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EDITORIAL Olá amigos o Flores está de cara nova e espero que todos os leitores apreciem esta mudança. Nesta edição saberemos um pouco mais sobre Georgette Silen e seus trabalhos literários, Tom Savini e seus monstros e a arte de Victoria Francés com suas criaturas fantásticas e sedutoras. Ainda nesta edição um pouco do que rolou na Fantasticon e no Cinefantasy 2010 e release com as bandas Holiness e Revengin.

Boa leitura e até a próxima edição.

R. Raven - editora

Agradecimentos: Iam Godoy pela capa e força, Azriel Goth (The Funeral of Tears), Lady Dark (Victoryan Goth) Georgete Silen (Lázarus), as bandas Hollines e Revengin, Christian (Anúbis Eventos), Rubens Mello, Adriano Siqueira, Rodrigo Aragão, Walderrama e toda a equipe do Mangue Negro, A galera responsável pelo Cinefantasy e Fantasticon, Diego A. Horta (Sfero), Gilberto X (finalmente nos conhecemos pessoalmente...^^), Madrinha Bell Bone, os poetas Rallyane Costa Ribeiro e Rodrigo Q, Alfer Medeiros, André Bozzetto Jr., M. D. Amado e todos que de alguma forma ajudaram a construir este e-zine.

Tom Savini nasceu no dia 3 de novembro de 194 em Pittsburgh Pensilvani é ator, diretor e artista de efeitos especiais e maquiagem. A vontade e a curiosidade na criação de efeitos especiais fez com que Tom passasse horas dentro do banheiro testando maquiagens e fazendo "coisas horríveis" com sua face enquanto as outras crianças brincavam de coisas normais na rua. Apesar desse comportamento "estranho" tinha todo o apoio da mãe e dos irmãos mais velhos - o pai não botava muita fé na vocação do filho. Savini cresceu e foi na escola que conheceu George A. Romero - principal precursor de sua carreira - quando este procurava atores para um filme chamado "Whine of the Fawn". Tom chegou a fazer teste de cena no estúdio da produtora de Romero, mas o filme nunca foi realizado. Alguns anos depois em 1968, Savini ficou sabendo que Romero estava produzindo um filme de zumbis que futuramente ganharia o título de A NOITE DOS MORTOS VIVOS. Então ele procurou o diretor com seu portifólio se oferecendo para fazer os efeitos especiais e Romero teria utilizado os trabalhos dele não fosse pelo fato de que Tom havia se alistado no exército e foi convocado para a guerra no Vietnã como fotógrafo de combate, ficando por lá cerca de dois anos. Mas mesmo longe das lentes das câmeras Savini continuava a desenvolver suas técnicas de maquiagem e freqüentemente assustava os vietnamitas aparecendo maquiado como um "monstro". Ainda durante a guerra, em 1970 enquanto fazia guarda, um sinalizador foi lançado na floresta na área em que ele estava vigiando. Contra os protocolos militares, Savini atirou na mata sem informar aos seus superiores. Como ele, outros soldados começaram a atirar até que um inofensivo pato saiu dos arbustos. Devido sua incapacidade em seguir ordens, Tom foi retirado da guarda daquele local por toda aquela noite, porém mais tarde o lugar foi atacado e muitos soldados foram mortos. Savini ganhou o apelido de "Duck Slayer" e daquele dia em diante nunca mais comeu carne de pato. De volta aos Estados Unidos, Tom Savini começa a trabalhar nos filmes com uma filosofia que seguiu sua vida profissional: "Quanto mais você faz, mais você tem a fazer" e assim esteou elaborando os efeitos e maquiagem das produções Deathdream, do diretor Bob Clark - futuro comandante de Black Christmas e PORKY'S - e Deranged, baseado na história de Ed Gein (ambos de 1974). .

Durante os próximos anos, Tom alternaria os trabalhos de fotógrafo free-lance de dia e ator/maquiador em um teatro regional à noite, na Carolina do Norte, além de praticar técnicas como dublê. Até que em 1977 foi fazer uma audição para o próximo filme de George Romero, MARTIN, mais especificamente para o papel do vampiro. Já haviam escolhido o elenco, contudo Savini ficou e fez os efeitos, um tanto rudimentares por causa do orçamento. No ano seguinte enquanto ele fazia um papel na Carolina do Norte, o maquiador multi-uso recebia um estranho telegrama de George Romero: "Ele dizia que estava 'começando a pensar em algumas maneiras de matar pessoas'", disse Tom em entrevista. Essa comunicação iniciava um meticuloso processo de criação que renderia DESPERTAR DOS MORTOS, onde Savini além de trabalhar nos efeitos, também foi ator e dublê. Sobre a experiência, uma frase do próprio profissional não poderia ser mais esclarecedora: "A vida real era muito chata se comparada com estar no set de Dawn of the Dead". Os efeitos viscerais e principalmente as características mordidas dos zumbis que arrancam nacos de suas presas foi muito copiado nas produções posteriores e mesmo hoje poucos filmes conseguem causar este misto de repulsa e admiração. DESPERTAR DOS MORTOS foi a pedra definitiva que alçou a reputação de Savini, e sua presença ficou cada vez mais requisitada. A parceria Savini/Romero permaneceu em CREEPSHOW (1982), DIA DOS MORTOS (1985), COMANDO ASSASSINO (1988) e DOIS OLHOS SATÂNICOS (1990) além de um papel de mais destaque em CAVALEIROS DE AÇO (1981). Tão importantes e realistas quanto, os efeitos criados por Tom Savini foram definitivos para o sucesso de seus próximos dois filmes, SEXTA FEIRA 13 e MANIAC, ambos de 1980. O capricho e a dedicação de seu trabalho foram diferenciais também em CHAMAS DA MORTE (1981), QUEM MATOU ROSEMARY? (1981), O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA 2 (1986), entre diversos outros, até se aposentar no ramo técnico em 2002 com a dispensável “biografia” TED BUNDY.

www.savini.com www.myspace.com/tom_savini

Falar que o metal brasileiro atingiu níveis internacionais em termos de profissionalismo não é novidade pra ninguém. É verdade que muitos ainda pensam que ligar uma guitarra no talo e encontrar um vocalista que consiga berrar durante uma hora inteira é o mesmo que formar uma banda de heavy metal, mas esses a seleção natural se encarrega de eliminar. Assim, o espaço que sobra acaba sendo ocupado por quem tenha talento, profissionalismo, dedicação e amor pela música. Exatamente como acontece com o quarteto Holiness que está saindo do interior do Rio Grande do Sul, mais precisamente de Erechim, para certamente conquistar o mundo. O Holiness não é a simples união de cinco músicos de talento. É muito mais do que isso. Cristiano Reis (bateria) e Hércules Moreira (baixo) formam uma cozinha de consistência a toda prova, enquanto Fabrício Reis mostra não só uma imensa variedade de recursos técnicos, além de feeling a toda prova e um enorme bom gosto na hora de timbrar as guitarras. Mas o melhor fica para o fim. Stéfanie Schirmbeck não é uma menininha que pensa que buscar agudos nas profundezas transforma qualquer garota numa vocalista de rock. Simplesmente porque ela é uma vocalista de rock. Stéfanie tem uma bela voz natural e, mais importante de tudo, sabe usá-la. Assim, o heavy com alguns detalhes bem sacados de hard rock feito pelo Holiness ganha personalidade através de sua técnica apurada e de sua enorme capacidade enquanto intérprete. Tudo isso acabou chamando a atenção de ninguém menos que Aquiles Priester, que acabou produzindo o primeiro disco da banda, Beneath The Surface, que teve Adair Daufembach como técnico de som. As baterias foram gravadas nos estúdios Daufembach, em Criciúma (SC), que deslocou uma unidade móvel para Erechim para realizar o restante das gravações. Concluída essa etapa, o álbum foi mixado e masterizado no estúdio Area 51, em Celle (Alemanha), pelo produtor americano Tommy Newton e conta com a participação do tecladista do Hangar, Fabio Laguna. Dentre as dez faixas que mesclam peso, melodia, técnica, feeling e muito bom gosto, o grupo ainda mostrou-se seguro para gravar dois covers, Uninvited (Alanis Morissette) e Torn In My Side (Eurythmics), em releituras que revestiram aquelas músicas com as características do Holiness. Torn In My Side, a propósito, foi gravada com exclusividade para a versão japonesa do disco, já que as negociações com selos de fora do Brasil encontram-se em estágio bastante avançado. Nada mal para uma banda que começou há dois anos, de forma até despretensiosa por Stéfanie e Cristiano, que queriam simplesmente compor belas melodias, que se sustentassem somente com violão e voz. Stéfanie, Cristiano, Fabrício e Hércules fizeram muito mais do que isso. Eles simplesmente criaram a banda que tem tudo para ser a revelação nacional de 2010.

Release por Antonio Carlos Monteiro, Jornalista e Crítico Musical.

A banda Revengin surgiu em Setembro de 2008 através de uma seleção natural do tempo e de ideais, alguns componentes da antiga Banda Tristesse se juntaram novamente e decidiram continuar em busca do sucesso. A banda é composta por cinco integrantes que foram unidos por laços de afinidade musical: Bruna Rocha (vocal), Thiago Contrera (guitarra e voz), Diego Metal (teclado), Rafael Silva (baixo) e Hugo Bhering (bateria e voz). Todos com grande experiência musical e influências variadas. A Revengin mesmo com pouco tempo de estrada já vem mostrando seu trabalho ao público através do seu primeiro EP intitulado “Synergy Through The Ashes” lançado em Junho de 2009 “Lunatic Doom“ é o primeiro sucesso da banda, seguido por “Decadent feeling called love”; “Repairless” e “Beyond the Existence”. As canções tomam forma de poesias musicadas – numa métrica singular e arranjo instrumental diferenciado – enfatizando o novo e o inusitado. Revengin é o resultado da união e da paixão pela música dos integrantes. É a soma de todos os sentimentos revertidos em palavras expostas nas letras e nos acordes tocados. A banda tem um interesse único e fiel em fazer um som de extrema qualidade com um toque de drama para todos se emocionarem e se deliciarem com o material.

Bruna Rocha – vocalista Thiago Contrera – guitarrista

Diego Metal – tecladista Rafael Silva – baixista

Hugo Bhering – baterista

contatos:

+55 (21) 8349-3684 - Bruna +55 (21) 9706-6509 - Hugo

[email protected]

Mandem seu material para divulgação no Flores do Lado de Cima

[email protected]

~# Victoria Francés #~ Nascida em Valencia, no dia 25 de Outubro de 1982 é pintora e ilustradora Desempenha o seu papel de ilustradora realizando diversos trabalhos em capas de livros e obras por encargo. Desde criança que acha fascinante a beleza dos bosques galegos, onde passou grande parte da sua infância. Após ter viajado a cidades como Londres e Paris, ficou hipnotizada pelos ambientes que deram vida a obras literárias e legendárias do gênero gótico. As suas ilustrações e desenhos representam assim um mundo onírico do romantismo gótico. Inspirada pelo gênero das pinturas pré-rafaelitas, apresenta temáticas que nos levam a um mundo simbologista, mágico e ancestral. Todo o sofrimento dos seres proscritos deste mundo é retratado em forma de castelos obscuros e mansões de luzes tremeluzentes, onde se reconhece a influência de Goethe, Edgar Allan Poe, Baudelaire e inclusive Bram Stoker. História: Primeiro livro de Francés, Favole, foi lançado em 23 de abril de 2003. Este foi moderadamente bem sucedido, mas ela retornou ao Universidade de Bellas Artes afim de continuar a estudar. Fez sua primeira aparição pública na 22nd Annual Comic Fair in Barcelona, em 8 de março de 2004, e viajou de Madrid e os E.U.A no ano seguinte. Enquanto isso, seus outros livros foram liberados. Ela freqüentou a Universidade de San Carlos, Valência, Espanha, onde estudou Belas Artes. Lá, ela começou a trabalhar como ilustradora enquanto também projetava capas de livros diversos e outras peças encomendadas. Favole, seu primeiro livro ilustrado, é a lembrança de três cidades, Verona, Veneza e Genova, e foi a sensação em 2004 Saló del Còmic Barcelona, alcançando grande sucesso de audiência em todos os países onde foi publicado. Logo após Favole II e III seguiu ganhando seu sucesso ainda mais. As pinturas de Victoria Francês em Favole I, II, III são fascinantes. Um conto de fadas obscuro que vai embalar os seus sonhos.

http://www.victoriafrances.es

GEORGETTE SILEN:

01)Primeiramente quero que saiba que é uma tremenda satisfação realizar esta entrevista? R:Olá Raven, o prazer é meu também ,acredite. Curto muito o trabalho de vocês e gostaria de deixar um abraço a todos que acompanham as publicações do Flores do Lado de cima. 02)Você trabalha com teatro há 22 anos.Já teve alguma obra sua divulgada no exterior? R: No exterior não, mas já rodei o Brasil todo quase, com apresentações teatrais, cursos, entre outros. Tive oportunidades maravilhosas de conhecer a cultura desse Brasil imenso e rico. 03)Seu trabalho como diretora segue a mesma linha de seus escritos ou a escritora de horror é diferenciada da diretora? R: No teatro eu nunca trabalhei com terror ou horror, até porque essa temática, se não for muito bem elaborada, acaba caindo no grotesco e na paródia, provocando o riso. Mas já trabalhei comédias, dramas, literatura estrangeira e nacional, além do circo, mímica, clown, infantil e teatro de bonecos. 04)Quantos prêmios como atriz/diretora você já recebeu?Conte-nos um pouco desta sua faceta teatral? R: Como atriz recebi cinco prêmios, como diretora eu já fui premiada 9 vezes em festivais nacionais e regionais. Na verdade, o teatro é minha firmação original, trabalho com ele desde os 15 anos e isso está diretamente ligado com tudo que faço, escrevo projeto. Atualmente eu não estou atuando, minha ultima performance foi em 2001, na peça Irmã Linda. Dedico-me a direção teatral, cursos, oficinas técnicas de expressão corporal, técnica vocal, teatro de bonecos, jogos teatrais e teatro como formação de professores. Além disso, sempre exercitei a dramaturgia, escrevendo peças e roteiros para os espetáculos, pois o custo para pagamento de direitos autorais no Brasil é caro para grupos iniciantes, e acabamos por desenvolver nossos próprios textos para encenação. 05)Como escritora de literatura fantástica quais são os seus ídolos literários e como eles atuam nos seus trabalhos? R: Eu fui apresentada a literatura de fantasia pelos contos de fadas na infância, depois fui conhecendo Tolkien, Marion Zimmer Bradley, Cornwel, Monteiro Lobato, entre outros, o que influenciou muito meu gosto por essas histórias. Depois veio a fantástica série Vaga Lume, da Ática, que preencheu um espaço importante de leitura em minha adolescência, e na seqüência os autores brasileiros, como Joaquim Manuel de Macedo (A luneta Mágica) e seguindo por André Vianco. Cada um dos autores que leio contribui de alguma forma para meu aprendizado como escritora, amplia as possibilidades, e me aproxima mais do universo da fantasia. Lendo eu vou exercitando a mente para apurar a escrita, e isso é o principal beneficio da literatura.

06)Como é administrar projetos sobre a literatura fantastica no Brasil? R: Até o momento tem sido gratificante. Existem muito autores bons ainda espalhados por ai, que precisam de visibilidade para expor suas obras ao grande público. As antologias têm ajudado muito, e creio que logo veremos muitos desses autores invadindo o mercado com suas obras solo, graças a Deus! O mais difícil mesmo é conciliar custos dentro de projetos como esses. Existem diferentes frentes de produção, cooperativistas ou não, e cada uma tem necessidades diferentes de execução. Mas com paciência e dedicação, tudo vai se encaminhando para um excelente resultado, como foram O Grimoire dos Vampiros (aguardem o volume 2 para breve!) e a UFO – Contos não Identificados, que promete ser mais sucesso também. 07)Você já teve contos publicados nas antologias "Marcas na Parede" "Metamorfose - A Furia dos Lobisomens", "Poe 200 anos" e "O Grimoire dos Vampiros", entre outras.Você acredita que as antologias facilitam a vida dos escritores emergentes ou limitam as publicações de obras-solo? R: Facilitam para que o autor se teste, coloque sua obra no mercado e veja qual a receptividade do publico leitor. Isso é inquestionável, com certeza. Não acredito que limitam, o que acontece que existem autores que se sente, confortáveis em participar apenas de antologias como co-autor, o que não é ruim se ele se sente bem, se isso for de seu desejo. E também existem os autores que são contistas, que gostam do gênero e se identificam em escrever apenas contos, e que criam lindos livros solos sobre o assunto. E há aqueles que exercitam o conto ao extremo, para depois tomar fôlego e partir para o livro solo. Há vários tipos de autores e vários tipos de publicações, o importante é existir, sempre. 08)Você já participou de alguma outra antologia fora do gênero fantástico ou isso está enraizado no seu estilo de escrever? R: Eu tenho apenas dois contos escritos que não são de literatura fantástica. Um dele, Lucius, vai fazer parte da antologia Jogos Criminais, da Andross Editora, organizada pelo Sérgio Pereira Couto. É um conto policial de assassinos em série. E o outro é um conto, ainda inédito e sem previsão de publicação, que fala sobre valores de formação na adolescência. Escrevi por vontade, sem me preocupar com a temática fantástica, mas que se tornou um trabalho pelo qual tenho muito carinho. Mas no geral eu gosto de escrever sobre literatura fantástica mesmo. 09)Como surgiu o convite para prefaciar os livros "Agridoce" e "Homens sem Rosto"? R: Surgiu dos autores. Eu havia feito a revisão dos Homens Sem Rosto para o autor, Renato G. Cunha, que participou também do O Grimoire dos Vampiros, e nesse processo surgiu o convite. Com a Simone O. Marques, autora de Agridoce, o convite surgiu após eu ter feito a resenha da Saga Paganus, de autoria dela. Ela ficou entusiasmada com a resenha, e como eu já tinha feito a leitura crítica do Agridoce, o convite surgiu naturalmente também. 10)Falemos um pouco sobre seu livro solo, "Lazarus" e o motivo para estendê-lo por quatro volumes? R: Lázarus surgiu de um sonho. E, graças a minha filha, a história foi para o papel, porque ela me incentivou a escrever sobre o sonho. No começo eu não sabia muito bem como conduziria a história, porque na verdade o trecho do livro que eu sonhei está mais próximo da terceira metade do Lázarus. Então fui juntando as partes, criando um começo e meio que conduzissem aquela parte sonhada, e a história se firmou. Mas, ao mesmo tempo, eu vi que ela não se bastaria em um único volume (que já estava em 422 paginas) . Por isso, fechei o manuscrito e decidi partir para a continuação, e nela vi que também não se bastaria, havia muita coisa a ser dita e explorada. Quando dei por mim, estava brigando para conseguir terminar a história em 4 livros, pois eu fiquei querendo mais, (risos). 11)Como é ser uma mulher que escreve estórias de horror, já que este é um caminho quase que trilhado por escritores masculinos? R: Jura? Nossa, sabe que eu nunca parei pra ver dessa forma? Acho que mulher acaba tendo mais sensibilidade ao horror, ela é mais cruel, mais letal que o homem quando escreve. Talvez por isso eu tenha mais referencias femininas na literatura de horror do que masculinas. A escrita de uma mulher é muito marcante, porque ela não tem pena de atacar os pontos certos, doa a quem doer. 12)Quais as novidades de Georgette Silen para 2010? R: A maior delas com certeza é o Lázarus, minha primeira cria em uma escala de evolução. Afora ele, tenho expectativas de poder lançar a continuação dele, Panacéia, em 2011. Existem as antologias que estão em andamento e também a expectativa pelo lançamento da chamada para O Grimoire dos Vampiros 2, a pedido de autores e do publico que deseja ver a continuidade do primeiro livro, que já é sucesso absoluto de vendas.

13)Muito agradecida pela paciência em responder as questões.Tem algo a dizer aos escritores emergentes que queiram ingressar no mundo da literatura fantástica? R: Soltem as asas, sempre. Não se preocupem se o seu vampiro brilha no sol e é criticado por isso, nem se o seu lobisomem não vira monstro na lua cheia, e sim quando ele quer. Mitos e Lendas não são imutáveis para o escritor de fantasia, e a liberdade é o que nos motiva a criar e romper barreiras. Se você tiver medo de ousar, vai cair no meio comum, e isso é mortal para um bom escritor. Coloque sua obra no papel, deixe que o público leia, e encare de frente todas as críticas( na maioria das vezes infundada) que vai ouvir. Aprenda com elas, mas não se limite a elas, ok? E leia muito, sempre! Obrigada pela oportunidade Raven, e um abraço a todos os leitores do Flores do Lado de Cima.

http://georgettesilen.blog.terra.com.br

Último desejo Não quero mais viver, e isso é muito forte. Estou gritando, sofrendo e chorando Tudo o que é meu foi consumido O que me sobrou foi sofrimento O que sou agora, uma carcaça, um nada ocupando espaço Uma fonte inesgotável de desespero Meu corpo já não é mesmo Minha alma clama pela sepultura Os mortos me rodeiam e me consomem E este é o meu desejo se for possível, libertem-me o corpo e alma Estou clamando! Deixem meu corpo ser consumido pelas traças Deixe-me ser eterno Realizem o meu último desejo Entreguem-me para a morte Assim terei felicidade pelo menos uma vez! Ralyane.

Tristeza Não era tanto. Mas não cabia no peito Era mais que pranto com lágrimas e olhos vermelhos. Assim pelo meu desespero, Por despetalar o que fora inteiro A dor era o amargo lenitivo. Era fronteira que dividia os sentidos. E unificava os versos como música Ah! Se aquela estação fosse à última! Se não houvesse tantas após Se o tempo não fosse meu próprio algoz Quando a noite findava a loucura Adormecia em Sol menor e despertava com a Lua. Seguia os áureos ventos que insinuavam as veredas Era um peregrino das paisagens serenas Mas se aproximava o temporal e o cataclismo. Agora a brisa é vendaval, e ascensão é declínio Via o vão abissal que fragmentava minha alma Eu já não era imortal como imaginava Assim como o palco vazio de um teatro Meu espírito num monólogo e. Fim do primeiro ato!

A dor de uma Amante Tétrico precipício descambado, que possibilita o fracassar das minhas forças, fazendo com que um contínuo lapso deslize em suas curvas pérfidas, se acentuando em companhia do meu doce e ingênuo sentimento que me estorva de finalizar com todo ilimitado sofrimento presente em minha vida afetiva. Motivos esses pelos quais permaneço me submetendo a servir-te minhas opulentas formas, que o faz gozar na minha estupidez e se virar aos assuntos vinculados à minha alma apaixonada. A outra; termo pelo qual sou denominada a um extenso espaço de tempo, que desde tal venho sendo iludida cinicamente; que desde tal subestimo minha honra e perspicácia feminina, e que desde muito, conduzo incansavelmente, transbordando de discernimento, uma soberba esperança de que, em um tempo qualquer por vir, possa ter a honra de sanear teu coração por mim com toda a intensidade que o infinito das nossas vidas conjugais permitirem

Rallyane Costa Ribeiro

SONHOS*

Do começo dos tempos nós viemos

tropeçando sobre ruínas de dor solidão arrastando as correntes de grilhões ardentes com a nossa triste perdição.

Presos a uma realidade absurda Acordamos para um mundo escuro, frio em que abrimos nossas bocas onde escorre doce e fel.

Nos embrenhamos nas brumas a espreita... Eternamente a espreita e sonhamos com o dia em que

caminharemos livres para escolhermos um único destino. Aquele a muito... HÁ muito tempo sonhado.

R.Raven

violocelo

Chorai arcadas do violoncelo! Convulsionadas, pontes aladas. De que esvoaçam brancos, os arcos... Por baixo passam se despeçam no rio. Os barcos. Fundas, soluçam Caudais de choro... Que ruínas (ouçam)! Debruçam-se Que soberano! Trêmulos astros... Solidões lacustres... Lemes e astros... E os alabastros Dos balaustres! Urnas quebradas! Bloco de gelo... Chorai arcadas Despedaçadas do violoncelo!

Durante três dias (27, 28 e 29 de agosto) o universo fantástico tomou conta dos corredores da Biblioteca Temática Viriato Corrêa reunindo fãs e profissionais do gênero na quarta edição da Fantasticon - Simpósio de Literatura Fantástica. O ideal do evento é reunir pessoas interessadas em Literatura Fantástica (ficção científica, fantasia e horror) para que elas possam se encontrar, debater idéias, trocar informações, levantar tendências e se divertir além de incentivar e enriquecer o estudo e o debate sobre o gênero Fantástico no Brasil. O evento conta com palestras, mesas-redondas, oficinas, mostra de filmes, exposições e lançamentos em geral. Infelizmente só podemos comparecer no último dia então aqui vai um pequeno resumo do que rolou neste domingo fantástico. Das 11:00 às 13:00 aconteceu a oficina "Como montar a estrutura de um romance de Fantasia" com o escritor André Vianco, responsável por livros como "Os Sete" e "O Senhor da Chuva" enquanto rolava na sala de cinema a palestra "História Alternativa: As diversas encruzilhadas", ministrada por Gerson Lodi-Ribeiro (O Vampiro de Nova Holanda, Outros Brasis e Taikodom) que durou até o meio-dia. Às 14:00, depois de um café expresso em uma padaria super abençoada que descobrimos perto do local, fomos assistir a mesa-redonda "Multimeios: Alternativas para Literatura Fantástica" com Eduardo Spohr (A Batalha do Apocalipse), Christopher Kastensmidt, Luiz Ehlers e Tiago Castro que durou cerca de uma hora. Depois do bate-papo encontramos alguns amigos como Liz Vamp, Adriano Siqueira e Flávia Muniz para bater um papo, tirar umas fotos e comprar alguns livros. Pena que não encontramos o livro "Contos Proibidos do Sr. Arcano" lançado recentemente pelo nosso parceiro carioca e amigo de longa data, Arcano Soturno. Às 16:00 teve a palestra "Contos de Fadas: Fantasias Divertidas e Histórias Escabrosas" com o grupo GELF (Grupo de Estudos de Literatura Fantástica) que durou apenas uma hora, mas que mostrou com muito bom humor que nem só de sapos, dragões e princesas que se vivem os contos de fadas. A sala só não ficou lotada porque desde às 15:30 boa parte do pessoal assistia o Fantastiquinha, uma atividade musical/teatral com o grupo Cantando Histórias e que foi até às 16:30. Das 17:00 às 18:00 foi a vez do bate-papo "Perguntas e Respostas sobre o Gênero Fantástico no Brasil" com a participação de Raphael Dracon (Dragões de Éter - Círculos de Chuva), Walter Tierno (Cira e o Velho), Douglas MCT (Território V) e mediado por Eric Novello (Neon Azul) que fez todo mundo rir com os mais inusitados comentários e revelações (nunca pensei que uma sereia gostasse de Maria Bethânia!!!). Às 18:00 teve início a palestra "O Realismo Fantástico de Murilo Rubião", ministrado por Flávio Garcia (organizador do livro O Insólito e seu Duplo) e que durou apenas meia hora. Depois da palestra fomos dar uma checada no Painel Comemorativo Jerônimo Monteiro, considerado o "Pai da Ficção Científica Brasileira". O painel continha várias fotos da "panelinha fantástica" de quando o Brasil ainda engatinhava no gênero, além de livros e documentos da época. Após mais um café (ô padariazinha benta!!!) assistimos o divertidíssimo sarau do Show-Livro. O Show-Livro mesclou os dois mundos: música e literatura fantástica e apresentou aos presentes convidados ilustres, daqui e doutros mundos, distorcidos por Deise Sales no vocal e nos sonhos, Marcelo Barfer na guitarra, no violão e no terror, Tiago Araújo no baixo e na insanidade, Thiago Camargo na percursão e nas invocações, Claudio Brites na voz e nos arquétipos. Depois de um dia de tanta informação e correria só precisávamos mesmo era se despedir dos amigos e tomar o rumo de casa...claro que somente depois de MAIS um cafézinho...HEHEHEHEHE!!! Iam Godoy

ANTOLOGIA ESPECTRA A antologia Espectra - Contos de Fantasmas, teve suas inscrições prorrogadas. A nova data de recebimento será até 31 de outubro de 2010. Para se inscrever veja o regulamento no site www.editoraliterata.com.br. Dúvidas podem ser esclarecidas pelos e-mails

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O Artista Rubens Mello que representou Guarulhos do "5º CineFantasy - Festival de Curtas Fantásticos", recebeu o prêmio de melhor direção com seu curta “A História de Lia”. Com tema denso e imagens fortes, o filme agradou a maioria dos expectadores que lotaram as salas onde o filme foi exibido. “Eu fui pego de surpresa, mas fiquei muito feliz com a premiação. Por conta disso recebi um convite para participar de uma mostra no SESI de Uberaba”. A História de lia retrata a vida de uma adolescente que vive num lar doentio e violento. Para fugir das freqüentes tensões do dia a dia, ela se envolve com um grupo de jovens marginais e acaba por se entregar às drogas. Mas a tragédia se desencadeia quando ela é possuída por sua amiga invisível.

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No finalzinho de agosto até o dia 12 de setembro São Paulo recebeu a quinta edição do Cinefantasy – Festival Curta Fantástico, um festival cujo objetivo é o de apresentar e premiar as produções do gênero fantástico (terror, sci-fi e fantasia) de todo o mundo. O festival aconteceu na capital paulista, no Cine Olido, Centro Cultural São Paulo e na Biblioteca Viriato Côrrea. A programação incluiu mostras competitivas para curtas e longas-metragens nacionais e internacionais, além de encontros, palestras, workshops, oficinas e bate-papos com profissionais do gênero. Ao todo foram 22 longas competindo por 12 prêmios, como as categorias de Melhor Criatura, Melhor Vítima e Melhor Vilão, ao lado das já tradicionais Melhor Roteiro e Direção. Já nos curtas foram tidas 83 inscrições competindo em 15 categorias que incluíam o Prêmio Estímulo Amador e Estímulo Estudante, prêmios que incentivam aqueles que pretendem iniciar carreira no cinema fantástico. Neste ano eu tive uma participação mais "carnal" no evento. Nas outras edições do festival fui como divulgador (e fã) do evento, mas neste ano tive o prazer de ser convidado a participar da produção da mostra. Foram duas semanas de loucura na Biblioteca Viriato Corrêa qua valeram a pena, portanto se acharem esta matéria um pouco vazia de comentários é porque não pude participar dos outros locais onde aconteciam o festival. Na minha opinião (e no setor que pude acompanhar todos os dias) os destaques foram para os panoramas das produções gregas, colombianas e israelenses (em destaque o maravilhoso "The Insomniac City Cycles" - Israel, 2009), e as palestras "Cyberpunk Japonês" com André Lapa (nos dias 03, 04 e 05 de setembro) e "O Gabinete do Dr. Caligari pelo prisma de Edgar Allan Poe", ministradas por Donny Correia e Flávio Ricardo Vassoler e que versava sobre as semelhanças de "O Gabinete do Dr. Caligari" com a filosofia de composição poética de Edgar Allan Poe. Já nos longas exibidos o meu "dedo-jóia" vai para 964 Pinocchio (Japão,1991), Frankeinstein Unlimited (Canadá, 2009), Dark Soul (Noruega/França, 2010) e a versão "director's cut" de Donnie Darko (USA, 2001) que eu ainda não havia assistido e que esclareceu muita coisa sobre a trama do filme. Infelizmente alguns filmes que queria ter visto não puderam ser exibidos como Evil in Time of Heroes (Grécia, 2009 que foi substituido pelo engraçadíssimo "Dead Hooker in a Truck" - Canadá, 2010) e I (heart) Doomsday (Canadá, 2010) o que foi uma pena, já que ambos eram esperados por boa parte dos presentes, mas o "buraco" na programação foi tampado (pelo menos na minha opinião) pelo esperado "Porto dos Mortos", de Davi de Oliveira Pinheiro. Muitos ficaram com o nariz meio que torcido com o filme, pois esperavam pra ver um "filme DE zumbis" e acabaram por assistir um "filme COM zumbis", mas eu achei a idéia de deixar os zumbis apenas como uma linha de história e não como os principais protagonistas bastante inteligente. O ínico defeito foi a escolha da trilha sonora que assustava mais que os demônios, assassinatos e mortos-vivos da trama (arghh!!!). Na categoria "Horror 3" de curtas os destaques ficaram para Shrove Tuesday (UK, 2009), Quiropterofobia (RS/BR, 2009) e o magnífico A História de Lia (SP/BR, 2010) que conseguiu me atormentar. De resto me diverti pacas com Rodrigo Aragão e parte do elenco de "Mangue Negro" na oficina de maquiagem que durou três dias (03, 04 e 05 de setembro) e na qual fui "obrigado" a arquivar o momento fotografando-o com uma belíssima máquina rosa-choque metálico (sic). Por final, gostaria de ter assistido as homenagens aos mestres do cinema "faça-você-mesmo" José Mojica Marins e o colombiano Jairo Pinilla que ocorreram no Cine Olido e no Centro Cultural São Paulo com a exibição de alguns filmes de ambos os cineastas, mas como sou um "bom profissional" tive que ficar na Viriato Corrêa para apresentar The Possession of David O'Reilly (2009) que concorria na categoria Longa Competitivo e que foi uma espécie de "Atividade Paranormal", só que com mais atividades...hehehehehe. Afinal, foram duas semanas prazeirosas de muita informação, café, risadas, correria e novas experiências. Aproveito para deixar aqui registrado todo o meu prazer pela companhia de Miss Raven que mesmo podendo assistir o festival em outros locais preferiu ficar boa parte do tempo na Viriato Corrêa comigo...te amo parceira!!!

Iam Godoy

Cinefantasy- Festival de Curtas Fantástico www.cinefantasy.com.br