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    COMBATENTE BRASILEIRO

    ESCOPO DO PROJETO1 

    (Versão 1.9 –  29 Out 2014) 

    1  Escopo pode ser definido e subdividido sob óticas distintas entre especialistas de todo mundo. Aqui, adotou-se a que o subdivide em escopo do

    projeto  e escopo do produto. O primeiro define o trabalho que precisa ser realizado para entregar um produto (o como) e o segundo define as

    características e funções que caracterizam o produto (o quê).

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    - Escopo   Projeto Combatente Brasileiro   29 Out 2014 -2

    ÍNDICE

    CAPÍTULO 1 - INFORMAÇÕES GERAIS ....................................................................................... 5 

    CAPÍTULO 2 - CONCEITOS OPERACIONAIS (CONOPS) ......................................................... 10 

    CAPÍTULO 3 - CONDICIONANTES DOUTRINÁRIAS E OPERACIONAIS ............................ 24 

    CAPÍTULO 4 - DIRETRIZES DO PROJETO ................................................................................. 27 

    CAPÍTULO 5 - CONCEPÇÃO DO PROJETO COBRA ................................................................. 29 

    CAPÍTULO 6 - SUPORTE LOGÍSTICO .......................................................................................... 53 

    CAPÍTULO 7 - ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO .................................................................... 55 

    CAPÍTULO 8 - INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ............................................................ 58 

    ANEXO A -  SISTEMAS COMBATENTES DO FUTURO NO MUNDO ..................................... 61 

    ANEXO B - FONTES DE CONSULTA ............................................................................................. 80 

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    - Escopo   Projeto Combatente Brasileiro   29 Out 2014 -3

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1- combatente com uniforme MULTICAM ......................................................... ....................................................... 14 

    Figura 2 - coturno sem brilho (modelo ilustrativo) .......................................................... ....................................................... 15 

    Figura 3 - colete balístico (modelo ilustrativo) ................................................................ ....................................................... 16 

    Figura 4 - colete tático (modelo ilustrativo) .......................................................... .............................................................. ... 16 

    Figura 5 - modelo ilustrativo de óculos tático ...................................................... ............................................................... ... 17 

    Figura 6 - modelo ilustrativo de máscara contra gases ........................................................................................................... 18 

    Figura 7- soldado com equipamento de comunicações ............................................................................................... ........... 20 

    Figura 8 - soldado com monóculo que possibilita visão periférica........................................................ ................................. 21 

    Figura 9 - equipamento de pontaria acoplada a display de monóculo ............................................................. ...................... 22 

    Figura 10 - gabarito 01  –  Combatente Brasileiro de uma Brigada de Infantaria Leve (modelo ilustrativo) ...................... ... 31 

    Figura 11 - soldado brasileiro infante ......................................................... .............................................................. .............. 33 

    Figura 12 - tropas de Brigada de Infantaria Paraquedista. .......................................................... ............................................ 33 

    Figura 13 - tropa de brigada leve preparada para missão de pacificação................................................................................ 34 

    Figura 14 - viaturas Guarani que comporão as Brigadas de Infantaria Mecanizada ............................................................ ... 35 

    Figura 15 –  blindados de uma Brigada de Cavalaria Mecanizada em treinamento ................................................................ 35 

    Figura 16 - Brigada de Infantaria Blindada ................................................................................ ............................................ 36 

    Figura 17 - organograma de um pelotão de fuzileiros ............................................................... ............................................ 37 

    Figura 18 - Análise Pós-Ação (APA) de um Treinamento Simulado ............................................................... ...................... 54 

    Figura 19 -  programa “Dismounted Soldier Training System (DSTS)” ................................................................................ 62 

    Figura 20 - soldado francês, com o sistema FELIN ............................................................................................................... 62 

    Figura 21 - soldado Holandês (Programa VOSS) ............................................................ ....................................................... 63 

    Figura 22 - sistema holandês com mira no fuzil com visão indireta ................................................................ ....................... 64 

    Figura 23 - sistema alemão com sistema IdZ ......................................................................................................................... 65 

    Figura 24 - sistema alemão com grupo de combate ......................................................... ....................................................... 66 

    Figura 25 - sistema canadense com o sistema ISSP ............................................................................................................... 66 

    Figura 26 - soldado canadense som o sistema ISSP ................................................................... ............................................ 67 

    Figura 27 - equipamento Ratnik ....................................................................................................................... ...................... 68 

    Figura 28 - equipamento do soldado do exército russo .............................. ................................................................. ........... 69 

    Figura 29 - sistema Land 125 ............................................................................... ............................................................... ... 70 

    Figura 30- soldado australiano com o sistema Land 125 ............................................................ ............................................ 71 

    Figura 31 - soldados israelenses utilizando um escudo Portable Shelter .......................................................... ...................... 72 

    Figura 32 - soldados poloneses com equipamento Tytan .................................................................................................... ... 73 

    Figura 33 - soldado suíço com o sistema IMESS ................................................. ............................................................... ... 74 

    Figura 34 - soldado espanhol com o sistema COMFUT ............................................................. ............................................ 75 

    Figura 35 - soldado britânico com o sistema FIST ........................................................................................... ...................... 77 

    Figura 36 - soldado francês com o sistema FELIN.......................... ................................................................. ...................... 78 

    Figura 37 - soldado americano com o sistema Land Warrior ................................................................................... .............. 79 

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    - Escopo   Projeto Combatente Brasileiro   29 Out 2014 -4

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - códigos dos componentes de Letalidade por prioridade. ....................................................................................... 39 

    Tabela 2 - códigos dos componentes de Proteção por prioridade. ......................................................... ................................. 40 

    Tabela 3 - códigos dos componentes de Observação por prioridade. ............................................................... ...................... 41 

    Tabela 4 - códigos dos componentes de Sobrevivência por prioridade. ................................................................................. 42 

    Tabela 5 - códigos dos componentes de Mobilidade por prioridade. ........ ............................................................... .............. 43 

    Tabela 6- códigos dos componentes de Comunicações por prioridade. .............................................................................. ... 43 

    Tabela 7 - códigos dos componentes de Sobrevivência por prioridade. ................................................................................. 43 

    Tabela 8 - distribuição de componentes do Plt Fz Bda de Infantaria Leve - Gabarito 01. ..................................................... 44 

    Tabela 9 - distribuição de componentes do Plt Fz Bda de Infantaria Paraquedista - Gabarito 02. ......................................... 45 

    Tabela 10 - distribuição de componentes do Plt Fz Bda de Infantaria Leve Aeromóvel - Gabarito 03. ................................. 46 

    Tabela 11 - distribuição de componentes do Plt Fz Bda de Infantaria Leve GLO - Gabarito 04. .......................................... 47 

    Tabela 12 - distribuição de componentes do Plt Fz Bda de Selva - Gabarito 05. ..................................................... .............. 48 

    Tabela 13 - distribuição de componentes do Plt Fz Bda de Infantaria Mecanizado - Gabarito 06. ........................................ 49 

    Tabela 14 - distribuição de componentes do Plt Fz Bda de Infantaria Blindado - Gabarito 07. ............................................. 50 

    Tabela 15 - distribuição de componentes do Plt Fz Cavalaria Blindado - Gabarito 08. ......................................................... 51 

    Tabela 16 - distribuição de componentes do Plt Fz Bda de Montanha - Gabarito 09. ......................................................... ... 52 

    Tabela 17 - exemplos de programas “soldado do futuro” pelo mundo ................................................................................... 63 

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    - Escopo   Projeto Combatente Brasileiro   29 Out 2014 -5

    CAPÍTULO 1 - INFORMAÇÕES GERAIS 

    1.1.  FINALIDADE

    Apresentar o conceito do Projeto Combatente Brasileiro (COBRA) e as diretrizes para a suaviabilização no âmbito da Força Terrestre, por meio de contratação de empresa (ou consórcio de

    empresas) para desenvolver, integrar e implantar o projeto,  de forma a atender às necessidades do

    Exército Brasileiro,  de acordo com os Conceitos Operacionais e as Condicionantes Operacionais

    vigentes, especificadas no presente documento, e as futuras que vierem a ser acordadas durante a

    implantação do projeto.

    1.2. 

    REFERÊNCIAS - Estratégia Nacional de Defesa - EM Interministerial nº 00437/MD/SAE-Pr, de 17 DEZ 08; 

    - Concepção da Transformação do Exército, aprovada pela Portaria nº 1253, de 05 DEZ 13;

    - Bases para a Transformação da Doutrina Militar Terrestre, aprovadas pela Portaria nº 197-

    EME, de 26 SET 13;

    - Instruções Gerais para o Sistema de Doutrina Militar Terrestre - SIDOMT (EB10-IG-01.005),

    aprovadas pela Portaria nº 989-Cmt Ex, de 27 NOV 12; 

    - Manual de Fundamentos - Doutrina Militar Terrestre (EB20-MF-10.102), 1ª edição, 2014,

    aprovado pela Portaria nº 3-EME, de 2 JAN 14; 

    - Manual de Fundamentos - Operações (EB20-MF-10.103), 4ª edição, 2014, aprovado pela

    Portaria nº 4-EME, de 9 JAN 14; 

    - Condicionantes Doutrinárias e Operacionais nº 004/2012 - COBRA (Combatente Brasileiro),

    aprovadas pela Portaria nº 131-EME/Res, de 28 SET 12; 

    - Diretriz de Implantação do Projeto Estratégico Recuperação da Capacidade Operacional da

    Força Terrestre - RECOP, aprovada pela Portaria s/nº-EME, de 3 ABR 14;

    - Normas para Elaboração, Gerenciamento e Acompanhamento de Projetos no Exército

    Brasileiro (EB20-N-08.001), 2ª edição, 2013, aprovadas pela Portaria nº 176 - EME, de 29 AGO 13; e 

    - IG 20-12 Instruções Gerais para o Modelo Administrativo do Ciclo de Vida dos Materiais de

    emprego militar (Port Min Nº 932, 10 Set 96).

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    - Escopo   Projeto Combatente Brasileiro   29 Out 2014 -6

    1.3.  O PROJETO COMBATENTE BRASILEIRO

    O projeto Combatente Brasileiro (COBRA) tem sua concepção em torno de 07 (sete)

    capacidades, tratadas no presente documento como subsistemas:

      Observação;

      Mobilidade;

      Proteção;

      Comunicações;

      Consciência Situacional.

      Letalidade; e

     

    Sobrevivência.

    O projeto aumentará a efetividade de combate do soldado brasileiro inserido em sua área de

    operação. As capacidades abrigam uma lista inicial de componentes (sugeridos), constantes no

    capítulo 6.

    Em função do alto valor agregado ao COBRA e de sua ampla visibilidade, o Estado-Maior do

    Exército (EME) o incluiu entre seus projetos estratégicos.

    De acordo com a diretriz governamental de priorizar a autonomia estratégica e autossuficiência

     prevista na END, enfatiza-se o desenvolvimento autóctone, devendo ser consideradas as seguintesrecomendações:

    - seleção e contratação de empresa estratégica de defesa (EED) como integradora;

    - especificação de “gabaritos” adequados para as diferentes brigadas do Exército;

    - utilização de equipamentos desenvolvidos pela Indústria de Material Bélico (IMBEL);

    - busca do conceito de evolução dinâmica, ou seja, os requisitos absolutos e desejáveis

    elaborados para a 1ª versão deverão ser atualizados para as seguintes, com a finalidade de os

    equipamentos, materiais e sistemas evoluírem com o incremento de novas tecnologias;- utilização de “ software”  de Comando e Controle com padrões não-proprietários,

    desenvolvido/customizado pelo Sistema de C&T do EB;

    - utilização de uniformes desenvolvidos pela indústria brasileira;

    - transferência de tecnologia para o Brasil;

    - estabelecimento de parcerias em áreas onde o Brasil não domina a tecnologia;

    - busca da flexibilidade e adaptabilidade, a fim de permitir que frações constituídas, até o nível

    Unidade, possam compor-se nas diferentes formas exigidas pelas missões impostas e pelos ambientes

    operacionais em que atuarão, seja no país ou no exterior; e

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    - Escopo   Projeto Combatente Brasileiro   29 Out 2014 -7

    - dualidade, ou seja, o material deve ter utilidade civil, se devidamente adaptado.

    Estima-se que o projeto atingirá a maturação necessária em 2020, com possíveis atualizações nos

    anos seguintes.

     Naquele ano, deverá ser considerada a incorporação de subsistemas mais avançados e novascapacidades. A continuidade do projeto representará certamente uma maneira clara de o EB manter-se

    atualizado, fazendo do COBRA uma referência no cenário militar internacional.

    1.4.  A VIABILIDADE DO PROJETO COBRA

    As capacidades do COBRA incorporam distintas especificidades tecnológicas. A pesquisa, o

    desenvolvimento e a produção em escala de seus componentes levam a um cenário tecnológico

    multidisciplinar.Desde componentes do uniforme, como meias e coturno, até optrônicos e tablets robustecidos,

    verifica-se grande espectro de parâmetros tecnológicos.

    Assim, para viabilizar este projeto, será selecionada uma empresa desenvolvedora/integradora

     por dispensa de licitação, com amparo no inciso XXVIII do Art 24 da Lei 8.666, responsável por

    implementar as capacidades do COBRA, por meio do desenvolvimento ou integração de itens de

    empresas detentoras das tecnologias pertinentes às capacidades do sistema. Mais do que isto, a

    empresa integradora deverá harmonizar o somatório dos componentes, atendendo às condições de

    contorno imposta pelo EB, tais como peso total do sistema, ergonomia, interoperabilidade e índice

    crescente de nacionalização.

    Os itens previstos para o COBRA serão utilizados por combatentes de várias armas e distintas

    funções, dentro das áreas de operações previstas doutrinariamente. Assim, o capacete de um soldado

    da infantaria mecanizada, por exemplo, poderá ter especificidades distintas da de um soldado de

    infantaria motorizada.

    O projeto enfrentará 04 (quatro) grandes desafios:

    - a viabilidade econômica para produção de componentes específicos, que serão necessários em

     pequena quantidade a ser produzida, quando comparada com a de outros componentes;

    - distintos períodos de tempo para o ciclo de produção dos componentes;

    - distintos períodos de tempo para a avaliação dos protótipos e do lote-piloto; e

    - obtenção de todos os itens para a montagem de cada sistema do COBRA (homem x função).

    Diante desse cenário, como fator crítico de sucesso, cada componente do sistema COBRA será

    especificado por homem x função, dentro de sua respectiva brigada.

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    1.5. JUSTIFICATIVA

    O Exército Brasileiro, a exemplo de outros exércitos de países desenvolvidos, passa por um

     processo de transformação, que inclui a modernização da sua tropa. Nesse contexto, seu planejamento

    estratégico incluiu o Projeto Combatente Brasileiro (COBRA), que visa a equipar sua tropa comarmamento avançado, produtos de defesa leves e resistentes, rede de comunicação e acesso instantâneo

    às informações sobre o campo de batalha.

    1.6. OBJETIVOS DO PROJETO

    1.6.1 GERAIS 

    O Exército Brasileiro possui o maior efetivo dentre as três Forças Armadas Brasileiras.As multivariadas capacidades que o Exército Brasileiro necessita para cumprir suas missões

    constitucionais requerem que seu soldado esteja, a qualquer tempo, adequadamente capacitado e

    equipado. Esta servidão, considerada conjuntamente com os grandes efetivos da Força, implica em alto

    custo logístico e complexa atividade de padronização e desenvolvimento tecnológico.

     Neste contexto, é objetivo do Projeto COBRA atender às necessidades do Sistema Soldado com

    tecnologias que potencializem as capacidades previstas, com consequente incremento da operacionalidade do

    Módulo de Combate Brigada, deixando-a em melhores condições de fazer frente às ameaças previstas nas

    Hipóteses de Emprego (HE).

    Paralelamente, busca-se estabelecer as condições para a participação efetiva da indústria nacional, por

    meio de parcerias e composições, no desenvolvimento e fornecimento de materiais e sistemas, em consonância

    com projeto que consubstancie propostas viáveis e exequíveis.

    1.6.2 ESPECÍFICOS 

    Sob a visão doutrinária do Estado-Maior do Exército (EME), o COBRA deve proporcionar

    adequação aos conceitos e às necessidades do EB. Observando-se o cenário global, identificam-se, emdiversos exércitos, projetos com foco no combatente para implantação de conceitos e tecnologias, com

    objetivo de adequar as forças às demandas atuais do combate e visualizando melhorias e incrementos

    tecnológicos para os conflitos futuros.

    O projeto, composto de 07 (sete) subsistemas deve permitir ampliar as capacidades individuais e

    coletivas e, simultaneamente, aumentar o poder de dissuasão da Força Terrestre, por intermédio de seu

    sistema Módulo de Combate Brigada, pelo potencial amplificado de emprego e pelas tecnologias

    agregadas aos módulos do Sistema Soldado.

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    1.7. RESULTADO ESPERADO 

    Com a implantação desse projeto, espera-se um novo conceito de combatente brasileiro no seu

    emprego em operação real, com resultados significativos para a melhoria de sua letalidade, proteção,

    observação, sobrevivência, mobilidade, comunicações e consciência situacional, além de se verificargrande estímulo à indústria nacional.

    1.8 VANTAGENS DA PADRONIZAÇÃO DO COMBATENTE BRASILEIRO 

    O projeto proporcionará ao EB a unicidade de esforço, reduzindo as várias frentes de trabalho

    referentes à capacidade de combate do soldado brasileiro. Obter-se-á também a uniformidade nas

    soluções de diferentes fornecedores e o impulso à indústria nacional, paralelamente à aquisição de

    novas capacidades e interoperabilidade que elevarão o nível de operacionalidade do EB.

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    CAPÍTULO 2 - CONCEITOS OPERACIONAIS (CONOPS)

    2.1  VISÃO

    Os conceitos operacionais se justificam no presente escopo como parâmetros necessários à

    formulação do projeto por delimitarem a forma e o espaço de emprego do combatente brasileiro,

    contextualizando-o nos possíveis cenários de atuação.

    Sob a visão doutrinária do Estado-Maior do Exército (EME), o COBRA deve ser objeto de

     profundo estudo, para perfeita adequação aos conceitos e às necessidades do EB.

    O alvo prioritário do COBRA deve ser a elaboração de um conjunto de conceitos, capacidades,

    sistemas e equipamentos necessários para moldar o soldado do EB para alcance abrangente,

     permitindo ampliar suas capacidades individuais e coletivas e, consequentemente, aumentar o poder de

    dissuasão da Força Terrestre.

    2.2  PREMISSAS

    O desenvolvimento do projeto deve ter como base a sensatez, a economicidade e a simplicidade;

    não obstante o caráter de agregado tecnológico que pode envolver o Sistema Soldado. O projeto deve

     possuir um componente doutrinário e outro científico-tecnológico para uma concepção adequada à

    realidade do EB e enquadrada no Módulo de Combate Brigada, os quais deverão ser desenvolvidos de

    forma integrada para assegurar a interoperabilidade.

    A tecnologia deve estar presente em todos os componentes do Sistema COBRA. Equipamentos

    de comunicações, equipamentos miniaturizados de Tecnologia da Informação (TI), proteção balística,

    equipamentos de observação, sensores, armamentos, munição e até vestuário e calçados devem indicar

    a existência de tecnologias modernas que contribuam para a ergonomia, a segurança, a proteção, o

    conforto e a eficiência de todos os componentes.

    É imperativo que a um maior fardo físico e cognitivo corresponda maior eficácia e proteção ao

    combatente.

    A interoperabilidade e a conectividade devem ser conceitos de Comando e Controle (C²) do

     projeto que possibilitem facilidade em operações conjuntas, ao mesmo tempo permitindo integrar cada

    combatente em rede dentro do ambiente tático, no qual a sua fração esteja atuando, permitindo

    adequado fluxo de informação e acompanhamento da situação em tempo real.

    O COBRA deve ser um sistema que, por intermédio de adestramento e TI, permita que o

    combatente obtenha consciência situacional dentro do ambiente tático da fração considerada.

    O projeto deve ter como objetivo principal a inserção da tecnologia para melhorar as capacidadesdo combatente, incluindo a de sobrevivência. A garantia da consecução desse objetivo está no aumento

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    de sua capacidade de observação/sensoriamento (detecção), diminuição da possibilidade de ser

    rastreado e aumento da proteção balística para os engajamentos. Sua capacidade de comunicação é

    vital ao C² e às suas condutas de combate.

    Visto como sistema, o COBRA deve ter como premissa a redução de riscos de fratricídio,

    engajamento de não-combatentes, baixas e danos colaterais. Obtém-se isso quando o controle da açãotiver menor dependência de imponderáveis que a tecnologia não puder eliminar e pelo aumento da

    eficiência.

    O COBRA deve ser um sistema modular, que potencialize capacidades na medida necessária a

    uma determinada função operacional. A modularidade deve permitir integrar capacidades dentro de

    uma fração com o Grupo de Combate (GC) ou Pelotão (Plt), destinando a cada fração o equipamento

    necessário e suficiente ao cumprimento da missão. A natureza da fração (leve, mecanizada, de selva ou

    outra) exigirá módulos de capacidade adequados à sua previsão de emprego.As tecnologias que cercam o desenvolvimento do projeto devem motivar a participação da IND,

    como fator de integração da defesa no Estado brasileiro, particularmente nas áreas de nanotecnologia,

    óptica, robótica, comunicações e fontes de energia.

    O projeto deve receber tratamento de Material de Emprego Militar (MEM), com amparo nas

    Instruções Gerais 20-12 (IG 20-12)  –  Modelo Administrativo para o Ciclo de Vida dos Materiais de

    Emprego Militar, no que for possível, para adequada caracterização de um ciclo de vida que permita

    uma evolução dinâmica.

    O COBRA deverá atender as seguintes premissas básicas:

    - tecnologias de equipamentos;

    - interconectividade

    - redução de riscos;

    - ergonomia/conforto;

    - interoperabilidade;

    - integração ao C2;

    - consciência situacional;

    - rusticidade do combatente;

    - adequar-se às diversidades das regiões, climas e condições de emprego;

    - modularidade (define a natureza da tropa e o ambiente operacional);

    - facilidade de operação e manutenção dos equipamentos; e

    - eficiência e efetividade.

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    2.3  CAPACIDADES

    As capacidades objetivadas pelo projeto devem ser entendidas conforme se seguem.

    2.3.1 Observação

    Deve incluir os itens associados à capacidade de observar, realizar sensoriamento, iluminar alvose mapear, digitalmente, ambientes táticos. Deve integrar-se ao COBRA ou ser utilizado remotamente,

     por intermédio de Sistemas Aéreos Remotamente Pilotados (SARP) ou outros dispositivos, inclusive

    satélites.

    Para o comandante de fração, esse módulo pode incluir computador para processamento de

    informações.

    A observação deve destinar-se, prioritariamente, à Função de Combate Manobra, pelos níveis de

    complexidade que compõem esse sistema e pela maior possibilidade de contato com o inimigo.A tecnologia atual permite conectividade entre dispositivos monoculares de observação e o

    armamento, permitindo realizar fogo preciso sem emprego da técnica clássica de pontaria.

    O emprego nobre dessa capacidade deve ser o mapeamento do ambiente tático e a transmissão

    em tempo real a um centro de C², para apoio à decisão ou subsídio ao Apoio de Fogo. Outra

    capacidade, não menos nobre, seria a de permitir que o Combatente possa receber informações

    relevantes do sistema de C2 e visualizar diretamente no equipamento optrônico, tendo esses dados

    fundidos ao cenário real.

    A dotação dos itens de observação deve se adequar à missão de cada combatente dentro da

    fração. Em caso de missões noturnas, todos os integrantes de uma fração poderão ser dotados de

    optrônicos para visão noturna, alguns com visão termal, outros com aparelhos de intensificação da luz,

    respeitando-se o planejamento da operação. Tais itens devem compor um sistema de enlace de dados

    (datalink) que permita a troca de e-mail, fotos, dados, voz e imagens entre os combatentes e entre estes

    e seus meios de apoio ao combate e apoio logístico, além do enlace entre as Forças Armadas em um

    ambiente conjunto.

    2.3.2 Mobilidade

    Trata-se de capacidade que o COBRA deve possuir, tanto para o combate a pé como para o

    combate embarcado ou com o apoio de carros, de dia e de noite. Os módulos de proteção e

    sobrevivência não devem interferir negativamente na capacidade de atuação do COBRA,

     principalmente, na progressão a pé.

    A ergonomia do equipamento deve garantir a mobilidade articular e distribuir o peso do

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    - Escopo   Projeto Combatente Brasileiro   29 Out 2014 -13

    equipamento deforma a evitar a fadiga prematura do combatente e o desconforto do peso do

    equipamento na ação continuada.

    O peso do equipamento deve ter tendência declinante, sem prejuízo das capacidades necessárias

     já obtidas ou a obter.

    Estudos feitos pelo General SLA Marshall, do Exército dos EUA, sobre a carga conduzida pelosoldado, concluíram que o soldado não pode ser sobrecarregado; pois isso exaure suas forças físicas e,

     por consequência, sua eficiência em combate, podendo levá-lo à exaustão e atemorizando o

    combatente, que se sentiria sem condições de prosseguir na missão. Por meio de entrevistas com

    combatentes, observação e experimentação, o General Marshall concluiu que o soldado deve treinar

    com uma carga que corresponda a 1/3 (um terço) do seu peso corporal e combater conduzindo 80%

    (oitenta por cento) dessa carga de treinamento. Um combatente que pese por volta de 90 kg (noventa

    quilogramas), por exemplo, deve treinar com uma carga não superior a 30 Kg (trinta quilogramas) edeve ir para o combate com uma carga não superior a 24 kg (vinte e quatro quilogramas). Nesse peso

    estão computados seu armamento e munição (em torno de 7,3 Kg, pelo padrão da OTAN), seu fardo

    aberto e material coletivo ou específico da missão. Portanto, para que a mobilidade e a eficiência do

    combatente sejam preservadas, a carga que o mesmo conduzirá em combate deve ficar entre 18 e 24

    kg, considerando-se, grosso modo, a diferença entre os biótipos dos diversos militares.

    2.3.3 Proteção

    A proteção é a capacidade mais relacionada ao homem.

    Devem ser consideradas as proteções balística, ambientais (temperatura, fogo, água, umidade,

     produtos QBNR, camuflagem), eletrônica (IED, interferência) e ergonômica.

    Seus componentes devem possuir agregados tecnológicos voltados para o uniforme, os calçados,

    o capacete, o colete balístico, as joelheiras, as cotoveleiras, as luvas, os óculos de proteção, os

    equipamentos de Defesa Química, Biológica, Nuclear e Radiológica (DQBNR) e a proteção eletrônica,

    a ser considerada em consonância com os equipamentos de comunicações.

    Sua composição deve ser modular, com um módulo básico formado por uniforme e calçados e

    uma combinação de outros componentes, adequada ao emprego desejado.

    2.3.3.1 Classificação dos itens

    - Uniforme

    O uniforme deve prover proteção pelo padrão de camuflagem.

    O padrão de camuflagem que está apresentando melhores resultados nos dias atuais é o

    MULTICAM, que se adéqua à maioria dos ambientes operativos.

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    Figura 1- combatente com uniforme MULTICAM

    O tecido deve permitir o gerenciamento da assinatura térmica do combatente, dispersando sua

    radiação infravermelha, dificultando que o inimigo o localize utilizando aparelhos de visão termal.

    Algum retardante de fogo deve ser acrescentado ao tecido do uniforme, tal como o NOMEX,

    utilizado na confecção das vestimentas de pilotos de provas de automobilismo.

    Basicamente, os itens que compõem o uniforme são calça, blusa, camiseta e meias; os quaisdevem ser dotados de tecnologia que:

       permita secagem rápida;

       permita a transpiração do combatente, atuando como regulador térmico;

       possua resistência, inclusive água;

       possua qualidade no toque, permitindo conforto;

      seja concebido com conceito de pixelização, favorecendo a camuflagem furtiva;

      evite emprego de fechos e botões;  facilite o pronto atendimento a feridos; e

       possua bolsos acessíveis, mesmo com o uso de equipamentos.

    - Calçados

    Os calçados devem cumprir a função primordial de proteção com capacidade de absorção de

    ondas de choque contra a região plantar e, simultaneamente, serem confortáveis, impermeáveis e sem

     brilho, buscando coerência com a camuflagem do uniforme.

    Os coturnos devem ter o “couro virado” para serem sem brilho, não sendo necessário engraxá-los e devem ser adequados ao ambiente operativo onde o soldado atuará.

    https://br.images.search.yahoo.com/images/view;_ylt=A2KLdmWQFEBUPC0AZ3n16Qt.;_ylu=X3oDMTIzdXYxdm5hBHNlYwNzcgRzbGsDaW1nBG9pZAMxMThmZmUyYmYwMjlhN2VjMzYyZGQ1NmI1MTcwOGFiMwRncG9zAzE2BGl0A2Jpbmc-?back=http://br.images.search.yahoo.com/search/images?_adv_prop=image&va=Multicam&fr=yfp-t-303&tab=organic&ri=16&w=1200&h=1600&imgurl=tacticalhaloteam.files.wordpress.com/2010/07/multi-cam.jpg&rurl=http://tacticalhaloteam.wordpress.com/2010/07/02/multicam/&size=331.9KB&name=%3cb%3eMULTICAM%3c/b%3e&p=Multicam&oid=118ffe2bf029a7ec362dd56b51708ab3&fr2=&fr=yfp-t-303&tt=%3cb%3eMULTICAM%3c/b%3e&b=0&ni=128&no=16&ts=&tab=organic&sigr=11q6fugom&sigb=13aail9mq&sigi=11q6eup52&sigt=10firgjep&sign=10firgjep&.crumb=EbF4fSeX/mT&fr=yfp-t-303

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    Figura 2 - coturno sem brilho (modelo ilustrativo) 

    - Capacete

    O capacete deve ter efetiva resistência balística, associada ao baixo peso e à amortização da

    onda de choque. Deve ser prioritariamente ergonômico e confortável, sem atrapalhar a visada de

     pontaria e a audição em qualquer posição.

    O modelo consagrado deste item é o utilizado pelo Exército dos EUA denominado “fritz”, e

    adotado por vários exércitos, inclusive pelo Exército Brasileiro.Destaca-se que o COBRA vai incorporar equipamentos de comunicações individuais que,

    inevitavelmente, impactará no projeto final do capacete; como, por exemplo, inserindo-se recortes em

    sua estrutura para acomodar os fones e microfones.

    O capacete também deve possuir apoios para aparelhos óticos, como monóculos ou óculos de

    visão noturna.

    - Colete balísticoO colete balístico deve empregar materiais leves e resistentes a impactos de projétil

    7,62mm/5,56mm e a estilhaços de granada de mão, protegendo todas as áreas vitais, tudo sem

    comprometer a mobilidade.

    https://br.images.search.yahoo.com/images/view;_ylt=A2KLdSY3G0BUCwsAnqb16Qt.;_ylu=X3oDMTIzdmJkNDc4BHNlYwNzcgRzbGsDaW1nBG9pZAM1MzRlMzc3ZjRlODE3Zjc3OWRjOWI4MDM2NTE5MmRhMQRncG9zAzIxBGl0A2Jpbmc-?back=http://br.images.search.yahoo.com/search/images?_adv_prop=image&va=Boot&fr=yfp-t-303&tab=organic&ri=21&w=320&h=329&imgurl=www.nexternal.com/armynavy/images/belleville-boots-340-DES1.gif&rurl=http://www.vtarmynavy.com/belleville-boots.htm&size=46.1KB&name=...+%3cb%3eboot%3c/b%3e+$+129+95+belleville+340+des+hot+weather+flight+%3cb%3eboot%3c/b%3e+u+s+army&p=Boot&oid=534e377f4e817f779dc9b80365192da1&fr2=&fr=yfp-t-303&tt=...+%3cb%3eboot%3c/b%3e+$+129+95+belleville+340+des+hot+weather+flight+%3cb%3eboot%3c/b%3e+u+s+army&b=0&ni=128&no=21&ts=&tab=organic&sigr=11e6kb6a0&sigb=136defdek&sigi=11v12epn8&sigt=12j8ehm3k&sign=12j8ehm3k&.crumb=EbF4fSeX/mT&fr=yfp-t-303

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    Figura 3 - colete balístico (modelo ilustrativo)

    Este item é responsável por grande parte da carga conduzida pelo combatente e deve ser

    modular de forma a aumentar ou diminuir a proteção, seja em termos de áreas corporais protegidas,

    seja em termos de resistência a impactos de diversos calibres, e consequentemente o peso, conforme os

     parâmetros da missão; deve ter o mesmo padrão de camuflagem do uniforme e ser,

    concomitantemente, um colete tático.

    Figura 4 - colete tático (modelo ilustrativo) 

    https://br.images.search.yahoo.com/images/view;_ylt=A2KLdSZLHEBUqkoAotL16Qt.;_ylu=X3oDMTIzYjRpazZhBHNlYwNzcgRzbGsDaW1nBG9pZAM3ZWM5YTA1ODY4MDQyMTRiMzliMTliZTI5ZTgyYjg4OQRncG9zAzY4BGl0A2Jpbmc-?back=http://br.images.search.yahoo.com/search/images?p=Body+armor&_adv_prop=image&va=Body+armor&fr=yfp-t-303&spos=12&nost=1&tab=organic&ri=68&w=307&h=350&imgurl=1.bp.blogspot.com/-rJkdd807p-4/TuxJgX0t_vI/AAAAAAAAABg/l_FlIqiCexU/s1600/Tactical+Body+Armor+10.jpg&rurl=http://tacticalbodyarmor.blogspot.com/&size=79.2KB&name=Key+Features+that+Your+Tactical+%3cb%3eBody+Armor%3c/b%3e+Must+Have&p=Body+armor&oid=7ec9a0586804214b39b19be29e82b889&fr2=&fr=yfp-t-303&tt=Key+Features+that+Your+Tactical+%3cb%3eBody+Armor%3c/b%3e+Must+Have&b=61&ni=128&no=68&ts=&tab=organic&sigr=11682odee&sigb=148hvngc2&sigi=1339eisb4&sigt=11rd91qto&sign=11rd91qto&.crumb=EbF4fSeX/mT&fr=yfp-t-303https://br.images.search.yahoo.com/images/view;_ylt=A2KLdSY9HEBUOmUAz1j16Qt.;_ylu=X3oDMTIzdG9xY2V2BHNlYwNzcgRzbGsDaW1nBG9pZANkNWRjMzdhNDQxMzc3ZmZjOTAyOWQ4OTEwMWI2ZTk0MQRncG9zAzQyBGl0A2Jpbmc-?back=http://br.images.search.yahoo.com/search/images?_adv_prop=image&va=Body+armor&fr=yfp-t-303&tab=organic&ri=42&w=621&h=593&imgurl=tristanmfg.com/images/detailed/0/Transformer_Body_Armori.jpg&rurl=http://tristanmfg.com/index.php?dispatch=products.view&product_id=29805&size=113.1KB&name=Transformer+%3cb%3eBody+Armor%3c/b%3e&p=Body+armor&oid=d5dc37a441377ffc9029d89101b6e941&fr2=&fr=yfp-t-303&tt=Transformer+%3cb%3eBody+Armor%3c/b%3e&b=0&ni=128&no=42&ts=&tab=organic&sigr=12705q2gn&sigb=13caovldv&sigi=11s0ngbdt&sigt=10ttv9gts&sign=10ttv9gts&.crumb=EbF4fSeX/mT&fr=yfp-t-303

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    - Joelheiras, cotoveleiras e luvas

    São itens de baixo potencial tecnológico. No entanto, devem possuir alguma resistência a

    estilhaços, no caso de proteção das articulações, e à injúria pelo calor ou frio.

    O modelo de joelheiras e cotoveleiras não pode gerar desconforto por prender a circulaçãodos membros inferiores e superiores além de aumentar a sensação de calor.

    - Óculos de proteção

    Os óculos de proteção devem efetivamente proteger contra a claridade excessiva, poeira e

     pequenos estilhaços. Suas lentes devem ser intercambiáveis para adequá-los às diversas situações de

    combate, inclusive para melhorar a visibilidade em tiro sem luneta, e resistentes a pequenas abrasões.

    Eles devem ser acompanhados de uma cobertura para facilitar a sua camuflagem.

    Figura 5 - modelo ilustrativo de óculos tático 

    - DQBNR

    Os itens relacionados à Defesa Química, Biológica e Nuclear devem ser empregados por meio

    de máscara, produtos químicos neutralizantes ou capa. O uniforme pode receber banho de produtos

    químicos para aumentar tal proteção.A máscara contra gases, especificamente, deve ser militar, possuir duas oculares para facilitar

    a sua dobragem e acondicionamento no porta-máscara; além de possuir capuz e permitir a hidratação

    do combatente quando em uso e permitir a realização de respiração artificial.

    https://br.images.search.yahoo.com/images/view;_ylt=A2KLdXcIHUBUbHEAwkj16Qt.;_ylu=X3oDMTI0NWk4aDdkBHNlYwNzcgRzbGsDaW1nBG9pZAM0MDVhODhhZDhkOGFlYmYwYTQ2MGU2M2RmMzYzZDdlNARncG9zAzQ5NQRpdANiaW5n?back=http://br.images.search.yahoo.com/search/images?p=Combat+glasses&_adv_prop=image&va=Combat+glasses&fr=yfp-t-303&spos=96&nost=1&tab=organic&ri=495&w=365&h=240&imgurl=images2.opticsplanet.com/365-240-ffffff/opplanet-peltor-nighthawk-tactical-goggle-kit-black-40591-08262010.jpg&rurl=http://espacoeldorado.com.br/Scripts/combat-goggles&size=+9.7KB&name=Espa%C3%A7o+Eldorado&p=Combat+glasses&oid=405a88ad8d8aebf0a460e63df363d7e4&fr2=&fr=yfp-t-303&tt=Espa%C3%A7o+Eldorado&b=481&ni=160&no=495&ts=&tab=organic&sigr=11j2fehp8&sigb=14hvnmf73&sigi=13e3iidsk&sigt=10giqg4u0&sign=10giqg4u0&.crumb=EbF4fSeX/mT&fr=yfp-t-303

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    Figura 6 - modelo ilustrativo de máscara contra gases

    2.3.4 Comunicações

    Baseia-se nos meios de comunicações e na existência de rede sem fio para transmissão de voz,

    dados e imagens mantendo-se a mobilidade. Essa capacidade, no âmbito dos componentes de uma

    fração e entre esses e outros sistemas ou outras frações, permitirá a efetiva potencialização de uso do

    sistema C² em Combate.

    Para os equipamentos que permitirem essa capacidade, devem ser buscados a miniaturização, a

    redução de peso e a redução do consumo de energia.

    A energia que alimenta os módulos para outras capacidades deve ser fornecida por sistema que

    componha as comunicações.

    Uma questão de difícil solução diz respeito aos cabos que interligam os diversos aparelhos

    localizados no torso e na arma do combatente. Esses cabos prejudicam a realização da maneabilidade.

    Uma das soluções procuradas é o de incrustá-los no colete balístico/colete tático ou eliminá-los. Esta

    exigiria que todos os aparelhos utilizados fossem wireless.

    Outra dificuldade diz respeito ao peso das baterias e seu tempo de utilização antes da recarga.

    Essa é a questão primordial de qualquer projeto de combatente do futuro. Muitos equipamentos que

    comporão o COBRA exigirão uma fonte de energia para funcionarem.

    Assim, no tocante à carga das baterias, observa-se um esforço no sentido de aumentar a carga

    das mesmas, em paralelo ao esforço de diminuição do seu peso e volume.

    O emprego de íon lítio na composição das baterias parece estar dando bons resultados. O

    objetivo é dotar os combatentes de baterias que sejam a fonte de energia para todos os equipamentos

    https://br.images.search.yahoo.com/images/view;_ylt=A2KI9kO1HUBUBF4ACXP16Qt.;_ylu=X3oDMTI0ZzE1Z2g2BHNlYwNzcgRzbGsDaW1nBG9pZAMwMjNiOTJhZDllY2NmZWExYzg2NGZmZThlZGRhYmEyYwRncG9zAzUyMgRpdANiaW5n?back=http://br.images.search.yahoo.com/search/images?p=Gas+mask&_adv_prop=image&va=Gas+mask&fr=yfp-t-303&spos=96&nost=1&tab=organic&ri=522&w=499&h=769&imgurl=images.wikia.com/walkingdead/images/5/58/Gas-masks-500-8.jpg&rurl=http://walkingdead.wikia.com/wiki/File:Gas-masks-500-8.jpg&size=54.6KB&name=%3cb%3eGas%3c/b%3e-%3cb%3emasks%3c/b%3e-500-8.jpg&p=Gas+mask&oid=023b92ad9eccfea1c864ffe8eddaba2c&fr2=&fr=yfp-t-303&tt=%3cb%3eGas%3c/b%3e-%3cb%3emasks%3c/b%3e-500-8.jpg&b=481&ni=160&no=522&ts=&tab=organic&sigr=11qc7sgsf&sigb=145ohm5j6&sigi=11sds7d7o&sigt=111adkmnf&sign=111adkmnf&.crumb=EbF4fSeX/mT&fr=yfp-t-303

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    eletrônicos que o militar está conduzindo e que mantenha esses equipamentos em funcionamento por,

     pelo menos, 48 horas de uso contínuo.

    A recarga das baterias também é um problema para o qual está se buscando uma solução. No

    Exército Francês, o combatente dotado do sistema FELIN ao entrar na Viatura Blindada de Combate

    de Infantaria (VBCI) conecta um cabo de alimentação em tomadas pré-estabelecidas para que suas baterias possam recarregar durante o deslocamento. Outra possível solução é a da empresa BAE

    SYSTEMS, que está desenvolvendo um projeto no qual os bancos da viatura de transporte de tropa

    estão equipados com um dispositivo que realiza a recarga das baterias do combatente, que está

    sentado, sem necessidade de conexão fio com a fonte de energia.

     No Afeganistão, cada soldado dos EUA recebe diariamente 1 Kg de baterias, 9 baterias ao todo,

     para serem utilizadas nos mais diversos equipamentos: GPS, lanterna, designador laser, mira

    holográfica, óculos de visão noturna, câmera tática e rádio pessoal. Tentou-se colocar uma fonte única para esses equipamentos, principalmente os equipamentos acoplados à arma do militar, mas isso não

    repercutiu bem entre a tropa, pois se essa fonte única de energia for atingida, ou apresentar defeito, o

    combatente fica sem poder utilizar todos os seus equipamentos, então a preferência é que cada

    equipamento tenha sua fonte de energia, a qual é trocada para cada missão, independente da carga que

    a mesma ainda possua.

    Ainda sobre o peso, frisa-se que alguns países, como os Estados Unidos, estão buscando soluções

    inovadoras como o uso de exoesqueletos e robôs transportadores de carga.

     No caso de algumas frações especiais, como tropa paraquedista, o emprego de equipamentos

     portáteis de comunicações por satélite poderá se fazer necessário.

    2.3.5 Consciência situacional

    A consciência situacional consiste na noção espaço-tempo-inteligência de combate que o soldado

    deve possuir do contexto imediato e dos acontecimentos que são relevantes em determinado momento.

    Da mesma forma que o combatente poderá enviar dados para o escalão superior, ele necessitará

    receber informações que permitam obter a consciência situacional necessária de modo que amplie o

    seu poder de combate no ambiente tático.

    Tal capacidade é obtida por meio de um adestramento de alto nível técnico e operacional,

     baseado em Sistemas de Simulação que integre todos os meios tecnológicos existentes no cenário real

    como os meios de TI por ele empregados, associados aos módulos de observação, comunicações e

    armamento.

    A comunicação fácil e ágil com o comandante da fração e as análises imediatas apoiadas pela

    observação seletiva, ou por sensores constituem apoio à consciência situacional de cada um dos que

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    estão interligados, como também facilita a capacidade de julgamento e, por conseguinte, as diretivas

    de ação imediata.

    Destaca-se, assim, a importância da tela que fica defronte ao olho do combatente, transparente

     para que o militar não perca a sua consciência situacional aproximada. O mesmo vale para o seu

    equipamento individual de comunicações. Já existem equipamentos em que o microfone é colocadoem contato com a traqueia do militar, não sendo uma peça tão exposta e facilmente quebrável.

    Também existem fones que não são colocados sobre os pavilhões auriculares e sim sobre os ossos da

    face, permitindo que o combatente possa ficar atento aos sons ambientes sem perder, ou comprometer,

    a capacidade de ouvir o que se passa na rede rádio.

    Figura 7- soldado com equipamento de comunicações

    Há empresas que produzem aparelhos óticos, semelhantes a um binóculo, mas que servem como

     binóculo e telêmetro laser [com bússola digital e Sistema de Posicionamento Global (GPS)

    incorporados], o qual permite a obtenção da localização exata de qualquer alvo no terreno; este dado é

    transmitido, por datalink (enlace de dados), para o comandante da fração por meio de um aparelho que

    se assemelha a um relógio de pulso. O dado chega ao comandante da fração por intermédio de

    mensagem eletrônica e aparece em um tablet conduzido no colete tático do comandante. No âmbito do

    grupo de combate (GC), somente os comandantes de esquadra se comunicam por voz com o

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    comandante do GC e este se comunica por voz com o comandante de pelotão. Porém, todo integrante

    do GC pode enviar e-mail padronizados para o comandante do GC com mensagens de alerta, tais

    como: ALERTA AVIÃO! ALERTA CARROS! ESPARGIMENTO!

    Como pode ser visto na figura 07, o soldado está utilizando um equipamento de comunicações

    em que o fone cobre os pavilhões auriculares e o microfone é muito exposto, o capacete apresenta umdesenho adequado ao uso desse tipo de equipamento individual de comunicações bem como possui

    apoio para os óculos de visão noturna; o tablet está apoiado e preso ao colete tático, permitindo seu uso

    em condições de combate.

    Figura 8 - soldado com monóculo que possibilita visão periférica

    Ressalta-se que há monóculos em suas versões mais futurísticas, que podem ser considerados

    como displays, onde o combatente lê suas mensagens, vê fotos, vê uma carta onde estão localizadas as

    forças amigas e inimigas e cuja posição no terreno já lhe foram transmitidas, ou serve para que o

    soldado realize a pontaria, com auxílio de uma câmera na arma, sem se expor. Este componente é

    derivado do monóculo utilizado por pilotos de helicópteros de ataque AH-64 APACHE, em que o

     piloto coloca frente ao seu olho direito um monóculo no qual o militar vê uma imagem termal, o que

     permite o voo em condições de escuridão ou de nevoeiro. É necessário muito treino para que o piloto

    se acostume com esse monóculo, além do seu uso prolongado provocar extremo cansaço. O melhor

    formato está sendo estudado na forma de um monóculo onde são projetados os dados necessários à

    consciência situacional do combatente, semelhante ao que ocorre com o headup display das aeronaves

    de caça, mas que não seja opaco e possibilite a visão da tela com os dados e, por mudança de foco de

    visão do operador, permita a visão do ambiente, sem diminuir a visão periférica, e assim contribuindo

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     para a manutenção da consciência situacional aproximada do combatente.

    Figura 9 - equipamento de pontaria acoplada a display de monóculo

    2.3.6 Letalidade

    A letalidade relaciona-se às armas que devem dotar determinado combatente e à possibilidade de

    agressão. Pode constituir-se de fuzil de assalto com lançador de granadas acoplado e faca-baioneta ou

    simplesmente de uma pistola.

    Os implementos de pontaria, qualquer que seja a tecnologia empregada, tais como equipamento

    de visão termal e equipamento para visão noturna residual, podem  pertencer ao módulo “Letalidade” ou “Observação”. 

    As armas de emprego coletivo também se enquadram nesse conceito. Os carregadores das armas

    também devem fazer parte do módulo “Letalidade”. 

    O COBRA deve privilegiar tecnologias de armas com elevado agregado tecnológico na área de

     pontaria. Dispositivos como “aimpoint ” ou “ propoint” aumentam a precisão de tiro em militar

    treinado, mesmo sob fadiga de combate.

    2.3.7 Sobrevivência ou Sustentabilidade

    Relaciona-se à bolsa de hidratação e demais itens do COBRA que visem sua sustentabilidade no

    combate. A bolsa de ração, a mochila operacional (modular), o porta-curativos, dentre outros, são itens

    do módulo de sobrevivência.

    Cada soldado deve utilizar o estritamente necessário, individualmente ou para uso coletivo, de

    acordo com a missão a ser cumprida. Assim sendo, dentro da mesma fração, os itens do módulo de

    sobrevivência variam de homem para homem.

    Deve ser considerada a ausência de fechos e prendedores de material duro que pesem,

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    enferrujem ou machuquem o usuário e ser considerada a possibilidade de dispositivos de soltura

    rápida. O material dos compartimentos deve ser leve e impermeável.

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    CAPÍTULO 3 - CONDICIONANTES DOUTRINÁRIAS E OPERACIONAIS

    (CONDOPS)

    3.1. CONDICIONANTES DOUTRINÁRIAS E OPERACIONAIS

    3.1.1. DoutrináriasAs operações militares de guerra recentes apontam para cenários perfeitamente delineados como

    conflitos de 4ª geração, onde há componentes do combate convencional, mas também há luta contra

    organizações não-estatais armadas ou forças irregulares com diferentes interesses.

    A 4ª geração de conflitos foi apontada, na década de 1980, como a guerra do futuro. O

     pensamento militar atual já identifica o ambiente desse conceito, ao mesmo tempo em que as

    tecnologias de armas, equipamentos e informação tornam-se ingredientes vitais, que pressionam a

    remodelagem de Forças e o aperfeiçoamento de conceitos doutrinários de emprego.Os conflitos recentes têm características não lineares e multidimensionais, dotados de

    ingredientes como direitos humanitários, não combatentes, ambiente urbano, mídia internacional,

    guerra eletrônica e guerra cibernética, dentre outros, que indicam a necessidade de velocidade de

    decisão, adaptabilidade, suporte eficiente de Comando e Controle (C²) e tropas bem treinadas e

    capacitadas.

    O desenvolvimento tecnológico tornou-se elemento importante para a estratégia da dissuasão das

    forças militares atuais, indicando que os conflitos atuais exigem do combatente mais do que moral e

    coragem. Este algo a mais tem foco na definição e na criação de capacidades para sistemas de combate

    e soldados, como também no aprimoramento das capacidades já existentes.

     Nesse contexto, surge a necessidade de conceituar o termo “sistema de combate” e, visando

    melhor relação custo-eficiência, investir na manutenção do poder dissuasório da Força Terrestre,

     principalmente, baseando-se em mobilidade, proteção, C² e apoio.

    A identificação do “Módulo de Combate Brigada” como sistema de combate base da Força

    Terrestre constitui a plataforma da formulação de um “Sistema Soldado”, enquadrado por natureza de

    emprego naquele sistema mais amplo.

    O Sistema Soldado necessita de conceituação própria, com foco no homem, que seja referência

     para a modernização do EB e para o aumento de suas capacidades, transformando o conceito de

    “combatente” de soldado individual em sistema de armas.

    O Combatente Brasileiro (COBRA) dotar-se-á de conceitos que permitam equipar soldados do

    EB, no âmbito de um projeto de Força, de acordo com suas missões na Área de Operações (A Op) ou

    na Zona do Interior (ZI), empregando mais módulos e tecnologias na medida em que estiverem mais

     próximos do centro do ambiente tático do conflito ou da crise.

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    O COBRA deve, ainda, ter como base a sensatez e a simplicidade, não obstante o caráter de

    agregado tecnológico que pode envolver o Sistema Soldado, além de uma concepção adequada à

    realidade do EB e enquadrada no Módulo de Combate Brigada.

    3.1.2. OperacionaisAs hipóteses de emprego previstas na Estratégia Nacional de Defesa irão condicionar a

    modelagem do COBRA, já que as unidades a serem empregadas deverão possuir capacidade de

    combate compatível com as características da área de operações. No Brasil, observa-se a existência de

    diferentes regiões, com características operacionais próprias que incidirão na configuração do

    COBRA.

    Assim, o material a ser desenvolvido deve possuir, entre outros, os atributos da modularidade e

    da adaptabilidade a diferentes ambientes operacionais, tais como selva amazônica, caatinga, cerrado, pantanal, pampa e urbano.

    Pode-se destacar, ainda, que as tecnologias que cercam o desenvolvimento do COBRA, devem

    motivar a participação da indústria nacional, base essencial de Defesa do Estado Brasileiro,

     particularmente nas áreas da nanotecnologia, da óptica, da robótica e das comunicações.

    Deve-se ressaltar que a Região Amazônica é prioritária, conforme a END, devendo o

    desenvolvimento dos componentes do COBRA observar com prioridade as características dessa

    região, na primeira fase do projeto.

    A tecnologia, como já enfatizado, deve estar presente em todos os componentes do Sistema

    COBRA, sendo considerados como itens essenciais os equipamentos de comunicações, equipamentos

    miniaturizados de informática, proteção balística, equipamentos de observação, sensores, armamentos,

    munições, vestuário e calçados, que devem indicar a existência de tecnologias modernas que

    contribuam para a ergonomia, o conforto e a eficiência de todos os componentes.

    O COBRA deve ser um sistema que permita, por meio do adestramento e da tecnologia da

    informação, que o combatente tenha “consciência situacional” dentro do ambiente tático que sua

    fração atua.

    Visto como um sistema deve ter como premissa a redução de riscos: de fratricídio, de

    engajamento de não combatentes, de baixas e de danos colaterais. Isso será conseguido quando o

    controle da ação tiver menor dependência de imponderáveis que a tecnologia não puder eliminar e pelo

    aumento da eficiência.

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    3.1.3. Tropas a serem atendidas

    As quantidades de itens do COBRA serão as previstas nos QO das OM pertencentes às Bda Inf

    Sl, Bda Inf L, Bda Inf Mtz, Bda Inf Mec, Bda Inf L, Bda Inf Pqdt, Bda Fron, Bda Cav Mec, Bda Inf

    Bld, Bda Cav Bld e Bda Op Esp, segundo as prioridades estabelecidas no capítulo 6.

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    CAPÍTULO 4 - DIRETRIZES DO PROJETO

    4.1 DIRETRIZES GERAIS

    O projeto COBRA será contemplado com recursos advindos dos Projetos Estratégicos do

    Exército: Recuperação da Capacidade Operacional do Exército (RECOP), PROTEGER e SistemaIntegrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON).

    Os recursos financeiros, como o capital humano envolvido no projeto deverão ser aplicados de

    modo racional, eficaz e transparente.

    Os recursos financeiros alocados no planejamento orçamentário necessários à execução do

     projeto não exclui a participação de empresas estrangeiras nos projeto, ressalvada sempre a

    necessidade de transferência consciente e sustentável, mediante processos de “offset ”, dos

    conhecimentos envolvidos, a salvaguarda dos assuntos sigilosos ou de natureza sensível, bem como prioridade à plena utilização das soluções nacionais existentes ou em fase de desenvolvimento.

    As soluções de implantação deverão ser adequadas às condições das regiões escolhidas para

    acolher equipamentos e demais instalações de serviço, respeitando sempre as normas ambientais e

    focalizando a demanda por melhorias sociais das populações residentes.

    O Projeto deverá se alinhar com as orientações da Estratégia Nacional de Defesa, atendendo

    também às condicionantes econômicas do Estado Brasileiro em relação ao empreendimento, ao plano

    de desenvolvimento ao qual se insere, aos incentivos e às restrições a ele pertinentes.

    4.2 DIRETRIZES ESPECÍFICAS

    As capacidades do projeto COBRA deverão garantir a uma fração a disponibilidade de meios para

    comunicações e inteligência, objetivando uma ação sincronizada entre os seus combatentes.

    Os diversos componentes de cada capacidade deverão apresentar características que os

    credenciem ao papel a que se destinam, devendo concorrer para que suas funcionalidades sejam

    alcançadas.

    O Projeto deverá assegurar a definição precisa e os parâmetros de mensuração das capacidades

    letalidade, proteção, observação, sobrevivência, mobilidade, comunicações e consciência situacional.

    Caberá à empresa desenvolvedora propor suas características refinadas e a forma de integração

    dessas capacidades, tornando-as um sistema harmônico e permitindo sua implantação por fases,

     buscando sempre uma rápida operacionalização das funções básicas, mediante soluções flexíveis, de

    menor custo e sintonizadas com as evoluções tecnológicas.

    Será nacional todo componente de cada capacidade, objetivando-se, inclusive, a instalação no

    Brasil de empresas estrangeiras com a finalidade de geração de emprego no País.

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    As capacidades observação, comunicação e consciência situacional deverão ser interoperáveis

    com outros sistemas de comando e controle do EB.

    A facilidade de manutenção do COBRA deverá ser outra característica a ser alcançada. O

    Sistema deverá ser construído de forma a assegurar a facilidade, precisão, segurança e economia na

    execução de ações de manutenção. Nesse sentido, deverá dispor de recursos para identificar falhas,quando ocorrerem, diagnosticar as deficiências e suas causas das falhas, bem como localizá-las.

    A confiabilidade dos subsistemas de comunicações, mobilidade e consciência situacional é a

    característica que traduzirá a resposta do sistema de acordo com os requisitos que foram estabelecidos

    em projeto. Quanto mais fidedigna a resposta ao funcionamento esperado e desenhado pelo projeto

    maior será a confiabilidade do sistema.

    O desenvolvimento e a implantação do COBRA deverá considerar o máximo de aproveitamento

    dos sistemas, das soluções e dos equipamentos legados em desenvolvimento no Sistema de Ciência,Tecnologia e Inovação do Exército, assim como contemplar o envolvimento de seu contingente técnico

    e operacional para capacitação e treinamento em todos os aspectos técnicos, operacionais e

    tecnológicos de interesse nacional.

    O Sistema deverá ter uma estrutura tecnológica suficientemente abrangente e redundante, para

     permitir as atividades de comando e controle dos usuários em todo o território brasileiro,

    especialmente proporcionando soluções adequadas e de viabilidade econômica em regiões de interesse

    como a Amazônia, soluções móveis de apoio à Defesa Civil, em regiões submetidas a desastres

    naturais, entre outras, que deverão ser estudas quanto à viabilidade durante a elaboração dos projetos

    de implantação.

    O desenvolvimento e a implantação do projeto COBRA compreenderão, em princípio, as

    seguintes etapas:

    1)  elaboração do Escopo do Projeto COBRA;

    2)  contratação da Empresa (ou Consórcio de Empresas) Desenvolvedora do Projeto;

    3)  elaboração do Projeto Executivo, contendo todos os elementos necessários e suficientes paraa implementação do COBRA, com o nível de detalhamento necessário e suficiente. Os projetoexecutivo deverá detalhar as especificações de todos os subsistemas, componentes, equipamentos e

     partes. Deverá incluir as especificações de todas as interfaces de integração dos elementos do COBRAe os parâmetros de desempenho do sistema.

    4) desenvolvimento e homologação dos itens do COBRA;

    5) aquisição e experimentação de lote piloto e de lotes para a experimentação doutrinária;

    6) aquisições de escala maior para reaparelhamento do Exército;

    7) apoio e fiscalização da implantação. Compreenderá todas as ações relativas ao pós-desenvolvimento, ou seja, o esforço da produção, operação e suporte do COBRA.

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    CAPÍTULO 5 - CONCEPÇÃO DO PROJETO COBRA

    5.1 A PRIORIDADE 

    O projeto COBRA deve ser concebido inicialmente para atender tropas operacionais de ação

    rápida e/ou  as  Brigadas selecionadas por ordem de prioridade,  pelo EME.  Não se vislumbra

    equipar todos os soldados brasileiros com todos os possíveis equipamentos de alto valor tecnológico

    agregado.

    Definir, hoje, as tropas a serem equipadas é fundamental para delimitação do presente escopo, que

    necessariamente preverá sua abrangência para todo o EB de acordo com a visão de futuro do emprego

    da Força Terrestre (F Ter), as tecnologias no estado da arte e a conjuntura econômico-financeira à

    época.

    É necessário alinhar o pensamento para os limites, a extensão e a aplicabilidade do projeto

    COBRA. Nesse sentido, a seletividade é necessária. Ou seja, diante das múltiplas missões e do grande

    efetivo da F Ter, o combatente, elemento fundamental no cumprimento da missão, precisa ser definido

    dentro de um subconjunto do grande universo do EB.

    A seletividade presta-se a orientar a execução do projeto para auxiliar nas respostas aos seguintes

    questionamentos:

    - quais itens comporão e quais não farão parte do COBRA por espaço de tempo definido pelo

    escalão superior?

    - dentre o universo dos diversos tipos de combatentes em suas respectivas brigadas, quais deverão

    ser equipados?

    - quantos gabaritos2 distintos (combatente padrão a ser reproduzido) deverão ser definidos?

    Todos estes questionamentos podem ser respondidos, pela doutrina de emprego e prioridade das

     brigadas a serem equipadas no tempo. Elas devem estar alinhadas para que o COBRA seja projetado

    na mesma direção e sentido.

    Da doutrina se deduz:

    - as normas e procedimentos que constituirão o objeto das publicações doutrinárias da F Ter;

    - as bases para a elaboração dos planos/programas de adestramento das unidades e de instrução

    das tropas;

    - os fundamentos da educação militar que delinearão os planos de ensino nos diversos níveis;

    2  Conceito definido no item 6.3

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    - os critérios para o aperfeiçoamento das estruturas operativas e a determinação de meios com

    tecnologia adequada; e

    - as bases para a formação moral, intelectual e física do combatente.

     Não fará sentido equipar um pelotão de Combatentes Brasileiros com itens que aumentarãosobremaneira sua capacidade, caso a otimização da efetividade de combate esteja desalinhada com o

    emprego doutrinário dessa fração no combate.

    5.2  CENÁRIO

     Na visão do Centro de Doutrina do Exército (C Dout Ex), a guerra do futuro não estará isenta de

    grandes desafios e complexidades. Atualmente, percebe-se, ainda segundo esse centro doutrinário, que

    os conflitos tendem a ser limitados, não declarados, convencionais ou não, e de duração imprevisível eas ameaças são cada vez mais fluidas e difusas.

    A crise leva o Estado a desenvolver capacidades militares para o combate ao terrorismo, a

     proteção da sociedade contra as armas de destruição em massa, a participação em missões de

    manutenção e/ou imposição da paz sob a égide de organismos internacionais, e o controle de

    contingentes populacionais ou de recursos escassos (energia, água ou alimentos).

    Com isso, é imperioso redefinir a F Ter como uma Força Terrestre da Era do Conhecimento,

     preparando-a continuamente para absorver os avanços tecnológicos. E, segundo o C Dout Ex, essa

    Força deve ser dotada de armamentos e de equipamentos com tecnologia agregada, sustentada por uma

    doutrina em constante evolução, integrada por recursos humanos altamente treinados e motivados.

    Para isso, baseia sua organização em estruturas com as características de Flexibilidade,

    Adaptabilidade, Modularidade, Elasticidade e Sustentabilidade (FAMES), que permitem alcançar

    resultados decisivos nas Operações no Amplo Espectro, com prontidão operativa, e com capacidade de

    emprego do poder militar de forma gradual e proporcional à ameaça.

    5.3  GABARITOS DE COMBATENTES OPERACIONAIS

    O termo Gabarito, para o presente escopo, será a denominação dada ao combatente operacional

    equipado com seus respectivos componentes básicos e específicos.

    Os gabaritos, cuja modularidade é premissa básica do projeto, servirão de ponto de partida para

    que a empresa contratada desenvolva o projeto, atenda as condições de contorno impostas pelo EB,

    tais como peso total do sistema, ergonomia, interoperabilidade e índice crescente de nacionalização.

    Além disto, os desafios do projeto tornar-se-ão mais fáceis de serem atendidos, uma vez que a

    viabilidade econômica para produção de componentes específicos (pequena quantidade a ser produzida

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    comparada com a de outros componentes) poderá ser quantificada; os distintos períodos de tempo para

    o ciclo de produção dos componentes poderão ser melhor visualizados por Gabaritos COBRA,

     podendo assim, serem planejados e produzidos por ordem de prioridade; ocorrendo o mesmo

    raciocínio para os distintos períodos de tempo para a avaliação dos protótipos e do lote-piloto dos

    componentes; e a obtenção de todos os itens para a montagem de cada sistema do COBRA (homem xfunção).

    Os gabaritos serão fundamentais para facilitar a tomada de decisão sobre o faseamento do projeto

    e suas prioridades.

    Figura 10 - gabarito 013  –  Combatente Brasileiro de uma Brigada de Infantaria Leve (modelo ilustrativo)

    3  Vislumbra-se que a empresa contratada seja capaz de, dadas as especificações básicas de cada gabarito, apresentar

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    O gabarito deverá ser composto de:

    - figuras, desenhos e fotos ilustrativas;

    - especificações técnicas dos itens relativos à letalidade, proteção, observação, sobrevivência,mobilidade, comunicações e consciência situacional.

    - catalogação padrão dos itens relativos à solução.

    5.4  ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA FORÇA TERRESTRE

    5.4.1 BRIGADAS

    A Brigada, como Grande Unidade (GU), é considerada o módulo básico de emprego da Força

    Terrestre. Para o projeto COBRA,  é imprescindível compreender a finalidade de cada uma das

    Brigadas, que se classificam quanto ao tipo em leves, médias e pesadas. Os batalhões de Infantaria os

    regimentos de Cavalaria constituem os elementos básicos de manobra para a organização das brigadas. 

     No Exército Brasileiro, existem 5 (cinco) tipos de Brigadas leves que possuem características

     bem definidas, denominadas:

    - Brigada de Infantaria de Selva;

    - Brigada de Infantaria Leve;

    - Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel);

    - Brigada de Infantaria de Montanha; e

    - Brigada de Infantaria Paraquedista.

    seus componentes básicos e específicos de cada uma das 7 (sete) capacidades do COBRA.

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    Figura 11 - soldado brasileiro infante

    Os combatentes pertencentes às brigadas leves, de modo geral devem dispor de acentuada

    flexibilidade e capacidade operativa, em condições de deslocar-se juntamente com todo o aparato de

    sua respectiva brigada com rapidez e eficiência em qualquer parte do território nacional e operar no

    amplo espectro dos conflitos.

    Figura 12 - tropas de Brigada de Infantaria Paraquedista.

    São as tropas mais aptas à execução de operações de assalto aeromóvel, à realização de ações de

    Defesa Externa em todas as partes do território nacional e, ainda, atuar em Operações de Apoio a

    Órgãos Governamentais.

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    Figura 13 - tropa de brigada leve preparada para missão de pacificação

    As GU Médias são:

    - Brigada de Infantaria Mecanizada; e

    - Brigada de Cavalaria Mecanizada.

    As GU médias são dotadas de plataformas veiculares de rodas com relativa proteção blindada,

    sendo vocacionadas para Operações no Amplo Espectro, particularmente na solução de conflitos

    armados ou guerra.

    As Brigadas de Infantaria Mecanizada são as mais novas GU do EB. O Projeto Estratégico da

     Nova Família de Lindados sobre Rodas (Guarani), um dos macroprojetos do Exército Brasileiro (EB),

    trouxe a oportunidade de criação dessas Brigadas de Infantaria, dotadas de Viaturas Blindadas de

    Transporte de Pessoal Médias de Rodas (Guarani), adequadas aos desafios das operações militares do

    mundo contemporâneo.

    Os BI Mec serão equipados com VBTP-MR Guarani da nova família de blindados do EB,

    contendo pelotões de fuzileiros mecanizados.

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    Figura 14 - viaturas Guarani que comporão as Brigadas de Infantaria Mecanizada

    As Brigadas de Cavalaria Mecanizada são as mais aptas para as tarefas de reconhecimento,

    vigilância e segurança.

    Figura 15 –  blindados de uma Brigada de Cavalaria Mecanizada em treinamento

    As GU Pesadas –  são as Brigadas Blindadas, constituídas pelos regimentos de cavalaria blindada

    e batalhões de infantaria blindada. Como força potente e altamente móvel, são as GU da F Ter mais

    aptas ao emprego no extremo do espectro dos conflitos, como o elemento de decisão do combate

    terrestre. Sua missão é cerrar sobre o inimigo, a fim de destruí-lo ou neutralizá-lo, utilizando o fogo, a

    manobra, a ação de choque e a proteção blindada. São aptas para as ações ofensivas altamente móveis

    e com grande profundidade.

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    Figura 16 - Brigada de Infantaria Blindada

    5.4.2 BATALHÃO DE INFANTARIA

    Cada Brigada de Infantaria possui batalhões de infantaria específicos. Assim, a Brigada deInfantaria Leve possui Batalhões de Infantaria leve, a Brigada de Infantaria de Selva possui Batalhões

    de Infantaria de Selva, assim como, as Brigadas de Infantaria de Montanha e Brigada de Infantaria

    Paraquedista possuem seus Batalhões de Infantaria.

    Um Batalhão de Infantaria é constituído por 03 (três) Companhias de Fuzileiros e 01 (uma)

    Companhia de Comando e Apoio. As Companhias de Fuzileiros são constituídas, cada, por 3 (três)

     pelotões de fuzileiros e uma Seção de Comando. Cada pelotão é composto por 03 (três) Grupos de

    Combate.

    5.4.3 PELOTÃO DE FUZILEIROS

    O Pelotão de Fuzileiros é o elemento de manobra da Companhia de Fuzileiros e deve possuir

    capacidade para operar em qualquer tipo de terreno e sob quaisquer condições climáticas e

    meteorológicas. O emprego tático do Pelotão de Fuzileiros ocorre por meio da combinação do fogo, do

    movimento e do combate aproximado.

    Em função destas características, o COBRA tomará como fração base para sua concepção o

    pelotão.

    O Pelotão de Fuzileiros (Plt Fuz) é comandado por um 1º ou 2º tenente, sendo composto por uma

    Turma de Comando (Tu Cmdo), um Grupo de Apoio (Gp Ap) e três Grupos de Combate (GC),

    totalizando 37 (trinta e sete) homens. A Turma de Comando é composta pelo sargento adjunto e pelo

    radioperador. Cada Grupo de Combate possui duas esquadras. O Grupo de Apoio é composto por duas

     peças de metralhadora leve e por uma peça de morteiro leve. O material orgânico do Plt Fuz consta do

    Quadro de Dotação de Material (QDM) das Unidades de Infantaria.

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    Figura 17 - organograma de um pelotão de fuzileiros

    5.4.4 

    GRUPO DE COMBATE

    Uma vez que o Pelotão de Fuzileiros é a fração base para a concepção do projeto COBRA, os

    Grupos de Combate que o formam, devem ser minuciosamente analisados, tanto sob a ótica dos

    antigos manuais de Infantaria, quanto por sua concepção doutrinária atual, e, também, por sua

    concepção de futuro.

    5.4.5 DEMAIS ELEMENTOS DA FORÇA TERRESTRE (F Ter)

    A concepção estratégica de emprego e o ambiente operacional indicam a natureza, a organizaçãoe o material de dotação dos elementos de combate da F Ter. Partindo dessa premissa, as brigadas são

    dotadas de capacidades para atuar, em princípio, na área estratégica para a qual tem vocação

     prioritária.

    Existem, ainda, elementos de combate reunidos em comandos de valor GU, que são de emprego

    específico: Comando de Aviação do Exército e o Comando de Operações Especiais.

    Embora os elementos de combate sejam a fonte primordial do poder de combate de uma força, o

    Exército necessita de elementos de apoio ao combate e de apoio logístico, que participamdecisivamente do sucesso das operações por meio do apoio de fogo, do apoio ao movimento, da

    capacidade de coordenação e da sustentabilidade à continuidade das operações, como exemplo:

    - a Artilharia (de campanha e antiaérea);

    - a Engenharia;

    - as Comunicações

    - a Guerra Eletrônica;

    - a Guerra Cibernética;- a DQBRN;

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    - a Inteligência;

    - as Operações de Apoio à Informação;

    - o Apoio Logístico; e

    - a Comunicação Social.

    5.5  ORGANIZAÇÃO DO PROJETO

    Pretende-se que o desenvolvimento do Sistema COBRA seja faseado, de forma que atenda a

    composição dos gabaritos ordenados por prioridade das Brigadas.

    Os gabaritos propostos no presente escopo devem ser considerados como propostas iniciais, que

     poderão ser alterados até a fase da contratação, ou mesmo após o início do desenvolvimento, por

    razões orçamentárias, dificuldades de nacionalização ou desenvolvimento, ou por proposta da empresa

    que vier a ser contratada.O desenvolvimento ou obtenção dos itens por capacidades deve, em cada fase, oferecer

    capacidade harmônica e plenamente funcional, ou seja, não poderá ser proposto um item na primeira

    fase, que dependa funcionalmente de um item proposto em fase posterior.

    Quanto às prioridades, entende-se que os componentes de prioridade 1 (um) são aqueles mais

    relevantes e de maior facilidade de obtenção com conteúdo nacional.

    Já os de prioridade 6 (seis), como entendimento inicial do Exército, são aqueles que poderão

    levar 6 (seis) anos para serem considerados prioritários ou pela capacidade da indústria nacional prover

    a solução com conteúdo nacional.

    Com isso, tem-se um escalonamento dos componentes do COBRA por prioridade de 1 a 6, cuja

     produção poderá ser antecipada caso a empresa integradora julgue possível, com a devida contratação

     pelo Exército.

    Os itens componentes das CAPACIDADES  x GABARITOS  devem, também, ser considerados

    como uma abordagem inicial, podendo ser alterados ao longo do processo de contratação ou de

    desenvolvimento.

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    5.6  CÓDIGOS DOS COMPONENTES DOS GABARITOS POR CAPACIDADE

    LETALIDADE

    Tabela 1 - códigos dos componentes de Letalidade por prioridade.

    CÓDIGO COMPONENTES PRIORIDADEL01 baioneta 1L02 bainha da baioneta 1L03 Faca ou facão de combate 1L04 bainha da faca ou facão de combate 1L05 Fz Assalto Cal 5.56 mm (s/ carregador) 1L06 Bandoleira para Fz Assalto Cal 5.56 mm 1L07 Carregador para Fz Assalto Cal 5.56 mm 1L08 Porta carregador duplo modular para Fz Assalto Cal 5.56 mm 1L09 Munição 5.56 mm 1L10 Espingarda Cal 12 2

    L11 Porta Cartucho Cal 12 (Cpcd: 20 Cart) 2L12 Fz Assalto Cal 7.62 mm (s/ carregador) 1L13 Bandoleira para Fz Assalto Cal 7.62 mm 1L14 Carregador para Fz Assalto Cal 7.62 mm 1L15 Porta carregador duplo modular para Fz Assalto Cal 7.62 mm 1L16 Lança-Granada 40 mm (com adaptador para o Fz Assalto) 2L17 Porta Gr 40 mm (Cpcd: 02 Gr) 2L18 Mrt 60 mm (tubo-bipé e placa-base) 1L19 Mtr Cal 5.56 mm (completa, com reparo) 1L20 Bandoleira para Mtr Cal 5.56 mm 1L21 Carregador para Mtr Cal 5.56 mm 1L22 Cofre Mun Cal 5.56 mm (200 cartuchos) 1

    L23 Porta carregador duplo modular para Mtr Cal 5.56 mm 1L24 Mtr Cal 7.62 mm (completa, com reparo) 2L25 Bandoleira para Mtr Cal 7.62 mm 2L26 Carregador para Mtr Cal 7.62 mm 2L27 Cofre Mun Cal 7.62 mm (100 cartuchos) 2L28 Porta carregador duplo modular para Mtr Cal 7.62 mm 2L29 Pistola 9 mm (s/ carregador, c/ trilho MIL-STD-1913) 1L30 Carregador de Pistola 9 mm (15 cartuchos) 1L31 Coldre de cintura ambidestro para Pistola 9 mm 1L32 Coldre axilar para Pistola 9 mm –  (Motoristas) 1L33 Porta carregador duplo modular para Pistola 9 mm 1L34 Dispositivo Elétrico Incapacitante 1

    L35 Granada de Mão Lacrimogênea 1L36 Cartucho Cal 12, de borracha 2L37 Spray de pimenta 1L38 Arma AC tipo RPG 2L39 Cartucho 40 x 46 mm M848 1L40 Cartucho 5.56 mm Festim 1L41 Cartucho 5.56 mm Perfurante 1L42 Cartucho 5.56 mm SS109 (US M855) NATO 1L43 Cartucho 5.56 mm Traçante 1L44 Cartucho 7.62 mm Festim 1L45 Cartucho 7.62 mm M80 1L46 Cartucho 7.62 mm Perfurante 1

    L47 Cartucho 7.62 mm Traçante 1L48 Cartucho 9 mm ETOG Luger 2

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    - Escopo   Projeto Combatente Brasileiro   29 Out 2014 -40

    L49 Cartucho Cal 12 High Impact 3T 2L50 Granada de Mão Fumígena 1L51 Granada de Mão Ofensiva/Defensiva 1L52 Tiro Completo de Mrt 60 mm AE 1L53 Tiro Completo de Mrt 60 mm Fumígeno 1L54 Tiro Completo de Mrt 60 mm Iluminativo 1

    L55

    Simulador de tiro de armas leves (Conjunto de 04 postos de tiro

     por SU operacional) 1L56 Sistema de Simulação Viva (*) 1L57 ...

    (*) emprego coletivo

    PROTEÇÃO

    Tabela 2 - códigos dos componentes de Proteção por prioridade.

    CÓDIGO COMPONENTES PRIORIDADE

    P1 Camiseta verde 1

    P2 Capacete de Combate, Proteção Nível 2++ 1

    P3 Casaco impermeável (com abrigo destacável) 2

    P4 Colete Balístico Modular, Proteção Nível III++ 1

    P5 Cinto 1

    P6 Cotoveleira de Combate 1

    P7 Coturno 1

    P8 Gorro de selva 1

    P9 Joelheira de Combate (par) 1

    P10 Luva de Combate (par) 1

    P11 Macacão camuflado (com gorro) - Mot e Atir .50 1

    P12 Meia verde, com bactericida 1

    P13 Óculos de Proteção (EPI) 1

    P14 Óculos Tático de Proteção 1

    P15 Poncho 1

    P16 Protetor Auricular 1

    P17 Segunda pele, com bactericida 2P18 Uniforme camuflado (calça, gandola e gorro) 1

    P19 Uniforme camuflado antichama (calça, gandola e gorro) 3

    P20 Atropina 2

    P21 Luva de borracha 2

    P22 Máscara contra gases 2

    P23 Pomada BAL 2

    P24 ...

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    - Escopo   Projeto Combatente Brasileiro   29 Out 2014 -41

    OBSERVAÇÃO

    Tabela 3 - códigos dos componentes de Observação por prioridade. 

    CÓDIGO COMPONENTES PRIORIDADE

    O1 Baterias 6

    O2 Binóculo de visão diurna 1

    O3 Binóculo de visão diurna e noturna 1

    O4 Binóculo de visão termal 6

    O5 Câmera fotográfica/filmadora, acoplável ao Capacete de Combate 6

    O6 Designador laser com luz visível/invisível 6

    O7 Lanterna Tática, acoplável ao Capacete de Combate 1

    O8 Lanterna Tática, acoplável ao Fz 1

    O9 Luneta de visão noturna 6

    O10 Luneta de visão termal 6

    O11 Luneta intensificadora 3X 6

    O12 Mira de Visada Rápida 6

    O13 Monóculo de visão noturna 6

    O14 Óculos d