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1) A Política de Aristóteles representa, juntamente com a Ética a Nicômaco, aquilo que o próprio filósofo chama de ciência política. Leia com atenção as afirmativas abaixo sobre a ciência política, tal como exposta no livro Política: I. os seres humanos são vistos, por princípio, como seres políticos porque possuem a racionalidade ligada ao discurso (logos). II. Aristóteles não faz restrições políticas à atividade econômica na polis. III. na teoria das formas de governo elaborada por Aristóteles, as formas justas são a monarquia, a aristocracia e a democracia. IV. ao contrário de Platão, em sua República, Aristóteles não se preocupa em propor as condições de racionalidade política. V. para Aristóteles o maior número de cidadãos da classe média em uma polis é uma condição necessária para sua estabilidade política. VI. ao contrário de Platão, em sua República, Aristóteles despreza a educação dos cidadãos. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, IV e VI são corretas. B( ) Somente as afirmativas II, III, V e VI são corretas. C( ) Somente as afirmativas I, III, V e VI são corretas. D( ) Somente as afirmativas I, IV, V e VI são corretas. E( ) Somente as afirmativas I e V são corretas. 2) Leia a síntese socrática abaixo: "Tem presente, portanto, que concordaste que também é justo cometer atos prejudiciais aos governantes e aos mais poderosos, quando os governantes, involuntariamente, tomam determinações inconvenientes para eles - uma vez que declaras ser justo que os súditos executem o que prescreveram os governantes." (Platão, República, 339e) Em meio à discussão sobre a justiça, Sócrates sintetiza do modo acima citado a posição de Trasímaco. As afirmações de Trasímaco que dão base a essa síntese de Sócrates são:

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1) A Política de Aristóteles representa, juntamente com a Ética a Nicômaco, aquilo que o próprio filósofo chama de ciência política. Leia com atenção as afirmativas abaixo sobre a ciência política, tal como exposta no livro Política: I. os seres humanos são vistos, por princípio, como seres políticos porque possuem a racionalidade ligada ao discurso (logos). II. Aristóteles não faz restrições políticas à atividade econômica na polis. III. na teoria das formas de governo elaborada por Aristóteles, as formas justas são a monarquia, a aristocracia e a democracia. IV. ao contrário de Platão, em sua República, Aristóteles não se preocupa em propor as condições de racionalidade política. V. para Aristóteles o maior número de cidadãos da classe média em uma polis é uma condição necessária para sua estabilidade política. VI. ao contrário de Platão, em sua República, Aristóteles despreza a educação dos cidadãos. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, IV e VI são corretas. B( ) Somente as afirmativas II, III, V e VI são corretas. C( ) Somente as afirmativas I, III, V e VI são corretas. D( ) Somente as afirmativas I, IV, V e VI são corretas. E( ) Somente as afirmativas I e V são corretas. 

2) Leia a síntese socrática abaixo:

"Tem presente, portanto, que concordaste que também é justo cometer atos prejudiciais aos governantes e aos mais poderosos, quando os governantes, involuntariamente, tomam determinações inconvenientes para eles - uma vez que declaras ser justo que os súditos executem o que prescreveram os governantes." (Platão, República, 339e)Em meio à discussão sobre a justiça, Sócrates sintetiza do modo acima citado a posição de Trasímaco. As afirmações de Trasímaco que dão base a essa síntese de Sócrates são:

A) Justiça é fazer o mal para os mais fracos; os que obedecem devem, às vezes, recusar-se a obedecer aos mais fortes.

B) Justiça é fingir que se faz o bem geral, visando ao proveito próprio; deve-se fazer os fracos pensarem que as decisões dos fortes os favorecem.

C) É justo obedecer àqueles que governam; os governantes são passíveis de cair em erro em suas decisões.

D) Justiça é aquilo que convém ao mais forte; os governantes nunca se enganam ao intentar tomar decisões que lhes favorecem.

E) Justiça é fazer aquilo que é prejudicial, de acordo com conveniência para os governantes.

Leia o texto abaixo e resolva as questões 03 e 04.A Itália do tempo de Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) não era um Estado

unificado como hoje, mas fragmentada em reinos e repúblicas. Na obra O Príncipe, declara seu sonho de ver a península unificada. Para tanto, entre outros conceitos, forjou as concepções de virtú e de fortuna. A primeira representa a capacidade de governar, agir para conquistar e manter o poder; a segunda é relativa aos “acasos da sorte” aos quais todos estão submetidos,

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inclusive os governantes. Afinal, como registrado na famosa ópera de Carl Orff: Fortuna imperatrix mundi (A Fortuna governa – imperatriz - o mundo). Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Coleção os Pensadores. São Paulo: Abril Cultura, 1973, p. 79 - 80.

03) Com base nas informações acima, assinale a alternativa que melhor interpreta o pensamento de Maquiavel.

A) Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que “as causas que o determinaram cessem de existir”; e de virtú, quando Maquiavel diz que o príncipe deve ser “prudente”.

B) Trata-se da virtú, quando Maquiavel diz que as “causas mudaram”; e de fortuna quando se refere ao príncipe prudente, pois um príncipe com tal qualidade saberia acumular grande quantidade de riquezas.

C) Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme o texto introdutório, ela não guarda qualquer relação com as noções de virtú e fortuna.

D) O fragmento de Maquiavel expressa bem a noção de virtú, ao dizer que o príncipe deve ser prudente, mas não se relaciona com a noção de fortuna, pois em nenhum momento afirma que as “circunstâncias” podem mudar.

E) A força e a astúcia da fortuna auxiliam no domínio da virtu ou seja das riquezas

4) Sobre o pensamento político de Maquiavel pode-se afirmar: a) Maquiavel reconhece, nem sempre claramente, os limites do conceito de bem e, por isso, não tenta reduzir o conhecimento político ao escopo de uma metafísica. b) A harmonia ou a vida social sem conflito deve ser o fim da política, sob pena de condená-la ao âmbito do improfícuo. c) A virtù designa o elemento central para a manutenção da ordem civil, pois ela transcreve a ação arbitrária do Estado contra os indivíduos. d) Para Maquiavel, o Estado republicano, por ser o Estado ideal, poderia prescindir da coação. e) Para Maquiavel, a legitimidade do príncipe é irrestrita pelo fato do seu poder emanar de Deus. 

5) O desejo é uma noção próxima de outras, como apetite, paixões, inclinações e refere-se, de modo geral, a impulsos ou tendências que não são guiados pela razão.Sobre algumas formas mais clássicas de se conceber o desejo, pode-se afirmar que, de acordo com:

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A) Aristóteles, as paixões humanas estão relacionadas ao saber prático, e devem guiar o ser humano na política.B) Maquiavel, o príncipe, para conservar seu poder e sua respeitabilidade, sempre deve satisfazer os desejos dos súditos.C) Sócrates, grande parte do pensamento consciente de um filósofo é secretamente guiado por seus instintos.D) Sofistas, a consciência universal (moral e política) é senhora dos desejos inconscientes, causadores da neurose em indivíduos imorais.E) Platão, os instintos e paixões devem se submeter à racionalidade, especialmente no tocante à ética e política.

6) Segundo Hobbes (Leviatã, XIV), "o direito consiste na liberdade de fazer ou de omitir, ao passo que a lei determina ou obriga a uma dessas duas coisas". Além disso, o autor afirma como regra geral da razão "que todo homem deve esforçar-se pela paz, na medida em que tenha esperança de consegui-la, e caso não a consiga pode procurar e usar todas as ajudas e vantagens da guerra".

A primeira e a segunda parte dessa regra geral da razão encerram, respectivamente:A) a lei de natureza, por conter uma obrigação - o direito de natureza, por ser um preceito de liberdade.B) a lei de natureza, por ser preceito de liberdade - o direito de natureza, por conter uma obrigação.C) o direito de natureza, por conter uma obrigação - a lei de natureza, por ser preceito de liberdade.D) o direito de natureza, por ser um preceito de liberdade - a lei de natureza, por conter uma obrigação.

E) uma total negativa de direitos e uma total anomia natural.

7) ENEM-2012 - Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas o livre-arbítrio (a partir da razão) nos permite o controle sobre a outra metade. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).

Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao

A) valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.

B) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.

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C) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.

D) romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.

E) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.

8) Thomas Hobbes define assim a essência do Estado (Leviatã): Uma pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada como autora, de modo a ela poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum.  HOBBES, Thomas. Leviatã. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p.110. A partir desse contexto, qual o caráter do poder do qual é dotado o Estado? (A) Seu poder é equivalente ao poder de cada um dos seus membros, visto estes lhe deram poder para governar. (B) Seu poder é absoluto, apenas se não for feito uso da força. (C) Seu poder é absoluto, no sentido de não poder ser constrangido por nenhuma outra pessoa cuja força e recursos pode dispor. (D) Seu poder é limitado pelos direitos naturais dos quais os cidadãos são portadores. (E) Seu poder é limitado pela vontade geral da qual participam os cidadãos a cada decisão. 

9) (Uel 2014) ADAPTAÇÃO - Leia o texto a seguir.

Descartes, na segunda parte do Discurso do Método, apresenta uma crítica às cidades antigas por serem caóticas. Tais cidades, por terem sido no início pequenos burgos e havendo se transformado, ao longo do tempo, em grandes centros, são comumente mal calculadas. Suas ruas curvas e desiguais foram obra do acaso e não uma disposição da vontade de alguns homens que se utilizaram da razão.

(Adaptado de: DESCARTES, R. Discurso do Método. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p.43-44. (Coleção Os Pensadores.))

Com base no texto, nos conhecimentos sobre o racionalismo cartesiano, assinale a alternativa correta.

a) O fundamento do pensamento racionalista pressupõe que a ordem racional fundamenta e dá sentido à ordem da realidade objetiva.

b) A experiência sensível era o princípio capaz de fundamentar as leis do conhecimento, permitindo o ordenamento das questões científicas.

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c) A mente é como tabula rasa e o conhecimento vem dos dados fornecidos pelos sentidos.

d) O conhecimento se constrói num processo indutivo, depois do que Descartes chama de parte destrutiva de seu método.

e) Como os céticos descartes não lida com a possibilidade do alcance de uma verdade segura e universal, algo que possa ser considerado o fundamento do conhecimento.

10) (Ufu 2013) ADAPTAÇÃO O diálogo socrático de Platão é obra baseada

em um sucesso histórico: no fato de Sócrates ministrar os seus ensinamentos sob a forma de perguntas e respostas. Sócrates considerava o diálogo como a forma por excelência do exercício filosófico e o único caminho para chegarmos a alguma verdade legítima.

De acordo com a doutrina socrática, a) a busca pela essência do bem não está vinculada a uma visão

antropocêntrica da filosofia. b) é cosmologia, a base firme da especulação filosófica. c) a filosofia deriva da impossibilidade do autoconhecimento e é, portanto, de

natureza cosmogônica. d) a impossibilidade de responder aos dilemas humanos é sanada pelo

princípio platônico segundo o qual homem é medida de todas as coisas. e) A visão socrática supera a visão cosmológica e se opõe à sofística na

medida em que é antropológica e acredita na possibilidade da legitimidade da verdade.

11) (Unioeste 2013) “..ADAPTAÇÃO. a função própria do homem é um certo modo de vida, e este é constituído de uma atividade ou de ações da alma que pressupõem o uso da razão, e a função própria de um homem bom é o bom e nobilitante exercício desta atividade ou a prática destas ações [...] o bem para o homem vem a ser o exercício ativo das faculdade da alma de conformidade com a excelência, e se há mais de uma excelência, em conformidade com a melhor e a mais completa entre elas. Mas devemos acrescentar que tal exercício ativo deve estender-se por toda a vida, pois uma andorinha só não faz verão (nem o faz um dia quente); da mesma forma, um dia só, ou um curto lapso de tempo, não faz um homem bem-aventurado e feliz”.

Aristóteles.

Considerando o texto citado e o pensamento ético de Aristóteles, seguem as afirmativas abaixo:

a) Aristóteles sustenta que o bem mais elevado que o ser humano pode almejar é a eudaimonia (felicidade), No entanto, não há concordância geral em torno disso. Por isso, o filósofo nos aconselha dar vazão às nossas paixões.

b) A eudaimonia (felicidade) é sempre buscada por si mesma e não em função de outra coisa, pois o ser humano escolhe o viver bem como a mais elevada finalidade e por nada além do próprio viver bem.

c) Definindo a eudaimonia (felicidade) a partir da função própria da alma vegetativa e do exercício passivo das faculdades da alma em conformidade com a excelência (virtude) conclui-se que, aos seres humanos, só é possível

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levar uma vida constituída de felicidade se os desejos e paixões não se subordinarem à atividade racional.

d) A eudaimonia (felicidade) é um certo modo de vida constituído de uma atividade ou de ações por via dos instintos e conforme a eles, sendo o bem melhor para o homem o exercício ativo das faculdades da alma em conformidade com as paixões.

e) A excelência (virtude) humana, como realização excelente da tarefa humana, reside no exercício ativo da arte, pois a função própria de um homem bom é o bom e nobilitante exercício desta atividade.

Com base na Teoria Crítica da Sociedade, analise a charge abaixo e resolva as duas questões seguintes.

12) Com base no texto, escolha entre as alternativas abaixo:

a) É uma crítica-que denuncia um estado de coisas, que expõe a banalização do mal, resquício da racionalidade técnica.

b) O texto aborda uma questão estética relativa ao consumismo, trata-se, portanto, de um problema perceptivo;

c) Aborda uma questão existencial problemática, que pode ser resolvida na medida em que os sujeitos, com esforço próprio, queira libertar-se da mesma;

d) A charge, alarmista, infla a realidade e não leva em consideração que as pessoas são livres para irem, virem e agirem conforme sua consciência;

e) Aborda uma questão econômica pois as pessoas retratadas situam-se abaixo da linha da pobreza.

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13) Com base no texto da questão anterior e nos conhecimentos sobre a Teoria Crítica escolha entre as alternativas a seguir:

a) A charge defende a ideia de unidimensionalidade da sociedade, pois considera que o ser humano incapaz de se desenvolver em uma dimensão que não seja a do consumo.

b) Na tensão entre o SER e o TER existente em nossa sociedade o SER encontra-se em evidência. E, de acordo com essa lógica, quando não se tem, tão pouco se é.

c) As ações necessárias para o resgate de crianças em estado de vulnerabilidade estão sendo promovidas por uma estrutura governamental pautada na ação comunicativa.

d) Junto com a perda da autonomia, não ocorre a perda de identidade, pois esta independe de questões éticas e políticas

e) A charge denuncia uma situação cujo fundamento encontra-se numa sociedade em que prevalece a racionalidade técnica e que o ser humano e suas relações são unidimensionalizados.

14) (Unesp 2014) Governos que se metem na vida dos outros são governos autoritários. Na história temos dois grandes exemplos: o fascismo e o comunismo. Em nossa época existe uma outra tentação totalitária, aparentemente mais invisível e, por isso mesmo, talvez, mais perigosa: o "totalitarismo do bem". A saúde sempre foi um dos substantivos preferidos das almas e dos governos autoritários. Quem estudar os governos autoritários verá que a "vida cientificamente saudável" sempre foi uma das suas maiores paixões. E, aqui, o advérbio "cientificamente é quase vago porque o que vem primeiro é mesmo o desejo de higienização de toda forma de vício, sujeira, enfim, de humanidade não correta. Nosso maior pecado contemporâneo é não reconhecer que a humanidade do humano está além do modo "correto" de viver. E vamos pagar caro por isso porque um mundo só de gente "saudável" é um mundo sem Eros.

(Luiz Felipe Pondé. “Gosto que cada um sente na boca não é da conta do governo”. Folha de S.Paulo, 14.03.2012. Adaptado.)

Na concepção do autor, o totalitarismo a) é um sistema político exclusivamente relacionado com o fascismo e o

comunismo. b) inexiste sob a égide de regimes políticos institucionalmente democráticos e

liberais. c) depende necessariamente de controles de natureza policial e repressiva

dos comportamentos.

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d) mobiliza a ciência para estabelecer critérios de natureza biopolítica sobre a vida.

e) estabelece regras de comportamento subordinadas à autonomia dos indivíduos.

15) (Unioeste 2009) Locke é um dos principais representantes do contratualismo clássico. Tem como ponto de partida de seu pensamento político o estado de natureza, de modo que, através do contrato (pacto) social, realiza-se a passagem para o Estado civil.

Assinale a alternativa que não corresponde à concepção liberal de política de Locke.

a) O estado de natureza é um estado de guerra generalizada de todos contra todos.

b) No estado de natureza, todos os homens são livres e iguais, tendo todos o direito à vida, à liberdade e à propriedade.

c) O estado de natureza é um estado de relativa paz, por falta de um juiz imparcial que julgue os possíveis conflitos entre os indivíduos.

d) O Estado civil tem sua origem e fundamento no pacto de consentimento unânime de indivíduos livres e iguais, sendo que na escolha da forma de governo segue-se o princípio da maioria.

e) No centro do pensamento político de Locke se encontra a defesa dos direitos naturais inalienáveis do indivíduo à vida, à liberdade e à propriedade, que devem ser garantidos e protegidos pelo Estado civil.

16) (Ufla 2009) “Conhecimento racional é a síntese que a razão realiza entre uma forma universal inata e um conteúdo particular oferecido pela experiência. O que existe como estrutura da razão é anterior à experiência. Assim, forma é aquilo sem o que não haveria percepção ou captação da experiência. A razão tem a percepção de todas as coisas como realidades espaciais e temporais. Assim, o espaço e o tempo existem em nossa razão antes e sem a experiência. O conhecimento da realidade como ela é em si, não é possível, mas pode ser conhecida a forma como ela (a realidade) se apresenta (fenômeno)”. (Kant)

De acordo com o texto, assinale a alternativa CORRETA. a) Espaço e tempo são formas inatas existentes na razão. b) A forma universal inata é percebida na experiência. c) A razão pode conhecer a realidade em si. d) A realidade em si é a forma como ela se apresenta. e) Espaço e tempo são realidades objetivas.

17) (Unioeste 2009) A superfície da Lua é “na maior parte desigual, devido às

muitas elevações e depressões que nela se percebem graças ao telescópio: elevações das quais existem muitas em tudo e por tudo similares às nossas mais ásperas e escarpadas montanhas, e percebem-se algumas que se prolongam por centenas de milhas; outras estão reunidas em grupos mais próximos, e existem também muitos cumes agudos e solitários, muito altos e escarpados [...]”. (Galileu)

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Tendo em conta o texto acima, é incorreto afirmar que a) a constatação de que a Lua tem superfície irregular e de que ela e o Sol

possuem manchas serviu de argumento para Galileu criticar a distinção entre a perfeição do céu e as irregularidades da Terra, feita pelos defensores do sistema geocêntrico.

b) Galileu considerou suas observações astronômicas questionáveis, já que poderiam ser resultantes de ilusões criadas pelas lentes de seu telescópio.

c) o telescópio é um exemplo bem-sucedido de introdução de instrumentos que aumentam nossa capacidade de conhecer e de integração entre ciências distintas.

d) o conhecimento científico, para Galileu, deveria ser construído por meio da experimentação guiada pela razão, e não pela autoridade dos sábios antigos e da Igreja.

e) a matemática, para Galileu, podia ser aplicada também aos corpos terrestres, e não apenas aos celestes, como admitiam seus adversários, já que ambos tinham a mesma natureza.

18) (Ufu 2013) Autonomia da vontade é aquela sua propriedade graças à qual ela é para si mesma a sua lei (independentemente da natureza dos objetos do querer). O princípio da autonomia é, portanto: não escolher senão de modo a que as máximas da escolha estejam incluídas simultaneamente, no querer mesmo, como lei universal.

KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1986, p. 85.

De acordo com a doutrina ética de Kant: a) O Imperativo Categórico não se relaciona com a matéria da ação e com o

que deve resultar dela, mas com a forma e o princípio de que ela mesma deriva.

b) O Imperativo Categórico é um cânone que nos leva a agir por inclinação, vale dizer, tendo por objetivo a satisfação de paixões subjetivas.

c) Inclinação é a independência da faculdade de apetição das sensações, que representa aspectos objetivos baseados em um julgamento universal.

d) A boa vontade deve ser utilizada para satisfazer os desejos pessoais do homem. Trata-se de fundamento determinante do agir, para a satisfação das inclinações.

e) A boa vontade não existe, dado que a vontade é contra a razão

19) (Ufu 2013) Porque as leis de natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes.

HOBBES, Thomas. Leviatã. Cap. XVII. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 103.

Em relação ao papel do Estado, Hobbes considera que:

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a) O seu poder deve ser parcial. O soberano que nasce com o advento do contrato social deve assiná-lo, para submeter-se aos compromissos ali firmados.

b) A condição natural do homem é de guerra de todos contra todos. Resolver tal condição é possível apenas com um poder estatal pleno.

c) Os homens são, por natureza, desiguais. Por isso, a criação do Estado deve servir como instrumento de realização da isonomia entre tais homens.

d) A guerra de todos contra todos surge com o Estado repressor. O homem não deve se submeter de bom grado à violência estatal.

e) Não há como livrar-se da guerra de todos contra todos.

20) (Ufpa 2013) Ao pensar como deve comportar-se um príncipe com seus súditos, Maquiavel questiona as concepções vigentes em sua época, segundo as quais consideravam o bom governo depende das boas qualidades morais dos homens que dirigem as instituições. Para o autor, “um homem que quiser fazer profissão de bondade é natural que se arruíne entre tantos que são maus. Assim, é necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade”.

Maquiavel, O Príncipe, São Paulo: Abril cultural, Os Pensadores, 1973, p.69.

Sobre o pensamento de Maquiavel, a respeito do comportamento de um príncipe, é correto afirmar que

a) a atitude do governante para com os governados deve estar pautada em sólidos valores éticos, devendo o príncipe punir aqueles que não agem eticamente.

b) o Bem comum e a justiça não são os princípios fundadores da política; esta, em função da finalidade que lhe é própria e das dificuldades concretas de realizá-la, não está relacionada com a ética.

c) o governante deve ser um modelo de virtude, e é precisamente por saber como governar a si próprio e não se deixar influenciar pelos maus que ele está qualificado a governar os outros, isto é, a conduzi-los à virtude.

d) o Bem supremo é o que norteia as ações do governante, mesmo nas situações em que seus atos pareçam maus.

e) a ética e a política são inseparáveis, pois o bem dos indivíduos só é possível no âmbito de uma comunidade política onde o governante age conforme a virtude.

21) (Enem 2013) A felicidade é portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade.

ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010.

Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como

a) busca por bens materiais e títulos de nobreza.

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b) plenitude espiritual a ascese pessoal. c) finalidade das ações e condutas humanas. d) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. e) expressão do sucesso individual e reconhecimento público.

22) (Adaptado-UEL) Para Platão, no livro IV da República, a justiça, na cidade ideal.

Baseia-se no princípio em virtude do qual cada membro do organismo social deve cumprir, com a maior perfeição possível, a sua função própria. Tanto os ‘guardiões’ como os ‘governantes’ e os ‘industriais’ têm a sua missão estritamente delimitada, e se cada um destes três grupos se esforçar por fazer da melhor maneira possível o que lhes compete, o Estado resultante da cooperação destes elementos será o melhor Estado concebível.

(JAEGER, W. Paidéia: a formação do homem grego. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 556.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Platão, assinale a alternativa correta.

a) A cidade, de origem transcendente, encontra sua perfeição quando reina interesse entre os homens, base da formação das classes sociais.

b) A justiça, na cidade ideal está ligada à concepção platônica, segundo a qual, cada cidadão ocupa um lugar na cidade de acordo com sua própria natureza.

c) A cidade se torna justa quando existe a total igualdade entre os cidadãos.

d) A justiça, na cidade ideal, manifesta-se através do direito que os governantes tem de usar a violência para manter a ordem social.

e) Na cidade ideal, a justiça consiste na satisfação de interesses particulares em detrimento do coletivo.

23) (Adaptado - UEL) Com base nos conhecimentos sobre o pensamento político de Aristóteles, é correto afimar.

a) A reflexão aristotélica estabelece uma clara separação entre política e ética, uma vez que a parte (vida individual) não pode se confundir com o todo (comunidade política).

b) A lei, para Aristóteles, é a expressão da tirania que impõe coercitivamente a vontade do governante aos cidadãos.

c) Aristóteles sustenta que cada homem, por sua liberdade natural, pode definir quais são as leis que ele deve respeitar na sociedade.

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d) O conceito de felicidade (na política), segundo Aristóteles, visa coletivamente a ação humana na sociedade e está vinculado do conceito de justiça como um exercício político orientado ao bem comum.

e) Na concepção política de Aristóteles, torna-se evidente que a idéia de bom governo, de regime justo e de cidade boa depende da inspiração do mundo ideal.

24) (Adaptado - UEL) Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão seguinte.

Texto

A palavra que empregamos como ´Estado’ não significa outra coisa que ´cidade’. Apesar de Aristóteles ter vivido até ao fim da idade de ouro da vida da cidade grega e ter estado em íntimo contato com Filipe e Alexandre, foi na cidade e não no império que ele viu, não apenas a forma mais elevada de vida política conveniente à sua época, mas também a forma mais elevada que era capaz de conceber. Todo agregado mais vasto constituía para si uma mera tribo ou um emaranhado de pessoas sem homogeneidade. Nenhum império impondo a sua civilização aos povos mais atrasados, nem uma nação constituída em Estado, estavam ao alcance da sua visão.

(ROSS, D. Aristóteles. Lisboa: Dom Quixote. 1987. p. 243.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento político de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir.

a) A forma de vida mais adequada é aquela na qual todos os cidadãos da cidade, indistintamente, participam da vida política.

b) O Estado nasce, por convenção, com o objetivo de proporcionar a vida boa, compreendida como estando vinculada às questões econômicas.

c). Aristóteles pensa a origem do Estado não é algo natural em relação à nossa condição política.

d) Na teorização que Aristóteles faz sobre o Estado, não está presente a família, como, por exemplo, na tese de que o “Estado é artificial”.

e) A “philia” precisa da lei para se manter.

25) (Adaptado - UEL) No pensamento ético-político de Platão, a organização no Estado Ideal reflete a justiça concebida como a disposição das faculdades da alma que faz com que cada uma delas cumpra a função que lhe é própria. No Livro V de A República, Platão apresentou o Estado Ideal como governo dos melhores selecionados. Para garantir que a raça dos guardiões se mantivesse pura, o filósofo escreveu:

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É preciso que os homens superiores se encontrem com as mulheres superiores o maior número de vezes possível, e inversamente, os inferiores com as inferiores, e que se crie a descendência daqueles, e a destes não, se queremos que o rebanho se eleve às alturas.

(Adaptado de: PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993, p.227-228.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento ético-político de Platão é correto afirmar:

a) No Estado Ideal, a escolha dos mais aptos para governar a sociedade expressa uma exigência que está de acordo com o “status” social e condição econômica.

b) O Estado Ideal prospera melhor sem estratificação.

c) O reconhecimento do poder econômico como fundamento da organização do Estado Ideal torna legítima a supremacia dos melhores sobre as classes inferiores.

d) A condição necessária para que se realize o Estado Ideal é a vontade geral.

e) O Estado Ideal apresenta-se como a tentativa de organizar a sociedade dos melhores fundada na sabedoria como valor supremo.

26) Leia com atenção o texto abaixo:O sagrado é a experiência de uma potência ou de uma força

sobrenatural que habita algum ser – planta, animal, humano, coisas, vento, água, fogo. Essa potência é tanto um poder que pertence própria e definitivamente a um determinado ser, quanto algo que ele pode possuir e perder e não ter e adquirir. O sagrado é a experiência simbólica da diferença entre os seres, da superioridade de alguns sobre outros, do poderio de alguns sobre outros, superioridade sentidos como espantosos, misteriosos desejados e temidos.

(Marilena Chaui)

A partir do texto, aponte a alternativa correta.A) Antropologicamente, o sagrado nada tem a acrescentar na existência dos

seres humanos, pois nada mais é do que uma abstração de caráter subjetivo.

B) A experiência do sagrado é uma coisa localizada pode ser observada somente um número muito reduzido de culturas, principalmente aquelas mais primitivas, pois ainda revelam uma crença ancestral num panteão de deuses exóticos.

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C) O sagrado, por seu caráter imanente, faz com que o homem renuncie a toda e qualquer aspiração ao transcendente, pois a dimensão metafísica mostra-se, aqui, inviável.

D) Devido ao seu caráter subjetivo, a dimensão do sagrado não é passível de análise do ponto de vista das ciências humanas, cabendo o estudo do termo às ciências da natureza.

D) Trata-se de uma dimensão que opera o encantamento do mundo, habitado por forças maravilhosas e poderes admiráveis que agem magicamente.

E) O sagrado é o ópio do povo e deve ser banido do seio da civilização ocidental.

27)

O desenvolvimento das ciências naturais na era moderna influenciou a corrente filosófica denominada empirismo que tem por característica fundamental a ênfase do papel da experiência sensível no conhecimento. Dentre os representantes do empirismo inglês podemos destacar, entre outros nomes, Thomas Hobbes, John Locke e David Hume. Hobbes, apesar de receber também outras influências filosóficas como o nominalismo, é influenciado pelas ideias empiristas, tanto que a primeira parte de seu livro O Leviatã ou Forma e matéria do Estado é composta por uma teoria do conhecimento baseada nas ideias desta corrente. Um dos resultados desta influência é a concepção de pacto social: para Hobbes, observando o comportamento dos homens podemos conhecer sua natureza, assim, conclui: os pactos sem a espada não passam de palavras.

Com base no texto acima e em seus conhecimentos sobre a filosofia hobbesiana, assinale a alternativa que descreve o significado da expressão: os pactos sem a espada não passam de palavras.

A) O poder do Estado deriva da natureza humana: uma vez que os homens concordem em obedecer a lei, cumprirão integralmente a palavra dada.

B) O poder do Estado se consolida com o uso simbólico da espada no poder legislativo; a expressão palavras representa a lei.

C) A única forma de os homens cumprirem suas promessas é pelo medo da punição caso fujam do compromisso de manter a palavra dada.

D) A frase de Hobbes aplica-se somente ao estado de natureza, sendo desnecessário o uso da força no estado civil, depois do Estado constituído.

E) A frase deve ser entendida somente no contexto religioso.

28) Leia o texto a seguir.

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Certamente, a brusca mudança de direção que encontramos nas reflexões de Maquiavel, em comparação com os humanistas anteriores, explica-se em larga medida pela nova realidade política que se criara em Florença e na Itália, mas também pressupõe uma grande crise de valores morais que começava a grassar. Ela não apenas constatava a divisão entre “ser” e “dever ser”, mas também elevava essa divisão a princípio e a colocava como base da nova visão dos fatos políticos. (REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. São Paulo: Paulinas, 1990. V. II, p. 127.)

Dentre as contribuições de Maquiavel à Filosofia Política, é correto afirmar:

a) Inaugurou a reflexão sobre a constituição do Estado ideal.

b) Estabeleceu critérios para a consolidação de um governo tirânico e despótico.

c) Consolidou a tábua de virtudes necessárias a um bom homem.

d) Fundou os parâmetros para o entendimento da política a partir de uma lógica secularizada e realista.

e) Estabeleceu a dependência entre o poder civil e a autoridade religiosa.

29) Leia o texto de Platão a seguir:

Logo, desde o nascimento, tanto os homens como os animais têm o poder de captar as impressões que atingem a alma por intermédio do corpo. Porém relacioná-las com a essência e considerar a sua utilidade, é o que só com tempo, trabalho e estudo conseguem os raros a quem é dada semelhante faculdade. Naquelas impressões, por conseguinte, não é que reside o conhecimento, mas no raciocínio a seu respeito; é o único caminho, ao que parece, para atingir a essência e a verdade; de outra forma é impossível. (PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 80.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria do conhecimento de Platão, considere as afirmativas a seguir:

a) Homens e animais podem confiar nas impressões que recebem do mundo sensível, e assim atingirem a verdade.

b) As impressões são comuns a homens e animais, mas apenas os homens têm a capacidade de formar, somente com elas, o conhecimento verdadeiro.

c) As impressões não constituem o conhecimento sensível, mas são consideradas como núcleo do conhecimento inteligível.

d) O raciocínio a respeito das impressões não constitui a base para se chegar ao conhecimento verdadeiro.

e) O conhecimento reside no raciocínio e não nas impressões em si mesmas.

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30) Rousseau, um dos teóricos mais importantes do Iluminismo, apresenta uma teoria baseada no contrato social entre os homens e na igualdade natural entre todos eles. Seu pensamento apresenta uma crítica ao Antigo Regime, inspirando ideais que culminaram na Revolução Francesa.

(Unicamp 2012) No trecho apresentado, o autor a) argumenta que um corpo político existe quando os homens encontram-se

associados em estado de igualdade política. b) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e

sociais. c) defende a necessidade de os homens se unirem em agregações, em busca

de seus direitos políticos. d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava multidões de

homens a se submeterem a um único senhor.e) reconhece a escravidão própria do estado de natureza.

31) (Uemg 2013) O Absolutismo como forma de governo esteve presente na península Ibérica, na França e na Inglaterra, tendo impactado e influenciado as maiores economias de seu tempo.

Os pensadores mais conhecidos tidos como influenciadores do processo e suas teorias foram:

a) Nicolau Maquiavel e sua teoria de que o indivíduo estava subordinado ao Estado; Thomas Hobbes, criador da teoria do Contrato; Jacques Bossuet e Jean Bodin, que defenderam que o Rei era um representante divino.

b) Nicolau Maquiavel e a teoria do Contrato; Thomas Hobbes e a teoria da supremacia do Rei como representante divino; Jacques Bossuet e Jean Bodin, que defenderam a subordinação do indivíduo ao Estado.

c) Maquiavel, Jacques Bossuet e Jean Bodin, cujas teorias só se diferenciaram na aplicabilidade teológica, bem como Thomas Hobbes, que preconizou o indivíduo como senhor de seus direitos.

d) Maquiavel e Thomas Hobbes, que conceberam o Contrato Social, Jacques Bossuet, que estabeleceu o conceito de individualismo primordial, e Jean Bodin, que defendeu a primazia da esfera governamental.

e) Maquiavel e John Locke, que conceberam o , Jacques Bossuet, que estabeleceu o conceito de individualismo primordial, e Jean Bodin, que defendeu a primazia da esfera governamental.

32). (Enem 2010)

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Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.”

JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionario Basico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

Uma suposta “vacina” contra o despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo

a) impedir a contratação de familiares para o serviço público. b) reduzir a ação das instituições constitucionais. c) combater a distribuição equilibrada de poder. d) evitar a escolha de governantes autoritários. e) restringir a atuação do Parlamento.

33). Leia o texto a seguir.

A questão não está mais em se um homem é honesto, mas se é inteligente. Não perguntamos se um livro é proveitoso, mas se está bem escrito. As recompensas são prodigalizadas ao engenho e ficam sem glórias as virtudes. Há mil prêmios para os belos discursos, nenhum para as belas ações.

(ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre as ciências e as artes. 3.ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p.348. Coleção Os Pensadores.)

O texto apresenta um dos argumentos de Rousseau à questão colocada em 1749, pela Academia de Dijon, sobre o seguinte problema: O restabelecimento das Ciências e das Artes terá contribuído para aprimorar os costumes?

Com base nas críticas de Rousseau à sociedade, assinale a alternativa correta.

a) As artes e as ciências geralmente floresceram em sociedades que se encontravam em pleno vigor moral, em que a honra era a principal preocupação dos cidadãos.

b) A emancipação advém da posse e do consumo exclusivo e diferenciado de bens de primeira linha, uma vez que o luxo concede prestígio para quem o possui.

c) Os envolvidos com as ciências e as artes adquirem, com maior grau de eficiência, conhecimentos que lhes permitem perceber a igualdade entre todos.

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d) O amor-próprio é um sentimento positivo por meio do qual o indivíduo é levado a agir moralmente e a reconhecer a liberdade e o valor dos demais.

e) O objetivo das investigações era atingir celebridade, pois os indivíduos estavam obcecados em exibir-se, esquecendo-se do amor à verdade.

34). (Uenp 2011) “Estas três formas podem degenerar: [...] A tirania não é, de fato, senão a monarquia voltada para a utilidade do monarca; a oligarquia, para a utilidade dos ricos; a democracia, para a utilidade dos pobres. Nenhuma das três se ocupa do interesse público. Podemos dizer ainda, de um modo um pouco diferente, que a tirania é o governo despótico exercido por um homem sobre o Estado, que a oligarquia representa o governo dos ricos e a democracia o dos pobres ou das pessoas pouco favorecidas.”

Aristóteles. Política.

De acordo com o fragmento de texto, assinale a alternativa que melhor completa a tabela abaixo:

Forma autêntica

Forma degenerada

Um no governo (I) TiraniaAlguns no

governo Aristocracia (II)

Muitos no governo República (III)

a) (I) democracia - (II) monarquia - (III) oligarquia b) (I) monarquia - (II) democracia - (III) oligarquia c) (I) oligarquia - (II) monarquia - (III) democracia d) (I) monarquia - (II) oligarquia - (III) democracia e) (I) democracia - (II) oligarquia - (III) monarquia

35). (Unesp 2012) Regulamentação publicada nesta segunda-feira, no Diário Oficial do Município do Rio, determina que as crianças e adolescentes apreendidos nas chamadas cracolândias fiquem internados para tratamento médico, mesmo contra a vontade deles ou dos familiares. Os jovens, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social (Smas), só receberão alta quando estiverem livres do vício. A “internação compulsória” vale somente para aqueles que, na avaliação de um especialista, estiverem com dependência química. Ainda de acordo com a resolução, todas as crianças e adolescentes que forem acolhidos à noite, “independente de estarem ou não sob a influência do uso de drogas”, não poderão sair do abrigo até o dia seguinte.

(www.estadao.com.br, 30.05.2012. Adaptado.)

As justificativas apresentadas neste texto para legitimar a “internação compulsória” de usuários de drogas são norteadas por:

a) princípios filosóficos baseados no livre-arbítrio e na autonomia individual. b) valores de natureza religiosa fundamentados na preservação da vida.

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c) valores éticos associados ao direito absoluto à liberdade da pessoa humana.

d) realização prévia de consultas públicas sobre a internação obrigatória. e) critérios médicos relacionados à distinção entre saúde e patologia.

36). (Upe 2013) A filosofia, no que tem de realidade, concentra-se na vida

humana e deve ser referida sempre a esta para ser plenamente compreendida, pois somente nela e em função dela adquire seu ser efetivo.

VITA, Luís Washington. Introdução à Filosofia, 1964, p. 20.

Sobre esse aspecto do conhecimento filosófico, é CORRETO afirmar que a) a consciência filosófica impossibilita o distanciamento para avaliar os

fundamentos dos atos humanos e dos fins aos quais eles se destinam. b) um dos pontos fundamentais da filosofia é o desejo de conhecer as raízes

da realidade, investigando-lhe o sentido, o valor e a finalidade. c) a filosofia é o estudo parcial de tudo aquilo que é objeto do conhecimento

particular. d) o conhecimento filosófico é trabalho intelectual, de caráter assistemático,

pois se contenta com as respostas para as questões colocadas. e) a filosofia é a consciência intuitiva sensível que busca a compreensão da

realidade por meio de certos princípios estabelecidos pela razão.

37). (Unesp 2013) Texto 1

Sobre o estupro coletivo de uma estudante de 23 anos em Nova Déli, o advogado que defende os suspeitos declarou: “Até o momento eu não vi um único exemplo de estupro de uma mulher respeitável”. Sobre esta declaração, o advogado garantiu que não tentou difamar a vítima. “Eu só disse que as mulheres são respeitadas na Índia, sejam mães, irmãs, amigas, mas diga-me que país respeita uma prostituta?!”

(Advogado de acusados de estupro na Índia denuncia confissão forçada.http://noticias.uol.com.br. Adaptado.)Texto 2

Na Índia, a violência contra as mulheres tomou uma nova e mais perversa forma, a partir do cruzamento de duas linhas: as estruturas patriarcais tradicionais e as estruturas capitalistas emergentes. Precisamos pensar nas relações entre a violência do sistema econômico e a violência contra as mulheres.

(Vandana Shiva, filósofa indiana. No continuum da violência. O Estado de S.Paulo, 12.01.2013. Adaptado.)

Os textos referem-se ao fato ocorrido na Índia em dezembro de 2012. Pela leitura atenta dos textos, podemos afirmar que:

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a) segundo a filósofa, fatos como esse explicam-se pela confluência de fatores históricos e econômicos de exclusão social.

b) para a filósofa, a violência contra as mulheres na Índia deve- se exclusivamente ao neoliberalismo econômico.

c) as duas interpretações sugerem que a prevenção de tais atos violentos depende do resgate de valores religiosos.

d) sob a ótica do advogado, esse fato ocorreu em virtude do desrespeito aos direitos humanos.

e) as duas interpretações limitam-se a reproduzir preconceitos de gênero socialmente hegemônicos naquele país.

38) (Enem 2012) TEXTO I

Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.

DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

TEXTO II

Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita.

HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).

Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume

a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo.

b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica.

c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento.

d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos.

e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento.

39 ) (Enem PPL 2012) Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar

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crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último.

ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo:

Odysseus, 2002.

Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à

a) adoção da experiência do senso comum como critério de verdade. b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de

evidências empíricas. c) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade. d) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a

verdade. e) compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente.

40). (Enem 2013) Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.

CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).

Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em

a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.

b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.

c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.

d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.

e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.

41) (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos,

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políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância.

O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer

adquirir conhecimentos. b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma

vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.

c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos.

d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas.

e) Através da falsa modéstia Sócrates consegue enganar as pessoas, mantendo sua imagem de sábio.

42) (Enem 2013) Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.

KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado).

O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que

a) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento. b) defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o

ceticismo. c) revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a

reflexão filosófica. d) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias

em relação aos objetos. e) refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são

ambas recusadas por Kant.

43) (Pucpr 2009) “Ciência e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o que à contemplação apresenta-se como causa é regra na prática”. Em relação a esse aforismo III do Livro I do Novum Organum de Francis Bacon, considere a alternativa que apresenta a interpretação correta:

a) O saber, para Bacon, é uma forma de alterarmos as leis da natureza e, com isso, seus fenômenos podem ser controlados tendo em vista um benefício humano.

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b) O autor menciona que o conhecimento, o saber, está ligado ao poder, ou seja, mediante o conhecimento é possível, de maneira segura e rigorosa, conquistar o poder sobre a natureza.

c) Para Bacon, é inerente ao saber uma forma de controle sobre a natureza, mas principalmente sobre as pessoas, possibilitando um poder incondicional ao detentor do saber.

d) O saber já possui um valor em si mesmo, o que conduz, consequentemente, de acordo com Bacon, a um poder.

e) O que Bacon pretende dizer é que o saber nem sempre tem uma relação com a prática e que é a conveniência individual desse saber que determina seu valor.

44) (Uel 2009) [...] é necessário, ainda, introduzir-se um método completamente novo, uma ordem diferente e um novo processo, para continuar e promover a experiência. Pois a experiência vaga, deixada a si mesma [...] é um mero tateio, e presta-se mais a confundir os homens que a informá-los. Mas quando a experiência proceder de acordo com leis seguras e de forma gradual e constante, poder-se-á esperar algo de melhor da ciência. [...]A infeliz situação em que se encontra a ciência humana transparece até nas manifestações do vulgo. Afirma-se corretamente que o verdadeiro saber é o saber pelas causas. E, não indevidamente, estabelecem- se quatro coisas: a matéria, a forma, a causa eficiente, a causa final. Destas, a causa final longe está de fazer avançar as ciências, pois na verdade as corrompe; mas pode ser de interesse para as ações humanas.

(BACON, F. Novo Organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza. São Paulo: Abril Cultural. 1973. p. 72; 99-100.)

Com base no texto e no pensamento de Francis Bacon acerca da verdadeira indução experimental como interpretação da natureza, é correto afirmar.

a) Na busca do conhecimento, não se podem encontrar verdades indubitáveis, sem submeter as hipóteses ao crivo da experimentação e da observação.

b) A formulação do novo método científico exige submeter a experiência e a razão ao princípio de autoridade para a conquista do conhecimento.

c) O desacordo entre a experiência e a razão, prevalecendo esta sobre aquela, constitui o fundamento para o novo método científico.

d) Bacon admite o finalismo no processo natural, por considerar necessário ao método perguntar para que as coisas são e como são.

e) O estabelecimento de um método experimental, baseado na observação e na medida, aprimora o método escolástico.

45) (Unioeste 2009) “Supondo que um homem, dotado das mais poderosas faculdades racionais, seja repentinamente transportado para este mundo; certamente, notaria de imediato a existência de uma contínua sucessão de objetos e um evento acompanhado por outro, mas seria incapaz de descobrir algo a mais. De início, não seria capaz, mediante nenhum raciocínio, de chegar à ideia de causa e efeito, visto que os poderes particulares que realizam todas

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as operações naturais jamais se revelam aos sentidos; nem é razoável concluir, apenas porque um evento em determinado caso precede outro, que um é a causa e o outro, o efeito. Esta conjunção pode ser arbitrária e acidental. Não há base racional para inferir a existência de um pelo aparecimento do outro. [...] Todos os eventos parecem inteiramente soltos e separados. Um evento segue outro, porém jamais podemos observar um laço entre eles. [...] Não sentimos escrúpulos de predizer um ao surgir o outro [...]. Denominamos, então, um dos objetos causa e outro efeito”. (Hume).

Segundo a concepção de conhecimento de Hume, é incorreto afirmar que

a) a realidade, embora nos forneça a experiência de uma sucessão de fatos, não nos revela relações causais entre eles.

b) o princípio que fundamenta as relações causais é o costume ou o hábito. c) o princípio de causalidade é um princípio lógico e inerente à própria razão. d) do fato de o Sol ter nascido todos os dias até hoje não podemos inferir que

ele necessariamente nascerá amanhã. e) embora não haja conhecimentos absolutos sobre o mundo, não devemos

abandonar a noção de conhecimento humano.

46) (Enem 2013) Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.

KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado).

O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que

a) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento. b) defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o

ceticismo. c) revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a

reflexão filosófica. d) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias

em relação aos objetos. e) refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são

ambas recusadas por Kant.

47) (Uem 2009) A Filosofia Moderna compreende os séculos XVII e XVIII, caracterizando-se por um acentuado racionalismo que se opõe ao pessimismo teórico do ceticismo, o qual duvida da capacidade da razão humana poder alcançar um conhecimento certo fundamentado em uma verdade universal. Assinale o que for correto.

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A) René Descartes, no Discurso do Método, instaura a dúvida metódica; deve ser, portanto, considerado um adepto do ceticismo.

B) O dogmatismo identifica-se com o ceticismo, pois é uma doutrina segundo a qual é possível atingir a certeza de verdades inquestionáveis.

C) Para o racionalismo, o ponto de partida do conhecimento é o objeto.D) Francis Bacon é um dos mais importantes céticos do século XVII, pois,

para ele, o homem nunca poderia libertar-se dos ídolos que impedem sua razão de alcançar qualquer saber efetivo.

E) O racionalismo acredita que a vida ética pode ser totalmente racional, visto que a razão humana é capaz de conhecer a origem, as causas e os efeitos das paixões e das emoções, podendo dominá-las e governá-las.

48) (Enem 2012) Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida.

KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado).

Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa

a) a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade.

b) o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas.

c) a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma.

d) a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento.

e) a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão.

49) (Uncisal 2012) No contexto da Filosofia Clássica, Platão e Aristóteles possuem lugar de destaque. Suas concepções, que se opõem, mas não se excluem, são amplamente estudadas e debatidas devido à influência que exerceram, e ainda exercem, sobre o pensamento ocidental. Todavia é necessário salientar que o produto dos seus pensamentos se insere em uma longa tradição filosófica que remonta a Parmênides e Heráclito e que influenciou, direta ou indiretamente, entre outros, os racionalistas, empiristas, Kant e Hegel.

Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas opções abaixo aquela que se identifica corretamente com suas concepções.

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a) A dicotomia aristotélica (mundo sensível X mundo inteligível) se opõe radicalmente as concepções de caráter empírico defendidas por Platão.

b) A filosofia platônica é marcada pelo materialismo e pragmatismo, afastando-se do misticismo e de conceitos transcendentais.

c) Segundo Platão a verdade é obtida a partir da observação das coisas, por meio da valorização do conhecimento sensível.

d) Para Platão, a realidade material e o conhecimento sensível são ilusórios. e) As concepções platônicas negam veementemente a validade do Inatismo.

50) (Uncisal 2012) A bioética é uma ética aplicada que trata de conflitos e controvérsias morais no âmbito das Ciências da Vida e da Saúde, envolvendo valores e práticas. Suas reflexões abordam temas que atingem a vida de forma irreversível.

As opções a seguir apresentam temas tratados pela Bioética, exceto: a) políticas públicas na área de saúde e combate à mortalidade infantil. b) aborto e clonagem. c) eutanásia e uso de órgão de animais em seres humanos. d) fertilização artificial e conservação do corpo humano após a morte. e) produção de transgênicos e engenharia genética humana.

51) De acordo com Aristóteles, a vida consagrada ao ganho, que tem como fim a riqueza, não é a vida feliz. Portanto, a vida consagrada ao ganho identifica erroneamente o que é o bem ou a felicidade. (ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 12.)

Qual a principal razão invocada por Aristóteles para rejeitar a vida que tem como fim último a riqueza?

a) A vida consagrada ao ganho é apenas um meio e não um fim em si mesmo.

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b) O acúmulo de bens exteriores representa uma agressão à natureza.

c) A busca de riqueza é um fim acalentado por indivíduos mesquinhos e egoístas.

d) A vida consagrada ao ganho é modo de vida típico do capitalismo.

e) A riqueza torna as pessoas escravas do dinheiro e, portanto, infelizes.

52) “A necessidade prática de agir segundo este princípio, isto é, o dever, não assenta em sentimentos, impulsos e inclinações, mas, sim, somente na relação dos seres racionais entre si, relação essa em que a vontade de um ser racional tem de ser considerada sempre e simultaneamente como legisladora, porque de outra forma não podia pensar-se como fim em si mesmo. A razão relaciona, pois, cada máxima da vontade concebida como legisladora universal com todas as outras vontades e com todas as ações para conosco mesmos, e isto não em virtude de qualquer outro móbil prático ou de qualquer vantagem futura, mas em virtude da ideia da dignidade de um ser racional que não obedece à outra lei senão àquela que ele mesmo simultaneamente dá a si mesmo. [...] O que se relaciona com as inclinações e necessidades gerais do homem tem um preço venal [...], aquilo, porém, que constitui a condição só graças a qual qualquer coisa pode ser um fim em si mesma, não tem somente um valor relativo, isto é, um preço, mas um valor íntimo, isto é, dignidade”.

Kant.

Considerando o texto citado e o pensamento ético de Kant, seguem as afirmativas abaixo:

a). Para Kant, existe moral porque o ser humano e, em geral, todo o ser racional, fim em si mesmo e valor absoluto, deve ser tomado simplesmente como meio ou instrumento para o uso arbitrário de qualquer vontade.

b). Fim em si mesmo e valor absoluto, o ser humano é pessoa e tem dignidade, mas uma dignidade que é, apenas, relativamente valiosa, por se encontrar em dependência das condições psicossociais e político-econômicas nas quais vive.

c). A moralidade, única condição que pode fazer de um ser racional guiar-se por finalidades e interesses, desde que sejam nobres

d). As pessoas têm dignidade porque são seres livres e autônomos, isto é, seres que se submetem às leis que se dão a si mesmos, atendendo imediatamente aos apelos de suas inclinações, sentimentos, impulsos e necessidades.

e). A autonomia da vontade é o fundamento da dignidade da natureza humana e de toda natureza racional e, por esta razão, a vontade não está simplesmente submetida à lei, mas submetida à lei por ser concebida como vontade legisladora universal, ou seja, se submete à lei na exata medida em que ela é a autora da lei (moral).

53) (Unioeste 2013) “... a função própria do homem é um certo modo de vida, e este é constituído de uma atividade ou de ações da alma que pressupõem o uso da razão, e a função própria de um homem bom é o bom e nobilitante

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exercício desta atividade ou a prática destas ações [...] o bem para o homem vem a ser o exercício ativo das faculdade da alma de conformidade com a excelência, e se há mais de uma excelência, em conformidade com a melhor e a mais completa entre elas. Mas devemos acrescentar que tal exercício ativo deve estender-se por toda a vida, pois uma andorinha só não faz verão (nem o faz um dia quente); da mesma forma, um dia só, ou um curto lapso de tempo, não faz um homem bem-aventurado e feliz”.

Aristóteles.

Considerando o texto citado e o pensamento ético de Aristóteles, seguem as afirmativas abaixo:

a). O bem mais elevado que o ser humano pode almejar é hedonismo, havendo uma concordância geral de que o bem supremo para o homem é o prazer, e que bem viver e bem agir equivale a ser feliz.

b). A eudaimonia (felicidade) é sempre buscada em função de outra coisa, pois o ser humano escolhe o viver bem como a mais elevada finalidade.

c). Definindo a eudaimonia (felicidade) a partir da função própria da alma racional e do exercício ativo das faculdades da alma em conformidade com a excelência (virtude) conclui-se que, aos seres humanos, só é possível levar uma vida constituída por momentos de felicidade decorrentes da satisfação dos desejos e paixões que não se subordinam à atividade racional.

d). A eudaimonia (felicidade) é um certo modo de vida constituído de uma atividade ou de ações por via da razão e conforme a ela, sendo o bem melhor para o homem o exercício ativo das faculdades da alma em conformidade com a excelência (virtude), que deve estender-se por toda a vida.

e). A excelência (virtude) humana, como realização excelente da tarefa humana, reside no exercício ativo da passionalidade, sendo este o bem humano supremo e a última finalidade desiderativa humana.

54) – (adaptada)“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê

senhor dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político.”

(Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)

Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que:

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a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a necessidade de o Estado francês substituir os impostos por contratos comerciais com os cidadãos.

b) A obra não inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao questionar a soberania do povo.

c) O filósofo genebrino sustenta que a propriedade privada contribuiu para a fundação de uma sociedade que livrão homem de um estado de inimizade, próprio de sua natureza.

d) Rousseau defende, a permanência do ser humano no estado de natureza.e) Através do Contrato, o ser humano pode superar uma situação de

desigualdade que se funda no amor próprio.

55) - (adaptada) Assentado, portanto, que a Escritura, em muitas passagens, não apenas admite, mas necessita de exposições diferentes do significado aparente das palavras, parece-me que, nas discussões naturais, deveria ser deixada em último lugar.

GALILEI, G. Carta a Benedetto Castelli. In: Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia. São Paulo: Unesp, 2009. (adaptado)

O texto, extraído da carta escrita por Galileu (1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua condenação pelo Tribunal do Santo Oficio, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no século XVII. A declaração de Galileu defende que

a) a bíblia, é fonte de verdade científica na medida em que tem a revelação da palavra de Deus.

b) o significado literal daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia constitui uma referência primeira.

c) as exposições quanto ao significado das palavras bíblicas devem evitar confrontos com os dogmas da Igreja.

d) a bíblia deve receber uma interpretação literal porque, desse modo, pode servir de fundamento para a ciência.

e) a interpretação da bíblia não pode ser meramente literal, além de não ter relevância em relação às questões naturais.

56)Como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessarem, pareceu-

me mais conveniente procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que dela se possa imaginar e muita gente imaginou repúblicas e principados que nunca se viram nem jamais forma reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre o como se vive e o modo que se deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do que o modo de se preservar; em um homem que quiser fazer profissão de bondade é natural que se arruíne entre tantos que são maus. Assim é necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso conforme a necessidade

. (Maquiavel, O Príncipe)

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Tendo sido, segundo muitos especialistas, o verdadeiro fundador da política moderna, Maquiavel escandalizou muitos setores da sociedade ao defender, em sua obra, que:

a) o poder político, sendo de direito divino, tem um vínculo indissolúvel com a religião.

b) a soberania do povo é incontestável, o que faz dele um defensor incontestável da democracia grega.

c) a lógica da força, em política, pode seguir critérios que, por vezes, se desviam dos princípios morais tidos como desejáveis pela tradição.

d) a legitimidade das estruturas de poder na sociedade deriva do contrato social.

e) no estado de natureza o homem é mal e vive em guerra com seus semelhantes, como se fossem lobos uns dos outros.

Lei o texto abaixo e assinale as questões 57 e 58

Quando Galileu deixou suas esferas rolar sobre a superfície oblíqua com um peso por ele mesmo escolhido, ou quando Torricelli deixou o ar carregar um peso de antemão pensado como igual ao de uma coluna de água conhecida por ele [...]: isso foi uma revelação para todos os pesquisadores da natureza. Deram-se conta que a razão só compreende o que ela mesma produz segundo seu projeto, que ela teria que ir à frente com princípios dos seus juízos segundo leis constantes e obrigar a natureza a responder às suas perguntas, mas sem se deixar conduzir por ela como se estivesse presa a um laço; do contrário, observações feitas ao acaso, sem um plano previamente projetado, não se interconectariam numa lei necessária, coisa que a razão todavia procura e necessita. A razão tem que ir à natureza [...] não porém na qualidade de um aluno que se deixa ditar tudo o que o professor quer, mas sim na de um juiz nomeado que obriga as testemunhas a responder às perguntas que lhes propõe. KANT. Crítica da razão pura. 2. ed. (B). Tradução de Valério Rohden e Udo B. Moosburger. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 11.

57) De acordo com o texto acima, podemos afirmar que:

a) A razão humana propõe seu projeto forçando a natureza a segui-lo, extraindo deste processo as leis fundamentais de que necessita.

b) O ser humano é uma tabula rasa em relação à natureza.

c) A natureza é irrelevante diante da razão humana que atua como um juiz diante dela.

d) Cabe à razão responder as questões propostas pela natureza.

e) As leis da natureza seguem um projeto de caráter objetivo, diante do qual a razão atua como coadjuvante.

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58) Sobre a teoria exposta no texto acima podemos dizer que:

a) Trata-se de uma teoria que propõe a impossibilidade do conhecimento, visto que não há como o ser humano se apropriar da natureza objetiva.

b) Faz uma defesa do objetivismo, uma vez que defende o protagonismo da natureza na produção do conhecimento científico.

c) Trata-se de uma teoria que, claramente, apresenta tendências metafísicas.

d) É uma teoria que verifica as condições de possibilidade e os limites do conhecimento, partindo da análise crítica da razão e sua relação com a natureza.

e) Sustenta uma tese inatista, ou seja, o conhecimento é inato em relação ao ser humano e não há necessidade do recurso à natureza visto que a razão é autossuficiente.