deverá apresentar uma superfície aproximadamente horizontal. As juntas de construção, nos paramentos inclinados e expostos, deverão terminar aproximadamente normais à superfície.

O concreto deverá ser lançado na direção da menor dimensão do bloco, de maneira que o intervalo de tempo entre lançamentos em uma mesma região seja o menor possível.

Os taludes formados pelos bordos não confinados das subcamadas de concretagem deverão ser mantidos o mais íngreme possível. O concreto ao longo desses bordos não deverá ser vibrado até que o concreto adjacente seja lançado, para prosseguimento da subcamada, exceto quando, devido às condições climáticas, forem determinados outros procedimentos.

Em função das condições climáticas e das dimensões das camadas, o CONTRATADO deverá tomar as providências necessárias para evitar a secagem rápida da superfície do concreto recém-lançado, especialmente sob efeito de sol ou vento forte, mediante o emprego de nebulizadores de água, colocados diretamente sobre a superfície, ou adotando outros métodos, tais como o recobrimento das sub-camadas com elementos isolantes (lonas, sacos de aniagem ou plásticos).

b) Temperatura de Lançamento

A temperatura do concreto na ocasião de seu lançamento, para alturas de lances de concretagem estabelecidas nos Desenhos de Projeto, não deverá ultrapassar a 30°C, nem resultar inferior a 5°C. Esses valores poderão ser

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revistos a partir da realização dos estudos térmicos do concreto considerando, efetivamente, os materiais e as condições existentes no canteiro de obras.

6.11.2 - Condições Especiais de Lançamento

a) Concreto sobre Rocha de Fundação

As superfícies de rocha, sobre as quais serão apoiadas as estruturas de concreto, deverão ser preparadas de forma a proporcionar uma aderência perfeita entre a rocha e o concreto.

Deverão ser aparados todos os cantos vivos e todas as saliências agudas de rocha, que possam causar trincas no concreto, e tratadas todas as fissuras da rocha. Caso ocorram rochas alteráveis pelas intempéries, as superfícies das mesmas deverão ser protegidas por uma camada de argamassa com cerca de 2 cm de espessura.

Imediatamente antes da colocação de concreto nas fundações, o CONTRATADO deverá notificar à fiscalização.

b) Concreto de Revestimento dos Túneis de Desvio

O concreto de revestimento interno dos túneis de desvio poderá ser lançado por meio de bombas ou outro método adequado.

O equipamento utilizado no lançamento do concreto e o método de operação deverão permitir a introdução do concreto nas formas, lentamente e sem segregação.

As formas para revestimento dos túneis deverão ser providas de aberturas, através das quais o concreto poderá ser adensado e inspecionado.

O CONTRATADO deverá tomar cuidados especiais para encher completamente a parte superior das abóbadas dos túneis. A superfície de contato do concreto com a rocha circundante deverá ser injetada com argamassa e/ou calda, para preencher todos os vazios, de acordo com o especificado no item 5.

A posição exata das sobrescavações excepcionais e os locais de enchimento duvidoso deverão ser marcados, antecipadamente, a fim de facilitar as operações de injeção.

O concreto dos tampões para o fechamento dos túneis de desvio deverá ser lançado em camadas horizontais, obedecendo às juntas de construção indicadas nos Desenhos de Projeto. Caso estudos térmicos do concreto demonstrem, o lançamento poderá ser feito de maneira contínua, com velocidade máxima de 12 cm/h.

A época e o procedimento para a execução de injeções, no contato entre o topo do tampão e a rocha, estão especificados no item 5.

c) Concreto de Segundo Estágio (ou Secundário)

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As concretagens de segundo estágio (para o envolvimento de peças metálicas) deverão, além de obedecer ao estipulado nesta Seção, seguir as recomendações e as tolerâncias especificadas no item 9.

As juntas de construção, contra as quais será lançado o concreto secundário, deverão ser preparadas como especificado no item 6.13 e as peças metálicas, a serem envolvidas por concreto secundário, deverão estar limpas, apoiadas e fixadas, como especificado no item 9.

O adensamento do concreto deverá ser efetuado cuidadosamente, a fim de evitar danos ou deslocamentos das peças metálicas.

Qualquer peça metálica que tenha sido deslocada ou danificada deverá ser prontamente alinhada e corrigida pelo CONTRATADO.

O lançamento do concreto de envolvimento das caixas espirais, dos tubos de sucção e das peças das turbinas deverá ser feito de maneira extremamente cuidadosa, a fim de assegurar o carregamento uniforme dessas peças, evitando qualquer deslocamento ou deformação delas

O plano de concretagem da caixa espiral deverá ser preparado pelo CONTRATADO e notificado à fiscalização.

Para realizar o preenchimento correto de locais de difícil acesso, como, por exemplo, a curva da caixa espiral sob o pré-distribuidor, o CONTRATADO deverá contemplar em seus planos o uso de "cachimbos" ou outros dispositivos que atendam esta finalidade. A diferença de nível da camada de concreto ainda fresco, em torno da caixa espiral, por ocasião do lançamento, não deverá ultrapassar a 30 cm.

A concretagem poderá ser feita de maneira contínua para toda a caixa espiral, desde que hajam estudos térmicos e o plano de concretagem seja submetido à aprovação da projetista.

A caixa espiral deverá ser mantida sob pressão, durante as operações de concretagem de envolvimento.

Após todas as partes embutidas estarem envolvidas com concreto, deverão ser executadas as injeções de contato, como indicado no item 5. As pressões de injeção e os outros procedimentos afins serão determinados de acordo com a orientação dos fabricantes do equipamento.

As superfícies do concreto de primeiro estágio das ranhuras de guias, soleiras e batentes das comportas, deverão, antes do posicionamento das peças fixas, ser inteiramente preparadas por jateamento de areia conforme especificado no sub-item 6.13.2.

Na concretagem das guias, o concreto deverá ser lançado cuidadosamente, com baixa velocidade de lançamento (inferior a 1,0 m/h), de forma que o material resulte homogêneo e compacto.

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Deverão ser deixadas aberturas (janelas) nas formas, para garantir a saída de ar e facilitar o preenchimento dos espaços a serem concretados e o adensamento do concreto.

d) Concreto das Lajes da Face da Barragem EFC e da Calha do Vertedouro

Os concretos das lajes da face da barragem EFC e das calha do vertedouro poderão ser executados com formas deslizantes ou outro método proposto pelo CONTRATADO.

No caso de utilização de formas deslizantes, o lançamento deverá ser uniforme e ajustado a um deslocamento médio da forma de 2,0 m/h. Durante a montagem das formas, o CONTRATADO deverá prever a construção de plataformas, para possibilitar o adensamento do concreto com vibradores de imersão e para executar os eventuais reparos, acabamento e aplicação de película de cura nas superfícies recém concretadas.

As formas deslizantes deverão ser testadas e, se for o caso, confeccionadas com o lastro necessário para evitar a sua flutuação ou o deslocamento, durante o processo de concretagem.

Conforme mencionado no item 4, é absolutamente imprescindível que os trabalhos de concretagem da laje sejam protegidos contra a queda de blocos e outros objetos ou materiais, devido ao lançamento do enrocamento da barragem. Para tanto, o CONTRATADO deverá desenvolver um sistema de proteção com anteparos, telas e outros dispositivos.

e) Concreto de Revestimento Interno dos Túneis Forçados

O concreto de revestimento interno dos túneis forçados deverá ser lançado como especificado a seguir:

· no trecho horizontal superior, próximo à tomada d'água, deverão ser adotadas as mesmas condições especificadas para o revestimento dos túneis de desvio;

· no trecho horizontal inferior, após a colocação da blindagem, o concreto deverá ser lançado por meio de bombas, em camadas, e de maneira bastante cuidadosa, para evitar eventuais deslocamentos, deformações ou outros danos na blindagem, não devendo a velocidade de concretagem ultrapassar o valor limite de 50 cm/h ou conforme determinação do fabricante da blindagem.

· nos trechos verticais, o CONTRATADO deverá notificar à fiscalização, o método de lançamento do concreto que pretende utilizar.

Em qualquer um dos trechos dos túneis forçados, deverão ser tomados cuidados especiais para encher completamente a parte superior das abóbadas e evitar a ocorrência de vazios na superfície de contato do concreto com a rocha, através de injeções de argamassa e/ou calda de cimento.

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6.11.3 - Adensamento

O concreto de cada subcamada deverá ser adensado até atingir a máxima densidade praticável, que não provoque a segregação dos agregados e/ou a exsudação da água de amassamento, de modo a evitar a ocorrência de vazios ou bolsões de ar no interior da massa de concreto ou ao longo das superfícies das formas e dos materiais embutidos.

O adensamento do concreto deverá ser efetuado por meio de vibradores, com acionamento elétrico ou pneumático.

A quantidade, diâmetro, potência unitária e demais características dos vibradores disponibilizados pelo CONTRATADO, na obra, deverão ser suficientes e compatíveis com as dimensões das peças a serem concretadas e adequados para atender os padrões de qualidade aqui especificados nesta.

O vibrador deverá ser operado em posição próxima à vertical e o cabeçote deverá penetrar no concreto sob a ação de seu próprio peso.

O adensamento das subcamadas de concreto deverá ser efetuado de maneira que o cabeçote do vibrador penetre e revibre o concreto da região superior da subcamada subjacente.

As partículas graúdas de agregado, que estiverem na superfície de uma camada de concreto, deverão ser introduzidas na massa do concreto durante a operação de adensamento.

A região de contato, entre dois lançamentos consecutivos de uma mesma subcamada, deverá ser cuidadosamente adensada, de forma a garantir a homogeneidade do concreto nessa região.

Deverão ser evitados os contatos dos cabeçotes de vibração com as superfícies das formas, armaduras ou qualquer peça ou material embutido no concreto.

Deverá ser assegurada a máxima compacidade do concreto nas proximidades dos veda-juntas.

6.12 - Cura e Proteção

6.12.1 - Generalidades

A cura do concreto deverá ser feita, normalmente, por meio de água. Poderão ser utilizados outros métodos, como a cura com produtos químicos (por membrana ou película), desde que esses métodos sejam coerentes com os acabamentos previstos para as superfícies de concreto.

6.12.2 - Cura por Água

A cura por água deverá ser iniciada tão logo o concreto tenha atingido resistência suficiente para que a superfície não seja danificada pelo umedecimento.

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O concreto deverá ser umedecido de maneira contínua, por meio de aspersão, nebulização ou borrifação de água. A cura do concreto moldado, antes da desforma, deverá ser efetuada de modo a conservar a superfície de contato forma-concreto a mais úmida possível.

A cura de uma camada de concreto deverá ser efetuada por um período de, no mínimo, 14 dias, ou até que seja coberta por uma nova camada de concreto.

A água a ser utilizada para a cura do concreto deverá atender as exigências especificadas no item 6.6.

6.12.3 - Cura por Produtos Químicos

O uso de produtos químicos específicos, para promover a cura do concreto, dependerá de prévia autorização, devendo o CONTRATADO submeter, também, à aprovação o tipo de produto e as condições a serem adotadas na sua aplicação.

O agente de cura deverá apresentar consistência e qualidade uniformes em cada lote e estar em conformidade com as prescrições da ASTM C-309 Tipo 2, aplicáveis ao caso.

A aplicação do produto químico deverá ser iniciada imediatamente após as operações de acabamento da superfície do concreto, a fim de garantir a cura do concreto até ser possível iniciar a cura por água.

Caso a película de cura seja danificada, ou descole da superfície do concreto, durante o período de cura, a mesma deverá ser imediatamente reparada.

6.12.4 - Proteção

O CONTRATADO deverá proteger o concreto contra danos de qualquer natureza.

Quando ocorrerem temperaturas abaixo de 5°C, as superfícies de concreto recém lançadas deverão ser protegidas com material isolante.

As superfícies expostas do concreto, curado com água, deverão ser protegidas dos raios solares. Nenhuma superfície de concreto deverá ficar desprotegida por mais de 30 minutos, após o seu acabamento.

Durante as 24 horas que se seguirem a um lançamento de concreto, nenhum tráfego será permitido sobre o mesmo, exceto se as superfícies estiverem protegidas por passadeiras ou outros meios eficientes.

6.13 - Juntas no Concreto

6.13.1 - Generalidades

As juntas de construção, de contração e de dilatação, deverão ser construídas como e onde mostradas nos Desenhos de Projeto.

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As superfícies das juntas deverão ser aproximadamente horizontais ou verticais, retas e contínuas, exceto quando especificado de outro modo.

Deverão ser tomados todos os cuidados para evitar que o concreto da superfície de uma junta seja danificado durante o período de endurecimento.

Não será permitido o tráfego sobre o concreto antes que este tenha endurecido o suficiente para suportá-lo, sem qualquer dano. Em caso de necessidade comprovada, poderá ser autorizado o tráfego, desde que o concreto seja adequadamente protegido contra eventuais danos.

6.13.2 - Preparação e Limpeza das Superfícies de Concreto nas Juntas de Construção

As superfícies de concreto, nas juntas de construção, sobre ou contra as quais será lançada nova camada de concreto, deverão, na ocasião do lançamento, estar limpas, ásperas, úmidas e sem água.

A preparação ("corte") e a limpeza das superfícies de concreto, nas juntas de construção, deverão ser feitas de maneira a remover toda a nata de cimento, concreto solto ou defeituoso, resíduos, manchas de óleo ou graxa, lama, entulho, areia, detritos de qualquer natureza e materiais deletérios.

A preparação das superfícies de concreto, nas juntas de construção, deverá ser efetuada por meio dos seguintes procedimentos:

· jato de areia a alta pressão;

· jato de água a alta pressão (40 MPa);

· jato de ar-água a baixa pressão (0,3 MPa);

· apicoamento ou raspagem.

Durante a preparação das superfícies de concreto, nas juntas de construção, deverão ser tomadas todas as precauções, a fim de evitar desbastes excessivos do concreto.

O concreto deverá ser "cortado" de modo a expor o agregado limpo, mas não a ponto de remover ou soltar o agregado graúdo.

Após o "corte", a superfície de concreto deverá ser lavada até que sejam removidos os materiais soltos. A água e os resíduos do "corte" das superfícies de concreto deverão ser removidos, de modo que não venham a prejudicar o aspecto estético das superfícies de concreto, que ficarão aparentes.

6.13.3 - Juntas de Construção não Previstas (Juntas "Frias")

Juntas "frias" deverão ser evitadas, sempre que possível. No entanto, ocorrendo um evento que determine a interrupção de um lançamento, as frentes ("cabeças") das subcamadas deverão ser preparadas, conforme as instruções expostas a seguir.

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Caso o lançamento seja reiniciado antes do início da pega do concreto, não será necessária nenhuma preparação, a menos de cuidados especiais no adensamento da frente da subcamada.

Caso o lançamento venha a ser reiniciado após o início da pega do concreto, a junta "fria", que se formar, deverá ser preparada como uma junta de construção comum, conforme especificado no sub-item 6.132.

6.13.4 - Juntas de Contração

As juntas de contração serão providas de veda-juntas, conforme mostrado nos Desenhos de Projeto.

Deverão ser executadas com forma em um lado, deixando que o concreto se solidifique antes do lançamento do concreto do outro lado. A superfície do concreto do lado moldado da junta deverá estar limpa, tratada e livre de qualquer material prejudicial, antes do lançamento do concreto fresco adjacente.

Em torno do veda-junta, deverá ser colocado concreto com agregados de dimensão não superior a 38 mm.

6.13.5 - Juntas da Face de Concreto da Barragem EFC

A face de concreto da barragem EFC será constituída pelo plinto, lajes verticais e parede parapeito de montante.

As lajes da face de concreto serão verticais e terão 16,00 m de largura unitária, prevendo-se, portanto, a construção de lajes com as suas correspondentes juntas verticais.

Na face de concreto da barragem, foram previstos os seguintes tipos de juntas:

· Junta Perimetral - será executada ao longo do perímetro de contato entre as lajes da face e o plinto;

· Juntas Verticais de Tração - serão executadas adjacentes às ombreiras da barragem;

· Juntas Verticais de Compressão - serão executadas no trecho central da barragem;

· Juntas do Plinto – não estão previstas juntas de dilatação e retração no plinto, a não ser as de construção.

Os detalhes completos de cada tipo de junta encontram-se apresentados nos Desenhos de Projeto.

É importante ressaltar que alguns detalhes da junta perimetral e das juntas verticais poderão ser modificados durante o Projeto Executivo, para adequar os materiais disponíveis ao funcionamento esperado para essas juntas.

Na parede do muro parapeito, em correspondência às juntas verticais das lajes, deverão ser executadas juntas de contração.

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Especial atenção deverá ser dada à construção da junta perimetral, que não deverá apresentar qualquer falha de execução. Os veda-juntas da junta perimetral, inicialmente concretados com a laje do plinto, deverão ser protegidos por meio de uma forma de madeira especial, conforme indicado nos Desenhos de Projeto. Esta proteção, cujo detalhamento deverá ser preparado pelo CONTRATADO, evitará danos aos veda-juntas, devido a eventual queda de blocos, durante a execução do enrocamento e transição próximos ao plinto.

As superfícies de concreto, nas juntas de contração da barragem EFC, deverão ser tratadas com revestimento anti-aderente, em toda a área de contato.

6.13.6 - Materiais a Serem Aplicados nas Juntas

a) Generalidades

Os materiais aplicados nas juntas deverão ser fornecidos pelo CONTRATADO, de acordo com as características indicadas nesta Seção.

O CONTRATADO poderá utilizar novos materiais e novas concepções, desde que sejam apresentados certificados de ensaios, realizados em instituições de pesquisa, e atestados que comprovem a sua utilização, com sucesso, em obras similares.

b) Veda-Juntas de Cloreto de Polivinil (PVC)

O dispositivo para a vedação de juntas será constituído de perfil extrudado, à base de cloreto de polivinil (PVC), fornecido com as dimensões e características indicadas nos Desenhos de Projeto, e deverá atender os requisitos da norma NBR 8803.

Na barragem EFC, ao longo da parede parapeito, assim como nas demais estruturas, deverão ser aplicados os tipos O-35/10 e O-22 ou similares.

Será exigido que o CONTRATADO apresente o certificado de ensaio de qualificação das partidas recebidas no canteiro de obras.

Os dispositivos de vedação deverão ser fornecidos em comprimento tal que a soldagem de campo seja mínima e serão cuidadosamente instalados de maneira a formar, nas juntas, um elemento contínuo e estanque à água.

As superfícies dos dispositivos de vedação, no momento de sua instalação, deverão estar limpas, sem manchas de óleo ou graxa e isentos de outros materiais prejudiciais.

Quando for necessária a realização de emendas nos dispositivos de vedação, estas deverão ser feitas de maneira que as extremidades acopladas resultem perfeitamente alinhadas e sejam mantidas as seções transversais típicas e a estanqueidade dos dispositivos.

As soldagens de campo serão executadas por pessoal qualificado e experiente nesse tipo de serviço e deverão atender as recomendações do fabricante.

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A resistência à tração nas soldas deverá ser, no mínimo, igual a 75% da resistência à tração do material não soldado.

Todas as soldas, inclusive em peças especiais de ligação, deverão ser executadas de maneira que quaisquer seções transversais resultem densas, homogêneas e isentas de porosidade. As uniões em forma de "tê" e "cruz", fornecidas pelo fabricante, deverão ser empregadas nos locais determinados nos Desenhos de Projeto.

Os dispositivos de vedação simétricos deverão ser instalados com metade de sua largura embutida no concreto de cada lado da junta, a menos que seja indicado de outra forma nos Desenhos de Projeto.

Durante a execução dos serviços, deverão ser tomadas medidas adequadas para apoiar e fixar os veda-juntas nas posições indicadas nos Desenhos de Projeto e para assegurar o seu correto embutimento no concreto.

Deverão ser tomadas as precauções necessárias para proteger, contra danos, as bordas e extremidades expostas e salientes dos dispositivos de vedação parcialmente embutidas no concreto.

c) Mantas de PVC Flexível

As mantas de PVC flexível, a serem aplicadas sobre a junta perimetral da barragem EFC, deverão obedecer às mesmas especificações de resistência dos veda-juntas de PVC, bem como atender os requisitos da NBR 8803.

Essas mantas servirão, basicamente, para manter o material vedante em contato com o recesso da junta perimetral, formando um bulbo cheio com mastique vedante, tipo Igás, produzido pela SIKA, ou similar, de modo que, com a pressão transmitida do reservatório, o material consiga penetrar na junta, em caso de abertura da mesma.

As mantas serão fixadas no concreto por meio de chapas metálicas dotadas de parafusos de expansão, conforme indicado nos Desenhos de Projeto, e a sua conformação deverá ser compatível com o material vedante, conforme indicado nos Desenhos de Projeto.

As mantas terão, em princípio, as seguintes dimensões:

· sobre a junta perimetral - 60 cm de largura por 6 mm de espessura, exceto nos trechos próximos as ombreiras, onde a espessura poderá ser de 3 mm;

d) Veda-Juntas de Cobre

Os veda-juntas de cobre, a serem utilizados na barragem, serão, basicamente, padronizados em dois tipos:

· tipo "1" - com largura desenvolvida de 500 mm e será aplicado na junta perimetral, próximo à face inferior da laje;

· tipo "2" - com largura desenvolvida de 500 mm e será aplicada ao longo das juntas verticais da barragem;

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Os veda-juntas de cobre serão do tipo laminado a frio, produzidos de cobre eletrolítico, conforme as normas NBR 6324 da ABNT e ASTM B-152-83, terão ductibilidade total (têmpera mole) com cerca de 1 mm de espessura e serão cortados e dobrados rigorosamente de acordo com os detalhes do Projeto Executivo.

Onde indicado nos Desenhos de Projeto, a parte central dos veda-juntas deverá ser pintada com emulsão asfáltica, a fim de evitar a aderência ao concreto.

O comprimento dos trechos dos veda-juntas deverão ser os maiores possíveis, de modo a diminuir a quantidade de emendas no campo. As emendas dos veda-juntas, tanto aquelas executadas nas oficinas do CONTRATADO quanto as no campo, seja para trechos retos ou para confeccionar as peças de conexão, serão efetuadas por sobreposição, soldadas pelo processo de brazagem.

O comprimento da sobreposição entre as peças a serem unidas será igual a 15 mm, ou conforme indicado nos Desenhos de Projeto.

Todas as peças de conexão em forma de "tê", necessárias à ligação dos veda-juntas do plinto com os veda-juntas das lajes, serão fabricadas nas oficinas do CONTRATADO, por meio de emendas soldadas de trechos retos dos veda-juntas já cortados, de forma a obter os ângulos requeridos no Projeto.

Tanto para as soldagens de oficina, quanto para as de campo, o CONTRATADO deverá empregar equipamento para soldas autógenas, utilizando varetas de 1,6 mm, do tipo AWS-35/AG, fabricado pela AWS, ou similar.

Toda a superfície a ser soldada deverá ser cuidadosamente limpa. Em seguida, as partes a serem unidas serão firmemente pressionadas, por meio de braçadeiras.

As partes a serem soldadas deverão ser pintadas com fluxo tipo Flux Prat Special, fabricado pela AWS, ou similar. A junta deverá ser aquecida com chama de acetileno, até que o fluxo seja derretido. Em seguida, será colocada a vareta, mantendo o maçarico em movimento até que o material da vareta flua totalmente pela junta, deixando um filete liso.

O resíduo do fluxo será removido após o resfriamento lento da solda. A vareta utilizada não requer que se funda a superfície do cobre. A temperatura de soldagem é da ordem de 600°C.

Os soldadores, mobilizados pelo CONTRATADO, nas oficinas ou no campo, deverão submeter-se a testes de soldagem, antes do início do trabalho efetivo. As soldas-testes serão submetidas a ensaios de tração e dobramento.

A emenda de veda-junta de cobre com veda-junta de PVC, ao longo da parede do muro parapeito, deverá ser feita por parafusagem e cimentação, como mostrado nos Desenhos de Projeto.

e) Vedante de Junta

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Como vedante de junta deverá ser utilizado um mastique plasto-elástico, reforçado com fibras minerais, tipo Igás 3, fabricado pela SIKA, ou similar.

O material será testado na obra, possibilitando um eventual ajuste de sua consistência, de forma que o mesmo não escoe nos taludes.

Imediatamente antes do enchimento, a junta deverá ser limpa de toda a poeira, sujeira, concreto ou outro material inadmissível, e secada por meio de ar quente até garantir a ausência de umidade. Posteriormente, deverá ser aplicada, em toda superfície da junta, uma demão de "primer" do tipo Igol 3, da SIKA, ou similar.

Após a secagem da demão de "primer", deverá ser aplicado o mastique, seguindo as instruções do fabricante. O material deverá ser fortemente comprimido por meio de espátulas quentes, até que apresente as dimensões indicadas nos Desenhos de Projeto. Em seguida, será confinado com o objetivo de prevenir o escoamento na direção do talude.

O CONTRATADO deverá providenciar a cobertura temporária da junta, com madeira, para atenuar os efeitos do sol, enquanto não for fixada a manta de PVC, prevista para a proteção definitiva da junta.

f) Revestimento Anti-Aderente

Deverá ser utilizada uma emulsão asfáltica (de uso corrente em rodovias) ou outro material aprovado, como óleo mineral ou betume.

Esse tipo de revestimento deverá ser aplicado pelo menos 24 horas antes do lançamento do concreto adjacente, salvo se indicado de outro modo. Todos os revestimentos deverão ser aplicados de acordo com as instruções do fabricante, sobre superfícies cuidadosamente limpas e secas.

g) Mistura Areia-Asfalto

A areia deverá ser seca, com granulometria similar à especificada para o concreto, e o asfalto deverá ser do tipo CAP 50/60, com percentagem da ordem de 6% a 10% da mistura, em peso.

A proporção da mistura deverá ser definida mediante a execução de ensaios específicos.

O asfalto deverá atender os requisitos de viscosidade Saybolt-Furol, ponto de fulgor, índice Pfeiffer e teor de espuma, conforme estabelecido na norma DNER-EM 01-71.

Os materiais deverão ser misturados no local e compactados sob a junta perimetral, como indicado nos Desenhos de Projeto.

h) Enchimento com Madeira Compensada

O enchimento com madeira, tipo compensado naval, será aplicado na junta perimetral, entre o plinto e a laje.

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A madeira deverá ser sã, sem nós e com a superfície plana e lisa. As tábuas deverão ter 12 mm de espessura, com tolerância de mais ou menos 0,4 mm, e serão cortadas na largura exata para adaptar-se ao local de colocação. Os comprimentos serão os maiores possíveis, de forma a reduzir, ao máximo, o número de emendas.

As tábuas serão fixadas a um lado do concreto, por meio de pregos ou parafusos metálicos, tratados contra a ferrugem, e cola especial para madeira, de modo a garantir que a madeira permaneça no local, mesmo após o movimento das lajes.

i) Enchimento com Neoprene

Serão aplicados nos entalhes em forma de "U" dos veda-juntas de cobre tipo "1"e "2", conforme mostrado nos Desenhos de Projeto. Serão moldados de modo a preencher totalmente o espaço, sem deixar vazios.

j) Chapa Galvanizada

Deverá atender a ASTM A-123 e apresentar as características indicadas nos Desenhos de Projeto.

k) Faixas de Cloreto de Polivinil (PVC)

As faixas de PVC, com 5 mm de espessura e 220 mm ou 500 mm de largura, deverão ser fixadas com adesivo nos berços de argamassa das juntas. Não serão necessárias emendas por soldagem, mas as faixas deverão ser cortadas formando juntas de topo na emenda.

l) Junta Jeene

Nas juntas verticais da laje serão utilizadas juntas tipo “Jeene” de policloropreno, ou similar, conforme mostrado nos Desenhos de Projeto. Deverão ser instaladas e emendadas de acordo com as especificações do fabricante.

m) Materiais Acessórios

Os demais materiais, necessários à execução das juntas, tais como: cola para madeira, massa de calafetar, parafusos de fixação, conexões de chapas galvanizadas etc, deverão ser propostos pelo CONTRATADO, e aplicados conforme indicado nos Desenhos Executivos.

6.14 - Acabamentos

6.14.1 - Generalidades

Os tipos de acabamentos, a serem efetuados nas diversas superfícies de concreto, estão indicados nos Desenhos de Projeto e deverão atender as condições especificadas neste item e as disposições constantes no item 10 – Instalações, Acabamentos Arquitetônicos e Urbanização. O acabamento das superfícies finais de concreto deverá ser executado com o concreto ainda em estado plástico, ou mediante

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um cuidadoso preparo das superfícies das formas contra as quais o concreto ficará em contato.

As irregularidades nas superfícies de concreto serão classificadas em "abruptas" e "graduais".

As irregularidades causadas por deslocamento ou má colocação das formas ou outros defeitos semelhantes serão consideradas como abruptas e deverão ser verificadas por medição direta.

Todas as outras irregularidades serão entendidas como graduais e deverão ser verificadas através de gabarito. O comprimento do gabarito, para a verificação das superfícies de concreto executadas sem o uso de formas, tipo U, será de 3,0 m. O comprimento do gabarito para a verificação das superfícies de concreto executadas com uso de formas, tipo F, será de 1,5 m.

As superfícies expostas ao tempo, indicadas normalmente como sendo horizontais, deverão ser dotadas de declividade que possibilite a drenagem superficial. Para tanto, as superfícies, como topos de muro e parapeitos, deverão ter declividades de aproximadamente 3% e as superfícies como passeios, estradas e plataformas, declividade próxima de 2%. Superfícies extensas deverão ser executadas com declividade em mais de uma direção, de modo a facilitar o escoamento das águas. As superfícies, que não apresentarem o acabamento indicado no Projeto, deverão ser reparadas conforme descrito nestas Especificações.

6.14.2 - Acabamento em Superfícies Executadas sem Formas

Os tipos de acabamento nas superfícies de concreto executadas sem o uso de formas, designados por U1, U2 e U3, serão obtidos como indicado a seguir:

· acabamento tipo U1 - é o acabamento obtido por sarrafeamento e por eventuais regularizações através do emprego de desempenadeira de madeira, em pontos localizados. Deverá ser aplicado às superfícies que serão posteriormente cobertas por materiais de enchimento ou por concreto, ou que não requeiram um acabamento liso. Em pisos ou pavimentos, a superfície após o desempeno deverá ser limpa e escovada com escova ou vassoura de cerdas rijas, na direção transversal à sua linha de centro;

· acabamento tipo U2 - é o acabamento obtido por desempenadeira de madeira e deverá ser iniciado tão logo a superfície tenha endurecido o suficiente para permitir que tal acabamento produza uma superfície que não apresente marcas de sarrafo e que seja uniforme em textura. Deverá ser aplicado às superfícies não cobertas permanentemente por materiais de enchimento ou por concreto, nas lajes da face da barragem e em pisos e pavimentos;

· acabamento tipo U3 - é o acabamento obtido por colher de pedreiro ou por desempenadeira de aço. Deverá ser iniciado, após a superfície ter sido desempenada como especificado para o tipo U2, deixando-a livre e isenta de deformidades e de marcas de colher. As irregularidades graduais dessas superfícies não poderão ultrapassar a 6 mm e terão por finalidade eliminar todas as irregularidades abruptas. Deverá ser aplicado às superfícies onde o alinhamento e o nivelamento acurado são necessários para a prevenção de

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efeitos destrutivos da ação da água e em pisos, ou onde indicado nos Desenhos de Projeto.

6.14.3 - Acabamento em Superfícies Executadas com Formas

Os tipos de acabamento nas superfícies de concreto executadas com o uso de formas, designados por F1, F2, e F3, deverão ser obtidos como a seguir especificado:

· acabamento tipo F1 (em superfícies não expostas à vista) - as superfícies de concreto com este acabamento não necessitam qualquer tratamento especial, após a remoção das formas, exceto quanto ao eventual reparo do concreto defeituoso. Deverá ser aplicado em superfícies sobre ou contra as quais será posteriormente lançado concreto ou qualquer outro material de enchimento, ou que serão cobertas permanentemente por água, e às superfícies das juntas de contração;

· acabamento tipo F2 - as superfícies com este tipo de acabamento deverão apresentar aparência uniforme, devendo o concreto eventualmente defeituoso ser reparado e os orifícios, deixados por fixadores de formas, preenchidos com argamassa seca. Deverá ser aplicado em todas as superfícies que não serão recobertas permanentemente por concreto ou por qualquer material de enchimento e que não requeiram acabamento tipo F3;

· acabamento tipo F3 - as superfícies com este tipo de acabamento deverão ser duras, lisas e densas, sem saliências, depressões, furos e irregularidades e exigirão cuidados especiais para assegurar que resulte um acabamento de alta qualidade. As irregularidades abruptas deverão ser eliminadas ou transformadas em graduais (por esmerilhamento) e estas não poderão exceder a 6 mm. Os orifícios deixados por fixadores de formas deverão ser preenchidos com material que apresente propriedades compatíveis com o local de utilização. Deverá ser aplicado em superfícies sujeitas ao efeito destrutivo do fluxo de águas, nas quais os alinhamentos e os nivelamentos são muito importantes para evitar que o concreto seja danificado.

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6.15 - Tolerâncias de Construção

As tolerâncias indicadas a seguir são de ordem geral e não abrangem, necessariamente, todas as situações das estruturas. Desse modo, os Desenhos de Projeto poderão apresentar tolerâncias para itens específicos.

Quando não indicado de outra forma nos Desenhos, as variações admissíveis nos alinhamentos, níveis, declividades e dimensões das estruturas de concreto, em relação às mostradas nos Desenhos de Projeto, estão apresentadas no Quadro a seguir:

TOLERÂNCIAS  (*)

TIPO VARIAÇÃO(%)

LIMITE MÁXIMO (cm)

Prumo de muros, paredes, pilares e arestas

0,2 3,0

Alinhamento de muros, paredes, pilares e vigas

0,1 2,0

Espessura de muros, paredes, lajes, pilares e vigas

-2,0 a +5,0 -

Níveis de greides:- laje superior de pontes e muros- soleira e calha dos vertedouros

0,20,1

1,00,5

Raio de curvatura:- plano paralelo ao fluxo- borda dos vertedouros

0,2-

-0,5

Dimensões individuais, exceto as já especificadas

± 0,5   -

Locação de embutidos e aberturas - ± 0,5  

Perfil linear em relação à localização em planta

0,15 0,5

(*) As construções cobertas ou envolvidas por aterro terão tolerância duas vezes maior que as especificadas neste Quadro. A tolerância admitida deverá ser o menor dos dois valores encontrados.

As partes concretadas que excederem os limites das tolerâncias, aqui especificadas, serão corrigidas ou removidas e, novamente, concretadas.

6.16 - Reparos no Concreto

Nenhum reparo no concreto poderá ser efetuado antes da inspeção da estrutura e determinação do método executivo, assim como os materiais e os equipamentos a serem utilizados nos serviços.

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Os reparos deverão ser realizados conforme indicado nestas Especificações,

Concreto danificado ou defeituoso e concreto que, devido às irregularidades de sua superfície, precisará ser reparado, removido ou reconstruído, deverá ser substituído por enchimento seco, concreto, argamassa com microssílica ou adesivo epóxico.

Em geral, tais materiais deverão ser empregados como a seguir especificado:

· enchimento seco - utilizado em reparos (vazios) que tenham, pelo menos, uma dimensão de superfície menor do que a profundidade, em locais que não sejam contíguos às armaduras;

· enchimento com concreto - utilizado em vazios que se estendam de um lado ao outro da seção de concreto, quando esta não for armada e apresentar área maior do que 1.000 cm² e profundidade superior a 10 cm. Deverá ser usado, também, em vazios existentes em concreto armado, em que a profundidade se estenda além da armadura. Neste último caso, se a área for menor do que 500 cm², o vazio deverá ser alargado, para permitir o enchimento satisfatório;

· argamassa - utilizada em vazios muito largos, que seriam preenchidos com enchimento seco, ou muito rasos, para serem obturados com concreto;

· adesivo epóxico - utilizado sempre que forem necessários reparos de alta resistência, principalmente em superfícies para as quais estão especificados acabamentos do tipo U3 ou F3.

Alternativamente ao uso de adesivo epóxico especificado para reparos em acabamentos U3 e F3, poderá ser utilizada argamassa com adição de sílica ativa, sem a utilização de adesivo epóxico como ponte de aderência. A composição da argamassa para reparos no caso de superfícies hidráulicas deverá ser:

Traço (em peso) 1:2

Fator A/C 0,4

Microssílica 8,0%

Superplastificante em pó 0,3%

A resistência mínima fcj aos 28 dias deverá ser de 52 MPa. No caso de superfície não hidráulica a resistência mínima deverá ser de 42 MPa.

Todo o concreto danificado ou defeituoso deverá ser removido, cortando, pelo menos, 2 cm de concreto são, ao longo de todas as superfícies de contorno do reparo, em forma de cunha e com as bordas em ângulos agudos próximos a 90 graus. Em superfícies onde forem exigidos acabamentos do tipo U3 e F3, tais cortes deverão ser realizados com disco de diamante. Onde as irregularidades abruptas e/ou graduais excederem os limites especificados no item 6.15, as saliências deverão ser eliminadas por martelamento ou por desbaste. Nos reparos com concreto e argamassa, as superfícies internas da área a ser reparada deverão ser limpas e molhadas antes do lançamento do concreto ou da argamassa de enchimento.

A cura dos reparos deverá ser efetuada, conforme especificado no item 6.12.

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6.17 - Formas

6.17.1 - Generalidades

O CONTRATADO será responsável pelo projeto, fabricação, instalação, escoramento, desforma, retirada de escoramento e qualidade de todas as formas utilizadas na obra.

As formas deverão ser estanques, suficientemente resistentes e estar rigidamente fixadas na posição correta, para não perderem a nata ou argamassa, não se deformarem quando do lançamento e vibração do concreto e não desobedecerem às tolerâncias especificadas no item 6.15.

As faces das formas que ficarem em contato com o concreto deverão proporcionar às superfícies de concreto os acabamentos especificados no sub-item 6.14.3. O revestimento das formas, quando estas forem reutilizadas, deverá ser mantido em condições aceitáveis.

As formas, para as superfícies que exigirem acabamentos dos tipos F2 e F3, deverão ser construídas de modo que produzam uma textura consistente à superfície do concreto. Essas formas deverão ser colocadas de tal modo que as linhas e as juntas horizontais sejam contínuas, em toda a superfície. Caso as formas sejam revestidas com madeira compensada ou com painéis de madeira comum, as linhas verticais deverão ser contínuas ao longo de toda a superfície. Deverão ser colocados sarrafos de 4 cm por 4 cm, nos cantos externos das formas, para produzirem chanfros nas superfícies de concreto permanentemente expostas. Os cantos internos das superfícies não necessitarão ser chanfrados, salvo se indicado nos Desenhos de Projeto.

As formas para superfícies curvas deverão ser construídas de modo a acompanhar, com precisão, as curvaturas indicadas nos Desenhos de Projeto. Onde necessário, as formas de madeira deverão ser construídas com revestimento flexível, garantindo a continuidade da curvatura exigida. As formas deverão ser construídas de maneira que quaisquer marcas de juntas ou uniões, na superfície do concreto, sigam, em geral, a linha de fluxo da água. As formas deverão ser projetadas de modo a permitir que o concreto seja lançado o mais próximo de sua posição final. Onde necessário, deverão ser previstas aberturas provisórias nas formas, para facilitar a inspeção, limpeza e adensamento do concreto. Após a montagem das formas, todas as imperfeições existentes em suas superfícies serão corrigidas, devendo ser batidos e embutidos todos os pregos e eliminadas quaisquer asperezas.

6.17.2 - Fixação das Formas

Os tirantes (ancoragens), utilizados para a fixação das formas, deverão ser projetados e instalados de modo que, após a remoção das formas, permaneçam embutidos e nenhum deles fique posicionado a menos de 5 cm da face moldada do concreto. Os tirantes (ancoragens) deverão ser instalados de modo a permitir a remoção das formas, sem causar danos às superfícies de concreto. As reentrâncias ou vazios, resultantes da remoção das extremidades dos tirantes, deverão ser preenchidos, conforme prescrito no item 6.16.

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Ancoragens embutidas, para sustentação das formas do lance subseqüente, deverão ser colocadas, no mínimo, 10 cm abaixo da junta horizontal projetada, a fim de não causar interferência com as armaduras.

É vedado o uso de tirantes de arame embutidos, para a fixação de formas em paredes de concreto sujeitas à pressão d'água.

6.17.3 - Limpeza e Preparo das Formas

Por ocasião do lançamento do concreto, as superfícies das formas deverão estar isentas de incrustações de argamassa, nata de cimento ou outros materiais.

Antes do lançamento, as superfícies das formas deverão ser untadas com óleo mineral parafinado e incolor ou outro produto específico, apropriado, a fim de impedir a aderência do concreto às formas e não provocar manchas no concreto. Excessos de óleo também deverão ser removidos.

O CONTRATADO deverá tomar cuidado para que o referido óleo não contamine o concreto que será ligado com uma nova camada, bem como com as superfícies das armaduras, dos veda-juntas, dos embutidos ou com outras superfícies onde se deseja assegurar a aderência ao concreto. Caso ocorra tal contaminação, o CONTRATADO deverá providenciar a limpeza dessas superfícies.

6.17.4 - Remoção das Formas e Descimbramento

A remoção das formas e dos escoramentos somente poderá ser feita mediante autorização.

As formas só poderão ser removidas após o concreto ter adquirido a resistência especificada ou indicada nos Desenhos de Projeto. De um modo geral, o tempo não será inferior a:

· colunas, muros e paredes ..................................................................... 2 dias;

· vigas e lajes ........................................................................................... 7 dias;

· concreto massa...................................................................................... 1 dia;

· túneis forçados........................................................................................ 1 dia.

As formas e os escoramentos deverão ser cuidadosamente removidos, a fim de evitar danos ao concreto.

6.18 - CONCRETO PROJETADO

6.18.1 - Generalidades

As áreas a serem efetivamente revestidas em concreto projetado, tais como: túneis forçados, espelhos dos túneis forçados, galerias de drenagem, taludes de escavação, barragem principal e outros locais, estão indicadas nos Desenhos de Projeto.

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Poderá ser adicionada fibra de aço em substituição à tela metálica, conforme indicado nos Desenhos de Projeto. A quantidade das fibras de aço será definida com base em ensaios de laboratório e de ensaios de aderência executados na obra, em materiais representativos das litologias a serem tratadas.

6.18.2 - Materiais

O concreto será composto de cimento Portland comum, ou pozolânico, água e agregado miúdo, podendo ou não conter agregado graúdo. Deverá ser utilizado um aditivo acelerador de pega que atenda as normas ASTM C-494.

Todos os materiais, inclusive a água, deverão apresentar características, conforme estabelecido nestas Especificações.

O cimento, os agregados e os eventuais aditivos em pó, serão medidos em massa e deverão estar secos. A percentagem de água contida nos agregados deverá ser menor que 5% da massa do agregado seco.

6.18.3 - Equipamento

O equipamento em princípio, será do tipo previsto para mistura seca, sendo a água injetada sob pressão no bico de projeção, juntando-se ao fluxo da mistura através de um tubo separado.

6.18.4 - Mão-de-obra

O operador do equipamento de lançamento deverá ter experiência na aplicação de concreto projetado.

O operador deverá lançar o concreto a uma distância uniforme da parede e da abóbada dos túneis e galerias, estimada em aproximadamente 1,5 m. O bico deverá estar adequadamente posicionado, de maneira a garantir que o fluxo de material atinja a superfície em ângulo reto ou tão próximo deste quanto possível.

O concreto projetado será aceito desde que tenha a massa específica de 2,2 t/m³ e se apresente uniforme, com pequena reflexão e sem falhas de aderência perceptíveis entre as camadas.

6.18.5 - Composição e Dosagem do Concreto

O fator água/cimento do concreto lançado deverá ser o mínimo para obter as resistências exigidas.

O aditivo acelerador de pega deverá ser um produto comercial produzido regularmente e aplicado de acordo com as instruções do fabricante, de modo que, com a sua mistura, o concreto apresente o início de pega em menos de 5 minutos e o final de pega em menos de 15 minutos.

O concreto projetado, a ser utilizado em diversos locais da obra, será assim classificado:

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· com dimensão máxima de agregado de 19 mm;

· com dimensão máxima de agregado de 4,8 mm.

As dosagens do concreto projetado deverão permitir a obtenção de resistências mínimas à compressão de 2 MPa em 10 horas e de 22 MPa em 28 dias, cujos valores serão verificados como indicado no sub-item 6.18.6.

6.18.6 - Ensaios para Controle de Qualidade

Os ensaios, julgados necessários para aprovação dos materiais e dosagens do concreto projetado, serão realizados pelo CONTRATADO.

Antes da aplicação de qualquer concreto projetado o CONTRATADO deverá preparar e fornecer as amostras do concreto, na forma de painéis de ensaio, obtidas pela aplicação de concreto projetado sobre formas de madeira ou sobre uma superfície de rocha similar àquela a ser tratada.

A base de cada painel deverá ter, no mínimo, 1,0 m por 1,0 m e a espessura do concreto projetado não deverá ser menor do que 8 cm. Deverão ser executados três painéis para cada dosagem, sendo que um deles terá o concreto projetado para baixo sobre superfície horizontal, o outro, o concreto projetado sobre superfície inclinada ou vertical e o terceiro, projetado para cima sobre superfície horizontal.

Para executar o controle de qualidade de rotina, enquanto estiver sendo aplicado concreto projetado, o CONTRATADO deverá preparar um painel de ensaio de 30 cm por 30 cm de base e de 8 cm de espessura, para cada turno de serviço.

A resistência à compressão do concreto projetado será estabelecida, através de ensaios realizados com corpos de prova cúbicos, de 8 cm de lado, retirados dos painéis.

Se os ensaios de resistência indicarem que o concreto projetado não atende as Especificações, o CONTRATADO deverá tomar as medidas corretivas.

6.18.7 - Preparação das Superfícies

Antes do concreto projetado ser aplicado sobre qualquer superfície, incluindo as superfícies previamente tratadas com concreto projetado, o CONTRATADO deverá efetuar uma cuidadosa limpeza, removendo toda a sujeira, lama, entulho, óleo, graxa, partículas soltas e qualquer outro material deletério, ou mesmo, concreto projetado que tenha aderido à superfície por reflexão, quando aplicado em locais próximos. Esta limpeza incluirá o uso de jatos de ar e água ou jato de areia, se julgados necessários.

Imediatamente antes de aplicar concreto projetado nas superfícies indicadas nos Desenhos de Projeto, o CONTRATADO deverá remover toda a água excedente. Surgências de água e águas superficiais, existentes nas superfícies a serem tratadas, deverão ser controladas e drenadas, antes do lançamento do concreto projetado.

Nos locais onde tenha sido instalada tela metálica sobre a superfície da rocha, como especificado no item 7.7, o CONTRATADO deverá remover todo material solto das superfícies da rocha, antes da aplicação do concreto projetado.

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6.18.8 - Lançamento e Cura

O concreto projetado, a céu aberto, somente poderá ser aplicado se as condições climáticas o permitirem, ou quando o CONTRATADO providenciar a proteção adequada da área a ser tratada.

O CONTRATADO deverá envidar todos os esforços para conseguir um mínimo de reflexão do concreto projetado. O material refletido deverá ser removido pelo CONTRATADO, antes do prosseguimento dos trabalhos em qualquer área adjacente, e não poderá ser reutilizado.

Cuidados especiais deverão ser tomados para que esse material não se acumule nas junções de paredes e pisos, tanto em trabalhos de superfície, como em obras subterrâneas.

As espessuras do concreto projetado deverão ser as indicadas nos Desenhos de Projeto. Desde que não ocorra descolamento do concreto, a espessura máxima permitida, para a aplicação de cada camada, será de aproximadamente 5 cm.

Nos lançamentos na vertical ou próximos da vertical, poderá ser exigido que as camadas de concreto projetado sejam aplicadas com menor espessura. Nesse caso, a aplicação deverá começar da parte mais baixa para a mais alta, e ser efetuada em faixas horizontais, até que toda a superfície seja coberta.

Quando o lançamento for próximo de estruturas existentes, o CONTRATADO deverá providenciar as proteções necessárias, a fim de evitar eventuais danos às mesmas.

As juntas de construção deverão ser executadas como especificado.

Onde mostrado nos Desenhos de Projeto, o CONTRATADO deverá aplicar concreto projetado sobre tela metálica, instalada sobre superfícies de rocha, seguindo as especificações do item 7.7. A camada de concreto, com uma espessura mínima de 2 cm, deverá cobrir toda a tela e os suportes metálicos. A camada final de concreto projetado deverá ser curada conforme indicado no item 6.12, por um período mínimo de 7 dias.

6.18.9 - Reparos

Antes do lançamento de qualquer camada de concreto projetado, a camada precedente deverá ser examinada por percussão, para serem detectadas eventuais falhas de aderência.

O CONTRATADO deverá reparar os defeitos existentes nas superfícies com concreto projetado, tais como: áreas soltas, fissuradas e qualquer outra área com falhas ou vazios.

Os reparos serão executados mediante a remoção total da superfície defeituosa, seguida de nova preparação da superfície e novo lançamento do concreto projetado.

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6.18.10 - Furos de Alívio de Pressão

Onde mostrado nos Desenhos de Projeto, o CONTRATADO deverá executar, obedecendo às especificações constantes do item 5, furos de alívio de pressão com diâmetro e comprimento indicados, através do concreto projetado ou perfurados previamente à aplicação do concreto projetado e providos de tubos embutidos, com a extremidade protegida. Os furos através do concreto projetado deverão ser executados assim que ele tenha endurecido o suficiente para permitir tal operação.

6.18.11 - Furos de Drenagem

Onde houver furos de drenagem na rocha, cuja superfície será tratada com concreto projetado, o CONTRATADO deverá tomar as providências necessárias, a fim de evitar que esses furos sejam obturados pelo concreto projetado. Nesse caso, o CONTRATADO deverá promover a sua recuperação.

6.19 - Concreto Pré-Moldado

Os materiais utilizados na fabricação dos elementos de concreto pré-moldado deverão atender os requisitos abaixo descritos e seguir as diretrizes dadas na NBR 9062 (Projeto e execução de estruturas pré-moldadas).

Os locais de aplicação de elementos pré-moldados de concreto armado ou protendido serão definidos nos Desenhos de Projeto, onde constarão, também, o formato, dimensões e classe do concreto desses elementos.

Os elementos de concreto pré-moldado deverão ser identificados e numerados, conforme a sua ordem de montagem.

No intuito de possibilitar a utilização mais rápida dos elementos de concreto pré-moldado, o CONTRATADO poderá adotar processos de cura térmica.

Os elementos de concreto pré-moldado não poderão apresentar defeitos de fabricação, tais como rachaduras, cantos quebrados, saliências, falhas de concretagem, acabamento imperfeito e desalinhamento. Em caso de dúvidas quanto à resistência dos elementos, será exigido que sejam efetuadas provas de carga naqueles em que se julgar necessário.

Os elementos de concreto pré-moldado deverão ser executados sobre bases indeformáveis, em formas estanques e reforçadas.

A movimentação e o transporte dos elementos não deverão ser realizados até que o concreto neles aplicado tenha alcançado, pelo menos, 75% da resistência característica especificada, salvo indicação em contrário nos desenhos de projeto.

O içamento dos elementos de concreto pré-moldado deverá ser realizado nos pontos de apoio indicados nos Desenhos de Projeto.

O transporte dos elementos deverá ser efetuado em caminhões com suportes especiais para esta operação. Não serão aceitas peças que apresentarem fissuras causadas por imperícias no transporte ou no carregamento.

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O empilhamento dos elementos de concreto pré-moldado deverá ser feito mediante a utilização de madeira ou outro material resistente, que apresente formato adequado ao apoio e isolamento entre os elementos.

6.20 - Concreto Protendido

6.20.1 - Generalidades

Este item trata da execução de todos os serviços com concreto protendido, nos locais indicados nos Desenhos de Projeto.

As vigas-munhão do vertedouro terão especificações técnicas próprias abrangendo com maiores detalhes e dados as características dos serviços de protensão.

O CONTRATADO fornecerá e instalará as bainhas, ancoragens, fios ou cabos de protensão e todos os demais acessórios, adquiridos de firma especializada no fornecimento de materiais e equipamentos de protensão.

O CONTRATADO será, também, responsável pela concretagem das peças e execução das correspondentes operações de protensão e de injeções especificadas no Projeto.

A empresa fornecedora dos materiais de protensão deverá manter na obra um supervisor qualificado, para acompanhamento e aprovação de todas as operações de protensão.

Os serviços do CONTRATADO deverão atender as exigências aplicáveis das normas brasileiras e dos regulamentos e normas internacionais, normalmente, adotados neste tipo de serviço.

6.20.2 - Instalação das Armaduras e Cuidados Antes da Concretagem

As tolerâncias na implantação dos elementos de protensão serão as estabelecidas nos Desenhos de Projeto.

Imediatamente antes da concretagem, as bainhas, bem como as junções entre bainhas e respiros e as junções entre bainhas e cones de ancoragem, serão examinadas para constatar indícios de dano nas mesmas, estanqueidade e detalhes de fixação.

Uma inspeção visual poderá ser realizada com o auxílio de ar comprimido, isento de água ou óleo. Toda bainha, deformada transversalmente ou perfurada, será substituída ou tornada estanque por meio de fita adesiva ou outro método aprovado.

As fixações e suportes das bainhas deverão ser dispostos dentro dos espaçamentos mínimos fixados pelo Projeto e pelas instruções do sistema de protensão utilizado, de maneira a impedir o deslocamento ou o dano localizado das bainhas, durante a concretagem.

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6.20.3 - Concretagem

Nos locais de grande concentração de bainhas ou de ancoragens, fretagens e armaduras frouxas, o CONTRATADO deverá utilizar um traço considerando a utilização de agregados de dimensão coerente com os espaçamentos e interstícios disponíveis.

Cuidado especial deverá ser tomado pelo CONTRATADO, visando preencher os espaços atrás e em torno das ancoragens, a fim de evitar a presença de vazios.

A enfiação dos cabos nas bainhas somente será realizada após as concretagens. Segundo esta técnica, os cabos serão colocados através de um fio-guia ou outro processo, em toda a sua extensão.

6.20.4 - Equipamento e Operações de Protensão

O equipamento de protensão deverá ser previamente testado pelo fornecedor do processo de protensão adotado e suas perdas por atrito deverão ser compatíveis com aquelas previstas no Projeto. Os manômetros deverão ser aferidos, antes do início das operações, e um manômetro de aferição será mantido como reserva no canteiro, à disposição das equipes de trabalho.

As extremidades dos cabos e as superfícies de apoio dos macacos deverão estar isentas de impurezas.

As operações de protensão obedecerão ao programa de protensão, e deverão ser conduzidas na obra por uma equipe familiarizada com os procedimentos e com o equipamento de protensão.

Para cada cabo, será preenchida uma tabela típica.

O alongamento real obtido não deverá apresentar uma variação superior a mais ou menos 5 %, com relação ao alongamento teórico calculado.

6.21 - Injeção dos Cabos de Protensão

6.21.1 - Generalidades

Este item trata das especificações para o preparo da calda de cimento, bem como dos requisitos relacionados com a execução de injeções para preenchimento das bainhas e armaduras de protensão de peças de concreto protendido.

As caldas e seus materiais componentes deverão atender a NBR 7681 e as normas complementares da ABNT para execução de injeções.

6.21.2 - Calda de Cimento para Injeção

Os materiais, fator água/cimento, fluidez, vida útil, exsudação, expansão, resistência à compressão e inspeção deverão atender a NBR 7681 e as normas complementares da ABNT ou de outras entidades.

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6.21.3 - Condições Gerais para Execução de Injeções

A injeção deverá ser efetuada o mais rapidamente possível, após a protensão dos cabos. O método de injeção, escolhido pelo CONTRATADO, deverá garantir que as bainhas sejam totalmente preenchidas com calda de cimento.

6.21.4 - Estudos Prévios da Calda

a) Programa de Injeção

O programa de injeção será efetuado para estabelecer alguns parâmetros da operação de injeção, tais como: características de injetabilidade da calda, pressão máxima admissível de injeção e seqüência de cabos a serem injetados.

Esses parâmetros serão estabelecidos em função da concepção do Projeto.

b) Ensaios de Laboratório

As caldas deverão ter suas características ensaiadas em laboratório, a fim de comprovar se as condições exigíveis foram satisfeitas.

Os ensaios de laboratório deverão ser efetuados com o cimento e aditivos (se utilizados) de mesmo tipo e marca dos previstos para a utilização nas injeções.

A temperatura do cimento, por ocasião da fabricação da calda, deverá ser inferior a 40°C. Eventualmente poderá ser necessária a refrigeração da calda, a fim de atender os requisitos destas Especificações.

Deverá ser efetuado pelo CONTRATADO, a partir dos resultados dos ensaios de laboratório, um relatório contendo, no mínimo, para cada calda estudada, as seguintes informações:

· obra;

· responsável pelos ensaios;

· data;

· traço em peso;

· tipo, marca e resultados dos ensaios de laboratório, para a seleção dos materiais (cimento, aditivo e água) que serão utilizados na execução de injeções;

· temperatura ambiente dos materiais e da calda, por ocasião de cada ensaio;

· tempo, velocidade e volume de mistura da calda;

· seqüência e intervalo de tempo para a introdução dos materiais;

· resultados dos ensaios de índice de fluidez, vida útil, índice de exsudação e expansão (quando for utilizado aditivo expansor) e resistência à compressão, obtidos através dos métodos de ensaios citados.

6.21.5 - Fabricação da Calda

a) Equipamentos Utilizados

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O misturador deverá produzir uma calda de consistência homogênea e coloidal, dispersando e defloculando perfeitamente o cimento. O misturador deverá ser a hélice, a rolos ou a turbina, não sendo permitida a utilização de misturadores manuais.

O motor do misturador deverá ter potência de, aproximadamente, 1 HP por saco de cimento a ser misturado. A velocidade de rotação do misturador deverá ser superior a 1.000 rpm. A velocidade máxima, de qualquer uma das partes do misturador, dentro da calda, não poderá exceder a 15 m/s.

A calda, logo após a sua fabricação, deverá escoar para o recipiente de recepção e estocagem, passante numa peneira de 2,4 mm (ABNT), onde deverá permanecer continuamente em movimento, inclusive durante a operação de injeção. Recomenda-se que a velocidade de rotação do agitador desse recipiente esteja compreendida entre 60 rpm e 160 rpm. Em hipótese nenhuma poderá ser acrescentada água nesse recipiente para melhorar a fluidez da calda.

O recipiente deverá ter capacidade para armazenar um volume de calda tal que permita a injeção total do cabo, sem paradas e dentro da velocidade de injeção especificada abaixo.

A bomba de injeção deverá ser elétrica, do tipo pistão ou a parafuso, e não poderá injetar ar na calda; o uso de ar comprimido não será permitido. A bomba deverá ser capaz de exercer pressões de, pelo menos, 1,5 MPa e garantir que a pressão não ultrapasse a 2,0 MPa. Além disso, deverá ser munida de um dispositivo de regulagem de vazão, para controlar a velocidade de avanço da calda, e de um manômetro aferido a cada três meses, com precisão de 0,1 MPa. A velocidade de injeção do cabo deverá estar compreendida entre 6,0  e 12,0 metros por minuto.

O equipamento deverá permitir que as pressões altas sejam obtidas progressivamente e que a manutenção da pressão seja efetuada no fim da injeção.

As tubulações de injeção, mangueiras, válvulas e conexões não poderão permitir a entrada de óleo, ar, água ou quaisquer outras substâncias, durante a realização das injeções e deverão resistir às pressões acima estabelecidas.

A tubulação entre a bomba de injeção e o cabo a ser injetado deverá ser a mais curta possível.

b) Mistura da Calda

A quantidade de material utilizado na composição de cada mistura deverá ser compatível com o tipo de misturador, volume do reservatório e potência do motor.

A seqüência, o intervalo de tempo para a introdução dos diversos componentes da calda e o tempo total requerido para a mistura deverão ser os mesmos estabelecidos nos ensaios prévios.

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6.21.6 - Execução de Injeções

a) Tubos para Injeção e Respiros

Os tubos para injeção e respiros deverão ser de plástico ou outro material flexível, com diâmetro interno mínimo de 12 mm e espessura da parede suficiente para resistir às pressões estabelecidas no Projeto.

Os respiros deverão ser instalados:

· em todos os pontos altos do traçado do cabo, desde que haja desnível superior a 30 cm, ou em locais onde possam ocorrer bolsas de ar;

· na extremidade mais alta do cabo;

· eventualmente em pontos intermediários, sempre que a distância entre respiros exceder a 30,0 m.

Os tubos para injeção e respiros deverão ser identificados com os respectivos cabos.

b) Corte das Cordoalhas e Vedação das Ancoragens

Após a protensão, o aço externo remanescente deverá ser cortado por meio de um disco esmeril rotativo ou serra de aço manual, deixando excedente à ancoragem, o comprimento de aço indicado pelo sistema de protensão utilizado. O uso de maçarico para o corte é vedado.

Após o corte do aço de protensão, deverá ser efetuada a vedação de todas as aberturas das peças componentes da ancoragem, do seu contato com a estrutura e com o aço de protensão, e nas extremidades de cordoalhas, de forma a evitar a ocorrência de vazamentos da calda durante a operação de injeção.

A vedação das ancoragens deverá ser efetuada com massa epóxica e com preenchimento do nicho com concreto ou argamassa, antes da operação de injeção. As vedações deverão atingir resistência suficiente para suportar as pressões resultantes da operação de injeção.

c) Lavagem dos Cabos e Eliminação da Água

Antes da realização da injeção os cabos deverão ser lavados por meio de circulação de água limpa, que deverá prosseguir até que a água arenada pelos respiros resulte perfeitamente limpa.

Após a lavagem, deverá ser verificada a estanqueidade do sistema, injetando água com pressão igual à pressão de trabalho prevista na injeção de calda, acrescida de 0,1 MPa, que deverá ser mantida constante, durante, pelo menos, dois minutos.

A água de lavagem dos cabos deverá ser expulsa por meio de injeção com ar comprimido, isento de partículas de óleo.

d) Operação de Injeção

O CONTRATADO deverá preparar um plano de execução de injeções, contendo informações utilizadas nas diversas operações sobre as equipes, equipamentos e materiais.

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O CONTRATADO deverá dispor de água sob pressão e ar comprimido, durante todo o prazo previsto para a realização de injeções.

e) Injeção Propriamente Dita

A operação de injeção deverá ter início logo após a lavagem do cabo.

A injeção deverá ser contínua, regular, com pressão e com velocidade especificadas no item 5.3. Durante a realização das injeções, deverão ser verificados, também, a evolução da pressão da bomba de injeção, que deverá aumentar progressivamente, e o volume de calda injetado.

A verificação das características da calda que flui dos respiros intermediários poderá ser efetuada visualmente, mas a verificação da calda que flui do último respiro do cabo deverá ser feita conforme especificado na NBR 7681. Logo após o fechamento de todos os respiros, a calda deverá ser mantida com a pressão de trabalho, acrescida de 0,1 MPa, durante, pelo menos, um minuto.

f) Procedimentos para Compensar a Exsudação da Calda

Qualquer procedimento utilizado para compensar a exsudação da calda deverá considerar o preenchimento total da bainha com calda.

Caso seja utilizada calda com aditivo expansor, o tempo decorrido entre a fabricação da calda e o fechamento dos respiros da bainha deverá ser ta,l que, pelo menos, 70% da expansão total livre da calda ocorra dentro da bainha, para compensar o efeito de sua exsudação. A expansão, assim obtida, deverá ser superior ao valor da exsudação.

O CONTRATADO deverá prever a expulsão da água de exsudação na extremidade da bainha, seja pelo processo de elevação lenta da pressão de injeção ou através de injeção complementar.

g) Registro de Dados

Para cada cabo ou família de cabos injetados simultaneamente, o CONTRATADO deverá efetuar os registros característicos durante o andamento dos serviços, preenchendo o boletim de injeção.

6.22 - Aparelhos de Apoio

Os aparelhos de apoio de elastômero fretado a base de policloropreno deverão se enquadrar totalmente dentro das condições exigíveis na norma NBR 9783 da ABNT - Aparelho de Apoio de Elastômero Fretado.

Os dispositivos de fretagem dos aparelhos de apoio serão constituídos de chapas de aço, com espessura, tamanho e posições indicados nos Desenhos de Projeto.

Essas chapas de aço serão fabricadas por laminação a quente e deverão possuir propriedades mecânicas de acordo com as prescrições da NBR 9783.

O elastômero, a ser empregado na fabricação dos aparelhos de apoio, deverá apresentar em sua composição química uma percentagem mínima de policloropreno de 72%, em peso, e uma percentagem máxima de negro de fumo de 14%, em peso.

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Esse elastômero deverá possuir características que atendam as prescrições da NBR 9783, destacando-se, pela importância, a dureza Shore e a resistência ao envelhecimento.

Poderão ser utilizados outros tipos de aparelhos de apoio, desde que tenham eficiência e desempenho comprovados.

7 - ARMADURAS, BARRAS DE ANCORAGEM, TIRANTES E TELAS DE AÇO SOLDADAS

7.1 - Objeto

Esta Seção abrange a execução de todos os serviços relacionados com as armaduras, barras de ancoragem, tirantes e telas de aço soldadas, previstos nas estruturas de concreto dos túneis de desvio, tomada d'água, túneis forçados, casa de força, vertedouro, laje de face da barragem EFC, plinto, muros e outros.

O CONTRATADO deverá fornecer, cortar, dobrar e colocar todas as armaduras que incluam barras ou telas soldadas, arames e acessórios, como mostrado nos Desenhos de Projeto.

7.2 - Aço para Armaduras e Barras de Ancoragem

7.2.1 - Generalidades

Salvo especificação em contrário, os aços para as armaduras e barras de ancoragem deverão ser de categoria CA 50 (de alta aderência, hb=1,50) ou de categoria CA 25 (que poderá apresentar baixa aderência, hb=1,0) e atender as especificações e normas aplicáveis da ABNT.

Nos Desenhos de Projeto, estão indicados a localização geral e os dobramentos típicos das barras consideradas no projeto das estruturas de concreto. Durante a execução da obra, serão fornecidos os Desenhos Executivos de armaduras, acompanhados das listas de ferros e esquemas de dobramento do aço, mostrando, em detalhe, como deverão ser preparadas e montadas as armaduras e as barras de ancoragem.

7.2.2 - Fornecimento e Ensaios

O CONTRATADO fornecerá no local da obra todo o aço para as armaduras e barras de ancoragem, conforme especificado.

As fontes de fornecimento deverão ser antecipadamente qualificadas, com base nos resultados de ensaios apresentados pelo CONTRATADO com 60 dias de antecedência à emissão da primeira ordem de compra a cada fornecedor.

Os lotes recebidos na obra deverão ser marcados com a identificação do nome da siderúrgica, categoria do aço e número do lote, de tal maneira que possam ser facilmente correlacionados com os correspondentes certificados de ensaios anexos a cada fornecimento.

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Poderá ser solicitada, ao CONTRATADO, a realização de testes em determinadas partidas de aço, de acordo com os procedimentos estabelecidos pela ABNT.

Todas as armaduras e barras de ancoragem deverão estar isentas de ferrugem, óleo, graxa ou outras películas que possam reduzir sua aderência ao concreto.

7.2.3 - Manuseio e Estocagem

O aço para as armaduras e barras de ancoragem deverá ser estocado afastado do solo, em grupos separados, de acordo com a categoria do aço, bitola e lotes de fornecimento, a fim de permitir rapidez no acesso e facilitar a inspeção, sempre que necessária.

7.2.4 - Preparo e Colocação da Armadura

a) Corte e Dobramento

O CONTRATADO deverá cortar e dobrar todo o aço, de acordo com o cronograma de construção, utilizando métodos e equipamentos conforme padrões aprovados na prática.

Todos os cortes e dobramentos serão executados somente a frio, não se aceitando o endireitamento de barras já dobradas ou o redobramento das mesmas, exceto quando expressamente permitido pela projetista.

As barras não deverão ser dobradas com auxílio de calor, nem após o seu embutimento no concreto, salvo se expressamente indicado no Projeto.

O aço cortado e dobrado deverá atender as indicações dos Desenhos Executivos e possuir etiqueta, à prova d'água, que permita a sua identificação com a posição do Desenho Executivo a que se destina, sendo, então, convenientemente estocado em áreas demarcadas.

b) Montagem e Fixação

Todas as armaduras deverão ser mantidas em posição, mediante o emprego de suportes, espaçadores, tirantes de metal ou concreto.

Nas interseções, as barras deverão ser firmemente atadas com arame próprio para esta finalidade. Os suportes deverão ter resistência e rigidez suficiente para manter a armadura em posição durante toda a operação de concretagem. Os suportes deverão ser tais que não prejudiquem a concretagem e não fiquem expostos ou contribuam, de alguma forma, para a deterioração do concreto.

Durante as concretagens, deverão ser tomados cuidados especiais para a remoção de concreto fresco aderido à ferragem que ficará exposta, a fim de que o concreto não endureça sobre a armadura.

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c) Espaçamento, Cobrimento e Emenda

Os espaçamentos das barras deverão obedecer ao indicado nos Desenhos de Projeto e atender as tolerâncias indicadas na alínea "d" deste sub-item. As distâncias livres deverão atender o disposto no item 6.3.2 da NBR 6118.

O cobrimento das armaduras, ou seja, a distância livre entre a superfície do concreto e a face da armadura, deverá obedecer às dimensões indicadas nos Desenhos de Projeto, respeitando as tolerâncias indicadas na alínea "d" deste sub-item.

As emendas das barras de aço para as armaduras poderão ser executadas por qualquer dos processos especificados no item 6.3.5 da NBR 6118. Nos Desenhos Executivos, as emendas das barras de aço serão indicados por transpasse ou, quando necessário, por solda ou luva.

O comprimento das emendas deverá ser, no mínimo, o indicado nos Desenhos Executivos. Estes serão elaborados considerando os planos de concretagem e posicionando as emendas segundo as juntas previstas nesses planos.

Os serviços de solda das barras deverão ser executados em instalações especiais, ao abrigo de intempéries, evitando-se um resfriamento brusco.

Deverão ser realizados ensaios prévios das soldas, executadas do mesmo modo e com o mesmo equipamento e pessoal empregados na obra, assim como ensaios posteriores para controle, de acordo com MB 857 (ABNT). As soldas deverão evidenciar eficiência total. O controle de qualidade das soldas será supervisionado através de ensaios de laboratório.

Caso haja interesse do CONTRATADO no reaproveitamento de barras curtas, a emenda por solda poderá ser adotada, desde que:

· atenda estas Especificações e seja utilizada em locais aprovados;

· seja utilizada solda de topo por pressão, com duas emendas por barra;

· o comprimento mínimo do menor dos trechos seja igual a 3,0 m.

d) Tolerâncias de Construção

Os trabalhos de construção serão realizados cuidadosamente e com precisão, respeitando as posições, níveis e dimensões indicados no Projeto.

Nos casos em que não houver especificações de tolerância mais restritivas, devidas a circunstâncias especiais, deverão ser respeitados os seguintes valores:

· Tolerância para cobrimento da armadura:

- não será admitida tolerância alguma, para menos, no cobrimento da armadura;

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- a distância entre o eixo de uma barra e a superfície externa de concreto mais próxima não será superior à distância teórica d (cm), indicada no Projeto, acrescida de .

· Tolerância para espaçamento entre barras:

- não será admitida tolerância alguma, para menos, no espaçamento entre as barras;

- a tolerância máxima aceitável será igual a , sendo s (cm) o espaçamento entre as barras.

· Tolerância de retilineidade das barras:

- antes do corte e dobramento, deverá ser verificada a retilineidade de cada barra e, se necessário, antes de sua colocação na forma, deverá ser verificada a retilineidade dos trechos retos. Qualquer retificação somente será permitida caso não sejam alteradas suas propriedades mecânicas;

- o desvio do eixo da barra ou de seus trechos retos, com relação à linha reta teórica, não poderá exceder a , sendo (cm) o comprimento do trecho considerado.

· Tolerância para medidas lineares:

- a tolerância para medidas lineares, na direção do eixo da barra da armadura, será igual a , sendo a (cm).

· Tolerância para deslocamentos longitudinais:

- o máximo deslocamento longitudinal de uma barra, em relação à posição prevista no Projeto, será igual a , sendo (cm) o comprimento não desenvolvido da barra.

7.3 - Materiais de Protensão

7.3.1 - Generalidades

O aço utilizado em estruturas de concreto protendido deverá atender as especificações da ABNT - NBR 7482 e NBR 7483, como mostrado nos Desenhos de Projeto.

As cordoalhas não poderão ter, em toda sua extensão, junções ou uniões, dobras, entalhes ou defeitos. Deverão ser entregues em rolos com, pelo menos, 1,5 m de diâmetro, devidamente protegidos contra abrasão e corrosão, de acordo com as recomendações do fabricante.

As ancoragens, cunhas, bainhas e acessórios deverão ser de materiais e tipos compatíveis com os sistemas patenteados de protensão, tais como: Freyssinet, Losinger ou similar.

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7.3.2 - Fornecimento e Ensaios

Para a confecção dos cabos de protensão das vigas-munhão dos vertedouros, previstos nos Desenhos Executivos, serão utilizadas cordoalhas de 7 fios de aço CP 190 RB 12,7 mm, com as seguintes características mínimas por cordoalha:

·carga mínima para 1% de alongamento.............................................................. 169 kN

·carga de ruptura mínima especificada................................................................. 187 kN

As cordoalhas deverão ser fornecidas em rolos sem núcleo ("coreless coil"), com diâmetro interno de 0,76 m ou 0,82 m ou em carretéis de madeira, suficientes para impedir que atinjam tensões superiores àquelas do limite de proporcionalidade do material, e não poderão apresentar defeitos. Os rolos deverão ser devidamente protegidos contra abrasão e corrosão, de acordo com as normas do fabricante.

As bainhas para os cabos serão metálicas, corrugadas e semi-rígidas. Deverão ser galvanizadas, se o projeto estrutural ou as condições da obra assim o exigirem.

As bainhas deverão possuir resistência mecânica compatível com o trabalho de montagem e construção civil, resistindo, inclusive, ao empuxo e pressão do concreto.

As bainhas deverão apresentar estanqueidade completa, que permita a circulação de água em seu interior, e serão isentas de defeitos ou irregularidades que venham a prejudicar o seu desempenho junto aos cabos de protensão.

As ancoragens deverão possuir dispositivo que permita a perfeita entrada (ou saída) da pasta de injeção dos cabos.

Todos os componentes de protensão deverão ser fornecidos pelo CONTRATADO, segundo as especificações do fabricante, através de relatórios e certificados dos ensaios completos de tração, preparados de acordo com a ABNT.

As amostras das cordoalhas deverão ser fornecidas e os ensaios executados, pelo menos, 60 dias antes de sua instalação.

Todas as amostras ensaiadas deverão ser representativas do material a ser fornecido através do mesmo cilindro laminador principal. A formação de um cabo deverá ser feita com fios de uma mesma corrida. Uma amostra da cordoalha deverá ser retirada da extremidade de cada rolo e testada de acordo com a ABNT.

O CONTRATADO deverá apresentar uma curva certificada de calibração de cada dispositivo e efetuar as devidas verificações.

7.3.3 - Manuseio, Estocagem e Proteção dos Materiais

A embalagem e a marcação dos materiais de protensão deverão obedecer às exigências da ABNT. Todos os elementos deverão ser adequadamente protegidos e embalados na fábrica, para evitar danos e impedir que sujeira, água ou ferrugem alterem suas características originais.

Na armazenagem dos materiais de protensão, os cabos e as bainhas deverão ser protegidos contra as intempéries e mantidos sempre sobre apoios de madeira,

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afastados de, no mínimo, 30 cm do solo, de modo a proporcionar circulação de ar no seu contorno.

Não será permitida a realização de trabalhos de solda ou corte a maçarico nas proximidades dos cabos de protensão.

Para um período prolongado de armazenagem, os cabos de protensão deverão ser protegidos com banho em óleo do tipo solúvel ou similar. Por ocasião da injeção dos cabos, essa proteção deverá ser completamente removida, com auxílio de água ou detergente, que, comprovadamente, não provoque ou predisponha à corrosão os cabos ou as bainhas.

Os materiais de protensão deverão ser transportados para a área de moldagem ou locais de instalação e serão manuseados conforme as instruções e recomendações do fabricante.

A preparação dos cabos deverá se processar em local abrigado, fora do contato com o solo. O corte dos aços deverá ser executado por meio de disco esmeril rotativo.

As cordoalhas não deverão, em hipótese alguma, ser arrastadas sobre o solo ou outro material abrasivo e nem poderão ser dobradas ou torcidas, durante ou após a fabricação dos cabos.

Se, após o armazenamento prolongado no canteiro de serviço ou por outra razão qualquer, existirem dúvidas quanto à qualidade, devido à corrosão ou manuseio inadequado, o aço de protensão deverá ser submetido a ensaios que assegurem a inalterabilidade de suas características mecânicas.

7.3.4 - Instalação dos Cabos, Controle de Protensão e Injeção das Bainhas

Observar o disposto nos itens 6.20 - Concreto Protendido e 6.21 - Injeção dos Cabos de Protensão, destas Especificações.

7.4 - Barras de Ancoragem

7.4.1 - Generalidades

As barras de ancoragem deverão atender as especificações da NBR 5629, como mostrado nos Desenhos de Projeto.

A colocação das barras deverá ser feita imediatamente após a conclusão da escavação da área, tomando-se cuidado com fogos próximos, durante a pega da argamassa de preenchimento, como especificado no item 3. Em geral, as barras de ancoragem terão diâmetro de 32 mm ou 25 mm, em aço CA 50 (de alta aderência hb>=l,5), devendo atender as condições estabelecidas no item 7.2, referentes às características, fornecimento, corte, dobramento e outras, quando aplicáveis.

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7.4.2 - Perfuração

A não ser onde especificamente definido em contrário, a perfuração deverá ser efetuada com equipamento rotopercussivo.

A profundidade, inclinação e localização dos furos serão as indicadas nos Desenhos de Projeto

Em geral, os furos deverão ter diâmetro de 75 mm e 64 mm, para a utilização de barras com diâmetro de 32 mm e 25 mm, respectivamente. Em ambos os casos a profundidade será da ordem de 6,0 m. Esses valores poderão ser aumentados ou reduzidos, conforme a necessidade dos serviços.

7.4.3 - Preparação dos Furos

Os furos para as barras de ancoragem deverão ser lavados com água limpa, utilizando-se jatos alternados de água e ar, até remover todos os resíduos de perfuração. No caso em que as barras não devam ser imediatamente fixadas nas posições indicadas no Projeto, os furos deverão ser tamponados firmemente e, imediatamente antes da colocação, deverão ser novamente lavados e limpos.

7.4.4 - Instalação das Barras de Ancoragem

Os furos deverão ser preenchidos com argamassa ou nata de cimento não retrátil, imediatamente antes da colocação da barra. Tanto a argamassa como a nata de cimento deverão ser previamente aprovadas com base nos resultados dos ensaios em laboratório.

A barra deverá, então, ser colocada no furo, procurando-se mantê-la axial à furação e movimentando-a, a fim de eliminar possíveis bolhas de ar do interior da argamassa.

O furo deverá, então, ser totalmente preenchido com a mesma argamassa.

Nos furos em que houver água vertendo, a colocação de argamassa será feita do fundo para a boca do furo, por meio de um tubo, a fim de evitar a diluição da argamassa.

Em casos de fluxos d'água sob pressão, será necessário efetuar a drenagem, para reduzir ou eliminar a água vertente.

Poderão ser, também, utilizados aditivos aceleradores de pega que contenham hidróxidos alcalinos, amônia, carbonato de sódio, aluminato de sódio, silicatos, silicofluoretos e trietanolamina. Não será permitida a utilização de aditivos que contenham cloretos.

Quaisquer barras encontradas soltas, depois que a argamassa tenha se solidificado, deverão ser reinstaladas pelo CONTRATADO, iniciando-se o processo pela retirada da barra, reperfuração e recolocação, de acordo com os procedimentos anteriormente descritos.

O preenchimento com argamassa e a fixação das barras deverão ser realizados com antecedência mínima de 7 dias do lançamento de qualquer concreto adjacente.

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Serão realizados ensaios de "arrancamento" para verificação da qualidade e eficiência da aplicação das barras de ancoragens.

7.5 - Tirantes

Os tirantes deverão ser instalados conforme indicado nos Desenhos de Projeto

A preparação e a colocação dos tirantes, assim como os ensaios a que serão submetidos, deverão obedecer à norma NBR 5629 da ABNT.

A qualificação dos fabricantes será feita mediante ensaios de "arrancamento" em amostras de tirantes com ancoragem de resina e com ancoragem mecânica (coquilha).

Os ensaios serão executados pelo CONTRATADO.

As hastes dos tirantes deverão ser de aço de alta resistência, com tensão de escoamento maior ou igual a 835 MPa, ou outro valor desde que aprovado o seu desempenho, fornecidas com diâmetros e comprimentos, conforme especificado nos Desenhos de Projeto. A rosca da extremidade da haste deverá ser usinada.

A capacidade dos tirantes será baseada na mínima resistência da parte menos resistente do conjunto.

Todas as recomendações do fabricante relativas às hastes dos tirantes, armazenamento, comprimento de ancoragem, diâmetro e limpeza dos furos, acessórios e outros materiais, bem como aos equipamentos para furação, montagem e protensão, deverão ser observados para garantir uma perfeita instalação dos tirantes.

Após a colocação e tensionamento dos tirantes, periodicamente e em locais determinados, os mesmos deverão ser controlados com torquímetro, a fim de verificar se a tensão no tirante sofreu um decréscimo significativo. Caso esses controles comprovem diminuição na tensão, o CONTRATADO deverá tomar as medidas corretivas, que poderão ser:

· refazer os tirantes;

· aumentar a tensão nos tirantes anteriormente colocados;

· diminuir o espaçamento entre os furos futuros;

· colocar tirantes adicionais, de maneira a reduzir o espaçamento entre tirantes já instalados.

Novos controles e medidas corretivas poderão ser requeridos durante o andamento dos serviços.

7.6 - Tirantes Passantes

Os tirantes passantes deverão ser instalados conforme indicado nos Desenhos de Projeto.

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As hastes dos tirantes deverão ser de aço de alta resistência, com tensão de escoamento maior ou igual a 835 MPa, ou outro valor desde que aprovado o seu desempenho, diâmetro de 32 mm e comprimentos variáveis de 10,0 m a 12,0 m.

O CONTRATADO deverá submeter, previamente, os fabricantes dos tirantes à qualificação.

As roscas das extremidades das hastes deverão ser usinadas. Os acessórios deverão ser padronizados pelo fabricante dos tirantes.

Os furos deverão ser realizados com equipamento rotopercussivo, a não ser onde especificamente definido em contrário. Os furos deverão ser cuidadosamente lavados e limpos.

As placas deverão ser ajustadas, de maneira que o eixo do tirante fique o mais perpendicular possível ao plano da base das placas.

As roscas deverão estar isentas de ferrugem e de outros materiais indesejáveis. Antes da colocação, as roscas deverão ser untadas com lubrificantes à base de bissulfeto de molibdênio.

Após a montagem, será executado o aperto da porca com o torquímetro até que seja alcançada a tensão exigida. No decorrer da obra, periodicamente e em locais determinados, os tirantes deverão ser controlados com torquímetro, a fim de verificar se a tensão no tirante sofreu um decréscimo significativo. Caso ocorra redução de tensão dos tirantes, o CONTRATADO deverá aplicar os mesmos procedimentos corretivos, indicados para os tirantes, no item 7.5.

7.7 - Telas de Aço Soldadas

7.7.1 - Generalidades

As telas de aço soldadas deverão ser instaladas conforme indicado nos Desenhos de Projeto. Usualmente, tais telas deverão ser aplicadas nos espelhos dos emboques dos túneis de desvio e túneis forçados, nas abóbadas dos túneis e em tratamentos de taludes de escavação em rocha sã, alterada e saprólito.

Poderá ser necessária a aplicação da tela em locais onde forem constatados problemas de instabilidade, provocados por fogos de desmonte, que poderão comprometer a segurança dos trabalhos.

As telas de aço soldadas deverão atender a especificação da NBR 7481 e ser confeccionadas em aço de categoria CA 50 ou CA 60, conforme indicado nos Desenhos de Projeto.

7.7.2 - Fornecimento e Ensaios

Os ensaios de recebimento e os critérios de aceitação ou rejeição serão aqueles estabelecidos na NBR 748l da ABNT.

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7.7.3 - Transporte, Manuseio e Estocagem

As telas de aço soldadas deverão resistir aos impactos provocados pelo transporte e manuseios normais. O número de quebras de juntas soldadas não deverá exceder a 1% do número total de juntas soldadas por painel.

No caso de rolos, esse número de quebras permissível não deverá exceder a 1% do número total de juntas soldadas em cada 15,0 m² de tela, desde que 50% ou mais do número máximo permitido de juntas soldadas quebradas não sejam localizadas em um único fio.

As telas deverão ser estocadas afastadas do solo e em grupos separados, a fim de permitir e facilitar a sua inspeção, quando necessária.

7.7.4 - Colocação e Fixação

As telas de aço soldadas deverão ser colocadas nos locais indicados nos Desenhos de Projeto, devendo estar isentas de sujeira, ferrugem, óleo, graxa ou qualquer material que possa prejudicar a aderência.

Todas as telas deverão ser mantidas na posição definitiva, mediante o emprego de suportes, espaçadores de concreto, tirantes ou grampos metálicos.

7.7.5 - Espaçamento, Cobrimento e Emenda

Os espaçamentos dos fios deverão obedecer ao indicado nos Desenhos de Projeto e atender a tolerância no espaçamento de 6 mm, desde que a seção total da armadura, por metro, seja mantida.

O cobrimento mínimo das telas deverá ser de 2 cm, com tolerância de 0,5 cm, quando utilizadas em tratamentos com concreto projetado. Caso sejam utilizadas em estruturas de concreto armado usuais, os cobrimentos mínimos serão aqueles indicados no sub-item 7.2.4 destas Especificações.

As emendas serão feitas apenas por superposição das telas, com comprimentos de traspasse que atendam as recomendações apresentadas pelo CEB-FIP/Código Modelo para Estruturas de Concreto/1990 (item 9.1.2.3).

Para as emendas das telas aplicadas nos tratamentos com concreto projetado, o traspasse mínimo deverá ser de 15 cm, ou como indicado nos Desenhos de Projeto.

7.7.6 - Dimensões

As dimensões (largura e comprimento) e a malha das telas, fornecidas em rolos ou painéis, serão aquelas indicadas nos Desenhos de Projeto.

Serão utilizadas, de preferência, telas com largura normal de fabricação igual a 2,45 m e comprimentos usuais para painéis ou rolos, conforme item 4.2 da NBR 7841 da ABNT.

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8 - DRENAGEM, PROTEÇÃO SUPERFICIAL E PAVIMENTAÇÃO

8.1 - Objeto

Esta Seção abrange a execução de todos os trabalhos relacionados com a drenagem e proteção superficial complementar de cortes e aterros e de áreas cuja recomposição seja julgada necessária. Estão, também, incluídos nesta Seção os serviços de pavimentação e as obras complementares relativas aos acessos definitivos.

8.2 - Drenagem e Proteção Superficial

8.2.1 - Generalidades

Em linhas gerais, a drenagem poderá ser efetuada através da escavação de valas, construção de canais e utilização de peças pré-moldadas de concreto, como tubos e meias-canas, e/ou outros materiais fabricados, como mantas filtrantes e gabiões.

O fornecimento de materiais e a execução dos serviços em questão serão de responsabilidade do CONTRATADO, que deverá realizar essas atividades de acordo com os Desenhos de Projeto e com os procedimentos e especificações indicados a seguir:

· escavação de valas (item 3);

· fornecimento e assentamento de tubos pré-moldados de concreto (sub-item 8.2.2);

· fornecimento e assentamento de canaletas (meias-canas) de concreto (sub-item 8.2.2);

· execução de peças de concreto moldado "in loco" (item 6);

· drenagem profunda através de diferentes processos (item 5.4);

· lançamento de filtros de areia (item 4);

· fornecimento e aplicação de manta filtrante de geotêxtil (sub-item 8.2.3);

· plantio de grama (sub-item 8.2.4);

· fornecimento de materiais e execução de obras de proteção, através de gabiões (sub-item 8.2. 5).

8.2.2 - Peças Pré-Moldadas em Concreto - Tubos e Canaletas (meias-canas)

O CONTRATADO deverá fornecer e instalar tubos e meias-canas de concreto, simples ou armado, para realizar a drenagem superficial.

Os tubos serão utilizados na drenagem de plataformas, banquetas de taludes, passagem de aterros sobre grotas e sob greides.

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As meias-canas serão empregadas para drenar e controlar as águas e para aliviar a subpressão existente no contato concreto-rocha, em locais como a calha do vertedouro, parede de montante da casa de força e muros ancorados em rocha.

As meias-canas serão, também, utilizadas para drenagem superficial nos pés dos taludes de escavação e de aterro.

a) Materiais

Os tubos de concreto armado e as meias-canas de concreto simples deverão ser do tipo e dimensões indicados no Projeto; serão de encaixe tipo ponta e bolsa e obedecerão às especificações e normas da ABNT: EB 6 e EB 103, NBR 9793 e NBR 9794.

A classe dos tubos será determinada para cada local em função das solicitações atuantes. As canaletas serão confeccionadas com concreto de resistência à compressão mínima de 25 MPa a 28 dias.

b) Instalação

· Tubos

As dimensões das cavas para assentamento dos tubos estão indicadas nos Desenhos de Projeto. O fundo das cavas será compactado para servir de apoio dos tubos.

Quando não estiver prevista a execução de berços de concreto, os tubos serão assentados sobre material granular (areia ou brita) compactado, com espessura mínima de:

- 10 cm sob os tubos;

- 25% do diâmetro externo dos tubos, na sua parte inferior.

O restante da cava será preenchido com solo compactado a um mínimo de 95% do Ensaio Proctor Normal. Serão utilizados compactadores manuais até o reaterro ultrapassar em 1,0 m a geratriz superior do tubo. Esses trabalhos serão executados conforme as disposições pertinentes da Seção ET-04.

As juntas serão preenchidas com argamassa de cimento e areia, no traço de 1:4. Os tubos serão assentados de modo que a bolsa de cada unidade esteja sempre voltada para montante, com relação ao escoamento das águas.

· Meias-Canas

As meias-canas serão assentadas no terreno, cuidadosamente escavado e apiloado, de forma a se obter a melhor conformação possível. Será utilizada areia para preencher o espaço anelar sob as meias-canas.

As juntas serão preenchidas com argamassa de cimento e areia, no traço de 1:4.

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As meias-canas serão assentadas de modo que a bolsa esteja sempre voltada para montante, com relação ao escoamento das águas.

A parte superior das meias-canas será cuidadosamente conformada ao terreno vizinho, sendo necessário acabamento efetuado com concreto.

8.2.3 - Manta Filtrante de Geotêxtil

Serão utilizadas mantas filtrantes de geotêxtil para envolvimento de drenos de brita e como transições, conforme detalhes constantes dos Desenhos de Projeto.

Deverão ser empregadas mantas de geotêxtil não tecido conforme o tipo indicado no detalhamento dos Projetos.

As emendas serão efetuadas por justaposição mínima de 20 cm, dispondo-se as mantas de modo a evitar infiltração de partículas finas através do contato.

8.2.4 - Plantio de Grama

Os serviços de plantio de grama obedecerão à especificação DNER-ES-CE 543-71, onde aplicável.

Está previsto o plantio de grama em leivas nos taludes de escavações e aterros das obras e dos acessos principais, precedido pelo lançamento de uma camada de terra vegetal.

O plantio de grama com hidrossemeadura está previsto para recomposição de áreas de empréstimo, bota-foras e outras.

Qualquer que seja o processo utilizado, dentre os aqui enumerados, para controle de erosão, será indispensável que a área esteja drenada, de modo que as águas pluviais sejam impedidas de escoar, com maior volume, sobre a superfície tratada.

a) Materiais

· Terra Vegetal

A terra vegetal será constituída de solo superficial orgânico (horizonte pedológico A), homogêneo, desprovido de torrões de argila, arbustos, raízes, ervas daninhas ou outras vegetações indesejáveis.

A terra vegetal será obtida a partir de escavações obrigatórias e mantida separadamente em depósito, para futura utilização.

As áreas indicadas para reposição da capa vegetal deverão ser preparadas de modo a evitar irregularidades abruptas, eliminando-se as pedras e os materiais estranhos com dimensões superiores a 25 cm.

Sobre essas áreas será espalhada terra vegetal, de modo a se obter uma espessura mínima de 15 cm. A terra vegetal deverá ser limpa de todo material impróprio ou prejudicial ao crescimento de grama. A seguir, a camada de terra vegetal será convenientemente compactada e regularizada.

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· Adubos e Corretivos

Serão utilizados os fertilizantes comerciais e corretivos, mediante as fórmulas constantes do Projeto, com indicação da composição química de cada produto. Caso se utilize o estrume animal, este deverá ser integral e não poderá conter sementes de ervas, palhas, pedras ou outros materiais estranhos.

· Preventivos Químicos e Herbicidas

Contra as pragas e doenças, em regiões suscetíveis ao ataque, serão utilizados, como prevenção, produtos químicos específicos. Os herbicidas serão usados especialmente para destruir a vegetação inconveniente ou daninha, durante o preparo do terreno para o plantio.

· Sementes e Leivas

As sementes empregadas no controle de erosão serão de gramíneas de porte baixo, de sistema radicular profundo e abundante, de preferência nativas da região.

As leivas deverão ter dimensões uniformes, quer sejam extraídas por processo manual ou mecânico.

b) Plantio

· Leivas (Enleivamento)

A execução dos serviços de enleivamento deverá obedecer às seguintes etapas:

- 1a etapa - correspondente ao preparo do solo, será constituída pelas seguintes atividades:

. revolvimento e/ou escarificação do solo;

. nivelamento do terreno no greide ou na seção transversal;

. drenagem da área;

. camada de terra vegetal;

. tratamento do solo contra pragas e doenças;

. incorporação de adubação química e orgânica;

. adição de calcário (de preferência dolomítico).

- 2a etapa - poda, arrancamento, carga, transporte e descarga de leivas

- 3a etapa - plantio de grama - nas áreas inclinadas, as leivas serão sustentadas por estacas de madeira, após a cobertura com uma camada de terra, devidamente compactada com soquetes de madeira ou ferro, para preenchimento dos vazios.

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- 4a etapa - irrigação - será efetuada com equipamento apropriado para alcançar grandes alturas, não sendo permitida a adoção de métodos impróprios que possam comprometer a estabilidade dos maciços, à medida em que as leivas forem plantadas.

· Hidrossemeadura

Na aplicação deste processo, deverão ser utilizadas sementes de gramíneas com as características descritas no sub-item 8.2.4, alínea "a".

A preparação prévia do terreno será efetuada mediante as seguintes operações:

- revolvimento e/ou escarificação do solo;

- nivelamento do terreno no greide ou na seção transversal;

- drenagem da área.

O equipamento a ser utilizado será a hidrossemeadeira, que realizará adicionalmente a mistura prévia de terra vegetal com produtos contra pragas e doenças do solo, bem como a incorporação de adubação química e orgânica e a adição de calcário (de preferência dolomítico).

A irrigação será feita com equipamento apropriado para alcançar grandes alturas, não sendo admitida a adoção de métodos impróprios que possam comprometer a estabilidade dos maciços, à medida em que a semeadura for realizada.

8.2.5 - Gabiões

a) Materiais

O CONTRATADO deverá fornecer gabiões do tipo caixa ou colchão, constituídos respectivamente com malha de 8 cm x 10 cm e de 6 cm x 8 cm, obedecendo às dimensões indicadas em Projeto. Em ambos os casos, os gabiões serão subdivididos em celas, por diafragmas dispostos transversalmente à sua maior dimensão a cada metro linear.

Para a confecção dos gabiões será utilizado o arame galvanizado, cujas características estão especificadas na EB 1562 (NBR 8564) da ABNT. A rede será de malha hexagonal de dupla torção, obtida entrelaçando os fios por três vezes e meia volta. Os fios terão diâmetro de 2,7 mm para o tipo caixa e 2,2 mm para o tipo colchão. Todas as bordas livres do gabião serão enroladas mecanicamente, a fim de que as malhas não se desfaçam e adquiram maior resistência. O fio utilizado nas bordas terá um diâmetro maior que o fio utilizado na fabricação da malha.

Os gabiões serão preenchidos por fragmentos de rocha sã, com diâmetro ligeiramente superior à abertura da malha.

b) Execução

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Os gabiões serão despachados da fábrica dobrados e reunidos em pacotes.

Os gabiões serão abertos e armados, na obra, costurando-se entre si pelas arestas e fixando-se os diafragmas às paredes laterais.

Os gabiões vazios serão sucessivamente colocados e amarrados aos vizinhos pelas arestas, nas direções vertical e horizontal, antes do enchimento. A depender de sua posição - especialmente no caso de colchões revestindo taludes - será determinada a ancoragem dos gabiões por barras de ancoragem, conforme especificado na Seção ET-07.

O enchimento dos gabiões será manual ou mecânico, procurando-se obter a mínima percentagem de vazios. Durante o enchimento, serão inseridos tirantes no interior dos gabiões, para solidarizar as paredes opostas.

8.3 - Pavimentação

8.3.1 - Generalidades

Os serviços, objeto deste item, referem-se à pavimentação e obras complementares para os acessos definitivos e na área das estruturas da Usina.

8.3.2 - Escopo dos Serviços

O fornecimento dos materiais e a execução dos serviços de pavimentação serão de responsabilidade do CONTRATADO, a qual deverá obedecer aos procedimentos e especificações a seguir.

O CONTRATADO deverá implantar os acessos definitivos executando a terraplenagem e regularização do greide com largura de revestimento primário em torno de 10,0 m.

As obras de arte correntes, bem como as canaletas e valetas para drenagem superficial, serão também implantadas, podendo, no entanto, haver necessidade de serem executadas eventuais complementações e adequações a fim de facilitar a execução dos serviços.

A seção transversal dos acessos definitivos, conforme indicado nos Desenhos de Projeto, será constituída por duas faixas de tráfego de 3,5 m e acostamentos com largura de 1,0 m de cada lado.

Basicamente, para a realização dos serviços de pavimentação deverão ser desenvolvidas as seguintes atividades:

· escavação, carga e transporte de solo para a execução da caixa de pavimento;

· regularização e compactação do sub-leito;

· execução da sub-base e base estabilizadas granulometricamente;

· execução da pintura de ligação e imprimação;

· execução do revestimento asfáltico em tratamento superficial duplo (TSD) na faixa de rodagem;

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· execução do revestimento asfáltico em tratamento superficial simples (TSS) nos acostamentos;

· fornecimento e execução das cercas de proteção e defensas;

· fornecimento de todo o material e implantação das sinalizações horizontal e vertical.

8.3.3 - Escavação, Carga e Transporte de Solo para Execução da Caixa do Pavimento

O CONTRATADO deverá executar a escavação, carga e transporte do volume de solo necessário para efetuar o ajuste do greide vertical e a abertura da caixa do pavimento, quando o greide final for coincidente com o greide já implantado.

8.3.4 - Regularização e Compactação do Subleito

O CONTRATADO deverá executar, mediante o emprego de equipamentos adequados, a regularização e compactação do sub-leito dos acessos definitivos, obedecendo às normas rodoviárias.

8.3.5 - Execução das Camadas Estruturais do Pavimento

O CONTRATADO, seguindo os critérios das normas rodoviárias, deverá executar as camadas estruturais do pavimento como estabelecido no Projeto. Essas camadas e serviços correlatos serão constituídas de sub-base e base granulares, imprimação, pintura de ligação, tratamento superficial duplo e simples.

8.3.6 - Cercas de Proteção e Defensas

O CONTRATADO deverá implantar as cercas de proteção da faixa de domínio dos acessos definitivos, obedecendo aos critérios e recomendações do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem.

8.3.7 - Sinalização

O CONTRATADO deverá fornecer todo o material e executar todos os serviços referentes à implantação das sinalizações horizontal e vertical.

9 - FABRICAÇÃO E INSTALAÇÃO DE PEÇAS METÁLICAS EMBUTIDAS

9.1 - Objeto

O CONTRATADO deverá fornecer e instalar todas as peças metálicas, tubulações e redes de aterramento, embutidas no concreto de primeiro estágio da tomada d'água, casa de força, subestação, vertedouro e túneis de desvio, bem como as peças embutidas para interligação entre as redes de aterramento de cada estrutura, obedecendo às Especificações apresentadas a seguir.

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Serão fornecidos os Desenhos Executivos das peças metálicas, contendo os tipos, dimensões, matérias-primas, eletrodos, localizações, distribuições, tolerâncias aceitáveis e demais informações necessárias para o fornecimento e instalação das peças metálicas embutidas, a cargo do CONTRATADO.

9.2 - Escopo dos Serviços

O escopo dos serviços de fabricação e instalação de peças metálicas embutidas abrange, mas não se limita aos seguintes elementos:

· peças fixas de primeiro estágio dos equipamentos hidromecânicos da tomada d'água, casa de força (tubos de sucção), vertedouro e túneis de desvio;

· peças fixas de primeiro estágio dos caminhos de rolamento dos equipamentos de elevação e movimentação de cargas da tomada d'água, casa de força e vertedouro;

· peças fixas de primeiro estágio dos caminhos de rolamento dos transformadores principais e auxiliares da casa de força;

· tubos de aeração das comportas do tubo de sucção;

· peças metálicas diversas embutidas no concreto de primeiro estágio das várias estruturas;

· tubulações embutidas pertencentes aos sistemas de esgotamento e enchimento das unidades, drenagem, esgoto sanitário, água tratada, água de serviço, água de resfriamento, medição dos níveis d'água, ar comprimido e ventilação da casa de força;

· tubulações embutidas dos sistemas de drenagem do vertedouros;

· cabos, hastes e soldas exotérmicas da malha de aterramento embutida no concreto e instalada sob a fundação das estruturas do Aproveitamento.

O CONTRATADO deverá, também, fornecer e instalar todos os materiais necessários à realização dos serviços, tais como: andaimes, escadas, estopa, compostos de vedação, lubrificantes de rosca, compostos antiaderentes, eletrodos e materiais para solda, tirantes, calços, suportes, tampões e prendedores para fixação das peças durante a concretagem e materiais similares necessários para a instalação e proteção dos itens diversos, inclusive máquinas para solda.

9.3 - Normas E Requisitos

9.3.1 - Generalidades

A qualidade dos serviços de fornecimento e instalação deverá satisfazer as normas brasileiras aplicáveis, as normas ASTM, ASME e AWS.

9.3.2 - Materiais

a) Matérias-Primas

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Todas as matérias-primas, a serem empregadas na fabricação das peças metálicas, deverão atender as especificações descritas a seguir e não poderão apresentar defeitos e imperfeições.

As chapas, barras e perfis, empregados na fabricação das peças fixas embutidas no concreto de primeiro estágio, deverão ser de aço, conforme a norma ASTM A-36 ou similar.

O CONTRATADO deverá fornecer todas as chapas, tubos e barras de aço, acompanhados dos respectivos certificados de análises químicas e ensaios mecânicos realizados pelo fabricante, para comprovar as suas características.

O CONTRATADO será responsável pela embalagem, transporte e estocagem das matérias-primas.

b) Inspeções e Ensaios

Todas as chapas, com espessura igual ou superior a 19 mm, deverão ser submetidas a ensaios de ultra-som, de acordo com o estabelecido na norma ASTM A-435.

O afastamento inferior permissível na espessura de chapas grossas deverá ser, em qualquer caso, de 0,25 mm, conforme as disposições constantes da norma NBR 6664 da ABNT.

Antes da retirada de qualquer corpo de prova, o mesmo será numerado, para facilitar a sua identificação.

Exceto para as tubulações, deverão ser realizados pela CONTRATADO, através de amostragem, ensaios de tração e dobramento, segundo as normas NBR 6152 e NBR 6153 da ABNT, respectivamente.

9.3.3 - Soldagem

Deverão ser incluídos no fornecimento do CONTRATADO todos os eletrodos para a soldagem das peças metálicas e, também, as máquinas para soldas.

A estocagem dos eletrodos, após serem retirados da embalagem, deverá ser realizada em estufas.

A menos que seja autorizado ou especificado em contrário, todas as soldagens deverão ser executadas pelo método do arco elétrico, adotando os procedimentos e requisitos estabelecidos na Seção IX da Norma ASME.

As superfícies a serem unidas por solda deverão ser lisas e uniformes, livres de entalhes, escórias de corte, impurezas, graxa, umidade ou outros fatores que possam afetar adversamente a qualidade e resistência da solda.

Todas as juntas deverão ter sua geometria adequadamente definida, em função dos processos e espessuras envolvidos, de maneira a garantir uma penetração adequada e evidenciar uma boa fusão com o metal-base.

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Todas as soldas executadas durante o processo de fabricação deverão estar de acordo e devidamente classificadas conforme os requisitos constantes da norma ASME, Seção VIII - "Boiler and Pressure Vessel Code", parte UW.

Os consumíveis deverão ser adequados aos processos, aos metais-base e às técnicas de deposição empregadas.

As soldas não deverão ser executadas sobre superfícies úmidas ou durante períodos de fortes ventos, a menos que o soldador e as peças estejam convenientemente protegidos.

Após a execução das soldas, deverão ser eliminados todos os respingos, porosidade e escórias, devendo-se garantir uma penetração completa e boa fusão na raiz do cordão de solda.

As partes soldadas deverão apresentar-se com as superfícies uniformes, lisas, com espessura regular, sem mordeduras e isentas de descontinuidades e de defeitos, tais como inclusões, sulcos, dobras, trincas etc.

9.4 - Placas Embutidas, Ancoragens e Armações

9.4.1 - Fabricação e Solda

a) Execução

As peças a serem unidas por solda deverão ser cortadas de acordo com os detalhes apresentados nos Desenhos Executivos e suas arestas chanfradas por esmerilhamento, utilizando-se eletrodo de carvão ou máquina chanfradora, de acordo com o tipo de peça e de solda, a fim de permitir uma melhor penetração.

As superfícies cortadas deverão apresentar um metal são e isento de qualquer defeito causado pela laminação, chanfragem ou outro qualquer.

O CONTRATADO será responsável pela qualidade dos trabalhos de soldagem e, para o caso específico de tampas sujeitas ao tráfego de veículos pesados, todos os soldadores deverão estar qualificados segundo os procedimentos e requisitos da norma P-MB-262 da ABNT que, nos casos omissos, será complementada pelas normas ASME, Seção IX.

O CONTRATADO deverá possuir uma lista com o nome dos soldadores qualificados, bem como os respectivos timbres ou números dos mesmos. Todo cordão de solda estrutural deverá ser marcado com o timbre ou número do soldador que o executou.

b) Inspeção

O controle de fabricação deverá ser efetuado através dos documentos do Projeto Executivo, sendo baseado, fundamentalmente, na inspeção visual e dimensional e nos resultados dos ensaios e testes.

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Durante a inspeção visual, serão levados em conta a homogeneidade dos cordões de solda, bem como a limpeza das peças e o acabamento das dobras.

Além disso, as soldas, executadas em partes submetidas a esforços e em partes estanques, estarão sujeitas à inspeção radiográfica ou outro método de ensaio não destrutivo. A aplicação de um outro método dependerá das particularidades do projeto da respectiva peça.

c) Reparo da Solda

As soldas defeituosas, reveladas pela inspeção, deverão ser corrigidas pelo CONTRATADO por meio de desbastamento, talhadeira, maçarico ou arco, até o metal são, sendo novamente soldadas e novamente inspecionadas, até que a junta seja considerada aceitável.

Os reparos de falhas deverão ser efetuados pelo CONTRATADO com o cuidado de não ferir, escavar ou reduzir a espessura do metal base.

9.4.2 - Instalação

a) Execução

Todas as peças fixas de primeiro estágio deverão ser cuidadosamente instaladas, obedecendo-se às localizações e distribuições definidas nos Desenhos Executivos. As peças fixas deverão ser instaladas na posição indicada nos Desenhos, sendo aceitável uma tolerância de 5 mm em relação a seu eixo e de 10 mm em relação ao seu plano de contato com a forma.

Uma vez posicionadas e niveladas, as peças fixas deverão ser presas firmemente, para não sofrerem deslocamentos durante a concretagem.

Antes da concretagem, todas as peças embutidas deverão estar completamente limpas e isentas de graxas, tintas ou outros materiais estranhos e assim deverão ser mantidas até ficarem totalmente embutidas no concreto.

Após a conclusão dos trabalhos, todas as partes expostas das peças embutidas deverão estar perfeitamente limpas.

b) Inspeção

Será acompanhada a instalação das peças embutidas na obra, sendo o necessário controle efetuado através dos documentos do Projeto Executivo.

c) Correções

Caso venha a ser constatado que as peças metálicas embutidas não atenderam as tolerâncias de posicionamento, antes da concretagem, as mesmas deverão ser novamente ajustadas pelo CONTRATADO.

Caso sejam constatadas outras irregularidades após a concretagem, o concreto deverá ser totalmente removido, para permitir o novo ajuste das peças.

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d) Pintura

As peças fixas embutidas no concreto de primeiro estágio não deverão ser pintadas.

9.5 - Tubulações Embutidas

9.5.1 - Materiais

O CONTRATADO deverá instalar todas as tubulações embutidas no concreto de primeiro estágio, associadas aos sistemas auxiliares da casa de força, vertedouros e tomada d'água, tais como: esgotamento e enchimento das unidades, drenagem, esgoto sanitário, água tratada, água de serviço, água de resfriamento, medição dos níveis d'água, ar comprimido, ventilação etc.

Todas as tubulações e acessórios serão fornecidos pelo CONTRATADO em comprimentos comerciais, conforme especificado a seguir:

a) tubos e conexões de aço preto, com extremidades chanfradas para solda

· tubo de aço carbono ASTM A-53, sem costura, preto, DN 50 a 150 mm, dimensões conforme ANSI B36.10, com extremidades chanfradas para solda conforme ANSI B16.25, série 40.

· tubo de aço carbono ASTM A-53, grau A, sem costura, preto, DN 200 a 400 mm, dimensões conforme ANSI B36.10, com extremidades chanfradas para solda conforme ANSI B16.25, série 30.

· tubo de aço carbono ASTM A-134, grau C, sem costura, preto, DN 450 mm e acima, dimensões conforme ANSI B36.10, com extremidades chanfradas para solda conforme ANSI B16.25, série 20.

· conexões em aço forjado, ASTM A-234 grau WPB, preta, conexões DN 50 e acima, dimensões ANSI B16.9, extremidades chanfradas conforme ANSI B16.25, raio longo. (Para curvas: raio longo).

· conexões em aço ASTM A-53, com costura, preto, conexões DN 250 a 600 mm, dimensões conforme AWWA C-208-59, tabela 1, extremidades chanfradas ANSI B16.25, espessura 7,92 mm. (para curvas de raio longo).

b) tubos e conexões de ferro fundido, com flanges ou ponta e bolsa, para junta elástica

9.5.2 - Execução

O controle de qualidade de execução dos serviços deverá ser efetuado de acordo com as normas e códigos brasileiros aplicáveis e as exigências aqui especificadas.

A tubulação deverá ser cortada corretamente nas dimensões estabelecidas nos Desenhos de Projeto e confirmadas no local e será instalada na posição definitiva sem realizar nenhum esforço.

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Toda a tubulação embutida deverá ser instalada respeitando-se o alinhamento e a declividade indicados nos Desenhos Executivos. As tubulações e conexões deverão ser mantidas a uma distância suficiente de outras peças embutidas e das faces externas do concreto, visando permitir uma cobertura de concreto igual ao cobrimento mínimo indicado para a região, não inferior a 50 mm. Medidas apropriadas, incluindo o revestimento das tubulações, deverão ser adotadas nas juntas de contração do concreto, conforme mostrado nos Desenhos Executivos.

Deverão ser observadas as especificações que prevêem junções entre tubulações embutida e exposta, conforme indicado no Projeto.

As tubulações e acessórios serão instalados pelo CONTRATADO, de acordo com as seguintes normas:

a) Tubulação e Acessórios de Aço Carbono para Solda

Todos os cortes de tubulações e acessórios de aço carbono e a preparação de extremidades para solda, que se fizerem necessários durante a instalação, deverão ser executados pelo CONTRATADO, em conformidade com as seções aplicáveis do "Code for Pressure Piping", da ANSI.

b) Tubulação em Ferro Fundido de Ponta e Bolsa para Junta Elástica

A instalação das tubulações de ferro fundido de ponta e bolsa, com vedação de anéis de borracha, deverá ser efetuada pelo CONTRATADO, de acordo com os padrões e instruções dos fabricantes.

c) Luvas para Passagem de Tubulação através de Paredes, Pisos e Vigas

As luvas, para passagem de tubulações através de paredes ou vigas, deverão ser colocadas com as bordas rentes a ambos os lados da parede ou viga. As luvas através de lajes deverão ser colocadas de modo que sua parte inferior fique rente ao fundo da laje, projetando-se, no mínimo, 25 mm acima da superfície acabada do lado superior.

Todas as mudanças nas dimensões e na direção das tubulações deverão ser executadas pelo CONTRATADO, utilizando conexões apropriadas, salvo quando indicado claramente de outra forma nos Desenhos Executivos.

Todas as tubulações horizontais deverão ser instaladas pelo CONTRATADO, conforme as indicações do Projeto, com declividade de 15 mm/m, onde possível, porém, em nenhum caso, com menos do que 10 mm/m.

9.5.3 - Proteção

As tubulações e conexões, a serem embutidas no concreto, deverão ser mantidas firmes em suas posições definitivas e protegidas contra avarias, enquanto o concreto estiver sendo colocado. O CONTRATADO deverá tomar cuidado especial para assegurar que toda a tubulação e conexões estejam internamente limpas e assim sejam mantidas, durante o andamento da obra. No caso de alguma tubulação resultar parcial ou totalmente obstruída, antes da aceitação final da obra, esta deverá ser desobstruída e substituída pelo CONTRATADO.

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Para impedir a obstrução de drenos e de tubulações embutidas, durante os trabalhos de construção, as extremidades abertas da tubulação deverão ser fechadas com tampões fornecidos pelo CONTRATADO Esses tampões deverão ser retirados quando a tubulação adicional for acrescentada ao sistema.

O CONTRATADO deverá realizar ensaios de pressão nas tubulações embutidas, após sua instalação e antes da concretagem.

9.6 - Eletrodutos E Caixas

9.6.1 - Generalidades

O projeto das instalações elétricas da Usina prevê a execução de uma rede de dutos para o lançamento de fios e cabos elétricos. A elaboração do Projeto Executivo deverá atender as recomendações aplicáveis da norma NBR 5410 e as especificações desta Seção.

O CONTRATADO deverá fornecer e instalar todos os eletrodutos, caixas de passagem e respectivos acessórios de conexão e fixação, como buchas, arruelas, prensa-cabos, parafusos, contraporcas, tirantes, chumbadores, pinos, grampos e luvas embutidos no concreto de primeiro estágio, como mostrado nos Desenhos Executivos.

O CONTRATADO deverá executar, também, as canaletas internas e externas, com tampas de concreto ou de ferro, as linhas de eletrodutos com envoltório de concreto e as caixas de passagem de alvenaria e/ou concreto, previstas no pátio da casa de força, no vertedouro, na subestação, na tomada d'água e nas interligações entre essas estruturas.

Todas as ferramentas necessárias à execução das instalações e todos os materiais de consumo, como lubrificante, estopa, tinta à base de zinco para retoque da galvanização, composto vedante à base de grafite e zinco e outros eventualmente necessários, serão de fornecimento do CONTRATADO.

9.6.2 - Especificação

A rede de dutos para proteção dos cabos elétricos será executada pelo CONTRATADO, utilizando eletrodutos de aço galvanizado, eletrodutos de PVC rígido, eletrodutos de PEAD flexível corrugado, caixas de passagem metálicas ou de alvenaria e acessórios para fixação, conexão e identificação, como mostrado nos Desenhos Executivos.

Na execução das instalações, atenção especial deverá ser dada às limitações técnicas impostas pelos materiais utilizados. Deverão ser observadas as características nominais dos materiais e as recomendações de fabricação e instalação, especificadas pelo Projeto e pelos fabricantes.

Todos os materiais utilizados nas instalações deverão ser da melhor qualidade comercial, de fabricação recente, sem uso prévio e isentos de defeitos e imperfeições. Os materiais e acessórios, não citados nestas Especificações e aplicados nas instalações, deverão ser apropriados para os fins a que se destinam.

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Todas as condições para a encomenda, fabricação e fornecimento dos eletrodutos rígidos de aço-carbono e seus acessórios, como luvas, curvas, niples e caps, deverão estar de acordo com as prescrições da norma NBR 5597 - "Eletrodutos de Aço Carbono com Revestimento Protetor, com Rosca ANSI - Especificação".

Todas as condições para a encomenda, fabricação e fornecimento dos eletrodutos rígidos de PVC roscável e seus acessórios, como luvas e curvas, deverão estar de acordo com as prescrições da norma NBR 6150 - "Eletrodutos de PVC Rígido - Especificação".

Todas os eletrodutos e acessórios serão fornecidos pelo CONTRATADO, conforme especificado a seguir:

· eletroduto rígido de aço carbono zincado por imersão a quente, com costura, série pesada, tamanho nominal de 25 mm a 100 mm, com rosca cônica (NPT), conforme ANSI/ASME B1.20, e acessórios, como curvas, luvas, buchas, arruelas, prensa cabos, bujões e tampões;

· eletroduto rígido de PVC, tipo roscável, classe B, tamanho nominal de 32 mm a 110 mm, com rosca (BSP), conforme NBR 6414/83, e acessórios, como curvas, luvas, bujões e tampões em PVC e buchas, arruelas e prensa cabos em alumínio-silício;

· eletroduto flexível corrugado de PEAD (Polietileno de Alta Densidade), tamanho nominal de 50 mm a 125 mm e acessórios, como luvas, terminações e tampões;

· caixa de ligação, própria para derivações embutidas, à prova de tempo provida com tampa antiderrapante e corpo fundido em liga de alumínio de alta resistência mecânica e a corrosão; dotada de junta de vedação, parafusos e arruelas em aço zincados eletroliticamente; acabamento em esmalte sintético martelado, na cor cinza escuro; dimensões de 150 mm x 150 mm x 150 mm ou 200 mm x 200 mm x 200 mm ou 290 mm x 290 mm x 150 mm.

9.6.3 - Instalação

O CONTRATADO deverá instalar todos os eletrodutos embutidos no concreto de primeiro estágio, além das caixas de passagem, curvas, luvas, buchas e outros acessórios necessários para compor a rede de dutos projetada para a proteção dos cabos elétricos.

Durante a instalação dos eletrodutos e acessórios, deverão ser tomadas as devidas precauções a fim de proteger os eletrodutos contra danos. As extremidades dos eletrodutos de aço deverão ser tampadas com tampões e aqueles terminados com luvas deverão ser tampados com bujões. Os tampões e os bujões serão de aço galvanizado. As extremidades dos eletrodutos de PVC deverão ser vedadas com "caps". As peças de tamponamento deverão ser mantidas pelo CONTRATADO, exceto durante a inspeção e teste, até que os condutores sejam instalados.

Terminada a concretagem e após a remoção das formas, todos os eletrodutos deverão, em toda a sua extensão, ser limpos, com o auxílio de ar comprimido e através da passagem de passador com diâmetro adequado, bem como secados, desobstruídos de detritos, se necessário, e imediatamente tamponados.

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Cada trecho de eletroduto de aço, entre caixas ou equipamentos, deverá ter continuidade elétrica. As faces cortadas dos eletrodutos deverão ser perpendiculares ao seu eixo, as extremidades escareadas, a fim de remover as rebarbas e os cantos vivos, e as roscas feitas com cossinetes adequados.

O corte de eletrodutos deverá ser realizado com máquina, não sendo permitido o uso de serra.

As roscas feitas na obra deverão ser cônicas (NPT) e atender as normas ANSI/ASME B.1.20.1.

Os eletrodutos de aço terminados em caixas metálicas, através de furo passante, deverão ser fixados à parede das mesmas com uma contraporca em cada lado e uma bucha na extremidade.

O CONTRATADO deverá manter as caixas fechadas com as respectivas tampas. As extremidades rosqueadas dos eletrodutos de aço deverão ser limpas e cobertas, antes da conexão, por um composto vedante aprovado, e constituído de material à base de grafite e zinco.

As emendas de eletrodutos deverão ser executadas exclusivamente com luvas roscadas, de modo que as extremidades dos mesmos se toquem no centro da luva. O comprimento das roscas expostas deverá ser aproximadamente igual em cada lado da luva. Não será permitido realizar a emenda de eletrodutos através de soldagem.

Durante o processo de concretagem, os eletrodutos deverão estar rigidamente escorados e fixados, para evitar movimentações que possam comprometer as posições e dimensões indicadas nos Desenhos de Projeto. Se necessário, deverão ser instalados, para este fim, suportes metálicos adequados.

Os eletrodutos para a travessia de juntas de contração deverão ser instalados perpendicularmente ao plano da junta e com as conexões de expansão conforme previstas nos Desenhos Executivos.

Os eletrodutos terminados sob painéis e quadros ou em bases de equipamentos, deverão ser fixados com gabarito e colocados de modo que sua extremidade resulte 100 mm acima da superfície do concreto, ou como indicado nos Desenhos Executivos. O fechamento das extremidades dos eletrodutos deverá ser feito com luvas e bujões.

Desde que atendam as condições definidas na norma NBR 5597, todas as curvas poderão ser executadas na obra, com o emprego da máquina dobradeira que não modifique o contorno da seção transversal do eletroduto, não reduza o seu diâmetro interno e nem danifique a galvanização. A citada curva deverá estar isenta de pregas, sulcos ou superfícies achatadas. Não será permitida a execução da curva utilizando aquecimento.

Nos lances horizontais, os eletrodutos terão a declividade necessária para evitar acúmulo de água proveniente da condensação ou infiltração.

O CONTRATADO deverá realizar os testes de aceitação dos eletrodutos embutidos,a fim de comprovar se a instalação dos mesmos foi realizada de acordo com as presentes Especificações.

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As caixas de ligações metálicas, embutidas no concreto, deverão ser firmemente fixadas às formas, para evitar eventuais deslocamentos, durante a concretagem. As caixas deverão estar fixadas com todos os eletrodutos e ligações de aterramento devidamente posicionados e ajustados, antes da concretagem. Todas as aberturas, através das quais possa vazar concreto, deverão ser obturadas cuidadosamente, de modo que as caixas resultem convenientemente protegidas contra possível vazamento de concreto.

Os furos nas caixas metálicas e os eventuais danos na galvanização dos eletrodutos, deverão ser limpos com escova de aço e retocados com tinta à base de zinco, aplicada de acordo com as instruções do fabricante.

O interior das caixas deverá estar limpo e isento de concreto, argamassa e materiais estranhos. Nas paredes, as bordas frontais das caixas não deverão projetar-se além da superfície acabada. Em pisos internos ou externos, as caixas deverão ficar com sua tampa no mesmo nível do piso acabado, salvo se indicado de outro modo nos Desenhos Executivos.

9.7 - Sistema de Aterramento

9.7.1 - Generalidades

O projeto das instalações elétricas da Usina prevê a execução de um sistema de aterramento composto por uma malha de condutores instalada sob a fundação da casa de força, uma malha sob a fundação da tomada d'água, além de redes ou sub-malhas e suas derivações embutidas nas estruturas de concreto da casa de força, tomada d'água, barragem e vertedouro, bem como as interligações entre as malhas dessas estruturas.

A execução dos serviços e os materiais aplicados deverão atender as presentes Especificações e demais instruções contidas nos Desenhos Executivos.

O CONTRATADO deverá fornecer e instalar as partes do sistema de aterramento, embutidas sob as fundações das estruturas e, também, as peças embutidas ou cobertas pelas estruturas de concreto ou colocadas dentro de valetas, incluindo: condutores, hastes, placas de conexão, soldas exotérmicas, soldas de latão e conexões aparafusadas, ferragens e outros acessórios, necessários para estabelecer um sistema de aterramento completo, conforme previsto nos Desenhos Executivos.

Todas as ferramentas necessárias à execução das instalações de aterramento, incluindo os equipamentos para lançamento de cabos, para perfuração de rocha e cravação de hastes de terra, bem como as ferramentas para soldas exotérmicas e de latão e os materiais de consumo, de limpeza e outros, serão fornecidos pelo CONTRATADO.

O CONTRATADO deverá executar, também, as canaletas e valetas para lançamento dos cabos da rede de aterramento, bem como o revestimento de concreto, conforme indicado nos Desenhos Executivos.

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9.7.2 - Materiais

Os condutores empregados no sistema de aterramento serão de cobre ou de aço cobreado, conforme apresentado nos Desenhos Executivos. A utilização simultânea do cobre e do aço cobreado poderá ser empregada, desde que devidamente autorizada.

Os condutores de cobre serão do tipo meio duro, encordoamento classe 2, nús, conforme as prescrições das normas NBR 5111 e NBR 6524, da ABNT. Onde se fizer necessário, serão empregados cabos de cobre isolados.

Os condutores de aço cobreado serão constituídos por fios de aço recozido, de alta resistência, revestidos por uma camada de cobre, resultando um condutor com maleabilidade semelhante ao do cobre e condutividade de 40% em relação ao cabo de cobre de mesma seção.

As hastes de aterramento serão constituídas por um núcleo de aço revestido por uma camada de cobre aplicada pelo processo de eletrodeposição, que garanta ligação permanente e definitiva entre os dois materiais.

Os moldes para soldas exotérmicas serão do tipo reforçado, fabricados em grafite nos modelos necessários para todas as bitolas de cabos e tipos de conexão, incluindo cabo a cabo, cabo a haste, cabo a superfície de aço, cabo a trilho, cabo a tubo, cabo a barra de aço (vergalhão), cabo a terminal ou barra.

Todas as ferramentas necessárias para a execução de soldas exotérmicas e os materiais de consumo, incluindo pó para solda, alicates para manuseio dos moldes, acendedor, malhos, escovas, luvas adaptadoras, massa de vedação etc, deverão ser fornecidos e utilizados pelo CONTRATADO, segundo as recomendações de instalação e utilização, especificadas pelo Projeto e pelos respectivos fabricantes.

Todos os materiais empregados nas instalações deverão ser da melhor qualidade comercial, de fabricação recente, sem uso prévio e isentos de defeitos e imperfeições.

Os materiais e acessórios, não citados nestas Especificações e aplicados nas instalações de aterramento, deverão ser apropriados aos fins a que se destinam.

9.7.3 - Instalação

Na execução do sistema de aterramento, atenção especial deverá ser dada às limitações técnicas impostas pelos materiais utilizados pelo CONTRATADO. Deverão ser observadas as características nominais dos materiais e as recomendações de instalação e utilização, especificadas pelo Projeto e pelos respectivos fabricantes.

O CONTRATADO efetuará os testes de aceitação das soldas e da continuidade elétrica dos condutores embutidos, a fim de verificar a qualidade e a conformidade da instalação, em relação às especificações dos Desenhos Executivos.

Os cabos deverão ser adequadamente protegidos contra danos físicos, durante o seu lançamento e antes da concretagem. As conexões entre condutores e com as peças metálicas embutidas deverão ser feitas exclusivamente com solda exotérmica. Os

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condutores deverão estar limpos de toda sujeira, graxa, umidade e oxidação, antes que as ligações sejam efetuadas.

As ligações soldadas com latão serão aceitas somente onde indicado nos Desenhos Executivos. As soldas exotérmicas deverão ser executadas por pessoal qualificado.

Não deverá ser efetuada nenhuma conexão elétrica intencional dos condutores de aterramento às armaduras estruturais do concreto, exceto onde explicitamente indicado nos Desenhos Executivos.

As estruturas e os invólucros dos equipamentos deverão ser ligados à malha de terra, em, pelo menos, dois pontos, através de derivações de cabos trazidas para fora do concreto, conforme indicado nos Desenhos Executivos. Os rabichos e as sobras de condutores deverão ser provisoriamente enrolados, amarrados e adequadamente protegidos.

As ligações de aterramento dos equipamentos, que possam ser removidos para manutenção, deverão ser feitas com conectores de aparafusar ou conforme indicado nos Desenhos Executivos.

O projeto do sistema de aterramento poderá requerer o uso de hastes de terra que, nesse caso, deverão ser instaladas em furos executados na rocha, conforme indicado nos Desenhos Executivos.

Nas subidas de condutores lançados abaixo do nível d'água, a fim de impedir a infiltração de água através dos mesmos, deverão ser executadas as vedações nos locais indicados nos Desenhos Executivos.

10 - INSTALAÇÕES, ACABAMENTOS ARQUITETÔNICOS E URBANIZAÇÃO

10.1 - Objeto

Esta Seção, juntamente com as informações gráficas dos Desenhos de Projeto, estabelecem as condições técnicas mínimas relativas aos materiais e serviços necessários à execução dos elementos arquitetônicos e instalações prediais hidrossanitárias e elétricas, referentes à construção da casa de força, edifício de controle, subestação, tomada d'água e vertedouro da Usina Hidrelétrica Campos Novos.

As condições estabelecidas nesta Seção estão baseadas no Projeto Básico da Usina, devendo ser complementadas por ocasião do Projeto Executivo.

Entende-se como Projeto Executivo os desenhos, especificações técnicas e instruções de serviço a serem fornecidos com o objetivo de definir como os serviços deverão ser executados, respeitando-se os conceitos de arquitetura e de engenharia, sejam eles de aspectos funcionais, estéticos, técnicos, econômicos etc.

10.2 - Condições Gerais

A mão-de-obra empregada nos serviços em questão deverá ser de primeira qualidade, sendo os acabamentos, tolerâncias e ajustes fielmente respeitados.

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Antes do emprego dos diversos materiais, o CONTRATADO deverá notificar à fiscalização amostras desses materiais, acompanhadas dos certificados de qualidade, catálogos e outras informações requeridas.

Os materiais empregados e a técnica de execução adotada deverão obedecer às normas da ABNT ou de outras entidades, quando indicadas nestas Especificações. Na falta de normas para casos específicos, o CONTRATADO, utilizará normas ou instruções dos fabricantes.

10.3 - Estruturas de Concreto Aparente

10.3.1 - Condições Gerais

Na execução de concreto aparente, será considerado que o mesmo deverá satisfazer não somente aos requisitos normalmente exigidos para os elementos de concreto armado, como, também, às condições inerentes de um material de acabamento.

Essas condições tornam essencial um rigoroso controle, com vistas a garantir a uniformidade de coloração, homogeneidade de textura, regularidade das superfícies e resistência ao pó e às intempéries em geral.

Os sub-itens ET-10.03.02 a ET-10.03.06, a seguir, referem-se ao acabamento das estruturas de concreto aparente do edifício de controle. Quanto à casa de força, vertedouro e tomada d'água, deverá ser considerado o disposto nas Seções ET-06 - "Concreto" e ET-07 - "Armaduras, Barras de Ancoragem, Tirantes e Telas de Aço Soldadas".

10.3.2 - Formas e Escoramento

As formas e escoramentos deverão apresentar resistência suficiente para não se deformarem, sensivelmente, sob a ação de cargas e de variações de temperatura e umidade.

É vedado o emprego de óleo queimado como agente protetor, bem como de outros produtos que, posteriormente, venham a prejudicar a uniformidade de coloração do concreto aparente.

A imprecisão na colocação das formas será de, no máximo, 5 mm.

A posição das formas (prumo e nível) será objeto de verificação permanente, especialmente, durante o processo de lançamento do concreto.

Para garantir a estanqueidade das formas, suas juntas deverão possuir mata-juntas.

Para as paredes armadas, a ligação das formas internas e externas será efetuada por meio de tubos separadores de PVC e tensores metálicos, atravessando a espessura do concreto.

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10.3.3 - Armaduras

Os requisitos para as armaduras deverão obedecer, integralmente, ao item 7.2 da Seção 7 - "Armaduras, Barras de Ancoragem, Tirantes e Telas de Aço Soldadas".

10.3.4 - Concreto

Além das características de dosagem e resistência, o concreto aparente estará sujeito a um rigoroso controle, no sentido de se obter material de qualidade invariável, devendo ser observadas todas as demais prescrições constantes na Seção ET-06 - "Concreto".

A fim de se evitar quaisquer variações de coloração e textura, serão empregados materiais de qualidade rigorosamente uniforme.

Todo o cimento empregado será, obrigatoriamente, de uma única marca.

Os agregados terão, igualmente, coloração uniforme, de uma única procedência, e serão fornecidos de uma só vez, sendo indispensável a lavagem completa dos mesmos.

Na hipótese de fluir aguada do cimento, através de eventual abertura de junta das formas, e essa aguada vir a se depositar sobre as superfícies já concretadas, a remoção terá que ser imediata, devendo o CONTRATADO proceder o lançamento de água sob pressão. Caso contrário, o endurecimento dessa aguada acarretará diferenças de tonalidades.

As juntas de trabalho, decorrentes das interrupções de lançamento, deverão coincidir com as juntas falsas da fachada, a serem detalhadas no Projeto Executivo.

10.3.5 - Limpeza e Retificação

Para efetuar a limpeza, em geral, será suficiente uma lavagem com água. As manchas de lápis serão removidas com uma solução de 8% de ácido oxálico; as manchas de tinta, com uma solução de 10% de ácido fosfórico; e as manchas de óxido, com uma solução constituída por uma parte de nitrato de sódio e seis partes de água.

As pequenas cavidades, falhas ou trincas que, porventura, resultarem nas superfícies, serão preenchidas com argamassa de cimento e areia, no traço que lhe confira estanqueidade e resistência, bem como coloração semelhante à do concreto circundante.

Todas as rebarbas, saliências ou outras irregularidades apresentadas pelo concreto aparente, deverão ser eliminadas pelo CONTRATADO.

10.3.6 - Polimento

A limpeza e a eliminação das rebarbas serão efetuadas por meio de lixadeira circular.

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Em seguida, será aplicada a argamassa de cimento e areia, com coloração semelhante ao concreto, para o fechamento de pequenas cavidades e poros.

A última etapa do processo compreenderá a uniformização da superfície, também, através da utilização de lixadeira circular. A lixa, a ser empregada nessa fase, será mais fina do que a anterior.

10.4 - Alvenaria

10.4.1 - Condições Gerais

De modo geral, os trabalhos de alvenaria deverão ser executados somente após a conclusão dos serviços de concretagem.

Os furos para a passagem de tubos ou outras peças deverão ser fechados com alvenaria de segundo estágio, após a instalação dos tubos e peças.

As espessuras indicadas referem-se às paredes depois de revestidas. Será aceitável uma variação máxima de 0,5 cm com relação à espessura projetada.

10.4.2 - Material

a) Cerâmica

Os tijolos maciços e furados deverão ser de barro cozido, isentos de pedras e outros materiais que prejudiquem sua resistência estrutural.

Os tijolos serão empregados em paredes divisórias não estruturais e deverão ser bem cozidos, leves, duros e sonoros, não vitrificados e apresentar granulação fina e uniforme.

Os tijolos serão fornecidos com as seguintes dimensões:

· Maciços: 5,5 cm x 11,0 cm x 22,0 cm

· Furados: (6 furos) - 10,0 cm x 15,0 cm x 20,0 cm(8 furos) - 10,0 cm x 20,0 cm x 20,0 cm(21 furos) - 5,5 cm x 11,0 cm x 22,0 cm

b) Argamassa de Assentamento

A argamassa de assentamento será constituída de uma mistura de cimento e areia, com adição de cal hidratada, a fim de melhorar a trabalhabilidade e evitar fissuras durante a pega.

A argamassa deverá conter cimento, cal hidratada e areia média, com o traço de 1:2:7, em volume.

10.4.3 - Execução dos Serviços

a) Preparo da Argamassa

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O cimento, cal hidratada e a areia serão misturados ainda secos e mecanicamente, na proporção indicada acima.

A mistura deverá ser feita até atingir uma cor uniforme. A água deverá ser adicionada imediatamente antes de sua utilização e a argamassa será preparada em pequenas quantidades que poderão ser usadas até uma hora e meia depois de adicionada a água.

b) Preparo dos Tijolos

Todos os tijolos deverão ser molhados até a saturação, mediante a imersão em água limpa. Não será permitido molhar os tijolos com borrifos de água.

Os tijolos deverão ser retirados do banho, deixando escorrer o excesso de água, antes de sua utilização.

c) Colocação

Os tijolos deverão ser colocados em fiadas horizontais, com as juntas verticais alternadas. As juntas, tanto verticais, como horizontais, não deverão ser maiores do que 15 mm, nem inferiores a 5 mm. Após a colocação de cada tijolo, o excesso de argamassa será removido de todas as superfícies expostas.

É vetada a colocação de tijolos com os furos no sentido da espessura das paredes.

As superfícies de concreto, sobre as quais deverão ser construídas as alvenarias, serão cuidadosamente limpas, molhadas com água e chapiscadas com argamassa de cimento e areia, no traço 1:3.

Exceto se indicado de outra forma, a construção das alvenarias deverá ser interrompida a aproximadamente 15 cm abaixo da estrutura superior. Os 15 cm restantes serão executados após oito dias, no mínimo, usando-se, para esse fechamento, tijolos maciços fortemente cunhados.

As paredes com mais de três metros de altura não deverão ser construídas sem um cintamento de concreto armado, com 20 cm de altura, conforme indicado nos Desenhos Executivos.

Para a fixação de esquadrias de madeira serão empregados tacos de madeira embutidos na espessura da alvenaria e espaçados a cada 80 cm, no máximo. Os tacos, antes de chumbados, serão imersos em creosoto quente. O creosoto deverá estar à temperatura de 95°C e o tempo de imersão será de 90 minutos.

Os vãos de portas e janelas, cujas travessas superiores não estiverem faceando as lajes dos tetos, terão vergas em concreto armado, com comprimento tal que excedam 20 cm, no mínimo, para cada lado do vão.

As alvenarias, destinadas a receber chumbadores de serralheria, serão executadas, obrigatoriamente, com tijolos maciços.

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10.5 - Acabamento de Pisos

10.5.1 - Condições Gerais

Os acabamentos de pisos serão executados após a conclusão dos contrapisos e do revestimento de paredes, tetos e vedação das esquadrias externas.

Onde indicado nos Desenhos de Projeto, deverá ser feito um enchimento do piso com fragmentos, tais como cacos de tijolos, fragmentos de concreto, cascalho, escórias diversas, concreto celular, conforme espessuras indicadas nos Desenhos de Projeto, formando, quando houver, canaletas para passagem de tubulações ou cabos.

Os materiais destinados a enchimentos deverão levar em conta as seguintes propriedades:

· resistência a compressão mínima de 90 kgf/cm²;

· indeformabilidade;

· inércia química;

· incombustibilidade;

· imputrescibilidade e imunidade a seres vivos.

As pavimentações de áreas destinadas à lavagem, ou expostas a chuvas, terão caimento necessário para possibilitar o perfeito e rápido escoamento da água para os ralos. A declividade não será inferior a 0,5%.

A argamassa para assentamento de ladrilhos cerâmicos não conterá cal, pois a umidade do solo poderá acarretar, nessa hipótese, o aparecimento de manchas na superfície das peças.

Deverá ser observado o prazo mínimo de dois dias para o trânsito sobre os pisos recém-acabados.

10.5.2 - Contrapiso

O contrapiso de regularização deverá ser aplicado nas escadas, pisos, canaletas e outras áreas, conforme Projeto Executivo e servirá de base para o acabamento final.

a) Materiais

Argamassa de cimento e areia grossa, no traço 1:3, em volume e com espessura variável conforme o Projeto Executivo, será lançada sobre a laje ou sobre as depressões, quando existirem, criando condições de apoio para posterior execução do acabamento.

b) Serviços

Antes do início da execução do contrapiso, as superfícies da base deverão ser apicoadas para deixar à mostra o agregado e garantir boa aderência. Em seguida, a superfície deverá ser lavada com jato de água abundante até ficar isenta de qualquer impureza e resultar completamente saturada.

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O contrapiso deverá ser espalhado, adensado e sarrafeado, executando-se o nivelamento, para aferição da espessura e observância dos caimentos indicados.

As instalações, contidas na espessura do enchimento e/ou do contrapiso, deverão ser totalmente executadas e testadas. Os pontos de conexão e ligação das redes deverão ser protegidos por tampões ou plugs, a fim de impedir obstruções.

Quando existirem juntas de dilatação no projeto estrutural, estas deverão permanecer no contrapiso.

10.5.3 - Cimento Desempenado

a) Materiais

Argamassa de cimento e areia média, no traço 1:3, em volume, e com espessura indicada no Projeto Executivo.

Serão usadas juntas de perfis de plástico de 27 mm x 3 mm para enquadramento do piso, obedecendo à geometria, detalhes e arremates constantes no Projeto Executivo.

b) Serviços

Sobre o contrapiso pronto, limpo e seco, deverá ser efetuada a demarcação da geometria das juntas.

O assentamento das juntas será efetuado mediante a aplicação sucessiva de chapisco e cordão de argamassa de cimento e areia, no traço 1:3.

Em seguida, deverá ser lançada a argamassa para acabamento de cimento e areia média, devidamente sarrafeada, nivelada e alisada com desempenadeira de madeira.

A cura do cimento deverá ser garantida pela conservação da superfície do piso permanentemente molhada durante sete dias.

10.5.4 - Cimento Liso

Este tipo de acabamento deverá obedecer às especificações do sub-item 10.5.3, exceto quanto ao acabamento final da superfície que será realizado com desempenadeira de aço, quando todas as cavidades e irregularidades estiverem eliminadas, obtendo-se, assim, uma superfície dura e lisa.

Em hipótese alguma, será aplicado cimento seco ou uma mistura seca de cimento e areia fina diretamente sobre a superfície, com o objetivo de absorver a água de exsudação.

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10.5.5 - Argamassa de Alta Resistência

a) Materiais

Relativamente ao projeto do edifício de controle, está prevista a aplicação de argamassa de alta resistência, com solicitação para serviços do tipo “leve”, com 8 mm de espessura, sobre o contrapiso (sub-item 10.5.2) de, no mínimo, 22 mm de espessura, com juntas de PVC de 27 mm x 3 mm. Na casa de força será utilizado este mesmo acabamento de piso, porém, com espessura de 15 mm, para solicitação do tipo “pesado”, colocada sobre um contrapiso de, no mínimo, 30 mm de espessura, com juntas metálicas de 34 mm x 4 mm e com pequenos orifícios espaçados a cada 20 cm e situados ao longo do eixo central.

A argamassa de alta resistência deverá ser constituída de uma mistura de cimento e granulados de alta dureza, à base de sílica, agregado metálico e agregados minerais. O traço do cimento e mistura de agregados minerais deverá estar de acordo com as recomendações do fabricante e a cor do acabamento deverá ser estabelecida no Projeto Executivo.

O agregado para a superfície antiderrapante deverá ter, pelo menos, 50% de óxido de alumínio e carboneto de silício, unidos ceramicamente para formar um metal homogêneo e suficientemente poroso, propiciando boa ligação com o cimento.

O agregado deverá ser resistente à umidade e aos produtos de limpeza e será bem graduado, desde as partículas retidas da peneira 50 até as partículas retidas na peneira 80; sua dureza abrasiva não deverá ser menor do que 40, conforme determinado no ensaio para resistência à abrasão, descrito no “Report BMS 98”, do National Bureau of Standards.

b) Serviços

As superfícies de base deverão ser preparadas como descrito no sub-item 10.5.2, com vistas ao acabamento final, realizando-se as seguintes atividades:

· com o auxílio de um teodolito ou nível, determina-se o nível da superfície acabada da pavimentação;

· obtido esse nível, dispõe-se sempre da altura requerida em toda a área, para assentar as juntas;

· no alinhamento das juntas, estica-se uma linha, de preferência fio de náilon, molhando-se, em todo o seu comprimento, uma faixa com 10 cm de largura.

A faixa acima referida receberá um chapisco constituído de argamassa de cimento e areia, no traço 1:3.

Em seguida, aplica-se, ao longo da faixa chapiscada, uma faixa com 20 cm de largura, de argamassa de cimento e areia, com traço 1:3, para assentamento da junta.

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Nessa faixa de argamassa, ainda mole, introduz-se a junta, obedecendo-se, rigorosamente, o nível da superfície acabada.

Quando a faixa de argamassa estiver quase endurecida, reduz-se a sua largura para cerca de 10 cm, ou seja, o suficiente para manter a junta na posição desejada.

A execução imediata do apoio da junta, com pouca argamassa, não é recomendável, pois a argamassa mole, em pequena quantidade, não apresenta consistência suficiente, para manter a junta na posição desejada. Além do mais, com volume reduzido, a argamassa não teria resistência suficiente para suportar a vibração que a junta recebe, por ocasião do lançamento da pavimentação.

Para garantir a ancoragem das juntas metálicas, é recomendada a colocação de pregos ou pedaços de arame através de seus orifícios, antes do lançamento do contrapiso.

Após a remoção das sobras e incrustações, oriundas do assentamento das juntas e decorrido o período de cura das juntas, será realizada a lavagem da laje com jato de água, seguida por uma limpeza com vassoura de piaçaba.

Em seguida, sobre a superfície úmida, será aplicado o chapisco com argamassa de cimento e areia, no traço 1:3.

Com o chapisco ainda fresco, efetua-se o lançamento do contrapiso, executando-se o adensamento da argamassa, com o auxílio de uma pequena régua vibradora.

Imediatamente após o lançamento, o contrapiso receberá um chanfro nas vizinhanças da junta, de modo que a camada de argamassa de alta resistência resulte reforçada nas bordas dos painéis.

Sobre o chapisco ainda não endurecido, será lançada a camada de argamassa de alta resistência, procedendo-se o necessário adensamento, com o emprego de régua vibradora.

Adensada a argamassa de alta resistência, proceder-se-á o seu sarrafeamento com o emprego de uma régua metálica.

Após o sarrafeamento e já com a argamassa de alta resistência ligeiramente endurecida, será efetuado o acabamento da superfície.

c) Acabamento

O acabamento do piso poderá ser classificado conforme o tipo de superfície indicado a seguir:

· superfície polida - o acabamento será obtido com o emprego de politrizes, onde deverão ser utilizados sucessivamente esmeris “Grana 36, 80 e 120”, até a eliminação total das irregularidades superfíciais;

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· superfície semi polida - essa textura será dada ao piso de alta resistência, através da remoção da nata de cimento que se apresente em sua superfície após a cura. Deverá ser utilizado para esse processo esmeril “Grana 36”;

· superfície com carborundum desempenada - o acabamento antiderrapante deverá ser obtido espalhando-se uniformemente, não menos que 9 kg de agregado abrasivo para cada metro quadrado de superfície acabada, após a mesma ter sido sarrafeada e desempenada mas, antes de ser alisada com desempenadeira de aço.

O agregado abrasivo deverá ser acomodado com desempenadeira de aço, até resultar um acabamento liso e uniforme. Onde o agregado ficar com nata de cimento, durante o alisamento, a superfície deverá ser escovada com escova de aço após sete dias, sendo em seguida esmerilhada ou levemente jateada com areia para descobrir os agregados abrasivos.

Além do especificado acima, deverão ser consideradas as recomendações de execução da NBR 12260 pertinentes ao assunto.

10.5.6 - Carpete

a) Materiais

O carpete deverá ser 100% sintético em fibras de náilon ou polipropileno, com 6 mm de espessura.

Deverá apresentar alta resistência ao desgaste, durabilidade de cor e ser incombustível.

b) Serviços

Sobre a laje de concreto deverá ser executado o contrapiso (sub-item 10.5.2), com espessura tal que seu nível resulte 2 mm abaixo do nível de piso acabado, indicado no Projeto Executivo.

O contrapiso receberá acabamento com desempenadeira de feltro, de modo a se obter uma superfície perfeitamente plana. Não será admitida a queima do cimento.

Estando o contrapiso perfeitamente limpo e seco, serão aplicadas as mantas de carpete agulhado de, no mínimo, 2,0 m de largura, mediante o uso de cola especial, recomendada pelo fabricante.

Deverão ser tomados cuidados especiais, por ocasião da colagem junto às bordas, a fim de evitar o possível desprendimento do material e a ocorrência de não recobrimento.

10.5.7 - Piso Elevado Removível

a) Condições Gerais

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Trata-se de um sistema de piso facilmente removível, composto de placas metálicas apoiadas em uma malha de longarinas suportadas por pendentes de altura regulável, para perfeito nivelamento, com resistência a cargas de 1.200 kg/m².

A altura da estrutura de concreto até o piso elevado acabado deverá ser estabelecida de acordo com os detalhes a serem desenvolvidos por ocasião do Projeto Executivo.

O sistema deverá permitir a desmontagem parcial, sem interferência, com painéis adjacentes ou quaisquer outros elementos do piso e deverá possibilitar a colocação ou retirada de cabos ou condutos elétricos.

Deverão ser executados todos os serviços necessários na superfície da laje de concreto estrutural, para que a mesma possa receber os suportes e para se conseguir um nivelamento preciso no piso elevado.

b) Materiais

O piso elevado deverá ser composto por placas e estruturas de aço.

O fornecimento compreenderá todos os materiais e acessórios necessários à montagem do piso na obra.

Os dispositivos de sucção, para a manipulação das placas, serão fornecidos pelo CONTRATADO, juntamente com o piso elevado.

Onde indicado nos Desenhos, o sistema deverá incluir a instalação de módulos com tomadas de força, luz, telefone e outras peças especiais, caso requeridas.

As partes metálicas do sistema deverão possuir perfeita continuidade, a fim de permitir total capacidade de aterramento elétrico, e o piso acabado não poderá apresentar superfícies metálicas expostas.

Serão fornecidos pedestais com dispositivos especiais para aterramento, na proporção de duas unidades para cada 25 m² de área de piso.

Os pedestais deverão ser fixados à laje, conforme recomendação do fabricante.

O revestimento superior será em laminado fenólico melamínico, fixado com adesivo.

c) Serviços

Após a fixação adequada dos pedestais, cada placa deverá ser nivelada em relação às adjacentes e aos pisos acabados, e suas bordas deverão formar um quadriculado perfeitamente alinhado.

A altura das hastes dos pedestais deverá estar compatível com os níveis da laje da estrutura e níveis do piso acabado.

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10.5.8 - Piso Cerâmico

a) Materiais

Os ladrilhos cerâmicos serão do tipo industrial, esmaltado ou não, de alta resistência, anticorrosivo ou antiácido, conforme especificado no Projeto Executivo.

Serão bem cozidos, de massa homogênea e perfeitamente planos, sendo fornecidos nas cores e tonalidades estabelecidas pelo Projeto Executivo.

A uniformidade de coloração dos ladrilhos destinados ao mesmo local, será objeto de cuidadosa verificação, sob condições de iluminação adequada, devendo ser recusadas todas as peças que apresentarem a mais leve diferença de tonalidade.

Os ladrilhos cerâmicos terão resistência à abrasão, impacto, flexão e ataque químico, segundo as disposições constantes nas normas NBR 09455, NBR 06481, NBR 09454, NBR 09451 e NBR 09446, de acordo com as características de solicitações dos ambientes onde serão colocados.

b) Serviços

Após a cura do contrapiso, conforme descrito no sub-item 10.5.2, será dado início aos trabalhos de acabamento cerâmico.

O assentamento dos ladrilhos será com mescla de alta adesividade, constituída por uma mistura de cimento Portland, areia selecionada e graduada, além de uma série de aditivos.

No momento de seu emprego, a mescla de alta adesividade será misturada com água, na proporção de sete partes de mescla por duas de água.

A mescla poderá ser usada até duas horas após o seu preparo, sendo vetada a adição de água e de outros ingredientes.

Para espalhamento da mescla, será utilizada a desempenadeira com um lado liso e outro dentado, sendo os dentes de 3 mm a 4 mm de altura.

Não será permitida a colocação de ladrilhos justapostos, ou seja, com junta seca.

Terminada a pega da argamassa de regularização, será verificada a perfeita colocação dos ladrilhos, substituindo-se aqueles que denotarem pouca segurança.

O rejuntamento será executado com pasta de cimento e a operação será iniciada após três dias, no mínimo, da colocação dos ladrilhos.

Antes do completo endurecimento da pasta de rejuntamento, será procedida a cuidadosa limpeza da pavimentação com serragem de madeira, a qual, depois de friccionada contra a superfície, será espalhada sobre a mesma, para fins de proteção e cura.

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Para a aceitação final, o piso deverá ser novamente limpo e as peças defeituosas ou danificadas pelo tráfego serão substituídas.

10.6 - Acabamento de Paredes

10.6.1 - Condições Gerais

Os serviços de revestimento de paredes somente deverão ser iniciados após a conclusão das instalações hidráulicas embutidas, instalações de eletrodutos, chumbamento de contramarcos das esquadrias e de todas as demais peças embutidas.

Antes de ser iniciado qualquer serviço de revestimento, deverão ser testadas todas as instalações hidráulicas.

As superfícies a serem revestidas deverão ser limpas e molhadas, antes de receber qualquer revestimento.

A limpeza deverá eliminar gorduras, vestígios orgânicos e outras impurezas que possam acarretar futuros desprendimentos.

As argamassas deverão ser preparadas mecanicamente a seco, até ser obtida uma coloração uniforme e, somente depois de completada a mistura será adicionada água em quantidade necessária, visando a obtenção de uma argamassa de consistência pastosa e firme.

10.6.2 - Chapisco

a) Materiais

O chapisco consiste na aplicação de uma camada irregular e descontínua de argamassa forte, com a finalidade de se obter maior aderência para os posteriores revestimentos.

O chapisco deverá ser executado com argamassa de cimento e areia grossa, no traço 1:3, com espessura total variável entre 3 mm e 5 mm. O cimento será do tipo Portland comum e a areia grossa deverá ser lavada e peneirada, limpa, isenta de argila, sais e substâncias orgânicas ou terrosas.

b) Serviços

As superfícies a serem chapiscadas deverão estar perfeitamente limpas e molhadas.

Deverá ser preparada a quantidade de argamassa a ser utilizada, de forma a evitar o início do endurecimento antes de seu emprego. Caso isso ocorra, toda a argamassa deverá ser inutilizada, não sendo permitido qualquer reaproveitamento.

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A execução poderá ser mecânica ou manual e terá, como objetivo, o lançamento com força suficiente contra a superfície, a fim de se obter uma boa aderência.

Quando a superfície a ser chapiscada for muito lisa, para melhorar a aderência, deverá ser adicionado à água aditivo à base de cola.

10.6.3 - Emboço

a) Materiais

O emboço, também denominado massa grossa, constitui-se na primeira camada de revestimento a ser aplicada sobre superfícies chapiscadas. Esse revestimento, em alguns casos, representa a camada final ou, ainda, poderá servir de base para outro revestimento.

O emboço de superfícies internas e externas será executado com argamassa de cimento Portland comum, cal hidratada e areia média, no traço 1:1:6. Qualquer alteração na proporção dos componentes deverá ser submetida à aprovação.

O emboço, sobre o qual, será aplicado o laminado melamínico, deverá apresentar-se bem desempenado, sem saliências ou reentrâncias, utilizando-se argamassa de cimento e areia média, no traço 1:3.

b) Serviços

Os emboços somente poderão ser iniciados após a completa pega da argamassa de alvenarias e chapiscos.

Antes da aplicação do emboço, a superfície será abundantemente molhada.

Os emboços serão fortemente comprimidos contra a superfície e sua espessura final não ultrapassará a 20 mm.

10.6.4 - Reboco

a) Materiais

O reboco, sobre a alvenaria ou superfícies de concreto, previamente chapiscadas e emboçadas, também conhecido como massa fina, representa a segunda camada de argamassa, que será aplicada sobre as superfícies e terá como complemento final a pintura.

A argamassa do reboco será executada com cimento, cal hidratada e areia fina, nos traços 1:1:5 e 1:1:6, para revestimentos externos e internos, respectivamente.

b) Serviços

A mistura dos materiais será feita a seco, até ser obtida uma coloração uniforme. Após completada a mistura, será adicionada água em quantidade

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estritamente necessária e suficiente, para se obter a argamassa desejada, de consistência pastosa e firme.

O reboco será aplicado com o auxílio de desempenadeira e o revestimento final deverá apresentar-se perfeitamente desempenado, prumado, alinhado e nivelado. Não serão permitidas ondulações, depressões ou saliências superiores a 1 mm, ao longo de alinhamentos retos com 3,0 m de extensão.

Não serão permitidas emendas, devendo, portanto, a programação dos trabalhos ser efetuada, considerando o término de painéis inteiros no mesmo dia em que forem iniciados.

Os rebocos não deverão ter espessura superior a 5 mm, para que as duas camadas de revestimento (emboço e reboco) não ultrapassem a 25 mm de espessura.

10.6.5 - Azulejo

a) Materiais

Serão utilizados azulejos de primeira qualidade, com cantos retos, nas cores e dimensões indicadas no Projeto Executivo.

A fixação dos azulejos será feita utilizando-se argamassa de alta adesividade, constituída por uma mistura de cimento Portland, areia selecionada e graduada e uma série de aditivos.

b) Serviços

O chapisco e o emboço deverão ser aplicados nas paredes, de acordo com as especificações dos sub-itens ET-10.06.02 e ET-10.06.03.

A superfície do emboço deverá apresentar-se áspera, em razão do emprego de desempenadeira de madeira, a fim de facilitar a aderência da argamassa de assentamento dos azulejos.

A colocação dos azulejos será iniciada após dez dias contados do término da execução do emboço.

O assentamento será procedido a seco, com argamassa de alta adesividade, dispensando a operação de molhar as superfícies do emboço e dos azulejos.

Para preparar a mistura, será adicionada água à argamassa de alta adesividade até se obter uma consistência pastosa, ou seja, uma parte de água para três a quatro partes de argamassa. Em seguida, a argamassa, assim preparada, ficará "descansando" por um período de 15 minutos, após o que será executado um novo amassamento.

A argamassa será estendida com o lado liso de uma desempenadeira de aço, numa camada uniforme de 3 mm a 4 mm de espessura.

Com o lado dentado da mesma desempenadeira de aço, formam-se cordões que possibilitarão o nivelamento dos azulejos ou ladrilhos. Com os cordões

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ainda frescos, efetua-se o assentamento batendo-se um a um, como no processo tradicional. A espessura final da camada entre os azulejos ou ladrilhos e o emboço será de 1 mm a 2 mm.

As juntas serão corridas e rigorosamente a nível e prumo, com espessura de 2 mm.

Decorridas 72 horas do assentamento, será iniciada a operação de rejuntamento, efetuada com pasta de cimento branco e alvaiade, no traço volumétrico de 2:1.

Quando necessário, os cortes e os furos dos azulejos ou ladrilhos, deverão ser efetuados com equipamento próprio para essa finalidade, não sendo admitindo o emprego de processo manual.

10.6.6 - Laminado Fenólico Melamínico

a) Materiais

As chapas de laminado melamínico, para revestimento de paredes, terão acabamento texturizado e serão fornecidas nas cores e dimensões especificadas no Projeto Executivo.

b) Serviços

O emboço sobre o qual serão coladas as placas será constituído por argamassa de cimento e areia, no traço 1:3, e terá acabamento liso, desempenado, sem saliências ou reentrâncias e isento de manchas, poeiras, graxa, óleo ou quaisquer outras porventura existentes, no momento de sua aplicação.

O revestimento acima referido receberá uma pintura preliminar do aditivo recomendado pelo fabricante, aplicado a pistola ou com espátula dentada.

Após um período de nove a doze horas, contadas a partir da aplicação da pintura preliminar, proceder-se-á a colagem das chapas, conforme segue:

· limpeza completa da face secundária da chapa com solvente apropriado, e posterior aplicação sobre a mesma, com espátula, de uma camada lisa, uniforme e de espessura adequada de adesivo;

· decorrido o tempo de secagem recomendado pelo fabricante da cola, a chapa será cuidadosamente colocada sobre a superfície de argamassa, perfeitamente a prumo;

· partindo-se do centro para a extremidade das placas, será então, aplicada uma pressão instantânea, com rolete manual, sobre toda a área da placa, de modo a expulsar todo o ar existente entre ela e a superfície da argamassa. Nas bordas ou onde julgado necessário, a operação deverá ser completada com o emprego de martelo de borracha;

· a primeira placa deverá ser perfeitamente colocada, a fim de servir de guia para o correto alinhamento das placas subseqüentes.

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As chapas terão juntas de dilatação, tanto no sentido horizontal, como vertical, de aproximadamente, 0,3 mm, obtidas com o emprego de pregos de aço

no 17x33, distribuídos ao longo das bordas das chapas espaçadas a cada 30 cm.

10.6.7 - Granilha

a) Materiais

Revestimento composto de granilados (mármores, granitos naturais, calcáreos, arenitos, quartzos etc), moídos em tamanhos uniformes, e ligante, pré-misturados mecanicamente, de modo a garantir uma perfeita aderência à parede e regularidade facial.

Deverão ser observadas a granulometria e as cores definidas no Projeto Executivo.

b) Serviços

A granilha será aplicada sobre o emboço prumado e com cantos vivos, de acordo com as especificações dos sub-itens ET-10.05.02 e ET-10.05.03.

A superfície do emboço deverá apresentar-se áspera, através do emprego de desempenadeira de madeira, a fim de facilitar a aderência do revestimento.

O trabalho será realizado, no sentido de cima para baixo, pois, uma vez descido o balancim ou os andaimes, a parte já concluída não poderá sofrer qualquer ação que possa manchá-la, raspá-la ou danificá-la de qualquer forma.

Para evitar tensões no material, provenientes das variações térmicas, serão executadas juntas de dilatação, verticais e horizontais, de acordo com os Desenhos.

10.7 - Tetos Rebocados

10.7.1 - Materiais

A espessura total do revestimento dos tetos não deverá ultrapassar a 25 mm. Tal revestimento será constituído por três camadas com as respectivas composições em volume, como segue:

MATERIAL(espessura)

CHAPISCO(3mm a 5mm)

EMBOÇO(15mm a 18mm)

REBOCO(3mm a 5mm)

Cimento 1 1 1

Cal Hidratada - 1 1

Areia Grossa 3 - -

Areia Média - 6 -

Areia Fina - - 6

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10.7.2 - Serviços

As superfícies a serem revestidas deverão estar limpas, livres de pó e graxas, manchas de óleo, betume e outros materiais prejudiciais.

Os materiais para cada camada deverão ser misturados a seco, até a obtenção de uma mistura homogênea.

A água, na quantidade mínima necessária, deverá ser adicionada pouco antes da utilização da argamassa, que deverá ser utilizada no prazo máximo de uma hora após a adição da água de amassamento. As argamassas que já tiverem iniciado a pega, ou ultrapassado o tempo de uma hora, não poderão ser utilizadas.

A laje deverá ser molhada com esguicho de água antes da aplicação do chapisco. A superfície, assim tratada, deverá ser deixada em repouso durante, pelo menos, 24 horas antes da aplicação do emboço. Além disso, serão colocadas mestras-guias no teto.

A superfície do emboço resultará áspera e não deverá apresentar irregularidades.

Se for considerado necessário, a superfície do emboço será riscada antes de endurecer a fim de assegurar uma melhor aderência ao reboco.

Deverão ser tomadas todas as precauções a fim de prevenir a secagem excessivamente rápida do emboço. Após o término da aplicação, o emboço deverá ser mantido úmido, durante cerca de 24 horas.

A camada final do reboco deverá ser executada da mesma maneira que o emboço, reservando-se especial atenção, a fim de evitar a secagem muito rápida, que poderá causar fissuras na superfície acabada.

10.8 - Esquadrias

10.8.1 - Condições Gerais

Conforme indicado no Projeto Executivo, deverão ser previstas esquadrias confeccionadas em alumínio, aço ou madeira.

Todo o material empregado será de primeira qualidade, sem defeitos de fabricação, e deverá satisfazer rigorosamente às normas, especificações e métodos de execução recomendados pela ABNT.

O CONTRATADO será responsável pelo fornecimento das esquadrias, compreendendo os materiais e componentes necessários ao seu perfeito funcionamento, inclusive ferragens, pintura ou revestimentos, bem como pela sua total instalação.

A colocação das esquadrias está intimamente relacionada com os alinhamentos de pisos, peitoris, forros, revestimentos de alvenaria, nivelamento de forros falsos etc.

Deverão ser tomados todos os cuidados necessários para a adequada colocação, de modo a garantir o perfeito funcionamento das esquadrias, sem causar empenamento,

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torções, flambagens, e evitar os efeitos de esforços não previstos. As folgas verticais e horizontais deverão ser mínimas e uniformes, em todas as esquadrias.

10.8.2 - Esquadrias de Madeira

a) Materiais

Todos os materiais componentes deverão ser de primeira qualidade e de comprovada procedência.

Toda a madeira deverá ser seca e isenta de defeitos que comprometam sua utilização, tais como rachaduras, nós, escoriações, falhas e empenamentos.

Na execução das esquadrias de madeira, somente será permitido o emprego de material novo, limpo, perfeitamente desempenado e sem nenhum defeito de fabricação. A madeira será de primeira qualidade, podendo ser utilizado o cedro, a peroba, a imbuia ou outra madeira a ser previamente aprovada. Não será admitida a utilização de pinus.

O acabamento das esquadrias será obtido através de pintura à base de esmalte sintético ou laminado melamínico, conforme indicado no Projeto Executivo.

Os marcos das portas serão executados em imbuia escura encerada.

As pranchas de madeira destinadas às portas, serão compostas dos seguintes materiais:

· “requadro” de madeira maciça de preferência cedro ou imbuia, limpa, seca, sã, na cor natural, corretamente serrada e aparelhada com arestas perfeitamente demarcadas;

· “miolo” de vermiculita e aglutinantes minerais;

· “recobrimento” com chapas de madeira compensada de cedro ou imbuia;

· “revestimento” com laminado melamínico de alta dureza e acabamento texturizado fosco, salvo indicação em contrário no Projeto Executivo.

b) Serviços

As esquadrias de madeira obedecerão rigorosamente às informações constantes nos Desenhos Executivos. No caso de portas, estas deverão ser fornecidas com excessos necessários para os ajustes no local. Não será permitido efetuar emendas para cobrir eventuais falhas.

As superfícies deverão ser perfeitamente acabadas, lisas e isentas de furos de qualquer natureza, manchas, empenamentos, torções etc.

Os rebaixos, encaixes e outros entalhes efetuados nas esquadrias, para a fixação de ferragens, deverão ser corretos e sem rebarbas, correspondendo, exatamente às dimensões das ferragens.

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Os marcos das portas serão fabricados com comprimento em excesso, a fim de facilitar a realização dos ajustes necessários, por ocasião de sua colocação.

Não serão permitidos rebaixos de marcos, com formão ou aplainamento do laminado das portas para compensar eventuais empenamentos.

A colocação dos marcos das portas deverá garantir que estas, posteriormente, fiquem alinhadas, niveladas e aprumadas, de acordo com o revestimento das paredes e pisos. Os marcos serão fixados aos tacos embutidos na alvenaria, através de parafusos, sendo o espaço entre a alvenaria e os marcos rejuntado com um filete contínuo de silicone incolor.

As folhas das portas não poderão apresentar empenamento de qualquer natureza, de forma a garantir um perfeito ajuste de funcionamento.

A regulagem da pressão de fechamento das folhas será efetuada através de ajustes sucessivos da chapa-testa das fechaduras.

10.8.3 - Esquadrias de Aço

a) Materiais

Os materiais utilizados na fabricação das esquadrias de aço terão resistência mínima à tração de 2.000 kgf/cm².

As chapas de aço laminado e os perfis tubulares, de acordo com os detalhes do Projeto Executivo, deverão ser fornecidos em aço carbono, com espessuras não inferiores a 0,9 mm e 1,5 mm, respectivamente.

As esquadrias de aço serão fixadas ao concreto através de chumbadores tipo rabo de andorinha ou qualquer outro sistema adequado. Deverão ser tomados cuidados especiais nos casos de esquadrias de grandes dimensões, cujos chumbadores serão convenientemente espaçados, de forma a transmitirem esforços uniformemente distribuídos.

As soldas deverão ser contínuas, sem porosidades, batidas para a remoção de escória e convenientemente esmerilhadas, para apresentarem um bom acabamento final.

As esquadrias, antes de serem transportadas da oficina para o local de entrega, deverão receber tratamento especial antiferruginoso, aplicável a todas as superfícies externas e internas, expostas ou não, das chapas ou perfis.

As ferragens a serem instaladas deverão ser precisas no seu funcionamento e perfeitas no seu acabamento, de acordo com os detalhes do Projeto Executivo.

b) Serviços

O CONTRATADO deverá verificar as condições dos locais em que serão instaladas as esquadrias, objeto destas Especificações, no que se refere às condições de fixação e chumbamento.

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Concluída a colocação, as esquadrias serão protegidas contra solicitações mecânicas, ações agressivas de agentes químicos contidos nas argamassas ou removedores, tais como ácidos, óleos etc.

Quando existirem chumbadores nas esquadrias, estes deverão ser fixados na alvenaria ou concreto com argamassa forte, firmemente socada nos respectivos orifícios.

Deverão ser tomados cuidados especiais para que as armações não sofram quaisquer distorções quando fixadas ou parafusadas aos marcos ou chumbadores.

10.8.4 - Portas Corta-Fogo

a) Materiais

As portas corta-fogo poderão ser do tipo de correr e/ou de abrir, fornecidas nas dimensões e instaladas nos locais indicados nos Desenhos Executivos, com todas as ferragens e acessórios para a sua perfeita operação.

Deverão atender as normas EB-920 da ABNT e terão espessura de 47 mm, sendo revestidas com chapas de aço galvanizado de espessura não inferior ao

no 20 BWG.

O miolo deverá ser composto por placas prensadas de vermiculita expandida e aglomerada, com adesivo à base mineral.

As portas deverão ter requadro de perfil “U”, de chapa de aço dobrada SAE 1010, espessura mínima de 1 mm, zincada pelo processo contínuo a imersão a quente.

As ferragens e acessórios deverão obedecer aos detalhes do Projeto Executivo e as normas EB 1358 e EB 1360 sobre fechaduras e dobradiças de mola, respectivamente.

10.8.5 - Esquadrias de Alumínio

a) Materiais

As esquadrias serão executadas em perfis de alumínio extrudados com anodização na cor preta e acabamento de acordo com o Projeto Executivo, e terão resistência mínima à tração de 2.000 kgf/cm².

Nenhum perfil estrutural ou contramarco apresentará espessura inferior a 2 mm.

A anodização deverá ser efetuada em peças completamente desarmadas, para que os banhos possam atuar em toda a superfície.

A película anódica deverá ter, no mínimo, 20 micrômetros por toda a superfície dos perfis.

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Os marcos das portas serão confeccionados com perfis padronizados de alumínio extrudado e anodizado.

Todas as portas e janelas deverão ser fornecidas com dobradiças, fechaduras, maçanetas, fechos e demais ferragens e acessórios, de forma a garantir seu perfeito funcionamento e a estanqueidade ao ar e água.

As esquadrias externas serão dotadas de protetores solares reguláveis, individuais, em alumínio, instalados externamente às mesmas, de acordo com os detalhes fornecidos por ocasião do Projeto Executivo.

Com a finalidade de evitar os efeitos de corrosão galvânica, o alumínio deverá ser isolado das outras partes metálicas, através de pintura à base de cromato de zinco, aplicada antes da instalação da referida esquadria.

b) Serviços

Todas as esquadrias de alumínio serão montadas sobre contramarcos de aço galvanizado, adequadamente ancorados à alvenaria e ou concreto.

Os mencionados contramarcos serão fornecidos com a finalidade de permitir a execução dos acabamentos arquitetônicos, sem prejuízo da anodização das esquadrias, antecipando, dessa forma, a conclusão da obra.

As esquadrias serão dotadas de dispositivos que permitam absorver flechas, decorrentes de eventuais deformações da estrutura, de modo a assegurar o seu perfeito funcionamento.

As ligações entre as peças de alumínio por meio de parafusos só serão admitidas quando inevitáveis. Nesse caso, os parafusos serão constituídos por liga do grupo Al - Mg - Si, endurecidos por tratamento e temperatura elevada. Os parafusos utilizados nas ligações entre o alumínio e o aço serão de aço cadmiado cromado.

Nas esquadrias de alumínio, o assentamento das chapas de vidro será efetuado com o emprego de baguetes, confeccionados com o mesmo material do caixilho, associados com gaxetas de elastômeros.

10.9 - Divisórias

a) Materiais

Consiste em um sistema modulado de paredes divisórias, estruturado por montantes e vedado por painéis divisórios.

Os montantes e requadros deverão ser fornecidos em perfis de alumínio extrudado, polido e anodizado, na cor preta.

Os painéis divisórios deverão ser compostos por “miolo” de material incombustível à base de vermiculita, resistente ao fogo no mínimo por duas horas, com revestimento de chapas prensadas de fibra de madeira e com tratamento superficial de pintura de cor lisa e proteção final de resina melamínica. Terão a espessura final de 35 mm.

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As portas e outras peças fixas deverão ser constituídas dos mesmos materiais dos painéis divisórios.

Os vidros a serem utilizados serão do tipo plano, liso incolor, com espessura de 5 mm.

As ferragens deverão obedecer ao disposto no item 10.11, sendo as fechaduras de cilindro central e as dobradiças tipo palmela.

b) Serviços

A montagem das divisórias deverá obedecer rigorosamente ao “lay-out” apresentado no Projeto Executivo.

As divisórias deverão apresentar total flexibilidade de montagem e desmontagem, de modo a permitir eventuais alterações de utilização com facilidade.

As divisórias serão constituídas por elementos auto-portantes, não necessitando de estruturas suplementares para a sua sustentação e deverão ser entregues, pelo CONTRATADO, integralmente montadas, com todos os acessórios e ferragens.

As divisórias deverão permitir a remoção independente de cada um dos painéis, sem interferência com os demais.

10.10 - Vidros

a) Materiais

A espessura mínima dos vidros estabelecida para os pequenos vãos será de 3 mm, sendo que, em áreas maiores as espessuras deverão ser adequadas aos efeitos e solicitações causados por pressões externas.

Os vidros poderão ser do tipo comum ou laminado, conforme exposto a seguir:

· vidros comuns - serão lisos, isentos de defeitos e terão espessuras determinadas pela ocupação ou uso da área onde forem instalados, bem como pela altura das aberturas em relação ao solo e pela direção dos ventos predominantes;

· vidros laminados - onde indicado no Projeto, como medida de segurança, serão constituídos por duas lâminas de vidro interligadas por um filme de material plástico-polivinil butiral. Deverão ser lisos, transparentes, incolores de espessura mínima total de 6 mm, peso aproximado de 15 kg/m², e receberão uma camada de óxido metálico em uma de suas faces, de modo a garantir reflexão em função da irradiação solar. O filme de polivinil butiral será transparente e incolor.

Os conjuntos de caixilhos com isolamento acústico deverão ter vidro laminado de 10 mm de espessura final, composto por três vidros de 3 mm, intercalados por filme de polivinil butiral, transparente e incolor.

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b) Serviços

Os serviços de vidraçaria, incluindo a manipulação, armazenamento, cálculo de espessura e assentamento das chapas de vidro, obedecerão rigorosamente ao disposto na NB 226 da ABNT.

Apesar de admitido na citada norma, não será permitido o uso de massa de vidraceiro.

Os vidros comuns, lisos e transparentes, serão assentes de modo a ficarem com as ondulações na horizontal.

Os vidros serão fornecidos nas dimensões indicadas nos Desenhos Executivos, procurando-se, sempre que possível, evitar o corte no local da construção.

As bordas dos cortes serão esmerilhadas, de forma a se apresentarem lisas e sem irregularidades, sendo terminantemente vedado o emprego de vidro que apresente arestas estilhaçadas.

Tendo em vista a impossibilidade de realizar cortes ou perfurações em chapas de vidro temperado no canteiro de obras, deverão ser minuciosamente estudados e detalhados os dispositivos de assentamento de vidros temperados, levando em conta a indeformalidade e a resistência dos elementos de sustentação do conjunto.

10.11 - Ferragens

a) Materiais

Todas as ferragens, para as esquadrias de madeira, serralheria, armários, balcões, guichês etc, serão inteiramente novas, em perfeitas condições de funcionamento e acabamento. Serão fornecidas em latão, com partes de ferro ou aço, cromadas, e com acabamento fosco ou polido, conforme especificado no Projeto Executivo.

As ferragens, principalmente as dobradiças, serão suficientemente robustas de forma a suportarem, com folga, o regime de trabalho a que venham a ser submetidas.

As fechaduras de padrão superior obedecerão às seguintes normas e especificações da ABNT:

· EB 947 fechadura de embutir tipo interna.

· EB 948 fechadura de embutir tipo banheiro.

· EB 949 fechadura de embutir com cilindro.

Eventualmente e apenas na hipótese de haver expressa recomendação nesse sentido, admitir-se-á o emprego de fechadura de padrão médio, obedecendo à EB 908, EB 909 e EB 910.

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As dobradiças de abas e os fechos de embutir obedecerão, respectivamente, ao disposto na EB 965 e na EB 1365.

b) Serviços

A colocação das ferragens nas esquadrias será medida com precisão, de modo a evitar discrepâncias de posição ou diferenças de nível perceptíveis à vista.

A instalação das fechaduras, fechos, puxadores, dobradiças e outras ferragens será efetuada com particular esmero, pelo CONTRATADO, sendo empregados parafusos de primeira qualidade e acabamento, conforme a NB 45, fornecidos com as dimensões correspondentes às peças que fixarem.

As maçanetas das portas, salvo condições especiais, serão localizadas a 105 cm do piso acabado.

As molas de bilha serão sempre colocadas nas guarnições das portas, ficando as contrachapas assentes nas respectivas folhas.

Os rebaixos ou encaixes, para dobradiças, fechaduras de embutir, chapas-testas etc, terão a forma das ferragens, não sendo toleradas folgas que exijam emendas, taliscas de madeira etc.

10.12 - Peças Metálicas Diversas

10.12.1 - Condições Gerais

O CONTRATADO deverá fornecer e instalar os seguintes itens:

· escadas;

· plataformas;

· corrimãos e guarda-corpos;

· tampas de chapa lisa de aço para canaletas;

· tampas de chapa xadrez para canaletas;

· tampas formadas por barras de aço soldadas para grades;

· tampas em chapas expandidas de aço;

· quadros e tampas para aberturas;

· quadros com telas para esquadrias industriais;

· cancelas para estradas de acesso.

As tampas de chapa xadrez, chapa lisa, tampas para aberturas, grades e quadros com telas para esquadrias e as escadas de aço, deverão ser fornecidas e instaladas pelo CONTRATADO, completas e com requadros fabricados de perfis de aço ou conforme definido no Projeto Executivo.

Os tubos para corrimãos e guarda-corpos, bem como os perfis de acabamento deverão ser de aço galvanizado ou não, conforme sua utilização interna ou externa e fornecidas

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nos diâmetros especificados e providos de ancoragens necessárias para fixá-los às superfícies de concreto.

As superfícies deverão ser preparadas e pintadas de acordo com o item 10.19 destas Especificações.

As chapas de aço e os perfis metálicos deverão obedecer a norma ASTM A-36 e os tubos utilizados em parapeitos e corrimãos deverão obedecer a norma ASTM A-120.

Todos os itens serão fornecidos com pintura de fundo. A pintura de acabamento final será efetuada no local da obra. Para os possíveis ajustes na obra, será observado o exposto no 10.19, no que diz respeito à preparação de superfícies, pintura de fundo e pintura de acabamento.

10.13 - Forro

a) Materiais

Será constituído por painéis em lâminas de alumínio, perfuradas ou não, pintadas com tinta à base de poliéster, em processo contínuo, e perfiladas, nas cores indicadas no Projeto Executivo.

Os porta-painéis em aço serão fixados à laje por meio de tirantes e reguladores de nível em distâncias e comprimentos compatíveis com o vão a ser coberto.

Onde indicado no Projeto Executivo, deverá ser fornecida manta de lã de vidro, envolta em poliestireno, para permitir o tratamento termoacústico.

Todos os componentes, referentes à iluminação, iluminação de emergência, ar condicionado, proteção contra-incêndio, etc, deverão ser compatíveis com o sistema de forro empregado, de acordo com o Projeto Executivo.

b) Serviços

A instalação dos forros falsos deverá ser executada de acordo com os desenhos e instruções do fabricante.

Para o sistema de suspensão, deverão ser utilizados pendurais rígidos.

Os perfis de sustentação dos painéis deverão ficar perfeitamente nivelados.

O conjunto do sistema de suspensão e os perfis de sustentação dos painéis deverão ser suficientemente rígidos, para fixar solidamente os painéis, luminárias e outras peças, de tal modo que resistam às vibrações sem deslocamento dos painéis. Não será permitido que dutos, eletrodutos etc, se apóiem nos painéis do forro.

Após terminada a instalação dos forros, o CONTRATADO fará uma limpeza final nos mesmos.

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10.14 - Aparelhos e Acessórios para Sanitários

10.14.1 - Louça Sanitária

A louça sanitária utilizada na confecção de vasos sanitários, lavatórios, caixas de descarga e outros aparelhos e acessórios será de grês branco (grês porcelânico), salvo quando expressamente especificado em contrário no Projeto Executivo.

O material cerâmico ou louça deverá satisfazer rigorosamente a NBR 6452 da ABNT.

As peças deverão ser bem cozidas, desempenadas, sem deformações e fendas, duras, sonoras, resistentes e impermeáveis.

O esmalte deverá ser homogêneo, sem manchas, depressões, granulações ou fendilhamento.

Os aparelhos deverão funcionar satisfatoriamente após a instalação, que será executada de acordo com as exigências regulamentares.

Os aparelhos deverão ser revestidos com vidrado impermeável, contínuo e uniforme, recobrindo as superfícies externas. Fazem exceção as superfícies necessárias ao apoio das peças durante a cozedura, bem como as partes invisíveis, que no uso do aparelho, não entrem em contato com a água.

Os aparelhos terão forma e dimensões indicadas no Projeto Executivo, conforme as normas da ABNT, com tolerância de 5%, salvo casos expressamente indicados. A espessura média das paredes não deverá ser inferior a 9 mm, não se tolerando, em ponto algum da peça, espessura inferior a 6 mm.

Em conformidade com o Projeto Executivo, deverão ser fornecidos e instalados os seguintes aparelhos e acessórios:

· vaso sanitário convencional;· assento;· lavatório sem coluna;· lavatório de embutir;· saboneteira sem alça;· papeleira com rolete plástico;· bidê;· porta-toalha;· cabide;· tanques;· mictórios;· espelhos;· estrado de madeira e armários metálicos;· prateleiras de vidro.

A marca e a linha das louças sanitárias, assim como o detalhamento de todos os acessórios serão corretamente definidos, por ocasião do Projeto Executivo.

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10.14.2 - Metais Sanitários

Os metais sanitários deverão ser de perfeita fabricação e cuidadoso acabamento. As peças não poderão apresentar defeitos de fundição ou usinagem.

As peças móveis deverão ser perfeitamente adaptáveis às suas sedes, não sendo tolerados empenos, vazamentos e defeitos de polimento ou de acabamento.

A cromagem dos metais será perfeita, não sendo tolerado qualquer defeito na película do revestimento, especialmente falta de aderência com a superfície de base.

Todas as peças deverão estar de acordo com as normas técnicas, específicas para cada caso, e serão fornecidas com a marca e linhas especificadas no Projeto Executivo.

Fazem parte destas Especificações:

· registro de gaveta;· registro de pressão;· torneira de lavatório;· torneira de pias;· torneira de tanques;· chuveiro;· válvula de descarga;· sifões;· válvula dos aparelhos sanitários;· tubos de ligação de água;· parafusos, porcas, arruelas, etc.

10.14.3 - Espelhos

Os sanitários deverão possuir espelhos nos locais com as dimensões e acabamentos indicados no Projeto Executivo.

Os espelhos serão executados a partir de uma placa de vidro com espessura de 3 mm e deverão se apresentar perfeitamente planos, sem arranhões, bolhas de ar, ondulações ou qualquer outro defeito.

As molduras dos espelhos deverão ser de latão cromado ou aço inoxidável polido, com vedação na parte posterior, sendo fixadas com chumbadores não visíveis.

As molduras deverão ser projetadas de tal maneira que os espelhos possam ser substituídos sem que elas sejam retiradas da parede.

10.15 - Instalações Prediais Hidrossanitárias

10.15.1 - Condições Gerais

As instalações deverão ser executadas observando-se rigorosamente a NBR 8160 (NB 19 - Instalações Prediais de Esgoto Sanitário) e a NBR 5626 (NB 92 - Instalações Prediais de Água Pura), bem como suas normas complementares.

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O desenvolvimento desses projetos deverá ser conduzido concomitantemente e em conjunto com o Projeto Executivo Arquitetônico, que, por sua vez, estabelecerá as diretrizes gerais quanto a materiais, distribuição, acabamentos etc.

10.15.2 - Sistema de Água Fria

O abastecimento de água deverá ser efetuado conforme descrito no sistema de água tratada da casa de força.

Os barriletes estarão situados ao lado dos reservatórios, de modo que todos os registros de manobra fiquem no mesmo compartimento.

A partir dos barriletes, as colunas d'água descerão, derivando, então, para os ramais de distribuição, que correrão embutidos nas paredes, vazios ou forros rebaixados, evitando-se, ao máximo, sua inclusão no concreto.

Antes das tubulações embutidas receberem revestimento ou acabamento, deverão ser submetidas a uma prova de carga equivalente à pressão de serviço, durante um intervalo de tempo não inferior a 3 horas.

Serão utilizados tubos e conexões de PVC rígido, conforme NBR 5648, soldáveis ou rosqueáveis, salvo indicado de outra forma.

10.15.3 - Sistema de Esgoto Sanitário

Os efluentes do sistema de esgoto sanitário deverão ser coletados e conduzidos para a central de coleta e bombeamento de esgoto da casa de força.

Os tubos de queda e tubos de ventilação, na medida do possível, deverão ser instalados em poços e dutos verticais, evitando-se ao máximo seu embutimento no concreto.

Os ramais primários e secundários serão suspensos nas lajes sobre o forro rebaixado.

Serão utilizados tubos e conexões de PVC rígido, conforme NBR 5688, salvo indicado de outra forma.

10.16 - Instalações Elétricas

10.16.1 - Condições Gerais

Encontram-se definidos neste item, os requisitos mínimos exigidos para as instalações elétricas, de comunicação e sonorização para o edifício de controle.

Conforme os estudos do Projeto Básico, as instalações elétricas do edifício de controle terão características comuns às dos prédios comerciais. Dessa forma, o projeto e a execução dos mesmos deverão atender as prescrições da norma NBR 5410, onde aplicáveis, bem como as normas complementares.

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10.16.2 - Escopo dos Serviços

Para as instalações em pauta, estão previstas, sem a eles se limitar, os seguintes serviços:

· suprimento de energia;· quadro de distribuição;· ramais alimentadores;· sistema de iluminação normal;· sistema de iluminação de emergência;· distribuição de tomadas;· proteção contra descargas atmosféricas;· sistema de comunicações;· sonorização ambiente.

a) Suprimento de Energia

O suprimento de energia elétrica será efetuado em baixa tensão, 380/220 V, com origem nos serviços auxiliares da Usina, através de um transformador de 45 kVA, para atendimento exclusivo dos serviços de iluminação e tomadas.

Outros serviços, como ar condicionado e elevador, terão suprimento de energia através de alimentadores dedicados, também provenientes dos serviços auxiliares da Usina.

b) Quadro de Distribuição

O quadro de distribuição, para iluminação e tomadas, apresenta as características construtivas e operacionais, conforme estabelecido no Memorial Descritivo dos Sistemas Elétricos Auxiliares.

c) Ramais Alimentadores

Com origem no quadro de distribuição, os ramais alimentadores para iluminação e tomadas serão instalados em eletrodutos embutidos, cujas dimensões e características serão detalhadas no Projeto Executivo.

d) Sistema de Iluminação Normal

O sistema de iluminação normal será projetado para fornecer a iluminação necessária aos requisitos específicos de cada tarefa visual desempenhada, em condições normais de funcionamento das instalações. A quantidade e a qualidade da iluminação normal de cada área atendida estarão baseadas nos requisitos de desempenho, conforto e agradabilidade visual, recomendadas por normas específicas.

A tensão nominal dos circuitos da iluminação normal será de 220 V, 60 Hz.

A iluminação das diversas áreas do edifício será feita com lâmpada fluorescente de elevado índice de reprodução de cor. Para as áreas com previsão de forro, serão adotadas luminárias compatíveis com o sistema empregado, de acordo com o Projeto Executivo.

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Estão previstas, também, iluminações externas de jardins, vias de pedestres e circulações de veículos, bem como iluminação de realce do prédio, as quais serão detalhadas no Projeto Executivo.

e) Sistema de Iluminação de Emergência

O sistema de iluminação de emergência será projetado para fornecer iluminação necessária à execução de tarefas essenciais, em áreas específicas, e ao trânsito de pessoas nos corredores e escritórios, quando ocorrer interrupção da iluminação normal.

Os circuitos da iluminação de emergência serão diferentes daqueles da iluminação normal e deverão ser energizados por comando manual ou automático, a partir do quadro de iluminação de emergência, que é parte integrante do conjunto de iluminação (QLN 11 / QLE 6) do edifício de controle.

f) Distribuição de Tomadas

A distribuição de tomadas nas áreas do edifício será efetuada através da utilização de tomadas de parede ou de piso, conforme a necessidade e a conveniência dos ambientes.

g) Proteção Contra Descargas Atmosféricas

O edifício será protegido contra descargas atmosféricas através da utilização de um sistema de proteção dimensionado pelo método eletromagnético, conforme a norma NBR 5419.

h) Sistema de Comunicações

O sistema de comunicações telefônicas da Usina estará centralizado no edifício de controle.

A descrição desse sistema consta de documento específico, razão pela qual não são feitos comentários detalhados no presente item.

A distribuição dos pontos telefônicos será realizada através da utilização de tomadas padrão TELEBRÁS, embutidas na parede e/ou no piso, conforme a necessidade e conveniência dos ambientes.

i) Sonorização Ambiente

Está previsto um sistema de sonorização ambiente para o edifício, mediante a instalação de alto-falantes fixados nos ambientes de trabalho, circulações e acessos.

Este sistema será interligado com o sistema de telefonia, para compor um sistema de busca-pessoas e de avisos de segurança.

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11 - COBERTURA

11.1.1 - Condições Gerais

A execução das coberturas deverá obedecer aos desenhos, detalhamento e especificações de materiais que constituirão o Projeto Executivo.

11.1.2 - Calhas

As calhas serão executadas com chapa de alumínio dobrado, sendo as possíveis soldas devidamente protegidas, através de tratamento superficial adequado.

Deverão ser observados, rigorosamente, todos os caimentos especificados no Projeto Executivo.

O fundo das calhas deverá estar perfeitamente nivelado, não apresentando rebarbas ou “barrigas”.

Deverão ser tomados cuidados especiais junto a todas as peças de concordância, como rufos, algerozes e emboques dos condutores verticais.

Os condutores verticais serão fornecidos em ferro fundido e instalados no interior dos pilares de concreto e os rufos e algerozes serão de alumínio, de acordo com o Projeto Executivo.

11.1.3 - Clarabóia

A clarabóia será executada com chapas de policarbonato incolor, moldadas conforme Projeto Executivo e obedecendo-se todos os detalhes e estruturas necessários para a sua confecção e instalação.

11.2 - Impermeabilização

11.2.1 - Condições Gerais

Os serviços serão executados por pessoal especializado, subcontratado pelo CONTRATADO, e obedecendo às normas da ABNT, notadamente a NB 279 e às especificações descritas nesta Seção.

Deverá ser vetada a entrada de qualquer pessoa estranha ao local dos trabalhos, para assegurar o perfeito cuidado na sua execução, evitando acidentes ou tráfego de pessoas de forma inadequada, que possam prejudicar o filme da impermeabilização.

No caso de impermeabilização executada em recintos fechados, deverão ser adotadas medidas especiais quanto à ventilação, a fim de evitar intoxicação e inflamação de gases, observando-se, cuidadosamente, as normas de aplicação do fabricante do produto a ser utilizado.

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11.2.2 - Detalhes de Projeto

a) Rodapés

A impermeabilização, segundo a norma NB 279, deverá estender-se verticalmente nos rodapés, no mínimo, 20 cm acima do piso acabado. As platibandas deverão ser, preferencialmente, de concreto, sendo vetada a execução em tijolo furado ou blocos vazados de concreto.

Deverá ser previsto um rebaixo na espessura da platibanda, para permitir proteção mecânica e fixação da impermeabilização, evitando infiltrações nas bordas das mesmas.

As bordas da impermeabilização deverão ser embutidas, abrindo-se uma canaleta de 2 cm x 2 cm em toda a extensão, na altura adequada. O mesmo cuidado deverá ser observado nos pilares e nas paredes da cobertura.

Deverão ser executados arredondamentos, de raio mínimo de 8 cm, entre as mudanças de plano, para acomodar a impermeabilização, evitando sua ruptura ou a formação de bolsas de ar e conseqüente infiltração da água. No sistema de impermeabilização em camadas, deverá haver reforço nessas mudanças de planos.

b) Pisos

Deverá ser executada nas lajes, calhas etc, uma regularização com caimento de, no mínimo, 1% em direção aos ralos, mediante o emprego de argamassa de cimento e areia, no traço 1:3. O caimento pode ser dado, preferencialmente, na estrutura, exigindo somente argamassa de regularização, no mesmo traço acima citado e numa espessura mínima de 2 cm.

O piso deverá ser executado com bastante cuidado, de modo que a superfície se apresente bem desempenada, sem poças ou bolsas que venham a comprometer a qualidade da impermeabilização nestes pontos, com a conseqüente redução de sua vida útil.

O concreto deverá se apresentar limpo, isento de poeira, óleo ou graxa, a fim de receber a argamassa. Esta não poderá conter aditivos, salvo nos locais indicados no Projeto Executivo (impermeabilização rígida), e somente deverá ser aplicada após a desforma do concreto, para não sofrer danos, nem fissuras.

c) Peças que Atravessem a Cobertura

Em pontos localizados, a impermeabilização da cobertura deverá apresentar estanqueidade, que poderá ser obtida através da aplicação de mastiques e rufos, conforme detalhe apresentado no Projeto Executivo.

Todos os tubos que não forem metálicos deverão ser substituídos por tubos de aço galvanizado para evitar deformações e esmagamentos, devido ao trabalho da laje e os danos químicos provenientes do contato direto da impermeabilização com o tubo.

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d) Ralos

A camada de regularização deverá tangenciar os ralos, de modo que a impermeabilização se acomode dentro da bolsa, evitando arestas vivas entre esta camada e o tubo. O encontro entre a impermeabilização e o tubo deverá apresentar um reforço com camadas adicionais de armaduras ou mantas.

Onde não houver trânsito de pedestres, os ralos deverão ser do tipo esférico, a fim de evitar o entupimento dos coletores.

e) Soleiras, Juntas de Dilatação e Outros

Esses pontos deverão apresentar estanqueidade contra infiltração, observando todos os esforços que poderão atuar na estrutura e no acabamento arquitetônico.

11.3 - Pintura

11.3.1 - Condições Gerais

Este item define as exigências mínimas e os demais requisitos para a execução dos serviços de pintura sobre superfícies metálicas, de concreto, de alvenaria rebocada e de madeira.

Todas as tintas, para os vários tipos de superfícies, deverão ser preparadas na fábrica e possuir qualidade igual ou superior as especificadas. Apenas serão aceitas as tintas de fabricação recente e com embalagem original intacta.

As cores das tintas de acabamento deverão ser as indicadas no Projeto Executivo.

Nos locais confinados, sem contato direto com o exterior ou com ventilação deficiente, serão empregados equipamentos de ventilação, para a remoção de vapores tóxicos dos solventes.

Qualquer que seja o sistema de pintura adotado, deverão ser tomados cuidados e precauções com a segurança e proteção do pessoal, atendendo principalmente às recomendações e normas de segurança, quanto ao manuseio, estocagem e aplicação de tintas e solventes.

Os solventes utilizados deverão ser os recomendados pelo fabricante das tintas.

A pintura será, também, efetuada de acordo com as instruções do fabricante e normalmente os serviços serão iniciados após o término dos acabamentos arquitetônicos.

Antes de iniciar a pintura, o CONTRATADO deverá providenciar a remoção de entulhos e a lavagem dos pisos internos em áreas adjacentes, a fim de evitar que o pó se misture com a tinta ainda fresca.

Todas as tintas deverão ser aplicadas sobre as superfícies devidamente preparadas, de acordo com as recomendações do fabricante. Além disso, durante a execução dos serviços de pintura, as superfícies deverão estar secas e protegidas da incidência

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direta dos raios solares. Nenhuma pintura poderá ser aplicada em superfície úmida ou exposta a chuva, neblina ou umidade excessiva do ar.

Deverá ser removida toda a poeira depositada sobre a superfície, antes da aplicação de qualquer demão de pintura.

De acordo com as recomendações do fabricante, poderão ser aplicadas uma ou mais demãos intermediárias, antes da pintura final, utilizando-se pincel, rolo, trincha ou pistola, compatíveis com a superfície a ser pintada e o tipo de tinta a ser empregado, tomando-se o cuidado para formar uma película de espessura uniforme e adequada ao tipo de acabamento exigido no Projeto Executivo, cobrindo todos os cantos e orifícios.

O intervalo mínimo e máximo entre cada demão deverá ser estabelecido pelo CONTRATADO, em obediência às recomendações do fabricante da tinta.

Serão adotadas precauções especiais no sentido de evitar salpicaduras de tinta em superfícies não destinadas à pintura, em razão da grande dificuldade de remoção da tinta aderida a superfícies rugosas ou porosas.

11.3.2 - Sistemas de Pintura

a) Materiais Ferrosos

Serão jateados com jato abrasivo ao metal quase branco, no grau Sa 2.1/2, conforme a Norma Sueca SIS 05-5900.

Quando a espessura da peça não permitir o jateamento, será realizado o tratamento mecânico ao grau st3.

Todas as superfícies serão limpas, de modo a ficarem livres e isentas de ferrugem, pó e outras substâncias que possam prejudicar a aderência das demãos de tintas que serão aplicadas.

Antes do jateamento, deverão ser removidos todos os salpicos de solda ou outras irregularidades mediante o esmerilhamento dos cordões e das arestas vivas. O óleo e a graxa serão removidos com um solvente à base de hidrocarboneto aromático, não tóxico, esfregando-se com um pano até que a superfície resulte completamente limpa.

Após a limpeza, a superfície será cuidadosamente protegida contra qualquer substância contaminante, sendo a pintura iniciada o mais rápido possível, antes de quatro horas após o jateamento.

Como pintura de fundo serão aplicadas duas demãos de tinta anticorrosiva epoxídica, à base de cromato de zinco ou dióxido de titânio, em veículo epoxi-poliamida, com espessura da película seca não inferior a 50 micrômetros por demão.

Como pintura de acabamento será aplicada uma demão de tinta epoxi poliamina, conforme norma da Petrobrás, sendo a espessura da película seca não inferior a 35 micrômetros.

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b) Metais Não Ferrosos

As superfícies de metais não ferrosos serão cuidadosamente desengraxadas com solvente aplicado com pano, sendo vedado o uso de estopa. Em seguida, será realizada uma escovação e lavagem com jato d'água.

As superfícies de aço galvanizado receberão lixamento com lixa no 100. Imediatamente antes da pintura, será executada limpeza com solvente.

Como pintura de fundo, será aplicada uma demão de primer epóxi-isocionato, em dois componentes, com sólidos em volume de, no mínimo, 19%, atingindo uma película seca com espessura máxima de 15 micrômetros.

Como pintura de acabamento serão aplicadas duas demãos de acabamento alquídico brilhante, com sólido em volume de, no mínimo, 40%, atingindo uma película seca com espessura de 30 micrômetros por demão.

c) Concreto Aparente

Após a execução da limpeza, retificação e polimento, como descrito nos sub-itens ET-10.03.05 e ET-10.03.06, será procedida uma lavagem com jato de água limpa e abundante, de modo a remover as partículas de poeira.

A superfície deverá apresentar-se bem seca e limpa, para garantir uma perfeita aderência do filme.

Como pintura de fundo, será aplicada uma demão de verniz epóxi-aduto amina, em dois componentes, com sólidos em volume de, no mínimo, 32%, diluído em 20% de solvente.

Como acabamento, serão aplicadas duas demãos do mesmo verniz de fundo, porém, sem diluição.

d) Alvenaria Rebocada

As superfícies de reboco deverão estar curadas, bem secas, lixadas e isentas de pó, graxa e outros materiais indesejáveis.

Como selador de fundo, será aplicada uma demão de verniz epóxi-aduto amina, em dois componentes, com sólidos em volume de, no mínimo, 32%, diluído em 20% de solvente.

Como acabamento, serão aplicadas duas demãos de tinta látex, à base de resina acrílica, apresentando brilho acetinado, com sólidos em volume de, no mínimo, 35%, atingindo uma película seca com espessura de 30 micrômetros por demão.

e) Madeira

Todas as superfícies de madeira, onde não estiver especificado revestimento em contraplacado decorativo, receberão pintura de acabamento segundo um dos sistemas descritos a seguir:

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· como fundo - deverá ser aplicada uma demão de imunizante cupinicida de cor transparente e aspecto incolor;

· como acabamento pigmentado - serão aplicadas duas demãos de esmalte alquídico brilhante de alta qualidade, com sólidos em volume de, no mínimo, 40%, atingindo uma película seca com espessura de 30 micrômetros por demão;

· como acabamento incolor - será aplicada uma demão de verniz poliuretano brilhante, diluído em 15% de solvente. Decorridas 24 horas será efetuado

um leve lixamento com lixa no 220, após o que, deverá ser procedida uma demão com o mesmo verniz, porém, sem ser diluído.

11.4 - Urbanização

Este item engloba as atividades que deverão ser realizadas na fase final da execução das obras, as quais compreendem os seguintes serviços:

· construção de guaritas;

· instalação de defensas e iluminação externa na crista de todas as estruturas e acessos definitivos;

· construção de cercas;

· execução da pavimentação e drenagem de áreas externas e pátios;

· execução do ajardinamento na área da usina.

O fornecimento dos materiais e a execução dos serviços em questão serão de responsabilidade do CONTRATADO, que deverá realizar essas atividades de acordo com os Desenhos do Projeto Executivo.

12 - DISPOSIÇÕES AMBIENTAIS

12.1 - Objeto

Esta Seção trata dos serviços e cuidados que caberão ao CONTRATADO, no sentido de conciliar as atividades relativas à execução das obras com as necessidades de conservação ambiental, visando provocar o mínimo possível de alterações no meio natural e facilitar os trabalhos de recomposição ambiental dos locais afetados.

Ressalta-se que os trabalhos a cargo do CONTRATADO inserem-se nas atividades de implantação do Empreendimento que deverão ser desenvolvidas, coerentemente com as disposições contidas no processo de Licenciamento Ambiental do Empreendimento.

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12.2 - Condições Gerais

O CONTRATADO deverá desenvolver suas atividades de forma ordenada e simultânea com ações preventivas e corretivas, procurando programá-las com vistas a minimizar os processos de degradação ambiental.

· ações preventivas serão desencadeadas desde o início da obra e mantidas ao longo de todo o período de duração da mesma, visando contribuir para a manutenção de um nível aceitável de qualidade ambiental e minimizar as ações posteriores para a recomposição das áreas afetadas;

· ações corretivas ou de recomposição ambiental serão realizadas imediatamente após o término dos serviços de cada frente de trabalho, com vistas à recuperação física e biótica das áreas e posterior reintegração à paisagem local, deixando-as em condições, para um novo uso. Com isso, pretende-se evitar o desenvolvimento de processos de degradação (erosão, poluição do solo etc), de assoreamento e de contaminação de cursos d'água, bem como a presença de outras formas de poluição, contribuindo, conseqüentemente, para reduzir a extensão das obras reparadoras que se fizerem necessárias.

Nesse contexto, o CONTRATADO deverá elaborar um plano de ações, relacionando os cuidados a serem tomados, proteção ambiental durante o andamento dos trabalhos, assim como as atividades a serem desenvolvidas para a recuperação das áreas afetadas.

Esse plano deverá ser notificado à fiscalização, considerando as exigências da legislação vigente, as diretrizes previstas e os compromissos assumidos durante o processo de Licenciamento Ambiental do Empreendimento.

12.3 - Diretrizes para Controle de Degradação das Áreas Afetadas pela Obra

12.3.1 - Implantação do Canteiro de Obras

Paralelamente às prescrições constantes das Especificações Técnicas, deverá ser considerado o maior aproveitamento dos desníveis topográficos, desfrutando das qualidades visuais da área e facilitando os serviços necessários à sua recomposição e adaptação ao novo uso.

Deverá ser adotada, para os taludes que irão compor a fisionomia final da área da obra, uma inclinação máxima de 1:2 (V:H), mantendo-se a altura máxima dos taludes de 10,0 m, podendo chegar a 15,0 m excepcionalmente, separados por bermas de 4,0 m.

12.3.2 - Implantação das Áreas de Empréstimo e de Bota-Fora

a) Seleção das Áreas

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A seleção das áreas de empréstimo e de bota-fora, pesquisadas e indicadas no Projeto Básico, deverá contemplar, ao mesmo tempo, as exigências da obra e as necessidades de conservação ambiental.

Sendo assim, a partir de um determinado volume de material a ser explorado ou descartado, é necessário que a área a ser trabalhada seja claramente delimitada, para que a execução de cortes e aterros seja convenientemente planejada, a fim de não deformar a paisagem, não provocar problemas de drenagem nas áreas próximas, não causar assoreamento e poluição e nem realizar desmatamentos desnecessários.

b) Planejamento de Cortes e Exploração das Áreas de Empréstimo

A execução de cortes em vertentes, e em áreas de empréstimo, deverá compatibilizar a extração do volume de material necessário com a manutenção da fisionomia do relevo da área. Em vista disso, os cortes deverão ser efetuados de modo que a declividade e a extensão dos taludes resultantes não atendam, apenas, os requisitos de estabilidade, mas, também, facilitem os serviços de reafeiçoamento posterior, visando sua reintegração à paisagem e a viabilização de uma futura utilização da área.

Nesse sentido, deverá ser, também, realizada a exploração de materiais, de modo a evitar a formação de "crateras", pois estas poderão criar dificuldades para a recomposição da área, ao final dos serviços. Nesse caso, será necessário ampliar a área a ser explorada, de modo que a profundidade da escavação seja reduzida e a declividade dos cortes, atenuada.

c) Planejamento de Aterros de Bota-Fora

Os aterros de bota-fora deverão ser executados em conformidade com a topografia original da área circundante, e de forma a preservar e não interromper a continuidade da paisagem.

A declividade e extensão dos taludes e a largura das bermas, além de atenderem a perfeita estabilidade e sustentação dos materiais depositados, deverão se aproximar, o máximo possível, da configuração geral do relevo. Em momento algum, poderá ser esquecido que, ao final dos serviços de deposição, o aterro de bota-fora deverá ser revegetado e incorporado ao relevo adjacente.

Outro cuidado que precisará ser tomado pelo CONTRATADO diz respeito a evitar a obstrução de nascentes ou surgências de água e o entulhamento de pequenas drenagens, que poderão causar problemas de estabilização nos aterros e de drenagem nas áreas vizinhas.

12.3.3 - Preparo dos Locais para as Obras

Antes de serem iniciados os serviços de escavações, terraplenagem e deposição de material não aproveitável na obra, em todos os locais e áreas por eles afetados, o CONTRATADO deverá tomar as seguintes providências:

· retirada da vegetação existente (árvores, arbustos e galhos) dentro dos limites da área estipulada em Projeto, restringindo-se ao espaço efetivamente necessário e

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evitando-se a realização do desmatamentos supérfluos, fora dos limites estabelecidos;

· remoção do solo orgânico (camada superficial do solo onde se concentram teores de matéria orgânica, nutrientes e microorganismos) e estocagem do mesmo em locais devidamente sinalizados e protegidos contra erosão e fatores poluentes. Os estoques de solo orgânico deverão ser constituídos sempre próximos da área afetada, a fim de facilitar os serviços previstos para a recomposição da área e da vegetação;

· execução de escavações com técnicas apropriadas, evitando-se o espalhamento e o deslizamento de materiais para fora dos locais de trabalho;

· conservação da vegetação remanescente nas áreas vizinhas ao canteiro de obras, evitando-se o uso de árvores como "ponto de apoio" ou para ancoragem de serviço e de esforços requeridos na obra. Caso seja indispensável a utilização das áreas vizinhas, os troncos deverão ser devidamente protegidos (estacas ao redor, tábuas de suporte, sacos de estopa etc). Se for necessário, o CONTRATADO deverá efetuar a remoção de galhos, sempre com serras ou lâminas de poda e nunca com machados;

· preservação de matacões e afloramentos rochosos, evitando pinturas ou pichações, responsáveis pela poluição visual das áreas da obra e descaracterização da paisagem;

· registro e salvamento de objetos arqueológicos ou que apresentem interesse histórico, encontrados durante a execução do serviço de escavação e de exploração das áreas de empréstimo de solo. Diante dessas ocorrências, os objetos não poderão ser removidos pelo CONTRATADO, que deverá fazer a notificação do fato, o mais rápido possível, para que os responsáveis pelo "Programa de Salvamento do Patrimônio Arqueológico" possam recuperar as informações e salvar os objetos de interesse.

12.3.4 - Controle de Erosão e de Degradação do Solo

a) Movimentação de Veículos

Durante todo o período de execução das obras, a movimentação de veículos, nas diversas frentes de trabalho, deverá ser disciplinada e restrita às pessoas envolvidas com os serviços.

Os arredores deverão ser protegidos contra a compactação do solo, provocada pela movimentação desnecessária de veículos e equipamentos pesados.

b) Controle de Erosão

Desde o início das atividades, deverão ser adotadas medidas de controle de erosão, em todos os setores da obra (vilas, canteiros, acessos, áreas de empréstimo e de bota-fora).

Tanto as superfícies dos canteiros, quanto os taludes de bota-fora, aterros e cortes de vertentes, deverão ser protegidos por um sistema de drenagem

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superficial. Com esse objetivo, poderão ser utilizados drenos, valetas, meias-canas, diques e bermas para a coleta e escoamento adequado das águas superficiais, qualquer que seja a sua origem, evitando o desenvolvimento de processos erosivos (sulcos, ravinas, voçorocas e escorregamentos) e garantindo a estabilidade dos terrenos.

Esse sistema de drenagem provisório deverá ser mantido durante todo o período de construção das obras, até que sejam implantados os sistemas definitivos de drenagem e de controle de erosão.

Com relação às estradas e acessos de serviço, deverá ser previsto um sistema eficiente de drenagem superficial, incluindo dispositivos de afastamento das águas e de dissipação de energia, para que o pavimento e as faixas laterais das estradas resultem adequadamente protegidos. Essa recomendação deverá ser reforçada nos casos de aterros, desníveis topográficos e cabeceiras de drenagem.

Caso venha a ser utilizada emulsão asfáltica ou de cimento e mistura de emulsão asfáltica, para revestimento de taludes, cumpre lembrar que se trata de uma solução temporária e, portanto, deverá ser complementada com outras formas de proteção.

c) Controle de Sedimentação

Associadas aos procedimentos de controle de erosão, deverão ser implementadas medidas de contenção do aporte de sedimentos em áreas mais baixas e nos cursos d'água.

Nas áreas, onde a produção de sedimentos for muito elevada (escavações obrigatórias, áreas de empréstimo, bota-foras e praças de terraplenagem), será necessária a construção de bacias de sedimentação para decantação do material sólido transportado pelo escoamento superficial. Essas bacias deverão ser mantidas pelo CONTRATADO, durante todo o período de implantação da Usina.

Complementarmente, nos locais onde a exploração e/ou a deposição de sedimentos estiverem concluídas, será recomendado efetuar o plantio de "faxinas" ou de vegetação herbácea-arbústica, que ajudarão a diminuir e barrar a velocidade do escoamento superficial, retendo o carreamento de sedimentos, mesmo que os serviços ainda estejam sendo desenvolvidos em áreas vizinhas.

12.4 - Diretrizes para Recomposição das Áreas da Obra

À medida em que os serviços forem sendo concluídos, nas diversas frentes e etapas da obra, as intervenções para a estabilização e/ou recomposição das áreas afetadas deverão ser desenvolvidas pelo CONTRATADO, obedecendo às diretrizes estabelecidas nestas Especificações Técnicas, aproveitando a infra-estrutura disponível (mão-de-obra, equipamentos, ferramentas e veículos).

O processo de recomposição das áreas da obra compreende, basicamente, as seguintes etapas:

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· limpeza das áreas de trabalho;

· reaperfeiçoamento do terreno;

· recomposição vegetal.

12.4.1 - Limpeza das Áreas de Trabalho

Antes de iniciar os serviços de recuperação das áreas afetadas, será necessário que o CONTRATADO execute uma eficiente limpeza, removendo todos os vestígios de construção ou de exploração das mesmas.

Deverão ser removidos todos os resíduos e entulhos da obra (concreto, ferragens, madeiras, sacos e embalagens etc), bem como restos de estruturas e de instalações temporárias, estoques de material excedente ou inútil etc.

Incluem-se, nessa operação, todas as áreas do canteiro de serviço compreendidas no perímetro das obras e, de modo especial, as áreas trabalhadas anteriormente à mobilização do CONTRATADO.

No tocante à desmobilização do canteiro de serviço, acampamentos e equipamentos comunitários, o CONTRATADO deverá considerar os serviços correspondentes à remoção da pavimentação dos acessos de serviço desativados, de modo a possibilitar a necessária recomposição do solo e respectiva cobertura vegetal. Consideração análoga deverá ser adotada para a remoção das bases e fundações de alojamentos, escritórios, equipamentos e demais instalações que serão desativadas e removidas após o término das obras.

12.4.2 - Reafeiçoamento do Terreno

O reafeiçoamento do terreno terá como objetivo a recomposição final do relevo, mediante o redimensionamento dos taludes de corte e aterro e a reordenação de linhas de drenagem, procurando harmonizar a morfologia do conjunto das áreas afetadas com a paisagem circundante.

Esse trabalho será desenvolvido pelo CONTRATADO, em duas etapas seqüenciais: a de sistematização do terreno e a de preparo do solo, fundamentais para a revegetação da área e recomposição do meio biótico.

a) Sistematização do Terreno

Engloba um conjunto de serviços que propiciarão uma configuração final ao terreno do local "em tratamento", integrando-o à topografia da área adjacente. Sem a sistematização do terreno, a introdução da cobertura vegetal será dificultada e poderá comprometer os objetivos da recomposição paisagística.

Esta etapa engloba as seguintes operações:

· retaludamento - consiste na atividade de remodelação dos taludes de corte e aterro, mediante a redução de sua extensão e declividade, e a suavização dos contornos e contatos com as demais linhas do relevo da área.

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Quando ocorrerem situações em que a topografia resultante no canteiro de obras apresentar superfícies inclinadas muito extensas e com declividades muito acentuadas, será recomendável o desdobramento dos taludes, criando patamares (ou terraços) escalonados.

Nos locais, onde a exploração de materiais para a obra provocar a formação de "crateras", devido a escavações profundas (a despeito das recomendações preventivas), será necessário reafeiçoar o seu interior, através da ação combinada de preenchimento da cratera com rejeitos de outras áreas ou provenientes da "operação limpeza" das áreas de trabalho, e de redução da declividade dos taludes de cortes.

Nos casos em que as escavações forem superficiais, os cortes de vertentes deverão ser atenuados e as superfícies aplainadas e reconstruídas.

Nas áreas, onde eventualmente restarem matacões, sobras ou entulhos de obras civis, estes deverão ser removidos ou, na impossibilidade, reagrupados junto às paredes dos taludes com declividades mais acentuadas, para serem, posteriormente, recobertos com terra, de modo a se articularem e se integrarem à topografia adjacente.

· reordenamento das linhas de drenagem - à medida em que a sistematização do terreno for progredindo, novas linhas de escoamento superficial (sistema definitivo de drenagem) deverão ser implantadas, a fim de proporcionar uma maior integração com o sistema de drenagem natural existente e garantir uma homogeneidade entre as vertentes e os "novos vales".

Com relação aos taludes e patamares (terraços) de áreas de empréstimo e de bota-fora, a implantação do sistema de drenagem definitivo é de fundamental importância para a manutenção da estabilidade dos mesmos e para a recomposição da vegetação.

Dependendo das características do solo e da declividade, o terraceamento irá exigir soluções diferenciadas para a execução da drenagem superficial e manutenção da estabilidade do terreno.

Quando a declividade não for acentuada, poderão ser implantados canais de drenagem e "camaleões" diretamente no terreno, para conduzirem o excesso de águas pluviais até as estruturas de drenagem, construídas nas extremidades do terraço. Essa solução ajudará o desenvolvimento da cobertura vegetal que for implantada, já que facilitará a infiltração da água. Com o tempo, esses dispositivos acabarão se integrando à paisagem.

No caso de declividades mais acentuadas, as soluções requeridas para a drenagem da área poderão necessitar de um tratamento mais elaborado, prevendo, por exemplo, a utilização de canaletas de concreto, caixas coletoras para dissipação de energia, canal coletor de sedimentos, controle do grau de inclinação dos canais e valetas.

b) Preparo do Solo

O preparo do solo somente poderá ser realizado após a conclusão das atividades relacionadas anteriormente.

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Nos serviços de preparo e recuperação do solo, deverá ser utilizado solo orgânico, de acordo com os seguintes procedimentos:

· lançamento de solo orgânico - consiste no lançamento de porções de solo orgânico sobre os terrenos e superfícies reafeiçoadas em camadas uniformes e contínuas. A espessura dessas camadas dependerá do volume disponível de solo orgânico estocado disponível e do tipo de recobrimento vegetal a ser adotado;

· escarificação do solo - deverá ser efetuada após o lançamento do solo orgânico e terá por finalidade, revolver a superfície do terreno, para romper a camada compactada e impermeável resultante da movimentação de equipamentos utilizados nos serviços de implantação das vilas e canteiros. Essa operação, entretanto, não poderá ser realizada em taludes com declividades elevadas, tanto devido às limitações à mecanização quanto à acentuada suscetibilidade à erosão;

· correção dos solos - trata-se de uma operação cuja finalidade é propiciar as condições favoráveis para a germinação das sementes e o desenvolvimento das mudas. Nesse contexto, deverá ser realizada uma análise química do solo, a fim de identificar o tipo e a quantidade de insumo necessário para a correção do PH e adubação do solo. Após o espalhamento dos insumos, deverá ser feita uma gradagem cuidadosa, para facilitar a sua incorporação ao solo "em tratamento".

12.4.3 - Recomposição Vegetal

A revegetação dos terrenos reafeiçoados e das áreas afetadas pelas obras terá como objetivos básicos: a proteção do solo contra o desenvolvimento de processos erosivos, o estabelecimento de um novo equilíbrio biótico e a recomposição paisagística.

Para atingir tais objetivos, tornar-se-á necessário desenvolver as seguintes atividades:

a) Projeto Paisagístico

No Projeto Paisagístico, serão considerados os diferentes graus de proteção que cada local irá requerer; o potencial cênico a ser valorizado; as características naturais a serem recuperadas, conservadas ou ressaltadas; e a articulação das áreas em foco com o entorno.

b) Escolha das Espécies

A implantação da cobertura vegetal deverá ser planejada no sentido de:

· combinar o tipo de cobertura vegetal (herbácea arbustiva ou arbórea) com os propósitos do plano de recomposição paisagístico (conservacionista ou de integração), procurando selecionar as espécies para o atendimento dos propósitos de curto prazo (controle de erosão e assoreamento, por exemplo) e de médio e longo prazo (restabelecimento da flora e fauna, auto-sustentação do novo ecossistema, valorização cênica etc);

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· observar os princípios de sucessão vegetal, para orientar a escolha dos componentes vegetais;

· buscar uma diversidade no componente vegetal (principalmente arbóreo), para fomentar a manutenção do equilíbrio dinâmico do novo ecossistema e garantir a interrelação das populações zoóticas que, por sua vez, serão responsáveis pela variedade genética;

· adotar, na escolha das espécies vegetais a serem utilizadas, uma combinação de espécies que se equilibrem e se complementem, garantindo um recobrimento com prazo menor e uma redução nos custos de manejo;

· dar preferência à utilização de espécies nativas, obtidas a partir de manchas remanescentes da cobertura original, por serem mais resistentes a doenças e mais facilmente adaptáveis às características climáticas e edáficas locais.

c) Produção de Mudas

Uma vez definidas as espécies a serem utilizadas, deverá ser procedida a produção das mudas e a coleta das sementes. Essa atividade deverá ser desenvolvida pelo CONTRATADO, em função da composição florística e da dimensão da área, obedecendo a um programa de produção que garanta a qualidade e a quantidade das mudas necessárias. Assim, essa atividade deverá estar articulada com a disponibilidade dos viveiros existentes e com os objetivos previstos no "Programa de Formação da Faixa de Vegetação Ciliar e Implantação de Viveiros Florestais", elaborado para o reservatório.

O CONTRATADO ficará encarregada da seleção das espécies matrizes, coleta de sementes e produção de mudas.

d) Reflorestamento e/ou Revegetação

Essa etapa englobará um conjunto de operações técnicas seqüenciais, a cargo do CONTRATADO, e necessárias à implantação e à consolidação do projeto, tais como:

· demarcação das covas, cujo espaçamento será função das espécies selecionadas;

· preparo da superfície do terreno (abertura de covas ou construção de micropatamares), para criação dos meios favoráveis à germinação de sementes e desenvolvimento de mudas;

· construção de aceiros e caminhos para manejo e inspeção da área plantada, proteção contra o fogo e contra a disseminação de doenças, procurando utilizar os acessos de serviço desativados;

· adubação do solo e das covas e plantio de mudas e sementes.

e) Manejo da Área Plantada

Um dos aspectos fundamentais para a consolidação do projeto de revegetação e reflorestamento das áreas afetadas será o manejo das mesmas. Como

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providência inicial, será programada uma inspeção em toda a área trabalhada, após 30 ou 40 dias, para verificar o estado das mudas e a ocorrência de possíveis problemas decorrentes do próprio plantio ou do ataque de insetos e doenças, procedendo a substituição das espécies mais fracas ou mortas.

Além do replantio, o manejo da área em recomposição compreenderá as seguintes atividades a cargo do CONTRATADO:

· combate a ervas daninhas, formigas e outros insetos predadores;

· adubação complementar;

· controle de erosão, caso os dispositivos de drenagem superficial mostrem-se inadequados ou ineficientes. Nesse caso, deverá ser restabelecido o sistema de drenagem, sendo os sulcos e ravinas preenchidos com solo e a superfície replantada;

· enriquecimento da diversidade das espécies nas áreas onde as etapas sucessivas de plantio tenham sido planejadas, em função dos propósitos de curto, médio e longo prazo.

12.5 - Controle da Poluição e Disposição dos Resíduos Gerados na Obra

12.5.1 - Controle da Poluição e Proteção dos Recursos Hídricos

Durante a implantação da Usina, diversas atividades poderão provocar alterações nos cursos d'água, existentes na área e no sistema a jusante.

As escavações de solo e rocha, por exemplo, poderão propiciar o carreamento do material sólido para os córregos e lageados, intensificando o assoreamento desses cursos d'água, caso não tenham sido adotadas as medidas de controle usualmente recomendadas.

As atividades de lavagem de brita e cura do concreto poderão gerar um grande volume de efluentes, com alto teor de sólidos em suspensão, comprometendo a qualidade da água dos rios e interferindo nas espécies bióticas aquáticas.

Os acampamentos e alojamentos, por sua vez, representarão uma fonte potencial de poluição dos recursos hídricos, em função da geração do lixo e do escoamento dos esgotos sanitários.

Desse modo, deverão ser implementadas pelo CONTRATADO medidas de controle e tratamento de resíduos, procurando minimizar esses impactos.

O CONTRATADO não poderá poluir os rios e as águas subterrâneas, mas deverá monitorar e alertar os usuários, que desenvolvem atividades a jusante, sobre o provável aumento da turbidez e a ocorrência de alterações na qualidade da água, durante a construção das obras de implantação da Usina.

a) Controle do Escoamento Superficial

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Simultaneamente com as diretrizes de controle de erosão e de assoreamento mencionadas anteriormente, o CONTRATADO deverá desenvolver outras atividades de controle e monitoramento, de acordo com o projeto de controle da disposição de resíduos, em toda a área das obras.

Com esse objetivo, o CONTRATADO deverá proteger as áreas de estocagem de material e evitar o aumento de turbidez, mediante a construção de diques e implantação de canal ou tubulação até uma bacia de sedimentação. Assim procedendo, será possível desviar as águas de drenagem superficial, provenientes das áreas de empréstimo, bota-fora e demais locais onde estiverem sendo realizados os serviços de terraplenagem, até as bacias de sedimentação.

No que se refere à travessia de córregos ou à transposição direta de máquinas e equipamentos de construção, caberá o CONTRATADO providenciar a construção de galerias ou pontes temporárias, a fim de evitar os problemas de assoreamento e aumento da turbidez. Tais estruturas deverão ser imediatamente removidas, após a conclusão da obra.

b) Controle de Áreas de Estocagem de Combustíveis e Óleos Lubrificantes

Além da obediência às normas legais de segurança contra incêndio e explosões, o CONTRATADO deverá isolar as áreas de estocagem, através a construção de diques, de modo a evitar a contaminação dos cursos d'água, em caso de vazamento ou acidentes.

As áreas de estocagem serão conectadas, através de canaletas ou tubulações, a um tanque separador de água e óleo, do tipo API, CPI, IPI ou similar, que receberá, também, a água da chuva, contaminada pelos óleos e combustíveis, para, em seguida, proceder a necessária separação.

c) Manejo de Efluentes Industriais

· Áreas de manuseio de óleos e graxas e de lavagem de máquinas e veículos - o CONTRATADO deverá construir sistemas de coleta de águas residuais, composto de canaletas e/ou tubulações, e tanques separadores de água e óleo, do mesmo tipo que o referido anteriormente.

O tanque deverá ser dimensionado de forma a manter uma velocidade de escoamento baixa, propiciando a formação de um filme de óleo na superfície e a precipitação de partículas sólidas sedimentáveis.

O óleo recolhido poderá ser reutilizado, os resíduos sedimentados deverão ser dispostos, adequadamente, em aterro sanitário, e a água de efluentes industriais será lançada no curso d'água mais próximo.

· Águas de processamento de materiais de aterro e de lavagem de agregados - em função das grandes quantidades de sólidos em suspensão, essas águas não poderão ser lançadas diretamente no rio, mas deverão ser coletadas através de canaletas ou tubulações, dimensionadas para uma velocidade mínima de 0,8 m/s, e encaminhadas à bacia de sedimentação, dimensionada para um tempo de retenção mínimo de quatro horas.

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Os sólidos decantados serão, então, dispostos em aterro industrial e as águas tratadas poderão ser lançadas no curso d'água mais próximo.

· Águas de resfriamento de equipamentos - em nenhuma hipótese, as águas, com temperatura superior a 40ºC, poderão ser lançadas diretamente nos cursos d'água, mas, antes, serão encaminhadas a uma bacia de equalização, dimensionada para um tempo de retenção que permita sua adequação ao padrão desejado.

d) Manejo dos Esgotos Domésticos

As águas servidas e os esgotos gerados nos acampamentos e alojamentos deverão ter um tratamento adequado, antes de serem lançados no rio.

12.5.2 - Controle da Poluição Atmosférica

Entre as atividades desenvolvidas para a implantação da obra, algumas poderão gerar poluição atmosférica, principalmente, em razão da emissão de poeira, proveniente de escavações, bota-foras, britagem e construções diversas, bem como pela emissão de fumaça e substâncias tóxicas, resultantes da queima de material e operação de equipamentos.

Nesse sentido, o CONTRATADO deverá implementar algumas medidas obedecendo às diretrizes para controle da poluição, relacionadas a seguir:

a) Queima de Materiais

A queima de materiais poderá ser realizada pelo CONTRATADO, observando-se as normas estaduais e federais referentes ao controle da poluição do ar.

Os materiais poderão ser queimados dentro dos limites da área da obra e, a qualquer tempo, durante o período de construção, desde que a queima não interfira com a população do entorno, não provoque alteração drástica de seu ambiente, nem cause riscos de incêndios.

Entretanto, as operações de queima deverão obedecer à legislação vigente e necessitarão ser aprovadas pelas autoridades de segurança e corpo de bombeiros. Tais operações deverão respeitar uma distância mínima de 30,0 m, de qualquer construção em madeira ou outro material inflamável, sendo que, eventuais prejuízos causados à vida humana ou à propriedade privada, resultantes de acidentes durante as queimadas, será de responsabilidade do CONTRATADO.

Toda a queima deverá ser completa de forma que só restem cinzas ou pequenos pedaços de madeira e galhos. Os resíduos carbonizados serão dispostos adequadamente na área de aterro de lixo industrial.

b) Controle de Poeira

Durante a construção das obras, várias atividades, tais como os movimentos de solo, britagem de rocha e tráfego de veículos, poderão gerar poeira. Níveis elevados de poeira, em suspensão no ar, constituirão num sério risco nas

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áreas de trânsito intenso, e poderão prejudicar a saúde da população residente dentro e fora dos limites do canteiro de obras.

Assim, o CONTRATADO deverá controlar a suspensão de poeira no ar, através de métodos de estabilização temporária, tais como rega, tratamento químico, betuminoso leve ou outros similares.

No caso de ser utilizado o processo de rega, este deverá ser repetido em intervalos adequados de tempo, de modo a manter todas as áreas permanentemente úmidas.

12.5.3 - Controle e Manejo de Resíduos Sólidos

Durante a construção das obras, uma grande quantidade de resíduos sólidos será gerada, ressaltando-se o lixo produzido nos acampamentos e o entulho, descarte e refugo resultantes das diversas frentes e etapas de trabalho.

a) Lixo Industrial e Doméstico

O CONTRATADO deverá promover a coleta seletiva de lixo e encaminhar para reaproveitamento os materiais recicláveis.

Todo o lixo de rápido deterioramento e/ou que provoque mau cheiro e acúmulo de moscas, principalmente o lixo de refeitórios, deverá ser coletado diariamente.

O lixo decorrente de limpeza, embalagens e outros, poderá ser recolhido em intervalos maiores, porém, nunca excedendo a três dias.

Todo o lixo não reciclável deverá ser depositado em aterros sanitários que serão executados pelo CONTRATADO, na forma estabelecida pelo órgão competente. Para tanto, o CONTRATADO submeterá o projeto e deverá obter a Licença Ambiental junto ao órgão estadual competente.

O lixo reciclável deverá ser guardado, por períodos que não excedam a 30 dias, em locais apropriados.

b) Resíduo Hospitalar

O resíduo sólido de origem hospitalar deverá ser coletado diariamente e

incinerado, devendo o CONTRATADO obedecer às exigências da Portaria no 5 do Ministério do Interior, datada de 01/03/79.

12.6 - Acompanhamento e Controle

12.6.1 - Esclarecimentos e Conscientização do Pessoal Envolvido com a Obra

O grau de conscientização do pessoal envolvido com a obra, no que se refere aos cuidados a serem tomados com o meio ambiente, será fundamental para o sucesso do programa de controle ambiental.

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Assim, o CONTRATADO deverá implementar um programa de esclarecimentos e conscientização do pessoal envolvido, a ser elaborado por uma comissão interna de meio ambiente.

Esse programa, além das medidas mencionadas nos capítulos anteriores e nas Condições Especiais, deverá esclarecer todos os cuidados e procedimentos que deverão ser tomados, diariamente, durante a execução dos diferentes serviços e nas diversas etapas da obra, a fim de evitar:

· desmatamentos desnecessários;

· quebra de galhos e troncos;

· pintura em árvores, matacões ou cortes de estradas que poluam visualmente a paisagem;

· disposição de rejeitos da obra (ferragens, pedaços de madeira, sacos de papel etc) em locais inadequados;

· queima de resíduos ou restos de vegetação, sem os devidos esquemas de segurança.

Além desses cuidados preventivos, será sempre conveniente esclarecer o pessoal envolvido sobre a necessidade de serem adotadas medidas de recomposição, imediatamente após a conclusão dos serviços (cortes, aterros, terraplenagem etc) pois, quanto mais tarde elas forem realizadas, maiores serão os custos envolvidos e mais difícil será atingir os objetivos.

12.6.2 - Monitoramento

A implantação das ações e intervenções para o controle da degradação e da recuperação ambiental dependerão, não só da sua definição precisa, mas, também, do cuidado na sua execução e manutenção, até que a área ou o local "em tratamento" atinja um nível razoável de estabilidade.

Para tanto, será necessário que o CONTRATADO programe o acompanhamento (monitoramento) e supervisão do desenvolvimento das ações de controle e recuperação recomendadas, respeitando um cronograma pré-estabelecido, para que possam ser identificados os eventuais problemas e/ou feita a adequação das medidas propostas.

12.7 - Vigilância Sanitária

O CONTRATADO deverá manter e operar um posto de vigilância sanitária, para realizar o controle de doenças endêmicas e transmissíveis.

Para tanto, será submetida a exames toda a população vinculada à obra, em especial a população originária de regiões que registrem doenças endêmicas.

O CONTRATADO informará as autoridades sanitárias todas as ocorrências de doenças endêmicas.