dissecção da personalidade psíquica

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Freud

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Resumo: "A disseco da personalidade psquica" (1932-1933)

Na presente obra, Freud faz uso da pena para discorrer a respeito de suas novas formulaes acerca das instncias psquicas, a saber,superego, id e ego,e suas relaes internas. isso que vamos encontrar aqui.

A abertura da investigao ento colocada e questionada por seu prprio intento de tomar o ego por objeto. Seria possvel tal empreendimento? O autor no hesita em responder afirmativamente, trazendo-nos a ideia de que este ego pode-se dividir, pode tomar a si mesmo como objeto, pode observar-se e criticar-se. a partir desta afirmao que comea a versar sobre a introduo do primeiro novo termo presente aqui: o'superego' essa instncia separada do ego, de aspecto regular na estrutura daquele, cujas funes so de conscincia (aqui numa conotao vulgar: Sinto-me inclinado a fazer algo que penso ir dar-me prazer, mas abandono-o pelo motivo de que minha conscincia no o admite), auto-observao, atividades de julgar e punir e busca por perfeio (o 'ideal de ego').Como acontece ento a formao do superego?Lembramos que a conscincia no est l desde o incio e que uma criana conserva um alto grau de dependncia de seus pais por um longo perodo: crianas so amorais e no possuem inibies internas contra seus impulsos que buscam prazer. Portanto, um poder externo o responsvel por essa funo e este poder externo apresenta-se atravs da autoridade dos pais. So eles que concedem provas de amor e, igualmente, ameaas de castigo que so, pra criana, sinais da perda do amor, e por isso so temidas. Essa ansiedade realstica vivida pela criana o precursor da ansiedade moral.Na base da formao deste superego encontra-se o processo de 'identificao' (o processo de um ego vir a assemelhar-se a outro). Os pais que educam uma criana tomaram eles tambm como modelo os valores de seus pais, tomaram aquilo tudo o que puderam captar psicologicamente do que existe de mais elevado na vida para exercer a educao dos filhos. Nesta educao sero transmitidas as expectativas inconscientes dos pais, as quais tero um papel fundamental no processo de identificao que d origem ao superego, assim como no ideal de ego. Dessa forma mostra-se como essa instncia torna-se o veculo das tradies e dos valores, e verifica-se sua importncia no comportamento social do homem.Ao recordar que toda a teoria da psicanlise est pautada numa proposio que admite que o paciente oferece resistncia a tornar consciente aquilo que inconsciente, emerge para o autor um dilema: e quando a prpria resistncia permanece inconsciente, assim como o contedo reprimido?Se entendermos que o reprimido tem um impulso a irromper na conscincia, a resistncia s pode ser manifestao do ego, de vez que foi ele que originalmente forou a represso e agora deseja mant-la ou seja, a resistncia no advm do inconsciente. Represso, pois, seria efetuada pelo superego e pelo ego, em obedincia quele. Quando a resistncia permanece inconsciente, podemos ver nisso o significado de que existem operaes inconscientes no ego e no superego, podemos dizer que existem pores inconscientes nessas instncias. Ento possvel formular da seguinte maneira: ego e conscincia no coincidem, assim como reprimido e inconsciente tambm no.Desde essa observao realizada uma reviso da relao consciente-inconsciente, a comear pelo prprio termo inconsciente. Sucede que, em razo da descoberta da existncia de pores inconscientes do ego e do superego, no mais seria conveniente falar em'sistema ICS' como uma regio mental alheia ao ego pois que essa caracterstica [de ser inconsciente] no lhe exclusiva. Com o fim de resolver esse impasse, Freud lana mo de um expediente simples: em lugar de usar o termo 'inconsciente' pra indicar a existncia de uma regio mental, ele cunha o termo 'id'.Passamos ento a elencar seus atributos:O 'id':1 parte inacessvel da personalidade2 o que dele se sabe advm do estudo da elaborao onrica e da formao dos sintomas neurticos3 est repleto de energias originrias das pulses4 no encontra-se de maneira organizada5 busca irrestritamente a satisfao das necessidades pulsionais6 dirigido pelo princpio de prazer7 encerra contradies (coexistncia de impulsos contrrios)8 no-temporal9 alheio valoresCatexias pulsionais que procuram a descarga isto, em nossa opinio, tudo o que existe no id, segundo o autor nos sugere.A partir das diferenciaes entresuperegoeidfeitas at aqui, que o autor diz poder melhoresclarecer as caractersticas do ego ('ego real', segundo consta do texto). Suas palavras vo de encontro ao seu intento: o ego aquela parte do id que se modificou pela proximidade e influncia do mundo externo, que est adaptada para a recepo de estmulos, e adaptada como escudo protetor de estmulos.De suas caractersticas podemos dizer:O 'ego':1 voltado para o mundo externo2 receptivo s excitaes externas e do interior da mente3 tem como uma de suas funes representar o mundo externo perante o id (devendo excluir da percepo do externo tudo o que for interno)4 modula o acesso do id motilidade (faz isso atravs da atividade do pensamento)5 substitui o princpio de prazer regente no id pelo princpio de realidade6 introduz, por via do sistema perceptual, a relao com o tempo7 sintetiza contedos do id, combinando e unificando8 evolui da percepo das pulses para o controle dessasO ego deve, em geral, executar as intenes do id, e cumpre sua atribuio descobrindo as circunstncias em que essas intenes possam ser bem realizadas, arremata o autor.Ao fim, postulado que este ego, entretanto, no relaciona-se apenas com o id, mas que serve a trs senhores: 1) o mundo externo, 2) o superego e 3) o id. E em virtude de ter como funo harmonizar as exigncias destes que, eventualmente, quando pressionado, pode falhar, resultando disso a ansiedade.

Escrito por Rafael Moura, monitor de Psicanlise do Curso de Psicologia FACHS/SP