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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
O AUTISMO NA INCLUSÃO ESCOLAR
Simonís Cavalcanti de Oliveira Marins
ORIENTADOR: Prof. Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro 2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Inclusão Escolar. Por: Simonís Cavalcanti de Oliveira Marins
O AUTISMO NA INCLUSÃO ESCOLAR
Rio de Janeiro 2016
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AGRADECIMENTOS
... A Deus em primeiro lugar, sendo minha força
nos momentos mais difíceis, e aos mestres dessa
instituição de ensino, aos familiares e
principalmente ao meu sobrinho que tem me
ensinado muito ensinado bastante sobre esse
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DEDICATÓRIA
.... Dedica – se ao meu esposo, aos meus pais,
família, amigos.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 06
CAPÍTULO I
Aspectos clínicos e históricos do autismo, comunicação e linguagens de crianças autistas. 09
CAPÍTULO II
O autismo no contexto escolar. 17
CAPÍTULO III
Compreendendo melhor para incluir. 25
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 39
ÍNDICE 43
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INTRODUÇÃO
Este presente trabalho tem o objetivo de desenvolver e apresentar fatos que
permeiam o âmbito pedagógico e familiar sobre o transtorno do espectro autista, que
causa atraso no desenvolvimento da criança e compromete principalmente sua
capacidade de se comunicar, socializar, ter iniciativa, imaginação e criatividade,
despertando o educador para que compreenda melhor o que é autismo e com isto
consiga criar no dia-a-dia, melhores estratégias de inclusão para o portador de
autismo na escola regular.
Essas crianças nascem aparentemente sem nenhuma disfunção ou problema
que seja notável, se comportam e choram na maternidade como todos os bebês,
porém, nos primeiros meses de vida já começam a surgir alguns dos sintomas que
muitas das vezes passam despercebidos pelos pais. Um dos primeiros sinais da
criança com o espectro autista ocorre ainda bebê, tendo em vista que não fixa o
olhar para a mãe e outras pessoas, e quando ocorre esse olhar é muito superficial,
em todos os momentos livres de contato puro e simples, na amamentação, nos
momentos de higiene pessoal do bebê, etc.
A síndrome do autismo pode ser encontrada em famílias de qualquer
configuração racial, étnica e social, a ciência não conseguiu até os dias atuais provar
nenhuma causa psicológica que possa desenvolver esse transtorno, em casos mais
graves, devido à falta de conhecimento dos pais e profissionais da medicina e da
educação a criança autista fica condenada a viver em um mundo que não consegue
compreender. Nesses casos, podem crescer frustradas e responderão ao mundo
com gritos e com agressões; muitas vezes, se auto agridem e machucam-se para
descarregar suas frustrações em não ser compreendido, por isso, é de fundamental
importância que o diagnóstico seja realizado o mais cedo possível, havendo assim
uma intervenção da gravidade dos sintomas e possivelmente um maior sucesso com
o tratamento.
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No autismo, o grau de comprometimento varia de intensidade: vai do leve
passando para o moderado até o severo, onde na maior parte dos casos a criança
demonstra um comportamento agressivo, não sendo capaz de manter contatos
interpessoais.
A criança autista deve ser avaliada por diversos profissionais os três principais
são: Neuropediatra, psicóloga, fonoaudióloga, os quais irão diagnosticar está síndrome
e intervir com o tratamento adequado para cada indivíduo.
Silva (2009) aponta a necessidade de orientação aos professores, pois é a falta
de conhecimento a respeito desse transtorno especificamente que os impede de
identificar corretamente as necessidades de seus alunos com autismo.
O papel do professor na pré-escola é fundamental, pois é a partir do diagnóstico
já realizado pelos médicos que ele irá planejar uma estratégia educacional que
minimize as dificuldades da criança, de forma que ela possa se integrar e desenvolver
de acordo com as possibilidades. O mais importante é antes de enxergar o autismo é
ver cada aluno na sua individualidade.
Para que os autistas tenham um bom desenvolvimento é fundamental que a
família e amigos os tratem normalmente, tentando entendê-los em sua forma de ser e
assim ajudá-los, buscando tratamento em todas as áreas que precisem, com o objetivo
de melhorar a qualidade de vida, através da psicologia, terapia ocupacional,
fonoaudiologia, escola, fisioterapia, musicoterapia e etc. Os autistas possuem todas as
variações possíveis de inteligência, alguns são muito inteligentes e se dão bem
pedagogicamente em escolas regulares, apesar de não conseguirem se socializar, pois
não entendem o mundo humano e social, outros necessitam de outros apoios
psicopedagógico diferenciado para que sejam inseridos verdadeiramente nas escolas
regulares e assim obter um bom desenvolvimento.
A inclusão tem como objetivo, inserir sem distinção todas as crianças e
adolescentes com variados graus de comprometimentos social e cognitivo, a fim de
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diminuir o preconceito e evitar o isolamento social possibilitando a aquisição de novas
habilidades.
Vale a pena ressaltar a importância da interação social entre a escola, pais
e educadores para que ocorra uma troca de experiências, levando todos a refletir sobre
a verdadeira inclusão que está cada vez mais presente no nosso meio.
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CAPÍTULO I
ASPECTOS CLÍNICOS E HISTÓRICOS DO AUTISMO COMUNICAÇÃO E LINGUAGENS DE CRIANÇAS
AUTISTAS
...Deus não escolhe os preparados. Ele prepara os escolhidos.
A Síndrome do Autismo demanda um estudo em conjunto por parte de
profissionais de diferentes campos. Por volta de 1906 foi onde tudo ocorreu
quando o psiquiatra suíço Plouller nomeou o termo “autismo” para explicar
algumas características de isolamento por parte de algumas pessoas. No
entanto em 1943 foi então que Leo Kanner, um médico austríaco residente em
Baltimore, nos Estados Unidos, teve o primeiro contato com um paciente
chamado Donald que o identificou com autismo. Com o passar dos anos o
médico publicou o artigo “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”, onde o
mesmo apresentou onze casos de pacientes portadores desse transtorno.
Houve também outro artigo publicado em 1944, pelo médico Hans Asperger,
com o título Psicopatologia Autística da Infância, descrevendo crianças
semelhantes às descritas por Kanner.
Foi lançada a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-V) em maio de 2013, que trouxe algumas
mudanças importantes, entre elas novos diagnósticos e alterações de nomes
de doenças e condições que já permeia nosso meio. Nesta nova publicação, o
autismo, assim como a Síndrome de Asperger, foi englobado a um novo termo
médico, chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Com essa
nova definição, a Síndrome de Asperger passa a ser considerada, portanto,
uma forma mais branda de autismo. Sendo assim, os pacientes são
diagnosticados apenas em graus de comprometimento, dessa forma o
diagnóstico fica mais completo.
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1.1. SOBRE A SÍNDROME DO AUTISMO
“O Autismo é um jeito de ser. Não é possível separar o autismo da pessoa”.
(Jim Sinclair, autista, americano, conferencista sobre o tema Autismo).
O Transtorno do Espectro Autista é definido pela presença de “Déficits
persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos
contextos.
Este assunto vem sendo cada vez mais discutido e ganhando espaço na
sociedade. Foi investido um esforço especial para que este trabalho possa ser
considerado como uma pequena, porém solidária voz a mais a juntar-se ao
demais investigadores sobre a questão da pessoa portadora dessa síndrome,
que sofre inclusive pela carência de formulação de leis e de políticas públicas
que assegurem seu tratamento e sua cidadania.
GAUDERER diz que: “Autismo é uma doença grave, crônica, incapacitante que
compromete o desenvolvimento normal de uma criança... que
relacionam-se com objetos, eventos e pessoas de maneira não
usual, tudo levando a crer que haja um comprometimento
orgânico do sistema nervoso central em níveis mais diversos. ...
Não se sabe explicar exatamente o porquê da associação entre
autismo e a deficiência mental”. (GAUDERER, 1993 página 302).
Eles possuem vida psíquica e uma rede de relações sociais que com ele
tentam interagir. Possuem família, que se sente de alguma forma responsável
pelo que ocorre com eles. Sendo assim, este trabalho pretende abrir um
espaço para os discursos e relatos de algumas dessas famílias, onde foi
reunido um esforço conjunto no sentido de buscar compreender como é por
elas construídas a ideia de pessoa autista.
Muitos dos sujeitos autistas, por não serem diagnosticados como
autistas quando crianças, são tidos como retardados e “esquecidos” em
instituições para doentes mentais.
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Para que o portador dessa síndrome consiga lidar melhor com suas
dificuldades, se faz necessário um acompanhamento por diversos profissionais,
sendo na maioria das vezes o custo é muito alto e nem sempre acessível a
todas as classes sócias. Toda essa carência propicia uma desordem familiar,
no que diz respeito a família dos autistas, visto que muitas destas famílias
arcam sozinhas com todo o tipo de dificuldades sociais, financeiras e
emocionais, causadas por possuírem um parente “estranho” ao comportamento
do seu grupo de origem.
E comum que, o sujeito autista, já adulto, torna-se despossuído do seu
direito de ser legitimado como pessoa, como cidadão, sendo indefinidamente
considerado como “estranho”, “diferente”, “especial”.
Na realidade ninguém ainda conseguiu decifrar o enigma do sujeito autista:
“Ele não quer ou ele não consegue? ” Existem muitas polêmicas sobre o
assunto, porém ninguém ainda não chegou a um denominador comum.
É extremante comum ouvirmos que todos autista tem um mundo só dele,
isso caracteriza uma forma de descrever o comportamento desse indivíduo,
mais isso é mito, devido as alterações neurológicas desse transtorno o mesmo
tem dificuldades a captação dos estímulos, ou seja do que está acontecendo
ao seu redor.
Complementa a pediatra Katia Elena Semeghini Caputo, da Associação
dos Familiares Amigos e Pais dos Autista de Bauru (Afapab).
“Não existe um mundo autista, existe um indivíduo com
graus de dificuldades que são diferentes em cada um e precisam muito de
ajuda para vencer essas dificuldades”.
1.2. A TRÍADE DE PERTUBAÇÕES DO ESPECTRO AUTISTA
Segundo Lorna Wing (1979) os indivíduos autistas possuem três
grandes grupos de perturbações, as quais se manifestam em diferentes
aéreas, vindo a prejudicá-las. São elas: a Área Social, a da Linguagem e
Comunicação e a do Comportamento e Pensamento. No entanto as tríades não
são separáveis como leva a crer o termo “tríade”, essa expressão resultou para
demonstrar os comprometimentos que apareciam nessas áreas, e não
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ocorriam “ao acaso”; apresentavam-se juntos, embora com graus de
intensidade e qualidades variadas.
1.2.1. INTERAÇÃO SOCIAL
Um dos aspectos mais prejudicado na tríade é a dificuldade da pessoa
de se relacionar com o outro, pois não conseguem interagir para compreender
as regras sociais de convivência. É fundamental destacar algumas
características da pessoa autista relacionadas a essa área como: não se
relacionar com contato visual, expressões faciais, ficar preso a rotina, sendo
que a criança autista pode tanto isolar-se como também interagir de forma
estranha aos padrões habituais. A inabilidade no relacionamento interpessoal
chamou a atenção de Kanner (1943, p. 244, in: Baptista e Bossa, 2002, p.23-
24) levando-o a afirmar que “há nelas a necessidade poderosa de não serem
perturbadas. Tudo o que é trazido para a criança do exterior, tudo o que altera
o seu meio externo ou interno representa uma intrusão assustadora”. Estudos
recentes comprovam, que nem todos os autistas mostram aversão ao toque ou
isolamento, alguns ao contrário, podem buscar o contato físico, inclusive de
uma forma intensa até demais.
Esta parte da interação ser prejudicada está relacionado à dificuldade do
autista de entender o que os outros pensam, sentem e reagem, pois sua
capacidade de compartilhar sentimentos é extremamente comprometida, existe
uma enorme dificuldade em discriminar pessoas e entender o ponto de vista de
cada um, compreendendo que as outras pessoas apresentam sentimentos,
ideias e pensamentos diferentes.
1.2.2. COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
Os autistas tanto na linguagem verbal como na linguagem não verbal,
apresenta dificuldades, e quando ocorre essa linguagem verbal é bem diferente
dos padrões habituais, pois possuem uma linguagem repetitiva e estereotipada,
não conseguindo iniciar e manter um diálogo.
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Sendo uma das áreas bastante prejudicada entre os autistas, grande
parte deles apresentam ecolalia. A ecolalia se apresenta de dois tipos: a
ecolalia imediata e a mediata.
Na ecolalia imediata, a criança autista repete quase que imediatamente
aquilo que acaba de escutar após a verbalização de outra pessoa, sendo uma
forma de tentar compreender o que o outro quer dizer.
Na ecolalia mediata, a criança demora certo tempo para repetir o que
ouviu. Esse fato ocorre devido a intenção da criança autista em manter certa
interação social, buscando significados para compreender uma mensagem.
Sendo assim a ecolalia seria um grande esforço do autista para
participar da interação social, levando em consideração seu repertorio verbal
ser bastante limitado.
Esses indivíduos apresentam problemas de comunicação, pois não
conseguem entender a real função da linguagem, e ao tenta usá-la
consequentemente acaba falhando, ocorrendo assim um desgaste emocional
que muitas das vezes é expressado através de estereotipias.
Diante de grandes estudos foi observado que a comunicação da criança
autista é caracterizada por falta de verbalização ou por ecolalia, sendo raro
encontrar autistas que falam normalmente.
1.2.3. COMPORTAMENTO E PENSAMENTO
Essa é a terceira área afetada sendo caracterizada pela rigidez do
comportamento e do pensamento, e também pela dificuldade de imaginação e
criatividade. Destaca-se também a ausência do de faz de conta, pois não
consegue perceber o objeto inteiro, mas só uma parte, vendo apenas um
detalhe e não entendem o real significado do brinquedo.
Para os autistas é extremante difícil associar uma expressão ao estado
emocional de uma pessoa típica. O autismo altera, totalmente, a forma como
vemos o mundo. Eles não interpretam as coisas ou os sentimentos como nós,
e para lidar com todas essas perturbações que os atormentam acabam criando
estratégias diferentes das nossas para suas limitações.
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1.3. LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO DOS AUTISTAS
Quando falamos de comunicação, lembramo-nos da comunicação oral, pois
é a mais comum entre nós. Todavia, está não é a única forma de comunicação.
Principalmente para as crianças com autismo, está será provavelmente a forma
mais difícil de se comunicar, (acredita-se que cerca de 50% dos autistas não
conseguem desenvolver a linguagem verbal).
Grande parte dessas crianças autistas utiliza o modo gestual para se
comunicar ou utilizam outra pessoa como apoio para conseguir o que desejam.
Uma boa parte deles não adquire a linguagem verbal e as que conseguem
essa linguagem, apresentam problemas na fala com dificuldade em construir
diálogos e se expressar de forma continua e contextualizada.
Somos todos diferentes e, por isso, temos necessidades diferentes, mas
aprender a se comunicar é um primeiro passo para uma vida em sociedade.
Aprender a falar pode ser um grande desafio para as crianças autistas, mas
não é impossível. Os autistas possuem uma imensa dificuldade em relacionar
as palavras com o seu significado. É muito frustrante para uma pessoa autista
tentar falar qualquer coisa e não encontrar as palavras certas para isso.
Ocorrendo na maioria das vezes um descontrolo emocional e até mudanças de
humor, não conseguindo se expressar como os outros.
À medida que esses indivíduos crescem e entram na idade adulta, há, em
geral, uma melhora do isolamento social, mas as dificuldades em estabelecer
amizades permanecem, dependendo do grau de comprometimento de cada
indivíduo.
Com relação às dificuldades na comunicação acontecem em graus
variados, tanto na habilidade verbal quanto na não-verbal de compartilhar
informações com os demais.
Esses déficits de linguagem e de comunicação persistem na vida adulta, e
grande parte dos autistas permanecem não-verbais. Os que conseguem
adquirir habilidades verbais podem demonstrar ou não déficits persistentes em
estabelecer uma conversa, e até mesmo dificuldades em compreender
sutilezas de linguagem, piadas ou ironia, por isso é fundamental a presença
principalmente de um fonoaudiólogo no processo de desenvolvimento da fala
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desde a infância, para que eles consigam lidar melhor com as situações de seu
cotidiano.
1.4. CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO
São muitas as características comportamentais apresentadas por
autistas, tais como: distúrbios do relacionamento, distúrbios da fala e
linguagem, distúrbios da motilidade e distúrbio da percepção. Exemplificarei
melhor cada um deles abaixo.
Distúrbios do relacionamento: Falta do desenvolvimento de uma relação
com quem está ao seu redor e de contato visual. Ausência de sorriso social,
desinteresse em participar de jogos e brincadeiras, preferência por permanecer
só.
Distúrbios da fala e linguagem - comunicação: Atraso da linguagem é
comum entre os autistas. Quando a fala comunicativa se desenvolve, ela é
atonal, arrítmica, sem inflexão e incapaz de comunicar utilizando das emoções.
O que ocorre na verdade, toda a comunicação está comprometida: linguagem
oral comunicativa, linguagem receptiva, linguagem gestual e expressão facial.
Distúrbios da motilidade: São caracterizados por alguns estereótipos como
caminhar na ponta dos pés, jogar-se para frente e para trás, balançar
(acompanhado de rolar ou balançar a cabeça no ar ou no chão ou bater a
cabeça contra a parede), rolar ou girar objetos.
Distúrbio da percepção: Existem falhas em usar estímulos sensoriais para
discriminar o que é importante ou não, ou seja, ocorre um erro de seletividade.
Há alternância em procurar ou fugir de estímulos. Sendo assim, certos
estímulos o apavoram, como o barulho do liquidificador, e entre outros.
Qualquer criança típica aprende por meio de brincadeiras, com os pais e
todas as pessoas que estão em sua volta. Faz amizades e adquire muitas
habilidades motoras e cognitivas. Simplesmente vivendo ela aprende. Todas
impressões e informações na criança penetram em sua mente pelos seus
sentidos e geram conhecimentos. Já para uma criança autista as coisas não
são bem assim. Existe uma relação diferente entre o cérebro e os sentidos e as
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informações nem sempre geram conhecimento. Ao analisarmos todas as
colocações observarmos diversas dificuldades encontradas nesses indivíduos.
Se faz necessário um olhar diferenciado para enxergar a criança além das suas
limitações, não só pelos os profissionais de educação, mas por todos os que
estão a sua volta e de uma forma ou de outra estejam contribuindo para o seu
crescimento.
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CAPÍTULO II
O AUTISMO NO CONTEXTO ESCOLAR
O papel da escola é reconhecer a importância da elaboração de estratégias
e planos individualizado para que estes alunos com autismo consigam
desenvolver capacidades para se integrar e interagir com as outras crianças
ditas “normais”. Já a família tem também um papel muito importante, pois é a
responsável por dar atenção, os cuidados, estimular e amar acima de tudo.
Com relação à criança autista na escola, Alves (2010) coloca:
“A escola deve conhecer as características da criança e
prover as acomodações físicas e curriculares necessárias;
treinar os profissionais continuamente e buscar de novas
informações; buscar consultores para avaliar precisamente as
crianças; preparar programas para atender a diferentes perfis
visto que os autistas podem possuir diferentes estilos e
potencialidades; ter professores cientes que inclusive a
avaliação da aprendizagem deve ser adaptada; educadores
conscientes que para o autismo, conhecimento e habilidades
possuem definições diferentes; analisar o ambiente e evitar
situações que tenham impacto sobre os alunos, alterar o
ambiente se for possível; a escola deverá prover todo o suporte
físico e acadêmico para garantir a aprendizagem dos alunos
incluídos” (p.45)
O professor possui uma grande responsabilidade a dar atenção
individualizada e especial, e buscar sensibilizar a turma para entender quem
são e como se comportam esses alunos autistas. É primordial entender que o
ensino é o principal objetivo do trabalho com os autistas. Ensinar coisas
funcionais para a criança autista é a essência de um trabalho adequado e a
persistência é um grande aliado deste objetivo.
É fundamental atender imediatamente toda vez que a criança autista
solicitar e tentar o diálogo, a interação é essencial para esse convívio escolar.
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Todo conteúdo programático deve estar de acordo com o potencial de cada
criança autista, de acordo com o seu interesse e sua idade.
A escola necessita promover uma educação inclusiva para melhorar o
ensino e aprendizagem dessas pessoas como diferentes estilos e
comportamentos.
É obrigatoriedade de a escola prover; todo o suporte físico e acadêmico
para garantir a aprendizagem dos alunos incluídos; atividade física regular é
indispensável para o trabalho motor; a inclusão não pode ser feita sem a
presença de um mediador.
Educar uma criança autista é uma experiência que leva o professor a rever
questionar suas ideias e estratégias, educação normalidade e competência
profissional. Torna-se um desafio descrever um impacto dos primeiros contatos
entre este professor e estas crianças tão desconhecidas e na maioria das
vezes imprevisíveis.
É de suma importância a escola e da continuidade nos estudos para uma
criança autista, para que se torne menos dependente, mesmo que isto envolva
várias tentativas, e ela não consiga aprender.
Quando acontecer de chamar uma criança autista e ela não atender, é
necessária ir até ela, pegar sua mão e levá-la para fazer o que foi solicitado.
Sempre que a criança conseguir realizar uma tarefa, ou falar uma palavra, ou
mostrar progresso, é importante reforçar com elogios. Quando o professor
deseja falar com essas crianças deverá segura-se delicadamente no rosto,
direcionando-o para o seu rosto, pois desse modo estará tendo como meta um
desenvolvimento de uma relação baseada em controle, segurança, confiança e
amor.
2.1. O PAPEL DO PROFESSOR NA ESCOLA INCLUSIVA
Os alunos com autismo não devem ser vistos somente a partir de suas
limitações, é preciso um interesse e um conhecimento maior por parte dos
professores sobre essa deficiência. Portanto, a inclusão escolar é um fator
muito importante para o desenvolvimento e aprendizagem dessas crianças,
pois, com isso, elas poderão se socializar e aprender com a interação junto
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com os demais, convivendo e aprendendo com as diferenças e descobrindo
que ninguém é igual a ninguém, mas que todos nós somos capazes de
obtermos conquistas. Porém é necessário um olhar além do autismo como
sendo uma síndrome, e sim o indivíduo com suas limitações e potencialidades.
O nível de desenvolvimento da aprendizagem do autista geralmente é lento
e gradativo, portanto, caberá ao professor adequar o seu sistema de
comunicação a cada aluno.
Segundo William:
“ Todo tipo de apoio deve reconhecer que embora o
autismo seja uma parte muito importante do que eu sou, não é
tudo o que eu sou. Pais e profissionais deveriam reconhecer
que não somente nós podemos aprender com eles, mas eles
também podem aprender conosco”. (William Recai, voluntário
no National Autistic Society da Escócia, diagnosticado aos 25
anos.
Inicialmente para que o autista venha desenvolver, ele precisa aprender a
se socializar, pois, assim, conseguirá se superar e aprender com mais
facilidade. Para isso é necessária a convivência com este aluno para descobrir
quais são os seus interesses e as suas capacidades, com isso, trabalhá-las e
fazer disto um incentivo para a sua aprendizagem, investindo sempre em
atividades diversificadas.
A interação com outras crianças de mesma faixa etária proporciona
contextos sociais que permitem vivenciar experiências que dão origem à troca
de ideias. Desta forma, é relevante a convivência de autistas com crianças
normais, pois isso o incentivará a ter um relacionamento afetivo e significativo
com outros indivíduos. Reforçando, na escola o papel de levar a criança a obter
novos conhecimentos e também novos comportamentos, uma vez que a
inclusão pode não só beneficiar o desenvolvimento do autista, mas, também,
pode oportunizar o conhecimento e o crescimento de novas experiências para
as outras crianças, ou seja, elas podem aprender a lidar com as diferenças.
Para melhor entender a importância do professor no desenvolvimento e
inclusão da criança com deficiência, principalmente aquela que tem autismo,
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pode-se considerar como um domínio de constante transformação a partir do
amadurecimento de funções cognitivas que futuramente serão consolidadas.
Sendo assim, o professor deve reconhecer o nível de desenvolvimento e
comprometimento intelectual de cada aluno, para então, conduzi-lo a estágios
ainda não alcançados, fazendo com que ele atinja níveis mais avançados de
desenvolvimento real.
De tal modo, a interação professor-aluno é um processo de mão-dupla
interativa, no qual o mediador deve envolver o mesmo em atividades de
resolução de problemas com objetivo de auxiliá-lo a enfrentar as
tarefas/problemas com eficácia e enriquecer os comportamentos visando à
autonomia do aluno em atividades futuras.
2.2 PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DOS AUTISTAS
Quando falamos no ensino de crianças autistas no contexto educacional, de
fato é bem complicado, pois existe uma série de implicações que não permitem
que a palavra tão falada nos dias atuais “inclusão” seja totalmente vivenciada
em todas as escolas públicas e particulares. São diversas dificuldades
encontradas seja por falta de incentivo e investimentos governamentais, pela
falta de assistência e parceria de todo o corpo pedagógico, e até mesmo pela
falta de formação do professor preparado para lidar com essa situação.
Desse modo compreendemos a angústia de muitos professores ao
receberem a responsabilidade de ensinar crianças autistas. Diante de tantos
contrapontos é vital que o professor busque alternativas que podem ser
encontradas através de um bom planejamento e um material próprio para
promover uma aprendizagem significativa.
Sendo assim, educar uma criança autista é um grande desafio, mas
também um grande privilégio, pois segundo Bereohff “é uma experiência que
leva o professor a rever e questionar suas ideias sobre desenvolvimento,
educação normalidade e competência profissional” (1994, p.11).
É preciso levar em consideração que esses indivíduos com autismo têm um
déficit no Sistema Nervoso que afetam algumas áreas, e dificulta
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principalmente sua interação social e seu domínio de linguagem e
comunicação, no entanto as práticas pedagógicas devem ser desenvolvidas
respeitando essas limitações, mas ao mesmo tempo incentivando a superação.
Cabe ao professor ter um olhar sensível para perceber o que de fato
funciona, pois, cada autista é único e nem sempre o que dá certo para um irá
funciona para todos.
Quanto mais significativo para a criança forem os professores, maiores
serão as chances de ela promover novas aprendizagens, ou seja,
independentemente da programação estabelecida, ela só ganhará dimensão
educativa quando ocorrer uma interação entre o aluno autista e o professor.
(SCHWARTZMAN E ASSUNÇÃO JUNIOR, 1995).
No entanto, sabemos que acolher e contribuir com a educação dos autistas,
não é uma tarefa fácil e apenas do educador, a relação professor/aluno é
imprescindível para o ensino-aprendizagem de qualidade.
2.3. A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA
Toda a estrutura familiar é particularmente um cenário de comunicação e
afetividade entre os membros, da mesma geração ou não, que habitam no
mesmo espaço. A família é o alicerce da construção e do desenvolvimento da
personalidade das crianças, influenciadas pela sua interação direta com os
pais.
Independente da proposta pedagógica, um atendimento consciente não
acontece somente no âmbito escolar. A família do indivíduo com autismo
possui um papel decisivo no seu desenvolvimento. Sabemos que se trata de
famílias que passaram por dores em diversas fases da vida, a partir do
momento da notícia da deficiência, e que percorre durante o processo de
desenvolvimento de seus filhos.
Sabemos que é muito comum a sobrecarga emocional e das tarefas
estarem sobre a mãe do indivíduo. Muitas mulheres costumam deixar de lado
inclusive a vida profissional e/ou acadêmica e passam a viver em função do
filho.
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Quando chegar a hora da matrícula da criança portadora de autismo na
escola pode trazer muitas alterações na família, dentre elas a preocupação
com o envolvimento das demais crianças com seu filho autista.
É um dos momentos mais difíceis e problemáticos na vida destas crianças e
de seus familiares. A necessidade de uma articulação entre a família e a
escola, as duas principais instituições de socialização da criança, precisa está
intimamente ligada como objetivo de favorecer uma evolução na vida funcional
do autista.
A família e a escola são os primeiros ambientes que a criança conhece,
sendo, portanto, determinantes para o seu desenvolvimento. A escola é o único
espaço social que divide com a família a responsabilidade de educar. Ela
favorece uma certa transitoriedade entre as diferenças individuais e as
necessidades do grupo, oferecendo ao indivíduo oportunidades de
comportamentos mais socializadores e um desenvolvimento significativo para
vida na sociedade. Vale apena ressaltar o que a lei de Salamanca diz: “o papel
das famílias e dos pais pode ser valorizado se lhes forem transmitidos os
esclarecimentos necessários (Y). Tanto os pais como os educadores podem
(Y) trabalhar em conjunto, como parceiros. ” (Declaração de Salamanca, p.29).
Deste modo, a relação escola/família deve ser uma relação de proximidade,
sendo a participação dos pais fundamental. Sabemos que as responsabilidade
e funções a desempenhar são diferentes, mas no processo educativo todos
temos o nosso papel.
A escola tem também as suas responsabilidades, deve utilizar-se de meios
adequados que permita uma comunicação saudável entre aluno, o professor,
os pais e a comunidade; na sensibilização e apoio aos pais e a comunidade,
que permita o seu envolvimento com vista ao desenvolvimento global do aluno.
As relações interinstitucionais entre a escola, a família e a comunidade, são
consideradas como um conjunto, que influência na aprendizagem das crianças
e reconhece que existem práticas que as escolas, famílias e comunidade
podem realizar de forma separada, mas que outras deverão ser conduzidas em
conjunto com os mesmos objetivos para que ambos saiam ganhando.
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Quando o professor dividi a responsabilidade com os pais na educação dos
filhos, fica com a sua tarefa facilitada, pois se o trabalho realizado na escola
tiver continuação em casa, a evolução da criança será mais eficiente. Para Glat
(2004), a compreensão da dinâmica das relações familiares é essencial para a
compreensão do indivíduo especial, e, para que as propostas pedagógicas e
clínicas tenham êxito, é primordial que haja um trabalho paralelo com os
familiares, já que as intervenções promovem efeitos recíprocos em cada um
dos membros.
O processo de intervenção com crianças portadoras de autismo tem que ser
consistente e iguais nos diversos ambientes por onde ela passa, para que seja
mais fácil a sua adaptação a sua independência.
2.4. O CURRÍCULO ESCOLAR
A escola não é apenas um espaço social de aprendizado, de emancipação
ou libertador, mas sim um cenário de socialização de mudança. O currículo
educativo representa a composição dos conhecimentos e valores que
caracterizam um processo social e educacional. Sendo ele responsável pelo
trabalho pedagógico nas escolas.
Segundo Minetto:
Uma escola consegue organizar um currículo inclusivo
quando reconhece a complexidade das relações humanas, a
amplitude e os limites de seus objetivos e ações; quando
entende o ambiente escolar como um espaço relacional que
estabelece laços que contribuem para a formação de uma
identidade individual e social (MINETTO, 2008, p. 32).
O currículo não é caracterizado em um simples processo de transmissão de
conteúdos e conhecimentos. É fundamental que o currículo seja organizado
sempre de maneira a envolver professor-aluno; escola-comunidade; ensino-
aprendizagem. Uma escola inclusiva deve prover um currículo aberto e flexível,
e com objetivos bem definidos, que favoreça um bom desenvolvimento.
24
É necessário que a escola deixe de ser mero reprodutor de currículos e
programas, para se transformar em responsável pelas escolhas de atividades,
conteúdos ou experiências mais adequadas, que possibilite novas aquisições
de conhecimentos e desenvolvimento das capacidades dos alunos, levando em
consideração suas potencialidades e necessidades.
25
CAPÍTULO III
COMPREENDENDO MELHOR PARA INCLUIR
A Educação Inclusiva tem por objetivo entender as diferenças,
mantendo-as ativas, tornando-as presentes e utilizáveis para o processo
educativo de todos os alunos. Incluir uma criança na escola regular significa
proporcionar a todos os alunos o aprendizado de conviver com a diversidade,
sem anulá-la. Embora sabemos que a inclusão que idealizamos não é a
mesma que acontece na prática.
“A Inclusão não é simplesmente levar uma criança com deficiência a
frequentar o ensino regular. A inclusão é uma conquista diária para a escola,
para a criança e para seus pais. Todo dia é um dia novo na inclusão (FACION,
2009, p. 203).”
Para que aconteça a inclusão de fato no ensino regular, é importante
sensibilizar os alunos, a escola, a comunidade e todos profissionais envolvidos
nesse processo, transmitindo informação acerca desse assunto.
Segundo Mantoan
A educação inclusiva deve ser entendida como uma
tentativa a mais de atender as dificuldades de aprendizagem de
qualquer aluno no sistema educacional e com um meio de
assegurar que os alunos, que apresentam alguma deficiência,
tenham os mesmos direitos que os outros, ou seja, os mesmos
direitos dos seus colegas escolarizados em uma escola regular.
Mantoan (2003, p. 97):
Segundo Mazzotta (1996) a preocupação com a educação das pessoas
portadoras de necessidades especiais no Brasil é recente, tendo se iniciado
efetivamente no século XIX inspirado em experiências norte-americanas e
europeias. O histórico pode ser dividido em quatro grandes períodos, a saber:
*Graduada em Normal Superior pela Universidade Professor Antônio
Carlos-Campus; Leopoldina-MG. Pós-graduanda em Supervisão, Orientação e
Inspeção Escolar pela Faculdade Cristo Redentor.
26
Até 1854 os portadores de deficiências de qualquer natureza – física,
mental ou sensorial – eram excluídos tanto da família como da sociedade,
sendo acolhidos em asilos e instituições de cunho filantrópico e/ou religioso.
Não raro passavam ali toda a sua vida sem receber nenhum atendimento
especial de modo a torná-los produtivos. Entre 1854 e 1956 foi marcado pelo
gradual surgimento de algumas escolas especiais de caráter privado, com
ênfase no atendimento clínico especializado. Neste período a sociedade
começava a compreender que os deficientes poderiam ser produtivos, e o
atendimento foi migrando lentamente do âmbito da saúde para o da educação.
De 1957 a 1993 constituiu-se em um período marcado por ações oficiais de
âmbito nacional. A educação especial se estabeleceu como sendo uma
modalidade de educação escolar, que assegurava um conjunto de serviços
educacionais especiais, organizados nas diferentes instituições de ensino,
sendo: apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os
serviços educacionais comuns. O objetivo era de garantir o acesso a educação
escolar formal e desenvolver as potencialidades dos alunos. Em 1990, com a
participação do Brasil na Conferência Mundial sobre Educação para Todos na
cidade de Jomtien, na Tailândia, se estabeleceu os primeiros ensaios da
política de educação inclusiva. E desde 1994, a concepção de educação
inclusiva substituiu definitivamente o conceito de educação especial com base
na Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), que ampliou o conceito de
necessidade educacional especial e defendeu a necessidade de inclusão dos
alunos especiais no sistema regular de ensino, tendo por princípio uma
“Educação para Todos”. A proposta da educação inclusiva se baseia na
adaptação curricular, realizada através da ação de uma equipe multidisciplinar
que oferece suporte tanto ao professor quanto ao portador de necessidades
especiais, por meio do acompanhamento, estudo e pesquisa de modo a inseri-
lo e mantê-lo na rede comum de ensino em todos os seus níveis. A
concretização da escola inclusiva baseia-se na defesa de princípios e valores
éticos, nos ideais de cidadania e justiça, para todos, em contraposição
Aos sistemas hierarquizados de inferioridade e desigualdade. Para
SASSAKI (1997, p. 41) inclusão é um processo pelo qual a sociedade se
adapta para poder incluir em seus sistemas sociais gerais pessoas com
27
necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir
seus papéis na sociedade. Incluir é trocar, entender, respeitar, valorizar, lutar
contra exclusão, transpor barreiras que a sociedade criou para as pessoas. É
oferecer o desenvolvimento da autonomia, por meio da colaboração de
pensamentos e formulação de juízo de valor, de modo a poder decidir, por si
mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da via.
A educação inclusiva diz respeito ao direito à educação e, conforme
Monteiro (2004) deve buscar-se em princípios tais como: a preservação da
dignidade humana, a busca de identidade e o exercício de cidadania. Segundo
Macedo (2005), é preciso refletir sobre os fundamentos da educação inclusiva,
procurar saber e repensar o modo de funcionamento institucional, hoje pautado
na lógica da exclusão em favor da inclusão. Conforme consta na Cartilha da
Inclusão dos Direitos das Pessoas com deficiência, para se ter realmente uma
escola democrática, é preciso criar uma nova ordem social, pela qual todos
sejam incluídos no universo dos direitos e deveres. (GODOY, 2000) Segundo
Mantoan (2005) para haver um projeto escolar inclusivo são necessárias
mudanças nas propostas educacionais da maioria das escolas, uma nova
organização curricular idealizada e executada pelos seus professores,
diretores, pais, alunos e todos os que se interessam pela educação na
comunidade onde está a escola. Pietro (2006), a inclusão é uma possibilidade
que se abre para o aperfeiçoamento da educação escolar e para o benefício de
todos os alunos.
Com e sem deficiência; ensinar é marcar um encontro com o outro, e a
inclusão escolar provoca, basicamente, uma mudança de atitude diante do
outro, esse que é alguém especial e que requer do educador ir além. Construir
um projeto político pedagógico, numa perspectiva de escola inclusiva exige,
portanto: reorientar radicalmente o currículo em todos os seus aspectos, desde
a organização das turmas, a escolha de cada professor ou professora para
cada grupo de alunas, a horários de aula, a seleção de conteúdos culturais que
na escola ganham o nome de conteúdos pedagógicos, a escolha dos materiais
didáticos, das metodologias e didáticas ao tipo de relações que se dão na sala
de aula e no espaço fora da sala de aula, a relação da escola com as famílias
das alunas e com a comunidade circundante e, até a repensar a avaliação em
28
suas consequências na vida das alunas. A reorientação curricular leva a um
novo projeto político-pedagógico orientado por uma visão intercultural que
acolha todas as etnias, contribuindo assim para que a escola se torne
efetivamente uma escola inclusiva, sintonizada com um projeto de sociedade
mais democrática e, portanto, excludente. (GARCIA, 2003) Freire (1997) uma
das virtudes do educador democrático é saber ouvir as diferentes vozes com
suas linguagens específicas, construídas a partir de um contexto sociocultural,
o que implica em saber silenciar, em estar imerso na experiência histórica e
concreta dos educandos, mas nunca imerso de forma paternalista, de modo a
falar por eles mais do que verdadeiramente ouvi-los.
A inclusão de estudantes com deficiência no sistema regular de ensino está
baseada nessa perspectiva de educação para todos, pois, ao serem feitas
adaptações pedagógicas para um aluno que tenha algum tipo de deficiência,
leva-se em conta distintas formas de aprender e de ensinar. Pensando em
como realizar da melhor maneira as práticas inclusivas para essas pessoas, de
forma a desenvolver suas potencialidades, busca-se também a qualidade do
ensino para todos os estudantes, independentemente de terem ou não
deficiência. O uso de estratégias de ensino adequadas a diferentes tipos de
necessidades específicas de aprendizagem só vem a contribuir para o
desenvolvimento de todos os estudantes envolvidos no processo, ou seja,
indivíduos com diferentes deficiências ou necessidades educacionais
específicas, de diferentes origens socioeconômicas e contextos culturais
distintos, com habilidades igualmente distintas entre si, poderão beneficiar-se
de estratégias didático-metodológicas heterogêneas; afinal, em uma escola
cada vez mais plural e democrática, não se pode supor que exista uma única
forma de ensinar e aprender.
3.1. ESCOLA INCLUSIVA X ESCOLA ESPECIAL
Podemos dizer que no século XV e XVII os deficientes eram tratados como
doentes e eram internados em manicômios e orfanatos, somente no final do
sec. XVIII e início do sec. XIX, começou a institucionalização da Educação
especial.
29
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos de necessidades
especiais o:
Recursos educativos com especificidades próprias para cada necessidade,
técnicas, métodos e currículos.
A inclusão parte do princípio que devemos entender que é para todos e de
todos, sem distinção alguma.
Etnia, sexo, religião, patologias, síndromes, transtornos, enfim, visa o
convívio, acolhimento de todos e assim entender diferenças que existem entre
todos independente de qualquer coisa
A Educação Especial é direcionada ao atendimento a pessoas com
deficiência, transtornos, síndromes, patologias em instituições especializadas
para atenderem determinadas necessidades.
Tendo uma equipe multidisciplinar para garantir tal atendimento.
Antes de mais nada, precisamos repensar nossas atitudes, hábitos,
posturas e buscar conhecimento para verdadeiramente termos uma inclusão
efetiva, ou seja, de todos e para todos.
Podemos dizer que as escolas especiais eram voltadas há objetivos
isolados e como característica a intenção do que propriamente dita ação.
A discursão sobre o tema inclusão escolar aqui no Brasil começou
efetivamente na década de 90.
Onde passou-se a fomentar-se entre estudiosos da área a nossa inclusão
nas escolas públicas e privadas.
E ainda hoje temos muito caminho a percorrer entre a intenção e a ação em
nossas escolas brasileiras de fato.
Como de fato somos seres inacabados, que aprendemos o tempo todo,
construindo e descontruindo saberes, a partir do que temos, do que
aprendemos com as trocas, com o outro, independentemente se é branco,
preto, roxo, patologias, etnias e credo.
“O homem, na sua essência, é um ser inacabado, num processo contínuo
de vir a ser, mediado pelo acesso às interações sociais” (GADOTTI, 1999,
p.44)
Nesse grande processo as escolas tiveram que se adequarem as
exigências estabelecidas pelo MEC.
30
A nossa LDB 9.394/96 vem reforçar a obrigação e expressa alguns avanços
como:
A extensão da oferta da Educação Especial com faixa etária de zero à seis
anos; o intuito é melhorar as qualidades de serviços ao atendimento à
diversidade dos alunos.
Entretanto devemos salientar que os serviços especificados pela lei, ainda
está muito longe de serem alcançados, porem devemos enfatizar que a
integração social desses alunos foi uma conquista.
Segundo Cury (1997),
Toda Lei nova carrega algum grau de esperança, mas carrega
alguma forma de dor, já que nem todos os interesses nela
previamente depositados puderam ser satisfeitos. Esta lei, de
modo especial, registra as vozes que, de modo dominante, lhe
deram vida. Mas registra, também, vozes recessivas umas,
abafadas outras, silenciosas tantas, todas imbricadas na
complexidade de sua tramitação. Por isso a leitura da LDB não
pode prescindir desta polifonia presente na Lei, polifonia nem
sempre afinada, polifonia dissonante.
A Lei de Diretrizes e Bases Nº 9394/96, artigos 58, 59, 60 propõe que todas
as crianças têm direitos iguais. (Anexo). É direito das crianças com
necessidades especiais sejam incluídas nas escolas regulares de ensino,
sejam elas públicas ou particulares. Dessa forma, as escolas ou instituições
especiais devem atuar como coadjuvantes no processo educacional dessas
crianças, visto que, incluir é lei, recusar um aluno portador de necessidades
educativas especiais é crime. É preciso desenvolver nas escolas regulares um
trabalho educacional bem planejado, onde o educador visa o melhor e mais
aceitável método para o desenvolvimento deste aluno.
Essa nova proposta de um sistema educacional inclusivo passa, então, a
ser transformado enquanto processo de reflexão e prática, que viabiliza
grandes mudanças conceituais e pedagógicas, tornando coerente o propósito
de oferecer o direito de todos à educação, assegurado pela LDB e Constituição
Federal.
31
Muito se tem discutindo sobre esse novo paradigma da inclusão escolar,
porém essa concepção de inclusão para algumas pessoas passa longe da
ideal, pois sabe-se que ainda hoje é negada a matricula desses alunos nas
escolas, ou essas crianças estão inseridas nas salas de aulas, porém excluídas
no contexto escolar devido as suas limitações. Percebe-se que o professor
sozinho, qualificando-se, refletindo sua prática e buscando constante
atualização, dificilmente alcançará o ideal de uma educação emancipatória e
mais adequada às exigências atual, é preciso trabalhar como um sistema
flexível e com metas e objetivos comuns a todos os envolvidos nesse processo.
Portanto a lei assegura a inclusão para todos, e cabe a sociedade prover
as condições de acessibilidade necessárias a fim de possibilitar esses
indivíduos com deficiência viverem de forma independente.
Sabe-se que no Brasil existe os órgãos e as leis que assegura os diretos
dessas pessoas com deficiência. Portanto, ainda é precário o atendimento no
âmbito pedagógico e nas mais diversas áreas que permite a essas pessoas
uma qualidade vida.
De fato, todos devem fazer parte, do Sistema Educacional inclusivo onde
deve ser proibido a utilização de práticas discriminatórias para que se garanta
igualdade de oportunidades. Todos os alunos têm o direito de frequentar a
escola regular onde existe diversidade que devem ser valorizadas, e a
construção de aprendizagem deve ser oferecida a todos, no mesmo espaço
escolar com oportunidades iguais.
Desse modo a educação inclusiva torna-se um direito inquestionável e
incondicional, e está aí para romper com todos os preconceitos e paradigmas
da sociedade.
Quando se fala de uma sociedade inclusiva, pensa-se naquela que valoriza
a diversidade humana e fortalece a aceitação das diferenças individuais. É
dentro dela que se aprende a conviver, contribuir e construir juntos um mundo
de oportunidades reais (não obrigatoriamente iguais) para todos.
Concretizar a inclusão é um grande desafio já que envolve mudanças na
concepção de sociedade, de indivíduos, de educação e de escola. Mudar
concepções já enraizadas não é uma tarefa fácil, principalmente quando as
32
mudanças vão favorecer pessoas que foram excluídas e injustiçadas na
sociedade e consequentemente na escola.
3.2. INCLUSÃO/ EXCLUSÃO/ SEGREGAÇÃO
A exclusão social vem desde a antiguidade, onde mulheres, estrangeiros
e deficientes que era considerado fora do que é normal pela sociedade eram
excluídos, porém naquela época era tido como normal. Esse acontecimento era
resultado de um processo histórico de construção de valores morais por parte
das diferentes culturas.
Dessa forma essas pessoas, passaram então, do lugar de excluídas
para ocuparem a posição de segregadas. Pois ainda tinha a concepção de que
as pessoas com deficiência poderiam oferecer algum perigo para a sociedade,
sendo então estes indivíduos isolados em instituições segregadoras.
Sabemos que a escola pode ter um papel fundamental na construção de
valores que auxiliam os membros da sociedade a pautar sua vida pessoal e
coletiva no respeito pelas diferenças, provocadas de exclusão, e da
segregação, criando condições para que haja principalmente mais tolerância na
vida em sociedade.
A inclusão tem como base a igualdade para que todos os alunos têm o
direito de frequentar a escola regular, onde toda diversidade deve ser
valorizada, sendo a aprendizagem oferecida e construída com todos e para
todos. Segundo Mantoan (2003) “Inclusão é o privilégio de conviver com as
diferenças”, ou seja, é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e,
assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de
nós. A educação inclusiva abrange todas as pessoas, sem exceção. Desde o
estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental,
para os superdotados, e para todas as crianças que é discriminada por
qualquer outro motivo ou limitações não aparentes.
Ser incluído não significa que precisa ser igual ou semelhante aos
demais aos quais se agregou ou estão juntos. Se trata de uma sociedade
inclusiva, aquela que pensa, que valoriza a diversidade humana e que fortalece
33
a aceitação das diferenças individuais, construindo princípios e valores em
conjunto e igual para todos.
3.3. INTEGRAÇÃO/ INCLUSÃO
São palavras bem parecidas, porém com significados bem diferentes, quando
se fala em integração está relacionado a está presente, está inserido, onde abrange
apenas uma parte desses alunos com necessidades especiais, os quais estavam
“aptos” para serem integrados na escola regular buscando apenas normatização.
Para Mantoan a integração, para ser entendida, precisa de uma metáfora que diz que:
[...] integração escolar, cuja metáfora é o sistema de cascata, é
uma forma condicional de inserção em que vai depender do
aluno, ou seja, do nível de sua capacidade de adaptação às
opções do sistema escolar, a sua integração, seja em uma sala
regular, uma classe especial, ou mesmo em instituições
especializadas. Trata- se de uma alternativa em que tudo se
mantém, nada se questiona do esquema em vigor”.
(MANTOAN, 1997, p. 8).
Como Mantoan define na citação acima, se caracteriza a integração
escolar sendo o sistema de cascata, onde cada aluno precisa segui-lo, sem
jamais leva em consideração a individualidade.
O conceito de inclusão é bem mais abrangente do que simplesmente a
integração, pois ela é mais radical, completa e sistemática. E vai muito além
do simples fato de esta inserido, refere-se à vida social e educativa, e todos
eles devem ser incluídos nas escolas regulares e não somente implantados
dentro de um único sistema.
Essas escolas inclusivas propõem um novo modo de se pensar e
constituir o sistema educacional, que leva em consideração as necessidades
de todos os alunos, e que se estrutura em função dessas necessidades. O
principal papel da inclusão é causar uma mudança de perspectiva educacional,
pois não se limita a ajudar somente os alunos com necessidades especiais,
34
dessa forma torna-se uma via de mão dupla onde todos ensinam aprendem
juntos.
Mantoan acrescenta que:
[...] inclusão se concilia com uma educação para todos e com
um ensino especializado no aluno, mas não se consegue
implantar uma opção de inserção tão revolucionária sem
enfrentar um desafio ainda maior: o que recai sobre o fator
humano. Os recursos físicos e os meios materiais para a
efetivação de um processo escolar de qualidade cedem sua
prioridade ao desenvolvimento de novas atitudes e formas de
interação na escola exigindo mudanças no relacionamento
pessoal e social e na maneira de se efetivar os processos de
ensino e aprendizagem. (MANTOAN, 1997, p. 8-9)
Para efetivação da inclusão, se faz necessário que ocorram algumas
mudanças tanto nas práticas pedagógicas do professor, quanto da estrutura
física do espaço onde a criança esteja inserida, pois elas necessitam de
espaços adequados, de recursos pedagógicos específicos e professores
qualificados. Percebe-se ainda que, o trabalho para a inclusão desses alunos
com necessidades especiais nas escolas regulares necessita de grandes
avanços em todos as áreas para que a inclusão venha acontecer de fato.
35
CONCLUSÃO
Pode-se afirmar que são muitos desafios encontrados no indivíduo
portador do espectro autista, mas sabemos também que de acordo com o grau
de comprometimento de cada autista, existe uma grande possibilidade de eles
conseguir desenvolver comunicação verbal, integração social, ser alfabetizado,
dependerá muito da intensidade e adequação do tratamento. Portanto, superar
a barreira que isola o indivíduo autista do mundo “normal” não é um trabalho
fácil rápido e impossível. Esses indivíduos, apesar de ter suas dificuldades,
conseguem aprender os padrões de comportamento aceitos pela sociedade,
adquirir conhecimento e integrar-se na sociedade sendo um agente
transformador da sua própria história. Desse modo o papel da escola é
indispensável e de caráter transformador para a vida desses indivíduos.
Sabe-se também que a inclusão é um processo que precisa ser aceito,
principalmente pela sociedade, para que possa realmente acontecer é preciso
que haja um comprometimento com todos que estão em volta, a família e a
escola necessita está intimamente ligada e com os mesmos objetivos, pois só
através da educação poderemos derrubar os preconceitos e entraves que
abordam o desenvolvimento da cidadania garantindo o direito igualdade para
todos.
36
ANEXO
LDB 9.394/96 – LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO
Capítulo V da Educação Especial
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei
nº 12.796, de 2013)
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação
especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino
regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem
início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
I - Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades;
II - Terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar
para os superdotados;
37
III - Professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino
regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV - Educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração
na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não
revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante
articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou
psicomotora;
V - Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro nacional de alunos
com altas habilidades ou superdotação matriculados na educação básica e na
educação superior, a fim de fomentar a execução de políticas públicas
destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades desse
alunado. (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
Parágrafo único. A identificação precoce de alunos com altas habilidades
ou superdotação, os critérios e procedimentos para inclusão no cadastro
referido no caput deste artigo, as entidades responsáveis pelo cadastramento,
os mecanismos de acesso aos dados do cadastro e as políticas de
desenvolvimento das potencialidades do alunado de que trata o caput serão
definidos em regulamento.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão
critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de
apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial,
a ampliação do atendimento aos educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria
38
rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições
previstas neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
AUTISMO: guia prático/ Mello, Ana Maria S. Ros de; colaboração: Marialice de
Castro Vatavuk_ 6. Ed._ São Paulo: AMA; Brasília: CORDE,2007
ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS AUTISTAS (AMA).
Disponível em: http://www.ama.org.br/html/home.php
HIGASHIDA, NAOKI o que me faz pular; tradução Rogério Durst. I. ed. –Rio de
Janeiro: Intrínseca, 2014.
INDAGAÇÕES SOBRE CURRÍCULO. Currículo, conhecimento e cultura.
Ministério da Educação, 2008.
FERREIRA, Maria E. C.; GUIMARÃES, Marly. Educação inclusiva. Rio de
Janeiro: DP&A editora, 2003.
Site consultado:
http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/inclusaoescolar
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
Brasília: Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial, 2008.
Disponível em:
http://www.portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf
Revista, Autismo; ed. Alto astral; ano 2 N° 3 – 2015
http://www.revistaautismo.com.br
40
BIBLIOGRAFIA CITADA
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Vasconcelos. Considerações Técnicas sobre o atendimento psicopedagógico
do aluno portador de condutas típicas da síndrome do autismo e de psicoses
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CURY, Carlos Roberto Jamil. Flexibilidade e avaliação na LDB. In Seminário o
que muda na educação brasileira com a nova Lei de Diretrizes e Bases? Anais.
São Paulo, 1997. São Paulo, FIESP/SESI/SP/SENAI/SP, 1997, p. 13-31.
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA Sobre Princípios, Políticas e Práticas na
Área das Necessidades Educativas Especiais. Disponível em:
http://www.portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
FACION, José Raimundo et al. Inclusão escolar e suas implicações. 2. ed.
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FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 34. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1997. 148 p. GARCIA, Regina L. Desafios de uma escola que tenta incluir
numa sociedade excludente. In: Seminário Internacional Educação Intercultural,
Gênero e Movimentos Sociais, 2, 2003, Florianópolis SC, 2003. Anais...
Florianópolis, 2003.
GAUDERER, E. C. (org.). Autismo e outros atrasos do desenvolvimento: guia
para pais e professores. Rio de Janeiro: REVINTER, 1997.
GADOTTI, Moacir 1999. Paulo Freire- da ‘pedagogia do oprimido à
‘ecopedagogia’. Cadernos Pensamento Paulo Freire. São Paulo. Instituto Paulo
Freire.
GLAT, R. & DUQUE, M. A. T. A integração social dos portadores de
deficiências: uma reflexão. Rio de Janeiro: Editora 7 Letras, 2004.
41
GODOY, Andréa et al. Cartilha da inclusão dos direitos das pessoas com
deficiência. Belo Horizonte: PUC Minas, 2000 GÓES, Maria Cecília Rafael.
LAPLANE, Adriana Lia Frizman de. (Org.) políticas e práticas da educação
inclusiva. São Paulo: Autores Autorizados, 2004.
LDB 9.394/96 – LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO; Capítulo V
da Educação Especial; Art. 58; Art. 59; Art. 59-A; Art. 60.
MACEDO, Neusa Dias de. Biblioteca escolar brasileira em debate: da memória
profissional a um fórum virtual. São Paulo: Senac, 2005. 446 p. MANTOAN,
Maria Tereza Eglêr. Inclusão escolar: o que é? por quê? Como fazer?. São
Paulo: Moderna, 2005.
MANTOAN, Maria Tereza. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer?
São Paulo: Moderna,2005.
MANTOAN, M. T. E. (1997) A Inclusão Escolar de Deficientes Mentais:
contribuições para o Debate. In. Revista Integração, Brasília.
MELERO, M. L. Diversidade e cultura: uma escola sem exclusões. Espanha:
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MINETTO, Maria de Fátima. Currículo na educação inclusiva: entendendo esse
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MONTEIRO, Mariângela da Silva. Resinificando a educação: a educação
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SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos.
Rio de Janeiro: WVA, 1997.
42
SCHWARTZMAN, José Salomão; ASSUMPÇÃO JR, Francisco Baptista.
Autismo infantil. São Paulo: 1995.
WING, LORNA (1979); Alves, M.M.C.; Lisboa, D.O. (2010) Autismo e Inclusão
Escolar.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 SUMÁRIO 05 INTRODUÇÃO 06
CAPÍTULO I ASPECTOS CLÍNICOS E HISTÓRICOS DO AUTISMO, COMUNICAÇÃO E
LINGUAGENS DE CRIANÇAS AUTISTAS. 09
1.1. Sobre a síndrome do autismo 10 1.2. A tríade de perturbações do Espectro Autista 11 1.2.1.Interação Social 12
1.2.2. Comunicação e Linguagem 12
1.2.3. Comportamento e Pensamento 13
1.3. Linguagem e comunicação dos autistas 14
1.4. Características do autismo 15
CAPÍTULO II O AUTISMO NO CONTEXTO ESCOLAR 17 2.1.O Papel do professor na escola inclusiva 18 2.2. Processo de ensino aprendizagem dos autistas 20
2.3. A Relação família e escola 21 2.4. O Currículo escolar 23 CAPÍTULO III COMPREENDENDO MELHOR PARA INCLUIR 25 3.1. Escola inclusiva X Escola especial 30 3.2. Inclusão/ Exclusão/ Segregação 32
3.3. Integração/ Inclusão 33
CONCLUSÃO 35 ANEXO 36 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
44
BIBLIOGRAFIA CITADA 40 ÍNDICE 43
45