O USO DA MÚSICA COMO INSTRUMENTO INVESTIGATIVO DE AVALIAÇÃO
NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM LÍNGUA INGLESA.
Autora: Juceneide Maria de Souza1 Orientador: José Carlos Aissa2
Resumo
Sabe-se que é complexo falar em avaliação em sala de aula e quando o assunto é avaliação em língua estrangeira especificamente a língua inglesa para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental em que o professor se preocupa mais ainda ao pensar nas exigências da escola e do sistema. O presente artigo tem o objetivo de descrever sobre o projeto de implementação e atividades de uso da música como instrumento de avaliação realizado durante o segundo semestre do ano de 2011 no Colégio Estadual Jardim Europa. Os resultados desse trabalho mostraram que 98% dos alunos que chegam no 6º ano não trazem nenhum conhecimento de inglês. Procurou-se desenvolver uma avaliação contínua e qualitativa por meio de música e canções em inglês e mais duas provas bimestrais sendo estas regidas pelo regimento interno da escola. Assim, o presente artigo apresenta resultados obtidos e demonstra que é preciso comprometimento de todas as pessoas envolvidas no processo educativo para que a avaliação deixe de ser um mero instrumento de medição do conhecimento e torne-se algo essencial à educação. Assim, concluiu-se que o uso da música pode ser alternativamente uma ferramenta importante também no processo de avaliação e com isso, tornar esse processo de aquisição de língua estrangeira menos angustiante para os alunos e até mesmo para os professores.
Palavras chave: Avaliação; Língua Inglesa; música.
Abstract:
It’s known that it is complex to speak about assessment in the classroom and when the subject is the foreign language, specifically English for elementary school students from the 6th grade, in which the teacher worries even more when he/she thinks about the demands of the school and the system. This article aims to describe the design and implementation of activities during the second half of 2011, and the results of this work at Colégio Estadual Jardim Europa, where 98% of students who reach the 6th grade do not bring any knowledge of English. We sought to develop a continuous and qualitative assessment by means of English songs and their lyrics
1 Professora Estadual graduada em Letras com Licenciatura em Língua Inglesa, Língua Portuguesa e
Respectivas Literaturas pela UNIPAR, especialista em metodologia do ensino-UNIPAR, professora PDE da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná. 2 Professor Adjunto de Língua Inglesa e Respectivas Literaturas-UNIOESTE-Cascavel-PR. Mestre em
Literatura Comparada-The Pennsylvania State University-USA. Doutor em Letras-UNESP-São Paulo.
plus two bimonthly tests which are required by school regulations. Thus this article presents the results and shows that it takes commitment from everyone involved in the educational process so that the assessment is no longer a mere instrument for measuring knowledge and becomes something essential to education. It concludes that the use of music can be an important and alternative tool in the evaluation process and this makes the process less distressing for students and even teachers.
Keywords: Assessment; English Language; Music.
1. INTRODUÇÃO
O ensino de língua estrangeira moderna evoluiu de modo mais marcante da
década de 40 em diante. Neste espaço de mais de cinquenta anos é imprescindível
distinguir sua evolução enquanto “concepção”.
Segundo Santos (2000) a evolução prática do ensino das línguas
estrangeiras se deu mais lentamente, mesmo porque os hábitos pedagógicos
persistem através dos movimentos doutrinários e de outras orientações declaradas.
Essa evolução do ensino das línguas deu-se de modo generalizado em
quase todos os países. A difusão dos conhecimentos sobre as técnicas de ensino se
consolida antes mesmo do nascimento e do desenvolvimento mais sistemático dos
estudos linguísticos e de acordo com as necessidades e das situações que
emergem, como o caso da segunda guerra mundial.
Nesta época de acordo com Almeida Filho (1988), surgiu o método áudio
lingual devido a grande necessidade de falantes fluentes em línguas estrangeiras.
Esse método, com base na psicologia behaviorista, depois de passar por
refinamentos teve grande aceitação, pois dava ênfase à oralidade, na apresentação
em forma de diálogos, procurando representar a língua como é usada no dia a dia.
Um dos princípios é a de que o aluno aprende a língua estrangeira na mesma ordem
da língua materna.
No entanto, a forma de aprendizagem acontecia por meio de
condicionamento e formação de hábitos. O foco estava nas estruturas e regras
gramaticais que eram aprendidas de formas mecânicas e artificiais. O conteúdo
linguístico, isolado de contexto, trabalhava determinadas estruturas gramaticais e as
respostas corretas deviam ser elogiadas e reforçadas pelo professor.
Só posteriormente é que também o desenvolvimento das teorias da
aprendizagem começa a influenciar as análises e as propostas de ensino de línguas.
Tais características sinalizam o descompasso evolutivo teórico-prático entre as duas
áreas do conhecimento.
Ainda em Santos (2000), a inovação mais contundente nas décadas de 60 e
70, na área do ensino do inglês, foi a introdução da imagem no estudo sistemático
da língua oral. A rede escolar convencional, no entanto, carecia de recursos
humanos e materiais para que pudesse alinhar o seu ensino ao dos institutos e ao
de algumas escolas particulares de idiomas.
Aliás, este quadro se mantém. Basta percorrer as cidades de médio e
grande porte, tomar conhecimento da diversificação da oferta do ensino de línguas e
analisar sua propaganda (o que não serve, entretanto, de garantia integral).
No entanto, a partir de 1.972 surgia uma nova visão de ensino de línguas
com base na combinação de conceitos gramaticais e das funções comunicativas da
língua alvo para preencher o espaço deixado pelo método áudio lingual.
A partir desse início surge a abordagem comunicativa com suas bases e
princípios definidos pela linguísta aplicado inglês, Widdowson (1978), com o livro
“Teaching Language as Communication” considerando a língua como um conjunto
de eventos comunicativos e de situações autênticas do dia-a-dia.
Numa análise mais profunda, pode-se afirmar que a ruptura mais
fundamental nas propostas de ensino de línguas se deu em função da evolução e
ecletismo dos métodos e da reorientação social dos currículos escolares. Dentro e
fora da escola a clientela das línguas estrangeiras modernas expandiu-se,
adquirindo o ensino que apresenta uma conotação definitivamente pragmática.
Pode-se dizer que, de uma indiscutível condição elitizante que desfrutou no
passado, como elementos de formação cultural privilegiada, a língua inglesa como
língua estrangeira torna-se, no presente, indispensável para todos. Saber
especificamente inglês para executar as ocupações modernas em ascensão –
comerciante ou técnico – foi apenas o início dos desafios impostos pelo código,
dadas às contingências que o know-how – o saber fazer – transmite.
As universidades brasileiras investigam a situação geral mostrando agilidade
e disponibilidade através dos Departamentos de Língua e Literatura Estrangeiras
dos grandes centros. Convênios estabelecem o contato entre países e campos de
pesquisa, tecnologia e ensino-aprendizagem.
Novos modos de pensar desenvolvem metodologias que aproximam a
incorporação do conhecimento e oferta de um produto, mas que no grau crescente
de complexidade exige visão cada vez mais crítica a respeito dos elementos e dos
segmentos de seus componentes. Assim, pode-se concordar com a emergência de
um processo de democratização cultural alinhada aos aspectos de globalização
econômica e da difusão tecnológica atual, possível de ser mediada no processo
educacional.
Dentre esses recursos está a música – instrumento privilegiado no ensino de
línguas estrangeiras – como ferramenta importante não apenas para a assimilação
de novos conceitos e abordagem de novos temas mas, também, na busca por novas
e mais interativas formas de avaliação. (FONTERRADA 2008).
Na atualidade se observa, em nível oficial e extraoficial, uma nítida
polarização das ações educativas. Por uma parte, está o âmbito da educação
musical inicial, que conta com um legado rico e importante, produto do século XX de
contribuições e experiências metodológicas, boa parte dos quais ainda não foram
adequadamente processados.
Por outro, está a utilização de uma didática musical especializada, embora
esta estratégia esteja desatualizada: a maior parte das reformas educativo-musicais
do século XX aconteceram no campo da educação geral e da educação musical
inicial, enquanto os conservatórios e as universidades permaneciam à margem das
mudanças.
Para Fonterrada (2008, p. 57,66) “O conjunto formado pelo ensino da língua
inglesa e a avaliação com utilização da música formam uma maneira original, e
ainda pouco explorada, na assimilação, compreensão e avaliação do conhecimento
dos alunos”. Esta relação será discutida, a seguir, no presente artigo.
2. NOVAS CONCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO
A avaliação, segundo Hoffmann (2002), é um processo presente em todos
os aspectos da vida escolar: professores avaliam alunos, alunos avaliam
professores, diretor avalia os professores e estes o diretor, pais avaliam professores
e escola. Entretanto, só a avaliação do aluno pelo professor parece ser um aspecto
formalmente reconhecido na vida da escola. Porém, certas maneiras de avaliar e
certos usos da avaliação podem ser potentes mecanismos de exclusão de
determinados alunos ou grupos de alunos.
Lembrando que “sucesso e fracasso em termos de aprendizagem parecem
ser uma perigosa invenção da escola”. (Hoffmann, 2002, p. 64). É preciso, do ponto
de vista prático, despertar a escola para uma retomada contra a exclusão social que
a reprovação e o abandono provocam, além de analisar as práticas avaliativas que
vêm utilizando e suas implicações no cotidiano na sala de aula.
A avaliação é essencial à educação e seus resultados deverão ser utilizados
para que seja feita uma tomada de consciência quanto ao que se pretende construir,
refletindo-se a ação educativa e a concepção de educação. Ação essa, que deve
impulsionar novas reflexões, que por sua vez nos conduzirão a novas ações, em
uma constante espiral que impulsiona à mudança, à transformação da prática
educativa, estando aí inclusa a prática avaliativa.
Dentro desta perspectiva, a avaliação passa a ter objetivos um pouco
diferentes daqueles que comumente encontramos na prática pedagógica de muitas
escolas. A finalidade classificatória perde seu significado, pois não interessa
classificar o aluno como fraco, carente, incompetente, mas buscar caminhos para
que adquira a cultura letrada, tão valorizada pela sociedade atual.
Para Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é
um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente
relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. Na avaliação da aprendizagem,
o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente
de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas
observações diárias, de caráter diagnóstico.
E ainda, a avaliação é um processo que deve estar a serviço das
individualizações da aprendizagem. É a construção de um referencial; é ter
consciência do que move; é uma reflexão permanente. Os seus procedimentos e
estratégias devem estar em plena sintonia com o modelo de educação que se
pratica e no qual está contida a visão de mundo, de homem, de cultura e de
sociedade.
Neste contexto, a avaliação da aprendizagem, vem sendo um dos temas de
maior destaque na literatura especializada em Educação e, nos últimos tempos
muitos autores têm se debruçado sobre essa questão, sendo a importância de sua
investigação científica reconhecida por todos os integrantes da comunidade escolar.
Porém, apesar do interesse dos teóricos e da preocupação da comunidade
escolar, até os dias de hoje, a avaliação constitui-se em um problema, uma
dificuldade para a escola, disto ninguém parece discordar.
De um modo geral, pode-se dizer que praticamente houve uma inversão na
sua lógica, ou seja, a avaliação que deveria ser um acompanhamento do processo
educacional acabou tornando-se o objetivo deste processo, na prática dos alunos e
da escola que é estudar para passar. (PERRENOUD, 1999).
As práticas avaliativas, portanto, são em maior ou menor grau,
representações sociais não necessariamente conscientes sobre o que, e como
deveria ser uma avaliação, vão sendo construídas no isolamento. Talvez por isso,
encontram-se tantas provas de diversas disciplinas com conteúdos vazios de
aplicabilidade de sentido para o aluno.
A prática da avaliação da aprendizagem ocorre, na maioria das vezes, em
momentos isolados do processo educativo com o objetivo de verificar o desempenho
e classificar o aluno, em nada influenciando o processo pedagógico. Funciona
também no interior da escola, como instrumento de poder, contribuindo para o
fortalecimento da discriminação e da seleção. Como o nosso modelo é elitista, os
alunos das classes populares sofrem mais a ação desse poder, acabando por
desinteressar-se dos seus conteúdos, optando por abandoná-la. (HOFFMANN,
2002).
Muitas vezes encontram-se professores que desenvolvem práticas
pedagógicas progressistas, mas que, no momento de avaliar, retrocedem utilizando
técnicas tradicionais de avaliação, deixando explícita a incoerência entre o
concebido e o vivido.
Hoffmann (2002) recomenda:
“O processo avaliativo não deve estar centrado no entendimento imediato, ou no entendimento de todos em tempos equivalentes. Essencialmente, porque não há paradas ou retrocessos nos caminhos da aprendizagem. Todos os aprendizes estarão sempre evoluindo, mas em diferentes ritmos e por caminhos singulares e únicos. O olhar do professor precisará abranger a diversidade de traçados, provocando-os a prosseguir sempre”. (Hoffmann, 2002, p. 68).
Há professores que tem concepções diferenciadas, no tocante a prática
avaliativa, mas que não chegam a concebê-las e exercê-las diferentemente da
prática convencional, em decorrência dessa prática encontram-se condicionadas a
um ritual já cristalizado pela escola, tornando a avaliação um dos aspectos em que o
professor apresenta maior resistência às mudanças.
A avaliação da aprendizagem passa, portanto, a ser um problema de todo o
sistema de ensino, colaborando inclusive com o processo de dominação existente
no âmbito da escola, sendo utilizada como instrumento de discriminação e seleção
social, na medida em que assume em seu interior, a tarefa de separar "os que
sabem" dos que "não sabem”, legitimando dessa forma o sistema dominante.
(HOFFMANN, 2002, p. 61).
Objetivamente, no sistema educacional, a avaliação é hoje o instrumento de
controle oficial, "o selo" do sistema, o respaldo legal para a reprovação/aprovação,
para o certificado, para o diploma, para a matrícula, ainda Hoffmann (2002),
assevera que na maioria das vezes, além dos alunos, outros atores desse processo
(escola e família), não se dão conta desse jogo, deixam de perceber a importância
do papel que devem desempenhar e acabam por conduzir a avaliação da
aprendizagem para um campo de discussão de responsabilidades onde todos
culpam todos e não se busca alternativa para compreender a real função do ato de
avaliar.
É importante, portanto que a escola verifique, ao final de cada etapa de
ensino, ou unidade escolar o nível de aprendizagem alcançado pelo aluno para que
possa se apropriar do caminho já percorrido por ele. Como no Brasil,
soberanamente, a prova é utilizada como meio para avaliar esse caminho convém
que seja bem elaborada e busque alcançar os objetivos propostos pela
escola/professores e para a aprendizagem dos alunos.
A avaliação, enquanto instrumento dialético, à disposição dos educadores e
da sociedade em geral, produz efeitos. “Muitas são as avaliações, muitos seus usos
e muitos os efeitos” (HOFFMANN, 2005, p. 26). Ela instrumentaliza a prática
pedagógica, desde as mudanças nos currículos, nos planejamentos, nas maneiras
de organização da escola, na postura dos professores e alunos, na elaboração dos
instrumentos avaliativos e até, consequentemente, nas possibilidades de superação
da crise. Ela tem relevância social e se constitui base para tomada de posição que
com certeza irá produzir efeitos na vida dos alunos, no destino da sociedade e da
nação.
Assim, optou-se para este projeto e respectivo artigo pelo uso da música
como um instrumento investigativo e alternativo de avaliação no processo de Ensino
e Aprendizagem em língua inglesa em uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental
do Colégio Estadual Jardim Europa, com o objetivo de proporcionar aos alunos por
meio da música e de canções em língua inglesa uma forma distinta de avaliação,
sendo esta parte integrante do processo de ensino e aprendizagem em língua
inglesa.
2.1 A importância da avaliação
O tema de estudo em questão avaliação em língua inglesa foi proposto no
intuito de valorizá-lo como parte integrante do processo de ensino e aprendizagem,
seja como meio de diagnosticar tal processo, seja como instrumento investigativo da
prática pedagógica no cotidiano da escola. Independente de qual a forma adotada
com relação ao processo de avaliação, esta deve ser considerada uma etapa da
dimensão formativa. “Acompanhar o desempenho no presente, orientar as
possibilidades de desempenho futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando
novos caminhos para superar problemas e fazer emergir novas práticas educativas”
(LIMA 2002, p.31).
Desta forma, a proposta em questão se justifica, primeiramente, por
compreender a avaliação como elemento importante e parte constitutiva do processo
de ensino e aprendizagem.
Num segundo momento, percebe-se a necessidade de tal proposta na
complexidade que é falar de avaliação em língua inglesa nas escolas públicas. Isso
porque se compreende que as relações superficiais e mercadológicas construídas a
partir do contexto atual têm feito do processo educacional algo funcional ao sistema
capitalista, desta forma falar do processo de avaliação na disciplina de língua inglesa
que muitas vezes é vista pelos próprios educadores, como “desnecessária” à
realidade dos estudantes que não possuem grandes perspectivas de vida, é no
mínimo desafiador.
Contudo, ainda acredita-se que o processo de Ensino e Aprendizagem dos
educandos deve estar voltado para a formação de cidadãos capazes de participar na
construção de uma sociedade mais justa, transformando-se em sujeitos conscientes
de seus direitos/deveres e preparados para acompanhar as mudanças estruturais.
Neste sentido, optou-se por propor a construção e realização do tema de
estudo em questão, trabalhado com uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental do
Colégio Estadual Jardim Europa. A escolha desse público se deve à possibilidade de
uma contribuição maior aos alunos que iniciam língua inglesa, no Ensino
Fundamental ll, neste caso, 98% dos alunos do 6º ano. Daí a necessidade de uma
avaliação diferenciada que não seja usada como punição ou mero instrumento para
medir a apreensão de conteúdos e que permita formar cidadãos críticos, criativos,
solidários e autônomos. Isso significa considerar a aprendizagem em todos os
momentos da sua vida escolar.
Assim sendo, optou-se por trabalhar o processo de avaliação de forma
contínua e lúdica utilizando a música como um dos instrumentos enquanto
alternativa para o enriquecimento do processo avaliativo em inglês.
Este plano de trabalho surgiu da necessidade de criar novas estratégias de
avaliação em língua inglesa, para melhor aproveitamento dos alunos no aprendizado
de uma língua tão requisitada.
Isso porque os professores sempre preocupados com as mudanças
constantes de metodologia, carga horária, escassez de material, superlotação nas
salas de aula, pouquíssimo tempo para preparação de material no ambiente escolar
indo de encontro com os conteúdos e objetivos propostos na disciplina, procuram
algo inovador capaz de atingir os alunos de maneira positiva e satisfatória.
Pensando nisso, este projeto vem proporcionar um melhor aproveitamento
do tempo em sala de aula dando ênfase às atividades de reading, writing, listening
and speaking, assim como ao contexto histórico-cultural dos conteúdos incentivando
os alunos a adquirirem através de atividades com música motivação, socialização,
cooperação, solidariedade e prazer em realizar determinadas tarefas que, ampliem o
senso crítico, seus conhecimentos linguísticos estimulando-os ao respeito, às
diferenças culturais, crenças e valores. (PARANÁ-DCES, 2008, p.64).
A abordagem do ensino de língua inglesa congrega fatores cognitivos e
afetivos envolvidos no processo de aprender uma nova língua. Em seus primeiros
contatos com a língua inglesa, no contexto da sala de aula, o aluno vivencia a
insegurança de ultrapassar os limites da língua materna e a curiosidade por novas
possibilidades de conhecer e interpretar o mundo. É fundamental que este convívio
inicial venha a contribuir para despertar a percepção dos alunos quanto às
semelhanças e diferenças entre língua materna e a língua inglesa.
Assim, as aulas de língua inglesa devem se configurar como espaços de
interação entre professores e alunos nas realizações do dia-a-dia em sala de aula e
a avaliação de língua inglesa deve servir como instrumento de acesso a
informações, a outras culturas e diferentes realidades, levando em conta as
particularidades existentes no Colégio Jardim Europa.
A partir destas reflexões percebeu-se a necessidade de desenvolver um
trabalho lúdico através da música em inglês, visando contribuir com o processo de
avaliação que é um componente indissociável no processo Ensino e Aprendizagem,
pois visa contribuir para a compreensão das dificuldades de aprendizagem dos
alunos, com vistas às mudanças necessárias para que esta aprendizagem se
concretize e a escola se faça mais próxima da comunidade, da sociedade como um
todo, no atual contexto histórico e no espaço onde os alunos estão inseridos.
(PARANÁ-DCES, 2008, p. 31)
Os propósitos avaliativos através do lúdico podem oferecer atitudes menos
resistentes ao aprendizado de língua inglesa e a valorização da escola como espaço
social, pois a ludicidade é uma forma de contribuir e enriquecer o trabalho
pedagógico, facilitando a compreensão dos fatos. Dessa forma, o processo
avaliativo torna-se apropriação do saber pelo aluno e pelo professor,
compreendendo-se que este não deve envolver somente notas em testes e provas,
mas devem-se valorizar todas as atividades desenvolvidas em sala de aula ou
mesmo na escola, levando em conta as individualidades e particularidades dos
alunos. Só assim será possível “reorientar continuamente a prática profissional
vinculando-a as necessidades da turma”. (PARANÁ- DCES, 2008, p. 03).
Segundo Moita Lopes (2005), a educação pode ser um instrumento central
na luta por equidade entre todas as pessoas por todos os níveis ou pode, pelo
menos, ser útil para que se aprenda a compreender o mundo em que vive, a fim de
colaborar para sua transformação. Assim, as atividades através da música podem
ser desenvolvidas de acordo com os objetivos dos conteúdos programados.
Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, o objetivo é favorecer o
processo de ensino e aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do professor, bem
como propiciar que o aluno tenha uma visão do ponto de vista em que se encontra
no percurso pedagógico.
É importante nesse processo, que o professor organize o ambiente
pedagógico, observando a participação dos alunos e considere que o discurso oral
do aluno aconteça por meio da interação verbal, a partir de textos autênticos, no
caso a música e trabalhados de diferentes formas: nas conversas em língua materna
e língua estrangeira neste caso inglês; no próprio uso da língua, que funciona como
recurso cognitivo ao demonstrar suas ideias. (PARANÁ- DCES, 2008, p. 69).
Ramos (2001, p. 70), afirma que:
É um desafio, construir uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado no processo de ensino e aprendizagem, que nos permita formar cidadãos conscientes, críticos, criativos e autônomos com o propósito de encarar estes desafios, é que busca- se em língua estrangeira (inglês), superar a concepção como mero instrumento de medição da apreensão de conteúdos.
Percebe-se, também como bem sucedido o ensino aprendizagem, quando o
trabalho desenvolvido com os alunos é retomado em discussões e analisados em
discussão conjuntamente pelo professor e alunos.
Pensando nisso, a música será trabalhada de forma que o ensino de inglês
em sala de aula e para tanto na sociedade contemporânea não caia na mesmice.
Neste contexto, contamos com os recursos tecnológicos que há na escola e que
facilitam este trabalho quando bem explorado dentro da didática do professor com
sua disciplina.
Após este estudo científico e bibliográfico será realizada uma reflexão
apontando alternativas de como esse desafio de trabalhar a avaliação de inglês
através da música refletiria no ensino e aprendizagem dos alunos durante o
desenvolver do projeto de implementação pedagógica, e assim, contribuir na
formação de alunos em que os mesmos possam produzir experiências, serem donos
de seus próprios ideais e consigam encarar o papel de cidadãos comprometidos
com o futuro na sociedade que os cercam e capazes de mudar as suas próprias
realidades.
Não obstante, a ludicidade dentro do contexto escolar é uma necessidade
independente da idade do aluno não devendo ser vista simplesmente como uma
diversão. O acréscimo do lúdico através da música vem facilitar a aprendizagem,
estimulando a criatividade, o crescimento pessoal, social e cultural, e ainda estimula
a imaginação e a saúde psíquica, preparando-os para uma condição interior fértil,
promovendo a socialização, a conversação e a construção do conhecimento.
Segundo Rogers (1974), a educação deve ter como objetivo o
desenvolvimento das pessoas, de forma plena e que as conduza à sua auto
realização dentro de um clima propício ao crescimento pessoal de forma que a
inovação não seja assustadora, mas que as capacidades dos professores e alunos
possam ser nutridas e expressas, ao invés de abafadas.
Neste sentido, o professor sempre preocupado em mudar a realidade do
fracasso escolar vive uma constante e incansável busca por novas metodologias
para reverter tal situação tentando diminuir desta forma a evasão escolar e o
sofrimento que muitos alunos associam a escola quando pensam em avaliação.
Além disso, a ludicidade através da música vem intermediar as relações dentro da
sala de aula facilitando o processo de ensino e aprendizagem e despertando a
imaginação e a vontade de aprender dos alunos. Neste caso, pode-se destacar que
todos os recursos didáticos existentes ou os que ainda possam ser criados são
aliados, parceiros e cúmplices deste processo.
No entanto, para a aprendizagem realizar-se, é preciso haver interação, a
qual depende de algumas condições para acontecer, entre as quais as que
proporcionem que as interações estejam dentro da "zona proximal de
desenvolvimento", cujos "andaimes" é a ajuda do professor e dos colegas que pela
interação os levam a compreender e estruturar as informações e conhecimentos a
serem desenvolvidos. (VYGOTSKY, 1989)
Sob essa visão, fica clarividente a acuidade das atividades lúdicas sob o
contexto escolar. Visto que a interação do sujeito com o ambiente o qual está
inserido faz progredir em sua aprendizagem, dito que o saber, o desconhecido é
aprendido, ou melhor, entendido e assimilado por meio de um intermediador
(professor). Além disso, ainda em Vygotsky (1989), encontram-se subsídios que
fundamentam e valorizam as atividades lúdicas realizadas em grupo, favorecendo,
entre os participantes, a “mediação inter psíquica”, que facilita e torna mais efetiva a
aprendizagem.
Portanto, o lúdico por meio da música como parte integrante do processo
ensino e aprendizagem da língua inglesa, pode facilitar a interação social,
contribuindo na construção do conhecimento do aluno. Através das atividades
lúdicas os alunos tornam-se mais criativos dando asas para a imaginação, podendo
desta maneira, promover mudanças e realizar novas descobertas ajudando a si
mesmo e a sociedade a evoluir. Concomitante a isso, o indivíduo tem a oportunidade
de aumentar sua autoestima, melhorar sua conduta em sala de aula e fora dela e se
tornar um cidadão responsável, comprometido e integrante da sociedade.
Por fim, é certo que todas as atividades com propósito de melhorar,
enriquecer e explorar mais a capacidade de aprendizagem e absorção dos
conteúdos são válidos, principalmente se atingir a todos os alunos ou a maioria. No
entanto, não devemos desistir nunca do compromisso de ensinar, mesmo sabendo
que o processo de ensino aprendizagem e avaliação estão constantemente sujeitos
a mudanças e muitos percalços que serão inevitáveis, pois eles acontecem durante
todo o período escolar.
3. A MÚSICA E O ENSINO DE LÍNGUAS
O uso de música como recurso didático e estratégia de ensino da língua
inglesa é defendido por muitos linguistas que comprovam resultados positivos deste
tipo de trabalho com os alunos, entre estes Murphey (1990).
A música pode ser utilizada como elemento de motivação no processo de
aprendizagem, como ponto de referência para aspectos culturais e históricos e um
excelente material de estudo do texto, considerando que as letras de músicas são
um tipo de texto.
No entanto, depende do objetivo e da metodologia a ser adotada pelo
professor. Alguns tendem a trabalhar a música com objetivos sobre as formas da
língua, os tópicos gramaticais e traduções sem observar as funções e o contexto
comunicativo como um todo que as músicas apresentam.
A utilização da música na sala de aula é um material importante para uma
aquisição consciente e significativa por meio da construção dos sentidos. Este tipo
de material é de fácil obtenção que proporciona uma grande motivação dos alunos,
no entanto, o professor precisa saber como utilizar este recurso da melhor forma
possível, estando consciente dos resultados a serem focados e avaliados, pois a
simples audição e repetição de formas mecânicas e artificiais não levam à aquisição
da língua estrangeira em foco.
De acordo com Murphey (1990) existem alguns obstáculos na utilização da
música em sala de aula que precisam ser trabalhados em que alguns professores as
utilizam como motivos para não desenvolver esta atividade em sala de aula. Dentre
essas dificuldades estariam alegações de que:
- a música não é levada a sério pelos alunos assim como por alguns
administradores e até professores;
- a música perturba as salas de aula próximas;
- os alunos têm gostos diferentes e só querem ouvir e não trabalhar;
- há um desvio do programa normal;
- as músicas apresentam vocabulário não adequado com gírias e
gramática imprópria.
No entanto, esses problemas podem ser resolvidos com a incorporação
desse conteúdo ao programa, com planejamento, diálogo e com a conscientização
de todos, considerando que com o evento da internet o acesso às músicas e às
letras foi bastante facilitado com relação às décadas anteriores.
A música no aprendizado de línguas é de crucial importância devido à
afetividade desenvolvida por meio dela e a facilidade e a rapidez com que podem
ser lembradas e apreendidas. Murphey (1990) cita o fato de a música se fixar com
facilidade em nossas mentes, tendo em vista que é comum esquecer-se a maioria
dos conteúdos trabalhados em língua estrangeira com exceção da música.
3.1 Música como estratégia de aquisição da língua inglesa.
Em uma metodologia de ensino estão inseridas as maneiras de conduzir a
aprendizagem por meio de um conjunto de estratégias e técnicas que viabilizem o
planejamento, os direcionamentos e os materiais determinados por uma abordagem
que é um conjunto de crenças, pressupostos e princípios que definem a linguagem,
o ensino e a aprendizagem.
A música é um material que pode ser considerado um texto diferenciado que
motiva e atrai a atenção dos alunos não somente pela sua comunicação, letra e
construção dos significados, mas também pela melodia e ritmo. Dessa forma, é um
input (insumo) interessante que pode ser preparado e trabalhado. (MURPHEY
1992).
Assim essas atividades permitem:
l- Utilizar a música com alternativa no processo de avaliação;
ll- Envolver os alunos na construção de instrumentos avaliativos a partir da realidade
concreta dos mesmos;
lll – Contribuir para a construção da consciência sobre a importância do inglês no
processo de Ensino e Aprendizagem para uma maior e melhor inserção dos alunos
na sociedade;
lV - Propiciar através de atividades ações e reflexões sobre a vida real;
V - Fortalecer a coletividade através de trabalhos em grupos;
Vl - Valorizar a participação dos alunos durante o processo de desenvolvimento do
projeto na escola;
Vll - Despertar o interesse dos alunos para outras áreas do conhecimento,
trabalhando neste contexto a interdisciplinaridade;
Vlll - Incentivar o aluno a buscar informações de acordo com as atividades
desenvolvidas;
lX - Proporcionar atividades de maneiras distintas que possam despertar nos alunos
espírito crítico, capacidade de analise e noções de cidadania;
X - Alimentar e até aumentar a curiosidade natural dos alunos;
Um dos objetivos maiores de ensinar inglês é prepará-los para usar o idioma
de forma confiante no “mundo real” seja qual for esse mundo para eles, agora ou no
futuro, ou seja, para que possam lidar com uma variedade de intercâmbios
comunicativo, escritos e falados e que envolva diferentes tipos de linguagem e para
refletir sobre diferentes contextos sociais, geográficos e pessoais. Como a música
faz parte da vida das pessoas e muitas canções que as pessoas ouvem são em
inglês, pelas duas razões é natural tentar integrar canções e músicas ao ensino de
inglês.
Além das atividades descritas acima existem inúmeras outras atividades e
razões para o uso da música, desde os contextos relacionados ao idioma para
aquisição da língua e motivação durante as aulas. E, pode-se ainda listar atividades
tais como:
Praticar os padrões linguísticos em contexto;
Apresentar, discutir e praticar o vocabulário em contexto;
Utilizar-se de vídeos musicais disponíveis na internet;
Usar modelos para pronúncia e entonação;
Fazer exercícios de preenchimento de lacunas ou cloze;
Contar (parte de) uma história;
Relacionar a um assunto do livro didático;
Oferecer ideia de uma cultura diferente;
Ilustrar a relação cultural entre o nosso mundo e um mundo diferente.
Usar como texto para leitura e audição;
Criar um ambiente apropriado à aquisição da língua inglesa.
Várias canções têm um padrão linguístico mais repetitivo e a repetição as
tornam mais marcante e consequentemente isso ajuda os alunos a lembrar da frase
toda e não das palavras isoladas.
Estudos revelam a relação entre a música e a aquisição de vocabulário e
demonstram que o uso da música e de ilustrações de forma combinada resulta em
aquisição de vocabulário. O vocabulário é visualizado e ouvido em um determinado
contexto e se torna mais marcante pela música e pelo ritmo da frase.
Muitas canções contam uma história, implícita ou explicitamente e em
ambos os casos, as palavras e a música oferecem uma razão convincente para
compreensão e audição.
Também, muitas canções e músicas se relacionam com assuntos do livro
didático, podendo assim ampliar o assunto apresentando diferentes maneiras de
pensar sobre eles.
Os tipos de músicas podem ser associados a culturas e regiões específicas
e determinantes, assim como o forró lembra uma cultura específica do Brasil. Assim,
esses tipos de músicas são interessantes para discutir as diferenças culturais ou e
até para estabelecer um contexto específico e cenário para o texto.
Recomendando-se que as atividades devem ser planejadas atentando para
a escolha e relevância da música e das atividades para antes e depois da leitura, da
audição e da pronúncia objetivando, além da aquisição da língua, a motivação do
aluno, o lúdico, a diversão e a cultura.
De alguma forma as músicas são uma maneira de enriquecer muitas
atividades dentro e fora da sala de aula e durante esse processo os alunos são
mediados pelo professor no ensino e aprendizagem ao mesmo tempo em que estão
sendo avaliados. (HOLDEN, 2009).
4. PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DAS ATIVIDADES NA ESCOLA.
Durante a implementação da produção didática elaborada para o projeto de
intervenção no Colégio Estadual Jardim Europa, com foco no uso da música como
uma das alternativas de avaliação no processo de ensino e aprendizagem em língua
inglesa, propôs-se atividades para o dia-a-dia por meio do uso da música levando
em conta as individualidades dos alunos e o desenvolvimento de atividades em que
a aprendizagem aconteça de forma dinâmica e progressiva, não havendo início meio
ou fim desse processo.
As atividades foram planejadas de maneira a permitir adaptações e
adequações necessárias oferecendo, assim, oportunidade de flexibilidade ao
professor durante o desenvolver da implementação.
Durante a implementação da proposta, encontraram- se alguns entraves, pois
o trabalho foi aplicado em 4 turmas de 6ºs anos, uma turma com 38, e outras com
33, 34 e 37 alunos e uma turma de 7º ano com 28 alunos, num total de 170 alunos
do período vespertino. Houve também pouco tempo de hora atividade para
preparação e correção das atividades avaliativas já planejadas acrescidas de mais
duas provas bimestrais regidas pelo regimento escolar da escola de implementação.
Em algumas turmas a somatória de tudo isso dificultou muito o trabalho. Já
em outras turmas não houve tanto silêncio, mas as conversas paralelas podem ser
consideradas construtivas, pois eram sobre as atividades desenvolvidas naquele
momento.
Procurou-se usar canções com linguagem simples e repetitivas para facilitar
a memorização e aprendizagem do vocabulário e da pronúncia. Na música “Imagine”
aprendeu-se mais rápidamente as palavras: Imagine, may, people, say, you, world.
Já com a música “I just called to say I love you”, trabalhou-se os conteúdos seasons
of the year, personal pronouns, days of the week, months, simple present tense and
past tense: call, called.
Foram confeccionados painéis por meio de figuras e desenhos retratando o
contexto demonstrado em cada música. Além das perguntas trabalhadas em inglês/
português em sala de aula, também foram dadas atividades como tarefa de casa
onde se entrevistaram pais, tios, avós e até amigos sobre as músicas, os cantores e
seus grupos, tal como “The Beatles” e o cantor “Steve Wonder”. As perguntas
trabalhadas foram:
a) Do you like to listen to music?
b) What kind of music do you prefer to listen to?
c) Talking about your parents, do they also listen to music? What kinds?
d) What most catches your attention when choosing your songs?
e) Have you ever listened to the songs “Imagine” or “I just called to say I Iove you”?
Após ouvir e comentar as músicas com seus familiares e/ou amigos
retomou-se em sala de aula para melhor entender e compartilhar as atividades com
a turma.
Durante o desenvolver de todas as atividades que fizeram parte da Unidade
Didática de Implementação foi estimulado o uso da leitura, escrita e oralidade.
Percebeu- se que 80% dos alunos realizaram as atividades com poucas dificuldades
enquanto 20% deles apresentaram maiores dificuldade na realização de algumas
atividades.
Foi muito importante o uso de alguns meios tecnológicos como: TV pendrive,
computador ligado à Internet, assim, os alunos puderam pesquisar sobre a vida do
grupo The Beatles e do cantor Steve Wonder. Por meio dessas buscas ou pesquisas
foram feitas revisões dos vocabulários já trabalhados, e por meio dessas pesquisas
descobriam palavras novas. A utilização dos “clips” musicais enriqueceram muito as
aulas estimulando os alunos o gosto por essas atividades.
As experiências e resultados obtidos no decorrer da implementação das
atividades da produção didático pedagógica na escola foram socializadas por meio
de interações nos fóruns e diários com o GTR (Grupo de Trabalho em Rede) os
professores refletiram juntos, debateram, contribuíram e proporcionaram subsídios
metodológicos e teóricos por meio das trocas de experiências vivenciadas em sala
de aula no dia-a-dia o que veio a contribuir para a melhoria da prática pedagógica e
da qualidade do ensino.
Eu, como professora do PDE e os professores GTR, juntos concluímos que
o uso da música como uma das alternativas na avaliação de ensino e aprendizagem
em língua inglesa é no mínimo interessante, pois a música desperta o interesse do
aluno, e isso pode ser um fator positivo podendo favorecer o ensino e aprendizagem
e consequentemente, o processo avaliativo torna-se menos angustiante.
Para finalizar as atividades tiveram-se momentos emocionantes para alunos
e professor no qual os alunos se apresentaram cantando e encenando a música
“Imagine” para as outras turmas do colégio de implementação.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se que avaliação é um tema que perpassa todo o processo
educacional e ainda constitui uma grande interrogação para os profissionais da
educação. Para desmistificar este nó, é necessário reafirmar que o processo
avaliativo deve ocorrer paralelamente ao desenvolvimento da aprendizagem do
educando. Os registros oficiais dos conceitos ou notas sobre o desempenho
bimestral, trimestral ou semestral dos estudantes são momentos que o professor
evidencia o caminho percorrido pelo educando, dentro de determinado espaço de
tempo, mas sabemos que este registro, e o que foi observado, não são suficientes
para a promoção da aprendizagem, pois na avaliação escolar é preciso enfatizar
momentos distintos de: observação, análise e compreensão das estratégias de
aprendizagem bem como a tomada de decisão sobre o educando.
Então, neste momento é relevante a intervenção do professor para análise
da atividade realizada. A partir do ponto de vista interdisciplinar as atividades
desenvolvidas relacionaram-se com língua portuguesa, arte, história e geografia,
fazendo um elo entre os temas trabalhados e ao mesmo tempo entre disciplinas e
conteúdos com o contexto atual, oportunizando aos alunos uma melhor socialização
e interação com as ações desenvolvidas uma vez que as ações é a ponte pela qual
ocorre a superação, ou seja, a aprendizagem efetiva.
No entanto pensar num processo avaliativo requer compreendê-lo em sua
amplitude. Dele e nele fazer parte alunos/professores e os sistemas sejam
municipais ou estaduais de ensino, enfim a comunidade escolar.
De outro lado, o sistema tradicional de avaliação possibilita uma direção,
organizar tempo em bimestre, trimestre, semestre, oportunizar pontos de referência,
mostrar claramente os avanços quantitativos de tarefas (medindo por meio de
notas), por outro lado, a avaliação acontece de forma processual, a partir da
concepção dos professores, que se formam de acordo com seus valores,
expectativas individuais e subjetivas somadas aos critérios administrativos e
burocráticos, como pode acontecer a partir de determinações de cada rede de
ensino ou instituição.
Assim, o mais importante é que alunos e professores percebam que a
avaliação da aprendizagem educacional existe para possibilitar feedbacks
importantes que levem a um diagnóstico do que foi apreendido seguido de uma
retomada de rota buscando um melhor desenvolvimento dos educandos e não para
excluí-los. Para isso, pode-se usar a música como um dos meios alternativos e
como ferramenta para facilitar a mediação do ensino e da aprendizagem e
consequentemente da avaliação.
Sabendo que para avaliar é preciso produzir instrumentos e procedimentos
que nos ajude a dar voz ao que é silencioso e apagado é com muito cuidado
que devemos trabalhar para não controlar e classificar, mas sim para melhor
compreender e agir, pois a avaliação deve contribuir para compreensão das
vivências compartilhadas no processo de ensino e aprendizagem (ESTEBAN,
2008, p. 122).
A partir dessa reflexão, a avaliação será realizada em todos os momentos da
vida escolar como: participação nas atividades desenvolvidas em sala de aula,
individuais e em grupos, participação nas tarefas de casa, atitudes gerais em relação
às aulas de inglês. Já a realização das duas provas bimestrais regidas por normas
no regimento da escola dificultaram a efetivação do projeto, devido às entregas das
notas bimestrais com data marcada exigida pelo sistema.
Esse fator fez com que houvesse necessidade de adaptar algumas
atividades deixando de trabalhar parte das atividades da Unidade Didático de
Implementação. Apesar desses obstáculos durante a implementação do projeto, isso
não impediu que o objetivo fosse alcançado. E ao realizar as atividades, percebeu-
se maior interesse e aproveitamento dos alunos durante as aulas fazendo uso da
música ao mesmo tempo em que houve ensino, aprendizagem e avaliação.
6. REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO, J.C.P. Alguns Significados de Ensino Comunicativo de Línguas. IV JELE, USP – São Paulo-SP, 1988. ESTEBAN, M. T. (org) Escola, Currículo e Avaliação. São Paulo Cortez, 2008. FONTERRADA, M. T.O. Visão di Acrônica das práticas musicais no Brasil. Arte Brasil, São Paulo, v. 1, 2008. HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover. 2. Ed. Porto Alegre: Editora
Mediação, 2005. HOFMANN, J. M. L. Avaliar para Promover: as setas do caminho. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2002. HOFFMANN, J. M. L. A Avaliação: Mito & Desafio: uma perspectiva construtivista. 31ed. Porto Alegre: Mediação, 2002. HOLDEN, Suzan. O Ensino da Língua Inglesa nos Dias Atuais. Editora SBS, 2009. LIMA, Maria de Fátima Monte. No fio de esperança: políticas públicas de educação
e tecnologia da comunicação. Tese de Doutorado. Salvador, Setembro de 2002. MOITA-LOPES, L.P. Inglês no mundo contemporâneo: Ampliando oportunidades sociais por meio da educação. Texto básico apresentado no simpósio inglês no
mundo contemporâneo: ampliando oportunidades sociais por meio da educação, patrocinado pela TESOL International Foundation. São Paulo: Centro Brasileiro Britânico, 2005. MURPHEY, Tim. Music and Song. Oxford, Oxford University Press,1990. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação Diretrizes Curriculares da Educação Básica LEM, Curitiba, 2008.
PERRENOUD, Philippe. A Avaliação: Da Excelência à Regulação das Aprendizagens. Porto Alegre: ArtMed, 1999.
RAMOS, M.N. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação. São Paulo: Cortez, 2001. ROGERS, Carl. A terapia Centrada no Paciente, Lisboa Moraes Editores, p.380.1974.
SANTOS, H. L. de S. O papel da Aprendizagem de Línguas Estrangeiras na Formação Integral do Individuo. In. Anais XVI. Enpuli, Encontro Nacional de Professores Universitários de Língua Inglesa. São Paulo: Puc, v.1, 2000. VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989. Site
de busca: https//www.google.com.br/ WIDDOWSON, H.G. Teaching Language as Communication. Oxford, Oxford University Press, 1978.