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Viena mistura o esplendor do passado, registrado em palácios e bailes tradicionais, a uma intensa atividade cultural de vanguarda, expressa em dezenas de festivais de arte e música Por Alice Agnelli DO IMPÉRIO PARA A MODERNIDADE St. Stephan cathedral

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Page 1: Do império para a moDerniDaDe · moDerniDaDe St. Stephan cathedral. 106 107 On rehenie ndistiis estint hillabo. Labo. Et ma quam accatin ulparchillab inus autem. Nam exerias verum

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Viena mistura o esplendor do passado, registrado em palácios e bailes tradicionais, a uma intensa atividade cultural de vanguarda,

expressa em dezenas de festivais de arte e música

Por Alice Agnelli

Do império para a

moDerniDaDe

St. Stephan cathedral

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Vienna

inda era de manhã quando pesso-as de todo o tipo enfileiravam-se ao redor da Ópera de Viena, a Sta-atsoper. “Estamos esperando que a bilheteria abra, para comprar os

ingressos para esta noite”, explicou-me uma es-tudante, que desde as 9h encontrava-se no local com outra amiga – sendo que as vendas iniciariam apenas 80 minutos antes do espetáculo, marcado para as 19h. Ela estava preparada: carregava uma garrafa térmica e petiscos para aguentar o tempo em que ficaria sentada no chão. Atrás, um grupo de japoneses apareceu ainda mais prevenido: com cadeiras dobráveis e óculos escuros, eles conver-savam e faziam palavras-cruzadas.

Essa maratona à moda vienense se explica: o preço e a qualidade das apresentações fazem da capital da Áustria uma Meca da ópera, dos con-certos e do balé. Por menos de € 5, aquelas pesso-as assistiriam ao Nurejew Gala, uma homenagem anual ao coreógrafo Rudolf Nureyev, ícone da dança em Viena. As entradas normais para aquela noite chegavam a até € 162. O inconveniente de pagar muito mais barato? Ter que passar as três horas do espetáculo em pé, afinal, os bilhetes po-pulares não dão direito a assento – e permitem apenas uma visão parcial do espetáculo.

de tudo por um bom concerto é normal em Viena, onde a ópera e a música são partes da alma

da cidade. Um simples passeio por dentro do Rin-gerstrasse, avenida que circunda o centro e dá lu-gar às antigas muralhas, fará com que você per-ceba bem isso. Parece que há uma trilha sonora constante, tocada ao vivo pelos diversos músicos espalhados pelas ruas.

É dentro da “ring” onde se encontram boa parte dos monumentos históricos. A catedral de São Estevão é um deles. Construída no século 12, no centro da cidade, passou por um gran-de incêndio no final da 2ª Guerra Mundial que praticamente a deixou em ruínas. Hoje é o ponto turístico mais visitado de Viena e se tornou um símbolo da Áustria. Seu estilo gótico e o telhado colorido são inconfundíveis, sem contar a altu-ra de sua torre – 136 metros, que a coloca entre as catedrais mais altas do mundo. A construção tem uma forte relação com o compositor Mozart: foi lá que ele se casou, batizou seus dois filhos e onde aconteceu seu funeral.

Não por acaso, a poucos metros está a Mozar-thaus Vienna. O compositor morou apenas três anos ali, mas foi tempo suficiente para elaborar diversos trabalhos, incluindo As Bodas de Fígaro. Transfor-

mada em museu, é possível conhecer um pouco mais da vida e da obra desse gênio da música. Em média, 700 mil pessoas visitam o lugar todos os anos.

Outra residência que virou atração é a do tam-bém compositor Johann Strauss. Ela está a menos de 2 km da de Mozart e foi o local onde a famosa valsa Danúbio Azul foi composta, em 1867. Par-tituras, quadros e instrumentos podem ser vistos pela casa.

Compositores como Schubert, Joseph Haydn e o próprio Beethoven também têm suas moradias espalhadas pela cidade. Por oito anos, o músico morou na zona central de Viena, hoje conhecida como Beethoven Pasqualatihaus. Lá, ele trabalhou em suas 4ª, 5ª, 7ª e 8ª sinfonias e na ópera Fidelio. Durante o passeio, os turistas podem ver itens pes-soais e fotos espalhados pelo local.

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A

Complexo de palacios

Casa do Mozart

Wiener Konzerthaus

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São tantos ícones da música, cuja história está enraizada em Viena, que não é para menos que a cidade é uma das capitais mais culturais da Europa. Opções de concertos, óperas e apre-sentações de balé acontecem durante todo o ano − o mais surpreendente é que os ingressos sem-pre se esgotam.

A cidade conta com 21 mil lugares em teatros – além de 15 mil concertos ao ano. A apenas 650 metros da Ópera de Viena, a Staatsoper, fica o Theater an der Wien. Sua programação inclui de música contemporânea à barroca.

Outra casa que faz sucesso é a Wiener Volk-soper, conhecida como Ópera Popular. O espaço é famoso por suas apresentações de opereta, um gênero tipicamente vienense, assim como musi-cais clássicos e espetáculos de dança.

Mas não só de ópera vive a capital. A harmo-nia entre o antigo e o moderno enche Viena de vida. O bairro Gürtel é onde essa mistura se mos-tra de forma mais interessante. O que antes não passava de um aglomerado de prédios abandona-dos, entremeados por uma ou outra construção histórica, agora é o novo reduto cool − atualmen-te considerado o epicentro da vida noturna vie-nense. Localizado entre os distritos centrais e o subúrbio, o Gürtel exibe em suas ruas uma sinfo-nia singular: a batida da música moderna escapa das casas noturnas e se espalha pelos arcos ca-racterísticos da região, que foram projetados por

capital austríaca. Em 2011, o evento foca nos com-positores austríacos Friedrich Cerha e também em Wolfgang Mitterer e Gerald Resch. Se esses nomes não lhe dizem nada, saiba que são todos jovens “gê-nios” da música contemporânea, capazes de unir o dinamismo dos ritmos eletrônicos com a sofistica-ção dos melhores compositores eruditos.

A modernidade emergente dos últimos tem-pos, no entanto, não tirou o brilho das tradições vienenses, sobretudo no fim do ano. Os Bailes de Viena são a melhor prova disso. Se você for à ca-pital da Áustria, prepare o smoking ou o vestido longo para o famoso Kaiserball, uma noite reche-ada de pompa em um dos salões do Hofburg, um complexo de edifícios imperiais que serviu por mais de 640 anos como residência para a dinastia dos Habsburgos – uma das mais importantes fa-mílias reais do mundo, que ditou os rumos de boa parte da Europa de 1273 até o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918.

Coquetéis, orquestras, banquete de gala e a sensação de ter voltado ao passado se fazem pre-sentes ali, num evento capaz de levar qualquer um para a época da imperatriz Sissi e de Franz Josef − personagens importantes para a história da Áustria e da Europa no século 19. O Kaiserball também indica a abertura da temporada de bailes e o começo de um novo ano, já que é feito na noite do dia 31 de dezembro.

Por sinal, o Concerto de Ano Novo é outra tra-dição que atrai milhares de turistas. O mais espe-rado é na Musikverein, sede da orquestra filarmô-nica de Viena, considerada uma das casas de con-certo mais bonitas do mundo. No repertório estão canções de Strauss e de seus contemporâneos.

Não dá para negar que em Viena se respira mú-sica. São bailes, concertos e festivais para todos os gostos. Mas há outro personagem constantemente presente na cidade, além de Mozart e Strauss. O nome dele: Gustav Klimt. O pintor modernista co-nhecido pela obra O Beijo será homenageado em 2012 pela comemoração de seu 150º aniversário. Se ele normalmente já estampa pôsteres, outdo-

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Vienna

Strauss

Otto Wagner, famoso arquiteto austríaco. Entre as baladas mais conhecidas está a Chel-

sea. Com ar pop e decoração esportiva, o clube foi um dos primeiros a abrir na região. Sua aposta é em torno da música inglesa, dos jogos de fute-bol e da extensa carta de cerveja – sem contar os DJs que agitam a grande pista de dança.

É por lá, inclusive, que ocorre a Gürtel Night Walk, uma verdadeira festa ao ar livre. Diversas bandas se apresentam nas ruas do bairro e os mais festeiros aproveitam e fazem um pinga-pinga por bares e baladas, que ficam abertos até altas horas.

Ópera e música eletrônicaEssa face contemporânea de Viena deu origem

ao Festival Wien Modern, um evento que acontece todos os anos em outubro e novembro. Tudo o que há de mais recente no cenário musical desponta na

Hofburgo

Ringerstrasse detalhe do Parliamento

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ors, suvenires e guias da cidade, imagine agora. Se-rão inúmeras exposições dedicadas ao pintor.

Algumas delas, aliás, começam ainda em 2011. É o caso de Gustav Klimt / Josef Hoffmann: Pionei-ros do Modernismo, na Galeria Belvedere. Está em cartaz desde 25 de outubro e segue até março de 2012 no museu que possui a maior coleção de qua-dros do pintor. O palácio Belvedere por si só já vale a visita. Ele foi construído no século 18 como resi-dência de verão para o Príncipe Eugene de Savoy.

Museus e hotéis lado a ladoQuando se fala em museus, uma região que

não pode ficar de fora é a Museums Quartier, onde se concentra a maioria deles. Lá se encon-tra o Leopold. Seu grande acervo inclui mais de 2.500 desenhos e aquarelas de Egon Schiele.

Depois de ver uma exposição, vale dar uma passadinha no Café Leopold e esticar até a noi-te. Esse é um dos lugares mais divertidos da cidade, onde bons drinques e petiscos se mis-

turam a performances artísticas alternativas e jovens baladeiros na pista de dança.

Aliás, se quiser se hospedar perto do quarteirão dos museus para curtir com mais facilidade o Café Leopold, há ótimas opções, como o Hotel Altstadt. Distante 800 metros dali, ganhou fama por seu cli-ma charmoso, com decoração inusitada, atendimen-to jovial um café da manhã inigualável, onde se serve desde salmão defumado a vinhos espumantes.

Quem reservar um quarto ali estará perti-nho também do Albertina, sede de uma incrí-vel coleção de 60 mil desenhos e gravuras feitos desde o século 14, incluindo obras de Cézanne, Picasso e Kokoschka. A belíssima construção foi residência dos imperadores da dinastia dos Ha-bsburgos e sua aparência o coloca entre os mais famosos palácios do mundo. Ele faz parte do já citado Hofburg, complexo imperial que fica no centro da cidade. No total, são mais de 2.600 quartos, muitos abertos ao público.

Imperdível visitar os Kaiserappartements, ou os “apartamentos imperiais”, onde viviam no século 19 o imperador Franz Joseph e sua esposa, a impe-ratriz Sissi. O passeio pelos cômodos revela surpre-sas, como a sala de ginástica da imperatriz – algo absolutamente incomum para a época. A Coleção Imperial de Prata e Porcelana também está à mos-tra e é um deleite para quem gosta de antiguidades.

O complexo também abriga o Schatzkammer, onde fica o Tesouro Nacional – uma inestimável coleção de joias e objetos preciosos. Sem contar a famosa Escola Espanhola de Equitação, uma das mais antigas e sofisticadas escolas de hipismo, que leva esse nome por contar com puros-sangues im-portados da Espanha. Desde o século 16, é refe-rência para quem gosta de cavalos e de todos os esportes praticados com eles.

Perto do Hofburg fica o Hotel König Von Un-garn, fundado em 1746 e célebre por ter sido mo-radia dos altos oficiais do exército austríaco desde então. Hoje, é o hotel mais tradicional da cidade e seus 44 quartos ultracharmosos são disputadís-simos. Detalhe: as diárias são bem mais em conta do que se esperaria em um lugar tão majestoso. Dá para se hospedar a partir de € 140 por noite.

A somente duas quadras de distância surge outro ícone vienense. É o restaurante Figlmüller, aberto em 1905 e considerado o melhor lugar do mundo para provar o típico schnitzel austríaco − fatia fina de vitela de porco empanada e preparada com temperos que os chefs não contam a ninguém.

Tanto o hotel quanto o restaurante ficam a 7 km do Palácio Schönbrunn, a residência de verão dos monarcas. Com quase 1.500 quartos, foi er-guido no século 17 pelo Imperador Leopold I. Do lado de fora, as delicadas paredes amareladas con-

trastam com o verde dos jardins imperiais, onde os habitantes aproveitam para se exercitar. Os turistas, contudo, se divertem mesmo é passeando nas car-ruagens oferecidas em frente à suntuosa fachada.Para as crianças também!

Você pode estar achando que Viena é um lugar sem atrativos para a criançada. Engano. O Zoo de Viena e o Labirinto de Schönbrunn garantem a di-versão para quem viaja com os filhos. Neste último, são mais de 2,7 km², onde é possível caminhar en-tre a vegetação e participar de jogos pelo caminho. Há ainda o “cantinho matemático”, para aqueles que gostam de um desafio mental.

Quer mais? Então aproveite para conhecer o Museu da Criança, Kaiserkinder, e aprender como era a vida dos pequenos durante a época imperial. Vestir-se de príncipe ou de princesa e ainda ver como era preparada a mesa para o jantar estão en-tre as atividades oferecidas no local.

Na hora da fome entra em cena a Court Bakery. Das 10h às 17h, ela é cenário do Strudel-Show, uma curiosa apresentação culinária que explica a crianças e adultos como se faz o apfelstrüdel − a torta de maçã mais conhecida do mundo.

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Vienna

Museu de historia natural

Belvedere

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