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Universidade de São Paulo Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto EFEITO DO ESCITALOPRAM NO TESTE DA SIMULAÇÃO DE FALAR EM PÚBLICO Cybele Garcia Leal Ribeirão Preto 2008

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Universidade de São Paulo

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

EFEITO DO ESCITALOPRAM NO TESTE

DA SIMULAÇÃO DE FALAR EM PÚBLICO

Cybele Garcia Leal

Ribeirão Preto

2008

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Cybele Garcia Leal

EFEITO DO ESCITALOPRAM NO TESTE DA SIMULAÇÃO DE

FALAR EM PÚBLICO

Tese apresentada para obtenção do título de Doutor no

Curso de Pós-Graduação em Saúde Mental do

Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia

Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo.

Orientador: Profº. Dr. Francisco Silveira Guimarães

Ribeirão Preto

2008

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Garcia-Leal, Cybele Efeito do escitalopram no teste da simulação de falar em público. Ribeirão Preto, 2008. 108 p. : il. ; 30cm. Tese de Doutorado, apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP. Área de concentração: Saúde Mental. Orientador: Francisco Silveira Guimarães. 1. Ansiedade. 2. Desafios Farmacológicos. 3. Eixo Hipotálamo Hipófise Adrenal. 4. Escitalopram. 5. Teste da Simulação de Falar em Público.

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Esse trabalho é um pequenino grão de areia...

Mas desejo fazer uma grande homenagem.

Aos pesquisadores do Brasil.

Que constroem a sabedoria com garra, amor e

competência.

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Porque os grãos de areia constroem praias

MARAVILHOSAS!!

“Sonho que se sonha só

É só um sonho que se sonha só

Mas sonho que se sonha junto é realidade.”

“Prelúdio” de Raul Seixas.

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Dedico a meu amado Robson.

Que compartilha todos os sonhos, prazeres, tarefas e

dificuldades de nossas vidas.

Dedico a Liz.

Minha pequena luz que surgiu já há seis anos.

Dedico a Iara.

Minha pequenina luz que surgiu no meio desse novo

processo.

Minhas preciosidades, jóias caras, estimadas e raras.

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Agradecimentos

A meus pais, por me terem colocado no mundo, dando a minha vida e a minha

liberdade para escolher meu caminho. Por serem um porto seguro e pelo apoio as

minhas escolhas, por compartilharem as minhas realizações, como esse trabalho e

minhas deliciosas filhotas.

Agradeço aos formidáveis pesquisadores que cruzaram meu caminho desde quando

paquero a Ciência, até hoje, que estou envolvida por completo nesse trabalho. Irei

citar alguns...

Ao Prof. Dr. Francisco Silveira Guimarães, por continuar sempre disponível, um

exemplo em disponibilidade, respondendo-me prontamente. Por ter me ensinado

estatística, cujo conhecimento me auxilia a realizar as análises. Pela sabedoria.

A Profa. Dra. Cristina Marta Del Ben que acreditou em mim e me envolveu, até

hoje, no seu sonho de construir uma pós-graduação produtiva e competente.

Agradeço por ter a paciência de me tranqüilizar apontando que as etapas eram

cumpridas adequadamente e por me estimular e impulsionar a conseguir mais.

Ao Prof. Dr. Frederico Guilherme Graeff. Grande Mestre. Agradeço pelo auxílio na

criação desse projeto, pelas discussões metodológicas, pelos debates no Clube da

Ansiedade, pela generosidade de compartilhar sua experiência.

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Aos três agradeço por compartilharem o sonho de pesquisar ansiedade e pelo

envolvimento nesse projeto, discutindo cada ponto solicitado. Sendo a Profa.

Cristina a primeira na batalha.

A Felipe Miranda Leal que através de sua iniciação científica, se envolveu em meu

trabalho e coletou dados. Trabalho precioso, sem o qual, esse processo teria sido mais

árduo. Fico feliz em vê-lo seguindo como psiquiatra.

Aos voluntários que participaram desse trabalho, essência fundamental para

concretização desse estudo.

Aos professores da Pós-Graduação em Saúde Mental, em especial ao Prof. Dr. José

Alexandre de Souza Crippa pela assessoria, ao Prof. Dr. Luiz Alberto Bechelli

Hetem pelas fundamentais contribuições durante a qualificação e ao Prof. Dr. Jesus

Landeira Fernandez que também contribuiu para meu aprendizado de estatística.

A Cheila Cristina L. O. Gaioli, enfermeira querida, que no início do trabalho nos

auxiliou a encontrar o melhor método para realizar o acesso venoso e se

prontificou a treinar Felipe e eu nessa técnica. A todos os enfermeiros, técnicos e

auxiliares da EPIB que nos auxiliaram nesse procedimento, em especial a Ronildo

Laranjeira Rosa, que se tornou meu ajudante-mor sempre que possível, com toda

atenção e bom humor. Esses profissionais foram fundamentais para minha

adaptação à coleta de sangue, para mim, tarefa difícil.

Aos técnicos do laboratório central do HC-FMRP que nos receberam aos finais de

nossas sessões experimentais, no início da noite e nos auxiliaram na técnica de

centrifugar o sangue.

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A Profa. Dra. Lucila Leico Kagohara Elias, que tirou dúvidas metodológicas no

início do trabalho, auxiliando na melhor forma de coletar material para dosar

cortisol e prolactina, a Profa. Dra. Margaret de Castro por possibilitar as dosagens

e realizá-las prontamente quando necessário. Aos técnicos do laboratório de

Endocrinologia que me acudiram sempre que necessário, em especial a José Roberto

da Silva e Lucimara Bueno por dosarem o cortisol e a prolactina plasmáticos.

A Profa. Dra. Vera Lúcia Lanchote por possibilitar a dosagem das concentrações do

escitalopram.

O desejo infantil de ser uma Visconde de Sabugosa, no colegial, me fez procurar um

professor de Biologia e assim iniciei no Laboratório de Ensino à Ciência a

observação das aranhas Lycosas. História com a qual me divirto muito com minha

filha mais velha Liz, contando que as trazia para casa (de ônibus! uma viagem de

40 minutos!), dava-lhe nomes e do evento inesquecível, de quando uma fugiu de sua

bacia e quase foi morta por minha irmã por lhe invadir o quarto. Lancelote sapeca!

Na graduação essa trajetória continuou com o Prof. Dr. Werner Robert Schmidek

em visitas a AMA e participando de discussões sobre hemisferiedade cerebral. Esse

movimento foi amadurecendo no laboratório do Prof. Dr. Norberto Garcia

Cairasco, nas cirurgias com ratinhos, nas reflexões éticas com pesquisa com

animais, na descrição do comportamento dos ratos e com o contato especial com

Orfa Yineth Galvis Alonso, na época pós-graduanda, hoje, docente em Rio Preto

(FAMERP). Dessa época uma outra lembrança inesquecível com minha irmã, que

me acompanhou num final de semana que eu precisava “estimular” os ratinhos, o

que significa dar um choque na amígdala (pelo menos era o objetivo), e em outros,

colocá-los numa caixa expostos a um barulho indecente, para provocar convulsões.

Ela condoída, dando nomes aos animais, como se não fosse difícil para mim mesma,

sobretudo matá-los. São os arredores da ciência, que não estão escritos no texto

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científico. Foi muito importante ser avaliada na qualificação do presente trabalho

pelo meu primeiro orientador, Prof. Dr. Norberto, e agradeço sua participação e

contribuições.

Com o PET tive experiências deliciosas com a reflexão do conhecimento: a arte, a

velhice, o ensino, viagens, podendo trocar idéias semanalmente no primeiro ano com

o Prof. Dr. Afonso Dinis Costa Passos e nos anos seguintes com o Prof. Dr. Sérgio

Britto. Com certeza o teatro e o canto, com o TRUSP, a Agnus Arte e o Via Oral, o

“Palácio dos Urubus”, “Prometeu”, “Um Homem é um Homem”, “Quixote, um

Sonho”, “O Grande Circo Místico”, Magno, Zé Maurício, Zé Gustavo e Serginho

lapidaram minha sensibilidade e me fizeram respirar a universidade USP. A arte

que entrou em minha alma e que uso hoje clinicando e dando aulas.

E aí na Pós-Graduação tenho o prazer de trabalhar com esse time. Time de

Craques.

Agradeço profundamente a todos.

Aos colegas que me auxiliaram a encontrar voluntários: Wolme, Cecília, Vinícius e

César.

Aos colegas do CAPS, que sempre valorizaram meu envolvimento com o

doutorado. Auxiliando na busca de voluntários e na organização para que eu

cumprisse as disciplinas, realizasse minhas sessões experimentais. A preciosa

Maria Helena, o gigante negro Sinval, a colega determinada Evani, as delicadas e

companheiras Fernanda e Cristiana, a querida Lourdes. E no meio desse processo me

despedi dessas pessoas queridas e adentrei no HC-FMRP. Momento especialíssimo,

desejado. Agradeço ao Prof. Dr. Crippa pela recepção carinhosa, por demonstrar

satisfação por minha presença em sua equipe, por sua atenção no dia-a-dia da

labuta. Agradeço ao Prof. Dr. Jaime Eduardo Cecílio Hallak pela sua disponibilidade

em tirar qualquer dúvida de casos geralmente complexos. Agradeço a Profa. Dra.

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Catalina Camas Cabrera pela sua energia, encantamento, atenção, pelo bom

trabalho que estamos realizando juntas. A Flávia pela sua atitude profissional, que

é um grande exemplo. Elaine e Luciene pelas discussões de caso e conversas

deliciosas, e por terem proliferado babys junto comigo. Infelizmente Luciene se foi

por razões maravilhosas, mas chegou a querida Gabi, que me auxiliou no final

desse processo me ouvindo, me aturando, dando dicas e tornando minhas tardes no

HC, junto com os residentes e “as meninas da TO” deliciosas. Agradeço a equipe

supersônica da Neuro-comportamental, em especial ao Prof. Dr. Francisco de Assis

Carvalho do Vale e Marly Nagy Teodoro que tornaram minhas quartas feiras

muito interessantes. Agradeço minha parceria profissional com todos esses colegas

que tem produzido um bom atendimento aos pacientes e também por todo apoio

para que eu concluísse esse trabalho.

Agradeço a todos os docentes da FMRP e aos médicos contratados da psiquiatria que

cruzaram meu caminho contribuindo para minha formação como médica

psiquiatra.

Aos amigos do coração, mais preciosidades da vida: Alexandre, companheiro de

várias labutas. Pena estar agora tão longe... Sinto saudades. Um beijo em Dri, Luiza

e Júlia. E Priscila, querida amiga, que constrói comigo nosso sonho de consultório,

sensível, delicada, atenciosa, batalhadora e competente.

Aos amigos Liliana, Valéria, Leo, Arlete, Maria Sílvia, Rafael, Sandrinha, Alex

Delsin, Antônio Barboza, Lica, Lelo, Diene, Andrey, Sérgio, Márcio Vandrei,

Edilene, Armanda e Uchida. Por fazerem parte da minha trajetória e terem

compartilhado sonhos de infância, heterônimos, arte, viagens, profissão, pesquisa,

consultório, ensino, parto e filhos.

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Ao Prof. Dr. Fernando Soares (in memoriam) por ter trazido o Psicodrama a minha

vida. Por ser um exemplo como terapeuta. E a Ana Esmeralda Coimbra Biazzo

Melis que possibilitou a continuação do trabalho de minha técnica psicodramática.

A Waleska Cristina de Oliveira, Márcia Helena Pereira, Ivana Faria, Sandra

Bernardo e Sônia Bueno, por serem ótimas secretárias, que bom contar com vocês.

Agradeço a Danielle Igreja Chaves, minha estilista, que produziu os gráficos da

Tese e do paper.

A minha filha mais velha Liz, que com muita empolgação pintou a Capa da Tese.

A Márcia Regina Silva pela revisão bibliográfica.

A querida Mada, Madalena Carolina Fernandes, funcionária primorosa, que cuida

de meu ninho e de minhas filhas possibilitando sossego em meu coração para que eu

possa produzir. A escola Waldorf Ribeirão, em especial a Tia Sheila e Tia Tânia

que tem propiciado tardes na terra, com os pés descalços para Liz e histórias

delicadas, festas especiais para nossa família.

A minha irmã Patrícia, por expressar os sentimentos em seu corpo em seu trabalho

árduo e cheio de sonho e arte de ser bailarina e por estar agora carregando meu

sobrinho Thiago. A família Coimbra e meu cunhado Carlos por me darem tanta

diversidade. Em especial a Dona Augusta e Seu Evaristo por colocarem meu amor

no mundo. Exemplos de luta e amor incondicional na criação dos filhos.

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A meu avô Edmundo, por ser bisavô! As minha avós Cida e Carmen Flores, meu

avô Edson e minha madrasta avó Adelaide (in memoriam) por estarem guardados

em minha memória e meu coração .

E sobretudo a meu amado Robson, que trouxe a minha vida o amor e a paz. Por

estarmos concretizando sonhos e criando novos, construindo uma história linda, que

agora conta com duas participações especiais: minhas filhas prediletas, a mais velha

Liz e a mais nova Iara.

Esse processo por oras doloroso, por oras angustiante e por oras extremamente

prazeroso foi me auxiliando na consciência de ser um grão de areia e que tornei

ação o desejo de tentar conhecer o cérebro humano. Aqui tento desvendar uma

pequeníssima parte do mesmo.

Enquanto escrevia meus agradecimentos me veio a imagem de uma orquestra, ou,

mais próximo de minha vida, uma peça de teatro. Precisei de diversos instrumentos

e pessoas para produzir esse espetáculo, foi com o trabalho somado de cada parte,

com a contribuição especial e particular de cada um que conseguimos produzir o

som e a arte da ciência.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................ 1

1 Conceito de Ansiedade .................................................................... 2

2 Neuroanatomia da Ansiedade ................................................................ 5

2.1 Sistema de Inibição Comportamental ................................................................. 5

2.2 Sistema Cerebral de Defesa ................................................................................ 6

2.3 Níveis de Defesa ................................................................................................. 7

2.4 Integração............................................................................................................ 8

2.5 Córtex Pré-Frontal .............................................................................................. 10

2.6 Sistema de Defesa Bidimensional....................................................................... 11

3 Neurotransmissores e Ansiedade ........................................................................... 13

3.1 Sistema Gabaérgico ............................................................................................ 13

3.2 Sistema Noradrenérgico...................................................................................... 14

3.3 Sistema Serotonérgico ........................................................................................ 16

Teoria do Papel Dual da Serotonina na Ansiedade................................................... 17

3.4 Sistema Dopaminérgico...................................................................................... 19

3.5 Acetilcolina......................................................................................................... 19

3.6 Hormônios Esteróides ....................................................................... 20

3.7 Colecistocinina................................................................................ 20

3.8 Fator Liberador de Corticotropina ...................................................................... 21

3.9 Neuropeptídeo Y............................................................................. 21

3.10 Glutamato.......................................................................................................... 22

4 Modelos Experimentais em Ansiedade.................................................................. 22

4.1 Teste da Simulação de Falar em Público ........................................................... 23

Teste da Simulação de Falar em Público e a Teoria do Papel Dual da Serotonina

na Ansiedade.............................................................................................................

28

4.2 Desafios Farmacológicos ................................................................... 30

4.2.1 Precursores Serotonérgicos ............................................................. 31

4.2.2 Depleção de Triptofano ............................................................. 32

4.2.3Agonistas Serotonérgicos............................................................ 34

Buspirona ......................................................................................... 34

Ipsapirona ......................................................................................... 35

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Fenfluramina ..................................................................................... 36

M-Clorofenilpiperazina ...................................................................... 37

Psilocibina ........................................................................................ 38

Agonistas Serotonérgicos – Conclusão ................................................ 38

4.2.4 Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina........................ 39

Clomipramina.................................................................................... 39

Fluoxetina ......................................................................................... 40

Paroxetina ......................................................................................... 40

Citalopram ........................................................................................ 41

Escitalopram ..................................................................................... 43

Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina – Conclusão .............

44

OBJETIVOS ....................................................................................

46

MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................. 48

1 Local de Realização do Estudo ........................................................ 49

2 Amostra ......................................................................................... 49

2.1 Critérios de Inclusão .................................................................... 49

2.2 Critérios de Exclusão ................................................................... 49

2.3 Avaliação Diagnóstica .................................................................. 51

3 Medidas Subjetivas de Ansiedade .................................................... 51

4. Medidas Fisiológicas de Ansiedade ................................................. 52

4.1 Condutância da Pele ..................................................................... 52

4.2 Pressão Arterial e Freqüência Cardíaca.......................................... 53

4.3 Dosagens Plasmáticas de Cortisol e Prolactina ............................... 53

4.4. Dosagem Plasmática do Escitalopram ........................................... 53

5 Procedimentos ................................................................................ 54

6 Análise Estatística ..........................................................................

56

RESULTADOS ................................................................................. 58

1 VAMS Ansiedade ........................................................................... 59

2 VAMS Sedação............................................................................... 61

3 VAMS Prejuízo Cognitivo ............................................................... 62

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4 VAMS Desconforto ......................................................................... 63

5 Somatório dos Itens da ESS ............................................................. 64

6 Cortisol Plasmático ......................................................................... 65

7 Prolactina Plasmática ...................................................................... 66

8 Número de Flutuações Espontâneas da Condutância da Pele .............. 67

9 Nível de Condutância da Pele .......................................................... 68

10 Pressão Arterial Sistólica .............................................................. 69

11 Pressão Arterial Diastólica ............................................................ 70

12 Freqüência Cardíaca ...................................................................... 71

13 Impressão Subjetiva do Efeito do Escitalopram ............................... 72

14 Concentrações Plasmáticas de Escitalopram ....................................

73

DISCUSSÃO ....................................................................................

74

REFERÊNCIAS ...............................................................................

83

ANEXOS ..........................................................................................

100

APÊNDICES .................................................................................... 105

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACTH: corticotropina

ANOVA: análise de variância

CID: Classificação Internacional de Doenças

CRF: Fator Liberador de Corticotropina

DSM: Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais

ESS: Escala de Sintomas Somáticos

GABA: ácido gama amino butírico

GH: hormônio de crecimento

HHA: eixo hipotálamo-hipófise–adrenal

5HTP: 5-hidroxitriptofano

IDATE-T: Inventário de Ansiedade Traço-Estado, Formulário Traço

IMC: Índice de Massa Corporal

MCPD: matéria cinzenta periaquedutal dorsal

m-CPP: m-clorofenilpiperazina

NDR: núcleo dorsal da rafe

NMDA: N-metil-D-aspartato

NMR: núcleo mediano da rafe

SCID: Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV

SFP: Teste da Simulação de Falar em Público

TSST: Trier Social Stress Test

VAMS: Escala Analógica Visual do Humor

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RESUMO GARCIA-LEAL, C. Efeito do escitalopram no teste da simulação de falar em público. 2008. 108 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008. Os modelos experimentais com voluntários saudáveis têm a vantagem de produzir amostras mais homogêneas e de menor complexidade do ponto de vista das manifestações clínicas. Diversas evidências sugerem que o Teste da Simulação de Falar em Público (SFP) envolve os mesmos substratos neurais do Transtorno do Pânico (TP). Os estudos com desafios farmacológicos investigam o papel dos sistemas de neurotransmissores nas doenças mentais. Nesse sentido, a administração aguda de drogas que potencializam a neurotransmissão serotonérgica em voluntários saudáveis geralmente estimula o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Contudo, há resultados controversos na literatura. Estudo recentemente realizado em nosso laboratório mostrou que o SFP não aumentou o cortisol salivar em pacientes com TP sintomáticos ou assintomáticos e em voluntários saudáveis. O escitalopram, o enantiômero ativo do citalopram, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina, ainda não foi avaliado no modelo do SFP. O objetivo desse estudo, portanto, foi o de avaliar a administração aguda do escitalopram nesse teste. Voluntários saudáveis receberam, num estudo duplo-cego e randomizado, placebo (n=12), 10 (n=17) ou 20 (n=14) mg de escitalopram e foram submetidos ao SFP após duas horas. A ansiedade subjetiva e os sintomas somáticos foram avaliados através da escala analógica visual do humor e da escala de sintomas somáticos. A pressão arterial, freqüência cardíaca e condutância da pele também foram medidas. O cortisol e prolactina plasmáticos foram dosados no basal, antes e após 0, 15, 30 e 60 minutos do SFP. Dez e 20 mg de escitalopram prolongaram a ansiedade induzida pelo SFP. A dose de 20 mg aumentou a confusão mental após duas horas da administração da droga e elevou o cortisol e prolactina plasmáticos após o SFP. Considerando a evidência que grupos neuroniais distintos de serotonina são regulados diferentemente, podemos interpretar esses resultados considerando que o escitalopram pode ter reduzido a serotonina no sistema serotonérgico mesolímbico que regula a resposta comportamental ao estresse, prolongando a ansiedade no SFP. E por outro lado, agindo no sistema serotonérgico que regula a resposta hormonal ao estresse, a droga pode ter produzido resposta neuroendócrina através do aumento de serotonina. Mais estudos são necessários para investigar essa possibilidade e para avaliar a utilidade do escitalopram como sonda neuroendócrina. Palavras-chave: Ansiedade. Desafios farmacológicos. Eixo hipotálamo hipófise adrenal. Escitalopram. Teste da simulação de falar em público.

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ABSTRACT

GARCIA-LEAL, C. Effect of Escitalopram in the Simulated Public Speaking Test. 2008. 108 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008. Experimental models in healthy subjects have the advantage of producing more homogenous and less complex set of clinical data. Several pieces of evidence suggest that the simulated public speaking test (SPS) mobilizes brain substrates similar to those involved in Panic Disorder. Neuroendocrine challenge studies are also used to investigate the role of neurotransmitter systems in mental disorders. In this way, the acute administration of drugs that facilitate serotonergic neurotransmission in healthy volunteers usually stimulates the hypothalamus-pituitary-adrenal axis. However, there are several contradictory results in the literature. A recent study in our laboratory showed that the SPS failed to increase salivary cortisol in symptomatic or no-symptomatic panic patients and in healthy controls. Escitalopram, the active enantiomer of citalopram, a selective serotonin reuptake inhibitor, has not yet been tested in the SPS model. The aim of this study, therefore, was to evaluate the acute administration of escitalopram in this test. Healthy subjects received, in a double-blind, randomized study, placebo (n=12), 10 (n=17) or 20 (n=14) mg of escitalopram and were submitted to SPS after two hours. Subjective anxiety and body symptoms were evaluated by the visual analogue mood scale and a bodily symptom scale, respectively. Blood pressure, heart rate, skin conductance were also measured. Plasma cortisol and prolactin were measured at baseline, before and 0, 15, 30 and 60 minutes after the SPS. Escitalopram 10 and 20 mg prolonged anxiety induced by the SPS. The 20 mg dose increased cognitive impairment after two hours of drug administration and augmented plasma cortisol and prolactin after the SPS. Taking into account the evidence that distinct subsets of serotonin neurons are differentially regulated, one possibility to interpret these results is considerer that escitalopram could have reduced serotonin in the mesolimbic serotonergic system regulating behavioral responses to stress, prolonging anxiety in the SPS. On the other hand, acting in the serotonin system regulating hormonal responses to stress, the drug could have produced neuroendocrine responses by increasing serotonin. More studies are needed to investigate this possibility and to evaluate the reliability of escitalopram as a neuroendocrine probe. Keywords: Anxiety. Escitalopram. Hypothalamus-pituitary-adrenal axis. Pharmacological

challenges. Simulated public speaking.

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INTRODUÇÃO

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________________________________________________________________________Introdução 2

INTRODUÇÃO

1 Conceito de Ansiedade

A ansiedade é uma emoção, um estado de humor, uma estratégia fundamental de

sobrevivência que surge em resposta a situações de perigo que ameaçam a homeostase

(MILLAN, 2003). Assim é um antigo objeto do interesse do pensamento ocidental, com

raízes tanto na tradição médica como na tradição filosófica (PEREIRA, 2004).

Os termos no português, “angústia” e “ansiedade” derivam do verbo grego

agkhô: eu aperto, eu estreito. Dele, surgem no latim os verbos ango e anxio, que

significam respectivamente aperto, constrição física e tormento e destas duas raízes

surgem as palavras portuguesas (PEREIRA, 2004).

O medo e a ansiedade são componentes adaptativos fundamentais da resposta

comportamental e autonômica a situações de perigo (MILLAN, 2003). O medo é uma

resposta a um perigo atual, iminente ou de ocorrência próxima. A ansiedade é um

estado emocional complexo, que envolve incerteza em relação ao perigo. Ela é

desencadeada por pistas menos explícitas e mais generalizadas e caracteriza-se por

estado difuso de angústia, alerta autonômico e comportamental. Pode incluir situações

onde existe um conflito entre aproximação e evitação. Está associada com um nível de

incerteza, falta de controle e imprevisibilidade relacionadas à evolução de eventos com

valor emocional, onde tanto uma recompensa como uma punição são possíveis

(BISHOP, 2007; LOWRY et al., 2005). A imprevisibilidade parece ser o estímulo

essencial para desenvolver estados ansiosos (LOWRY et al., 2005).

A diferenciação entre medo e ansiedade também pode ser feita em relação à

direção da defesa. O medo está relacionado ao comportamento de afastamento de um

perigo, enquanto a ansiedade à aproximação (MCNAUGHTON; CORR, 2004).

Quando mecanismos de controle da ansiedade e da resposta ao estresse não

funcionam adequadamente devido a fatores genéticos, de desenvolvimento e ou

ambientais, pode ocorrer uma perturbação do equilíbrio e em casos patológicos surgem

os transtornos de ansiedade (MILLAN, 2003).

Descrições clínicas dos estados de angústia surgem antes do século XIX, quando

os sintomas de ansiedade eram tratados como uma queixa médica independente, como

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________________________________________________________________________Introdução 3

um problema físico isolado, eram descritas pelos médicos clínicos e não pelos

alienistas. Após a psiquiatria se firmou como disciplina médica independente

(PEREIRA, 2004). A primeira classificação em psiquiatria surgiu em 1840, nos Estados

Unidos, e não incluía a descrição de transtornos ansiosos, caracterizava-se por dois

grandes grupos: idiotia e insanidade (FIGUEIREDO, 2004).

No século XVII, Burton apresenta uma descrição clínica de uma crise aguda de

ansiedade semelhante ao que hoje chamamos de ataque de pânico. Na segunda metade

do século XIX começam a surgir descrições dos estados ansiosos e da agorafobia. Os

aspectos incompreensíveis da angústia, desde seu início, eram considerados como uma

manifestação de alterações do funcionamento do sistema nervoso autônomo, no sentido

de que ele é autônomo em relação à consciência e vontade do sujeito (PEREIRA, 2004).

Em 1869, Georges M. Beard definiu o quadro clínico da neurastenia: fadiga

física de origem nervosa, acompanhada de sintomas variáveis e múltiplos como dores

de cabeça, distúrbios digestivos (dispepsia, flatulência, constipação intestinal), dores,

parestesias e diminuição do apetite sexual. A depressão, apatia, indiferença e timidez

eram sintomas freqüentes. Foi sugerida a associação da neurastenia com a agorafobia e

a antropofobia (medo da sociedade e o medo de viajar só). Explica a neurastenia como

uma debilidade funcional do cérebro, sendo que a origem dessa debilidade é a

manifestação orgânica do esgotamento da energia sexual. Em 1871, Jacob Da Costa

caracterizou a “síndrome do coração irritável” como palpitações intensas, surgindo

sobre a forma de ataques que podiam se prolongar por horas, dor torácica, mal-estar,

que acreditava se tratar de uma perturbação do sistema nervoso simpático (PEREIRA,

2004).

A primeira Classificação Internacional de Doenças surgiu em 1893, mas apenas

em sua quinta versão surgiu a sessão das Doenças do Sistema Nervoso e dos Órgãos do

Sentido (FIGUEIREDO, 2004).

Freud, em 1895, definiu a neurose de angústia. A angústia aparece sob duas

formas principais: o acesso de angústia e o estado crônico e flutuante de angústia. O

quadro clínico caracteriza-se por irritabilidade geral, expectativa ansiosa e crise de

angústia que corresponde à definição atual de ataque de pânico. Também descreveu a

agorafobia. A neurose de angústia foi assimilada à nomenclatura psiquiátrica até a CID-

9 (PEREIRA, 2004).

Em 1896, Kraepelin descreveu a Schreckneurose um quadro que se assemelhava

a descrição atual do Transtorno de Estresse Pós Traumático (FIGUEIREDO, 2004).

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________________________________________________________________________Introdução 4

A primeira classificação internacional das doenças mentais surgiu em 1948, na

CID-6. Eram descritas 26 categorias diagnósticas que incluíam os “transtornos

psiconeuróticos”. Essa classificação não descreveu quadros importantes, como

transtornos de personalidade ou reações situacionais transitórias, e provocou a

organização pela Associação Psiquiátrica Americana do Primeiro Manual de

Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM), que abordava os transtornos

ansiosos na categoria de psiconeuroses, descrevendo a “reação ansiosa”, “reação fóbica”

e “reação obsessivo-compulsiva” (FIGUEIREDO, 2004).

A CID-8 e o DSM-II surgem com a influência da psicanálise e dos transtornos

observados na segunda guerra mundial. Os transtornos de ansiedade são descritos como

neuroses e subdivididos em neurose de angústia, histérica, fóbica, obsessivo-

compulsiva, neurastênica, despersonalização e hipocondríaca.

A categoria do Transtorno do Pânico surge após demonstrar-se o benefício da

imipramina em pacientes que apresentavam crises súbitas de ansiedade (KLEIN; FINK,

1962), o que levou a distinção entre a ansiedade crônica e os ataques de pânico, que

pareciam, até o momento, ser diferentes apenas na intensidade.

Essa interpretação foi assimilada pelo DSM-III, pela criação das categorias

diagnósticas de Transtorno de Pânico, Agorafobia com Pânico e Transtorno de

Ansiedade Generalizada. O DSM-III-R diminuiu a importância da agorafobia como

entidade clínica independente do pânico. A tendência atual (CID-10 e DSM-IV) é

aceitar a agorafobia como entidade clínica autônoma em relação aos ataques de pânico,

o Transtorno Obsessivo Compulsivo passa a ser classificado como ansioso, e destaca-se

a importância do Transtorno de Estresse Pós Traumático (PEREIRA, 2004).

A Tabela 1 mostra a frequência dos transtornos ansiosos. A Fobia Social é o

transtorno de ansiedade mais prevalente, sendo o terceiro transtorno psiquiátrico mais

comum. O Transtorno de Ansiedade Generalizada é o mais comum na atenção primária.

O Transtorno de Estresse Pós Traumático está relacionado à incapacidade com o

trabalho, mais de 1/3 dos pacientes não apresentam remissão do quadro apesar do

tratamento. Grande parte (43%) dos pacientes com Transtorno Obsessivo Compulsivo

não recebe o diagnóstico correto. O Transtorno do Pânico é o que mostra a menor

prevalência, embora a prevalência do ataque de pânico ao longo da vida seja de 7 a 9%

(LIMA et al., 2004). Um estudo no Brasil mostrou uma prevalência de 12,1; 6,9 e 5,4%

dos transtornos ansiosos para Brasília, São Paulo e Porto Alegre, respectivamente, com

7% de transtornos fóbicos (ALMEIDA-FILHO et al., 1992).

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________________________________________________________________________Introdução 5

Tabela 1 - Prevalência dos Transtornos Ansiosos

Transtorno Prevalência Fobia Social Mulheres:15,5%, Homens: 11,1% Transtorno de Ansiedade Generalizada

5% segundo DSM-IV 6,5% segundo CID-10

Transtorno de Estresse Pós Traumático

Mulheres: 10 a 14% Homens: 5 a 6%

Transtorno Obsessivo Compulsivo

0,7 a 2,5%

Transtorno do Pânico 0,9 a 2,3% Fonte: Lima et al. (2004).

2 Neuroanatomia da Ansiedade

2.1 Sistema de Inibição Comportamental

A ansiedade, segundo o constructo teórico, elaborado por Jeffrey Gray, com

base em estudos utilizando animais de laboratório e derivado da Psicologia

Experimental, seria devida à ativação do sistema de inibição comportamental por

determinados estímulos ambientais, quais sejam: 1) sinais condicionados de punição, 2)

sinais condicionados de frustração, 3) sinais de perigos inatos, 4) estímulos ou situações

novas. A ativação do sistema de inibição comportamental resultaria em inibição de

qualquer comportamento, aumento do nível de vigilância e atenção para possíveis

ameaças, preparo para ação física vigorosa. O principal substrato neural desse sistema é

o sistema septo-hipocampal (GRAEFF; HETEM, 2004).

Após foi proposta uma versão do sistema de inibição comportamental formulada

em termos de processamento de informação, em consequência à tendência de

substituição do cognitivismo para o comportamentalismo como enfoque dominante na

Psicologia Experimental (GRAEFF; HETEM, 2004). Uma região do hipocampo

denominada subículo exerceria o papel de comparador, analisando a imagem do mundo

exterior, formada no córtex polimodal do lobo temporal e trazida ao hipocampo pela via

perfurante, com as expectativas geradas pelo circuito de Papez, levando em conta os

planos de ação gerados pelo córtex pré-frontal (GRAEFF; HETEM, 2004). Se houvesse

concordância entre as duas representações, o subículo continuaria a funcionar como

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________________________________________________________________________Introdução 6

“conferidor”. Se houvesse discordância, ocorrendo algo inesperado, o subículo passaria

a operar no modo de “controle”, desencadeando a inibição comportamental e

produzindo a ansiedade (GRAEFF; HETEM, 2004; GRAY; MACNAUGHTON, 2000).

2.2 Sistema Cerebral de Defesa

Através do estudo dos substratos neurais das reações de defesa podemos definir

as bases neurais da ansiedade e emoções relacionadas, como medo e pavor. A

estimulação elétrica do hipotálamo medial de gatos desencadeou reações de defesa bem

estruturadas, como ameaça, luta ou fuga, acompanhada de manifestações

neurovegetativas, quadro semelhante ao animal ameaçado por um predador e foi

denominado “reação de defesa afetiva” (GRAEFF; HETEM, 2004). Outras regiões

foram identificadas como relacionadas à “reação de defesa afetiva” e foram

denominadas como sistema cerebral de defesa: a matéria cinzenta periventricular, no

hipotálamo medial, a matéria cinzenta periaquedutal e a amígdala (GRAEFF; HETEM,

2004).

A amígdala possui conexões nervosas com o neocórtex e estruturas límbicas

mais profundas, funcionando como interface sensório-emocional, dando um colorido

afetivo, positivo ou negativo, às informações sensoriais provenientes do meio externo

através do córtex temporal. A amígdala seria responsável pela avaliação do tipo e grau

do perigo, que seria transmitida para o hipotálamo medial e a matéria cinzenta

periaquedutal. Esta última selecionaria e organizaria as reações comportamentais e

fisiológicas de defesa apropriadas. O hipotálamo medial regula a hipófise, responsável

pela secreção de hormônios liberados em condições de estresse (GRAEFF; HETEM,

2004).

A amígdala é a estrutura crítica para aquisição e expressão de respostas

condicionadas de medo no rato, também tem papel importante na memória emocional,

aproveitando a lembrança de experiências prévias para a tomada de decisões (GRAEFF;

HETEM, 2004).

A estimulação elétrica ou química em ratos (GRAEFF et al., 1996; DEAKIN;

GUIMAREÃES; GRAEFF, 1992) e a estimulação elétrica em pacientes neurocirúrgicos

(NASHOLD; WILSON; SLAUGHTER, 1969) da matéria cinzenta periaquedutal dorsal

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________________________________________________________________________Introdução 7

(MCPD) provoca reações semelhantes a um ataque de pânico, indicando que a matéria

cinzenta periaquedutal estaria envolvida na fisiopatogenia do Transtorno do Pânico e

nas reações de defesa proximal (DEAKIN; GRAEFF, 1991; SCHENBERG et al.,

2001).

2.3 Níveis de Defesa

Esse conceito foi elaborado a partir da análise experimental dos comportamentos

de defesa de ratos frente a predadores (BLANCHARD; BLANCHARD, 1988), tendo

identificado três níveis de defesa, estratégias desencadeadas por situações de perigo. O

perigo predatório potencial caracteriza o primeiro nível de defesa. Estas situações

provocam um comportamento exploratório cauteloso, que foi denominado

“comportamento de avaliação de risco” e se superpõe ao conceito de sistema de inibição

comportamental. O sistema septo-hipocampal, funcionando no modo de “controle”, é o

substrato neural relacionado a este nível de defesa (SHUHAMA et al., 2007; GRAEFF;

HETEM, 2004).

O segundo nível de defesa está relacionado ao perigo predatório distal ou a

situações onde o animal não tem como escapar da situação ameaçadora. Provoca uma

reação típica de imobilidade tensa ou “congelamento”. O objetivo é não chamar a

atenção do predador e preparar o animal para a fuga e luta, com essa finalidade o estado

de alerta está aumentado, o eixo hipotálamo-hipófise–adrenal (HHA) e sistema

neurovegetativo ativados. A amígdala e a matéria cinzenta periaquedutal parecem ser

estruturas críticas para essas manifestações comportamentais, e o hipotálamo integraria

as alterações neurovegetativas que acompanham a reação de defesa (SHUHAMA et al.,

2007; GRAEFF; HETEM, 2004).

O terceiro nível de defesa, o mais primitivo, ocorre quando o perigo predatório é

proximal. A reação típica é de fuga ou agressão defensiva (luta) e a matéria cinzenta

periaquedutal seria a estrutura neural relacionada (SHUHAMA et al., 2007; GRAEFF;

HETEM, 2004).

As mesmas estratégias de defesa parecem ocorrer no ser humano (SHUHAMA

et al., 2008; BLANCHARD et al., 2001). A perspectiva evolutiva conduz à idéia de que

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________________________________________________________________________Introdução 8

haja correspondência entre tais níveis de defesa, seu substrato neural e emoções básicas

(GRAEFF, 1994).

Corroborando estas idéias, um estudo recente com voluntários saudáveis

submetidos a um labirinto com um predador virtual mostrou que conforme a ameaça se

aproxima a atividade cerebral é deslocada do córtex pré-frontal ventromedial para a

matéria cinzenta periaquedutal (MOBBS et al., 2007). Segundo uma proposta evolutiva,

sistemas corticais superiores controlam o comportamento quando o nível da ameaça é

considerado sem risco a vida, para avaliar a estratégia mais efetiva para a evitação.

Quando a ameaça é extrema, a matéria cinzenta periaquedutal inibe processos de

controle mais complexos, pois uma resposta rápida é necessária, e tem a finalidade de

alcançar a sobrevivência e se preparar para danos corporais (MOBBS et al., 2007).

2.4 Integração

Gray e McNaughton (2000) integraram o constructo do sistema de inibição

comportamental com o do sistema cerebral de defesa.

A principal função do sistema septo-hipocampal é detectar conflitos entre

tendências de aproximação e afastamento da fonte de perigo. O “sistema cerebral de

aproximação” incentiva a aproximação com o objetivo de satisfazer as necessidades

biológicas (alimento, abrigo e sexo), envolve as emoções de desejo e prazer e tem papel

importante na dependência química. É constituído pelo estriado ventral ou núcleo

acumbens, que é inervado pelo sistema dopaminérgico mesolímbico. A esquiva ou fuga

de perigos inatos ou aprendidos é gerada pelo sistema cerebral de defesa. Quando um

mesmo objeto induz tanto a tendência de aproximação como a de afastamento,

configura-se um conflito que é detectado pelo sistema septo-hipocampo e provoca

ansiedade. O correlato patológico da ansiedade é o Transtorno de Ansiedade

Generalizada (GRAEFF; HETEM, 2004). Dessa forma, o sistema septo-hipocampal

seria responsável pelo componente cognitivo da ansiedade (“órgão da hesitação e da

dúvida”), enquanto a amígdala contribui para os aspectos afetivo e neurovegetativo da

ansiedade (GRAEFF; HETEM, 2004) (Veja Tabela 2).

Outra modalidade de ansiedade relaciona-se com situações de ameaça inevitável,

que provocam uma resposta comportamental de congelamento, e o correlato clínico é a

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________________________________________________________________________Introdução 9

ansiedade antecipatória semelhante a que ocorre em pacientes com Transtorno do

Pânico pelo temor da ocorrência de novos ataques (GRAEFF; HETEM, 2004).

A fonte de ameaça pode induzir medo, sem tendência à aproximação e pode ser

evitada ou eliminada pela esquiva ou fuga. Nesse caso não há conflito nem ansiedade.

As estruturas críticas para o medo seriam a amígdala e o hipotálamo medial e as

patologias associadas são as Fobias Específicas. As Fobias Específicas seriam o exagero

de medos a estímulos inatos de perigo, característicos da espécie humana, que teriam

sido adquiridos por influência da seleção natural, como altitude, lugares fechados,

sangue, animais peçonhentos ou contaminados. A aprendizagem e a predeterminação

biológica são importantes nas Fobias Específicas (GRAEFF; HETEM, 2004).

A matéria cinzenta periaquedutal tem papel fundamental na defesa proximal,

relacionada ao Transtorno do Pânico, em concordância com o sistema cerebral de defesa

(GRAEFF; HETEM, 2004).

O Transtorno de Ansiedade Social estaria relacionado a um exagero da reação de

submissão. A submissão tem por função conter a agressão dos animais dominantes, no

ser humano as reações de timidez provocam simpatia e comiseração, reduzindo a

probabilidade de agressão (GRAEFF; HETEM, 2004). Os estudos de neuroimagem

indicam alterações no córtex pré-frontal, hipocampo, amígdala e estriato (MATHEW;

HO, 2006).

Em relação ao Transtorno Obssessivo Compulsivo teríamos o exagero das

rotinas de autolimpeza para defesa de microorganismos patogênicos e dos

comportamentos relacionados à defesa territorial. Tais comportamentos têm valor

adaptativo por prevenirem doenças e garantir o espaço vital necessário para

alimentação, reprodução e abrigo respectivamente. Seu substrato neural seria a

disfunção de um circuito constituído pelo núcleo caudado, córtex orbitofrontal e tálamo

(GRAEFF; HETEM, 2004).

O Transtorno de Estresse Pós Traumático estaria relacionado ao medo aprendido

e a processos de memória, e não a medos inatos. Esse medo pode ter um fator espécie-

específico, como a visão de companheiros mortos violentamente ou o abuso sexual por

parentes (SHUHAMA et al., 2007). Evidências sugerem alterações no hipocampo,

amígdala e córtex frontal medial (NUTT; MALIZIA, 2004).

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________________________________________________________________________Introdução 10

Tabela 2 - Correlação entre tipo de ameaça e comportamento, estrutura neural, emoção

e transtorno relacionados.

Ameaça Comportamento Estrutura Emoção Transtorno

Septo-

Hipocampo

Ansiedade (componente

cognitivo)

Potencial Avaliação de

risco

Amígdala Ansiedade (componente afetivo e

neurovegetativo)

TAG

Inevitável Congelamento Amígdala Matéria Cinzenta

Periaquedutal Ventral

Ansiedade

Antecipatória

Medo de novos

Ataques de

Pânico

Estímulo Inato de

Perigo

Fuga Amígdala

Hipotálamo

Medial

Medo Fobia

Específica

Proximal Luta Matéria Cinzenta

Periaquedutal Ataque de

Pânico

Transtorno do

Pânico

Animal

Dominante

Reação de

Submissão

Córtex Pré Frontal

Hipocampo

Amígdala

Estriato

Ansiedade

Social

Fobia Social

Doenças/Território Rotinas de

Autolimpeza

Defesa Territorial

Núcleo Caudado Córtex Orbitofrontal Tálamo

Ansiedade

Obsessiva

Transtorno

Obsessivo

Compulsivo

Fonte: Modificado de Shuhama et al. (2007).

2.5 Córtex Pré-frontal

O córtex pré-frontal, que é a porção do córtex frontal inervada pelo núcleo

dorsomedial do tálamo, diferencia o ser humano numa perspectiva comparativa. Cria

planos de ação que são enviados ao sistema septo-hipocampal. Para tanto, recebe

informações de vias sensoriais somáticas, visuais e auditivas. Envia projeções para o

hipotálamo e amígdala, estruturas do sistema cerebral de defesa. O córtex pré-frontal

controla todo o sistema límbico e desempenha funções típicas da espécie, como simular

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________________________________________________________________________Introdução 11

eventos futuros e, em colaboração com áreas da linguagem, permitir que símbolos

adquiram controle sobre a atividade cerebral (GRAEFF; HETEM, 2004).

Uma via descendente, caracterizada pelo córtex pré-frontal e córtex do giro do

cíngulo atuando no substrato límbico da ansiedade, funciona como uma “segunda

campainha de alarme” além daquela que o ser humano compartilha com outros animais,

e estaria relacionada ao significado simbólico da ansiedade no homem. (GRAEFF;

HETEM, 2004; GRAY; MACNAUGHTON, 2000).

O córtex orbitofrontal é importante na aprendizagem das conseqüências

punitivas das respostas e parece ser fundamental na ansiedade antecipatória. Através da

detecção de alterações neurovegetativas causadas por comportamentos de risco,

comportamentos planejados e arriscados são evitados (GRAEFF; HETEM, 2004). O

córtex cingulado anterior tem papel fundamental em relacionar ações as suas

conseqüências, tanto com reforço positivo quanto negativo, importante para realizar as

escolhas entre estratégias comportamentais distintas, baseado em sua evolução potencial

(RUSHWORTH et al., 2004).

A imprevisibilidade parece ser o estímulo essencial para desenvolver os estados

ansiosos, como definido anteriormente. A amígdala basolateral, o córtex pré-frontal

medial e a rafe dorsal são circuitos importantes para determinar as conseqüências

comportamentais ao estresse imprevisível e incontrolável (AMAT et al., 2005; MAIER;

WATKINS, 2005).

2.6 Sistema de Defesa Bidimensional

McNaughton e Corr (2004) propuseram que o sistema defensivo poderia ser

organizado em duas dimensões.

A primeira dimensão está relacionada à direção defensiva e distingue entre os

comportamentos que afastam o animal de um perigo ou o aproximam, essas funções são

realizadas por dois sistemas neurais paralelos, que controlam o medo e a ansiedade

respectivamente.

A segunda dimensão, baseada nos níveis de defesa do casal Blanchard,

determina um comportamento apropriado relacionado à distância defensiva,

funcionando tanto para o medo como para a ansiedade. Pequenas distâncias defensivas

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________________________________________________________________________Introdução 12

recrutam áreas mais caudais, subcorticais e grandes distâncias recrutam áreas rostrais e

corticais.

A Tabela 3 apresenta esse Sistema de Defesa Bidimensional. Os autores não

incluíram o Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Os autores acreditam que esse

diagnóstico inclui vários sintomas dos outros transtornos, e se distingue pela origem

relacionada a um estresse crônico ou extremo. Provavelmente está relacionado com

modificações do sistema modulatório serotonérgico e acreditam não ser uma doença por

si, sendo comum os indivíduos apresentarem comorbidades.

Tabela 3 - Sistema de Defesa Bidimensional

Evitação do Perigo Aproximação do Perigo

Estrutura Transtorno/ sintoma

Distância

da Defesa Estrutura Transtorno/ sintoma

Pré-frontal

ventral

TOC

Medo complexo

Distante Pré-frontal

dorsal

Fobia Social

Cingulado

anterior

TOC Obsessão simples

Cingulado

Posterior

Ansiedade obsessiva

Cognição/ruminação

Amígdala Fobia

Evitação

Sistema Septo

Hipocampal

TAG

Cognição/aversão

Amígdala Fobia

Alerta

Amígdala TAG

Alerta/susto

Hipotálamo

Medial

Fobia

Fuga

Hipotálamo

Medial

TAG

Avaliação de risco Matéria Cinzenta

Periaquedutal Pânico

Luta/Congelamento

Próximo Matéria Cinzenta

Periaquedutal TAG

Defesa pacífica

Fonte: Modificado de McNaughton e Corr (2004).

TAG: Transtorno de Ansiedade Generalizada.

TOC: Transtorno Obsessivo Compulsivo.

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________________________________________________________________________Introdução 13

3 Neurotransmissores e Ansiedade

Vários neurotransmissores são responsáveis pelo funcionamento integrado dos

sistemas cerebrais responsáveis por diferentes estratégias de defesa. Assim é improvável

que um transtorno de ansiedade seja decorrente de alterações em um único sistema de

neurotransmissão. Serão discutidos os sistemas gabaérgico, noradrenérgico,

serotonérgico e dopaminérgico. Também discutiremos outros sistemas que têm se

mostrado promissores para o desenvolvimento de novas terapêuticas para os transtornos

de ansiedade.

3.1 Sistema Gabaérgico

A principal evidência do papel do sistema gabaérgico na ansiedade é o efeito

ansiolítico e panicolítico bem estabelecido dos benzodiazepínicos (LYDIARD et al.,

1996), embora o efeito panicolítico ocorra em altas doses. A compreensão a respeito do

modo de ação dos benzodiazepínicos se iniciou com a descoberta dos receptores

benzodiazepínicos. Haefely (1990) verificou que os receptores benzodiazepínicos fazem

parte de complexo macromolecular que inclui o receptor gabaérgico do tipo A

(GABAA). A ação dos benzodiazepínicos é caracterizada por influências alostéricas, que

resultam em cooperatividade positiva, ou seja, ao se combinarem com seus receptores,

os benzodiazepínicos mudam a conformação do receptor GABAA, facilitando a

combinação do ácido gama amino butírico (GABA) com o mesmo receptor,

amplificando a resposta biológica. Assim os benzodiazepínicos intensificam as ações do

GABA no sistema nervoso central.

O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central,

participando em cerca de 40% das sinapses desse sistema. Distribui-se por várias

regiões do cérebro, regulando inúmeras funções do sistema nervoso central. Os

receptores GABA são divididos em GABAA e GABAB. O receptor GABAA participa da

ação dos benzodiazepínicos e o receptor GABAB é o sítio de ação do relaxante muscular

de ação central baclofeno. Os agonistas benzodiazepínicos atuam no receptor GABAA e

são ansiolíticos e anticonvulsivantes. Os agonistas inversos reduzem a afinidade do

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GABA pelo receptor GABAA e têm efeito ansiogênico e pró-convulsivante (GRAEFF;

HETEM, 2004). Há ainda o flumazenil, que se comporta como um antagonista “puro”

do receptor benzodiazepínico, bloqueando o efeito tanto de agonistas como de

antagonistas benzodiazepínicos. Em geral, não tem efeitos farmacológicos quando

administrado isoladamente, porém em alguns testes pode atuar como ansiolítico, em

outros, aumentar a ansiedade. Uma interpretação para esses resultados seria que o

flumazenil estaria bloqueando o efeito de ligantes endógenos, que seriam

predominantemente ansiogênicos ou ansiolíticos conforme o tipo de situação

experimental (GRAEFF, 1999). Nutt et al. (1990) defendem que no Transtorno do

Pânico o flumazenil teria ação de agonista inverso, consequentemente aumentando a

ansiedade. Outro autor (WOODS; CHARNEY, 1991) discute que o flumazenil teria

uma ação de agonista inverso apenas em doses baixas. Nutt et al. (1990), Woods e

Charney (1991) e Bernik, Goreinstein e Vieira Filho (1998) mostraram que esse agente

provoca ataques de pânico em pacientes com Transtorno do Pânico, mas não em

voluntários saudáveis, ainda que um estudo (STRÖHLE et al., 1998) não tenha

encontrado esse efeito. O complexo receptor GABAA contém outros sítios moduladores

que são afetados pelos barbitúricos, esteróides e compostos convulsivantes (GRAEFF,

1999).

A identificação de receptores benzodiazepínicos em neurônios do sistema

nervoso central sugere a existência de ligantes endógenos que atuariam nesses

receptores, regulando a ansiedade. O efeito ansiolítico dos benzodiazepínicos, eficaz no

tratamento da Ansiedade Generalizada, estaria relacionado a amígdala, principalmente

núcleos lateral e basolateral. O local de ação dos benzodiazepínicos que estaria

relacionado à eficácia no Transtorno do Pânico seria a matéria cinzenta periaquedutal

(GRAEFF, 1999).

3.2 Sistema Noradrenérgico

A estimulação do locus coeruleus provocou resposta de medo nos primatas

(REDMOND; HUANG, 1979) e trouxe os primeiros questionamentos a respeito do

papel do sistema noradrenérgico na ansiedade.

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________________________________________________________________________Introdução 15

Essa hipótese pareceu confirmar-se quando se verificou que a ioimbina, um

antagonista do receptor α-2, provoca mais ansiedade e ataques de pânico mais

frequentes em pacientes com Transtorno do Pânico do que controles (CHARNEY;

HENINGER; BREIER 1984). O receptor α-2 adrenérgico é pré-sináptico, quando

estimulado causa diminuição da noradrenalina, se antagonizado causa aumento da

noradrenalina. Porém, essa ansiedade provocada pela ioimbina é semelhante a

ansiedade antecipatória e não aos ataques de pânico. Além disso, o tratamento com

clonidina, um agonista α-2, apresentou efeitos antipânico transitórios (HOEHN-SARIC

et al., 1981; LIEBOWITZ et al., 1981). O tratamento de pacientes com Transtorno de

Ansiedade Generalizada com clonidina é eficaz, mas não se mantém a longo prazo. Os

agentes betabloqueadores, como propanolol, são úteis no alívio dos sintomas físicos da

ansiedade, mas parece que atuam primariamente fora do sistema nervoso central. O

inibidor seletivo da recaptação da noradrenalina, maprotilina, não foi eficaz no

Transtorno do Pânico (DEN BOER; WESTENBERG, 1988). Esses achados não

favorecem a hipótese do papel da noradrenalina na ansiedade (GRAEFF; HETEM,

2004).

Embora a estimulação elétrica do locus coeruleus em humanos não tenha

provocado ataques de pânico (KAITIN et al., 1986), estudos posteriores demonstraram

que há um aumento dos disparos do locus coeruleus em situações de estresse ou de

ameaça (PRATT, 1992). Isso pode indicar um papel da noradrenalina no

condicionamento do medo em situações traumáticas e sua evocação nos fenômenos de

flash-back, sintomas encontrados no Transtorno de Estresse Pós-Traumático (GRAEFF;

HETEM, 2004).

A noradrenalina possui papel importante na vigilância e na atenção seletiva. A

insônia e o aumento de vigilância são sintomas do Transtorno de Ansiedade

Generalizada, sendo plausível relacioná-los com a noradrenalina (GRAEFF; HETEM,

2004). Estudos em humanos demonstraram alterações do sono e sensação de aumento

da clareza dos pensamentos após a estimulação elétrica do locus coeruleus (KAITIN et

al., 1986; LIBET; GLEASON, 1994).

O locus coeruleus contém a maior concentração de neurônios produtores de

noradrenalina do sistema nervoso central e tem projeções para estruturas neurais que

são importantes na mediação da ansiedade (COPLAN; LYDIARD, 1998). Este núcleo é

estrategicamente posicionado para receber informações viscerosensoriais e influencia

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________________________________________________________________________Introdução 16

várias estruturas neurais relacionadas ao medo. Como discutido acima, existem poucas

evidências de que o ataque de pânico ocorra em função de uma hiperatividade do

sistema noradrenérgico, mas é provável que a atividade noradrenérgica, por meio dos

neurônios do locus coeruleus, tenha um papel modulatório na gênese do ataque de

pânico (TEICHER, 1988).

3.3 Sistema Serotonérgico

Os neurônios contendo serotonina estão concentrados na linha média ou na rafe

do tronco cerebral. O núcleo dorsal da rafe (NDR) e o núcleo mediano da rafe (NMR),

inervam o prosencéfalo e provavelmente regulam funções cognitivas, afetivas e

neuroendócrinas. O septo e o hipocampo dorsal são inervados pelo NMR, enquanto que

a amígdala e o hipocampo ventral são inervados quase que exclusivamente pelo NDR.

O hipotálamo medial é inervado pelo NDR e o lateral pelo NMR (GRAEFF; VIANA;

MORA, 1997).

Existem vários tipos de receptores serotonérgicos, localizados tanto pré- quanto

pós-sinapticamente.

As primeiras evidências experimentais implicando a serotonina na ansiedade

derivam de experimentos em animais. Um inibidor da síntese de serotonina, a

paraclorofenilalanina (ROBICHAUD; SLEDGE, 1969) liberou o comportamento

operante suprimido por estímulos aversivos. Antagonistas não seletivos de receptores

serotonérgicos, como a metisergina ou o ácido bromolisérgico tiveram efeito

anticonflito em pombos (GRAEFF; SCHOENFELF, 1970). Em direção oposta, o

agonista serotonérgico α-metiltriptamina acentuou a supressão da punição. O oxazepam

reduziu a taxa de renovação da serotonina e foi proposto que os benzodiazepínicos

reduziam a ansiedade por diminuirem a serotonina nos circuitos cerebrais de punição

(WISE; BERGER; STEIN 1972). Esses achados apontavam para a hipótese de um papel

ansiogênico da serotonina. Reforçando essa hipótese, a toxina 5,7 diidroxitriptamina,

que destrói seletivamente neurônios serotonérgicos, injetada no mesencéfalo de ratos,

causou acentuada depleção de serotonina no prosencéfalo, provocando efeito ansiolítico

em ratos submetidos ao teste de conflito (GRAEFF, 1999).

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O efeito ansiolítico das azaspironas e o efeito antidepressivo dos inibidores

seletivos da recaptação de serotonina estão relacionados ao aumento da transmissão

serotonérgica. Isso levantou dúvidas a respeito do papel exclusivamente ansiogênico da

serotonina. Estudos envolvendo a estimulação elétrica da MCPD indicaram um papel

ansiolítico desse neurotransmissor (SCHUTZ; DE AGUIAR; GRAEFF, 1985). A

injeção sistêmica de paraclorofenilalanina ou de antagonistas serotonérgicos facilitou o

comportamento de escape induzido pela estimulação elétrica da MCPD, enquanto que a

administração sistêmica ou local de agonistas serotonérgicos ou bloqueadores de

recaptação de serotonina inibiram o mesmo comportamento.

A eficácia de psicofármacos no Transtorno do Pânico provocou outras questões

a respeito do papel da serotonina na ansiedade. Os antidepressivos tricíclicos e os

inibidores seletivos da recaptação de serotonina são eficazes no tratamento do

Transtorno do Pânico (BELL; NUTT, 1998) e da Ansiedade Generalizada (ROCCA et

al., 1997; RICKELS et al., 1993). No entanto, a buspirona, agonista parcial do receptor

5HT1A, e a ritanserina, um antagonista do receptor 5HT2, são ineficazes no Transtorno

do Pânico (SHEEHAN et al. 1988, 1990; DEN BOER; WESTENBERG, 1990), e

eficazes no Transtorno de Ansiedade Generalizada (PETRACCA et al., 1990;

ENKELMANN, 1991; LADER; SCOTO, 1998; BRESSA; MARINI; GREGORI, 1987;

CEULEMANS et al., 1985).

Teoria do Papel Dual da Serotonina na Ansiedade

Para conciliar as evidências contraditórias sobre o papel da serotonina na

ansiedade, Deakin e Graeff (1991) propuseram que a serotonina tem a função de

modular respostas do organismo frente a eventos aversivos, desempenhando um papel

dual na regulação da ansiedade. Por um lado, aumentaria a ansiedade condicionada

atuando na amígdala, estrutura ligada a estímulos relacionados a perigos potenciais,

sinalizadores de eventual estímulo aversivo. Por outro lado, inibiria a ansiedade

incondicionada na matéria cinzenta periaquedutal, estrutura relacionada a sistemas de

defesa ativados por perigos proximais, imediatos. O primeiro tipo de ansiedade estaria

relacionado com o Transtorno de Ansiedade Generalizada, o segundo, com o Transtorno

do Pânico. Estudos farmacológicos subsequentes reforçaram essa teoria

(GUIMARÃES; MBAYA; DEAKIN, 1997; ZUARDI et al., 1993; HETEM et al., 1996;

SILVA et al., 2001).

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Dessa forma é possível compreender a diferente eficácia dos psicofármacos no

Transtorno do Pânico e na Ansiedade Generalizada. O uso prolongado de agonistas

5HT1A (buspirona) e dos antidepressivos (inibidores seletivos da recaptação da

serotonina e a clomipramina) causa diminuição do número de receptores 5HT2,

diminuindo a neurotransmissão serotonérgica na amígdala o que provoca um efeito

ansiolítico. Da mesma forma, a ritanserina, um antagonista 5HT2, melhora o Transtorno

de Ansiedade Generalizada. Os antidepressivos atuando na matéria cinzenta

periaquedutal estimulam a neurotransmissão serotonérgica através dos receptores 5HT2

e 5HT1A, provocando efeito antipânico.

O Transtorno de Ansiedade Social apresenta um perfil farmacológico

semelhante ao Transtorno do Pânico. Como no SFP observamos correlação

farmacológica com o Transtorno do Pânico (GUIMARÃES; MBAYA; DEAKIN, 1997;

Zuardi et al., 1993; Hetem et al., 1996; Silva et al., 2001) e falar em público é o medo

mais freqüente entre os portadores do Transtorno de Ansiedade Social, poderíamos

sugerir que parece haver elementos comuns no substrato neural dos dois transtornos

(GRAEFF; HETEM, 2004).

Quanto ao Transtorno Obsessivo Compulsivo, a via serotonérgica que parte do

núcleo dorsal da rafe e se projeta no núcleo caudado parece participar de sua

fisiopatogenia. Sugere-se a participação de receptores 5HT1D no transtorno (GRAEFF;

HETEM, 2004). A estimulação dos receptores 5HT1B/1D diminui a quantidade de

serotonina liberada, esses receptores tem papel regulador sobre a liberação do

neurotransmissor, limitando-a quando as concentrações da amina na fenda sináptica

atingem níveis elevados. Verificou-se que o agonista 5HT1D seletivo sumatriptano e o

agente menos seletivo m-CPP agravam os sintomas obsessivos compulsivos. A

clomipramina e os inibidores seletivos da recaptação de serotonina reduzem a

sensibilidade do receptor 5HT1B/1D a agonistas após uso prolongado. Assim, esse

receptor estaria supersensível no Transtorno Obsessivo Compulsivo, com menor

liberação de serotonina na via serotonérgica mesoestriatal, com conseqüente maior

ativação do circuito caudatotalamofrontal responsável pelas manifestações do transtorno

(GRAEFF; HETEM, 2004).

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________________________________________________________________________Introdução 19

3.4 Sistema Dopaminérgico

Esse sistema tem sido menos estudado na ansiedade, mas é bem estabelecido seu

papel no controle do humor (MILLAN, 2003). Fazendo analogia com a função

cognitiva, um nível ótimo da atividade dopaminérgica no córtex frontal é necessário

para uma resposta apropriada ao estresse e medo, sendo que a dopamina é importante na

aquisição, consolidação, expressão e extinção do medo condicionado (PEZZE;

FELDON, 2004).

3.5 Acetilcolina

A acetilcolina facilita o comportamento defensivo no hipotálamo e na matéria

cinzenta periaquedutal, fazendo pensar na existência de mecanismos colinérgicos na

regulação do comportamento de agressão defensiva (GRAEFF; HETEM, 2004). Os

estudos até o momento indicam que a nicotina tem efeito ansiolítico, mas com o uso

crônico ocorrem adaptações que provocam aumento da ansiedade após abstinência

(PICCIOTTO; BRUNZELL; CALDARONE, 2002). As subunidades do receptor

nicotínico pré-sináptico α 3, α 4 e β 2 tem ação mediadora sobre a liberação de

dopamina e noradrenalina. A subunidade α 7 do receptor nicotínico tem efeito sobre o

glutamato.

Os neurônios que controlam a aproximação no núcleo accumbens recebem

influências da acetilcolina e da dopamina. A acetilcolina inibe o comportamento quando

a dopamina está aumentada, como após uma boa refeição, mas a acetilcolina gera

estados ansiosos ou depressivos quando a dopamina está diminuída, como em

momentos de restrição alimentar dentro de uma dieta rica em açúcar (HOEBEL;

AVENA; RADA., 2007).

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________________________________________________________________________Introdução 20

3.6 Hormônios Esteróides

Alguns esteróides, como a progesterona, a alopregnenolona e a

alotetrahidrodeoxicorticosterona, mostram efeito ansiolítico em estudos com animais,

enquanto outros, como a pregnenolona, apresentam efeito ansiogênico. O sulfato de

pregnenolona mostrou efeito bifásico no comportamento de ansiedade de animais,

sendo ansiogênico ou ansiolítico em altas ou baixas doses respectivamente. Este efeito

está relacionado com uma ação mista de agonista/antagonista de receptor GABAA. Em

humanos, níveis diminuídos foram encontrados no Transtorno de Ansiedade

Generalizada e na Fobia Social Generalizada, e concentrações aumentadas no

Transtorno Misto de Ansiedade-Depressão e na Síndrome Pré-Menstrual. A

dehidroepiandrosterona mostrou efeito ansiolítico no animal, embora module de forma

negativa o receptor GABAA (MACKENZIE et al., 2007; ESER et al., 2006).

Além disso, neuroesteróides podem modular, positivamente ou negativamente, a

atividade de vários receptores associados a canais iônicos “ligand-gated”, incluindo

GABAA, receptor de serotonina tipo 3 (5HT3), glicina, glutamato, ácido α-amino-3-

hidroxi-5-metil-4-isoxazolepropiônico e cainato (MACKENZIE et al., 2007). São

moduladores positivos do receptor GABAA quando administrados agudamente, atuando

de modo semelhante aos barbitúricos. Talvez por isso, durante a gravidez ocorre

remissão dos sintomas do Transtorno do Pânico (GRAEFF; HETEM, 2004). Algumas

drogas com efeito ansiolítico podem envolver mecanismos de ação que regulem a

produção de neuroesteróides, por exemplo, aumentando os neuroesteróides com ação

ansiolítica (MACKENZIE et al., 2007).

3.7 Colecistocinina

É um polipeptídeo encontrado no trato gastrointestinal, mas que existe no

sistema nervoso central de forma mais abundante que no intestino. Interage com outros

neurotransmissores, modulando ações da dopamina, serotonina, opióides endógenos,

GABA e aminoácidos excitatórios. Existem dois tipos de receptores de colecistocinina:

CCKA e CCKB, sendo que o segundo parece estar envolvido na ansiedade. A infusão

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________________________________________________________________________Introdução 21

intravenosa de colecistocinina provoca ataques de pânico muito semelhantes aos

ataques de pânico espontâneos, em pacientes com Transtorno do Pânico e em

voluntários sadios (GRAEFF; HETEM, 2004). Contudo, os antagonistas do receptor

CCKB não tem se mostrado efetivos clinicamente, isto é, não apresentam propriedade

ansiolítica (MILLAN, 2003).

3.8 Fator Liberador de Corticotropina (CRF)

O CRF é um importante mediador da resposta endócrina, autonômica,

comportamental e imune ao estresse, e também funciona como neurotransmissor no

sistema nervoso central. (GRAEFF; HETEM, 2004). Estudos em animais mostram

efeito ansiogênico do CRF, antagonistas do receptor CRF podem ser úteis no tratamento

da depressão e ansiedade (GRAEFF; HETEM, 2004). Nesse sentido, um estudo em

humanos mostrou melhora da depressão de forma comparável a paroxetina (ISING;

HOLSBOER, 2007). Outro estudo mostrou o bloqueio da liberação dos hormônios após

estresse agudo, indicando um papel na prevenção das seqüelas causadas por estressores

severos (ISING; HOLSBOER, 2007).

3.9 Neuropeptídeo Y

O neuropeptídeo Y tem papel importante em diversos domínios, como a

fisiologia cardiovascular, a regulação e adaptação do estresse, o aprendizado, a memória

e cognição, a alimentação, a ansiedade, a agressividade, a depressão, o alcoolismo e a

epilepsia (KARL; HERZOG, 2007). Evidências sugerem que contrapõe as

conseqüências comportamentais do estresse e ansiedade, mantendo a homeostase

emocional (HEILIG, 2004). Tem propriedade ansiolítica que foi demonstrada em vários

modelos animais quando administrado em diversas estruturas cerebrais, sendo que o

receptor Y1 (pós sináptico) parece mediar esses efeitos (HARRO, 2006, GRAEFF;

HETEM, 2004).

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3.10 Glutamato

O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do sistema nervoso

central. Ele age através da estimulação principalmente de dois grupos de receptores:

glutamatérgicos ionotrópicos e glutamatérgicos metabotrópicos. O receptor N-metil-D-

aspartato (NMDA) é um dos principais receptores ionotrópicos glutamatérgicos.

Evidências sugerem que na depressão e na ansiedade há uma hiperfunção do sistema

glutamatérgico, e que um dos mecanismos de ação das drogas antidepressivas e

ansiolíticas é através da redução da função desse neurotransmissor (PALUCHA; PILC,

2007).

Dados pré-clínicos indicam que antagonistas do receptor glutamatérgico

metabotrópico do grupo I, principalmente da subunidade 5, possuem efeito ansiolítico e

antidepressivo. Nesse sentido, uma droga dessa classe, o fenobam, mostrou efeito

ansiolítico, porém efeitos colaterais como alteração de memória podem dificultar seu

uso. Agonistas do receptor glutamatérgico metabotrópico do grupo II mostraram efeito

ansiolítico em animais e antagonistas efeito antidepressivo. Agonistas e antagonistas do

receptor glutamatérgico metabotrópico do grupo III mostraram efeito ansiolítico e

antidepressivo em animais (PALUCHA; PILC, 2007).

Estudos clínicos mostram que a lamotrigina, um antagonista do glutamato, que

age bloqueando os canais de sódio voltagem-dependentes e os canais de cálcio,

mostrou-se eficaz no Transtorno de Estresse Pós Traumático (HERTZBERG et al.,

1999). Um componente importante na extinção do medo parece ser a ativação de

receptores NMDA glutamatérgicos na amígdala (GARAKANI; MATHEW;

CHARNEY, 2006). Um agonista parcial NMDA, D-cicloserine, combinado à terapia de

exposição em pacientes com Fobia Social e Fobia a altura, mostrou-se mais eficaz que a

terapia individualmente (HOFMANN et al., 2006; RESSLER et al., 2004).

4 Modelos Experimentais em Ansiedade

Os modelos experimentais com humanos representam um passo intermediário

entre os estudos com animais e os estudos com pacientes portadores de um determinado

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________________________________________________________________________Introdução 23

transtorno psiquiátrico. O uso de “sujeitos análogos”, ou seja, voluntários clinicamente

saudáveis, permite a composição de amostras mais homogêneas e de menor

complexidade do ponto de vista das manifestações clínicas. Alguns estudos da

ansiedade em humanos têm como objetivo avaliar o potencial terapêutico de substâncias

psicotrópicas, outros, como o presente trabalho, esclarecer os mecanismos biológicos

subjacentes aos estados de ansiedade.

Até a década de 1970, a ansiedade era provocada por filmes assustadores ou

entrevistas estressantes (HOLLISTER, 1972). Vários modelos de ansiedade

experimental em voluntários sadios foram propostos desde então (GRAEFF; HETEM,

2004). Aqui iremos abordar o teste da simulação de falar em público, modelo

experimental importante para a discussão do presente trabalho.

4.1 Teste da Simulação de Falar em Público (SFP)

Um modelo de estresse psicológico induzido experimentalmente que tem sido

bastante utilizado para o estudo das bases biológicas da ansiedade é o teste da simulação

de falar em público. Este teste, desenvolvido por McNair et al. (1982) e modificado

posteriormente por Guimarães et al. (1989), consiste basicamente na realização de um

discurso diante de uma videocâmera. Antes, durante e após a realização do discurso são

feitas avaliações fisiológicas e subjetivas de ansiedade.

O SFP comporta-se como um estressor potente, uma vez que é capaz de

provocar vasoconstrição coronariana e aumentos de freqüência cardíaca e de pressão

arterial (SHERWOOD et al., 1995; LACY et al., 1995) mais pronunciados do que

outros modelos, como por exemplo a realização de uma tarefa aritmética mental

(L’ABBATTE et al., 1991; SHERWOOD et al., 1995).

No SFP cada sujeito participa de apenas uma sessão experimental, pois a tarefa

da realização do discurso não pode ser conhecida. Após 15 minutos de adaptação ao

laboratório são realizadas medidas basais e fornecida a cápsula com droga ou placebo.

Após período variável que depende da droga em estudo, são realizadas as medidas pré-

teste, logo após o sujeito recebe as instruções sobre a tarefa que deve realizar, em alguns

estudos assiste um videotape e em outros recebe instruções verbais. É esclarecido que

deverá em dois minutos preparar um discurso de quatro minutos, que realizará em frente

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________________________________________________________________________Introdução 24

a uma videocâmera, que será registrado e posteriormente analisado por psicólogo. Nos

primeiros estudos o tema era um tópico da disciplina de fisiologia escolhido

aleatoriamente dentre vinte possibilidades. Posteriormente o tema foi “episódios que

mais lhe provocaram ansiedade durante sua vida”. Em nosso último trabalho e no

presente escolheu-se um conteúdo neutro, no caso, comentar sobre o sistema de

transportes da região. Terminado o período de preparação do discurso, o sujeito realiza

as medidas de ansiedade antecipatória e logo após faz o discurso que é interrompido na

sua metade para realização de medidas de desempenho. Enquanto faz o discurso o

voluntário vê sua própria imagem na tela do monitor de TV, o pesquisador envolvido

assiste sua apresentação. Quinze minutos após o término do discurso realizam-se as

medidas pós-teste e a sessão termina.

A experiência de falar em público provoca ansiedade na maior parte das pessoas.

Trata-se do receio mais prevalente entre estudantes (GEER, 1965). Estudos mais

recentes em população geral (STEIN; WALKER; FORDE, 1994, 1996; FURMARK,

1999) demonstraram que o medo de falar em público é a situação social mais temida,

atingindo aproximadamente de um terço à metade das amostras populacionais

estudadas.

Baseando-se nas informações de que falar em público é um tipo de medo muito

prevalente e de que o SFP é um procedimento ansiogênico para todos os voluntários,

independente do traço de ansiedade (PALMA; GUIMARÃES; ZUARDI., 1994),

Deakin e Graeff (1991) propuseram que o SFP provocaria uma reação de medo

incondicionado, que ocorre em resposta a perigos imediatos. A mesma reação ocorreria

no ataque de pânico. Portanto, os sistemas neurais envolvidos na ansiedade provocada

pelo SFP poderiam participar na fisiopatogenia do Transtorno do Pânico (DEAKIN;

GRAEFF, 1991; DEAKIN; GUIMARÃES; GRAEFF,1992; DEAKIN; GUIMARÃES;

GRAEFF, 1994).

As semelhanças das respostas a psicofármacos observadas no SFP e no

Transtorno do Pânico sugerem que estas duas situações desencadeiam o mesmo tipo de

ansiedade (ansiedade incondicionada). O Quadro 1 resume os efeitos provocados por

essas drogas no SFP. Assim, drogas que diminuem a função serotonérgica aumentaram

a ansiedade, como metergolina (potente bloqueador inespecífico de receptores

serotonérgicos - GRAEFF et al., 1985), ritanserina (antagonista de receptores

serotonérgicos do tipo 2A/2C), e inclusive a clomipramina e a nefazodona (inibidores

da recaptação da serotonina, sendo que a segunda bloqueia 5HT2A), e as que aumentam

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________________________________________________________________________Introdução 25

a função serotonérgica atenuaram a ansiedade no teste, como ipsapirona (agonista de

receptores serotonérgicos do tipo 1A) e a d-fenfluramina (liberador neuronal de

serotonina e inibidor da sua recaptação). O efeito do SFP em outras medidas subjetivas

e fisiológicas em voluntários saudáveis pode ser observado nos Quadros 2 e 3.

O diazepam (GUIMARÃES et al., 1989; ZUARDI et al., 1993) reduziu os níveis

basais de ansiedade, sem interferir no aumento da ansiedade provocada pelo teste, o que

é comparável com a observação clínica de que existe resistência relativa do Transtorno

do Pânico à terapêutica com benzodiazepínicos. Efeito semelhante foi encontrado com o

lorazepam (GUIMARÃES; ZUARDI; GRAEFF, 1987). Os efeitos ansiolíticos

observados com os benzodiazepínicos devem-se a uma diminuição geral no nível de

ansiedade e não uma diminuição específica da resposta de ansiedade eliciada pelo SFP.

O flumazenil age bloqueando o efeito de ligantes endógenos, ansiogênicos ou

ansiolíticos, conforme o tipo de situação experimental e diminuiu a ansiedade

preparatória no SFP (KAPCZINSKI et al., 1994)

A gabapentina, um anticonvulsivante e analgésico, cujo mecanismo de ação é

desconhecido, mas estruturalmente é semelhante ao GABA, atenuou a ansiedade no

SFP (DE-PARIS et al., 2003). O tratamento de 8 semanas com gabapentina mostrou

melhora comparada ao placebo apenas nos pacientes mais graves com Transtorno do

Pânico e principalmente nas mulheres (PANDE et al., 2000).

A buspirona não mostrou efeito no SFP (GUIMARÃES et al., 1989) e mostra-se

ineficaz no Transtorno do Pânico (PÖHL et al., 1989; SHEEHAN et al., 1990, 1993).

No entanto, a gepirona, um análogo da buspirona, com perfil pré-clínico e afinidade

com receptores semelhante à ipsapirona (DE VRY et al., 1991) parece ter efeito

benéfico no Transtorno do Pânico (PECKNOLD et al., 1993). A ipsapirona possui claro

efeito ansiolítico no SFP (ZUARDI et al., 1993).

O canabidiol, um derivado da maconha, que mostra efeito ansiolítico em animais

(MOREIRA; AGUIAR; GUIMARÃES, 2006; GUIMARÃES et al., 1990) reduziu a

ansiedade após o SFP (ZUARDI et al., 1993).

A clomipramina e a nefazodona aumentaram a ansiedade no SFP

(GUIMARÃES; ZUARDI; GRAEFF, 1987; SILVA et al., 2001). Este efeito

ansiogênico agudo pode estar relacionado com o agravamento inicial dos sintomas do

Transtorno do Pânico em pacientes tratados com estes medicamentos. O efeito

ansiogênico da clomipramina e nefazodona não se deve à sua ação sobre o sistema

noradrenérgico, já que o mesmo efeito não foi observado com a maprotilina. Essa

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________________________________________________________________________Introdução 26

última droga, um inibidor da recaptação de noradrenalina, teve efeito similar aos

benzodiazepínicos (GUIMARÃES; ZUARD; GRAEFF., 1987) e é ineficaz no

Transtorno do Pânico (DEN BOER; WESTENBERG, 1988). O efeito ansiogênico da

clomipramina e nefazodona foram interpretados como sendo devidos à diminuição da

concentração da serotonina na vizinhança dos receptores pós-sinápticos, conseqüente à

estimulação, pela própria serotonina, de receptores autossômicos existentes em

neurônios serotonérgicos da rafe mesencefálica, cuja função é a de inibir os disparos

destes mesmos neurônios (GUIMARÃES; ZUARDI; GRAEFF, 1987; SILVA et al.,

2001). Corroborando esta interpretação, o antagonista de receptores 5-HT2 da

serotonina, ritanserina, prolongou a ansiedade de desempenho no teste (GUIMARÃES;

MBAYA; DEAKIN, 1997) e mostrou tendência em agravar o Transtorno do Pânico

(DEN BOER; WESTENBERG, 1990; DEAKIN; WANG; GUIMARÃES, 1990). A

depleção de triptofano, que reduz a neurotransmissão serotonérgica, apresentou

tendência a aumentar a ansiedade apenas nas mulheres (MONTEIRO-DOS-SANTOS et

al., 2000; SHANSIS et al., 2000). Por outro lado, o liberador de serotonina, d-

fenfluramina apresentou efeito ansiolítico dose-dependente no SFP (HETEM et al.,

1996), e existem relatos de casos de pacientes com Transtorno do Pânico, tratados com

sucesso com a fenfluramina e com a d-fenfluramina (SOLYOM, 1994; HETEM, 1996).

Embora os resultados prévios com a clomipramina e nefazodona sugiram que a

inibição aguda de recaptação de serotonina facilita a resposta de ansiedade induzida pela

SFP, é preciso considerar que ambas as drogas também possuem afinidade por

receptores pós-sinápticos de tipo 5-HT2. Assim, existe a possibilidade de que o efeito

ansiogênico decorra do bloqueio destes receptores, particularmente se considerarmos

nossos próprios resultados prévios com a ritanserina, um antagonista seletivo de

receptores 5-HT2 (GUIMARÃES; MBAYA; DEAKIN, 1997).

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________________________________________________________________________Introdução 27

Droga Basal Pré Teste Preparatória Desempenho Pós Estresse

Metergolina (12 mg)1*

Diazepam (10 mg)1*

Diazepam (10 mg)2

Flumazenil3

Gabapentina (800 mg)4

Clomipramina (25 mg)5

Maprotilina (50 mg)5

Lorazepam (1 mg)5

Buspirona (10 mg)6

Ipsapirona (5 mg)2

Canabidiol (300 mg)2

d-Fenfluramina (30 mg)7

Ritanserina (10 mg)8

Depleção de Triptofano 9

tendência tendência

Nefazodona (200 mg)10

Quadro 1. Efeito dos psicofármacos no SFP, modificado de Graeff et al. (2003). 1 = Graeff et al.(1985); 2 = Zuardi et al. (1993); 3 = Kapczinski et al.(1994); 4 = De Paris et al. (2003); 5 = Guimarães, Zuardi e Graeff (1987); 6 = Guimarães et al. (1989); 7 = Hetem et al.(1996); 8 = Guimarães et al. (1997); 9 = Monteiro-dos-Santos et al.( 2000); 10 = Silva et al.(2001). * IDATE-estado, nos demais estudos foi utilizada a VAMS

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________________________________________________________________________Introdução 28

Artigo Sedação mental Confusão Desconforto

Guimarães, Mbaya e Deakin, (1997)

Del Ben et al. (2001) Sem alteração Zuardi et al. (1993)

Hetem et al. (1996) Sem alteração Silva et al. (2001) em toda sessão

Garcia-Leal (2003) Parente et al. (2005)

Tendência a aumento

Quadro 2. Efeito do SFP nos fatores da VAMS Sedação Mental, Confusão e Desconforto em voluntários saudáveis.

Artigo EES CP PAS PAD FC Graeff et al. (1985)* Sem alteração - - Sem alteração

Guimarães et al. (1989)*

- -

Guimarães, Mbaya e Deakin (1997)*

- -

Del Ben et al. (2001)*

Sem alteração

- - - -

Zuardi et al. (1993) - - - - Hetem et al. (1996)* Sem alteração - Sem alteração Sem alteração

Silva et al. (2001) - - - - - Garcia-Leal (2003) - - - - Parente et al. (2005) Tendência

Quadro 3. Efeito do SFP em variáveis fisiológicas da ansiedade em voluntários saudáveis. EES = escala de sintomas somáticos, CP = condutância da pele, PAS = pressão arterial sistólica, PAD = pressão arterial diastólica, FC = freqüência cardíaca. * avaliaram itens individuais, os demais também avaliaram a somatória da ESS. Teste da Simulação de Falar em Público (SFP) e a Teoria do Papel Dual da

Serotonina na Ansiedade

Os modelos de condicionamento aversivo a sons e o SFP têm sido usados no

estudo do papel da serotonina na ansiedade.

Deakin e Graeff (1991) propuseram a teoria do papel dual da serotonina na

ansiedade como discutido anteriormente. Após estudos com psicofármacos nesses dois

modelos experimentais concluiu-se que o modelo de condicionamento aversivo a sons

estaria relacionado a ansiedade condicionada, cujo correlato clínico seria a Ansiedade

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________________________________________________________________________Introdução 29

Generalizada. O SFP estaria relacionado a ansiedade incondicionada, e seu correlato

clínico seria o Transtorno do Pânico.

De acordo com esta teoria, em um desses estudos a ritanserina, antagonista

5HT2, atenuou as respostas aversivas condicionadas (HENSMAN et al., 1991), mas

prolongou a ansiedade induzida pelo SFP. Este medicamento alivia o transtorno de

ansiedade generalizada (CEULEMANS et al., 1985) e agrava o Transtorno do Pânico

(DEAKIN; GUIMAREÃES; GRAEFF, 1992; DEN BOER; WESTENBERG, 1990).

A d-fenfluramina, liberador neuronal de serotonina e bloqueador de sua

recaptação, diminuiu a ansiedade induzida pelo SFP e mostrou tendência a aumentar as

respostas aversivas condicionadas a sons. A nefazodona, um antagonista de receptores

de subtipo 5HT2 e inibidor pouco potente da recaptação de serotonina, provocou efeitos

opostos nos dois modelos (SILVA et al., 2001).

Temos efeitos opostos de drogas que modificam a neurotransmissão

serotonérgica em dois modelos de ansiedade, dando suporte à hipótese de que esses

modelos estão relacionados com diferentes sistemas de defesa.

A resposta de pacientes com transtorno de pânico diante desses modelos de

ansiedade também foi avaliada. Estes pacientes não apresentaram diferença no

condicionamento aversivo a sons, quando comparados aos controles, mas tiveram

número maior de flutuações espontâneas, sugerindo hiperatividade autonômica. No SFP

apresentaram níveis maiores de ansiedade basal, mas não responderam ao procedimento

específico de falar em público (DEL-BEN et al., 2001). Em outro trabalho, os pacientes

com Transtorno do Pânico apresentaram valores de ansiedade mais elevados na fase

inicial e pré-teste, mas esta diferença deixou de existir nas fases antecipatória e de

desempenho, voltando a aparecer na final. Estes dados indicam uma menor magnitude

de resposta ao SFP nos pacientes em relação aos controles, além de níveis de ansiedade

mais elevados (GARCIA-LEAL et al., 2005; PARENTE et al., 2005). Diferenças

metodológicas entre os dois estudos explicam essas diferenças (intervalo entre medidas

basal e pré-teste, momento de informação da tarefa do teste, conteúdo do discurso,

características sociais dos voluntários). Os pacientes sintomáticos apresentaram níveis

de condutância da pele maiores que os controles em toda a sessão, que foram afetados

pelo SFP (PARENTE et al., 2005). Os pacientes com Transtorno do Pânico

assintomáticos, tratados com inibidores seletivos da recaptação da serotonina,

apresentaram níveis de ansiedade intermediários, embora sem diferença significativa

com os outros grupos (GARCIA-LEAL et al., 2005; PARENTE et al., 2005), mas os

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________________________________________________________________________Introdução 30

níveis da condutância foram semelhantes aos controles, sugerindo que a farmacoterapia

foi mais efetiva em normalizar os níveis da condutância do que a ansiedade. Não houve

diferenças entre os três grupos na pressão arterial e frequência cardíaca (PARENTE et

al., 2005). No conjunto, os dados sugerem um processamento anormal de estímulos

ameaçadores incondicionados nestes pacientes e estão de acordo com a proposição de

Deakin e Graeff (1991) de que a ansiedade antecipatória poderia inibir o aparecimento

de ataques de pânico.

Ainda no estudo anterior (GARCIA-LEAL et al., 2005), o SFP não aumentou o

cortisol salivar em pacientes com Transtorno do Pânico sintomáticos, assintomáticos em

tratamento crônico com inibidores seletivos de recaptação de serotonina, assim como

em voluntários saudáveis. Entretanto, os resultados publicados a este respeito são

inconsistentes, alguns trabalhos mostrando aumento (JANSEN; GISPEN-DE WIED;

KAHN, 2000; NICOLSON; VAN DIEST, 2000; BUCHANAN; AL’ABSI; LOVALLO,

1999; VAN ECK; NICOLSON; BERKHOF,1996), enquanto outros não encontraram

alteração das concentrações de cortisol salivar (GARCIA-LEAL, 2005; LUPIEN et al.,

1997; JONES; ROLLMAN; BROOKE, 1997) ou plasmático (BECKER et al., 1996)

após a SFP. Os resultados de nosso estudo (GARCIA-LEAL et al., 2005) indicam que a

ansiedade induzida pelo SFP não ativa o eixo HHA. A literatura mostra que as

concentrações plasmáticas de cortisol não aumentam nos ataques induzidos

experimentalmente por agentes panicogênicos bem estabelecidos como lactato e CO2

(VAN DUINEN et al., 2004; SINHA et al., 1999; SEIER et al., 1997; HOLLANDER et

al., 1989; CARR et al., 1986; LIEBOWITZ et al., 1985), nem em ataques de pânico

espontâneos (WOODS et al., 1987; CAMERON et al., 1987). Assim esses resultados,

reforçam a hipótese, baseada nas evidências farmacológicas já discutidas, de que o SFP

mobiliza estruturas neurais semelhantes àquelas envolvidas em ataque de pânico

(DEAKIN; GRAEFF, 1991; GRAEFF et al., 1996).

4.2 Desafios Farmacológicos

Os chamados desafios farmacológicos (pharmacological challenges) têm sido

um recurso bastante utilizado em estudos que objetivam a avaliação de determinado

sistema de neurotransmissão, por meio da sua manipulação farmacológica.

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________________________________________________________________________Introdução 31

Basicamente, os desafios farmacológicos, também chamados de testes provocativos,

caracterizam-se pela avaliação de algumas medidas fisiológicas e psicológicas antes e

após a administração aguda de um determinado psicofármaco, sendo essas medidas

consideradas como indicadores indiretos da função do neurotransmissor em estudo.

Para validação de um agente para uso em desafios farmacológicos cinco critérios

foram sugeridos por Van Praag et al. (1987) e Yatham e Steiner (1993): demonstrar uma

relação dose dependente entre a droga e o hormônio, não provocar efeitos colaterais

desagradáveis, produzir uma resposta hormonal robusta e consistente, produzir resposta

hormonal que deve ser secundária a estimulação direta do receptore serotonérgico e

caracterizar se a resposta hormonal pode ser bloqueada por um antagonista específico.

Esse paradigma tem sido bastante usado para estudar a função serotonérgica

através do uso de precursores, agonistas, liberadores e inibidores específicos da

recaptação de serotonina. O sistema serotonérgico parece ter um papel no controle da

liberação da prolactina. Estudos em animais indicam que a serotonina estimula a

liberação de prolactina através do núcleo dorsal da rafe (VAN DE KAR; BETHEA,

1982) e o núcleo paraventricular do hipotálamo (MINAMITANI et al., 1987). Sendo

assim, a avaliação da prolactina pode ser um indicador da função serotonérgica. A

administração aguda de drogas que elevam a serotonina pode elevar hormônios da

hipófise anterior, como a prolactina e a corticotropina (ACTH), sendo o último

hormônio medido através do cortisol (VAN DE KAR, 1991).

Iremos revisar a literatura a respeito dos desafios farmacológicos com drogas

que interferem na função serotonérgica, pela importância para discussão do presente

trabalho.

4.2.1. Precursores Serotonérgicos

A administração de 5-hidroxitriptofano (5HTP) é usada como desafio

farmacológico do sistema serotonérgico, mas parece ser limitada por uma aparente

janela pequena entre a resposta neuroendócrina e a ocorrência de efeitos colaterais.

Várias dosagens foram testadas com e sem a administração concomitante de carbidopa,

um inibidor periférico da descarboxilação do 5-HTP para serotonina.

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________________________________________________________________________Introdução 32

Em Gijsman et al. (2002), a administração de 100mg de 5HTP, após 3 horas de

50 mg de carbidopa, foi a única combinação das drogas que alterou cortisol e prolactina,

sem alterações subjetivas ou dos parâmetros cardiológicos, mas induziu náusea em três

voluntários (n=12).

A administração de 100mg de L5HTP e 50 mg de carbidopa causou aumento da

prolactina, mas não da aldosterona (VLASSES et al., 1989).

A administração endovenosa de L-triptofano provocou aumento importante da

prolactina, o aumento no hormônio de crecimento (GH) foi mais variável, os controles

relataram aumento da irritação, sensação de alegria e sonolência (CHARNEY et al.,

1982 a e b).

Conclusão

A administração de precursores de serotonina provoca aumento da prolactina

(GIJSMAN et al., 2002; VLASSES et al., 1989; CHARNEY et al., 1982 a e b), cortisol

(GIJSMAN et al., 2002) e GH, aumento transitório da frequência cardíaca (STONE et

al., 1993) e náusea (GIJSMAN et al., 2002). Pode provocar irritação, sensação de

alegria e sonolência (CHARNEY et al., 1982 a e b). Não consiste num bom modelo de

desafio farmacológico, pois provoca efeitos colaterais desagradáveis (náusea, irritação,

sonolência) e alteração da freqüência cardíaca.

4.2.2. Depleção de Triptofano

A função cerebral serotonérgica pode ser avaliada pela depleção aguda de

triptofano, uma intervenção dietética que rapidamente diminui o triptofano plasmático,

o aminoácido precursor da serotonina. Esse modelo não consiste num desafio

farmacológico propriamente dito, mas iremos discuti-lo, pois também traz resultados

interessantes sobre a função serotonérgica.

Em Hughes et al. (2003) foi aplicado teste neuropsicológico que avaliou a

função de atenção e executiva, memória e aprendizagem verbal e visuo-espacial. Houve

uma diminuição efetiva da função serotonérgica, sem alterações no humor e nas funções

neuropsicológicas.

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________________________________________________________________________Introdução 33

Outro estudo (AHVENINEN et al., 2002) mostrou que o triptofano plasmático

total diminuiu 75% com a mistura para depleção e aumentou 20% com a mistura

controle. A depleção aumentou o humor depressivo. Foi medida a atenção involuntária

através de eletroencefalograma e magnetoencefalograma. A depleção provocou,

imediatamente após variações sonoras, aumento do tempo de reação e tendência de

redução da taxa de acertos. Também provocou redução da amplitude da deflecção N2 e

aumento do pico de latência da contraparte do magnetoencefalograma em ambos

hemisférios. Esses resultados sugerem uma diminuição da atenção involuntária com a

depleção de triptofano.

Não houve diferença na resposta de ansiedade entre mulheres com depleção de

triptofano ou depleção de tirosina/fenilalanina (precursores de catecolamina)

submetidas a um teste psicológico de estresse leve. A depleção de triptofano causou

humor depressivo e aumento da frequência cardíaca semelhante a depleção de

tirosina/fenilalanina (LEYTON et al., 1999).

Em Bhatti et al. (1998) houve uma diminuição de 50% e 78% do triptofano

plasmático total com a bebida controle e a bebida para depleção respectivamente após 5

horas de sua administração. Com a depleção ocorreu diminuição da latência do sono

REM, sendo que a mistura controle aumentou o tempo REM e a %REM comparado ao

basal. A bebida para depleção diminuiu o tempo total de sono e a eficiência do sono,

assim como o tempo acordado desde o início do sono. Com a depleção houve aumento

da confusão e tensão e diminuição da elação, vigor e sociabilidade comparado ao basal.

As alterações eletroencefalográficas encontradas com a depleção de triptofano são

comuns na depressão: diminuição da latência do sono REM e aumento da %REM.

Em Wolfe, Metzger e Jimerson (1995) ocorreu uma diminuição de 21% do

triptofano com a mistura para depleção e de 6% com a mistura controle. Relataram

sintomas leves de náusea e dor no estômago, sem diferença entre as misturas.

Conclusão

A depleção de triptofano causa sintomas somáticos e comportamentais leves,

como aumento do humor depressivo (AHVENINEN et al., 2002; LEYTON et al.,

1999), náusea (WOLFE ; METZGER; JIMERSON, 1995), dor no estômago (WOLFE ;

METZGER; JIMERSON, 1995) e da frequência cardíaca (LEYTON et al.,1999);

diminuição da atenção involuntária (AHVENINEN et al., 2002) e alterações

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________________________________________________________________________Introdução 34

eletroencefalográficas comuns na depressão, como diminuição da latência do sono REM

e aumento da %REM (Bhatti et al., 1998).

4.2.3 Agonistas Serotonérgicos

Encontramos desafios farmacológicos com vários agonistas serotonérgicos:

buspirona, ipsapirona, fenfluramina, m-clorofenilpiperazina (m-CPP) e psilocibina.

Buspirona

A buspirona é um agonista parcial de receptores 5HT1A e antagonista

dopaminérgico. A buspirona nas doses de 30, 60 e 90 mg por via oral elevou a

prolactina plasmática e o hormônio do crescimento (MELTZER et al., 1983). O

aumento da prolactina foi dose dependente, mas não o do hormônio do crescimento. O

aumento da prolactina pode ser relacionado ao efeito antagonista dopaminérgico na

glândula pituitária. Uma ação agonista dopaminérgica no hipotálamo pode ser

responsável pelo aumento do hormônio de crescimento.

O teste provocativo com a buspirona provocou resposta modesta a robusta em

quarto voluntários saudáveis (COCCARO et al., 1990). A resposta do GH, ACTH e

cortisol foi variável, ocorreu em três controles para o ACTH e cortisol e em dois

controles para o GH.

A buspirona provocou hipotermia em voluntários saudáveis do sexo masculino

(YOUNG et al., 1993).

Jagannathan e Venitz (1997) mostrou uma resposta transitória da prolactina,

cortisol, medidas subjetivas e eletroencefalográficas, sem alteração dos testes cognitivos

com diversas doses de buspirona em seis voluntários saudáveis do sexo masculino após

dieta para redução aguda de L-triptofano. Comparações dos resultados desse estudo

com a literatura sugerem que a dieta diminui a resposta neuroendócrina induzida pela

buspirona, aumenta as alterações induzidas pela buspirona nas medidas subjetivas.

O bloqueio dos receptores dopaminérgicos pela metoclopramida inibiu a

resposta da prolactina induzida pela buspirona em oito voluntários saudáveis do sexo

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________________________________________________________________________Introdução 35

masculino (MASKALL et al., 1995). Seis dos oito controles apresentaram ansiedade,

dispnéia moderada e agitação com 60 mg de buspirona.

Dois estudos mostram evidências de mecanismos serotonérgicos na resposta da

prolactina a buspirona (GREGORY; ANDERSON; COWEN, 1990; COCCARO et al.,

1990). Houve supressão da resposta da prolactina a buspirona com tratamento prévio

com o antagonista não seletivo metergolina. A metergolina possui propriedades de

agonista dopaminérgico que também podem explicar os resultados. Coccaro et al.

(1990, 1992) trataram previamente com pindolol (5-20 mg), um antagonista não seletivo

β-adrenérgico, com efeitos potentes como antagonista 5-HT1A em 3 controles e

encontrou uma supressão dose dependente da resposta da prolactina a buspirona. Um

estudo semelhante com 8 controles (MELTZER et al., 1992), com a dose de 30 mg de

pindolol não suprimiu a resposta da prolactina a buspirona. Tratamento com pindolol 80

mg por 3 dias em 10 controles mostrou retardo no início da resposta da prolactina a

buspirona (ANDERSON; COWEN, 1992).

Concluindo, a buspirona provoca resposta de prolactina e GH (MELTZER;

FLEMMING; ROBERTSON, 1983; COCCARO et al., 1990). O aumento da prolactina

parece ser dose dependente, mas não a resposta do GH. A resposta do GH, ACTH e

cortisol à buspirona foi mais variável (COCCARO et al., 1990). A buspirona provocou

hipotermia (YOUNG et al., 1993) e mudanças subjetivas (MASKALL et al., 1995).

Ainda não está claro se mecanismos agonistas serotonérgicos ou antagonistas

dopaminérgicos seriam os responsáveis pela resposta da prolactina induzida pela

buspirona.

Ipsapirona

A ipsapirona é um agonista parcial do receptor 5-HT1A. Nas doses de 0,2 e 0,3

mg/kg essa droga aumentou os níveis de ACTH e cortisol em controles do sexo

masculino (LESCH et al., 1989, 1990). A dose de 20 mg de ipsapirona provocou

aumento de cortisol e aumento variável de ACTH, doses menores de 5 mg e 10 mg

foram ineficazes (KAHN et al., 1994). Após administração de 0,2 ou 0,3 mg/kg de

ipsapirona ocorreu tendência ao aumento de GH (LESCH et al., 1989). A ipsapirona (20

mg) provocou aumento de ACTH, cortisol, prolactina e GH. Ocorreu aumento de

oxitocina também, em menor intensidade e de forma mais variável. A temperatura caiu

após a administração da ipsapirona (CLEARE et al., 1998). Outro estudo não mostrou

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________________________________________________________________________Introdução 36

aumento da ocitocina com a ipsapirona (NEWMAN et al., 1999), talvez porque as doses

usadas foram muito baixas. A ipsapirona provocou efeitos colaterais intensos em

mulheres idosas (GELFIN et al., 1995).

O antagonista não seletivo 5-HT metergolina, que age nos receptores 5-HT1 e 5-

HT2, bloqueou parcialmente a resposta do eixo HHA a ipsapirona em 6 mulheres e 3

homens. O antagonista não seletivo β-adrenérgico e seletivo para receptores 5-HT1A/1B

pindolol aboliu a resposta do ACTH e cortisol induzida pela ipsapirona. O antagonista

seletivo β-adrenérgico betaxolol não alterou a resposta do eixo HHA induzida pela

ipsapirona (LESCH et al., 1990).

Concluindo, a ipsapirona aumenta o ACTH (KAHN et al., 1994; LESCH et al.,

1989, 1990), cortisol (KAHN et al., 1994; LESCH et al., 1989, 1990), prolactina

(CLEARE et al., 1998), GH (NEWMAN et al., 1999; CLEARE et al., 1998; LESCH et

al., 1989), de forma menos intensa e mais variável a oxitocina (NEWMAN et al., 1999;

CLEARE et al., 1998), diminui a temperatura (CLEARE et al., 1998) e provoca efeitos

colaterais intensos (observados em mulheres idosas, GELFIN et al., 1995). Os

resultados com antagonistas da função serotonérgica e noradrenérgica indicam que

mecanismos serotonérgicos são responsáveis pela resposta neuroendócrina a ipsapirona

(LESCH et al., 1990).

Fenfluramina

A fenfluramina é um agonista serotonérgico indireto, induz liberação pré

sináptica de serotonina, bloqueia a recaptação. Ela provocou aumento da ocitocina (LEE

et al., 2003), prolactina (FLORY et al., 2004; LEE et al., 2003; FLORY; MANUCK;

MULDOON, 2002; RAMASUBBU et al., 2000) e cortisol (RAMASUBBU et al.,

2000). No entanto, a fenfluramina (30 mg) não alterou a ansiedade, tristeza, elevação do

humor ou estado de alerta avaliados pos escala auto administrada (RAMASUBBU et

al., 2000). Dois indivíduos apresentaram sensação de frio, um relatou períodos de

vertigem que perduraram até 24 horas após o teste e uma mulher apresentou frequência

cardíaca irregular (RAMASUBBU et al., 2000). Não ocorreram náusea ou vômitos.

A fenfluramina provoca resposta da prolactina semelhante ao citalopram

(FLORY et al., 2004). A resposta da prolactina a fenfluramina mantém-se estável

quando avaliada em duas ocasiões com intervalo de 6 meses (FLORY; MANUCK;

MULDOON, 2002).

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________________________________________________________________________Introdução 37

Esses achados indicam que o desafio farmacológico com a fenfluramina provoca

aumento da prolactina (FLORY et al., 2004; LEE et al., 2003; FLORY; MANUCK;

MULDOON, 2002; RAMASUBBU et al., 2000), ocitocina (LEE et al., 2003) e cortisol

(RAMASUBBU et al., 2000), com poucos efeitos colaterais (RAMASUBBU et al.,

2000). Em 1997, relatos de caso descreveram doença cardíaca valvular em mulheres

tratadas com fenfluramina e fenteramina (CONNOLLY et al., 1997). Assim, por

segurança, a fenfluramina não deve ser usada como sonda neuroendócrina.

M-Clorofenilpiperazina (m-CPP)

A m-clorofenilpiperazina é um metabólito do antidepressivo trazodona e age

como um agonista serotonérgico pós sináptico 5HT1, 5HT1A, 5HT2, principalmente

5HT2C, e de α2-adrenoreceptores, com ação antagonista em 5HT3.

Após tratamento com m-CPP ocorreu aumento de ACTH, cortisol, prolactina e

resposta clínica associada (ansiedade, tremor, tontura, sensibilidade aumentada ao som e

a luz, e medo de perder o controle) (FEUCHTL et al., 2004).Ghaziuddin, Welch e

Greden (2003) avaliaram o desafio farmacológico com m-CPP em adolescentes e

encontrou pico de sintomas durante os primeiros 20 minutos, aumento de prolactina e

cortisol, aumento moderado da freqüência cardíaca, temperatura, pressão sistólica e

diastólica e aumento de GH que foi limitado aos homens. Terao et al. (2000) também

encontraram aumento de cortisol após m-CPP. Nos homens ocorreu correlação positiva

entre colesterol sérico e a resposta do cortisol. A existência dessa associação pode

explicar o aumento relatado de depressão, suicídio e violência em indivíduos com baixo

colesterol. A dose de 0,25 mg/kg de m-CPP perturbou a queda circadiana normal do

ACTH, cortisol e tirotropina. A dose de 0,5 mg/kg de m-CPP aumentou ACTH,

cortisol, tirotropina e aldosterona. Ocorreu resposta de ocitocina apenas em mulheres

(BAGDY; ARATO, 1998). Benjamin, Greenberg e Murphy (1996) também

encontraram aumento de sintomas psicológicos e físicos de ansiedade, temperatura,

diâmetro pupilar, pressão arterial diastólica, e ACTH, cortisol, e prolactina plasmáticos

após a primeira administração de 0.08 mg/kg m-CPP. Essa resposta foi atenuada na

segunda e terceira administração de m-CPP. Mueller et al. (1985) encontraram aumento

de temperatura, prolactina e cortisol plasmáticos, sem alterações no pulso ou pressão

sanguínea. Houve aumento pequeno, mas significativo, da ativação-euforia e ansiedade,

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________________________________________________________________________Introdução 38

mas sem efeito em depressão, disforia, senso de realidade alterado ou prejuízo cognitivo

avaliados por escalas auto administradas.

Os antagonistas serotonérgicos metergolina e metisergida aboliram a resposta

da prolactina ao m-CPP. A metergolina, que apresenta maior afinidade aos receptores

de serotonina, bloqueou a resposta do cortisol ao m-CPP, enquanto a metisergida

mostrou tendência a esse efeito (KAHN et al., 1990).

Concluindo, a administração aguda de m-CPP aumenta prolactina (FEUCHT et al.,

2004; GHAZIUDDIN et al., 2003; BENJAMIN; GREENBERG; MURPHY, 1996;

MUELLER et al., 1985), ACTH (FEUCHT et al., 2004; BAGDY; ARATO, 1998;

BENJAMIN; GREENBERG; MURPHY, 1996), cortisol (FEUCHT et al., 2004;

GHAZIUDDIN et al., 2003; TERAO et al., 2000; BAGDY; ARATO, 1998; BENJAMIN;

GREENBERG; MURPHY, 1996; MUELLER et al., 1985), tirotropina (BAGDY;

ARATO, 1998), aldosterona (BAGDY; ARATO, 1998), ocitocina apenas em mulheres

(BAGDY; ARATO, 1998), pressão arterial (GHAZIUDDIN et al., 2003; BENJAMIN;

GREENBERG; MURPHY, 1996) e temperatura (GHAZIUDDIN et al., 2003; MUELLER

et al., 1985), pequeno aumento da freqüência cardíaca (GHAZIUDDIN et al., 2003), e

causou ansiedade (FEUCHT et al., 2004; GHAZIUDDIN et al., 2003; BENJAMIN;

GREENBERG; MURPHY, 1996; MUELLER et al., 1985), euforia (MUELLER et al.,

1985), tremor, tontura, sensibilidade aumentada ao som e a luz, e medo de perder o controle

(FEUCHT et al., 2004).

Psilocibina (HASLER et al., 2004)

A psilocibina, o principal princípio ativo dos cogumelos alucinógenos, é um

agonista 5HT1A, 5HT2A e 5HT2C e provoca aumento da dopamina estriatal. Ela

provocou aumento do hormônio tireoestimulante, prolactina, ACTH, cortisol e pressão

arterial, provocou alteração da consciência e ansiedade e não alterou temperatura e

parâmetros cardíacos.

Agonistas Serotonérgicos – Conclusão

Em relação aos agonistas serotonérgicos em geral há consenso que aumentam

diversos hormônios. A buspirona, ipsapirona, o m-CPP e a psilocibina alteraram outras

medidas fisiológicas e também provocaram alterações subjetivas, como ansiedade,

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________________________________________________________________________Introdução 39

euforia e alteração da consciência. Provavelmente esses efeitos se relacionam à ação

dessas drogas em outros neurotransmissores (por exemplo, dopamina), portanto essas

drogas não seriam boas sondas neuroendócrinas da função serotonérgica, pois não

possuem ação específica e provocam efeitos subjetivos desagradáveis. A fenfluramina

seria a melhor droga desse grupo para ser usada como sonda neuroendócrina, provoca

resposta hormonal, não altera outras medidas fisiológicas, nem subjetivas, porém pode

provocar efeitos colaterais desagradáveis (vertigem, sensação de desmaio, frequência

cardíaca irregular) e há relato de caso de efeito colateral grave (doença cardíaca

valvular), o que limita o seu uso.

4.2.4. Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina

Encontramos desafios farmacológicos com citalopram, clomipramina,

escitalopram, fluoxetina e paroxetina. Avaliaremos por último o citalopram e o

escitalopram, por serem de maior interesse para o presente estudo.

Clomipramina

A clomipramina é o mais potente bloqueador da recaptação de serotonina entre

os antidepressivos tricíclicos, também é potente como inibidor da recaptação da

noradrenalina. Como os antidepressivos tricíclicos também tem ação anticolonérgica,

antimuscarínica, como antagonista adrenérgico alfa 1 e como anti-histamínico.

O ondansetron não alterou a resposta da prolactina à clomipramina administrada por

via endovenosa e apresentou uma tendência para diminuir a náusea causada pela droga

(LEATHERMAN et al., 1999). Esses achados sugerem que os receptores 5HT3 não

participam da resposta da prolactina nos desafios farmacológicos serotonérgicos em humanos.

Golden et al. (1996) encontraram que a idade, mas não o gênero ou a estação do

ano, influenciam a resposta da prolactina ao desafio farmacológico com clomipramina por

via endovenosa. Ocorre um aumento da resposta da prolactina a clomipramina com a idade.

Gilmore et al. (1993) encontraram que a resposta da prolactina a clomipramina

por via endovenosa é atenuada quando o desafio farmacológico com a clomipramina é

repetido num intervalo de duas semanas, mas não num intervalo de 4 semanas.

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________________________________________________________________________Introdução 40

Fluoxetina (VON BARDELEBEN et al., 1989)

Dose única de 80 mg de fluoxetina provocou aumento pequeno do cortisol, sem

alteração da prolactina, GH, hormônio luteinizante, hormônio folículo estimulante e

testosterona. A liberação de ACTH não foi modificada com administração associada de

80 mg fluoxetina e metirapone (que bloqueia a regulação de feedback dos

corticosteróides periféricos na secreção do ACTH).

Paroxetina

A paroxetina é um inibidor seletivo da recaptação da serotonina, com ação menos

seletiva para acetilcolina. Kojima et al. (2003) avaliaram 20 controles após ingestão de 20

ou 40 mg de paroxetina ou placebo. Houve aumento do ACTH uma hora após a ingestão de

20 mg de paroxetina, mas não de 40 mg de paroxetina. Houve aumento do cortisol após 4

horas da ingestão das duas doses da paroxetina, com diferença do placebo, sem diferença

entre si. A administração da ciproehtadina, um antagonista 5 HT2A, bloqueou a resposta do

cortisol e ACTH com 20 mg de paroxetina, mas não com 40 mg. Esse achado pode indicar

ação em 5HT2A que seria a responsável pelo aumento do ACTH. Isso vai ao encontro do

achado de Reist et al. (1996), que encontraram aumento do cortisol correlacionado com

cálcio plasmático com 40 mg de paroxetina, o que indica que a resposta ocorreu via

receptores 5HT2A. Acredita-se que os receptores 5HT2C também devem estar envolvidos, já

que o m-CPP (agonista 5HT2C) também aumenta o ACTH e cortisol. Contudo a

ciproehtadina não bloqueou a resposta do cortisol ao citalopram (ATTENBURROW et al.,

2001). Uma das razões desses resultados contraditórios pode estar nas diferenças estruturais

entre paroxetina e citalopram.

A paroxetina elevou os níveis de ácido homovanílico (metabólito da dopamina)

e ácido 5-hidroxiindolacético no liquido cefalorraquidiano após 3 horas da

administração de 40 mg (CARPENTER et al., 2003). A paroxetina acentuou a resposta

ao estresse causada pela punção lombar após 3 horas da administração da droga

(CARPENTER et al., 2003). O aumento do ácido 5-hidroxiindolacético no liquido

cefalorraquidiano é contrário a achados em animais com uso agudo e crônico de

inibidores seletivos da recaptação da serotonina e em humanos com uso crônico. O

aumento dos níveis de ácido homovanílico é informativo, uma correlação entre estes

dois metabólitos é sempre observada.

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________________________________________________________________________Introdução 41

O pindolol não potencializou a resposta hormonal causada pela paroxetina. Isso

está de acordo com estudos que discutem que as doses de pindolol utilizadas

clinicamente são insuficientes, porém doses maiores não podem ser utilizadas devido

aos efeitos colaterais que provocam (BRUNSWICH et al., 2004). O pindolol é um

antagonista não seletivo β-adrenérgico, com ação antagonista potente em 5-HT1A, mas

em doses altas mostra efeito misto agonista-antagonista nos receptores 5-HT1A

(COCCARO et al., 1990).

A perospirona combinada com a paroxetina atenuou de forma significativa a

resposta do cortisol à paroxetina, provavelmente devido a um antagonismo 5HT2 da

perospirona (IWAKAWA et al., 2004).

Citalopram

O citalopram é um inibidor altamente seletivo da recaptação de serotonina e a

ação na recaptação de noradrenalina é mínima (HYTTEL et al., 1995). É bem tolerado

por pacientes deprimidos e controles saudáveis (CHARBONNIER et al., 1987; LADER

et al., 1986; ITIL et al., 1984). A eficácia do citalopram no tratamento do Transtorno do

Pânico foi demonstrada por vários estudos controlados (NEUGER et al., 2000;

LEINONEN et al., 2000; LEPOLA et al., 1998; WADE et al.,1997) e um estudo aberto

(HUMBLE et al., 1992), sendo mais eficaz que o placebo e semelhante à paroxetina

(PERNA et al., 2001) e à clomipramina (LEINONEN et al., 2000; LEPOLA et al.,

1998; WADE et al., 1997).

Os desafios farmacológicos com citalopram endovenoso mostram aumento do

cortisol (LOTRICH et al., 2005; BHAGWAGAR; HAFIZI; COWEN, 2002;

ATTENBURROW et al., 2001; SEIFRITZ et al., 1996) e prolactina (LOTRICH et al.,

2005; ATTENBURROW et al., 2001, SEIFRITZ et al., 1996) plasmáticos e aumento do

cortisol salivar (BHAGWAGAR; HAFIZI; COWEN , 2002). Não houve alteração dos

níveis de GH, elevação da temperatura ou frequência cardíaca (SEIFRITZ et al., 1996).

O primeiro estudo (HENNING; NETTER, 2002) com citalopram via oral,

realizado com 48 voluntários do sexo masculino, não encontrou aumento do GH e

prolactina, mas demonstrou resposta de cortisol após 3 horas da ingestão de 20 mg de

citalopram, sendo que o grupo que recebeu citalopram apresentou níveis maiores de

prolactina do que o grupo placebo. Com uma dose de 53,9 mg de citalopram houve

elevação de prolactina que se correlacionou a resposta encontrada em desafio

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________________________________________________________________________Introdução 42

farmacológico prévio com fenfluramina (FLORY et al., 2004). Outro estudo (NADEM;

ATTENBURROW; COWEN (2004) avaliou 15 controles (11 homens e 4 mulheres) após 20

mg de citalopram e 10 mg de escitalopram e mostrou que os níveis da prolactina não

foram alterados, mas houve aumento do cortisol salivar e plasmático após 13 horas da

ingestão da droga. Em estudo sem análise estatística, Mattos et al. (2006) encontraram

que 2 a 4 horas após 40 mg de citalopram 4 de 6 controles tiveram elevação do cortisol.

O GH aumentou após 2 a 3 horas em 3 dos 4 voluntários que tiveram elevação do

cortisol. Os outros 3 apresentaram aumento do GH com placebo. Dois de 6 indivíduos

tiveram elevação dos níveis de prolactina. Não houve resposta hormonal com 20 mg de

citalopram em 9 homens, mas com 40 mg houve elevação de cortisol após 140 minutos

de sua ingestão, tendência a aumento de prolactina, sem alteração do ACTH

(HAWKEN et al., 2006). Assim o grupo de resultados indica que são necessárias

dosagens maiores dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina para a resposta

hormonal quando da administração oral, embora a resposta de cortisol possa aparecer

com dose menor. Para resposta da prolactina parecem ser necessárias doses maiores da

droga e amostra grande.

O citalopram foi bem tolerado (ATTENBURROW et al., 2001, SEIFRITZ et al.

1997, 1996). Com 5 mg de citalopram 4 indivíduos apresentaram sonolência, e 1

náusea, com 10 mg de citalopram 8 apresentaram sonolência, 4 náusea e 1 tontura. Os

efeitos ocorreram 60 minutos após o início da infusão e foram leves e transitórios

(ATTENBURROW et al., 2001). Com 20 mg, um indivíduo apresentou náusea

importante e foi excluído da análise (SEIFRITZ et al., 1997, 1996). Houve aumento dos

itens angústia, agitação, mal-estar, náusea (MATTOS et al., 2006) e tontura com 20 mg

de citalopram (SEIFRITZ et al., 1996).

Um estudo avaliou o efeito da privação de sono nas respostas de cortisol e

prolactina ao citalopram e verificou que ocorre uma atenuação da resposta a prolactina,

sem alteração da resposta ao cortisol (SEIFRITZ et al., 1997).

Também em controles normais o tratamento com 20 mg diários de citalopram

por 6 dias acentuou o aumento matinal normal do cortisol salivar, sem alterações nas

concentrações basais de cortisol salivar ao longo do dia (HARMER et al., 2003). Além

disso, o mesmo tratamento por 7 dias aumentou a resposta da corticotropina, hormônio

de crescimento, prolactina e pressão arterial sistólica ao estresse hipoglicêmico, sem

alterar a resposta do cortisol, renina, adrenalina e noradrenalina (JEZOVA; DUNCKO,

2002). Com base nestes resultados, os autores sugeriram que o tratamento com

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________________________________________________________________________Introdução 43

antidepressivos aumenta a ativação neuroendócrina causada pelo estresse em controles

normais. Assinalaram também que tais efeitos podem ser observados após tratamento

com drogas que atuam de modo diverso sobre a serotonina. Por exemplo, a tianeptina

tem efeitos semelhantes, apesar de aumentar a recaptação da serotonina. Portanto,

mecanismos não serotonérgicos devem estar envolvidos nessas ações farmacológicas.

Escitalopram

O escitalopram é o S-enantiômero da droga racêmica citalopram, sendo

responsável por sua atividade farmacológica (HYTTEL et al., 1994), posto que a

propriedade de inibir a recaptação de serotonina do citalopram reside claramente no S-

citalopram (SÁNCHEZ et al., 2003; BURKE; KRATOCHVIL, 2002; HYTTEL et al.,

1992). O escitalopram (incluindo o metabólito desmetilado), não tem afinidade

significativa por mais de 140 receptores e sítios de ligação (SÁNCHEZ et al., 2003). O

escitalopram pode, portanto, ser considerado o mais seletivo inibidor de recaptação de

serotonina disponível atualmente.

A absorção oral do escitalopram é rápida, atinge o pico plasmático entre 3 a 4

horas (RAO, 2007; SOGAARD et al., 2005), e não é afetada pela alimentação. Possui

uma biodisponibilidade oral de 80% (JOFFE et al., 1998), sugerindo que o metabolismo

de primeira passagem hepático é limitado. A ligação com as proteínas plasmáticas é

baixa, igual a 56% (RAO, 2007). Sua metabolização hepática é realizada pelo sistema

do citocromo P450, que transforma o composto em desmetil escitalopram e,

posteriormente, em um metabólito bidesmetilado, que é dificilmente detectável (RAO,

2007). A meia vida de eliminação é de aproximadamente de 27 a 33 horas (RAO,

2007). É um inibidor fraco das isoenzimas dos citocromos, tendo um potencial reduzido

de interação com outras medicações (VON MOLTKE et al., 2001). Vários estudos

evidenciaram que o escitalopram é bem tolerado (COLONNA; ANDERSEN; REINES,

2005; LEPOLA et al., 2003; WADE; LEMMING; HEDEGAARD, 2002).

A eficácia do escitalopram no Transtorno do Pânico foi demonstrada em um

estudo duplo cego realizado em 366 pacientes com ou sem Agorafobia. Após 2 semanas

iniciais de tratamento simples-cego com placebo, os sujeitos foram divididos,

aleatoriamente, em três grupos, que receberam placebo, citalopram e escitalopram,

respectivamente, durante um período de 10 semanas. Os resultados mostraram que

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________________________________________________________________________Introdução 44

escitalopram foi superior ao placebo na redução da frequência dos ataques de pânico

(STAHL; GERGEL; LI, 2003).

O tratamento com 10 mg de escitalopram foi bem tolerado e provocou aumento

de cortisol plasmático e salivar, sem aumento de prolactina (NADEEM et al., 2004).

Esse resultado está de acordo com os achados com citalopram descritos acima, onde

Henning e Netter (2002), utilizando uma dose de 20 mg da droga, encontraram aumento

de cortisol, mas não de prolactina. Flory et al. (2004), utilizando uma dose maior (53.9

mg), foram capazes de observar aumento de prolactina semelhante ao teste provocativo

com fenfluramina, reforçando a hipótese de que é necessário uma dosagem sérica maior

para que seja possível detectar efeitos destas drogas sobre esse hormônio. Houve

aumento de cortisol salivar de forma dose dependente após 2 horas e 25 minutos da

ingestão de 10 e 20 mg de escitalopram em 48 voluntários saudáveis (24 homens e 24

mulheres) (KUEPPER et al., 2006), sendo que com 20 mg os níveis de cortisol foram

maiores nas mulheres, sem diferenças entre as fases do ciclo menstrual. Nesse estudo a

prolactina não foi avaliada.

O Quadro 4 mostra a resposta hormonal aos testes provocativos com citalopram

e escitalopram oral.

Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina – Conclusão

Há consenso que a administração endovenosa aguda dos inibidores seletivos da

recaptação de serotonina provoca aumento da prolactina e cortisol. São necessárias

dosagens maiores para a resposta hormonal quando da administração oral, e os estudos

até o momento não encontraram resposta significativa com a prolactina. O cortisol

parece mais sensível à ação da serotonina, embora também responda a outros fatores,

como o estresse do procedimento. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina

não causaram alterações em outras medidas fisiológicas ou subjetivas, a clomipramina

provocou náusea. Assim, a clomipramina seria a menos promissora como sonda

neuroendócrina devido ao efeito colateral causado. Os testes provocativos com o

citalopram e o escitalopram não afetaram medidas subjetivas (NADEEM et al., 2004;

KUEPPER et al., 2006), nem a pressão arterial ou a freqüência cardíaca (PENTTTILÄ

et al., 2001; SEIFRITZ et al., 1996), sendo que não há estudos que avaliaram a

condutância da pele. Tendo em vista os achados discutidos em relação à resposta

hormonal ao citalopram e escitalopram quando administrados por via oral, embora essas

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________________________________________________________________________Introdução 45

sejam as drogas com ação mais específica, temos que ter cautela na afirmação de que

seriam os agentes mais promissores para serem usados nos desafios farmacológicos. O

presente trabalho pretende auxiliar na discussão da validade do escitalopram como

sonda neuroendócrina.

Artigo N Cortisol Prolactina ACTH GH Tempo da

resposta

Citalopram 20 mg Henning e

Netter

(2002)

48 > placebo _ Sem

alteração 2 horas

Nadem ;

Attenburrow

e Cowen

(2004)

15 salivar e

plasmático

Sem

alteração _ _ Salivar = 2

horas,

Plasmático =

60 minutos

Hawken et

al. (2006) 9 Sem

alteração Sem

alteração

Sem

alteração _ _

Citalopram 40 mg Hawken et

al. (2006) 9 Tendência Sem

alteração _ 2 horas e 20

minutos

Citalopram 53,9 mg Flory et al.

( 2004)

_ Resposta similar

fenfluramina _ _ 3 horas

Escitalopram 10 mg Nadem;

Attenburrow

e Cowen

(2004)

15 salivar e

plasmático Sem

alteração _ _ Salivar = 2

horas,

Plasmático =

60 minutos

Kuepper et

al. (2006) 48 salivar

dose-

dependente

_ _ _ 2 horas e 25

minutos

Escitalopram 20 mg Kuepper et

al. (2006) 48 salivar

dose-

dependente

_ _ _ 2 horas e 25

minutos

Quadro 4. Resposta hormonal aos testes provocativos com citalopram e escitalopram oral.

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OBJETIVOS

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_________________________________________________________________________Objetivos 47

OBJETIVOS

Este estudo medirá o efeito da administração aguda de escitalopram na

ansiedade induzida pelo SFP. Considerando os resultados obtidos anteriormente com a

administração aguda de drogas que inibem a recaptação de serotonina, seria de se

esperar que este tratamento deva amplificar o aumento da ansiedade subjetiva

provocada pelo SFP.

Além disso, mediremos o efeito da mesma droga sobre os níveis plasmáticos de

cortisol e prolactina. A previsão, baseada em resultados publicados, é de que estes

sejam elevados pelo escitalopram, sendo a prolactina aumentada principalmente com

uma dosagem maior.

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MATERIAIS E MÉTODOS

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________________________________________________________________Materiais e Métodos 49

MATERIAIS E MÉTODOS

1. Local de Realização do Estudo

O estudo foi realizado no Laboratório de Psicofarmacologia do Departamento de

Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão

Preto da Universidade de São Paulo.

2. Amostra

A amostra foi composta por 43 voluntários do sexo masculino (ver Figura 1),

distribuídos da seguinte forma: 12 voluntários no grupo placebo; 17 voluntários no

grupo de 10 mg e 14 voluntários no grupo de 20 mg.

2.1. Critérios de Inclusão

Devido às possíveis interferências das fases do ciclo menstrual no processamento de

emoções e a dificuldade de controlar essa variável decidiu-se incluir apenas participantes do

sexo masculino. Foram incluídos voluntários com idade entre 18 a 45 anos, que

completaram o ensino fundamental, sem problemas clínicos ou psiquiátricos e que não

tivessem participado de experimento de pesquisa com uso de drogas há pelo menos 15 dias.

2.2. Critérios de Exclusão

Foram excluídos tabagistas de mais de 10 cigarros ao dia, voluntários com

ingestão de cafeína superior a 6 xícaras de café por dia, ou com ingestão de álcool

superior a mais do que 20 unidades de bebida alcoólica por semana (uma lata de 330 ml

de cerveja = 1 unidade, 1 copo de vinho = 1 unidade). Outros critérios de exclusão

foram dependência de outras substâncias psicoativas como maconha e cocaína, uso de

medicação e índice de massa corporal (IMC) menor que 18,5 ou maior que 25.

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________________________________________________________________Materiais e Métodos 50

72 submetidos Screening por telefone

52 selecionados

20 excluídos:6 recusaram

7 medicações clínicas1

1 obesidade6 doença psiquiátrica passada2

50 entrevista clínica e psiquiátrica

2 recusaram

44 realizaram SFP

Amostra final: 43

6 excluídos:1 alteração cardíaca

4 recusaram1 uso de finasterida

1excluído:uso de propanolol

VAMSESSCortisol/ProlactinaCPPC

P 10 mg 20 mg

12 11 1212 16 1412 14 118 14 10 12 17 13

Figura 1. Fluxograma do número de participantes do estudo e do número de voluntários em cada grupo (P = placebo, 10 mg ou 20 mg de escitalopram) de variáveis avaliadas (VAMS, ESS, CP = Condutância da Pele e PC = Parâmetros Cardiovasculares). 1. indivíduos excluídos devido ao uso de medicações clínicas: para psoríase (1), e hipotireoidismo (1), tratamento com isotretinoína (1), antidepressivo (1), e outras não especificadas (3). 2. voluntários excluídos devido a doença psiquiátrica passada: Transtorno Obsessivo Compulsivo (1), Depressão Maior (1), Dependência a Nicotina (2), Abuso de maconha (1), Transtorno de Ansiedade associado ao Abuso de Álcool (1).

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________________________________________________________________Materiais e Métodos 51

2.3. Avaliação Diagnóstica

Os voluntários foram recrutados entre estudantes universitários e funcionários

do Hospital das Clínicas da FMRP-USP e por indicação dos mesmos.

Foram inicialmente avaliados por meio da Entrevista Clínica Estruturada para o

DSM-IV – versão clínica (SCID-CV) (FIRST et al., 1997), traduzida e adaptada para o

Português (DEL-BEN et al., 2001) para a exclusão de qualquer diagnóstico psiquiátrico,

bem como o uso de medicações e a presença de uma condição médica geral que pudesse

apresentar sintomas de ansiedade.

Os sujeitos também foram avaliados quanto à predisposição para responder com

ansiedade e/ou à tendência para perceber uma variedade de situações como

ameaçadoras através do Inventário de Ansiedade Traço-Estado, formulário traço

(IDATE-T). Trata-se de uma escala auto-administrável, criada por Spielberger, Gorsuch

e Lushene (1970) e traduzida e validada para o Português por Biaggio, Natalício e

Spielberger (1976), composta por 20 itens, com 4 níveis de resposta possíveis (quase

nunca, às vezes, freqüentemente e quase sempre) (ANEXO A).

Foi realizada uma bateria de exames para excluir condição médica e uso de

drogas: hemograma, função renal e hepática, eletrólitos, glicemia, hormônios

tiroidianos, eletrocardiograma, VDRL, anti HIV, “screening” para drogas.

Os voluntários foram ressarcidos de despesas decorrentes da participação no

experimento, como alimentação e locomoção.

O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do

Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (ANEXO B).

3 Medidas Subjetivas de Ansiedade

Para a avaliação subjetiva da ansiedade foram utilizados dois instrumentos auto-

aplicáveis: a Escala Analógica Visual do Humor (VAMS) e a Escala de Sintomas

Somáticos (ESS).

A VAMS, desenvolvida por Norris (1971) e traduzida e adaptada para o

Português por Zuardi e Karniol (1981), é constituída por 16 itens compostos por dois

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________________________________________________________________Materiais e Métodos 52

adjetivos antônimos separados entre si por uma linha de 100mm. O indivíduo deve

marcar com um traço vertical o ponto que melhor descreve como ele está se sentindo

naquele momento, em comparação com o seu estado habitual, que corresponde ao ponto

central da linha. A escala é dividida em 4 fatores determinados por análise fatorial

(ZUARDI et al., 1993): fator ansiedade (calmo / agitado, relaxado / tenso, tranquilo /

preocupado); fator sedação mental (alerta/sonolento, atento/distraído); fator sedação

física (perspicaz/com raciocínio difícil, capaz/incapaz, dinâmico/apático, com idéias

claras/confuso, sociável/retraído, ágil/desajeitado, forte/fraco) e fator outros sentimentos

e atitudes (interessado/desinteressado, amistoso/hostil, alegre/triste, satisfeito/

insatisfeito) (ANEXO C). Como já discutido em trabalho anterior (PARENTE et al.,

2005; GARCIA-LEAL, 2003), em relação aos fatores ansiedade e sedação mental as

denominações parecem ser adequadas, traduzindo corretamente o que os fatores

avaliam. O fator sedação física parece refletir dificuldades nas funções cognitivas, assim

uma expressão mais adequada seria “prejuízo cognitivo”. Da mesma forma, os itens

agrupados no fator “outros sentimentos e atitudes” seriam mais bem denominados como

desconforto.

A ESS consiste de 21 itens, compostos por queixas físicas relacionadas à

ansiedade, com 6 níveis de respostas possíveis (nada, muito pouco, pouco,

moderadamente, muito, extremamente) (ANEXO D). Este instrumento tem sido

utilizado em estudos com psicofármacos neste modelo experimental (ZUARDI et al.,

1993; HETEM et al., 1996).

4 Medidas Fisiológicas de Ansiedade

4.1 Condutância da Pele

A condutância da pele foi medida por meio de módulo de condutância de pele

com back off automático de voltagem constante (0,6V) e controlado por computador

(Contact Precision Instruments). Os eletrodos (Beckman) empregados foram envolvidos

por uma fita adesiva (1 cm de diâmetro) e o espaço entre eles e a pele foi preenchido por

gel condutor (KY jelly). Este teste irá medir o número de flutuações espontâneas e o

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________________________________________________________________Materiais e Métodos 53

nível basal de condutância da pele. Trinta e cinco voluntários coletaram os dados de

condutância em equipamento mais antigo. Posteriormente o aparelho foi substituído por

modelo mais recente devido a problemas técnicos e o restante da amostra teve seus

dados coletados nesse aparelho novo.

4.2 Pressão Arterial e Freqüência Cardíaca

A pressão arterial foi aferida através de um esfignomanômetro Becton-

Dickinson e a freqüência cardíaca através de ausculta cardíaca.

4.3 Dosagens Plasmáticas de Cortisol e Prolactina

As amostras foram armazenadas no laboratório e centrifugadas a 2000 rpm e o

sobrenadante foi armazenado a –20oC até a dosagem de cortisol, prolactina e

escitalopram. As dosagens de cortisol e prolactina plasmáticas foram realizadas no

Laboratório de Endocrinologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de

Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. As amostras de cada indivíduo foram

analisadas em duplicata no mesmo ensaio. O cortisol plasmático foi determinado pelo

método de radioimunoensaio após extração com etanol, e a prolactina foi dosada pelo

método imunofluorométrico (DELFIA 80/505 Wallac Oy, Turku, Finlândia). A

sensibilidade do ensaio e os coeficientes de variação intra e entre-ensaios foram: 1,20

ug/dl, 2,84% e 10,40% para o cortisol, e 1,50 ng/ml, 3,00% e 7,86% para a prolactina.

4.4. Dosagem Plasmática do Escitalopram

As concentrações plasmáticas de escitalopram foram analisadas pela

cromatografia líquida de alta eficiência acoplada ao espectrômetro de massa (LC-

MS/MS) conforme descrito por Rocha et al. (2007). As análises foram realizadas numa

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________________________________________________________________Materiais e Métodos 54

coluna quiral Chiralcel® OD-R (tamanho da partícula: 10µm, 250 x 4.6 mm; Chiral

Technologies, Exton, PA) com uma fase móvel consistindo de acetonitrato, metanol e

água (30:30:40, v/v/v) contendo 0,05% de dietilamina. Para a análise, 1 ml de plasma

foi suplementado com 25 µl de mistura padrão (pindolol na concentração de 5 µg/ml de

metanol, Novartis, Suíça), 100 µl de 1 M de hidóxido de sódio, 200 mg de sódio

clorado, e 5 ml de álcool tolueno isoamil (9:1,v/v) e após ser misturado por 30 minutos

foi centrifugado a 2000g por 10 minutos. A fase orgânica foi transferida para tubos

cônicos e evaporada até sua secagem num sistema de evaporação a vácuo (RCT90 e

RC10.22, Jouan AS, St. Herblain, França) sob a temperatura de 25° C. Os resíduos

foram resuspensos em 100 µl da fase móvel e 100 µl de hexano, misturados por 30

segundos e centrifugados por 1 minuto, e 60 µl da fase aquosa foi injetada na coluna

cromatográfica. Todos os procedimentos analíticos foram realizados sob luz amarela

devido a fotosensibilidade do citalopram. O efeito de matriz foi praticamente ausente. A

recuperação foi maior que 85%. O limite de quantificação foi 0,1 ng/ml, e a linearidade

foi observada acima de 500 ng/ml de plasma. Os coeficientes de variação e os erros

relativos obtidos, respectivamente, nos estudos de precisão intra e entre-ensaios foram

menores que 15%.

5. Procedimentos

Em função das peculiaridades do modelo experimental de ansiedade utilizado

neste estudo, os procedimentos e os esclarecimentos sobre as características para a

realização do mesmo foram feitos em dois momentos distintos. A primeira parte

consistiu de canulação, medidas subjetivas e fisiológicas de ansiedade e ingestão de

droga e a segunda parte na realização do SFP.

Antes de realizar a sessão experimental o voluntário realizou uma entrevista de

triagem, que incluiu a SCID e a IDATE-T, e realizou todos os exames clínicos já

especificados.

Os indivíduos foram orientados a não fumar, não ingerir alimentos ou café uma

hora antes da coleta de sangue. Foram orientados a não beber 48 horas antes da sessão,

dormir no mínimo 6 horas no dia anterior à sessão e não realizar atividades estressantes

no dia anterior. Os voluntários almoçaram às 12 horas no dia da sessão.

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________________________________________________________________Materiais e Métodos 55

A sessão iniciou-se às 14 horas. No dia da sessão experimental, logo após a

chegada ao laboratório, foi apresentado o termo de consentimento relacionado à

primeira parte do estudo. Nesse momento foram fornecidas informações sobre a

realização de medidas subjetivas e fisiológicas de ansiedade, sobre a canulação e sobre a

droga a ser ingerida, conforme detalhado na primeira parte do termo de consentimento

(APÊNDICE A). Após o acordo do voluntário, uma veia foi puncionada (butterfly). O

acesso venoso foi mantido durante todo o procedimento com solução salina. Após 30

minutos de repouso foram realizadas as medidas basais. Para as medidas de condutância

da pele foi solicitado que o sujeito retirasse anéis e relógio e lavasse as mãos. A seguir,

o sujeito foi orientado para se sentar o mais confortável possível e os eletrodos para

medir a condutância da pele foram conectados ao terço médio dos dedos indicador e

médio (VENABLES; CHRISTIE, 1980). Foi solicitado ao sujeito que relaxasse e

permanecesse sentado, evitando mover a mão onde os eletrodos da condutância foram

conectados durante a realização das medidas.

Em seguida o voluntário recebeu uma cápsula contendo 10 mg de escitalopram,

20 mg de escitalopram ou placebo de forma randomizada e duplo-cega. As cápsulas

foram preparadas pela Farmácia do HC-FMRP e o experimentador e voluntário não

tinham informação a respeito da droga que estava sendo ministrada.

Após 2 horas da ingestão da cápsula foram tomadas as medidas subjetivas e

fisiológicas de ansiedade pré-teste. Em seguida foram apresentados os esclarecimentos

sobre a segunda parte do estudo e a segunda parte do temo de consentimento

(APÊNDICE B). Foi explicado que o sujeito tinha 2 minutos para preparar um discurso

sobre o transporte de nossa região com duração de 4 minutos que seria gravado em

videoteipe e posteriormente analisado por psicólogo.

Havendo concordância por parte do paciente em continuar participando do

estudo foram realizadas as medidas de ansiedade antecipatória. Em seguida o sujeito

iniciou a sua fala diante da videocâmera ao mesmo tempo em que via a própria imagem

na tela da televisão. O discurso foi interrompido na metade para as avaliações de

medida de desempenho. O discurso foi gravado por mais 2 minutos e as avaliações pós-

estresse foram realizadas imediatamente após, 15, 30 e 60 minutos após o término da

gravação do discurso.

Ao final da sessão, o voluntário descreveu sua impressão subjetiva do efeito da

droga, sendo que qualquer intercorrência foi registrada pelo pesquisador.

O Quadro 5 ilustra os passos dados durante o procedimento.

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________________________________________________________________Materiais e Métodos 56

TEMPO DURAÇÃO

(em minutos) PROCEDIMENTO

0 a 15 15 Orientações sobre as medidas subjetivas e fisiológicas de ansiedade, sobre canulação e sobre a ingestão de droga Leitura e discussão da primeira parte do consentimento informado

15 a 30 15 Canulação 30 a 60 30 Repouso 60 a 74 14 Medidas basais (VAMS, ESS, PA, FC, condutância da pele)

Coleta de sangue – medidas basais* 74 a 75 1 Ingestão da droga 75 a 195 120 Repouso 195 a 210 15 Medidas pré-teste (VAMS, ESS, PA, FC, condutância da pele)

Coleta de sangue pré-teste** 210 a 220 10 Orientações sobre a sessão experimental

Leitura e discussão da segunda parte do consentimento informado 220 a 222 2 Preparação do discurso (condutância da pele) 222 a 232 10 Medidas de ansiedade preparatória (VAMS, ESS, PA, FC) 232 a 234 2 Gravação do discurso (condutância da pele) 234 a 244 10 Medidas de ansiedade de desempenho (VAMS, ESS, PA, FC) 244 a 246 2 Continuação do discurso (condutância da pele) 246 a 251 5 Coleta de sangue pós-teste1 ** 251 a 261 10 Período de relaxamento 261 a 276 15 Medidas pós-estresse 1 (VAMS, ESS, PA, FC, condutância da pele)

Coleta de sangue - medidas pós-teste 2* 276 a 286 10 Medidas pós-estresse 2 (VAMS, ESS)

Coleta de sangue – medidas pós-teste 3* 286 a 306 20 Período de relaxamento 306 a 316

10 Medidas pós-estresse 3 (VAMS, ESS) Coleta de sangue - medidas pós-teste 4**

Quadro 5. Seqüência de procedimentos nas sessões experimentais – teste da simulação de falar em público

* dosagem de cortisol e prolactina; ** dosagem de cortisol, prolactina e escitalopram

6. Análise dos dados

A idade média e o escore total da IDATE-T foram analisados por análise de

variância (ANOVA) de uma via, avaliando-se o fator grupo. A escolaridade foi

analisada através do qui-quadrado. Os níveis de cortisol plasmático e de prolactina

plasmática, os fatores da VAMS, a soma dos itens da ESS, a pressão arterial sistólica e

diastólica, freqüência cardíaca e os níveis plasmáticos do escitalopram foram

submetidos à análise de variância (ANOVA) de medidas repetidas, sendo analisados os

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________________________________________________________________Materiais e Métodos 57

fatores grupo e fase experimental. Os fatores repetidos foram analisados com a correção

de Huynh-Feldt. Comparações post-hoc foram realizadas pelo teste de LSD (“Least

Significant Difference”). Nesses dados também foi realizada uma análise complementar

de contraste. Para análise da interação fase x grupo ou efeito de grupo foi realizada

ANOVA de uma via em cada fase com comparações post-hoc pelo teste de LSD. Para

análise do efeito de fase foi realizado teste t pareado entre as fases de interesse quando

houve interação fase x grupo ou efeito de grupo.

Em função da perda do acesso venoso durante a sessão experimental, não foi

possível mensurar os níveis hormonais em todas as fases do procedimento em 6

voluntários, sendo 3 do grupo de 10 mg e 3 do grupo de 20 mg, que foram excluídos da

análise.

Na análise da VAMS foram excluídos 6 voluntários do grupo de 10 mg e 2 do

grupo de 20 mg devido ao preenchimento incorreto da escala.

Na análise da ESS, foi excluído um voluntário do grupo de 10 mg por

preenchimento incorreto da escala.

Na análise da pressão arterial sistólica e diastólica e da freqüência cardíaca foi

excluído um voluntário do grupo de 20 mg devido à intercorrência na sessão

experimental que impossibilitou a realização dessas medidas.

Os valores dos níveis de condutância da pele foram convertidos nos seus

equivalentes logarítmicos naturais (logn) para obtenção de uma distribuição normal,

sendo feita a adição de 0,01 a todos os valores. O número de flutuações espontâneas e a

conversão logarítmica dos níveis de condutância foram analisados por ANOVA de

medidas repetidas com os fatores grupo e fase. Em função de problemas técnicos no

aparelho de condutância foram excluídos da análise 4 voluntários do grupo placebo, 3

do grupo de 10 mg e 4 do grupo de 20 mg. A Figura 1 mostra a amostra final de cada

variável avaliada.

Foram considerados significativos valores de p < 0,05.

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RESULTADOS

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________________________________________________________________________Resultados 59

RESULTADOS

Não houve diferença entre os grupos em relação à idade [F(2,42) = 0,62, p =

0,541], IMC [F(2,42) = 0,60, P = 0,554], escolaridade [F(2,42) = 0,40, p = 0,669] e

escore médio do Inventário de Ansiedade Traço-Estado, formulário traço [F(2, 42) =

0,49, p = 0,616]. A idade média foi de 24,09 ± EPM 0,89 (variando de 19 a 29); 22,88 +

EPM 0,77 (variando de 19 a 29) e 23,92 + EPM 0,91 (variando de 19 a 31) nos grupos

placebo, 10 e 20 mg de escitalopram respectivamente. O IMC médio foi 23,68 + EPM

0,69 (variando de 18,17 a 27,76); 22,76 + EPM 0,52 (variando de 17,73 a 26,57) e

22,76 + EPM 0,76 (variando de 18,29 a 29,98) nos grupos placebo, 10 e 20 mg de

escitalopram respectivamente. Incluímos 6 voluntários com sobrepeso. A escolaridade

média foi 15,02 anos de estudo + EPM 0,87 (variando de 11 a 20); 14,08 + EPM 0,41

(variando de 11 a 17) e 14,44 + EPM 0,94 (variando de 5 a 19) nos grupos placebo, 10 e

20 mg de escitalopram respectivamente. O escore médio do IDATE-T foi 35,41 ± EPM

2,04 (variando 27 a 49); 32,00 + EPM 2,71 (variando de 23 a 72) e 33,23 + EPM 2,11

(variando de 25 a 49) nos grupos placebo, 10 e 20 mg de escitalopram respectivamente.

1 VAMS Ansiedade

O SFP provocou aumento da ansiedade nos voluntários [fator fases F (3,36;

107,6) = 16,18, p < 0,001] independentemente do tratamento instituído [fator

tratamento F (2,32) = 2,25, p = 0,121; interação fases x tratamento F (6,72; 107,6) =

0,91, p = 0,496]. No entanto, análise complementar de contraste mostrou um efeito de

tratamento, com diferença significativa entre 10 mg e placebo (p = 0,04). Esses dados

estão representados na Figura 2.

A comparação entre os escores médios dos grupos de tratamento em cada fase

mostrou diferenças significativas nas medidas pós-teste registradas 15 [F (2, 33) = 3,34,

p = 0,048], 30 [F (2, 32) = 5,17, p = 0,011] e 60 minutos [F (2, 32) = 3,63, p = 0,038]

após a conclusão do SFP. O teste post hoc mostrou que o grupo que recebeu 10 mg de

escitalopram apresentou-se mais ansioso que o placebo nas três medidas [15 (p =

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________________________________________________________________________Resultados 60

0,015), 30 (p = 0,003), 60 (p = 0,016)] e o grupo que recebeu 20 mg mais ansioso na

medida pós-teste após 60 minutos (p = 0,052). An

sied

ade

30

35

40

45

50

55

60 10 mg 20 mg Placebo

**

*

*

1

1

1

2

B D 15 30 60PT Pr

(mm

)

Figura 2. Média e EPM do fator ansiedade da VAMS em 11 controles após uso de 10

mg de escitalopram, 12 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 12 controles após placebo submetidos ao SFP. Fases da sessão experimental: B basal, PT pré-teste, Pr preparação do discurso, D discurso, 15, 30 e 60 minutos após o discurso. *diferenças em relação ao placebo, 1diferenças de PT, 2diferença de D.

O SFP provocou aumento significativo de ansiedade nos três grupos [t pareado

entre medidas pré-teste e preparatória: 10 mg (t = -2,81; gl = 11; p = 0,017), 20 mg (t =

-2,94; gl = 11; p = 0,013) e placebo (t = -2,44; gl = 11; p = 0,033)], sendo que o grupo

placebo teve queda da ansiedade 15 minutos após o término do SFP enquanto nenhum

efeito foi observado com os outros grupos [t pareado entre medidas de desempenho e 15

minutos após o teste: placebo (t = 4,89; gl = 11; p < 0,001), 10 mg (t = 0,59; gl = 11; p =

0,567) e 20 mg (t = 1,67; gl = 11; p = 0,122)].

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________________________________________________________________________Resultados 61

2 VAMS Sedação

Conforme ilustrado na Figura 3, o SFP provocou diminuição da sedação (ou

aumento da vigilância) nos voluntários [fator fases F (4,79; 153,28) = 11,61, p < 0,001]

independentemente do tratamento instituído [fator tratamento F (2,32) = 0,6, p = 0,553;

interação fases x grupo F (9,58; 153,28) = 0,8, p = 0,620]. A análise complementar de

contraste não mostrou diferença entre os tratamentos [10mg e placebo (p = 0,488) e 20

mg e placebo (p = 0,696)].

Seda

ção

(mm

)

30

35

40

45

50

55

6010 mg 20 mg Placebo

B D 15 30 60PT Pr

Figura 3. Média e EPM do fator sedação da VAMS em 11 controles após uso de 10 mg

de escitalopram, 12 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 12 controles após placebo submetidos ao SFP. Demais especificações na legenda da Figura 1.

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________________________________________________________________________Resultados 62

3 VAMS Prejuízo Cognitivo

A Figura 4 mostra que o grupo de 10 mg apresentou escores maiores que os

demais grupos durante toda a sessão experimental [fator tratamento F (2, 31) = 3,76, p =

0,034]. A análise complementar de contraste mostrou que o grupo de 10 mg apresentou

escores maiores que placebo (p = 0,012).

Não houve efeito de fase [F (3,74; 116,06) = 1,80, p = 0,138], mas houve uma

tendência a interação entre os fatores fases x tratamento [F (7,49; 116,06) = 1,97, p =

0,061]. No grupo de 10 mg de escitalopram os níveis do fator prejuízo cognitivo não

variaram durante toda a sessão, no grupo de 20 mg houve um aumento dos níveis do

fator prejuízo cognitivo entre as fases basal e pré-teste (t = -2,57; gl = 11; p = 0,026) e

no grupo placebo houve tendência à diminuição desses níveis entre as fases basal e pré-

teste (t = 1,92; gl = 11; p = 0,082) e aumento com o SFP [t pareado entre medidas pré-

teste e preparatória (t = -3,19; gl = 11; p = 0,009)].

Prej

uízo

cog

nitiv

o (m

m)

30

35

40

45

50

55

6010 mg 20 mg Placebo

*** * **

3

2

1

B D 15 30 60PT Pr

Figura 4. Média e EPM do fator prejuízo cognitivo da VAMS em 11 controles após uso

de 10 mg de escitalopram, 12 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 12 controles após placebo submetidos ao SFP. Demais especificações na legenda da Figura 1. *diferenças entre 10 mg e placebo, 1diferença entre 10 e 20 mg, 2 diferença de basal, 3 diferença de pré-teste.

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________________________________________________________________________Resultados 63

A comparação entre os escores médios dos grupos de tratamento em cada fase

mostrou diferenças significativas nas medidas basal [F (2, 55) = 3,69, p = 0,036], pós-

teste 15 minutos [F (2, 35) = 3,57, p = 0,040], 30 [F (2, 33) = 4,08, p = 0,027] e 60 [F

(2, 34) = 3,8, p = 0,033] minutos após o SFP e tendência na medida pré-teste [F(2, 35) =

3,06, p = 0,060] e preparatória [F(2, 35) = 2,69, p = 0,082]. O teste post hoc mostrou

que essa diferença é significativa entre 10 mg e placebo nas medidas basal (p = 0,028),

pré-teste (p = 0,021), preparatória (p = 0,040), pós-teste 15 (p = 0,012), 30 (p = 0,008) e

60 (p = 0,010) minutos após o SFP e entre 10 e 20 mg na fase basal (p = 0,022).

4 VAMS Desconforto

Des

conf

orto

(mm

)

30

35

40

45

50

55

60 10 mg 20 mg Placebo

B D 15 30 60PT Pr

Figura 5. Média e EPM do fator desconforto da VAMS em 11 controles após uso de 10

mg de escitalopram, 12 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 12 controles após placebo submetidos ao SFP. Demais especificações na legenda da Figura 1.

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________________________________________________________________________Resultados 64

O SFP provocou tendência a aumento do desconforto nos voluntários [fator fase

F (5,3; 164,42) = 1,98; p = 0,080] independentemente do tratamento instituído

[interação fases x tratamento F (10,61; 164,42) = 1,48; p = 0,146; fator tratamento F (2,

31) = 2,33; p = 0,114]. A análise complementar de contraste não mostrou diferença

entre os tratamentos [10mg e placebo (p = 0,122) e 20 mg e placebo (p = 0,601)]. Esses

dados estão representados na Figura 5.

5 Somatório dos Itens da Escala de Sintomas Somáticos

Som

a do

s ite

ns d

a ES

S

2

4

6

8

10 10 mg 20 mg Placebo

B D 15 30 60PT Pr

Figura 6. Média e EPM do somatório dos escores da ESS em 16 controles após uso de

10 mg de escitalopram, 14 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 12 controles após placebo submetidos ao SFP. Demais especificações na legenda da Figura 1.

Conforme ilustrado na Figura 6, o SFP provocou aumento da ocorrência de

manifestações somáticas nos voluntários durante todo o procedimento [fator fases F

(4,62; 180,51) = 8,52, p < 0,001] independentemente do tratamento instituído [fator

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________________________________________________________________________Resultados 65

tratamento F (2, 39) = 0,19, p = 0,823; interação fases x tratamento F (9,26; 180,51) =

0,86, p = 0,562]. A análise complementar de contraste não mostrou diferença entre os

tratamentos [10mg e placebo (p = 0,707) e 20 mg e placebo (p = 0,536)].

6 Cortisol Plasmático

Cor

tisol

( µg/

dl)

56789

101112131415161718 10 mg

20 mg Placebo

*

B 0 15 30 60PT

Figura 7. Média e EPM do cortisol plasmático em 14 controles após uso de 10 mg de

escitalopram, 11 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 12 controles após placebo submetidos ao SFP. 0 imediatamente após o discurso. Demais especificações na legenda da Figura 1. * diferença de PT e dos outros grupos.

Houve um aumento significativo nos níveis plasmáticos de cortisol durante o

SFP [fator fases F(3,54; 120,52) = 10,24, p < 0,001] com uma diferença significativa

entre os grupos de tratamento [interação fases x tratamento F (7,09; 120,52) = 2,37; p =

0,026]. O teste post hoc mostrou que o grupo de 20 mg apresentou níveis maiores de

cortisol plasmático do que o grupo placebo e o grupo 10 mg (p = 0,028 em ambos) na

medida de pós-teste imediato; e mostrou tendência a apresentar níveis mais elevados na

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________________________________________________________________________Resultados 66

medida 30 minutos após o teste [10mg (p = 0,076) e placebo (p = 0,053)]. Não foram

detectadas diferenças significativas entre os grupos placebo e 10 mg.

Na comparação entre as fases para cada grupo de tratamento, de maneira

independente, observou-se que o SFP provocou aumento significativo do cortisol

plasmático no grupo de 20 mg [pré-teste x imediatamente após o teste (t = -5,21; gl =

11; p < 0,001)]. Houve diminuição significativa do cortisol plasmático no grupo de 20

mg entre imediatamente e 15 minutos após o teste (t = 2,82; gl = 10; p = 0,018), e entre

30 e 60 minutos após o teste (t = 3,54; gl = 13; p = 0,004). Não foram encontradas

diferenças significativas entre as fases para os grupos placebo e 10mg de escitalopram.

Esses dados estão representados na Figura 7.

7 Prolactina Plasmática

A Figura 8 mostra que houve aumento dos níveis da prolactina plasmática após o

SFP [efeito de fase F (2,44; 82,92) = 4,6; p = 0,008], mas com uma diferença entre os

grupos de tratamento [fator tratamento F (2, 34) = 3,47; p = 0,042]. O teste post hoc

mostrou que o grupo de voluntários que recebeu 20 mg de escitalopram apresentou

níveis mais elevados de prolactina plasmática na medida imediatamente (p = 0,006) e

15 minutos (p = 0,009) após a conclusão do discurso do que o grupo que recebeu 10 mg

de escitalopram e tendência a níveis maiores na medida imediatamente após o SFP do

que o grupo placebo (p = 0,078).

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________________________________________________________________________Resultados 67

Prol

actin

a (n

g/m

l)

56789

1011121314151617 10 mg

20 mg Placebo

*

B 0 15 30 60PT

Figura 8. Média e EPM da prolactina plasmática em 14 controles após uso de 10 mg de

escitalopram, 11 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 12 controles após placebo submetidos ao SFP. 0 imediatamente após o discurso. Demais especificações na legenda da Figura 1. * diferença de PT e dos outros grupos.

8 Número de Flutuações Espontâneas da Condutância da Pele

Conforme ilustrado na Figura 9, o SFP provocou aumento do número de

flutuações espontâneas da condutância da pele nos voluntários [fator fase F (3,54;

102,64) = 11,50; p < 0,001] independentemente do tratamento instituído [fator

tratamento F (2, 29) = 0,39, p = 0,678; interação fase x tratamento F (7,08; 102,64) =

0,96, p = 0,465]. A análise complementar de contraste não mostrou diferença entre os

tratamentos [10mg e placebo (p = 0,415) e 20 mg e placebo (p = 0,817)].

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________________________________________________________________________Resultados 68

Núm

ero

de fl

utua

ções

esp

ontâ

neas

4

6

8

10

12

14

16

18

20 10 mg 20 mg Placebo

B PT Pr D1 D2 15

Figura 9. Média e EPM do número de flutuações espontâneas da condutância da pele

em 14 controles após uso de 10 mg de escitalopram, 10 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 8 controles após placebo submetidos ao SFP. D1 primeira e D2 segunda parte do discurso, F final – 15 minutos após o discurso. Demais especificações na legenda da Figura 1.

9 Nível de Condutância da Pele

O SFP provocou aumento do nível de condutância da pele nos voluntários [fator

fases F (3,4; 98,58) = 6,98, p < 0,001] independentemente do tratamento instituído

[fator tratamento F (2, 29) = 0,24, p = 0,787; interação fase x tratamento F (6,8; 98,58)

= 0,91, p = 0,503]. A análise complementar de contraste não mostrou diferença entre os

tratamentos [10mg e placebo (p = 0,527) e 20 mg e placebo (p = 0,553)]. Os dados estão

representados na Figura 10.

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________________________________________________________________________Resultados 69

Nív

el d

e co

ndut

ânci

a

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4 10 mg 20 mg Placebo

B PT Pr D1 D2 15

Figura 10. Média e EPM da transformação logarítmica do nível de condutância da pele

em 14 controles após uso de 10 mg de escitalopram, 10 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 8 controles após placebo submetidos ao SFP. D1 primeira e D2 segunda parte do discurso, F final – 15 minutos após o discurso. Demais especificações na legenda da Figura 1.

10 Pressão Arterial Sistólica

A Figura 11 mostra que o SFP provocou aumento da pressão sistólica nos

voluntários [fator fase F (3,91; 152,41) = 29,17, p < 0,001] independentemente do

tratamento instituído [fator tratamento F (2, 39) = 1,97, p = 0,152; interação fase x

tratamento F (7,81; 152,41) = 0,58, p = 0,786]. A análise complementar de contraste

não mostrou diferença entre os grupos [10mg e placebo (p = 0,495) e 20 mg e placebo

(p = 0,248)].

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________________________________________________________________________Resultados 70

Pres

são

arte

rial s

istó

lica

100

110

120

130

14010 mg 20 mg Placebo

B PT Pr D 15

(mm

Hg)

Figura 11. Média e EPM da pressão arterial sistólica em 17 controles após uso de 10

mg de escitalopram, 13 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 12 controles após placebo submetidos ao SFP. D discurso, F final – 15 minutos após o discurso. Demais especificações na legenda da Figura 1.

11 Pressão Arterial Diastólica

Conforme ilustrado na Figura 12, o SFP provocou aumento da pressão diastólica

nos voluntários [fator fase F (2,08; 81,06) = 13,07, p < 0,001] independentemente do

tratamento instituído [fator tratamento F (2,39) = 2,27, p = 0,117; interação fase x

tratamento F (4,15; 81,06) = 1,14, p = 0,341]. A análise complementar de contraste não

mostrou diferença entre os grupos [10mg e placebo (p = 0,831) e 20 mg e placebo (p =

0,067)].

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________________________________________________________________________Resultados 71

Pres

são

arte

rial d

iast

ólic

a

60

65

70

75

80

85

9010 mg 20 mg Placebo

B PT Pr D 15

(mm

Hg)

Figura 12. Média e EPM da pressão arterial diastólica em 17 controles após uso de 10

mg de escitalopram, 13 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 12 controles após placebo submetidos ao SFP. D discurso, F final – 15 minutos após o discurso. Demais especificações na legenda da Figura 1.

12 Freqüência Cardíaca

O SFP provocou aumento da frequência cardíaca nos voluntários [fator fase F

(3,03; 118,41) = 39,15, p < 0,001] independentemente do tratamento instituído [fator

tratamento [F (2,39) = 0,91, p = 0,409]; interação fase x tratamento [F (6,07; 118,41) =

1,05, p = 0,398]. A análise complementar de contraste não mostrou diferença entre os

grupos [10mg e placebo (p = 0,659) e 20 mg e placebo (p = 0,198)]. Os dados estão

representados na Figura 13.

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________________________________________________________________________Resultados 72

Freq

uênc

ia c

ardí

aca

55

60

65

70

75

80

8510 mg 20 mg Placebo

B PT Pr D 15

(bpm

)

Figura 13. Média e EPM da freqüência cardíaca em 17 controles após uso de 10 mg de

escitalopram, 13 controles após uso de 20 mg de escitalopram e 12 controles após placebo submetidos ao SFP. D discurso, F final – 15 minutos após o discurso. Demais especificações na legenda da Figura 1.

13 Impressão Subjetiva do Efeito do Escitalopram

Nenhum voluntário do grupo placebo relatou efeitos colaterais. Um participante

se sentiu mais ansioso e outro sonolento após 10 mg de escitalopram. Após 3 horas da

ingestão de 20 mg de escitalopram um indivíduo queixou-se de letargia, fome e náusea.

Outro voluntário apresentou tontura durante a preparação do discurso que piorou com a

realização do mesmo, sendo seguido de náusea, vômito e sonolência.

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________________________________________________________________________Resultados 73

14 Concentrações Plasmáticas de Escitalopram

As concentrações plasmáticas de escitalopram podem ser vistas na Figura 14. O

grupo que ingeriu 20 mg de escitalopram apresentou concentrações maiores do que o

grupo que ingeriu 10 mg de escitalopram [fator tratamento F (1,22) = 14,319, p = 0,001]

imediatamente [F (1,23) = 6,50, p = 0,018] e 60 minutos após o discurso [F (1,23) =

14,27, p = 0,001]. O pico plasmático do escitalopram foi de 3,82 ng/ml (variando de

1,39 a 8,61 ng/ml) e 8,15 ng/ml (variando de 0,85 a 15,92 ng/ml) após 5 horas da

ingestão de 10 ou 20 mg de escitalopram.

Esci

talo

pram

(ng/

ml)

0

2

4

6

8

10 10 mg 20 mg

B 0PT 60

*

*

Figura 14. Média e EPM das concentrações plasmáticas de escitalopram em 14

controles após uso de 10 mg de escitalopram e 11 controles após uso de 20 mg de escitalopram submetidos ao SFP. 0 imediatamente após o discurso. Demais especificações na legenda da Figura 1. *diferenças do grupo de 10 mg de escitalopram.

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DISCUSSÃO

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_________________________________________________________________________Discussão 75

DISCUSSÃO

O SFP provocou aumento de ansiedade durante a preparação e realização do

discurso nos três grupos. No entanto, os grupos que receberam escitalopram

apresentaram-se mais ansiosos após o teste (o grupo de 10 mg nas medidas 15, 30 e 60

minutos após o teste; e o grupo de 20 mg na medida 60 minutos após) em comparação

ao grupo placebo. De acordo com esse resultado, a ansiedade no grupo placebo caiu 15

minutos após o teste, mas não nos grupos tratados. Assim todos os grupos apresentaram

aumento da ansiedade com o SFP, resposta esperada em voluntários saudáveis

(McNAIR et al., 1982; GRAEFF et al., 1985; GUIMARÃES;ZUARDI; GRAEFF,

1987; GUIMARÂES et al.,1991). A droga não alterou a ansiedade do teste

propriamente, mas prolongou a resposta de ansiedade dos voluntários após o teste,

resposta semelhante à encontrada com a ritanserina (GUIMARÃES; MBAYA;

DEAKIN, 1997). Resultado semelhante foi encontrado em outro modelo de ansiedade

com o citalopram, que não afetou o sobressalto basal, mas aumentou o sobressalto na

fase de choques previsíveis e na fase de choques imprevisíveis apenas quando a droga

foi fornecida na primeira sessão, indicando que o citalopram não foi ansiogênico, mas

exacerbou a expressão do medo e da ansiedade (GRILLON; LEVENSON; PINE,

2007).

A ausência de resposta ansiogênica ao escitalopram em situações basais após

dose aguda está de acordo com as observações clínicas de que essa droga não costuma

provocar muitos efeitos colaterais no início do tratamento (COLONNA; ANDERSEN;

REINES, 2005; LEPOLA; LOFT; REINES, 2003; WADE; LEMMING;

HEDEGAARD, 2002). Isto também está de acordo com testes provocativos com

citalopram e escitalopram nos quais a ingestão da droga não produziu aumentos de

ansiedade ou outros sintomas subjetivos (HAWKEN et al, 2006; NADEEM;

ATTENBURROW; COWEN, 2004; HENNING; NETTER, 2002). Além disso, estudos com

animais demonstraram que, ao contrário da maioria dos antidepressivos, o escitalopram

possui efeito ansiolítico nos modelos animais de ansiedade (PINHEIRO et al., 2008;

FISH et al., 2004; SANCHEZ et al., 2003).

O SFP também provocou aumento do estado de alerta (diminuição da sedação

mental), das manifestações somáticas, dos parâmetros da condutância da pele, da

pressão arterial sistólica e diastólica, da freqüência cardíaca e tendência a aumento do

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_________________________________________________________________________Discussão 76

desconforto. Embora existam estudos cujos resultados em relação ao fator desconforto

(PARENTE et al., 2005; GARCIA-LEAL et al., 2003; HETEM et al., 1996), pressão

arterial diastólica (PARENTE et al., 2005; HETEM et al., 1996) e freqüência cardíaca

(HETEM et al., 1996; GRAEFF et al., 1985) foram negativos, nossos dados corroboram

aqueles encontrados na maior parte dos trabalhos prévios que empregaram metodologia

semelhante (PARENTE et al., 2005; GARCIA-LEAL, 2003; SILVA et al., 2001;

HETEM et al., 1996; ZUARDI et al., 1993).

Em relação ao fator da VAMS prejuízo cognitivo, o grupo de 10 mg apresentou

escores maiores durante toda sessão experimental comparado ao grupo placebo e na

medida basal comparado ao grupo de 20 mg. Essa diferença parece estar relacionada a

uma característica particular dessa amostra com a medida basal mais próxima daquela

que representa o estado normal do indivíduo (aproximadamente 50) enquanto os outros

dois grupos apresentam escores basais menores. Além disso, o grupo de 10 mg de

escitalopram manteve os níveis desse fator durante toda a sessão, no grupo de 20 mg

houve um aumento dos níveis do fator da VAMS prejuízo cognitivo entre as fases basal

e pré-teste (p = 0,02) e no grupo placebo houve primeiramente uma acomodação a

situação experimental, com diminuição dos níveis entre as fases basal e pré teste (p =

0,08) e após aumento dos níveis com o SFP [t pareado entre medidas pré teste e

preparatória (p = 0,009)]. Assim, o grupo placebo respondeu ao teste conforme

esperado, como mostram estudos anteriores com controles nesse modelo experimental

(PARENTE et al., 2005; GARCIA-LEAL, 2003; DEL- BEN et al., 2001; ZUARDI et

al., 1993). Embora Silva et al. (2001) tenham encontrado aumento do fator prejuízo

cognitivo ao longo de toda a sessão experimental, outro estudo não observou qualquer

alteração (HETEM et al., 1996). A não resposta dos grupos tratados poderia estar

relacionada a um efeito da droga, que aumentou os níveis desse fator antes do teste, o

que ficou claro no grupo de 20 mg de escitalopram, mascarando a resposta ao SFP.

Embora o escitalopram iniba a recaptação neuronal de serotonina, o que deveria

levar a um aumento no efeito deste neurotransmissor, a semelhança do efeito do

escitalopram com aquele da ritanserina (GUIMARÃES; MBAYA; DEAKIN, 1997)

sugere que a droga possa, na administração aguda, estar prejudicando a

neurotransmissão serotonérgica. Isso foi sugerido anteriormente por Guimarães, Zuardi

e Graeff (1987) para explicar os efeitos da clomipramina. Corroborando esta proposta, a

d-fenfluramina, um liberador de serotonina, atenuou as respostas de ansiedade neste

modelo (HETEM et al., 1996). A clomipramina e a nefazodona aumentaram a ansiedade

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_________________________________________________________________________Discussão 77

de preparação e de performance causadas pelo SFP (SILVA et al., 2001; GUIMARÃES

et al., 1997), ao invés de prolongar a ansiedade causada pelo teste, como o escitalopram

e a ritanserina. Essa diferença deve estar relacionada ao fato da clomipramina e a

nefazodona não serem inibidores da recaptação da serotonina tão seletivos como o

escitalopram.

O efeito pró-ansiedade do uso agudo do escitalopram estaria relacionado à ação

predominante nos receptores serotonérgicos autossômicos pré-sinápticos dos neurônios

da rafe, cuja estimulação diminui as concentrações de serotonina (PIÑEYRO; BLIER,

1999). Nossos resultados mostram que a dose de 10 mg de escitalopram mostrou efeito

ansiogênico maior do que a de 20 mg. Essa falta de proporção entre dose e efeito deve

estar relacionada a efeitos pré- e pós-sinápticos do aumento da neurotransmissão

serotonérgica, com doses menores da droga facilitando uma ação pré-sináptica inibitória

da serotonina enquanto doses maiores passariam a favorecer uma ação pós-sinaptica

(veja abaixo).

Como foi discutido na introdução, o papel da serotonina na ansiedade ainda é

controverso, com inúmeros resultados contraditórios na literatura. Em uma tentativa de

integrar e explicar esses achados, Deakin e Graeff (1991) propuseram que a serotonina

teria um papel dual na ansiedade, facilitando reações de esquiva e medo condicionado

ao nível da amígdala e outras estruturas prosencefálicas e atenuando reações inatas de

medo a ameaças proximais. Eles também propuseram que tanto os ataques de pânico

quanto a ansiedade eliciada pelo modelo de falar em público envolveriam ameaças

relacionadas a este último grupo, que recrutariam estruturas como a MCPD. Diversos

estudos em animais de laboratório mostram que a serotonina atenua as reações de defesa

a ameaças proximais mediadas pela MCPD (DEAKIN; GRAEFF, 1991). Assim, como

descrito anteriormente com a clomipramina e nefazodona (GUIMARÃES; ZUARDI;

GRAEFF, 1987, SILVA et al., 2001), poderíamos propor que o escitalopram, por

facilitar a neurotransmissão serotonérgica em receptores 5HT1A autossômicos inibitórios

presentes no NDR, provocou diminuição da concentração da serotonina na vizinhança

dos receptores pós-sinápticos da MCPD, como conseqüência prolongou a resposta de

ansiedade no SFP.

Diferentemente de estudos com testes provocativos com citalopram ou

escitalopram oral (KUEPPER et al., 2006; HAWKEN et al., 2006; NADEM et al.,

2004; HENNING; NETTER, 2002), nossos resultados não encontraram aumento do

cortisol após duas horas da ingestão do escitalopram (medidas pré-teste). Isso deve estar

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_________________________________________________________________________Discussão 78

relacionado ao fato de em nosso estudo um desenho com amostras independentes ter

sido utilizado, enquanto a maioria dos estudos que evidenciou aumento do cortisol após

essas drogas terem sido realizados com amostras cruzadas, o que possibilita o controle

da variabilidade individual da resposta e dos níveis hormonais e detecta diferenças sutis.

Além disso, como discutido na introdução desse trabalho, o grupo de resultados da

literatura indica que são necessárias dosagens maiores dos inibidores seletivos da

recaptação de serotonina para a resposta hormonal quando da administração oral, e os

estudos até o momento não mostraram resposta da prolactina. Esses resultados indicam

que devemos ter cautela ao considerar o escitalopram como um potencial agente pré-

sináptico serotonérgico. Ele satisfaz alguns critérios para sua validação como um agente

em desafios farmacológicos (van Praag et al, 1987; Yatham e Steiner, 1993), incluindo

demonstrar uma relação dose dependente entre a droga e o hormônio (houve resposta de

cortisol com 20 mg de escitalopram, mas não com 10 mg) e não provocar efeitos

colaterais desagradáveis. Mas são necessários mais estudos para confirmar a validade de

outros critérios, tais como produzir uma resposta hormonal robusta e consistente, e o

critério que determina que a resposta hormonal deve ser secundária a estimulação direta

do receptor serotonérgico. Ainda não foi investigado um outro critério necessário,

caracterizar se a resposta hormonal pode ser bloqueada por um antagonista

serotonérgico. Assim, mais estudos são necessários para determinar o valor do

escitalopram como sonda serotonérgica.

Confirmando os resultados prévios de trabalho anterior (GARCIA-LEAL et al.,

2005), o SFP não provocou aumento do cortisol ou da prolactina no grupo placebo, ou

mesmo no grupo com a menor dose do escitalopram. Outros estudos não encontraram

resposta de aumento das concentrações de cortisol salivar (LUPIEN et al., 1997;

JONES; ROLLMAN; BROOKE, 1997) ou plasmático (BECKER et al., 1996) em

voluntários saudáveis submetidos ao SFP, sendo que no último estudo também foi

aplicado o teste de Cor-Palavra de Stroop.

A influência de testes psicológicos no eixo HHA tem sido profundamente

estudada. Em relação ao SFP, alguns estudos encontraram, ao contrário de nossos

achados, que o teste eleva os níveis de cortisol salivar em voluntários saudáveis

(JANSEN; GISPEN-DE WIED; KAHN, 2000; NICOLSON; VAN DIEST, 2000;

BUCHANAN; AL’ABSI; LOVALLO, 1999; VAN ECK; NICOLSON; BERKHOF,

1996; ROHRER et al., 1994; KEMMER et al., 1986). As diferenças nos diferentes

procedimentos de simulação de falar em público empregados por esses estudos

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_________________________________________________________________________Discussão 79

poderiam explicar os resultados dispares. No presente trabalho o conteúdo do discurso

foi neutro (falar do transporte da região) enquanto em dois dos estudos anteriores o

indivíduo devia falar sobre sua principal qualidade e seu principal defeito (NICOLSON;

VAN DIEST, 2000; VAN ECK; NICOLSON; BERKHOF, 1996). No estudo de Jansen,

Gispen-De Wied e Kahn (2000) os voluntários recebiam a informação de que havia 3

professores atrás do espelho avaliando o indivíduo. Já no estudo de Buchanan, Al’absi;

e Lovallo (1999) a qualidade do discurso era julgada por observadores, e o indivíduo

recebia uma quantia em dinheiro dependendo de sua performance. Essas diferenças

podem ter provocado uma ativação maior do eixo HHA.

Um outro modelo de estresse psicológico é o Trier Social Stress Test (TSST)

(KIRSCHBAUM; STRASBURGER; LANGKRÄR, 1993), que consiste na exposição

do indivíduo a um discurso com duração de 5 minutos associado à realização de uma

tarefa aritmética mental com a duração de 5 minutos em frente a 3 avaliadores

desconhecidos. O voluntário tem 10 minutos para preparar o discurso. Como com o

SFP, alguns estudos evidenciaram que os níveis de cortisol não foram afetados (GOLD

et al., 2003; GERRA et al., 2000; JONES; ROLLMAN; BROOKE, 1997; CACIOPPO

et al., 1995), enquanto outros mostraram aumento de cortisol após o TSST (UHART et

al., 2006; MUNRO et al., 2005; ZIMMERMANN et al, 2004; SÖDERPALM;

NIKOLAYEV; DE WIT, 2003; BRODY et al, 2002; YOUNG et al, 2000; KUDIELKA

et al., 2004, 2000, 1999, 1998; KIRSCHBAUM et al., 1999, 1994, 1993, 1992a, 1992b).

Biondi e Picardi (1999) revisaram estudos que utilizavam o TSST e concluíram que a

resposta hormonal era causada pelo discurso, já que a realização isolada da tarefa

aritmética mental provocou liberação de catecolaminas sem alteração nos níveis de

outros hormônios (KEMMER et al., 1986). Embora um estudo de meta-análise que

avaliou a resposta do cortisol ao estresse psicológico em 208 trabalhos originais

concluiu que o SFP provoca um “effect size” pequeno e o TSST um grande efeito

(DICKERSON; KEMENY, 2004).

Em relação à prolactina, alguns estudos mostram aumento de seus níveis após o

TSST (KIRSCHBAUM; SCHERER; STRASBURGER, 1994; KIRSCHBAUM;

STRASBURGER; LANGKRÄR, 1993). O SFP causou aumento do ACTH e cortisol, e

pequeno aumento da prolactina em outro trabalho (ROHRER et al., 1994). Outro estudo

mostrou resposta do ACTH e cortisol ao TSST, sem alteração da prolactina (MUNRO

et al., 2005). Não foram encontradas alterações nos níveis de prolactina em médicos

após apresentarem um artigo numa conferência clínica (BAUMGARTNER; GRÄF;

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KÜRTEN, 1988). Assim, a prolactina parece não ser afetada pelo estresse psicológico

nos seres humanos.

O conjunto de dados na literatura parece reforçar a hipótese de que o SFP não

ativa o eixo HHA. Na revisão citada 19 de 39 estudos não encontraram aumento do

cortisol após o SFP (DICKERSON; KEMENY, 2004). Essa meta-análise mostrou uma

grande variabilidade do “effect size” dependendo da natureza da tarefa de estresse,

respostas do cortisol maiores foram encontradas com tarefas que envolviam uma

ameaça de avaliação social e evolução incontrolável, que são características essenciais

do SFP. Esse aparente paradoxo pode ser explicado pela hipótese de que o SFP envolve

as mesmas estruturas neurais de um ataque de pânico (GRAEFF et al., 1996, 2003;

DEAKIN; GUIMARÃES; GRAEFF, 1994), já que evidências mostram que ataques de

pânico induzidos experimentalmente por CO2 ou lactato e espontâneos não causam

aumento de cortisol (para uma revisão: GRAEFF et al., 2005). No mesmo sentido, um

trabalho em animal mostrou que a estimulação elétrica da MCPD do rato não elevou os

níveis plasmáticos de ACTH ou prolactina (SCHENBERG et al., 2008). Esses achados

sugerem que o ataque de pânico e o SFP provocam a “resposta de emergência” de

Cannon (1914), estimulando a divisão simpática do sistema nervoso neurovegetativo,

sem ativar o eixo HHA (GRAEFF et al., 2005).

Contudo, com a dose maior do escitalopram, ocorreu um aumento do cortisol e

da prolactina após o SFP. Portanto parece que a associação da maior dose da droga e o

SFP provocaram a ativação do eixo HHA. Sabe-se que a resposta hormonal pode ser

modulada pela serotonina, com evidências apontando para o aumento do cortisol e da

prolactina após aumento da função serotonérgica central (YATHAN; STEINER, 1993).

Como já foi relatado, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, incluindo o

citalopram e o escitalopram, são usados em desafios farmacológicos para provocar a

ativação do eixo HHA (LOTRICH et al., 2005; FLORY et al., 2004; NADEM;

ATTENBURROW; COWEN, 2004; BHAGWAGAR; HAFIZI; COWEN, 2002;

ATTENBURROW et al., 2001; SEIFRITZ et al., 1996). Os resultados comportamentais

do presente estudo apontam para um efeito contrário, ou seja, de diminuição da

serotonina após o uso agudo do escitalopram. Essa aparente inconsistência pode ser

explicada pela hipótese de que os neurônios serotonérgicos dos núcleos da rafe não são

constituídos por uma população homogênea, mas por subpopulações neuroniais que

inervam diferentes estruturas e regulam funções diversas. Lowry (2002) e Lowry et al.

(2005) identificaram um conjunto de neurônios serotonérgicos no núcleo dorsal da rafe

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_________________________________________________________________________Discussão 81

localizado na região médio-caudal que se projeta para áreas límbicas e que são ativadas

especificamente pelo estímulo estressante. Uma projeção chega a MCPD e outra na

medula ventrolateral rostral, uma região que controla o tônus cardiovascular simpático.

Supõe-se que esses circuitos serotonérgicos inibam as manifestações comportamentais e

autonômicas do ataque de pânico respectivamente (JOHNSON et al., 2008). Há também

uma subpopulação de neurônios serotonérgicos predominantemente localizada na

porção ventral do núcleo dorsal da rafe que é sensível aos efeitos excitatórios do fator

liberador de corticotropina. Propõe-se que eles participem de um sistema serotonérgico

mesolímbico-cortical que regula a resposta ao estímulo relacionado ao estresse

(LOWRY et al., 2000). Assim, uma possível explicação para os resultados

aparentemente contraditórios com o escitalopram pode ser a resposta diferenciada de

subpopulações neuroniais serotonérgicas. Por exemplo, os neurônios serotonérgicos

envolvidos com a defesa estariam inibidos, enquanto que os que controlam a secreção

dos hormônios de estresse pituitários estariam ativados quando da administração oral

dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina. De acordo com isso, a

clomipramina mostrou efeito ansiogênico no SFP (GUIMARÃES; ZUARDI; GRAEFF,

1987) e nos desafios farmacológicos provocou resposta neuroendócrina

(LEATHERMAN et al., 1999). Além disso, foi verificado que alguns neurônios

serotonérgicos são ativados por estímulo de uma ameaça proximal (WALLETSCHEK;

RAAB, 1982). Como a serotonina parece desempenhar um papel inibitório fásico e não

tônico na atividade da MCPD (GRAEFF et al., 1996), essa atividade especificamente

relacionada com o estímulo poderia ser mais sensível a uma influência pré-sináptica

inibitória causada pela disponibilidade aumentada de serotonina induzida pelo

escitalopram do que a resposta hormonal.

Uma das limitações do presente estudo consiste no tamanho pequeno da

amostra, o que pode ter mascarado as diferenças entre os grupos nas medidas de cortisol

e prolactina, e dificultou a detecção da resposta hormonal. Além disso, talvez fosse

necessário um período de coleta mais longo, que possibilitaria observar resposta

hormonal mais tardia, embora estudos anteriores detectaram resposta hormonal entre 60

a 120 minutos após a ingestão da droga (HAWKEM et al., 2006; NADEEM;

ATTENBURROW; COWEN , 2004; HENNING; NETTER, 2002). Outra limitação é a

falta de um grupo controle de repouso, que não realize o SFP, que possibilitaria

observar a real ação do teste no eixo HHA.

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Concluindo o presente trabalho mostrou que a administração aguda do

escitalopram prolongou a ansiedade do SFP. Isso pode ter sido causado pela diminuição

da serotonina no sistema serotonérgico mesolímbico que regula a resposta

comportamental ao estresse (LOWRY, 2002; LOWRY et al, 2005). Com a dose maior

de escitalopram ocorreu um aumento do cortisol e prolactina após o SFP, indicando um

aumento da função do sistema serotonérgico que regula a resposta hormonal ao estresse.

Assim, parece que a mesma droga pode afetar de forma distinta diferentes

subpopulações de neurônios serotonérgicos, provavelmente devido a um balanço entre

as ações pré-sináptica e versus pós-sináptica. Além disso, o SFP não ativou o eixo HHA

em voluntários saudáveis. Finalmente, nossos resultados não evidenciaram resposta

hormonal após administração aguda do escitalopram, apontando para a necessidade de

mais estudos para confirmar a utilidade do escitalopram como sonda neuroendócrina.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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___________________________________________________________________________Anexos 101

ANEXO A: Inventário de Ansiedade Traço-Estado, formulário traço (IDATE-T).

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___________________________________________________________________________Anexos 102

ANEXO B: Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do HCFMRP-USP.

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___________________________________________________________________________Anexos 103

ANEXO C: Escala Analógica Visual do Humor (VAMS).

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___________________________________________________________________________Anexos 104

ANEXO D: Escala de Sintomas Somáticos (ESS).

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APÊNDICES

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________________________________________________________________________Apêndices 106

APÊNDICE A: Termo de Consentimento Pós-informação (primeira parte) NOME DA PESQUISA: Efeito do escitalopram no teste da Simulação de Falar em Público PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Cybele Garcia Leal CREMESP: 91573 DESCREVER ABAIXO AS INFORMAÇÕES DADAS AO PACIENTE SOBRE: 1. A justificativa e objetivo da pesquisa; 2. Os procedimentos que serão utilizados e seu propósito, bem como a identificação

dos procedimentos que são experimentais. 3. Os desconfortos e riscos esperados. 4. Os benefícios que se pode obter. AS INFORMAÇÕES SUPRA-CITADAS DEVEM SER REDIGIDAS EM TERMOS SIMPLES CONHECIDOS PELOS PACIENTES E DE FORMA QUE POSSAM ENTENDER. 1. Estamos desenvolvendo um estudo com a finalidade de verificar o efeito de um

antidepressivo chamado escitalopram sobre a ansiedade induzida em voluntários sadios.

2. Este estudo é composto de duas partes. Nesta primeira parte, nós colocaremos um tipo de agulha plástica em uma veia do seu braço, que será mantida durante todo o procedimento, porque precisaremos colher amostras do seu sangue para verificar os níveis de hormônios que geralmente aumentam com a medicação que pretendemos usar. Nós coletaremos cerca de 10 ml do seu sangue em 7 ocasiões. Imediatamente antes da coleta de sangue, você deverá preencher escalas para nos dizer como você está se sentindo naquele momento, marcando um ponto numa linha de 10 cm. Esta escala é bastante simples, mas nós faremos um treinamento antes de iniciarmos os procedimentos. Também mediremos sua pressão arterial e seu pulso. Geralmente, quando as pessoas ficam nervosas, as mãos ficam suadas. Por isso vamos verificar o suor da sua pele, através de um aparelho específico. Você permanecerá em repouso por 30 minutos e repetiremos essas medidas. Após, você deverá tomar uma cápsula que poderá conter escitalopram na dose de 10 ou de 20 mg, ou placebo. Nós precisamos esperar 2 horas até que a droga atinja os níveis adequados no seu sangue. Após esse tempo faremos novas coletas de sangue e você preencherá novamente a escala.

3. O escitalopram é um antidepressivo utilizado na prática clínica para tratar transtornos depressivos e ansiosos, em doses que variam de 10 a 20 mg por dia. Esta medicação é bastante segura, mas, excepcionalmente, alguns efeitos colaterais, como boca seca, ânsia de vômito, dor de cabeça, insônia, sonolência ou fraqueza podem ocorrer. Quando ocorrem, esses sintomas costumam ser leves e desaparecer em poucos minutos. Em vista do possível efeito sedativo da droga, solicitamos que você não dirija após a sessão experimental. Caso você sinta algum desconforto nas próximas 48 horas, você poderá entrar em contato com um dos psiquiatras de nossa equipe para uma avaliação. Caso você se sinta incomodado durante a sessão, nós poderemos interrompê-la, se assim você desejar. No final desta primeira parte, eu lhe explicarei a segunda metade do estudo e você me dirá se deseja continuar participando do estudo ou não.

4. A sua participação neste estudo contribuirá para que possamos ampliar a nossa compreensão a respeito das alterações que ocorrem nas reações normais de ansiedade e também nos quadros de ansiedade patológica. Com estas informações poderemos ajudar pessoas portadoras de transtornos ansiosos, melhorando a forma de tratamento dessas pessoas.

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________________________________________________________________________Apêndices 107

APÊNDICE B: Termo de Consentimento Pós-informação (segunda parte) NOME DA PESQUISA: Efeito do Escitalopram no Teste da Simulação de Falar em Público PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Cybele Garcia Leal CREMESP: 91573 DESCREVER ABAIXO AS INFORMAÇÕES DADAS AO PACIENTE SOBRE: 1. A justificativa e objetivo da pesquisa; 2. Os procedimentos que serão utilizados e seu propósito, bem como a identificação

dos procedimentos que são experimentais. 3. Os desconfortos e riscos esperados. 4. Os benefícios que se pode obter. AS INFORMAÇÕES SUPRA-CITADAS DEVEM SER REDIGIDAS EM TERMOS SIMPLES CONHECIDOS PELOS PACIENTES E DE FORMA QUE POSSAM ENTENDER. 1. Conforme eu havia lhe dito anteriormente, estamos interessados em verificar o

efeito que um antidepressivo chamado escitalopram sobre a ansiedade induzida em voluntários sadios.

2. A sua participação nesta parte do trabalho consiste na realização de um discurso sobre meios de transporte. Você terá 2 minutos para preparar o discurso, que deverá ter uma duração de 4 minutos. Este discurso será gravado em videoteipe e posteriormente analisado por psicólogo. Durante e após a realização do discurso, você deverá responder alguns questionários e mediremos sua pressão arterial, seu pulso, o suor da sua pele e colheremos amostras de sangue, como fizemos anteriormente. Durante o discurso não poderei conversar com você.

3. Não há nenhum risco para sua saúde, nisto que faremos. Caso você sinta desconforto durante a sessão experimental, poderemos conversar sobre isso, e caso você continue a se sentir muito incomodado interromperemos a atividade, se você assim desejar.

4. A sua participação neste estudo contribuirá para que possamos ampliar a nossa compreensão a respeito das alterações que ocorrem nas reações normais de ansiedade e também nos quadros de ansiedade patológica. Com estas informações poderemos ajudar pessoas portadoras de transtornos ansiosos, melhorando a forma de tratamento dessas pessoas.

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________________________________________________________________________Apêndices 108

Eu _________________________________________, R.G.__________________,

abaixo assinado, tendo recebido as informações acima, e ciente dos meus direitos

abaixo relacionados, concordo em participar.

1. A garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer

dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa e o tratamento a que serei submetido;

2. A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo sem que isso traga prejuízo à continuidade do meu cuidado e tratamento;

3. A segurança de que não serei identificado e que será mantido o caráter confidencial da informação relacionada com a minha privacidade;

4. O compromisso de me proporcionar informação atualizada durante o estudo, ainda que esta possa afetar minha vontade de continuar participando;

5. O compromisso de que serei devidamente acompanhado e assistido durante todo o período de minha participação no projeto, bem como de que será garantida a continuidade do meu tratamento, após a conclusão dos trabalhos de pesquisa.

6. O ressarcimento de eventuais despesas decorrentes da minha participação no projeto, a ser promovido pelo orçamento da pesquisa.

7. Que o ressarcimento de eventuais despesas, bem como a indenização, a título de cobertura material, para reparação de danos imediatos ou tardios, decorrentes de minha participação na pesquisa, serão feitos pelo orçamento da pesquisa, não cabendo ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, qualquer responsabilidade quantos aos referidos pagamentos.

Declaro, ainda, que concordo inteiramente com as condições que me foram apresentadas e que, livremente, manifesto a minha vontade em participar do referido projeto. Ribeirão Preto, _____ de _________________________ de __________ ___________________________________________________________________ ASSINATURA DO PACIENTE _________________________________________________________________ ASSINATURA DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL Cybele Garcia Leal CREMESP: 91573

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___________________________________________________________________________Artigo

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Effect of Escitalopram on Simulated Public Speaking

Cybele Garcia-Leala*, Cristina M. Del-Bena, Felipe M. Leala, Frederico G. Graeffa, Francisco S. Guimarãesb

aDepartment of Neurology, Psychiatry and Medical Psychology, Medical School of Ribeirão Preto, University of São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brazil

bDepartment of Pharmacology, Medical School of Ribeirão Preto, University of São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brazil

* Corresponding author. Department of Neurology, Psychiatry and Medical Psychology, FMRP-USP, Av. dos Bandeirantes, 3900, 14049-900. Ribeirão Preto, SP, Brasil. Tel./Fax: +55 16 3602 2837

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Abstract

Simulated Public Speaking (SPS) test is sensitive to drugs that interfere with serotonin-mediated neurotransmission and is supposed to recruit neural systems involved in panic disorder. The study was aimed at evaluating the effects of escitalopram, the most selective serotonin selective reuptake inhibitor available, in SPS. Healthy males received, in a double-blind, randomized design, placebo (n=12), 10 (n=17) or 20 (n=14) mg of escitalopram two hours before the test. Behavioral, autonomic and neuroendocrine measures were assessed. Both doses of escitalopram did not produce any effect before or during the speech, but prolonged the anxiety induced by SPS. The test itself did not significantly change cortisol and prolactin levels but under the higher dose of escitalopram, cortisol and prolactin increased immediately after SPS. Escitalopram enhances the fear of speaking, as previously reported with less selective serotonin reuptake inhibitors and the serotonin antagonist ritanserin. Therefore, serotonin seems to inhibit the fear of speaking.

Key words: serotonin, anxiety, panic, stress hormones, human experimental anxiety.

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1. Introduction

The Simulated Public Speaking test (SPS), developed by McNair et al. (1982) and modified by Guimarães et al. (1989), has been largely used to clarify the biological basis of fear and anxiety. SPS consists basically in the performance of a speech in front of a videocamera. Before, during and after the speech, physiologic and subjective measures are taken. SPS is a potent stressor, since it has been shown to cause coronary vasoconstriction and increase heart rate and blood pressure (Sherwood et al., 1995; Lacy et al., 1995) in a more pronounced way than other anxiety-inducing procedures, such as arithmetic tasks (L’Abbatte et al., 1991; Sherwood et al., 1995). Moreover, the fear of public speaking is the most prevalent and intense among undergraduate students (Geer, 1965), and studies with the general population (Stein et al., 1994, 1996; Furmark, 1999) have demonstrated that public speaking is the most feared social situation, reaching approximately one third to half of the population studied.

Based on the information that public speaking is a prevalent fear and that SPS is anxiogenic to all volunteers, independently of the anxiety trait (Palma et al., 1994), Deakin and Graeff (1991) proposed that SPS would provoke an unconditioned fear reaction, which occurs in response to immediate danger. According to this theory, the occurrence of panic attacks would be associated to spontaneous activation of brain structures involved in defensive responses to proximal threats. Therefore, neural systems recruited by the SPS could be involved in the physiopathology of anxiety disorders that involve making immediate responses to threatening stimuli such as Panic and Social Anxiety Disorders (Deakin and Graeff, 1991; Deakin et al., 1992; Deakin et al., 1994).

Further evidence of a possible relationship between SPS and Panic Disorder comes from the similarities in the response to psychotropic drugs observed in the two situations (for reviews, see Deakin et al., 1994; Graeff et al., 1996, 2003). Briefly, a single dose of the antidepressants chlorimipramine (Guimarães et al, 1987) and nefazodone (Silva et al., 2001) increased speaking fear in the SPS test, what has been related to the initial worsening observed in the patients treated with these drugs (Guimarães et al., 1987). These findings could be due the decrease of the postsynaptic serotonin (5-HT) levels, as a consequence of the stimulation of autosomic receptors in mesencephalic serotonergic raphe neurons that inhibit neuronal firing (Piñeyro and Blier 1999). Corroborating this interpretation, ritanserin, a 5-HT2 receptor antagonist, prolonged the fear of speaking in the SPS test (Deakin et al., 1992) and showed a trend to worsen Panic Disorder (Den Boer and Westenberg, 1990; Deakin et al., 1990). On the other hand, the 5-HT releaser fenfluramine had a dose-dependent fear-reducing effect in SPS (Hetem et al., 1996), and case reports with panic patients describe clinical improvement with fenfluramine and d-fenfluramine (Solyom, 1994; Hetem, 1996).

Citalopram is a very specific and selective 5-HT reuptake inhibitor (SSRI) (Hyttel et al., 1995) that is well tolerated by depressed patients and healthy subjects (Charbonnier et al, 1987; Lader et al, 1986; Itil et al, 1984). The efficacy of citalopram in Panic Disorder is well demonstrated (Neuger et al., 2000; Leinonen et al., 2000; Lepola et al., 1998; Wade et al., 1997), the drug being more efficient than placebo and as effective as paroxetine (Perna et al., 2001) and chlorimipramine (Leinonen et al., 2000; Lepola et al., 1998; Wade et al., 1997). Escitalopram is the active S-enantiomer of citalopram (Hyttel, 1994), being responsible for the inhibition of 5-HT reuptake (Sánchez et al., 2003; Burke and Kratochvil, 2002; Hyttel et al., 1992), and devoid of significant affinity

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for over 140 receptor types and other sites of action (Sánchez et al., 2003). Hence, escitalopram can be considered as the most selective SSRI available. The absorption of orally administered escitalopram is fast, plasma concentration reaching a peak between 3 and 4 hours after the drug ingestion (Rao, 2007; Sogaard et al., 2005), and is not affected by food intake. The bioavailability of oral escitalopram equals 80% (Joffee et al., 1998), suggesting that the first hepatic metabolism is limited. Binding to plasma proteins is low, equal to 56% (Rao, 2007). The efficacy of escitalopram in Panic Disorder has been demonstrated (Stahl et al., 2003), but its effects on SPS have not yet been tested.

The increase of cortisol and prolactin that occurs after administration of 5-HT-acting drugs has been taken as an indirect measure of the enhancement of the serotonergic function in the central nervous system (Raap and Van de Kar, 1999; Yatham and Steiner, 1993; van Praag et al., 1987). Pharmacological challenges with intravenous citalopram have been shown to increase either plasma (Lotrich et al., 2005; Bhagwagar et al., 2002; Attenburrow et al., 2001; Seifritz et al., 1996) or salivary (Bhagwagar et al., 2002) cortisol and plasma prolactin concentration (Lotrich et al., 2005; Attenburrow et al., 2001, Seifritz et al., 1996). Oral citalopram (20 and 40 mg) has also been shown to raise plasma (Hawken et al., 2006; Nadem et al., 2004; Hennig and Netter, 2002) and salivary (Nadem et al., 2004) cortisol, with no change in growth hormone, prolactin (Hennig and Netter, 2002) and adrenocorticotropic hormone-ACTH (Hawken et al., 2006) levels. In a provocative test with 10 mg of escitalopram an increase in salivary and plasma cortisol, with no change in prolactin has been described (Nadeem et al., 2004). Another study has evidenced a dose-dependent increase in salivary cortisol after a single dose of 10 or 20 mg of escitalopram (Kuepper et al., 2006).

In a previous study carried out in our laboratory, SPS did not increase salivary cortisol in healthy volunteers as well as in symptomatic (drug free) panic patients, nonsymptomatic (drug treated) panic patients (Garcia-Leal et al., 2005). However, there are conflicting reports about the activation of the Hypothalamic-Pituitary-Adrenal (HPA) axis by SPS, some studies showing enhancement (Jansen et al, 2000; Nicolson and van Diest, 2000; Buchanan et al, 1999; van Eck et al, 1996; Rohrer et al., 1994; Kemmer et al., 1986) while others show no change (Luecken, 1998; Lupien et al, 1997; Jones et al, 1997; Becker et al, 1996) of salivary and/or plasma cortisol after SPS. One study has demonstrated ACTH and cortisol increase, and a small rise in prolactine after SPS (Rohrer et al., 1994).

It has been reported that SPS itself increases the anxiety, cognitive impairment and discomfort factors of the Visual Analog Mood Scale (VAMS, Mc Nair et al., 1982), bodily symptoms, parameters of skin conductance, blood pressure and heart rate, and decreases the VAMS mental sedation factor (Graeff et al., 1985; Guimarães et al., 1987 e 1991; Parente et al., 2005; Silva et al., 2001; Hetem et al., 1996; Zuardi et al., 1993). However, it did not affect salivary cortisol (Garcia-Leal et al, 2005; Graeff et al, 2005). On the other hand, pharmacological challenges with citalopram or escitalopram have been reported to release prolactin and cortisol (Lotrich et al., 2005; Flory et al., 2004; Bhagwagar et al., 2002; Attenburrow et al., 2001; Seifritz et al., 1996), without affecting subjective measures (Nadeem et al., 2004; Kuepper et al., 2006), blood pressure or heart rate (Pentttilä et al., 2001; Seifritz et al., 1996), but,so far, there are no studies evaluating skin conductance responses after escitalopram challenge.

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The objective of this study was to measure subjective and physiological effects of single administration of escitalopram to healthy volunteers performing the SPS. Considering previous results with antidepressants, it is expected that escitalopram will enhance the increase in VAMS anxiety provoked by SPS and increase cortisol and prolactin plasma levels by itself.

2. Experimental Procedures

2.1. Subjects

Participants were selected on the basis of the Structured Clinical Interview for DSM-IV (American Psychiatry Association, 1994), clinical version (SCID-CV, First et al. 1997), translated into Portuguese (Del-Ben et al., 2001), standard medical interview, physical examination and blood tests. Participants with current or past diagnosis of any psychiatric disorder or with general medical conditions were excluded.

Other exclusion criteria were use of illicit drugs or of medication within the last 2 weeks before the experimental procedures; excessive consumption of alcohol (> 20 U/week), caffeine (> 6 cups of coffee/day) or cigarettes (> 10 cigarettes/day); body mass indices (BMI) under 18.5 or above 25, and participation in research involving experimental drug intake in the previous 2 months.

The final sample was composed of 43 healthy male volunteers (see figure 1) aged between 19 and 31 years (mean = 23.56, SD = 3.21) with at least 8 years of formal education, recruited from students and staff of the local university community. Female volunteers were not included in this study to avoid possible influences of phases of the menstrual cycle in the stressful responses.

The local ethics committee approved the study and informed consent was obtained from all volunteers.

2.2. Psychological measurements

The tendency of each participant to react with more or less anxiety was measured by the Brazilian version (Biaggio et al., 1976) of the State-Trait Anxiety Inventory-Trait –STAI-T (Spielberger et al., 1970).

Subjective states were evaluated by the Visual Analogue Mood Scale (VAMS) and Bodily Symptoms Scale (BSS).

VAMS (Norris, 1971), translated into Portuguese by Zuardi and Karniol (1981) is composed by 16 items and for each item the subject is requested to mark a point on a 100-mm line between two adjectives of opposite meaning, which represents his present feelings. The items are distributed into 4 factors (Zuardi et al., 1993), named as described earlier (Parente et al., 2005) as: 1) anxiety, composed of the items calm – excited, relaxed – tense and tranquil – troubled; 2) sedation, made of alert – drowsy and

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attentive – dreamy; 3) cognitive impairment, composed of quick-witted – mentally slow, proficient – incompetent, energetic – lethargic, clear-headed – muzzy, gregarious – withdrawn, well-coordinated – clumsy and strong – feeble; 4) discomfort, made of the items interested – bored, happy – sad, contented – discontented and amicable – antagonistic.

BSS consists in 21 items, that describes physic complains related to anxiety, with 6 levels of possible responses (no symptoms to extremely marked symptoms), namely: fatigue, weakness, lethargy, headache, muscle tension, tremor, hunger, thirst, coordination difficulty, perspiration, palpitation, dyspnea, agitation, urinary urgency, nausea, dry mouth, blurred vision, dizziness, defecation urgency, dysuria and paresthesia.

2.3. Physiological measurements

Skin conductance. The skin conductance was measured with a computer-controlled, voltage-constant (0.6 V) module with automatic back off (Contact Precision Instruments, UK). Contact with the skin was made through high conductance gel (KY gel, Johnson & Johnson, Brazil) and the electrodes (Beckman, UK) were fixed with adhesive tape. The skin conductance level (SCL) and the number of spontaneous fluctuations (SF) of the skin conductance were evaluated.

Arterial Blood Pressure. A mercury sphygmomanometer measured systolic blood pressure (SBP) and diastolic blood pressure (DBP).

Heart Rate. Heart rate (HR) was estimated by counting the pulse rate.

Plasma Cortisol and Prolactin measurement. Blood samples were centrifuged and plasma was kept frozen at – 20° C until the time of assays. All samples from an individual were analyzed in duplicate in the same assay. Plasma cortisol was determined by radioimmunoassay after extraction with ethanol, and prolactin was measured by immunofluorometric (IFMA) assays (DELFIA 80/505 Wallac Oy, Turku, Finland). The assay sensitivity and intra and interassay coefficients of variation were: 1.20 ug/dl, 2.84% and 10.40% for cortisol, and 1.50 ng/ml, 3.00% and 7.86% for prolactin.

Plasma Escitalopram Concentrations. Escitalopram plasma levels were analyzed by liquid chromatography-tandem mass spectrometry (LC-MS/MS) as described by Rocha et al. (2007). Analyses were performed on a chiral Chiralcel® OD-R column (particle size: 10µm, 250 x 4.6 mm; Chiral Technologies, Exton, PA) with a mobile phase consisting of acetonitrile, methanol, and water (30:30:40, v/v/v) containing 0.05% diethylamine. For the analysis, 1-ml aliquots of plasma were supplemented with 25 µl internal standard (pindolol at a concentration of 5 µg/ml methanol, Novartis, Switzerland), 100 µl of 1 M sodium hydroxide, 200 mg sodium chloride, and 5 ml toluene isoamyl alcohol (9:1,v/v) and then shaken in a horizontal shaker for 30 min and centrifuged at 2000g for 10 min. The organic phases were transferred to conic tubes and evaporated to dryness in a vacuum evaporation system (RCT90 and RC10.22, Jouan AS, St. Herblain, France) at 25° C. The residues were resuspended in 100 µl of the mobile phase and 100 µl hexane, shaken for 30 sec, and centrifuged for 1 min, and 60 µl

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of the aqueous phase was injected into the chromatographic column. All the analytical procedures were carried out under yellow light because of the photosensitivity of citalopram. The matrix effect was practically absent. Recovery was higher than 85%. The quantification limit was 0.1 ng/ml, and linearity was observed up to 500 ng/ml plasma. The coefficients of variation and the relative errors obtained, respectively, in the studies of intra- and interassay precision and accuracy were less than 15%. 2.5. Procedures

Participants received detailed written instructions about the procedures prior to the experiment. They were asked to avoid eating, drinking or smoking one hour before the session; to avoid alcoholic beverages 48 hours before the experimental session; to avoid stress activities (for example, a competition or an academic test) in the day and morning before the session; and to have at least 6 hours of sleep. Participants were instructed to take a light lunch around noon and to arrive to the laboratory at 2 p.m.

The procedures are summarized in Table 1. As described earlier (Garcia-Leal et al., 2005; Parente et al., 2005) the informed consent is divided into two parts, aiming at keeping the unexpected feature of the SPS. Immediately after arriving at the laboratory, participants were given the information for consent about the initial procedures (vein cannulation, psychological and physiological measures and capsule intake). After signature of the first form of the informed consent, a narrow-bore intravenous line (Butterfly-21) was inserted into an antecubital vein and maintained with heparinized saline. Subjects remained at rest and were not allowed to sleep or eat during the testing session. After 30 minutes of rest, basal measures were performed and then a capsule containing either placebo or 10 or 20 mg of escitalopram was orally administered in a random, double blind manner. Placebo and escitalopram capsules were prepared by a pharmacist who was not aware of the experimental procedures. Therefore, the participants were divided into three treatment groups: placebo (n = 12), escitalopram 10 mg (n = 17) and escitalopram 20 mg (n = 14).

Two hours after drug intake, pre-test measures were taken and the information about the SPS was provided (second form of the informed consent). The subject was told that he would have 2 min to prepare a speech about the city public transportation, intended to be an emotionally neutral topic of common knowledge. He was also told that the speech would be recorded on videotape and later analyzed by a psychologist. If the volunteer agreed, the experimental session was carried on. Preparation measurements were taken before the subject started speaking in front of the camera, while viewing his own image on the TV screen. The speech was interrupted at the middle to take performance measurements. The speech was further recorded during 2 min. Post-test measurements were taken 0, 15, 30 and 60 min after the end of the speech.

At the end of the session, the volunteer was requested to describe his subjective impression of the drug effect, and any intercurrence was recorded by the experimenter.

2.6. Data analysis

Age, years of study and total score of STAI-T were analyzed by one-factor analysis of

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variance (ANOVA).

Cortisol and prolactin plasma levels, VAMS factors, total score of BSS, heart rate, systolic and diastolic blood pressure, SCL, total number of SF and escitalopram plasma levels, were submitted to two-factor, repeated measures ANOVA. The degrees of freedom of the repeated factors were corrected by the Huynh-Feldt epsilon. Post-hoc comparisons were made by one-way ANOVA followed by the LSD (Least Significant Difference) test or, in case of repeated measures, by paired t tests. A contrast method was used to compare each dose of escitalopram with placebo over the whole trial. For analysis, the values of SCL were converted into natural logarithms (logn), with the addition of the constant value of 0.01.

Some volunteers were excluded from the analysis because of obstruction or removal of the venous cannula, incorrect fulfillment of the rating scales, and technical problems in the skin conductance measurement equipment. Figure 1 shows the final sample for each variable measured.

Values of p < 0.05 were considered significant.

3. Results

3.1. Participants

The characteristics of the participants in the treatment groups are shown in the table 2. No differences among the experimental groups were found in respect to age [F(2,42) = 0.62, P = 0.541], body mass [F(2,42) = 0.60, P = 0.554], schooling [F(2,42) = 0.40, P = 0.669] or anxiety trait [F(2, 42) = 0.49, P = 0.616].

No volunteer from the placebo group complained about side effects. One participant felt more anxious and other drowsier after 10 mg of escitalopram. After 3h of a dose of 20 mg of escitalopram one volunteer described lethargy, hunger and nausea. Another subject described dizziness during the preparation of the speech that was aggravated during the performance, and followed by nausea, vomit and drowsiness.

3.2. Psychological measures

The effect of SPS on the subjective states assessed by the VAMS factors is illustrated in figure 2.

3.2.1. Anxiety

The SPS test was able to elicit anxiety in all volunteers [phase factor F (3.36, 107.60) = 16.18, P < 0.001], independently of drug treatment [treatment factor F (2, 32) = 2.25, P = 0.121; phase x treatment interaction F (6.72, 107.60) = 0.91, P = 0.496]. However, a contrast analysis showed a treatment effect, with a significant difference between 10 mg of escitalopram and placebo (P = 0.042).

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Comparisons among treatments at each phase of the experimental session showed that volunteers that received 10 mg of escitalopram were more anxious than those that received placebo 15 (F (2, 33) = 3.34, P = 0.048), 30 (F (2, 32) = 5.17, P = 0.011) and 60 min after the end of the speech (F (2, 32) = 3.63, P = 0.038). The volunteers that received 20 mg of escitalopram tended to be more anxious than those that received placebo 60 min after the test (P = 0.052).

3.2.2. Sedation

SPS decreased sedation (or increased vigilance) [phase factor F (4.79, 153.28) = 11.61, P < 0.001] in the three experimental groups, independently of treatment [treatment factor F (2, 32) = 0.60 P = 0.553; phase x treatment interaction F (9.58, 153.28) = 0.80, P = 0.620]. The contrast analysis showed no difference among the treatments [10 mg and placebo (P = 0.488), 20 mg and placebo (P = 0.696)].

3.2.3. Cognitive Impairment

A significant difference in cognitive impairment among treatments was found [treatment factor F (2, 31) = 3.76, P = 0.034]. There was no phase effect [F (3.74, 116.06) = 1.80, P = 0.138], but a trend to a treatment by phase interaction [F (7.49, 116.06) = 1.97, P = 0.061] was detected. The contrast analysis showed that the group receiving 10 mg of escitalopram had more cognitive difficulties than the volunteers that took placebo (P = 0.012).

The group of 10 mg escitalopram showed a greater cognitive impairment compared to placebo at the basal phase (F (2, 55) = 3.69, P = 0.036) as well as 15 (F (2, 35) = 3.57, P = 0.040), 30 (F (2, 33) = 4.08, P = 0.027) and 60 min (F (2, 34) = 3.8, P = 0.033) after SPS. In addition, there was a trend to differences at the pre-test [F (2, 35) = 3.06, P = 0.060] and preparation [F (2, 35) = 2.69, P = 0.082] phases. This same group was also more cognitively impaired than the 20 mg escitalopram group at the basal phase (P = 0.022).

3.2.4. Discomfort

SPS tended to increased discomfort [phase factor F (5.3, 164.42) = 1.98; P = 0.080] in volunteers independently of the treatment [phase x treatment interaction F (10.61, 164.42) = 1.48; P = 0.146; treatment factor F (2, 31) = 2.33; P = 0.114]. The contrast analysis showed no difference between each drug treatment and placebo [10mg and placebo (P = 0.122), 20 mg and placebo (P = 0.601)].

3.2.5. BSS Total Score

SPS increased somatic symptoms in volunteers along the experimental session [phase factor F (4.62, 180.51) = 8.52, P < 0.001] independently of treatment [treatment factor F (2, 39) = 0.19, P = 0.823; phase x treatment interaction F (9.26, 180.51) = 0.86, P = 0.562]. The contrast analysis showed no difference between each drug treatment and placebo [10 mg and placebo (P = 0.707), 20 mg and placebo (P = 0.536)].

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3.3. Physiological measures

3.3.1 Plasma Cortisol

As shown in figure 3, SPS significantly increased plasma cortisol levels [phase factor F (3.54, 120.52) = 10.24, P < 0.001] with a significant difference among the treatments [phase x treatment interaction F (7.09, 120.52) = 2.37; P = 0.026]. Post hoc comparisons revealed that, in comparison to placebo and 10 mg of escitalopram, 20 mg of escitalopram increased plasma cortisol immediately after the speech (P = 0.028 in both), and kept a tendency to same direction 30 min later (P = 0.053 and 0.076 respectively)]. No significant differences were detected between placebo and 10 mg of escitalopram at any experimental phase.

Within-group comparisons indicated that SPS significantly increased plasma cortisol in healthy volunteers that received 20 mg of escitalopram [pre-test x immediately after SPS (t = 5.21; df = 11; p < 0.001)]. Plasma cortisol levels significantly decreased in the 20 mg of escitalopram group from the end of the speech to 15 min after SPS (t = 2.82; df = 10; P = 0.018), and from 30 to 60 min after the end of the speech (t = 3.54; df = 13; P 0.004). No significant differences were found along the experimental phases in placebo and 10 mg of escitalopram.

3.3.2. Plasma Prolactin

SPS increased plasma prolactin levels [phase factor F (2.44, 82.92) = 4.59, P = 0.008] with a main effect of treatment [treatment factor F (2, 34) = 3.47; P = 0.042].

Post hoc tests showed that healthy subjects that received 20 mg of escitalopram presented higher plasma prolactin levels immediately (P = 0.006) and 15 min after the speech (P = 0.009) than the group that received 10 mg of escitalopram. They also showed a trend to present elevated levels immediately after SPS in comparison to placebo (P = 0.078). These data are illustrated in the figure 3.

3.3.3. Skin Conductance

The effects of SPS on electrical skin conductance are shown in table 3. SPS caused elevation in SCL [phase factor F (3.40, 98.58) = 6.98, P < 0.001] and in the number of SF [phase factor F (3.54, 102.64) = 11.50, P < 0.001] independently of treatment [SCL: treatment factor F (2, 29) = 0.24, P = 0.787; phase x treatment interaction F (6.80, 98.58) = 0.91, P = 0.503. SF: treatment factor F (2, 29) = 0.39, P = 0.678; phase x treatment interaction F (7.08, 102.64) = 0.96, P = 0.465]. The contrast analysis showed no differences between each treatment and placebo [10 mg and placebo (SCL: P = 0.527, SF: P = 0.415), 20 mg and placebo (SCL: P = 0.553, SF:P = 0.817)].

3.3.4. Cardiovascular Parameters

SPS increased SBP [phase factor F (3.91, 152.41) = 29.17, P < 0.001], DBP [phase

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factor F (2.08, 81.06) = 13.07, P < 0.001] and HR [phase factor F (3.03, 118.41) = 39.15, P < 0.001] in healthy subjects independently of treatment [SBP: treatment factor F (2, 39) = 1.97, P = 0.152; phase x treatment interaction F (7.81, 152.41) = 0.58, P = 0.786. DBP: treatment factor F (2,39) = 2.27, P = 0.117; phase x treatment interaction F (4.15, 81.06) = 1.14, P = 0.341. HR: treatment factor F (2,39) = 0.91, P = 0.409; phase x treatment interaction F (6.07, 118.41) = 1.05, P = 0.398]. The contrast analysis showed no siginificant differences among the treatments. The effect of SPS on the cardiovascular parameters measured is shown in Table 3.

3.3.5 Escitalopram concentrations

Escitalopram concentrations are shown in figure 3. The group of 20 mg of escitalopram showed higher escitalopram levels than 10 mg group [treatment factor F (1, 22) = 14.32, P = 0.001] immediately [F (1, 23) = 6.50, P = 0.018] and 60 minutes [F (1, 23) = 14.27, P = 0.001] after the speech. The peak concentration was 3.82 ng/ml (range: 1.39-8.61 ng/ml) and 8.15 ng/ml (range: 0.85-15.92 ng/ml) at 5 hours after drug intake with 10 mg and 20 mg of escitalopram respectively.

4. Discussion

The SPS test was able to increase VAMS anxiety and alertness (reduction of mental sedation) during speech preparation and performance, an expected response in healthy subjects as demonstrated by previous studies (Mc Nair et al., 1982; Graeff et al., 1985; Guimarães et al., 1987 e 1991). SPS also enhanced bodily symptoms, skin conductance levels, systolic and diastolic blood pressure and heart rate and a tended to increase discomfort. Although there are reports of negative results in regard to discomfort (Parente et al., 2005; Hetem et al., 1996), diastolic blood pressure (Parente et al., 2005; Hetem et al., 1996) and heart rate (Hetem et al., 1996; Graeff et al., 1985), these data corroborate the findings reported in most previous studies that have employed similar methods (Parente et al., 2005; Silva et al., 2001; Hetem et al., 1996; Zuardi et al., 1993).

The absence of an anxiogenic response to escitalopram at pre-test is in agreement with reported results from provocative tests showing that either citalopram or escitalopram do not increase anxiety after acute administration (Hawken et al., 2006; Nadeem et al., 2004; Hennig and Netter, 2002), and with clinical data showing that escitalopram does not have significant side effects during the early phase of drug treatment (Colonna et al., 2005; Lepola et al., 2003; Wade et al., 2002). In addition, preclinical studies have shown that in contrast to most antidepressant agents, escitalopram has anxiolytic-like effects in animal models of anxiety (Pinheiro et al., 2008; Fish et al., 2004; Sanchez et al., 2003).

Although the doses of escitalopram used did not change the subjective measures taken at the speech anticipation or performance phases differently from placebo, they prolonged the rise of VAMS anxiety provoked by the SPS test. This effect is similar to that shown by the 5-HT2 receptor antagonist ritanserin (Guimarães et al., 1997). Previously reported results have also shown that the 5-HT reuptake inhibitors chlorimipramine (Guimarães et al., 1987) and nefazodone (Silva et al., 2001) enhance the fear of speaking in the SPS test. Nevertheless, instead of prolonging the fear

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response, as escitalopram and ritanserin did, these drugs increased its peak at the preparation and speaking phases of the experimental session. This difference might be due to the fact that neither chlorimipramine nor nefazodone are 5-HT reuptake inhibitors as selective as escitalopram.

From reported results with other SSRIs, it is expected that chronic treatment with escitalopram would increase the availability of 5-HT in the synaptic cleft. However, the similarities of the effects of a single dose of escitalopram with that obtained with ritanserin (Guimarães et al., 1997) suggest an impairment of the 5-HT neurotransmission after its acute administration. This hypothesis has been originally suggested to explain the pro-anxiety effect observed with a single dose of chlorimipramine in the SPS (Guimarães et al., 1987). In agreement, the 5-HT releasing agent d-fenfluramine has been shown to have the opposite effect, i.e., reduced the fear of speaking (Hetem et al., 1996). A likely explanation for the proanxiety effect of acute escitalopram is the predominance of a presynaptic action of 5-HT on autosomic receptors of serotonergic raphe neurons, the stimulation of which inhibits neuronal firing and consequent 5-HT release from nerve terminals (Piñeyro and Blier, 1999). Interestingly, the present results show that the 10 mg dose of escitalopram had a stronger proanxiety effect than 20 mg. This lack of proportion between dose and effect might be due to the interference of a postsynaptic effect of opposite direction. Indeed several effects of acute citalopram or escitalopram, in particular the release of pituitary stress hormones, are generally attributed to an increased 5-HT action on postsynaptic receptors (see below).

The role of 5-HT in anxiety is still controversial, with many conflicting results existing in the literature. In an attempt to integrate and explain these findings, the suggestion has been made (Deakin and Graeff, 1991; Graeff et al., 1996) that 5-HT would have a dual role in anxiety, facilitating learned anxiety in the amygdala and other rostral brain structures, and attenuating innate fear reactions to proximal threats in the brainstem, particularly the dorsal periaqueductal gray matter (DPAG). It has also been proposed that both panic attacks and the fear of speaking in the SPS test activate the same neural network that is engaged by proximal threat. Therefore, we could argue that acute escitalopram may reduce 5-HT concentration at postsynaptic receptors of the DPAG, thus enhancing the fear of speaking. As discussed above, a similar suggestion has been made in regard to chlorimipramine and nefazodone (Guimarães et al., 1987; Silva et al., 2001).

Considering the hormonal response, differently from other provocative tests with oral citalopram or escitalopram (Kuepper et al., 2006; Hawken et al., 2006; Nadem et al., 2004; Hennig and Netter, 2002), we did not find an increase of cortisol and prolactin levels two hours after the escitalopram intake (pre-test measures). This may be due to the fact that in our study an independent-sample design has been used, whereas most of the studies that showed changes in hormonal levels after these drugs have been carried out with a crossover design, which allowed the control of the individual variability in hormonal levels and response and the detection of more subtle differences.

Confirming previous results from our laboratory (Garcia-Leal et al., 2005) no significant changes in either cortisol or prolactin levels presently occurred in the placebo group or even in the group receiving the smaller dose of escitalopram. Therefore, SPS does not seem to activate the HPA axis in healthy volunteers. In this regard, a meta-analytic study including 208 original reports on the effect of acute psychological stressors on cortisol led to the

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conclusion that the average effect size for SPS is small, with 19 out of 39 studies showing no cortisol response to the SPS (Dickerson and Kemeny, 2004). Interestingly, this meta-analysis further showed a substantial variability in the effect sizes depending on the nature of the stressor task, larger cortisol responses were obtained with tasks that included social-evaluative threat and uncontrollability, which are some of the essential features of the SPS. This apparent paradox can be explained by the suggestion that SPS mobilizes the same brain mechanisms involved in panic attacks (Graeff et al., 1996, 2003; Deakin et al., 1994), since reported evidence shows that cortisol does not increase following either experimentally-induced or spontaneous panic attacks (for a review, see Graeff et al., 2005). In the same vein, a preclinical study has shown that the electrical stimulation of the rat DPAG does not increase plasma levels of ACTH and prolactin (Vargas et al., 2001). Taking together, these data suggest that the panic attack and SPS engage Cannon´s “emergency response” (Cannon, 1914) and stimulate the sympathetic division of the neurovegetative nervous system, but do not activate the HPA axis (Graeff et al., 2005).

Nevertheless, under the highest dose of escitalopram presently used, significant, although mild, increases in plasma cortisol and prolactin were observed after the SPS. It is known that hormonal responses can be modulated by 5-HT, with evidence showing an increase of cortisol and prolactin plasma levels following increased central 5-HT function (Yathan and Steiner, 1993). As discussed above, SSRIs, including citalopram and escitalopram, are often used as challenges to activate the HPA axis (Lotrich et al., 2005; Flory et al., 2004; Bhagwagar et al., 2002; Attenburrow et al., 2001; Seifritz et al., 1996). Yet, it should be reminded that the behavioral results of the present study point to the opposite direction, i.e., a decrease of 5-HT function after acute escitalopram. This seeming inconsistency may be explained by the proposal that the serotonergic neurons in the raphe nuclei do not constitute a homogeneous population, but rather that there are neuronal subpopulations innervating different structures and regulating different functions. In particular, Lowry (2002) and coworkers (Lowry et al., 2005) have identified a set of 5-HT neurons in the middle and caudal dorsal raphe nucleus projecting to limbic areas that is specifically activated by stressful stimuli. One projection impinges upon the DPAG and another on the rostral ventrolateral medulla, a region that controls the cardiovascular sympathetic tone. Furthermore, these 5-HT pathways are supposed to inhibit the behavioral and the autonomic manifestations of the panic attack, respectively (Johnson et al., 2008). In addition, there is a subpopulation of serotonergic neurons predominantly located in the ventral portion of the dorsal raphe nucleus that are sensitive to the excitatory effects of corticotropin-releasing factor. They have been proposed to participate in a mesolimbocortical serotonergic system that regulates responses to stress-related stimuli (Lowry et al., 2000). Therefore, a possible explanation for the seemingly contradictory results obtained with SSRIs would be the differential response of 5-HT neuronal subpopulations. For instance, the serotonergic neurons involved with defense would be inhibited, whereas those controlling pituitary stress hormones being activated with acute SSRI administration. 5-HT neurons are activated by proximal threat stimuli (Walletschek and Raab, 1982) and 5-HT has been proposed to play a phase rather than tonic inhibitory role on DPAG activity (Graeff et al., 1996). This stimulus specific activity could conceivably be more sensitive to an inhibitory presynaptic influence of increased 5-HT availability induced by escitalopram than the hormonal responses.

A limitation of this study is the relatively small and variable number of the sample, what could mask differences in cortisol and prolactin levels among the experimental groups, impairing the detection of hormonal responses. Moreover, a longer period of

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blood sample collection could allow the detection of late hormonal response, although previous studies found hormonal response 60 to 120 minutes after drug intake (Hawkem et al., 2006; Nadeem et al., 2004; Hennig and Netter, 2002).

Concluding, the present results show that acute administration of escitalopram prolonged the fear of speaking in the SPS test. This may be due to decreased 5-HT function in the mesolimbic serotonergic system regulating behavioral responses to stress (Lowry, 2002, et al., 2005). Under the highest dose of escitalopram used, an increase of cortisol and prolactin plasma levels occurred after the speech, indicating an increased function of the 5-HT system regulating hormonal responses to stress. Therefore, it seems that the same drug treatment can differentially affect distinct subpopulations of 5-HT neurons, probably due to a balance between presynaptic, inhibitory and postsynaptic, excitatory actions.

Author Disclosure

Role of Funding Source. Funding for this study was provided by a grant from FAPESP which had no further role in study design; in the collection, analysis and interpretation of data; in the written of the report; and in the decision to submit the paper for publication.

Contributors. CM Del-Ben, C Garcia-Leal, FG Graeff and FS Guimarães designed the study, wrote the protocol, and also undertook the statistical analysis. C Garcia-Leal managed the literature searches and analyses, and searched and selected the volunteers. C Garcia-Leal and FM Leal realized the experimental sessions. CM Del-Ben and C Garcia-Leal wrote the first draft of the manuscript. All authors contributed to and approved the final manuscript.

Conflict of interest. All authors have no conflict of interest.

Acknowledgements

The authors are indebted to Lucila Leico Kagohara Elias, MD, PhD, Margareth Castro MD, PhD, and Vera Lúcia Lanchote, PhD for cortisol, prolactin and escitalopram measuring and to Mr José Roberto da Silva and Mrs Lucimara Bueno for technical assistance.

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Tables

Table 1

Timetable of the experimental session, beginning at 14 h

Time in minutes

Procedure

0 – 15 Instructions about the cannulation, psychological and physiological measures and drug intake

15 – 30 Cannulation 30 – 60 Rest 60 – 74 Basal measures (VAMS, BSS, BP, HR, skin condutance, cortisol and

prolactin) 74 – 75 Drug Intake 75 – 195 Rest 195 – 210 Pre-test measures (VAMS, BSS, BP, HR, skin conductance, cortisol and

prolactin, escitalopram) 210 – 220 Instructions about the SPS 220 – 222 Speech preparation (skin conductance) 222 – 232 Preparation measures (VAMS, BSS, BP, HR) 232 – 234 Speech performance (skin conductance) 234 – 244 Performance measures (VAMS, BSS, BP, HR) 244 – 246 Continuation of speech (skin conductance) 246 – 251 0 min post-test cortisol and prolactin

Escitalopram 251 – 261 Rest 261 – 276 15 min post-test (VAMS, BSS, BP, HR, skin conductance, cortisol and

prolactin) 276 – 286 30 min post-test VAMS, BSS, cortisol and prolactin 286 – 306 Rest 306 – 316 60 min post-test VAMS, BSS, cortisol and prolactin

Escitalopram VAMS = Visual Analog Mood Scale,BSS = Bodily Symptoms Scale, BP = Blood Pressure, HR = Heart rate

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Table 2

Characteristics of the experimental subjects

Characteristic Placebo Escitalopram 10 mg Escitalopram 20 mg

Number 12 17 14

Age 24.09 ± 0.89a 22.88 + 0.77 23.92 + 0.91

BMI 23.68 + 0.69 22.76 + 0.52 22.76 + 0.76

Years of study 15.02 + 0.87 14.08 + 0.41 14.44 + 0.94

STAI –T 35.41 ± 2.04 32.00 + 2.71 33.23 + 2.11

a Mean ± SEM; BMI: Body Mass Index; STAI –T: State-Trait Anxiety Inventory – Trait.

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Table 3

Physiological changes induced by SPS.

Experimental Group

Phase Skin conductance

level

Spontaneous fluctuations

Systolic blood

pressure

Diastolic blood

pressure

Heart rate

Basal 0.98 + 0.23 6.87 + 1.41 113.25 + 2.77 71.00 + 1.97 67.41 + 2.00 Pre-test 0.64 + 0.13 7.25 + 1.87 115.00 + 4.59 72.08 + 1.47 61.50 + 1.52 Preparation 1.20 + 0.13 12.50 + 2.16 126.00 + 2.27 76.91 + 2.03 75.33 + 2.02 Speech 1.25 + 0.14 17.50 + 3.70 124.58 + 2.80 77.16 + 1.93 75.66 + 2.11

Placebo

Final* 1.21 + 0.14 14.62 + 3.32 115.00 + 2.15 73.00 + 1.40 66.00 + 1.32

Basal 0.93 + 0.18 7.86 + 1.62 107.47 + 1.98 65.70 + 4.11 66.59 + 1.85 Pre-test 0.76 + 0.14 6.78 + 1.60 111.70 + 2.34 73.65 + 1.86 62.59 + 1.66 Preparation 1.05 + 0.13 13.64 + 1.93 123.17 + 2.31 78.35 + 2.07 79.88 + 3.39 Speech 1.01 + 0.14 13.21 + 2.94 123.12 + 3.06 77.53 + 2.34 76.41 + 2.72

Escitalopram 10 mg

Final* 0.96 + 0.14 9.64 + 1,87 115.41 + 2.84 77.59 + 2.02 66.82 + 1.96

Basal 0.91 + 0.27 8.18 + 2.10 114.5 + 3.06 73.00 + 2.99 72.28 + 3.87 Pre-test 0.58 + 0.13 5.09 + 1.06 115.71 + 3.27 74.71 + 2.50 67.28 + 2.28 Preparation 1.07 + 0.13 16.70 + 2.72 129.93 + 4.63 81.57 + 2.15 77.00 + 3.07 Speech 1.13 + 0.14 13.41 + 2.46 131.84 + 3.47 82.92 + 1.94 77.84 + 2.90

Escitalopram 20 mg

Final* 0.88 + 0.14 12.18 + 2.79 119.43 + 2.64 78.36 + 2.35 70.28 + 2.09 * 15 min after the speech

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Figures

Figure 1. Flowchart of study participants and number of volunteers in each group (P = placebo, 10 mg or 20 mg of escitalopram) of the variables measured (VAMS, BSS, SC = Skin Conductance and CP = Cardiovascular Parameters). 1. subjects excluded due clinic medications for psoriasis (1), and hipotireoidism (1), treatment with isotretinoine (1), antidepressant (1), and drugs not specified (3). 2. volunteers excluded due past of psychiatry disorder: obsessive compulsive disorder (1), major depression (1), nicotine dependence (2), cannabis abuse (1), anxiety disorder with alcohol abuse (1).

72 submitted to phone screening

52 selected

20 excluded:6 refused

7 clinic medications1

1 obesity6 past of psichiatry disorder2

50 clinic and psichiatry interview

2 refused

44 performed SPS

Final sample: 43

6 excluded:1 cardiac alteration

4 refused1 use of finasteride

1excluded:use of propanolol

VAMSBSSCortisol/ProlactinSCCP

P 10 mg 20 mg

12 11 1212 16 1412 14 118 14 10

12 17 13

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Figure 2. Changes in VAMS factors induced by simulated public speaking (SPS), measured in 35 healthy male volunteers after two hours of an acute dose of 10 mg (n = 11) and 20 mg of escitalopram (n = 12) compared to placebo (n = 12). The phases of the experimental session are: B basal, PT pre-test (two hours after drug intake); Pr preparation of speech, S speech performance, 15, 30 and 60 min after the speech. Points in the curves indicate mean and vertical bars the SEM. *Significantly different from placebo. 1Significantly different from PT. 2Significantly different from S. 3Significantly different from 20 mg. 4Significantly different from B.

Anxi

ety

(mm

)

30

35

40

45

50

55

60 10 mg 20 mg Placebo

B S 15 30 60PT Pr

**

*

*

1

1

1

2

Seda

tion

(mm

)

30

35

40

45

50

55

60

B S 15 30 60PT Pr

Cog

nitiv

e im

pairm

ent (

mm

)

30

35

40

45

50

55

60

B S 15 30 60PT Pr

*** * **

1

4

3

Dis

com

fort

(mm

)

30

35

40

45

50

55

60

B S 15 30 60PT Pr

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Figure 3. Escitalopram concentrations in 25 healthy male subjects after 10 mg (n = 14) or 20 mg (n = 11) of escitalopram. Changes in plasma cortisol and prolactin levels induced by SPS, measured in 37 healthy male volunteers after two hours of an acute dose of 10 mg (n = 14) and 20 mg of escitalopram (n = 11) compared to placebo (n = 12). 0 immediately after the speech. Other specifications are in the legend of Fig. 2. *Significantly different from PT and from other two groups. 1Significantly different from 10 mg.

Esci

talo

pram

(ng/

ml)

0

2

4

6

8

10 10 mg 20 mg

B 0PT 60

1

1

Cor

tisol

( µg/

dl)

56789

101112131415161718 10 mg

20 mg Placebo

*

B 0 15 30 60PT

Prol

actin

(ng/

ml)

56789

1011121314151617

*

B 0 15 30 60PT

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