dissertacao gustavo completa
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CARLOS GUSTAVO CASTELO BRANCO
SISTEMA ININTERRUPTO DE ENERGIA DE DUPLA CONVERSO,
NO ISOLADO, COM TENSES DE ENTRADA E SADA
UNIVERSAIS
FORTALEZA
2005
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR
PROGRAMA DE PS-GRADUAO
EM ENGENHARIA ELTRICA
SISTEMA ININTERRUPTO DE ENERGIA DE DUPLA CONVERSO,
NO ISOLADO, COM TENSES DE ENTRADA E SADA
UNIVERSAIS
Dissertao submetida Universidade Federal do Cear como parte dos requisitos
para a obteno do grau de Mestre em Engenharia Eltrica
CARLOS GUSTAVO CASTELO BRANCO
Fortaleza, Maio de 2005
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iv
Deus,
Por ter me concedido vida, minha Famlia,
meus Amigos, meu carter, minha determinao
e uma oportunidade desta magnitude.
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v
Aos meus pais Maurcio e Regina,
Aos meus avs Luiz e urea, Jos Nobre e Neide,
Aos meus Irmos Maurcio Filho e talo,
minha amada esposa Leise e meu filho Eduardo,
todos da minha famlia que no os citei,
Eu dedico este trabalho.
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vi
AGRADECIMENTOS
todo povo cearense que atravs da FUNCAP (Fundao Cearense de Amparo
Pesquisa e a Cultura) contriburam com o apoio financeiro necessrio realizao deste
trabalho e desenvolvimento cientfico do nosso estado.
Ao professor Ccero Marcos pela sua valiosa orientao e amizade disponibilizada
durante estes dois anos, tambm foi o responsvel pela minha iniciao durante a graduao
no mundo da Eletrnica de Potncia. Agradeo a confiana em mim depositada e a
oportunidade de trabalhar em outros projetos sob sua orientao.
Ao professor Ren Pastor por dispor de sua experincia e conhecimento sempre que
precisei durante o Mestrado, alm de sua amizade e ateno.
Aos professores Fernando, Laurinda, Ruth, Jos Carlos, Luiz, Ailson, Ivanildo, Tomaz,
Ricardo, Otaclio, Paulo e Gilvan, todos do Departamento de Engenharia Eltrica da UFC,
responsveis diretamente pela minha formao acadmica na graduao e na ps-graduao.
Aos membros da banca examinadora: Prof. Edson Watanabe, Prof. Demercil de Souza,
Prof. Ren Pastor e Prof. Ccero Marcos pelas importantes contribuies dadas verso final
deste trabalho.
Aos meus colegas de mestrado Agliberto, Douglas, Thelma, Cludio, Carla, George,
Grijalba, Rangel e Rmulo por todas as etapas que foram vencidas e pelo companheirismo.
Aos meus colegas, amigos e tcnicos do Grupo de Processamento de Energia e Controle
(GPEC), Kleber Lima, Joacillo Dantas, Marcus Rogrio, Prof. Srgio Daher, Oliver, Edlson,
Jancarle, Ubirajara, Edgney, Ricardo e Pedro Augusto.
todos meus colegas de graduao em especial: Rodrigo Martins, Marcelo Miranda,
Leonardo Jorge, Mrio Siqueira, Mrio Fiza, Tony Ulysses, Hildo, Marcel e Clodomir.
todos meus irmos da Loja Obreiros do Sculo XX N44 pelo apoio incondicional e
pela amizade.
todos meus irmos/sobrinhos do Captulo Cidade de Fortaleza N59 da Ordem
DeMolay pelo companheirismo, amizade e compreenso pelo motivo de minha ausncia nas
reunies durante o ano de 2004 em que estive dedicado exclusivamente ao mestrado.
Aos amigos de infncia, do ensino mdio e do cotidiano que continuam sempre
mantendo contato comigo: Gustavo Dantas, Mrcio Santos, Marcus, Felipe Bodo, Fred e
Caio Marcus.
todas as pessoas que por motivo de esquecimento no foram citadas anteriormente,
vou deixando neste espao minhas sinceras desculpas.
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vii
RESUMO Resumo da dissertao apresentada a Universidade Federal do Cear como parte dos requisitos para a obteno do grau de Mestre em Engenharia Eltrica.
SISTEMA ININTERRUPTO DE ENERGIA DE DUPLA CONVERSO,
NO ISOLADO, COM TENSES DE ENTRADA E SADA
UNIVERSAIS
CARLOS GUSTAVO CASTELO BRANCO
Maio / 2005
Orientador: Prof. Ccero Marcos Tavares Cruz, Dr.
rea de concentrao: Eletrnica de Potncia.
Palavras-chave: UPS on-line no isolada, correo do fator de potncia, conversor boost a trs
nveis, inversor meia ponte.
Nmero de pginas: 207
RESUMO: Neste trabalho foram estudados os conversores que compem uma topologia de sistema ininterrupto de energia (UPS) do tipo dupla converso, alto fator de potncia de
entrada, no isolado, e com tenses de entrada e sada (110V/220V). O sistema constitudo
de um conversor CA-CC/CC-CC a trs nveis no estgio de entrada e um inversor duplo meia
ponte na sada. Neste tipo de configurao proposta, custo, volume e eficincia so as
principais caractersticas visto que o sistema possui menor quantidade de interruptores ativos,
baterias e a possibilidade de operao do circuito bypass sem a presena de um transformador
isolador operando em baixa freqncia na entrada da UPS. Com o objetivo de diminuir o
volume do sistema sem comprometer o rendimento, adotado uma freqncia de comutao
mais elevada que a utilizada nos sistemas UPS comercializados. Para isso, utilizado um
circuito snubber passivo no dissipativo no estgio de entrada, e no inversor so empregados
interruptores IGBTs de ltima gerao disponibilizados comercialmente. A metodologia de
projeto, simulao e os resultados experimentais de um prottipo monofsico de 2,6kVA so
apresentados para validar a anlise terica e comprovar o desempenho do sistema. Ao final do
trabalho verifica-se que o sistema est de acordo com a norma IEC61000-3-2, apresenta um
rendimento de 89% alimentado pela rede e um rendimento de 86% alimentado pela bateria.
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viii
ABSTRACT Abstract of dissertation presented to Federal University of Cear as partial fulfillment of the requirements for the degree of Master in Electrical Engineering.
A NON ISOLATED ON-LINE UPS WITH UNIVERSAL INPUT AND
OUTPUT VOLTAGE
CARLOS GUSTAVO CASTELO BRANCO
May / 2005
Advisor: Prof. Ccero Marcos Tavares Cruz, Dr.
Area of Concentration: Power Electronics.
Keywords: Non-isolated on-line UPS, power factor correction, three level boost converter,
half bridge inverter.
Number of Pages: 207
ABSTRACT: This work deals with the development of a single phase on-line uninterruptible power supply (UPS), operating with unity power factor and (110V/220V)
input and output voltage rating. The converter consists of an ac-dc/dc-dc three level boost
converter combined with a double half bridge inverter. In this type of configuration, size, cost
and efficiency are improved due to reduced number of switches and batteries, as well as no
low frequency isolation transformer is required to realize bypass operation. In order to
minimize the system weight and volume without compromising the system overall efficiency,
a high frequency operation compared with commercial UPS available in the market is adopted
in both converters. To achieve it, a passive non-dissipative snubber circuit is used in the boost
converter and the latest available commercial technology of IGBTs switches is used in the
inverters. A simple and well known control strategy is presented. Principle of operation,
design procedure, simulation and experimental results for a 2.6kVA prototype is presented to
demonstrate UPS performance. The system is in compliance with IEC 61000-3-2, achieved an
efficiency of 89% during on-line operation mode with two different types of load connection
and 86% during battery powered operation mode with the same load characteristics as tested
in on-line mode operation.
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Sumrio
ix
SUMRIO
SIMBOLOGIA .................................................................................................................................................. XII
INTRODUO GERAL ...................................................................................................................................... 1
CAPTULO I
SNTESE DE ALGUMAS TOPOLOGIAS DE SISTEMAS UPS MONOFSICOS NO ISOLADOS ...... 5 1.1 INTRODUO ............................................................................................................................................... 5
1.2 SISTEMAS UPS DO TIPO ON-LINE ............................................................................................................. 5
1.3 TOPOLOGIAS DE UPS ON-LINE NO-ISOLADAS ................................................................................... 8
1.4 MOTIVAO DO TRABALHO .................................................................................................................. 18
1.5 CONCLUSES.............................................................................................................................................. 22
CAPTULO II
ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO CONVERSOR CA-CC/CC-CC A TRS NVEIS. 23 2.1 INTRODUO ............................................................................................................................................. 23
2.2 CONVERSOR CA-CC/CC-CC A TRS NVEIS......................................................................................... 23
2.3 MODOS DE OPERAO E ETAPAS DE FUNCIONAMENTO ............................................................... 24
2.3.1 DESCRIO DAS ETAPAS DE FUNCIONAMENTO NO MODO REDE.......................................................... 24
2.3.2 DESCRIO DAS ETAPAS DE FUNCIONAMENTO NO MODO BATERIA .................................................... 29
2.4 ANLISE QUANTITATIVA DO ESTGIO DE POTNCIA .................................................................... 34
2.4.1 OPERAO EM REGIME PERMANENTE.................................................................................................. 34
2.4.2 ANLISE DA VARIAO DA RAZO CCLICA........................................................................................ 39
2.4.3 ONDULAO DA CORRENTE DE ENTRADA E DIMENSIONAMENTO DA INDUTNCIA DE ENTRADA ........ 41
2.4.4 ONDULAO DA TENSO DE SADA E DIMENSIONAMENTO DO CAPACITOR DE SADA.......................... 44
2.4.5 CLCULO DOS ESFOROS NOS SEMICONDUTORES DE POTNCIA E ELEMENTOS PASSIVOS................... 53
2.5 CONCLUSES.............................................................................................................................................. 60
CAPTULO III
TCNICA DE CONTROLE UNIFICADA E MODELAGEM DINMICA DO CONVERSOR CA-CC / CC-CC A TRS NVEIS .................................................................................................................................... 61
3.1 INTRODUO ............................................................................................................................................. 61
3.2 TCNICA DE CONTROLE UNIFICADA ................................................................................................... 61
3.3 MODELAGEM DINMICA DO CONVERSOR CA-CC/CC-CC............................................................... 64
3.3.1 CONTROLE MODO CORRENTE MDIA .................................................................................................. 64
3.3.2 CONTROLE DA TENSO NO BARRAMENTO CC ..................................................................................... 66
3.3.3 CONTROLE DO BALANCEAMENTO DAS TENSES NOS CAPACITORES.................................................... 68
3.3.4 MALHA DE CONTROLE FEEDFOWARD ................................................................................................... 70
3.4 DIAGRAMA DE BLOCOS DO ESTGIO DE CONTROLE...................................................................... 72
3.5 CONCLUSES.............................................................................................................................................. 73
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Sumrio
x
CAPTULO IV
ANLISE DO INVERSOR DUPLO MEIA PONTE....................................................................................... 74
4.1 INTRODUO ............................................................................................................................................. 74
4.2 INVERSOR DUPLO MEIA PONTE............................................................................................................. 75
4.3 TCNICA DE MODULAO DO INVERSOR.......................................................................................... 75
4.4 ETAPAS DE FUNCIONAMENTO............................................................................................................... 77
4.4.1 DESCRIO DAS ETAPAS DE FUNCIONAMENTO .................................................................................... 77
4.5 ANLISE QUANTITATIVA DO ESTGIO DE POTNCIA .................................................................... 82
4.5.1 DIMENSIONAMENTO DO FILTRO DE SADA ........................................................................................... 82
4.5.2 CLCULO DOS ESFOROS NOS SEMICONDUTORES DE POTNCIA E ELEMENTOS PASSIVOS................... 87
4.6 TCNICA DE CONTROLE E MODELAGEM DINMICA....................................................................... 89
4.6.1 ESTRATGIA DE CONTROLE DO INVERSOR ........................................................................................... 90
4.6.2 DETERMINAO DA FUNO DE TRANSFERNCIA ............................................................................... 92
4.7 DIAGRAMA DE BLOCOS DO ESTGIO DE CONTROLE...................................................................... 93
4.8 CONCLUSES.............................................................................................................................................. 94
CAPTULO V
METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO............................................................................................. 95
5.1 INTRODUO ............................................................................................................................................. 95
5.2 REPRESENTAO DO SISTEMA A SER PROJETADO.......................................................................... 95
5.3 ESPECIFICAES DO PROJETO............................................................................................................... 96
5.4 PROJETO DO CONVERSOR CA-CC/CC-CC A TRS NVEIS ................................................................ 97
5.4.1 PROJETO DO ESTGIO DE POTNCIA..................................................................................................... 98
5.4.2 PROJETO DO ESTGIO DE CONTROLE ................................................................................................. 118
5.5 PROJETO DO INVERSOR DUPLO MEIA PONTE.................................................................................. 130
5.5.1 PROJETO DO ESTGIO DE POTNCIA................................................................................................... 131
5.5.2 PROJETO DO ESTGIO DE CONTROLE ................................................................................................. 139
5.6 CONCLUSES............................................................................................................................................ 143
CAPTULO VI
RESULTADOS DE SIMULAO E EXPERIMENTAIS ........................................................................... 145
6.1 INTRODUO ........................................................................................................................................... 145
6.2 RESULTADOS DE SIMULAO............................................................................................................. 145
6.2.1 SIMULAO DO CONVERSOR ELEVADOR ........................................................................................... 145
6.2.2 SIMULAO DO INVERSOR ................................................................................................................. 151
6.3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS ........................................................................................................... 154
6.3.1 AQUISIES PARA O MODO REDE ...................................................................................................... 156
6.3.2 AQUISIES PARA O MODO BATERIA................................................................................................. 169
6.4 CONCLUSES............................................................................................................................................ 174
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Sumrio
xi
CONCLUSO GERAL .................................................................................................................................... 176
APNDICE A .................................................................................................................................................... 180
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................................................ 185
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Simbologia
xii
SIMBOLOGIA
Smbolos utilizados no trabalho
Smbolo Significado Unidade
0 Rendimento terico
)B Variao da densidade de fluxo magntico T
* Profundidade de penetrao .cm
T Freqncia angular da rede .rad/seg
)t Intervalo de tempo .s
ei Ondulao parametrizada da corrente de entrada
Lfi Ondulao parametrizada das correntes nos indutores dos filtros LC dos inversores
)ie Ondulao instantnea da corrente de entrada A
)iLf Ondulao instantnea das correntes nos indutores dos filtros LC dos inversores
A
)Ie Ondulao da corrente de entrada A
)Vc Ondulao da tenso no barramento CC V
CV Ondulao da tenso parametrizada no barramento CC
Ae rea efetiva do ncleo de ferrite .cm2
Aw rea disponvel da janela do ncleo de ferrite .cm2
Relao entre a tenso mdia dos capacitores do barramento CC e a tenso de pico na entrada
B Densidade de fluxo magntico T
Co1 , Co2 Capacitores do barramento CC F
Cf1 , Cf2 Capacitores dos filtros LC dos inversores F
Ca1 ,Ca2, Cs1 , Cs2
Capacitores do circuito snubber F
Cff1 , Cff2 Capacitores da malha de feedfoward F
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Simbologia
xiii
Cm Coeficiente de perdas do material do ncleo
D Razo cclica
D2 , D5 Diodos boost
D1, D3, D4
Diodos do estgio de entrada
Da1-Da6 Diodos do circuito snubber
D6-D9 Diodos do estgio de sada
D Razo cclica complementar
E Valor mdio da tenso nos capacitores do barramento CC V
F Fator de correo considerando o fluxo de borda no ncleo
fcruz Freqncia de cruzamento Hz
fp Fator de potncia
fr Freqncia da rede eltrica Hz
fc Freqncia de comutao Hz
fcf Freqncia de corte da malha de feedfoward Hz
fLC(corte) Freqncia de corte dos filtros LC dos inversores Hz
Fc Fator de crista da corrente de sada do inversor
G Altura da janela do ncleo de ferrite cm
Gi( s ) Funo de transferncia do conversor boost para o clculo da malha de corrente
GF Ganho da malha de feedfoward
GRsh Ganho do sensor de corrente do indutor de entrada
Fm Ganho do modulador PWM
Gv( s ) Funo de transferncia do conversor boost para o clculo da malha de tenso
Gvi( s ) Funo de transferncia do inversor para o clculo da malha de tenso
-
Simbologia
xiv
Hi( s ) Funo de transferncia do compensador de corrente do conversor boost
Hv( s ) Funo de transferncia do compensador de tenso do conversor boost
Hvi( s ) Funo de transferncia do compensador de tenso do inversor
Hb( s ) Funo de transferncia do compensador da malha de balanceamento das tenses no barramento CC
He( s ) Funo de transferncia devido ao efeito da amostragem
Ie Corrente eficaz de entrada A
ie Corrente instantnea na entrada A
is Corrente instantnea na sada do conversor boost A
ic Corrente instantnea nos capacitores do barramento CC A
iCf Corrente instantnea nos capacitores do filtro LC do inversor A
ir Corrente instantnea na resistncia de carga A
id1 Corrente instantnea no diodo D1 A
Io Corrente eficaz de sada do inversor A
iLf Corrente instantnea nos indutores do filtro LC do inversor A
J Densidade de corrente A/cm2
.k1-k4 Constantes de integrao
kw Fator de ocupao da janela do ncleo
Lb Indutor de entrada ou boost H
lg Entreferro .cm
Lf1 , Lf2 Indutores dos filtros LC dos inversores H
Ls1 , Ls2 Indutores do circuito snubber H
Mi ndice de modulao do inversor
MLT Comprimento mdio por espira .cm
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Simbologia
xv
Nb Quantidade de baterias
PCu Perdas no cobre W
Pncleo Perdas no ncleo W
Po Potncia ativa de sada W
pe Potncia instantnea na entrada W
ps Potncia instantnea na sada do conversor boost W
VCE(on) Tenso de saturao do IGBT V
Ro Resistncia equivalente de carga S1 , S2 Interruptores do estgio de entrada
S3-S6 Interruptores do estgio de sada
So Potncia aparente de sada VA
RSE Resistncia srie do capacitor do barramento CC t Tempo .s
Ts Perodo de comutao .s
Tr Perodo da rede eltrica s
ve Tenso instantnea na entrada V
Ve Tenso eficaz na entrada V
Vb Tenso nominal do banco de baterias V
Vpt Tenso de pico da onda triangular V
Vpm Tenso de pico da onda moduladora senoidal V
Vdb Tenso anodo-catodo nos diodos boost V
Vd1 Tenso anodo-catodo no diodo D1 V
Vd_inv Tenso anodo-catodo nos diodos do inversor V
Ve Volume efetivo do ncleo de ferrite cm3
VF Queda de tenso direta nos diodos V
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Simbologia
xvi
VFO Tenso de limiar dos diodos V
VS Tenso de bloqueio nos interruptores do conversor boost V
VS_inv Tenso de bloqueio nos interruptores do inversor V
Vff Tenso mdia na sada da malha de feedfoward V
Vo Tenso eficaz na sada do inversor V
.x Relao entre o capacitor Cs e Ca
Smbolos utilizados nos diagramas de circuitos
Smbolo Significado
C Capacitor
D Diodo
L Indutor
S Interruptor controlado
R Resistor
V Fonte de tenso
Acrnimos e Abreviaturas
Smbolo Significado
FUNCAP Fundao Cearense de Amparo Pesquisa e Cultura
CC Corrente contnua
CA Corrente Alternada
IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor
MOSFET Metal-Oxide-Semiconductor Field-Effect Transistor
PWM Pulse With Modulation
TDH Taxa de Distoro Harmnica
UFC Universidade Federal do Cear
UPS Uninterruptible Power Supply
ZVS Comutao Sob Tenso Nula (Zero Voltage Switching)
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Simbologia
xvii
Smbolos de unidades de grandezas fsicas
Smbolo Significado
Ohm A Ampere
cm centmetro
dB Decibel
F Faraday
H Henry
Hz Hertz
rad Radiano
s segundo
T Tesla
V Volt
W Watt
Sub-ndices utilizados
Smbolo Significado
.bat Grandeza do modo bateria.
.inv Grandeza do estgio inversor
.ef Valor eficaz da grandeza.
.max Valor mximo da grandeza.
.med Valor mdio da grandeza.
.min Valor mnimo da grandeza.
.pico Valor de pico da grandeza.
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Introduo Geral
1
INTRODUO GERAL
A qualidade de fornecimento da energia eltrica um dos fatores mais importantes em
praticamente todos os negcios. Linhas de produo nas indstrias podem ser interrompidas,
transaes comerciais so afetadas, sistemas de telefonia podem entrar em colapso, redes de
computadores podem perder dados e sistemas hospitalares de suporte vida podem parar de
funcionar. Diante desta situao, a eletrnica de potncia se destaca em todas suas linhas de
atuao, buscando sempre solues em energia eltrica que proporcionem a operacionalizao
de equipamentos dentro dos mais altos padres de confiabilidade, eficincia e segurana, o
que torna uma ferramenta de grande importncia para viabilizar a qualidade de vida das
pessoas e o desenvolvimento de um Pas.
Atualmente grande a demanda por fontes ininterruptas de energia no mundo, tanto em
sistemas industriais, telecomunicaes e sistemas de informtica, quanto em sistemas de
emergncia hospitalar incluindo equipamentos sensveis de suporte vida entre outros. Estas
fontes so conhecidas internacionalmente pelo termo UPS (Uninterruptible Power Supply),
popularmente conhecidas no Brasil como No-Break. Sistemas UPS provem energia eltrica
com qualidade, ideal para cargas crticas e vitais. Estes sistemas de fato protegem cargas
sensveis contra grande parte dos distrbios que ocorrem na tenso de fornecimento da
concessionria de energia, dentre os quais se destacam: os surtos de tenso que envolvem as
situaes de subtenso e sobretenso, interrupes de qualquer magnitude na rede eltrica e
oscilaes transitrias na freqncia.
Convencionalmente, sistemas UPS do tipo on-line para uso geral possuem um
transformador isolador operando em baixa freqncia para realizar a isolao galvnica entre
a rede eltrica e a carga. Isto acontece porque grande parte das UPSs comercializadas, so
baseadas na topologia do conversor boost clssico na entrada e um inversor em ponte
completa na sada necessitando obrigatoriamente de transformadores isoladores para a
operao no modo bypass. Estes sistemas trazem como conseqncia o aumento do volume,
peso total e custo do equipamento.
Algumas solues foram propostas na literatura utilizando um transformador operando
em alta freqncia [1], [2], [3] e [4]. Porm, apesar destes sistemas isolados em alta
freqncia reduzirem o volume do equipamento, vrios estgios de processamento de energia
foram acrescentados, aumentando o nmero de semicondutores do sistema e
-
Introduo Geral
2
consequentemente comprometendo a questo do custo final e rendimento devido ao aumento
das perdas em conduo. Outro fator que compromete os sistemas isolados em alta freqncia
que o mesmo no funciona com o modo bypass conectando diretamente a fonte de entrada
carga. O mesmo funciona em modo de redundncia, ou seja, de n+1 sistemas necessitando
sempre de um mdulo UPS a mais para proporcionar confiabilidade de operao ao mesmo
caso ocorra algum problema no mdulo mestre.
Sistemas UPS isolados possuem vantagens de acordo com o tipo de aplicao a qual se
destinam. Quando utilizados para alimentar equipamentos sensveis, constituem de uma
barreira fsica, isolando completamente a carga dos distrbios que ocorrem na rede eltrica.
Alm disso, existem circunstncias nas quais as cargas so profundamente afetadas por uma
grande variao da sua fonte de alimentao. Com isso, os sistemas isolados fornecem uma
soluo robusta, pois devido sua inrcia entre a entrada e a sada, os filtros de linha podero
ser omitidos. Existem aplicaes crticas como por exemplo as hospitalares, que exigem que
seus equipamentos sejam instalados conectados a transformadores isolados galvanicamente
conforme a norma IEC 60601-1-1.
Os sistemas UPS no isolados, com topologias que incorporam a ligao do neutro
comum entre a entrada e a sada, os quais so objeto de estudo deste trabalho, tem despertado
bastante interesse das indstrias de telecomunicaes e computadores [8]. Isto se deve ao fato
deste tipo de sistema oferecer uma soluo de sistemas UPS de custo reduzido, volume e
eficincia superior em at 10% em relao s topologias de UPS isoladas, com caractersticas
de performance semelhantes aos sistemas isolados, mais ideais para aplicaes onde a rede
eltrica possui menor ndice de poluio e rudo. Estes sistemas trazem consigo a correo do
fator de potncia ativa, contribuindo com a questo da qualidade de energia. Alm disso,
durante o processo de produo em escala industrial, o custo deste tipo de sistema reduzido
devido ao mesmo ser composto na sua totalidade por componentes eletrnicos. Isso os torna
comercialmente competitivos com uma reduo de mais de 30% no custo final. Estes tipos de
topologias de UPS foram propostas inicialmente para potncias na faixa de 1kVA at 5kVA,
tendo em vista que equipamentos de baixa potncia so extremamente sensveis ao custo e
margem de lucro.
A comparao entre sistemas UPS isolados e no isolados no simples. Devido ao
avano da tecnologia dos semicondutores, circuitos microcontrolados dedicados ao controle
destes sistemas e filtros contra interferncia eletromagntica (EMI), os sistemas no isolados
atualmente podem fornecer energia com confiabilidade e qualidade comparado aos sistemas
-
Introduo Geral
3
UPS isolados. Em muitas circunstncias este tipo de sistema compacto e de custo reduzido
poder atender diversas aplicaes que iro depender muitas vezes da forma como que este
sistema abordado no mercado.
Neste trabalho ser apresentado o estudo, a metodologia de projeto e a implementao
prtica dos conversores que compem uma topologia de sistema UPS do tipo on-line no
isolada, com correo do fator de potncia, tenses de entrada e sada 110V/220V, alto
rendimento e volume reduzido.
Ao final deste trabalho sero apresentados os resultados experimentais do prottipo de
2,6kVA montado no laboratrio, contemplando toda a anlise terica realizada no decorrer
dos captulos. Uma breve sntese de cada captulo apresentada a seguir:
O primeiro captulo apresenta as principais solues de sistemas UPS on-line no-isolados propostos na literatura. realizada uma descrio geral de cada topologia,
ressaltando suas vantagens e desvantagens, com o objetivo de conceber uma topologia para a
proposta deste trabalho.
No captulo II fez-se o estudo, quantitativo e qualitativo do estgio de entrada do sistema proposto, constitudo do conversor CA-CC/CC-CC a trs nveis. No captulo sero
analisados os dois modos de operao do conversor, importante para a realizao de um
procedimento de projeto adequado para o sistema.
No captulo seguinte foi apresentada a tcnica de controle unificada do estgio de entrada, consistindo no emprego da tcnica de controle modo corrente mdia. A anlise
dinmica das malhas do conversor CA-CC/CC-CC a trs nveis apresentada e por fim
mostrados os diagramas de blocos das iteraes existentes entre as malhas de controle.
O captulo IV realiza o estudo completo do inversor duplo meia ponte, ressaltando sua anlise quantitativa, qualitativa e tcnica de controle empregada. Por fim, apresentado a
malha completa do estgio de controle e o diagrama de blocos para sua implementao.
O captulo V apresenta a metodologia de projeto detalhada do sistema proposto, baseado principalmente no equacionamento levantado nos captulos anteriores e nas
referncias bibliogrficas citadas durante o mesmo.
O captulo VI traz os resultados de simulao e experimentais do prottipo montado no laboratrio, contemplando todo estudo terico realizado e especificaes realizadas no
captulo anterior.
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Introduo Geral
4
Para finalizar o estudo, sero apresentadas as concluses finais e sugestes para
desenvolvimento futuro de outras topologias de sistemas UPS on-line no isolados.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
5
CAPTULO I
SNTESE DE ALGUMAS TOPOLOGIAS DE SISTEMAS UPS
MONOFSICOS NO ISOLADOS
1.1 INTRODUO
Este captulo tem como objetivo apresentar as solues propostas na literatura na
concepo de topologias de fontes UPS do tipo on-line no isoladas com correo do fator de
potncia. Sero destacadas durante a apresentao das topologias suas vantagens e
desvantagens. Inicialmente uma breve explicao sobre sistemas UPS do tipo on-line ser
realizada, ressaltando o princpio de funcionamento, diagrama de blocos, modos de operao
e vantagens inerentes a este tipo de estrutura. As demais categorias de fontes UPS no sero
abordadas, por no serem alvos de estudo deste trabalho.
Ao final deste captulo se espera obter mecanismos para a escolha da topologia mais
adequada para a proposta deste trabalho, com um estudo mais aprofundado nos demais
captulos sobre o assunto.
1.2 SISTEMAS UPS DO TIPO ON-LINE
Sistemas UPS on-line estticos so os tipos mais utilizados de fontes ininterruptas de
energia quando se deseja as caractersticas de alta confiabilidade no suprimento de energia.
Estes sistemas minimizam os problemas relacionados com os distrbios de energia,
fornecendo continuamente energia eltrica s cargas a qual esto conectadas, mesmo durante
qualquer problema que ocorra com o fornecimento de energia pela rede eltrica. Para a
operao durante uma ausncia de energia da rede, as UPSs estes utilizam um banco de
baterias que durante o funcionamento normal so carregadas pela rede eltrica atravs de
carregadores do prprio sistema UPS.
Um sistema UPS on-line consiste em um retificador/carregador, um banco de baterias,
um inversor e uma chave esttica denominada bypass. Outros nomes para este tipo de
configurao comumente encontrados nos artigos so: inverter preferred UPS e double-
conversion UPS [5]. Esta ltima denominao mais conhecida no Brasil como UPS de
dupla converso. A Fig. 1.1 mostra o diagrama de blocos de uma configurao tpica de um
sistema UPS on-line.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
6
Fig. 1.1 Diagrama de blocos tpico de um sistema UPS on-line.
Um retificador/carregador alimenta continuamente o barramento CC, fornecendo
energia suficiente tanto para alimentar a carga quanto para carregar o banco de baterias. O
banco de baterias especificado para alimentar o inversor/carga durante certo tempo de
autonomia de acordo com sua capacidade. O tempo de autonomia pode variar para diferentes
aplicaes. O inversor dimensionado para a carga nominal de sada e funciona tanto no
modo em que a rede est presente quanto no instante em que o banco de baterias est em
funcionamento.
O inversor conectado em srie com a carga, proporcionando tempo de transferncia
zero na transio do modo de operao normal, quando a rede entrega energia para o inversor,
para o modo bateria em que o banco de baterias fornece energia para o barramento CC na
entrada do inversor. Esta a maior vantagem de um sistema UPS on-line, aliado de
redundncia do bypass em caso de mau funcionamento dos conversores. Vale ressaltar que a
tenso na rede deve estar sincronizada com a tenso de sada do inversor para o correto
funcionamento do bypass.
Os modos de funcionamento de uma UPS on-line tambm podem ser visualizados na
Fig. 1.1 e sero explicados a seguir.
Modo rede: o modo de operao normal do sistema onde a energia proveniente da entrada processada pelos estgios retificador e inversor antes de ser entregue
carga. Neste modo de operao o banco de baterias continuamente carregado
estabelecendo a tenso de flutuao correta nas baterias. Vale ressaltar que a
operao no modo rede fica condicionada aos nveis de tenso de entrada
estabelecidos para a UPS.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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Modo bateria: Quando os nveis de tenso da rede eltrica estiverem fora das especificaes da UPS, a rede isolada e o banco de baterias fornece energia ao
inversor, estabelecendo continuamente o nvel de tenso na carga. Quando a rede
restabelecida, o inversor volta a ser alimentado pelo retificador na entrada.
Modo bypass: Neste modo a rede conectada diretamente carga. Esta operao se inicia quando acontece alguma falha nos conversores da UPS. Como a carga passa a
ser alimentada pela rede eltrica, fica submetida a variaes na mesma.
As maiores vantagens de um sistema UPS on-line so:
Poder operar com uma grande variao nas condies de tenso da rede eltrica; bastante preciso na regulao da tenso na sada e fornece uma tenso para carga
com taxa de distoro harmnica (TDH) abaixo de 5%;
Tempo de transferncia zero na transio entre o modo normal para o modo bateria; Regulao ou modificao da freqncia da tenso de sada; Possvel de se agregar estgios de entrada que utilizem tcnicas de correo ativa ou
passiva do fator de potncia, fazendo com que o sistema UPS opere com
caracterstica de uma carga resistiva para a rede eltrica (fator de potncia unitrio).
Esta ltima vantagem apresentada muito importante, tendo em vista que estgios
retificadores com filtro capacitivo na sada so utilizados em grande parte dos equipamentos
utilizados, nas mais variadas aplicaes industriais. Isto se deve ao baixo custo destes
retificadores e ao fato de ainda no existirem no Brasil normas vigentes que exijam o alto
fator de potncia na entrada das fontes. Estes tipos de fontes apresentam alto contedo
harmnico, contribuindo para a ocorrncia de diversos problemas na instalao eltrica, bem
como mau funcionamento de equipamentos conectados rede eltrica. Atualmente, em
sistemas UPS acima de 1kVA, os estgios pr-reguladores com correo de fator de potncia
PFC power factor correction esto sendo bastante utilizados.
Com a padronizao das normas existentes no Brasil de acordo com as normas IEC
(international electrotechnical comission) e concluso da norma brasileira para UPS, de fato
sero exigidos estgios retificadores com baixa distoro harmnica para determinados nveis
de potncia conforme as normas mundiais IEC61000-3-2, as quais abrangem equipamentos
com corrente eficaz de fase maior que 16A.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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1.3 TOPOLOGIAS DE UPS ON-LINE NO-ISOLADAS
As topologias que sero apresentadas a seguir possuem uma particularidade semelhante
que a ligao do ponto comum entre a entrada e sada. Este tipo de ligao permite que as
UPSs possam operar no modo bypass mesmo sem o transformador isolador, caracterstica
muito importante dos sistemas UPSs atuais. Por isso, este tipo de topologia tratada nos
artigos cientficos como sistemas UPS on-line no isoladas.
Com objetivo de comparar as topologias de UPS pesquisadas segundo o contexto
mercadolgico praticado no Brasil, sero considerados para efeito de comparao que o
tempo de autonomia mdio de um sistema UPS alimentado pelo banco de baterias seja de 15
minutos e a capacidade da bateria utilizada seja de 12Vcc/7Ah.
Na Fig. 1.2 apresentada umas das topologias mais conhecidas na literatura de sistemas
UPS on-line no isolados [6]. Esta configurao composta de um conversor CA-CC do tipo
meia ponte na entrada e um inversor meia ponte na sada.
Fig. 1.2 Sistema UPS monofsico baseado no conversor e inversor meia ponte.
Dentre as principais vantagens deste sistema que podem ser destacadas tem-se:
Possibilidade de adoo de uma estratgia de controle que faa a UPS operar com fator de potncia unitrio;
Menor nmero de semicondutores e possibilidade do uso de um mdulo em ponte completa de IGBTs.
Porm, as desvantagens deste sistema se sobressaem, pois devido topologia possuir
caracterstica de dobradora de tenso no estgio CA-CC, o barramento CC dever operar com
no mnimo o dobro da tenso de pico da entrada para realizar a conformao da corrente de
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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entrada (realizar a correo do fator de potncia). Devido esta caracterstica, as seguintes
desvantagens podem ser ressaltadas:
Grande quantidade de baterias em srie; Carregador de baterias inadequado, pois no existe controle sobre a corrente de
carga das baterias, comprometendo a vida til do banco de baterias;
Elevado custo e volume devido necessidade de um grande nmero de baterias; No possui controle sobre as tenses dos capacitores C1 e C2 durante o modo
bateria, caso seja conectado uma carga com retificador de meia onda na sada do
inversor.
Com o objetivo de solucionar o problema da conexo do banco de baterias diretamente
ao barramento CC, Hirachi [6], [7] e [8] props o esquema mostrado na Fig. 1.3.
Fig. 1.3 Sistema UPS monofsico utilizando um conversor bidirecional como interface no banco de baterias.
Esta soluo apresentada utilizou um conversor bidirecional funcionando tanto como
carregador no modo rede, quanto como elevador de tenso no modo bateria. Com isso,
minimizou-se o problema da elevada quantidade de baterias acopladas diretamente ao
barramento CC. Dentre as principais vantagens inerentes a esta estrutura pode-se citar:
Possibilidade de adoo de uma estratgia de controle que faa a UPS operar com fator de potncia unitrio;
Menor volume e possibilidade do uso de um mdulo em ponte trifsico de IGBTs;
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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Menor quantidade de baterias. Entretanto, o sistema proposto apresenta algumas desvantagens, entre as quais se
destacam:
Elevadas perdas no estgio elevador durante o modo bateria devido elevada razo cclica de controle;
Incluso de um indutor com a mesma capacidade do indutor de entrada, acrescendo custo e peso do sistema;
No possui controle sobre as tenses dos capacitores C1 e C2 durante o modo bateria.
Esta ltima desvantagem bastante enfatizada nas topologias que possuem esta
disposio dos capacitores no barramento CC. Isto porque durante a operao no modo
bateria, ocorre um desbalano das tenses entre o capacitor C1 e C2, pois os mesmos so
carregados em srie e no existe possibilidade de controlar a energia que transferida para
cada capacitor separadamente. Se a caracterstica de carga for do tipo de retificador de meia
onda, o desbalano comprometer mais ainda a operao do sistema.
Hirachi props uma terceira topologia de UPS on-line no isolada [9] e [10], pois o
desbalano de tenses nos capacitores comprometia a performance da UPS anterior. Esta
topologia est mostrada na Fig. 1.4.
Fig. 1.4 Sistema UPS monofsico utilizando um novo conversor bidirecional como interface do banco de
baterias e o barramento CC.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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Com a mudana de posio dos semicondutores do conversor bidirecional e com a
utilizao de dois indutores acoplados, alm de um diodo e um capacitor foi possvel o
controle das tenses entre os capacitores do barramento CC. Vale ressaltar que para isto
ocorrer o nmero de espiras de L1 e L2 devero ser iguais. Outras vantagens que podem ser
citadas so:
Diminuio dos esforos de tenso na chave S6; O rendimento total da estrutura continua na mesma faixa da topologia anterior; O conversor bidirecional funciona como um carregador no modo rede e como
elevador de tenso no modo bateria.
Em contrapartida esta soluo apresenta as seguintes desvantagens:
Descontinuidade na corrente do banco de baterias necessitando um filtro passivo (menor vida til das baterias);
Elevada razo cclica na operao do conversor elevador no modo bateria; Incluso de componentes magnticos com a mesma capacidade do indutor de
entrada do conversor (maior custo e maior volume).
Outro pesquisador dividiu o conversor bidirecional proposto anteriormente, separando o
carregador de baterias do conversor elevador de tenso. Esta estrutura foi proposta por Lai
[11] e est representada na Fig. 1.5.
Fig. 1.5 Sistema UPS monofsico utilizando dois conversores separados como interface entre o banco de
baterias e o barramento CC.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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A estrutura possui caractersticas semelhantes estrutura apresentada na Fig. 1.4, porm
devido incluso de outro conversor para realizar a funo de carregador de baterias, o
sistema fica comprometido principalmente na questo do custo e volume. Dentre as vantagens
deste sistema destacam-se:
Estratgia de controle simplificada devido utilizao de dois conversores separados para realizar a funo de carregador e elevador de tenso;
Menor quantidade de baterias; Possui controle sobre as tenses dos capacitores C1 e C2 no modo bateria; Como principais desvantagens do sistema podem-se ressaltar:
Descontinuidade na corrente do banco de baterias necessitando um filtro passivo (menor vida til das baterias);
Razo cclica elevada na operao do conversor elevador no modo bateria; Incluso de mais conversores no sistema (maior custo e volume). Outra topologia pesquisada foi proposta por Hirao [12], apresentada na Fig. 1.6.
Fig. 1.6 Sistema UPS monofsico utilizando trs conversores em meia ponte.
Esta configurao de UPS monofsica consiste em trs conversores meia ponte
funcionando como retificador e inversor. O brao central que constitui as chaves S3 e S4 com
os seus respectivos diodos em antiparalelos funciona tanto na operao como retificador
quanto no inversor. As vantagens deste sistema so:
Perdas reduzidas devido utilizao do brao comum; O inversor de sada poder processar a mesma potncia de um inversor em ponte
completa, reduzindo os esforos de comutao e conduo dos semicondutores;
No possui caracterstica de conversor dobrador de tenso no estgio de entrada;
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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Estratgia de controle simples. Dentre as desvantagens apresentadas verificam-se:
Maior quantidade de baterias (maior custo e volume); Os diodos do brao central devem ser dimensionados acima da capacidade dos
demais diodos do sistema, pois quando conectado na sada uma carga no linear, a
corrente tende a fluir por estes diodos em antiparalelo, se somando com as correntes
que fluem no funcionamento normal do conversor CA-CC;
Estrutura inadequada para carga do banco de baterias, comprometendo a vida til do banco de baterias.
A prxima topologia a ser apresentada, ver Fig. 1.7, no foi encontrada na literatura,
mais constitui uma soluo para a grande quantidade de baterias utilizadas na topologia da
Fig. 1.6.
Fig. 1.7 Sistema UPS monofsico utilizando trs conversores em meia ponte modificado.
Este sistema conforme pode ser visto na Fig. 1.7, acrescentou um conversor buck como
carregador de baterias e utiliza o mesmo conversor CA-CC do estgio de entrada para elevar a
tenso do banco de baterias para o barramento CC. As vantagens deste sistema so:
Menor quantidade de baterias (menor volume); Perdas reduzidas devido utilizao do brao comum; O inversor de sada processa a mesma potncia de um inversor em ponte completa,
reduzindo os esforos de comutao e conduo dos semicondutores;
No possui caracterstica de conversor dobrador de tenso no estgio de entrada; Utilizao do indutor de entrada tanto no modo rede quanto no modo bateria.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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Dentre as desvantagens apresentadas so:
Maior quantidade de semicondutores ativos; Os semicondutores do brao retificador devero ser dimensionados para operao
durante o modo bateria, comprometendo a questo da utilizao de um mdulo de
IGBTs trifsico, pois o mesmo dever ser sobredimensionado;
Os diodos do brao central devem ser dimensionados acima da capacidade dos demais diodos do sistema, pois quando conectado na sada uma carga no linear, a
corrente flui por estes diodos em antiparalelo, se somando com as correntes que
fluem no funcionamento normal do conversor CA-CC.
A topologia que segue foi proposta por Su [13], cujo esquemtico est mostrado na Fig.
1.8. Esta consiste na adaptao do retificador a trs nveis no estgio de entrada, com o
objetivo de aproveitar o mesmo circuito do modo rede no modo bateria. Um conversor buck
externo adicionado para carregar o banco de baterias.
Fig. 1.8 Sistema UPS monofsico utilizando o retificador a trs nveis adaptado.
Dentre as principais vantagens que podem ser citadas so:
Reduo da quantidade de interruptores ativos (4 interruptores controlados); Diminuio dos esforos de tenso na chave do conversor boost (tenso de bloqueio
no interruptor do conversor trs nveis 50% menor que na estrutura meia ponte);
Utiliza o mesmo conversor trs nveis do modo rede operando no modo bateria;
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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O indutor do conversor buck bem menor, pois no dimensionado para operar no modo boost como algumas estruturas da literatura vistas anteriormente;
Possibilita a adoo de uma estratgia de controle unificada e simples para os dois modos de operao do conversor do estgio de entrada;
Menor quantidade de baterias (menor custo e volume). Em contrapartida, esta estrutura apresenta desvantagens como:
Durante a operao no modo bateria, no existe possibilidade de corrigir o desbalano das tenses nos capacitores superior e inferior do barramento CC, pois
os mesmos so carregados em srie;
Maiores perdas por conduo (em algumas etapas de operao do conversor elevador de tenso podem existir at trs semicondutores em srie).
Com o objetivo de solucionar o problema do desbalano de tenses no barramento CC,
Su props uma segunda topologia [14], que pode ser vista na Fig. 1.9.
Fig. 1.9 Sistema UPS monofsico utilizando o retificador a trs nveis adaptado com controle das tenses dos
capacitores do barramento CC.
Esta topologia manteve as caractersticas do sistema anterior da Fig. 1.8, utilizando o
conversor trs nveis no estgio de entrada agora com dois interruptores ativos. A adio
destes dois interruptores proporcionou o controle da carga de cada capacitor no modo bateria,
corrigindo o problema do desbalano de tenses at com a insero de carga na sada com
caracterstica de retificador de meia onda. Com isso, a estrutura ficou com cinco interruptores
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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ativos no total, resultando em uma soluo muito competitiva e robusta. Dentre as principais
vantagens deste sistema destacam-se:
Menor quantidade de interruptores ativos comparado s estruturas que permitem o controle das tenses dos capacitores do barramento CC (5 interruptores
controlados);
Diminuio dos esforos de tenso na chave do conversor boost (tenso de bloqueio no interruptor do conversor trs nveis 50% menor que na estrutura meia ponte);
Utiliza o mesmo conversor trs nveis do modo rede operando no modo bateria; O indutor do conversor buck bem menor, pois no dimensionado para operar no
modo boost como algumas estruturas da literatura vistas anteriormente;
Possibilita a adoo de uma estratgia de controle unificada e simples para os dois modos de operao do conversor do estgio de entrada;
Menor quantidade de baterias (menor custo e volume); Possui controle sobre as tenses dos capacitores C1 e C2 durante o modo bateria. Dentre as desvantagens deste sistema proposto, se destacam:
Maior quantidade de semicondutores em srie durante as etapas de operao do conversor de entrada no modo rede (at 3 semicondutores) e no modo bateria (at
quatro semicondutores).
Entretanto, segundo a anlise comparativa feita [15], mesmo com esta configurao a
estrutura ainda apresenta resultados melhores que as estruturas que utilizam o conversor meia
ponte na entrada como conversor CA-CC.
Outro fato importante que os diodos em srie com os IGBTs podem ser retirados, se
utilizados interruptores IGBTs discretos com caractersticas de bloqueio coletor-emissor
simtrico. Os IGBTs com caracterstica NPT(Non punch through) seriam a primeira opo a
ser utilizada, pois de acordo com sua caracterstica fsica de construo so simtricos [16].
No entanto, esta tecnologia ainda no se encontra disponvel comercialmente com esta
capacidade simtrica de bloqueio. Uma explicao encontrada em um dos fabricantes
pesquisados foi que devido ao processo de fabricao, estes dispositivos com tecnologia NPT
(Non punch through) perdem sua capacidade de tenso de bloqueio simtrica [17].
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
17
A Tabela 1.1 apresenta um resumo das estruturas UPS no isoladas pesquisadas
destacando suas principais caractersticas. Nesta tabela sero comparadas somente as
estruturas que no conectam diretamente o banco de baterias ao barramento CC.
TABELA 1.1 CARACTERSTICAS DAS ESTRUTURAS UPS PESQUISADAS.
Estrutura
Fig. 1.3 Fig. 1.4 Fig. 1.5 Fig. 1.7 Fig. 1.8 Fig. 1.9
Semicondutores ativos 6 6 6 7 4 5
Quantidade de diodos 6 7 8 7 10 1 10 1
Quantidade total de semicondutores
12 13 14 14 14 15
Mod
o B
ater
ia Semicondutores
em srie (Conversor
Boost)
1 2 2 1 2 At 4 1
Mod
o R
ede
Semicondutores em srie
(Conversor Boost)
1 1 1 2 At 3 At 3 1
Possibilidade de curto circuito de brao
(Boost) Sim Sim Sim Sim No No
Tenso sobre os interruptores cc
V ccV ccV ccV ccV 2 ccV
2
Estratgia de controle simples simples simples simples simples simples
Correo do fator de potncia sim sim sim sim sim sim
Rendimento Modo rede
Modo bateria
89,1% 91,7%
88,8% 86,0%
No consta
90,7% 3 No
87,4% No
87,7% No
Controle das tenses do barramento CC
Modo rede Modo bateria
sim no
sim sim
sim sim
sim sim
sim no
sim sim
1 Ressaltando que caso haja disponibilidade no mercado de semicondutores, IGBTs discretos com capacidade de bloqueio simtrico, a quantidade total de diodos poder ser reduzida bem como a quantidade de semicondutores em srie no caminho da corrente.
2 Vale ressaltar que no estgio de entrada os interruptores so submetidos tenso de bloqueio igual a 2ccV .
3 Rendimento obtido na referncia da Fig. 1.6 sem o carregador de baterias.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
18
Uma observao a respeito da Tabela 1.1 que as potncias de sada de todas as UPSs
no so as mesmas, variando entre 1kVA at 5kVA, o que pode ocasionar erros na
comparao dos rendimentos dos sistemas.
1.4 MOTIVAO DO TRABALHO
Um detalhe que foi observado durante a pesquisa bibliogrfica destas topologias
apresentadas na seo anterior que quase todas, com exceo das apresentadas nas Figs. 1.6
e 1.7, utilizam estgios de entrada com caractersticas dobradoras de tenso derivados de [18].
Alm disso, no verificam a aplicao das estruturas pesquisadas funcionando com tenso de
alimentao de 220Vca. Isto se deve ao fato de que este tipo de estrutura necessita que as
tenses em cada capacitor do barramento CC sejam maiores ou iguais ao valor de pico da
tenso de entrada, para que a mesma possa operar realizando a correo do fator de potncia.
Ou seja, ligando esta UPS em 220Vca o barramento CC dever operar com no mnimo 622Vcc,
desconsiderando-se as variaes de tenses na entrada que so geralmente de 15%. Isto faz
com que a operao destas estruturas nesta faixa de tenso fique comprometida, necessitando
o acrscimo de mais baterias e semicondutores com capacidade de bloqueio elevada,
refletindo diretamente no custo final do equipamento.
Para solucionar este problema, geralmente se utiliza nas topologias isoladas um
enrolamento auxiliar no primrio do transformador isolador de entrada, para que a UPS possa
funcionar com duas tenses distintas na entrada, conforme apresentado na Fig.1.10. Logo, o
estgio de entrada composto pelo retificador e um conversor boost sempre alimentado com
110Vca (15%). J no estgio de sada desta UPS, utilizado um autotransformador tambm
com duas possibilidades de tenso de fornecimento. Nesta configurao, o circuito bypass
possui uma sada isolada no transformador de entrada com a mesma capacidade da sada que
alimenta o conversor principal, sendo conectado ao estgio de sada atravs do primrio do
autotransformador, para proporcionar a operao com duas tenses de fornecimento da sada.
Esta soluo acrescenta custos e principalmente aumento do peso e volume do sistema.
Ressalta-se que o transformador isolador de entrada alm de possuir a finalidade de dupla
alimentao na entrada do sistema UPS, como dito no pargrafo anterior, obrigatrio para
possibilitar a operao do circuito bypass, sob pena de ocorrer um curto circuito na etapa de
potncia durante o funcionamento do bypass caso no tenha o mesmo.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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No diagrama da Fig. 1.10, o conversor Buck utilizado para carregar o banco de
baterias sendo conectado a um enrolamento auxiliar do transformador de entrada. No entanto,
existe tambm a possibilidade de conect-lo no barramento CC.
Fig. 1.10 Sistema UPS monofsico on-line com isolamento.
Uma caracterstica importante nas topologias de UPSs on-line no isoladas
apresentadas, que a tenso de entrada determina o valor da tenso na sada para a correta
operao do bypass. Como nem todos os equipamentos que sero conectados a sistemas UPS
no isolados possuem as mesmas tenses de alimentao conforme a rede eltrica local a qual
sero utilizados, a questo da operao do circuito bypass se torna problemtica, necessitando
de uma soluo para este tipo de situao prtica.
Diante do exposto, neste trabalho se prope o estudo de uma topologia de UPS on-line
no isolada, que propicie a operao com duas tenses de entrada e duas tenses de sada.
importante que esta topologia possibilite a operao do circuito bypass mesmo sem a presena
de um transformador isolador na entrada, e com as duas tenses de alimentao e de
fornecimento para cargas distintas (110V/220V). Dentre as possveis aplicaes deste sistema,
os quais serviro de referncia para as especificaes, destacam-se os sistemas de
telecomunicaes e de informtica. importante que esta estrutura esteja em conformidade
com as normas mundiais de qualidade de energia vigentes na rea de UPS para estas
aplicaes citadas. Dentre os principais fatores importantes na performance de um sistema
UPS que sero buscados no desenvolvimento deste trabalho cita-se:
Tenso de sada senoidal regulada com baixa taxa de distoro harmnica (< 3%);
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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Alto fator de potncia e baixa taxa de distoro harmnica da corrente drenada pelo sistema UPS, contribuindo para diminuio dos problemas causados por cargas no
lineares;
Baixo nvel de interferncia eletromagntica (EMI); Continuidade de servio, robustez e confiabilidade; Alta eficincia e volume reduzido; Custo benefcio compatvel com o mercado de UPSs. A estrutura proposta baseada no retificador monofsico a trs nveis modificado no
estgio de entrada e um inversor duplo meia ponte na sada. Ressalta-se que a topologia do
conversor meia ponte no estgio de entrada tambm poder utilizar esta soluo apresentada.
A Fig. 1.11 mostra o sistema UPS monofsico on-line no isolado com tenses de entrada e
sada de 110Vca/220Vca. A estrutura tambm possibilita a operao com tenses de
115Vca/230Vca e 120Vca/240Vca (outros padres de tenses mundiais), ressaltando que a
tenso de entrada do sistema admite uma variao de 15%. Modificando a defasagem das
tenses em cada inversor do sistema UPS, possibilita a operao do sistema com outros
valores de tenses eficazes na terceira sada, composta pela soma das tenses em cada sada
dos braos dos inversores do sistema UPS.
Fig. 1.11 Sistema UPS monofsico on-line proposto.
Para solucionar o problema da alimentao das estruturas dobradoras ligadas em
220Vca, utilizado um autotransformador na entrada do sistema, possibilitando que a
estrutura seja sempre suprida no tap de 110Vca. Isto permite a reduo do nmero de baterias
a serem utilizadas e consequentemente as perdas devido alta razo cclica dos interruptores.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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O autotransformador apresenta vantagens para a aplicao, pois possui cerca da metade do
volume e custo de um transformador isolador comumente utilizado nas estruturas
convencionais de sistemas UPS conforme apresentado na Fig 1.10. O outro tap do
autotransformador permitir que o circuito bypass opere mesmo que o inversor de sada
fornea duas tenses de sada distintas, o que realmente uma vantagem nestes tipos de
estruturas no isoladas.
O retificador a trs nveis oferece vantagens que o qualificam para esta aplicao
conforme [19]. Este funcionar como conversor CA-CC no modo rede e CC-CC no modo
bateria, utilizando uma estratgia de controle unificada baseada na tcnica denominada de
controle modo corrente mdia para os dois modos de operao. O inversor duplo meia ponte
tem como vantagem o fornecimento de duas tenses distintas na sada de acordo com o tipo
de ligao da carga, eliminando a utilizao de um autotransformador na sada. A tcnica de
controle e modulao a ser utilizada no estgio de sada ser a realimentao em modo tenso
e a modulao PWM senoidal bipolar, respectivamente.
Outro aspecto importante neste sistema a diminuio do volume dos materiais
magnticos, empregando uma alta freqncia de operao comercialmente no utilizada. Para
viabilizar a questo das perdas devido ao aumento da freqncia de chaveamento dos
conversores da UPS, utilizado um snubber passivo no dissipativo no estgio de entrada e
semicondutores IGBTs no inversor com caractersticas de baixas perdas em conduo e
comutao, e baixo custo comparados a tecnologias do tipo MOSFET e de ltima gerao
disponveis comercialmente [35].
As chaves estticas (SS1 a SS4) e rels (Sa1 e Sa2), conforme podem ser observados na Fig.
1.11, so utilizados para proporcionar a operacionalidade do bypass e o modo bateria.
Neste trabalho ser abordado o estudo dos conversores que compem o estgio de
entrada e sada do sistema mostrado na Fig. 1.11, com a implementao das malhas de
controle que proporcionem sua operao dentro das caractersticas propostas e o
desenvolvimento de uma metodologia de projeto que possa implement-lo. A implementao
do carregador de baterias, chaves estticas e rels no sero abordados neste trabalho,
constituindo uma proposta futura de integrao dos conversores, bypass e sistema
supervisrio.
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CAPTULO I Sntese de algumas Topologias de Sistemas UPS Monofsicos No Isolados
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1.5 CONCLUSES
Este captulo apresentou as principais solues propostas na literatura relacionadas com
a implementao prtica de sistemas UPS do tipo on-line no-isolados. Para isso, foi
apresentada e discutida cada topologia estudada e ao final foi realizada uma comparao a
partir dos parmetros coletados em cada artigo.
Foi visto que a concepo da topologia a ser estudada dever propiciar a operao com
duas tenses distintas na entrada e sada (110V/220V), atravs da utilizao de um
autotransformador no estgio de entrada e de um inversor duplo meia ponte na sada. Isto
solucionar o problema dos estgios de entrada com caractersticas de dobradores de tenso,
os quais constituem grande parte das topologias com o neutro comum apresentadas, quando
alimentados em 220V.
Esta nova topologia constitui uma boa opo frente s solues utilizadas atualmente no
mercado de UPSs, que utilizam para realizar tal funo um transformador isolador na entrada
e um autotransformador na sada, acrescendo custo, volume e peso ao sistema.
Portanto, este trabalho tem como objetivo o estudo e implementao prtica dos
conversores que compem a topologia de UPS on-line no isolada proposta, empregando o
conversor CA-CC/CC-CC a trs nveis no estgio de entrada e um inversor duplo meia ponte
na sada.
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CAPTULO II Anlise Qualitativa e Quantitativa do Conversor CA-CC/CC-CC a Trs Nveis
23
CAPTULO II
ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO CONVERSOR
CA-CC/CC-CC A TRS NVEIS
2.1 INTRODUO
Neste captulo analisado o funcionamento do conversor CA-CC/CC-CC a trs nveis
na sua operao no modo rede e modo bateria. Este conversor foi escolhido para constituir o
estgio de entrada do sistema UPS proposto, devido s suas diversas caractersticas de
performance apresentadas em [15] e [19], dentre as quais se podem citar:
Reduzido nmero de semicondutores ativos em virtude da integrao do retificador e conversor boost;
A tenso de bloqueio dos interruptores a metade da tenso total do barramento CC, refletindo diretamente na especificao dos semicondutores com tenso de bloqueio
menor e conseqentemente reduzido CEV ;
A corrente drenada da rede mantm um elevado fator de potncia e baixa distoro harmnica desde uma faixa de carga baixa at plena carga, o que torna vantajoso o
sistema mesmo quando funcionando com pouco carregamento;
No utiliza um conversor auxiliar para o funcionamento no modo bateria, contribuindo para a reduo do volume, peso e custo do sistema UPS.
Esta anlise importante para se determinar todo equacionamento necessrio para as
especificaes dos semicondutores e elementos passivos do estgio de potncia do conversor
CA-CC/CC-CC.
2.2 CONVERSOR CA-CC/CC-CC A TRS NVEIS
A Fig. 2.1 apresenta o estgio de entrada do sistema UPS monofsico on-line no
isolado, consistindo no conversor a trs nveis modificado para viabilizar sua operao nos
dois modos de converso de energia que o sistema em questo pode operar. O conversor
derivado da topologia do retificador a trs nveis proposto em [15] e [19]. Neste conversor
adicionado o diodo D5, que alm de funcionar como diodo boost nos dois modos de operao
juntamente com os diodos D1 e D2, evita que haja um curto-circuito no capacitor Co2 no
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CAPTULO II Anlise Qualitativa e Quantitativa do Conversor CA-CC/CC-CC a Trs Nveis
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chaveamento do interruptor S2. O indutor Lb comum aos dois modos de operao,
funcionando como armazenador de energia para realizar a funo de indutor boost. Apesar
dos interruptores S1 e S2 serem unidirecionais em corrente, por se tratar de interruptores do
tipo IGBT, necessrio a incluso dos diodos D3 e D4 em srie com ambos para proteg-los
de qualquer tenso coletor-emissor negativa, conforme foi explicado no captulo I. O
barramento CC de sada constitudo por dois capacitores de capacitncias iguais submetidos
ao mesmo valor mdio da tenso, com a ligao do ponto central comum a fonte de
alimentao na entrada. O banco de baterias conectado antes do indutor boost, aps o
fechamento do rel Sa2 e abertura do rel Sa1.
Fig. 2.1 Conversor monofsico CA-CC/CC-CC a trs nveis.
2.3 MODOS DE OPERAO E ETAPAS DE FUNCIONAMENTO
Nesta seo sero apresentados os modos de operao do conversor a trs nveis, de
acordo com a estratgia de chaveamento que ser utilizada na implementao prtica. Os
modos de operao do conversor constituem etapas de funcionamento distintas, tornando
necessria a separao da anlise do modo rede do modo bateria.
2.3.1 DESCRIO DAS ETAPAS DE FUNCIONAMENTO NO MODO REDE
Na operao no modo rede o conversor apresenta quatro etapas distintas de
funcionamento, de acordo com o semiciclo da tenso de entrada. Isto porque o conversor
derivado do conversor boost CC/CC, possuindo uma etapa de acumulao de energia e uma
etapa de transferncia de energia para a carga. O rel Sa1 estar sempre ligado enquanto Sa2
estiver desligado.
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1a Etapa: Semiciclo positivo da tenso de entrada.
Nesta etapa de operao os interruptores S1 e S2 so comandados a conduzir, e recebem
o mesmo sinal de comando PWM, porm a corrente flui diretamente pelo interruptor S1 e
diodo D3, pois os mesmos oferecem condies favorveis de conduo. A energia
transferida da rede para o indutor boost Lb indicando que a corrente de entrada cresce. Esta
etapa termina quando os interruptores so comandados a bloquear. No barramento CC os
capacitores Co1 e Co2 fornecem continuamente energia para as cargas. Esta etapa est
representada na Fig. 2.2.
Fig. 2.2 Primeira etapa de funcionamento. Acumulao de energia no indutor Lb.
2a Etapa: Semiciclo positivo da tenso de entrada.
Aps o bloqueio dos interruptores na etapa anterior, se inicia esta etapa ocorrendo a
transferncia de energia da rede e do indutor de entrada para o capacitor Co1 e Ro1. Isto
acontece devido ao bloqueio do interruptor S1, fazendo com que o diodo D2 entre em
conduo. Vale ressaltar que nesta etapa existe somente um semicondutor em estado de
conduo.
Nesta etapa o capacitor Co2 continua transferindo energia para a carga Ro2, diminuindo a
tenso nos seus terminais. Os demais semicondutores permanecem bloqueados, no
permitindo transferncia de energia para esta sada. Esta etapa finaliza quando os interruptores
so comandados a conduzir. A Fig. 2.3 mostra com detalhes a segunda etapa de operao.
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Fig. 2.3 Segunda etapa de funcionamento. Transferncia de energia para a sada 1.
3a Etapa: Semiciclo negativo da tenso de entrada.
No semiciclo negativo da tenso de entrada, ocorre a inverso no sentido da corrente de
entrada, permitindo que o interruptor S2 entre em estado de conduo, pois o mesmo est
sendo acionado pelo sinal PWM. Nesta etapa ocorre mais uma vez o acmulo de energia no
indutor de entrada Lb. Neste semiciclo de operao, o diodo D1 permanece conduzindo em
todas as etapas. Esta etapa conclui quando os interruptores so comandados a bloquear. Esta
etapa est mostrada na Fig. 2.4.
Fig. 2.4 Terceira etapa de funcionamento. Acumulao de energia no indutor Lb.
4a Etapa: Semiciclo negativo da tenso de entrada.
Esta por ltimo corresponde ltima etapa de funcionamento para a operao no modo
rede. O interruptor S2 comandado a bloquear e os diodos D1 e D5 circulam a corrente da rede
transferindo energia para a sada 2. Neste semiciclo o capacitor da sada 1 no recebe energia
da entrada, mas permanece fornecendo energia para a carga Ro1. Esta etapa termina quando os
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CAPTULO II Anlise Qualitativa e Quantitativa do Conversor CA-CC/CC-CC a Trs Nveis
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interruptores so comandados a conduzir. A Fig. 2.5 mostra o comportamento da topologia
nesta etapa.
Fig. 2.5 Quarta etapa de funcionamento. Transferncia de energia para a sada 2.
De acordo com o que foi visto na apresentao das etapas de funcionamento para a
operao no modo rede, pde-se notar que a estratgia de comando bem simples e no
necessita ser sincronizada por algum circuito externo.
A seguir sero apresentadas as principais formas de onda do conversor operando no
modo rede obtidas via simulao. Na operao desse conversor neste modo, o mesmo estar
conformando a corrente de entrada atravs de tcnicas de correo ativa do fator de potncia.
A forma de onda da corrente drenada pela rede apresentada na Fig. 2.6.
Fig. 2.6 (a) Forma de onda da corrente de entrada; (b) detalhe da corrente de entrada.
As formas de onda de corrente no interruptor S1 e diodo D2 so apresentadas nas
Figs. 2.7 e 2.8, respectivamente.
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CAPTULO II Anlise Qualitativa e Quantitativa do Conversor CA-CC/CC-CC a Trs Nveis
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Fig. 2.7 (a) Forma de onda da corrente no interruptor S1; (b) detalhe da corrente em S1.
Fig. 2.8 (a) Forma de onda da corrente no diodo D2; (b) detalhe da corrente em D2.
As formas de onda de corrente no interruptor S2, diodo D5 e diodo D1 so apresentadas
nas Figs. 2.9, 2.10 e 2.11, respectivamente.
Fig. 2.9 (a) Forma de onda da corrente no interruptor S2; (b) detalhe da corrente em S2.
Fig. 2.10 (a) Forma de onda da corrente no diodo D5; (b) detalhe da corrente em D5.
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Fig. 2.11 (a) Forma de onda da corrente no diodo D1; (b) detalhe da corrente em D1.
A Fig. 2.12 apresenta a tenso entre os pontos 1 e 2 do conversor. O formato desta onda
apresenta uma modulao com trs nveis distintos de tenso, que corresponde aos dois nveis
de tenso nos capacitores de sada (+VCo1 e -VCo2) e o nvel 0 durante a passagem da tenso de
entrada pelo zero. Devido a este comportamento da tenso no ponto central dos capacitores
para o indutor de entrada, necessrio a incluso dos diodos D3 e D4 para proteo dos
interruptores, evitando que acontea alguma tenso coletor-emissor negativa.
Fig. 2.12 Forma de onda da tenso entre os pontos 1 e 2 no modo rede.
2.3.2 DESCRIO DAS ETAPAS DE FUNCIONAMENTO NO MODO BATERIA
Neste modo de operao, a estratgia de comando modificada para que o conversor
possa operar com as etapas de funcionamento desejadas. Esta estratgia possibilitar
principalmente o controle das tenses em cada capacitor do barramento CC.
No modo bateria o conversor apresenta quatro etapas distintas de funcionamento, de
acordo com o quadrante de operao. Um quadrante de operao corresponde a um semiciclo
da rede eltrica, ou seja, metade do perodo da rede. O objetivo desta estratgia manter a
transferncia de energia para os capacitores do barramento CC da mesma forma que acontece
no modo rede. O rel Sa1 estar sempre desligado enquanto Sa2 estiver ligado.
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1a Etapa: Quadrante I
Nesta etapa de operao, os interruptores S1 e S2 se encontram em conduo juntamente
com seus respectivos diodos em srie. A energia transferida do banco de baterias para o
indutor boost Lb indicando que a corrente de entrada est crescendo. No barramento CC os
capacitores Co1 e Co2 no recebem energia do estgio de entrada e fornecem continuamente
energia para as cargas. Esta etapa termina quando o interruptor S1 comandado a bloquear.
Esta etapa est representada na Fig. 2.13.
Fig. 2.13 Primeira etapa de funcionamento. Acumulao de energia no indutor Lb.
2a Etapa: Quadrante I
Nesta etapa, ainda no quadrante I, o interruptor S1 comandado a bloquear e o diodo D2
comea a conduzir a corrente de entrada transferindo energia da bateria e do indutor para a
sada 1. O interruptor S2 permanece ligado promovendo um caminho para que o banco de
baterias e o indutor de entrada transfiram energia somente para o capacitor Co1 e a carga Ro1.
Nesta etapa o capacitor Co2 continua transferindo energia para a carga Ro2, diminuindo a
tenso nos seus terminais. Os demais semicondutores permanecem bloqueados, no
permitindo transferncia de energia para outra sada. Esta etapa conclui quando o interruptor
S1 comandado a conduzir. A Fig. 2.14 mostra com detalhes a segunda etapa de operao.
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Fig. 2.14 Segunda etapa de funcionamento. Transferncia de energia para a sada 1.
3a Etapa: Quadrante II
Nesta etapa de operao, a estratgia de chaveamento invertida sendo que agora o
interruptor S1 permanecer continuamente ligado ao passo que o interruptor S2 far a
modulao PWM. O funcionamento apresenta o mesmo estado topolgico mostrado na
primeira etapa da Fig. 2.13. Nesta etapa ocorre mais uma vez o acmulo de energia no indutor
de entrada Lb. No barramento CC os capacitores Co1 e Co2 no recebem energia do estgio de
entrada e fornecem continuamente energia para as cargas. Esta etapa termina quando o
interruptor S2 comandado a bloquear. Esta etapa est representada na Fig. 2.15.
Fig. 2.15 Terceira etapa de funcionamento. Acumulao de energia no indutor Lb.
Nesta etapa, ainda no quadrante II, o interruptor S2 comandado a bloquear e o diodo
D5 comea a conduzir permitindo que o estgio de entrada transfira energia para a sada 2.
Nesta etapa o capacitor Co1 continua transferindo energia para a carga Ro1, diminuindo a
tenso nos seus terminais. Esta etapa termina quando o interruptor S2 comandado a
conduzir. A Fig. 2.16 mostra com detalhes a quarta e ltima etapa de operao no modo
bateria.
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Fig. 2.16 Quarta etapa de funcionamento. Transferncia de energia para a sada 2.
Pelo exposto, foi visto que durante a operao do conversor a trs nveis nos dois modos
so adotadas duas estratgias de chaveamento distintas. Isto devido ao fato que se fosse
utilizado a mesma estratgia de chaveamento do modo bateria no modo rede, o conversor iria
funcionar normalmente, no entanto haveria uma necessidade de sincronismo dos sinais de
comando de acordo com o semiciclo da rede eltrica. Isto prejudicaria a performance do
algoritmo de controle supervisrio, haja vista que no haveria necessidade de utilizar o
sincronismo para o conversor boost no modo rede, pois o estgio do inversor j sincronizado
com a rede.
A seguir sero apresentadas as principais formas de onda, obtidas via simulao, do
conversor operando no modo bateria. Durante a operao desse conversor neste modo, o
mesmo estar utilizando a mesma malha de controle do modo rede, s que agora conformando
a corrente de entrada com uma envoltria contnua, para que a corrente drenada pelo banco de
baterias possua a menor ondulao possvel.
A forma de onda da corrente drenada pela bateria apresentada na Fig. 2.17.
Fig. 2.17 (a) Forma de onda da corrente drenada pela bateria; (b) detalhe da corrente da bateria.
As formas de onda de corrente no interruptor S1 e diodo D2 so apresentadas nas
Figs. 2.18 e 2.19, respectivamente.
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Fig. 2.18 (a) Forma de onda da corrente no interruptor S1; (b) detalhe da corrente em S1.
Fig. 2.19 (a) Forma de onda da corrente no diodo D2;(b) detalhe da corrente em D2.
As formas de onda de corrente no interruptor S2 e diodo D5 so apresentadas nas
Figs. 2.20 e 2.21, respectivamente.
Fig. 2.20 (a) Forma de onda da corrente no interruptor S2; (b) detalhe da corrente em S2.
Fig. 2.21 (a) Forma de onda da corrente no diodo D5; (b) detalhe da corrente em D5.
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Um detalhe observado durante as etapas de operao no modo bateria que o diodo D1
no entra em estado de conduo, permanecendo bloqueado em qualquer instante. Assim, a
tenso entre os pontos 1 e 2 do conversor apresenta um formato com dois nveis distintos de
tenso, que corresponde ao nvel de tenso do capacitor de sada (+VCo1) e o nvel 0. A forma
de onda da tenso entre os pontos 1 e 2 apresentada na Fig. 2.22.
Fig. 2.22 Forma de onda da tenso entre os pontos 1 e 2 no modo bateria.
2.4 ANLISE QUANTITATIVA DO ESTGIO DE POTNCIA
A seguir ser apresentada a anlise quantitativa do conversor a trs nveis operando nos
dois modos de operao. Com isso, ser possvel o desenvolvimento de uma metodologia de
projeto que visa atender a especificao e operao do conversor nos dois modos operao.
2.4.1 OPERAO EM REGIME PERMANENTE
Durante a operao do conversor a trs nveis em regime permanente, o princpio de
transferncia de potncia do estgio de entrada para a sada bem semelhante para os dois
modos. A mudana que deve ser observada e analisada est no equacionamento, pois os dois
tipos de fonte de alimentao do conversor so diferentes.
2.4.1.1 ANLISE PARA O MODO REDE OPERANDO COM FATOR DE POTNCIA UNITRIO
Para facilitar a anlise da operao do conversor CA-CC a trs nveis operando em
regime permanente e com fator de potncia unitrio, ser realizado uma simplificao do
conversor considerando o mesmo como dois conversores do tipo boost, onde cada conversor
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opera durante meio ciclo da tenso de entrada. A Fig. 2.23 apresenta os dois estados
topolgicos do conversor para cada semiciclo de operao. Pode-se notar que os dois
conversores so semelhantes e possuem a mesma caracterstica de operao.
Fig. 2.23 Estados topolgicos do conversor para um semiciclo da tenso de entrada: a)positivo; b)negativo.
Para realizar a anlise do conversor, opta-se por utilizar a topologia da Fig. 2.23(a) que
corresponde ao semiciclo positivo de operao do conversor. Desconsiderando a ondulao de
alta freqncia, para o conversor da Fig. 2.23, a corrente no indutor de entrada apresenta uma
forma senoidal durante o semiciclo positivo na entrada e valor nulo durante o semiciclo
negativo de Ve. Desta forma:
( ) 2 ( )e ei t I sen t = 0 t . (2.1) Em (2.1) Ie corresponde ao valor eficaz da corrente de entrada. A corrente nula
durante o semiciclo negativo da corrente de entrada, ento:
( ) 0ei t = 2t . (2.2) Seja a tenso de entrada da rede eltrica dada por:
( ) 2 ( )e ev t V sen t = , (2.3) onde Ve representa o valor eficaz da tenso de entrada.
A potncia instantnea de entrada expressa em (2.4) para o semiciclo positivo,
( ) ( ) ( )e e ep t v t i t = 0 t . (2.4) Substituindo (2.1) e (2.3) em (2.4), obtm-se:
( ) 2 ( ) 2 ( )e e ep t V sen t I sen t = . (2.5) Desenvolvendo obtm-se (2.6) e (2.7):
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CAPTULO II Anlise Qualitativa e Quantitativa do Conversor CA-CC/CC-CC a Trs Nveis
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2( ) 2 ( )e e ep t V I sen t = (2.6) Ou
[ ]( ) 1 (2 )e e ep t V I cos t = . (2.7) Para o semiciclo negativo da tenso de entrada, a potncia instantnea :
( ) 0ep t = 2t . (2.8) Considerando que a mesma potncia instantnea de entrada seja fornecida ao estgio de
sada para efeito de anlise, obtm-se para o semiciclo positivo:
[ ]( ) 1 (2 )s e ep t V I cos t = 0 t . (2.9) Durante o semiciclo negativo de ve a potncia instantnea fornecida ao estgio de sada
nula. Assim:
( ) 0sp t = 2t . (2.10) A corrente fornecida ao estgio de sada considerando o valor mdio da tenso nos
terminais do capacitor Co1, proporcional potncia instantnea de sada. Sendo assim:
( )( ) ssp ti t
E = 0 t . (2.11)
Substituindo (2.9) em (2.11) obtm-se:
[ ]1 (2 )( ) e es V I cos ti t E = 0 t . (2.12)
A equao (2.12) representa o valor mdio instantneo da corrente injetada no estgio
de sada ou o valor mdio da corrente no diodo D2, durante meio ciclo da tenso da
alimentao. Durante o semiciclo negativo, a corrente injetada no estgio de sada nula,
visto que o diodo D2 se encontra bloqueado. Durante este instante, o capacitor Co1 descarrega
continuamente para a carga Ro1. Desta forma a corrente de sada para este intervalo pode ser
expressa por:
( ) 0si t = 2t . (2.13) Para efeito de visualizao desta anlise, sero mostradas as figuras referentes
operao do conversor da Fig. 2.23(a) durante um ciclo completo da tenso de alimentao. A
Fig. 2.24 mostra as formas de onda da tenso e corrente na entrada, potncia instantnea na
entrada e sada e corrente fornecida ao estgio de sada.
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CAPTULO II Anlise Qualitativa e Quantitativa do Conversor CA-CC/CC-CC a Trs Nveis
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Fig. 2.24(a) Tenso e corrente na entrada; (b) potncias de entrada e sada e corrente de sada.
2.4.1.2 ANLISE PARA O MODO BATERIA
Da mesma forma do modo rede, no modo bateria realiza-se uma simplificao
separando cada estado topolgico do conversor de acordo com o quadrante de operao. Isto
possvel devido ao princpio de transferncia de energia no modo bateria ser o mesmo do
modo rede, permitindo a separao de um conversor boost para cada quadrante da tenso da
bateria. A Fig. 2.25 mostra os estados topolgicos possveis para este modo de operao.
Fig. 2.25 Estados topolgicos do conversor para um quadrante da tenso da bateria:a) I ; b) II.
Para realizar a anlise do conversor, opta-se por utilizar a topologia da Fig. 2.25(a) que
corresponde ao primeiro quadrante de operao do conversor. Desconsiderando a ondulao
de alta freqncia, a corrente do indutor de entrada apresenta uma forma de onda contnua
durante todo primeiro quadrante de operao. Desta forma:
( ) ( )( )( )e bat e bat medi t I = 0 t ( I Quadrante). (2.14) Em (2.14) Ie(bat) corresponde ao valor mdio da corrente de entrada no modo bateria. A
corrente injetada na sada 1 durante o segundo quadrante de operao nula, ento:
( ) ( ) 0e bati t = 2t ( II Quadrante). (2.15)
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CAPTULO II Anlise Qualitativa e Quantitativa do Conversor CA-CC/CC-CC a Trs Nveis
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Para efeito de simplificao, a tenso fornecida pelo banco de baterias considerada
constante com um valor mdio calculado usando:
( ) ( )( ) 2b corte b nom
b med b
V VV N
+ = , (2.16)
onde Vb(corte) representa a tenso mnima de descarga recomendada pelo catlogo do fabricante
das baterias [21], Vb(nom) a tenso de flutuao nominal da bateria e Nb o nmero de baterias
em srie.
A potncia instantnea de entrada expressa para o I quadrante como:
( ) ( ) ( )( ) ( )e bat b med e batp t V i t = 0 t ( I Quadrante). (2.17) Substituindo (2.14) e (2.16) em (2.17), obtm-se:
( ) ( )( ) ( )( )( ) 2b corte b nom
e bat b e bat med
V Vp t N I + = . (2.18)
Para o segundo quadrante da tenso do banco de baterias, a potncia instantnea :