1
05 de setembro de 2019
CONFERÊNCIA: BRAZIL’S AGENDA FOR GROWTH AND DEVELOPMENT
ROBERTO CAMPOS NETOPresidente do Banco Central do Brasil
2
Economia
INTERNACIONAL
Cenário externo
Fonte: Bloomberg
3,0
3,1
3,2
3,3
3,4
3,5
3,6
3,7
3,8
fev
17
abr
17
jun
17
ago
17
ou
t 1
7
dez
17
fev
18
abr
18
jun
18
ago
18
ou
t 1
8
dez
18
fev
19
abr
19
jun
19
2019 2020
mar/183,7%
jul/193,3%
jul/193,3%
mar/183,6%
-0,7
-0,3
0,1
0,5
0,9
1,3
1,7
-0,6
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
abr-
17
jul-
17
ou
t-1
7
jan
-18
abr-
18
jul-
18
ou
t-1
8
jan
-19
abr-
19
jul-
19
ou
t-1
9
jan
-20
abr-
20
jul-
20
ou
t-2
0
EUA Reino Unido Europa (Dir.)
atual
mar/19
dez/18
Riscos associados a uma desaceleração da economia global
Crescimento Global Taxa de juros (%a.a.)
3
Posição cambial líquida do BC
Fonte: BCB.
Posição cambial líquida* (US$ bilhões)
4
* Em agosto de 2019, dados referentes ao dia 23.
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
%
TX. JUROS REAL BRASIL TX. JUROS REAL EUA + CDS BRASIL
Fonte: Bloomberg.
5
CDS de 5 anos (bps) versus rating de crédito**
* Taxas reais ex-ante de 1 ano , CDS de 1 ano dos títulos brasileiros.** Rating da Standard & Poor’s (S&P) para dívida soberana em moeda estrangeira de longo prazo.
Aumento da credibilidade da economia brasileira
Redução do excesso de risco percebido*
6
Economia
DOMÉSTICA
7,35,7
5,2 5,2 5,5
8,4 8,6 8,88,3 8,6
3,3 3,65,96,4
10,7
6,3
2,93,7
3,2
0
2
4
6
8
10
12
14
dez 13 dez 14 dez 15 dez 16 dez 17 dez 18 dez 19 dez 20
%
Inflação implícita (04/01/2016)** Inflação implícita (01/07/2016)** IPCA Inflação implícita (30/08/2019)***
dez 193,59
dez 203,85
dez 1510,67
dez 166,29
dez 172,95
dez 183,75
0
2
4
6
8
10
12
14
jun
15
set
15
dez
15
mar
16
jun
16
set
16
dez
16
mar
17
jun
17
set
17
dez
17
mar
18
jun
18
set
18
dez
18
mar
19
jun
19
set
19
dez
19
mar
20
jun
20
set
20
dez
20
%
Meta para a inflação Expectativas de mercado* IPCA
Controle da inflação e ancoragem das expectativas
Fonte: BCB / IBGE*Pesquisa Focus (30/08/2019)** Inflação implícita na NTN-B
***Inflação implícita nos futuros de IPCA (DAP)
7
3,45
3,50
3,55
3,60
3,65
3,70
3,75
3,80
jan 19 fev 19 mar 19 abr 19 mai 19 jun 19 jul 19 ago 19
Expectativa de inflação para 2022 Meta 2021 Meta 2022
Antes do anúncio da meta de 2022
Após o anúncio da meta de 2022
3,70
3,75
3,80
3,85
3,90
3,95
4,00
4,05
jan 18 mar 18 mai 18 jul 18 set 18 nov 18 jan 19 mar 19 mai 19 jul 19
Expectativa de inflação para 2021 Meta 2020 Meta 2021
Antes do anúncio da meta de 2021
Após o anúncio da meta de 2021
Credibilidade das metas de longo prazo
Fonte: BCB.
8
Rápida convergência das expectativas após fixação da meta pelo CMN
Meta de 2021 Meta de 2022
9
Fonte: BCB.
Queda da taxa de jurosRedução consistente da taxa de juros Selic
6,00
4
6
8
10
12
14
ago 16 fev 17 ago 17 fev 18 ago 18 fev 19 ago 19
% a
.a.
10
Política Monetária
• Assim, em sua última reunião, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica
de juros em 0,50 p.p., indo para 6,00% a.a.
• A conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros
abaixo da taxa estrutural.
11
Política Monetária – Riscos para o Cenário básico
• Risco de redução da inflação:
i. o nível de ociosidade elevado pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado.
• Riscos de elevação da inflação:
ii. uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na
economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte
relevante para a política monetária.
• O risco (ii) se intensifica no caso de:
iii. reversão do cenário externo benigno para economias emergentes.
• O balanço de riscos para a inflação evoluiu de maneira favorável, o risco (ii) ainda é preponderante.
12
Política Monetária – Próximos passos
• A consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional
no grau de estímulo
• Os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade
econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.
Estabilidade de preços
Estabilidade de hiato
Estabilidade do Sistema Financeiro
Estabilidade do mercado de câmbio
Estabilidade macroeconômica
Taxa básica
Medidasmacroprudenciais
Intervençõescambiais
Estabilidade macro: objetivos diferentes, instrumentos diferentes
7
70
75
80
85
90
95
100
105
110
90
92
94
96
98
100
102
104
mar 14 mar 15 mar 16 mar 17 mar 18 mar 19 mar 20
PIB** Consumo das famílias FBCF (dir.)
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
jun 15 dez 15 jun 16 dez 16 jun 17 dez 17 jun 18 dez 18 jun 19
Expectativa de retomada da atividade econômica
Fonte: BCB.* O IBC-Br é um indicador calculado pelo BCB que agrega a PIM, PMC, PMS, LSPA, PNAD-C e outras informações conjunturais.
** Realizado (linha contínua) e expectativa de mercado - mediana Focus 30/08/2019 (linha tracejada).
Crescimento de 0,4% PIB no 2º trimestre
PIB e componentes de demanda(dessazonalizado, 2014 = 100)
14
IBC-Br*(dessazonalizado, 2014 = 100)
IBC-Br apresenta reversão na margem
2019**+0,9%
2020**+2,1%
0
36
72
108
144
180
Dez2015
Jun2016
Dez2016
Jun2017
Dez2017
Jun2018
Dez2018
Jun2019
R$ bi
Expansão dos mercados de capitais e de crédito
Fonte: BCB / IBGE / FGV.
Recuperação do crédito segue robusta
12
Debêntures
Emissões acumuladas em 12 meses
jul 195,1
jul 1912,1
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
jun 16 dez 16 jun 17 dez 17 jun 18 dez 18 jun 19Cre
scim
ento
sal
do
-m
/m-1
2 (
%)
Total Recursos livres
Gap crédito/PIB – há potencial para continuar o crescimento
Por origem do crédito
Fonte: BCB, B3, CVM e IBGE.
Por modalidades
16
Securitização
Home equity
Hipoteca reversa
Marco legal/risco jurídico
Hedge cambial
Saneamento
17
Queda no custo do crédito
Fonte: BCB.
Componentes do Spread bancário
18
Países emergentes* Brasil
Custo de captação** 4,0% a.a 6,5% a.a.
Inflação** 3,1% 3,7%
Inadimplência*** 3,4% 3,6%
Spread bancário** 3,8% 18,4%
Recuperação de crédito** 52,7% 14,6%
Tempo de recuperação** 1,7 anos 4 anos*Média de Chi le, China, Colômbia, Indonés ia , México, Rúss ia , África do Sul e Ta i lândia .
**2018.
***2016.
Fonte: IFS/IMF, WEO/IMF, Doing Bus iness/Banco Mundia l , GFDD/Banco Mundia l , BCB e IBGE.
37,2%
27,4%
20,6%
14,9%
Inadimplência Despesas administrativas
Tributos e FGC Margem financeira do ICCFonte: BCB/REB.
Fontes: BCB/REB Cheque Especial: Estatísticas adicionais sobre sua utilização, Estudo Especial do Banco Central nº 60/2019.
67
44
44
8,8
7
19,5
16,8
12
50
0 10 20 30 40 50 60 70 80
até o ensino médio
até 2 s.m.
de 34 a 54 anos
Inadimplentes( - no cheque especial)
maior dívida no cheque especial( - total da dívida)
6 meses ou mais no ano( - ano todo)
participação na amostra (%)
Perfil do usuário
6 meses ou mais no ano( - ano todo)
maior dívida no cheque especial( - total da dívida)
Inadimplentes( - no cheque especial)
Linhas emergenciais são regressivas
BCeducação
Cheque especial
19
Perfil do usuário Quanto maior a renda do tomador, menorseu comprometimento de renda
Mediana10% mais
endividados
até 2 s.m. 2,75% 21,1%
de 2 a 5 s.m. 1,62% 10,8%
de 5 a 10 s.m. 1,21% 9,2%
acima de 10 s.m. 0,79% 7,5%
Comprometimento da renda com
juros do cheque especialRenda
do tomador
Cheque especial, educação financeira é chave
BCeducação
Espaço para avançar junto aos usuários:
• Compreensão do funcionamento do instrumento
• Capacidade de escolha dos instrumentos mais adequados às suas necessidades
Ação: Educação Financeira
20
Fonte: BCB/REB.
Avanços no mercado de cartões
84,5%
15,5%
Cartão de CréditoParticipação no mercado de
credenciadores (2015)
Dois maiores Outros
69,0%
31,0%
Cartão de CréditoParticipação no mercado de
credenciadores (2018)
Dois maiores Outros
21
Fonte: BCB.
Avanços no mercado de cartões
1,3
1,4
1,5
1,6
2,4
2,5
2,6
2,7
2,8
I II III IV I II III IV I II III IV
2016 2017 2018
Taxa de desconto - Cartões
Crédito Débito (dir.)
22
Fonte: BCB.
22
Agenda BC
Agenda de
REFORMAS NO ÂMBITO DO BC
23
24
Reformas estruturais: estágio atual*
Setor financeiro Merc. de trabalho Sist. Legal Merc. de bens Abertura comercial
Brasil Economias avançadas (média)
gap
Por que a agenda de reformas?
Fonte: FMI – Brazil: boom, bust, and the road to recovery.** - Normalizado para 1 ser o nível máximo.
25
Baixo crescimento e produtividade estagnada
Por que a agenda de reformas?
China
Índia
Indonésia
Turquia
México
Brasil
PIB
(es
cala
em
loga
ritm
os)
Incluindo capital humano
Excluindo capital humano
Pro
du
tivi
dad
e to
tal d
os
fato
res
Fonte: FMI – Brazil: boom, bust, and the road to recovery
26
Setor financeiro Merc. de trabalho Sist. Legal Merc. de bens Abertura comercial
Fechamento do gap: impacto sobre produtividade
Por que a Agenda BC ?
Fonte: FMI – Brazil: boom, bust, and the road to recovery
27
Fonte: FMI – Brazil: boom, bust, and the road to recovery
Reformas no setor financeiro têm apoio popular e elevado impacto na produtividade
Por que a Agenda BC ?
Setor financeiro
Merc. de trabalho
Sist. Legal
Abertura comercial
Merc. de bens
Mais fácil de legislarMais difícil de legislar
Ap
oio
da
po
pu
laçã
o à
ref
orm
a (%
)
impacto na produtividade (%)
28
• Cooperativismo
• Microcrédito
• Conversibilidade
• Iniciativa de Mercado
de Capitais (IMK)
• Inovações
• Eficiência de Mercado
• Reservas
Internacionais
• Ed. Financeira nas
Escolas
• Superendividados
• Público de Baixa
Renda
• Museu de Economia
• Ações em Conjunto
com o Sistema
Financeiro
• Crédito Rural
• Crédito Imobiliário
• Relacionamento
▪ Inv. Internacionais
▪ Congresso
• Comunicação das
Ações do BC
• Transparência da
Política Monetária
29
INCLUSÃO COMPETITIVIDADE TRANSPARÊNCIA EDUCAÇÃOBCeducaçãoBCtransparênciaBCcompetitividadeBCinclusão
- Estágio de andamento, de 0 a 4
30
• Lei da Duplicata Eletrônica
• Lei do Cadastro Positivo
• Ambas servirão para melhorar as condições de concorrência no mercado de crédito e o spread bancário.
• Novos instrumentos de captação pelas cooperativas de crédito
• Iniciativa de Mercado de Capitais: ações para facilitar o acesso de investidores e promover a
concorrência na oferta de fundos.
• Uso, nos financiamentos imobiliários, do IPCA como indexador dos contratos.
• Flexibilização do mercado imobiliário, integração ao mercado de capitais, facilitando o uso do recurso
da securitização.
Agenda BC – Ações recentes
31
Agenda BC – Home Equity: elevado potencial
Em um cenário conservador, cerca de R$ 500 bilhões podem ser injetados no mercado, montante próximo à atual carteira de crédito imobiliário.
(R$ bilhões)
Imóveis não quitados ou irregulares2
Impossibilitado de colateralização3
10% 30%
916 2.748
300 900
50% 150%
Cenário conservador (prob.) 67% 33%
1 - IBGE (número de domicílios) e BCB (valor médio dos domicílios)
2 - IBGE (imóveis não quitados) e ONU-Habitat (moradias irregulares)
3 - Cenário: Parcela do valor dos imóveis não quitados ou irregulares indisponível para
colateralização.
12.065
9.160
48%
33%
500
50%
Liberação esperada de recursos
Base bruta1
Adesão
Colateral disponível
Emprego da garantia
Ampliação da carteira
Base líquidaValor máximo (R$) R$300 mil R$50 mil
Nº de parcelas 120 meses Até 48 meses
Juros (% a.a.) TR + 15. 153,63% a.a.
CET** (% a.a.) TR + 18% 160 % a.a.
R$6.490,60 R$4.123,49
(com seguros) (sem seguro)* - Média do mercado
** - LTV de 60%
1ª Prestação
CDC *Home EquityParâmetros
Principaisobjetivos
Modernização Simplificação
Segurançajurídica
32
Agenda BC – Simplificação Cambial
Alinhamento às melhores práticas internacionais
Lei única e abrangente
• Consolidação e revogação(mais de 40 instrumentoseditados a partir de 1920)
Regulação principiológica e
racionalizada
Flexibilidade para incorporar
inovações tecnológicas
• Fim de exigências superadasbuscando-se maior eficiência
• Possibilidade de incorporarnovos modelos de negócio enovos agentes
33
Agenda BC – AFL
• UTI • Diagnóstico
• Proposta de modelos operacionais
• AFL • Propostas de políticas
(elegibilidade ativos e contrapartes)
• Metodologias para quantificação de riscos e apreçamento
34
Agenda BC – AFL
• Atendimento a recomendações internacionais do FSAP (de 2012)
• Incentivo ao desenvolvimento de mercados menos líquidos
• Sinalização para o mercado registrar/depositar ativos
• Capacitação técnico-operacional para exercer uma função
clássica de banco central
• Redução estrutural da necessidade de depósitos compulsórios
35
▪ Países com BCs mais autônomos têm nível de inflação menor e menor volatilidade da inflação
Fonte: Alesina A. e L. Summers (JMCB, 1993), Central Bank Independence and Macroeconomic Performance: Some Comparative Evidence
Índice de Independência do BC Índice de Independência do BC
Méd
ia d
a In
flaç
ão
Var
iân
cia
da
Infl
ação
Agenda BC – Autonomia do BC
Conclusões
36
• A taxa Selic renovou seu mínimo histórico na última reunião do Copom.
▪ O processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado;
▪ A continuidade desse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a
recuperação sustentável da economia.
▪ Os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade
econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, e a consolidação do
cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo.
Conclusões
37
• Outro aspecto importante tem sido a credibilidade construída por uma atuação cautelosa da
política monetária.
▪ Um passo adicional na credibilidade do BC será dado com a aprovação da autonomia de jure da
instituição.
• Além disso, buscando contribuir para a melhoria da produtividade de nossa economia, a
Agenda BC# atua para remover as barreiras existentes para que o sistema financeiro cumpra
seu papel que é o de promover a alocação eficiente de recursos entre as atividades
econômicas.
38
05 de setembro de 2019
OBRIGADOROBERTO CAMPOS NETOPresidente do Banco Central do Brasil