ediÇÃo 2021 / nº10 / janeiro a junho - ano 5

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1 EDIÇÃO 2021 / Nº10 / JANEIRO A JUNHO - ANO 5 Sendo Luz em tempo de trevas Como a igreja se destacou durante apagão no Macapá Oferta Missionária ou Mantenedores? Missões Muito mais que uma ordem TESTEMUNHOS DE ESPERANÇA Quem está pensando nos povos minoritários?

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Page 1: EDIÇÃO 2021 / Nº10 / JANEIRO A JUNHO - ANO 5

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CAPA ALTERADA

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021 12:10:58

EDIÇÃO 2021 / Nº10 / JANEIRO A JUNHO - ANO 5

Sendo Luz emtempo de trevasComo a igreja se destacou durante apagão no Macapá

Oferta Missionária ou Mantenedores?

MissõesMuito mais que

uma ordem

TESTEMUNHOS DE ESPERANÇA

Quem está pensando nos povos minoritários?

Page 2: EDIÇÃO 2021 / Nº10 / JANEIRO A JUNHO - ANO 5

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Expediente

A Revista Missões em Marcha é uma publicação semestral da Secretaria de Missões da CIBI -

Convenção das Igrejas Batistas Independentes. Cada igreja filiada à CIBI receberá dois

exemplares gratuitos. Assinaturas e edições anteriores:

[email protected]

Colaboradores desta edição

Secretaria de Missões

Pr. Paulo F. Penha Pâmela Souza

Lucas Loureiro

Artigos

Pr. Bertil EkströmPr. Cleo Harison Bloch

Tânia WutzkiPr. Marcos Elias

Jansen CostaZazá Lima

Projeto Gráfico Diagramação

Elisandra Bueno

ArtesEduardo Moraes Ferreira

FotosArquivo SM

Internet

Tiragem: 5 mil

Acompanhe nossas redes sociaisFacebook/SMCIBI

Instagram/smissoescibiYoutube/ Secretaria de Missões da CIBI

SM - Secretaria de MissõesRua José Lins do Rêgo, 65 - PQ Taquaral

CEP: 13087-221 - Campinas /SP Tel: : (19) 3326 3675 / (19) 98323 0515

E-mails: [email protected] [email protected]

www.smcibi.org

Em 2021 vamos proclamar, HÁ ESPERANÇA! Esse é o tema da Campanha de Missões Nacional e Transcultural.

Vamos proclamar a Esperança Viva, que é Jesus Cristo, nesses tempos de crise. O impossível pode acontecer quando o Senhor intervém. Ele acalmou a tempestade e fez cessar o vento quando os discípulos estavam a perecer. Libertou um homem rejeitado pela família, pela sociedade, que estava possesso por uma legião de demônios e Jesus fez dele um missionário. Curou a mulher hemorrágica depois que todos os recursos humanos haviam se esgotado. Jesus ressuscitou a filha única de um líder religioso, mostrando que Ele também tem o poder sobre a morte. A vida com Jesus é tão diferente, e, quando as circunstâncias fogem de nosso controle, podemos ser levados a desistir de crer, mas Jesus nos traz uma palavra de fé e esperança.

O convite para a desesperança, nesse momento é muito claro. Olhe para a situação política brasileira e perca a esperança. Olhe para a Pandemia de Coronavírus e perca a esperança. Olhe para a derrocada moral e ética e perca a esperança. Olhe para o momento econômico do país e perca a esperança. Olhe para a proliferação das drogas e perca a esperança. Olhe para o aumento da violência e perca a esperança. Olhe para a amplitude do caos social e perca a esperança. Olhe para o mundo decaído e perdido e perca a esperança.

A esperança é um tema fortíssimo na Bíblia. Ela aparece do começo ao fim. Esperança é uma marca indelével do povo de Deus. Esperança é um ingrediente indispensável à vida cristã. Esperança é o antídoto de Deus para o enfrentamento de todas as mazelas da vida. Esperança é o que diferencia o crente dos demais na hora da crise. A questão é, você tem ou não tem esperança?

Onde Jesus entra, há cura, há libertação, há vida. Onde Jesus intervém, o lamento, o desespero é estancado. Diante Dele, tudo aquilo que nos assusta bate em retirada. Só Ele pode acalmar os vendavais de nossa vida, aquietar nosso coração, trazer esperança em meio ao desespero. Jesus é a esperança dos desesperançados. Ele ainda caminha conosco, tem todo o poder para transformar o cenário de desesperança em uma celebração de grande alegria. Há Esperança para o Brasil e para as nações!

Nessa nova edição da Revista Missões em Marcha, você lerá muitos artigos e testemunhos sobre essa Esperança Viva.

Boa leitura!

Editorial

HÁ ESPERANÇAcultive em tempos de crise

Dia de Nacional de Oferta

O CONVITE DO MUNDO É: PERCA A ESPERANÇA. MAS O CONVITE DE DEUS É: SEJA RICO DE ESPERANÇA. ACUMULE A RIQUEZA DA ESPERANÇA. AUMENTE O BEM SÓLIDO DA ESPERANÇA.

Paulo Felipe da PenhaSecretário de Missões da CIBI

Seja um camisa 10!Seja um camisa 10!FAÇA PARTE DO TIME QUE LEVAA ESPERANÇA VIVA ÀS NAÇÕES!

ÍNDICE

Artigo CIBI ___________________________________________________________________pág 5

Artigo Fepas ______________________________________________________________págs 6-7

Artigo Bertil ______________________________________________________________págs 8-9

Campanha de Missões 2021 _____________________________________________págs 10-11

Oferta Missionária ou mantenedores ___________________________________págs 14-15

Mapa Campos Transculturais ___________________________________________págs 18-19

Artigo Zazá Lima _______________________________________________________págs 22-24

Mapa Campos Nacionais ___________________________________________________págs 25

Mobi Há Esperança _____________________________________________________págs 26-27

Povos Minoritários ____________________________________________________págs 32 - 34

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A Esperança cristã

A esperança, pela sua própria natureza, diz respeito ao futuro. Po-rém, a esperança abrange muito mais do que uma simples vontade ou an-seio por algo que irá acontecer. A es-perança cristã consiste numa certeza na alma, uma firme confiança alicer-çada na ação do Senhor. Isto porque está firmada nas promessas do Se-nhor. Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um fu-turo. (Jr 29:11). Portanto, a esperança cristã está vinculada a uma fé firme no Senhor: Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz na vossa fé, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo. (Rm 15:13); Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem (Hb 11:1).

A esperança cristã é uma sóli-da confiança em Deus. Pois nele se

lizando vidas e nos comprometendo com a obra missionária no Brasil e no mundo.

A Deus toda a glória!

Pr. Marcos EliasPresidente da CIBI

Pr. da IBF Água Rasa, em São Paulo/SP

E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu. (Rm 5:5).

alegra o nosso coração, porquanto temos confiado no seu santo nome. Seja a tua benignidade, Senhor, sobre nós, assim como em ti esperamos (Sl 33:21,22). O salmista expressa claramente este fato mediante um paralelo entre confiança e esperança. Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio. Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos. Bem-aventu-rado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus. (Sl 146:3-5). Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. (Jr 17:7).

Portanto, a esperança cristã, é uma âncora para todos os que creem no Senhor Jesus. Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura. (Hb 6:19). Que sejamos cheios da espe-rança, pois Cristo Jesus é a esperan-ça da glória. A fim de que sejamos movidos à prática do bem, evange-

Aqueles que semeiam com lágrimas, com can-tos de alegria colherão. Aquele que sai chorando enquanto lança a semen-te, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes. (Sl 126:5,6).

A nova lista já está disponível com o ranking dos 50 países onde os cristãos são mais perseguidos por causa da fé em Je-sus. As informações publicadas são resul-tado da pesquisa feita entre 1/10/2019 e 30/9/2020 em mais de 70 países do mun-do. Desde 93, a Portas Abertas publica a pesquisa que mede a perseguição aos se-guidores de Jesus. Mas a situação da Igreja Perseguida está sendo investigada desde a década de 1970.

Nesta nova edição, houve o crescimen-to da perseguição em 30%. Isso indica que mais de 340 milhões de cristãos enfrentam perseguição e discriminação por causa da fé. Em 29 nações, como Afeganistão, China e Nigéria, as pontuações cresceram. Já em oito países como Coreia do Norte, Somália e Índia, os pontos foram os mes-mos da edição passada. No Sudão, Arábia Saudita e Egito e mais seis países a hosti-lidade contra os seguidores de Jesus teve uma queda.

O continente que mais teve países na LMP 2021 foi a Ásia, com 29 nações. Em seguida veio a África com 19 e a América Latina com dois. Muitos dos cristãos per-seguidos nesses locais também foram atin-gidos pela COVID-19 e as consequências da pandemia, como desemprego e fome. Mas nem tamanha vulnerabilidade foi ca-paz de impedir que governos, comunida-

des e familiares praticassem a intolerância religiosa contra os cristãos.

O relatório completo está disponível no site do Portas Abertas.

Você conhece o DIP?No último domingo do mês de maio,

dia 30, é realizado em muitas igrejas o DIP (Domingo da Igreja Perseguida), muitas de nossas igrejas participam desse impor-tante evento realizado pela missão Portas Abertas. É um movimento nacional de oração em favor dos cristãos perseguidos idealizado pelo Irmão André, fundador da Portas Abertas. Estima-se que mais de 260 milhões de cristãos enfrentam algum tipo de perseguição. Eles precisam de você e de sua igreja.

A data varia de ano a ano, pois acon-tece no domingo depois do Pentecostes. Isso porque Atos 4 marca o início da per-seguição aos cristãos logo após a descida do Espírito Santo, com a prisão de Pedro e João. Simbolicamente, então, afirma-se que esse foi o “início” da Igreja Persegui-da.

Como participar? Desde o lançamento do DIP até sua

realização, nós disponibilizaremos mate-riais e vídeos para serem usados na igreja tanto antes como no dia do evento. Para fazer o DIP na sua igreja, você precisa da autorização do pastor. Depois disso, é só se cadastrar e nós lhe ajudaremos a pre-parar um tempo especial dedicado à Igreja Perseguida durante alguma atividade da igreja, como culto ou escola bíblica domi-nical.

Onde se cadastrar? Nos site portasabertas.org.br/dip

1 Coreia do Norte

2 Afeganistão

3 Somália

4 Líbia

5 Paquistão

6 Eritreia

7 Iêmen

8 Irã

9 Nigéria

10 Índia

11 Iraque

12 Síria

13 Sudão

14 Arábia Saudita

15 Maldivas

16 Egito

17 China

18 Mianmar

19 Vietnã

20 Mauritânia

21 Uzbequistão

22 Laos

23 Turcomenistão

24 Argélia

25 Turquia

26 Tunísia

27 Marrocos

28 Mali

29 Catar

30 Colômbia

31 Bangladesh

32 Burkina Faso

33 Tajiquistão

34 Nepal

35 Rep. Centro-Africana

36 Etiópia

37 México

38 Jordânia

90 Brunei

40 Rep. Dem. do Congo

41 Cazaquistão

42 Camarões

43 Butão

44 Omã

45 Moçambique

46 Malásia

47 Indonésia

48 Kuwait

49 Quênia

50 Comores

Há Esperança para a Igreja Perseguida!

Lista Mundial da Perseguição 2021hostilidade a cristãos aumenta

RANKING DOS 50 PAÍSES

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Artigo

O Reino de Deus é ao mesmo tem-po boa notícia já realizada (Mt 12.28), e promessa de um futuro onde a plenitu-de habita, onde a realidade do Shalom é totalmente instaurada. No Novo Testa-mento um dos textos que descreve esta realidade está no livro de Apocalipse, nos capítulos 21 e 22, a visão que João tem da nova Jerusalém, do novos céus e nova terra.

No capítulo 21, nos versículos 3,4 e 6,7 a nova realidade é descrita com verbos no futuro: enxugarei todas as lágri-mas dos olhos, não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor..e darei de beber, herdará, eu serei seu Deus e ele será meu fi-lho. interessante notar que no versícu-lo 5, aquele que está sentado no trono diz: “Estou fazendo novas todas as coisas” e no versículo 6: “Está feito!” Ou seja, o “já”, o que o Senhor está fazendo no presente, hoje, e, o “ainda não”, o que

o Senhor vai completar no futuro, mas é tão certo que o fará, que na dimensão da eternidade, está feito!

Entendo que nada pode nos dar mais esperança do que esta promessa, que se sustenta no Cristo ressurreto que venceu a morte.

“Estou fazendo novas todas as coisas” é uma declaração que confronta a nossa resignação e apatia, nos impulsiona a lu-tar pela justiça, a viver de maneira digna do evangelho.

A declaração do próprio Deus que Ele está fazendo e faz todas as coisas novas nos impulsiona, nos dá coragem e nos capacita.

Como filhos de Deus, chamados a participar e cooperar com o que Ele está fazendo no mundo, não podemos ficar acomodados, esperando passiva-mente a segunda vinda de Jesus.

Esperancemos entre o “já”e o “ainda não”

Segundo o reverendo Elben Cé-sar, a esperança é uma corda, “a ponta inicial da corda da esperança foi colocada nas mãos dos homens quando a harmonia do gênero humano e da nature-za com o Criador foi quebrada (Gn 3.15). A outra ponta está na consumação do século, no fim da história, na plenitude da sal-vação... Quem usa a corda que liga o paraíso perdido ao paraíso recuperado como guia de corrimão não precisa da utopia. Ele está absolutamente certo de que o pe-cado, a injustiça e a morte (“os céus e a terra que agora existem”) serão realmente banidos para dar lugar àquilo que “olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou” (“novos céus e nova terra”)”

Por isso, entre o “já” e o “ainda não”, esperançamos e trabalhamos!

Então, diante de tantos desafios des-te nosso tempo, firmados na esperança, a FEPAS te convida a se envolver com os projetos que estamos implementan-do em 2021.

Nas cidades de Aracajú/SE, Ma-ceió/AL, Recife/PE, Jaboatão dos Guararapes/PE, Campina Grande/PB, Natal/RN e Fortaleza/CE, iremos com irmãs e irmãos de nossas igrejas, im-plementar o Projeto Fé Cidadã, que bus-ca justiça e transparência nos recursos públicos destinados às crianças e ado-lescentes. Seremos voz profética que se ergue em favor dos que não tem voz.

Nas cidades de São Lourenço/RS, Itapetininga/SP, Capão Bonito/SP, Rio de Janeiro/RJ, Guarantã do Norte/MT,

Itaporanga/PB, Patos/PB, Pacaraima/RR e Macapá/AP, estaremos através de nossas igrejas, com ações emergenciais de socorro aos efeitos econômicos e sociais da pandemia do Covid19, de-monstrando o amor de Jesus através de nossas palavras e ações. São iniciativas com base na metodologia UMOJA de desenvolvimento comunitário.

Nas 33 cidades onde igrejas servem à comunidade através de serviços à ido-sos, crianças e adolescentes e famílias, seremos apoio para que tenham acesso aos direitos como: acolhimento, alimen-tação, educação, saúde, cultura, esporte e lazer. Estes irmãos e irmãs sinalizam que Reino já chegou, são os braços e mãos de Jesus para muitas vidas.

Como diz a canção do Marcos Al-meida, esperar é caminhar!

“a ponta inicial da corda da esperança foi colocada nas mãos dos homens...

“Mesmo sem saber como Tu dirásDentro de mim reinará a Tua pazQue me faz saberEsperar em Ti é sempre caminharE caminhar Contigo, Caminhar Contigo, e eu esperoE eu espero em Ti, embora sem saberE como Tu dirás, eu não sei, mas esperarei”

Junte-se a nós!! Apoie estas iniciativas! Vamos jun-

tos, agarrados à corda da esperança, caminhar, com Jesus, fazer novas todas as coisas.

Entre o “já” e o “ainda não”, espe-rancemos, até que Ele venha!

Igrejas comprometidas com a justiça social e dispostas a incidir nas políticas públicas nas cidades para que os direitos da criança e adolescentes sejam assegurados.

Autoridades locais comprometidas com boas práticas de governan-ça e transparência na promoção, atenção e defesa de direitos de crianças e adolescentes para melhor aplicabilidade dos recursos.

Crianças, adolescentes e jovens sendo treinados, aprendendo e refletindo sobre políticas públicas, protagonizando, articulando e se engajando no monitoramento de boas práticas anticorrupção em suas comunidades em defesa de seus direitos.

objet

ivos

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sociais.

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fepas.cibi /fepas

fepas.org.br

Tânia WutzkiCoordenadora de Projetos da FEPAS

1 - https://www.ultimato.com.br/conteudo/apocalipse-21#ruth+borges 2 - https://www.ultimato.com.br/revista/artigos/313/a-esperanca-crista-deve-ocupar-o-lugar-das-utopias

3 - https://www.youtube.com/watch?v=jWlO_NjjggQ

Qeswachaka , a última ponte inca, tem um comprimento de 28 metros, construída de cordas feitas de ichu, grama selvagem dos Andes

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Artigo

“Em seu nome as nações porão sua es-perança” (Mt 12.21), é a afirmação de Mateus ao comentar quem era Jesus Cristo, o servo escolhido por Deus, o Messias. Mateus cita o profeta Isaias (42.1-4) mantendo o seu estilo e sua ênfase do cumprimento em Cristo das profecias messiânicas do Antigo Tes-tamento.

A perspectiva é global. Aliás, essa sempre foi uma das principais carac-terísticas da Missão de Deus (Missio Dei). Desde o princípio, Deus queria tratar com o ser humano como um todo, criado por Ele para uma con-tínua e íntima relação. Na decisão de formar um povo a partir do chamado de Abraão (Gn 12.1-3), a intenção de abençoar todos os povos da terra fica evidente. Em nenhum momento Deus estava restringindo seu plano de salva-ção a uma nação específica ou a uma elite da humanidade.

A mensagem de Jesus sobre o Reino mostra essa abrangência do amor de Deus e do desejo do Criador de que todos sejam salvos, reconciliados com Ele através da pessoa de Cristo. (Jo 3.16; Jo 14.6). Por esta razão, os discípulos de Jesus, e consequentemen-te a Igreja, é enviada a todos os po-vos para proclamar as boas novas de salvação e transformação (Mt 28.18-20; Mc 16.15;18; Lc 24.44-49; Jo 20.21; At 1.8).

A certeza de que a esperança do ser humano está na pessoa de Jesus Cris-to é a principal motivação do avanço da Igreja desde os seus primórdios. Trata-se de uma convicção que so-brepuja qualquer barreira, resistência ou ideologia contrária ao Evangelho. Um entendimento da necessidade de proclamação da única possibilidade de reconciliação com o Criador e de vida eterna que incita e fortalece o testemu-nho do cristão. Com o apóstolo Paulo, o discípulo faz coro e declara que “o amor de Deus nos constrange” (2 Co 5.14)

e que “sou um devedor ... e por isso estou dis-posto a pregar o evangelho...” (Rm 1.14;15).

Essa ênfase na esperança que en-contramos em todo o Novo Testa-mento não é uma surpresa. A trágica realidade do pecado e o fato que o mal atinge todas as áreas da vida da huma-nidade trouxe para todos uma grande incerteza acerca da razão de sua existência e do futuro que aguar-da. Numa tentativa de minimizar os efei-tos dessa inseguran-ça, tanto do presen-te como do porvir, o ser humano busca soluções a partir de sua própria capacidade. O hu-manismo, oriundo da primeira queda e reforçado ao longo da história, principalmente com o Renascimento do século 18, prega essa virtude hu-mana de solucionar os seus problemas. Avanços tecnológicos, sistemas polí-ticos e pacotes econômicos oferecem

alternativas sedutoras de progresso e de solução para a crise mundial. E, mesmo colaborando para melhorias pontuais, segue a frustração da maioria no avanço das injustiças sociais e do aumento da violação dos direitos mais básicos do ser humano.

A verdadeira esperança está na vinda do Reino de Deus. É

na introdução dos valores do Reino de justiça, paz,

equidade, verdade, ho-nestidade, amor ao próximo e reconci-liação com Deus em Cristo, que existe

esperança para cada pessoa e para cada na-

ção. As iniciativas huma-nas podem contribuir para

o bem do ser humano quando norteadas e alimentadas por esses va-lores do Reino. A realidade desse Rei-no é tanto para o presente como para o futuro. Jesus proclama que “o Reino já chegou” (Mt 12.28) e afirma que “Este evangelho do Reino será pregado em todo o

mundo como testemunho a todas as nações. E então virá o fim” (Mt 24.24).

Há esperança para as nações! Sim, na pessoa de Jesus Cristo, na salvação oferecida por Deus em sua missão, na atuação do Espírito Santo convencen-do do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8) e no cumprimento da Grande Comissão por parte da Igreja na divulgação do Evangelho. A chegada do Evange-lho entre as nações cria condições tanto para mudanças radicais na sociedade como na transformação de pessoas que aceitam a Jesus Cristo como Sal-vador e Senhor. Existe es-perança de bem-estar na terra à medida que eu e você cumprimos o nosso papel de ser testemunha de Cristo e temos a coragem de ir contra as estruturas e os sistemas corruptos dominados pelo maligno e pela ganân-cia e avareza humana. Existe esperança quando mostramos quem é “o caminho,

a verdade e a vida”. (Jo 14.6) e com nossa vida demonstramos o que significa “ter a mente (atitude) de Cristo” (Fp 2.5). Com Paulo podemos certamente afirmar que “se trabalhamos e lutamos é porque te-mos colocado a nossa esperança no Deus vivo, o Salvador de todos os homens, especialmente dos que creem” (1 Tm 4.10)

A principal esperança, no en-tanto, está numa eternidade

com Deus. E, desonesta é a pessoa que diz que não se preocupa com a vida após a morte. Coincidência que as Escrituras falam tanto

da esperança de vida eterna! Claro que não.

Todos os autores do Novo Testamente enfatizam a espe-

rança da vida eterna condicionada à aceitação de Jesus Cristo. O apóstolo João tem plena convicção da esperan-ça de vida eterna, citando as frequentes afirmações de Jesus como, por exem-plo, na oração sacerdotal do Mestre: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti

só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cris-to, a quem enviaste. (Jo 17.3)” E a visão da presença diante do Trono do Cordeiro de pessoas de “toda a tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9), antecipa o fato verídi-co que continuamente alimenta nossa esperança.

O compartilhar dessa esperança em Cristo é fundamental para que a Igreja cumpra a sua missão, a tarefa de pro-clamar e viver um Evangelho por com-pleto. Um terço da população mundial de nossos dias nunca teve a oportuni-dade de conhecer a possibilidade de salvação em Cristo. São mais de 2,5 bilhões de pessoas! 12 vezes a popula-ção do Brasil! Parte desses que vivem sem esperança estão no nosso próprio país em povos indígenas, quilombos, à beira dos rios da Amazônia ou no sertão nordestino. Mas também em diferentes camadas de nossa sociedade que são pouco ou nada alcançadas pela mensagem evangelística. Entretanto, é nos mais de dois mil povos étnicos distribuídos pela Ásia, Oriente Médio e África que está o nosso maior desafio. Nações quase que inteiras que devido a restrições políticas ou religiosas são de difícil acesso mas que precisam ser alvos de nossa intercessão e ação mis-sionária.

Um Evangelho completo e uma mis-são integral pode mudar a realidade dos milhões que sofrem toda a forma de privação e violência, e oferecer uma esperança de eternidade com Deus. Vamos proclamar mais do que nunca durante esse ano essa esperança em Jesus!

O fazemos através de nosso tes-temunho vivido e falado no dia a dia no encontro com outras pessoas e na participação ativa nos projetos missio-nários da CIBI.

Há esperança para as nações!

Pr. Bertil EkströmMissionário Interact e Diretor do CEMA

Esperança para as nações

Há esperança na pessoa de Jesus Cristo, na

salvação oferecida por Deus em sua missão, na atuação do Espírito Santo convencendo do pecado, da

justiça e do juízo e no cumprimento da Grande Comissão por parte

da Igreja na divulgação do Evangelho.

1/3 da população

mundial de nossos dias nunca teve a oportunidade de

conhecer a possibilidade de salvação em Cristo. São mais de 2,5 bilhões

de pessoas! 12 vezes a população do

Brasil!

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O primeiro Dia de Oferta Missionária do ano está chegando - 2º domingo de Abril - e nosso desafio continua! Mas pri-meiro é preciso compreender a grandeza do que significa ofertar. O dicionário de-fine oferta com dádiva, doação, ofereci-mento e ato de oferecer-se. Esta definição mostra que oferta é não só aquilo que se oferece, mas também uma atitude de se dar-se a si mesmo. Este significado é o mais importante.

Ofertar não é apenas doar algo, mas estar disponível, criando oportunidades para o serviço em todos os segmentos, sobretudo no reino de Deus, que se des-taca de todos pelo seu caráter espiritual e o objetivo de erguer vidas por intermédio da cruz.

Deus amou o mundo e ofereceu o melhor que possuía; presenteou a hu-manidade com a dádiva mais preciosa. A oferta de Deus trouxe a solução para o pecador perdido. E a sua oferta? O que você poderá fazer por este Brasil mergu-lhado em trevas?

Na linguagem de Deus, amar tem a mesma conotação de dar. As duas expres-sões são inseparáveis. Deus amou o mun-do e deu seu único Filho. Amar é dar, e dar é viver morrendo a cada dia, como o Senhor Jesus deu-se até a morte por nós.

Ele mesmo disse: “Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (Jo 12.24). Essa ver-dade só pode ser entendida pelos salvos

“Se trabalhamos e lutamos é porque temos depositado a nossa esperança no Deus vivo, o Salvador de todos os homens, especialmente dos que creem.” “Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura...” 1 Timóteo 4:10 Hebreus 6:19a

Vivemos um momento muito tris-te em nosso país e no mundo. Vive-mos a incerteza de uma Pandemia que parece longe de terminar.

No Brasil são milhões de desem-pregados, violência, insegurança, ser-viço de saúde ineficiente e uma edu-cação que vai de mal a pior. Isso tem gerado uma onda de “desesperados”, gente que simplesmente perdeu a ca-pacidade de esperar ou perdeu toda a esperança.

Quando olhamos para além da nossa nação, percebemos que muitos também estão sofrendo e sem Espe-rança:

É revoltante ver famílias inteiras sendo forçadas a fugir de seus países para garantir a sobrevivência. Ca-

minham sem comida, sem roupas, sem um destino certo, sem uma es-perança.

É chocante saber de mais de 80 mil pessoas morrem todos os dias sem conhecer Jesus.

É impressionante que com mais de dois mil anos de história Cristã, nós ainda temos mais de dois mil po-vos que não ouviram falar das boas novas do evangelho.

Tudo isso é injustificável perante o clamor bíblico, que chama a Igreja que ama Jesus a Proclamar o evan-gelho e levar esperança aos que não ouviram.

A Bíblia nos mostra momentos de desesperança. Uma das histórias mais tristes do povo de Deus, foi re-gistrada pelo profeta Samuel em seu primeiro livro, capítulo 4. Uma crian-cinha nasceu no auge da crise pela qual passou o povo escolhido, no fi-nal do período dos juízes, por volta do ano 1100 antes de Cristo. O nome dela reflete o sentimento que tomava conta de todas as famílias; Icabode, dado por sua mãe pouco antes de morrer. Este nome significa explicita-mente “a glória se foi de Israel” ou “não há mais glória” ou “foi banida a glória de Israel” ou “dissipou-se a glória de Israel” ou por final, “não há mais esperança para nós”.

Mas a Palavra de Deus também traz momentos da ação poderosa do altíssimo agindo para salvar seu povo. É o mar que se abre quan-do parecia não haver mais esperança, o alimento que cai literalmente do céu, a água que brota da pedra, cegos voltando a enxergar, paralíticos que andam, doentes do corpo e do espíri-

to sendo curados. Estas são algumas das inúmeras

vezes que Deus mostrou não ficar in-diferente às lutas pelas quais passa o seu povo. O homem sem Deus vive preso as circunstâncias da vida. Seus olhos estão fixos aos problemas e di-ficuldades que o simples ato de viver nos impõe.

O homem que caminha com Deus passa também pelas mesmas adver-sidades, mas com os olhos em Jesus, autor e consumador de sua fé. Como afirma o apóstolo Paulo; vivemos por fé, e não pelo que vemos.

Por isso, estamos capacitados a responder positivamente a convoca-ção e exortação de Paulo a Timóteo:

“Se trabalhamos e lutamos é porque temos depositado a nossa es-perança no Deus vivo, o Salvador de todos os homens, especialmente dos que creem.”

Em 2021 somos desafiados por Deus a proclamar “HÁ ESPERANÇA!” e acalmar nossos corações nessa Esperança que é como ancora para a alma. Uma Esperança fir-me e segura que nos impulsiona a trabalhar e lu-tar pela salva-ção de todos os que não creem.

DESESPERANÇA X ESPERANÇAO CONCEITO

Esperança é ter convicção da realidade de algo que se espera. Espe-rança significa “confiança”, “expectativa” ou “perspectiva”. Na Bíblia a palavra “esperança” traduz vários termos hebraicos e gregos que trans-mitem exatamente esse sentido de confiança.

REALIDADE E DESAFIO

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A cada dia estou mais convencido de que servir a Deus significa muito mais do que um conjunto oneroso de tarefas e regras a serem seguidas. Essa é uma visão pobre e legalista de nossa nova vida em e por meio de Cristo. Ele não nos chamou para cansar-nos e so-brecarregar-nos, mas porque estávamos cansados e sobrecarregados! Ele mes-mo disse: “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.” (Cf. Mateus 11:28). Depois de ter dito isso, Jesus nos instruiu a tomar sobre nós o seu jugo e aprender com ele, pois ele é gentil e humilde de co-ração. Ele nos prometeu que nele nos encontraríamos descanso para nossas almas (v. 29). Oh, a graciosa formosura e o amor libertador que transbordam de tal afirmação! Se tão somente pudésse-mos começar a compreender a essência disso!

Jesus disse que seu jugo é fácil e seu fardo, suave (v. 30); porém, constan-temente vejo e ouço pessoas no meio da comunidade cristã afirmarem coi-sas como: “a vida costumava ser mais fácil quando eu não era cristão” ou “estou tentando muito agradar a Deus, mas é muito difícil”. Eu mesmo achava antes que tinha de me esforçar muito para agradar a Deus.

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Ler as Bíblia e ouvir a voz de Deus por meio dela era fadigoso e extenuante, as-sim como o era viver uma vida constan-temente conectada a Deus em oração, e, consequentemente, viver em obediên-cia. Eu simplesmente não conseguia compreender como o jugo de Jesus era fácil de carregar e seu fardo, suave.

No entanto, isso mudou o dia em que Ele tocou as entranhas mais ínti-mas do meu coração e despertou minha alma, dissuadindo o meu velho coração e abrindo os meus olhos para ver e en-tender que Ele não chama as pessoas sobrecarregadas apenas para sobrecar-regá-las de maneira diferente, mas para serem verdadeiramente livres nele! Hoje sou tão verdadeiramente livre que, de bom grado e espontânea vontade, dese-jo com todo meu coração e toda minha alma passar o resto dos meus dias aqui na terra como Seu servo, pois entendi que antes eu pensava ser livre, enquanto verdadeiramente era escravo, mas hoje me tornei escravo do meu Senhor por-que o Filho verdadeiramente me liber-tou! (ref. João 8:36)

Pense no rei Davi. Não é curioso que, apesar de ter apenas o Lei como Escritura divinamente inspirada, Davi pudesse declarar que as palavras do Se-nhor era, tão doces, mais doces que o mel? (ref. 119: 103). É estranho, pois, que nós, que nos chamamos filhos de Deus e discípulos de Cristo, e que es-tamos debaixo da nova aliança da Gra-

ça em Cristo Jesus, achemos a mesma coisa onerosa ou até mesmo difícil. Se esquadrinhar as Escrituras (isto é, a Lei) era mais doce que o mel para o rei Davi, que se debruçava sobre os ensinamen-tos do Senhor e encontrava neles alívio para sua alma, como pode ser que nós, ao lermos as palavras de Cristo Jesus no Novo Testamento possamos pensar ou provar qualquer coisa menos do que esse padrão?

Davi não buscava uma conexão emocional com as Escrituras. O seu relacionamento com as Escrituras era de total dependência, rendição e obe-diência, e o fruto de tal relacionamento tornava-se evidente a cada dia: “Davi ia se tornando cada vez mais poderoso, pois o Se-nhor, o Deus dos Exércitos, estava com ele.” (ref. 2 Samuel 5:10)

A esta altura, talvez você esteja se perguntando o que, afinal de contas, isto tudo tem a ver com missões? Tudo.

A nossa vida cristã, isto é, a nossa práxis, nossa ética e o nosso compro-misso com aquilo que entendemos ser o que Deus deseja para nós, vai de mãos dadas com a teologia que abraçamos, a visão que temos das Sagradas Escrituras de Deus e do Deus das Sagradas Escri-turas. Se não for assim, então corremos o terrível risco de sermos, no mínimo, incoerentes com aquilo que temos cri-do.

Ao longo da Palavra de Deus, pode-mos observar que foi Ele mesmo quem

estabeleceu um paradigma bíblico para as missões: “Deus é quem toma a iniciativa de vir em socorro da sua criação. Deus enviou o Seu Filho com uma missão (ref. João 3:16), e então Deus Pai e Deus Filho enviaram o Espírito Santo para cumprir uma missão (ref. Atos 1:8).”

Ainda hoje, Deus é o sustentador da obra missionária. Por quê? Porque foi Ele que nos deu essa missão... aliás, foi Ele quem nos ordenou: “vão, preguem e façam discípulos de todas as nações” (ref. Ma-teus 28:19-20). A nossa visão missiológi-ca provém da nossa compreensão ecle-siológica, a qual, ao mesmo tempo, se desdobra da nossa confissão cristo-lógica: Se Cristo é de fato Senhor da Igreja, então a missão da Igreja tem de ser, exclusiva e necessariamente, aquela a ela comissionada pelo seu Senhor.

A igreja existe para honrar e proclamar a Cristo Jesus, “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.” (ref. Filipen-ses 2:10-11).

Se missões está no DNA do nosso Deus, então, não temos escolha, tam-bém deve estar no nosso DNA. É como Charles Spurgeon disse: “ou somos missionários ou somos impostores.”

Por isso sustento novamente que a maneira como nós, discípulos de Cris-to, nos relacionamos com a Palavra de

Deus, definirá a maneira como vemos, entendemos, respondemos e cumpri-mos a nossa missão. Se entendermos que Deus não pode ser servido por mãos humanas (ref. Atos 17:25), sabe-remos que Deus não precisa de nós para cumprir os seus propósitos, uma vez que toda palavra que sair da sua boca não voltará para Ele vazia, mas fará o que Lhe apraz e prosperará naquilo para que a designou (ref. Isaias 55:11). Sen-do assim, permita-me perguntar: Então por que fazermos missões? Se Ele não precisa de mim, o que faço eu aqui no Japão com a minha família, enfrentando

todos os dias tantas lutas e adversidades, mantido pela fidelidade e amor sacrifi-cial daqueles que oram por nós todos os dias e a cada mês ofertam para o nosso sustento? Para que tudo isso?

A resposta talvez seja mais simples do que se espera: Porque missões não é apenas uma tarefa a ser cumprida... isso seria oneroso e um fardo pesado, afinal de contas, a colheita é muita e os obrei-

MISSÕES

MUITO MAIS

QUE UMA

ORDEM

ros são poucos. Missões é o privilégio que temos hoje como filhos de Deus, como súditos de um Reino Inabalável e Eterno, de fazer parte daquilo que Ele mesmo começou e Ele mesmo termi-nará. Nós que outrora éramos piores do que mendigos leprosos, mortos-vivos que exalavam o fedor da morte do pe-cado, fomos resgatados, ressuscitados com Cristo para uma nova vida, chama-dos das trevas à Sua luz admirável para anunciarmos as virtudes do Senhor! (ref. 1 Pedro 2:9)

Por tanto, a nossa missão hoje deve ser vista e compreendida não apenas

como um chamado, ou uma ordem, ou uma tarefa a ser cumprida, e sim como um imerecido, precioso privi-légio a nós concedido pelo Rei dos reis que transformou os outrora mendigos em embaixadores do Seu Reino Celestial aqui na terra. Assim, torna-se coerente para nós servi-Lo fielmente com todo o nosso ser, com longanimidade e perseverança em meio às aflições, com o coração

transbordando de amor e gratidão, tor-nando a nossa missão em Cristo a expe-riência mais feliz, mais gloriosa e mais gratificante que um ser humano possa ter, para que – como diz o Dr. John Pi-per – “Deus seja plenamente glorificado em nós ao sermos plenamente satisfeitos por Ele”.

Pr. Jansen CostaMissionário SM no Japão

“Ou somos

missionários ou somos impostores.

Charles Spurgeon

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As palavras têm o poder de trans-mitir mais do que informações: elas comunicam, dentre várias coisas, sen-timentos. Enquanto algumas palavras expressam tranquilidade e constância, outras transmitem uma sensação de im-pulso e transitoriedade. Dependendo da palavra que usamos, seja numa re-flexão pessoal – dentro da mente e do coração -, seja para transmitir uma ideia a outros, o efeito final pode variar con-sideravelmente.

No meio cristão evangélico, quando falamos do sustento da obra da igreja lo-cal, geralmente a imagem do dízimo nos vem à mente. O dízimo é uma contri-buição constante, fiel (daí a expressão: “fulano é fiel nos dízimos”), tão estável quanto a renda do dizimista. Quando falamos em dí-zimos, não pensamos em algo semestral nem anual, mas em uma contribuição, para a maioria esmagadora dos crentes, pelo me-nos mensal.

Quando algo especial está por acontecer que exige um gasto extra da igreja, muda-mos a nomenclatura e usualmente falamos em levantar ofertas para tais ocasiões. Levantam-se ofertas para a construção de um templo, uma refor-ma, um projeto de evangelismo ou de ação social, só para citar algumas possi-bilidades. Nesse caso, a palavra “oferta” se encaixa bem, pois evoca um esforço pontual e fora do comum, como nas ofertas do comércio. Não faz sentido nenhum falar em uma oferta perma-nente.

Entretanto, um fator complicador é inserido quando se fala em missões.

OFERTA MISSIONÁRIA OU MANTENEDORES?E I S A Q U E S T Ã O !

O SUSTENTO MISSIONÁRIOe s t á n a U T I

Imagine se todo mês seu salário diminuísse?! Essa é a realidade mis-sionária.

As notícias da economia brasileira e da contínua alta do dólar e euro são desafiadoras para todos, e muito mais para os missionários brasileiros que servem no exterior.

As ofertas são enviadas em reais nas contas da CIBI no Brasil. Fora do Brasil não é possível o saque em reais. Os missionários sacam na moeda lo-cal de cada país e o dólar é a MOEDA PONTE entre o Real e a moeda local de onde o missionário vive.

Como CIBI temos feito um es-forço de enviar para alguns de nossos missionários diretamente para parcei-ros com conta jurídica, mesmo assim os impostos são altos.

Quanto mais o dólar sobe, menos re-cursos. Em março de 2012 era preciso 1,80 reais para comprar 1 dólar. Em junho de 20 era preciso R$ 5,20, este ano R$ 5,38 para comprar o mesmo 1 dólar. Façamos as contas.

A expressão tradicionalmente usada para falar no financiamento da obra missionária, especialmente transcultural, é a já conhecida “oferta missionária”. Não há nada de errado com a expressão, por si só, mas o problema surge quando o coeficiente emocional é adicio-nado. Se a palavra oferta comunica algo pontual e esporádico, não há nada mais incoerente para associar ao trabalho de evangelização e de plantação de igrejas em um contexto transcultural.

Missionários precisam de anos para se preparar para o trabalho de levar o Evangelho a outras culturas. Necessi-tam de preparo teológico, missiológico, linguístico e ministerial. É comum ver-mos missionários investindo dez anos só nessa fase que antecede o envio para

o campo transcultural. Se a saída para o campo exige

altas somas de recur-sos financeiros para

vistos, passagens, aluguéis e móveis para a nova casa, a manutenção em outro país carrega

um desafio extra para o missionário,

pois é dificílimo se manter no campo sem

um apoio financeiro está-vel.

Apesar de alguns poucos terem compreendido que ser ofertante para missões é um compromisso tão im-portante como o do dizimista, no in-consciente da maioria esmagadora dos membros das igrejas evangélicas ainda se pensa nesse tipo de oferta esporádi-ca: depois que dou o dízimo, se sobrar algum dinheiro ou se eu for movido por algum testemunho ou desafio mui-to tocante, dou uma oferta missionária.

Acontece que o missionário teima em ser uma pessoa normal, que faz refeições diárias,

coloca os filhos na escola, paga aluguel, ele se veste e precisa ter recursos para o ministério de evangelismo, discipulado e o que mais seu projeto missionário requerer. Não se faz isso com ofertas esporádicas e variáveis, mas com um sustento estável e cons-tante, que não aparece e desaparece à mercê de um impulso ou de um “sentir no coração”. Alguém poderia até lem-brar que a obra missionária se faz pela fé, o que é plena verdade, mas creio de todo o coração que essa fé no Deus Provedor se desdobra em Ele usar a Sua Igreja para cumprir Seus propósitos na Terra. Esse fator nos devolve a respon-sabilidade de sermos a resposta da fé de nossos missionários.

Em muitos casos, indivíduos e igre-jas locais que enviam ofertas para mis-sionários o fazem de forma “nervosa”, por vezes enviando por um período e saltando outros ou então chegando ao final do ano e parando por completo, com o missionário já no campo, sem ao menos avisar com um mínimo de antecedência. Com frequência, famílias inteiras de missionários se veem em apuros financeiros, com um ministério florescente, mas sem condições de se manter com um mínimo de dignidade e, muitas vezes, sem condições de com-prar suas passagens de volta. É funda-mental lembrarmos que praticamente nenhum visto usado por missionários lhes dá a permissão de buscar um tra-balho no país onde estão.

Assim, se levarmos em conta que a palavra “oferta” está carregada de tanta transitorieda-de, por que não decidimos passar de ofertantes de missões para mantenedores de missões? Se em nossa cultura o ofertante não o faz de forma constante, por que não ensi-namos nossas igrejas a serem mantene-doras de missões transculturais? Dessa forma, é melhor todos darmos uma quantia constante para missões que ca-

bem em nosso orçamento familiar, dei-xando as ofertas para momentos espe-ciais, do que nos esforçarmos para dar um montante maior de vez em quando.

Da mesma forma, igrejas locais de-vem abraçar missões transculturais com o mesmo zelo, sem alterar o quadro de missionários toda virada de ano ou quando uma nova liderança assume, ou se um novo projeto de construção de templo vai começar. Como mante-nedores, e não só ofertantes, podemos caminhar com os missionários em seus projetos com uma perspectiva de lon-go prazo, com frutos que são colhidos apenas em etapas mais avançadas dos projetos, bem como dar a suas famílias segurança para fazerem seus planeja-mentos com mais tranquilidade.

Plantar igrejas é uma jornada que exige perseverança e paciência. Mais desafiador ainda é fazer isso rompendo barreiras culturais, linguísticas e geográ-ficas. Esse é um trabalho que exige ma-nutenção e, por isso e para isso, mante-nedores.

É certo que uma simples mudan-ça de vocabulário não será suficiente, mas se essa mudança é fruto de uma nova mentalidade e atitude da lideran-ça da igreja local e de nossos púlpitos, ela pode se refletir na vida das nossas igrejas, soprando tempos novos sobre nossa caminhada como Igreja. Uma mudança de mentalidade não acontece da noite para o dia, mas, com certeza, começa com pequenas atitudes de al-guns que vão, num efeito dominó, con-tagiando outros a sua volta.

Por isso, talvez a primeira pergunta que você pode se fazer é: hoje eu sou um ofertante ou um mantenedor de missões?

Paulo Felipe da PenhaSecretário de Missões da CIBI

1 AUTOR: Luís Nacif - Pastor de missões da Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte - MG

Se a palavra oferta comunica algo pontual

e esporádico, não há nada mais incoerente para associar ao trabalho de evangelização e de plantação de igrejas em

um contexto transcultural.

Imagine que um missionário pagava 300 dólares de aluguel em 2012 e que hoje ele continua pagando os mesmos 300 dólares.

Além de tudo isso, o missionário paga o IOF (6,38%) para saque no ex-terior + taxas dos bancos brasileiros + taxa do banco local.

Temos um déficit perto de 40% nas adoções mensais, com isso a CIBI tem que arcar com essa diferença para manter os sustentos dos missionários em dia. Tudo isso nos impede de enviar a diferença do cambio para nossos mis-sionários. Precisamos ajudas pontuais, mas também que nossas igrejas se com-prometam com a adoção mensal.

Precisamos de ajuda, juntos somos mais fortes e vamos mais longe! Entre em contato com a SM e nos ajude nesse momento difícil para nossos missionários transculturais.

por missionários que servem no exterior;

pelos mantenedores – para que continuem fiéis;

por mais mantenedores;

pelas igrejas mantenedoras;

Escreva a um missionário dizendo que está orando por seu sustento.

ORE...

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campanha de missões 2021 curvas REVISTA

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021 11:17:55

Vivenciamos em âmbito mundial tempos difíceis, desgastante fisicamente e psicologicamente, tempos esses que exigem de nós força, resiliência, empatia e principalmente confiança em Deus. O ano de 2020 foi de muito aprendizado, mas temos motivos de sobra para nos agarrarmos com as duas mãos na esperança prometida pelo Senhor e nunca mais largarmos, pois Ele tem cuidado de nós.

Em Macapá a pandemia chegou ao seu pico dos quais foram computados mais de 1000 mortes, além do aprofundamento das vulnerabilidades em decorrência do desemprego, levando mais pessoas à pobreza e extrema pobreza.

Uma das frentes de trabalho do campo missionário em Macapá é desenvolver o Projeto Acolher, projeto social que atende crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social. Com as atividades suspensas devido aos decretos governamentais, passamos o ano fazendo ações emergências como entregas de kit com material escolar, atividades escolares, cestas básicas e lanches com o objetivo de reduzir os danos causados pelas medidas de isolamentos.

Além de todo sofrimento já vivenciado pela pandemia, em outubro o Estado do Amapá passou por um apagão deixando por 22 dias, 14 dos 16 municípios sem energia, agravando ainda mais a situação que já era precária. A crise afetou o abastecimento de água, telefonia, internet, bancos, combustível e outros serviços. A água essencial para higienização tornou-se um produto de difícil acesso principalmente pelo superfaturamento do preço não somente da água como também outros itens como velas, gelo que era usado para conservação de alimentos, água mineral para consumo entre outros. Além disso a cidade se tornou um caos. A insegurança era visível, o desespero tomava conta das pessoas, comerciantes perdendo suas mercadorias, famílias tendo que jogar comida fora, pessoas insatisfeitas se manifestavam de diversas formas, depredação de patrimônio público, diversas ruas fechadas por barreiras de fogo, filas enormes nos poucos lugares que ainda tinham combustível, filas nos poucos supermercados que tinham gerador, um “clima de guerra”.

A crise atingiu a todos, porém a população em vulnerabilidade e risco social sofreu com precário acesso a itens básico em seu dia a dia, como por exemplo alimentos e água potável. Depois de dois dias sem contato algum, conseguimos carregar os celulares e encontrar sinal para comunicar o que estávamos passando (naquele momento o mundo acompanhava as eleições americanas) e como estávamos tentando absorver e se adaptar àquela situação.

Sendo luz em tempo de trevas

Com a informação chegando para mais pessoas, ações começaram a ser realizadas, um cuidado especial conosco, família missionária, porque naquele momento até nós estávamos apreensivos e angustiados. Mas a ação foi ampliada e começaram as articulações com sugestões de ações que trouxessem esperança para todas as famílias que atendemos.

Como nós, igreja, poderíamos amenizar o sofrimento da comunidade? De que forma a igreja poderia ser um refúgio ou luz trazendo esperança de dias melhores?

Foi trazendo respostas a essas perguntas que durante o período do apagão uma rede de solidariedade foi criada por iniciativa da Secretaria de Missões, convenções regionais e igrejas espalhadas pelo Brasil que se mobilizaram com recursos para auxiliar. Foram braços estendidos em tempos difíceis, alcançando e abraçando de longe. Foram entregues cestas básicas, velas e mais de 7mil litros de água mineral. Era uma rotina corrida para alcançar a todos, de dois em dois dias estávamos comprando e entregando, e a igreja local, que naquele momento também precisava, não mediu esforços para ajudar na compra e distribuição de todo o material que estava sendo arrecadado e doado. Pudemos ouvir e compartilhar durante este período inúmeros relatos de pessoas que foram beneficiadas, alcançadas e acolhidas. Em sua maioria pessoas com problemas de saúde gerado pelo do tipo de água que estavam consumindo e que se sentiram gratas com o auxílio da igreja junto a elas.

Depois dos intermináveis 22 dias sem energia, houve um restabelecimento total. A rotina foi voltando ao normal, mas uma certeza ficou - tanto pra nós como para as pessoas da comunidade - a igreja de Jesus continua viva, sendo luz e trazendo esperança para o todos os povos.

Neto e Liliane Missionários SM em Macapá

Acontece no Campo

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Paulo e Solange Mendes Edeval e Sandra Campos

EUA / Connecticut - Jonathas e Isabel Azevedo (Associado)

América do Sul:

África:

Europa:

Ásia:

Oceania:

Peru/Arequipa - Nilzete FloresParaguai - Rodney & Eulália Lenguizamón (Associado)

Povos Mulçumanos - Zazá & NetoCristiane Ferreira - Missionária na Base (Associado)África Austral/Moçambique/África do Sul/ eSwatini - Fábio & Gylka GuimarãesMoçambique - Vanessa & Bernardino Bernardo (Associado)Moçambique - Clerisnan Rocha e Lika Costa (Associado)Guiné Bissau - Alandelon & Tamilla MeloGuiné Bissau - Enéas & Dassaellem Silva (Associado)

América do Norte

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A nível internacional a SM/CIBI é responsável por manter 27 projetos em 19 países do mundo.Entre os quais 13 são integrais e 14 são associados.

Déborah Silva Bruna Montagnini

Espanha/Valência - Paulo e Solange MendesEspanha/Granada - Hélder & Ana Paula Favarin (Associado)Espanha/Miranda de Ebro - Marinaldo & Zeneide MacielEspanha/Madri - Claudenir e Antonia Gomes (Associado)Portugal - Sergio & Gláucia LimaPortugal - Nélio & Zilda Lazzarotto (Associado)Itália/Bolonha - Milton & Zoraide Campos (Associado)Portugal - Fernando Heise & Eloisa Lazzarotto (Associado)Inglaterra - Samuel & Renata (Associado)

Índia - Nubnelma & DeezaneOriente Médio - Jonathan & Silvana AlmeidaJapão - Jansen & Jessica CostaJapão - Keller & Suzanye Costa (Associado)Sudeste Asiático - Déborah Silva (Associado)Sudeste Asiático - Bruna Montagnini

Papua Nova Guiné - Raquel & Alessandro Nunes

Espanha/Valência - Edeval e Sandra (Associado)

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O depar-tamento de C o mu n i c a -ção da Con-venção das Igre-jas Batistas Independentes foi criado no dia 12 de novembro de 2020 na reunião do Conselho Deliberativo da nossa Convenção, mas ainda precisa ser chancelado em Assembleia, no entanto o grupo de voluntários já está trabalhando e alguns resultados já es-tão sendo vistos e cremos que muitos outros poderão surgir neste momen-to de grandes mudanças.

Algumas transformações têm sido tão rápidas que fica impossí-vel de acompanhar o que se passa no mundo tecnológico, bem como suas consequências na vida real. Por isso que é de suma importância nos conscientizarmos de nossa época e percebermos que as relações sociais, econômicas e educacionais estão mu-dando num ritmo cada vez mais ace-lerado. Essas mudanças foram impul-sionadas pela pandemia e muito bem expressas numa frase sucinta: “uma década em um ano .”

As igrejas e nossa Convenção não podem ignorar tais fatos, pois é no-tório que as tecnologias e mídias so-ciais estão transformando as relações humanas: interação entre pessoas, in-teração entre trabalho e empresas, in-teração entre consumidor e vendedor, mas também tem mudado a interação entre o cristão e a igreja local, e da igreja local com a Convenção Regio-nal e Nacional. Cada vez mais é pos-sível observar que os cristãos estão se valendo de seus celulares para lerem

a bíblia, estu-dar, fazer com-

pras, trabalharem e muitas outras tarefas e

serviços que são oferecidos num clique.

Cremos que o Departamento de Comunicação pode auxiliar as igrejas e a Convenção para que as tecnolo-gias possam estar a serviço do Reino de Deus e perceber que aquelas de-sempenham forte influência na vida dos membros das Igrejas Batistas In-dependentes.

Diante dos fatos relatados é im-portantíssimo pensar em novas for-mas de comunicação entre a CIBI e as Convenções Regionais, entre a CIBI e os pastores, entre a CIBI e os mem-bros que estão espalhados nas diver-sas igrejas de nosso imenso território nacional.

As lideranças do passado estabe-leceram o jornal Luz nas Trevas e a Revista de Estudo Bíblicos como principal meio de co-municação com os membros. Atingiram muito bem seus objetivos e ainda estão nos informando muito bem. Po-rém, entendemos que tam-bém podemos nos valer das novas tecnologias e mídias so-ciais para podermos alcançar as lideranças, bem como os membros de nossas igrejas

Sabe-se que a mudança já está acontecendo em nossa membresia, pois muitos seguem, via internet, lí-deres religiosos de influência nacional e regional. E estes que acabam sendo os formadores da mentalidade cristã

de nossos membros. Percebe-se cada vez mais a influência de pregadores midiáticos em nossos jovens e em muitos irmãos adultos.

Tais influências tem trazido uma visão denominacional diferente para dentro de nossos muros e sua in-fluência começa a ser percebida na teologia, na pragmática eclesiástica e na missiologia. Além de levarem as ofertas e dízimos de muitos Batistas Independentes para seus arraiais.

Assim sendo, os nossos pastores e membros estão sendo cooptados por igrejas e denominações que estão bem informatizadas e que tem forte expo-sição nas mídias sociais. Por isso é importantíssimo alcançar nossos pas-tores e membros com a i n fo r -

m a -tização e mídias sociais, para que assim possamos divulgar nossa teologia, pragmática, administração e missiologia.

Para podermos contribuir nesse

processo é muito importante, num primeiro momento, conhecermos o que CIBI tem feito e então apontar-mos o caminho a ser percorrido para chegarmos com eficácia as lideranças e membresia

O estatuto da CIBI no Art. 35 es-tabelece que: “Para realização dos seus fins, a Convenção poderá criar Juntas e/ou Departamentos”. Dentre os vários de-partamentos que tem sido criado para que a nossa Convenção atinja seus objetivos, temos a Editora Batista In-dependente que tem realizado o tra-balho de divulgação de informações diversas e doutrinas, pois é isso que o próprio Estatuto de nossa egrégia instituição afirma no Art 4, inciso VI: “editar folhetos, livros, jornais, revis-tas e materiais afins”

Além disso temos já investimentos sendo feitos na área de comunicação de CIBI, que atualmente chega ao valor de R$ 5,251,30 por mês. Por-tanto percebemos que já existe um setor preocupado com a divulgação de nossos objetivos. No entanto po-deríamos nos valer dos recursos hu-manos disponíveis e remunerados na área de comunicação e aproveitarmos os mesmos para maior divulgação de nossos objetivos.

Por outro lado, será necessário mais investimento para podermos ampliar a presença da CIBI nas mídias sociais e na informatização, para tanto propomos os seguintes implementos:

Primeiro: arregimentar voluntá-rios nos seminários e igrejas para a implementação do presente projeto. Essas pessoas deverão assinar um

termo de serviços voluntários. Além disso, será necessário contratar um funcionário ou aproveitar os que já estão sendo remunerados para imple-mentar a divulgação nas redes sociais do jornal Luz nas Trevas e a Revis-ta de Estudos Bíblicos. No então os mesmos deverão continuar na forma impressa, pois há um grande público que ainda se vale de tais meios de co-municação. Para tanto sugere-se que cada lição da RED seja transforma-da em podcast. Além disso, sugere-se que as notícias do Jornal Luz nas trevas sigam o mesmo caminho.

Segundo: criar no site da CIBI uma plataforma de estudos bíblicos e incentivo à leitura da bíblia. Sendo que para cada estudo concluído com aproveitamento ser concedido um cer-tificado para o concluinte.

Terceiro: criar um rol de mem-bros nacional para interligar a comu-nicação entre o membro e a Conven-ção Regional e Nacional.

Quarto: divulgar a Editora e mídias sociais de nossa Convenção nos Seminários

Quinto: Criar uma web Tv e Web rádio da CIBI. Criar conteúdo de alta qualidade. Exemplo: criar vídeos que relatem a história das igrejas, dos campos de missões, vídeos que contam a história dos missioná-rios pioneiros. Fazer reportagens nas igrejas locais, ou seja, a notícia que é divulgada no Jornal Luz nas trevas ser transformada em reportagem na CIBITV. Mas sobretudo criar con-teúdos doutrinários que venham ao encontro das

necessidades atuais.Sexto: aumentar o valor de

R$ 5,251,30 por mês para R$ 7,000,00. Aproveitar os contrata-dos para realizarem as implantações acima descritas e contratar novos pro-fissionais para trabalhos pontuais. Exemplo: o aumento no orçamento será destinado para a criação de con-teúdos e reportagens acima descritos.

Temos consciência que a imple-mentação desses objetivos demandará tempo, muito investimento financei-ro, dedicação, trabalho voluntário e paciência. Sabemos que alguns dos objetivos, Web Tv e Web rádio, pode-rão levar anos para serem efetivados ou poderão nem serem implementa-dos, pois as mudanças tecnológicas podem ainda nos surpreender. No entanto temos algo para colocar em prática.

Pr. Paulo R SchulzPresidente do Departamento

de Comunicação da CIBIPr. IBI Xanxerê, SC

INFORMATIZAÇÃO E MÍDIAS SOCIAIS: A TECNOLOGIA A SERVIÇO

DO REINO DE DEUS

Novidade

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Há esperançaem Jesus

Há esperançaem Jesus

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Em fevereiro de 2020, visitava um irmão em um hos-pital no Norte da África. Um aroma adocicado de álcool e jasmim enchiam o quarto. Apesar das circunstâncias e do vento frio daquele inverno, o ambiente era aconchegante. Vislumbrei na mesinha de cabeceira, em meio a muitos re-médios, uma folha, que estava escrito em árabe: “Rabbi hua rajeana fi koul duruf.”

O corpo ferido e imóvel do nosso irmão estendido em uma cama não impedia o sorriso grande no seu rosto e as suas palavras de gratidão.

O seu país estava em guerra e fazia dois meses que ele estava internado por causa de um acidente grave. A sua vida

marcada por situações de abandono, perdas, perse-guição, guerras e enferme-dades, havia sido restaura-da pela graça de de Deus de forma real e profunda. As lutas continuavam presentes mas agora, como ele mesmo dizia, Jesus estava junto em cada uma delas e isto tornava tudo diferente e enchia o seu coração da esperança que não defrauda. Naquele quarto e contexto de dor e vulnerabilidade, a frase escrita no cartaz era uma realidade: “O Senhor é a nossa esperança em todas as circunstâncias.”

Traumas, lutos e conflitos marcam a nossa época com uma profundidade que ainda não sabemos dimensionar, mas que já tem um grande impacto na saúde mental e nos rela-cionamentos. Muitas pessoas não puderam e nem estão podendo enterrar os seus entes queridos, nem dar um último adeus. A tris-teza da morte solitária, a dor dos lutos igno-rados, o grito dolorido e silenciado de várias pessoas, a quantidade desmedida e o abuso de informações que, muitas vezes, consumimos sem reflexão e sem a mínimo discernimento de análisa-las à luz do Evangelho e do caráter de Cristo, tem afetado consideralvelmente a nossa compreensão e leitura da realidade. No meio desses dilemas, a esperança cristã bro-ta porque Deus entrou na história, rom-peu barreiras e destruiu padrões de injustiça e opressão.

Há esperança porque o Evangelho é dig-nificador e transformador e continua vivo real em nosso mundo. Mas este esperança nao é hedonista nem desprovida da dor, mas se revela apesar da dor e também graças a ela. Esperança paradoxal que nos convida a par-ticipar dos sofrimentos de Cristo e a sinalizar o poder da ressurreição que gesta alegria e celebração.

Há esperança porque Deus abraça o re-fugiado e o estrangeiro, sendo Ele mesmo um Deus migrante. Há esperança porque a Igreja tem a oportunidade de se rever, de se pergun-tar com quem estão as suas lealdades e com-promisos e de se fortalecer como uma comuni-dade espiritual acolhedora e terapéutica, que aponta para o Reino de Deus e é expressão da Sua presença no mundo. O centro da nos-

Estávamos em um acampamento de pessoas refugiadas da República Demo-crática do Congo, em Uganda. Era outubro de 2013. Um canto belo e animado inundou o quarto em que estava e me despertou. Curiosa, fui olhar pela janela, eram quase 5 horas da manhã e o sol forte já tinha começado a tingir o céu com um alaranjado profundo de uma beleza indescritível. Os meus olhos precisaram de um momento para se acostumar com a luz e identificar um grupo de mulhe-res com cântaros na mão que caminhavam em direção ao poço. Os seus vestidos e lenços coloridos bailavam ao ritmo da canção, que foi se tornando cada vez mais forte e alegre. Com muita atenção e dificuldade, pude entender uma das frases que era repetida diversas vezes: “Yesu ni Tumaini letu”.

Fiquei maravilhada com tanta beleza. Emocionada me lembrei, que no dia anterior, elas haviam compartilhado conosco um pouco das suas histórias de esperança e dor: falaram sobre a beleza do país que tiveram que abandonar por causa da guerra, e com tristeza, mencionaram a perda de familiares, as privações vividas no acampamento, as violências e abusos que deixaram feridas profundas em suas vidas. Choramos, oramos e nos silenciamos com reverência e cuidado, diante do terreno sagrado dos seus sofrimentos. Naquela manhã, não pude evitar a emoção profunda ao escutá-las cantar com força e convicção: “Jesus é a nossa esperança, Jesus é a nossa esperança!”

Um mês depois eu retornava de uma outra viagem. O avião aterrissou em Barcelona, 20 de março de 2020, um dia antes do con-finamento. A sensação era de haver regres-sado em uma outra cidade. Fui confrontada com a realidade de hospitais cheios e ruas va-zias, medos e angústias, sofrimento e solidão de muitas pessoas em seus mais distintos con-textos e realidades. Também vi sinais de amor, solidariedade, criatividade e esforços profun-dos de apoio e acompanhamento que enche-ram o meu coração de gratidão e esperança.

Sem dúvida, a pandemia abalou as estru-turas de todas as nações, criou polêmicas e conflitos, deixou muitas pessoas mais pobres e oprimidas e mais de um milhão de vítimas mortais. E a batalha continua nos mais dis-tintos cenários: Polarizações e agressividades criam distância e instalam ódio e desrespeito, surgem as “culturas de cancelamentos” que com a mesma rapidez em que criam hérois e ídolos, os destroem impiedosamente. As re-des sociais tomaram uma dimensão enorme e ao mesmo tempo em que facilitam encon-tros e boa comunicação, também são palcos de egos inflados, proliferação de mentiras e fortalecimento de teologias desumanizado-ras e pouco cristocêntricas que naturalizam e normalizam discursos de ódio, xenofobia, racismos, medos e ameaças com uma sutileza profunda e enganadora.

O mundo mudou: potências mun-diais foram desnudadas e revelaram a sua fragilidade, a humanidade foi con-frontada com a sua vulnerabilidade.

Neste contexto, quero trazer à me-mória o que nos dá esperança: as mi-sericórdias e a fidelidade de Deus que nos permite criar mesas de comunhão, onde no partir do pão, Jesus se revela e marca o mundo sofrido e desesperan-çado com o poder da Sua ressurreição. (Lc 24)

Há esperança porque Jesus caminha no meio da dor, não está alheio e nem alienado da realidade do mundo, há es-perança porque Jesus se move e nos con-vida a sermos levados pelo Espírito San-to para ser parte da missão que é Sua.

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sa esperança é a cruz e a ressureição de Cristo e negar o sofrimento é negar a cruz. A trajetória cristã alienada da realidade de sofrimento e dos dilemas do mundo infantiliza a fé, subestima a graça e reduz a esperança em um ato de triunfalismo individualista e utili-tário esvaziado da graça.

Para articular a esperança da ressur-reição é preciso dar voz ao sofrimento, criar espaços onde a dor possa ser ar-ticulada. Chorar com os que choram e celebrar com os que celebram são sementes de amor que gestam esperan-ça. O sofrimento é inevitável à condi-ção humana e as contingências desse mundo, entretanto Jesus nos ensinou viver com humildade, simplicidade e com a mesma atitude de esvaziamento que Ele teve a acolher com dignidade aqueles que sofrem. É importante cele-brar a sacralidade da vida, bem como os gestos simples de generosidade e amor do cotidiano com alegria e gratidão. Precisamos nos comprometer a orar e a levantar os braços cansados dos pro-fissionais da saúde e cientistas que estão comprometidos em buscar as melhores soluções para o final dessa pandemia.

Necessitamos aprender a in-cluir o lamento, a escuta e o silêncio em nossas disciplinas devocionais. Para escutar e discernir, precisamos buscar romper o círculo vicioso do ativismo desenfrea-

do, e nos libertar da necessidade da criação de eventos interminá-veis, típicos de uma modernidade líquida em que a fé é instrumen-talizada e a religião se transforma em artigo de consumo. São tem-pos desafiadores, mas sabemos que o túmulo está vazio, Cristo ressusci-tou e a eternidade foi semeada em nos-sos corações, portanto há esperança!

Oremos para que o Espírito Santo ilumine os nossos olhos e corações e nos ajude a abraçar a esperança para a qual Cristo nos chamou. Ele nos re-generou para uma esperança viva, por meio da ressurreição. Ele nos convidou para anunciar as boas notícias do Reino como testemunhas fiéis da revivifica-ção.

Nesta madrugada de fevereiro de 2021, enquanto rabisco este texto desa-jeitado, recebo a notícia que uma preciosa amiga e irmã, Talita Maleski, partiu para os braços do nosso Deus. O seu corpo frágil se vestiu de eternidade. A perple-xidade e a dor inexplicáveis e profun-dos se aconchegam misteriosamente na esperança e esta, não defrauda, não pode ser roubada, porque está escondi-da em Cristo. Esperança que é movida e nutrida pelo poder da ressurreição.

Esperança que hoje é paradoxal-mente luto e celebração. “E nos gloriamos na esperança da glória de Deus, e não só isso, nos gloriamos também nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perserveran-ça; a perserverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito

Santo que Ele nos concedeu.” (Rm 5:2-5)Creio que a forma mais bela e pro-

funda de vivermos esta esperança hoje é anunciando que Cristo é o Salvador, que abraça, ama e acolhe, encarnando o Seu o amor na realidade de um mundo que sofre e sangra, sem caírmos na ten-tação do poder, do dinheiro, da fama e dos protagonismos. Para dar testemu-nho de um Deus de esperança preci-samos buscar viver com simplicidade, humildade, integridade e desenvolver uma santidade e ética de vida tanto de forma individual como comunitária, apoiando-nos e desafiando-nos mutua-mente como comunidade espiritual de fé e amor. Que nesses tempos de tanta dor, polarizações e agressividades su-perlativas possamos reafirmar a nossa unidade, traçar caminhos de reconcilia-ção e paz, perdoar e sermos perdoados, refletir sobre as nossas atitudes e moti-vações, denunciar as injustiças e opres-soes, nos prostrar no altar do nosso Deus com humildade e amor, ofertan-do as nossas vidas e oferecendo a nossa oferta de amor e adoração para que o mundo conheça e tenha a oportunidade de experimentar a esperança que há em Jesus Cristo.

Zazá Lima Diretora de uma organização internacional que serve

em projetos integrais em Norte de África e Oriente Medio

A teologia analgésica que nega a sexta -feira de dor, o sábado de silêncio e luto corre o risco de ter-minar não enxergando o domingo de túmulo vazio.

Atualmente a CIBI tem igrejas em todos os nossos estados brasileiros.

Campos NacionaisCampos Nacionaisda CIBIda CIBI

Manaus / AMDomingos & Renata Moraes

Benjamin Costant / AMAbenildo & Alcineia Oliveira

Altamira / PAOseas & Heliana Silva

Macapá / APLuiz Neto & Liliane Santos

Caculé / BAEdmilson e Samara

Petrópolis / RJRonyheer & Maria Beatriz Couto

Guarani das Missões / RSCarlos Jordano & Ana Paula

Juazeiro do Norte / CEJoão Paulo & Sara dos Santos

Pacaraima / ROAntonio & Osanir Galvão

Serra Talhada/PEPedro Sertão e Sueli Silva

A Secretaria de Missões é responsável por projetos missionários em várias partes do Brasil através de parcerias firmadas com as Convenções Regionais da CIBI. Atualmente

apoiamos 10 projetos de Plantação de Igreja em 9 Estados Brasileiros.

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Há Esperança

Como é bom ouvirmos algo assim quando estamos passando por uma situação difícil: Há esperança!

É como uma luz no fim do túnel, como um salva vidas no mar bravio, como uma mão estendida à beira de um penhasco.

Estamos ainda enfrentando uma situação de dúvida e insegurança por causa de uma pandemia que surpreendeu a todos, no mundo todo. Notícias alarmantes, informações desencontradas, fake news e morte de pessoas queridas por nós! Temos tudo para desanimar, no entanto há algo que nos move e nos impulsiona para a frente: a fé em Deus! É essa força que provoca um movimento em nossa mente e coração, nos fazendo prosseguir, acreditar, sonhar! É a esperança.

Esperança é a ação de esperar com confiança, pois o Deus que servimos é poderoso para fazer além do que pedimos ou pensamos! (Ef.3.20)

O salmista declara: “Como é feliz aquele cujo auxílio é o Deus de Jacó, cuja esperança está no Senhor, no seu Deus, que fez os céus e a terra,

o mar e tudo o que neles há e que mantém a sua fidelidade para sempre!”(Salmos 146.5 e 6)

Fidelidade é próprio do nosso Deus!“E a esperança não nos decepciona, porque Deus

derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.” (Rm.5.5)

É nessa esperança que a MOBI segue caminhando e semeando o amor de Jesus aos jovens de todos os cantos desse Brasil!

O POR QUE É O MESMO, JÁ O COMO A GENTE VAI SE ADAPTANDO...

Temos recursos midiáticos... Por meio dos recursos midiáticos podemos alcançar muitas vidas, capacitar líderes e levar esperança para muitos!

Temos o Connect MOBI com mais de 500 líderes de jovens e adolescentes cadastrados, canal

de comunicação direta com líderes de todo o Brasil, onde são disponibilizados cursos, pdfs e conteúdos semanais para capacitação, treinamento e

acompanhamento.Juntamente com os missionários MOBI,

temos buscado estar cada vez mais perto da juventude Batista Independente por todo o Brasil, com centenas de ligações, momentos de comunhão e oração.

Mesmo com a pandemia nadamos contra a maré, e utilizamos as redes sociais para mobilizar, evangelizar e alcançar a juventude.

Temos vídeos semanais em nosso canal no youtube com conteúdo de qualidade e relevância.

Estreamos o MobiCast que é um podcast cristão que conversa de forma leve e descontraída sobre temas do nosso dia a dia, juventude, liderança e missões com pessoas que acreditam no poder de uma boa conversa.

Estamos em ano de Mobiliza e já estamos com santas expectativas pelo que Deus vai fazer em nossa juventude. Esse ano acontecerá em Brasília e o tema será GRATIDÃO.

Com gratidão por tudo o que nosso Mestre Jesus tem feito, que vamos avançar rumo ao Mobiliza 2021, na esperança de nos reencontrarmos para

muitos abraços, alegria, comunhão, avivamento, crescimento e tudo de bom!

HÁ ESPERANÇA. “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente

estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia.” (2Co.4.16)

Essa é a nossa postura frente aos desafios deste tempo! Deus nos ajude!

Prs. Maria Celi e Eliseu Líderes MOBI

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Nordeste brasileiro e sua riqueza cultural, sua intensidade religiosa. Ser-tão nordestino, cantado em verso e prosa. Sua gente, seu folclore, sua seca. Geraldo Vandré com seu pessimismo cantava à sua região, com sua religião e a seca de forma crítica: ‘Olhe o padre com a vela na mão, tá chamando pra rezar. Menino de pé no chão, já não sabe nem chorar, reza uma reza comprida pra ver se o céu sa-berá. Mas a chuva não vem não’... (Canção Nordestina).

Luiz Gonzaga em sua composição Baião da Garoa, externa lamentos, con-tudo, de forma mais leve: ‘Uma vez cho-veu na terra seca, sabiá então cantou, houve lá tanta fartura que o retirante voltou.’

Belo nordeste, belo sertão. Carente da palavra, realidade espiritual de ido-latria, de pobreza, em muitos lugares, ausência quase total de presença evan-gélica.

Para nós, chamados a missão da evangelização em lugares necessitados, a carta pastoral de Paulo a Timóteo, no 4.10, traz, apesar das lutas inevitáveis, o consolo, a esperança na proteção, no reparo e resgate do nosso Deus. De-terminada, esperança consoladora esta, também, estimuladora e motivadora a tarefa sublime.

O respaldo a esta verdade inspira-dora vem em Hebreus 6.10 no qual o autor externa a realidade de um Deus justo, benevolente, que não esquece dos seus servos trabalhadores, motiva-dos pelo seu amor, em amor na obra da expansão do Seu reino.

Deus é o melhor patrão, tem o me-lhor salário, assistência médica e apo-sentadoria. Afirmação que sempre fiz e

faço desde o início de meu ministério. Jesus se responsabiliza integralmente com quem ele chama para a missão.

Nesta convicção, em obediência ao chamado, viemos morar em Itaporan-ga-PB alto sertão paraibano, em feve-reiro de 2001.

Na proposta do tema Há Esperança Para o Sertão Nordestino, recordo-me da frase do missionário Sérgio Ribeiro: “A evangelização mundial também passa pelo nordeste brasileiro,” pensamento muito re-petido nos anos 90, ele, presidente da Missão Juvep, foi um dos defensores e propagadores dos desafios missionários que o sertão nordestino era e ainda é.

A maior parte do clima da região é semiárida, o bioma prevalente a caatin-ga; a escassez d´água, cíclica e recorren-tes, somada a indústria da seca (assunto para outra oportunidade), consequência de um estilo de vida nefasto, estupido e ignorância, legitimadora da corrup-ção entranhada na sociedade sertaneja como valor, como hábito arraigado, en-raizado na cultura, trazendo como re-sultado muita pobreza e miséria.

Neste contexto uma presença evan-gélica muito precária, em contraste com a realidade das capitais.

A realidade de presença evangélica, no final dos anos 80 e início dos anos 90, apesar do expressivo crescimento nas grande cidades, era que havia vá-rios pequenos municípios sem igrejas e centenas deles com menos de 1 % de crentes*.

É fato que houve um bom cresci-mento da igreja nos anos 80, muito mais nos anos 90, e a média do cres-cimento foi maior que no restante do

Brasil, contudo, muito concentrado nos grandes centros urbanos (capitais e ci-dades polos).

A realidade de hoje é outra. As grandes cidades têm muito mais evan-gélicos e as igrejas chegaram em todas as cidades do interior, podendo haver uma exceção ou outra de ausência de igreja, mas algo temporário que podem ocorrer, geralmente, com mais frequên-cia, em municípios com menos de 5 mil habitantes.

Raramente se tem uma cidade com presença evangélica abaixo de 5%. O desafio contemporâneo maior são as populações quilombolas, pelo seu natu-ral isolamento, histórico, indígenas e a população da zona rural.

É importante observar que em nenhuma destas realidades há bar-reiras linguísticas.

Na zona rural a estimativa é de uma presença evangélica abaixo de 0,5 %*, índices comparáveis a países fechados ao evangelho, seja por causa de ideolo-gias políticas ou religiosas.

Levando em conta estas realidades, existe um município do sertão que está em nosso coração, juntamente com a CIBIPE e a Secretária de Missões da CIBI Nacional, é Serra Talhada - PE. Estamos mobilizados, eu e a minha es-posa, a Pra. Sueli, no objetivo de plantar uma igreja na sede municipal daquela cidade.

Serra Talhada é uma importante e estratégica cidade do sertão pernambu-cano. A população estimada é de 85 mil habitantes, polo econômico regional; tem uma área de 2.989 Km2, com um Índice de Desenvolvimento Humano

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Há Esperança para o Sertão Nordestino

(IDH) na ordem de 0,671 considerado médio. A presença evangélica é estimada em 12,2 %*, considerada

boa para os padrões do sertão pernambucano. Contudo, pesqui-sas apontam que na cidade grande parte das igrejas são neopen-tecostais, algumas delas franquias das igrejas midiáticas e as ou-tras imitadoras das mesmas. O número de igrejas, com teologias minimamente saudáveis, tendo como parâmetro o Novo Testa-mento, são poucas, cabendo, portanto mais igrejas, com perfil mais bíblico, mais cristocêntrico.

Nosso compromisso é plantar e consolidar uma igreja que al-cance os aflitos, os acorrentados pelo pecado, os desvalidos, os que não conhecem o caminha da salvação. Sabemos que Deus tem uma missão ali para e através de nossas vidas.Pedimos oração por este projeto. A zona rural de Serra

Talhada é extensa e precariamente evangelizada. Há 20 anos estamos na

obra missionária em tempo integral, a nossa confiança está no Senhor, Ele não decepcio-na, não esquece aqueles que obedecem ao seu chamado. Somos testemunhas vivas des-ta verdade bíblica.

Pr. Pedro Sertão Silva Missionário SM no Sertão

Pernabucano* Fontes: IBGE, Sepal, Juvep

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O Pastor Alvino Knispel nasceu em 20 de agosto de 1939 em Vila Pratos, na época, município de Tucunduva/RS. Era o quinto filho de Adolfo e Alma Frida Knispel, que ao todo tiveram quinze filhos. Convertido a Jesus e servindo na igreja Batista Independente, convenção a qual sempre foi filiado, foi batizado pelo Missionário Heins Voss. No começo da dé-cada de 60, diante do chamado de Deus para a obra, passou a estudar no Instituto Bíblico em Rio Grande/RS forman-do-se em 1964. Em 16 de abril de 1966 casou-se com Gleci Soares, que também foi aluna do Instituto Bíblico, tiveram cinco filhos.

Em 1965 passou a atender a igreja em Santa Vitória do Palmar/RS casando-se no ano posterior e em 67 se mudou para Natal, iniciando um trabalho missionário naquela cida-de, que posteriormente deu origem a várias igrejas tanto na cidade como na região. Em Natal nasceram seus três primei-ros filhos, Ana Ester, Adoniran e Suzana.

Em 1971 voltou ao Rio Grande do Sul assumindo o pas-torado da igreja na cidade de Camaquã, onde nasceu mais uma filha, a Liliana. Em 75 atendeu mais um convite para o trabalho missionário, dessa vez, em plena região amazônica, na cidade de Altamira no Pará. Hoje a convenção tem um trabalho pujante e uma igreja altamente envolvida com missões liderada pelo Pr Daniel Mattos. Em Altamira nasceu minha esposa, a Silvana, com a qual estou casado há quase 23 anos.

No ano de 1983 surge um novo desafio. A família se muda para Foz do Iguaçu, onde Pr Alvino passa a apoiar as igrejas e Campos Missionários no Paraguai.

Em 1990 o novo desafio é o norte do Mato Grosso, a nova e promissora cidade de Sinop. Em 1996, agora apenas com a esposa Gleci, pois os filhos permaneceram em Sinop, mudou-se para Sorriso/MT, onde iniciou ali um trabalho missionário, e em 98 o casal mudou-se para Cuiabá/MT para ali pastorearem a igreja local.

Em 2002 ambos voltam a Sinop e passam a atender vá-rios trabalhos no Mato Grosso de apoio a convenção no estado, suprindo a falta dos pastores em determinados pe-ríodos. Entre as cidades atendidas estão Colíder, Gaúcha do Norte e Porto dos Gaúchos.

Em 2012, depois de um longo período de tratamento médico faleceu a irmã Gleci. Em 2016, o Pr Alvino casou-se com a irmã Maria do Carmo Zlatic.

Foram várias as marcas deixadas por ele, seu sorriso marcante, a sua integridade, coragem, man-sidão, sabedoria e o desejo profundo de ser apenas um servo de Deus, sem se preocupar com os holofo-tes foi a maneira como sempre foi identificado.

Um homem que sempre acordava muito cedo para orar e ler a bíblia, fazendo parte da galeria dos maiores leitores da bíblia no mundo, foram 115 vezes. Quando havia uma dúvida bíblica, o comentário entre os familiares e amigos mais próximos era: pergunta para o Pr Alvino.

Deus o chamou para si no dia 30 de janeiro deste ano, aos 81 anos de idade. Ele deixa esposa, 5 filhos, todos casados

Pr Alvino Knispelum missionário, um servo

e 8 netos. Duas filhas estão envolvidas diretamente com a obra, pois são casadas com pastores, diretores de Seminários teológicos.

Nos últimos anos cooperou diretamente com a igreja Batista Inde-pendente em Sinop, pastoreada pelo seu grande amigo, Pr Jeferson Silva, ao qual ele sempre demonstrava grande carinho.

O Pr Alvino está com o Pai celestial, mas seu legado permanece entre nós, que seja motivador para esta e para as próximas gerações.

Pr. Cleo Harison Bloch Genro do Pr Alvino Knispel

Homenagem

Pra Renata Reis TávoraumA missionária, uma serva

A pastora Renata Reis Távora nasceu em 22 de Março de 1971, em Manaus Amazonas. Era a primeira filha de Liberalino e Eneida Távora, no total de três filhos que tiveram. Nascida no lar cristão, foi batizada aos oito anos na Igreja Batista Brasileira. Em 89, passou a congregar com a família na Igreja Batista Independente de Manaus, sobre o pastoreio do pr. Donizete Rufino Pereira. Sempre muito interessada em aprender mais de Deus e da Bíblia, e aos 16 anos teve sua primeira oportunidade de pregar a Palavra. Desenvolveu os seguintes cargos de liderança na igreja local: líder de jovens, superinten-dente da escola bíblica, secretária da igreja, tesoureira, professora de EBD em várias faixa etárias. Era formada em Licenciatura em His-tória pela Universidade Federal do Amazonas. Cursou Educação Re-ligiosa na (Faculdade Batista de Teologia do Amazonas/ Convenção Batista Brasileira). Casou-se com Domingos Jorge Moraes, em 27 de dezembro de 2000, e teve três filhas. Em 2012, o casal foi ordenado ao presbitério local, sendo sempre instrumento de Deus nas mãos do Senhor Jesus.

Em 2012, a pastora com esposo passaram a tomar conta da con-gregação Shekinah, num bairro da Zona Leste da cidade de Manaus, fruto de um trabalho evangelístico a um empresário da área de mate-rial de construção, trabalho que frutificou trazendo muitas alegrias e aprendizagem para ambos.

Em 2015, ao lado do esposo, cumprido todos os protocolos da UMBI, através da UMBIAR, foram Ordenado ao Ministério da Pa-lavra.

A congregação, passou a ser chamada Igreja Batista Independente Zona Leste.

A pastora Renata Távora teve papeis importantes nas seccionais do Amazonas e Roraima: vice presidente da UMBIAR (17), presidente da CIBIAR (18-19), dan-do visibilidade ao trabalho de Pacaraima – Roraima, um lindo trabalho Missionário com povo Venezuelano, desenvolvido pelo casal de Missionários Osanir e An-tônio Galvão. Foi eleita a vice presidente da CIBIAR (20-21), mas não foi a vontade de Deus que concluísse o mandato.

Renata era Missionária da Secretaria de Missões da CIBI, com o esposo, pois a área onde a igreja atua é considerado zona vermelha de Manaus, onde a neces-sidade de proclamar o evangelho é urgente, com altos índices de violência, tráfico, prostituição e pobreza. Ela, com certeza, foi instrumento de Deus nesse lugar, evangelizando a muitas famílias.

Foi instrumento de Deus ao ministrar aulas no Se-minário Teológico Batista Independente – Extensão Manaus, ajudando aos seminaristas com seu conheci-mento, obtido através de muita dedicação ao aprendi-zado e sua formação acadêmica. Estava atuando como professora de História na Escola Estadual Dr. Isaac Sverner.

Foram várias as marcas deixadas por ela, principal-mente seu sorriso marcante, integridade, inteligência, mansidão, sabedoria, sua capacidade de fazer amizade, companheira e principalmente fiel a Deus e suas con-vicções. Sempre esteve à disposição de Deus, uma ser-va de excelência.

Uma mulher de oração, vaso nas mãos de Deus in-finita vezes, pregação forte e sempre com base na Pala-vra. Ensinava e cobrava reverência ao Senhor.

Uma pessoa admirável, um bom exemplo a ser se-guido. Foi ótima filha, ótima mãe, ótima esposa e uma pastora muito amada por todos que a cercavam.

Deus chamou a Pastora Renata Távora para si no dia 08 de fevereiro deste ano, aos 49 anos de idade. Ela deixa um esposo, 3 filhas, e uma família na fé com muitas saudades.

“Não tenho dúvidas que Deus me separou des-de o ventre de minha mãe, e estou a seu servi-ço até o que ele determinar” (Pra. Renata Reis Távora).

A Pra. Renata está com o Pai celestial, mas seu le-gado permanece entre nós, que possamos seguir seu exemplo de serva de excelência do Senhor Jesus.

Pra. Saide Lima Maia Presidente da UMBIAR

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Não há ESPERANÇApara os povos minoritários? “Não há esperança para os

povos minoritários não alcança-dos pelo Evangelho. A esperança, segundo definição do dicionário “é o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que dese-ja”, logo, pode-se dizer que, em relação ao desejo de uma nova vida, remissão e uma vida eterna com o Criador, os povos minoritários não alcançados não têm esperança. Seguindo a lógica bíblica pro-posta pelo apóstolo Paulo, o que invocar o nome do Senhor será salvo, mas para que invoque tem que crer nesse nome e para crer nesse nome tem de ouvir a res-peito dele, mas como crerão naquele de quem não ouviram falar (Rm 10:13-14)?

A esperança enquanto elemento reli-gioso cristão é a segunda das três virtu-des (a fé, esperança e o amor), portanto conclui-se que os povos minoritários não

alcançados não têm esperança posto que não creram. Esperança é ter expectativa que algo vai acontecer. A esperança está ligada à fé, na certeza de que, mesmo não vendo, sabe que existe, na certeza de que Aquele falou cumprirá com Sua palavra. “Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente” (Rm 8:24-25).

E essa é uma dura realidade para mi-lhões de pessoas. Estima-se que há apro-ximadamente 7.400 grupos de pessoas ainda não alcançados, ou seja, possuem até 2% de cristãos. Incluem-se nessa es-timativa povos minoritários e povos com mais de dez milhões de pessoas, entre os

quais, 2000 grupos não-alcançados e não--engajados, ou seja, que definitivamente não há missionários, nenhum evangelis-mo, nenhuma igreja, nenhum material cristão na língua. Isso significa que não é conhecido nenhum esforço ativo de plan-tação de igrejas no local, em andamento, e poucos, se houver, crentes.

Essa realidade é, no mínimo, uma ver-gonha para a Igreja contemporânea. De-pois de dois mil anos, a sua grande or-dem e tarefa deixada só tem aumentado e se acumulado através do tempo. Não obstante a apatia e a frieza da Igreja dos nossos dias no tocante à tarefa de pre-gar a Palavra de Jesus para os que ainda não ouviram, nota-se um verdadeiro branqueamento dos campos, um amadurecer dos frutos e eles precisam ser colhidos antes que seja tarde demais.

Quando eu era criança, com tenra idade, muito me incomodava a letra de um hino que vez por ou-tra entoávamos na igreja, cuja letra diz: “tantos vi que salvou mas ninguém se importou de falar-me da graça de Cristo, não me falaram de Cristo, não me falaram

de Cristo”, a melodia e a letra rever-beravam na minha cabeça. Quando me propus a ser um trabalhador da Seara, pensei “vou levar a Palavra para quem nunca ouviu”. E cá estou na mata Amazônica levando a mensagem de que Jesus é a única esperança.

A Bíblia nos fala de uma viva espe-rança (I Pe 1:3) que está na remissão em Cristo Jesus, firmada em um Deus que é chamado de “a fonte da espe-rança” que nos enche de alegria e paz até transbordar no poder do Espírito Santo (Rm 15:13). Esse conceito de esperança permeia todo o NT pois o

Evangelho pregado a todos, a tempo e fora de tempo, é a esperança levada ao coração abatido, liberdade aos cativos das trevas, consolo para os que estão tristes, óleo que ameniza a dor e traz a alegria, que faz sair um louvor da boca do oprimido ao saberem da boa notí-cia da bondade do Senhor (Is 61:1-3), de um amor eterno que enviou o Seu Unigênito para que todos os que nele crerem não pereçam mas tenha a vida eterna (Jo 3:16).

O apóstolo Pedro afirmou: “para quem iremos nós, só tu tens as palavras de vida eterna!” (Jo 6:69). Cremos nisso, porém, a nossa prática diz o contrário,

gastamos a maior parte do nosso tempo e recurso com muitas

variáveis - variáveis impor-tantes é verdade, e quase sempre nos esquecemos ou fazemos de conta que não temos uma tarefa inacabada que urge para nossa gera-ção. O que aconteceu

com o celeiro de missões que seria o Brasil? O que

aconteceu com a Igreja bra-sileira?

Mas, há, sim, esperança para todos os povos minoritários ou não, há espe-rança para cada pessoa de perto, de longe, rodeada de bens ou desprovida de tudo.

A esperança é Jesus!

Certa feita, enquanto trabalhávamos na tradução da Palavra de Deus para a lín-gua Asurini, perguntei para uma indígena o que significa sair das trevas para luz. Ela me respondeu:

“é assim Tiuwiri, eu há um tempo atrás não conhe-cia a palavra de Deus, eu

não enxergava nada, es-tava no escuro, mas agora eu estou aprendendo sobre Jesus, agora eu consigo ver, estou na luz”.

Foi gratificante ouvir as palavras da-quela indígena que nascera na mata sem ter contato com a nossa sociedade, e a quem Deus deu a oportunidade de que conhecesse Jesus - a única esperança.

Que mais pessoas dentre os grupos minoritários possam ter a mesma opor-tunidade de fazer uma afirmação dessa. Só assim pode-se afirmar: Há esperança para os povos minoritários. A tarefa é enorme, por todos os cantos há necessi-dade de trabalhadores. Só aqui na região do médio Xingu, onde atuamos, há uma demanda por trabalhadores da seara, exis-te uma verdadeira disputa entre aldeias

quando surge um casal para trabalhar com algum povo. Temos recebido cons-tantemente pedidos de líderes de aldeias querendo missionários, não temos o que fazer senão orar e pedir ao Senhor da sea-ra que desperte a sua Igreja e para que, ela orientada pelo Espirito Santo envie os seus Barnabés e Saulos.

Eia, nos evolvamos, pois, com a pro-pagação dessa verdade com toda a nossa força, de oração, ação de envio, sustento e manutenção dos enviados. Temos en-quanto Igreja apenas uma incumbência, levar Jesus, a única esperança, para todos os povos, o Único que tem as palavras de vida eterna. Que Deus abençoe e tenha misericórdia da nossa geração.

Pr. Oseas SilvaMissionário SM entre povos indígenas

“Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está ven-do? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente” (Rm 8:24-25).

A Bíblia nos fala de uma viva esperança que está na remissão em Cristo Jesus,

firmada em um Deus que é chamado de “a fonte da

esperança” que nos enche de alegria e paz até

transbordar no poder do Espírito Santo

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CONTRA CAPAEDITORA

No Brasil é celebrado, no dia 19 de abril, o Dia do Ín-dio, ou melhor dizendo, Dia do Indígena (nativo; originário de um país ou que nele se estabeleceu antes de um processo colonizador). Recordamos sua importância na formação social e histórica do povo brasileiro.

Há muitas e diferentes etnias indígenas no nosso país e que têm seus valores culturais, pensam, discutem, sofrem e têm alegrias também que podem ser conhecidos e compartilhados conosco, numa grande e enriquecedora troca de experiências, pois suas contribuições são muito valiosas para todo nosso povo! Existem muitos indígenas em outros países do mundo e os isolados que ainda não são conhecidos. Lembre-se: Você e eu temos responsabilidade para com eles! Atividades que podem ser realizadas para celebrar este dia:

Atividades para celebrar O DIA DO ÍNDIO

Degustar alimentos indígenas: milho (assado, cozi-do, sopa, mingau de milho); pamonha; pipoca; paçoca; canjica; mugunzá; mandioca; farinha de mandioca; fa-rinha de milho; batata doce; beiju; tapioca; açaí; tacacá; tucupi; banana da terra; frutas silvestres; palmito; casta-nhas; coco; folhas verdes; mel de abelha; carnes de caça; peixes e camarões...

Construir uma oca.Balançar numa rede.Pintar o cabelo, o rosto e o corpo com urucum e/ou

pintar o corpo com traços indígenas.Criar adornos indígenas: cocar ou diadema; enfeites

para o cabelo; brinco; colar; braçadeira; pulseira...Produzir roupas indígenas: tanga; saiote ou cinto

que cobre o sexo; mantos...Fabricar objetos indígenas: cuia; cesto; bolsa; caba-

ça; rede; esteira; flecha; máscara; remo; canoa; banco; esculturas e objetos de decoração.

Fazer ou colorir desenhos sobre o tema.Formar objetos de barro: panela; vasilha; moringa;

jarra; prato; copo; vaso; objetos de decoração; escultura.Esforçar-se para cantar uma canção indígena.Descobrir quais são os instrumentos musicais indí-

genas: chocalho; flauta; reco-reco, feito com casca de tartaruga; trombetas de cuia; bastões de ritmo; ma-racá.

Realizar brincadeiras indígenas.Buscar brinquedos indígenas: arco e flecha; pe-

teca; cabo de guerra; bolinha de gude; maracá; bilbo-quê; pião; zunidor.

Efetuar um jogo, ou competição: lançamento de lança; corrida com toras.

Pesquisar sobre lendas, contos, histórias indígenas.Investigar palavras em português, de origem indíge-

na e seu significado.Averiguar sobre as línguas indígenas; quais têm sua

escrita.Descobrir quais povos indígenas têm a Bíblia, ou

parte dela, traduzida para seu idioma.Conhecer sobre a evangelização entre os povos in-

dígenas.

Esta lista não é finita. Você poderia alistar outros itens interessantes? Informe-se mais! Ore pelos indígenas! Apoie esta causa!

No calendário de datas comemorativas existem muitas datas que podem - e devem - ser celebradas como datas missionárias. Busque informações, monte um calendário e assim poderá relembrar causas importantes, trabalhar temas relevantes e levar informação sobre missões para crianças e adultos, dentro e fora das igrejas! Seja criativo!

Sueli Pereira Valério da PenhaBacharel em Teologia, membro da I.B.F

Filadélfia Campinas; mãe de dois filhos e duas noras

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