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Mestrado Profissional em Administração
LETÍCIA BATISTA MAGALHÃES ALVES
A GESTÃO ESCOLAR E A INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO BÁSICO DE GOIÂNIA – UM ESTUDO DE CASOS
MÚLTIPLOS
Belo Horizonte 2011
Letícia Batista Magalhães Alves
A GESTÃO ESCOLAR E A INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO BÁSICO DE GOIÂNIA – UM ESTUDO DE CASOS
MÚLTIPLOS
Projeto apresentado ao Curso de Mestrado Profissional em Administração – FEAD – como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração, com linha de pesquisa em Gestão de Sistemas Educacionais.
Orientação: Professor (a) Dra. Denise de Castro Pereira
Belo Horizonte 2011
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................4
1.1 Problema de Pesquisa.................................................................................................5
1.2 Objetivos.....................................................................................................................6
1.2.1 Objetivo Geral.............................................................................................................6
1.2.2 Objetivos Específicos..................................................................................................6
1.3 Justificativa.................................................................................................................6
2. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................8
2.1 Administração.............................................................................................................8
2.1.1 Tipos de Planejamento..............................................................................................10
2.1.2 Os papéis do Administrador......................................................................................11
2.2 Gestão Escolar..........................................................................................................14
2.3 Gestão Ambiental......................................................................................................17
3. METODOLOGIA.............................................................................................................24
3.1 Caracterização da Pesquisa.......................................................................................24
3.2 Quantos aos meios....................................................................................................24
3.3 Quantos aos fins........................................................................................................25
3.4 Coleta de Dados........................................................................................................26
3.5 Método Amostral......................................................................................................26
3.6 Instrumentos de Coleta de Dados.............................................................................27
3.6.1 Pesquisa Documental................................................................................................27
3.6.2 Questionário..............................................................................................................27
4. REFERÊNCIAS................................................................................................................29
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1. INTRODUÇÃO
A Educação Brasileira é tema de diversos assuntos em seminários, simpósios, palestras,
cursos, que leva, enfim, a uma variedade de informações sobre o aspecto educacional
brasileiro. Dessa forma, podem-se perceber as discussões sobre a educação em seu sistema,
em sua ideologia, em sua prática. Nesse contexto, entende-se o aprendizado, o conhecimento
e a cidadania que todos devem conceber ao longo de suas vidas, o que transforma a escola
em elemento construtor do conhecimento do indivíduo. É através da gestão imposta pela
escola que se faz o aprendizado. Mas nem sempre todos obtêm dessa ferramenta que torna o
indivíduo o cidadão esperado.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – estabelece os parâmetros sobre a
educação brasileira. Informa que a educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino
e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais. Além disso, ela retrata o conhecimento que o indivíduo deve ter sobre os ambientes
natural, social, político, social, tecnológico, artístico.
Diante de tantos problemas de ordem ambiental, causados pela ação do homem sobre a
natureza, é urgente que se encontrem alternativas para mudar este quadro em prol do
equilíbrio ambiental e do desenvolvimento sustentável. O papel do professor do Ensino
Fundamental para a efetivação da Educação Ambiental nas comunidades é fundamental e
decisivo para uma mudança de atitudes a fim de contribuir para um melhoramento geral do
espaço ambiental e das relações entre os seres que coabitam os mais diversos tipos de
ambientes no Planeta Terra.
Com os atuais cenários da educação brasileira, observou-se que, entre as décadas de sessenta
e setenta do século passado, os problemas ambientais começaram a despertar a consciência de
parte da sociedade e, assim, surgiram importantes questionamentos a respeito do futuro do
planeta. Não que anteriormente a essa época não existissem impactos humanos sobre a
natureza, o diferencial desse momento histórico é justamente a grandeza planetária que
alcançam os problemas ambientais e a certeza de que, pela primeira vez na história, a vida no
planeta encontra-se seriamente ameaçada. É uma crise multidimensional, que vai além da
feição meramente ecológica e compreende os aspectos sociais, culturais, econômicos, éticos e
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políticos, tratando-se, portanto, de uma crise socioambiental. Além dessa ampliação de forças
sociais envolvidas, sua importância para o debate educacional se explicita na obrigatoriedade
constitucional, em 1988, no primeiro Programa Nacional de Educação Ambiental, em 1994
(reformulado em 2004), nos Parâmetros Curriculares Nacionais, lançados oficialmente em
1997, e na Lei Federal que define a Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA (Lei n.
9.795/1999).
Além dessas preocupações corriqueiras sempre surgem novas metodologias, novos conceitos
e uma questão bem atual: a preocupação com a questão ambiental dentro do contexto escolar.
Conforme Sorrentino (2005), “a educação ambiental possibilita ampliar conhecimentos numa
diversidade de dimensões, sempre focando a sustentabilidade ambiental local e do planeta,
aprendendo com as culturas tradicionais, estudando a dimensão da ciência, abrindo janelas
para a participação em políticas públicas de meio ambiente e para a produção do
conhecimento” [...](página 10) .
É diante desse cenário de crise socioambiental que se começa a repensar a relação entre a
educação, a sociedade e o meio ambiente. Assim, uma nova abordagem para a educação é
pensada e a Educação Ambiental emerge como uma resposta, na área educacional, aos
desafios trazidos pela crise socioambiental (LIMA, 2004; MEDINA, 2001; TOZONI-REIS,
2004). Para Grün (1996), só o fato de a educação moderna não contemplar o ambiente em sua
totalidade e a exigência de se ter uma Educação Ambiental já é um sintoma de que vivemos
em um momento de crise. O autor acredita que a Educação Ambiental tem como função
mediar os valores existentes na relação entre os humanos e a natureza, mas, mais que inventar
novos valores, a Educação Ambiental deveria resgatar valores esquecidos ou sufocados pela
sociedade moderna.
1.1 Problema de Pesquisa
Após perceber a urgência em se estudar, analisar e observar a carência no Estado sobre a
Educação Ambiental, o problema da pesquisa é pesquisar se o gestor escolar e o corpo
docente das escolas estaduais de Goiânia estão inserindo em seus Planos Pedagógicos o
Projeto de Educação Ambiental, já que se trata de um projeto da Secretaria de Educação.
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1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar e descrever o funcionamento da Gestão Escolar frente ao Projeto de Educação
Ambiental, analisando e verificando se o mesmo está sendo implementado nas Escolas de
Ensino Básico de Goiânia.
1.2.2 Objetivos Específicos
Identificar a inserção do Projeto de Educação Ambiental proposto pela Secretaria de
Educação do Estado de Goiás na Gestão Escolar;
Analisar se os docentes estão inserindo o Projeto de Educação Ambiental proposto pela
Secretaria de Educação do Estado de Goiás;
Verificar se há a implantação do Projeto de Educação Ambiental nas escolas;
1.3 Justificativa
Promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino é uma competência do poder
público. De acordo com as PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, a nova proposta
pedagógica evidencia a necessidade de se atentar às questões ambientais, contemplando as
realidades locais e sugere formas de introdução de Educação Ambiental nos currículos
escolares.
Dessa forma, a Educação Ambiental visa a contribuir para formação de cidadãos conscientes
e as suas responsabilidades para com o meio ambiente, aptos a decidir e atuar em seu meio
socioambiental, comprometendo-se com o bem-estar de cada um e da sociedade como um
todo.
Mas para que isso seja possível e aconteça, é necessário que a escola não trabalhe somente
com conceitos e informações, ou seja, só na teoria, é importante que o tema seja uma
ferramenta utilizada para que o aluno possa aprender de forma dinâmica, maneiras para
transformar a realidade em que vive.
Abordar-se-á essa pesquisa em três escolas públicas estaduais de Ensino Básico de Goiânia de
forma a conduzir o estudo sobre o contexto da Educação Ambiental.
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Este trabalho é importante para a comunidade, para as instituições de ensino, para os gestores
escolares e para a academia como contribuição para o crescimento da pesquisa em prol das
escolas estaduais.
A razão que motiva este trabalho é o fato de, no Estado de Goiás, haver pouco estudo
científico aplicado na área de definir o papel do Gestor Escolar frente às questões ambientais.
O trabalho permite verificar, por meio de estudos, observações, questionários, entrevistas de
como está inserido o Gestor Escolar nas Escolas de Ensino Básico Estaduais de Goiânia frente
ao Projeto de Educação Ambiental.
Algumas dissertações retratam a Educação Ambiental. Dentre elas, Pedro Jacobi, em seu
caderno de pesquisas, remete-nos o seguinte:
“A reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado pela degradação
permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, envolve uma necessária
articulação com a produção de sentidos sobre a educação ambiental. A dimensão
ambiental configura-se crescentemente como uma questão que envolve um conjunto
de atores do universo educativo, potencializando o engajamento dos diversos
sistemas de conhecimento, a capacitação de profissionais e a comunidade
universitária numa perspectiva interdisciplinar. Nesse sentido, a produção de
conhecimento deve necessariamente contemplar as inter-relações do meio natural
com o social, incluindo a análise dos determinantes do processo, o papel dos
diversos atores envolvidos e as formas de organização social que aumentam o poder
das ações alternativas de um novo desenvolvimento, numa perspectiva que priorize
novo perfil de desenvolvimento, com ênfase na sustentabilidade socioambiental.”
(página 190).
E é nesse contexto de educação, gestão e ambiente que se dão os estudos para o projeto
proposto, de forma a estudar e compreender alguns conceitos da Educação Ambiental no
âmbito da gestão escolar.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
A base para o desenvolvimento de um país é a educação, pois, através dela, as pessoas têm
auxílio para exigir seus direitos e cumprir os seus deveres, ou seja, a escola é de fundamental
importância pra que as pessoas tenham condições de desempenhar o papel de cidadãos.
Nesse processo, a Educação Ambiental entra não somente como uma passagem de
informações, mas também na aplicação dessas informações como forma de mudança de
comportamentos e atitudes em relação aos problemas ambientais. E quem já está com esse
aprendizado, que se pressupõe que seja o professor ou educador ambiental, pode partilhar com
quem apenas inicia esta jornada, que são os alunos, e que estes serão transmissores desses
conhecimentos aos seus pais, vizinhos, amigos, enfim, como se fosse através de uma corrente.
A Educação Ambiental se baseia na premissa de que é na reflexão sobre a ação individual e
coletiva em relação ao meio ambiente que se dá o processo de aprendizagem. E nesse
contexto de aprendizagem que entra a administração escolar, ou seja, a gestão escolar como
elemento propulsor na compreensão da Educação Ambiental.
2.1 Administração
A administração, também conhecida como gerenciamento ou gestão de empresas, é o ato de
trabalhar com ou através das pessoas, de forma a organizar o trabalho. Segundo Stoner e
Freeman (1985) “administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o
trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização
para alcançar objetivos estabelecidos.”(página 4). Para Maximiano (2000,) a administração “é
o processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e
recursos.”(página 25).
Administração é o ato de trabalhar com e através de pessoas para realizar os objetivos tanto da
organização quanto de seus membros e sua tarefa é a de interpretar os objetivos propostos
pela organização e transformá-los em ações organizacionais que visem à concretização desses
objetivos.
A realização dessa tarefa somente será possível através da gestão das funções básicas
administrativas do planejamento, organização, direção (liderar) e controle de todas as
atividades realizadas em todas as áreas e em todos os níveis da organização.
Portanto, antes de iniciarmos sobre a Gestão escolar, faz-se necessário conhecermos um
pouco mais dessas funções administrativas, as quais auxiliam os gestores em suas tomadas de
decisão.
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A seguir, procura-se demonstrar e expandir essas funções para que o leitor possa vir a ter uma
visão mais abrangente das atribuições de cada uma.
Funções da Administração:
Segundo Stoner e Freeman (1985)
Planejar significa que os administradores pensam antecipadamente em seus
objetivos e ações, e que seus atos são baseados em algum método, plano ou lógica, e
não em palpites.
Organizar é o processo de arrumar e alocar o trabalho, a autoridade e os recursos
entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar
eficientemente os objetivos da mesma.
Liderar significa dirigir, influenciar e motivar os empregados a realizar tarefas
essenciais.
Controlar o administrador deve se certificar de que os atos dos membros da
organização levam-na de fato em direção aos objetivos estabelecidos. (página 6)
Maximiano (2000)
Planejamento consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos necessários para
realizá-los.
Organização consiste em tomar decisões sobre a divisão de autoridade e
responsabilidade entre pessoas e sobre a divisão de recursos para realizar tarefas e
objetivos.
Direção compreende as decisões que acionam recursos, especialmente pessoas, para
realizar tarefas e alcançar objetivos.
Controle consiste em tomar decisões e agir para assegurar a realização dos objetivos.
(página 26)
Sendo assim, entende-se que:
Planejar é colocar as ideias em ordem, estabelecendo o objetivo da organização e
determinando o tempo que levará para atingi-lo. É quantificar e qualificar os recursos que
serão utilizados e fixar as metas antes do objetivo.
Organizar significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos
incumbidos de sua administração e estabelecer as relações entre eles e as atribuições de cada
um.
Dirigir é determinar o que deve ser feito em cada ação para que sejam atingidos os objetivos.
Controlar é estabelecer padrões de avaliação, acompanhar operação da empresa, coletando
dados relativos ao desempenho de cada setor, avaliando este desempenho em relação aos
padrões, fixando correções no desempenho operacional dessa organização.
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Depois de se compreender sobre as funções da gestão, necessário se faz entender os tipos de
planejamento que compõem o processo de gerir, pois é através do planejamento que se pode
antecipar, prever, antever as ações futuras.
1.3.1 Tipos de Planejamento na Administração
O planejamento é uma etapa essencial e que dá as bases para todas as outras atividades
gerenciais, pois visa a estabelecer linhas de ação que devem ser seguidas para que sejam
satisfeitos os objetivos estabelecidos, bem como o momento em que cada ação deve ocorrer.
O planejamento também envolve tomada de decisões e, com isso, podemos classificá-lo em
três níveis, de acordo com a abrangência que possuem na empresa. São eles: o nível
estratégico, o nível tático e o nível operacional.
Segundo Oliveira (1988) pode-se distinguir três tipos de planejamento:
Planejamento estratégico: pode ser conceituado como um processo gerencial que
possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a
obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente.
Planejamento tático: tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a
empresa como um todo. É desenvolvido a nível organizacional inferior.
Planejamento operacional: pode ser considerado como a formalização,
principalmente através de documentos escritos, das metodologias de
desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação têm-se,
basicamente, os planos de ação ou planos operacionais.( p. 30 - 33)
Segundo Stoner e Freeman (1985),
as organizações usam dois tipos principais de planos: os planos estratégicos e os
planos operacionais. Os planos estratégicos são projetados pelos administradores de
topo de nível médio para cumprir os objetivos amplos da organização, ao passo que
os planos operacionais mostram como os planos estratégicos serão implementados
nas atividades do dia-a-dia. (p.137)
Assim, compreende-se que:
No nível estratégico, o planejamento e as tomadas de decisões permitem uma visão mais
ampla, pois envolvem as políticas corporativas da organização, a escolha de linhas de
produtos, a localização de novas fábricas ou unidades de atendimento, projetos de processos e
outras necessidades que envolvam horizontes de longo prazo e, com isso, altos graus de riscos
e incertezas. O nível estratégico está relacionado ao topo da organização.
O nível tático possui uma abrangência menor que o estratégico e envolve, basicamente, a
alocação e a utilização de recursos. Nas escolas, o planejamento tático ocorre em nível de
secretaria e envolve prazos médios.
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O nível operacional está ligado às operações produtivas e envolve curtos horizontes de tempo.
Como exemplo, temos as tarefas rotineiras dos coordenadores, dos professores.
Obtendo-se uma maior compreensão dos tipos de planejamento pode-se averiguar que, no
decorrer deste trabalho, o nível estratégico será mais abordado devido à importância e a
localidade do papel do Gestor Escolar frente às questões de Sustentabilidade.
Mas antes, deve-se compreender os diversos papéis que o gestor/administrador deve ter para
que o mesmo possa lidar com diversas ferramentas da Gestão e de forma a aplicá-las em sua
administração.
1.3.2 Os papéis do Administrador
O papel do administrador é tratado como um meio que estuda o comportamento que deve ser
seguido por seus colaboradores, funcionários, organizadores; trata-se, portanto, de um padrão
a ser adotado. Stoner (1999) diz que “um “papel” consiste nos padrões de comportamento que
se podem esperar de um indivíduo dentro de uma unidade social. Para os propósitos do
pensamento administrativo, um papel é o padrão de comportamento que se espera de alguém
dentro de uma unidade funcional. Os papéis, portanto, são inerentes às funções.” (página 9).
Mintzberg (apud STONER, 1999) fez um levantamento amplo das pesquisas existentes sobre
os papéis dos administradores e integrou suas conclusões sobre os mesmos e dividindo-os em
Papéis Interpessoais, Papéis Informacionais e Papéis Decisórios. Esses papéis são
desenvolvidos constantemente no dia-a-dia dos Administradores.
Papéis Interpessoais
São os papéis que os Administradores executam relativos ao relacionamento com as pessoas e
construção conjunto dos resultados. São divididos em três papéis: Símbolo, Líder e Ligação,
que ajudam os administradores a manter suas organizações funcionando bem.
Stoner (1999) considera como “símbolo o dirigente que realiza tarefas cerimoniais como
chefe da unidade. De modo mais importante, os administradores são símbolos que
personificam, tanto para os membros da sua organização quanto para observadores externos,
os sucessos e os fracassos da organização.” (página 10).
Dessa forma, pode-se compreender que o símbolo representa a função de estar presente em
locais e momentos importantes, basicamente tarefas cerimoniais, comparecer a casamentos, e
outros eventos. O Administrador representa a organização, portanto ele é um símbolo desta
organização, e ela será conceituada à partir do Administrador.
Na representação do Líder, Stoner (1999) diz que “como os administradores trabalham com –
e através de – outras pessoas, são responsáveis tanto pelos atos dos subordinados quanto pelos
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próprios. De fato, o sucesso ou o fracasso dos subordinados é medida direta de seu próprio
sucesso ou fracasso”. (página 10).
De acordo com Stoner, pode-se entender que o líder é o papel que o Administrador representa
o tempo todo, pois ele é responsável por seus atos e de todos seus subordinados.
Já para o Elemento de Ligação, Stoner (1999) relata o seguinte: “Como os políticos, os
administradores devem aprender a trabalhar com todas as pessoas, de dentro ou de fora da
organização, que possam ajuda-los a alcançar os objetivos organizacionais. Todos os
administradores eficazes “fazem política”, no sentido de que desenvolvem redes de
obrigações mútuas com outros administradores da organização.” (página 10).
Desse modo, entende-se que o elemento de ligação é o papel que o Administrador representa
ao possibilitar relacionamentos que auxiliam o desenvolvimento de sua empresa e de outros,
com a finalidade de obter apoio para suas propostas ou decisões. Ele faz o intercâmbio entre
pessoas que irão gerar novos negócios ou facilitar os negócios existentes.
Papéis Informacionais
As pessoas vivem em um intenso fluxo contínuo de informações e as empresas para terem um
melhor desenvolvimento precisam saber receber e passar essas informações. E é nesse
contexto que surgiu o papel informacional do administrador.
Os administradores que possuem a função de papéis informacionais recebem e comunicam as
informações para tomar decisões inteligentes. E diante deste cenário são destacados três
papéis: Coletor; Disseminador; Porta-voz.
De acordo com Stoner (1999), os coletores “são dirigentes que buscam constantemente
informações úteis, tanto dentro como fora da organização.” (página 10). O Coletor busca as
informações dentro e fora das organizações, procura se informar o máximo possível nas mais
variadas fontes de informação. O papel do coletor é possuir o maior volume de informações
relativas à organização.
O Administrador como disseminador segundo Stoner (1999) é “ o papel em que os dirigentes
distribuem aos subordinados informações importantes.” (página 11) Vale ressaltar que parte
dessas informações advém de reuniões de equipes e de memorandos, mas parte é feita pela
interpretação dos fatos.
E como porta-voz Stoner (1999) diz que “os dirigentes também transmitem informações para
pessoas que estão fora de sua unidade de trabalho. (...)Como diplomatas, os dirigentes
também devem falar por sua unidade de trabalho dentro da organização ou representar toda a
organização ao lidar com clientes, fornecedores ou representantes do governo.” (página 11).
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O Administrador desempenha o papel de ser um Porta-voz quando se faz necessário
comunicar informações para pessoas que se encontram fora da organização além de possuir a
sensibilidade para discernir entre o que pode ou não ser comunicado a informação
empresarial.
Papéis Decisórios
O administrador deve utilizar da informação para tomar suas decisões com presteza e preparo.
Quatro são os papéis decisórios: Empreendedor, Solucionador de Problemas, Alocador de
Recursos e Negociador.
Segundo Stoner(1999), o Empreendedor ou Entrepreneur são “dirigentes que tentam
melhorar suas unidades. (...) Neste papel, eles iniciam o processo de mudança por vontade
própria. (página 11). Dessa forma, compreende-se que o empreendedor é o papel que o
administrador assume ao tentar melhorar seus negócios propondo maneiras inovadores ou
novos projetos que alavanquem a organização.
Por meio do solucionador de problemas por Stoner (1999), “espera-se que os dirigentes
surjam com soluções para os problemas difíceis e que as implementem.” (página 11).
Com as instabilidades nos ambientes organizacionais e a variedade de problemas que surgem
o administrador é visto como o solucionador de problemas. Ele deve atuar identificando
esses problemas e apresentando soluções, portanto um Solucionador de Problemas.
O alocador de recursos Stoner(1999) ilustra o seguinte “todo dirigente enfrenta uma variedade
de objetivos, problemas e necessidades da organização – e todos eles competem por seu
tempo e seus recursos (tanto humanos quanto materiais). Como esses recursos são sempre
limitados, cada dirigente deve alcançar um equilíbrio entre vários objetivos e necessidades.”
(página 11). Alocador de recursos, porque o dirigente organiza as tarefas diárias em ordem de
prioridade e além de estar inserido em um cenário de diversas necessidades com recursos
limitados, e mesmo assim com o dever de encontrar o equilíbrio para alocar a quantidade
correta de recursos e sua utilização.
Quanto ao negociador, Stoner(1999) diz que “os dirigentes passam boa parte de seu tempo
negociando porque apenas eles têm o conhecimento e a autoridade exigidos por este papel.
Devido a constância de atividades o administrador acaba se tornando um bom negociador. Ele
deve negociar tanto com o ambiente interno como com o ambiente externo sempre
objetivando os melhores resultados para sua empresa e para a sociedade.
Dessa forma pode-se compreender a real importância de se estudar o papel do educador do
ensino médio para a formação do cidadão quanto à Educação Ambiental.
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2.2 Gestão Escolar
Falar em Gestão Escolar é falar sobre o administrador num âmbito escolar, com seu enfoque
educacional e pedagógico. O gestor escolar vai além da administração escolar. Esse é
responsável pela regência escolar, ou seja, ele é o maestro que faz reger o âmbito escolar, não
se esquecendo dos professores, claro.
E adentrando nesse contexto, tem sido dedicada muita atenção à gestão na educação que,
enquanto um conceito novo, superando o enfoque limitado de administração, se assenta sobre
a mobilização dinâmica e coletiva do elemento humano, sua energia e competência, como
condições básicas e fundamentais para a melhoria da qualidade do ensino e a transformação
da própria identidade da educação brasileira e de suas escolas.
O conceito de Gestão Escolar para Santos (2006) é relativamente recente e diz que:
“é de extrema importância para que se tenha uma escola que atenda às atuais
exigências da vida social: formar cidadãos e oferecer, ainda, a possibilidade de
apreensão de competências e habilidades necessárias e facilitadoras da inserção
social. Para fim de melhor entendimento, costuma-se classificar a gestão escolar em
três áreas, que funcionam interligadas, de modo integrado ou sistêmico: Gestão
Pedagógica, Gestão de Recursos Humanos e Gestão Administrativa.” (página 130)
A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a
organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas
necessárias para garantir o avanço dos processos sócio educacionais dos estabelecimentos de
ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-
los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia
centrada no conhecimento. Por efetiva, entende-se, pois, a realização de objetivos avançados,
de acordo com as novas necessidades de transformação socioeconômica e cultural, mediante a
dinamização da competência humana, sinergicamente organizada.
Para Libâneo (2005)
“cabe ao gestor escolar assegurar que a escola realize sua missão: ser um local de
educação, entendida como elaboração do conhecimento, aquisição de habilidades e
formação de valores. O gestor deverá animar e articular a comunidade educativa na
execução do projeto educacional, incrementando a gestão participativa da ação
pedagógico-administrativa, conduzindo a gestão da escola em seus aspectos
administrativos, econômicos, jurídicos e sociais. O gestor é o articulados/mediador
entre escola e comunidade. Ele deve incentivar a participação, respeitando as
pessoas e suas opiniões, no que chamamos de gestão democrática.
O gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode administrar
todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização, isto é, o
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compartilhamento de responsabilidades com alunos, pais, professores e
funcionários. O que se chama de gestão democrática onde todos os atores
envolvidos no processo participam das decisões.” (página 332).
Compete à gestão escolar estabelecer o direcionamento e a mobilização capazes de sustentar e
dinamizar a cultura das escolas, de modo que sejam orientadas para resultados, isto é, um
modo de ser e de fazer caracterizado por ações conjuntas, associadas e articuladas.
Sem esse enfoque, os esforços e gastos são dispendidos sem muito resultado, o que, no
entanto, tem acontecido na educação brasileira, uma vez que se tem adotado, até
recentemente, a prática de buscar soluções tópicas, localizadas e restritas, quando, de fato, os
problemas da educação e da gestão escolar são globais e estão inter-relacionados.
Estes não se resolvem ora investindo em capacitação, ora em melhoria de condições físicas e
materiais, ora em metodologias, ora em produção de materiais, etc. É preciso agir
conjuntamente em todas as frentes, pois todas estão inter-relacionadas.
Borges (2008) diz uma outra versão do que vem a ser a função do gestor escolar:
“Envolve atividades de mobilização, de motivação e de coordenação. Dirigir uma
escola implica colocar em ação os elementos do processo organizacional
(planejamento, organização, avaliação) de forma integrada e articulada.
Assim, o gestor é a figura que deve possuir e liderança, no clima de organização da
escola que pressupõe a liberdade de decidir no processo educativo e não nos
gabinetes burocráticos.”(página 83).
A professora Heloísa Luck (2000) diz que “um diretor de escola é um gestor da dinâmica
social, um mobilizador e orquestrador de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe
unidade e consistência, na construção do ambiente educacional e promoção segura da
formação de seus alunos.”.(página 16)
A competência do sujeito da gestão escolar abrange muitos aspectos, dentre os quais
educacionais, políticos, econômico, culturais, familiares, enfim, direcionar o aluno, indivíduo
na escola, para um futuro de melhor aproveitamento.
Entrado nesse contexto, a professora Heloísa Luck (2000) nos faz referência do seguinte:
“A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva
promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições
materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio
educacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da
aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar
adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no
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conhecimento. Por efetiva, entende-se, pois, a realização de objetivos avançados, de
acordo com as novas necessidades de transformação socioeconômica e cultural,
mediante a dinamização da competência humana, sinergicamente
organizada.”(página 7)
E, adentrando nesse contexto escolar, a professora Heloísa Luck (2000) ainda menciona o
seguinte, a respeito da dimensão da gestão escolar:
“Cabe ressaltar que a gestão escolar é uma dimensão, um enfoque de atuação, um
meio e não um fim em si mesmo, uma vez que o objetivo final da gestão é a
aprendizagem efetiva e significativa dos alunos, de modo que, no cotidiano que
vivenciam na escola, desenvolvam as competências que a sociedade demanda,
dentre as quais se evidenciam: pensar criativamente; analisar informações e
proposições diversas, de forma contextualizada; expressar ideias com clareza, tanto
oralmente, como por escrito; empregar a aritmética e a estatística para resolver
problemas; ser capaz de tomar decisões fundamentadas e resolver conflitos, dentre
muitas outras competências necessárias para a prática de cidadania responsável.
Portanto, o processo de gestão escolar deve estar voltado para garantir que os alunos
aprendam sobre o seu mundo e sobre si mesmos em relação a esse mundo, adquiram
conhecimentos úteis e aprendam a trabalhar com informações de complexidades
gradativas e contraditórias da realidade social, econômica, política e científica, como
condição para o exercício da cidadania responsável.” (página 8)
Partindo desse conceito, pode-se perceber que a gestão escolar muito interfere na vida do
cidadão, do aluno, do indivíduo como construtor do conhecimento. Utiliza-se dessa gestão
para inserir no contexto educacional uma maneira de adequar a educação ambiental nas
escolas, ou seja, integrar as salas de aula com comprometimento com a Gestão Ambiental.
Segundo Maranhão (2005) nos diz que:
“A ação direta do professor na sala de aula é uma das formas de levar a Educação
Ambiental à comunidade, pois um dos elementos fundamentais no processo de
conscientização da sociedade dos problemas ambientais é o educador, porque este
pode buscar desenvolver, em seus alunos, hábitos e atitudes sadias de conservação
ambiental e respeito à natureza, transformando-os em cidadãos conscientes e
comprometidos com o futuro do país.”(página 4)
O professor, como gestor e administrador do contexto escolar, tem uma grande
responsabilidade em assumir o compromisso de ser um intermediador na construção do
pensamento do indivíduo. Essa construção se dá de forma teórica e prática.
Dessa forma, compreende-se a importância do gestor escolar, na contribuição da inserção de
um projeto de Educação Ambiental na vida desses alunos. Não um projeto da noite para o dia,
mas de um projeto que vai se construindo dia após dia na vida do cidadão.
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2.3 Educação Ambiental
A educação no Brasil é regida pela Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – Lei de
Diretrizes e Bases da Educação – LDB, a qual normatiza os processos formativos em todos os
níveis da educação por meio do ensino em instituições próprias. Já a Educação Ambiental em
si, é regulada pela Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA, instituída pela Lei nº
9795, de abril de 1999, regulamentada pelo decreto xxx/02 e implementada pelo ProNEA
(Programa Nacional de Educação Ambiental).
Através desta lei é possível compreender que educação "se desenvolvem na vida familiar, na
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais", como descrito no
Art. 1º (LDB, 1996), sendo que a educação pública é dever Federal, do Estado e dos
Municípios e direito de todo cidadão brasileiro.
Os PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – é outro importante documento que orienta a
educação brasileira. Tais documentos são apontados num relatório do Ministério da Educação
e do Desporto1[1]aprovado em 12/3/97, que conclui o seguinte:
“1. Os PCN apresentam princípios educativos e uma proposta de articulação entre
objetivos, conteúdos, orientações didáticas e critérios de avaliação, buscando
contribuir para o aperfeiçoamento da prática pedagógica, sem criar novas disciplinas
ou se revestir de caráter de obrigatoriedade.
2. Os PCN, como referencial nacional, apontam para um horizonte de
aperfeiçoamento da qualidade no ensino fundamental, e sua aplicação pressupõe o
"pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas" e a gestão curricular autônoma,
tanto das Secretarias Estaduais e Municipais, quanto das escolas, respeitando, desta
forma, a estrutura federativa do País. Ao serem utilizados, deverão estimular o
desenvolvimento do projeto educativo de cada escola e envolver a atuação dos
professores e equipes pedagógicas das Secretarias de Educação e das unidades
escolares, não apenas na discussão e redefinição curricular, como também
incorporando as experiências diferenciadas da população em respeito à pluralidade
cultural brasileira.
3. Os PCN resultam de uma ação legítima, de competência privativa do MEC e se
constituem, em uma proposição pedagógica, sem caráter obrigatório, que visa à
melhoria da qualidade do ensino fundamental e o desenvolvimento profissional do
professor. É nesta perspectiva que devem ser apresentados às Secretarias Estaduais,
Municipais e às Escolas.
4. Os PCN não dispensam a necessidade de formulação de diretrizes curriculares
nacionais, que deverão fundamentar a fixação de conteúdos mínimos e a base
18
nacional comum dos currículos, em caráter obrigatório para todo o território
nacional, nos termos do artigo 26 da Lei 9.394/96 (LDB).”
O MEC é quem está incumbido da avaliação permanente e a revisão periódica dos PCN.
Já quanto a Educação Ambiental, no entanto, não é mencionada na LDB, porém esta é
garantida nas orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, que trazem a
Educação Ambiental como tema transversal a ser trabalhado em todos os níveis e por todas as
áreas do conhecimento pelas instituições de ensino e pelos professores.
Segundo os PCN"s (1997):
“A perspectiva ambiental consiste num modo de ver o mundo em que se evidenciam
as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos na constituição e
manutenção da vida. Em termos de educação, essa perspectiva contribui para
evidenciar a necessidade de um trabalho vinculado aos princípios da dignidade do
ser humano, da participação, da co-responsabilidade, da solidariedade e da
equidade.” (p.9)
Esses princípios são necessários devido à demanda de consumo pelo crescimento desordenado
da população humana, onde se retirava uma árvore agora se retiram centenas, onde moravam
algumas poucas famílias, agora são cidades imensas consumindo muita água e energia
produzindo toneladas de detritos e lixo diariamente.
Butzke(2006) descreve sobre a ação do homem no ambiente.
“O homem moderno é o principal responsável pelo desequilibrio ambiental. Várias
causas estão na base do problema, entre as quais elencam-se algunas, a seguir, que
serão explicitadas na sequência do presente capítulo: 1.o rápido crescimento da
população humana nos últimos séculos e a consequente demanda pelos recursos
naturais; 2. O célere avanço da ciencia e tecnología, elevando o padrão da vida da
população humana, por um lado, e por outro, colocando a disposição do homem uma
cada vez maior e diversificada quantidade de bens de consumo, aliada a uma
crescente demanda de conforto e bem estar, coloboram para a modificação dos
ecosistemas, destruindo hábitats, dizimando grande número de espécies animais e
vegetais, o que se caracteriza como perda de grande parte da biodiversidade do
planeta; 3. A perda gradativa da agua no planeta, como consequência da
modificação das condições ambientais; 4. A poluição pelo aumento da geração de
residuos industriais e domésticos, bem como de efluentes e gases tóxicos industriais,
de diferentes composições e graus de concentração, prejudiciais à espécie humana,
aos animais, vegetais, microorganismos aquáticos e terrestres, importantes co-
participies na manutenção dos ciclos da materia e fluxos de energía na biosfera
(página 29-30).
De acordo com Berté (2004):
19
“A Educação Ambiental deverá ser vista como um processo multidisciplinar, uma
inter-ação com enfoque humanista, holístico, democrático e participativo. Não
haverá necessidade das Escolas criarem uma disciplina curricular para o tema, mas
ter amplo espaço de discussões nas disciplinas que compõem o padrão curricular
tanto do ensino fundamental como do ensino médio.” (p.8)
A legislação brasileira aponta através da Lei Ambiental nº 9.795/99, no seu art. 10, que "a
Educação Ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e
permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal". E no seu inciso primeiro,
completa que "a Educação Ambiental não deve ser implantada como disciplina específica do
currículo de ensino".
Dessa forma compreende-se que a globalização não ocorre apenas na economia, mas também
acontece uma globalização no âmbito dos problemas ambientais obrigando os países a
negociarem entre si para um consenso de utilização dos recursos de modo sustentável com a
finalidade de alcançarem um equilíbrio dinâmico em tempo de reverter à possíveis catástrofes
a que está submetido o planeta num curto prazo, segundo relatórios de renomados
ambientalistas de todas as partes do mundo. Não é só o crime ou a guerra que ameaçam a
vida, mas também a forma como se gera, se distribui e se usa a riqueza, a forma como se trata
a natureza (PCN. 1997, página 23).
Não apenas as riquezas naturais, mas também as riquezas sociais e culturais vêm sendo
ameaçadas, evidenciando a importância e a urgência de se educarem os futuros cidadãos para
o empreendedorismo sustentável. Estes, com um novo conceito de respeito à natureza e uma
nova conduta de responsabilidade e sensibilidade aos problemas que afetam a sociedade
humana, contribuirão de forma decisiva na construção de um mundo sustentável.
É necessário que se promova uma educação que realmente ofereça condições de formar
cidadãos críticos participantes da sociedade civil, prontos e aptos para decidir e interagir
diante da realidade socioambiental local, do Estado, do país e global. Eis um grande desafio
para a educação, preparar cidadãos com atitudes ambientalmente corretas e justas. E para isso
não basta que a escola trabalhe apenas com conceitos e valores, é necessário muito mais que
isso, pois todos os comportamentos ambientalmente corretos são aprendidos na prática, no
cotidiano escolar através de gestos de solidariedade, de exemplos e hábitos de higiene pessoal
e do ambiente.
Segundo os PCN"s, existem terminologias próprias para a Educação Ambiental, tais como: de
Meio Ambiente, a de Sustentabilidade e a de Diversidade.
Donaire (2010, página 13) no fala sobre as mudanças ocorridas nos últimos tempos:
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“Nas últimas décadas tem ocorrido uma mudança muito grande no ambiente em que
as empresas operam: as empresas eram vistas apenas como instituições econômicas
com responsabilidades referentes a resolver os problemas econômicos fundamentais
(o que produzir, como produzir e para quem produzir) têm presenciado o surgimento
de novos papéis que devem ser desempenhados, como resultado das alterações no
ambiente em que operam.”
Já Bruna e Romero (2007, página 3) diz que:
“O processo de gestão ambiental inicia-se quando se promovem adaptações ou
modificações no ambiente natural, de forma a adequá-los às necessidades
individuais ou coletivas, gerando dessa forma o ambiente urbano nas suas mais
diversas variedades de conformação e escala.
Nesse aspecto, o homem é o grande agente transformador do ambiente natural e
vem, pelo menos há doze milênios, promovendo essas adaptações nas mais variadas
localizações climáticas, geográficas e topográficas. O ambiente urbano é, portanto, o
resultado de aglomerações localizadas em ambientes naturais transformados, e que
para a sua sobrevivência e desenvolvimento necessitam dos recursos do ambiente
natural.”
Dentre as terminologias, temos a de Sustentabilidade que vem decorrendo do
desenvolvimento das nações, das civilizações, das pessoas muito tem contribuído para o
crescimento econômico, político, social, demográfico.
O livro 7 do Ipea(2010) nos remete o seguinte:
“A humanidade encontra-se em um período de grandes desafios. O aumento de bem-
estar, proporcionado pelo vigoroso crescimento econômico mundial ocorrido no
século XX, é ameaçado por alterações ambientais ocorridas, em grande parte, pelas
externalidades das próprias ações humanas. O momento exige imediata atenção, pois
são vigorosas as transformações a enfrentarem-se neste século. Neste contexto, este
estudo analisa as relações entre o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade
ambiental.” (página 15)
A controvérsia entre os conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento ainda não foi
bem esclarecida. Como bem observa Scatolin (1989):
“Poucos são os outros conceitos nas ciências sociais que se tem prestado a tanta
controvérsia. Conceitos como progresso, crescimento, industrialização,
transformação, modernização têm sido usados frequentemente como sinônimos de
desenvolvimento. Em verdade, eles carregam dentro de si toda uma compreensão
específica dos fenômenos e constituem verdadeiros diagnósticos da realidade, pois o
conceito prejulga, indicando em que se deverá atuar para alcançar o
desenvolvimento”.(página 7)
21
A necessidade de se compreender o consumo consciente faz-se atentar à sustentabilidade no
mundo contemporâneo. Direcionando essas questões, há uma percepção de que há um
elevado consumo dos cidadãos que, muitas, vezes não se preocupam com os cidadãos futuros.
O artigo de Bacha, Shaun e Santos, apresentado no Simpósio de Excelência em Gestão e
Tecnologia, reúne diversas informações a respeito da sustentabilidade. Os conceitos a seguir
foram retirados desse artigo.
“Claro, Claro e Amâncio (2008) Consideram que as empresas têm encontrado
dificuldade em associar discursos e práticas gerenciais à interpretação de
sustentabilidade, embora o e o termo esteja cada vez mais presente no ambiente
empresarial. Para os autores sustentabilidade e desenvolvimento sustentável seriam
equivalentes. Segundo eles, a definição de sustentabilidade mais difundida é a da
Comissão Brundtland (WCED, 1987). Essa definição deixa claro um dos princípios
básicos de sustentabilidade, a visão de longo prazo, uma vez que os interesses das
futuras gerações devem ser analisados.
Ainda há outros autores que inferem sobre sua conceituação a respeito do assunto:
Rodrigues (2009) Sustentabilidade significa sobrevivência, perenidade dos
empreendimentos humanos e do planeta.
Cabestré; Graziade; Polesel Filho (2008) Sustentabilidade seria a relação entre os
sistemas econômicos e os sistemas ecológicos na qual a vida humana continuaria
indefinidamente e os efeitos das atividades humanas permaneceriam dentro de
limites sem destruir a diversidade, complexidade e funções do sistema ecológico de
suporte da vida.
Oliveira Filho (2004) Considera gestão ambiental e desenvolvimento sustentável,
como sinônimo de sustentabilidade do negócio.
Giacometi (2008) A sustentabilidade é um objetivo que deve permear as ações das
sociedades contemporâneas, diminuindo o uso insensato dos recursos renováveis e
não renováveis.
A inserção de vários conceitos de diversos autores contribuem para uma melhor compreensão
a respeito da Sustentabilidade já que é um assunto em destaque na atualidade.
Tomazzoni (2007) Sustentabilidade significa desenvolvimento econômico.
Desenvolvimento seria sinônimo de sustentabilidade social que depende de ações
coordenadas de cooperação para reverter o quadro de concentração de renda em
determinadas regiões.
Schweigert (2007) A interpretação da sustentabilidade se vincula a efeitos sociais
desejados, as funções práticas que o discurso pretende tornar realidade objetiva.
Sustentabilidade é vista como algo bom, desejável, consensual. Sustentabilidade
também pode ser considerada nova ordem de eficiência econômica que beneficia
todos os cidadãos, em vez de beneficiar poucos em detrimento de muitos.
22
Encarnação, 2007 Sustentabilidade fomenta uma visão de desenvolvimento que
suplanta o reducionismo, o desenvolvimento sustentável representa para o homem e
para a natureza uma garantia de sobrevivência.” (p.6)
Dessa forma, percebem-se diversos conceitos sobre a sustentabilidade. As suas formas,
objetivos, significados. Resumindo-se, então, sustentabilidade é um termo utilizado para
inferir as ações humanas em vista de seu suprimento de forma a não comprometer um futuro
próximo, utilizando-se dos recursos materiais e do desenvolvimento econômico de forma
inteligente.
Não muito obstante, percebe-se um olhar mais focado para a área ambiental. Isso em
decorrência dos processos industriais instaurados por nosso capitalismo.
O livro 7 do IPEA (página 15) retrata o seguinte:
“Com o advento da sociedade fordista,1 caracterizada como o processo de produção
e de consumo em massa no mundo, surge uma notória preocupação com as questões
ambientais. Porem, fatores decorrentes deste processo, como industrialização,
concentração espacial, modernização agrícola, crescimento populacional e
urbanização, compuseram os principais pontos de pressão e de conscientização
humana sobre a problemática ambiental global.”
De acordo com o livro da UNB – Objetivo 7 – Garantir a sustentabilidade ambiental, que trata
sobre a sustentabilidade ambiental como (página 13):
“A Educação Ambiental é uma forma de prática educacional sintonizada com a vida
na sociedade, que tem como desafio alcançar todos os cidadãos através de um
processo pedagógico participativo permanente que procura incutir no educando uma
consciência crítica sobre a problemática ambiental.”
De acordo com o site Educador Brasil Escola,
“A cultura de sustentabilidade ainda não foi adotada pela maioria da população do
nosso país e, como educadores, devemos pensar numa escola que promova esse
aprendizado, a fim de se ensinar a importância de atitudes de preservação, para que
as gerações futuras não sofram com a destruição ambiental. Precisamos criar a
responsabilidade social em nossos alunos, a fim de que sejam autossuficientes no
sustento de suas famílias, sem ficarem na dependência de outras pessoas.”
A Profa. Edilene Soraia da Silva, em sua monografia, retrata-nos o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); o termo desenvolvimento sustentável é tratado
como uma forma de melhorar a qualidade da vida humana dentro dos limites da capacidade de
suporte dos ecossistemas. Nos documentos e publicações encontramos nove princípios
básicos para uma sociedade sustentável classificados da seguinte forma (PCN. 1997, página
39-42):
Princípio fundamental:
23
1º. respeitar e cuidar da comunidade de seres vivos;
Critérios de sustentabilidade:
2º. Melhorar a qualidade da vida humana;
3º. Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra;
4º. Minimizar o esgotamento dos recursos não-renováveis;
5º. Permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta Terra;
Meios para se chegar à sustentabilidade:
6º. Modificar atitudes e práticas pessoais;
7º. Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio ambiente;
8º. Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação;
9º. Constituir uma aliança global.
Portanto, cabe à escola desenvolver programas, projetos e estratégias para que de modo
simples, mas eficaz a aprendizagem se dê de modo sistemático, contínuo e coercitivo. Isso é
possível nos atos simples como jogar lixo nos cestos, cuidar das plantas da escola, manter os
banheiros limpos, evitar desperdício da merenda escolar, etc.
Tais programas e projetos podem contar com a ação dos profissionais da escola em parceria
com entidades governamentais ou não, que possam contribuir para seu fortalecimento através
de recursos e capacitações de pessoal multiplicador para promover uma cidadania sob o
enfoque do novo paradigma que é a cidadania planetária, em que a escola passa a orientar seu
currículo para a formação de cidadãos globais. Entretanto "não podemos falar em cidadania
planetária excluindo a dimensão social do desenvolvimento sustentável" (GUTIÉRREZ,
1996, página 13). Só que "o bem-estar não pode ser só social, tem de ser também
sociocósmico", como afirma Leonardo Boff (1996b, página 3). O planeta é a minha casa e a
Terra, o meu endereço (GADOTTI, 2000, página 57).
3. METODOLOGIA
A metodologia é uma forma de se conduzir uma pesquisa, significa orientar estudo dos
caminhos, dos instrumentos usados para se fazer pesquisa científica, os quais respondem o
como fazê-la de forma eficiente.
24
Para Barros e Lehfeld (2000), a coleta de dados significa a fase da pesquisa em que se indaga
e se obtêm dados da realidade pela aplicação de técnicas. Em pesquisa de campo, é comum o
uso de questionários e entrevistas. A escolha do instrumento de pesquisa, porém, dependerá
do tipo de informação que se deseja obter ou do tipo de objeto de estudo. (página 89).
3.1 Caracterização da Pesquisa
Pesquisar significa procurar respostas para indagações propostas. Demo (2000) define a
pesquisa como atividade cotidiana, considerando-a uma atitude, “um questionamento
sistemático crítico e criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico
permanente com a realidade em sentido teórico e prático.”(página 34)
Para Cervo e Bervian (1983), “pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar a
solução para um problema, que tem por base procedimentos científicos.”(página 50)
A metodologia serve para fornecer resultados e consequentemente ajudar na tomada de
decisões. Portanto, nesse caso, pode-se usar o Estudo de Caso, aplicação de questionários aos
gestores escolares e aos professores de 3(três) Escolas Estaduais de Goiânia.
Esse tipo de abordagem não representa um método por si só, mas uma estratégia de pesquisa
que permite o uso de métodos qualitativos e quantitativos.
Uma vez definido o tema da pesquisa, deve-se escolher entre realizar uma pesquisa
quantitativa ou uma pesquisa qualitativa. Uma não substitui a outra: elas se complementam.
Para Vieira, o método qualitativo: “é definido de acordo com o axioma de crenças do
investigador. Ele atribui importância fundamental à descrição detalhada dos fenômenos e dos
elementos que o envolvem, aos depoimentos dos atores sociais envolvidos, aos discursos, aos
significados e aos contextos.” Já o método quantitativo “se refere aos métodos que são usados
para expressar informações numericamente (quantidades ou contagens).”.
3.2 Quantos aos meios
O estudo de caso é apenas uma das muitas maneiras de se fazer pesquisa. Segundo Yin
(2005), “trata-se de uma forma de se fazer pesquisa investigativa de fenômenos atuais dentro
de seu contexto real, em situações em que as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não
estão claramente estabelecidos.”
De acordo com Gil (1991), o estudo de caso “é caracterizado pelo estudo exaustivo e em
profundidade de poucos objetos, de forma a permitir conhecimento amplo e específico do
25
mesmo; tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados.”
Dessa forma, o estudo de caso auxiliará na compreensão dos estudos no projeto de pesquisa.
Entretanto, Gil (2002) considera a dificuldade de generalização dos resultados obtidos, a
limitação mais grave do estudo de caso, ao afirmar que a impossibilidade de generalização
dos resultados obtidos com o estudo de caso constitui séria limitação deste tipo de
delineamento. Todavia, o estudo de caso é muito frequente na pesquisa social, devido à sua
relativa simplicidade e economia, já que pode ser realizado por único investigador, ou por um
grupo pequeno e não requer a aplicação de técnicas de massa para coleta de dados, como
ocorre nos levantamentos. A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas
exploratórias. Por sua flexibilidade, é recomendável nas fases de uma investigação sobre
temas complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação do problema. Também se
aplica com pertinência nas situações em que o objeto de estudo já é suficientemente
conhecido a ponto de ser enquadrado em determinado tipo ideal.
De forma geral o Estudo de Caso tem como finalidade proporcionar certa vivência da
realidade, tendo por base a discussão, a análise e a busca de solução de um determinado
problema extraído da vida real. Em verdade, trata-se de uma estratégia metodológica de
amplo uso, quando se pretende responder às questões 'como' e 'por que' determinadas
situações ou fenômenos ocorrem, principalmente quando se dispõe de poucas possibilidades
de interferência ou de controle sobre os eventos estudados.
Essa pesquisa, além do estudo de caso em si, também se dará por meio de questionários e com
os gestores escolares e com alguns professores. O questionário é uma forma de tradução
quantitativa dos estudos que, por sua vez, os dados são colhidos por meio de um questionário
estruturado com perguntas claras e objetivas, já que devem garantir à uniformidade de
entendimento dos entrevistados e consequentemente a padronização dos resultados.
3.3 Quantos aos fins
Para Schein (1992), somente um processo de investigação conjunta e interativa entre
pesquisador e informantes é capaz de revelar os pressupostos fundamentais que caracterizam
a cultura de uma determinada organização. Logo, quanto aos fins utilizaremos a classificação
proposta por Vergara (2007), ou seja, será exploratória.
Dessa forma, compreende-se que a finalidade do projeto é estudar a administração do gestor
escolar frente à questão da Educação Ambiental, ou seja, entender qual será o seu papel de
gerente na implementação do projeto proposto pela Secretaria de Educação do Estado de
Goiás.
26
3.4 Coleta de Dados
Os dados da pesquisa serão coletados em apenas 3(três) Escolas Estaduais de Goiânia através
de fontes primárias e secundárias. Essa coleta de dados se dará por meio de fontes primárias e
secundárias. De acordo com UNOESC (2006)
“Os dados poderão ser coletados de fontes primárias e secundárias. Os secundários
referem-se à análise dos documentos já existentes na organização (como
regulamentos, normas, manuais e outros). Os dados secundários, na maior parte dos
casos, não oneram o orçamento da pesquisa, estão imediatamente disponíveis, a
custos baixos ou nulos.
Cabe lembrar que os dados primários são coletados porque não existe o dado
necessário, oferecendo, assim, a vantagem de fazermos um levantamento sob
medida, tornando-se possível coletar todas as variáveis necessárias, definidas e
medidas, de maneira a atender à pesquisa e, ainda, proporcionar o contato direto
com o fenômeno que é objeto de análise e investigação. Os dados primários referem-
se à coleta por meio de instrumentos (observação, questionários, entrevistas,
formulários, testes) aplicados à amostra.” (página 99).
A escolha das escolas estaduais foi de acordo com a proximidade da residência da
pesquisadora.
3.5 Método Amostral
O método de amostragem utilizado será o não-probabilístico. Segundo Malhotra (2001) “a
amostragem não-probabilística, confia no julgamento pessoal do pesquisador, e não na chance
de selecionar elementos amostrais”(página 305), ele conclui também que o pesquisador pode
de forma consciente escolher os elementos a ser incluído na amostra.
Dessa forma, por ser não probabilístico este método possui a limitação de não se poder extrair
inferências dos resultados da pesquisa de forma generalizada para o universo pesquisado, ou
seja, os resultados obtidos circunscrevem-se apenas à amostra pesquisada.
O universo da pesquisa serão 3(três) Escolas Estaduais de Goiânia. A população-alvo será os
servidores das escolas, sendo: o diretor e o corpo docente.
3.6 Instrumentos de Coleta de Dados
3.6.1 Pesquisa Documental
Para Lüdke (1986), "a análise documental pode se constituir numa técnica valiosa de
abordagem de dados qualitativos, seja complementando as informações obtidas por outras
técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema." (página 38)
27
3.6.2 Questionário
MARCONI; LAKATOS(1999) “O questionário é um instrumento desenvolvido
cientificamente, composto de um conjunto de perguntas ordenadas de acordo com um critério
predeterminado, que deve ser respondido sem a presença do entrevistador” (página 100) e que
tem por objetivo coletar dados de um grupo de respondentes.
Oliveira (1997) afirma que o questionário apresenta as seguintes características: “(1) deve ser
a espinha dorsal de qualquer levantamento, (2) deve reunir todas as informações necessárias
(nem mais nem menos), (3) deve possuir linguagem adequada.” (página 165).
Os questionários geralmente são utilizados para a obtenção de grandes quantidades de dados,
geralmente para análises qualitativas.
O questionário consiste num conjunto de perguntas “com respostas frequentemente limitadas
a um número exaustivo de possibilidades mutuamente excludentes predeterminadas, ou seja,
cada resposta refere-se a uma categoria de reação e, uma categoria de reação foi incluída para
toda resposta possível” (HAIR et al., 2004, página 160).
Um questionário pode apresentar perguntas abertas ou perguntas fechadas. A pergunta aberta
geralmente é mais fácil de elaborar e não restringe a resposta. Já a pergunta fechada é mais
difícil de ser elaborada, pois o pesquisador também tem que elaborar as possíveis respostas,
além disso, e força o respondente a escolher uma das respostas apresentadas (HAIR et al.,
2004, página 218).
Para que a eficácia do questionário seja aumentada, Marconi e Lakatos (1999) afirmam que
“a elaboração deve seguir algumas recomendações: (1) os temas escolhidos devem
estar de acordo com os objetivos da pesquisa, (2) o questionário deve ser limitado
em sua extensão e em sua finalidade, pois um questionário muito longo causa
cansaço e desinteresse e um questionário muito curto pode não oferecer informações
suficientes, (3) as questões devem ser codificadas, a fim de facilitar a posterior
tabulação, (4) deve estar acompanhado de orientações sobre como respondê-lo, (5) o
aspecto e a estética devem ser observados.” (página 100).
Enfim, o questionário é um instrumento de coleta de dados de grande importância com a
finalidade de agrupar dados com maior precisão.
28
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