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Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Produção de Moda - Área da Produção de Moda II - Projeto de Moda I - Marketing de Moda II - Eventos de Moda I - Pesquisa de Tendências e Produção de Imagem II - Técnicas e Linguagens Multimídias

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Escola Estadual deEducação Profissional - EEEPEnsino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico em Produção de Moda

- Área da Produção de Moda II- Projeto de Moda I- Marketing de Moda II- Eventos de Moda I- Pesquisa de Tendências e Produção de Imagem II- Técnicas e Linguagens Multimídias

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Governador

Vice Governador

Secretário Executivo

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc

Cid Ferreira Gomes

Francisco José Pinheiro

Antônio Idilvan de Lima Alencar

Cristiane Carvalho Holanda

Secretária da Educação

Secretário Adjunto

Coordenadora de Desenvolvimento da Escola

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Maurício Holanda Maia

Maria da Conceição Ávila de Misquita Vinãs

Thereza Maria de Castro Paes Barreto

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Técnico Integrado em Produção de Moda 1

APOSTILA DE ÁREAS DA PRODUÇÃO DE MODA II

MÓDULO 1 1.PASSO-A-PASSO DA PRODUÇÃO DE MODA----------PÁG.02

MÓDULO 2

2.DESFILE----------PÁG.05

MÓDULO 3

3.CENOGRAFIA----------PÁG.10

MÓDULO 4

4.ILUMINAÇÃO ----------PÁG.18

MÓDULO 5

5. FOTOGRAFIA----------PÁG.21

MÓDULO 6 6.SOM – TRILHA SONORA----------PÁG.27

MÓDULO 7

7.VITRINISMO----------PÁG.34

BIBLIOGRAFIA----------PÁG.49

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Técnico Integrado em Produção de Moda 2

MÓDULO 1 1.PASSO-A-PASSO DA PRODUÇÃO DE MODA

1.2.Pauta e cliente

2.1 Reunião de pauta e briefing

2.2 Revistas Especializadas

2.3 Revistas Customizadas

2.4 Catálogos

2.5 Look Books

2.6 Publicidades

2.7 Sites

2.8 Desfiles

2.9 Filmes para TV

2.10 Avaliando perfil do cliente e montando orçamento

1.3.Cronograma de trabalho e pesquisa

3.1 O que é um cronograma? Como executá-lo.

3.2 Pesquisa: a importância e como executar.

3.3 Pesquisa direcionada: referência de imagens e marcas

1.4. Produção de moda

4.1 Iniciando uma produção de moda

4.2 Carta de produção e cheque caução

4.3 Produção nas lojas e empresas

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4.4 Romaneio

4.5 Organizando o material produzido

4.6 Organizando o local de trabalho

1.5. Edição e prova de roupa

5.1 Editar – significado e importância

5.2 Onde e como editar os looks

5.3 Pontos importantes na edição

5.4 Fotografando e creditando os looks editados

5.5 Material editado e material não aproveitado

5.6 Prova de roupa

1.6. Dinâmica de trabalho

6.1 Check List

6.2 Foto

6.2a – organizando camarim

6.2b – acompanhando uma foto

6.2c – documentos necessários

6.3 Desfile

6.3a – organizando camarim

6.3b – acompanhando um desfile

1.7. Equipe de apoio

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7.1 Equipe – conceito e importância

7.2 Equipe para trabalhos fotográficos

7.3 Equipe para desfiles e filmes para TV

7.4 Como “brifar” a equipe de apoio?

7.5 Material do staff

1.8. Crédito, devolução e finalização

8.1 Desmontando a cena de trabalho

8.2 Creditando um editorial

8.3 Creditando uma publicidade

8.4 Devolução da produção

8.5 Montando um portfólio

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MÓDULO 2

2.DESFILE

Produção de Desfile: por trás do Glamour (desfile de Jesus del Pozo)

Quando as luzes se apagam e o desfile começa poucos conseguem imaginar o intenso trabalho da equipe (muitas vezes reduzida) para que toda essa engrenagem funcione. O Modalogia conta como são as várias semanas antes do desfile do estilista espanhol Jesus del Pozo e o dia D! O planejamento de um desfile começa muito antes da definição do calendário oficial. São inúmeros detalhes que vão desde a definição do menu do coquetel, passando por toda a infraestrutura do evento e finalmente a lista de convidados.

Para o desfile do Jesus del Pozo os preparativos começaram em julho. O primeiro passo foi montar um check-list com tudo o que iríamos precisar. Este ano o que complicou foi a decisão de fazer o desfile no próprio estúdio e não na Ifema, um espaço localizado em Madri, onde acontece a Cibeles Madri Fashion Week. O motivo foi a comemoraão do 35o aniversário da marca.

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Aí começa a loucura: iluminação, música, cenografia, segurança, pessoal para o sitting (lugar onde senta cada convidado) e recepção, sinalização, buffet para o coquetel pós-desfile, maquiagem e cabeleireiro, regidor (quem controla a saída das modelos), contratação de equipe para filmar e fotografar o desfile, casting, passe de modelos, fitting (provas da coleção)… e a lista ainda vai longe.

Do lado da assessoria de imprensa o ritmo também é pesado: release, lista de convidados, envio de e-mails, ligações, confirmações e uma imprensa que só confirma (e cancela) no último minuto. A semana anterior ao desfile é a mais tensa, como não poderia deixar de ser. É o momento de consertar tudo o que insiste em dar errado e tentar colocar em prática os últimos itens do check-list.

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O desfile estava marcado para o dia 21 de setembro, segunda-feira. No domingo, a equipe já está montando tudo. O showroom cede espaço para toda a parafernália de som e luz. Segunda continua a correria. O sitting é modificado umas dez vezes. O motivo? A imprensa e os convidados ainda estão confirmando e cancelando presença.

São 19 horas. O desfile começa às 21h. As modelos ainda não chegaram. Estão atrasadas. O staff segue enlouquecido, tentando acertar os últimos detalhes, em especial o sitting. As primeiras câmeras de televisão e fotos começam a chegar para filmar o backstage (ainda inexistente, já que não tem

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modelos). As beldades chegam às 19h30, entre elas, a brasileira Daiane Conterato. Um passe super rápido para que entendam onde tem que parar e onde tem que voltar. Treinam uma vez, duas e correm para a maquiagem e cabeleireiro.

O staff começa a se arrumar para o desfile. Uma avalanche de convidados começa a chegar. Tem que ter memória boa para lembrar onde vai cada um sentado porque não dá tempo de olhar na lista. É preciso ser rápido. Um ônibus que vem da Ifema está atrasado. Cerca de um terço dos jornalistas está nele.

Chega Dona Elena, filha do Rei Juan Carlos da Espanha. O protocolo é claro: ela chega, todo mundo senta, o desfile tem que começar.

As luzes se apagam e a música começa. No backstage, Jesus está tranqüilo. Checa várias vezes cada modelo. Muda um decote para deixar os ombros a mostra, grita pela costureira para que ajuste a lateral do vestido (faltando dois minutos para a modelo entrar na passarela). Laços são feitos e desfeitos. Dois maquiadores fazem os últimos retoques: ela com eyeliner e ele com um pouco de pó. Os cabeleireiros acertam os penteados. Um espirra laquê, outro segura o rabo de cavalo para deixar o cabelo milimetricamente ajustado.

O monitor mostra as modelos desfilando e um misto de emoção e nervosismo toma conta da equipe, afinal, foram dois meses e meio de trabalho intenso para 20 minutos de espetáculo. O desfile termina, Jesus del Pozo sai para os aplausos, emocionado. Beija a mão da Infanta e volta para o backstage. As luzes se acendem e mais uma temporada termina. Em seis meses tem mais!

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ETAPAS A SEREM SEGUIDAS PARA PRODUÇÃO DE UM DESFILE DE

MODA

Para o início, a escolha do local é fundamental, juntamente compatível

com a temática do desfile. É preciso pensar no número de espectadores, com

salas de apoio a imprensa e um possível local de comemoração após o desfile.

Não pode esquecer que o acesso deve ser fácil, com amplo estacionamento,

segurança e telefones.

É preciso pensar nos formatos das passarelas, que tem um papel

importante nos desfiles. Deve ser montado de uma forma que dê visualização

ao público para a observação do espetáculo.

Espaço amplo para os cinegrafistas e fotógrafos. Lugares reservados à

imprensa e convidados ou compradores mais fiéis.

Pelo menos com uma semana de antecedência, as roupas devem estar

prontas e preparadas nas araras, separadamente, para cada manequim. Nas

araras estará a ordem da seqüência das entradas dos profissionais, junto com

uma ficha anexada a cada look, com todos os detalhes da roupa, desde

cabelos, maquiagem, meias, sapato, acessórios, até o modo de como o

manequim deve compor o personagem na passarela (andar, dançar, correr,

etc).

Antes de programar o evento, é necessário que já tenha idéia dos

profissionais e itens que farão parte do desfile. São eles: local; produção

gráfica (release, convites, informativos, assessoria de imprensa, placas

indicativas); manequins (com medidas do corpo, altura, sapatos, peso);

transporte para equipamentos e todas as pessoas envolvidas; roupas (com

devidos acessórios e sapatos que serão utilizados); entradas (chamada

também de espelho, é a ordem de entrada das manequins); alimentação (para

todos os envolvidos na produção); som (equipamentos, técnicos e trilha sonora

de acordo com o tema do evento); maquiador; cabeleireiro; passarela; ensaio;

prova de roupa; decoração; estilo (tudo tem que representar o espírito

pretendido pelo diretor, marca e estilista); abertura / final (devem ser

impactantes); tempo de duração (o desfile não pode se estender muito, pois se

torna cansativo, em média 30 minutos é o recomendável).

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Para Silveira (2004) o desfile deve representar o tema proposto pelo

estilista. Luz, som, espaço, roupas, convites, tudo deverá compor a

apresentação. O início do espetáculo deve ser importante, mantendo o ritmo de

desenvolvimento e fechando em grande estilo. Novamente os clãs dos

“formadores de opinião” têm seu papel no processo de avaliação dos

resultados, e é principalmente pela platéia que a imprensa formula seus

primeiros comentários, podendo consagrar um estilista ou mesmo acabar com

a carreira deles.

TÓPICOS PARA PESQUISA • Apresentar os principais detalhes de Produção que valorizam os Desfiles de Moda. • Contratação e Gestão de Serviços e R.H. para trabalhos de moda. • Vender, Negociar e Lucrar com seu trabalho de Produção. • Criação: Briefing, Brainstorming • Pesquisa: Visita, Análise Técnica e Definição de Locais para Desfiles • Planejamento: Previsão Orçamentária, Cronograma, Definição de Equipes de Trabalho, Seleção do Elenco (casting), Contratação de Serviços de Terceiros, Gestão de Talentos. • Comunicação e Marketing: Meios de Divulgação, Comercialização, Negociações • Qualidade e Segurança: Aspectos Gerais • Legislação aplicada e Administração de Contratos • Produção Artística: Iluminação, Sonorização, Trilha Sonora, Cenografia, Palco, Passarela, Camarins, Acomodações da Platéia, Adaptação de Espaço Físico, Ambientação.

MÓDULO 3

3.CENOGRAFIA

Cenografia é a uma arte, técnica e ciência de projetar e executar a instalação de cenários para espetáculos. Alguns autores confundem com um segmento da arquitetura. Entretanto, a arquitetura cênica ou arquitetura cenográfica se ocupa mais especificamente da geração dos cenários arquitetônicos internos ou externos.

A cenografia é parte importante do espetáculo, pois conta a época em que se passa a história, e conta o local em que se passa a história, pelo cenário podemos identificar a personalidade dos personagens.

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Para os gregos antigos, a cenografia era a arte de adornar o teatro e a decoração de pintura que resulta desta técnica. Para o Renascimento, a cenografia foi a técnica que consiste em desenhar e pintar uma tela de fundo em perspectiva. Já no sentido moderno, é a ciência e a arte da organização do palco e do espaço teatral. A palavra se impõe cada vez mais em lugar de decoração, para ultrapassar a noção de ornamentação e de embalagem que ainda se prende, muitas vezes, à concepção obsoleta do teatro como decoração.

A cenografia marca bem seu desejo de ser uma escritura no espaço tridimensional (ao qual seria mesmo preciso acrescentar a dimensão temporal), e não mais uma arte pictórica da tela pintada, como o teatro se contentou em ser até o naturalismo. A cena teatral não poderia ser considerada como a materialização de problemáticas indicações cênicas: ela se recusa a desempenhar o papel de “simples figurante” com relação a um texto preexistente e determinante.

Entre os profissionais envolvidos nas atividades de cenografia estão cenógrafo, cenógrafo assistente, cenotécnico, contra-regra, pintor, maquinista, forrador, estofador aderecista, pintor de arte, maquetista.

TEXOS RELACIONADOS AO ASSUNTO

PS. Sobre a passarela da Água de Coco 10.06.2010

Ah, a magia dos desfiles de moda. Há muita coisa entre o espectador sentado na fila A e as roupas que o levaram até lá. Para a Água de Coco, que mostrou sua coleção de primavera-verão 2010/11 agora há pouco no SPFW, há mais ainda. O top cenógrafo Marton pegou Blog LP pela mão e nos mostrou a montagem da sala de desfile, instantes dele começar. É verdade, seu início estava previsto para as 17hs. Mas quando o relógio dizia que era hora de começar, ainda se ouvia o bate-e-estaca da equipe cenotécnica e o diretor do desfile estava no chão, com um paninho, ajudando a enxugar a água que havia vazado pela longa e brilhante passarela branca.

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Montagem do cenário da Água de Coco

Sim, água. Eram 4 mil litros dela, no total. O projeto de Marton incluia espelhos d’água cuja superfície era na mesma altura da passarela (o que, de certa forma, deu um medinho nas modelos do casting, que desfilaram todas sobre salto altos); uma estrutura de partes de isopor desalinhadas com aparência de pedra, de onde essa água saiu em determinado momento; mais um enorme painel de leds ao fundo, que exibvia uma paisagem – uma referência ao tema da coleção, os patrimônios históricos e naturais do Brasil. Tudo montado ao longo de 24 horas, com uma equipe de aproximadamente 40 pessoas. Hoje ainda tem desfile na sala 02 do prédio da Bienal. Quanto tempo vai levar pra desmontar isso tudo, Marton? “Uns 30 minutos. Desfazer a magia, quem diria, é muito mais fácil do que fazê-la.

Pier Balestrieri, da sala de desfile para a sala de estar

Pier Balestrieri é formado em arquitetura e urbanismo – mas se engana quem acha que foi esse o motivo pelo qual teve longas reuniões com a CET. Ele é um cenógrafo a serviço da moda, e foi por ela que fechou as duas pistas da rua Augusta, desviou linhas de ônibus e montou uma arquibancada lá, onde Marcelo Sommer mostrou sua coleção de outono-inverno 2004.

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Pier Balestrieri, o cenógrafo. Desfile de outono-inverno 2006 de Sommer

foi apenas um dos muitos projetos cenográficos que assinou para desfiles de moda. Em se tratando de Sommer (que, diga-se de passagem, foi seu coleguinha de escola), muitos mesmo: ele trabalhou ao lado do estilista em outras apresentações marcantes, incluindo a de outono-inverno 2006, onde fez chover na sala 1 do prédio da Bienal. Dois caminhões-pipa bombeavam a água, que escorria numa piscina debaixo na passarela – como diz Pier, “não podia ser uma chuvinha, tinha que ser uma torrente”. E quem se lembra da primavera-verão 2005 de Alexandre Herchcovitch? Foi Balestrieri que fez daquelas 30 mil flores coloridas um cenário. E então, um outro caminhão na porta do SPFW, climatizado para que as flores não murchassem antes do show (fotos na galeria). Mais: lounges nas semanas de moda, ambientações para eventos fashionistas (como a chegada de Louboutin por aqui + os 50 anos da Barbie) e exposições de arte estão inclusas em seu CV.

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Pier Balestrieri, o designer de objetos. A luminária "Yuri" foi feita com tecido do assento da Transbrasil!

A novidade é que a lista das coisas que ele ainda não fez acaba de ficar menor. Pier lança agora sua marca de objetos de decoração, com o (incrível!) nome “Homem Objeto” – um deles estava até no Prêmio Moda Brasil. A idéia é reciclar itens que já existem, os transformando com novos materiais. “Sempre tive essa vontade. Olhava para um vaso e tinha vontade de fazer dele uma luminária”, explica. E é isso que ele está fazendo, com uma estética retro-futurista. Por exemplo: o tecido que forrava os bancos da companhia aérea Transbrasil vira a cúpula de um abajur; uma ilustração esquecida numa gaveta vira um papel de parede inesperado. Primeiro foram feitas algumas luminárias (mas pode esperar por mesas, biombos e poltronas mais pra frente). “Quero ter uma produção significativa antes de abrir uma loja ou showroom. Enquanto isso, meu retorno é continuar viajando e garimpando coisas, que é o que eu mais gosto de fazer”, conta. Nesse esquema de produção, as peças ganham aspecto exclusivo. Além de feitas uma a uma, ainda recebem nome próprio – Yuri, Fernando e Adriano são nomes de homem, mas na concepção de Pier, são homens-objetos. Quer saber como comprar? Entre em contato pelo site dele!

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Pier Balestrieri, de cenógrafo a designer de objetos!

Você conhece o trabalho do cenógrafo Pier Balestrieri. Seus projetos envolvem a moda onde quer que ela esteja – ao redor da modelo daquele desfile do SPFW, no bar onde a mulher apoiou seu cotovelo na festa daquele estilista famoso no shopping Iguatemi ou logo ali, em cima de uma mesa, no Prêmio Moda Brasil. A novidade é que ele acaba de lançar uma marca que não foi feita para uma sala de desfile, e sim para sua sala de estar. Quer saber mais? Então clique lá no Portfólio e descubra o que ele já fez + o que vem por aí!

Jean-Michel Bertin está aqui. Sabe quem é ele? 24.09.2009

Jean-Michel Bertin é um “faz tudo”. E faz tudo bem! Por isso é tão difícil descrever o francês em uma só frase: ele é da moda (trabalhou em campanhas da Hermès e num editorial da “W” ao lado de Mario Sorrenti); é da música (Já assistiu o clipe pra faixa “We Are Your friends” do Justice? A direção de arte é dele!); é do showbusiness (como cenógrafo, criou palcos pra artistas como Yelle e Kanye West); e é das artes (Bertin que pensou o espaço pra exposição “Histories de Mode”, de Christian Lacroix, entre outras).

A partir de hoje (24/09), o multiartista vai incluir no seu currículo uma intervenção de arte na unidade paulistana da Surface to Air. É que, a convite da Lacoste, Bertin veio participar do festival multimídia Evolução Francesa, que a grife promove com artistas franceses – lembra da passagem do duo Yazbukey por aqui?

em design de móveis pela “L’Ecole des Arts Decoratifs de Paris“, mas diversidade é sua real especialidade. Depois de trabalhar numa agência de design por alguns anos, se envolveu com a direção de arte. Como a ocupação o colocou em contato com diversas áreas, ele aproveitou para trabalhar com cada uma delas. Fazer parte do time do Surface to Air Studio foi uma boa: ele acabou trabalhando no set dos comerciais “Emprise” e “Blason” (o primeiro da linha de relógios de Marc Jacobs pra Louis Vuitton, e o segundo da linha de jóias de Pharrell Williams pra mesma grife), assinou o cenário da campanha realista/fantástica “Human After All“, da Diesel, e participou do novo vídeo da dupla de DJs Duck Sauce=Atrak+Armand – o site anuncia que o resultado sai ainda nesse mês!

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Técnico Integrado em Produção de Moda 16

Uma foto, uma legenda 17.06.2008

Poucas horas antes do primeiro desfile do dia, cai toda a cenografia do segundo andar, aqui na bienal

Anexo: Lista de cenógrafos do Brasil

• Arlindo Alves de Sousa Junior • Alfredo Pereira da Silva Filho • Anísio Medeiros • .Aby Cohen

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Técnico Integrado em Produção de Moda 17

• Cláudio Lucchesi • Clóvis Graciano • Cyro Del Nero • Daniela Thomas • Ed Andrade • Edivanilson Procopio de lima • Flávio Rangel • Flávio Império • Francisco Muzzi • Gabriel Vilela • Gert Seewald • Hélio Eichbauer • Henrique Manzo • Joaquim Lopes de Barros Cabral • José de Anchieta (José de Anchieta Costa) • José Carlos Serroni (J.C. Serroni) • José Leandro de Carvalho • Juarez Machado • Juliana Fernandes • Luciana Bueno • Maria Bonomi • Naum Alves de Souza • Nani Brisque • Oséias de Trindade • Paulinho Maia • Pernambuco de Oliveira • Raul Belém Machado • Reinaldo Rodrigues, Barcelona • Renato Lage • Romolo Lombardi • Ronald Teixeira • Rosa Magalhães • Rute Frare • Ulisses Cohn • Victor Akkas • [[Wasth Rodrigues] • Zé Henrique de Paula • Zé Matielo

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Técnico Integrado em Produção de Moda 18

MÓDULO 4

4.ILUMINAÇÃO

-Características da luz: intensidade, natureza, direção e cor.

-Clima da imagem (relação entre luz principal, de compensação e de fundo)

-Fotometria (relação de iluminação) e exposição com histograma

-Luz natural, flash e continua (tungstênio, HMI e kinolight), características e diferenciais

-Acessórios de iluminação

-Procedimento para iluminação em estúdio

-Prática de montagem de iluminação

-Esquemas de iluminação:

Fotometria: aprendendo a medir a luz

Como o nome já diz, fotografia significa escrever com a luz. Nesse aspecto a câmera fotográfica funciona como o olho humano. Na realidade nós não vemos os objetos e sim a luz refletida destes que chegam até nossos olhos. Dessa maneira o que passa pela lente da câmera fotográfica é a luz refletida dos objetos. Medir a quantidade exata de luz necessária para formar a imagem no sensor ou filme fotográfico é o que chamamos de fotometria. A maioria dos iniciantes, fotógrafos amadores e muitos profissionais, confiam totalmente na medição automática das câmeras. Algumas compactas digitais nem possuem um modo manual para o próprio fotógrafo fazer as regulagens, mas as medições automáticas podem cometer erros, assim como as regulagens automáticas do White Balance. Existem situações em que o próprio fotógrafo

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Técnico Integrado em Produção de Moda 19

tem que decidir quais regulagens usar, senão corre o risco de perder a imagem que está fazendo.

Três fatores são importantes para realizar a fotometria: o ISO, a velocidade do obturador e a abertura do diafragma. Quando a câmera está no automático ela decide quais valores empregar nessas variáveis levando em conta a quantidade necessária de luz. Mas, vamos ver o que muda quando usamos o modo manual.

Fotômetro

É o aparelho que mede a quantidade de luz existente no ambiente e fornece as regulagens necessárias para a câmera capturar a imagem. Existem fotômetros externos e toda câmera possuí um fotômetro interno. Através desse aparelho podemos mudar as variáveis segundo nossas necessidades e obter uma leitura se a exposição está correta.

Velocidade ISO

O ISO (International Standards Organization, uma espécie de ABNT internacional), é o padrão escolhido para delinear a sensibilidade das películas (filme). Muitos outros padrões existiram, como o ASA (Americano) e o DIN (Alemão). Quanto maior o ISO do filme, maior é a sua sensibilidade a luz, porém pior é a qualidade de imagem. Isso se dava porque os filmes mais sensíveis possuíam grãos de prata maiores, que causavam uma granulação na foto. Então o ISO 50 era usado em dias com muito sol ou em estúdio por conta de sua alta qualidade de imagem e cor, enquanto o ISO 3200 é utilizado em situações com pouca luz, gerando imagens granuladas. Nas digitais esse padrão foi mantido, mas o mesmo problema da qualidade da imagem se mostrou. Em ISOs mais elevados as imagens acabam gerando uma aberração cromática chamada de ruído.

Obturador

O obturador é uma cortina que se abre e fecha permitindo a entrada da luz. Sua velocidade é medida em frações de segundos. Quanto menor a velocidade, maior é a quantidade de luz que atinge o sensor ou o filme. A velocidade do obturador é importante em momentos onde a ação se desenrola de maneira rápida. Objetos em movimento necessitam de uma alta velocidade de obturação (a partir de 1/500 avos de segundo) para que não saiam borradas, enquanto objetos em repouso podem usar velocidades mais lentas. Muitas câmeras compactas não possuem um obturador mecânico, sendo que a velocidade de captura é simulada pela ativação do sensor. Algumas DSLR da Nikon possuem um obturador híbrido, onde a velocidade de captura e conseguida através do acionamento mecânico e do sensor, conseguindo assim um menor desgaste do obturador e um conseqüente aumento de sua vida útil.

Diafragma

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É uma íris dentro da lente. Ela funciona mais ou menos como a nossa pupila. Com muita luz ela se fecha e com pouca luz ela se abre. Seu tamanho é medido em f/stops e quanto menor o número maior é a abertura. Então uma lente em f/2,0 está com o diafragma bem aberto, para ser usado em situações de pouca luz e um diafragma em f/32 está bem fechado, usado em situações com muita luz. A abertura do diafragma influencia diretamente a profundidade de campo, que é aquele desfoque que ocorre atrás do assunto focado. Se o diafragma estiver bem aberto você vai ter pouca profundidade de campo e tudo que estiver na parte da frente e na parte de trás do objeto fotografado vai estar desfocado. Com o diafragma bem fechado toda a foto vai ficar nítida. Compensação de Exposição

Embora nem todas as câmeras compactas possuam um modo manual, quase todas elas possuem o recurso de Compensação de Exposição. Ele é representado nas câmeras digitais como um quadrado dividido na diagonal. Em uma das metades do quadrado temos o símbolo positivo e na outra metade o negativo. Também pode ser representado no painel de controle da câmera pela sigla EV. Esse recurso existe para que o fotógrafo minimize situações onde o fotômetro interno da câmera possa a vir a se enganar. Se o objeto fotografado ficar muito escuro na imagem, é só colocar a compensação de exposição em +1 e a câmera vai deixar entrar um pouco mais de luz para realizar a foto. O contrário também é possível sendo que nas fotos muito claras é necessário regular a compensação para -1.

Mas como isso tudo funciona?

Essas três variáveis trabalham juntas e, dependendo da situação, o fotógrafo deve escolher as regulagens mais adequadas. Por exemplo:

Vamos imaginar que estamos em uma peça de teatro. Essa é uma situação bem complicada. Pouca luz e a proibição de usar o flash. Nessa situação você tem que usar uma velocidade de obturador onde as pessoas em movimento não fiquem borradas. Aumentando a velocidade de obturação conseqüentemente uma quantidade de luz menor vai entrar pela lente. Nesse caso é necessário abrir mais o diafragma. Mas, quanto mais o diafragma é aberto, menor vai ser a profundidade de campo. Nesse caso o ISO é elevado

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(1600 ou 3200) para que eu possa ter um diafragma em uma abertura média (f/3,5) e um obturador em velocidade necessária para congelar os movimentos (1/90). Se a câmera estivesse no automático essas regulagens seriam bem diferentes e as fotos não seriam satisfatórias.

No fim tudo é regulado para que uma mesma quantidade de luz passe pela lente, dependendo da situação temos que ter uma prioridade nas regulagens. Cabe ao fotógrafo e não a câmera decidir que velocidade, abertura e ISO utilizar.

Curiosidades.

- As lentes mais claras, com diafragma f/2,8 costumam ser as mais caras, justamente por permitir fotografias em ambientes mais escuros, utilizando ISOs mais baixos;

- Geralmente as lentes de menor qualidade são mais nítidas no centro do que nas bordas. Ao usar um diafragma em f/16 é possível aproveitar só a área central da lente, o que aumenta a nitidez da mesma.

- As câmeras mais modernas (e conseqüentemente mais caras) estão melhorando muito a qualidade das imagens em ISOs mais altos. A Canon Eos 5D possuí uma qualidade ótima em ISO 1600.

- A pouca profundidade de campo pode ser usada de modo muito criativo, principalmente em retratos, dando uma qualidade especial no desfoque no fundo do objeto fotografado.

MÓDULO 5

5. FOTOGRAFIA

Uma sintética visita à história da fotografia de moda

Analisada pelo ponto de vista da linguagem fotográfica, a Fotografia de Moda pode ser dividida em 3 grandes períodos :

FOTOGRAFIA CLÁSSICA – AS ORIGENS DA MODA

Cronologicamente vai desde o 1914 (considerada a data de nascimento da FdM) até os 1950s.

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Socialmente trata-se de um período bastante homogêneo, onde a figura feminina é co-protagonista em uma sociedade burguesa e masculina. Este grande período abrange vários estilos como o pictorialismo do Baron Adolphe de Meyer, a teatralidade de Horst e Cecil Beaton, o construtivismo de George Hoyniguen Huene, o surrealismo de Man Ray e Erwin Blumenfeld, o fotojornalismo e a fotografia instantânea ao ar livre de Martin Munkacsi. Características de referência visual de todo este período são a composição das imagens segundo o padrão clássico da arte figurativa (perspectiva real), e a utilização da postura corporal da modelo para induzir a sensação desejada no espectador. Principais fotógrafos deste período: Baron de Meyer, George Hoyningen Huene, Horst P Horst, Steichen, Cecil Beaton, Man Ray, George Platt Lynes, Martin Munkacsi.

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FOTOGRAFIA MODERNA: DE 1950 A 1980 - GLAMOURIZAÇÃO DA MODA

A 2ª guerra mundial obrigou as mulheres a entrar ativamente na vida social, o que provocou grande emancipação da figura feminina. Nada nos papéis sociais masculinos e femininos foi mais igual ao período anterior à segunda guerra. Esta enorme mudança social influencia também a figura feminina na representação da fotografia de moda. A mulher não é mais um *elegante cabide*, um manequim que assume poses para representar a condição social que o rico marido pode oferecer, mas um ser pensante, individual com uma personalidade real, e profunda. Ela tem *atitude* e isso deve aparecer na representação fotográfica.

O fotógrafo que mais representa esta mudança é Richard Avedon, considerado o precursor desta nova visão da mulher. O período MODERNO é muito rico e engloba momentos diferentes. Temos a época do New Look de Cristian Dior, os fotógrafos da Swinging London, o período da emancipação sexual da mulher, e finalmente a apoteose e completa glamourização do fenômeno da moda dos anos 1980. A composição fotográfica utiliza o padrão clássico da perspectiva com o objetivo de criar a tridimensionalidade na imagem. A modelo passa a adquir movimento e aparece em um mundo real, ela pensa, age e tem paixões. Os modelos são escolhidos pela personalidade e o fotógrafo procura a expressão desta personalidade nas suas fotografias. A figura da mulher é glamourizada e ressaltar a beleza é o objetivo principal do fotógrafo. Fotógrafos deste período são: Richard Avedon, Irvin Penn, David Bailey, Guy Bourdin, Helmut Newton, William Klein, Débora Tuberville, Sara Moon, Herb Ritz, Bruce Weber, Peter Lindberg, Steven Meisel.

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FOTOGRAFIA PÓS MODERNA: DE 1980 até hoje – DESGLAMOURIZAÇÃO DA MODA.

Acontece a segunda grande revolução juvenil, a partir de 1967, quando os jovens se rebelavam contra um sistema político e depois de 1977, quando os jovens se revoltam contra o mundo da imagem. No âmbito da fotografia de moda a grande indigestão de imagem, a extrema falsidade da imagem da modelo comparada com a realidade da vida de muitas delas, e o desejo de uma nova forma de expressão leva alguns fotógrafos a procurar um novo estilo fotográfico. Primeiro objetivo é quebrar com todos o paradigmas, as regras os padrões aplicados ate hoje. Os conceitos de composição, iluminação, atitude do modelo, padrão de beleza utilizados até aquele momento são totalmente renegados. O objetivo da fotografia é revolta, provocação e choque. As ferramentas técnicas utilizadas são composição e iluminação que induzem a sensação de bi dimensionalidade, dominantes de cor que deixam o tom de pele desagradável, luz que cria sombras nos olhos, posturas corporais deselegantes, expressões de modelo sofridas ou falta de expressão. Paralelamente cores vívidas e surreais, cenários oníricos, situações

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improváveis. Algumas imagens são emblemáticas desta época: a mais famosa é uma imagem de de Juergen Teller que mostra uma modelo famosa nua, recém acordada, descabelada, fumando, em um apartamento nada glamouroso . Outras imagem de Jurgen Teller são de um jovem se jogando do teto de um prédio, e um terno caríssimo segurado em um cabide queimando.

Paralelamente David Lachapelle mostra um close de uma mulher chiquérrima fazendo o gesto de cheirar droga… só que no lugar do comum pó branco estava uma carreira de diamantes, ou a imagem varias vezes apresentada de uma cena medieval com castelo e cavalo mas com uns tons caricaturais e cores irreais.

Esta época também traz vários outros estilos como punk, tecno-surrealismo, heroin chic, sexy-trash. Fotógrafos desta época são Corinne Day, Juergen Teller, David Lachapelle, Terry Richardson, Mario Sorrenti.

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TÓPICOS PARA PESQUISA

• Fotografia em estúdio. • Fotografia de Eventos sociais (casamentos, aniversários etc). • Fotografia de publicidade • Fotografia de revistas. • Fotografia de Moda. • Fotografia comercial • Fotografia industrial. • Fotografia de nu artístico • Fotografia de modelos

MÓDULO 6 6.SOM – TRILHA SONORA

Uma trilha-sonora (português brasileiro) ou banda sonora (português europeu), conhecida em inglês como soundtrack[1] é, tecnicamente falando, "todo o conjunto sonoro de um filme, incluindo além da música, os efeitos sonoros e os diálogos."[2] Isso também inclui peças de um programa de televisão ou de jogos eletrônicos. Pode incluir música original, criada de propósito para o filme, ou outras peças musicais, canções e excertos de obras musicais anteriores ao filme. A definição de "trilha sonora" se expandiu na década de 1990, com coletâneas do tipo "Music Inspired By".[3] Alguns exemplos bem sucedidos dessa tendência foram as trilhas de O Corvo (nos EUA[4]) e Trainspotting (no Reino Unido[5]).

Um filme pode popularizar uma obra musical já existente, mas menos conhecida pelo grande público. 2001 - Uma Odisseia no Espaço deu uma popularidade sem precedentes ao poema sinfónico Assim falou Zaratustra, de Richard Strauss. O filme Elvira Madigan, de Bo Widerberg, ao utilizar o concerto para piano n.º 21 de Wolfgang Amadeus Mozart, popularizou de tal forma esse tema musical que, apesar de já existir há muito, passou a ser cognominado de Elvira Madigan.

As edições das bandas sonoras em álbum têm sido lançadas de dois modos: ou se trata da edição da banda sonora de um filme ou são colecções de várias peças de um certo autor criadas especificamente para alguns filmes - como, por exemplo, Bernard Herrmann, Ennio Morricone ou Nino Rota.

História

Desde a primeira e histórica projeção dos irmãos Lumière, em 1895, as imagens da 7º arte já tinham um acompanhamento musical.[6] Porém, o fundo musical era geralmente uma improvisação solo feita por pianistas ou

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organistas, e a música raramente coincidia com as narrativas da tela.[7] À partir de 1910 começaram a ser editadas partituras para piano e orquestra, que transmitiriam os "climas" apropriados para cenas específicas. No entanto, o problema de sincronização entre cena e trilha sonora ainda não tinha sido resolvido.[8] Só na década seguinte se chegou à uma solução para este impasse, com a encomenda dos primeiros scores, ou seja: música incidental feita exclusivamente para determinado filme.[9]

Categorias

• Banda sonora para a televisão o Bandas sonoras televisivas o Hinos desportivos (português europeu) ou Hinos esportivos (português

brasileiro)

• Gravações do elenco o Musicais o Peças de teatro

Bandas sonoras cinematográficas

As banda sonora para cinema (português europeu) ou trilha-sonora para cinema (português brasileiro), tais como as televisivas, normalmente incluem excertos da música instrumental composta para o filme (ou programa televisivo) e canções que nele se ouvem.

Na década de 1990, popularizou-se o conceito de inclusão de canções inspiradas pelo filme (ou programa). De um modo geral, tratava-se apenas de uma jogada de marketing para atingir mais público, e os álbuns sofreram com tal. No entanto, alguns desses álbuns eram bastante superiores à média.[3]

De qualquer modo, as bandas sonoras assemelham-se a álbuns de compilações de vários intérpretes.

Música do filme

A música do filme está de harmonia com o diálogo e a imagem, estabelecendo o tom de um filme. Independentemente de ser clássica, jazz, electrónica ou qualquer outro género, todo o material musical expressamente composto ou exibido num filme pode ser definido como a música do filme.

Pelo contrário, um álbum que seja uma banda sonora não contém necessariamente a música do filme, uma vez que muitas das canções que apresenta podem não ter sido gravadas tendo o filme como objectivo (por exemplo, as constantes em American Graffiti, The Big Chill, Dirty Dancing) ou podem nem ter sido exibidas no filme (por exemplo, Batman Forever).

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Temas cinematográficos

Tal como a Música do Filme, os Temas Cinematográficos são retirados dos filmes. A diferença é que, enquanto os álbuns de Música do Filme apresentam as gravações originais, as colecções de Temas Cinematográficos reúnem material gravado por intérpretes que não tiveram envolvidos com o filme.

Música de desenhos animados

As origens da história da música de desenhos animados estão intimamente ligadas ao trabalho do compositor Carl Stalling, o qual trabalhou nos estúdios de animação Warner Bros. durante duas décadas.

Stalling trilhou um novo caminho ao seguir a trajectória visual da acção no écran por oposição às regras aceites de composição. O resultado - não alicerçado nos tradicionais tempo, ritmo e desenvolvimento temático - foi de grande extremismo, à medida que a melodia, o estilo e a forma se misturavam em som e imagem intimamente ligados.

Essa fórmula continua a ser a actualmente utilizada nas composições desenvolvidas para a animação, embora, desde a era do rock, as canções pop também tenham destaque nas produções de desenhos animados, por vezes com vultos da pop, como Celine Dion e Peabo Bryson , Elton John e Phil Collins.

Algumas séries televisivas de animação foram também baseadas em bandas de rock ficcionais como Josie & the Pussycats e Jabberjaw (nota: esta última foi exibida no Brasil com o nome Tutubarão).

Terminologia

• Cues: cada trecho de música de um filme, por menor que seja, é chamado de cue. Fazendo uma analogia com a música popular, ela seria equivalente à faixa de um disco, com a diferença de poder durar apenas alguns segundos.[16]

• Decupagem: a decupagem, ou spotting em inglês, é o processo que define aonde a música vai estar presente no filme, de acordo com a cena escolhida.[17]

• Leitmotif: recurso musical associado à personagens e eventos específicos, empregado de forma recorrente.[18] Ela foi a técnica favorita de Max Steiner (1888-1971), considerado o pai da música do cinema.[19]

• Mickeymousing: é uma técnica de composição onde os movimentos da imagem da tela têm um paralelo sincronizado na orquestração. É freqüentemente associada à desenhos animados (daí o nome), e têm como função exercer um efeito cômico.[20] O mickeymousing é considerada uma técnica controversa.[21]

• Música original: o termo música original do filme refere-se à parte musical instrumental composta exclusivamente para determinado filme. Seu equivalente em inglês é score, traduzido literalmente como partitura.[2]

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• Source music: no jargão da indústria cinematográfica, é a música que tanto os espectadores quanto os personagens do filme ouvem. Um exemplo clássico do uso de source music é Sam (Dooley Wilson) tocando "As times goes by" no filme Casablanca (1942).[22]

• Tema: um tema (theme, em inglês[23]) é, em geral, "a parte mais reconhecível em uma obra ou trecho musical".[24]

• Temp tracks: uma abreviação de temporary tracks, são peças musicais pré-existentes utilizadas como referência para a composição da música original.[25] Os temp tracks que o diretor George Lucas utilizou para Guerra nas Estrelas - composições de Antonín Dvořák, Franz Liszt e Gustav Holst - serviram de guia para John Williams compor seu premiado score, por exemplo.[26]

Sonoplastia

Sonoplastia é a comunicação pelo som. Abrangendo todas as formas sonoras - música, ruídos e fala, e recorrendo à manipulação de registos de som, a sonoplastia estabelece uma linguagem através de signos e significados.

Sonoplastia (do Lat. sono, som + Gr. plastós, modelado) é um termo exclusivo da língua portuguesa que surge na década de 60 com o teatro radiofónico, como a reconstituição artificial dos efeitos sonoros que acompanham a acção. Esta definição é extensiva ao teatro, cinema, rádio, televisão e web . Antes designada como composição radiofónica, tinha por função a recriação de sons da natureza, de animais e objectos, de acções e movimentos, elementos que em teatro radiofónico têm que ser ilustrados ou aludidos sonoramente. Incluía ainda a gravação e montagem de diálogos e a selecção, a gravação e alinhamento de música com uma função dramatúrgica na acção ou narração. O sonorizador, auxiliado por um contra-regra que produzia efeitos sonoros em directo (foley effects / bruitage), tais como a abertura de uma porta à chave e o consequente fechamento, passos caminhando em pisos de diferentes superfícies, ou o galope de um cavalo efectuado com casca de coco percutida, ou ainda auxiliado por um operador de som que manipulava os discos de efeitos sonoros de 78 RPM, controlava a mistura dos vários elementos sonoros com a voz gravada.

A sua posterior associação à televisão e ao cinema documental toma subtis variações e formas, recorrendo aí com maior incidência à selecção de músicas para o acompanhamento de sequências de imagem, ou como música de fundo de uma narração.

Todo o som utilizado em uma construção sonora audiovisual tem o objetivo de ilustrar/destacar movimentos ou ações que ocorrem na sequência de uma cena, diálogo, locução, etc. ´ A montagem do áudio na sonoplastia pode conter elementos que reforcem a naturalidade do que está ocorrendo, ou fazer com que o receptor tenha uma percepção diferente do que seria o som natural daquela ação.

Para a realização de criações sonoras, podemos classificar os efeitos sonoros em dois tipos:

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Efeitos editoriais - Sâo eventos sonoros que não exigem grande complexidade de obtenção e manipulação, por exemplo: ruídos de computador, buzinas, assovios, etc.

Efeitos principais - São eventos sonoros que necessitam um trabalho de produção e pesquisa mais elaborados. Muitas vezes a criação daquele som demanda um grande tempo para ser alcançada e demanda um grande esforço criativo do sonoplasta. Por exemlo: som de uma nave espacial que percorre velocidades enormes, sons de animais extintos, etc.

DJ (disc jockey)

DJ mixando composições.

Um disc jockey (DJ ou dee jay) é um artista profissional que seleciona e roda as mais diferentes composições, previamente gravadas para um determinado público alvo, trabalhando seu conteúdo e diversificando seu trabalho em radiodifusão em frequência modulada (FM), pistas de dança de bailes, clubes, boates e danceterias.

Etimologia do termo

O termo disc jockey foi primeiramente (e ainda é) utilizado para descrever primeiramente a figura do locutor de rádio que introduziam e tocavam discos de gramofone, posteriormente, o long play, mais tarde compact disc laser (CD) e atualmente, empregam o uso do mp3. O nome foi logo encurtado para DJ. Hoje, diante dos numerosos fatores envolvidos, incluindo a composição escolhida, o tipo de público alvo, a lista de canções, o meio e o desenvolvimento da manipulação do som, há diferentes tipos de DJs, sendo que nem todos usam na verdade discos, alguns podem tocar com CDs, outros com laptop (emulando com softwares), entre outros meios. Há também aqueles que mixam sons e vídeos (VJs), mesclando seu conteúdo ao trabalho desenvolvido no momento da apresentação musical. Há, no entanto, uma vasta gama de denominações para classificar o termo DJ.

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Técnicas e estilos

No rádio, os DJs contribuíram para a consolidação do movimento Rock and Roll à partir da segunda metade dos anos 50, como a maior manifestação cultural da juventude do século XX; nomes de artistas tão díspares como Elvis Presley e The Beatles, não teriam alcançado o estrelato não fosse o empenho dos DJs originais. Nessa mesma época começavam a surgir os DJs jamaicanos, conhecidos como seletores, que inicialmente tocavam principalmente discos estadunidenses de R&B nos sistemas de som, e faziam sucesso principalmente entre a população menos privilegiada que não tinha condições de ter rádio ou toca-discos.

Com o advento da discoteca em meados dos anos 70, os DJs também ganharam fama fora do rádio e foram para as pistas de dança. Nas pistas, os DJs que atuaram até o meio da década de 1990 utilizavam apenas discos de vinil em suas apresentações. Em que pese o fato de já existirem CDs antes disso, não haviam equipamentos que permitissem o sincronismo da música entrante com a música em execução (ajuste do pitch para posterior mixagem). A forma como esta ação de mixagem é realizada, aliás, é o principal diferencial entre os profissionais desta área.

Um DJ tem a percepção musical de saber quais composições possuem velocidades (mensuradas em batidas por minuto) próximas ou iguais, de forma que uma alteração em um ou dois por cento da velocidade permite com que o compasso das mesmas seja sincronizado e mixado, e o público não consiga notar que uma faixa está acabando e outra está iniciando, pois as duas faixas estão no mesmo ritmo, métrica e velocidade.

DJs das décadas de 1980 e 1990 sincronizavam a composição mixada (entrante) regulando a velocidade do prato do toca-discos, com o cuidado de fazer com que a agulha não escapasse do sulco do vinil (que na prática faz com que a música "pule") e também com que o timbre da voz da música não ficasse, por demais, alterada com a velocidade muito alta ou muito baixa do prato. Esta alteração da velocidade era possível em toca-discos que possuem o botão chamado pitch. O toca-disco mais famoso, nesta época, era o Technics SL-1200 MK-2, que até hoje é vendido e procurado por profissionais e amantes do vinil pela robustez e força que o seu motor de tracção directa apresenta.

Após a popularização do CD, fabricantes como Pioneer, Technics e Numark desenvolveram aparelhos do tipo CD player com recursos próprios para DJ. Conhecidos como CDJs, possuem botões especiais para alteração de pitch, de retorno da faixa, de marcação de ponto (efeito cue) e looping. O timbre da música passou a ser controlado (opcionalmente) por um acionador específico, normalmente conhecido como Master Tempo. Com este recurso, mesmo que a composição esteja extremamente acelerada (ou desacelerada), o timbre da voz, teclados, guitarras, etc. é mantido, driblando de certa forma a capacidade de percepção do público, em notar que determinado som está tocando em velocidade diferente da normal. Além disso, não há mais o risco de o disco pular, apesar de o cuidado em se limpar as mídias de CD ser o mesmo, pois uma mancha em uma mídia óptica pode prejudicar e até interromper a canção

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em execução. Outra facilidade destes equipamentos é marcar o ponto de início da música (designado cue point). Assim, um DJ com um simples toque no botão pode retornar ao ponto de partida poucos segundos antes de mixar a música sobre a que está sendo executada.

Atente-se aqui para o fato de que, além do talento musical obrigatório a um DJ em se conhecer aproximadamente o tempo das composições que ele pretende mixar durante sua apresentação, o mesmo também deve conhecer onde, quando e se uma composição ou determinada versão desta possui uma região (geralmente sem vocal, com batidas secas e pouco ou nenhum aparecimento de guitarras e teclados) popularmente conhecida como quebrada, onde é possível entrar a próxima composição sem que o resultado fique confuso (com dois vocais de canções diferentes "falando" ao mesmo tempo, por exemplo). Este capricho é obrigatório para profissionais que fazem mixagens ao vivo, tanto com vinil quanto com CDs.

O DJ é, no fim das contas, um animador de eventos. Este deve conhecer canções o suficiente para saber como e quando mixá-las, deve sentir a vibração do público que o está ouvindo, e saber mudar um estilo na hora certa, para que a pista não esvazie. Deve ser o mais eclético possível, ou deixar bastante claro ao seu público e ao seu contratante qual é seu estilo ou tendência. Existem DJ especializados em raves. Outros, que se dedicam a canções que já fizeram sucesso a oito, dez ou vinte anos atrás.

Compactos

As versões das canções que um DJ utiliza não são, geralmente, as mesmas versões que normalmente se ouve em videoclipes ou estações de rádio. Para cada nova canção que é lançada no mercado, desde a década de 1970, a gravadora lança um disco (ou CD) específico, denominado compacto, para aquela canção. No caso do vinil, um compacto também pode ser de sete polegadas, dez polegadas ou doze polegadas. Em CD, este é conhecido como 5 (cinco) polegadas. Um compacto é um vinil ou CD que possui uma mesma canção em várias versões, produzidas especialmente para mixagens ou amantes de versões alternativas. Enquanto uma versão normal de canção possui normalmente de três a quatro minutos de duração, uma versão de compacto pode durar até quinze minutos, com grandes introduções, quebradas, edições, reprises de vocal etc.. Estas versões alteradas também são conhecidas como remixagens, versões 12, versões club, versões estendidas e dub. Um compacto também pode conter versões instrumentais e a cappella. Enquanto um álbum de coletânea de determinado artista pode possuir um nome qualquer, um compacto sempre tem o nome da canção que nele está gravada, mesmo que o disco tenha apenas uma versão da canção que o nomeia.

Composição digital

Já no fim do século XX, com a popularização do formato MPEG-1 layer 3 (popularmente conhecido como MP3) para canções digitais, de programas de compartilhamento de arquivos como o Napster e o surgimento de programas

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de edição musical, surgiu uma nova casta de editores musicais auto-denominados DJs. Apesar de estes possuírem, as vezes, até certo talento para música, pois precisam alterar uma faixa para mixar na anterior, tem seu trabalho extremamente facilitado e, portanto, não são bem vistos por profissionais que executam seu trabalho ao vivo em clubes, casas, discotecas e eventos.

A mixagem em computador é feita de forma caseira, e não há o julgamento do público ao trabalho sendo feito ao vivo. O que o público irá ouvir é uma mixagem feita em estúdio e já gravada. Caso uma canção seja alterada e mixada com a anterior, mas o resultado não seja o esperado pelo editor (timbres, batidas ou compassos dessincronizados, por exemplo), a ação de mixagem pode ser desfeita e refeita quantas vezes forem necessárias. Assim, o resultado final é uma mixagem tão perfeita quanto artificial.

Porém, grandes DJs também fazem uso destes programas para criação de sequências de múltiplas canções denominadas megamixes, de participações de curta duração em programas de rádio e até mesmo de novas versões dessas canções, que não existam em seus respectivos compactos.

Existem hoje em dia softwares capazes de simular na tela de um computador dois toca discos ou cdjs e um mixer, com inúmeros recursos iguais ou até superiores aos melhores equipamentos,além de alguns poderem ser baixados gratuitamente pela internet,esses softwares estão se popularizando por serem uma alternativa a quem deseja discotecar e não pode investir muito.

Entre esses programas destacam-se o Virtual DJ,Traktor,Deckadance,MixVibes,BPM Studio,PCDJ entre outros.

MÓDULO 7

7.VITRINISMO

O vitrinismo é considerado hoje uma área do chamado Visual Merchandising, ou seja, a técnica de mercado que se baseia em seduzir o cliente por meio do elo visual. É criar uma aparência que estimule, de forma onsciente ou não, o consumidor a comprar. Estudiosos do vitrinismo dizem que uma exposição bem elaborada dos produtos pode ser responsável, de uma maneira geral, por algo entre 50% a 75% das vendas ( índice aumenta ou diminui de acordo com o segmento do varejo). Subestimar o poder das vitrines é um erro se levarmos em conta que elas são parte de uma nova forma de consumir: hoje, as pessoas buscam nas compras sensações diferentes, diversões, estímulos, e não apenas a satisfação de suas necessidades pessoais. Apesar disso, muitos lojistas não têm acesso a informações sobre a área e não sabem exatamente o que uma vitrine pode fazer na imagem de uma empresa.

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É por isso que nos preocupamos em preparar esse material especial para você. Boa leitura e ótimas vendas! A Importância do Merchandising Relembrando Só para relembrar, Kotler (o “pai” do assunto) diz que marketing é o conjunto de ações que engloba a identificação das necessidades do consumidor, o desenvolvimento de produtos (ou serviços) que atendam à essas necessidades, a defi nição dos preços cobrados nesses produtos (ou serviços), a sua adequada distribuição e, finalmente, a promoção desses produtos (ou serviços), de modo a tornar mais fácil a venda. Ou, falando mais resumidamente, o marketing consiste em: - identifi car as necessidades do consumidor; - desenvolver produtos que atendam a essas necessidades; - calcular o preço; - planejar os pontos-de-venda; - promover o produto; Sempre com o intuito de facilitar a venda ao consumidor. Cada um dos tópicos acima se divide em outros, que devem ser cuidadosamente analisados pelo profissional de marketing. Nesse fascículo, nós vamos nos ater a um deles mais especificamente: a promoção do produto. A promoção pode ser feita de diversas formas, sendo a propaganda a mais conhecida. Mas também há outros meios, como por exemplo a assessoria de imprensa e o merchandising. E é uma das ferramentas do merchandising que mas nos interessa agora: a vitrine. Dúvidas? [email protected] 3 O que é merchandising O Merchandising é qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto- de-venda que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e infl uenciar as decisões de compra dos consumidores. Ele é a ferramenta responsável pela apresentação destacada de produtos na loja, criando espaço e visibilidade, de maneira tal que acelere sua rotatividade. Isso pode ser feito pela apresentação externa da loja (fachada e vitrines) e apresentação interna, com a disposição dos móveis e utilização de outros materiais de comunicação (pôsteres, adesivos de chão, displays de chão e de balcão, faixas de gôndola, etc). Em resumo, o merchandising ajuda a trabalhar o ponto-de-venda por meio da decoração para ambientar os produtos e a comunicação na loja, de forma a induzir e motivar os clientes à compra. A Apresentação Externa da Loja Os aspectos externos da apresentação da loja são extremamente importantes para atrair o consumidor, pois são responsáveis por causar a primeira impressão que ele tem sobre a qualidade e o tipo de loja. É importante lembrar que a imagem que o ambiente externo passa tem que ser compatível com que está dentro da loja. Por isso, é importante considerar aspectos como visibilidade, tamanho, estilo arquitetônico, material de acabamento, fachada, comunicação externa, vitrines e conservação da loja, que são o que projetam a

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sua imagem. Desses aspectos, um dos mais relevantes, e que agora veremos mais a fundo, são as vitrines. A Apresentação Interna da Loja Assim como é importante usar estratégias para atrair o público na área externa da loja também é necessário utilizar algumas técnicas para fazer com que o cliente, que já está dentro dela, permaneça o maior tempo possível e realize as compras. A apresentação interna da loja faz com que o cliente seja envolvido, através do uso de vários elementos, como layout, temperatura, cores, aroma, iluminação e som. Como o consumidor é sensorial, portanto será atraído por esses estímulos. As vitrines internas da loja têm a função de encantar o cliente que já foi atraído pela vitrine externa, e assim mostrar a maior quantidade possível dos produtos que a loja oferece. A Vitrine A vitrine tem como principal função atrair o cliente para o interior da loja. Por isso, ela é considerada o cartão de visita. As vitrines externas da loja são uma oportunidade a mais de fazer com que o cliente que passa preste atenção à sua loja, portanto devem ser atraentes para estimular o cliente no momento decisivo da compra. Deve ser um espaço formador de imagem e uma área de exposição e demonstração para os novos lançamentos de mercadorias, usando cenários e temas que possuam correspondência à imagem de sua loja. Falando de outra forma, as vitrines procuram não só apresentar uma amostra representativa do tipo de produtos que a loja oferece, mas também estimular que os consumidores entrem na loja. A Importância da Vitrine A vitrine, aliada a uma boa comunicação visual, é uma poderosa ferramenta de marketing direto e pode fazer a diferença frente à concorrência. Especialistas em comunicação visual no varejo estimam que uma vitrine bem feita possa ser responsável por uma fatia entre 30% e 40% das vendas. A importância de saber como apresentar bem seu produto ao cliente é ainda maior para as pequenas e médias empresas. Isso porque, na maioria das vezes, elas não terão a mesma possibilidade das grandes redes varejistas de investir em outras formas mais caras de marketing, como propaganda. Por isso é tão importante apostar nessa ferramenta para alavancar as vendas e, sempre que possível, buscar informações e capacitação na área. Dúvidas? [email protected]. Tipos de Vitrine As vitrines podem ser classifi cadas de acordo com a sua forma e posição. • Vitrine frontal: são aquelas que fi cam na frente da loja, e que por isso têm maior exposição. São também conhecidas como vitrine de rua. • Vitrine de trânsito: essas vitrines são construídas ao longo da entrada e dentro da loja, sempre em áreas de grande movimento de consumidores. • Vitrine central: são as vitrines em relevo feitas para serem vistas de todos os lados. Justamente por isso, são localizadas em ponto estratégico no estabelecimento. Ou ainda pelo seu formato. • Vitrines fechadas: como sugere o nome, é parecida com um box. Ainda são comuns de se encontrar.

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• Vitrines abertas: são as vitrines que não seguem o mesmo padrão das vitrines fecha das. Esse tipo de vitrine está cada dia mais presente em shoppings, em lojas de tamanho reduzido e também as grandes lojas de departamento. As Partes de Uma vitrine Uma vitrine pode ser composta de três partes. O piso, que é simplesmente o piso da loja, ou um tablado que levanta e dá destaque a ela. As laterais, que são os painéis que compõem as paredes laterais. O fundo, que é o plano de trás de uma vitrine. E, por fi m, o teto, que limita a sua altura. Como Montar uma Vitrine Atrativa Pesquisas comprovam que os consumidores ficam em média de 5 a 10 segundos em frente de uma vitrine. É essencial, então, que ela seja o mais atrativa que puder, para tentar prolongar esse tempo. Para compor uma vitrine espetacular, é preciso estar atento a inúmeros macetes e dicas. Ela deve ser voltada para a área de maior visualização, a fi m de maximizar o seu efeito, e deve priorizar a altura de 1,30 a 1,80m, que é o campo de visão médio das pessoas. Tenha especial atenção à disposição das formas, cores, conceitos e simbologias. Importante é ter bem definido o público alvo da loja, o que possibilita investir em uma comunicação visual eficiente. Também é ideal que a vitrine sempre reforce o conceito comercial e agregue valor aos produtos. Leve em consideração ainda a luz, o apelo visual e o grau de objetividade de acordo com o público. Para os homens, por exemplo, a composição pede um chamado mais racional, que leve em conta os preceitos de realização profissional e familiar. Para as mulheres, entretanto, o trabalho deve ser desenvolvido na base emocional, valorizando a organização de cores e formas. Especialistas recomendam que a campanha da vitrine seja reelaborada a cada mês e que os produtos sejam trocados toda a semana. Mas o tempo depende muito do que é mais adequado para cada loja. Planejamento e público-alvo O planejamento é fundamental na hora de compor uma boa vitrine. Antes de sair espalhando os produtos, é preciso avaliar o perfil do negócio e da clientela, definir os objetivos de vendas e o público-alvo. A localização do estabelecimento também influencia. Está em um bairro operário? Num shopping? Na área central da cidade? A cidade é grande? Média, interiorana? Tudo isso conta na hora de decidir a decoração. Um perfi l mais popular de consumidor, por exemplo, pode preferir vitrine com maior quantidade de produtos (sem poluir), pois isso representa mais preços e variedades que dirão a ele se são acessíveis ou não. Ao passo em que um público médio valoriza vitrines mais elaboradas, limpas e com programação visual distinta. Iluminação Ponto crucial, a iluminação requer atenção cuidadosa e criteriosa, para que contribua sempre para o realce do produto, e nunca para a confusão visual do

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consumidor. Dois tipos de iluminação são os mais usados: luz pontual, tipo “spot”, que pode ser concentrada em cada produto que se quer destacar (boa pedida para óculos); ou luz difusa, geralmente para compor o plano de fundo ou o ambiente por inteiro. Em geral, recomenda-se que a quantidade de luz na vitrine seja maior do que a luz externa. Cores As cores têm a peculiaridade de interferir no humor ou na emoção das pessoas, desanimar ou inspirar uma compra ou ativar um estado emocional (é a chamada psicodinâmica das cores). Muitas despertam impulsos de compra sem que o cliente sequer se dê conta disso. São importantes. Na verdade, não existe uma regra ou receita para o uso de cores que não seja o bom senso. Mas uma boa dica é evitar trabalhar mais de três ou quatro cores diferentes, para não causar poluição visual. Importante também é harmonizar as cores dos produtos com as do ambiente. Recomenda-se evitar muito brilho (afinal, quem tem que brilhar na vitrine é o produto). Loja de shopping X loja de rua As vitrines nesses dois pontos de comércio têm a mesma importância, porém devem ser trabalhadas de forma diferente. Nas lojas de shopping, o consumidor geralmente tem mais tempo para parar,analisar, pensar, apreciar; ao contrário das lojas de rua, que precisam de uma comunicação ainda mais rápida com o consumidor que está de passagem, apressado. Nesse segundo caso, o ideal é trabalhar o uso de displays e outras imagens que chamem a atenção do consumidor. Especialmente em lojas de rua, um problema nas vitrines é o refl exo causado pela luz do dia. Uma dica valiosa é buscar alguma inclinação no vidro para eliminar os efeitos indesejados. Exposição dos produtos Vitrine não é estoque. Pode parecer óbvio, mas é bom deixar claro: vitrine não é o estoque. Por isso, nada de aproveitar cada milímetro do espaço para colocar produtos. Dez em dez especialistas dizem que o excesso de produtos é o erro mais comum na vitrine. Produtos em demasia só criam poluição visual. E a percepção visual fi ca prejudicada quando muitos elementos se misturam. Portanto, siga uma regra básica na arquitetura: menos é mais. Se a intenção é expor um grande número de produtos, o mais correto é dividi-los em pequenos grupos (nichos) e diminuir o tempo de exposição de cada grupo. [email protected] 6 Como selecionar os produtos Apenas os produtos mais estratégicos para a empresa devem ir para a vitrine. Os produtos devem ser selecionados levando-se em conta o perfi l da loja, de seus clientes e público-alvo. Um erro comum, sobretudo em óptica, é usar a vitrine para expor toda uma coleção de determinada grife ou estilista. O mais indicado é escolher um ou dois modelos que mais se identifi cam com aquele estilista, com aquela marca. Isso ajuda no item anterior: evitar excesso. Periodicidade

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Assunto complexo, a vida útil da vitrine varia muito em função de tudo que a envolve (localização, tipo visual, perfi l da loja, tipo de cliente, etc). Não há uma regra, mas é preciso ter em mente que a exposição de um mesmo visual satura muito rapidamente o cliente. A segunda vez que ele olhar para a vitrine jamais causará o mesmo impacto que a primeira. Por isso, diz-se que as vitrines são “efêmeras”. Os especialistas recomendam que uma vitrine não fi que mais de 15 a 30 dias sem alteração. Mesmo nesse intervalo, a recomendação é ir trocando produtos. Distribuição dos produtos – Os objetos mais percebidos pelos consumidores são aqueles colocados a 1,60m do piso da vitrine.O ideal é deixar os produtos ligeiramente abaixo da linha de visão do consumidor. Produtos no chão tendem a ser desvalorizados. Nas vitrines maiores, para evitar a continuidade de informação visual é interessante intercalar expositores de diferentes alturas. Considerações finais - Vitrine sozinha não vende É importante lembrar que, apesar de essencial, a vitrine não pode jamais ser a única responsável por fisgar o cliente e fazê-lo comprar. Não adianta entupir a vitrine de produtos e nem deixá-la magnífica achando que isso fará esgotar os estoques. A vitrine levanta a bola, fazendo com que o consumidor seja atraído e entre na loja. Mas a partir desse ponto, a bola está com os vendedores, com o pessoal do atendimento. Atenção, simpatia, técnica, treinamento e muito profissionalismo serão os pontos essenciais para a concretização da venda. - Visual da loja influencia Além da vitrine, o ambiente interno e o layout da loja também precisam ser trabalhados para que as vendas se concretizem a partir da sedução exercida pela vitrine. Por isso, a vitrine deve ter uma identidade visual condizente com a identificação corporativa do restante da empresa e de seu público. Você deve ficar atento a vários fatores, que vão desde a disposição física dos itens que compõem a planta da loja, a organização dos equipamentos, móveis, até a facilidade na circulação dos clientes, pintura, paredes e pisos internos. Tudo isso conta. - Criatividade antes de tudo Em suma, o ideal mesmo é contratar um profissional especialista principalmente para os lojistas que não têm tempo de dedicar atenção especial às vitrines). No entanto, nem sempre há recursos. Além disso, nem sempre também grandes investimentos representam boas idéias ou são garantia de sucesso. Muitas vezes, vitrines criativas são feitas com materiais de baixo custo. Portanto, o mais importante para uma boa vitrine – além de observar os critérios básicos – é o bom senso e a criatividade. Mãos à obra e boas vendas!

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ANEXOS (textos e matérias) O desfile é um evento incrível, não é mesmo? São só alguns minutinhos (não mais que 30, normalmente) e já dá um bocado pra se encantar.Muito engraçado que exija tanto trabalho pra tão pouco tempo (e pra quem está do lado da produção passa mais rápido ainda).

O trabalho pra um desfile é assim como um trabalho de escola de samba. Acabou o desfile no sambódromo, já corre pra pensar no tema do próximo carnaval. Não é moleza não!

O desfile necessita desse trabalho árduo, da cooperação de estilista e sytlist, de stylist e modelo, de modelo e roupa, de trilha sonora, de maquiador, de cabelereiro cenografia, iluminação. Um pouquinho de tudo cria aquele montão, aquele evento que de tão maravilhoso, faz até chorar.

Qualquer 'frisson' causado na passarela é emoção provocada por toda essa coordenação de profissionais e elementos, sendo assim o chororô tem um por que.

A marca tem sempre uma identidade que vai ser explicitada na passarela e isso deve ser bem claro pra quem assiste ... Dessa forma o trabalho funciona mais ou menos dessa maneira: a partir da coleção ( que já está dentro da proposta de comunicação da marca), estuda-se uma maneira de traduzir as mesmas inspirações para a passarela. Normalmente nessa fase, o trabalho é feito por estilista, stylist e diretor de passarela ( em alguns casos o próprio estilista é o stylist e em alguns casos o diretor de passarela é o stylist) e a partir daí, estes profissionais se encarregam de contratar e (re)passar o briefing para os outros profissionais envolvidos.

Escolher as modelos para o desfile é o que chamamos casting e, de novo, o casting é adequado para cada tipo de desfile, veja, por exemplo, Ronaldo Fraga, que este ano escolheu vovozinhos e vovózinhas para representar sua coleção, que falava sobre o tempo, sobre o envelhecer.

A escolha da trilha sonora também é um elemento essencial, já que ela vai dar o tom do desfile, e as modelas vão desfilar no ritmo que ela estiver. É importante observar também que a música pontua as primeiras entradas das meninas, as passagens de look ( de calça pra vestido, por exemplo) e o final do desfile. Não dá pra ser ignorada, nem menosprezada. Escolher o som que melhor se 'molde' às roupas e as deixem mais bonitas trata-se de um estudo

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minucioso que envolve um trabalho de criatividade máxima e muita cooperação entre produtor da marca, stylist e ?trilheiro?.

Um bom desfile é aquele que não acaba quando acaba o show. O desfile que cria laços afetivos é aquele no qual você consegue se visualizar na passarela,nas músicas, no make, nas próprias roupas, no conceito. De prontidão, nem sabemos o que é, só sabemos que naquele momento nosso coração habita a passarela.

A passarela é pra sonhar.Dá pra esquecer que quase tudo ali está a venda, não?

Bastidores de um desfile moda: Cenografia

Cenografia do Marton para Herchcovitch Inverno 2007

A passarela de um desfile é muito mais do que apenas o espaço por onde caminham as modelos – assim como a luz e a trilha sonora, ela serve para expor ao público o clima e o ambiente imaginado pelo estilista para apresentar sua coleção. É, assim como as roupas, uma imagem que deve ser bem elaborada e impactante. Alguns criadores optam por uma passarela simples, pretas ou brancas, mas há quem prefira cenários que reforcem a imagem proposta para a coleção.

Nome de respeito na área, José Marton é recordista de projetos temporada de lançamentos de Inverno 2007, assinando os cenários da Forum, Triton, Alexandre Herchcovitch (feminino), Iódice, Neon, André Lima, Vide Bula, Cori e Zoomp. Abaixo ele explica tim-tim por tim-tim como se planeja um bom projeto cenográfico.

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Primeiro passo: “Briefing com o estilista. Peço para que ele exemplifique seu desejo, com palavras e imagens. O stylist da marca muitas vezes está presente nestas primeiras reuniões”.

Segundo passo: “Aprofunda-se o briefing com o stylist. Vejo a cartela de cores da coleção, que conta muito na hora de propor o cenário, e procuro saber as sensações que se quer passar no desfile. Por exemplo: se a intenção é despertar um frescor, vou pesquisar materiais que produzem esta sensação”.

Terceiro passo: “Execução da maquete, que geralmente é feita numa escala 1:50, ou seja, cinquenta vezes menor que o tamanho natural. Este modelo facilita a visualização da proposta pelo cliente. E eu sempre indico que se olhe na altura do olhos, e não de cima, para se tem uma visão realmente das proporções. Procuro usar os materiais que vou empregar, ou pelo menos, uma representação destes. Esta é parte mais importante do processo, porque ali se decide por onde entram as modelos, o ritmo do desfile, a entrada do público, localização do pit dos fotógrafos. Um cenário é bom quando o desfile é bem visto tanto por cinegrafistas e fotógrafos, quanto pelo o público presente na sala”.

Quarto passo: “Detalhamento do projeto, orçamento e logística de montagem. Dada a aprovação, as partes do cenário entram em linha de produção. Muitas vezes, tenho quatro cenários sendo fabricados simultaneamente. Com muitos clientes temos tempo para isso, mas há casos em que se têm apenas sete dias, o que é muito pouco”.

Quinto passo: “A montagem do cenário é decidida pelo horário em que a marca desfila. Se ela é o primeiro desfile de uma sala, temos a noite toda para montar. Quando é a segunda, muitas vezes temos apenas duas horas. Finalizado este processo, temos a afinação da luz, o ensaio do desfile, e finalmente a apresentação.”

EDITAL CONCURSO DRAGÃO FASHION 2010

EDITAL CONCURSO DOS NOVOS - DRAGÃO FASHION BRASIL 2010. LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES DE FORTALEZA PERÍODO: 25 a 28 ABRIL 2010. ORGANIZAÇÃO: EQUIPE DE PRODUÇÃO REGULAMENTO 1. APRESENTAÇÃO Assumindo um perfil democrático, o DRAGÃO FASHION BRASIL propõe às Instituições de Ensino de Moda e Design uma parceria através de suas oficinas de criação. Isto possibilitará aos alunos uma experiência profissional de trabalho em grupo, transformando o concurso individual em uma ação de coletivos. Sob a orientação de seu corpo docente, cada Instituição selecionada desfilará sua coleção no Centro de Convenções integrando o line-up do evento e concorrendo ao

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prêmio definido pela Organização do Evento. 2. QUEM PODE PARTICIPAR: Todo estudante matriculado e cursando a partir do 2º semestre em Instituição de Ensino Superior ou Tecnólogo com habilitação em moda, estilismo e/ou modelagem. 3. PARA PARTICIPAR: 3.1. EQUIPES representadas com o número MÁXIMO de 06 (seis) alunos e o MÍNIMO de 04 (quatro) alunos. 3.2. Será classificada para a 2ª etapa do Concurso de Novos apenas UMA equipe por Instituição. Será de responsabilidade do corpo de jurados do evento a classificação mediante uma pré-seleção que seguirá os mesmos critérios de avaliação da 1ª etapa de seleção (7.2.4). 3.3. A EQUIPE deverá estar sob a orientação de um ou mais profissionais do corpo docente da Instituição de Ensino. 3.4. Cabe à Instituição eleger dentre estes, o nome de apenas um Orientador Geral, que ficará responsável por manter contato com a organização do evento a fim de esclarecer toda e qualquer dúvida de ambas as partes. 3.5. Os participantes da EQUIPE deverão estar divididos nas seguintes categorias/funções: 1) Estilo - Criação & Pesquisa; 2) Desenvolvimento de Produto - Modelagem e Montagem; 3) Projeto Gráfico; 4) Styling/Produção de Moda. Todas as categorias devem ter no mínimo 01 representante. R. Filadélfia, 626 - Engº Luciano Cavalcante |Fortaleza - Ceará - Brasil | CEP: 60811-120 | Fone: +55 (85)

3261.3656 | Fax: +55 (85) 3261.9584 2 www.dragaofashion.com.br|[email protected]

4. TEMA: Após o fechamento de um ciclo de 10 anos, comemorado em 2009, o Dragão Fashion Brasil 2010 vai buscar inspiração na origem de seu nome para propor o tema: Dragão do Mar - Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde. Cearense, Jangadeiro, Abolicionista. 5. COMPOSIÇÃO DO TRABALHO 5.1. Ficha de inscrição devidamente preenchida contendo todos os dados solicitados; 5.2. Breve release justificativo referente ao tema proposto; 5.3. Criação de DOZE (12) looks femininos e/ou masculinos, representados através do Desenho de Moda (croquis); 5.4. Representação plana das peças que compõem cada look com suas especificações técnicas (frente e costas, se necessário desenho dos detalhes); 5.5. Especificação e representação de make-up, acessórios e calçados; 5.6. Cartela de cores e tecidos; 5.7. O trabalho não pode conter nenhuma identificação (nomes dos alunos e/ou instituição). A identificação dos trabalhos será feita através de número aleatório no ato da inscrição; 5.8. Um (01) look completo confeccionado conforme desenho e especificações propostas. Tamanho 38;

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5.9. Os custos de postagem serão de responsabilidade do participante; 5.10. Os participantes concordam em ceder integralmente os direitos patrimoniais ao Dragão Fashion Brasil relativo aos trabalhos inscritos no concurso, que poderá utilizá-los por tempo indeterminado, em livros coleções, editoriais de jornais ou quaisquer outros meios de comunicação, desde que sempre citado o autor e a Instituição. 6. INSCRIÇÕES E ENVIO DOS TRABALHOS 6.1. Ao efetuar sua inscrição, o participante aceitará automaticamente todos os termos deste regulamento; 6.2. As inscrições terão início em 2 de janeiro e se encerrarão dia 23 de fevereiro, impreterivelmente; 6.3. Para se inscreverem, os participantes deverão preencher a ficha de inscrição que se encontra no site www.dragaofashion.com.br. A ficha deve ser entregue junto com todo o material, conforme item 5; 6.4. Endereço para envio dos trabalhos: Equipe de Produção Rua Filadélfia, 626 – Engº Luciano Cavalcante. Fortaleza – Ceará CEP: 60. 811-120 R. Filadélfia, 626 - Engº Luciano Cavalcante |Fortaleza - Ceará - Brasil | CEP: 60811-120 | Fone: +55 (85)

3261.3656 | Fax: +55 (85) 3261.9584 3 www.dragaofashion.com.br|[email protected] 7. SELEÇÃO 7.1. PRÉ-SELEÇÃO No caso de haver mais de uma equipe inscrita por instituição, será classificada para a 2ª etapa do Concurso de Novos apenas UMA equipe por Instituição. Será de responsabilidade do corpo de jurados do evento a classificação da mesma mediante uma pré-seleção que seguirá os mesmos critérios da seleção da 1ª etapa. 7.2. PRIMEIRA ETAPA DA SELEÇÃO. 7.2.1. Os trabalhos serão avaliados por uma banca formada por profissionais de Moda/Design e áreas afins (jornalistas, artistas etc.) convidados pela organização do evento, que não tenham vínculos com as instituições participantes; 7.2.2. O resultado dos trabalhos será divulgado através do site do Dragão Fashion Brasil e da imprensa local; 7.2.3. Serão classificadas no máximo 08 (oito) instituições finalistas; 7.2.4. Critérios de Avaliação da 1ª ETAPA. - Projeto gráfico e 01 look completo - Peça(s) piloto e acessórios - Tema - Criatividade - Coerência com o tema proposto - Cartela de cores e tecidos - Qualidade da apresentação gráfica - Qualidade do produto final – modelagem e montagem 7.5. SEGUNDA ETAPA DA SELEÇÃO 7.5.1. As Instituições finalistas deverão confeccionar SEIS (06) looks e apresentá-los em desfile durante o evento Dragão Fashion Brasil 2010; 7.5.2. As notas das duas etapas de avaliação serão somadas para chegar ao resultado final; 7.5.3. Critérios de Avaliação da 2ª ETAPA (Para as equipes selecionadas na 1ª Etapa)

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- Desfile das peças finalizadas conforme o tema proposto - Tema - Criatividade - Cartela de cores e tecidos - Styling/Produção de Moda - Qualidade do produto final – modelagem e montagem 8. CALENDÁRIO. Lançamento do edital: 17/11/2009 Recebimento dos trabalhos: 23/02/2010 (Segunda-feira) Resultado da seleção: 27/02/2010 (Sexta-feira) Período do evento: 25 a 28 de abril de 2010. 9. PRÊMIO 9.1. Prêmio de R$ 6.000,00 (seis mil reais) para o grupo de alunos participantes; 9.2. Um troféu para a Instituição vencedora; R. Filadélfia, 626 - Engº Luciano Cavalcante |Fortaleza - Ceará - Brasil | CEP: 60811-120 | Fone: +55 (85)

3261.3656 | Fax: +55 (85) 3261.9584 4 www.dragaofashion.com.br|[email protected] 10. OBSERVAÇÕES: 10.1. Todas as despesas para a confecção e o envio dos protótipos serão de responsabilidade dos participantes; 10.2. Os materiais para a confecção dos trabalhos podem ser obtidos através de apoio ou patrocínio. A divulgação deste fica a cargo da negociação entre a Instituição e a organização do evento; 10.3. A organização do evento não se responsabilizará pela devolução dos trabalhos, ficando estes disponíveis para recebimento na Equipe de Produção após a divulgação do resultado da seleção; 10.4. A coleção apresentada não poderá estar vinculada a uma marca comercial específica; 10.5. O não cumprimento de qualquer uma das exigências descritas neste edital acarretará na desclassificação da equipe; 10.6. Fica a cargo da equipe organizadora do concurso o repasse de todas as informações posteriores à divulgação do resultado da seleção. 11. Contato Helena Silveira: [email protected] 85-3261-3656 Mark Greiner: [email protected] 85-9996-8723 12. Realização Equipe de Produção Rua Filadélfia, 626 – Engº Luciano Cavalcante. Fortaleza – Ceará CEP: 60.811-120 Tel. (85)3261-3656 fax (85)3261-9584 R. Filadélfia, 626 - Engº Luciano Cavalcante |Fortaleza - Ceará - Brasil | CEP: 60811-120 | Fone: +55 (85)

3261.3656 | Fax: +55 (85) 3261.9584 5 www.dragaofashion.com.br|[email protected] 13. Anexo Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde, o Dragão do Mar (1839 – 1914) Abolicionista, brasileiro e jangadeiro de profissão nascido em Canoa

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Quebrada, Aracati, Estado do Ceará, considerado o maior herói popular pela libertação dos escravos no Ceará. Descendente miscigenado de escravos, era filho do pescador Manoel do Nascimento e aos 8 anos de idade ficou órfão do pai, que faleceu nos seringais amazônicos. Criado pela mãe, a rendeira Matilde Maria da Conceição, em meio a muitas dificuldades, ficou conhecido como Chico da Matilde e desde criança tornou-se envolvido no cotidiano do litoral. Cresceu analfabeto e só aos vinte anos aprendeu a ler. Pescador tornou-se chefe dos catraieiros, assim chamados os condutores de jangadas e botes do litoral da capital cearense, e trabalhou nas obras do porto de Fortaleza (1859). Depois se empregou como marinheiro em um navio que fazia a linha Maranhão- Ceará e, alguns anos mais tarde, foi nomeado prático da Capitania dos Portos (1874). O Ceará vivia anos de intensa seca (1877-1879) o que desorganizou a produção do estado e matou de fome, de varíola e de cólera mais de um quarto da população. Os fazendeiros não podendo manter seus escravos, os vendia para outros fazendeiros, principalmente do sudeste do país. Convivendo com esse drama do tráfico de escravos e sendo mulato, liderou os jangadeiros para não embarcarem ou desembarcarem mais negros escravizados no litoral cearense. Fechando o Porto de Fortaleza ao tráfico de escravos para as outras províncias, os donos de escravos eram forçados a libertá-los na impossibilidade de sustentá-los. Assim se envolveu na luta pelo abolicionismo e foi exonerado do cargo (1881), por ter liderado este movimento praieiro contra o desembarque dos escravos em terras cearenses. Não desanimando, jurou (1882) que não haveria força bruta no mundo que fizesse o tráfico negreiro ser reaberto no Ceará. Sua bravura no bloqueio do porto de Fortaleza, impedindo o embarque de escravos, rendeu-lhe o novo cognome de O Dragão do Mar. Em consequência, não havendo quem transportasse os escravos do porto até os navios negreiros, transporte este feito pelos jangadeiros, o Estado do Ceará decretou, pioneiramente no Brasil, a libertação de seus escravos (1884), quatro anos antes do dia 13 de maio da abolição brasileira. Este fato valeu ao Estado o nome de Terra da Luz, dado por José do Patrocínio, e fez aumentar os ânimos de todos os abolicionistas do Brasil e mereceu inclusive as saudações aos cearenses do grande escritor francês, Victor Hugo. O herói jangadeiro foi até o Rio de Janeiro, levando no barco negreiro Espírito Santo, a jangada com a qual havia participado da "greve" e a embarcação foi doada ao Museu Nacional, de onde infelizmente desapareceu. Por ordem do Imperador D. Pedro II foi reconduzido ao cargo de prático da Capitania dos Portos (1889) e no ano seguinte, no regime republicano, recebeu a patente de Major-Ajudante de Ordem do Secretário Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado do Ceará (1890). Faleceu na capital cearense, poucas semanas antes de completar 75 anos. Fonte: www.dec.ufcg.edu.br/biografias

Dicas de Vitrines: Iluminação A iluminação é um grande recurso para se criar um clima. Contribui para realçar as formas, o espaço, as texturas e as cores, cria sombras dando profundidade. A luz é a alma da vitrina.

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Ao pensar em teatro, cinema e shows percebemos que estes espetáculos perderiam a sua magia sem os efeitos de luz. Em uma vitrina o caso é semelhante, porém esta sofre influência da luz externa (rua ou shopping) e da luz interna da loja. As lojas de rua em alguns pontos ganham em relação aos shoppings, ficam mais evidentes e é possível se criar efeitos. Para se eliminar reflexos, devemos ter uma luz no interior (vitrina) mais forte que a do exterior, acabamentos foscos e claros em tetos e paredes também ajudam. A Lâmpada é a transformação de energia elétrica em térmica e esta luz, seja através de filamento ou gás. Quase nunca vemos os objetos em seu matiz autêntico, pois quando a luz cai sobre um é refletida e absorvida. Por exemplo: um objeto azul absorverá todos os raios luminosos que emanam da luz, exceto os azuis que serão refletidos. TIPOS DE FONTES DE LUZ Quentes (Amarelas) – Produzidas por lâmpadas incandescentes, as que possuem filamentos, permitem a exploração de claro e escuro. Sua temperatura é alta e pode danificar mercadorias e não são muito econômicas, porém não precisam de complementação e seu facho pode ser tanto dirigido quanto aberto. Frias (Brancas) – Lâmpadas que possuem gás no seu interior, não permitindo emissão de raios direcionais. A Luz é distribuída por igual, precisando de complementação de iluminação, porém são econômicas, de temperatura baixa e sua boa intensidade, pode resolver problemas de reflexão. A Iluminação pode ser: Direta – Quando a luz é direcionada para o objeto sem haver fuga de luminosidade, isto pode ser conseguido através de lâmpadas (refletoras, olicróica e vapor de sódio) e Spots Lights – suportes para lâmpadas dos mais variados modelos, concentram a luz. Quanto mais afastados estiverem maior será a extensão iluminada, mas sua potência diminuirá proporcionalmente, a distância ideal é de 50 a 70 cm. Indireta: - Quando a luz que ilumina o objeto é refletida ou a fonte é difusa (sem foco específico), isto pode ser conseguido através de lâmpadas (refletora, halógena, lapiseira e fluorescente) luminárias, sancas, etc. O projeto de iluminação deve então combinar quente e frio, direta e indireta, conseguindo uma cromatibilidade que determina o clima motivador do ambiente. Geral – Define a visibilidade, é característica básica (quantidade, cor e distribuição) e deve ser indireta. Pode-se usar as fluorescentes, porém, como distorcem as cores, é aconselhável que se misture 40% de incandescente. As halógenas resolvem os problemas: não distorcem as cores, são econômicas e frias.

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Perimetral ou planos verticais – Fornecem luminosidade agradável e deve ser direta, destacando mercadorias, displays painéis, etc. Pode-se usar incandescentes e halógenas. TIPOS DE LÂMPADAS PARA VITRINES Refletoras – incandescente, encontrada em tamanho grande e pequeno, quando a lateral é espelhada o facho é dirigido e quando a cabeça é espelhada o facho é aberto. Usando-se neste caso, spots largos para que a luz seja refletida. Halógenas incandescentes – encontradas em diversos modelos, seu facho pode ser dirigido (par) ou aberto (lapiseira). São as únicas que reproduzem fielmente a luz do dia, portanto respeita as cores. Embora sejam mais caras, duram muito mais tempo e são bem mais econômicas. Se forem tocadas e logo acesas, explodem por causa da umidade das mãos. Dicróica – elas são as combinações de uma lâmpada pequena com refletor, é justamente ela que faz com que sua luz seja branca e o calor seja jogado para trás, mas são como as halógenas. Fluorescente- frias –São encontradas em diversos modelos e sua luz é difusa. Danusa Spricigo Pasqual Redação

Trilha sonora ajuda a definir identidade das grifes na semana de moda de NY

Maioria das coleções do estilista Rubin Singer é inspirada em canções. "Processo leva horas e consideramos centenas de músicas" conta DJ.

Reuters Desfile da grife Rubin Singer, que aconteceu na última sexta (6), em Nova York.

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Para o estilista que espera sobressair-se em meio às dezenas de desfiles na Semana de Moda de Nova York a música tem de ser uma escolha muito bem calculada para cada modelo. As melodias que acompanham as tops pelas passarelas não só servem para manter os tempos e criar estados de espírito, mas também têm a intenção de enviar mensagens mais profundas sobre o conceito de uma marca.

"Todo mundo pensa que simplesmente se escolhe uma canção", diz Kevin Edwards, que prepara a música para estilistas como Trazy Resse, cujo desfile foi feito no domingo (7). "É um processo muito longo. Leva horas e consideramos centenas de músicas", acrescenta o DJ.O estilista Rubin Singer, que trabalhou com Oscar de la Renta e Bill Blass antes de lançar sua própria grife, conta que a maioria de suas coleções é inspirada na música, incluindo a que apresentou na última sexta (5), no encontro da temporada de moda de Nova York."Boa parte de minha inspiração vem ao caminhar pelas ruas de Nova York, escutando música no fone de ouvido. É quando minha coleção começa a se materializar", disse Singer.Com o tema "viagem marítima nos anos 40", Singer afirmou que a obra desta temporada foi "facilitada" por uma canção chamada "Hip Hop Chin Chin", que abriu e fechou o desfile.Com um ritmo moderno e samplers com a voz de Frank Sinatra, os modelos desfilaram no ritmo da música. Singer também escolheu uma versão de "Fever", de Peggy Lee, na voz de Christina Aguilera, e "Boogie woogie bugle boy", de Andrews Sisters.

BIBLIOGRAFIA INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA MODA Noções gerais de design: história e conceitos. O design de moda. O conceito de cultura da moda. EMBACHER, Airton. Moda e Identidade: A construção de um estilo próprio. São Paulo: Ed. Anhembi – Morumbi, 1999. COUTO, ita Maria. Formas do Design; por uma metodologia interdisciplinar. Rio de Janeiro: 2AB, 1999. TAMBINI, Michael. O Design do Século. São Paulo: Ática, 1999. CALDAS, Dário. Universo da Moda. São Paulo: Ed. Anhembi-Morumbi, 1999. ECO, Umberto. Psicologia do vestir. LAVER, James. A Roupa e a Moda. MUNARI, Bruno. Das coisas nascem as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1981. BARTHES, Roland. Sistema da Moda. Lisboa, Ed. 70, s/d. FRANCINI, C. Segredos de Estilo (SP, Alegro). LIPOVETSKY, G. Império do Efêmero (SP, Companhia das Letras. MULLER, F. Arte e Moda (SP, Cosa & Naify) KUPER, Adam. Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru, SP. Edusc, 2002.

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BAUDRILLSRD, J. O sistema dos objetos. São Paulo: Perspectiva, 1973. HOLLANDER, A. O sexo e as roupas: a evolução do traje moderno. Rio de Janeiro: Rocco, 1996. LURIE, Alison. A linguagem das roupas. Rio de Jaaneiro: Rocco, 1997. PALOMINO, Érika. Babado forte: moda, música e noite. São Paulo: Mandarim, 1999. REVISTAS: FASHION THEORY. A REVISTA DA MODA, CORPO E CULTURA. Edição Brasileira, São Paulo, Ed. Anhembi Morumbi, volume 1, n. 1., 2.,3., e 4., 2002.

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APOSTILA DE TÉCNICAS E LINGUAGENS MULTIMÍDIAS

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MÓDULO 1

1.FOTOGRAFIA----------PÁG.53

MÓDULO 2

2.VIDEO----------PÁG.69

MÓDULO 3 3.INTERFACES----------PÁG.76

MÓDULO 4 4.DESIGN----------PÁG.78

MÓDULO 5

5.CORELDRAW E PHOTOSHOP----------PÁG.82

MÓDULO 6

6.TEORIA DAS CORES----------PÁG.85

BIBLIOGRAFIA----------PÁG.89

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MÓDULO 1

1.FOTOGRAFIA

Câmera fotográfica de grande formato.

A palavra Fotografia vem do grego [fós] ("luz"), e γραφις [grafis] ("estilo", "pincel") e significa "desenhar com luz e contraste"..

Por definição, fotografia é, essencialmente, a técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando esta em uma superfície sensível. A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e é atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce. Contudo, a invenção da fotografia não é obra de um só autor, mas um processo de acúmulo de avanços por parte de muitas pessoas, trabalhando juntas ou em paralelo ao longo de muitos anos. Se por um lado os princípios fundamentais da fotografia se estabeleceram há décadas e, desde a introdução do filme fotográfico colorido, quase não sofreram mudanças, por outro, os avanços tecnológicos têm sistematicamente possibilitado melhorias na qualidade das imagens produzidas, agilização das etapas do processo de produção e a redução de custos, popularizando o uso da fotografia.

Atualmente, a introdução da tecnologia digital tem modificado drasticamente os paradigmas que norteiam o mundo da fotografia. Os equipamentos, ao mesmo tempo que são oferecidos a preços cada vez menores, disponibilizam ao usuário médio recursos cada vez mais sofisticados, assim como maior qualidade de imagem e facilidade de uso. A simplificação dos processos de captação, armazenagem, impressão e reprodução de imagens proporcionados intrinsecamente pelo ambiente digital, aliada à facilidade de integração com os recursos da informática, como organização em álbuns, incorporação de imagens em documentos e distribuição via Internet, têm ampliado e democratizado o uso da imagem fotográfica nas mais diversas aplicações. A incorporação da câmera fotográfica aos aparelhos de telefonia móvel têm definitivamente levado a fotografia ao cotidiano particular do indivíduo.

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Dessa forma, a fotografia, à medida que se torna uma experiência cada vez mais pessoal, deverá ampliar, através dos diversos perfis de fotógrafos amadores ou profissionais, o já amplo espectro de significado da experiência de se conservar um momento em uma imagem.

História A fotografia não é a obra final de um único criador.[4][5] Ao longo da história, diversas pessoas foram agregando conceitos e processos que deram origem à fotografia como a conhecemos. O mais antigo destes conceitos foi o da câmara escura, descrita pelo napolitano Giovanni Baptista Della Porta, já em 1558, e conhecida por Leonardo da Vinci[6] que a usava, como outros artistas no século XVI para esboçar pinturas.

O cientista italiano Angelo Sala, em 1604, percebeu que um composto de prata escurecia ao Sol, supondo que esse efeito fosse produzido pelo calor. Foi então que, Johann Heinrich Schulze fazendo experiências com ácido nítrico, prata e gesso em 1724, determinou que era a prata halógena, convertida em prata metálica, e não o calor, que provocava o escurecimento.

A primeira fotografia reconhecida é uma imagem produzida em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível chamado Betume da Judeia. A imagem foi produzida com uma câmera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposição à luz solar. Nièpce chamou o processo de "heliografia", gravura com a luz do Sol. Paralelamente, outro francês, Daguerre, produzia com uma câmera escura efeitos visuais em um espetáculo denominado "Diorama". Daguerre e Niépce trocaram correspondência durante alguns anos, vindo finalmente a firmarem sociedade.

Após a morte de Nièpce, Daguerre desenvolveu um processo com vapor de mercúrio que reduzia o tempo de revelação de horas para minutos. O processo foi denominado daguerreotipia. Daguerre descreveu seu processo à Academia de Ciências e Belas Artes, na França e logo depois requereu a patente do seu invento na Inglaterra. A popularização dos daguerreótipos, deu origem às especulações sobre o "fim da pintura", inspirando o Impressionismo.[7]

Imagem da primeira fotografia permanente do mundo feita por Nicéphore Niépce, em 1825.

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O britânico William Fox Talbot,[8] que já efetuava pesquisas com papéis fotossensíveis, ao tomar conhecimento dos avanços de Daguerre, em 1839, decidiu apressar a apresentação de seus trabalhos à Royal Institution e à Royal Society, procurando garantir os direitos sobre suas invenções. Talbot desenvolveu um diferente processo denominado calotipo, usando folhas de papel cobertas com cloreto de prata, que posteriormente eram colocadas em contato com outro papel, produzindo a imagem positiva. Este processo é muito parecido com o processo fotográfico em uso hoje, pois também produz um negativo que pode ser reutilizado para produzir várias imagens positivas. À época, Hippolyte Bayard também desenvolveu um método de fotografia. Porém, por demorar a anuncia-lo, não pôde mais ser reconhecido como seu inventor.[9]

No Brasil, o francês radicado em Campinas, São Paulo, Hércules Florence conseguiu resultados superiores aos de Daguerre, pois desenvolveu negativos.[10] Contudo, apesar das tentativas de disseminação do seu invento, ao qual denominou "Photographie" - foi o legítimo inventor da palavra - não obteve reconhecimento à época.[11] Sua vida e obra só foram devidamente resgatadas em 1976 por Boris Kossoy.[12]

A fotografia então popularizou-se como produto de consumo a partir de 1888 com a introdução da câmera tipo "caixão" e pelo filme em rolos substituíveis criados por George Eastman.[13]

Desde então, o mercado fotográfico tem experimentado uma crescente evolução tecnológica, como o estabelecimento do filme colorido como padrão e o foco automático, ou exposição automática. Essas inovações indubitavelmente facilitam a captação da imagem, melhoram a qualidade de reprodução ou a rapidez do processamento, mas muito pouco foi alterado nos princípios básicos da fotografia.[14]

A grande mudança recente, produzida a partir do final do século XX, foi a digitalização dos sistemas fotográficos. A fotografia digital mudou paradigmas no mundo da fotografia, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando processos e facilitando a produção, manipulação, armazenamento e transmissão de imagens pelo mundo. O aperfeiçoamento da tecnologia de reprodução de imagens digitais tem quebrado barreiras de restrição em relação a este sistema por setores que ainda prestigiam o tradicional filme, e assim, irreversivelmente ampliando o domínio da fotografia digital.[15]

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Processos fotográficos Fotografia em preto e branco

A lua em P&B.

A fotografia nasceu em preto e branco, mais precisamente como o preto sobre o branco, no início do século XIX.[16] Desde as primeiras formas de fotografia que se popularizaram, como o daguerreótipo - aproximadamente na década de 1823 - até aos filmes preto e branco atuais, houve muita evolução técnica e diminuição dos custos. Os filmes atuais têm uma grande gama de tonalidade, superior até mesmo aos coloridos, resultando em fotos muito ricas em detalhes. Por isso, as fotos feitas com filmes PB são superiores as fotos coloridas convertidas em PB.

Meio tom

As fotografias em preto e branco se destacam pela riqueza de tonalidades; a fotografia colorida não tem o mesmo alcance dinâmico.

Na fotografia P&B se costuma utilizar a luz e a sombra de forma mais proeminente para criar efeitos estéticos - há quem prefira fotografar apenas em filme preto e branco, mesmo com a maior facilidade e menor custo do equipamento digital. Os sensores das câmeras digitais ainda possuem alcance dinâmico muito menor do que a fotografia P&B e mesmo da colorida, estando mais próximo do slide.

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Fotografia colorida

Foto de 1942 de um carpinteiro trabalhando, é um exemplo histórico das primeiras fotografias coloridas.

Ver artigo principal: Fotografia colorida

A fotografia colorida[17] foi explorada durante o século XIX e os experimentos iniciais em cores não puderam fixar a fotografia, nem prevenir a cor de enfraquecimento. Durante a metade daquele século as emulsões disponíveis ainda não eram totalmente capazes de serem sensibilizadas pela cor verde ou pela vermelha - a total sensibilidade a cor vermelha só foi obtida com êxito total no começo do século XX. A primeira fotografia colorida permanente foi tirada em 1861 pelo físico James Clerk Maxwell. O primeiro filme colorido, o Autocromo, somente chegou ao mercado no ano de 1907 e era baseado em pontos tingidos de extrato de batata.

O primeiro filme colorido moderno, o Kodachrome, foi introduzido em 1935 baseado em três emulsões coloridas. A maioria dos filmes coloridos modernos, exceto o Kodachrome, são baseados na tecnologia desenvolvida pela Agfacolor em 1936. O filme colorido instantâneo foi introduzido pela Polaroid em 1963.

A fotografia colorida pode formar imagens como uma transparência positiva, planejada para uso em projetor de slides (diapositivos) ou em negativos coloridos, planejado para uso de ampliações coloridas positivas em papel de revestimento especial. O último é atualmente a forma mais comum de filme fotográfico colorido (não digital), devido à introdução do equipamento de foto impressão automático.

Fotografia digital

Fotografia digital é a fotografia tirada com uma câmera digital ou determinados modelos de telefone celular, resultando em um arquivo de computador que pode ser editado, impresso, enviado por e-mail ou armazenado em websites ou CD-ROMs.

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A fotografia tradicional era um fardo considerável para os fotógrafos que trabalhavam em localidades distantes - como correspondentes de órgãos de imprensa - sem acesso às instalações de produção. Com o aumento da competição com a televisão, houve um aumento na urgência para se transferir imagens aos jornais mais rapidamente.

O sensor de CCD que substitui o filme nas câmeras digitais.

Fotógrafos em localidades remotas carregariam um minilaboratório fotográfico com eles, e alguns meios de transmitir suas imagens pela linha telefônica. Em 1990, a Kodak lançou o DCS 100, a primeira câmera digital comercialmente disponível. Seu custo impediu o uso em fotojornalismo e em aplicações profissionais, mas a fotografia digital surgiu neste momento.

Em 10 anos, as câmeras digitais se tornaram produtos de consumo, e estão, de modo irreversível, substituindo gradualmente suas equivalentes tradicionais em muitas aplicações, pois o preço dos componentes eletrônicos cai e a qualidade da imagem melhora.

A Kodak anunciou em janeiro de 2004 o fim da produção da câmeras reutilizáveis de 35 milímetros após o término daquele ano. Entretanto, a fotografia "líquida" irá perdurar, pois os amadores dedicados e artistas qualificados preservam o uso de materiais e técnicas tradicionais.

Funcionamento

Na fotografia digital, a luz sensibiliza um sensor, chamado de CCD ou CMOS, que por sua vez converte a luz em um código eletrônico digital, uma matriz de números digitais (quadro com o valor das cores de todos os pixels da imagem), que será armazenado em um cartão de memória. Tipicamente, o conteúdo desta memória será mais tarde transferido para um computador. Já é possível também transferir os dados diretamente para uma impressora gerar uma imagem em papel, sem o uso de um computador. Uma vez transferida para fora do cartão de memória, este poderá ser apagado e reutilizado.

Álbuns virtuais

Com a popularização da fotografia digital, surgiram páginas da Internet especializadas em armazenar fotografias. Desse modo, suas imagens podem ser vistas por qualquer pessoa do planeta que acesse a rede. Elas ficam organizadas por pastas e podem ser separadas por assuntos a livre escolha.

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Os álbuns virtuais podem ser usados com vários propósitos, abaixo estão listados alguns exemplos destes:

• Portfólio: Muito usado por fotógrafos amadores/profissionais para mostrarem seus trabalhos.

• Armazenamento: Quem não deseja ocupar espaço em seu HD pode usar o álbum para armazenar suas fotografias.

• Negócios: Outros usam os álbuns para vender seus trabalhos fotográficos.

Equipamentos Câmera

A fotografia se estabiliza como processo industrial no século XX articulando uma câmera ou câmara escura, como dispositivo formador da imagem e um modo de gravação da imagem luminosa – uma superfície fotossensível, que pode ser filme fotográfico, o papel fotográfico ou, no caso da fotografia digital, um sensor digital CCD/CMOS que transforma a luz em um mapa de impulsos elétricos, que serão armazenados como informação em um cartão digital de armazenamento. Nesse processo fica evidente a relação entre a fotografia e seus processos análogos. Por exemplo, a fotocópia ou máquina xerográfica, forma imagens permanentes, mas usa a transferência de cargas elétricas estáticas no lugar do filme fotográfico. Disso provém o termo eletrofotografia. Na raiografia, divulgada por Man Ray em 1922, imagens são produzidas pelas sombras de objetos no papel fotográfico, sem o uso de câmera. E podem-se colocar objetos diretamente do digitalizador (scanner) para produzir figuras electronicamente.

Fotógrafos controlam a câmera ao expor o material fotosensível à luz, o que se altera qualitativa e quantitativamente segundo as possibilidades de cada aparelho. Os controles são geralmente inter-relacionados. Por exemplo, a exposição varia segundo a abertura (que determina a quantidade de luz) multiplicado pela velocidade do obturador (que determina um tempo de exposição), o que varia o tom da foto, a profundidade de campo fotográfico e o grau de corte temporal do modelo fotografado. Diferentes distâncias focais das lentes permitem variar a conformação da profundidade da imagem, bem como seu ângulo.

Os controles das câmeras podem incluir:

• Foco • Abertura das lentes • Tempo de exposição (ou velocidade de abertura do obturador) • Distância focal das objetivas fixas: (teleobjetiva, normal ou grande-

angular), ou variáveis (zoom) • Sensibilidade do filme • Fotômetro

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Lentes/Objectivas

Para entender um pouco de objectivas, uma de 24mm equivale a um campo de visão de 75 graus, e uma objectiva de 300mm equivale a um campo de visão de 12 graus. Com a lente olho de peixe de 6mm, 8mm ou 12mm, o fotógrafo inclui um campo de visão de mais de 190 graus. Uma 500mm (aquelas que se vêem em jogos de futebol, por exemplo) consegue fotografar só o guarda-redes do outro lado do campo de futebol. Ou seja, as lentes com valores inferiores a 50mm são consideradas grandes angulares, e com valores acima de 150mm são consideradas teleobjetivas.

A relação que se tem para se considerar uma objectiva como grande angular ou teleobjectivas, vem da comparação do tamanho da objectiva com a diagonal do filme utilizado. As objetivas em torno de 43 mm são consideradas normais, por possibilitarem na área do filme uma imagem com as características e um campo de visão semelhante ao olho humano.

Filme

Entre 2006 e 2007, as vendas de câmeras fotográficas digitais cresceram 5% nos EUA, enquanto as de câmeras com filme caíram em mesma quantidade.[15] A despeito do irreversível e crescente domínio da imagem digital no mundo da fotografia, o filme fotográfico ainda ocupa, por variados motivos, um espaço cativo no trabalho de muitos profissionais e aficcionados que promete a essa mídia uma sobrevida assegurada de vários anos.[18]

Controle da imagem Velocidade do obturador

O tempo durante o qual o obturador permanece aberto determina a quantidade de luz que chega ao filme. Ao selecionar uma velocidade do obturador, verifica-se se a câmara está suficientemente firme. Quanto mais firme estiver, mais baixa poderá ser a velocidade do obturador utilizada. Mesmo um movimento minúsculo durante a exposição poderá fazer com que toda a imagem fique tremida. Usar um tripé é a única maneira de garantir o êxito de uma fotografia que exija um tempo de exposição longo. Com uma teleobjectiva, a instabilidade da câmara é mais notável do que com uma grande-angular, por isso, quanto maior for a objectiva, maior será a velocidade de obturador necessária. Além de "congelar" a acção, a velocidade do obturador permite criar efeitos que sugerem movimentos, ou efeitos especiais com o zoom.

Efeito de Panning

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Nem sempre é necessário usar uma velocidade do obturador tão alta. Muitas vezes pode acompanhar-se o movimento enquanto se dispara, para o compensar, usa-se uma técnica chamada "panning".

Congelamento

A velocidade do obturador desempenha um papel importante na transformação de motivos em movimento em uma imagem estática. Quanto menos tempo o obturador permanecer aberto, menos o motivo se moverá dentro do enquadramento e mais nítido ficará. Por isso utiliza-se uma maior velocidade ao fotografar um motivo em movimento, como um cavalo a correr. Há ainda outros fatores a considerar. Primeiro, a velocidade real do motivo não indica necessariamente a rapidez com que a imagem irá mudar no visor. Se um motivo se dirigir directamente para a câmara ou se se afastar dela, a imagem mudará mais lentamente do que se ele passar perpendicularmente, e será necessária menos velocidade do obturador para "congelar" o movimento. Um movimento em diagonal no enquadramento necessitará de uma velocidade de obturador intermédia. O tamanho da imagem também é importante: um comboio visto como um ponto no horizonte não parecerá mover-se tão depressa como uma papoila oscilando em uma brisa suave em frente da objectiva. Quanto maior a distância focal e mais próximo do motivo, maior a velocidade do obturador.

Sugestões profissionais

• Se tenciona ampliar a fotografia para o tamanho de um poster, qualquer movimento do motivo será muito mais perceptível do que se a utilizar em formato miniatura em uma página web.

o Lembrar-se de que há movimento em que muitas cenas que à primeira vista parecem estáticas: pessoas a passar em uma foto de arquitectura, pássaros a voar em uma paisagem e árvores que se vergam ao vento. Poderá ser necessário aumentar a velocidade do obturador para compensar.

o Uma velocidade do obturador que congele um movimento por completo poderá não dar os melhores resultados. Muitas vezes há um mérito artístico ao sugerir velocidade, deixando que o motivo crie um desfoque no filme.

Usos da fotografia A fotografia pode ser classificada como tecnologia de confecção de imagens e atrai o interesse de cientistas e artistas desde o seu começo. Os cientistas usaram sua capacidade para fazer gravações precisas, como Eadweard Muybridge em seu estudo da locomoção humana e animal (1887). Artistas igualmente se interessaram por este aspecto, e também tentaram explorar outros caminhos além da representação fotomecânica da realidade, como o movimento pictural. As forças armadas, a polícia e forças de segurança usam a fotografia para vigilância, identificação e armazenamento de dados.

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Fotografias aéreas eram utilizadas para levantamento do uso da terra e planejamento de uma determinada região.

A Fotografia no cotidiano e na vida

A fotografia pode ser utilizada no processo de investigação do cotidiano de nossos estudantes, a fim de que mediante as imagens obtidas da escola, da família, da vizinhança, da cidade e das coisas que os cercam, eles sejam orientados, através de uma metodologia específica, para análise e estudo desses "momentos documentados" e suas correlações históricas, sociais, geográficas, étnicas e econômicas; na educação, a simples disponibilidade do aparato tecnológico não significa facilitar o processo ensino-aprendizagem. É preciso que o professor alie os recursos tecnológicos com os seus conhecimentos e estratégias de ensino, visando alcançar um objetivo: o conhecimento real da imagem fornecida através da fotografia

Fotojornalismo

Um exemplo de fotografia jornalística: Migrant Mother, de Dorothea Lange

(1936).

O fotojornalismo preenche uma função bem determinada e tem características próprias. O impacto é elemento fundamental. A informação é imprescindível.

É na fotografia de imprensa, um braço da fotografia documental, que se dá um grande papel da fotografia de informação, o fotojornalismo. É no fotojornalismo que a fotografia pode exibir toda a sua capacidade de transmitir informações. E essas informações podem ser passadas, com beleza, pelo simples enquadramento que o fotógrafo tem a possibilidade de fazer. Nada acontece hoje nas comunicações impressas sem o endosso da fotografia.

Existem, basicamente, quatro gêneros de fotografia jornalistica:

• As fotografias sociais: Nessa categoria estão incluídas a fotografia política, de economia e negócios e as fotografias de fatos gerais dos

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acontecimentos da cidade, do estado e do país, incluindo a fotografia de tragédia.

• As fotografias de esporte: Nessa categoria, a quantidade de informações é o mais importante e o que influi na sua publicação.

• As fotografias culturais: Esse tipo de fotografia, tem como função chamar a atenção para a notícia antes de ela ser lida e nisso a fotografia é única. Neste item podemos colocar um grande segundo grupo, a esportiva, pois no fotojornalismo o que mais vende após a polícia é o esporte.

• As fotografias policiais: muitos, quase todos os jornais exploram do sensacionalismo para mostrar acidentes com morte, marginais em flagrante, para vender mais jornais e fazer uma média com os assinantes. Pode-se dizer que há uma rivalidade entre os jornais para ver qual aquele que mostra a cena mais chocante num assalto, morte, acidente de grande vulto.

Fotografia em estúdio

Uma das vantagens de um estúdio grande, é permitir uma maior distância entre o motivo e o fundo. Em condições com pouco espaço, é difícil iluminar os dois separadamente, e há o perigo de as sombras do motivo se formarem sobre o fundo. Iluminando o fundo independentemente, ele pode ser transformado de centenas maneiras. Dê-lhe uma iluminação gradual, iluminando a parte superior e a parte inferior de maneiras diferentes. Em alternativa, projecte formas ou cores sobre o fundo, colocando sobre as luzes máscaras (chamadas gobos) ou acetatos coloridos. Os rolos de papel branco ou preto são os fundos mais utilizados e os mais versáteis. Os rolos podem ser suspensos do alto da parede de um estúdio, e depois puxados até baixo e estendidos sobre o chão do estúdio, criando uma curvatura de forma a que a junção da parede com o chão não seja visível nas fotografias. A medida que o papel se vai estragando ou sujando, corta-se essa parte e puxa-se mais papel de rolo Há uma grande variedade de fundos à venda nas lojas da especialidade, mas saiba que os fundos simples muitas vezes resultam melhor, uma vez que não desviam a atenção, e porque num estúdio pequeno nem sempre é possível desfocar as formas mais elaboradas que o fundo possa ter.

Fotografia como arte

A discussão sobre se a fotografia é arte ou não é longa e envolve uma diversidade de opiniões.[19]

De acordo com Barthes,[20] muitos não a consideram arte, por ser facilmente produzida e reproduzida, mas a sua verdadeira alma está em interpretar a realidade, não apenas copiá-la. Nela há uma série de símbolos organizados pelo artista e o receptor os interpreta e os completa com mais símbolos de seu repertório.

Fazer fotografia não é apenas apertar o disparador. Tem de haver sensibilidade, registrando um momento único, singular. O fotógrafo recria o mundo externo através da realidade estética.

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Em um mundo dominado pela comunicação visual, a fotografia só vem para acrescentar, pode ser ou não arte, tudo depende do contexto, do momento, dos ícones envolvidos na imagem. Cabe ao observador interpretar a imagem, acrescentar a ela seu repertório e sentimento.

Fotógrafo

Um fotógrafo em atividade

Fotógrafo é a pessoa que tira fotografia, usando uma câmera. É geralmente considerado um artista, pois faz seu produto (a foto) com a mesma dedicação e da mesma forma que qualquer outro artista visual.[21]

Faz parte da cultura brasileira a figura do Fotógrafo Lambe-lambe, profissional que ficava nas praças tirando fotos comercialmente, quando adquirir uma máquina fotográfica era algo muito difícil devido ao seu alto valor comercial.

Amadores e profissionais

Quando um determinado autor de fotografias baseia grande parte do seu rendimento nesta atividade, diz-se ser um fotógrafo profissional.

Por vezes, o adjetivo profissional é usado erroneamente na fotografia para valorizar uma determinada imagem fotográfica ou perícia de um autor. Na realidade, a qualidade da fotografia nem sempre está relacionada com o fato do seu autor ser ou não profissional. Muitos amadores realizam com regularidade imagens mais bem sucedidas que muitos profissionais.

Na realidade "profissional" refere-se apenas à profissão do autor, e não à qualidade do trabalho. Ao mesmo tempo que um profissional pode realizar um trabalho mal feito, pode-se entender melhor, adiante no parte de "arte".

O adjetivo amador, quando atribuído a um fotógrafo, pode ter um significado muito vasto. Pessoas que apenas fotografam a sua família e vida, para uso pessoal, consideram-se fotógrafas amadores. Outros fotógrafos amadores chegam a publicar livros, realizar exposições e dedicam uma vida inteira ao estudo da fotografia.

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Especializações do fotógrafo

Uma vez que na atualidade a fotografia serve um vasto campo de assuntos e objetivos, foram criadas especializações. O fotógrafo especializa-se para melhor dominar a técnica de um determinado tipo de fotografia ou assunto. As especializações mais conhecidas são a foto reportagem (de eventos sociais), moda, o fotojornalismo, a paisagem, o retrato e a publicitária (arte da fotografia de objetos em estúdio).

Formação de um fotógrafo

A formação em fotografia numa escola de arte pode realizar-se através de um curso de fotografia ou de várias disciplinas de fotografia integradas em cursos de arte, design, pintura, multimídia, cinema, jornalismo e etc. Normalmente estes cursos estão orientados para o exercício da fotografia enquanto arte.

Numa escola profissional, a formação em fotografia está mais orientada para o exercício da fotografia enquanto profissão comercial.

Essência da fotografia A discussão sobre o uso da Fotografia é precedido pela tentativa de compreender sua imagem, o que ocorre desde seu desenvolvimento por diversos fotógrafos ao longo do século XIX (como afirma Geoffrey Batchen). Seu caráter artístico evidente constitui um entrave a seu uso pelas ciências sociais, enquanto seu caráter científico a tornou uma espécie de subalterna no campo da arte, características que parecem se reverter na segunda metade do século vinte, na medida em que o estudo desse meio se aprofundou, as ciências sociais se abriram para a impossibilidade de completa objetividade, e o campo da arte passou a lidar fortemente com a idéia, em oposição a uma ênfase na forma artística.

Os estudos históricos sobre a Foto iniciam por volta de cem anos após sua invenção. Já os estudos teóricos sobre a Fotografia parecem iniciar no pós-guerra, e a principal teoria usada para caracterizar a Fotografia advém do campo da semiótica, ou seja, declina da Semiologia de Saussure.

Numa leitura estrita da obra de Charles Sanders Peirce, definidora do campo da semiótica, a Fotografia se definiria a partir das três categorias de signo, que existem numa ordem de importância e dependência umas das outras : o ícone, que é uma representação qualitativa de um objeto - por exemplo, por analogia (é o caso da imagem fotográfica), o índice, que caracteriza um signo que refere-se ao significante pela causalidade ou pela contiguidade (às vezes diferenciado como índex, como na leitura de Umberto Eco), e o símbolo, cuja relação com o significante é arbitrária e definida por uma convenção (é o caso de uma bandeira de um país, por exemplo).

Ora, os estudos iniciais da Fotografia, bem como os artistas ao longo do século XIX E XX se preocupavam com o problema da iconicidade da Fotografia, isto é,

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o potencial de sua imagem e o caráter de seu realismo. O primeiro sinal de problematização dessa modalidade de discurso está na obra de Walter Benjamin, cujo texto "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica", revela uma preocupação com a modificação da recepção da Fotografia e do cinema em relação aos meios tradicionais da arte, estudo pioneiro e extremamente influente que leva instâncias inéditas, como o problema da aura (o que a diferencia da arte clássica) bem como o da multiplicação maciça da imagem.

É na obra de Roland Barthes que vemos um segundo momento da tentativa de tratar da Fotografia como meio. A obra de Barthes passa pela construção do estruturalismo, e sua leitura da obra de Peirce. Mas o universo de Barthes não se resume ao universo do signo: seu grande livro sobre Fotografia, "Câmara Clara", possui um ponto de vista fenomenológico (que refere a Foto ao noema, conceito da fenomenologia de Husserl), bem como utiliza elementos da psicanálise lacaniana. Ao longo da obra de Barthes, a Foto é lida numa chave dialógica característica do estruturalismo, implicando a criação de conceitos tais como conotação e denotação, ou ainda obtuso e o óbvio, até o desenvolvimento do par studium/punctum, que não são mais pólos entre os quais a Fotografia existe, mas estados da Fotografia: como studium, a Fotografia se exibe como objeto indiferente de estudo, enquanto a expressão punctum define a instauração de um fenômeno no qual sujeito e foto se afetam.

Um dos legados da leitura de Barthes sobre a fotografia é a percepção da importância do conceito de "indice", que é desenvolvido posteriormente nas obras de Rosalind Krauss (em "O Fotográfico", e em "A originalidade da Vanguarda"), de Jean-Marie Schaeffer ("A imagem precária"), e Philippe Dubois ("O Ato Fotográfico"). Tal relação não apenas tem sido utilizada no campo da arte, como indica Krauss, mas vem permitindo o uso da Fotografia de modo crescente nas ciências sociais.

Memória e Afeto

Fotografia e memória.

Na fotografia encontra-se a ausência, a lembrança, a separação dos que se amam, as pessoas que já faleceram, as que desapareceram.

Para algumas pessoas, fotografar é um ato prazeroso, de estar figurando ou imitando algo que existe. Já para outras, é a necessidade de prolongar o contato, a proximidade, o desejo de que o vínculo persista.

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Strelczenia, 2001, apud Debray (1986, p. 60) assinala que a imagem nasce da morte, como negação do nada e para prolongar a vida, de tal forma que entre o representado e sua representação haja uma transferência de alma. A imagem não é uma simples metáfora do desaparecido, mas sim "uma metonímia real, um prolongamento sublimado, mas ainda físico de sua carne".

A foto faz que as pessoas lembrem do seu passado e que fiquem conscientes de quem são. O conhecimento do real e a essência de identidade individual dependem da memória. A memória vincula o passado ao presente, ela ajuda a representar o que ocorreu no tempo, porque unindo o antes com o agora temos a capacidade de ver a transformação e de alguma maneira decifrar o que virá.

A fotografia captura um instante, põe em evidência um momento, ou seja, o tempo que não pára de correr e de ter transformações. Ao olhar uma fotografia é importante valorizar o salto entre o momento em que o objeto foi clicado e o presente em que se contempla a imagem, porém a ocasião fotografada é capaz de conter o antes e depois.

Confia-se, portanto, na capacidade da câmera fotográfica para guardar os instantes que se consideram valiosos. Tirar fotografias ajuda a combater o nada, o esquecimento. Para recordar é necessário reter certos fragmentos da experiência e esquecer o resto. São mais os instantes que se perdem que os que podemos conservar. Segundo Strelczenia (2001), "A memória se premia recordando, fazendo memorável; se castiga com o esquecimento ".

Fotografa-se para recordar, porque os acontecimentos terminam e as fotografias permanecem, porém não sabemos se esses momentos foram significativos em si mesmos ou se tornaram memoráveis por terem sido fotografados.

A memória é constitutiva da condição humana: desde sempre o homem tem se ocupado em produzir sinais que permaneçam mais além do futuro, que sirvam de marca da própria existência e que lhe dêem sentido. A fotografia traz consigo mais daquilo do que se vê. Ela não somente capta imagens do mundo, mas pode registrar o "gesto revelador, a expressão que tudo resume, a vida que o movimento acompanha, mas que uma imagem rígida destrói ao seccionar o tempo, se não escolhemos a fração essencial imperceptível" (CORTÁZAR, 1986,p. 30)

Todo esse campo de interpretação que a fotografia permite parte de vários fatores, ingredientes que agem profundamente (nem sempre visíveis) no significado da imagem. Segundo Lucia Santaella e Winfried Nöth (2001), esses elementos são: o fotógrafo, como agente; o fotógrafo, a máquina e o mundo, ou seja, o ato fotográfico, a fenomenologia desse ato; a máquina como meio; a fotografia em si; a relação da foto com o referente; a distribuição fotográfica, isto é, a sua reprodução; a recepção da foto, o ato de vê-la.

É no ensaio fotográfico que a pessoa busca a emoção, algo que ela nunca tenha sentido. A fotografia é capaz de ferir, de comover ou animar uma pessoa. Para cada um ela oferece um tipo de afeto. Na composição de significado da

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foto, segundo Barthes (1984), há três fatores principais: o fotógrafo (operator), o objeto (spectrum) e o observador (spectator). O fotógrafo lança seu olhar sobre o assunto, ele o contamina e faz as fotos segundo seu ponto de vista. O objeto (ou modelo) se modifica na frente de uma lente, simulando uma coisa que não é. No caso do observador, ele gera mais um campo de significado, lançando todo o seu repertório e alterando mais uma vez a imagem.

Barthes (1984, p. 45) observa ainda a presença de dois elementos na fotografia, aquilo que o fotógrafo quis transmitir é chamado de studium, ou seja, é o óbvio, aquilo que é intencional. Já quando há um detalhe que não foi pré-produzido pelo autor, recebe o nome de punctum. Esse último gera um outro significado para o observador, fere, atravessa, mexe com sua interpretação.

Reconhecer o studium é fatalmente encontrar as intenções do fotógrafo, entrar em harmonia com elas, aprova-las, dicuti-las em mim mesmo, pois a cultura (com que tem a ver o studium) é um contrato feito entre os criadores e os consumidores. (…) A esse segundo elemento que vem contrariar o studium chamarei então punctum. Dessa vez, não sou eu que vou busca-lo, é ele que parte da cena, como uma flecha, e vem me transpassar (BARTHES, 1984, p. 48).

Por meio das fotografias descobre-se a capacidade de obter camadas inteiras e de emoções que estão escondidas na memória. Também se pode descobrir e obter novas significações que naqueles momentos não estavam explícitas.

As imagens são aparentemente silenciosas. Sempre, no entanto, provocam e conduzem a uma infinidade de discursos em torno delas.

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MÓDULO 2

2.VIDEO

Fitas de vídeo de três tipos diferentes: Betacam L, Betacam S e VHS.

O vídeo, do latim eu vejo, é uma a tecnologia de processamento de sinais eletrônicos analógicos ou digitais para capturar, armazenar, transmitir ou apresentar imagens em movimento. A aplicação principal da tecnologia de vídeo resultou na televisão, com todas as sua inúmeras utilizações seja no entretenimento, na educação, engenharia, ciência, indústria, segurança, defesa, artes visuais.

O termo vídeo ganhou com o tempo uma grande abrangência, chama-se também de vídeo uma gravação de imagens em movimento, uma animação composta por fotos sequenciais que resultam em uma imagem animada, e principalmente as diversas formas para se gravar imagens em fitas (analógicas ou digitais) ou outras mídias.

Estas formas de gravação e armazenamento de imagens se corporificam através de diferentes formatos e mídias com características de codificaçãopróprias como vemos descrito abaixo.

Formatos de vídeo

Tanto nas fitas quanto nos discos os formatos são na verdade “os tamanhos” (que implicam a largura do material magnético, tamanho da caixa e na forma pela qual o sinal é gravado e lido). Cada um é para um uso diferente com características técnicas e qualidades específicas. Para cada formato de fita ou disco existe a câmera correspondente, bem como aparelhos gravadores e reprodutores de mesa usados para edição e copiagem das imagens gravadas com estas câmeras. Os formatos podem genericamente ser divididos em 2 famílias: Profissionais e amadores. Os formatos profissionais são usados para captação ou masterização de programas ou vídeos com fins comerciais, já os amadores são para captação doméstica ou para a duplicação e distribuição junto ao público final. Alguns formatos amadores podem ser usados para fins profissionais dependendo principalmente do tipo de equipamento usado na captação das imagens. Em ordem de qualidade de imagem: Fitas Profissionais: BETA DIGITAL, DVCPRO, BETACAM, DVCAM Discos Profissionais: XDCAM, Blue Ray e HDVD Fitas Amadoras: MINIDV, SUPER VHS, Hi8, VHS, Hi8

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Digital, Video 8 Discos Amadores: DVD e MiniDVD. Apesar da qualidade apenas razoável o formato de fita VHS é o mais difundido no mundo e o que a cada dia vem sendo substituído pelo DVD. Mas é importante ressaltar que formato não a única diferença entre as fitas, dentro de um mesmo formato podem existir diferentes sistemas de TV que podem tornar fitas incompatíveis entre sí.

Exemplos de características técnicas de alguns formatos de vídeo:

Formato VHS = fita com ½ polegada de largura, caixa com 18,7X10 cm., aprox. 280 linhas de definição, gravação de sinal de vídeo de forma composta.

Formato BETACAM = fita com ½ polegada de largura, caixas com diversos formatos de acordo com os tempos de gravação (com 10x16cm ou 15X25,5 cm), aproximadamente 450 linhas de definição, gravação de sinal de vídeo de forma componente (cor separada da imagem e branco e preto).

Formato MiniDV = fita com 1/8 de polegada de largura caixa com 6,5X4,9 cm, aprox. 400 linhas de definição, gravação de sinal de vídeo de forma digital com compressão de 4 por 1.

Formato DVD = disco de plástico com informação digital gravada opticamente, 12 cm de diâmetro, aprox. 450 linhas de definição, gravado digitalmente no formato MPEG2.

Formato MiniDVD = disco de plástico com informação digital gravada opticamente, 8 cm de diâmetro, aprox.450 linhas de definição, gravado digitalmente no formato MPEG2.

Formatos de DVDs

Os DVDs (Digital Video Discs ou Digital Versatile Discs) são uma evolução dos antigos Vídeos-CDs, são discos com grande capacidade de armazenamento onde a imagem é gravada digitalmente. Ela depois pode ser lida por um reprodutor autônomo ou por um leitor em computador. Os DVDs tem uma boa qualidade de imagem e som graças a um bom padrão de digitalização de vídeo (MPEG2) e de áudio (pode reproduzir o áudio com uma qualidade 4 vezes maior que um CD de música). Graças a um menu a informação do DVD pode ser acessada na ordem que o espectador quiser permitindo interatividade. Existem os DVDs estampados industrialmente onde a gravação é aplicada juntamente com a película metálica durante a fabricação (processo para produção em alta escala) e os DVDs graváveis onde a imagem ou dados são marcados em uma camada sensível por um gravador de DVD. Os graváveis tem vários tipos: +R, -R, +RW e _RW e infelizmente não são compatíveis com 100% dos leitores de DVD domésticos mais antigos. Existem também discos de alta definição (Blu-Ray e HD DVD) que tem uma capacidade de armazenamento várias vêzes maior que um DVD comum e por isto podem conter imagens com uma qualidade muito maior que normalmente ocupam muito espaço.

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Sistemas ou padrões de cor em vídeo

A invenção da televisão remonta ao princípio do século passado e por volta de 1925 já existiam equipamentos experimentais. Logo foi uma tecnologia que dependia de diversos fatores existentes na época para se desenvolver. Ao longo do tempo cada pais que aperfeiçoava algum elemento (cor por exemplo) introduzia características técnicas próprias que acabavam tornando a transmissão incompatível com a de outros países. Cada padrão de TV implica uma forma diferente de se gravar as imagens nas fitas ou DVDs, independente do formato. Assim são específicas a velocidade de gravação, a forma pela qual a cor é gravada, o número de linhas que constituem imagem (não confundir com definição) e o modo pelo qual a imagem é transmitida. Logo uma fita ou DVD gravados em um país pode não ser assistidos em outro, ou na melhor das hipóteses somente podem ser vistos em branco e preto.

Distribuição pelo mundo dos sistemas ou padrões de cor

• Video Display Standards • Video Connection Standards

Distribuição dos tipos padrões de vídeos analógicos. Digitais de Alta Definição

• ATSC (USA, Canada, México, Advanced Television Systems Committee)

• DVB (Europa, Digital Video Broadcasting) • ISDB (Japão, Integrated Services Digital Broadcasting) • ISDB-TB (Brasil, Integrated Services Digital Broadcasting - Terrestrial

Built-in)

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Analógicos (antigos)

• MAC (Europa) • MUSE (Japão sistema analógico de HDTV) • NTSC (Eua, Canada, Japão, Coréias, parte da América do Sul) • PAL (Europa, Ásia, Austrália, etc.)

o PALplus (PAL com maior definição - Europa) o PAL-M (PAL desenvolvido com características do NTSC - Brasil)

• SECAM (França, ex-USSR, parte da África Central)

Vídeo digital

O vídeo digital (em inglês: Digital Video, ou DV) é um formato digital de vídeo que permite a gravação em fitas magnéticas. O MiniDV é um dos mais populares formatos de fita para DV e destina-se ao mercado amador e semi-profissional, com a grande vantagem de um tamanho reduzido e qualidade superior, comparado ao formato VHS. O vídeo é gravado por meio de um codec de vídeo DV, que pode ser capturado diretamente para ilhas de edição ou computadores pessoais.

História

O formato de Vídeo Digital (DV, na sigla em inglês, de Digital Video) é um formato de vídeo lançado em 1996 e que permite registrar vídeos em fitas cassete digitais sobre uma leve compressão para cada imagem. Isto facilita a transferência diretamente do vídeo para um computador para realizar a edição.

Fitas DV (da esquerda para a direita: DVCAM-L, DVCPRO-M, MiniDV)

As fitas cassete DV existem em sete formatos: DV, MiniDV, DVCAM, Digital8, DVCPRO, DVCPRO50 e DVCPRO HD. Elas registram um vídeo digital comprimido graças a um método DCT. A qualidade do vídeo digital é superior aos formatos analógicos atuais, como o video8, VHS-C ou o Hi-8.

O formato DV foi desenvolvido por um amplo consórcio de empresas, agrupando a Matsushita (dona da Panasonic), Philips, Sony, Thomson, juntas

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com a Hitachi, JVC, Mitsubishi, Sanyo, Sharp e Toshiba, mais as empresas de informática Apple Computer e IBM, num total de mais de 50 corporações. Esta aliança industrial histórica no mundo da eletrônica se uniu para definir as especificações da nova geração de magnetoscópios do grande público.

Vídeo

A imagem é de resolução padrão de 720x576 pixels em PAL 50Hz e 720x480 pixels em NTSC e variações do PAL em 60Hz dividos sobre duas tramas comprimidas em Jpeg, e a proporção da imagem é de 1:25, com uma resolução horizontal de 500 linhas, um relação S/B (Signal/Bruto) de 54dB e uma banda passante crominância de 14 MHz. O DV oferece desempenhos bem superiores aos dos formatos analógicos Hi-8 e S-VHS.

Compressão

A compressão de dados se utiliza dos padrões MJPEG: JPEG e MPEG efectua-se segundo o conteúdo da imagem em intra-quadro ou em intra-imagem. Isso serve para eliminar as redundâncias entre os dois quadros de uma imagem, quando existem, e obter uma melhor eficácia de compressão. Em alguns casos, não se leva em conta a redundância temporal entre as imagens, cada uma delas é codificada separadamente e não dependentes de nenhum outro que permite uma montagem da imagem anterior. A perda inicial do sinal video 4:2:0 ou 4:1:1 é de 125 Mbits/s. Ele é reduzido, após compressão à 25Mbits/s com uma taxa de compressão da ordem de 5:1.

Áudio

O formato DV pode tratar 4 pistas échantillonnées a 32 khz e codificadas em 12 bits, ou 2 pistas em 48 khz e codificadas sobre 16 bits.

Formatos e fitas

Há diferentes tipos de fitas para o formato DV. Certas fitas são dotadas de um pequeno chip de memória que permitem arquivar um verdadeiro catálogo de seqüências registradas e de imagens fixas com os dados de índice, tais como a data ou a hora de captura, além de informações relativas aos parâmetros da câmera durante as gravações, tais como a abertura do diafragma ou a velocidade do obturador. Esse chip não pode ser utilizado além das câmeras que possuem esta função.

DV: As fitas DV (medida "L") medem aproximadamente 120 x 90 x 12 mm e podem conter até 4,6 hora s de gravação (ou 6,9 horas no modo Long Play).

MiniDV: As fitas MiniDV (medida "S") medem aproximadamente 65 x 48 x 12 mm e estão disponíveis em versões de 30 min. (ou 45 min. no modo Long Play), 60 min. (90 min. em LP) e 80 min. (120 min. em LP).

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DVCAM (desenvolvido pela Sony): Originou-se da versão profissional do DV. Mas o DVCAM aparece, hoje em dia, mais no setor institucional do que no setor profissional. Dificulta assim qualquer solicitação intensiva de montagem pelo fato da banda estreita (1/4") não estar adaptada às condições de torneamento.

As Fitas DVCAM são dispostas em duas dimensões que são as mesmas do DV. A menor (S), que ofereçe duração de 12, 22, 32 e 40 minutos, e a grande (L), que permite atingir 64, 94, 124 e 184 minutos.

DVCPRO (desenvolvido pela Panasonic): As Fitas DVCPRO permitem registro de 66 min a uma taxa de 25 Mbit/s. Essas cassetes são também utilizáveis em modo DVCPRO50. Mas, como a velocidade de registro pode ser duplicada, a duração de registro se encontra dividida por dois (33 min.), o que é indicado pelos dois números "66/33" quem constam nestas cassetes. As cassetes DVCPRO são de dimensão M (dimensão da mão).

DVCPRO50 (desenvolvido pela Panasonic em 1998): O DVCPRO50 duplicou a velocidade de registro do DVCPRO ee combinou dois codecs DV em paralelo para registro de video digital à uma taxa de 50 Mbit/s.

DVCPRO HD (desenvolvido pela Panasonic em 2000): O DVCPRO HD aumenta ainda a velocidade da cassete e combina quatro codecs DV em paralelo para atingir 100 Mbit/s. As cassetes DVCPRO HD são de dimensão XL.

Existem leitores Sony que podem ler diferentes tipos de formatos (MiniDV, DV, DVCAM, DVCPRO...).

Digital8: O Digital8 também utiliza o codec DV, mas em fitas do formato 8 mm ou Hi8. Tendo em conta que as fitas oferecem a vantagem de alcançar 500 linhas de resolução contra 400 do Hi8 ou 255 do 8 mm. Reutiliza, por muito mais vezes, as fitas analógicas sem perda de qualidade se comparado ao Mini DV gerando econômia pro usuário. Video8 e Vídeos Hi8 tiveram um grande sucesso no passado, o Digital8 foi concebido para os consumidores como transição entre o analógico e o digital. A qualidade vídeo e audio do Digital8 é comparável à DV. O Digital8 permite em camcoders a reprodução das antigas fitas 8 mm e Hi8 sem nenhuma perda de qualidade e ainda permite passar as imagens pro computador ,através da conexão Fire wire IEEE 1394,pra em seguida serem gravadas num DVD.

Conector DV

Existem dois tipos de conectores que são utilizados para transferir a informação que foi registada sob a forma digital sobre o suporte anterior ao formato DV. Seus conectores não fazem o papel transporte afim de obter de um ficheiro vídeo DV de tipo 1 ou 2. Certos camescopes que possuem os conectores S VHS/RCA áudio passam pela entrada e permitem gravação dos

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sinais analógicos DV. Certos camescopes lêem/enumeram as informações de K7 8mm Hi8 para a saída DV. A Canopus comercializa um conversor A/N para sinal analógico com um par de conectores (2RCA áudio/1S VHS vídeo).

Software DV

Qualquer "software" de edição de vídeo suporta a captura DV. Alguns são especializados em DV como scenalyzer ou Kino.

Designer digital

Designer digital é o profissional que usa a criatividade e a técnica para desenvolver interfaces digitais interativas, atrativas e eficazes.

Essa especialização da área de design visual é necessária para atender as necessidades geradas pelo surgimento (e rápida evolução) da mídia digital. O profissional dessa área concilia os conhecimentos da programação visual - criatividade, senso estético, embasamento visual cultural, estudo da forma voltados aos variados tipos de suporte da mídia digital - com a técnica destinada ao uso das ferramentas adequadas do meio de produção digital para criar soluções para mídia digital e interativa. Por exemplo:

• web design • animação digital • videogames • edição não-linear de vídeo • foto digital • design de informação • design de interação • comércio eletrônico • ensino a distância • TV digital • PDAs

O mercado de trabalho para o designer digital está em plena expansão, em decorrência da rápida evolução das mídias digitais. As empresas do setor têm dificuldade para encontrar no mercado de trabalho os profissionais com qualificação para atuar nessa área. O profissional formado está capacitado para trabalhar com criação digital especializada e atuar em agência e produtora de mídia digital e interativa; emissora de televisão; produtora de cinema e animação; provedores de internet; empresas desenvolvedoras de games. Poderá também gerenciar projetos relacionados à área da comunicação digital em agência de publicidade e escritórios de design. Tais campos no mercado apontam para a necessidade de um profissional dotado de capacidade multidisciplinar para operar imagens, textos e seus potenciais relacionais de maneira criativa e amigável.

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Algumas universidades já oferecem o curso de Design Digital com grande procura. Entre os mais conceituados, pelas notas dadas alcançadas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE-MEC) e Comissão de Recredenciamento do MEC estão o Centro Universitário Íbero-Americano (Anhanguera) e Unifieo (fonte: http://enade.inep.gov.br/).

MÓDULO 3 3.INTERFACES

O conceito de Interface é amplo, pode se expressar pela presença de uma ou mais ferramentas para o uso e movimentação de qualquer sistema de informações, seja ele material, seja ele virtual. Em resumo Interface é conjunto de meios planejadamente dispostos sejam eles físicos ou lógicos com vista a fazer a adaptação entre dois sistemas [1] para se obter um certo fim cujo resultado possui partes comuns aos dois sistemas, ou seja, o objeto final possui características dos dois sistemas.

Multisignificação de Interface

Pode ter o significado, na ciência da computação, de um circuito eletrônico que controla a interligação entre dois dispositivos hardwares e os ajuda a trocar dados de maneira confiável.

Pode ter o significado, na Informática, de interconexão entre dois equipamentos que possuem diferentes funções e que não se poderiam conectar diretamente, como, p. ex., o modem.[1]

Pode ter o significado, na Comunicação, como o meio capaz de promover a comunicação ou interação entre dois ou mais grupos.[1]

Pode ter o significado, na Física, de superfície que separa duas fases de um sistema.[1]

Pode ter o significado, na Ecologia, de área de fronteira entre regiões adjacentes, e que constitui ponto em que interagem sistemas independentes de diversos grupos. [1]

Interface na Ciência da computação

O ponto em que há controle entre dois dispositivos hardwares, entre um usuário e um programa ou sistema operacional, ou entre duas aplicações. No

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hardware, a interface descreve as conexões lógicas e físicas utilizadas, como no RS-232-C, sendo considerado em geral sinônimo de porta. A interface com o usuário se compõe dos meios pelos quais um programa se comunica com o usuário, incluindo uma linha de comandos, menus, caixas de diálogos, sistema de ajuda on line, etc. As interfaces com os usuários podem ser classificadas com baseadas em caracteres ( texto ), baseados em menus ou baseadas em elementos visuais. As interfaces de software são APIs ( Application Program Interfaces ou Interfaces de Programas Aplicativos) e consistem em códigos e mensagens utilizadas pelos programas para se comunicarem de forma transparente para o usuário.

Interface Visual

Uma interface com usuário que recorre ao mouse e imagens de mapa de bits para simplificar grandemente as operações básicas do computador para os usuários iniciantes. Os recursos típicos da interface visual são os quadros de advertência, clipboard ou áreas de transferência, os acessórios, de mesa, a metáfora do desktop, os quadros de dialogo, as setas de paginação, a possibilidade de utilização de diversas fontes na tela, a equivalência entre conteúdo da tela e a página impressa e a abertura de várias janelas na tela.

Aplicação

Na ciência da computação, o termo interface é utilizado em diversas áreas:

• Interface do utilizador • Interface gráfica do utilizador • Interface, em programação de computadores, é uma definição que

estabelece a fronteira de comunicação entre dois componentes de software.

• Interface de rede

Analogias e Curiosidades

Partindo da definição de que Interface é um conjunto de meios físicos ou lógicos planejadamente dispostos... (vide início do artigo) Para exemplicar o conceito de Interface: Tem-se um relógio, que é um sistema cujo fim é contar um tempo, e uma dinamite, que é um sistema cujo fim é causar uma explosão. Para se criar uma bomba relógio é necessário que haja uma interface entre estes dois elementos ou sistemas. Após a adaptação dos sistemas, ou após interfaceados, o usuário obterá um sistema conjugado cujo fim é causar uma explosão num tempo determinado.

Curiosamente, se no exemplo acima os dois sistemas interfaceados pudessem repetir seu fim (causar explosão em tempo determinado) várias vezes e existisse um usuário à distância capaz de reconhecer o padrão temporal das explosões mas desconhecendo a interface dos sistemas, estes usuário reconheceria os dois sistemas como um só sistema isolado, isto é, sem interface, ou seja, o usuário reconheceria como um único sistema que é capaz de explodir num determinado tempo padronizado. Subtende-se disso tudo que

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o conceito de interface também adentra o campo da Relatividade visto que depende do observador.

A existência da Relatividade no conceito de Interface é evidente quando vemos, por exemplo, um programador dizendo: “o usuário não precisa ver estes subsistemas” Esta frase poderiam muito bem ser escrita assim: “neste ponto não há necessidade de existir uma interface com o usuário”. Todavia, apesar do software final se feito de inúmeros subprogramas, o usuário final somente o enxerga como um único programa (sistema isolado).

Este exemplo é muito útil para se reconhecer a importância do entendimento do conceito de Interface e a primordialidade de se identificar as interfaces nos sistemas em geral, inclusive os naturais, para que não se cometa equívoco do usuário à distância do exemplo acima. Saliente-se que já se cometeu esse nobre equívoco no passado quando a Ciência acreditou que as ligações químicas (fim), eram feitas entre partículas elementares que somente se agrupavam (não há interface entre os sistemas) visto que eram pequenas esferas indivisíveis. Contudo isto foi desmistificado posteriormente quando se identificou que para haver as ligações químicas era necessário que os átomos doassem, recebessem ou compartilhassem elétrons, ou seja, o elétron seria a Interface das ligações químicas.

MÓDULO 4 4.DESIGN

Design

Denomina-se Design qualquer processo técnico e criativo relacionado à configuração, concepção, elaboração e especificação de um artefato. Esse processo normalmente é orientado por uma intenção ou objetivo, ou para a solução de um problema.

Exemplos de coisas que se podem projetar incluem muitos tipos de objetos, como utensílios domésticos, vestimentas, máquinas, ambientes, e também imagens, como em peças gráficas, famílias de letras, livros e interfaces digitais de softwares ou de páginas da internet, entre outros.

Design é também a profissão que projeta os artefatos. Existem diversas especializações, de acordo com o tipo de coisa a projetar. Atualmente as mais comuns são o design Industrial, design de produto, design visual, design de moda e o design de interiores. O profissional que trabalha na área de design é chamado de designer.

Finalmente, o design pode ser também uma qualidade daquilo que foi projetado.

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O termo deriva, originalmente, de designare, palavra em latim, sendo mais tarde adaptado para o inglês design. Houve uma série de tentativas de tradução do termo, mas os possíveis nomes como projética industrial acabaram em desuso.

Existem ainda atividades que se auto-identificam com a expressão "designer" mas sem qualquer relação com a atividade de projeto propriamente dita. Exemplos incluem hair designer (para cabeleireiro), cake designer (para confeiteiro) e body designer (para tatuador).

O estudo do design

O estudo do design sempre esteve ligado a outras áreas do conhecimento como a psicologia, a teoria da arte, a comunicação, a ciência da cognição, entre muitas outras. No entanto, o design possui um conhecimento próprio que se desenvolveu através da sua história, mas tem se tornado mais evidente nos últimos anos. Isso pode ser percebido pela criação de cursos de doutorado e mestrado específicos sobre design, no Brasil e no resto do mundo.[1]

Um exemplo desse tipo de conhecimento é o estudo da tipografia, sua história e seu papel na estruturação do conhecimento humano.[2]

O problema etimológico

Em inglês, a palavra design pode ser usada tanto como um substantivo quanto como um verbo. O verbo refere-se a um processo de dar origem e então desenvolver um projeto de algo, que pode requerer muitas horas de trabalho intelectual, modelagem, ajustes interativos e mesmo processos de re-design. O substantivo se aplica tanto ao produto finalizado da ação (ou seja, o produto de design em si), ou o resultado de se seguir o plano de ação, assim como também ao projeto de uma forma geral.

O termo inglês é bastante abrangente, mas quando os profissionais o absorveram para o português, queriam designar somente a prática profissional do design. Era preciso, então, diferenciar design de drawing (ou seja, o projeto diferente do desenho), enfatizando que a profissão envolvia mais do que a mera representação das coisas projetadas. Na língua espanhola também existe essa distinção: existem as palavras diseño (que se refere ao design) e dibujo (que se refere ao desenho).

Estudos etimológicos de Luis Vidal Negreiros Gomes indicam que também no português existiam essas nuances de significado, com as palavras debuxo, esboço e outras significando o mesmo que debujo e desenho comportanto toda a riqueza de significados do diseño. O arquiteto brasileiro João Batista Vilanova Artigas, em um ensaio intitulado O desenho, faz referências ao uso durante o período colonial da palavra desenho com significado de desejo ou plano.

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Na Bauhaus, adotou-se a palavra Gestaltung, que significa o ato de praticar a gestalt, ou seja, lidar com as formas, ou formatação. Quando traduzida para o inglês, adotou-se "design", já usada para se referir a "projetos".

No Brasil, com a implementação do primeiro curso superior de design, por volta da década de 50, adotou-se a expressão "desenho industrial", pois à época era proibido o uso de palavras estrangeiras para designar cursos em universidades nacionais. O nome "desenho industrial" foi assim pensado porque refere-se à prática de desenhar, esboçar e projetar algo que será reproduzido posteriormente em escala industrial. A disputa por uma nomenclatura para a profissão se estendeu por décadas. Atualmente tanto a legislação do MEC para cursos superiores, quanto várias associações profissionais usam o termo design, por entenderem que este sintetize melhor a essência da prática profissional, além se ser uma palavra menor e que já faz parte do saber popular.

Contudo, no Brasil, a nomenclatura "desenho industrial" mantém-se em uso atualmente, sobretudo entre os cursos de design em instituições públicas de ensino superior. Porém o termo "desenhista industrial", já não segue o mesmo rumo, pois cada vez mais cai no desuso, dando lugar ao termo inglês "designer".

O já citado Vilanova Artigas tentou resolver a questão propondo a palavra desígnio como sendo a tradução correta de design, pois dessa forma, este apresentaria diferenças do simples "desenho". Apesar de ser desenho, o design possuiria algo mais: uma intenção (ou desígnio). Entretanto, apesar das pesquisas realizadas pelo arquiteto, sua proposta não foi adotada. Porém, Artigas considera legítimo também o uso da palavra "desenho" como tradução de design, devido ao seu contexto histórico: Artigas explora os significados da palavra desenho e vai até o Renascimento, quando o desenho possuía um conteúdo mais abrangente que o mero ato de rabiscar.

Outra proposta de nomenclatura era o neologismo projética, proposto por Houaiss, que também não foi adotada.

O uso da palavra em outros contextos

Na filosofia o substantivo abstrato design refere-se a objetividade, propósito, ou teleologia. O conceito é bastante moderno, e se interpõe entre ideias clássicas de sujeito e objeto. O design é então oposto a criação arbitrária, sem objetivo ou de baixa complexidade.

Recentemente o termo passou a ser empregado em discussões religiosas, quando foi proposta uma lei que obrigaria as escolas americanas a apresentar o argumento do design inteligente como uma alternativa à teoria da seleção natural de Darwin. O argumento sustenta que alguns aspectos do universo e da vida são complexos demais ou perfeitos demais para se originarem sem uma inteligência criadora.

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No Brasil, os desenhos industriais tem a proteção regulamentada na Lei 9.270/96 mais precisamente no art. 94. É importante ressaltar que deve ser um resultado visual novo para que tenha a referida proteção na legislação brasileira.

Filosofia do Design

A Filosofia do Design é o estudo das hipóteses, das fundações, e das implicações do design. O campo é definido por um interesse em um conjunto de problemas, ou interesse nas preocupações centrais ou fundamentais do design. Além desses problemas centrais para o design como um todo, muitos filósofos do design consideram que esses problemas como aplicados às disciplinas específicas (por exemplo, a filosofia da arte). Embora a maioria dos praticantes serem filósofos, vários designers e artistas proeminentes que contribuíram para o campo.

Vilém Flusser foi um filósofo tcheco, naturalizado brasileiro. Estudou a relação entre os objetos e os seres humanos, com especial atenção a fotografia.

Design visual

Design visual é o design atuando em qualquer mídia ou suporte da comunicação visual. Trata-se de uma terminologia que abrange todas as extensas especializações existentes no design aplicado na comunicação que se utiliza de canal visual para transmissão de mensagens[4][5][6][7], justamente por este termo relacionar-se ao conceito de linguagem visual[8] de alguns meios de comunicação e não limitar-se ao suporte de determinada mídia envolvida, assim como fazem os termos design gráfico (mídia gráfica - impressos)[9] ou design digital (mídia eletrônica - interface)[10]. Um profissional da área possui formação em programação visual e é chamado de designer visual[11].

Dentre as especializações do design visual mais comuns na atualidade se encontram:

• Design visual independente do suporte aplicado o Identidade Visual

• Design visual na mídia gráfica (impressão) - Design Gráfico o Design tipográfico o Design editorial o Design de embalagem o Design de cartaz

• Design visual na mídia eletrônica (interface) - Design Digital o Design de hipermídia o Webdesign o Design de jogos eletrônicos

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MÓDULO 5

5.CORELDRAW E PHOTOSHOP

O CorelDRAW é um programa de desenho vetorial bidimensional para design gráfico desenvolvido pela Corel Corporation, Canadá. É um aplicativo de ilustração vetorial e layout de página que possibilita a criação e a manipulação de vários produtos, como por exemplo: desenhos artísticos, publicitários, logotipos, capas de revistas, livros, CDs, imagens de objetos para aplicação nas páginas de Internet (botões, ícones, animações gráficas, etc) confecção de cartazes, etc.

Histórico

O CorelDRAW surgiu em 1988, apenas em inglês. Em 1995, surgiu a primeira versão em 32 bits (CorelDRAW 6). Dois anos depois surgiu a primeira versão para computadores Macintosh. No ano seguinte, foi lançada a primeira versão para Linux. Em 2003, surgiu a versão 12 para Windows XP. A última versão criada em 2009 se denomina Corel X5 ("X" em algarismos romanos =10 + 5= versão 15).

Suíte de aplicativos

A Suíte de Aplicativos Gráficos CorelDRAW (inglês: CorelDRAW Graphics Suite) é um pacote composto por vários programas de edição gráfica.

Adobe Photoshop

Adobe Photoshop é um software caracterizado como editor de imagens bidimensionais do tipo raster (possuindo ainda algumas capacidades de edição típicas dos editores vectoriais) desenvolvido pela Adobe Systems. É considerado o líder no mercado dos editores de imagem profissionais, assim como o programa de facto para edição profissional de imagens digitais e trabalhos de pré-impressão.

Sua mais recente versão é apelidada como Adobe Photoshop CS5 (sigla cujo significado é Creative Suite 5, correspondente à décima segunda edição desde seu lançamento), disponível para os sistemas operativos Microsoft Windows e Mac OS X. Pode ser rodado também no Linux, através da camada de compatibilidade Wine. Algumas versões anteriores foram lançadas também para IRIX, mas o suporte a esta versão foi descontinuado após a versão 3.0.

História

O software Photoshop foi concebido em 1987, por Thomas Knoll, na Califórnia, Estados Unidos. Knoll estava em casa trabalhando em sua tese de doutorado, quando criou um código em seu computador que exibia imagens em tons de cinza em um monitor de bitmap preto e branco. Como o código não estava

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diretamente relacionado à sua tese de doutorado, Knoll subestimou o seu valor. Mal sabia ele que esse era o primeiro esboço do fenômeno Photoshop.

Só mais tarde, quando seu irmão John Knoll se encantou pelo programa, ele percebeu seu potencial. Ambos trabalharam juntos para desenvolvê-lo e em 1990 o viram lançado pela Adobe, que havia comprado o programa.

Desenvolvimento

Os irmãos Thomas Knoll e John Knoll iniciaram o desenvolvimento do Photoshop em 1987 e a versão 1.0 foi lançada pela Adobe em 1990. O programa era destinado desde o início como ferramenta de manipulação de imagens provenientes de digitalizadores, que eram raros e dispendiosos naquela época.

Características

Apesar de ter sido concebido para edição de imagens para impressão em papel, o Photoshop está a ser cada vez mais usado também para produzir imagens destinadas à World Wide Web. Até a versão 9.0(CS2) o programa, o Adobe ImageReady, muito semelhante ao Photoshop, que era utilizado em conjunto para a edição e criação de imagens e animações para a internet. A partir da versão 10(CS3), os recursos do Adobe ImageReady estão incluídos dentro do próprio Photoshop.

O Photoshop também suporta edição com outros tipos de programas da Adobe, especializados em determinadas áreas: o já referido Adobe ImageReady (edição de imagens para a web), Adobe InDesign (edição de texto) Adobe Illustrator (edição de gráficos vectoriais), Adobe Premiere (edição de vídeo não-linear), Adobe After Effects (edição de efeitos especiais em vídeo) e o Adobe Encore DVD (edição destinada a DVDs). Os formatos de arquivos nativos do Photoshop (PSD ou PDD) podem ser usados entre estes programas. A título de exemplo, o Photoshop CS permite fazer elementos da interface gráfica de DVDs (menus e botões), desde que dispostos separadamente no ficheiro original (PSD ou PDD) por camadas (layers) agrupadas por ordem específica, de forma que, ao ser importado pelo Adobe Encore DVD, este consiga criar a edição para DVD com esses elementos.

O uso das camadas não é um recurso novo inventado pelos desenvolvedores do Photoshop, ele foi desenvolvido há muito tempo pelos ilustradores. Segundo Richard Valliere em seu livro, Manipulator of Movement:"[…]em dezembro de 1914 é patenteada aquela que efectivamente foi a maior contribuição técnica para a animação tradicional até o advento da computação gráfica: o desenho sobre folhas de celulóide transparente – em português vulgarmente chamada de acetato". Essa inovação coube ao animador norte-americano Earl Hurd."[1]

Portanto, é mais um recurso existente no mundo real que foi aproveitado pela ferramenta Photoshop para facilitar o trabalho de seus usuários, assim como certos efeitos que reproduzem técnicas de pintura, máscaras, uma técnica muito utilizada em gráficas e impressão offset.

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Os formatos de ficheiros nativos podem ser importados de programas da concorrência, como o Corel Photo-Paint, Pixel32, WinImages, GIMP, Corel Paint Shop Pro, etc.

O Photoshop suporta vários espaços de cor (color spaces):

• sRGB (ponto branco=D65) - RGB no Photoshop • Lab (ponto branco=D50) • CMYK • Escala de cinza (Grayscale)

A versão mais recente, de 2008, é a versão 11.0 Também chamada de "Photoshop CS4", uma vez que "CS" indica a sua integração no pacote de programas Adobe Creative Suite; quanto ao número "4" é por ser a quarta versão, desde que a Adobe reformulou a imagem de marca dos seus programas, sobre a "marca-mãe" (no inglês umbrella brand) "Creative Suite". Numa tentativa de se separar da imagem de marca anterior do Photoshop, entre as versões 3 e 7, em que apresentava o olho humano (num conceito de visão e imagem), nas duas primeiras versões do "Creative Suite" utiliza imagens de penas estilizadas (como referência à escrita e pintura com penas de aves), mais recentemente, já na terceira edição do "CS", a imagem foi alterada para um quadrado com as letras "PS" ao centro.

Recentemente, a Adobe incluíu o Adobe Camera RAW, um plugin desenvolvido por Thomas Knoll que permite ler vários formatos de ficheiros RAW, provenientes principalmente de máquinas fotográficas profissionais. Uma versão preliminar deste plugin esteve opcionalmente disponível para o Photoshop 7.0.1 a $99 dólares americanos.

Enquanto o Photoshop é praticamente utilizado por profissionais, monopolizando mesmo este mercado, o seu preço elevado, deixa margem para outros programas concorrentes, ganharem mercado noutras faixas, como por exemplo, o GIMP, um programa gratuito. De forma a competir com este mercado, e também para combater a pirataria de que o Photoshop é alvo, a Adobe lançou um programa semelhante para o mercado doméstico, o Adobe Photoshop Elements, mas com muitas funções profissionais removidas do Photoshop original. Enquanto o Adobe Photoshop CS3 é vendido por sensivelmente 800 euros (versão inglesa), o Adobe Photoshop Elements 4.0 custa apenas 130 euros, de forma a ganhar terreno no mercado doméstico. Sendo mesmo, por vezes incluído em digitalizadores de diversas marcas. Como é óbvio, esta versão "reduzida" não se adequa ao mercado de pré-impressão profissional, visto uma das principais características removidas deste software seja o modo de cores CMYK.

O Photoshop não suporta nativamente muitos dos algoritmos de imagem (Image Arithmetics) que o Corel Paint Shop Pro e outros editores de bitmaps utilizam. No entanto, esse problema pode ser contornado através do Filter Factory, um plugin gratuito disponível nos discos de instalação do Photoshop, após a versão 3.0.

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Impacto cultural

O termo photoshopping é um neologismo que significa "editar uma imagem" independentemente do programa que se utilize (de forma similar ao neologismo Googlar). A Adobe desencoraja o uso do termo devido ao receio de distorcer a imagem de marca da empresa.[2] O termo "photoshop" também é usado como substantivo relativamente à imagem alterada. São termos populares utilizados por membros de sites como "Something Awful", "Fark.com", "B3ta" e "Worth1000". O objectivo de alterar uma imagem é torná-la humorística ou inteligente, muitas vezes através de referências a piadas e à cultura pop. Numa vertente mais recente neste âmbito é a chamada fake (traduzida por falso), em que se alteram imagens parodiando figuras célebres, com imagens de nus ou pornográficas. Surgiram até concursos de Photoshop em que profissionais e amadores competiam para mostrar as suas capacidades de edição de imagens nestas vertentes.

O termo é também por vezes utilizado por artistas, para se referir a imagens que tenham sido retocadas (retouched) ao invés das imagens originais. Um problema comum entre os vários tipos de utilizadores do Photoshop é evitar que os seus trabalhos se pareçam com o "aspecto Photoshop" (intrínseco entre todos os programas de edição de imagem).

Também recentemente, o Photoshop é usado para alterar e desenhar veículos, normalmente carros, processo esse, denominado por digi-modding, photoshopping ou tuning virtual. Já são muitos os sites que se dedicam a este aspecto, e este novo tipo de "arte" tem-se expandido. E apesar dos sites, permitirem às pessoas mostrarem os seus carros, publicamente na internet, os carros manipulados digitalmente já existem há muito tempo nas revistas de automóveis.

Formato PSD

Formato padrão da Adobe para documentos do Photoshop. Possui muitos recursos extras como imagens por camadas. Este formato é suportado por pouquíssimos programas fora o Adobe Photoshop.

MÓDULO 6

6.TEORIA DAS CORES

O que é Cor ?

Cor é como o olho (dos seres vivos animais) interpreta a reemissão da luz vinda de um objeto que foi emitida por uma fonte luminosa por meio de ondas

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eletromagnéticas; e que corresponde à parte do espectro eletromagnético que é visível (380 a 700 nanômetros - 4,3x10^14Hz a 7,5x10^14 Hz). A Cor não é um fenômeno físico. Um mesmo comprimento de onda pode ser percebido diferentemente por diferentes pessoas (ou outros seres vivos animais), ou seja, cor é um fenômeno subjetivo e individual.

Espectro visível

Os comprimentos de onda visíveis se encontram entre 380 e 750 nanômetros, ou as frequencias entre 4,3x10^14Hz a 7,5x10^14 Hz. Ondas mais curtas (ou com maiores frequencias) abrigam o ultravioleta, os raios-X e os raios gama. Ondas mais longas (com menores frequencias) contêm o infravermelho, o calor, as microondas e as ondas de rádio e televisão. O aumento de intensidade pode tornar perceptíveis ondas até então invisíveis, tornando os limites do espectro visível algo elástico.

O olho humano

O olho humano é um mecanismo complexo desenvolvido para a percepção de luz e cor. É composto basicamente por uma lente e uma superfície fotossensível dentro de uma câmera, grosseiramente comparando a uma máquina fotográfica.

A córnea e a lente ocular formam uma lente composta cuja função é focar os estímulos luminosos. A íris (parte externa colorida) é fotossensível e comanda a abertura e fechamento da pupila da mesma maneira que um obturador. O interior da íris e da coróide é coberto por um pigmento preto que evita que a luz refletida se espalhe pelo interior dos olhos.

O interior dos olhos e coberta pela retina, uma superfície não maior que uma moeda de um real e da espessura de uma folha de papel. Neste ponto do processo da visão, o olho deixa de se assemelhar a uma máquina fotográfica e passa a agir mais como um scanner. A retina é composta por milhões de células altamente especializadas que captam e processam informação visual a ser interpretada pelo cérebro. A fóvea, no centro visual do olho, é rica em cones, um dos dois tipos de células fotorreceptoras. O outro tipo, o bastonete, se espalha pelo resto da retina. Os cones, segundo a teoria tricromática (teoria de Young-Helmholtz), são responsáveis pela captação da informação luminosa vinda da luz do dia, das cores e do contraste. Os bastonetes são adaptados à luz noturna e à penumbra.

As cores percebidas pelo olho humano dividem-se em três tipos e respondem preferencialmente a comprimentos de ondas diferentes. Temos cones sensíveis aos azuis e violetas, aos verdes e amarelos, e aos vermelhos e laranjas. Aos primeiros se dá o nome de B (blue/azul), aos segundos G (green/verde) e aos últimos R (red/vermelho).

Os cones são distribuídos de forma desequilibrada sobre a retina. 94% são do tipo R e G, enquanto apenas 6% são do tipo B. Esta aparente distorção é de fato uma adaptação evolutiva. A presença de um terceiro cone é uma

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característica dos primatas. Os demais mamíferos contam com apenas dois cones. O terceiro cone que desenvolvemos, além de dar mais informação sobre cores, traz fundamentalmente uma melhoria na percepção de contrastes. Isto proporcionou aos primatas uma vantagem na competição por alimentos e na vida nas copas das árvores.

Sistemas de Cores

Os sistemas de cores são tentativas de organizar informações sobre a percepção cromática humana. Pode-se tipificá-los como sistemas de Síntese Aditiva, onde a cor é percebida diretamente a partir da fonte luminosa; ou de Síntese Subtrativa nos quais a cor é percebida a partir do reflexo da luz sobre uma superfície.

Sistemas Pictóricos

Também conhecidos por sistemas de Síntese Subtrativa, os principais são os que tentam determinar as cores primárias para impressão gráfica ou para as belas artes. Cores primárias seriam um número mínimo de pigmentos a partir dos quais se poderiam obter as demais cores.

O sistema clássico é o utilizado em belas artes, que utiliza como cores primárias o vermelho, azul e amarelo (conhecido também por sua sigla em inglês RYB). Na pintura acadêmica clássica teoricamente as demais cores poderiam ser obtidas através destes pigmentos.

Atualmente as artes gráficas utilizam o sistema CMYK (Ciano, Magenta, Amarelo e Preto). O sistema é baseado nas cores primárias propostas por Goethe (púrpura, azul-celeste, amarelo), convertidas em CMY (ciano, magenta e amarelo), e que foi padronizado pela DIN[carece de fontes?] com a adição do preto (K) para destacar as sombras, sendo o branco do papel responsável pela ilusão impressa da luz.

A Pantone possui o mais conceituado sistema para cores exatas e também possui um sistema baseado em seis cores primárias, chamado de Pantone Hexachrome.

Um método bastante utilizado para organizar as cores são a chamadas rodas de cores. Podem representar qualquer sistema de cor. A mais famosa delas é a Roda de Oswald baseada no sistema RBY utilizado nas belas artes. O sistema de Chevreul propõe uma esfera onde as matizes e tons estão representadas no equador e um eixo vertical indica o brilho e saturação. Outro exemplo é o sistema esférico de Otto Runge.

Sistemas de Luz

Também chamados de sistemas de Síntese Aditiva, os sistemas aditivos são utilizados principalmente em luminotécnica e em equipamentos de cine-foto e eletrônicos. O mais utilizado é o sistema RGB (vermelho, verde e azul). Pode-se destacar também os sistemas HSB (matiz, saturação e brilho), HLS e Lab.

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Cores do espectro visível Cor Comprimento de onda Frequência

vermelho ~ 625-740 nm ~ 480-405 THz

laranja ~ 590-625 nm ~ 510-480 THz

amarelo ~ 565-590 nm ~ 530-510 THz

verde ~ 500-565 nm ~ 600-530 THz

ciano ~ 485-500 nm ~ 620-600 THz

azul ~ 440-485 nm ~ 680-620 THz

violeta ~ 380-440 nm ~ 790-680 THz

Espectro Contínuo

Roda de Cores Padrão RYB

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BIBLIOGRAFIA

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• BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Círculo do Livro, 1988. 224 p.

• GURAN, Milton. Linguagem fotográfica e informação. 3. ed. Rio de Janeiro: Gama Filho, 2002. 119 p.

• HEDGECOE, John. Guia completo de fotografia. São Paulo: Martins Fontes, 1996-2001. 224 p.

• HUMBERTO, Luis. Fotografia, a poética do banal. Brasília: Universidade de Brasília, 2000. 105 p.

• LIMA, Ivan. Fotojornalismo brasileiro: Realidade e linguagem. 1. ed. Rio de Janeiro: Fotografia Brasileira, 1989. 90 p.

• MOURA, Edgar. 50 anos luz, câmera e ação. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2001. 444 p.

• ROUILLÉ, André. A fotografia entre documento e arte contemporânea. São Paulo; SENAC. 2009.

• SOUSA, Jorge Pedro. Uma história crítica do fotojornalismo ocidental. Chapecó: Argos, 2004. 255 p.

• KOSSOY, Boris. Fotografia e História, São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. ISBN 85-7480-060-0

• KUBRUSLY, CLáudio A., O que é Fotografia, Coleção Primeiros Passos, São Paulo: Brasiliense, 1982

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APOSTILA DE MARKETING DE MODA II

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MÓDULO 1

1.O QUE É MARKETING? ----------PÁG.92 MÓDULO 2 2.O MARKETING E A SOCIEDADE----------PÁG.102 MÓDULO 3 3.ESTRATÉGIA----------PÁG.104 MÓDULO 4 4.MICRO E MACROAMBIENTE----------PÁG.116 MÓDULO 5 5.O COMSUMIDOR----------PÁG.128

MÓDULO 6 6.PUBLICIDADE----------PÁG.145 BIBLIOGRAFIA----------PÁG.160

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MÓDULO 1 1.O QUE É MARKETING?

O Marketing é a entrega de satisfação ao consumidor (satisfação das necessidades do cliente), sob a forma de lucro. O seu objetivo é atrair novos consumidores, prometendo-lhes valor superior, e manter os atuais clientes, concedendo-lhes satisfação.

O marketing é, hoje, crítico para o sucesso de qualquer organização,

seja ela pequena, grande ou eventualmente global; sendo praticado, de uma forma intensa, em todo o Mundo.

Muitas pessoas associam-no a publicidade ou vendas. No entanto estas

são apenas duas das suas muitas funções, e nem sempre as mais importantes. Podemos, então, considerar que a venda ocorre apenas depois do produto ser produzido, enquanto que o mktg começa muito antes de a empresa ter um produto, incluindo a fase de detecção de necessidades e a sua transformação em oportunidades. O mktg continua ao longo da vida do produto, tentando conquistar novos clientes, melhorando o aspecto e performance do produto, aprendendo com os resultados das vendas e com uma performance de gestão repetida.

“ O mktg é um processo social e de gestão, através do qual os indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e querem através da troca recíproca de produtos e valor entre eles”.

Necessidades, desejos e procura (exigências) Necessidades humanas são estados de privação. Incluem necessidades básicas como a alimentação, vestuário, segurança; necessidades sociais como a pertença e afecção e necessidades individuais como o conhecimento e capacidade de expressão. Quando uma necessidade não está satisfeita a pessoa fará uma de duas coisas:

- procurar um objeto que a satisfaça; ou - tentar reduzir a necessidade

Desejos são a forma que as necessidades assumem quando são

influenciados pela cultura ou personalidade individual. Os desejos são

visíveis na sociedade e concretizáveis em objetos capazes de satisfazer as

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necessidades. À medida que uma sociedade evolui, os desejos dos seus

membros expandem-se.

No entanto é necessário ter em conta que os recursos que permitem a

satisfação de necessidades são escassos, pelo que as pessoas têm que

escolher os produtos que maior satisfação lhes tragam para o seu nível

monetário. Quando traduzidas numa habilidade para pagar, ou seja, poder

de compra, os desejos tornam-se exigências (procura).

Dado os desejos e recursos das pessoas, estas procuram produtos que lhes

concedam a maior satisfação possível.

Produtos e Serviços As pessoas satisfazem as suas necessidades e desejos com produtos. Um produto é qualquer coisa susceptível de ser oferecida a um mercado, de forma a satisfazer uma necessidade ou desejo. O conceito de produto não se limita a objetos físicos, abrangendo também os serviços (atividades, benefícios e satisfação que são oferecidos sob a forma de venda), e outras entidades como pessoas, lugares, organizações e ideias. Muitas vezes os vendedores prestam mais atenção aos produtos específicos do que aos benefícios oferecidos por estes. Baseiam-se mais na venda do produto em si, do que na procura de uma solução para a satisfação da necessidade � miopia de mktg (ver óptica de produto) Valor, satisfação e qualidade Os consumidores tomam as suas decisões de compra, baseadas nas percepções que fazem do valor dos diversos produtos e serviços disponíveis no mercado. Assim, o valor que o cliente dá ao produto (consumer value), deve ser entendido como a diferença entre o valor que o cliente ganha por ter e usar o produto e o custo de obtê-lo. Os consumidores não julgam o valor e o custo dos produtos objetivamente, eles atuam de acordo com o valor percebido. A satisfação do consumidor depende da performance percebida do produto, relativamente à entrega de valor relativo face às expectativas do comprador. (consumidores

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satisfeitos tendem a repetir a compra e a dizer aos outros a boa experiência que tiveram com o produto). A satisfação do cliente está intimamente ligada à qualidade. Muitas empresas apostam consequentemente numa gestão total de qualidade, desenhando constantemente melhorias na qualidade dos seus produtos, serviços e processos de marketing. A qualidade começa com a necessidade do cliente e acaba com a satisfação do mesmo. É fundamental “entrar na mente” do consumidor. Troca, transações e relações O marketing ocorre quando as pessoas decidem satisfazer as suas necessidades e desejos, através da troca. Troca é o ato de obter um objeto desejado de alguém, oferecendo algo como contrapartida.(desta forma todas as pessoas se podem dedicar àquilo em que são efetivamente boas, trocando com os outros aquilo de que necessitam para satisfazer as suas necessidades). A troca é apenas uma das muitas formas, através das quais podemos obter um objeto desejado. A troca é o conceito chave do mtkg. Para que se possa verificar torna-se necessário que ambas as partes tenham algo para oferecer e estejam dispostas a realizar o negócio. Assim como a troca é o conceito chave do mktg, a transação é a sua unidade de medida. A transação consiste na entrega recíproca de valor entre duas partes: uma parte concede x, e outra dá y em troca. O marketing transacional é uma parte da larga idéia de marketing relacional. Marketing relacional deve ser entendido como o processo de manter, criar e intensivamente aumentar o valor nas relações com os clientes e outros stakeholders. O marketing tem como objetivo maximizar o beneficio de cada transação individual, procurando, desta forma, maximizar o valor de todas as relações a nível global. Mercados (markets) Mercado é o conjunto de atuais e potenciais compradores de um produto. Estes compradores partilham uma necessidade ou desejo particular que pode ser satisfeito através de trocas ou relações. Originalmente o termo mercado era utilizado para designar o sitio onde compradores e vendedores se encontravam para trocar os seus bens. Contudo, em marketing, os vendedores são vistos como constituindo uma

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indústria e os compradores como constituindo um mercado. Os vendedores enviam os seus produtos, serviços e comunicações para o mercado, e recebem dinheiro e informação em troca. As economias modernas (baseadas na divisão do trabalho) abundam nos mercados de hoje. Nas sociedades mais avançadas os mercados não necessitam de ser lugares físicos onde compradores e vendedores interagem. Marketing Marketing é a gestão dos mercados, fazendo emergir trocas e relações com o intuito de criar valor e satisfazer necessidades e desejos. É um processo através do qual os indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam criando e trocando produtos e valor uns com os outros. Embora muitas vezes pensemos no mktg como sendo apenas praticado por vendedores, os compradores também participam nas atividade de marketing. Os consumidores fazem marketing quando procuram novos produtos e preços vantajosos, que eles consigam suportar.

Marketing Management

Análise, planejamento, implementação e controlo de programas desenhados para criar, construir e manter trocas vantajosas com clientes alvo, com o intuito de alcançar objectivos organizacionais.

Marketing management envolve managing demand, que por sua vez envolve management customer relatinships.

Demand Management

Consiste não só em procurar e tentar aumentar a procura como também em incutir dadas mudanças na mesma e mesmo tentar reduzi-la. Procura lidar com a procura nos vários estados em que nos possa surgir (excesso, pouca procura…).

Demarketing – em caso de excesso de procura o objetivo é reduzi-la temporária ou permanentemente (não destruir).

O marketing management procura atuar no nível, timing e natureza da procura de forma a ajudar a organização a alcançar os seus objectivos. Marketing management é demand management.

Building profitable customer relationships

Managing demand implica managing customers. A procura de uma empresa assenta em novos e atuais consumidores. Devido a um conjunto de fatores, nos dias de hoje, o número de novos consumidores é reduzido, sendo

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o custo para atraí-los elevado. Assim sendo, embora os novos consumidores sejam um elemento importante, as empresas privilegiam manter os clientes lucrativos e reforçar as relações que com eles tenham. Perder um cliente equivale não só a perder uma venda como também todas as futuras compras e “referals”. A chave para reter o cliente é a sua satisfação e valor acrescentado.

Marketing Management na prática

Todas as organizações usam o marketing, podendo este ser desenvolvido de várias formas. Há empresas que simplesmente quebram todas as regras de marketing formal (grandes departamentos de marketing, avultados investimentos em mass marketing...) praticando entrepreneurial marketing. Contudo, algumas delas acabam por cair novamente no marketing formal, perdendo a criatividade e paixão de início.

Para desenvolver novamente o espírito e as ações entrepreneurial, deve-se encorajar a iniciativa e “intrapreneurship”, visualizar novas e criativas formas de criar valor para os consumidores (intrapreneurial marketing). Existe uma grande tensão entre o marketing formal e o marketing criativo.

Filosofias de Marketing Management

Que filosofia guia os esforços do marketing management? Qual o peso dado aos interesses da sociedade, clientes e organização?

Estas filosofias influenciam a forma como as empresas se aproximam dos clientes.

a) Óptica de produção

É uma das ópticas mais antigas e consiste em disponibilizar aos clientes produtos acessíveis, focando-se o management em aumentar a eficiência ao nível da produção e distribuição.

Óptica fundamental em duas situações: - D > S – deve-se aumentar a produção; - Preço muito elevado – deve-se aumentar a produtividade. Perigo desta filosofia: perda de visão das necessidades do cliente, com

excessivo foco nas operações (ex. Ford T).

b) Óptica de Produto

Assenta no fato dos consumidores preferirem produtos que oferecem qualidade, performance, características distintivas inovadoras, devendo a organização canalizar a sua atenção para os aperfeiçoamentos progressivos dos produtos.

Esta orientação pode conduzir a: - Obsessão tecnológica – managers acreditam que a superioridade

tecnológica conduz ao sucesso de negócio; - “Miopia de Marketing”.

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c) Óptica de vendas

Baseia-se no fato de que os clientes não comprarão os produtos da empresa se esta não realizar vendas em grande escala em paralelo com esforço de venda/publicidade (promotion effort). Tal acontece com os ensought goods, aqueles produtos que os consumidores normalmente não pensam comprar (enciclopédias, urnas).

Estas indústrias têm de saber abordar as pessoas e convencê-las dos benefícios do produto. A principal preocupação é vender o produto, mais do que satisfazer o cliente; é vender o que produzem e não produzir o que os clientes procuram. A maior parte das empresas segue esta óptica quando tem excesso de produção.

Esta é uma óptica também utilizada em áreas cujo objetivo não é a rentabilidade (ex: promoção das políticas em campanhas eleitorais).

Desvantagens: - Não aposta em ligações rentáveis de LP com os clientes, focando-se

apenas em transações no CP. Assume-se, assim, que o cliente gostará do produto, ou se tal não acontecer, esquecerá o desapontamento que teve e irá comprá-lo novamente mais tarde. Estas suposições estão erradas. Estudos mostram que clientes insatisfeitos não voltam a comprar - quando, em média, um cliente satisfeito conta a 3 a sua boa experiência, 1 insatisfeito conta a 10 a sua má experiência.

d) Óptica de Marketing

Alcançar metas da organização depende da determinação das necessidades e desejos dos mercados alvo, satisfazendo-os mais eficaz e eficientemente que os concorrentes.

Esta óptica é diferente da óptica de vendas: - Óptica de venda – perspectiva inside-out – foca-se na conquista do

cliente, vendas a CP, com pouca preocupação com quem compra e por que (perspectiva começa na fábrica, nos produtos existentes, apostando nas vendas a grande escala e publicidade para vendas rentáveis);

- Óptica de marketing – perspectiva outside-in. Começa por definir o mercado, focar-se nas necessidades dos clientes (coordenando todas as atividade de marketing que os afetam) e conseguindo lucros ao criar relações de LP com clientes baseados na satisfação e valor acrescentado. Estes são os caminhos para as vendas e lucro (ex: Procter & Gamble, Toyota). A retenção do consumidor é uma prioridade e o staff tem de construir boas relações com o cliente.

Há empresas que dizem praticar esta óptica mas apenas detêm diretor de marketing, planos de marketing… não são market – focused and customer – driver companies. É indispensável ajustar as estratégias de marketing às mudanças de mercado.

A implementação da óptica de marketing é muitas vezes mais que meramente responder aos desejos e necessidades óbvias dos clientes, é optar por fazer pesquisas sobre os clientes para saber quais os desejos,

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desenvolvimento de idéias sobre novos produtos/serviços e testar as propostas de melhoria dos produtos. Tal é possível quando são claras as necessidades dos clientes e quando estes sabem o que querem.

Customers-driving marketing - consiste em compreender as necessidades dos clientes melhor do que os próprios (estes não as sabem claramente), criando novos produtos e serviços que irão ao encontro de existentes e latentes necessidades, atuais e futuras.

Demora muitos anos para se passar de uma óptica de vendas para uma de marketing. A meta é desde a fábrica procurar satisfazer o cliente. Contudo, o objetivo da óptica de marketing não é maximizar a satisfação do cliente, dando-lhe tudo o que quer, mas sim ir ao encontro das necessidades do cliente de forma rentável. Deve-se encontrar o balanço entre criar valor para os consumidores e obter lucros para a empresa.

e) Óptica de Marketing Social (a mais recente óptica)

O objetivo das organizações é satisfazer as necessidades, desejos, interesses do mercado alvo, mais eficaz e eficientemente que os concorrentes, sempre de forma a manter ou aumentar o bem-estar do consumidor e da sociedade no LP (óptica desenvolvida num contexto de problemas ambientais, escassez de recursos, problemas econômicos e serviços sociais negligente).

É o conflito da óptica de marketing entre desejos de CP do consumidor e bem-estar do mesmo no LP.

É necessário contrabalançar, nas políticas de marketing: - Company profits; - Consumers wants; - Society interests. Originalmente, a maior parte das empresas baseia as suas decisões de

marketing no lucro de CP. Eventualmente, começam a reconhecer a importância de satisfazer as necessidades dos clientes no LP, emergindo a óptica de marketing. Atualmente, muitas empresas começam a dar importância aos interesses da sociedade, a partir das suas decisões de marketing. Cada vez mais as empresas têm de ir ao encontro das expectativas da sociedade, como um todo.

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A intensidade e dinâmica dos mercados atuais obrigam as empresas a repensar constantemente as suas estratégias de negócio. As rápidas alterações estruturais determinam uma abordagem direcionada para o momento atol, porque uma estratégia vencedora hoje, pode não o ser amanhã.

Num contexto de cada vez maiores e mais intensas ligações

(“connections”) entre os vários agentes econômicos, é importante compreender o posicionamento da empresa no mercado global como forma de garantir uma resposta adequada às necessidades dos consumidores.

De fato, a globalização das economias e das comunicações veio abrir às

empresas novas formas de atuar no mercado, fruto das diferentes ligações de marketing que podem estabelecidas:

O motor do desenvolvimento das novas formas de ligação é sem dúvida

a tecnologia. A orientação estratégica, a geração de valor para o consumidor e ainda o portfolio negocial e operacional das empresas foram tudo dimensões profundamente afectadas pelo boom tecnológico registrado sobretudo nas últimas décadas.

Naturalmente estas ferramentas estão ao dispor dos gestores de

marketing, no sentido de maximizar a abrangência e eficácia das políticas e medidas implementadas no mercado.

A Internet é indubitavelmente o expoente máximo dos desenvolvimentos

tecnológicos que se têm vindo a registrar nos últimos tempos. As suas potencialidades são evidentes, permitindo uma maior e mais rápida circulação de informação à escala global.

As vantagens competitivas que daqui advêm para as empresas surgem

de forma quase natural, sendo uma das áreas mais exploradas a do e-commerce, cujo volume de negócios estimado para 2004 é de 6.789 bilhões de dólares.

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No entanto, as limitações desta poderosa tecnologia são de certo modo

restritivas no que se refere especialmente à reduzida taxa de cliente por utilizador, sendo por isso bastante fácil de compreender o porquê do fracasso de muitas das empresas dot.com.

Outra importante questão levantada por muitos analistas tem a ver com

o fato dos métodos de pagamento on-line terem pouca aceitação por parte do público, o que de certo modo está associado à problemática da falta de segurança na partilha e troca de informações na Internet.

Por fim, o investimento que implica uma estratégia direcionada para a

Internet é relativamente elevado e por isso inacessível a um grande número de empresas. Os gestores de marketing têm de estar atentos e responder adequadamente às alterações das ligações tecnológicas que garantem o surgimento de novas oportunidades para a empresa.

Os grandes desenvolvimentos ao nível do marketing envolvem a forma

como as atuais empresas estabelecem uma ligação com o seu consumidor. De fato a seleção dos consumidores é mais criteriosa e cuidadosa e

muitas vezes conduz à criação de uma relação direta com o target específico. Com a diversificação dos mercados, as empresas tiveram que adaptar a sua estratégia de marketing à nova realidade, tendo-se passado de um marketing de massa para uma marketing segmentado.

A tendência é a de perceber as necessidades de cada consumidor em

particular, caminhando-se cada vez mais para um conceito de marketing one-to-one. No entanto, apenas será oportuno e coerente captar clientes que tragam valor para a empresa, isto é, clientes que sejam lucrativos.

De igual modo, a perspectiva da empresa é o de garantir uma relação

duradoura com os seus clientes, por forma a garantir uma sustentabilidade dos seus lucros. Ainda nesta linha de análise, e avaliando a importância das novas tecnologias, importa referir o modelo do marketing direto. Este assenta na idéia de haver um contacto direto entre o consumidor e empresa, potenciado uma redefinição do papel do consumidor, agora assumidamente parte ativa no desenho do processo de marketing (compras on-line).

As ligações com parceiros de marketing, interna ou externamente,

são cruciais no processo de criação de valor para o cliente. Recentemente têm-se assistido a uma reorganização das operações

internas da empresa no sentido de alinhá-las com as necessidades dos

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consumidores, isto é, a função de marketing passa abranger a empresa de forma transversal toda a empresa. No fundo, todos os colaboradores da empresa passam a estar focados no cliente.

A supply chain descreve o canal que liga o processo produtivo de

determinado bem a montante e a jusante. Tem sido nos últimos anos importante para as empresas um reforço da supply chain como forma de assegurar um maior controlo sobre toda a fase de produção, distribuição e comercialização de um determinado produto. Assim seria possível uma maior convergência do esforço de marketing em torno do processo sequencial e incremental de criação de valor.

Outro fator de destaque, é o da criação de alianças estratégicas. As

empresas perceberam que a criação de parcerias com outros grupos garantia uma alavancagem operacional forte, permitindo criar mais valor e estruturar estratégias de marketing integradas. A forma que estas alianças podem assumir são várias: marketing, promotional, logistics e pricing.

Com a globalização, os mercados mundiais têm vindo a aproximar-se

cada vez mais, sendo que para as empresas uma variável cada vez mais relevante é a das ligações com a envolvente.

A crescente competitividade vivida nos dias de hoje, em mercados cada

vez mais globais, traduz a necessidade das empresas compreender o mercado no qual atuam. De fato, a diversidade cultural e social a que cada vez mais as empresas são expostas determina a adoção de políticas de marketing especialmente direcionadas para cada mercado em particular.

Outra importante questão a respeito da envolvente, tem a ver com as responsabilidades sociais às quais as empresas estão adstritas. A pressão da opinião pública no que respeita a determinadas questões é de tal modo forte e determinante para o core-business das empresas que há uma imposição moral para a adoção de objectivos extra-operacionais. Assim, vai haver um enfoque subtil em áreas relativamente sensíveis (ambiente, questões raciais…) sempre numa relação estreita com a estratégia global da empresa e sempre com coerência e nexo. A título de exemplo, refira-se que cada vez é maior a relevância dos instrumentos de marketing em organizações não governamentais.

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MÓDULO 2 2.O MARKETING E A SOCIEDADE

O Marketing e a Sociedade: responsabilidade social e ética Objectivos:

1) Responder a critica social ao Marketing; 2) Consumerismo e ambientalismo: como afetam as estratégias de

Marketing; 3) Princípios da responsabilidade social de Marketing; 4) Papel da ética em Marketing.

� Compatibilidade da sobrevivência comercial com o mercado global competitivo � Decisões difíceis na escolha entre servir os consumidores para ter lucro ou conjugar as necessidades dos clientes com o bem-estar da sociedade Assuntos legais relacionados com o Marketing:

1) Decisões de vendas; 2) Decisões em relação à concorrência; 3) Decisão de produtos; 4) Decisões de embalagem; 5) Decisões de preços; 6) Decisões de publicidade; 7) Decisões de distribuição.

1) Consumerismo e Ambientalismo

1.1) Consumerismo: Movimento organizado de cidadãos e agências governamentais que lutam

pelo poder e direitos dos consumidores (em relação aos vencedores) oportunidade para servir melhor clientes:

- informação; - educação; - proteção. 1.2) Ambientalismo: Movimento organizado para conscientizar os cidadãos e o governo a

proteger o ambiente e melhorar a qualidade de vida: - preocupa-se com os efeitos de Marketing no ambiente, e nos

custos ambientais de servir os desejos e necessidades dos clientes – tenta com as pessoas e as empresas sejam mais cuidadosas;

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- Environmental Sustainability – tendência ambientalista do século XX, que conjuga as preocupações ambientais com os lucros para a empresa

� Olhar para futuro – novas técnicas ambientalistas 2) Impacto do Marketing:

2.1) Impacto no consumo individual Preços elevados devido aos custos de Marketing: mais custos de

distribuição, publicidade, promoção e excessive mark-ups. Deceptive pratices – levam os consumidores a pensar que vão obter mais

valor do que aquele que o produto realmente lhes dá – deceptive price, promoting, packaging

Vendas à pressão – força de venda é muitos vezes acusada de pressionar

os clientes em comprar bens que estes nunca tinham pensando em comprar Produtos com menos qualidade do que aquela que deveriam ter – pagam

por um benefícios que na realidade não existe Planear que os produtos fiquem obsoletos antes do que seria de prever: é

de notar com os clientes gostam também de novidade, para não se cansarem do que é antigo

Mau serviço para os clientes com menos dinheiro – ninguém os quer ter

como segmento alvo

2.2) Impacto na Sociedade como um todo Criar falsas necessidades e aumentar o materialismo da sociedade – mas

o Marketing não cria necessidade, apenas apresenta diferenciadas formas de satisfazê-las.

As necessidades são influenciadas pelo Marketing também pela família, grupos, religião, etnia, educação…

Poucos bens sociais – muitos bens privados, que requerem aumento dos

bens públicos – ex: mais carros exigem a construção de mais estradas Poluição cultural – publicidade; commercial noise Os negócios ganham muitos poder político – têm apoio de pessoas

importantes, que olham mais pelos interesses de algumas organizações do que pelos interesses do público

2.3) Impacto noutros negócios Práticas de Marketing podem reduzir concorrência: aquisição de

concorrentes, criar barreiras de entrada, práticas injustas (unfair) – objetivo de destruir outras empresas

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3) Responsabilidade Social:

Enlightened Marketing – 5 princípios para fidelizar clientes em longo prazo:

3.1) Marketing orientado para o consumidor

Empresa deve pôr-se no ponto de vista do consumidor;

3.2) Marketing inovativo “A company seek real product and marketing improvements” (encontrar a

melhor maneira);

3.3) Value marketing Por os recursos da empresa na construção de valor para os investimentos

de marketing – qualidade em longo prazo

3.4) Sentido de missão social Uma empresa deve definir a sua missão em termos sociais e não em

termos do seu produto

3.5) Marketing Social A organização deve tomar as suas decisões de marketing considerando

as necessidades dos consumidores, o que a empresa necessita; interesses de longo prazo do cliente e interesses de longo prazo da sociedade.

� Longo prazo é muito importante – bem-estar dos clientes e da sociedade em geral

� Conjugar o longo prazo com a satisfação imediata dos clientes: 4) Marketing Ethics:

4.1) Deve ser decidido livremente pelo Mercado e pelo sistema legal 4.2) Cada companhia deve estabelecer uma filosofia de Marketing e de

responsabilidade ética e social Marketing Social – atuar dentro do que é legal e permitido, baseado nos

princípios de integridade, consciência coletiva, bem-estar de longo prazo dos clientes. MÓDULO 3 3.ESTRATÉGIA

Todas as empresas precisam de estratégias para se adaptarem ao mercado em mudança. Não há nenhuma estratégia melhor para todas as empresas. Cada uma deve tentar encontrar a que fizer mais sentido, dada a sua situação, oportunidades, objectivos e recursos.

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O Marketing tem um papel importante no Plano Estratégico. Fornece informação e outros inputs para o ajudar a preparar.

O Planejamento Estratégico é a primeira etapa do Planejamento de Marketing e define o papel do Marketing na Organização. O plano Estratégico guia o Marketing, que deve trabalhar com outros departamentos para atingir objetivos estratégicos. PLANEAMENTO ESTRATÉGICO

Muitas empresas trabalham sem planos formais (por exemplo, argumentam que o mercado muda demasiado depressa para um plano ser útil).

Failing to plan means planning to fail. O Plano formal tem vantagens para todo o tipo de empresas.

� Encoraja o “pensamento sistemático”. � Obriga a empresa a aperfeiçoar os seus objectivos e políticas � Leva a uma melhor coordenação dos esforços da empresa, � Fornece padrões mais claros de performance para controlo. “Sound Planning” – ajuda a empresa a antecipar e responder depressa às

mudanças da envolvente, e a preparar-se melhor para desenvolvimentos repentinos.

Plano Anual:

� Situação atol � Objectivos da empresa � Estratégia para o ano � Programa de ação � Orçamento

Plano em Longo Prazo – fatores primários e forças que vão afetar a

Organização nos próximos anos. � Objectivos LP � Principais estratégias de marketing (p atingir esses objectivos) � Recursos necessários

Plano Estratégico – envolve adaptar a empresa a tirar vantagens das

oportunidades no constante ambiente de mudança. Desenvolver/manter um equilíbrio estratégico entre as metas e capacidades e as oportunidades de mudança de marketing.

1. Missão 2. Objectivos Corporate 3. Corporate Audit (junta informação da empresa, concorrentes,

mercado e ambiente geral) 4. Análise SWOT 5. Portfolio de Negócios e Produtos (quais os melhores para a

empresa e que apoio dar a cada um deles) 6. Objectivos estratégicos (que guiam as atividade da empresa)

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7. Cada unidade de negócio/produto desenvolve planos detalhados de Marketing e funcionais para apoiar o plano global da empresa. (em nível de Unidade/Produto/Mercado).

Processo de Planejamento

4 Etapas:

• Análise O Planejamento começa com uma análise completa da situação da empresa. Deve analisar o seu ambiente (envolvente) para encontrar oportunidades atrativas e evitar ameaças da envolvente. Deve analisar as forças e fraquezas, assim como atuais e possíveis ações de marketing, para determinar quais as melhores oportunidades a “perseguir”. A Análise fornece informação para as outras etapas.

• Planejamento A empresa decide o que quer fazer com cada unidade de negócio. Envolve decidir estratégias de marketing que vão ajudar a empresa a atingir os seus objectivos estratégicos globais. Planos de Marketing/Produto/Marca.

• Implementação Transforma planos estratégicos em ações que vão conseguir alcançar os objectivos da empresa.

• Controlo Medir e avaliar os resultados dos planos e atividade, e tomar medidas corretivas para nos certificarmos que os objectivos estão a ser alcançados.

PLANO ESTRATÉGICO Missão, objectivos estratégicos, strategic audit, análise SWOT, análise de portfolio, objectivos e estratégias. (grande relação com planos de marketing).

Missão A missão determina o propósito da empresa. As empresas começam com uma missão clara, definida pelo seu fundador. A missão vai-se alterando, a medida que a empresa adquire novos produtos/mercados. Por vezes a missão pode ser clara mas já não se enquadrar na envolvente (exemplo: Poor Little Rich Brands). Mission Statement – o que quer atingir no mais largo ambiente. Uma missão clara funciona como uma “mão invisível” que guia as pessoas na Organização, para que possam trabalhar independentemente e coletivamente para as metas globais da Organização). Devem ser market-oriented.

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� Em que negócio estamos? Definições de mercado de um negócio são melhores que de produto ou de tecnologia. As necessidades básicas de mercado podem durar para sempre. Uma mission statement orientada para o mercado definem o negócio baseadas em satisfazer necessidades básicas do consumidor.

� Quem são os nossos clientes? (exemplo: piloto/tripulação/passageiro)

� Estamos neste negócio para quê ? Questão difícil para empresas que não geram lucros.

� Que tipo de negócios somos ? Esta pergunta guia a estratégia e estrutura das organizações. Liderança de custos – procura da eficiência Diferenciadores – fazer lucros inventando produtos cuja “uniqueness”

traz uma vantagem competitiva. Empresas “focadas” – serem as melhores a servir um mercado alvo

bem definido.

Uma missão deve ser:

• Realista • Específica • Baseada em competências que a distingam das outras • Motivadora

Visões – guiam as melhores missões. Visão – sonho contagiante, slogan altamente comunicado.

Mission Statement – deve permitir uma visão e direção para a empresa para os próximos 10-20 anos. Não mudam de poucos em poucos anos devido a uma alteração na envolvente Se uma missão perdeu credibilidade ou já não define o percurso ótimo para a empresa – deve ser redefinida.

Da Missão aos Objectivos Estratégicos

A missão precisa de ser transformada em objectivos estratégicos para guiar a gestão. Cada gestor deve ter objectivos e ser responsável por alcançá-los. A missão leva a uma hierarquia de objectivos, incluindo objectivos de negócio e objectivos de marketing.

A missão define a filosofia e direção da empresa. Os objectivos estratégicos são metas mensuráveis.

Strategic Audit

Cobre a junção da informação vital. É a inteligência usada para construir os objectivos detalhados e estratégia de um negócio.

Audit Externo - análise detalhada dos mercados, competição, ambiente do negócio e econômico no qual a empresa compete.

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Audit Interno - Avaliação da cadeia completa de valor da empresa (atividade primárias / atividade de suporte)

Balanço / DR Instrumentos financeiros são necessários para compreender a situação

da empresa e ver como se está a desenvolver. (DR – mais importante para a informação de marketing). Analisando a evolução, a empresa pode detectar tendências favoráveis/desfavoráveis e agir apropriadamente.

Análise SWOT

Determina as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças críticas do

strategic audit. Este contém muita informação, de diferente importância e credibilidade. A análise SWOT distingue quais são os items críticos.

Oportunidades (exemplos)

• Clima econômico • Mudanças demográficas • Mercado • Tecnologia

Ameaças (exemplos) � Actividade competitiva � Pressão do canal � Mudanças demográficas � Política

O gestor dever-se-a focar nas mais prováveis e perigosas ameaças e preparar planos para antecipá-las.

Oportunidades - o gestor deverá encarar cada oportunidade de acordo com o seu potencial de atratividade e a probabilidade de a empresa ser bem sucedida. As empresas raramente encontram oportunidades idéias, que se enquadrem perfeitamente nos seus objectivos e recursos. O desenvolvimento de oportunidades envolve riscos. O gestor deve decidir se os resultados esperados justificam esse risco. Uma tendência poderá ser uma oportunidade ou uma ameaça, dependendo das forças da empresa. Forças e Fraquezas

Apenas os fatores críticos de sucesso – lista muito grande traz uma

falta de “foco” e incapacidade de discriminar o que é importante. Forças e

fraquezas são relativas, não absolutas.

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Devem ser baseadas em fatos

(Exemplos)

Forças

� Líder de mercado no mercado X

� Acesso privilegiado a tecnologia

� Distribuição

� Líder de mercado em vários mercados internacionais

Fraquezas

� Numero 3 no mercado Y

� Muitas marcas pouco conhecidas

� Pouca publicidade

� Lucro baixo

Portfolio de Negócios

Coleção de negócios e produtos que fazem a companhia. Ligação entre a

estratégia global e a das partes.

Analisando o portfolio atol de negócios

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Uma ferramenta pela qual a gestão identifica e avalia vários negócios que

fazem a empresa.

1. Identificar os negócios chave – SBU: Strategic Business Units

SBU – unidade da empresa com missão e objectivos separados, que podem ser planeados independentemente dos outros negócios da empresa. Pode ser uma divisão da empresa, uma linha de produto, ou por vezes um só produto ou marca.

2. Analisar a atratividade das várias SBU’s e decidir quanto apoio cada uma merece. (pode ocorrer formalmente ou informalmente).

Objetivo do Planejamento estratégico: encontrar maneiras de a empresa

usar as suas forças para tirar partido de oportunidades atrativas. Avaliar SBU’s em 2 dimensões:

- atratividade do mercado/ indústria da SBU - força da posição no mercado / indústria da SBU

Matriz BCG Eixo vertical – taxa de crescimento do mercado (medida da atratividade do mercado) Eixo horizontal – quota de mercado relativa (medida de força da empresa no mercado)

• Stars – negócio com alto crescimento / alta quota. Precisam de investimentos pesados para financiar o seu crescimento rápido. O seu crescimento irá abrandar – tornando-se cash cows.

• Cash Cows – baixo crescimento / elevada quota de mercado. Estão estabelecidos (e são bem sucedidos). Precisam de menores investimentos para manter a sua quota de mercado. Libertam fundos para outras SBU’s que necessitam de investimento.

• Question Marks – baixa quota em mercado de elevado crescimento. Precisam de capital para manter a sua quota. Administração deve pensar sobre estas SBU’s.

• Dogs – baixo crescimento/baixa quota. Podem gerar fluxos suficientes para se manterem, mas não prometem ser grandes fontes de fluxos.

Problemas com as abordagens das matrizes Estas matrizes (BCG, GE, Shell) têm limitações.

Podem ser difíceis, consumidoras de tempo e podem ter grandes custos de implementação.

Focam-se em classificar os negócios atuais, mas não fornecem conselhos para planejamento futuro.

Podem ainda levar a dar demasiado ênfase no crescimento da quota de mercado, ou no crescimento através da entrada para novos mercados. Muitas empresas desenvolveram vários e não relacionados negócios que não sabiam

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como gerir. Muitas empresas que diversificaram no passado estão a voltar a focar-se nas indústrias que conheciam melhor.

Apesar de muitas empresas terem abandonado os métodos das matrizes, substituindo-as por abordagens melhor adaptadas à sua situação, muitas empresas continuam muito dedicadas ao planejamento estratégico.

Esta análise pode ajudar a gestão a compreender a situação global

da empresa, a ver como cada negócio ou produto contribui, a atribuir recursos aos seus negócios, e a orientar a empresa para o sucesso futuro.

Desenvolver estratégias de crescimento

Grelha de expansão produtos/mercados. Penetração de Mercado – exemplo: classe C e classe E da Mercedes Desenvolvimento de Mercado - exemplo: Mercedes Classe A; Smart Diversificação – exemplo: Mercedes no “aeroespaço” MARKETING NO PLANEAMENTO ESTRATÉGICO

Planear estratégias funcionais O planejamento estratégico da empresa estabelece em que tipos de negócios a empresa vai estar, e os objectivos para cada um deles. Os principais departamentos funcionais em cada unidade – marketing, financeiro, contabilidade, compras, pessoal... – devem trabalhar juntos para conseguir alcançar os objectivos estratégicos. Cada departamento funcional negocia com diferentes públicos para obter recursos como dinheiro, trabalho, materiais, idéias...

Papel do Marketing no Planejamento Estratégico A estratégia global da empresa e a estratégia de marketing sobrepõem-se.

Marketing – olha para as necessidades do consumidor e para a capacidade da empresa de satisfazê-las – este fatores guiam a missão da empresa e objectivos.

Muitos planejamentos estratégicos de varias empresas lidam com variáveis de marketing: quota de mercado, desenvolvimento de mercado, crescimento - e é difícil por vezes separar planejamento estratégico de planejamento de marketing. Algumas empresas referem-se ao planejamento estratégico como planejamento estratégico de marketing.

Marketing – papel chave no planejamento estratégico de várias formas: - filosofia “condutora” – a estratégia da empresa deverá

servir as necessidades de importantes grupos de consumidores.

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- Inputs aos planejadores, ajudando a identificar oportunidades atrativas de mercado, calculando o potencial da empresa de tirar partido deles.

- Desenha estratégias para cada SBU alcançar os seus objectivos.

Para cada unidade de negócio, o marketing determina como ajudar a alcançar objectivos estratégicos.

O Marketing ajuda a calcular o potencial de cada unidade, definir objectivos para ela e depois alcançar esses objectivos.

Marketing e as outras funções do negócio Em algumas empresas, o marketing é só outra função – todas as funções contam e nenhuma lidera. Noutras empresas, alguns marketers afirmam que o Marketing é a principal função da empresa. “O objetivo do negócio é criar consumidores”. É dever do Marketing definir a missão da empresa, produtos e mercados e direcionar as outras funções na tarefa de servir os consumidores. Outros marketers preferem colocar o consumidor no centro da empresa. Argumentam que a empresa não consegue ter sucesso sem consumidores, por isso é a tarefa crucial da empresa atrai-los e mantê-los. Os consumidores são atraídos por promessas e mantidos através da satisfação. O Marketing define a promessa e garante a sua entrega. No entanto, a satisfação dos consumidores é afetada pela performance dos outros departamentos. Assim, todas as funções devem trabalhar juntas para sentir, servir e satisfazer as necessidades do consumidor. O Marketing tem um papel integrativo em assegurar que todos os departamentos trabalham em conjunto no sentido da satisfação do consumidor.

Conflito entre Departamentos

Cada função do negócio tem uma visão diferente que quais públicos / atividade são mais importantes. Todas as funções devem “misturar-se” para alcançar a satisfação do consumidor. Relações entre departamentos são cheias de conflitos e mal-entendidos. Por vezes, ao tentar desenvolver satisfação para o consumidor, os outros departamentos fazem um “trabalho mais pobre”. Ações do departamento de marketing podem aumentar custos, alterar calendário de produção, aumentar inventários, etc. Apesar da resistência, os marketers devem tentar que todos os departamentos “pensem consumidor”. O Processo de Marketing Processo que engloba 4 fases:

1. Analisar oportunidades de marketing 2. Selecionar mercados alvo 3. Desenvolver o marketing mix 4. Gerir o esforço de marketing

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Estratégia de Marketing Lógica de marketing através da qual a unidade de negócio espera alcançar os seus objetivos de marketing. Determina o melhor mkt mix através da análise, planejamento, implementação e controlo de marketing.

� Consumidores alvo: Há que analisar o comportamento dos consumidores antes de poder satisfazer as suas necessidades. Cada empresa divide o mercado total, escolhe os melhores segmentos e elabora estratégias para servir os segmentos que escolheu melhor que os concorrentes. Este processo envolve medição e previsão da procura, segmentação de mercado, market targeting, posicionamento de mercado e posicionamento competitivo.

� A envolvente competitiva:

Macroenvolvente-influência meio socioeconômico, político e tecnológico Microenvolvente- influência concorrência, público, fornecedores e canais de distribuição.

� Medição e previsão da procura:

O Estimar o tamanho do mercado atual, produtos e vendas. O Estimar o crescimento futuro ou potencial do mercado: as

empresas querem entrar em mercados de elevado potencial de crescimento.

� Segmentação de mercado: dividir o mercado em grupos distintos de

compradores com necessidades, características ou comportamentos diferentes, que podem vir a exigir produtos ou mixes de mercado distintos. Cada segmento de mercado constitui assim um grupo de consumidores que respondem de forma semelhante a um conjunto de estímulos de marketing.

� Market Targeting: processo de avaliação da atratividade de cada

segmento de mercado e seleciona um ou mais segmentos para a empresa entrar.

� Posicionamento:

O Produto: lugar que os produtos ocupam na mente dos consumidores relativamente aos produtos concorrentes

O Mercado: dá ao produto uma clara, distinta e desejável posição do produto nas mentes dos consumidores alvo comparado com os produtos concorrentes; as posições são planeadas de modo distinguir os produtos dos seus concorrentes

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e proporcionar-lhes a maior vantagem estratégica nos mercados alvo, e oferecerem maior valor relativo aos consumidores.

Estratégias de Marketing para Vantagem Competitiva Fornecer melhor serviço ao cliente e maior valor é necessário, mas não suficiente - é preciso criar vantagens competitivas relativamente à concorrência. As empresas podem assumir quatro posições no mercado:

� Líder de mercado: empresa com a maior quota de mercado que leva a concorrência a alterações do preço, introdução de novos produtos, cobertura de distribuição e gastos promocionais.

� Challenger de mercado: empresa runner-up que compete agressivamente com a líder de mercado para aumentar a sua quota de mercado.

� Seguidor de mercado: empresa runner-up que deseja apenas manter a sua quota de mercado seguindo as estratégias da concorrência.

� Market nicher: empresa que serve nichos de mercado que os concorrentes ignoram ou desconhecem.

Desenvolver Mix de Marketing Mix de marketing: conjunto de ferramentas de marketing tácticas e controláveis – produto, preço, distribuição, comunicação - que a empresa conjuga de modo a obter a reação do mercado alvo que pretende. Produto: tudo aquilo que a empresa oferece ao mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo. Preço: a quantia que os consumidores trocam pelos benefícios da utilização de um produto ou serviço. Distribuição: todas as atividades da empresa que tornam o produto/serviço disponível aos consumidores. Promoção: atividades que comunicam o produto/serviço e as sua qualidades aos consumidores alvo, e os persuadem a comprá-lo. 4 P’s (perspectiva produtor) 4 C’s (perspectiva do consumidor) Produto necessidades e desejos do cliente Preço custo para o consumidor Distribuição conveniência Promoção comunicação

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O Plano de Marketing

� Sumário executivo � Marketing audit � Análise SWOT � Objetivos e missão � Estratégia de marketing � Mix de marketing � Programas de ação � Orçamento � Controle � Implementação

Organização de Marketing Tipos de organização:

� funcional � geográfica � gestão produto � gestão de marca

Controle de Marketing Processo de medição e avaliação dos resultados das estratégias e planos de marketing, e conjunto de ações que asseguram que os objectivos estão a ser atingidos. Definir metas : “o que é que queremos alcançar?”. Medir a desempenho: “o que é que está a acontecer?”. Avaliar a desempenho: “porque é que está a acontecer?”. Tomar ação corretiva: “o que vamos fazer em relação a isto?”. Tipos de controle:

� Operacional: verificar a atual desempenho relativamente aos planos

anuais � Estratégico: verificar se a estratégia base da empresa corresponde às

suas oportunidades e pontos fortes. Implementação de Marketing

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Uma implementação de marketing bem sucedida depende da melhor forma de conjugação de 5 elementos: estrutura organizacional, programas de ação, sistemas de recompensa, recursos humanos e cultura da empresa. MÓDULO 4 4. MICRO E MACROAMBIENTE

As companhias têm sucesso desde que adaptem os seus produtos ou

serviços ao ambiente de marketing (Marketing environment) atol. Este capítulo fala-nos dos principais pontos de chave do ambiente de

marketing (marketing environment) e que afetam a sua capacidade para manter relações de satisfação com o target. Repare-se, contudo, que os responsáveis de marketing devem estender essas relações aos clientes, outros na companhia e parceiros externos na eminência de maiores forças do ambiente que abranjam todos estes atores. Entende-se por ambiente de marketing (marketing environment), o conjunto de atores e forças fora do marketing que afetam as aptidões dos gerentes de marketing para desenvolverem e manterem transações bem sucedidas com o seu target. Atente-se no fato de o ambiente de marketing/marketing environment oferecer, não somente oportunidades, como também ameaças, sendo assim primordial uma contínua observação e adaptação a um ambiente susceptível de mudar de forma bastante rápida.

O papel acima descrito deverá estar confinado a diversos grupos da estrutura das empresas, mas de forma bastante vinculada aos responsáveis de marketing, que devem procurar investigar oportunidades e tendências. Repare-se que os marketers têm duas especiais aptidões: a disponibilidade de introdução de métodos que visam uma recolha de informações relativas ao ambiente de marketing/marketing environment; e o fato de conviverem de forma mais duradoura com os clientes e concorrentes. Pela condução de estudos sistemáticos do ambiente, os agentes de marketing/ marketers estão capacitados para rever e adaptar as estratégias de marketing da empresa na procura de novos desafios e oportunidades no mercado.

O ambiente de marketing/ marketing environment poderá ser dividido em:

� Microenvironment (microambiente): as forças que estão mais próximas da companhia e que afetam a sua capacidade para servir os seus diversos clientes – a companhia, fornecedores, canais de marketing, mercados de clientes, concorrentes e público;

� Macroenvironment (macro ambiente): as mais amplas forças da sociedade que afetam todo o microambiente. Neste conjunto, estão consagradas as forças demográficas, econômicas, naturais, tecnológicas, políticas e culturais.

O microambiente (the company’s environment)

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O sucesso de uma empresa não depende somente de si, mas também dos atores que constituem o seu microambiente. A companhia/ The company Os diretores de marketing, devem trabalhar em consonância com os diversos grupos e departamentos da empresa (dep. Financeiro, R&D, dep. Produção, dep. Contabilístico). O trabalho desenvolvido por estes departamentos atrás referidos tem impacto nos planos e ações do departamento de marketing. De acordo com uma óptica de marketing, todas aquelas funções devem “pensar no consumidor” e trabalhar em harmonia de forma a proporcionar um superior nível de valor e satisfação do cliente. Fornecedores

Entende-se por fornecedores, o conjunto de firmas e indivíduos que disponibilizam os recursos necessários para a companhia e os seus concorrentes poderem produzir os seus bens e prestarem os seus serviços. Repare-se que estes afetam de forma preponderante o marketing. De fato, deve-se ter em consideração a disponibilidade do seu fornecimento – atrasos, greves de trabalhadores, quedas de abastecimentos, que podem originar custos e alterar a o nível de satisfação dos clientes. Para além disso, destaque-se a especial atenção que dever ser dado ao elemento preço, que pode afetar de sobremaneira o volume de vendas da empresa. Intermediários de Marketing/ Marketing intermediaries Estes consistem no conjunto de firmas que podem ajudar a companhia a promover, vender e distribuir os seus bens aos compradores finais. Repare-se que são elementos fundamentais na criação de valor ao nível do sistema de distribuição, sendo que a empresa tendo noção de que não depende somente da sua própria desempenho, deverá estabelecer relações com um conjunto forte de fornecedores e intermediários, de forma a otimizar a desempenho de todo um sistema. Nesta categoria estão incluídas:

• Agentes de revenda e retalhistas: indivíduos e organizações que compram bens e serviços para voltarem a vender, obtendo uma margem de lucro inerente ao processo. Repare-se que, por vezes, estas empresas poderão dispor de uma capacidade e poderes tais que lhe permitam ditar os termos e regras dos contratos de distribuição, ou mesmo fechar a entrada de dado produto em mercados (elevado poder negocia);

• Empresas de distribuição física: incluem empresas de armazenagem, transporte e outras que ajudam a empresa a dotar de stocks e a mover os bens, do seu ponto de origem aos diversos destinos. Nas políticas de distribuição, é essencial determinar as formas de envio dos bens, tendo em conta fatores como o custo, a segurança e a rapidez de serviço;

• Agências de marketing: incluem as empresas de pesquisa de marketing, agências de publicidade, firmas de media, empresas de consultoria de marketing e fornecedoras de outros serviços que ajudam a empresa a promover os seus produtos para os mercados corretos.

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A performance destas firmas, deve ser alvo de uma análise regular, sendo que, se poderão proceder a substituições ;

• Intermediários Financeiros: incluem bancos, companhias de crédito, companhias de seguros e outros negócios que podem ajudar a companhia em nível de transações financeiras ou em na constituição de seguros contra o risco associado de compra e venda de bens. Repare-se que muitas empresas dependem de financiamento externo, estando muito fragilizadas perante aumentos de custos de crédito e também perante a limitação do seu volume.

Clientes As empresas devem estudar com especial atenção os seus mercados de

clientes de forma bastante profunda, devido às características específicas inerentes a cada um. Podemos encontrar diversas categorias de mercados de clientes, a saber:

• Mercados de consumidores: consistem em indivíduos e famílias que compram bens e serviços para consumo pessoal;

• Mercados de negócios (business markets): compram bens e serviços para utilizarem posteriormente no seu próprio processo produtivo;

• Mercados de revenda: compram produtos e serviços para voltarem a vender, obtendo assim uma margem de lucro;

• Mercados institucionais: são constituídos por diversas instituições (escolas, hospitais, prisões) que fornecem produtos e serviços às pessoas que estão ao seu cuidado;

• Mercados governamentais: são constituídos por agências de governo que compram os seus bens e serviços tendo em vista a produção de serviços públicos ou a transferência dos bens e serviços para os que necessitam;

• Mercados internacionais: consistem nos compradores que estão noutros países.

Concorrentes/ Competidores As empresas devem ganhar vantagem estratégica posicionando as suas ofertas de uma forma bastante forte perante as da concorrência. Não chega adaptar as características do produto às necessidades do seu target, pois de acordo com uma óptica de marketing, para uma companhia ser bem sucedida ela deve fornecer mais valor e satisfação aos consumidores do que os seus concorrentes.

Públicos Um público é um grupo que tem um atol ou potencial interesse ou impacto na capacidade de uma empresa atingir os seus objectivos. Podemos identificar sete diferentes tipos de público:

1. Financeiro: estes influenciam a capacidade da empresa para obter fundos (incluem bancos, casas de investimento e stockholders):

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2. Media: são os que contém notícias e opiniões de editorial (incluem jornais, revistas, estações de rádio e televisões);

3. Governamental: a empresa não se pode alhear dos desenvolvimentos que os governos efetuam a dadas matérias (por exemplo, alterações nas leis laborais);

4. Ações de cidadãos: as decisões de marketing de uma empresa podem vir a ser questionadas por organizações de consumidores, grupos ambientalistas, minorias e grupos de pressão.

5. Locais: nesta categoria estão incluídos os vizinhos e organizações das comunidades onde as companhias estão inseridas. Atente-se, por exemplo, na postura que muitas empresas têm adotado, promovendo encontros de atendimento, respondendo a questões e participando em causas da comunidade;

6. Geral: a companhia deverá estar atenta com as atitudes do público para com as suas atividades e produtos, pois, como se sabe, a imagem pública de uma companhia afeta as suas vendas;

7. Interno: nesta categoria estão incluídos os seus trabalhadores, diretores e voluntários. A sua importância é atestada, por exemplo, pelas políticas motivacionais que a empresa leva a cabo.

Uma companhia tem a faculdade de poder direcionar os seus planos de marketing para estes públicos ou para os seus mercados de clientes.

Ambiente Macroeconômico

A empresa opera num ambiente macroeconômico que proporciona oportunidades e ameaças. Empresa é influenciada por forças:

• Demográficas • Econômicas • Naturais • Tecnológicas • Políticas • Culturais

Forças Demográficas

Fatores relacionados com as populações: Dimensão, densidade, localização, idade, gênero, raça, ocupação.

Bastante importante para uma análise de Mkt já que envolve pessoas, e são elas que fazem o mercado.

Aumento da população e tendências de crescimento

Mercados com potencial de crescimento para alargar a gama produtos/serviços: UE, EFTA, Europa de Leste, América do Norte, China. Fatores de aumento população:

• Baixa taxa mortalidade (especialmente infantil) • Aumento esperança média de vida

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• Aumento população – Aumento necessidades para satisfazer – Mais procura!

Contudo o aumento mercado depende também do poder de compra. • Ex. China: Filhos únicos – Têm tudo de bom. Oportunidade para

empresas de brinquedos (Lego, Mattel e Bandai) entrarem neste mercado.

Mudança da estrutura etária de uma população Boomers (1946-1964)

• Pós 2ª Grande Guerra – baby boom – criaram novos mercados – tornara-se target importante.

• Atualmente este segmento encontra-se na casa dos 50 anos – Mercado lucrativo de imobiliário, mobílias, automóveis…

• Dão bastante importância ao trabalho, responsabilidades e ao relacionamento com os outros

• Criam a revolução sexual Generation Xers (1965-1976)

• Crianças cujos pais têm, ambos, emprego • Aumento taxas divórcio • Aumento taxas emprego mães • Desejam construir famílias mais tradicionais • Dar mais atenção aos seus filhos • Era da SIDA • Visão mais econômica devido à época de recessão em que viveram –

Mais conscientes e poupados – Grande atenção aos preços e publicidade

• Novas preocupações culturais – Ambiente e responsabilidade social das empresas.

• Preocupam-se com a qualidade de vida e menos em sacrificar a vida pessoal em pró da profissional.

• Assistem ao nascimento dos computadores e Internet • Em 2010 serão o target principal da maioria dos produtos.

Echo boomers (1977-1994)

• Ainda está a formar preferência e comportamentos • Bastante gastadores (influenciam pais a consumirem brinquedos,

roupas, jogos) • Bastantes produtos no mercado são direcionadas para crianças e

jovens. • Vivem numa era de tecnologia digital (computadores, Internet) • Transformação social – já que aprendem, comunicam, trabalham e

formam comunidades de forma bastante diferente dos seus pais.

Marketers não criam produtos específicos para cada geração, é necessário especificar mais os targets de cada produto, dado que dentro de cada geração existem características muito distintas.

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Países ricos – decréscimo da taxa de natalidade – População mundial

cresce muito pouco e em breve poderá vir a diminuir. O desejo de melhor o nível de vida das famílias. Mulheres desejam trabalhar, melhoria métodos de contracepção e planejamento familiar, faz com que se tenham menos crianças

Aumento esperança média de vida – No futuro a % de pessoas com mais de 65 anos irá aumentar radicalmente. Aumento da procura de produtos e serviços relacionados com a saúde – Devem ser identificadas novas oportunidades de negócio inerentes a esta tendência.

Mudança Familiar � A noção de família tradicional tem vindo a perder peso. � Pessoas têm casado mais tarde e têm menos filhos � Aumento da taxa de mulheres a trabalhar. � Aumento mercado catering, limpeza, comida rápida � Negócios automóvel, seguros e serviços financeiros especialmente

direcionadas para a mulher � Maior divisão de tarefas no casal � Novos tipos de famílias:

o Mono-parentais o Pessoas que vivem solteiras o Casais Homossexuais

Aumento educação da população

� Aumento dos índices da educação da população em geral � Com a abertura dos países de Leste e desenvolvimento na Ásia,

maiores investimentos na educação estarão previstos � Esta tendência aumentará a procura de produtos de qualidade, livros,

viagens, computadores portáteis e Internet

Diversidade Crescente � Aumento UE e lançamento Euro � Tentativa de entrada no mercado europeu dos países de Leste. � O crescimento do espaço europeu potencia desafios e oportunidades

para marketers. � Marketers devem reconhecer grande diversidade dos estados. � Deve ser tido em atenção às características culturais de cada país, o

poder de compra e o perfil dos consumidores. � A diversidade irá existir sempre apesar da crescente convergência da

economia mundial � Empresas deverão identificar essas diferenças e desenvolver as

estratégias de marketing apropriadas a cada local/país/região. � Marketers devem identificar necessidades dos consumidores e

responder a elas

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Ambiente Econômico

Fatores que afetam o poder de compra do consumidor. Economias de subsistência: consomem principalmente produtos internos Economias Industriais: Mercados ricos

Melhoria da distribuição e mudanças no poder de compra � Grande desenvolvimento da tecnologia e comunicações desenvolvidos. � Aumento poder de compra em Singapura, Taiwan e Coréia do Sul � Contudo a instabilidade na economia asiática tem implicações nos

mercados internacionais. Deve-se identificar qual o poder de compra desses países para daí extrair as oportunidades que nos trazem.

� Países com baixo poder de compra tendem a comprar produtos com maior valor acrescentado.

� Marketers tem de potenciar o valor acrescentado dos seus produtos, com a combinação de qualidade do produto, bom serviço e preço justo.

Mudança nos padrões de gastos dos consumidores

� Gastos em diferentes bens dependem dos rendimentos das famílias

mas não só. Gastos em bens primários não alteram muito com o aumento do rendimento familiar (Lei de Engel).

� Deve-se estar bastante atento ás variações da economia nos diversos mercados, de modo a poder aproveitar grandes aumentos do poder de compra e enfraquecer as ameaças da situação contrária.

Ambiente Natural

Envolve recursos naturais que influenciam uma estratégia de marketing Preocupação com problemas ambientais têm aumentado.

Escassez de recursos � Água e Ar pareciam recursos infinitos, contudo apresentam graves

problemas. � Poluição do Ar (grandes cidades) e falta de água (em algumas partes

do mundo) � Recursos como a floresta têm sido utilizados de forma desadequada � Recursos não renováveis (petróleo) apresentam sérios problemas

Aumento do custo da energia

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� Petróleo – Problema para o crescimento econômico (grandes economias dependem deste recurso)

� Procura de energias alternativas

Aumento população � Indústria tem sido responsável pela deteriorização da qualidade

ambiental � Tentativa de mudança das atitudes face aos problemas ambientais –

produção de mais produtos ecológicos, recicláveis, bio degradáveis. � Obrigações ambientais implicam um aumento dos custos para a

empresa mas também a possibilidade de aumentar o lucro � Empresas que aproveitaram esta tendência, transformando “trash into

cash” � Existe nicho de mercado que se encontra disposto a pagar mais por

produtos amigos do ambiente. Contudo, este nicho ainda é pequeno no mercado mundial

� Apesar do aumento da pressão ambiental, a empresa terá de conseguir encontrar um balanço entre as preocupações ambientais e o negócio em si.

Intervenção governamental na gestão de recursos naturais

� Diferentes políticas consoante o país � Tentativa de influenciar as empresas a aceitar mais responsabilidade

social � Em alguns países o Estado ajuda indústrias a atingir o nível de

preocupação ambiental desejado, coparticipando em alguns custos. � Principalmente nos países mais desenvolvidos existem bastantes

parcerias entre empresas e governo neste sentido. � Existem empresas também cujo esforço passa por desenvolver

estratégias sustentadas de melhoramento do meio ambiente, respondendo à procura dos consumidores de produtos que não causam perigos ambientais.

1. Ambiente Tecnológico

As tecnologias têm mudado muito o mundo no qual vivemos, tanto fornecendo-nos verdadeiras maravilhas como autênticos horrores. A nossa atitude face à tecnologia depende do nosso olhar perante estes dois hemisférios. As novas tecnologias não podem ser ignoradas pelas empresas por dois motivos: são as fontes de novas mercadas e oportunidades; e porque substituem a tecnologia antiga (a empresa pode mesmo falir por não substituir a sua tecnologia).

1.1 – Rápido Ritmo de Mudanças Tecnológicas A velocidade de transformação das tecnologias é de tal forma acelerada que a maior parte dos produtos existentes na atualidade não existiam no século passado.

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Os ciclos de vida dos produtos tecnológicos são de tal modo curtos que se está a tornar muito difícil para as empresas acompanharem o seu ritmo. Exemplos: computadores e consolas de jogos. O que as empresas precisam fazer é de tentar perceber se as mudanças tecnológicas vão afetar ou não, de forma continuada, os seus produtos e a satisfação dos seus clientes. É ainda de referir que a tecnologia assenta não só em novos produtos (p.e telemóveis), como também em processos fabris (tecnologia industrial).

1.2 – Altos Orçamentos de R&D

As inovações tecnológicas exigem avultados investimentos em R&D, de tal forma que existem parcerias entre Governos e empresas (através de programas). Preocupações dos programas:

� ajudar as empresas a fazer os investimentos (difíceis até mesmo para grandes empresas);

� combater o aumento da concorrência internacional (vinda principalmente do Japão)

Resultados do programa: � derrubou barreiras entre empresas rivais; � estimulou a expansão de “know-how”

1.3 – Concentração nas Pequenas Melhorias

Face aos elevados volumes de capital necessários, algumas empresas têm preferido fazer pequenas melhorias nos seus produtos e serviços ao invés de grandes inovações. Muitas empresas escolhem mesmo apenas copiar os produtos dos seus concorrentes. Está-se assim a caminhar para uma situação na qual as tecnologias deixaram de ser uma táctica ofensiva para ser meramente defensiva.

1.4 – Crescente Regulamentação

Com o aumento da complexidade dos produtos tornou-se necessário proteger os consumidores. Desta forma, agências governamentais investigam e retiram do mercado todos os produtos que consideram como sendo prejudiciais para os consumidores. Para além disso também penalizam as empresas que não cumpram todas as normas de segurança. Resultados:

� custos mais altos em investigação � é necessário mais tempo entre a idéia e a entrada do produto

no mercado. O Marketing precisa perceber as mudanças no ambiente tecnológico e a forma como as tecnologias satisfazem as necessidades humanas (investigação orientada para o mercado).

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2. Ambiente Político

� leis; � agências governamentais; � grupos de pressão – influenciam e limitam tanto as organizações

como os indivíduos.

2.1 – Negócios Regulamentados pela Legislação Todos concordam que leis bem elaboradas encorajam a competição e permitem uma concorrência justa e transparente. O Governo criou uma política “public policy” para orientar o comércio. Ou seja, um conjunto de leis e regulamentos que limitam os negócios para o bem da sociedade como um todo. Este tipo de legislação tem aumentado gradualmente ao longo dos anos. Existem vários exemplos disto: EU, US, Tailândia e Índia. Mas compreender esta política não é fácil pois tem várias implicações:

� as leis são criadas a diferentes níveis (EUA: a nível federal, estatal e local)

� as regulamentações estão em mudança constante (o que era permitido ontem é proibido hoje e o inverso).

As organizações devem-se manter atualizada no que se refere à legislação e à sua possível interpretação. Propósitos desta legislação:

� proteger as empresas umas das outras Quando as empresas não conseguem vencer a concorrência tentam neutralizá-la. É preciso combater isto.

� proteger os consumidores Sem concorrência as empresas não atenderiam às verdadeiras necessidades dois consumidores, podendo até mesmo enganá-los através de publicidade enganosa e prejudicá-los.

� proteger os interesses da sociedade Negócios lucrativos nem sempre melhoram a qualidade de vida das pessoas. É preciso assegurar que as organizações assumem a sua responsabilidade pelos seus custos sociais na sua produção ou nos seus produtos.

2.2 – Crescimento de Grupos Públicos de Interesse

O consumerismo tem aumentado de tal forma que estes grupos têm-se vindo a alastrar e operando a vários níveis. Mas além dos consumeristas as empresas devem também considerar:

� protetores do meio ambiente � mulheres � crianças � minoria étnicas � idosos � deficientes

2.3 – Aumento do Ênfase Ético e Ações Sociais Responsáveis

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As leis existentes não conseguem cobrir todas as irregularidades possíveis. Por esta razão as empresas governam-se por códigos sociais de ética profissional – “do the right thing”. Quase todos os aspectos do Marketing envolvem questões éticas. No entanto, a ética é bastante subjetiva, pelo que pessoas bem intencionadas podem não concordar honestamente com a ação mais carreta numa situação em particular. O “boom” em e-commerce e Internet tem levantado muitas questões éticas sociais, principalmente ao nível da invasão de privacidade visto que os dados das pessoas quando colocados on-line são abusivamente aproveitados e utilizados pelo Marketing. Outro problema é tentar restringir o acesso de menores a determinados sites, por exemplo, sites de armas ou pornográficos.

3. Ambiente Cultural

O ambiente cultural é constituído por instituições e forças que afetam os valores mais básicos da sociedade, as suas percepções, preferências e comportamentos.

3.1 – Persistência dos Valores Culturais Na sociedade existem alguns valores e crenças que persistem ao longo do tempo. Existem dois tipos de crenças:

� “Core Beliefs” Passados de pais para filhos e fortalecidos pelo ensino, educação e religião. Não são facilmente moldáveis ou mudados.

� “Secondary Beliefs” Podem ser moldáveis. O Marketing vai acuar sobre estas crenças e valores.

3.2 – Mudanças nos Valores Culturais Secundários

O Marketing pretende prever as mudanças culturais para captar novas oportunidades ou novas ameaças. Os principais valores culturais da sociedade são expressos na visão das pessoas sobre elas próprias, sobre os outros, sobre as organizações, sobre a sociedade, sobre a Natureza e sobre o Universo. 3.2.1 – Visão das Pessoas sobre Elas Mesmas A importância que as pessoas dão aos outros ou a elas próprias depende muito de indivíduo para indivíduo. Se há quem viva para seu prazer pessoal, há quem procure a sua realização em elementos externos.

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Os consumidores são estas pessoas, que usam os produtos, as marcas e os serviços para se exprimirem e só adquirem produtos e serviços com os quais se identifiquem. Na última década vivia-se uma época de egocentrismo (me-society) onde o consumo servia para satisfação pessoal. Atualmente vivemos numa sociedade mais comedida e consciencializada dos seus gastos, mais orientada para valores mais sólidos como a família. A constatação deste fato pode ser uma grande oportunidade para certas empresas (servem as necessidades mais básicas e que têm produtos de real valor). 3.2.2 – Visão das Pessoas Sobre os Outros “We-society”, as pessoas querem estar com as outras e servi-las no que puder (caridade, voluntariado,...). Isto implica uma maior procura de produtos e serviços de “suporte social”, ou seja, jogos, férias familiares e clubes, entre outros. 3.2.3 – Visão das Pessoas sobre as Organizações As pessoas querem trabalhar para as grandes organizações e, em contrapartida, esperam que estas se acarretem do trabalho social. Mas recentemente a confiança e lealdade dos trabalhadores nas instituições e organizações, tanto comerciais como políticas, tem decrescido. As organizações necessitam claramente de novas formas de ganhar novamente a confiança dos seus trabalhadores e consumidores. Para tal necessitam de:

� rever a sua comunicação, passar uma imagem e mensagem honesta;

� rever as suas atividades, para ter a certeza de que estão a ser bons cidadãos cooperativos.

3.2.4 – Visão das Pessoas sobre a Sociedade � patriotas, defendem a sociedade; � reformistas, querem mudar a sociedade; � “descontentes”, querem deixar a sociedade.

A orientação de cada pessoa influi no seu consumo, nível de poupança e atitude face ao mercado.

3.2.5 – Visão das Pessoas sobre a Natureza As pessoas começam a reconhecer a Natureza como finita e frágil, sendo destrutível pela atividade humana. O amor crescente pela Natureza tem conduzido a uma maior procura de atividades “outdoor” às quais as empresas têm respondido com um aumento da oferta. 3.2.6 – Visão das Pessoas sobre o Universo As pessoas procuram respostas. Qual a origem do Universo? Qual é o meu lugar no Universo? Os futuristas notaram uma imergência dos interesses na religião. Os consumidores procuram agora valores mais permanentes e uma maior definição do Bem e do Mal. Este “novo espiritualismo” tem vindo a afetar o consumo.

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Respostas às Envolventes do Marketing Muitas empresas vêem a sua envolvente como algo de incontrolável perante o qual apenas se podem adaptar. Aceitam a envolvente nada fazendo para a modificar, apenas delineando estratégias que ajudam a empresa a evitar as ameaças e a aproveitar as oportunidades. Outras empresas optam por uma perspectiva de gestão da envolvente, tomando uma atitude bastante mais agressiva, procurando afetar o público. Conclusão: Sempre que possível a Gestão de Marketing deve optar por uma postura proativa, mas nem sempre as circunstâncias vão permitir fazê-lo, pelo que, nesta situação, deverá então apenas observar a envolvente e reagir perante esta. MÓDULO 5 5.O COMSUMIDOR f modelos do comportamento dos consumidores

A questão essencial é perceber como os consumidores reagem aos vários estímulos de marketing ,que a empresa pode utilizar (produto, preço, comunicação e distribuição_ 4 P’s). A empresa que conseguir entender isto, vai ter uma grande vantagem sobre os seus concorrentes.

O marketer deve captar como os estímulos são transformados em resposta dentro da black box do consumidor, o que se passa em 2 partes: primeiro as características do consumidor vão influenciar o modo como ele percepciona e reage ao estímulo;em segundo o processo de decisão de compra,em si mesmo,vai afetar o comportamento do consumidor.

Nunca se saberá em concreto o que está na black box,no entanto os modelos podem nos ajudar a compreender os consumidores e a ensinar-nos como influenciá-los.

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f características condicionantes do comportamento do consumidor

► Fatores culturais

� Cultura A cultura consiste num conjunto de valores

básicos,percepções,necessidades (wants) e comportamentos aprendidos por um membro da sociedade a partir da família e de outras instituições importantes. Assim o comportamento humano é em grande parte aprendido,sendo de salientar que não se deve tomar certos valores como garantidos pois eles não são universais em termos culturais, uma vez que depende do que cada um aprendeu.

Como exemplo da cultura, salienta-se a nova tendência para preocupações do fórum da saúde e bem estar,o que faz com que haja uma cultura de saúde,que por sua vez constitui grandes oportunidades de negócio para serviços de health and fitness,equipamento de exercício,comida de baixas calorias...

� Subcultura Cada cultura contém pequenos grupos ou

subculturas,de pessoas que partilham o mesmo sistema de valores,baseado em experiências de vida e situações comuns. Exemplos de subculturas são as nacionalidades,religiões,grupos raciais e zonas geográficas.

Muitas subculturas compõem importantes segmentos de mercado,sendo que os marketers

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concebem produtos e programas de marketing adequados às necessidades destas. Existem certas subculturas em que os mercados são maiores que alguns mercados nacionais(a título de curiosidade os hispânicos representam 40 milhões de pessoas e os africanos 30 milhões).

A subcultura pode afetar as preferências alimentares,as escolhas de vestuário, as atividades recreativas e os objectivos de carreira.

� Classe social As classes sociais são uma variável relativamente permanente da

sociedade, representando divisões ordenadas numa sociedade em que os

membros partilham valores, interesses e comportamentos semelhantes.

O sistema de classes varia no espaço e com o nível de prosperidade

dos países. O modelo do diamante caracteriza-se por ter poucas pessoas no

topo e na base e muitas no meio,sendo normalmente representativo de

países desenvolvidos. Em países menos desenvolvidos,como por exemplo

os da América Latina e África,apresentam uma estrutura em pirâmide com

uma concentração de pessoas pobres na base.

Importa ainda referir que certos sistemas de classes têm maior

influência no consumo que outros. Existem culturas em que a cada casta é

atribuído um papel distinto,pelo que o consumo é fortemente associado à

classe social a que se pertence. As classes de topo normalmente tendem a

adquirir produtos de marcas de luxo, enquanto que as classes sociais mais

baixas são mais culture-bound. A população mais jovem,de todas as

classes,tende a adquirir marcas jovens internacionais tais como Nike,Swtach

e Coca-Cola.

► Fatores sociais

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� Grupos Quando o grupo a que uma pessoa pertence tem influência direta,denomina-se esse grupo como membership group. Estes podem ser classificados como grupos primários e secundários. Primários quando existe uma interação regular e informal, como por exemplo,a família,amigos,vizinhos e colegas de trabalho. Relativamente aos grupos secundários, pode-se afirmar que são mais formais e que têm menos interação regular, como é o caso de grupos de religião,associações profissionais e sindicatos. No entanto os grupos ainda podem ser classificados como grupos de referência ou grupos de aspiração. Os de referência caracterizam-se por ser diretos(face to face) ou então por terem uma influência indireta nas atitudes ou comportamento da pessoa. Já os grupos de aspiração são aqueles a que um individuo quer pertencer,dado que se identifica com ele,sem qualquer tipo de contacto face to face. Para os marketers interessa identificar os grupos de referência dos respectivos mercados alvo,visto que estes grupos expõem a pessoa a novos comportamentos e estilos de vida, influenciam a sua atitude, e criam pressão por forma a afetar a escolha do produto e da marca.~

As influências de um grupo condicionam as escolhas do produto e da marca quando se refere a bens públicos. No entanto, no que toca a produtos de necessidade privada o grupo não repara no produto/marca que a pessoa consome.

� Família A família é um dos fatores que também vai ter impacto no consumo. Aos

marketers, revela-se de especial interesse averiguar os papéis e a influência

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relativa do marido,mulher e criança na compra de uma enorme variedade de produtos e serviços,no que respeita ao seu mercado alvo específico.O fato das mulheres trabalharem na maioria dos países desenvolvidos, é um fato que se reflete no consumo. Verifica-se ainda que normalmente os produtos mais dispendiosos,seguem um processo de decisão conjunta do casal(por exemplo compra de uma câmara). Por decision making unit entende-se o conjunto de indivíduos que participam e influenciam o processo de decisão de compra do consumidor. Assim surge o iniciador (pessoa que sugere ou pensa na idéia de adquirir um determinado bem ou serviço),o influenciador (a sua visão ou conselho influenciam a decisão de compra),o decisor (a pessoa que opta pela decisão de compra ou por uma parte-o que comprar, como e onde),o comprador (o que efetivamente realiza a compra,não tem necessariamente de ser o decisor) e por fim o utilizador (o que consome ou utiliza o bem ou produto).

� Papel e estatuto (role and status) A posição de uma pessoa em relação a um grupo pode ser definida pelo

seu papel ou estatuto. Um papel consiste na ação que é expectável que a pessoa realize consoante o grupo em que está inserida (por exemplo a pessoa x em casa é o filho, na faculdade é estudante...). A cada papel está associado um estatuto que reflete a estima que a sociedade tem por ele. As pessoas tendem a optar por produtos que sejam representativos do seu estatuto.

Fatores Pessoais: A decisão do consumidor também é influenciada por características pessoais, tal como as que de seguida irei nomear. Idade e Ciclos de vida: As pessoas alteram os seus hábitos de consumo (forma como: se alimentam; se vestem; qual o mobiliário que escolhem) consoante a ciclo/etapa da vida em que se encontram. A compra é ainda influenciada pelo ciclo de vida da família, as etapas que as famílias passam ao amadurecerem com o passar do tempo (Novo; Meia-Idade; Idoso). Os Marketers definem frequentemente o seu público-alvo com base no ciclo de vida que as pessoas se encontram, desenvolvendo produtos especializados e planos de marketing focalizados para cada uma destas etapas. É ainda de notar que o Marketer deve identificar previamente (posição pró-ativa) quaisquer transformações que ocorrem nas diferentes etapas do ciclo de vida (satisfeito; Frustrado; etc.) e que pode decorrer em novos gostos/interesses e hábitos de consumo. Ocupação/Profissão:

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A ocupação/profissão afeta os bens e serviços que a pessoa adquire. Tal como referido em cima os Marketers tentam identificar diferentes grupos por ocupação, que apresentam um interesse acima da média nos produtos e serviços que adquirem (apresentam grande preocupação no vestuário de trabalho). Circunstâncias Econômicas: A situação econômica, como esperado, influencia a escolha de produtos. Os Marketers de bens muito sensíveis ao rendimento, devem estar atentos às tendências do rendimento individual (salário), poupanças e taxas de juro. Se por exemplo, a economia indicar uma recessão, os Marketers devem redesenhar, reposicionar e reformular o preço dos seus produtos, de forma a acompanhar o ciclo econômico. Estilo de Vida: Pessoas que têm a mesma sub cultura, classe social e ocupação podem ter diferentes estilos de vida. Estilo de Vida é o padrão de vida expressa nas suas atividade, interesses e opiniões que a pessoa tem, e que vão além do estatuto social e dos traços de personalidade de cada indivíduo. Reflete todo o padrão de atuação e interesse na envolvente. As técnicas que medem o estilo de vida e desenvolvem classificações para o mesmo são conhecidas como gráficos psicológicos e envolvem a medição das seguintes dimensões primárias (AIO), atividade, interesses, opiniões. A classificação/tipologia desenvolvida para estes estilos de vida (VALS) subdividem-se em nove grupos, consoante são direcionados: para dentro (experimenta listas); para fora (executores); ou se têm necessidade de serem direcionadas (sobreviventes). Por exemplo um banco que adaptou este modelo identificou que o estilo de colaboradores que procurava era executores, que apresentavam características muito individualistas e altamente competitivas. O banco descreveu então, um plano de marketing de grande sucesso focalizado em desportos individuais e com uma elevada componente competitiva. O estudo de SINUS, chamado tipologias de “social milieus”, descreve a estrutura da sociedade em cinco classes sociais e orientações, que partilham uma série de crenças e valores relacionados com: o trabalho; relações pessoais; atividade de lazer; estética; e com a percepção de planos futuros, desejos e sonhos:

1. Orientação Básica: Tradicional – a preservar; 2. Orientação Básica: Materialista – a ter; 3. Valores em mudança: Hedonismo [1] – a satisfazer; 4. Valores em mudança: Pós-Materialismo – a ser; 5. Valores em mudança: Pós-Modernismo – a ter, a ser, a

satisfazer. [1] sistema filosófico que considera o prazer como único fim da vida Distingue dois tipos de valores:

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Valores Tradicionais, enfatiza o trabalho duro; sobriedade; religião; honestidade; boas maneiras e obediência Valores Materiais, relacionados com posse e a necessidade de segurança. Esta tipologia serve para fornecer informação sobre o quotidiano da pessoa e quais os pontos que gosta ou não no seu trabalho, o que ajuda no desenvolvimento do produto e na sua publicitação. Relativamente ao estudo (ACE- Anticipating Change in Europe) efectuado com o objetivo de perceber como as mudanças sociais poderiam afetar as tendências de mercado, tendo como base a análise das seguintes características: sociodemográficas; perfile sociocultural; atividade; comportamento em relação aos media; tendência política; e disposição, podemos identificar 6 eurotipos:

1. O tradicionalista 2. O caseiro 3. O racionalista 4. O prazenteiro 5. O competidor 6. O líder (que desenvolve uma tendência) Este estudo apenas permite concluir que os europeus com nível de vida

superior têm hábitos de consumo semelhantes em toda a Europa, mas que existe uma grande discrepância relativamente aos hábitos da classe média-baixa entre países. O que permite às empresas de produtos de luxo, utilizar a mesma estratégia publicitária internacionalmente (standard para todos os países).

O conceito de estilo de vida, quando usado cuidadosamente pode ajudar o marketer a perceber os valores em mudança do consumidor e como estes afetam o seu comportamento (compra). Personalidade e o auto-conceito de casa pessoa:

Cada pessoa apresenta traços de personalidade distintos (diferentes características que levam a relativamente consistentes e duradouras respostas à sua própria envolvente) e que influenciam o seu comportamento de compra. A personalidade pode ser útil para analisar o comportamento do consumidor relativamente a um produto ou uma marca. Por exemplo as grandes empresas (DELTA) de cafés descobriram que os elevados consumidores de café tendem a ser mais sociáveis, logo, estas empresas desenvolveram anúncios onde as pessoas se encontram apenas para tomar café, como forma de convívio.

Muitos Marketers utilizam outros conceitos relacionados com personalidade, como auto-conceito, ou auto-imagem (a imagem que as pessoas têm de si próprias), que tem como base a premissa “We are what we have”. Tornando-se essencial para os Marketers perceber a relação existente entre a auto-imagem das pessoas e o que elas realmente possuem. Esta relação é muito difícil de prever devido à dificuldade existente na definição de auto-imagem, será que descreve o que a pessoa realmente é?; ou será que

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descreve o que a pessoa gostaria de ser?; ou será que descreve a forma como os outros a vêem?.

Fatores Psicológicos:

As escolhas de compra de um consumidor são muito influenciadas por

quatro importantes fatores psicológicos: motivação; percepção; aprendizagem; crenças e atitudes. Motivação

Uma necessidade só se torna uma motivação quando alcança certo nível de intensidade. Um motivo é uma necessidade com pressão suficiente sobre a pessoa para a levar a procurar a sua satisfação. Como já lecionado na cadeira de Comportamento Organizacional, duas das mais populares teorias da motivação foram desenvolvidas uma por Freud e outra por Maslow.

A teoria de Freud assume que as pessoas são francamente inconscientes no que dita e modela o seu comportamento, isto é, elas não entendem completamente as suas motivações. O que torna extremamente difícil tirar quaisquer conclusões sobre estudos (inquéritos; entrevistas; grafologia; completar frases; interpretação de frases; e role playing) efetuado nesta perspectiva.

A teoria de Maslow, tenta explicar porque as pessoas são levadas a ter certas necessidades a dada altura da sua vida. As necessidades estão organizadas segundo uma hierarquia, da que ter maior pressão à que tem menor pressão.

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A pessoa vai tentando satisfazer as mais importantes necessidades

primeiro, até que essa deixe de ser motivadora e passe à seguinte mais importante e assim por diante.

Apesar desta teoria não poder estabelecer paralelos entre diferentes países, por não ser universalmente aceite, é possível entender que uma pessoa que procura um produto (máquina fotográfica) já satisfez algumas das suas primeiras necessidades, psicológicas, de seguranças e sociais, elas não motivam o seu interesse na aquisição de máquinas fotográficas, mas esta motivação pode provir da necessidade de reconhecimento dos outros, ou de auto-realização profissional. Percepção: Uma pessoa motivada está pronta para agir. A forma como a pessoa age é influenciada pela sua percepção da situação, daí que seja possível duas pessoas agirem de forma inteiramente diferente, mas de acordo com a sua percepção da realidade. A percepção é o processo a partir do qual as pessoas selecionam, organizam e interpretam a informação de modo a arquitetarem uma fotografia fidedigna da realidade. As diferentes formas de percepcionar a mesma realidade surgem devido a 3 processos de percepção:

1. Seleção Atenta, as pessoas são expostas a inúmeros estímulos (ex: anúncios) diariamente, mas apenas captam três ou quatro destes 1500 estímulos, por exemplo. Esta seleção reflete a tendência da pessoa extrair o

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máximo de informação possível de todos esses anúncios, o que implica que o marketer deve ter especial preocupação em atrair a atenção do consumidor (público-alvo), i.e., deve fazer sobressair o se anúncio aos restantes.

2. Seleção Distorcida, descreve a tendência das pessoas para adaptar a informação recebida a interesses pessoais. As pessoas tendem a interpretar a informação de forma a suportar aquilo que já acreditavam. Esta seleção reflete que os Marketers devem tentar perceber a mente dos consumidores e como isso afetará a sua percepção dos anúncios e informação sobre as vendas.

3. Seleção Retida, as pessoas tendem a reter não o que aprendem, mas sim o que suporta a suas atitudes e crenças. É devido a estes três processos, que é necessário que os Marketers trabalham arduamente para conseguirem fazer passar a sua mensagem. Apesar de alguns consumidores se sentirem ameaçados pelo bombardeamento de informações e mensagens que são enviadas para o mercado, o marketer preocupa-se mais em tentar compreender se as suas ofertas são captadas pelo mercado. Aprendizagem:

Aprendizagem descreve alterações no comportamento do indivíduo, a partir das experiências que desenvolve. Aprendizagem ocorre da ligação entre “drive” (forte estimulo interno para atuar); estímulos; “cios” (estimulo menor que determina quando, onde, e como a pessoa responde); respostas; e fortalecimento.

A pessoa está direcionada (“derive”) para a satisfação de uma necessidade, e.g., de auto-realização, esta direção passa a ser um motivo quando está direcionada a um estímulo concreto (e.g. aquisição da máquina fotográfica). A opção de comprar essa máquina parte de uma série de estímulos menores que a pessoa encontra no mercado para adquiri-la, os “cios”, (promoções; exposições), mesmo não sendo uma necessidade eminente. Em resposta a estes estímulos todos a pessoa acaba por comprar a máquina, e é a sua boa desempenho que a leva a utilizá-la muito mais vezes (fortalecimento de que foi uma boa compra).

O reverso da generalização (vários produtos semelhantes no mercado com o mesmo derive, coe e fortalecimento) é a discriminação, que significa que o consumidor é capaz de identificar diferenças entre produtos semelhantes, apenas de diferentes marcas e consegue ajustar a sua resposta segundo a informação obtida, (diferentes derives, fortes cios para o consumidor mudar de marca).

Crenças e Atitudes: Uma crença é um pensamento descritivo que uma pessoa tem sobre algo, que pode ser baseado em conhecimento real dos fatos, em opiniões ou apenas no destino e pode ou não ter carga emocional.

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Os Marketers estão interessados em saber quais as crenças que os consumidores têm relativamente aos seus produtos ou serviços, porque é a partir destas crenças que é formada a sua imagem da marca, que influencia o comportamento do consumidor. As atitudes das pessoas descrevem uma posição relativamente consistente sobre a sua avaliação (favorável ou desfavorável), as suas tendências, e os seus sentimentos em relação a um objeto ou idéia. As atitudes são muito difíceis de alterar porque se encaixam num padrão de comportamento. Daí que seja mais acessível às empresas tentar ajustar o seu produto a um padrão de comportamento (atitude) do que tentar alterar uma atitude com o seu produto. Apesar de existirem casos que os elevados custos foram compensados com elevadas remunerações a LP, i.e., a alteração de atitude por vezes compensa. PROCESSO DE DECISÃO DE CONSUMO A escolha dos consumidores depende de múltiplos fatores (cultura, sociedade, fatores psicológicos, etc.) que não são influenciados pelo marketing. Todavia, estes são elementos importantes para avaliar os interesses/comportamentos dos consumidores. T IPOS DE COMPORTAMENTOS DE CONSUMO O tipo de comportamentos depende essencialmente da natureza do bem que se pensa comprar. Quanto mais caro este é, mais complexa a escolha e mais pessoas são envolvidas no processo de decisão. Comportamentos de Consumo Complexo – tem lugar quando há grande envolvimento na compra e são notórias as diferenças entre marcas, ou porque o bem é caro, arriscado ou de consumo pouco freqüente. MATRIZ DE TIPOS DE COMPORTAMENTO

Muito Envolvimento Pouco Envolvimento

Diferenças significativas entre marcas

Comportamento de consumo complexo

Comportamento em busca de variedade

Poucas diferenças e entre marcas

Comportamento reduzido por dissonância

Comportamento de consumo habitual

Na escolha de um PC portátil, por exemplo, o consumidor passará várias fases antes de se decidir, uma vez que este é um produto cujas características não são facilmente identificadas ou compreendidas. Primeiramente dá-se um processo de aprendizagem, no qual se formam idéias acerca do produto, idéias essas que são desenvolvidas durante o processo de escolha que irá terminar

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numa compra consciente. Cabe aos especialistas de marketing destes produtos fazer chegar aos consumidores informação sobre os atributos mais relevantes do bem, evidenciando o que o diferencia das outras marcas. O papel dos revendedores é muito importante neste sentido, pois estando mais próximo dos clientes podem mais facilmente influenciar as suas escolhas.

COMPORTAMENTO REDUZIDO POR DISSONÂNCIA EX. ALCATIFA Há forte envolvimento na compra do produto, mas todas as marcas apresentam produtos aparentemente semelhantes, o que torna o processo de decisão mais rápido. O fator que os faz optar por determinada marca não é o mais relevante. A dissonância vem de defeitos encontrados no produto escolhido, as vantagens identificadas nos produtos concorrentes. Compete aos especialistas de marketing estabelecer uma relação pós-venda com o consumidor, para lhe dar o necessário apoio diminuído a dissonância.

COMPORTAMENTO DE CONSUMO HABITUAL EX. SAL

Ocorre quando há pouco envolvimento, aliado a poucas diferenças entre marcas. A escolha desta depende essencialmente do hábito e não de decisões elaboradas; isto ocorre em bens de baixo preço. O consumidor recebe informação sobre o produto simplesmente pelos meios de comunicação, não procurando em obter mais dados. Mesmo depois da compra feita, muitas vezes o consumidor não se preocupa em verificar se o produto satisfaz a 100% a sua necessidade.

Dado que não é pelas características do produto que se pode estimular as vendas, o departamento de marketing pode apenas fazer concorrência em preço, promoções, e tentar ganhar destaque nos pontos de venda. As campanhas publicitárias, por sua vez, devem centrar-se em símbolos e mensagens de curta duração repetidas frequentemente em breves spots televisivos. Neste tipo de mercado, a TV apresenta-se como o melhor meio de comunicação devido à passividade com que o consumidor recebe a informação.

COMPORTAMENTO EM BUSCA DE VARIEDADE EX. BOLACHAS

Nestas situações, o consumidor vê-se pouco envolvido com o produto,

mas depara-se com muita variedade, o que gera neste o hábito de mudar de marca com frequência. Isto não se deve à não satisfação da necessidade, mas sim pela simples vontade de experimentar algo novo.

A estratégia de marketing a adotar nestes casos difere se a empresa for líder ou seguidora. Sendo líder, pode acentuar a publicidade e fazer-se evidenciar nos pontos de venda. As seguidoras procuram o seu lugar no mercado através de preços mais baixos, promoções e apostando na diferenciação.

O processo de decisão

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A decisão do consumidor é um processo complexo e dificilmente explicado, porém podemos sistematiza-lo.

Em compras mais rotineiras, o consumidor tende a passar à frente de algumas destas fases por já estar familiarizado com o produto.

PERCEPÇÃO DA NECESSIDADE Neste estádio, o consumidor apercebe-se de que tem uma necessidade ou problema. Esta percepção pode resultar de estímulos internos, relacionados com as necessidades inerentes à existência humana, ou de estímulos externos, quando resultam de publicidade, comentários de amigos, etc. Compete ao departamento de marketing pesquisar acerca dos estímulos a que o seu cliente alvo está sujeito, que necessidades são despertadas e por que razão, face a tal estímulo, o consumidor opta por esse produto específico. Ao fazer esta recolha de informação pode-se identificar quais os estímulos que despertam interesse sobre o nosso produto, e como os incluir em campanhas publicitárias.

PESQUISA DE INFORMAÇÃO Muitas vezes, o produto que se procura é facilmente encontrado, mas pode ocorrer que nenhum dos disponíveis seja o indicado para a nossa necessidade específica. Assim sendo, o consumidor terá que procurar mais informação até encontrar um produto à sua medida. Esta busca de dados adicionais pode-se revelar num maior interesse por artigos sobre o tema em questão, tendência para observar mais cuidadosamente anúncios sobre produtos relacionados ou semelhantes, ou levar a uma pesquisa avançada sobre marcas, modelos e opiniões. As fontes de informação podem ser diversas:

� Pessoais: família, amigos, pessoas próximas;

� Comerciais: anúncios, técnicos de vendas, internet;

� Públicas: meios de comunicação, associação de consumidores;

� Experimentais: uso e manuseamento do produto.

As fontes mais influentes tendem a ser as pessoais, revelando-se estas decisivas nas escolhas de serviços. Deve-se perguntar, na abordagem comercial, como é que o cliente teve

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conhecimento da marca, e que informações teve sobre esta, para assim se identificar as fontes a que o consumidor está mais sujeito.

AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS

Entre a recolha de informação e a decisão de compra estão as

alternativas consideradas pelo cliente, que resultam de uma triagem de informação. Esta seleção, contudo, não é linear, pelo que assumimos alguns pressupostos:

� Cada consumidor procura satisfazer a sua necessidade e assim obter utilidade; Cada produto satisfaz a mesma necessidade de maneiras diferentes, proporcionando mais ou menos utilidade.

� O consumidor vai atribuir diferentes graus de importância aos atributos

do produto, caso este os considere, ou não, relevantes para a sua escolha.

� O consumidor tente a desenvolver idéias sobre a relevância que cada

marca dá a cada atributo. Por exemplo, a MG dá mais relevância ao design do carro, enquanto que a Mercedes prima pela segurança.

Imagem de marca – idéias formadas pelos consumidores sobre os atributos específicos de cada marca.

� O consumidor atribui diferentes utilidades aos diferentes atributos. � Demonstra uma atitude diferente consoante a marca que está em causa

após ter feito uma avaliação das várias marcas e dos atributos que cada produto disponibiliza.

Marcas Preço Durabilidade Design X 6 5 7 Y 4 5 5 Z 9 8 9

Dependendo do atributo mais valorizado pelo consumidor, assim depende a sua escolha. O processo torna-se mais complexo quando são tidos em conta simultaneamente vários atributos. Deve-se então atribuir um peso a cada um. Calculando a utilidade de cada bem, multiplicando o peso do atributo pelo seu valor, chegamos ao valor esperado por marca. A que tiver maior valor será a escolha do consumidor. Outro modelo de avaliação de alternativas passa pelos mínimos aceitáveis – conjunctive model. Qualquer produto que não tenha algum destes atributos está excluído do leque de opções.

Por outro lado, o consumidor pode assumir que não aceita um produto com o parâmetro qualidade menor que 7 – disjunctive model.

A utilização de cada modelo depende de cada situação específica. O Marketing deve estar atento ao peso que os clientes dão a cada atributo, para que cada consumidor tenha um produto à sua medida.

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DECISÃO DE COMPRA

Nesta fase, o consumidor hierarquiza as opções de compra por grau de

utilidade. No entanto, entre a intenção de compra e a decisão de compra está a atitude dos outros face à escolha do consumidor. As opiniões favoráveis ou desfavoráveis podem fazê-lo mudar de opinião sobre o produto.

Há ainda outro fator que pode ser determinante, sendo este as situações inesperadas nas quais se inclui diminuição acentuada do poder de compra (por perda de emprego, por exemplo), aparecimento de uma necessidade mais urgente, etc.

COMPORTAMENTO PÓS-COMPRA A satisfação ou frustração da necessidade do consumidor resulta da relação entre as suas expectativas e a performance do produto. Deve haver a preocupação de não fazer o cliente crer que o produto tem um desempenho muito acima do esperado, são não for o caso, este ficará insatisfeito e não voltará a comprar. Dissonância cognitiva – descontentamento resultante do conflito pós-compra. O marketing centra-se muito na fidelização do cliente, porque é mais dispendioso atrair clientes novos que manter os existentes. Um consumidor satisfeito volta a comprar, influencia favoravelmente os amigos, presta menos atenção à concorrência e compra outros produtos da mesma marca. Ouvir a opinião do cliente é útil para estreitar relações e diminuir a insatisfação deste, se for o caso, tentando fazê-lo aperceber-se de que fez uma boa escolha.

Perceber as necessidades dos consumidores e o seu processo de decisão é a chave para a estratégia de marketing. Deste modo pode-se não só ir ao encontro das suas expectativas, como também identificar os fatores que devem ser exaltados para influenciar o consumidor a escolher esta marca de entre as outras. O processo de decisão do comprador para novos produtos: Novo produto: bem serviço ou idéia que alguns consumidores potenciais percepcionam como novo. Pode já existir no mercado há bastante tempo mas

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o nosso interesse refere-se ao modo de como os consumidores aprendem os produtos e tomam decisões sobre se devem ou não passar a comprar. Processo de adoção de um produto: Processo mental pelo qual um individuo passa de um primeiro contacto com o produto para um consumo regular. Fases de adoção de um produto:

1. Conhecimento do produto: o consumidor toma conhecimento sobre o produto mas não tem conhecimento total sobre este

2. Interesse: O consumidor procura informação sobre o produto 3. Avaliação: O consumidor decide se vale a pena experimentar o novo

produto 4. Experimentação: o consumidor tenta o novo produto a uma escala

pequena para maximizar e estimar o seu valor 5. Adoção do produto: o consumidor passa a consumir o novo produto

Diferenças individuais dos consumidores na adoção de novos produtos:

As pessoas diferem muito na sua disponibilidade de experimentar novos produtos. Isto levou a que se dividissem os consumidores em diferentes categorias que explicam o tempo necessário para a adoção de produtos inovadores (fig. 6.8, pág 223). Podemos assim encontrar cinco grupos diferentes de pessoas consoante o tempo que demoram a adotar um novo produto: - Inovadores: são aventureiros, tentam idéias novas, incorrendo em algum risco; - Pessoas que adotam rapidamente o produto (Early adopters): são lideres de opinião na sua comunidade e seguem novas idéias rapidamente mas com cuidado; - A maioria inicial (Early majority): embora raramente sejam lideres adotam novas idéias antes da média; - A maioria lenta (Late majority): são cépticos, adotam uma inovação apenas após a maioria das pessoas o fazer; - Os cépticos (Laggards): têm muitas suspeitas em relação à mudança e só adotam novos produtos após estes se tornarem tradicionais.

Este tipo de classificação sugere que uma empresa que pretenda introduzir uma inovação deverá estudar as características da maioria inicial e dos inovadores, direcionando os seus esforços de marketing para estes dois grupos.

Os produtores de produtos ou bens sujeitos a uma grande influência de grupo deverá entender a forma de chegar ao líder de opinião do grupo de referência.

Lideres de opinião: Pessoas inerentes a um grupo de opinião que devido

às suas características, qualidades individuais, conhecimento, personalidade ou outra coisa qualquer, exercem influência sobre outros indivíduos.

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O papel da influência pessoal: A influência pessoal desempenha um papel muito importante na adoção de novos produtos. A influência pessoal descreve o efeito que comentários feitos por uma pessoa à outra, sobre uma determinada atitude, podem ter na probabilidade de compra de um produto. Os consumidores consultam-se e pedem conselhos uns aos outros, sobre as qualidades de um determinado bem ou serviço, o que tem uma grande influência sobre a decisão final de cada individuo. A influência pessoal tem um papel decisivo essencialmente na fase de avaliação do novo produto e é mais importante em compras de risco, do que em compras certas. Influência das características de um produto no racemo de pessoas que o adotam: As características de um novo produto determinam o seu rácio de opção por novos consumidores, alguns produtos ganham uma grande aceitação muito cedo (ex: Pokemon – admitam, vocês sabem o que é!), enquanto que outros demoram muito mais tempo a serem aceites (ex: TV Digital). Cinco características são especialmente importantes para o rácio de adoção de um novo produto:

1. Vantagens relativas: Grau segundo o qual uma inovação parece superior a um produto já existente;

2. Compatibilidade: Grau em que uma inovação se insere nos valores e experiências dos novos consumidores;

3. Complexidade: grau de dificuldade na forma de usar um produto inovador;

4. Divisibilidade: Forma de experimentação de um novo produto (necessita de um grande investimento, ou pode ser experimentado com facilidade);

5. Comunicabilidade: Grau para o qual os resultados de usar uma inovação podem ser observados e descritos a outras pessoas

O comportamento do consumidor através de diferentes países: Já é muito difícil para uma empresa entender o comportamento do consumidor, num só país, para uma empresa que atua em vários países, esta tarefa torna-se quase impossível. Embora os consumidores de diferentes zonas e mercados tenham aspectos em comum, os seus valores, comportamentos e atitudes diferem muito, assim para terem sucesso, as diferentes empresas têm de conhecer profundamente as diferentes características dos consumidores e ajustar os seus produtos e métodos de marketing, de acordo com o mercado no qual se inserem. Exemplos de diferenças entre indivíduos (só para descansar um bocado, quem tiver muito atrasado não deve ler isto!):

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- Abanar a cabeça de um lado para o outro quer dizer não em muitos países mas sim na Bulgária e no Sri Lanka; - Na Noruega é considerado rude deixar comida no prato, enquanto que em outros países como o Egito é considerado rude NÃO deixar comida no prato (estes não devem ter fome). Falhar no entendimento de características individuais dos consumidores, pode levar ao desastre numa campanha de marketing internacional. O dept. De marketing de uma empresa deve decidir a forma de adaptar os seus produtos aos diferentes mercados mas também devem procurar estandardizar os seus produtos para simplificar as diferentes operações e para racionalizar os custos.

MÓDULO 6 6.PUBLICIDADE

A publicidade é uma atividade profissional dedicada à difusão pública de idéias associadas a empresas, produtos ou serviços, especificamente, propaganda comercial.

Publicidade é um termo que pode englobar diversas áreas de conhecimento que envolvam esta difusão comercial de produtos, em especial atividades como o planejamento, criação, produção e veiculação de peças publicitárias. Mas estudos mostram uma tabuleta em argila encontrada por arqueólogos, a qual continha inscrições babilônicas, anunciando a venda de gado e alimentos, demonstrando que já se utilizava de algum tipo de publicidade na antiguidade. Foi, porém, após a Revolução Francesa (1789), que a publicidade iniciou a trajetória que a levaria até o seu estágio atual de importância e desenvolvimento.

Hoje, todas as atividades humanas se beneficiam como o uso da publicidade: Profissionais liberais, como médicos, engenheiros, divulgam por meio dela, os seus serviços; os artistas anunciam suas exposições, seus discos, seus livros, etc.…, a própria ciência vem utilizando os recursos da publicidade, promovendo suas descobertas e seus congressos por meio de cartazes, revistas, jornais, filmes, Internet e outros.

Confusão no uso do termo publicidade

Em Portugal o termo publicidade é usado diversas vezes como sinônimo de propaganda ou para representar a atividade realizada por uma agência de propaganda.

No Brasil também existe confusão entre os termos propaganda e publicidade por um problema de tradução dos originais de outros idiomas, especificamente os da língua inglesa. As traduções dentro da área de negócios, administração e marketing utilizam propaganda para o termo em inglês advertising e

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publicidade para o termo em inglês publicity. As traduções dentro da área de comunicação social utilizam propaganda para o termo em inglês advertising e relações públicas para o termo em inglês publicity.

O termo "publicidade" refere-se exclusivamente à propaganda de cunho comercial. É uma comunicação de caráter persuasivo que visa defender os interesses econômicos de uma indústria ou empresa. Já a "propaganda" tem um significado mais amplo, pois se refere a qualquer tipo de comunicação tendenciosa (as campanhas eleitorais são um exemplo, no campo dos interesses políticos).

Áreas de atuação em uma agência de publicidade

Dentro de uma agência de publicidade ocorre uma divisão das tarefas. Como em uma empresa normal, há departamentos designados para determinadas funções, porém, por se tratar de uma profissão "criativa" às vezes esses departamentos, ou o modo operacional da empresa, podem diferenciar de empresas de outros segmentos. Os cargos mais comuns que encontramos nas agências são: Atendimento, Mídia, Planejamento, Criação, Finalização, Produção (Produção gráfica e RTVC).

• Atendimento: Responsável pela comunicação cliente-agência e agência-cliente. É o profissional de atendimento que apresenta peças e campanhas, planejamentos etc.

• Mídia: Elabora o planejamento de mídia, de modo a atingir melhor cobertura e freqüência com o mínimo de gastos ao público-alvo esperado.

• Planejamento: O profissional de Planejamento é responsável pela criação do plano de comunicação, estudando o mercado atual, a concorrência, o público consumidor, fatores do macroambientais e microambientais, etc. Tudo isso para traçar com precisão as metas e objetivos do cliente a curto, médio ou longo prazo.

• Criação: Este departamento é composto pela dupla de criação, formada pelo diretor de arte, que é o responsável pela parte visual das peças publicitárias e pelo redator, responsável pela criação dos textos (títulos, slogans e outros textos), esta dupla é coordenada pelo Diretor de Criação. É deste departamento que saem as idéias para os anúncios.

• Produção: Neste departamento, que é dividido em produção gráfica e produção eletrônica (ou RTVC), são feitos todos os contatos (orçamentos, visitas, consultas, etc) com os fornecedores gráficos e produtoras de vídeo.

• Produção on line: Esse é um novo cargo existente nas agências de publicidade para atender a crescente demanda dos clientes por uma comunicação digital. Embora ainda não formalizado, nem em termos de denominação de cargo nem de funções, o profissional que trabalha nesta área contribui, junto com o planejamento geral, para oferecer maior número de possibilidades de ações on line adequadas à verba/perfil do cliente, dar apoio à criação no desenvolvimento das peças e acompanhar o trabalho com os fornecedores on line, desde o orçamento até a entrega, de todas as peças digitais.

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Marketing e a Publicidade

Outra definição: Qualquer forma paga de apresentação não pessoal e promoção de idéias, bens e serviços por um patrocinador identificado a uma audiência alvo através dos mass media.

A publicidade ajuda a identificar o significado e o papel dos produtos fornecendo informação sobre marcas, companhias e organizações. Para a maior parte dos gestores e profissionais de marketing a publicidade ajuda a vender um produto e constrói a reputação de uma marca ou empresa.

Pontos fortes e fracos

Alguma publicidade é mais eficiente do que outra em certas circunstâncias e alguns tipos de publicidade parecem funcionar melhor com determinados produtos. Alguns consumidores, apesar de boas campanhas publicitárias, não compram o produto publicitado e em outras circunstâncias irão comprar o produto, mesmo sem publicidade. Os outros componentes do marketing, como por exemplo o preço, podem afetar o sucesso de uma publicidade.

O primeiro ponto forte da publicidade é que ele chega a uma vasta audiência. Pode construir o conhecimento sobre uma marca (informar), criar uma imagem de marca e uma posição da marca em longo prazo e aumentar o conhecimento sobre essa marca. A publicidade também serve para recordar uma experiência agradável aos atuais consumidores. Finalmente a publicidade permite a repetição das mensagens, um fator importante na memorização.

Mas a publicidade tem limitações. Os consumidores, frequentemente, vêem a publicidade como algo intrusivo. Assim, eles podem evitar a publicidade virando a página, mudando de canal, tirando o som. Dado o elevado número de anúncios em todos os media a publicidade também pode ser vista como algo provocador de desordem, de barulho (poluição visual). Como a publicidade chega a muita gente, muitas dessas pessoas não são potenciais utilizadores pelo que se perde algum impacto.

A publicidade só tem valor para o negócio se cria uma identificação fácil para o consumidor sobre a marca ou instituição pub licitada. Apesar de a publicidade ajudar os consumidores a identificar as marcas que eles querem comprar, por outro lado também ajuda a identificar as marcas que eles querem evitar devido a relatórios ou experiências negativas.

Como todas as ferramentas têm vantagens e inconvenientes, os gestores de comunicação devem planear um mix de comunicação no qual a publicidade seja usada para maximizar as suas forças.

Como Funciona a Publicidade

Burnett (1998) identifica três mecanismos através dos quais a publicidade funciona. São eles a atenção, a memorização e a persuasão.

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O que torna efetiva a Publicidade?

Há muitas formas de avaliar uma publicidade eficiente. Um anúncio para ser eficiente tem de captar a atenção, ser facilmente memorável e persuadir. Também deve chegar à audiência alvo e deve ser consistente com os objetivos da publicidade.

Formas de julgar a eficácia A publicidade pode ser avaliada duas vezes no tempo. A primeira é antes de a publicidade ter ido para o ar ou ter sido publicada (antes do grande investimento ter sido feito) e a Segunda é durante ou imediatamente após a passagem do anúncio, para testar o impacto. O primeiro é o pré teste e o segundo o pós teste. O copytesting é a avaliação formal da publicidade usada para decidir se um determinado anúncio deve ser divulgado no mercado. Estes testes medem a persuasão, a lembrança e a compreensão dos pontos chave. Estes testes são úteis dado o elevado custo duma campanha televisiva. Há muitas agência que desconfiam destes testes porque acham que eles não medem o impacto da publicidade numa situação real. Contudo, eles podem fornecer informação de apoio a julgamentos mais intuitivos.

Mídia como área da publicidade

Publicidade e Propaganda. Comunicação Social e Mercadológica.

Para melhor compreender o que significa a mídia no processo da publicidade contemporânea, seria interessante apresentar a sua origem. Mídia é o plural da palavra médium, que em latim significa meio. Foi adotada pelos norte-americanos (media), e posteriormente incorporada à língua portuguesa como "Mídia". A Mídia é absolutamente parte integrante do processo mercadológico e podemos dizer que, se a propaganda é uma função de marketing, a Mídia, por sua vez, é função da propaganda. Deve ser entendida como investimento para geração de resultados.

Dentre tantas funções, podemos sintetizar que sua função básica é propor caminhos para que a mensagem chegue ao público-alvo. Porém com o passar do tempo, essa tarefa se tornou bem mais complexa, exigindo do profissional um conhecimento mais específico e aprofundado dos diversos meios de comunicação.

Marketing Mix

A publicidade faz parte do que se chama de Marketing Mix. Para além do produto, distribuição e preço, a variável comunicação incorpora obrigatoriamente a publicidade, as promoções, merchandising, força de vendas, marketing direto, patrocínios e as relações públicas. A publicidade é claramente orientada para o produto, tem como objetivo estimular a compra ou a notoriedade desse produto, pode ainda e simplesmente servir para informar. Hoje em dia a relação da publicidade com novos conceitos como o Branding passa pela adequação dos novos meios de comunicar a publicidade.

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O Branding é considerado um trabalho de marca. É como se criasse uma imagem para ser reconhecida por todo o mercado, de forma que o público a consiga identificar e apreciar. Ao criarmos e gerirmos uma marca, estamos a potenciar o valor do produto e da empresa dona da marca. Trata-se não só de identificar e diferenciar o produto ou empresa, mas também gerar uma expectativa de qualidade de imagem que vai trazer grande notoriedade. É exemplo de branding, o que é feito ao nível das marcas franqueadas, onde não basta identificar o produto, mas transmitir uma certa segurança de qualidade ao ser multiplicada por n lojas. É tão simples como dizer… é de marca é de confiança. Existe um valor originado pela marca e que obviamente tem a ver com a atividade desenvolvida pelas agências de publicidade quando fazem branding, ou seja, trabalho de marca.

Já todos ouvimos falar que preferimos os produtos de marca, em que o conteúdo, muita vezes é similar a outros sem o poder da marca. Mas quando temos a possibilidade de optar, optamos pelo produto de marca, na maior parte dos casos. Quando isto acontece ocorre o branding.

Mais do que projetar ou criar uma identidade, é preciso acrescentar um conceito de valor e positividade ao projeto, e geri-lo, e isso deverá respeitar a estratégia e a ambição do cliente e do seu produto.

Publicidade no Mundo

Mensagens comerciais e campanhas políticas foram encontradas em ruínas da antiga Arábia. Egípcios usavam papiros para criar mensagens de venda e cartazes, enquanto o conhecido volante (flyer) de hoje podia ser facilmente encontrado na antiga Grécia e Roma. Pinturas em muros ou rochas utilizadas como propagandas eram outras formas encontradas no tempo antigo e é utilizada até hoje em várias partes da Ásia, África e alguns países da América do Sul, incluindo o Brasil.

A tradicional pintura nas paredes pode ser encontrada desde expressões artísticas em rochas feitas por populações indígenas que datam de 4.000 AC até pinturas desenvolvidas nos séculos XV e XVI que auxiliavam a divulgação de volantes na época. No século XVII as propagandas começaram a aparecer em jornais semanais na Inglaterra. Esses anúncios eram utilizados para promover livros e jornais, que patrocinavam a imprensa, e medicamentos, que se tornaram muito procurados após algumas doenças terem devastado a Europa. No entanto, falsas propagandas, também conhecidas como quack (termo da época para designar uma pessoa que dizia ter profissionalmente habilidades, conhecimentos ou qualificações que não tinha), tornaram-se um problema, que culminou na regulamentação dos conteúdos publicados nas propagandas.

Com a economia expandindo durante o século XIX, as propagandas cresceram. Nos Estados Unidos, os classificados tornaram-se bem populares preenchendo muitas páginas de jornais com pequenos anúncios de itens variados. O sucesso desse formato de propaganda eventualmente levou ao aparecimento e crescimento da mala-direta. Em 1841 a primeira Agência de

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Publicidade e Propaganda foi criada por Volney Palmer em Boston. A agência criada por Palmer também foi a primeira a cobrar a taxa de 25% de comissão dos jornais para vender espaço publicitário, o que antes era feito apenas por corretores de propaganda. A N. W. Ayer & Son foi a primeira Agência a oferecer todos os serviços de publicidade e assumir responsabilidade pelo conteúdo das propagandas. Ela foi fundada em 1875 na cidade de Filadélfia nos Estados Unidos.

Na virada do século, haviam poucas escolhas de carreira para mulheres no mercado, no entanto a publicidade e propaganda foi uma das poucas a abrir esse mercado. Desde que as mulheres eram responsáveis pela maioria das compras feitas em casa, anunciantes e agências reconheceram o valor introspectivo que a mulher tinha durante os processos criativos, por curiosidade, a primeira propaganda norte-americana com apelo sexual foi criada por uma mulher, Helen Lansdowne Resor, para anunciar o Woodbury’s Facial Soap. Embora simplória para os dias atuais, a propaganda mostrava um casal com a mensagem: “The skin you love to touch” (A pele que você adora tocar).

Quando as estações de rádio iniciaram suas transmissões em meados de 1920, os programas não continham propagandas. Isso acontecia porque as primeiras estações de rádio foram estabelecidas com equipamentos feitos manualmente e varejistas que ofereceram programas em busca de vender mais aparelhos de rádio para os consumidores. Com o passar do tempo, muitas organizações sem fins lucrativos, como escolas, clubes e organizações populares, começaram a construir suas próprias estações de rádio. Quando a prática de patrocinar programas foi popularizada, cada programa era patrocinado por um anunciante pela troca da simples menção de seu nome no início e no fim dos programas. No entanto, os donos de estações logo viram que poderiam ganhar mais dinheiro vendendo pequenos espaços de tempo para vários anunciantes durante toda a programação da rádio e não só no início e fim de cada programa para apenas um patrocinador. Essa prática foi herdada pela televisão posteriormente nos meados de 1940 a 1950.

Em 2000, a publicidade brasileira se mantém entre as quatro mais premiadas no Festival Internacional de Propaganda de Cannes - um dos principais no exterior - e consolida-se como uma das mais importantes do mundo. Em termos de faturamento, nos últimos anos o mercado publicitário nacional alterna períodos de acelerado crescimento e de estabilidade. Em 1996 movimenta 8,3 bilhões de dólares e, dois anos depois, chega a 9,4 bilhões de dólares - um crescimento de 12,7%, de acordo com dados do Ibope Monitor. Em 1999, o setor passa por um momento de estabilidade. No entanto, por causa da desvalorização do real, no início de 1999, o valor dos investimentos em dólar registra uma queda, passando a 6,6 bilhões.

As formas de publicidade mais utilizadas no país são anúncios, outdoors, propaganda em ônibus (busdoor), marketing direto, patrocínios e merchandising. Os principais meios de comunicação são os preferidos dos anunciantes e das agências. Conforme dados do Projeto Inter-Meios, em 1999 a maior parte dos investimentos destinam-se à televisão aberta (56%), seguida

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por jornal (24%), revista (10%) e rádio (5%). A propaganda em TV por assinatura, outdoor e outras mídias fica com os 5% restantes. O setor que mais investe em publicidade é o do comércio varejista - 3,6 bilhões de reais em 1999. Em seguida estão os serviços ao consumidor, com 2,1 bilhões de reais, e as empresas ligadas a cultura, lazer, esporte e turismo, com 1 bilhão de reais.

Publicidade oficial

O governo federal investe cerca de 600 milhões de reais em publicidade anualmente. Já os governos estaduais e municipais gastam por volta de 400 milhões. A maior parte das campanhas publicitárias oficiais destina-se ao esclarecimento da população - como a da vacinação infantil, a da terceira idade e a da prevenção à Aids - e à divulgação institucional, como a do programa Avança Brasil. O Ministério da Educação é o maior anunciante governamental, com despesas publicitárias em torno de 80 milhões de reais; em seguida vêm o Banco do Brasil, com 51 milhões, e o Ministério da Justiça, com 47 milhões Todos os órgãos e empresas públicas dão preferência à TV para veicular suas campanhas, devido ao grande alcance dessa mídia em todo o país.

Agências

Não existem dados precisos sobre a quantidade de agências de propaganda em atividade no país, principalmente porque não há exigência legal de registro desse tipo de estabelecimento em um órgão centralizador, como ocorre em outros setores. De acordo com estimativas da Federação Nacional de Agências de Propaganda (Fenapro) e da Abap, o número de agências oscila entre 4 mil e 8 mil, em agosto de 2000.

Segundo a Lista de agências publicitárias brasileiras a maior agência, em faturamento, é a Y&R, com uma cifra maior que alcançou a casa dos 2 bilhões de reais em 2005. Atualmente, a Y&R é presidida pelo empresário Roberto Justus.

Das dez principais agências, quatro possuem capital 100% nacional Total, Fischer America, DPZ, Propeg e Talent), uma é 100% norte-americana (Young & Rubicam) e cinco são mistas (McCann-Erikson, com capital 78% norte-americano; Giovanni, FCB AS, com 60% norte-americano; AlmapBBDO, com 50% norte-americano; Carillo Pastore Euro RSCG, com 49% francês; e DM9DDB, que não revela a participação acionária).

Todos os anos, os melhores anúncios brasileiros participam de festivais internacionais, como os de Cannes, Londres, Clio, Nova York e Fiap, e de premiações nacionais, das quais se destacam o Prêmio Abril, o Profissionais do Ano, o de Gramado e o da Central de Outdoor. Segundo o Anuário de Propaganda da Editora Meio&Mensagem, a agência mais premiada em 1999 é a AlmapBBDO. Quarta maior agência do país em faturamento, ela arremata 13 prêmios no ano, entre nacionais e internacionais. Em seguida vêm a DM9, com 11 prêmios, e a F/Nazca, com 10.

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Nos últimos 8 anos algumas agências detem direcionado seu foco para cobrir a demanda de novas mídias de forma especializada, especialmente a internet.

Propaganda na internet

De acordo com pesquisa do Anuário de Propaganda 2000, da Editora Meio&Mensagem, tanto agências quanto anunciantes consideram a internet uma grande mídia a ser explorada e apostam no e-commerce para revolucionar o mercado. Das empresas consultadas, 34% já tiveram experiência com o e-commerce e, dessas, 74% gostaram dos resultados. Porém, para Luís Lara, diretor da agência Lew, Lara Propaganda e Comunicação, por enquanto a internet é vista mais como mídia de apoio do que como ferramenta estratégica de publicidade. Isso acontece porque o mercado ainda não tem a sua disposição pesquisas confiáveis, que avaliem com segurança o que o consumidor está comprando na internet e mensurem o impacto de um grande investimento nesse tipo de mídia. De acordo com dados da Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap), até agosto de 2000 menos de 1% da verba publicitária total foi destinada à internet. Poucas agências estão apostando na convergência dos meios. Mas já temos cases bem sucedidos e profissionais tomando a dianteira do negócio: Michael Lent, Mauger, Marcelo Sampayo, Rosana Fortes, Merigo e muitos outros.

Publicidade comparativa

Através do modelo comparativo se pretende contrapor as características do produto anunciado com os de um outro anunciante.

Segundo diz, para Ricardo Lagreca Siqueira a publicidade comparativa pode ser definida como “aquela na qual o anunciante, com o intuito de promover a implementação do consumo de seus produtos, coloca em contraposição determinadas características de produtos concorrentes, de modo a demonstrar aos consumidores algum tipo de superioridade de seu produto em relação aos demais”.

Alguns admitem que seu conceito também possa abarcar a comparação com o mercado em geral, o que geralmente se faz através de superlativos ("o mais barato da cidade").

Paulo Luiz Durigan, por exemplo, procura integrar em seu núcleo conceitual também a publicidade superlativa de forma a "conter não a identificação do concorrente e sim, (I) a menção às próprias prestações; (II) a referência a outras prestações e (III) a comparação entre essas".

Também pode se dar através de formato implícito ou explícito. Na primeira situação o nome ou marca do concorrente não é mostrado abertamente, mas há menções que podem identificá-lo.

Na década de 60 houve uma "explosão" sem precedentes desse modelo publicitário nos Estados Unidos, quase a colocar em colapso todo o mercado.

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Posteriormente foi regulada e incentivada através de instrução do Trade Federal Commission, em 13 de agosto de 1979.

É permitida no MCE desde que opere segundo o artigo 3 bis da Diretiva 84/450/CEE.

No Mercosul há um início de regulamentação através da Resolução 126/96.

No Brasil o Código Brasileiro de Auto-regulamentação Publicitária a permite, com certas restrições, definindo-a em seu artigo 8º. como sendo “toda atividade destinada a estimular o consumo de bens e serviços, bem como promover instituições, conceitos ou idéias”.

Alguns a consideram lícita e outros não: a maioria se inclina a dizer que sua licitude depende de suprir certos requisitos, os quais, de modo geral, seriam os estipulados pelo artigo 3 bis da Diretiva 84/450/CEE

Em Portugal, a publicidade comparativa está regulada especificamente no Código da Publicidade, no artigo 16.º.

Mensagem subliminar

O Mensagem subliminar é a definição usada para o tipo de mensagem que não pode ser captada diretamente pelos sentidos humanos. Subliminar é tudo aquilo que está abaixo do limiar, a menor sensação detectável conscientemente. Importante destacar que existem mensagens que estão abaixo da capacidade de detecção humana - essas mensagens são imperceptíveis, não devendo ser consideradas como subliminares. Toda mensagem subliminar pode ser dividida em duas características básicas, o seu grau de percepção e de persuasão.

A percepção subliminar é a capacidade do ser humano de captar de forma inconsciente mensagens ou estímulos fracos demais para provocar uma resposta consciente. Segundo a hipótese, o subconsciente é capaz de perceber, interpretar e guardar uma quantidade muito maior de dados que o consciente. Como exemplo, imagens que possuem um tempo de exposição pequeno demais para serem percebidas conscientemente, ou sons baixos demais para serem claramente identificados. Dados que passariam despercebidos pela mente consciente seriam na verdade interpretados e guardados.

A persuasão subliminar seria a capacidade que uma mensagem teria de influenciar o receptor. Segundo a hipótese, toda mensagem subliminar tem um determinado grau de persuasão, e pode vir a influenciar tanto as vontades de uma forma imediata (fazendo por exemplo, uma pessoa sentir vontade de beber ou comer algo), como até mesmo a personalidade ou gostos pessoais de alguém a longo prazo (mudando o seu comportamento, transformando uma pessoa tímida em extrovertida). Esse grau de persuasão deveria variar de acordo com o tempo de exposição à mensagem, e a personalidade do receptor.

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A percepção subliminar é de fato comprovada cientificamente, com inúmeros experimentos que apresentaram fortes evidências.[1] No entanto, até hoje, a persuasão subliminar não conseguiu ser comprovada,[2] ainda que alguns pesquisadores independentes aleguem terem experimentos que de fato comprovariam a existência da persuasão. Infelizmente até hoje ainda não existe nenhum trabalho publicado em periódicos científicos que confirme essa afirmação, desde a época em que o conceito de mensagem subliminar foi definido.

Origem do termo

O conceito de subliminar é anterior a este termo, a palavra "subliminar" teria sido criada por Frederic William Henry Myers, 1843–1901, entretando, a teoria explicando o processo existe desde a grécia antiga citadas por Aristóteles no livro PERVA NATURALIS, por Demócrito e muitos outros; Haveria até mesmo registros de pesquisas experimentais empíricas com subliminares desde Pierre e Jastrow em 1884, com base em teorias de filósofos como Locke, Leibnitz, Helveticus, Helmholtz e James; e Étiene Bonnot de Condillac em 1746 teria sido o primeiro filósofo a descrever como as impressões do mundo exterior recebidas sem consciência afetam estados de ânimo, mas o conceito existe desde os gregos, citado por Demócrito, Epicuro e outros filósofos, as pesquisas iniciaram-se na área da Medicina, em PSIQUIATRIA, experimentos conduzidos em laboratório com "grupo de controle" em universidades da Europa, mas somente com Vicary o conceito foi incorporado ao vocabulário da mídia e popularizado até a banalização.

James Vicary, um especialista em marketing americano, no ano de 1957. Ele foi o fundador de uma empresa chamada "Subliminal Projection Company", e em uma conferência ele revelou para a imprensa que teria patenteado uma nova técnica de vendas que ele nomeou como "projeção subliminar". Essa técnica consistia em usar um taquitoscópio para projetar imagens em uma tela com uma velocidade muito alta, podendo assim exibir imagens entre os quadros de um filme durante uma fração de segundo.

Segundo a sua hipótese, como as imagens eram apresentadas em uma velocidade maior do que a capacidade do olho humano acompanhar, essas imagens não eram percebidas de forma consciente. Mas Vicary afirmou que elas atingiam diretamente o subconsciente, sendo absorvidas de uma forma quase instantânea. Exatamente por causa dessa característica, a "projeção subliminar" teria um potencial enorme, e o seu uso em campanhas de publicidade provocariam um visível aumento no efeito das propagandas. Para comprovar a sua hipótese, Vicary apresentou resultados de um experimento que ele teria feito.

Em seu experimento, ele inseriu frases durante a exibição de um filme. Então, ele teria medido a diferença percentual na reação dos dois grupos, aquele que esteve presente nas sessões de "projeção subliminar", e o grupo que não sofreu exposição. As frases escolhidas foram "Drink Coke" (beba coca-cola) e "Eat Popcorn" (coma pipoca), e foram apresentadas em noites alternadas. Segundo os seus resultados, nas noites em que as frases foram projetadas as

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vendas de pipoca aumentaram em 57,7%, e as vendas de Coca-Cola em 18,1%. A experiência foi relatada na revista Advertising Age (Vol 37, pág. 127, 16 de Setembro de 1957).

Fraude de Vicary

A repercussão a respeito da hipótese de Vicary foi enorme. A noção de "mensagem subliminar" passou a povoar o imaginário das pessoas, e a existência de uma ferramenta que poderia influenciar a mente de alguém sem que se pudessem perceber ou mesmo impedir se tornou um tema importante. Encontramos vastas referências ao assunto na literatura, um exemplo clássico é o livro "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, que cita que as mensagens subliminares seriam uma das armas usadas por ditadores do futuro.

Foi então que no ano de 1962, James Vicary concedeu uma entrevista à revista Advertising Age - a mesma onde foram publicados os resultados de sua experiência - em que ele admitiu que se sentiu obrigado a forjar parte dos resultados da sua pesquisa.[1] Vicary afirmou na época que sofreu muita pressão dos investidores para apresentar resultados, e por causa disso, acabou apresentando resultados de experiências que não tinha feito de fato.[3] Em suas palavras:

Os defensores da hipótese de Vicary atribuem a sua afirmação a pressões externas pelos mais diversos motivos, questionando portanto a sua validade.[4] Após esse momento, a força do conceito de mensagem subliminar diminuiu bastante. Muitos cientistas tentaram repetir a experiência de Vicary nos anos seguintes, sem sucesso. Mesmo com numerosos trabalhos feitos até hoje, a maioria possui falhas de metodologia que não permitem nenhuma afirmação conclusiva.[5] No entanto, o efeito psicológico causado pela imensa repercussão da experiência foi suficiente para o surgimento de diversas teorias conspiratórias, mantendo a fama da força das mensagens subliminares até hoje.

O que hoje consideramos subliminar?

Atualmente o termo subliminar tem sido usado com um sentido diferente da sua definição original. O termo subliminar vem sendo empregado como um sinônimo (ou, também incluindo o conceito) de subentendido. Pode ser subentendida toda mensagem que não está expressa de forma imediata, tendo seu significado implícito. Ela pode ser percebida diretamente por dedução, associação ou análise de contexto. Mensagens subentendidas não estão abaixo do limiar de percepção. (Se estivessem, nunca poderiam ser percebidas de forma consciente.) Mas podem ser apresentadas de uma forma muito sutil, tornando difícil a associação.

Não se pode afirmar com certeza quando ou porque houve essa mudança, mas uma possível explicação é o fato de que a publicidade sempre usou de mensagens subentendidas como ferramenta para a construção de propagandas. Talvez por causa da impressão de existir um "significado oculto",

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as duas técnicas tenham sido agrupadas em um único significado. No entanto, existe uma evidente diferença entre ambas. Outro ponto é que até hoje, não existe nenhum estudo científico que comprove qualquer tipo de influência persuasiva de uma mensagem subentendida que vá além de uma persuasão convencional (presente em qualquer propaganda de televisão). Podemos encontrar muitos sites que usam o conceito subliminar com essa definição.[6]

Em outros casos, pessoas simplesmente são induzidas a encontrar um significado qualquer onde necessariamente não há nenhum. É um exemplo de pareidolia, também definida como validação subjetiva ou uma forma de auto-ilusão.[7] Nesse caso, uma pessoa costuma usar de seu conhecimento, vivência e suas opiniões pessoais, imprimindo suas idéias naquilo que ela está analisando causando uma distorção. O resultado, é que ela cria um novo significado para aquilo que ela está vendo. Outras pessoas, ao entrar em contato com essa afirmação, fazem uma análise condicionada à opinião anterior - encontrando algumas vezes os mesmos resultados.

Esse é um exemplo do que acontece nos casos de inversão fonética. Também confundidos como exemplos de mensagens subliminares, geralmente são referenciadas pela expressão inglesa "backward masking" ou simplesmente "backmasking". Consiste basicamente em trechos de músicas que se tocados ou lidos de forma invertida formariam palavras ou frases completas, supostamente evidenciando a intencionalidade técnica. No entanto, na maioria dos casos onde existem as mensagens de discurso reverso, não há evidências que seja mais do que indução, aliado talvez a certa coincidência nos fonemas. Até onde se sabe, o cérebro humano sequer é capaz de perceber a existência dessas mensagens. O cérebro não seria capaz de interpretar o som em sentido inverso.[8]

Existem, no entanto, casos comprovados de mensagens invertidas escondidas em músicas, que podem ser feitas com simples truques de estúdio, ou mesmo com treino. Entre vários exemplos de bandas que fizeram músicas com mensagens em backmasking, podemos citar Beatles, Pink Floyd, Prince, Elo, dentre outras.

Efeitos conhecidos no subconsciente neurológico

É unânime entre os neurocientistas e psicólogos que o inconsciente não é facilmente manipulado, como acredita o senso popular. Segundo Henrique Schützer Del Nero, Especialista em Psiquiatria pelo H.C da Faculdade de Medicina da USP, o inconsciente não pode levar o consciente a fazer algo que ele julgue errado ou que realmente não queira: "O inconsciente como um depósito de complexas decisões, desejos, preferências etc., é, sem dúvida, o principal alicerce [para a crença nas 'mensagens subliminares']. No entanto, esse inconsciente 'esperto', contido na visão popular da psicologia, tem sido rejeitado pelas modernas pesquisas cognitivas", afirmam os psicólogos Birgit Mayer e Harald Merckelbach, através do artigo "Unconscious Processes, Subliminal Stimulation, and Anxiety",[9] publicado pela Clinical Psychology Review.

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Mas, então, é preciso entender como é o funcionamento da parte não-consciente do cérebro. Subconsciência (ou subconsciente) é um termo utilizado em Psicologia para designar aquilo que está situado abaixo do nível da consciência ou que é inacessível à mesma. São todas as lembranças que não podem ser imediatamente recordadas, como também as diversas características de nossa personalidade. O subconsciente não é uma consciência paralela, ele é a "engrenagem" que sustenta a mente consciente, o reservatório de informações e sensações. Portanto o subconsciente não é capaz de tomar decisões, embora como parte do processamento, seja capaz de responder a estímulos - seja enviados do consciente como também estímulos dos cinco sentidos. (O conceito de subconsciente como uma mente paralela só aparece na psicanálise, mas não é apoiado pela psicologia moderna.)

Como Philip M. Merikle, membro do departamento de psicologia da Universidade de Waterloo afirma, testes empíricos demonstram que existe certo nível de percepção inconsciente. No entanto, ele afirma: "Um tema comum que ligue todas as reivindicações extraordinárias a respeito da percepção subliminar é que a percepção na ausência de uma consciência é de algum modo mais poderosa ou influente do que a percepção que é acompanhada por uma consciência. Esta idéia não é suportada pelos resultados de investigações controladas do laboratório da percepção subliminar. Ao contrário, os resultados dos estudos controlados indicam essa percepção subliminar, quando ocorre, refletem [no máximo] interpretações habituais de uma pessoa a esse estímulo." Esse é também o posicionamento de diversos outros teóricos, como Daneman.[10]

Estudos a Favor

Existe pouca literatura confiável que apóie a teoria sobre a existência deste tipo de publicidade. Um dos poucos investigadores a favor é Wilson Bryan Key, quem diz haver descoberto um grande número de mensagens ocultas em vários anúncios publicitários, principalmente associados com sexo e morte.[11] Um dos seus estudos mais citados é de um anúncio de whisky em que Key encontrou várias figuras ocultas nos cubos de gelo do anúncio.[12] Sem embargo, para outros investigadores, Key é alguém com uma fixação sexual muito grande e "alguém que encontraria mensagens sexuais em um som de discar de telefone".[13]

Experientes como Lluís Bassat[14] indicam que o objetivo atual da publicidade é conseguir que o consumidor tenha em conta a marca quando toma a decisão, tendência oposta ao sentido que supostamente segue a publicidade subliminar. Por sua parte Fernando Ocaña crê que o essencial no campo da planificação dos meios é obter a maior lembrança possível, o que leva implícito uma percepção consciente e não inconsciente como deveria ser o caso.

Existem na atualidade também alguns experimentos sendo levados a efeito por brasileiros na temática subliminar. O tema, não muito abordado até poucos anos atrás, hoje começa a ser discutido em alguns cursos relacionados à

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mídia. Dentre alguns brasileiros com estudos na área, podemos citar Flávio Calazans.

A Publicidade Subliminar frente a outras formas de publicidade

Devido a mudança na conceituação de subliminaridade, muitos afirmam que determinados tipos de publicidades, lícitas e comumente praticadas, também seriam exemplos de mensagens subliminares encontradas na mídia.

A Publicidade Associativa

Em muitas ocasiões e em círculos pouco informados se confunde a técnica subliminar com a técnica associativa com exemplos como:

• Os anúncios de bebidas alcoólicas se vem acompanhados de grupos de jovens, belos e bem vestidos.

• Um automóvel se anuncia e se associa com êxito, beleza e virilidade. • Os produtos para o lar são anunciados por famílias felizes e completas

(com pai, mãe e um, dois, três filhos), que vivem em uma casa que indica a sua posição social.

• Em muitos dos anúncios de produtos cosméticos, como loções ou perfumes, é uma mulher jovem, sensual, bela, quem vende o produto. Isto apela ao desejo das pessoas de encontrar uma mulher com certas características estéticas e a que quem se sintam identificados.

Seguindo a definição acima indicada se pode discutir se estes exemplos não seriam subliminares porque as imagens, dos ambientes e as situações são conscientemente percebidas, tanto é assim que passado o anuncio se podem resumir e descrever.

Emplazamento

É também muito corrente identificar erroneamente publicidade subliminar com product placement (em inglês cuja tradução literal seria produto expressamente colocado).

Um dos muitos casos existentes o criaram os produtores de Jurassic Park III: onde se pediu patrocínio ao exército dos Estados Unidos para rodar o resgate final da Ilha Nubla. O Corpo de Marines dos Estados Unidos (Infantaria da Marinha dos Estados Unidos) ofereceu vários barcos, veículos blindados, soldados e um helicóptero em troca de que se alterasse a frase do guidão "Alguém que tem um amigo no Departamento de Defesa" por "Alguém que tem um amigo nos Marines" e o helicóptero girasse em frente a câmera mostrando ao público a inscrição "Marines".[15]

É certo que se havia acusado a várias séries de televisão e filmes de usar e abusar do emplazamento;[16] entretanto esta forma de publicidade encoberta não é subliminar porque as imagens, sons, comentários, etc, estão dentro da umbral da sensibilidade e são percebidos de maneira totalmente consciente pela audiência; inclusive pode ser causa de rescisão do contrato se o produto

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não está em tela por tempo suficiente ou não se vê com suficiente claridade, tal qual se escreveu na guião.[15]

Legislação

Na Espanha, a Lei Geral de Publicidade de 1988 inclui a publicidade subliminar dentro dos distintos tipos de publicidade ilícita definindo-a como "aquela que por ser emitida com estímulos no umbral da sensibilidade não é conscientemente percebida". Há que apontar que esta definição, não a realização dos juristas redatores da lei, sendo um psicólogo porque nennhum dos ponentes sabiam exatamente que era publicidade subliminar, nem temiam indícios de sua existência; pela políticas espanholas consideravam conveniente proibir dita publicidade.

Também na Noruega existem sanções para quem produza mensagens ocultas em televisão.[17]

Na União Européia há uma proposta de proibir este tipo de publicidade com o fim de proteger a infância e os jovens.[18] A propaganda subliminar não é citada diretamente na constituição brasileira. Não existe nenhuma lei que proíba de forma direta qualquer tipo de propaganda subliminar. No entanto, a legislação entende que a propaganda subliminar fere o que diz o artigo 20 do Código de Ética dos Publicitários, que afirma que toda as mensagens devem ser ostensivas e assumidas (explícitas). No entanto, se percebe que a propaganda subliminar seria antiética, pois sua mensagem, apesar de ser ostensiva, seria dissimulada (oculta) uma vez que não pode ser percebida.

No Brasil existe também uma passagem no Código de Defesa do Consumidor que proíbe anúncios disfarçados, dissimulados. Diretamente extraído do artigo 36: "Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal." "Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem." Parte-se do princípio que o consumidor tem o direito de escolher aquilo que deseja ou não adquirir (e também assistir) - o direito constitucional à liberdade de escolha. Mensagens subliminares apresentam conteúdos que não podem ser vistos de forma consciente, o espectador não pode usufruir de seu direito de escolher não vê-la por não estar consciente de sua existência. Portanto, a mensagem subliminar mostra-se inconstitucional. Alguns casos atuados:

• Cigarros Free, Souza Cruz, 2001. Propaganda retirada do ar devido ao ministério público (promotor Guilherme Fernandes Neto) considerar que estimularia crianças e adolescentes a fumar, baseado em análise de psicólogos que analisaram o texto da propaganda e a existência de mensagem subliminar, onde por três décimos de segundo aparecia uma pessoa fumando, seguida de outra pessoa fumando em três décimos de segundo também.

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• Creme Dental Close-Up, Unilever, 2003 - Uso de palavras de baixo calão escritas em alguns quadros de propaganda. O Conselho de Ética do Conar decidiu pela alteração da propaganda. (2)

• O filme infantil Madagascar. O juiz Alexandre Morais da Rosa, da Vara da Infância e da Juventude de Joinville, município da região norte de Santa Catarina, proibiu a exibição do desenho animado Madagascar nos cinemas da cidade.

No último caso acima, o juiz acatou representação do advogado George Alexandre Rohrbacher, considerando que "o filme, de maneira 'subliminar' (na verdade, subentendida), passa mensagens de estímulo ao consumo de drogas, especialmente o ecstasy". Ele citou uma passagem do filme, onde um dos personagens reclama da ausência de 'balinha' em uma festa rave". A "balinha" é sinônimo de "ecstasy", reforçou o juiz. Madagascar recebeu classificação Censura Livre, pelo Ministério da Justiça.

Importante mencionar que a Associação Mais Regional Mais Vida - MAREMAVI, moveu Ação Civil Pública contra a distribuidora United International Pictures, a Agência Nacional de Cinemas - ANCINE e a UNIÃO, processo nº 2005.72.01.004012-6, em trâmite na 2ª Vara Federal de Joinville, pedindo a recomposição dos bens lesados. Logo após ser intimado o Ministério da Justiça determinou que fossem feitas alterações na dublagem e elevou a classificação indicativa do filme: inadequado para menores de 12 anos. Como isso ocorreu antes do lançamento das versões em DVD e VHS, estas versões são distintas da inicialmente apresentada nos cinemas do país. A Ação Civil Pública ainda não foi julgada.

BIBLIOGRAFIA

• CALAZANS, Flávio Mário de Alcântara. Propaganda subliminar multimédia. São Paulo: Summus, 1992.

• CHICHI, Mariana. La pubblicità comparativa. Un nuovo strumento di informazione

• COELHO, Daniele Maria Teixeira. A publicidade comparativa e seu tratamento legal. Revista Forense, São Paulo, v. 354, 2003.

• DURANDIN, Guy. As mentiras na propaganda e na publicidade. São Paulo: JSN Editora, 1997.

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APOSTILA DE PROJETO DE MODA PARTE 1 1. A elaboração do plano de negócio----------pág.165 PARTE 2 2. Análise de Mercado 1----------pág.170 PARTE 3 3. Análise de Mercado 2----------pág.173 PARTE 4 4. Plano Operacional----------pág.177 PARTE 5 5. Plano Financeiro----------pág.181 BIBLIOGRAFIA----------pág.201

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Plano de Negócio Apresentação As empresas de pequeno porte são fundamentais para estimular a economia do País e possibilitar a inclusão social, mediante a maior oferta de postos de trabalho. A cada ano, nascem cerca de 500 mil empresas no país, o que é um número considerável. Entretanto, segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE, em 2004, 49,4% delas encerram as atividades com até 2 (dois) anos de existência, 56,4% com até 3 (três) anos e 59,9% não sobrevivem além dos 4 (quatro) anos. O plano de negócio é o instrumento ideal para traçar um retrato fiel do mercado, do produto e das atitudes do empreendedor, o que propicia segurança para quem quer iniciar uma empresa com maiores condições de êxito ou mesmo ampliar ou promover inovações em seu negócio. Uma das prioridades da instituição, portanto, diz respeito à capacitação dos empresários e dos interessados em abrir sua empresa, investindo na elaboração de planejamento do negócio e no conhecimento direcionado às práticas gerenciais, para que estes possam criar e manter seus empreendimentos, participando efetivamente no desenvolvimento do País. Sucesso nessa caminhada para elaboração do seu plano de negócio. 8 Plano de Negócio O que é e para que serve Imagine que você deseja construir uma casa, organizar uma festa, viajar para o campo ou para o litoral. Com certeza, sua intenção é que tudo dê certo, mas, para que isso ocorra, é necessário fazer um cuidadoso planejamento. Preste atenção nesta palavra: PLANEJAMENTO. Ou seja, a casa, a festa e a viagem não vão se realizar apenas porque você assim deseja, mesmo que seja um desejo ardoroso. Idéias assim nascem em nossos corações, porém, para que elas se tornem realidade, é preciso construí-las passo a passo. Para que uma viagem aconteça, é necessário escolher o local a ser visitado, decidir o tempo da viagem, quanto dinheiro levar, comprar passagens, reservar hotel, arrumar as malas, entre tantas outras coisas. Se, para uma simples viagem, precisamos fazer tudo isso, imagine quando queremos abrir um negócio. E empreender, muitas vezes, é uma viagem para um lugar desconhecido. Para você organizar suas idéias é que foi criado o PLANO DE NEGÓCIO. Nesta viagem ao mundo dos empreendedores, o plano de negócio será o seu mapa de percurso. O plano irá orientá-lo na busca de informações detalhadas sobre o seu ramo, os produtos e serviços que irá oferecer, seus clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, sobre os pontos fortes e fracos do seu negócio, contribuindo para a identificação da viabilidade de sua idéia e na gestão da empresa. Ao final, seu plano irá ajudá-lo a responder a seguinte pergunta: “Vale a pena abrir, manter ou ampliar o meu negócio?”. Lembre-se de que a preparação de um plano de negócio é um grande desafio, pois exige persistência,comprometimento, pesquisa, trabalho duro e muita criatividade. 9 Plano de Negócio – Seu Mapa de Percurso

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“Se quiser que algo seja bem-feito, faça você mesmo.”Nada mais certo do que essa expressão popular, principalmente quando se trata da elaboração de um plano de negócio. Elaborando pessoalmente o seu plano de negócio, você tem a oportunidade de preparar um plano sob medida, baseado em informações que você mesmo levantou e nas quais pode depositar mais confiança. Quanto mais você conhecer sobre o mercado e sobre o ramo que pretende atuar, mais bem-feito será seu plano. Este manual tem por objetivo auxiliá-lo na criação do seu plano de negócio, independentemente de você estar abrindo um novo empreendimento ou ampliando um já existente. Você terá à sua disposição um modelo de plano de negócio. Encare este roteiro como uma sugestão. Provavelmente, será preciso que você faça ajustes para que seu plano esteja adequado ao tamanho e à atividade da sua empresa. Para ajudá-lo no desenvolvimento do seu planejamento, o manual está dividido em duas partes: 1ª parte – A elaboração do plano de negócio Contém informações importantes para a elaboração do plano de negócio. Esse primeiro bloco é composto pelas seguintes seções: O que é e como fazer Você terá acesso a explicações sobre cada etapa da elaboração do plano. Leia atentamente todas as orientações, pois, logo em seguida, será hora de praticar. Fique de olho Em alguns momentos, você receberá dicas sobre um determinado assunto. Fique alerta para as recomendações que serão feitas. Hora de praticar É hora de preencher todos os quadros e tabelas com as informações levantadas. Roteiro para coleta de informações Ao final, você poderá planejar as providências que serão tomadas para obter as informações necessárias à elaboração do plano. 10 Esta parte do manual irá auxiliá-lo a construir passo a passo o plano de negócio do seu empreendimento. Ao terminar sua elaboração, analise e reflita sobre as estratégias que está adotando e, se necessário, defina quais correções deverão ser feitas. n 2ª parte – A construção do seu plano de negócio Ao final do manual, você encontrará um modelo do plano em branco. Utilize todas as informações pesquisadas e transporte-as para esse formulário. Recomendações gerais Informações são a matéria-prima de qualquer plano de negócio, portanto, pesquise e procure conhecer tudo sobre o seu setor. Informações podem ser obtidas em jornais, revistas, associações, feiras, cursos, junto a outros empresários do ramo, na Internet ou com clientes e fornecedores potenciais. Lembre-se de que um plano de negócio é uma trilha e não trilho e não deve ser encarado como um instrumento rígido, portanto, é preciso acompanhá-lo permanentemente.Um plano de negócio é feito no papel e “a lápis”, pois está sujeito a correções.

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O plano de negócio fala por você. Quanto melhor sua aparência e quanto mais claras as idéias, melhores serão os resultados. Além disso, procure fazê-lo bem-feito e organizado. Assim, você irá tornar mais fácil sua utilização e sua consulta. Um plano de negócio pode ser usado para se conseguir novos sócios e investidores, para estabelecer parcerias com fornecedores e clientes ou mesmo apresentado a bancos para a solicitação de financiamentos. Entretanto, lembre-se de que o maior usuário do seu plano é você mesmo. Em caso de dúvidas, entre em contato com o SEBRAE do seu Estado, 1. A elaboração do plano de negócio 1. Sumário Executivo O que é e como fazer O sumário executivo é um resumo do PLANO DE NEGÓCIO. Não se trata de uma introdução ou justificativa e, sim, de um sumário contendo seus pontos mais importantes. Nele irá constar: Resumo dos principais pontos do plano de negócio; Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições; Dados do empreendimento; Missão da empresa; Setores de atividades; Forma jurídica; Enquadramento tributário; Capital social; Fonte de recursos. Fique de olho Embora o sumário executivo compreenda a primeira parte do plano, ele só deve ser elaborado após a conclusão do mesmo. Ao ser lido por interessados, ele deverá deixar clara a idéia e a viabilidade de sua implantação. Informações mais detalhadas virão nas partes seguintes. 1.1. Resumo dos principais pontos do plano de negócio O que é e como fazer Ao descrever o plano, faça um breve relato com suas principais características. Procure mencionar: -o que é o negócio; -quais os principais produtos e/ou serviços; -quem serão seus principais clientes; -onde será localizada a empresa; -o montante de capital a ser investido; -qual será o faturamento mensal; -que lucro espera obter do negócio; -em quanto tempo espera que o capital investido retorne. 13 1.2. Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições O que é e como fazer Aqui você irá informar os dados dos responsáveis pela administração do negócio. Faça também uma breve apresentação de seu perfil, destacando seus

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conhecimentos, habilidades e experiências anteriores. Pense em como será possível utilizar isso a favor do seu empreendimento. Fique de olho -Para prevenir-se contra a escolha equivocada de sócios: -analise se os objetivos dos sócios são os mesmos, tendo em vista o grau de ambição de cada um e a dimensão que desejam para o negócio; -divida as tarefas antes de montar a empresa. Defina o campo de atuação e horários de trabalho; -defina, com antecedência, o valor da retirada pró-labore (remuneração dos proprietários), como será feita a distribuição dos lucros e o quanto será reinvestido na empresa; -estabeleça o grau de autonomia de cada um e até que ponto um dos envolvidos pode, sozinho, tomar decisões; -determine se os familiares poderão ser contratados e quantos por parte de cada sócio. Sempre escolha funcionários e parceiros em conjunto; -defina o que acontecerá com a sociedade quando um dos sócios falecer ou não puder mais trabalhar. Determine um sistema de sucessão; -escreva todos os pontos que possam gerar atritos futuros em um contrato assinado pelos sócios. -Tenha claro que o que vai contribuir para a permanência de uma sociedade é algo tão simples como o que mantém um casamento: diálogo e clareza. Conflitos são inevitáveis, o que importa é a maneira de resolvê-los. -Verifique se seu futuro sócio não possui restrições cadastrais ou pendências junto a órgãos como a Receita Federal, Secretaria de Estado da Fazenda e INSS. Situações como essas podem dificultar o acesso a crédito junto a fornecedores e bancos, além de impedir o registro do negócio. 16 1.3. Dados do empreendimento O que é e como fazer Nesta etapa, você irá informar o nome da empresa e o número de inscrição no CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – se a mesma já estiver registrada. Caso contrário, indique o número do seu CPF. Hora de praticar 1.3. Dados do empreendimento Nome da Empresa CNPJ/CPF 1.4. Missão da empresa O que é e como fazer A missão da empresa é o papel que ela desempenha em sua área de atuação. É a razão de sua existência hoje e representa o seu ponto de partida, pois identifica e dá rumo ao negócio. Para definir a missão, procure responder às seguintes perguntas: Qual é o seu negócio? Quem é o consumidor? O que é valor para o consumidor?

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O que é importante para os empregados, fornecedores, sócios, comunidade, etc. Veja alguns exemplos de missão: Empresa de alimentos. Servir alimentos saborosos e de qualidade com rapidez e simpatia, em um ambiente limpo e agradável. Locadora de veículos. Oferecer soluções em transporte, por meio do aluguel de carros, buscando a excelência. Hospital. Promover a melhoria da qualidade de vida e satisfação das pessoas, praticando a melhor medicina, por meio de uma organização hospitalar auto-sustentável. 17 Hora de praticar 1.4. Missão da empresa .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 1.5. Setores de atividade O que é e como fazer Defina qual é o negócio de sua empresa e, em seguida, assinale em qual(is) setor(es) sua empresa pretende atuar. Para ajudá-lo, leia a seguir as explicações sobre os principais setores da economia. -Agropecuária São os negócios cuja atividade principal diz respeito ao cultivo do solo para a produção de vegetais (legumes, hortaliças, sementes, frutos, cereais, etc.) e/ou a criação e tratamento de animais (bovino, suíno, etc.). Exemplos: plantio de pimenta, cultivo de laranja, apicultura, criação de peixes ou cabras. -Indústria São as empresas que transformam matérias-primas em produtos acabados, com auxílio de máquinas ou manualmente. Abrange desde o artesanato até a moderna produção de instrumentos eletrônicos. Exemplos: fábrica de móveis, confecção de roupas, marcenaria. -Comércio São as empresas que vendem mercadorias diretamente ao consumidor – no caso do comércio varejista – ou aquelas que compram do fabricante para vender para o varejo – comércio

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atacadista. Exemplos: papelaria, lanchonete, loja de roupas, distribuidora de bebidas. -Prestação de serviços São as empresas cujas atividades não resultam na entrega de mercadorias e, sim, no oferecimento do próprio trabalho ao consumidor. Exemplos: lavanderia, oficina mecânica, escola infantil. 18 Hora de praticar 1.5. Setores de atividade Agropecuária Indústria Comércio Serviços Outros .................................................................................................... 1.6. Forma jurídica O que é e como fazer O primeiro passo para que uma empresa exista é a sua CONSTITUIÇÃO formal. Para tanto, é necessário definir sua forma jurídica. A forma jurídica determina a maneira pela qual ela será tratada pela lei, assim como o seu relacionamento jurídico com terceiros. A seguir, você encontrará informações básicas sobre as formas jurídicas mais comuns para micro e pequenas empresas: -Sociedade Limitada Nesse tipo de empresa duas ou mais pessoas associam-se para a criação de uma pessoa jurídica, com existência e patrimônio distintos da pessoa física dos sócios. Quem exerce a atividade empresarial é a sociedade (representada pelos seus administradores), e quem responde pelas dívidas contraídas é o patrimônio da sociedade. Em síntese, a responsabilidade dos sócios é limitada. Mas cuidado! Havendo indícios de abuso ou confusão patrimonial, a personalidade jurídica pode ser desconsiderada, respondendo então os sócios e administradores pelos débitos. -Empresário É aquele que exerce individualmente e de maneira organizada atividades voltadas para a produção ou comercialização de bens e serviços, sendo obrigatório seu registro na Junta Comercial. Não há a presença de sócios e o proprietário assume integralmente a responsabilidade pelos resultados e riscos. Nesse tipo de empresa, o dono responsabiliza-se pelas obrigações da empresa, que são ILIMITADAS, isto é, o patrimônio pessoal pode ser exigido para o pagamento de certas dívidas, como por exemplo: débitos trabalhistas, com fornecedores, tributos, danos ao consumidor, danos ambientais, etc. Procure um contabilista e informe-se qual é a forma jurídica mais adequada para a constituição de sua empresa. Hora de praticar 1.6. Forma Jurídica Empresário Sociedade Limitada Outra: ........................................................................................................

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1.7. Enquadramento tributário O que é e como fazer Basicamente, a pequena empresa pode adotar três formas diferentes para o cálculo e o recolhimento dos impostos junto ao Governo Federal: o EMPREENDEDOR INDIVIDUAL, o REGIME NORMAL ou o SIMPLES NACIONAL. O Empreendedor Individual é o empresário individual com receita bruta ano de até R$36.000,00, que tenha um empregado que ganhe salário mínimo ou o salário mínimo da respectiva categoria profissional e não possua mais de um estabelecimento nem participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador. Nessa modalidade, o recolhimento dos impostos e contribuições é feito em valores fixos mensais. O SIMPLES é destinado às empresas que – com possibilidade de enquadramento – se beneficiarão da redução e simplificação de tributos, além do recolhimento de um imposto único. O enquadramento no SIMPLES está sujeito à aprovação da Receita Federal e leva em consideração a atividade e a estimativa de faturamento. Já no Regime Normal as empresas recolhem os impostos da forma convencional, cumprindo todos os requisitos previstos em lei para cada imposto. Além dos tributos federais, no Regime Normal podem ser devidos impostos e contribuições para o Governo Estadual (ICMS) e Municipal (ISS). Fique de olho Busque informações junto a um contabilista sobre os tributos devidos, suas alíquotas e possíveis benefícios fiscais. 20 Hora de praticar 1.7. Enquadramento tributário 1.7.1. Âmbito federal -EMPREENDEDOR INDIVIDUAL -REGIME SIMPLES -REGIME NORMAL -IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica -PIS – Contribuição para os Programas de Integração Social -COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social -CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido -IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados (apenas para indústria) 1.7.2. Âmbito estadual -ICMS – Regime Simpliicado -ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (SISTEMA DÉBITO E CRÉDITO) 1.7.3. Âmbito municipal -ISS – Imposto sobre Serviços 1.8. Capital Social O que é e como fazer O capital social é representado por todos os recursos (dinheiro, equipamentos, ferramentas, etc.) colocado(s) pelo(s) proprietário(s) para a montagem do negócio. Mais adiante, ao elaborar o plano financeiro do seu empreendimento,

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você saberá o total do capital a ser aplicado. Caso você escolha ter uma sociedade, será preciso determinar o valor do capital que cada sócio irá investir e o seu percentual. 21 Hora de praticar 1.8. Capital Social Nome do Sócio Valor (R$) % de participação Sócio 1 Sócio 2 Sócio 3 Sócio 4 TOTAL 100,00 1.9. Fonte de recursos O que é e como fazer Aqui você irá determinar de que maneira serão obtidos os recursos para a implantação da empresa. Para o início das atividades, você pode contar com recursos próprios, de terceiros ou com ambos. Recursos próprios envolvem a aplicação por parte do(s) proprietário(s) do capital necessário para a abertura da empresa, já a utilização de recursos de terceiros compreende a busca de investidores ou de empréstimos junto a instituições financeiras. Hora de praticar 1.9. Fonte de recursos Descreva qual a origem dos recursos necessários para a abertura da empresa. ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... de informações22 2. Análise de Mercado 1 2.1. Estudo dos clientes O que é e como fazer Esta é uma das etapas mais importantes da elaboração do seu plano. Afinal, sem clientes não há negócios. Os clientes não compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam. Você pode identificar essas soluções se conhecê-los melhor. Para isso, responda às perguntas e siga os passos a seguir: 1º passo: identificando as características gerais dos clientes. Se pessoas físicas Qual a faixa etária? Na maioria são homens ou mulheres? Têm família grande ou pequena?

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Qual é o seu trabalho? Quanto ganham? Qual é a sua escolaridade? Onde moram? Se pessoas jurídicas (outras empresas) Em que ramo atuam? Que tipo de produtos ou serviços oferecem? Quantos empregados possuem? Há quanto tempo estão no mercado? Possuem filial? Onde? Qual a sua capacidade de pagamento? Têm uma boa imagem no mercado? 2º passo: identificando os interesses e comportamentos dos clientes. Que quantidade e com qual freqüência compram esse tipo de produto ou serviço? Onde costumam comprar? Que preço pagam atualmente por esse produto ou serviço similar? 3º passo: identificando o que leva essas pessoas a comprar. O preço? A qualidade dos produtos e/ou serviços? A marca? O prazo de entrega? O prazo de pagamento? O atendimento da empresa? 23 4º passo: identificando onde estão os seus clientes. Qual o tamanho do mercado em que você irá atuar? É apenas sua rua? O seu bairro? Sua cidade? Todo o Estado? O País todo ou outros países? Seus clientes encontrarão sua empresa com facilidade? Após responder essas perguntas, será possível entender melhor seus clientes. Uma dica é escolher apenas uma parte do mercado para atender. Encontre um grupo de pessoas ou empresas com características e necessidades parecidas e trate-os de maneira especial. Um exemplo dessa estratégia é uma loja de roupas que se especializa em atender crianças ou uma confeitaria que fabrica sobremesas dietéticas. Uma empresa é viável quando tem clientes em quantidade e com poder de compra suficiente para realizar vendas que cubram as despesas, gerando lucro. Você pode utilizar diversas técnicas para pesquisar seus consumidores. Essas técnicas vão desde a aplicação de questionários, entrevistas e conversas informais com clientes potenciais, à observação dos concorrentes. 25 2.2. Estudo dos concorrentes O que é e como fazer

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Você pode aprender lições importantes observando a atuação da concorrência. Procure identificar quem são seus principais concorrentes. A partir daí, visite-os e examine suas boas práticas e deficiências. Lembre-se de que concorrentes são aquelas empresas que atuam no mesmo ramo de atividade que você e que buscam satisfazer as necessidades dos seus clientes. Utilize o quadro Hora de praticar e faça comparações entre a concorrência e o seu próprio negócio. Enumere os pontos fortes e fracos em relação a: -qualidade dos materiais empregados – cores, tamanhos, embalagem, variedade, etc.; -preço cobrado; -localização; -condições de pagamento – prazos concedidos, descontos praticados, etc.; -atendimento prestado; -serviços disponibilizados – horário de funcionamento, entrega em domicílio, tele-atendimento, etc.; -garantias oferecidas. Após fazer essas comparações, tire algumas conclusões. -Sua empresa poderá competir com as outras que já estão há mais tempo no ramo? -O que fará com que as pessoas deixem de ir aos concorrentes para comprar de sua empresa? -Há espaço para todos, incluindo você? -Se a resposta for sim, explique os motivos disso. Caso contrário, que mudanças devem ser feitas para você concorrer em pé de igualdade com essas empresas? Fique de olho -Lembre-se: a concorrência também deve ser vista como uma situação favorável. Bons concorrentes servem como parâmetro de comparação e de parceria, além de ser uma fonte de estímulo à melhoria. 28 2.3. Estudo dos fornecedores O que é e como fazer O mercado fornecedor compreende todas as pessoas e empresas que irão fornecer as matérias-primas e equipamentos utilizados para a fabricação ou venda de bens e serviços. Inicie o estudo dos fornecedores levantando quem serão seus fornecedores de equipamentos,ferramentas, móveis, utensílios, matérias-primas, embalagens, mercadorias e serviços. Relações de fornecedores podem ser encontradas em catálogos telefônicos e de feiras, sindicatos e no próprio SEBRAE. Outra fonte rica de informações é a Internet. Mantenha um cadastro atualizado desses fornecedores. Pesquise, pessoalmente ou por telefone, questões como: preço, qualidade, condições de pagamento e o prazo médio de entrega. Essas informações serão úteis para determinar o investimento inicial e as despesas do negócio. Preenchendo o quadro de estudo dos fornecedores, você terá uma melhor visão de quem são e de como atuam seus fornecedores. 29 Fique de olho Analise pelo menos três empresas para cada artigo necessário;

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Mesmo escolhendo um entre vários fornecedores, é importante manter contato com todos, ou pelo menos com os principais, pois não é possível prever quando um fornecedor enfrentará dificuldades; Ao adquirir matérias-primas, insumos ou mercadorias faça um estudo de verificação da capacidade técnica dos fornecedores. Todo fornecedor deve ser capaz de suprir o material ou as mercadorias desejadas, na qualidade exigida, dentro do prazo estipulado e com o preço combinado; A tomada e a comparação de preços facilitam a coleta de informações sobre aquilo que se deseja adquirir, aumentando as chances de se tomar decisões mais acertadas; Verifique se é exigida quantidade mínima de compra e lembre-se de evitar intermediários, sempre que possível. 33 2. Análise de Mercado 2 3.1. Descrição dos principais produtos e serviços O que é e como fazer Aqui você deve descrever os principais itens que serão fabricados, vendidos ou os serviços que serão prestados. Informe quais as linhas de produtos, especificando detalhes como tamanho, modelo, cor, sabores, embalagem, apresentação, rótulo, marca, etc. Se necessário, fotografe os produtos e coloque as fotos como documentação de apoio ao final do seu plano de negócio. Para empresas de serviço, informe quais serviços serão prestados, suas características e as garantias oferecidas. Lembre-se de que a qualidade do produto é aquela que o consumidor enxerga. Quando decidir melhorar um produto ou um serviço, pense sempre sob o ponto de vista do cliente. Fique de olho Verifique se há regulamentos ou exigências oficiais a serem atendidas (vigilância sanitária, normas técnicas, etc.) para a produção ou acondicionamento dos produtos vendidos por você; Hora de praticar 3.1. Descrição dos principais produtos e serviços PRINCIPAIS PRODUTOS (a serem fabricados, revendidos ou serviços prestados) ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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...............................................................................................................................

............................................................................................................................... 3.2. Preço O que é e como fazer Preço é o que consumidor está disposto a pagar pelo que você irá oferecer. A determinação do preço deve considerar os custos do produto ou serviço e ainda proporcionar o retorno desejado. Ao avaliar o quanto o consumidor está disposto a pagar, você pode verificar se seu preço será compatível com aquele praticado no mercado pelos concorrentes diretos. O preço de venda será trabalhado novamente no Plano Financeiro, quando calcularmos o faturamento total da empresa. 3.3. Estratégias promocionais O que é e como fazer Promoção é toda ação que tem como objetivo apresentar, informar, convencer ou lembrar os clientes de comprar os seus produtos ou serviços e não os dos concorrentes. A seguir, estão relacionadas algumas estratégias que você poderá utilizar: -propaganda em rádio, jornais e revistas; -internet; -amostras grátis; -mala direta, folhetos e cartões de visita; -catálogos; -carro de som e faixas; -brindes e sorteios; -descontos (de acordo com os volumes comprados); -participação em feiras e eventos. Determine de que maneira você irá divulgar seus produtos, pois todas as formas de divulgação implicam custos. Descreva suas estratégias no quadro Hora de Praticar. Leve em conta o retorno dessa estratégia, seja na imagem do negócio, no aumento do número de clientes ou no acréscimo da receita. Existem diversos tipos de divulgação. Use a criatividade para encontrar as melhores maneiras de divulgar seus produtos ou, então, observe o que seus concorrentes fazem. 35 Fique de olho Os catálogos de produtos apresentam a empresa de forma organizada e detalhada. Inclua em seu catálogo fotos, informações técnicas e formas de utilização. Panfletos e volantes podem ser entregues em locais com grande fluxo de pessoas. Neles, você deve colocar informações básicas sobre os produtos e serviços (nome da empresa, endereço, telefone, etc.). Uma alternativa interessante é a divulgação em revistas especializadas ou em jornais de bairro. Esses anúncios são mais baratos e atingem diretamente o seu público-alvo. Feiras são bons locais para apresentar sua empresa a um público selecionado por juntar clientes, especialistas, concorrentes e fornecedores, além de gerar vendas. Uma marca bem trabalhada contribui para o sucesso do empreendimento. Crie uma marca (nome e logotipo) que seja fácil de pronunciar e memorizar. Consulte o nome e a logomarca

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junto ao INPI – INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL –, para certificar-se de que poderá fazer uso de ambos. Busque mais informações na página do INPI (www.inpi.gov.br) ou em um ponto de atendimento do SEBRAE. Hora de praticar 3.3. Estratégias promocionais Descreva as estratégias de promoção e divulgação que irá utilizar. .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 36 3.4. Estrutura de comercialização O que é e como fazer A estrutura de comercialização diz respeito aos canais de distribuição, isto é, como seus produtos e/ou serviços chegarão até os seus clientes. A empresa pode adotar uma série de canais para isso, como: vendedores internos e externos, representantes, etc. Reflita sobre quais serão os meios mais adequados para se alcançar os clientes e preencha o quadro Hora de Praticar. Para isso, pense no tamanho dos pedidos, na quantidade de compradores e no comportamento do cliente, isto é, se ele tem por hábito comprar pessoalmente, por telefone ou outro meio. A comercialização dos produtos e/ou serviços pode ser feita pelos proprietários, por vendedores ou por outras empresas. Independente da forma, o importante é que isso seja feito. Uma opção é montar uma boa equipe interna de vendas, que conheça bem os produtos da empresa e as vantagens sobre a concorrência. Outra alternativa é a contratação de representantes comerciais. Isso é viável quando se explora uma região extensa e desconhecida. Ao trabalhar com representantes, tome cuidado com questões trabalhistas e não se esqueça de elaborar um contrato específico. Consulte um contabilista ou um advogado.

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O telefone é um instrumento de vendas muito utilizado atualmente. Pode ser conjugado com a divulgação dos produtos e serviços da empresa. Hora de praticar 3.4. Estrutura de comercialização Formas de comercialização e distribuição (descreva abaixo quais serão utilizadas). .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 37 3.5. Localização do negócio O que é e como fazer Neste momento, você deve identificar a melhor localização para a instalação de seu negócio e justificar os motivos da escolha desse local. A definição do ponto está diretamente relacionada com o ramo de atividades. Um bom ponto comercial é aquele que gera um volume razoável de vendas. Por isso, se a localização é fundamental para o sucesso de seu negócio, leve em consideração os seguintes aspectos. Analise o contrato de locação, as condições de pagamento e o prazo do aluguel do imóvel; Verifique as condições de segurança da vizinhança; Observe a facilidade de acesso, o nível de ruído, as condições de higiene e limpeza e a existência de locais para estacionamento; Fique atento para a proximidade dos clientes que compram seus produtos e o fluxo de pessoas na região; Lembre–se de certificar da proximidade de concorrentes; Avalie a proximidade dos fornecedores, pois isso influencia no prazo de entrega e no custo do frete; Visite o ponto pelo menos três vezes, em horários alternados, para verificar o movimento de pessoas e de veículos no local. Fique de olho A compra de um imóvel para a instalação da empresa é uma opção pouco comum. Agindo assim, você imobiliza a maior parte dos recursos, comprometendo os valores destinados para capital de giro. Escolha a localização em função do tipo de empreendimento. Você pode querer montar um bar em um espaço que você já tem disponível. Cuidado, pois poderá forçar o negócio em um local inapropriado. Se você já possui o local, encontre o negócio mais adequado para ele. Caso alugue um imóvel, não feche o contrato de locação sem antes verificar se, no local é permitida a atividade desejada. Essa consulta é feita na

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Prefeitura de sua cidade. Verifique se há implicações em órgãos como a vigilância sanitária e o corpo de bombeiros. 39 4. Plano Operacional 4.1. Layout O que é e como fazer Por meio do layout ou arranjo físico, você irá definir como será a distribuição dos diversos setores da empresa, de alguns recursos (mercadorias, matérias-primas, produtos acabados, estantes, gôndolas, vitrines, prateleiras, equipamentos, móveis, matéria-prima etc.) e das pessoas no espaço disponível. Um bom arranjo físico traz uma série de benefícios, como: -aumento da produtividade; -diminuição do desperdício e do retrabalho; -maior facilidade na localização dos produtos pelos clientes na área de vendas; -melhoria na comunicação entre os setores e as pessoas. O ideal é contratar um profissional qualificado para ajudá-lo nessa tarefa, se isso não for possível, faça você mesmo um esquema, distribuindo as áreas da empresa, os equipamentos, móveis e as pessoas de forma racional e sensata. Veja abaixo um exemplo de layout. 40 Fique de olho Verifique se há exigências específicas quanto ao layout, conforme a legislação vigente para este tipo de negócio; Certifique se é possível adequar o layout da empresa para pessoas portadoras de necessidades especiais. Hora de praticar 4.1. Layout ou arranjo físico Desenhe abaixo um esquema de como ficarão as principais áreas e como serão alocadas máquinas, equipamentos, móveis, etc.

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41 4.2. Capacidade produtiva/comercial/serviços O que é e como fazer

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É importante estimar a capacidade instalada da empresa, isto é, o quanto pode ser produzido ou quantos clientes podem ser atendidos com a estrutura existente. Com isso, é possível diminuir a ociosidade e o desperdício. Seja realista e considere na projeção do volume de produção, de vendas ou de serviços: o tipo de produto ou serviço, as suas instalações e maquinário, sua disponibilidade financeira, o fornecimento de matérias-primas e ou mercadorias e o tamanho do mercado. Leve em conta, também, a sazonalidade, isto é, as oscilações do mercado, em função daquilo que irá produzir ou revender. Hora de praticar 4.2. Capacidade produtiva/comercial/serviços Qual será a capacidade máxima de produção (ou serviços) e comercialização? Qual será o volume de produção (ou serviços) e comercialização iniciais? .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 4.3. Processos operacionais O que é e como fazer É o momento de registrar como a empresa irá funcionar. Você deve pensar em como serão feitas as várias atividades, descrevendo, etapa por etapa, como será a fabricação dos produtos, a venda de mercadorias, a prestação dos serviços e, até mesmo, as rotinas administrativas. Identifique que trabalhos serão realizados, quem serão os responsáveis, assim como os materiais e equipamentos necessários.

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Para isso, você mesmo poderá elaborar um roteiro com essas informações. Veja, a seguir, o exemplo de um dos processos de uma indústria de artigos do vestuário. Em seguida, faça o mesmo para as diversas atividades da sua empresa.

Hora de praticar 4.3. Processos operacionais Descreva como serão feitas as principais atividades do negócio. .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 43 4.4. Necessidade de pessoal O que é e como fazer Faça a projeção do pessoal necessário para o funcionamento do negócio. Esse item inclui o(s) sócio(s), os familiares (se for o caso) e as pessoas a serem contratadas. Fique de olho Verifique a disponibilidade de mão-de-obra qualificada na região. Se não for essa a situação, procure investir no treinamento de sua equipe; Lembre-se de consultar os sindicatos de classe a fim de obter informações sobre a legislação específica, acordos coletivos, piso salarial, quadro de horários, etc. Hora de praticar

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4.4. Necessidade de pessoal CARGO/FUNÇÃO QUALIFICAÇÕES NECESSÁRIAS Roteiro para coleta de informações Defina quais informações você precisa obter para concluir a elaboração do plano operacional.Novamente utilize o roteiro disponibilizado ao fim do manual para planejar-se melhor. 44 5. Plano Financeiro Investimento total Nessa etapa, você irá determinar o total de recursos a ser investido para que a empresa comece a funcionar. O investimento total é formado pelos: -Investimentos fixos. -Capital de Giro. -Investimentos pré-operacionais. 5.1. Estimativa dos investimentos fixos O que é e como fazer O investimento fixo corresponde a todos os bens que você deve comprar para que seu negócio possa funcionar de maneira apropriada. No quadro a seguir, relacione os equipamentos, máquinas, móveis, utensílios, ferramentas e veículos a serem adquiridos, a quantidade necessária, o valor de cada um e o total a ser desembolsado. Evite imobilizações desnecessárias. Quando possível, alugue ao invés de construir ou comprar; Considere a possibilidade de terceirizar algumas atividades, isso reduzirá a necessidade de compra de máquinas e equipamentos; Pesquise e avalie as diversas opções de aquisição (leilões, classificados, lojas de usados). Cuidado com o estado de conservação e a garantia do que irá comprar. 45

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5.2. Capital de giro O que é e como fazer O capital de giro é o montante de recursos necessário para o funcionamento normal da empresa, compreendendo a compra de matérias-primas ou mercadorias, financiamento das vendas e o pagamento das despesas. Ao estimar o capital de giro para o começo das atividades da empresa, você deverá apurar o estoque inicial e o caixa mínimo necessário. A – Estimativa do estoque inicial O estoque inicial é composto pelos materiais (matéria-prima, embalagens, etc.) indispensáveis à fabricação de seus produtos ou pelas mercadorias que serão revendidas. No quadro Hora de Praticar, identifique quais materiais ou mercadorias devem ser comprados, as quantidades, seu preço unitário e o total a ser gasto. Para isso, leve em consideração a sua capacidade de produção, o tamanho do mercado e o seu potencial de vendas.

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Fique de olho Faça uma ampla pesquisa junto a seus fornecedores. Pechinche, negociando bons preços e condições de pagamento, assim você reduz despesas, oferecendo preços competitivos e aumentando as receitas e o lucro da empresa. 47 Tenha um controle apurado dos seus estoques, assim você saberá qual o momento certo para adquirir novos produtos. Para a formação dos estoques, dê preferência aos itens de maior giro, ou seja, aqueles que têm maior saída e aceitação. Estoque parado por muito tempo, na maior parte das vezes, representa prejuízo. Hora de Praticar

TOTAL(A) $ 48 B – Caixa Mínimo É o capital de giro próprio necessário para movimentar seu negócio. Representa o valor em dinheiro que a empresa precisa ter disponível para cobrir os custos até que as contas a receber de clientes entrem no caixa. Corresponde a uma reserva inicial de caixa. Para calcular a necessidade líquida de capital de giro é preciso conhecer os prazos médios de vendas, compras e estocagem. Essas informações podem ser pesquisadas junto a concorrentes e fornecedores e serão utilizadas na apuração do caixa mínimo, isso porque nas vendas financiamos os clientes por meio dos prazos concedidos e somos financiados pelos fornecedores por meio dos prazos para pagamento negociados. Acompanhe o exemplo a seguir e aprenda como calcular a necessidade de capital de giro próprio e o caixa mínimo. Posteriormente, faça o mesmo no quadro Hora de Praticar, utilizando os dados específicos da sua atividade. 1º Passo: Contas a receber – Cálculo do prazo médio de vendas

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É a média do prazo de financiamento a clientes, ou seja, do prazo concedido aos clientes para que estes efetuem o pagamento do que compraram.

Prazo médio total 36 dias No exemplo acima, para a política de vendas da empresa, estimou-se que: 20% das vendas serão à vista; 45% das vendas com 30 dias; 30% das vendas com 60 dias e 5% das vendas com 90 dias. Para calcularmos a média ponderada dos prazos de vendas, basta multiplicarmos o percentual das vendas pelo número de dias que serão concedidos aos clientes. O resultado acima indica que em média a empresa leva 36 dias para receber suas vendas a prazo. 49 2º Passo: Fornecedores – Cálculo do prazo médio de compras Segue a mesma lógica do item anterior, porém devemos calcular o prazo médio dado pelos fornecedores para o pagamento dos produtos e serviços adquiridos.

Partindo da premissa que 50% das compras são realizadas à vista e 50% em 30 dias, novamente devemos ponderar os prazos, multiplicando o percentual do volume de compras pelos prazos médios concedidos pelos diversos fornecedores. Nessa situação a empresa tem aproximadamente 15 dias para o pagamento de seus débitos. 3º Passo: Estoques – Cálculo da necessidade média de estoques É o prazo médio de PERMANÊNCIA da matéria prima ou das mercadorias nos estoques da empresa. Abrange desde a data em que é feito o pedido ao fornecedor até o momento em que os produtos são vendidos. Lembre-se de que um prazo maior de permanência das mercadorias em estoque irá gerar uma necessidade maior de capital de giro. Necessidade média de estoques

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Número de dias: 5 dias Dando continuidade ao nosso exemplo, foi estimado um prazo médio de permanência em estoque de 5 dias. 50 4º Passo: Cálculo da necessidade líquida de capital de giro em dias É a diferença entre os recursos da empresa que se encontram fora do seu caixa (contas a receber + estoques) e os recursos de terceiros no caixa da empresa (fornecedores). Se positivo, o resultado indica quantos dias em que o caixa ficará descoberto, se negativo aponta que os recursos financeiros das vendas entram no caixa antes que sejam feitos os pagamentos.

Somando o prazo médio de vendas (contas a receber) e o prazo médio de estocagem (estoques) e diminuindo desse resultado o prazo médio de compras (fornecedores) encontraremos a necessidade líquida de capital de giro em dias. Em nosso exemplo, o prazo de 26 dias significa que a empresa irá necessitar de caixa nesse período para cobrir seus gastos e financiar clientes. B – Caixa Mínimo Representa a reserva em dinheiro necessária para que a empresa financie suas operações iniciais. É obtida ao multiplicarmos a necessidade líquida de capital de giro em dias pelo custo total diário da empresa.

Fique de olho O custo total corresponde ao somatório dos custos fixos e variáveis. Mais adiante você irá aprender a calcular esses custos. Essas informações

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poderão ser obtidas no demonstrativo de resultados que é elaborado ao final do plano financeiro, por isso prossiga na leitura do manual e quando estiver com tais informações em mãos retorne ao cálculo do caixa mínimo. Você deve ter notado, que quanto maior sua necessidade líquida de capital de giro em dias, maior é o caixa mínimo. Portanto, procure negociar bem os prazos com clientes e fornecedores e não mantenha mercadorias e matérias-primas paradas por muito tempo em estoque. 52 Hora de praticar B – Caixa Mínimo

2º Passo: Fornecedores

3º Passo: Estoques

4º Passo: Cálculo da necessidade líquida de capital de giro em dias

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B – Caixa Mínimo

5.3. Investimentos pré-operacionais O que é e como fazer Compreendem os gastos realizados antes do início das atividades da empresa, isto é, antes que ela abra as portas e comece a vender. São exemplos de investimentos pré-operacionais: despesas com reforma (pintura, instalação elétrica, troca de piso, etc.) ou mesmo as taxas de registro da empresa. 54 5.3. Investimentos pré-operacionais Investimentos Pré-Operacionais R$ Despesas de legalização Obras civis e/ou reformas Divulgação Cursos e treinamentos Outras despesas

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TOTAL 5.4. Investimento total (resumo) O que é e como fazer Agora que você estimou os valores para investimentos fixos, financeiros e pré-operacionais, é o momento de conhecer o total a ser investido no negócio. Transporte para o quadro 5.4, INVESTIMENTO TOTAL, o somatório dos: -quadro 5.1 – Estimativa dos Investimentos Fixos. -quadro 5.2 – Capital de Giro. -quadro 5.3 – Estimativa de Investimentos Pré-Operacionais. Em seguida avalie se o capital para criação da empresa será feito a partir de recursos próprios (investimento dos proprietários) ou de terceiros (pessoas externas ou instituições financeiras). Então preencha o quadro de fontes de recursos definindo em que proporção isso irá acontecer. 55 Pense em como e onde irá buscar os recursos para iniciar ou ampliar o negócio. Você dispõe do capital necessário para isso (recursos próprios) ou será necessário recorrer a bancos (recursos de terceiros), por exemplo? Ao fazer uso de financiamento, procure saber quais são as linhas de crédito para pequenas empresas. Peça ao gerente do banco escolhido orientações sobre o que pode ser financiado, até quanto, a taxa de juros, a carência e o prazo de pagamento, a documentação e as garantias exigidas. Verifique se você está apto a atender essas condições e se a empresa irá gerar resultados que possibilitem a quitação do financiamento. Caso contrário, busque alternativas, mesmo que, para isso, tenha que adiar o projeto ou iniciar um empreendimento menor. Hora de praticar 5.4. Investimento total (resumo)

56 5.5. Estimativa do faturamento mensal da empresa O que é e como fazer Esta talvez, é uma das tarefas mais difíceis para quem ainda não iniciou as atividades. Uma forma de estimar o quanto a empresa irá faturar por mês é multiplicar a quantidade de produtos a serem oferecidos pelo seu preço de

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venda, que deve ser baseado em informações de mercado. Para isso, considere: -o preço praticado pelos concorrentes diretos; -o quanto seus potenciais clientes estão dispostos a pagar. Fique de olho As previsões de vendas devem ser baseadas na avaliação do potencial do seu mercado e em sua capacidade produtiva. Faça suas estimativas de faturamento para um período de, pelo menos, 12 meses. Seja cauteloso ao projetar as receitas e verifique se há sazonalidade no seu ramo, isto é, se existem épocas em que as vendas aumentam ou diminuem, como no Natal ou férias escolares. Ao estimar as vendas, foi considerado o preço de mercado. Porém, existem outros meios para se precificar um produto, como por exemplo, fixar uma margem de ganho sobre o custo do produto. 57 Hora de Praticar 5.5. Estimativa do faturamento mensal da empresa

5.6. Estimativa do custo unitário de matéria-prima, materiais diretos e terceirizações Aqui, será calculado o custo com materiais (matéria-prima + embalagem) para cada unidade fabricada. Essa informação é importante, caso você deseje abrir uma indústria. Os gastos com matéria-prima e embalagem são classificados como custos variáveis numa indústria, assim como as mercadorias em um comércio. Como o próprio nome diz, esses custos variam (aumentam ou diminuem) de acordo com o volume produzido ou vendido. Observe o exemplo a seguir e, depois, calcule o custo unitário com materiais para os produtos de sua empresa. 58

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Hora de Praticar 5.6. Estimativa dos custos de matéria-prima, materiais diretos e Terceirizações (Este item deverá ser preenchido somente pelo setor industrial.)

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5.7. Estimativa dos custos de comercialização O que é e como fazer Aqui, serão registrados os gastos com impostos e comissões de vendedores ou representantes. Esse tipo de despesa incide diretamente sobre as vendas e, assim como o custo com materiais diretos ou mercadorias vendidas, é classificado como um custo variável. Para calculá-los, basta aplicar, sobre o total das vendas previstas, o percentual dos impostos e de comissões. Fique de olho As empresas optantes pelo SIMPLES devem desconsiderar o recolhimento dos seguintes impostos: IRPJ, PIS, COFINS, Contribuição Social e IPI; O ICMS é um imposto de abrangência estadual e estão obrigadas a recolhê-lo as empresas que trabalhem com a venda de produtos ou com serviços de transporte intermunicipal e interestadual. O ISS é devido à prefeitura pelas empresas prestadoras de serviços. 61

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Hora de Praticar 5.7. Estimativa dos custos de comercialização

62 5.8. Apuração dos custos dos materiais diretos e/ou mercadorias vendidas O que é e como fazer Nesta etapa, você deverá apurar o CMD – Custos com Materiais Diretos (para a indústria) – ou o CMV – Custo das Mercadorias Vendidas (para o comércio). O custo dos materiais diretos ou das mercadorias vendidas representa o valor que deverá ser baixado dos estoques pela sua venda efetiva. Para calculá-lo, basta multiplicar a quantidade estimada de vendas pelo seu custo de fabricação ou aquisição.

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O custo com materiais diretos e ou mercadorias vendidas é classificado como um custo variável, aumentando ou diminuindo em função do volume de produção ou de vendas. Hora de Praticar 5.8. Apuração do custo

5.9. Estimativa dos custos com mão-de-obra O que é e como fazer Agora, você deverá definir quantas pessoas serão contratadas (se necessário) para realizar as diversas atividades do negócio. Pesquise e determine quanto cada empregado receberá. Não se esqueça de que, além dos salários, devem ser considerados os custos com encargos sociais (FGTS, férias, 13º salário, INSS, horas-extras, aviso prévio, etc.) 63 Sobre o total de salários, você deve aplicar o percentual relativo aos encargos sociais, somando-os aos salários, você saberá qual o custo total com mão-de-obra. Fique de olho Um contabilista poderá informá-lo quais são os encargos sociais devidos pela sua empresa. Pesquise no sindicato patronal, o piso salarial a ser pago e quais os benefícios devidos. Hora de Praticar 5.9. Estimativa dos custos com mão-de-obra

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5.10. Estimativa do custo com depreciação O que é e como fazer Lembre-se de que as máquinas, equipamentos e ferramentas desgastam-se ou tornam-se ultrapassados com o passar dos anos, sendo necessária sua reposição. O reconhecimento da perda do valor dos bens pelo uso é chamado de depreciação. Para calcular a depreciação dos investimentos fixos, é necessário seguir os passos descritos abaixo: -relacione as máquinas, equipamentos, ferramentas, utensílios, veículos, etc. utilizados. Lembre-se de que estas informações foram levantadas na planilha de investimentos fixos (quadro 5.1.); -determine o tempo médio de vida útil (em anos) desses bens; -divida o valor do bem pela sua vida útil em anos para saber o valor anual da depreciação; -divida o custo anual com depreciação por 12, para calcular a depreciação mensal. Entenda melhor como calcular a depreciação com o seguinte exemplo:

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Isso quer dizer que, a cada mês, esse equipamento vale R$83,33 menos, ou seja, possivelmente, ao final de 5 anos, será preciso adquirir um nova máquina de costura, mais moderna e eficiente. Apesar de ser um custo e influenciar na formação do preço, a depreciação não representa um desembolso (saída de dinheiro do caixa). Entretanto, dependendo da situação financeira e das estratégias do negócio, pode-se fazer uma reserva para a troca do bem ao final de sua vida útil. A título de informação, a Receita Federal considera, para efeito de vida útil, os seguintes prazos: -imóveis – 25 anos; -máquina – 10 anos; -equipamentos – 5 anos; -móveis e utensílios – 10 anos; -veículos – 5 anos; -computadores – 3 anos. 65 Essas informações funcionam como referência e não devem ser seguidas como regra. Em algumas atividades empresariais, máquinas e equipamentos sofrem desgastes maiores. Isso deve ser considerado no cálculo da depreciação; Lembre-se de que máquinas e equipamentos sucateados têm maiores custos de manutenção, além de produtividade mais baixa. Hora de Praticar 5.10. Estimativa do custo com depreciação

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5.11. Estimativa dos custos fixos operacionais mensais O que é e como fazer Os custos fixos são todos os gastos que não se alteram em função do volume de produção ou da quantidade vendida em um determinado período. Por exemplo, imagine que, em um determinado mês, uma empresa sofra uma queda em suas vendas. Ainda assim, pagará despesas com aluguel, energia, salários, etc. Esses valores são custos fixos porque são pagos, normalmente, independente do nível de faturamento do negócio. No quadro abaixo, liste todos os seus custos fixos e estime os valores mensais de cada um. Procure ajustar o quadro de acordo com os tipos de despesas do seu empreendimento. Fique de olho Ao levantar os custos fixos, seja cauteloso. Já diz o ditado que “o seguro morreu de velho”; por isso, trabalhe com alguma “margem de segurança” na hora de estimar esses gastos.Sem perder a qualidade, procure reduzir ao máximo os custos fixos. Adote práticas que contribuam para a diminuição do desperdício e do retrabalho. 66 O pró-labore é a remuneração do dono pelo seu trabalho e deve ser considerado mensalmente como um custo. Lembre-se de que, caso você não disponha de outra fonte de renda, é pelo pró-labore que irá pagar seus compromissos pessoais. Não se esqueça de relacionar o valor da depreciação mensal das máquinas e equipamentos calculados anteriormente. Hora de Praticar 5.11. Estimativa de custos fixos operacionais mensais

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67 5.12. Demonstrativo de resultados O que é e como fazer Após reunir as informações sobre as estimativas de faturamento e os custos totais (fixos e variáveis), é possível prever o resultado da empresa, verificando se ela possivelmente irá operar com lucro ou prejuízo. Hora de Praticar

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5.12. Demonstrativo de resultados

(*) CMV – Custo das Mercadorias Vendidas Fique de olho Volte ao quadro 5.2. e utilize as informações do Demonstrativo de Resultados para calcular o caixa mínimo necessário. 5.13. Indicadores de viabilidade 5.13.1. Ponto de equilíbrio O que é e para que serve O ponto de equilíbrio representa o quanto sua empresa precisa faturar para pagar todos os seus custos em um determinado período. Utilizando as fórmulas a seguir, você pode calcular o ponto de equilíbrio em faturamento.

O valor da margem de contribuição, do custo fixo e da receita total são encontrados no Demonstrativo de Resultados (quadro 5.12.)

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Isso quer dizer que, no período considerado, quando a empresa realizar receita total de R$ 65.000,00, atingirá o “ponto de equilíbrio” e estará cobrindo os seus custos totais (custos fixos + custos variáveis). Em outras palavras, com receita total abaixo de R$ 65.000,00, a empresa estará operando com prejuízo; com receita total maior que R$ 65.000,00, a empresa estará operando com lucro. Fique de olho O ponto de equilíbrio também pode ser calculado em unidades vendidas. Entretanto, para as empresas que trabalham com uma grande variedade de produtos ou serviços, é recomendável calcular o ponto de equilíbrio em faturamento. Concentre seus esforços para que o empreendimento ultrapasse o ponto de equilíbrio, pois, somente assim, você irá obter lucro. 69 Hora de praticar 5.13.2. Lucratividade O que é e para que serve É um indicador que mede o lucro líquido em relação às vendas. É um dos principais indicadores econômicos, pois está relacionado à competitividade. Se sua empresa possui uma boa lucratividade, ela apresentará maior capacidade de competir, isso porque poderá investir mais em divulgação, na diversificação dos produtos e serviços, na aquisição de novos equipamentos, etc.

Isso quer dizer que sob os R$ 100.000,00 de receita total “sobram” R$ 8.000,00 na forma de lucro, depois de pagas todas as despesas e impostos, o que indica uma lucratividade de 8% ao ano. 70

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Hora de praticar Lucratividade 5.13.3. Rentabilidade O que é e para que serve É um indicador de atratividade dos negócios, pois mede o retorno do capital investido aos sócios. É obtido sob a forma de percentual por unidade de tempo (mês ou ano). É calculada por meio da divisão do lucro líquido pelo investimento total. A rentabilidade deve ser comparada com índices praticados no mercado financeiro.

Rentabilidade 5.13.4. Prazo de retorno do investimento O que é e para que serve Assim como a rentabilidade, também é um indicador de atratividade. Indica o tempo necessário para que o empreendedor recupere o que investiu.

Isso significa que, 4 anos após o início das atividades da empresa, o empreendedor terá recuperado, sob a forma de lucro, tudo o que gastou com a montagem. 72 Hora de praticar

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Prazo de retorno do investimento Roteiro para coleta de informações É hora de trabalhar os números do empreendimento. Orçamentos, cálculos e projeções deverão ser feitas. Estabeleça quais são as informações mais importantes a serem pesquisadas e registre como irá obtê-las no roteiro para coleta de informações disponível no fim do manual. 85 10. Referências Bibliográficas CEAG/MG. Programa microempresa. Belo Horizonte: CEAG, 1987. 83 p., il. CENNI, Marcelo. Montando uma empresa: dicas para obter sucesso. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. 94 p., il. (Coleção Pequena Empresa,v.1). CHIAVENATO, Idalberto. Vamos abrir um negócio? São Paulo: Makron Books, 1995. 140 p., il. COMO administrar uma pequena empresa: manual metodológico. [Belo Horizonte]: SEBRAE/ MG, [19--]. DE FELIPPE JÚNIOR, Bernardo. Pesquisa: o que é e para que serve. Brasília: SEBRAE, 71 p., il. (Série Marketing para a Pequena Empresa, 6). DOLABELLA, Fernando. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura, 1999. 312 p., il. FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO. Aprender a empreender. [S.l]: SEBRAE, 2001. 160 p.,il. GUIA PEQUENAS EMPRESAS GRANDES NEGÓCIOS : como montar seu próprio negócio. São Paulo: Globo, 2002. 152 p., il. MANUAL iniciando um pequeno grande negócio. [Brasília]: SEBRAE, [19--]. MANUAL do curso básico de formação de contabilistas consultores. [Belo Horizonte]: SEBRAE/ MG, [19--]. MANUAL do plano de negócios. [S.l.: s.n], [19--]. Baseado no Business Plan Work book, publicado pela Entrepreneurship Development Corporation of Honolulu em 1984. MENDONÇA, Carlos Alberto Veríssimo de; PINTO, Paulo César Ferreira. Gestão estratégica: Série Contabilizando o sucesso. Brasília. SEBRAE, 2003. 47 p. PEQUENOS negócios: treinamento gerencial básico. [Belo Horizonte]: SEBRAE/MG, [19--]. PROGRAMA de desenvolvimento de empreendedores: plano de negócios. [Belo Horizonte]: SEBRAE/MG, [19--].

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APOSTILA DE EVENTOS DE MODA

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MÓDULO 1

1.EVENTOS----------PÁG.205

MÓDULO 2

2. TIPOS DE EVENTOS----------PÁG.206

MÓDULO 3

3. CLASSIFICAÇÃO E PLANEJAMENTO GERAL DOS

EVENTOS----------PÁG.206

MÓDULO 4

4. PESQUISA DE MERCADO----------PÁG.207

MÓDULO 5

5. ESTUDO DE VIABILIDADE / PLANEJAMENTO----------PÁG.208

MÓDULO 6

6. GESTÃO DE PROJETOS, ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO DE PATROCÍNIOS, COMERCIALIZAÇÃO E PROPAGANDA----------PÁG.209

MÓDULO 7

7.CERIMONIAIS E PROTOCOLOS----------PÁG.210

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MÓDULO 8

8.MODELOS DE DOCUMENTOS----------PÁG.212

MÓDULO 9 9.O PROFISSIONAL PRODUTOR DE EVENTOS----------PÁG.213

MÓDULO 10

10.EMPREENDEDORISMO----------PÁG.213

BIBLIOGRAFIA----------PÁG.225

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MÓDULO 1

1.EVENTOS

Objetivo Campo de Atuação O que é um evento ? Tipos de eventos Festas e cerimoniais Eventos estudantis Eventos empresariais Eventos culturais Características de eventos O Que é Ser Produtor de Eventos? Postura profissional de acordo com o público alvo Organização Atualização e conhecimento mercadológico Relacionamento profissional Capacidade de administração e captação Integração com o mundo dos eventos Coordenando Eventos Tarefas da coordenação geral

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MÓDULO 2

2. TIPOS DE EVENTOS

Os tipos básicos de eventos Festas locais – Aniversários e Bodas, Festas Religiosas, Eventos Beneficentes. Eventos Estudantis – Formaturas, Palestras em faculdades, Feiras e Concursos, Passeios e Viagens culturais. Eventos Empresariais – Encontros Empresariais de determinadas áreas, Feiras e Exposições, Palestras e Simpósios, Divulgação de Produtos e Treinamento e Aperfeiçoamento Profissional. Eventos Culturais – Shows, Mostras de Dança, Teatro e Música, Roteiros Culturais, Festas Temáticas, Desfiles e Feiras de Moda, Exposições Diversas. Os Estágios de um Evento Criação do Evento - Origem Objetivo e Argumento Articulação da Administração Definição do Local do Evento Escolha da Equipe Técnica Captação de Patrocínio e Apoio Apoio Patrocínio Divulgação do evento Realização Avaliação Final

MÓDULO 3

3. CLASSIFICAÇÃO E PLANEJAMENTO GERAL DOS EVENTOS

Classificando nossos eventos Classificação por frequencia Eventos esporádicos ou efêmeros Eventos únicos ou singles Eventos permanentes, rotativos ou continuados Classificação por abrangência Classificação por dimensão Planejamento de pesquisas

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Estudos de mercado e viabilização Planejamento geral ou global do evento Planejamento da pré-produção Planejamento tático Planejamento pós-produção Avaliação global do evento Como cobrar por serviços terceirizados

MÓDULO 4

4. PESQUISA DE MERCADO

Definindo a Pesquisa de Mercado Conceitos básicos Produto Motivação do cliente Comunicação Serviços e garantias Roteiro para estruturação do projeto de pesquisa Objetivo Conceito Fontes primárias e secundárias Análise de dados Relatório final e gerenciamento dos dados obtidos Modelo de formulário de pesquisa de mercado Coleta de amostra Pesquisa junto aos fornecedores A pesquisa do perfil da concorrência. Utilidade das Informações Coletadas

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MÓDULO 5

5. ESTUDO DE VIABILIDADE / PLANEJAMENTO

Viabilização e Planejamento Perguntas de Avaliação de Viabilidade: Planejar com Eficiência Objetivo Argumento Tema Tipo Data, Local e Duração do Evento Programação do Evento Público Alvo Estratégia de Comunicação – Divulgação – Slogan ou Logomarca Plano de custos Levantamento de Recursos Disponíveis Captação de Recursos e Patrocínios Transporte – Levantamento de necessidades e roteiros Planejamento de Recursos Humanos – Terceirização e Contratação Atividades Sociais – Planejamento e Divulgação Atividades Turísticas – Planejamento e Divulgação Planejamento de Recursos Materiais e Equipamentos Planejamento Artístico, Técnico e Executivo Planejamento de Legalização e Autorização junto aos órgãos competentes Cronograma do Evento Fluxograma das Atividades Organograma do Projeto Apresentação do Projeto Comercial Finalização do Projeto

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MÓDULO 6

6. GESTÃO DE PROJETOS, ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO DE PATROCÍNIOS, COMERCIALIZAÇÃO E PROPAGANDA.

Gestão de projetos O que é a gestão de projetos Áreas de conhecimento na gestão de projetos Gestão de integração Gestão de abrangência Gestão de qualidade Gestão de recursos humanos Gestão de comunicações Gestão de prazos Gestão de riscos Gestão de aquisição de bens e serviços Estratégias de captação de recursos Definindo objetivos Dados coletados Táticas de negociação Criando estratégias de captação de recursos Receita operacional Receita indireta Venda de cotas de patrocínio Patrocinador âncora Patrocinador especial Ingressos ou inscrições antecipadas Parceria turístico-hoteleira Vendas indiretas Estratégias de comercialização do evento Política de fidelização Planejamento de promoção de vendas Foco de mercado Motivar a força das vendas Estreitamento das relações Aumentar a conveniência do produto/serviço no mercado Estratégias de propaganda e mídia Veículos de propaganda Comerciais de tv Rádio Jornais Revistas Mala direta Mídias externas Web Telemarketing Assessoria de imprensa Plano de mídia Descrição ou informações básicas

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Objetivos Estratégias Apoio profissional

MÓDULO 7

7.CERIMONIAIS E PROTOCOLOS

Estrutura Pré-evento – planejamento Trans-evento – organização Pós evento – avaliação Estrutura administrativa Controle financeiro do evento Verificação de estoques de materiais impressos e de consumo Controle de logística e pessoal de apoio O produtor executivo Cerimoniais e protocolos Cerimonial para casamentos religiosos Roteiro de cerimonial de casamento Ordem de entrada do noivo, dos pais e padrinhos: A entrada da noiva: A cerimônia: A saída do casal: As músicas - repertório: O check list A recepção Breakfast ou café da manhã Brunch Bolo com champanhe Mesa de chá Jantar Coquetel Os tipos de serviços À francesa

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À americana Serviço misto Alguns cálculos que devem ser feitos para não faltar nada: Garçons Comidas e bebidas (por pessoa): Cerimonial de 15 anos Decoração Local Reportagem do evento Vestidos e acessórios da debutante Sonorização e iluminação O bufê Roteiro para cerimonial de 15 anos Abertura da cerimônia e apresentação da família da debutante A apresentação da debutante Homenagem aos familiares e amigos Despedida da infância A valsa Protocolo A ordem da precedência Níveis principais Níveis secundários Ocupantes de cargos de ministérios e secretarias especiaissecretarias especiais: Governadores de estado Poder legislativo – senado e parlamentares – deputados Prefeitos, secretários estaduais e municipais As forças armadas Marinha Exército Aeronáutica Policia militar Os tratamentos - de acordo com a hierarquia Congresso Pré-evento: Trans-evento Roteiro de abertura do evento Roteiro de encerramento do evento Pós-evento Composição das mesas Cabeceira inglesa Cabeceira francesa Mesas de plenário Mesa principal do plenário Arrumação das mesas do auditório mesas para jantares e banquetes Mesa de banquete à inglesa Mesa de banquete à francesa Banquete com várias mesas pequenas Outros eventos

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Pós-evento Encerramento das atividades relacionadas ao evento Fechamento da receita x despesa Avaliação técnica Outras atividades obrigatórias

MÓDULO 8

8. MODELOS DE DOCUMENTOS

Modelo de Convite para Evento Convite formal Regras para convites formais Quando for obrigatório que se apresente o convite na recepção, o que fazer? Quando é necessária a confirmação da presença ou ausência, o que fazer? Quando o convite é nominal e destinado somente a uma pessoa, sem a possibilidade de passá-lo a representantes ou amigos, como fazer? Quanto ao traje, como proceder? À Rigor ou Traje de Gala Social Como fazer para mostrar que o convite é pago? Qual o prazo para entregar os convites de um evento? Quando devo usar os termos “prazer”, “honra” e “satisfação”? Cartão de Identificação Prismas Certificado Certificado Bandeiras Modelo de Contrato de Trabalho – Ideal para prestação de serviços temporários: Modelo de Ficha Técnica de Evento Classes Sociais

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MÓDULO 9 9.O PROFISSIONAL PRODUTOR DE EVENTOS

Perfil do profissional

O profissional de Eventos planeja, desenvolve, executa, organiza, promove e coordena eventos nas diversas áreas do mercado. O profissional aprende a lidar com a produção de eventos de moda, esportivos, corporativos, regionais, musicais, festas, etc., abrindo, assim, diversas frentes de trabalho. Além da prática na organização dos eventos, o aluno do curso é instrumentalizado com todo o ferramental necessário para o desenvolvimento pleno da profissão.

Mercado de trabalho

Atua em empresas organizadoras e/ou produtoras de eventos, realizando feiras, exposições, shows, congressos, seminários, lançamentos de produtos, festas, desfiles de moda, campeonatos esportivos e atividades culturais. Atua ainda em hotéis, centros de convenções, casas de shows, órgãos governamentais, casas de festas, ONGs, centros culturais, museus, parques temáticos, espaços de lazer, teatros e universidades. Além disso, pode prestar consultoria na área de eventos e executar atividades de cerimonial.

MÓDULO 10

10.EMPREENDEDORISMO

Empreendedor é o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente, aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às atividades de organização, administração, execução; principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos – mercadorias ou serviços; gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. É o profissional inovador que modifica, com sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. Também é

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utilizado – no cenário econômico – para designar o fundador de uma empresa ou entidade, aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não existia.

Origem

A palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph Schumpeter em 1950 como sendo uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações. Mais tarde, em 1967 com Kenneth E. Knight e em 1970 com Peter Drucker foi introduzido o conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio. E em 1985 com Gifford Pinchot foi introduzido o conceito de Intra-empreendedor, uma pessoa empreendedora mas dentro de uma organização

Uma das definições mais aceitas hoje em dia é dada pelo estudioso de empreendedorismo, Robert Hirsch, em seu livro “Empreendedorismo”. Segundo ele, empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal.

A satisfação econômica é resultado de um objetivo alcançado (um novo produto ou empresa, por exemplo) e não um fim em si mesma.

Definição

Empreendedorismo é o principal fator promotor do desenvolvimento econômico de um país.

Análise histórica

A palavra empreendedor (entrepreneur) surgiu na França por volta dos séculos XVII e XVIII, com o objetivo de designar aquelas pessoas ousadas que estimulavam o progresso econômico, mediante novas e melhores formas de agir.

Entretanto, foi o economista francês Jean-Baptiste Say, que no início do século XIX conceituou o empreendedor como o indivíduo capaz de mover recursos econômicos de uma área de baixa para outra de maior produtividade e retorno. Mais tarde, o austríaco Joseph Schumpeter, um dos mais importantes economistas do século XX que definiria esse indivíduo como o que reforma ou revoluciona o processo “criativo-destrutivo” do capitalismo, por meio do desenvolvimento de nova tecnologia ou do aprimoramento de uma antiga – o real papel da inovação. Esses indivíduos são os agentes de mudança na economia.

Posteriormente, Peter Ferdinand Drucker, considerado “o pai da administração moderna”, é que amplia a definição proposta por Jean-Baptiste Say, descrevendo os empreendedores como aqueles que aproveitam as

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oportunidades para criar as mudanças. Os empreendedores não devem se limitar aos seus próprios talentos pessoais e intelectuais para levar a cabo o ato de empreender, mas mobilizar recursos externos, valorizando a interdisciplinaridade do conhecimento e da experiência, para alcançar seus objetivos.

O conceito de empreendedorismo está também muito relacionado aos pioneiros da alta tecnologia do Vale do Silício, na Califórnia. Ainda nos EUA, o Babson College tornou-se um dos mais importantes pólos de dinamização do espírito empreendedor com enfoque no ensino de empreendedorismo na graduação e pós-graduação, com base na valorização da oportunidade e da superação de obstáculos, conectando teoria com a prática, introduzindo a educação para o empreendedorismo através do currículo e das atividades extracurriculares. É notória a atual ênfase dada ao empreendedorismo e a inovação como temas centrais nas melhores Universidades Norte-Americanas.

Século XVII

Os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreram nessa época, em que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, é considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (aquele que assume riscos), do capitalista (aquele que fornecia o capital).

Século XVIII

Nesse século o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo, através da Revolução Industrial.

Século XIX e XX

No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram frequentemente confundidos com os administradores (o que ocorre até os dias atuais), sendo analisados meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista.

O perfil do empreendedor

Os estudos na área do empreendedorismo mostram que as características do empreeendedor ou do espírito empreendedor, da indústria ou da instituição, não é um traço de personalidade. Para Meredith, Nelson e Nech (apud UFSC/LED 2000 p. 51) “ Empreendedores são pessoas que têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários para

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pô-los em vantagens; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso. São orientadas para a ação, altamente motivados; assumem riscos para atingirem seus objetivos”.

O empreendedor tem um novo olhar sobre o mundo à medida que presencia a evolução. Valoriza suas experiências, valoriza seu valor, tomando decisões e decisões acertadas. Abre novas trilhas, explora novos conhecimentos, define objetivos e dá o primeiro passo. De acordo com Gerber (1996), o século XVIII foi marcado por grandes modificações nos processos industriais. A revolução industrial teve início no século XVII, se caracterizando pela mudança dos processos produtivos que eram feitos manualmente e passaram a ser feitos por máquinas. Essa época modificou ou transformou os meios de produção, as relações econômicas, as relações sociais e as relações culturais. Como conseqüência aconteceu a divisão do trabalho, a produção em série e a urbanização. O homem passou a ser visto como uma máquina produtiva e não como gente (Leite, 2000).

Procurando cada vez mais a eficácia, surgiram os grandes pensadores aliados aos interesses dos empresários. Cenários com novas estratégias. Falase em marketing e relações humanas. As idéias de Taylor imperam, porém o consumidor se faz ouvir, surgindo a segmentação do mercado de Sloan: a diversidade, modelos específicos para usuários diferentes. Ela foi colocada em cheque com o mundo da informática, com a nova visão de mundo. Ouviu-se, então, Peter Drucker, considerado o pai da gestão. Colocou-se de lado o mecanicismo e surgiu a preocupação com o indivíduo. Descobriu-se que, para o bom desempenho, auto-estima é vital. Com as tecnologias de informação, o homem passa a ser o centro das atenções.

Hoje, fala-se do “Capital Intelectual” que nada mais é do que: conhecimento, experiência, especialização. Ferramentas ou estratégias utilizadas para se ter sucesso e ser competitivo. A mão-de-obra passa a ser cabeça-de-obra. É o conhecimento e a capacidade gerando novas idéias. O foco está nas pessoas. Assim, o perfil do profissional de sucesso que lidera suas concepções e suas atitudes está em pessoas que conseguem harmonizar esforços individuais ou coletivos e que criam algo novo e criativo.

Segundo Leite(2000), nas qualidades pessoais de um empreendedor, entre muitas, destacam-se:

a) iniciativa;

b) visão;

c) coragem;

d) firmeza;

e) decisão;

f) atitude de respeito humano;

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g) capacidade de organização e direção.

Traçar metas, atualizar conhecimentos ser inteligente, do ponto de vista emocional, conhecer teorias de administração, de qualidade e gestão, são mudanças decorrentes da globalização e da revolução da informação. O empreendedor deve focalizar o aprendizado nos quatros pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, e com isso, ser capaz de tomar a decisão certa frente à concorrência existente. Novas habilidades vêm sendo exigidas dos profissionais para poderem enfrentar a globalização com responsabilidade, competência e autonomia.

Buscam-se profissionais que desenvolveram novas habilidades e competências, com coragem de arriscar-se e de aceitar novos valores, descobrindo e transpondo seus limites. O futuro é cheio de incertezas, por isso, é preciso refletir sobre: habilidades pessoais e profissionais; criatividade; memória; comunicação; como enfrentar este século. Diferenciar-se dos demais, revalidar seu diploma pessoal e profissional, rever convicções, incorporar outros princípios, mudar paradigmas, sobrepor idéias antigas às novas verdades, este é o perfil do profissional que, trocando informações, dados e conhecimentos, poderá fazer parte do cenário das organizações que aprendem, das organizações do futuro. São mudanças socioculturais e tecnológicas que fazem repensar hábitos e atitudes frente às novas exigências do mercado.

Conquista-se a autonomia profissional quando se é perseverante, determinado, aprendiz, flexível e quando se tem:

• Positividade • Organização • Criatividade • Inovação • Foco

Essas qualidades ajudam a vencer a competitividade dos tempos modernos. Pela experiência pode-se afirmar que a maioria das pessoas, se estimuladas, podem desenvolver habilidades empreendedoras. Ouve-se e fala-se que o empreendedor precisa ter visão. Visão pessoal. Uma visão que vem de dentro. A maioria das pessoas tem pouca noção da verdadeira visão, dos níveis de significado. Metas e objetivos não são visão. Ser visionário é imaginar cenários futuros, utilizando-se de imagens mentais. Ter visão é perceber possibilidades dentro do que parece ser impossível. É ser alguém que anda, caminha ou viaja para inspirar pensamentos inovadores.

Esse enfoque se volta à disposição de assumir riscos e nem todas as pessoas têm esta mesma disposição. Não foi feito para ser empreendedor quem precisa de uma vida regrada, horários certos, salário garantido no fim do mês. O empreendedor assume riscos e seu sucesso está na “capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles” (Degen, 1989, p.11). Gerber (2004), apresenta

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algumas diferenças dos três personagens que correspondem a papéis organizacionais, quais sejam:

a) o Empreendedor, que transforma a situação mais trivial em uma oportunidade excepcional, é visionário, sonhador; o fogo que alimenta o futuro; vive no futuro, nunca no passado e raramente no presente; nos negócios é o inovador, o grande estrategista, o criador de novos métodos para penetrar nos novos mercados;

b) o Administrador, que é pragmático, vive no passado, almeja ordem, cria esquemas extremamente organizados para tudo;

c) o Técnico, que é o executor, adora consertar coisas, vive no presente, fica satisfeito no controle do fluxo de trabalho e é um individualista determinado.

É importante destacar no pensamento de Gerber (2004) o fato dos três personagens estarem em eterno conflito, sendo que ao menor descuido o técnico toma conta, matando o visionário, o sonhador, o personagem criativo que está sempre lidando com o desconhecido. Os riscos fazem parte de qualquer atividade, sendo necessário aprender a administrá-los, pois eles são um dos fatores mais importantes que inibem o surgimento de novos empreendedores. Um outro fator inibidor é o” capital social” que são valores e idéias que sublimemente nos foram incutidos por nossos pais, professores, amigos e outros que influenciaram na nossa formação intelectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas.

Dessa forma, um pai engenheiro desperta no filho o ideal de seguir a mesma carreira, militares, pilotos, esportistas, até pessoas que raramente vão vislumbrar ou ter interesse numa carreira de empreendedor exercem sua influência na formação das pessoas. É de se considerar, porém, que a avaliação mais objetiva do preparo para empreender é a percepção que a pessoa tem de si própria, refletindo na sua autoconfiança. Com o potencial empreendedor também isso acontece. O que se aprende na escola, nas pesquisas, nas observações, vai se acumulando. O preparar-se para ser empreendedor, portanto, inicia-se com o domínio que se tem sobre tarefas que se fazem necessárias, o próprio desenvolvimento da capacidade de gerenciamento. O que falta, na verdade, é motivação para uma tomada de decisão para se tornar um empreendedor.

Decisões tomadas no cotidiano são inúmeras. Os processos de decisão nem sempre são simples, objetivos e eficientes como deveriam ser pois, se a intuição está de um lado; a análise racional está do outro.

Descrevem-se aqui os oito estilos de decisão, relatados por Cohen,(2001):

• Intuitivo: tenta projetar o futuro, com perspectiva ao médio e do longo prazo, imaginando o impacto dessa ação.

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• O planejador: situa-se onde está e para onde se deseja ir, com planejamento e tendo um processo de acompanhamento, adequando à realidade sempre que for necessário.

• O perspicaz: diz que além da percepção é necessário conhecimento.

• O objetivo: sabe qual o problema a ser resolvido.

• O cobrador: tem certeza das informações, vê a importância de medir e corrigir quando o resultado não foi o decidido.

• O mão –na–massa: envolve-se pessoal e diretamente, acredita em grupos para estudos multidiciplinares.

• O meticuloso: junta opiniões de amigos, especialistas, funcionários, tentando se convencer da solução a encontrar.

• O estrategista: decide cumprir sua estratégia de crescimento, tendo percepção do que resolver. Diagnostica o problema para encontrar a solução e sua resolução com eficácia.

A decisão é de cada um. Interagir, refletir, deixar a cada um o momento de uma descoberta e desenvolvendo habilidades específicas para o sucesso da sua escolha é de responsabilidade única e exclusiva. As características comuns que se encontram no empreendedor que fez uma escolha, tanto nas universidades como na sociedade, são difíceis para listar com precisão, porém diferentes autores chegaram a algumas conclusões. Elas dizem respeito às necessidades, conhecimento, habilidades e valores.

As necessidades que se referem a conhecimentos, Lezana (1995, p.78) assim elenca:

• aspectos técnicos relacionados a negócios • experiência na área comercial • escolaridade • formação complementar • experiência em organizações • vivência com situações novas.

As necessidades que se referem aos valores, Empinotti (1994), argumenta que são os existenciais, estéticos, intelectuais, morais e religiosos. É preciso, no entanto, ser registrado que, no contexto empresarial, essas características podem se desenvolver e atuar de forma positiva ou negativa. É a personalidade do empreendedor que fará o impacto decisivo para o sucesso.

Teorias do Empreendedorismo

A teoria econômica, também conhecida como schumpeteriana, demonstra que os primeiros a perceberem a importância do empreendedorismo foram os economistas. Estes estavam primordialmente interessados em compreender o

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papel do empreendedor e o impacto da sua atuação na economia. Três nomes destacam-se nessa teoria: Richard Cantillon, Jean Baptiste Say e Joseph Schumpeter.

Cantillon era um banqueiro que hoje poderia ser descrito como um capitalista de risco, cujo seus escritos revelam um homem em busca de oportunidades de negócios, preocupado com o gerenciamento inteligente de negócios e a obtenção de rendimentos otimizados para o capital investido.

Say distinguiu entre empreendedores e capitalistas e os lucros de cada um. Say considerava o desenvolvimento econômico como resultado da criação de novos empreendimentos e ansiava pela expansão da Revolução Industrial inglesa na França. Cantillon e Say consideravam os empreendedores como pessoas que corriam riscos, basicamente porque investiam seu próprio dinheiro. Na visão de Cantillon, os empreendedores compravam matéria prima, por certo preço com o objetivo de processá-la e revendê-la por um preço ainda não definido. Os empreendedores eram, portanto, pessoas que aproveitavam as oportunidades com a perspectiva de obterem lucros, assumindo riscos inerentes. Say fazia distinção entre empreendedores e capitalistas e entre os lucros de cada um. Ao fazê-lo, associou os empreendedores à inovação e via-os como os agentes da mudança.

Porém, Schumpeter foi quem realmente lançou o campo do empreendedorismo, associando-o claramente à essência da inovação.

A essência do empreendedorismo está na percepção e no aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios, sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles seja deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações. Uma das principais críticas destinadas a esses economistas é que eles não foram capazes de criar uma ciência comportamentalista.

A segunda teoria, dos comportamentalistas, refere-se a especialistas do comportamento humano: psicólogos, psicanalistas, sociólogos, entre outros. O objetivo desta abordagem do empreendedorismo foi de ampliar o conhecimento sobre motivação e o comportamento humano.

Um dos primeiros autores desse grupo a demonstrar interesse foi Max Weber (1930). Ele identificou o sistema de valores como um elemento fundamental para a explicação do comportamento empreendedor. Via os empreendedores como inovadores, pessoas independentes cujo papel de liderança nos negócios inferia uma fonte de autoridade formal. Toda via, o autor que realmente deu início à contribuição das ciências do comportamento foi David C. McClelland.

Nessa linha, McClelland (1972) foi um dos primeiros autores a estudar e destacar o papel dos homens de negócios na sociedade e suas contribuições para o desenvolvimento econômico. Esse autor concentra sua atenção sobre o desejo, como uma forca realizadora controlada pela razão. Para McClelland, um empreendedor é alguém que exerce controle sobre uma produção que não

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seja só para o seu consumo pessoal. De acordo com a sua definição, um executivo em uma unidade produtora de aço na União Soviética é um empreendedor.

De fato o trabalho de McClelland (1971) está concentrado em gerentes de grandes organizações e, apesar de estar fortemente ligado ao empreendedorismo, uma leitura cuidadosa de seus escritos mostra que ele nunca fez qualquer elo entre a necessidade de auto realização e a decisão de lançar, possuir ou até mesmo gerenciar um negócio.

Outros pesquisadores têm estudado a necessidade de realização, porém nenhum deles parece ter chegado a conclusões definitivas sobre qualquer tipo de conexão com o sucesso dos empreendedores. Alguns autores acham que a necessidade de realização é insuficiente para a explicação de novos empreendimentos; enquanto outros acham que ela não é suficiente o bastante para explicar o sucesso dos empreendedores.

É importante observar que os autores da teoria comportamentalista não se opuseram às teorias dos economistas, e sim ampliaram as características dos empreendedores.

Empreendedorismo no Brasil

No Brasil, o empreendedorismo começou a ganhar força na década de 1990, durante a abertura da economia. A entrada de produtos importados ajudou a controlar os preços, uma condição importante para o país voltar a crescer, mas trouxe problemas para alguns setores que não conseguiam competir com os importados, como foi o caso dos setores de brinquedos e de confecções, por exemplo. Para ajustar o passo com o resto do mundo, o país precisou mudar. Empresas de todos os tamanhos e setores tiveram que se modernizar para poder competir e voltar a crescer. O governo deu início a uma série de reformas, controlando a inflação e ajustando a economia, em poucos anos o País ganhou estabilidade, planejamento e respeito. A economia voltou a crescer. Só no ano 2000, surgiu um milhão de novos postos de trabalho. Investidores de outros países voltaram a aplicar seu dinheiro no Brasil e as exportações aumentaram. Juntas essas empresas empregam cerca de 40 milhões de trabalhadores.

As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas em 3 áreas:

• Técnicas:

Envolve saber escrever, ouvir as pessoas e captar informações, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe.

• Gerenciais:

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Incluem as áreas envolvidas na criação e gerenciamento da empresa (marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, planejamento e controle).

• Características pessoais:

Ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ter ousadia, persistente, visionário, ter iniciativa, coragem, humildade e principalmente ter paixão pelo que faz.

Pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos mostram que o sucesso nos negócios depende principalmente de nossos próprios comportamentos, características e atitudes, e não tanto do conhecimento técnico de gestão quanto se imaginava até pouco tempo atrás. No Brasil, apenas 14% dos empreendedores têm formação superior e 30% sequer concluíram o ensino fundamental, enquanto que nos países desenvolvidos, 58% dos empreendedores possuem formação superior. Quanto mais alto for o nível de escolaridade de um país, maior será a proporção de empreendedorismo por oportunidade.

Síndrome do Empregado

O termo síndrome do empregado nasceu com o personagem "Seu André" do livro O Segredo de Luísa do autor brasileiro Fernando Dolabela. "Seu André" preocupado em explicar a ineficácia de grande parte dos empregados da sua indústria, disse: "eles estão contaminados com a síndrome do empregado".

A síndrome do empregado designa um empregado:

• Desajustado e infeliz, com visão limitada; • Dificuldade para identificar oportunidades; • É dependente, no sentido que necessita de alguém para se tornar

produtivo; • Sem criatividade; • Sem habilidade para transformar conhecimento em riqueza, descuida de

outros conhecimentos que não sejam voltados à tecnologia do produto ou a sua especialidade;

• Dificuldade de auto-aprendizagem, não é auto-suficiente, exige supervisão e espera que alguém lhe forneça o caminho;

• Domina somente parte do processo, não busca conhecer o negócio como um todo: a cadeia produtiva, a dinâmica dos mercados, a evolução do setor;

• Não se preocupa com o que não existe ou não é feito: tenta entender, especializar-se a melhorar somente no que já existe;

• Mais faz do que aprende; • Não se preocupa em formar sua rede de relações, estabelece baixo

nível de comunicações; • Tem medo do erro, não trata como uma aprendizagem; • Não se preocupa em transformar as necessidades dos clientes em

produtos/serviços;

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• Não sabe ler o ambiente externo: ameaças; • Não é pró-ativo (expressão que indica iniciativa, vontade própria e

espírito empreendedor).

Razões do empreendedorismo

O empreendedorismo busca a auto-realização que quem utiliza este método de trabalho, estimular o desenvolvimento como um todo e o desenvolvimento local, apoiando a pequena empresa, ampliando a base tecnológica, criar empregos, evitar armadilhas no mercado que está incindido.

Caminhos do empreendedor

• Caminho 1 (Auto-conhecimento):

Espaço de sí estreito (Teoria X) versus. Espaço de sí amplo (Teoria Y).

• Caminho 2 (Perfil do empreendedor):

Comparação das características do empreendedor e da pessoa.

• Caminho 3 (Aumento da criatividade):

Dominar os processos internos para gerar inovação e criatividade.

• Caminho 4 (Processo visionário):

Desenvolver uma visão e aprender a identificar oportunidades.

• Caminho 5 (Rede de relações):

Estabelecer relações que possam servir de suporte ao desenvolvimento e aprimoramento da idéia do negócio e sua sustentação.

• Caminho 6 (Avaliação das condições para iniciar um plano):

Avaliar as suas condiçoes até então e separar o utilizável do descartável para inicializar seu plano.

• Caminho 7 (Plano de negócio):

Metas mensuráveis, flexibilidade no plano, indicadores de evolução, compromisso coletivo, revisão de metas, aprender com a experiência.

• Caminho 8 (Capacidade de negociar e apresentar uma idéia):

Cooperação entre pessoas, parceiros ou empresas para alcançar objetivos de tal forma que todos saiam ganhando.

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Características

Uma pessoa empreendedora precisa ter características diferenciadas como originalidade, ter flexibilidade e facilidade nas negociações, tolerar erros, ter iniciativa, ser otimista, ter auto-confiança e ter intuição e ser visionário para negócios futuros. Um empreendedor é um administrador, necessita ter conhecimentos administrativos, ter uma política para a empresa, ter diligência, prudência e comprometimento.

• Abrir a primeira empresa é como ganhar asas!

Ser empreendedor é voar, quando uma pessoa se lança ao desafio de criar um negócio próprio ela está literalmente ganhando asas. A metáfora de voar pela primeira vez e abrir a primeira empresa foi descrita no livro "O Vôo do Camaleão" e ilustra os desafios pelos quais irão passar os empreendedores, bem como suas recompensas pelos riscos assumidos.

• As coisas podem ficar melhores

Um empreendedor deve acreditar que o modelo atual pode ser melhorado. Ele compreende que não será nada fácil traduzir esta frase em resultados e por isso, é a primeira pessoa a aceitar o desafio de mudar. É a primeira pessoa a se responsabilizar caso algo falhe em toda a trajetória do empreendimento. Empreendedores gostam de mudanças.

• A arte de ver mais longe e evoluir com erros

Através de mudanças, se obtém experiências e estas, traduzem-se em ciência, que por sua vez é utilizada para fins evolutivos. Logo não parece ser apenas um golpe de sorte, quando observamos elevado know-how de empreendedores em ambientes de negócios.

Quando há evolução, há melhora. Definitivamente, empreendedores são pessoas que não apreciam situações de normalidade ou mediocridade.

Empreendedores são antes de tudo, pessoas que tem a capacidade de enxergar o invisível. A isso, aplica-se a máxima: Empreendedores possuem visão.

• Empreendedores adoram não como resposta

Inovações em corporações e corporações com inovações, surgem em sua maioria das vezes, em momentos de necessidade. Momentos de necessidade demandam grandes soluções, que por sua vez, demandam grandes idealizadores. Para qualquer solução necessária, exigi-se riscos e tentativas. Riscos e tentativas costumam estar presentes em ambientes dinâmicos e hostis. Em resumo, alguém precisa ter "estrutura" profissional e emocional para ir em direção contrária do fluxo praticado. Em primeira estância e, em 99% das vezes, o primeiro feedback solicitado trará péssimos incentivos. "Não, isto não

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vai dar certo". Empreendedores adoram não como resposta, eles seguem adiante exaurindo possibilidades e visionando o por vir.

BIBLIOGRAFIA

• Vôo do Camaleão, O (2006), Scortecci Editora, J.Caetano M. N. • VENTURA, Gregorio Borges. Projeto empresa junior : inserindo o

universitario no mercado de trabalho. Montes Claros, MG: Unimontes, 2000.

• Segredo de Luisa, O (2008) - GMT - Dolabela, Fernando • Boa idéia! E agora? Plano de negócio (2000) - Editora de Cultura -

Dolabela, Fernando • Empreender fazendo a diferença (2004) - Fundamento - Gerber, Michael

E. • Mito do empreendedor - Revisitado (1996) - Saraiva - Gerber, Michael E. • Espirito empreendedor nas organizaçoes (2005) - Saraiva - Hashimoto,

Marcos • Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de

pequenos negócios (1999)- Revista de Administração, São Paulo v.34, nº2, p.05-28 Filion, Louis Jacques

• CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1994. • DEGEN, Ronald Jean. O empreendedor: fundamentos da iniciativa

empresarial. São Paulo: McGraw-Hill, 1989. • EMPINOTTI, Moacir. Os valores e serviços da pessoa humana.

PortoAlegre: EDIPUCRS, 1994. • GERBER, Michael E. O mito do empreendedor: como fazer de seu

empreendimento um negócio bem sucedido. São Paulo: Saraiva, 1996. • GERBER, Michael E. Empreender fazendo a diferença. São Paulo:

Fundamento Educacional, 2004. • LEITE, Emanuel. O fenômeno do empreendedorismo: criando riquezas.

Recife: Bagaço, 2000. • LEZANA, A. G.R. & TONELLI, A. Novos empreendedores nas escolas

técnicas. Módulo 1 – O empreendedor. São Paulo: Instituto Uniemp, 1995.

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APOSTILA DE PESQUISA DE TENDÊNCIAS E PRODUÇÃO DE IMAGENS

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MÓDULO 1

1.PESQUISA

MÓDULO 2

2.FONTE PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA

MÓDULO 3

3.BRIEFING

MÓDULO 4

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4.BRAINSTORMING

MÓDULO 5 5.O TRABALHO DO CRIADOR DE MODA MÓDULO 6 6.CALENDÁRIO DE MODA MÓDULO 7 7.PRODUÇÃO DE IMAGEM DE MODA BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 1

1.PESQUISA

Pesquisa

Uma pesquisa é um processo sistemático de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa como atividade regular também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e planejados pela busca de um conhecimento. Ao profissional da pesquisa (especialmente no campo acadêmico), dá-se o nome de pesquisador.

O termo pesquisa, ou Pesquisa na Internet é ainda comumente utilizado para descrever a ação de qualquer busca realizada por meio da internet,

Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, documentos mimeografados ou xerocopiados, mapas, fotos, manuscritos, etc. Todo material recolhido deve ser submetido a uma triagem, a partir da qual é possível estabelecer um plano de leitura. Trata-se de uma

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leitura atenta e sistemática que se faz acompanhar de anotações e fichamentos que, eventualmente, poderão servir à fundamentação teórica do estudo.

Por tudo isso, deve ser uma rotina tanto na vida profissional de professores e pesquisadores, quanto na dos estudantes. Isso porque a pesquisa bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema. Ela dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa da escolha do tema e na elaboração do relatório final.

Encontram-se em Andrade (1999), Gil (1991), Severino (2000), entre outros, importantes diretrizes para o êxito na pesquisa bibliográfica, no que se refere à leitura, análise e interpretação de textos.

Pesquisa descritiva

O tipo de pesquisa que se classifica como "descritiva", tem por premissa buscar a resolução de problemas melhorando as práticas por meio da observação, análise e descrições objetivas, através de entrevistas com peritos para a padronização de técnicas e validação de conteúdo (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007).

A pesquisa descritiva usa padrões textuais como, por exemplo, questionários para identificação do conhecimento. O IBGE realiza pesquisas descritivas. A pesquisa descritiva tem por finalidade observar, registrar e analisar os fenônemos sem, entretanto, entrar no mérito de seu conteúdo. Na pesquisa descritiva não há interferência do investigador, que apenas procura perceber, com o necessário cuidado, a freqüência com que o fenômeno acontece. É importante que se faça uma análise completa desses questinários para que se chegue a uma conclusão.

Pesquisa laboratorial

Comumente, este tipo de pesquisa é confundido com pesquisa experimental, o que é um equívoco. Embora a maioria das pesquisas de laboratório seja experimental, muitas vezes as ciências humanas e sociais lançam mão de pesquisa de laboratório sem que se trate de estudos experimentais. Na verdade, o que caracteriza a pesquisa de laboratório é o fato de que ela ocorre em situações controladas, valendo-se de instrumental específico e preciso.

Tais pesquisas, quer se realizem em recintos fechados ou ao ar livre, em ambientes artificiais ou reais, em todos os casos, requerem um ambiente adequado, previamente estabelecido e de acordo com o estudo a ser realizado.

A Psicologia Social e a Sociologia, freqüentemente, utilizam a pesquisa de laboratório, muito embora aspectos fundamentais do comportamento humano nem sempre possam ou, por questões de ética, nunca devam ser estudados e/ou reproduzidos no ambiente controlado do laboratório. [[Não significa nada a pesquisa laboratorial

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[editar] Pesquisa Empírica

A pesquisa empírica se dá por tentativa e erro, e é realizada em qualquer ambiente.São investigações de pesquisa que têm como principal finalidade testar hipóteses que dizem respeito a relações de causa e efeito. Envolvem: grupos de controle, seleção aleatória e manipulação de variáveis independentes. Empregam rigorosas técnicas de amostragem para aumentar a possibilidade de generalização das descobertas realizadas com a experiência. Tipos: a pesquisa empírica pode ser realizada no laboratório e no campo.[1]

Pesquisa de campo

A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado. Ciência e áreas de estudo, como a Antropologia, Sociologia, Psicologia Social, Psicologia da Educação, Pedagogia, Política, Serviço Social, usam freqüentemente a pesquisa de campo para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições, com o objetivo de compreender os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade. Como qualquer outro tipo de pesquisa, a de campo parte do levantamento bibliográfico. Exige também a determinação das técnicas de coleta de dados mais apropriadas à natureza do tema e, ainda, a definição das técnicas que serão empregadas para o registro e análise. Dependendo das técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados, a pesquisa de campo poderá ser classificada como de abordagem predominantemente quantitativa ou qualitativa. Numa pesquisa em que a abordagem é basicamente quantitativa, o pesquisador se limita à descrição factual deste ou daquele evento, ignorando a complexidade da realidade social (Franco, 1985:35).

Pesquisa experimental

A pesquisa experimental é o método de investigação que envolve a manipulação de tratamentos na tentativa de estabelecer relações de causa-efeito nas variáveis investigadas. A variável independente é manipulada para julgar seu efeito sobre uma variável dependente. A relação de causa-efeito não pode ser estabelecida através de técnicas estatísticas, mas somente pela aplicação de pensamento lógico para experimentos bem delineados. O processo lógico estabelece que nenhuma outra explicação razoável pode existir para as mudanças na variável dependente exceto a manipulação da variável independente

Pesquisa acadêmica

A pesquisa acadêmica é realizada no âmbito da academia (universidade, faculdade ou outra instituição de ensino superior), conduzida por pesquisadores que, comumente docentes, estudantes universitários e pesquisadores independentes. A pesquisa acadêmica é um dos três pilares da atividade universitária, junto com o ensino e a extensão. Visa produzir

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conhecimento para uma disciplina acadêmica, bem como, investigações relacionadas à prática dos procesos de ensino-aprendizado. Visa relacionar os aspectos objetivos e subjetivos da realidade que envolve o objeto a ser pesquisado.

MÓDULO 2

2.FONTE PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA

Fonte primária Esta pintura de parede descoberta na cidade romana de Pompéia é um exemplo de fonte primária.

Fonte primária é um termo utilizado em várias disciplinas. Em historiografia, uma fonte primária (também chamada de fonte original) é um documento, gravação ou outra fonte de informação, como um documento escrito ou uma figura por exemplo, criado no tempo em que se estuda, por uma fonte autoridade, geralmente uma com conhecimento pessoal direto dos eventos descritos. Serve como fonte original da informação sobre o tópico. Fontes primárias são distintas de fontes secundárias, que frequentemente citam, comentam sobre, ou constroem conclusões baseadas em fontes primárias.[3]

Definições similares (mas não idênticas) são utilizadas em biblioteconomia, e em outras áreas acadêmicas. Uma fonte primária pode ser uma fonte em primeira mão sobre o passado, como um diário ou um artefato. Fontes primárias são descritas como fontes mais próximas à origem da informação ou ideia em estudo.[4][5] Fontes primárias proporcionam aos pesquisadores "informação direta, sem mediação sobre o objeto em estudo."[6] Podem conter pesquisa inédita ou informações não publicadas em nenhum outro lugar.[7] Servem como fonte original da informação ou de novas idéias sobre o tópico. Primaria e secondária, no entanto, são termos relativos, e frequentemente uma dada fonte pode ser classificada tanto como primária quanto secundária, dependendo de como é utilizada.[8]

São exemplos comuns de fontes primárias:

• correspondências e diários • assentos de registros públicos ou privados (civis, imobiliários,

censitários, financeiros etc.) • periódicos • textos literários e narrativos

Fonte secundária Em biblioteconomia, historiografia e outras áreas de pesquisa, uma fonte

secundária é um documento ou gravação que relaciona ou discute informações originalmente apresentadas em outros lugares. O conceito de

fonte secundária se contrasta com o de fonte primária, que é uma fonte original

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da informação a ser discutida. Fontes secundárias envolvem generalizações, análises, sínteses, interpretações, ou avalliações da informação original. Os

termos Primária e secundária são relativos, e algumas fontes podem ser classificadas como primária ou secundária, dependendo em como ela é

utilizada.[3] Um nível mais alto, chamado de fonte terciária, se assemelha a uma fonte secundária no qual estão contidas análises, mas tenta oferecer uma

perspectiva mais geral sobre um tópico de forma a torná-lo mais acessível ao Classificação de fontes

Muitas fontes podem ser consideradas tanto primária quanto secundária, dependendo do contexto no qual são utilizadas.[4] Além disto, a distinção entre fonte primária e secundária é subjetivo e contextual,[5] portanto definições precisas são difíceis de serem feitas.[6] Por exemplo, se um texto histórico discute antigos documentos para chegar a uma nova conclusão histórica, ele é considerado uma fonte primária para a nova conclusão, mas fonte secundária da informação descoberta nos antigos documentos. Outros exemplos no qual uma fonte pode ser tanto primária quanto secundária incluem um obituário ou uma pesquisa de vários volumes de um journal countando a frequência de artigos sobre um certo tópico.

A fonte secundária compõe-se de elementos derivados das obras originais, refere-se a trabalhos escritos com o objetivo de analisar e interpretar fontes primárias e, normalmente, com o auxílio e consulta de outras obras consideradas, também, fontes secundárias.

A Historiografia considera fontes secundárias todos os escritos não contemporâneos aos fatos que narra.

A maioria dos trabalhos acadêmicos hoje publicados são fontes secundárias ou mesmo terciárias. Uma fonte secundária ideal geralmente é caracterizada por reportar dados oriundos de fontes primárias, bem como por analisar, interpretar e avaliar os eventos que são objeto de estudo.

MÓDULO 3

3.BRIEFING

Briefing

O briefing é um conjunto de informações, uma coleta de dados passadas em uma reunião para o desenvolvimento de um trabalho, documento, sendo muito utilizadas em Administração, Relações Públicas e na Publicidade. O briefing deve criar um roteiro de ação para criar a solução que o cliente procura, é como mapear o problema, e com estas pistas, ter idéias para criar soluções

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O briefing é uma peça fundamental para a elaboração de uma proposta de pesquisa de mercado. É um elemento chave para o planejamento de todas as etapas da pesquisa de acordo com as necessidades do cliente.

Forma

diversos modelos de briefing. Na verdade, cada agência ou empresa possui o modelo que melhor encaixa de acordo com seu modelo de negócios e estrutura interna. Abaixo existem alguns itens que podem compor um briefing.

elaborado para a execução de um determinado trabalho

1) Histórico: Aqui é importante que o cliente conte uma história a respeito de seu mercado (o que vem acontecendo com ele), da marca, da empresa, ou outras informações relevantes que nos ajudem a compor um cenário.

2) O Problema de Marketing: Este item pode até vir dentro do anterior ou não, mas é muito importante. O histórico deve desembocar no problema que o cliente está enfrentado no momento, e que é o pano de fundo para a necessidade que ele identificou para a condução da pesquisa. Em outras palavras, é o que ele espera ver resolvido depois da pesquisa.

3) Objetivo(s) da Pesquisa: Deve ser uma descrição sucinta e estar relacionado com o problema anteriormente definido.Aqui são apontados aos tópicos que a pesquisa deve cumprir.

4) Padrão de Ação: Talvez um dos pontos mais importantes e normalmente menos lembrados pelos clientes. Aqui ele deve definir o que fará com os resultados da pesquisa, independentemente do que virá pela frente. Ou seja, que decisão será tomada com os resultados futuros em mãos. O Padrão de Ação é um guia fundamental para calibrar e melhor desenhar o plano de pesquisa, definir os envolvidos no projeto e para a análise dos resultados, incluindo aí as recomendações estratégicas. Importante aqui é não incorrer no risco de definir um padrão de ação genérico, por exemplo, "os resultados desta pesquisa serão utilizados na definição da estratégia futura da marca". Isso pode até ser verdade mas na maioria das vezes é possível ser mais específico. Devemos nos perguntar: que aspecto da estratégia da marca?

5) Questões Específicas (ou Áreas de Investigação): Neste item o cliente deve incluir todas as perguntas ou áreas de informação que ele precisa/deseja obter, sempre à luz do problema de marketing e dos objetivos do estudo.

6) Público-Alvo: Não cabe aqui falar do target do cliente ou de sua marca e sim o público-alvo da pesquisa. Atenção para a eventual necessidade de informações além da descrição sócio-demográfica básica. Muitas vezes é importante considerar elementos adicionais do target, a exemplo de dados de comportamento e atitude.

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7) Áreas Geográficas: Definição das áreas geográficas/cidades que o estudo deverá cobrir.Pode-se pensar em bairros, como zonas nobres ou menos favorecidas, como campos geográficos de delimitação da pesquisa.

8) Materiais Anexos: Neste item o cliente deve relacionar os materiais que farão parte da pesquisa, a exemplo de photo boards, cartazes, etc.Chamados também de materiais de apoio. São referências, geralmente, aos trabalhos anteriores, quando houver.

9) Limitações de Prazo e Custo: Algumas pesquisas acabam não sendo planejadas e conduzidas idealmente por limitações de prazo e/ou custo. Cabe ao cliente mencionar alguma restrição no briefing, se for o caso.

O briefing é um conjunto de informações, uma coleta de dados passadas em uma reunião para o desenvolvimento de um trabalho, documento, sendo muito utilizadas em Administração, Relações Públicas e na Publicidade. O briefing deve criar um roteiro de ação para criar a solução que o cliente procura, é como mapear o problema, e com estas pistas, ter idéias para criar soluções

MÓDULO 4

4.BRAINSTORMING

Brainstorming

O brainstorming (ou "tempestade cerebral"), mais que uma técnica de dinâmica de grupo, é uma actividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo - criatividade em equipe - colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados.

O método brainstorming

De autoria de Alex Osborn, foi, e é, por este e por seus seguidores, muito utilizada nos Estados Unidos da América, principalmente em áreas de relações humanas, publicidade e propaganda.

Dentre diversos outros métodos, a técnica de brainstorming propõe que um grupo de pessoas - de duas até dez pessoas - se reunam e se utilizem das diferenças em seus pensamentos e idéias para que possam chegar a um denominador comum eficaz e com qualidade, gerando assim idéias inovadoras que levem o projeto adiante.

É preferível que as pessoas que se envolvam nesse método sejam de setores e competências diferentes, pois suas experiências diversas podem colaborar com a "tempestade de idéias" que se forma ao longo do processo de sugestões e discussões. Nenhuma idéia é descartada ou julgada como errada ou absurda. Todas as idéias são ouvidas e trazidas até o processo de brainwrite, que constitui-se na compilação ou anotação de todas as idéias ocorridas no processo de brainstorming, em uma reunião com alguns participantes da

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sessão de brainstorming, e assim evoluindo as idéias até a chegada da solução efetiva.

Quando se necessita de respostas rápidas a questões relativamente simples, o brainstorming é uma das técnicas mais populares e eficazes. Esta técnica vem sendo difundida e inserida ainda em diversas outras áreas, tais como educação, negócios, informática, Internet e outras situações mais técnicas.

[editar] Introdução

A técnica de brainstorming tem várias aplicações, mas é freqüentemente usada em:

• Desenvolvimento de novos produtos - obter idéias para novos produtos e efetuar melhoramentos aos produtos existentes.

• Publicidade - desenvolver idéias para campanhas de publicidade. • Resolução de problemas - consequências, soluções alternativas, análise

de impacto, avaliação. • Gestão de processos - encontrar formas de melhorar os processos

comerciais e de produção. • Gestão de projetos - identificar objetivos dos clientes, riscos, entregas,

pacotes de trabalho, recursos, tarefas e responsabilidades. • Formação de equipes - geração de partilha e discussão de idéias

enquanto se estimulam os participantes a raciocinar e a criar: criatividade em equipe

Há 3 principais partes no brainstorming:

• Encontrar os fatos, • Geração da idéia, • Encontrar a solução.

Regras

As quatro principais regras do brainstorming são:

• Críticas são rejeitadas: Esta é provavelmente a regra mais importante. A não ser que a avaliação seja evitada, o princípio do julgamento não pode operar. A falha do grupo ao cumprir esta regra é a razão mais crítica para que o sessão de brainstorming não resulte. Esta regra é aquela que primariamente diferencia um brainstorming clássico dos métodos de conferência tradicionais.

• Criatividade é bem-vinda: Esta regra é utilizada para encorajar os participantes a sugerir qualquer idéia que lhe venha à mente, sem preconceitos e sem medo que isso o vá avaliar imediatamente. As idéias mais desejáveis são aquelas que inicialmente parecem ser sem domínio e muito longe do que poderá ser uma solução. É necessário deixar as inibições para trás enquanto se geram idéias. Quando se segue esta regra, cria-se automaticamente um clima de brainstorming apropriado. Isso aumenta também o número de idéias geradas.

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• Quantidade é necessária: Quanto mais idéias forem geradas, mais hipóteses há de encontrar uma boa idéia. Quantidade gera qualidade.

• Combinação e aperfeiçoamento são necessários: O objetivo desta regra é encorajar a geração de idéias adicionais para a construção e reconstrução sobre as idéias dos outros.

Brainstorming é uma boa forma de pensar e um bom caminho a seguir para a criação de um novo slogan para um produto, ou para um novo tema para uma campanha. Esta é uma boa forma de pensar e de encontrar idéias para uma história de um jornal ou para uma coluna de uma revista.

Deve utilizar-se esta técnica para problemas que tenham um final em aberto. Como em todas as técnicas criativas, o problema deve ser descrito em termos específicos para que idéias específicas possam ser geradas. Generalidades, mesmo as mais brilhantes, são raramente as soluções mais criativas.

Um problema de brainstorming deverá ter um grande número de possíveis soluções. A resposta nunca é demasiado restrita.

MÓDULO 5 5.O TRABALHO DO CRIADOR DE MODA

Design de moda no Brasil

O design de moda em Brasil tem evoluido nas últimas décadas. Na décadas de 60 e 70 um nome marcante foi a Zuzu Angel. Recentemente nomes como Carlos Tufvesson, Fause Haten e Alexandre Herchcovitch vêm contribuindo para a área. No segmento de acessórios (adorno)o belorizontino Roberto Staino[1] vem se destacando como promessa para a segunda década pós 2000.

Há curso de Design de moda nas seguintes Faculdades/Universidades, dentre outras: centro universitário Belas Artes (SP), Universidade Anhembi Morumbi (SP), Senac (SP), Santa Marcelina (SP), Senai Cetiqt (RJ),Univali (SC), Universidade Estadual de Londrina (PR)e Celer faculdades (Xaxim- SC)e mais recentemente, em 2004, a USP começou a oferecer o curso de "Têxtil e Moda" no campus USP Leste da capital também conhecido como EACH - Escola de Artes, Ciências e Humanidades.

Prêt-à-porter

Nos anos 1960 chega e se instala o Prêt-à-porter; moda produzida em escala industrial;no Brasil, destacando-se São Paulo e Rio de Janeiro.

Até então este universo pertencia às costureiras de bairro, alfaiates e "masons" localizadas no centro da cidade, as famosas casas de moda de alta costura como a "Vogue"; na Avenida Paulista onde as descendentes de famílias tradicionais e quatrocentonas buscam modelos europeus e brasileiros.

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Até então a compra de tecidos nacionais e principalmente os importados da França, Itália junto com figurinos e magazines é que orientavam e diziam o que e como usar. É a partir da produção das coleções industrializadas que dá-se o início da organização profissional da moda que conhecemos na atualidade.

Instala-se no Brasil, as primeiras marcas internacionais de moda. A marca Levi´s; marca de jeans e sportswear, é uma das pioneiras na estruturação de um parque industrial com sede em Cotia, a implementar um caráter de "grande negócio". Atua com rigor e traz tecnologias em processos e procedimentos que aceleram e inovam a visão e valoriza as qualificações profissionais para os trabalhadores da industria da moda. É a partir dos anos 1970´que se inicia a formação de "Coordenadores de moda" e de "estilistas", e é nos 80´que se elaboram os primeiros cursos de moda, ainda com caráter técnico e que pelo sucesso e interesse em menos de 10 anos já se espalham por todo o Brasil como cursos universitários e especializações cada vez mais sofisticadas.

Os primeiros grupos de pesquisa se formam através do encontro de profissionais que abrem caminho e através do dia a dia das atividades vão consolidando procedimento e definindo padrões que vemos amplamente elaborados pelos profissionais atuais.

A demora para absorver as inovações propostas em qualquer setor é de no mínimo 5 anos depois de lançado no exterior.

Design alternativo

Existem também iniciativas individualistas bem perceptíveis no Mundo Ocidental de alterações de peças de roupa e de caçados pós-lançamento no mercado. Alguns exêmplos disso são a imagem punk que encorpora o nativismo tradicional, como o penteado indígena iroqüá norte-americano moicano (ver mohawk) com a decadência urbana moderna, como sapatos esportivos e roupas 'usados', trazendo adesivos e marcas (i.e com mensagens de vida, política, subversão social, etc.) muitas vezes nelas postas simplesmente em caneta; e também o visual grunge, no qual se celebra o caipirismo interiorano do nordeste dos Estados Unidos, ao mesmo tempo, se somando a ele o estilo de vida citadino (ver, por exemplo, t Cobain, Seattle).

Estilista é aquele que dita moda e cria coleções de roupas e acessórios, exercendo forte influência sobre a maneira como as pessoas se vestem. E ser estilista, não é apenas ser desenhista de moda, e sim criar um vestuário adequado a cada tipo de pessoa, conhecido como público alvo.

Além de criatividade, esse profissional precisa ter uma visão global do mundo, com conhecimentos de sociologia, modelagem, desenho e história do vestuário. É inegável que a moda brasileira ainda assimila

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tendências européias, mas nossos estilistas procuram cada vez mais encontrar uma linguagem própria, adequada ao mercado brasileiro. Nem só de desfiles e figurinos glamourosos vivem aqueles que trabalham com moda. A área administrativa também recruta profissionais capazes de lidar com produção, custos, controle de qualidade e vendas. Isso vem ocorrendo desde a década de 1950. Com o advento da produção em massa, as roupas tradicionais, feitas à mão, foram substituídas pelos trajes de confecção industrial. Surgiu, então, o setor de negócios da moda, que vive hoje momentos de grande ebulição. A especialização em moda é recente. O profissional de moda tanto pode seguir pelo variado mundo do design como optar pela área de negócios, que exige bons conhecimentos de marketing. No primeiro caso, as oportunidades se concentram em setores variados: desenho de moda, de estamparia e de acessórios; compras; vitrinismo e desig de interiores de lojas; desenvolvimento; coordenação; produção e gerência de produtos da indústria têxtil e de pequenas confecções; estilismo; criação de figurinos para cinema, teatro e televisão; consultoria de moda; desenvolvimento de coleções têxteis e de vestuário; modelagem; pesquisa de novos materiais e organização de lançamentos de coleções. Quem preferir tratar dos negócios da moda encontrará boas chances de trabalho em confecções, fiações, malharias, tecelagens, indústrias de aviamentos e acessórios, lojas de departamento, franquias, assessorias e consultorias de moda, produção artística e publicitária, importadoras e exportadoras do ramo têxtil, imprensa especializada, indústrias químicas, feiras e salões de moda. O setor têxtil e de confecções é um dos grandes geradores de empregos no Brasil, atraindo profissionais especializados não só em estilismo, mas também em gerência e planejamento de produtos. Como ainda é uma carreira com especializações novas, falta pessoal qualificado. Portanto, as perpectivas de crescimento da oferta de vagas são promissoras. O salário médio inicial pode variar entre 1,5 mil reais e 2 mil reais – um patamar considerado alto para principiantes em qualquer profissão.No Brasil, a duração média do curso é de três anos no mínimo, e oito anos no máximo. ESQUEMA DE TRABALHO

TEMA PESQUISA CRIAÇÃO

ONDE OS ESTILISTAS PESQUISAM

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Magazines

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-RUA -VIAGENS -VISITA À FEIRAS DE MODA MÓDULO 6 6.CALENDÁRIO DE MODA SEMANAS DE MODA – FASHION WEEKS

Fashion Rio: 8 a 13 de janeiro Semana de Moda Masculina de Milão: 16 a 19 de janeiro São Paulo Fashion Week: 17 a 23 de janeiro Semana de Moda Masculina de Paris: 21 a 24 de janeiro Semana de Moda de Alta-Costura de Paris: 25 a 28 de Janeiro Semana de Moda de Nova York: 11 a 18 de fevereiro Semana de Moda de Londres: 19 a 24 de fevereiro Semana de Moda de Milão: 24 de fevereiro a 3 de março Semana de Moda de Paris: 3 a 11 de março

Calendário Internacional de eventos de moda 27 a 31 de janeiro Paris Prêt-à-Porter Masculino No prêt-à-porter masculino de Paris nomes como Junya Watanabe, John Galliano, Yohji Yamamoto, Paul Smith e Bernard Willhem destacam-se pelo estilo, glamour e ousadia de suas criações; enquanto isso o que é clássico pode ser visto nos desfiles das marcas Yves Saint Laurent, Givenchy, Dior, Hermès e Louis Vuitton. 3 a 10 de favereiro Nova York Ready-to-wear Feminino A semana nova-iorquina é conhecida por sua moda comercial. Marc Jacobs é seu maior astro com seu estilo moderno e comportado. Outros nomes de destaque são Donna Karan, Calvin Klein, Ralph Lauren e Michael Kors. Durante a semana nova-iorquina dois brasileiros também marcam presença: Alexandre Herchcovitch e Carlos Miele. 15 a 19 de fevereiro Londres Ready-to-wear Feminino Mesmo sendo relativamente nova (1983), a Semana de Moda de Londres é uma das mais aguardadas devido seu caráter ousado e de vanguadismo. Além de contar com nomes já veteranos como: Paul Smith, , Betty Jackson, Julien McDonald e Clements Ribeiro, do estilista mineiro Inácio Ribeiro, a semana

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londrina também conta com a teatralidade da dupla Basso and Brooke do estilista brasileiro Bruno Basso e o inglês Christopher Brooke 18 a 26 de fevereiro Milão Prêt-à-Porter Feminino Conhecida pelas coleções luxuosas, a Semana de Moda de Milão (Milano Moda Donna) conta com uma das marcas mais desejadas e copiadas do mundo, a Prada. Milão conta com talentos arrojados como Antonio Berardi e Alessandro Dell’Acqua. Seu prêt-à-porter calcado na alfaiataria é de um belíssimo luxo aperfeiçoado e subvencionado pelos acessórios em marcas como Fendi, Miu Miu, Dolce & Gabanna, Gainni Versace, Roberto Cavalli e Giorgio Armani. 26 de fevereiro a 6 de março Paris Prêt-À-Porter Feminino Retornado a Paris, o circuito internacional outono-inverno se fecha com o prêt-à-porter feminino. Durante esse período, os olhos dos apaixonados por moda voltaram-se para Paris, indiscutivelmente a capital mundial da moda. É durante a semana parisiense que nomes como Chanel, Balenciaga, Christian Dior e Givenchy, os mais tradicionais da moda mundial, unem-se a algumas das marcas mais importantes da atualidade como Alexandre McQueen e Viktor & Rolf.

19 a 23 de junho de 2010 Milão/Prêt-à-Porter Masculino As marcas da moda masculina tradicionais como Burberry, Dolce & Gabbana e Versace estão na programação do evento que apresentará os looks para o próximo verão 24 a 27 de junho de 2010 Paris/Prêt-à-Porter Masculino As marcas da moda masculina que se destacam pelo estilo, glamour e ousadia desfilam em Paris. Nomes como Yves Saint Laurent, Galliano, Givenchy, Dior, Hermès e Louis Vuitton estão entre as estrelas do evento 05 a 08 de julho de 2010 Alta-costura de Paris Para poucos e abastadíssimos, a temporada de alta-costura parisiense costuma atrair celebridades na plateia, em busca do próximo vestido que usarão no tapete do Oscar. É onde, aliás, os modelos de maisons como Chanel, Yves Saint Laurent, Galliano e Gaultier mais ganham exposição 07 a 10 de julho Berlim/Ready-to-Wear Feminino e Masculino A capital alemã reúne compradores, especialistas de moda e imprensa para sua semana de desfiles voltados para a moda local. 08 a 16 de setembro de 2010

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Nova York/Ready-to-Wear Feminino e Masculino Considerada a semana de moda mais comercial entre as principais temporadas de moda internacionais, a de Nova York mistura muitos nomes desconhecidos a ícones da moda mundial, como Calvin Klein e Oscar de la Renta, e a nomes talentosos do cenário fashion contemporâneo como Zac Posen e Marc Jacobs, grande destaque do evento. Desta edição, ainda desfilam as brasileiras Rosa Chá, Alexandre Herchcovitch e Carlos Miele 17 a 21 de setembro de 2010 Londres/Ready-to-Wear Feminino e Masculino A Semana de Moda de Londres é relativamente nova (1983), mas já foi uma das mais aguardadas, por seu caráter de ousadia e vanguardismo. Depois de perder alguns de seus nomes mais importantes como Gareth Pugh e Hussein Chalayan, o evento ainda conta com nomes de peso como Vivienne Westood e Burberry, que retornou a sua cidade natal 22 a 28 de setembro Milão/Prêt-à-Porter Feminino A semana de Milão (Milano Moda Donna) atrai a atenção do mundo todo por contar em seu elenco com uma das marcas mais desejadas e copiadas do mundo, a Prada. A moda italiana é conhecida por um prêt-à-porter de luxo aprimorado, calcado na alfaiataria e subvencionado pelos acessórios em marcas como Fendi, Dolce & Gabanna, Gianni Versace, Roberto Cavalli e Giorgio Armani 29 de setembro a 7 de outubro de 2010 Paris/Prêt-à-Porter Feminino Paris continua sendo a meca da moda mundial. Durante a semana prêt-à-porter parisiense, os olhos fashion de compradores, imprensa e fashionistas de todo o canto do planeta se voltam para as coleções e tendências apresentadas no evento. Alguns dos nomes mais tradicionais da moda mundial, como Chanel, Balenciaga, Christian Dior e Givenchy, se unem a algumas das mais importantes marcas da atualidade 18 a 23 de outubro Tóquio/Ready-to-Wear Feminino e Masculino A semana de moda do Japão leva a Tóquio sua nova geração de criadores. Entre os novos representantes da moda japonesa, estão Shida Tatsuya, Hideaki Sakaguchi, Hiroko Toshino e Tiny Dinosaur

Calendário Oficial da Moda Brasileira 2010

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PESQUISAR - EVENTOS MAIS IMPORTANTES DO CALENDÁRIO DE MODA

Couromoda – http://www.couromoda.com/

Curitiba Fashion Art - ttp://www.curitibafashionart.com.br/

Dragão Fashion - www.dragaofashion.com.br

Encontro da Moda – www.sveventos.com.br

Fashion Rio - http://www.fashionrio.org.br/

Feira Nacional da Cadeia Têxtil - www.abtt.org.br

Fenin - www.fenin.com.br

Floripa Fashion – floripafashiondonnadc/default.asp

Salão Lingerie Brasil - www.newstage.com.br

São Paulo Fashion Week – www.spfw.uol.com.br

Semana de Moda/ Casa de Criadores –

Texbrasil Fenatec - www.fenatec.com.br

Texbrasil Fenit - www.fenit.com.br

Texfair - www.texfair.com.br

Colóquio de Moda - www.coloquiomoda.com.br/

Prêmios e Concursos Nacionais:

Cardápio da Moda – www.cardapiodamoda.com.br

Design Excellence Brazil - www.ahkbrasil.com/debrazil/projeto.asp

Concurso Estilista Revelação, III SUM – exclusivo para os alunos da

Universidade Federal do Ceará - www.ufc.br/ ;

www.estilismoemoda.ufc.br/sum/concurso

Dragão Fashion – conceitual - www.dragaofashion.com.br

Concurso UNITÊxtil - www.marapongamartmoda.com.br/

Concurso da FMF - Festival da Moda de Fortaleza que já tem 25 anos

www.marapongamartmoda.com.br/

Concurso de Moda Intima - www.marapongamartmoda.com.br

Curitiba Fashion Art - João Turim - www.curitibafashionart.com.br/

Novos Talentos Fiep Canatiba - www.canatiba.com.br/

Catuaí Collection – exclusivo para o curso de Design de Moda da UEL

www.catuaishopping.com.br/

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PRICIPAIS EVENTOS NACIONAIS:

-Fashion Rio

08 a 13 de janeiro

Rio de Janeiro – RJ

-São Paulo Fashion Week

17 a 23 de janeiro

São Paulo – SP

-Fenim

26 a 29 de janeiro

Gramado - RS

-Couro moda

17 a 20 de janeiro

São Paulo – SP

-Fenit / Fenatec

10 a 12 de fevereiro

São Paulo – SP

-Texfair

24 a 27 de maio

Blumenau – SC

-Dragão Fashion

25 a 28 de abril

Fortaleza – CE

-Minas Trend Preview

28/04 a 01/05

Belo Horizonte - MG

-Salão Lingerie Brasil

11 a 13 de agosto

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São Paulo – SP

PRICIPAIS EVENTOS LOCAIS:

-Dragão Fashion

25 a 28 de abril

Fortaleza – CE

-FMF

26 a 30 de abril

Fortaleza – CE

-Moda Íntima no Ceará

06 a 08 de junho

Fortaleza – CE

-Ceará Summer Fashion

5 a 9 de outubro

Fortaleza – CE

MÓDULO 7 7.PRODUÇÃO DE IMAGEM DE MODA

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Técnico Integrado em Produção de Moda 248

A produção de uma imagem de moda é um processo complexo, que envolve diferentes etapas, além de diversos profissionais. Os resultados, por sua vez, costumam ser verdadeiramente belos, encantadores… Este mercado é altamente exigente, motivo pelo qual o constante estudo e aprimoramento de técnicas passou a ser de importância crucial para todos aqueles que desejam trabalhar nesse meio.

TÓPICOS

PRODUÇÃO DE IMAGEM: �Ferramentas necessárias para a inserção dos produtos de moda nas diferentes mídias − impressas, eletrônicas e virtuais. ETAPAS: �As etapas que integram o desenvolvimento numa produção de imagem de moda: criação, planejamento e execução. PRODUÇÃO DE MODA �Produção de Moda: o que é e quais são os profissionais envolvidos − suas habilidades, funções e competências num processo de trabalho; �Os possíveis campos de atuação profissional − seus limites e articulações; �Possibilidades estilísticas na produção de moda. �A tríade: o estilista, o produtor de moda e o styling;

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Técnico Integrado em Produção de Moda 249

CRIAÇÃO DE UM REPERTÓRIO IMAGÉTICO DE MODA �Análise e interpretação de imagens de moda e seu universo − enfoque histórico e estético �As diferentes linguagens artísticas (literatura, pintura, teatro, cinema, música, dança, quadrinhos etc...) como fontes de inspiração para a moda e sua produção; �A fotografia e a produção de moda A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DE MODA �Criação de Editorial de Moda �Decupagem para a tradução de um filme em imagem de moda �A direção artística, escolha do casting, montagem de looks, organização da equipe. �As etapas de criação de um editorial de moda; �Planejamento e execução do editorial;

BIBLIOGRAFIA INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA MODA Noções gerais de design: história e conceitos. O design de moda. O conceito de cultura da moda. EMBACHER, Airton. Moda e Identidade: A construção de um estilo próprio. São Paulo: Ed. Anhembi – Morumbi, 1999. COUTO, ita Maria. Formas do Design; por uma metodologia interdisciplinar. Rio de Janeiro: 2AB, 1999. TAMBINI, Michael. O Design do Século. São Paulo: Ática, 1999. CALDAS, Dário. Universo da Moda. São Paulo: Ed. Anhembi-Morumbi, 1999. ECO, Umberto. Psicologia do vestir. LAVER, James. A Roupa e a Moda. MUNARI, Bruno. Das coisas nascem as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1981. BARTHES, Roland. Sistema da Moda. Lisboa, Ed. 70, s/d. FRANCINI, C. Segredos de Estilo (SP, Alegro). LIPOVETSKY, G. Império do Efêmero (SP, Companhia das Letras. MULLER, F. Arte e Moda (SP, Cosa & Naify) KUPER, Adam. Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru, SP. Edusc, 2002. BAUDRILLSRD, J. O sistema dos objetos. São Paulo: Perspectiva, 1973. HOLLANDER, A. O sexo e as roupas: a evolução do traje moderno. Rio de Janeiro: Rocco, 1996. LURIE, Alison. A linguagem das roupas. Rio de Jaaneiro: Rocco, 1997. PALOMINO, Érika. Babado forte: moda, música e noite. São Paulo: Mandarim, 1999. REVISTAS:

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Técnico Integrado em Produção de Moda 250

FASHION THEORY. A REVISTA DA MODA, CORPO E CULTURA. Edição Brasileira, São Paulo, Ed. Anhembi Morumbi, volume 1, n. 1., 2.,3., e 4., 2002.

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Hino do Estado do Ceará

Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!

Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!

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