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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUL-RIO-GRANDENSE CAMPUS PELOTAS-VISCONDE DA GRAÇA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO PPGCITED DIFICULDADES E CARÊNCIAS NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL E SUAS IMPLICAÇÕES NO CONHECIMENTO DA GEOMETRIA VANESSA DUMMER MARQUES PELOTAS/ RS 2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUL-RIO-GRANDENSE

CAMPUS PELOTAS-VISCONDE DA GRAÇA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E

TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO – PPGCITED

DIFICULDADES E CARÊNCIAS NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL E SUAS

IMPLICAÇÕES NO CONHECIMENTO DA GEOMETRIA

VANESSA DUMMER MARQUES

PELOTAS/ RS 2017

VANESSA DUMMER MARQUES

DIFICULDADES E CARÊNCIAS NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL E SUAS

IMPLICAÇÕES NO CONHECIMENTO DA GEOMETRIA

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias na Educação do Instituto Federal Sul Rio Grandense – Campus Visconde da Graça (IFSul-CAVG), como requisito à obtenção do Título de Especialista em Ciências e Tecnologias na Educação.

Orientadora: Profª. Ma. Cláudia Rosana da Costa Caldeira

PELOTAS/ RS 2017

VANESSA DUMMER MARQUES

DIFICULDADES E CARÊNCIAS NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL E SUAS IMPLICAÇÕES

NO CONHECIMENTO DA GEOMETRIA

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias na Educação do Instituto Federal Sul Rio Grandense – Campus Visconde da Graça (IFSul-CAVG), como requisito à obtenção do Título de Especialista em Ciências e Tecnologias na Educação.

Aprovado em _____________________

Comissão Examinadora:

________________________ Prof. Me. Lupi Scheer dos Santos - Instituto Federal Sul-Rio-Grandense –

Campus Pelotas

_________________________ Profª. Me. Betânia Lopes Balladares - Prefeitura Municipal de Pelotas

RESUMO

Durante dois anos como docente da disciplina de Desenho Técnico em Cursos Técnicos integrados com o Ensino Médio no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSUL) Campus Pelotas- Visconde da Graça(CaVG), onde tal disciplina engloba, em seu conteúdo programático, conceitos e informações de Geometria plana e espacial, foi possível perceber as dificuldades encontradas por alunos ao longo do processo de aprendizagem na disciplina de Matemática, mais especificamente quando se trata de conteúdos relacionados a Geometria, que está dentro da disciplina de Matemática do Ensino Fundamental, as quais são frequentemente estudadas e relatadas também por pesquisadores como Aragão (2017), Mesquita (2013) e Almeida (2006). Diante a tais percepções, o presente trabalho foi realizado, com o objetivo de verificar os fatores que interferem e dificultam o ensino-aprendizado da Geometria dentro da Matemática do Ensino Fundamental, relacionando esta realidade com a vida cotidiana dos alunos. Para tal, efetuou-se análise através do estudo de caso utilizando um questionário semiestruturado aplicado a 25 alunos, escolhidos aleatoriamente, de diversas turmas da disciplina de Desenho Técnico do primeiro ano do Ensino Médio integrado com o Ensino Técnico, no IFSul/CaVG. A partir deste, concluiu-se que o principal fator, apontado pelos alunos, como causador de falhas no ensino da Matemática ao longo de seu Ensino Fundamental, bem como da Geometria, está relacionado às metodologias adotadas pelos docentes da disciplina, onde os discentes as consideram desinteressantes ou até mesmo ultrapassadas. Ainda apontam que o conteúdo da disciplina é muito difícil de aprender e que o fato de não conseguirem visualizar a importância e aproveitamento deste no seu dia a dia também prejudica o aprendizado da Matemática e da Geometria, pois os torna desinteressantes. Palavras chave: Dificuldades no ensino-aprendizado, Geometria, Matemática;

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 6

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 9

2.1. História da Geometria dentro da Matemática ............................................ 9

2.2. O aprendizado da Geometria no Ensino Fundamental ........................... 10

2.3. Para que ensinar Geometria e o seu papel no curriculum escolar .......... 12

2.4. Dificuldades enfrentadas pelos docentes e discentes no ensino e

aprendizado da Geometria ................................................................................ 13

3. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 16

3.1. Local e objeto de pesquisa ...................................................................... 16

3.2. Questionário avaliativo ............................................................................ 18

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 19

4.1. Algumas metodologias adotadas por Professores de Matemática que

visam melhorar o processo de ensino-aprendizado desta disciplina ................ 25

5. CONCLUSÕES .............................................................................................. 27

6. REFERÊNCIAS ............................................................................................. 28

APÊNDICE ........................................................................................................... 31

6

1. INTRODUÇÃO

Durante dois anos (período de 2015 a 2017) eu, Engenheira Civil e

Engenheira Agrícola de formação, atuei como docente da disciplina de Desenho

Técnico em um Curso Técnico integrado com o Ensino Médio no IFSUL/CaVG,

sendo que tal disciplina engloba em seu conteúdo, conceitos e informações de

Geometria plana e espacial. Logo que iniciei minhas atividades nesta Instituição

de Ensino, a qual foi a Instituição onde tal pesquisa foi realizada, pude perceber

que a grande maioria dos alunos do primeiro ano do Ensino Médio, possuíam

diversas dificuldades ou até mesmo desconheciam questões simples relacionadas

a Geometria. Sendo a Geometria parte integrante do conteúdo da disciplina de

Matemática do Ensino Fundamental, pude relacionar que tais dificuldades ou

desconhecimento de conceitos da Geometria apresentados por parte dos alunos

ao longo do seu processo de aprendizagem, estão diretamente relacionadas com

a carência no ensino da Matemática do Ensino Fundamental, as quais são

frequentemente relatadas e estudadas por pesquisadores como: Aragão (2017),

Mesquita (2013) e Almeida (2006).

Diante a tais percepções, o presente estudo de caso foi realizado com o

objetivo de verificar -os fatores que interferem e dificultam o ensino-aprendizado

da Geometria (plana e espacial) dentro da Matemática do Ensino Fundamental,

relacionando esta realidade com a vida cotidiana dos alunos.

De acordo com os autores citados acima, durante o ensino-aprendizado da

Matemática e da Geometria, de um lado tem-se o aluno que apresenta diversos

bloqueios e problemas no entendimento e na socialização com a disciplina e com

o conteúdo que o professor ensina. Este, muitas vezes é reprovado ou, mesmo

que aprovado, apresenta dificuldades em utilizar o conhecimento "adquirido",

relacionando-o com questões e problemas do dia a dia. No outro existe o

professor, o qual se utiliza, na grande maioria das vezes, de atividades de ensino

apenas teóricas para ensinar determinados conteúdos matemáticos e, mesmo

ciente de não conseguir obter êxito nos resultados junto a seus alunos, apresenta

dificuldade de repensar sua metodologia de ensino nesta disciplina.

De acordo com Fiorentini e Miorim (1990), até o século XVI acreditava-se

que o grau de assimilação de uma criança era igual ao de um adulto, mas menos

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desenvolvido. Por esta razão, o ensino deveria acontecer corrigindo-se as

deficiências desta criança, e assim, tal processo ocorria através da transmissão

do conhecimento. O aluno apresentava uma aprendizagem considerada passiva,

ocorrendo basicamente por processo de memorização de fórmulas, regras e

procedimentos localmente organizados.

Ainda de acordo com Fiorentini e Miorim (1990) para o docente da

instituição de ensino, o qual possuía o papel de transmissor e expositor de um

conteúdo pronto, o uso de objetos e materiais era considerado extremamente

desnecessário, uma atividade que perturbava a ordem e o silêncio da classe. Os

poucos docentes que utilizavam objetos no processo ensino-aprendizado, o

faziam de maneira puramente demonstrativa, auxiliando apenas para exposição,

visualização e memorização do conteúdo por parte do aluno. Exemplos disso são:

réplicas grandes em madeira de figuras geométricas ou ainda, cartazes e/ou

desenhos fixados nas paredes da sala de aula.

Em síntese, tais técnicas de ensino constituem as bases do chamado

"Ensino Tradicional" presente até hoje em muitas escolas nacionais.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC) (1998), “no Brasil o

ensino da disciplina de Matemática ainda é marcado pelos altos índices de

retenção, pela formalização precoce de conceitos, pela excessiva preocupação

com o treino de habilidades e mecanização de processos sem compreensão”.

Ainda, segundo o MEC (1998), discussões no âmbito da Educação

Matemática indicam a necessidade de adequar o sistema escolar de ensino a

uma nova realidade, relacionada pela crescente presença de conceitos desta

disciplina em diversos campos da atividade humana. Tais discussões estão

influenciando revisões nos currículos da Matemática no Ensino Fundamental.

Preocupados em tornar o ensino de tal disciplina mais atrativo e dinâmico

aos alunos, Fiorentini e Miorim (1990), relatam um crescente interesse nos

docentes pelos materiais didáticos e pelos jogos, ou seja, as atividades

programadas que discutem questões relativas a seus conteúdos têm sido cada

vez mais procuradas e isso geralmente traz consigo como justificativa a

importância desses elementos como caráter "motivador" ou pelo fato de se ter

"ouvido falar" que o ensino da Matemática tende, a partir do concreto, tornar as

aulas mais alegres e transformar o conteúdo da disciplina para os alunos, mais

interessante. Utilizando tais métodos, os professores parecem encontrar nos

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materiais, a solução ou uma fórmula mágica para os problemas que enfrentam no

dia a dia da sala de aula. Mas, infelizmente, o docente nem sempre possui

clareza e certeza das razões pelas quais os jogos ou materiais são importantes

para o ensino-aprendizagem da Matemática e, em que momento devem ser

utilizados.

Quando nos questionamos se o material didático concreto, utilizando

jogos pedagógicos, é realmente indispensável para que o aprendizado da

Matemática ocorra, a primeira vista, todos podem concordar, mas Carraher &

Schilemann (1988) discordam e relatam que:

diante a suas pesquisas, constataram que não há necessidade de objetos em sala de aula, mas sim de objetivos e situações em que a resolução de um problema implique na utilização de princípios lógico-matemáticos a serem ensinados e isso porque, o material utilizado pode ser apenas de objetos abstratos que existem somente na escola, para a finalidade do ensino, mas não ter qualquer conexão com o mundo real do estudante.

Brasil (1998) afirma que:

para exercer a cidadania é necessário que o indivíduo saiba calcular, medir, raciocinar, argumentar, tratar informações, algo que através da Matemática, este pode obter, onde a qual, quando ensinada de forma correta, pode contribuir para a formação do cidadão ao desenvolver metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e justificativa de resultados, a criatividade, iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da confiança na própria capacidade para enfrentar desafios.

A Matemática está em todos os cantos, se pararmos para avaliar, os

planetas e os astros se assemelham às esferas que se movem em elipses

seguindo trajetórias que podem ser calculadas. Também o simples chute de uma

bola de futebol para o alto pode ser relacionado com uma esfera que descreva

uma trajetória parabólica, até cair no chão. Árvores, garrafas e outros objetos do

dia a dia assemelham-se a um cilindro. Degraus de uma escada mostram-se

como retângulos, etc. Mas, mesmo a Matemática fazendo parte de praticamente

tudo ao redor, suas fórmulas, contas e lógicas são conceitos abstratos, o que

torna o entendimento desta mais difícil para algumas pessoas visualizá-los,

entendê-los e aplicá-los na vida diária.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. História da Geometria dentro da Matemática

O termo “geometria” é de origem grega, onde geo significa terra e unido

com o termo metria, que significa medida, forma a palavra geometria, palavra esta

utilizada para indicar medição de terra.

De acordo com Paiseski (2010, apud Eves, 1997), as primeiras

considerações relacionadas à Geometria datam de muitos anos e se originaram

de simples observações por parte do homem, em reconhecer figuras, comparar

formas e tamanhos e também da necessidade deste em compreender melhor o

meio em que vivia. Um dos primeiros conceitos geométricos a serem

desenvolvidos pelo homem foi a noção de distância.

Ainda, segundo Paiseski (2010, apud Eves, 1997), a Geometria

propriamente dita surgiu da necessidade do homem em delimitar terras, e desta

maneira, a Geometria teve origem, caracterizada por traçados de formas,

fórmulas, cálculo de medidas de comprimento, área, volume, etc. Assim também

ocorreu a criação de figuras geométricas como: retângulo, quadrado e triângulos.

Já, de acordo com Mlodinow (2005), devido a cobranças de impostos

sobre os agricultores por parte do governo egípcio, baseado na área de superfície

das propriedades destes, que a Geometria se fez necessário. E tais demarcações

de áreas, segundo Boyer (1974) se faziam necessárias devido às inundações no

vale do rio Nilo, o qual transbordava anualmente e assim, fazendo desaparecer os

marcos delimitadores de áreas das propriedades. Portando, ano após ano havia a

necessidade de realizar a demarcação dos limites das propriedades. Para

executar tal tarefa, os faraós passaram a nomear funcionários agrimensores que

avaliavam os prejuízos das cheias, mediam as terras e fixavam novamente os

limites das propriedades, restabelecendo as fronteiras entre as diversas

propriedades e refazendo os limites de suas áreas de cultivo.

Ainda, segundo Boyer (1974), estes agrimensores também eram

conhecidos como: os "puxadores de corda", isso devido aos instrumentos de

medida que usavam para marcar ângulos e determinar as áreas de lotes de

terrenos, dividindo-os em retângulos e triângulos e para tal usavam cordas com

nós equidistantes um do outro, fazendo assim a divisão das terras. Essa técnica

10

empírica, para obter resultados aproximados, mais tarde viria a ser demonstrada

pelo teorema de Pitágoras.

É importante ressaltar que, mesmo a Geometria tendo sido utilizada de

forma mais rústica na Babilônia, na China, entre outros países, seu uso como

ciência dedutiva surgiu no vale do rio Nilo, no Antigo Egito. Devido a esta ciência

da Geometria ocorrer de forma empírica e a mudanças políticas e econômicas

ocorridas nos séculos finais do segundo milênio a. C., de acordo com Paiseski

(2010, apud Eves, 1997), tais deduções foram abandonadas e passaram a se

tornar procedimentos e raciocínios dedutivos e demonstrativos pelos povos

gregos.

Mlodinow (2005), afirma que foi com matemáticos gregos que a

Geometria foi estabelecida, e como grandes nomes desta, tem-se Tales de Mileto

(640 a.C. e 564 a.C), Euclides e Pitágoras. Estes foram os responsáveis por

explicações teóricas relacionadas às construções de pirâmides Egípcias e

deduções de técnicas geométricas, como propriedades de triângulos semelhantes

para medir a altura da pirâmide de Quéops.

Euclides ainda foi responsável por escrever o livro: “Os Elementos”, uma

série de 13 livros que serviu de base para o ensino da Geometria. De acordo com

Paiseski (2010, apud EVES, 1997), ele foi o responsável pela criação da

Geometria plana, onde definiu as retas paralelas. Mais tarde, Platão também se

interessou pela Geometria, onde passou a estudar os sólidos, onde criou o

postulado “Poliedros de Platão”.

Através do exposto acima, é possível perceber que, no decorrer da

história, a Geometria sempre teve muita importância em vários sentidos,

facilitando a vida do homem, seja no âmbito social, para a construção da

cidadania, onde a sociedade se utiliza de conhecimentos científicos e

tecnológicos, quanto no âmbito do raciocínio lógico e na resolução de problemas

cotidianos.

2.2. O aprendizado da Geometria no Ensino Fundamental

De acordo com Crescenti (2005), a Geometria, que juntamente com a

Álgebra e a Aritmética, são constituintes da Matemática, contribui para a formação

11

de capacidades intelectuais dos alunos, na estruturação do pensamento, na

compreensão do mundo em que vivem, auxilia na resolução de problemas do dia

a dia e no trabalho, além de se correlacionar e auxiliar a outras áreas curriculares.

Carneiro (2006), diz que “o desenvolvimento de conceitos geométricos é

fundamental para a capacidade de aprendizagem e representa um avanço no

desenvolvimento conceitual do aluno”.

De acordo com a Proposta Curricular do Estado de São Paulo de 1997

para a disciplina de Matemática do Ensino Fundamental, justifica-se importante a

inclusão da Geometria dentro de tal disciplina devido a sua aplicabilidade às

situações reais e ainda, por ser capaz de auxiliar no desenvolvimento do

raciocínio lógico dos alunos que a estudam (SÃO PAULO, 1997).

A Geometria está relacionada à percepção de formas e as relações entre

figuras planas e espaciais e ainda, a construção e a representação de formas

geométricas, existentes ou imaginárias e também, concepção de espaços que

sirvam de suporte para a compreensão do mundo físico que nos cerca (SÃO

PAULO, 1997).

Como já mencionado, a Geometria, a Álgebra e a Aritmética interligadas,

formam a disciplina de Matemática, temas estes que estão presentes em

propostas curriculares de escolas nacionais no Ensino Fundamental. Mas, o que

se tem percebido com maior ênfase, são os conteúdos de Álgebra e Aritmética,

ou seja, mesmo havendo tal orientação, isto não garante que a Geometria esteja

sendo ensinada de maneira satisfatória aos alunos deste nível escolar

(CRESCENTI, 2005).

Segundo Lorenzato (1995), na maioria das vezes a Geometria tem seu

conteúdo como último a ser ensinado e assim, a interligação que há entre os três

temas da Matemática, como já citado, não ocorre. Além disso, na grande maioria

das vezes Álgebra e Aritmética são exaustivamente trabalhados, enquanto que a

Geometria pouco ou muitas vezes nem mesmo é estudada no Ensino

Fundamental.

Crescenti (2005), afirma ainda que isso dificulta e prejudica estabelecer

as relações que diferentes campos da Matemática possuem com a realidade

física, social, cultural e econômica e então, torna difícil ao aluno entender

fenômenos existentes na natureza ou até mesmo realizações do homem, como

na construção civil, por exemplo.

12

Portando, conforme Piaseski (2010), para o aluno, aprender a Geometria

precisa ter significado, pois através deste conhecimento ele deve ser capaz de

refletir sobre conhecimentos e aplicá-los de acordo com a natureza do problema.

2.3. Para que ensinar Geometria e o seu papel no curriculum escolar

Como já destacado em parágrafos acima, e reforçado por Pires (2000), a

Matemática se aplica na resolução de diversos problemas práticos e cotidianos

presentes na vida do indivíduo nas mais diversas áreas de conhecimento, além

de desenvolver capacidades e hábitos intelectuais como: comunicação, raciocínio,

etc, e todas estas habilidades estão relacionadas a grande valor formativo e

aplicabilidade social. Com a Geometria não é diferente, pois esta é parte

essencial da Matemática.

De acordo com Piaseski (2010), aprender Geometria torna-se importante,

“tanto pelo ponto de vista prático quanto pelo aspecto instrumental, na

organização do pensamento lógico e na construção da cidadania”, visto que a

sociedade se utiliza cada vez mais de recursos tecnológicos e conhecimentos

científicos, obrigando-os assim, ao aprimoramento constante.

A Geometria é usada como ferramenta para compreender, descrever e interagir com o espaço em que vivemos; é a parte da Matemática mais intuitiva, concreta e que tem ligação com a realidade, uma ciência que permite ao aluno basear-se em ambientes reais para entender o pensamento geométrico, pois ela contribui para o desenvolvimento do raciocínio e permite compreender, descrever e representar, de forma organizada, o mundo em que vive sendo essencial na formação do individuo (PIASESKI, 2010).

Para Fonseca (2001), adquirir conhecimentos relacionados à Geometria,

é de grande importância, pois seus conteúdos desenvolvem habilidades e

competências que possibilitam ao aluno a capacidade de observar, comparar,

medir, generalizar e abstrair questões diversas, e assim, permite a percepção e a

melhor compreensão na resolução de problemas e até mesmo o pensamento

lógico.

Fainguelernt (1999), também corrobora com os preceitos de Fonseca

(2001), onde afirma que:

o estudo da Geometria é de fundamental importância para desenvolver o pensamento espacial e o raciocínio ativado pela visualização, necessitando recorrer à intuição, à percepção e à representação, que são habilidades essenciais para leitura do mundo e para que a visão da Matemática não fique distorcida.

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Ainda para Fainguelernt (1999), o ensino de Geometria, bem como

qualquer outra atividade educacional, não deve ser desenvolvido através de

técnicas de memorização ou operações, ou ainda baseado em processos

rigorosos ou até mesmo de abstração e generalização. O processo de ensino-

aprendizagem deve envolver análises mentais, percepção, reflexão e

aplicabilidade que podem ser transferidos para outras partes da Matemática ou

outras áreas do conhecimento.

Para Alan Hoffer (1981, apud LOPES, 2003), o processo de ensino-

aprendizado, quando baseado em avaliações através de provas, estas devem vir

acompanhadas de fatos a serem analisados e compreendidos e não apenas

baseados em processos de memorização.

Piaseski (2010) afirma que o ensino de Geometria precisa ter significado

para o aluno, ou seja, deve permitir a este uma compreensão teórica e fazê-lo

refletir sobre e junto com conhecimentos anteriores para aplicá-los na sua vida

cotidiana, de acordo com a natureza do problema. Desta forma o ensino de seus

conteúdos será interpretado como necessário e de fundamento e não apenas ficar

como mais um conteúdo passado em sala de aula por parte do professor, sem

aplicabilidade em sua vida fora da sala de aula.

2.4. Dificuldades enfrentadas pelos docentes e discentes no ensino e

aprendizado da Geometria

Ao se ter experiências docentes, mesmo que não diretamente

relacionadas a disciplinas das ciências exatas, é notório perceber o desinteresse

e as dificuldades que os alunos apresentam para tal área, onde estes consideram

as ciências exatas como uma área complexa, e que geralmente, com minoria de

adeptos e alunos interessados por tal área dentre as diversas ciências que a

escola ou até mesmo os cursos superiores oferecem, o que pode ser confirmado

através das reflexões descritas por Santos e Lima (2013), Mesquita (2013),

Santos e Aragão (2017), Tashima e Silva (2007), entre outros.

De acordo com Tashima e Silva (2007), a atividade de ensinar

Matemática, no Ensino Médio ou no Ensino Fundamental, se apresenta como um

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desafio para o professor, ora pela metodologia de ensino empregada, ora pelo

desinteresse dos alunos nesta área das ciências.

Santos e Aragão (2017) afirmam ainda que mesmo a Matemática sendo

uma ciência exata, com resultados precisos, apresenta procedimentos em suas

metodologias de ensino muitas vezes falidos. Os autores afirmam ainda que na

prática, tem-se uma metodologia empregada muito tradicional, onde alguns dos

principais aspectos estão relacionados ao processo de aprendizagem, onde se

percebem metodologias através de uma educação linear, mecanizada e muito

fragmentada, ou seja, defasadas entre o que se aprende na sala de aula e o que

realmente a sociedade exige por parte dos cidadãos.

Para Saviani (1980) e Libâneo (1989), no processo pedagógico

tradicional, o professor é o ator principal, enquanto que o aluno apresenta-se

como mero espectador, o qual recebe os conhecimentos de forma vertical, ou

seja, o aluno é o elemento passivo da ação educacional.

Assim como já mencionado neste estudo, a Matemática e a Geometria

são capazes de nortear diversas resoluções de problemas da vida cotidiana do

cidadão, trabalhando o raciocínio lógico e possibilitando que, através dos

ensinamentos recebidos, os alunos possam frequentemente interagir entre as

mais diversas áreas.

Infelizmente quando o professor ensina os conteúdos da disciplina de

Matemática, frequentemente ele repassa na forma da memorização, sem

apresentar a real aplicabilidade do conteúdo nas atividades diárias ou mesmo,

sem indicar os conceitos que norteiam tal teoria, como afirma Tashima e Silva

(2007). Um exemplo descrito por estes autores se dá quando o aluno tem seu

primeiro contato com o “Teorema de Pitágoras”, onde geralmente o seu mestre o

apresenta como: num triângulo retângulo, o quadrado da medida da hipotenusa é

igual à soma dos quadrados das medidas dos catetos. Deste modo, de que forma

este conceito pode exercer qualquer atração ao aluno? Assim, frequentemente o

professor é questionado por parte de seus alunos sobre a aplicabilidade daquele

conteúdo ou até mesmo a sua origem ou quem inventou isso?

Tashima e Silva (2007) indicam que:

O fraco desempenho em geometria por parte dos alunos é resultado, muitas vezes, da utilização de práticas que não atendem às suas expectativas, dentre outras coisas, do abismo existente entre o modo como os professores e alunos percebem a matemática. O professor imagina que seus alunos terão o mesmo prazer que ele tem ao lidar com

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a Matemática. No entanto, o aluno não consegue vê-la do mesmo modo, e por isso não a compreende.

Morelatti e Souza (2006) relataram em seu trabalho que as dificuldades

com a Geometria para alunos da disciplina de Matemática se intensificaram com o

Movimento da Matemática Moderna (MMM), o qual praticamente eliminou o

ensino da Geometria dos currículos escolares. O MMM originou-se no final da

década de 50 e início da década de 60, onde ocorreu a inclusão de conteúdos

matemáticos no curriculum escolar que até esta época não faziam parte do

programa escolar como, por exemplo, estruturas algébricas, teoria de conjuntos,

topologia e transformações geométricas (WIELEWSKI, 2010).

Para Fucks (1970):

a Matemática Moderna praticamente excluiu o ensino de geometria, enfatizando o simbolismo e uma terminologia excessiva. Ao despir a matemática das suas longas tradições para vesti-la com teorias e estruturas, muitos assuntos perderam o encanto e a atração.

Com base nos resultados das avaliações do Exame Nacional do Ensino

Médio (ENEM), onde estão presentes questões relacionadas ao aprendizado da

Geometria como componentes da matemática, verifica-se um rendimento muito

abaixo do esperado por parte dos alunos.

Além disso, Lima (2006) apresentou em seu trabalho, dados sobre a

participação do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes nos

anos de 2000 e 2003 com outros 41 países e destes, o Brasil classificou-se em

último lugar em Matemática. Lima (2006) apresenta ainda dados divulgados pelo

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), onde alunos do

Ensino Fundamental foram avaliados com relação a questões matemáticas e

geométricas e destes, apenas 19% dominaram a habilidade de calcular áreas de

figuras geométricas simples desenhadas em malha quadriculada somando os

lados da figura.

Problemas relacionados à aprendizagem da Geometria também ocorrem

em outros países. Usiskin (1982) relata que em avaliação realizada nos Estados

Unidos no mesmo ano de sua publicação (1982), apresentou como resultados

que menos de 10% das crianças de 13 anos de idade sabiam determinar a

medida do terceiro ângulo de um triângulo, dadas as medidas dos outros dois.

16

Fonseca et al. (2002) verificaram ainda que muitos professores do Ensino

Fundamental se encontram distantes das questões essenciais da prática de

ensino da Geometria.

Como consequência dos relatos expostos acima e das deficiências

encontradas no aprendizado da Geometria por parte dos alunos, Tashima e Silva

(2007) afirmam a ocorrência de um aluno que aprendeu pouco sobre Geometria e

portanto, este não consegue perceber a relação e a importância desse conteúdo

com situações que ocorrem na vida diária.

De acordo com o Ministério da Educação (2004), tais estatísticas apontam

para a defasagem e problemas relacionados ao ensino da Matemática e da

Geometria no Ensino do nosso País e além disso, indicam a necessidade de todo

o Sistema Educacional ser analisado e investigado, em busca de um diagnóstico

para tomada de decisões e soluções destes problemas de forma mais eficaz.

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Local e objeto de pesquisa

Considerando que o aluno de Matemática deve perceber e entender a

real importância dos conceitos e ensinamentos desta disciplina na sua vida e na

resolução de muitos dos seus problemas diários, torna-se de extrema importância

que o professor de Matemática saiba discutir com os alunos os conceitos desta e

ainda, apresentá-los de forma aplicável no dia a dia. Para tal, é fundamental que o

mestre escolha a maneira ou a(s) técnica(s) mais adequada(s) de trabalhar os

conceitos matemáticos.

Como já citado neste estudo de caso, os índices educacionais e a

realidade escolar atual relacionada a Matemática e a Geometria, bem como a

história, nos apresentam números nada satisfatórios relacionados a esta questão.

Além disso, apresentam também dados de que muitos professores ainda sentem

dificuldades em trabalhar os conceitos dessa disciplina.

Assim, torna-se fundamental que sejam detectadas as supostas

dificuldades apresentadas por professores e alunos ao longo do Ensino

Fundamental no processo de ensino e aprendizagem da Matemática e da

Geometria, antes de se tentar formalizar soluções para eventuais dificuldades.

17

A pesquisa quali-quantitativa aqui relatada foi realizada no primeiro

semestre do ano de 2016 com 25 alunos do Ensino Médio integrado com Ensino

Técnico de uma escola pública da cidade de Pelotas/ RS e objetivou identificar as

lacunas relatadas pelos alunos no ensino da Matemática que receberam durante

seu Ensino Fundamental, as quais vieram inferir em carências no conhecimento

da Geometria no Ensino Médio para os alunos analisados.

Para tal, utilizou-se a técnica de pesquisa através de questionário semi-

estruturado aplicado aos alunos da disciplina de Desenho Técnico do primeiro

ano do Ensino Médio integrado com o Ensino Técnico, no Campus Pelotas -

Visconde da Graça (CaVG), este vinculado ao Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), na cidade de Pelotas/ RS.

O IFSul é uma instituição de educação profissional técnica de nível médio

e superior de graduação e pós-graduação.

Através destes questionários e dos relatos dos alunos desta escola, foi

possível analisar onde estes apresentam maior carência relacionada a Geometria

e ainda, quais os fatores que estes alunos consideram os principais causadores

das dificuldades enfrentadas no aprendizado da Matemática ao longo do seu

Ensino Médio.

O IFSUL/CaVG, que permitiu que este estudo pudesse ser realizado,

funciona em turno integral, onde os alunos nestes dois turnos estudam disciplinas

regulares do currículo do Ensino Médio, bem como disciplinas técnicas

relacionadas ao ensino de formação técnica. Assim, após três anos de formação,

o aluno está habilitado a exercer a profissão escolhida a nível técnico.

As observações e os dados coletados estão apresentados neste trabalho

através de gráficos, tabelas e de uma análise crítica avaliativa. Para isso, utiliza-

se o referencial teórico para problematizar os dados coletados.

O questionário utilizado para a avaliação, o qual está presente anexo

deste trabalho, foi aplicado a 25 dos meus alunos da disciplina de Desenho

Técnico do primeiro ano do Ensino Médio da referida Instituição. Os participantes

da pesquisa foram escolhidos de forma aleatória, ou seja, alguns dos alunos

escolhidos dentre todas as minhas turmas de Desenho Técnico da Instituição

destinada para realização da pesquisa.

18

3.2. Questionário avaliativo

Ao elaborarmos o questionário avaliativo, buscou-se criar questões

simples, com um questionário relativamente curto, de modo que os discentes

pudessem respondê-lo sem prejudicar as aulas da disciplina de Desenho Técnico,

já que foram aplicados durante as aulas, e ainda, visando que não se tornasse

cansativo para os alunos, e também, que as respostas fossem as mais

verdadeiras possíveis com a realidade vivenciada por eles na disciplina de

Matemática e com o conteúdo de Geometria.

Tal questionário visou ainda verificar o gênero dos alunos avaliados, sua

idade média, o tempo já passado de conclusão do Ensino Fundamental, de modo

a ser possível analisar se a questão tempo influencia no grau de conhecimento e

lembrança dos conteúdos de Geometria e Matemática aprendidos no Ensino

Fundamental.

A questão, tipo de Instituição de Ensino que estudou durante o Ensino

Fundamental, ou seja, se escola pública, privada ou parte em escola pública,

parte em escola privada também foi verificada. Desta forma tentamos inferir a

respeito da qualidade de ensino nas escolas públicas e/ou privadas.

Avaliou-se ainda de forma valorada, a qualidade que o aluno julga ao

ensino da Matemática que recebeu nos anos iniciais de ensino e também, se

considerava que os ensinamentos recebidos nesta disciplina possuíam falhas e

em caso de sim, solicitou-se que este indicasse os motivos que julgara relevantes

para a ocorrência de tais falhas.

Por fim, visando verificar os conhecimentos de Geometria que os alunos

possuem e inferir a respeito do grau de conhecimento deste tema, solicitou-se

que, dentre uma lista de dados e termos geométricos, o aluno indicasse quais

destes eram de seu conhecimento.

Desta forma, julga-se ser possível analisar e indicar a qualidade do ensino

da Matemática e da Geometria obtida no Ensino Fundamental e em caso de

falhas neste, apontar os motivos causadores destas, indicados por parte dos

discentes e, portanto, ser possível inferir a respeito de metodologias capazes de

mudar a realidade presente no processo de ensino-aprendizado da Matemática

em nosso país.

19

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A avaliação do presente estudo ocorreu através de questionário

semiestruturado aplicado à vinte cinco alunos do Ensino Médio de uma escola

pública Federal da Cidade de Pelotas/RS. A seguir estão expostos os resultados

obtidos.

Na Tabela 1, é possível identificar alguns dados referentes aos

entrevistados para esta pesquisa.

Tabela 1 – Respostas de gênero, idade média dos entrevistados e tempo de conclusão do Ensino Fundamental dos entrevistados.

ENTREVISTADOS

Gênero Faixa de idade dos

entrevistados (anos) A quanto tempo concluiu o Ensino

Fundamental (anos)

M F *NID 14 a 20 21 a 30 Menos de 1 De 1 a 5 De 6 a 10

9 15 1 24 1 14 9 2 *NID= gênero não identificado pelo entrevistado

Na Tabela 1, pode-se perceber que, dos alunos entrevistados, 9 são do

gênero masculino, 15 do gênero feminino e um aluno preferiu não definir seu

gênero.

Dentre os 25 entrevistados, 24 possuem idade entre 14 e 20 anos e

apenas um possuía idade entre 21 e 30 anos.

Quando questionados a quantos anos já havia se passado do tempo de

conclusão do seu Ensino Fundamental, 2 alunos informaram que já teria se

passado entre 6 e 10 anos de conclusão deste, 9 alunos informaram que haviam

concluído o Ensino Fundamental entre 1 e 5 anos e 13 alunos responderam que

havia menos de um ano que teriam concluído o Ensino Fundamental, ou seja, o

conteúdo ensinado neste período teria um tempo recente.

No questionário, perguntou-se aos alunos entrevistados em que tipo de

Instituição eles cursaram o Ensino Fundamental. Oitenta e oito por cento (88%)

dos entrevistados informou que sempre estudou em escola de Ensino Público.

Oito por cento (8%) dos entrevistados informou que estudou parte em Ensino

Público e parte em Ensino Privado e apenas 4% dos entrevistados fez o Ensino

Fundamental em Escola Privada.

20

A Figura 1 a seguir, valora a qualidade do ensino que estes entrevistados

consideram ter recebido no ensino da Matemática ao longo do seu Ensino

Fundamental nas escolas onde estudaram.

Figura 1 – Nota que o entrevistado atribui à qualidade de Ensino da Matemática no seu Ensino Fundamental

Ao questionar os entrevistados quanto à nota que estes atribuiriam para a

qualidade de Ensino que a Matemática do Ensino Fundamental que receberam,

na Figura 1 acima, é possível perceber que a grande maioria julga ter recebido

ensinamentos medianos, não classificando e considerando os aprendizados

obtidos nesta disciplina como bom ou excelente, justamente esta disciplina que é

tão importante na vida cotidiana para resolução de diversos problemas

relacionados as mais variadas questões

Ao questionar os entrevistados se eles consideravam terem ocorrido

falhas no processo do ensino da Matemática, cinquenta e dois por cento (52%)

julgam que houve falhas e quarenta e oito por cento (48%) considera que não

houve falhas ao longo do processo de ensino-aprendizado da Matemática durante

o Ensino Fundamental, ou seja, mais da metade dos entrevistados apontam

falhas relacionadas ao ensino da Matemática ao longo da sua educação escolar.

Diante de tais resultados, é possível perceber que estes índices são preocupantes

e até mesmo, indicam a necessidade de estudos sobre o tema em questão

alertando para que mais avaliações sobre este sejam realizadas, visando que

estes índices possam ser revertidos.

24%

44%

28%

4%

Nota que avalia a qualidade de Ensino da Matemática no seu Ensino Fundamental

5,0

6,0 a 7,0

8,0 a 9,0

10,0

21

Após, na questão seguinte, pediu-se que somente os alunos que julgaram

haver falhas no ensino da disciplina de Matemática respondessem, sobre qual(is)

motivo(s) eles julgavam ser o(s) causador(es) desta(s) falha(s) e os resultados

apresentados estão expostos na Figura 2 a seguir:

Figura 2 – Motivos que os alunos julgam serem responsáveis pelas falhas no Ensino da Matemática do Ensino Fundamental.

De acordo com a Figura 2, é possível perceber que o quesito apontado,

pelos alunos, como maior causador das falhas no ensino da Matemática ao longo

de seu Ensino Fundamental, está relacionado às metodologias adotadas pelos

docentes da disciplina, onde os alunos consideram tais metodologias

desinteressantes ou até mesmo ultrapassadas, e assim, dificultando a

assimilação e entendimento do conteúdo da Matemática e da Geometria por parte

destes, e ainda, devido a estas dificuldades, gerando até mesmo o desinteresse

pelos pressupostos obtidos nas aulas de Matemática.

Torna-se importante observar ainda outros dois quesitos indicados pelos

alunos entrevistados como causadores dos problemas relacionados à eficácia no

aprendizado da Matemática, onde eles apontam não conseguir visualizar a

importância do conteúdo aprendido em sala de aula no seu dia a dia, o que torna

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Prof. poucoqualificados

Prof. Commetodologias

desinteressantesou ultrapassadas

O aluno dedicavapouco empenho e

ineteresse nosestudos desta

disciplina

Considera oconteúdo da

disciplina muitodifícil e poucointeressante

O aluno não viaimportância eonde aplicar oconteúdo dadisciplina de

matemática nodia-a-dia

Outros

me

ro d

e a

lun

os

Motivos acusados como causadores do problema

Motivos que os alunos julgam serem responsáveis pelas falhas no Ensino da Matemática do Ens. Fundamental que receberam

22

este desinteressante. Além disso, tais alunos também julgam que o conteúdo da

disciplina é muito difícil de aprender.

Tais resultados obtidos nesta pesquisa corroboram com os preceitos de

Aragão (2017), Mesquita (2013) e Almeida (2006), onde estes mencionam que os

alunos apresentam bloqueios e dificuldade no entendimento e na socialização

com o conhecimento "adquirido" na disciplina de Matemática, pois não lhes é

ensinado juntamente, as relações que tais conteúdos possam ter com questões e

problemas de seu dia a dia. Além disso, tais autores ainda apontam problemas

também relacionados a forma com que os docentes regem os ensinamentos

desta disciplina, pois na grande maioria das vezes utilizam-se de práticas teóricas

de como ensinar determinados conteúdos matemáticos.

Como já mencionado, o MEC (1998), afirma que no “Brasil o ensino da

Matemática é marcado pela formalização precoce de conceitos e pela

mecanização de processos sem compreensão alguma”, algo que é chamado

desde o século XVI como um “Ensino Tradicional”, onde o aluno apresenta um

aprendizagem passivo, o qual ocorre basicamente através de memorização de

fórmulas, regras e procedimentos localmente organizados e que ainda está

presente até hoje em muitas escolas nacionais (FIORENTINI e MIORIM, 1990).

No item Outros, conforme Figura 2, onde o aluno possuía uma questão

aberta de resposta, permitindo que o entrevistado informasse outro motivo além

dos indicados no questionário que julgasse responsável pelas falhas no ensino-

aprendizado da Matemática do Ensino Fundamental, as respostas obtidas estão

descritas a seguir:

Questão: Você considera que houve falhas no ensino de matemática

lhe foi ensinado? Em caso de sim, justifique o motivo pelo qual...

Entrevistado 13 – Falta de conteúdo não dado.

Entrevistado 19 – Os professores começavam um conteúdo e iam direto

para outro, tudo junto, assim ficando o conteúdo acumulado e dificultando

o aprendizado.

23

Entrevistado 10 – Muitas vezes acontece de no oitavo ano a matemática

ser totalmente diferente do Ensino Fundamental, aí a matemática fica

mais difícil.

Analisando as questões extras expostas pelos entrevistados, é possível

verificar, de acordo com o Entrevistado 19, que em seu relato, refere-se a falta de

uma metodologia precisa e concisa por parte do docente, não tendo uma

sequência lógica de programação do conteúdo a ser ensinado em sala de aula

Já o Entrevistado 10 levanta uma questão que vai ao encontro dos

preceitos de Lorenzato (1995), o qual indica que na maioria das vezes a

Geometria se apresenta como o último conteúdo a ser ensinado no Ensino

Fundamental, e assim, a interligação necessária com os temas de Álgebra e

Aritmética, os quais também complementam os ensinamentos da Matemática,

não ocorre. Além disso, na grande maioria das vezes Álgebra e Aritmética são

exaustivamente trabalhados, enquanto que a Geometria pouco ou muitas vezes

nem mesmo é estudada no Ensino Fundamental (LORENZATO, 1995), conforme

o exposto pelo Entrevistado 13 acima.

Crescenti (2005), afirma que esta carência do ensino da Geometria no

Ensino Fundamental dificulta e prejudica estabelecer as relações que diferentes

campos da Matemática possuem com a realidade física, social, cultural e

econômica e então, torna difícil ao aluno entender fenômenos existentes na

natureza ou até mesmo realizações do homem, como na construção civil, por

exemplo. Portanto, é possível afirmar que, por não verificar relações dos

ensinamentos das três áreas da Matemática com questões da vida cotidiana do

aluno, tal disciplina se torna difícil e desinteressante aos olhos do aluno.

Ao avaliar entre os entrevistados, o percentual obtido que consideram ter

ocorrido falhas no ensino-aprendizado da Matemática, com o percentual de

entrevistados que não consideram ter ocorrido falhas neste processo, pode-se

analisar que tais percentuais são bastante próximos. Para melhor analisar os

resultados obtidos e conferir o grau de conhecimento em Geometria por parte dos

alunos entrevistados, lhes foi proposta uma última verificação, onde, no fim do

questionário apresentou-se oito questões relacionadas a Geometria e solicitou

que estes indicassem quais dos temas apresentados lhes era conhecido.

24

Dentre os entrevistados que julgou não ocorrer falhas no processo de

ensino-aprendizado da Matemática do Ensino Fundamental, a Tabela 2 a seguir,

relaciona os conhecimentos que estes informaram possuir a respeito da

Geometria.

Tabela 2: número de entrevistados que julgou NÃO haver falhas no processo de ensino-aprendizado da Matemática do Ensino Fundamental e o grau de conhecimento destes em questões relacionadas ao conteúdo de Geometria, os quais são ensinados nesta disciplina.

Entrevistados

Identifique os termos da geometria que julga lembrar ou saber

Diâmetro e Raio

ângulo obtuso

ângulo aberto

Hexágono linhas

perpendiculares Linhas

paralelas Elipse e

Circunferência

Quadrado e

retângulo

Entrevistado 5

x

x

Entrevistado 6 x

x

x

x

Entrevistado 7

x

Entrevistado 8

x x

x x

x

Entrevistado 9 x

x

x

x

Entrevistado 10

x

Entrevistado 11

x

x

x

Entrevistado 12

x x

x

Entrevistado 14

x x x x

x

Entrevistado 16

x

x

Entrevistado 17

x

Entrevistado 20

x

x

De acordo com a Tabela 2, é possível perceber que o percentual de

alunos que desconhecem questões simples de Geometria, as quais estão

inclusas no conteúdo da disciplina de Matemática, é bastante expressivo, ou seja,

dos 48% que consideram não haver falhas no ensino da Matemática do Ensino

Fundamental, apenas metade deste percentual indicou conhecer, pelo menos,

três dos oito termos geométricos apresentados no questionário, ou seja, os

entrevistados 5, 7, 10, 16, 17 e 20 evidenciados na Tabela, desconhecem, pelo

menos, seis dos oito temas geométricos indicados.

Portanto, desta forma, é possível afirmar que, mesmo estes não

considerando haver falhas no ensino da Matemática que receberam, estes

também apresentam falhas ou carências no ensino desta disciplina, e deste

modo, o percentual que consideram haver falhas no ensino desta que ficou igual a

52%, passa para 76%.

25

4.1. Algumas metodologias adotadas por Professores de Matemática

que visam melhorar o processo de ensino-aprendizado desta

disciplina

Visando não apenas apresentar os motivos que levam a falhas no

processo ensino-aprendizado da Matemática do Ensino Fundamental, algo já

bastante estudado e discutido por diversos autores, nesta etapa, pretende-se

apresentar metodologias utilizadas por alguns professores de Matemática em

nosso País, capazes de mudar as estatísticas atuais quanto ao aprendizado e o

interesse dos alunos pela Matemática.

Para que processo de ensino-aprendizado da Matemática possa ocorrer

de corretamente, de modo que o aluno possa realmente entender e aprender o

conteúdo desta disciplina torna-se importante estimulá-lo. O professor deve

introduzir no planejamento de suas aulas, metodologias que apresentem ao

aluno, o conteúdo relacionando à situações que envolvam aplicações

matemáticas no cotidiano dele, pois desta maneira irão mostrar ao aluno que os

conteúdos estudados em sala de aula possuem importância para as várias

classes da sociedade.

Como exemplos, a professora de Matemática Luciene de Sousa Do

Instituto de Educação Santo Inácio em São Paulo/SP (ESTADÃO, 2016), atua em

suas aulas relacionando a Matemática à Geometria do dia a dia, onde incentiva

seus alunos a observarem e enxergarem as formas geométricas por onde passam

e, através das câmeras de seus celulares, captar estas imagens. A partir deste

olhar, mais focado e diferenciado, a professora alega que os alunos conseguem

revisar características, pensar e relembrar o que constitui cada forma geométrica.

Harlos, Marques e Preussler (2014), visando motivar e desenvolver os

pressupostos de autonomia e de relação da vida cotidiana dos alunos com a

Matemática desenvolveram uma prática pedagógica, onde, através de materiais

didáticos para construção das relações trigonométricas no triângulo retângulo,

objetivava mostrar aos alunos situações reais de aplicabilidade destes conceitos,

oferecendo, assim, desafios aos seus discentes.

Para que tais atividades pudessem ser desenvolvidas, eles levaram os

alunos ao pátio da escola e com auxílio de um teodolito, transferidor e trena,

solicitaram que seus discentes descobrissem a altura da escola, de alguns

objetos visíveis no ambiente ao redor e também a altura de alguns colegas da

26

sala. Para tal, os discentes deveriam aplicar os conhecimentos trigonométricos do

triângulo retângulo que já haviam aprendido em sala de aula. Desta forma, os

docentes regentes desta prática puderam perceber que aprender Matemática vai

além de decorar e de aplicar fórmulas em exercícios. É necessário interpretar

situações e conceitos e, criar significados reais, individuais e práticos às

atividades. Também perceberam que é possível transformar o ensino da

Geometria, vinculado ao ensino da Matemática numa tarefa agradável e

significativa aos alunos.

Os autores ainda concluíram que a utilização de materiais didáticos no

ensino da Matemática ou qualquer estratégia de ensino-aprendizagem, quando

bem planejada e utilizada, torna-se muito eficaz, pois envolve os alunos e os

instiga a buscar soluções, os quais, com isso, avançam na construção de

conhecimentos, pois interpretam problemas, retiram dados, sugerem estratégias,

analisam estas e raciocinam logicamente, construindo assim, aprendizagens

matemáticas, permitindo o aprimoramento do conhecimento e do convívio social

nos alunos.

Visando, tornar a Matemática uma disciplina mais prazerosa, agradável,

participativa, prática e aplicável no cotidiano dos alunos, o Professor Ivan Nunes

Gonçalves da Escola Estadual de Ensino Fundamental Ministro Francisco

Brochado da cidade de Arroio Grande no Rio Grande do Sul criou o projeto

chamado “MATEMATICANDO, TÔ LIGADO!”. Tal projeto foi o vencedor do

Prêmio Professores do Brasil, promovido pelo Ministério da Educação (MEC) com

apoio do Conselho dos Secretários de Estado da Educação (Consed) e União

Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) no ano de 2015.

Ao longo desse Projeto os alunos do Ensino Fundamental da escola em

questão, foram desafiados a resolver problemas, a trocar ideias com os colegas, a

observar ao seu redor, ler sobre a evolução da Matemática, a trabalhar em

equipe, a realizar pesquisas brincando, a argumentar, a redigir textos e poesias, a

construir jogos e brinquedos matemáticos e ainda, a produzir gráficos no

computador. Neste projeto, as estratégias propostas apresentaram diversas

atividades como o Estudo histórico da Matemática, a interpretação da Matemática

dos rótulos dos alimentos, as oficinas de construção de brinquedos matemáticos

para pais e alunos, exposição de arte Matemática, exposição dos Jogos

construídos pelos alunos, construção da maquete da escola com suas respectivas

27

medidas, produção de vídeos envolvendo a Matemática do cotidiano, entrevistas

com profissionais que utilizam diariamente a Matemática como: pedreiros,

padeiros, contabilistas, merendeiras, vendedores, etc. Desta forma, através de

relatos emitidos pelos próprios alunos, foi possível tornar o ambiente escolar mais

alegre e o ensino da Matemática mais dinâmico.

5. CONCLUSÕES

De acordo com o MEC (1998), discussões no âmbito da Educação da

Matemática indicam a necessidade de adequar o sistema escolar de ensino a

uma nova realidade, relacionada a crescente presença de conceitos desta

disciplina em diversos campos da atividade humana. Tais discussões estão

influenciando revisões nos currículos da Matemática no Ensino Fundamental.

Diante a necessidade de tais revisões, e através das análises realizadas

neste estudo, foi possível concluir que o quesito apontado, pelos alunos, como

maior causador das falhas no ensino da Matemática ao longo de seu Ensino

Fundamental, está relacionado às metodologias adotadas pelos docentes da

disciplina, onde os alunos consideram tais metodologias desinteressantes ou até

mesmo ultrapassadas, e assim, dificultando a assimilação e entendimento do

conteúdo da Matemática e da Geometria por parte destes, e ainda, devido a estas

dificuldades, gerando até mesmo o desinteresse pelos pressupostos obtidos nas

aulas desta disciplina.

Os alunos apontam como segundo principal fator que dificulta o ensino-

aprendizado da Matemática, o fato de não conseguir visualizar a importância do

conteúdo aprendido em sala de aula no seu dia a dia, o que torna este

desinteressante. Além disso, os discentes ainda informam que o conteúdo da

disciplina é muito difícil de aprender.

Diante de tais análises, propomos como possível alternativa, a utilização,

por parte dos professores de Matemática do Ensino Fundamental, abordagens

metodológicas que busquem a aproximação da Geometria com a Aritmética e a

Álgebra, vinculando-as ao cotidiano dos alunos, de modo que, o ensino da

Matemática seja sempre alicerçado sobre os três pilares da Matemática, sendo

estes: Álgebra, Aritmética e Geometria.

28

6. REFERÊNCIAS

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BOYER, Carl. B. História da Matemática. São Paulo. Edgard Blücher, Ltda., 1974. CARNEIRO, Reginaldo Fernando, DÉCHEN, Tatiana. Tendências no ensino de geometria: Um Olhar para os Anais dos Encontros Paulista de Educação Matemática. 2006 <http://www.alb.com.br/anais16/sem15dpf/sm15ss03_03.pdf : > Acesso em: 14 de nov. 2017. CARRAHER, T. N. Na vida dez, na escola zero. São Paulo: Cortez, 1988. CRESCENTI, E. P. Os professores de Matemática e a Geometria: opiniões sobre a área e seu ensino. Tese Universidade Federal de São Carlos. São Carlos/ SP. 2005. EVES, Howard. Geometria: Tópicos de História da Matemática para uso em sala de aula. Geometria Tradução Higino H Domingues. São Paulo, Atual, 1997. ESTADÃO.EDU. Blog Escola Santi. São Paulo/SP. Disponível em: <http://educacao.estadao.com.br/blogs/blog-dos-colegios-santi/matematica-e-geometria-na-vida/>. Acessando em: 03 nov. de 2017. FAINGUELERNT, Estela K. Educação Matemática: Representação e Construção em Geometria. Porto Alegre: Artmed, 1999. FIORENTINI, D. e MIORIM, M. A. Uma reflexão sobre o uso de materiais concretos e jogos no Ensino da Matemática. Boletim SBEM-SP, Ano 4 - nº 7. São Paulo/ SP.1990. FONSECA, M. da C. F.R., LOPES, M. da P., BARBOSA, M. das G. G., GOMES, M. L. M., DAYRELL, M. M. M. S. S. O ensino da geometria na escola fundamental: Três questões para formação do professor de matemática dos ciclos iniciais. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. FONSECA, A. C. F. R.; LOPES, M. P.; BARBOSA, M. G. G.; GOMES, M. L. M. DAYRELL, M. M. S. S. O Ensino de Geometria na Escola Fundamental. Belo

29

Horizonte: Autêntica, 2002. FUCKS, W. R. Matemática Moderna. São Paulo: Polígon, 1970. HARLOS F. L. G., MARQUES, J. e PREUSSLER, R. O uso do material didático na aprendizagem das relações trigonométricas no triângulo retângulo. 2º Encontro Nacional Pibid Matemática. Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria/RS. 2014. LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítica social dos conteúdos. São Paulo: Loyola. 1989. 243 p. LIMA, C. S. da S. de. As dificuldades encontradas por professores no ensino de conceitos matemáticos nas séries iniciais. Monografia - Universidade do Extremo Sul Catarinense- UNESC. Criciúma/ RS. 2006. LORENZATO, Sérgio. Por que não ensinar Geometria? A Educação Matemática em Revista, SBEM, ano 3, p.3-13, jan/jun.1995. Matemática e geometria na vida. Jornal Estadão- São Paulo/ SP. 04 de Abril 2016. Disponível em <http://educacao.estadao.com.br/blogs/blog-dos-colegios-santi/matematica-e-geometria-na-vida/> Acessando em: Nov. 2017. MESQUITA, M. da G. B. F., RESENDE, G. Principais dificuldades percebidas no processo ensino-aprendizagem de matemática em escolas do município de Divinópolis, MG. Revista Educação Matemática Pesquisa. V. 15, n. 1, São Paulo/ SP. 2013. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Qualidade da Educação: Uma nova leitura do desempenho dos estudantes da 3ª série do ensino médio. Brasília: MEC, 2004. MORELATTI, M. R. M.; SOUZA L. H. G., Aprendizagem de conceitos geométricos pelo futuro professor das séries iniciais do Ensino Fundamental e as novas tecnologias. Curitiba: UFPR, 2006. MLODINOW, Leonard. A Janela de Euclides. A Historia da Geometria: das Linhas Paralelas ao Hiperespaço. São Paulo: Geração, 2005. PIASESKI, Claudete Maria. A geometria no ensino fundamental. Monografia. Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Erechim/ RS. 2010. PIRES, Célia M. C. Currículos de matemática: da organização linear à ideia de rede. São Paulo: FTD, 2000. SANTOS, O. O., LIMA, M. G. e S. O processo de ensino-aprendizagem da disciplina matemática: possibilidades e limitações no contexto escolar. Monografia do Curso de Licenciada em Pedagogia Universidade Estadual do Maranhão. São Luis/MA. 2013.

30

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31

APÊNDICE

32

QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO EMPREGADO AOS ALUNOS DE ENSINO MÉDIO DE UMA

INSTITUIÇÃO FEDERAL NO SUL DO RIO GRANDE DO SUL

QUESTIONAMENTOS AVALIATIVOS QUANTO A MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

1- Qual seu Sexo? ( ) Feminino ( ) Masculino 2- Qual sua faixa de idade? ( ) de 14 a 20 anos ( ) de 21 a 30 anos ( ) acima de 31 anos 3- A quanto tempo você finalizou o Ensino Fundamental? ( ) menos de 1 ano ( ) de 1 ano a 5 anos ( ) de 6 a 10 nos ( ) acima de 10 anos 4- Durante o seu Ensino Fundamental, você estudou em que tipo de Instituição? ( ) Escola Pública ( ) Escola Privada ( ) Parte em Escola Pública, parte em Escola privada 5- Que nota você dá para a qualidade do Ensino de matemática que recebeu no Ensino

Fundamental? ( ) nota 5 ( ) nota de 6 a 7 ( ) nota de 8 a 9 ( ) nota 10 6- Você considera que houve falhas na forma que seu ensino de matemática lhe foi ensinado? ( ) sim ( ) não 7 - Em caso de resposta sim na questão anterior (6), tente expor algum(ns) do(s) motivo(s) que justificam sua resposta sim na questão nº 7. ( ) Professores de Matemática pouco qualificados ( ) Professores de Matemática com metodologias de ensino desinteressantes e/ou ultrapassadas ( ) Você, como aluno, dedicava pouco empenho e interesse nos estudos da disciplina de Matemática. ( ) Considerava a disciplina de Matemática muito difícil e pouco interessante. ( ) Como aluno não via importância e aplicação dos conteúdos da disciplina de Matemática em seu dia a dia ( ) Outros. Justifique _______________________________________________________

INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO- GRANDENSE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA – CAMPUS PELOTAS / VISCONDE DA GRAÇA

Especialização Lato Senso em Ciências e Tecnologias da Educação

Questionário semi-estruturado para a Monografia de Conclusão do Curso de Especialização Lato Senso em Ciências e Tecnologias da Educação

Público alvo: Alunos do Ensino Médio de uma Instituição Federal do Sul do Rio Grande do Sul

Orientadora: Profª. Me. Cláudia Costa Caldeira

Aluna: Me. Vanessa Dummer Marques

Entrevistadora: Luciane Garcia de Farias

33

8 – Você considera que ainda lembra do significado de muitos dos conteúdos que aprendeu na Matemática em seu Ensino Fundamenta? Marque a seguir, os significados que você julga saber. ( ) significado de diâmetro e raio ( ) Significado de ângulo obtuso ( ) Significado de ângulo aberto ( ) Significado do que é um hexágono ( ) Significado de linhas perpendiculares ( ) Significado de linhas paralelas ( ) Diferença entre elipse e circunferência ( ) Diferença entre quadrado e retângulo